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Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 1 VETORES ➢ Conceito Vetores são entes geométricos. Na verdade, os vetores são objetos de estudo da matemática e não da Física. O seu conceito mais geral você já deve ter ouvido falar certa vez por algum professor seu na escola: “Vetor é um segmento de reta orientado” ➢ Representação gráfica As características do vetor são as dadas abaixo, ou seja, a direção o módulo e o sentido: 1) A reta suporte dá a direção do vetor 2) A medida do seguimento AB dá o módulo 3) A extremidade da seta representativa expressa o sentido. Salienta-se que dois vetores só são iguais se e somente se forem iguais em módulo, direção e sentido. ➢ Soma de vetores Assim como aprendemos a operar com números, podemos também operar com vetores. A soma de vetores também é chamada de resultante de vetores e é largamente utilizada no estudo da dinâmica e da estática, que são assuntos a serem estudados posteriormente Existem duas regras para determinar a resultante de vetores: a) Regra do Paralelogramo (para dois vetores) A regra que será vista nesse ponto da aula é utilizada quando queremos determinar a resultante de dois vetores. No que se refere à resultante de mais de dois vetores, veremos no item adiante como fazê-lo. Quando você tiver de determinar a resultante de vetores, siga os passos abaixo para a obtenção do vetor soma (resultante): 1. Una (junte) os dois vetores origem com origem 2. Construa um paralelogramo com as retas paralelas aos vetores 3. Una a origem comum ao ponto de encontro das retas traçadas para originar o paralelogramo. O método do paralelogramo é muito eficiente quando desejamos obter a resultante entre DOIS vetores b) Regra do Polígono No caso da resultante de mais de dois vetores, siga os passos abaixo para determinar a resultante: 1) Una a origem de um vetor à extremidade do outro sucessivamente. 2) A resultante estará na junção entre a origem do 1º vetor e a extremidade do último. Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 2 c) Cálculo da Resultante A resultante dos vetores será calculada por meio da aplicação da regra do paralelogramo, para dois vetores. Vamos aplicar a lei dos cossenos da matemática: Se o ângulo for 0, se os vetores forem paralelos e de mesmo sentido, somamos. Se, por outro lado, foram paralelos e de sentidos opostos, subtraímos. Por fim, se forem perpendiculares, fazemos por Teorema de Pitágoras. Ex: SISTEMA DE FORÇAS E BINÁRIO ➢ Conceito Força é toda a ação capaz de modificar o estado de movimento de um corpo ou de lhe causar deformação. As forças traduzem interações entre corpos. Embora as forças não se vejam aceitamos bem a sua existência pois podemos facilmente observar os seus efeitos. Além disso, forças são grandezas vetoriais representas por vetores. Quando várias forças atuam sobre um corpo, dizemos que esse corpo está sujeito a um Sistema de forças. O efeito de um sistema de forças sobre um corpo é idêntico ao efeito que teria uma força só, que pode ser determinada e denomina-se Força Resultante. ➢ Binário de forças Por fim, nesta aula, queremos conceituar o binário de forças que nada mais é do que a ação de duas forças de mesma intensidade, direção e sentidos opostos aplicados em diferentes pontos. Mesmo sofrendo a ação de duas forças, o binário tende a produzir apenas uma rotação. Ex: Volante de carro, chave de pneu MECÂNICA E NOÇÕES DE MOVIMENTO ➢ Mecânica A Mecânica é o ramo da Física responsável pelo estudo dos movimentos e suas causas. Essa área pode explicar desde o movimento de pessoas e carros até o movimento dos planetas ao redor do Sol. Separa-se a mecânica em Dinâmica e Cinemática. A Dinâmica preocupa-se com as causas do movimento, enquanto a cinemática preocupa-se apenas com a discrição dos movimentos. Posição: Local que um corpo ocupa em um dado tempo (s,x) Movimento: Corpo varia a posição com o tempo Repouso: Corpo não varia a posição com o tempo Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 3 Movimento e repouso são conceitos simétricos Velocidade é o tamanho da distância que o corpo se movimenta com o passar do tempo MRU E MRUV ➢ MRU (Movimento retilíneo uniforme) O MRU tem como conceito o seguinte: “É aquele movimento que possui trajetória retilínea e velocidade constante”. Veja que o próprio nome já te dá uma dica: M → Movimento R → Retilíneo → trajetória é uma reta U → Uniforme → velocidade constante Vamos por partes: a) Trajetória retilínea: Isso significa que a trajetória é uma reta, fato simples de se entender pela própria etimologia da palavra. Isso vai gerar uma consequência já vista anteriormente, que é o fato de a aceleração centrípeta ser nula. b) Uniforme: Significa que a velocidade é constante. Não muda, uma vez que não há aceleração. Ex: Um carro está numa estrada e inicia seu percurso no km 40 no tempo 8s, no tempo 10s ele já se encontrava no km 184. Diante disso, pergunta- se: Qual a velocidade média deste carro durante este trajeto? - Conversão da velocidade de km para m/s - Equação horária do movimento S = S0 + V . t Em que, S: Posição final do corpo S0: Posição inicial do corpo v: Velocidade do corpo t: Tempo Repare que, caso façamos um gráfico da posição varando de acordo com o tempo, temos um gráfico de uma equação de primeiro grau. (Uma reta) Fazer o gráfico s x t e v x t ➢ MRUV De semelhante modo ao que fizemos com o do MRU, explicitaremos a sigla MRUV M → Movimento R → Retilíneo → trajetória é uma reta U → Uniformemente → variação uniforme da aceleração V → Variado → velocidade variável O acréscimo da letra V em nossa sigla indica que, diferentemente do MRU em que a velocidade é constante, no MRUV a velocidade muda ao passo que a aceleração é constante. Neste caso a velocidade sobre alterações iguais em intervalos de tempos iguais. - Função horária do espaço S = S0 + V0 . t + (a . t²)/2 Em que, S: Posição final do corpo S0: Posição inicial do corpo Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 4 V0: Velocidade do corpo t: Tempo a: Aceleração - Função horária da velocidade V = V0 + a . t Em que, V: Velocidade final do corpo V0: Velocidade inicial do corpo a: Aceleração t: Tempo - Equação de Torricelli V² = V0² + 2 . a . d Em que, V: Velocidade final do corpo V0: Velocidade inicial do corpo a: Aceleração d: Distância percorrida pelo corpo EXERCÍCIOS PROPOSTOS Um determinado veiculo em certo instante, possui uma velocidade de 20m/s. A partir deste instante o condutor do veiculo acelera seu carro constantemente em 4m/s2.Qual a velocidade que o automóvel terá após ter percorrido 130m. Gab: 37,9 MOVIMENTO EM DUAS DIMENSÕES (MOVIMENTO CIRCULAR) ➢ Movimento circular uniforme Movimento em que a trajetória ocorre em círculos com velocidade constante. A peculiaridade deste movimento está justamente no fato de que em função da trajetória circular, a distância percorrida e a velocidade são medidas angulares. ➢ Conceitos importantes - Espaço angular É a trajetória angular percorrida por um determinado corpo que descreve um percurso circular. Imagine que um corpo percorra uma trajetória do ponto A até o ponto B, o deslocamento ou espaço angular percorrido por este mesmo corpo vale phi. Vale lembrar que φ = S/r Em que, φ: Espaço angular (rad) S: Espaço linear r: raio - Velocidade angular Traduz a distância percorrida pelo corpo em sua trajetória circular a cada instante de tempo. Assemelha-se bastante a velocidade linear. Δω = Δφ/Δt Em que,Δω: Variação da velocidade angular Δφ: Variação do espaço angular Δt: Variação de tempo Além disso, assim como há uma relação entre o espaço angular e o linear, existe também uma relação entre a velocidade angular e a escalar. A saber: ω = v/r Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 5 Ex: Um automóvel move-se ao longo de uma pista circular de raio igual a 200 m. Em certo instante, sua velocidade angular vale 0,1 m/s. Quanto mede seu velocímetro neste mesmo instante? Ex: Uma roda gigante de raio igual a 14 m gira em torno de um eixo horizontal. As cadeiras da roda gigante possuem uma velocidade de 7 m/s. Calcule a velocidade angular do movimento e o tempo para executar uma volta completa. Adote π = 3 - Período No movimento circular uniforme, os corpos sempre percorrem uma volta em um mesmo intervalo de tempo. Ou sejam temos um movimento periódico. Período, então, é o tempo em segundos, que um corpo leva para dar uma volta. Um exemplo de período é o tempo que a Terra leva para dar uma volta em torno do seu próprio eixo. - Frequência É o número de voltas que um corpo consegue descrever na trajetória circular em um determinado intervalo de tempo. Perceba que caso estejamos calculando a frequência de um movimento em apenas uma volta, podemos ter a seguinte relação: f = 1/T A frequência é medida em Hz, que é o número de voltas de um corpo em 1 segundo. Além disso, outra rotação comum é o rpm que significa quantidade de rotações por minuto. Para finalizar, quero te relembrar da expressão matemática que nos retorna a velocidade angular: Δω = Δφ/Δt. Se estivermos falando de um espaço percorrido como sendo igual a uma volta completa, então Δφ é igual a 2π. Além disso, qual o tempo para uma volta completa? Podemos chamar de T, que é o período. Logo, podemos reescrever a equação da velocidade angular como sendo: ω = 2π/T ou ω = 2π . f EXERCÍCIOS PROPOSTOS As pás de um ventilador executam 30 voltas em 5 segundos. Determine sua frequência em Hz e em rpm. Gab: 6 Hz e 360 rpm LANÇAMENTO DE PROJÉTEIS ➢ Projéteis Lançamentos de objetos que descreve uma trajetória em duas dimensões. Para facilitar o entendimento deste conteúdo, costumamos chamar de x a trajetória percorrida na horizontal e de y a trajetória percorrida na vertical. ➢ Movimento horizontal O movimento horizontal dos projéteis é semelhante ao MRU. A trajetória é de velocidade constante e sem aceleração. Segundo o esquema acima, conseguimos descrever a componente horizontal da velocidade como sendo: Vx = V0 . cos θ A posição, por sua vez, pode ser encontrada assim: Sx = V0x . t Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 6 ➢ Movimento vertical O movimento vertical é semelhante ao MRUV. Ou sejam, a velocidade é alterada por uma aceleração constante. Além disso, a componente vertical da velocidade na vertical pode ser obtida a partir da seguinte expressão: Vy = V0 . sen θ Além dessa expressão, é possível encontrar a velocidade vertical em função do tempo: Vy = V0Y + g . t A posição vertical do corpo em função do tempo é dada por: Sy = V0y + ( g . t²) /2 Mas professor, como eu encontro este tempo? Por meio da seguinte expressão: ts = td = V0y/g Lembrando que ts é tempo de subida, enquanto td é tempo de descida. Eles são numericamente iguais. Além disso, conseguimos obter o alcance da partícula em função do ângulo de lançamento da seguinte maneira: a = (V0 . sen 2θ)/g Um ponto importante sobre este conteúdo é entender que ele é um dos que mais possuem fórmulas quando falamos de Física Geral. Portanto, é necessário praticar muitos exercícios para que tanto o conhecimento quanto as fórmulas sejam consolidados. EXERCÍCIOS PROPOSTOS Em um jogo de futebol, o goleiro, para aproveitar um contra-ataque, arremessa a bola no sentido do campo adversário. Ela percorre, então, uma trajetória parabólica, conforme representado na figura, em segundos. Desprezando a resistência do ar e com base nas informações apresentadas, podemos concluir que os módulos da velocidade no início do movimento e a velocidade horizontal no fim do movimento é igual a: Admita que sen β = 0,8 e cos β = 0,6 A) 15 m/s e 25 m/s B) 15 m/s e 50 m/s C) 25 m/s e 15 m/s D) 25 m/s e 25 m/s E) 25 m/s e 50 m/s Gab: 25 m/s e 15 m/s LEIS DE NEWTON, KEPLER E DA GRAVITAÇÃO UNIVERSAL ➢ Leis de Newton - 1° Lei de Newton: Inércia Essa lei, pode basicamente nos diz sobre a tendência que corpos possuem em seus estados de movimento. Em verdade, ela pode ser enunciada como “Todo corpo, sem ausência de forças externas ou em movimento uniforme, tende a permanecer em seu estado inercial”. Ou seja, os corpos tendem a permanecer no seu estado inicial, até que uma força externa altere Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 7 o seu comportamento. Seja do repouso ao movimento ou do movimento ao repouso. Um exemplo de aplicação desta lei é o fato de que uma pessoa é jogada para frente quando, de repente, um ônibus freia. Porque isso acontece? Enquanto o ônibus está em movimento, anda que sem perceber, alguém que esteja dentro deste ônibus, movimenta-se com a mesma velocidade dele. Quando este transporte freia, a pessoa tende a permanecer no movimento em que se encontrava e, por conta disso, permanece com sua velocidade indo pra frente. - 2° Lei de Newton: F = m . a Agora, vamos para a segunda lei de Newton. Essa, por sua vez, talvez seja uma das mais consagradas leis físicas existentes. De fato, essa lei permite a descrição do movimento de corpos em uma forma quantitativa, ou seja, ela determina uma expressão matemática que, quando resolvida, permite obtermos as equações de movimento para os corpos, tendo isso em vista, aqui apresentaremos apenas uma parte de suas ideias, de forma resumida. Essa lei relaciona, principalmente, três grandezas físicas, a força “F”, a aceleração “a” e a massa “m” do corpo através da equação: F = m . a Em que, F: Força (N) m: Massa (kg) a: Aceleração (m/s²) Ou seja, ela nos diz que a força resultante F (soma de todas as forças), que age num dado corpo é calculada pela multiplicação da sua massa e da sua aceleração. Além disso, essa equação pode ainda ser escrita como: a = F/m Quando escrita dessa forma, vemos que a massa age de forma a dificultar que o corpo se movimente e ganhe aceleração. Imagine você que alguém queira puxar um bloco de 10 kg com uma força de 5 N. Qual será, então, a aceleração do bloco? Pela segunda Lei de Newton temos: a = F/m a = 5/10 a = 0,5 m/s² - 3° Lei de Newton: Ação e reação Por fim, vamos a terceira Lei de Newton. Essa lei, fala sobre o fato de que as forças, para Newton, não agem de forma única, mas sim em pares. Assim, essa lei pode ser enunciada da seguinte forma, “Para toda força aplicada existe uma outra força, de mesma intensidade, mesma direção, mas de sentido contrário a primeira aplicada”. Na verdade, o que essa lei diz é que, se você aplicar uma força você terá uma reação. Ou seja, consideremos dois corpos que vamos chamar de corpo 1 e corpo 2. Então, se o corpo 1 faz uma força F12 no corpo 2 teremos que: F12 = - F21 Onde, o sinal de menos que aparece codifica a informação do sentido contrário que aparece no enunciado da terceira lei de Newton. Apesar disso, dizemos que o módulo dessas duas forças é igual. Podemos perceber a aplicação desta leí quando um lutador de box golpeia um saco de pancadas e suas mãos começam a doer. Este é o reflexo da orça que o saco de pancadas faz em direção as mãos do lutador quando este o golpeia. Portanto, podemos concluir que, assim como o lutador aplica uma força no saco de pancadas, o mesmo devolve uma forçade mesmo módulo, de mesma direção e de sentido oposto. Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 8 ➢ Leis de Kepler - 1° Lei de Kepler: Lei das órbitas A 1ª Lei descreve as órbitas dos planetas. Kepler propôs que os planetas giram em torno do Sol, em uma órbita elíptica, com o Sol em um dos focos. Nesta Lei, Kepler corrige o modelo proposto por Copérnico que descrevia como circular o movimento orbital dos planetas. - 2° Lei de Kepler: Lei das áreas A 2ª lei de Kepler assegura que o segmento (raio vetor) que une o sol a um planeta varre áreas iguais em intervalos de tempo iguais. Uma consequência deste fato é que a velocidade do planeta ao longo da sua trajetória orbital é diferente. Sendo maior quando o planeta se encontra mais próximo do seu periélio (menor distância entre o planeta e o Sol) e menor quando o planeta se encontra próximo do seu afélio (maior distância do planeta ao Sol). - 3° Lei de Kepler: Lei dos Períodos A 3ª lei de Kepler indica que o quadrado do período de revolução de cada planeta é proporcional ao cubo do raio médio de sua órbita. Por isso, quanto mais distante o planeta estiver do sol, mais tempo levará para completar a translação. Matematicamente, a terceira Lei de Kepler é descrita da seguinte maneira: K = T²/r3 Onde: T: Tempo de translação do planeta r: Raio médio da órbita do planeta (rm = (r1 + r2)/ 2 K: Valor constante, ou seja, apresenta o mesmo valor para todos os corpos que orbitam ao redor do Sol. A constante K depende do valor da massa do Sol. Portanto, a razão entre os quadrados dos períodos de translação dos planetas e os cubos dos respectivos raios médios das órbitas será sempre constante. ➢ Lei da Gravitação Universal Isaac Newton ao estudar essas Leis, identificou que a velocidade dos planetas ao longo da trajetória é variável em valor e direção. Para explicar essa variação, ele identificou que existiam forças atuando nos planetas e no Sol. Essas forças eram forças atrativas que varavam em função da massa dos corpos e da distância entre eles. Assim, Newton deduziu a seguinte expressão Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 9 matemática para calculo da força gravitacional entre dos corpos: F = (G . M . m)/r2 Sendo, F: força gravitacional G: constante de gravitação universal (6,67408 . 10- 11) M: massa do Sol m: massa do planeta EXERCÍCIOS PROPOSTOS A força gravitacional entre dois corpos de massas m1 e m2 tem módulo F = (G. m1. m2)/r2, em que r é a distância entre eles e G = 6,7 × 10-11 Nm2/ kg2. Sabendo que a massa de Júpiter é mJ = 2,0 . 1027 kg e que a massa da Terra é mT = 6,0 . 1024 kg, o módulo da força gravitacional entre Júpiter e a Terra no momento de maior proximidade é: DADO: A maior proximidade ocorre a 6.1011 m. A) 1,4 ⋅ 1018 N B) 2,2 ⋅ 1018 N C) 3,5 ⋅ 1019 N D) 1,3 ⋅ 1030 N Gab.: 2,2 ⋅ 1018 N TRABALHO, POTÊNCIA E RENDIMENTO ➢ Trabalho Trabalho é o esforço empregado por um determinado corpo ao aplicar uma força por uma certa distância. Ou seja, é uma forma de medir a energia a ser consumida ou concedida para que haja um deslocamento. A relação matemática que o descreve é: T = F . d É importante destacar que a unidade do trabalho é o Joule(J). Sendo, T: Trabalho (J) F: Força (N) d: Distancia (m) ➢ Potência É a quantidade de energia consumida ou fornecida para se realizar traremos em um determinado tempo. Ou seja, a potência é a relação entre o trabalho e o tempo pelo qual se emprega esse esforço. P = T / Δt A unidade da Potência é o watt (W). Em que, P: Potência (W) T: Trabalho (J) Δt: Variação de tempo (s) Uma boa forma de enxergar como funciona o conceito de potência na prática está em imaginar duas máquinas que devem realizar o mesmo trabalho. Se uma delas realiza este trabalho em menos tempo que a outra, a primeira é dita como tendo mais potência, já que realiza o mesmo trabalho que a outra em menos tempo. ➢ Rendimento O rendimento mede a eficiência de um determinado corpo ao realizar um esforço. Este parâmetro entra “em campo” pelo fato de que as máquinas de maneira geral não são 100% eficientes. Ou seja, não conseguem converter integralmente a potência que recebem em uma potência útil. Por isso, calcula-se o rendimento da seguinte maneira: η = Pu/Pr Em que, η : Rendimento Pu: Potência útil Pr: Potência recebida Vale salientar que a potência recebida é numericamente igual a soma da potência útil com a Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 10 potência dissipada. A seguinte expressão pode externar isso: potência recebida = potência útil + potência dissipada EXERCÍCIOS PROPOSTOS Calcule o trabalho aplicado por um trabalhador que pretende deslocar uma máquina de um ambiente a outro de uma determinada empresa. A força aplicada foi de 900 N e a distância entre os ambientes é de 80 cm. Gab.: 720 J Um navio que irá transportar uma encomenda de carros aporta para fazer seu carregamento. Os veículos estão em containers e possuem uma massa aproximada de 4 000 kg cada. Para movê- los do porto para o convés do navio, um guindaste os ergue a uma altura de 30 m. Cada operação de elevar um container dura 5 min. Calcule a potência utilizada pelo guindaste para realizar esta tarefa. Considere a aceleração da gravidade g, igual a 10 m/s². Gab.: 4.000 W ENERGIA CINÉTICA, POTENCIAL GRAVITACIONAL E MECÂNICA ➢ Energia cinética O conceito de energia cinética está ligado ao esforço empregado quando um corpo está em movimento. Logo, não se fala desse tipo de energia quando o corpo em estudo está em repouso. Essa energia é influenciada pela massa do corpo que se movimento e pela sua velocidade. A relação matemática que a descreve é a seguinte: Ec = (m . v2)/2 Em que, Ec: Energia cinética (J) M: Massa (kg) v: Velocidade (m/s) ➢ Energia potencial gravitacional A energia potencial gravitacional surge em contextos em que o corpo deve vencer uma diferença de altura em relação a algum referencial. Nesta energia, portanto, não se leva em conta a velocidade do corpo, mas o quão distante ele se encontra do referencial. Por outro lado, vale dizer que se o corpo está no mesmo local do referencial, esta energia é nula. Ep = m . g . h Em que, Ep: Energia potencial gravitacional (J) m: Massa (Kg) g: Aceleração da gravidade (m/s2) h: Altura em relação ao referencial (m) De maneira ilustrativa, a imagem abaixo demonstra o funcionamento da energia cinética e da energia potencial gravitacional em um mesmo contexto: Perceba que, quando o skatista está manobrando na borda da pista, ele possui velocidade 0 ao passo que possui uma altura em relação ao chão da pista. Por outro lado, quando ele se encontra no movimento de transição para a outra borda, não possui altura em relação ao referencial e possui uma certa velocidade. Para resumir: Nas bordas, há energia potencial gravitacional e não há energia cinética. No meio da pista há energia cinética e não há potencial gravitacional. Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 11 ➢ Energia mecânica A energia mecânica é entendida como sendo a soma da energia cinética com a energia potencial gravitacional. Desse modo, podemos escrever: Em = Ec + Ep Em que, Em: Energia mecânica (J) Ec: Energia cinética (J) Ep: Energia potencial gravitacional (J) Somado a esse conceito, é importante destacar que a energia mecânica sempre se conserva. Ou seja, caso você divida um percurso em três trechos por exemplo, a energia mecânica no trecho 1 é igual a energia mecânica no trecho 2 que são iguais a energia mecânica no trecho 3. Portanto: Em1 = Em2 = Em3 EXERCÍCIOS PROPOSTOS Calcule a energia mecânica deum carro em relação à avenida, sabendo que a sua massa é de 900 kg e que ele se movimenta a uma velocidade de 80 m/s sobre um viaduto a 20 m do chão. Considere a aceleração da gravidade como 10 m/s2. A) 1.300.000 J. B) 2.880.000 J. C) 3.060.000 J. D) 4.450.000 J. E) 5.000.000 J. Gab.: 3.060.000 J. DENSIDADE E PRESSÃO ➢ Densidade Densidade é um conceito da hidrostático ou estática dos fluidos que pode ser representada pela razão entre a massa e o volume correspondente a uma substância. Podemos escreve-la: μ = m/v Em que, μ: densidade (Kg/m3) m: Massa (Kg) v: Volume (m3) Apesar de a unidade Kg/m3 ser do S.I, existem outras duas unidades bastante usuais: g/cm3 e Kg/L. Para convertermos uma unidade na outra, temos: A densidade absoluta ou massa específica é a divisão da massa pelo volume correspondente àquela massa. É como se fizéssemos um sólido sem espaços vazios com aquela massa e calculássemos o volume do sólido. - Densidade relativa A densidade relativa é a densidade de um corpo em relação a outro, e é dada pelo quociente entre as massas específicas das substâncias consideradas, quando a pressão e temperatura constantes. Ela não possui unidades, pois é a razão entre outras duas grandezas iguais, resultando, portanto, em uma grandeza adimensional, ou seja, que não possui dimensão. dab = μa/μb ➢ Pressão Chegamos a um conceito muito importante para o estudo da hidrostática e dos próximos três principais teoremas da fluidoestática. A definição de pressão é a seguinte: “é a razão entre a força perpendicular à superfície pela área correspondente em que aquela força está sendo aplicada”. Assim, podemos montar a fórmula matemática seguinte: P = Fperpendcular/Area Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 12 A unidade de pressão é muito interessante, pois no dia a dia podemos perceber várias unidades diferentes de pressão. A unidade SI de pressão é o N/m2, pois trata-se da unidade de força dividida pela unidade de área. Equivalente ao N/m2 é a unidade Pa (pascal). Mas usualmente a unidade mais comum é o atm (atmosférica técnica métrica). Vamos compreender a unidade e depois verificar o fator de conversão. 1 atm = 105 Pa EXERCÍCIOS PROPOSTOS Uma solução foi preparada misturando-se 30 gramas de um sal em 300 g de água. Considerando-se que o volume da solução é igual a 300 mL, a densidade dessa solução em g/mL será de: A) 10,0 B) 1,0 C) 0,9 D) 1,1 E) 0,1 Gab.: 1,1 Calcule a pressão produzida por um elefante, de 2.000 kg de massa, apoiado nas quatro patas. Considere de 400 cm2 a área de contato de cada pata do elefante. Considere também g = 10 m/s2. A) 1,00 . 105 Pa. B) 1,25 . 105 Pa. C) 1,30 . 105 Pa. D) 1,40 . 105 Pa. E) 1,50 . 105 Pa. Gab.: 1,25 . 105 Pa. TERMODINÂMICA - TEMPERATURA E EQUILÍBRIO TÉRMICO. ENERGIA TÉRMICA E CALOR; CALOR SENSÍVEL E CALOR LATENTE. TROCAS DE CALOR ➢ Temperatura e equilibro térmico Temperatura é a grandeza que caracteriza o estado térmico de um sistema. Um dos conceitos de temperatura mais usual é o fato de ela ser a medida do grau de agitação das moléculas de um corpo. Este grau comumente é mensurado por meio de um aparelho muto conhecimento: O termômetro. Somado a isso, dizemos que dois ou mais sistemas físicos estão em equilibro térmico entre s quando suas temperaturas são iguais. As escalas de temperatura mais comuns são graus Celsius (°C), Fahrenheit (°F) e kelvin (K). Todas estas escalas tem seus pontos fixos. A relação matemática a seguir mostra a relação entre estas escalas termométricas: ➢ Energia térmica e calor Energia térmica é o somatório de energia de agitação das partículas de um corpo e depende da sua temperatura e do número de partículas nele existentes. Calor é a energia térmica em trânsito de um corpo para outro provocado por uma diferença de temperaturas. Ou seja, a expressão “Eu estou com calor” é fisicamente errada. ➢ Calor sensível É o calor que, recebido ou cedido por um corpo, provoca nele uma variação de temperatura. O seu cálculo pode ser realizado da seguinte maneira: Q = m . c . Δθ Em que, Q = Quantidade de calor sensível (cal ou J) m: Massa (g) c: Calor específico (cal/g°C) Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 13 Δθ: Variação de temperatura Sabendo que: 1 cal = 4,2 J ➢ Calor latente O Calor Latente, por sua vez, é a energia térmica que se transforma em energia potencial de agregação, provocando mudança no estado físico da matéria. O seu cálculo pode ser realizado da seguinte maneira: Q = m . L Em que, Q = Quantidade de calor latente (cal ou J) m: Massa (g) L: Calor latente (cal/g) ➢ Trocas de calor Como vimos anteriormente, calor é energia em trânsito. Gostaríamos agora de aprofundar nossos entendimentos sobre este tema. O calor, ou seja, a energia será transferida sempre do corpo que possui a maior temperatura para o corpo que possui a menor temperatura. Além disso, quando um corpo está recebendo calor, dizemos que ele está num processo endotérmico. Por outro lado, quando ele está liberando calor, dizemos que ele está num processo exotérmico. Essas trocas de calor podem fazer com que duas consequências apareçam, sejam isoladamente ou conjuntamente: Aumento de temperatura e mudança de estado físico. Por exemplo: Se você está aquecendo a água sem conceder a água muita energia térmica (chama do fogão baixa), é muito provável que este calor fornecido somente altere a temperatura da água e não seja o suficiente para transformá-la em vapor. Entretanto, se a energia térmica fornecida for alta o bastante, ela pode alterar tanto a temperatura que, em algum momento, o estado físico da água também será alterado. EXERCÍCIOS PROPOSTOS Determine a quantidade de calor necessária para aquecer 200 g de água de 10°C para 70°C em cal e em joule. Sendo: calor específico da água: 1 cal/g°C e 1 cal = 4,2 J. Gab: 12.000 cal e 50,400 J PRINCÍPIO DE PASCAL, LEI DE STEVIN E PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES ➢ Princípio de Pascal Blaise pascal enunciou o seguinte teorema, cujas aplicações práticas são diversas. “Um aumento de pressão exercido em um ponto de um líquido incompressível em equilíbrio transmite-se integralmente a todos os demais pontos do líquido, bem como às paredes do recipiente.” Vamos demonstrar o seguinte teorema: Considere a figura abaixo na qual temos um recipiente cilíndrico que contém um líquido incompreensível e em equilíbrio sob a ação da gravidade. P2 = P1 + d . g . h Vamos dar um incremento de pressão colocando um bloco sobre o embolo. Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 14 O ponto 1 ficará sujeito a uma pressão igual a P1’ = P1 + P, que é o incremento dado pela deposição do bloco. Vamos agora calcular a pressão do ponto 2 após a colocação do bloco, que será representada por P2’: P2’ = P2 + P Assim, fica demonstrado que um aumento de pressão em um ponto do líquido é transmitido igualmente a todos os pontos do líquido. ➢ Lei de Stevin Vistos os conceitos iniciais relativos à Hidrostática, vamos iniciar o estudo dos três principais teoremas. Para iniciar vamos compreender nesse ponto o Teorema de Stevin. O teorema tem o seguinte enunciado: “A diferença de pressão entre dois pontos de um líquido homogêneo e em equilíbrio sob a ação da gravidade é dada pelo produto da massa específica do líquido pela aceleração da gravidade (em módulo) pelo desnível entre os dois pontos”. Vaja na figura abaixo um esquema da diferença de pressão entre dois pontos de um líquido, ilustrando o teorema de Stevin. Vamos demonstrar o teorema usando para isso um cubo feito do líquido em equilíbrio, limitado pelos pontos M e N. Veja a figura abaixo: As forçasatuantes no cubo são as forças Fm que a porção de líquido acima do cubo e a atmosfera exercem sobre ele, a força Fn que a porção inferior aplica no cubo e a força peso do cubo. Como o líquido encontra-se em equilíbrio, então qualquer porção dele encontra-se em equilíbrio, como, por exemplo, o cubo em questão. A equação a seguir traduz matematicamente o que estamos falando: ΔP = μ . g . Δh ➢ Princípio de Arquimedes Chegamos ao último princípio de nossa aula de hoje, trata-se do princípio de Arquimedes, ou do chamado empuxo de Arquimedes. Esse princípio dá a base para o estudo de uma força que todos os líquidos exercem em corpos que possuem porções dentro do líquido. O empuxo de Arquimedes é o resultado de todas as forças que um líquido exerce em um corpo. “Quando um corpo é imerso total ou parcialmente em um fluido em equilíbrio soba ação da gravidade, ele recebe do fluido uma força chamada empuxo. Essa força tem intensidade igual ao peso do líquido deslocado pelo corpo.” Traduzindo-se essa expressão, podemos escrever: E = μL . g . Voldes Em que, E: Empuxo (N) L: Massa específica do líquido (Kg) Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 15 Voldes: Volume de fluido deslocado pelo corpo (m3) Note que o produto dado por L.Voldes é o peso de líquido deslocado pelo corpo imerso totalmente no líquido. Entendida a fórmula do empuxo, vamos entender as condições de flutuabilidade de um corpo. Um corpo flutua sobre em um líquido quando o empuxo é maior que o próprio peso do corpo. Veja na figura abaixo um corpo imerso em um líquido e as forças empuxo e peso representadas. Para que o corpo flutue, é necessário que o empuxo seja maior que o peso, assim: μcorpo < μL Ou seja, basta que a massa específica do corpo seja menor que a massa específica do líquido. No caso de um navio, o motivo da flutuação é por conta dos espaços vazio que ele contém, ou seja, como o navio possui muitos espaços em branco, ou seja, ocos, então a densidade dele acaba sendo menor que a da água, se considerarmos todo o seu volume, ele acaba sendo mais pesado que a água. O que você deve ter em mente é que se um corpo é mais pesado que o correspondente corpo feito de água, então ele vai afundar em água, caso contrário, ele flutua. DILATAÇÃO TÉRMICA DOS SÓLIDOS. DILATAÇÃO ANÔMALA DA ÁGUA E PROCESSOS DE PROPAGAÇÃO DO CALOR. ➢ Dilatação térmica A dilatação térmica é uma consequência da elevação da temperatura de um sólido. Basicamente, ela se traduz na expansão das dimensões de um sólido. Esta expansão pode ser de maneira linear, superficial ou volumétrica. Vamos estudar um a um os tipos de dilatação e chegar a conclusões lógicas e vamos expor as fórmulas matemáticas que regem o assunto. - Dilatação linear A dilatação linear será a dilatação observada em um sólido em apenas uma dimensão. Aqui vamos considerar que o corpo é composto apenas de uma linha, e que essa linha sofrerá dilatação com o aumento de temperatura do corpo. Considere uma haste de comprimento L0 a 0ºC e de secção desprezível. Experimentalmente podemos mostrar que, se a haste for aquecida até a temperatura genérica t ºC, seu comprimento passará ao valor genérico L. A diferença ΔL = L – L0 é denominada dilatação correspondente ao intervalo térmico Δt = t – 0 = t ºC. A experiência revela os seguintes fatos: a) ΔL é diretamente proporcional ao comprimento inicial L0. b) ΔL é diretamente proporcional ao intervalo térmico Δt As informações empíricas citadas acima podem ser resumidas na expressão: ΔL = α . L0 . Δθ Em que, ΔL: Dilatação linear α: Coeficiente de dilatação linear L0: Comprimento inicial da peça Δθ: Variação de temperatura Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 16 O valor do coeficiente de dilatação térmica linear, a rigor, não é constante, assim ele pode variar de acordo com a variação de temperatura. No entanto, vamos considerá-lo constante no intervalo de temperatura considerado. Podemos ainda melhorar a fórmula acima isolando o comprimento final da barra, basta lembrar que a dilatação é o comprimento final menos o inicial: L = L0 . (1 + α. Δθ) Em que, L: Comprimento final da peça L0: Comprimento inicial da peça α: Coeficiente de dilatação linear Δθ: Variação de temperatura - Dilatação superficial Passemos a considerar agora a dilatação superficial, isto é, a dilatação em duas dimensões. Para isto, pensaremos em uma placa feita de um material isótropo de espessura desprezível, ou seja, um corpo em que uma das dimensões (a espessura) é desprezível em relação às duas outras dimensões. Procedemos assim para podermos desprezar a dilatação na espessura. Mais adiante apresentaremos a dilatação volumétrica, na qual levamos em conta a dilatação em todas as dimensões. Voltando ao caso da placa de espessura desprezível, seja S0 a área da sua superfície a 0ºC. Se a temperatura passar ao valor genérico tºC, a área da superfície passará ao valor S. A diferença S = S – S0 é chamada variação da área da superfície correspondente ao intervalo térmico t = t – 0 = t ºC. Podemos comprovar experimentalmente fatos parecidos com os que foram citados na dilatação linear e para transformar a informação experimental numa igualdade, bastará introduzir o coeficiente de proporcionalidade , denominado coeficiente de dilatação superficial médio correspondente ao intervalo térmico. t = t ºC. Assim: ΔA = A0 . β . Δθ Em que, ΔA: Dilatação superficial β: Coeficiente de dilatação superficial A0: Área inicial da peça Δθ: Variação de temperatura Analogamente ao que foi feito para o coeficiente de dilatação linear, consideraremos β constante, desde que o intervalo térmico não seja excessivamente grande. Podemos ainda desenvolver a relação acima para isolarmos a área final em função da área inicial e dos fatores intervenientes A = A0 . (1 + β . Δθ) Sendo, A: Área final da peça A0: Área inicial da peça β: Coeficiente de dilatação superficial Δθ: Variação de temperatura Por fim, podemos mostrar qual a relação existente entra os dois coeficientes de dilatação vistos. β = 2α - Dilatação volumétrica Nos itens anteriores, estudamos a dilatação em uma dimensão (dilatação linear), e a dilatação em duas dimensões (dilatação superficial). Vejamos a dilatação em três dimensões, ou seja, a dilatação volumétrica. Para isto, consideremos um bloco feito de material isótropo e que tenha, a 0ºC, o volume V0. Se a temperatura aumentar para o valor genérico t ºC, o bloco passará a ter o volume V. Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 17 A diferença V = V – V0 é chamada variação do volume correspondente ao intervalo térmico Δt ºC = t ºC – 0ºC = t ºC considerado. A experiência revela ainda, fatos análogos aos que vimos para a dilatação superficial, ou seja, que ΔV é proporcional a V0 e a Δt. Introduzindo o coeficiente de proporcionalidade, temos: ΔV = V0 . γ . Δθ Em que, ΔV: Dilatação volumétrica γ: Coeficiente de dilatação volumétrica V0: Volume inicial da peça Δθ: Variação de temperatura O coeficiente é denominado coeficiente de dilatação volumétrica, correspondente ao intervalo térmico considerado. Isolando o volume final em função do volume inicial, do coeficiente e da temperatura temos: V = V0 . (1 + γ . Δθ) Sendo que, V: Volume final da peça V0: Volume inicial da peça γ: Coeficiente de dilatação volumétrica Δθ: Variação de temperatura Por fim, vamos mostrar as relações entre o γ e e α. γ = 3α e γ = 3β/2 ➢ Dilatação anômala da água De um modo geral, os líquidos se dilatam ao aumentar a temperatura, porém entre outros, a água constitui uma exceção. A água sofre contração de volume quando sua temperatura aumenta no intervalode 0ºC a 4ºC e se dilata quando a temperatura aumenta a partir de 4ºC. Portanto, a 4ºC a água apresenta massa específica máxima, cujo valor é p = 1g/cm3. Você pode notar no gráfico que a massa específica diminui à medida que a temperatura diminui, a partir de 4ºC, e concluir que por isso o gelo é menos denso que a água e, consequentemente, flutua nesta. Devido a essa propriedade, nas regiões de clima temperado e de clima frio, no inverno congela apenas a superfície dos lagos, rios e mares, formando-se uma capa protetora e isolante que conserva praticamente invariável a temperatura a grandes profundidades. Isto permite a existência da flora e da fauna aquática durante todo o ano. Por exemplo, no lago Superior (entre os Estados Unidos e o Canadá) a temperatura, a 80 m de profundidade, é permanentemente igual a 4ºC. ➢ Processos de propagação de calor Já vimos que o calor é energia térmica em transto provoado pela diferença de temperatura Mas podemos, então, nos perguntar: De que forma esse calor é transferido de um corpo para a outro? Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 18 A resposta está nos processos de propagação de calor. São 03: Condução, convecção e irradiação. Comecemos a falar sobre o primeiro. - Condução É o processo de propagação e calor no qual a energia térmica passa de partícula para partícula de um meio. É o caso de uma colher sendo exposta a uma chama de um fogão. As partículas da ponta da colher começam a ter suas temperaturas elevadas até que o calor percorra toda a colher passando depois para o cabo. É importante destacar que não há deslocamento das partículas. As partículas permanecem vibrando na sua posição de equilibrou. Quem se desloca é a energia térmica. A condução não acontece no vácuo. - Convecção É o processo de propagação e calor no qual a energia térmica muda de local acompanhando o deslocamento do próprio material aquecido. É o caso da chama de um isqueiro que aquece o ar. O ar quente se desloca pra cima. Ou seja, tanto a energia térmica quanto as partículas de ar se deslocam. A partir disso, podemos concluir também que o fenômeno da convecção ocorre somente em líquidos e gases, não sendo possível em sólidos e no vácuo. Somado a essa ideia, podemos expor materiais que são bons isolantes térmicos (não conduzem bem o calor) e bons condutores térmicos (conduzem bem o calor): Bons isolantes térmicos: Madeira, vidro, papel, papelão, isopor e ar. Bons condutores térmicos: Metais em geral. - Irradiação Forma de propagação de energia térmica por meio de ondas eletromagnéticas, mais especificamente o infravermelho. Ao serem absorvidas, essas ondas se transformam em energia térmica. Pasme você, mas nossos corpos estão constantemente emitindo calor na forma de ondas eletromagnéticas. Esse processo acontece no vácuo. EXERCÍCIOS PROPOSTOS A quantidade de calor de 200 J foi transferida para um corpo homogêneo de 500 g, o que acarretou a elevação da temperatura desse corpo de 20 para 60°C. O calor específico do material que constitui o corpo, em J kg-1 K-1, corresponde a: A) 10-2 B) 10-1 C) 100 D) 101 E) 102 Gab.: 10-2 Preparar um bom churrasco é uma arte e, em todas as famílias, sempre existe um que se diz bom no preparo. Em algumas casas, a quantidade de carne assada é grande e se come no almoço e no jantar. Para manter as carnes aquecidas o dia todo, alguns utilizam uma caixa de isopor revestida de papel alumínio. A figura a seguir mostra, em corte lateral, uma caixa de isopor revestida de alumínio com carnes no seu interior. Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 19 Considerando o exposto, assinale a alternativa correta que completa as lacunas das frases a seguir. A caixa de isopor funciona como recipiente adiabático. O isopor tenta ______ a troca de calor com o meio por ________ e o alumínio tenta impedir _________. A) impedir - convecção - irradiação do calor B) facilitar - condução - convecção C) impedir - condução - irradiação do calor D) facilitar - convecção – condução Gab.: impedir - condução - irradiação do calor ÓPTICA GEOMÉTRICA: MECANISMOS FÍSICOS DA VISÃO E DEFEITOS VISUAIS ➢ Mecanismos físicos da visão A óptica da visão é certamente um tema fascinante, seja por sua aplicação prática em nosso dia a dia, seja pela sua frequência em provas. O olho humano é um instrumento óptico altamente complexo, que possui muitos elementos, tecidos e outras coisas que não nos interessam. Veja abaixo um olho humano e alguns de seus elementos. Dos elementos acima, alguns serão importantes para a Física, e abaixo você pode verificar um olho humano simplificado. Esse é o que chamamos de olho reduzido. Veja que temos uma lente convergente no olho humano acima, essa lente é chamada de cristalino, de fundamental importância na formação das imagens no olho humano. Você já deve ter percebido que a imagem se forma na retina do globo ocular, independentemente da distância em que é colocado o objeto real. Assim, alguma coisa deve variar, pois a distância da imagem à lente é sempre constante e igual a 15mm. ➢ Defeitos visuais Os defeitos da visão que vamos tratar em nossa aula são os principais, ou seja, a miopia e a hipermetropia, são aqueles que costumam cair em provas. O olho normal possui um tamanho característico, que você já deve ter percebido que vale aproximadamente 15mm. Ocorre que em algumas pessoas a formação do globo ocular possui imperfeições, que não nos são importantes nesse momento, e o olho acaba tendo um tamanho menor ou maior que o normal. Esses olhos alongados ou encurtados é que dão origem às ametropias que serão estudadas aqui. - Miopia Na miopia, a imagem se forma antes da retina, ocasionando uma formação de imagem Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 20 distorcida. Há aqui, uma dificuldade de enxergar de longe. A pessoa míope possui um problema no ponto remoto, ele não está localizado no infinito, ele está localizado em uma distância finita, veja abaixo um exemplo de um olho míope e do ponto remoto correspondente. PR: Ponto remoto (infinito) PP: Ponto próximo (finito) Veja que o “sonho” do míope é conseguir que um objeto localizado muito longe, muito distante, estivesse localizada no seu ponto remoto, que está a uma distância finita. A lente corretiva para o problema é a lente divergente, pois ela pode “pegar” um objeto no infinito e localizar justamente no seu foco. Assim, podemos calcular a distância focal de uma lente corretiva, bastando para isso saber onde está localizado o ponto remoto do olho míope. Dessa forma se corrige o míope: - Olho Hipermetrope A hipermetropia é um defeito de visão que ocorre também pela má formação do globo ocular, nesse caso o globo ocular é encurtado em relação ao olho normal. Ou seja, no caso da hipermetropia temos o inverso da miopia. A imagem se forma atrás da retina, precisando- se de um poder de convergência maior para o cristalino, para que ele possa conseguir focalizar a imagem na retina. Há uma dificuldade de enxergar de perto O problema do hipermetrope está no ponto próximo, que não está a 25cm, está mais longe que isso. A pessoa que quer ler um livro acaba afastando o livro do seu olho para que ele possa estar no seu ponto próximo, mais longe do que os 25cm. O esquema abaixo mostra como funciona o problema em relação ao olho normal. A lente corretiva para esse tipo de problema é a lente convergente, pois ela converge os raios, possibilitando a formação das imagens na retina. Veja abaixo a correção da hipermetropia: Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 21 A lente aumenta a convergência do olho, fazendo a imagem se formar no localcorreto, ou seja, sobre a retina. EXERCÍCIOS PROPOSTOS Pedro é o filho mais novo de Renata. O garoto reclama a alguns dias de que não consegue enxergar o que sua professora escreve no quadro- negro, mesmo que ele se sente na primeira carteira. Ao levar seu filho ao oftalmologista, Renata teve a notícia de que o garoto tinha dificuldade de enxergar de perto. Assinale a alternativa que contém o nome do problema de visão e o tipo de lente que vai ajudar Pedro. A) Hipermetropia, lente esférica B) Presbiopia, lente convergente C) Miopia, lente convergente D) Hipermetropia, lente convergente Gab.: Hipermetropia, lente convergente SOM - QUALIDADES FISIOLÓGICAS DO SOM. NATUREZA E PROPAGAÇÃO DO SOM ➢ Som e conceitos importantes As ondas sonoras são ondas mecânicas que são formadas a partir de perturbações mecânicas em sistemas materiais. A onda sonora necessita de um meio material para se propagar, ela se propaga no ar, que é um gás, mas também pode se propagar em um líquido como a água ou até em um sólido como o ferro a temperatura ambiente. A definição de onda sonora pode ser assim resumida: “Uma onda sonora é uma perturbação mecânica longitudinal, em um meio material, formada pela compressão e rarefação de regiões desse meio.” A figura acima mostra as duas regiões do meio sujeito a propagação de uma onda sonora. Essas ondas também são longitudinais, ou seja, a direção de propagação da onda é a mesma direção da vibração. As ondas sonoras, pelo motivo acima, não podem sofrer o fenômeno da difração, que não será, portanto, estudado por nós aqui nessa aula. As ondas sonoras, são classificadas da seguinte forma: a) Infrassom b) Som c) Ultrassom O que vai definir se uma onda sonora é som, infrassom ou ultrassom é a frequência de vibração dessa onda. A tabela mostra que um infrassom tem frequência abaixo de 20Hz, enquanto um ultrassom tem frequência maior que 20.000Hz, para o ser humano. A figura também mostra que dependendo do aparelho auditivo, temos faixas de variação diferentes. Entendido o conceito de onda sonora e a diferença entre som, infrassom e ultrassom, vamos verificar a relação fundamental da ondulatória para o som. ➢ Qualidades fisiológicas do som O som possui algumas características fundamentais que são conhecidas como qualidade Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 22 sonoras, estamos falando de altura, intensidade e timbre. Vamos estudar separadamente cada uma dessas características. - Altura Altura de um som, bem diferentemente do que você pensa não está associada ao volume do seu aparelho de som. Altura está relacionada à frequência do som. a) Som alto: som agudo, frequência alta b) Som baixo: som grave, frequência baixa As mulheres, portanto, falam alto, enquanto os homens em geral falam baixo. A frequência de um som é uma característica muito importante. Quem é músico sabe que a acústica explica muitos fenômenos da música. - Intensidade Aqui aparecerão algumas fórmulas básicas que eu acredito que não cairão na prova de vocês, mas colocarei nesse ponto, por acreditar que podem cair, e se caírem você cravará mais um ponto na sua caminhada rumo à vaga. A intensidade sim está associada ao volume do seu aparelho de som. Quando você diz: “aumenta o som aí que eu quero ouvir daqui de longe!”. Você na verdade está pedindo para aumentar a intensidade do som que está saindo de alguma fonte sonora. A intensidade possui uma fórmula, que é a seguinte: I = Pot/Área = Pot/4πR2 A unidade de intensidade é o W/m2. Aqui estamos levando em conta que a onda sonora é tridimensional e a área da superfície formada pela frente de onda é uma superfície esférica. A intensidade está ligada diretamente à amplitude da onda, ou seja, uma onda muito intensa é uma onda com grande amplitude. Na prática, acabamos não trabalhando com a intensidade propriamente dita, trabalharemos com outra grandeza que é o nível de intensidade sonora, representado pela letra N, da qual não cabe trazermos muitos detalhes aqui. Existe uma intensidade mínima de audibilidade chamada de limiar de audibilidade, trata-se de uma intensidade mínima, abaixo da qual não se pode ouvir nenhum som. Esse liminar depende da frequência do som e ele tem um valor mínimo para frequências na região entre 1.000 e 10.000Hz. - Timbre A última qualidade do som a ser estudada por nós nessa aula chama-se timbre, e ele está ligado aos harmônicos de um instrumento. Você já deve ter percebido que uma nota “Lá” emitida em um violão é bem diferente da mesma nota emitida em um piano. Isso acontece porque o piano possui seus harmônicos, assim como o violão, são características do próprio instrumento que permitem diferenciar dois sons de mesma altura e mesma intensidade emitidos por dois instrumentos diferentes. Na sua prova o que pode cair relacionado a timbre é o conceito puro, por isso não precisamos de mais delongas nesse ponto. Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 23 Acima você nota que um som de mesma frequência (a onda se repete sempre no mesmo intervalo de tempo), possui formas bem diferentes, que caracterizam o som particular de cada instrumento. ➢ Natureza e propagação do som Já vimos até aqui que o som é uma onda eletromagnética que precisa de um meio para se propagar. Agora, vamos nos preocupar com a velocidade de propagação do som bem como dos fenômenos ondulatórios decorrentes desta propagação. - Velocidade de propagação do som A equação que será apresentada a seguir é conhecida como equação fundamental da ondulatória, que é uma equação matemática que relaciona três características fundamentais de qualquer onda (velocidade, comprimento de onda e frequência), e por isso também vale para as ondas sonoras. Assim, a velocidade de propagação a onde será dada por: v = λ . f Em que, v: velocidade (m/s) λ: comprimento de onda (m) f: frequência (Hz) - Fenômenos ondulatórios do som a) Reflexão A reflexão das ondas sonoras é um fenômeno que acontece quando a onda que se propaga em um meio homogêneo atinge uma superfície chamada de superfície refletora e volta a se propagar no mesmo meio com as mesmas propriedades. Um fenômeno muito importante decorrente da reflexão é o eco e a reverberação. Mas antes de falar de eco e reverberação, vamos entender o que é a persistência acústica. A persistência acústica é um intervalo de tempo no qual um som permanece em nosso sistema auditivo, ou seja, durante aquele tempo o som ainda está sendo percebido pelo aparelho auditivo. Esse intervalo de tempo varia de ser humano para ser humano, mas podemos aproximar um valor médio igual a 0,1s. Assim, podemos organizar da seguinte forma: • Se o intervalo de tempo gasto no trajeto de ida e volta for maior que 0,1s teremos o fenômeno chamado Eco. O observador ouve separadamente o som direto e o som refletido. • Se o intervalo de tempo gasto for menor que o de persistência acústica, 0,1s, haverá um prolongamento da sensação auditiva, ocorrendo o fenômeno da reverberação. - Refração Na refração, ao contrário da reflexão, a onda passa a se propagar em outro meio. Assim, teremos dois meios diferentes de propagação da onda sonora, cada um com características distintas. Se o meio vai mudar, a velocidade da onda também vai mudar, já que é uma função característica do meio de propagação. A frequência é uma grandeza que não muda independentemente do fenômeno que ocorra, pois é uma característica da fonte das ondas. Assim, podemos dizer que, se a frequência se mantém constante, Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 24 V1/λ1 = V2/λ2 Em que, V1: Velocidade de propagação no meio 1 λ1: Comprimento de onda 1 V2: Velocidade de propagação no meio 2 λ2: Comprimentode onda 2 Vamos definir agora uma outra grandeza que é o índice de refração de um meio, essa grandeza traduz a dificuldade que um meio oferece para a propagação da onda nele. Por definição, podemos dizer que o índice de refração é a razão entre as velocidades de propagação no vácuo e no meio em questão. n = C/V Em que, n: Índice de refração do meio C: Velocidade de propagação no vácuo V: Velocidade de propagação no meio - Difração A difração é um fenômeno muito comum de ocorrer com o som. A onda sonora pode ser difratada ao passar por um obstáculo. Quando uma pessoa grita de um lado do muro e a outra pessoa recebe essa vibração sonora do outro lado, é porque o som contornou o muro para chegar ao ouvido do receptor. A esse fenômeno dá-se o nome de difração. A difração é, portanto, o fenômeno que ocorre com o som quando ele contorna um obstáculo ou passa por um orifício O Zé Luís aí da figura acima consegue ouvir o grito de sua mãe por conta da difração. Se não fosse esse fenômeno o Zé Luís certamente pegaria um resfriado. - Ressonância Já comentamos um pouco sobre ressonância nos itens anteriores, vamos fazer uma breve revisão aqui. A ressonância é o fenômeno que ocorre quando um sistema vibratório atinge a mesma frequência de vibração de outro, quando isso acontece dizemos que eles entraram em ressonância. Para que ela aconteça, é necessário que ambos os sistemas possuam a mesma frequência. A maioria dos instrumentos de sopro funcionam dessa forma, baseados nesse fenômeno. - Interferência Esse fenômeno resulta do princípio da superposição das ondas. Quando duas ondas se propagam em uma mesma região, elas podem interferir, isto é superpor-se uma sobre a outra fazendo com que naquela região surjam pontos de máxima intensidade e mínima intensidade. Os pontos de máxima intensidade são chamados de pontos de interferência construtiva, aqui teremos um reforço na intensidade, pois elas vão se somar. Por outro lado, os pontos de mínima intensidade são chamados de pontos de interferência destrutiva, aqui teremos uma anulação na intensidade, pois elas vão se subtrair. Para que duas ondas sonoras interfiram elas devem ter as mesmas características, ou seja, a mesma frequência, o mesmo comprimento de onda e a mesma amplitude, e é por isso que fica difícil de perceber esse fenômeno em nosso dia a dia. - Efeito Doppler O Efeito Doppler é decorrente do movimento relativo entre a fonte e o observador das ondas sonoras. Veja os exemplos abaixo: Exemplo 1: Quando você está parado em uma avenida e um carro, também parado, emite um som Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 25 de uma buzina, você percebe claramente aquele som. Agora imagine que o carro começou a mover-se na sua direção, aproximando-se de você. Nesse caso, o som emitido pela buzina muda a sua frequência, pois o comprimento de onda da onda sonora está diminuindo, fazendo com que naquele mesmo intervalo de tempo cheguem mais ondas no seu ouvido, aumentando assim a frequência do som percebido. A frequência percebida pelo observador é maior que a frequência natural, ou seja, o som é mais agudo. É como se as ondas sonoras estivessem sendo empurradas para o ouvido do receptor. Vamos agora para um segundo caso, em que a fonte se afasta do observador. Exemplo 2: Quando a fonte se afasta do observador o comprimento de onda percebido por este aumenta, fazendo com que menos ondas cheguem ao ouvido do receptor no mesmo intervalo de tempo que chegavam antes do movimento, o que gera uma diferença na frequência, nesse caso o som fica mais grave, pois a frequência diminui. Nos próximos exemplos, vamos manter a fonte em repouso e movimentar o receptor. Exemplo 3: Quando a fonte se mantém em repouso e o receptor movimenta-se indo ao encontro da fonte, o comprimento de onda da onda permanece o mesmo, no entanto, o observador recebe mais ondas no mesmo intervalo de tempo, pois tem seu movimento aproximando-se da fonte, fazendo com que mais ondas cheguem ao seu ouvido. Exemplo 4: Quando o observador se afasta da fonte ocorre o contrário, pois ao se afastar o observador está fazendo com que menos ondas cheguem ao seu ouvido diminuindo assim a frequência do som recebido. Matematicamente, existe uma fórmula matemática reunindo todas essas observações que foram feitas a respeito da frequência, para que você possa calcular a frequência do som recebido qualquer que seja a situação de movimento relativo entre fonte e observador. A fórmula é mostrada a seguir: Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 26 Observe que existe uma convenção de sinais, exatamente para que você decida qual sinal escolher quando for aplicar a fórmula. Resumindo: • Movimento de aproximação entre fonte e observador: frecebida femitida • Movimento de afastamento entre a fonte e observador: frecebida < femitida EXERCÍCIOS PROPOSTOS As ondas sonoras, assim como todos os outros tipos de onda, sofrem reflexão, refração, difração e interferência, mas uma onda sonora não pode ser polarizada por ser longitudinal – e não transversal. A reflexão do som pode dar origem ao reforço, à reverberação e ao eco. A refração é: A) o fenômeno que ocorre quando as ondas sonoras encontram um determinado obstáculo e são impedidas de continuar a sua propagação. B) o fenômeno no qual observa-se a onda sonora modificar seu comprimento de onda. C) a distorção da propagação retilínea do som, quando este contorna um obstáculo. D) o fenômeno que permite ouvir isoladamente o mesmo som emitido e refletido. E) o som direto e som refletido chegam no mesmo instante. Gab: o fenômeno no qual observa-se a onda sonora modificar seu comprimento de onda. A corda de um violão está afinada no lá fundamental (440 hz) e tem o comprimento de 60 cm entre os pontos de apoio. É possível produzir um harmônico (múltiplo da frequência fundamental) ao tocar com o dedo levemente numa posição onde haveria um nó da frequência desejada no momento em que se percute a corda. Medida à partir de uma das extremidades da corda, qual a posição do nó para que a frequência produzida seja 1320 hz? Gab: 20 cm ELETRICIDADE E MAGNETISMO, LEI DE COULOMB E CORRENTE ELÉTRICA. ➢ Eletricidade Eletricidade é como chamamos fenômenos que são relacionados ao balanço e à movimentação de cargas. Sua origem remete às partículas subatômicas, como o elétron. Eletricidade é o nome dado a um conjunto de fenômenos que ocorre graças ao desequilíbrio ou à movimentação das cargas elétricas, uma propriedade inerente aos prótons e elétrons, assim como também dos corpos eletricamente carregados. Na eletricidade, existem fenômenos eletrostáticos e eletrodinâmicos, relativos a cargas em repouso e em movimento, respectivamente. A origem dos fenômenos elétricos está nos elétrons, que apresentam a menor carga elétrica possível, conhecida como carga fundamental, que vale cerca de 1,6.10-19 C. Quando excitados ou sob a ação de um campo elétrico externo, os elétrons podem ser conduzidos, dando origem a correntes elétricas e toda a gama de fenômenos relacionados à eletricidade. Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 27 Na Física, é muito comum que o termo eletricidade seja empregado como a quantidade de energia consumida nos circuitos elétricos. Essa energia, também conhecida como energia potencial elétrica, pode ser calculada por meio da potência elétrica – a quantidade de energia elétrica que um dispositivo consome a cada segundo. A energia potencial elétrica é medida em joules, ou em kWh, que é uma unidade mais comum, usada como o parâmetro pelas companhias de distribuição de energia elétrica. A energia contida em um kWh tem um valor econômico, que pode ser diferente em cada região,de acordo com as dificuldades técnicas da distribuição de energia ou ainda, com a demanda local. A energia contida em 1 kWh é igual a 3,6.106 J. ➢ Magnetismo Um ímã tem a propriedade de criar à sua volta um campo magnético. O magnetismo refere-se ao estudo dos fenômenos relacionados aos ímãs. A figura acima é a Bússola, equipamento de localização desenvolvido pelos chineses. Ela utiliza os princípios do magnetismo para gerar orientação. O ímã é um minério que tem a propriedade de atrair pedaços de ferro. A esse minério foi dado o nome de magnetita, por ser encontrado numa região chamada Magnésia, localizada na atual Turquia. Os ímãs possuem dois polos que são denominados de polo norte e polo sul, se tivermos dois imãs próximos, observamos que polos de mesmo nome se repelem e que polos de nomes diferentes se atraem, quer dizer: polo norte repele polo norte, polo sul repele polo sul, e polo norte e polo sul se atraem. Veja abaixo: Um determinado ímã cria no espaço em sua volta um campo magnético que podemos representar pelas linhas de indução magnética, essas linhas de indução atravessam de um polo a outro do ímã. É por esse motivo, inclusive, que mesmo que um ímã seja partido ao meio, separando os polos: norte e sul, ele sempre se reorganizará de maneira a formar dois polos. Em outras palavras, podemos afirmar que não existe monopolo magnético. Se pegarmos pequenas bússolas e colocarmos sobre as linhas de indução magnética, a agulha da bússola sempre apontará na mesma direção do vetor indução magnética B, e o norte da agulha no mesmo sentido de B, ou seja, B estará apontando para o polo sul do ímã. Assim, podemos dizer que em cada ponto em torno do ímã, o vetor B se afasta do polo norte e se aproxima do polo sul. Na região dos polos vemos que as linhas de indução magnética estão mais próximas umas das outras, sendo assim, consideramos que próximos aos polos o campo magnético é mais intenso. Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 28 Nosso planeta se comporta como um gigantesco ímã. Sendo assim, ele cria à sua volta um campo magnético. Quando observamos uma bússola, vemos que o polo norte da agulha da bússola se orienta na direção do norte geográfico. Como polos de nomes diferentes se atraem, concluímos que o polo norte da agulha da bússola está sendo atraída pelo polo sul da Terra. Então o polo sul magnético coincide com o polo norte geográfico e o polo norte magnético coincide com o polo sul geográfico. Os polos magnéticos da Terra têm uma pequena inclinação em relação ao seu eixo de rotação, essa inclinação é de aproximadamente 11°. Cientistas acreditam que essa propriedade magnética deve-se ao movimento circular de correntes elétricas no núcleo de ferro fundido do planeta. Pesquisas mostram que as posições dos polos magnéticos mudam com o passar dos anos, chegando a inverter sua polaridade, os polos norte e sul trocam sua posição. ➢ Lei de Coulomb A lei de Coulomb é uma importante lei da Física que estabelece que a força eletrostática entre duas cargas elétricas é proporcional ao módulo das cargas elétricas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que as separa. Abaixo, apresentamos a fórmula matemática descrita pela lei de Coulomb: F = (k0 . Q . q)/d2 F: Força eletrostática (N) k0: Constante dielétrica do vácuo (N.m²/C²) Q: Carga elétrica (C) q: Carga elétrica de prova (C) d: Distância entre as cargas (m) Na fórmula acima, k0 é uma constante de proporcionalidade chamada de constante eletrostática do vácuo, seu módulo é aproximadamente de 9,0.109 N.m²/C². Além disso, sabemos que cargas de sinal igual se repelem enquanto cargas de sinais opostos atraem-se. ➢ Corrente elétrica A corrente elétrica designa o movimento ordenado de cargas elétricas (partículas eletrizadas chamadas de íons ou elétrons) dentro de um sistema condutor. Esse sistema apresenta uma diferença de potencial elétrico (ddp) ou tensão elétrica. A corrente elétrica que transita nos resistores pode transformar energia elétrica em energia térmica (calor), num fenômeno conhecido como Efeito Joule. A seguir vamos ver os dos tipos de corrente elétrica: - Corrente Contínua (CC): possui sentido e intensidade constantes, ou seja, apresenta diferença de potencial (ddp) contínua, gerada por pilhas e as baterias. - Corrente Alternada (CA): possui sentido e intensidade variados, ou seja, apresenta diferença de potencial (ddp) é alternada, gerada pelas usinas. A intensidade da corrente elétrica, representada pela letra ‘i’, designa a quantidade de carga elétrica (Q) que atravessa um condutor em determinado intervalo de tempo (Δt). No sistema internacional sua unidade de medida é o Ampère (A), sendo calculada através da seguinte expressão: I = Q/Δt Onde, I: Intensidade da corrente (A) Q: Carga elétrica (C) Δt: Intervalo de tempo (s) Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 29 EXERCÍCIOS PROPOSTOS Duas partículas eletricamente carregadas, com cargas de 1,0 μC e 2,0 mC, são separadas no vácuo a uma distância de 0,5 m. Determine o módulo da força elétrica existente entre as cargas: Gab: 72 N Medidas elétricas indicam que a superfície terrestre tem carga elétrica total negativa de, aproximadamente, 600.000 coulombs. Em tempestades, raios de cargas positivas, embora raros, podem atingir a superfície terrestre. A corrente elétrica desses raios pode atingir valores de até 300.000 A. Que fração da carga elétrica total da Terra poderia ser compensada por um raio de 300.000 A e com duração de 0,5 s? A) 1/2 B) 1/3 C) 1/4 D) 1/10 E) 1/20 Gab: 1/4 CIRCUITOS ELÉTRICOS E EFEITO JOULE. ➢ Circuitos elétricos Circuito elétrico é um circuito fechado. Ele começa e termina no mesmo ponto, sendo formado por vários elementos que se ligam e, assim, tornam possível a passagem da corrente elétrica. O caminho fechado percorrido por uma corrente elétrica é o que chamamos de circuito elétrico. Sua função é enviar energia para os diversos elementos que constituem o circuito, como: lâmpadas, aparelhos eletrônicos e motores elétricos. O caminho por onde passa a corrente elétrica é um condutor, geralmente um fio de cobre. É por ele que os elétrons se movem formando a corrente elétrica do circuito. A intensidade da corrente que percorre o circuito é a quantidade de carga que o circuito transporta por unidade de tempo. i = Q/Δt Se a corrente é contínua, a intensidade da corrente no circuito também é. Nas instalações residenciais a corrente é alternada, de modo que a intensidade também é variável. O sentido da corrente, por convenção, é o oposto do movimento dos elétrons. Vamos, a partir de agora, conhecer os elementos de um Circuito Elétrico: - Resistores Os resistores, ou resistências, são componentes do circuito elétrico com duas funções. Uma delas é converter a energia elétrica em energia térmica, a outra é limitar a passagem da corrente elétrica através do controle da voltagem. Veja a representação esquemática de um resistor: - Capacitores Os capacitores, ou condensadores, são componentes elétricos que armazenam cargas elétricas. Essas cargas elétricas são utilizadas sempre que haja resistência, ou seja, sempre que a passagem da corrente elétrica seja dificultada. É constituído por dois condutores separados por um isolante. As cargas (de sinais contrários) acumulam-se devido à força eletrostática. Esta capacidade eletrostática depende da carga e da tensão no capacitor. Veja a representação esquemática de um capacitor. - Geradores Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 30 Os geradores são dispositivos que prolongam a diferença de potencial entre dois corpos. É dessa forma que eles conseguem transformar diferentes tipos de energia. É a fontede cargas do circuito e o responsável por manter a diferença de potencial. Sua função é fornecer energia para as cargas, fazendo com que ele a aumente de um para outro polo. A equação do gerador real é: U = E - r . i Veja a representação de um gerador - Condutores Os condutores são os elementos que permitem que as cargas circulem facilmente num circuito elétrico. Geralmente, fio metálicos, de cobre. Veja a representação gráfica do condutor: - Indutores Os indutores são os dispositivos que armazenam a energia elétrica através de um campo magnético. Também são utilizados em circuitos como um filtro para altas frequências e para proteger o circuito de grandes oscilações da corrente. Esta é a representação esquemática de um resistor . Vistos os componentes dos circuitos, vamos agora analisar os tipos de circuitos: - Circuito Elétrico em Série Circuito elétrico em série é aquele em que existe uma associação. A partir dessa associação, os componentes ligam-se entre si na mesma sequência e na mesma direção. Como exemplo, podemos citar as lâmpadas usadas na decoração das árvores de Natal. O circuito feito por elas está em série e o fato de uma lâmpada queimar prejudica as restantes. - Circuito Elétrico em Paralelo Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 31 Circuito Elétrico em paralelo é aquele em que existe uma associação onde a corrente elétrica se divide ao longo do circuito. Isso acontece para haver tensão elétrica constante em todos os pontos. Exemplo disso é o circuito elétrico residencial, onde todas as tomadas existentes na casa têm de ter a mesma tensão elétrica. - Circuito elétrico misto O circuito misto possui tanto elementos e arranjos de circuitos paralelos quanto de circuitos em série. Alguns consumidores no circuito misto são ligados de forma independente, em paralelo. Há outros trechos no circuito misto com ligações dependes, em série. ➢ Efeito Joule O efeito Joule é um fenômeno físico no qual a passagem de corrente elétrica através de algum meio resulta em seu aquecimento. Esse aquecimento surge em razão das diversas colisões que ocorrem entre os elétrons e os átomos que constituem a estrutura cristalina do material. Para que haja dissipação de energia pelo efeito Joule, é necessário que o meio que é atravessado pela corrente elétrica apresente alguma resistência elétrica, que é a capacidade que o material tem de se opor à corrente elétrica. A resistência elétrica, portanto, define quanto calor será produzido enquanto o corpo estiver sendo atravessado por um fluxo de elétrons. Para fazermos os cálculos do efeito Joule, devemos levar em conta somente os corpos que apresentem resistências ôhmicas, uma vez que sua resistência elétrica é aproximadamente constante. Diversos aparelhos eletroeletrônicos fazem uso do efeito Joule para produzir calor, confira alguns exemplos: a) Chuveiro elétrico b) Aquecedores c) Churrasqueira elétrica d) Ferro de passar roupa e) Secador de cabelos f) Chapinha g) Torradeira Apesar de desempenharem funções diferentes, todos os dispositivos listados acima apresentam algo em comum: são dotados de uma resistência que, se percorrida por uma corrente elétrica, produz grandes quantidades de calor. Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/resistores.htm 32 A grelha acima está emitindo calor em razão da corrente elétrica que percorre a sua resistência. Como o efeito Joule está relacionado à quantidade de energia que é dissipada por uma resistência elétrica, a unidade de medida dessa grandeza é o Joule (J), de acordo com o Sistema Internacional de Unidades, mas também é comum que se utilize a unidade de caloria (cal), em alguns contextos. Vamos conferir quais são as principais fórmulas utilizadas para o estudo do efeito Joule. A primeira delas, chamada lei de Joule, permite calcularmos a quantidade de calor que é dissipada, observe: Q = i2 . R . t Q: Calor (J) i: Corrente elétrica R: Resistência elétrica (Ω) t: Intervalo de tempo (s) A análise da fórmula acima nos indica que: a) A quantidade de calor dissipada pelo efeito Joule é proporcional ao quadrado da corrente elétrica que atravessa o corpo, portanto, dobrando- se o módulo da corrente elétrica, a quantidade de calor dissipado será quatro vezes maior, por exemplo. b) A quantidade de calor dissipado é diretamente proporcional à resistência elétrica, portanto, quanto maior for a resistência elétrica de um corpo, maior será a quantidade de calor que ele produzirá ao conduzir eletricidade. c) O tempo que uma corrente permanece a atravessar o corpo é diretamente proporcional à quantidade de calor dissipado. Existem outras variações que podem ser utilizadas como uma opção para a fórmula mostrada anteriormente, para isso é necessário nos lembrarmos da primeira lei de Ohm: R = U/i R: Resistência (Ω) U: Tensão elétrica (V) i: Corrente elétrica (A) Ao usar a fórmula acima, será possível descobrir módulos de outras grandezas, a fim de substitui-los na fórmula do efeito Joule. EXERCÍCIOS PROPOSTOS Assinale a alternativa INCORRETA com relação ao efeito Joule. A) O efeito Joule é utilizado para gerar calor em chuveiros, churrasqueiras elétricas etc. B) O efeito Joule ocorre em razão da passagem de corrente por algum corpo que apresente uma resistência elétrica. C) A quantidade de calor dissipada pelo efeito Joule é inversamente proporcional à resistência elétrica. D) Quando um fio condutor é atravessado por correntes muito altas é possível que ele aqueça-se em razão do efeito Joule. Gab.: A quantidade de calor dissipada pelo efeito Joule é inversamente proporcional à resistência elétrica. EFEITOS FISIOLÓGICOS DAS CORRENTES ELÉTRICAS, CAMPO MAGNÉTICO E IMÃS ➢ Efeitos fisiológicos das correntes elétricas Os efeitos da corrente elétrica no corpo humano dependem da sua intensidade. Entre as consequências do choque elétrico, podemos citar formigamentos e até a morte. A corrente elétrica é um fenômeno que pode levar um ser humano à morte. Quando se estabelece uma diferença de potencial entre dois pontos do corpo humano, flui uma corrente elétrica entre eles. A intensidade dessa corrente depende da diferença de potencial e da resistência elétrica entre esses Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/lei-ohm.htm 33 pontos sobre os quais se aplica a voltagem, por exemplo, a resistência elétrica entre as orelhas é igual a 100 Ω, aproximadamente. A sensação de choque elétrico surge com correntes elétricas de intensidade superior a 1 mA. Com correntes superiores a 10 mA, os músculos contraem-se, o que dificulta, por exemplo, o pulo (salto). Correntes próximas de 20 mA tornam a respiração mais difícil, a qual pode cessar com correntes que chegam a 80 mA. As correntes elétricas que chegam a matar são aquelas cuja intensidade está compreendida na faixa entre 100 mA e 200 mA. Com intensidade próxima dos 100 mA, as paredes do coração executam movimentos descontrolados, o que é chamado de fibrilação. As correntes que chegam a ultrapassar os 200 mA não são tão perigosas quanto as de 100 mA, pois as contrações musculares do coração são tão violentas que esse órgão fica paralisado, fato que acaba aumentando a possibilidade de sobrevivência de um ser humano submetido a esse tipo de choque elétrico. Ao contrário do que muitos pensam, as correntes elétricas mais perigosas são aquelas que têm intensidades relativamente mais baixas, que podem ser obtidas em eletrodomésticos comuns que funcionam a 110 V e 220 V. Correntes mais intensas podem provocar desmaios e fortes queimaduras, porém não chegam a matar de imediato. O socorro a uma vítima de choque elétrico deve ser rápido,começando pelo corte da tensão elétrica. Caso não seja possível cessá-la, deve-se retirar a pessoa do local com um material que seja isolante, como materiais plásticos. Feito isso, é necessário chamar os bombeiros, que são pessoas altamente preparadas para esse tipo de atendimento emergencial. ➢ Campo magnético Campo Magnético é a região de influência que um ímã cria em torno de si, e esse campo vai acabar originando uma força de campo ou de ação a distância chamada de força magnética. A figura a seguir mostra uma fuligem chamada limalha de ferro evidenciando o campo magnético ao redor do ímã. Além dos imãs, diversos metais quando atravessados por uma corrente elétrica geram um campo magnético, o cálculo do módulo desse campo nesses diversos casos será estudado nas próximas aulas. Lembrando que o campo magnético é um vetor e assim sendo possui módulo, direção e sentido. Observação: o campo magnético também é conhecido como indução magnética - Linhas de indução Linhas de indução ou linhas de campo são linhas imaginárias por meio das quais podemos mapear configuração do campo magnético em uma região. As linhas de indução nunca se cruzam e sempre saem do polo norte magnético e entram no polo sul magnético. A intensidade do campo magnético é maior onde as linhas de indução estiverem mais concentradas, ou seja, os polos de um imã são as regiões onde o campo magnético é mais intenso. O que vem explicar porque as limalhas de ferro se concentram nas extremidades. Colocando-se uma bússola próximo a um imã ela se orientará no sentido das linhas de campo. - Campo magnético uniforme O campo magnético uniforme é aquele em que as linhas de indução são todas paralelas entre si e igualmente espaçadas conforme a figura abaixo: Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 34 O campo magnético uniforme é normalmente encontrado em um imã em forma de “U”, o campo magnético fornecido por um imã com essa forma pode ser considerado uniforme. - Classificação das Substâncias Magnéticas a) Substâncias ferromagnéticas: são aquelas cujos ímãs elementares se orientam facilmente quando submetidos à ação de um campo magnético. Exemplos: ferro, níquel, cobalto e algumas ligas metálicas. b) Substâncias paramagnéticas: são aquelas cujos ímãs elementares não se orientam facilmente sob a ação de um campo magnético: a imantação é pouco intensa. Exemplos: platina, plástico, madeira etc. c) Substâncias diamagnéticas: são aquelas cujos ímãs elementares se orientam em sentido contrário ao vetor indução magnética, sendo, portanto, repelidas pelo ímã que criou o campo magnético. Exemplos: bismuto, cobre, ouro etc. - Magnetismo da Terra Isso acontece justamente por que a Terra comporta-se com um grande imã e de acordo com o item anterior o polo norte do imã suspenso nas proximidades da Terra irá se aproximar do polo sul magnético da Terra e vice versa, assim o norte geográfico da Terra na verdade é um polo sul magnético enquanto que o polo sul geográfico da Terra é um polo norte magnético. ➢ Imãs Ímãs são corpos que tem o poder de atrair ferro ou que interage ente si e essa atração é mais intensa que a força gravitacional entre os corpos. Todo ímã apresenta um pólo norte magnético, um pólo sul magnético e uma região central que separa os pólos. Os imãs podem ser naturais ou artificiais, os imãs naturais são aqueles formados por um minério de ferro conhecido como magnetita (Fe3O4), já os imãs artificiais são aqueles formados pela imantação, processo que torna certos metais magnetizados assumindo assim propriedades dos imãs. Algumas propriedades foram observadas a partir de algumas experiências, o que veio provar algumas propriedades dos imãs são elas: - Polos de um imã Colocando-se limalha de ferro próximo a um imã, observa-se que há um acúmulo de da limalha nas extremidades do imã, o que atesta a existência de regiões denominadas polos onde o “magnetismo” é mais acentuado. - Atração e repulsão dos polos Polos magnéticos de mesmo nome se repelem enquanto polos magnéticos de nomes diferentes se atraem. Observe a figura abaixo. Vinicius Silva Aula 11 – Inseparabilidade dos polos Quando um imã é dividido em várias partes, cada uma dessas partes será um ímã completo, não ocorrendo assim a separação dos polos norte e sul do imã. Esse conceito se repete muito em questões de provas, e os candidatos que não estudam a física por um material de qualidade acabam caindo na pegadinha de acharem que os polos podem ser separados - Capacidade de imantação Um imã é capaz de imantar outro metal, ou seja, passar a propriedade de imã para outro metal. Os metais que podem ser atraídos pelo imã são o Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 35 ferro, o níquel e o cobalto. Tais materiais são chamados de ferromagnéticos. O campo magnético do imã alinha os spins do metal ferromagnético orientando-os e assim tornando o metal com propriedades de um imã, é esse tipo de imã, que passa por esse processo, que chamamos de imã artificial. É importante observar que a magnetização de um imã natural pode ser perdida quando o aquecemos ou quando ele sofre fortes colisões. EXERCÍCIOS PROPOSTOS O campo magnético é a região ao redor de um ímã, na qual ocorre uma força magnética de atração ou de repulsão. A representação visual do campo é feita por meio de linhas de campo magnético. Sobre as características das linhas de campo magnético, é correto afirmar que A) as linhas sempre se cruzam. B) são sempre linhas abertas, ou seja, saem de e voltam a um mesmo ponto. C) dentro do ímã, as linhas saem do polo norte e se dirigem para o polo sul. D) fora do ímã, as linhas são orientadas do polo sul para o polo norte. E) nos polos, a concentração das linhas é maior, ou seja, quanto maior a concentração de linhas, mais intenso será o campo magnético em dada região. Gab.: nos polos, a concentração das linhas é maior, ou seja, quanto maior a concentração de linhas, mais intenso será o campo magnético em dada região. APLICAÇÕES. EFEITO FOTOELÉTRICO. EFEITO ESTUFA. BRISAS LITORÂNEAS. RELÂMPAGOS E TROVÕES ➢ Efeito fotoelétrico Antes de adentrarmos na parte propriamente de efeito fotoelétrico, que é um assunto muito interessante do ponto de vista prático, você precisa conhecer a teoria do fóton. - Teoria do Fóton Essa teoria foi proposta incialmente por Max Planck, mais tarde ela seria confirmada por Einstein com o famoso fenômeno do efeito fotoelétrico. A teoria de Planck veio para tentar explicar o fato da descontinuidade da emissão de radiação do corpo negro. Planck foi apresentado a um problema muito complexo para a época, que era explicar a emissão de radiação do corpo negro, que para a teoria de Maxwell deveria ser contínua, no entanto, na prática essa ideia não funcionava. Planck então decidiu inovar e trazer à tona uma ideia que revolucionária a Física Clássica de Maxwell. A ideia de Planck era a descontinuidade da energia emitida pelo corpo negro, pois para ele “A radiação é absorvida ou emitida por um corpo aquecido não sob a forma de ondas, mas por meio de pequenos “pacotes” de energia.”. Esses pequenos pacotes de energia foram chamados de fótons. A energia então era quantizada, assim como a carga elétrica, vista na aula anterior. Max Planck decidiu então formular a seguinte ideia para a energia emitida por um corpo negro: Etotal = n . Efóton Onde n é um número inteiro positivo e E0 é a chamada energia do fóton. Assim, a energia só existiria em quantidades fixas, múltiplas da energia do fóton. A energia do fóton, por sua vez, depende apenas da frequência da radiação eletromagnética emitida, da seguinte forma: Efóton = h . f Onde h é a famosa constante de Planck, e f é a frequência da radiação.Em unidades SI a constante de Planck é dada por: h = 6,63 . 10-34 A frequência da radiação é justamente aquele fator que dependerá da cor da radiação emitida. Agora, temos plenas condições de entender o efeito fotoelétrico. Ele foi desenvolvido por Albert Einstein, descoberto experimentalmente no final do século XIX. As suas Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 36 ideias iam de encontro ao que previu James Maxwell. O conceito de efeito fotoelétrico é o seguinte: Quando radiações eletromagnéticas incidem numa placa metálica, cargas elétricas podem absorver energia suficiente para escaparem dela. Como, inicialmente, ainda não se tinha descoberto o elétron, essas cargas ficaram sendo chamadas apenas de cargas elétricas, após a descoberta do elétron, essas cargas foram chamadas de fotoelétrons. Os resultados experimentais acerca do efeito fotoelétrico não puderam ser explicados por meio da teoria eletromagnética de Maxwell, abaixo vamos mostrar quais detalhes tiveram de ser explicados por outra teoria. a) As energias cinéticas dos fotoelétrons não dependem da intensidade da radiação incidente. Isso quer dizer que, por exemplo, uma radiação de uma determinada cor seja forte ou fraca não influencia na energia cinética dos fotoelétrons, mas apenas na sua quantidade. Ou seja, quanto mais intensa for a luz, mais fotoelétrons serão ejetados. Assim, podemos afirmar que a teoria de Maxwell não se presta a explicar esse fenômeno, pois de acordo com essa teoria, uma mesma quantidade de elétrons é atingida num mesmo intervalo de tempo, no entanto com mais intensidade, o que era de se esperar era uma ejeção de elétrons com maior energia cinética. b) As energias cinéticas dos fotoelétrons dependem da frequência da luz da radiação incidente. Quanto maior é essa frequência, maiores são as energias cinéticas dos fotoelétrons. Assim, se o efeito ocorrer com a luz azul, por exemplo, os fotoelétrons terão determinadas energias cinéticas. Repetindo a experiência com uma radiação de frequência mais elevada, como a ultravioleta, por exemplo, as energias cinéticas dos fotoelétrons serão maiores. Isso também não poderia ser explicado de acordo com a teoria eletromagnética de Maxwell. A energia cinética não deveria ser influenciada pela frequência da luz, uma vez que a frequência, deveria ter ligação com a quantidade de fotoelétrons. A ejeção de elétrons somente ocorrerá, caso a frequência da radiação seja superior a um valor mínimo, que depende do material utilizado na experiência. ➢ Efeito estufa Antes de entramos propriamente no assunto previsto no seu edital, vamos dar uma passadinha nos conceitos que envolvem o processo de propagação de calor chamado irradiação térmica. A irradiação é um processo de propagação do calor muito interessante, pois na prática é muito comum. Quando você se brônzea na praia, você já deve ter percebido que o seu corpo fica exposto às radiações solares. Grande parte dessa energia que vem do Sol até a Terra está na forma de ondas eletromagnéticas. Essas ondas ao atingirem nosso corpo são absorvidas e transformadas em calor. A radiação é o processo de propagação de calor na forma de ondas eletromagnéticas. Ao serem absorvidas, essas ondas se transformam em energia térmica. Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 37 Apesar de todas as ondas eletromagnéticas transportarem energia, apenas aquelas correspondentes à faixa do infravermelho são chamadas de ondas de calor. Isso se deve ao fato de que o infravermelho se transforma mais facilmente em calor em relação aos demais comprimentos de onda. No bronzeamento, recebemos ondas de diversos tipos, a ultravioleta transforma-se em bronzeamente propriamente dito e as ondas infravermelho podem causar muitos problemas de saúde, como queimaduras e até o câncer de pele. Outro fator importante em relação a esse tipo de transmissão de energia térmica, é o fato de que através da irradiação, o calor pode se propagar através do vácuo, e é por isso que conseguimos conseguir calor através das ondas eletromagnéticas oriundas do Sol. Vista essa parte inicial de irradiação, vamos verificar como se forma o efeito estufa. Primeiramente, vamos entender o que é uma estufa. Na figura abaixo você pode verificar uma estufa e como se dá a seletividade dos raios solares que entram e que saem da estufa. Acompanhe a figura e a explicação para depois entendermos o efeito estufa da atmosfera terrestre. Uma estufa é uma estrutura fechada formada por paredes e teto de vidro, utilizadas principalmente em países de inverno rigoroso, para o cultivo de plantas e leguminosas. O vidro é transparente à luz visível e parcialmente opaco às ondas de calor (infravermelho). As radiações infravermelhas na realidade se constituem de uma série de ondas de diversas frequências; aquelas que possuem menor frequência (maior comprimento de onda) não consegue passar pelo vidro, mas as de maior frequência (menor comprimento de onda), as mais próximas das radiações correspondentes à cor vermelha, conseguem passar juntamente com a luz visível e outras radiações. Uma parcela dessa energia é absorvida pelas plantas que estão no interior da estufa. Essas plantas se aquecem e emitem parte da energia absorvida em forma de infravermelho, no entanto, essa emissão se dá numa faixa de comprimento de onda maiores, que não conseguem passar pelo vidro e fica retida no interior da estufa. Assim, a temperatura permanece relativamente estável, mesmo que esteja fazendo muito frio na parte externa. O efeito estufa na atmosfera terrestre funciona praticamente da mesma forma, apenas com outros personagens. Antes de tudo, vejamos como é a composição da atmosfera terrestre. Nessa composição, podemos citar dentre esses outros gases o gás carbônico, o óxido nitroso, o metano e os compostos de CFC provenientes da queima de carvão, petróleo, florestas, pastagens e da decomposição da madeira e de materiais orgânicos. Além de todos esses gases, o vaor de água presente na atmosfera também contribui para o efeito estufa. A forma de retenção do calor é semelhante à de uma estufa de paredes e teto de vibro: permite que a energia radiante penetre, mas dificulta a dissipação das radiações emitidas pelas superfícies aquecidas na Terra. Um grupo de cientistas americanos calculou que 1W/m2 de intensidade a diferença entre a energia Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 38 que a Terra absorve e a que ela emite de volta para o espaço. Essa energia retida é importante para que haja vida animal e vegetal na Terra, porém o crescimento da população humana, o desmatamento de florestas (que absorvem o CO2) e o ritmo acelerado da industrialização estão provocando um desequilíbrio, com aquecimentos acima do normal. Por consequência, as geleiras estão derretendo; correntes marinhas de água quente estão amis aquecidas que o normal, provocando mais furacões, entre outras consequências danosas para o ambiente terrestre. ➢ Brisas litorâneas Para entender o fenômeno das brisas litorâneas, é necessário compreender o processo de propagação de calor chamado de convecção, uma vez que o fenômeno das brisas é decorrente das chamadas correntes de convecção. A convecção é um processo de propagação do calor que ocorre em fluidos (gases, líquidos e vapores). É comum quando estamos em um ambiente fechado (cinema, teatro, ou sala de aula), sentirmos, após algum tempo, que ele está muito “abafado”. Parece que o ar fica “parado”. Esse fato acontece porque as camadas de ar mais próximas das pessoas que estão no ambiente são aquecidas por elas e se expandem, aumentando o seu volume, com consequente diminuição de sua densidade. Ou seja, quando a temperatura aumenta a densidade do gás diminui,fazendo com que ele fique menos denso que o ar normal e assim ele pode subir, provocando ainda a subida do ar mais pesado (mais frio). Como esse fenômeno é cíclico, podemos afirmar que formar-se-ão as chamadas correntes de convecção. Após algum tempo todo o ar da sala parece estar uniformemente aquecido ou resfriado, não ocorrendo mais as correntes de convecção, retirando assim a sensação de abafamento. Uma observação importante é o fato de que em um local onde não ocorre o chamado campo gravitacional, não pode ocorrer convecção, uma vez que as partículas de fluido não podem descer e subir devido à diferença de densidades. Existem muitas aplicações práticas das correntes de convecção, uma delas é o refrigerador da sua casa, você já deve ter se perguntado por que, geralmente, o congelador (ar frio) é colocado acima. A posição do congelador é por conta do ar frio que ele concentra, esse ar frio tende a descer por conta de sua maior densidade e o ar quente sobe para o congelador, que por sua vez resfria o ar e o ciclo continua. Mas o exemplo mais interessante é o das brisas marinhas ou litorâneas. No litoral, durante o dia, a brisa sopra do mar para a praia e, à noite, da praia para o mar. A explicação para tal evento é que a areia tem calor específico muito pequeno em relação ao da água, ou seja, para massas iguais, a areia precisa de menos energia para sofrer a mesma variação de temperatura, por isso se aquece e se resfria mais rapidamente. Durante o dia, o ar quente próximo à areia sobe, provocando o deslocamento do ar frio que se encontra sobre a água. Durante a noite ocorre o inverso, pois a água demora mais para resfriar, inverte o sentido das correntes de ar. Isso explica por que o jangadeiro deve sair de madrugada, quando a brisa sopra da praia para o mar, e tem de voltar antes de escurecer, quando a brisa ainda sopra do mar para a praia. Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 39 ➢ Relâmpagos e trovões Primeiramente, vamos aprender a eletricidade na atmosfera, entendendo como estão dispostas as cargas elétricas na camada gasosa da Terra. - A eletricidade na atmosfera Num dia de atmosfera calma, a partir da superfície terrestre, nas proximidades desta e no sentido ascendente, o potencial elétrico aumenta na razão de aproximadamente 100V a cada metro. Esse fato nos permite concluir que existe um campo elétrico produzido pela Terra de intensidade E = 100V/m, orientado para baixo. O vetor campo elétrico voltado para a superfície terrestre significa que nesta se distribuem cargas elétricas negativas. A presença de uma pessoa modifica a distribuição das superfícies equipotenciais conforme a figura abaixo: O corpo humano é um ótimo condutor de eletricidade, e é por isso que você facilmente pode levar um choque quando toca em algum fio desencapado ou tomada que conduz eletricidade. Nesse sentido, se a altura da pessoa for de 1,80m, entre os seus cabelos e seus pés não existirá uma d.d.p. de 180V, como poderia se imaginar, em condições normais, haja vista o campo elétrico na atmosfera terrestre. Devido à existência de radiações de materiais radioativos, radiações ultravioletas e raios cósmicos, a atmosfera apresenta íons positivos e negativos. O campo elétrico terrestre movimenta esses íons, que nada mais são do que cargas elétricas. Os íons positivos deslocam-se no sentido do campo elétrico, como você aprendeu na aula de eletrostática, na taxa de aproximadamente 1.800C por segundo, funciona como se fosse uma corrente elétrica. A carga da Terra, sendo negativa e avaliada em aproximadamente -580.000C, com a chegada de 1.800C/s, se neutralizaria em alguns minutos. No entanto, existe uma outra fonte de cargas negativas que atingem a Terra, mantendo sua carga negativa, são os chamados temporais violentos com seus raios. Estima-se que caem cerca de 100 raios por segundo no planeta, transportando aproximadamente -1.800C/s. Experiências realizadas com naves e balões mostram que as nuvens de tempestade (responsáveis pelos raios) apresentam, geralmente, cargas elétricas positivas na parte superior e negativas na inferior. - Formação de Raios As cargas positivas estão entre 6 e 7km de altitude, enquanto as negativas estão entre 3 e 4km. A diferença de potencial entre a parte negativa da nuvem e a Terra varia entre 10.000kV e 1.000.000kV. Para que uma descarga elétrica (raio) tenha início, não é necessário que o campo elétrico atinja a rigidez dielétrica do ar (3,0.106V/m), mas basta que se aproxime dela (1,0.104V/m). O fenômeno inicia-se com uma primeira etapa: uma descarga piloto, de pouca luminosidade, na forma de árvore invertida, da nuvem para a Terra. Ela vai ionizando o ar (carregando o ar). Quando a descarga piloto chega ao solo, tem início uma segunda etapa: a descarga principal. Ela é de Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 40 grande luminosidade, dirigida da Terra para a nuvem, tem velocidade da ordem de 30.000km/s e a ela está associada uma corrente elétrica de intensidade variando entre 10.000A e 200.000A. A descarga principal segue, aproximadamente, o caminho da descarga piloto que ionizou o ar. Normalmente, quando se menciona um raio, referimo-nos à descarga principal. Ela provoca aquecimento (chegando às vezes a ter consequência explosiva ou incendiária, olha aqui o seu objeto de trabalho), bem como efeitos dinâmicos devidos à rápida expansão da massa de ar. O efeito luminoso do raio é o denominado relâmpago, e o efeito sonoro, que resulta do forte aquecimento do ar, originando a sua rápida expansão, é denominado trovão. Há raios não só entre uma nuvem e a Terra, mas entre as nuvens e entre as partes de uma mesma nuvem. Nas imagens constam informações sobre a formação de brisas em áreas litorâneas. Esse processo é resultado de: A) Uniformidade do gradiente de pressão atmosférica. B) Aquecimento diferencial da superfície. C) Quedas acentuadas de médias térmicas. D) Mudanças na umidade relativa do ar. E) Variações altimétricas acentuadas. Gab.: Aquecimento diferencial da superfície. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EMISSÃO DE RADIOATIVIDADE, RADIAÇÕES IONIZANTES E DECAIMENTO RADIOATIVO. ➢ Princípios da emissão de radioatividade Radioatividade é o fenômeno pelo qual um núcleo instável emite espontaneamente entidades (partículas, ondas) numa reação nuclear denominada decomposição radioativa ou decaimento, transformando-se em outro núcleo mais estável. As entidades emitidas pelo núcleo são denominadas de radiações. O fenômeno da radioatividade é exclusivamente nuclear, isto é, ele se deve unicamente ao núcleo do átomo. Ela não é afetada por nenhum fator externo como pressão e temperatura. - Descoberta da Radioatividade Natural Este fenômeno foi descoberto, quase acidentalmente, por Henri Becquerel, um cientista francês, em 1896. Quando estudava fluorescência dos sais de urânio, descobriu que eles liberavam um novo tipo de radiação de alta energia, capaz de escurecer uma chapa fotográfica. Aparentemente, esta radiação nunca tinha sido detectada antes, apesar do elemento urânio ser conhecido há mais de um século. Becquerel mostrou que a velocidade de emissão da radiação a partir de um sal era diretamente proporcional à quantidade de urânio presente. Havia uma exceção a esta regra. Um certo mineral de urânio denominado Pechblenda liberava radiação a uma velocidade quatro vezes maior do que se calculava com base no conteúdo de urânio. Em 1898, Marie e Pierre Curie, colegas de Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 41 Becquerel na Universidade de Sourbone, tentaram encontrar o ingrediente ativo de Pechblenda. Eles isolaram uma fração de um grama de um novo elemento a partir de uma tonelada de minério. Este elementoera mais intensamente radioativo do que o urânio. Eles denominaram-no polônio, em homenagem à Polônia, o país de origem de Marie Curie. Seis meses mais tarde, os Curie isolaram outro elemento novo, fortemente radioativo: o rádio. O prêmio Nobel de Física, em 1903, foi concedido conjuntamente a Becquerel e aos Curie, devido ao feito realizado. A radiação liberada na radioatividade natural pode ser separada por um campo elétrico ou magnético em três tipos distintos. A figura ao lado ilustra tal separação através de utilização de um campo elétrico: - Tipos de Radiações a) Radiação Alfa (α) Consiste em um feixe de partículas carregadas positivamente (partículas alfa) com cargas 2 + e uma massa 4 na escala de massa atômica, que se refere a dois prótons e dois nêutrons. Essas partículas são idênticas aos núcleos de átomos de hélio comuns. Ao que parece, são emitidas com velocidade não muito inferior a 20.000 km/s. Têm pequeno poder de penetração. Quando atravessam uma camada de ar, perdem rapidamente energia pela colisão com as moléculas do ar, sendo, por este motivo, retidas em poucos centímetros. A radiação alfa é interceptada por uma folha de papel ou pela camada de células mortas da superfície da pele. b) Radiação Beta (β) A radiação beta é constituída por um feixe de partículas carregadas negativamente (partículas beta), idênticas, em propriedade, aos elétrons. A ejeção de uma partícula beta (massa ≈ 0, carga = -1) converte um nêutron (massa = 1, carga = 0) no núcleo em próton (massa = 1, carga = +1). A partícula beta é cerca de sete mil vezes mais leve que a partícula alfa, com velocidade que pode chegar a 95% da velocidade da luz, daí possuindo maior poder de penetração. Ela atravessa uma forma de papel, porém é interceptada por uma fina placa de chumbo. A radiação beta atravessa a camada superficial da pele, podendo causar queimaduras, porém sem chegar a atingir órgãos internos. c) Radiação Gama (γ) Consiste em fótons de alta energia, de comprimento de onda muito curto (γ = 0,0005 a 1,0 mm). A emissão de radiação gama acompanha a maioria dos processos radioativos. Um núcleo excitado, resultante de uma emissão alfa ou beta, libera um fóton (ondas eletromagnéticas) e passa para um nível de energia mais baixo e mais estável. Por causa de sua grande energia e ausência de massa, tem alto poder de penetração. Atravessa facilmente a folha de papel, a placa de chumbo e até uma chapa de aço. Só uma parede de chumbo ou um enorme bloco de concreto são capazes de detê-la. A radioatividade gama passa facilmente através do corpo humano, causando danos irreparáveis às células. Entretanto, quando convenientemente dosadas, as radiações gama podem ser utilizadas para tratar algumas espécies de câncer, pois destroem as células cancerosas. Resumindo: Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 42 - Meia Vida É o tempo necessário para que metade do número de átomos de determinada substância radioativa se desintegre. Exemplos: Na figura abaixo, representa-se toda a série de decaimento radioativo do Urânio-238. Cada emissão ALFA corresponde a uma diminuição de 4 unidades no número de massa atômica e de 2 unidades no número atômico, pois a partícula alfa é o 4He2+. Uma emissão BETA não provoca alteração no número de massa, uma vez que um nêutron se transforma em um próton: com um consequente aumento do número atômico. O processo culmina com a emissão de elétrons - as partículas betas. A radioatividade é um fenômeno estatístico. Isso significa que não é possível prever quanto tempo um determinado átomo levará para se desintegrar emitindo partículas, mas é possível determinar quanto tempo uma amostra desses átomos levará para se desintegrar. ➢ Radiações ionizantes Radiação ionizante é aquela que tem energia suficiente para remover elétrons dos átomos, criando então os íons. As fontes naturais da radiação ionizante são os raios cósmicos e os radionuclídeos provenientes da crosta terrestre, encontrados em locais como no solo, nas rochas, nos materiais de construção, na água potável e no próprio corpo humano. Em relação à exposição às radiações por fontes naturais, o radônio merece destaque. Trata-se de um gás natural, sem cheiro, cor ou sabor, que tende a se concentrar em ambientes fechados como minas subterrâneas, residências ou locais de trabalho. Uma vez inalado, o radônio é depositado no trato respiratório e está associado ao câncer de pulmão, sendo a segunda causa deste depois do tabagismo. Uma forma de se proteger é a manutenção de ambientes ventilados, evitando a concentração desse gás. Fontes não naturais, ou produzidas pelo homem, de radiações ionizantes são comumente encontradas nos cuidados em saúde (raios-x, tomografia computadorizada e radioterapia) e na geração de energia (usinas nucleares). O risco de câncer proveniente dessa exposição depende da dose, da duração da exposição, da idade em que se deu a exposição e de outros fatores como, por exemplo, a sensibilidade dos tecidos frente aos efeitos carcinogênicos da radiação EXERCÍCIOS PROPOSTOS A radioatividade emitida por determinadas amostras de substâncias provém A radioatividade emitida por determinadas amostras de substâncias provém: A) Da energia térmica liberada em sua combustão. B) De alterações em núcleos de átomos que as formam. C) De rupturas de ligações químicas entre os átomos que as formam. D) Do escape de elétrons das eletrosferas de átomos que as formam. E) Da reorganização de átomos que ocorre em sua decomposição. Gab.: De alterações em núcleos de átomos que as formam. Relacione corretamente o tipo de emissão radioativa e suas características. I. Emissão Alfa II. Emissão Beta III. Emissão Gama A) Partículas negativas, emissão em alta velocidade e poder de penetração médio. Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66 43 B) Partículas positivas, radiação lenta e pequeno poder de penetração. C) ondas eletromagnéticas, não apresenta carga e possui maior poder de penetração. Gab: II,I,III Vinte gramas de um isótopo radioativo decrescem para cinco gramas em dezesseis anos. A meia- vida desse isótopo é: A) 4 anos. B) 16 anos. C) 32 anos. D) 10 anos. E) 8 anos. Gab.: 4 anos Luiz Fábio da Silva Ferreira fabiimferreira5@gmail.com 064.086.793-66