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A FOTOTERAPIA COMO RECURSO NA RECUPERAÇÃO CAPILAR 1 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO CABELO ................................................ 6 ALOPECIA ANDROGENÉTICA ............................................................... 8 ESTRUTURA DO FIO E CICLO CAPILAR .............................................. 9 ESCALA DE HAMILTON/ NORWOOD .................................................. 11 TRATAMENTOS PROPOSTOS ............................................................ 11 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO .......................................... 18 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................... 19 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................. 25 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 46 2 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 3 INTRODUÇÃO O cabelo desempenha um papel de extrema importância nas relações sociais. Hoje, e a cada dia mais, o homem está dando maior atenção à aparência e ao bem-estar. Homens que têm perda de cabelo visível podem parecer mais velhos e menos atraentes, de modo a afetar a sua autoestima, ocasionando perda da autoconfiança. A alopecia androgenética (AAG) é uma alteração capilar extremamente comum, que afeta homens e mulheres, e consiste na diminuição da densidade de cabelos ocasionada pela ação de androgênios circulantes em indivíduos predispostos geneticamente. A maior incidência de AAG é em homens, sendo que 30% apresentam a patologia antes dos 30 anos e 50% dos homens apresentam sinais clínicos da doença antes dos 50 anos. Estima-se que 30% das mulheres sejam acometidas pela AAG a partir dos 50 anos. Avanços em relação a tratamentos para esta alopecia têm ganhado grande foco com o intuito de interromper a progressão e, principalmente, reverter, ainda que parcialmente, os sinais de alopecia. Bons efeitos são obtidos com o uso de medicamentos que bloqueiam a transformação e a resposta de hormônios andrógenos, especialmente os mais ativos (di-hidrotestoterona), no tecido alvo. No entanto, não há grande diversidade de medicamentos para o tratamento da alopecia androgenética. No Brasil, apenas a finasterida (para homens, uso por via oral), o minoxidil (para homens e mulheres, uso por via tópica) e o -alfa-estradiol (para homens e mulheres, uso por via tópica) são reconhecidos e aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 4 4 Os cosméticos para uso diário têm ganhado ênfase no tratamento de alopecia androgenética. As substâncias utilizadas nas chamadas loções ou tônicos capilares devem ter mecanismo de ação relacionado à fisiopatologia da AAG, exercendo ação anti-androgênica, anti-inflamatória, mitogência, vasodilatadora, entre outras. Dentre as substâncias mais utilizadas em tônicos capilares cosméticos pode-se citar a cafeína, a carnitina, o zinco, o silício, a biotina, extrato vegetais, como o de chá verde (Camelia sinensis), jaborandi (Pilocarpus pennatifolius) e Saw palmeto, entre outros. Há também inúmeros ativos cosméticos compostos por uma ou mais substâncias, como por exemplo Auxina Tricógena®, Follicusan®, Bioex capilar®, DSBC®, Oligomix®, Capilisil®, Copper peptide®, etc. O zinco é inibidor da enzima 5-alfa redutase). A carnitina estimula o crescimento capilar, prolongando a fase anágena, regulando a apoptose das células dos folículos pilosos e diminuindo a quantidade de cabelos em fase telógena. A cafeína reduz a tensão muscular ao redor dos folículos pilosos, gerando vasodilatação e consequentemente maior aporte de nutrientes aos folículos pilosos. A técnica de microagulhamento tem sido estudada como um potencial recurso para o tratamento da AAG. Sua aplicação gera a formação de microcanais no couro cabeludo que induzirão à liberação de mediadores químicos, como os fatores de crescimento. Estes microcanais servem também como rota de permeação de substâncias ativas. O aparato utilizado para realizar a técnica de microagulhamento consiste em um rolo cravejado de agulhas com número e tamanhos variados. 5 5 Em um estudo publicado por Dhurat, Sukesh, Avhad, Dandale, Pal, Pund (2013), observou-se estímulo do crescimento capilar em 50 indivíduos com AAG com grau III e IV na escala Hamilton-Norwood. Foram realizadas 12 sessões com intervalo de 7 dias entre elas, utilizando um roller com agulhas de 1,5 mm. Os resultados foram avaliados através de contagem de folículos, ficando evidente após oito meses de tratamento uma redução significativa do aspecto da alopecia. A fototerapia realizada com o laser de baixa potência é amplamente estudada no tratamento da alopecia androgenética, sendo seu principal mecanismo de ação o processo de fotoestimulação ou fotobioestimulação. A terapia com laser de baixa potência consiste na exposição do couro cabeludo à energia luminosa capaz de alterar biomoléculas através de reações fotoquímicas, agindo diretamente sobre a matriz capilar. Em um estudo publicado por Jimenez et al. (2014) foi observado aumento da densidade capilar após 26 semanas de tratamento com laser (655 nm). Os participantes da pesquisa do sexo masculino possuíam AAG com grau de acometimento de II a V na escala Hamilton-Norwood, enquanto as mulheres encontravam-se em grau de acometimento de I a II na escala Ludwig/Savin. Não foram relatados efeitos adversos associados ao tratamento. De acordo com Machado Filho (2011) a Alopecia Androgenética, apesar de não apresentar problemas à saúde física, apresenta alterações na aparência e consequentemente emocionais, tendo impacto sobre a autoestima. Existem diversos recursos atuais para melhorar o diagnóstico e os tratamentos, a fim de amenizar os sinais da alopecia ou retardar seu progresso. Entre os recursos utilizados está o laser de baixa potência, por sua indicação na redução da progressão da Alopecia Androgenética em graus iniciais e intermediários. Já nos folículos que se encontram em estado fibrótico o 6 6 laser de baixa potência terá pouca atuação, pois não há tratamento clínico que reative um folículo que já entrou em estado fibrótico. (CLINICA MURICY, 2016). Apesar de inúmeras técnicas e produtos existirem no mercado atualmente, poucosconseguem resultados realmente efetivos. Sendo assim, o recurso escolhido para tratamento foi o laser vermelho de baixa potência, com comprimento de onda de 660nm, na tentativa de estimular o crescimento capilar, e como consequência retardar a progressão da queda, fazendo com que o pelo permaneça por mais tempo no folículo. ANATOMIA E FISIOLOGIA DO CABELO “Há cerca de cem mil folículos capilares no couro cabeludo. Cada um desses folículos foi criado por uma relação especial entre a derme e a epiderme”. (HALAL, 2013, p. 56). Os primeiros pelos surgem ainda no feto e são localizados no queixo e sobrancelhas, surgem por volta do segundo ou terceiro mês de gestação, o pelo começa a ser produzido muito antes da camada córnea se formar (GOMES; DAMAZIO, 2013). O folículo piloso é a estrutura de crescimento do cabelo. As células se proliferam na base de cada folículo e a síntese de proteínas, alinhamento estrutural e queratinização transformam seu citoplasma em um material fibroso, assim passa a ser conhecido como cabelo. O folículo possui componentes epiteliais, a matriz, bainha externa, bainha interna e haste, também possui os componentes dérmicos, a papila dérmica e bainha dérmica (CALLAND apud SILVA; PATRICIO; PAULA, 2012). Antes que um folículo possa se desenvolver, as células do tecido precisam passar por uma mudança dramática. 7 7 Primeiro, uma parte da epiderme cresce para baixo, no sentido do tecido da derme, criando um canal profundo chamado folículo. Bem profundo na derme (logo acima da camada subcutânea), esse recém-formado canal folicular enrola- se hermeticamente ao redor de uma pequena parte do tecido da derme. A epiderme circunda essa parte da derme quase que por completo. E esse processo de formação do folículo acontece cerca de cinco milhões de vezes em média no corpo (HALAL, 2013, p. 56). Segundo Gomes e Damazio (2013) o folículo passa por três fases bem distintas durante o ciclo de crescimento dos pelos: a) Fase anágena: fase de crescimento, 80% dos fios estão nessa fase, cresce acerca de um centímetro por mês. Nessa fase há uma intensa atividade mitótica. b) Fase catágena: Fase de parada mitótica há uma involução do folículo, ao final da fase o bulbo se torna totalmente ceratinizado e em forma de clava, pois ocorre um engrossamento e enrugamento da membrana vítrea. c) Fase telógena: Cerca de 20% dos pelos estão nessa fase a haste está presa apenas nas camadas superficiais, essa fase é a de repouso onde após três a quatro meses cai o folículo e começa a produzir um novo pelo, começando a partir das células tronco. Durante toda a vida, cada folículo passa através do ciclo do pelo cerca de 10 a 20 vezes. Cerca de 100 a 150 mil folículos são encontrados no couro cabeludo, alguns autores consideram normal a queda de até 100 fios diariamente. Martins et al. (2013) sugerem que em um exame de anamnese pode-se notar as seguintes proporções nos cabelos em diversas fases, cerca de 85% na fase anágena, 1% na fase catágena, 14% na fase telógena. A velocidade de crescimento do cabelo depende da região, do sexo e da idade. O crescimento em cada região da cabeça pode variar de 0,4 mm ao dia 8 8 no vértex e 0,35 mm por dia nas têmporas, onde cabelos das mulheres crescem com maior velocidade. O estágio mais acelerado do crescimento é entre os 20 e 30 anos, com maior atividade durante verão, podendo aproximar de 1,5 mm a 2,2 mm por semana, alcançando de 1 cm a 1,5 cm ao mês. ALOPECIA ANDROGENÉTICA Alopecia trata-se da perda temporária ou definitiva, avançada ou prematura, total ou parcial, dos pelos e cabelos. A Alopecia Androgenética (AAG) é uma das formas mais comuns de perda de cabelo em homens de idade mais avançada, apesar de também atingir homens mais jovens e mulheres de uma forma menos característica. A AAG tem origem hereditária, e está diretamente ligada a alterações hormonais, assim como com a produção de radicais livres em nosso corpo, devido a uma alimentação inadequada, ao fumo, ao consumo de álcool, ao uso de drogas, ao estresse psíquico, agentes extrínsecos como poluentes e exposição exagerada ao sol, e a uma enormidade de outros fatores que pioram o quadro de queda capilar (LEITE JUNIOR, 2013). A AAG é o resultado da miniaturização progressiva do folículo piloso e alteração da dinâmica dos ciclos. Folículos pré-programados no couro cabeludo passam progressivamente da fase de crescimento (anágena) para a fase de repouso (telógena). Em cada passagem pelo ciclo, a duração da fase anágena diminui e a fase telógena aumenta (BRENNER; SOARES, 2009, p.155). A AAG é resultado da ação da testosterona nos folículos pilosos, em pacientes com tendência genética a calvície. 9 9 Assim que a testosterona atinge o couro cabeludo ela sofre a ação de uma enzima chamada 5-alfa-redutase, que transforma a testosterona em dihidrotestosterona (DHT). A DHT age nos folículos pilosos e promove a diminuição progressiva dos cabelos a cada ciclo de crescimento, consequentemente vão se tornando menores e mais finos. Isso deve-se à degeneração basofílica no terço inferior da bainha dos folículos anágenos. Este processo torna-se irreversível pela destruição do tecido conectivo. O resultado final do processo é a diminuição e afinamento da fibra capilar, até a perda total do fio, ocasionando a calvície. (MACHADO FILHO, 2011). ESTRUTURA DO FIO E CICLO CAPILAR O folículo piloso é uma estrutura anatômica que juntamente com a glândula sebácea e com o músculo eretor forma a unidade pilossebácea. O folículo piloso é formado por regiões diversas. Na parte inferior do folículo se localiza o bulbo (contém as papilas, células que fazem o crescimento do cabelo) e o duto, que se divide em istmo (parte que vai do músculo eretor do pelo até a abertura da glândula sebácea) e infundíbulo (da abertura da glândula sebácea até a epiderme). A haste capilar é a parte que se encontra fora do couro cabeludo (BORGES, 2016). (Figura 1) 10 10 Há em torno de 100 mil a 150 mil fios de cabelo no couro cabeludo e eles crescem, num adulto, aproximadamente 10 mm por mês. É considerado normal a queda de 60 a 100 fios por dia (BORGES, 2016). A proteína mais abundante no cabelo é a queratina, e em relação a sua estrutura se divide em três camadas: medula, córtex e cutícula. A medula é a camada mais interna, ao seu redor se localiza o córtex. No córtex que se dá a cor e elasticidade dos fios, é formado por queratina. A parte mais externa são as cutículas, formada por células uma sobre a outra dando aspecto de escamas (SILVIA, PATRICIO,2012). O crescimento dos fios obedece um ciclo que alternam em crescimento e repouso. Esse ciclo capilar se divide em três fases distintas: anágena, catágena e telógena. 11 11 ESCALA DE HAMILTON/ NORWOOD A Escala de Hamilton/ Norwood, é uma escala utilizada para poder classificar a calvície masculina. James Hamilton foi quem estabeleceu a primeira classificação de AAG na década de 50, tempos depois na década de 70, Norwood, revisou esta classificação e introduziu algumas variantes tornando a escala mais completa. Esta escala de referência consegue identificar os estágios da AAG, que vão de uma pequena rarefação na parte frontal até a mais extensa desde a coroa da cabeça (EUROCABE, 2016). TRATAMENTOS PROPOSTOS Microagulhamento O microagulhamento é realizado com um rolo de polietileno que possui agulhas de aço inoxidável e estéreis alinhados em sua volta, variando o comprimento das agulhas em torno de 0,25mm a 2,5mm. 12 12 A forçadeve ser controlada para não provocar uma lesão em lugares indesejados. O uso do aparelho é recomendado que seja feito posicionando – o entre o polegar e o indicador, sendo que a força vai ser monitorada pelo o polegar. É recomendável que as passadas do aparelho sejam feitas em vai e vem, de 10 a 15 vezes, fazendo quatro cruzamentos em uma mesma área. A escolha do comprimento da agulha vai depender do objetivo a ser alcançado e da pele a ser tratada (LIMA; LIMA E TAKANO, 2013). Este equipamento de microagulhamento faz micro perfurações na pele que atingem a derme para provocar uma indução percutânea de colágeno. A lesão provocada fará desencadear um processo inflamatório local, consequentemente a síntese de colágeno e elastina pelo aumento do metabolismo dos fibroblastos para restituir o tecido lesado. Além disso também contribui para a formação de novos capilares sanguíneos (COSTA, 2016). O microagulhamento capilar atua nos seguintes aspectos: • Auxilia a penetração de ativos a nível dérmico, potencializando sua ação. • A injúria provocada pela agulha faz com que se libere histamina, que consequentemente faz vasodilatação, aumentando a circulação sanguínea do couro cabeludo nutrindo as papilas dérmicas. • Por meio das perfurações é estimulado a liberação de fatores de crescimento como o endotelial vascular (VEGF) e o de crescimento de fibroblastos (FGF), que aumenta o tamanho do folículo e regula as células das papilas dérmicas. • O equipamento é capaz de estimular as células-tronco do bulbo capilar, estimulando assim o crescimento de novos pelos (BORGES, 2016; COSTA,2016). 13 13 Acredita-se para melhores resultados, o microagulhamento deve ser associado com substâncias antes ou depois como: Minoxidil 2% ou 5% e fatores de crescimento. Na terapia capilar usa-se agulha de 0,5mm com aplicação semanal (BORGES, 2016). Laser de baixa intensidade A palavra Laser tem como significado “Luz Amplificada por Emissão Estimulada de Radiação (Light Amplication by Stimulated Emission of Radiation). O Laser de baixa intensidade (LLLT) pode ser referido como soft laser por não ter efeito ablativo (BORGES, 2016; CATELAN, 2016; SHAPIRO, 2015). Os aparelhos de LLLT por emitirem menor densidade de energia não é capaz de aquecer tecidos e emitem radiação com comprimento de onda entre a luz vermelha e infravermelha (600-1000nm) (SHAPIRO, 2015). Na terapia capilar, o laser de baixa intensidade emite um feixe de luz capaz de atingir o bulbo capilar estimulando o crescimento dos cabelos. As mitocôndrias absorvem a energia do laser aumentando a produção de ATP, e consequentemente o aumento do metabolismo do folículo piloso e ativação de uma intensa atividade mitótica das células germinativas (BORGES, 2016; SHAPIRO, 2015). O LLLT também estimula a microcirculação local, causando vasodilatação, que melhora o aporte de nutrientes, oxigenação dos tecidos, além do efeito anti-inflamatório (AGNE, 2017; BORGES, 2016). A terapia com laser em locais sem folículos pilosos não terá qualquer efeito (BORGES, 2016). Os efeitos que o laser proporciona vai depender da intensidade e frequência de emissão sobre uma determinada área. 14 14 O comprimento de onda usado para alopecia varia de (660 a 670nm) que caracteriza o laser vermelho, e a fluência de 3J/cm². Em relação a periodicidade, o tratamento pode ser feito de uma a três vezes por semana (AGNE, 2017; BORGES, 2016). Fatores de Crescimento Fatores de crescimento também conhecido por citocinas, são proteínas sintetizadas naturalmente pelo corpo humano. Esses compostos atuam como mensageiros químicos na comunicação entre as células, com capacidade de acelerar a divisão celular, aumentar a síntese de colágeno e elastina e crescimento de novos vasos sanguíneos (BOMBACINI; BORGES, 2016; PHARMASPECIAL; TORRES). Quando o corpo está em homeostase, essas citocinas são produzidas de acordo com a necessidade para garantir o bom funcionamento dos tecidos, porém quando há uma disfunção como alopecia é necessária uma suplementação (PHARMASPECIAL). A produção de fatores de crescimento é feita a partir de células de placenta, prepúcio humano, bactérias, plantas e células in vitro (BORGES, 2016). 15 15 Tabela 1 – Aceleradores do metabolismo folicular. 16 16 Fototerapia A fototerapia, terapia pela luz, é utilizada para tratamento de diversas patologias, e consiste no uso da luz para fins terapêuticos. Sua utilização é antiga e classifica-se segundo o tipo de irradiação emitida (UVA ou UVB), variável de acordo com os comprimentos de onda utilizados, como qualquer outra modalidade terapêutica a fototerapia apresenta limitações e assim alguns cuidados e acompanhamento criterioso para que se tenha a resposta terapêutica esperada. (DUARTE; BUENSE; KOBATA, 2006). A fototerapia com UVA ou UVB, pode ser usada como único tratamento ou associados a cremes, pomadas e até comprimidos. Assim a evolução é mais rápida, diminui-se a dose dos remédios e melhorando a autoestima do paciente. (SOARES PEREIRA, 2016). Laser O Light Amplification Stimulation Emission Radiation (laser) é um tipo de radiação eletromagnética não ionizante, monocromática. Suas ondas propagam-se com a mesma fase no espaço e no tempo, sempre emitido em um único comprimento de onda, com pureza de cor, coerência e mínima divergência entre os raios. O laser de baixa potência de Arseneto de Gálio Alumínio (AsGaAl) gerados por diodo, é utilizado desde a década de 80. Sua pontualidade permite a obtenção de alta densidade de energia concentrada em pequenos pontos. O comprimento de onda de 660 nm emite potência média de 25 mW. (MANUAL ENDOPHOTON KLD, 2014). 17 17 Segundo Agne (2015), o laser de baixa potência não produz nenhum efeito térmico considerável e suas reações são basicamente de fotobioestimulação celular. Há diversos fatores que podem variar a quantidade de irradiação, como o tamanho da área irradiada, a distância entre pele e o aparelho, sistema óptico do aparelho, tipo de fonte laser, saída de potência, tempo de radiação, divergência do feixe, reflexão, dispersão, transmissão, absorção e profundidade do tecido tratado (CARRINHO, 2004 apud ALMEIDA, 2015). Há duas formas de manuseio do laser de baixa potência, modo pontual ou modo varredura. No modo pontual utiliza-se com a caneta sempre perpendicular à área aplicada, podendo ficar a uma pequena distância da pele ou encostada. Pontua- se com a caneta de laser sobre diversos pontos a uma distância entre um ou dois centímetros. No modo varredura, confecciona-se uma rede em que cada quadro tenha um centímetro em que será feita a aplicação pontualmente (AGNE, 2005 apud ALMEIDA, 2015). Efeitos fisiológicos do Laser de baixa potência. Martins et al. (2013) afirmam que a ação da luz sobre os tecidos biológicos faz com que haja um aumento no grau de atividade biológica e mitótica das células, considerando que a luz é um tipo de energia, e que em todos processos fisiológicos para manter a homeostase do organismo há uma demanda de energia, então, a laser terapia é indicada para tratamentos de diversos processos patológicos, inclusive em disfunções estéticas. A radiação laser de baixa potência estimula a microcirculação como consequência da ação específica que exerce sobre o esfíncter pré-capilar na união dos capilares das arteríolas e vênulas, paralisando e deixando constantemente aberto ao estimular a produção de mediadores químicos como histamina. 18 18 Com isso, ocorre aumento da vasodilataçãodas arteríolas e capilares, melhorando o trofismo zonal, derivada do aumento de nutrientes e oxigênio e da eliminação de catabólicos além de elementos defensivos, promovendo a ação anti-inflamatória. (AGNE, 2015). Nos folículos pilosos, raízes dos cabelos, a proposta do laser é estimular a produção de ATP (adenosina trifosfato) e AMP cíclico (adenosina monofosfato) pela mitocôndria. Essas moléculas são importantes para reduzir o estresse oxidativo, eliminar radicais livres e facilitar a entrada de mais oxigênio nas células dos folículos. Com isso os folículos trabalham melhor e o crescimento dos cabelos passa a ser mais regular e fisiológico, tendo como consequência a redução da queda e a promoção da recuperação capilar. Cabe ao laser também estimular o fluxo sanguíneo e, consequentemente, melhor aporte nutricional para os folículos. (LEITE JUNIOR, 2013, p. 116). CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO Para o experimento foram selecionados voluntários do gênero masculino na faixa etária entre 25 e 35 anos com AAG. Foram excluídos da pesquisa indivíduos com fotossensibilidade cutânea, epilepsia, que fizessem uso de medicamentos fotossensíveis, processo oncológico, ou com algum tipo de afecção cutânea. A pesquisa foi realizada na Clínica de Estética do Unisalesiano de Lins. Procedimento experimental Foram selecionados 06 voluntários do gênero masculino, dentro da faixa etária proposta e alocados em um único grupo. 19 19 Após serem esclarecidos sobre o objetivo e metodologia da pesquisa, foi realizado o diagnóstico através de anamnese detalhada por questionário de avaliação segundo Pereira (2001), e avaliação do couro cabeludo por meio de videodermatoscópio. Após a leitura e entendimento do tratamento proposto, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), logo em seguida deu-se início ao tratamento, seguindo o protocolo previamente estabelecido. Primeiramente foi realizada a higienização dos cabelos e couro cabeludo no lavatório com uso de shampoo neutro, transparente, da marca Flores e Vegetais, logo após a secagem dos cabelos com secador e em seguida a aplicação do laser marca KLD, caneta 660nm – Gálio Alumínio Índio Fósforo (GaAlInP), radiação laser vermelho com dose de 4 joules por cm², com duração de 14 segundos, por toda extensão da cabeça em modo pontual. Distribuído em 12 sessões com frequência de duas vezes semanais, respeitando um intervalo mínimo de 48 horas entre as sessões, com duração total de 2 meses. Foi elaborado pelas autoras um questionário de satisfação onde foi aplicado ao termino deste. A título de análise e comparação dos resultados foi realizado o registro fotográfico do pré e pós-tratamento, com e sem videodermatoscópio. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Observou-se uma melhora no quadro da AAG, porém pouco perceptível pelo curto período de tratamento. Verificou-se a presença de novos fios, que corrobora com os estudos de Martins et al. (2013) que afirmam, que o incremento energético nas células com a ação do laser, induzem as células do folículo pilo sebáceo restabelecer suas funções, superando fatores inibidores do crescimento, devolvendo sua capacidade de produzir fios. 20 20 Outros fios permaneceram no folículo por mais tempo, retardando a progressão da queda, Martins et al. (2013) afirmam que a ação fotobioestimuladora do laser faz com que o fio tenha uma melhor estrutura, de qualidade e maior espessura, dando a este fio uma maior resistência. Os voluntários não apresentaram nenhum tipo de efeito colateral ou desconforto durantes as sessões, mostrando ser uma técnica segura e confiável desde que aplicada de maneira correta. Leite Junior (2013) explica que o uso de aparelhos de laser, em especial para a Alopecia Androgenética, é aprovado por órgãos como o Food and Drugs Administration (FDA), que regulamenta a eficiência e segurança de medicamentos e equipamentos nos Estados Unidos. Os dados apresentados a seguir foram obtidos através de uma ficha de anamnese e os resultados em registros fotográficos. Dos 6 voluntários estimados inicialmente, apenas 3 deram continuidade e terminaram o tratamento proposto, houveram 3 perdas amostrais por desistência durante o decorrer das sessões. 21 21 22 22 23 23 De acordo com as respostas do questionário de satisfação, os 3 (três) voluntários consideraram o atendimento, local e métodos utilizados, excelentes 24 24 e ficaram satisfeitos de uma maneira geral com os resultados do tratamento, mesmo que pouco perceptíveis, além da melhora da autoestima. O laser representa um dispositivo constituído por substâncias de origem sólida, líquida ou gasosa que produzem um feixe de luz, frequentemente denominado de “raio laser”, quando excitadas por uma fonte de energia. Tal dispositivo pode ser classificado em duas categorias: lasers de alta potência ou cirúrgicos, com efeitos térmicos apresentando propriedades de corte, vaporização e hemostasia, e lasers de baixa potência ou terapêuticos, apresentando propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e de bioestimulação (SILVA et al., 2007; BARROS et al., 2008); incluem-se nesta última categoria o laser de hélio-neon (He-Ne), cujo comprimento de onda é 632,8nm, ou seja, na faixa de luz visível (luz vermelha); o laser de arsenato de gálioalumínio (Ga-As- Al) ou laser de diodo, cujo comprimento de onda se situa fora do espectro de luz visível (luz infravermelha), sendo, aproximadamente, 780-830nm, e o laser combinado de hélio-neon diodo. A palavra laser corresponde a uma sigla composta pelas primeiras letras de light amplification by stimulated emission of radiation, a qual significa “amplificação da luz por emissão estimulada de radiação”. Conhecendo a capacidade do laser de proporcionar ao organismo uma melhor resposta à inflamação, com consequente redução de edema, minimização da sintomatologia dolorosa e bioestimulação celular, a terapia a laser apresenta-se como uma alternativa para processos que apresentem reação inflamatória, dor e necessidade de regeneração tecidual. A radiação emitida pelos lasers de baixa potência tem demonstrado efeitos analgésicos, anti-inflamatórios e cicatrizantes, sendo, por isso, bastante utilizada no processo de reparo tecidual, em virtude das baixas densidades de energia usadas e comprimentos de onda capazes de penetrar nos tecidos. 25 25 Ressalta-se que o laser terapêutico não tem efeito diretamente curativo, mas atua como um importante agente antiálgico, proporcionando ao organismo uma melhor resposta à inflamação, com consequente redução do edema e minimização da sintomatologia dolorosa, além de favorecer de maneira bastante eficaz a reparação tecidual da região lesada mediante a bioestimulação celular. Diante disso, o presente trabalho busca revisar e discutir o fenômeno da bioestimulação e os principais efeitos bioestimulantes do laser de baixa potência no processo de reparo. REVISÃO DA LITERATURA Processo de reparo O processo de reparo constitui uma reação tecidual dinâmica, a qual compreende diferentes fenômenos, tais como: inflamação, proliferação celular e síntese de elementos constituintes da matriz extracelular, incluindo as fibras colágenas, elásticas e reticulares. A inflamação representa a reação do tecido vivo vascularizado a uma agressão local. Esta serve para destruir, diluir ou imobilizar o agente agressor pelo desencadeamento de uma série de processos biológicos que, tanto quanto possível, reconstituem otecido lesado, estando intimamente relacionada com o processo de reparo, o qual se inicia durante as primeiras fases da influência agressora. A resolução da inflamação envolve a remoção do exsudato e das células mortas por dissolução enzimática e fagocitose. Tais eventos são seguidos pela substituição do tecido morto ou danificado por células que derivam de elementos do parênquima ou do tecido conjuntivo lesado. 26 26 Conforme os autores, o processo de reparo constitui uma reação orgânica restauradora da destruição ou perda tecidual, podendo ser realizado pela reposição de um tecido idêntico ao original, caracterizando a regeneração, ou por neoformação do tecido conjuntivo, que substitui o tecido perdido ou destruído com alteração da arquitetura tecidual, caracterizando a cicatrização. Os granulócitos neutrófilos são as primeiras células que aparecem nos tecidos em cicatrização e, através da microscopia eletrônica, podem ser vistos nas bordas das feridas três horas após o surgimento da lesão. No processo cicatricial, sua principal função não é a fagocitose, mas, sim, a destruição enzimática da fibrina. Logo em seguida, aparecem os monócitos, que, aproximadamente no quinto dia, se transformam em macrófagos. Estas células de defesa, grandes produtoras de enzimas proteolíticas, são fagocitárias por excelência e também exercem outras funções, tais como: a formação e a migração de fibroblastos e o estímulo à neoformação vascular. Os fibroblastos, por sua vez, são estimulados por macrófagos com relação à formação e à maturação de colágeno. A síntese de fibras colágenas é um evento contínuo que se estende até o final do processo de reparo enquanto ocorre a remodelação tecidual. Quanto às fibras elásticas, estas permitem que o tecido se estenda durante a cicatrização sem que ocorra a sua destruição. As fibrilas colágenas longas estão intercaladas com as fibras elásticas a fim de limitar a expansão tecidual, evitando a dilaceração do tecido durante o processo de reparo. 27 27 Efeitos bioestimulantes do laser de baixa potência no processo de reparo O princípio da bioestimulação promovida pelo laser terapêutico foi introduzido há mais de 20 anos, sendo aplicado, primariamente, na dermatologia, especialmente, no processo de reparo de feridas cutâneas. Logo em seguida, foi sugerido que a bioestimulação também poderia ser útil para acelerar a cicatrização de feridas produzidas dentro da boca, sendo, então, bastante utilizada em casos de aftas, herpes labial, queilite angular, trismo, parestesias, hipersensibilidade dentinária e pós-operatórios. As propriedades terapêuticas dos lasers vêm sendo estudadas desde a sua descoberta, sendo a sua ação analgésica observada, particularmente, sobre as formas da dor crônica de diversas etiopatogenias, desde os receptores periféricos até o estímulo no sistema nervoso central. De acordo com as citações de Genovese, os efeitos biológicos que o laser de baixa potência provoca nos tecidos consistem em energia luminosa, que se deposita sobre os mesmos e se transforma em energia vital, produzindo, então, efeitos primários (diretos), secundários (indiretos) e terapêuticos. Efeitos bioestimulantes do laser de baixa potência no processo de reparo gerais, os quais promovem ações de natureza analgésica, anti-inflamatória e cicatrizante. A terapia a laser, quando utilizada nos tecidos e nas células, não é baseada em aquecimento, ou seja, a energia dos fótons absorvidos não é transformada em calor, mas em efeitos fotoquímicos, fotofísicos e/ou fotobiológicos. Ainda segundo os autores, quando a luz laser interage com as células e tecidos na dose adequada, certas funções celulares podem ser estimuladas, como a estimulação de linfócitos, a ativação de mastócitos, o aumento na produção de ATP mitocondrial e a proliferação de vários tipos de células, promovendo, assim, efeitos anti-inflamatórios. 28 28 Nos últimos anos, a fototerapia por luzes coerentes (lasers) destaca-se como um bioestimulador para o reparo tecidual, aumentando a circulação local, a proliferação celular e a síntese de colágeno. Com o objetivo de investigar o comportamento de feridas cutâneas provocadas na região dorsal de ratos Wistar, Rocha Junior et al. utilizaram um laser de baixa intensidade com 3,8 J/cm2 de dosagem, 15mW de potência e tempo de aplicação de 15 segundos e evidenciaram um aumento na neovascularização e na proliferação fibroblástica, bem como uma redução da quantidade de infiltrado inflamatório nas lesões cirúrgicas submetidas à terapia a laser. Atuando em nível celular, o laser de baixa potência provoca modificações bioquímicas, bioelétricas e bioenergéticas, atuando no aumento do metabolismo, na proliferação e maturação celular, na quantidade de tecido de granulação e na diminuição dos mediadores inflamatórios, induzindo o processo de cicatrização. A absorção molecular da luz laser permite um aumento do metabolismo celular, caracterizado pela estimulação de fotorreceptores na cadeia respiratória mitocondrial, alterações nos níveis de ATP celular, liberação de fatores de crescimento e síntese de colágeno. As ações anti-inflamatórias e antiedematosas exercidas pelo laser ocorrem mediante a aceleração da microcirculação, que resulta em alterações na pressão hidrostática capilar, com reabsorção do edema e eliminação do acúmulo de metabólitos intermediários. A monocromaticidade e a intensidade da luz laser provocam a excitação seletiva de átomos e moléculas. Algumas pesquisas sugerem que a radiação laser pode aumentar a porcentagem de componentes moleculares produzidos durante uma reação química. Estudos mostram que a terapia a laser eleva os níveis de ácido ascórbico nos fibroblastos, aumentando, com isso, a formação da hidroxiprolina e, 29 29 consequentemente, a produção de colágeno, visto que o ácido ascórbico constitui um cofator necessário à hidroxilação da prolina durante a síntese colagênica. De acordo com os autores anteriormente citados, a bioestimulação das proteínas citoesqueléticas promovida pelo laser de baixa potência confere maior estabilidade à conformação da camada lipoproteica da membrana celular. A radiação emitida pelo laser terapêutico também afeta as células, por modular a produção de fatores de crescimento. Catão, em seus estudos, afirma que a terapia a laser de baixa intensidade influencia mudanças de caráter metabólico, energético e funcional, uma vez que favorece o aumento da resistência e vitalidade celular, levando os tecidos a um rápido retorno à sua normalidade. Entre os efeitos bioestimulantes mediados pelo laser de baixa potência no processo de reparo tecidual, destacam-se: a indução da atividade mitótica das células epiteliais e dos fibroblastos; o incentivo à produção de colágeno por estas últimas células; a inibição secretória de alguns mediadores químicos; a modificação da densidade capilar e o estímulo à microcirculação local. O laser de baixa potência aumenta a atividade quimiotática e fagocitária dos leucócitos humanos in vitro. No processo de reparo das feridas, a ativação dos linfócitos pela radiação laser pode torná-los mais responsivos aos mediadores estimulativos presentes nos tecidos injuriados. Ainda conforme citações desse autor, o laser terapêutico aumenta a atividade fagocitária dos macrófagos durante a fase inicial do processo de reparo, aproximadamente seis horas após o trauma, facilitando a limpeza da ferida e estabelecendo as condições necessárias à fase proliferativa subsequente. 30 30 Em nível vascular, o laser de baixa potência estimula a proliferaçãodas células endoteliais, resultando na formação de numerosos vasos sanguíneos, na produção aumentada do tecido de granulação, estimulando o relaxamento da musculatura vascular lisa e contribuindo, assim, para os efeitos analgésicos da terapia a laser. O laser de baixa potência desempenha, possivelmente, um importante papel no reparo alveolar após extração dental, uma vez que exerce efeitos pronunciados em cultura de osteoblastos, influenciando os processos de proliferação, diferenciação e calcificação. Em alguns estudos sobre neoformação óssea, sugere-se que o efeito bioestimulante do laser não se deva apenas a suas propriedades específicas, mas também à criação de uma série de condições locais que acelerariam a neoformação óssea e a resolução de edemas. Múltiplos experimentos realizados in vitro demonstram que o laser terapêutico estimula também a proliferação e diferenciação fibroblásticas, assim como a síntese de produtos da matriz extracelular por estas células. Existem vários mecanismos pelos quais o laser de baixa potência pode induzir a atividade mitótica dos fibroblastos. Ele estimula a produção do fator de crescimento fibroblástico básico (FGFb), que constitui um polipeptídio multifuncional, secretado pelos próprios fibroblastos, com capacidade para induzir não somente a proliferação, mas também a diferenciação fibroblástica, e afeta as células imunes que secretam citocinas e outros fatores regulatórios do crescimento para fibroblastos. Estudos in vitro utilizando células da linhagem macrofágica mostram que, sob a radiação do laser de baixa potência, tais células liberam fatores solúveis promotores da proliferação fibroblástica. A maturação dos fibroblastos e a sua locomoção através da matriz também são influenciadas pelo referido laser. 31 31 Diversos tipos de lasers afetam a proliferação fibroblástica, bem como a síntese de procolágeno e colágeno in vitro. A maioria dos resultados positivos é encontrada com o uso do laser de baixa potência de He-Ne21. Outros estudos mostram que a camada tecidual a ser atingida pela luz laser depende do tipo de laser, da sua potência, do comprimento de onda e do tempo de irradiação. Dependendo do comprimento de onda do aparelho laser utilizado, ocorrem efeitos variáveis na produção de procolágeno, com elevada síntese de colágeno quando se emprega o laser de He-Ne ou de Ga-As e redução dramática na produção do mesmo quando se utiliza o laser de alta potência de Nd:YAG. De acordo com as citações da AAP3, um experimento com cultura de fibroblastos de pele humana demonstrou redução na síntese de DNA e na produção de colágeno quando os fibroblastos foram expostos a radiação promovida pelo laser de Nd:YAG. Com o objetivo de analisar o efeito do laser de baixa potência sobre a proliferação de fibroblastos gengivais in vitro, utilizando uma cultura de fibroblastos gengivais humanos, Almeida-Lopes et al. aplicaram o laser diodo sobre essas culturas, com fluência de 2J/cm2 e os seguintes comprimentos de onda: L1 = 670nm, L2 = 780nm, L3 = 692nm e L4 = 786nm. Para a análise do crescimento, as culturas não irradiadas (grupo-controle) e as tratadas com o laser (grupo experimental) foram colocadas em uma placa de Petri, com 60mm de diâmetro, 12 horas antes da irradiação. Nesse experimento, os pesquisadores concluíram que o laser de baixa potência acentua a proliferação dos fibroblastos gengivais independentemente do comprimento de onda utilizado; quanto menor o tempo de exposição ao laser, maior tal proliferação. 32 32 Kreisler et al. avaliaram o efeito do laser GaAs-Al diodo, utilizado em diferentes potências (0,5W2,5W) e durações (60-240 segundos por sítio), sobre a cultura de fibroblastos humanos. Os resultados demonstraram que, dependendo das diferentes calibrações de potência, a irradiação laser pode causar redução no número de células, sendo o tempo de exposição mais relevante do que a própria potência, visto que a análise de regressão linear não demonstrou correlação da quantidade de energia com a morte celular quando a exposição do tempo foi mantida constante. Em outro estudo com o objetivo de avaliar histologicamente a resposta de tecidos epitelial, conjuntivo e ósseo submetidos à terapia a laser de baixa intensidade em um modelo experimental de reprodução alveolar realizada em indivíduos, constatou-se que os tecidos epitelial e conjuntivo reagiram à estimulação da terapia a laser com renovação celular constante, ao passo que, no tecido ósseo, houve uma aceleração da neoformação óssea dentro dos padrões de normalidade. Esse estudo empregou lasers com comprimento de onda de 660nm e 780nm e densidades de energia 7,5 J/cm2 e 15J/cm2. Em sua revisão sistemática, os autores avaliaram os resultados e a metodologia de trabalhos sobre os potenciais efeitos do laser de baixa potência na cicatrização dos tecidos periodontais, sugerindo o potencial efeito dessa terapia no processo cicatricial. Este estudo considerou a potência do laser aplicado, sua ação sobre os mediadores pró-inflamatórios e sobre os fibroblastos e sua ação sobre a microcirculação e o sangramento gengival. Embora Silva et al tenham verificado resultados benéficos quanto à aplicação do laser, seu estudo empregou lasers com diferentes comprimentos de onda e densidades de energia, fazendo-se necessários mais estudos para 33 33 elucidar os mecanismos de atuação do laser de baixa intensidade e os parâmetros ideais que devem ser utilizados na prática clínica. Dependendo do comprimento de onda do aparelho laser utilizado, ocorrem efeitos variáveis na produção de procolágeno e, consequentemente, na síntese colagênica. Ainda conforme os autores, os lasers de He-Ne e de Ga-As elevam a produção de colágeno, enquanto o de alta potência de Nd:YAG reduz a síntese do mesmo. Os relatos da AAP3 corroboram esta última informação. Com relação à produção de colágeno, Conlan, Rapley e Cob1 confirmam, em seus relatos, que o laser de He-Ne aumenta a produção de colágeno, acelerando o processo de reparo; entretanto, o laser de argônio, apesar de também elevar a síntese colagênica, não acelera a cicatrização. Apesar de a bioestimulação promovida pelo laser de baixa potência ainda não apresentar eficácia comprovada, a literatura pertinente ao tema e os experimentos realizados parecem indicar claramente a ocorrência de múltiplos efeitos bioestimulantes mediados pelo referido laser, inclusive eventos celulares (proliferação epitelial, endotelial e fibroblástica, elevada síntese colagênica, diferenciação dos fibroblastos em miofibroblastos, movimentação celular dos leucócitos, fibroblastos e células epiteliais e aumento da atividade fagocitária dos macrófagos) e vasculares (angiogênese e vasodilatação), que desempenham importante papel na aceleração do processo de reparo de tecidos injuriados imune para favorecer o processo de reparo. Muitas investigações têm procurado determinar os efeitos biológicos (analgésicos, antiinflamatórios e cicatrizantes) do laser de baixa intensidade sobre os tecidos, especialmente, durante o processo de reparo; entretanto, nem todas têm trazido resultados satisfatórios. 34 34 O mecanismo de ação para bioestimulação promovida pelo referido laser ainda não está bem esclarecido. A foto recepção, ocorrendo em nível mitocondrial, pode intensificar o metabolismo respiratório e as propriedades eletrofisiológicas da membrana, promovendo, assim, alterações na fisiologia celular. Além disso, a radiação laser aumenta a síntese de ATP dentro da mitocôndria, acentuando, dessa forma, a velocidade de mitose celular. De conformidade com as declarações de numerososautores aqui citados, as alterações metabólicas intracelulares resultantes da bioestimulação promovida pelo laser de baixa potência têm resultado em: divisão celular acelerada, especialmente, dos fibroblastos e das células epiteliais e endoteliais; rápida produção de matriz extracelular, em particular, de fibras colágenas; movimentação celular dos leucócitos, fibroblastos e células epiteliais e aumento da atividade fagocitária dos macrófagos. Os fenômenos de proliferação epitelial e fibroblástica e elevada síntese colagênica, que constituem as principais modificações histológicas observadas nas feridas tratadas com o laser terapêutico, também têm sido identificados em estudos in vitro, utilizando-se culturas de células animais e humanas irradiadas com o laser de baixa potência. Entretanto, a camada tecidual a ser atingida pela luz laser depende do tipo de laser, da sua potência, do comprimento de onda e do tempo de irradiação. Almeida-Lopes et al. verificaram, em seu experimento, que, independentemente do comprimento de onda utilizado, o laser diodo acentua a proliferação dos fibroblastos gengivais in vitro, sugerindo, então, que o comprimento de onda do aparelho laser utilizado não interfere no processo de reparo. Ainda de acordo com este estudo, pode-se concluir que, embora o comprimento de onda do laser de Ga-As não influencie na proliferação 35 35 fibroblástica e, consequentemente, no processo de reparo, o tempo de exposição à radiação laser influencia. Esses autores verificaram que, quanto menor o tempo de exposição ao laser, maior a proliferação dos fibroblastos. Não importa a época, cultura e religião, todos os povos supervalorizam os cabelos. A palavra alopecia significa diminuição dos pelos ou cabelo. Esse termo é usado para queda dos pelos sendo ela de forma acentuada ou pequena. A alopecia androgenética (AAG) é uma perda progressiva dos cabelos, sendo a forma mais comum de perda de cabelos. A alopecia areata (AA) é uma doença que afeta os folículos pilosos e as unhas de causa desconhecida, porém há estudos que a definem como doença autoimune. O microagulhamento é realizado com um rolo que possui agulhas de aço inoxidável alinhados em sua volta para provocar uma indução percutânea de colágeno, além disso também contribui para a formação de novos capilares sanguíneos. Na terapia capilar, o laser de baixa intensidade emite um feixe de luz capaz de atingir o bulbo capilar estimulando o crescimento dos cabelos. Fatores de crescimento também conhecido por citocinas, atuam como mensageiros químicos na comunicação entre as células. A fotobiomodulação vem sendo amplamente aplicada na área da saúde, principalmente na área da estética, utilizada em tratamentos de diversas disfunções, dentre elas, a alopecia androgenética feminina. O folículo piloso quando estimulado através da fototerapia promove nutrição desse bulbo e, por consequência, ocorre a melhora no quadro de 36 36 alopecia. Objetivo: O objetivo deste estudo é verificar o efeito do laser e led na alopecia androgenética feminina. O estudo contará com uma voluntária do gênero feminino, com idade de 57 anos, apresentando alopecia androgenética, diagnosticada e avaliada por meio da anamnese capilar, dermatoscópio e fotografia. Logo após foi realizado as sessões de fototerapia, com o aparelho da marca MMO, uma vez na semana, com total de 10 sessões. As aplicações foram realizadas no Laboratório de Estética Corporal da Instituição de Ensino Fundação Hermínio Ometto-FHO. Diante do exposto pela literatura dos benefícios do Laser e LED e do Minoxidil, este estudo associou as duas técnicas para potencializar o tratamento. Após observarmos os resultados e compará-los com estudos já publicados, conclui-se que a aplicação do Laser e Led e a aplicação do Minoxidil home care na alopecia androgenética feminina (AAG) neste estudo de caso foi eficiente para o tratamento da disfunção, uma vez que os resultados obtidos foram satisfatórios e não houve nenhum efeito indesejado para o indivíduo que se submeteu às aplicações. Porém, propõe-se novas pesquisas práticas específicas sobre o tema para obter maiores evidências científicas. A alopecia está entre as mais frequentes queixas dermatológicas em indivíduos de 15 a 39 anos. Ela é caracterizada pela miniaturização do fio, que é progressiva e transforma os fios em velos que são finos, menos pigmentados e mais curtos. Pode ser classificada como cicatricial ou não cicatricial, sendo a primeira quando não há mais o crescimento do folículo devido ao dano no bulbo e a segunda quando há preservação do bulbo. 37 37 As alopecias são subdivididas principalmente em alopecia areata, eflúvio telógeno, por agente químico e androgenética (KEDE;SABATOVICH, 2004; MULINARIBRENNER; SEIDEL; HEPP, 2011). Em relação ao ciclo de vida do fio, o estágio de crescimento do folículo piloso é dividido em três principais fases: a fase anágena, (que se caracteriza pela proliferação dos fios), fase catágena (involução do fio) e fase telógena (fase em que o fio se encontra em repouso). Este ciclo está em constante renovação. A fase anágena, em um folículo saudável, dura de dois a sete anos, a catágena duas semanas, e a telógena três meses. Observa-se um crescimento do folículo de aproximadamente 0,4 mm por dia, porém existe uma diferença de crescimento dependendo da região do couro cabeludo. Entretanto, na alopecia androgenética (AAG) há uma rarefação destes folículos (MULINARI-BRENNER; SEIDEL; HEPP, 2011; MACHADO FILHO, 2011). Um dos hormônios que atua como um estimulador da AAG é a testosterona, que está mais presente no gênero masculino. Caracteriza-se como um andrógeno que gera a conversão da testosterona em di-hidrotestosterona (DHT), substância que é responsável pela miniaturização dos folículos pilosos. Quanto a contribuição hereditária na AAG, ainda há poucos estudos, porém, acredita-se que a explicação mais aceita é a teoria da herança poligênica (MULINARIBRENNER; SEIDEL; HEPP, 2011). A AAG pode acometer mulheres em qualquer momento após a puberdade, porém sua incidência maior acontece entre os 20 e 40 anos como ilustra a Figura 1, segundo a classificação de Savin.. 38 38 Os androgénos determinam a transformação dos folículos terminais em folículos miniaturizados (velus). Esse processo de miniaturização acontece, pois ocorrem ciclos consecutivos da anagênese cada vez mais curtos e o aumento da telogênese, isto significa que a diminuição da cobertura capilar não se deve à destruição de folículos e sim ao processo de miniaturização (LOBO; MACHADO; SELORES, 2008). A proposta dos tratamentos para AAG é aumentar a espessura dos fios e a cobertura do couro cabeludo, além de retardar a queda dos fios que acontece devido a sua fraqueza. Tratamentos com medicamentos farmacológicos mostraram bons resultados, entre eles podemos citar a Finasterida® (uso oral) e o Minoxidil® (uso tópico); porém, para garantir estes bons resultados é necessário o uso prolongado destes fármacos (MULINARI-BRENNER; SOARES, 2009). Outras medidas que podem melhorar o quadro da AAG são a dieta balanceada (ingestão adequada de proteínas e ferro) e o tratamento de outras disfunções capilares que podem influenciar na queda, como a dermatite seborreica. O controle do peso em pacientes obesas também influencia, pois reduz a transformação periférica dos andrógenos, diminui a intolerância à glicose, aumenta SHBG e reduz testosterona livre, melhorando o perfil hormonal da doença (MULINARI-BRENNER; SEIDEL; HEPP, 2011). A Finasterida® é um antiandrógeno também utilizado para o tratamento da AAG, que inibe a conversãoda testosterona em dihidrotestosterona pela 5- alfa-redutase, o que influencia na porção hormonal da AAG. Já o Minoxidil® é um vasodilatador que atua aumentando a vida dos ceratinócitos, ajudando assim no agrupamento de glicinas e cisteínas no folículo 39 39 e aumentando os fios na zona de ceratogênese nas papilas dérmicas. (WEIDE; MILÃO, 2009; MACHADO FILHO, 2011). Outro tratamento utilizado e bem discutido na tricologia é a fototerapia, que é uma técnica utilizada na estética para tratamentos corporais, faciais e capilares. Com a evolução da tecnologia, a partir da década de 80 foi possível compreender como a luz interage com a matéria e também estudar o mecanismo de ação realizado pela radiação luminosa sobre as células (MANOEL; PAOLILLO; BAGNATO, 2014; BUENO; CRISTOFOLINII, 2014). O Laser deriva da expressão inglesa Light Amplification by Stimolated Emission of Radiation. Seus feixes de luz incidem de forma coerente e possui alta concentração de energia. Quando a luz do Laser incide nas células provoca três tipos de efeitos: fotoquímicos, devido à fotosensibilidade dos cromóforos; fototérmicas devido ao calor emitido; e fotomecânicos (ondas de choque e pressão) (BAGNATO; PAOLILLO, 2014; XAVIER, 2010). Já o Led vem da expressão Light Emitter Diode. É uma luz não coerente, mas seu espectro eletromagnético é aproximado ao do laser. Os LEDs são diodos semicondutores que quando são submetidos a uma corrente elétrica emitem luz. Possui comprimentos de onda de 405nm (azul) a 940nm (infravermelho). Os LEDs possuem um papel diferente do tratamento ablativo, pois não causam danos teciduais baseado na fototermólise (BAGNATO; PAOLILLO, 2014; MEYER, 2010). A absorção das luzes acontece através dos cromóforos e, dependendo do comprimento emitido, ocorrem variações no metabolismo celular e reações 40 40 fotoquímicas que podem estimular ou inibir alguns processos provocando diversos efeitos fisiológicos terapêuticos como o aumento do fluxo sanguíneo, tendo assim o aumento de oxigênio, nutrição tecidual, aceleração no transporte de elétrons para as mitocôndrias e uma amplificação na síntese de ATP; diminuição de enzimas que controlam a liberação de radicais livres e normalização de PH (BUENO; CRISTOFOLINII, 2014; MANOEL; PAOLILLO; BAGNATO, 2014). A proposta deste estudo foi investigar os efeitos do Laser e do LED no tratamento de um caso de alopecia androgenética feminina. O hormônio mais discutido e envolvido é a testosterona, o andrógeno circulante mais potente, apresenta concentrações altas em homens na região da papila dérmica folicular, assim a enzima 5-alfaredutase promove a conversão da testosterona em di-hidrotestosterona (DHT), promovendo o encurtamento da fase anágena e o aumento da porcentagem de telógenos, miniaturização dos folículos e desenvolvimento da AAG. Sua afinidade por receptores androgênicos é cinco vezes maior do que a da testosterona. Esta enzima está presente em maiores níveis e com atividade aumentada nos folículos no couro cabeludo de indivíduos acometidos e em níveis mais elevados nos folículos frontais em comparação aos folículos occipitais de mulheres e homens com AAG. Na AAG feminina, existe uma complexidade muito maior na etiopatogenia, pois nem sempre se consegue uma resposta clara aos antiandrogênios e as características clínicas da alopecia androgenética masculina e feminina são diferentes entre elas (VASCONCELOS et al., 2015). Os andrógenos na AAG feminina não são tão autores relatam até em ter relação à hiperandrogenemia em 40% dos casos. Na maioria dos indivíduos femininos com alopecia não há aumento nos níveis sanguíneos de andrógenos, porém os receptores e os níveis de 5α-redutase estão elevados na região frontal 41 41 (menor que na AAG masculina) e os níveis de enzimas do citocromo P450, como a aromatase (responsável pela conversão de testosterona em estrógenos) estão mais aumentados na área occipital e linha frontal feminina (mais do que na AAG masculina) (MULINARI-BRENNER; SEIDEL; HEPP, 2011). A alteração folicular em homens e mulheres parece ser a mesma, independente da etiologia, pois ocorre em ambos os casos a miniaturização folicular. Apesar de que a alteração histopatológica seja irreconhecível entre os sexos, além da região de acometimento ser diferente, há indícios de que mais fios sejam miniaturizados em homens do que em mulheres (MULINARI- BRENNER; SEIDEL; HEPP, 2011). Estudos mostram que utilizar luzes na faixa entre 655nm a 780 nm aumenta a vasodilatação na região capilar, reduz a inflamação local e aumenta a concentração de trifosfato de adenosina, o que resulta num aumento da densidade capilar e um aumento na relação das fases anágena/telógena e também aumento de espessura dos fios (KEDE; SABATOVICH, 2009). O uso da fototerapia pode ser muito eficaz no tratamento da perda capilar, utilizando os Lasers vermelho e infravermelho. Um estudo avaliou a eficácia do LED (630, 650 e 660 nanômetros) domiciliar na AAG, por 18 minutos diários e observou-se que após 24 semanas de tratamento ocorreu aumento da densidade capilar e do diâmetro dos fios. Os comprimentos de onda entre 635 a 650 nanômetros modulam os processos inflamatórios e as respostas imunológicas que influencia no crescimento do cabelo (KALIL; CAMPOS, 2016). A terapia com luz nas alopecias capilares está bem fundamentada na literatura e a luz vermelha é considerada responsável por estimular o bulbo capilar, aumentando o metabolismo celular e a nutrição do bulbo e, 42 42 consequentemente, fortalecendo os fios (LANZAFAME et al., 2013; AVCI et al., 2014). A luz azul atua ativando a queratina presente na haste do fio, levando ao alinhamento das cutículas e ao aumento da hidratação (NIELSEN et al., 2008; PALIOLO; MENEZES, 2014). As luzes vermelha e azul possuem ação fungicida e bactericida, auxiliando no controle da caspa e dermatite, alterações que interferem na qualidade tecidual e seu equilíbrio favorece os resultados dos tratamentos capilares. Já a luz âmbar, aumenta espessura e adesão do fio de cabelo, evitando sua queda, pois estimula a produção de colágeno e elastina (MANOEL; PAOLILLO; BAGNATO, 2014). A aplicação da luz vermelha e infravermelha auxilia na regeneração tecidual por meio do aumento da síntese de ATP e a liberação de óxido nítrico. Desta forma, a fototerapia ativa as células do folículo pilossebáceo, induzindo o processo de crescimento capilar, aumento do tônus e resistência dos fios, além de melhorar a oleosidade e hidratação dos mesmos. Tais procedimentos resultam na prevenção da queda de cabelo e tratamento da alopecia (MANOEL; PAOLILLO; BAGNATO, 2014). Em relação ao tônico Minoxidil, um estudo realizado por Machado Filho e Gama (2011) considerou este como sendo um dos principais tratamentos eficazes para AAG, além da Finaste rida, implante capilar, células tronco, fitoterápicos, carboxiterapia e plasma rico em plaquetas. O Minoxidil é um modificador biológico que age revertendo o processo de miniaturização do pelo na AAG ao normalizar o ciclo do folículo, prolongando a fase anágena ou de crescimento. 43 43 Seu agente ativo estimulante é o sulfato de Minoxidil, que estimula a vascularização do couro cabeludo, permitindo uma melhor oxigenação da região e estimulando a multiplicação das células da matriz (KARAM, 1993). Esta substância é derivada da piperidinopirimidina que promove o aumento da vida dos queratinócitos, através do agrupamento de cisteína e glicina no folículo e na papila dérmica (CAVALCANTI, 2015). A literatura relata que seu uso promove aumento do crescimento capilardos pacientes (DEVINE; FIFE; TRUST, 1977). Quando utilizada a formulação tópica a 5%, aumenta o tempo de evolução da AAG e promove um crescimento leve de cabelos em 40% dos homens, porém em apenas 4% dos indivíduos este crescimento varia de moderado a intenso (SAVIN, 1987). O Minoxidil aumenta a fase anágena por meio de um mecanismo ainda desconhecido, levando a uma redução na queda capilar, porém não inibe o processo biológico. Se a terapia for interrompida, entre quatro a seis semanas a queda se reinicia e dentro de seis meses o paciente retorna ao estado inicial (OLSEN; WEINER, 1987). No entanto, os tratamentos farmacológicos que são utilizados atualmente são supressores e não curativos e apresentam sucesso variável (MULINARI- BRENNER; SOARES, 2009). Uzel e Costa (2013) relataram que a AAG feminina é a principal causa de alopecia entre as mulheres e pode ser desencadeada por estresse, gerando grande impacto negativo na qualidade de vida. O Minoxidil em solução tópica 2% ou 5%no tratamento é insatisfatória para os pacientes, pois ao cessar o tratamento ocorre a evolução da patologia novamente. 44 44 Neste estudo, os autores utilizaram como terapia a infiltração intralesional como uma alternativa de tratamento eficaz, que oferece resultados rápidos e aumenta a adesão ao tratamento. O estudo de intervenção, paralelo, randomizado, cego, contou com 58 pacientes do sexo feminino entre 18 e 65 anos diagnosticadas com AAG feminina através de critérios clínicos, dermatoscópicos e histopatológicos. Estes foram submetidos a sessões semanais de infiltração intralesional com Minoxidil ou placebo, durante 10 semanas. Um grupo recebeu aplicações de Minoxidil 0,5%/02ml e o outro recebeu aplicações de placebo (soro fisiológico 0,9%/02ml). Observaram que no grupo tratado o índice terminal/vellus aumentou em uma média de 2,6 para 3,8 e o percentual de anágenos em uma média de 69,9% para 78,5%. Já o percentual de telógenos decresceu de 21,1% para 16,1%, enquanto que no grupo que recebeu placebo aumentou de 18,4% para 21,0%. Entre as pacientes tratadas, 69,7% consideraram que houve diminuição na queda capilar e 50% consideraram que houve algum grau de melhora no volume, enquanto no grupo placebo 25% consideraram que houve piora no volume. Os autores concluíram que a infiltração intralesional com Minoxidil a 0,5% mostrou-se superior ao placebo no tratamento da AAG feminina. Inúmeros mecanismos moleculares de ação do Minoxidil são relatados no crescimento capilar e sugerem que este promove a abertura de canais de potássio por seu metabólito sulfatado, estimulação da proliferação dos queratinócitos, inibição da produção da síntese de colágeno, estimulo do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) e a síntese das prostaglandinas (WANG; LU; AU, 2006). O tratamento tópico com Minoxidil pode aumentar significativamente a densidade do cabelo, pelo aumento significativo capilar (PEYTAVI et al., 2007). Por ser conhecido por sua propriedade vasodilatadora, o mesmo apresenta 45 45 efeito na melhora do crescimento capilar e no tratamento da AAG (DELOCHE, 2004). Sua ação com tretinoina tem elevado significativamente a sua absorção pela pele, aumentando a absorção do ativo e proporcionando um melhor resultado. Apesar dos efeitos indesejáveis como reações alérgicas, dermatite de contato irritativa e efeitos cardiovasculares que podem ocorrer, o uso da solução tópica de Minoxidil é o tratamento atualmente mais indicado para AAG em homens e mulheres (RIVA; FERRARI, 2010). 46 46 REFERÊNCIAS AGNE, J. E. Eletrotermofototerapia. 2. ed. Santa Maria, 2015. ALMEIDA, J. S et al. 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