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TEORIA DO CRIME –
FATO TÍPICO
CONCEITO DE CRIME:
Material ou substancial: Crime é a conduta que provoca lesão ou perigo de lesão a
um bem jurídico, merecedora de punição.
Formal ou legal: Crime é a conduta estabelecida em lei como tal.
Analítico ou dogmático: Exame sob o prisma da ciência do Direito. O crime é
decomposto em elementos ou substratos, para fins de estudo.
LICP, Art 1: Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou
de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de
multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão
simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente.
• OBS: Crime x Contravenção Penal (Infração Penal): No Brasil, adota-se o sistema
dicotômico, no qual o termo infração penal é o gênero, sendo o crime e a contravenção
suas espécies.
CRIMES (DELITOS) E CONTRAVENÇÕES (D. 3.688/41)
• LIMITE MÁXIMO DE CUMPRIMENTO DE PENA: O pacote anticrime aumentou para 40 anos
o máximo de cumprimento de pena para os crimes (art.75,CP). Já para as contravenções
penais, o máximo de pena é de 5 anos.
• TENTATIVA: Em regra, nos crimes, admite-se a tentativa. Já no caso das Contravenções
Penais, não se pune a tentativa.
• EXTRATERRITORIALIDADE: Somente os crimes admitem a aplicação da lei penal brasileira
no estrangeiro.
• COMPETÊNCIA: Em regra, as contravenções são julgadas na justiça comum estadual, salvo
se o contraventor possui foro na justiça federal. Ex. Governador – STJ. Juiz Federal – TRF.
• AÇÃO PENAL: Todas as contravenções penais são públicas incondicionadas.
• PRISÕES CAUTELARES: Não cabe nenhuma prisão cautelar para as contravenções.
• SURSIS DA PENA: No CP, o período de prova varia de 2 a 4 anos (simples e especial) ou 4
a 6 anos (etário ou humanitário). Já nas contravenções, o período de prova é de 1 a 3 anos.
CONCEITO DE CRIME – ANALÍTICO DOGMÁTICO – TEORIA FINALISTA 
(TRIPARTITE) – HANS WELZEL
FATO TÍPICO ANTIJURÍDICO (ILÍCITO) CULPABILIDADE
CONDUTA
RESULTADO
NEXO CAUSAL
TIPICIDADE
EXCLUDENTES:
LEGÍTIMA DEFESA
ESTADO DE NECESSIDADE
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL
EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO
IMPUTABILIDADE
POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
FATO TÍPICO
FATO TÍPICO
CONDUTA
RESULTADO
NEXO CAUSAL
TIPICIDADE
FATO TÍPICO
CONDUTA 
COMISSIVA: é a ação. Exige o fazer. A maioria dos tipos penais traz um verbo que
indica uma ação.
OMISSIVA: é a não realização de um comportamento previsto no tipo penal, ou seja,
a não realização de uma ação esperada. É a abstenção de um comportamento.
OMISSÃO PRÓPRIA (pura): a conduta se perfaz com a simples omissão, a qual é
vedada pelo legislador penal. O agente, ao não fazer o que é esperado, amolda o seu
comportamento à conduta típica proibida. Não admitem tentativa. Ex. Art. 135, CP
(Omissão de Socorro); Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública
doença cuja notificação é compulsória.
FATO TÍPICO
CONDUTA
OMISSÃO IMPRÓPRIA (CRIME COMISSIVO POR OMISSÃO): 
O agente se coloca em uma posição especial de proteção do bem jurídico. 
É o agente quem garante que o bem jurídico não será lesado. O agente tem o dever de agir (ação). Surge, assim, 
a figura do GARANTE. 
Trata-se de um delito comissivo, porém diante da posição de garantidor, o agente que se omitir responde pelo 
delito, conforme artigo 13, p. 2. CP. Se consuma com o resultado naturalístico. 
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de 
agir incumbe a quem: 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (LEGAL) Ex. Policial realizando prisão em flagrante. 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (CONTRATUAL) Ex. Babá. 
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (INGERÊNCIA) Ex. empurrar amigo 
na piscina. 
FATO TÍPICO
CONDUTA
Art. 18 - Diz-se o crime:
Crime doloso
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
Crime culposo
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto
como crime, senão quando o pratica dolosamente.
FATO TÍPICO
CONDUTA
• Teoria da Vontade: 
Dolo é a previsão e a vontade de produzir o resultado. (Masson) Segundo esta teoria, 
dolo seria tão somente a vontade livre e consciente de querer praticar a infração 
penal, isto é, de querer levar a efeito a conduta prevista no tipo penal incriminador. 
(Greco) É adotada no nosso Código Penal ao se referir ao dolo DIRETO. 
• Teoria da Anuência (Consentimento ou Assentimento): 
Complementa a teoria da vontade, recepcionando a sua premissa. Para essa teoria, 
há dolo não somente quando o agente quer o resultado, mas também quando realiza 
a conduta assumindo o risco de produzi-lo. (Masson) Essa é a teoria que explica o 
DOLO EVENTUAL (art. 18, p.1,CP)
FATO TÍPICO
CONDUTA
• OUTROS TIPOS DE DOLO:
Dolo geral,
Dolo de primeiro grau,
Dolo de segundo grau
Dolo alternativo.
FATO TÍPICO
CONDUTA
A doutrina ainda define outras espécies de dolo:
a) dolo direto de primeiro grau; b) dolo direto de segundo grau; c) dolo eventual; d) dolo alternativo;
e) dolo geral.
Em linhas gerais, o dolo direto de primeiro grau compreende o que o autor quer realizar; o dolo
direto de segundo grau compreende as consequências típicas representadas como certas ou
necessárias pelo autor, Ex. Colocar bomba em avião para matar desafeto. Tem dolo direto de primeiro
grau quanto à vítima visada e dolo direto de segundo grau para os outros passageiros (consequências
paralelas); o dolo eventual compreende as consequências típicas representadas como possíveis
pelo autor, que consente (concorda) em sua produção.
FATO TÍPICO
CONDUTA
A doutrina ainda define outras espécies de dolo:
a) dolo direto de primeiro grau; b) dolo direto de segundo grau; c) dolo eventual; d) dolo alternativo;
e) dolo geral.
No dolo alternativo o agente quer um ou outro resultado (sendo alternativas típicas excludentes). O
dolo alternativo pode acontecer em relação a qualquer uma das modalidades básicas de dolo. • Ex1.
“A” atira em “B” para matar ou ferir. • Ex2. “A” atira para matar “B” ou o cachorro de “B”.
No dolo geral o agente, julgando ter obtido o resultado intencionado, pratica segunda ação com
diverso propósito e só então é que efetivamente o dito resultado se produz. (Hungria) Ex. Caso do
agente que, após desferir golpes de faca na vítima, supondo-a morta, joga o seu corpo em um rio,
vindo esta, na realidade, a falecer por afogamento. (Greco)
FATO TÍPICO
CONDUTA
CULPA:
OBS: Não confundir tipo culposo com culpabilidade.
A essência da culpa é, junto à ausência de compromisso com o resultado (falta de
intenção ou dolo), a infração de um dever específico de cuidado. Dever de cuidado
que corresponde ao atuar diligente, ao agir de acordo com a experiência comum, com
as normas socioculturais e normativas vigentes, que prescrevem uma atuação de
acordo com ela, para afastar os perigos derivados da conduta.
FATO TÍPICO
CONDUTA
1. Conduta voluntária: o sujeito quer realizar aquele comportamento. A conduta é lícita.
2. Inobservância de um dever objetivo de cuidado (desvalor da ação):
• Imprudência: Imprudente seria a conduta positiva praticada pelo agente que, por não observar o seu
dever de cuidado, causasse o resultado lesivo que lhe era previsível. Na definição de Aníbal Bruno,
consiste a imprudência na prática de um ato perigoso sem os cuidados que o caso requer. (Greco) Ex.
motorista que imprime velocidade excessiva em seu veículo ou o que desrespeita um sinal
vermelho em um cruzamento.
• Negligência: ideia de abstenção de um comportamento. A negligência é um deixar de fazer aquilo
que a diligência normal impunha. (Greco) Ex. Motorista que não conserta os freios já gastos doseu
automóvel ou o pai que deixa a arma de fogo ao alcance de seus filhos menores.
• Imperícia: Fala-se em imperícia quando ocorre uma inaptidão, momentânea ou não, do agente para o
exercício de arte, profissão ou ofício. Diz-se que a imperícia está ligada, basicamente, à atividade
profissional do agente. (Greco) Ex. Um cirurgião plástico pode praticar atos que, naquela situação
específica, conduzam à imperícia. Ex. Dirigir automóvel de categoria superior.
FATO TÍPICO
CONDUTA
3. Previsibilidade Objetiva: se determina mediante um juízo levado a cabo, colocando-se o observador
(ex. juiz) na posição do autor no momento do começo da ação, e levando em consideração as
circunstâncias do caso concreto cognoscíveis por uma pessoa inteligente, mais as conhecidas pelo autor
e a experiência comum da época sobre os cursos causais. (Bitencourt)
OBS: Homem médio ou homem prudente → senso comum.
4. Resultado Naturalístico Involuntário
5. Nexo Causal
6. Tipicidade: previsão legal expressa.
FATO TÍPICO
CONDUTA
Denomina-se concorrência de culpas ou concorrência de imprudências quando mais de
uma pessoa concorre imprudentemente para a produção do mesmo resultado
desvalioso.
Ex. Acidente de trânsito em que o autor conduzia seu veículo com excesso de
velocidade e sob o efeito de álcool e não consegue, em virtude disso, evitar o choque
com outro veículo que, imprudentemente, cruza a via preferencial em que o primeiro
trafegava, sem aguardar a passagem do fluxo.
Ambos os condutores são mutualmente responsáveis penalmente.
FATO TÍPICO
CONDUTA
• Culpa Inconsciente: Ocorre quando o agente não prevê o resultado ofensivo,
embora fosse possível. O sujeito cria ou incrementa um risco proibido relevante para o
bem jurídico de forma imprudente, negligente ou imperita (inobservando o cuidado
objetivo necessário), mas não prevê a lesão ou perigo concreto de lesão a esse bem
jurídico.
• Culpa Consciente: Ocorre quando o agente prevê o resultado ofensivo (representa o
resultado como possível), porém, tendo em conta seu conhecimento e/ou sua
habilidade, confia sinceramente que não vai acontecer. O agente atua com confiança
certa de que o resultado não vai acontecer. (Gomes)
FATO TÍPICO
CONDUTA
FATO TÍPICO
CONDUTA
AUSÊNCIA DE CONDUTA (doutrina)
CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR: é um fato imprevisível, humano ou natural, que independe
da conduta do agente, não havendo movimento humano voluntário.
ATOS REFLEXOS: Ex. ataque epiléptico / espirro.
ESTADO DE INCONSCIÊNCIA: Ex. Sonambulismo/ hipnose.
COAÇÃO FÍSICA IRRESISTIVEL: o corpo vira uma mera massa mecânica por força da natureza
(Ex. correnteza) ou ação humana.
FATO TÍPICO
CONDUTA
AUSÊNCIA DE CONDUTA (doutrina)
CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR: é um fato imprevisível, humano ou natural, que independe
da conduta do agente, não havendo movimento humano voluntário.
ATOS REFLEXOS: Ex. ataque epiléptico / espirro.
ESTADO DE INCONSCIÊNCIA: Ex. Sonambulismo/ hipnose.
COAÇÃO FÍSICA IRRESISTIVEL: o corpo vira uma mera massa mecânica por força da natureza
(Ex. correnteza) ou ação humana.
FATO TÍPICO
RESULTADO
• Resultado Jurídico ou Normativo (Teoria Jurídico-Normativa): é a lesão ou exposição a perigo do
bem jurídico.
Assim, conclui-se que todos os crimes têm resultado jurídico.
• Resultado Naturalístico ou Material (Teoria Naturalístico-Material): é a efetiva modificação do
mundo exterior.
Cuidado, pois existem crimes sem resultado naturalístico, como, por exemplo, o porte de arma de fogo.
Seria, portanto, o Resultado FORMAL:
Ex.: Extorsão (art. 158) e a extorsão mediante sequestro (art. 159). Ex: Crimes de mera conduta:
Violação ao domicílio (art. 150) e a Omissão de socorro (art. 135)
FATO TÍPICO
NEXO CAUSAL
CONDUTA -> NEXO CAUSALse encontra previsto em qualquer norma penal. Art. 29 - Quem, de qualquer modo,
concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
• Norma de extensão causal: O art. 13, p. 2, do CP, estabelece a “relevância da omissão”, tornando a
típica (através de adequação indireta). Se não fosse o dispositivo mencionado, a mãe que deixa de
amamentar a sua filha não seria responsabilizada penalmente, porque a sua omissão, de fato, não
causou a morte (mas sim a inação). Graças ao referido dispositivo, por não ter evitado o resultado, é
equiparada ao seu causador.

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