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100 DICAS DE PROCESSO PENAL ANA PAULA BLAZUTE @PROFANABLAZUTE Damiana da Rocha Cordeiro oabcronogramas@gmail.com Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 1 DICA 01 - JUIZ PODE DECRETAR PRISÃO PREVENTIVA DE OFÍCIO? NÃO! De acordo com o código de processo penal, em seu artigo 311, o juiz pode decretar a prisão preventiva em qualquer fase da investigação ou do processo penal, a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial. DICA 02 - A PRISÃO TEMPORÁRIA PODE SER DETERMINADA DE OFÍCIO PELO JUIZ? Também NÃO! No que tange a prisão temporária, conforme dispõe o artigo 2° da lei 7.960/89, esta poderá ser decretada pelo juiz apenas na hipótese de representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público. Não pode ser decretada de ofício. DICA 03 - EM QUE FASE DO PROCESSO PODE HAVER A INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA? A interceptação telefônica, de acordo com o artigo 3° da lei 12.850/13, poderá ser determinada pelo juiz em qualquer fase da persecução penal. DICA 04 - O INQUÉRITO POLICIAL É INSTRUMENTO ADMINISTRATIVO Por esse motivo, o juiz não poderá fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. DICA 05 - DELEGADO NÃO ARQUIVA INQUÉRITO POLICIAL! O artigo 17 do código de processo penal é claro ao afirmar que a autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. Somente o juiz, após requerimento do Ministério Público, poderá arquivar o inquérito policial. DICA 06 - O DEFENSOR TEM DIREITO AO ACESSO DO INQUÉRITO POLICIAL De acordo com a Súmula Vinculante 14, é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de provas que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. Nesse sentido, o defensor somente não terá acesso aos elementos ainda não devidamente documentados. DICA 07 - DELEGADO PODE INSTAURAR INQUÉRITO POLICIAL DE OFÍCIO? DEPENDE! A autoridade policial pode instaurar, de ofício, inquérito policial, desde que se tratando de crime de ação penal pública incondicionada. O código de processo penal, em seu artigo 5°, §4 e §5, dispõe que o inquérito, nos crimes de ação pública condicionada a representação não poderá ser iniciado sem ela, e que nos crimes de ação privada, somente poderá ser iniciado a requerimento de quem tenha qualidade para isso. DICA 08 - QUAL A DURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL? SOLTO 30 DIAS PRESO 10 DIAS O prazo para conclusão do inquérito policial é de 10 dias caso o indiciado esteja preso e de 30 dias caso esteja solto, conforme dispõe o artigo 10 do código de processo penal. DICA 09 - REQUERIMENTO DE DILIGÊNCIAS DURANTE A FASE DE INVESTIGAÇÕES O artigo 14 do código de processo penal dispõe que o ofendido e o indiciado poderão requerer qualquer diligência durante a fase de investigações, porém caberá à autoridade decidir se serão ou não realizadas, ou seja, o delegado usará da discricionariedade. Damiana da Rocha Cordeiro oabcronogramas@gmail.com Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 2 DICA 10 - O INQUÉRITO POLICIAL PODE SER DESARQUIVADO? SIM! O inquérito policial poderá ser desarquivado caso seja identificado o surgimento de novas provas capazes de alterar o contexto das investigações. Quem teve o inquérito arquivado não significa que foi inocentado. O STF entende que, após arquivado o inquérito policial, não poderá a ação penal ser iniciada, sem que haja novas provas. DICA 11 - TRANCAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL O STF decidiu que é possível o trancamento do inquérito policial por meio de habeas corpus. Nesse sentido, não se trata de caso de recurso para chefe de polícia, como no caso de despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito. Deste sim caberá recurso para o chefe de polícia. TRANCAMENTO Habeas corpus INDEFERIMENTO DE ABERTURA Recurso ao chefe de polícia. DICA 12 – ABERTURA DE INQUÉRITO COM BASE EM DENÚNCIA ANÔNIMA Após receber denúncia anônima o delegado deverá instaurar o inquérito? A doutrina e a jurisprudência possuem o entendimento de que, na hipótese de denúncia anônima, o procedimento correto a ser adotado é a realização da VPI (verificação de procedência das informações), antes de concluir se instaura ou não o inquérito policial. DICA 13 - FIANÇA O DELEGADO poderá arbitrar a fiança, por se tratar de crime cuja pena máxima não ultrapassa a 4 anos. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz. ATENÇÃO!! O crime, da lei maria da penha, de descumprir decisão judicial relacionada a medidas protetivas de urgência possui pena de até 2 anos, ou seja, em tese o delegado poderia conceder fiança. Entretanto, nesse caso, somente o juiz poderá concede-la. DICA 14 – DENÚNCIA X QUEIXA Denúncia e queixa-crime são as peças que dão início a uma ação penal. O que as diferencia é a titularidade (capacidade de levar o pedido ao Judiciário). DENÚNCIA: A denúncia é interposta para os crimes que devem ser processados por meio de ação penal pública, cuja o titular é o representante do Ministério Público. Aqui o promotor de justiça é quem dá início a ação penal. QUEIXA: A queixa-crime é utilizada para os casos de ação penal privada e é apresentada em juízo pelo próprio ofendido ou representante legal, por meio de um advogado. DICA 15 – PRAZO PARA REPRESENTAÇÃO O prazo é de 6 meses para queixa ou representação, e é contado do dia em que o ofendido ou representante legal vier a saber quem é o autor do crime, conforme artigo 38. DICA 16 - OBRIGAÇÃO DE APRESENTAR QUEIXA O ofendido não possui a obrigação de apresentar queixa em caso de crime de ação penal privada. A ação penal privada é de titularidade do ofendido e goza do princípio da oportunidade e conveniência, ou seja, cabe à vítima ofertar ou não a ação. Do mesmo modo a representação, nos crimes de ação penal pública condicionada, não é obrigatória. Damiana da Rocha Cordeiro oabcronogramas@gmail.com Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 3 DICA 17 – PERDÃO; RENÚNCIA; PEREMPÇÃO A renúncia, o perdão e a perempção possuem a mesma natureza jurídica, qual seja, de causa de extinção da punibilidade, ou seja, impedem a punição do autor do crime. RENÚNCIA: havendo a renúncia ao direito de apresentar a queixa crime, o ofendido sequer permite que o processo penal se inicie, evitando que o autor do crime seja punido. PERDÃO: o perdão, por sua vez, constitui demonstração de que o ofendido superou o trauma causado pelo delito e não mais deseja a punição do autor do crime. PEREMPÇÃO: em resumo, é o resultado da inércia no processo, como por exemplo o caso do querelante que deixa de dar andamento ao processo durante 30 dias seguidos. DICA 18 – O QUE É AÇÃO PENAL SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA? O Ministério Público, quando for titular da Ação Penal, possui prazo, que varia em regra de 5 dias para réu preso a 15 dias para réu solto, para propor o arquivamento, apresentar denúncia ou requerer diligências. Caso o Ministério Público fique inerte, ou seja, não adote uma das medidas, abre-se a possibilidade para que o ofendido, seu representante legal ou seus sucessores ingressem com a ação penal privada subsidiária da pública. DICA 19 – INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO NA AÇÃO PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA O Ministério Público poderáintervir no processo de ação privada subsidiária da pública? SIM! De acordo com o código de processo penal, em seu artigo 29, será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal. Nesse sentido, poderá o Ministério Público, repudiar a queixa, oferecer denúncia substitutiva, aditar, intervir no processo, fornecer elementos de provas, interpor recurso e até retomar a ação como parte principal. DICA 20 – A AUSÊNCIA DO ADVOGADO NO FLAGRANTE A ausência de advogado durante o auto de prisão em flagrante gerará invalidade do procedimento? A ausência do advogado não gera nulidade, bastando que seja remetida cópia do procedimento para a Defensoria Pública quando não houver indicação de defensor particular constituído pelo acusado. DICA 21 – NOTÍCIA CRIME; QUEIXA CRIME; DENÚNCIA. DICA 22 – SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO SUSPEIÇÃO Refere-se ao animus subjetivo do juiz quanto as partes, e geralmente são encontradas externamente ao processo. IMPEDIMENTO Ocorre quando há vínculos objetivos do juiz com o processo. NOTÍCIA CRIME Feita na delegacia ou no Ministério Público por qualquer pessoa que tenha informação sobre o crime. QUEIXA CRIME Petição inicial de uma ação penal privada feito junto a vara criminal. DENÚNCIA Petição inicial de uma ação penal pública promovida pelo Ministério Público. Damiana da Rocha Cordeiro oabcronogramas@gmail.com Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 4 DICA 23 – CITAÇÃO X INTIMAÇÃO CITAÇÃO Dar ciência ao réu de que há um processo contra ele. Chama-se o réu ao processo. INTIMAÇÃO Dar ciência de um ato que foi ou será praticado. DICA 24 – LEI MARIA DA PENHA Formas de violência da lei maria da penha: Física Psicológica Sexual Patrimonial Moral DICA 25 – CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL Sigiloso: O sigilo é garantido a todos, menos aos advogados do caso, que possuem amplo aos elementos de prova já documentados nos autos. Escrito: O inquérito policial precisa ser redigido em língua portuguesa. Inquisitivo: não há contraditório nem ampla defesa durante seu curso. O suspeito é mero objeto de investigação. Discricionário: não faz exigência de formalidades, podendo ser conduzido pela autoridade policial com discricionariedade, ou seja, o delegado aplica as diligêcias necessárias de acordo com cada caso concreto. Oficioso: Nos crimes de ação penal pública incondicionada, a autoridade policial deve instaurar o inquérito de ofício assim que tomar conhecimento do crime. Oficial: O inquérito é conduzido por autoridades oficiais do Estado. Indisponível: refere-se à impossibilidade de arquivamento dos autos do inquérito por parte da autoridade policial. Dispensável: não é obrigatório, pode-se haver uma ação penal sem ter necessariamente um inquérito. DICA 26 – DESTRUIÇÃO DE DROGAS Com prisão em flagrante: Em 15 dias Pelo delegado de polícia na presença do Ministério Público e da autoridade sanitária. Sem prisão em flagrante: Em 30 dias Contados da data da apreensão, guardando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo. DICA 27 – PRISÃO TEMPORÁRIA E PRISÃO PREVENTIVA Prisão temporária: Com prazo de duração de 5 dias, prorrogáveis por mais 5. Ocorre durante a fase de investigação do inquérito policial. É utilizada para que a polícia ou o Ministério Público colete provas para, depois, pedir a prisão preventiva do suspeito em questão. Em geral, ela é decretada para assegurar o sucesso de uma determinada diligência. Damiana da Rocha Cordeiro oabcronogramas@gmail.com Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 5 Prisão preventiva: Sem prazo pré-definido. Pode ser decretada em qualquer fase da investigação policial ou da ação penal, quando houver indícios que liguem o suspeito ao delito. Em geral é pedida para proteger o inquérito ou processo, a ordem pública ou econômica ou a aplicação da lei. A ideia é que, uma vez encontrado indício do crime, a prisão preventiva evite que o réu continue a atuar fora da lei. Também serve para evitar que o mesmo atrapalhe o andamento do processo, por meio de ameaças a testemunhas ou destruição de provas, e impossibilite sua fuga, ao garantir que a pena imposta pela sentença seja cumprida. DICA 28 – INTERNAÇÃO PROVISÓRIA Para que haja a configuração dessa necessidade deve- se tratar de crime praticado com violência ou grave ameaça e ser o agente inimputável ou semi- imputável, além de existir o risco de reiteração, conforme dispõe o artigo 319 do código de processo penal. DICA 29 – PRISÃO DOMICILIAR A prisão poderá ser substituída em domiciliar quando o agente for: Maior de 80 anos; Extremamente debilitado por motivo de doença grave; Pessoa imprescindível aos cuidados especiais de menor de 6 anos de idade ou com deficiência; Gestante; Mulher com filho de até 12 anos incompletos; Homem e único responsável pelos cuidados do filho de até 12 anos incompletos; Perceba que a diferença entre o homem e a mulher é que mulher não precisa ser a única responsável pelo filho de até 12 anos, já o homem deve ser o único responsável. DICA 30 – MULHER - PRISÃO DOMICILIAR A condição para a substituição da prisão pela domiciliar é que ela não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça, e que a vítima não seja seu filho ou dependente. DICA 31 – SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO É um benefício no qual é proposto ao acusado algumas condições para que ele cumpra, em troca extinção da sua punibilidade. O processo ficará suspenso enquanto correr o prazo para cumprimento das condições impostas. Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade. DICA 32 – SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO No caso de acusado que já foi processado outras vezes, caberá o benefício da suspensão condicional do processo? A lei 9.099/95 autoriza, em se tratando de crime cuja pena mínima seja igual ou inferior a 1 ano, a propositura da suspensão condicional do processo. Porém, o artigo 89 da referida lei é claro ao dispor que o Ministério Público poderá propor a suspensão condicional do processo, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime. A lei não leva em consideração a existência ou não de bons antecedentes ou primariedade, mas sim a existência de processos contra o acusado. Damiana da Rocha Cordeiro oabcronogramas@gmail.com Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 6 DICA 33 – RETRATAÇÃO AO CRIME DE LESÃO CORPORAL NO ÂMBITO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER Não é cabível. A súmula 542 do STJ dispõe que a ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada. Nesse sentido, o desinteresse da vítima em ver o acusado responsabilizado é irrelevante. Não caberá retratação. DICA 34 – ITER CRIMINIS Cogitação impunível Preparação impunível Execução punível Consumação punível DICA 35 – RECURSO INTERPOSTO POR UM DOS RÉUS Quando um só réu recorre. Se refere a decisão de recurso que poderá ser estendido a corréu, ou seja, trata-se da existência de concurso de agentes. Nesse sentido, no caso a decisão de recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros. DICA 36 – RECURSO - AGRAVO A EXECUÇÃO Das decisões proferidas pelojuízo da execução caberá agravo a execução. DICA 37 – RECURSO - EMBARGOS INFRINGENTES Só pode ser oposto pela defesa! Caso a questão afirme que o Ministério Público poderá opor embargos infringentes, estará falsa, pois trata-se de recurso que só pode ser oposto pela defesa. DICA 38 – RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Caberá recurso em sentido estrido, da decisão, despacho ou sentença que não receber a denúncia ou queixa. Não receber é o mesmo que rejeitar. A questão pode usar a palavra rejeitar. Caberá recurso em sentido estrito da decisão, despacho ou sentença que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade. O RESE admite juízo de retratação. DICA 39 – RECURSO – APELAÇÃO Caberá apelação das sentenças definitivas, das decisões definitivas e das decisões do tribunal do júri, conforme dispõe o artigo 593 do código de processo penal. Damiana da Rocha Cordeiro oabcronogramas@gmail.com Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 7 DICA 40 - CORREIÇÃO PARCIAL E RECLAMAÇÃO CORREIÇÃO PARCIAL É o instrumento destinado à impugnação de decisões judiciais que possam importar em inversão tumultuária do processo, sempre que não houver recurso específico em lei. Decisões estas que representem erros ou abusos. RECLAMAÇÃO É o meio através do qual se leva a essas cortes a notícia da usurpação de sua competência ou desobediência a julgado seu, cometida por juiz ou tribunal inferior. É de competência originária do STF e STJ. DICA 41 – RECURSO - CARTA TESTEMUNHÁVEL Será cabível da decisão que denegar o recurso, e da decisão que, admitindo o recurso, obsta à sua expedição e seguimento para o juízo ad quem. DICA 42 - EMBARGOS INFRINGENTES E CARTA TESTEMUNHAVEL O recurso de embargos infringentes é exclusivo da defesa. Tal recurso será admitido quando não for unânime a decisão de segunda instância desfavorável ao RÉU. Porém, a carta testemunhável não cita a mesma exclusividade. DICA 43 - MBARGOS DE DECLARAÇÃO Caberá embargos de declaração quando NA DECISÃO que houver: Obscuridade; Ambiguidade; Contradição; Omissão. Toda decisão deve ser clara e precisa. Por isso os embargos de declaração é importante, visto que sua finalidade é dissipar dúvidas e incertezas objetivas criadas pela obscuridade e imprecisão da decisão judicial, como por exemplo quando a decisão permite mais de uma interpretação. Nesse sentido, caberá o recurso, para que o juiz deixe claro sobre como a decisão deve ser de fato interpretada. DICA 44 – CONDENAÇÃO DO RÉU POR CRIME DIVERSO DA INICIAL No momento de proferir sentença, o juiz competente entendeu que a conduta narrada na denúncia e provada melhor se adequaria à capitulação jurídica diversa daquela que constava na inicial acusatória, ou seja, outro tipo de crime se encaixa melhor ao caso. Exemplo: o juiz entendeu que na verdade o caso é de roubo e não furto. O juiz poderá condenar o réu por crime diverso do que foi definido na denúncia ou queixa, ainda que, em consequência, tenha que aplicar pena mais grave. DICA 45 – CONDUTOR SUSPEITO DE CONDUZIR VEÍCULO AUTOMOTOR SOB INFLUÊNCIA DE ÁLCOOL É obrigado a realizar o exame de sangue ou bafômetro? Segundo entendimento do STF o condutor suspeito de conduzir veículo automotor sob influência de álcool não pode ser obrigado a realizar tal exame, com fundamento no princípio de que ninguém é obrigado a produzir provas contra si. DICA 46 – DIREITO AO SILÊNCIO Segundo entendimento do STF, o direito ao silêncio é o direito de não se auto incriminar e é garantido à todas as pessoas, sendo ela investigado ou testemunha. Fique atento! Tal entendimento diz respeito apenas à defesa, não se enquadrando a testemunha de acusação. Damiana da Rocha Cordeiro oabcronogramas@gmail.com Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 8 DICA 47 - RELAXAMENTO E REVOGAÇÃO DE PRISÃO RELAXAMENTO Prisão ilegal REVOGAÇÃO Prisão desnecessária Prisão ilegal deve ser relaxada e prisão desnecessária deve ser revogada. Delegado de polícia não pode relaxar prisão, apenas o juiz competente. DICA 48 – HABEAS CORPUS O habeas corpus é remédio constitucional para garantir a liberdade de locomoção. Nesse sentido, de acordo com a Súmula 693 do STF, não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena de multa seja a única cominada. Não há obrigatoriedade de representação jurídica por advogado para apresentação de habeas corpus. O HC poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu desfavor ou de outrem. DICA 49 - MANDADO DE SEGURANÇA Trata-se de uma ação constitucional impugnante que visa a proteção de direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data. O impetrante é o titular do direito lesado, ou seja, a pessoa que sofre o constrangimento. DICA 50 - MANDADO DE SEGURANÇA Não cabe mandado de segurança contra decisão transitada em julgado (Súmula 268 STF) Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição (Súmula 267 STF) Não cabe mandado de segurança quando se tratar de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo. Obs: Há entendimento do STJ definindo o juiz de primeira instância como competente para julgar mandado de segurança contra ato de promotor de justiça. DICA 51 – PRAZO DE RESPOSTA DA DENÚNCIA OU QUEIXA No rito comum ordinário, oferecida a denúncia ou queixa, caso não seja rejeitada, o juiz ordenará a citação do acusado para responder, por escrito, no prazo de 10 dias. Já com relação aos crimes próprios praticados por funcionários públicos, dispõe que o procedimento seguirá de forma especial, sendo o prazo, para responder a denúncia ou queixa, de 15 dias (artigo 514 CPP) DICA 52 – REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS Desde que não contrarie a moralidade ou a ordem pública, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, para verificar a possibilidade de a infração ter sido praticada de determinado modo. Além disso, o acusado também possui o direito de não produzir provas contra si, e por este motivo não pode ser obrigado a participar. DICA 53 – AÇÃO PENAL Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. Obs: No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de Damiana da Rocha Cordeiro oabcronogramas@gmail.com Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 9 representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (CADI). DICA 54 - APLICAÇAO DA lei 9.099/95 NO ESTATUTO DO IDOSO Não beneficia o acusado, somente o idoso. Só aplica as regras procedimentais. O STF entende que nos crimes do estatuto do idoso somente será possível a aplicação da lei 9.099/95 no que tange ao procedimento, que beneficiará o idoso, haja vista a celeridade processual. Por isso, o autor do crime não seria beneficiado com a possibilidade que a lei traz de eventual conciliação. DICA 55 - APLICAÇAO DA lei 9.099/95 AOS CRIMES DE VIOÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA MULHER A lei 11.340/06, em seu artigo 41, veda expressamente a aplicação da lei 9.099/95 aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista. Sendo assim, de acordo com alei, não é possível a aplicação da suspensão condicional do processo nestes crimes. DICA 56 - APLICAÇAO DA lei 9.099/95 NAS INFRAÇÕES PENAIS ELEITORAIS Segundo entendimento do STJ, é possível a aplicação dos institutos despenalizadores para as infrações penais eleitorais cuja pena não seja superior a 2 anos, SALVO para os crimes que contam com um sistema punitivo especial. DICA 57 – EMENDATIO LIBELLI ANTES DA SENTENÇA Emendatio libelli poderá ser feita antes da sentença? Em regra, o momento adequado para a “Emendatio libelli” é na sentença, porém, a jurisprudência autoriza, excepcionalmente, que seja feita antes, como no caso da desclassificação para fixação da competência. É admissível juízo desclassificatório prévio, quando houver erro de direito, ou seja, quando a qualificação jurídica do crime imputado repercute na definição da competência. DICA 58 – HORÁRIO DE CUMPRIMENTO DE MANDADO E DE FLAGRANTE A execução da captura em flagrante deve ser feita a qualquer momento. Já com relação ao cumprimento de mandado de busca e apreensão domiciliar, a lei de abuso de autoridade dispõe que o horário permitido é entre 5h e 21h. DICA 59 – COMPETÊNCIA – ESTELIONATO Nos crimes previstos no Art. 171 do Código Penal, a partir de junho de 2021, quando praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a competência será definida da seguinte forma: No caso de vítima única a competência será definida pelo local do domicílio da vítima. Havendo mais de uma vítima a competência será firmada pela prevenção. DICA 60 – RECUSA DO INDICIADO A recusa do indiciado não poderá gerar, por si só, o seu indiciamento, apesar de poder caracterizar crime de desobediência, conforme o Código Penal, em seu artigo 330. Damiana da Rocha Cordeiro oabcronogramas@gmail.com Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 10 DICA 61 – PROVAS – COMPORTAMENTO DO ACUSADO As provas que exijam comportamento passivo do investigado poderão ser produzidas sem sua concordância? SIM! Exemplo: Suspeito que deve ficar ao lado de outros para que seja feito o reconhecimento pessoal. Não confundir com o fato de ninguém ser obrigado a produzir provas contra si. Neste caso o agente não pode ser obrigado a produzir a prova, por tratar-se de um comportamento ativo. Em se tratando de prova não invasiva, mesmo que o agente não concorde com sua produção, esta poderá ser realizada, desde que não implique em sua colaboração ativa. Ele somente não poderá ser obrigado a produzir contra si provas de caráter invasivo das quais exija sua colaboração ativa. DICA 62 – ALTERAÇÃO DE CENA DO CRIME Alterar cena do crime configura fraude processual? SIM! Alterar cena do crime configura fraude processual. Somente não se configurará caso a alteração seja realizada de forma culposa, ou seja, sem intenção de induzir a erro juiz ou perito. DICA 63 – BUSCA E APREENSÃO Pode haver busca e apreensão em lugar distinto do que foi ordenado no mandado? NÃO! De acordo com o STF não é possível busca e apreensão em outro endereço que não esteja especificado no mandado. O artigo 243 do código de processo penal dispõe que o mandado deverá conter a indicação da casa em que será realizada a diligência. Esta indicação deverá ser respeitada. DICA 64 – BUSCA E APREENSÃO Havendo mandado expedido pelo juiz autorizando a busca, a falta do morador não impedirá sua concretização. Em caso de desobediência será arrombada a porta e a entrada forçada. DICA 65 – PRAZO DA AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA Conforme dispõe o §4° do artigo 310 do código de processo penal, a não realização de audiência de custódia, dentro do prazo de 24 horas, sem motivação idônea ensejará a ilegalidade da prisão, a ser relaxada pelo juiz. Toda pessoa que sofra prisão, de qualquer modalidade, qualquer que tenha sido a motivação ou a natureza do fato criminoso, mesmo que se trate de crime hediondo, deve ser obrigatoriamente apresentada em audiência de custódia. DICA 66 - DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO O prazo para representação é de 6 meses contados do conhecimento da autoria do fato. Decadência: perda do direito dessa representação. Prescrição: perda do direito de punir do Estado, e cada crime possui seu prazo de acordo com pena prevista. DICA 67 - PAPEL DO JUIZ NO ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL Homologar o acordo e declarar a extinção da punibilidade do fato, após seu integral cumprimento O acordo de não persecução penal será formalizado pelo Ministério Público e sua homologação é realizada pelo juiz, bem como a decretação da extinção de punibilidade após seu cumprimento integral. O juiz poderá recusar homologação à proposta se a considerar inadequada, insuficiente ou abusiva. Após recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a análise da Damiana da Rocha Cordeiro oabcronogramas@gmail.com Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 11 necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia. DICA 68 - CITAÇÃO Réu não encontrado: será citado por edital, com o prazo de 15 dias. Réu se escondeu para não ser citado: será citado por hora certa. A contrafé poderá ser entregue apenas ao citando, não a terceiros. O processo seguirá normalmente, e, se após a citação por hora certa o acusado não comparecer, será nomeado defensor público para que dê andamento. Caso exista mais de um endereço nos autos do inquérito policial, deverá ser esgotado o outro meio de localização antes da citação por edital. DICA 69 – CITAÇÃO POR APP DE MENSAGENS De acordo com o informativo 688 do STJ, é possível a utilização de WhatsApp para a citação de acusado, desde que sejam adotadas medidas suficientes para atestar a autenticidade do número telefônico, bem como a identidade do indivíduo destinatário do ato processual. DICA 70 - INTIMAÇÃO DA SENTENÇA Réu e defensor não encontrados: intimação mediante edital. Réu preso: a intimação da sentença será feita ao réu, pessoalmente. Réu solto encontrado, assistido pela Defensoria Pública ou Advogado dativo: a intimação deverá ser feita pessoalmente. Réu solto não encontrado: a intimação será feita ao defensor constituído ou nomeado. DICA 71 – CONFISSÃO NO TRÁFICO DE DROGAS - STJ Súmula 630/STJ - A incidência da atenuante da confissão espontânea no crime de tráfico ilícito de entorpecentes exige o reconhecimento da traficância pelo acusado, não bastando a mera admissão da posse ou propriedade para uso próprio. Confessou o tráfico ganha um benefício. DICA 72 - BENEFÍCIO DA COLABORAÇÃO PREMIADA Segundo entendimento do STJ, já tendo sido realizada a colaboração premiada com o MP, não é cabível o benefício da delação premiada (unilateral), uma vez que seria aplicada duas vezes causas de redução de pena sobre o mesmo fato. O acusado ou o indiciado terá a pena reduzida quando colaborar na identificação dos coautores ou partícipes e na recuperação do produto do crime, seja ela total ou parcial. A colaboração premiada é meio de obtenção de provas, não prova. O delegado de polícia, nos autos do inquérito policial, também poderá propor. Neste caso deverá haver a manifestação do Ministério Público. IMPORTANTE!! O STF considera como condição de eficácia a manifestação do Ministério Público. DICA 73 – CAUSAS MODIFICADORAS DE COMPETÊNCIA DO JECRIM Além de casos de Conexão e Continência e de impossibilidade de citação pessoal do acusado, quando se tratar da complexidade de causa ou a circunstâncias do casonão permitirem a formulação da denúncia, a competência será modificada. Damiana da Rocha Cordeiro oabcronogramas@gmail.com Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 12 DICA 74 - COMPETENCIA PARA JULGAR DEPUTADOS Em regra, os deputados estaduais serão submetidos a julgamento perante o Tribunal de Justiça. Isso ocorre pelo fato da designação dessa competência estar sob poder da Constituição de cada Estado, ou seja, cada ente da Federação deverá estabelecer a competência para julgamento dos deputados estaduais. Em se tratando de deputados federais, a CF estabelece que caberá ao STF julgá-los. IMPORTANTE!! Tribunais Superiores entendem que o foro por prerrogativa de função só se aplica aos crimes praticados em razão do cargo. Se o crime praticado pelo deputado não possuir relação com suas funções, deverá ser julgado no juízo de primeiro grau. DICA 75 - ASTREINTE Astreinte nada mais é do que uma multa cominatória que possui caráter coercitivo, cuja finalidade é pressionar o devedor a realizar a obrigação a ele imposta. Não há óbice à sua imposição pelo magistrado. Possui total aplicação no processo penal e é possível a sua fixação em desfavor até mesmo de terceiros, não participantes do processo, pela demora ou não cumprimento de ordem emanada do Juízo Criminal. DICA 76 - PRISÃO PREVENTIVA Não pode ser utilizada como cumprimento antecipado da pena! A prisão cautelar, como no caso da prisão preventiva, deve ser decretada de forma excepcional, não podendo ser utilizada com cumprimento antecipado da pena. Nesse sentido, sua utilização será viável quando for identificado riscos de que certas situações comprometam a atuação jurisdicional, a eficácia e utilidade do julgado. O juiz deverá revisar a necessidade da manutenção da prisão preventiva a cada 90 dias, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal. IMPORTANTE! A inobservância do prazo não implicará na revogação automática da prisão preventiva. DICA 77 - PROVAS COLHIDAS OU AUTORIZADAS POR JUÍZO APARENTEMENTE COMPETENTE As provas colhidas ou autorizadas por juízo aparentemente competente à época da autorização ou produção podem ser ratificadas, mesmo que venha aquele a ser incompetente, ante a publicação do processo investigativo da teoria do juízo aparente. DICA 78 - SERENDIPIDADE A serendipidade é a descoberta fortuita de delitos que não são objetos de investigação. Durante a investigação, conduzida em 1ª instância, de crimes praticados por pessoas sem foro privativo, caso surja indício de delito cometido por agente que possui foro privilegiado, o juiz DEVERÁ PARALISAR os atos de investigação e remeter todo o procedimento para o tribunal ao qual toca o foro por prerrogativa de função. Não cabe ao juiz decidir sobre a separação dos procedimentos. Chegando os autos ao referido tribunal, compete a este decidir se deverá haver o desmembramento ou se irá julgar todos os suspeitos, incluindo as pessoas que não têm foro privativo. DICA 79 – SERENDIPIDADE DE 1° E 2° GRAU Na serendipidade de 1° grau há conexão ou continência com o fato que está sendo apurado, por isso os autos devem ser remetetidos ao tribunal superior, para que este faça a cisão, se for o caso. Damiana da Rocha Cordeiro oabcronogramas@gmail.com Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 13 Na serendipidade de 2° grau trata-se de descoberta de fortuita de crime que não tem conexão com o que está sendo apurado, por isso não há necessidade de que seja remetido em sua integralidade à competência originária. DICA 80 - ALCANCE DA CONSTRIÇÃO DE BENS (MEDIDAS ASSECURATÓRIAS PENAIS) Pode alcançar réus, investigados, pessoas jurídicas e familiares não denunciados. De acordo com entendimento do STJ, a indisponibilidade de bens pode atingir também bens de origem ilícita, bens adquiridos antes mesmo do crime e bens da pessoa jurídica ou mesmo de um familiar não denunciado, desde que haja indícios de que houve confusão patrimonial. DICA 81 – MEDIDA CAUTELAR DE ALIENAÇÃO ANTECIPADA O proprietário dos bens não possui direito líquido e certo à manutenção dos bens até o trânsito em julgado, ainda que nomeado como depositário fiel. O juiz determinará a alienação antecipada para preservação do valor dos bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade para sua manutenção. O produto da alienação ficará depositado em conta vinculada ao juízo até a decisão final do processo. DICA 82 - INGRESSO AO DOMICÍLIO São necessárias fundadas razões de que um delito está sendo cometido, para assim justificar a entrada na residência do agente, ou, ainda, a autorização para que os policiais entrem no domicílio. Sobre a comprovação dessa autorização, com prova da voluntariedade do consentimento: De acordo com entendimento do STJ, o ônus de comprovar a higidez dessa autorização, com prova da voluntariedade do consentimento, recai sobre o estado acusador. A prova da legalidade e da voluntariedade do consentimento para o ingresso na residência do suspeito incumbe, em caso de dúvida, ao Estado, e deve ser feita com declaração assinada pela pessoa que autorizou o ingresso domiciliar, indicando-se, sempre que possível, testemunhas do ato. DICA 83 - RETRATAÇÃO DO CRIME DE AMEAÇA NO ÂMBITO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA Trata-se de crime cuja a ação penal é pública condicionada a representação. Nesse sentido, será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público. DICA 84 - LEI DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA 12.850/13 O retardamento da intervenção policial ou administrativa será previamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público. DICA 85 - LEI DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA 12.850/13 A infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação, representada pelo delegado de polícia ou requerida pelo Ministério Público, após manifestação técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso de inquérito policial, será precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa autorização judicial, que estabelecerá seus limites. Na hipótese de representação do delegado de polícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público. DICA 86 - LEI DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA 12.850/13 O juiz não participará das negociações realizadas entre as partes para a formalização do acordo de colaboração. Damiana da Rocha Cordeiro oabcronogramas@gmail.com Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 14 Esta ocorrerá entre o delegado de polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação do Ministério Público, ou, conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado ou acusado e seu defensor. DICA 87 - LEI DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA 12.850/13 o sigilo da investigação poderá ser decretado pela autoridade judicial competente, para garantia da celeridade e da eficácia das diligências investigatórias, assegurando-se ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa, devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados os referentes às diligências em andamento. DICA 88 - LEI DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA 12.850/13 Os crimes devem possuir pena máxima SUPERIOR a 4 anos ou ser de caráter transnacional. DICA 89 - LEI DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA 12.850/13 Configura crime a conduta do colaboradorque: Revelar a identidade, fotografar ou filmar o colaborador, sem sua prévia autorização por escrito; Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração com a Justiça, a prática de infração penal a pessoa que sabe ser inocente, ou revelar informações sobre a estrutura de organização criminosa que sabe inverídicas; Descumprir determinação de sigilo das investigações que envolvam a ação controlada e a infiltração de agentes; Recusar ou omitir dados cadastrais, registros, documentos e informações requisitadas pelo juiz, Ministério Público ou delegado de polícia, no curso de investigação ou do processo; Na mesma pena incorre quem, de forma indevida, se apossa, propala, divulga ou faz uso dos dados cadastrais de que trata esta Lei. DICA 90 - INFILTRAÇÃO NO CRIME ORGANIZADO Será admitida a infiltração, a requerimento do Ministério Público ou a representação do delegado de polícia. O agente que não guardar, em sua atuação, a devida proporcionalidade com a finalidade da investigação, responderá pelos excessos praticados. DICA 91 - INFILTRAÇÃO NO CRIME ORGANIZADO Havendo indícios seguros de que o agente infiltrado sofre risco iminente, a operação será sustada mediante requisição do Ministério Público ou pelo delegado de polícia, dando-se imediata ciência ao Ministério Público e à autoridade judicial. DICA 92 - INFILTRAÇÃO NO CRIME ORGANIZADO A ausência de caráter transnacional da infração não afasta a aplicação da Lei de Crime Organizado. DICA 93 - INFILTRAÇÃO NO CRIME ORGANIZADO A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que comprovada sua necessidade. DICA 94 - LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS - 9.099/1995 De acordo com a lei 9.099/95, da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação. É o que diz o artigo 82. É diferente do processo penal comum, que em caso de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá recurso em sentido estrido. Se a questão perguntar qual recurso cabe da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença, identifique se está se referindo ao código de processo penal comum ou à lei dos juizados especiais. Damiana da Rocha Cordeiro oabcronogramas@gmail.com Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 15 DICA 95 - INFRAÇÕES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO São aquelas cuja pena máxima não seja superior a 2 anos. Não é requisito expresso a ausência de violência ou grave ameaça. Ocorre que, em regra, os crimes que contém violência ou grave ameaça, possuem pena máxima superiores a dois anos. DICA 96 – JUSTIÇA FEDERAL Súmula 122 do STJ: “compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, a, do Código de Processo Penal". Compete à justiça FEDERAL processar e julgar o crime de redução à condição análoga à de escravo (art. 149 do CP). DICA 97 – OAB COMO ASSISTENTE DE DEFESA A OAB pode atuar como assistente de defesa quando o acusado for nela inscrito? NÃO! A Ordem dos Advogados do Brasil não tem legitimidade para atuar como assistente de defesa de advogado réu em ação penal. Isso porque, no processo penal, a assistência é apenas da acusação, não existindo a figura do assistente de defesa. DICA 98 - DEFENSORIA PÚBLICA COMO ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO O Superior Tribunal de Justiça entende que é possível a atuação da Defensoria Pública como assistente de acusação mesmo não havendo norma local que regulamente ou autorize tal atuação Não existe empecilho a que a Defensoria Pública represente, concomitantemente, através de Defensores distintos, vítimas de um delito, habilitadas no feito como assistentes de acusação, e réus no mesmo processo, pois tal atuação não configura conflito de interesses a atuação do Ministério Público no mesmo feito como parte e custos legis, podendo oferecer opiniões divergentes sobre a mesma causa. DICA 99 – USO DE ALGEMAS Só se usa algemas se você for PRF. Em casos de: Perigo Resistência e Fuga É ilegal o uso de algemas em mulheres presas grávidas durante os atos médico-hospitalares preparatórios para a realização do parto e durante o trabalho de parto, bem como em mulheres durante o período de puerpério imediato. DICA 100 - PROVAS NÃO REPETÍVEIS, ANTECIPADAS E CAUTELARES PROVAS NÃO REPITÍVEIS: São aquelas que não têm como serem novamente coletadas, pois ocorrerá o desaparecimento da fonte probatória. Exemplo: exame de corpo de delito. Não necessita de autorização judicial. PROVAS CAUTELARES: São aquelas em que ocorre risco de desaparecimento do objeto da prova em razão do decurso do tempo, movidas por necessidade e urgência. Se não forem produzidas naquele momento não haverá outra oportunidade idêntica, se esvaindo a prova. Exemplo: Busca e apreensão; Interceptação telefônica. Precisa de autorização judicial. Damiana da Rocha Cordeiro oabcronogramas@gmail.com Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de repasse. 16 PROVAS ANTECIPADAS: São aquelas produzidas em momento processual distinto daquele legalmente previsto ou até mesmo pré-processualmente, em virtude de situação de urgência e relevância. Exemplo: testemunha que por enfermidade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal já não exista. Precisa de autorização judicial. EXTRA Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor. O Habeas corpus não constitui via própria para impugnar Decreto de governador de Estado sobre adoção de medidas acerca da apresentação do comprovante de vacinação contra a COVID-19 para que as pessoas possam circular e permanecer em locais públicos e privados. STJ. 2ª Turma. RDC no HC 700.487-RS, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 22/02/2022 (Info 726). Damiana da Rocha Cordeiro oabcronogramas@gmail.com