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SEMIOLOGIA E AFECÇÕES DO SISTEMA TEGUMENTAR EM EQUINOS Clínica de Grandes Animais I Profª. Gabr iela R ichter A PELE É O MAIOR ÓRGÃO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Atribuir diagnóstico, propor tratamento, controle e prevenção (quando possível) para as principais enfermidades que acometem o sistema tegumentar de equinos. Pele Maior órgão Barreira anatômica e fisiológica Sofre muitas agressões Epiderme Derme Hipoderme (subcutâneo) Sensorial SEMIOLOGIA Identificação Anamnese – queixa, tempo, tratamentos, periodicidade, ambiente, manejo Inspeção - localização, distribuição, aparência Palpação Exames complementares AFECÇÕES DERMATOFILOSE Agente etiológico → Dermatophilus congolensis Solo, pele íntegra Zoonose rara – humanos imunocomprometidos Infecção: • Lesão na pele – insetos, vegetação • Umidade – períodos de chuva • Outros fatores – nutrição, higiene, stress Lesões: garupa, lombo, pescoço, cabeça • Pápulas exsudativas • Crostas • Aglomerados (tufos) de pelos • Erosão • Pus Highlight ALOPECIA PERÍODOS DE CHUVA- ÚMIDO BAIXA IMUNIDADE DERMATOFILOSE Diagnóstico: •Citologia, esfregaço de pus, cultura, biópsia de pele •Diferencial – dermatofitose, outras infecções bacterianas Tratamento: •Ambiente seco •Remoção de crostas •Antissépticos – clorexidine, iodopovidona, permanganato de potássio •ATB sistêmico – penicilina, sulfa+trimetoprim Prevenção: •Higiene •Evitar umidade •Nutrição •Controle de insetos Highlight Highlight DERMATOFITOSE ▪ Agente etiológico mais frequente → Trichophyton equinum equinum ▪ Micose superficial ▪ Calor e umidade ▪ Baixo potencial zoonótico ▪ Mais em animais jovens ▪ Surtos → até 58% afetados ▪ Lesões: cabeça, pescoço, tórax ▪ Áreas arredondadas de alopecia Highlight DERMATOFITOSE Diagnóstico: • Exame microscópico de pelos → hifas • Cultura fúngica • Diferencial – dermatofilose, foliculites bacterianas Tratamento: • Animais saudáveis – remissão espontânea em até 3 meses • Antifúngicos tópicos – cremes, shampoos • Antissépticos tópicos – clorexidine, permanganato de potássio Prevenção e controle: • Descontaminar o ambiente e fômites – hipoclorito de sódio 0,5% PITIOSE Agente etiológico → pseudofungo Pythium insidiosum Áreas alagadiças → zoósporos flagelados móveis → quimiotaxia pelos tecidos → entrada por lesão de pele Lesão: extremidades, ventre, focinho • Rápida evolução • Granulomatosa, ulcerada e com secreção • Tamanho variado • Profunda • Prurido • Necrose tecidual • Kunkers PITIOSE PITIOSE Diagnóstico: • Biópsia – histopatológico: eosinófilos, necrose, hifas, kunkers • Diferencial: habronemose, sarcóide, carcinoma de células escamosas, granulomas, tecido de granulação exuberante Tratamento: quanto antes iniciar, melhor prognóstico • Sem tratamento = 100% letalidade • Ressecção cirúrgica • Imunoterápico – Pitium Vac – uma dose a cada 14 dias Prevenção: • Evitar criar em áreas alagadiças Highlight Highlight HABRONEMOSE ▪ Agente etiológico → larvas de Habronema spp. ▪ “Ferida de verão” ▪ Larvas depositadas em lesão pré- existente HABRONEMOSE HABRONEMOSE Lesão: região medial aos olhos, ventre, pênis, prepúcio, membros • Granuloma castanho avermelhado • Não cicatriza • Prurido intenso no início • Crônica Diagnóstico: • Biópsia ou raspado de pele → larvas, infiltrado inflamatório com eosinófilos • Diferencial – pitiose, sarcóide, tecido de granulação exuberante, granulomas, carcinoma de células escamosas Tratamento: • Ivermectina a cada 21 dias • Antiparasitário tópico • Corticóide tópico • Ressecção cirúrgica Prevenção e controle: • Repelentes • Tratar feridas • Controle de moscas https://www.ksvdl.org/resources/news/diagnostic_insights/novembe r2015/Cutaneous-Habronemiasis-Horse.html https://www.ksvdl.org/resources/news/diagnostic_insights/november2015/Cutaneous-Habronemiasis-Horse.html SARCÓIDE Neoplasia de pele mais comum Etiologia incerta – envolvimento viral, áreas de trauma, lesão prévia Adultos Lesões – diferentes apresentações, em qualquer lugar: orelhas, lábios, ao redor dos olhos, pescoço, membros, ventre Tipos – verrucoso, fibroblástico, nodular, oculto, misto, “maligno” (invasivo) Recidivante Diagnóstico – biópsia: proliferação fibroblástica, hiperplasia da epiderme Diagnóstico diferencial – pitiose, habronemose, papilomatose, carcinoma de células escamosas, granulomas, tecido de granulação exuberante Tratamento – ressecção cirúrgica, criocirurgia, laser, imiquimod, implante autólogo PAPILOMATOSE PAPILOMATOSE VIRAL EQUINA CLÁSSICA • Jovens – potros de até 3 anos •Lesões verrucosas no focinho •Transmissão direta ou indireta – isolar doentes •Remissão espontânea em 2-3 meses PLACA AURAL •Papiloma de orelha •Animais acima de 1 ano de idade – mais em adultos •Placas hiperqueratóticas esbranquiçadas •Transmissão por picadas de insetos •Sem resolução – problema unicamente estético Diagnóstico clínico PAPILOMATOSE MELANOMA Neoplasia cutânea Tordilhos com mais de 6 anos Sem relação com exposição solar Lesões: região perianal, cauda, parotídea • Tumores firmes, nodulares • Podem ou não estar presentes: alopecia, hiperpigmentação, ulceração, secreção escura • Múltiplos (menos frequente solitários) • Metastáticos • Crescimento crônico ou agudo MELANOMA Diagnóstico: • Clínico • Citologia, histopatológico Tratamento: • Cura é rara • Ressecção cirúrgica – solitários – recidiva • Cisplatina intra-tumoral • Cimetidina – efeito imunomodulador REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE URTICÁRIA - Hipersensibilidade tipo I e III - Várias causas – calor, stress, sol, pressão, exercício, alimentos, medicamentos, insetos - Aguda e passageira - Áreas de elevação arredondadas localizadas ou generalizadas Prurido - Tratamento – corticoides - Descobrir e evitar a causa HIPERSENSIBILIDADE À PICADA DE INSETO - Hipersensibilidade tipo I e IV - Alergia de pele mais comum - Moscas e/ou mosquitos - Muito prurido – lesões com distribuição dorsal ou ventral - Corticóide - Repelentes, capas, controle de insetos REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE OBRIGADA!