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SÃO PAULO-RIO DE JANEIRO-SALVADOR-BELO HORIZONTE-CURITIBA-PORTO ALEGRE 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO 11º JUIZADO ESPECIAL 
CÍVEL DE CURITIBA/PR 
 
 
 
Processo nº: 0021055-56.2022.8.16.0182 
 
 
 
VIA S.A., sociedade empresária anônima, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 33.041.260/0652-
90, com sede na Cidade de São Caetano do Sul, Estado de São Paulo, na Rua Samuel 
Klein, 83, Centro, CEP 09510-125, vem, por meio dos seus advogados abaixo assinados, 
devidamente constituídos mediante procuração e com endereço apontado no cabeçalho, 
apresentar 
 
CONTESTAÇÃO 
 
nos autos da Ação supra indicada, interposta por MARISA ABRANTES BORONI VALÉRIO, 
parte já qualificada nos autos, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos: 
 
 
 DAS ALEGAÇÕES INICIAIS 
A parte autora alega que tomou ciência que seu nome foi inserido nos órgãos de proteção 
ao credito. 
 
Assim, pleiteia a exclusão do seu cadastro no referidos órgãos, bem como indenização por 
danos morais. 
 
 
PRELIMINARES 
 
RETIFICAÇÃO DO POLO PASSIVO 
 
A priori, ocorre que a correta razão social da Ré, empresa do grupo econômico é, composta 
pelas marcas extra.com.br, pontofrio, pontofrio.com, pontofrio atacado, Bartira, entre outras, 
ganhou nova denominação: VIA S/A. 
 
A empresa se encontra devidamente cadastrada junto ao Cadastro Nacional de Pessoas 
Jurídicas, sob o n.º de CNPJ/MF 33.041.260/0652-90, conforme comprova tela abaixo: 
 
 
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Assim sendo, requer sejam feitas as devidas alterações e retificações junto a esta Serventia 
e ao Ofício de Distribuição Judicial, para que passe a constar nos autos a correta razão 
social da Ré, qual seja, VIA S/A. 
 
IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA 
Conforme se infere nos autos do processo em epigrafe, a parte autora interpôs Ação 
Ordinária em desfavor da parte ré, atribuindo à causa o valor de R$ 15.000,00 (e sequer 
justificando os motivos para tal valor. 
 
Data venia I. Julgador, o valor atribuído à causa pela parte autora foge em absoluto aos 
princípios gerais norteadores do Direito, inclusive ao critério de bom senso. 
 
Não se enquadrando a ação detonada nos parâmetros gizados no art. 291, do NCPC, 
possível exsurge a fixação do valor da causa através de estimativa do autor, forte no 
disposto no art. 291 e SS do NCPC. 
 
Valor certo não é o equivalente àquilo que a parte Autora pretende, porque nem sempre 
essa estimativa é factível a priori. 
 
Assim, não se localizando, no catálogo do art. 291 do NCPC, o critério legal para fixar o 
valor da causa na hipótese de pedido de indenização de dano moral, admite-se a fixação 
voluntária do autor, uma vez que a indenização será obtida através de arbitramento judicial. 
 
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Esquecem ainda de mencionar, estarem litigando sob os benefícios da assistência judiciária, 
estando, portanto, isento de arcar com as elevadas custas processuais advindas do absurdo 
valor atribuído à causa. 
 
No entanto, sem qualquer fundamentação razoável ou condizente com a realidade fática e 
jurídica, a Ré aponta o discrepante valor de R$ 15.000,00, data venia, merecedor de 
reforma por este Juízo. 
 
INÉPCIA DA INICIAL –COMPROVANTE DE ENDEREÇO DESATUALIZADO 
 
A petição inicial deve ser instruída com os documentos indispensáveis à propositura da 
ação, conforme respaldo do art. 320 do NCPC, isto é, aqueles exigidos por lei. 
 
Para a propositura da ação, torna se imprescindível à apresentação, com a inicial, dos 
documentos de identificação como CPF, IDENTIDADE e COMPROVANTE DE 
RESIDÊNCIA para a adequada análise da veracidade dos fatos afirmados pela parte autora. 
Ato não cumprido no presente caso. 
 
A parte autora colacionou aos autos comprovante de endereço desatualizado, desta forma 
não comprova que ainda reside no endereço informado. Desta forma, faltou na Inicial 
documento indispensável para a sua propositura. 
 
Dessa feita, requer o Banco Réu à extinção do feito sem resolução do mérito nos moldes do 
no art. 485, I e IV do NCPC. 
 . 
AUSÊNCIA DE PRETENSÃO RESISTIDA. FALTA DO INTERESSE DE AGIR 
Não há comprovação de pretensão resistida. Requer a suspensão do processo para que a 
parte comprove que buscou solução no site www.consumidor.gov.br, sob pena de extinção 
do processo sem julgamento do mérito. 
 
O Código de Processo Civil/2015 trouxe como princípio basilar a solução consensual dos 
conflitos, na linha da nova política judiciária nacional de tratamento de conflitos, de acordo 
com as diretrizes da Resolução nº 125 do Conselho Nacional de Justiça e com o 
consignado nos arts. 1º, §3º e 139, V, do Código de Processo Civil. 
 
Visando auxiliar neste sentido, em 2014 foi criada pela Secretaria Nacional do Consumidor 
do Ministério da Justiça (SENACON) a homepage www.consumidor.gov.br, ferramenta 
online que permite que consumidores noticiem suas inconformidades com o produto ou 
serviço prestado e as empresas possam trazer soluções fora da esfera do Poder Judiciário, 
o que vai ao encontro do novo viés processual de combate à cultura do litígio que assola o 
Poder Judiciário. 
 
A plataforma é muito intuitiva podendo ser utilizada por qualquer consumidor. Atualmente 
computa-se 2445083 usuários cadastrados e 927 empresas dispostas e prontas para tentar 
atender da melhor forma possível seus consumidores, inclusive esta Ré. 
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Após a realização da exposição dos fatos ocorridos no site, a empresa tem o prazo de 15 
(quinze) dias para retornar, podendo apresentar formas para solucionar a questão 
satisfatoriamente. 
 
A ré integra esta plataforma ( com o nome de Casas Bahia) e possui ótimos números, 
mostrando que resolve a grande maioria dos casos. Segundo informações colhidas em 
Junho/2021, a ré atende 99,7% (por cento) dos casos e resolve satisfatoriamente 78% 
(por cento) de todos eles: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assim, mesmo sendo garantido constitucionalmente a todos o direito de ação, o exercício 
deste pressupõe a existência de determinadas condições, sem as quais não se pode iniciar 
uma relação jurídica processual, como já ponderou Humberto Theodoro Júnior (Curso de 
Direito Processual Civil.37. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2001. v. 1. p. 49): 
 
“É que, embora abstrata, a ação não é genérica, de modo que, para 
obter a tutela jurídica, é indispensável que o autor demonstre uma 
pretensão idônea a ser objeto da atividade jurisdicional do Estado. 
Vale dizer: a existência da ação depende de alguns requisitos 
constitutivos que se chamam „„condições da ação, cuja ausência, de 
qualquer um deles, leva à, „„carência de ação, e cujo exame deve ser 
feito, em cada caso concreto, preliminarmente à apreciação do mérito, 
em caráter prejudicial.” 
 
 
Ou seja, de acordo com a doutrina processual, não demonstrada a resistência de solucionar 
o problema, principalmente na plataforma mencionada, o requisito do interesse de agir não 
está presente, uma vez que este está ligado ao exame da necessidade da jurisdição, a qual 
passa invariavelmente pela premissa de que a ação judicial é sempre a última tentativa para 
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a solução do conflito. Portanto, deixando a autora de demonstrar a tentativa de resolver a 
controvérsia administrativamente, não há interesse de agir. 
 
Vez que a intenção não é impedir o direito de acesso à Justiça, mas sim a de diminuir a 
judicialização desnecessária, tem-se determinado a suspensão dos autos para permitir 
que as partes busquem resolver administrativamente a demanda, conforme decisões 
recentes: 
 
Comprove uma tentativa de solução junto ao site consumidor.gov.br, 
tendo em vista que a parte ré (Banco Itaucard S/A) faz parte das 
empresas que aderiram ao serviço, mediante assinatura de termo no 
qual se comprometem a conhecer, analisar e investir todos os 
esforços disponíveis para a solução dos problemas apresentados 
pela via administrativa. 
Cabe ressaltar, também, que o réu possui um índice de 82,2% de 
solução dos conflitos positivos, com um prazo de resposta de 
aproximadamente seis dias. 
I. Ante o exposto, INDEFIRO o pedido de tutela de urgência. 
II. Intime-se a autora para comprovar o protocolo de seus pedidos 
contra a empresa ré na ferramenta gratuita denominada 
"consumidor.gov.br", no prazo de 15 dias, ciente de que deve 
apresentar cópia da resposta ofertada pela empresa e do resultado 
da reclamação.” (autos 0015343-24.2017.8.19.0038, da 2ª Vara Cível 
de Nova Iguaçu-RJ, decisão publicada em 22/10/2020). 
 
Ante o exposto, porque no presente caso a parte autora não logra comprovar que buscou a 
resolução do problema noticiado na inicial pela via administrativa, REQUER a requerida seja 
determinada a suspensão do processo, por prazo a ser definido por este juízo, para que a 
parte autora comprove a utilização da homepage “www.consumidor.gov.br”, sob pena de 
extinção do feito, sem julgamento do mérito, pela falta de interesse de agir, com fulcro no 
art. 485, inciso VI do Código de Processo Civil. 
 
 
 
DO MÉRITO 
 
A REALIDADE DOS FATOS E DA AUSÊNCIA DE PROVAS 
 
Na petição inicial, a parte Autora diz que, foi surpreendida por uma dívida que desconhece.. 
 
Citada para responder aos termos da presente demanda, a Ré iniciou imediatamente o 
procedimento administrativo por meio do qual verifica o valor cobrado e se ele é ou não é 
exigível. 
 
 
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Após análise foi encontrado a o contrato 21 1119 0000542219 que foi celebrado em m 18 x 
R$ 336,40, nenhum parcela paga, que foi Cedido a RECOVERY em 21/03/2021, devido 
atraso desde 23/04/2019, vejamos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Além disso, os documentos apresentados no ato da compra conferem com os documentos e 
assinatura apresentada na distribuição da ação veja: 
 
 
 
 
 
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Muito pelo contrário, restou evidente que esta guardou os padrões de probidade e boa-fé 
objetiva esculpidos no Código de Defesa do Consumidor e no Novo Código Civil, cujo artigo 
422 dispõe: 
 
 “Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como 
em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé”. 
 
Faz-se de meridiana clareza que a Ré agiu em observância aos padrões comportamentais 
exigidos às grandes Empresas quando das contratações junto à sociedade de massa. Sobre 
o enquadramento da conduta da Empresa Ré a conceituação de boa-fé objetiva, 
manifestou-se Maria Helena Diniz : 
 
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E a boa-fé objetiva, prevista no artigo sub examine, é alusiva a um padrão comportamental a 
ser seguido baseado na lealdade, impedindo o exercício abusivo de direito por parte dos 
contratantes, no cumprimento não só da obrigação principal, mas também das acessórias, 
inclusive do dever de informar, de colaborar e de atuação diligente. 
 
A partir da vigência da Lei 8.078/90 e mais recentemente pela edição do Código Civil de 
2002, a boa-fé deixou de ser analisada subjetivamente, passando a ser objetivamente 
verificada por padrões de conduta legalmente previstos. 
 
Como bem observou o professor Sylvio Capanema : 
 
Podemos reparar que o Código Civil de 1916 não se refere nenhuma vez à boa-fé na Parte 
Geral dos Contratos porque entendia-se que a boa-fé é um preceito moral, e não jurídico. A 
boa-fé deveria estar no coração e na mente dos contratantes e não no Código Civil. Mas, 
agora não. No novo Código podemos reparar que a boa-fé aparece como uma cláusula 
implícita dos contratos, uma cláusula obrigatória. É um dever jurídico dos contratantes e não 
mais uma mera evocação ética. 
 
Deve ainda ser enfocado que a probidade contratual também se evidência na conduta da 
Empresa Ré, já que efetivamente tomou todas as medidas de segurança da relação 
contratual, inclusive as que visam prevenir que terceiros se utilizem indevidamente de 
documentos alheios para obtenção de vantagem financeira através de contratos firmados 
por outrem. 
 
 
 
E nem alegue a parte Autora que competiria à Ré desconstituir suas alegações, diante da 
inversão do ônus da prova. Não se pode impor à Ré o ônus de fazer uma prova negativa, a 
chamada prova diabólica. 
 
Vale recordar, nesse sentido, que a inversão do ônus da prova prevista no Código de 
processo Cível e no Código de Defesa do Consumidor pressupõe dificuldade ou 
impossibilidade da prova apenas por parte do consumidor, e não a impossibilidade absoluta 
da prova em si. Na realidade, o ônus da prova, para ser transferido de uma parte para a 
outra pressupõe, objetivamente, a possibilidade da produção da prova. 
 
Nesse sentido, confira-se a lição de Humberto Theodoro Jr. sobre “as provas diabólicas ou 
impossíveis no sistema geral do processo”: “A correta aplicação da teoria da inversão do 
ônus da prova exige a observância dos seguintes requisitos: (...) b) a prova redirecionada 
deve ser possível; se nenhum dos contendores tem condição de provar o fato, não se 
admite que o juiz possa aplicar a teoria da dinamização dos ônus probandi; para aplicá-la de 
forma justa e adequada, o novo encarregado terá de ter condições efetivas de esclarecer o 
ponto controvertido da apuração da verdade real; se tal não ocorrer, o ônus de prova 
continuará regido pela regra legal estática, isto é, pelo art.333[1];”. 
 
O art. 373, inciso I, do Novo Código de Processo Civil, fiel ao princípio dispositivo, atribui aa 
Autor o ônus da prova “quanto ao fato constitutivo de seu direito”, no caso presente caso, 
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que houve compra sem entrega, porém não há nos autos nenhum documento 
comprobatório da realização de compra, ou sequer há número de pedido. 
 
Assim, tem a parte Autora o ônus de provar os pressupostos fáticos do direito que pretende 
ver aplicados pelo julgador na solução do litígio. 
 
Portanto, nos termos do artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil, de rigor o 
julgamento de IMPROCEDÊNCIA do pedido.IMPUGNAÇÃO AOS DOCUMENTOS JUNTADOS PELA PARTE AUTORA 
Impugna todos os documentos juntados pela parte Autora, vez que não servem a qualquer 
prova das alegações que fez e as acusações que assaca contra o contestante, pois nada 
atestam em contrário ao que está aqui esposado, e diga-se, somente confirmam a presente 
defesa. 
 
 
VALIDADE DAS PROVAS APRESENTADAS PELA RÉ 
 
O caso em tela é, obviamente, regido pelo microssistema do Código de Defesa do 
Consumidor, no qual está prevista a inversão do ônus probatório. 
 
Nada obstante, cumpre reforçar que esta inversão não é automática, nem suprema, 
conforme texto expresso do próprio art. 6º, VIII do CDC. 
 
Referido dispositivo dispõe que é necessária a existência de hipossuficiência do 
consumidor. Isto porque a inversão do onus probandi visa equilibrar processualmente 
consumidor e fornecedor, e deve ser feita de forma dinâmica. 
 
DANOS MORAIS. NÃO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS 
Da absoluta inexistência de dano moral. 
 
Primeiramente, é necessário reiterar que, no caso dos autos, a parte autora não conseguiu 
demonstrar, em relação à parte ré, alguma conduta caracterizadora da responsabilidade. 
A parte autora busca a condenação desta Ré em razão dos transtornos supostamente 
sofridos, mas sequer trouxer aos autos algo que provasse que as referidas alegações lhe 
causaram danos. 
 
Em simples análise da exordial, verificamos claramente a impossibilidade que tal fato seja 
considerado causador de dor moral indenizável a ponto de gerar a responsabilização da Ré 
Via Varejo. 
 
Incontroverso que os fatos alegados pela parte Autora não são capazes de gerar 
indenização por dano moral, sendo mero aborrecimento do cotidiano, que foi corrigido por 
esta Ré imediatamente. 
 
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Excelência, há uma grande diferença entre uma dor profunda que se enquadra dentro da 
característica do dano moral e um mero desagrado que todas as pessoas da sociedade 
passam, sendo nesse caso incabível tal indenização, até mesmo porque o dano moral 
alegado não foi ocasionado pela Ré. 
 
Ademais, não houve qualquer ato culposo praticado pela empresa Ré, em momento algum 
ela foi omissa ou negligente com o consumidor e tão pouco contribui para qualquer possível 
dano causado. 
 
Não obstante, para que exista um decreto condenatório por indenização de dano moral, 
necessário, e fundamental, que seja demonstrado o abalo e o prejuízo sofrido pela parte. 
Sem essa demonstração, incabível a condenação. 
 
Para que exista um decreto condenatório por indenização de dano moral, necessário, e 
fundamental, que seja demonstrado o abalo e o prejuízo sofrido pela parte. Sem essa 
demonstração, incabível a condenação. 
 
No direito privado, a responsabilidade civil, consubstanciada no dever de indenizar, advém 
do ato ilícito, resultante da violação da ordem jurídica com ofensa ao direito alheio e lesão 
ao respectivo titular, exigindo o pedido indenizatório à caracterização da responsabilidade 
aquiliana, que prescinde da prova da ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente, além 
do nexo causal entre o comportamento danoso e a lesão que resultará. 
 
É o que se extrai do art. 186 do Código Civil: 
 
"Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito ou 
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito." 
 
Como se vê, para a configuração do dever de reparar, imprescindível a caracterização da 
tríplice elementar: 
 
a) a conduta ou omissão ilícita; 
b) ocorrência de dano, ainda que de ordem moral; e 
c) o nexo de causalidade entre a conduta precedente e o dano posterior. 
 
Para se configurar o ato ilícito, mister se faz o acontecimento e a prova desses três 
requisitos, sem os quais não se pode falar em responsabilidade civil e em obrigação de 
indenizar. 
 
Além disso, os fatos narrados já denunciam a inexistência do nexo causal entre o ocorrido e 
a conduta da empresa Ré, nexo este que é indispensável para a configuração da obrigação 
de indenizar. 
 
A esse respeito, cumpre transcrever o seguinte comentário do festejado Agostinho Alvim: 
 
“O dano só pode gerar responsabilidade quando seja possível 
estabelecer um nexo causal entre ele e seu autor, ou, como diz 
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SAVATIER, „um dano só produz responsabilidade, quando ele tem 
por causa uma falta cometida ou um risco legalmente sancionado‟”. 
(cf. Traité de La Resposabilité Civile en Droit Français, in “Das 
Inexecuções das Obrigações e suas Conseqüências”, Agostinho 
Alvim, pág. 30). 
 
Não há nexo de causalidade entre a conduta da empresa Ré e o fato; não havendo, 
portanto, relação de causa e efeito. Não houve ato ilícito da empresa Ré a ensejar a 
pretendida indenização por danos morais. 
 
“A prova do dano, como a relação de causalidade, são os dois 
pressupostos que nunca podem faltar para confortar o pedido 
de indenização decorrente de responsabilidade civil, seja a 
fundada na culpa, seja a amparada no risco.” (JB 01/193) 
 
Daí porque, também sob este aspecto, a pretensão da parte Autora não pode ser acolhida, 
conquanto restou demonstrado pela empresa Ré que inexistem motivos para que a Autora 
possa beneficiar-se de indenização completamente indevida, posto que não houve dano, 
não houve qualquer conduta ilícita, não houve descaso, ou seja, nada que possa ensejar a 
reparação. 
 
Tanto a doutrina quanto a jurisprudência já firmaram o posicionamento de que o dano moral 
não se confunde com os meros transtornos ou aborrecimentos do dia-a-dia, sob pena de 
colocar em descrédito a própria concepção da responsabilidade civil. 
 
Nesses termos, merecem destaque as decisões proferidas em casos semelhantes nas quais 
foi afastada a pretensão indenizatória: 
 
“EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR 
DANOS MORAIS, MATERIAIS E REPETIÇÃO DE INDÉBITO. 
RETIFICAÇÃO DO POLO PASSIVO. POSSIBILIDADE. SUCESSÃO. 
DANO MORAL. NÃO CARACTERIZADO. MERO 
ABORRECIMENTO. DANO MATERIAL. INEXISTÊNCIA DE PROVA. 
REPETIÇÃO DO INDÉBITO. AUSÊNCIA DE MÁ-FÉ. DEVOLUÇÃO 
SIMPLES. O dano de cunho moral não se caracteriza pelo 
advento de frustrações, chateações, aborrecimentos, 
inconvenientes, dissabores, enfim, os direitos da personalidade 
não são vilipendiados por atos inerentes ao piso elementar de 
situações ordinárias afetas a dinâmica social e comercial, a qual 
todos estão obrigados a suportar. Não comprovados o nexo de 
causalidade entre prejuízos patrimoniais alegados e a conduta da 
recorrida, deve ser mantida a sentença no ponto em que julgou 
improcedente tal pedido. Em regra, a repetição do indébito de opera 
de maneira simples, pois somente haverá devolução em dobro, se 
comprovada má-fé do fornecedor. (TJMG - Apelação Cível 
1.0363.12.004404-7/002, Relator(a): Des.(a) Amauri Pinto Ferreira , 
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17ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 04/06/2020, publicação da 
súmula em 17/07/2020). 
 
-"RECURSO DE APELAÇÃO CIVEL – DÉBITOS INDEVIDOS NA 
CONTA CORRENTE – VALOR MÍNIMO MENSAL – VALOR TOTAL 
IRRISÓRIO – DANOS MORAIS PRETENDIDOS – AÇÃO DE 
DANOS MATERIAIS E MORAIS – AÇÃO JULGADA 
PARCIALMENTE PROCEDENTE – CONDENAÇÃO TÃO SOMENTE 
NA DEVOLUÇÃO DOS VALORES – DANOS MORAIS 
INEXISTENTES – ABORRECIMENTOS DO COTIDIANO – 
SENTENÇA ESCORREITA. Recurso conhecido e desprovido. (1)- A 
moral não tempreço, não está no mercado dos vendilhões, mas, 
por outro lado, não pode ser banalizada a ponto de singelos 
aborrecimentos de o cotidiano caracterizá-los. A dor moral 
decorre da ofensa dos direitos à personalidade que, apesar de 
deveras subjetiva, deve ser diferenciada de meros aborrecimentos. 
Não é todo ato ilícito contratual que gera danos morais e os 
predicados devem estar demonstrados.” (TJ-MT 
10345835820188110041 MT, Relator: SEBASTIAO DE MORAES 
FILHO, Data de Julgamento: 27/04/2021, Segunda Câmara de 
Direito Privado, Data de Publicação: 27/04/2021)" 
 
Notório, pois, que inexiste dano moral no caso sub examinem, posto que a Autora não 
sofreu quaisquer lesão em sua esfera de consideração pessoal ou social, e, tampouco, 
houve ação injusta por parte da Ré. 
 
Desse modo, constata-se a improcedência do pedido de indenização, seja pela ausência do 
pressuposto da prova do alegado dano, seja pela própria falta de motivo relevante, pois os 
fatos narrados na petição inicial não ensejam o suposto dano moral. 
 
 
RAZOABILIDADE NA AVALIAÇÃO DA EXTENSÃO DE EVENTUAL DANO 
Ante o exposto, pelo princípio da eventualidade, ainda que se considere a ocorrência de 
dano moral, este deve ser ponderado, considerando todas as variáveis aqui expostas, 
afastando-se, portanto, a pretensão autoral, eis que desproporcional. 
 
Destaca-se que a quantia pleiteada pela parte Autora não é condizente com a baixa 
gravidade do eventual aborrecimento e a pouca repercussão do fato. Ao quantificar a 
indenização, deve-se ter em mente que ela tem natureza exclusivamente compensatória e, 
portanto, seu valor deve se limitar a apenas o suficiente para compensar o eventual dano. 
Leciona a Professora Judith Martins-Costa: 
 
Na concreção do dano moral, há de ser considerada a gravidade 
ou extensão do dano, em atenção ao postulado normativo da 
proporcionalidade, bem como a gravidade da culpa do lesante, a 
eventual culpa do lesado; as condições pessoais da vítima, 
embora não a sua condição sócio-econômica, que, a par de ser 
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critério fundamentalmente injusto, não se coaduna com a função 
compensatória da responsabilidade civil no Direito brasileiro.(...) 
 
Assim, o quantum indenizatório deve se pautar no princípio da reparação integral do dano, 
previsto no art. 944, Código Civil. A parte lesada deve ser compensada na exata medida de 
seu prejuízo, nem além nem aquém, sob pena de enriquecimento sem causa. Uma vez que 
nosso ordenamento jurídico não prevê caráter punitivo à indenização, o montante 
indenizatório presta-se a reparar o prejuízo, e não a penalizar o agente do dano ou 
beneficiar a vítima. 
 
Ainda, deve-se levar em conta a proporção do (eventual) dano sofrido, não se justificando 
aumento patrimonial da parte. 
 
“(...) O quantum indenizatório há de ser fixado com moderação, visto 
que não pode propiciar um enriquecimento sem causa, mas deve 
apenas servir como uma compensação proporcional em face da 
ofensa recebida. (...)” (TJ-MG - AC: 10027100023103001,Relator: 
Mariza Porto, Data de Julgamento: 02/07/2014, Câmaras Cíveis / 11ª 
CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 09/07/2014) 
 
Assim, subsidiariamente, impugna-se o valor pleiteado pela parte autora e pede-se 
razoabilidade na valoração do dano, para evitar enriquecimento sem causa, conforme 
orientação do STJ. 
 
Desta feita, por todo exposto, restou amplamente demonstrado que a indenização por dano 
moral pleiteada pela Autora não é devida, razão pela qual merece ser integralmente 
afastada. 
 
Outrossim, ainda que este Douto Juízo desconsidere os argumentos acima expostos, 
e pretenda condenar a Ré ao pagamento de indenização por danos morais, o quantum 
indenizatório deverá ser fixado em montante razoável, adequado ao prejuízo 
efetivamente sofrido. 
 
A utilização do poder econômico do causador dos danos, aliado ao caráter punitivo da 
indenização como forma de fixação do valor da condenação, pelos critérios acima 
apontados, igualmente esbarra na mesma ilegalidade. 
 
Espera-se que este Douto Juízo arbitre eventual indenização pautando-se unicamente pelo 
critério da reparação dos danos que efetivamente forem considerados como causados, haja 
vista que a utilização de qualquer outro critério implicará, necessariamente, seu 
enriquecimento sem causa. 
 
Assim sendo, na improvável hipótese de a Ré vir a ser condenada, o valor deve pautar-se 
de acordo com a extensão dos danos, bem como dos princípios da razoabilidade e da 
proporcionalidade. 
 
ÔNUS DA PROVA 
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Cabe destacar a clareza do artigo 373, I do CPC, no tocante à necessidade de comprovação 
do fato constitutivo do direito alegado. Amolda-se como uma luva ao presente caso a 
máxima que indica que “alegar e não provar é o mesmo que não alegar”. 
 
No caso em comento, não há documentos probatórios relativos à matéria de direito alegada. 
 
COMUNICAÇÃO PRÉVIA SOBRE O APONTAMENTO (SÚMULA 359, STJ) 
Alega a parte autora não ter sido notificada antes da inscrição de seu nome nos órgãos de 
proteção ao crédito. A notificação prévia à inscrição não é responsabilidade do Réu e sim do 
mantenedor do cadastro de inadimplentes, conforme entendimento pacificado no STJ, que 
culminou com a Súmula 359. 
 
 
ALEGAÇÃO DE DESVIO PRODUTIVO 
 
Vale destacar que a arguição da parte autora de “tempo despendido” sequer menciona qual 
o lapso temporal efetivamente gasto na solicitação e, ainda, não apresenta qualquer prova 
do alegado dano passível de indenização de modo que não há que se falar em “desvio 
produtivo do consumidor”. 
 
Diante do exposto, requer a parte ré que seja julgado improcedente o pedido de dano 
baseado na teoria de desvio produtivo do consumidor. 
 
CONCLUSÃO E PEDIDOS 
I. IMPROCEDÊNCIA DA AÇÃO 
 
Diante do exposto, requer-se a total improcedência da ação. 
 
 
II. DANO MORAL SEM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO 
 
Caso não seja este o entendimento de V.Exa., o que se admite apenas hipoteticamente, 
caso seja determinada indenização por danos morais, que esta seja fixada em valor que não 
configure enriquecimento sem causa conforme artigo 884 do Código Civil. 
 
III. PRODUÇÃO DE PROVAS 
 
Requer a produção de todos os meios legítimos de prova admitidos em direito, 
especialmente a documental. 
 
 
 
 
 
IV. INTIMAÇÕES 
 
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SÃO PAULO-RIO DE JANEIRO-SALVADOR-BELO HORIZONTE-CURITIBA-PORTO ALEGRE 
 
Em atendimento ao disposto no art. 77, inciso V do CPC a Ré informa que para recebimento 
de intimações e notificações desse D. Juízo, deverá constar o nome dos advogados 
FRANCISCO ANTONIO FRAGATA JUNIOR - OAB/PR sob nº 48.835, OAB/SC sob nº 
55.916, OAB/RS sob nº 69.584-A, sob pena de nulidade, em consonância com o disposto 
no artigo 272, § 2º, do Código de Processo Civil. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Paraná, 15 de Setembro de 2022. 
 
FRANCISCO ANTONIO FRAGATA JUNIOR 
OAB/PR sob nº 48.835 
OAB/SC sob nº 55.916 
OAB/RS sob nº 69.584-A

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