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Fichamento sobre o conteúdo do arquivo "Bioquímica e Fisiologia Pós- colheita" Etileno • O etileno é um hormônio vegetal crucial no amadurecimento de frutos climatéricos. • A sinalização do etileno envolve a inativação de receptores e ativação de fatores de transcrição primários e secundários (EIN2, EIN3/EIL, ERF1)(Bioquímica e Fisiologia…). • Além de amadurecimento, o etileno está envolvido em respostas de defesa contra estresses bióticos e abióticos(Bioquímica e Fisiologia…). Respiração • A respiração está diretamente ligada ao consumo de substratos energéticos como açúcares e ácidos orgânicos(Bioquímica e Fisiologia…). • Frutos climatéricos exibem um aumento na taxa respiratória associado à produção de etileno durante o amadurecimento(Bioquímica e Fisiologia…). • A inibição da expressão de oxidases alternativas (AOX) pode aumentar a susceptibilidade dos tecidos a estresses(Bioquímica e Fisiologia…). • Altas taxas respiratórias estão associadas a uma vida de prateleira mais curta para frutos como mangas, bananas, mamão e maracujá(Bioquímica e Fisiologia…). Amadurecimento • O processo de amadurecimento está fortemente ligado à produção de etileno e ao aumento da taxa respiratória(Bioquímica e Fisiologia…). • Frutos climatéricos respondem ao etileno aumentando sua respiração (Bioquímica e Fisiologia…). • Alterações na textura e composição celular ocorrem durante o amadurecimento, influenciando a susceptibilidade a injúrias e patógenos(Bioquímica e Fisiologia…). Cor • Durante o amadurecimento de frutos como tomate e melancia, a diminuição na expressão da β-licopeno ciclase promove o acúmulo de licopeno, conferindo cor vermelha(Bioquímica e Fisiologia…). • A biossíntese de antocianinas, que contribuem para a coloração, envolve várias enzimas e passos-chave na via de formação dos flavonoides(Bioquímica e Fisiologia…). Textura • A textura dos frutos muda significativamente durante o amadurecimento, variando entre espécies(Bioquímica e Fisiologia…). • Modificações nos polissacarídeos da parede celular são responsáveis por mudanças na textura(Bioquímica e Fisiologia…). • Frutos que acumulam amido em grandes quantidades (banana, manga, kiwi) mobilizam esse amido durante o amadurecimento(Bioquímica e Fisiologia…). Açúcares • Os níveis de açúcares aumentam durante o amadurecimento, contribuindo para a percepção de dulçor dos frutos(Bioquímica e Fisiologia…). • A respiração envolve o consumo de açúcares como substratos energéticos (Bioquímica e Fisiologia…). Ciclo do Etileno • Biossíntese: O etileno é sintetizado a partir do ciclo da metionina (ciclo de Yang-Hoffman). A S-adenosilmetionina (SAM) é convertida em ácido 1- aminociclopropano-1-carboxílico (ACC) pela enzima ACC sintase (ACS). O ACC é então convertido em etileno, gás carbônico e ácido cianídrico pela ACC oxidase (ACO)(Bioquímica e Fisiologia…). • Regulação: O etileno regula sua própria produção por feedback positivo. Envolve receptores como ETR1 e CTR1 que inibem a resposta ao etileno na ausência do hormônio. Na presença de etileno, estes receptores são inativados, permitindo a ativação da resposta de sinalização(Bioquímica e Fisiologia…). • Funções: Promove amadurecimento, senescência e resposta a estresses bióticos e abióticos(Bioquímica e Fisiologia…). Quebra do Amido • Degradação: O amido é degradado por várias enzimas, incluindo β-amilase, α- amilase e isoamilases. A β-amilase cliva ligações α-1,4-glicosídicas, liberando maltose. A isoamilase cliva ligações α-1,6-glicosídicas da amilopectina (Bioquímica e Fisiologia…). • Metabolismo do amido em frutos: Durante o amadurecimento, o amido é convertido em açúcares solúveis (glicose, frutose, sacarose), o que contribui para o aumento da doçura dos frutos(Bioquímica e Fisiologia…). • Regulação hormonal: Em bananas, a inibição da expressão da β-amilase pelo ácido indolacético sugere um papel regulador significativo dessa enzima no amadurecimento(Bioquímica e Fisiologia…). Quebra da Pectina e Protopectina • Enzimas envolvidas: A degradação da pectina envolve pectinases, como poligalacturonases (PGs) e pectina metilesterases (PMEs). As PGs hidrolisam ligações α-1,4-glicosídicas no ácido poligalacturônico, enquanto as PMEs desmetilam a pectina, facilitando a ação das PGs(Bioquímica e Fisiologia…). • Processo de degradação: EndoPGs atuam aleatoriamente, reduzindo a viscosidade das pectinas, enquanto exoPGs atuam nas extremidades das cadeias (Bioquímica e Fisiologia…). • Importância na textura: A solubilização das pectinas durante o amadurecimento está correlacionada com a perda de firmeza dos frutos. A regulação da expressão de PGs é frequentemente dependente do etileno (Bioquímica e Fisiologia…). Ciclo de Respiração • Glicólise: Conversão de glicose em piruvato no citosol, produzindo ATP e NADH. • Ciclo do Ácido Cítrico (Ciclo de Krebs): No mitocôndrio, o piruvato é convertido em acetil-CoA e entra no ciclo de Krebs, gerando ATP, NADH e FADH2. • Cadeia Transportadora de Elétrons: O NADH e o FADH2 transferem elétrons para a cadeia transportadora de elétrons na membrana mitocondrial interna, produzindo ATP e água(Bioquímica e Fisiologia…). • Regulação: A respiração é regulada pela disponibilidade de substratos (glicose, oxigênio) e pelo controle alostérico das enzimas-chave, como a fosfofrutoquinase na glicólise(Bioquímica e Fisiologia…). Degradação das Cores (Clorofila, Antocianinas, Carotenoides) • Clorofila: A degradação da clorofila começa com a clorofilase removendo o fitol, seguida pela clorofila-Mg2+ dequelatase removendo o Mg2+, resultando em feoforbídeo. Este é então convertido em feoforbídeo A pela feoforbídeo oxigenase(Bioquímica e Fisiologia…). • Antocianinas: São sintetizadas a partir de precursores como a naringenina. A cor resultante varia conforme a combinação de antocianinas, pH, presença de metais e outros flavonoides(Bioquímica e Fisiologia…). • Carotenoides: Durante o amadurecimento, a redução na expressão da β- licopeno ciclase promove o acúmulo de licopeno em frutos como tomate e melancia, conferindo cor vermelha. Outros carotenoides como α-caroteno e luteína também podem se acumular(Bioquímica e Fisiologia…). Introdução Esta apostila aborda os principais processos bioquímicos envolvidos na pós-colheita de frutos, destacando os aspectos relacionados ao etileno, respiração, amadurecimento, cor, textura e açúcares. Além disso, compara os frutos climatérios e não climatérios, explicando suas diferenças bioquímicas e implicações práticas para colheita e armazenamento. Etileno Ciclo do Etileno: O etileno é um hormônio vegetal gasoso fundamental para o amadurecimento dos frutos. Ele é sintetizado a partir da metionina através da S- adenosil-metionina (SAM) e do ácido 1-aminociclopropano-1-carboxílico (ACC). A enzima ACC sintase converte SAM em ACC, e a ACC oxidase converte ACC em etileno. O etileno, uma vez produzido, promove a expressão de genes responsáveis pelo amadurecimento. Sinalização do Etileno: Os receptores de etileno na membrana do retículo endoplasmático percebem o etileno e inativam a proteína CTR1, que normalmente reprime EIN2. Quando o etileno se liga ao receptor, EIN2 é ativado, movendo-se para o núcleo e estabilizando os fatores de transcrição EIN3/EIL1, que ativam os genes de resposta ao etileno (BioMed Central) (Cooperative Extension). https://bmcbiol.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12915-016-0230-0 https://extension.umaine.edu/fruit/harvest-and-storage-of-tree-fruits/the-role-of-ethylene-in-fruit-ripening/ Respiração Ciclo de Respiração: A respiração dos frutos envolve três estágios: glicólise, ciclo do ácido tricarboxílico (Ciclo de Krebs) e cadeia de transporte de elétrons. Na glicólise, a glicose é convertida em piruvato, gerando ATP e NADH. O piruvato é transformado em acetil-CoA, que entra no ciclo de Krebs,produzindo mais NADH, FADH2 e ATP. Finalmente, na cadeia de transporte de elétrons, os elétrons de NADH e FADH2 geram ATP através da fosforilação oxidativa (Cooperative Extension) (SpringerLink). Amadurecimento Quebra do Amido: Durante o amadurecimento, o amido é degradado em açúcares simples como glicose, frutose e sacarose. As enzimas amilase, maltase e dextrinase são responsáveis por essa conversão, que aumenta a doçura dos frutos (SpringerLink). Quebra da Pectina: A pectina, componente da parede celular, é degradada por poligalacturonase e pectinesterase, resultando em uma textura mais macia e suculenta dos frutos (Cooperative Extension) (SpringerLink). Cor Degradação da Clorofila: A clorofila, responsável pela cor verde dos frutos, é degradada durante o amadurecimento por enzimas como clorofilase, resultando em derivados não verdes como feofitina (SpringerLink). Biossíntese de Antocianinas e Carotenoides: Durante o amadurecimento, a síntese de antocianinas e carotenoides aumenta, contribuindo para as cores vermelha, roxa e amarela dos frutos. As antocianinas são produzidas via flavonoides e os carotenoides a partir do isopentenil pirofosfato (IPP) (Cooperative Extension) (SpringerLink). Frutos Climatérios e Não Climatérios Frutos Climatérios Definição: Podem continuar amadurecendo após a colheita (e.g., maçãs, bananas, mangas, abacates, tomates). Processos Bioquímicos: 1. Produção de Etileno: Há um aumento significativo na produção de etileno, que é autocatalítica, acelerando o amadurecimento. 2. Ciclo de Respiração: Apresentam um aumento na taxa de respiração, conhecido como "clímax respiratório", relacionado à conversão de amidos em açúcares (Food & Nutrition Magazine ) (SpringerLink). 3. Transformação de Amido e Pectina: As enzimas amilase e pectinase degradam amido em açúcares simples e pectina, suavizando a textura (Food & Nutrition Magazine ) (SpringerLink). 4. Mudanças de Cor: Envolvem a degradação da clorofila e manifestação de carotenoides e antocianinas (Food & Nutrition Magazine ) (SpringerLink). https://extension.umaine.edu/fruit/harvest-and-storage-of-tree-fruits/the-role-of-ethylene-in-fruit-ripening/ https://link.springer.com/article/10.1007/s00344-007-9002-y https://link.springer.com/article/10.1007/s00344-007-9002-y https://extension.umaine.edu/fruit/harvest-and-storage-of-tree-fruits/the-role-of-ethylene-in-fruit-ripening/ https://link.springer.com/article/10.1007/s00344-007-9002-y https://link.springer.com/article/10.1007/s00344-007-9002-y https://extension.umaine.edu/fruit/harvest-and-storage-of-tree-fruits/the-role-of-ethylene-in-fruit-ripening/ https://link.springer.com/article/10.1007/s00344-007-9002-y https://foodandnutrition.org/blogs/student-scoop/ripening-101-climacteric-vs-non-climacteric-fruits/ https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-3-030-27739-0_3 https://foodandnutrition.org/blogs/student-scoop/ripening-101-climacteric-vs-non-climacteric-fruits/ https://foodandnutrition.org/blogs/student-scoop/ripening-101-climacteric-vs-non-climacteric-fruits/ https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-3-030-27739-0_3 https://foodandnutrition.org/blogs/student-scoop/ripening-101-climacteric-vs-non-climacteric-fruits/ https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-3-030-27739-0_3 Frutos Não Climatérios Definição: Não amadurecem após a colheita (e.g., uvas, morangos, cerejas, frutas cítricas). Processos Bioquímicos: 1. Produção de Etileno: Produzem muito pouco etileno, sem pico significativo após a colheita. 2. Ciclo de Respiração: Não apresentam aumento significativo na taxa de respiração pós-colheita, necessitando ser colhidos maduros (Oxford Academic) (University of Maryland Extension). 3. Transformação de Amido e Pectina: As mudanças ocorrem enquanto o fruto está na planta, sendo mínimas após a colheita (Oxford Academic) (University of Maryland Extension). 4. Mudanças de Cor: A coloração é determinada durante o desenvolvimento na planta, com pouca alteração após a colheita (Oxford Academic) (University of Maryland Extension). Apostila: Bioquímica e Fisiologia Pós-Colheita de Frutos Introdução Esta apostila aborda os principais processos bioquímicos e fisiológicos envolvidos na pós-colheita de frutos, incluindo a ação do etileno, respiração, amadurecimento, cor, textura e açúcares. Além disso, são discutidas as diferenças entre frutos climatéricos e não climatéricos, suas implicações para colheita e armazenamento, e são apresentados esquemas dos ciclos bioquímicos relevantes. Etileno Função e Ciclo de Produção: O etileno é um hormônio vegetal gasoso fundamental para o amadurecimento dos frutos climatéricos. Sua produção aumenta significativamente durante o amadurecimento, desencadeando várias mudanças fisiológicas. • Síntese de Etileno: A biossíntese do etileno começa com a conversão de metionina a S-adenosilmetionina (SAM) pela enzima SAM sintase. Em seguida, a ACC sintase converte SAM em 1-aminociclopropano-1-carboxílico (ACC), que é finalmente oxidado a etileno pela ACC oxidase. Esquema do Ciclo do Etileno: • Ação do Etileno: O etileno liga-se a receptores específicos na membrana plasmática, ativando uma cascata de sinalização que leva à expressão de genes associados ao amadurecimento. Isso resulta em mudanças na cor, textura e produção de compostos voláteis(Bioquímica e Fisiologia…). https://academic.oup.com/jxb/article/74/20/6237/7224223#:~:text=URL%3A%20https%3A%2F%2Facademic.oup.com%2Fjxb%2Farticle%2F74%2F20%2F6237%2F7224223%0ALoading...%0AVisible%3A%200%25%20 https://extension.umd.edu/resource/ethylene-and-regulation-fruit-ripening https://academic.oup.com/jxb/article/74/20/6237/7224223#:~:text=URL%3A%20https%3A%2F%2Facademic.oup.com%2Fjxb%2Farticle%2F74%2F20%2F6237%2F7224223%0ALoading...%0AVisible%3A%200%25%20 https://extension.umd.edu/resource/ethylene-and-regulation-fruit-ripening https://extension.umd.edu/resource/ethylene-and-regulation-fruit-ripening https://academic.oup.com/jxb/article/74/20/6237/7224223#:~:text=URL%3A%20https%3A%2F%2Facademic.oup.com%2Fjxb%2Farticle%2F74%2F20%2F6237%2F7224223%0ALoading...%0AVisible%3A%200%25%20 https://extension.umd.edu/resource/ethylene-and-regulation-fruit-ripening https://extension.umd.edu/resource/ethylene-and-regulation-fruit-ripening Respiração Ciclo Respiratório: A respiração é um processo vital para o fornecimento de energia (ATP) necessária para as atividades metabólicas dos frutos. Durante o amadurecimento, a taxa respiratória pode aumentar, especialmente em frutos climatéricos, devido ao aumento na demanda energética. • Glicólise: A glicose é convertida em piruvato, produzindo ATP e NADH. O piruvato entra na mitocôndria e é convertido em acetil-CoA, que entra no ciclo de Krebs. • Ciclo de Krebs: O acetil-CoA é oxidado a CO₂, gerando NADH e FADH₂, que são utilizados na cadeia de transporte de elétrons para produzir ATP. • Via da Oxidase Alternativa (AOX): Alguns frutos apresentam isoformas de oxidases alternativas (AOX) que provêm uma rota para o transporte de elétrons, reduzindo o consumo de oxigênio e dissipando energia em forma de calor (Bioquímica e Fisiologia…). Esquema do Ciclo Respiratório: Amadurecimento Mudanças Fisiológicas e Bioquímicas: O amadurecimento envolve a transformação do fruto, afetando cor, textura, aroma e sabor. Este processo é mediado por hormônios, principalmente o etileno em frutos climatéricos. • Amido e Açúcares: Durante o amadurecimento, o amido é degradado em açúcares simples, aumentando a doçura do fruto. A atividade de enzimas como amilase e sacarose sintetase é crucial neste processo(Bioquímica e Fisiologia…). • Quebra da Pectina: A pectina, um componente da parede celular, é degradada por enzimas como a pectinase, resultando no amolecimento do fruto(Bioquímica e Fisiologia…). Esquema da Degradação do Amido e Pectina: Cor Alterações Pigmentares: A mudança de cor duranteo amadurecimento é resultado da degradação de clorofila e síntese de novos pigmentos como carotenoides e antocianinas. • Degradação da Clorofila: Envolve a ação de clorofilases e outras enzimas, resultando na perda da cor verde. • Síntese de Carotenoides e Antocianinas: Carotenoides são sintetizados a partir de isoprenóides, enquanto antocianinas são produzidas via a via dos fenilpropanoides(Bioquímica e Fisiologia…). Esquema das Alterações Pigmentares: Textura Modificações Estruturais: A textura do fruto é alterada devido à modificação dos polissacarídeos da parede celular e à mobilização do amido. A degradação de pectina e hemiceluloses afeta a firmeza e a suscetibilidade a danos(Bioquímica e Fisiologia…). Frutos Climatéricos e Não Climatéricos Frutos Climatéricos: • Apresentam aumento na produção de etileno e na taxa respiratória durante o amadurecimento. • Continuam amadurecendo após a colheita. • Exemplos: banana, maçã, tomate. Frutos Não Climatéricos: • Não apresentam aumento significativo na produção de etileno. • Não amadurecem após a colheita. • Exemplos: uva, morango, limão. Tabela Comparativa: Característica Frutos Climatéricos Frutos Não Climatéricos Produção de Etileno Aumenta significativamente Não aumenta significativamente Taxa Respiratória Aumenta Não aumenta significativamente Amadurecimento Pós- Colheita Sim Não Exemplos Banana, Maçã, Tomate Uva, Morango, Limão Referências: