Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA ÁREA DAS CIÊNCIAS DA VIDA E SAÚDE CURSO DE PSICOLOGIA Disciplina: Neuroanatomofisiologia. Professora: Adarly Kroth. Acadêmico: Anthony Braz. Transtornos Alimentares Segundo o DSM-5. Segundo o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatísticas de Transtornos Mentais, quinta edição) os transtornos alimentares são classificados como comportamentos atípicos persistentes relacionados à ingestão de alimentos, resultando em riscos significativos à saúde física e psicossocial do indivíduo. Os transtornos alimentares identificados e citados no DSM-5 são: ● Pica: A característica predominante nesse transtorno seria a ingestão de substâncias não comestíveis ou não nutritivas, essa ingestão deve ser de forma persistente e sua recorrência marcada pelo tempo mínimo de um mês. Geralmente, não há aversão por alimentos gerais e as substâncias ingeridas variam pela disponibilidade ofertada pelo ambiente e idade, podendo incluir: Papel, sabão, cinzas, carvão, cola, giz, metal, etc… Crianças com menos de dois anos não podem ser diagnosticadas com pica, visando excluir a possibilidade de ser o curso natural da exploração de objetos usando a boca. Além da idade, outro fator que pode ser excludente para o diagnóstico de pica, são as práticas culturais de determinada sociedade. Sintomas associados à ingestão de substâncias não alimentares são ligados a deficiências de minerais e vitaminas e determinadas condições médicas, como por exemplo: Obstrução intestinal, intoxicação, etc… ● Transtorno de Ruminação: Nesse transtorno, o alimento já deglutido, que pode já estar parcialmente digerido, é novamente trazido para a boca, sem a presença de ânsia de vômito ou repugnância. O alimento então, é remastigado e pode ser deglutido novamente, ou então, expelido da boca. Alguns critérios usados para o diagnóstico são: O comportamento deve ser repetido pelo período mínimo de um mês e, em geral, deve ocorrer diversas vezes por semana, além disso, o indivíduo não poderá conter nenhum tipo de problema gástrico. O transtorno de ruminação pode ocorrer em lactentes, e sua manifestação geralmente está presente entre os 3 e 12 meses, contudo, indivíduos com deficiência intelectual ou algum transtorno no neurodesenvolvimento, também podem ser diagnosticados, geralmente, o ato de regurgitação e ruminação, parece ter uma função calmante. ● Transtorno Alimentar Restritivo/Evitativo (TARE): Caracterizado predominantemente por uma ingestão de alimentos inadequada ou insuficiente, se diferencia da anorexia pelo fato de seu comportamento não estar ligado com a preocupação de ganho de peso ou fisionomia corporal. O TARE pode estar envolvido com a aversão a certas texturas, cores, cheiros ou gostos de determinados alimentos, bem como, também pode estar ligado ao medo de engasgar ou vomitar em decorrência a alimentação, ou, até mesmo a falta de interesse por comidas. Não está associado a nenhuma prática cultural ou a indisponibilidade de alimentos e suas consequências são severas para a saúde física do indivíduo, podendo, muitas vezes, levar a perda de peso, deficiência nutricional e interferência significativa no funcionamento psicossocial. ● Anorexia Nervosa: Indivíduos com anorexia nervosa tendem a não ingerir calorias suficientes em relação às suas necessidades, levando em consideração seu peso, gênero, idade, etc… A anorexia é caracterizada pelo medo intenso de engordar, mesmo estando abaixo do peso e a forma como a pessoa se vê em relação a fisionomia corporal pode estar alterada, muitas vezes levando a falta de reconhecimento da gravidade do baixo peso corporal. A presença do transtorno geralmente começa na puberdade e raramente ocorre após os 40 anos. Um dos critérios para o diagnóstico da anorexia nervosa, é que o peso corporal do indivíduo deve estar relativamente baixo para suas condições físicas (idade, gênero, altura, etc…) Pessoas com anorexia nervosa podem exibir diversas limitações funcionais e as consequências físicas presentes no transtorno tendem a incluir: Desnutrição, problemas cardíacos, osteoporose, ausência da menstruação em mulheres, problemas renais, etc… ● Bulimia Nervosa: Transtorno marcado por episódios recorrentes de compulsão alimentar. O indivíduo tenta compensar a ingestão calórica induzindo o vômito ou fazendo o uso indevido de laxantes e outros medicamentos, além de adotar hábitos não saudáveis, como jejuns longos e a prática de exercício físico em excesso. Esses comportamentos lesivos são fortemente motivados pela autoestima baixa e pela maneira que a pessoa enxerga o próprio corpo, muitas vezes, os indivíduos descontam frustrações na comida de forma descontrolada. A compulsão e os comportamentos compensatórios, devem ocorrer, em média, uma vez por semana por três meses. Consequências físicas da bulimia nervosa estão relacionados com problemas gastrointestinais, erosão dentária, problemas na pele, inflamação das glândulas salivares, etc… ● Transtorno de Compulsão Alimentar: Caracterizado pelo sentimento de não conseguir parar de comer, falta de controle sobre a ingestão de alimentos durante um episódio compulsivo, a quantidade de comida é definitivamente maior do que a maioria das pessoas consumiria nesse mesmo período. Diferente da bulimia nervosa, não está necessariamente ligada a associação a comportamentos compensatórios, porém, o sentimento de culpa após um episódio de compulsão pode sim estar presente. Além do sentimento de vergonha e culpa pela alta ingestão de alimentos, mais alguns aspectos estão associados à compulsão alimentar, por exemplo: Comer mais rapidamente do que o normal, comer até se sentir desconfortavelmente cheio, comer grandes quantidades de alimento mesmo sem sentir fome. O transtorno de compulsão alimentar é classificado com base em sua gravidade: Leve : 1 a 3 episódios de compulsão alimentar por semana. Moderada : 4 a 7 episódios de compulsão alimentar por semana. Grave : 8 a 13 episódios de compulsão alimentar por semana. Extrema : 14 ou mais episódios de compulsão alimentar por semana. Além disso, o transtorno frequentemente é associado com um risco maior de ganho de peso e desenvolvimento de obesidade. ● Outro Transtorno Alimentar Especificado: Categoria que engloba características de um transtorno alimentar que causa sofrimento ou prejuízo significativo nos âmbitos, sociais, profissionais ou em outras áreas da vida do indivíduo, porém, essas características não satisfazem todos os critérios para qualquer transtorno na classe diagnóstica dos demais transtornos alimentares. A categoria é muito usada para situações em que o clínico comunica, de forma eficiente, a razão pela qual a apresentação dos sintomas não satisfaz os critérios para um transtorno alimentar específico. Exemplos de transtornos alimentares que se enquadram na categoria de “outro transtorno alimentar especificado”: Anorexia nervosa atípica, Bulimia nervosa (de baixa frequência e/ou duração limitada), Transtorno de purgação, Síndrome do comer noturno. ● Transtorno Alimentar Não Especificado: Semelhante a categoria de “outro transtorno alimentar especificado"), aqui, as características do transtorno também causam sofrimento clinicamente significativo ou um prejuízo no funcionamento social, profissional e em outras áreas da vida. Porém, o clínico opta por não especificar a razão pela qual os critérios para um transtorno alimentar especificado não satisfazem completamente as categorias que devem ser apresentadas no quadro clínico. Geralmente, ocorre quando não há informações suficientes para que o diagnóstico seja mais preciso.