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Universidade Federal Fluminense (UFF) Curso de Graduação em Administração Pública Polo: Paracambi Aluna: Alane Rodrigues da Silva Matrícula: 20213110267 Disciplina: Direito e Legislação Tributária Nome da Atividade: Atividade Avaliativa 2 - sobre as aulas 4 e 5 1. Discorra sobre os seguintes tópicos, com seus conceitos e características: a. O Crédito Tributário e suas Garantias De acordo com o material didático, o Crédito Tributário é o valor que o contribuinte deve ao Estado em função de um fato gerador previsto em lei, como o pagamento de impostos, taxas ou contribuições. Ele surge no momento em que o fato gerador ocorre, estabelecendo uma obrigação legal de pagamento. Esse crédito é certo e determinado, ou seja, deve ser claro quanto à sua existência e valor, permitindo que o contribuinte saiba exatamente quanto deve. Uma vez constituído, o crédito tributário pode ser exigido pelo Estado, e sua cobrança goza de preferência sobre outras dívidas, especialmente em casos de falência ou recuperação judicial. As garantias do crédito tributário incluem a prioridade de pagamento sobre outros credores e a possibilidade de penhorar bens do contribuinte para assegurar o cumprimento da obrigação. Além disso, a presunção de legitimidade assegura que a administração tributária tenha seus atos considerados válidos até prova em contrário. No entanto, o Estado deve respeitar os prazos legais de prescrição e decadência para constituir e cobrar o crédito, garantindo um equilíbrio entre os direitos do fisco e os do contribuinte. b. Causas Suspensivas do Crédito Tributário – Art. 151 do CTN O art. 151 do Código Tributário Nacional (CTN) estabelece as causas que suspendem a exigibilidade do crédito tributário, ou seja, situações em que o Estado não pode exigir o pagamento do tributo temporariamente. De acordo com o material didático, essas causas são: 1. Moratória: Concessão de prazo adicional para o pagamento do tributo, durante o qual a cobrança fica suspensa. 2. Depósito Integral do Montante Tributado: Quando o contribuinte deposita judicialmente o valor total do tributo contestado, a exigibilidade do crédito é suspensa até que a questão seja resolvida. 3. Interposição de Recurso Administrativo: Se o contribuinte apresenta uma reclamação ou recurso administrativo contra a cobrança, o crédito tributário fica suspenso até a decisão final. 4. Concessão de Liminar ou Tutela Antecipada Contra a Fazenda Pública: Decisões judiciais que suspendem temporiamente a exigibilidade do crédito tributário, enquanto a questão é analisada pelo judiciário. 5. Parcelamento: Quando o contribuinte negocia o pagamento do tributo em parcelas, a exigibilidade é suspensa enquanto as condições do parcelamento são cumpridas. c. Causas Extintivas do Crédito Tributário – Art. 156 do CTN De acordo com o material didático, as causas extintivas do crédito tributário, previstas no artigo 156 do Código tributário Nacional (CTN), referem-se aos eventos ou atos que extinguem a obrigação tributária, ou seja, que fazem com que o crédito tributário deixe de existir. O artigo 156 enumera as seguintes causas extintivas: 1. Pagamento: É a forma mais comum de extinção do crédito tributário, ocorrendo quando o contribuinte efetua o pagamento do tributo devido. 2. Remissão: É o perdão total ou parcial do débito tributário, concedido por lei. 3. Compensação: Ocorre quando o contribuinte tem créditos a seu favor perante o fisco, podendo utilizá-los para quitar débitos tributários. 4. Transação: Trata-se de um acordo entre o contribuinte e o Fisco, com concessões mútuas, para extinguir o crédito tributário. 5. Prescrição: Extingue o crédito tributário quando o direito de cobrá-lo não é exercido pelo Fisco dentro do prazo estabelecidos (em geral, cinco anos). 6. Decadência: Refere-se à perda do direito do Fisco constituir o crédito tributário, também em razão do decurso de prazo (geralmente cinco anos). 7. Conversão de depósito em renda: Se o contribuinte faz um depósito judicial do valor do tributo discutido, e a decisão judicial é favorável ao Fisco, o depósito pode ser convertido em renda pública, extinguindo o crédito. 8. Pagamento antecipado e homologação do lançamento: O pagamento antecipado do tributo, antes do lançamento formal, pode extinguir o crédito se houver homologação posterior. 9. Decisão Final em Ação de Consignação em pagamento: Utilizada em casos de litígios, o depósito judicial do valor do tributo discutido pode extinguir o crédito se o depósito for aceito. 10. Decisão administrativa irreformável e que não mais Possa Ser Objeto de Ação Anulatória: Quando uma decisão administrativa se torna definitiva e não pode mais ser modificada, ela pode extinguir o crédito tributário. 11. Decisão judicial passada em julgado: Uma sentença judicial definitiva que decida a favor do contribuinte extingue o crédito tributário. 12. Dação em pagamento em bens imóveis: É a entrega de um bem imóvel ao Fisco como forma de pagamento da dívida tributária. d. Exclusão do Crédito Tributário De acordo com Pinheiro (2023) “exclusão do crédito tributário pode ser entendida como a extinção da obrigação tributária, ou seja, as hipóteses em que o contribuinte fica dispensado do pagamento ou a cobrança fiscal fica impossibilitada”. As principais formas de exclusão do crédito tributário são a isenção e a anistia, conforme previsto no artigo 175 do Código Tributário Nacional (CTN): • Isenção: Consiste na dispensa do pagamento do tributo, total ou parcialmente, em virtude de uma lei. • Anistia: Consiste no perdão de uma dívida tributária que já tenha sido constituída, conforme previsto na legislação. E também tem a imunidade que é uma forma especial de exclusão do crédito tributário, mas com características próprias que a distinguem da isenção e da anistia. Enquanto estas últimas são previstas em lei ordinária, a imunidade é estabelecida diretamente pela Constituição Federal e impede a incidência de tributos em determinados situações ou sobre determinados sujeitos. Vale ressaltar que a exclusão do crédito tributário não implica na dispensa do cumprimento das obrigações acessórias, como a emissão de nota fiscal, por exemplo. 2. Sobre "Impostos em Espécie" cite dois exemplos de impostos federais, dois impostos estaduais e dois impostos municipais e identifique o fato gerador de cada um deles. Imposto Federais 1. Imposto de Renda (IR) • Fato gerador: O fato gerador do Imposto de Renda é a aquisição de renda ou lucro por pessoas físicas ou jurídicas. Para pessoas físicas, isso inclui rendimentos do trabalho, aposentadoria, aluguéis, e outros tipos de rendimento. Para pessoas jurídicas, abrange o lucro obtido com suas atividades comerciais, industriais, financeiras, entre outras. a base do cálculo é a soma dos rendimentos tributáveis, que é ajustada conforme as deduções permitidas por lei. (TORRES, 2024) 2. Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) • Fato gerador: O IPI é gerado pela industrialização de produtos. Esse imposto incide sobre a produção e a circulação de produtos manufaturados, tanto os produzidos internamente quanto os importados. O fato gerador ocorre no momento da saída do produto de fábrica ou do ponto de importação, quando a mercadoria é preparada para comercialização. (TORRES, 2024) Impostos Estaduais 1. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) • Fato gerador: O ICMS incide sobre a circulação de mercadorias e sobre a prestação de alguns serviços de transporte e comunicação. O fato gerador é a movimentação de mercadorias (vendas, transferência, entre outros) e a prestação de serviços relacionados a transporte e telecomunicações. O imposto é devido no momento da operação de circulação ou prestação do serviço. (TORRES, 2024) 2. Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) • Fato gerador:O IPVA é gerado pela propriedade de veículos automotores. A base de cálculo é o valor venal do veículo, e o fato gerador ocorre anualmente, com a manutenção da propriedade do veículo no decorrer do ano fiscal. (TORRES, 2024) Impostos Municipais 1. Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN ou ISS) • Fato gerador: O ISS incide sobre a prestação de serviços de qualquer natureza, executados por empresas ou profissionais autônomos. O fato gerador é a prestação do serviço, e o imposto deve ser pago pelo prestador de serviços, geralmente no momento da emissão da nota fiscal ou do recebimento do pagamento pelo serviço prestado. (TORRES, 2024) 2. Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) • Fato gerador: O IPTU é gerado pela propriedade de imóveis situados em áreas urbanas. O fato gerador ocorre no momento em que a propriedade do ´móvel é mantida em uma área urbana e o imposto é calculado com base no valor venal do imóvel. (TORRES, 2024) 3. Populares fizeram uma manifestação à beira de uma estrada em péssimas condições com faixas nas quais se lia: “Pagamos IPVA. Logo, exigimos estradas melhores”. Essa reivindicação, tecnicamente, está correta em vista do conceito de imposto como fonte de receita não vinculada? Essa reivindicação não está correta em face do princípio da não afetação ou vinculação, previsto na Constituição Federal, em seu artigo 167, inciso IV, que veda a vinculação das receitas dos impostos a órgão, fundo ou despesa. As receitas dos impostos, nesse caso, o IPVA, são aplicadas nas atividades gerais do Estado, o seu fato gerador independe de qualquer atividade específica do estado, conforme o art. 16 CTN. Referências Bibliográficas: JÚNIOR, Luís Carlos. Crédito tributário: garantias, privilégios e preferências. Revista Brasileira de Políticas Públicas. 2013. Disponível em: file:///C:/Users/alane/OneDrive/Documentos/Downloads/2320-12659-1-PB.pdf Acesso em: 25 de ago. de 2024. PATRIOTA, Caio César. As Garantias do Crédito Tributário. Jus Brasil. 2015. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/as-garantias-do-credito- tributario/241698712 Acesso em: 25 de ago. de 2024. PINHEIRO, Alessandro. Exclusão do Crédito Tributário. 2024. Jus Brasil. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/exclusao-do-credito-tributario/1812223653 Acesso em: 25 de ago. de 2024. file:///C:/Users/alane/OneDrive/Documentos/Downloads/2320-12659-1-PB.pdf https://www.jusbrasil.com.br/artigos/as-garantias-do-credito-tributario/241698712 https://www.jusbrasil.com.br/artigos/as-garantias-do-credito-tributario/241698712 https://www.jusbrasil.com.br/artigos/exclusao-do-credito-tributario/1812223653 REGINATO, Cleverson. Garantias e Privilégios do Crédito Tributário. Disponível em:https://www.advber.com.br/publicacoes/garantias-e-privilegios-do-credito-tributario Acesso em: 25 de ago. de 2024. RODRIGUES, Luiz Antônio. Direito e Legislação Tributária. Disponível em: Direito e Legislação Tributária (1).PDF Acesso em: 25 de ago. de 2024. TORRES, Vitor. Quais são os impostos federais, estaduais e municipais? 09 de ago. de 2024. Contabilizei.blog. Disponível em: https://www.contabilizei.com.br/contabilidade- online/impostos-federais-estaduais-e- municipais/#:~:text=Impostos%20Federais%20%E2%80%93%20S%C3%A3o%20respons% C3%A1veis%20por,%3A%20ICMS%2C%20IPVA%2C%20ITCMD. 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