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1 DISFUNÇÕES SEXUAIS 1 NOSSA HISTÓRIA ...................................................................................... 3 o INTRODUÇÃO .................................................................................... 4 1.1- METODOLOGIA .......................................................................... 5 o DISPAREUNIA ................................................................................... 6 o VAGINISMO ....................................................................................... 8 o TRANSTORNO DO DESEJO SEXUAL HIPOATIVO (TDSH) .......... 10 o COMPULSÃO SEXUAL .................................................................... 12 o ANORGASMIA ................................................................................. 14 1. Trabalhar questões passadas, como traumas e arrependimentos ......................................................................................... 23 2. Promover o autoconhecimento .............................................. 23 o EJACULAÇÃO PRECOCE ............................................................... 24 o TERAPIA COMPORTAMENTAL E COGNITIVA .............................. 27 o TERAPIAS TÓPICAS ....................................................................... 28 o TERAPIA MEDICAMENTOSA .......................................................... 29 o TRANSTORNO DE EXCITAÇÃO OU FRIGIDEZ ............................. 31 o TRANSTORNO SEXUAL ................................................................. 33 o EXERCÍCIOS KEGEL ....................................................................... 37 o EXERCÍCIOS COM CONE VAGINAL .............................................. 37 o EXERCÍCIOS COM BEN WA ........................................................... 38 o GINÁSTICA HIPOPRESSIVA (GAH) ................................................ 38 o EXERCÍCIOS COM EDUCADORES VAGINAIS .............................. 38 o EXERCÍCIOS COM SONDAS DE PRESSÃO (BIOFEED-BACK MANOMÉTRICO) ............................................................................................. 39 o EXERCÍCIOS COM SENSORES DE ELETROMIOGRA-FIA (BIOFEEDBACK ELETROMIOGRÁFICO)........................................................ 40 3. Tratamentos uroginecológicos ............................................ 40 o POMPOARISMO .............................................................................. 42 Exercícios para homens ...................................................................... 43 o CONCLUSÃO ................................................................................... 44 2 o REFERÊNCIAS ................................................................................ 45 3 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 4 o INTRODUÇÃO As disfunções sexuais são transtornos de natureza física, psicológica ou multifatorial que afetam as relações sexuais e podem diminuir a qualidade devida da mulher. Por se manifestar pela dispareunia (dor durante a relação sexual), dificuldade para atingir o orgasmo, falta de desejo, ausência de lubrificação, entre outras manifestações que impedem relações sexuais prazerosas. Porém, muitas mulheres não têm consciência de que as disfunções sexuais são problemas de saúde que tem tratamento. Muitas vezes se culpam pelo seu desinteresse sexual e não procuram ajuda médica. As disfunções sexuais femininas mais comuns são: Vaginismo Dispareunia Desejo Sexual Hipoativo (DSH) Compulsão Sexual Anorgasmia Transtorno de Excitação ou Frigidez 5 1.1- METODOLOGIA Para a construção deste material, foi utilizada a metodologia utilizada de pesquisa bibliográfica, com o intuito de proporcionar um levantamento de maior conteúdo teórico a respeito dos assuntos abordados. Através de pesquisa bibliográfica em diversas fontes, o estudo se desenvolve com base na opinião de diversos autores, concluindo que a formação e a motivação são energias que conduzem a atividade humana para o alcance dos objetivos de excelência na prestação de serviços públicos e podem também se converter nos principais objetivos da gestão de pessoas no setor público e no fundamento de sua existência. Segundo Gil, a pesquisa bibliográfica consiste em um levantamento de informações e conhecimentos acerca de um tema a partir de diferentes materiais bibliográficos já publicados, colocando em diálogo diferentes autores e dados. Entende-se por pesquisa bibliográfica a revisão da literatura sobre as principais teorias que norteiam o trabalho científico. Essa revisão é o que chamamos de levantamento bibliográfico ou revisão bibliográfica, a qual pode ser realizada em livros, periódicos, artigo de jornais, sites da Internet entre outras fontes. Com tudo, o intuito desta apostila é possibilitar os estudos e contribuir para a aprendizagem de forma eficaz, clara e objetiva, sobre os conhecimentos de aprendizagem organizacional e gerencial. 6 o DISPAREUNIA A dispareunia pode ocorrer no momento da penetração (superficial/de introito), na penetração profunda, com o movimento peniano ou no pós-coito. A hipertonicidade de alguns músculos pélvicos, manifestada como rigidez muscular voluntária e grande tensão muscular involuntária, é um achado comum em todos os tipos de dispareunia crônica. Etiologia As causas podem envolver fatores físicos e psicológicos. A dispareunia superficial pode resultar de PVD, vaginite atrófica, lesões ou doenças vulvares (p. ex., líquen escleroso, distrofias vulvares), malformações congênitas, herpes simples genital, fibrose por irradiação, estreitamento pós-cirúrgico do introito e rompimento recorrente do frênulo posterior. A dispareunia profunda pode resultar de hipertonicidade do músculo pélvico e distúrbios uterinos e ovarianos (p. ex., miomas, DIP crônica, endometriose). O tamanho do pênis e a profundidade da penetração influenciam a presença e a gravidade dos sintomas. As mulheres com dispareunia causada por PVD ( Vestibulodinia provocada (vestibulite vulvar; PDV)) tendem a criar altas expectativas sobre si mesmas, medo de avaliação negativa das outras pessoas, somatização elevada, catastrofização (exagero de possíveis consequências) e hipervigilância da dor e frequentemente outras síndromes de dor crônica (p. ex., síndrome do intestino irritável, doença da junção temporomandibular, cistite intersticial). Diagnóstico Avaliação clínica O diagnóstico baseia-se nos sintomas e no exame pélvico. A avaliação da dispareunia superficial/de introito deve ser focada na inspeção de toda a pele vulvar, incluindo as dobras entre os pequenos e os grandes lábios(para verificar se há fissuras típicas de candidíase crônica) e o capuz do clitóris, o meato uretral, o 7 hímen e as aberturas dos ductos das glândulas vestibulares maiores (para verificar se há atrofia, sinais de inflamação e lesões cutâneas anormais que exigem biópsia. A PVD pode ser diagnosticada usando um cotonete para produzir alodinia (dor causada por estímulo não nocivo); deve-se tocar as áreas externas não dolorosas antes de ir para as áreas tipicamente dolorosas (i.e., borda exterior do anel himenal, fendas adjacentes ao meato uretral). Pode-se suspeitar de hipertonicidade do músculo pélvico, se a dor similar à que ocorre durante a relação sexual puder ser reproduzida pela palpação dos profundos músculos levantadores do ânus, em especial em volta da espinha isquiática. A palpação da uretra e da bexiga pode identificar sensibilidade anormal. A avaliação da dispareunia profunda requer um exame bimanual cuidadoso para provocar a dor com a movimentação do colo do útero ou palpação uterina ou anexial, bem como para checar se há nódulos no fundo de saco e no fórnice vaginal. Também se pode indicar um exame retal para checar o septo retovaginal e a superfície posterior do útero e anexos. Suspeitas de distúrbios uterinos e ovarianos são avaliados com estudo de imagens, conforme indicado clinicamente. Tratamento Tratamento da causa quando possível (p. ex., estrogênio tópico para vaginite atrófica, fisioterapia pélvica para hipertonia muscular pélvico). Instrução sobre dor crônica e seus efeitos sobre a sexualidade. Psicoterapias. O tratamento frequentemente é: Os casais devem ser encorajados e ensinados a desenvolver formas satisfatórias de sexo sem penetração. Discutir questões psicológicas que contribuem e são causadas pela dor crônica. Quando possível, tratar as anormalidades físicas primárias que contribuem para a dor (p. ex., endometriose, líquen escleroso, distrofias vulvares, infecções vaginais, malformações congênitas, fibrose por irradiação). 8 Tratar hipertonia muscular pélvica coexistente. Tratar comorbidade com transtornos sexuais de desejo/interesse ou excitação. O estrogênio tópico é útil para vaginite atrófica ( Menopausa : Terapia hormonal) e rompimento recorrente do frênulo posterior. Um anestésico tópico ou banhos de assento quentes podem ajudar a aliviar a dispareunia superficial. Terapias psicológicas como terapia cognitivo-comportamental, plena atenção e terapia cognitiva baseada na plena atenção ( Tratamento) muitas vezes podem ajudar. Mulheres com hipertonicidade do músculo pélvico, incluindo aquelas com PVD, podem se beneficiar da fisioterapia pélvica treinando o músculo do assoalho pélvico, possivelmente com um biofeedback para ensinar o músculo pélvico a relaxar. O assoalho pélvico funciona como uma rede de sustentação dos órgãos localizados na cavidade pélvica como a bexiga, reto, próstata, útero e ovários. No total, são 13 músculos que estão localizados entre o osso púbis e o cóccix, que são responsáveis pela continência urinária e fecal, além de contribuírem para a qualidade nas relações sexuais. o VAGINISMO É o estreitamento involuntário do diâmetro da vagina quando se tenta acessar a entrada desta (p. ex., usando o pênis, um dedo, um vibrador), apesar de a mulher expressar desejo de ser penetrada, na ausência de outras anormalidades físicas ou estruturais. O vaginismo costuma resultar do medo de que a relação sexual seja dolorosa, ocorrendo geralmente na primeira tentativa de sexo, mas pode desenvolver-se mais tarde após períodos de estresse. As mulheres podem desenvolver uma hesitação fóbica da tentativa de penetração. Por essas razões, a maior parte das mulheres com vaginismo não pode tolerar a penetração completa ou muitas vezes, mesmo parcial. Algumas também 9 não toleram a inserção de um tampão. No entanto, a maioria das mulheres com vaginismo gozam de atividades sexuais não penetrativas. O estreitamento muscular reflexo também pode acompanhar dispareunia de qualquer causa, o que agrava a dor e dificulta a entrada. Com o início da relação sexual, a mulher antecipa a recorrência da dor, o que faz os músculos se contraírem, tornando as tentativas durante a relação ainda mais dolorosas. Diagnóstico Avaliação clínica Suspeita-se do diagnóstico com base nos sintomas. As anormalidades físicas que causam dor, como aquelas presentes na dispareunia, devem ser descartadas do exame físico. No entanto, a condição em si torna o exame complicado. Uma estratégia é iniciar o tratamento, conforme descrito a seguir, e adiar o exame de confirmação. Feito o exame, o médico pode pedir à paciente para sentar-se e ver seus órgãos genitais usando um espelho, dando assim um senso de controle à paciente. A mulher então abre seus lábios vaginais e insere seu dedo ou o dedo enluvado do examinador na vagina, ultrapassando o hímen, enquanto faz força para baixo. Esse simples exame digital pode simultaneamente confirmar se a vagina é normal e um diagnóstico presumido de vaginismo. Tratamento Dessensibilização progressiva Na dessensibilização progressiva, as mulheres acostumam-se progressivamente a tocarem si mesmas próximo, no local e, em seguida, através do introito. A mulher deve ser encorajada a tocar-se diariamente o mais perto possível do introito, separando os lábios vaginais com os dedos. Uma vez que o medo e a ansiedade de tocar o introito tenham diminuído, a mulher estará mais capacitada a tolerar o exame físico. 10 No próximo passo, a mulher deve inserir o dedo além do hímen, empurrando ou fazendo força para baixo enquanto insere o dedo na entrada vaginal relaxada. Depois que a inserção do dedo não causar desconforto, cones vaginais em tamanhos gradualmente crescentes são inseridos de modo progressivo; deixar um cone por 10 a 15 min no interior da vagina ajuda os músculos perivaginais a se acostumarem à crescente pressão, sem contrações reflexas. A mulher primeiramente insere os cones na vagina; quando se sentir confortável com eles, pode permitir que o parceiro a ajude a inserir um deles durante o encontro sexual, para confirmar que o cone pode entrar de modo confortável, quando está sexualmente excitada. Se essa inserção for confortável, o casal deve ser encorajado a incluir a estimulação peniana-vulvar durante a atividade sexual, assim a mulher acostuma-se a sentir o pênis em sua vulva. Por último, a mulher pode inserir o pênis do parceiro parcialmente ou por completo, segurando-o como um objeto a ser inserido. Pode se sentir mais confiante se ficar por cima do parceiro. Alguns homens experimentam uma disfunção erétil situacional nesse processo e podem se beneficiar com um inibidor da fosfodiesterase. o TRANSTORNO DO DESEJO SEXUAL HIPOATIVO (TDSH) De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a sexualidade é considerada como um aspecto central da vida humana, a qual é vivenciada e expressa em pensamentos, fantasias, desejos, crenças, atitudes, valores, comportamentos, práticas, papéis e relações. A saúde sexual é diretamente afetada pelas relações afetivas e interpessoais, pela qualidade de vida, pela estrutura social e cultural da sociedade, aspectos que interferem no comportamento sexual masculino e feminino. Você sabia que a falta de desejo para fazer sexo pode indicar o início de um transtorno. Homens e mulheres têm se queixado da falta de desejo, o que pode causar sofrimento e dificuldades interpessoais. O desejo sexual é um fenômeno 11 subjetivo complexo que envolve as fantasias sexuais, os sonhos sexuais, a iniciação do comportamento sexual, a receptividade ao parceiro sexual, as sensações genitais, as respostas aos sinais eróticos no meio ambiente, entre outros fatores. De acordo com Leiblum e Rosen (1988) o desejo sexual é um estado desentimento subjetivo e motivador ativado por sugestões internas e externas que pode ou não resultar em um comportamento sexual efetivo. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, Quarta Edição, Texto Revisado (DSM-IV-TR, 2002), o Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo (TDSH) é uma disfunção sexual caracterizada pela deficiência ou a ausência persistente ou recorrente de desejo ou fantasia sexual para a atividade sexual conduzindo a acentuado sofrimento e dificuldades interpessoais. Esta disfunção sexual pode ocorrer tanto em homens quanto em mulheres. No Brasil, Abdo (2004) afirmou que a prevalência estimada para inibição de desejo sexual em homens e mulheres, por faixa etária é: de 5,8% para mulheres e 2,4% para homens, entre 18 e 25 anos; de 5,8% para mulheres e 1,5% para homens, entre 26 e 40 anos; 8,6% para mulheres e 1,8% para homens, entre 41 e 50 anos; 15,2% para mulheres e 2,2% para homens, entre 51 e 60 anos, 19,9% para mulheres e 4,8% para homens, acima dos 60 anos. O TDSH tem sido muito referido pelas mulheres. Vale destacar que o modelo de resposta sexual feminino proposto por Rosemary Basson (2000) é constituído pelas fases de desejo, excitação, orgasmo e resolução ou relaxamento, com o diferencial de que as respostas femininas resultam mais da necessidade de intimidade, do que propriamente de uma estimulação sexual física. Assim sendo, a motivação para que as mulheres tenham atividade sexual baseia-se em recompensas não necessariamente sexuais, como a intimidade, o contato, o desejo de agradar o parceiro. A autora afirma que a mulher pode sair de um estado de neutralidade sexual e motivada pela recompensa da intimidade emocional e do bem estar do parceiro, ativar voluntariamente seu ciclo de resposta sexual ficando receptiva a certos estímulos que possam despertar o desejo erótico. Tratar o TDSH feminino é um desafio, visto que sua etiologia ou causa é muito variada. 12 De acordo com Sandra Leiblum (2010) alguns fatores contribuem para o desinteresse sexual. São eles: Fatores biológicos (desequilíbrios hormonais, medicamentos e seus efeitos colaterais, doenças crônicas, etc); Fatores do desenvolvimento (ausência de educação ou permissão sexual, infância e adolescência marcadas pela privação emocional, física, verbal ou afetiva, trauma ou coerção sexual); Fatores psicológicos (ansiedade, depressão, transtornos de apego e da personalidade); Fatores interpessoais (conflitos, insultos, perdas no relacionamento e incompetência ou disfunção sexual do parceiro); Fatores culturais (questões morais e crenças religiosas ou culturais relativas a conduta sexual apropriada); Fatores contextuais (aspectos ambientais, como privacidade, segurança e conforto). A autora afirma que os problemas do desejo são considerados às vezes, produtos de uma variedade de fatores predisponentes (timidez versus impulsividade, variações ou deformidades anatômicas, inibição versus excitação); Fatores precipitantes (estressores do estágio da vida, como divórcio, infidelidade, menopausa, abuso de substância ou experiências humilhantes ou vergonhosas); Fatores perturbadores (estresse contínuo, fadiga, conflito de relacionamento ou preocupações com a imagem corporal). O conhecimento dos aspectos relativos à função sexual, tais como, a anatomia do aparelho genital feminino e masculino, o conceito de ciclo de resposta sexual, bem como, a complexidade dos fatores envolvidos para a expressão da sexualidade, sejam estes fisiológicos, biológicos, psicológicos e socioculturais podem contribuir para que homens e mulheres desfrutem de uma vida sexual mais saudável. o COMPULSÃO SEXUAL A Compulsão Sexual é caracterizada por fantasias e comportamentos sexuais (por exemplo, masturbação excessiva, o uso excessivo de pornografia, múltiplos parceiros sexuais ocasionais) que aumentam de intensidade e frequência ao longo do tempo causando consequências adversas na vida, incluindo as aspirações pessoais , relações interpessoais, e atividades profissionais (Kalichman e Rompa, 1995; Black, 2000; Goodman, 2001; Raymond et al, 2003;. Muench e Parsons, 13 2004; Parsons et al, 2007a;.Kuzma e Black, 2008; Kafka, 2010; Morgenstern et al, 2011;. Parsons et al, 2012). Critérios diagnósticos (goodman) O Comportamento sexual compulsivo ocorre quando apresentamos um comportamento sexual muito frequente e pelo menos mais três dos seguintes aspectos, nos últimos 12 meses: TOLERÂNCIA, nos entregamos a práticas sexuais cada vez mais intensas e frequentes para se obter a mesma satisfação que havia no início do quadro; ABSTINÊNCIA, mal estar físico e/ou psicológico, quando tentamos diminuir ou evitar o sexo; ocupamos mais tempo e com maior intensidade com o sexo com outras pessoas ou nos masturbando; fracassamos quando tentamos controlar o comportamento sexual; gastamos muito tempo e energia buscando o sexo; começamos a nos ocupar do sexo quando deveríamos estar trabalhando ou com nossos entes queridos; continuamos com o comportamento sexual mesmo percebendo que está nos prejudicando. Como surge a compulsão sexual A interação dos seguintes fatores favorece o surgimento da Compulsão Sexual. Eles são: História familiar de Compulsão Sexual ou Dependência ao álcool ou Dependência a drogas ou outros comportamentos; famílias com funcionamento problemático; experiências de contato sexual com adultos na infância. Tais fatores promovem desajustes psicológicos e acredita-se também que estejam associados a alterações de neurotransmissores cerebrais. Ambos levariam ao início do quadro de Compulsão Sexual no final da adolescência ou início da vida adulta. 14 Como evolui A partir do fim da adolescência ou início da vida adulta com curso progressivo no qual os sintomas apresentam gravidade crescente. Em média os indivíduos com o comportamento procuram tratamento após 7 anos. Indícios do problema São indícios: Distanciamento familiar ou dos entes queridos, prejuízo no desempenho profissional ou nos estudos, alto consumo de pornografia ou de uso da internet para sexo virtual e/ou real, prejuízo financeiro, doenças sexualmente transmissíveis, elevada troca de parcerias sexuais. Tratamento Tem tratamento o qual se baseia no acompanhamento em psicoterapia e a prescrição de medicamentos. Alguns antidepressivos auxiliam a retomada do controle sobre os impulsos sexuais. A psicoterapia é fundamental para o paciente a médio e longo prazo ampliar os recursos psicológicos para lidar com a questão da impulsividade sexual. o ANORGASMIA O transtorno de orgasmo feminino está classificado no DSM-V como uma das disfunções sexuais, pode afetar, de forma significativa, a qualidade de vida de muitas mulheres. Entretanto, quando a pessoa é capaz de atingir o orgasmo através de masturbação, não se considera essa inibição como anorgasmia. Isto é, a pessoa pode-se experienciar desejo, excitação sexual e prazer nas relações sexuais. Contudo, pode, também, apresenta grande dificuldade de chegar ao ápice do prazer numa relação, que é o orgasmo. É uma das disfunções sexuais mais comuns junto com a falta de desejo sexual. A anorgasmia pode ser chamada, também, de síndrome de Coughlan e não 15 se refere, apenas, na falta de orgasmo, mas, também, nos atrasos, que podem causar estresse, baixa auto-estima e preocupação. A condição é mais presente em mulheres na faixa da menopausa. O transtorno do orgasmo pode ocorrer em 10% a 33% das mulheres. Além disso, há pessoas que atinge o orgasmo através de algumas condições, como certo tipo de estímulo ou preliminares. A principal queixa das mulheres é que o transtorno afeta os relacionamentos amorosos. Afinal, mesmo com uma longa estimulação sexual, a mulher não consegue atingir o orgasmo. Ademais, a anorgasmia, apesar de ser uma condiçãoque afeta principalmente mulheres, podem afetar alguns homens. Todavia, entre os homens, a anorgasmia é menos frequente. Os orgamos podem variar em sua intensidade e duração. É normal que as mulheres experimentem diferentes tipos de orgamos durante o sexo. Vale ressaltar que os orgamos mudam com a idade, problemas médicos ou remédios que a pessoa estiver tomando. O orgasmo pode ser atingido de diversas maneiras e não apenas pela penetração. No entanto, se você está feliz com seu desempenho sexual e seu clímax, não há razões para se preocupar. Todavia, se a falta de orgasmo, intensidade ou dificuldade está te afetando, procure um profissional da sexologia para buscar orientação e tratamento. No Brasil, 30% das mulheres confessaram que não têm orgasmo e 78,8% relataram alguma insatisfação na vida sexual. O dado divulgado pela psiquiatra e sexóloga brasileira Carmita Abdo coloca em questão um problema muito vivido, mas pouco discutido. E por que não se discute sobre sexo, sendo que o sexo é um dos grandes pilares sociais desde que a humanidade é humanidade. Para estudar o comportamento, pensamento e emoção humana com foco no desenvolvimento sexual e nos aspectos fisiológicos, psicológicos, médicos, 16 sociais e culturais em que eles atuam é que a sexologia humana foi concebida. Ela atua nos conhecimentos sobre o sexo e a saúde, prevenção de doenças, controle de natalidade, disfunções, entre outros. Mas o fato é que, por mais que se tenham estudos, pesquisadores e especialistas para tentar solucionar as mais diversas disfunções sexuais, ainda há barreiras muito grandes, como o medo, vergonha e preconceito. Muitas mulheres fingem orgasmo para não desapontar o(a) parceiro(a); muitos homens escondem problemas sexuais por medo de ferir sua masculinidade. Esse pensamento embutido culturalmente e historicamente contribui para mais pessoas passando por problemas do tipo. A orgasnomia pode ser causada por problemas psicológicos e biológicos. Com relação aos fatores biológicos (orgânicos), o aparecimento de doenças sexualmente transmissíveis que causam incômodo, ardência ou dor na região genital, pode contribuir para a dificuldade de atingir o orgasmo. No caso da anorgasmia feminina, a falta de lubrificação também pode contribuir. No dado exposto pela sexóloga Carmita Abdo, percebemos que milhares de brasileiras têm dificuldade de chegar ao orgasmo, o que representa uma grande parcela da sociedade que tem uma disfunção sexual e que não procura ajuda. Há diversos tipos de disfunções sexuais, tanto para homens quanto para mulheres, que são: Mulheres Transtorno do Orgasmo Feminino. Transtorno do Interesse/Excitação Sexual Feminino. Transtorno da Dor Gênito-pélvica/Penetração. Disfunção Sexual Induzida por Substância/ Medicamento. Homens Ejaculação Retardada. Transtorno Erétil. 17 Transtorno do Desejo Sexual Masculino Hipoativo. Ejaculação Prematura (Precoce). Disfunção Sexual Induzida por Substância/Medicamento. A partir do momento em que a pessoa apresenta insatisfação, dor, dificuldade ou falta de desejo, está na hora de buscar ajuda especializada. A relação sexual não deve ser uma situação que causa medo e estresse, mas, na verdade, que seja prazerosa. Por isso, quando o indivíduo não se sente bem e confortável com o ato sexual ela pode procurar profissionais especializados na saúde sexual, que podem ser: Psicólogos; Médicos. Tipos De Anorgasmia: A maioria das pessoas acredita que há apenas um tipo de problema com o orgasmo, porém há diversos, tais como: Anorgasmia primária; Anorgasmia secundária; Anorgasmia total ou absoluta; Anorgasmia situacional; Anedonia sexual. Anorgasmia Primária A anorgasmia primária pode ser definida como uma condição que ocorre quando a pessoa nunca experimentou a sensação de orgasmo por meio do coito e nem por meio da masturbação. 18 Há casos em que as mulheres até conseguem atingir um nível relativamente baixo de excitação e terem desejos, mas o orgasmo não é alcançado. Ainda, há algumas características que mulheres com esse problema apresentam, como: Sentimentos, traumas e emoções mal resolvidas que podem estar interligadas com a experiência sexual, como abusos e estupros. Inexperiência sexual e falta de conhecimento sobre sexualidade, o que pode interferir durante o desenvolvimento sexual. Questões socioculturais que atrapalham o desempenho sexual. Insegurança com o ambiente e falta de oportunidade de realizar atos sexuais em locais socialmente aceitáveis e seguros. Falta de intimidade com o parceiro ou problemas no relacionamento. Outras patologias, como o Transtorno da Dor Gênito- pélvica/Penetração (relação sexual dolorosa). Problemas de autoestima e autoconhecimento. É normal que, em alguns casos, as razões pelo transtorno do orgasmo não sejam claras. Entretanto, apenas com exames e consultas com especialistas, é possível descobrir as causas que podem estar acarretando esse problema. Vale lembrar que, independentemente, da situação, o apoio do parceiro é fundamental. Há casos que com o tempo e confiança os problemas que afetam o desejo e satisfação sexual, podem sumir. Anorgasmia Secundária A anorgasmia secundária é quando a pessoa já experimentou o orgasmo com certa normalidade em períodos anteriores e, por motivos variados, deixou de tê-lo de forma sistemática. Dessa forma, pode ser descrita como a perda da capacidade de ter orgasmos. Há diferentes causas que podem estar interligados com esse quadro, por exemplo: depressão; ansiedade; 19 alcoolismo. menopausa; cirurgias ou lesões pélvicas; doenças; baixo nível de estrogênio; traumas. Anorgasmia Aleatória A anorgasmia aleatória é vista em mulheres que conseguem ter o orgasmo, mas não o suficiente para a satisfação sexual. É comum que essas mulheres tenham dificuldade em relaxar e se manterem calmas. Nesses casos, especificamentes, a terapia sexual pode ser uma forma de ajudar a ter maior controle e, principalmente, a desistir da necessidade de controle sexual. Afinal, mulheres com esse tipo de transtorno tendem a querer ter o controle do ato sexual o tempo inteiro. Anorgasmia Situacional A anorgasmia situacional ocorre em determinada situação ou com determinado parceiro ou parceira. Dessa maneira a pessoa, especialmente a mulher, pode ter orgamos apenas com algumas situações. Isso pode acontecer com algumas pessoas também. Portanto, a mulher pode conseguir chegar ao orgamos com algum parceiro, mas não com o ouro. É normal que essas mulheres desenvolvem alguns fetiches sexuais, que estão interligadas com as situações que lhe provoca prazer. Os pesquisadores acreditam que a mulher com a anorgasmia situacional deve trabalhar o autoconhecimento e explorar seu corpo e seus desejos. É muito importante, independente do caso, conhecer a si mesmo e saber o que você gosta. Os principais fatores que podem afetar o orgasmo são: fadiga; 20 estresse; alimentação; problemas emocionais; problemas financeiros; pressão. Anedonia Sexual É um tipo de disfunção sexual, que pode entrar na classificação do transtorno do orgasmo sexual. Afinal, as respostas sexuais ocorrem normalmente, mas não se chega ao orgasmo. O que ocorre é a falta de prazer satisfatório (falta de desfrute sexual). As causas da anorgasmia são várias e podem ser orgânicas e psicossociais. Contudo, as causas psicossociais são as principais causas das anorgasmias femininas. Dentre elas estão: desordens psicológicas em geral, culpa e tabu atribuídos ao sexo, desinformação, desconhecimento do próprio corpo, educação inadequada sobre sexo produzindo culpa ou pensamentos desviantes durante a relação sexual, inibição do corpo ou das preferências sexuais. Sem contar que, traumasrelacionados ao sexo, como, por exemplo, abuso sexual ou relações dolorosas, podem ser motivacionais para o transtorno de anorgasmia. As razões físicas podem envolver: desordens neurológicas, má- formação congênita, ou até mesmo, redução da sensibilidade. Mulheres e a Anorgasmia Estudos conduzidos nos Estados Unidos da América, Reino Unido e Suécia apontam que 40% das mulheres entre 18 e 59 anos têm queixas sexuais. E, dentre essas queixas, 24% descrevem anorgasmia. No Brasil, um estudo (2004) investigou 1.219 mulheres e apontou que 49% relatam transtornos sexuais, sendo que 21% dessas mulheres descreveram anorgasmia. 21 Conforme outro estudo em território nacional, os autores Ferreira, Souza e Amorim (2007) apontaram que 36% das mulheres pesquisadas entre 20 e 39 anos relataram transtornos sexuais, sendo que 18% parecem ter anorgasmia. Embora haja alguma diferença percentual nos dados levantados em cada um desses estudos, podemos concluir que há uma prevalência de 20% da anorgasmia em mulheres. Segundo estudo publicado pela Revista Brasileira de Medicina, 29% das mulheres tem dificuldades para atingir o orgasmo. Conforme as pesquisas citadas, as mulheres são a maioria dos acometidos desse distúrbio. Embora entendida como raridade, a anorgasmia masculina também pode ocorrer. O perfil sexual dos brasileiros mostra diferenças entre homens e mulheres. É o caso da anorgasmia ejaculatória – quando o homem atinge o orgasmo incluindo a ejaculação, porém não sente prazer equivalente a um orgasmo genuíno. Uma das principais consequências é uma possível inibição do desejo sexual e um menor interesse pelas relações sexuais. Além disso, a anorgasmia pode diminuir a autoestima da mulher e do homem. Vale ressaltar que, conforme os estudos de Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas da USP, cerca de um terço das mulheres brasileiras nunca chegou a experienciar orgasmo. É comum se observar nos acometidos pelo distúrbio: Atuação (fingimento) nas relações sexuais, simulando orgasmo; Sensação constante de frustração nas relações sexuais; Variação de formas, posições e contextos sexuais na busca frustrada pelo orgasmo; Esquiva/fuga de relações sexuais; Baixa autoestima e visão negativa sobre a vida sexual; Desentendimento com o parceiro sexual. 22 O tratamento deve ser realizado em conjunto com ginecologista e psicólogo. Um diagnóstico adequado é muito importante para que se possam dirigir melhor o tratamento. Dessa forma, procure ajuda. Em geral, em um processo de terapia sexual, são propostas as seguintes intervenções para tratar a anorgasmia: Reformulação de conceitos sobre o sexo; Auto-erotização como forma de autoconhecimento; Relação sexual com o parceiro sem cobranças; Investimento no relacionamento conjugal (comunicação, assertividade, negociação). O interesse da mulher pela melhora é de grande importância. Porque, interesse e empenho podem acelerar o tratamento. O diálogo é fundamental. O parceiro precisa ser participativo e estar atento aos sintomas apresentados pela companheira. Caso não haja colaboração do parceiro sexual, dificilmente, a mulher conseguirá êxito em seu tratamento. O primeiro passo é investigar possíveis causas orgânicas com o auxílio de um médico. E, caso, nenhum motivo orgânico seja encontrado é o momento de buscar ajuda profissional de sexólogos e terapeutas sexuais. É importante que o parceiro procure realizar exames também. Existe a possibilidade de que ele sofra de disfunção erétil, podendo ser fator decisivo na dificuldade da mulher em atingir orgasmo. Por isso, o acompanhamento é necessário para o casal. Por fim, há algumas técnicas que podem ajudar com o transtorno, como o pompoarismo (técnica oriental, derivada do tantra, que consiste na contração e relaxamento dos músculos circunvaginais, buscando como resultado o prazer sexual). A fisioterapia do assoalho pélvico tem demonstrado resultados satisfatórios para essa disfunção. Um tratamento bastante eficaz para mulheres e que atua 23 contra a anorgasmia com o trabalho de fortalecimento do assoalho pélvico. Além disso, ajuda a mulher a conhecer seu corpo. Ao receber o tratamento adequado, a condição será facilmente resolvida. Por isso, observe sinais e procure ajuda de especialistas. Além disso, o tratamento psicológico para ajudar a combater a dificuldade de chegar ao orgasmo é pautado na investigação de causas, traumas, histórico e desejos do paciente. Durante esse processo cujo tempo não pode ser delimitado (tudo depende da linha da psicologia escolhida pelo especialista) é importante que o paciente se sinta confortável e disposto e colocar em prática as mudanças despertadas. 1. Trabalhar questões passadas, como traumas e arrependimentos Muitas pessoas que carregam qualquer trauma relacionado ao ato sexual ou puramente à sexualidade, sentem dificuldade de se desvencilhar desses episódios, por mais antigos que eles possam ser. Muitas vezes o paciente nem faz ideia que carrega um trauma. O abuso psicológico e sexual também pode aparecer de maneira sutil, fazendo vítimas sem que elas percebam. Na terapia, o psicólogo vasculha esse passado e se aprofunda nas questões que podem ser o cerne do problema. Essa descoberta é fundamental para que o profissional possa aplicar as técnicas mais direcionadas àquele tipo de problema. 2. Promover o autoconhecimento Quando um indivíduo tem consciência de suas próprias vontades, desejos e do funcionamento destes atrelados ao próprio corpo, ele se empodera. O empoderamento que o autoconhecimento promove faz com que menos pessoas sintam medo e vergonha de falar sobre seus corpos e sua sexualidade. Faz com que se sintam livres para experimentar e procurar meios em que o prazer consentido seja alcançado. 24 Com o autoconhecimento, o paciente sabe reconhecer quando algo não vai bem, quando alguma disfunção aparece e quando o corpo não responde da maneira esperada. Trabalha a autoestima A autoestima é a visão que temos de nós mesmos, ainda que inconsciente. É o valor e qualidades que relacionamos a nós mesmos, o conhecimento que temos de nossos potenciais e a maneira com que lidamos com as dificuldades diárias sem deixar para trás pedaços de nossa essência. Trabalhar a autoestima faz com que o indivíduo tenha plena noção de seus potenciais, qualidades, possibilidades e talentos. Abraçam as oportunidades novas como merecedores delas e não duvidam de sua capacidade em aproveitá-las. O medo vira coadjuvante e a realização pessoal e sexual ganham valor. Assim como disfunção erétil nos homens, a chamada frigidez ocorre nas mulheres quando não existe desejo sexual ou quando se verifica incapacidade de ativação da excitação sexual. De acordo com a definição clínica, a frigidez, ou desejo sexual hipoativo, se caracteriza pela ausência ou diminuição de interesse ou desejo sexual, pensamentos ou fantasias sexuais ausentes e falta de resposta ao desejo. o EJACULAÇÃO PRECOCE A ejaculação precoce (EP) é a disfunção sexual masculina mais frequente, estimando-se que acometa 20 a 30% dos homens em algum momento da vida. 1 Historicamente, as tentativas de explicar a etiologia da EP incluíram diversas teorias biológicas e psicológicas. A maioria das etiologias propostas não são baseadas em evidência, sendo especulativas, na melhor das hipóteses. As teorias psicológicas incluem o efeito de experiência precoce e do condicionamento sexual, ansiedade, técnica sexual, frequência de atividade sexual e explicações psicodinâmicas. 25 As explicações biológicas incluem teorias evolucionistas, hipersensibilidade do pênis, níveis de neurotransmissores centrais e sensibilidade de receptores, grau de excitação, velocidade do reflexo ejaculatório e nível de hormônios sexuais.Há pouca evidência empírica para sugerir um nexo causal entre a EP e quaisquer dos fatores propostos como sua causa. O DSM-IV TR define a EP como “início persistente ou recorrente de orgasmo e ejaculação com estimulação mínima antes, durante ou logo após a penetração e antes que o indivíduo o deseje”, causando “acentuada angústia ou dificuldade interpessoal”. Waldinger et al. defenderam o uso de termos específicos da atividade para descrever o tempo de latência da ejaculação (ELT) (como tempo de latência da ejaculação intravaginal ou IELT, no caso intravaginal; OELT, no caso de sexo oral etc.) em vez de um termo mais global, como “tempo de latência entre penetração e ejaculação”, que incluiria toda atividade sexual, exceto a masturbação e a estimulação manual pela parceira. Atividades sexuais diferentes podem, portanto, ter características físicas e táteis significativamente diferentes, que, por sua vez, podem estar diferentemente associadas com o reflexo ejaculatório. Diagnóstico Ao fazer um diagnóstico, os médicos devem também levar em consideração a frequência dos episódios de EP e o período de tempo em que ela tem sido um problema. Essa informação irá ajudar a determinar se a EP é generalizada ou situacional, se é permanente (EP primária: desde o início da atividade sexual) ou adquirida (EP secundária: desenvolvida após um período de tempo sem EP). Homens com EP seja ela primária ou adquirida, geralmente relatam pouca ou nenhuma sensação de controle sobre a ejaculação, baixos satisfação na relação sexual e mais angústia/dificuldades interpessoais, em comparação com homens sem EP, além de menor tempo médio de latência na maioria dos episódios de relação sexual. 26 Isso sugere que um diagnóstico completo da EP deva incluir uma avaliação do controle, do tempo de latência, da angústia e/ou das dificuldades resultantes da EP e satisfação sexual. Idade e disfunção erétil na ejaculação precoce. A idade era tradicionalmente considerada como um fator causal da EP, presumindo-se que os homens mais jovens apresentassem mais problemas. No entanto, pesquisas mais recentes sugeriram que esse efeito da idade foi sobremaneira exagerado, ou que a idade pode até estar associada à EP de modo negativo. A idade e/ou a duração do relacionamento podem estar associadas com a frequência e o tipo de atividades sexuais de uma pessoa, e estas, por sua vez, podem influenciar a ELT. Dados recentes demonstram que quase metade dos homens com disfunção erétil (DE) também apresenta EP. Os homens com DE precoce podem intencionalmente “apressar” a relação sexual para evitar perda prematura de sua ereção e ejacular com uma latência breve. Isso pode ser agravado pela presença de altos níveis de ansiedade quanto ao desempenho relacionados com sua DE, que somente pioram a prematuridade. Na ausência de uma anamnese sexual completa, esses homens podem ser incorretamente diagnosticados como portadores de EP, em vez de se diagnosticar a DE subjacente. Fisiopatologia Há, no entanto, algumas evidências de correlação que sugerem que a EP primária se deve à sensibilidade alterada dos receptores centrais de 5-HT (serotonina), e a EP adquirida se deve a altos níveis de ansiedade sexual, ED ou infecção do trato urinário inferior. O ELT é provavelmente uma variável biológica, determinada geneticamente e pode ser diferente entre as populações e culturas, variando desde uma ejaculação “extremamente rápida” até uma “média ou lenta”. Sugeriu-se que a hipossensibilidade dos receptores 5-HT2C e/ou a hipersensibilidade dos receptores 5-HT1A seriam uma possível explicação da EP primária. 27 Homens com baixo nível de neurotransmissores 5-HT e uma provável hipossensibilidade dos receptores 5-HT2C podem ter seu limiar ejaculatório geneticamente “configurado” em um ponto mais baixo e ejacular rapidamente com um mínimo de estimulação, ao passo que homens com um ponto de ajuste mais elevado podem sustentar níveis mais prolongados e intensos de estimulação sexual e exercer maior controle sobre a ejaculação. Homens com um ponto de ajuste muito alto podem apresentar ejaculação retardada ou ausente apesar de conseguirem atingir uma ereção completa e de receberem estimulação sexual prolongada. Há fortes evidências de que a longa duração do esforço físico nos homens leva a uma diminuição na concentração do magnésio extracelular devido a uma troca transitória entre os componentes extra e intracelular do magnésio e a um aumento simultâneo na excreção urinária. Essa hipomagnesemia pode se manifestar por meio de uma contratilidade não controlada do trato genital masculino, causando emissão e ejaculação. Opções de tratamento o TERAPIA COMPORTAMENTAL E COGNITIVA As técnicas comportamentais foram à base do manejo da EP por muitos anos, embora a evidência de sua eficácia em curto prazo seja limitada. Alguns homens se utilizam de abordagens de auto-ajuda adquiridas por experiência pessoal, biblioterapia (livros) ou pesquisa na internet. Essas técnicas incluem masturbação imediatamente antes da relação sexual, uso de múltiplos preservativos para reduzir a sensibilidade peniana ou técnicas de distração (exercícios mentais) durante as preliminares, durante a relação sexual, ou ambos. Vários autores relatam que a ansiedade é uma das causas da EP, e a ansiedade está enraizada no folclore da medicina sexual como a mais provável causa da EP, a despeito da escassez de evidências de pesquisas empíricas que sustentem qualquer papel causal. Vários autores sugerem que a ansiedade ativa o sistema nervoso simpático e reduz o limiar ejaculatório, como resultado de uma fase de emissão precoce no ciclo da ejaculação. 28 O nexo causal entre a ansiedade e a EP é especulativo, não contando com o apoio de evidências empíricas. Na verdade, as evidências empíricas contradizem essa hipótese, segundo alguns pesquisadores. As abordagens comportamentais geralmente enfocam o aspecto físico da EP, incluindo a técnica da compressão, descrita pela primeira vez por Masters e Johnson, em 1970, e o método “parar- reiniciar”, descrito por Semans, em 1956. Esses métodos envolvem o emprego das preliminares sexuais até pouco antes do ponto de ejaculação. Nesse momento, a glande do pênis é comprimida ou a atividade sexual é interrompida, até que passe a vontade de ejacular, quando então a atividade sexual pode ser retomada, e as técnicas são repetidas, conforme necessário. Contudo, estudos subsequentes relataram altos índices de fracasso com o uso dessas técnicas. A terapia cognitiva ou sexual concentra-se em percepções e sentimentos, melhorando a comunicação entre os parceiros, aumentando as habilidades sexuais e a autoconfiança, e reduzindo a ansiedade associada à atividade sexual. Observou-se melhora em curto prazo com essas abordagens comportamentais; entretanto, são limitados os dados sobre a eficácia desses métodos em longo prazo. Recentemente, os terapeutas sexuais combinaram psicoterapia com exercícios comportamentais obtendo mais sucesso. A terapia enfoca as implicações emocionais da EP, a dinâmica do relacionamento e o manejo da ansiedade no tocante ao desempenho. Essa terapia é limitada pelo custo, pela disponibilidade local de terapeutas treinados e pela disposição dos pacientes e parceiros em participar. Como seria de esperar, os melhores resultados foram observados em homens que estavam motivados e esperançosos, e tinham um relacionamento estável e monogâmico com uma parceira cooperativa. o TERAPIAS TÓPICAS As terapias tópicas da EP agem por meio da dessensibilização do pênis e não alteram a sensação de ejaculação. Um creme tópico contendo os anestésicos tópicos lidocaína e prilocaína foi eficaz para prolongar IELT em 6 a 8 minutos (contra 1 a 2 minutos com placebo, p < 0,05), mas deve ser aplicado pelomenos 20 minutos (não mais que 45 minutos) antes do contato sexual. 29 Pesquisadores coreanos desenvolveram um creme tópico (SS-cream) composto de produtos naturais, que tem propriedades anestésicas locais e é aplicado no pênis 1 hora antes do contato sexual. Em dois estudos clínicos duplo- cegos randomizados, o SS-cream (dose de 20 g) atingiu um IELT médio de aproximadamente 11 minutos, em comparação com o tempo de 2,5 minutos para o placebo. o TERAPIA MEDICAMENTOSA Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) são normalmente usados no tratamento da depressão e também da EP, com base na observação de que o retardo da ejaculação é um efeito colateral frequente dessa classe de medicamentos. O tratamento com medicamentos da classe ISRS ativa o receptor 5-HT2C, eleva o ponto de ajuste do limiar ejaculatório e retarda a ejaculação. O grau de retardo ejaculatório pode variar bastante em diferentes homens, de acordo com a dosagem e a frequência de administração do ISRS, e o ponto de ajuste geneticamente determinado do limiar ejaculatório. A interrupção do tratamento leva ao restabelecimento do ponto de ajuste anterior após 5 a 7 dias, em homens com EP primária. Os resultados de vários estudos mostraram que o ISRS de longa meia-vida prolonga significativamente o IELT em homens com EP, quando administrado em dose diária por muito tempo. Uma limitação importante da terapia para a EP com os ISRS disponíveis atualmente é que, além de retardar a ejaculação, essa classe de medicamentos foi associada a uma série de efeitos colaterais sexuais indesejáveis. Diminuição da libido (41 a 64%, em homens e mulheres), anorgasmia (31 a 53%, em homens e mulheres) e impotência/DE (DE, 10 a 41%) foram observadas após o tratamento com fluoxetina, paroxetina, fluvoxamina, sertralina e citalopram. Outros tratamentos sistêmicos que foram avaliados para o manejo da EP incluem os inibidores da fosfodiesterase-5 (PDE-5), atualmente licenciados para o tratamento da DE. O possível mecanismo de ação dos inibidores da PDE-5 no tratamento da EP não está claro. Apesar do sucesso dos inibidores da PDE-5 no tratamento da DE, não há dados suficientes para sugerir que esses agentes sejam efetivos em homens sem DE. 30 A combinação de um ISRS com inibidores da PDE-5 pode melhorar o IELT de modo significativamente mais acentuado em comparação com a utilização isolada do ISRS, mas a incidência de efeitos colaterais é maior em comparação com a monoterapia com um desses agentes. O tratamento com inibidores da PDE-5 pode ser eficaz em homens com DE associada à EP, e essas duas disfunções geralmente ocorrem juntas. A dapoxetina é um novo ISRS de meia-vida curta que está em desenvolvimento para o tratamento da EP. Em modelos pré-clínicos, mostrou-se que esse medicamento inibe significativamente os reflexos de expulsão ejaculatórios, atuando no nível supraespinhal. De modo semelhante a outros ISRS, a dapoxetina exerce seus efeitos principalmente por meio da inibição do transportador de recaptação da serotonina, tendo atividade inibitória mínima nos transportadores da recaptação de noradrenalina e dopamina. No entanto, ao contrário dos ISRS de meia-vida longa, que normalmente são administrados de forma crônica (diária) e podem levar dias ou semanas para atingir as concentrações plasmáticas do estado de equilíbrio dinâmico., a dapoxetina é um ISRS de meia-vida curta, que pode ser mais adequado para o tratamento da EP. Na análise integrada de dois ensaios clínicos, a proporção de parceiros cuja satisfação na relação sexual no início do estudo foi “regular”, “boa” ou “muito boa” variou de 53 a 58% entre os grupos sob tratamento. Ao final desse estudo, essa proporção manteve-se inalterada no grupo placebo, ao passo que nos grupos que receberam 30 e 60 mg de dapoxetina, a proporção aumentou para 72 e 78%, respectivamente (p < 0,0001 para ambos). Em vários estudos, mostrou-se que a dapoxetina melhora significativamente o IELT, em comparação com os valores basais e placebo, ou seja, um tempo de 1,66 minutos, 3,03 minutos e 3,15 minutos, respectivamente, para o grupo placebo e para os grupos que receberam 30 e 60 mg de dapoxetina, quando o medicamento foi tomado de 30 a 60 minutos antes da relação sexual. Quando tomado 3 a 4 horas antes da relação sexual, o IELT foi de 1,79 minutos, 3,06 minutos e 3,97 minutos, respectivamente, para o grupo placebo e para os grupos que receberam 30 e 60 mg de dapoxetina. 31 Melhoras semelhantes foram observadas na percepção da parceira do sexo feminino em relação ao controle do homem sobre a ejaculação. A EP é a mais frequente disfunção sexual masculina, com uma estimativa de 20 a 30% dos homens que relataram apresentar EP (definida de várias formas) em algum momento de sua vida. Apesar dessa taxa de prevalência, poucos homens recebem tratamento médico ou psicológico eficaz para a EP, embora relatem auto-tratamento com uma variedade de abordagens comportamentais, cremes ou produtos naturais. A omissão na busca de tratamento pode ser atribuída à sensibilidade pessoal sobre o problema, omissão dos pacientes ou de seus médicos em discutir questões sexuais, e à percepção de que não existem intervenções eficazes. O Global Study of Sexual Attitudes and Behaviors revelou que apenas 9% dos homens relataram terem sido questionados sobre sua saúde sexual por um médico durante uma consulta de rotina nos últimos 3 anos. Em contraste, 48% dos homens acreditavam que o médico deveria rotineiramente inquirir sobre questões de saúde sexual. Uma abordagem de equipe envolvendo um psicoterapeuta e um médico pode oferecer melhor ajuda aos casais que sofrem mais angústia ou que não respondem à terapia inicial. O conceito de coaching está ao alcance de médicos de família e clínicos gerais que sejam sensíveis e tenham interesse, tempo e conhecimento para oferecer ao paciente breves e objetivas intervenções psicoeducacionais. Essas sessões básicas de aconselhamento sexual, juntamente de terapia medicamentosa, devem incluir o esforço de obter um feedback sobre a eficácia da autoajuda e das técnicas comportamentais no contexto das relações sexuais do casal. Esse esforço deve se concentrar na diminuição da ansiedade em relação ao desempenho e reforçar a auto-estima do paciente e a comunicação do casal. o TRANSTORNO DE EXCITAÇÃO OU FRIGIDEZ O termo frigidez é usado cada vez menos à medida que aumenta a compreensão dessa dificuldade de desfrutar das relações sexuais. A designação 32 mais apropriada seria, segundo especialistas, disfunção sexual geral. Médicos alertam a necessidade de acompanhar as pacientes que queixem-se de falta desejo sexual, muitas vezes confundida com uma fase de libido baixa. “É preciso saber diferenciar a fase de libido em baixa que algumas mulheres passam de um transtorno de fato”, explica o ginecologista, obstetra e especialista em sexualidade Marino Pravatto Júnior. Para a psicóloga e sexóloga Priscila Junqueira, para se confirmar o transtorno de frigidez, a queixa da paciente deve ter duração mínima de seis meses. “Em alguns casos, identificamos outras disfunções sexuais associadas à frigidez. Isso precisa ser bem diagnosticado. Percebemos, na clínica, que a rotina dos relacionamentos, baixa auto-estima e alguns outros fatores podem levar à disfunção e até piorá-la se não bem diagnosticada e trabalhada”, orienta a sexóloga. Causas e os tratamentos para frigidez A excitação sexual nas mulheres resulta em um aumento do fluxo sanguíneo da vagina. Com dilatação dos tecidos que a rodeiam e a produção de um lubrificante natural. Quando há frigidez, essa lubrificação é insuficiente ou inexistente, causando dor e desconforto no ato sexual. Entre as causas orgânicas da frigidez, existe a baixa produção do hormônio estrogênio, cuja deficiênciacostuma ocorrer durante a menopausa. Outros distúrbios sexuais, como o vaginismo, também influenciam no desejo hipoativo feminino. O problema pode ser resultado de um abuso sexual anterior, como quando a mulher foi vítima de pedofilia, ou ser causado por um parceiro insensível ou sexualmente agressivo. A insegurança no ato sexual faz o corpo da mulher se retrair na hora da relação. A frigidez é o resultado. “Hoje temos a chamada psicoterapia psicossexual, onde vamos investigar as causas emocionais para aquela falta de desejo e o tratamento medicamentoso pode ser utilizado caso sejam identificadas causas orgânicas para a disfunção”, conta a sexóloga Priscila Junqueira. 33 O principal conselho para o casal lidar com essa situação é buscar ajuda de um profissional da área de sexologia para que, juntos, possam identificar as causas do desejo sexual hipoativo. o TRANSTORNO SEXUAL O que são transtornos sexuais A sexualidade humana é um dos temas que mais provocam polêmicas quando o assunto é a saúde. Apesar de ser considerado tabu e, consequentemente, ter sua discussão evitada em diversos grupos, é um assunto que deve ser discutido pela importância que apresenta na vida das pessoas e na sociedade como um todo. Contribuindo com essa discussão, neste artigo iremos abordar uma temática bastante extensa e complexa, mas que vale muito a pena ser compreendida: os transtornos sexuais. Quando falamos neste tipo de desvio, estamos tratando de transtornos que se incluem em 3 grandes grupos. São eles: Disfunções sexuais; Disforia de gênero; Transtornos parafílicos;. Disfunções sexuais; As disfunções presentes no primeiro grupo dos transtornos são caracterizadas como uma perturbação clínica na capacidade ou de resposta sexual ou de experimentação do prazer sexual. A ajuda de um profissional é de extrema importância, pois é preciso determinar se a disfunção não é resultado de um estímulo sexual inadequado, evitando assim um tratamento desnecessário. Dentre os males deste grupo, temos: Ejaculação retardada; Transtorno do orgasmo feminino; Transtorno erétil; 34 Ejaculação precoce; Transtorno do interesse/ excitação sexual feminino; Disfunção sexual induzida por substância/medicamento; Transtorno da dor gênito-pélvica/ penetração; Transtorno do desejo sexual masculino hipoativo; Outras disfunções não especificadas. Disforia de gênero A disforia de gênero possui o subgrupo de transtornos mais amplamente discutidos atualmente, graças a conscientização sobre tais tipos de transtornos e das pessoas afetadas pelos mesmos. A disforia de gênero se divide em disforia de gênero em crianças, em adolescentes, em adultos, não especificada e especificada. Pessoas com este tipo de transtornos se identificam como transgêneros, isto é, como pessoas que, seja de forma transitória ou de forma permanente, se identificam com o gênero oposto ao de nascimento, ou como transsexuais, que são pessoas que passam por um processo de resignação social e sexual em termos de gênero. Transtornos sexuais: parafilias Aqui temos os transtornos-tabu. As parafilias se caracterizam como um desejo sexual intenso e persistente, que não são voltados para carícias preliminares com parceiros humanos com características normais e maturidade ou que não incluem a estimulação genital. Os transtornos parafílicos incluem: Voyeurismo (espiar pessoas em atividades privadas); Exibicionismo (expor genitais em locais públicos ou para outras pessoas sem consentimento); Frotteurismo (se esfregar em outras pessoas sem consentimento); Masoquismo sexual (submeter-se à humilhação, dor ou sofrimento); 35 Sadismo sexual (submeter outras pessoas a humilhação, dor ou sofrimento); Pedofilia (interesse sexual por crianças, considerado crime); Fetichismo (utilização de objetos inanimados ou interesse sexual por outras partes do corpo que não as genitais); Escatologia telefônica (telefonemas obscenos); Necrofilia (interesse por cadáveres); Zoofilia (interesse por animais); Clismafilia (interesse por enemas); Urinofilia (interesse por urina); Cropofilia (interesse por fezes); Entre outras parafilias não especificadas. Todo transtorno sexual, seja parafílicos ou não, deve ser tratado e cuidado de maneira a garantir ao indivíduo maior qualidade de vida. Tratamento Em um recente estudo realizado pelo Psiquiatra Waldemar Oliveira Junior na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), foi descoberto métodos de tratamento psicoterapêutico mais eficaz para melhorar o quadro psicológico de pacientes diagnosticados com transtorno da preferência sexual, também chamado de parafilia. Uma pessoa parafílica é alguém que causa dano a si mesmo ou a sociedade por apresentar um comportamento sexual não convencional. Vale ressaltar que a medicina considera normais as relações consensuais envolvendo dois seres humanos adultos e vivos, então os parafílicos são, por exemplo, pedófilos, zoófilos e necrófilos. Oliveira Junior explicou que geralmente os tratamentos psicológicos e psiquiátricos para parafílicos centram-se no contato do paciente com o objeto sexual “possível” para eles. No caso de um pedófilo, por exemplo, busca-se entender a relação com crianças; no caso de um necrófilo, com cadáveres. No entanto, o novo estudo mostra que há formas melhores de se lidar com a questão. 36 Falar sobre o objeto sexual “possível” com o paciente parafílico não causa angústias que ajudam o terapeuta a entender a origem da questão, já que o paciente não sente culpa pelos atos em si, explica o pesquisador. A conversa só traz, no máximo, um desconforto circunstancial, como o medo de ser descoberto fazendo algo ilegal. Por isso, o novo método testado por Oliveira Junior consiste em realizar sessões de psicoterapia onde são abordadas as razões de o paciente não conseguir se relacionar com os chamados “parceiros convencionais” (humanos adultos e vivos). Durante as sessões, os terapeutas focaram em como ocorre o contato, as fantasias, desejos e impulsos sexuais direcionados ao objeto sexual convencional “ ao estimularmos esses indivíduos a pensarem sobre esses assuntos, começam a aparecer as dificuldades que dão o fio da meada para vermos em que ponto do seu desenvolvimento sexual foi bloqueada a formação da sua identidade”, afirma o psiquiatra. Normalmente os indivíduos parafílicos possuem bloqueios com as figuras que serviram de modelo para a construção de sua identidade sexual - a mãe, o pai e/ou os substitutos. Ao discutir a razão de não conseguir se relacionar com um parceiro convencional, encontra-se a origem do conflito na formação da identidade sexual e permite-se que ele seja tratado por meio da psicoterapia. Ao analisar os resultados do ensaio clínico, os pesquisadores perceberam que o grupo em que o novo método de psicoterapia foi aplicado apresentou uma redução acentuada das fantasias sexuais não convencionais. Também notou-se que os pacientes desse grupo apresentavam comportamento sexual mais parecido com o padrão convencional do que o grupo que não recebeu essa terapia. “Observamos que ao término do tratamento esses pacientes apresentaram uma melhora do comportamento, ou seja, eles rejeitaram menos o parceiro evitado. No caso de um pedófilo, por exemplo, é como se ele passasse a evitar menos os adultos”, comenta o Oliveira Junior. Assim, para o pesquisador, ainda que os pacientes não tenham sido curados, eles passaram a enxergar uma nova forma de se relacionar sexualmente. 37 Além disso, ele considera que a pesquisa foi importante para estimular novos estudos sobre o valor de não focar somente nos objetos sexuais parafílicos, mas de também se analisar os parceiros convencionais, que seriam a chave para encontrar a origem dotranstorno e iniciar um tratamento psicológico efetivo. Atuação da fisioterapia nas disfunções sexuais o EXERCÍCIOS KEGEL Os exercícios Kegel consistem na contração e descontração das musculaturas do assoalho pélvico com o objetivo de restaurar o tônus muscular e a força do músculo de modo a prevenir ou reduzir problemas do assoalho pélvico e melhorar a prática da atividade sexual. Estes exercícios foram detalhados pela primeira vez pelo médico Arnold Kegel em 1948, um ginecologista que os inventou para corrigir a fraqueza vaginal sem cirurgia. Embora originalmente pensados para as mulheres, os exercícios de Kegel também podem ser praticados por homens, ajudando até mesmo a prevenir a disfunção erétil. Um exemplo de um exercício de Kegel é, após realizar a identificação dos músculos do assoalho pélvico com a paciente recomendar que, em casa, a paciente com a bexiga vazia, encontre uma posição confortável, preferencialmente deitada e realize contrações de 5 segundos, mantendo os músculos contraídos e em seguida relaxando por 10 segundos, efetuando repetições desta sequência. o EXERCÍCIOS COM CONE VAGINAL Cones vaginais são pequenas capsulas de formato anatômico e com um determinado peso que ao serem inseridos na vagina produzem o estímulo necessário para que a mulher contraia a musculatura do assoalho pélvico de forma correta. É importante definir o peso indicado a sua paciente. Em média o cone correto é aquele que sob contração intensa pode ser segurado de 2 a 8 segundos e com a vagina relaxada caia. A intensidade dos exercícios irá variar de acordo com os objetivos do tratamento, lembrando que os exercícios com cone vaginal sempre objetiva o ganho de força e, portanto, deve ser utilizado nesta situação. 38 o EXERCÍCIOS COM BEN WA O Ben Wa é uma técnica de origem indiana que consiste em pequenas bolas normalmente ligadas por um cordão que tem o mesmo objetivo dos exercícios de Kegel, ou seja, fortalecer o tônus muscular e a força do assoalho pélvico, além de potencializar o desempenho sexual. Os movimentos realizados com o Ben Wa se tornaram popularmente conhecidos como pompoarismo e o objeto em si como bolinhas tailandesas. O Ben Wa pode ser utilizado para duas atividades distintas, são elas: Propriocepção, ou seja, a capacidade de perceber a contração e coordenação motora, que consiste em saber contrair e relaxar corretamente os músculos do assoalho pélvico e abdômen. o GINÁSTICA HIPOPRESSIVA (GAH) A Ginástica Hipopressiva (GAH) foi criada na década de 1950 pelo pesquisador belga Marcel Caufriez e combina exercícios da musculatura abdominal, da musculatura do assoalho pélvico e da musculatura peitoral. A técnica surgiu como uma alternativa para conseguir a tonificação dos músculos abdominais de mulheres no pós-parto. Com o uso dela conseguimos reduzir a pressão intra-abdominal e fortalecer os músculos internos do abdômen ao mesmo tempo. O períneo também se torna mais forte com a prática. o EXERCÍCIOS COM EDUCADORES VAGINAIS Tendo o conhecimento de como o músculo se comporta durante uma contração, é possível que a paciente utilize instrumentos “Educadores” que tragam essa informação da contração de forma que fique ao alcance dos olhos, de maneira simples. Um exemplo disso, é o Pelvi fit trainer, que é uma sonda vaginal desenvolvida com o objetivo de fornecer aos pacientes e aos profissionais da saúde uma forma rápida e prática de observar as contrações da musculatura do assoalho pélvico. 39 Com design anatômico e de fácil posicionamento no corpo, ela possibilita a realização de exercícios, proporcionando melhoras significativas nos problemas que atingem o assoalho pélvico. Este dispositivo deve ser inserido na vagina, de forma que a antena fique visível para o paciente e/ou profissional. Quando o paciente realiza a contração de forma correta a antena se movimenta para baixo. Se contração for feita de maneira errada ela se movimenta para cima. Dessa forma, o PelvifitTrainer possibilita a execução de diversos exercícios fazendo com que os pacientes ganhem consciência de como contrair corretamente a musculatura. Figura1: o EXERCÍCIOS COM SONDAS DE PRESSÃO (BIOFEED- BACK MANOMÉTRICO) As sondas de Biofeedback Pressórico permitem acompanhar o exercício feito pela musculatura através de um manômetro. A utilização é simples, o sistema é constituído por sondas manométricas (Vaginal ou Anal), mangueira para condução de ar e manômetro analógico. Basta realizar a introdução da sonda no paciente e utilizar o manômetro como biofeedback da contração que está sendo realizada. Esse feedback pode ser dado tanto para o paciente como para o profissional de saúde, podendo ser utilizado em sua clínica ou fornecido ao paciente para exercícios em casa. 40 Um bom exemplo disto é o dispositivo de biofeedback manométrico PelviAir Unit utilizado nos exercícios de fortalecimento ou relaxamento do assoalho pélvico. Todos os exercícios devem seguir orientação do profissional de saúde. Figura 2: o EXERCÍCIOS COM SENSORES DE ELETROMIOGRA- FIA (BIOFEEDBACK ELETROMIOGRÁFICO) Sensores de eletromiografia de superfície captam a atividade elétrica dos músculos em microvolts. A técnica utiliza eletrodos ou sondas vaginais e anais que permitem monitorar de forma mais efetiva a atividade muscular do assoalho pélvico e identificar a capacidade máxima de contração, além do tempo de resposta do músculo e o tempo de contração. Um profissional poderá auxiliar o paciente a realizar exercícios de contração muscular que ajudarão a desenvolver maior controle da bexiga e a fortalecer os músculos do assoalho pélvico. Entre as vantagens do Biofeedback Eletromiográfico está a capacidade de conseguir isolar os músculos adjacentes, ou seja, ele permite treinar apenas os músculos da região. A utlização de biofeedback é bastante positiva na reeducação e tratamento das disfunções do assoalho pélvico. 3. Tratamentos uroginecológicos A técnica utiliza equipamentos eletrônicos para revelar aos pacientes o funcionamento do músculo do assoalho pélvico. É possível identificar a capacidade máxima de contração muscular, o tempo de resposta para recrutar a musculatura, o período que o paciente consegue manter a contração, além da fibra muscular dominante. 41 Esses dados são essenciais para criar uma conscientização pélvica no paciente e para prescrever o melhor tratamento. Além disso, eles auxiliam na prevenção da incontinência urinária, problema tão comum entre as pessoas. Isso ocorre porque o profissional da saúde ajudará o paciente a realizar exercícios de contração muscular visando desenvolver um maior controle da bexiga e fortalecer os músculos, auxiliando a continência urinária. A seguir, veja como funcionam os equipamentos de Biofeedback: Possui eletrodos ou sondas vaginais e anais para monitorar a atividade muscular; Analisa e quantifica as contrações musculares; Monitora tanto os músculos pélvicos, quanto a musculatura sinergética ou acessória; Por meio do monitoramento, é possível isolar a musculatura acessória durante o treino muscular pélvico; Alguns modelos possuem softwares que fornecem diversos gráficos, facilitando a vida do profissional da saúde; Auxilia no relaxamento dos pacientes, tornando a experiência do tratamento agradável; Ensina o paciente a ativar a musculatura correta. Pacientes que apresentem incontinência urinária ou fecal, disfunções sexuais, dor pélvica, muscular ou de cabeça podem ser beneficiados os sensores de eletromiografia. Vale lembrar que as sessões costumam ocorrer duas vezes por semana, sendo que cada uma delas possui aproximadamente 45 minutos. É claro que esse tempo e frequência podem variar de acordo com o problema do paciente — assim como sua taxa de resposta. O objetivo final é que o pacienteconsiga dispensar o equipamento e fazer o exercício sozinho, de acordo com o aprendizado obtido no consultório. Figura 3: 42 Figura 4: o POMPOARISMO Milenar, a arte do pompoarismo tem origem indiana, mais especificamente no tantrismo. O verbo pompoar significa contrair e a técnica consiste na contração voluntária dos músculos pélvicos. No Brasil, ganhou mais evidência a partir da década de 70, mas ainda de forma muito restrita. Conhecido por aumentar e melhorar o prazer sexual, o pompoarismo também permite exercitar os músculos do assoalho pélvico e trazer outros benefícios ao paciente. Para ajudar a treinar o movimento controlado dos músculos da região são utilizados acessórios como cones, bolas de Ben wa e vibradores. 43 Durante o exercício o paciente deve contrair fortemente a musculatura do assoalho pélvico, mantendo a contração durante 2 segundos. Depois pode relaxar e descansar por 8 segundos. Essa sequência de exercícios deve ser repetida por 10 vezes consecutivas. O tempo de contração também deve ser ampliado de acordo com o desempenho do paciente. Os exercícios devem ser realizados tanto com a pernas afastadas quanto juntas. Exercícios para homens Homens e mulheres apresentam os mesmos músculos no assoalho pélvico, portanto, os exercícios também devem ser praticados por eles. Uma das formas mais simples é a prática dos exercícios Kegel para fortalecer os músculos da região. O método mais praticado pelos homens é o ato de iniciar e parar, com força, o fluxo de urina quando for urinar. Essa prática permite controlar os músculos do pênis de forma voluntária. O urologista Dr. Andrew Siegel é o criador do método Private Gym, em que sugere a colocação de pequenos pesos ao redor da base do pênis que permitirão treinar a resistência e o controle dos músculos da região. Quando o homem realiza exercícios para o fortalecimento dos músculos da região, pode alcançar melhoras no controle da incontinência urinária, da ejaculação precoce e da disfunção erétil. A prática de exercícios em casa para treinar o assoalho pélvico é positiva tanto para paciente, que em pouco tempo já pode notar melhora em algumas funções dos órgãos da região, assim como para o profissional da saúde que poderá se dedicar às melhores técnicas e orientações para ajudá-lo. Trabalhando em conjunto será mais fácil atingir os resultados e garantir uma vida mais tranquila, saudável e feliz para o paciente. 44 o CONCLUSÃO As disfunções sexuais são transtornos de natureza física, psicológica oumultifatorial que afetam as relações sexuais e podem diminuir a qualidade devida da mulher. Por se manifestar pela dispareunia (dor durante a relação sexual), dificuldade para atingir o orgasmo, falta de desejo, ausência de lubrificação, entre outras manifestações que impedem relações sexuais prazerosas. Porém, muitas mulheres não têm consciência de que as disfunções sexuais são problemas de saúde que tem tratamento. Muitas vezes se culpam pelo seu desinteresse sexual e não procuram ajuda médica. A ejaculação precoce é uma disfunção que afeta homens de todas as idades. É a mais frequente disfunção sexual masculina e tem efeitos significativos sobre a qualidade de vida tanto do homem quanto de sua parceira. Várias abordagens têm sido utilizadas em seu tratamento, incluindo a terapia cognitiva e comportamental, os agentes tópicos e a terapia com medicamentos, tais como os inibidores da PDE- 5 e os ISRS. A dapoxetina é um ISRS de meia-vida curta, que foi formulado para tratar a EP, e seus resultados parecem muito promissores. As disfunções presentes nos transtornos e organosmia são caracterizadas como uma perturbação clínica na capacidade ou de resposta sexual ou de experimentação do prazer sexual. A ajuda de um profissional é de extrema importância, pois é preciso determinar se a disfunção não é resultado de um estímulo sexual inadequado, evitando assim um tratamento desnecessário. 45 o REFERÊNCIAS 1. Montorsi F. Prevalenceofprematureejaculation: a global and regional perspective. J Sex Med. 2005;2 (Suppl 2):96-102. 2. Waldinger MD. The neurobiological approach toprematureejaculation. J Urol. 2002;168(6):2359-67. 3. Diagnosticandstatistical manual of mental disorders DSM-IV-TR. 4th ed. 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