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Teoria de Relações Internacionais! REALISMO: A NATUREZA HUMANA É EGOÍSTA; QUE A NATUREZA DOS ESTADOS É MAXIMIZAR O PODER PARA GARANTIR SUA SEGURANÇA E QUE A NATUREZA DO SI É ANÁRQUICA E CONFLITUOSA. HOBBES: O Estado de Natureza ● O homem é o lobo do homem. ● Homem é egoísta ● Guerra de todos contra todos ● A vida do homem é solitária, pobre, suja, brutal e curta. ● A luta ocorre porque cada homem persegue irracionalmente os seus próprios interesses sem que o resultado interesse a alguém. ● Quando não existe uma sociedade ou um poder maior que comande o homem ele não tem noção de certo ou errado, justiça ou injustiça, somente a preservação de seu próprio ser. Estado de guerra. ● O contrato social é o acordo entre os homens para acabar com as guerras. Com o comum objetivo de todos viverem bem. ● O homem só mantém promessas se for de seu interesse. O que é conveniente para si. ● O Soberano, also known as, leviatã. O estado é o leviatã. ● O estado é o grande leviatã, a força sobre o indivíduo. O mesmo também o protege ● O homem, com o estado, passa a ter noção de justiça. ● Os súditos do estado são individualistas, porém se unem ao estado por conveniência e porque o mesmo garantirá a sua sobrevivência. ● Cada um é juiz em causa própria. ● Nas RIs os Estados ainda encontram motivos e vontades para agirem de forma egoísta pois isto garantirá suas soberanias e será conveniente para eles. Maquiavel: REALISTA, PRAGMÁTICO E EMPIRISTA ● Maquiavel deixa de olhar para o que se deveria ser e olhou para o que realmente era; na prática, as pessoas não são o que deveriam ser e sim para o que se realmente é. ● A Itália era dividida em vários países, sem ser Itália, os estados eram divididos; e com isso, a Itália era “fraca”, pois eles disputavam entre si territórios. A guerra entre os estados italianos, enfraqueciam esses estados. ● “VERITÀ EFFETUALE” Verdade efetiva. ● “Olhar pra realidade, eu politico, pra eu manter o poder, eu preciso fazer coisas que são moralmente erradas, mas que irão manter o meu poder” ● Maquiavel separa a MORAL da POLÍTICA. O ver o que realmente é e não o que deveria ser. ● As ações eram tomadas porque eram necessárias e não porque se gostava de fazer o mal. ● “A ordem deve ser colocada em prática pelos governantes.” ● Se for necessário matar alguém para manter o poder, eu mato. ● Não se analisa o certo ou errado e sim o que é necessário. Nada de lei natural lei divina. ● O único elemento que mantém a ordem, é força física. ● O estado/principado é a instituição que tem o poder de administrar o território. ● Maquiavel traz a ideia de centralização do poder; era necessário para manter a soberania do estado. ● Soldados que lutavam por quem pagasse mais. Maquiavel era contra e propôs a ideia de um estado possuir tropas nacionais. ● Despersonalização do estado para formar um governo de estado soberano. ● CARACTERÍSTICAS DO GOVERNANTE: REFINADO ● Virtú são as características do próprio governante; no sentido de agir para a necessidade, buscando o melhor pra situação, que seria a sua manutenção no poder. Aproveitar as oportunidades o máximo possível, no sentido prático e não moral. Isso perpetuará o poder do governante. ● Fortuna: O governante ideal é aquele que alia a virtú à fortuna. ● A hereditariedade é a melhor maneira de ganhar o poder, esta seria a sorte. ● A virtú é próprio do príncipe, enquanto a fortuna é aquilo que ocorre de bom por sorte. ● As crueldades bem exercidas são as que vocês fazem de uma vez só. ● O bom e o ruim devem ser praticados da melhor maneira possível. ● A crueldade deve ser feita de uma vez só, pois o povo esquece, com o tempo. Agora se você aumentar de pouco em pouco, o efeito será pior para você. A imagem sua ficará abalada. ● Agora a bondade bem feita é feita aos poucos e má bondade é feita de uma vez só. ● O ideal para o príncipe é ser AMADO E TEMIDO pela população. É necessário tentar ser amada pelo maior número de pessoas, quanto as que ele não agrada, ele deve ser temido, para a manutenção de seu poder. Ele nunca pode buscar ser odiado, pois ao ser odiado, você criar um ambiente instável e isso fará com que o povo não tenha nada a perder e o venha a forçar a perda do poder. ● Agir como homem, cumprir a palavra. ● Agir como animal; LEÃO, agir com força, ser forte, poderoso. Agir como RAPOSA, ser esperto, assíduo, dar uma pedalada e agir com esperteza. A Virtú para perceber se a situação é favorável ou não, ter a virtù deve ser capaz de perceber as suas consequências para poder se manter no poder. ● O governante precisa ter a virtù/característica do “parecer ser” bondoso, altruísta, pois ele precisa parecer ser para poder se manter no poder. ● TODAS ESTAS CARACTERÍSTICAS DEVEM FEITAS APENAS QUANDO FOREM NECESSÁRIAS. É NECESSÁRIO ENTENDER QUANDO OS FINS JUSTIFICAM OS MEIOS. KANT: ● Artigo Preliminar 1: Não deve considerar-se como válido nenhum tratado de paz que se tenha feito com a reserva secreta de elementos para uma guerra futura. ○ Deve ser tudo resolvido, para não haver nenhuma guerra futura. ○ Deve ser o fim de todas as hostilidades. ● Artigo Preliminar 2: Nenhum Estado independente (grande ou pequeno, aqui tanto faz) poderá ser adquirido por outro mediante herança, troca, compra ou doação. ○ Um estado não é patrimônio. Kant é legalista! ○ A soberania de um estado pertence ao Estado e não a outro Estado, sendo assim, não poderá ser herdado, comprado. Isto não poderá acontecer. ● Artigo Preliminar 3: Os exércitos permanentes devem, com o tempo, desaparecer totalmente. ○ Exércitos representam uma constante ameaça a paz. ○ Estados têm exércitos para se defender de outros Estados. Corridas armamentistas se tornam comum. ○ 🔝👌😂 ○ Exércitos se tornam caro com o tempo, a longo prazo é muito mais caro que uma guerra curta. Sacrificar os gastos, ou seja, usar as armas, tecnologias, e matam humanos no meio, para amenizar os custos. ○ Ter tropas já é uma ameaça aos seus vizinhos. ● Artigo Preliminar 4: Não se devem emitir dívidas públicas em relação com os assuntos de política exterior. ○ Um país não deve contrair divida com o outro, pois isso é fonte de atrito. ○ Os países que emprestam dinheiro podem exigir o dinheiro de volta a qualquer momento e isso pode gerar uma guerra. ○ A dívida externa dificulta a paz. ● Artigo Preliminar 5: Nenhum estado deve imiscuir-se pela força na constituição e no governo de outro Estado. ○ Se um estado tenha uma sociedade atrasada, nós, Estado Soberano, não devemos e não temos direito de interferir em seus domínios. ○ Em caso de guerra civil, segundo Kant, desordem, então não há estado. Se uma terceira potência apoiar um dos lados, pode ocorrer para a formação de um estado. Porém, quando o mesmo já esta pronto e soberano, não se pode intervir. Nenhum estado pode intervir. ○ Politicas intervencionistas deveriam ser abolidas, pois isto geraria um ambiente inseguro e diversos Estados se sentiriam ameaçados, gerando um ambiente de insegurança. ● Artigo Preliminar 6: Nenhum Estado em guerra com outro deve permitir tais hostilidades que tornem impossível a confiança mútua na paz futura, como, por exemplo, o emprego no outro Estado de assassinos, envenenadores, a rotura da capitulação, a instigação à traição, etc. ○ Até numa guerra deve haver justiça, pois quando se exagera num grau de violência uma paz futura será impossível. ● Primeiro artigo definitivo: A constituição Civil em cada Estado deve ser republicana. Politico! ● A constituição deve ser voltada para a liberdade do povo, da sua dependência da constituição e de sua igualdade como cidadão. ● Povo participante da política. ● Para a paz, todos os povos devem ser republicanos. ● República => executivo e legislativo. Kant diz que os poderes devem ser separados. ● Segundo artigo definitivo: O direito das gentes deve fundar-se numa federação de estados livres. ● Federalismo de estados livres. Os estados devem contatuar de uma constituiçãode estados/civil que abrangesse todos os estados. ● Direitos e deveres iguais. ● O direito das pessoas será baseado nas regras desta federação de estados. Exemplo: União Europeia. ● O homem tem que ter o direito de circular pelo mundo sem ser maltratado. Se o sujeito for nocivo para a sociedade eu tenho que tratá-lo bem, e agir conforme as regras sobre este acordo, Federação de Estados Unidos. ● A natureza humana é aplicada aos estados, novamente Kant apontando Hobbes em seu pensamento. ● A Federação de Estados livres sugere que cada estado preserve a sua soberania e que cada um tenha a sua liberdade e individualidade. ● Terceiro artigo definitivo: o direito cosmopolita deve ser limitado as condições da hospitalidade universal. ● O estado deve respeitar e tratar o individuo bem em seu estado. ● Os homens devem suportar-se uns aos outros. Cidadão do Mundo. ● Posse comunitária da terra, respeito mútuo e convivência tolerante em toda a superfície terrestre. ● Direito de hospitalidade. Posse comunitária da terra. ● O que cada Estado faz dentro de seu território é propriamente sua responsabilidade. ● Para que ocorra a paz perpétua é preciso eliminar todos os conflitos. ● Kant não acreditava em uma nação mundial, mas sim em uma federação de estados mundiais, fundamentando o direito internacional. “O estado de natureza é a condição para a guerra.” Hobbes Carr: ● Carr começa rasgando o pensamento utópico liberal de que um mundo onde as pessoas pensassem da maneira correta, da maneira ética, que tudo seria bom. Esta presunção idealista, dizia que ao equipar o mundo com intelectualização e confiar na razão para o advento da paz, o mundo seria um lugar de paz. Esta intelectualização baseava-se na crença na opinião pública, de que a mesma iria evitar guerras e tudo mais. De que a maior felicidade para a maioria. Uma visão que, na teoria, é linda, porém, na prática é praticamente inviável, pois os intelectuais da época não consideraram que diferentes pessoas pensam diferente e que, o certo para um não é o certo para o outro, ou seja, eles não entenderam que não se podia implantar realidades mundo afora somente porque em algum lugar remoto onde as condições eram diferentes e a cultura, deu certo. ● A Liga das Nações não funcionou pois três das Grandes potências não participaram: Estados Unidos, Alemanha e União Soviética. ● “O empirista lida com o caso concreto segundo o mérito individual de cada caso. O racionalista liga o caso concreto a um princípio geral abstrato.” ● Então, isso significa que os racionalistas, e a Liga das Nações, falhou porque eles não consideraram as diferentes realidades, os diferentes recursos econômicos, sociais e tecnológicos, nem mesmo os culturais. Não consideraram que existiam poderes e interesses diferentes entre os estados. Apenas supuseram que, o bem dar-se-ia para todos e seria aceito universalmente por todos. ● Pontos que enfraqueceram a Liga das Nações: Crise da Manchúria, onde o Japão invade a China, Crise da Abissínia, Itália invade a Etiópia e a Invasão da Tchecoslováquia, onde a Alemanha invade a Tchecoslováquia. ● Os idealistas acreditavam que a guerra não trazia lucro nenhum bem/lucro. ● A Liga na teoria, afirmava que trataria os Estados Soberanos de maneira justa e igualitária, porém apenas garantiu as grandes potências permanente maioria no conselho da Liga. Infelizmente, a Liga favoreceu estados e desagradou e prejudicou outros. Tentou-se evitar as guerras por pactos, porém, os mesmos eram fracos. Surge então, uma racha entre os países, pois, nem todos estavam contentes com as medidas tomadas pela Liga. Não se considerou que os países divergiriam e que os mesmos poderiam entrar em estado de guerra por seus interesses, a crença da liga era que poderia tudo ser resolvido através de meros acordos teóricos. Em nenhum momento, a Liga olhou para os fatos e para a prática política dos estados. ● Os liberais do século 19 apoiaram e se sustentaram na esfera do opinião pública mundial. De que a opinião pública evitaria a guerra e que esta opinião pública estaria sempre certa, pois era apoiada na maioria, e a maioria, tinha o “pensamento correto”. Houveram inclusive tratados baseados nisso, uma epifania total. Este tratado propunha um espaço de tempo de aguardo de 12 meses, isto é, ao perceberem um problema, os países não o resolveriam na guerra, e sim, na democracia de um ano, com calma e sem o alarde emocional. ● Carr destroi a crença de que no sistema a opinião pública é a voz da razão. A crítica de Carr é pontual ao dizer que os liberais tentaram adaptar a REALIDADE a Utopia. A REALIDADE é o que é, e a utopia é o que deveria ser. Então, para entender, o ideal realista deveria ter sido: adaptar as ideias as realidades no sistema internacional e assim, então, buscar soluções. ● Depois de falharem, tentaram atribuir a culpa aos que anteriormente os havia avisado do risco e da falácia do liberalismo. ● HARMONIA DE INTERESSES: Conflito entre duas ideias, o bem para todos e o bem para o eu, para os próprios interesses. O caos da democracia é que ela “substitui o corte de cabeças pela contagem de cabeças.” Ou seja, a maioria irá se impor sob a minoria, fazendo com que a mesma seja coagida, mas não “morta”. ● A doutrina da harmonia de interesses sustenta que o indivíduo, ao buscar seu interesse próprio, ajudará a comunidade. Como Carr diz, “leis morais podem ser estabelecidas através de raciocínio correto. O paraíso do Laissez-faire vem daí, da crença de que ao fazer o seu próprio desejo, ao buscar isso, o indivíduo estaria ajudando a sociedade, através da lei invisível. O problema disto tudo vem a surgir quando a realidade vem à tona com as produções em massa e com as disparidades sociais, ou seja, quando uns ganham mais que outros, criando a famosa desigualdade social. Alguns ganhavam mais que outros, e estes alguns eram a minoria. ● Essa mesma ideia de que o que era bom para um indivíduo era bom para a comunidade, foi levada para o sistema internacional, na crença de que cada nação seria próspera e ajudaria o mundo a chegar em uma prosperidade jamais vista. ● O colapso vem depois, quando os países sofreram com a crise econômica, exceto a Grã- Bretanha; que começou a ser vetada e criticada por outros Estados que não eram tão vistosos e economicamente saudáveis. Isso gerou também o Darwinismo político, onde o mais forte sobreviveria às custas do mais fraco. Daí também saiu a ideia de meritocracia nas sociedades e no Sistema Internacional: aquele que vencer é o que deveria vencer, pois ele tinha mais recursos e blablabla. Sem considerar as realidades por trás de cada Estado/comunidade/sociedade. Não se considera os fatores por trás destas “vitórias”. Aí também surgem as legislações para protegerem os “fracos e inaptos”, as sobras da sociedade. ● A paz para um não é a mesma paz para outro. Ou seja, quando um Estado está bem, saiu ileso e mais forte de uma guerra é fácil falar de paz e tudo o mais, porém quando do outro lado um Estado saiu quebrado, humilhado e não compactuante desta visão de paz, ele se torna um incômodo e isso é visto como errado, pois ele se opõe a paz. Mera hipocrisia que foi tomada como verdade pelo mundo antes da segunda guerra mundial. Podemos citar o exemplo Estados Unidos que saiu bem da guerra e a Alemanha que saiu destroçada. Diferentes interesses mudam focos e pretensões. Bem vindos ao Sistema Internacional e a vida real. ● Aqui, neste momento, os inaptos, ou seja, ou países economicamente fracos deveriam se ajustar e se curvar e servir aos mais desenvolvidos. Esta era a perspectiva realista, mas a utópica dizia que não, que todos estavam se ajudando e que isso era um sacrifício bom e necessário para o todo. Teve-se a ideia de que o mundo inteiro iria prosperar economicamente e que todos os países sairiam ganhando, pois o mundo estaria em seu caminho certo. Eles não acreditavam que para uns ganharem outras deveriam perder e issoestava explícito o tempo todo. ● Só se levava em consideração a razão econômica e isso fomentou o seu fracasso, pois um estado, uma comunidade tem em suas variáveis questões sociais, políticas e sociais, etc. ● Tudo isso, com o tempo, tornou impossível o conceito e prática da harmonia de interesses. Sem que houver um prejudicado, haverá um beneficiário. Isso é fato, porém, a escola liberal do século 18 e 19 não via isso. A CRÍTICA REALISTA: ● Onde teoria e prática se separam. ● 1°“A história é um sequência de causa e efeito, cujo curso se pode analisar e entender através do esforço intelectual, porém não (como os utópicos acreditam) dirigida pela imaginação.” 2°A Teoria não cria a prática, mas sim a prática é quem cria a teoria” e 3°”A política não é uma função da ética, mas sim a ética o é da política.”. Maquivel foi o primeiro realista político que enxergou estes fatos e os trouxe em sua obra. Maquiavel reconhecer também a importância da moral, porém disse que a mesma não era um fato quando não se tinha uma autoridade maior para faze-la acontecer. Uma autoridade com poder. ● Maquiavel disse o que os homens tem o habito de fazer e não o que eles deveriam fazer. => Essa parte é crucial e sensacional. ● A realidade se torna com o curso total da evolução histórica. Tem-se que sempre considerar o processo histórico para entender a realidade vivida no passado e no presente, para que , pelo realismo se possa atribuir alguma ação pratica e eficaz. ● “Toda empresa que não alcança sucesso é um erro.” Ai, eu diria, faltaria um pouco de persistência realista. ● Aqui, Carr utiliza de Marx e outros pensadores para dizer que o ideal utópico tentava adaptar a realidade a utopia. Diz que os argumentos eram inventados para que a ideologia prevalecesse, não admitindo-se que se estava errado, e sim, forçando por um ego a prova de o seu pensamento esta correto. Este é o problema do ideal utopico, o de não entender que as vezes, é necessário analisar os fatos e entender suas causas e efeitos, aos invés de tentar impor o seu ponto de vista, ou a sua “conclusão”. As teorias vem depois da experiência, depois da realidade, e não antes de acontecer. Exemplo: o império precede o imperialismo. ● Os pensamentos do realismo são pragmáticos, pois se dirigem a execução do que almejam. O realismo denunciou, escancarou o pensamento e pôs a natureza humana como fator disto, no momento em que disse, que o homem pensa em si, e quer se sobressair, que nem para isso, deva destruir a reputação de outro. Este contexto também se aplica no sistema internacional, de estado pra estado. O fato de querer estar e ser visto como certo, nem que para isso se tenha que propagar o mal de outros, para provar o seu ponto de vista.. ● Basicamente, o realismo vem para destruir os pensamentos utópicos. Teoria aplicada não, a pratica trará a teoria. ● “As teorias da moral social são sempre produto de um grupo dominante, que se identifica com a comunidade como um todo, e que possui facilidades, negas aos grupos ou indivíduos subordinados, para impor sua visão da vida na comunidade. ● A doutrina da harmonia de interesses serve para proteger os que já estão no poder e mante-los lá, com um pressuposto de estar lá porque é do interesse de todo mundo. ● Carr diz que no século dezenove, onde tudo eram flores para a Grã Bretanha, quem tinha seu comércio estava fazendo o bem para si e para a comunidade, era moral, pois estava baseado na questão do laissez faire, enquanto os outros, aqueles cujo faziam greve por estarem abaixo na luta social, eram vistos como imorais, pois não favoreciam o governo britânico. ● Carr manifesta que, os grupos dominantes atacam os desfavorecidos com o intuito de creditar a eles a imoralidade, descreditando sua luta e acusando-os de ir contra a ordem. Sendo que, esta ordem, somente favorece os já favorecidos e que comandam o poder. Isso na esfera do Sistema Internacional, pode ser colocado como o império britânico atacando estados menores, cuja preocupação era o fato de estarem sendo usados e desfavorecidos para que um outro Estado, no caso a Inglaterra, prevalecesse como rainha do mundo. Para os liberais, o fato da Inglaterra ser a potência, isso significava que todos deveriam apoia-la pois aquilo era o correto, na perspectiva dos grandes era o correto, porém, aos desfavorecidos era errado, obviamente. Então, os liberais acusavam a oposição de ir contra a “ordem natural”. ● O mundo passava a crer que uma união universal seria o ideal e isso evitaria guerras, esta premissa idealista não considerou, novamente, as diferentes realidadades vividas em cada estada e que cada estado quer o poder tanto quanto os outros. ● Carr massacra a ideia de Ordem Internacional e Solidariedade internacional, pois diz que estes slogans nada mais são do que uma premissa dos mais fortes de se imporem sobre os mais fracos e sobre todo o mundo em seu ideal do que é correto. ● “O utópico, em face do colapso dos padrões cujo caráter interesseiro ele não compreendeu, se refugia na condenação de uma realidade que se recusa a adaptar-se àqueles padrões.” ● DICOTOMIA: soberania estatal (hierarquia) (sem recurso da violência) x anarquia internacional (luta pelo poder) (à sombra da guerra = Kant) (submetidos a nenhuma lei) ● Dilema de segurança - ao mesmo tempo que os Estados geram sua segurança eles geram insegurança externa. ● RI’s :Atores = O estado para garantir sua segurança, são obrigados a s armar. ● Relações Internas: atores = indivíduos e sujeitos coletivos ● “Olhar para a realidade, e não para o que é discursado.” (Paulo, 03/05/2016) ● O discurso serve para esconder as limitações = ONU ● Existe para justificar uma ação do meu interesse ● Sede da ONU em NY é território internacional ● Assembleia Geral -> todos os chefes de estado discursam durante a semana. (falam o que bem entenderem). Sem resultado. =>Avaliamos conforme o resultado, o que realmente importa é o resultado, ou seja, independente do mesmo ser bom ou ruim. ● Democratizar a ONU -> torna a organização mais disfuncional ● Conselho de Segurança -> ING, FR, EUA, x RUS, CHINA => Quando os mesmos estão em conflitos, o resultado é a guerra. Estes mesmos atores são os Guardiões da Paz Internacional, intervenção e conflito tem que passar pelo consenso dos 5, pois os mesmos tem o poder de veto. ● “Os estados tem interesses diferentes, demandas diferentes e atuam de maneira diferente.” ● O que impera no Sistema Internacional são ações egoístas e de auto interesse, realistas. ● EPIFENÔMENO: adicionado a um fenômeno sem exercer qualquer influência sobre ele. Se os estados não sustentarem as OI’s, elas deixaram de existir. ● POLÍTICA INTERNACIONAL X POLÍTICA DAS GRANDES POTÊNCIAS ● Em nome da paz se faz guerra / se aceita violar regras que trazem a paz. Em nome de um interesse estatal, se faz guerra. ● POLÍTICA = A LUTA PELO PODER !! ● MENOS É MAIS EM RI’s. ● Anarquia significa um principio ordenador. As relações internacionais são regidas pelas relações de poder. Isso cria a hierarquia do poder, sendo, nesse caso, o conselho de segurança. ● ganhos relativos -> o que importa é quanto o Estado ganha em relação aos outros. Melhor manter como esta, do que melhorar sabendo que o outro ganhará mais. ● ganhos absolutos -> Independente do outro ganhar mais, eu vou comparar onde eu estou à onde eu estava. MORGENTHAU - A POLITICA ENTRE AS NAÇÕES RESUMO ● REALISMO 1 “O realismo, por acreditar na objetividade das leis da política, tem de admitir igualmente a possibilidade de desenvolver-se uma teoria racional que reflita essas leis objetivas, mesmo que de modo imperfeito e desequilibrado. Ele também acredita, portanto, na possibilidade de distinguir, no campo da política, entre a verdade e a opinião; entre o que é verdadeiro, objetiva e racionalmente, apoiado em provas e iluminado pela razão, e aquilo que não passa de um julgamento subjetivo, divorciado da realidade dos fatos e orientadopelo preconceito e pela crença de que a verdade consiste nos próprios desejos.” ● “Para o realismo, a teoria consiste em verificar os fatos e dar a eles um sentido, mediante o uso da razão. O realismo parte do princípio de que a natureza de uma determinada política externa só pode ser averiguada por meio do exame dos atos políticos realizados e das conseqüências previsíveis desses atos. Desse modo, torna-se possível descobrir o que os políticos realmente fizeram. Do exame das conseqüências previsíveis de seus atos, podemos presumir quais teriam sido os seus objetivos.” => Basicamente, Morgenthau massacra, assim o como Carr, a ideia liberal e justifica a teoria realista com suas atividades e suas análises voltadas para o que é fato e real e não para meras presunções de como o mundo poderia ser ou deveria agir, um Maquiavel moderno. O interessante é que neste momento, Morgenthau diz que se examinam os resultados das ações políticas no intuito de entender quais eram as intenções prévias das mesmas. Para no fim, entender o que estava por trás de tal comportamento. ● REALISMO 2 => Morgenthau nos coloca e nos define como observadores, analisando o que foi feito, o que esta sendo feito e o que será feito. Ele assim defende o realismo político e diz que a ciência política realista tem como pilar a ideia de conflito de interesses e a busca por PODER. Busca alimentar a experiencia e analisar a mesma e não o que é escrito e depois aplicado. Como disse o Paulo, analisa-se o resultado para entender o que foi realmente feito e o que estava por trás daquela ação, tanto as cincunstâncias quanto a posição do politico. “Uma teoria realista da política internacional evitará, portanto, duas falácias populares: a preocupação com motivos e a preocupação com preferências ideológicas.” Aqui fica perceptível o que a política é. Morgenthau apresenta com o realismo político a política clara: PURA LUTA POR PODER E QUE AS IDEOLOGIAS SÃO INSTRUMENTOS PARA QUE OS POLÍTICOS OU ESTADOS RECEBAM APOIO PARA SUAS AÇÕES, INDEPENDENTE SE FOR ESQUERDA OU DIREITA. ● “Se quisermos conhecer as qualidades políticas e morais de suas ações, teremos de conhecê-las, e não os motivos desse político. Quantas vezes estadistas, levados pelo desejo de melhorar o mundo, acabaram por torná-lo ainda pior? E, com que frequência, não têm eles buscado um objetivo, para terminar realizando algo que não era esperado nem desejado?” ● “Os bons motivos propiciam segurança contra políticas deliberadamente perversas, mas não garantem a correção moral e o sucesso político das políticas neles inspiradas.” ● “a mente humana obedece ao princípio da economia de trabalho, ou lei do menor esforço, tornando dispensável um novo exame para cada situação individuai que surja e para o padrão de pensamento e ação a ela apropriados. Contudo, quando a matéria está sujeita a mudanças dinâmicas, os padrões tradicionais deixam de ser adequados e devem ser substituídos por outros novos que reflitam a referida alteração. Doutro modo, abrir-se-á um hiato entre os padrões tradicionais e as novas realidades e o pensamento e a ação tomarão rumos errados.” Este segundo principio quer dizer que os interesses dos Estados não são governados por influências morais, mas condicionados pela busca racional dos ganhos e perdas na política externa. Assim, a política exterior de país não deve estar associada às simpatias pessoais do governante, mas se guiar pelo interesse nacional da nação. Aqui podemos perceber a influência do pensamento de Maquiavel, realista clássico, no qual considerava que o príncipe virtuoso deveria agir em prol da nação e não a partir de suas preferências e gostos particulares. ● REALISMO 3=> "Um escasso conhecimento da natureza humana bastará para nos convencer de que, com respeito à grande maioria da humanidade, o interesse constitui o princípio que tudo governa; e que quase todo homem. em maior ou menor escala, está submetido a sua influência. Razões de virtude pública, durante algum tempo ou em casos particulares, podem levar os homens a observância de uma conduta puramente desinteressada; mas não serão por si mesmas suficientes para gerar uma conformidade perseverante com os elevados ditames e obrigações do dever social. Poucos são os indivíduos capazes de fazer um sacrifício contínuo de todos os propósitos dos interesses ou das vantagens pessoais em prol do bem comum. É inútil vociferar contra a depravação da natureza humana sob esse aspecto. A realidade é esta, como o prova a experiência de todas as eras e nações e, se quisermos alterar a situação, forçoso nos será, antes disso, modificar em grande medida a natureza do homem. Estará fadada ao fracasso toda instituição que não esteja edificada sobre a verdade presumida dessas máximas." Morgenthau explica que basear em uma idéia de que os seres humanos são bons e querem o melhor para todos é ir de encontro ao fracasso, novamente aqui podemos ver a influência de Maquiavel. Portanto, para modificar o sistema, seria necessário modificar a natureza humana, esta que, na visão dos realistas, é falha e egoísta. Os Estados e os SERES HUMANOS agem por conveniência, seja ela política, social ou econômica. Este principio ressalta que as relações entre as nações sempre foram definidas em termos de poder. No entanto, o tipo de interesse das ações políticas varia dependendo de determinado contexto histórico cultural e político, sendo assim os interesses, que tem como base maximizar o poder dos Estados, não são fixos e permanentes. ● Deve-se entender que os interesses pessoais, nacionais e o poder, devem ser analisados e entendidos considerando diversos aspectos, como a questão cultural. politica e social. Enfim, para se julgar, deve entender o que se esta julgando as máximas. Deve-se entender em que situação se esta. ● REALISMO 4 => Não pode haver moralidade política sem prudência, isto é, sem a devida consideração das consequências políticas da ação aparentemente moral. Desse modo, o realismo considera que a prudência - a avaliação das consequências decorrentes de ações políticas alternativas - representa a virtude suprema na política. A ética, em abstrato, julga uma ação segundo a conformidade da mesma com a lei moral; a ética política julga uma ação tendo em vista as suas consequências políticas” "Que se faça justiça, mesmo que o mundo pereça". Uma teoria realista da política internacional. A filosofia clássica e a medieval já sabiam disso tanto quanto Lincoln que afirmava: "Procuro fazer o melhor que posso, da melhor maneira que consigo, e pretendo continuar a proceder deste modo até o fim. Se, no final das contas, as coisas derem certo, o que ora dizem de mim pouco valerá. Se derem errado, não fará a menor diferença que dez anjos jurem que eu estava certo". ● O estado não é um individuo que pode sair por ai fazendo justiça e se sacrificando, o mesmo tem de buscar seus objetivos e, as vezes, por meios pragmáticos manter seu poder no Sistema Internacional como maneira de expressar força e influência. Entende-se que, por meios morais, “todos queremos agir”, porém muitas vezes o moral não é o correto a se fazer quando se fala em manutenção de poder e perseverança ou vitória política. Assim, termos gerais, a influencia da moral e da ética podem ser usados como mecanismos de justificação e legitimação da aça dos Estados, mas não servem para julgar o comportamento destes. ● REALISMO 5 => “O REALISMO sabe distinguir entre a verdade e a opinião” Morgenthau. ● “Em política, a moderação tem necessariamente de refletir a moderação no julgamento moral.” Deve-se entender em politica que: o certo para mim, pode não ser o certo para o outro e qualquer ação supranacional cosmopolita pode ser confundida como fanatismo e levar a consequências trágicas, como temos o exemplo do holocausto e da escravidão. Em ambos os lados, quem detinha o poder pensava estar certo e correto. Vais criticar? O seu bem universal pode ser um bemdiferente do bem universal do outro. Aqui, o autor ressalta que os princípios morais de uma nação, seja os valores do bloco soviético ou da sociedade norte-americana, não devem ser aceitos como universais, pois nenhuma visão é a mais verdadeira ou a mais correta. ● REALISMO 6 => “O propósito do realismo político está em contribuir para um desenvolvimento similar no campo da política.” NESTE capitulo, Morgenthau argumenta que cada ciência tem seus princípios e valores e articula sobre a importância de um equilíbrio dos mesmos para se ter base intelectual e moral sobre assuntos e questões da vida. CADA UM NO SEU QUADRADO. ● “Somente iludindo-se a si próprio sobre a natureza da política e sobre o papel que ele desempenha no cenário político é que o homem se torna capaz de conviver consigo mesmo e com os demais seres humanos, sentindo-se realizado como um animal político.” Para Morgenthau, a esfera política é autônoma, não estando sujeita a nenhuma outra ciência como a economia ou o direito. A política internacional possui suas próprias leis e regras. ● Capitulo III => O que é poder político? ● “A política internacional, como toda política, consiste em uma luta pelo poder” ● Aqui, vemos Morgenthau divagando sobre os tipos de poder e os poderes utilizaveis e não utilizaveis, enfim, a influência sobre outros e tudo mais. Divaga sobre poder físico, militar, político e psicológico e da mistura dos mesmos. ● Assim como Maquiavel, Morgenthau diz que o carisma e o apoio levam e mantém um líder no poder, mas a partir do momento que este líder deixa de ser visto como um bom líder e perde o carisma antes concedido, o mesmo perde poder e, consequentemente, apoio. MORGENTHAU => A POLÍTICA ENTRE AS NAÇÕES FUNAG CAP.⅓, o dois não precisa. Pergunta para entregar: Quais as principais características da luta por poder entre as nações? Antes de responder esta pergunta, falar sobre o Morgenthau, como viveu, onde, quais suas ideias e tudo o mais. Características do mesmo. R:Hans Morgenthau nasceu na Alemanha. Estudo em Berlim, Frankfurt e Munique. Teve sua formação básica em direito e se pós-graduou pelo Instituto de Estudos Internacionais de Genebra. Foi magistrado em Frankfurt, de 1927 a 1932. Em 1937 foi viver nos Estados Unidos da América e o mesmo considerava que “a política é, na sua essência, ação”. Salientava que as as Relações Internacionais seriam melhores quando aplicados os princípios de Interesses Nacionais que justificavam as ações dos Estados no Sistema Internacional e que estas ações eram ou não, responsáveis por guiar os estados a serem bem sucedidos ou mal sucedidos na arena global. Seus pensamentos eram muito semelhantes com os de Maquiavel e Carr, trazendo a teoria realista incorporada a prática dos estados citando em seu livro ações tomadas por Estados em diferentes contextos a prática dos mesmo em defender seus interesses. Esses exemplos estavam nos capítulos lidos. (Capítulo I e III). A luta pelo poder entre as nações é caracterizada por oposições econômicas, politicas ou bélicas entre as nações. Basicamente, a luta pelo poder é cada Estado buscando seus interesses com a intensão de conquistar o que se almeja. Cada Estado utiliza de diferentes formas para conquistar o poder desejado. Podemos adicionar como características da luta pelo poder os métodos utilizados, como: influência, imperialismo sob zona de influência, imperialismo, coalizões e alianças estratégicas. Grupos de cooperação também podem ser considerados como mecanismos de luta pelo poder, pois os mesmos tem um viés de cooperarem entre si, mas acabam se colocando contra os outros países que não fazem parte de tal união. Politicas protecionistas também são sinais de luta por poder, neste caso, econômico. Aula 10/05/2016 Morgenthau Ler os clássicos: Morgenthau, Kissinger, Maquiavel, Carr, Kant; ● Escola realista x escola liberal ● Em síntese, tais Princípios ressaltam o caráter objetivo do realismo político e seu vínculo direto com uma avaliação extremamente pessimista da "natureza humana" (Princípio 1); a importância central no realismo político do "interesse" (nacional), qualificada com a observação de que este deve ser entendido como imutável (Princípios 2 a percepção da questão moral nas relações internacionais, por parte do realismo político, sob a ressalva de que as aspirações morais de uma nacâo não se identificam com as do "conjunto dos preceitos morais, que regem o universo" político (Princípios 4 e 5); e - talvez menos interessante, mas de todo modo reveladora - a reivindicação para o realismo político de uma especial "profundidade", ou seja, de ser o detentor de uma superior apreensão da realidade (Princípio 6). ● (1) O Realismo político acredita na objetividade das leis da política, que são determinadas pela natureza humana, que, por sua vez é e sempre será orientada pela busca da realização de poder. ● (2) O interesse definido em termos de poder constitui o conceito fundamental da política internacional, distinguindo a política da economia, da ética e da religião. ● (3) O conceito-chave do realismo é o interesse definido como poder, o qual constitui uma categoria objetiva que é universalmente válida, mas não outorga a esse conceito um significado fixo e permanente. ● (4) O Realismo político é consciente da significação moral da ação política, como o é igualmente da tensão inevitável existente entre o mandamento moral e as exigências de uma ação política de êxito. ● (5) O realismo político recusa-se a identificar as aspirações morais de uma determinada nação com as leis morais que governam o universo. ● (6) O realismo apresenta uma singular atitude intelectual e moral com respeito a matérias ligadas à política. ● 1°: a NATUREZA Humana tem em sua essência, a competição. As possibilidades de mudanças passam pela natureza humana. É a busca racional pela sobrevivência. Tanto a natureza humana quanto a política não mudam com o tempo. O realismo visa entender o que é real! O que visto o tempo todo. Analisando as características boas e ruins da sociedade. ● O realismo é pessimista. A natureza humana é demasiada complicada. ● A política é regida por poder, uma lei de manutenção de poder. ● “A diferença entre o que é verdadeiro e o que é opinião…” O que é verdadeiro e o que é achismo. A verdade, apoiada em fatos e provas e saber distinguir sobre o que é pensado e baseado em discursos e falas. ● DILEMA DO PRISIONEIRO: MESMO QUANDO INTERESSES DIFERENTES ESTÃO EM JOGO, O MELHOR RESULTADO É QUANDO OS DOIS COOPERAM. Se não cooperarem, o resultado será pior. ● As nossas escolhas tem de ser baseadas em nos colocarmos na posição dos outros, seja no meio político, econômico e pessoal. Buscar uma solução RACIONAL. ● 2° Princípio realista: os estados agem no SI sempre buscando o poder. Definido em termos de poder. Quem não adota esta estratégia, ficará para trás. Por conta da Estrutura opressiva do Sistema Internacional. ● Estados não são governados por influências morais, mas condicionados pela busca racional dos ganhos e perdas na política externa. Usa-se a ética, a religião, a moral, valores para esconder suas heresias, as suas estratégias de poder. RIs estudam as relações de poder entre os estados, e como somos afetados por eles. ● Um príncipio, em RIs, sendo o poder, facilitará a compreensão histórica das RIs. Isso mostra o que realmente é e o que realmente acontece. Sem suposições. ● Quanto mais capacitado de influenciar no SI, melhor sua capacidade de se dar bem no SI. Maior será a sua autoridade. ● A Desigualdade entre as nações se da devido ao Estado não saber como influenciar outros. Seja por falta de poder, seja ele soft ou hard. Sem poder a sua influência é praticamente nula. ● 3° Princípio do realismo: Interesse das ações políticas varia dependendo de determinado contexto histórico cultural e político, sendo assim os interesses não são fixos e permanentes. ● 4° principio do realismo: dar um significado moralda ação política; não mostrar que a ação visa o poder, e sim, encobrir a mesma com um discurso moral. Faz-se guerra por poder, mas mostrasse isso disfarçado como por paz. “Não pode haver moralidade política sem prudência, isto é, sem a devida consideração das consequências políticas da ação aparentemente moral.” ● A ética e a moral só são efetivas quando auxiliam a minha estratégica política. A minha ética é assim e é por isso que ela funciona, porque é o melhor para o Sistema. O problema é que os estados pensam diferentes e isso gera os atritos conhecidos. ● A estratégia política se utiliza da ética e da moral para serem úteis para sua popularização. ● Em nome do Interesse Nacional as ações políticas são justificáveis dentro das estratégias políticas. ● Um interesse nacional não deve ser limitado por valores éticos e morais. ● ÉTICA E MORAL SÃO INSTRUMENTOS DA POLÍTICA E NÃO OS CONDUTORES DA AÇÃO POLÍTICA. ● A influencia da moral e da ética podem ser usados como mecanismos de justificação e legitimação da ação dos Estados, mas não servem para julgar o comportamento destes. ● Ética e moral são instrumentos da busca pelo poder. ● 5° princípio do Realismo: Nenhuma visão é mais verdadeira ou mais correta ● “Todas as nações são tentadas a vestir suas próprias aspirações e ações particulares com a roupagem dos fins morais do universo - e poucas foram capazes de resistir à tentação por muito tempo. Uma coisa é saber que as nações estão sujeitas à lei moral, e outra, muito diferente, é pretender saber, com certeza, o que é bom ou mau no âmbito das relações entre nações.” ● SEMPRE OS ESTADOS DARÃO UMA ROUPAGEM UNIVERSAL VOLTADAS PARA OS SEUS INTERESSES NO SISTEMA INTERNACIONAL. ● Cada nação é juizá em causa própria. ● Utilizam suas interpretações da moral e da ética em seu favor. ● 6° Princípio do Realismo: ● O propósito do realismo político está em contribuir para um desenvolvimento similar no campo da política.” Morgenthau escancara a hipocrisia no Sistema Internacional. ● “Somente iludindo-se a si próprio sobre a natureza da política e sobre o papel que ele desempenha no cenário político é que o homem se torna capaz de conviver consigo mesmo e com os demais seres humanos, sentindo-se realizado como um animal político.” ● A esfera política é autônoma, e não está sujeita a nenhuma outra ciência como a economia ou o direito. ● A política internacional possui suas próprias leis e regras. 17/05/2016 WALTZ - TEORIA DA POLÍTICA INTERNACIONAL (Realismo Estrutural) ● Para Waltz, o uso da força, ou seja, da violência. ● A violência é inerente tanto ao sistema internacional anárquico quanto ao sistemas de regimes políticos dentro dos estados. Ou seja, a violência é característica comum nos dois. ● “Nenhuma ordem humana é à prova de violência.” Waltz ● “Um sistema político interno não é um sistema de auto-ajuda. O Sistema Internacional é.” É um sistema em que os estados não podem contar com os outros, apenas eles mesmos. No SI os estados tem que se garantir e isso gerá um ambiente instável. O governo tem o monopólio legítimo do uso da força. ● Waltz exalta de forma simples a interdepêndencia interna, como ao citar que o sapateiro precisa do alfaiate e que um sem o outro estaria em maus lençóis. => “As pessoas e as instituições dependem muito umas das outras devido às diferentes tarefas que desempenham e aos diferentes bens que produzem e trocam. As partes de uma sociedade fundem-se pelas suas diferenças.” ● A competição entre os estados, para Waltz, é por auto-suficiencia em um sistema de competição. Por isso cada estado é rival do outro. Para se tornarem autônomos, os mesmos abrem mão da especialização na intenção de serem autossuficientes, pois no SI é extremamente complicado a interdependência completa, pois não se pode confiar nos outros Estados, uma vez que os mesmos são “competidores”. ● Quanto menor for a dependência, maior será a autoridade, maior será a sua capacidade de influência. ● “A expectativa não é que o equilíbrio seja mantido, mas que um equilíbrio, uma vez interrompido, seja restaurado de uma forma ou de outra” ● Teorias explicam leis. ● A teoria simplifica problemas. Ex: lei da gravidade. A melhor resposta é a mais simples. ● A Estrutura da Política Internacional atua constantemente sobre os Estados e quando se perde o controle, há guerra. ● A Anarquia Internacional é uma noção abstrata. Por não existir na realidade que o conceito funciona e se auto-explica. Isto que é uma hipótese teórica. ● Estrutura permissiva na politica internacional. ● Características da ESTRUTURA da Política Internacional: ○ Sistema Anárquico ○ A estrutura do SI não garante a segurança dos Estados. ○ Todos os Estados tem a mesma função no SI anárquico: sobrevivência e segurança. ○ A violência é inerente ao ser humano. ○ Estados possuem diferentes características, mas todos tem que se preocupar com a sobrevivência e a segurança. “O problema é seu, te virá e tenta te manter, pois isso é tua obrigação.” Essa é a mensagem da Estrutura Internacional para os Estados. ○ Cada estado tem suas capacidades, infelizmente, as mesmas são desiguais. Estados com funções semelhantes tem capacidades diferentes para realizar suas ações. ○ “TOMA CONTA DE TI MESMO.” ○ Existe, então, sob estas três características, uma HIERARQUIA DE PODER. ● Os Estados não podem contar com outros para garantirem sua segurança. Eles devem ser auto suficientes e buscarem o melhor a sua permanência. ● Integração é o âmbito interno do estado, enquanto e interdependência é o que se refere ao âmbito externo. ● A especialização não é recompensada na politica internacional. ● A estrutura mostra que a cooperação gera riscos aos estados. ● CAPACIDADE É PODER. PORÉM, A DISTRIBUIÇÃO DO PODER É DESIGUAL. ● A estrutura além de não encorajar a cooperação, penaliza os que a tentam. ● Os interesses econômicos são subornados aos interesses de segurança. É melhor perder economicamente do que politicamente. ● Perdas econômicas são momentâneas, pode-se recuperar, já um perda política tem efeitos trágicos e são mais complicados de recuperar. ● “O que importa não é o que você quer, mas sim o que a estrutura permite a você.” Todos os Estados almejam seus interesses, mas devem estar atentos ao que de fato é possível alcançar visto que a estrutura internacional penaliza quem foge das suas regras. Os próprios Estados se aniquilam e impõem certo grau de autoridade, porém apenas os que realmente tem cacife para manter suas influências é que saem ganhando. ● A estrutura é sacana com os estados que não conseguem ter as mesmas capacidades. ● “Com cada país impelido a tomar conta de si mesmo. Ninguém pode tomar conta do sistema”- DILEMA DO PRISIONEIRO. ● Estados não podem ir contra Efeitos Estruturais, pois se o forem serão penalizados. ● Estados não querem comprar, estados querem vender. Não facilita o Comércio Internacional ● A estrutura é extremamente perversa. É a lei da política internacional. A estrutura é a lei. E os Estados devem se adaptar a ela ou serão penalizados. ● As grandes decisões só podem ser tomadas por poucos atores. O poder nas mãos de poucos no Sistema Internacional é que permite o avanço, mesmo que questionado e sob interesse de certos atores. ● TÔ NA MERDA, MAS TO VIVO. by Giulia Costanzo ● O que é interessante é que: Mesmo sem um poder regulador, a anarquia internacional gera estabilidade. ● Armas nucleares anulam a autoajuda. Só com isso o Estado aceita a especialização e a cooperação. Apenas sendo forçados é que os Estados entendem que é melhor cooperarem do que serem opositores. 31/05/16 - HEDDLEY BULL ● Morgenthau (Cap. 1 e 3 A Política entre as Nações.) As 10 primieras pag impressas de cada., Waltz (Waltz - Cap. 6) Ordens Anárquicas - PROVA ● “A ordem é parte do registro histórico das Relações Internacionais; e particularmente que os estados modernos formaram, e continuam a formar, não só um sistema de estadosmas também uma sociedade internacional.” ● A Ideia de Sociedade Internacional: ○ “A tradição hobbesiana descreve as relações internacionais como um estado de guerra de todos contra todos, um cenário de luta em que cada estado se coloca contra todos os demais. Para os hobbesianos as relações internacionais consistem no conflito entre os estados, lembrando um jogo totalmente distributivo, de soma zero: os interesses de cada estado excluem os interesses de todos os outros. Deste ponto de vista, a atividade internacional mais típica, e que melhor define o quadro das relações entre os estados, é a guerra. A paz corresponde a um período de recuperação da última guerra e de preparação para a próxima. A prescrição hobbesiana correspondente é a de que o estado tem liberdade para perseguir suas metas com relação aos outros estados, sem quaisquer restrições morais ou legais. As idéias de lei e moralidade só são válidas no contexto de uma sociedade, mas a vida internacional ultrapassa os limites de qualquer sociedade. Os objetivos morais ou legais seguidos no exercício da política internacional só podem ser os do estado que a pratica. Ou se sustenta que a política externa de um estado é conduzida em uma espécie de vácuo moral e legal (conforme Maquiavel) ou que a conduta moral do estado no campo internacional reside na sua auto-afirmação (conforme Hegel e os seus sucessores). Segundo a tradição hobbesiana, as únicas regras ou princípios que podem limitar ou circunscrever a conduta dos estados no seu inter-relacionamento são as regras de prudência e conveniência. Assim, os tratados só são respeitados se forem convenientes. ○ Na perspectiva universalista, dentro da comunidade humana, os interesses de todos os homens são os mesmos. Deste ponto de vista, a política internacional não é um jogo de soma zero, puramente distributivo, como sustentam os hobbesianos, mas um exercício cooperativo, cuja soma final é maior do que zero. Há conflitos de interesse entre os grupos dominantes dos estados, mas só no nível superficial e transitório do sistema de estados existente; se devidamente compreendidos, todos os povos têm os mesmos interesses. Do ponto de vista kantiano a atividade internacional que tipifica melhor a sociedade internacional, em seu conjunto, é o conflito ideológico horizontal que ultrapassa as fronteiras dos estados e divide a sociedade humana em dois campos - os confiantes na imanente comunidade dos homens e os seus opositores; os fiéis genuínos e os heréticos, os libertadores e os oprimidos. Ao contrário da hobbesiana, a visão kantiana e universalista da moralidade internacional admite a existência de imperativos morais no campo das relações internacionais, que limitam a ação dos estados; mas esses imperativos não pregam a coexistência e a cooperação entre os estados, e sim a derrubada do sistema de estados e sua substituição por uma sociedade cosmopolita. Para os kantianos, a comunidade formada pelos seres humanos não é apenas a realidade fundamental da política internacional, no sentido da presença das forças capazes de criá-la, mas representa também a finalidade ou objetivo do mais elevado empenho moral. As regras gue sustentam a coexistência e o intercâmbio social entre os estados precisam ser ignoradas se o exigir os imperativos da mais alta moralidade. Tratar os heréticos com boa fé não tem sentido, a não ser em termos de conveniência tática. Entre os eleitos e os ímpios os libertadores e os oprimidos - não há lugar para a aceitação recíproca dos direitos à soberania ou à independência. ○ A chamada tradição grociana ou internacionalista coloca-se entre a realista e a universalista, e descreve a política internacional em termos de uma sociedade de estados ou sociedade internacional.' Diferentemente da tradição hobbesiana, os grocianos sustentam gue os estados não estão empenhados em uma simples luta, como gladiadores em uma arena, mas há limites impostos a seus contlitos por regras e instituições mantidas em comum. No entanto, contrariamente à perspectiva kantiana ou universalista, os grocianos aceitam a premissa de que os soberanos ou os estados constituem a principal realidade da política internacional: os membros imediatos da sociedade internacional são os estados, e não os indivíduos. A política internacional nem expressa um completo contlito de interesses entre os estados nem uma absoluta identidade de interesses; lembra um jogo parcialmente distributivo mas que também é em parte produtivo. Para os grocianos, a atividade internacional que melhor tipifica a sociedade internacional não é a guerra, ou um contlito horizontal que ultrapasse as fronteiras dos estados, mas o comércio - de maneira mais geral, o intercâmbio econômico e social entre os estados. A prescrição grociana para a conduta internacional é que na sua interação todos os estados estão limitados pelas regras e instituições da sociedade que formam. Ao contrário dos hobbesianos, os grocianos afirmam que os estados devem obedecer não só às regras de prudência e conveniência mais também aos imperativos de lei e moralidade. No entanto, contrariando os universalistas, entendem que esses imperativos não pretendem a derrubada do sistema de estados, a ser substituído por uma comunidade universal dos homens, mas sim a aceitação das exigências da coexistência e cooperação dentro de uma sociedade de estados. " ● “[...] as seguintes características principais. Em primeiro lugar, os valores que consideravam subjacentes à sociedade eram cristãos. I~ verdade que a preeminência atribuída por todos esses autores à idéia de um direito natural, que determinasse os direitos e deveres de todos os homens, em toda parte, implicava a existência de vínculos sociais entre os cristãos e os não-cristãos, como insistia Victoria ao prefigurar a universalidade das leis da hospitalidade que ligava espanhóis e indígenas nas Américas. É verdade que ao insistir em que o direito natural era a principal fonte da lei das naçôes, e que essa lei permaneceria válida mesmo se Deus não existisse, Grotius supunha que a sociedade internacional poderia, ao final, dispensar seus fundamentos cristãos. I~ verdade também que a busca de princípios sobre os quais os estados católicos e protestantes pudessem estabelecer uma base para a sua coexistência conduzia necessariamente a princípios seculares.” ● “Não havia qualquer princípio fundamental constitutivo ou critério de participação enunciados claramente. Enquanto não se firmava a concepção do "estado" como a forma política comum a todas as monarquias, aos ducados, aos principados e às repúblicas da Europa moderna, não podia vingar a idéia de uma sociedade constituída principal ou exclusivamente de um único tipo de entidade política. Nos textos de Victoria, de Suarez e mesmo de Grotius as unidades políticas regidas pelo direito das nações eram chamadas não só de civítates mas também de príncipes, regni, gentes, respublicae. A doutrina do direito natural, sobre a qual todos os internacionalistas dessa época baseavam sua concepção das regras que vinculavam os príncipes e as comunidades por eles governadas, tratava os indivíduos, e não o seu agrupamento em estados como os sujeitos finais de direitos e deveres.” ● “Em terceiro lugar, na idéia da sociedade internacional prevalecente nessa época, atribuía-se primazia ao direito natural sobre o que hoje chamaríamos de direito positivo internacional, como fonte das regras que vinculavam os príncipes e as comunidades do mundo cristão. Para Grotius o direito natural era suplementado pelas regras herdadas do ius /!,entium romano e pela lei dos tratados existente, tais como o corpo de normas de direito comercial e marítimo desenvolvidas na Idade Média, assim como pela lei divina. Mas no seu relacionamento mútuo os príncipes e os povos estavam sujeitos a regras principalmente porque os príncipes eram homens e os povos eram constituídos por seres humanos, e portanto dependiamdo direito natural. Esta primazia conferida ao direito natural pelos primeiros internacionalistas refletia a sua concepção de que o corpo de leis positivas existente, proposto pela sociedade universal da Cristandade Ocidental, não tinha contato com as novas realidades políticas. Ao invocar o direito natural eles esperavam libertar a lei das nações dos limites impostos pela prática da época e desenvolver regras apropriadas à nova situação.” ● “Um quarto aspecto da idéia da sociedade internacional que emergia nesse período era o de que as regras de coexistência enunciadas continham as premissas de uma sociedade universal. Típico dos teóricos do direito natural era o fato de que eles nunca se libertavam inteira mente das ambigüidades da expressão romana iusJ!,entium, que significava ao mesmo tempo o que hoje chamamos de "direito internacional", ou seja, a lei existente entre os estados e as nações, e o significado original de lei comum a todas as nações. Essa ambigüidade aparece em suas tentativas de formular regras básicas destinadas a limitar o emprego da violência entre os membros da sociedade internacional. Assim, seguindo a tradição tomista, todos os primeiros internacionalistas insistem em que a guerra devia ser feita apenas pelos que tivesse a autoridade apropriada, por uma causa justa e usando meios justos. Mas eles limitavam-se a tatear na direção das doutrinas modernas de que só as autoridades públicas têm direito a fazer a guerra, ou seja, só os estados. Até mesmo Grotius não tenta proibir a guerra particular, e na verdade sua doutrina da liberdade dos mares, conforme formulada no tratado Mar« I .ibenos, de 1609, teve origem na defesa que fez de uma ação bélica da Companhia das Índias Orientais, dos Países Baixos. Por outro lado, ele também não afirma de modo inequívoco a doutrina segundo a qual, na guerra, a conduta justa ou o emprego de meios justos protege os dois beligerantes, e não só aquele cuja causa é justa. Ao expor a necessidade de limitar a forma como a t,ruerra é praticada, e de conter a sua difusão geográfica, o que o inibe é o seu compromisso com a idéia universalista ou solidarista de que tais limitações não deveriam prejudicar a parte que faz a guerra por uma causa justa. Com a exceção de Gentili, todos os primeiros internacionalistas têm dificuldade em adotar a noção em que se baseiam as tentativas posteriores de aceitar a guerra entre os estados como uma instituição da sociedade internacional, considerando que pode haver uma causa justa para a guerra do lado dos dois beligerantes, não apenas "subjetivamente" mas também objetivamente. Essa influência das premissas universalistas aparece também no tratamento dado pelos primeiros internacionalistas às regras que sustentavam a santidade dos acordos. Todos eles adotavam o princípio pacta sIm/ serranda, mas concebiam os tratados em termos de uma analogia com os contratos do direito privado. Assim, nessa época ainda se admitia de modo geral que os tratados só obrigavam os príncipes que os tinham assinado, não os seus sucessores; que os tratados, como os contratos privados, não eram válidos se fossem impostos; e que permaneciam válidos sem levar em conta qualquer cláusula rebus sie stantibus ou provisão de que as condições originais deviam permanecer inalteradas. Gentili, que tinha uma perspectiva mais ampla, procurou disputar esta noção, e baseando-se nele Grotius desenvolveu mais tarde uma teoria geral dos tratados como uma espécie distinta de contrato, mas mesmo esses autores até certo ponto se mantinham cativos da analogia com os contratos particulares. Da mesma forma, as premissas universalistas impediam esses pensadores de desenvolver uma concepção clara da soberania como atributo dos estados membros da sociedade internacional, ou do reconhecimento recíproco da soberania dos estados como um elemento básico de tal coexistência. A noção de soberania desenvolvida por Bodin (nos seus Six Livres de la Republique, de 1576), só muito mais tarde teria um impacto no pensamento internacional. Traços dessa idéia podem ser encontrados no uso por Suarez do conceito de "comunidade perfeita", ou no emprego por Grotius da expressão summum imperito», como na tendência para recorrer à idéia de dominium - propriedade particular do direito romano, com a implicação de que um território e o seu povo pertencem ao patrimônio do governante, que poderia deles dispor livremente. () que faltava, contudo, era a concepção de que a independência de qualquer autoridade externa no controle do seu território e da sua população era um direito inerente de todos os estados. ● “Uma quinta característica da idéia de sociedade internacional dos primeiros internacionalistas era a de que ela não definia um conjunto de instituições derivadas da cooperação dos estados. De um lado, as instituições "internacionais" ou "supranacionais" que existiam eram as do Império decadente e do Papado, e não derivavam da cooperação ou do consentimento dos estados; por outro lado, a tradição de cooperação que os estados estavam desenvolvendo ainda não era percebida como uma forma de substituir aquelas instituições. Deste modo, os primeiros teóricos da sociedade internacional contribuíam para a criação do que mais tarde ficaria conhecido como "di reito internacional", uma das instituições fundamentais da sociedade dos estados; mas, como vimos, eles não procuravam fundamentar a lei das nações primordialmente na prática dos estados, e a sua preocupação com o direito natural e a lei divina deveria necessariamente inibir o desenvolvimento do direito internacional como técnica e disciplina distintas, diferentes da teologia e da filosofia moral.” ● “De fato, nessa época, a instituição da diplomacia estava se desenvolvendo. No século XVI, ao Norte dos Alpes, generalizavamse os embaixadores residentes, originados na Itália no século XV, chegando até à Rússia de Pedro o Grande. Estudiosos, neste período, analisavam essa nova instituição e suas regras, notadamente Geri tili, que em Df l.t~~cJfiollilJIIJ, de 1584, fez o primeiro exame sistemático do princípio da inviolabilidade dos legados; e Grotius introduziu a noção da "extra-territorialidade" dos embaixadores. Mas esses estudiosos não procuraram discutir a cooperação dos estados implícita no funcionamento da representação diplomática, ou o desenvolvimento das "reuniões de cúpula" de chefes de governo realizadas nesse período como parte da evidência de que existia uma sociedade de estados. Por outro lado, ao elaborar suas idéias sobre a sociedade internacional nenhum desses autores discutiu ou levou em conta o equilíbrio de poder entre os estados. A real instituição do equilíbrio de poder, no sentido de um esforço consciente para evitar a preponderância de qualquer estado em particular, começou a ser desenvolvida na coalizão contra Filipe lI, e sua preservação foi um objetivo implícito da Paz de Westfália de 1648, que marcou o fim das prctensôes dos Habsburgos a uma monarquia universal. Mas só muito mais tarde, na época da luta contra Luís XIV, o equilíbrio de poder foi admitido pela teoria internacional como uma instituição da sociedade internacional, e os vários autores do período precedente que contribuíram para o desenvolvimento dessa concepção (Guicciardini, Cornmvnes, Overburv, Rohan) pertenciam a uma distinta tradição de comentaristas políticos e históricos, cujas observações não se integravam à teoria do direito natural da sociedade internacional.” ● Não exisitia, durante os séc. 15, 16 E 17 um concenso sobre o que era a sociedade internacional, pois não haviam atores definidos. Os estados ainda passavam por processos de auto afirmação e os regimes monárquicos eram presentes, tornando os príncipes e os principados, atores do SI na época e não a figura do Estado como nós hoje conhecemos. ● “Nos séculos XVIII e XIX na sua cultura e nos seus valores a sociedade internacional concebida pelos teóricos deste período se identificavacomo européia mais do que como cristã.“ ● “Na era da sociedade internacional européia o declínio do direito natural fez com que essa influência desaparecesse. N o século XIX a doutrina ortodoxa dos internacionalistas positivistas sustentava que a sociedade internacional era uma associação européia, a que os estados de outras regiôes só podiam ser admitidos se e quando atingissem o padrão de civilização ditado pelos europeus - um teste em que a Turquia foi o primeiro país não europeu a ser aprovado, quando foi admitida "ao conceito e direito público da Europa" sob o artigo VIU do tratado de Paris de 1856. “ ● Vattel proclama simplesmente que "a Lei das Nações é a ciência dos direitos que existem entre as Naçôes ou os Estados, e das obrigações correspondentes a esses direitos." “Deste reconhecimento de que os membros da sociedade internacional são um tipo particular de entidade política, chamados estados, e de que as entidades que não satisfazem esse critério não podem ser membros, deriva uma série de outras características básicas da idéia de sociedade internacional prevalecente no período, que sem ele nào seriam concebíveis: a idéia de que todos os membros têm os mesmos direitos fundamentais, que as obrigaçôes que eles assumem são recíprocas, que as regras e instituições da sociedade internacional derivam do seu consentimento, que entidades políticas tais como as monarquias orientais, os emirados árabes ou os reinos africanos deviam ser excluídos. “ ● “Passou-se a admitir, de modo geral, que os problemas dessa natureza deviam ser solucionados tomando como referência não os direitos dos governantes, mas os direitos da nação ou do povo.” ● Agora os estados eram entidades e tinham seu valor. Um novo ator, ou seja, uma nova entidade política tomava lugar nas literaturas e na formação da Sociedade Internacional. ● “na política internacional o recurso à violência legítima era um monopólio do estado, em contraste com o que pregavam os primeiros jusnaturalistas. Do reconhecimento do fato de que, na guerra, dois beligerantes que se digladiam podem ambos ter causa justa, não foi difícil chegar à doutrina de que a guerra era simplesmente um conflito político, e que a questão da justiça da causa envolvida devia ser banida do direito internacional, porque a sociedade internacional não tinha condições de resolvê-la.” ● “Da mesma forma, os autores desse período puderam reconhecer que a soberania era um atributo de todos os estados, e a troca do reconhecimento da soberania, uma regra fundamental para a coexistência dentro do sistema de estados. Puderam também definir corolários como a regra da não intervenção, a regra da igualdade dos estados com respeito aos seus direitos fundamentais e o direito dos estados à jurisdição interna. Note-se que para alguns juristas desse período a idéia da soberania estava associada à doutrina dos "direitos naturais dos estados", e dos direitos de auto-preservação que na verdade negavam a noção da "sociedade internacional". Mas essas idéias não são absolutamente inerentes ao tratamento da soberania como um complexo de direitos conferidos pelas regras do direito internacional.” ● “No século XX, a sociedade internacional deixou de ser considerada especificamente européia, e passou a ser vista como global.” ● “Hoje acredita-se que além do estado, titular de direitos e deveres legais e morais, participam da sociedade internacional as organizacôcs internacionais, grupos não-estatais de vários tipos e também indivíduos, conforme implicado nos tribunais dos crimes de guerra de Nuremberg e Tóquio e na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Não há um acordo a respeito da importância relativa desses diferentes tipos de agentes legais e morais, ou sobre qualquer esquema geral de regras que os vinculassem reciprocamente, mas a concepção de Vattel, de uma sociedade só de estados, tem sido criticada de muitos ângulos diferentes.” ● “Na análise política e legal das relações internacionais a idéia da sociedade internacional tem-se baseado menos na evidência da cooperação demonstrada pelos estados no seu comportamento efetivo do que em princípios que pretendem indicar qual deve ser esse comportamento, tais como os proclamados no Pacto da ljga das Nações, no Pacto Kellog-Briand ou na Carta das Nações Unidas.” ● ELEMENTOS DA SOCIEDADE INTERNACIONAL: ○ “Minha tese é que os elementos de uma sociedade sempre estiveram presentes, e continuam presentes no sistema internacional moderno embora, por vezes, esteja presente só um desses elementos e de sobrevivência precária.” ○ “A guerra e a disputa pelo poder entre os estados, o conflito e a solidariedade transnacionais, superando as fronteiras dos estados, e a cooperação e o intercâmbio retrucado entre os estados.” ○ “A idéia de "sociedade internacional" tem uma base na realidade que é, às vezes, precária, mas que nunca desapareceu inteiramente. As grandes guerras, que afetam todo o sistema de estados, prejudicam a sua credibilidade e fazem com que pensadores e estadistas se voltem para interpretações e soluções no espírito de Hobbes, mas elas são seguidas por períodos de paz. Conflitos ideológicos que opõem os estados, e facções dentro deles, levam, às vezes, à negação da idéia da sociedade internacional pelos dois lados, confirmando a interpretação kantiana, mas são seguidos por acomodações em que a idéia ressurge. Mesmo no auge de uma grande guerra ou conflito ideológico, a idéia da sociedade internacional não desaparece, embora possa ser negada pelos pronunciamentos dos estados conflitantes, cada lado tratan do o outro como forasteiro do quadro de uma sociedade comum; essa idéia simplesmente perde visibilidade, mas continua a influenciar a prá tica dos estados.” ○ Portanto, mesmo em épocas em yue a política internacional pode ser melhor descrita em termos do estado de guerra hobbesiano ou na condição kantiana de solidariedade transnacional, a idéia de sociedade internacional sobreviveu como um elemento importante da realidade, e essa sobrevivência, em momentos de tensão, propicia a base para a reconstrução da sociedade internacional quando a guerra cede lugar à paz ou o conflito ideológico, à distensão. ○ “Grotius reconhece que se a sociedade internacional é ameaçada pelos estados que fazem a guerra com motivos simplesmente "persuasivos", e não por causas "justificáveis", ela é ainda mais ameaçada pelos estados que fazem a guerra sem ter sequer causas "persuasivas", e chama as guerras deste tipo de "guerras dos selvagens". 14 Vattel qualifica os que praticam a guerra sem nem mesmo um pretexto de "monstros que não merecem ser considerados humanos", e afirma que as nações podem unir-se para suprimi-los." IRAQUE X EUA. Totalmente isso. ● No estado de natureza, segundo Hobbes, “a situação em que vivem os homens quando falta um poder comum que os mantenha sujeitos tem três características principais. Nessa situação não pode haver indústria, agricultura, navegação, comércio ou outros refinamentos da vida, pois a sua força e a capacidade inventiva é absorvida pelas imposiçôes da segurança recí proca. Não há regras legais ou morais: "As noções de certo e errado, justo e injusto, não têm lugar nessa situação ... Outra conseqüência da mesma condição é que não pode haver propriedade ou domínio, a distinção entre o meu e o teu; a cada indivíduo cabe o que ele pode conseguir, pelo tempo que puder." ● “Finalmente, o estado de natureza é um estado de guerra, "guerra" entendida "não como combate real, mas como a disposição reconhecida para combater, durante todo o tempo, não havendo garantia do contrário ... uma guerra de todos contra todos." ● “Na sociedade internacional moderna, como no estado de natureza de Locke, não há uma autoridade central capaz de interpretar e aplicar a lei, e assim os indivíduos que dela participam precisam eles próprios julgar e aplicá-la. Como em tal sociedade cada participante é um juiz em causa própria,e como a opinião dos que pretendem aplicar a lei nem sempre prevalece, a justiça nessa sociedade é rústica e incerta.” ● “Mas na sociedade internacional moderna tem havido uma diferença persistente entre as grandes e as pequenas potências. As grandes potências não têm sido vulneráveis a um ataque violento pelas pequenas potências na mesma medida em que estas têm sido vulneráveis ao ataque das grandes potências. Outra vez, só a difusão das armas nucleares pelos pequenos estados e a possibilidade de um mundo de muitas potências nucleares leva a indagar se nas rela ções internacionais também pode haver uma situação em que "o mais fraco tenha força suficiente para destruir o mais forte."” ● “A Sociedade Internacional é composta por elementos fundamentais da política internacional moderna, e compete sempre com os elementos do estado de guerra e da solidariedade ou conflito transnacionais, é sempre um erro interpretar os acontecimentos como se a sociedade internacional fosse o elemento exclusivo ou dominante.” ● “O elemento da sociedade internacional é real, mas os elementos do estado de guerra e das lealdades e divisôes transnacionais são também reais, e é uma ilusão reificar o primeiro elemento, ou vê-lo como se anulasse o segundo e o terceiro.” ● “Na verdade, a ordem existente dentro da sociedade internacional moderna é precária e imperfeita. Demonstrar que a sociedade internacional moderna proporciona um certo grau de ordem não é o mesmo que demonstrar que estruturas de um tipo bem diferente não poderiam proporcionar uma ordem de forma mais eficaz.” LER SÊNECA - DA BREVIEDADE DA VIDA E DA IRA E DA TRANQUILIDADE DA ALMA. ● BULL => Escola Inglesa => Racioalista => Sociedade Internacional. ● Para Bull, existe uma Sociedade Internacional. ● A Diplomacia prova que existe uma Sociedade Internacional sem a necessidade de uma autoridade para impor relações. ● Embaixadas são territórios de outros estados em outros países. A invasão de uma embaixada é considerado um atentado a soberania de cada estado. ● O Grotius diz que existe o Direito da Guerra e da Paz. Os Estados, quando são atacados, tem o direito de se defender. O Direito de Defesa. ● O ato que o Estado condena ao outro Estado ele mesmo não pode fazer. ● CONSTRUTIVISMO: Constesta o Realismo. “A Anarquia é o que os Estados fazem dela.” É a Estrutura que define a essência da Política Internacional.” ● Quem atua de maneira pacífica, é aniquilado pelo Sistema Internacional. É engolido pelo dilema de segurança. ● Segundo o Construtivismo, “A estrutura estabelece os constrangimentos dependendo de como as Relações vão ser estabelecidos. ● Os efeitos da estrutura da politica internacional só começam a atuar depois que as Relações são estabelecidas. ● É o estabelecimento da percepção que um estado tem do outro é o que vai determinar quais serão as suas posturas em determinado contexto. ● A anarquia exerce ação sobre os estados dependendo de como as relação são construídas. ● O significado varia de acordo com as relações entre os envolvidos. Se for amigo, beleza, felicidade, se for inimigo, gera inveja e ojeriza ao outro. ● É melhor ser temido do que amado. ● Podem ser anulados os efeitos da estrutura do SI a partir dos envolvidos e suas relações entre si. FEMINISMO NAS RIs ● Guerra, Paz, Dilema de Segurança. Cooperação. Diplomacia, Estados, Ois, Ordem Internacional. Cadê o FEMINISMO? ● Para as Feministas a Ciência Tradicional a culpa é da Sociedade Patriarcal que cria um Sistema patriarcal e as ciências fortalecem e mantém as coisas como estão. ●