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Aula 14
TJ-MA (Analista Judiciário - Direito)
Direito Administrativo - 2024 (Pós-Edital)
Autor:
Herbert Almeida, Equipe Direito
Administrativo
23 de Abril de 2024
70418331278 - Homero Camurça Varela
Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo
Aula 14
Índice
..............................................................................................................................................................................................1) Intervenção do Estado na Propriedade Privada 3
..............................................................................................................................................................................................2) Questões Comentadas - Intervenção do Estado na Propriedade Privada - FCC 32
..............................................................................................................................................................................................3) Lista de Questões - Intervenção do Estado na Propriedade Privada - FCC 46
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INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE 
Noções introdutórias 
Há muitos anos se discute o papel do Estado na sociedade e até que ponto é válida a sua atuação. Com a 
ascensão das correntes liberais, passou-se a respeitar a propriedade privada, preservando-se os direitos 
individuais do cidadão. 
Todavia, as correntes liberais e o capitalismo geraram efeitos perversos na sociedade, com acentuada 
desigualdade social e concentração de renda. Surge, então, o Estado do Bem Estar Social, que passou a dar 
especial atenção ao bem estar da coletividade, fornecendo os mínimos direitos sociais do cidadão. 
Assim, a intervenção do Estado na propriedade privada passou a ser uma forma legítima de condicionar ou 
limitar direitos em benefício da sociedade. 
Na Constituição Federal de 1988, o patrimônio privado continuou sendo preservado, no entanto com um 
sentido social. Assim, surge o princípio da função social da propriedade, criando restrições no uso da 
propriedade. Com isso, tornam-se legítimas determinações de não fazer ou, até mesmo, de fazer, conforme 
bem determina o art. 182, §2º, que exige o adequado aproveitamento do solo urbano. 
Entretanto, o Estado deve impor restrições sobre o particular apenas quando o interesse da coletividade 
se imponha ao do particular, observando sempre os direitos individuais e, principalmente, balizando-se 
pelos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. 
Dessa forma, vamos estudar, nesta aula, as formas e procedimentos pelos quais o Estado intervém na 
propriedade privada, limitando ou condicionando o seu uso em prol do interesse público e da coletividade. 
Fundamentos e quadro normativo Constitucional 
Os fundamentos da intervenção do Estado na propriedade particular são: (a) a função social da 
propriedade; (b) a supremacia do interesse público sobre o privado. 
A função social da propriedade decorre do abandono da concepção individualista da propriedade, uma vez 
que, atualmente, predomina a visão de que o instituto configura-se uma forma de alcançar o bem-estar 
social1. Assim, mesmo sendo um conceito aberto, pode-se observar o seu significado em linhas gerais na 
Constituição. 
Nesse sentido, o texto constitucional diferenciou a função social da propriedade urbana e rural. Aquela 
deve atender às exigências fundamentais de ordenação da cidade previstas no plano diretor (CF, art. 182, 
§2º). A função social da propriedade rural, por sua vez, depende, simultaneamente, do atendimento das 
seguintes exigências (CF, art. 186): (a) aproveitamento racional e adequado; (b) utilização adequada dos 
 
1 Dromi, 1995, apud Carvalho Filho, 2014, p. 794. 
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recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; (c) observância das disposições que regulam 
as relações de trabalho; (d) exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. 
O segundo fundamento é a supremacia do interesse público sobre o privado. Assim, quando houver 
conflito entre o interesse público e o particular, aquele deve prevalecer. 
Na Constituição Federal de 1988, a intervenção do Estado na propriedade encontra suporte em alguns 
dispositivos. O art. 5º, XXII, garante o direito de propriedade, enquanto o inc. XXIII do mesmo artigo 
determina que a propriedade atenderá a sua função social. Dessa forma, se a propriedade não atender à 
função social, o Estado poderá nela intervir. 
Conforme vimos acima, a função social da propriedade urbana depende do atendimento das exigências de 
ordenação previstas no plano diretor. Não sendo atendida a função social, a Constituição permite que os 
municípios, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exijam do proprietário do solo 
urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, 
observando-se regras a serem estabelecidas em lei federal. Caso ainda assim o particular não promova a 
utilização do solo, o município poderá impor o parcelamento ou edificação compulsória do solo; instituir o 
imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana – IPTU – progressivo no tempo; ou, até mesmo, 
promover a desapropriação (CF, art. 182, §4º e incisos). 
Outro dispositivo importante é o art. 5º, XXV, da CF, que permite que a autoridade competente utilize a 
propriedade particular em caso de iminente perigo público. Trata-se, pois, da denominada requisição 
administrativa, que será estudada adiante. 
Além desses dispositivos, podemos observar vários outros que fundamentam a intervenção do Estado na 
propriedade privada, incluindo os casos de desapropriação, que é o meio mais gravoso de intervenção. No 
entanto, deixaremos para abordar essas normas ao longo de nossa aula. 
Modalidades de intervenção 
A doutrina menciona duas modalidades de intervenção: 
a) intervenção restritiva: é aquela em que o Estado impõe restrições e condicionamentos ao uso da 
propriedade, sem, contudo, retirá-la de seu dono2. Dessa forma, o proprietário não poderá utilizar 
livremente a sua propriedade, pois deverá observar as imposições do Poder Público, porém preserva-
se a propriedade sobre a sua esfera jurídica; 
b) intervenção supressiva: é aquela em que o Estado, utilizando-se de sua supremacia, transfere 
coercitivamente para si a propriedade do terceiro, em decorrência de algum interesse público previsto 
em lei. Nesse caso, ocorre a supressão da propriedade do antigo dono. 
Em resumo, na intervenção restritiva a propriedade continua com o dono original, porém são impostos 
condicionamentos ou restrições. Já a intervenção supressiva é muito mais gravosa, pois retira a 
propriedade do terceiro, transferindo-a para o Poder Público. 
 
2 Carvalho Filho, 2014, p. 796. 
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São hipóteses de intervenção restritiva: a servidão administrativa, a requisição, a ocupação temporária, 
as limitações administrativas e o tombamento. 
Por outro lado, a única forma de intervenção supressiva é a desapropriação. 
Vamos estudar cada uma dessas hipóteses a seguir. 
Desapropriação 
A Profª. Maria Sylvia Zanella Di Pietro estabelece que a desapropriação: 
“é o procedimento administrativo pelo qual o Poder Público ou seus delegados, mediante prévia 
declaração de necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, impõe ao proprietário 
a perda de um bem, substituindo-o em seu patrimônio por justa indenização”.3 
De forma mais aprofundada, Hely Lopes Meirelles define a desapropriaçãoou expropriação como “a 
transferência compulsória da propriedade particular (ou pública de entidade de grau inferior para a 
superior) para o Poder Público ou seus delegados, por utilidade ou necessidade pública ou, ainda, por 
interesse social, mediante prévia e justa indenização em dinheiro (CF, art. 5º, XXIV), salvo as exceções 
constitucionais de pagamento em títulos da dívida pública de emissão previamente aprovado pelo Senado 
Federal, no caso de área urbana não edificada, subtilizada ou não utilizada (CF, art. 182, §4º, III), e de 
pagamento em títulos da dívida agrária, no caso de Reforma Agrária, por interesse social (CF, art. 184)”. 
Nesse contexto, a desapropriação é a mais severa das formas de intervenção na propriedade privada, uma 
vez que representa a retirada da propriedade do particular. Com efeito, as demais formas de intervenção 
são apenas restritivas, pois impõem apenas restrições ou condicionamentos no uso da propriedade. Por 
outro lado, a desapropriação é uma forma de intervenção supressiva, justamente por suprimir o direito de 
propriedade do terceiro. 
Fundamentos da desapropriação 
O direito de propriedade é garantido pela Constituição Federal (art. 5º, caput e inc. XXII), mas deverá 
atender à sua função social (art. 5º, XXIII). Além disso, a propriedade privada é um dos princípios da ordem 
econômica, nos termos do art. 170, III. Assim, podemos perceber que o direito de propriedade é assegurado 
pela Constituição Federal, mas não é absoluto, pois há imposição de a propriedade cumprir a sua função 
social. 
Nessa linha, o art. 5º, XXIV, determina que a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por 
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, 
ressalvados os casos previstos nesta Constituição. 
Assim, são três tipos de desapropriação: 
a) necessidade pública; 
 
3 Di Pietro, 2014, p. 166. 
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b) utilidade pública; e 
c) interesse social. 
Além desses três tipos, existe ainda a desapropriação das propriedades rurais e urbanas onde forem 
localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo, prevista no art. 
243 da Constituição Federal (com redação dada pela Emenda Constitucional 814, de 5 de junho de 2014). 
Essas propriedades serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, 
sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. Porém, parte 
da doutrina não aborda este tipo como uma das espécies de desapropriação, tendo em vista que ela possui 
fundamento próprio no texto constitucional. De qualquer forma, vamos abordá-la em tópico específico 
desta aula. 
Desapropriação por necessidade ou utilidade pública 
A utilidade pública ocorre quando a desapropriação é conveniente para o Estado, mas não é 
imprescindível. São exemplos a desapropriação de um imóvel para construção de um posto de saúde ou de 
uma escola. 
Por outro lado, a desapropriação por necessidade pública decorre de situações de emergência, em que é 
imprescindível a imediata intervenção do Estado, promovendo a transferência urgente dos bens de 
terceiros para o Poder Público. São exemplos de desapropriação por necessidade pública as situações de 
segurança nacional, de defesa do Estado ou de socorro público em caso de emergência ou calamidade 
pública. 
 
O texto constitucional e a doutrina apresentam a utilidade e a necessidade pública como formas distintas 
de desapropriação, conforme consta no art. 5º, XXIV: “a lei estabelecerá o procedimento para 
desapropriação por necessidade ou utilidade pública [...]”. 
Nessa linha, a doutrina apresenta a diferenciação conforme discutimos acima, ou seja, a necessidade 
pública decorre de situação de emergência, ao passo que a utilidade pública ocorre por conveniência. 
Todavia, o Decreto-Lei 3.365/1941 não faz distinção entre os dois termos, referindo-se tão somente à 
desapropriação por “utilidade pública”. Vale dizer, o Decreto-Lei utiliza a utilidade pública como forma 
genérica, englobando casos de emergência e de conveniência. Nessa linha, o art. 5º do Decreto-Lei 
3.365/1941 apresenta as seguintes hipóteses de desapropriação por “utilidade pública”: 
 
4 Importante observar a nova redação do art. 243 da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional 
81/2014, uma vez que as bancas de concurso sempre gostam de abordar novidades. O novo texto incluiu a desapropriação 
em decorrência de exploração de trabalho escravo, sendo que o antigo texto só apresentava a desapropriação das terras 
em que sejam localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas. 
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a) a segurança nacional; b) a defesa do Estado; c) o socorro público em caso de calamidade; d) 
a salubridade pública; e) a criação e melhoramento de centros de população, seu abastecimento 
regular de meios de subsistência; f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas 
minerais, das águas e da energia hidráulica; g) a assistência pública, as obras de higiene e 
decoração, casas de saúde, clínicas, estações de clima e fontes medicinais; h) a exploração ou a 
conservação dos serviços públicos; i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou 
logradouros públicos; a execução de planos de urbanização; o parcelamento do solo, com ou 
sem edificação, para sua melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a construção ou 
ampliação de distritos industriais; j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo; k) a 
preservação e conservação dos monumentos históricos e artísticos, isolados ou integrados em 
conjuntos urbanos ou rurais, bem como as medidas necessárias a manter-lhes e realçar-lhes os 
aspectos mais valiosos ou característicos e, ainda, a proteção de paisagens e locais 
particularmente dotados pela natureza; l) a preservação e a conservação adequada de arquivos, 
documentos e outros bens moveis de valor histórico ou artístico; m) a construção de edifícios 
públicos, monumentos comemorativos e cemitérios; n) a criação de estádios, aeródromos ou 
campos de pouso para aeronaves; o) a reedição ou divulgação de obra ou invento de natureza 
científica, artística ou literária; p) os demais casos previstos por leis especiais. 
Como se vê, utilizando a norma legal como referência, os casos de segurança nacional, defesa do Estado, 
socorro público em caso de calamidade, salubridade pública, etc, são abordados como hipóteses de 
“utilidade pública”. Por outro lado, os mesmos casos, tomando a base doutrinária, são considerados de 
necessidade pública. 
De qualquer forma, o tratamento legal para as duas espécies é o mesmo e, por isso, podem ser 
considerados como uma única forma de desapropriação. 
 
Desapropriação por interesse social 
A desapropriação por interesse social consiste nas situações em que se destaca a função social da 
propriedade. Essa forma de desapropriação está disciplinada, entre outros normativos, na Lei 4.132/1962, 
que estabelece que a desapropriação por interesse social será decretada para promover a justa distribuição 
da propriedade ou condicionar o seu uso ao bem estar social (art. 1º). 
Nesse contexto, a desapropriação por interesse social comporta três espécies, a desapropriação por 
interesse social “genérica”; a desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária; e a 
desapropriação por interesse social urbanística. 
A desapropriação “genérica” é assim chamada por não possuir uma disciplina própria, ao contrário do que 
ocorre na desapropriação para fins de reforma agrária e para fins urbanísticos. Issonão significa, porém, 
que ela não possui finalidade específica, pois toda desapropriação deverá ter uma finalidade pública 
específica. 
Assim, a Lei 4.132/1962 dispõe que são situações de interesse social, dentre outros: o aproveitamento de 
todo bem improdutivo ou explorado sem correspondência com as necessidades de habitação, trabalho e 
consumo dos centros de população a que deve ou possa suprir por seu destino econômico; a instalação ou 
a intensificação das culturas nas áreas em cuja exploração não se obedeça a plano de zoneamento agrícola; 
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o estabelecimento e a manutenção de colônias ou cooperativas de povoamento e trabalho agrícola; a 
construção de casa populares; a proteção do solo e a preservação de cursos e mananciais de água e de 
reservas florestais; a utilização de áreas, locais ou bens que, por suas características, sejam apropriados ao 
desenvolvimento de atividades turísticas; etc. 
Importante destacar, ademais, que a competência para decretar a expropriação “genérica” é de todos os 
entes da Federação – União, estados, Distrito Federal e municípios. 
Por outro lado, a desapropriação de terras rurais por motivo de interesse social, para fins de reforma 
agrária, possui finalidade específica, conforme o próprio nome diz, qual seja: promover a reforma agrária. 
As regras para este tipo de expropriação estão previstas nos arts. 184 a 191 da CF, na Lei 8.629/1993, nos 
arts. 18 a 23 da Lei 4.504/1964 (Estatuto da Terra) e, especificamente quanto ao seu procedimento judicial, 
na Lei Complementar 76/1993. Nesse caso, a competência para promover a desapropriação é exclusiva da 
União, nos termos do art. 1845 da Constituição da República. 
Finalmente, a desapropriação urbanística, que tem como objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das 
funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes, é de competência dos municípios, na 
forma prevista no art. 182, §§ 3º e 4º, III, da Constituição. 
Vamos fazer um pequeno resumo deste trecho6: 
 
 Tipo Competência 
Desapropriação 
por interesse 
social 
Genérica União, estados, Distrito Federal e municípios 
Terras rurais para fins de 
reforma agrária 
União 
Urbanística Municípios 
 
A Profª. Maria Sylvia Zanella Di Pietro7 denomina as desapropriações para fins de reforma agrária e para 
fins urbanístico, juntamente com as desapropriações prevista no art. 243 da CF (decorrente do cultivo 
ilegal de plantas psicotrópicas ou da exploração de trabalho escravo8) como “desapropriação-sanção”. 
 
5 Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja 
cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação 
do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida 
em lei. 
6 Adaptado de Scatolino e Trindade, 2014, p. 879. 
7 Di Pietro, 2014, p. 167-170. 
8 Na obra de 2014 da Profª. Di Pietro, consta somente a cultivo ilegal de plantas psicotrópicas, uma vez que a edição do 
livro pretere à promulgação da EC 81/2014. Contudo, entendemos que a desapropriação por exploração de trabalho 
escravo também é forma sancionatória, sendo que esperamos que tal atualização seja feita nas edições doutrinarias de 
2015. 
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No caso da desapropriação urbanística, de competência dos municípios, algumas regras constitucionais e 
legais devem ser observadas. 
A Constituição Federal dispõe que é facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área 
incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, 
subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, 
de: 
a) parcelamento ou edificação compulsórios; 
b) imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo – IPTU progressivo no 
tempo; 
c) desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada 
pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, 
assegurados o valor real da indenização e os juros legais. 
Se, após notificado, o particular não proceder a adequada utilização da propriedade, ele poderá ser 
obrigado a parcelar ou edificar o imóvel. Não o fazendo no prazo legal, o município poderá instituir o IPTU 
progressivo no tempo, mediante a majoração da alíquota pelo prazo de cinco anos consecutivos, na forma 
do art. 7º da Lei 10.257/2001. 
Vencido este prazo, o município continuará exigindo a alíquota máxima, até que o particular dê o adequado 
aproveitamento ou o imóvel seja desapropriado. 
Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progressivo sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação 
de parcelamento, edificação ou utilização, o município poderá proceder à desapropriação do imóvel, com 
pagamento em títulos da dívida pública, aprovados pelo Senado Federal e resgatáveis no prazo de até dez 
anos, em prestações anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais 
de seis por cento ao ano. 
Nesse caso de desapropriação-sanção, o município procederá ao adequado aproveitamento do imóvel no 
prazo máximo de cinco anos, contado a partir da sua incorporação ao patrimônio público (Lei. 
10.257/2001, art. 8º, §4º). 
 
Desapropriação confiscatória 
A desapropriação confiscatória, que é uma forma de desapropriação-sanção, está prevista no art. 243 da 
Constituição da República, nos seguintes termos: 
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas 
culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei 
serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem 
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qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, 
observado, no que couber, o disposto no art. 5º. 
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico 
ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e 
reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei. 
Conforme já destacamos acima, este texto possui nova redação, dada pela Emenda Constitucional 81, de 5 
de junho de 2014. O novo texto inclui como forma de desapropriação a exploração de trabalho escravo. 
Além disso, a nova redação modificou a destinação dessas terras expropriadas, que serão destinadas à 
reforma agrária e a programas de habitação popular. 
A desapropriação de propriedade em que estão localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas é 
disciplinada pela Lei 8.257/1991. Destaca-se, contudo, que esta norma encontra-se desatualizada em 
relação ao novo texto constitucional, em particular por utilizar o termo “glebas”, que é mais restrito que 
propriedade. A gleba significa uma porção de um terreno, ao passo que o termo propriedade é mais amplo, 
alcançando todo o terreno em que está localizado o cultivo. 
Apesar da diferença mencionada, o STF já considerava, antes mesmo da EC 81/2014, que o termo “glebas”, 
que estava previsto na antiga redação constitucional, deveria ser interpretado no sentido de propriedade9. 
Assim, se for constatada a cultura ilegal de plantaspsicotrópicas, deverá ocorrer a expropriação da 
propriedade urbana ou rural. 
Quanto à desapropriação em decorrência de exploração de trabalho escravo, ainda não há legislação 
infraconstitucional regulamentando o tema. Atualmente, tramita no Senado Federal o Projeto de Lei do 
Senado 432/201310, que deverá definir o que é “trabalho escravo”, além de criar um fundo específico para 
tratar deste tema. 
Ademais, é importante notar que a desapropriação confiscatória é mais severa que as demais formas de 
desapropriação, uma vez que independe de indenização. 
Bens suscetíveis de desapropriação 
Em regra, poderá ser desapropriado todo bem móvel ou imóvel, corpóreo ou incorpóreo, público ou 
privado, desde que possua valoração patrimonial. Com efeito, a desapropriação poderá incidir sobre o 
espaço aéreo, o subsolo, as ações, quotas ou direitos de qualquer sociedade, etc11. 
Assim, a desapropriação não se resume aos terrenos, mas poderá alcançar toda diversidade patrimonial 
passível de valoração. Por exemplo, é possível que as ações de uma empresa sejam desapropriadas para 
fins de estatização do controle da entidade, realizando-se a devida indenização. 
 
9 RE 543.974/MG: “1. Gleba, no artigo 243 da Constituição do Brasil, só pode ser entendida como a propriedade na qual 
sejam localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas”. 
10 PLS 432/2013. 
11 Alexandrino e Paulo, 2011, p. 965. 
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Entretanto, existem bens que não são passíveis de desapropriação. São exemplos a moeda corrente do 
país, uma vez que ela é justamente a forma utilizada para pagar a indenização da expropriação. Por outro 
lado, a moeda estrangeira é passível de desapropriação. 
Com efeito, também não se pode expropriar os direitos personalíssimos, como a honra, a liberdade e a 
cidadania. 
Além disso, não se admite a desapropriação de pessoas, sejam físicas ou jurídicas, pois se tratam de sujeitos 
de direito e não de objetos passíveis de apropriação. Com isso, a desapropriação não se configura como 
forma de extinção de uma pessoa jurídica. Admite-se, contudo, conforme já mencionamos, a 
desapropriação de ações ou o direito de créditos de uma sociedade em pessoas jurídicas. 
No que se refere aos bens públicos, o Decreto-Lei 3.365/1941 admite a desapropriação, desde que 
respeitada a “hierarquia federativa”12, isto é, desde que a expropriação seja realizada pelo ente mais 
abrangente sobre o patrimônio do ente menos abrangente. 
Nesse contexto, a União poderá desapropriar bens pertencentes aos estados e aos municípios; os estados 
poderão desapropriar os bens dos municípios; mas não se admite o contrário – por exemplo, um estado 
não poderá desapropriar bens da União. Também não será possível que um estado desaproprie o bem de 
outro estado nem de municípios localizados em outros estados da Federação. Da mesma forma, um 
município não poderá desapropriar bens de outros municípios. 
Destaca-se, ademais, que a desapropriação realizada por um ente sobre outro dependerá sempre de 
autorização legislativa, conforme exige o art. 2º, § 2º, do Decreto-Lei 3.365/1941: 
Art. 2º. [...] § 2º Será exigida autorização legislativa para a desapropriação dos bens de domínio 
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal pela União e dos bens de domínio dos 
Municípios pelos Estados. 
Portanto, a desapropriação de bens públicos exige dois requisitos: (a) que seja realizada pelo ente mais 
abrangente sobre o menos abrangente; (b) que exista lei, editada pelo ente federado que efetuará a 
desapropriação, autorizando que seja realizado o procedimento. 
 
Nessa linha, podemos apresentar o seguinte resumo sobre o primeiro requisito mencionado acima13: 
a) a União pode desapropriar bens dos estados, do Distrito Federal e dos municípios; 
 
12 Apesar de se mencionar “hierarquia federativa”, destaca-se que não existe hierarquia entre os entes federados, ou seja, 
a União não é hierarquicamente superior aos estados, por exemplo. Assim, a terminologia é utilizada apenas para facilitar 
a compreensão de que o ente mais abrangente pode desapropriar bem público do menos abrangente, mas não se admite 
o contrário. 
13 Alexandrino e Paulo, 2011, p. 966. 
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b) um estado pode desapropriar bens de um município, desde que se trate de um município situado no 
seu território; 
c) os municípios e o Distrito Federal não podem desapropriar bens nas demais entidades federativas; 
d) a União não pode ter os seus bens desapropriados. 
 
Essas regras sobre a desapropriação também se aplicam às pessoas administrativas vinculadas aos 
respectivos entes federados, mesmo que seus bens sejam classificados como bens privados (como ocorre 
com as sociedades de economia mista, empresas públicas e fundações públicas de direito privado). A regra 
da hierarquia se aplica ainda que os bens não estejam vinculados a uma finalidade pública14. 
Nesse contexto, a União poderá desapropriar um bem de uma empresa pública estadual, mas o estado não 
poderá desapropriar o bem de uma empresa pública federal. 
Por fim, vale trazer a regra prevista na Súmula 479 do Supremo Tribunal Federal, que dispõe que “As 
margens dos rios navegáveis são de domínio público, insuscetíveis de expropriação e, por isso mesmo, 
excluídas de indenização”. Isso porque eles são bens imóveis reservados e que, portanto, não podem ser 
objeto de desapropriação. 
Competência 
O estudo da competência divide-se em três situações: (a) legislativa; (b) declaratória; e (c) executória. 
A competência para legislar sobre desapropriação é privativa da União, nos termos do art. 22, II, da 
Constituição da República. Isso quer dizer que somente a União poderá estabelecer novas regras jurídicas 
sobre o assunto. Entretanto, poderá ser delegada aos estados e ao Distrito Federal a competência para 
legislar sobre questões específicas da matéria, desde que seja editada lei complementar efetuando a 
delegação (CF, art. 22, parágrafo único). 
A competência declaratória, isto é, a competência para declarar a utilidade ou necessidade pública e o 
interesse social dos bens para fins de desapropriação será concorrente de todos os entes federativos. 
Portanto, somente os entes políticos (União, estados, Distrito Federal e municípios) possuem competência 
para declarar a necessidade, utilidade pública ou interesse social do patrimônio. 
 
 
14 Neste aspecto, a Profª. Maria Sylvia Zanella Di Pietro apresenta entendimento diferente. Para a doutrinadora, em relação 
aos bens das entidades da administração indireta, as regras previstas no art. 2º, do Decreto-Lei 3.365/1941, somente serão 
aplicáveis se o bem estiver vinculado a uma finalidade pública. Por outro lado, José dos Santos Carvalho Filho e Marcelo 
Alexandrino e Vicente Paulo entendem que a “hierarquia” na desapropriação alcança até mesmo os bens das pessoas 
administrativas que não estão afetados a uma finalidade pública. 
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Essa regra admite algumas exceções, isto é, situações em que a declaração poderá ser realizada por ente 
administrativo ou em que a competência não será concorrente, vejamos: 
→ desapropriações comuns ou genéricas: 
o o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) possui competência para 
promover a declaração de utilidade pública com o objetivo de implantar o Sistema Federal de 
Viação (Lei 10.233/2001, art. 82); 
o a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) possui competênciapara declarar utilidade pública 
de bens privados para fins de instalação de empresas concessionárias e permissionárias do 
serviço de energia elétrica (Lei 9.074/1995); 
→ desapropriação urbanística: conforme já discutimos, a competência é exclusiva dos municípios, nos 
termos do art. 182, §4º, III, da Constituição Federal; e 
→ desapropriação rural: também já mencionada, essa forma de desapropriação é de competência 
exclusiva da União (CF, art. 184). 
 
Por fim, a competência executória, isto é, a competência para efetivamente promover a desapropriação, 
realizando-se todas as medidas necessárias à transferência da propriedade, é mais ampla, alcançando as 
entidades da administração direta e indireta e os delegatários de serviços públicos (concessionárias e 
permissionárias). 
Nesse contexto, a competência executória poderá ser dos entes políticos (União, estados, Distrito Federal 
e municípios), dos entes administrativos (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades 
de economia mista) e até mesmo das empresas que prestam serviços públicos por meio de concessão ou 
permissão. Assim, essas entidades e empresas serão encarregadas de adotar as medidas de execução, 
incluindo aí o pagamento da indenização e a imissão na propriedade. 
No caso dos delegatários de serviço público, o exercício da competência executória é condicionada, pois 
dependerá de autorização expressa, constante em lei ou no contrato (Decreto-Lei 3.365/1941, art. 3º). 
Fases do procedimento 
O procedimento de desapropriação ocorre em duas fases distintas: 
a. fase declaratória – em que o Poder Público emite a intenção de posteriormente promover a 
desapropriação, demonstrando a existência dos pressupostos constitucionais; 
b. fase executória – em que são adotadas as providências para consumar a transferência do bem para 
o patrimônio do Poder Público ou do delegatário de serviço público. 
Fase declaratória 
Neste momento, o Poder Público deverá declarar a existência de utilidade, necessidade pública ou interesse 
social para a desapropriação de determinado bem. Além disso, deverá ser declarada a finalidade que será 
dada ao bem assim que for promovida a sua desapropriação. 
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Com efeito, existem duas formas para se promover a declaração: 
a. por decreto do Poder Executivo (decreto expropriatório – art. 6º15, do Decreto-Lei 3.365/1941); ou 
b. por meio de edição de lei de efeitos concretos, de competência do Poder Legislativo (art. 8º16, do 
Decreto-Lei 3.365/1941), sendo que, neste caso, caberá ao Executivo praticar os atos necessários à 
sua efetivação. 
A declaração da desapropriação deverá conter17: (a) a descrição precisa do bem a ser desapropriado; (b) a 
finalidade da desapropriação; (c) o dispositivo legal da lei expropriatória que autoriza tal hipótese de 
desapropriação. 
A partir da expedição do decreto, declarando-se a necessidade, utilidade pública ou interesse social e 
manifestando-se o interesse do Poder Público em promover a desapropriação, surgem os seguintes 
efeitos18: 
a) permissão para que as autoridades competentes possam penetrar no prédio objeto da declaração, 
sendo possível o recurso à força policial no caso de resistência do proprietário; 
b) início da contagem do prazo para ocorrência da caducidade do ato; 
c) indicação do estado em que se encontra o bem objeto da declaração para efeito de fixar o valor da 
futura indenização; 
d) não há impedimento para que sejam concedidas licenças para obras no imóvel já declarado de 
utilidade pública ou interesse social, mas o valor da obra não se incluirá na indenização, quando a 
desapropriação for efetivada (STF, Súmula 23). 
Fase executória 
Feita a declaração, o Poder Público passará à execução da desapropriação, adotando as medidas para 
efetivar a transferência, inclusive com o pagamento da indenização devida. 
A execução poderá ser por via administrativa ou judicial. 
Pela via administrativa, a desapropriação ocorrerá por acordo sobre o valor da indenização entre o Poder 
Público e o proprietário. Assim, se o particular aceitar a oferta da Administração para promover a 
expropriação do bem, o procedimento será encerrado no próprio meio administrativo, sem nenhuma 
necessidade de homologação judicial. 
Por outro lado, a execução na via judicial ocorre por meio de ação de desapropriação, que ocorrerá sempre 
que não houver acordo quanto ao valor de indenização do bem ou quando o ente responsável pela 
 
15 Art. 6º A declaração de utilidade pública far-se-á por decreto do Presidente da República, Governador, Interventor ou 
Prefeito. 
16 Art. 8º O Poder Legislativo poderá tomar a iniciativa da desapropriação, cumprindo, neste caso, ao Executivo, praticar 
os atos necessários à sua efetivação. 
17 Alexandrino e Paulo, 2011, p. 971. 
18 Alexandrino e Paulo, 2011, p. 971-972. 
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desapropriação não souber quem é o proprietário do bem, situação em que a citação ocorrerá por meio de 
publicação em edital. 
Agora, vejamos as regras sobre o procedimento judicial. 
Ação de desapropriação 
A ação de desapropriação deverá seguir o rito especial previsto no Decreto Lei 3.365/1941. 
Quando a União for autora, a ação será proposta no Distrito Federal ou no foro da Capital do Estado onde 
for domiciliado o réu, perante o juízo privativo, se houver; sendo outro o autor, no foro da situação dos 
bens (art. 11). Com efeito, a petição inicial, além dos requisitos previstos no Código de Processo Civil, 
conterá a oferta do preço e será instruída com um exemplar do contrato, ou do jornal oficial que houver 
publicado o decreto de desapropriação, ou cópia autenticada dos mesmos, e a planta ou descrição dos bens 
e suas confrontações (art. 13). 
Ao despachar a inicial, o juiz designará um perito de sua livre escolha, sempre que possível, técnico, para 
proceder à avaliação dos bens, sendo que o autor e o réu poderão indicar assistente técnico do perito (art. 
14, caput e parágrafo único). 
Em seguida, far-se-á a citação, que é o instrumento utilizado para chamar o proprietário para contestar o 
que foi alegado pela entidade que moveu a ação. A citação será feita por mandado na pessoa do 
proprietário dos bens (art. 16). Contudo, quando não encontrar o citando, mas ciente de que se encontra 
no território da jurisdição do juiz, o oficial portador do mandado marcará desde logo hora certa para a 
citação, ao fim de 48 horas, independentemente de nova diligência ou despacho (art. 16, parágrafo único). 
Por outro lado, quando a ação não for proposta no foro do domicílio ou da residência do réu, a citação far-
se-á por precatória, ou seja, será expedida carta para que o juízo competente da região em que se encontra 
o proprietário efetue a sua citação (art. 18). 
Caso o citando não for conhecido, ou estiver em lugar ignorado, incerto ou inacessível, ou, ainda, no 
estrangeiro – o que dois oficiais do juízo certificarão – a citação far-se-á por edital (art. 18). 
Feita a citação, a causa seguirá com o rito ordinário (art. 19). 
Após a citação, o réu terá 15 dias para apresentar sua defesa, nos termos da legislação processual. Contudo, 
a contestação só poderá versar sobre vício do processo judicial ou impugnação do preço da indenização, 
sendo que qualquer outra questão deverá ser decidida por meio de ação direta (art. 20). Explicando melhor, 
no bojo do processo de desapropriação só poderão ser contestados vícios do processo judicial ou o preço 
da indenização, sendo que outras questões serão discutidas ou outro processo. 
Caso o proprietário, durante a ação proposta, concorde com o preço ofertado, o juizdeverá promover a 
homologação por sentença, no despacho saneador. No entanto, se não houver concordância expressa até 
o término do prazo de contestação, o perito apresentará o laudo em cartório até cinco dias, pelo menos, 
antes da audiência de instrução e julgamento. Com efeito, poderá o perito solicitar prazo especial para 
apresentação do laudo, desde que o faça antes de ser proferido o despacho saneador. 
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A audiência de instrução e julgamento proceder-se-á na conformidade do Código de Processo Civil e, uma 
vez encerrado o debate, o juiz proferirá sentença fixando o preço da indenização (art. 24). Se não se julgar 
habilitado a decidir, o juiz designará desde logo outra audiência que se realizará dentro de 10 dias afim de 
publicar a sentença. 
Após isso, o juiz indicará na sentença os fatos que motivaram o seu convencimento e deverá atender, 
especialmente, à estimação dos bens para efeitos fiscais; ao preço de aquisição e interesse que deles aufere 
o proprietário; à sua situação, estado de conservação e segurança; ao valor venal dos da mesma espécie, 
nos últimos cinco anos, e à valorização ou depreciação de área remanescente, pertencente ao réu. 
Além disso, o Decreto-Lei estabelece que da sentença que fixar o preço da indenização caberá apelação. 
No caso de a apelação ser interposta pelo expropriado – ou seja, a pessoa que teve o bem desapropriado 
– os efeitos serão apenas devolutivos. Por outro lado, quando interposta pelo expropriante, os efeitos 
serão suspensivos e devolutivos. 
Finalmente, o art. 29 estabelece que, efetuado o pagamento ou a consignação, será expedido, em favor do 
expropriante, mandado de imissão de posse, valendo a sentença como título hábil para a transcrição no 
registro de imóveis. 
Imissão provisória na posse 
Em regra, a posse do expropriante sobre o bem expropriado só deve ocorrer quando o procedimento de 
desapropriação estiver concluído, efetuando-se a transferência do bem, após o correspondente pagamento 
da indenização. 
Entretanto, o Decreto-Lei 3.365/1941 reconhece hipótese de declaração de urgência, em que se poderá 
efetivar a imissão provisória do bem, antes de ser finalizada a ação de desapropriação. Nesse caso, além da 
urgência, o Poder Público deverá realizar depósito prévio do preço, em valor a ser definido segundo os 
critérios previstos na lei. 
Caso sejam cumpridos os requisitos acima, o expropriante terá o direito subjetivo à imissão provisória, não 
podendo este direito ser negado pelo juiz. 
Contudo, a lei obriga o expropriante a requerer a imissão provisória dentro do prazo improrrogável de 120 
(cento e vinte) dias, a partir da alegação da urgência. Caso não seja feita neste prazo, o juiz não mais deferirá 
a imissão. 
Indenização 
De acordo com a Constituição Federal, a regra é que a indenização seja justa, prévia e em dinheiro. 
Nesse contexto, a indenização deverá abranger o valor atual do bem expropriado, assim como os danos 
emergentes, os lucros cessantes decorrentes da perda da propriedade, além da atualização monetária, 
das despesas judiciais e dos honorários advocatícios. 
Portanto, a justa indenização não se resume ao valor do bem, mas também engloba eventuais prejuízos, 
lucros que serão interrompidos e gastos necessários para a obtenção do direito de indenização. 
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Com efeito, também possuem direito à indenização as pessoas atingidas indiretamente pela 
desapropriação, que deverão interpor ação própria para obter o direito. É o caso, por exemplo, do locatário 
prejudicado pela expropriação.19 
Contudo, o Poder Público não responde no caso de ônus reais (p. ex.: penhor, hipoteca, anticrese), uma vez 
que quaisquer ônus ou direitos que recaiam sobre o bem expropriado ficam sub-rogados no preço 
(Decreto-Lei 3.365/1941, art. 31). Dessa forma, se o bem sofria algum ônus real, como ocorre quando o 
bem encontra-se hipotecado como garantia de um financiamento, a indenização desfaz qualquer limitação 
sobre o bem, devendo os próprios interessados disputar as respectivas parcelas de acordo com a natureza 
e a dimensão dos seus direitos.20 
Conforme já discutimos, a regra é que a indenização seja em dinheiro. No entanto, a Constituição admite 
alguns casos em que a indenização não será dessa forma: 
a) na desapropriação para fins de reforma agrária de imóveis que não estejam cumprindo sua função 
social (art. 184), a indenização será feita por meio de títulos da dívida agrária, com cláusula de 
preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua 
emissão; 
b) na desapropriação para fins urbanísticos (CF, art. 182, §4º, III), ou seja, aquele que ocorre quando a 
propriedade descumpre o plano diretor municipal, o pagamento da indenização será feito através de 
títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de 
resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da 
indenização e os juros legais; e 
c) na desapropriação confiscatória (art. 243), isto é, a desapropriação de terras onde forem localizadas 
culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo, situação em que não 
haverá indenização. 
Na hipótese de desapropriação para fins de reforma agrária, no entanto, ocorrerá a indenização em 
dinheiro para as benfeitorias úteis, nos termos do art. 184, § 1º, da Constituição Federal. 
Desapropriação indireta 
A desapropriação indireta é um fato administrativo pelo qual o Estado se apropria da propriedade particular 
sem observância do devido processo legal, ou seja, o bem é desapropriado sem que ocorra a declaração 
do bem como de interesse público e sem o pagamento da justa e prévia indenização. 
Com efeito, a desapropriação indireta ocorre porque o Estado não observou os pressupostos para fazer a 
desapropriação, mas o particular não adotou as medidas para obstar o procedimento irregular. Assim, 
configura-se o denominado fato consumado, cujo fundamento encontra-se positivado no art. 35 do 
Decreto-Lei 3.365/1941: 
 
19 Di Pietro, 2014, p. 183. 
20 Carvalho Filho, 2014, p. 880. 
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Art. 35. Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto 
de reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação. Qualquer 
ação, julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos. 
Imagine, por exemplo, que o Poder Público construiu um aeroporto, uma praça ou uma escola em um 
terreno particular. Nesse caso, não houve qualquer medida para efetuar a desapropriação, porém foram 
realizadas as construções, tornando a situação irreversível, afetando os bens ao uso comum do povo ou ao 
uso especial da Administração, passando o patrimônio à condição de bem público. 
Portanto, diante da desapropriação indireta, o particular não poderá mais reivindicar a posse. Nesse caso, 
a ação contra o Estado terá por objetivo a obtenção da indenização pelas perdas e danos e não a reversão 
do bem. 
Além disso, a Profª. Maria Sylvia Zanella Di Pietro defende uma segunda hipótese de desapropriação 
indireta, que ocorre quando a Administração não se apossa diretamente do bem, mas lhe impõe limitações 
ou servidões que impedem totalmente o proprietário de exercer os poderes inerentes ao domínio.21 Assim, 
o bem terá o seu conteúdo econômico sobre a propriedade totalmente esvaziado. 
Com efeito, sãolícitas as limitações e servidões que afetem o direito de propriedade em parte, mas não a 
sua integralidade. Ocorrendo um impedimento total do direito de propriedade, restará configurada a 
desapropriação indireta. 
Por exemplo, imagine que o particular possua a propriedade de seu bem, mas sobre ele não possa realizar 
qualquer construção ou qualquer outra atividade. Nessa situação, apesar da posse, o particular não pode 
fazer nada com o seu bem. 
 
Como vimos acima, a Profª. Di Pietro defende uma segunda hipótese de desapropriação indireta, que 
ocorre quando o Estado aplica servidões ou limitações que impeçam totalmente o particular de exercer o 
domínio de seu imóvel. Devemos lembrar de tal hipótese, tendo em vista a grande importância da 
doutrinadora e também o fato de o tema já ter sido cobrado em provas. 
No entanto, ressalva-se que o Superior Tribunal de Justiça possui alguns precedentes que dispõe que a 
desapropriação indireta configura-se apenas quando ocorrer efetivamente o apossamento da propriedade 
pelo Estado. Nesse sentido, vejamos o seguinte precedente:22 
ADMINISTRATIVO. CEMIG DISTRIBUIÇÃO S/A. DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA. NÃO 
CONFIGURAÇÃO. NECESSIDADE DO EFETIVO DE APOSSAMENTO E DA IRREVERSIBILIDADE DA 
SITUAÇÃO. NORMAS AMBIENTAIS. LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA. ESVAZIAMENTO ECONÔMICO 
DA PROPRIEDADE. AÇÃO DE DIREITO PESSOAL. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. 
 
21 Di Pietro, 2014, p. 192. 
22 AgRg nos EDcl no AREsp 382944/MG, julgado em 18/3/2014. 
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1. Não há desapropriação indireta sem que haja o efetivo apossamento da propriedade pelo 
Poder Público. Desse modo, as restrições ao direito de propriedade, impostas por normas 
ambientais, ainda que esvaziem o conteúdo econômico, não se constituem desapropriação 
indireta. 
2. O que ocorre com a edição de leis ambientais que restringem o uso da propriedade é a 
limitação administrativa, cujos prejuízos causados devem ser indenizados por meio de ação de 
direito pessoal, e não de direito real, como é o caso da ação em face de desapropriação 
indireta. 
3. Assim, ainda que tenha havido danos ao agravante, diante de eventual esvaziamento 
econômico de propriedade, deve ser indenizado pelo Estado, por meio de ação de direito 
pessoal, cujo prazo prescricional é de 5 anos, nos termos do art. 10, parágrafo único, do Decreto-
Lei n. 3.365/41. Agravo regimental improvido. (AgRg nos EDcl no AREsp 382.944/MG, Rel. 
Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/03/2014, DJe 24/03/2014) 
Portanto, para o STJ, ao menos as limitações administrativas integrais decorrentes de normas ambientais 
não configuram desapropriação indireta. Por isso, na prova, devemos tomar cuidado, pois se o enunciado 
fizer menção à jurisprudência do STJ e o tema tratar das limitações impostas por normas ambientais, é 
provável que o avaliador deseje saber o conteúdo previsto no julgado acima. 
 
Ainda sobre a desapropriação indireta, é muito interessante a leitura do REsp 442.774/SP do STJ, que 
apresenta uma boa conceituação da desapropriação indireta e de suas características, vejamos:23 
ADMINISTRATIVO. CRIAÇÃO DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO MAR (DECRETO ESTADUAL 
10.251/77). DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA. PRESSUPOSTOS: APOSSAMENTO, AFETAÇÃO À 
UTILIZAÇÃO PÚBLICA, IRREVERSIBILIDADE. NÃO-CARACTERIZAÇÃO. [...] 
3. A chamada "desapropriação indireta" é construção pretoriana criada para dirimir conflitos 
concretos entre o direito de propriedade e o princípio da função social das propriedades, nas 
hipóteses em que a Administração ocupa propriedade privada, sem observância de prévio 
processo de desapropriação, para implantar obra ou serviço público. 
4. Para que se tenha por caracterizada situação que imponha ao particular a substituição da 
prestação específica (restituir a coisa vindicada) por prestação alternativa (indenizá-la em 
dinheiro), com a conseqüente transferência compulsória do domínio ao Estado, é preciso que se 
verifiquem, cumulativamente, as seguintes circunstâncias: (a) o apossamento do bem pelo 
Estado, sem prévia observância do devido processo de desapropriação; (b) a afetação do bem, 
isto é, sua destinação à utilização pública; e (c) a impossibilidade material da outorga da tutela 
específica ao proprietário, isto é, a irreversibilidade da situação fática resultante do indevido 
apossamento e da afetação. [...] (REsp 442.774/SP, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, 
PRIMEIRA TURMA, julgado em 02/06/2005, DJ 20/06/2005, p. 123) 
 
23 REsp 442.774/SP, julgado em 2 de junho de 2005. 
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Portanto, para configurar a desapropriação indireta, de acordo com o STJ, devem estar presentes as 
seguintes condições, de forma cumulativa: 
a) o apossamento do bem pelo Estado, sem prévia observância do devido processo de desapropriação; 
b) a afetação do bem, isto é, sua destinação à utilização pública; e 
c) irreversibilidade da situação fática resultante do indevido apossamento e da afetação. 
Um assunto muito controverso sobre a desapropriação indireta trata da prescrição do direito de receber a 
indenização. Nesse contexto, devemos notar que a desapropriação indireta não representa uma forma de 
transferência da propriedade, pois o que ocorre é a mera afetação do bem. Vale dizer, a propriedade não 
é transferida do particular para o Estado com a desapropriação indireta; mas o bem é afetado, pois passa 
a ter uma destinação de utilidade pública. 
A efetiva transferência ocorrerá somente com a indenização, que ocorre quando o Poder Público indeniza 
o particular pelo apossamento de seu bem; ou mediante ação de usucapião, que ocorrerá apenas com a 
prescrição do direito do particular. 
Contudo, há uma evolução sobre o prazo prescricional aplicável. Sob a égide do antigo Código Civil, o STJ 
editou a Súmula 119, com a seguinte ementa: “a ação de desapropriação indireta prescreve em vinte anos”. 
Todavia, no Código Civil de 2002, o tema é abordado de forma diferente, o que tem levado o STJ a 
considerar que a prescrição da ação com objetivo de obter a reparação de perdas e danos da 
desapropriação indireta ocorrem em dez anos, utilizando como referência o prazo da usucapião 
extraordinária, constante no art. 1.238 do Código Civil de 200224. 
Portanto, há uma tendência de o STJ superar o entendimento fixado na Súmula 119, adotando o mesmo 
prazo para a ocorrência da usucapião extraordinária (CC, art. 1.238, parágrafo único) como prazo 
prescricional da ação para obter a reparação por perdas e danos da desapropriação indireta, qual seja: dez 
anos.25 
Direito de extensão 
A desapropriação poderá ser total ou parcial. Nesse contexto, o direito de extensão na desapropriação 
parcial, quando a parte remanescente da propriedade resultar esvaziado o seu conteúdo econômico. 
Portanto, a parte que exceder àquilo que foi desapropriado fica prática ou efetivamente inútil, inservível, 
sem valor econômico ou de difícil utilização. Nesse caso, o expropriado possui o direito de exigir que a 
desapropriação e a correspondente indenização alcancem a totalidade do bem. 
 
24 Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a 
propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual 
servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. 
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel 
a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. 
25 Nesse sentido, vide o AgRg no AREsp 650.160/ES, julgado em 5/5/2015;o REsp 1.386.164/SC, julgado em 3/10/2013; o 
REsp 1.276.316/RS, julgado 20/8/2013; o REsp 1.300.442/SC, julgado em 18/06/2013; e outros. 
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Portanto, o direito de extensão é o direito do expropriado de obter a desapropriação e indenização da 
totalidade da propriedade, quando a desapropriação parcial deixar o restante do bem sem qualquer 
conteúdo econômico. Assim, a desapropriação parcial será transformada em desapropriação total. 
Com efeito, o direito de extensão deve ser manifestado pelo proprietário durante as fases judicial ou 
administrativa do procedimento de desapropriação, não se admitindo o pedido após o término da 
desapropriação.26 
Tredestinação 
A tredestinação é a destinação do bem desapropriado para uma finalidade distinta do plano inicialmente 
previsto no ato expropriatório. 
Nesse contexto, na tredestinação ilícita (ou simplesmente tredestinação), o Estado transfere a terceiro o 
bem desapropriado ou prática desvio de finalidade, ou seja, sem foco no interesse público, tornando 
ilegítima a desapropriação. Seria o caso, por exemplo, da desapropriação de uma área para a construção 
de uma escola, mas que, no lugar disso, o terreno fosse disponibilizado para uma empresa explorar 
comercialmente a área. Nessa situação, resta configurada a tredestinação ilícita, com desvio de finalidade, 
o que gera o direito de reintegração do bem ao ex-proprietário, situação conhecida como retrocessão. 
Por outro lado, na tredestinação lícita, o Poder Público dá destinação diferente daquela prevista no ato 
expropriatório, mas mantém a finalidade de interesse público. É o que ocorre, por exemplo, quando a 
expropriação ocorrer com a finalidade de construir uma escola, mas por razões de interesse público optar-
se pela construção de um hospital público. Nesse caso, não se configura o desvio de finalidade e, por 
conseguinte, não há ilicitude. 
 Retrocessão 
A retrocessão é o direito do ex-proprietário de reaver a sua propriedade quando houver superveniente 
desinteresse do Poder Público pelo bem que desapropriou. Tal instituto encontra-se disciplinado no art. 
519 do Código Civil, nos seguintes termos: 
Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por interesse 
social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços 
públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da coisa. 
Dessa forma, se o Poder Público não tiver mais o interesse no bem desapropriado, deverá oferecer a 
propriedade ao expropriado, que terá o direito de preferência, pelo valor atual do bem (ou seja, não é pelo 
valor que recebeu de indenização). Tal direito também surge no caso de tredestinação ilícita, ou seja, 
quando ocorrer desvio de finalidade na destinação do bem. 
Com efeito, se não for mais possível retornar o bem ao expropriado, este terá o direito à indenização por 
perdas e danos. 
 
26 Alexandrino e Paulo, 2015, p. 1087. 
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Todavia, no caso de tredestinação lícita, não ocorrerá direito à retrocessão, uma vez que, nesse caso, foi 
dada destinação pública ao bem. 
Por fim, não se deve confundir a retrocessão com a desistência da desapropriação. Esta ocorre antes da 
incorporação do bem ao patrimônio público, ao passo que a retrocessão ocorre depois de já concluída a 
desapropriação. 
Caducidade da desapropriação 
De acordo com José dos Santos Carvalho Filho, a caducidade é “a perda dos efeitos jurídicos de um ato em 
decorrência de certa situação fática ou jurídica mencionada expressamente em lei”. 
Nesse contexto, o Decreto-Lei 3.365/1941 estabelece que é de cinco anos o prazo para caducidade do 
decreto expropriatório, referente à desapropriação por utilidade ou necessidade pública (art. 10). Assim, 
se a desapropriação não se efetivar mediante acordo administrativo ou judicial no prazo de cinco anos, a 
contar da data de expedição do decreto, ocorrerá a sua caducidade, perdendo-se os seus efeitos jurídicos. 
No caso da desapropriação por interesse social, o prazo de caducidade é de dois anos para efetivar a 
aludida desapropriação e iniciar as providências de aproveitamento do bem expropriado (Lei 4.132/1962, 
art. 3º). 
Com efeito, a caducidade é temporária. Isso porque o Decreto Lei 3.365/1941 dispõe que somente 
decorrido um ano, poderá o mesmo bem ser objeto de nova declaração. Assim, transcorrido o prazo 
mencionado acima, o Poder Público poderá providenciar um novo decreto para promover a 
desapropriação. 
Servidão administrativa 
Para José dos Santos Carvalho Filho, a servidão administrativa “é o direito real público que autoriza o poder 
público a usar propriedade imóvel para permitir a execução de obras e serviços de interesse coletivo”. 
Portanto, a servidão administrativa é uma intervenção restritiva na propriedade privada, que faz com que 
o particular suporte o uso de sua propriedade pelo Estado, permitindo a execução de obras ou serviços de 
interesse para a coletividade. Vale dizer que a restrição é imposta ao particular, que deverá suportá-la 
independentemente de sua concordância (imperatividade). 
Nesse contexto, pode-se mencionar como exemplo de servidão administrativa a necessidade de utilização 
de uma parcela do terreno privado para a instalação de postes e fios de energia elétrica ou a utilização do 
muro de um imóvel particular para a fixação do nome da rua ou avenida em que está localizado. 
Ademais, a servidão fundamenta-se no princípio da supremacia do interesse público sobre o privado e na 
função social da propriedade. Além disso, ela decorre do exercício do poder de polícia do Estado. 
A servidão administrativa é um instrumento semelhante à servidão de direito privado, prevista no Código 
Civil (arts. 1.378 a 1.389). A diferença entre os dois institutos é que27: (a) a servidão administrativa atende 
 
27 Carvalho Filho, 2014, p. 797. 
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a interesse público, enquanto a servidão privada visa ao interesse privado; e (b) a servidão administrativa 
sofre o influxo de regras de direito público, ao contrário das servidões privadas, sujeitas ao direito privado. 
Além disso, a Profª. Maria Sylvia Zanella Di Pietro esclarece que a servidão administrativa deve seguir os 
seguintes princípios (também aplicáveis à servidão civil): o da perpetuidade (art. 1.378 do Código Civil) – 
como se trata de direito real sobre o imóvel, a servidão se perpetua ao longo do tempo; o de que a servidão 
não se presume; o da indivisibilidade (art. 1.386 do Código Civil); o do uso moderado (art. 1.385 do Código 
Civil). 
Outra importante regra é que o objeto da servidão administrativa é a propriedade imóvel e bens privados, 
mas também se admite instituir servidão sobre os bens públicos, desde que respeitada a “hierarquia” entre 
os entes federados. 
A instituição da servidão poderá ocorrer por acordo ou sentença judicial. Na primeira hipótese, depois de 
ser declarada a necessidade pública de se instituir a servidão, o Poder Público e o particular celebram o 
acordo formal, por escritura pública, que garante ao Estado a utilização do bem público. 
Por outro lado, a servidão dependerá de sentença judicial quando não houver acordo entre as partes. A 
ação será movida pelo Poder Público contra o particular, demonstrando a existência de decreto específico 
de declaração de utilidade pública do bem. Caso o Poder Público institua a servidão sem acordoprévio, o 
particular poderá mover a ação para reconhecimento da servidão, para o fim de eventual indenização, se 
for o caso. 
Com efeito, a servidão deverá ser inscrita em Registro de Imóveis para produzir efeitos contra todos (erga 
omnes), uma vez que se trata de direito real de uso em favor do Estado. 
Sobre a indenização, deve-se frisar que a servidão implica apenas no direito real de uso do imóvel de 
terceiros para fins de prestação de serviços públicos. Com isso, não ocorrerá a perda da propriedade. 
Dessa forma, a indenização não ocorre em decorrência de perda do imóvel (coisa que não ocorrerá), mas 
sim pelos danos ou prejuízos que o Poder Público poderá causar pelo uso do imóvel. Assim, se não existir 
prejuízo, não há que se falar em indenização. 
Todavia, o particular poderá demonstrar que sofreu prejuízo e, com isso, requerer sua indenização, que 
deverá ser acrescida das parcelas relativas a juros de mora, atualização monetária e honorários 
advocatícios. 
Por fim, a regra é o caráter permanente da servidão, mas ela poderá ser extinta em decorrência de fatos 
supervenientes, como, por exemplo28: o desaparecimento do bem gravado com a servidão; a incorporação 
do bem gravado ao patrimônio da pessoa que instituiu a servidão – se o bem for incorporado pelo Poder 
Público, não há mais que se falar em servidão; o desinteresse superveniente do Estado em continuar 
utilizando o imóvel particular. 
 
28 Alexandrino e Paulo, 2011, p. 953. 
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José dos Santos Carvalho Filho apresenta as seguintes características da servidão administrativa29: 
a) a natureza jurídica é de direito real; 
b) incide sobre bem imóvel; 
c) tem caráter de definitividade; 
d) a indenização é prévia e condicionada (pois depende da comprovação do prejuízo); 
e) inexistência de autoexecutoriedade: só se constitui através de acordo ou decisão judicial. 
 
Requisição 
Requisição é a modalidade de intervenção estatal por meio da qual o Estado utiliza bens móveis, imóveis e 
serviços particulares em situação de perigo público iminente, ou, nas palavras de Hely Lopes Meirelles, 
“para atendimento de necessidades coletivas urgentes e transitórias”. 
A requisição poderá ser civil ou militar. A primeira visa a evitar danos à vida, à saúde e aos bens da 
coletividade, diante de inundações, incêndios, epidemias, catástrofes, etc. Já a requisição militar aplica-se 
no resguardo da segurança interna e na manutenção da soberania nacional30. 
Nesse contexto, a requisição terá como objeto a requisição de imóveis, móveis e serviços particulares, como 
ocorreria, por exemplo, em uma grande enchente em que se poderia requisitar um hospital, equipamentos 
de saúde e os serviços médicos para atender à população. 
Com efeito, a requisição está prevista no art. 5º, XXV, da Constituição Federal, que estabelece que “no caso 
de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada 
ao proprietário indenização ulterior, se houver dano”. Portanto, a indenização só ocorrerá 
posteriormente, e desde que seja comprovado o dano. 
Diferentemente da servidão, a requisição é autoexecutória, podendo ser realizada independentemente de 
qualquer manifestação judicial. Assim, uma vez presente o perigo iminente, a requisição será realizada 
imediatamente por meio de decreto. 
 
José dos Santos Carvalho Filho apresenta as seguintes características da requisição31: 
 
29 Carvalho Filho, 2014, p. 803. 
30 Alexandrino e Paulo, 2011, p. 954. 
31 Carvalho Filho, 2014, p. 806. 
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a. direito pessoal da Administração (a servidão é direito real); 
b) seu pressuposto é o perigo público iminente (na servidão não existe essa exigência); 
c) incide sobre bens imóveis, móveis e serviços (a servidão só incide sobre bens imóveis); 
d) caracteriza-se pela transitoriedade (a servidão tem caráter de definitividade); 
e) a indenização, se houver, é ulterior (na servidão, a indenização, embora também condicionada, é 
prévia). 
 
Ocupação provisória 
Na ocupação temporária, o Poder Público se utiliza transitoriamente de imóveis privados, como meio de 
apoio à execução de obras e serviços públicos. 
Um bom exemplo é a utilização de um terreno particular para a alocação de máquinas e materiais para a 
realização de obras ao longo de uma rodovia. Nesse caso, encerrada a obra, o terreno será devolvido, 
demonstrando o caráter transitório dessa forma de intervenção. 
Trata-se de ato autoexecutório, no qual a autoridade competente emitirá o ato autorizando a ocupação e, 
se for o caso, fixando a justa indenização ao proprietário do imóvel. A extinção, por sua vez, ocorrerá com 
o término da obra ou serviço. 
Observa-se que a regra é não realizar indenização, a não ser que exista algum prejuízo comprovado. 
 
José dos Santos Carvalho Filho apresenta as seguintes características da ocupação temporária32: 
a) cuida-se de direito de caráter não real (igual à requisição e diferente da servidão, que é direito real); 
b) só incide sobre a propriedade imóvel (neste ponto, é igual à servidão, mas se distingue da requisição, 
que incide sobre móveis, imóveis e serviços); 
c) tem caráter de transitoriedade (o mesmo que a requisição; a servidão, ao contrário, tem natureza 
permanente); 
d) a situação constitutiva da ocupação é a necessidade de realização de obras e serviços públicos 
normais (a mesma situação que a servidão, mas diversa da requisição, que exige situação de perigo 
público iminente); 
e) a indenizibilidade varia de acordo com a modalidade de ocupação: se for vinculada à desapropriação, 
haverá dever indenizatório; se não for, inexistirá o dever de indenizar, a não ser que haja prejuízos 
para o proprietário (a requisição e a servidão podem ou não ser indenizáveis; sendo assim, igualam-
 
32 Carvalho Filho, 2014, p. 810. 
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se, nesse aspecto, à esta última forma de ocupação temporária, mas se diferenciam da primeira, 
porque é sempre indenizável). 
 
Limitação administrativa 
O Prof. José dos Santos Carvalho Filho ensina que as “limitações administrativas são determinações de 
caráter geral, através das quais o Poder Público impõe a proprietários indeterminados obrigações positivas, 
negativas ou permissivas, para o fim de condicionar as propriedades ao atendimento da função social”. 
Na mesma linha, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo estabelecem que: 
As limitações administrativas derivam do poder de polícia da Administração e se exteriorizam 
em imposições unilaterais e imperativas, sob a modalidade positiva (fazer), negativa (não fazer) 
ou permissiva (permitir fazer). No primeiro caso, o particular fica obrigado a realizar o que a 
Administração lhe impõe, no segundo, deve abster-se do que lhe é vedado; no terceiro, deve 
permitir algo em sua propriedade. 
As limitações administrativas devem ser gerais, dirigidas a propriedades indeterminadas. Para 
situações particulares que conflitem com o interesse público, deve ser empregada pelo Poder 
Público a servidão administrativa ou a desapropriação, mediante justa indenização – nunca a 
limitação administrativa, cuja característica é a gratuidade e a generalidade da medida 
protetora dos interesses da coletividade. 
Portanto, a limitação administrativa é caracterizada por seu aspecto geral, ou seja, aplica-se 
indistintamente a todas as pessoas que se enquadrarem em determinada situação. Por exemplo,o Poder 
Público poderá proibir a construção em até dois metros de uma via para resguardar o interesse coletivo de 
construir calçadas. Tal medida será aplicável a todos que possuírem terrenos à margem da rodovia. 
Tal medida é instituída por lei ou regulamento, disciplinado por todos os entes da Federação, conforme o 
caso. Por ser uma regra geral, em regra não existirá o direito à indenização. Assim, mesmo que contrarie 
determinados interesses, a limitação administrativa não gera direitos subjetivos à indenização. 
Todavia, há situações excepcionais em que se permite a indenização na limitação administrativa, vejamos: 
a) quando a limitação inviabilizar totalmente a utilização econômica da propriedade; 
b) se realiza modificação nas linhas limítrofes entre o imóvel e o domínio público, reduzindo a área da 
propriedade privada. Não se deve confundir com o recuo obrigatório de construção (no qual a 
propriedade continua com o mesmo tamanho). 
 
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José dos Santos Carvalho Filho apresenta as seguintes características da limitação administrativa33: 
a) são atos legislativos ou administrativos de caráter geral (todas as demais formas interventivas são 
atos singulares, com indivíduos determinados); 
b) têm caráter de definitividade (igual ao das servidões, mas diverso da natureza da requisição e da 
ocupação temporária); 
c) o motivo das limitações administrativas é constituído pelos interesses públicos abstratos (nas demais 
formas interventivas, o motivo é sempre a execução de obras e serviços públicos); 
d) ausência de indenizabilidade (nas outras formas, pode ocorrer indenização quando há prejuízo para 
o proprietário). 
 
Tombamento 
Conceito 
O tombamento é a forma de intervenção da propriedade por meio da qual o Estado procura proteger o 
patrimônio cultural brasileiro.34 
Trata-se, pois, de uma forma de intervenção parcial na propriedade, pois impede o particular de exercer 
todos os direitos inerentes ao domínio do imóvel, uma vez que ficará obrigado a conservar as características 
do bem, em defesa da preservação dos bens de valor cultural, histórico, arqueológico, artístico, turístico e 
paisagístico. 
De acordo com o art. 216 da Constituição Federal Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de 
natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à 
identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se 
incluem: I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer e viver; III - as criações científicas, artísticas 
e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às 
manifestações artístico-culturais; V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, 
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. 
Em seguida, o §1º estabelece que “o Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e 
protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e 
desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação”. 
Nessa linha, o tombamento consiste em uma restrição estatal da propriedade privada, destinada 
especificamente à proteção do patrimônio histórico e artístico nacional. Com efeito, o art. 1º, do Decreto-
Lei 25/1937, define “patrimônio histórico e artístico nacional” como “o conjunto dos bens móveis e imóveis 
existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis 
da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou 
artístico”. 
 
33 Carvalho Filho, 2014, p. 814. 
34 Carvalho Filho, 2014, p. 814. 
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Legislação 
Além disso, a competência para legislar sobre a proteção do patrimônio histórico, cultural, artístico, 
turístico e paisagístico é concorrente da União, dos estados e do Distrito Federal (CF, art. 24, VII). 
Acrescenta-se, ainda, que os municípios poderão suplementar a legislação federal ou estadual, conforme 
consta no art. 30, II, da Constituição da República. Portanto, os municípios não possuem competência 
concorrente para legislar sobre o tombamento, podendo apenas dispor de forma suplementar sobre o 
tema. 
Anota-se, no entanto, que a Constituição outorga aos municípios a competência para promover, 
materialmente, a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação 
fiscalizadora federal e estadual (CF, art. 30, IX). 
Com efeito, as regras básicas sobre o tombamento constam no Decreto-Lei 25/1937, que, a despeito de 
estar bastante desatualizado em alguns aspectos, apresenta as linhas gerais do procedimento do 
tombamento, incluindo disposições sobre o registro dos bens tombados. 
Instituição 
A instituição do tombamento depende de manifestação expressa do Poder Público, que se dá mediante ato 
administrativo do Poder Executivo.35 
A competência para efetuar o tombamento é concorrente entre os entes federados, porquanto a União, 
os estados, o Distrito Federal ou os municípios podem realizar os atos necessários para efetuar a 
desapropriação. Assim, de acordo com o interesse – local, regional, ou nacional –, o patrimônio poderá ser 
desapropriado por cada um dos entes da Federação. 
Dessa forma, competirá a União efetivar o tombamento sobre os bens relevantes à história, à arte ou à 
cultura em âmbito nacional; competirá aos estados, por sua vez, realizar o tombamento dos bens que 
interessam ao patrimônio cultural regional; por fim, competirá aos municípios tombar o patrimônio de 
interessa à história local.36 
Anota-se, ademais, que um único bem poderá ser de interesse para a história, arte e cultura em âmbito 
nacional, regional e local, podendo ser tombado por mais de um ente da Federação. 
Procedimento 
O tombamento depende da realização de procedimento administrativo destinado a aferir o valor histórico 
e artístico do bem, assegurando-se o direito de defesa ao proprietário. Restando comprovado o valor 
histórico e artístico, o bem será inscrito no denominado “Livro Tombo”. 
 
35 Existe uma corrente minoritária que defende que o tombamento também pode ocorrer por meio de ato legislativo, 
situação na qual o procedimento poderá ser realizado pelos poderes Legislativo e Executivo. Essa, no entanto, é uma 
corrente minoritária, já que a maioria da doutrina entende que o tombamento é manifestação de vontade do Estado 
realizada por intermédio do Poder Executivo, mediante ato administrativo típico. 
36 Ao Distrito Federal, competirá a defesa do patrimônio histórico, artístico e cultural em âmbito regional e local. 
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Nesse contexto, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo apresentam os seguintes tópicos obrigatórios no 
processo de tombamento37: 
a) parecer do órgão técnico cultural; 
b) a notificação ao proprietário, que poderá manifestar-se anuindo com o tombamento ou impugnando 
a intenção do Poder Público de decretá-lo; 
c) decisão do Conselho Consultivo da pessoa incumbida do tombamento, após as manifestações dos 
técnicos e do proprietário. A decisão concluirá: (c.1) pela anulação do processo, se houver ilegalidade; 
(c.2) pela rejeição da proposta de tombamento; ou (c.3) pela homologação da proposta, se necessário 
o tombamento; 
d) possibilidade de interposição de recurso pelo proprietário, contra o tombamento, a ser dirigido aoPresidente da República. 
Portanto, o processo de tombamento sempre deverá respeitar o devido processo legal, assegurando ao 
proprietário o direito de contestar a decisão administrativa, provando que o bem não se relaciona com a 
proteção do patrimônio cultural. 
Modalidades 
O tombamento poderá ser classificado em algumas modalidades. Quanto à constituição, o tombamento 
será 
a) de ofício – quando incidir sobre os bens públicos pertencentes à União, aos estados, ao Distrito 
Federal e aos municípios; 
b) voluntário – quando o proprietário consente com o ato; 
c) compulsório – o Poder Público realiza o tombamento, mesmo com resistência do particular. 
Quanto à eficácia, o tombamento será: 
a) provisório – quanto estiver em andamento um processo administrativo; 
b) definição – ocorre com a conclusão do processo e correspondente inscrição no livro tombo; 
Quanto aos destinatários, o tombamento será: 
a) geral – quando incide sobre todos os bens situados em uma região (por exemplo, na cidade de Ouro 
Preto, em Minas Gerais, todos os imóveis são tombados; 
b) individual – quando só atinge um bem determinado. 
Extinção 
O tombamento poderá ser desfeito por iniciativa da Administração (de ofício) ou por solicitação de 
proprietário ou interessados. Por se tratar de ato discricionário, na medida em que o administrador público 
 
37 Alexandrino e Paulo, 2011, p. 960. 
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deverá decidir, com base em seu juízo de conveniência e oportunidade, se o bem relaciona-se com a 
proteção do patrimônio cultural, também será possível revogar o ato, pelo mesmo poder discricionário. 
Vale dizer, se a autoridade responsável passar a considerar que o bem não mais se destina à proteção do 
patrimônio cultural, poderá decidir pela revogação do tombamento. 
Por outro lado, se restar comprovado vício no procedimento de tombamento, será possível proceder, por 
meio administrativo ou judicial, a anulação do tombamento. 
Além dessas formas de extinção, o tombamento poderá ser cancelado. Isso porque cabe ao proprietário 
preservar o bem tombado. Todavia, quando o dono não possuir condições para conservar o patrimônio 
tombado, deverá comunicar a situação ao Poder Público, que será responsável pelas providências 
requeridas para preservação do patrimônio. Caso o Poder Público não adote as providências cabíveis, o 
proprietário poderá requerer o cancelamento do tombamento (Decreto 25/1937, art. 19, §2º). 
Por fim, o tombamento poderá ser desfeito no caso de desaparecimento do bem. Seria o caso, por 
exemplo, de uma inundação que destrua totalmente um prédio tombado, fazendo desaparecer todas as 
suas características históricas. 
Efeitos 
Os efeitos do tombamento estão descritos no DL 25/1937, vejamos: 
a) as coisas tombadas não poderão, em caso nenhum ser destruídas, demolidas ou mutiladas, nem, sem 
prévia autorização especial do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ser reparadas, 
pintadas ou restauradas, sob pena de multa de cinquenta por cento do dano causado. Tratando-se 
de bens pertencentes à União, aos Estados ou aos municípios, a autoridade responsável pela infração 
do presente artigo incorrerá pessoalmente na multa; 
b) não se poderá, na vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe impeça ou reduza a 
visibilidade, nem nela colocar anúncios ou cartazes Sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional, sob pena de ser mandada destruir a obra ou retirar o objeto, impondo-
se neste caso a multa de cinquenta por cento do valor do mesmo objeto; 
c) proprietário de coisa tombada, que não dispuser de recursos para proceder às obras de conservação 
e reparação que a mesma requerer, levará ao conhecimento do Serviço do Patrimônio Histórico e 
Artístico Nacional a necessidade das mencionadas obras, sob pena de multa correspondente ao dobro 
da importância em que for avaliado o dano sofrido pela mesma coisa; 
d) as coisas tombadas ficam sujeitas à vigilância permanente do Serviço do Patrimônio Histórico e 
Artístico Nacional, que poderá inspecioná-los sempre que for julgado conveniente, não podendo os 
respectivos proprietários ou responsáveis criar obstáculos à inspeção, sob pena de multa de cem mil 
réis, elevada ao dobro em caso de reincidência. 
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Destaca-se, por fim, que o tombamento não é o único instrumento de proteção do patrimônio cultural 
brasileiro, pois, ao lado dele, temos o direito de petição (CF, art. 5º, XXXIV38); a ação popular (CF art. 5º, 
LXXIII39; e a ação civil pública (CF, art. 129, III40; e Lei 7.347/1985). 
 
 
 
38 Art. 5º [...] XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos 
Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; 
39 LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público 
ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e 
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; 
40 Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: [...] III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para 
a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; 
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QUESTÕES PARA FIXAÇÃO 
 
 
1. (FCC – DPE-RS/2017) Necessitando o Poder Público implantar uma importante obra viária, 
incluindo a construção de uma rodovia para interligação de três municípios, deparou-se com a existência 
de áreas ocupadas no trajeto, em sua maioria imóveis regularizados. Em razão desse aspecto, o Poder 
Público 
a) deve alterar o traçado da rodovia para não atingimento de trechos ocupados, caso esses imóveis tenham 
características urbanas, sirvam à efetiva residência de seus proprietários e constituam única propriedade dos 
mesmos. 
b) pode adquirir todas as propriedades onerosamente, pelo valor que seus proprietários atribuírem e 
demonstrarem, a fim de que a desocupação seja voluntária, sob pena do emprego de poder de polícia para 
desocupação, que difere o acordo quanto à precificação dos imóveis. 
c) pode desapropriar os imóveis, mediante prévia indenização em dinheiro pelo valor de mercado, 
demonstrado em avaliação técnica, a fim de garantir a adequada equivalência e viabilizar a realocação dos 
proprietários em outro local. 
d) deve desapropriar os imóveis, mediante justa e prévia indenização, parte em dinheiro e parte mediante 
expedição de precatório, mostrando-se inviável qualquer alteração de traçado ou acordo, tendo em vista a 
importância da obra de infraestrutura e seu cronograma de implantação. 
e) pode requisitar administrativamente as áreas, diante da urgência e da finalidade da desocupação, 
apurando-se, na sequência, o valor de mercado dos imóveis e, no caso de discordância entre as partes, 
recorrendo-se à via judicial. 
Comentário: 
Os fundamentos da intervenção do Estado na propriedade particular são a função social da propriedade e a 
supremacia do interesse público sobre o privado. No caso trazido pelo enunciado, havendo conflito entre o 
interesse público e o particular, aquele deve prevalecer, sendo que o Poder Público pode lançar mão da 
desapropriação, que deve ser feita mediante prévia declaração de necessidade pública, utilidade públicaou 
interesse social, impondo ao proprietário a perda de seu bem, mas substituindo-o por justa indenização. Essa 
indenização deve ser justa, abrangendo o valor atual do bem expropriado, assim como os danos emergentes, 
os lucros cessantes decorrentes da perda da propriedade, além da atualização monetária, das despesas 
judiciais e dos honorários advocatícios. 
Gabarito: alternativa C. 
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2. (FCC – PC-AP/2017) Em uma área de expansão urbana determinado Município está providenciando 
a instalação de equipamentos públicos, a fim de que o crescimento populacional se dê de forma ordenada 
e sustentável. Durante a construção de uma unidade escolar, apurou-se que não seria possível executar a 
solução de esgoto originalmente idealizada, que contempla um emissário de esgoto, mostrando-se 
necessária a identificação de outra alternativa pela Administração pública. Dentre as possíveis, pode o 
Município em questão 
a) promover, demonstrada a viabilidade técnica, a instalação de emissário de esgoto para ligação com o 
sistema já existente, utilizando-se, para tanto, da instituição de uma servidão administrativa. 
b) realizar uma licitação específica para elaboração e execução de projeto de instalação do emissário de 
esgoto, independentemente do valor, dado seu caráter emergencial. 
c) lançar mão da requisição administrativa, para imediata imissão na posse do terreno necessário para 
implementação das obras, diferindo-se a indenização devida. 
d) desapropriar judicialmente a faixa de terreno necessária à implementação do emissário de esgoto, tendo 
em vista que o ajuizamento da ação já autoriza a imissão na posse do terreno objeto da demanda. 
e) instituir uma servidão de passagem, sob o regime do código civil, tendo em vista que dispensa a anuência 
do dono do terreno e de prévia indenização, apurando-se o valor devido após a instalação do equipamento, 
que indicará o nível de restrição ao uso da propriedade. 
Comentário: 
A servidão administrativa é uma intervenção restritiva na propriedade privada, que faz com que o particular 
suporte o uso de sua propriedade pelo Estado, permitindo a execução de obras ou serviços de interesse para 
a coletividade, como no caso da construção de uma rede de esgoto. Nesses casos, a restrição é imposta ao 
particular, que deverá suportá-la independentemente de sua concordância. Seria a melhor solução para o 
caso apresentado. Correta, portanto, a alternativa A. 
Gabarito: alternativa A. 
3. (FCC – DPE-SC/2017) O tombamento é um instituto do direito administrativo brasileiro, sendo que 
a seu respeito é correto concluir que 
a) o Poder Judiciário é o que tem a missão de desfazer o tombamento, quando for o caso. 
b) o bem tombado é bem que pode ser livremente transacionado, não aplicando-se ao Estado o direito de 
preferência. 
c) o tombamento será considerado provisório ou definitivo, conforme esteja o respectivo processo iniciado 
pela notificação ou concluído pela inscrição dos bens. 
d) o tombamento pode ser voluntário ou compulsório, naquele o agente consente com o tombamento, neste 
o instituto depende de intervenção judicial. 
e) não há tombamento instituído pelo texto constitucional. 
Comentário: 
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a) o tombamento poderá ser desfeito por iniciativa da Administração (de ofício) ou por solicitação de 
proprietário ou interessados. Pode ser cancelado pelo poder judiciário também, quando houver vício no 
procedimento que leve à sua anulação – ERRADA; 
b) apesar de o direito de preferência ter sido revogado pelo Código de Processo Civil de 2015, é certo que a 
alienabilidade das obras históricas ou artísticas tombadas, de propriedade de pessoas naturais ou jurídicas 
de direito privado sofre restrições constantes na legislação – ERRADA; 
c) quanto à eficácia, o tombamento será provisório, quando estiver em andamento um processo 
administrativo; ou definitivo, quando da conclusão do processo e correspondente inscrição no livro tombo – 
CORRETA; 
d) o tombamento será voluntário quando o proprietário consente com o ato, e será compulsório quando o 
Poder Público realiza o tombamento, mesmo com resistência do particular – ERRADA; 
e) a Constituição determinou o tombamento de todos os documentos e os sítios detentores de 
reminiscências históricas dos antigos quilombos, na forma do art. 216, §5º - ERRADA. 
Gabarito: alternativa C. 
4. (FCC – PGE-MT/2016) A respeito das chamadas “desapropriação-sanção”, por descumprimento da 
função social da propriedade, é INCORRETO afirmar: 
a) Prescindem de pagamento de indenização ao proprietário do imóvel desapropriado, visto que têm, 
justamente, caráter sancionador. 
b) Aplicam-se a propriedades rurais ou urbanas. 
c) Demandam pagamento de justa indenização, embora não em dinheiro. 
d) Pressupõem, dentre outros requisitos, o inadequado aproveitamento da propriedade. 
e) São executadas mediante devido processo legal. 
Comentário: 
A Profª. Maria Sylvia Zanella Di Pietro denomina as desapropriações para fins de reforma agrária e para fins 
urbanísticos, juntamente com as desapropriações previstas no art. 243 da CF (decorrente do cultivo ilegal de 
plantas psicotrópicas ou da exploração de trabalho escravo) como “desapropriação-sanção”. Essas últimas, 
de fato, dispensam qualquer indenização. Mas no caso da desapropriação urbanística, há indenização, a ser 
paga em títulos da dívida pública e não em dinheiro, obedecido o devido processo legal. 
Gabarito: alternativa A. 
5. (FCC – SEGEP-MA/2016) A legislação vigente sobre desapropriação 
a) permite, quando se tratar de desapropriação para fins de urbanização ou reurbanização, realizada 
mediante concessão, que o concessionário aplique a receita decorrente da revenda ou utilização imobiliária 
em projeto associado, desenvolvido por sua conta e risco, garantido ao poder concedente no mínimo o 
ressarcimento dos desembolsos com indenizações, quando estas ficarem sob sua responsabilidade. 
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b) estabelece a competência exclusiva das pessoas políticas para promover a declaração de interesse público 
ou de interesse social. 
c) permite a desapropriação de pessoas jurídicas, ressalvando a necessidade de prévia autorização do 
Presidente da República, quando se tratar de instituições e empresas cujo funcionamento dependa de 
autorização do Governo Federal e se subordine à sua fiscalização. 
d) considera como hipótese de interesse social a criação e melhoramento de centros de população. 
e) permite que seja renovada a alegação de urgência uma única vez, quando houver expirado o prazo de 
cento e vinte dias para requerer imissão provisória na posse. 
Comentário: 
a) na forma do DL 3.365/41 (art. 4º, parágrafo único), quando a desapropriação destinar-se à urbanização 
ou à reurbanização realizada mediante concessão ou parceria público-privada, o edital de licitação poderá 
prever que a receita decorrente da revenda ou utilização imobiliária integre projeto associado por conta e 
risco do concessionário, garantido ao poder concedente no mínimo o ressarcimento dos desembolsos com 
indenizações, quando estas ficarem sob sua responsabilidade – CORRETA; 
b) em regra, a competência para declarar a utilidade ou necessidade pública e o interesse social dos bens 
para fins de desapropriação será concorrente de todos os entes federativos – ERRADA; 
c) não há que se falar em desapropriação de pessoa jurídica –ERRADA; 
d) esse é um caso de utilidade pública, previsto no art. 5º do DL 3.365/41 – ERRADA; 
e) a alegação de urgência não poderá ser renovada, na forma do art. 15, §2º do DL 3.365/41 – ERRADA. 
Gabarito: alternativa A. 
6. (FCC – DPE-BA/2016) A chamada “desapropriação para política urbana” é uma espécie de 
desapropriação de competência dos municípios, conforme artigo 182 da Constituição Federal de 1998 e a 
Lei nº 10.257 de 2001. São condições para a utilização do instrumento de desapropriação nessa 
modalidade: 
a) O ato administrativo reconhecendo a utilidade e necessidade pública, o interesse social naquele imóvel, 
especificação no plano diretor da área em que o imóvel está inscrito, o pagamento de indenização prévia, 
justa e em dinheiro. 
b) Especificação no plano diretor da área em que o imóvel está inscrito, lei municipal autorizando tal medida, 
e que o proprietário não atenda às medidas anteriores que a lei determina. 
c) O ato administrativo reconhecendo a utilidade e necessidade pública e o interesse social naquele imóvel. 
d) O ato administrativo reconhecendo a utilidade e necessidade pública, o interesse social naquele imóvel e 
o pagamento de indenização prévia, justa e em dinheiro. 
e) Especificação no plano diretor da área em que o imóvel está inscrito, lei federal autorizando tal medida, o 
pagamento de indenização prévia, justa e em dinheiro. 
Comentário: 
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==2002c0==
A Constituição Federal dispõe que é facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área 
incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, 
subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: 
• parcelamento ou edificação compulsórios; 
• imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo – IPTU progressivo no 
tempo; 
• desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada 
pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, 
assegurados o valor real da indenização e os juros legais. 
Na forma do art. 5º da Lei 10.257/01, lei municipal específica para área incluída no plano diretor poderá 
determinar o parcelamento, a edificação ou a utilização compulsórios do solo urbano não edificado, 
subutilizado ou não utilizado, devendo fixar as condições e os prazos para implementação da referida 
obrigação. 
Se, após notificado, o particular não proceder a adequada utilização da propriedade, ele poderá ser obrigado 
a parcelar ou edificar o imóvel. Não o fazendo no prazo legal, o município poderá instituir o IPTU progressivo 
no tempo, mediante a majoração da alíquota pelo prazo de cinco anos consecutivos, na forma do art. 7º da 
Lei 10.257/2001. Após este prazo, o município continuará exigindo a alíquota máxima, até que o particular 
dê o adequado aproveitamento ou o imóvel seja desapropriado. 
Passados cinco anos de cobrança do IPTU progressivo sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação 
de parcelamento, edificação ou utilização, o município poderá proceder à desapropriação do imóvel, com 
pagamento em títulos da dívida pública 
Gabarito: alternativa B. 
7. (FCC – Prefeitura de Teresina-PI/2016) Município pretende delegar à iniciativa privada, pelo prazo 
de quinze anos, as atividades de duplicação, reforma, manutenção e operação de rodovia municipal. Para 
tanto, o Prefeito decreta a utilidade pública, para fins de desapropriação, dos imóveis necessários a tais 
atividades, especialmente a de duplicação da rodovia municipal. E, ainda, prevê, no instrumento 
convocatório da licitação para a concessão da rodovia, que a concessionária vencedora do certame terá, 
entre suas obrigações, a de promover as ações de desapropriação necessárias à consecução do objeto. 
Analisando-se o conjunto de soluções adotadas pela municipalidade, conclui-se que ele envolve medidas 
a) lícitas, tais quais a delegação da exploração de rodovia e o decreto de utilidade pública para fins de 
desapropriação, por serem ambas medidas amparadas na Constituição e nas leis do País, porém, também 
medida ilícita, consistente na delegação da promoção das ações de desapropriação à concessionária privada, 
para que exerça autoridade pública em benefício próprio, o que caracteriza a prática de ato de improbidade 
administrativa, nos termos da Constituição Federal e da Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992. 
b) ilícitas, pois desassiste ao Município a possibilidade jurídica de extinguir propriedades privadas, mediante 
desapropriação, para colocá-las a serviço de interesses privados, como os da futura empresa concessionária 
de rodovia. 
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c) lícitas, como a expedição do decreto de utilidade pública para fins de desapropriação, mas também outras 
ilícitas, como a delegação a empresa do setor privado, não estatal, da atividade de promoção das ações de 
desapropriação, tendo em vista a indelegabilidade do poder de polícia municipal. 
d) ilícitas, como a expedição do decreto de utilidade pública, para fins de desapropriação, por impossível o 
enquadramento da ampliação de rodovia nalguma das hipóteses legalmente admitidas de desapropriação, 
ou, ainda, como a delegação da exploração da rodovia à iniciativa privada, por violar o art. 175 da 
Constituição Federal, segundo o qual incumbe ao Poder Público a exploração de serviços públicos, que, no 
caso, são serviços rodoviários. 
e) lícitas, tais quais a delegação da exploração de rodovia, a expedição do decreto de utilidade pública para 
fins de desapropriação e a delegação da obrigação de promover as necessárias ações de desapropriação à 
concessionária, por serem todas amparadas na Constituição e nas leis do País. 
Comentário: 
A competência para declarar a utilidade ou necessidade pública e o interesse social dos bens para fins de 
desapropriação será, em regra, concorrente de todos os entes federativos. Já a competência executória, isto 
é, a competência para efetivamente promover a desapropriação, realizando-se todas as medidas necessárias 
à transferência da propriedade, é mais ampla, alcançando as entidades da administração direta e indireta e 
os delegatários de serviços públicos (concessionárias e permissionárias). Assim, essas entidades e empresas 
serão encarregadas de adotar as medidas de execução, incluindo aí o pagamento da indenização e a imissão 
na propriedade. Lembrando, contudo, que no caso dos delegatários de serviço público, o exercício da 
competência executória é condicionado, pois dependerá de autorização expressa, constante em lei ou no 
contrato (Decreto-Lei 3.365/1941, art. 3º). 
Gabarito: alternativa E. 
8. (FCC – Prefeitura de Teresina-PI/2016) O tombamento é ato de intervenção estatal na propriedade 
que implica, ao proprietário, o dever de preservá-la em todas as suas características declaradas como 
portadoras de significativo valor histórico, cultural, artístico ou paisagístico, tornando-a, assim, parte 
integrante do patrimônio cultural brasileiro. Para tal preservação cumpre ao proprietário do bem tombado 
a) eximir-se de custear as medidas de preservação, visto que, em se tratando de bem integrante do 
patrimônio cultural brasileiro, cumpre ao Estado, titular desse patrimônio, e não mais ao particular, custeá-
las integralmente. 
b) arcar integralmente com os custos de preservação, salvo se declarar que não dispõe de recursos para 
tanto, hipótese em que o Estado deverá lhe assistir. 
c) arcar integralmente com os custos de preservação, jamais lhesocorrendo o direito de obter assistência 
estatal para esse custeio. 
d) arcar integralmente com os custos de preservação, podendo, todavia, alterá-lo significativamente se tal 
medida objetivar angariar recursos que permitam a melhor preservação da parcela remanescente. 
e) repartir sempre com o Estado os custos de preservação, por tratar-se de propriedade afeta a interesses 
tanto públicos como privados. 
Comentário: 
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O particular fica, com o tombamento, impedido de exercer todos os direitos inerentes ao domínio do imóvel, 
ficando obrigado a conservar as características do bem, em defesa da preservação dos bens de valor cultural, 
histórico, arqueológico, artístico, turístico e paisagístico. Caso o proprietário da coisa tombada não possua 
recursos para proceder com obras de conservação e reparação, deve levar ao conhecimento do Serviço do 
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional a necessidade das mencionadas obras, que, caso necessárias, 
poderão ser efetuadas às custas da União 9ART. 19, DL 25/37). 
Gabarito: alternativa B. 
9. (FCC – Prefeitura de Teresina-PI/2016) Uma concessionária prestadora de serviço público de 
distribuição de gás precisa ampliar a rede subterrânea sob sua operação em determinado trecho, para 
disponibilizar o acesso a mais localidades. Elaborado o projeto e identificados os imóveis, todos 
particulares, a empresa precisa instrumentalizar a instalação da infraestrutura. O instituto jurídico 
adequado para viabilizar o projeto da concessionária é a 
a) requisição administrativa, visto que o serviço público permite que a concessionária requisite as áreas 
particulares necessárias à prestação do serviço público de utilidade geral. 
b) limitação administrativa, pois a restrição será temporária, apenas para a instalação da tubulação 
subterrânea, devolvendo-se a superfície ao proprietário ao término da obra. 
c) desapropriação, pois a obra deixará inaproveitável o imóvel por completo, sendo obrigatório, por lei, que 
o poder público adquira as áreas necessárias a instalação de infraestrutura para prestação de serviços 
públicos. 
d) servidão administrativa, instituída em favor do serviço público, mediante indenização aos proprietários 
pela redução do aproveitamento de suas propriedades, em razão da obra ser subterrânea. 
e) ocupação temporária, mediante remuneração proporcional, tendo em vista que a utilização do imóvel 
perdurará apenas pelo tempo necessário a instalação da infraestrutura, restituindo-se os imóveis ao término. 
Comentário: 
A servidão administrativa é o direito real público que autoriza o poder público a usar propriedade imóvel 
para permitir a execução de obras e serviços de interesse coletivo. Seria, portanto, a opção para 
implementação do projeto da concessionária, pelo descrito no enunciado. Isso porque a Lei 8.987/95 
autoriza que o poder concedente outorgue poderes à concessionária para que institua a servidão 
administrativa, após a declaração de necessidade ou utilidade pública (art. 29, IX). 
Vamos aproveitar para relembrar os conceitos trazidos pelas alternativas? 
• Requisição: modalidade de intervenção estatal por meio da qual o Estado utiliza bens móveis, imóveis 
e serviços particulares em situação de perigo público iminente, para atendimento de necessidades 
coletivas urgentes e transitórias; 
• Limitações administrativas: são determinações de caráter geral, através das quais o Poder Público 
impõe a proprietários indeterminados obrigações positivas, negativas ou permissivas, para o fim de 
condicionar as propriedades ao atendimento da função social; 
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• Desapropriação: procedimento administrativo pelo qual o Poder Público ou seus delegados, mediante 
prévia declaração de necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, impõe ao proprietário 
a perda de um bem, substituindo-o em seu patrimônio por justa indenização; 
• Ocupação provisória: o Poder Público utiliza um terreno particular para a alocação de máquinas e 
materiais para a realização de obras. Nesse caso, encerrada a obra, o terreno será devolvido, 
demonstrando o caráter transitório dessa forma de intervenção. 
Gabarito: alternativa D. 
10. (FCC – PGE-MT/2016) O tombamento, regido no âmbito federal pelo Decreto-lei no 25/37, é uma 
das formas admitidas pelo direito brasileiro de intervenção na propriedade. A propósito de tal instituto, 
a) não é aplicável aos bens públicos, pois incide somente sobre propriedades de particulares. 
b) toda e qualquer obra de origem estrangeira está imune ao tombamento, por não pertencer ao patrimônio 
histórico e artístico nacional. 
c) não mais subsiste no direito vigente o direito de preferência, previsto no texto original do Decreto-lei no 
25/37 e estatuído em favor da União, dos Estados e Municípios. 
d) uma vez efetuado o tombamento definitivo, ele é de caráter perpétuo, somente podendo ser cancelado 
em caso de perecimento do bem protegido. 
e) a alienação do bem imóvel tombado depende de prévia anuência do órgão protetivo que procedeu à 
inscrição do bem no respectivo livro de tombo. 
Comentário: 
a) o tombamento pode ser declarado sobre as coisas pertencentes ás pessoas naturais, bem como às pessoas 
jurídicas de direito privado e de direito público interno (art. 2º, DL 25/37) – ERRADA; 
b) nem todas. O art. 3º do DL diz que excluem-se do patrimônio histórico e artístico nacional as obras de 
origem estrangeira: que pertençam às representações diplomáticas ou consulares acreditadas no país; que 
adornem quaisquer veículos pertencentes a empresas estrangeiras, que façam carreira no país; que se 
incluam entre os bens referidos no art. 10 da Introdução do Código Civil, e que continuam sujeitas à lei 
pessoal do proprietário; que pertençam a casas de comércio de objetos históricos ou artísticos; que sejam 
trazidas para exposições comemorativas, educativas ou comerciais; que sejam importadas por empresas 
estrangeiras expressamente para adorno dos respectivos estabelecimentos – ERRADA; 
c) isso mesmo. O direito de preferência foi revogado pelo Novo CPC – CORRETA; 
d) o tombamento poderá ser desfeito por iniciativa da Administração (de ofício) ou por solicitação de 
proprietário ou interessados. Ademais, em caso de vício no procedimento, pode ser anulado administrativa 
ou judicialmente. Pode, por fim, ser cancelado, ou desfeito, no caso de desaparecimento do bem – ERRADA; 
e) o DL dispõe que as coisas tombadas, que pertençam à União, aos Estados ou aos Municípios são 
inalienáveis por natureza, e só poderão ser transferidas de uma à outra das referidas entidades – ERRADA. 
Gabarito: alternativa C. 
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11. (FCC – TJ-PI/2015) Considere a seguinte afirmação: “O tombamento é constituído mediante ato do 
Poder Executivo que, observada a legislação pertinente, estabelece o alcance da limitação ao direito de 
propriedade, ato emanado do Poder Legislativo não podendo alterar essas restrições”. De acordo com o 
ordenamento jurídico brasileiro vigente, tal como compreendido pelo Supremo Tribunal Federal, a 
afirmação está 
a) incorreta, eis que o tombamento é um ato misto, cabendo ao Poder Executivo decretá-lo após o Poder 
Legislativo haver fixado as limitações a incidirem sobre o bem no caso concreto. 
b) incorreta, eis que, em face do princípio da legalidade, o Poder Legislativo pode interferir em qualquer 
matéria. 
c) correta, eis queao Poder Legislativo não cabe praticar atos que, em caráter individual e concreto, digam 
respeito a limitações ao exercício do direito de propriedade. 
d) incorreta, eis que o tombamento, em regra, é veiculado por ato do Poder Legislativo. 
e) correta, eis que o ato do Poder Legislativo, alterando tombamento concretamente fixado por ato do Poder 
Executivo, seria incompatível com o princípio da harmonia entre os Poderes. 
Comentário: 
Questão jurisprudencial. Segundo entendimento proferido pelo STF, “a legislação federal de fato veda a 
desapropriação dos bens da União pelos estados, segundo o Decreto-Lei 3.365/1941, mas não há referência 
a tal restrição quanto ao tombamento, disciplinado no Decreto-Lei 25/1937. A lei de tombamento apenas 
indica ser aplicável a bens pertencentes a pessoas físicas e pessoas jurídicas de direito privado e de direito 
público interno”. Assim o Tribunal entendeu que não há vedação ao tombamento feito por ato legislativo, 
porque tal providência possui caráter provisório, ficando o tombamento permanente, este sim, restrito a ato 
do Executivo. Portanto, a afirmação do enunciado está correta, eis que o ato do Poder Legislativo, alterando 
tombamento concretamente fixado por ato do Poder Executivo, seria incompatível com o princípio da 
harmonia entre os Poderes. 
Gabarito: alternativa E. 
12. (FCC – DPE-SP/2015) Relativamente à intervenção do Estado na propriedade privada, 
a) as limitações administrativas se consubstanciam em atos administrativos de caráter individual, mediante 
os quais o Poder Público impõe posturas positivas, negativas ou, ainda, permissivas, com a finalidade de 
adequar o dado imóvel à sua função social. 
b) por não ensejar a perda da propriedade e em vista da supremacia do interesse público sobre o particular, 
a servidão administrativa não comporta a possibilidade de indenização ao proprietário do imóvel, mesmo no 
caso de esse suportar prejuízos. 
c) o instituto da ocupação temporária recairá sobre bem imóvel com a finalidade de permitir ao poder 
público executar serviços, existindo ou não perigo público iminente a ser confrontado. A exemplo da servidão 
administrativa, a ocupação temporária é direito real e, assim, deverá ser levada a registro no cartório de 
registro de imóveis para gerar efeitos. 
d) o ato de tombamento implica restrições ao uso do bem móvel e imóvel por seu proprietário ou possuidor, 
que deverá conservá-lo segundo as características culturais que motivaram sua proteção. No caso de 
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tombamento de bens imóveis, o proprietário que não possuir recursos financeiros suficientes para realizar 
obras de preservação ou de conservação deverá informar tal fato à autoridade competente, que deverá 
proceder à mencionada obra, vedada a desapropriação. 
e) ao contestar ação de desapropriação, o Defensor Público somente poderá versar sobre vícios do processo 
judicial ou impugnar o preço apresentado pelo expropriante, vedada a reconvenção. 
Comentário: 
a) segundo conceito apresentado por José dos Santos Carvalho Filho, as limitações administrativas são 
determinações de caráter geral, através das quais o Poder Público impõe a proprietários indeterminados 
obrigações positivas, negativas ou permissivas, para o fim de condicionar as propriedades ao atendimento 
da função social – ERRADA; 
b) a servidão administrativa é uma intervenção restritiva na propriedade privada, que faz com que o 
particular suporte o uso de sua propriedade pelo Estado, permitindo a execução de obras ou serviços de 
interesse para a coletividade. Não há perda da propriedade, e eventual indenização depende da 
comprovação de danos e prejuízos ao particular – ERRADA; 
c) na ocupação provisória, o Poder Público se utiliza transitoriamente de imóveis privados, como meio de 
apoio à execução de obras e serviços públicos. É um direito de caráter não real (igual à requisição e diferente 
da servidão, que é direito real) – ERRADA; 
d) nos casos em que o proprietário não possua condições de proceder com obras para conservação e 
reparação das coisas tombadas, após comunicação ao Serviço do Patrimônio e consideradas necessárias as 
obras, a autoridade responsável mandará executá-las, a expensas da União, ou providenciará para que seja 
feita a desapropriação da coisa (art. 19, §1º, DL 25/37) – ERRADA; 
e) após a citação na ação de desapropriação, o réu terá 15 dias para apresentar sua contestação, que só 
poderá versar sobre vício do processo judicial ou impugnação do preço da indenização. A lei prevê que 
qualquer outra questão deverá ser decidida por meio de ação direta (art. 20, DL 3.365/41). Assim, no 
processo de desapropriação só poderão ser contestados vícios do processo judicial ou o preço da 
indenização, sendo que outras questões serão discutidas ou outro processo – CORRETA. 
Gabarito: alternativa E. 
13. (FCC – DPE-MA/2015) A Constituição Brasileira estabeleceu modalidade especial de 
desapropriação, pelo descumprimento da função social da propriedade urbana, estatuindo, a propósito, 
que 
a) a indenização será paga mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado 
Federal, com prazo de resgate de até vinte anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor 
real da indenização e os juros legais. 
b) cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o 
processo judicial de desapropriação. 
c) são insuscetíveis de desapropriação a pequena propriedade urbana, qual seja, a área urbana de até 
duzentos e cinquenta metros quadrados. 
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d) nas regiões metropolitanas instituídas por lei complementar, competirá ao Estado promover essa espécie 
de desapropriação. 
e) para exigir o adequado aproveitamento de área urbana em seu território, não basta que o Município tenha 
incluído tal área em seu plano diretor. 
Comentário: 
A desapropriação para fins urbanísticos (CF, art. 182, §4º, III), é aquela que ocorre quando a propriedade 
descumpre o plano diretor municipal. Nesse caso, o pagamento da indenização será feito através de títulos 
da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez 
anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. Antes 
da efetiva desapropriação, o Poder Público municipal pode exigir que o particular promova seu adequado 
aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de parcelamento ou edificação compulsórios e cobrança de 
imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) progressivo no tempo. 
Gabarito: alternativa E. 
14. (FCC – TCE-AM/2015) Imagine que a Administração pública pretenda ampliar uma escola cujo 
projeto foi há anos aprovado para um terreno menor no perímetro do Município. Para tanto, foi exigido 
que o projeto fosse aditado para a inclusão de área, para posterior unificação, a fim de que lá seja 
implantada uma área de preservação ambiental, como medida compensatória, especialmente pelo 
aumento do tráfego de veículos. A área pertence a um particular. Essa área complementar, portanto, 
deverá ser 
a) adquirida com dispensa de licitação, ainda que seu proprietário tenha hipotecado o imóvel, visto que há 
preferência pela aquisição direta, que liberará os ônus e garantias reais incidentes sobre o bem. 
b) desapropriada, precedida de declaração de utilidade pública, tendo em vista que a aquisição da área 
viabilizará a instalação de importante equipamento para a sociedade. 
c) requisitada administrativamente, diferindo-se a indenização para o momento da construçãoda escola, 
uma vez que o contrato de obras poderá suprir financeiramente a deficiência estrutural do equipamento 
público. 
d) objeto de incidência de limitação administrativa, que se equipara a desapropriação amigável, tendo em 
vista que aquela modalidade de intervenção é suficiente para garantir a compensação ambiental exigida, 
sem o correspondente dispêndio de recursos econômico financeiros. 
e) tombada, intervenção que prescinde de indenização, porque permite que a propriedade remanesça sendo 
do particular, a quem incumbirá a preservação da área. 
Comentário: 
Pelos comandos passados pelo enunciado, podemos concluir com facilidade que se trata de hipótese de 
desapropriação. Isso porque o Poder Público necessita se apropriar de terreno particular, para que possa 
implementar obras e serviços que irão beneficiar a coletividade como um todo. Não basta uma mera 
restrição por parte do Estado, havendo a necessidade da transferência da propriedade do terceiro para si. 
Gabarito: alternativa B. 
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15. (FCC – TJ-AL/2015) A Súmula 652 do Supremo Tribunal Federal tem o seguinte enunciado: Não 
contraria a Constituição o art. 15, § 1°, do Decreto-lei n° 3.365/1941 (Lei da Desapropriação por Utilidade 
Pública). Já o citado art. 15, é assim redigido: Se o expropriante alegar urgência e depositar quantia 
arbitrada de conformidade com o art. 874 do Código de Processo Civil, o juiz mandará imiti-lo 
provisoriamente na posse dos bens. E seu § 1°prevê que a imissão provisória poderá ser feita, 
independente da citação do réu, mediante o depósito de quantia fixado por certos critérios, que não 
necessariamente levam ao preço real do bem, eis que ainda não proferida sentença. É argumento 
consistente com a polêmica que ocasionou o posicionamento do STF, ao final sumulado, o fato de a 
Constituição Federal 
a) vedar que o poder público pague pelo bem antes da efetiva aquisição de sua propriedade. 
b) determinar que o pagamento da indenização, em ação de desapropriação, dê-se pelo sistema de 
precatórios. 
c) exigir que a ação de desapropriação submeta-se ao devido processo legal. 
d) prever que, em regra, a desapropriação ocorra mediante justa e prévia indenização em dinheiro. 
e) estabelecer que a imissão provisória na posse dê-se mediante processo administrativo. 
Comentário: 
Em regra, a posse do expropriante sobre o bem expropriado só deve ocorrer quando o procedimento de 
desapropriação estiver concluído, efetuando-se a transferência do bem, após o correspondente pagamento 
da indenização. Ademais, de acordo com a Constituição Federal, a regra é que a indenização seja justa, prévia 
e em dinheiro. No caso narrado, o primeiro problema é que está sendo permitida a imissão na posse do bem 
sem o pagamento prévio e justo de indenização. O segundo é que a indenização deveria abranger o valor 
atual do bem expropriado, assim como os danos emergentes, os lucros cessantes decorrentes da perda da 
propriedade, além da atualização monetária, das despesas judiciais e dos honorários advocatícios e não por 
critérios abertos que desconsiderem o valor do bem, como dito no enunciado. 
Gabarito: alternativa D. 
16. (FCC – TRT-3ª Região(MG)/2015) Uma autarquia estadual que atua na área previdenciária é 
proprietária de vasto patrimônio imobiliário, especialmente porque fazia parte da política de gestões 
anteriores o financiamento de imóveis residenciais e comerciais para servidores públicos, especialmente 
em regiões com necessidade de revitalização. Assim, referida autarquia era proprietária de um casarão na 
região central de determinado município, construído no início do século XX. O Município, ouvindo rumores 
de que a autarquia pretendia alienar seu patrimônio que não estivesse formalmente destinado às 
finalidades institucionais do ente, providenciou regular procedimento e, por meio de seu órgão 
competente, editou Resolução tombando o imóvel. O imóvel, apurou-se posteriormente, já era tombado 
pelo órgão estadual competente. Diante desse cenário, 
a) a autarquia pode impugnar o tombamento, tendo em vista que o Município não poderia decretar o 
tombamento de bens pertencentes a pessoas jurídicas de direito público, tendo em vista que o tombamento 
constituiu uma limitação à propriedade privada. 
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b) o Município somente poderia tombar o bem da autarquia caso não houvesse tombamento anterior, tendo 
em vista que sobre o mesmo imóvel não podem se sobrepor duas intervenções à propriedade. 
c) não obstante a autarquia tenha personalidade jurídica híbrida e seus bens estejam sujeitos ao regime 
jurídico de direito privado, o tombamento estadual prefere ao tombamento municipal, que fica por aquele 
ato absorvido. 
d) a alienação onerosa do bem tombado ficou inviabilizada, tendo em vista que limitação à propriedade 
dessa natureza impõe gravame ao proprietário e exige que a propriedade do bem remanesça sendo de 
pessoa jurídica de direito público. 
e) o tombamento municipal, cuja imposição seguiu trâmite regular, permanece válido, tendo em vista que 
sobre o mesmo bem, ainda que pertencente a pessoa jurídica de direito público, pode existir mais de uma 
limitação daquela natureza, desde que compatíveis, cabendo ao proprietário observar as posturas e 
restrições impostas pelos dois entes federados. 
Comentário: 
O tombamento é uma forma de intervenção parcial na propriedade, pois impede o particular de exercer 
todos os direitos inerentes ao domínio do imóvel, uma vez que ficará obrigado a conservar as características 
do bem, em defesa da preservação dos bens de valor cultural, histórico, arqueológico, artístico, turístico e 
paisagístico. Sabemos que a competência para efetuar o tombamento é concorrente entre os entes 
federados. Assim, de acordo com o interesse – local, regional, ou nacional –, o patrimônio poderá ser 
desapropriado por cada um dos entes da Federação. Nesse sentido, um único bem poderá ser de interesse 
para a história, arte e cultura em âmbito nacional, regional e local, podendo ser tombado por mais de um 
ente da Federação, exatamente como no caso da questão. Assim, o tombamento municipal permanece 
válido, sendo que o proprietário deverá observar as posturas e restrições impostas pelos dois entes 
federados. 
Gabarito: alternativa E. 
17. (FCC – TRT-3ª Região(MG)/2015) A propósito das características da servidão administrativa, é 
INCORRETO afirmar que 
a) pode gravar bens do domínio público. 
b) é instituída em favor de um serviço público ou um bem afetado a fins de utilidade pública. 
c) o titular do direito é o Poder Público ou seus delegados, isto é, pessoas jurídicas públicas ou privadas 
autorizadas por lei ou por contrato. 
d) pode, excepcionalmente, ser objeto de alienação e penhora. 
e) independe da concordância do particular proprietário do imóvel onde é instituída. 
Comentário: 
a) o objeto da servidão administrativa é a propriedade imóvel e bens privados, mas também se admite 
instituir servidão sobre os bens públicos, desde que respeitada a “hierarquia” entre os entes federados – 
CORRETA; 
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b) a servidão administrativa autoriza o poder público a usar propriedade imóvel para permitir a execução de 
obras e serviços de interesse coletivo – CORRETA; 
c) isso mesmo. O Estado detém competência para declarar de necessidade ou utilidade pública, para fins de 
instituição de servidãoadministrativa, os bens necessários à execução de serviço ou obra pública, 
promovendo-a diretamente ou mediante outorga de poderes à concessionária, caso em que será desta a 
responsabilidade pelas indenizações cabíveis (art. 29, IX, Lei 8.987/95) – CORRETA; 
d) a regra é o caráter permanente da servidão, não havendo que se falar em alienação ou penhora. 
Lembrando, apenas, que ela poderá ser extinta em decorrência de fatos supervenientes, como, por exemplo, 
o desaparecimento do bem gravado com a servidão – ERRADA; 
e) quando o particular não concordar com a servidão e não aceitar fazer por acordo com o Estado, será 
instituída por sentença judicial – CORRETA. 
Gabarito: alternativa D. 
Concluímos por hoje. Espero por vocês em nosso próximo encontro! 
Bons estudos. 
HERBERT ALMEIDA. 
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Se preferir, basta escanear as figuras abaixo: 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA 
1. (FCC – DPE-RS/2017) Necessitando o Poder Público implantar uma importante obra viária, 
incluindo a construção de uma rodovia para interligação de três municípios, deparou-se com a existência 
de áreas ocupadas no trajeto, em sua maioria imóveis regularizados. Em razão desse aspecto, o Poder 
Público 
a) deve alterar o traçado da rodovia para não atingimento de trechos ocupados, caso esses imóveis tenham 
características urbanas, sirvam à efetiva residência de seus proprietários e constituam única propriedade dos 
mesmos. 
b) pode adquirir todas as propriedades onerosamente, pelo valor que seus proprietários atribuírem e 
demonstrarem, a fim de que a desocupação seja voluntária, sob pena do emprego de poder de polícia para 
desocupação, que difere o acordo quanto à precificação dos imóveis. 
c) pode desapropriar os imóveis, mediante prévia indenização em dinheiro pelo valor de mercado, 
demonstrado em avaliação técnica, a fim de garantir a adequada equivalência e viabilizar a realocação dos 
proprietários em outro local. 
d) deve desapropriar os imóveis, mediante justa e prévia indenização, parte em dinheiro e parte mediante 
expedição de precatório, mostrando-se inviável qualquer alteração de traçado ou acordo, tendo em vista a 
importância da obra de infraestrutura e seu cronograma de implantação. 
e) pode requisitar administrativamente as áreas, diante da urgência e da finalidade da desocupação, 
apurando-se, na sequência, o valor de mercado dos imóveis e, no caso de discordância entre as partes, 
recorrendo-se à via judicial. 
2. (FCC – PC-AP/2017) Em uma área de expansão urbana determinado Município está providenciando 
a instalação de equipamentos públicos, a fim de que o crescimento populacional se dê de forma ordenada 
e sustentável. Durante a construção de uma unidade escolar, apurou-se que não seria possível executar a 
solução de esgoto originalmente idealizada, que contempla um emissário de esgoto, mostrando-se 
necessária a identificação de outra alternativa pela Administração pública. Dentre as possíveis, pode o 
Município em questão 
a) promover, demonstrada a viabilidade técnica, a instalação de emissário de esgoto para ligação com o 
sistema já existente, utilizando-se, para tanto, da instituição de uma servidão administrativa. 
b) realizar uma licitação específica para elaboração e execução de projeto de instalação do emissário de 
esgoto, independentemente do valor, dado seu caráter emergencial. 
c) lançar mão da requisição administrativa, para imediata imissão na posse do terreno necessário para 
implementação das obras, diferindo-se a indenização devida. 
d) desapropriar judicialmente a faixa de terreno necessária à implementação do emissário de esgoto, tendo 
em vista que o ajuizamento da ação já autoriza a imissão na posse do terreno objeto da demanda. 
e) instituir uma servidão de passagem, sob o regime do código civil, tendo em vista que dispensa a anuência 
do dono do terreno e de prévia indenização, apurando-se o valor devido após a instalação do equipamento, 
que indicará o nível de restrição ao uso da propriedade. 
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3. (FCC – DPE-SC/2017) O tombamento é um instituto do direito administrativo brasileiro, sendo que 
a seu respeito é correto concluir que 
a) o Poder Judiciário é o que tem a missão de desfazer o tombamento, quando for o caso. 
b) o bem tombado é bem que pode ser livremente transacionado, não aplicando-se ao Estado o direito de 
preferência. 
c) o tombamento será considerado provisório ou definitivo, conforme esteja o respectivo processo iniciado 
pela notificação ou concluído pela inscrição dos bens. 
d) o tombamento pode ser voluntário ou compulsório, naquele o agente consente com o tombamento, neste 
o instituto depende de intervenção judicial. 
e) não há tombamento instituído pelo texto constitucional. 
4. (FCC – PGE-MT/2016) A respeito das chamadas “desapropriação-sanção”, por descumprimento da 
função social da propriedade, é INCORRETO afirmar: 
a) Prescindem de pagamento de indenização ao proprietário do imóvel desapropriado, visto que têm, 
justamente, caráter sancionador. 
b) Aplicam-se a propriedades rurais ou urbanas. 
c) Demandam pagamento de justa indenização, embora não em dinheiro. 
d) Pressupõem, dentre outros requisitos, o inadequado aproveitamento da propriedade. 
e) São executadas mediante devido processo legal. 
5. (FCC – SEGEP-MA/2016) A legislação vigente sobre desapropriação 
a) permite, quando se tratar de desapropriação para fins de urbanização ou reurbanização, realizada 
mediante concessão, que o concessionário aplique a receita decorrente da revenda ou utilização imobiliária 
em projeto associado, desenvolvido por sua conta e risco, garantido ao poder concedente no mínimo o 
ressarcimento dos desembolsos com indenizações, quando estas ficarem sob sua responsabilidade. 
b) estabelece a competência exclusiva das pessoas políticas para promover a declaração de interesse público 
ou de interesse social. 
c) permite a desapropriação de pessoas jurídicas, ressalvando a necessidade de prévia autorização do 
Presidente da República, quando se tratar de instituições e empresas cujo funcionamento dependa de 
autorização do Governo Federal e se subordine à sua fiscalização. 
d) considera como hipótese de interesse social a criação e melhoramento de centros de população. 
e) permite que seja renovada a alegação de urgência uma única vez, quando houver expirado o prazo de 
cento e vinte dias para requerer imissão provisória na posse. 
6. (FCC – DPE-BA/2016) A chamada “desapropriação para política urbana” é uma espécie de 
desapropriação de competência dos municípios, conforme artigo 182 da Constituição Federal de 1998 e a 
Lei nº 10.257 de 2001. São condições para a utilização do instrumento de desapropriação nessa 
modalidade: 
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a) O ato administrativo reconhecendo a utilidade e necessidade pública, o interesse social naquele imóvel, 
especificação no plano diretor da área em que o imóvel está inscrito, o pagamento de indenização prévia, 
justa e em dinheiro. 
b) Especificação no plano diretor da área em que o imóvel está inscrito, lei municipal autorizando tal medida, 
e que o proprietário não atenda às medidas anteriores que a lei determina. 
c) O ato administrativoreconhecendo a utilidade e necessidade pública e o interesse social naquele imóvel. 
d) O ato administrativo reconhecendo a utilidade e necessidade pública, o interesse social naquele imóvel e 
o pagamento de indenização prévia, justa e em dinheiro. 
e) Especificação no plano diretor da área em que o imóvel está inscrito, lei federal autorizando tal medida, o 
pagamento de indenização prévia, justa e em dinheiro. 
7. (FCC – Prefeitura de Teresina-PI/2016) Município pretende delegar à iniciativa privada, pelo prazo 
de quinze anos, as atividades de duplicação, reforma, manutenção e operação de rodovia municipal. Para 
tanto, o Prefeito decreta a utilidade pública, para fins de desapropriação, dos imóveis necessários a tais 
atividades, especialmente a de duplicação da rodovia municipal. E, ainda, prevê, no instrumento 
convocatório da licitação para a concessão da rodovia, que a concessionária vencedora do certame terá, 
entre suas obrigações, a de promover as ações de desapropriação necessárias à consecução do objeto. 
Analisando-se o conjunto de soluções adotadas pela municipalidade, conclui-se que ele envolve medidas 
a) lícitas, tais quais a delegação da exploração de rodovia e o decreto de utilidade pública para fins de 
desapropriação, por serem ambas medidas amparadas na Constituição e nas leis do País, porém, também 
medida ilícita, consistente na delegação da promoção das ações de desapropriação à concessionária privada, 
para que exerça autoridade pública em benefício próprio, o que caracteriza a prática de ato de improbidade 
administrativa, nos termos da Constituição Federal e da Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992. 
b) ilícitas, pois desassiste ao Município a possibilidade jurídica de extinguir propriedades privadas, mediante 
desapropriação, para colocá-las a serviço de interesses privados, como os da futura empresa concessionária 
de rodovia. 
c) lícitas, como a expedição do decreto de utilidade pública para fins de desapropriação, mas também outras 
ilícitas, como a delegação a empresa do setor privado, não estatal, da atividade de promoção das ações de 
desapropriação, tendo em vista a indelegabilidade do poder de polícia municipal. 
d) ilícitas, como a expedição do decreto de utilidade pública, para fins de desapropriação, por impossível o 
enquadramento da ampliação de rodovia nalguma das hipóteses legalmente admitidas de desapropriação, 
ou, ainda, como a delegação da exploração da rodovia à iniciativa privada, por violar o art. 175 da 
Constituição Federal, segundo o qual incumbe ao Poder Público a exploração de serviços públicos, que, no 
caso, são serviços rodoviários. 
e) lícitas, tais quais a delegação da exploração de rodovia, a expedição do decreto de utilidade pública para 
fins de desapropriação e a delegação da obrigação de promover as necessárias ações de desapropriação à 
concessionária, por serem todas amparadas na Constituição e nas leis do País. 
8. (FCC – Prefeitura de Teresina-PI/2016) O tombamento é ato de intervenção estatal na propriedade 
que implica, ao proprietário, o dever de preservá-la em todas as suas características declaradas como 
portadoras de significativo valor histórico, cultural, artístico ou paisagístico, tornando-a, assim, parte 
integrante do patrimônio cultural brasileiro. Para tal preservação cumpre ao proprietário do bem tombado 
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a) eximir-se de custear as medidas de preservação, visto que, em se tratando de bem integrante do 
patrimônio cultural brasileiro, cumpre ao Estado, titular desse patrimônio, e não mais ao particular, custeá-
las integralmente. 
b) arcar integralmente com os custos de preservação, salvo se declarar que não dispõe de recursos para 
tanto, hipótese em que o Estado deverá lhe assistir. 
c) arcar integralmente com os custos de preservação, jamais lhe socorrendo o direito de obter assistência 
estatal para esse custeio. 
d) arcar integralmente com os custos de preservação, podendo, todavia, alterá-lo significativamente se tal 
medida objetivar angariar recursos que permitam a melhor preservação da parcela remanescente. 
e) repartir sempre com o Estado os custos de preservação, por tratar-se de propriedade afeta a interesses 
tanto públicos como privados. 
9. (FCC – Prefeitura de Teresina-PI/2016) Uma concessionária prestadora de serviço público de 
distribuição de gás precisa ampliar a rede subterrânea sob sua operação em determinado trecho, para 
disponibilizar o acesso a mais localidades. Elaborado o projeto e identificados os imóveis, todos 
particulares, a empresa precisa instrumentalizar a instalação da infraestrutura. O instituto jurídico 
adequado para viabilizar o projeto da concessionária é a 
a) requisição administrativa, visto que o serviço público permite que a concessionária requisite as áreas 
particulares necessárias à prestação do serviço público de utilidade geral. 
b) limitação administrativa, pois a restrição será temporária, apenas para a instalação da tubulação 
subterrânea, devolvendo-se a superfície ao proprietário ao término da obra. 
c) desapropriação, pois a obra deixará inaproveitável o imóvel por completo, sendo obrigatório, por lei, que 
o poder público adquira as áreas necessárias a instalação de infraestrutura para prestação de serviços 
públicos. 
d) servidão administrativa, instituída em favor do serviço público, mediante indenização aos proprietários 
pela redução do aproveitamento de suas propriedades, em razão da obra ser subterrânea. 
e) ocupação temporária, mediante remuneração proporcional, tendo em vista que a utilização do imóvel 
perdurará apenas pelo tempo necessário a instalação da infraestrutura, restituindo-se os imóveis ao término. 
10. (FCC – PGE-MT/2016) O tombamento, regido no âmbito federal pelo Decreto-lei no 25/37, é uma 
das formas admitidas pelo direito brasileiro de intervenção na propriedade. A propósito de tal instituto, 
a) não é aplicável aos bens públicos, pois incide somente sobre propriedades de particulares. 
b) toda e qualquer obra de origem estrangeira está imune ao tombamento, por não pertencer ao patrimônio 
histórico e artístico nacional. 
c) não mais subsiste no direito vigente o direito de preferência, previsto no texto original do Decreto-lei no 
25/37 e estatuído em favor da União, dos Estados e Municípios. 
d) uma vez efetuado o tombamento definitivo, ele é de caráter perpétuo, somente podendo ser cancelado 
em caso de perecimento do bem protegido. 
e) a alienação do bem imóvel tombado depende de prévia anuência do órgão protetivo que procedeu à 
inscrição do bem no respectivo livro de tombo. 
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11. (FCC – TJ-PI/2015) Considere a seguinte afirmação: “O tombamento é constituído mediante ato do 
Poder Executivo que, observada a legislação pertinente, estabelece o alcance da limitação ao direito de 
propriedade, ato emanado do Poder Legislativo não podendo alterar essas restrições”. De acordo com o 
ordenamento jurídico brasileiro vigente, tal como compreendido pelo Supremo Tribunal Federal, a 
afirmação está 
a) incorreta, eis que o tombamento é um ato misto, cabendo ao Poder Executivo decretá-lo após o Poder 
Legislativo haver fixado as limitações a incidirem sobre o bem no caso concreto. 
b) incorreta, eis que, em face do princípio da legalidade, o Poder Legislativo pode interferir em qualquer 
matéria. 
c) correta, eis que ao Poder Legislativo não cabe praticar atos que, em caráter individual e concreto, digam 
respeito a limitações ao exercício do direito de propriedade. 
d) incorreta, eis que o tombamento, em regra, é veiculado por ato do PoderLegislativo. 
e) correta, eis que o ato do Poder Legislativo, alterando tombamento concretamente fixado por ato do Poder 
Executivo, seria incompatível com o princípio da harmonia entre os Poderes. 
12. (FCC – DPE-SP/2015) Relativamente à intervenção do Estado na propriedade privada, 
a) as limitações administrativas se consubstanciam em atos administrativos de caráter individual, mediante 
os quais o Poder Público impõe posturas positivas, negativas ou, ainda, permissivas, com a finalidade de 
adequar o dado imóvel à sua função social. 
b) por não ensejar a perda da propriedade e em vista da supremacia do interesse público sobre o particular, 
a servidão administrativa não comporta a possibilidade de indenização ao proprietário do imóvel, mesmo no 
caso de esse suportar prejuízos. 
c) o instituto da ocupação temporária recairá sobre bem imóvel com a finalidade de permitir ao poder 
público executar serviços, existindo ou não perigo público iminente a ser confrontado. A exemplo da servidão 
administrativa, a ocupação temporária é direito real e, assim, deverá ser levada a registro no cartório de 
registro de imóveis para gerar efeitos. 
d) o ato de tombamento implica restrições ao uso do bem móvel e imóvel por seu proprietário ou possuidor, 
que deverá conservá-lo segundo as características culturais que motivaram sua proteção. No caso de 
tombamento de bens imóveis, o proprietário que não possuir recursos financeiros suficientes para realizar 
obras de preservação ou de conservação deverá informar tal fato à autoridade competente, que deverá 
proceder à mencionada obra, vedada a desapropriação. 
e) ao contestar ação de desapropriação, o Defensor Público somente poderá versar sobre vícios do processo 
judicial ou impugnar o preço apresentado pelo expropriante, vedada a reconvenção. 
13. (FCC – DPE-MA/2015) A Constituição Brasileira estabeleceu modalidade especial de 
desapropriação, pelo descumprimento da função social da propriedade urbana, estatuindo, a propósito, 
que 
a) a indenização será paga mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado 
Federal, com prazo de resgate de até vinte anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor 
real da indenização e os juros legais. 
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b) cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o 
processo judicial de desapropriação. 
c) são insuscetíveis de desapropriação a pequena propriedade urbana, qual seja, a área urbana de até 
duzentos e cinquenta metros quadrados. 
d) nas regiões metropolitanas instituídas por lei complementar, competirá ao Estado promover essa espécie 
de desapropriação. 
e) para exigir o adequado aproveitamento de área urbana em seu território, não basta que o Município tenha 
incluído tal área em seu plano diretor. 
14. (FCC – TCE-AM/2015) Imagine que a Administração pública pretenda ampliar uma escola cujo 
projeto foi há anos aprovado para um terreno menor no perímetro do Município. Para tanto, foi exigido 
que o projeto fosse aditado para a inclusão de área, para posterior unificação, a fim de que lá seja 
implantada uma área de preservação ambiental, como medida compensatória, especialmente pelo 
aumento do tráfego de veículos. A área pertence a um particular. Essa área complementar, portanto, 
deverá ser 
a) adquirida com dispensa de licitação, ainda que seu proprietário tenha hipotecado o imóvel, visto que há 
preferência pela aquisição direta, que liberará os ônus e garantias reais incidentes sobre o bem. 
b) desapropriada, precedida de declaração de utilidade pública, tendo em vista que a aquisição da área 
viabilizará a instalação de importante equipamento para a sociedade. 
c) requisitada administrativamente, diferindo-se a indenização para o momento da construção da escola, 
uma vez que o contrato de obras poderá suprir financeiramente a deficiência estrutural do equipamento 
público. 
d) objeto de incidência de limitação administrativa, que se equipara a desapropriação amigável, tendo em 
vista que aquela modalidade de intervenção é suficiente para garantir a compensação ambiental exigida, 
sem o correspondente dispêndio de recursos econômico financeiros. 
e) tombada, intervenção que prescinde de indenização, porque permite que a propriedade remanesça sendo 
do particular, a quem incumbirá a preservação da área. 
15. (FCC – TJ-AL/2015) A Súmula 652 do Supremo Tribunal Federal tem o seguinte enunciado: Não 
contraria a Constituição o art. 15, § 1°, do Decreto-lei n° 3.365/1941 (Lei da Desapropriação por Utilidade 
Pública). Já o citado art. 15, é assim redigido: Se o expropriante alegar urgência e depositar quantia 
arbitrada de conformidade com o art. 874 do Código de Processo Civil, o juiz mandará imiti-lo 
provisoriamente na posse dos bens. E seu § 1°prevê que a imissão provisória poderá ser feita, 
independente da citação do réu, mediante o depósito de quantia fixado por certos critérios, que não 
necessariamente levam ao preço real do bem, eis que ainda não proferida sentença. É argumento 
consistente com a polêmica que ocasionou o posicionamento do STF, ao final sumulado, o fato de a 
Constituição Federal 
a) vedar que o poder público pague pelo bem antes da efetiva aquisição de sua propriedade. 
b) determinar que o pagamento da indenização, em ação de desapropriação, dê-se pelo sistema de 
precatórios. 
c) exigir que a ação de desapropriação submeta-se ao devido processo legal. 
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==2002c0==
d) prever que, em regra, a desapropriação ocorra mediante justa e prévia indenização em dinheiro. 
e) estabelecer que a imissão provisória na posse dê-se mediante processo administrativo. 
16. (FCC – TRT-3ª Região(MG)/2015) Uma autarquia estadual que atua na área previdenciária é 
proprietária de vasto patrimônio imobiliário, especialmente porque fazia parte da política de gestões 
anteriores o financiamento de imóveis residenciais e comerciais para servidores públicos, especialmente 
em regiões com necessidade de revitalização. Assim, referida autarquia era proprietária de um casarão na 
região central de determinado município, construído no início do século XX. O Município, ouvindo rumores 
de que a autarquia pretendia alienar seu patrimônio que não estivesse formalmente destinado às 
finalidades institucionais do ente, providenciou regular procedimento e, por meio de seu órgão 
competente, editou Resolução tombando o imóvel. O imóvel, apurou-se posteriormente, já era tombado 
pelo órgão estadual competente. Diante desse cenário, 
a) a autarquia pode impugnar o tombamento, tendo em vista que o Município não poderia decretar o 
tombamento de bens pertencentes a pessoas jurídicas de direito público, tendo em vista que o tombamento 
constituiu uma limitação à propriedade privada. 
b) o Município somente poderia tombar o bem da autarquia caso não houvesse tombamento anterior, tendo 
em vista que sobre o mesmo imóvel não podem se sobrepor duas intervenções à propriedade. 
c) não obstante a autarquia tenha personalidade jurídica híbrida e seus bens estejam sujeitos ao regime 
jurídico de direito privado, o tombamento estadual prefere ao tombamento municipal, que fica por aquele 
ato absorvido. 
d) a alienação onerosa do bem tombado ficou inviabilizada, tendo em vista que limitação à propriedade 
dessa natureza impõe gravame ao proprietário e exige que a propriedade do bem remanesça sendo de 
pessoa jurídica de direito público. 
e) o tombamento municipal, cuja imposição seguiu trâmite regular, permanece válido, tendo em vista que 
sobre o mesmo bem,ainda que pertencente a pessoa jurídica de direito público, pode existir mais de uma 
limitação daquela natureza, desde que compatíveis, cabendo ao proprietário observar as posturas e 
restrições impostas pelos dois entes federados. 
17. (FCC – TRT-3ª Região(MG)/2015) A propósito das características da servidão administrativa, é 
INCORRETO afirmar que 
a) pode gravar bens do domínio público. 
b) é instituída em favor de um serviço público ou um bem afetado a fins de utilidade pública. 
c) o titular do direito é o Poder Público ou seus delegados, isto é, pessoas jurídicas públicas ou privadas 
autorizadas por lei ou por contrato. 
d) pode, excepcionalmente, ser objeto de alienação e penhora. 
e) independe da concordância do particular proprietário do imóvel onde é instituída. 
 
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GABARITO 
 
1. C 11. E 
2. A 12. E 
3. C 13. E 
4. A 14. B 
5. A 15. D 
6. B 16. E 
7. E 17. D 
8. B 
9. D 
10. C 
REFERÊNCIAS 
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª Ed. Rio de Janeiro: 
Método, 2011. 
 
ARAGÃO, Alexandre Santos de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2012. 
 
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 31ª Ed. São Paulo: Malheiros, 2014. 
 
BARCHET, Gustavo. Direito Administrativo: teoria e questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 
 
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014. 
 
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014. 
 
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014. 
 
MEIRELLES, H.L.; ALEIXO, D.B.; BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39ª Ed. São Paulo: 
Malheiros Editores, 2013. 
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