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Questionário I – Educação Inclusiva 01) Eventos históricos e valores culturais influenciaram a trajetória das pessoas com deficiências, em decorrência de suas condições. Na Antiguidade, muitos princípios religiosos e a crença em maldições e misticismos justificavam o banimento e marginalização de pessoas com deficiências e enfermidades. É com a evolução da sociedade que essas pessoas passaram a receber maior aceitação. Analisando a história, podemos recortar três fases distintas, sobre as quais se pode afirmar: O tratamento da pessoa com deficiência como doente, através da medicina, se inicia na fase da criação dos serviços especiais. A fase mais importante na trajetória das pessoas com deficiência foi a da criação dos serviços especiais. No Brasil são criadas as Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAEs). Pais e parentes da pessoa com deficiência passam a receber apoio e orientação na fase da institucionalização, o que vem a colaborar para maior aceitação e trato com o excepcional, por parte da família. Os manicômios e leprosários são criados na fase da institucionalização, tratando a pessoa com deficiência e reintegrando-o à sociedade. Explicação: É na fase de criação dos serviços educacionais que o deficiente passa a ser considerado passível de ser educado e surgem iniciativas oficiais e particulares para atendimento especial ao mesmo. 02) Segundo os estudos de Lorentz (2006), civilizações mais arcaicas aniquilavam as pessoas que tinham alguma deficiência. Como exemplo o autor traz Esparta, onde, de acordo com a legislação instaurada, as crianças nascidas com alguma deformidade ou diferença anatômica não eram consideradas pessoas e, portanto, eram levadas ao alto de montes e atiradas de lá. Marque a alternativa que explica corretamente porque isso acontecia: Consideravam um ritual, para que a alma da criança fosse “salva”. Acreditavam que as crianças carregavam alguma maldição para a família. Imaginavam que essas crianças deveriam ser eliminadas por representarem impedimentos para a procriação de sujeitos “normais”. Entendiam que não havia recursos e espaços adequados para o cuidado e educação desses sujeitos. 03) Segundo estudos da história da educação especial, a partir do século XX, em meio às guerras, as pessoas com deficiência puderam se livrar da percepção de invalidez e serem vistas como pessoas “úteis” ao trabalho. Esta nova concepção proporcionou o surgimento de classes especiais em escolas regulares e centros de reabilitação para deficiências diversas. Qual foi a razão para esse novo movimento ocorrer? Marque a alternativa que corresponde corretamente à questão: Pela ampliação do olhar de educadores que passaram a perceber que crianças e jovens com deficiências também eram capazes de aprender e se desenvolver. Por um movimento das pessoas com deficiência que desejavam trabalhar. Da escassez de mão de obra qualificada, com a necessidade de educar e desenvolver, de maneira a construir a autonomia e as competências das pessoas com deficiência, avaliando-as como aptas ou inaptas. Em função da carência de mão de obra para atuar nas guerras e frente à percepção de que todas as pessoas com deficiência poderiam se tornar aptas ao trabalho. RESPOSTA CORRETA Na época situada, foi apenas frente à necessidade de mão de obra que se começou a pensar na qualificação e no desenvolvimento de pessoas com deficiência. 04) Em tempos mais recentes, mesmo com os constantes progressos no campo da Educação, muitas pessoas com deficiência e seus familiares ainda se sentem desconfortáveis devido a preconceitos e rotulações. O próprio sistema educacional ainda faz uso de algumas expressões que podem ser consideradas discriminatórias. Nesta perspectiva, em relação aos conceitos empregados no período da criação dos chamados “serviços especiais”, pode-se dizer que: A “pessoa com necessidade especial", quando se refere à criança com deficiência, é a forma mais adequada de tratamento atualmente. A expressão "necessidade" leva a uma ideia de dependência e define bem a situação de pessoas com deficiência. O conceito de "necessidade" faz parte das definições legislativas na atualidade, referindo a exigências educacionais, e não ao indivíduo propriamente. O uso da palavra "excepcional" para substituir a terminologia "necessidades", ao se referir ao indivíduo com deficiência, evita a discriminação. 05) A utilização de novos termos e conceitos para se referir ao universo das pessoas com deficiência passou a indicar também novas perspectivas e desafios. Considerando esta mudança conceitual e a realidade que tal mudança acarreta, é possível afirmar, em relação ao conceito de inclusão, que: A inclusão, na prática, não implica em mudanças estruturais ou curriculares nas escolas regulares. As crianças com deficiências não recebem nenhum tipo de tratamento diferenciado no processo de inclusão. Integração e inclusão são palavras sinônimas. Para que o trabalho de inclusão obtenha bons resultados, é necessária uma preparação especial do professor. EXPLICAÇÃO A educação inclusiva tem por objetivo levar a educação a todos sem exclusão dentro do processo de ensino e aprendizagem. A educação é de extrema importância para a sociedade, uma vez que por meio dela além de gerar conhecimento, pode - se contribuir na formação de pessoas para a sociedade. Pode - se citar algumas propostas de Educação Inclusiva e Educação Intercultural, como: educação visando a interdisciplinaridade e multiculturalismo, acessibilidade a todos de forma igual no processo educacional, dentre outras propostas. Tal iniciativa é muito importante em um ambiente educacional, uma vez que contribui para o desenvolvimento de uma sociedade melhor e justa para todos. 06) Inclusão: do verbo incluir, no sentido etimológico, significa conter em, compreender, fazer parte, participar de. Ato de inserir algo ou alguém. Tem origem nesta palavra a terminologia “Educação Inclusiva”. Assinale a alternativa que melhor define a expressão “Educação Inclusiva”. A Educação Inclusiva é uma prática educacional que acontece somente no Brasil. É um teste de seleção que define a inserção de alunos em classes adequadas a cada tipo de necessidade educacional. Educação Inclusiva é um novo processo de educação totalmente desvinculado da Educação Especial. A Educação Inclusiva pode ser definida como uma busca por novos paradigmas de educação, sem discriminações, promovendo a justiça social. Explicação: A Educação Inclusiva tem como metas: a justiça social, inovação dos métodos pedagógicos, adequação dos programas educacionais e, reforma escolar, que permitam a socialização de todos os alunos. 07) Não se pode falar em Sistemas de Ensino Inclusivo, sem se fazer um resgate dos principais fatos históricos que antecederam a ele. Também deve-se levar em conta as políticas públicas de Educação, que regulamentam a sua elaboração e execução. A partir disso, assinale a alternativa CORRETA. A Constituição Federal de 1988 demonstra preocupação com a igualdade de condições e com a superação de práticas discriminatórias, mas não aborda a situação do deficiente. A Declaração de Salamanca reforça os objetivos de documentos anteriores, em defesa da criança e de um sistema educacional inclusivo. No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei n° 4.024/61, torna obrigatória a inclusão dos excepcionais no sistema regular de ensino. O papel de inclusão e de educação do deficiente é de responsabilidade exclusiva do poder público. Aspectos da Declaração de Salamanca A Declaração de Salamanca é representada como um dos documentos mais importantes dentro da área da Educação Inclusiva, em virtude da efetivação dos direitos de crianças e jovens com necessidades educacionais especiais (Alternativa B). O movimento inclusivo foi potencializado a partir da implementação da Declaração de Salamanca, a qual aumentou a representatividade e garantiu o direito de pessoas que se encaixam dentro do quadro de necessidades especiais. A partir daí, o movimento tomou força, assim como a sociedade passoua reconhecer a importância da inclusão. 08) No que se refere ao sistema de educação atual, a palavra-chave é inclusão. Podemos, entretanto, nos indagar sobre o sujeito à quem a prática inclusiva se interessa. Assinale a resposta que melhor indica quais podem ser os sujeitos beneficiados pelo processo de inclusão bem-sucedida. Atualmente somente os alunos do chamado Ciclo Básico de Educação, pois só eles são incluídos nas classes regulares de ensino. De acordo com o Art. 55 do Estatuto da Criança e do Adolescentes (ECA), são todos alunos com necessidades especiais, já que estes devem estar matriculados apenas em escolas especiais. Todos os alunos com necessidades educacionais são favorecidos pela inclusão, com exceção dos surdos, pois eles não conseguem estudar com alunos ouvintes e precisam de uma escola especial. Todos aqueles que possuem necessidades educacionais especiais são beneficiados pela inclusão, não apenas alunos com deficiência, mas também os superdotados. EXPLICAÇÃO A transversalidade da educação especial e inclusiva contempla um direito comum a todos os indivíduos que possuem necessidades especiais, dando respaldo a serviços de acessibilidade para que os alunos estudem, atendimento educacional e inclusivo adequado. Além disso, a transversalidade nesse setor também inclui atividades complementares que auxiliem nesse educando a evoluir suas potencialidades, dando suporte para a família sendo o professor um instrutor do conhecimento. 09) No Brasil, durante anos as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) foram excluídas do Sistema de Educação Regular. Uma mudança significativa começa a acontecer a partir da Constituição Federal de 1988, que mudou os rumos da legislação em prol dos alunos com TEA. Marque a alternativa que se relaciona CORRETAMENTE com a situação do autista e os direitos legais adquiridos a partir da Constituição de 1988: Graças ao texto constitucional, as escolas de ensino regular passaram a contar totalmente com o apoio dos pais de crianças diagnosticadas com TEA, em prol da inclusão. Infelizmente as leis atuais negligenciam o direito das crianças com TEA, cabendo aos interessados promover uma análise do texto constitucional para defender os direitos do autista. O Decreto nº 7.853, de 20 de dezembro de 1989, contempla a categoria de pessoas com necessidades educacionais especiais, logo os autistas se encaixam dentre os beneficiados pelo Decreto. O Transtorno do Espectro Autista se enquadra na categoria das pessoas com necessidades educacionais especiais, com problemas físicos e, por isso, leis de mobilidade os assistem. Direitos Autistas no Brasil Acerca da legislação que envolve os autistas em relação à educação brasileira, o Decreto nº 7.853, de 20 de dezembro de 1989 representa os direitos efetivos a este grupo específico, dentro das pessoas com necessidades especiais (Alternativa C). A promulgação do Decreto nº 7.853 representa uma das principais normativas para pessoas com necessidades especiais, as quais incluem as pessoas autistas. Diante disso, mostrou-se a importância deste decreto para garantir o atendimento especializado aos autistas, seja através de adaptações dentro das escolas e faculdades, assim como professores especializados. 10) “Inclusão” é um direito assegurado por lei. No entanto, duas reportagens do Jornal mineiro “O Tempo”, publicadas em outubro de 2015, afirmaram que “Escola rejeita aluno deficiente e caso vai parar na Polícia”, e ainda “Crianças autistas são aceitas, mas inclusão ainda é parcial”, o que evidencia que este direito não é suficientemente respeitado e garantido em sua íntegra. Analisando as situações relatadas, é CORRETA a afirmativa: As instituições públicas não estão preparadas para a inclusão de alunos especiais em classes regulares e sentem-se no direito de rejeitá-los, amparadas pelas leis. As escolas têm razão em não aceitarem um autista clássico, por exemplo, já que ele não conseguirá acompanhar os colegas. Diante da recusa de uma escola particular, em receber seu filho deficiente, os pais podem recorrer ao poder público para solucionar o impasse. Instituições públicas, no geral, não apontam empecilhos para cumprir as normas de inclusão estabelecidas por lei, já que a inclusão é uma prática facultativa. Explicação: Com base na Lei Federal 7.853/1989, uma escola não pode recusar a admitir um aluno deficiente. Os pais estão, portanto, amparados pela lei e podem assegurar seus direitos com o poder público. Questionário II – Educação Inclusiva 01) As crianças superdotadas, com o QI acima de 130 pontos e talento acima da média em campos como as artes plásticas, a matemática ou a música, também pertencem ao grupo de alunos com necessidades educacionais especiais. É normal que, sem o apoio e a metodologia adequadas, essas crianças se frustrem, perdendo o interesse pelo processo educacional, o que pode acarretar fracasso no desempenho escolar. Uma maneira de estimular alunos superdotados a obter sucesso na escola é: Diminuir as expectativas sobre os resultados dessas crianças. Propor desafios educacionais de modo a instigar estas crianças. Impedir a participação das crianças em programas de aceleração. Não considerar a criança como academicamente adiantada. 02) Considera-se que uma verdadeira educação inclusiva é um convite à mudança tanto para os alunos quanto para a escola e seus professores. Um exemplo de como a presença de um aluno com necessidades educacionais especiais reflete no cotidiano do professor está CORRETAMENTE representado na alternativa: Além de pensar no grupo de alunos de sua classe, o professor terá que pensar também no aluno com deficiência isoladamente. É preciso que o professor se torne um especialista em relação às demandas do aluno com deficiência. É necessário pensar sempre em atividades diferenciadas para o aluno com deficiência. O professor poderá trabalhar mais vezes atitudes de inclusão junto à classe, com a presença de um aluno com deficiência. 03) Marc tem uma dificuldade de aprendizagem leve. Sua habilidade de leitura está com dois anos de defasagem em relação ao nível do ano em que estuda. Como resultado, ele tem dificuldade nas matérias que envolvem muita leitura, como linguagem, estudos sociais e ciências. Ele vai muito melhor em matemática. Que tipos de serviços seriam mais apropriados para Marc? Marc deveria frequentar uma classe regular com algumas modificações feitas em seu currículo e talvez com a ajuda de um auxiliar ou serviços ocasionais na sala auxiliar. Marc deveria frequentar uma classe regular, com um professor de educação regular, sem nenhuma modificação. Marc deveria ser educado em casa, pelos seus pais, aprendendo os conteúdos na medida do possível. Marc deveria estudar em uma escola separada para estudantes com deficiências, pois o convívio com crianças sem deficiência não lhe faria bem. 04) Juliana é uma aluna com paralisia cerebral. Isso faz com que seus movimentos sejam um pouco limitados. Seu professor encontrou para Juliana um teclado alternativo para facilitar seu aprendizado. Que tipo de tecnologia o professor está propondo à Juliana? Aplicação construtiva. Hipermídia complexa. Software de instrução. Tecnologia auxiliar. 05) O termo “educação inclusiva” faz parte das diretrizes educacionais do Brasil e de vários outros países do mundo. É um processo que ainda gera uma preocupação a respeito da compreensão ampla de seu significado. Um modo de compreender corretamente o que o termo propõe, para que a prática da educação inclusiva obtenha sucesso, consiste em: Afrouxar o currículo acadêmico para que todos os alunos sintam-se igualmente capazes. Compreender que educação inclusiva é o mesmo que educação especial. Manter o enfoque no aluno com necessidades educacionais especiais. Voltar-se para o bem-estar e sucesso educacional de todos no ambiente do ensino regular. 06) Os objetivos principais da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva garantem: Transversalidade da educação especial desde a educação infantil até a educação superior.Atendimento educacional em escolas especiais. Formação de professores para o atendimento educacional especializado nas escolas especiais. Continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino de acordo com a oferta dos estabelecimentos escolares. 07) A partir dos documentos estudados nesta Unidade de Aprendizagem, assinale qual documento recomenda que a matricula dos sujeitos da Educação Especial seja realizada preferencialmente nas escolas regulares: Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE. Lei nº 9.394 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN). Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica – Resolução CNE/CEB nº 2. Lei 8.069 de 13 de julho de 1990. 08) De acordo com as diretrizes da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva sobre o atendimento educacional especializado: As atividades propostas durante o atendimento educacional especializado funcionam da mesma forma que as realizadas na sala de aula, podendo substituí-las. O acesso à educação para as pessoas com deficiência inicia-se no ensino fundamental, não sendo obrigatória a sua frequência na educação infantil. O atendimento educacional especializado tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos considerando suas necessidades específicas. Os programas de enriquecimento curricular, ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização e tecnologia assistiva devem ser oferecidos somente nas escolas regulares. 09) De acordo com o documento Orientações para Implementação da Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, assinale a alternativa correta: A Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista é criada pela Lei nº 12.764/2012. Além de consolidar um conjunto de direitos, essa lei veda a matrícula de pessoas com TEA na rede regular de ensino. A Língua Brasileira de Sinais não é reconhecida pela lei como meio legal de comunicação, pois é utilizada somente pelas pessoas com deficiência auditiva, não sendo uma forma de comunicação universal. O sistema Braille não é reconhecido como meio legal de comunicação, pois não possui projeto de grafia para a Língua Portuguesa. O caráter não substitutivo e transversal da educação especial é ratificado pela Resolução CNE/CEB n° 04/2010, que institui Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica e preconiza que os sistemas de ensino devem matricular os estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado - AEE, complementar ou suplementar à escolarização, ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de AEE da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos. 10) Sobre os estudantes atendidos pela educação especial, assinale a alternativa que corresponde ao disposto no documento Orientações para Implementação da Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva: A modalidade de educação de jovens e adultos e educação profissional não tem o objetivo de formação das pessoas com deficiência para ingresso no mercado de trabalho. O atendimento educacional especializado tem como objetivo funcionar como um reforço pedagógico aos alunos com necessidades educacionais especiais. Ainda nos dias de hoje perdura o entendimento de que a educação em escola especial é a mais adequada ao atendimento de estudantes que apresentam deficiência ou que não se adequam à estrutura rígida dos sistemas de ensino. Ainda hoje, mesmo com uma perspectiva conceitual que aponte para a organização de sistemas educacionais inclusivos que garanta o acesso de todos os estudantes e os apoios necessários para sua participação e aprendizagem, as políticas implementadas pelos sistemas de ensino não alcançaram esse objetivo.