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A importância do exame da gasometria dentro da UTI
 Germana Barbosa de Souza
Michellen de Carvalho
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI 
Biomedicina (FLC 10174) – TCC 
16/10/2024
1. INTRODUÇÃO
No Brasil, as primeiras UTIs foram implantadas na década de 1970, considerada, assim, uma unidade de alta complexidade, devendo possuir recursos materiais e humanos que possibilitem vigilância constante, atendimento rápido e eficaz, baseados no objetivo comum que é a recuperação dos indivíduos (GARANHANI et.al, 2008).
Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que é uma área restrita de um hospital onde pacientes que precisam de monitoramento integral são internados; isso é porque a UTI recebe as pessoas com quadros graves e complexos, além de indivíduos com risco de complicações, como aqueles que passaram por cirurgias de grande porte ou têm comorbidades. A UTI é administrada por uma equipe multidisciplinar especializada, formada por médico intensivista plantonista, um médico intensivista não plantonista, que em geral é um médico mais experiente e mais familiarizado com a história do paciente e que faz a ronda pelos leitos diariamente; e, além desses médicos, a equipe dispõe de enfermeira intensivista, nutricionista, assistente social, psicólogo, farmacêutico clínico, biomédico e fisioterapeuta.(MORAES FILHO te al.,2016)
Os exames que mais comumente são solicitados em UTI: sódio, potássio, cálcio, fósforo, magnésio, creatinina e uréia séricos, tempo de protrombina (TAP), tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA), ácido lático, gasometria arterial, glicemia capilar, glicemia de jejum, hemograma e plaquetas. (FLÔR;VARGAS,2012)
Seguindo com o intuito de mostrar a importância dos exames realizados e dos resultados, principalmente do exame de Gasometria Arterial, vamos aprofundar da análise e modelo de sua realização dentro da uti. 
O objetivo geral presente estudo visa a importância do exame Gasometria Arterial dentro da uti, que vai mensurar e automaticamente auxiliar a maneira mais eficiente de monitoração do estado respiratório do paciente e é nesse exame que vamos identificar se as trocas gasosas estão sendo realizadas, verificando também se o ácido/básico sanguíneo e a resposta do organismo ao distúrbio.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA
2.1 – Gasometria na UTI 
A gasometria arterial é um exame utilizado para fins diagnósticos e auxiliar a eficácia terapêutica. É realizado rotineiramente em pacientes internados nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), pois fornece dados sobre a função respiratória, metabólicas ou renais que possam vir a causar um desequilíbrio ácido-base. (SCTI, 2009)
É um exame de sangue que avalia o pH sanguíneo, a concentração de bicarbonato, a pressão parcial de CO2 e outros parâmetros sanguíneos; e tem como principal objetivo verificar se as trocas gasosas estão ocorrendo da maneira correta. Além disso, é um exame que pode ser solicitado durante o internamento para auxiliar no diagnóstico de doenças respiratórias, renais ou infecções graves, além de verificar se o tratamento está sendo eficaz.
A gasometria arterial é solicitado pelo médico, visa verificar a função pulmonar, principalmente em crises de asma ou bronquite e em caso de insuficiência respiratória - auxilia a identificar os quais são os sintomas e como é feito o tratamento da insuficiência respiratória; além disso avalia o pH e a acidez do sangue, o que é útil para diagnóstico de insuficiência renal e fibrose cística, por exemplo; avalia o funcionamento do metabolismo, o que é importante na identificação de doenças cardíacas, acidente vascular cerebral (AVC) ou diabetes tipo II, por exemplo; o funcionamento dos pulmões após procedimento cirúrgico ou transplante. Além disso, a gasometria também é solicitada em caso de overdose por drogas. A realização deste exame não é comum, não sendo realizado em clínicas ou em consultas de rotina, sendo apenas solicitado pelo médico em casos mais graves.(SOLER;SAMPAIO;GOMES,2012).
2.2 – Parâmetros da gasometria arterial
A gasometria arterial por si só não fornece informações suficientes para diagnosticar uma doença, mas ajuda a determinar se um paciente tem ou não necessidade de suplementação de oxigênio. O exame se refere à determinação de quatro parâmetros principais em amostras de sangue total arterial ou venoso: 
pH – potencial hidrogeniônico, pO₂ – pressão parcial de oxigênio; pCO₂ – pressão parcial de gás carbônico e HCO₃- – concentração do ânion bicarbonato; O pH é o logaritmo negativo da concentração de íons hidrônio (H₃O+); a pO₂ é a quantidade de moléculas de oxigênio dissolvidas no sangue e a pCO₂ é a quantidade de moléculas de gás carbônico dissolvidas no sangue, estas duas últimas expressas na forma de pressão parcial.(ROLIM et al.,2013).
	Os parâmetros normais da GA são pH de 7,35 a 7,45, PO2 de 80 a 100 mmHg, pCO2 de 35 a 45 mmHg e HCO3 de 22 a 26 mmHg (VIANA, et al., 2011). Este procedimento destaca-se por ser invasivo realizado por meio de punção arterial, porém muito importante para avaliação do risco de comprometimento dos órgãos, que podem levar o paciente a óbito (ARAÚJO et al., 2015). Pacientes internos na UTI com alterações nos padrões respiratórios necessitam de dados obtidos através da gasometria para determinar os ajustar o tipo de suporte ventilatório a ser instituído (LIAN, 2010).
	A realização do procedimento para GA é indicada preferencialmente na artéria radial, ao nível do túnel do carpo. Porém, a artéria radial, pode ser difícil de ser palpada em alguns pacientes enfermos, por exemplo, quando existe a condição de edema ou vasoespasmo (SHELLY; MELINDA; FERRI, 2011).
2.3 – Procedimento de coleta e resultado da amostra
	A coleta de amostras de sangue arterial deve ser feita exclusivamente por profissionais de saúde que demonstrem competência após receber treinamento formal, de acordo com a prática legal para seu cargo em seu país. (BRASIL,2009).
	Segundo Barbosa e Cardoso, 2014, ao escolher o local da punção arterial, deve-se refletir sobre a facilidade de acesso ao vaso e o tipo de tecido Peri arterial, visto que os músculos, tendões e gorduras são menos sensíveis à dor que o periósteo e fibras nervosas. Com isso, deve-se considerar a gasometria, pela própria punção, como uma prática dolorosa. Ao realizar a coleta da gasometria arterial (GA), um cuidado adicional é a execução do teste de Allen modificado, que se constitui em uma técnica simples e exata para se verificar a circulação colateral ao nível da artéria radial. É realizado antes da inserção da agulha na artéria para avaliar a circulação do sangue antes da punção da artéria radial, verificando se a artéria ulnar é capaz de conceder uma boa perfuração. (PINTO, 2017) 
	Os laboratórios de análises clínicas são compreendidos por um processo dinâmico que inicia desde a coleta da amostra e termina com a liberação de um laudo. Na gasometria arterial, a fase pré-analítica é de grande relevância e requer um amplo cuidado, a amostra pode ser alcançada por uma punção percutânea de uma artéria palpável, como a radial, braquial ou femoral. Deve ser feito o processo de esterilização na região da punção, seguido do puncionamento com uma seringa com agulha apropriada, com a finalidade de se obterem 2 mL a 3 mL de sangue. Após o procedimento, o local deve ser pressionado por alguns minutos. (DASA, 2008) 
O material vai ser analisado e processado. Finalmente, os resultados analíticos, englobando a descrição dos ensaios e a caracterização do diagnóstico, sendo concluída após entrega do laudo conforme RDC N° 302, de 13 de outubro de 2005 (Motta, 2009). O exame laboratorial gasometria arterial só será relevante se seus resultados forem precisos e exatos. 
	Visando minimizar estes erros, o Programa Nacional de Segurança do Paciente possui como estratégia a realização de protocolos manuais e guias de segurança do paciente, como os Procedimentos Operacionais Padrão (POPs). O Procedimento Operacional Padrão tem como objetivo descrever cada etapa para garantir que cada fase seja realizada corretamente e garantirum resultado competente.
3. CONCLUSÃO
Foi possível identificar que GA é um exame executado frequentemente em pacientes internados em UTI, indicado para avaliação do distúrbio do equilíbrio ácido-base, da oxigenação pulmonar do sangue arterial e da ventilação alveolar que avalia a evolução de doenças respiratórias e de outros quadros clínicos que acometem os pulmões.
Por fim, percebe-se a necessidade de estudos sobre esta temática a fim de se discutir acerca da assistência ao paciente dentro da UTI, como também, a capacitação E sensibilização do biomédico para o conhecimento e prática acerca da punção arterial, interpretação da gasometria e conduta acerca dos distúrbios acidobásicos. Todavia, fica sempre a critério do médico responsável a solicitação para a aplicação da gasometria arterial, desta forma o resultado da análise do exame coletado, o profissional responsável consegue prescrever a medicação os pacientes de maneira mais eficaz;
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ARAÚJO, G.M.; MASSARIOL, A.M.; SANTOS, A.M.; ARBOIT, É.L. Procedimento de gasometria arterial em unidade de terapia intensiva: relato de experiência. Revista de Enfermagem. v. 11, n. 11, p.72-79, 2015.
2. Barbosa AL, Cardoso MVLML. Alterations in the physiological parameters of newborns using oxygen therapy in the collection of blood gases. Acta paul. enferm. [Internet]. 2014 Ago;27(4):367- 372. Disponible en: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0103-21002014000400013&lng=es. https://doi.org/ 10.1590/1982-0194201400061.
3. Brasil. Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013. Institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Diário Oficial da União, Brasília, 2 abr. 2013. n. 62, p. 43. 
4. DASA: Manual para Coleta de Materiais Biológicos nos Hospitais Privados. Versão IX, 2010
5. Fernandes TOV, Queiroz RS, Jesus RS, Vasconcelos LS. Desenvolvimento de software para interpretação de dados gasométricos aplicável em unidades de terapia intensiva. Fisioter. Pesqui. [Internet]. 2012 June;19(2):141-146. Available from: http://www. scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809- 29502012000200009&lng=en.http://dx.doi.org/10.1590/S1809-29502012000200009.
6. Garanhani, M. L., Martins, J. T., Robazzi, M. L. do C. C., & Gotelipe, I. C. (2008). O trabalho de enfermagem em unidade de terapia intensiva: significados para técnicos de enfermagem. SMAD, Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool E Drogas (Edição Em Português), 4(2), 01-15. https://doi.org/10.11606/issn.1806-6976.v4i2p01-15
7. Honório RPP, Caetano JA. Elaboração de um protocolo de assistência ao paciente hematológico: relato de experiência. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2009;11(1):188-93. Disponível em: https:// www.revistas.ufg.br/fen/article/view/46919/23021. Acesso em: 15 maio. 2019
8. LIAN JX. Interpreting and using the arterial blood gas analysis. Nursing Critical Care [Internet]. v.5, n. 3, p:26-36, 2010.
9. Lisboa DD, Medeiros EF, Alegretti LG, Badalotto D, Maraschin R. Perfil de pacientes em ventilação mecânica invasiva em uma unidade de terapia intensiva. J Biotec Biodivers. 2012;3(1):18-24.
10. Motta VT. Bioquímica clínica para o laboratório. 5ª ed., Rio de Janeiro: Medbook, 2009.
11. Mota IL, Queiroz RS. Distúrbios do equilíbrio ácido básico e gasometria arterial: uma revisão crítica. Rev Digital - Buenos Aires 2010;14 (141)
12. SHELLY P, MELINDA DH, FERRI M. Arterial puncture for blood gas analysis. N Engl J Med. v.364, n 5, 2011
13. SCTI - Sociedade Catarinense de Terapia Intensiva. Guia Prático de Interpretação de Gasometria Arterial. Florianópolis - SC, p. 01- 03, 2009
14. VIANA, R. A.P.P.; WHITAKER, I.Y. Enfermagem em terapia intensiva: práticas e vivências. Porto Alegre. Artmed, 2011.
15. WHO - World Health Organization. Aliança mundial para a segurança do paciente; 2009. Disponivel em: http://www.who.int/ patientsafety/en. Acesso em: 30 abr.2019

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