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LEGISLAÇÃO E 
EXERCÍCIO PROFISSIONAL
ORGANIZADORAS RENATA DE MOURA BUBADUÉ; ESTEPHANI VITORINO CORREIA DA SILVA.
LEGISLAÇÃO E 
EXERCÍCIO 
PROFISSIONAL
(Deontologia, Lesgislação e Exercício 
Profissional de Enfermagem)
ORGANIZADORAS: RENATA DE MOURA BUBADUÉ; 
ESTEPHANI VITORINO CORREIA DA SILVA.
Legislação e Exercício Pro�ssional
GRUPO SER EDUCACIONAL
O início da trajetória legal da enfermagem data de 1955, mas, apesar das 
atualizações que sofreu, a essência do trabalho de enfermagem em suas 
modalidades de enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem é mantida 
até os dias de hoje.
Com o objetivo de preparar o estudante com os principais aspectos a 
respeito das questões legais e éticas para o exercício pro�ssional de enfer-
magem, esta obra trata da história da enfermagem em seus aspectos 
legais e éticos e da legislação atual que regulamenta o exercício da pro�s-
são. Serão apresentados aqui temas importantes como: as entidades de 
classe da enfermagem e suas atribuições, os fundamentos legais e éticos 
da atividade pro�ssional da equipe de enfermagem no cuidado com a 
população em dimensões que envolvem atividades de gestão, assistência, 
ensino e pesquisa. 
Obra imprescindível para o estudo e o exercício pro�ssional de enferma-
gem que vai nortear sua atuação. Bons estudos!
gente criando futuro
I SBN 9786555582598
9 786555 582598 >
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
LEGISLAÇÃO E 
EXERCÍCIO 
PROFISSIONAL
(Deontologia, 
Lesgislação e Exercício 
Profissional de 
Enfermagem)
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. 
Diretor de EAD: Enzo Moreira
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato 
Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes
Coordenadora educacional: Pamela Marques
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha
Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi 
Bubadué, Renata de Moura.
Legislação e exercício profissional / Renata de Moura Bubadué; Estephani Vitorino 
Correia da Silva. – São Paulo: Cengage, 2020.
Bibliografia.
ISBN 9786555582598
1. Saúde - Enfermagem. 2. Legislação. 3. Enfermagem - Profissão. 4. Silva, Estephani Vitorino 
Correia Da
Grupo Ser Educacional
 Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro 
CEP: 50100-160, Recife - PE 
PABX: (81) 3413-4611 
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
“É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com 
isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns 
anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também 
passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o 
aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino 
Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, 
tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar 
seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento 
da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da 
democracia com a ampliação da escolaridade.
Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar 
as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer-
lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no 
contexto da sociedade.”
Janguiê Diniz
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Autoria
Renata de Moura Bubadué
Enfermeira graduada pela Universidade Federal de Santa Maria, Mestrado e Doutorado em Enfermagem 
pela Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É pesquisadora no 
Brasil e no Canadá, autora de artigos científicos publicados no Brasil e Exterior, consultora ad hoc de 
periódicos nacionais e internacionais, editora de revista científica, coordenadora de grupo de pesquisa 
e professora universitária.
Estephani Vitorino Correia da Silva
Bacharel em Enfermagem pela Universidade Regional do Cariri- URCA, é especialista, com residência 
em Saúde da Família e Comunidade, pelo programa de Residência integrada em Saúde da Escola de 
Saúde Pública do Ceará. Membro do Grupo de Pesquisa: Clínica, Cuidado e Gestão em Saúde (GPCLIN).
SUMÁRIO
Prefácio .................................................................................................................................................8
UNIDADE 1 - Aspectos éticos e legais de enfermagem: de florence aos dias atuais .........................11
Introdução.............................................................................................................................................12
1 Noções preliminares .......................................................................................................................... 13
2 Ética profissional de enfermagem ...................................................................................................... 20
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................28
UNIDADE 2 - Órgãos estruturadores da enfermagem brasileira, importância e atribuições ............29
Introdução.............................................................................................................................................30
1 Associação Brasileira De Enfermagem – ABEn ................................................................................... 31
2 Sistema COREN/COFEN - Conselho Federal de Enfermagem .............................................................36
3 Conselho Regional de Enfermagem - COREN ..................................................................................... 38
4 Sindicatos dos enfermeiros ................................................................................................................ 41
5 Outros órgãos regulamentadores ligados à enfermagem: entidades e sociedades 
por áreas específicas ............................................................................................................................. 44
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................50
UNIDADE 3 - Atividade de enfermagem nas suas dimensões legais e éticas ...................................51
Introdução.............................................................................................................................................52
1 Noções preliminares .......................................................................................................................... 53
2 Regulamentação do exercício profissional ......................................................................................... 53
3 Código de Ética Profissional de Enfermagem ..................................................................................... 61
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................66
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................67
UNIDADE 4 - Ética e condutas apropriadas ao exercício profissional de enfermagem .....................69
Introdução.............................................................................................................................................701 Conduta ética dos profissionais de enfermagem ............................................................................... 71
2 Bioética ..............................................................................................................................................74
3 Ética em pesquisa científica ............................................................................................................... 79
4 Ocorrências éticas de enfermagem.................................................................................................... 80
5 Ética no ensino de enfermagem......................................................................................................... 86
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................89
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................90
Neste livro, você será apresentado à legislação para o exercício profissional de 
enfermagem e todos os aspectos que o estudante deve conhecer para atuar de forma 
legal. Vai conhecer os dilemas, as situações controversas e outros temas importantes 
para o cotidiano do cuidado. Em quatro unidades didaticamente criadas, o conteúdo 
aborda um conteúdo relevante para sua formação em enfermagem. Veja o que cada 
unidade discute.
A primeira unidade vai tratar dos aspectos éticos e legais de enfermagem: de 
Florence aos dias atuais. Será abordada aqui a história da enfermagem em seus 
aspectos legais e éticos, bem como a legislação atual que regulamenta o exercício 
profissional nos níveis de graduação e técnico. Os fundamentos éticos aplicáveis 
a diversos grupos populacionais para tomada de decisão em saúde e garantia dos 
direitos fundamentais nos serviços de saúde serão discutidos nesta unidade também, 
além ensinar como defender os marcos legais e éticos da Enfermagem na promoção 
de saúde e prevenção de agravos. Você conhecerá a importância da postura ética do 
profissional de Enfermagem para o manejo de situações controversas e dilemas que 
possam ser encontrados no cotidiano do cuidado.
Na sequência, será discutido um abrangente estudo sobre os órgãos estruturadores 
da enfermagem no Brasil. Nesta segunda unidade, você aprenderá a distinguir a 
importância de cada órgão e as atribuições das diversas entidades de classe da 
Enfermagem, além de conhecer as penalidades a serem observadas no exercício da 
profissão com base no código de ética da categoria. Além disso, conhecerá a construção 
histórica dos órgãos e quando e como estes devem atuar na defesa e fiscalização da 
categoria profissional de enfermagem no Brasil, e em seus respectivos estados, e quais 
as suas contribuições para a classe de enfermagem.
Já na terceira unidade, atividade de enfermagem nas suas dimensões legais e éticas, 
serão apresentados aspectos legais e éticos que envolvem as atividades da enfermagem 
em seus níveis técnico e de graduação. Você aprenderá mais profundamente sobre 
fundamentos legais e éticos da atividade profissional da equipe de enfermagem no 
cuidado à população em dimensões que envolvem atividades de gestão, assistência, 
ensino e pesquisa. Aqui, você vai aprender sobre a regulamentação da profissão no 
Brasil e compreenderá como a ética é aplicada no cotidiano profissional em diversos 
cenários de atuação da enfermagem.
PREFÁCIO
Por fim, na última unidade, intitulada legislação e exercício profissional, 
conheceremos as condutas éticas que devem ser executadas pelos profissionais de 
enfermagem, princípios de bioética, ocorrências éticas e aspectos relacionados à ética 
em pesquisa científica e envolvendo seres humanos. O objetivo aqui é reconhecer 
aspectos relevantes de questões éticas envolvendo o exercício profissional de 
enfermagem nos campos de sua atuação profissional.
Este livro é imprescindível para seus estudos na área da Saúde, especificamente 
em Enfermagem. Leia com bastante atenção e entenda todas as questões importantes 
sobre a legislação que norteia a profissão.
UNIDADE 1
Aspectos éticos e legais de 
enfermagem: de florence aos dias 
atuais
Olá,
Você está na unidade Aspectos éticos e legais de enfermagem: de Florence aos dias atuais. 
Conheça aqui os aspectos que envolvem a história da enfermagem em seus aspectos 
legais e éticos, bem como a legislação atual que regulamenta o exercício profissional nos 
níveis de graduação e técnico. Entenda fundamentos éticos aplicáveis a diversos grupos 
populacionais para tomada de decisão em saúde e garantia dos direitos fundamentais nos 
serviços de saúde.
Aprenda a defender os marcos legais e éticos da enfermagem na promoção de saúde 
e prevenção de agravos. Compreenda a importância da postura ética do profissional 
de enfermagem para o manejo de situações controversas e dilemas que possam ser 
encontrados no cotidiano do cuidado.
Bons estudos!
Introdução
13
1 NOÇÕES PRELIMINARES
Aqui serão apresentados os marcos legais e históricos sobre a construção da ciência de 
enfermagem da época de Florence Nightingale até os dias atuais no contexto mundial e brasileiro, 
fornecendo a você ferramentas para a prática profissional pautada na ética e na legalidade. O 
tema contribuirá para que você consiga desenvolver a consciência crítica necessária para atuar 
nos serviços de saúde nos âmbitos públicos e privados. O profissional de enfermagem, seja 
ele de nível de graduação ou técnico deve estar comprometido com a promoção da saúde da 
população, prevenindo agravos decorrentes de patologias que possam surgir em âmbito coletivo 
ou individual.
Entender a trajetória história da ciência da enfermagem o auxiliará para que você defenda 
os espaços que essa profissão ocupa e a importância do cuidado direto às pessoas nos diversos 
espaços de saúde. Já os aspectos legais e éticos contribuirão para que você realize sua atividade 
profissional com segurança e respaldo, tendo consciência da amplitude e dos limites das ações de 
enfermagem previstas na regulamentação brasileira.
1.1 Trajetória histórica da enfermagem mundial e brasileira
A ciência de enfermagem data do século XIX, quando Florence Nightingale, uma inglesa 
aristocrata, decide desafiar os costumes femininos da época. Nascida em 1820, Florence cresceu 
em uma família com alto poder aquisitivo e, com isso, teve a possibilidade de estudar com os 
livros disponíveis na biblioteca de seu pai. Na época, as mulheres não tinham o direito de se 
profissionalizarem. Contudo, resistente a adequar-se à cultura da época, Florence continuou 
estudando, sendo autodidata em diversas disciplinas, de acordo com Costa (2009); Frello e 
Carraro (2013) e Lopes e Santos (2010).
Em 1945, contrariando sua família, posicionou-se frente às injustiças dos serviços de saúde 
a pessoas em situação de vulnerabilidade e pobreza. Decidiu que queria contribuir com a 
sociedade de alguma forma e utilizou seu privilégio de mulher rica para ser ouvida no que tange 
às questões de saúde para pessoas necessitadas. Desde então, trabalhou em comitês legislativos 
para responsabilizar o Estado pela saúde dos mais pobres, conhecendo hospitais regidos por 
freiras e encantando-se pelo trabalho desenvolvido pelas enfermeiras.
Em 1853, Florence completou 33 anos de idade em 12 de maio (dia que, hoje, comemora-se 
o dia do enfermeiro) e cinco meses depois, em outubro, instalava-se a Guerra da Criméia, um 
conflito de três anos que ocorreu entre a Rússia e uma coligação formada pelo Reino Unido, 
França e Reino de Sardenha. Diante daquele contexto de guerra, Florence viu-se numa posição 
privilegiada para treinar 38 enfermeiras para irem a um dos campos de guerra promover o cuidado 
dos soldados em 1954, segundo Costa (2009); Frello e Carraro (2013) e Lopes e Santos (2010).
14
Durante seu período no campo de guerra, Florence percebeu a importância do ambiente para 
recuperação da saúde, fazendo com o que o hospital fosse um local comventilação e limpeza. 
Essas medidas, a priori, simples, resultaram na queda da mortalidade dos soldados em 80%, 
fazendo com que Florence assumisse o posto de heroína nacional quando retornou ao Reino 
Unido em 1957.
Essa conduta de observação e estatística fez com que Florence desenvolvesse uma das primeiras 
teorias de enfermagem, publicada no livro Notas de Enfermagem, em 1869 na Inglaterra, conforme 
Nightingale (1989). A Teoria Ambientalista criada por ela deu origem à enfermagem como ciência, 
uma vez que, no referido livro, Florence discorre sobre o papel da enfermeira enquanto promotora 
do cuidado, apresentando conhecimento clínico e estatístico com gráficos setoriais criados por ela, 
popularmente chamados de gráficos de pizza. A partir desse livro, o Reino Unido passou a adotar 
medidas de saneamento básico articuladas à saúde, sendo um dos mobilizadores da saúde pública 
britânica como uma ação intersetorial de responsabilidade do governo.
Por meio de sua autonomia e iniciativa, Florence tornou-se importante figura do movimento 
feminista da época, tendo suas conquistas eternizadas e comemoradas até os dias de hoje.
Concomitante ao trabalho e vida de Florence, diversos países tinham suas figuras cuidadoras 
que se tornaram precursoras da enfermagem em loco. Dentre essas, tem-se a baiana Anna Nery, 
nascida em 1814. Casada com um capitão do exército e mãe de dois oficiais do exército, a escolha 
de Anna Nery por acompanhá-los na Guerra do Paraguai (1864-1870) foi instigada pelo desejo 
de servir à nação, mas também de acompanhar sua família nesse período. Em 1864, ela pediu 
autorização ao Presidente da província da Bahia para acompanhar os filhos na guerra, oferecendo 
serviços de cuidado nos hospitais de guerra no Rio Grande do Sul. O pedido foi deferido e Anna 
partiu para o hospital junto aos voluntários para trabalhar como enfermeira.
Durante a guerra, prestou cuidados em diversos hospitais da região, conforme necessidade e 
solicitação de seus superiores. Viu um de seus filhos morrer durante o combate, mas continuou 
a servir o exército a fim de contribuir com a recuperação de outros. O cuidado desenvolvido não 
era organizado cientificamente, contudo, sua coragem de atuar durante a guerra constituiu em 
um grande marco na enfermagem brasileira. Quando retornou da guerra, recebeu medalhas e 
homenagens do governo pelos serviços prestados dedicou-se à vida social do pós-guerra.
Mudou-se ao Rio de Janeiro após 1973, quando seu filho foi transferido como capitão 
do exército. Residiu na cidade até sua morte, em 20 de maio de 1880. A primeira escola de 
enfermagem do Brasil, instituída em 1923, leva seu nome como homenagem, tendo seu prédio 
tombado pelo patrimônio histórico e fazendo parte da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 
segundo Grisard e Vieira (2008).
Essas duas figuras são de extrema importância para a enfermagem, sendo as datas 
15
do nascimento de Florence Nightingale (12 de maio) e da morte de Anna Nery (20 de maio) 
que delimitam a Semana de Enfermagem, instituída pelo Decreto 48.202 de 1960 pelo então 
presidente da república Juscelino Kubitschek.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
1.2 Marco legal e breve trajetória legal da enfermagem
A trajetória legal da enfermagem é recente. A primeira lei que dispôs do exercício de 
enfermagem enquanto profissão data 1955 e englobou a profissão de obstetriz, popularmente 
conhecida como parteira. Essa lei esteve em vigor até 1986, quando, durante a presidência 
de José Sarney, a Lei 7.498 foi publicada em 25 de junho. Em vigor até os dias atuais, essa lei, 
conhecida como Lei do Exercício Profissional de Enfermagem, é regulamentada pelo Decreto n. 
94.406, de 8 de junho de 1987.
Ao longo dos anos, essas legislações passaram por atualizações por meio de leis e decretos 
que alteraram ou vetaram artigos existentes na sua redação original. Contudo, a essência do 
trabalho de enfermagem em suas modalidades de enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem 
permanecem até os dias de hoje e serão enumeradas a seguir.
16
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
1.3 Categorias profissionais dispostas na Lei do Exercício Profissional
A seguir, serão apresentadas as categorias profissionais dispostas na Lei do Exercício 
Profissional:
• Enfermeiro
Segundo artigo sexto da Lei 7.498/86, essa categoria profissional é caracterizada por pessoas 
que obtiveram o diploma de graduação em enfermagem, isto é, documento emitido por uma 
instituição de ensino superior reconhecida pelo Ministério da Educação, seja ele no Brasil ou 
no exterior. Quando o diploma for de uma faculdade de fora do Brasil, a pessoa deve validá-lo 
em uma universidade daqui. Nos casos de ainda existirem pessoas com diploma de obstetriz, 
reconhece-se que a pessoa tem conhecimento avançado na área e, por isso, considera-se que ela 
é enfermeira ou enfermeiro.
• Técnico de Enfermagem
Segundo o artigo sétimo da Lei 7.498/86, esse profissional passou por uma formação técnica 
reconhecida pelo Ministério da Educação e obteve diploma ou certificado que o habilitasse para 
função. Caso o documento tenha sido expedido no exterior, também deverá ser validado no Brasil.
• Auxiliar de Enfermagem
O artigo oitavo da Lei 7.498/87 dispõe que esse profissional teve seu diploma ou certificado 
expedido nos moldes de normativas anteriores à lei do exercício profissional, tendo formação 
prática de duração inferior à realizada pelo técnico de enfermagem.
17
• Parteiras
Segundo o artigo nono da Lei 7.498/86, essa categoria profissional data 1946, quando 
começaram a existir cursos de certificação e diplomação na área no Brasil e no exterior. Hoje, 
esses cursos estão extintos na modalidade que era oferecida na época, porém as pessoas que 
obtiveram esse diploma podem desempenhar suas atividades de maneira legalizada nos dias 
atuais por meio desse reconhecimento.
1.4 Atividades privativas do enfermeiro
Dentre as categorias profissionais, o enfermeiro dispõe de atividades privativas previstas 
no artigo décimo-primeiro da Lei do Exercício Profissional, que envolve atividades de gestão, 
direção, consultoria e auditoria de serviços de enfermagem. Compreendem-se como serviços de 
enfermagem todos aqueles desempenhados pela classe, incluindo o cuidado.
Com isso, o enfermeiro assume uma postura de gestor do cuidado, mesmo que esse 
cuidado seja desempenhado por toda equipe. Nesse sentido, a Sistematização da Assistência de 
Enfermagem (SAE) é feita pelo enfermeiro, que fica responsável pelo Processo de Enfermagem 
(PE) e pela organização de sua operacionalização, por meio de ações que ele mesmo realiza ou 
delega à equipe de enfermagem, conforme Santos e Lima (2011).
Orientado e organizado pela SAE, o PE tem cinco etapas que são desenvolvidas de modo 
sistemático e contínuo para promover o cuidado integral ao cliente. Essas etapas são:
• Etapa 1
Histórico e anamnese.
• Etapa 2
Diagnóstico de enfermagem.
FIQUE DE OLHO
A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é comumente confundida com o 
Processo de Enfermagem (PE). Contudo, a SAE é um processo amplo e organizacional que 
envolve métodos, instrumentos, recursos humanos e organização. Já o PE consiste em cinco 
etapas para o cuidado sistematizado.
18
• Etapa 3
Prescrição ou planejamento de enfermagem.
• Etapa 4
Implementação.
• Etapa 5
Avaliação de enfermagem.
Na primeira etapa, tem-se a coleta de dados por meio da entrevista e exame físico para que o 
Diagnóstico de Enfermagem (DE) seja feito (segunda etapa), aplicando classificações específicas, 
sendo a Classificação Internacional para Prática de Enfermagem (CIPE) e a classificação proposta 
pela North American Nursing Diagnosis Association (NANDA - Associação de Diagnósticos de 
Enfermagem Norte Americana) as mais utilizadas.
A partir do DE, o enfermeiro inicia a terceira etapa que incorpora aspectos de planejamento 
do cuidado para prescrição de enfermagem. Nesta etapa, o enfermeiro prevê os resultados 
esperados e elencaintervenções para que eles sejam alcançados por meio da sua implementação 
(quarta etapa), de acordo com Pokorsi et al (2009).
Por fim, é necessário que o enfermeiro esteja sempre atento à efetividade dessas intervenções. 
Para isso, deve-se reavaliar continuamente o paciente e as intervenções prescritas a ele, dando 
continuidade àquelas que estão trazendo resultado e reorientando aquelas que não se mostram 
eficazes naquele contexto, segundo Pokorski et al (2009).
Além disso, o enfermeiro é responsável pela consulta de enfermagem, um espaço terapêutico 
e de intervenção, em que o PE deve ser aplicado. E por procedimentos de maior complexidade 
científica como acompanhamento de pré-natal de baixo risco, episiotomia, episiorrafia, aplicação 
de anestesia local, cateterismo vesical de alívio e de demora, cateterismo gástrico e entereal, 
aprazamento de prescrição médica, classificação de risco, punção de Port-a-Cath, punção de 
veia jugular, passagem e cuidados do cateter venoso central de inserção periferia de longa 
permanência (PICC), administração de quimioterapia, retirada de drenos, coleta de gasometria 
arterial e administração de nutrição parenteral.
19
Figura 1 - Alimentação parentera 
lFonte: Digicomphoto, iStock, 2020.
#ParaCegoVer: a imagem mostra frascos de alimentação parenteral, que consistem 
em eletrólitos e componentes a serem administrados diretamente na veia quando não há 
possibilidade de nutrição de outra maneira.
Por fim, destaca-se uma atividade importante, porém não privativa do enfermeiro: as 
anotações de enfermagem cujas informações devem estar escritas com detalhamento e 
completude para que os profissionais tenham acesso ao histórico do paciente nos prontuários 
quando for necessário. Esse registro é extremamente importante, porque nem sempre os 
profissionais conseguem conversar com detalhamento na troca de plantões, além de que o 
registro imediato previne a perda de informações e garante a continuidade do cuidado. Assim, 
é responsabilidade do enfermeiro cobrar de sua equipe registros consistentes e com riqueza de 
informações, uma vez que ele é o líder e coordenador dos serviços de enfermagem.
1.5 Atividades desempenhadas pelos técnicos e auxiliares de 
enfermagem
Os técnicos de enfermagem devem participar no processo do cuidado ao paciente, 
desempenhando tarefas e procedimentos delegadas pelo enfermeiro nos termos da lei, auxiliando 
o enfermeiro na supervisão do trabalho dos auxiliares de enfermagem e fazendo parte da equipe 
de saúde, de acordo com Araújo et al (2020).
Já os auxiliares desempenham atividades de menor complexidade, como observação de sinais 
e sintomas, cuidados de conforto e higiene ao paciente em condição estável e pouco complexa, 
segundo Brasil (1987).
20
2 ÉTICA PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM
Quando pensamos em ética, nos remetemos à Grécia Antiga com teóricos como Sócrates e 
Aristóteles. E, de fato, o termo origina-se dessa época, mas seu significado, aqui, é tomado de 
forma um pouco mais simples do que as teorias propostas por esses filósofos. Derivada do grego, 
a palavra ética remete à costumes, hábitos e condutas, segundo Queiroz et al (2020).
Então, ao pensar na ética profissional de enfermagem, contemplamos condutas, hábitos e 
comportamentos que orientam o trabalho dos profissionais dessa área. Por ser um trabalho que interage 
diretamente com a saúde das pessoas, a ética em enfermagem perpassa aspectos da moralidade que 
envolvem seguir as legislações vigentes tanto para a prática clínica, quanto para a pesquisa.
O movimento ético na saúde data do fim da Segunda Guerra Mundial, quando profissionais da 
saúde desenvolviam pesquisas em saúde sem nenhum compromisso ético com o ser humano e sem 
pensar no que os experimentos poderiam acarretar para aquelas pessoas, conforme Bub (2005).
Diante disso, as atividades profissionais de saúde passaram por reformulações normativas, as 
quais incluíram as publicações dos Códigos de Ética de Enfermagem ao redor do mundo. Com isso, 
as condutas profissionais de enfermagem passaram a estar em consonância com as normativas 
que regem o direito do paciente e o exercício profissional, contudo não está restrita a elas.
Comportamentos eticamente profissionais abrangem aspectos culturais e morais dos 
contextos que estamos inseridos. Como exemplo, podemos pensar no princípio do efeito duplo 
aplicado no Canadá. Em um contexto de cuidados paliativos em que a pessoa sofre muita dor 
e está em tratamento contínuo para seu alívio, no Canadá, é eticamente correto e legalmente 
aceito, administrar uma dose de medicação que pode resultar na morte do paciente, se a intenção 
for o alivio da dor e não a eutanásia. O mesmo não é permitido no Brasil, fazendo com que a ética 
profissional do enfermeiro canadense admita uma conduta que é proibida no Brasil. Vale ressaltar 
que ambos países são contra a eutanásia, por isso, o princípio do duplo efeito deve ser aplicado 
em situações específicas.
Outro exemplo de condutas diferenciadas entre os dois países é que, no Brasil, a participação das 
crianças e adolescentes nos processos de decisão de sua saúde está bastante regulada pelos pais. Já 
FIQUE DE OLHO
Ter atividades privativas não isenta o enfermeiro de desempenhar cuidados diretos 
ao paciente. Nesse sentido, o enfermeiro pode desempenhar todas as atividades de 
enfermagem, incluindo aquelas descritas como funções dos auxiliares e técnicos de 
enfermagem.
21
na Província de Quebec, no Canadá, adolescentes a partir dos 14 anos de idade tem autonomia de 
tomar decisões de saúde sem consentimento dos pais. Assim, uma adolescente que descobre estar 
grávida pode escolher pelo aborto no Canadá, sem que seus pais saibam que ela o fez. Isso também 
vai ao encontro da questão de que o aborto é legalizado lá, que é bastante polêmica, porém faz com 
que se reflita sobre como a cultura local interfere nos processos éticos em saúde.
Em todos países, existem códigos de ética que orientam a postura profissional da enfermagem. 
No Brasil, o primeiro Código de Ética da Enfermagem foi publicado em 20 de agosto de 2000 por 
meio da Resolução do Conselho Federal de Enfermagem (COFEn) número 240/200, dispondo 
de normativas, condutas e punições pelo seu não cumprimento na prática profissional dos 
trabalhadores da área. À medida em que os anos foram passando e o conhecimento na área da 
ética clínica e de pesquisa avançando, surgiram novas normativas que revogaram o essa e outras 
resoluções que foram publicadas em sequência.
Atualmente, as atividades da equipe de enfermagem são regidas pelo último Código de Ética 
da área, aprovado na Resolução COFEn 564/2017 e publicado no anexo da referida resolução.
A seguir, apresentaremos alguns destaques do código de ética de enfermagem. Contudo, 
ressaltamos que é fundamental buscar outras fontes para aprofundamento no tema.
2.1 Código de Ética de Enfermagem
Publicado em 2017, o último Código de Ética de Enfermagem reconhece a disciplina da 
enfermagem como ciência, arte e prática social que tem como foco a promoção, prevenção e 
recuperação da saúde individual e coletiva da população livre de preconceitos e distinção. Isso 
orienta a prática da enfermagem para uma perspectiva inclusiva em que o papel do profissional é 
desempenhar ações de saúde a todos seguimentos populacionais.
Dentre os princípios fundamentais, tem-se a prática profissional autônoma e compromissada 
com honestidade, autonomia, justiça, beneficência e não–maleficência para que o paciente seja 
respeitado e ouvido nos serviços de saúde, garantido que ele exerça seus direitos fundamentais 
de cidadania previstos no artigo quinto da Constituição Federal.
Esse documento dispõe dos direitos e deveres dos profissionais da área. Consideram-se 
direitos aqueles que se referem à liberdade do exercício da profissão com liberdade e sem sofrer 
qualquer tipo de violência física ou psicológica; da participação em movimentos, associações, 
comitês de ética e atos de defesa da classe; exercer cargos degestão, direção, ensino, pesquisa, 
extensão de enfermagem e ter sua autoria de produções advindas dessas atividades reconhecida; 
bem como realizar atividades de maneira sistematizada e organizada com o acesso de informação 
necessário para isso.
22
A seção dos deveres engloba princípios éticos que regem a atividade de enfermagem, cujos 
significados estão dispostos a seguir:
• Justiça
Princípio ético que rege a forma que os profissionais se posicionam frente à diversidade. 
Aplicá-lo significa prestar um cuidado a todos sem distinção de raça, cor, orientação sexual etc.
• Equidade
Esse princípio rege a maneira que os profissionais se posicionam frente à diferentes 
necessidades das pessoas. Isso quer dizer que tratar as pessoas com equidade é oferecer a todas 
o acesso ao serviço de saúde de acordo com suas demandas de cuidado.
• Resolutividade
Princípio que envolve a capacidade de resolver as questões de saúde que os pacientes 
apresentam, estando relacionado à capacidade de tornar a pessoa autônoma no cuidado em 
relação à sua saúde.
• Dignidade
Princípio que aborda o reconhecimento da pessoa enquanto alguém que merece respeito.
• Competência
Princípio relacionado à capacitação profissional e condições de exercer uma profissão. 
Na enfermagem, está relacionada à conclusão de formação específica, seja ela técnica ou de 
graduação. Ambas formações fornecem ao profissional autoridade sobre a área de conhecimento 
em níveis de complexidade diferentes.
• Responsabilidade
Princípio relacionado à postura profissional de alguém que assume suas posições, escolhas e 
condutas e está ciente de que suas ações têm uma reação nos diversos contextos.
• Honestidade
Princípio relacionado à integridade profissional de alguém que desempenha suas funções 
com verdade e equidade.
• Lealdade
Princípio relacionado ao modo como o profissional se posiciona frente ao conhecido de 
enfermagem, envolvendo a capacidade de respeitar as posturas e posicionamentos profissionais 
23
da classe.
Além disso, os deveres ético-profissionais estão centrados no cumprimento das normativas 
dos órgãos de classe, sendo seu registro profissional e responsabilidade denunciar irregularidades 
profissionais presenciadas.
No campo da prática profissional, estendem-se os deveres de respeitar a autonomia do 
paciente e seu direito de participar nas decisões sobre o cuidado em relação à sua saúde com 
informações necessárias e de acordo com suas capacidades legais e cognitivas. Isso significa 
que crianças e adolescentes também devem ser respeitados e que o compromisso ético do 
profissional se estende a essas populações não só nas situações supracitadas, mas também no 
sigilo profissional.
Crianças e adolescentes, assim como adultos, têm direito a sigilo profissional caso isso 
não venha a ferir sua integridade. Nesse sentido, o profissional de enfermagem deve respeitar 
processos particulares de todas faixas etárias, salvo situações que possam colocar a criança ou o 
adolescente em risco, como questões que envolvem idealização de suicídio, por exemplo.
Outro aspecto importante abordado está no artigo 47 que discorre, conforme COFEN (2017):
Posicionar-se contra, e denunciar aos órgãos competentes, ações e procedimentos de membros da 
equipe de saúde, quando houver risco de danos decorrentes de imperícia, negligência e imprudência 
ao paciente, visando a proteção da pessoa, família e coletividade.
Esse artigo pode ser exemplificado em questões que envolvem erro de medicação. Ao 
identificar a conduta errônea, o enfermeiro, enquanto coordenador da equipe, deve posicionar-
se em favor da proteção da pessoa, mesmo que essa conduta resulte na punição do profissional 
que cometeu o erro.
O dever do profissional esbarra no direito do paciente, assim, frente ao dilema de proteger 
sua equipe ou proteger seu paciente, o enfermeiro deve prezar pela integridade do paciente. 
Contudo, isso não significa que o profissional deve ser demitido ou algo semelhante, mas que as 
providências corretivas devem ser tomadas, mesmo que essas sejam em forma de treinamento 
e educação.
FIQUE DE OLHO
É importante ressaltar que o sigilo também envolve a não divulgação de fotografias em 
redes sociais, preservando a identidade dos pacientes conforme item VII do artigo quarto da 
Resolução COFEN 554/2017.
24
Além dos cuidados de promoção de saúde, prevenção de agravos e recuperação, o enfermeiro 
deve estar preparado para prestar auxílio no processo de morte e no luto vivenciado pela família 
posteriormente. O artigo 48 trata de como a responsabilidade profissional envolve, também, o 
fim da vida. O parágrafo único desse artigo discorre, segundo Brasil (2017):
Nos casos de doenças graves incuráveis e terminais com risco iminente de morte, em consonância 
com a equipe multiprofissional, oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis para assegurar o 
conforto físico, psíquico, social e espiritual, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal.
Como exposto no texto acima, o cuidado de enfermagem transcende as questões tradicionais 
de saúde e envolve, também, o conforto físico, psíquico, social e espiritual no processo de morrer 
de todas as faixas etárias, abordando o público infanto-juvenil e seu responsável legal.
O penúltimo aspecto a ser abordado aqui diz respeito às proibições do profissional de 
enfermagem. É proibido desenvolver ações que ferem a legislação e o Código de Ética de 
Enfermagem, o que envolve desvios de funções dos profissionais técnicos e enfermeiros. O 
campo da enfermagem é bastante ampliado e abrange aspectos do ciclo vital completo, contudo, 
essa profissão tem competências específicas as quais podem ser alcançadas em diversos níveis.
A sobrecarga de trabalho pode resultar em desvios de funções de técnicos de enfermagem 
que acabam por desempenhar ações privativas do enfermeiro que cursou ensino superior. O 
estresse ao que o enfermeiro está submetido ao desempenhar funções não só clínicas, mas 
também de gerência contribui para o enfermeiro tenha menos tempo para se atualizar e buscar 
novas normativas, de acordo com Lima da Silva et al (2013). Assim, procedimentos, como a 
sondagem nasogástrica, que era de atribuição de nível técnico, pode continuar a ser delegada a 
esse profissional por desconhecimento. Esse procedimento, especificamente, foi instituído como 
atividade privativa do enfermeiro após estudos apontarem um maior número de intercorrências 
em procedimentos realizados por profissionais de nível técnico, de acordo com COFEN (2019).
Além disso, proíbe-se qualquer tipo de negligência frente à situação de urgência e emergência, 
mesmo quando esse profissional não está em atividade laboral. Também é importante ressaltar 
a importância de conhecer farmacologia e o efeito de drogas que possam ser prescritas, bem 
como sua via de administração, pois é proibida a administração de medicação sem conhecimento 
científico, conforme o artigo 78.
Os artigos 80, 81, 82 e 84 da Resolução 564/2017 dispõem de delimitações importantes 
conforme enumerado abaixo.
Art. 80 Executar prescrições e procedimentos de qualquer natureza que comprometam a 
segurança da pessoa.
25
Art. 81 Prestar serviços que, por sua natureza, competem a outro profissional, exceto em caso de 
emergência, ou que estiverem expressamente autorizados na legislação vigente.
Art. 82 Colaborar, direta ou indiretamente, com outros profissionais de saúde ou áreas vinculadas, 
no descumprimento da legislação referente aos transplantes de órgãos, tecidos, esterilização humana, 
reprodução assistida ou manipulação genética.
Art. 83 Praticar, individual ou coletivamente, quando no exercício profissional, assédio moral, 
sexual ou de qualquer natureza, contra pessoa, família, coletividade ou qualquer membro da equipe 
de saúde, seja por meio de atos ou expressões que tenham por consequência atingir a dignidade ou 
criar condições humilhantes e constrangedoras.
Art. 84 Anunciar formação profissional, qualificação e título quenão possa comprovar.
Em favor do conhecimento científico, é vedada a divulgação de informação da área sem 
conhecimento científico comprovado, de acordo com o artigo 86 em Brasil (2017). Isso significa 
que os profissionais de enfermagem têm responsabilidade ética com a não disseminação de fake 
news ou informações possam causar dano à população.
Por fim, o Código de Ética de Enfermagem dispõe das penalidades e infrações pelo não 
cumprimento do disposto. As providências devem ser tomadas pelos conselhos de classe regionais 
ou federais, sendo a gravidade julgada por esses órgãos. Ressalta-se que omissão e negligência 
também são passivas de punição. Nesse sentido, não apenas ações danosas são punidas, mas 
também o não posicionamento ou atitude que pode resultar em dano ao paciente ou ao coletivo.
Em situação de pandemia, desastres ou catástrofes, o profissional de enfermagem não pode 
negar uma convocação ministerial para atuar nesse contexto. Um exemplo disso é a possível 
convocação dos profissionais da área para atuarem no combate à pandemia da Covid-19 em 2020. 
Se houver convocação ministerial para atuação prática de profissionais no âmbito do Sistema 
Único de Saúde, mesmo profissionais alocados no ensino de enfermagem, deverão apresentar-se 
disponíveis para as atribuições e desempenho de funções. O não cumprimento pode resultar em 
um processo administrativo no âmbito dos conselhos de classe.
Dentro dos conselhos, a tomada de decisão sobre as medidas preventivas leva em 
consideração diversos aspectos, previstos na Resolução 564/2017. No artigo 112, dispõe as 
circunstâncias atenuantes, como a busca pela minimização das consequências espontaneamente 
imediatamente ao ato, confessando de maneira livre e espontânea sua infração e colaborando 
para melhor resolução; ter histórico de boa postura profissional; e ter sido coagido a realizar a 
atividade ilegítima por pressão física ou psicológica.
Já o artigo 113 considera os agravantes, sendo eles: a repetição do ato infrator; ter tido 
consequências permanentes como a morte ou uma deficiência; realizar deliberadamente a 
atividade com consciência de estar infringindo a normativa e tendo um motivo fútil para tal 
26
conduta; ocultamento e não busca por resolução espontânea, visando sua impunidade acima do 
bem-estar do paciente; aproveitar-se da situação clínica ou psíquica da vítima utilizando-se sua 
autoridade no sérico de saúde; e falsificar documentos que possam incriminá-lo, resultando em 
ocultamento de evidências.
As penalidades serão todas registradas no prontuário do infrator junto aos respectivos 
conselhos, relatando a gravidade da infração, as circunstâncias que favoreceram sua ocorrência, 
os antecedentes do profissional e o dano causado pelo ato extranormativo.
Nesse sentido, é muito importante que você, futuro profissional da área, leia atentamente as 
normativas regulatórias da classe, dando ênfase à Lei do Exercício Profissional, ao Decreto que 
regulamenta essa lei e à Resolução que dispõe do Código de Ética de Enfermagem e lembre-se 
de que o conhecimento não se esgota, então busque outras fontes e converse com seus colegas 
sobre o assunto.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
27
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer aspectos que envolvem a história da enfermagem em seus aspectos legais 
e éticos;
• entender os fundamentos éticos aplicáveis a diversos grupos populacionais para 
tomada de decisão em saúde;
• conhecer a garantia dos direitos fundamentais nos serviços de saúde;
• aprender sobre os marcos legais e éticos da enfermagem na promoção de saúde e 
prevenção de agravos;
• compreender a importância da postura ética do profissional de enfermagem para 
manejo de situações controversas e dilemas que possam ser encontrados no 
cotidiano do cuidado.
PARA RESUMIR
BRASIL. Decreto número 94.406. Dispõe sobre o exercício da enfermagem, e dá outras 
providências. Brasília: DOU, 1997.
BRASIL. Lei número 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre o exercício da enferma-
gem, e dá outras providências. Brasília: DOU, 1986.
BUB, M. B. C. Ética e prática profissional em saúde. Texto contexto - enfermagem, Floria-
nópolis, v. 14, n. 1, p. 65-74, mar. 2005.
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução 554/2017. Aprova o código de ética 
de enfermagem. Brasília: DOU, 2017.
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução 619/2019. Normativa a atuação da 
equipe de enfermagem na sondagem oro/nasogástrica e nasoentérica. Brasília: DOU, 
2019.
COSTA, R. et al. O legado de Florence Nightingale: uma viagem no tempo. Texto contexto 
- enfermagem, Florianópolis, v. 18, n. 4, p. 661-669, dez. 2009.
FRELLO, A. T.; CARRARO, T. E. Contribuições de Florence Nightingale: uma revisão integra-
tiva da literatura. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p. 573-579, ago. 2013.
GRISARD, N; VIEIRA, E.T.S. Ana Néri, madrinha da enfermagem no Brasil. Gaz. méd. Bahia, 
Salvador, v. 78, n. 2, p. 145-147, jul.-dez. 2008.
LIMA DA SILVA, J. L. et al . Estrés en la actividad administrativa de enfermería: consecuen-
cias para la salud. Av.Enferm., Bogotá , v. 31, n. 2, p. 144-152, jul. 2013.
LOPES, L. M. M.; SANTOS, S. M. P. dos. Florence Nightingale: apontamentos sobre a fun-
dadora da enfermagem moderna. Rev. Enf. Ref., Coimbra, v. serIII, n. 2, p. 181-189, dez. 
2010.
NIGHTINGALE, F. Notas sobre enfermagem: o que é e o que não é. São Paulo: Cortez; 
CE-PEn, 1989.
POKORSKI, S. et al. Processo de enfermagem: da literatura à prática. O quê de fato nós 
estamos fazendo?. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 17, n. 3, p. 302-307, 
jun. 2009.
QUEIROZ, A. B. A. et al. Nursing work in assisted human reproduction: between techno-
logy and humanization. Rev. Bras. Enferm., Brasília, v. 73, n. 3, 2020.
SANTOS, J. L. G. dos; LIMA, M. A. D. da S. Gerenciamento do cuidado: ações dos enfer-
meiros em um serviço hospitalar de emergência. Rev. Gaúcha Enferm., Porto Alegre, v. 
32, n. 4, p. 695-702, dez. 2011.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 2
Órgãos estruturadores da 
enfermagem brasileira, importância 
e atribuições
Olá,
Você está na unidade Órgãos estruturadores da enfermagem brasileira, importância 
e atribuições. Conheça aqui a construção histórica dos órgãos estruturadores da 
enfermagem no Brasil, quais são e como funciona cada órgão, assim como a importância 
e atribuições das entidades de classe.
O objetivo é reconhecer a atuação de cada órgão, quando e como estes devem atuar 
na defesa e fiscalização da categoria profissional de enfermagem no Brasil, e em seus 
respectivos estados e quais as suas contribuições para a classe de enfermagem.
Bons estudos!
Introdução
31
1 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM – 
ABEN
Vamos começar entendendo um pouco mais sobre a Associação Brasileira de Enfermagem 
(ABEn), já que ela é a principal associação de enfermagem. Antigamente, a enfermagem não 
possuía um órgão para regulamentar, representar e defender os direitos da classe de enfermeiros. 
Com isso, um grupo de enfermeiras criaram, no dia 12 de agosto de 1926, a Associação Nacional 
e Enfermeiras Diplomatas.
Em 1954, seu nome foi mudado para Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), sendo 
uma sociedade civil, sem fins lucrativos. O seu intuito é de fortalecer a profissão, dando condições 
favoráveis, e produzir visibilidade para as lutas da classe, além de promover uma enfermagem 
cada vez mais forte e unida. Dessa forma, essas ações vão refletir na melhora da assistência de 
enfermagem e saúde a população.
Em 1986, surgiu uma nova compreensão do papel da ABEn, que visa uma interação da 
entidade com os governantes e a comunidade, integrando a luta dos movimentos sociais na 
busca de relações sociais mais democráticas. Assim, construiu-se, segundo Cabral e Almeida 
Filho (2013), uma enfermagem mais justa e uma técnica qualificada, bem como estabeleceu-se o 
fortalecimento das pesquisas científicas realizadas na área.
1.1 Principais finalidades da ABEn
A ABEn tem como objetivo o desenvolvimentopolítico, social e científico da enfermagem, 
além de atuar na defesa da classe, como parte essencial na assistência à saúde e organização 
dos serviços. Também deve incentivar a pesquisa e a consolidação da educação na enfermagem, 
promovendo a educação e a cultura em geral e defendendo políticas e programas que visem a 
melhoria da qualidade de vida da população.
Assim, de acordo com Decreto Federal número 31.417/52, são finalidades da ABEn:
• incentivar a união da classe, reunindo enfermeiros, técnicos, auxiliares de enfermagem e 
estudantes;
• promover o avanço da enfermagem no país, respeitando os princípios éticos e valorizan-
do o desenvolvimento cultural, o técnico-científico e político dos profissionais;
• cuidar dos interesses da profissão, junto com as outras entidades da enfermagem;
• contribuir no fortalecimento e em defesa dos princípios do Sistema Único de Saúde, 
articulando-se com o sistema de saúde e comunidade;
• ser representação da enfermagem, tanto no cenário nacional como no internacional;
32
• gerar troca de saberes técnico-científicos e culturais com outras entidades, na busca de 
enriquecimento da profissão;
• manter meios de publicação periódica para divulgação de trabalhos e pesquisa da área 
da enfermagem;
• realizar, noticiar e instigar os estudos de interesse da enfermagem;
• tomar condutas em defesa e solidificação da enfermagem, sendo parte indispensável na 
assistência à saúde e organização nas ações realizadas;
• expedir e reconhecer título de especialista ao enfermeiro considerando a regulamenta-
ção específica;
• promover a articulação de programas e projetos para assistência dos sócios da entidade, 
de forma social, política e financeira;
• participar de movimentos ou programas sociais, políticos e técnicos, na busca de um 
acesso justo e universal aos serviços de saúde;
• atuar na coordenação e fiscalização dos processos que envolvem a qualificação do enfer-
meiro, por meio da articulação de conselhos consultivos, ou a concentração das prerro-
gativas para emissão dos títulos de especialista.
1.2 Estrutura da ABEn
A ABEn é constituída pelos seguintes órgãos, com competência nacional:
• Órgão 1
Assembleia Nacional de Delegados (AND).
• Órgão 2
Conselho Nacional da ABEn (CONABEn).
Esses órgãos são deliberativos, ou seja, têm o poder de decidir. A Assembleia Nacional de 
Delegados é o órgão mais elevado de deliberação, responsável por estabelecer as diretrizes para 
a execução das finalidades da ABEn. Já o Conselho Nacional da ABEn (CONABEn), também órgão 
deliberativo da ABEn, é subordinado à Assembleia Nacional Delegados. O CONABEn reúne-se 
duas vezes ao ano e tem como objetivo realizar estratégias de trabalho da entidade, de projetos 
científicos e culturais e deliberar encaminhamentos gerais, participando dele a diretoria da ABEn 
nacional e presidentes das seções e regionais.
A Diretoria Nacional é um órgão de administração e execução. Dentre as suas várias 
responsabilidades, cabe à Diretoria Nacional:
33
• desempenhar a gestão administrativa e financeira da ABEn, implementando e divulgando 
as decisões da AND e do CONABEn;
• elaborar do Plano de Trabalho, de Atividades e o Relatório Anual de Atividades.
Comissões Permanentes e Especiais; Seções; Conselho Consultivo Nacional de Sociedades e 
Associações de Enfermagem ou de Enfermeiros Especialistas; Conselho Consultivo Nacional de 
Escolas e Cursos de Enfermagem; e Comitês Temáticos são órgãos de assessoria e consultoria e 
têm como objetivo estudar e emitir pareceres sobre assuntos submetidos a exame pela Diretoria. 
Participam deles associados efetivos indicados pela Diretoria Nacional.
E, por fim, há o Conselho Fiscal Nacional, um órgão de fiscalização que é formado por três 
membros titulares e três suplentes, eleitos pela Assembleia Nacional de Delegados com encargo 
de três anos. A função do Conselho é acompanhar todos os assuntos sobre o patrimônio, 
bens, rendas, fundos, despesas, isto é, a parte econômica e financeira da ABEn e matérias 
correspondentes, bem como a fiscalização dos atos executivos da Diretoria Nacional e emissão 
de parecer de contribuições, despesas, orçamento de atividades e prestação de contas.
1.3 Associados e filiados da ABEn
É de conhecimento geral que o número de associados e filiados da entidade é ilimitado, sendo 
possível ser associado de forma efetiva, associado estrangeiro, associado estudante e filiado. Para 
ocorrer a admissão como associado efetivo, é necessário ser enfermeiro, técnico de enfermagem 
ou auxiliar de enfermagem e preencher os seguintes requisitos:
• Requisito 1
Estar associado a uma Seção estadual ou no Distrito Federal.
• Requisito 2
Realizar o pagamento total e anual da contribuição financeira à ABEn.
Para ser considerado um associado estudante, é necessário estar matriculado em curso de 
graduação, de pós-graduação em enfermagem ou de educação profissional em nível técnico de 
enfermagem. Além disso, é preciso ser associado a uma Seção estadual ou no Distrito Federal e 
comprovar o pagamento total e anual da contribuição financeira à ABEn.
São considerados associados estrangeiros, enfermeiros que foram graduados em outros 
países ou estudantes de enfermagem de instituição de ensino de outro país. Além de ser 
associado a uma Seção ou à ABEn Nacional, possuir a comprovação do pagamento total e anual 
da contribuição financeira à ABEn e ter a solicitação aprovada pela Diretoria Nacional.
34
Pode ser realizada a admissão como filiado, instituições de ensino como escolas ou cursos 
de graduação, pós-graduação, nível técnico profissionalizante, departamentos de enfermagem, 
sociedades e associações de enfermagem ou de enfermeiros especialistas que preencham 
os requisitos de serem filiadas à ABEn nacional e comprovante de pagamento total e anual da 
contribuição financeira à ABEn.
1.4 Produção do conhecimento e realizações da ABEn
Outro aspecto importante da ABEn é o fortalecimento do campo científico da enfermagem. 
Para isso, a realização de eventos é uma das ações realizadas e apoiadas pela entidade. Dentre 
os principais eventos realizados, estão os Congressos Nacionais de Enfermagem e, atualmente, 
o Congresso Brasileiro de Enfermagem, sendo que o primeiro Congresso aconteceu de março de 
1947, em São Paulo.
Ainda com o objeto de apoiar o desenvolvimento e incremento da pesquisa, organizar e 
preservar documentos da profissão da área da enfermagem no país, a entidade criou, em 1971, 
o Centro de Estudos e Pesquisas em Enfermagem (CEPEn). O banco de teses e dissertações do 
CEPEn é o maior na área de enfermagem no Brasil, conforme Cabral e Almeida Filho (2013).
Destaca-se, nessa perspectiva, a Revista Brasileira de Enfermagem (REBEn), que foi o primeiro 
periódico da enfermagem brasileira. Criada em 1932, tinha nome de Annaes de Enfermagem, e 
tem como intuito abordar temas relevantes e inovações para prática da enfermagem e, assim, 
contribuir para a formação do campo científico. A REBEn tem publicação bimestral, com acesso 
livre, sendo publicada na versão eletrônica.
Além disso, a ABEn possui Departamentos e Comissões para discussões específicas sobre 
esses temas e produção de eventos. São eles:
• Departamento Científico de História da Enfermagem;
• Departamento Científico de Atenção Primária à Saúde;
• Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental;
• Comissão Permanente de Sistematização da Prática de Enfermagem;
• Departamento Científico de Enfermagem Gerontológica;
• Comitê Estudantil Nacional.
35
Figura 1 - Jovens estudando 
Fonte: Diego Cervo, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: a imagem mostra um grupo de quatro jovens estudando, com livros, cadernos 
e canetas.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
A ABEn tem uma história de luta, buscando representatividade e reconhecimento da 
enfermagem. Nesse sentido, ela esteve presente em vários marcos importantes da enfermagem 
brasileira, como é o caso da criação do Sistema COFEN/COREN.
36
2 SISTEMA COREN/COFEN - CONSELHOFEDERAL 
DE ENFERMAGEM
Reconhecendo que o indivíduo tem o direito à saúde em todo território brasileiro e que a 
assistência de enfermagem é intrínseca em todos os níveis do serviço, a profissão de enfermagem tem 
por objeto atender às necessidades humanas, ajudando o ser humano a manter ou recuperar a saúde. 
Com isso, a enfermagem deve estar preparada para responder as demandas de cada população e cada 
setor da saúde, considerando e respeitando seus conhecimentos técnicos e científicos.
Sendo assim, o exercício da enfermagem, bem como suas competências e áreas de atuação 
são regidos por lei - Lei 7.498/86 -, fazendo da enfermagem uma profissão regulamentada. Dessa 
forma, a fiscalização do trabalho da profissão é necessária para que a lei seja exercida como se 
deve e para que os profissionais tenham condições de trabalhos adequadas.
Dessa maneira, o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e Conselhos Regionais (COREN) 
foram criados, por meio da Lei 5.905, em 12 de julho de 1973, formando, assim, o Sistema 
COFEN/COREN que compõe uma autarquia ligada ao Ministério do Trabalho e Previdência Social. 
Diante disso, os Conselhos de Enfermagem são órgão disciplinadores e fiscalizadores do exercício 
profissional da enfermagem.
Figura 2 - Conduta 
Fonte: iQoncept, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: a imagem mostra diversos bonecos coloridos com balões de fala contendo a 
palavra “conduta”, representando pessoas pensando sobre suas condutas.
37
2.1 Primeiros passos do sistema COFEN/COREN
A ideia da criação do Conselho de Enfermagem nasceu dos enfermeiros que exerciam a 
profissão e perceberam a necessidade de que a profissão carecia ser regulamentada, visto que, 
antes da sua regulamentação, outros grupos sem nenhuma qualificação desenvolviam ações da 
enfermagem.
Com isso, em 1945, a ideia da sua criação começa a ganhar forma com a entrada do 
anteprojeto para um Conselho de Enfermagem no então Ministério da Educação e Saúde – 
nesse período, o Ministério da Saúde era integrado ao da Educação, sendo desmembrado só em 
1953. O documento postulava que o Conselho de Enfermagem seria subordinado diretamente 
ao Ministério da Educação e Saúde, o que proporcionaria assessoria sobre assuntos indicativos 
da enfermagem, mas não tinha caráter normativo e de fiscalização do exercício da profissão. 
Contudo, o anteprojeto não foi adiante.
Por isso, em 1947, a Associação Brasileira de Enfermagem apresentou, durante o I Congresso 
Nacional de Enfermagem, um novo projeto, que foi vastamente debatido e aprovado pelos 
participantes do Congresso. Nesse novo projeto, o Conselho Federal de Enfermagem tinha 
como principais objetivos a regulamentação e fiscalização tanto da prática, como do ensino da 
enfermagem. De tal modo, o projeto foi expedido ao Ministério da Educação e da Saúde, sendo 
enviada uma cópia a Câmara dos Deputados.
Entretanto, essa luta não seria nada fácil e ainda passaria por muitas etapas. Sendo assim, um 
dos maiores marcos foi o esboço do Projeto de Lei instituindo os Conselhos de Enfermagem, que 
continha 28 artigos, com a divisão em regiões do território nacional, representando os Conselhos 
Regionais. Essa lei foi reestruturada para oito capítulos e 67 artigos, sendo a primeira vez que as 
siglas COFEN e COREN foram usadas para mencionar os Conselhos.
Depois de várias reuniões, discussões e muitas tentativas, o Senado finalmente aprovou 
a proposta da ABEn sobre a redação final e, no dia 12 de julho de 1973, foi sancionada a Lei 
número 5.905/73, que dava origem ao Sistema COFEN/COREN. O Conselho Federal é composto 
exclusivamente por enfermeiros, sendo o Conselho Federal e os Conselhos Regionais apresentados 
como entidades disciplinadoras do exercício da profissão de enfermeiros, técnicos e auxiliares de 
enfermagem.
2.2 Competências do Conselho Federal de Enfermagem - COFEN
Conheça aqui, de modo geral, as principais competências do COFEN, de acordo com o artigo 
oitavo da Lei número 5.905/73:
• é responsável por criar de normas e por transmitir as instruções para padronizar os pro-
cessos e funcionamento dos Conselhos Regionais, portanto, o COFEN aprova o regimento 
38
interno e dos Conselhos Regionais;
• é responsável por elaborar o código de Deontologia de Enfermagem e realizar alterações, 
se necessário;
• deve avaliar as decisões dos Conselhos Regionais e seus recursos, além de reconhecer 
oficialmente os atos dos Conselhos Regionais, podendo anular ou complementar, caso 
seja necessário;
• é responsável pela aprovação das contas anuais e pelo parecer orçamentário da autar-
quia, devendo também divulgar relatórios de seus trabalhos anuais;
• intimar as eleições para escolher sua diretoria, bem como realiza-las;
• é responsável pela implantação dos Conselhos Regionais, assim como a retirada de dúvi-
das que são levantadas pelos Conselhos Regionais;
• deve definir o modelo das carteiras profissionais de identidade de cada categoria da 
enfermagem e os distintivos da profissão;
• deve realizar estudos, cursos e campanhas para aperfeiçoamento profissional, como, por 
exemplo, a campanha realizada sobre a pandemia Coronavírus (COVID-19), sobre a qual 
foi lançada uma série de vídeos, junto a uma cartilha de recomendações de segurança no 
seu portal.
3 CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM - COREN
Como visto anteriormente, o COREN foi criado através da Lei número 5.905/73 e, embora ele 
seja subordinado ao Conselho Federal de Enfermagem, possui algumas peculiaridades nas suas 
atividades e é isso que vamos estudar aqui.
O início das sedes do COREN ocorreu em 1976 com a instalação 22 Conselhos Regionais, depois 
da liberação de recursos financeiros para a autarquia, para a compra de materiais e equipamentos 
necessários para a realização dos serviços, treinamento de funcionários e a acomodação das 
sedes em imóveis locados, de acordo com Garcia e Moreira (2009).
Assim, o crescimento do COREN foi rápido, com boa repercussão. Hoje, em cada estado da 
federação existe uma sede dos Conselhos Regionais de Enfermagem, já o Conselho Federal de 
Enfermagem é sediado no Rio de Janeiro, tendo Escritório Federal em Brasília.
É importante ressaltar que a manutenção do Sistema COFEN/CORENs é feita através da 
arrecadação de taxas de serviços públicos prestados, das anuidades dos inscritos e de doações, 
herdadas e outras dos próprios profissionais inscritos nos CORENs.
39
3.1 Competências do Conselho Regional de Enfermagem
Passamos agora para as competências do Conselho Regional de Enfermagem que, de acordo 
com o artigo décimo-quinto da Lei número 5.905/73, são, de modo geral:
• ter o poder de decidir sobre a inscrição do profissional no Conselho, bem como do seu 
cancelamento;
• ter o papel de fiscalizar e disciplinar, com relação ao exercício profissional, respeitando e 
considerando as diretrizes gerais do conselho Federal;
• executar as instruções e normas estabelecidas pelo Conselho Federal;
• conservar os registros dos profissionais inscritos com exercício no COREN;
• ter conhecimento e tomar deliberações sobre os assuntos que dizem respeito à ética 
profissional, aplicando as penalidades cabíveis, sempre que necessário;
• desenvolver seu projeto orçamentário anual e o do seu regimento interno, e depois sub-
metê-los para avaliação e aprovação do Conselho Federal;
• remeter a carteira profissional indispensável ao exercício da profissão, documento que é 
válido em todo território nacional, usado como documentação de identificação;
• cuidar para manter uma boa reputação e conceito da profissão e dos profissionais que a 
desempenhem;
• realizar anualmente a divulgação de relatórios de seus trabalhos, bem como a relação 
dos profissionais registrados;
• fazer propostas ao Conselho Federal de medidas pertinentes, no intuito de melhorar o 
exercício profissional;
• firmar o valor da anuidade dos profissionais;
• apresentar a sua prestação de contas, até o dia 28 de fevereiro de cada ano, ao Conselho 
Federal de Enfermagem;
• votar na diretoria e nos delegadoseleitores ao Conselho Federal.
Assim, cabe aos conselhos aplicarem as penalidades àqueles que apresentaram alguma 
conduta que o Código de Deontologia de Enfermagem não permite. As penas que poderão ser 
aplicadas são:
• Pena 1
Advertência verbal.
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• Pena 2
Multa.
• Pena 3
Censura.
• Pena 4
Suspensão do exercício profissional.
• Pena 5
Cassação do direito ao exercício profissional.
A advertência verbal, multa, censura e a suspensão do exercício profissional são realizadas 
pelos Conselhos Regionais, enquanto a cassação do direito ao exercício profissional é de 
responsabilidade do Conselho Federal, levando em consideração o Conselho Regional interessado.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
Faz-se necessário, ainda, aprofundar os conhecimentos sobre as penalidades instituídas aos 
profissionais infratores, descritas na Lei número 5.905/73.
3.2 Instalações dos Conselhos Regionais de Enfermagem
Para ocorrer a instalação dos Conselhos Regionais de Enfermagem, é necessário que o 
conselho possua de cinco a 21 membros, com suplentes, de nacionalidade brasileira, e que, a 
cada cinco membros, três devam ser enfermeiros e os outros dois sejam das outras categorias da 
equipe de enfermagem. Os Conselhos Regionais são compostos por um presidente, secretário e 
41
tesoureiro, e, em conselhos com mais de doze membros, são criados os cargos de vice-presidente, 
segundo secretário e segundo tesoureiro.
É importante destacar que o número de membros sempre será ímpar e que sua definição é 
feita pelo COFEN, em relação à dimensão quantitativa de profissionais inscritos. O mandato dos 
membros do COREN é de três anos, com direito a uma reeleição e os Conselhos Regionais são 
administrados pelos próprios inscritos, que formam uma chapa e concorrem às eleições.
Em virtude disso, o artigo 12, da Lei 5.905 de 1973, relata que os membros do COREN são 
eleitos por voto individual, secreto e obrigatório, no período definido em Assembleia Geral, 
convocada especialmente com essa finalidade pelo Conselho Federal de Enfermagem.
Ainda de acordo com as eleições, caso o profissional inscrito no conselho não realize o voto 
sem justificativa justa, o COREN aplicará uma multa que corresponde ao valor da anuidade do 
inscrito.
4 SINDICATOS DOS ENFERMEIROS
O sindicalismo no Brasil surgiu em decorrência das inúmeras necessidades vividas pela classe 
operária que, até então, possuía mínimos direitos trabalhistas, ou nem os tinha. Essa realidade 
levou diversas pessoas a batalharem por melhores condições de trabalho, reconhecimento 
jurídico, salarial e profissional em meio a cenários caóticos de lutas sociais e políticas. A seguir, 
serão abordadas questões históricas da construção dos sindicatos específicos da categoria de 
enfermagem, assim como as suas atribuições perante a representação da classe.
4.1 Resumo histórico da criação dos sindicatos dos enfermeiros
Não alheios a essa realidade, os profissionais de enfermagem lutam desde os primórdios por 
interesses da classe e melhorias conjuntas. Desse modo, aqui serão abordados alguns pontos 
importantes sobre os sindicatos de enfermagem no Brasil.
Os sindicatos dos enfermeiros são organizações da sociedade civil de direito privado localizadas 
nos mais diversos estados brasileiros e seu processo de trabalho visa atender profissionais de 
enfermagem associados ou não. Assim sendo, os sindicatos são instituições que defendem os 
interesses comuns de seus filiados.
Vale salientar que, mesmo constituindo uma entidade sindical da profissão, a filiação neste 
não é obrigatória, conforme estabelecido pela Constituição Federal de 1988, de modo que para 
aqueles que porventura desejarem sindicalizar-se a alguma instituição do seu respectivo estado, 
passam a contribuir com mensalidades ou anuidades ditas por lei.
42
As contribuições financeiras de seus filiados, neste caso, servem para garantir a manutenção 
funcional da entidade, além de subsidiar investimentos em estruturas de lazer pertencentes aos 
sindicatos, destinadas ao entretenimento dos associados.
Em uma breve retrospectiva histórica, destaca-se que o início da associação profissional de 
enfermagem surge por volta de 1926 com a fundação da Associação Nacional de Enfermeiras 
Diplomadas (ANED), que associou a primeira turma formada pela Escola Anna Nery com eleição 
da primeira diretoria no ano posterior.
Mais tarde, por volta da década de 1930, os profissionais existentes estavam vinculados a 
um mesmo órgão, sem divisões, incluindo a ANED, conjuntamente com o Sindicato Nacional dos 
Enfermeiros da Marinha Mercante e o Sindicato dos Enfermeiros Terrestres.
Passando por diversas transformações políticas e religiosas, o país segue com o modelo 
sindical de enfermagem por anos, até que, em torno da década de 1940 e 1950, várias seções 
estaduais da ANED foram instituídas no país, porém com muitas limitações e divergências de 
opiniões entre os associados e representantes.
Ainda com limitações, vale ressaltar que nesse período houve a proibição dos atuantes não 
habilitados por um curso de enfermagem em qualquer âmbito, inclusive nas dimensões hospitalares, 
sendo esta uma reinvindicação e luta traçada pelos sindicatos da época, que em muito agregou ao 
início lento do processo de reconhecimento da enfermagem enquanto profissão qualificada.
Anos depois, em meados dos anos 70, novos sindicados de enfermagem passaram a ser 
instituídos, contemplando reinvindicações de melhorias de condições de trabalho e remuneração. 
Essas mudanças ocorreram por influência da criação nacional da Central Única dos Trabalhadores 
(CUT), impulsionadas pela luta dos trabalhadores por melhores condições gerais trabalhistas.
4.2 Competências e atribuições dos sindicatos dos enfermeiros
Diante do aporte histórico do sindicalismo desta categoria, a classe percebeu a importância 
da criação dos sindicatos voltados à enfermagem, de modo que suas reinvindicações e anseios 
pudessem ser encaminhadas e avaliadas por instituições conhecedoras de suas realidades. Essa 
vertente, então, deu início à criação de diversos sindicatos de enfermagem espalhados pelos 
estados brasileiros.
A eleição dos representantes dos sindicatos é realizada através de votação com participação 
facultativa de seus associados. Assim sendo, os sindicatos, por meio dos seus representantes, 
visam atuar entre as questões trabalhistas de seus associados, como, por exemplo, melhores 
salários, carga horária de trabalho justa, melhoria nas condições de trabalho, reconhecimento e 
valorização profissional, assim como assistência jurídica quando necessário.
43
Em tese, os sindicatos atuam nos seguintes aspectos:
• representação dos interesses gerais e individuais de seus associados, bem como da cate-
goria, tanto nos âmbitos públicos como privados;
• prestação de ato colaborativo aos CORENs e COFEN para resolução de problemas relati-
vos à categoria;
• negociação de ações que visem melhorias para a enfermagem;
• incorporação de esforços na luta por uma saúde pública igualitária e de qualidade, assim 
como a luta pelos trabalhadores e enfermeiros.
Desse modo, nota-se a importância dos órgãos estruturadores de enfermagem para a 
regulamentação da sua atuação, fiscalização do bom trabalho profissional, assim como para as 
lutas em prol dos interesses trabalhistas, jurídicos e salariais dos profissionais que compõe essa 
categoria profissional. Sendo de extrema relevância a informação e o conhecimento de todos 
sobre as suas particularidades e como cada órgão pode e deve atuar de forma positiva.
Figura 3 - Estudantes de enfermagem 
Fonte: SDI Productions, iStock, 2020.
#ParaCegoVer: a imagem mostra um espaço caracterizado como um laboratório de peças 
anatômicas, com alguns estudantes do curso de enfermagem e uma professora vestida com um 
jaleco branco. As três alunas examinam as partes de uma coluna vertebral humana, uma das alunas 
toca a peça enquanto a professora explica, sugerindo, assim, uma aula prática de anatomia humana.
4.3Federação Nacional dos Enfermeiros - FNE
A Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE), filiada à CUT, atua juntamente à classe e com 
sindicatos de enfermeiros em prol das suas reivindicações. Muitas lutas foram simbolizadas pela 
FNE, em destaque para a luta pela jornada de 30 horas semanais.
44
Possui participação categórica e ativa nas instâncias de controle social do SUS e luta, ainda, 
em defesa dos direitos dos trabalhadores pelo reconhecimento e valorização profissional, sendo 
contra qualquer ação de sucateamento ou privatização do sistema de saúde.
4.4 Conselho Internacional de Enfermeiros - CIE
Com representação internacional, o Conselho Internacional de Enfermeiros (CIE), ou 
International Council of Nurses (ICN) em tradução para a língua inglesa, é considerado a primeira 
organização voltada à categoria que lutou por questões como a valorização profissional e o 
reconhecimento enquanto ciência no mundo inteiro. A CIE atua frente às questões inerentes aos 
mais de 20 milhões de profissionais de enfermagem em quase 130 países, com larga influência 
internacional. Sua fundação ocorreu na Suíça, mais especificamente em Genebra, porém sua 
sede no Brasil fica instalada em Brasília, no Distrito Federal.
Dentre os seus objetivos de trabalho estão:
• atuar para que ocorra a garantia de uma assistência de enfermagem integral, equânime e 
de qualidade;
• trabalhar em prol do avanço do conhecimento prático e científico da profissão;
• lutar pelo reconhecimento e respeito ao profissional de enfermagem de modo a promo-
ver uma maior satisfação profissional, qualidade na assistência e na saúde dos(as) enfer-
meiros(as).
Assim sendo, contemplam-se os principais órgãos que se unem na luta diária em favor da 
enfermagem e seu reconhecimento enquanto ciência e profissão, devidamente preparada de 
forma científica e teórico-prática.
5 OUTROS ÓRGÃOS REGULAMENTADORES 
LIGADOS À ENFERMAGEM: ENTIDADES E 
SOCIEDADES POR ÁREAS ESPECÍFICAS
Além dos órgãos citados anteriormente, algumas entidades e sociedades específicas em 
determinadas áreas são reconhecidas na profissão de enfermagem:
• Associação Brasileira dos Enfermeiros Acupunturistas e Enfermeiros de Práticas Integrati-
vas (ABENAH);
• Associação de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras (ABENFO);
• Associação Nacional de Enfermagem do Trabalho (ANENT);
45
• Associação Brasileira de Enfermagem Cardiovascular (SOBENC);
• Sociedade Brasileira de Enfermeiros Pediatras (SOBEP);
• Associação Brasileira de Estomaterapia (SOBEST);
• Sociedade Brasileira de Enfermagem Oncológica (SBEO);
• Sociedade Brasileira de Enfermagem em feridas e Estética (SOBENFeE).
Para tanto, será discutido, a seguir, um pouco sobre a ABENFO, SOBEST e SOBENFeE.
5.1 Associação Nacional de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras - 
ABENFO
Atualmente, o empoderamento e a autonomia de trabalho referentes á enfermagem têm 
ganhado grande espaço na mídia e nos espaços públicos e privados. A profissão estende, cada 
vez mais, as possibilidades de atuar em diversas áreas do conhecimento e especialidades clínicas, 
sempre em observância das leis e regimentos do exercício profissional.
A Associação Nacional de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras (ABENFO) foi fundada em 
1954 e, atualmente, possui várias seccionais espalhadas por estados do Brasil. É considerada 
uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, de caráter técnico-científico, sociocultural 
e político, cumprindo com o respeito ao indivíduo em sua singularidade, sem executar distinções 
étnicas, raciais, de gênero, ideológicas, ou religiosas.
Além disso, possui a tarefa social importantíssima de integrar esforços que auxiliem para o 
progresso das condições de saúde da mulher e do recém-nascido, bem como para a garantia dos 
direitos reprodutivos dos cidadãos junto a diversos setores (sociedade, comunidade acadêmica 
e autoridades governamentais), incluindo a participação de profissionais de categorias distintas.
Entre as muitas finalidades, esta associação visa agrupar profissionais obstetrizes e 
enfermeiros(as) obstetras que possuam habilitações ou especializações na área da saúde 
da mulher e neonatal, de modo que a união possa subsidiar um avanço para a área, além da 
representação da classe e do apoio a estratégias que visem o bem-estar materno e do recém-
nascido, de acordo com Mouta e Progianti (2017).
Além das supracitadas, o seu regimento aponta a realização de estratégias de educação 
continuada alusiva ao cuidado obstétrico em sua totalidade, englobando os eventos referentes ao 
processo gestacional, parto e nascimento, assim como preconiza as políticas públicas de assistência 
obstétrica, tendo, como público alvo, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, segundo 
Mouta e Progianti (2017).
46
Outro ponto mencionado no regimento é a participação contínua e ativa dos movimentos em 
defesa da cidadania e das questões de gênero, sendo de grande relevância para a saúde não só 
da mulher durante o ciclo gravídico-puerperal, mas dos indivíduos como um todo, incorporando 
esforços importantes na luta pela garantia dos direitos e necessidades do indivíduo singular.
Os profissionais inscritos na ABENFO nacional são divididos em sócio efetivo, sócio especial 
e membro honorífico, sendo cobrado o pagamento de uma taxa acrescida da anuidade 
correspondente. A diretoria do referido órgão é representada em níveis hierárquicos e escolhida 
através de processos eleitorais.
Assim, a ABENFO demonstra grande representatividade para os profissionais de enfermagem 
obstétrica e materno/neonatal, com fortes influências no processo de reconhecimento destes e 
das lutas sociais nessa perspectiva.
5.2 Associação Brasileira de Estomaterapia - SOBEST
A estomaterapia surgiu em 1984, através de ações científicas desenvolvidas por um grupo 
de enfermeiros. Essas ações seguiram sendo executadas por esses profissionais até a criação do 
primeiro curso de especialização voltado para a enfermagem em estomaterapia. Assim, em 1992, 
a Associação Brasileira de Estomaterapia (SOBEST) é fundada no Brasil.
Sua atuação busca, de modo integrado, desenvolver em seus associados e profissionais de 
saúde e enfermagem aspectos voltados à assistência prestada a indivíduos com estomias, feridas 
agudas e crônicas, drenos, fístulas, tubos e incontinências, de forma técnico-científica, com o 
intuito de estimular a visão preventiva, terapêutica e reabilitacional das pessoas que convivem 
com essas particularidades.
Com vistas a melhorar a qualidade de vida e, consequentemente, de saúde das pessoas, a 
SOBEST concede título de especialista para enfermeiros pós-graduados em estomaterapia que o 
tenham concluído em cursos firmados e reconhecidos pela associação.
Alguns dos seus objetivos envolvem o estímulo à participação e organização de oportunidades 
científicas para discussão de questões referentes à prática em estomaterapia; desenvolvimento 
FIQUE DE OLHO
Como visto, a ABENFO representa uma associação de extrema relevância para os 
profissionais de enfermagem que atuam no cuidado obstétrico e neonatal. Desse modo, 
veja mais sobre sua atuação e regimento em seu estatuto.
47
e publicação de estudos com relevância científica para a área, além de outros assuntos técnico-
científicos importantes para o aprofundamento da especialidade; e execução prática de cuidados 
em estomaterapia e afins.
Desse modo, sua relevância teórico-prática e científica, perpassa o conceito de uma simples 
associação e estabelece uma relação fundamental, evidente no reconhecimento da especialidade 
e no desenvolvimento das boas práticas assistenciais no cuidado ao paciente com estomias, 
feridas agudas e crônicas, drenos, fístulas, tubos e incontinências.
5.3 Sociedade Brasileira de Enfermagem em Feridas e Estética - 
SOBENFeE
Assim como as especialidades descritas anteriormente, a Sociedade Brasileira de Enfermagem 
em Feridas e Estética (SOBENFeE) busca constantemente qualificar a assistência de enfermagem 
nesse âmbito, com rigor técnicoe científico. Sua fundação ocorreu em 2003 e possui, atualmente, 
regionais em quatro estados do Brasil (Bahia, Ceará, Maranhão e Minas Gerais). Como interesse 
geral comum, procura, hoje, unir esforços para alcançar os objetivos propostos.
Opera na junção de profissionais enfermeiros que atuem e simpatizem com o cuidado 
integral, humanizado e interdisciplinar oferecido aos pacientes com feridas diversas, sendo de 
suma relevância para o crescimento e aprimoramento da assistência e dos diversos segmentos 
da profissão de enfermagem.
FIQUE DE OLHO
Por ser a SOBEST a referência maior em cuidados de enfermagem em estomaterapia, vale 
aprofundar mais os conhecimentos sobre as suas ações e sua relevância teórico-prática e 
científica na área através do seu portal na internet.
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Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
Após toda essa explanação, acredita-se que seja possível ampliar a reflexão e aprofundar 
mais algumas estratégias, com ênfase para a valorização e reconhecimento do profissional de 
enfermagem, através da descrição de atuais campanhas internacionais voltadas a essa temática.
Por fim, é necessário compreender a importância de conhecer os órgãos e sociedades para 
a execução e operacionalidade do cuidado em enfermagem. Tal cuidado deve ser respeitado e 
integrado à multidisciplinaridade da assistência, considerando sempre as ferramentas disponíveis 
à atuação profissional. A autonomia, a singularidade e o respeito do profissional de enfermagem 
devem ser estimuladas e relembradas sempre, pois uma boa atuação reflete diretamente no 
cuidado eficaz prestado ao paciente, de modo a proporcionar uma repercussão positiva para a 
qualidade de vida e bem-estar dos envolvidos nesse processo assistencial.
49
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer o aspecto histórico e atual dos sindicatos de enfermagem, como atuam e 
quais as suas participações na luta pelos interesses da classe profissional;
• conhecer outros órgãos de representação profissional que atuam em concordância 
com sindicatos e entidades regulamentadoras da enfermagem;
• compreender aspectos relevantes sobre outras associações de enfermagem em 
áreas especificas de conhecimento e especialidade, assim como seus objetivos;
• entender e conhecer como funciona e quais são as competências do sistema CO-
FEN/COREN;
• estudar a importância da Associação Brasileira de Enfermagem para a história da 
enfermagem e luta da classe.
PARA RESUMIR
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM. Estatuto Social. Rio de Janeiro: Cartório do 
6° Ofício do Rio de Janeiro, 1954. Disponível: http://www.abennacional.org.br/site/wp-
content/uploads/2019/01/Estatuto-ABEn-FINAL.pdf. Acesso em: 19 de maio de 2020.
BRASIL. Lei número 5.906, de 12 de julho de 1973. Dispõe sobre a criação dos Conselhos 
Federal e Regionais de Enfermagem e dá outras providências. Legislação para o Exercício 
da Enfermagem, Brasíli: DOU, 1973. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/lei-n-
590573-de-12-de-julho-de-1973_4162.html. Acesso em: 21 de maio de 2020.
CABRAL, I. E.; ALMEIDA FILHO, A. J. 85 anos de ABEn® e 80 de REBEn® promovendo o 
desenvolvimento científico e profissional da Enfermagem brasileira. Rev Bras Enferm, 
Brasília, v. 66 (esp), p.13-23, 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/reben/
v66nspe/v66nspea02.pdf Acesso em: 16 de maio de 2020.
GARCIA, C. L. L. M.; MOREIRA, A. A associação brasileira de enfermagem e a criação do 
conselho profissional no Brasil. Revista Online de Pesquisa Cuidado é Fundamental, Rio 
de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 97-110, 2009. Disponível em: http://www.seer.unirio.br/index.
php/cuidadofundamental/article/view/314/280 Acesso em: 16 de maio de 2020.
MOUTA, R. J. O.; PROGIANTI, J. M. Process of creating the Brazilian association of 
midwives and obstetric nurses. Texto contexto - enferm., Florianópolis, v. 6, n. 1, 2017.
Disponível em: . Acesso em 23 de maio de 2020.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 3
Atividade de enfermagem nas suas 
dimensões legais e éticas
Olá,
Você está na unidade Atividade de enfermagem nas suas dimensões legais e éticas. 
Conheça aqui os aspectos legais e éticos que envolvem as atividades da enfermagem em 
seus níveis técnico e de graduação. Aprofunde conhecimentos sobre fundamentos legais 
e éticos da atividade profissional da equipe de enfermagem no cuidado à população em 
dimensões que envolvem atividades de gestão, assistência, ensino e pesquisa.
Aprenda sobre a regulamentação da profissão no Brasil. Compreenda como ética é 
aplicada no cotidiano profissional em diversos cenários de atuação da enfermagem.
Bons estudos!
Introdução
53
1 NOÇÕES PRELIMINARES
Aqui será aprofundada a regulamentação das atividades de enfermagem, fornecendo 
subsídios conceituais e científicos para que você exerça a profissão em cenários diversos. O tema 
contribuirá para que você consiga desenvolver habilidades de sustentar sua prática profissional 
no âmbito assistencial, de ensino, gestão e pesquisa. Assim, essa amplitude de atuação fará de 
você um profissional mais completo e com capacidade de resolver questões éticas e profissionais 
que transcendem o cotidiano do cuidado.
O comprometimento profissional da enfermagem dá-se com as pessoas, sendo que suas 
ações em todos âmbitos já mencionados têm como destinatário final elas mesmas. Compreender 
a regulamentação profissional da enfermagem transcende a Lei do Exercício Profissional e 
perpassa normativas de classe nos âmbitos federais, estaduais e secretariais. Você, como futuro 
profissional de enfermagem, é autônomo e atua com o mesmo valor e peso na equipe que médicos, 
fisioterapeutas, nutricionistas etc. O conhecimento científico que você irá adquirir advém do campo 
profissional da enfermagem e, por isso, é singular e vital para manutenção da profissão.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
2 REGULAMENTAÇÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL
Tendo como base a trajetória histórica e legal da enfermagem, bem como aspectos gerais da 
Lei do Exercício Profissional (Lei 7.498/86) e o Decreto regulamentador (Decreto n.94.406/87) 
e sabendo que as categorias profissionais reconhecidas por lei são as de enfermeiro, técnico de 
enfermagem, auxiliar de enfermagem e parteiras; iremos nos aprofundar em suas atribuições, 
dando ênfase ao enfermeiro por se tratar do profissional que desenvolve as atividades mais 
complexas.
54
Figura 1 - Exercício profissional 
Fonte: Spotmatik, iStock, 2020.
#ParaCegoVer: a imagem mostra profissionais da saúde andando no corredor de um ambiente 
hospitalar.
2.1 Regulamentação do exercício profissional do enfermeiro no âmbito 
da gestão
A atividade de gestão dos serviços de enfermagem é de competência e responsabilidade 
do enfermeiro. Competência, porque é a atividade descrita e regulamentada nas Diretrizes 
Curriculares do Curso de Enfermagem, cujas competências de liderança, administração e 
gerenciamento, tomada de decisão e comunicação são apontadas. Já a responsabilidade diz 
respeito às atribuições de gestão previstas no artigo 11 da Lei do Exercício Profissional e no artigo 
oito do Decreto número 94.406/87.
Para desempenhar esse papel, o enfermeiro assume uma postura de liderança na equipe de 
enfermagem. Mas o que isso significa? Na administração, a liderança pode ser desenvolvida sobre 
perspectivas diversas, as quais serão descritas na sequência.
Existem líderes que são autoritários e ditam as regras que julgam ser as mais efetivas para um 
determinado contexto. Geralmente, são focados na resolução de problemas imediatos, fazendo 
com que sua equipe seja dependente de sua presença para dar continuidade ao serviço. Não há 
nada de errado em utilizar uma liderança autoritária, contudo, existem fatores que não fazem 
dessa liderança a melhor a ser aplicada a longo prazo, como inspirar medo em sua equipe, por 
exemplo. Um líder autoritário utilizará padrões e experiências próprias para tomar decisões, sem 
consultar e valorizar a voz de sua equipe, segundo Ribeiro et al (2006).
55
Já aliderança democrática, como o nome já diz, permite a valorização do conhecimento dos diversos 
membros da equipe. O líder, aqui, desenvolve papel decisório, porém ouve e proporciona espaço para 
questionamentos e discussões antes de executar as medidas necessárias para o andamento do serviço. 
Sua posição é flexível e acolhedora aos membros da equipe, ouvindo-os e direcionando-os de acordo 
com suas potencialidades e fazendo com que eles façam parte do processo de gestão.
Como exemplo, digamos que você, enquanto enfermeiro de uma unidade de terapia intensiva, 
deva organizar a escala anual do seu serviço. Na liderança autoritária, você decidirá todos os 
plantões, as folgas e quando cada um tirará férias de modo a tornar o serviço efetivo; já na 
democrática, você ouvirá os períodos em que seus funcionários gostariam de ter férias e folgas, 
em qual período eles se sentem mais produtivos no trabalho, qual o período que eles gostariam 
de tirar suas férias e quais dias da semana são os mais favoráveis às folgas. Assim, na liderança 
democrática, o enfermeiro ouve e esclarece que não será possível atender a todas demandas, 
uma vez que os profissionais têm preferências semelhantes (ex.: folga no domingo, férias em 
janeiro etc.); mas tenta organizar o serviço de acordo a manter sua equipe satisfeita e inclusa no 
processo atendendo ao maior número de solicitações sem prejudicar o andamento da unidade.
Por fim, tem-se a gestão liberal, em que o enfermeiro confia integralmente em sua equipe 
e oferece liberdade para a tomada de decisão sem supervisão direta. Esse tipo de liderança é 
empregado, geralmente, quando o enfermeiro delega funções de cuidados diretos de baixa 
complexidade (banho, cuidados de conforto, punção etc.) ao técnico e ao auxiliar de enfermagem. 
A gestão do cuidado faz parte das atividades de gestão do enfermeiro, contudo, as atividades que 
envolvem a efetivação dos planos de cuidado traçados dependem de processos em que os outros 
membros da equipe têm liberdade para desempenhar ações e tomar decisões de acordo com 
suas habilidades e competências sem necessidade de supervisão direta.
A supervisão indireta ocorre em todos os modelos de liderança, afinal, a chefia é 
responsabilidade legal do enfermeiro. Essas atividades de administração e chefia são reguladas 
por normativas que envolvem o direito do paciente, os direitos constitucionais das pessoas, os 
direitos e deveres trabalhistas de cada nível de formação da classe e aqueles amplos para todos.
Nesse âmbito, o direito do paciente aparece de maneira indireta, uma vez que todas as ações 
administrativas internas na equipe e no serviço têm impacto nas ações de saúde e na qualidade 
da assistência, cujo acesso é garantido na Portaria 1.820 de 13 de agosto de 2009. Os direitos 
constitucionais perpassam todos e abrangem questões de cidadania e respeito. Nesse sentido, as 
ações do enfermeiro gestor deve ocorrer em consonância com os princípios constitucionais, de 
acordo com o disposto no artigo quinto da Constituição Federativa do Brasil, conforme Brasil (1988):
[t]odos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros 
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade.
56
Referente às normativas trabalhistas de classe, tem-se o direito de técnicos e auxiliares não 
serem expostos à retaliação, humilhação e qualquer tipo de constrangimento; bem como o 
respeito à sua carga horária e descansos entre os plantões. Já as questões burocráticas referentes 
à direitos de férias, pagamentos, décimo-terceiros cabem aos recursos humanos, que podem 
integrar uma enfermeira com formação para isso nos contextos de saúde.
A gestão envolve não só gestão do serviço, mas também a gestão do cuidado, realizada nos 
moldes da sistematização da assistência de enfermagem e processo de enfermagem. Dessa 
forma, a gestão pode ocorrer tanto em nível de equipe quanto em nível assistencial.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
2.2 Regulamentação do exercício profissional do enfermeiro no âmbito 
da assistência
Quando falamos de assistência, temos que pensar que isso envolve o cuidado ao paciente nos 
níveis de atenção hospitalar, ambulatorial e de atenção primária. A regulamentação profissional 
do enfermeiro perpassa todas atividades desempenhadas pelos técnicos e auxiliares, além 
de atividades específicas do nível de formação de graduação. Sabendo-se os procedimentos 
privativos do enfermeiro, aprofundaremos, aqui, as atribuições que envolvem a consulta de 
enfermagem, a Sistematização da Assistência da Enfermagem (SAE), o Processo de Enfermagem 
(PE) e o cuidado voltado à defesa do paciente no âmbito dos serviços de saúde.
A consulta de enfermagem é regulamentada pelo artigo 11 da Lei do Exercício Profissional e 
pelo artigo oito do Decreto que o regulamenta. Ela consiste em uma entrevista, acompanhada 
de exame físico, realizada pelo enfermeiro no âmbito ambulatorial e de atenção primária. Nesses 
espaços, o enfermeiro encontra pacientes de diversas idades e consegue identificar situações 
que favoreçam a promoção à saúde e auxiliem na detecção precoce de agravos pela medicina. 
Para isso, é necessário que o enfermeiro tenha amplo conhecimento clínico e trabalhe sob uma 
57
perspectiva de humanização da assistência, uma vez que é o profissional que tem contato com o 
paciente com maior frequência.
Estudos apontam que a consulta de enfermagem tem impacto positivo na saúde da comunidade, 
especialmente, quando realizada nos moldes da SAE e do PE, conforme Oliveira et al (2012).
A SAE é ampla e engloba maneiras e instrumentos de organizar o PE. Os principais instrumentos 
dizem respeito aos protocolos, fluxogramas e diretrizes de enfermagem, cuja elaboração deve 
ser feita pelo enfermeiro e a sua implementação deve ser realizada por toda a equipe. Essas 
ferramentas auxiliam na otimização do cumprimento das atividades profissionais previstas em 
leis, decretos e portarias.
Além da gestão do cuidado, existem procedimentos de regulamentação exclusiva do 
enfermeiro. Segundo o artigo 11 da Lei 7.498/86 e o artigo oito do Decreto 94.406/87, o cuidado 
direto ao paciente grave com risco de vida deve ser realizado pelo enfermeiro. Como esse 
paciente, compreendem-se pessoas cujas demandas de cuidado sejam extremamente complexas 
e o manuseio de dispositivos apresentem-lhes graves riscos. Nesse sentido, o enfermeiro deve 
atuar no cuidado direto desempenhando atividades que, normalmente, seriam delegadas.
Um exemplo disso é um paciente em estado grave, cujo manuseio durante o banho, por exemplo, 
pode resultar na diminuição de sua saturação de oxigênio. Pacientes nessas condições estão em 
situações críticas, utilizando diversos aparelhos de suporte de vida que devem ser preservados. Assim, 
o cuidado complexo e redobrado exige fidelidade às técnicas para prevenir infecções hospitalares e, 
por isso, devem ser realizados pelo enfermeiro ou com sua supervisão direta.
Outra atividade privativa do enfermeiro diz respeito à inserção e manejo do cateterismo 
umbilical. Esse procedimento é bastante aplicado na neonatologia, sendo sua técnica bastante 
precisa. Com isso, o risco para erros de inserção e infecção durante seu manejo é bastante alto, 
exigindo maiores níveis de formação. Desde 2011, a Resolução número 388 do Conselho Federal 
de Enfermagem (COFEn) regulamentou a atividade como privativa do enfermeiro, descrevendo a 
necessidade de capacitação para a atividade.
Procedimentos como a sondagem vesical de alívio e de demora não têm resolução específica 
restringindo-os à competência do enfermeiro, contudo, existe uma resolução de 2013 que aprova 
um parecer normativo para o procedimento em âmbito de equipe. Nesse anexo, dispõe-se da 
inserção e do manejo como atividade de enfermagem, que, por ser um procedimento considerado 
complexo, fica restrito ao profissional com graduação. Essa interpretação foi confirmadaem uma 
Plenária e publicado no site do COFEn em 2015.
Já a sondagem naso/orogástrica e naso/oro entérica são privativas do enfermeiro desde 
2019, a partir da publicação da Resolução COFEn 619.
58
Assim como a sondagem, outros procedimentos são considerados complexos e, por isso, 
de competência exclusiva do enfermeiro, mesmo que não existam resoluções ou portarias 
explicitando isso. Vamos relembrá-los:
• acompanhamento de pré-natal de baixo risco;
• episiotomia;
• episiorrafia;
• aplicação de anestesia local;
• aprazamento de prescrição médica;
• classificação de risco;
• punção de Port-a-Cath;
• punção de veia jugular;
• passagem e cuidados do cateter venoso central de inserção periferia de longa permanên-
cia (PICC);
• administração de quimioterapia;
• retirada de drenos;
• coleta de gasometria arterial;
• administração de nutrição parenteral.
De maneira geral, o exercício profissional do enfermeiro é ampliado e complexo, centrado 
no paciente e com responsabilidade legal pelo serviço oferecido pela equipe. Nesse sentido, é 
importante destacar que o trabalho assistencial do enfermeiro é respaldado legalmente para 
atuar em todas frentes do trabalho da enfermagem.
2.3 Regulamentação do exercício profissional do enfermeiro no âmbito 
do ensino
A enfermagem é uma ciência cujo conhecimento interdisciplinar compõe um corpo de informações 
científicas capazes de atender às demandas do cuidado em saúde de seres humanos. Nesse sentido, 
o ensino de conhecimentos específicos da área da enfermagem deve ser realizado por profissionais 
da área, uma vez que é preciso ter formação para ensinar habilidades específicas. Um advogado, por 
exemplo, não tem ferramentas para ensinar a ciência da enfermagem. Ele pode ensinar conteúdos 
específicos da área do direito aplicados na enfermagem e na saúde, contudo, não possuirá aporte 
científico para ensinar sobre SAE, planejamento de cuidado, procedimentos específicos etc.
59
Por isso, a atividade do ensino de enfermagem é uma habilidade adquirida durante o curso 
de graduação. Nesse sentido, a regulamentação dessas atividades de ensino está inserida nas 
Diretrizes Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem, publicada em 2001, por meio da 
Resolução do Conselho Nacional de Educação/Conselho de Educação Superior.
Ao mesmo tempo que o estudante adquire essa competência ao ser habilitado como 
enfermeiro, é essa normativa que explicita que apenas o enfermeiro pode ensinar conteúdos de 
enfermagem.
Com isso, o ensino do Curso Técnico de Enfermagem deve ser realizado por um profissional 
graduado. Já o ensino superior exige modalidades mais avançadas como mestrado e doutorado, 
restringindo atividades de supervisão de estágio aos enfermeiros sem essas titulações citadas 
anteriormente. É importante ressaltar que a exigência dessas titulações surgiu como uma 
normativa das universidades federais, tornando-se uma demanda de mercado para faculdades 
particulares devido os requisitos do Ministério da Educação para credenciamento de cursos de 
graduação. E por que é importante saber isso? Porque você, quando se formar enfermeiro, saíra 
habilitado a desempenhar também o papel de educador na área.
2.4 Regulamentação do exercício profissional do enfermeiro no âmbito 
da pesquisa
No Brasil, a pesquisa está bastante ligada às instituições de ensino e à procura pela qualificação 
no mestrado e doutorado. É crescente a busca da pesquisa por profissionais que atuam na prática 
profissional como forma de contribuir para melhorar a qualidade da assistência às pessoas que 
frequentam os serviços de saúde.
Enquanto área de conhecimento, a enfermagem desenvolve pesquisas com seres humanos, 
sendo necessária à sua regulação por Comitês de Ética em Pesquisa cadastrados em uma 
plataforma nacional. Essas pesquisas devem ser orientadas pela Resolução 466 de 2012 do 
Conselho Nacional de Saúde, que apresenta diretrizes para esses projetos. Ainda não é necessário 
aprofundar esses conhecimentos, porém é importante que você saiba que o enfermeiro também 
é habilitado a ser pesquisador, sendo respaldado na Lei do Exercício Profissional (1986).
60
2.5 Regulamentação do exercício profissional do técnico de enfermagem
A Lei do Exercício Profissional aborda a regulamentação do técnico de enfermagem (TE). 
No entanto, essa é uma das classes de maior controvérsia em relação à identificação de quais 
atribuições podem ficar sob sua responsabilidade. Por isso, existem vários documentos, sejam 
eles resoluções, portarias ou pareceres, para esclarecer de que forma questões éticas, tais como 
a beneficiência e não maleficiência do paciente, são avaliadas.
Como exemplo, temos três normativas:
• Resolução 0511/2016
Aprova Norma Técnica para atuação de enfermagem, incluindo técnicos, na hemoterapia.
• Parecer 01/2018/COFEN/CTAB
Dispõe da atuação do TE na Estratégia Saúde da Família na ausência temporária do enfermeiro 
responsável técnico pela Unidade Básica.
• Parecer do Conselheiro 063/2018
Resolve sobre a retirada da sonda vesical de demora pelo TE.
No primeiro documento, tem-se a regulamentação das atividades referentes à hemoterapia 
como atividade a ser supervisionada por um enfermeiro. A supervisão envolve aspectos 
administrativos que vão ser construídos de acordo com o perfil do gestor e confiança em sua 
equipe, respeitando os limites legais das atribuições a serem delegadas ao TE.
Já o segundo flexibiliza algumas atividades que seriam privativas do enfermeiro, como consulta 
de enfermagem e gestão do serviço em ausência eventual da chefia. Isso significa que o TE pode 
atuar em situações atípicas para que o serviço dê continuidade ao atendimento à população.
Por fim, o terceiro parecer resolve que, apesar da inserção da sonda vesical de demora ser 
um procedimento complexo que demanda execução por um profissional de nível superior, a sua 
retirada oferece um risco menor ao paciente. Com isso, é autorizada a retirada do dispositivo por TE.
FIQUE DE OLHO
O primeiro contato com a pesquisa é na graduação, sendo o Trabalho de Conclusão de Curso 
(TCC) uma investigação que pode contribuir com a ciência da enfermagem. O detalhamento 
dos procedimentos éticos pode ser encontrado em um artigo bastante completo publicado 
em 2019 por Karla Patrícia Cardoso Amorim, chamado “Ética em pesquisa no sistema CEP-
CONEP brasileiro: reflexões necessárias”.
61
2.6 Regulamentação do exercício profissional do auxiliar de enfermagem
Esse profissional tem sua regulamentação descrita na Lei do Exercício Profissional, contudo, 
existem algumas atualizações importantes publicadas na Resolução 280/2003 e Parecer número 
07/2014/COFEN/CTLN.
A resolução resolve proibir a atuação desse nível de formação como auxiliar de cirurgia. Já o 
parecer reforça os artigos 11, 12 e 13, restringindo sua atuação à procedimentos de baixo risco e 
conferindo-lhe o direito de participar da equipe de saúde de acordo com sua formação.
3 CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DE 
ENFERMAGEM
No Código de Enfermagem, autorizado e publicado na Resolução COFEn 564/2017 e seu 
anexo, há aspectos nos quais ainda devemos nos aprofundar, especialmente aqueles que 
envolvem situações em que os profissionais se sentem desconfortáveis. Então, aqui, vamos 
discutir questões que envolvem a moral e ética.
Figura 2 - Ética 
Fonte: Olivier Le Moal, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: a imagem mostra uma bússola apontando para a palavra “ética”.
FIQUE DE OLHO
A delegação de atividades de enfermagem a TE é bastante regulamentada e controlada. 
Portanto, é importante sempre checar o Portal do COFEN para encontrar as situações em 
que o enfermeiro tem respaldo para isso. Entre no site e explore as publicações para seu 
aprofundamento.
62
A moral consiste em uma série de costumes pautados em ideologias. Todos temos ideologia, 
afinal não acreditar em algo também é se posicionar. Nesse sentido, quando refletimos sobre 
nossa atuação profissional como enfermeiros, devemos trabalhar internamente nossos limitese potencialidades, pois quem somos e no que acreditamos pode interferir no cuidado prestado.
No estudo desenvolvido por Bubadué e Cabral (2018), os resultados apontam que, mesmo 
sem perceber, os enfermeiros têm preconceito com crianças com HIV, fazendo com que o 
cuidado desenvolvido em relação a elas seja diferente. Esse preconceito pode ser resultado 
de diversas questões construídas culturalmente, como o contexto da década de 1980, que são 
muito difíceis de romper, especialmente porque a maioria nem percebe que essa tensão e 
distanciamento da criança com HIV e sua família interferem no cuidado integral. Nesse estudo, a 
interferência manifesta-se na não apropriação de questões importantes para esses pacientes por 
desconforto de tratar o tema, dificuldade de interagir com essas pessoas e dificuldade de realizar 
procedimentos de forma tranquila.
Nesse sentido, quando pensamos no Código de Ética de Enfermagem como um modulador 
das atitudes dos profissionais, buscamos nele a sustentação para nossas atitudes. É claro que não 
encontraremos as especificidades de cada situação, mas existem pontos chave que são deveres 
profissionais. Por exemplo:
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
Art. 24 Exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade, resolutividade, dignidade, 
competência, responsabilidade, honestidade e lealdade.
Art. 48 Prestar assistência de Enfermagem promovendo a qualidade de vida à pessoa e família no 
processo do nascer, viver, morrer e luto.
Vamos refletir sobre o que o artigo 24 nos diz. Nele, encontramos os princípios éticos que 
regem a prática profissional da enfermagem.
63
Os princípios de justiça e dignidade relacionam-se indiretamente, uma vez que reconhecer 
uma pessoa em toda sua integralidade também faz parte de respeitar suas crenças, características, 
escolhas, raça, cor, orientação sexual e práticas de vida. Esse ato de tratar e respeitar a todos 
de maneira igual é uma postura de justiça. Parece simples, não? Então vamos pensar em uma 
questão hipotética mais complexa.
A enfermeira Michele é casada e tem dois filhos, frequenta a igreja católica semanalmente, é 
contra o aborto e pensa no sexo como uma expressão de amor entre duas pessoas comprometidas. 
Ela trabalha em um hospital de referência em atendimento à saúde da mulher no Brasil e, 
frequentemente, é confrontada com situações que a faz repensar como deve agir.
Certo dia, recebeu uma mulher de 19 anos com grande sangramento vaginal que se recusava 
a dizer como esse processo teve início. Após o exame físico e primeiro atendimento, ela foi 
internada para um processo de curetagem. Descobre-se que essa mulher estava grávida e decidiu 
interromper a gravidez com um cabide e com uma medicação que uma amiga lhe deu. Ela trabalha 
como profissional do sexo e a gravidez foi algo inesperado em decorrência de um atendimento a 
um cliente que insistiu para que fizessem sexo sem camisinha.
Neste dia, Michele, que é completamente contra as práticas de vida da jovem – sejam elas 
em relação à profissão que exerce ou ao procedimento abortivo que ela realizou de forma caseira 
–, era a única enfermeira no plantão. A paciente, com hemorragia, gritava de dor e explicava 
que não tinha a intenção de fazer o procedimento, mas, ao mesmo tempo também não tinha 
condições de criar uma criança.
Em Michele crescia em desconforto e um sentimento de desgosto com respeito à atitude da 
mulher. Contudo, refletiu sobre sua posição enquanto profissional e manteve-se firme durante o 
procedimento de curetagem enquanto enfermeira responsável da unidade.
É difícil dizer o quanto isso interferiu na sua interação com a paciente, mas o respeito à ética 
profissional e a postura que isso demanda deve transcender às crenças pessoais. Essa competência 
profissional é adquirida ao longo do curso de enfermagem e aperfeiçoada na prática profissional 
para o cuidado resolutivo, outro princípio ético respeitado na situação hipotética descrita.
Nesse contexto, a responsabilidade profissional foi posta em prática durante todo o processo, 
sendo honestidade e lealdade ao desempenho de suas funções inevitável, bem como a equidade. 
Já o artigo 48 é bastante autoexplicativo e foi cumprido na situação apresentada.
Retomando as atribuições descritas na seção anterior, o Código de Ética de Enfermagem 
orienta que não exista desvio de função. Contudo, algumas situações são passíveis de adequação. 
Em situações desse tipo, o que existe é uma avaliação do impacto à população.
64
Será que o benefício de deixar um técnico de enfermagem responsável pela Estratégia de 
Saúde da Família durante três dias de afastamento do enfermeiro em decorrência de uma doença 
é maior do que o risco de deixá-lo responsável? Isso vai depender da competência técnica dessa 
pessoa, do treinamento prévio realizado pelo enfermeiro e do quanto esse profissional está 
comprometido em atender às demandas da população.
Se existir a confiança do supervisor em seu subordinado e, conforme já vimos, há respaldo 
documental para essa medida publicado pelo Conselho Federal de Enfermagem; então, não 
haverá implicação ética para tal conduta. No entanto, deve-se reforçar que se houver alguma 
ocorrência ou atividade ilícita durante esse período, a responsabilidade é do enfermeiro que 
delegou a função e a punição será decidida pelo órgão responsável de acordo com critérios 
específicos.
Outra questão fundamental a ser abordada é o sigilo profissional, especialmente, em 
situações como a do caso hipotético de Michele. Uma questão polêmica naquele caso é o fato 
de o aborto ser um procedimento ilegal no Brasil, salvo exceções. Apesar de a jovem poder ter 
provocado o sangramento que exigiu um processo de curetagem, é preciso ter claro que essa é 
uma acusação bastante séria e que existem critérios para quebra de sigilo profissional, cujo dever 
é descrito no Código de Ética. Assim, é difícil traçarmos uma conduta linear por necessitar de 
consultoria especializada do campo do direito e da bioética. Nesse sentido, deixa-se a reflexão de 
que todas nossas condutas no campo profissional devem ser pensadas e organizadas de acordo 
com as regulamentações.
Não iremos nos restringir às questões da infância, pois são bastante específicas, contudo, 
recomenda-se que essas sejam exploradas ao longo do curso e revisitadas quando necessário. 
Aqui, vamos pensar um pouco no compromisso ético do enfermeiro para a melhoria da assistência 
de seu serviço.
Como vimos anteriormente, a pesquisa é uma habilidade adquirida e uma atribuição do 
enfermeiro, contudo, o que não sabemos é que a produção do conhecimento também deve 
seguir uma conduta ética. O que significa que a pesquisa deve ser pensada, escrita, conduzida 
e publicada seguindo princípios éticos, os quais incluem a responsabilidade do enfermeiro em 
FIQUE DE OLHO
O sigilo profissional se estende à criança e ao adolescente, sendo assim, em uma consulta 
individual, o enfermeiro deve respeitar a privacidade infantil, mesmo sob solicitação dos 
pais. Existem exceções e elas estarão ligadas ao grau do risco a ser submetido à criança.
65
contribuir para a construção do conhecimento na área e a devolução dos resultados à população.
A pesquisa é realizada para melhorar ou resolver uma questão de saúde da sociedade. Ela 
deve beneficiar a população e contribuir para o seu bem-estar, seja ele por meio do manejo de 
doenças ou da sua prevenção.
As pesquisas ocorrem de acordo com a época que vivemos. Em 2020, a grande pandemia da 
Covid-19 fez com que pesquisadores direcionassem seus estudos para o manejo do cuidado de 
enfermagem nesse contexto, ou sobre o estresse e o burnout enfrentado pelos profissionais da 
área. Isso é apenas um exemplo para demonstrar como a pesquisa desenvolvida pelo enfermeiro 
está em consonância com a demanda da população. Essa dinâmica favorece a responsabilidade ética 
do enfermeiro em desempenhar papéis que primam pela contribuição e o benefício à sociedade.
Os procedimentos éticos de conduçãoserão abordados em outro momento, contudo, vamos 
pensar no que acontece depois da pesquisa. Como ocorre a publicação desses dados? Geralmente, 
são publicados em periódicos de impacto, contudo, uma questão bastante importante a se 
considerar é que existe grande dificuldade de acesso a esses materiais. Nesse sentido, discute-
se muito sobre a responsabilidade ética do enfermeiro em dar retorno dos resultados em uma 
linguagem acessível.
Amorim (2019) convida-nos à seguinte reflexão:
Quais os cuidados dispensados às pessoas que participam dos estudos após o seu término? Que 
conhecimento é repassado a eles? Nos ensaios clínicos envolvendo medicamentos (se comprovado 
o efeito positivo destes), os pacientes têm tido a garantia de continuidade do tratamento após a 
conclusão do estudo? Acredita-se que as respostas para essas questões serão na sua maioria: nenhum 
ou poucos.
Pensando nisso, vamos pensar no Código de Ética em Enfermagem como uma normativa 
ampliada que orienta condutas em diversos campos de atuação profissional previstos em lei. Por 
isso, pensar na conduta ética envolve todos aspectos da prática de enfermagem. Assim, considere 
esse assunto um guia que deve ser revisitado e complementado pelas leituras completas dos 
documentos e artigos complementares.
66
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer aspectos legais e éticos das atividades da enfermagem;
• conhecer os fundamentos legais e éticos da atividade profissional da equipe de 
enfermagem no cuidado à população em diversas dimensões;
• entender as dimensões que envolvem atividades de gestão, assistência, ensino e 
pesquisa;
• aprender sobre a regulamentação da profissão no Brasil;
• compreender como a ética é aplicada no cotidiano profissional em diversos cenários 
de atuação da enfermagem.
PARA RESUMIR
AMORIM, K. P. C. Ética em pesquisa no sistema CEP-CONEP brasileiro: reflexões 
necessárias. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 24, n. 3, p. 1033-1040, mar. 2019.
BRASIL. Decreto número 94.406/87. Dispõe sobre o exercício da Enfermagem e dá 
outras providências. Brasília: DOU, 1987.
BRASIL. Lei número 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre o exercício da 
Enfermagem. e dá outras providências. Brasília: DOU, 1986.
BUBADUÉ, R. M.; CABRAL, I. E. Advocacy care on HIV disclosure to children. Nurisng 
Inquiry, Nova Jérsei, 2018.
BUB, M. B. C. Ética e prática profissional em saúde. Texto contexto - enfermagem, 
Florianópolis, v. 14, n. 1, p. 65-74, mar. 2005.
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução 554/2017. Aprova o código de ética 
de enfermagem. Brasília: DOU, 2017.
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução 619/2019. Normativa a atuação da 
equipe de enfermagem na sondagem oro/nasogástrica e nasoentérica. Brasília: DOU, 
2019.
COSTA, R. et al. O legado de Florence Nightingale: uma viagem no tempo. Texto contexto 
- enfermagem, Florianópolis, v. 18, n. 4, p. 661-669, dez. 2009.
FRELLO, A. T.; CARRARO, T. E. Contribuições de Florence Nightingale: uma revisão 
integrativa da literatura. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p. 573-579, ago. 2013.
GRISARD, N; VIEIRA, E.T.S. Ana Néri, madrinha da enfermagem no Brasil. Gaz. méd. 
Bahia, Salvador, v. 78, n. 2, p. 145-147, jul.-dez. 2008.
LIMA DA SILVA, J. L. et al. Estrés en la actividad administrativa de enfermería: 
consecuencias para la salud. Av.Enferm., Bogotá , v. 31, n. 2, p. 144-152, jul. 2013.
LOPES, L. M. M.; SANTOS, S. M. P. dos. Florence Nightingale: apontamentos sobre a 
fundadora da enfermagem moderna. Rev. Enf. Ref., Coimbra, v. serIII, n. 2, p. 181-189, 
dez. 2010.
NIGHTINGALE, F. Notas sobre enfermagem: o que é e o que não é. São Paulo: Cortez; 
CE-PEn, 1989.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OLIVEIRA, S. K. P. de et al. Temas abordados na consulta de enfermagem: revisão 
integrativa da literatura. Rev. bras. enferm., Brasília, v. 65, n. 1, p. 155-161, fev. 2012.
POKORSKI, S. et al. Processo de enfermagem: da literatura à prática. O quê de fato nós 
estamos fazendo? Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 17, n. 3, p. 302-307, 
jun. 2009.
QUEIROZ, A. B. A. et al. Nursing work in assisted human reproduction: between 
technology and humanization. Rev. Bras. Enferm., Brasília, v. 73, n. 3, 2020.
RIBEIRO, M.; SANTOS, S. L. dos; MEIRA, T. G. B. M. Refletindo sobre liderança em 
Enfermagem. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, p. 109-115, abr. 2006.
SANTOS, J. L. G. dos; LIMA, M. A. D. da S. Gerenciamento do cuidado: ações dos 
enfermeiros em um serviço hospitalar de emergência. Rev. Gaúcha Enferm., Porto 
Alegre, v. 32, n. 4, p. 695-702, dez. 2011.
UNIDADE 4
Ética e condutas apropriadas 
ao exercício profissional de 
enfermagem
Olá,
Você está na unidade Ética e condutas apropriadas ao exercício profissional de 
enfermagem. Conheça aqui as condutas éticas que devem ser executadas pelos 
profissionais de enfermagem, os princípios de bioética, as ocorrências éticas e os aspectos 
relacionados à ética em pesquisa científica e envolvendo seres humanos.
O objetivo é reconhecer aspectos relevantes às questões éticas envolvendo o exercício 
profissional de enfermagem em cada perspectiva de sua atuação profissional.
Bons estudos!
Introdução
71
1 CONDUTA ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE 
ENFERMAGEM
Os princípios éticos orientam qualquer profissão e assim também ocorre com a enfermagem. 
Nessa área, isso acontece mediante o código de ética específico e normatizações que englobam 
assuntos referentes ao comportamento ético frente à assistência ao paciente e comunidade, 
englobando exercício profissional em todos os âmbitos de atuação. Apresentar um comportamento 
e postura éticos levam o profissional a uma dimensão crítico-reflexiva da sua construção humana 
em torno de princípios e valores ao longo de sua vida. Tais características compõem o caráter 
individual e refletem diretamente nos atributos do ser humano, no modo como ele as expressa, 
segundo Carvalho et al (2018).
Termos como consciência, conhecimento, liberdade, empatia e responsabilidade devem 
permear toda a atuação profissional dos indivíduos, como forma de assegurar os direitos do 
cidadão, o que se refere aos seus direitos e de quem recebe as ações decorrentes do seu trabalho.
O processo reflexivo supracitado emana de muitas definições, principalmente da forma como 
o profissional enxerga e executa o seu trabalho, de como lida com as dificuldades e limitações 
do exercício profissional, de como interage com outros colegas de profissão e com a equipe de 
trabalho, sendo de suma importância considerar sempre as experiências e situações vividas, com 
uma visão voltada ao aperfeiçoamento constante.
Assim, o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem envolve assuntos referentes aos 
interesses profissionais individuais e coletivos, pontuando os deveres e responsabilidades frente 
à assistência ao indivíduo e coletividade, bem como destaca que o exercício da profissão e seu 
produto devem ocorrer de modo legal, correto e sem riscos ou danos aos envolvidos no processo.
Para tanto, se faz necessário conhecer e refletir sobre as principais características das 
condutas éticas dos profissionais de enfermagem, conforme será abordado a seguir.
1.1 Comportamentos éticos necessários à profissão de enfermagem
Para um bom desempenho profissional, não é suficiente a busca por aperfeiçoamento e 
atualização constante, pois alguns atributos da profissão precisam ser reconhecidos e executados 
em todos os cenários e situações.
Um exemplo dessa afirmativa é a postura ética que os profissionais devem desenvolver, 
uma vez que condutas corretas e adequadas promovem uma maior credibilidade, confiança e 
respeito entre profissionais, bem como com demais integrantes da equipe de saúde, pacientes e 
comunidade.
72
Assim sendo, além do código de ética profissional e das legislações que regem tal exercício, 
devem ser observadas também as normatizações dos serviços e organizações no qual está 
inserido.
Sobretudo, o conhecimentode tais posturas e comportamentos éticos faz-se necessário, uma 
vez que o profissional toma ciência dos seus atos e possíveis consequências.
A princípio, algumas premissas devem ser observadas no que se refere ao cuidado com o 
indivíduo e coletividade:
• Premissa 1
Respeitar à subjetividade e necessidade do paciente, pois é necessário que suas demandas 
sejam observadas e as ações do cuidado sejam desenvolvidas de acordo com elas.
• Premissa 2
Manter sempre informados tanto o paciente quanto a família, ou responsáveis. É importante 
que todo cuidado realizado, ações, procedimentos e estado de saúde sejam devidamente 
esclarecidos e orientados quanto a possíveis cuidados a serem tomados. Essa conduta torna-os 
mais ativos e autônomos no processo de cuidado.
• Premissa 3
Registrar tudo que for executado com o(s) indivíduo(s) no prontuário do paciente e fichas 
referente ao cuidado de enfermagem. O registro deve ser detalhado, minucioso e claro, além 
do respeito às normas vigentes da língua pátria, contendo sempre data, hora, nome, registro 
e carimbo do profissional que executou o cuidado, a fim de facilitar o seguimento das ações e 
garantir respaldo profissional em eventuais necessidades.
• Premissa 4
Manter sempre o sigilo de tudo que se refere ao paciente, principalmente das informações 
clínicas e dos casos que são discutidos e analisados entre a equipe de saúde. Não é ético e nem 
respeitoso comentar ou repassar informações sobre o serviço, sua exequibilidade e condições dos 
indivíduos que recebem a assistência.
• Premissa 5
Tratar com cordialidade, respeito, empatia e humanidade aqueles que recebem ou que 
buscam a assistência, além do respeito à diversidade de gênero, social, econômica e religiosa. 
Termos pejorativos, preconceito ou discriminação são considerados condutas criminosas.
73
• Premissa 6
Reconhecer e identificar limites clínicos, em que uma determinada demanda de saúde deve 
ser encaminhada a outro profissional, de modo que o cuidado seja articulado, compartilhado e 
continuado, sem prejuízos à efetividade da assistência.
• Premissa 7
Acima de tudo, tratar de modo acolhedor, imparcial e por meio de uma escuta ativa e livre de 
qualquer interferência pessoal.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
1.2 Desempenho ético de enfermagem no contexto da equipe 
multidisciplinar
Como membro de uma equipe multidisciplinar, os profissionais de enfermagem devem 
exercer algumas condutas e comportamentos éticos para o bom desempenho de suas ações, 
assim como boa convivência entre colegas e companheiros de trabalho.
Desse modo, vale destacar algumas condutas éticas para o trabalho em equipe:
FIQUE DE OLHO
Para aperfeiçoar os conhecimentos sobre as condutas éticas, deveres, direitos e 
responsabilidades do profissional de enfermagem acesse na íntegra o código de deontologia 
da profissão – Resolução COFEN número 564/2017 – disponível online no site da COFEN.
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• buscar sempre manter um relacionamento ético e respeitoso com os profissionais atuan-
tes no serviço ou estabelecimento de saúde, assim como os demais membros da equipe 
multidisciplinar;
• jamais criticar ou tentar diminuir o respeito ou consideração técnica do paciente a um 
outro profissional. Quando ocorrerem divergências nas estratégias ou orientações, bus-
car conhecer melhor a conduta tomada pelo outro profissional e conversar acerca do 
melhor para o tratamento e recuperação do paciente, jamais tentando diminuí-lo, sendo 
que o diálogo de opiniões é sempre a melhor saída dentro de uma assistência que deve 
ser contínua e resolutiva;
• respeitar sempre as normatizações internas dos serviços e organizações, assim como 
as condutas profissionais postas pelos órgãos regulamentadores das demais profissões, 
assim como seguir as regulamentações do exercício da sua referida profissão;
• procurar sempre exercer a humildade, o diálogo e a empatia entre a equipe e seus mem-
bros, pois a troca e discussões referentes aos cuidados em saúde deve ser considerada 
peça-chave para um bom resultado em saúde individual e coletiva.
Contudo, o cuidado em saúde requer muita dedicação, zelo, respeito e observância as normas 
e regulamentações profissionais, desse modo, cabe a enfermagem estar sempre atenta ao seu 
exercício profissional e a forma como conduz suas ações e trabalho.
2 BIOÉTICA
O profissional de enfermagem, em suas particularidades profissionais, atua diretamente no 
cuidado do indivíduo e da coletividade, inserindo-se em um meio social que difere em vários 
contextos, sendo de suma importância considerar uma postura ética frente aos dilemas que 
podem ser enfrentados e vivenciados nos mais diversos assuntos de atenção em saúde-doença, 
de acordo com Faria (2019).
Com o intuito de fomentar ainda mais os conhecimentos sobre as condutas éticas do 
profissional de enfermagem, elencar os princípios e questões envolvendo a bioética em 
enfermagem são fundamentais para a atualização e informação dos profissionais. Para tanto, 
a seguir, serão apontados conceitos importantes acerca do assunto nos diferentes contextos e 
realidades.
2.1 Questões limítrofes entre os dilemas éticos nos cuidados de 
enfermagem
Inicialmente, dilema ético corresponde às situações profissionais que demandam a tomada de 
decisões pelo indivíduo, com envolvimento dos seus valores morais. Em outras palavras, é quando 
o profissional se vê diante de situações que requerem uma decisão entre duas ou mais opções 
opostas, que, por vezes, contrariam valores morais nos quais acredita, sendo necessário agir com 
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o máximo de imparcialidade possível, além de dever haver compromisso e responsabilidade pela 
escolha da ação.
Vale salientar que há diferenças entre dilema, problema e conflito. O problema é uma 
circunstância desagradável que pode ser resolvida com estratégias conjuntas, enquanto o conflito 
se refere ao desentendimento ou desacordo entre duas ou partes em determinada situação.
Nesse contexto, entre os dilemas éticos que muitas vezes permeiam o cuidado de enfermagem, 
pode-se considerar alguns exemplos como:
• aborto;
• eutanásia;
• distanásia;
• ortotanásia;
• fertilização assistida;
• violências.
Para as expressões supracitadas, muitos questionamentos têm sido feitos no decorrer dos 
anos, sendo inquietações sobre qual o momento exato de início e fim da vida no que se refere 
ao respeito a ela. Nesse sentido, qual o limite entre a obrigação profissional e o direito de o 
indivíduo decidir situações referentes a si mesmo? É, de fato, necessária a preservação da vida 
independentemente de sua qualidade ou desejo de outrem?
Questões como essas são feitas diariamente e construídas ao longo dos anos, tendo em 
vista os valores morais, culturais e religiosos das pessoas e em especial dos profissionais. Porém, 
mesmo diante de situações ou interrogações como essas, é extremamente imprescindível que o 
profissional tenha em mente que a execução do seu trabalho deve ser pautada sempre em torno 
da lei, da ética, das boas condutas, do respeito e da dignidade humana.
Nesse entorno, as questões envolvendo o aborto possuem ferrenhas discussões políticas e 
sociais, frente ao contexto de criminalização ou descriminalização deste.
Para a atuação de enfermagem, alguns preceitos éticos e legais precisam ser considerados. O 
primeiro deles é o que determina o Código de Ética Profissional que, no artigo 73, define sobre 
a proibição do ato de provocar ou cooperar com a prática do aborto, com exceção para os casos 
previstos em lei. Entretanto, o código ainda estabelece, em parágrafo único, que na prática do 
aborto, nos casos permitidos em lei, o profissional poderá decidir conforme sua consciência sobre 
a sua participação ou não no ato, desde que garanta a continuidade da assistência prestada a essa 
mulher, sem quaisquer prejuízos.
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Com relação à reprodução assistida, a fertilização in vitro compreende uma técnica laboratorial 
de implantação de uma quantidade considerável de gametas masculinos dento da estruturareprodutiva feminina com o intuito de aproveitar a ovulação e fecundar um ovócito que culmina 
em gestação. Mas qual seria exatamente o papel da bioética em enfermagem nesse assunto?
Atualmente, a enfermagem está resguardada quanto ao trabalho em reprodução assistida 
desde a legislação do exercício profissional que trata sobre a atuação do profissional como 
membro da equipe de saúde, nas questões técnicas e reprodutivas. Desse modo, um novo 
paradigma está sendo construído no que diz respeito à atuação profissional em saúde sexual 
e reprodutiva, mais especificamente nos centros e clínicas de reprodução assistida, sendo um 
grande passo para o avanço científico, tecnológico e de inovação, conforme Queiroz et al (2020).
O código de ética também aponta, como uma de suas proibições, a participação de forma 
direta ou indireta do profissional de enfermagem, mesmo que juntamente a outros profissionais, 
na desobediência às leis que se referem à assistência no âmbito da reprodução e outros serviços.
Considerando ainda questões referentes ao processo de morte e de morrer, o comportamento 
ético do profissional de enfermagem perpassa temas importantes como eutanásia, distanásia e 
ortotanásia. A fim de conhecer melhor sobre o assunto, os conceitos citados devem ser discutidos 
primariamente.
Eutanásia corresponde ao processo de intervenção realizada por terceiro, que culmina em 
morte do paciente com doença grave e sem possibilidade nenhuma de vida, de modo a promover 
um alívio no sofrimento pela condição indigna de viver. Esse processo é compreendido por muitos 
como sinônimo de uma boa morte ou de uma morte misericordiosa.
Já a distanásia contempla uma morte prolongada, muitas vezes demorada, e, 
consequentemente, com mais sofrimento, na qual a prorrogação demasiada da morte de um 
paciente que se encontra em estado terminal, ou quando o seu tratamento já não se faz mais 
útil para resolução da condição de saúde deste, é considerada apenas no sentido de delongar o 
processo de morte, pois nesses casos não há mais perspectivas de vida.
Ao contrário, a ortotanásia, pelo sentido da palavra, prevê uma morte correta ou natural, 
sem interferência de ações e procedimentos excessivos para prolongar a vida. Esta permite ao 
paciente uma morte considerada digna e sem sofrimento, na qual a evolução e percurso da 
doença ocorrem para o desfecho do óbito. Na ortotanásia, são liberados o uso de cuidados 
paliativos para o alívio da dor, pois não são considerados artifícios que visam prolongar a vida, 
mas sim amenizar dores insuportáveis e promover uma morte natural mais digna.
No contexto da ética e do exercício da profissão, o Código de Ética Profissional, em seu artigo 
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antecipação da morte de qualquer indivíduo.
Desse modo, alguns princípios bioéticos devem ser considerados como norte para discussões, 
decisões, procedimentos e ações na instância do trabalho e cuidados em saúde dos indivíduos. 
Estes serão abordados com maiores detalhes a seguir.
2.2 Beneficência, não-maleficência, autonomia e justiça ou equidade
Mediante os conceitos até aqui abordados, fica claro que a bioética busca fornecer auxílio aos 
profissionais para que possam subsidiar de forma ética o enfrentamento de questões envolvendo 
conflitos, bem como dilemas éticos e bioéticos, ao mesmo tempo em que executam suas ações 
de assistência em saúde.
O intuito dos preceitos bioéticos não é a imposição de normas padrões para o comportamento 
de pessoas e profissionais, mas promover, através de seus elementos, uma reflexão crítica 
referente ao comportamento e atuação mediante as inúmeras situações que surgem ao longo do 
trabalho e da vida profissional.
Para tanto, conhecer os princípios que englobam as perspectivas bioéticas em saúde auxilia 
no entendimento profissional dos conceitos aplicados tanto à assistência quanto à pesquisa em 
enfermagem. Desse modo, os pacientes possuem direitos que devem ser defendidos e cumpridos 
pelos profissionais dessa e de todas as classes profissionais que exercem cuidados em saúde.
Assim sendo, dentre os princípios que norteiam as práticas profissionais em diversos 
contextos, temos:
• Beneficência
Prática ou ato de fazer / promover o bem ao outro, reconhecendo suas características 
benéficas. Para a prática profissional, esse princípio avalia questões como riscos e benefícios, 
tanto individuais como coletivos, e buscar priorizar sempre os benefícios como consequência 
para a redução de riscos ou danos físicos, psicológicos ou para a imagem e dignidade do indivíduo, 
além da promoção do bem-estar. Assim sendo, é necessário que o profissional desenvolva 
competências para sua execução e considere o indivíduo como parte interessada no processo 
de cuidado em saúde, sendo imprescindível estabelecer a participação ativa e autonomia das 
pessoas no processo de tomada de decisão em saúde.
• Não-maleficência
Corresponde ao dever de jamais promover ou exercer qualquer mal aos pacientes e 
indivíduos, seja no âmbito da assistência, seja na pesquisa, não causando danos ou colocando-os 
em situações de risco. Para tanto, não basta a disposição em não causar mal, mas é necessário 
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observar os possíveis riscos vigentes ou potenciais e atuar para que sejam diminuídos ou 
aniquilados. É sempre indiscutível a obrigatoriedade de observância dos riscos e benefícios, 
assim como a realização de condutas que perpetuem a sua diminuição. Nas questões práticas, 
determina a redução de efeitos adversos ou indesejáveis decorrentes das ações diagnósticas e 
terapêuticas atribuídas ao indivíduo.
• Justiça e equidade
Os dois termos correspondem ao princípio que remete à igualdade, seja no aspecto social 
ou assistencial. A justiça e a equidade andam juntas, pois a primeira propõe a equidade como 
condição fundamental para sua exequibilidade, em que atribui ao profissional a obrigação ética 
de tratar cada indivíduo conforme os princípios morais e éticos. Em tese, deve-se oferecer a 
cada um o que lhe é devido por direito, de modo a atender suas necessidades específicas, uma 
vez que pessoas que possuem necessidades iguais devem receber recursos e serviços de forma 
igualitária em termos de quantidade e qualidade, assim como aqueles que possuem necessidades 
consideradas maiores devem receber serviços conforme o nível de suas necessidades.
• Autonomia
Por fim, a autonomia compete à aceitação dos indivíduos como pessoas autônomas, que 
possuem uma construção sociocultural que deve ser respeitada. Desse modo, delega aos 
profissionais fornecer informações técnicas baseadas em evidências, de forma correta e 
responsável, com vistas a orientar ou nortear a tomada de decisão dos pacientes, sem qualquer 
tipo de manipulação ou influência sobre esse processo, pois devem ser consideradas as suas 
construções pessoais, subjetividades, particularidades, privacidade, liberdade, dignidade e 
direitos humanos.
Contudo, as premissas éticas permeiam toda a atuação profissional em saúde, com 
repercussões não só na assistência e cuidados, mas também no ensino e pesquisa, assuntos de 
suma relevância para o conhecimento e aperfeiçoamento profissional.
FIQUE DE OLHO
A bioética é um campo a ser estudado de forma interdisciplinar e transdisciplinar, em que 
profissionais de diversas áreas como (enfermagem, medicina, direito, educação, psicologia, 
dentre outros) buscam de forma responsável, ética e científica discutir temas que possuam 
impacto sobre a vida das pessoas e como a aplicação destes pode contribuir positiva ou 
negativamente no contexto de cada um, se aplicados de maneira não subjetiva e imparcial.
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3 ÉTICA EM PESQUISA CIENTÍFICA
Tal como apresentado anteriormente, a ética envolve vários contextos da vida humana e, 
dentre eles, está a ética em pesquisa científica, que engloba diversos aspectos a serem observados 
e compreendidos. O pesquisador possui o dever de seguir todas as normatizações e resoluções 
quetratam sobre pesquisa científica para o sucesso do seu estudo.
3.1 Princípios básicos para realização de pesquisas científicas
Alguns exemplos gerais de condutas adequadas na pesquisa científica podem ser considerados 
como:
• Questões referentes à autoria
Atentar-se para plágio, autoplágio ou abuso de autoridade, que jamais deverão ser executados, 
pois são considerados crimes em pesquisa científica.
• Conflitos de interesse
O pesquisador jamais deve julgar de forma secundária qualquer componente da pesquisa 
científica, pois isso prejudica a confiabilidade e qualidade do estudo.
• Rigor metodológico e científico
Atualmente, existem inúmeras referências e estudiosos que publicam formas e passo a passo 
de execução metodológica em pesquisa científica. Para tanto, ao delimitar as questões referentes 
ao estudo, o pesquisador deve seguir criteriosamente todos as etapas, pois qualquer falha põe 
em julgamento o rigor e os resultados da pesquisa executada. Além do rigor metodológico e 
científico, o pesquisador deve demonstrar seus resultados de forma original e legítima, sem 
manipulação dos dados.
Tais recomendações servem para pesquisas de forma geral, porém quando se trata de 
pesquisas envolvendo seres humanos, como é comum na prática científica de enfermagem, essas 
recomendações tornam-se ainda mais rigorosas e específicas.
3.2 Pesquisas envolvendo seres humanos
As pesquisas envolvendo seres humanos são comuns na área de enfermagem e servem como 
subsídio para o fortalecimento das evidências científicas e da profissão de enfermagem como 
ciência.
Nessa perspectiva, os indivíduos possuem liberdade para executarem suas investigações 
científicas, desde que sigam as normas estabelecidas, os princípios éticos, a dignidade, a liberdade 
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e os direitos humanos.
Para tanto, o respeito aos participantes individuais e coletivos, à sua autonomia e 
particularidades devem ser considerados, assim como ponderar possíveis riscos e benefícios 
ao participar de forma voluntária e espontânea de alguma pesquisa. Tais recomendações são 
consideradas como obrigações básicas a serem seguidas pelos pesquisadores, o que pode se 
tornar mais específico conforme o método escolhido para execução dos estudos.
4 OCORRÊNCIAS ÉTICAS DE ENFERMAGEM
Sabemos que durante o cotidiano dos enfermeiros existem deveres, proibições e direitos, 
além de, nesse meio, poder haver várias ocorrências éticas. Diante disso, a discussão sobre essas 
ocorrências é relevante para os profissionais da área de enfermagem, considerando que esse tema 
deve ser abordado em todos os seus contextos, desde a formação até o exercício profissional.
Para falar sobre as ocorrências éticas, antes de tudo, precisamos saber que elas são 
acontecimentos que causam prejuízos ou danos aos pacientes, colegas de profissão, ou local de 
trabalho e que são geradas pelos profissionais de enfermagem durante o desempenho das suas 
funções de forma inadequada.
De tal modo, conhecer o código de ética da sua profissão, seus direitos, deveres, proibições 
e os tipos de ocorrências éticas é de fundamental importância para que, dessa maneira, seja 
garantido ao paciente o direito a ter uma assistência de enfermagem, sem erros e livre de 
negligência, imperícia ou imprudência.
Ainda nesse sentido, faz-se necessário estudarmos as possíveis prevenções das infrações 
éticas cometidas e os tipos penalidades para cada ocorrência, visto que esse tema representa um 
desafio para a profissão. Além disso, esse assunto ganha cada vez mais destaque com o aumento 
da divulgação de casos pela mídia e, com isso, podemos perceber que esses casos acontecem 
no cotidiano da classe da enfermagem. Para isso, o estudo e a realização de pesquisas poderão 
auxiliar na atuação profissional de forma segura e legal.
Precisamos ter em mente que a enfermagem é uma profissão legalizada e regida por lei, e que 
suas condutas éticas são regidas por um Código de Ética, assim, as infrações éticas, disciplinares 
e as aplicações das penalidades também são regidas por este código, sem desconsiderar as 
medidas previstas em outros meios legais. São consideradas violações éticas as condutas de 
omissão ou de conivência que resultem em indisciplina e ou descumprimento do Código de Ética 
dos Profissionais e das leis do Sistema COFEN/COREN.
Quando realizadas infrações, é instaurado um processo ético e todos os fatos do caso e seus 
resultados serão analisados para que seja definida a gravidade da infração cometida. De acordo 
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com o artigo 18 da Lei número 5.905 de 1973, as penalidades a serem aplicadas pelo Sistema 
COFEN/COREN são:
• advertência verbal;
• multa;
• censura;
• suspensão do Exercício Profissional;
• cassação do direito de exercer a enfermagem.
Além disso, todas as penalidades devem ficar registradas na ficha do profissional infrator.
Dessa forma, o Conselho Regional de Enfermagem é responsável por aplicar as penalidades 
de advertência verbal, multa, censura e suspensão do exercício profissional, enquanto nos casos 
de cassação a responsabilidade de aplicação da pena é do Conselho Federal de Enfermagem.
Para que ocorra a advertência verbal, é preciso que seja realizada a repreensão ao infrator, 
sendo necessária a presença de duas testemunhas. Com relação à multa, o infrator deve pagar 
de uma a dez vezes o valor da anuidade da enfermagem, de forma obrigatória. Nos casos de 
censura, o infrator recebe uma repreensão, mas diferentemente da advertência verbal, a censura 
é divulgada nos meios de publicações oficiais do Sistema COFEN/COREN e em jornais de grande 
reconhecimento. Já nos casos de suspensão, o profissional fica proibido de exercer a profissional 
da Enfermagem por um tempo de até 90 dias. Enquanto, nos casos de cassação, o profissional 
perde o direito de desempenhar o exercício da enfermagem por até 30 anos. Nos dois últimos 
casos, ocorrerá a divulgação nos meios de publicações oficiais do Sistema COFEN/COREN e jornais 
de grande reconhecimento, além da comunicação aos órgãos empregadores.
Para que cada penalidade seja aplicada, alguns fatores são avaliados, como:
• a gravidade da infração cometida;
• os fatos que podem agravar e suavizar a situação da infração;
• o tipo de dano causado ao cliente e como resultou na situação;
• o histórico do infrator.
As infrações podem ser classificadas como leves, moderadas, graves ou gravíssimas, levando-
se em consideração o tipo de ação e a situação de cada caso.
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A responsabilidade profissional pode ser individual ou da equipe, no caso de acontecer algum 
tipo de dano ao cliente, porém é necessária a comprovação de que o profissional descumpriu a 
conduta correta e abriu espaço para erro declarado pelo cliente.
Nesse sentido, a equipe de enfermagem tem o dever de prestar uma assistência de 
qualidade, empregando todas as técnicas possíveis, além de todo o seu conhecimento científico 
e seus recursos humanos, para que não ocorram ocorrências danosas, uma vez que é papel da 
enfermagem, de acordo com o artigo 21 do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem 
de 2017, “[p]roteger a pessoa, família e coletividade contra danos decorrentes de imperícia, 
negligência ou imprudência por parte de qualquer membro da equipe de saúde”.
Sendo fácil de confundir os conceitos de negligência, imprudência e imperícia, que são atos 
semelhantes, é importante ressaltar que eles resultam em responsabilizações de diferentes 
graus. Nesse aspecto, é essencial que o profissional saiba diferencia-los e entender como cada um 
pode acontecer, para que possa tomar os devidos cuidados ou os reconhecer, caso eles venham a 
acontecer no seu ambiente de trabalho.
4.1 Imperícia
A imperícia, termo que se origina do latim imperitia, significa inábil, sem habilidade, falta de 
aptidão ou experiência para realizar uma atividade ou função específica.
Dessa forma, a imperícia ocorre quando o enfermeiro não tem conhecimento científico ou 
técnico, é incapacitado ou está despreparado,acarretando na falta de habilidade para realizar 
determinada ação da sua própria categoria profissional. Ou seja, quando o enfermeiro realiza um 
procedimento ou ação sem realmente ter o domínio ou o conhecimento mínimo necessário para 
sua execução e isso resulta em um erro ou engano durante a realização dessa tarefa, podendo 
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causar acidentes ou danos à saúde do paciente.
São alguns exemplos de imperícia por parte da enfermagem:
• o enfermeiro que não conhece os detalhes técnicos referentes ao procedimento de pas-
sagem de sonda vesical;
• o profissional de enfermagem que administra a vacina no local errado;
• o enfermeiro que declara óbito de um paciente, pois legalmente ele não está habilitado 
para realizar essa função.
Ainda é importante ressaltar que a imperícia pode ocasionar até em processo criminal para 
o profissional de enfermagem ou equipe envolvida, caso haja algum tipo de dano à saúde do 
paciente. Assim, quando falar sobre imperícia, lembre-se da frase: “não sabia fazer, mas fez!”.
4.2 Imprudência
O termo imprudência também vem do latim imprudentia, que significa agir sem cautela, 
sem cuidado e ou sem atenção. Isto é, a imprudência é caracterizada por realizar uma ação 
ou procedimento precipitado, sem as devidas precauções, sem atenção e desconsiderando os 
possíveis riscos.
De tal modo, podemos considerar também que em uma ação imprudente o profissional tem 
conhecimento dos riscos envolvidos na sua ação, mas, mesmo assim, resolve realizar. Por isso, a atitude 
pode ser considerada imprudência, uma vez que o profissional tem conhecimento sobre determinado 
assunto e os possíveis risco ao paciente e, ainda assim, realiza a ação e assume os riscos.
De maneira geral, o enfermeiro imprudente é aquele que não se importa em dar a devida 
atenção às tarefas realizadas por ele, em especial às suas tarefas avaliadas como de risco, como é 
o caso de procedimentos invasivos, pois acredita-se que o enfermeiro assume o risco confiando 
que seu ato não apresentará consequências.
São alguns exemplos de imperícia por parte da enfermagem:
• o enfermeiro não fazer uso dos equipamentos de proteção individual (EPI), apesar de 
saber sua importância, recebendo capacitação regular e advertências sobre o seu uso;
• o enfermeiro não supervisionar a execução das tarefas da sua equipe, técnicos e auxilia-
res de enfermagem;
• ausentar-se do seu setor durante o seu horário de trabalho, sem comunicar aos seus su-
periores e sem justificativa, deixando sua equipe reduzida e os pacientes sem assistência;
• não verificar sinais vitais do paciente no horário estabelecido, e apenas copiar os valores 
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anteriores.
Quando falar sobre imprudência, lembre-se da frase: “Ação imprudente, sem tomar os 
devidos cuidados para a ação realizada”.
Figura 1 - Aplicação de vacina 
Fonte: Pornpak Khunatorn, iStock, 2020.
#ParaCegoVer: a imagem mostra um profissional da saúde aplicando uma vacina no braço 
do paciente.
4.3 Negligência
Por fim, temos a negligência, que também vem do latim negligentia, e tem como seu 
significado a falta de cuidado, descuido ou desleixo. Entretanto, diferentemente da imprudência, 
a negligência ocorre quando o profissional de enfermagem deixa de tomar uma decisão ou fazer 
algum procedimento por omissão ou preguiça de realizar a sua atividade como deveria, sendo 
irresponsável, não tendo atenção ou cuidado e não se importando com a prevenção dos possíveis 
danos que possam ocorrer.
Então, simplificando, a negligência acontece devido à omissão ou falta de interesse em 
desenvolver suas funções, ou seja, o profissional não age com o cuidado necessário para uma 
atuação correta ou ainda não presta atenção necessária para que uma determinada situação não 
aconteça, assim, ele não presta a atenção demandada e deixa acontecer.
São alguns exemplos de imperícia por parte da enfermagem:
• não manter o monitoramento necessário do paciente, causando agravos a ele;
• não trocar o cateter urinário do paciente conforme prescrição de cuidados e causar uma 
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infecção ao paciente;
• não realizar a retirada do garrote que está no braço do paciente após a punção.
Quando falar sobre negligência, lembre-se da frase: “Deixar de fazer o que deve ser feito”.
É um verdadeiro desafio para a enfermagem a prevenção de ocorrências e infrações éticas e, 
em virtude disso, é fundamental que as discussões sobre as práticas diárias e suas condutas éticas 
sejam sempre realizadas pelos estudantes e profissionais da enfermagem.
4.4 Formas de evitar a ocorrência de atos de negligência, imperícia ou 
imprudência no trabalho da enfermagem
• Forma 1
Fiscalizar de forma constante os setores de trabalho da enfermagem.
• Forma 2
Padronizar procedimentos, processos e fluxogramas no ambiente de trabalho, devendo ser 
seguidas por todos os profissionais da equipe de enfermagem.
• Forma 3
Sempre que delegar funções, certificar-se de que o profissional possui competência para 
executar devidamente essa função. Lembrando que existem funções privativas do enfermeiro 
que não podem ser delegadas para técnicos ou auxiliares de enfermagem.
• Forma 4
Realizar capacitações constantes e trabalhos de conscientização com a equipe de enfermagem, 
abrangendo as infrações, visão sobre os riscos e suas consequências.
FIQUE DE OLHO
Agora que já tivemos uma visão geral das ocorrências éticas na enfermagem, você pode 
aprofundar seus conhecimentos, com a leitura do artigo “Ocorrências éticas de enfermagem 
no Estado de São Paulo: descrição fática”, de Fabíola de Campos Braga Mattozinho e Genival 
Fernandes de Freitas (2015).
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É importante ter em mente que as ocorrências éticas não são restritas apenas aos erros nos 
procedimentos e suas técnicas, já que também há ocorrências éticas na conduta do profissional 
de enfermagem, problemas de relacionamentos entre os profissionais da equipe de enfermagem 
ou de outra categoria e problemas na relação do profissional e paciente.
5 ÉTICA NO ENSINO DE ENFERMAGEM
Aqui vamos refletir sobre a ética e bioética e sua importância no ensino da enfermagem e 
como isso implicará no cuidado e na assistência nessa área. Durante a formação do enfermeiro, 
a ética está presente na composição curricular como disciplina, abordando temas para reflexão e 
discussão sobre aspectos éticos e o desenvolvimento das competências da profissão.
Podemos considerar a ética como uma conduta que acrescenta e unifica as várias ações de 
enfermagem, para que todos tenham uma linha comum de pensamento, respeitando os princípios 
éticos que a guiam. Assim, temos o objetivo de apresentar a ética no ensino e a composição 
curricular dos cursos de enfermagem, valorizando os seus aspectos éticos.
5.1 Concepções da ética no ensino da enfermagem
Ao longo da história da enfermagem, desde o tempo de Florence Nightingale, a ética sempre 
esteve presente na sua prática, pois essa área possui sua própria estrutura construída na base do 
seu conhecimento científico, das suas técnicas, da ética, das práticas sociais e políticas, que são 
passadas por todos os contexto da enfermagem, assistência, ensino e pesquisa.
Saliente-se que o estudante que decide se dedicar a esta profissão, precisa ter em mente que 
está aceitando um compromisso com a saúde e que vai atuar para promover, proteger, prevenir, 
recuperar e reabilitar a saúde das pessoas, tanto no âmbito individual quanto no coletivo.
Por conseguinte, o Código de Ética da Enfermagem foi desenvolvido para orientar o profissional 
sobre os princípios, responsabilidades, deveres, direitos e proibições, baseado na preservação da 
vida do ser humano, respeitando a autonomia, condições adequadas e a participação do cliente 
no seu processo saúde-doença.
A enfermagem brasileira passou por importantes transformações ao longo da sua história, 
marcada por uma luta relevante na busca de sua evolução e reconhecimento. Hoje, entende-
se que a formação desse profissional é um passo importante na construção de um profissional 
participativo, ativo e éticona constante busca por reconhecimento e complexidade das atividades 
da classe.
Para exercer a profissão de enfermagem, é necessário ter compromisso, responsabilidade e 
dedicação nas suas ações e no seu serviço, não esquecendo que o processo de aprendizagem é 
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contínuo e que é preciso estar atualizado sobre as modificações na área e novas técnicas, para 
realizar o desenvolvimento de suas competências com qualidade.
Apesar de estar em constante mudança nas condutas em relação à saúde do indivíduo e 
da comunidade, essas modificações no âmbito da saúde são apoiadas com base em princípios 
éticos e suas competências sempre vão estar baseadas nesses princípios, procurando uma maior 
e melhor qualidade na prestação de serviços, qualidade e eficácia.
Sabemos que enfermagem tem sua atuação de acordo com o ponto de vista humanista e 
compreendemos que a humanização está associada ao nosso modelo de assistência e intervenção, 
no acolhimento das pessoas nos diferentes níveis de atenção.
Mediante o exposto, atualmente, os currículos dos cursos de enfermagem estão fortalecendo 
o enfoque no ser humano e suas necessidades e no atendimento humanizado, e não apenas nas 
práticas de procedimentos e técnicas de enfermagem.
Outro ponto importante no ensino da enfermagem é a valorização das atividades 
interdisciplinares, com intuito de trabalhar durante a formação do estudante o seu lado crítico, 
por meio de uma visão ampla sobre as temáticas com suporte científico, facilitando o estudante 
a relacionar a teoria e sua prática no desenvolvimento da sua assistência e suas ações no futuro.
Em suma, o estudante de enfermagem deve saber que a ética dos profissionais de enfermagem 
não está resumida apenas na deontologia de enfermagem ou a leis e regras de carácter ético-
legal cabíveis. Mas que é necessário também uma reflexão de forma ampla a respeito do 
seu comportamento e suas relações interpessoais, em que todas as pessoas envolvidas são 
responsáveis nesse processo de cuidar, de acordo com Reis e Oliveira (2013).
5.2 Princípios éticos para o ensino de enfermagem
Como já apresentado, a ética é parte inerente da enfermagem e discutir sobre esse tema nos 
seus cursos colabora para a reflexão dos comportamentos e condutas da equipe de enfermagem, 
tanto pelos estudantes quanto pelos professores, defendendo a formação de opiniões sobre o 
cuidado de forma humanizada, solidária e ética.
Nessa perspectiva, as diretrizes curriculares são feitas para conter as principais competências 
específicas para o exercício profissional da enfermagem, além da formação do perfil crítico-
reflexivo, flexivo, dinâmico e que consiga responder às demandas do seu território.
Os assuntos relacionados à ética e seus princípios são enfatizados principalmente nos 
cursos ligados à saúde. As áreas de ética e de bioética na enfermagem são implantadas na grade 
curricular como uma disciplina, mas é importante que os professores desenvolvam uma ação 
interdisciplinar que inclua os princípios éticos tanto nas discussões teóricas com a turma, quanto 
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nas práticas de realizadas em todos os cenários durante a graduação.
Sob este ponto de vista, os professores estão abordando a educação ética quando abordam 
pontos como responsabilidade, que é ser responsável pelos atos praticados e arcando com as 
suas consequências; uso do senso crítico, justiça nas suas ações e incentivo à luta pelos direitos 
e pelo sistema de saúde.
O curso de Graduação em Enfermagem tem como perfil o enfermeiro generalista, humanista, 
com capacidade crítica e reflexiva, tendo suas ações pautadas na ciência e nos princípios éticos. 
Assim, é preciso possuir competência para atuar nos problemas de saúde mais prevalentes 
no cenário epidemiológico nacional e sua região de trabalho, conhecendo os determinantes 
biológicos e sociais. Além disso, reconhecer sua responsabilidade social e seu compromisso com a 
cidadania e a saúde integral do ser humano. Já o enfermeiro com Licenciatura em Enfermagem é 
habilitado para trabalhar na educação básica e também na educação profissional em enfermagem, 
segundo o Conselho Nacional de Educação (2001).
Em conclusão, a formação do enfermeiro tem por objetivo, no aspecto ético, desenvolver as 
competências e habilidades referentes aos seus princípios éticos e legais da profissão, assistência 
humanizada e compromisso social.
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Após a explanação desses conteúdos, acredita-se que seja possível ampliar a reflexão e 
aprofundar mais algumas estratégias, com ênfase para a pesquisa envolvendo seres humanos, as 
resoluções e órgãos envolvidos em sua execução e aplicação.
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Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer quais são as condutas éticas dos profissionais de enfermagem;
• compreender o que é bioética frente às questões vida e morte, conceitos de 
beneficência, não-maleficência, autonomia e justiça;
• entender e conhecer como funciona a ética na pesquisa, seus princípios básicos e 
suas normas;
• aprender as ocorrências éticas de enfermagem, tais como imperícia, imprudência e 
negligência;
• reconhecer a ética no ensino de enfermagem e seus princípios para o ensino de 
enfermagem.
PARA RESUMIR
CARVALHO, A. das M. et al. A conduta ética dos profissionais de enfermagem: uma 
revisão. Revista Eletrônica Acervo Saúde/Electronic Journal Collection Health, v. 2178, 
p. 2091, 2018.
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução COFEN 564/2017 de 06 de novembro 
de 2017. Aprova o novo Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Brasília: 
Portal COFEN, 06 novembro 2017. Disponível em: http://novo.portalcofen.gov.br/
resoluocofen-3112007_4345.html. Acesso em 26 de maio de 2020.
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Resolução CNE/CES 3/2001. Câmara de Educação 
Superior, Brasília: Diário Oficial da União, 9 de novembro de 2001. Seção 1, p. 37.
FARIA, A. C. Dialogando com a bioética: problemas éticos vivenciados pela equipe de 
Enfermagem na Estratégia de Saúde da Família. Ribeirão Preto: Universidade de São 
Paulo, 2019. Dissertação de Mestrado em Enfermagem Psiquiátrica.
MATTOZINHO, F. C. B; FREITAS, G. F. Ocorrências éticas de enfermagem no Estado de 
São Paulo: descrição fática. Revista Acta paul. enferm., São Paulo, v. 28, n. 6, p. 593-600, 
2015. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
21002015000600593&lang=pt. Acesso em: 25 de maio de 2020.
QUEIROZ, A. B. A. et al. Trabalho do enfermeiro em reprodução humana assistida: entre 
tecnologia e humanização. Rev. Bras. Enferm., Brasília, v. 73, n. 3, p. 1-8, 2020. Disponível 
em: . Acesso em: 30 de maio de 2020.
REIS, A.; OLIVEIRA C. C. Refletir sobre o ensino da ética na graduação de enfermeiros, 
em Portugal. Revista Reflexão e Ação, Santa Cruz do Sul, v. 21, n. esp., p.221-
241, 2013. Disponível em: https://online.unisc.br/seer/index.php/reflex/article/
viewFile/3310/3002 Acesso em: 24 de maio de 2020.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
O início da trajetória legal da enfermagem data de 1955, mas, 
apesar das atualizações que sofreu, a essência do trabalho de 
enfermagem em suas modalidades de enfermeiro, técnico e auxiliar 
de enfermagem é mantida até os dias de hoje.
Com o objetivo de preparar o estudante com os principais 
aspectos a respeito das questões legais e éticas para o exercício 
profissional de enfermagem, esta obra trata da história da 
enfermagem em seus aspectos legais e éticos e da legislação atual 
que regulamenta o exercício da profissão. Serão apresentados aqui 
temas importantes como: as entidades de classe da enfermagem 
e suas atribuições, os fundamentos legais e éticos da atividade 
profissional da equipe de enfermagem no cuidado com a população 
em dimensões que envolvem atividades de gestão, assistência, 
ensino e pesquisa. 
Obra imprescindível para o estudo e o exercício profissional de 
enfermagem que vai nortear sua atuação. Bons estudos!
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