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1 
 
BIBLIOLOGIA 
A FORMAÇÃO DO CÂNON DO AT E NT. 
1. CÂNON. 
A palavra cânon deriva do grego “kanõn” (cana, régua), que, por sua vez, se 
origina do hebraico “kanéh”, “vara ou cana de medir” (Ez. 40:3; 42:16). Mesmo 
em época anterior ao cristianismo, essa palavra era usada de modo mais 
amplo, com o sentido de padrão ou norma, além de cana ou unidade de 
medida. 
O Novo Testamento emprega o termo em sentido figurado, referindo-se a 
padrão ou regra de conduta. “O cânon das Escrituras é a lista de todos os 
livros que pertencem à Bíblia.” (GRUDEM, pág. 28). É a “regra de fé”, os escritos 
normativos, as Escrituras autorizadas, imbuídas de autoridade; é o padrão, 
pelo qual tudo o mais deve ser julgado; é a norma que governa a fé e a 
conduta.; daí tomou o sentido de norma, padrão ou regra (Gl.6:16; Cl. 4:18; 
Fp.3:16; Ap.21:15). 
Visto que esses livros vieram da parte de Deus, eram inspirados, então 
Sagrados e revestidos de sua autoridade. Sendo sagrados e dotados de 
autoridade divina, eram canônicos, por isso normativos para o fiel israelita. Era 
dito que eram “livros que sujavam as mãos” daqueles que ousassem tocá-los, 
as deixavam impuras (Lv. 6:27 16:23, 26,28). Dizer que as Escrituras tornam as 
mãos impuras era para proteger do uso descuido e da irreverência. 
A inspiração de Deus num livro é que determina sua canonicidade (primeiro 
critério de canonicidade). Deus dá autoridade divina a um livro, e os homens 
de Deus a reconhecem. Deus revela, e seu povo reconhece o que o Senhor 
revelou. A canonicidade é determinada por Deus e reconhecida pelos 
homens de Deus. Um livro é importante porque é canônico e é canônico 
porque é inspirado por Deus. 
A Canonização de um livro da Bíblia não significa que o povo judeu ou a igreja 
tenha dado a esse livro a sua autoridade canônica; antes significa que sua 
autoridade, já tendo sido estabelecida, foi consequentemente reconhecida 
2 
 
e assim declarada. A canonização é o reconhecimento de um escrito como 
sendo divinamente inspirado. 
“Os livros canônicos são aqueles necessários para a fé e a prática dos crentes 
de todas as gerações.” (GEISLER & NIX, pág. 255). 
A crença cristã histórica é que o Espírito Santo, presidiu à formação de cada 
um dos livros, também lhes dirigiu a seleção e incorporação, continuando 
assim a cumprir à promessa do Senhor de que ele guiaria os discípulos a toda 
verdade (João 16:13). 
 
2. O CÂNON DO AT. 
De onde surgiu a ideia de que o povo de Deus deve preservar uma coleção 
de palavras escritas de Deus? A própria Bíblia dá testemunho do 
desenvolvimento histórico do cânon do Antigo Testamento. 
A comunidade judaica agrupou e preservou as escrituras consideradas 
sagradas desde o tempo de Moisés. A coleção mais antiga das palavras de 
Deus eram os Dez Mandamentos. O próprio Deus tendo acabado de falar com 
ele no monte Sinai, deu a Moisés as duas tábuas do Testemunho, tábuas de 
pedra, escritas pelo dedo de Deus (Êx 31:18; 32:16; Dt 4:13; 10:4). Os Dez 
Mandamentos, portanto, constituem o início do cânon bíblico; inicialmente 
guardada dentro da Arca da Aliança (Dt 10:5; 31:24-26) e depois no interior 
do Templo (2ªRs 22:8). 
A referência constante à Lei de Moisés por quase todos os livros canônicos 
depois do seu tempo mostra que seus escritos se tornaram a “pedra-de-toque” 
dos escritos que viriam, nenhum escrito poderia contradizer a Torá (critério de 
canonicidade). 
Livros do período profético. 
A coleção de palavras de Deus, dotadas de autoridade absoluta, aumentou 
ao longo da história de Israel. 
3 
 
• Moisés, Êx 17:14; 24:4; 31:18; 32:16; 34:27; 34:1,28; Nm 33.2; Dt 31:9-13, 16, 
22-26: 34:1,24-28. 
• Josué também ampliou a coleção das palavras escritas de Deus (Js 
24:26). 
Mais tarde, outros em Israel, aqueles que exerciam o ofício de profeta, 
acrescentaram palavras da parte de Deus: 
• Profeta Samuel (1ªSm 10:25), Natã e Gade (1ªCr 29:29), Semaías e Ido 
(2Cr 12:15; 13:22); Jeú (2ªCr. 20:34;1ªRs 16:7), Isaías (Is. 30:8; 2ªCr. 26:22; 
32:32), Jeremias (Jr 30:2; 36:2-4; 27:31; 51:60). 
• O conteúdo do cânon do Antigo Testamento continuou aumentando 
até o fim do processo de escrita. Tendo os profetas Ageu (520 a.C.), 
Zacarias (520-518 a.C, talvez com material acrescentado depois de 480 
a.C.) e Malaquias (435 a.C.), os últimos profetas e o fechamento do 
cânon do Antigo Testamento (Zacarias 13:2-5; Malaquias 4:5). Assim 
somente os livros escritos de Moisés a Malaquias, na sucessão dos 
profetas hebreus eram considerados canônicos (critério canonicidade); 
ser escrito por um profeta de Deus (Ef. 2:20). 
Um profeta (gr. prophḗtēs) declara a mente (mensagem) de Deus, que às 
vezes prevê o futuro (predição), mais comumente, fala sua mensagem para 
uma situação específica. É alguém inspirado por Deus para predizer ou 
anunciar (anunciar) a Palavra de Deus, é o porta voz de Deus para os homens 
(Am. 3:8; Nm. 22:18). 
Na Bíblia, a profecia é uma mensagem divinamente revelada, por isso uma 
revelação, que servia, ou serve no que ser refere a Bíblia, para: 
• Ensinar, sobre Deus e seu relacionamento com a humanidade; 
• Confrontar, expor o pecado e chamar ao arrependimento; 
• Alertar, sobre os perigos de continuar no pecado; 
• Guiar, revelar o que as pessoas deveriam fazer; e 
• Prever, acontecimentos futuros. 
4 
 
O profeta recebia a mensagem diretamente de Deus (Números 12:6). Essa 
mensagem podia vir na forma de visão, sonho ou palavras. O profeta 
transmitia a mensagem pregando, escrevendo ou através de suas ações. O 
trabalho do profeta era muito sério, porque tinha a responsabilidade de 
transmitir a profecia de maneira correta, sem acrescentar suas ideias ou 
interpretações pessoais. 
O profeta (porta voz) era: um homem de Deus (1Rs.12:22), escolhido; um servo 
(1Rs. 14:18), fiel; um mensageiro (Is. 42:19), envidado; um vidente (Is. 30:9,10), 
que antevia; do Espírito (Os.9:7), falava pelo Espírito; uma sentinela (Ez. 3:17). 
Assim temos os princípios de canonicidade do AT. pode ser sumarizado em: 
• Ser inspirado por Deus; 
• Ter sido escrito por um profeta de Deus, o profeta deveria ser 
confirmado por atos de Deus, ser acompanhado pelo poder de Deus 
em transformar vidas e acontecimentos; 
• Sua palavra deveria se cumprir e a mensagem deveria falar a verdade 
sobre Deus e sobre o relacionamento de Deus com os homens (Dt. 13:1-
3; 18:21,22). 
EXTENSÃO DO CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO 
a. Homologoumena, literalmente “falado a favor”, “coisas acordadas”, 
reconhecidos. São os livros que foram aceitos no cânon sem 
questionamentos. Dos 39 livros 34 tem essa designação. 
b. Antilegomena, do grego ἀντιλεγόμενα, “falado contra” ou 
“controverso”, são escritos cuja autenticidade ou valor canônico foram 
inicialmente contestados: 
• Ester, pela ausência do nome de Deus; 
• Cânticos dos Cânticos, consideravam esse cântico sensual em sua 
essência; 
• Eclesiastes, pelo seu tom cético, “o cântico do ceticismo”; 
5 
 
• Provérbios, centrava-se no fato de alguns dos ensinos do livro 
parecerem incompatíveis com outros provérbios, alegava-se 
incoerência interna; e 
• Ezequiel, porque achava que o livro não estava em harmonia com a lei 
mosaica, e que os primeiros dez capítulos exibiam uma tendência para 
o gnosticismo. 
c. Pseudográficos, “falso escritor”, livros rejeitados por todos como 
autênticos. São aqueles claramente espúrios em seu conteúdo de 
modo geral. Embora afirmem ter sido escritos por autores bíblicos, na 
verdade expressam estilo literário vigente num período muito posterior 
ao encerramento dos escritos proféticos (de 200 a.C. a 200 d.C.). A 
maior parte deles consiste em sonhos, visões e revelações no estilo 
apocalíptico de Ezequiel, Daniel e Zacarias chegando as raias da 
fantasia e magia. 
Obs.: Os católicos os chamam de Apócrifos para os distinguir do outro grupo 
de livros que os protestantes conhecem como apócrifos ou literatura 
apocalíptica.Lendários 1. O livro do Jubileu 
2. Epístola de Aristéias 
3. O livro de Adão e Eva 
4. O martírio de Isaías 
Apocalípticos 1. 1Enoque 
2. Testamento dos doze patriarcas 
3. O oráculo sibilino 
4. Assunção de Moisés 
5. 2Enoque, ou O livro dos segredos de Enoque 
6. 2Baruque, ou O apocalipse siríaco de Baruque* 
7. 3Baruque, ou O apocalipse grego de Baruque 
Didáticos 1. 3Macabeus 
2. 4Macabeus 
3. Pirke Abote 
4. A história de Ahicar 
Poéticos 1. Salmos de Salomão 
2. Salmo 151 
Históricos 1. Fragmentos de uma obra de Sadoque 
 
6 
 
d. Apócrifos, “oculto”, do grego “apokryphos”, “obscuro, escondido”, de 
apo-, “para fora”, mais “kryptein”, “escondido”. A questão diante de 
nós é a seguinte: verificar se os livros eram escondidos a fim de ser 
preservados, porque sua mensagem era profunda e espiritual ou porque 
eram espúrios e de confiabilidade duvidosa. São os escritos judaicos 
não-canônicos originários do período intertestamentário. 
 
 
Gênero Versão revista padrão (RSV) The New American Bible 
Didático 1. Sabedoria de Salomão (c. 30 a.C.) 
2. Eclesiástico (Siraque) (132 a.C.) 
O livro da sabedoria 
 
Eclesiástico 
Religioso 3. Tobias (c. 200 a.C.) Tobias 
Romance 4. Judite (c. 150 a.C.) Judite 
Histórico 5. 1Esdras (c. 150-100 a.C.) 
6. 1Macabeus(c. 110 a.C.) 
7. 2Macabeus (c. 110-70 a.C.) 
3Esdras* 
1Macabeus 
2Macabeus 
Profético 8. Baruque (c. 150-50 a.C.) 
9. Epístola de Jeremias (c. 300-100 a.C.) 
10. 
2Esdras (c. 100 d.C.) 
Baruque 1-5 
Baruque 6 
 
4Esdras* 
Lendário 11. Adições a Ester (140-110 a.C.) 
12. Oração de Azarias (séculos I ou II 
a.C.) (Cântico dos três jovens) 
13. Susana (século I ou II a.C.) 
14. Beie o Dragão (c. 100 a.C.) 
15. Oração de Manassés (século I ou II 
a.C.) 
Ester 10:4-16:24 
 
Daniel 3:24-90" 
Daniel 13" 
Daniel 14" 
Oração de Manasses* 
 
1ª Obs.: Os católicos romanos desde o Concilio de Trento (1545-1563) têm 
aceito esses livros com a ideia de uma deuterocanonicidade. 
Deuterocanônico em vez de apócrifo porque entendem que “acrescentado 
mais tarde ao cânon” (o prefixo deutero significa “segundo”). 
2ª Obs.: Os livros são usados para dar apoio a doutrinas extrabíblicas, com 
relatos fantasiosos e até mesmo heréticos. 
7 
 
• Judite e Tobias contêm erros históricos, cronológicos e geográficos; 
justificam a falsidade e a fraude e faz com que a salvação dependa de 
obras meritórias (Tb. 12:9). 
• Eclesiástico e Sabedoria de Salomão ensinam uma moralidade 
baseada em conveniências. Eclesiástico ensina que dar esmolas 
propicia expiação pelo pecado (3:30). 
• Baruque se diz que Deus ouve as orações dos mortos (3:4). 
• 1ª Macabeus há erros históricos e geográficos e em 2 Macabeus ensina 
oração pelos mortos, (2Mc12:45,46). 
2ª Obs.: A rejeição de 2Esdras é particularmente suspeita, porque contém um 
versículo muito forte contra a oração pelos mortos (2Esdras 7:105) 
Embora os Apócrifos não configurem no cânon dos livros inspirados, não se 
pode despreza-los como se não tivesse valor algum. Quase todos os eruditos 
bíblicos acordam que os apócrifos tem um valor histórico, são uma fonte de 
informação sobre a história e a religião da comunidade judaica no período 
intertestamentário. 
O testemunho do Novo Testamento. Não temos nenhum registro de alguma 
controvérsia entre Jesus e os judeus sobre a extensão do cânon. Ao que 
parece, Jesus e seus discípulos, de um lado, e os líderes judeus ou o povo 
judeu, de outro, estavam plenamente de acordo o cânon do Antigo 
Testamento tinham cessado após os dias de Esdras, Neemias, Ester, Ageu, 
Zacarias e Malaquias. Esse fato é confirmado pelas citações do Antigo 
Testamento feitas por Jesus e pelos autores do Novo Testamento. 
Jesus e os autores do Novo Testamento citam mais de 295 vezes várias partes 
das Escrituras do Antigo Testamento como palavras autorizadas por Deus, mas 
nem uma vez sequer citam alguma declaração extraída dos livros apócrifos 
ou qualquer outro escrito como se tivessem autoridade divina. 
O testemunho da igreja primitiva através dos Pais da Igreja. A mais antiga lista 
cristã dos livros do Antigo Testamento que existe hoje é a de Melito, bispo de 
Sardes, que escreveu em cerca de 170 d.C. Ele não menciona aqui nenhum 
8 
 
livro dos apócrifos, mas inclui todos os atuais livros do Antigo Testamento, 
exceto Ester. 
 
9 
 
 
 
3. O CÂNON DO NT. 
A história do cânon do Novo Testamento é semelhante ao do Antigo mas 
diferem em alguns aspectos. 
Em primeiro lugar, visto que o cristianismo foi desde o começo religião 
internacional, não havia comunidade profética fechada que recebesse os 
livros inspirados e os coligisse em determinado lugar. Faziam-se coleções aqui 
e ali, que se iam completando, logo no início da igreja; não há notícia, 
todavia, da existência oficial de uma entidade que controlasse os escritos 
inspirados. Por isso, o processo mediante o qual todos os escritos apostólicos 
se tornassem universalmente aceitos alguns séculos. Felizmente, dada a 
disponibilidade de textos, há mais manuscritos do cânon do Novo Testamento 
que do Antigo. 
Outra diferença entre a história do cânon do Antigo Testamento, em 
comparação com a do Novo, é que a partir do momento em que as 
discussões resultaram no reconhecimento dos 27 livros canônicos do Novo 
Testamento, não mais houve movimentos dentro do cristianismo no sentido de 
acrescentar ou eliminar livros. 
Como já dissemos, Deus é a fonte da canonicidade, um livro é canônico 
porque é inspirado, e é inspirado porque Deus moveu o interior dos homens 
que o escreveram e moveu as pessoas por intermédio deles. 
Porque preservar os escritos do Novo Testamento? 
• Porque eram inspirados (Ef. 2:20). Uma vez inspirados, são valiosos e por 
serem valiosos devem ser preservados; 
• Exigências da igreja primitiva. Exigências teológicas e éticas (2Tm. 
3:16,17); 
• Exigência apologéticas. O combate as heresias que surgiam; 
10 
 
• Exigência missionária. A necessidade e se traduzir as Escrituras para 
outros idiomas 
• Exigências políticas. As perseguições movidas pelo Estado Romano 
foram um grande motivador para se determinar a canonicidade dos 
escritos e entrar em acordo sobre quais deveriam arriscar suas vidas. 
 
a. O Critério de Canonicidade. 
(1) Inspiração. A igreja reconhecia a inspiração de certos escritos em 
razão de sua autoridade intrínseca. Tornaram-se canônicos por que são 
inspirados e não o contrário. 
(2) Apostolicidade. O escrito deveria ser de autoria de um apóstolo ou 
estar debaixo de sua supervisão. Os apóstolos eram pessoas que 
podiam afirmar: “O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos” (1Jo 1:3); 
eram o incontestável tribunal de apelação. Assim escreveu outro 
apóstolo: “Não vos fizemos saber o poder e a vinda de nosso Senhor 
Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós 
mesmos vimos a sua majestade” (2Pe 1:16). Essa fonte primordial de 
autoridade apostólica era o cânon, “reguá”, mediante o qual a 
primeira igreja escolheu os escritos aos quais obedeceria, pois eram os 
ensinos dos apóstolos (At 2:42). Assim, o “cânon” vivo das testemunhas 
oculares tornou-se o critério mediante o qual os escritos canônicos 
primitivos vieram a ser reconhecidos (Hb 2:3,4). 
(3) Antiguidade. O escrito deveria pertencer a era apostólica. 
(4) Ortodoxia. O escrito tinha que defender o ensino apostólico. O 
ensino já estabelecido pelos apóstolos. O que foi crido em toda parte, 
sempre e por todos. Excluía-se inovações com relação a doutrina, que 
não fora ensinada pelos apóstolos ou por Jesus Cristo (Gálatas 1:7-9). 
(5) Catolicidade ou Universalidade. O escrito não poderia ser de 
conhecimento local somente, teria que ser conhecido na grande 
11 
 
maioria das igrejas; ele tinha que ter uso e circulação na comunidade 
cristã universal. 
A lista mais antiga de livros canônicos do Novo Testamento é o Cânon 
Muratoriano de 170 a.C. 
 
AEXTENSÃO DO CÂNON DO NOVO TESTAMENTO. 
a. Homologoumena, do Novo Testamento, considerados canônicos desde 
o princípio. 
b. Antilegomena, foram aqueles questionados ou contestados, à princípio, 
mas depois aceitos. Cada livro sofreu questionamento por razões 
particulares. 
São eles: 
• Hebreus, foi basicamente a anonimidade do autor que suscitou dúvidas 
sobre Hebreus. Visto que o autor não se identifica e não afirma ter sido 
um dos apóstolos (Hb 2:3). O fato de o autor da carta ser anônimo 
deixou aberta a questão de sua autoridade apostólica. 
• Tiago, como no caso da carta aos Hebreus, o autor da carta atribuída 
a Tiago não afirma ser apóstolo; não puderam atestar que esse era o 
Tiago do círculo apostólico, o irmão de Jesus (At 15 e Gl1). Também 
havia o problema do ensino a respeito da justificação e das obras, 
conforme Tiago o apresenta. O aparente conflito entre seu ensino e o 
de Paulo, sobre a justificação pela fé, representou um peso contra a 
carta de Tiago. 
• 2Pedro, a contestação girou em torno da dúvida quanto à sua 
autenticidade. Há algumas diferenças notáveis de estilo entre as duas 
cartas de Pedro, mas, não obstante os problemas linguísticos e 
históricos, há mais do que amplas razões para que aceitemos 2Pedro 
como livro canônico. 
• 2ª e 3ªJo, o escritor se identifica apenas como "o presbítero"; por causa 
dessa anonimidade e de sua circulação limitada, as cartas não 
12 
 
gozaram de ampla aceitação, ainda que fossem mais amplamente 
aceitas do que 2Pedro. 
• Judas, a maioria da contestação centrava-se nas referências ao livro 
pseudepigráfico de Enoque (Jd 14,15) e numa possível referência ao 
livro Assunção de Moisés (Jd 9). As citações pseudepigráficas têm uma 
explicação, a qual se valoriza muito pelo fato de tais citações não 
serem essencialmente diferentes das citações feitas por Paulo de 
poetas não-cristãos (At 17:28; 1Co 15:33; Tt 1:12). Em nenhum desses 
casos os livros são citados como se tivessem autoridade divina, 
tampouco as citações representam aprovação integral de tudo que os 
livros pagãos ensinam. 
• Apocalipse, a doutrina do quiliasmo (milenarismo), achada em 
Apocalipse 20, foi o ponto central da controvérsia. O debate em torno 
do Apocalipse provavelmente durou mais que qualquer outro debate 
sobre outros livros neotestamentários devido ao mau uso que seitas 
estavam fazendo dele. A controvérsia chegou até fins do século IV. 
 
c. Pseudográficos, “falso escritor”, livros rejeitados como autênticos. 
Durante os séculos n e m, numerosos livros espúrios e heréticos surgiram 
e receberam o nome de pseudepígrafos, ou escritos falsos. O conteúdo 
deles resume-se em ensinos heréticos, eivados de erros gnósticos, 
docéticos e ascéticos. Praticamente nenhum pai da igreja, nenhum 
cânon ou concilio declarou que um desses livros seria canônico. No que 
concerne aos cristãos, esses livros têm principalmente interesse histórico. 
O número exato desses livros é difícil de apurar, estima-se 
aproximadamente 280 escritos. 
 
 
Evangelhos 
1. O Evangelho de Tomé (século i) é uma visão gnóstica dos supostos milagres da 
infância de Jesus. 
2. O Evangelho dos ebionitas (século ii) é uma tentativa gnóstico-cristã de perpetuar 
as práticas do Antigo Testamento. 
3. O Evangelho de Pedro (século n) é uma falsificação docética e gnóstica. 
13 
 
4. O Proto-Evangelho de Tiago (século n) é uma narração que Maria faz do massacre 
dos meninos pelo rei Herodes. 
5. O Evangelho dos egípcios (século ii) é um bnsino ascético contra o casamento, 
contra a carne e contra o vinho. 
6. O Evangelho arábico da infância (?) registra os milagres que Jesus. 
teria praticado na infância, no Egito, e a visita dos magos de Zoroastro. 
7. O Evangelho de Nicodemos (séculos n ou v) contém os Atos de Pilatos e a Descida 
de Jesus. 
8. O Evangelho do carpinteiro José (século rv) é o escrito de uma seita monofisista que 
glorificava a José. 
9. A História do carpinteiro José (século v) é a versão monofisista da vida de José. 
10. O passamento de Maria (século rv) relata a assunção corporal de Maria e mostra 
os estágios progressivos da adoração de Maria. 
11. O Evangelho da natividade de Maria (século vi) promove a adoração de Maria e 
forma a base da Lenda de ouro, livro popular do século xiii sobre a vida dos santos. 
12. O Evangelho de um Pseudo-Mateus (século v) contém uma narrativa sobre a visita 
que Jesus fez ao Egito e sobre alguns dos milagres do final de sua infância. 
13-21 .Evangelho dos doze, de Barnabé, de Bartolomeu, dos hebreus (v. "Apócrifos"), 
de Marcião, de André, de Matias, de Pedro, de Filipe. 
 
Atos 
1. Os Atos de Pedro (século u) contêm a lenda segundo a qual Pedro teria sido 
crucificado de cabeça para baixo. 
2. Os Atos de João (século ii) mostram a influência dos ensinos gnósticos e docéticos. 
3. Os Atos de André (?) são uma história gnóstica da prisão e da morte de André. 
4. Os Atos de Tomé (?) apresentam a missão e o martírio de Tomé na índia. 
5. Os Atos de Paulo apresentam um Paulo de pequena estatura, de nariz grande, de 
pernas arqueadas e calvo. 
6-8. Atos de Matias, de Filipe, de Tadeu. 
 
Epístolas 
1. A Carta atribuída a nosso Senhor é um suposto registro da resposta dada por Jesus 
ao pedido de cura de alguém, apresentado pelo rei da Mesopotâmia. Diz o texto que 
o Senhor enviaria alguém depois de sua ressurreição. 
2. A Carta perdida aos coríntios (séculos n, m) é falsificação baseada em ICoríntios 5.9, 
que se encontrou numa Bíblia armênia do século v. 
3. As (Seis) Cartas de Paulo a Sêneca (século iv) é falsificação que recomenda o 
cristianismo para os discípulos de Sêneca. 
4. A Carta de Paulo aos laodicenses é falsificação baseada em Colossenses 4.16. 
(Também relacionamos essa carta sob o título "Apócrifos", p. 120-1). 
 
14 
 
 
Apocalipses 
1. Apocalipse de Pedro (também relacionado em "Apócrifos"). 
2. Apocalipse de Paulo. 
3. Apocalipse de Tomé. 
4. Apocalipse de Estêvão. 
5. Segundo apocalipse de Tiago. 
6. Apocalipse de Messos. 
7. Apocalipse de Dositeu. 
Os três últimos são obras coptas do século m de cunho gnóstico, descobertas em 1946, 
em Nag-Hammadi, no Egito.* 
 
Outras obras 
1. Livro secreto de João 
2. Tradições de Matias 
3. Diálogo do Salvador 
 
d. Apócrifos, “oculto”. Os apócrifos do Novo Testamento quando muito 
tiveram canonicidade temporal e local. Haviam sido aceitos por um 
número limitado de cristãos, durante um tempo limitado, mas nunca 
receberam um reconhecimento amplo ou permanente. O fato de esses 
livros possuírem mais valor do que os pseudepígrafos. 
 
(1) Epístola do Pseudo-Barnabé (c. 70-79). Essa carta, que teve ampla 
circulação no século i, encontra-se no Códice sinaítico (X), sendo 
mencionada no sumário do Códice Beza (d), nos remotos anos de 
550. Foi mencionada como Escritura tanto por Clemente de 
Alexandria como por Orígenes. Seu estilo é semelhante ao de 
Hebreus, mas seu conteúdo é mais alegórico. 
(2) Epístola aos coríntios (c. 96). De acordo com Dionísio, de Corinto, essa 
carta de Clemente de Roma havia sido lida publicamente em 
Corinto e em outros lugares. Também se encontra do Códice 
alexandrino (a), por volta de 450, e Eusébio nos informa que essa 
carta havia sido lida em muitas igrejas (História eclesiástica, 3,16). 
Provavelmente o autor teria sido o Clemente mencionado em 
Filipenses 4.3, mas a carta não reivindica inspiração divina. Nota-se o 
emprego um tanto fantasioso de declarações do Antigo Testamento, 
e o apócrifo Livro da sabedoria é citado como Escritura no cap. 27. 
15 
 
(3) Segunda epístola de Clemente (c. 120-140) havia sido erroneamente 
atribuída a Clemente de Roma. Foi conhecida e usada no século II. 
No Códice alexandrino (A) consta no fim do Novo Testamento, ao 
lado de 1Clemente e de Salmos de Salomão. 
(4) O pastor de Hermas (c. 15-140). Foi o livro não-canônico mais popular 
da igreja primitiva. Encontrava-se no Códicesinaítico (K), no sumário 
de Beza (d), em algumas Bíblias latinas. O pastor, de Hermas, é 
grande alegoria cristã e, à semelhança do Peregrino, de John 
Bunyan. O pastor tem valor ético e devocional, mas nunca foi 
reconhecido pela igreja como canônico. 
(5) O didaquê, ou Ensino dos doze apóstolos (c. 100-120). Essa obra 
primitiva também gozou de grande prestígio na igreja primitiva. O 
livro tem grande importância histórica, como elo entre os apóstolos 
e os pais primitivos, com suas muitas referências aos evangelhos, às 
cartas de Paulo e até ao Apocalipse. No entanto, jamais foi 
reconhecido como canônico. 
(6) Apocalipse de Pedro (c. 150). Trata-se de um dos mais velhos dos 
apocalipses não-canônicos do Novo Testamento, tendo circulado 
em larga escala na igreja primitiva. Suas imagens vividas do mundo 
espiritual exerceram forte influência no pensamento medieval, de 
que derivou o Inferno, de Dante. 
(7) Atos de Paulo e de Tecla (170). Se despido de seus elementos 
mitológicos, trata-se da história de Tecla, senhora proveniente de 
Icônio, supostamente convertida pelo ministério de Paulo (Atos 
14:17). O livro contém forte dose de ficção. Essa obra jamais chegou 
perto de obter reconhecimento canônico. 
(8) Carta aos laodicenses (século IV?). É obra forjada já conhecida por 
Jerônimo. Essa é um punhado de frases paulinas costuradas entre si 
sem nenhum elemento conector definido, e sem objetivo claro. Não 
apresenta peculiaridades doutrinárias, sendo tão inócua quanto 
pode ser uma obra falsificada. 
16 
 
(9) Evangelho segundo os hebreus (65-100). Provavelmente esse é o 
evangelho não-canônico mais antigo que exista, o qual sobreviveu 
apenas em fragmentos encontrados nas citações feitas por vários 
pais primitivos da igreja. 
(10) Epístola de Policarpo aosfilipenses (c. 108). Policarpo, discípulo do 
apóstolo João e mestre de Ireneu, constitui elo importante com os 
apóstolos do século I. Há pouca originalidade nessa epístola, visto 
que tanto o conteúdo como o estilo foram tomados por empréstimo 
do Novo Testamento, de modo especial da carta de Paulo aos 
filipenses. 
(11) Sete epístolas de Inácio (c. 110). Essas cartas revelam 
familiaridade incontestável com os ensinos do Novo Testamento, de 
modo especial com as cartas de Paulo. Inácio, que segundo a 
tradição teria sido discípulo de João, não reivindica para si a virtude 
de falar com autoridade divina. Sem dúvida as cartas são autênticas, 
não, porém, apostólicas e, por isso, não canônicas. 
O valor dos apócrifos se dá na sua relevância histórica e religiosa. 
 
e. Conclusão da Canonização (Novo Testamento). 
Sínodo de Roma em 382 d.C. apresentou uma lista de escritos sendo ratificado 
no Concílio de Cartago em 397 d.C. E por fim o Concilio de Hipona em 419 
d.C repetiu a decisão com a mesma lista que perdura até hoje. 
 
4. A CRÍTICA BÍBLICA. 
Filha do Iluminismo, 1685, movimento intelectual e filosófico que dominou o 
mundo das ideias na Europa durante o século XVIII, o “Século das Luzes” da 
“Filosofia”. Herdeira direta da Revolução Cientifica a principal característica 
desta corrente de pensamento foi defender o uso da razão em detrimento da 
fé para entender e solucionar os problemas da sociedade. 
17 
 
Essa forma de pensar e compreender o mundo influenciou varias áreas da 
sociedade, inclusive os estudos bíblico-teológicos, afetando o campo 
religioso. 
As características desse movimento são o racionalismo antropocêntrico. 
Embora contrário a fé o Iluminismo se caracteriza por uma fé no homem, um 
entusiasmo e otimismo no progresso da humanidade, em seu futuro e em suas 
potencialidades. O Racionalismo tem a razão funciona como um cânon da 
verdade; fundava-se no uso e na exaltação da razão, vista como o atributo 
pelo qual o homem apreende o universo e aperfeiçoa sua própria condição. 
Principais expoentes são René Descartes (1596-1650), Espinosa (1632-1677) e 
Leibniz (1646-1716), juntamente com o empirismo de John Locke (1632-1704), 
George Berkeley (1685-1753), Francis Bacon (1561-1626), David Hume (1711-
1776). 
Esse pensamento racionalista antropocêntrico influenciou a forma de 
entender Deus gerando um pensamento chamado Deísmo. O Deísmo é um 
pensamento filosófico-religioso, que afirma a necessidade da existência de 
Deus como contingência para a razão, mas não para a manutenção do 
mundo. Deus teve apenas o papel de ter dado as Leis que regem o universo; 
e uma vez criado o mundo com suas leis ele ausentou-se deixando o mundo 
por sua própria conta. A teologia do Deus ausente. Tem a razão com 
autoridade última sendo fundamentalmente antissobrenaturalista. 
Nessa mesma época, século 18, o Evolucionismo de Charles Darwin estava 
capturando a lealdade do mundo científico e acadêmico, sendo também 
aplicada a Religião e a sociedade. 
Foi nesse ambiente intelectual que surgiu a Teologia Liberal ou Liberalismo 
Teológico com os pressupostos racionalista antropocêntrico, deístico e 
evolucionista com relação ao homem e a religião; supervalorizando o aspecto 
humano em detrimento não humano. Essa teologia provocou uma ruptura 
com a autoridade da Bíblia e com a teologia dos reformadores. Segundo seus 
expoentes, a teologia é uma construção humana, limitada, provisória, 
18 
 
subjetiva e por isso mutável. Desenvolveram o método crítico-histórico, 
também conhecido como Alta Crítica ou Crítica Histórica, ferramenta de 
interpretação da Bíblia. 
A Alta Crítica era uma abordagem que tratava de responder a questões tais 
como: autores dos textos bíblicos, tempo, lugar em que foi escrito, seu 
processo de formação editorial, por quais razões, por quem, para quem e em 
que circunstâncias foi produzido; que influências se expressam em sua 
produção; fontes documentais, sua transmissão histórica e o contexto de 
formação, denominado “Sitz im Leben”. É dividida em critica das fontes, das 
tradições, das formas, histórica, textual, linguística, literária e redacional. 
Já a Baixa Critica ou Crítica Textual (manuscritologia bíblica) se interessa pelo 
texto em si mesmo, incluindo a investigação paleográfica do significado das 
palavras e a forma como são usadas, a história da transmissão, preservação 
e integridade do texto em si. A Baixa crítica se refere à análise do texto em si 
para identificar sua proveniência ou traçar sua história. 
 
A Teoria Documental. 
A Teoria Documental é filha da Alta Crítica; é a teoria de que o Pentateuco 
era uma compilação de seleções de vários documentos escritos diferentes, 
compostos em lugares e épocas diferentes, no decurso dum período de cinco 
séculos, muito tempo depois de Moisés. Essa teoria é filha da Alta Crítica. 
A Descrição dos Quatro Documentos da Hipótese Documental. 
J (Javista): Escrito a cerca de 850 a.C., por um escritor desconhecido do Reino 
Sul, Judá. Tinha interesse especial na biografia pessoal, caracterizada por 
delineações vívidas de caráter. Frequentemente descrevia Deus, ou a Ele fazia 
alusão, em termos antropomórficos (Genesis 3:8, Genesis 11:5, Exodus 17:7). 
Tem seu foco em cidades de Judá, como Jerusalém; e seu apoio à 
legitimidade da dinastia de Davi. E também critica as outras tribos de Israel 
(Gênesis 34). Três temas recorrentes na tradição jahwista: a relação entre os 
humanos e o solo, a separação entre os humanos e Deus e a corrupção 
19 
 
humana progressiva. É datado na corte de Salomão, c. 950 a.C.Texto: Genesis 
2 – Números. 
E (Elohista): Escrito em 750 a.C. por um escritor desconhecido do Reino Norte, 
Israel. A fonte eloísta é caracterizada por, entre outras coisas, uma visão 
abstrata de Deus, usando Horebe em vez de Sinai para a montanha onde 
Moisés recebeu as leis de Israel e o uso da frase “temer a Deus”. Habitualmente 
localiza histórias ancestrais no norte, especialmente Efraim, e a hipótese 
documental sustenta que deve ter sido composto naquela região. Texto: 
Genesis 15 – Números 32. 
Obs.: Cerca de650 a.C., um redator desconhecido combinou J e E num 
documento único, JE. 
D (Deuteronômio): Composto, possivelmente sob a direção do sumo 
sacerdote Hilquias, como programa oficial de reforma patrocinado pelo rei 
Josias no avivamento de 621 a.C. Seu objetivo era compelir todos os súditos 
do Reino de Judá a abandonar todos os seus santuários locais nos “lugares 
altos” e a trazer todos os seus sacrifícios e contribuições religiosas ao templo 
em Jerusalém. Texto: Deuteronômio. 
P (Sacerdotal): Composto em várias etapas, desde Ezequiel, como seu Código 
de Santidade (Levítico caps. 17-26) a cerca de 570 a.C. até Esdras, “escriba 
versado na Lei de Moisés”, sob cuja direção as últimas seções sacerdotais 
foram acrescentadas. O cativeiro forçou o povo a desistir de suas aspirações 
políticas e voltar-se para as instituições religiosas para continuar sua existência 
como nação. Por isso o sacerdócio assume maior relevância. Texto: Genesis – 
Números. 
 
Premissas da Crítica Documental. 
• O raciocínio em círculos; tende a postular sua conclusão (“a Bíblia não 
é uma revelação sobrenatural”) como sua premissa básica (“não pode existir 
algo chamado revelação sobrenatural”). Essa premissa era um artigo de fé 
para toda a liderança intelectual ocidental na época do Iluminismo; estava 
20 
 
implícito na filosofia prevalecente do deísmo. Tornando impossível qualquer 
consideração justa das evidências apresentadas pelas Escrituras da 
revelação sobrenatural. Em razão desse antisobrenaturalismo tornou-se 
absolutamente obrigatório descobrir explicações irracionalísticas e 
humanísticas para cada aspecto ou episódio no texto das Escrituras que tenha 
algo de milagroso ou que testifica a manifestação de Deus. 
• A evidência do próprio texto é descartada quando vai claramente 
contra as teorias. Isto quer dizer que o mesmo corpo de evidência ao qual se 
apela para comprovar a teoria, se rejeita quando entra em conflito com a 
teoria. 
• Pressupõem que os autores hebraicos são diferentes de quaisquer 
escritores conhecidos em toda a história da literatura pelo fato de só eles não 
possuírem a capacidade de empregar mais do que um nome para Deus; mais 
do que um só estilo de escrita, seja qual for à diferença no assunto tratado; 
mais do que um entre vários sinônimos da mesma ideia; mais do que um tema 
típico ou círculo de interesse. 
• Preconceitos subjetivos se revelaram no tratamento das Escrituras 
hebraicas como evidência arqueológica. A tendência tem sido considerar 
qualquer declaração bíblica como sendo suspeita e indigna de confiança. 
No caso de qualquer discrepância, na comparação com uma fonte pagã, 
mesmo sendo de data posterior, automaticamente a informação pagã tem 
a preferência como testemunha histórica. Quando não há outras evidências 
disponíveis de fontes não israelitas ou de algum tipo de descoberta 
arqueológica, então a declaração bíblica não é levada a sério a não ser que 
possa ser encaixada com a teoria. 
• Supõem que a religião de Israel era de origem meramente humana 
como qualquer outra, e que precisava ser explicada como mero produto da 
evolução. A evidência esmagadora em contrário, desde Gênesis até 
Malaquias, que a religião israelita era monoteísta desde o começo até ao fim 
21 
 
tem sido evadida nos interesses dum dogma preconcebido: que não pode 
existir aquilo que se chama religião sobrenaturalmente revelada. 
• Quando, por meio de manipulação engenhosa do texto, se produz uma 
“discrepância” ao interpretar uma passagem fora do contexto, não se aceita 
nenhuma explicação que reconciliaria a dificuldade, mas, pelo contrário, a 
suposta discrepância precisa ser explorada para “comprovar” diversidade de 
fontes. 
• Embora as literaturas semíticas antigas demonstrem numerosas 
instâncias de repetição e de duplicação pelo mesmo autor na sua técnica de 
narrativa, é somente a literatura hebraica que não tem licença de empregar 
tais repetições ou reduplicações sem trair uma autoria diversa. 
 
A Conclusão é que a Teologia Liberal foi responsável pelo preconceito 
moderno sobre a “teologia” que predominou na maioria dos seminários e 
estudos teológicos. Com isso, o estudo da teologia passou a ser visto com 
reservas na maioria das denominações que mantiveram o princípio da 
autoridade das Escrituras. Essas denominações passaram, a desencorajar seus 
membros ao estudo da teologia, pois o referencial que tinham de “teologia” 
são os referidos teólogos liberais em atividade. 
A Bíblia, por um bom tempo, ficou sob a “inquisição” desses teólogos. Os 
críticos liberais tratam a Bíblia como se tratava o condenado das inquisições 
medievais. Os inquisidores já começam a inquisição com a premissa “já 
sabemos que você é o culpado”, não havendo espaço para nenhum 
testemunho de defesa, “petitio principii”, o julgamento já começava com a 
questão como provada. A Bíblia já era culpada de seu sobrenaturalismo e do 
seu fideísmo. 
O Conservadorismo Teológico, pelo contrário, apesar de toda essa oposição 
moderna com relação a autoria bíblica e sua historicidade, manteve o 
princípio da Revelação, Inspiração e Inerrância da Bíblia e a da sua 
autoridade em matéria de fé, religião e prática.

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