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Transtornos alimentares Anorexia nervosa Início: dieta motivada pela insatisfação com peso ou imagem corporal Evolui com mudanças no comportamento alimentar: · Restrição alimentar (tipo ou quantidade) · Uso de métodos purgativos (laxantes, diuréticos, vômitos autoinduzidos, exercício físico excessivo) Outros elementos clínicos: · Distorção significativa da imagem corporal · Medo intenso de ganhar peso · Controle sobre o corpo (pesagem e checagem frequente) · Preocupações com o corpo e com o peso são centrais na vida do paciente Exemplos de comportamentos observados: · Esconder alimentos no armário, no banheiro ou em roupas. · Dividir as refeições em pequenas porções. · Preparar alimentos para os outros. · Mastigar lentamente pequenas quantidades de comida. · Ruminação do alimento (mastigação seguida de descarte do alimento ou deglutição seguida de regurgitação). · Evitar comer na presença de outras pessoas · Interessar-se por tudo o que está relacionado à culinária e a dietas. · Ter um grande conhecimento sobre as calorias dos alimentos e sobre nutrição. · Acreditar que alimentos consumidos se transformam imediatamente em gordura corporal. · Evitar grupos alimentares específicos, muitas vezes com justificativas ideológicas (vegetarianismo, macrobiótica, etc.). · Crenças rígidas e perfeccionismo em relação a modelos estéticos e “saudáveis”. DSM 5 Principais complicações clínicas: Pele e anexos: pele seca, unhas quebradiças, queda de cabelo, crescimento de lanugo, perdas dentárias Trato gastrintestinal: constipação intestinal, dor abdominal Cardiovascular: bradicardia, diminuição da pressão arterial, alterações no intervalo QT, insuficiência cardíaca, arritmias (principal causa de óbito) Hematológico: anemia, leucopenia, trombocitopenia Renal: edema, insuficiência renal aguda, cálculo renal Eletrólitos: hipopotassemia, hiponatremia, hipoglicemia, desidratação Reprodutivo: amenorreia, infertilidade, atraso do desenvolvimento sexual Osteomuscular: osteopenia, osteoporose Evolução: Quanto mais rápido, maior chance de remissão 60% apresenta remissão completa 20 –30% apresenta quadro recorrente 10 –20% apresenta quadro crônico e refratário Comorbidades são frequentes: Tr. Depressivo Maior, Tr. Ansiosos ,TOC e TP Cluster C Tratamento: Multidisciplinar ⇒Nutricionista, psicólogo e psiquiatra Acompanhamento nutricional ⇒Renutrição e estabelecer padrões alimentares saudáveis Psicoterapia ⇒Abordagem sistemática das crenças distorcidas sobre peso/corpo Tratamento farmacológico apenas para comorbidades Bulimia nervosa Prevalência 1 a 4% (90% mulheres) Pico de incidência: Adolescentes e adultos jovens (20 anos) Profissionais que trabalham com o corpo e de saúde tem maior risco Início semelhante à AN: dieta restritiva devido à insatisfação com o peso corporal (menor intensidade). Compulsão alimentar: ingestão de grande quantidade de alimentos em curto espaço de tempo. Pode chegar a um comer desordenado, com alimentos frios e crus. Purgação: utilização de métodos compensatórios com o objetivo de tentar impedir o ganho de peso (vômitos provocados, uso de laxantes, diuréticos, inibidores do apetite, atividade física intensa) Gatilhos diversos (frustrações, tristeza, relacionamentos) podem levar a compulsão alimentar ou purgação Ciclo bulímico: Complicações clínicas: menos intensas que na anorexia Geral: desidratação, hipotensão, desmaios Pele e anexos: retração gengival, erosão do esmalte dentário, hipertrofia das parótidas Trato gastrintestinal: esofagite, esôfago de Barrett, doença do refluxo gastresofágico, ruptura de esôfago, hérnia de hiato Eletrólitos: hipopotassemia, alterações hidreletrolíticas Cardiovascular: arritmias (principal causa de óbito) Reprodutivo: irregularidade menstrual, risco de aborto espontâneo DSM: Prova: compulsão: comer demais, quantidade maior que a normal, e sem controle Evolução: 60% tem remissão completa 30% tem remissão parcial 10% tem quadro crônico e refratário Comorbidades são frequentes: Depressão, uso de substâncias, TP Cluster B Tratamento: Multidisciplinar ⇒Nutricionista, psicólogo e psiquiatra Acompanhamento nutricional ⇒Estabelecer padrões alimentares saudáveis Psicoterapia ⇒Abordagem sistemática das crenças distorcidas sobre peso/corpo Tratamento farmacológico: inibidores seletivos da recaptação de serotonina (Ex. Fluoxetina); Topiramato (25 a 600 mg/dia) Transtorno de compulsão alimentar (TCA) Prevalência 1,5 e 4,5% na população (mais comum na pop. geral) Afeta mais mulheres, mais equilibrado (6 F / 4 M) Início: Adolescência, com dietas restritivas ou compulsões; Flutuação do peso Episódios de compulsão alimentar sem método compensatório Episódios podem acontecer tanto após gatilhos (frustrações) quanto em celebrações Comorbidades: Tr. Depressivos, Tr. Ansiosos, uso de substâncias e TP Cluster B Existe associação frequente entre TCA e obesidade. Quanto maior o IMC maior o risco de o paciente ter TCA (Obesidade grau 3 chega a 40%) DSM: Tratamento: Multidisciplinar ⇒Nutricionista, psicólogo e psiquiatra Modificações no estilo de vida: atividades físicas regulares, regularização o sono, ampliação do espectro de atividades de lazer Acompanhamento nutricional ⇒Estabelecer padrões alimentares saudáveis Tratamento farmacológico: ISRS ou Topiramato. Sibutramina ou Lisdexanfetamina em casos selecionados Pica Pica do latim pega – um pássaro do hemisfério norte conhecido por comer quase tudo o que encontra pela frente Pode ser observada especialmente em mulheres grávidas e em meninos e meninas. Principalmente em crianças sofrendo dificuldades no desenvolvimento infantil normal O consumo de terra faz parte de costumes e tradições para satisfazer certas deficiências físicas, como nos casos de anemia grave (o que não se trata de Transtorno de Pica) Medicamentos e vitaminas podem reverter a pica. Muitos casos é necessário o tratamento psicológico Medicamento ou não - depende do tempo Tipos de pica: Transtorno de ruminação Inclui episódios de regurgitação (ou “ remastigação”) repetidos que não podem ser explicados por nenhuma condição médica. As principais complicações médicas podem ser desnutrição, perda de peso, alteração do equilíbrio hidroeletrolítico, desidratação e morte. O tratamento envolve o acompanhamento clínico das complicações e tratamento comportamental Transtorno alimentar restritivo evitativo Caracteriza-se por evitar ingerir alimentos ou restringir a ingestão de alimentos; Não inclui ter uma imagem corporal distorcida ou estar preocupado com a imagem do corpo (como ocorre na anorexia nervosa e na bulimia nervosa) Geralmente começa durante a infância, mas pode se desenvolver em qualquer idade Pode inicialmente lembrar o comer seletivo que é comum na infância, quando as crianças se recusam a comer certos alimentos ou alimentos de uma determinada cor, consistência ou odor. Entretanto, essa meticulosidade alimentar, ao contrário do transtorno da ingestão alimentar esquiva/restritiva geralmente envolve apenas alguns itens alimentares, e o apetite, ingestão geral de alimentos, crescimento e desenvolvimento da criança são normais O que diferencia é o impacto Podem não comer porque: Perdem o interesse em comer Temem que a alimentação levará a consequências prejudiciais como asfixia ou vômitos Podem evitar certos alimentos por causa das características sensoriais (cor, consistência ou odor Sinais e sintomas: evitam comer alimentos ou restringem a ingestão de tal forma que tem 1 ou mais dos seguintes: Perda ponderal significativa ou, em crianças, incapacidade de crescer como esperado Deficiência nutricional significativa Dependência de alimentação enteral (por sonda) ou suplementos nutricionais orais Funcionamento psicossocial acentuadamente perturbado DSM: Diagnóstico diferencial: Doença física Outros transtornos alimentares Depressão EsquizofreniaTranstorno Factício imposto a outro Tratamento: Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) Tratamentos que diminuam a ansiedade sobre o que comem podem ser úteis Prova: nove verdades sobre transtornos alimentares image2.png image7.png image8.png image3.png image9.png image5.png image4.png image6.png image1.png