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Versão Condensada DIREITO PENAL Direito Penal – Parte Geral 2 A L F A C O N Sumário Direito Penal – Parte Geral ���������������������������������������������������������������������������������������������3 1� Teoria geral do crime ����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 3 2� Formas de conduta ������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 3 2.1 Crime doloso ....................................................................................................................................................................... 3 2.2 Crime culposo .................................................................................................................................................................... 4 Direito Penal – Parte Geral 3 A L F A C O N Direito Penal – Parte Geral 1. Teoria geral do crime Avançando ao estudo da Teoria do Crime, passamos à análise dos elementos constitutivos do tipo penal, bem como quais são os elementos imprescindíveis para a configuração do delito. Passamos também pela análise do delito doloso e culposo, assim como pelas causas excludentes de ilicitude e culpabilidade. Ainda, estuda-se a teoria do erro, bem como situações envolvendo concurso de crimes e o entendimento jurisprudencial consolidado. 2. Formas de conduta Quando se analisa a conduta, é importante analisar a voluntariedade do agente, que consiste em ter ciência no ato praticado. Para tanto, é imprescindível analisar se a conduta foi dolosa (praticada intencionalmente) ou culposa (sem intenção de produzir o resultado), praticada por ação (conduta positiva/agir – ou também chamado de crime comissivo) ou por omissão (conduta negativa, deixar de fazer). Como já visto anteriormente, a ação e a omissão possuem sua relevância. Entretanto, avançaremos à análise do dolo e da culpa. 2.1 Crime doloso Nos termos do art. 18, I, do CP, diz-se doloso o crime que o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. Trata-se da vontade consciente dirigida a praticar um crime. O dolo apresenta dois elementos: o volitivo → consiste na vontade de praticar a conduta e o intelectivo → representa a consciência do resultado. Apesar das inúmeras classificações de dolo apresentadas pela doutrina, trabalharemos com os relevantes para sua prova, são eles: I) Dolo direto ou de primeiro grau: trata-se do dolo de acordo com o seu conceito. Quando o agente, consciente da sua finalidade, pratica uma conduta destinada a um determinado fim. II) Dolo de segundo grau (ou de consequências necessárias): é uma espécie de dolo direto, porém temos con- sequências colaterais certas, decorrentes da conduta do agente. De fato, o agente não persegue imediatamente os efeitos colaterais, mas sabe que isso vai ocorrer. O resultado é certo e necessário. III) Dolo indireto/indeterminado: o agente não busca resultado certo e determinado. Se desmembra em: → Dolo alternativo: quando o agente prevê uma pluralidade de resultados, dirigindo sua conduta para realizar qualquer um deles. Ex.: “A” encontra seu desafeto e, para tanto, desfere-lhe 3 tiros. Para “A”, tanto faz matar ou Direito Penal – Parte Geral 4 A L F A C O N lesionar. Porém, o agente responderá pela conduta mais grave, na medida em que se projetou também nesse sentido. → Dolo eventual: o agente pratica sua conduta assumindo o risco de produzir o resultado. Ele não assume a alternatividade. O agente não quer o resultado mais grave, mas se submete ao risco de produzi-lo. Obs. 1: As bancas elaboradoras de concurso, atualmente, têm demonstrado grande interesse na análise dessa modalidade de dolo, especialmente em situações de crime de trânsito, e na comparação com a culpa consciente� Obs. 2: Não confundir dolo eventual com dolo de segundo grau. Neste dolo, o resultado paralelo é certo e necessário, enquanto que no dolo eventual, o resultado é incerto, mas possível. 2.2 Crime culposo Tem previsão no art. 18, II, do CP, e diz respeito às condutas praticadas com a quebra de um dever objetivo de cuidado. Ou seja, consiste numa conduta não pretendida pelo autor do fato, que poderia ter sido evitado se as cautelas neces- sárias fossem observadas. Nesta modalidade, o agente pratica uma conduta eivado de voluntariedade, porém espera que seu resultado seja lícito, e pela quebra do dever objetivo de cuidado, falha. Quebra do dever objetivo de cuidado: I) Imprudência: consiste em uma conduta positiva, que deságua no resultado não pretendido. II) Negligência: abstenção, conduta negativa, deixar de fazer. III) Imperícia: falta de aptidão técnica. Em suma, para a configuração do crime culposo, é necessário o preenchimento dos seguintes requisitos: → conduta humana e voluntária; → violação do dever objetivo de cuidado; → resultado (naturalístico) involuntário; → nexo de causalidade; → resultado involuntário previsível; → previsão legal para crime culposo. Espécies de culpa: I) Culpa consciente: o agente prevê o resultado, mas espera que ele não ocorra, supondo conseguir evitá-lo com sua habilidade. Direito Penal – Parte Geral 5 A L F A C O N II) Culpa inconsciente ou própria: o agente não prevê o resultado, que era previsível. Qualquer outro cidadão, nas mesmas condições, poderia prever. O agente não quer e não assume o risco de produzir o resultado, mas falha relativamente ao dever de cuidado objetivo. III) Culpa imprópria: quando o dolo na conduta é tratado como culpa, em razão de um erro evitável. (art. 20, §1º, CP). Obs. 1: É elementar, para o seu concurso, diferenciar de maneira clara a culpa consciente do dolo eventual. Na primeira situação, o agente prevê o resultado, mas acredita que com sua habilidade ele é capaz de evitar o resultado (DANOU-SE). Já no dolo eventual, o agente prevê o resultado e assume o risco de sua ocorrência, agindo com descaso em relação ao bem jurídico tutelado (DANE-SE). Direito Penal – Parte Geral 1. Teoria geral do crime 2. Formas de conduta 2.1 Crime doloso 2.2 Crime culposo