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TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO (TCE) TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO (TCE) • TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO (TCE) Define-se TCE como quaisquer lesões decorrentes de um trauma externo na região da cabeça que possa gerar alterações anatômicas do crânio, comprometimento funcional das meninges, encéfalo ou seus vasos. • ETIOLOGIA: Suas principais etiologias são: colisões automobilísticas (5 a 65 anos); quedas (menores de 4 anos e idosos); agressões / violência interpessoal; acidentes ocorridos em esportes e atividades recreativas. • CLASSIFICAÇÃO: O TCE pode ser classificado de diferentes formas: Quanto ao mecanismo do trauma: CONTUSO (fechado)ou PENETRANTE. Trauma contuso: Fechado. Onde a cavitação é temporária. Não há rompimento de pele. Trauma penetrante: Aberto. Ocorre penetração da pele. Transferência de energia mais concentrada. • CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA (gravidade ou severidade) ▪ TCE LEVE: ECGL 13 - 15; ▪ TCE MODERADO: ECGL 9 - 12; ▪ TCE GRAVE: ECGL ≤ 8. • CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA Tipo de lesão: couro cabeludo, fraturas de crânio, lesões faciais; lesões laríngeas e lesões cerebrais. ▪ Lesões cerebrais primárias: resultante do trauma direto no encéfalo associado a estruturas vasculares e ocorre no momento daagressão inicial como laceração, lesões por cisalhamento (deformações do corpo),esmagamentos, contusões e hemorragias. ▪ Lesões cerebrais secundárias: processos contínuos de lesão (causas intracranianas e extracranianas) que incluem os seguintes mecanismos: Efeito de massa, herniação e elevação da pressão intracraniana (↑pic) – consequente manifestação de síndromes clínicas de herniação: dilatação ou lentidão na resposta da pupila a estímulo ipsilateral, fraqueza contralateral, postura de decorticação ou de descerebração, respiração de cheyne-stokes e fenômeno de cushing (uma combinação fatal de aumento acentuado da pressão arterial com a bradicardia resultante que pode ocorrer com aumentos acentuados da pic). • Hipóxia, edema, isquemia, hipotensão e fluxo sanguíneo cerebral inadequado: 4 a 6 minutos de anoxia podem gerar dano cerebral irreversível e pressão arterial sistólica (PAS) < 90 mmhg pode levar a um prognóstico mais reservado. • Mecanismos celulares - insuficiência de energia, inflamação e cascatas “suicidas”. • Edema cerebral: ocorre frequentemente no local da lesão primária, caracterizado por acúmulo de líquido intracelular. Pode causar resposta inflamatória e ocorrer associado ou como resultado de hematomas. • Hematomas intracranianos: epidurais(lesões puramente expansivas, resultantes de lesão de baixo impacto na região temporal e laceração da artéria meníngea média, caracterizadas por um intervalo lúcido);subdurais(resulta de hemorragias venosas, possui apresentações aguda e crônica, frequentes em pacientes que fazem uso de anticoagulantes e tem como manifestações clínicas: cefaleia, distúrbios visuais, alterações da personalidade, disartria e hemiparesia ou hemiplegia); subaracnoides e intracerebrais. ASSISTÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR AO TCE Tem como foco o aporte apropriado de oxigênio e nutrientes, além da identificação rápida dos pacientes com risco de herniação(pressão aumentada no cranio) e com pic elevada. Uma rápida avaliação da biomecânica e eficiente análise primária ajudará a identificar problemas com potencial risco de morte. Ainda durante a avaliação primária, os problemas que conferem risco de morte devem ser resolvidos pela equipe, de acordo com a ordem de prioridade: Via aérea: • Aspiração intermitente; • Intubação traqueal (ecgl ≤ 8); • Pode-se postergar a colocação do colar cervical; • Monitorar a saturação durante a intubação; • Imobilização da coluna cervical; • Cricotireoidostomia pode ser necessária. VENTILAÇÃO • A saturação deve ser mantida ≥ 95%; • Deve-se manter frequência respiratória normais: 10, 20 e 25 ipm (inspiração por minuto) para adultos, crianças e bebês respectivamente. • Atentar que a hiperventilação é prejudicial para a o fluxo sanguíneo cerebral, sendo indicada somente em casos de sinais de herniação e fenômeno de cushing até a cessação das manifestações clínicas. CIRCULAÇÃO • Controle da hemorragia (couro cabeludo); • Não usar curativo compressivo em afundamento de crânio; • Assegurar acesso venoso calibroso e reposição volêmica em velocidade não superior a 125 ml/h; • Solução hipertônica não é recomendada: não existem evidências robustas que sustentem essa prática. A solução cristaloide de escolha é o ringer lactato. DISFUNÇÃO NEUROLÓGICA • Monitorar a (ECG) seriamente (5-10 min); • Administração de benzodiazepínicos em caso de convulsões. • A avaliação secundária deve ser realizada após resolvidos os problemas da avaliação primária e os principais pontos que devem ser atentados são: ▪ Cabeça e face devem ser palpados cuidadosamente à procura de ferimentos, depressões ou crepitações; ▪ “Halo” amarelo no chumaço de algodão, sinal de battle (equimose retroauricular) e “olho de guaxinim” (equimose periorbital): sinais indicativos de fratura de base de crânio; ▪ Exame do pescoço - dor e deformidades: possibilidade traumatismo raquimedular; ▪ Déficits neurológicos e sinais de lateralização; ▪ Histórico sampla (sintomas, alergias, medicações, passado mórbido, líquidos e última refeição, ambiente). Em casos de transporte prolongado, a equipe de saúde deve verificar glicemia em paciente anormal; garantir reposição volêmica com objetivo de PAS > 90 mmhg; observar sinais de alerta de possível ↑pic e de herniação: • Perda de 2 pontos ou + na ecgl; • Pupilas não reativas ou com pouca reação à luz; • Desenvolvimento sinais de lateralização; • Fenômeno de cushing.( Hipertensão sistolica, bradicardia e respiração irregular) TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR (TRM) TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR (TRM) Entende-se por traumatismo raquimedular (TRM) lesão de qualquer causa externa na coluna vertebral, incluindo ou não a medula ou as raízes nervosas. O trauma raquimedular, se não for reconhecido e atendido adequadamente no local do trauma, pode resultar em lesão irreparável à medula espinhal e deixar a vítima paralisada para sempre Os efeitos da lesão raquimedular afetam de maneira significativa a vítima, acarretando um elevado ônus social, familiar e individual, afastando-os das atividades laborativas precocemente com mudanças nas atividades da vida diária e no nível de independência. A ação repentina de forças violentas sobre o corpo pode mover a coluna para além da amplitude normal de movimento, seja por impacto na cabeça ou no pescoço, seja pelo deslocamento do tronco da sua posição abaixo do pescoço. FISIOPATOLOGIA Existem vários tipos de lesões da coluna vertebral que causam lesões medulares: • Fraturas por compressão que produzem achatamento total do corpo vertebral ou compressão em cunha; • Fraturas que produzem pequenos fragmentos de osso, que podem alojar-se no canal espinhal, próximo à medula; • Subluxação, que é o deslocamento parcial de uma vértebra do seu alinhamento normal na coluna espinhal; • Superestiramento ou laceração dos ligamentos e músculos produzindo uma relação instável entre as vértebras. Existem alguns mecanismos específicos de trauma que causam lesão vertebro medular, como Hiper flexão, hiperextensão, hiper rotação, inclinação lateral repentina e tração excessiva (superalongamento da coluna). Assim como no TCE, existem dois mecanismos de lesão do tecido nervoso: lesões primárias e Secundárias. • Lesão primária é decorrente do impacto ou aplicação da força pode causar compressão medular, lesão direta (geralmente por fragmentos ósseos instáveis ou projéteis) e/ou interrupção da oferta de sangue para a medula. • Lesões secundárias ocorrem após a injúria inicial e pode incluir edema, isquemia ou movimento de fragmentos ósseos. A concussão medular resulta da interrupção temporária das funções da medula espinhal distal à lesão. Choque medular é um fenômeno neurológico que ocorre durante um período variável e imprevisível após a lesão da medula, resultandoe perda temporária de toda a função sensitiva e motora, flacidez e paralisia e perda dos reflexos abaixo do nível da lesão. A compressão da medula é a pressão sobre causada por inchaço, mas pode também ser causada por ruptura traumática de disco e presença de fragmentos ósseos Na transecção medular completa todos os tratos espinhais são interrompidos, diferentemente da transecção incompleta. ✔ AVALIAÇÃO: As prioridades XABCDEF são mantidas, dando-se importância substancial na etapa A, na qual a coluna cervical deve ser adequadamente contida manualmente e imobilizada. A menos que seja contraindicado, a cabeça deve ser trazida a uma posição alinhada neutra. O socorrista deve considerar a biomecânica do trauma e que toda vítima que apresenta trauma pelos mecanismos a seguir deve ser considerado um potencial portado de TRM: • Qualquer mecanismo contuso que produza um impacto violento na cabeça, pescoço, tronco ou pelve; • Qualquer incidente que produza aceleração ou desaceleração repentinas ou impactos laterais que forcem o pescoço ou o tronco; • Qualquer queda, especialmente em idosos; em pacientes pediátricos quedas de lugares altos (geralmente duas a três vezes a altura do paciente), de triciclo ou bicicleta, e atropelamento por veículo automotor; • Ejeção ou queda de qualquer veículo motorizado ou acionado por outro mecanismo de movimentação; • Qualquer vítima de acidente de mergulho em águas rasas. SINAIS E SINTOMAS DE TRAUMA DA COLUNA: • Dor no pescoço ou nas costas; • Dor ao mexer o pescoço ou as costas; • Dor à palpação da região posterior do pescoço ou da linha média das costas; • Deformidade da coluna vertebral; • Defesa ou contratura da musculatura do pescoço ou das costas; • Paralisia, paresia, dormência ou formigamento nas pernas ou braços, em qualquer momento após o incidente; • Sinais e sintomas de choque neurogênico; • Priapismo (excitação sexual em homens). INDICAÇÕES PARA IMOBILIZAÇÃO DA COLUNA O ponto chave é uma boa avaliação e, em caso de dúvida, imobilizar. No caso de vítimas de traumas penetrantes (ferimentos por arma de fogo ou arma branca), na cabeça, pescoço e tórax, deve-se suspeitar de mecanismo de lesão preocupante quando houver unção motora ou sensitiva, ou, ainda, perda de consciência. Algumas condições no trauma contuso apontam para a necessidade de imobilização espinhal: • Alteração do nível de consciência, com escore na escala de coma de Glasgow menor do que 15. • Dor ou sensibilidade na coluna. • Déficit ou sintoma neurológico Deformação anatômica da coluna. TRATAMENTO O tratamento da coluna possivelmente instável é composto pela imobilização da vítima, alinhada em posição neutra, geralmente em prancha longa. A cabeça, o pescoço, o tronco e a pelve devem ser imobilizados alinhados em posição neutra, impedindo qualquer movimento da coluna instável que possa resulta em dano medular. A imobilização da coluna segue a regra geral: a imobilização da articulação acima(cabeça) e da articulação abaixo da lesão (pelve). Quanto à estabilização manual da cabeça, deve ser feita segurando-a e movendo-a até uma posição neutra e alinhada, sem tração significativa na cabeça e no pescoço. Movimentar a cabeça para uma posição neutra alinhada apresenta menos risco do que transportar a vítima com a cabeça em posição angulada. Caso a movimentação cuidadosa da cabeça e do pescoço em direção a uma posição alinhada e neutra provoque qualquer uma das seguintes reações, ela deve ser imediatamente interrompida: • Resistência ao movimento; • Espasmos dos músculos do pescoço; • Aumento da dor; • Início ou aumento de déficit neurológico, como adormecimento, formigamento ou perda de motricidade; • Comprometimento da via aérea ou da ventilação. Sua finalidade principal é proteger a coluna cervical de compressão. É importante que o colar cervical seja o tamanho correto e que não esteja apertado demais ao ponto de comprimir as veias do pescoço e causar elevação da pressão intracraniana. http://www.youtube.com/watch?v=zcQj5YRXJmc http://www.youtube.com/watch?v=zcQj5YRXJmc http://www.youtube.com/watch?v=cXJa7mnenEA http://www.youtube.com/watch?v=cXJa7mnenEA http://www.youtube.com/watch?v=-pcwjisla1g http://www.youtube.com/watch?v=-pcwjisla1g 1 Explique as principais diferenças entre o trauma raquimedular e o traumatismo cranioencefálico em termos de localização e impacto funcional. 2. Quais são as causas mais comuns de TRM e TCE e como essas causas podem ser prevenidas? 3. Descreva as principais consequências neurológicas de um TRM grave e discuta possíveis estratégias de reabilitação. 4. Como é feito o diagnóstico diferencial entre lesões do tronco cerebral e do tronco encefálico em um paciente com TCE? 5. Quais são os diferentes graus de lesão medular, e como esses graus afetam a função motora e sensorial? 6. Explique o conceito de "tetraplegia" e "paraplegia" em relação a lesões medulares e como essas condições impactam a qualidade de vida dos pacientes. 7. Quais são as principais complicações médicas que podem ocorrer após um TCE e como elas são tratadas? 8. Discuta a importância da estabilização da coluna vertebral no atendimento inicial a pacientes com suspeita de TRM. 9. Quais são os métodos de imagem mais utilizados no diagnóstico de TRM e TCE, e quais informações podem ser obtidas por meio deles? 10. Como a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias médicas têm contribuído para melhorar o tratamento e a qualidade de vida de pacientes com TRM e TCE? Essas questões devem fornecer uma base sólida para a discussão dos tópicos relacionados ao trauma raquimedular e ao traumatismo cranioencefálico. TRAUMAS TORÁCICOS Uma força contusa aplicada à caixa torácica em colisões automobilísticas, quedas de grandes alturas, agressões ou lesões por esmagamento podem causar ruptura da anatomia e da fisiologia normais dos órgãos torácicos. Da mesma forma, feridas penetrantes produzidas por armas de fogo, armas brancas ou objetos empalados, como vigas de aço, podem ferir o tórax. A maioria dos pacientes é tratada com intervenções relativamente simples como oxigênio suplementar, suporte ventilatório, analgesia e toracotomia com drenagem. Poucos casos possuem como tratamento definitivo a toracotomia. Hipóxia, hipercapnia, acidose e choque podem ser consequências de tratamento inicial inadequado de lesões torácicas. FISIOPATOLOGIA Lesões penetrantes no tórax podem gerar feridas que criam uma comunicação entre a cavidade torácica e o meio externo. Assim, o ar tende a penetrar no espaço pleural pela ferida durante a inspiração quando a pressão intratorácica é menor do que a pressão externa. O ar no espaço pleural (pneumotórax) rompe a aderência entre as pleuras, permitindo que o pulmão sofra colabamento. De ambas as formas, a vítima apresenta respiração rápida e esforço respiratório Em relação aos traumas fechados (lesões contusas), a onda de energia transmitida no impacto pode lesionar o tecido pulmonar, causando hemorragia no interior dos alvéolos (contusão pulmonar). Se a força aplicada lesionar a pleura parietal, ar pode escapar do pulmão para o espaço pleural. Pode também causar fraturas de costelas, com subsequente laceração do tecido pulmonar, hemotórax e pneumotórax, ruptura de grandes vasos e instabilidade da caixa torácica. AVALIAÇÃO Como em toda cena de trauma, primeiro verifica-se a situação e a segurança da cena. Durante a avaliação primária as prioridades XABCDEF são seguidas. Um breve histórico sampla pode ser coletado com familiares ou com o próprio paciente, caso esteja consciente e em condições de verbalizar. Quanto à avaliação secundária, é importante estar atento às seguintes recomendações: OBSERVAÇÃO: palidez cutânea, sudorese, cianose, apreensão (sinais de evidente hipóxia avançada). Frequência ventilatória e sinais de dificuldade respiratória (dispneia, uso de musculatura acessória, batimentos de asas de nariz). Alinhamento da traqueia, simetria da parede torácica, distensão de veias jugulares,equimoses, abrasões e lacerações na pele do tórax. • AUSCULTA: diferenças dos murmúrios vesiculares entre os hemotórax, crepitações, bulhas cardíacas abafadas, sopros. • PALPAÇÃO: presença de pontos dolorosos, crepitações, enfisemas subcutâneos, instabilidade da parede torácica. • PERCUSSÃO: dificilmente utilizado no pré-hospitalar. Um som abafado pode indicar hemotórax ou contusão pulmonar. Um som timpânico pode indicar pneumotórax. • OXIMETRIA DE PULSO: verificar a resposta do paciente frente à terapia instituída. TRATAMENTO DE LESÕES ESPECÍFICAS • FRATURAS DE COSTELAS A localização mais comum é a face lateral das costelas 4 e 8, que são finas e menos protegidas pela musculatura. A ponta quebrada da costela pode lesionar o músculo, pulmões, vasos sanguíneos, podendo causar contusão pulmonar. Fraturas de costelas inferiores podem ser associadas a lesões esplênicas e hepáticas. Os pacientes queixam-se de dor torácica e dispneia. Podem ser observados sinais de dificuldade respiratória, sensibilidade da parede torácica e crepitação. TRATAMENTO DE LESÕES ESPECÍFICAS • FRATURAS DE COSTELAS A localização mais comum é a face lateral das costelas 4 e 8, que são finas e menos protegidas pela musculatura. A ponta quebrada da costela pode lesionar o músculo, pulmões, vasos sanguíneos, podendo causar contusão pulmonar. Fraturas de costelas inferiores podem ser associadas a lesões esplênicas e hepáticas. Os pacientes queixam-se de dor torácica e dispneia. Podem ser observados sinais de dificuldade respiratória, sensibilidade da parede torácica e crepitação. O tratamento inicial consiste no alívio da dor, obtenção de um acesso venoso calibroso. A vítima é estimulada a manter inspirações profundas e a tossir para evitar atelectasia. A administração de oxigênio e assistência ventilatória podem ser necessárias. • TÓRAX INSTÁVEIS (RETALHO COSTAL MÓVEL) A instabilidade do tórax acontece quando duas ou mais costelas adjacentes são fraturadas em pelo menos dois lugares. Geralmente associado à contusão pulmonar, o que aumenta o comprometimento da ventilação e troca gasosa. À inspeção, quando os músculos respiratórios se contraem para elevar as costelas e abaixar o diafragma, o seguimento contundido se move, paradoxalmente, para dentro, em resposta à pressão negativa criada no interior da caixa torácica. A vítima de queixa de dor intensa, não consegue respirar profundamente, a frequência respiratória se eleva, apresenta sensibilidade e potencialmente crepitação sobre o segmento afetado. O tratamento inicial pode incluir alívio da dor, acesso venoso calibroso, suporte ventilatório (CPAP, bolsa-valva-máscara, intubação endotraqueal, ventilação com pressão positiva) e monitoramento da oximetria de pulso e dos sinais de agravamento. • PNEUMOTÓRAX SIMPLES É causado pela presença de ar no espaço pleural e os achados são semelhantes aos de uma fratura de costelas. O paciente se queixa de dor pleurítica e os achados clássicos são diminuição de murmúrio vesicular do lado da lesão e timpanismo à percussão. Pode evoluir rapidamente para um pneumotórax hipertensivo, por isso é preferível que seja transportado por uma viatura de suporte avançado. O socorrista administra oxigênio suplementar, institui acesso venoso calibroso, monitora a oximetria e se prepara para tratar o choque. • PNEUMOTÓRAX ABERTOS (“FERIMENTO TORÁCICO SOPRANTE”) Envolve um pneumotórax associado a um defeito na parede torácica que permite que o ar proveniente do exterior entre e saia do espaço pleural com esforço ventilatório. Quando o paciente tenta inspirar, o ar atravessa a ferida e penetra no espaço pleural devido à pressão negativa. A passagem do ar cria um ruído característico. O tratamento inicial envolve o selamento do defeito na parede torácica com um curativo de três pontos (permite o escape de ar para o meio externo durante a expiração) e administração de oxigênio suplementar. Casos essas medidas não funcionem, a intubação endotraqueal e ventilação com pressão positiva podem ser necessárias. • PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVOS Ocorre quando o ar continua a entrar no espaço pleural e é aprisionado, com gradual aumento da pressão intratorácica, piora do comprometimento ventilatório e redução do retorno venoso ao coração, resultando em profundo choque. A maior pressão do lado acometido pode empurrar as estruturas mediastinais para o outro lado da cavidade. Doentes com probabilidade de pneumotórax apresentam risco aumentado de pneumotórax hipertensivo. As vítimas podem manifestar apreensão e desconforto, queixam-se de dor torácica e dificuldade para respirar, exibem agitação crescente e sofrimento respiratório. Os achados clássicos são desvio traqueal em direção contrária à lesão, diminuição dos murmúrios vesiculares e percussão timpânica no lado da lesão. Outros achados são a turgência venosa jugular, crepitação da parede torácica e cianose. A taquicardia e taquipnéia ficam cada vez mais acentuadas à medida que a pressão intratorácica se eleva, culminando em hipotensão e choque descompensado. A prioridade do tratamento é a descompressão do pneumotórax hipertensivo, sendo realizada na presença de três achados: piora do desconforto respiratório ou dificuldade de ventilação com bolsa-valva máscara; ausência ou redução unilateral dos sons respiratórios e choque descompensado (pressão arterial sistólica < 90 mmHg). A administração de oxigênio a 85% é imperativo e a assistência ventilatória com pressão positiva só é indicada se o paciente não responder à suplementação de oxigênio. • HEMOTÓRAX Consiste na presença de sangue no espaço pleural e pode representar uma fonte de perda sanguínea importante, pois pode acomodar de 2.500 a 3.000 ml. A hemorragia pode ter origem na parede da musculatura torácica, nos vasos intercostais, no parênquima pulmonar, nos vasos pulmonares ou nos grandes vasos do tórax. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: • dor torácica, • dispneia, • desconforto respiratório, • sinais de choque (taquicardia, taquipneia, confusão, palidez e hipotensão) • percussão abafada do lado da lesão. O tratamento inicial inclui a instituição de acessos venosos calibrosos para reposição volêmica adequada e a administração de altas concentrações de oxigênio. O transporte rápido para um hospital equipado é imprescindível, para intervenção cirúrgica imediata. • TAMPONAMENTO CARDÍACO Ocorre quando um ferimento cardíaco permite o acúmulo agudo de fluido entre o saco pericárdico e o coração, que pode acomodar até 300 ml de líquido. Devido ao saco pericárdico ser inelástico, a pressão do fluido acumulado se eleva rapidamente, dificultando o retorno e débito cardíacos. A cada contração cardíaca, mais líquido pode extravasar para dentro do saco pericárdico. Isso pode se agravar até precipitar uma atividade elétrica sem pulso(AESP). Cabe salientar que a causa mais comum é ferimento por arma branca. A tríade de beck é um conjunto de achados indicativos de tamponamento cardíaco: bulhas cardíacas abafadas ou distantes, turgência jugular e hipotensão. O tratamento consiste em transporte rápido e monitorado até um hospital, administração de oxigênio em alta concentração, obtenção de acesso venoso e reposição volêmica criteriosa. A drenagem de parte do fluido pericárdico por pericardiocentese geralmente é uma manobra eficaz para ganhar tempo. • RUPTURAS DE DIAFRAGMA Pode ocorrer por traumas contusos ou penetrantes. Qualquer penetração abaixo dos mamilos ou no nível da ponta escapular ou aplicação de força suficiente para aumentar abruptamente a pressão abdominal podem romper o diafragma. Pode ocorrer associado a disfunção respiratória, fraturas das costelas, hemotórax, pneumotórax. À avaliação, o paciente revela esforço respiratório agudo, pode estar ansioso, taquipneico e pálido. Pode apresentar contusões da parede torácica, crepitação óssea ou enfisema subcutâneo. Os murmúrios vesiculares no lado afetado podem estar diminuídos, ou os ruídos hidroaéreos podem ser auscultados sobre o tórax. O transporte imediatopara um centro de trauma é prioridade máxima e o tratamento inicial inclui administração de oxigênio suplementar em alta concentração e deve ser feito suporte ventilatório. 1. Quais são os principais mecanismos de lesão associados ao trauma torácico? 2. Explique a diferença entre trauma torácico fechado e trauma torácico aberto. 3. Quais são os sinais e sintomas comuns de um paciente com trauma torácico? 4. Descreva a abordagem inicial de enfermagem para um paciente com suspeita de trauma torácico. 5. Qual é o papel da radiografia de tórax no diagnóstico de trauma torácico e como deve ser realizada? 6. Quais complicações potenciais podem ocorrer em pacientes com trauma torácico e como a enfermagem pode preveni-las ou tratá-las? 7. Como a enfermagem deve monitorar a respiração de um paciente com trauma torácico e quais são os parâmetros críticos a serem observados? 8. Quais intervenções de enfermagem são necessárias para garantir a estabilidade hemodinâmica em pacientes com trauma torácico? 9. Explique a importância da avaliação contínua da dor em pacientes com trauma torácico e como isso pode afetar a recuperação. 10. Quais são os princípios de educação do paciente e da família após alta hospitalar para alguém que sofreu um trauma torácico? Lembre-se de que essas questões servem como ponto de partida para a discussão e o estudo mais aprofundado do trauma torácico na prática de enfermagem. http://www.youtube.com/watch?v=5nQGx0jotys http://www.youtube.com/watch?v=5nQGx0jotys TRAUMAS ABDOMINAIS • TRAUMAS ABDOMINAIS As lesões abdominais não reconhecidas são uma das principais causas de morte em vítimas de trauma. As mortes precoces resultam tipicamente deperda maciça de sangue, por isso, todo do paciente com choque inexplicado deve ser considerado com hemorragia intra-abdominal até que se prove o contrário. Quando lesionados, os órgãos sólidos e vasculares (fígado, baço e veia cava) sangram, ao passo que os órgãos ocos (intestino, vesícula biliar e bexiga) derramam seu conteúdo dentro da cavidade peritoneal ou no espaço retroperitoneal. Adicionalmente, a liberação de ácidos, enzimas digestivas ou bactérias do trato gastrointestinal (TGI) para o interior da cavidade peritoneal resultam em peritonite e sepse, quando prontamente não tratada por intervenção cirúrgica. Ferimentos torácicos penetrantes abaixo do diafragma podem lesar órgãos abdominais. Já os traumas contusos resultam de forças de compressão ou de cisalhamento, a qual rompe órgãos sólidos ou vasos sanguíneos da cavidade abdominal, em virtude da tração exercida sobre os ligamentos de fixação. • AVALIAÇÃO Deve ser garantida a segurança da cena e mantidas as prioridades XABCDEF. Além da coleta dos dados relacionados ao histórico sampla, outras perguntas podem ser feitas, a depender do mecanismo da lesão: Tipo de colisão e posição da vítima no veículo. • Extensão do dano ao veículo, deformidade do volante e necessidade de retirada prolongada. • Uso de dispositivos de segurança, incluindo cinto de segurança, acionamento de air bags e a presença de cadeirinhas de criança. • Tipo de arma utilizada. • Número de vezes que a vítima foi atingida por arma de fogo ou arma branca. • Quantidade de sangue no local. Os sinais de grey-turner (equimose que acomete os flancos) e de cullen (equimose periumbilical) indicam sangramento retroperitoneal. A palpação é feita para identificar áreas dolorosas e deve ser iniciada por uma área na qual a vítima não se queixe de dor. A PELVE também deverá ser cuidadosamente palpada para pesquisar instabilidade e dor. Ademais, alguns achados sugerem diagnóstico de peritonite como: dor abdominal significativa à palpação ou com a tosse, defesa involuntária, dor à percussão e ruídos hidroaéreos diminuídos ou ausentes. O abdome não deve ser palpado nem percutido em vítimas com objetos encravados, pois isso pode provocar mais lesão orgânica pela ponta distal do objeto. Em casos de vítimas gestantes, não se deve perder tempo tentando auscultar os batimentos cardiofetais. Porém, a genitália deve ser examinada para verificação de evidências de sangramento vaginal. Perda de tampão mucoso e contrações indicam que o trabalho de parto prematuro foi iniciado. • TRATAMENTO Vítimas de trauma contuso precisam ser imobilizadas adequadamente. No caso de gestantes, se houver indicação de imobilização da coluna, a prancha deve ser elevada em 10 a 15 cm do lado direito para prevenir a compressão aortocava que diminui o retorno venoso, o débito cardíaco e, por conseguinte, o fluxo uteroplacentário. A intervenção cirúrgica precoce é a chave para a sobrevida do paciente instável com trauma abdominal. Administra-se oxigênio suplementar para manter a saturação em 95% ou mais e faz-se suporte ventilatório conforme o necessário. A hemorragia externa é controlada por compressão direta ou por curativo compressivo. Obtêm-se dois acessos venosos calibrosos para reanimação volêmica parcimoniosa. Na ausência de lesão cerebral traumática, a pressão arterial sistólica deve ser mantida entre 80 a 90 mmHg. A calça pneumática antichoque (pasg) pode ser considerada para transportes prolongados e na ausência de objetos empalados (encravados), ruptura diafragmática, gravidez e evisceração. TRAUMAS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS As lesões musculoesqueléticas raramente representam uma condição de risco imediato à vida. O socorrista deve ter três considerações primárias ao tratar de lesões de extremidades: 1. Manter as prioridades de avaliação, isto é, não se distrair com lesões dramáticas que não conferem risco de morte. 2. Reconhecer lesões potencialmente fatais. 3. Reconhecer a cinemática que produziu as lesões musculoesqueléticas e a possibilidade de outras lesões com risco de morte. • AVALIAÇÃO As lesões musculoesqueléticas podem ser classificadas em três tipos: • Lesões associadas a risco de morte resultantes de trauma musculoesqueléticos (TME), tais como a hemorragia externa ou a hemorragia interna associada a fraturas pélvicas ou femorais com perda sanguínea fatal. • TME que não acarreta risco de morte, associado a trauma multissistêmico com risco de morte. • TME isolado, que não acarreta risco de morte (fraturas isoladas em membros). Deve-se sempre atentar que a avaliação primária está focada na identificação e resolução dos principais problemas que possuem risco para a vida (XABCDEF). Cumpre ressaltar que o entendimento da cinemática pode propiciar um alto índice de suspeita das lesões que a vítima pode ter sofrido. Durante a avaliação secundária, a exposição do corpo da vítima é de extrema importância para identificação de lesões não detectadas na avaliação primária. A vítima deve ser questionada sobre presença de dor nos membros. A avaliação das extremidades também inclui: • Ossos e articulações: inspeção à procura de deformidades ósseas que possam representar fraturas ou luxações. Presença de dor ou crepitação à palpação. • Lesões de tecidos moles: inspeção à procura de aumento de volume, lacerações, abrasões, hematomas, ferimento e observação da cor da pele. • Perfusão: avaliada pela palpação dos pulsos distais e observação do tempo de enchimento capilar. • Função neurológica: avaliação da função motora e sensitiva dos membros, por meio de perguntas sobre se o doente sente alguma fraqueza ou sobre a presença de quaisquer sensações anormais de formigamento ou dormência. • TRATAMENTO O tratamento geral da suspeita de lesão em membros inclui as seguintes etapas: 1. Tratar quaisquer lesões que ameacem a vida, encontradas na avaliação primária. 2. Interromper quaisquer sangramentos e tratar o paciente em choque. 3. Avaliar a função neuro vascular distal. 4. Sustentar a área da lesão. 5. Imobilizar o membro ferido, incluindo a articulação acima e a articulação abaixo do sítio de lesão. 6. Reavaliar o membro ferido após a imobilização, para verificação de alterações na função neuro vascular distal. 7. Tratar adequadamente a dor. • ESTADO DE CHOQUE • Choqueé conceituado como estado de hipoperfusão celular generalizado no qual a liberação de oxigênio no nível celular é inadequada para atender as necessidades metabólicas. ▪ CLASSIFICAÇÃO DO CHOQUE Os estados de choque podem ser classificados de acordo com a etiologia e o padrão hemodinâmico. ▪ CHOQUE HIPOVOLÊMICO É um distúrbio agudo da circulação, caracterizado pela queda real do volume circulante, ocasionando o desequilíbrio entre a oferta e o consumo de oxigênio para os tecidos. ✔ PRINCIPAIS CAUSAS As principais causas são hemorragias, vômitos, diarreias, diurese maciça e queimaduras e pode ser classificado em quatro classes de acordo com a porcentagem de perda de sangue. CONDUTA No atendimento pré-hospitalar são mantidas as prioridades XABCDE do trauma com foco na garantia de oxigenação. • o controle de hemorragias deve seguir os seguintes passos: pressão manual direta no local da lesão; curativos compressivos; torniquetes (extremidades); Agente hemostático (tronco). • geralmente, o tratamento definitivo das lesões é realizado no centro cirúrgico, por isso o transporte não deve ser retardado. • um dos principais diagnósticos de enfermagem encontrado em pacientes com choque hipovolêmico é o volume de líquidos deficiente e as principais intervenções de enfermagem são: ▪ Monitoramento dos parâmetros hemodinâmicos, nível de consciência e perdas volêmicas; ▪ Estabelecimento de acessos venosos periféricos calibrosos e infusão rápida de cristaloides; ▪ Cateterismo vesical de demora; ▪ Assistência na administração de sangue e hemoderivados; ▪ Promoção do conforto ▪ CHOQUE CARDIOGÊNICO É caracterizado pela “falha da bomba cardíaca”, isto é, pela incapacidade de o miocárdio realizar o débito cardíaco eficaz para proporcionar a demanda metabólica do organismo, gerando hipoperfusão tecidual generalizada. • ETIOLOGIAS: ✔ distúrbio do ritmo ou da condução (arritmias), desordem estrutural (infarto agudo do Miocárdio - IAM, lesões valvares, miocardiopatias, miocardites) e ação de determinadas toxinas (sepse); • FATORES DE RISCO: ▪ IAM pregresso, ▪ insuficiência cardíaca congestivas, ▪ miocardiopatias, ▪ arritmias, ▪ Distúrbios eletrolíticos. AS PRINCIPAIS AÇÕES DE ENFERMAGEM: • Afastar a causa base; • Monitorização hemodinâmica; • Realizar ausculta cardíaca e pulmonar: hipofonese de bulhas e crepitação (sinais de edema agudo de pulmão); • Avaliação e manejo da dor; • Estabelecimento de acessos venosos calibrosos; • Administração parcimoniosa de líquidos (devido ao risco de sobrecarga de líquidos); • Providenciar exames. Ex: Eletrocardiograma, gasometria arterial; • Administração de drogas vasoativas prescritas: dopamina, dobutamina, nitroglicerina; • Monitorar nível de consciência; • Monitorização do funcionamento do bia: balão intra-aórtico. ▪ CHOQUE ANAFILÁTICO É causado por uma reação alérgica grave desencadeada podendo ser por vários agentes. • Principais sinais e sintomas associados: • Edema de glote; • Tosse e dispneia; • Rouquidão; • Estridor, sibilos, roncos e crepitações; • Prurido; • Urticária e angioedema; • Sensação de calor. ▪ CHOQUE NEUROGÊNICO O choque neurogênico é um tipo de choque distributivo, no qual a vasodilatação ocorre como consequência de uma perda do equilíbrio entre as estimulações parassimpática e simpática. Comum no cenário do trauma em lesões toracolombares. Não há estreitamento da pressão de pulso e possui como características que o diferenciam dos outros tipos de choque a bradicardia, pele rósea e quente. ▪ CHOQUE SÉPTICO A sepse é definida como a presença, provável ou confirmada, de infecção junto a manifestações sistêmicas de infecção. A sepse grave é definida como sepse associada à disfunção de órgãos ou hipoperfusão caracterizada por hiperlactatemia. O choque séptico é definido como hipotensão induzida por sepse (PAS < 90 mmhg ou PAS < 70mmhg, ou PAS com diminuição de 40 mmhg ou dois desvios padrão abaixo do normal, excluídas outras causas de hipotensão) persistente apesar da ressuscitação fluida adequada. ▪ CHOQUE OBSTRUTIVO O choque obstrutivo ocorre quando existe uma oclusão ao fluxo de sangue nos grandes vasos. CITAREMOS A SEGUIR AS PRINCIPAIS CAUSAS E OS RESPECTIVOS TRATAMENTOS: • TAMPONAMENTO CARDÍACO: PERICARDIOCENTESE; • EMBOLIAPULMONAR: ANTICOAGULAÇÃO SISTÊMICA E TROMBÓLISE; • PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO: TORACOSTOMIA OU DESCOMPRESSÃO TORÁCICA. • CONSEQUÊNCIAS DO CHOQUE Por se tratar de um problema multissistêmico, o choque pode trazer repercussões em todos os sistemas orgânicos: 1. Cardiovasculares: insuficiência ventricular e trombose microvascular; 2. Neurológicas: disfunção do sistema nervoso simpático, coma, falha na termo regulação e depressão cardiorrespiratória; 3. Pulmonares: insuficiência respiratória aguda (IRA) e lesão pulmonar aguda (LPA); 4. Renais: necrose tubular aguda (NTA); 5. Hematológicas: coagulação intravascular disseminada (CIVD); 6. Gastrointestinais: insuficiência do TGU, úlceras de estresse, insuficiências hepática e pancreática. ▪ ESTRATÉGIAS GERAIS DE TRATAMENTO • Suporte do sistema respiratório com oxigênio suplementar ou ventilação mecânica; • Reposição de líquido para restaurar o volume intravascular - assegurar acessos venosos; • Terapia com medicamentos vasoativos para restaurar o tônus vasomotor e melhorar a função cardíaca; • Suporte nutricional para suprir as necessidades metabólicas aumentadas. ▪ ATIVIDADE PARA ENTREGAR APÓS 16:00 Identificação do paciente Paciente, feminino, 71 anos. Queixa principal se apresentou ao PA com queixa de dor torácica em aperto. História da doença Atual (HDA) Dor torácica em aperto, intensidade 7, numa escala de 0 a 10, de início súbito em repouso associado a tosse seca há cerca de 3 horas com resolução espontânea há aproximadamente 2 horas. Nega irradiação, fatores de melhora e piora. Paciente portadora de HAS, ICC, DM-2, histórico de 3 IAM’s prévios. Em uso de losartana ®, janumet ® , propanolol, furosemida ® e outros medicamentos que não souber informar, não sabendo informar as dosagens. No momento, encontra-se assintomática. REALIZE O RESTO DA ANAMNESE DA PACIENTE COM OS DADOS QUE VOCÊ PRECISAR, COLOQUE TODAS AS CONDUTAS E CUIDADOS DE ENFERMAGEM COM ESSA PACIENTE. RAYENE VAI ENTREGAR A LISTA 16:00 O GABRIEL, SO PODERÁ ASSINAR APÓS TERMINAR A ATIVIDADE PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA O QUE É PCR? Definição de PCR (Parada Cardio - Respiratória): Ausência de batimentos cardíacos capazes de gerar pulso central, ausência de Consciência, ausência de movimentos respiratórios efetivos, ausência de pulso periférico. O que define uma PCR não é o fato de o coração estar parado ou em movimento e sim a sua capacidade em bombear o sangue para perfundir os órgãos nobres. É possível fazer essa verificação no exame físico através de checagem de pulso central. Outro exemplo de causa de PCR ocorre quando perdemos muito líquido, seja por desidratação, sangramento ou infecção grave. Existem quatro ritmos de PCR. ✔ QUATRO RITMOS DE PCR • ASSISTOLIA: A assistolia caracteriza um ritmo de PCR no qual não existe atividade elétrica. Neste caso o coração não apresenta movimentação. • ATIVIDADE ELÉTRICA SEM PULSO (AESP) Neste ritmo a atividade elétrica pode estar totalmente normal, porém por algum outro motivo (hipovolemia, por exemplo) o coração não está bombeando o sangue. Por isso, apesar de parecer ser um ritmo com pulso, não é! • TAQUICARDIA VENTRICULAR (TV) Neste ritmo o coração assume um ritmo extremamente acelerado de origem ventricular, porém organizado. As frequências cardíacas costumam ser superiores a 250 batimentos por minuto. Apesar do coração estar em movimento o bombeamento não ocorre. • FIBRILAÇÃO VENTRICULAR (FV) Neste ritmo o coração assume um ritmo extremamente acelerado de origem ventricular, porém desorganizado. As frequências cardíacas costumam ser superiores a 250 batimentos por minuto. Apesar do coração também estar em movimento o bombeamentonão ocorre assim como na taquicardia ventricular. ✔ ESSES SÃO OS QUATRO RITMOS DE PCR ASSISTOLIA, AESP, TV E FV. Iremos ver agora que o tratamento elétrico, ou seja, a indicação de desfibrilação (choque elétrico) irá variar a depender do ritmo. Para entendermos melhor, o porquê dessa variação, precisamos conhecer a função do choque. Desfibrilação elétrica É um procedimento terapêutico que consiste na aplicação de uma corrente elétrica contínua não sincronizada no músculo cardíaco. • Esse choque despolariza em conjunto todas as fibras musculares do miocárdio, tornando possível a reversão de arritmias graves como TV e a FV, permitindo ao nó sinusal retornos a geração e o controle do ritmo cardíaco. ✔ Cardioversão elétrica É um procedimento, em que se aplica o choque elétrico de maneira sincronizada, ou seja, o paciente deve estar monitorado no cardioversor. Utilizado para converter um ritmo irregular e/ou rápido num ritmo normal por meio de uma carga elétrica. Este deve estar com o botão de sincronismo ativado, pois a descarga elétrica é liberada na onda R, ou seja, no período refratário. A desfibrilação está indicada em apenas dois ritmos, na TV e na FV. Enquanto a assistolia e AESP não possuem indicação de desfibrilação. Isso se explica pelo fato da função do choque ser de parar o coração, ou seja, zerar a atividade elétrica anteriormente desorganizada. Desta forma, nosso marcapasso natural, o nó sinusal terá uma maior probabilidade de reassumir um ritmo eficaz que gere pulso central. Como na AESP não há desorganização de ritmo e na assistolia não há ritmo, consequentemente não existe indicação de desfibrilação, cuja função é de “parar com um ritmo desorganizado”. DESFIBRILACÃO X CARDIOVERSÃO ✔ DESFIBRILAÇÃO: uma descarga elétrica com a função de parar o coração, ou seja, organizar as células cardíacas que se encontram desorganizadas. • Não possui sincronia • O paciente encontra-se em PC ✔ CARDIOVERSÃO: uma descarga elétrica com a função de parar o coração, ou seja, organizar as células cardíacas que se encontram desorganizadas. • Paciente se encontra com pulso, ou seja, não apresenta PCR • Onda sincronizada em R ✔ QUANDO NÃO COMEÇAR? Antes de tomar a decisão de iniciar a ressuscitação cardiopulmonar (RCP), o profissional deve avaliar a vítima. A avaliação da vítima será vista detalhadamente mais adiante. Basicamente são três os achados durante a avaliação inicial que conduzem ao diagnóstico de parada cardiorrespiratória (PCR): CAB (C = compressões torácicas; A = abertura das vias aéreas e B = ventilar) A não identificação desses sinais de PCR representa a primeira indicação para não iniciar a RCP. A não identificação desses sinais de PCR representa a primeira indicação para não iniciar a RCP Além disso, existem mais 5 situações no SBV, que autoriza o socorrista a não iniciar a RCP: • Decapitação • Carbonização • Evisceração • Decomposição • Rigor mortis (rigidez cadavérica) Todas as situações descritas anteriormente não são compatíveis com a vida, por esse motivo os esforços de ressuscitação seriam inúteis. • Além disso, as 5 situações descritas, são facilmente identificáveis, desta forma, um profissional que esteja atuando no suporte básico de vida não corre o risco de deixar de reanimar um paciente com chances de sobrevida. PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA E RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR A principal causa de PCR no adulto é a doença coronariana com o infarto agudo do miocárdio (IAM) sendo 90% dos ritmos iniciais de PCR no adulto representados por FV/TV. O melhor tratamento para esses dois ritmos é a desfibrilação, que não deve ser retarda. ▪ CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA A AHA (American Heart Association) criou a cadeia na sobrevivência para pacientes vítimas de PCR, representando as 5 etapas fundamentais para a sobrevida dos pacientes vítimas de PCR. AVALIAÇÃO INICIAL ▪ OS 5 PASSOS DA AVALIAÇÃO INICIAL 1. checar a segurança do local 2. checar a responsividade 3. pedir ajuda 4. checar a pulso e respiração simultaneamente 5. desfibrilador externo automático (DEA). 1. CHECAR A SEGURANÇA DO LOCAL • A segurança da cena é primordial para a equipe de saúde. Não cabe ao profissional de saúde adentrar a “zona quente”, sendo esse papel reservado ao corpo de bombeiro e polícia, autoridades absolutas nessas circunstâncias. • A equipe da saúde deve aguardar a liberação do corpo de bombeiro e/ou polícia, uma vez que a segurança da cena esteja garantida, para acessar o local. Em algumas situações, as vítimas são retiradas da zona quente e trazidas para a zona fria para que o atendimento seja efetuado. A segurança do socorrista vem sempre em primeiro lugar! 2. CHECAR A RESPONSIVIDADE • Esse segundo o paciente possui diversas funções. Ao mesmo tempo checamos a consciência do paciente, e caso o paciente esteja consciente a perviedade das vias aéreas. • Para isso, devemos adotar a posição do socorrista com um joelho no chão, apoiar as duas mãos na região superior do tórax e aplicar estímulos vigorosos ao mesmo tempo em que chamamos o paciente: “senhor, senhor, pode me ouvir?” 3. CHECAR A RESPIRAÇÃO Caso o paciente não responda aos estímulos táteis e verbais do segundo passo da avaliação, devemos então proceder ao terceiro passo que consiste em chegar à respiração. • Para isso devemos observar o tórax da vítima em busca de movimentos de elevação torácica, compatíveis com uma respiração eficaz. • (Vale salientar que é possível encontrar movimentos compatíveis com respiração agônica ou gasping (mais comum em crianças e lactentes), que deverão ser considerados como parada respiratória). 4. PEDIR AJUDA • Uma vez identificada a parada respiratória, devemos imediatamente pedir ajuda! Para isso devemos designar alguém que deverá ligar para o192 (SAMU) e buscar um Desfibrilador externo automático (DEA). “você! Ligue para o 192 e traga um DEA!” • Idealmente deveria ter um DEA por perto para que a desfibrilação não seja retardada (3º elo da cadeia da sobrevivência). • Existe uma lei, que obriga ter um DEA (Desfibrilador Externo Automático) nos locais públicos com mais de 5000 transeuntes por dia. • A tendência é que esse equipamento seja cada vez mais popularizado e disponível em locais públicos e privados pela importância que possui na ressuscitação cardiopulmonar (RCP). 5. CHECAR O PULSO CENTRAL • Após pedir ajuda os profissionais de saúde treinados, deverão checar o pulso central (pulso carotídeo no adulto). • A população leiga e os profissionais de saúde não treinados previamente em checar o pulso, deverão “pular” esse passo e iniciar imediatamente as compressões cardíacas. • A checagem de pulso por profissionais não treinados pode atrasar o início da RCP e levar a erros de diagnóstico. • O profissional de saúde que identificar presença de pulso central e ausência de movimento respiratório poderá definir a parada respiratória e indicar o início imediato das ventilações de resgate. • Ausência de movimentos respiratórios e ausência de pulso central caracterizam a parada cardiorrespiratória e requer o início imediato das RCP ▪ COMPRESSÕES CARDÍACAS Para falar das compressões, vamos relembrar das leis de Isaac Newton: Toda objeto que está em repouso tende a continuar em repouso, todo objeto que está em movimento tende a ficar em movimento. • Para descolocar um objeto que está em repouso ou parar um objeto que está em movimento, deve-se aplicar uma força externa. • Aplicabilidade da 1º lei na RCP – um coração que se encontra em PCR, tende a ficar em PCR, a não ser que uma força externa seja aplicada (compressões + ventilações + desfibrilação) ▪ PASSO A PASSO PARA REALIZAÇÃO DE COMPRESSÕES CARDÍACAS: 1. Localizar a linha Inter mamilar no corpo do esterno 2. Posicionar a região hipotênar no tórax da vítima 3. Posicionar a outra mão por cima da primeira entrelaçando os dedos 4. Posição correta dos cotovelos e dos ombros • Os cotovelos devem estar estendidos • Os ombros acima da vítima formando um ângulo de 90º 5. Aplicarcompressões fortes e rápidas. ▪ OBSERVAR RETORNO COMPLETO DO TÓRAX CICLOS DE COMPRESSOES: ✔ Ciclos: • Mantenha 30 compressões torácicas eficazes por 2 ventilações por 2 minutos • A cada 2 minutos, reavalie. • Cheque pulso • Troque o socorrista • Mantenha o suporte básico de vida até a chegada do desfibrilador ou SAVC – (Suporte Avançado de Vida em Cardiologia). ▪ VENTILAÇÕES NO SBV Para ventilar um paciente em parada cardiorrespiratória no suporte básico de vida, existem três formas: 1. BOCA A BOCA (NÃO SE UTILIZA MAIS) 2. DISPOSITIVO VÁLVULA MÁSCARA (POCKET-MASK) 3. DISPOSITIVO BOLSA-VÁLVULA-MÁSCARA (AMBU) ▪ MAIS DE 1 SOCORRISTA NA CENA Quando temos a oportunidade de ter mais de um socorrista na cena precisamos aproveitar da melhor forma. • Cada um terá uma função durante o atendimento. Enquanto o 1º socorrista está realizando as compressões cardíacas, o segundo socorrista se posiciona na cabeça da vítima, mantém a via aéreas aberta e aplica ventilações com o ambu. • Após 2min ou 5 ciclos de 30:2, deve ocorrer a troca de funções entre os socorristas, de forma organizada para que não ocorra perda de tempo. • Caso tenha um terceiro socorrista na cena, o mesmo poderá segurar a máscara do ambu no rosto da vítima, realizando uma vedação otimizada, enquanto o segundo socorrista aplica as ventilações. ▪ DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO – DEA O desfibrilador externo automático (DEA) é um aparelho fantástico, desenvolvido para que qualquer pessoa, mesmo não sendo profissional de saúde pudesse administrar uma desfibrilação em um paciente, vítima de PCR sempre que houver indicação. O DEA é de simples utilização e foi programado para analisar o ritmo cardíaco do paciente e reconhecer uma FV/TV (Fibrilação ventricular / taquicardia ventricular) indicando o choque sempre que necessário. Além disso, o aparelho se comunica por voz e por sinais luminosos no seu painel, com o socorrista, o orientando durante toda a ressuscitação cardiopulmonar (RCP). O PASSO A PASSO PARA O USO DO DEA É MUITO SIMPLES. DEVEMOS AGIR DE FORMA RÁPIDA E PRECISA. 1) O QUE É URGÊNCIA? 2) O QUE É EMERGÊNCIA? 3) O QUE É MANCHESTER? QUAIS SÃO TODAS AS CORES, QUAIS SÃO OS TEMPOS? E O QUE CADA COR SIGNIFICA? 4) O QUE SÃO ANIMAIS PEÇONHENTOS? COMO FUNCIONA OS PRIMEIROS SOCORROS COM CADA ANIMAL? 5) O QUE É UMA SÍNCOPE? COMO FUNCIONA OS PRIMEIROS SOCORROS? QUAL A CONDUTA? 6) O QUE É UMA CONVULSÃO? COMO FUNCIONA OS PRIMEIROS SOCORROS? QUAL A CONDUTA? 7) O QUE É OVACE? COMO FUNCIONA OS PRIMEIROS SOCORROS? QUAL A CONDUTA?QUAL NOME DA MANOBRA REALIZADA? 8) O QUE É UMA HIPOTERMIA? COMO FUNCIONA OS PRIMEIROS SOCORROS? QUAL A CONDUTA? 9) O QUE É UMA HEMORRAGIA? COMO FUNCIONA OS PRIMEIROS SOCORROS? QUAL A CONDUTA? 10) O QUE É AVALIAÇÃO PRIMÁRIA? COMO FUNCIONA? O QUE SIGNIFICA CADA LETRA? 11) O QUE É AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA? COMO FUNCIONA? O QUE SIGNIFICA CADA LETRA? 12) O QUE É ESCALA DE GLASGOW? COMO ELA FUNCIONA? O QUE ELA AVALIA? 13)O QUE É TRAUMA TORÁCICO? QUAIS AS CONDUTAS A SEREM REALIZADAS? 14) O QUE É TAMPONAMENTO CARDÍACO? E QUAIS OS SINAIS? 15- O QUE É TRAUMA ABDOMINAL? QUAIS AS CONDUTAS A SEREM REALIZADAS? 16- O QUE É PCR? QUAIS SÃO OS RITMOS CHOCÁVEIS? E COMO DEVE SER FEITO AS MANOBRAS CONFORME A AHA? http://www.youtube.com/watch?v=de4x_jEuBas http://www.youtube.com/watch?v=de4x_jEuBas http://www.youtube.com/watch?v=JNc7qojAZqA http://www.youtube.com/watch?v=JNc7qojAZqA http://www.youtube.com/watch?v=2zOBkadCmR4 http://www.youtube.com/watch?v=2zOBkadCmR4 CARRINHO DE EMERGÊNCIA O carrinho de emergência é um armário de 4 gavetas que contém todo material necessário para situações de emergência como: intubação orotraqueal, parada cardiorrespiratória, dentre outras situações que exigem socorro imediato. O principal objetivo do carrinho de emergência é facilitar o acesso da equipe médica e de enfermagem a drogas, equipamentos e materiais de emergência mais rápidos e dinâmicos. Todos os profissionais de saúde devem estar aptos a manusear o carrinho de emergência de modo sistematizado e organizado. ⮚ JUNTO AO CARRINHO: • Tábua de compressão torácica • Desfibrilador • Monitor DESFIBRILADOR É um aparelho elétrico com dois eletrodos que são colocados sobre o peito do paciente. Ele descarrega eletricidade no coração quando é indicada uma frequência fatal. O objetivo é dar choques no coração para que ele volte ao normal. As arritmias fatais incluem fibrilação ventricular (batimentos cardíacos rápidos, descoordenados e não sincronizados) e Taquicardia ventricular (batimentos cardíacos rápidos que impedem o coração de bombear adequadamente). Também pode ser usado em frequências menos perigosas para fazer o coração voltar ao ritmo normal. IMPORTANTE: A ordem de disposição dos materiais do carrinho de emergência pode variar de instituição para instituição, por vários fatores, como: modelo do carrinho de emergência e protocolo institucional. 1ª Gaveta: Na primeira gaveta do carrinho de emergência, deverá conter todos os medicamentos de modo organizado, preferencialmente em ordem alfabética e seus diluentes. ATENÇÃO:A indicação, ação dos medicamentos do carrinho de emergência, e cuidados de enfermagem na administração dos mesmos será estudada quando o técnico em enfermagem fizer sua qualificação ou aperfeiçoamento em Urgência e Emergência. 2ª Gaveta: A segunda gaveta do carrinho de emergência deverá conter material para punção venosa, venóclise, manipulação de medicação, entre outros. 3ª Gaveta Na terceira gaveta, em alguns hospitais, os mesmos optam por possuir kits para facilitar o atendimento nas intercorrências, por exemplo: Kit Noradrenalina Kit Tridil (Nitroglicerina) Kit Revivan (Dopamina) Kit Nipride (Nitroprussiato de sódio) Kit Dobutamina 4ª Gaveta Kit Passagem de Cateter Venoso Central Kit Toracocentese Kit Intubação (Ambu, Fio guia, Gaze, Tubo orotraqueal 7,0, Tubo orotraqueal 7,5, Tubo orotraqueal 8,0, Luvas estéril 7,5 e 8,0, Cânula de Guedell, Laringoscópio diversos tamanhos, Pilhas reserva) Kit sondagem Nasoenteral Kit sondagem Nasogástrica (SNG nº 12, nº 14, nº 16, Xylocaína gel, Coletor Sistema Aberto, Gaze e Seringa de 20 ml) Kit sondagem Vesical (Seringa 20 ml, Xylocaína, Coletor Sistema Fechado, Gaze, Clorexidina, Agulha 40 x 12, Luva estéril 7,5 e 8,0 e AD 10 ml). Kit aspiração Fios de sutura Kit nebulização (Água destilada 500 ml, Nebulizador completo (máscara + traquéia)) Máscara de venturi Kit Umidificador (Cateter O2 tipo óculos, Umidificador, Extensão de O2, Água Destilada 125 ml) Kit Intracath ⮚ Conferência do carrinho de emergência: A conferência do carrinho de emergência será realizada pelo(a) enfermeiro(a) sempre que for utilizado, para ser lacrado. A conferência deve contemplar estoque mínimo, prazos de validade de todo o material, bem como o funcionamento do desfibrilador, laringoscópio, ressuscitador manual e outros. Todo o material quebrado, vencido ou insuficiente deverá ser reposto. A checagem do material deverá ser registrada, datada e assinada em impresso próprio. Após o uso da medicação, o material deverá ser reposto mediante prescrição médica devidamente checada pela enfermagem, materiais com pedido do(a) enfermeiro (a). No caso de psicotrópicos, faz- se necessário o uso de receita branca. A conferência do cardioversor deve ser realizada diariamente pelo(a) enfermeiro (a), e registrado em impresso próprio. MEDICAÇOES USADAS EM PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA • ADRENALINA: Secretado pelas glândulas suprarrenais e prepara o organismo para grandes esforços físicos, estimula o coração, aumento da frequência cardíaca e débito cardíaco e aumenta os níveis de açúcar. • LINDOCAINA: Antiarrítmico e vasodilatador–inibidor de canal de sódio e potássio. • AMIODARONA: Antiarrítmico e aumenta o débito cardíaco. Obs.: se não tiver Amiodarona posso administrar lidocaína como escolha. ▪ VIAS DE ADMINISTRAÇÃO: • VENOSA PERIFÉRICA: 1 mg de adrenalina de 3 á 5 min., flush de 10ml de soro fisiológico ou água bidestilada, eleva o membrode 10 a 20 seg. • VIA INTRAÓSSEA: Mesma dosagem da periférica. • VIA ENDOTRAQUEAL: O dobro diluído para 10 ml de SF ou ABD. ATENDIMENTO PCR ASSISTOLIA OU AESP • 30 compressões x 2 ventilações............. .1 mg de adrenalina de 3 á 5 min., flush de 10ml de soro fisiológico ou água bidestilada, eleva o membro de 10 a 20 seg. ATENDIMENTO PCR TV OU FV • Choque..........30 compressões x 2 ventilações.............. 1 mg de adrenalina de 3 à 5 min., flush de 10ml de soro fisiológico ou água bidestilada, eleva o membro de 10 a 20 seg. • Choque..........compressões x ventilações........ amiodarona 300 mg • Choque..........compressões x ventilações........ adrenalina 1 mg • Choque..........compressões x ventilações........ amiodarona 150 mg • Choque..........compressões x ventilações........ adrenalina 1 mg • Choque..........compressões x ventilações........ adrenalina 1 mg • Obs: ADMINISTRO AMIODARONA SOMENTE 2 VEZES ATÉ QUANDO REANIMAR NO SBV? • Chegada do suporte avançado • Reanima • Exaustão • Ambiente de risco • Mudança de prioridade ▪ CHEGADA DO SUPORTE A AVANÇADO Quando o suporte avançado de vida chega na cena, através do SAMU 192 ou de qualquer outro grupo de atendimento pré-hospitalar com médico, o socorrista do suporte básico poderá interromper a RCP e passar a responsabilidade pelo atendimento para o suporte avançado. • OS SOCORRISTAS DO SUPORTE BÁSICO DEVEM FICAR A DISPOSIÇÃO PARA AUXILIAR NO ATENDIMENTO. ▪ PACIENTE REANIMA A segunda situação que autoriza o socorrista a interromper a RCP é quando o paciente reanima. É importante salientar que reanimar significa que o paciente tosse, respira ou se movimenta. Quando o paciente reanima o paciente deve ser colocado na posição lateral de segurança e deve ser monitorizado continuamente até a chegada do suporte avançado. O paciente corre o risco de ter uma nova PCR a qualquer momento. ▪ EXAUSTÃO • O socorrista exausto está autorizado a interromper a RCP. • Aqui devemos salientar que exaustão é diferente de cansaço. • Costumo definir exaustão como o nível de cansaço que você interromperia os esforços caso a vítima fosse a pessoa mais querida de sua vida. • Sempre que houver mais de um socorrista na cena, é imprescindível revezar as compressões a cada 2 min ou 5 ciclos de 30:2 no máximo! • Exaustão = cansaço ▪ AMBIENTE DE RISCO • Caso um ambiente inicialmente seguro, evolua para um ambiente de risco ou zona quente, durante o atendimento, o socorrista está autorizado a interromper a RCP para preservar a sua integridade. • Quando a vítima for uma criança pequena, e for possível transportar essa vítima com facilidade, o socorrista poderá realizar o transporte para um local mais seguro, ou zona fria. • Exemplos de zona quente no APH são incêndios, riscos de explosão, tiroteios, rodovias com movimento de automóveis entre outros. ▪ MUDANÇA DE PRIORIDADE • No APH quando estamos falando de incidentes com múltiplas vítimas, devemos sempre realizar uma triagem rápida para classificar os pacientes com risco de morte. • Dentre as vítimas graves, devemos priorizar aqueles que possuem a maior chance de sobrevida. • Caso esteja sendo realizada RCP em uma vítima e que durante o atendimento surja outra vítima que necessite de atendimento e que se encontra com maior chance de sobrevida, devemos interromper o atendimento inicial e voltar os esforços para a segunda vítima. • Quando existem socorristas suficientes para atender ambas as vítimas, neste caso é claro, podemos manter o atendimento para ambos. QUEIMADURA As queimaduras são consideradas feridas traumáticas causadas, em sua maioria, por agentes térmicos, químicos, elétricos ou radioativos. Esses agentes são capazes de produzir calor excessivo que danifica os tecidos corporais e acarreta a morte celular, causando a destruição parcial ou total da pele e de seus anexos, acometendo inclusive as camadas mais profundas, como tecido subcutâneo, músculos, tendões e ossos. De acordo com diretrizes do ministério da saúde, as queimaduras podem ser classificadas em primeiro, segundo e terceiro grau, conforme descrito abaixo: A “REGRA DOS NOVE” é uma maneira rápida para estimar a extensão de queimaduras em adultos. O sistema divide o corpo em múltiplos de nove. A soma total dessas partes é igual à área de superfície corporal total e é uma importante medida de gravidade da lesão. Crianças apresentam proporções diferentes dos adultos, visto que suas cabeças são proporcionalmente maiores que as dos adultos. Algumas literaturas não recomendam a adoção da “regra dos nove” para crianças devido às diferenças em cada fase de crescimento, tornando essa classificação imprecisa. • GRAVIDADE DAS QUEIMADURAS ▪ Pequeno queimado (leve): ocorre lesão de primeiro grau em qualquer extensão; as lesões de segundo grau atingem menos de 10% da superfície corporal do adulto e 5% da criança; ▪ Médio queimado (médio): ocorrem queimaduras de segundo grau, que acometem 5 a 10% da superfície corporal da criança e de 10 a 20% do adulto; e de terceiro grau com até 10% em adultos, sem comprometer face, mão, períneo e pé, além de qualquer queimadura que envolva mão, pé, face, pescoço ou axila; ▪ Grande queimado (grave): ocorrem queimaduras de segundo grau, sendo mais de 15% em crianças e 20% em adultos; de terceiro grau com mais de 5% em crianças e 10% em adultos; queimadura no períneo em qualquer idade; queimadura por eletricidade e de terceiro grau também em mão, pé, face, pescoço ou axila. O MÉTODO DE ATENDIMENTO AO TRAUMA XABCDEF É APLICADO AVÍTIMA DE QUEIMADURAS: • X: HEMORRAGIA EXSANGUINANTE: Hemorragia externa grave, necessário o uso do torniquete, pois as primeiras medidas de hemostasia não funcionaram. • A: Manter as vias aéreas desobstruídas. Em casos de incêndios, retirar a vítima para evitar a inalação de monóxido de carbono. Pode haver estreitamento da traqueia pelo edema da mucosa e também dificuldade de intubação. • B: São avaliadas as necessidades de intubação e nebulização pela verificação da frequência e profundidade respiratórias, e ausculta. É prudente administrar oxigênio a 100% em todos os pacientes com queimaduras acima de 20% da superfície corporal queimada. Queimaduras circunferenciais da parede torácica podem enrijecer e se contrair, sendo necessária a realização de escarotomia (é um procedimento cirúrgico utilizado para remover tecidos duros e desvitalizados) imediata; • C: Deverão ser estabelecidos dois acessos venosos calibrosos para reposição volêmica com ringer lactato. A instalação de cateter vesical de demora para avaliar a diurese também se faz necessário; • D: Deve-se avaliar quanto à presença de déficits neurológicos, pois podem estar relacionados ao efeito de toxinas inaladas; • E: Exposição total da vítima, com a retirada de todas as roupas e joias. Por outro lado, vítimas de queimadura estão em risco de hipotermia. Logo, deve se preservar a sua temperatura com o uso de mantas térmicas. • REPOSIÇÃO DE FLUIDOS A administração de grandes volumes de fluidos por via intravenosa se faz necessária para impedir que o doente entre em choque hipovolêmico. Desta forma, o objetivo do tratamento é calcular e repor os fluidos que já foram perdidos, assim como repor o volume que o socorrista espera que seja perdido nas primeiras 24 horas após a lesão. A mais notável fórmula utilizada para calcular o volume de fluidos a ser infundido é a fórmula de parkland, que determina a administração de 4 ml x kg x % da área queimada. Metade deste fluido precisa ser administrada nas primeiras oito horas após a lesão, e a outra metade entre a 8ª e a 24ª hora. MEDIDAS GERAIS IMEDIATAS E TRATAMENTO DA FERIDA Por ser um trauma de grande complexidade e requerer tratamento eficaz, adequado e de caráter imediato, acidentes com vítimas por queimaduras apresentam alta taxa de morbidade e mortalidade. • Limpe a ferida com água e clorexidina degermante a 2%. Na falta desta, use água e sabão neutro; • Posicionamento: mantenha elevadaa cabeceira da cama do paciente, pescoço em hiperextensão e membros superiores elevados e abduzidos, se houver lesão em pilares axilares; • Curativo exposto na face e no períneo; • Curativo oclusivo em quatro camadas: atadura de morim ou de tecido sintético (rayon) contendo o princípio ativo (sulfadiazina de prata a 1%), gaze absorvente/gaze de queimado, algodão hidrófilo e atadura de crepe; • INFECÇÃO DA ÁREA QUEIMADA SINAIS E SINTOMAS DE INFECÇÃO EM QUEIMADURA: 1. Mudança da coloração da lesão; 2. Edema de bordas das feridas ou do segmento corpóreo afetado; 3. Aprofundamento das lesões; 4. Mudança do odor (cheiro fétido); 5. Descolamento precoce da escara seca e transformação em escara úmida; 6. Coloração hemorrágica sob a escara; 7. Celulite ao redor da lesão; 8. Vasculite no interior da lesão (pontos avermelhados); 9. Aumento ou modificação da queixa dolorosa.