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Função da pele: barreira e proteção, movimentos e forma, produção de anexos (glândulas...), regulação da temperatura, estoque de nutrientes, imunorregulação, indicador de doenças, pigmentação, ação antimicrobiana e até antifúngico, percepção sensorial, secreção, excreção e produção de vitamina D. Classificação etológica das doenças - Patologias infecto-contagiosas: doenças parasitárias, micoses, piodermas; - Enfermidades imunomediadas: alergias, autoimunes; - Endocrinopatias; - Transtornos da queratinização (troca de pele); - Outros: neoplasias, displasias, foliculares... Os dois grandes sintomas na abordagem ao paciente dermatológico giram em torno do prurido e alopecia. Componentes da ficha dermatológica: história da queixa e anamnese dirigida (observar credibilidade do proprietário), exame clínico geral, exame dermatológico (exame a distância do animal completo, exame de pelo como aparência, depilação..., exame de pele como elasticidade, espessura, lugares alvo, descrição das lesões, diagnósticos diferenciais e exames complementares), diagnóstico e tratamento Idade Demodicose – predisposição em jovens (coceira secundária à possível infecção bacteriana) Alergia – Animais mais maduros; Doenças hormonais – 6-10 anos; Neoplasias – maduros a idoso; Raça Seborréia primárias – Cocker Spaniels; Hipogonadismo de machos – Chow chow Desequilíbrio de hormônios sexuais – Pomerânia Sexo Adenomas perianais – machos Problemas relacionados a ciclo estral – fêmeas Cor Dermatite solar e carcinoma de orelha dos gatos brancos; Hemangioma ligado a luz solar, hemangiossarcoma, carcinoma – pele branca e fina de cães Mudança de Pelos Ocorrem normalmente mudanças sazonais relacionadas a temperatura ambiente. Fotoperíodo (mais importante): relacionado ao hipotálamo, hipófise e pineal, ocorre influencia como gonadais Também pode estar relacionado a condições de nutrição, genética e saúde Prurido Pode ser gerado por doenças específicas ou generalizado sem doença evidente, sendo acentuado e bem localizado ou mal localizado. Os mediadores são a histamina e leucotrienos (mediadores inflamatórios), com fatores que influenciam como ansiedade, aborrecimento, estresse ou sensações cutâneas (toque, dor, calor, frio). Exame físico Importante boa iluminação. Observação a distância e exame completo de toda pele e mucosas visíveis. Procedimentos apropriados de diagnóstico realizados no primeiro atendimento e antes de qualquer tratamento. - Pelo: normal, quebradiço, seco, oleoso, sem brilho, epila facilmente; - Alopecia: localizada, difusa ou universal; - Unhas: alteração de forma, cor e/ou tamanho; - Lesões primárias: pápula, nódulo, tumor, vesícula, pústula, eritema, petéquia, mácula; - Lesões secundárias: descamação, crosta, úlcera, escoriação, espessamento, hiperpigmentação, fissura, comedo, cicatriz, necrose, edema e colarete; - Parasitos: pulga, carrapato, piolho, berne, miíase; Deve-se treinar o proprietário sobre o que deve ser observado e o que esperar ao longo do tratamento. → São erupções iniciais que se desenvolvem espontaneamente como reflexo direto da causa básica. Mácula: lesões com bordas delimitadas, que não se elevam do plano da pele, diâmetro < 1 cm. Podem ser eritematosas, marrons ou escuras. Causas: melanina, despigmentação, @ tudopelavet eritema, hemorragia focal endócrina, pós-inflamatória, hiperpigmentação e vitiligo. Púrpura; Petéquias < 1 cm Equimose > 1 cm Pápula x urticária: elevação sólida de no máximo 1 cm de diâmetro. Diagnóstico diferencial: foliculite bacteriana, demodicose, foliculite fúngica, hipersensibilidade a picada de inseto, escabiose, alergia de contato, doença da pele autoimune e erupção por droga. Fonte: Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia – Dermatologia em cães e gatos, UFMG Placas: maiores que 1 cm de diâmetro Fonte: Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia – Dermatologia em cães e gatos, UFMG Pústula: elevação pequena com presença de pus. Neutrófilos (infecção bacteriana, fúngica, doença autoimune), eosinófilos (distúrbios parasitários, alérgicos), estéreis (pênfigo foliáceo). Fonte: Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia – Dermatologia em cães e gatos, UFMG Vesícula: pequena área circunscrita recoberta com epiderme preenchido com líquido claro. Os vesicles são muito frágeis e translucente. Causas: doenças imunomediadas. Fonte: Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia – Dermatologia em cães e gatos, UFMG Eritema: vermelhidão Atrofia de pele: afinamento ou depressão da pele, devido à redução do tecido subjacente Nódulo: elevação sólida circunscrita com mais de 1cm de diâmetro que se estende por camadas mais profundas da pele. Pode ser: granuloma estéril, infecção bacteriana ou fúngica, neoplasia, calcinose cutânea. Fonte: Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia – Dermatologia em cães e gatos, UFMG Tumor: grande massa envolvendo pele ou tecido subcutâneo. Patogênese: células inflamatórias e tumorais. Diagnósticos diferenciais: granuloma, infecção, lipoma, neoplasias, hiperplasias. Alopecia: perda parcial ou completa de pelos. Primária: displasia, problemas hormonais; Secundária: inflamação e/ou infecção, trauma.... @ tudopelavet Descamação ou caspa: acumulo de fragmentos frouxos da camada córnea da pele. Patogênese: produção aumentada dos queratinócitos (associados frequentemente com as anormalidades do processo de queratinização). Diagnóstico diferencial: lesões primárias: displasia folicular, seborreia idiopática. Lesões secundárias: associada a inflamação crônica da pele Fonte: Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia – Dermatologia em cães e gatos, UFMG Crostas: aderência de exsudato ressecado, cera, pus, sangue ou medicação na superfície da pele. Lesão primaria: seborreia idiopática, necrose epidérmica. Lesões secundárias: em uma variedade de doenças de pele. Fonte: Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia – Dermatologia em cães e gatos, UFMG Hiperpigmentação: aumento de melanina epidermal ou dermal. Lesões primárias: em dermatoses endócrinas. Mudanças secundárias pós inflamatórias devido a uma variedade de doenças cutâneas.: Fonte: Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia – Dermatologia em cães e gatos, UFMG Comedões: folículo dilatado preenchido com corneocitos e material sebáceo. Patogênese: defeito de queratinização primária ou hiperqueratose devido a anormalidades hormonais ou inflamação. Lesão primária: acne, algumas seborreias idiopáticas, síndrome do comendão do Schnauzer, doenças endócrinas. Lesão secundária: demodicose, dermatofitose. Fonte: Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia – Dermatologia em cães e gatos, UFMG → Evolução das lesões primárias ou artefatos introduzidos pelo paciente/fatores externos. Eritema Fissura: muito comum no nariz e coxins, ocorre bastante em casos de leishmaniose. Fonte: Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia – Dermatologia em cães e gatos, UFMG Cicatriz Necrose Colarete: resto de uma pústula ou de vesícula após o rompimento. Causas: infecção bacteriana (mais provável), doença imunomediada, reação a picada de inseto ou hipersensibilidade de contato. Fonte: Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia – Dermatologia em cães e gatos, UFMG @ tudopelavet Liquenificação: engrossamento da pele, causado por todas as doenças crônicas pruriginosas, associada a fricção, infecção, malassezia, sarna crônica... Fonte: Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia – Dermatologia em cães e gatos, UFMG Erosão: escavação da pele limitada à epiderme e que não ultrapassa a junção derme-epiderme. Fonte: Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia – Dermatologia em cães e gatos, UFMG Úlcera: cavitação de tamanho e forma irregulares que estende-se pela derme. Fonte: Cadernos Técnicosde Veterinária e Zootecnia – Dermatologia em cães e gatos, UFMG Escoriação: abrasão da pele, usualmente de origem superficial e traumática. Fonte: Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia – Dermatologia em cães e gatos, UFMG Dermatite das dobras cutâneas (intertrigo) Quando o animal possui dobras no corpo, susceptível ao acúmulo de umidade, um ambiente favorável à proliferação bacteriana. Fatores que deprimem o sistema imune também são importantes, predispondo ao desenvolvimento da doença. Lábios grandes, dobras faciais, dobras vulva (causas: assaduras por urina, cistite ou vaginite), caudas espiraladas, animais obesos.... Características: odor, eritema, seborreia e pode ocorrer prurido. O diagnóstico diferencial gira em torno de: piodermatite superficial, demodicose, dermatofitose e malassezíase. O diagnóstico gira em torno do histórico, achados e exclusões, citologia e urinálise, se for o caso. Dermatite piotraumática, dermatite úmida, eczema úmida Secundária a automutilação (prurido) Causas: parasitas, hipersensibilidade, doença do saco anal, otite externa, foliculite, trauma, dermatite de contato. Sinais: eritema, alopecia, transudato, erosão e dor. O diganóstico diferencial gira em torno de: demodicose, dermatofitose, piodermatite superficial. Diagnóstico: histórico, achados e exclusões, citologia (inflamação, bactérias). Impetigo (Dermatite pustular superficial) Baixa de imunidade causa demasiada proliferação das bactérias da pele, causando pústula e colaretes principalmente na parte ventral do abdômen. Predisposição em filhotes. Possíveis causas: endoparasitas, ectoparasitas, dieta inadequada, ambiente sujo... Sinais: pápulas, pústulas, colaretes, crostas na região inguinal ou axilar. Sem dor e prurido. Diagnóstico diferencial: demodicose, piodermatite superficial, picada de inseto, estágio inicial de sarna. Diagnóstico: histórico, achados e exclusões, citologia... @ tudopelavet Piodermatite superficial (foliculite bacteriana superficial) Ocorre infecção no folículo piloso e epiderme adjacente. Pode se apresentar de forma focal, multifocal ou generalizada. Sinais: pápulas, pústulas, escamas, crostas, colaretes, eritema, alopecia, prurido variável. Diagnóstico baseado na citologia, histopatologia e cultura. Diagnóstico: demodicose, dermatofitose, pênfigo foliáceo... - Piodermatite do queixo - Piodermatite bacteriana Piodermatite profunda Infecção superficial ou folicular que progride provocando furunculose e celulite. Pode ser focal, multifocal ou generalizada. Os sinais são: pápulas, pústulas, celulite, manchas, alopecia, bolhas hemorrágicas, erosões, úlceras, crostas, exsudação serossanguinolenta a purulenta, prurido e dor, linfadenomegalia. Chegando a ter septicemia: febre, anorexia e depressão. Diagnóstico diferencial: demodicose, micose, micobacteriose, neoplasia e dermatite auto-imune... Diagnóstico: diferencial, citologia, histopatologia e cultura. Abcesso subcutâneo por mordedura Inoculação de bactérias orais além das próprias bactérias da pele. Sinais: edema, dor, ferimento perfurante com crostas, secreção purulenta, febre, anorexia, depressão linfadenomegalia. Uma ferida por mordedura não deve ser suturada por completo. Dermatofitose Zoonose! Infecção dos pelos por fungos ceratinofílicos (microsporum, trichophyton). É comum em filhotes, imunodeficientes e gatos com pelos longos. Pode ser localizada, multifocal ou generalizada. Apresenta pouco prurido, grave quando há infecção secundária. Caracterizada por áreas circulares de alopecia, irregular ou difusa, com descamação. Sinais: pelos remanescentes curtos ou quebrados, eritema, pápulas, crostas, seborréia, paroníqua ou onivodistrofia, dermatite, exsudação, nódulos na derme e alopecia. Foliculite facial ou piodermatite nasal. Diferencial: cães: demodicose, piodermatite, neoplasia, dermatite acral por lambedra. Gatos: dermatite bacteriana, alopecia psicogênica, alérgica e parasitária Diagnóstico: lâmpada de Wood – Microsporum, Microscopia: pelos ou escamas em hidróxido de potássio – hifas ou artrosporos, histopatologia e cultura de fungos (Microsporum ou Trichophyton) Gatos necessitam associar o protocolo com tratamento sistêmico, o mesmo é feito com cães que não respondem ao proposto inicial tópico. Deve-se tratar todos os animais que convivem juntos, incluindo os que são apenas portadores, assim como realizar a desinfecção do ambiente. Malassezia Malassezia pachydermatis É natural da pele, provocando problemas quando consegue se proliferar sem controle. Mais comum no conduto auditivo externo, perianal, perioral e dobras cutâneas úmidas. A dermatite é causada por hipersensibilidade ao fungo ou proliferação exagerada. Está associada a atopia, alergia alimentar, endocrinopatia, seborreia, antibioticoterapia prolongada (acaba com a simbiose e competitividade, fazendo com que o fungo se prolifere demasiadamente) .... Sintomas: Cães: prurido moderado a intenso, odor, alopecia, escoriação, eritema, seborreia, paroníquea, otite. Em casos crônicos: liquinificação e hiperpigmentação. Gatos: otite, acne crônica no queixo, alopecia, eritema, seborreia... O diagnóstico é baseado no diferencial (outras causas de prurido), citologia, histopatologia, cultura. Esporotricose (micose subcutânea) Sporothix schenkii: fungo saprófita cosmopolita. Inoculação traumática de vegetais ou matéria orgânica contaminada. Muito comum em felinos pelo hábito de cavar buracos e afiar suas garras em troncos de árvores. @ tudopelavet É uma zoonose. Sempre usar luvas na manipulação. Sintomas: Cão: nódulos indolores, sem prurido podendo ulcerar (exsudato e crostas), Gatos: feridas que não cicatrizam, abcessos, celulite, nódulos crostosos, ulceras, exsudação purulenta e necrose. Diagnóstico: citologia, histopatologia, imunofluorescência e cultura. Criptococose Criptococcus neoformans: fungo saprófita cosmopolita, presente nas fezes de pombos contaminados. A inalação faz com que o fungo se encaminhe para cavidade nasal, seios paranasais, pulmões, pele, olhos, SNC... Sinais Gatos: espirros, catarro, secreção nasal, edema ou massa nasal subcutânea, linfadenomegalia, além de pápulas e nódulos que podem ulcerar na pele; Cães: sistema respiratório, ulceras, SNC ou ocular; Diagnóstico: citologia, histopatologia, sorologia, cultura fúngica... Tipo I (Imediata – anafilática): IgE. Existe uma predileção genética à essa hipersensibilidade, onde há produção de anticorpos reagínicos. Ocorre uma reação muito rápida, ex: urticária, angioedema, anafilaxia, atopia, hipersensibilidade alimentar e a picada de pulga e algumas reações por drogas. - Reações de hipersensibilidade imediata de fase tardia Dependentes de mastócitos (infiltrados de neutrófilos e eosinófilos), ocorro 4-8 horas após o desafio e persistem até 24h. Tipo II (Citotoxica) IgM e IgG, destruição de células do próprio animal, ligação de anticorpos com antígenos, provocando citotoxicidade ou citólise. Ex: pênfigo, penfigóide e algumas erupções por drogas. Vai persistir enquanto tiver contato com o agente, evoluindo até casos graves de necrose. Tipo III (Imunocomplexos) Presença de imunocomplexos (antígeno-anticorpo) nas paredes dos vasos sanguíneos, o que atrai neutrófilos que liberam enzimas proteolíticas e hidrolíticas que provocam lesão tecidual. No início pode ocorrer hipersensibilidade com liberação de histamina. Ex: lúpus eritematoso sistêmico, vasculite leucocitoclásica, algumas erupções por drogas e hipersensibilidade bacteriana. Tipo IV (mediada por células, tardia) Não há atuação de anticorpo. O antígeno se liga à célula apresentadora de antígeno (CAA), que digere o antígeno e o apresenta processado às células T. Com isso, há a produção de linfócitos T sensibilizados, que liberam linfocinas que causam lesão tecidual. Ex: hipersensibilidade de contato,hipersensibilidade à picada de pulga e algumas erupções a drogas. As reações de hipersensibilidade dos tipos I, II e III são imediatas, mediadas por anticorpos. Há uma curta demora, de minutos até algumas horas para que as lesões fiquem aparentes. A reação do tipo IV é tardia, não-mediada por anticorpos e demora 24-72 horas para que as lesões possam ser vistas. Urticária e angioedema Causas: pressão, luz solar, calor, exercícios, estresse, anormalidades genéticas e várias drogas (aspirina, ampicilina, tetraciclina, vit K, amitraz, doxorubicina, agentes de contraste, anti-soro, bacterinas, vacinas, narcóticos, aditivos laimentares), alimentos, picada e mordida de insetos, extratos alérgicos, transfusão de sangue, parasitas intestinais, infecções, estro, atopia, fatores psicogênicos. Caso agudo Placas com prurido (urticária), tumefações edematosas (angiodema), eritema sem alopecia, dispneia: faringe, laringe e nariz, choque anafilático, hipotermia. Atopia Doença genética. Sensibilização à antígenos ambientais via percutânea ou inalação, mediada por anticorpos. É classificada como reação de hipersensibilidade tipo I, a sensibilização ocorre durante os primeiros 4 meses de vida, já a idade dos sinais varia de 3 meses a 7 anos. Doenças parasitárias, infecções virais ou até mesmo vacinas vivas modificadas e flutuações hormonais podem aumentar a produção de IgE para os alérgenos ambientais. @ tudopelavet Pode-se, também, gerar piodermatite bacteriana e infecção por Malassezia secundária. 75% dos cães atópitos apresentam hipersensibilidade a picada de pulga. Sinais clínicos: - Prurido (face, patas, extremidades distais, cotovelo e ventre/ generalizado em 40% dos animais); - Sem lesão visível ou com máculas ligeiramente eritematosas; - Lesões por autotraumatismo, piodermite bacteriana secundária (foliculite, furunculose) e doença de pele seborréica secundária; - Lesões: alopecia, pigmentação salivar, pápulas, pústulas, pápulas crostosas, hiperpigmentação e liquinificação; - Placas liquineficadas, crostas ou gordura está associada a piodermite bacteriana secundária ou dermatite por Malassezia. Otite externa e conjuntivite ocorre em 50% dos animais atópicos. As piodermites bacterianas, dermatite acral por lambedura pode ocorrer em 68% dos casos. Seborréia em 12%. Sinais não-cutâneos envolvem: rinite, asma, catarata, distúrbios urinários e gastrintestinais e hipersensibilidade anormal (ciclos estrais irregulares, baixa taxa de concepção e pseudoprenhez). O diagnóstico é demorado, deve-se avaliar a história, exame físico, descarte de outras doenças e então o diagnóstico definitivo é feito através de teste intradérmico ou sorológico. Os alérgenos importantes para cães são: ácaros de poeira doméstica, poeira doméstica, resíduos humanos, penas, paina, bolores, sementes, pólen, gramíneas e árvores. A lista de diagnóstico diferencial é enorme e envolve: hipersensibilidade a picada de pulga, alergia alimentar, escabiose, hipersensibilidade a insetos, dermatite de contato, hipersensibilidade a parasitas intestinais, foliculite bacteriana, dermatite por Malassezia... Critérios de Favrot 1- três anos de idade; 2- cão domiciliado; 3- melhora com glicocorticoides; 4- prurido primário; 5- extremidades distais dos membros torácicos; 6- condutos auditivos; 7- pinas não afetadas; 8- região dorsolombar não afetada. Se 5 desses itens obtiverem resposta positiva, há 90% de chance de ser atopia. Hipersensibilidade alimentar Terceira hipersensibilidade mais comum após a pulga e a atopia em alguns lugares, mesmo que ocupe o segundo lugar em possibilidade de diagnóstico sempre, devido à maior “facilidade” de tratamento. Mais comum: carne bovina, produtos lácteos, frango, trigo, ovos, milho e soja. Queixa principal: prurido (responde mal aos corticoides) com ampla variedade de lesões com predileção pelas orelhas, membros distais, axilas e virilha. Secundário: otite externa, seborreia, piodermite bacteriana. Diagnóstico: dieta hipoalergênica por 10-13 semanas (carneiro, peixe branco, atum enlatado em água, coelho, peru, arroz e batatas). Hipersensibilidade Parasitária Picada de pulga (DAPP) alergia mais comum no cão, principalmente 3-5 anos Dermatite pruriginosa papular. Prurido causa: alopecia, liquinificação, crostas e hiperpigmentação. Áreas mais acometidas: lombossacra dorsal, coxas caudomediais, abdome ventral e flanco. Pode ocorrer infecção bacteriana secundária. OBS: caso esteja ocorrendo otite, considerar atopia e alergia alimentar. Diagnóstico diferencial: atopia, hipersensibilidade alimentar, outras ectoparasitoses, piodermatite, dermatofitose e malassezia. Pode se apresentar de forma aguda ou crônica. Causas - Fatores predisponentes: conformação do ouvido, umidade, produção excessiva de cerumen e irritação; - Fatores primários: parasitas, corpos estranhos, hipersensibilidade, alterações de queratinização, endócrino, doença imunomediada/autoimune, pólipos, neoplasias; @ tudopelavet - Fatores secundários: infecção bacteriana, Malassezia, doença crônica, otite média, tratamento exagerado/inadequado/com subdoses. Fonte: http://clinipet.com/Artigo/listar/otites Sinais - Otite externa Prurido, dor, esfregação de orelha e cabeça, balanças de cabeça (orelha afetada sempre baixa), secreção, odor, eritema, edema, erosão, úlceras, alopecia, escoriação, crostas. Casos crônicos: hiperqueratose, hiperpigmentação, liquinificação, estreitamento (fibrose e ossificação). - Otite média Otite externa > 2 meses, orelha caída, incapacidade de movimentar a orelha ou lábios, sialorréia, diminuição ou ausência de reflexo palpebral. - Otite interna Balançar a cabeça, nistagmo, ataxia. Diagnóstico: histórico e sintomas, otoscopia, exame com lupa, citologia, cultura, radiografia e histopatologia. Avaliar sempre o ouvido sem sintomatologia antes. Um dos grandes erros no tratamento da otite é não fazer a citologia do ouvido, a bactéria mais comum de ser encontrada é o Staphylococcus (cocos), mas podem ser encontrados bastonetes, normalmente pseudômonas, uma bactéria extremamente resistente ao tratamento tópico. @ tudopelavet