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Gasometria Arterial: Atualizações Clínicas

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09
'10.37885/230412669
09
GASOMETRIA ARTERIAL: UMA ATUALIZAÇÃO 
NA ABORDAGEM CLÍNICA
Ana Paula Lima da Silva
Faculdade de Ciências Médicas do Pará - FACIMPA
Arielly Catarina Ribeiro de Queiroz
Centro Universitário Faculdades Integradas Aparício 
Carvalho-FIMCA
Juliana Schneider Machiti
Faculdade de Ciências Médicas do Pará - FACIMPA
Kecyani Lima dos Reis
Faculdade de Ciências Médicas do Pará - FACIMPA
Larissa dos Santos Brandão
Faculdade Metropolitana de Manaus - FAMETRO
Neyvaldo da Silva Lopes
Faculdade de Ciências Médicas do Pará - FACIMPA
Rayssa Barros Miranda
Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos - 
ITPAC PALMAS
Valéria Talissa Ferreira Rodrigues
Centro Universitário Tocantinense Presidente Antônio 
Carlos -UNITPAC
Vanessa Stêfany Ferreira Rodrigues
Faculdade de Ciências Médicas do Pará - FACIMPA
Yanne Thais de Almeida Martins 
Faculdade Metropolitana de Manaus - FAMETRO
https://dx.doi.org/10.37885/230412669
RESUMO
INTRODUÇÃO: A gasometria, ou gasometria arterial, é um exame invasivo que visa revelar 
os valores do potencial sanguíneo de hidrogênio (pH), pressão parcial de dióxido de carbono 
(PaCO2 ou pCO2) e oxigênio (PaO2), íon bicarbonato (HCO3) e oxiemoglobina. saturação, 
principalmente para verificar o equilíbrio ácido-base orgânico. MATERIAIS E MÉTODOS: 
Trata-se de um estudo exploratório qualitativo, descritivo realizado por meio de revisão bi-
bliográfica. Realizou-se uma busca na literatura referente à gaso metria arterial. Foram pes-
quisados bancos de dados do Scielo (Scientific Eletronic Library Online), Lilacs (Literatura 
Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e Google Acadêmico, por meio de des-
critores como: Gasometria Arterial, Princípios da Técnica de Coleta, Interpretação do exame, 
principais aplicações em doenças e Inovações da técnica. DESENVOLVIMENTO: Em geral, 
recomenda-se que a coleta de sangue arterial seja realizada na posição sentada, exceto 
em pacientes acamados, onde o paciente deve ser deixado em repouso por pelo menos 10 
minutos antes da punção e antes de qualquer manobra de função pulmonar. A avaliação 
ácido-base do sangue é realizada na grande maioria dos pacientes atendidos na UTI, inde-
pendente da patologia de base. Sua avaliação é essencial, pois, além dos desvios no próprio 
equilíbrio ácido-base, pode fornecer informações sobre a função respiratória do paciente e 
as condições de perfusão tecidual. O diagnóstico das alterações do EAB é feito através da 
análise dos valores obtidos na gasometria. CONCLUSÃO: O presente trabalho tem a inten-
ção de simplificar as questões relacionadas ao desequilíbrio ácido básico, assim como seus 
mecanismos fisiológicos e fisiopatológicos, através de quadros clínicos comuns na prática 
médica cotidiana. De uma forma didática, este texto tem o intuito de auxiliar no entendimen-
to, diagnóstico e condutas terapêuticas a serem tomadas por profissionais da área médica.
Palavras-chave: Gasometria Arterial, Princípios da Técnica de Coleta, Interpretação do Exame.
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O cuidado em saúde baseado em evidências - ISBN 978-65-5360-315-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
INTRODUÇÃO
O reconhecimento dos processos homeostáticos que regulam o equilíbrio ácido-base 
é um passo fundamental para a realização de diagnóstico, pois os distúrbios ácido-base 
estão associados ao maior risco de disfunção de órgãos e sistemas, utilizando para isso 
dados obtidos da gasometria arterial. A gasometria arterial (GA) é um exame que permite 
a avaliação da condição respiratória e metabólica, sendo uma das formas mais comuns de 
investigação clínica em casos emergenciais e de cuidados críticos. É utilizada para medir 
as concentrações de oxigênio e avaliar o distúrbio do equilíbrio ácido-base, da oxige nação 
do sangue arterial e da ventilação alveolar (FERNANDES et al, 2012).
A gasometria, ou gasometria arterial, é um exame invasivo que visa revelar os valores 
do potencial sanguíneo de hidrogênio (pH), pressão parcial de dióxido de carbono (PaCO2 
ou pCO2) e oxigênio (PaO2), íon bicarbonato (HCO3) e oxiemoglobina. saturação, princi-
palmente para verificar o equilíbrio ácido-base orgânico. O distúrbio do equilíbrio ácido-ba-
se é um dos problemas mais importantes e comuns na prática médica, independente da 
especialidade, isso se deve a muitos fatores raros que podem atrapalhar o equilíbrio entre 
ácidos e bases((MOTA e QUEROZ, 2010).
A gaso metria arterial mensura os valores de potencial de hidrogênio (pH), determinan-
do assim o grau de acidez, neutralidade ou alcalinidade do sangue; a pressão parcial de 
gás carbônico (PaCO2) indica a eficácia da ventilação alveolar; o oxigênio (PaO2) indica a 
eficácia das trocas de oxigênio entre os alvéolos e capilares pulmonares; o íon bicarbonato 
(HCO3), participa do processo do sistema tampão; saturação da oxi-hemoglobina (SpO2); 
excesso de bases (BE) indica o grau de retenção ou excreção de bases pelo organismo 
(MOTA e QUEROZ, 2010).
Nesse exame também são avaliados a evolução de doenças respiratórias e de outros 
quadros clínicos que acometem os pulmões. A gasometria pode ser utilizada para avaliar 
a efetividade da hematose, determinar a necessidade de tratamento para desequilíbrios 
ácido-base provocados por comprometimento renal, endócrino, cardíaco, infecções graves, 
overdoses, dentre outros. Através da interpretação do funcionamento dos sistemas tam-
pões do organismo, a gasometria arterial oferece informações sobre doenças metabólicas 
(FERNANDES et al, 2012).
A gasometria arterial tem grande importância, sendo muito utilizada pela equipe médica 
e de enfermagem em pacientes atendidos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), pois são 
beneficiados pela medição dos gases arteriais, principalmente na ausência de monitorização 
como a capnografia e a oximetria. Portanto, saber interpretar os parâmetros da Gasometria 
Arterial é requisito para o médico atuar em emergências hospitalares e/ou internação, seja 
em clínica médica ou em Unidades de Terapia Intensiva. Além disso, dado o contexto atual 
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da pandemia de coronavírus, a governança nessa importante área de testes laboratoriais 
é essencial.Nesse sentido, o objetivo desse estudo foi realizar uma revisão bibliográfica 
concernente a gasometria arterial, evidenciando suas aplicações e auxiliar o médico a re-
conhecer uma alteração metabólica ou respiratória, solicitar gasometria arterial, interpretar 
dados laboratoriais e adotar a conduta clínica mais adequada para estabilizar o paciente.
MATERIAL E MÉTODOS
Trata-se de um estudo exploratório qualitativo, descritivo realizado por meio de revisão 
bibliográfica. Realizou-se uma busca na literatura referente à gaso metria arterial. Foram pes-
quisados bancos de dados do Scielo (Scientific Eletronic Library Online), Lilacs (Literatura 
Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e Google Acadêmico, por meio de 
descritores como: Gasometria Arterial, Princípios da Técnica de Coleta, Interpretação do 
exame, principais aplicações em doenças e Inovações da técnica. Foi incluso no artigo 
citações do livro: Tratado de Fisiologia Médica – Guyton AC et al., e a RDC Nº 302, de 13 
de outubro de 2005. Os dados foram coletados baseados em artigos científicos e livro pu-
blicado no período de 2018 a 2022. Ao finalizar as pesquisas em cada base, as referências 
duplicadas foram excluídas.
DESENVOLVEMTO
PROCEDIMENTO PARA OBTENÇÃO DA AMOSTRA PARA GASOMETRIA ARTERIAL
Em geral, recomenda-se que a coleta de sangue arterial seja realizada na posição 
sentada, exceto em pacientes acamados, onde o paciente deve ser deixado em repouso 
por pelo menos 10 minutos antes da punção e antes de qualquer manobra de função pulmo-
nar. A solicitação de gasometria deve incluir todos os dados relevantes como identificação do 
paciente, uso de medicamentos (broncodilatadorese vasodilatadores) e/ou oxigenoterapia 
para uma correta interpretação clínica do exame (SCALAN; WILKINS; STOLLER, 2000).
Na escolha do local da punção deve-se levar em consideração a boa acessibilidade do 
vaso e o tipo de tecido periarterial, pois músculos, tendões e gordura são menos sensíveis 
à dor do que o periósteo e as fibras nervosas. Geralmente essa amostra é coletada da arté-
ria radial próxima ao punho, mas também pode ser coletada da artéria braquial ou femoral 
(SCALAN; WILKINS; STOLLER, 2000).
A técnica de punção arterial deve seguir os seguintes passos:
• Paciente e médico devem estar em posição confortável;
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• Escolha o local da punção;
• Limpeza da pele com álcool;
• Perguntar ao paciente se ele é alérgico a anestésicos e se faz uso de anticoagu-
lantes;
• Injetar via subcutânea uma pequena quantidade de anestésico local (0,3ml) que 
não contém adrenalina e fazer esse botão anestésico é massageado;
• Uma seringa de insulina com uma agulha fina é usada; 
• Como a anestesia local previne a dor, reduz a ansiedade e a hiperventilação, deve-
-se insistir na anestesia para punção arterial;
• Manter o punho do paciente hiperestendido;
• É melhor usar seringas de vidro (resistência), pequenas (3ml), previamente lubrifi-
cado com heparina;
• Insira a agulha de forma que o bisel fique voltado para o fluxo e forme um ângulo 
aproximado de 45 graus com a pele;
• Idealmente um fluxo sanguíneo, que pode levantar o êmbolo da seringa passiva-
mente (sem sugar), coletar entre 2-5 ml;
• Apertar o local da punção vigorosamente por cerca de 5 minutos para evitar a for-
mação de hematoma. Alguns pacientes necessitam de compressão mais longa;
• Segurar a vedação hermética da seringa com pasta na ponta da agulha ou meios 
semelhantes (SCALAN; WILKINS; STOLLER, 2000).
O manuseio adequado da amostra de sangue arterial por um técnico qualificado é 
importante, assim como a manutenção adequada do instrumento, mesmo quando é usa-
do equipamento automatizado. A anticoagulação da amostra com heparina é essencial. 
Quantidade excessiva pode alterar os resultados. Em condições normais, o tempo entre 
a coleta da amostra e sua análise não deve exceder 10-15 minutos, sempre mantendo a 
agulha hermética. Se a análise não for possível nesse tempo, a amostra arterial deve ser 
armazenada em gelo triturado com o objetivo de reduzir o metabolismo eritrocitário e, assim, 
evitar a diminuição da PO2 e o aumento da PCO2 (SCALAN; WILKINS; STOLLER, 2000).
Segundo SCALAN; WILKINS; STOLLER, 2000 ,existem vários fatores que podem levar 
a erros de medição e consequentemente a interpretação incorreta dos valores gasométricos, 
que estão listados abaixo:
• Punção arterial dolorosa;
• Punção venosa;
• Excesso de heparina na seringa;
• Bolhas na amostra;
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• Contaminação da amostra com ar;
• Atraso na análise da amostra;
• Amostra exposta ao calor;
• Falta de calibração adequada do instrumento;
• Falta de controle de qualidade;
• Falta de manutenção preventiva;
• Desconhecimento da FIO2 inalada pelo paciente.
COMO INTERPRETAR A GASOMETRIA ARTERIAL 
A amostra de sangue arterial permite ao laboratório determinar as concentrações de 
oxigênio e dióxido de carbono e a acidez do sangue, que não podem ser medidas em uma 
amostra de sangue venoso (SCALAN; WILKINS; STOLLER, 2000).
A avaliação ácido-base do sangue é realizada na grande maioria dos pacientes aten-
didos na UTI, independente da patologia de base. Sua avaliação é essencial, pois, além 
dos desvios no próprio equilíbrio ácido-base, pode fornecer informações sobre a função 
respiratória do paciente e as condições de perfusão tecidual. O diagnóstico das alterações 
do EAB é feito através da análise dos valores obtidos na gasometria. Como em todos os 
exames laboratoriais, existem fatores que podem afetar os resultados: hiperventilação por 
medo do procedimento; heparina, que é ácida e pode afetar os níveis de pH, pCO2 e pO2 
em pequenas amostras; a presença de leucocitose e grande número de plaquetas, que 
diminuem a pO2 e criam a falsa impressão de hipoxemia; O resfriamento aumenta o pH e 
a saturação de oxigênio e diminui a pO2, além do halotano, o que aumenta falsamente os 
valores de pO2, já que o eletrodo de pO2 dos medidores de gasometria também é sensível 
ao halotano (SCALAN; WILKINS; STOLLER, 2000).
A análise gasométrica mede diretamente o pH, pCO2 e pO2. O bicarbonato pode ser 
calculado usando a equação de Henderson-Hasselbalch ou o método de Stewart enquanto 
o excesso de base d padrão e o excesso de base (BE) são derivados de nomogramas com-
putadorizados. A gasometria pode fornecer informações sobre a função cardiopulmonar e 
homeostase bioquímica que são inestimáveis para diagnosticar e monitorar intervenções 
terapêuticas. Talvez por isso, a gasometria seja muitas vezes considerada complexa e con-
fusa (BARBOSA; CARDOSO, 2014).
Antes de analisar as capacidades diagnósticas da gasometria arterial, é importante 
definir os valores normais de seus parâmetros. Há alguma discordância na literatura de 
gasometria quanto a esses valores de referência de normalidade, mas para simplificar os 
seguintes valores normais são assumidos:
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Figura 2. Valores normais da gasometria arterial.
Os médicos intensivistas lutam com a interpretação clínica da gasometria arterial e 
normalmente usam apenas dados gasométricos para fazer o diagnóstico, mas a literatura 
recomenda o uso de formas mais precisas ao fazer o diagnóstico, como: Fórmulas de com-
pensação e dosagem de eletrólitos. No entanto, não há discordância quanto à necessidade 
de utilizar métodos que possibilitem compreender a natureza desses transtornos e, conse-
quentemente, identificar atitudes que possam evitá-los e/ou corrigi-los (BIROLINI,1975).
Os métodos mais utilizados para o diagnóstico de distúrbios ácido-base são o Astrup 
e o excesso de base padrão (SBE). A primeira avalia pH, pressão parcial de dióxido de car-
bono no sangue arterial (PaCO2), bicarbonato (HCO3-) e os gaps: anion gap, Δanion gap, 
ânion gap urinário e osmolar gap. Já o Standardd Base Excess é um método que avalia o 
pH, PaCO2 e o próprio SBE (WHO, 2009).
Qualquer desvio da pressão normal de dióxido de carbono (PCO2 arterial) reflete um 
distúrbio ácido-base primário ou compensatório. E qualquer desvio da base sanguínea nor-
mal reflete anormalidade ácido-base não respiratória, primária ou compensatória. A base 
deve ser expressa em termos de bicarbonato padrão ou como excesso de base ou déficit de 
base. O bicarbonato padrão é a concentração plasmática de bicarbonato quando o sangue 
total foi equilibrado com dióxido de carbono a uma PCO2 de 40 mmHg a 38°C e quando a 
hemoglobina está totalmente oxigenada16. O excesso de base ou déficit de base expressa 
diretamente a quantidade (em mEq) de uma base forte (ou ácido) adicionada por litro de 
sangue quando a média normal é arbitrariamente igual a zero. Zero corresponde, portanto, 
ao valor normal médio para o bicarbonato padrão (22-9 mEq/l). Se for utilizado apenas o 
termo excesso de base (BE), os valores positivos expressam o excesso de base, enquanto 
os valores negativos expressam o déficit de base (= excesso de ácido), o que simplifica a 
prática (BIROLINI,1975).
• Acidose respiratória: Um aumento na pCO2 acima da faixa normal indica ventilação 
alveolar inadequada secundária a insuficiência dos músculos respiratórios, patolo-
gia do sistema nervoso central ou intoxicação por drogas. Outras causas incluem: 
produção excessiva de CO2 a partir de condições hipercatabólicas, ventilação mi-
nuto inadequada ouadministração exógena de CO2 (por exemplo, insuflação peri-
toneal durante a laparoscopia);
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• Alcalose respiratória: estimulação do Centro Respiratório Bulbar (BRC) (encefali-
te, emoção, febre e infecções sistêmicas, intoxicação por salicilatos, hipoxemia); 
reflexo (choque); estimulando os receptores torácicos (atelectasias, doenças pul-
monares agudas); vários mecanismos (suporte ventilatório, insuficiência hepática/
amônia, lesões do SNC, infecções, hipoxemia, hipertireoidismo);
• Alcalose metabólica: A principal causa geralmente é a hiperventilação alveolar, 
causando queda da PaCO2. É importante analisar a PaO2 e determinar se é hiper-
ventilação para compensar a hipóxia arterial e a patologia pulmonar subjacente. 
As principais causas são dor, ansiedade e distúrbios do sistema nervoso central. 
Existe também a possibilidade de depleção ácida grave, aguda (vômitos) ou crô-
nica (diarreia crônica, esteróides, diuréticos), na qual o potássio é perdido. O au-
mento da TAM de bicarbonato deve ser levado em consideração e pode assumir 
as seguintes formas: aguda exógena (infusão de bicarbonato); Endógeno agudo 
(estresse); Crônico (tomando antiácidos);
• Acidose metabólica: por adição de ácido forte: agudamente exógena (infusão de 
NH4Cl); endógeno agudo (acidose láctica/ácido lático, acidose diabética/corpos 
cetônicos, cetose em jejum, azotemia AKI/ácido sulfúrico, ácido fosfórico), crônico: 
azotemia/IRC. Devido à perda de bicarbonato: Agudo (diarréia); Crônica (fístula 
pancreática, acidose tubular renal) 28.
TRATAMENTO DAS ALTERAÇÕES DA GASOMETRIA
A acidose metabólica é manifestação de uma doença primária e o tratamento deve 
ser dirigido à correção da etiologia. É necessário que se corrijam déficits de volemia antes 
da administração de álcalis, pois com esta medida é frequente a correção da acidose. Para 
pacientes com acidemia leve ou moderada (pH >7,2), ou quando o processo subjacente 
possa ser rapidamente controlado, muitas vezes administração de bicarbonato de sódio 
(NaHCO ) não é necessária. Porém, em pacientes com acidose grave (pH < 7,20; bicarbo-
nato < 8), a depressão miocárdica e as disfunções enzimáticas são significativas (Tabela 4), 
e a administração de bicarbonato de sódio pode ser benéfica. As soluções a 8,4% contêm 1 
mEq/L de HCO por mililitro e habitualmente a infusão é realizada por 2 a 6 horas a partir do 
cálculo, em soluções isosmóticas. Para calcular a quantidade de bicarbonato administrada 
utilizamos as fórmulas a seguir:
1. Fórmula de Mellengard - Astrup: HCO = (peso x BE x 0,3)/ 2 ou 3 Onde: HCO= 
quantidade de bicarbonato de sódio a administrar (emmEq/l) BE = ou excesso de base.
2. Cálculo do bicarbonato: Bic = (Bic Bic) x espaço do Bic Onde: Bic = quantidade de 
bicarbonato de sódio a administrar (em mEq/l) Bic = nível desejado de bicarbonato Bic = 
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bicarbonato dosado no sangue Espaço do Bic = 50% a 70% do peso corporal. Embora am-
bas as fórmulas possam ser efetivas, devido a seu menor número de variáveis, a fórmula 
de Mellengard-Astrup é a mais utilizada nesses casos.
Tabela 4. Efeitos deletérios da acidose aguda de acordo com Évora, 1999.
-Sobrecarga respiratória
-Anorexia, náuseas, vômitos e alterações neurológicas
- Hiperpotassemia
-Diminuição da responsividade às catecolaminas e depressão da contratilidade miocárdica
- Vasoconstrição renal e oligúria
- Resistência a ação da insulina
Assim como na acidose metabólica, a alcalose metabólica também é manifestação de 
uma doença primária. Desse modo, é crucial o tratamento tanto da doença de base quanto 
de seus efeitos deletérios (Tabela 6). Quando a alcalose resulta de perda gástrica exces-
siva, o distúrbio deverá ser tratado a partir da correção da hipovolemia e da hipocloremia, 
com solução de NaCl 0,9% (solução fisiológica), bem como pela correção da hipocalemia 
comumente associada por meio da administração de cloreto de potássio. A perda de H pelo 
estômago ou pelos rins pode ser reduzida pelo uso de inibidores da bomba de prótons 
ou pela suspensão dos diuréticos. Se houver hiperaldosteronismo primário, estenose da 
artéria renal ou síndrome de Cushing, a correção da causa subjacente reverterá a alcalo-
se (DUBOSE, 2009).
Tabela 6. Efeitos deletérios da alcalose aguda de acordo com Évora, 1999.
- Hipocalcemia
- Hipopotassemia
- Alteração da relação K+ intracelular/K+ extracelular no miocárdio, com susceptibilidade a arritmias.
- Aumento da afinidade da hemoglobina pelo O2 com hipóxia tecidual
- Acidose paradoxal do líquor, com piora das condições neurológicas
É dirigido ao distúrbio que originou a hiperventilação alveolar. Neste caso, deve-se 
regular adequadamente a assistência por ventilação mecânica. Os pacientes com síndrome 
de hiperventilação podem beneficiar-se com a tranquilização, a respiração dentro de um 
saco de papel durante os episódios sintomáticos e a atenção para o estresse psicológico 
subjacente (RIELLA, 2003 ).
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CONCLUSÃO
A gasometria arterial (GA) tornou-se um exame de rotina ao longo dos anos nas unida-
des de emergência e de terapia intensiva. Assim, diante da complexidade do procedimento 
vê-se a importância de o profissional médico adquirir o conhecimento adequado para a 
avaliação do paciente e assim definir o local para a realização da punção arterial, e então 
definir a técnica a ser utilizada. As informações acerca do exame constituem uma importan-
te ferramenta para que se possam compreender a complexidade da técnica bem como os 
distúrbios ácido-base envolvidos na clínica do paciente.
Os distúrbios ácido-básicos estão associados a um risco aumentado de disfunção de 
órgãos e sistemas e morte em pacientes internados na unidade de terapia intensiva. Por 
esta razão, o conhecimento dos mecanismos fisiológicos homeostáticos que controlam o 
equilíbrio ácido-base é de fundamental importância. Para o reconhecimento desses meca-
nismos, é essencial realizar o diagnóstico de um distúrbio do equilíbrio ácido-base. Para 
tanto, utiliza-se a gasometria arterial, que é uma das formas mais comuns de exame clínico 
em ambientes de emergência e terapia intensiva e tem valor inestimável para diagnosticar 
e monitorar intervenções terapêuticas.
O presente trabalho tem a intenção de simplificar as questões relacionadas ao desequi-
líbrio ácido básico, assim como seus mecanismos fisiológicos e fisiopatológicos, através de 
quadros clínicos comuns na prática médica cotidiana. De uma forma didática, este texto tem 
o intuito de auxiliar no entendimento, diagnóstico e condutas terapêuticas a serem tomadas 
por profissionais da área médica.
REFERÊNCIAS
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nº 196/96 que estabelece critérios sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Bioética 
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