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1 
 
 
 
DISFUNÇÕES SEXUAIS 
1 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA ...................................................................................... 3 
o INTRODUÇÃO .................................................................................... 4 
1.1- METODOLOGIA .......................................................................... 5 
o DISPAREUNIA ................................................................................... 6 
o VAGINISMO ....................................................................................... 8 
o TRANSTORNO DO DESEJO SEXUAL HIPOATIVO (TDSH) .......... 10 
o COMPULSÃO SEXUAL .................................................................... 12 
o ANORGASMIA ................................................................................. 14 
1. Trabalhar questões passadas, como traumas e 
arrependimentos ......................................................................................... 23 
2. Promover o autoconhecimento .............................................. 23 
o EJACULAÇÃO PRECOCE ............................................................... 24 
o TERAPIA COMPORTAMENTAL E COGNITIVA .............................. 27 
o TERAPIAS TÓPICAS ....................................................................... 28 
o TERAPIA MEDICAMENTOSA .......................................................... 29 
o TRANSTORNO DE EXCITAÇÃO OU FRIGIDEZ ............................. 31 
o TRANSTORNO SEXUAL ................................................................. 33 
o EXERCÍCIOS KEGEL ....................................................................... 37 
o EXERCÍCIOS COM CONE VAGINAL .............................................. 37 
o EXERCÍCIOS COM BEN WA ........................................................... 38 
o GINÁSTICA HIPOPRESSIVA (GAH) ................................................ 38 
o EXERCÍCIOS COM EDUCADORES VAGINAIS .............................. 38 
o EXERCÍCIOS COM SONDAS DE PRESSÃO (BIOFEED-BACK 
MANOMÉTRICO) ............................................................................................. 39 
o EXERCÍCIOS COM SENSORES DE ELETROMIOGRA-FIA 
(BIOFEEDBACK ELETROMIOGRÁFICO)........................................................ 40 
3. Tratamentos uroginecológicos ............................................ 40 
o POMPOARISMO .............................................................................. 42 
Exercícios para homens ...................................................................... 43 
o CONCLUSÃO ................................................................................... 44 
2 
 
 
o REFERÊNCIAS ................................................................................ 45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos 
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, 
de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
o INTRODUÇÃO 
 As disfunções sexuais são transtornos de natureza física, psicológica ou 
multifatorial que afetam as relações sexuais e podem diminuir a qualidade devida 
da mulher. Por se manifestar pela dispareunia (dor durante a relação sexual), 
dificuldade para atingir o orgasmo, falta de desejo, ausência de lubrificação, entre 
outras manifestações que impedem relações sexuais prazerosas. 
Porém, muitas mulheres não têm consciência de que as disfunções sexuais 
são problemas de saúde que tem tratamento. Muitas vezes se culpam pelo seu 
desinteresse sexual e não procuram ajuda médica. 
As disfunções sexuais femininas mais comuns são: 
Vaginismo 
Dispareunia 
Desejo Sexual Hipoativo (DSH) 
Compulsão Sexual 
Anorgasmia 
Transtorno de Excitação ou Frigidez 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
1.1- METODOLOGIA 
Para a construção deste material, foi utilizada a metodologia utilizada de 
pesquisa bibliográfica, com o intuito de proporcionar um levantamento de maior 
conteúdo teórico a respeito dos assuntos abordados. 
Através de pesquisa bibliográfica em diversas fontes, o estudo se 
desenvolve com base na opinião de diversos autores, concluindo que a formação 
e a motivação são energias que conduzem a atividade humana para o alcance dos 
objetivos de excelência na prestação de serviços públicos e podem também se 
converter nos principais objetivos da gestão de pessoas no setor público e no 
fundamento de sua existência. 
Segundo Gil, a pesquisa bibliográfica consiste em um levantamento de 
informações e conhecimentos acerca de um tema a partir de diferentes materiais 
bibliográficos já publicados, colocando em diálogo diferentes autores e dados. 
Entende-se por pesquisa bibliográfica a revisão da literatura sobre as 
principais teorias que norteiam o trabalho científico. Essa revisão é o que 
chamamos de levantamento bibliográfico ou revisão bibliográfica, a qual pode ser 
realizada em livros, periódicos, artigo de jornais, sites da Internet entre outras 
fontes. 
 Com tudo, o intuito desta apostila é possibilitar os estudos e contribuir 
para a aprendizagem de forma eficaz, clara e objetiva, sobre os conhecimentos de 
aprendizagem organizacional e gerencial. 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
o DISPAREUNIA 
 
A dispareunia pode ocorrer no momento da penetração (superficial/de 
introito), na penetração profunda, com o movimento peniano ou no pós-coito. A 
hipertonicidade de alguns músculos pélvicos, manifestada como rigidez muscular 
voluntária e grande tensão muscular involuntária, é um achado comum em todos 
os tipos de dispareunia crônica. 
 Etiologia 
As causas podem envolver fatores físicos e psicológicos. A dispareunia 
superficial pode resultar de PVD, vaginite atrófica, lesões ou doenças vulvares 
(p. ex., líquen escleroso, distrofias vulvares), malformações congênitas, herpes 
simples genital, fibrose por irradiação, estreitamento pós-cirúrgico do introito e 
rompimento recorrente do frênulo posterior. 
A dispareunia profunda pode resultar de hipertonicidade do músculo pélvico 
e distúrbios uterinos e ovarianos (p. ex., miomas, DIP crônica, endometriose). 
O tamanho do pênis e a profundidade da penetração influenciam a presença 
e a gravidade dos sintomas. 
As mulheres com dispareunia causada por PVD ( Vestibulodinia provocada 
(vestibulite vulvar; PDV)) tendem a criar altas expectativas sobre si mesmas, medo 
de avaliação negativa das outras pessoas, somatização elevada, catastrofização 
(exagero de possíveis consequências) e hipervigilância da dor e frequentemente 
outras síndromes de dor crônica (p. ex., síndrome do intestino irritável, doença da 
junção temporomandibular, cistite intersticial). 
 Diagnóstico 
Avaliação clínica 
O diagnóstico baseia-se nos sintomas e no exame pélvico. A avaliação da 
dispareunia superficial/de introito deve ser focada na inspeção de toda a pele 
vulvar, incluindo as dobras entre os pequenos e os grandes lábios(para verificar se 
há fissuras típicas de candidíase crônica) e o capuz do clitóris, o meato uretral, o 
7 
 
 
hímen e as aberturas dos ductos das glândulas vestibulares maiores (para verificar 
se há atrofia, sinais de inflamação e lesões cutâneas anormais que exigem biópsia. 
A PVD pode ser diagnosticada usando um cotonete para produzir alodinia 
(dor causada por estímulo não nocivo); deve-se tocar as áreas externas não 
dolorosas antes de ir para as áreas tipicamente dolorosas (i.e., borda exterior do 
anel himenal, fendas adjacentes ao meato uretral). 
Pode-se suspeitar de hipertonicidade do músculo pélvico, se a dor similar à 
que ocorre durante a relação sexual puder ser reproduzida pela palpação dos 
profundos músculos levantadores do ânus, em especial em volta da espinha 
isquiática. A palpação da uretra e da bexiga pode identificar sensibilidade anormal. 
A avaliação da dispareunia profunda requer um exame bimanual cuidadoso 
para provocar a dor com a movimentação do colo do útero ou palpação uterina ou 
anexial, bem como para checar se há nódulos no fundo de saco e no fórnice vaginal. 
Também se pode indicar um exame retal para checar o septo retovaginal e 
a superfície posterior do útero e anexos. Suspeitas de distúrbios uterinos e 
ovarianos são avaliados com estudo de imagens, conforme indicado clinicamente. 
Tratamento 
 Tratamento da causa quando possível (p. ex., estrogênio tópico para vaginite 
atrófica, fisioterapia pélvica para hipertonia muscular pélvico). 
 Instrução sobre dor crônica e seus efeitos sobre a sexualidade. 
 Psicoterapias. 
O tratamento frequentemente é: 
 Os casais devem ser encorajados e ensinados a desenvolver formas 
satisfatórias de sexo sem penetração. 
 Discutir questões psicológicas que contribuem e são causadas pela dor 
crônica. 
 Quando possível, tratar as anormalidades físicas primárias que contribuem 
para a dor (p. ex., endometriose, líquen escleroso, distrofias vulvares, 
infecções vaginais, malformações congênitas, fibrose por irradiação). 
8 
 
 
 Tratar hipertonia muscular pélvica coexistente. 
 Tratar comorbidade com transtornos sexuais de desejo/interesse ou 
excitação. 
O estrogênio tópico é útil para vaginite atrófica ( Menopausa : Terapia 
hormonal) e rompimento recorrente do frênulo posterior. Um anestésico tópico ou 
banhos de assento quentes podem ajudar a aliviar a dispareunia superficial. 
Terapias psicológicas como terapia cognitivo-comportamental, plena 
atenção e terapia cognitiva baseada na plena atenção ( Tratamento) muitas vezes 
podem ajudar. 
Mulheres com hipertonicidade do músculo pélvico, incluindo aquelas com 
PVD, podem se beneficiar da fisioterapia pélvica treinando o músculo do assoalho 
pélvico, possivelmente com um biofeedback para ensinar o músculo pélvico a 
relaxar. 
O assoalho pélvico funciona como uma rede de sustentação dos órgãos 
localizados na cavidade pélvica como a bexiga, reto, próstata, útero e ovários. No 
total, são 13 músculos que estão localizados entre o osso púbis e o cóccix, que são 
responsáveis pela continência urinária e fecal, além de contribuírem para a 
qualidade nas relações sexuais. 
o VAGINISMO 
É o estreitamento involuntário do diâmetro da vagina quando se tenta 
acessar a entrada desta (p. ex., usando o pênis, um dedo, um vibrador), apesar de 
a mulher expressar desejo de ser penetrada, na ausência de outras anormalidades 
físicas ou estruturais. 
O vaginismo costuma resultar do medo de que a relação sexual seja 
dolorosa, ocorrendo geralmente na primeira tentativa de sexo, mas pode 
desenvolver-se mais tarde após períodos de estresse. As mulheres podem 
desenvolver uma hesitação fóbica da tentativa de penetração. 
Por essas razões, a maior parte das mulheres com vaginismo não pode 
tolerar a penetração completa ou muitas vezes, mesmo parcial. Algumas também 
9 
 
 
não toleram a inserção de um tampão. No entanto, a maioria das mulheres com 
vaginismo gozam de atividades sexuais não penetrativas. 
O estreitamento muscular reflexo também pode acompanhar dispareunia de 
qualquer causa, o que agrava a dor e dificulta a entrada. Com o início da relação 
sexual, a mulher antecipa a recorrência da dor, o que faz os músculos se 
contraírem, tornando as tentativas durante a relação ainda mais dolorosas. 
 Diagnóstico 
Avaliação clínica 
Suspeita-se do diagnóstico com base nos sintomas. As anormalidades 
físicas que causam dor, como aquelas presentes na dispareunia, devem ser 
descartadas do exame físico. 
No entanto, a condição em si torna o exame complicado. Uma estratégia é 
iniciar o tratamento, conforme descrito a seguir, e adiar o exame de confirmação. 
Feito o exame, o médico pode pedir à paciente para sentar-se e ver seus órgãos 
genitais usando um espelho, dando assim um senso de controle à paciente. 
A mulher então abre seus lábios vaginais e insere seu dedo ou o dedo 
enluvado do examinador na vagina, ultrapassando o hímen, enquanto faz força 
para baixo. Esse simples exame digital pode simultaneamente confirmar se a 
vagina é normal e um diagnóstico presumido de vaginismo. 
Tratamento 
Dessensibilização progressiva 
Na dessensibilização progressiva, as mulheres acostumam-se 
progressivamente a tocarem si mesmas próximo, no local e, em seguida, através 
do introito. 
 A mulher deve ser encorajada a tocar-se diariamente o mais perto possível 
do introito, separando os lábios vaginais com os dedos. 
 Uma vez que o medo e a ansiedade de tocar o introito tenham diminuído, a 
mulher estará mais capacitada a tolerar o exame físico. 
10 
 
 
 No próximo passo, a mulher deve inserir o dedo além do hímen, empurrando 
ou fazendo força para baixo enquanto insere o dedo na entrada vaginal 
relaxada. 
 Depois que a inserção do dedo não causar desconforto, cones vaginais em 
tamanhos gradualmente crescentes são inseridos de modo progressivo; 
deixar um cone por 10 a 15 min no interior da vagina ajuda os músculos 
perivaginais a se acostumarem à crescente pressão, sem contrações 
reflexas. A mulher primeiramente insere os cones na vagina; quando se 
sentir confortável com eles, pode permitir que o parceiro a ajude a inserir um 
deles durante o encontro sexual, para confirmar que o cone pode entrar de 
modo confortável, quando está sexualmente excitada. 
 Se essa inserção for confortável, o casal deve ser encorajado a incluir a 
estimulação peniana-vulvar durante a atividade sexual, assim a mulher 
acostuma-se a sentir o pênis em sua vulva. 
 Por último, a mulher pode inserir o pênis do parceiro parcialmente ou por 
completo, segurando-o como um objeto a ser inserido. Pode se sentir mais 
confiante se ficar por cima do parceiro. 
Alguns homens experimentam uma disfunção erétil situacional nesse 
processo e podem se beneficiar com um inibidor da fosfodiesterase. 
o TRANSTORNO DO DESEJO SEXUAL HIPOATIVO 
(TDSH) 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a sexualidade é 
considerada como um aspecto central da vida humana, a qual é vivenciada e 
expressa em pensamentos, fantasias, desejos, crenças, atitudes, valores, 
comportamentos, práticas, papéis e relações. 
A saúde sexual é diretamente afetada pelas relações afetivas e 
interpessoais, pela qualidade de vida, pela estrutura social e cultural da sociedade, 
aspectos que interferem no comportamento sexual masculino e feminino. 
Você sabia que a falta de desejo para fazer sexo pode indicar o início de um 
transtorno. Homens e mulheres têm se queixado da falta de desejo, o que pode 
causar sofrimento e dificuldades interpessoais. O desejo sexual é um fenômeno 
11 
 
 
subjetivo complexo que envolve as fantasias sexuais, os sonhos sexuais, a 
iniciação do comportamento sexual, a receptividade ao parceiro sexual, as 
sensações genitais, as respostas aos sinais eróticos no meio ambiente, entre outros 
fatores. 
De acordo com Leiblum e Rosen (1988) o desejo sexual é um estado desentimento subjetivo e motivador ativado por sugestões internas e externas que 
pode ou não resultar em um comportamento sexual efetivo. 
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 
Quarta Edição, Texto Revisado (DSM-IV-TR, 2002), o Transtorno do Desejo Sexual 
Hipoativo (TDSH) é uma disfunção sexual caracterizada pela deficiência ou a 
ausência persistente ou recorrente de desejo ou fantasia sexual para a atividade 
sexual conduzindo a acentuado sofrimento e dificuldades interpessoais. Esta 
disfunção sexual pode ocorrer tanto em homens quanto em mulheres. 
No Brasil, Abdo (2004) afirmou que a prevalência estimada para inibição de 
desejo sexual em homens e mulheres, por faixa etária é: de 5,8% para mulheres e 
2,4% para homens, entre 18 e 25 anos; de 5,8% para mulheres e 1,5% para 
homens, entre 26 e 40 anos; 8,6% para mulheres e 1,8% para homens, entre 41 e 
50 anos; 15,2% para mulheres e 2,2% para homens, entre 51 e 60 anos, 19,9% 
para mulheres e 4,8% para homens, acima dos 60 anos. 
O TDSH tem sido muito referido pelas mulheres. Vale destacar que o modelo 
de resposta sexual feminino proposto por Rosemary Basson (2000) é constituído 
pelas fases de desejo, excitação, orgasmo e resolução ou relaxamento, com o 
diferencial de que as respostas femininas resultam mais da necessidade de 
intimidade, do que propriamente de uma estimulação sexual física. 
Assim sendo, a motivação para que as mulheres tenham atividade sexual 
baseia-se em recompensas não necessariamente sexuais, como a intimidade, o 
contato, o desejo de agradar o parceiro. A autora afirma que a mulher pode sair de 
um estado de neutralidade sexual e motivada pela recompensa da intimidade 
emocional e do bem estar do parceiro, ativar voluntariamente seu ciclo de resposta 
sexual ficando receptiva a certos estímulos que possam despertar o desejo erótico. 
Tratar o TDSH feminino é um desafio, visto que sua etiologia ou causa é muito 
variada. 
12 
 
 
De acordo com Sandra Leiblum (2010) alguns fatores contribuem para o 
desinteresse sexual. São eles: Fatores biológicos (desequilíbrios hormonais, 
medicamentos e seus efeitos colaterais, doenças crônicas, etc); Fatores do 
desenvolvimento (ausência de educação ou permissão sexual, infância e 
adolescência marcadas pela privação emocional, física, verbal ou afetiva, trauma 
ou coerção sexual); Fatores psicológicos (ansiedade, depressão, transtornos de 
apego e da personalidade); Fatores interpessoais (conflitos, insultos, perdas no 
relacionamento e incompetência ou disfunção sexual do parceiro); Fatores culturais 
(questões morais e crenças religiosas ou culturais relativas a conduta sexual 
apropriada); Fatores contextuais (aspectos ambientais, como privacidade, 
segurança e conforto). 
A autora afirma que os problemas do desejo são considerados às vezes, 
produtos de uma variedade de fatores predisponentes (timidez versus 
impulsividade, variações ou deformidades anatômicas, inibição versus excitação); 
Fatores precipitantes (estressores do estágio da vida, como divórcio, infidelidade, 
menopausa, abuso de substância ou experiências humilhantes ou vergonhosas); 
Fatores perturbadores (estresse contínuo, fadiga, conflito de relacionamento ou 
preocupações com a imagem corporal). 
O conhecimento dos aspectos relativos à função sexual, tais como, a 
anatomia do aparelho genital feminino e masculino, o conceito de ciclo de resposta 
sexual, bem como, a complexidade dos fatores envolvidos para a expressão da 
sexualidade, sejam estes fisiológicos, biológicos, psicológicos e socioculturais 
podem contribuir para que homens e mulheres desfrutem de uma vida sexual mais 
saudável. 
o COMPULSÃO SEXUAL 
A Compulsão Sexual é caracterizada por fantasias e comportamentos sexuais (por 
exemplo, masturbação excessiva, o uso excessivo de pornografia, múltiplos 
parceiros sexuais ocasionais) que aumentam de intensidade e frequência ao longo 
do tempo causando consequências adversas na vida, incluindo as aspirações 
pessoais , relações interpessoais, e atividades profissionais (Kalichman e Rompa, 
1995; Black, 2000; Goodman, 2001; Raymond et al, 2003;. Muench e Parsons, 
13 
 
 
2004; Parsons et al, 2007a;.Kuzma e Black, 2008; Kafka, 2010; Morgenstern et al, 
2011;. Parsons et al, 2012). 
Critérios diagnósticos (goodman) 
O Comportamento sexual compulsivo ocorre quando apresentamos um 
comportamento sexual muito frequente e pelo menos mais três dos seguintes 
aspectos, nos últimos 12 meses: 
 TOLERÂNCIA, nos entregamos a práticas sexuais cada vez mais intensas e 
frequentes para se obter a mesma satisfação que havia no início do quadro; 
 ABSTINÊNCIA, mal estar físico e/ou psicológico, quando tentamos diminuir 
ou evitar o sexo; 
 ocupamos mais tempo e com maior intensidade com o sexo com outras 
pessoas ou nos masturbando; 
 fracassamos quando tentamos controlar o comportamento sexual; 
 gastamos muito tempo e energia buscando o sexo; 
 começamos a nos ocupar do sexo quando deveríamos estar trabalhando ou 
com nossos entes queridos; 
 continuamos com o comportamento sexual mesmo percebendo que está nos 
prejudicando. 
Como surge a compulsão sexual 
A interação dos seguintes fatores favorece o surgimento da Compulsão 
Sexual. Eles são: História familiar de Compulsão Sexual ou Dependência ao álcool 
ou Dependência a drogas ou outros comportamentos; famílias com funcionamento 
problemático; experiências de contato sexual com adultos na infância. 
Tais fatores promovem desajustes psicológicos e acredita-se também que 
estejam associados a alterações de neurotransmissores cerebrais. Ambos levariam 
ao início do quadro de Compulsão Sexual no final da adolescência ou início da vida 
adulta. 
 
 
14 
 
 
Como evolui 
A partir do fim da adolescência ou início da vida adulta com curso 
progressivo no qual os sintomas apresentam gravidade crescente. Em média os 
indivíduos com o comportamento procuram tratamento após 7 anos. 
Indícios do problema 
São indícios: Distanciamento familiar ou dos entes queridos, prejuízo no 
desempenho profissional ou nos estudos, alto consumo de pornografia ou de uso 
da internet para sexo virtual e/ou real, prejuízo financeiro, doenças sexualmente 
transmissíveis, elevada troca de parcerias sexuais. 
Tratamento 
Tem tratamento o qual se baseia no acompanhamento em psicoterapia e a 
prescrição de medicamentos. Alguns antidepressivos auxiliam a retomada do 
controle sobre os impulsos sexuais. A psicoterapia é fundamental para o paciente 
a médio e longo prazo ampliar os recursos psicológicos para lidar com a questão 
da impulsividade sexual. 
o ANORGASMIA 
O transtorno de orgasmo feminino está classificado no DSM-V como uma 
das disfunções sexuais, pode afetar, de forma significativa, a qualidade de vida de 
muitas mulheres. 
Entretanto, quando a pessoa é capaz de atingir o orgasmo através de 
masturbação, não se considera essa inibição como anorgasmia. Isto é, a pessoa 
pode-se experienciar desejo, excitação sexual e prazer nas relações sexuais. 
Contudo, pode, também, apresenta grande dificuldade de chegar ao ápice do 
prazer numa relação, que é o orgasmo. 
É uma das disfunções sexuais mais comuns junto com a falta de desejo 
sexual. A anorgasmia pode ser chamada, também, de síndrome de Coughlan e não 
15 
 
 
se refere, apenas, na falta de orgasmo, mas, também, nos atrasos, que podem 
causar estresse, baixa auto-estima e preocupação. 
A condição é mais presente em mulheres na faixa da menopausa. O 
transtorno do orgasmo pode ocorrer em 10% a 33% das mulheres. Além disso, há 
pessoas que atinge o orgasmo através de algumas condições, como certo tipo de 
estímulo ou preliminares. 
A principal queixa das mulheres é que o transtorno afeta os relacionamentos 
amorosos. Afinal, mesmo com uma longa estimulação sexual, a mulher não 
consegue atingir o orgasmo. 
Ademais, a anorgasmia, apesar de ser uma condiçãoque afeta 
principalmente mulheres, podem afetar alguns homens. Todavia, entre os homens, 
a anorgasmia é menos frequente. 
Os orgamos podem variar em sua intensidade e duração. É normal que as 
mulheres experimentem diferentes tipos de orgamos durante o sexo. 
Vale ressaltar que os orgamos mudam com a idade, problemas médicos ou 
remédios que a pessoa estiver tomando. 
O orgasmo pode ser atingido de diversas maneiras e não apenas pela 
penetração. No entanto, se você está feliz com seu desempenho sexual e seu 
clímax, não há razões para se preocupar. Todavia, se a falta de orgasmo, 
intensidade ou dificuldade está te afetando, procure um profissional da sexologia 
para buscar orientação e tratamento. 
No Brasil, 30% das mulheres confessaram que não têm orgasmo e 78,8% 
relataram alguma insatisfação na vida sexual. O dado divulgado pela psiquiatra 
e sexóloga brasileira Carmita Abdo coloca em questão um problema muito vivido, 
mas pouco discutido. E por que não se discute sobre sexo, sendo que o sexo é um 
dos grandes pilares sociais desde que a humanidade é humanidade. 
 Para estudar o comportamento, pensamento e emoção humana com 
foco no desenvolvimento sexual e nos aspectos fisiológicos, psicológicos, médicos, 
16 
 
 
sociais e culturais em que eles atuam é que a sexologia humana foi concebida. Ela 
atua nos conhecimentos sobre o sexo e a saúde, prevenção de doenças, controle 
de natalidade, disfunções, entre outros. 
 Mas o fato é que, por mais que se tenham estudos, pesquisadores e 
especialistas para tentar solucionar as mais diversas disfunções sexuais, ainda há 
barreiras muito grandes, como o medo, vergonha e preconceito. Muitas mulheres 
fingem orgasmo para não desapontar o(a) parceiro(a); muitos homens 
escondem problemas sexuais por medo de ferir sua masculinidade. Esse 
pensamento embutido culturalmente e historicamente contribui para mais pessoas 
passando por problemas do tipo. 
 A orgasnomia pode ser causada por problemas psicológicos e biológicos. 
Com relação aos fatores biológicos (orgânicos), o aparecimento de doenças 
sexualmente transmissíveis que causam incômodo, ardência ou dor na região 
genital, pode contribuir para a dificuldade de atingir o orgasmo. No caso 
da anorgasmia feminina, a falta de lubrificação também pode contribuir. 
No dado exposto pela sexóloga Carmita Abdo, percebemos que milhares de 
brasileiras têm dificuldade de chegar ao orgasmo, o que representa uma grande 
parcela da sociedade que tem uma disfunção sexual e que não procura ajuda. 
Há diversos tipos de disfunções sexuais, tanto para homens quanto para 
mulheres, que são: 
Mulheres 
 Transtorno do Orgasmo Feminino. 
 Transtorno do Interesse/Excitação Sexual Feminino. 
 Transtorno da Dor Gênito-pélvica/Penetração. 
 Disfunção Sexual Induzida por Substância/ Medicamento. 
Homens 
 Ejaculação Retardada. 
 Transtorno Erétil. 
17 
 
 
 Transtorno do Desejo Sexual Masculino Hipoativo. 
 Ejaculação Prematura (Precoce). 
 Disfunção Sexual Induzida por Substância/Medicamento. 
A partir do momento em que a pessoa apresenta insatisfação, dor, 
dificuldade ou falta de desejo, está na hora de buscar ajuda especializada. 
A relação sexual não deve ser uma situação que causa medo e estresse, 
mas, na verdade, que seja prazerosa. Por isso, quando o indivíduo não se sente 
bem e confortável com o ato sexual ela pode procurar profissionais especializados 
na saúde sexual, que podem ser: 
 Psicólogos; 
 Médicos. 
Tipos De Anorgasmia: 
A maioria das pessoas acredita que há apenas um tipo de problema com o 
orgasmo, porém há diversos, tais como: 
Anorgasmia primária; 
Anorgasmia secundária; 
Anorgasmia total ou absoluta; 
Anorgasmia situacional; 
Anedonia sexual. 
Anorgasmia Primária 
A anorgasmia primária pode ser definida como uma condição que ocorre 
quando a pessoa nunca experimentou a sensação de orgasmo por meio do coito e 
nem por meio da masturbação. 
18 
 
 
Há casos em que as mulheres até conseguem atingir um nível relativamente 
baixo de excitação e terem desejos, mas o orgasmo não é alcançado. Ainda, há 
algumas características que mulheres com esse problema apresentam, como: 
 Sentimentos, traumas e emoções mal resolvidas que podem estar 
interligadas com a experiência sexual, como abusos e estupros. 
 Inexperiência sexual e falta de conhecimento sobre sexualidade, o 
que pode interferir durante o desenvolvimento sexual. 
 Questões socioculturais que atrapalham o desempenho sexual. 
 Insegurança com o ambiente e falta de oportunidade de realizar atos 
sexuais em locais socialmente aceitáveis e seguros. 
 Falta de intimidade com o parceiro ou problemas no relacionamento. 
 Outras patologias, como o Transtorno da Dor Gênito-
pélvica/Penetração (relação sexual dolorosa). 
 Problemas de autoestima e autoconhecimento. 
É normal que, em alguns casos, as razões pelo transtorno do orgasmo não 
sejam claras. Entretanto, apenas com exames e consultas com especialistas, é 
possível descobrir as causas que podem estar acarretando esse problema. 
Vale lembrar que, independentemente, da situação, o apoio do parceiro é 
fundamental. Há casos que com o tempo e confiança os problemas que afetam o 
desejo e satisfação sexual, podem sumir. 
Anorgasmia Secundária 
A anorgasmia secundária é quando a pessoa já experimentou o orgasmo 
com certa normalidade em períodos anteriores e, por motivos variados, deixou de 
tê-lo de forma sistemática. 
Dessa forma, pode ser descrita como a perda da capacidade de ter 
orgasmos. Há diferentes causas que podem estar interligados com esse quadro, 
por exemplo: 
 depressão; 
 ansiedade; 
19 
 
 
 alcoolismo. 
 menopausa; 
 cirurgias ou lesões pélvicas; 
 doenças; 
 baixo nível de estrogênio; 
 traumas. 
Anorgasmia Aleatória 
A anorgasmia aleatória é vista em mulheres que conseguem ter o orgasmo, 
mas não o suficiente para a satisfação sexual. É comum que essas mulheres 
tenham dificuldade em relaxar e se manterem calmas. 
Nesses casos, especificamentes, a terapia sexual pode ser uma forma de 
ajudar a ter maior controle e, principalmente, a desistir da necessidade de controle 
sexual. Afinal, mulheres com esse tipo de transtorno tendem a querer ter o controle 
do ato sexual o tempo inteiro. 
Anorgasmia Situacional 
A anorgasmia situacional ocorre em determinada situação ou com 
determinado parceiro ou parceira. Dessa maneira a pessoa, especialmente a 
mulher, pode ter orgamos apenas com algumas situações. 
Isso pode acontecer com algumas pessoas também. Portanto, a mulher 
pode conseguir chegar ao orgamos com algum parceiro, mas não com o ouro. 
É normal que essas mulheres desenvolvem alguns fetiches sexuais, que 
estão interligadas com as situações que lhe provoca prazer. 
Os pesquisadores acreditam que a mulher com a anorgasmia situacional 
deve trabalhar o autoconhecimento e explorar seu corpo e seus desejos. É muito 
importante, independente do caso, conhecer a si mesmo e saber o que você gosta. 
Os principais fatores que podem afetar o orgasmo são: 
 fadiga; 
20 
 
 
 estresse; 
 alimentação; 
 problemas emocionais; 
 problemas financeiros; 
 pressão. 
 Anedonia Sexual 
É um tipo de disfunção sexual, que pode entrar na classificação do transtorno 
do orgasmo sexual. Afinal, as respostas sexuais ocorrem normalmente, mas não 
se chega ao orgasmo. O que ocorre é a falta de prazer satisfatório (falta de desfrute 
sexual). 
As causas da anorgasmia são várias e podem ser orgânicas e psicossociais. 
Contudo, as causas psicossociais são as principais causas das anorgasmias 
femininas. 
Dentre elas estão: desordens psicológicas em geral, culpa e tabu atribuídos 
ao sexo, desinformação, desconhecimento do próprio corpo, educação inadequada 
sobre sexo produzindo culpa ou pensamentos desviantes durante a relação sexual, 
inibição do corpo ou das preferências sexuais. 
Sem contar que, traumasrelacionados ao sexo, como, por exemplo, abuso 
sexual ou relações dolorosas, podem ser motivacionais para o transtorno de 
anorgasmia. As razões físicas podem envolver: desordens neurológicas, má-
formação congênita, ou até mesmo, redução da sensibilidade. 
Mulheres e a Anorgasmia 
Estudos conduzidos nos Estados Unidos da América, Reino Unido e Suécia 
apontam que 40% das mulheres entre 18 e 59 anos têm queixas sexuais. E, dentre 
essas queixas, 24% descrevem anorgasmia. 
No Brasil, um estudo (2004) investigou 1.219 mulheres e apontou que 49% 
relatam transtornos sexuais, sendo que 21% dessas mulheres descreveram 
anorgasmia. 
21 
 
 
Conforme outro estudo em território nacional, os autores Ferreira, Souza e 
Amorim (2007) apontaram que 36% das mulheres pesquisadas entre 20 e 39 anos 
relataram transtornos sexuais, sendo que 18% parecem ter anorgasmia. 
Embora haja alguma diferença percentual nos dados levantados em cada 
um desses estudos, podemos concluir que há uma prevalência de 20% da 
anorgasmia em mulheres. Segundo estudo publicado pela Revista Brasileira de 
Medicina, 29% das mulheres tem dificuldades para atingir o orgasmo. 
Conforme as pesquisas citadas, as mulheres são a maioria dos acometidos 
desse distúrbio. Embora entendida como raridade, a anorgasmia masculina 
também pode ocorrer. 
O perfil sexual dos brasileiros mostra diferenças entre homens e mulheres. 
É o caso da anorgasmia ejaculatória – quando o homem atinge o orgasmo incluindo 
a ejaculação, porém não sente prazer equivalente a um orgasmo genuíno. 
Uma das principais consequências é uma possível inibição do desejo sexual 
e um menor interesse pelas relações sexuais. Além disso, a anorgasmia pode 
diminuir a autoestima da mulher e do homem. 
Vale ressaltar que, conforme os estudos de Carmita Abdo, coordenadora do 
Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas da USP, cerca de um terço das 
mulheres brasileiras nunca chegou a experienciar orgasmo. É comum se observar 
nos acometidos pelo distúrbio: 
 Atuação (fingimento) nas relações sexuais, simulando orgasmo; 
 Sensação constante de frustração nas relações sexuais; 
 Variação de formas, posições e contextos sexuais na busca frustrada 
pelo orgasmo; 
 Esquiva/fuga de relações sexuais; 
 Baixa autoestima e visão negativa sobre a vida sexual; 
 Desentendimento com o parceiro sexual. 
22 
 
 
O tratamento deve ser realizado em conjunto com ginecologista e psicólogo. 
Um diagnóstico adequado é muito importante para que se possam dirigir melhor o 
tratamento. Dessa forma, procure ajuda. 
Em geral, em um processo de terapia sexual, são propostas as seguintes 
intervenções para tratar a anorgasmia: 
 Reformulação de conceitos sobre o sexo; 
 Auto-erotização como forma de autoconhecimento; 
 Relação sexual com o parceiro sem cobranças; 
 Investimento no relacionamento conjugal (comunicação, 
assertividade, negociação). 
O interesse da mulher pela melhora é de grande importância. Porque, 
interesse e empenho podem acelerar o tratamento. 
O diálogo é fundamental. O parceiro precisa ser participativo e estar atento 
aos sintomas apresentados pela companheira. Caso não haja colaboração do 
parceiro sexual, dificilmente, a mulher conseguirá êxito em seu tratamento. 
O primeiro passo é investigar possíveis causas orgânicas com o auxílio de 
um médico. E, caso, nenhum motivo orgânico seja encontrado é o momento de 
buscar ajuda profissional de sexólogos e terapeutas sexuais. 
É importante que o parceiro procure realizar exames também. Existe a 
possibilidade de que ele sofra de disfunção erétil, podendo ser fator decisivo na 
dificuldade da mulher em atingir orgasmo. Por isso, o acompanhamento é 
necessário para o casal. 
Por fim, há algumas técnicas que podem ajudar com o transtorno, como o 
pompoarismo (técnica oriental, derivada do tantra, que consiste na contração e 
relaxamento dos músculos circunvaginais, buscando como resultado o prazer 
sexual). 
A fisioterapia do assoalho pélvico tem demonstrado resultados satisfatórios 
para essa disfunção. Um tratamento bastante eficaz para mulheres e que atua 
23 
 
 
contra a anorgasmia com o trabalho de fortalecimento do assoalho pélvico. Além 
disso, ajuda a mulher a conhecer seu corpo. 
Ao receber o tratamento adequado, a condição será facilmente resolvida. 
Por isso, observe sinais e procure ajuda de especialistas. 
 Além disso, o tratamento psicológico para ajudar a combater a dificuldade 
de chegar ao orgasmo é pautado na investigação de causas, traumas, histórico e 
desejos do paciente. 
 Durante esse processo cujo tempo não pode ser delimitado (tudo depende 
da linha da psicologia escolhida pelo especialista) é importante que o paciente se 
sinta confortável e disposto e colocar em prática as mudanças despertadas. 
1. Trabalhar questões passadas, como traumas e arrependimentos 
 Muitas pessoas que carregam qualquer trauma relacionado ao ato sexual ou 
puramente à sexualidade, sentem dificuldade de se desvencilhar desses episódios, 
por mais antigos que eles possam ser. Muitas vezes o paciente nem faz ideia que 
carrega um trauma. O abuso psicológico e sexual também pode aparecer de 
maneira sutil, fazendo vítimas sem que elas percebam. 
 Na terapia, o psicólogo vasculha esse passado e se aprofunda nas questões 
que podem ser o cerne do problema. Essa descoberta é fundamental para que o 
profissional possa aplicar as técnicas mais direcionadas àquele tipo de problema. 
2. Promover o autoconhecimento 
 Quando um indivíduo tem consciência de suas próprias vontades, desejos e 
do funcionamento destes atrelados ao próprio corpo, ele se empodera. O 
empoderamento que o autoconhecimento promove faz com que menos pessoas 
sintam medo e vergonha de falar sobre seus corpos e sua sexualidade. Faz com 
que se sintam livres para experimentar e procurar meios em que o prazer 
consentido seja alcançado. 
24 
 
 
 Com o autoconhecimento, o paciente sabe reconhecer quando algo não vai 
bem, quando alguma disfunção aparece e quando o corpo não responde da 
maneira esperada. 
Trabalha a autoestima 
 A autoestima é a visão que temos de nós mesmos, ainda que 
inconsciente. É o valor e qualidades que relacionamos a nós mesmos, o 
conhecimento que temos de nossos potenciais e a maneira com que lidamos com 
as dificuldades diárias sem deixar para trás pedaços de nossa essência. 
 Trabalhar a autoestima faz com que o indivíduo tenha plena noção de seus 
potenciais, qualidades, possibilidades e talentos. Abraçam as oportunidades novas 
como merecedores delas e não duvidam de sua capacidade em aproveitá-las. O 
medo vira coadjuvante e a realização pessoal e sexual ganham valor. 
 Assim como disfunção erétil nos homens, a chamada frigidez ocorre nas 
mulheres quando não existe desejo sexual ou quando se verifica incapacidade de 
ativação da excitação sexual. 
 De acordo com a definição clínica, a frigidez, ou desejo sexual hipoativo, se 
caracteriza pela ausência ou diminuição de interesse ou desejo sexual, 
pensamentos ou fantasias sexuais ausentes e falta de resposta ao desejo. 
 
o EJACULAÇÃO PRECOCE 
A ejaculação precoce (EP) é a disfunção sexual masculina mais frequente, 
estimando-se que acometa 20 a 30% dos homens em algum momento da vida. 1 
Historicamente, as tentativas de explicar a etiologia da EP incluíram diversas 
teorias biológicas e psicológicas. 
A maioria das etiologias propostas não são baseadas em evidência, sendo 
especulativas, na melhor das hipóteses. As teorias psicológicas incluem o efeito de 
experiência precoce e do condicionamento sexual, ansiedade, técnica sexual, 
frequência de atividade sexual e explicações psicodinâmicas. 
25 
 
 
As explicações biológicas incluem teorias evolucionistas, hipersensibilidade 
do pênis, níveis de neurotransmissores centrais e sensibilidade de receptores, grau 
de excitação, velocidade do reflexo ejaculatório e nível de hormônios sexuais.Há 
pouca evidência empírica para sugerir um nexo causal entre a EP e quaisquer dos 
fatores propostos como sua causa. 
O DSM-IV TR define a EP como “início persistente ou recorrente de orgasmo 
e ejaculação com estimulação mínima antes, durante ou logo após a penetração e 
antes que o indivíduo o deseje”, causando “acentuada angústia ou dificuldade 
interpessoal”. 
Waldinger et al. defenderam o uso de termos específicos da atividade para 
descrever o tempo de latência da ejaculação (ELT) (como tempo de latência da 
ejaculação intravaginal ou IELT, no caso intravaginal; OELT, no caso de sexo oral 
etc.) em vez de um termo mais global, como “tempo de latência entre penetração e 
ejaculação”, que incluiria toda atividade sexual, exceto a masturbação e a 
estimulação manual pela parceira. 
Atividades sexuais diferentes podem, portanto, ter características físicas e 
táteis significativamente diferentes, que, por sua vez, podem estar diferentemente 
associadas com o reflexo ejaculatório. 
Diagnóstico 
Ao fazer um diagnóstico, os médicos devem também levar em consideração 
a frequência dos episódios de EP e o período de tempo em que ela tem sido um 
problema. 
Essa informação irá ajudar a determinar se a EP é generalizada ou 
situacional, se é permanente (EP primária: desde o início da atividade sexual) ou 
adquirida (EP secundária: desenvolvida após um período de tempo sem EP). 
Homens com EP seja ela primária ou adquirida, geralmente relatam pouca 
ou nenhuma sensação de controle sobre a ejaculação, baixos satisfação na relação 
sexual e mais angústia/dificuldades interpessoais, em comparação com homens 
sem EP, além de menor tempo médio de latência na maioria dos episódios de 
relação sexual. 
26 
 
 
Isso sugere que um diagnóstico completo da EP deva incluir uma avaliação 
do controle, do tempo de latência, da angústia e/ou das dificuldades resultantes da 
EP e satisfação sexual. Idade e disfunção erétil na ejaculação precoce. 
A idade era tradicionalmente considerada como um fator causal da EP, 
presumindo-se que os homens mais jovens apresentassem mais problemas. No 
entanto, pesquisas mais recentes sugeriram que esse efeito da idade foi 
sobremaneira exagerado, ou que a idade pode até estar associada à EP de modo 
negativo. 
A idade e/ou a duração do relacionamento podem estar associadas com a 
frequência e o tipo de atividades sexuais de uma pessoa, e estas, por sua vez, 
podem influenciar a ELT. 
Dados recentes demonstram que quase metade dos homens com disfunção 
erétil (DE) também apresenta EP. Os homens com DE precoce podem 
intencionalmente “apressar” a relação sexual para evitar perda prematura de sua 
ereção e ejacular com uma latência breve. Isso pode ser agravado pela presença 
de altos níveis de ansiedade quanto ao desempenho relacionados com sua DE, 
que somente pioram a prematuridade. 
Na ausência de uma anamnese sexual completa, esses homens podem ser 
incorretamente diagnosticados como portadores de EP, em vez de se diagnosticar 
a DE subjacente. 
Fisiopatologia 
Há, no entanto, algumas evidências de correlação que sugerem que a EP 
primária se deve à sensibilidade alterada dos receptores centrais de 5-HT 
(serotonina), e a EP adquirida se deve a altos níveis de ansiedade sexual, ED ou 
infecção do trato urinário inferior. 
O ELT é provavelmente uma variável biológica, determinada geneticamente 
e pode ser diferente entre as populações e culturas, variando desde uma 
ejaculação “extremamente rápida” até uma “média ou lenta”. Sugeriu-se que a 
hipossensibilidade dos receptores 5-HT2C e/ou a hipersensibilidade dos receptores 
5-HT1A seriam uma possível explicação da EP primária. 
27 
 
 
Homens com baixo nível de neurotransmissores 5-HT e uma provável 
hipossensibilidade dos receptores 5-HT2C podem ter seu limiar ejaculatório 
geneticamente “configurado” em um ponto mais baixo e ejacular rapidamente com 
um mínimo de estimulação, ao passo que homens com um ponto de ajuste mais 
elevado podem sustentar níveis mais prolongados e intensos de estimulação sexual 
e exercer maior controle sobre a ejaculação. 
Homens com um ponto de ajuste muito alto podem apresentar ejaculação 
retardada ou ausente apesar de conseguirem atingir uma ereção completa e de 
receberem estimulação sexual prolongada. Há fortes evidências de que a longa 
duração do esforço físico nos homens leva a uma diminuição na concentração do 
magnésio extracelular devido a uma troca transitória entre os componentes extra e 
intracelular do magnésio e a um aumento simultâneo na excreção urinária. 
Essa hipomagnesemia pode se manifestar por meio de uma contratilidade 
não controlada do trato genital masculino, causando emissão e ejaculação. 
Opções de tratamento 
o TERAPIA COMPORTAMENTAL E COGNITIVA 
As técnicas comportamentais foram à base do manejo da EP por muitos 
anos, embora a evidência de sua eficácia em curto prazo seja limitada. Alguns 
homens se utilizam de abordagens de auto-ajuda adquiridas por experiência 
pessoal, biblioterapia (livros) ou pesquisa na internet. 
Essas técnicas incluem masturbação imediatamente antes da relação 
sexual, uso de múltiplos preservativos para reduzir a sensibilidade peniana ou 
técnicas de distração (exercícios mentais) durante as preliminares, durante a 
relação sexual, ou ambos. 
Vários autores relatam que a ansiedade é uma das causas da EP, e a 
ansiedade está enraizada no folclore da medicina sexual como a mais provável 
causa da EP, a despeito da escassez de evidências de pesquisas empíricas que 
sustentem qualquer papel causal. Vários autores sugerem que a ansiedade ativa o 
sistema nervoso simpático e reduz o limiar ejaculatório, como resultado de uma 
fase de emissão precoce no ciclo da ejaculação. 
28 
 
 
O nexo causal entre a ansiedade e a EP é especulativo, não contando com 
o apoio de evidências empíricas. Na verdade, as evidências empíricas contradizem 
essa hipótese, segundo alguns pesquisadores. As abordagens comportamentais 
geralmente enfocam o aspecto físico da EP, incluindo a técnica da compressão, 
descrita pela primeira vez por Masters e Johnson, em 1970, e o método “parar-
reiniciar”, descrito por Semans, em 1956. Esses métodos envolvem o emprego das 
preliminares sexuais até pouco antes do ponto de ejaculação. 
Nesse momento, a glande do pênis é comprimida ou a atividade sexual é 
interrompida, até que passe a vontade de ejacular, quando então a atividade sexual 
pode ser retomada, e as técnicas são repetidas, conforme necessário. Contudo, 
estudos subsequentes relataram altos índices de fracasso com o uso dessas 
técnicas. 
A terapia cognitiva ou sexual concentra-se em percepções e sentimentos, 
melhorando a comunicação entre os parceiros, aumentando as habilidades sexuais 
e a autoconfiança, e reduzindo a ansiedade associada à atividade sexual. 
Observou-se melhora em curto prazo com essas abordagens 
comportamentais; entretanto, são limitados os dados sobre a eficácia desses 
métodos em longo prazo. Recentemente, os terapeutas sexuais combinaram 
psicoterapia com exercícios comportamentais obtendo mais sucesso. 
A terapia enfoca as implicações emocionais da EP, a dinâmica do 
relacionamento e o manejo da ansiedade no tocante ao desempenho. Essa terapia 
é limitada pelo custo, pela disponibilidade local de terapeutas treinados e pela 
disposição dos pacientes e parceiros em participar. Como seria de esperar, os 
melhores resultados foram observados em homens que estavam motivados e 
esperançosos, e tinham um relacionamento estável e monogâmico com uma 
parceira cooperativa. 
o TERAPIAS TÓPICAS 
As terapias tópicas da EP agem por meio da dessensibilização do pênis e 
não alteram a sensação de ejaculação. Um creme tópico contendo os anestésicos 
tópicos lidocaína e prilocaína foi eficaz para prolongar IELT em 6 a 8 minutos 
(contra 1 a 2 minutos com placebo, p < 0,05), mas deve ser aplicado pelomenos 
20 minutos (não mais que 45 minutos) antes do contato sexual. 
29 
 
 
Pesquisadores coreanos desenvolveram um creme tópico (SS-cream) 
composto de produtos naturais, que tem propriedades anestésicas locais e é 
aplicado no pênis 1 hora antes do contato sexual. Em dois estudos clínicos duplo-
cegos randomizados, o SS-cream (dose de 20 g) atingiu um IELT médio de 
aproximadamente 11 minutos, em comparação com o tempo de 2,5 minutos para o 
placebo. 
o TERAPIA MEDICAMENTOSA 
Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) são normalmente 
usados no tratamento da depressão e também da EP, com base na observação de 
que o retardo da ejaculação é um efeito colateral frequente dessa classe de 
medicamentos. 
O tratamento com medicamentos da classe ISRS ativa o receptor 5-HT2C, 
eleva o ponto de ajuste do limiar ejaculatório e retarda a ejaculação. O grau de 
retardo ejaculatório pode variar bastante em diferentes homens, de acordo com a 
dosagem e a frequência de administração do ISRS, e o ponto de ajuste 
geneticamente determinado do limiar ejaculatório. 
A interrupção do tratamento leva ao restabelecimento do ponto de ajuste 
anterior após 5 a 7 dias, em homens com EP primária. Os resultados de vários 
estudos mostraram que o ISRS de longa meia-vida prolonga significativamente o 
IELT em homens com EP, quando administrado em dose diária por muito tempo. 
Uma limitação importante da terapia para a EP com os ISRS disponíveis atualmente 
é que, além de retardar a ejaculação, essa classe de medicamentos foi associada 
a uma série de efeitos colaterais sexuais indesejáveis. 
Diminuição da libido (41 a 64%, em homens e mulheres), anorgasmia (31 a 
53%, em homens e mulheres) e impotência/DE (DE, 10 a 41%) foram observadas 
após o tratamento com fluoxetina, paroxetina, fluvoxamina, sertralina e citalopram. 
Outros tratamentos sistêmicos que foram avaliados para o manejo da EP 
incluem os inibidores da fosfodiesterase-5 (PDE-5), atualmente licenciados para o 
tratamento da DE. O possível mecanismo de ação dos inibidores da PDE-5 no 
tratamento da EP não está claro. Apesar do sucesso dos inibidores da PDE-5 no 
tratamento da DE, não há dados suficientes para sugerir que esses agentes sejam 
efetivos em homens sem DE. 
30 
 
 
A combinação de um ISRS com inibidores da PDE-5 pode melhorar o IELT 
de modo significativamente mais acentuado em comparação com a utilização 
isolada do ISRS, mas a incidência de efeitos colaterais é maior em comparação 
com a monoterapia com um desses agentes. 
O tratamento com inibidores da PDE-5 pode ser eficaz em homens com DE 
associada à EP, e essas duas disfunções geralmente ocorrem juntas. A dapoxetina 
é um novo ISRS de meia-vida curta que está em desenvolvimento para o 
tratamento da EP. 
Em modelos pré-clínicos, mostrou-se que esse medicamento inibe 
significativamente os reflexos de expulsão ejaculatórios, atuando no nível 
supraespinhal. De modo semelhante a outros ISRS, a dapoxetina exerce seus 
efeitos principalmente por meio da inibição do transportador de recaptação da 
serotonina, tendo atividade inibitória mínima nos transportadores da recaptação de 
noradrenalina e dopamina. 
No entanto, ao contrário dos ISRS de meia-vida longa, que normalmente são 
administrados de forma crônica (diária) e podem levar dias ou semanas para atingir 
as concentrações plasmáticas do estado de equilíbrio dinâmico., a dapoxetina é um 
ISRS de meia-vida curta, que pode ser mais adequado para o tratamento da EP. 
Na análise integrada de dois ensaios clínicos, a proporção de parceiros cuja 
satisfação na relação sexual no início do estudo foi “regular”, “boa” ou “muito boa” 
variou de 53 a 58% entre os grupos sob tratamento. Ao final desse estudo, essa 
proporção manteve-se inalterada no grupo placebo, ao passo que nos grupos que 
receberam 30 e 60 mg de dapoxetina, a proporção aumentou para 72 e 78%, 
respectivamente (p < 0,0001 para ambos). 
Em vários estudos, mostrou-se que a dapoxetina melhora significativamente 
o IELT, em comparação com os valores basais e placebo, ou seja, um tempo de 
1,66 minutos, 3,03 minutos e 3,15 minutos, respectivamente, para o grupo placebo 
e para os grupos que receberam 30 e 60 mg de dapoxetina, quando o medicamento 
foi tomado de 30 a 60 minutos antes da relação sexual. Quando tomado 3 a 4 horas 
antes da relação sexual, o IELT foi de 1,79 minutos, 3,06 minutos e 3,97 minutos, 
respectivamente, para o grupo placebo e para os grupos que receberam 30 e 60 
mg de dapoxetina. 
31 
 
 
Melhoras semelhantes foram observadas na percepção da parceira do sexo 
feminino em relação ao controle do homem sobre a ejaculação. 
A EP é a mais frequente disfunção sexual masculina, com uma estimativa 
de 20 a 30% dos homens que relataram apresentar EP (definida de várias formas) 
em algum momento de sua vida. Apesar dessa taxa de prevalência, poucos 
homens recebem tratamento médico ou psicológico eficaz para a EP, embora 
relatem auto-tratamento com uma variedade de abordagens comportamentais, 
cremes ou produtos naturais. 
 A omissão na busca de tratamento pode ser atribuída à sensibilidade 
pessoal sobre o problema, omissão dos pacientes ou de seus médicos em discutir 
questões sexuais, e à percepção de que não existem intervenções eficazes. 
O Global Study of Sexual Attitudes and Behaviors revelou que apenas 9% 
dos homens relataram terem sido questionados sobre sua saúde sexual por um 
médico durante uma consulta de rotina nos últimos 3 anos. Em contraste, 48% dos 
homens acreditavam que o médico deveria rotineiramente inquirir sobre questões 
de saúde sexual. 
Uma abordagem de equipe envolvendo um psicoterapeuta e um médico 
pode oferecer melhor ajuda aos casais que sofrem mais angústia ou que não 
respondem à terapia inicial. O conceito de coaching está ao alcance de médicos de 
família e clínicos gerais que sejam sensíveis e tenham interesse, tempo e 
conhecimento para oferecer ao paciente breves e objetivas intervenções 
psicoeducacionais. 
Essas sessões básicas de aconselhamento sexual, juntamente de terapia 
medicamentosa, devem incluir o esforço de obter um feedback sobre a eficácia da 
autoajuda e das técnicas comportamentais no contexto das relações sexuais do 
casal. Esse esforço deve se concentrar na diminuição da ansiedade em relação ao 
desempenho e reforçar a auto-estima do paciente e a comunicação do casal. 
 
o TRANSTORNO DE EXCITAÇÃO OU FRIGIDEZ 
O termo frigidez é usado cada vez menos à medida que aumenta a 
compreensão dessa dificuldade de desfrutar das relações sexuais. A designação 
32 
 
 
mais apropriada seria, segundo especialistas, disfunção sexual geral. Médicos 
alertam a necessidade de acompanhar as pacientes que queixem-se de falta desejo 
sexual, muitas vezes confundida com uma fase de libido baixa. 
“É preciso saber diferenciar a fase de libido em baixa que algumas mulheres 
passam de um transtorno de fato”, explica o ginecologista, obstetra e especialista 
em sexualidade Marino Pravatto Júnior. Para a psicóloga e sexóloga Priscila 
Junqueira, para se confirmar o transtorno de frigidez, a queixa da paciente deve ter 
duração mínima de seis meses. 
“Em alguns casos, identificamos outras disfunções sexuais associadas à 
frigidez. Isso precisa ser bem diagnosticado. Percebemos, na clínica, que a rotina 
dos relacionamentos, baixa auto-estima e alguns outros fatores podem levar à 
disfunção e até piorá-la se não bem diagnosticada e trabalhada”, orienta a 
sexóloga. 
Causas e os tratamentos para frigidez 
A excitação sexual nas mulheres resulta em um aumento do fluxo sanguíneo 
da vagina. Com dilatação dos tecidos que a rodeiam e a produção de um lubrificante 
natural. Quando há frigidez, essa lubrificação é insuficiente ou inexistente, 
causando dor e desconforto no ato sexual. 
Entre as causas orgânicas da frigidez, existe a baixa produção do hormônio 
estrogênio, cuja deficiênciacostuma ocorrer durante a menopausa. Outros 
distúrbios sexuais, como o vaginismo, também influenciam no desejo hipoativo 
feminino. 
O problema pode ser resultado de um abuso sexual anterior, como quando 
a mulher foi vítima de pedofilia, ou ser causado por um parceiro insensível ou 
sexualmente agressivo. A insegurança no ato sexual faz o corpo da mulher se 
retrair na hora da relação. A frigidez é o resultado. 
“Hoje temos a chamada psicoterapia psicossexual, onde vamos investigar 
as causas emocionais para aquela falta de desejo e o tratamento medicamentoso 
pode ser utilizado caso sejam identificadas causas orgânicas para a disfunção”, 
conta a sexóloga Priscila Junqueira. 
33 
 
 
O principal conselho para o casal lidar com essa situação é buscar ajuda de 
um profissional da área de sexologia para que, juntos, possam identificar as causas 
do desejo sexual hipoativo. 
o TRANSTORNO SEXUAL 
O que são transtornos sexuais 
A sexualidade humana é um dos temas que mais provocam polêmicas 
quando o assunto é a saúde. Apesar de ser considerado tabu e, 
consequentemente, ter sua discussão evitada em diversos grupos, é um assunto 
que deve ser discutido pela importância que apresenta na vida das pessoas e na 
sociedade como um todo. 
Contribuindo com essa discussão, neste artigo iremos abordar uma temática 
bastante extensa e complexa, mas que vale muito a pena ser compreendida: os 
transtornos sexuais. 
Quando falamos neste tipo de desvio, estamos tratando de transtornos que 
se incluem em 3 grandes grupos. São eles: 
 Disfunções sexuais; 
 Disforia de gênero; 
 Transtornos parafílicos;. 
 Disfunções sexuais; 
As disfunções presentes no primeiro grupo dos transtornos são 
caracterizadas como uma perturbação clínica na capacidade ou de resposta sexual 
ou de experimentação do prazer sexual. A ajuda de um profissional é de extrema 
importância, pois é preciso determinar se a disfunção não é resultado de um 
estímulo sexual inadequado, evitando assim um tratamento desnecessário. Dentre 
os males deste grupo, temos: 
 Ejaculação retardada; 
 Transtorno do orgasmo feminino; 
 Transtorno erétil; 
34 
 
 
 Ejaculação precoce; 
 Transtorno do interesse/ excitação sexual feminino; 
 Disfunção sexual induzida por substância/medicamento; 
 Transtorno da dor gênito-pélvica/ penetração; 
 Transtorno do desejo sexual masculino hipoativo; 
 Outras disfunções não especificadas. 
 Disforia de gênero 
A disforia de gênero possui o subgrupo de transtornos mais amplamente 
discutidos atualmente, graças a conscientização sobre tais tipos de transtornos e 
das pessoas afetadas pelos mesmos. A disforia de gênero se divide em disforia de 
gênero em crianças, em adolescentes, em adultos, não especificada e 
especificada. 
Pessoas com este tipo de transtornos se identificam como transgêneros, isto 
é, como pessoas que, seja de forma transitória ou de forma permanente, se 
identificam com o gênero oposto ao de nascimento, ou como transsexuais, que são 
pessoas que passam por um processo de resignação social e sexual em termos de 
gênero. 
 Transtornos sexuais: parafilias 
Aqui temos os transtornos-tabu. As parafilias se caracterizam como um 
desejo sexual intenso e persistente, que não são voltados para carícias 
preliminares com parceiros humanos com características normais e maturidade ou 
que não incluem a estimulação genital. 
Os transtornos parafílicos incluem: 
 Voyeurismo (espiar pessoas em atividades privadas); 
 Exibicionismo (expor genitais em locais públicos ou para outras pessoas 
sem consentimento); 
 Frotteurismo (se esfregar em outras pessoas sem consentimento); 
 Masoquismo sexual (submeter-se à humilhação, dor ou sofrimento); 
35 
 
 
 Sadismo sexual (submeter outras pessoas a humilhação, dor ou 
sofrimento); 
 Pedofilia (interesse sexual por crianças, considerado crime); 
 Fetichismo (utilização de objetos inanimados ou interesse sexual por 
outras partes do corpo que não as genitais); 
 Escatologia telefônica (telefonemas obscenos); 
 Necrofilia (interesse por cadáveres); 
 Zoofilia (interesse por animais); 
 Clismafilia (interesse por enemas); 
 Urinofilia (interesse por urina); 
 Cropofilia (interesse por fezes); 
Entre outras parafilias não especificadas. 
Todo transtorno sexual, seja parafílicos ou não, deve ser tratado e cuidado 
de maneira a garantir ao indivíduo maior qualidade de vida. 
Tratamento 
 Em um recente estudo realizado pelo Psiquiatra Waldemar Oliveira Junior 
na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), foi descoberto 
métodos de tratamento psicoterapêutico mais eficaz para melhorar o quadro 
psicológico de pacientes diagnosticados com transtorno da preferência sexual, 
também chamado de parafilia. 
 Uma pessoa parafílica é alguém que causa dano a si mesmo ou a sociedade 
por apresentar um comportamento sexual não convencional. Vale ressaltar que a 
medicina considera normais as relações consensuais envolvendo dois seres 
humanos adultos e vivos, então os parafílicos são, por exemplo, pedófilos, zoófilos 
e necrófilos. 
 Oliveira Junior explicou que geralmente os tratamentos psicológicos e 
psiquiátricos para parafílicos centram-se no contato do paciente com o objeto 
sexual “possível” para eles. No caso de um pedófilo, por exemplo, busca-se 
entender a relação com crianças; no caso de um necrófilo, com cadáveres. No 
entanto, o novo estudo mostra que há formas melhores de se lidar com a questão. 
36 
 
 
 Falar sobre o objeto sexual “possível” com o paciente parafílico não causa 
angústias que ajudam o terapeuta a entender a origem da questão, já que o 
paciente não sente culpa pelos atos em si, explica o pesquisador. A conversa só 
traz, no máximo, um desconforto circunstancial, como o medo de ser descoberto 
fazendo algo ilegal. 
 Por isso, o novo método testado por Oliveira Junior consiste em realizar 
sessões de psicoterapia onde são abordadas as razões de o paciente não 
conseguir se relacionar com os chamados “parceiros convencionais” (humanos 
adultos e vivos). 
 Durante as sessões, os terapeutas focaram em como ocorre o contato, as 
fantasias, desejos e impulsos sexuais direcionados ao objeto sexual convencional 
“ ao estimularmos esses indivíduos a pensarem sobre esses assuntos, começam a 
aparecer as dificuldades que dão o fio da meada para vermos em que ponto do seu 
desenvolvimento sexual foi bloqueada a formação da sua identidade”, afirma o 
psiquiatra. 
 Normalmente os indivíduos parafílicos possuem bloqueios com as figuras 
que serviram de modelo para a construção de sua identidade sexual - a mãe, o pai 
e/ou os substitutos. Ao discutir a razão de não conseguir se relacionar com um 
parceiro convencional, encontra-se a origem do conflito na formação da identidade 
sexual e permite-se que ele seja tratado por meio da psicoterapia. 
 Ao analisar os resultados do ensaio clínico, os pesquisadores perceberam 
que o grupo em que o novo método de psicoterapia foi aplicado apresentou uma 
redução acentuada das fantasias sexuais não convencionais. Também notou-se 
que os pacientes desse grupo apresentavam comportamento sexual mais parecido 
com o padrão convencional do que o grupo que não recebeu essa terapia. 
“Observamos que ao término do tratamento esses pacientes apresentaram uma 
melhora do comportamento, ou seja, eles rejeitaram menos o parceiro evitado. No 
caso de um pedófilo, por exemplo, é como se ele passasse a evitar menos os 
adultos”, comenta o Oliveira Junior. 
 Assim, para o pesquisador, ainda que os pacientes não tenham sido 
curados, eles passaram a enxergar uma nova forma de se relacionar sexualmente. 
37 
 
 
Além disso, ele considera que a pesquisa foi importante para estimular novos 
estudos sobre o valor de não focar somente nos objetos sexuais parafílicos, mas 
de também se analisar os parceiros convencionais, que seriam a chave para 
encontrar a origem dotranstorno e iniciar um tratamento psicológico efetivo. 
Atuação da fisioterapia nas disfunções sexuais 
o EXERCÍCIOS KEGEL 
Os exercícios Kegel consistem na contração e descontração das 
musculaturas do assoalho pélvico com o objetivo de restaurar o tônus muscular e 
a força do músculo de modo a prevenir ou reduzir problemas do assoalho pélvico e 
melhorar a prática da atividade sexual. 
Estes exercícios foram detalhados pela primeira vez pelo médico Arnold 
Kegel em 1948, um ginecologista que os inventou para corrigir a fraqueza vaginal 
sem cirurgia. Embora originalmente pensados para as mulheres, os exercícios de 
Kegel também podem ser praticados por homens, ajudando até mesmo a prevenir 
a disfunção erétil. 
Um exemplo de um exercício de Kegel é, após realizar a identificação dos 
músculos do assoalho pélvico com a paciente recomendar que, em casa, a paciente 
com a bexiga vazia, encontre uma posição confortável, preferencialmente deitada 
e realize contrações de 5 segundos, mantendo os músculos contraídos e em 
seguida relaxando por 10 segundos, efetuando repetições desta sequência. 
o EXERCÍCIOS COM CONE VAGINAL 
Cones vaginais são pequenas capsulas de formato anatômico e com um 
determinado peso que ao serem inseridos na vagina produzem o estímulo 
necessário para que a mulher contraia a musculatura do assoalho pélvico de forma 
correta. 
É importante definir o peso indicado a sua paciente. Em média o cone correto 
é aquele que sob contração intensa pode ser segurado de 2 a 8 segundos e com a 
vagina relaxada caia. 
A intensidade dos exercícios irá variar de acordo com os objetivos do 
tratamento, lembrando que os exercícios com cone vaginal sempre objetiva o 
ganho de força e, portanto, deve ser utilizado nesta situação. 
38 
 
 
o EXERCÍCIOS COM BEN WA 
O Ben Wa é uma técnica de origem indiana que consiste em pequenas bolas 
normalmente ligadas por um cordão que tem o mesmo objetivo dos exercícios de 
Kegel, ou seja, fortalecer o tônus muscular e a força do assoalho pélvico, além de 
potencializar o desempenho sexual. 
Os movimentos realizados com o Ben Wa se tornaram popularmente 
conhecidos como pompoarismo e o objeto em si como bolinhas tailandesas. O Ben 
Wa pode ser utilizado para duas atividades distintas, são elas: Propriocepção, ou 
seja, a capacidade de perceber a contração e coordenação motora, que consiste 
em saber contrair e relaxar corretamente os músculos do assoalho pélvico e 
abdômen. 
o GINÁSTICA HIPOPRESSIVA (GAH) 
A Ginástica Hipopressiva (GAH) foi criada na década de 1950 pelo 
pesquisador belga Marcel Caufriez e combina exercícios da musculatura 
abdominal, da musculatura do assoalho pélvico e da musculatura peitoral. A 
técnica surgiu como uma alternativa para conseguir a tonificação dos músculos 
abdominais de mulheres no pós-parto. 
Com o uso dela conseguimos reduzir a pressão intra-abdominal e fortalecer 
os músculos internos do abdômen ao mesmo tempo. O períneo também se torna 
mais forte com a prática. 
o EXERCÍCIOS COM EDUCADORES VAGINAIS 
Tendo o conhecimento de como o músculo se comporta durante uma 
contração, é possível que a paciente utilize instrumentos “Educadores” que tragam 
essa informação da contração de forma que fique ao alcance dos olhos, de maneira 
simples. 
Um exemplo disso, é o Pelvi fit trainer, que é uma sonda vaginal 
desenvolvida com o objetivo de fornecer aos pacientes e aos profissionais da saúde 
uma forma rápida e prática de observar as contrações da musculatura do assoalho 
pélvico. 
39 
 
 
Com design anatômico e de fácil posicionamento no corpo, ela possibilita a 
realização de exercícios, proporcionando melhoras significativas nos problemas 
que atingem o assoalho pélvico. 
Este dispositivo deve ser inserido na vagina, de forma que a antena fique 
visível para o paciente e/ou profissional. Quando o paciente realiza a contração de 
forma correta a antena se movimenta para baixo. Se contração for feita de maneira 
errada ela se movimenta para cima. 
Dessa forma, o PelvifitTrainer possibilita a execução de diversos exercícios 
fazendo com que os pacientes ganhem consciência de como contrair corretamente 
a musculatura. 
Figura1: 
 
 
o EXERCÍCIOS COM SONDAS DE PRESSÃO (BIOFEED-
BACK MANOMÉTRICO) 
As sondas de Biofeedback Pressórico permitem acompanhar o exercício 
feito pela musculatura através de um manômetro. A utilização é simples, o sistema 
é constituído por sondas manométricas (Vaginal ou Anal), mangueira para 
condução de ar e manômetro analógico. Basta realizar a introdução da sonda no 
paciente e utilizar o manômetro como biofeedback da contração que está sendo 
realizada. Esse feedback pode ser dado tanto para o paciente como para o 
profissional de saúde, podendo ser utilizado em sua clínica ou fornecido ao paciente 
para exercícios em casa. 
40 
 
 
Um bom exemplo disto é o dispositivo de biofeedback manométrico PelviAir 
Unit utilizado nos exercícios de fortalecimento ou relaxamento do assoalho pélvico. 
Todos os exercícios devem seguir orientação do profissional de saúde. 
Figura 2: 
 
o EXERCÍCIOS COM SENSORES DE ELETROMIOGRA-
FIA (BIOFEEDBACK ELETROMIOGRÁFICO) 
Sensores de eletromiografia de superfície captam a atividade elétrica dos 
músculos em microvolts. A técnica utiliza eletrodos ou sondas vaginais e anais que 
permitem monitorar de forma mais efetiva a atividade muscular do assoalho pélvico 
e identificar a capacidade máxima de contração, além do tempo de resposta do 
músculo e o tempo de contração. 
Um profissional poderá auxiliar o paciente a realizar exercícios de contração 
muscular que ajudarão a desenvolver maior controle da bexiga e a fortalecer os 
músculos do assoalho pélvico. Entre as vantagens do Biofeedback 
Eletromiográfico está a capacidade de conseguir isolar os músculos adjacentes, ou 
seja, ele permite treinar apenas os músculos da região. 
A utlização de biofeedback é bastante positiva na reeducação e tratamento 
das disfunções do assoalho pélvico. 
3. Tratamentos uroginecológicos 
A técnica utiliza equipamentos eletrônicos para revelar aos pacientes o 
funcionamento do músculo do assoalho pélvico. É possível identificar a 
capacidade máxima de contração muscular, o tempo de resposta para recrutar 
a musculatura, o período que o paciente consegue manter a contração, além 
da fibra muscular dominante. 
41 
 
 
Esses dados são essenciais para criar uma conscientização pélvica no 
paciente e para prescrever o melhor tratamento. Além disso, eles auxiliam na 
prevenção da incontinência urinária, problema tão comum entre as pessoas. 
Isso ocorre porque o profissional da saúde ajudará o paciente a realizar 
exercícios de contração muscular visando desenvolver um maior controle da 
bexiga e fortalecer os músculos, auxiliando a continência urinária. 
A seguir, veja como funcionam os equipamentos de Biofeedback: 
 Possui eletrodos ou sondas vaginais e anais para monitorar a atividade 
muscular; 
 Analisa e quantifica as contrações musculares; 
 Monitora tanto os músculos pélvicos, quanto a musculatura sinergética 
ou acessória; 
 Por meio do monitoramento, é possível isolar a musculatura acessória 
durante o treino muscular pélvico; 
 Alguns modelos possuem softwares que fornecem diversos gráficos, 
facilitando a vida do profissional da saúde; 
 Auxilia no relaxamento dos pacientes, tornando a experiência do 
tratamento agradável; 
 Ensina o paciente a ativar a musculatura correta. 
Pacientes que apresentem incontinência urinária ou fecal, disfunções 
sexuais, dor pélvica, muscular ou de cabeça podem ser beneficiados os 
sensores de eletromiografia. 
Vale lembrar que as sessões costumam ocorrer duas vezes por semana, 
sendo que cada uma delas possui aproximadamente 45 minutos. 
É claro que esse tempo e frequência podem variar de acordo com o 
problema do paciente — assim como sua taxa de resposta. 
O objetivo final é que o pacienteconsiga dispensar o equipamento e 
fazer o exercício sozinho, de acordo com o aprendizado obtido no 
consultório. 
Figura 3: 
42 
 
 
 
Figura 4: 
 
 
 
 
 
o POMPOARISMO 
Milenar, a arte do pompoarismo tem origem indiana, mais especificamente 
no tantrismo. O verbo pompoar significa contrair e a técnica consiste na contração 
voluntária dos músculos pélvicos. No Brasil, ganhou mais evidência a partir da 
década de 70, mas ainda de forma muito restrita. 
Conhecido por aumentar e melhorar o prazer sexual, o pompoarismo 
também permite exercitar os músculos do assoalho pélvico e trazer outros 
benefícios ao paciente. 
Para ajudar a treinar o movimento controlado dos músculos da região são 
utilizados acessórios como cones, bolas de Ben wa e vibradores. 
43 
 
 
Durante o exercício o paciente deve contrair fortemente a musculatura do assoalho 
pélvico, mantendo a contração durante 2 segundos. 
Depois pode relaxar e descansar por 8 segundos. Essa sequência de 
exercícios deve ser repetida por 10 vezes consecutivas. O tempo de contração 
também deve ser ampliado de acordo com o desempenho do paciente. Os 
exercícios devem ser realizados tanto com a pernas afastadas quanto juntas. 
Exercícios para homens 
Homens e mulheres apresentam os mesmos músculos no assoalho pélvico, 
portanto, os exercícios também devem ser praticados por eles. 
Uma das formas mais simples é a prática dos exercícios Kegel 
para fortalecer os músculos da região. O método mais praticado pelos homens é o 
ato de iniciar e parar, com força, o fluxo de urina quando for urinar. 
Essa prática permite controlar os músculos do pênis de forma voluntária. O 
urologista Dr. Andrew Siegel é o criador do método Private Gym, em que sugere a 
colocação de pequenos pesos ao redor da base do pênis que permitirão treinar a 
resistência e o controle dos músculos da região. 
Quando o homem realiza exercícios para o fortalecimento dos músculos da 
região, pode alcançar melhoras no controle da incontinência urinária, da ejaculação 
precoce e da disfunção erétil. 
A prática de exercícios em casa para treinar o assoalho pélvico é positiva 
tanto para paciente, que em pouco tempo já pode notar melhora em algumas 
funções dos órgãos da região, assim como para o profissional da saúde que poderá 
se dedicar às melhores técnicas e orientações para ajudá-lo. 
Trabalhando em conjunto será mais fácil atingir os resultados e garantir uma 
vida mais tranquila, saudável e feliz para o paciente. 
 
 
 
44 
 
 
o CONCLUSÃO 
As disfunções sexuais são transtornos de natureza física, psicológica 
oumultifatorial que afetam as relações sexuais e podem diminuir a qualidade devida 
da mulher. 
Por se manifestar pela dispareunia (dor durante a relação sexual), 
dificuldade para atingir o orgasmo, falta de desejo, ausência de lubrificação, entre 
outras manifestações que impedem relações sexuais prazerosas. 
Porém, muitas mulheres não têm consciência de que as disfunções 
sexuais são problemas de saúde que tem tratamento. Muitas vezes se culpam pelo 
seu desinteresse sexual e não procuram ajuda médica. 
A ejaculação precoce é uma disfunção que afeta homens de todas as idades. 
É a mais frequente disfunção sexual masculina e tem efeitos significativos sobre a 
qualidade de vida tanto do homem quanto de sua parceira. Várias abordagens têm 
sido utilizadas em seu tratamento, incluindo a terapia cognitiva e comportamental, 
os agentes tópicos e a terapia com medicamentos, tais como os inibidores da PDE-
5 e os ISRS. A dapoxetina é um ISRS de meia-vida curta, que foi formulado para 
tratar a EP, e seus resultados parecem muito promissores. 
As disfunções presentes nos transtornos e organosmia são caracterizadas 
como uma perturbação clínica na capacidade ou de resposta sexual ou de 
experimentação do prazer sexual. A ajuda de um profissional é de extrema 
importância, pois é preciso determinar se a disfunção não é resultado de um 
estímulo sexual inadequado, evitando assim um tratamento desnecessário. 
 
 
 
 
 
 
45 
 
 
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