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1) TEORIA GERAL DOS DIREITOS SOCIAIS I) CONTEXTO HISTÓRICO CONSTITUCIONAL: A introdução dos direitos sociais no ordenamento jurídico constitucional foi materializada através da transição do modelo de Estado liberal, aquele modelo que garantia a igualdade formal e as liberdades individuais em face do Estado, denominados como direitos negativos e abstencionistas. Houve no entanto uma ruptura do sistema liberal na justificativa que o modelo não assegurava soluções para as desigualdades sociais, econômicas e trabalhistas, surgidas no período da revolução industrial no fim do século XIX. Dessa forma, instaurou-se o Estado Social de direito que teve como finalidade a imposição de políticas públicas e de desenvolvimento, afim de resguardar as igualdades materiais entre os indivíduos como direito a saúde, educação, prestação para os hipossuficientes etc. A maioria dos direitos sociais são classificada como direitos fundamentais de segunda geração, chamados também de direitos positivos e prestacionais. As primeiras constituições a prescreverem direitos sociais foram: · Constituição do México 1917 · Constituição da Alemanha ou de Weimar 1919 No Brasil, os primeiros direitos sociais foram constitucionalizados pela constituição de 1934 se estendo a constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Essa, classificada como uma constituição social e programática, estabelece em seu texto ações e atividades que visam a integração dos direitos sociais por meios de programas e políticas públicas com o objetivo de resguardar a igualdade material. II) DIREITOS SOCIAIS NEGATIVOS: Conforme o contexto histórico, os direitos sociais são denominados na sua grande maioria como direitos positivos, aqueles direitos que surgem para que o cidadão possa exigir no Estado por meio de políticas públicas prestações materiais para garantir a igualdade material entre os indivíduos. Em contrapartida, existem direitos sociais negativos, aqueles diretos de abstenção do Estado em face do indivíduo a fim de resguardara os direitos de liberdade, como; · DIREITO DE GREVE: Para que o indivíduo possa exercer o seu direito constitucional de greve, não se necessita que o Estado forme políticas públicas com regulamentações infraconstitucionais para exercer o respectivo direito. Dessa forma, surge o direito de greve como um direito de abstenção do Estado em face do indivíduo para que não atrapalhe o exercício do seu direito. · DIREITO DE SINDICALIZAÇÃO OU LIBERDADE SINDICAL: Defere como o direito de liberdade de associação sindical dos trabalhadores não necessita nenhuma regulamentação e autorização do Estado para o exercício do respetivo direito. III) CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: Possuem as seguintes características; IMPERATIVIDADE: Por ser a constituição classificada em seu aspecto finalístico como uma constituição programática, que descreve condutas que devem ser traçadas a fim de resguardar e proteger os direitos sociais, isso caracteriza a imperatividade desses direitos, que devem ser cumpridos pelo Estado, por ser uma ordem constitucional. INVIOLABILIDADE: Características estendida a todos os direitos fundamentais que devem sem cumpridos da margem da lei não admitindo qualquer tipo de violação ou abuso. Dessa forma, os direitos sociais são normas constitucionais utilizadas como parâmetro de constitucionalidade. APLICAÇÃO IMEDIATA: Discorre do parágrafo 1º do artigo 5º em que constitui que os direitos fundamentais possuem eficácia imediata. O artigo traz um fundamento de otimização em que os direitos fundamentais são dispositivos que possem eficácia, que devem ser executados e aplicados de forma imediata. Não se confunde a eficácia com aplicabilidade das normas constitucionais. Direitos sociais: A maioria das normas que prescrevem os direitos sociais são normas classificadas como normas de eficácia limitada de princípio programático. O legislador constituinte originário estabeleceu no texto constitucional quais são os direitos sociais que o Estado deve prestar, porém, o direito deve ser regulamentado por lei infraconstitucional para possui aplicabilidade bem como de uma realidade política e econômica para a completa eficácia da norma constitucional. A maioria das normas constitucionais que prescrevem direitos sociais são normas de eficácia limitada, porém nem todas as normas constitucionais que garantem direitos sociais são normas de eficácia limitada de princípio programático, há aquelas normas de aplicabilidade plena e contida. IV) DIREITO SUBJETIVO: Os direitos sociais por serem elementos que criam um dever fazer do Estado, surge para o particular um direito subjetivo, mesmo os direitos sociais sendo direitos que obrigam o estado a prestar políticas públicas voltadas para a população, para uma coletividade. Porém, deve-se analisar que mesmo sendo um direito aplicado para um grupo de pessoas, extrai-se para o individuo um direito subjetivo. Como por exemplo o direito a saúde, os Entes federativos irão criar políticas para toda a coletividade, porém esse direito social se estende para cada indivíduo fazendo assim cada um possuir o seu direito subjetivo de saúde. Direito subjetivo positivo: Direito de exigir do Estado que garanta a todos os respetivos direitos, como por exemplo, o acesso a saúde para todos os brasileiros. Direito que se estende para um dever fazer do Estado. Direito subjetivo negativo: Direito de exigir que o Estado se abstenha de atitudes contrarias aquelas descritas no texto constitucional ou seja, o texto constitucional criou os direitos sociais que devem ser executados pelo Estado, porém, por ser uma norma de eficácia e aplicabilidade imediata, deve possuir uma norma infraconstitucional que a regulamente bem como de uma realidade econômica do Estado para que possa garantir saúde, educação e segurança de forma universal. O direito subjetivo negativo impõe para o Estado que mesmo que não garanta o direito social universal para todos como descreve o texto constitucional, não deixe de prestar políticas que garanta o mínimo possível do respetivo direito. O direito subjetivo negativo em face dos direitos sociais veda que o Estado se escuse a estabelecer o direito constitucional social. Deve o estado garantir o mínimo existencial, aqueles direitos que se enquadram a realidade do Estado. V) TEORIA DA COISA INCONSTITUCIONAL: A teoria da coisa inconstitucional foi criada pelo Supremo Tribunal da Colômbia no qual, o colegiado de juízes, provocado, viu por parte do Estado uma omissão, incompetência em gerir o respectivo direito sociais e fundamentais, constatando graves violações aos direitos sociais, como a saúde, educação bem como dos demais direitos sociais. Dessa forma, o poder judiciário a fim de preservar os direitos começou a decretar mandamentos vinculados para os demais poderes (Ativismo judicial) para a proteção dos direitos fundamentais sociais. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da medida cautelar na ADPF 347/DF, que trata sobre as condições desumanas do sistema carcerário brasileiro, inovou ao apresentar esse instituto ao ordenamento jurídico do país. O objetivo do presente trabalho é levantar a discussão sobre a declaração do ECI no Brasil, procurando verificar quais as possíveis consequências do uso dessa ferramenta pelo Supremo Tribunal Federal em ações que envolvem a implementação de políticas públicas. Para alcançar esse objetivo foi necessário apoiar-se em normas, jurisprudência e doutrina sobre a proteção a direitos fundamentais, sendo feita uma investigação jurídico-comparativo entre julgados da Colômbia e do Brasil que envolvem esse tema. Diante disso, foi possível perceber o crescimento do papel do Judiciário em prol dos direitos fundamentais, o que traz uma nova configuração ao princípio da separação dos poderes. A declaração de um estado de coisas inconstitucional permite que o Poder Judiciário entre em diálogo com os demais Poderes, estipulando e acompanhando medidas em busca da efetivação de direitos fundamentais. Conclui-se que a introdução de um novo institutono ordenamento jurídico brasileiro é positiva desde que traga efetivos resultados à sociedade já tão carente de seus direitos básicos. A teoria da coisa inconstitucional é uma ferramenta jurídica utilizada pelo poder judiciário para proteção dos direitos fundamentais, mais especificamente os direitos sociais justificado no ativismo social e no constitucionalismo contemporâneo ou neoconstitucionaislismo, cujo entender constitucional, da mais autonomia ao poder judiciário para a proteção dos direitos constitucionais não sendo o poder judiciário um mero repetidor da lei. VI) PRINCÍPIOS DOS DIREITOS SOCIAIS: Os princípios são fundamentais para a interpretação e aplicação das normas constitucionais. PRINCÍPIO DA RESERVA DO POSSÍVEL O cumprimento dos direitos sociais, especificamente dos direitos que necessitam de regulamentação deve observar também situação política e financeira do Estado. Desse modo, o princípio da reserva do possível cria uma limitação ao poder judiciário em obrigar o executivo a garantir a todos os direitos sociais previsto na constituição. Para o cumprimento dos direitos sociais, o Estado deve observar a sua realidade política e econômica. PRINCÍPIO DA MÍNIMO EXISTENCIAL O princípio do mínimo existencial está fundamentado no princípio da reserva do possível; Surge para o Estado o princípio da reserva do possível no qual o Estado deve assegurar uma realidade econômica para a implementação dos direitos sociais. Por outro lado, em garantia do direito subjetivo negativo e positivo o princípio do mínimo existencial que veda a ao Estado a omissão completa em garantir o respectivo direito social, desse modo, deve o Estado comprovar de forma objetiva a inexistência de recurso e previsão orçamentaria que não possui condições para o cumprimento daquele direito. Além, o princípio impõe uma limitação ao Estado no qual deve garantir o mínimo, de educação, saúde, segurança etc. O mínimo para resguardar a dignidade da pessoa humana. Deve garantir o direito a saúde para que resguarda o mínimo da saúde dos indivíduos. Judicialização de políticas públicas quando o Estado não assegura o mínimo existencial. PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DO RETROCESSO SOCIAL O princípio da historicidade dos direitos fundamentais determina que os direitos fundamentais, frutos das gerações que constituíram os direitos e premissas básicas, constitui-se como um direito acumulativo, no qual, ao longo da história e por necessidades dos indivíduos, serão estabelecidos novos direitos que não excluem os demais. · O estado além de resguardar as normas constitucionais que prescrevem direitos sociais devem assegurar o cumprimento, uma conduta ativa do Estado afim de garantir a finalidade da norma, em reduzir as desigualdades bem como de promover os próprios direitos. · O princípio da vedação ao retrocesso social determina que uma vez o direito social protegido pela constituição limita a atuação do poder constituinte derivado reformador, considerando como clausula pétrea material explicita, ou seja, são direitos constitucionais que não podem ser abolidos nem limitados por emenda. A limitação se aplica para as normas infraconstitucionais em que caso viole a garantia social, a norma deve-se ser declarada inconstitucional por outro lado, ressalta-se que os direitos sociais são norma de eficácia limitada necessitando de norma infraconstitucional para a sua aplicabilidade. Essa norma pode ser objeto de revogação caso o Estado assegure a legislação de outra norma no lugar, garanta medidas compensatórias. 2) DIREITOS SOCIAIS EXPRESSOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL Nesse contexto, que o constituinte de 1988 anexou no art. 6º da constituição da República Federativa do Brasil os respectivos direitos sociais; Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. São direitos sociais · · Saúde · Educação · Segurança · Trabalho · Previdência social · Transporte · Alimentação · Moradia · Prestação a maternidade e a infância · Assistência social · Renda Básica EDUCAÇÃO Aprofundado no art. 205 o direito social à educação é fruto da dignidade da pessoa humana e da cidadania, uma vez que exerce dupla função: de um lado, qualifica a comunidade como um todo, tornando-a esclarecida, politizada, desenvolvida (cidadania); de outro, dignifica o indivíduo, verdadeiro titular desse direito subjetivo fundamental (dignidade da pessoa humana). Com base no texto, a função social da escola é apresentada como: I. um compromisso com a formação do cidadão e com o desenvolvimento de valores e capacidades para atuar na sociedade; II. uma atribuição do poder público e familiar de transmitir competências e habilidades necessárias para que as pessoas atuem competitivamente no mercado de trabalho; III. uma atuação em parceria do Estado e da família para fomentar uma educação de qualidade para melhoria individual do cidadão e da sociedade a que este pertence. SAÚDE O artigo 196 da Constituição Federal assegura que saúde é direito de todos e dever do Estado. Cabe ao poder Público desenvolver políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação Uma doutrina aponta o direito à saúde como direito difuso, como direito da coletividade. Sendo já admitida pelo STF na decisão de que a responsabilidade descentralizada, dessa forma, é de responsabilidade de todos os entes federativos o desenvolvimento e politicas publicas para a área da saúde. Onde que o direito a saúde ultrapassa a questão subjetiva e se torna um direito da coletividade. ALIMENTAÇÃO É direito humano à alimentação adequada, tanto do ponto de vista de quantidade como de qualidade, contempla a Segurança Alimentar e Nutricional e o direito à vida. Está previsto no artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 e no Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e o Comentário Geral nº 12 da ONU. No Brasil, foi incluído no rol de direitos sociais expressos na Constituição Federal, em 2010, pela Emenda Constitucional nº 64. Nota-se como políticas públicas referente a alimentação bom prato, bandejões. TRABALHO O direito ao trabalho objetiva assegurar meios dignos de sobrevivência e o exercício da cidadania e da dignidade da pessoa humana. Compreende não apenas a atividade remunerada decorrente do exercício de liberdade de profissão, mas também a ocupação do tempo, por meio da prestação de um serviço ou da criação de um determinado produto, objeto ou arte, ainda que sem fim lucrativo. Os direitos trabalhistas foram constitucionalizados nos demais artigos do capitulo. (Arts 7º 9º, 10º e 11) MORADIA Contempla uma ideia mais abrangente do que propriedade onde que propriedade não é direito social, mas sim direito individual. Dessa forma, quando de trata de direito a moradia entende-se como o direito de moradia uma habitação digna como morar em um local onde possui água, luz, saneamento básico, segurança, etc. Ou seja, o direito de moradia e o respeito com a dignidade humana em ter um local de habitação saudável diferentemente do direito de propriedade. TRANSPORTE O principal objetivo de sua positivação foi o de garantir a mobilidade urbana, com vistas a atender e suprir as necessidades que o indivíduo tem de deslocamento para a realização de atividades cotidianas (trabalho, educação, saúde, lazer, dentre outros. É dever do Estado oferecer transporte coletivo público e construir ciclovias e rodovias que permitam o desenvolvimento de empenho próprio que assegure a locomoção dentro do território nacional. LAZER O direito ao lazer está associado à qualidade de vida, a um ambiente sadio e equilibrado que permita tanto a ociosidade, quanto a recreação. O lazer é destinado à reposição das forças após o exercício de atividade laboral. Requer lugar apropriado, razãopor que é dever do Estado impulsionar meios e espaços próprios de divertimento e de repouso (parques, quadras de esporte, bosques etc.). SEGURANÇA No último caso, como já estudado na lição sobre o artigo 5º da Constituição Federal, segurança é um dos direitos fundamentais básicos e está associado à ideia de segurança jurídica. No artigo 6º, segurança, na qualidade de direito social, está relacionada à segurança pública, dever do Estado de preservar a integridade física e moral; a vida; a dignidade da pessoa humana; o patrimônio das pessoas; o patrimônio público; e o patrimônio histórico e cultural da humanidade. Deve o Estado tutelar os bens jurídicos mais importantes do indivíduo e da sociedade. PREVIDÊNCIA SOCIAL O direito social à previdência social refere-se ao sistema de proteção social que visa garantir a segurança econômica e o bem-estar das pessoas em situações de incapacidade, velhice, desemprego involuntário, doença, maternidade, invalidez e morte do provedor da família. Aqui estão alguns aspectos-chave relacionados a esse direito: Aposentadoria por idade ou tempo de contribuição: A previdência social oferece aposentadoria para os trabalhadores que atingem uma certa idade ou tempo de contribuição ao sistema previdenciário. Isso permite que os trabalhadores se retirem do mercado de trabalho de forma digna e segura. Aposentadoria por invalidez: Os trabalhadores que se tornam permanentemente incapazes de trabalhar devido a doença ou acidente têm o direito à aposentadoria por invalidez. Isso garante uma fonte de renda para sustentar suas necessidades básicas e cobrir os custos PRESTAÇÃO A MATERNIDADE E A INFÂNCIA O direito social da prestação à maternidade e à infância refere-se às políticas públicas e aos direitos garantidos pelo Estado para garantir o bem-estar das mães e das crianças. Estes direitos estão fundamentados em princípios de proteção à maternidade, à infância e à família, visando promover a igualdade e a justiça social. Aqui estão alguns pontos-chave relacionados a esse direito: Licença Maternidade: A licença maternidade é um direito concedido às mulheres grávidas ou que acabaram de dar à luz, garantindo um período de afastamento do trabalho para recuperação física pós-parto e para cuidar do recém-nascido. Este período varia de acordo com a legislação de cada país, podendo incluir também benefícios financeiros durante o afastamento. Assistência Pré-natal: O direito à assistência pré-natal garante que as gestantes tenham acesso a cuidados médicos adequados durante a gravidez, incluindo exames médicos, orientações sobre saúde materna e fetal, e monitoramento do desenvolvimento do feto. Cuidados à Infância: Este direito inclui políticas e programas destinados a garantir o bem-estar e o desenvolvimento saudável das crianças. Isso pode incluir acesso a serviços de saúde infantil, vacinação, educação pré-escolar, alimentação adequada, entre outros. Proteção contra Discriminação: Os direitos sociais à maternidade e à infância também incluem proteção contra discriminação no local de trabalho com base na maternidade, garantindo que as mulheres não sejam prejudicadas em sua carreira ou oportunidades de emprego devido à gravidez ou à maternidade. Esses direitos visam garantir que todas as mães e crianças tenham acesso aos cuidados e recursos necessários para uma vida saudável, contribuindo assim para o desenvolvimento social e econômico de uma sociedade. ASSISTÊNCIA AOS DESAMPARADOS (ASSISTÊNCIA SOCIAL) A assistência social deve ser prestada a quem dela necessitar, independentemente se brasileiro ou se estrangeiro, de ter ou não contribuído diretamente para a manutenção da seguridade social. O direito social à assistência aos desamparados refere-se à garantia de apoio e proteção fornecida pelo Estado aos indivíduos em situação de vulnerabilidade extrema, como os desabrigados, os desempregados de longa duração, os idosos em situação de abandono, entre outros. Aqui estão alguns aspectos-chave relacionados a esse direito: Acesso a Abrigos e Alimentação: O Estado deve garantir que os desamparados tenham acesso a abrigos temporários, onde possam encontrar refúgio seguro contra condições climáticas adversas e perigos das ruas. Além disso, é importante garantir o acesso a alimentos básicos e nutricionalmente adequados para garantir a subsistência dessas pessoas. Programas de Reinserção Social: O direito à assistência aos desamparados também inclui programas de reinserção social, que visam ajudar essas pessoas a superar sua situação de vulnerabilidade e reconstruir suas vidas de maneira autônoma e digna. Isso pode incluir programas de treinamento profissional, assistência para busca de emprego, educação e capacitação, entre outros. RENDA BÁSICA FAMILIAR Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de vulnerabilidade social terá direito a uma renda básica familiar, garantida pelo poder público em programa permanente de transferência de renda, cujas normas e requisitos de acesso serão determinados em lei, observada a legislação fiscal e orçamentária O parágrafo único foi legislado durante o período de colapso sanitário, econômico e social da pandemia da covid-19. Nesse período, o Estado Brasileiro observou a realidade social das pessoas que estavam em Estado de vulnerabilidade, sem comida, sem dinheiro. Desse modo, a fim de dar prioridade ao brasileiro necessitado, aquele que está em estado de vulnerabilidade, a constituição obriga o poder público garantir uma renda básica por meio de programas de transferência de renda. Exemplo: Auxílio emergencial, programa de manutenção do emprego e da renda. A constituição estabelece o direito social de transferência de renda para brasileiro em situação de vulnerabilidade ficando a margem da lei infraconstitucional instituir normas e requisitos; Os respectivos direitos são normas introduzidas por emenda constitucional: Alimentação, transferência de renda, Moradia, Transporte. As demais normas que prevê os direitos sociais são normas originarias Direitos sociais previstos no art. 6º são normas exemplificativas, ou seja, os direitos sociais previsto no artigo 6º não são os únicos direitos social previsto no texto constitucional. Além dos inumerados no artigo 6º tem como direitos sociais o direito ao meio ambiente (artigo 225 da CRFB/88), o direito dos idosos (artigo 203 da CRFB/88), a cultura (artigo 215 da CRFB/88), o desporto (artigo 217 da CRFB/88), dentre outros, embora constem do título “Da Ordem social” 3) DIREITOS CONSTITUCIONAIS TRABALHISTAS I) INTRODUÇÃO AOS DIREITOS SOCIAIS TRABALHISTAS: A constituição prevê inúmeros direitos sociais, como a saúde, educação, transporte, porém, fica a legislação infraconstitucional responsável pela sua regulamentação. Já o direito social trabalhista é prescrito no art. 6º como direito social e no art. 7º possui algumas normas próprias quanto aos direitos trabalhistas conceituando como um rol de normas exemplificativas, sendo considerado como aqueles direitos trabalhistas mínimos que possuem proteção constitucional. Fica encargo das demais leis infraconstitucionais a regulamentação do direito trabalhista, especificamente na consolidação das leis do trabalhista (CLT) As normas trabalhistas anexado no texto constitucional foram constitucionalizados pela primeira vez em 1934 na justificativa de amparar o mínimo da dignidade humana do individuo em relação ao trabalho para prevenir arbitrariedades na relação de trabalho (escravização, castigos). II) FUNDAMENTO: : O trabalho e um dos fundamentos da República Federativa do Brasil; Art. 1º, IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; O fundamento tem como objetivo do poder originário, de elevar o trabalho de status de direito social, como é a saúde, educação, moradia relacionado ao fundamento da dignidade da pessoa humana, como também da cidadania. III) PRINCÍPIO DA LIBERDADE PROFISSIONAL; o direito social está vinculado ao um ponto negativo de abstenção do Estado conforme posto no art. 5º da constituição inciso XIII (Liberdade profissional) comoum direito individual em que o Estado não pode interferi-lo; Desse modo, pode o individuo exercer qualquer trabalho ou oficio independente de lei. IV) INCIDÊNCIAS DOS DIREITOS SOCIAIS TRABALHISTAS: Quanto da incidência dos direitos fundamentais trabalhista, é classificada como uma relação horizontal justificado em uma relação de igualdade jurídica. Há outra doutrina que aponta uma incidência diagonal na relação trabalhista entre o empregado e o empregador, onde há uma desigualdade na relação entre os indivíduos, justificando dessa forma, o Estado deve amparar o empregado por estar em condições de desigualdade. A proteção constitucional das normas trabalhista prevista no art. 7º visa a proteção do trabalhador, do hipossuficiente, garantia constitucional de direito material, do menos favorecido economicamente (hipossuficiente). Dessa forma, o trabalho está vinculado a um ponto positivo, configurando como um direito social onde o Estado deve regulamentá-lo para que não haja desigualdades nas relações trabalhistas entre empregador e empregado. V) CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS DO TRABALHO · Direitos trabalhistas individuais – Artigo 7º · Direitos trabalhistas dos empregados · Direitos trabalhistas dos empregados domésticos · Direitos trabalhistas dos servidores públicos · Direitos trabalhistas coletivos – Artigo 8º, 9º, 10º e 11. DIREITOS SOCIAIS TRABALHISTAS INDIVIDUAIS I) TITULARIZAÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS TRABALHISTAS: A titularização dos direitos fundamentais trabalhista do caput do artigo 7º contempla um rol exemplificativo no qual para a definição completa dos titulares dos direitos fundamentais trabalhista, combina-se o caput do artigo 7 com o respetivo inciso XXXIV; Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso Pela justificativa da busca pela isonomia entre os trabalhadores, os demais trabalhadores informais como os braçais, intelectuais e avulsos tem a mesma igualdade de direitos, ou seja, os mesmos direitos aplicados aos trabalhadores formais aqueles que possuem vínculo empregatício, também são aplicados aos demais trabalhadores. Dessa forma, são titulares dos direitos trabalhistas; · Trabalhadores Urbanos · Trabalhadores Rurais · Trabalhadores registrados ou formais · Avulso: os que não existem registros formais de trabalho. Nota-se que a constituição não expressa nenhuma diferenciação, equiparando as espécies trabalhistas a fim de garantir a igualdade de condições; A constituição por sua vez estende parte dos direitos trabalhistas ao: · Servidores Públicos · Empregados domésticos; II) COMPETÊNCIA LEGISLATIVA: É competência privativa da União a legislação de direitos trabalhistas onde que em regra, vedando a legislação para os demais entes federativos. Porém, a competência privativa da União comporta a possibilidade de delegação para os demais entes a possibilidade de legislar sobre certas matérias trabalhistas por meio de lei complementar. A exemplo, pode a União delegar aos Estados legislar sobre piso salarial. DIREITOS TRABALHISTAS INDIVIDUAIS PROTEÇÃO DA RELAÇÃO DE EMPREGO CONTRA DESPEDIDA ARBITRÁRIA OU JUSTA CAUSA: I - Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; A constituição protege a relação do empregado contra: · Despedida arbitrária: ilegal ou abusiva · Sem justa causa Além do mais em ambos os casos, a constituição garante uma indenização compensatória para despedida arbitraria e justa causa que deve ser regulamentada por lei complementar; SEGURO-DESEMPREGO: II - Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; A constituição garante o direito de seguro-desemprego, apenas nos casos de desemprego involuntário, causado por despedida arbitraria ou sem justa causa. FGTS: III - fundo de garantia do tempo de serviço; É um fundo criado para o empregado com a finalidade de resguardar uma parte de seu salário para que em casos de urgência ou de desemprego, seja utilizado. SALÁRIO-MÍNIMO: IV – Salário-mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social), com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; A norma que define que o salário-mínimo nacionalmente unificado é norma de eficácia plena, já o restante da norma é definido como norma de eficácia limitada programática onde que para a sua aplicação necessidade de um contexto econômico para custear todos os gastos do indivíduo e de preservar seu poder aquisitivo; O salário-mínimo é o direito do empregado que faz o Estado garantir um valor mínimo que o empregado deve ser pagado por suas atividades laborais; O salário-mínimo deve ser regulamentado por meio de lei, de acordo com o reserva legal. Desse modo, apenas o valor do salário-mínimo pode ser legislado por meio de decreto já o direito em si, apenas por meio de normas jurídicas primarias O direito é nacionalmente unificado, ou seja, vale para todos os entes da federação vedado a fixação regional. O reajuste periódico a fim de atender a capacidade aquisitiva dos indivíduos É vedado a vinculação do valor do salário-mínimo como índice de correção monetária; Exemplo de estipular um contrato de locação com o valor do salário-mínimo A exceções como o pagamento de pensão alimentícia e outras possibilidades prevista em lei Não é possível utilizar o salário mínimo para a vinculação de serviços, como por exemplo; Para os militares não é possível utilizar o salário-mínimo como base de pagamento segundo o Tribunal Sumula Vinculante 06 STF: Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário-mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial. Militares: Praças militares do serviço obrigatório PISO SALARIAL: V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; Para definição do piso salarial deve observar; · Extensão do trabalho · Complexidade do trabalho IRREDUTIBILIDADE DO SALÁRIO: VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; Uma vez definido o salário do empregado, não pode ser reduzido pelo empregador, de forma unilateral. Por outro lado, admite a irredutibilidade do salário em caso de acordo coletivo e convenção no qual a uma bilateralidade. GARANTIA DE SALÁRIO: VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; A constituição garante que para aquelas pessoas que trabalham e não possui um valor fixo, não pode receber um valor inferior ao salário-mínimo 13º SALÁRIO: VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; É direito do empregado receber mais um salário integral para o empregado REMUNERAÇÃO DO TRABALHO NOTURNO: IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; A constituição determina que para os empregados que trabalham no período noturno devem receber um salário superior aos empregados que trabalham no período diurno. Esta justificado no sentido que a relação trabalhista noturno e mais prejudicial ao corpo humano por não ser o padrão comportado para o indivíduo, dessa forma, o salário deve ser superior; PROTEÇÃO DO SALÁRIO: X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; A constituição garante a proteção do salário do empregado e prevendo como uma infração penal por parte do empregador reter o salário de forma dolosa. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS: XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; · Direito de participação dos lucros ou resultados da empresa · Participação na gestaçãoda empresa SALÁRIO FAMÍLIA: XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei: A razão do salário família está justificado de acordo com os dependentes para empregados de baixa renda a fim de receber uma contia a mais de acordo com a previdência social. DURAÇÃO DO TRABALHO: XIII - duração do trabalho normalmente não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; Em regra, a jornada de trabalho deve ser; · Duração do trabalho por dia: 8 Horas diárias. · Duração do trabalho semanal: 44 horas semanais A exceção em casos de: · Banco de horas extras · Compensação de horas trabalhadas · Os horários podem ser alterados em relação de acordo ou convenção coletiva JORNADAS DE TURNOS INTERRUPTOS: XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; A constituição determina 6 horas para turnos interruptos podendo haver alteração em casos de acordo ou convenção coletiva; O STF considerou constitucional as escalas de 12 por 36 REPOUSO SEMANAL: XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; É direito do empregado ter um dia de repouso semanal remunerado podendo ser qualquer dia da semana de preferência no domingo HORAS EXTRAS: XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; DIREITO DE FÉRIAS: XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; Direito do empregado ter gozo de férias remunerado podendo ser retirado uma vez ao ano + 1/3 do salario LICENÇA MATERNIDADE: XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; É um direito do empregado mulher a licença maternidade de 120 dias após o parto para cuidado e zelo do nascimento da criança. RE 778.889 - “Os prazos da licença adotante não podem ser inferiores aos prazos da licença gestante, o mesmo valendo para as respectivas prorrogações. Em relação à licença adotante, não é possível fixar prazos diversos em função da idade da criança adotada” LICENÇA PATERNIDADE: XIX - licença-maternidade, nos termos fixados em lei; Assim como a licença maternidade para genitora, fica estendido para o empregado pai licença paternidade com prazo definido em lei. Conforme o artigo 10, §1º ADCT -> Prazo de 05 dias PROTEÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO: XX - Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; O inciso constitucional tem como finalidade a garantia da igualdade material entre homem e a mulher. AVISO PRÉVIO: XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; O aviso prévio tem como finalidade de notificar o empregado de seu desligamento da relação trabalhista com o empregador. Prazo de 30 dias. SEGURANÇA NO TRABALHO: XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; A constituição impõe ao um dever ao empregador para que resguarde a segurança do empregado e para que previna os riscos a saúde e a higiene. ADICIONAL POR PENOSIDADE, INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE: XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; A constituição garante um adicional na remuneração para os empregados que: · Exerçam atividades penosas: Todo trabalho que exige muito do profissional, levando a pessoa a se esforçar além da conta e, consequentemente, afetando sua saúde mental e física · Exerçam atividades insalubres: Aquelas atividades com risco a saúde · Exerçam atividades perigosa: Aquelas atividades com risco a vida. Dos direitos trabalhistas previstos na Constituição Federal de 1988, aquele que até o presente momento não foi regulamentado é a atividade penosas. DIREITO DE APOSENTADORIA: XXIV - aposentadoria; ASSISTÊNCIA AOS FILHOS: XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; É direito ao empregado ter assistência gratuita aos filhos de até 5 anos de idade em creches ou pré-escolas. ACORDOS COLETIVOS DE TRABALHO: XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) é um acordo firmado entre a entidade sindical dos trabalhadores e uma determinada empresa. Já a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) é um acordo celebrado entre dois sindicatos, ou seja, é um acordo feito entre sindicato dos trabalhadores e o sindicato patronal. DIREITO CONTRA AUTOMAÇÃO: XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; De automação estende-se como a substituição da mão de obra da pessoa humana pela tecnológica. SEGURO ACIDENTE DE TRABALHO: XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; A própria constituição impõe o dever para os empregadores resguardar o ambiente de trabalho a fim de evitar acidentes, desse modo, caso ocorra, possui o empregado; · Seguro acidente de trabalho · Indenização em caso de dolo ou culpa do empregado. Tanto o seguro quanto a indenização são pagas pelo empregado; PRAZO PRESCRICIONAL: XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; Denomina-se como prescrição dos direitos trabalhistas resultantes das relações de trabalho. O prazo de prescrição para que os trabalhadores possam ajuizar uma reclamação trabalhista a fim de tutelar os seus direitos são de: Prazo de 2 anos após a extinção do contrato de trabalho a fim de discutir 5 anos retroativo da relação trabalhista. XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; · Fica vedado a diferença salarial para o exercício do mesmo cargo ou função · Fica vedado a distinção para admissão de pessoas entre sexo, idade, estado social ou qualquer outra forma de discriminação; XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; Fica vedado a redução de salário e critérios de admissão para pessoas portadoras de deficiência. XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; Segundo a constituição fica vedado a distinção de trabalho manual, técnico e intelectual. XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; A constituição proíbe que menores de dezoito anos (18) exerçam os seguintes trabalhos · Trabalhos noturnos · Trabalhos perigosos · Trabalhos insalubres A constituição impõe para os menores de 16 anos até os 14 a possibilidade de trabalhar, mas de forma de jovem aprendiz. XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso Como exposto pelo caput do artigo que trata da titularidade dos direitos trabalhistas, no qual são estendidos para os: · Trabalhadores formais · Trabalhadores informais DIREITOS DOS EMPREGADOS DOMÉSTICOS Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. Com a emenda da doméstica, nº 72de 2013 teve como justificativa a equiparação dos funcionários domésticos aos demais trabalhadores. Onde que anteriormente, não existia nenhuma garantia constitucional para essa classe de trabalhadores conforme os direitos grifados. São direitos estendidos de forma imediata, com a proclamação da emenda constitucional SALÁRIO-MÍNIMO: IV – Salário-mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado), (capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social), com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; VI - Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria X - Proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; XIX - licença-maternidade, nos termos fixados em lei; XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; DIREITO DE APOSENTADORIA: XXIV - aposentadoria; ACORDOS COLETIVOS DE TRABALHO: XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; Os seguintes direitos devem ser aplicados com a devida regulamentação infraconstitucional; Lei complementar 150/2015 I - Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; II - Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; III - fundo de garantia do tempo de serviço; REMUNERAÇÃO DO TRABALHO NOTURNO: IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; SALÁRIO FAMÍLIA: XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei: ASSISTÊNCIA AOS FILHOS: XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; SEGURO ACIDENTE DE TRABALHO: XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; DIREITOS TRABALHISTAS APLICÁVEIS AOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS A constituição determina que os direitos trabalhistas sejam aplicados aos servidores públicos civis. Caberá a legislação infraconstitucional detalhar os direitos trabalhistas postos na constituição para os servidores públicos civis · Exemplo da lei 8112 – Âmbito Federal · Em relação ao Estado, deve ser criada norma estadual para a regulamentação · Em relação aos Municípios, devem ser criados normas municipais para a regulamentação dos direitos trabalhistas Nota-se que os entes federativos não legislam em matéria trabalhista, legislam em relação a aplicação da norma constitucional. Art. 39, § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. IV - Salário-mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; Sumula vinculante 16: Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição, referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público O salário do servidor público não pode ser inferior ao salário-mínimo Súmula vinculante 15: O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não incide sobre o abono utilizado para se atingir o salário-mínimo. VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei: XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; Súmula 683 STF: O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. DIREITOS TRABALHISTAS COLETIVOS I) DIREITO SOCIAL DE SINDICALIZAÇÃO: Existem direitos sociais que são classificados como direitos sociais negativos, aqueles diretos de abstenção do Estado para garantir a liberdade individual do indivíduo. O direito de sindicalização é um dos direitos sociais negativos e coletivos dos trabalhadores urbanos, rurais e de colônia de pescadores. A liberdade de sindicalização permite a criação de sindicato, por decisão dos trabalhadores ou dos empregadores interessados, não havendo que falar em prévia autorização do Poder Público – direito de liberdade de associação. Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: A constituição define o direito de sindicalização vinculado ao direito fundamental de liberdade, profissional e de associação. Desse modo, a constituição determina as seguintes regras constitucionais para a criação do sindicato; · DA CRIAÇÃO DOS SINDICATOS: O direito de sindicalização não necessita nenhuma regulamentação e autorização do Estado para a sua criação conforme o artigo 8º sendo vedado também qualquer interferência ou intervenção de funcionamento. I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical; · DO REGISTRO DO SINDICATO: Por outro lado, o sindicato deve ser registadodevidamente no ministério do trabalho para que possa adquirir capacidade sindical para possuir a prerrogativa de representação de seus membros. A lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, mas poderá exigir o registro no órgão competente (atualmente é o Ministério do Trabalho). · PRINCÍPIO DA UNICIDADE SINDICAL: Tal registro objetiva apenas a garantia do princípio da unicidade sindical, isto é, que só tenha um sindicato, por categoria profissional ou econômica, por base territorial. II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; O seguinte dispositivo constitucional trás o princípio da unicidade sindical no qual a constituição prevê uma limitação a criação dos sindicatos. · FINALIDADE DO SINDICATO: Sindicato tem a finalidade de proteção profissional, defesa do trabalhador. III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; Destinado aos trabalhadores, servidores públicos e vedado o sindicalismo militar, o sindicato é destinado apenas aos civis. · REPRESENTAÇÃO DO SINDICATO: Sindicato serve para a representação individual ou coletiva podendo ser judicial ou extrajudicial. Toda representação judicial do sindicato se dá por meio da substituição judicial. O empregado concede o poder ao sindicato para representá-los judicialmente ou extrajudicialmente não necessitando de autorização expressa de seus membros. Cabe o sindicato a proteção dos direitos individuais homogêneos ou coletivos · CONTRIBUIÇÃO SINDICAL IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; Contribuição sindical pode ser classificada em: - Contribuição confederativa: A contribuição sindical pode ter a natureza de tributo, pode ser exigida para o sindicalizado e pro não sindicalizado dado o caráter fiscal. Atualmente, a contribuição prevista em lei não possui mais obrigatoriedade onde que agora é facultativo o dever de contribuição perdendo a natureza tributária. Súmula 40 STF: A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo. - Contribuição sindical prevista pela assembleia geral dos trabalhadores: Proposito para custear as despesas do próprio sindicato, onde só pode ser exigida para os membros do próprio sindicato. Membros da mesma categoria profissional que não são sindicalizados, não terão o dever de contribuição pela natureza de ninguém ser obrigado a se sindicalizado. · LIBERDADE INDIVIDUAL DE SINDICALIZAÇÃO: O fundamento da sindicalização está na ideia de liberdade, desse modo, do mesmo se vale para a filiação, no qual, é garantindo a livre filiação e desfiliação em qualquer prejuízo. V - Ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; · DA OBRIGATORIEDADE DE PARTICIPAÇÃO DOS SINDICATOS: O direito de sindicalização, não é absoluto. No período da pandemia, houve acordos trabalhista sem a presença do sindicato, para que o trabalho fosse assegurado. Dessa forma, houve uma flexibilização quanto a participação dos sindicatos nos acordos coletivos de trabalho VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho; · DIREITOS DOS MEMBROS: É assegurado o direito aos trabalhadores, profissionais da ativa bem como dos aposentados a participação no sindicato; VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais; · ESTABILIDADE SINDICAL: A estabilidade tem como finalidade a proteção contra perseguições do membro do sindicato contra decisões arbitrarias. VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. A estabilidade se inicia com o registro da candidatura; Para cargos de direção ou representação A estabilidade se aplica para os suplentes A estabilidade se aplica até o final do ano do mandado elegido A única forma do membro do sindicato ser demitido ainda que esteja sob comando, em casos de falta grave · EXTENSÃO DA LIBERDADE SINDICAL: Os direitos de sindicalização estão vinculado diretamente com a reunião para fins profissionais. Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer. II) DIREITO DE GREVE DOS TRABALHADORES: Assim como o direito de sindicalização, o direito de greve é um direito negativo, que impõe uma abstenção do Estado para o exercício do direito de greve do indivíduo. A greve é um direito de autodefesa do trabalhador em face de uma atuação repressiva e desproporcional do empregador, sendo feita por meio da paralisação coletiva e organizada das atividades laborais. O direito de greve está expresso como um direito fundamental a fim de dar proteção, segurança e imunidade acerca das consequências de se manifestar contra a atuação do empregador. A seguinte proteção constitucional tem como finalidade de proteger o trabalhador na relação empregatícia com o empregador não sendo aplicado para os servidores públicos que possem regulamentação e proteção própria conforme o art. 37 da constituição. Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. Como é um direito social negativo, não necessita de uma autorização, regulamentação para a exercer o direito de greve. Dessa forma, é assegurado ao trabalhador cabendo a ele, a conveniência de exercer seu direito, classificando a respectiva norma, uma norma de eficácia contida sendo limitada pelos respectivos parágrafos. § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. Por outro lado, a lei irá definir quais são os serviços essenciais não podem ser interrompidos na sua totalidade, prevalecendo dessa forma, o direito da coletividade, como por exemplo, a educação, transporte etc. O direito a greve não é um direito incondicionado, absoluto, por isso pode sofrer restrições § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei A inobservância das normas contidas na Lei de Greve, sobretudo quanto aos serviços essenciais e ao respeito aos direitos fundamentais, bem como a manutenção da paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho constituem abuso do direito de greve e provocam a aplicação de penalidades Competência para julgar legalidade de greve: · Julgar legalidade de greve do trabalhador comum: Competência da justiça do trabalho · Julgar legalidade da greve do trabalhador celetista: Competência justiça do trabalho · Julgar legalidade de greve de servidor público: Competência justiça comum · Julgar legalidade de greve de servidor público celetista: Competência da justiça comum III) DIREITO DE PARTICIPAÇÃO: A Constituição Federal, no artigo 10, assegura o direito de participação de trabalhadores e de empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação. Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação: IV) DIREITO DE REPRESENTAÇÃO DE CLASSE: O artigo 11 da Constituição Federal dispõe que nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleiçãode um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. A representação classista exigida pela Lei Maior em nada se confunde com as atribuições dos sindicatos. Tal representação objetiva, em síntese, a representação empregados perante a administração da empresa e a promoção o diálogo e o entendimento no ambiente de trabalho com o fim de prevenir conflitos Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores: image1.png image2.jpeg