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TRANSTORNO OBSESSIVO COMPUSIVO É representado por uma combinação de sintomas, pensamentos intrusivos (obsessões) que dominam a mente do paciente de maneira incontrolável e angustiante, associados a rituais, atos mentais ou compulsões, causando intenso sofrimento ao indivíduo. Essas compulsões podem consumir grande parte do dia do paciente, gerando atrasos, faltas ou prejuízo em atividades acadêmicas, sociais, relacionamentos interpessoais ou no trabalho. Epidemiologia Segundo o DSM-5, a prevalência de TOC encontra-se entre 1% e 2% da população de adultos. Inicia-se de forma mais precoce nos meninos (antes dos 10 anos). Nas meninas, o pico de início se dá na transição da adolescência para a idade adulta (início aos 19,5 anos). Curso do TOC O TOC pode ter início de maneira gradual ou súbita durante a infância ou adolescência na maioria dos pacientes. Possui um curso crônico, com altos e baixos durante a vida. Fatores etiológicos: ✓ História familiar. ✓ Abuso Sexual ou físico na infância. ✓ Infecção estreptocócica durante a infância. Tipos comuns de sintomas no TOC: Agressividade: O paciente é tomado por obsessões agressivas, imaginando que, a qualquer momento, pode desferir um golpe contra alguém inocente, machucar uma criança ou agredir a si mesmo. Blasfêmia: A mente do indivíduo é tomada de pensamentos desagradáveis de cunho religioso ou espiritual. Contaminação ou sujeira: O paciente acredita que está contaminado por germes, micróbios ou radiação. Pode evitar o contato físico com maçanetas, portas, mesas, corrimãos, dispensa cumprimentos e apertos de mãos e lava compulsivamente suas mãos. Dúvida patológica: O paciente tem sérias dúvidas sobre ter realizado corretamente alguma ação, como, fechar o gás do fogão, trancar a porta de casa ou responder corretamente uma questão de prova. Organização e simetria: O paciente adota medidas exageradas para organizar seus pertences, alinha quadros, cataloga itens da geladeira, classifica roupas por tonalidades de cores. Sexuais ou obscenas: O paciente tem pensamentos sexuais incontroláveis, imagina as outras pessoas nuas ou pensa em ter relações sexuais com conhecidos. Quadro Clinico O que são obsessões? São pensamentos recorrentes ou imagens repetitivas, intrusivas e indesejadas, que normalmente causam angústia ao paciente, que não consegue controlá-las voluntariamente. O que são compulsões? Atitudes repetitivas que o indivíduo se sente compelido a executar em resposta a uma obsessão, ou de acordo com regras que devem ser rigidamente aplicadas para aliviar o sofrimento causado pelas obsessões ou evitar que algo ruim aconteça. Podem ser representadas por comportamentos ritualizados ou atos mentais!!! Ex de rituais: Checar repetidas vezes se as fechaduras das portas estão trancadas, lavar as mãos diversas vezes sem um motivo razoável, alinhar ou ordenar minuciosamente objetos... Ex atos mentais: Realizar somas, decorar placas de carros ou repetir palavras ditas por outras pessoas mentalmente... Fenômenos sensoriais (FS) Pessoas com TOC descrevem, com frequência, sensações subjetivas desconfortáveis de “não estar em ordem”, ou um sentimento de incompletude, ou de apenas “ter que” realizar algum comportamento repetitivo. Características clinicas associadas e especificadores do TOC ✓ Tiques: Transtornos de tique, em especial a síndrome de Tourette. ✓ Insight (crítica): Pessoas com TOC, de maneira geral, apresentam boa crítica do seu estado. A avaliação do grau de insight também é usada, para o diagnóstico diferencial com um transtorno psicótico. ✓ Ataques de ansiedade: Esse especificador visa evitar um diagnóstico indevido de transtorno de pânico (TP) quando os ataques são associados às obsessões. Diagnóstico Critérios Diagnósticos DSM- 5 A. Presença de obsessões, compulsões ou ambas: As obsessões são definidas por (1) e (2): 1. Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que, são experimentados como intrusivos e indesejados e que causam acentuada ansiedade ou sofrimento. 2. O indivíduo tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens ou neutralizá- los com algum outro pensamento ou ação. As compulsões são definidas por (1) e (2): 1. Comportamentos repetitivos ou atos mentais que o indivíduo se sente compelido a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser rigidamente aplicadas. 2. Os comportamentos ou os atos mentais visam prevenir ou reduzir a ansiedade ou o sofrimento ou evitar algum evento ou situação temida. B. As obsessões ou compulsões tomam tempo ou causam sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida. C. Os sintomas obsessivo-compulsivos não se devem aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica. D. A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro transtorno mental. Classificação de Insight ou “compreensão interna” Segundo o DSM-5, é necessário caracterizar o grau de compreensão que o paciente tem sobre seus sintomas. A pouca crítica, ou ausência de crítica, traz implicações diretas ao desfecho do tratamento. ✓ Insight bom ou razoável: O indivíduo reconhece que as crenças do TOC → São definitiva ou provavelmente não são verdadeiras. Apesar de causarem intensa angústia, não provocarão consequências reais caso os rituais não sejam adotados. ✓ Insight pobre: O indivíduo acredita que as crenças do TOC são provavelmente verdadeiras. Ou seja, na dúvida, é melhor realizar o ritual. ✓ Insight ausente/crenças delirantes: O indivíduo está completamente convencido de que as crenças do TOC são verdadeiras. Tem necessidade de completar seu ritual para evitar que algo de ruim aconteça. Tratamento O tratamento do TOC é dividido em duas categorias: medicamentosa e não medicamentosa. Terapia não medicamentosa: 1° estratégia: Psicoeducação dirigida aos pacientes e familiares. A psicoeducação consiste em informar sobre a natureza do TOC, suas manifestações, os medicamentos disponíveis e como funcionam, possíveis efeitos adversos, o motivo pelo qual os rituais perpetuam o TOC e como as técnicas da TCC contribuem para a melhora dos sintomas. 2° Estratégia: Terapia cognitivo- comportamental (TCC) sendo a indicação de primeira escolha para o transtorno. A técnica de TCC mais utilizada é a de exposição com prevenção de respostas (EPR). Por meio da EPR, os pacientes são orientados a entrar em contato direto com os eventos que desencadeiam as obsessões e/ou compulsões, ao passo que suprimem a referida necessidade de ritualização. Terapia medicamentosa: É realizada com uso de antidepressivos ✓ 1° linha: Inibidores da recaptação de serotonina (ISRS), com doses semelhantes às usadas para tratar os transtornos depressivos. A resposta pode surgir em até 12 semanas a partir do início do uso do fármaco, e a redução de pelo menos 20% no escore inicial da escala Y-BOCS nas primeiras quatro semanas. Caso não haja uma boa resposta com um agente ISRS, o próximo passo é a instituição de um tricíclico → Clomipramina. ✓ 2° Linha: Antidepressivos duais e antidepressivos atípicos. Estratificação das tentativas do tratamento do TOC: 1) Monoterapia com ISRS ou Clomipramina. 2) Troca do ISRS para Clomipramina ou vice-versa. 3) Associação de medicamentos: ISRS + Clomipramina ou ISRS + Antipsicóticos. 4) Clomipramina ou ISRS por via endovenosa. 5) Neuromodulação. Transtornos do espectro obsessivo- compulsivo (TEOC) ❖ Transtorno dismórfico corporal (TDC): Preocupação com defeitos na aparênciae falhas leves ou imperceptíveis aos outros, com comportamentos ou atos mentais repetitivos em resposta. Início (mais comum)→ Final da adolescência Tratamento de primeira linha→ ISRSs (doses altas) ❖ Transtorno de acumulação (TA): Dificuldade persistente de se desfazer de objetos; a acumulação congestiona e compromete o uso dos cômodos. Início (mais comum)→ adolescência Tratamento de primeira linha→ TCC ❖ Tricotilomania (TTM): Arrancar cabelos de forma recorrente, com dificuldade em reduzir ou cessar o comportamento. Início (mais comum)→ adolescência Tratamento de primeira linha→ TCC + reversão de hábitos ❖ Transtorno de escoriação (skin-picking): Ferir a pele de forma recorrente, com dificuldade em reduzir ou cessar o comportamento. Início (mais comum) → adolescência Tratamento de primeira linha→ TCC + reversão de hábitos TRANSTORNOS ALIMENTARES Os transtornos alimentares (TA) são alterações patológicas nos padrões de consumo de alimentos, assim como falsas crenças sobre alimentação e nutrição que prejudicam a funcionalidade dos pacientes e colocam a vida sob grave risco. Anorexia nervosa Definição do que seria considerado a síndrome da AN: 1) Recusa/restrição alimentar 2) Medo do ganho de peso 3) Uma forma alterada/distorcida de perceber o seu próprio corpo. Epidemiologia A prevalência é entre 10 a 20 vezes maior nas mulheres, atingindo cerca de 1% das adolescentes e 0,4% das mulheres em geral. AN é um dos transtornos mentais com a maior taxa de mortalidade. Em profissões como dançarinas, modelos e atrizes, as taxas são ainda maiores, provavelmente devido a pressões sociais e fortes influências e exigências estéticas sofridas. O curso desse transtorno costuma iniciar-se durante a adolescência, geralmente entre 14 anos e 18 anos de idade, ou início da vida adulta. Complicações Clinicas Diagnóstico DSM-5 A anorexia nervosa (AN) é um transtorno alimentar de origem psiquiátrica, composto por 4 características fundamentais: 1) Restrição proposital da ingestão calórica. 2) Medo intenso de engordar e uma busca constante pela magreza. 3) Peso corporal abaixo do considerado adequado. 4) Perturbação na autoimagem corporal. Após o diagnóstico de AN, podemos subclassificá- la de duas formas: ✓ Tipo restritivo: o paciente adota uma dieta restrita em calorias e normalmente associada à prática de atividades físicas excessivas. ✓ Tipo purgativo: o paciente envolve-se em episódios de compulsão alimentar, que são compensados através de métodos de purgação, como laxantes, diuréticos ou pela autoindução de vômitos. Gravidade do quadro da anorexia nervosa: De acordo com o índice de massa corporal (IMC). ✓ Leve: IMC ≥ 17 kg/m2 ✓ Moderada: IMC 16 -16,99 kg/m2 ✓ Grave: IMC 15 -15,99 kg/m2 ✓ Extremo: IMC < 15 kg/m2 Tratamento A abordagem clínica das pacientes anoréxicas geralmente necessita de uma intervenção forçada da família, pois não se entendem como doentes. O tratamento da AN envolve a participação de uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, psicólogos e nutricionistas. Tratamento não farmacológico: É realizada com psicoterapia, de abordagem cognitivo- comportamental, auxiliando na correta associação da alimentação com os sentimentos e comportamentos, mudanças de crenças pessoais e automatismos. Tratamento farmacológico: A abordagem medicamentosa é feita preferencialmente com antidepressivos: 1° Linha: inibidores da recaptação da serotonina (ISRS), que auxiliam na recuperação do peso, na redução de sintomas ansiosos ou irritabilidade, além de reduzir sintomas obsessivos. 2° Linha: Tricíclicos e os duais. Obs: O uso associado de um antidepressivo e um antipsicótico atípico, como a Olanzapina, também pode ajudar na retomada gradual do peso, melhor aceitação da dieta e redução dos sintomas ansiosos e obsessivos, além de exercer um efeito antiemético. Bulimia nervosa (BN) É um transtorno alimentar marcado por episódios de perda do controle alimentar, quando grandes quantidades de alimentos são consumidas em um pequeno espaço de tempo, esses episódios são seguidos de comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes, a fim de impedir o ganho de peso. Exemplos de métodos purgativos: ✓ Uso de medicamentos laxantes ou diuréticos ✓ Indução de vômitos ✓ Realização de atividades físicas exaustivas. Na maior parte das vezes, após episódios de compulsão alimentar, as pacientes são tomadas por um sentimento de culpa, tristeza ou raiva, chamado de “angústia pós- compulsão”. Epidemiologia Tem uma prevalência estimada entre 1% a 4% das mulheres e cerca de 10x mais do que os homens. Costuma ter início no final da adolescência ou da vida adulta, muitas vezes, após um período de dieta alimentar restritiva. Fatores de risco ✓ História obesidade infantil ✓ Bulling ✓ Histórico de abuso sexual na infância ✓ Baixa autoestima. Quadro Clinico/ Complicações Na avaliação clínica desse transtorno, podem ser identificadas diversas alterações hidroeletrolíticas e metabólicas, em decorrência do uso de laxantes, diuréticos ou induções de vômitos. Vômitos recorrentes→ Perda de ácido gástrico, causando alcalose metabólica, lesões do trato digestivo (esofagite) e desgaste do esmalte dentário. Laxantes→ Diarreia com perda de bicarbonato, gerando acidose metabólica. Ingestão de grandes quantidades de alimentos→ Aumento das glândulas parótidas, aumentar os níveis de amilase sanguínea e causar um aspecto de “face em lua cheia” em casos mais graves. Indução recorrente de vômitos com a mão→ pode provocar lesões ou calos no dorso da mão (“sinal de Russel”). Diagnóstico DSM-5 A Episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um episódio de compulsão alimentar é caracterizado pelos seguintes aspectos: 1) Ingestão, em um período de tempo determinado (p. ex., dentro de um período de duas horas), de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria dos indivíduos consumiria no mesmo período sob circunstâncias semelhantes. 2) Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio (p. ex., sentimento de não conseguir parar de comer ou controlar o que e o quanto está sendo ingerido). B Comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes a fim de impedir o ganho de peso, como vômitos autoinduzidos; uso indevido de laxantes, diuréticos ou outros medicamentos; jejum; ou exercício em excesso. C A compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios inapropriados ocorrem, em média, no mínimo uma vez por semana durante três meses. D A autoavaliação é indevidamente influenciada pela forma e pelo peso corporais. E A perturbação não ocorre exclusivamente durante episódios de anorexia nervosa. O DSM-51 propõe critérios de gravidade para a BN baseando-se na frequência média semanal dos comportamentos compensatórios inapropriados: ✓ Grau Leve: um a três episódios de compulsão alimentar por semana. ✓ Grau Moderado: quatro a sete episódios de compulsão alimentar por semana. ✓ Grau Grave: oito a 13 episódios de compulsão alimentar por semana. ✓ Grau Extremo: 14 ou mais episódios de compulsão alimentar por semana. Importante: As pacientes bulímicas têm um medo patológico de engordar, contudo não são capazes de manter dietas alimentares restritas por longos períodos, nem toleram a fome intensa e prolongada (tentativa frustrada de anorexia nervosa). NA X NB Anorexia nervosa → peso corporal diminuído. Bulimia nervosa → peso corporal é normal ou discretamente aumentado. Tratamento O tratamento da bulimia nervosa é realizado com apoio de uma equipe multidisciplinar, com a participação de médicos, psicólogose nutricionistas. Tratamento não farmacológico: Terapia cognitivo- comportamental, familiar e interpessoal. Tratamento farmacológico: 1° Linha: Os ISRS, como a Fluoxetina, empregados normalmente em doses máximas ou perto das máximas para que se obtenha sucesso terapêutico. 2° Linha: tricíclicos e os Inibidores da Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (duais). Obs: Anticonvulsivante anorexígeno Topiramato pode ser empregado em pacientes com IMC elevado, auxiliando no controle dos episódios de compulsão alimentar e na perda de peso. Transtorno de compulsivo alimentar É caracterizado por episódios de compulsão, ou seja, ingestão de grandes quantidades de alimento em um pequeno intervalo de tempo, que não são seguidos por métodos purgativos compensatórios, tampouco por atividades físicas excessivas para evitar o ganho de peso. Epidemiologia É o transtorno alimentar mais comum, atingindo ao menos 4% das mulheres e 2% dos homens. O início dos sintomas ocorre ainda na adolescência ou início da vida adulta, por volta dos 20 anos de idade. Quadro Clinico Alguns pacientes até referem-se a ela como se fosse um episódio dissociativo – “é como se não fosse eu mesmo”. Os pacientes descrevem esses episódios como muito perturbadores, tanto pelas quantidades ingeridas como também pelas características (doces e salgados ao mesmo tempo). Os episódios de compulsão alimentar ocorrem quando o paciente está sozinho, com ingestão muito rápida da comida para não ser descoberto, sensação da perda de controle e sentimento de culpa após a ingestão. Na maioria das vezes, o alimento ingerido é pouco nutricional e muito calórico e a ingestão rápida causa dor e desconforto abdominal. Diagnóstico DSM-5 A Episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um episódio de compulsão alimentar é caracterizado pelos seguintes aspectos: 1) Ingestão, em um período determinado, de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria das pessoas consumiria no mesmo período sob circunstâncias semelhantes. 2) Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio. B Os episódios de compulsão alimentar estão associados a três (ou mais) dos seguintes aspectos: 1) Comer mais rapidamente do que o normal. 2) Comer até se sentir desconfortavelmente cheio. 3) Comer grandes quantidades de alimento na ausência da sensação física de fome. 4) Comer sozinho por vergonha do quanto está comendo. 5) Sentir- se desgostoso de si mesmo, deprimido ou muito culpado em seguida. C Sofrimento marcante em virtude da compulsão alimentar. D Os episódios de compulsão alimentar ocorrem, em média, ao menos uma vez por semana durante três meses. E A compulsão alimentar não está associada ao uso recorrente de comportamento compensatório inapropriado como na bulimia nervosa e não ocorre exclusivamente durante o curso de bulimia nervosa ou anorexia nervosa. O diagnóstico ainda envolve uma estratificação de gravidade, que se baseia no prejuízo funcional em decorrência da frequência de episódios de compulsão: ✓ Grau Leve: um a três episódios de compulsão alimentar por semana. ✓ Grau Moderado: quatro a sete episódios de compulsão alimentar por semana. ✓ Grau Grave: oito a 13 episódios de compulsão alimentar por semana. ✓ Grau Extremo: 14 ou mais episódios de compulsão alimentar por semana. Tratamento O tratamento é realizado com a associação da terapia cognitivo-comportamental e tratamento medicamentoso. Porém como cerca da metade dos pacientes apresenta obesidade, comorbidades, como dislipidemia, hipertensão arterial sistêmica e diabetes melito, devem receber atenção de outras especialidades também. Tratamento não farmacológico: A abordagem psiquiátrica tem como objetivo a redução da compulsão alimentar e da impulsividade, além de auxiliar na perda de peso e redução do sofrimento do paciente. Tratamento farmacológico: 1° Linha: Os ISRS, como a Fluoxetina em doses altas, 80 mg ao dia. Outras classes de antidepressivos (duais, os atípicos e os tricíclicos) também podem ser utilizadas como 1° linha. Obs: A Bupropiona, um antidepressivo atípico, a Sibutramina, um antidepressivo dual, e o anticonvulsivante Topiramato destacam-se pela ação de redução do apetite e a melhora do número de episódios de compulsões alimentares. A única droga atualmente aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento do TCA moderado a grave é a lisdexanfetamina, um psicoestimulante também usado para o tratamento do TDAH. Picacismo A principal característica da pica ou picacismo é a ingestão de substâncias não alimentares e não nutritivas, por ao menos um mês. ✓ Papel ✓ Sabonetes ✓ Xampus ✓ Terra ✓ Pedras ✓ Carvão ✓ Grama... Transtorno de ruminação No transtorno de ruminação acontece a regurgitação da comida após ter sido mastigada e engolida, para ser novamente mastigada e engolida. Obs: Deve ser diferenciado do refluxo gastroesofágico ou vômito com uma causa médica primária. A regurgitação nesse transtorno ocorre sem esforço indevido, sendo experimentado como prazeroso. Transtorno alimentar evitativo/restritivo (TARE) É marcado por uma evitação ou restrição alimentar baseada nas características dos alimentos, como cor, formato, textura, cheiro ou aparência. A consequência desse TA é manifestada pela deficiência nutricional e perda de peso. Muitos pacientes necessitam receber alimentação enteral ou suplementos nutricionais para evitar o adoecimento. OUTROS TRANSTORNOS ALIMENTARES ESPECIFICADOS Anorexia nervosa atípica Todos os critérios de AN estão presentes, exceto o critério de peso. Apesar de haver perda de peso significativa, o peso corporal se encontra dentro ou acima da faixa normal. Bulimia nervosa (De baixa frequência) Todos os critérios para BN são preenchidos, exceto que os episódios de compulsão alimentar ou os comportamentos compensatórios inapropriados ocorrem, em média, menos de uma vez por semana ou por menos de três meses. Transtorno de compulsão alimentar (De baixa frequência) Todos os critérios para o TCA estão presentes, menos a frequência dos episódios de compulsão alimentar, que ocorrem, em média, menos de uma vez por semana ou por menos de três meses. Transtorno de Purgação Ocorrência de comportamento purgativo recorrente para influenciar o peso ou a imagem corporais, como vômitos autoinduzidos, uso inapropriado de laxativos, diuréticos, ou outras medicações, na ausência de compulsão alimentar. A autoavaliação é indevidamente influenciada pela forma ou pelo peso corporal, ou existe um medo intenso de ganhar peso ou se tornar obeso. Síndrome do comer noturno Episódios recorrentes de comer noturno, caracterizados por comer depois de despertar de um período de sono ou de um consumo excessivo de comida depois da alimentação noturna. Ocorrem consciência e lembrança do episódio.
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