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Transtorno Obsessivo Compulsivo

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TRANSTORNO OBSESSIVO 
COMPUSIVO 
É representado por uma combinação de sintomas, 
pensamentos intrusivos (obsessões) que dominam a mente 
do paciente de maneira incontrolável e angustiante, 
associados a rituais, atos mentais ou compulsões, 
causando intenso sofrimento ao indivíduo. 
 
Essas compulsões 
podem consumir grande 
parte do dia do paciente, 
gerando atrasos, faltas 
ou prejuízo em 
atividades acadêmicas, 
sociais, relacionamentos 
interpessoais ou no 
trabalho. 
 
Epidemiologia 
Segundo o DSM-5, a prevalência de TOC encontra-se 
entre 1% e 2% da população de adultos. 
Inicia-se de forma mais precoce nos meninos (antes dos 10 
anos). 
Nas meninas, o pico de início se dá na transição da 
adolescência para a idade adulta (início aos 19,5 anos). 
 
Curso do TOC 
O TOC pode ter início de maneira gradual ou súbita 
durante a infância ou adolescência na maioria dos 
pacientes. 
Possui um curso crônico, com altos e baixos durante a 
vida. 
 
Fatores etiológicos: 
✓ História familiar. 
✓ Abuso Sexual ou físico na infância. 
✓ Infecção estreptocócica durante a infância. 
 
Tipos comuns de sintomas no TOC: 
Agressividade: O paciente é tomado por obsessões 
agressivas, imaginando que, a qualquer momento, pode 
desferir um golpe contra alguém inocente, machucar uma 
criança ou agredir a si mesmo. 
 
Blasfêmia: A mente do indivíduo é tomada de 
pensamentos desagradáveis de cunho religioso ou 
espiritual. 
 
Contaminação ou sujeira: O paciente acredita que está 
contaminado por germes, micróbios ou radiação. 
Pode evitar o contato físico com maçanetas, portas, mesas, 
corrimãos, dispensa cumprimentos e apertos de mãos e 
lava compulsivamente suas mãos. 
 
Dúvida patológica: O paciente tem sérias dúvidas sobre 
ter realizado corretamente alguma ação, como, fechar o 
gás do fogão, trancar a porta de casa ou responder 
corretamente uma questão de prova. 
 
Organização e simetria: O paciente adota medidas 
exageradas para organizar seus pertences, alinha quadros, 
cataloga itens da geladeira, classifica roupas por 
tonalidades de cores. 
 
Sexuais ou obscenas: O paciente tem pensamentos 
sexuais incontroláveis, imagina as outras pessoas nuas ou 
pensa em ter relações sexuais com conhecidos. 
 
Quadro Clinico 
O que são obsessões? 
São pensamentos recorrentes ou imagens repetitivas, 
intrusivas e indesejadas, que normalmente causam 
angústia ao paciente, que não consegue controlá-las 
voluntariamente. 
 
O que são compulsões? 
Atitudes repetitivas que o indivíduo se sente compelido a 
executar em resposta a uma obsessão, ou de acordo com 
regras que devem ser rigidamente aplicadas para aliviar o 
sofrimento causado pelas obsessões ou evitar que algo 
ruim aconteça. 
Podem ser representadas por comportamentos 
ritualizados ou atos mentais!!! 
 
Ex de rituais: 
Checar repetidas vezes se as fechaduras das portas estão 
trancadas, lavar as mãos diversas vezes sem um motivo 
razoável, alinhar ou ordenar minuciosamente objetos... 
 
Ex atos mentais: 
Realizar somas, decorar placas de carros ou repetir 
palavras ditas por outras pessoas mentalmente... 
 
Fenômenos sensoriais (FS) 
Pessoas com TOC descrevem, com frequência, sensações 
subjetivas desconfortáveis de “não estar em ordem”, ou 
um sentimento de incompletude, ou de apenas “ter que” 
realizar algum comportamento repetitivo. 
 
Características clinicas associadas e especificadores 
do TOC 
✓ Tiques: Transtornos de tique, em especial a 
síndrome de Tourette. 
 
✓ Insight (crítica): Pessoas com TOC, de maneira 
geral, apresentam boa crítica do seu estado. 
A avaliação do grau de insight também é usada, 
para o diagnóstico diferencial com um transtorno 
psicótico. 
 
✓ Ataques de ansiedade: Esse especificador visa 
evitar um diagnóstico indevido de transtorno de 
pânico (TP) quando os ataques são associados às 
obsessões. 
 
Diagnóstico 
Critérios Diagnósticos DSM- 5 
A. Presença de obsessões, compulsões ou ambas: 
As obsessões são definidas por (1) e (2): 
1. Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e 
persistentes que, são experimentados como 
intrusivos e indesejados e que causam acentuada 
ansiedade ou sofrimento. 
 
2. O indivíduo tenta ignorar ou suprimir tais 
pensamentos, impulsos ou imagens ou neutralizá-
los com algum outro pensamento ou ação. 
 
As compulsões são definidas por (1) e (2): 
1. Comportamentos repetitivos ou atos mentais que 
o indivíduo se sente compelido a executar em 
resposta a uma obsessão ou de acordo com regras 
que devem ser rigidamente aplicadas. 
 
2. Os comportamentos ou os atos mentais visam 
prevenir ou reduzir a ansiedade ou o sofrimento ou 
evitar algum evento ou situação temida. 
 
B. As obsessões ou compulsões tomam tempo ou causam 
sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento 
social, profissional ou em outras áreas importantes da vida. 
 
C. Os sintomas obsessivo-compulsivos não se devem aos 
efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de 
abuso, medicamento) ou a outra condição médica. 
 
D. A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas 
de outro transtorno mental. 
 
Classificação de Insight ou “compreensão interna” 
Segundo o DSM-5, é necessário caracterizar o grau de 
compreensão que o paciente tem sobre seus sintomas. 
 
A pouca crítica, ou ausência de crítica, traz implicações 
diretas ao desfecho do tratamento. 
 
✓ Insight bom ou razoável: O indivíduo 
reconhece que as crenças do TOC → São 
definitiva ou provavelmente não são verdadeiras. 
Apesar de causarem intensa angústia, não provocarão 
consequências reais caso os rituais não sejam adotados. 
 
✓ Insight pobre: O indivíduo acredita que as 
crenças do TOC são provavelmente verdadeiras. 
Ou seja, na dúvida, é melhor realizar o ritual. 
 
✓ Insight ausente/crenças delirantes: O 
indivíduo está completamente convencido de que 
as crenças do TOC são verdadeiras. 
Tem necessidade de completar seu ritual para evitar que algo 
de ruim aconteça. 
 
Tratamento 
O tratamento do TOC é dividido em duas categorias: 
medicamentosa e não medicamentosa. 
 
Terapia não medicamentosa: 
1° estratégia: Psicoeducação dirigida aos pacientes e 
familiares. 
 
A psicoeducação consiste em informar sobre a natureza do 
TOC, suas manifestações, os medicamentos disponíveis e 
como funcionam, possíveis efeitos adversos, o motivo pelo 
qual os rituais perpetuam o TOC e como as técnicas da 
TCC contribuem para a melhora dos sintomas. 
 
2° Estratégia: Terapia cognitivo- comportamental (TCC) 
sendo a indicação de primeira escolha para o transtorno. 
 
A técnica de TCC mais utilizada é a de exposição com 
prevenção de respostas (EPR). 
 
Por meio da EPR, os pacientes são orientados a entrar em 
contato direto com os eventos que desencadeiam as 
obsessões e/ou compulsões, ao passo que suprimem a 
referida necessidade de ritualização. 
 
Terapia medicamentosa: 
É realizada com uso de antidepressivos 
✓ 1° linha: Inibidores da recaptação de serotonina 
(ISRS), com doses semelhantes às usadas para 
tratar os transtornos depressivos. 
 
A resposta pode surgir em até 12 semanas a partir do início 
do uso do fármaco, e a redução de pelo menos 20% no 
escore inicial da escala Y-BOCS nas primeiras quatro 
semanas. 
 
Caso não haja uma boa resposta com um agente ISRS, o 
próximo passo é a instituição de um tricíclico → 
Clomipramina. 
 
✓ 2° Linha: Antidepressivos duais e antidepressivos 
atípicos. 
 
Estratificação das tentativas do tratamento do TOC: 
1) Monoterapia com ISRS ou Clomipramina. 
2) Troca do ISRS para Clomipramina ou vice-versa. 
3) Associação de medicamentos: ISRS + 
Clomipramina ou ISRS + Antipsicóticos. 
4) Clomipramina ou ISRS por via endovenosa. 
5) Neuromodulação. 
 
Transtornos do espectro obsessivo- compulsivo 
(TEOC) 
❖ Transtorno dismórfico corporal (TDC): 
Preocupação com defeitos na aparênciae falhas leves ou 
imperceptíveis aos outros, com comportamentos ou atos 
mentais repetitivos em resposta. 
 
Início (mais comum)→ Final da adolescência 
 
Tratamento de primeira linha→ ISRSs (doses altas) 
 
❖ Transtorno de acumulação (TA): 
Dificuldade persistente de se desfazer de objetos; a 
acumulação congestiona e compromete o uso dos 
cômodos. 
 
Início (mais comum)→ adolescência 
 
Tratamento de primeira linha→ TCC 
 
❖ Tricotilomania (TTM): 
Arrancar cabelos de forma recorrente, com dificuldade em 
reduzir ou cessar o comportamento. 
 
Início (mais comum)→ adolescência 
 
Tratamento de primeira linha→ TCC + reversão de 
hábitos 
 
❖ Transtorno de escoriação (skin-picking): 
Ferir a pele de forma recorrente, com dificuldade em 
reduzir ou cessar o comportamento. 
 
Início (mais comum) → adolescência 
 
Tratamento de primeira linha→ TCC + reversão de 
hábitos 
 
TRANSTORNOS ALIMENTARES 
 
Os transtornos alimentares (TA) são alterações patológicas 
nos padrões de consumo de alimentos, assim como falsas 
crenças sobre alimentação e nutrição que prejudicam a 
funcionalidade dos pacientes e colocam a vida sob grave 
risco. 
 
Anorexia nervosa 
Definição do que seria considerado a síndrome da AN: 
1) Recusa/restrição alimentar 
2) Medo do ganho de peso 
3) Uma forma alterada/distorcida de perceber o seu 
próprio corpo. 
 
Epidemiologia 
A prevalência é entre 10 a 20 vezes maior nas mulheres, 
atingindo cerca de 1% das adolescentes e 0,4% das 
mulheres em geral. 
AN é um dos transtornos mentais com a maior taxa de 
mortalidade. 
Em profissões como dançarinas, modelos e atrizes, as 
taxas são ainda maiores, provavelmente devido a pressões 
sociais e fortes influências e exigências estéticas sofridas. 
 
O curso desse transtorno costuma iniciar-se durante a 
adolescência, geralmente entre 14 anos e 18 anos de idade, 
ou início da vida adulta. 
 
Complicações Clinicas 
 
Diagnóstico DSM-5 
A anorexia nervosa (AN) é um transtorno alimentar de 
origem psiquiátrica, composto por 4 características 
fundamentais: 
1) Restrição proposital da ingestão calórica. 
2) Medo intenso de engordar e uma busca constante 
pela magreza. 
3) Peso corporal abaixo do considerado adequado. 
4) Perturbação na autoimagem corporal. 
 
Após o diagnóstico de AN, podemos subclassificá- la de 
duas formas: 
✓ Tipo restritivo: o paciente adota uma dieta restrita 
em calorias e normalmente associada à prática de 
atividades físicas excessivas. 
 
✓ Tipo purgativo: o paciente envolve-se em 
episódios de compulsão alimentar, que são 
compensados através de métodos de purgação, 
como laxantes, diuréticos ou pela autoindução de 
vômitos. 
 
Gravidade do quadro da anorexia nervosa: De acordo com 
o índice de massa corporal (IMC). 
✓ Leve: IMC ≥ 17 kg/m2 
✓ Moderada: IMC 16 -16,99 kg/m2 
✓ Grave: IMC 15 -15,99 kg/m2 
✓ Extremo: IMC < 15 kg/m2 
 
Tratamento 
A abordagem clínica das pacientes anoréxicas geralmente 
necessita de uma intervenção forçada da família, pois não 
se entendem como doentes. 
 
O tratamento da AN envolve a participação de uma equipe 
multidisciplinar, composta por médicos, psicólogos e 
nutricionistas. 
 
Tratamento não farmacológico: 
É realizada com psicoterapia, de abordagem cognitivo-
comportamental, auxiliando na correta associação da 
alimentação com os sentimentos e comportamentos, 
mudanças de crenças pessoais e automatismos. 
 
Tratamento farmacológico: 
A abordagem medicamentosa é feita preferencialmente 
com antidepressivos: 
 
1° Linha: inibidores da recaptação da serotonina (ISRS), 
que auxiliam na recuperação do peso, na redução de 
sintomas ansiosos ou irritabilidade, além de reduzir 
sintomas obsessivos. 
 
2° Linha: Tricíclicos e os duais. 
 
Obs: O uso associado de um antidepressivo e um 
antipsicótico atípico, como a Olanzapina, também pode 
ajudar na retomada gradual do peso, melhor aceitação da 
dieta e redução dos sintomas ansiosos e obsessivos, além 
de exercer um efeito antiemético. 
 
Bulimia nervosa (BN) 
É um transtorno alimentar marcado por episódios de 
perda do controle alimentar, quando grandes 
quantidades de alimentos são consumidas em um 
pequeno espaço de tempo, esses episódios são seguidos 
de comportamentos compensatórios inapropriados 
recorrentes, a fim de impedir o ganho de peso. 
 
Exemplos de métodos purgativos: 
✓ Uso de medicamentos laxantes ou diuréticos 
✓ Indução de vômitos 
✓ Realização de atividades físicas exaustivas. 
 
Na maior parte das vezes, após episódios de compulsão 
alimentar, as pacientes são tomadas por um sentimento de 
culpa, tristeza ou raiva, chamado de “angústia pós-
compulsão”. 
 
Epidemiologia 
Tem uma prevalência estimada entre 1% a 4% das 
mulheres e cerca de 10x mais do que os homens. 
Costuma ter início no final da adolescência ou da vida 
adulta, muitas vezes, após um período de dieta alimentar 
restritiva. 
 
Fatores de risco 
✓ História obesidade infantil 
✓ Bulling 
✓ Histórico de abuso sexual na infância 
✓ Baixa autoestima. 
 
Quadro Clinico/ Complicações 
Na avaliação clínica desse transtorno, podem ser 
identificadas diversas alterações hidroeletrolíticas e 
metabólicas, em decorrência do uso de laxantes, diuréticos 
ou induções de vômitos. 
 
Vômitos recorrentes→ Perda de ácido gástrico, causando 
alcalose metabólica, lesões do trato digestivo (esofagite) e 
desgaste do esmalte dentário. 
 
Laxantes→ Diarreia com perda de bicarbonato, gerando 
acidose metabólica. 
 
Ingestão de grandes quantidades de alimentos→ Aumento 
das glândulas parótidas, aumentar os níveis de amilase 
sanguínea e causar um aspecto de “face em lua cheia” em 
casos mais graves. 
 
Indução recorrente de vômitos com a mão→ pode 
provocar lesões ou calos no dorso da mão (“sinal de 
Russel”). 
 
Diagnóstico DSM-5 
A Episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um 
episódio de compulsão alimentar é caracterizado pelos 
seguintes aspectos: 
1) Ingestão, em um período de tempo determinado 
(p. ex., dentro de um período de duas horas), de 
uma quantidade de alimento definitivamente 
maior do que a maioria dos indivíduos consumiria 
no mesmo período sob circunstâncias 
semelhantes. 
 
2) Sensação de falta de controle sobre a ingestão 
durante o episódio (p. ex., sentimento de não 
conseguir parar de comer ou controlar o que e o 
quanto está sendo ingerido). 
 
B Comportamentos compensatórios inapropriados 
recorrentes a fim de impedir o ganho de peso, como 
vômitos autoinduzidos; uso indevido de laxantes, 
diuréticos ou outros medicamentos; jejum; ou exercício em 
excesso. 
 
C A compulsão alimentar e os comportamentos 
compensatórios inapropriados ocorrem, em média, no 
mínimo uma vez por semana durante três meses. 
 
D A autoavaliação é indevidamente influenciada pela 
forma e pelo peso corporais. 
 
E A perturbação não ocorre exclusivamente durante 
episódios de anorexia nervosa. 
 
O DSM-51 propõe critérios de gravidade para a BN 
baseando-se na frequência média semanal dos 
comportamentos compensatórios inapropriados: 
✓ Grau Leve: um a três episódios de compulsão 
alimentar por semana. 
✓ Grau Moderado: quatro a sete episódios de 
compulsão alimentar por semana. 
✓ Grau Grave: oito a 13 episódios de compulsão 
alimentar por semana. 
✓ Grau Extremo: 14 ou mais episódios de compulsão 
alimentar por semana. 
 
Importante: As pacientes bulímicas têm um medo 
patológico de engordar, contudo não são capazes de 
manter dietas alimentares restritas por longos períodos, 
nem toleram a fome intensa e prolongada (tentativa 
frustrada de anorexia nervosa). 
 
NA X NB 
Anorexia nervosa → peso corporal diminuído. 
Bulimia nervosa → peso corporal é normal ou discretamente 
aumentado. 
 
Tratamento 
O tratamento da bulimia nervosa é realizado com apoio de 
uma equipe multidisciplinar, com a participação de 
médicos, psicólogose nutricionistas. 
 
Tratamento não farmacológico: 
Terapia cognitivo- comportamental, familiar e 
interpessoal. 
 
Tratamento farmacológico: 
1° Linha: Os ISRS, como a Fluoxetina, empregados 
normalmente em doses máximas ou perto das máximas 
para que se obtenha sucesso terapêutico. 
 
2° Linha: tricíclicos e os Inibidores da Recaptação de 
Serotonina e Noradrenalina (duais). 
 
Obs: Anticonvulsivante anorexígeno Topiramato pode ser 
empregado em pacientes com IMC elevado, auxiliando no 
controle dos episódios de compulsão alimentar e na perda 
de peso. 
 
Transtorno de compulsivo alimentar 
É caracterizado por episódios de compulsão, ou seja, 
ingestão de grandes quantidades de alimento em um 
pequeno intervalo de tempo, que não são seguidos por 
métodos purgativos compensatórios, tampouco por 
atividades físicas excessivas para evitar o ganho de peso. 
 
Epidemiologia 
É o transtorno alimentar mais comum, atingindo ao menos 
4% das mulheres e 2% dos homens. 
 
O início dos sintomas ocorre ainda na adolescência ou 
início da vida adulta, por volta dos 20 anos de idade. 
 
Quadro Clinico 
Alguns pacientes até referem-se a ela como se fosse um 
episódio dissociativo – “é como se não fosse eu mesmo”. 
 
Os pacientes descrevem esses episódios como muito 
perturbadores, tanto pelas quantidades ingeridas como 
também pelas características (doces e salgados ao mesmo 
tempo). 
 
Os episódios de compulsão alimentar ocorrem quando o 
paciente está sozinho, com ingestão muito rápida da 
comida para não ser descoberto, sensação da perda de 
controle e sentimento de culpa após a ingestão. 
 
Na maioria das vezes, o alimento ingerido é pouco 
nutricional e muito calórico e a ingestão rápida causa dor 
e desconforto abdominal. 
 
Diagnóstico DSM-5 
A Episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um 
episódio de compulsão alimentar é caracterizado pelos 
seguintes aspectos: 
1) Ingestão, em um período determinado, de uma 
quantidade de alimento definitivamente maior do 
que a maioria das pessoas consumiria no mesmo 
período sob circunstâncias semelhantes. 
 
2) Sensação de falta de controle sobre a ingestão 
durante o episódio. 
 
B Os episódios de compulsão alimentar estão associados a 
três (ou mais) dos seguintes aspectos: 
1) Comer mais rapidamente do que o normal. 
2) Comer até se sentir desconfortavelmente cheio. 
3) Comer grandes quantidades de alimento na 
ausência da sensação física de fome. 
4) Comer sozinho por vergonha do quanto está 
comendo. 
5) Sentir- se desgostoso de si mesmo, deprimido ou 
muito culpado em seguida. 
 
C Sofrimento marcante em virtude da compulsão 
alimentar. 
 
D Os episódios de compulsão alimentar ocorrem, em 
média, ao menos uma vez por semana durante três meses. 
 
E A compulsão alimentar não está associada ao uso 
recorrente de comportamento compensatório 
inapropriado como na bulimia nervosa e não ocorre 
exclusivamente durante o curso de bulimia nervosa ou 
anorexia nervosa. 
 
O diagnóstico ainda envolve uma estratificação de 
gravidade, que se baseia no prejuízo funcional em 
decorrência da frequência de episódios de compulsão: 
✓ Grau Leve: um a três episódios de compulsão 
alimentar por semana. 
✓ Grau Moderado: quatro a sete episódios de 
compulsão alimentar por semana. 
✓ Grau Grave: oito a 13 episódios de compulsão 
alimentar por semana. 
✓ Grau Extremo: 14 ou mais episódios de compulsão 
alimentar por semana. 
 
Tratamento 
O tratamento é realizado com a associação da terapia 
cognitivo-comportamental e tratamento medicamentoso. 
 
Porém como cerca da metade dos pacientes apresenta 
obesidade, comorbidades, como dislipidemia, hipertensão 
arterial sistêmica e diabetes melito, devem receber 
atenção de outras especialidades também. 
 
Tratamento não farmacológico: 
A abordagem psiquiátrica tem como objetivo a redução da 
compulsão alimentar e da impulsividade, além de auxiliar 
na perda de peso e redução do sofrimento do paciente. 
 
Tratamento farmacológico: 
1° Linha: Os ISRS, como a Fluoxetina em doses altas, 80 
mg ao dia. 
Outras classes de antidepressivos (duais, os atípicos e os 
tricíclicos) também podem ser utilizadas como 1° linha. 
 
Obs: A Bupropiona, um antidepressivo atípico, a 
Sibutramina, um antidepressivo dual, e o anticonvulsivante 
Topiramato destacam-se pela ação de redução do apetite 
e a melhora do número de episódios de compulsões 
alimentares. 
A única droga atualmente aprovada pela Food and Drug 
Administration (FDA) e pela Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento do TCA 
moderado a grave é a lisdexanfetamina, um 
psicoestimulante também usado para o tratamento do 
TDAH. 
 
Picacismo 
A principal característica da pica ou picacismo é a ingestão 
de substâncias não alimentares e não nutritivas, por ao 
menos um mês. 
✓ Papel 
✓ Sabonetes 
✓ Xampus 
✓ Terra 
✓ Pedras 
✓ Carvão 
✓ Grama... 
 
Transtorno de ruminação 
No transtorno de ruminação acontece a regurgitação da 
comida após ter sido mastigada e engolida, para ser 
novamente mastigada e engolida. 
 
Obs: Deve ser diferenciado do refluxo gastroesofágico ou 
vômito com uma causa médica primária. 
A regurgitação nesse transtorno ocorre sem esforço 
indevido, sendo experimentado como prazeroso. 
 
Transtorno alimentar evitativo/restritivo (TARE) 
É marcado por uma evitação ou restrição alimentar 
baseada nas características dos alimentos, como cor, 
formato, textura, cheiro ou aparência. 
A consequência desse TA é manifestada pela deficiência 
nutricional e perda de peso. 
Muitos pacientes necessitam receber alimentação enteral 
ou suplementos nutricionais para evitar o adoecimento. 
 
OUTROS TRANSTORNOS ALIMENTARES 
ESPECIFICADOS 
Anorexia nervosa atípica 
Todos os critérios de AN estão presentes, exceto o critério 
de peso. Apesar de haver perda de peso significativa, o 
peso corporal se encontra dentro ou acima da faixa normal. 
 
Bulimia nervosa (De baixa frequência) 
Todos os critérios para BN são preenchidos, exceto que os 
episódios de compulsão alimentar ou os comportamentos 
compensatórios inapropriados ocorrem, em média, menos 
de uma vez por semana ou por menos de três meses. 
 
Transtorno de compulsão alimentar (De baixa 
frequência) 
Todos os critérios para o TCA estão presentes, menos a 
frequência dos episódios de compulsão alimentar, que 
ocorrem, em média, menos de uma vez por semana ou por 
menos de três meses. 
 
Transtorno de Purgação 
Ocorrência de comportamento purgativo recorrente para 
influenciar o peso ou a imagem corporais, como vômitos 
autoinduzidos, uso inapropriado de laxativos, diuréticos, 
ou outras medicações, na ausência de compulsão 
alimentar. 
A autoavaliação é indevidamente influenciada pela forma 
ou pelo peso corporal, ou existe um medo intenso de 
ganhar peso ou se tornar obeso. 
 
Síndrome do comer noturno 
Episódios recorrentes de comer noturno, caracterizados 
por comer depois de despertar de um período de sono ou 
de um consumo excessivo de comida depois da 
alimentação noturna. 
Ocorrem consciência e lembrança do episódio.

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