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SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 4 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DA NEUROPSICOPEDAGOGIA .................. 5 
3 A SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEUROPSICOPEDAGOGIA: 
AVANÇOS E PERSPECTIVAS ...................................................................... 8 
3.1 Avanços e perspectivas ................................................................................ 12 
4 A ATUAÇÃO ABRANGENTE DO NEUROPSICOPEDAGOGO: AVALIAÇÃO, 
INTERVENÇÃO E PREVENÇÃO NOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM 
INSTITUCIONAIS ......................................................................................... 12 
4.1 Neuropsicopedagogia: atuação profissional ................................................. 14 
4.2 Neuropsicopedagogo Institucional ................................................................ 15 
4.3 O aspecto inclusivo da atuação do Neuropsicopedagogo ............................ 16 
4.4 Neuropsicopedagogo Clínico ........................................................................ 18 
4.5 O Neuropsicopedagogo e a Educação Inclusiva .......................................... 19 
4.6 Neuropsicopedagogo no contexto da Consciência Fonológica .................... 20 
4.7 Ética Profissional do Neuropsicopedagogo .................................................. 22 
5 A IMPORTÂNCIA DA NEUROPSICOPEDAGOGIA NO 
COMPREENDIMENTO DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM 
INFANTIL: REFLEXÕES SOBRE O SISTEMA LÍMBICO E A FUNÇÃO 
CONATIVA ................................................................................................... 25 
5.1 Sistema Límbico e sua importância na aprendizagem ................................. 26 
5.2 Explorando as funções conativas em profundidade ..................................... 31 
5.2.1 Estudos sobre funções conativas e aprendizagem ...................... 36 
6 NEUROPSICOPEDAGOGIA, NEUROPSICOLOGIA E NEUROCIÊNCIA: 
INTERSECÇÕES E SINGULARIDADES ..................................................... 39 
6.1 O conceito amplo da Neuropsicopedagogia ................................................. 40 
6.2 Neuropsicologia ............................................................................................ 40 
6.3 Neurociência ................................................................................................. 41 
7 A ABORDAGEM NEUROPSICOPEDAGÓGICA NO CONTEXTO ATUAL ... 42 
7.1 Integração de Conhecimentos Interdisciplinares .......................................... 43 
7.2 Avaliação e Intervenção Personalizada ........................................................ 44 
7.3 Apoio Institucional e Clínico .......................................................................... 44 
 
 
7.4 Adaptações Curriculares e Suporte Educacional.......................................... 44 
7.5 Relevância no Cenário Atual ........................................................................ 44 
7.6 Impacto da Tecnologia na Educação............................................................ 45 
7.7 Saúde Mental e Educação ............................................................................ 45 
7.8 Educação Inclusiva ....................................................................................... 45 
8 INTERVENÇÃO NEUROPSICOPEDAGÓGICA EM CRIANÇAS COM TDAH
 45 
8.1 Abordagem geral da avaliação do TDAH...................................................... 47 
8.2 Avaliação neuropsicopedagógica .................................................................... 47 
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 49 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para ser esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que 
esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DA NEUROPSICOPEDAGOGIA 
O próprio termo neuropsicopedagogia nos remete à combinação dos campos 
pedagógico, psicológico, sociológico e antropológico. Observa-se que a 
neuropsicopedagogia é um domínio do conhecimento que se integra 
harmoniosamente com outras disciplinas e princípios das ciências humanas, 
enfatizando a aprendizagem significativa e as interações como fatores cruciais no 
desenvolvimento das habilidades cognitivas. 
Com efeito, a neuropsicopedagogia origina-se do vasto conjunto teórico-
metodológico das Neurociências. No entanto, o Art. 10.º do Código de Ética Técnico-
Profissional da Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia a define como: 
A Neuropsicopedagogia é uma ciência transdisciplinar fundamentada nos 
conhecimentos da neurociência aplicada à educação com interfaces da 
pedagogia e da psicologia cognitiva que têm como objeto formal de estudo a 
relação entre o funcionamento do sistema nervoso e a aprendizagem humana 
numa perspectiva de reintegração pessoal, social e educacional (ARTIGO 10 
– RESOLUÇÃO SBNPP n. º 03/2014). 
Reconhecida como a Ciência da Aprendizagem, a neuropsicopedagogia 
sustenta a hipótese de que a evidência científica desempenhará um papel crucial na 
elevação dos níveis de qualidade e desenvolvimento educacional. Políticas públicas 
no setor da saúde, fundamentadas em estudos científicos que promoveram 
transformações globais, servem como base para avaliar a eficácia da pesquisa com o 
objetivo de oferecer soluções relevantes para a sociedade contemporânea. 
[...] é inegável que o mundo (o Brasil inclusive) vivenciou uma queda na 
mortalidade infantil, controle da maioria das doenças infectocontagiosas de 
alta morbidade, inovações revolucionárias nas tecnologias diagnóstica de 
imagens, nas ferramentas terapêuticas com fármacos, nas técnicas 
operatórias e na prevenção de doenças por medidas sanitárias de alcance 
social. Como resultado um grande aumento na expectativa de vida da 
população pôde ser observado na maioria dos países (LENT et al.,2018). 
É relevante acrescentar que, para alcançar esse status, a política científica 
americana do pós-guerra teve uma contribuição significativa, pois seu objetivo era 
manter a paz utilizando a ciência para combater doenças que poderiam causar um 
número de mortes muito maior do que as grandes guerras. Uma vez consolidada a 
importância do caráter científico, a neuropsicopedagogia reconhece que o papel das 
Neurociências é desenvolver soluções para os desafios relacionados à aprendizagem, 
 
6 
 
visto que essa disciplina relaciona o funcionamento do sistema nervoso aos contextos 
de ensino e aprendizagem. 
O objetivo das Neurociências é a compreensão de como o fluxo de sinais 
elétricos, através de circuitos neurais, origina a mente –como percebemos, 
agimos, pensamos, aprendemos e lembramos. Embora ainda estejamos 
muitas décadas distantes de alcançar tal nível de compreensão, os 
neurocientistas têm feito progressos significativos na obtenção acerca dos 
mecanismos subjacentes ao comportamento, os sinais de saída que podem 
ser observados em relação ao sistema nervoso de seres humanos e outros 
organismos (KANDEL etal., 2014). 
Dessa forma, são necessárias interfaces que permitam acessar o ambiente 
escolar de maneira eficaz, proporcionando soluções reais e práticas. Concordamos, 
portanto, com a pesquisadora Tracey Tokuhama-Espinoza, que destaca a importância 
de "os conhecimentos produzidos pelas Neurociências em seus laboratórios 
chegarem às instituições de ensino através da Pedagogia" (Palestra proferida no 
Congresso Aprender Criança de 2016). 
A Pedagogia, frequentemente subvalorizada em nosso país, ressurge no 
cenário educacional, impulsionada pela necessidade de desenvolvimento de 
pesquisas relacionadas à aprendizagem. Pesquisadores como José Carlos Libâneo, 
Demerval Saviani e Selma Garrido Pimenta (2011), defendem a Pedagogia como a 
ciência da educação. Já os doutrinadores Libâneo e Pimenta (2011) enfatizam a 
necessidade de capacitar tanto o pedagogo quanto o professor para atuar em 
qualquer contexto onde haja uma ação educativa. 
A necessidade da Pedagogia para compreender a educação é confirmada 
quando ela sistematiza e apresenta o aspecto histórico que a constitui, evidenciando 
que: 
Quando um povo alcança um estágio complexo de organização da sua 
sociedade e de sua cultura, quando ele enfrenta, por exemplo, a questão da 
divisão social do trabalho e, portanto, do poder, é que ele começa a viver e a 
pensar como problema as formas e os processos de transmissão do saber. 
E é a partir de então que a educação emerge à consciência e o trabalho de 
educar acrescenta à sociedade, passo a passo, os espaços, sistemas, 
tempos, regras de prática, tipos de profissionais e categorias de educandos 
envolvidos em exercícios de maneiras cada vez menos corriqueiras e menos 
comunitárias do ato, afinal tão simples, de ensinar-e-aprender (BRANDÃO, 
2013). 
O doutrinador Libâneo (2001) aduz que: 
 
7 
 
A Pedagogia, mediante conhecimentos científicos, filosóficos e técnico-
profissionais, investiga a realidade educacional em transformação, para 
explicitar objetivos e processos de intervenção metodológica e organizativa 
referentes à transmissão/assimilação de saberes e modos de ação. Ela visa 
o entendimento, global e intencionalmente dirigido, dos problemas educativos 
e, para isso, recorre aos aportes teóricos providos pelas demais ciências da 
educação (LIBÂNEO, 2001). 
A Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem, amplamente estudada 
nos cursos de Pedagogia, há muito tempo discute como o ser humano aprende, sendo 
outro aspecto crucial para a compreensão dos processos educacionais. Com o 
advento das Neurociências, Oliveira e Lent (2018) indicam que "o desenvolvimento 
humano é uma gigantesca e fascinante transformação do cérebro e de suas funções 
(...) que emergem ainda durante a gestação, e estende-se do nascimento por toda a 
vida, de modo infindável, que só acaba com a morte do indivíduo." 
A partir dos aspectos filosóficos, históricos, psicológicos e sociais da Educação, 
surge a necessidade de um espaço responsável pela inserção do ser humano nos 
conhecimentos acumulados ao longo da existência da humanidade, além da família, 
da religião e da comunidade em geral. Esse espaço são as instituições de ensino, que 
acolhem os indivíduos em sua inserção contínua e gradual na sociedade, desde o 
nascimento até a vida adulta (BRANDÃO, 2005). 
À luz do funcionamento do sistema nervoso, as Neurociências estudam as 
alterações nos processos de desenvolvimento e aprendizagem à medida que o 
indivíduo evolui. Assim, ao considerar sua relação com a educação, podemos 
compreender como cada pessoa assimila e utiliza os conteúdos das disciplinas 
escolares, como numerosidade, leitura e suas dificuldades, aritmética, além das 
funções executivas na infância e adolescência em relação ao desenvolvimento escolar 
(BARTOSZECK, 2021). 
Portanto, as formas de planejar e propor experiências pedagógicas para o ser 
humano, que são amplamente estudadas pelas Neurociências, requerem uma 
interface que dialogue com o eixo científico da neuropsicopedagogia para relacionar 
e interagir com o ambiente e as informações dele provenientes. 
Nesse sentido, a Psicologia pode contribuir significativamente ao abordar as 
teorias do desenvolvimento e da aprendizagem humana. Segundo Sternberg (2010), 
a Psicologia Cognitiva estuda como as pessoas percebem, aprendem, recordam e 
pensam sobre a informação, concentrando-se nos processos internos envolvidos em 
extrair sentido do ambiente e decidir quais ações são apropriadas. Esses processos 
 
8 
 
incluem atenção, percepção, aprendizagem, memória, linguagem, resolução de 
problemas, raciocínio e pensamento (EYSENCK e KEANE, 2007). 
É a partir dessa relação entre Neurociências, Pedagogia e Psicologia Cognitiva 
que a neuropsicopedagogia se dedica à produção de evidências científicas para o 
sucesso escolar, empregando um método transdisciplinar como diferencial. 
[...] a transdisciplinaridade, como o prefixo ‘trans’ indica, diz respeito àquilo 
que está ao mesmo tempo entre as disciplinas, através das diferentes 
disciplinas e além de qualquer disciplina. Seu objetivo é a compreensão do 
mundo presente, para o qual dos imperativos é a unidade do conhecimento 
(NICOLESCU, 1999). 
À vista desse panorama, em síntese, a neuropsicopedagogia baseia-se em 
ações avaliativas e intervencionais nos processos de aprendizagem do aluno e, para 
isso, requer informações multidisciplinares que contribuam para uma compreensão 
mais detalhada e aprofundada do processo de aprendizado de cada estudante. nesse 
contexto, a neuropsicopedagogia, ao integrar conhecimentos neurocientíficos, 
psicológicos e pedagógicos, desempenha um papel crucial na prevenção, pois avalia 
e auxilia nos processos que envolvem aspectos didáticos e metodológicos, bem como 
na dinâmica escolar, visando aprimorar o processo de ensino e aprendizagem 
(HENNEMANN, 2012). 
Um exemplo fascinante da neuropsicopedagogia em prática é a aprendizagem 
com intervalos. Essa abordagem pedagógica baseia-se em teorias neurocientíficas 
que sugerem que a estimulação repetida das vias neurais associadas à memória pode 
melhorar a aprendizagem e a retenção de informações. 
3 A SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEUROPSICOPEDAGOGIA: AVANÇOS 
E PERSPECTIVAS 
A assessoria neuropsicopedagógica é regulamentada pela Sociedade 
Brasileira de Neuropsicopedagogia, a qual define duas principais áreas de atuação, a 
saber: o campo institucional e o campo clínico. 
De acordo com o art. 29 do Código de Ética Técnico Profissional do 
Neuropsicopedagogo, os profissionais com formação no campo institucional atuam 
exclusivamente em ambientes escolares ou em instituições de atendimento coletivo. 
Eles integram a equipe técnico-pedagógica e o corpo docente, colaborando na 
 
9 
 
construção de projetos de trabalho em áreas de conhecimento formal, orientando 
estudos interdisciplinares e promovendo a prevenção da qualidade de vida por meio 
de campanhas internas voltadas à saúde, educação e lazer. É importante destacar 
que a prática do neuropsicopedagogo é fundamentada em uma metodologia que 
integra teoria e prática psicopedagógica. 
Sobre o tratamento e a assessoria psicopedagógicos, deve-se identificar a 
fragmentação dos conhecimentos, as atitudes pedagógicas, a construção 
que o aluno reproduz da imagem do professor e vice-versa, sobre a ideologia 
da realidade, dos mitos e símbolos, na direção da implantação de recursos 
preventivos no cotidiano escolar, assim como da investigação de diferentes 
metodologias sócio-pedagógicas, histórico-antropológicas e etnológico-
educativas (SILVEIRA, 2019). 
Nas instituições, o neuropsicopedagogo desempenha a crucial função de 
disseminar os conhecimentos disponíveis, promover o desenvolvimento cognitivo e 
estabelecer normas de conduta dentro de um projeto social mais amplo, buscando 
minimizar a necessidade de repressão. Os procedimentos de adaptação curricular 
voltados para uma perspectiva inclusivade educação devem estar presentes no 
Projeto Político-Pedagógico (PPP) escolar. Esses procedimentos devem incentivar a 
relação professor/aluno, especialmente nas dificuldades de comunicação dos alunos, 
e incluir a utilização de sistemas alternativos de ensino, como Língua de Sinais, 
Sistema Braille, e Sistema Bliss, entre outros. 
A interação entre colegas deve ser marcada por atitudes positivas de 
cooperação, e os alunos devem ser agrupados de forma a favorecer as relações 
sociais e o processo de ensino-aprendizagem. O trabalho do professor de sala de 
aula, junto com professores de apoio ou outros profissionais envolvidos, deve ser 
cooperativo, interativo e com papéis bem definidos. A organização do espaço e dos 
aspectos físicos da sala de aula deve ser funcional, otimizando a utilização dos 
recursos. A seleção, adaptação e utilização de recursos materiais, equipamentos e 
mobiliários devem favorecer a aprendizagem de todos os alunos em uma perspectiva 
inclusiva de educação. 
A Psicopedagogia surgiu na interseção entre a Pedagogia e a Psicologia, 
originada pela necessidade de atender crianças com distúrbios de aprendizagem, 
consideradas inaptas no sistema educacional convencional. 
 
10 
 
No momento atual, à luz de pesquisas psicopedagógicas que vêm se 
desenvolvendo, inclusive no nosso meio, e de contribuições da área da 
psicologia, sociologia, antropologia, linguística, epistemologia, o campo da 
psicopedagogia passa por uma reformulação. De uma perspectiva puramente 
clínica e individual, busca-se uma compreensão mais integradora do 
fenômeno da aprendizagem e uma atuação de natureza mais preventiva 
(KIGUEL apud BOSSA, 2000). 
Nos espaços do terceiro setor, como as ONG’s (Organizações Não-
Governamentais), o neuropsicopedagogo pode atuar de maneira psicopedagógica ao 
desenvolver projetos interdisciplinares voltados para as dificuldades de aprendizagem 
dos educandos. Suas atividades incluem realizar triagens para encaminhamentos a 
profissionais da saúde quando necessário e inserir crianças e adolescentes em 
oficinas pedagógicas para acompanhar e melhorar o desempenho da aprendizagem 
em relação às dificuldades apresentadas. 
No âmbito das intervenções do neuropsicopedagogo clínico, a avaliação deve 
ter como principal objetivo identificar o desenvolvimento e a aprendizagem do 
educando, com foco na atenção, nas funções executivas relacionadas ao 
comportamento, na linguagem, na compreensão leitora, na memória dos processos 
de ensino e aprendizagem, na motivação intrínseca e extrínseca, nas estratégias de 
aprendizagem, no desenvolvimento neuromotor, nas habilidades matemáticas e nas 
habilidades sociais de interação interpessoal. 
Portanto, o neuropsicopedagogo atua em equipes multiprofissionais em 
consultórios, clínicas, postos de saúde e no terceiro setor, realizando avaliações e 
intervenções em crianças e adolescentes com dificuldades escolares. Este trabalho 
envolve enfrentar o insucesso escolar e o baixo rendimento, assim como lidar com as 
múltiplas implicações para a autoavaliação da criança, para a família, professores e 
comunidade, constituindo-se em uma tarefa complexa e desafiadora que ainda não 
possui uma solução definitiva, apontando para a necessidade de buscar alternativas 
que possam minimizar tais situações. 
O arcabouço teórico que sustenta a formação do neuropsicopedagogo 
institucional e clínico está estreitamente relacionado à neurociência e à educação. 
Para compreender os mecanismos do aprendizado, é fundamental entender o 
funcionamento do sistema nervoso e a organização dos nossos comportamentos e 
emoções. A interação entre os 86 bilhões de neurônios do cérebro forma redes neurais 
que nos permitem aprender o que é significativo e relevante para a vida. 
 
11 
 
Cada tipo de habilidade ou comportamento pode ser bem relacionado a 
certas áreas do cérebro em particular. Assim, há áreas habilitadas a 
interpretar estímulos que levam a percepção visual e auditiva, à compreensão 
e a capacidade linguística, à cognição, ao planejamento de ações futuras, 
inclusive de movimento, e assim por diante (RELVAS, 2010). 
Na avaliação neuropsicopedagógica clínica, é possível utilizar testes e escalas 
padronizadas para a população brasileira, visando avaliar a aprendizagem adquirida. 
Além disso, a observação clínica, lúdica e do material escolar é empregada para 
formular a hipótese diagnóstica. O contato com a escola, a família e outros 
profissionais envolvidos é essencial para compreender o quadro e desenvolver um 
projeto de intervenção adequado a cada caso específico. 
É importante ressaltar que, tanto no campo institucional quanto no clínico, a 
atuação do neuropsicopedagogo mantém como objetivo central o saber-fazer. 
Especialmente na avaliação inicial, é fundamental elaborar hipóteses diagnósticas que 
considerem os aspectos orgânicos, afetivo-cognitivos, psicológicos e familiares do 
sujeito, bem como sua relação com o processo de aprendizagem. Na escola, a 
avaliação pode se concentrar na dinâmica professor/aluno, na metodologia de ensino 
e na instrumentalização didática, embora essa análise seja mais desafiadora devido 
ao número de alunos envolvidos. 
Portanto, as intervenções neuropsicopedagógicas visam assessorar e criar 
condições para que a aprendizagem ocorra de forma satisfatória, estimulando áreas 
que possam estar comprometendo esse processo. Inicialmente, as intervenções têm 
um caráter preventivo e, em seguida, tornam-se reeducativas, sendo desenvolvidas 
em clínicas ou consultórios psicológicos para identificar os motivos subjacentes aos 
problemas de aprendizagem. 
Referidos problemas podem incluir déficits intelectuais, incapacidades físicas 
ou sensoriais, dificuldades de adaptação, imaturidade psicomotora, falta de pré-
requisitos para a alfabetização, métodos de ensino inadequados, fatores emocionais 
e dislexia, entre outros. O objetivo é solucionar os problemas de aprendizagem, com 
foco no aluno, por meio de diagnóstico e intervenção psicopedagógica utilizando 
métodos, instrumentos e técnicas próprias da psicopedagogia institucional. 
 
12 
 
3.1 Avanços e perspectivas 
Com quase duas décadas de existência, a neuropsicopedagogia no Brasil tem 
se expandido no campo da neuroeducação, tanto como uma área de conhecimento 
quanto como uma profissão em destaque, contando com aproximadamente 3060 
associados na SBNPp. Essa expansão é fundamental para a sociedade, já que a 
neuropsicopedagogia trabalha com transformações neurobiológicas embasadas 
cientificamente e estratégias cognitivas e metacognitivas. Foi essa instituição que 
conquistou o reconhecimento das profissões de neuropsicopedagogo institucional e 
neuropsicopedagogo clínico em março de 2018, sendo oficializadas por portaria 
ministerial em julho de 2019. 
O LIEENP (Laboratório de Inovações Educacionais e Estudos 
neuropsicopedagógicos) da Faculdade Censupeg é o primeiro Laboratório Nacional 
de Pesquisas em neuropsicopedagogia, com uma longa história na Faculdade São 
Fidélis/RJ e atualmente situado em Joinville/SC, dentro da Faculdade Censupeg. Ele 
é uma referência para novos estudos brasileiros, a padronização de instrumentos de 
avaliação e testes específicos, visando agregar valor à formação qualificada e 
contínua do neuropsicopedagogo por meio de palestras, seminários e congressos que 
contribuem para a divulgação ética dos objetivos da neuropsicopedagogia, 
aprimorando os processos de ensino e aprendizagem. 
4 A ATUAÇÃO ABRANGENTE DO NEUROPSICOPEDAGOGO: AVALIAÇÃO, 
INTERVENÇÃO E PREVENÇÃO NOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM 
INSTITUCIONAIS 
A neuropsicopedagogia emergiu com o propósito de identificar e apoiar 
estudantes que enfrentam desafios na aprendizagem, enquanto busca compreender 
o funcionamento do cérebro e desenvolver os métodos mais eficazes para ajudá-los. 
Segundo Cosenza e Guerra (2011), a neurociência não apresenta uma nova 
pedagogia nemsoluções prontas para as dificuldades de aprendizagem; no entanto, 
ela oferece orientações valiosas para a prática pedagógica, elucidando o 
funcionamento cerebral. 
Destaca-se que a plasticidade cerebral se refere à capacidade do sistema 
nervoso de estabelecer e modificar conexões entre os neurônios em resposta à 
 
13 
 
interação contínua com o ambiente interno e externo do corpo. Nesse contexto, 
Cosenza e Guerra também afirmam que: 
Se os comportamentos dependem do cérebro, a aquisição de novos 
comportamentos, importante objetivo da educação, também resulta de 
processos que ocorrem no cérebro do aprendiz. As estratégias pedagógicas 
promovidas pelo processo ensino aprendizagem, aliadas às experiências de 
vida às quais o indivíduo é exposto, desencadeiam processos como a 
neuroplasticidade, modificando a estrutura cerebral de que aprende. Tais 
modificações possibilitam o aparecimento dos novos comportamentos, 
adquiridos pelo processo da aprendizagem. (COSENZA e GUERRA, 2011) 
Assim, apenas mediante essa compreensão torna-se viável abordar 
integralmente o contexto envolvendo o aluno, considerando aspectos como memória, 
capacidade de aprendizado e os vínculos afetivos com professores, colegas e 
familiares. Identificar e desenvolver novos métodos de aprendizagem que resultem 
em uma memória eficaz é essencial. Dessa forma, o processo de aprendizagem 
ocorre por meio de estímulos provenientes tanto do ambiente interno quanto do 
externo, adaptados a cada indivíduo e ao seu ritmo próprio. Considerando que cada 
pessoa está imersa em ambientes distintos e, portanto, vivencia experiências 
diversas, é fundamental, como ressaltado por Maluf (2003), analisar a idade e o 
estágio de desenvolvimento cerebral do aluno, pois esses aspectos são cruciais para 
o sucesso educacional. 
Nesse contexto, cabe ao neuropsicopedagogo promover um ensino inclusivo, 
onde todos os alunos, independentemente de suas deficiências, sejam integrados, 
preparando-os para a vida em sociedade. Isso implica em adotar uma abordagem 
inovadora na construção do conhecimento, mesmo diante das dificuldades de 
aprendizagem, tornando-se uma especialidade fundamental para auxiliar os alunos a 
superar suas adversidades. 
O Código de Ética Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia, em seu 
capítulo III, que trata do exercício das atividades, das responsabilidades e da 
promoção profissional, conforme estabelecido na resolução SBNPp n° 03/2014, 
enfatiza: 
1°. Entende-se que sua atuação na área de Institucional, ou de educação 
especial, de educação inclusiva escolar deve contemplar: a) Observação, 
identificação e análise do ambiente escolar nas questões relacionadas ao 
desenvolvimento humano do aluno nas áreas motoras, cognitivas e 
comportamentais; b) Criação de estratégias que viabilizem o 
desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem do aluno; c) 
 
14 
 
Encaminhamento do aluno a outros profissionais quando o caso for de outra 
área de atuação/especialização (BRASIL, 2014). 
4.1 Neuropsicopedagogia: atuação profissional 
O pós-graduado em Neuropsicopedagogia irá adquirir um conhecimento 
aprofundado sobre o funcionamento do cérebro humano e suas transformações ao 
longo do desenvolvimento, bem como a maneira como este se manifesta em situações 
cotidianas. De acordo com o doutrinador Ribas (2006): 
[...], uma visão progressiva das complexidades nervosa e comportamental ao 
longo da evolução das espécies, a análise filogenética da própria 
conceituação de termos como consciência e psiquismo, principalmente por 
propiciar especulações sobre os possíveis paralelos comportamentais 
existentes entre as diferentes espécies e o próprio ser humano. 
Considerando que a neuropsicopedagogia é uma ciência dedicada aos estudos 
educacionais, promovendo a troca de informações entre a pedagogia e a psicologia e 
enfatizando a aprendizagem humana, busca-se a inclusão do indivíduo na sociedade. 
Nesse contexto, para Beauclair (2009): 
O campo de estudo da Psicopedagogia está focado no próprio ato de 
aprender e ensinar, percebendo que é necessário considerar 
simultaneamente aspectos da realidade interna e da realidade externa da 
aprendizagem, visando compreender as dimensões sociais, subjetivas, 
afetivas e cognitivas que interagem dialeticamente na constituição do sujeito 
que se movimenta na complexidade inerente ao processo de conhecer 
(BEAUCLAIR, 2009). 
Além disso, Bossa (2007) afirma que a psicopedagogia: 
Se ocupa da aprendizagem humana, que adveio de uma demanda o 
problema de aprendizagem. Como se preocupa com esse problema, 
deve ocupar-se inicialmente do processo de aprendizagem, estudando 
assim as características da mesma (BOSSA, 2007). 
Portanto, nessa perspectiva, torna-se essencial o trabalho do 
neuropsicopedagogo diante das dificuldades de aprendizagem, visando preveni-las 
para evitar o fracasso escolar. Para isso, é necessário que esse profissional não se 
concentre apenas no aluno, mas também observe a prática pedagógica do professor 
e a aplicação do aprendizado na prática (BARBOSA, 2001). 
 
15 
 
Diante desse contexto, a atuação do neuropsicopedagogo envolve 
características bem definidas que incluem prevenção, avaliação, orientação, 
encaminhamento e acompanhamento ao longo do desenvolvimento do aluno, com o 
objetivo de monitorar e apoiar seu progresso de forma positiva. A partir dessas 
observações, o neuropsicopedagogo pode solicitar que um psicólogo elabore um 
laudo detalhado e seguro para o paciente (CIASCA, 2003). 
4.2 Neuropsicopedagogo Institucional 
O profissional em neuropsicopedagogia pode atuar tanto no âmbito escolar 
quanto no clínico, compreendendo melhor o funcionamento do cérebro, a plasticidade 
cerebral, os transtornos do neurodesenvolvimento, as síndromes, e as metodologias 
de ensino e aprendizagem voltadas para o fenômeno do aprender e suas dificuldades 
(BARBOSA, 2001). No art. 15º do código de ética, fica evidenciado que: 
O Neuropsicopedagogo fará sua atuação dentro das especificidades do seu 
campo e área do conhecimento, no sentido da educação e desenvolvimento 
das potencialidades humanas, daqueles aos quais presta serviços (SBNPp 
nº 00.001, 2014). 
Quando mencionado o Neuropsicopedagogo Institucional, faz-se referência ao 
profissional que, ao obter tal qualificação, desempenha suas atividades no ambiente 
das instituições escolares, oferecendo suporte à equipe técnico-pedagógica e ao 
corpo docente (DEHAENE, 2012). De acordo com o doutrinador Silveira (2019): 
Sobre o tratamento e a assessoria psicopedagógicos, deve-se identificar a 
fragmentação dos conhecimentos, as atitudes pedagógicas, a construção 
que o aluno reproduz da imagem do professor e vice-versa, sobre a ideologia 
da realidade, dos mitos e símbolos, na direção da implantação de recursos 
preventivos no cotidiano escolar, assim como da investigação de diferentes 
metodologias (SILVEIRA, 2019). 
O papel do neuropsicopedagogo institucional é de grande relevância, pois por 
meio de seus conhecimentos, desempenha a crucial função de compartilhar os 
conhecimentos disponíveis, promovendo o desenvolvimento cognitivo e 
potencializando as habilidades dos alunos. É essencial uma comunicação direta com 
todos os envolvidos nesse processo, incluindo não apenas a equipe pedagógica, mas 
principalmente a família, para que juntos possam oferecer suporte à criança com 
dificuldades de aprendizagem e necessidades especiais (DEHAENE, 2012). 
 
16 
 
4.3 O aspecto inclusivo da atuação do Neuropsicopedagogo 
A inserção da inclusão escolar no panorama da história da educação brasileira 
representa um desenvolvimento recente nos dias atuais. Esse processo inclusivo 
abrange múltiplas esferas institucionais e políticas, uma vez que a inclusão não é 
apenas uma responsabilidade da escola, mas também reflete todo um contexto social 
e familiar. 
A educação especial desempenhou um papel crucialcomo precursora da 
educação inclusiva em um contexto mais amplo. Ao longo do século XX, a educação 
especial passou por mudanças significativas. Impulsionada pelos movimentos sociais 
que clamavam por maior igualdade entre todos os cidadãos e pela eliminação de 
qualquer forma de discriminação, gradualmente se integrou ao sistema educacional 
regular. Buscou-se, então, estratégias que facilitassem a inclusão dos alunos com 
deficiência. Paralelamente, ocorreu uma profunda reflexão no campo educacional, 
levando a uma abordagem mais interativa dos problemas enfrentados por esses 
alunos, com a escola assumindo sua responsabilidade diante das dificuldades de 
aprendizagem que enfrentavam. O surgimento do conceito de necessidades 
educacionais especiais e o reconhecimento da importância de a escola se adaptar à 
diversidade de seus alunos foram reflexos dessas novas realidades (COLL; 
MARCHES e PALACIOS, 2004). 
A evolução da educação especial em direção à inclusão foi um processo 
gradual, marcado pela transição de um modelo segregacionista para uma abordagem 
inclusiva, que proporcionou oportunidades educacionais para aqueles que 
anteriormente eram excluídos do ambiente escolar considerado "normal". A escola 
emergiu como uma das principais defensoras da inclusão. Nesse contexto, as escolas 
que priorizam a diversidade dos alunos e adaptam suas práticas educacionais para 
atender a esse objetivo são as que conseguem uma integração mais eficaz. No 
entanto, esse processo implica em uma reformulação significativa. A partir desses 
princípios, Carvalho (1997) nos leva a refletir sobre o verdadeiro papel da escola: 
[...] Todas as escolas deveriam acomodar todas as acrianças 
independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, 
emocionais, linguísticas ou outras. Deveriam incluir crianças deficientes e 
superdotadas, crianças de rua e que trabalham, crianças de origem remota 
ou de população nômade, crianças pertencentes a minorias linguísticas, 
étnicas ou culturais e crianças de outros grupos em desvantagem ou 
 
17 
 
marginalizados... No contexto destas Linhas de Ação o termo “necessidades 
educacionais especiais” refere-se a todas aquelas crianças ou jovens cujas 
necessidades se originam em função de deficiências ou dificuldades de 
aprendizagem... As escolas têm que encontrar a maneira de educar com êxito 
todas as crianças, inclusive as que têm deficiências graves (CARVALHO, 
1997). 
O propósito de estabelecer escolas inclusivas implica em uma reformulação 
profunda do sistema educacional, que transcende a simples reforma da educação 
especial. Embasado nessa perspectiva de reforma, em agosto de 2015, o governo 
federal promulgou a Lei Brasileira de Inclusão, uma iniciativa que engloba medidas 
destinadas a capacitar espaços de todos os tipos para acolher, comunicar e integrar 
pessoas com deficiência. Essa legislação está alinhada com as diretrizes da 
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, da Organização das 
Nações Unidas (ONU). As autoras Honora e Frizanco (2008) elucidam esses 
princípios da inclusão escolar: 
[...] O princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças 
devem aprender juntas, sempre que possível, independentemente de 
quaisquer dificuldades ou diferenças que elas possam ter. Escolas inclusivas 
devem reconhecer e responder às necessidades diversas de seus alunos 
acomodando ambos os estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando uma 
educação de qualidade a todos através de um currículo apropriado, arranjos 
organizacionais, estratégias de ensino, uso de recurso e parceria com as 
comunidades. Na verdade, deveria existir uma continuidade de serviços e 
apoio proporcional ao contínuo de necessidades especiais encontradas 
dentro da escola (HONORA e FRIZANCO, 2008). 
A presença da escola inclusiva é uma realidade atual no cenário educacional 
contemporâneo, e a lei é bastante enfática quanto à sua aplicação, exigindo que a 
instituição escolar e seus colaboradores incorporem nos processos pedagógicos de 
trabalho a inclusão do aluno com alguma forma de limitação, seja ela intelectual, 
sensorial ou física. 
Neste contexto, o Projeto Político-Pedagógico (PPP) escolar pode implementar 
adaptações significativas para facilitar o acesso ao currículo. Essas adaptações 
incluem modificações nos elementos físicos e materiais do ensino, bem como na 
capacitação dos professores para trabalhar com alunos que apresentam dificuldades 
e limitações de aprendizagem. Referidas modificações podem ser planejadas como 
alterações espaciais, materiais de comunicação e outros recursos que auxiliem os 
alunos com necessidades educacionais especiais a desenvolverem suas habilidades 
e competências em um currículo escolar que atenda às suas reais necessidades. 
 
18 
 
Ademais, o papel do neuropsicopedagogo é promover processos educacionais 
inclusivos e conscientizar a comunidade escolar de que o conceito de inclusão não 
significa adequar ou normatizar os alunos de acordo com as características da 
maioria, mas sim proporcionar a possibilidade de participação, convivência e respeito 
às diferenças. 
É importante destacar que o documento que orienta a educação inclusiva é a 
Declaração de Salamanca, que se configura como uma Declaração de Direitos e uma 
proposta de ação. Esta surgiu na Conferência Mundial, patrocinada pela UNESCO, 
em junho de 1994, em Salamanca, na Espanha, com o objetivo de garantir os direitos 
de todos os alunos, independentemente do grau de deficiência ou distúrbio de 
aprendizagem, dentro do que é chamado de Educação Comum. 
A Lei 13.146, sancionada em julho de 2015 e conhecida como Lei Brasileira de 
Inclusão, consagrou a política de educação inclusiva no Brasil. Isso implica que todas 
as escolas, sejam elas públicas ou particulares, devem seguir as determinações dessa 
legislação com o objetivo de aprimorar seus sistemas de ensino, garantindo condições 
de acesso, permanência, participação e aprendizagem a todas as pessoas com 
deficiência. É importante destacar que essas adaptações necessárias para o 
atendimento educacional inclusivo não devem acarretar custos extras para as famílias 
das pessoas com deficiência, visto que devem ser suportadas pela sociedade como 
um todo, compreendendo a comunidade, a escola e a família (TEAPOIO, 2019). 
Portanto, é com grande cautela que devemos promover a inclusão escolar de 
crianças com sérios problemas de desenvolvimento. Em vez de abordar o tema 
apenas com base no ideal legislativo, é mais apropriado considerar cada criança 
individualmente, identificar seus problemas específicos e, a partir disso, avaliar a 
melhor maneira de promover processos educacionais inclusivos e adaptações no 
cotidiano escolar. 
4.4 Neuropsicopedagogo Clínico 
O profissional especializado em neuropsicopedagogia clínica desempenhará 
suas funções em ambientes como consultórios clínicos e postos de saúde, onde 
realizará avaliações de crianças e adolescentes que enfrentam dificuldades de 
aprendizagem ou apresentam necessidades especiais, tais como TEA (Transtorno do 
 
19 
 
Espectro Autista) e TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), entre 
outros (CARNEIRO et al., 2021). 
Quanto à avaliação, destaca-se a importância de identificar no aluno qual é o 
diagnóstico, ou seja, que dificuldades e transtornos estão impedindo seu 
desenvolvimento, seja no aspecto do vínculo afetivo, comportamental, neuromotor, 
linguagem, entre outros, tanto por motivos intrínsecos quanto externos. Com base 
nessas observações, elabora-se um laudo consciente que auxilie tanto a família 
quanto a escola. 
Portanto, é crucial que após a elaboração do laudo, o profissional continue 
acompanhando o desenvolvimento do aluno e, se necessário, encaminhe para outros 
profissionais que possam dar continuidade ao processo, buscando maneiras de 
mitigar seu estado clínico (ROSARIO et al., 2018). O neuropsicopedagogoprecisa ter 
um bom conhecimento do cérebro humano, já que essas limitações estão associadas 
a áreas específicas do cérebro. Conforme Relvas (2010): 
Cada tipo de habilidade ou comportamento pode ser bem relacionado a 
certas áreas do cérebro em particular. Assim, há áreas habilitadas a 
interpretar estímulos que levam a percepção visual e auditiva, à compreensão 
e a capacidade linguística, à cognição, ao planejamento de ações futuras, 
inclusive de movimento (RELVAS, 2010). 
Assim, o neuropsicopedagogo, ao realizar sua avaliação, tem a possibilidade 
de empregar testes, recursos lúdicos e jogos, sendo suas anotações por meio de 
observações de extrema importância para uma eventual intervenção diagnóstica 
(ROSARIO et. al, 2018). 
4.5 O Neuropsicopedagogo e a Educação Inclusiva 
Ao abordar a educação inclusiva, o objetivo é modificar a perspectiva de toda 
uma sociedade para garantir os direitos de todas as crianças e adolescentes que 
enfrentam necessidades especiais. Nesse contexto, a escola desempenha um papel 
crucial ao ampliar a participação dos alunos nas instituições de ensino (ROSARIO et. 
al, 2018). 
De acordo com o Ministério da Educação –MEC (2004): 
A educação tem, nesse cenário, papel fundamental, sendo a escola o espaço 
no qual se deve favorecer, a todos os cidadãos, o acesso ao conhecimento e 
 
20 
 
o desenvolvimento de competências, ou seja, a possibilidade de apreensão 
do conhecimento historicamente produzido pela humanidade e de sua 
utilização no exercício efetivo da cidadania (BRASIL, 2004). 
E ainda continua relatando que: 
Escola inclusiva é, aquela que garante a qualidade de ensino educacional a 
cada um de seus alunos, reconhecendo e respeitando a diversidade e 
respondendo a cada um de acordo com suas potencialidades e necessidades 
(BRASIL, 2004). 
Diante da implementação da educação inclusiva, que visa atender a todos os 
indivíduos com diversas necessidades especiais, surge uma demanda maior para o 
neuropsicopedagogo. Ele precisa planejar suas intervenções pedagógicas e 
avaliações de forma mais cuidadosa, com um olhar atento para identificar as 
necessidades apresentadas, seja no aspecto físico, sensorial, mental ou em algum 
transtorno comportamental, que estejam impedindo o progresso do desenvolvimento 
social e escolar (ROSARIO et. al, 2018). Sahb (2004) discorre sobre a escola inclusiva 
da seguinte maneira: 
[...] pressupõe uma nova escola, comum na sua organização e 
funcionamento, pois adota os princípios democráticos da educação de 
igualdade, equidade, liberdade e respeito à dignidade que fortalecem a 
tendência de manter na escola regular os alunos” (SAHB, 2004). 
Assim, ao desempenhar suas funções, o neuropsicopedagogo deve garantir 
que crianças e adolescentes com qualquer tipo de necessidade especial sejam 
integrados de forma inclusiva nas escolas, proporcionando apoio aos pais e 
professores em tudo o que for benéfico para o desenvolvimento deles (ROSARIO et. 
al, 2018). 
4.6 Neuropsicopedagogo no contexto da Consciência Fonológica 
A intervenção neuropsicopedagógica desempenha um papel crucial no 
aprimoramento da consciência fonológica. Este método permite que o profissional 
avalie minuciosamente a competência da criança nessa área e detecte suas 
dificuldades específicas. A partir dessa avaliação, é possível desenvolver atividades 
personalizadas e estratégias de ensino adaptadas às necessidades individuais de 
cada criança. 
 
21 
 
Algumas das abordagens empregadas na intervenção neuropsicopedagógica 
incluem o uso de jogos e brincadeiras para estimular a percepção auditiva dos sons, 
práticas de repetição oral de palavras e fonemas isolados, atividades de identificação 
de rimas e segmentação de palavras em sílabas, entre outras. 
Como mencionado, a consciência fonológica refere-se à habilidade de 
reconhecer e manipular os sons da fala, as unidades sonoras que formam as palavras. 
A intervenção da neuropsicopedagogia no desenvolvimento da consciência fonológica 
é crucial, especialmente para crianças em idade escolar, pois essa habilidade está 
diretamente relacionada ao processo de alfabetização e letramento. 
Ocorre que, na avaliação e identificação de dificuldades, a 
neuropsicopedagogia realiza avaliações específicas para determinar o nível de 
consciência fonológica de cada criança. Essa avaliação ajuda a identificar eventuais 
dificuldades na segmentação, identificação ou manipulação dos sons da fala, 
conhecimentos essenciais para o domínio da leitura e escrita. 
Com base na avaliação realizada, são elaboradas estratégias de intervenção 
personalizadas. Essas estratégias podem englobar atividades direcionadas para 
aprimorar a percepção e discriminação de sons, jogos que abordam a segmentação 
de sílabas e fonemas, exercícios voltados para rimas, entre outras práticas, todas 
destinadas a fortalecer a consciência fonológica. 
Com efeito, o estímulo à pré-Leitura e escrita, a neuropsicopedagogia 
desempenha um papel fundamental ao incentivar precocemente o desenvolvimento 
das habilidades fonológicas, que constituem pré-requisitos essenciais para o processo 
de aprendizagem da leitura e escrita. O progresso nessas habilidades facilita a 
associação entre sons e letras, tornando mais eficiente a decodificação e codificação 
de palavras. 
Ademais, os profissionais de neuropsicopedagogia podem propor adaptações 
no currículo escolar, implementar estratégias de ensino diferenciadas e oferecer 
suporte específico a alunos que enfrentam dificuldades na consciência fonológica, 
contribuindo para a promoção de um ambiente escolar mais inclusivo. 
A eficácia do treinamento da consciência fonológica já foi comprovada em 
diversos estudos científicos, inclusive em crianças com transtornos de aprendizagem 
e dificuldades específicas de leitura. Portanto, a intervenção neuropsicopedagógica 
 
22 
 
representa uma ferramenta importante para auxiliar as crianças no desenvolvimento 
dessa habilidade essencial. 
A escola desempenha um papel central na sociedade, promovendo o 
desenvolvimento integral dos indivíduos, tanto intelectual quanto emocional, social e 
moralmente, preparando-os para uma participação ativa na comunidade e 
contribuindo para o progresso social em várias esferas. O neuropsicopedagogo 
desempenha uma função significativa na escola, oferecendo compreensão e apoio 
aos estudantes com dificuldades de aprendizagem, considerando tanto os aspectos 
neurobiológicos quanto os pedagógicos. 
4.7 Ética Profissional do Neuropsicopedagogo 
A ética profissional é compreendida como o comportamento, a postura e a 
maneira como o profissional se conduz em seu dia-a-dia, refletindo os valores que 
influenciam suas interações com sua equipe de trabalho. Stukart (2003) aborda 
que: 
A ética é uma palavra que vem do grego ETHOS, que significa estudo de 
caráter, juízo do ser humano e reflete sobre a situação vivida, para ele, ‘A 
ética não analisa o que o homem faz, como a psicologia e a sociologia, mas 
o que ele deveria fazer. É um juízo de valores, como virtude, justiça, 
felicidade, e não um julgamento da realidade (STUKART, 2003). 
Nessa perspectiva, o autor mencionado anteriormente conceitua ética como um 
conjunto de princípios que influenciam o caráter do indivíduo, orientando-o de maneira 
positiva em sua trajetória tanto pessoal quanto profissional, cuidando assim da sua 
reputação. 
Lado outro, o compromisso ético do neuropsicopedagogo envolve a prática de 
investigação do conhecimento epistêmico das neurociências da educação, com o 
objetivo de constituir, segundo Ribas (2006), uma visão progressiva das 
complexidades nervosa e comportamental ao longo da evolução das espécies. Isso 
inclui a análise filogenética de termos como consciência e psiquismo, permitindo 
especulações sobre os possíveis paralelos comportamentais entre diferentes 
espécies e o ser humano. 
A partir desse ponto, é essencial reconhecer as funçõesfundamentais do 
sistema nervoso humano: ajustar o organismo ao ambiente, perceber e identificar 
 
23 
 
condições externas e internas, elaborar respostas adaptativas e integrar funções 
sensoriais, integrativas e motoras. 
No campo institucional e clínico, a prática deve ter como objetivo principal 
integrar, de maneira coerente, conhecimentos e princípios de diferentes ciências 
humanas, visando uma compreensão abrangente dos variados processos de 
aprendizagem. Dessa forma, o neuropsicopedagogo atua com metodologia 
psicopedagógica em um amplo conjunto de tarefas e funções, oferecendo assessoria 
às escolas, independentemente de sua diversidade. 
O trabalho psicopedagógico não se restringe a aulas de reforço escolar; ele é 
mais amplo e abrangente. Embora possa envolver conteúdos educacionais, seu foco 
principal é abordar as defasagens biopsicossociais reais, voltado para a vinculação 
com a aprendizagem e o compromisso com o educando e suas famílias nos contextos 
socioeducativos. 
É importante destacar que, durante sua prática (antes, durante e depois das 
intervenções), o neuropsicopedagogo deve constantemente avaliar sua postura ética, 
os procedimentos realizados e as técnicas utilizadas para favorecer o aprendizado do 
educando. 
Os objetivos do assessoramento psicopedagógico podem ser categorizados 
em quatro eixos principais, conforme apontam Coll e Marchesi (2004). O primeiro eixo 
refere-se aos objetivos da intervenção: tarefas centradas no sujeito e aquelas que 
visam influenciar o contexto educacional. O segundo eixo trata das modalidades de 
intervenção, que podem ser corretivas, preventivas ou enriquecedoras. O terceiro eixo 
diz respeito aos modelos de intervenção: enquanto alguns psicopedagogos trabalham 
diretamente com o aluno de forma individualizada, outros combinam momentos de 
intervenção direta com intervenções indiretas focadas nos agentes educacionais que 
interagem com o aluno. O quarto eixo está relacionado ao lugar preferencial de 
intervenção, abrangendo diversos níveis e contextos, como a sala de aula, 
subsistemas dentro da escola, a instituição como um todo, o sistema familiar e a zona 
de influência. 
De acordo com a Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia (SBNPp), a 
atuação do neuropsicopedagogo na área institucional, de educação especial e de 
educação inclusiva deve incluir a observação, identificação e análise do ambiente 
escolar nas questões relacionadas ao desenvolvimento humano do aluno nas áreas 
 
24 
 
motoras, cognitivas e comportamentais. Também deve desenvolver estratégias que 
viabilizem os processos de ensino e aprendizagem, além de encaminhar alunos para 
outros profissionais quando necessário, considerando a necessidade de assistência 
de outras áreas de atuação ou especialização. 
É um princípio ético que o neuropsicopedagogo realize testagens, protocolos e 
estratégias de intervenção conforme determinam as Normas Técnicas de seu 
regulamento. No contexto escolar, o neuropsicopedagogo deve prestar assessoria em 
conjunto com toda a equipe técnica e pedagógica da instituição, observando e 
analisando as demandas que necessitam de avaliação e intervenção, sem perder de 
vista o desenvolvimento integral do aluno. 
O neuropsicopedagogo deve estar familiarizado com as características dos 
contextos em que atuará. No contexto institucional, como em ONGs, ele deve atender 
coletivamente e, conforme o caso, oferecer assessoria individual, realizando 
encaminhamentos para outros profissionais especializados quando necessário. Além 
disso, deve propor o planejamento institucional de suas atividades nesses contextos, 
incluindo observação e anamnese. 
Cada instituição realiza atividades em diferentes áreas e possui uma cultura 
própria de atendimento, utilizando instrumentos coletivos. Portanto, é essencial 
realizar um diagnóstico institucional para identificar o que precisa ser trabalhado. Entre 
as necessidades que podem surgir estão as funções executivas, habilidades sociais, 
linguagem, habilidades matemáticas e comportamento motor. 
A execução de projetos de trabalho ou oficinas temáticas deve ser planejada 
antecipadamente e compartilhada com todos os agentes do contexto institucional, 
considerando o tempo necessário para alcançar os objetivos pretendidos. 
No que se refere à atividade do neuropsicopedagogo clínico, conforme 
destacado por Paín (1989), a intervenção visa levantar e sistematizar o perfil do aluno 
no processo de aprendizagem, detectando os principais pontos de dificuldade e 
necessidade apresentados pelo educando em diferentes momentos de sua formação. 
O objetivo é identificar o desenvolvimento do aluno em relação à atenção, funções 
executivas, expressão comportamental, linguagem, compreensão leitora, memória 
dos processos de ensino e aprendizagem, motivação intrínseca e extrínseca, e 
estratégias de aprendizagem. 
 
25 
 
O olhar clínico neuropsicopedagógico pretende analisar a dinâmica relacional 
do indivíduo nos processos de ensino e aprendizagem de forma preventiva, 
diagnóstica e curativa, desenvolvendo atividades e dinâmicas acadêmicas eficazes 
para o bom andamento da vida escolar do aluno. Isso inclui atendimento individual 
para suas necessidades e dificuldades, de maneira pedagógica, e encaminhamentos 
para outros profissionais e especialistas quando necessário. 
A assessoria neuropsicopedagógica, tanto para a equipe gestora e de 
professores quanto para os alunos, seja em âmbito institucional ou clínico, é essencial 
para a formação da cidadania crítica nos diversos contextos socioculturais. Essa 
assessoria promove a participação social, contribui para a formação ética, prepara 
para o mundo do trabalho, combate o fracasso escolar e eleva a autoestima. 
5 A IMPORTÂNCIA DA NEUROPSICOPEDAGOGIA NO COMPREENDIMENTO 
DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM INFANTIL: REFLEXÕES 
SOBRE O SISTEMA LÍMBICO E A FUNÇÃO CONATIVA 
Diversos estudiosos de diferentes áreas têm, ao longo do tempo, buscado 
entender o processo de ensino e aprendizagem humana, na tentativa de encontrar 
uma metodologia linear e funcionalmente perfeita. Contudo, com o advento das 
neurociências, a percepção de que cada ser humano aprende de forma única e é 
influenciado por diversos fatores internos, externos, biológicos, cognitivos, afetivos e 
sociais ao longo de sua trajetória de eterno aprendiz se tornou mais intensa. Com isso 
em mente, e destacando uma das fases mais cruciais do desenvolvimento cognitivo 
— a infância —, iniciamos reflexões sobre uma área cognitiva pouco explorada, mas 
que exerce grande influência nos processos mentais e no sucesso escolar. 
Adotando uma perspectiva neuropsicopedagógica, começamos com uma 
breve explicação do Sistema Límbico, também conhecido como cérebro emocional, 
que é um conjunto de estruturas do sistema nervoso responsável pela percepção das 
emoções. Em seguida, exploramos o papel da função conativa na aprendizagem e 
sua relevância na construção de saberes. Por fim, abordamos as dimensões da 
aprendizagem na educação infantil, construindo conexões reflexivas e teóricas sobre 
a importância de atender às necessidades das crianças, respeitando sua autonomia 
e seu direito de explorar e aprender. 
 
26 
 
5.1 Sistema Límbico e sua importância na aprendizagem 
A neuropsicopedagogia, ao investigar a relação entre o cérebro e a 
aprendizagem, dedica uma atenção especial ao sistema límbico devido à sua 
relevância no processo educacional. O sistema límbico, uma rede complexa de 
estruturas cerebrais, é responsável pela regulação das emoções, memória, motivação 
e comportamento, exercendo uma influência significativa e multifacetada na 
aprendizagem. Três aspectos são particularmente importantes: a regulação 
emocional, a relação entre memória e aprendizagem, e a motivação e recompensa. 
O sistema límbico desempenha um papel crucial na regulação das emoções, 
estabelecendo vínculos entrea experiência emocional e os processos de 
aprendizagem. Em um ambiente educacional, emoções como motivação, interesse e 
ansiedade influenciam diretamente a capacidade de absorver, processar e reter 
informações. Um ambiente que promove um estado emocional positivo pode facilitar 
a aprendizagem, enquanto emoções negativas podem dificultar o processo. 
O sistema límbico está profundamente ligado à consolidação da memória. 
Estruturas como o hipocampo, que fazem parte do sistema límbico, desempenham 
um papel crucial na formação e recuperação da memória. Isso é essencial para a 
aprendizagem, pois a capacidade de reter e recuperar informações é fundamental 
para a aquisição de conhecimento. 
Além disso, o sistema límbico está associado aos mecanismos de motivação e 
recompensa. Ele regula a liberação de neurotransmissores como a dopamina, que 
desempenha um papel central na motivação e no estabelecimento de 
comportamentos recompensadores. Uma aprendizagem que esteja associada a 
recompensas ou que seja percebida como significativa pode ser mais eficaz, pois o 
sistema límbico está envolvido na ativação desses processos motivacionais. 
A compreensão do sistema límbico na neuropsicopedagogia é essencial para 
educadores e profissionais da educação, pois possibilita a criação de ambientes de 
aprendizagem mais eficazes, considerando não apenas os aspectos cognitivos, mas 
também as emoções, motivações e a importância da formação de memórias 
significativas. Com base nesse entendimento, é possível desenvolver estratégias 
pedagógicas que considerem a regulação emocional, promovam a motivação 
intrínseca e facilitem a formação de memórias duradouras. Tais estratégias podem 
 
27 
 
incluir métodos de ensino que estimulem a curiosidade, conectem o aprendizado a 
experiências emocionais positivas e ofereçam feedback recompensador, criando um 
ambiente favorável ao processo de aprendizagem. 
Historicamente, conforme mencionado por Esperidião-Antônio (2007), “a 
complexa relação emoção – razão tornou-se tema recorrente no pensamento dos 
diferentes filósofos, os quais formularam concepções, as mais variadas, para explicar 
as origens e o papel das emoções na condição humana”. Nesse contexto, destacam-
se dois filósofos, Descartes e Espinoza, que tinham opiniões divergentes sobre essa 
relação. 
Optamos por seguir a perspectiva de Espinoza, filósofo racionalista do século 
XVII, cujos 'teoremas éticos' pavimentaram o caminho para o estudo da rede de 
comunicação entre corpo, cérebro e mente. Ele os concebia como um sistema 
interativo complexo, altamente distribuído e com grande grau de liberdade, mas que 
possui um 'posto de comando'—um 'EU'—considerado um atributo fundamental de 
uma mente consciente" (FONSECA, 2014). 
A partir deste teorema ético, compreendemos que a consciência humana tem 
a capacidade de refletir sobre suas ações no mundo, incluindo seus sentimentos, 
pensamentos e desejos, permitindo que o indivíduo controle ou motive seus instintos 
primitivos e impulsos naturais, fenômeno que denominamos motivação. 
Nesse contexto, a contribuição de Espinoza possibilitou que pesquisadores 
refletissem sobre a relação física entre o cérebro e as emoções, especialmente nos 
estudos neurológicos. Essa linha de pensamento pode ser vista como uma introdução 
preliminar à neuropsicopedagogia, disciplina que integra estudos neurológicos, 
psicológicos e pedagógicos, visando ampliar o conhecimento sobre o complexo 
desenvolvimento humano e entendê-lo em sua totalidade. 
Voltando à compreensão do sistema límbico, termo central em nossa reflexão, 
consideramos o conceito apresentado por Del-Bianco (2023). O sistema límbico é 
entendido como uma estrutura neurológica composta por várias partes identificadas 
ao longo de pesquisas realizadas por neurologistas. Paul Broca, um neurologista 
francês, introduziu o conceito do lobo límbico em 1878. Posteriormente, James Papez, 
um neurocientista americano, revisou o estudo de Broca em 1937 e constatou que as 
estruturas do sistema límbico estavam interligadas, formando o que hoje conhecemos 
como o Circuito de Papez. 
 
28 
 
Figura 1: Circuito de Papez
 
Fonte: neurologiaemfoco.com.br 
Evidências experimentais derivadas da revisão do circuito proposto por Papez, 
baseado no lobo límbico descrito por Broca, levaram à formulação do conceito de 
Sistema Límbico (SL). Este sistema passou a ser caracterizado como o circuito 
neuronal associado às respostas emocionais e aos impulsos motivacionais 
(Esperidião-Antônio, 2008). 
Do ponto de vista neurobiológico, conforme Del Bianco (2023), o sistema 
límbico é composto por uma série de estruturas nervosas que fazem parte do sistema 
nervoso central. Este conceito nos ajuda a identificar as estruturas nervosas que 
pertencem diretamente ao sistema límbico, para então compreender suas respostas 
emocionais. 
Para apresentar as estruturas que compõem o Sistema Límbico, baseamo-nos 
na proposta de Papez, conforme mencionada por Esperidião-Antônio (2008). Segundo 
esta proposta, as estruturas incluem: 
• O hipocampo: desempenha um papel essencial na criação de novas 
memórias, particularmente aquelas que são episódicas, ou seja, 
relacionadas a eventos específicos e contextuais, enquanto também 
desempenha funções significativas no comportamento e na memória. 
• O fórnix: é uma via nervosa que estabelece conexões entre o hipocampo e 
outras regiões do cérebro, como o hipotálamo e o tálamo. 
• O tálamo: desempenha papéis na regulação da consciência, controle do 
sono e manutenção do estado de alerta. 
• Hipotálamo: o componente central do sistema límbico, desempenha 
funções vegetativas que estão intimamente ligadas ao comportamento 
 
29 
 
associado a uma variedade de emoções, como prazer, raiva, desprazer, 
aversão e tendências ao riso descontrolado. Além disso, o hipotálamo 
desempenha um papel crucial na regulação da ansiedade. 
• Corpo mamilar: é um componente do hipotálamo, está associado a funções 
que dizem respeito tanto à memória quanto à emoção. 
• Trato mamilotalâmico: A conexão entre o corpo mamilar e o tálamo é 
caracterizada como uma estrutura que desempenha o papel de uma 
espécie de estação de retransmissão sensorial. 
• Córtex cingulado: O córtex cingulado, uma região significativa do córtex 
cerebral, está vinculado ao processamento emocional e à modulação das 
respostas emocionais. 
• Giro Cíngulado: desempenha um papel na percepção de odores e visões 
associadas a memórias agradáveis e emoções passadas, além de estar 
envolvido na resposta de memória à dor e na regulação do comportamento 
agressivo. 
• Giro para-hipocampal: está relacionado ao armazenamento da memória. 
Desta maneira, ao descrevê-la de forma mais funcional, podemos compreender 
que a estrutura do sistema límbico abrange funções relacionadas às emoções, 
aprendizado, memória, motivação e algumas respostas homeostáticas. A 
compreensão do Círculo de Papez e suas interconexões é de grande relevância para 
campos como neuropsicologia e neuropsicopedagogia, pois oferece insights sobre 
como as emoções e a memória estão intrinsecamente ligadas no funcionamento 
cerebral. Esses conhecimentos podem ser aplicados no desenvolvimento de 
estratégias educacionais que consideram a influência do estado emocional na 
formação de memórias duradouras e na criação de um ambiente propício para o 
aprendizado. 
De acordo com Del Bianco (2023), "o sistema límbico desempenha um papel 
crucial nas emoções e pode influenciar diretamente o processo de aprendizagem". 
Nesta perspectiva, avançamos para explorar o segundo termo relevante em nossa 
reflexão: a "Aprendizagem". 
A aprendizagem é um fenômeno que pode ser examinado sob várias 
perspectivas, resultando em diferentes teorias. No contexto da neuropsicopedagogia, 
a aprendizagem é compreendida como um processo complexo que envolve interações 
 
30 
 
entre aspectos neurológicos,psicológicos e pedagógicos. Este campo investiga como 
o cérebro opera durante a aquisição de conhecimento e como os diversos elementos 
cognitivos, emocionais e comportamentais influenciam a capacidade de aprender. 
Do ponto de vista neuropsicopedagógico, a aprendizagem é fundamentada na 
plasticidade cerebral, ou seja, na capacidade do cérebro de se adaptar e reorganizar 
em resposta a estímulos e experiências. As conexões neuronais (sinapses) são 
fortalecidas ou enfraquecidas com base na utilização e relevância das informações, o 
que constitui a base para a aquisição e consolidação do conhecimento. 
A aprendizagem transcende os processos puramente neurológicos, estando 
também intrinsicamente ligada a aspectos psicológicos, como motivação, atenção, 
emoções e memória. A motivação influencia a disposição para aprender, a atenção 
determina o que é percebido e processado, as emoções podem afetar a retenção e 
recuperação da informação, e a memória é fundamental para armazenar e recuperar 
o conhecimento adquirido. 
Com base na compreensão dos processos neurológicos e psicológicos 
envolvidos na aprendizagem, a neuropsicopedagogia procura desenvolver estratégias 
de ensino mais eficazes e adaptadas às necessidades individuais dos alunos. Isso 
inclui a adaptação do ambiente educacional, a identificação de dificuldades de 
aprendizagem e a criação de métodos que levem em conta as particularidades de 
cada estudante, promovendo uma abordagem inclusiva e diferenciada. 
Assim, a aprendizagem, como fenômeno facilitado pela plasticidade dos 
processos neurais e cognitivos, está intrinsecamente relacionada ao domínio das 
emoções, que desempenham um papel direto no processo de aprendizagem. 
A aprendizagem humana dificilmente decorrera numa atmosfera de 
sofrimento emocional, de incompreensão penalizante ou debaixo de uma 
autorrepresentação ou autoestima negativas, exatamente porque ela tem e 
assume sempre um significado afetivo, isto é, conativa (FONSECA, 2014). 
Para que o processo de aprendizagem ocorra de forma eficaz, é crucial que 
exista um contexto favorável em diversos aspectos, conforme definido pela 
perspectiva neuropsicopedagógica. Isso inclui a manutenção de uma estrutura do 
sistema nervoso em bom estado de funcionamento, a minimização de prejuízos 
psicoemocionais, tanto internos, relacionados ao sistema límbico, quanto externos, 
provenientes das interações sociais e do ambiente, e a ausência de prejuízos didático-
pedagógicos, que requerem o entendimento dos fatores de desenvolvimento humano 
 
31 
 
para a proposição adequada de experiências, considerando as zonas de 
desenvolvimento proximais, conforme descrito pela teoria de Vygotsky. Isso possibilita 
compreender a dinâmica interna do desenvolvimento, levando em conta fatores como 
idade intelectual, estrutura e desenvolvimento físico, entre outros (Rego, 2001). 
Diante do exposto, enfatizamos a importância do sistema límbico na 
aprendizagem, como indicado pelo termo "CONATIVA", que descreve o elo subjetivo 
entre o pensamento e a ação. Esse conceito destaca o papel do sistema límbico em 
traduzir reações emocionais em ações efetivas no comportamento. A "tríade funcional 
da aprendizagem humana", conforme apresentada por Fonseca (2014), ressalta a 
interatividade dinâmica entre cognição, conação (ou sistema límbico) e execução, que 
sustenta o processo de aprendizagem humana. É nesse contexto que a conação, ou 
sistema límbico, atua conectando funções cerebrais superiores (cognitivas) a funções 
inferiores (motoras e executivas). 
A importância do sistema límbico na aprendizagem também é evidenciada ao 
considerar o pensamento do teórico Henry Wallon, que tratou do desenvolvimento e 
da aprendizagem, incorporando as emoções em seus estágios de desenvolvimento. 
Este aspecto é representativo dentro de sua teoria, como destaca um trecho 
significativo: 
Os domínios funcionais entre os quais se dividirão o estudo das etapas que 
a criança percorre serão, portanto, os da afetividade, do ato motor, do 
conhecimento e da pessoa. (…) Cada estágio é considerado como um 
sistema completo em si, isto é, a sua configuração e o seu funcionamento 
revelam a presença de todos os componentes que constituem a pessoa 
(WALLON, 1995). 
Esse raciocínio surge da percepção sensível da totalidade do ser humano, que 
está imerso no processo de aprendizagem. Agora, vamos analisar com mais 
profundidade as funções conativas. 
5.2 Explorando as funções conativas em profundidade 
A palavra "conação" tem sua origem no latim "conatios", que significa "esforço, 
empenho", e, na psicologia, refere-se ao processo intencional de realização de algo. 
Portanto, a função conativa relacionada à aprendizagem envolve a motivação e o 
desejo de realizar, desenvolver e aprender uma determinada tarefa ou processo. 
 
32 
 
Nesta seção do capítulo, vamos abordar a importância dessa função mental 
para o desenvolvimento do indivíduo, com um foco sensível voltado especialmente 
para a primeira infância, uma vez que sabemos que nessa fase ocorrem 
transformações neurobiológicas cruciais para a formação do sujeito. No entanto, 
discutir as funções conativas sem mencionar as funções executivas e cognitivas da 
aprendizagem tornaria nosso estudo incompleto. 
De acordo com Fonseca (2014), essas funções - conativas, executivas e 
cognitivas - são interdependentes, formando o que é chamado de tríade funcional da 
aprendizagem humana. No processo de aquisição de conhecimento, essas funções 
interagem de forma recíproca: enquanto a função cognitiva está envolvida na 
recepção e processamento das informações para transformá-las em novos 
conhecimentos, a função executiva trabalha nas habilidades intencionais que incluem 
o planejamento e a autorregulação, permitindo um gerenciamento consciente e 
deliberado para a ação, ao passo que a função conativa opera no desejo e motivação 
de alcançar um objetivo específico. 
Em resumo, é pela integração de todas essas funções que o ser humano se 
constitui como um fenômeno biológico com a capacidade de aprender e ensinar de 
forma intencional e sistemática, conforme descrito por Piaget (1967) no processo de 
adaptação ao ambiente. Esse processo envolve dois processos fundamentais do 
sistema cognitivo: a assimilação e a acomodação, que organizam a experiência vivida 
nas estruturas mentais. 
A neurociência classifica esse fenômeno como plasticidade cerebral ou 
neuroplasticidade, referindo-se à capacidade do cérebro de modificar e adaptar 
informações aos níveis estruturais em contato com novas habilidades. Esse processo 
é especialmente evidente na primeira infância, quando as crianças estão adquirindo 
conhecimento e hábitos sociais, enquanto partes de seu sistema nervoso estão em 
desenvolvimento. 
Portanto, abordaremos inicialmente a função cognitiva, que, como mencionado 
anteriormente, é encarregada de receber informações do ambiente externo ou interno 
e transformá-las em novos conhecimentos. De acordo com Aranha (2016, citado por 
Cavalcante, 2019), a cognição é uma função psicológica que opera na aquisição de 
conhecimento, permitindo que o cérebro perceba, aprenda, pense e lembre-se de 
informações captadas pelos sentidos. Esse papel é especialmente significativo na 
 
33 
 
infância, quando o cérebro é altamente suscetível à estimulação sensorial, o que pode 
ter impactos duradouros ao longo da vida. 
A função cognitiva pode ser dividida em diversos processos intelectuais, entre 
os quais se destacam a atenção, a memória, a linguagem e a percepção. A atenção 
pode ser classificada como seletiva ou dividida: a seletiva concentra-se em um único 
objetivo, enquanto a dividida distribui a atenção entre mais de um objeto. Ela seleciona 
as informações do ambiente e estabelece um ponto de focalização, segmentando o 
que é prioritário. 
Quanto à memória, pode-se distinguir entre memória de curto e longo prazo, 
memória episódica,semântica e procedimental, cada uma destinada a diferentes 
necessidades de armazenamento de informações. Além da atenção e memória, a 
linguagem e percepção também são processos cognitivos importantes, atuando na 
organização de palavras e frases, faladas ou escritas, para fins de comunicação, e na 
interação com o ambiente por meio dos sentidos. 
Em seguida, contextualizaremos as funções executivas, responsáveis pela 
coordenação e integração da tríade neurofuncional, localizada no córtex pré-frontal, 
que supervisiona processos mentais mais elaborados, especialmente em situações 
que exigem maior concentração. Elas permitem a direção de ações comportamentais 
para traçar metas eficazes na resolução de problemas imediatos, de médio e longo 
prazo. Assim como a função cognitiva, as executivas também se dividem em funções 
centrais, das quais destacaremos três: a inibitória, a memória operacional ou de 
trabalho e a flexibilidade cognitiva. 
A função inibitória, também conhecida como controle inibitório, regula a ação 
dos pensamentos e comportamentos, permitindo a inibição ou resistência a 
determinados impulsos, além de bloquear a atenção para distrações externas e 
concentrar-se na ação proposta, como também mencionado na atenção seletiva. 
Segundo Malato (2019), as crianças já apresentam essa capacidade a partir dos seis 
meses de idade, demonstrando intencionalidade nas ações aos oito meses, mantendo 
o foco em tarefas específicas nos primeiros anos e desenvolvendo ainda mais essa 
habilidade entre os três e seis anos, especialmente na capacidade de esperar. No 
entanto, é importante ressaltar que essa habilidade deve ser cultivada principalmente 
pelos cuidadores. 
 
34 
 
Outra responsabilidade da função executiva diz respeito à memória de trabalho 
ou operacional, que desempenha um papel imediato ao reter informações no 
momento em que são ativadas, embora possam ser descartadas pelo cérebro após o 
uso. No entanto, desempenha uma função vital de apoio às atividades cognitivas. 
Alan Baddeley, um renomado professor de Psicologia na Universidade de York, 
reconhecido por suas contribuições na área da memória operacional, desenvolveu em 
1974 um modelo multicomponente que divide a memória em quatro componentes 
distintos: o Executivo Central, responsável por controlar, selecionar e manipular as 
informações armazenadas na memória de longo prazo; a Alça Fonoarticulatória, 
responsável pelo armazenamento acústico das informações, retendo uma quantidade 
limitada de sons em um curto período de tempo, como uma sequência de números de 
telefone; o Componente Visioespacial, cujos processamentos temporários estão 
relacionados ao campo visual; e, por último, o Buffet Episódico, que integra as 
informações de várias fontes, conectando-as à memória de longo prazo e sendo capaz 
de unificá-las e retê-las em um número restrito de episódios. 
Além disso, ao abordar as funções executivas, temos a Flexibilidade Cognitiva, 
que se refere à capacidade de adaptar-se rapidamente a um estímulo inesperado e 
encontrar estratégias para resolver problemas. Jean Piaget, em sua teoria de 
equilibração, menciona a flexibilidade como o ponto crucial para a aprendizagem, 
destacando o equilíbrio entre a assimilação e a acomodação. 
Wadsworth (1996), propõe essa perspectiva ao descrever a situação de uma 
criança enfrentando um estímulo que ela não consegue dominar; nesse caso, ela será 
submetida a processos regulatórios que, uma vez superados, a conduzirão a novas 
construções. É evidente que as tentativas de acerto e erro estão intimamente ligadas 
às funções executivas e à flexibilidade cognitiva para encontrar diferentes abordagens 
para alcançar o objetivo. 
Por fim, após termos explorado um pouco sobre as funções cognitivas e 
executivas da aprendizagem, discorreremos sobre a função central de nosso capítulo: 
as funções conativas. Acreditamos que, após compreender todo o funcionamento das 
neurofunções, poderemos refletir sobre sua capacidade de influenciar a 
aprendizagem, seja causando prazer ou aversão ao novo conhecimento. 
A conação, segundo Fonseca (2014), refere-se à autopreservação, ao bem-
estar e à interação social, incorporando representações dos sentimentos. Ela 
 
35 
 
responde instintivamente, visceralmente e homeostaticamente, desencadeando 
estados de alerta, atenção, processamento de informações, planejamento e execução 
das respostas cerebrais. Isso confere uma grande influência sobre as demais funções 
mentais, influenciando diretamente três circunstâncias que afetam a forma de 
aprendizado do indivíduo: otimizações funcionais de valor, expectativa e afetiva, ou 
seja, a motivação inicial, os ganhos obtidos e o nível de satisfação ou emoção na 
realização da tarefa. 
A função conativa está relacionada ao impulso emocional, temperamento e 
personalidade do ser humano, com representações geradoras de sentimentos, 
conscientes ou inconscientes, positivos ou negativos. Isso implica que podem ser 
marcados por dois procedimentos adaptativos: facilitadores e inibidores capazes de 
nutrir tanto o interesse, esforço, motivação e entusiasmo no ato de aprender, quanto 
os estados emocionais de fuga, desespero, frustração e indisciplina. Isso ressalta a 
importância de estabelecer laços significativos de afeto e respeito dentro do ambiente 
escolar para que a aprendizagem ganhe maior significado e seja verdadeiramente 
eficaz. 
O processo de aprendizado faz parte de um estado de sobrevivência; no 
entanto, evidências científicas da neurociência destacam a importância do estado 
emocional no ser humano como parte fundamental do processo de construção do 
conhecimento. Nesse contexto, percebe-se a relevância da prática facilitadora de 
aprendizagem por parte do professor, ao oferecer condições necessárias para o pleno 
desenvolvimento cognitivo da criança, não fazendo por ela, mas demonstrando 
empatia e respeito pela maturação cerebral e criando oportunidades para descobertas 
e experimentações. 
Apesar de culturalmente subestimada, essa intervenção reflete em resultados 
positivos no sistema afetivo ou límbico subcortical, capazes de influenciar as 
inclinações ou barreiras para a conclusão da tarefa. Isso nos leva a entender que o 
ser humano, em seu desejo inato de autopreservação, não está propenso a aprender 
por meio do sofrimento emocional, incompreensão punitiva ou autoestima negativa. 
Para elucidar o persistente fracasso escolar, desde a educação infantil, 
considerada até recentemente apenas como um local de cuidado para crianças 
enquanto seus pais trabalhavam, em contraste com um ambiente rico em 
experiências, explorações e experimentações que elucidam e desenvolvem 
 
36 
 
importantes habilidades psicomotoras do indivíduo, até o ensino fundamental e 
superior, que apresentam deficiências e dificuldades decorrentes da estruturação 
precária e subestimação no âmbito da aprendizagem afetiva nos ciclos anteriores. 
Portanto, o sucesso da aprendizagem pode ser influenciado pelas dimensões 
afetivas, cognitivas e motoras entrelaçadas, conforme afirmado por Victor Fonseca, 
senão vejamos: 
O treino de funções cognitivas, conativas e executivas é, quanto a nós, uma 
das chaves do sucesso escolar e do sucesso na vida, quanto mais 
precocemente for implementado, mais facilidade tende a emergir nas 
aprendizagens subsequentes. O aperfeiçoamento e o enriquecimento da 
tríade de funções mentais da aprendizagem resultam de uma alquimia 
neuropsicopedagógica complexa porque elas influenciam-se mutuamente em 
termos de comportamento, de performance e produtividade (Fonseca, 2014). 
5.2.1 Estudos sobre funções conativas e aprendizagem 
A aprendizagem é um processo interativo no qual o indivíduo interage com seu 
corpo, emoções e mente. É evidente que cada pessoa tem uma maneira única de 
processar informações, influenciada não apenas pelo desenvolvimento cognitivo, mas 
também por suas emoções.Os estímulos recebidos por meio da interação com outros 
indivíduos ou do ambiente desempenham um papel crucial no desenvolvimento das 
funções de aprendizagem. Conforme argumentado por Gomez e Teran (2009), o 
desenvolvimento cognitivo é um processo contínuo de reestruturação resultante das 
múltiplas interações que o indivíduo estabelece. 
Segundo Piaget, o desenvolvimento cognitivo humano passa por quatro 
estágios distintos, nos quais a inteligência completa é alcançada após o quarto 
estágio. Ao observar esses estágios, torna-se fundamental para o educador 
compreender quem é a criança, como ela aprende e quais funções cognitivas ela está 
preparada para adquirir conhecimento. Essas reflexões são essenciais para o 
planejamento de experiências educacionais que promovam a interação com o 
ambiente, facilitando o processo de descoberta e concretização da aprendizagem. 
Explorar os estágios de desenvolvimento de acordo com Piaget nos permitirá 
compreender como a criança é capaz de desenvolver a aprendizagem em cada fase 
específica. 
Sensório motor que vai de 0 até 2 anos, nesta fase as crianças adquirem a 
capacidade de administrar seus reflexos básicos para que gerem ações 
 
37 
 
prazerosas desenvolvendo a percepção de si mesmas e dos objetos a sua 
volta (NOVA ESCOLA, 2009). 
Nesta etapa do desenvolvimento, exploramos o mundo por meio de 
experiências sensoriais e movimento, utilizando ao máximo nossos cinco sentidos. 
Desde o início, o cérebro busca ativamente experiências visuais, auditivas, olfativas, 
gustativas e táteis. Começamos com reflexos simples e, gradualmente, 
desenvolvemos nossos primeiros hábitos. Inicialmente, exploramos os espaços ao 
nosso redor, movendo-nos de forma a aprender a rastejar, ficar de pé, andar e até 
correr. Essa melhoria nas habilidades físicas naturalmente promove o 
desenvolvimento cognitivo. 
O segundo estágio, chamado pré-operacional, abrange dos 2 aos 7 anos de 
idade, quando a criança adquire a habilidade da linguagem e a capacidade de 
representar o mundo por meio de símbolos. Durante essa fase, nosso pensamento é 
predominantemente simbólico e intuitivo. Fantasiamos muito e tendemos a acreditar 
que objetos inanimados têm vida. Aprendemos a linguagem e a compreender que 
palavras, imagens e gestos são representações simbólicas. As crianças desse estágio 
frequentemente expressam-se por meio de desenhos com significados simbólicos e 
desfrutam de brincadeiras de faz de conta, que proporcionam experiências valiosas 
para o aprendizado. 
Surge o raciocínio intuitivo, denominado por Piaget como "idade intuitiva", 
caracterizado pelo fato de que, embora possamos possuir muitos conhecimentos, não 
compreendemos completamente como os adquirimos ou como aprendemos. 
o terceiro estágio é o operacional concreto, que vai do 7 até os 11 anos 
desenvolve a noção das ações consegue discriminar os objetos por 
similaridade e diferenças (NOVA ESCOLA, 2009). 
Nessa fase, somos capazes de organizar objetos em sequências ordenadas e 
entender conceitos de conservação em nossas experiências. O cérebro desenvolve a 
capacidade de reorganizar pensamentos, classificar informações e construir 
estruturas mentais operacionais concretas. Além disso, trocamos experiências por 
meio de interações sociais e cognitivas, contribuindo para o desenvolvimento de 
habilidades mentais mais avançadas. 
o quarto estágio é o operacional formal, essa fase marca a entrada da idade 
adulta em termos cognitivos, o adolescente passa a ter domínio do 
 
38 
 
pensamento lógico e dedutivo, entre outras coisas a relacionar-se a conceitos 
abstratos é hipóteses (NOVA ESCOLA, 2009). 
No quarto estágio, alcançamos pensamentos operacionais mais abstratos, 
onde desenvolvemos habilidades conceituais com uma compreensão mais profunda 
sobre nossa própria identidade. O cérebro realiza raciocínios e deduções lógicas, 
capacitando-nos a planejar e inferir. Para promover o sucesso no desenvolvimento da 
aprendizagem, é importante considerar se os ambientes físicos proporcionam 
condições favoráveis para o processo de aprendizagem. 
As crianças constroem o conhecimento a partir das interações que 
estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem. O 
conhecimento não se constitui em cópia da realidade, mas sim fruto de um 
intenso trabalho de criação, significação e ressignificação (RCNEI, 1998). 
As interações que se desenrolam nos ambientes desempenham um papel 
fundamental no processo de aprendizagem da criança, onde ela se assume como 
agente principal desse processo. A influência do ambiente, por meio dessas 
interações e explorações, seja em contextos grupais ou individuais, proporciona 
experiências de descoberta que permitem que as informações sejam registradas na 
memória cognitiva e emocional das crianças ou dos frequentadores desses espaços, 
conforme Kramer (2000), senão vejamos: 
o desenvolvimento do meio resulta de combinações entre aquilo que o 
organismo traz e as circunstâncias oferecidas pelo meio (...) e que então os 
esquemas de assimilação vão se modificando progressivamente 
considerando os estágios de desenvolvimento (KRAMER, 2000). 
Vygotsky salienta a importância da troca de conhecimentos que ocorre por meio 
das interações entre o ambiente e o indivíduo. Segundo Vygotsky (citado por Davis e 
Oliveira, 1993), "o ser humano se desenvolve em um ambiente social e a interação 
com outras pessoas é crucial para seu desenvolvimento". Portanto, um ambiente 
enriquecedor para a criança é aquele em que ela se sente segura e, ao mesmo tempo, 
desafiada, proporcionando-lhe conforto e oportunidades para desenvolver 
relacionamentos interpessoais com os colegas. 
Os ambientes devem ser cuidadosamente planejados para atender às 
necessidades da criança e serem acessíveis para ela explorar e experimentar. Eles 
devem oferecer espaços e brinquedos que promovam a aprendizagem cognitiva, 
emocional e a autonomia da criança, proporcionando desafios cognitivos, sociais e 
 
39 
 
motores por meio da exploração do movimento corporal e do desenvolvimento do 
controle corporal, em um ambiente que estimule os sentidos da criança. 
Dessa forma, tanto a aprendizagem cognitiva quanto a emocional podem ser 
estimuladas por meio de diversas atividades realizadas pela criança, como correr, 
pular, saltar, ouvindo diferentes sons, sentindo a brisa do vento, os aromas das flores 
e experimentando diferentes texturas, sejam elas naturais ou não, conforme 
observado por Carvalho e Rubiano. 
(...) dizem que a variação da estimulação deve ser procurada em todos os 
sentidos, cores e formas, música e vozes, aromas e flores e de alimentos 
sendo feitos, oportunidades para provar diferentes sabores (CARVALHO e 
RUBIANO, 2001). 
É crucial entender que a aprendizagem está intimamente ligada ao 
desenvolvimento, pois o sujeito deve ser considerado em sua totalidade, aprendendo 
através de seu corpo, emoções e sua capacidade intelectual, bem como seu conjunto 
de referências. 
Quando um ser humano nasce, ele entra em um ambiente familiar e sua 
interação com o mundo começa através de vínculos, implicando uma relação entre 
sujeito e objeto. A capacidade de aprender depende do processo de individualização, 
que começa com sensações e sentimentos, passa para ações e, eventualmente, para 
a simbolização, permitindo ao sujeito refletir sobre seus pensamentos e emoções. O 
educador, em sua função, pode auxiliar a criança a expressar em palavras seus 
sentimentos e sensações, garantindo que o aluno estabeleça um vínculo saudável 
com o objeto de aprendizagem (Gomez e Teran, 2009). 
6 NEUROPSICOPEDAGOGIA, NEUROPSICOLOGIA E NEUROCIÊNCIA: 
INTERSECÇÕES E SINGULARIDADES 
A neuropsicopedagogia, a neuropsicologia e a neurociência são áreas de 
estudo que, apesar de suas especificidades, compartilham um interesse comum: a 
compreensão do funcionamento cerebral e suas implicações para o comportamento 
humano, a aprendizageme a saúde mental. Este ensaio explorará as definições, 
objetivos e metodologias dessas três disciplinas, destacando suas intersecções e 
singularidades. 
 
40 
 
6.1 O conceito amplo da Neuropsicopedagogia 
Em linhas gerais, conforme já visto no tópico/item 2 desta apostila, a 
neuropsicopedagogia é um campo de atuação emergente que se dedica a abordar 
problemas relacionados à aprendizagem humana e ao desenvolvimento cerebral. A 
formação do termo neuropsicopedagogia resulta da combinação de várias áreas 
essenciais para a atuação deste especialista: neurociência, psicologia e pedagogia. 
Esta disciplina está alicerçada nos estudos das neurociências, da psicologia e da 
pedagogia, com foco central no aprendizado humano. Fundamentada nos 
conhecimentos relacionados à aprendizagem, a neuropsicopedagogia se entrelaça 
com diversas ciências do conhecimento humano. Segunda a Sociedade Brasileira de 
Neuropsicopedagogia (SBNPp), este campo é delineado no artigo 10º do Código 
Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia, in verbis: 
A Neuropsicopedagogia é uma ciência transdisciplinar, fundamentada nos 
conhecimentos das Neurociências aplicada à educação, com interfaces da 
Pedagogia e Psicologia cognitiva que tem como objeto formal de estudo a 
relação entre o funcionamento do sistema nervoso e a aprendizagem humana 
numa perspectiva de reintegração pessoal, social e educacional (SBNPp, 
2016). 
As áreas de atuação do neuropsicopedagogo são delineadas conforme o art. 
29 da SBNPp, que estabelecem as diretrizes para sua prática profissional. 
Art. 29. Ao Neuropsicopedagogo com formação na área Institucional, 
conforme descrito no Capítulo V, fica delimitada sua atuação com 
atendimentos neuropsicopedagógicos exclusivamente em ambientes 
escolares e/ou instituições de atendimento coletivo. §1º. Entende-se que sua 
atuação na área de Institucional, ou de educação especial, de educação 
inclusiva escolar deve contemplar: a) Observação, identificação e analise do 
ambiente escolar nas questões relacionadas ao desenvolvimento humano do 
aluno nas áreas motoras, cognitivas e comportamentais; b) Criação de 
estratégias que viabilizem o desenvolvimento do processo ensino-
aprendizagem do aluno; c) Encaminhamento do aluno a outros profissionais 
quando o caso for de outra área de atuação/especialização (SBNPp, 2016). 
6.2 Neuropsicologia 
Na área institucional, a neuropsicopedagogia está fortemente associada ao 
ambiente escolar e às instituições de aprendizagem, embora sua atuação não se limite 
apenas a esses contextos. É responsabilidade do profissional determinar em que tipo 
de instituição deseja aplicar seus conhecimentos institucionais. De acordo com o Art. 
 
41 
 
30 da Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia (SBPp, 2016), a 
neuropsicopedagogia institucional é direcionada exclusivamente para ambientes 
coletivos, podendo incluir instituições hospitalares, empresas e ONGs (Organizações 
Não Governamentais). Por outro lado, a vertente clínica da neuropsicopedagogia se 
dedica a um atendimento mais individualizado e específico, conforme orientações da 
SBPp (2016): 
Art.30. Ao Neuropsicopedagogia com formação clínica, conforme descrito no 
Capítulo V, fica delimitada sua atuação com atendimentos 
neuropsicopedagógicos individualizados em setting adequado, como 
consultório particular, espaço de atendimento, posto de saúde, terceiro setor. 
Os atendimentos em local escolar ou hospitalar devem acontecer de forma 
individual e em local adequado. §1º. Entende-se que sua atuação na área 
clínica ou de atendimento multiprofissional deve contemplar: a) Observação, 
identificação e analise do ambiente escolar nas questões relacionadas ao 
desenvolvimento humano do aluno nas áreas motoras, cognitivas e 
comportamentais; b) Avaliação, intervenção e acompanhamento do indivíduo 
com dificuldades de aprendizagem, transtornos, síndromes ou altas 
habilidades que causam prejuízos na aprendizagem escolar e social; c) 
Criação de estratégias que viabilizem o desenvolvimento do processo ensino 
aprendizagem do aluno; d) Utilização de protocolos e instrumentos de 
avaliação e reabilitação devidamente validados, respeitando sua formação de 
graduação; e) Elaboração de relatórios e pareceres técnicos-profissionais; f) 
Encaminhamento a outros profissionais quando o caso for de outra área de 
atuação/especialização (SBNPp, 2016). 
6.3 Neurociência 
A função do neuropsicopedagogo centra-se na compreensão das dificuldades 
apresentadas pelos indivíduos e no auxílio à elaboração de conteúdos pedagógicos 
pertinentes para alunos com necessidades especiais, sejam estas físicas ou 
cognitivas. Essa função está estreitamente ligada à neurociência, que conecta os 
campos da educação e da saúde em sua definição. 
Segundo Bartoszeck, a neurociência é uma área do conhecimento biológico 
que se vale das descobertas de suas subáreas, como a neurofisiologia, 
neurofarmacologia, eixo psiconeuroimuno, psicologia evolucionária e neuroimagem, 
para esclarecer o funcionamento do sistema nervoso (Bartoszeck, 2013). A 
neurociência é uma aliada poderosa no processo de aprendizagem e constitui a base 
da neuropsicopedagogia, permitindo sua plena atuação. Esta disciplina busca integrar 
estudos de seus próprios campos com os conhecimentos de outros profissionais, tanto 
da educação quanto da saúde. 
 
42 
 
O conhecimento em neurociência é de vital importância para a atuação do 
neuropsicopedagogo, uma vez que sua função envolve a compreensão das 
dificuldades que o indivíduo desenvolve e a assistência na elaboração de intervenções 
baseadas em referenciais da neurociência, sempre com um olhar psicopedagógico. 
Intersecções e Singularidades 
Nota-se que as três disciplinas se intersectam significativamente, mas cada 
uma possui suas especificidades: 
• Neuropsicopedagogia: Foca na aplicação prática de conhecimentos 
neurocientíficos e neuropsicológicos para otimizar o aprendizado e a 
educação. 
• Neuropsicologia: Centra-se na compreensão clínica e tratamento de 
disfunções cerebrais que afetam o comportamento e a cognição. 
• Neurociência: Abarca uma vasta gama de pesquisas sobre o sistema 
nervoso, desde o nível molecular até comportamental, fornecendo a base 
científica para as outras duas disciplinas. 
Em conclusão, a neuropsicopedagogia, a neuropsicologia e a neurociência são 
áreas complementares que, através de suas abordagens únicas, contribuem para um 
entendimento mais completo e integrado do cérebro e do comportamento humano. 
Juntas, elas possibilitam avanços significativos na educação, na saúde mental e no 
tratamento de condições neurológicas, promovendo o bem-estar e o desenvolvimento 
humano. 
7 A ABORDAGEM NEUROPSICOPEDAGÓGICA NO CONTEXTO ATUAL 
A neuropsicopedagogia não surgiu de forma repentina, mas sim a partir de um 
contexto histórico-cultural marcado por mudanças sociais e avanços técnico-
científicos que promoveram uma inovadora interação entre a neurociência, a 
psicologia e a pedagogia. Essas transformações demonstraram que, por meio de um 
processo contínuo de pesquisa e verificação nessas áreas, foi possível perceber que 
a interdisciplinaridade é essencial para se obter uma compreensão mais ampla do ser 
humano e para alcançar resultados que potencializem as funções cognitivas em 
alunos com diferentes níveis de desenvolvimento (PAVÃO e SOUZA, 2018). 
 
43 
 
O trabalho interdisciplinar sobre o processamento da informação e a 
modularidade da mente, abordado sob a perspectiva da Neurociência Cognitiva, 
Psicologia, Pedagogia e Educação, é realizado por profissionais com formação 
multidisciplinar e direcionado para fins educacionais. Espera-se, portanto, que a 
abordagem de pesquisa proposta permita a correlação de diversas características do 
funcionamento neurofisiológico, cognitivo, intelectual, acadêmico e comportamental, 
de forma que os dados clínicos possam ser aplicados ao contexto escolar (PAVÃO e 
SOUZA, 2018).Ao longo dos anos, os avanços científicos nas áreas de neurologia, psicologia 
e pedagogia têm se entrelaçado com os estudos em neurociência, culminando na 
formação da neuropsicopedagogia. Esta nova disciplina busca promover pesquisas e 
estudos que contribuam para o aprimoramento da área como um todo. A integração 
desses campos tem trazido benefícios tanto para profissionais quanto para indivíduos 
que lidam com distúrbios neurológicos. De uma perspectiva mais abrangente, 
podemos entender essa convergência como uma ciência dedicada à análise do 
sistema nervoso e seu funcionamento no organismo, com ênfase na aprendizagem 
através da prática. 
Nesse sentido, a neuropsicopedagogia procura estabelecer uma relação entre 
a investigação neurocientífica e o conhecimento psicológico. A interação entre 
pedagogia, psicologia e neurociências deu origem ao campo conhecido como 
neuroeducação, que se dedica à identificação, diagnóstico, reabilitação e prevenção 
de dificuldades e incapacidades de aprendizagem. 
7.1 Integração de Conhecimentos Interdisciplinares 
 A neuropsicopedagogia combina insights de diferentes disciplinas para 
oferecer uma visão abrangente dos processos de aprendizagem. Este campo explora 
como o cérebro processa e armazena informações, considerando também os fatores 
emocionais e sociais que influenciam o aprendizado. Essa integração permite a 
elaboração de estratégias pedagógicas mais eficazes, alinhadas aos processos 
naturais do cérebro. 
 
44 
 
7.2 Avaliação e Intervenção Personalizada 
 Os profissionais de neuropsicopedagogia utilizam avaliações detalhadas para 
identificar as dificuldades específicas de cada indivíduo. Com base nesses dados, 
desenvolvem intervenções personalizadas que visam melhorar as habilidades de 
aprendizagem e o desempenho acadêmico. Técnicas como jogos de percepção 
sonora, atividades de rima e segmentação de palavras são exemplos de intervenções 
utilizadas para desenvolver a consciência fonológica. 
7.3 Apoio Institucional e Clínico 
 A atuação neuropsicopedagógica pode ocorrer tanto em ambientes 
institucionais quanto clínicos. No contexto escolar, o neuropsicopedagogo trabalha 
com grupos para identificar dificuldades de aprendizagem e oferecer suporte 
educacional. Em ambientes clínicos, o foco é o atendimento individualizado, 
abordando transtornos de aprendizagem, distúrbios neurológicos e dificuldades 
cognitivas. 
7.4 Adaptações Curriculares e Suporte Educacional 
 A neuropsicopedagogia também contribui para a inclusão educacional. O 
profissional pode sugerir adaptações curriculares e estratégias de ensino 
diferenciadas para atender às necessidades de alunos com dificuldades específicas. 
Esse suporte é crucial para tornar o ambiente escolar mais inclusivo e propício à 
aprendizagem de todos os estudantes. 
7.5 Relevância no Cenário Atual 
No contexto atual, marcado por uma maior conscientização sobre a diversidade 
de necessidades educacionais, a neuropsicopedagogia assume um papel 
fundamental. A complexidade dos desafios educacionais contemporâneos exige 
abordagens que considerem as interações entre fatores neurológicos, cognitivos e 
emocionais. 
 
45 
 
7.6 Impacto da Tecnologia na Educação 
 A tecnologia tem transformado a maneira como aprendemos e ensinamos. A 
neuropsicopedagogia pode ajudar a compreender os impactos das tecnologias digitais 
no desenvolvimento cognitivo e na aprendizagem, promovendo o uso eficaz de 
ferramentas tecnológicas no ambiente educacional. 
7.7 Saúde Mental e Educação 
 A pandemia de COVID-19 destacou a importância da saúde mental no 
processo educativo. A neuropsicopedagogia pode oferecer suporte na identificação e 
intervenção em questões de saúde mental que afetam a aprendizagem, promovendo 
um ambiente escolar mais saudável e equilibrado. 
7.8 Educação Inclusiva 
 A promoção de uma educação inclusiva é uma prioridade crescente. A 
neuropsicopedagogia fornece as bases para entender e apoiar alunos com 
necessidades especiais, garantindo que todos tenham acesso a uma educação de 
qualidade. 
8 INTERVENÇÃO NEUROPSICOPEDAGÓGICA EM CRIANÇAS COM TDAH 
A intervenção neuropsicopedagógica foca no microssistema individual para 
aumentar o potencial de desenvolvimento durante a infância. A baixa adaptação a 
diferentes contextos pode afetar negativamente o desenvolvimento psicossocial e o 
bem-estar, reduzindo a capacidade de viver e trabalhar eficazmente em sociedade. A 
integração eficaz ao longo da vida depende do apoio e cuidado do ambiente em que 
a criança se insere. Considerando que crianças e jovens interagem com diversos 
sistemas, é essencial que eles desenvolvam competências para serem eficazes em 
todos eles (SIMÃO, AIMI e CORREA, 2021). 
Portanto, é necessário promover o desenvolvimento de habilidades como 
resiliência, autoestima, autoconceito, maturidade emocional, gerenciamento de 
estresse, locus interno de controle, funções executivas, habilidades cognitivas e de 
 
46 
 
aprendizagem, além de habilidades sociais e de resolução de problemas. É crucial 
definir corretamente os antecedentes e a real extensão do transtorno, com base nos 
comportamentos e desempenhos esperados para cada criança ou jovem, levando em 
consideração sua idade, estado de desenvolvimento cognitivo, contexto ambiental e 
comportamento (SIMÃO, AIMI e CORREA, 2021). 
Todas as crianças, independentemente de sua condição, devem ter acesso aos 
serviços educacionais e de saúde necessários para melhorar sua qualidade de vida e 
se tornarem pessoas produtivas e úteis à sociedade. As condições individuais 
determinarão o tipo de programa de intervenção adequado para cada caso. Conforme 
revisado no primeiro capítulo, existem várias possibilidades de intervenção baseadas 
na abordagem teórica do profissional, devendo-se dar ênfase à condição individual 
(PORTO e SANTOS, 2019). 
Para os Transtornos Específicos de Aprendizagem, a intervenção enfatiza a 
automação de processos básicos de leitura. Em casos de deficiência cognitiva, o foco 
está no desenvolvimento de habilidades adaptativas e níveis superiores de 
pensamento, onde estratégias baseadas na modificabilidade cognitiva são 
potencialmente úteis. O manejo de distúrbios comportamentais pode ser facilitado 
pelo aprimoramento das funções executivas e da autorregulação comportamental 
(PORTO e SANTOS, 2019). 
Para crianças com talentos e habilidades excepcionais, é essencial promover 
o equilíbrio entre interesse, habilidade e qualidade da tarefa para que se tornem 
indivíduos úteis, produtivos, destacados e satisfeitos em suas áreas de conhecimento 
(VOLOBUFF, 2020). A família e a escola representam os principais microssistemas 
de intervenção, sendo os ambientes mais imediatos e influentes para as crianças. As 
dinâmicas e interconexões estabelecidas nesses ambientes são decisivas no 
processo de tratamento e no desenvolvimento de transtornos. Em crianças com 
transtornos do desenvolvimento, as condições não apenas afetam seu funcionamento, 
mas também impactam significativamente aqueles ao seu redor. O equilíbrio familiar 
é bidirecionalmente influenciado, pois a família, ao tentar se adaptar às condições 
geradas pela criança, adota uma série de comportamentos (VOLOBUFF, 2020). 
 
47 
 
8.1 Abordagem geral da avaliação do TDAH 
Conforme a abordagem neuropsicopedagógica, busca-se determinar as 
características neurofisiológicas, neuropsicológicas, acadêmicas e afetivo-
comportamentais através de um estudo multidimensional, que possibilita a elaboração 
de perfis específicos e o desenvolvimento de estratégias de diagnóstico e intervenção 
(DE OLIVEIRA et al., 2020). 
Quando integrado à avaliação neurofisiológica, esse processo pode fornecer 
informações relevantes para uma compreensão mais aprofundada do TDAH, 
explorando a fisiopatologia e identificando marcadores neurobiológicos e 
neuropsicológicos em diversos transtornos doneurodesenvolvimento (DE OLIVEIRA 
et al., 2020). 
Para alcançar esse objetivo, é necessário desenvolver uma estratégia baseada 
na criação e implementação de um Protocolo de Avaliação Neuropsicopedagógica, 
que integre instrumentos de avaliação comportamental, cognitiva e acadêmica 
previamente padronizados, permitindo, ao mesmo tempo, uma correlação com dados 
neurofisiológicos (OLIVEIRA et al., 2020). 
8.2 Avaliação neuropsicopedagógica 
No caso de crianças com TDAH, a observação e mensuração dos 
comportamentos e emoções no ambiente em que se desenvolvem dependem 
significativamente da natureza das normas e do contexto em que estão inseridas. 
Esse processo deve incluir a avaliação tanto do sentimento crítico individual quanto 
coletivo em relação à pertinência dessas normas. De acordo com o autor, essa 
situação resulta na necessidade de desenvolvimento de ferramentas adequadas para 
essa avaliação. 
Dentro dessas ferramentas estão escalas comportamentais ou questionários 
que permitem a avaliação objetiva dos comportamentos tanto no ambiente escolar 
quanto em casa (MUNCK, CARDOSO e LOUREIRO, 2021). Nesse contexto, para o 
macroprojeto, deve ser elaborada uma versão abreviada que possibilite uma avaliação 
cognitiva e acadêmica abrangente em crianças de 5 a 15 anos. Esta versão abreviada 
é composta por (MUNCK, CARDOSO e LOUREIRO, 2021): 
 
48 
 
• Subtestes para avaliação neuropsicológica: habilidades visuoespaciais e 
visuoperceptuais, memória verbal e visual, atenção visual e auditiva, 
flexibilidade cognitiva, linguagem (seguir instruções e habilidades 
metalinguísticas), habilidades visuoespaciais e visuoperceptuais, e fluência 
verbal (semântica e fonológica). 
• Subtestes para avaliação das habilidades de leitura (precisão, compreensão e 
velocidade) e habilidades de escrita (precisão, coerência narrativa e 
velocidade). 
A seleção desses subtestes é realizada com o objetivo de caracterizar o 
fenótipo cognitivo do TDAH, baseando-se em pressupostos teóricos que têm 
demonstrado importantes relações ao analisar o nível de funcionamento entre certas 
dimensões cognitivas e habilidades acadêmicas específicas. Especialmente 
relevantes são as funções executivas, a memória e a velocidade de processamento, 
fatores determinantes das diferenças individuais nas principais habilidades cognitivas 
(RAMALHO, 2022). 
No que diz respeito ao componente de avaliação médica e neurofisiológica, ele 
é composto por uma análise da história de desenvolvimento pré e pós-natal, estado 
físico, sistêmico, sensorial (visual e auditivo) e sinais neurológicos leves, além de uma 
avaliação neurofisiológica baseada na obtenção de potenciais evocados cognitivos — 
visuais e auditivos (PECs). 
Os PECs são técnicas de processamento de sinais para a análise da atividade 
cerebral, consideradas ferramentas de apoio ao diagnóstico médico. Com o crescente 
interesse pela análise automatizada de biossinais, esse tipo de análise é vantajoso 
por seu caráter não invasivo e seu potencial para fornecer uma medida quantitativa 
do estado funcional do paciente, reduzindo a subjetividade das opiniões e 
proporcionando ao profissional mais informações clínicas (RAMALHO, 2022). 
Em particular, a pesquisa neurofisiológica focada no estudo do TDAH baseia-
se no registro da atividade elétrica cerebral por meio de potenciais cerebrais 
associados a estímulos específicos, conhecidos como potenciais evocados cognitivos 
ou de longa latência. Estes são causados pela elaboração sensorial do indivíduo 
diante de um estímulo, com respostas relacionadas a funções cognitivas superiores, 
especialmente a atenção (ABREU et al, 2019). 
 
 
49 
 
 
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