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MAGAZINE • BRASIL • ESPECIAL LIÇÕES DA F1: HÍBRIDO, MAS COM 1.000 CV Ferrari SF90 Stradale BMW 330E M SPORT EXEMPLO DE EQUILÍBRIO E FUNCIONALIDADE PORSCHE TAYCAN TURBO S À FRENTE DO SEU TEMPO+ E D IÇ Ã O N º1 01 IS SN 1 98 2- 42 46 R $ 23 ,9 0 € 4, 50 LEWIS HAMILTON DEMOLIDOR DE RECORDES www.pli-petronas.com.br SUPERE DESAFIOS. MESMO SOB PRESSÃO. PARA TER O MELHOR DESEMPENHO, VOCÊ PRECISA FICAR FRIO, MESMO SOB PRESSÃO – COM O MOTOR DO SEU CARRO NÃO É DIFERENTE. Diminuição do tamanho dos motores. Novos turbocompressores. Aumento dos congestionamentos. Diminuição das emissões. Por todas essas razões, motores modernos operam sob temperaturas ainda mais altas que o normal. Descubra o poder da tecnologia °CoolTech™ . https://pli-petronas.com/pt-br/petronas-syntium COMBATE O AQUECIMENTO EXCESSIVO DO MOTOR /PETRONASSyntiumBrasil /PETRONASSyntiumBr C M Y CM MY CY CMY K www.pli-petronas.com.br SUPERE DESAFIOS. MESMO SOB PRESSÃO. 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Claro que por terem arquitetura totalmente diferente dos modelos tradicionais a combustão interna, eles merecem uma análise totalmente diferente na sua avaliação. Em um ano atípico como o de 2020, podemos considerar que a indústria automobilística vem se saindo bem diante de uma queda não tão acentu- ada quanto se imaginava inicialmente, e com uma recuperação que vem causando surpresas. Isso é bom para todos. Nossa capa traz como matéria principal a avaliação de um dos melhores hipercarros do momento, o Ferrari SF90 Stradale. Acompanhando as restrições de emissões cada vez mais rígidas globalmente, a marca italiana criou o primeiro modelo híbrido fabricado em série — já existe a LaFerrari, porém foi produzida em edição limitada —, com tração integral, que é um “destruidor de cronômetros”. Apesar de ser muito mais pesado, por causa das baterias, ele é mais rápido que o Ferrari mais leve... Pasmem, ele tem 1.000 cv. Ainda no campo dos carros “inimagináveis”, andamos no Mercedes-AMG GT Black Series, o Mer- cedes mais extremo que a marca já produziu. Sem contar que além dos 720 cv de potência e acelerações como 0 a 100 km/h em 3,2 segundos o carro é grudado no chão. Com certeza ele chegou ao mesmo nível de modelos como o Ferrari 812 e o McLaren 720S. A definição na Sport Series da McLaren é a de que o 620R é um carro de pista que foi legalizado para andar nas ruas. E isso fica absolutamente comprovado ao se tomar conhecimento de que ele compartilha o seu DNA com o do 570 GT4, modelo de competição da marca. A grande vantagem para o consumidor é que não existe uma bandeirada encerrando o tempo que se está ao volante, ele pode continuar usufruindo das emoções desse bólido diariamente. Mostramos a você como é desfrutar de todas as suas possibilidades em Snetterton, na Inglaterra. Numa edição onde apresentamos o resultado do CAR AWARDS, nada mais justo que mostrarmos o porquê da escolha de alguns dos modelos que ganharam em suas categorias. Nas nossas páginas trazemos nossa avaliação do Audi e-tron Sportback, do BMW 330e M Sport, do Porsche Taycan Turbo S, do Volvo XC40 Plug-in híbrido, do Peugeot 208, do Volvo S90 Inscription, do novo Nissan Versa, do Mercedes-AMG GLC 63, do Honda WR-V e da pickup Chevrolet S10 High Country. Como você pode perceber esta essa edição tem muitos atrativos para quem curte automóveis, dos mais simples aos mais rápidos e sofisticados. Mas ainda temos muito mais. Trazemos um balanço das corridas da Porsche Cup, a conquista do sétimo título mundial de Fórmula 1, de Lewis Hamilton, e o nosso Photo Gallery com uma incrível aventura com um VW Nívus por caminhos inóspitos da região central do País. Boa leitura Editorial CAIO MORAES Editor PUBLISHER Luca Bassani luca@carmagazine.com.br DIRETOR DE REDAÇÃO Caio Moraes caio.moraes@carmagazine.com.br EDITOR INTERNACIONAL Alan Magalhães (MTB: 05385) alan@carmagazine.com.br DIRETOR DE ARTE Edgard Santos Jr. edgard@peerdesign.com.br GERENTE ADMINISTRATIVO Emerson Furkim emerson.furkim@carmagazine.com.br COLABORADORES Gilberto Dionísio Mário Gomes JORNALISTA RESPONSÁVEL Caio Moraes (MTB: 18.618) IMPRESSÃO indústria gráfica r. mário regallo pereira, | jardim gilda maria são paulo | sp | cep 05550-060 11 3783-6527 | www.gra�caelyon.com.br 422 indústria gráfica r. mário regallo pereira, | jardim gilda maria são paulo | sp | cep 05550-060 11 3783-6527 | www.gra�caelyon.com.br 422 DISTRIBUIÇÃO Dinap Ltda. Distribuidora Nacional de Publicações CAR Magazine é uma publicação mensal da Car Brasil Editora Ltda. CAR BRASIL EDITORA Rua Dos Três Irmãos, 62 - Cj. 407 São Paulo - CEP 05615-190 contato@carmagazine.com.br CAR INTERNACIONAL Publisher internacional: Gareth Cherriman ASSINATURAS contato@carmagazine.com.br ATENDIMENTO AO LEITOR contato@carmagazine.com.br As opiniões e os artigos contidos nesta edição não expressam, necessariamente, a opinião dos editores. É proibida a reprodução em qualquer meio de comunicação das fotos e matérias publicadas sem a autorização do editor. Sob licença da Bauer Consumer Media Limited, Inglaterra C A R B R A S I L E D I T O R A COMO SER UM LÍDER ENÉRGICO, NO BOM SENTIDO. NOVO BMW SÉRIE 5 PLUG-IN HÍBRIDO. Escolha o Puro Prazer de Dirigir: elétrico, híbrido ou combustão. Autonomia elétrica de 56 km*, livre de emissões. Potência combinada de 292 cv e 420 Nm de torque. Presença distinta com o Pacote M Sport. Tecnologias inovadoras com inteligência artificial, atualização remota de software, assistentes de direção e BMW ConnectedDrive. Facilidades e vantagens com estação de recarga rápida BMW Wallbox inclusa** e serviço de conectividade gratuito por 3 anos. *Ciclo WLTP. **A instalação da BMW Wallbox é de responsabilidade do cliente. Solicite uma proposta ou visite uma concessionária e sinta o poder da eletrificação. I drive electric Perceba o risco, proteja a vida. 115591-1437955_AFJ_Ogilvy_BMW_Serie_5_LCI_223x275mm.indd 1 26/11/20 10:51 102 O SF90 é o Ferrari mais rápido na pista de Fiorano M AG A Z I N E B R A S I L 2 0 2 0 WWW.CARMAGAZINE.COM.BR 96 Porsche Taycan Turbo S Elétrico, mas rivalizando com os melhores esportivos 102 Ferrari SF90 Stradale O futuro está garantido Motorsports 114 Radio Box Tudo o que acontece dentro e fora das pistas no Brasil e no exterior 124 Lewis Hamilton O fenômeno a ser batido 134 PhotoGallery O VW Nivus sobreviveu a uma exaustiva avaliação pelas estradas do centro-oeste do Brasil Tech 18 Volkswagen GTI First drives 22 Mercedes-AMG GT Black Series Surpreendente, dócil e absurdo 28 McLaren 620R Emoções após a “bandeirada” CAR Awards 2021 33 Os vencedores da 11ª edição do prêmio Avaliação 42 Nissan Versa Tudo novo: do antigo, só sobrou o motor 52 Peugeot 208 Design e tecnologia embarcada são seus trunfos 58 Chevrolet S10 High Country Ganhou conforto e identidade própria 62 Mercedes-AMG GLC 63 S Coupé Acelera como alguns dos esportivos mais rápidos do mundo33 28 124 62 86 Porsche Experience: um dia pra não esquecer 14 Insider 14 Maserati MC20 68 Volvo CX40 T5 Plug-in Hybrid R-Design Luxuoso, ecológico e… SUV 74 Audi e-tron Sportback Esportivo, futurista e com grande autonomia 80 BMW 330e S Sport Um híbrido com desempenho acima da média 86 Porsche Experience Um dia, uma pista, e incríveis carros da marca para serem acelerados. Estávamos lá 90 Porsche 911 Turbo S Fabuloso, mas ainda falta muito a ser decifrado CARROS, PESSOAS, SEGREDOS, ANÁLISES, NOVIDADES - RESUMO DO MÊS Insider Maserati: MC20 é só o começo P rimeiro vem o raio, depois o trovão. Após o bombás- tico lançamento do MC20, enxergamos com clareza as ambições da Maserati que quer se reinventar mais uma vez. A FCA - Fiat Chrysler Automobiles, que em breve compartilhará o mesmo teto com a PSA, formando um conglomerado batizado de Stellantis - já se comprometeu a investir 2,5 bilhões de Euros, numa tentativa de reinserir com- petitivamente a Maserati no mercado de luxo, fazendo frente a marcas como Audi, BMW e Mercedes. Para começar, o MC20. Desenhado pelo jovem time de designers da FCA, liderado pelo Klaus Busse, o esguio dois lugares não com- partilha nem um parafuso sequer com a Ferrari (mas deve embarcar muita coisa do projeto natimorto do Alfa 8C com motor central). Trata-se de um marco ambicioso da nova era da ‘Maser’, que ofe- recerá opções diversas de propulsão: elétrico puro ou gasolina, e um inovador motor V6 que embarca tecnologias de combustão antes vistas apenas na Fórmula 1. A estrutura leve em fibra de carbono do MC20 servirá também para uma versão de competição, que marcará a volta da marca às pistas. Versão Spyder virá na sequência. Depois teremos um segundo SUV, chamado de Grecale, posicionado abaixo do Levante, planejado para 2021. Um novo e remodelado Alfa Stelvio compartilhará a mesma linha de monta- gem. O pico de venda do Grecale é planejado em 30 mil unidades por ano, e de acordo com Gianmarco Cappellano, homem por trás do planejamento dos produtos SUV na Maserati, a fábrica recebeu in- vestimentos de 800 milhões de Euros para se “modernizar e atender às novas exigências da Maserati”. O CEO Davide Grasso tem a espinhosa tarefa de melhorar a eficiência sem afetar a marca. Como parte de um grande4 Ilu st ra çã o : C h ri s R a th b o n e Um plano de revitalização de 2,5 bilhões de Euros que inclui mais eletrificação e mais SUVs, mas sem esquecer dos esportivos que construíram a marca Maserati. Por Georg Kacher e Murray Scullion CARROS, PESSOAS, SEGREDOS, ANÁLISES, NOVIDADES - RESUMO DO MÊS 14 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Busse e Grasso têm uma herança enorme para cuidar 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 15 grupo, a Maserati tem acesso a processos, ideias, soluções, ma- teriais e linhas de produção, mas achar o equilíbrio entre tudo isso, não é fácil. Tanto intercâmbio com outras marcas e públicos poderá fazê-los pensar no porquê estarem pagando tanto a mais por um Alfa Romeo de baixos volumes, em relação a outros modelos da mesma grande família. O idolatrado - e caro - motor Ferrari V8 se foi. Ele é adorado pelos fãs, mas a lógica financeira diz que a Maserati deve seguir um caminho semelhante ao da Audi, BMW e Mercedes, onde os V8 estão no ocaso. No seu lugar aparece o maravilhoso Nettuno V6 que estreia no MC20, com o V6 atual sendo substituído por um quatro cilindros com tecnologia híbrida branda ou com assistência híbrida plug-in. Há informações que dizem que a bateria de 16kWh e o sistema de 48 Volts proporcionam picos de potência de 415 cv e 57 kgfm de torque e autonomia de 50 km apenas com eletricidade. Antes de sua morte, Sergio Marchionne, chefão da FCA, pla- nejou a substituição do GranTurismo e GranCabrio pelo Alfieri, 100% elétrico, visto em 2014 durante uma clínica de design. Mas parece que os mandatários atuais preferem, a princípio, um 2+2 mais espaçoso e motor a combustão atuando em conjunto com soluções eletrificadas. Durante o lançamento do MC20, a Mase- rati mostrou rapidamente o novo GranTurismo, coberto com um pano fininho. Deu para notar sua silhueta esportiva que sugere um entre-eixos longo, rodas grandes e para-lamas musculares. Enquanto a versão EV fechada deverá chegar no início de 2022, a conversível e a V6 de 558 cv aparecerão na metade de 2023. A Maserati sabe que os SUV estarão onde deverão estar Busse desenhou o Alfa Tonale antes do MC20 O MC20 elétrico vem aí, sem estes escapamentos 16 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Também em 2023, a versão Grecale de zero emissões chegará para rivalizar com o BMW iX3, Audi Q4 e-Tron e Mercedes EQC, ostentando o novo emblema Folgore, que identificará os Maserati elétricos. O Ghibli e o Quattroporte deverão ser combinados para gerar um novo sedã no final de 2023. Mike Manley, chefe da FCA explica o porquê: “Ghibli e Quattroporte acabariam se canibalizando. O Ghibli não é suficientemente lucrativo e não precisamos de dois sedãs num mercado que cada vez mais se volta aos SUV”. Antes que isso aconteça, a Maserati manterá a linha do Ghibli, ofere- cendo uma versão 4 cil. híbrida e modelos tradicionais, como o totalmente analógico Ghibli Trofeo com seu ronco maravilhoso com edição limitada de 572 cv. O chefe de planejamento de produção, Alessio Barausse, espera que os SUV respondam por 70% das vendas até 2025. Isso significa que 25% das vendas da Maserati será de sedãs e cupês, restando 5% para os esportivos, se as estimativas da FCA estiverem certas. Para uma marca que foi construída por seus esportivos, fica a certeza de que sua viabilidade passa pelo retorno dos investimentos feitos. Considerando que 2,5 bilhões de Euros não é pouca coisa, numa Audi, por exemplo, financiariam um programa de dois produtos de grandes vendas apenas, como o A4 e o A6, na Maserati, falamos de seis EVs diferentes, dois novos motores e oito diferentes carrocerias, uma combinação que pode resultar em ótimos lucros, diante de uma produção de 75 mil carros por ano. Apenas o tempo dirá se a marca do Tridente será capaz de se recriar durante uma tempestade. G R A N T U R I S M O Novo duas portas híbrido plug-in e a bateria estreia em 2022, com o conversível GranCabrio chegando ao mercado um ano depois. Distância entre-eixos maior sugere mais espaço interior. L E V A N T E O primeiro SUV da Maserati será rejuvenescido em 2024, com motor Nettuno V6 no topo da gama e versões 4 cil. híbridas e 100% elétricas ostentando o emblema Folgore. G R E C A L E Chega em 2021 para se posicionar abaixo do Levante e rivalizar com Porsche Macan. Construído junto do Stelvio da Alfa. Versão a combustão ganhará companhia do elétrico Folgore em 2023. ‘Quattroporte e Ghibli acabariam se canibalizando’ M i k e M a n l e y OS PRÓXIMOS PASSOS CRUCIAIS DA MASERATI 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 17 Insider AS INOVAÇÕES QUE TRANSFORMAM O MUNDO AUTOMOTIVO Tech Novo GTI: a tecnologia por trás do novo titã da VW As ferramentas do século 21 ajudaram a VW a criar o melhor Golf da história. Por Ben Barry 18 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 E sperto, forte, esportivo e mais do que tudo, um GTI - estas são as impressões quando você olha para a oitava geração do Golf GTI, e é exatamente isso que os enge- nheiros de chassi querem que você sinta a seu volante. Meios diferentes, mas o mesmo objetivo; mostraremos a você que isso é perfeitamente possível. O trabalho de design se digitalizou radicalmente na última década e a complexidade aumentou, pois os times de design do VW Group passaram a trabalhar globalmente. O chefe Klaus Bischoff estima que deva haver cerca de 415 grupos de designers ao redor do mundo. “O design automotivo é tão complicado atualmente pelo lado técnico, que não pode mais ser feito por um designer, mas na colaboração de vários”, explicou. “Os Golf Mk6 e Mk7 já embarcaram muito do design digital na última década e há apenas cinco anos deram acessodo VW Group a um conjunto de ferramentas que nos permitiu dese- nhar todas as superfícies digitalmente”, acrescentou Bischoff. Por isso, o Mk8, e sua interação mais alta, o GTI, são os primei- ros Golf 100% digitalizados. (Guarde esta informação). O último GTI tem um design que Bischoff descreve como mais angular, escultural e com presença energética, em grande parte por causa do capô baixo, área envidraçada mais fina e colunas C mais dinâmicas em todos os Mk8, marcas regis- tradas das linhas do hatch. “Nossa tarefa era criar algo novo e deslumbrante [para o GTI], mas sem irmos tão longe como nossos rivais”, disse Bischoff, sem citar o nome Civic Type R. A modelagem em computador se estende a pequenos detalhes, incluindo o novo spoiler de teto, que alonga a peça e melhora a aerodinâmica, os escapamentos (que viraram marca registrada desde o Mk6) maiores e mais pronunciados para gerar volume e a grade mais baixa e fina com desenho de colmeia, pon- tuada por faróis de neblina agora formados por dez pontos de LED. Com as linhas tomando forma, elas são transformadas numa representação em 3D que pode ser vista por vários ângulos, graças à ‘modelagem na nuvem’ - programa de realidade virtual no qual vários designers interagem com óculos e luvas de realidade virtual. Depois disso, os dados são renderizados e formam um modelo físico em argila, que ainda é um componente fundamental e resiste aos tempos. O mesmo pode ser dito em relação ao pessoal da aerodinâmica, que também se beneficia dos computadores para trabalhar superfícies e apêndices, mas no final, nada substituiu ainda as longas horas de testes de pista para os acertos finais. Karsten Schebsdat, chefe de dinâmica, liderou o desenvolvimen- to do GTI Mk8. Ele traz a experiência do mesmo trabalho feito no GTI Clubsport S - dois lugares mais radical da gama GTI Mk7 - e de projetos como os Porsche 911 GT3 e GT2, cumpridos em 997 dias. Seguindo a linhagem Volkswagen, o Golf GTI Mk8 lança mão dos fundamentos de seu antecessor: 4 cil. turbo, opção de câmbio manual de seis marchas ou de sete com dupla embreagem, suspen- são dianteira McPherson e traseira Multi-Link. A potência de 242 cv parece modesta em relação a seus rivais, mas Schebsdat afirma que basta conduzi-lo para perceber que o chassi do Mk8 compensa ao oferecer a dinâmica que faltava no Mk7. “Queríamos ressaltar a praticidade de uso do dia a dia e o conforto do Mk7, mas aumen- tando a diversão com mais agilidade, uma direção mais neutra e dirigibilidade superior com mais aderência nas curvas, estabilida- de e precisão”, detalhou. As medidas dos pneus para rodas de 17 e 18 polegadas são as mesmas, mas para as de 19, são meia polegada mais largas (de 225/35 para 235/35) com pneus superagressivos opcionais4 N ÃO D E S E N H A D O, R E N D E R I Z A D O K L AU S B I S C H O F F CHEFE DE DESIGN DA VW ENTÃO, NADA DE PAPEL E CANETA? Bischoff utiliza ferramentas digitais para os primeiros traços. “Trabalho com canetas digitais para rabiscar ideias rapidamente sobre um ‘notepad’ e compartilhá-las”, explica. “A vantagem é que você pode apagar, colorir, aumentar, diminuir, detalhar e utilizar múltiplas ferramentas. Dá para transferir um rascunho para um desenho renderizável e depois trabalhar em detalhes e mudanças de proporções, em conjunto com toda a equipe. Todo mundo vê o que o colega está fazendo e pode fazer comentários, mesmo que estejam em outro continente”. QUANTO ESTA TECNOLOGIA AJUDOU NOS DETALHES? Muito. Veja o desenho em forma de colmeia da grade, ele não seria possível sem a ajuda da força da computação. Os designers alimentam o programa com alguns parâmetros para criar a colmeia e podem então ajustar a forma e tamanho das aberturas infinitamente. “No passado esta quantidade de mudanças levaria meses, hoje as fazemos em minutos, ou segundos”, afirma Bischoff. DEVE HAVER ALGUM ELEMENTO FÍSICO NISSO TUDO... Um modelo em argila ainda é crucial quando o design precisa ser contemplado e apresentado a um comitê para aprovação. Apesar de toda magia da computação, que economizou tempo e facilitou processos, Bischoff é categórico em afirmar que o processo não pode se mudar inteiramente para o reino digital. “Dados são intangíveis, até um certo ponto, os toques finais têm que ser dados fisicamente”, finalizou. O desenho transforma-se numa representação em 3D que pode ser vista por vários ângulos Estágio em espuma expansível. Depois, uma limpeza A VW ‘brincou’ com as proporções do GTI Ferramentas digitais da VW encorajam o trabalho em equipe 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 19 Michelin Pilot Sport Cup 2. A eletrônica é fundamental na dirigibilidade do novo GTI, con- centrada no Vehicle Dynamics Manager, um ‘cérebro’ eletrônico que aciona o diferencial ativo, amortecedores adaptativos e direção. Também permite que o controle de estabilidade seja totalmente desativado na opção 15, a mais agressiva. Vídeos mostram o piloto profissional Benjamin Leuchter, que compete no Mundial de Turis- mo, testando o Mk8 na pista de testes de Ehra-Lessien e sua diversão é evidente, nunca o forte do Mk7. Leuchter disse que adorou o fato de poder libertar o carro das amarras eletrônicas, quando desejado. Mas mesmo o piloto professional foi mais rápido com o controle de estabilidade ajustado em Sport, comprovando o acerto da eletrônica. Leuchter descreve o Mk8 como muito estável de traseira em pistas rápidas como Nürburgring, mas com agilidade em trechos sinuosos de baixa velocidade. “O carro permite que você o provoque e o faça girar sobre o próprio eixo”, afirmou. “No início do teste, derrubei alguns cones no ‘slalom’, pois a traseira escapava muito rápido, eu não esperava isso!” Leuchter melhorou o tempo em 3.9 s no traça- do de 3,37 km de Ehra-Lessien em relação ao Mk7, e sem os pneus Cup 2, mais aderentes. Os anos de estudos e aplicações das equipes de design no Mk8 estão revelados, mas ainda demoraremos um pouco para avaliá-lo de verdade e checarmos se dinamicamente ele é tão maravilhoso quanto parece. Chassi mais ajustável promete transformar a experiência de condução do GTI A eletrônica é fundamental na dirigibilidade do novo GTI, concentrada no Vehicle Dynamics Manager, seu ‘cérebro’ eletrônico E L E T R Ô N I C A R E V I S A DA A eletrônica foi totalmente revisada em relação aos freios e direção progressiva, esta última com carga variável que parte de 14:1 e vai ficando mais direta à medida que a condução vai mudando de status, eventualmente chegando a 9:1 - Schebsdat afirma que apenas 2,1 voltas são necessárias para ir de batente a batente e que o software do sistema eletro-assistido é totalmente novo, a favor de uma melhor sensação. BOAS HERANÇAS DO CLUBSPORT O eixo dianteiro veio do Clubsport S Mk7. Feito de alumínio, é firme como o do Mk7 standard e 3 kg mais leve. “Reconfiguramos as buchas dos braços para mais precisão e melhoria da dirigibilidade, recalibramos as cargas das molas e a pressão dos amortecedores”, informou Karsten Schebsdat, chefe de dinâmica. Soluções parecidas foram aplicas no eixo traseiro, que ganhou nova manga e novas buchas que proporcionam mais convergência conforme as forças aumentam durante o contorno de curvas, aumentando a estabilidade. PERFORMANCE PACK STANDARD A Volkswagen geralmente transforma o Performance Pack opcional anterior em standard na próxima versão: potência agora é de 242 cv e ainda há o diferencial blocante dianteiro eletrônico, que fica mais agressivo no programa Sport e trabalha em conjunto com o XDS, ajuda controlada por software que aplica pequenas cargas de freio para evitar o subesterço. Tech 20 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 11/09/2020 - 17:10 701213_TALENT_Mercedes-Benz Automóveis_223x275 O Black Series essencialmente é o carro do Tobias Moers, chefe da AMG 22 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Mesmo nas piores curvas, aquelas que te lembram do ar- rependimento de ter entradotão forte nelas, com várias tangências, onde um errinho é guard-rail na certa, o novo GT Black Series permanece firme e irritantemente equilibrado, sem surpresas. Largo como um caminhão e vencendo quase tudo nas corridas de GT3 pelo mundo, seu kit aerodinâmico é o retrato de sua personalidade: aerofólio biplano fixo na traseira (as duas lâminas podem ser fixadas em três diferentes ângulos, e apenas a superior traz um flap ajustável pelo seletor de programas de con- dução), um ‘splitter’ dianteiro inspirado no DTM e um monte de flaps, asas, defletores, aletas, difusores, dutos e venezianas. Tudo isso junto gera 500 kg de pressão aerodinâmica ao conjunto com cara de bravo. E temos que falar do motor do Black Series também, uma versão do V8 da AMG, só que com virabrequim plano. Entre 6.700 e 6.900 rpm ele lida bem com os 720 cv gerados, e a partir dos 2.000 rpm, envia, através do câmbio DCT de sete marchas, cardan de fibra de carbono, diferencial traseiro esperto e pneus traseiros Michelin de composto especial, uma avalanche de 81,5 kgfm de torque. De 0 a 100 km/h são necessários 3.2 s, de 0 a 200 km/h, dez! Invadimos o campo da balística, ponto. O motor com seu virabrequim plano, cárter seco e algumas melhorias, gera cerca de 150 cv a mais em relação ao GT R, que já era muito forte. A potência e torque adicio- nais, somados ao corte de cerca de 35 kg de peso, ao centro de gravidade mais baixo e à aerodinâmica radical, muda o status do Black Series de supercarro para hipercarro. É difícil encontrar o ritmo certo logo no início; o câmbio recusa-se a fazer as reduções como você imagina, mesmo no programa Sport Plus, a suspensão transmite todas as imperfeições do piso e os dois eixos parecem rígidos demais, nervosos. Felizmente neste dia, conto com a4 Hipercarro, com louvor A AMG apresenta sua máquina mais extrema que arrumou novos rivais M E R C E D E S - A M G G T B L A C K S E R I E S A P R I M E I R A H O R A 1 minuto Bonito! Entrar ali não vai ser fácil... 2 minutos Que ruído é esse? O virabrequim plano gera um som bem diferente que o do GT anterior 17 minutos Com este torque extra, cinco marchas bastariam 22 minutos Dá para frear bem mais tarde. A aderência em curva é coisa de outro mundo 37 minutos O mostrador informa: 1,5 km/l 47 minutos Quase nada de rolagem da carroceria, equilíbrio total ▲ P O S I T I VO Surpreendente dócil e fácil, apesar de ser uma máquina radical N E G AT I VO ▼ O que você vê é o que você tem: presença, desempenho e nada de praticidade 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 23 First drives P R E Ç O R$ 2,38 milhões (na Europa, sem impostos) M O T O R E C Â M B I O V8 biturbo 3.982 cc 32V, sete marchas automático, tração traseira D E S E M P E N H O 720 cv @ 6.700 rpm, 81,5 kgfm @ 2.000 rpm, 0 a 100 km/h 3.2 s, 325 km/h P E S O 1.615 kg À V E N DA Disponível DADOS E F I C I Ê N C I A 9,3 km/l, 292 g CO2/km Primeiras impressões Um incrível - e incrivelmente caro - ‘quase’ carro de corrida capaz de derreter cronômetros na pista e ser usado no dia a dia presença do cinco vezes campeão do DTM e ex-piloto de Fórmula 1 Bernd Schneider: “No programa Sport, os amorte- cedores passam confiança. Deixe o Dynamic Select em Race e desligue completamente o controle de estabilidade, mas não passe da terceira das nove graduações do controle de tração”. Controle de estabilidade desligado? “Sim, com certeza”. Nessa condição, a frente ‘gruda’, mesmo em contornos rápidos e, apesar do controle de estabilidade desligado, a tra- seira raramente passa a ser um problema, a não ser que o tonto que está conduzindo (não é o Bernd) esbarre no botão. Tração e aderência nas curvas são quase irreais, graças aos pneus enormes. Os freios de carbono-cerâmica trabalham com uma suavidade e precisão incríveis. O Black Series parece ser uma evolução do GT R, mas seu visual não conta a história toda. Na verdade, ele é tão mais desenvolvido, que invadiu o território Ferrari 812/McLaren 720S. GEORG KACHER Felizmente o Bernd Schneider está comigo. Controle de estabilidade desligado? “Sim, com certeza”, ele diz. 24 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Experimente-o antes de reclamar do preço... 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 25 First drives Aerodinâmica complexa para gerar pressão e refrigeração 28 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 First drives O circuito inglês de Snetterton é: a) um velho ae- roporto; b) fica na região de Norfolk, sinônimo de ser muito plano. Trata-se de uma das pistas mais rápidas da Inglaterra. Por ser larga e plana, acaba mascarando a velocidade dos carros. Todo esse espaço tira a sensação de se estar andando tão rápido como na verdade se está. O McLaren 620R é muito rápido sobre seu asfalto, não apenas nas retas (0 a 200 Km/h em 8.1 s lhe parece bom?), mas quando você faz uma curva e automaticamente entra em apneia, como não entraria na maioria dos outros carros. Em parte, isso se deve ao fato que o 620R compartilha o máximo de seu DNA com o 570 GT4 de competição da McLaren, entregando sensações que só um carro de pista é capaz quando utiliza pneus ‘slicks’. Porém, a diferença crucial entre eles é que quando a bandeirada é dada e o autódromo fecha, o 620R não precisa voltar para a carreta da equipe e repousar até a próxima corrida ou treino. Ao contrário, seu condutor pode trocar seus ‘slicks’ por pneus normais e voltar para casa dirigindo ao pôr do sol. O 620R foi projetado para ser uma moeda de duas caras: um ‘brinquedo’ radical para um dia no autódromo e um supercarro apto às ruas e estradas. A produção é limitada a 225 carros que não são como um GT4 com placas de identificação. O ajuste em três níveis do aerofólio traseiro é o mesmo do modelo de competição, com mínimas alterações no formato, para cumprir as exigên- cias de homologação para as ruas e uma luz de freio adicionada na parte central. Muito da refinada aerodinâmica dianteira do GT4 foi mantida, com seus apêndices que geram pressão e refrigeram os enormes freios de carbono- -cerâmica com pinças de seis pistões na frente e quatro na traseira. O capô em fibra de carbono ganhou entradas de ar que geram fluxos que percorrem dutos intrincados pelo chassi, gerando pressão e aderência. Apesar destas novas4 A P R I M E I R A H O R A 20 segundos Será que não é mesmo o GT4 de corrida? Se não fosse pelas placas eu poderia ser enganado 2 minutos Opa, rampa à frente. Mas o bico não raspou 15 minutos O trânsito andou, vou experimentar o acelerador. Ô meu Deus! 30 minutos Incrível a comunicação entre direção e as rodas dianteiras 59 minutos Apitos nos ouvidos, vibrações no interior em certas rotações. Em um Corolla eu criticaria muito, mas aqui são toleráveis Bandeirada e caminho de casa A definição na Sport Series da McLaren é de um monstro do autódromo legalizado para as ruas. Portanto, as emoções continuam depois da bandeirada M c L A R E N 6 2 0 R ▲ P O S I T I VO Tempos de volta equivalentes aos do GT4 de corrida, mas com placas e banco do passageiro N E G AT I VO ▼ Vibrações na estrada; nada barato 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 29 Pneus ‘slick’ calçam as mesmas rodas dos pneus de rua. Fácil troca Entrada de ar estilo F1 é opcional, mas muitos vão pedi-la 30 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Primeira impressão Viciante na pista e completo na estrada. Muito extremo para cenários normais, mas excelente nas estradas certas, na hora certa - uau! “narinas”, o compartimento dianteiro é funcional e capaz de acondicionar pequenas bagagens ou seu equipamento completo de pilotagem. O interior revela o perfeito equilíbrio entre a simplicidade de um carro de corrida com a atmosfera esperada de um esportivo de R$ 1,79 milhão (sem impostos e antes dos clientes co- nhecerem a lista de opcionais). O console central é elevado como no carro de pista para facilitar o acesso à alavanca de mudanças quando se está afivelado aos bancosde fibra de carbono, mesmo propósito das cintas de tecido instaladas nas portas. Ao contrário de um carro de corrida, o interior exibe boa quantidade de Alcantara no acabamento e detalhes em fibra de carbono devidamente polidos. Assim como o cinto de segurança de seis pontos, há também um normal para uso nas ruas. Acione a aleta à direita do volante para engatar o 620R e perceba uma condução dócil nas ruas que lembra o 570S, apenas um pouco mais nervoso e alerta. Com pouco - ou nada - material fonoabsorvente, todos os tipos de sons vêm do motor e das turbinas atrás de você e da entrada de ar opcional acima. Em aceleração você percebe a sucção violenta de ar, assim como nas desacelerações percebe-se um chiado que gera a impressão que o carro está inspirando e expirando como um maratonista. E veja isso também: em determinadas velocidades há uma vibração ressonante no acabamento interno, tanto que meu telefone e meu notepad, que estavam num porta-objetos de fibra de carbono, começaram a dançar ani- madamente. O condutor também entra nessa dança. Enquanto os modelos Sport Series regulares da McLaren ostentam um nível de conforto alto para um esportivo, o 620R mostra-se muito mais firme. O motivo é óbvio, pois utiliza a mesma suspensão do modelo de pista. Os amortece- dores adaptativos eletrônicos do 570 podem ser instalados, mas para explorar todo o potencial do 620R num autódromo, você precisa dos amortecedores com suas 32 opções de regulagem de compressão e extensão. Mesmo nas opções mais suaves, até as faixas pintadas sobre o asfalto reverberam no carro, mas de forma perfeitamen- te tolerável. A mensagem é clara: este carro é radicalmente ajustado em prol da esportividade e isso jamais pode sair da sua mente. Piloto automático, GPS e um rádio suficiente- mente audível com o carro em movimento estão disponíveis. Parecem brinquedinhos que você dá a seu filhote de tigre, sabendo que um dia ele poderá arrancar sua cabeça. Mas na pista vai perceber que este tigre é na verdade um gatinho. O objetivo dos engenheiros foi dar a condutores de todos os níveis, uma sensação de conforto em velocidade, e eles conseguiram. A tendência sutil é de subesterço e muita tração. A traseira parece colada ao chão, mas pode ser solta, adotando-se alguns truques. Assim como no seu primo, o 620R espreme suas costas ao banco com respostas consistentes a cada volta, a cada curva, ajudado pela rígida estrutura de fibra de carbono. Os 18 cv extras em relação ao 600LT foram conseguidos através do remapeamento do módulo eletrônico e fazem do 620R o mais rápido McLaren Sport Series de toda a gama, com 610 cv. Ele tem muito mais potência que o 570 GT4, limitado a 500 cv. Os pneus ‘slick’ foram desenvolvidos espe- cialmente para as rodas de 19” na frente e 20” na traseira do 620R (a versão de pista utiliza unida- des de 18”). Eles não são tão aderentes quanto os pneus de competição do GT4, mas duram muito mais e não são imprevisíveis no limite. O 620R é, sob vários ângulos, único no segmento dos supercarros. Para achar algo igualmente capaz numa pista e nas ruas, você teria que olhar para extremos, como um Radical RXC ao invés de um Porsche 911 GT2 RS ou uma Ferrari 488 Pista. Ou você poderia comprar o 570 GT4 de competição por R$ 1,375 milhão (na Europa) e gastar o equivalente a isso para com- petir com ele... POR JAMES TAYLOR, EDIÇÃO ALAN MAGALHÃES Ele parece um brinquedinho que você dá a seu filhote de tigre, sabendo que um dia ele poderá arrancar sua cabeça P R E Ç O R$ 1,79 milhão (na Europa) M O T O R /C Â M B I O V8 biturbo 3.799 cc 32V, sete marchas dupla embreagem, tração traseira D E S E M P E N H O 610 cv @ 7.500 rpm, 63,1 kgfm @ 5.500 rpm, 0 a 100 km/h 2.9 s, 320 km/h P E S O 1.386 kg À V E N DA Disponível Dados E F I C I Ê N C I A 9,8 km/l, 278 g CO2/km O aerofólio não é enfeite: 185 kg de pressão a 240 km/h Cinto e cintos: duas versões disponíveis aqui 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 31 First drives P romovido pela CAR Magazine desde 2009, o CAR AWARDS Brasil 2021 ocorre pela primeira vez num ano atípico, onde a pandemia do Covid-19 atrasou eventos de lançamentos dos fabricantes. Aqui uma anotação importante: só foram elegíveis ao prêmio modelos lançados no ano até 5 de novembro, e que a redação de CAR Magazine tenha feito a avaliação padrão da revista. Carros lançados online, sem a experiência dinâmica do produto, não puderam participar. Desde o prêmio CAR AWARDS Brasil 2017, é a equipe da revista quem escolhe diretamente os vencedores. A decisão de chamar essa responsabilidade para a nossa redação trouxe ainda mais qualidade e credibilidade ao prêmio. A lista final com os oito vencedores ficou pronta somente em meados de novembro, já que resolvemos estender essa definição por mais quatro semanas em relação as edições anteriores. Essa decisão permitiu a participação de mais marcas e modelos, num ano de agenda atípica. Os veículos lançados são avaliados por vários critérios, entre eles: relevância do novo modelo no mercado, conjunto de inovações embarcadas, design e experiência ao dirigir. Desde 2017 também temos uma visão mais verde para o prêmio, onde o baixo consumo de fontes de energia não renováveis e o custo/benefício também contam muito. Confira os oito vencedores do CAR AWARDS Brasil 2021 Luca Bassani CAR MAGAZINE ESCOLHE OS VENCEDORES NAS OITO CATEGORIAS Mantendo a tradição e os critérios de escolha dos vencedores, o CAR AWARDS Brasil chega à sua décima primeira edição com a divulgação dos vencedores, desta vez com oito categorias. Neste ano finalmente estreia a categoria Melhor Importado Elétrico, dada a representatividade dos lançamentos dos modelos 100% eletrificados. Desta forma, todos os veículos híbridos passam a concorrer normalmente junto com os modelos das categorias anteriormente estabelecidas, como um benefício a mais do pacote embarcado em cada produto. Porém decidimos também salvaguardar uma classe só para os carros à combustão, na categoria Melhor Esportivo Premium o vencedor será sempre um modelo à gasolina de alta octanagem. MELHOR CARRO NACIONAL VOLKSWAGEN NIVUS O PRÊMIO MAIS IMPORTANTE do CAR AWARDS 2021, o de Melhor Carro Nacional é do VW Nivus com muito mérito. O desenvolvimento do design do modelo que a Volkswagen do Brasil criou para o mundo foi muito além das expectativas. O que supostamente seria uma versão cupê do Polo ou um SUV cupê do T-Cross, quando chegou surpreendeu jornalistas e clientes fiéis a marca. Quando o Nivus veio para a redação da CAR Magazine em julho não foi diferente. Foi paixão à primeira vista, e amor verdadeiro depois da primeira avaliação. Agora, com a escolha do Nivus, a plataforma MOB da Volkswagen celebra o tetra campeonato do CAR AWARDS BRASIL: venceu com Polo em 2018 e com o Virtus em 2019, na categoria principal, e com o T-Cross em 2020, na categoria Melhor SUV Nacional. Ainda há quem diga que ele não é um SUV, que se aproxima mais de ser um Polo cupê. Eles têm o mesmo entre-eixos (2.565 mm) e o Nivus é apenas 209 mm mais longo, 6 mm mais largo, 25 mm mais alto e só 52 quilos mais pesado. O Nivus é também o primeiro veículo da família a receber o VW Play. A central multimídia, que foi apresentada no primeiro semestre deste ano, gradativamente está sendo disponibilizada para outros modelos da marca. Apesar de ter apenas uma opção de motor e câmbio, o conjunto é harmônico e entrega esportividade e prazer ao dirigir. Trata-se do conhecido tricilindrico de 1,0 litro turbo que equipa outros modelos da marca, assim como o câmbio automático de seis marchas com mudanças manuais por meio de borboletas no volante. Com 128/116 cv de potência e 20,4 kgfm de torque (etan./gas.) ele leva o Nivus a acelerar de 0 a 100 km/h em 10 segundos. Mas sua melhor característica está na agilidade das retomadas de velocidade, fato facilitado pelo torque máximo já estarpresente às 2.000 rpm. A velocidade máxima declarada é de 189 km/h. O Nivus é um Gol de Placa da marca. Parabéns para o time da VW do Brasil! Você confere uma viagem incrível no Centro Oeste brasileiro com o VW Nivus confortline no Photo Gallery, no final desta edição a partir da página 134. MELHOR SUV NACIONAL - GM TRACKER EM SEU LANÇAMENTO mais ambicioso neste ano de 2020, a GM jogou pesado com o novo Tracker mudando completamente seu powertrain e visual. O carro reforça a presença da marca no segmento dos veículos com características de SUV. Quando a redação da CAR Magazine recebeu o Tracker, em meados de maio, já tinha a percepção que dificilmente o modelo da GM seria superado como Melhor SUV Nacional. Passados seis meses e outras avaliações, a decisão da redação em escolher o Tracker para o CAR AWARDS foi unânime. O SUV urbano da GM recebeu nesta nova geração uma lista de equipamentos para não fazer feio, inclusive frente a modelos de categoria superior. A grande novidade do Tracker é o motor tricilindrico de 1,2 litro com turbocompressor. Ele tem potência máxima de 133/132 cv a 5.500 rpm e torque máximo de 21,4/19,4 kgfm a 2.000 rpm. O câmbio automático de seis velocidades teve as relações de marchas ajustadas para proporcionar melhor dirigibilidade ao carro. O Tracker traz o que há de mais moderno em termos de conectividade e já vem com internet a bordo. Esse acesso é obtido por meio de uma parceria com a Claro, e após os primeiros três meses de uso requer uma assinatura para a continuidade do serviço. Entre os vários equipamentos de segurança disponíveis para o carro, podemos destacar os sistemas de alerta de colisão frontal com frenagem de emergência, aviso de ponto cego posicionados nos retrovisores externos, indicador de distância do veículo da frente. O novo GM Tracker é robusto, eficiente e inteligente. Parabéns GM do Brasil, vocês entregaram um bom produto, com ótima relação custo/benefício. MELHOR P ICK-UP - FIAT STRADA O QUE DIZER de um modelo que está a mais de 20 anos na liderança do mercado? O que seria até certa comodidade para outros fabricantes, foi a inspiração para a FIAT reinventar a Strada. Nos últimos prêmios do CAR AWARDS as vencedoras foram as pickups médias, como a S10 da GM, a Amarok da VW e a Frontier da Nissan. Nesta edição, a Fiat Strada literalmente venceu concorrentes de peso. A Fiat acertou em cheio com a renovação da Strada. Bonita e harmônica, o visual com a frente mais elevada agrada em todos os sentidos. Com clara inspiração na sua irmã mais robusta, a Fiat Toro, a Strada tem estilo e identidade próprios. Ela também é a única da categoria com versões de quatro portas. Avaliamos o modelo Volcano, que gora vem agora com banco traseiro para três adultos. Anteriormente a cabine dupla tinha somente três portas (duas no lado direito) e acesso mais restrito ao banco traseiro, mal acomodava dois adultos, agora, acolhe três pessoas. Seu interior é moderno, com bancos que reúnem forração em tecido e couro sintético e painel de instrumentos com desenho funcional e controles ergonômicos. Outro destaque da picape é a moderna central multimídia Uconnect 7”. Com tela tátil de sete polegadas traz recursos como Android Auto e Apple CarPlay, com espelhamento sem fio, e permite o pareamento de até dois smartphones. Ao avaliar a Fiat Strada em julho ficamos surpresos com sua eficiência. A versão Volcano, com o motor Firefly tricilindrico de 1,3 litro, flex, desenvolve potência máxima de 109 cv e trabalha muito bem com o câmbio manual de cinco marchas que têm engates suaves e precisos. Todas as versões da pickup — são cinco — trazem controle de estabilidade e tração, que é desligável, assistente de partida em aclive e bloqueio eletrônico do diferencial, o E-Locker. A Fiat conseguiu traduzir liderança em inovação mais uma vez. Difícil a Strada ser desbancada pela concorrência num segmento que compreende tão bem. Parabéns a FCA que reinventou um ícone, a Strada. MELHOR CARRO COMPACTO - PEUGEOT 208 O LEÃO SE MIROU no espelho e encarou um tigre de dente de sabre, e gostou do que viu e não rugiu. Foi assim que a Peugeot criou o novo visual do seu ícone 208. Decisão acertada do estúdio de design dos franceses, que parecia arriscada e se revelou brilhante. Quando a CAR Magazine recebeu durante a pandemia o Peugeot 208 na redação, quem não nos mordeu não foi o leão, mas o tigre. O ícone francês sempre foi uma referência entre os modelos europeus compactos, que se replicam por aqui. Durante os onze anos do prêmio, o 208 já havia ganhado na edição 2016. Primeiro modelo da marca francesa na América Latina a usar a plataforma modular CMP, o novo 208 se destaca pelo design e pela tecnologia embarcada. Agora o 208 é absoluto em design, talvez outros modelos do mercado tenham custo/benefício mais ajustados que o 208, mas produto não. O novo 208 entrega o que se espera do futuro. O novo 208 recebeu carroceria mais longa (4.055 mm), mais larga (1.738 mm) e mais baixa (1.453 mm) que a do seu antecessor. A nova plataforma é responsável pela introdução do Peugeot Driver Assist, que reúne um agrupamento de tecnologias de assistência à direção que prioriza a segurança. O conjunto motriz, composto pelo já conhecido motor de 1,6 litro com 118 cv de potência e 15,5 kgfm com etanol, é eficiente. O motor tem funcionamento correto, suave, e se mostra correto. O câmbio automático de seis marchas tem bom funcionamento e aceita mudanças manuais de marchas por meio da alavanca posicionada no console central do carro. Além dos modelos com combustão interna, o 208 também terá uma versão elétrica — e-GT — prevista para ser anunciada em breve. O Peugeot 208 é atraente, de vanguarda, tem qualidades dinâmicas elogiáveis e ótimo acabamento. Parabéns PSA, a Peugeot entregou um compacto incrível! MELHOR CARRO IMPORTADO - BMW 330e QUALQUER REDAÇÃO DE automóvel no mundo simplesmente ama a marca BMW, talvez aí o motivo tão criterioso da análise de cada modelo, dada a expectativa. Ano passado o novo Série 3 bateu na trave no prêmio do CAR AWARDS 2020, simplesmente porque alguns fatores não se adequaram aos critérios do prêmio, até pela versão avaliada pela revista CAR. Desta vez aconteceu justamente ao contrário. Nunca tivemos em nossa redação um BMW tão perfeito, completo nos mínimos detalhes. O modelo recebido para avaliação era azul royal com acabamento interno em couro caramelo, impecável, de cara impressionou. O modelo híbrido plug-in do automóvel mais vendido da história da fabricante alemã chega ao País para brigar num segmento marcado por grandes lançamentos no segundo semestre de 2020. Basicamente, ele parte do 330i, mas se diferencia pelo bom comportamento dinâmico aliado à eficiência energética da motorização plug- in híbrida. O 330e M Sport é um dos modelos híbridos mais equilibrados na tarefa de entregar economia inteligente passando sem escalas a um desempenho estonteante. Outro critério que faz o carro insuperável são as acomodações proporcionadas pelas suas dimensões: 4.709 mm de comprimento; 1.827 mm de largura; 1.444 mm de altura e 2.851 mm entre-eixos. A sensação é de estar abordo de uma nave do tamanho certo, sem exageros. A esportividade visual e dinâmica é assegurada pelos freios, suspensão, pacote aerodinâmico e rodas de 19 polegadas. O sistema plug-in híbrido do 330e é composto por um propulsor de quatro cilindros, com 2,0 litros, TwinPower Turbo, que desenvolve 184 cv, além de um motor elétrico que entrega a potência de 113 cv. A potência combinada do carro é de 252 cv e o torque combinado é de 42,8 kgfm. Mas por intermédio do recurso XtraBoost, por dez segundos o carro ganha mais 40 cv na potência combinada — elevando o valor total para 292 cv. Ele acelera de 0 a 100 km/h em 5,9 segundos e a velocidade máxima é de 230 km/h. Você confere todas os detalhes deste automóvel incrível a partir da página 80 destaedição. Parabéns BMW! MELHOR SUV IMPORTADO - VOLVO XC40 T5 PLUG-IN HYBRID R-DESIGN NA MESMA LINHA da nossa decisão do prêmio da categoria Melhor Pickup, o prêmio de Melhor SUV Importado não foi para um gigante e sim para um modelo de mercado inteligente. Então nada mais justo entregar ao novo Volvo XC 40 plug-in R-Design o nosso troféu. A Volvo vem substituindo seus veículos a combustão por modelos híbridos, e agora chegou a vez do SUV compacto ter motores turbo e elétrico. Cultivando a imagem ecológica de fazer carros “limpos e verdes”, nada mais lógico que a empresa ter uma versão híbrida de todos os modelos. A nova versão do SUV XC40 — o segundo mais vendido da marca no Brasil —, além de híbrida também pode ser recarregada em tomadas. Ou seja, é um híbrido Plug-in. O lançamento, com o preço de R$ 264.950, substitui o XC40 T5 com motor 2.0 turbo de quatro cilindros, 254 cv e tração integral. No novo híbrido, o motor à gasolina foi substituído por um 1.5 também turbo, porém de três cilindros e 180 cv. A ele vai adicionado um propulsor elétrico de 82 cv, elevando a potência combinada para 262 cv, 8 cv a mais que o XC40 anterior. Apesar da maior potência ele perdeu 0,3 segundo na aceleração de 0 a100 km/h, gastando 7,3 segundos para chegar a essa velocidade. Ele continua com comportamento esportivo, com acelerações surpreendem pela força combinada dos dois motores, mas surpreende quando é dirigido com moderação no uso urbano alcançando uma autonomia de 25 km/litro, consumo excelente para um SUV. O XC 40 tem tamanho ideal e acabamento luxuoso, padrão Volvo. Vale a pena conferir a matéria completa a partir da página 68. Parabéns Volvo! MELHOR ESPORTIVO PREMIUM - AUDI RS6 AVANT CAR MAGAZINE TEM admiração antiga pelos modelos da Audi da linha RS, especialmente pelo RS 6 Avant. Um modelo com muita personalidade, inclusive na contramão do mercado Brasileiro onde hatches e SUVs praticamente baniram as peruas das nossas ruas. Os prêmios de Melhor Esportivo Premium geralmente são entregues a modelos esportivos cupê ou supercarros, ninguém pode dizer que essa perua familiar não é um supercarro. A nova geração da RS 6 Avant, produzida em Ingolstadt, foi além. Isso ficou claro quando andamos em toda a linha RS no Audi RS Experience, em outubro, no circuito da Fazenda Capuava (CAR# 100). Essa station wagon é a nave perfeita, tudo nela é incrível. O novo conceito aerodinâmico foi desenvolvido a partir do zero e o chassi, que foi ampliado em suas dimensões, gerou mais 50 kgs de peso ao carro. Em matéria de potência, na versão Performance, a RS6 conta com 600 cv de potência máxima e vai de 0 a 100 km/h em 3,6 segundos e chega aos 200 km/h em apenas 8,4 s. O único opcional realmente especial para o V8 4.0 é o RS Dynamic Package (que aumenta a velocidade máxima limitada de 250 para 280 km/h), ou a versão Plus. Esse último item amplia a velocidade final para 305 km/h. O V8 produz seu pico de potência entre 6.000 e 6.250 rpm, enquanto o torque máximo de 81,5 kgfm é obtido entre 2.050 rpm e 4.500 rpm. O sistema de rodas traseiras direcionais — de série — reduz o diâmetro de giro da perua em um metro, facilita nas manobras e ajuda na estabilidade direcional do carro nas altas velocidades. Aqui, atenção para as rodas de 22” com pneus 285/30 que desenham no asfalto a arte em borracha. A nova RS 6 está num patamar de luxo, acabamento e eletrônica bem adiante que a geração anterior, que parecia abafada. Seu escapamento de quatro saídas ecoa os sons dos deuses da gasolina, que ainda desafiam os deuses da eletricidade. Parabéns Audi, parabéns RS 6 Avant, entregaram um modelo para finalmente fazermos justiça. MELHOR IMPORTADO ELÉTRICO - PORSCHE TAYCAN TURBO S NESTE ANO ESTREIA no CAR AWARDS BRASIL o prêmio de Melhor Importado Elétrico. Os carros elétricos são o futuro da mobilidade humana, porém até a edição 2021 do prêmio de CAR Magazine ainda discutíamos internamente como fracionar as categorias, principalmente com conceitos claros e justiça. No passado tivemos um prêmio para o ¨Carro Verde¨, onde compactos abaixo de 1.000 cm3 e importados híbridos disputavam o prêmio. Porém com o passar dos anos, percebemos que os modelos com downsizing e as opções híbridas deveriam participar dentro de suas categorias, como já acontece desde 2019. O ano de 2020 foi conturbado pela pandemia, mas teve vários lançamentos de 100 % eletrificados. Nossa escolha foi digna de um filme de ficção científica onde Drifting elétrico é possível e desconcertante. O novíssimo Porsche Taycan Turbo S — de tão alienígena carrega Turbo no nome mas não nas suas entranhas — por uma decisão de marketing dos alemães manteve a mesma denominação do carros a gasolina para identificar a escalada de potência dos modelos: 4S, Turbo e Turbo S. Nosso contato com o novo elétrico da Porsche aconteceu no autódromo Velo Città, no início de novembro. A empresa trouxe a versão Turbo S para uma experiência sem precedentes, que você confere na íntegra a partir da página 96. Os 761 cv de potência (com overboost) não deixam espaço para incertezas quanto a sua performance, mas tão — ou mais — impressionante quanto a potência é o torque máximo do Taycan: impensáveis 107,1 kgfm. Importante lembrar que nos motores a combustão tanto a potência quanto torque vão crescendo à medida em que os giros do motor aumentam. Nos elétricos esses valores máximos estão disponíveis com o carro “parado”. Basta encostar no acelerador que se tem 107,1 kgfm de torque. Na pista mogiana usamos o Lauch Control, simulando largadas com performance de 0-100 km/h em apenas 2,8 segundos. O Taycan lembra o cruzamento de um 911 e Panamera daqui uma década, mas na essência é um Porsche. O Taycan vem equipado com dois motores que funcionam permanentemente sincronizados — um em cada eixo —, que produzem a potência combinada de 625 cv, chegando aos 761 cv com o overboost acionado. As rodas são enormes, com aro de 21 polegadas de diâmetro, que estão calçadas com pneus 265/35 na frente e 305/30 na traseira. O Taycan é um OVNI eletrificado preso ao chão no planeta Terra. A impressão é que vivemos mais do que esperávamos para testemunhar algo tão desconcertante. Parabéns Taycan, bem-vindo de volta do futuro! Sobrou pouco do antigo A combinação de conceitos japoneses e franceses se fez presente de forma positiva na reformulação do novo sedan. O Versa tem cacife para disputar de igual para igual com os principais concorrentes do mercado Por: Josias Silveira 42 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Nissan Versa Exclusive 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 43 uase sempre um lançamento traz melhorias, mais equipamentos e mudanças visuais para marcar ano/modelo. Novas grades, pára- -choques, lanternas... Não foi o caso do Nissan Versa, que realmente merece o “novo”. Pouco sobrou do “antigo”. Car- roceria com visual totalmente reformulado, outro nível de conforto e silêncio a bordo... mudança quase total. Do “antigo” sobrou praticamente o motor, o mesmo 1.6 quatro cilindros Flex de 16 válvulas, com duplo coman- do variável na admissão e escape, que rende 114 cv (a 5.600 rpm). Não é exagero afirmar que o Versa mudou de categoria e agora tem condições de concorrer entre os sedans compactos (como VW Virtus, Chevrolet Onix Plus e Toyota Iaris). O novo Versa virá do México (de Aguascalientes) e o “antigo” continuará em produção em Resende (RJ), rebatizado de V-Drive. Os dois modelos devem conviver por tempo indeterminado. Era esperado um novo motor da Nissan, mais potente e com injeção direta de com- bustível. No Brasil será mantido o motor já conhecido inclusive por equipar o Kicks. Aliás, o novo sedan tem maior semelhança de projeto com o próprio SUV Kicks, do que com o antigo Versa. O sedan foi construído sobre a mesma plataforma do Kicks e ganhou maior distância entre-eixos, traduzido em maior conforto ao rodar. Esta distância aumentou em 20 mm, passando para 2.620 mm.Seu compri- mento permanece praticamente o mesmo. O câmbio automático CVT também é o mesmo do Kicks — com diferentes ajustes eletrônicos — e apenas a versão de entrada do Versa, a Sense, tem opção de câmbio manu- al de cinco marchas. Nipo/francês? Uma qualidade dos Nissan está no fato de, ao volante, se ter a sensação de dirigir um carro japonês. Mesmo associada à francesa Renault, os Nissan mantêm sua personalidade nipônica, ainda que existam componen- tes em comum entre as duas marcas. O novo Versa passa a sensação de “tudo certinho” dos japoneses, a começar pela boa isolação acústica: o silên- cio a bordo foi muito valorizado no projeto. Da mesma forma, a nova suspensão permite conforto, assim como boa estabilidade. Claro, auxiliada por uma direção mais direta (relação de 15:1), eletricamente assistida, eficiente em curvas rápidas e desvios de trajetória. O motor Flex de 114 cv é apenas justo: não falta potên- cia ou torque, mas não espere desempenho esportivo no novo Versa (0 a 100 km/h em 10,7 segundos e máxima de 180 km/). O câmbio CVT, que evoluiu nos últimos anos, está mais preciso (seis marchas simuladas eletronicamente, sem trocas manuais) e dificilmente surge a sensação de aumento de rotação do motor sem aceleração. Este câmbio automático é padrão na versão intermediária Advance e no topo Exclusive, sendo opcional no Sense de entrada. 4 Q Carroceria com visual totalmente reformulado, outro nível de conforto e silêncio a bordo Nissan Versa Exclusive 44 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 O painel de instrumentos digital, também presente no Kicks, é outra inovação do Versa — para as versões Advance e Exclusive O Versa tem boa isolação acústica: o silêncio a bordo foi muito valorizado no projeto O câmbio CVT está mais preciso e dificilmente surge a sensação de aumento de rotação do motor sem aceleração 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 45 A nova suspensão proporciona maior conforto e garante boa estabilidade 46 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Nissan Versa Exclusive Conforto e amenidades Quase obrigatório na categoria, o novo Versa vem recheado de equipamentos. Seu interior é sempre agradável, tendendo ao luxuoso nas versões intermediárias e de topo. O básico Sense já traz ar-condicionado, áudio e telefone com comandos no volante, chave presencial e partida por botão, tela central de 3,5 polegadas, airbags laterais e de cortina (além dos obrigatórios), con- troles de estabilidade e tração, ABS e distribui- ção de frenagem com assistente de emergência, além de auxilio de partida em aclives. Há ainda AM/FM com entrada auxiliar, além de três USB (um no painel e dois para o banco traseiro). O intermediário Advance já traz faróis com acendimento automático e acompanhamento em curvas, banco traseiro bipartido, central com tela de 7 polegadas e 12 funções (espelhamento Android e Apple CarPlay com Bluetooth), rodas 16’ de liga, câmera traseira, faróis auxiliares, alerta de objetos e crianças no banco traseiro. Já o topo de linha Exclusive acrescenta acabamento Premium nos bancos, rodas 17 polegadas, ar-condicionado digital, faróis de LED com assinatura, alerta de colisão com fre- nagem automática, visão 360º na tela, alerta de tráfego transversal com frenagem automática, além de GPS integrado ao multimídia. Enfim, com tantos recursos, o novo Versa promete ser bem mais que um rostinho bonito e brigar para valer em um mercado competitivo. Construído sobre a plataforma do Kicks, com maior distância entre- eixos, ganhou espaço interno Do “antigo” sobrou só o motor, o mesmo 1.6 quatro cilindros Flex de 16 válvulas, com duplo comando variável na admissão e 114 cv Nissan Versa Exclusive P R E Ç O De R$ 72.990 a 92.990 M O T O R E T R A N S M I S S ÃO Quatro cilindros, 1.6, 16V, duplo comando ambos variáveis, Flex, injeção indireta, potência máxima de 114 cv a 5.600 rpm e torque máximo de 15,5 kgfm a 4.000 rpm. Câmbio CVT com seis marchas simuladas, tração dianteira. D E S E M P E N H O 0 a 100 km/h em 10,7 segundos, velocidade máxima de 180 km/h S U S P E N SÃO Dianteira independente McPherson, braço de controle triangular, molas helicoidais, amortecedores pressurizados e barra anti- rolagem; traseira por eixo de torção, molas helicoidais e amortecedores pressurizados. C O M P. / L A R G U R A / A LT U R A 44.495 mm/1.740 mm/1.475 mm P E S O / M AT E R I A L 1.137 kg/Chapas de aço À V E N DA Disponível 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 47 irigindo a nova versão se destacam dois pontos: o refi- namento da suspensão bem acertada entre o conforto e es- portivo e a economia de com- bustível do conhecido motor 1.5 i-VTEC Flex. Apesar de a mecânica continuar a mesma, o casamento do motor com o câmbio automático CVT após três anos em linha (o WR-V é projeto brasileiro lançado em 2017) deixou o modelo 2021 mais econômico. Graças a pequenos ajustes, a maioria de programação eletrônica. Do Twist ao WR-V Em 2012, a Honda lançou o Fit Twist e sabia da dificuldade de transformar um monovolume fami- liar (apreciado pelas mulheres) em “aventureiro”. O Twist tinha apenas adereços estéticos e não vingou. Cinco anos depois veio o WR-V, um Fit elevado em 30 mm e com maiores mudanças de suspensão e visual para “virar SUV”. Para 2021 o WR-V foi repaginado e ganhou mais recursos eletrônicos e de segurança. Chegou também a nova versão de entrada LX, além das existentes EX e EXL. A dianteira ganhou faróis em LED com luz de posição diurna, grade e friso cro- mado menor. Na traseira, além de novas lanternas com LEDs, veio um pára-choque 67 mm mais longo, levando o comprimento do carro para 4.068 mm. Tudo visa aspecto mais robusto, mas o pára-choque traseiro protege melhor a tampa do porta-malas.4 Receita de sucesso O Honda WR-V modelo 2021 traz visual mais agressivo para ficar “mais SUV” e ser melhor porta entrada dos aventureiros D Por: Josias Silveira Honda WR-V 48 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 49 Mais eletrônica Agora há também controles de estabilidade e tração, assistente de partida em aclive e luzes de frenagem de emergência de série. Chega, ainda, acendimento automático dos faróis com regula- gem de altura do facho. O controle de estabilidade e tração é bastante útil com CVT, já que este câmbio “anestesia” o freio motor, necessário para corrigir derrapa- gens. Aí entra o controle de tração e acerta a trajetória da curva. O número de airbags também aumentou com a versão. O LX traz apenas os frontais, enquanto o EX ganha também laterais. Já o EXL traz seis airbags, incluindo de cortina. O topo de linha EXL possui GPS na multimídia, retrovisores eletricamente rebatíveis e sensores de estacio- namento dianteiros. Claro que essa disponibilidade de equipa- mentos é proporcional ao preço, que varia de R$ 83.400 (LX) a R$94.700 (ELX). O EXL traz acabamento interno mais sofisticado com partes em couro, e tem mais recursos no CVT com a simulação de sete marchas e troca por borboletas no volante. O básico LX não tem essa simulação. Conversa afinada Apesar de tantos recursos, rodando cerca de 200 km o que mais se destacou foi o conjunto mecânico. O eficiente motor 1.5 i-VTEC 16V “conversa” eletronicamente muito bem com o câmbio, e no trânsito urbano o CVT se com- porta como automático. No EXL existe ainda o modo Sport na alavanca, o que melhora acele- rações com o motor em maior rotação. O motor tem qualidades como durabilidade, economia de combustível, confiabilidade, mas não inclui esportividade. O sistema de comando de válvulas variável garante funcio- namento suave e os 115 cv (a 6.000 rpm) são suficientes para viagens seguras e até rápidas. A Honda não fornece números, mas o 0 a 100 km/h fica em torno de 12 seg e a máxima passa um pouco dos 170 km/h. E a economia de combustível surpreende, principalmente em um SUV/Crossover, rara- mente econômico. Em circuito cidade/estrada (50/50), com ar-condicionado,fez 14,5 km/litro de gasolina e mantendo 120 km/h a média foi de 16 km/litro. Outro destaque fica para a suspensão e dire- ção, com ótima estabilidade. A dianteira teve sub-chassi rebaixado (para subir a carroceria) e todos os componentes são exclusivos do WR-V: braços, molas e amortecedores, estabilizador maior... A bitola dianteira ficou 15 mm mais larga que a do Fit. A caixa de direção (com assistência elétrica) veio do irmão maior HR-V, assim como a suspensão traseira, o que deixou o WR-V mais saboroso de dirigir e obediente em curvas, pouco esperado em veículo alto. Foram muitos aperfeiçoamentos para a Honda conquistar mais consumidores para o SUV de entrada. Honda WR-V P R E Ç O R$ 83.400 a 94.700 M O T O R E T R A N S M I S S ÃO Quatro cilindros, 1.497 cm3, 16V, du- plo comando variável i-VTEC, Flex, injeção indireta, potência máxima de 115/116 cv a 6.000 rpm e torque má- ximo de 15,2/15,3 kgfm a 4.800 rpm. Automática CVT com seis marchas simuladas, tração dianteira. D E S E M P E N H O 0 a 100 km/h em 12,0 segundos, máxima de 170 km/h S U S P E N SÃO Dianteira independen-te tipo MCPherson; traseira por eixo de torção COMP. / LARGURA / ALTURA 4.068 mm/1.695 mm/1.559 mm P E S O / M AT E R I A L 1.138 Kg/Chapas de aço À V E N DA Disponível A suspensão mais alta também usa componentes do SUV maior da Honda, o HR-V Honda WR-V 50 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 O painel do WR-V 2021 é bem completo e inclui borboletas de mudança de marchas no volante no topo de linha EXL Entre as mudanças na traseira está o para-choque maior que protege mais a tampa do porta-malas 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 51 Os dentes afiados do leão Primeiro modelo da marca francesa na América Latina a usar a plataforma modular CMP, o novo 208 se destaca pelo design e pela tecnologia embarcada Por: Luca Bassani 52 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 ELEITO PELA CAR MAGAZINE Peugeot 208 Griffe 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 53 om certeza, o 208 repre- senta um marco para a empresa no País. Depois do sucesso do 206 e deci- sões equivocadas para o 207, o novo modelo tem credenciais para mudar esse panorama. Não há dúvida que o design é um dos pontos mais fortes do carro, mas ao dirigi- -lo se descobre que ele não é apenas um bom exercício de estilo, tem excepcionais qualida- des dinâmicas. Ele recebeu carroceria mais longa (4.055 mm), mais larga (1.738 mm) e mais baixa (1.453 mm) que a do seu antecessor. O entre-eixos (2.538 mm), regula com o modelo anterior. Ele ficou mais atraente e moderno, as luzes diurnas de ro- dagem simulam os caninos do leão e, segundo a Peugeot, o carro ganhou maior rigidez torcional. Uma novidade é o i-Cockpit 3D®, com tec- nologia holográfica, para que algumas infor- mações sobre o veículo sejam projetadas em destaque para o motorista — item disponível para as versões Allure e Griffe. Assim como em outros modelos da marca, o quadro de instru- mentos pode ser visualizado somente sobre o aro do volante de dimensões reduzidas, mas agora é configurável. O 208 foi produzido sobre a plataforma CMP, que é responsável pela introdução do Peugeot Driver Assist que reúne um agrupamento de tec- nologias de assistência à direção e segurança que inclui os sistemas: alerta de colisão, frenagem de emergência em velocidades entre 5 km/h e 85 km/h, alerta e correção de mudança de faixa, auxílio de farol alto e reconhecimento de placas de velocidade, além do carregamento de smar- tphone wireless. Andando, o carro mostrou boas característi- cas de rodagem e conforto. Na estrada, em cur- vas contornadas mais rapidamente, ele mostra bom acerto da suspensão e quase nenhuma ro- lagem de carroceria. Apesar da firmeza nessas situações ele não deixa de ser agradável no piso irregular. O volante tem boa pega e a direção elétrica se mostra rápida e precisa, no que é ajudada pelos pneus na medida 195/55 R 16. Os freios — com discos ventilados na dianteira e tambor na traseira —, correspondem bem às necessidades do carro. O conjunto motriz, composto pelo já conhe- cido motor de 1,6 litro com 118 cv de potência e 15,5 kgfm com etanol, é eficiente. O motor tem funcionamento correto, suave, e se mostra suficiente para as pretensões de uso do carro. Claro que seria preferível que ele estivesse dis- ponível com o motor de 1,2 litro turbo — com 130 cv e 23,4 kgfm — que equipa as versões argentina e europeia. Nem tanto pela potência 10,2% maior, mas pelos 51% a mais de torque, o que torna o carro excepcionalmente bom de dirigir. Mas achamos que isso deve acontecer em um breve futuro. 4 C Além das qualidades inegáveis o design é um dos pontos de destaque do carro: ele ganhou o prêmio de Carro do Ano na Europa 54 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Peugeot 208 Griffe As luzes diurnas de rodagem (DRL) representam os caninos do leão, o símbolo da marca francesa O sistema multimidia merecia evolução semelhante a ocorrida com o painel de instrumentos Uma novidade é o i-Cockpit 3D®, com tecnologia holográfica: as informações sobre o veículo sessão projetadas em destaque para o motorista 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 55 O 208 se destaca pela tecnologia embarcada, fruto da plataforma CMP Uma das surpresas vem do conforto: o 208 roda macio, silencioso, diferente dos seus antecessores 56 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Peugeot 208 Griffe O câmbio automático de seis marchas tem fun- cionamento correto e aceita mudanças manuais de marchas por meio da alavanca posicionada no console central do carro. Ele não com vem com as desejáveis borboletas de mudanças no volante. Com dois modos de condução, Eco e Sport, no modo esportivo as respostas ao acelerador são mais rápidas, as marchas mudam em giros mais altos e a assistência da direção fica mais reduzida. Além dos modelos com combustão interna, o 208 também terá uma versão elétrica — e-GT — prevista para ser anunciada em breve. A gama a combustível está disponível em cinco versões de acabamento: Like (a única com câmbio manual), Active, Active Pack, Allure e Griffe. A versão que andamos, a topo de linha Griffe, conta com todos os equipamentos dos modelos mais simples e inclui: faróis Full LED, capa dos retrovisores e aerofólio em preto brilhante, chave presencial com partida pelo botão Start/Stop, VisioPark 180°, sensores de chuva, crepuscular e de estacionamento traseiro, alerta de colisão, frenagem de emergência automática, alerta e correção de mudança de faixa, auxílio de farol alto e sistema de reconhecimento de placas de velocidade, além do PEUGEOT i-Cockpit® 3D, é claro. O carro é atraente, tem qualidades dinâ- micas elogiáveis e ótimo acabamento. Esperamos que a marca retome os bons volumes de vendas da época do 206. A traseira é caracterizada pelo acabamento black piano, que se estende por toda a extensão do porta-malas, unindo as lanternas O motor tem funcionamento correto, suave, mas seria preferível que ele viesse com o 1,2 litro turbo argentino Peugeot 208 Griffe P R E Ç O R$ 94.990 M O T O R E T R A N S M I S S ÃO Quatro cilindros, 1.587 cm3, 16 válvulas, duplo comando, variador de fase na admissão, injeção no duto, potência máxima de 118 / 115 cv a 5.750 rpm, torque máximo de 15,5 / 15,4 kgfm a 4.750 / 4.000 rpm (etan./gas.). Automática de seis marchas; tração dianteira D E S E M P E N H O 0 a 100 km/h em 12 segundos; velocidade máxima 190 km/h S U S P E N SÃO Dianteira independente tipo McPherson; traseira por eixo de torção C O M P. / L A R G U R A / A LT U R A 4.055 / 1.738 / 1.453 mm P E S O / M AT E R I A L 1.178 kg / aço À V E N DA Disponível Com o novo desenho ele perdeu porta-malas (menos 8 litros) e autonomia: o tanque de combustível diminuiu de 55 litros para 47 litros 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 57 Mais conectada e segura O modelo mais sofisticado da S10, apesar de ser um utilitário de serviço, ganhou cara nova, equipamentosde segurança e de conectividade, e grande conforto dinâmico Por: Luca Bassani 58 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 essa avaliação an- damos na S10 High Country, modelo topo de linha que reúne qualidades tanto de trabalho quanto para o uso diário nas cidades. Bem equipada, e com requintes de automó- vel no acabamento, é até um pouco impen- sável colocá-la no trabalho pesado. Mas para o batente intenso a marca tem modelos mais simples e baratos. Uma novidade para a linha 2021 é que agora as versões podem ser identificadas pelo design da parte frontal, que são levemente distintos, e a High Country tem soluções estéticas bem resolvidas. Chamou a atenção o baixo nível de ruído do motor transmitido para a cabine, fato que pode ser creditado pela cobertura plástica do motor e pelo revesti- mento fonoabsorvente sob o capô. Outro item de conforto para o usuário é a mola a gás que alivia o peso da tampa da caçamba. Na traseira, ela ainda vem equipada com câmera de ré, que agora projeta imagens de alta definição. O interior é agradável e os bancos revestidos de couro são confortáveis— o do motorista tem controles elétricos —, mas o volante de direção continua sem o ajuste de profundidade o que facilitaria para achar a melhor posição ao dirigir. O banco traseiro tem bom espaço e 4 N Chevrolet S10 High Country 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 59 Entre as novidades está a tampa traseira que recebeu uma mola a gás para facilitar sua abertura e fechamento, não era sem tempo acomodação para dois passageiros, o terceiro fica prejudicado pelo túnel central e pelo desnível proporcionado pelo descansa-braço central quando ele está recolhido. A motorização não mudou. É o mesmo quatro-cilindros turbodiesel de 2,8 litros que recebeu atualização no turbocompressor e minimiza o efeito turbo lag — demora na resposta à aceleração. Os valores de potência 200 cv a 3.600 rpm e torque máximo de 51 kgfm a 2.000 rpm ficaram inalterados, mas o prazer de dirigir melhorou. Informações da GM confirmam que na High Country essa nova calibração priorizou o desempenho. A fabricante divulga uma aceleração de 0 a 100 km/h em 10,3 segundos e velocidade máxima, limitada, de 180 km/h. O câmbio, para as versões de acabamento superior, é sempre o automático de seis velo- cidades, e as marchas são trocadas de forma suave e quase imperceptíveis. O sistema de tração 4×4 é acionado por meio de um seletor posicionado no console central. Para uma picape, o conforto de rodagem é muito bom com a caçamba vazia, sem ser macio demais e sem ruídos incômodos de suspensões. A direção com assistência elétrica tem bom nível de resistência nas manobras — que são feitas com facilidade —, e é perfeita nas velocidades mais altas das estradas. Ainda que ela não conte com uma chave pre- sencial, a nova geração do sistema OnStar e o novo aplicativo myChevrolet permitem que a partida e o ar-condicionado sejam ativados remotamente. No painel, está presente a nova central multimídia MyLink que permite espe- lhamento sem fio de celulares Android Auto e Apple CarPlay. O sistema incorpora Wi-Fi com internet 4G nativa e permite a conexão de até sete dispositivos, sendo que a antena utilizada na picape tem sinal 12 vezes melhor que a do aparelho celular. Apesar do modelo anterior já contar com os alertas de colisão frontal e de saída involuntá- ria de faixa, além dos controles de estabilidade e de oscilação de reboque, a versão 2021 traz novos sistemas eletrônicos de auxílio ao motorista. A grande novidade da S10 é a frenagem autônoma de emergência, que atua entre 8 e 80 km/h. Por meio de uma câmera posicionada no alto do para-brisa o sistema pode identificar uma situação de risco envol- vendo um veículo ou um pedestre que esteja cruzando a dianteira do veículo e freá-lo — se não houver a intervenção do motorista. Os seis airbags estão presentes em todas as ver- sões da picape. Os ajustes pelos quais a S10 acaba de passar, sem sobra de dúvida tem a pretensão de recon- quistar o primeiro lugar no ranking de empla- camentos do segmento de picapes médias, que foi perdido para a Toyota Hilux. Até outubro deste ano a picape japonesa vendeu quase 32% a mais que a da GM – 26.039 unidades da Hilux contra 19.754 da S10. Vamos acompa- nhar os próximos passos dessa disputa. CHEVROLET S10 HIGH COUNTRY P R E Ç O R$ 213.290 M O T O R E T R A N S M I S S ÃO Quatro cil. em linha, 2.776 cm3, potên- cia máxima de 200 cv a 3.600 rpm e torque máximo de 51 kgfm a 2.500 rpm (diesel). Manual de seis marchas; tração traseira e 4x4 temporária D E S E M P E N H O 0 a 100 km/h em 10,1 segundos; velocidade máxima de 180 km/h S U S P E N SÃO Dianteira independente; traseira por eixo rígido e molas semielípticas C O M P. / L A R G U R A / A LT U R A 5.408 / 1.874 / 1.839 mm P E S O / M AT E R I A L 2.101 kg / aço À V E N DA Disponível 60 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Chevrolet S10 High Country O banco traseiro tem bom espaço e acomodação para dois passageiros, o terceiro fica prejudicado pelo túnel central e pelo desnível do descansa-braço central A motorização não mudou, mas a High Country recebeu uma nova calibragem no turbocompressor que privilegia o desempenho Uma novidade para a linha 2021 é que agora as versões podem ser identificadas pelo design da parte frontal, que são um pouco distintos A direção com assistência elétrica tem bom nível de resistência nas manobras e é perfeita nas velocidades mais altas das estradas 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 61 62 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Sensações contraditórias Imagine só. Ele é um SUV cupê com quase cinco metros de comprimento, mais de duas tone lguns dos esportivos mais rápidos do mundo. Estamos falando do Mercedes-AMG GLC 63 S Coupé Por: Luca Bassani Mercedes-AMG GLC 63 S Coupé 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 63 le impressiona por suas caracte- rísticas. Grandalhão, pode até pa- recer pouco eficiente em função das suas dimensões, mas pouca gente imagina do que ele é capaz quando provocado. O desenho é moderno, agressivo e ele reúne alguns dos principais desenvolvi- mentos da marca alemã. Pela primeira vez ele conta com o sistema MBUX — com funções e telas exclusivas da AMG —, com o controle dinâmico de dirigibilidade AMG Dynamics e o diferencial traseiro blocante controlado eletroni- camente. O poderoso V8 biturbo, que desenvolve 510 cv e traz acoplado o câmbio AMG Speedshift MCT faz prodígios quando acelerado a fundo: 0 a 100 km/h em apenas 3,8 segundos e velocidade máxima de 250 km/h limitada eletronicamente. Esse motor de quatro litros, que já vem em ou- tros modelos AMG, conta com dois compressores montados dentro do “V” formado pelas bancadas de cilindros proporcionando uma construção mais compacta do motor e otimização das respostas. O som típico desse V8 é emitido pelo sistema de esca- pamento dotado de flaps, que são controlados por um mapa e operados automaticamente de acordo com o programa AMG Dynamic Select ou por uma tecla independente no console central ou no volante. A transmissão automatizada de dupla embreagem AMG Speedshift MCT 9G otimiza as respostas do acelerador. As marchas são mudadas rapidamente e proporcionam alta esportividade, principalmente quando operadas nos programas de condução “Sport” e “Sport+”. As trocas de marchas são feitas de acordo com o programa de condução selecionado pelo condutor, e as mudanças podem ser feitas pelas borboletas no volante. Um aspecto interessante desse câmbio é que ele mantém a marcha seleciona- da, não troca automaticamente para uma superior quando a rotação do motor atinge o limite. A AMG diz que o comando do piloto deve prevalecer sempre, especialmente ao dirigir esportivamente. A tração integral distribui de forma totalmente variável o torque entre os eixos dianteiro e traseiro para proporcionar uma ótima aderência. Essa tran- sição entre a tração traseira — que tem prioridade— e a tração integral é imperceptível, sendo que ela pode transmitir até 50% de força para o eixo diantei- ro, dependendo da necessidade. Por conta da calibragem esportiva das molas e amortecedores e do ajuste do amortecimento adaptativo, a suspensão pneumática com três câ- maras combina bom dinamismo de condução com conforto e boa absorção das irregularidades do piso e da vibração dos pneus. A rigidez das molas pneu- máticas pode ser ajustada por meio da ativação ou desativação das câmaras de ar individuais, contri- buindo para conforto e dirigibilidade aprimorados. Pelo seletor no console central ou do interruptor no volante, o condutor pode escolher entre três modos Os SUVs de grande porte com arquitetura cupê estão alta. O som emitido pelo escapamento pode ser modulado internamente por meio de um botãoE Mercedes-AMG GLC 63 S Coupé 64 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Boa posição ao dirigir, volante com boa pega, preciso na condução do carro e sistema multimidia MBUX são algumas das boas características do GLC Como não poderia deixar de ser, na versão cupê o GLC perdeu capacidade no volume da carga a ser transportada Os bancos tem controles elétricos para todas os ajustes e regulagens 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 65 Esse V8 desenvolve 510 cv e leva as duas toneladas do GLC de 0 a 100 km/h em apenas 3,8 segundos Os freios têm discos perfurados e ventilados com diâmetro de 390 milímetros tanto no eixo dianteiro quanto no traseiro A suspensão é pneumática e tem calibragem esportiva das molas e amortecedores 66 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Mercedes-AMG GLC 63 S 4MATIC + Coupé P R E Ç O R$ 750.900 M O T O R E T R A N S M I S S ÃO Oito cilindros em V, 3.982 cm³, 32 V, biturbo, injeção direta, potência máxima de 510 cv entre 5.500 rpm e 6.250 rpm, e torque máximo de 71,4 kgfm entre 1.750 rpm e 4.500 rpm; tração integral D E S E M P E N H O 0 a 100 km/h em 3,8 segundos; velocidade máxima de 250 km/h — limitada eletronicament S U S P E N SÃO Dianteira e traseira tipo McPherson, com câmaras de ar C O M P. / L A R G U R A / A LT U R A 4.745 / 2.096 / 1.584 mm P E S O / M AT E R I A L 2.020 kg / aço À V E N DA Disponível diferentes de de amortecimento: “Comfort”, “Sport” e “Sport+”. Para uma melhor sensação de tração e condução dinâmica o GLC vem de série com diferencial blocan- te controlado eletronicamente. Nas curvas, ele reduz o deslizamento da roda traseira interna nas curvas sem nenhuma intervenção do controle no sistema de freios, permitindo uma aceleração antecipada na retomada de velocidade. Dessa forma, libera o condutor para acelerar mais cedo na saída das curvas. Ele vem com todos os aparatos eletrônicos de segurança —ESP (Programa Eletrônico de Esta- bilidade) de três estágios, com opções “ESP On”, “ESP Sport Handling Mode” e “ESP Off” —que trabalham em conjunto com o diferencial de des- lizamento limitado do eixo traseiro e se ajustam na busca do melhor dinamismo. Mas muito controle eletrônico das reações do carro, se por um lado aumenta a segurança, por outro tira um pouco do prazer de dirigir esportivamente. Claro que a fabri- cante está pensando integridade do motorista, que nem sempre tem a habilidade adequada para diri- gir rapidamente um carro com toda essa potência, mas em alguns momentos toda essa interferência no deixou pouco à vontade ao volante do GLC. 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 67 Mercedes-AMG GLC 63 S Coupé Volvo XC40 Hybrid, luxo ecológico A Volvo continua lançando híbridos para todos seus modelos e agora é a vez do SUV compacto ter motores turbo e elétricos Por: Josias Silveira Fotos: Luca Bassani 68 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 ELEITO PELA CAR MAGAZINE Volvo XC40 T5 Plug-in Hybrid R-Design 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 69 Volvo cultiva imagem ecológica de fazer carros “limpos e verdes”. Nada mais lógico que ter uma versão híbrida de todos os modelos. Uma receita com motores à combustão downsizing (menores, turbo e mais eficientes) combinados com a tração elétrica: híbridos, que tem esse nome exatamente por misturar gasolina e eletricidade. Agora chegou a vez do SUV compacto XC40, o segundo mais vendido da marca no Brasil, que além de híbrido pode também ser recarregado em tomadas. Ou seja, é um Hybrid Plug-in. Este SUV híbrido substitui o XC40 T5 com mo- tor 2.0 turbo de quatro cilindros, de 254 cv e tra- ção integral. No novo híbrido, o motor à gasolina foi reduzido, usando agora um 1.5 também turbo, porém de três cilindros e 180 cv. Existe ainda o motor elétrico de 82 cv e a potência combinada sobe para 262 cv, 8 cv a mais que o XC40 anterior. Mas o novo carro, já modelo 2021, tem tração apenas na dianteira. Apesar da maior potência, este Volvo híbrido é um pouquinho mais lento devido ao peso: com o motor elétrico e as baterias ele ganhou 116 kg, che- gando aos 1.871 kg. Assim, ele perdeu 0,3 segundo na aceleração de 0 a100 km/h, gastando 7,3 seg para chegar nessa velocidade. Mas continua com comportamento de esportivo, e principalmente no uso urbano as acelerações surpreendem pela força combinada dos dois motores, o elétrico e o convencional, com respostas muito rápidas ao acelerador. Sua máxima vai aos 205 km/h. Aliás, como todo híbrido, suas maiores vanta- gens aparecem no uso urbano, tanto de consumo como de performance. No anda e para das cida- des, os híbridos têm vantagens sobre os conven- cionais, e mesmo um SUV de luxo como XC40 tem consumo de gasolina superior a qualquer carro pequeno. Ele passa facilmente dos 20/25 km/litro e, segundo Volvo, pode ultrapassar os 30 km/litro em trânsito urbano. Esta vantagem vem exatamente do fato de se desperdiçar pouca energia: cada vez que se desacelera ou freia, as baterias estão sendo car- regadas. E essa energia que seria perdida, serve para tracionar o XC40 com o motor elétrico. Esse motor, posicionado praticamente no eixo trasei- ro, melhora a distribuição de peso e se comunica com o câmbio automatizado de sete marchas de dupla embreagem por meio de um eixo. Elétrico São cinco modos diferentes de condução, todos programáveis no grande painel central de 12,3”. Inclusive com a opção Pure, quando o XC40 Hybrid se transforma em elétrico, desli- gando o motor à gasolina. Nesse modo EV, sua autonomia é de 47 km, uma boa distância para um híbrido, focada em deslocamentos urbanos. Por isso ele tem a portinhola no pára-lama4 A A maior diferença estética está na portinhola no para-lama esquerdo para recarga das baterias Volvo XC40 T5 Plug-in Hybrid R-Design 70 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Lanternas e faróis em LEDs, além de rodas de liga de 20 polegadas O visual é o mesmo do XC40 anterior, o R-Design, mesclando luxo e esportividade Aceleração de esportivo vem da combinação dos dois motores: 0 a 100 km/h em apenas 7,3 segundos 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 71 72 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Volvo XC40 T5 Plug-in Hybrid R-Design dianteiro esquerdo (uma das poucas diferenças estéticas do XC40) para ser plugado para recarga das baterias. Existe ainda a tecla Charge para o motor à combustão carregar as baterias, uma solução não muito ecológica. Há ainda outra tela de multimídia de 9” com múltiplas funções e pareamento com Android Auto e Apple CarPlay, com direito a recarga de celular por indução. Luxo esporte Com nome e sobrenome, o XC40 T5 Plug-in Hybrid R-Design mostra suas qualidades: SUV de luxo com toque de esportividade. O T5, que já indicou o número de cilindros do motor nos Volvo, agora é uma faixa de potência. Já o R-Design sig- nifica uma estética mais esportiva e topo de linha. Assim, o XC40 Hybrid tem direito a radar e câmera para assistir o motorista que, com o Controle de Cruzeiro Adaptativo, mantém uma distância pré-definida do veículo à frente, corrigindo automaticamente o volante para ficar na faixa de rolagem (até 130 km/h). Claro que os mimos eletrônicos são mais os variados, contandotambém com frenagem automática em emergências, alerta de mudança de faixa, assis- tente de partida em subidas e outros recursos de segurança. Além de ter som exclusivo Harman Kardon, com 600W e 13 alto-falantes. Tudo isso em um interior com luxo sueco no padrão Volvo, mostrando que é possível ser chique e ecológico ao volante. No grande porta-malas de 460 litros vai, inclusive, um cabo para recarga das baterias do motor elétrico Motor turbo agora é de 1,5 litro e três cilindros, que rende 262 cv Decoração esportiva combina com interior luxuoso, cheio de recursos eletrônicos Volvo XC Hybrid P R E Ç O R$ 264.950 M O T O R E T R A N S M I S S ÃO Três cilindros, 1.477 cm3, turbo, potência máxima de 180 cv a 5.800 rpm, torque de 42,3 kgfm entre 1.500 e 3.000 rpm, mais motor elétrico de 82 cv. Potência máxima combinada de 262 cv. Câmbio automatiza- do de sete marchas e dupla embreagem, tração dianteira D E S E M P E N H O 0 a 100 km/h em 7,3 seg. Velocidade máxima de 205 km/h S U S P E N SÃO McPherson na dianteira, multibraços na traseira C O M P. / L A R G U R A / A LT U R A 4.425/1.863/1.652 mm P E S O / M AT E R I A L 1.871 kg/Ligas de aço À V E N DA Disponível 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 73 Audi e-Tron Sportback 74 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Vale à pena gastar um pouco mais — R$ 20 mil — para comprar o Sportback. Compartilha a mesma base, é mais esportivo, futurista e tem maior autonomia que o e-tron SUV Por Luca Bassani Prazer eletrizante 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 75 egundo veículo 100% elétrico da Audi — apesar de ter a mesma plataforma MLV Evo do SUV e-tron —, o cupê Sportback surpreende pelo seu visual mais fluido, mais aerodinâmico, menos abrutalhado, apesar das suas grandes dimensões. E é, com toda certeza, mais bonito. Ele im- pressiona pelo seu porte e esportividade, realmente se destaca por onde quer que esteja trafegando. Se comparado com seu irmão SUV as dimensões diferem minima- mente. O Sportback tem 4.901 mm de comprimento, 2.043 mm de lar- gura, 1.616 mm de altura e entre-eixos de 2.928 mm, portanto, oferece amplo espaço para os ocupantes. Além do compartimento de bagagem ser suficiente — 555 litros e 1.665 litros com os bancos rebatidos —, em função da ausência do motor na dianteira, ganhou mais um espaço de 60 litros para acomodar ferramentas e o cabo do carregador. Ainda que seja um SUV de grandes proporções, o e-tron Sportback tem coeficiente de arrasto de apenas 0,25. Isso, em parte, foi possível por causa da carroceria cupê, da grade com aletas ativas que se abrem e fecham para facilitar o fluxo de ar e arrefecer componentes eletrô- nicos, além da presença dos inovadores retrovisores externos virtuais — opcionais na versão Performance Black e custam R$ 13 mil. Mas, apesar do tamanho e peso — por causa das baterias pesa 2.655 quilos — ele é bastante ágil, característica proporcionada pelos mo- tores elétricos que tem 100% da potência e torque disponíveis a partir do primeiro movimento. Ele vem dois motores elétricos que entregam uma potência combinada de 408 cv e 67,7 kgfm de torque — 181 cv de potência e 31,5 kgfm de torque no motor dianteiro e 221,3 cv de potên- cia e 36,2 kgfm no traseiro. A aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 5,7 segundos (com o modo overboost acionado) e a velocidade máxima é limitada a 200 km/h. O sistema de baterias de íons de lítio, que pesa 700 quilos, é composto por 36 módulos e pode ser recarregado em uma tomada caseira de 110 V — entre oito a nove horas. Nas estações de recarga ultra rápida de 150 kW, por exemplo, é possível carregar até 80% da bateria em 30 minutos. Mas é andando que se tem a real noção do que o e-tron Sportback pode oferecer. No interior, ele traz o já conhecido padrão dos carros Audi de categoria superior, com acabamento sofisticado e irretocável. Tem quadro de instrumentos digital de 12,3” com visual mais moderno e futurista e uma tela multimídia de 10,1” com conectividade Android Auto/Apple CarPlay. Uma terceira tela de 8,6”, entre outras funções, permite fazer os ajustes do ar-condicionado. Impressiona o silêncio interior e a rapidez com que ele acelera e retoma velocidades. Durante as desacelerações a bateria é carregada pelos motores elétricos, que atuam como geradores. O nível de4 S O e-tron SportbacK surpreende pelo visual mais fluido, mais aero- dinâmico, apesar das suas dimensões Audi e-Tron Sportback 76 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Impressiona o silêncio interior e o acabamento primoroso Os espelhos virtuais transmitem imagens dos arredores para as portas do carro 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 77 Suspensões perfeitamente calibradas garantem o conforto dinâmico A grade frontal conta com aletas ativas que se abrem e fecham A versão cupê supera em muito a beleza do novo SUV: ficou mais refinado, com linhas mais fluidas 78 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 O mais estranho para quem di- rige é a “ausência” dos espelhos retrovisores, não há como não procurá-los a todo momento recuperação de energia pode ser ajustado em três estágios pelas bor- boletas no volante. O e-tron Sportback obtém até 30% de sua autono- mia através da recuperação de energia. A fabricante divulga que no ciclo WLTP (Worldwide harmonized Light vehicles Test Procedure), ele tem autonomia de até 446 quilômetros. A maior parte do tempo a tração quattro funciona somente com a energia do eixo traseiro, sendo que quando necessário a força é transferida para o eixo dianteiro. O e-tron Sportback conta com seis modos de condução Auto, Comfort, Efficiency, Dynamic (aciona o Boost automaticamente) on-road, off-road e Individual, que muda parâmetros específicos do carro. Apesar do seu tamanho e peso o Spportback é ótimo de ser condu- zido, inclusive nas curvas. As enormes rodas com aro de 21 polegadas e os pneus de série 45 não tiram o conforto dinâmico, já que suspen- sões perfeitamente calibradas absorvem as irregularidades do piso. Dependendo do programa selecionado, varia a altura da carroceria em relação ao solo. Mas o mais estranho à primeira vista é a “ausência” dos espelhos retrovisores. Nos quilômetros iniciais, não há como não procurar a toda hora os equipamentos tradicionais do lado de fora do carro. É preciso se condicionar para entender que o está acontecendo ao redor do veículo está visível dentro do carro. No e-tron Sportback a função dos espelhos é realizada por câmeras externas que trans- mitem imagens para telas que estão posicionadas nas laterais das portas. No trânsito, nas manobras de estacionamento, nos locais mais apertados é preciso se condicionar para procurar a imagem dentro do carro e não fora. Pode ser a solução do futuro, melhorar a aerodinâmica, mas é preciso tempo e predisposição do motorista para se acostumar com a modernidade. Duas tomadas: uma para cargas em tomadas caseiras de 110 V e outra para a estações de recarga 150 kW Uma terceira tela de 8,6″ no console central, entre outras funções, permite fazer os ajustes do ar-condicionado. Audi e-Tron Sportback Audi e-Tron Sportback Performance Black P R E Ç O R$ 551.990 M OTO R E T R A N S M I S S ÃO Dois elétricos, um em cada eixo; potência máxima de 408 cv (modo overboost) /360 cv; e torque máximo de 67,7 kgfm (modo overboost) / 57,2 kgfm; automática de uma marcha; tração integral D E S E M P E N H O 0 a 100 km/h em 5,7 segundos (modo overboost) / 6,6 segundos; velocidade máxima 200 km/h S U S P E N SÃO Dianteira com braços sobrepostos; traseira multilink C O M P. / L A R G U R A / A LT U R A 4.901 / 1.935 / 1.616 mm P E S O / M AT E R I A L 2.655 kg / aço À V E N DA Disponível 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 79 ELEITO PELA CAR MAGAZINE 80 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 BMW 330e M Sport O MELHOR DA CATEGORIA Ele tem ótimos números de desempenho e de economia de combustível, além de todas as outras boas características que são inerentes aos carrosda marca. Ele impressiona pelo equilíbrio, sofisticação e funcionalidade Por Luca Bassani 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 81 modelo híbrido plug-in do automóvel mais vendido da história da fabricante alemã chega para ampliar a gama disponível no País, que já conta com as versões 320i Sport, 320i Sport GP, 320i M Sport e 330i M Sport. Basicamente, ele parte do 330i, mas se diferencia pelo bom comportamento dinâmico aliado à eficiência energética da motorização plug-in híbrida. De acordo com o ciclo WLTP sua autonomia no modo elétrico é de até 66 km (ciclo WLTP), capacidade que é complementada por um tanque de combustível de 40 litros para gasolina — encolheu por causa do espaço ocupado pela bateria. A esportividade visual e dinâmica é proporcionada pelos freios, suspensão, volante e cintos de segurança, pacote aerodinâmico, rodas de 19 polegadas, bancos dianteiros esportivos, revestimento do teto Individual Anthracite e soleiras das portas, todos M Sport. Outros destaques ficam por conta das luzes de boas-vindas, das molduras das janelas e da coluna C cem estilo Hofmeister, outra característica tra- dicional dos BMW. O 330e M Sport mede 4.709 mm de comprimento; 1.827 mm de largura; 1.444 mm de altura e 2.851 mm entre-eixos. O porta-malas ganhou dez litros, totalizando 375 litros na versão híbrida. O sistema plug-in híbrido do 330e é composto por um propulsor de quatro cilindros, com 2,0 litros, TwinPower Turbo, que desenvolve 184 cv de potência entre 5.000 rpm a 6.500 rpm e 30,6 kgfm de torque entre 1.500 rpm e 4.000 rpm, além de um motor elétrico que entrega a po- tência de 113 cv (0 a 3.170 rpm) e 26,1 kgfm de torque (0 a 3.170 rpm) — a bateria é de íon-lítio de alta voltagem. A potência combinada do carro é de 252 cv e o torque combinado é de 42,8 kgfm, o que proporciona um bom desempenho acima da média para um sedã com suas características. Mas por intermédio do recurso XtraBoost, um sistema que pode ser ativado por meio do O 82 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Ele se destaca pelo acabamento interno, pela posição de conduzir, enfim, ele veste quem está dirigindo Desempenho esportivo quando os dois motores atuam em conjunto, familiar quando usado no modo elétrico modo Sport de condução, o 330e ganha mais 40 cv na potência combinada — elevando o valor total para 292 cv (34 cavalos e 2,1 kgfm a mais que a versão 330i M Sport). Esse reforço adicional é mantido por dez segundos, o que garante acelerações e retomadas de velocidade mais seguras e vigorosas. De acordo com a fabricante, a aceleração de 0 a 100 km/h do 330e M Sport é feita em apenas 5,9 segundos e a velocidade máxima é de 230 km/h. O novo motor elétrico do BMW 330e Sedan está integrado à transmissão Steptronic de oito velocida- des, o que economiza peso e espaço. E a recuperação da energia por meio das ações de frenagens, onde o motor elétrico desempenha o papel de um gerador, funciona com grande efetividade. Assim como em outros modelos híbridos, o 330e M Sport conta com diferentes modos de condução (elétrico, híbrido ou esportivo) o que determina de que forma o veículo pode circular apenas com eletri- cidade ou ambas as formas de propulsão. No modo Hybrid, se estiver usando somente a eletricidade, a velocidade máxima obtida é de 110 km/h. Já no modo Electric, a velocidade máxima sobe para 140 km/h livre de emissões. Por sua vez, o modo Battery control — que pode ser ativado em conjunto com outros modos de condução como o Híbrido e o Sport — recarrega a bateria, ou mantém sua carga, para um nível previamente defini- do pelo cliente. Essa função é útil para os que querem ter autonomia para andar 100% no modo elétrico. Em 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 83 BMW 330e M Sport uma viagem, por exemplo, o usuário pode ativar o Battery control ao se aproximar do seu destino e garantir que tenha bateria suficiente para circular sem emissões no centro urbano. Como medida de segurança para pedestres, o 330e emite um sinal sonoro para alertar transeuntes da sua presença. Dinamicamente o sedã reúne o melhor de dois mundos. Ele impressiona pelo conjunto, pela pro- posta de carro “limpo” e econômico, sem deixar de lado um desempenho altamente convincente. Provavelmente ele é o híbrido mais harmônico que já andamos, principalmente na transposição da assistência elétrica para a propulsão a combustão. Ele também chamou a atenção pelo nível do acabamento interno, pelos detalhes, instrumen- tos, pela posição dirigir, enfim, ele veste quem está dirigindo, é o carro do tamanho certo para o dia a dia. O 330e é para quem gosta de esportividade mas quer um carro inteligente, que tenha a versa- tilidade da condução híbrida, e que tenha potência para tornar o ato de dirigir mais muito mais diver- tido: foi concebido na medida certa. No que diz respeito aos equipamentos, o sedã oferece sistemas avançados de assistência de condução semiautônoma. Ele é capaz de seguir distância e velocidade do automóvel à sua fren- te, de reconhecer e permanecer nas faixas de rodagem e até refaz percursos em marcha ré de forma automática. O Inteligent Personal Assistant permite o controle de diversas funções do veículo por meio de comandos de voz, e o Driving Assistant Professional permite a condução inteligente em situações como congestionamentos, trânsito lento ou viagens longas. Ele também conta com o Rever- sing Assistant, que registra os últimos 50 metros percorridos, podendo refazê-los em marcha ré, sem a interferência do motorista. Além disso, vem com o sistema de estaciona- mento Parking Assistant Plus (com câmaras que permitem a visualização do entorno do veículo), o ConnectedDrive (serviços), o Comfort Access 2.0 (acende luzes de boas-vindas, as portas se destrancam ou se trancam por aproximação ou distanciamento), Head-Up Display (projeção de informações no campo de visão do motorista), o pacote Connected Professional (agrega o novo Live Cockpit Professional, com interface em duas telas — de 12,3” com tecnologia touch e o iDrive de 10,25”), e conta com a disponibilidade de um HD de 20 GB para armazenamento de arquivos de áu- dio via USB ou CD. Por meio do BMW Connected App, o BMW ‘Remote 3D View’ permite que você tenha uma visão 360° do veículo na tela do smar- tphone em qualquer ângulo. Em termos de segurança, o modelo vem equi- pado com seis airbags, controles de estabilidade e tração, faróis de neblina em LED, pneus BMW Star Marking com tecnologia Run-Flat e rodas de Liga Leve Double-Spoke. BMW 330e M Sport P R E Ç O R$ 297.950 M O T O R E T R A N S M I S S ÃO Quatro cilindros, 1.998 cm3, 16 válvulas, turbo, injeção direta, potência máxima 184 cv de potência entre 5.000 rpm a 6.500 rpm e 30,6 kgfm de torque entre 1.500 rpm e 4.000 rpm; motor elétrico de 113 cv de potência (0 a 3.170 rpm) e 26,1 kgfm de torque (0 a 3.170 rpm); potência máxima combinada com XtraBoost 292 cv. Automática de oito marchas; tração traseira D E S E M P E N H O 0 a 100 km/h em 5,9 segundos; velocidade máxima 230 km/h S U S P E N SÃO Dianteira independente tipo McPherson; traseira multilink C O M P. / L A R G U R A / A LT U R A 4.709 / 1.827 / 1.444 mm P E S O / M AT E R I A L 1.840 kg / aço À V E N DA Disponível 84 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 O motor elétrico está integrado à transmissão Steptronic de oito velocidades: economiza espaço Na traseira, chamam a atenção a dupla saída de escape e o desenho horizontalizado das lanternas Com o Wallbox que vem com o carro, o tempo de recarga é de duas horas e 40 minutos para 80% da bateria Com dois motores e bateria ficou mais pesado, mas continua com ótima dinâmica 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 85 BMW 330e M Sport Circo dos Sonhos O evento itinerante Porsche World Road Show, com 26 lançamentos da fabricante de Stuttgart, chegou ao Brasil em março, mas os carros ficaram presos em contêineres em meio a pandemia. Quando as caixas foram abertasno circuito de Velo Città, em novembro, estávamos presentes para assistir a um verdadeiro circo de sabores Porsche Por: Luca Bassani 86 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Porsche World Road Show 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 87 uitas vezes temos o sen- timento de abrir o nosso e-mail profissional e receber um cupom dourado como o de Willy Wonka, da fantás- tica fábrica de chocolates. Foi com esse sentimento que recebemos o convite da Porsche do Brasil para conhecer na pista os novos Porsche 911 Turbo S e o elétrico Porsche Taycan Turbo S. Ficamos muito surpresos, pois tínhamos acabado de reproduzir matérias traduzidas da nossa matriz da Inglaterra. Nesse contexto é normal reavaliarmos com nossa equipe, no Brasil, esses modelos com pelo menos quatro meses de defasagem. Convite aceito, fomos à Mogi Guaçu, no interior paulista, já com seis páginas reservadas para cada modelo para nossa edição 101. A surpresa veio quando chegamos ao belo circuito de Velo Città. Nos aguardava não somente o 911 Turbo S e o Taycan Turbo S, mas sim um poderoso circo itinerante da marca com mais de vinte modelos de última geração, que além do 911 Turbo S incluía cinco unidades do novíssimo Taycan. Na verdade, a imprensa nacional pegou carona no Porsche World Road Show, evento direcionado para os principais clientes da marca co- nhecerem as novidades. Segundo Rodrigo Soares, da Porsche, a empresa tem três “kits” desse evento que circulam o mundo. Em Mogi Guaçu, foram oito dias reservados à 280 convidados especiais. No pacote, além de dois dias reservados a 32 sortudos da imprensa brasileira, quatro dias de treinamento foram destinados para 78 representantes da rede de concessionários. Além dos 26 carros que vieram da Alemanha com importação temporária, mais quatro modelos da frota brasileira foram incorporados ao evento. Inicialmente, o Porsche World Road Show estava previsto para os meses de abril e maio, porém a pandemia fez com que a Porsche aguardasse o momento seguro e as condições apropriadas para realizar o evento. Na prática, os contêineres dessas maravilhas ficaram guardados no armazém da empresa por sete meses. A logística para a realização do evento no Velo Città envolveu mais de setenta profissionais, entre o staff da marca no Brasil e terceirizados. Aqui, um desta- que para a equipe de instrutores certificados pela fabricante. Liderado pelo belga radicado no Brasil, Wim Daems, o time foi composto pelos brasileiros Beto Gresse, Rodrigo Hanashiro, Fábio Carbone e Alan Hellmeister. Durante as experiências de pista éramos liderados por um instrutor num pace car em grupos de três ou quatro carros — um jornalista por carro —, que eram higienizados em todas as trocas dos condutores. Foi uma experiência inesquecível, que gerou muito conteúdo e conhecimento sobre a filosofia Porsche. A sensação de estar dentro dessa Disney de adulto até poderia nos fazer perder o foco da missão, mas re- sultaram em mais quatro páginas que não poderiam ficar de fora da nossa edição. Na sequência, o incrível Porsche 911 Turbo S e o Taycan Turbo S, de outro planeta. Boa leitura! Uma fileira de cores e sabores proporcionada pelo Porsche World Road Show, que esperou sete meses num armazém para acontecer no início de novembro no Velo Città M Porsche World Road Show 88 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 O evento montado em Mogi Guaçu contou com o Taycan Turbo S como estrela, além da presença do raríssimo modelo 935, da Stuttgart, o único que chegou na América Latina Entre as curiosidades o pequeno notável 718 Cayman GT4, um delicioso kart mecânico no divertido traçado sinuoso do autódromo Velo Città Antes de experimentar o novo 911 Turbo S, geração 992, encaramos o “Diabo Verde” do GT3 RS, porém de uma produção anterior 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 89 Primeiro da Classe Foram muitas experiências incríveis que a Porsche proporcionou em um único dia no autódromo Velo Città. Na hora de avaliar o novo Porsche 911 Turbo S geração 992 na pista você entenderá o porquê ele é o topo da linha. Por: Luca Bassani 90 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Porsche 911 Turbo S 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 91 ora de manter o foco acima do des- lumbramento. Em apenas um dia dar mais de 80 voltas em modelos tão diferentes pode confundir até os mais profissionais, como sair de um gigante Porsche Cayenne Turbo S híbrido e entrar num Porsche Cay- man GT4 totalmente manual, com a agilidade de um kart. Depois, quando chega a hora de andar na linha 911 e você fica frente a frente com o novo 911 Turbo S, impossível não sentir um arrepio na espinha. Anteriormente achei que tal momento sublime não aconteceria ainda em 2020, dada as restrições da pandemia, porém ele estava lá, me olhando de frente com um mix de indiferença e desconfiança. Com capricho ele foi colocado pelos organizadores à frente da fila dos 911, e isso dá materialidade ao que a Porsche também veio nos apresentar: seu ícone do momento em traje amarelo. O exemplar do Turbo S que integrou o lote do evento com todos os modelos que vieram ao Brasil é clássico, sem opcionais que des- toam da essência. Todos os apêndices aerodinâmicos, acabamentos externos como os espelhos, e até a pinça de freio são amarelos. Não é prata nem branco, como a cor comum de seus antepassados mais tímidos, possuídos por senhores conservadores endinheirados que almejavam as siglas e as cifras. Agora não, o Porsche 911 Turbo S significa um supercarro para ser levado ao limite, com robustez, agilidade e eficiência, atributos para chocar seus antecessores. Podemos dizer que o Turbo S se libertou, finalmente, do histó- rico de ser um bom investimento para se tornar uma alma livre, com fome de pista. No sistema de rodízio onde cada jornalista dá quatro voltas no circuito com cada modelo preferi conter o entu- siasmo e fui para o final da fila, o que absolutamente não é nada ruim. Comecei com o Porsche 911 Carrera S, que já havia avaliado em 2019 também no circuito Velo Città. Ótima ideia porque antes de encarar a fera, andar na mesma geração 992 na sua versão de lançamento, para só depois andar no turbo S faz todo o sentido. Foram quatro voltas no Carrera S quando tentei registrar todos os detalhes em cada trecho da pista para confrontá-los depois com o Turbo S. Apenas não contava em perder o foco com o que viria no meio da fila, o 911 GT3 RS de geração anterior, o modelo com acabamento de rua do mesmo carro que hoje é usado na Porsche Carrera GT3 Cup Brasil. O diabo verde limão foi uma distração e tanto, mas logo voltei a realidade e lembrei que não estava ali para isso. Fomos ao Velo Città com dois objetivos claros: avaliar o Porsche 911 Turbo S e conhecer o novo planeta elétrico da marca chamado Taycan. Quando estou entrando numa supermáquina respeitosamente sempre peço licença, assim como nossas avós respondiam boa noite ao Cid Moreira no final do Jornal Nacional. Pode parecer loucura, mas me lembrei da encarada que o Turbo S me deu quando registrei a foto de abertura dessa reportagem. Diferentemente da minha avó o 911 Turbo S não respondeu, uma certa soberba em ser o melhor da classe. Só consegui alguma resposta quando finalmente saímos para a pista e dei a primeira cutucada forte no acelerador. Domado, ele parecia acatar a realidade de que agora era eu, um mortal, a estar no comando. Se você se acostumou a ver os 911 Turbo como fáceis e amigáveis, é hora de rever seus conceitos. Este novo modelo é um supercarro de verdade. Em termos de aceleração ele é superior ao seu ante- cessor em dois décimos de segundo, e faz de 0 a 100 km/h em 2,7 s — chegando aos 200 km/h em incríveis 8,9 s, um segundo mais rápido que o modelo anterior. Com certeza o novo Turbo S com as bitolas maiores (42 mm na dianteira e 10 mm na traseira), e rodas calçadas com pneus Pirelli P Zero (255/35 ZR 20 na frente e 315/30 ZR 21 atrás) ficou mais bruto, agressivo, até selvagem. Não imagine um carro amigável como seusantecessores de décadas atrás, esse novo Turbo S é uma fera que te desafia a controlá-la, e não a decifrá-la. Os mais detalhistas podem até discursar sobre detalhes cosméticos4 H O Porsche 911 Turbo S é um supercarro para ser levado ao limite, para ser pilotado e não para ser dirigido. Ele é a essência da marca: falou Porsche, falou 911...o turbo vem de quebra Porsche 911 Turbo S 92 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Esse é um dos emblemas mais conhecidos do mundo, não há quem não conheça e venere Se você tem em mente que os 911 Turbo são fáceis e amigáveis de dirigir, é hora de rever seus conceitos O 911 Turbo S ganhou detalhes internos, como o acabamento dos instrumentos, na cor do carro: no carro que andamos, amarelo 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 93 Com bitolas maiores o Turbo S ficou mais bruto, agressivo, até selvagem 94 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Porsche 911 Turbo S que o novo Turbo S ganhou, como os faróis em LED Matrix e as quatro saídas de escape, além de detalhes internos como o acabamento dos instrumentos na cor do carro — no nosso caso em amarelo. Mas não se enganem, cosmética inovadora é o que menos importa quando estamos na pista. Hora de dar a última das quatro voltas lançadas em Velo Città. Deixo o Pace Car se distanciar e busco maior aceleração. Não consigo, claro, chegar à máxima de 330 km/h, que permanece igual a de seu antecessor, porém isso ocorre em função do maior coeficiente de arrasto, que varia de 0.33, no programa Eco, a 0.38 no Performan- ce. O peso total também aumentou 40 kg, chegando a 1.640 kg (rodas maiores, câmbio PDK de 8 marchas, mais filtros para emissões e sistema de arrefecimento mais eficiente). Alguns puristas defenderão que o GT2 RS de 691 cv é ligeiramente mais rápido, mas o Turbo S de 641 cv vence em torque (81,5 kgfm contra 76,4 kgfm) e seu câmbio traz uma primeira marcha feita sob medida para a tração integral, além da oitava marcha mais longa. O novo 911 Turbo S ganha pontos na dirigibilidade graças ao sistema de rodas traseiras direcionais, ao controle de amortecimento mais eficiente e a suspensão esportiva PASM, que rebaixa o carro em 10 mm. De volta para os boxes, o sentimento é o de que existe muita coisa ainda para decifrar no 911 mais robusto de todos os tem- pos, mas tempo é o que mais falta, já que nas próximas páginas viajaremos ao futuro sem escalas para o planeta Taycan. Saindo do cockpit agradeço: obrigado pelo teste Porsche 911 turbo S 992 amarelo! Porém mais uma vez ele se faz indiferente à minha mortalidade, do pedestal de sua soberania. Se ele vai de 0 a 100 km/h em 2,7 s, e chega aos 200 km/h em incríveis 8,9 s, precisa de freios enormes e eficientes como esse A central de controle PCM comanda sistemas de áudio, navegação e comunicação, assim como inúmeros sistemas de assistência A excelente posição de dirigir é complementada pelo volante esportivo GT, que vem de série no 911 Turbo. Sob encomenda, ele está disponível em Race Tex, material aprovado para as pistas Porsche 911 Turbo S P R E Ç O R$ 1.329.000 M O T O R E T R A N S M I S S ÃO Seis cilindros, 3.745 cm3, 24 válvulas, turbo, injeção direta, potência máxima de 650 cv a 6.750 rpm, torque máximo de 81,5 kgfm entre 2.500 e 4.000 rpm. Automatizada PDK de oito marchas; tração integral D E S E M P E N H O 0 a 100 km/h em 2,7 segundos; velocidade máxima 330 km/h S U S P E N SÃO Dianteira independente tipo McPherson; traseira multilink C O M P. / L A R G U R A / A LT U R A 4.535 / 1.900 / 1.303 mm P E S O / M AT E R I A L 1.640 kg / aço À V E N DA Disponível 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 95 ELEITO PELA CAR MAGAZINE 96 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 De volta para o futuro Que os carros elétricos são o futuro da mobilidade todos já sabem, mas de todos os elétricos que já andamos nenhum parece ser tão do futuro quanto o Taycan Por: Luca Bassani 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 97 arros esportivos sempre foram sinonimo de muitos cilindros, muita potência, som arre- piante que sai do esca- pamento e inúmeras engenhocas que foram sendo incorporadas aos motores a combustão para aumentar a sua eficiência. Os elétricos sempre foram vistos como modelos “com- portados”, voltados para ser um meio mais racional e econômico de se locomover, além de preservar o meio ambiente. Aí a gente topa com o Porsche Taycan, que desarruma tudo na cabeça de qualquer um que achava que sabia alguma coisa de carro de alto desempenho. Primeiro, as denominações: 4S (571 cv), Turbo (680 cv) e Turbo S (761 cv)... como assim? Elétrico com turbo? Nada disso! A Porsche optou por usar a mesma nomenclatura que usa em seus modelos a combustão para definir a escalada de potência das suas versões elétricas. E pelas po- tências mencionadas acima, dá pra perceber que a marca alemã não está dizendo que o Taycan é um esportivo só de aparência. É um esportivo de fato, aliás, absurdamente esportivo. Na apresentação do carro, que aconteceu no autódromo Velo Città, interior de São Paulo, a Porsche escolheu logo a versão Turbo S, para que não restasse nenhum resquício de dúvida quanto ao desempenho do carro. Os 761 cv de potência (com overboost) não deixam espaço para incertezas quanto a sua performance, mas tão — ou mais — impressionante quanto a potência é o torque máximo do Taycan: impen- sáveis 107,1 kgfm. Importante lembrar que nos motores a combustão tanto a potência quanto torque vão crescendo à medida em que os giros do motor aumentam. Nos elétricos esses valores máximos estão disponíveis com o carro “parado”. Basta encostar no acelerador que se tem 107,1 kgfm de torque. Quanto à sua aparência, ele é uma mistura de 911 e Panamera, mas é inconfundível, é um Porsche. Com quatro portas e bom espaço para quatro pessoas (entre-eixos de 2,90 m), impres- siona pela sua baixa altura (1,38 m) o que acentua a sua esportividade. Ao volante, fica mais paten- te a sensação de se está anos à frente dos carros produzidos nesse momento. A única coisa que o remete a um Porsche atual é o botão de partida do lado esquerdo do volante. O Taycan vem equipado com dois motores que funcionam permanentemente sincronizados — um em cada eixo —, que produzem a potên- cia combinada de 625 cv, chegando aos 761 cv quando com o overboost. O motor traseiro conta com uma caixa automática de duas marchas: a primeira, melhora as acelerações, a segunda4 O Taycan pode ser definido como uma mistura de 911 mesmo assim suas linhas remetem a um PorscheC 98 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Porsche Taycan Turbo S Apesar do painel digital não tem como não identificar detalhes do 911na sua construção. O botão de partida — que substitui a chave — permaneceu do lado esquerdo Os discos carbocerâmicos contam com pinças de dez pistões na dianteira e quatro na traseira. São perfeitos e condizentes com o alto desempenho e peso do carro Comportamento dinâmico excelente, exatamente como se espera de um Porsche 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 99 São mínimas as diferenças visuais entre Turbo e Turbo S... além de mais 81 cv 100 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Porsche Taycan Turbo S aumenta a autonomia do carro na estrada. Ele é o primeiro elétrico a vir com sistema elétrico de 800 V (o usual é 400 V), que foi trazido do 919 Hybrid de Le Mans. Isso garante que ele possa ser recarregado mais rapidamente: de 5% até 80% da sua carga total em apenas 22,5 minutos. Tá bom, ele acelera muito, mas como é na pista? Afinal de contas, ele pesa nada menos que 2.295 quilos. Andando, não aparenta o peso que tem, o comportamento é excelente, contorna curvas fei- tas rapidamente com segurança e com trajetória perfeita. Os freios, com discos carbocerâmicos e enormes pinças de dez pistões na dianteira e qua- tro na traseira, são irrepreensíveis, condizentes com o alto desempenho do carro. Também está disponível a frenagem regenera- tiva, que pode ser acionada pelas borboletas atrásdo volante ou pela câmera dianteira que moni- tora o trânsito e também aciona a regeneração. Falamos muito do desempenho do carro, mas faltam os dados para que você tenha uma noção do que estamos falando. Usando o controle de largada, que aciona o overboost, ele acelera de 0 a 100 km/h em apenas 2,8 segundos e chega aos 200 km/h em 9,8 segundos. As rodas são enormes, com aro de 21 polegadas de diâmetro, que estão caçadas com pneus 265/35 na frente e 305/30 na traseira. O silencio interior é exemplar, claro, mal se ouve o ruído dos pneus, mas no modo Sport Plus pode-se perceber um leve rumor dos motores. O porta-malas dianteiro — há outro na traseira — conta com somente 81 litros: menos se for transportar o cabo de recarga Além do quadro de instrumentos digital, há duas telas centrais e uma terceira para o passageiro, além da que controla o ar-condicionado 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 101 Porsche Taycan Turbo S P R E Ç O R$ 979.000 M O T O R E T R A N S M I S S ÃO Dois motores elétricos (um em cada eixo) que desenvolvem a potência máxima de 625 cv (761 cv com overboost) e torque máximo de 107,1 kgfm; câmbio automático de duas marchas; tração integral D E S E M P E N H O 0 a 100 km/h em 2,8 segundos; velocidade máxima de 260 km/h S U S P E N SÃO Dianteira independente double wishbone e traseira multilink C O M P. / L A R G U R A / A LT U R A 4.963/ 1.966 / 1.378 mm P E S O / M AT E R I A L 2.295 /Aço e alumínio À V E N DA Disponível À PROVA DE FUTURO 100% 102 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 DE FUTURO Resumindo, tudo o que Maranello aprendeu com a LaFerrari e a equipe de Fórmula 1, embarcou na SF90 V8 híbrida de tração integral. Dirigimos o hipercarro que deverá garantir o futuro da Ferrari Por Chris Chilton Edição Alan Magalhães Fotos Richard Pardon Avaliação Ferrari SF90 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 103 Ferrari SF90 tem mais lados do que um labirinto. Pode ser um demônio destruidor de cronômetros na pista ou um relaxante GT na estrada. É o carro esportivo mais pesado já construído em Maranello, mas faz um tempo melhor que o mais leve deles na pista de Fiorano. Dependendo do programa de condução selecionado, pode envergonhar um Bugatti Chiron na arrancada, ou ser provocado por um supermini. E se você acelerar forte em modo eDrive EV, quando o V8 e o eixo traseiro saem de cena, descobrirá mais uma coisa difícil de acreditar: a SF90 é, pelo menos por um momento, o primeiro Ferrari de tração dianteira da história. Tempos incríveis vivemos, não é mesmo? A Ferrari informa que o lançamento da SF90 foi adiado de março para julho por causa da pandemia do Coronavírus, mas talvez isso tenha dado a chance de contar sua história direito. Para que realmente serve este carro? Seria ele tão bom assim? O que definitivamente não é, apesar de suas habilidades de arrancadas e tempos fantásticos em Fiorano, é um substituto do hipercarro LaFerrari V12 de edição limitada e construção em fibra de carbono. Construído sobre um novo chassi predominantemente de alumínio e movido por um V8 biturbo híbrido, a SF90 é um carro normal de produção, como a F8 Tributo. Só que custando 85% mais. Devido à maravilhosa tecnologia embarcada na SF90, o preço, apesar de alto, acaba sendo uma das coisas mais inteligentes. A SF90 custa o equiva- lente a R$ 2,7 milhões na Europa, versão standard e sem impostos, ou R$ 280 mil a mais na versão Assetto Fiorano. Embarque nos opcionais - que a Ferrari chama de ‘programa de personalização’ - e você provavelmente gastará mais meio milhão sem fazer força. É muito dinheiro, e com uma produção que projeta cerca de dois mil carros por ano, uma bela fonte de renda para a marca italiana. O que mais, um rico amante de Ferraris, mas não tão rico assim, pode fazer? Não há muitas opções na lacuna formada entre os supercarros ‘de entrada’ como a F8 Tributo de R$ 1,45 milhão e a fantástica LaFerrari, acima dos R$ 8,5 milhões (preços na Europa), seja Ferrari ou de outras marcas. E mesmo que você possa comprar a próxima LaFerrari, saiba que muita gente também poderá, e o número de unidades disponíveis será baixo. Com a SF90 você terá uma boa chance de botar a mão em uma, sem ter que provar que comprou toda a gama desde os tempos em que Fiorano era uma horta de nabos. A LaFerrari também é híbrida, mas muitos clientes pediram para a Ferrari adaptar seus carros para que pudessem rodar apenas com eletrici- dade e isso não fazia parte do plano original. Mas os tempos mudam, as leis mudam, assim como os desejos dos clientes. Hoje em dia, desfrutar de um supercarro é tão chique quanto desfrutar de ar puro nas grandes cidades, ambos cada vez mais exclusivos. E a Ferrari, como construtora de baixos volumes, não precisa ter a mesma dor de cabeça para atingir a média de 95 g CO2/km em sua frota, do que marcas como Ford ou FCA terão. Assim como a McLaren, a marca italiana está comprometida em reduzir suas próprias emissões. Por isso, gostem ou não, a mais nova Ferrari é híbrida. E ela pode não ser a única. Se você estava desapontado pela Ferrari ter feito apenas um ‘facelift’ na já reformada 488, criando a F8 Tributo no lugar de um novo modelo, esta é a resposta - este e outros esportivos com motores V6 híbridos menores surgirão sobre a mesma plataforma. Não sabemos muito ainda sobre estes V6 ou do SUV híbrido que já está em execução, todos se beneficiando da mesma tecnologia. Mas o que que- remos mesmo neste instante é entender melhor a SF90 que nos espera logo após o portão da mítica entrada da fábrica. A SF90 não tem o visual agressivo da LaFerrari, mas comparada à F84 A A tecnologia do século XX não cabe mais aqui e nessa hora eles voltam para as lanternas arredondadas Tecnologia híbrida desenvolvida na Fórmula 1 Novas fendas para as chaves. Controles de condução permitem uma tocada à moda antiga 104 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 A SF90 apresenta a nova tela de 16 polegadas A FERRARI MAIS PESADA JÁ CONSTRUÍDA EM MARANELLO, MAS FAZ UM TEMPO MELHOR QUE A MAIS LEVE EM FIORANO 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 105 Avaliação Ferrari SF90 As novas tecnologias são acessadas através da nova geração das telas de informação Não se preocupe tanto com essa história de tração integral 106 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Tributo, parece maior, mais larga, mais encorpada. Mais larga ela não é, mas pesada, definitivamente sim. Embarcando sistema de tração integral e tecnologia híbrida, o peso aumentou bastante. Peso que nem mesmo o chassi de alumínio com elementos de fibra de carbono conseguiu suavizar. A Ferrari anuncia 1.570 kg em comparação aos 1.330 kg da F8 não híbrida e tração traseira. E isso sem os líquidos. Números difíceis de comparar com os de outros concorrentes, como Porsche, por exemplo. Em ordem de marcha, podemos apostar em algo próximo dos 1.700 kg com um condutor magrinho. O que assusta também é o som na hora da partida. Acione o botão abaixo do volante e não há mais aquela erupção, mas um chiado fino, rápido, que mostra que o carro está pronto. O quê? Depois de toda esta tecnologia, suspense, números, é isso? É como assistir a Psicose de Alfred Hitchcock pela primeira vez, ver o personagem principal sendo esfaquea- do até a morte e pensar, ‘Ok e agora’? Sim, a não ser que você acione o programa Performance ou Quali- fying, o mais rápido Ferrari de rua de todos os tempos partirá sempre em modo híbrido por padrão, sem a intervenção do V8. Na verdade, vamos investigar a quarta opção disponível no novo botão Manettino no volante: eDrive. Em eDrive, o V8, o novo câmbio de oito marchas e dupla embreagem e o motor elétrico montado entre eles saem de cena. Alimentados por uma bateria de 7,9kWh situada na traseira, os dois motores elétricos montados na frente geram 217 cv, responsáveis pela primeira propulsão que chega a 25 km de autonomia em modo elétrico. O som tem a mesma excitação de uma empilhadeira. Você não precisaser engenheiro para descobrir que 217 cv não fazem muito efeito em um esportivo de 1.570 kg. A Ferrari afirma que seu obje- tivo de desempenho nessa situação é o mesmo de um VW Golf comum e que em modo elétrico a SF90 não foi planejada para encarar um rival da Tesla, por exemplo. Assim, enquanto um Porsche 918 Spyder que já tem sete anos de idade pode ir de 0 a 100 km/h em 6.2 s, a SF90 precisa de 9.3s. Objetivamente falando, é mais que suficiente para manter-se no tráfego, mas combina com as expectativas geradas pelo emblema Fer- rari? E subjetivamente falando, a reação que se tem ao acionar o pedal acelerador é tão suave até para padrões de carros elétricos, que a SF90 parece um carro relaxado, senão desapontador, árido. E não adianta provocar. Não importa o quanto você pressione o acelerador que o V8 não vai dar as caras. O discurso da Ferrari é o esperado, de que a tecnologia híbrida nos en- trega o melhor de dois mundos, é verdade. A grande surpresa é a frequên- cia com que o modo híbrido se transforma em potência, desligando o V8 quando possível e graciosamente trazendo-o de volta quando necessário. Porém, a maior surpresa mesmo é a sensação natural obtida nos freios; ponto crucial de comunicação com um supercarro, mas geralmente um desastre em automóveis que os usam para regenerar energia. A combinação suave destas duas fontes de potência não é apenas impressionante, mas agrega algo às Ferraris com motor entre-eixos que nunca havíamos sentido: o refinamento de um GT. Desde que saímos de Maranello, rumo ao sul através de um tráfego denso, percebemos o quanto é fácil a condução da SF90. E você ainda tem acesso aos 986 cv quando precisar, enquanto aprecia a sensação de um Golf elétrico quando quiser. Tenho certeza de que se você for um proprietário de uma SF90,4 A frente agora acomoda um par de motores elétricos Tanques cheios - todos os possíveis EM EDRIVE O SOM TEM A MESMA EXCITAÇÃO DE UMA EMPILHADEIRA Avaliação Ferrari SF90 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 107 E L E T R I F I C A Ç Ã O A SF90 tem três motores elétricos: um que atua nas rodas traseiras, encaixado entre o motor e o câmbio; e dois no eixo dianteiro. A Ferrari considerou apenas um motor na frente, mas decidiu que o peso extra valeria a pena em relação à possibilidade de contar com vetorização de torque conseguida com as duas unidades. A potência híbrida total gerada é de 217 cv. A L U M Í N I O Diferente da McLaren totalmente feita em fibra de carbono, a Ferrari ainda acredita que o alumínio é a melhor escolha para carros de produção. A nova carroceria de alumínio foi desenhada para compensar o peso extra do sistema híbrido e lidar com as enormes forças que atuam no conjunto. O subchassi traseiro é de fibra de carbono e as peças fundidas são ocas. Estrutura tem 40% mais rigidez torcional que a da F8 Tributo. M O T O R O V8 da SF90 é baseado no biturbo F154 utilizado na F8. A capacidade subiu de 3.9 para 4.0 litros, graças ao aumento do diâmetro dos cilindros e novos cabeçotes com válvulas de admissão maiores, um injetor central e injeção direta de alta pressão geraram mais uns cavalinhos. O fluxo de gases foi melhorado com o reposicionamento dos turbocompressores - que agora têm válvulas de alívio eletrônicas - e elevação dos escapamentos. A F8 conta com respeitáveis 710 cv, mas na SF90 foi a 769 cv, mais 81,5 kgfm de torque. E isso antes de somar os três motores elétricos... 108 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 P A S S A D O É P A S S A D O O câmbio é novo, 10 kg mais leve, tem oito marchas e dupla embreagem - sem ré, que é acionada por motor elétrico. Se você precisar dar ré e a bateria estiver arriada, o motor a combustão ligará para alimentá- la. A carcaça agora é 20% menor proporcionando um centro de gravidade 15 mm mais baixo. R E S F R I A R M A I S Q U E P R E S S I O N A R O aerofólio traseiro é dividido em duas peças ajustáveis eletricamente. Em baixas velocidades as duas seções se alinham para passagem do fluxo sem resistência. Em altas velocidades ou sob frenagens severas, uma das seções se abaixa, expondo a outra gera pressão aerodinâmica. As linhas da SF90 são dedicadas mais à necessidade de refrigeração dos sistemas híbridos e de força, do que para gerarando pressão. O ar passando através dos radiadores dianteiros é canalizado no assoalho e não nas laterais, para que o fluxo que vai para a traseira chegue frio. VOCÊ TEM ACESSO AOS 986 CV QUANDO PRECISAR DELES, MAS PODE RODAR SILENCIOSAMENTE COMO UM E-GOLF QUANDO NÃO PRECISAR Avaliação Ferrari SF90 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 109 AS ARRANCADAS SÃO TÃO RADICAIS QUE VOCÊ DUVIDA DAS LEIS DA FÍSICA O eDrive agora é o programa padrão - partidas quase inaudíveis Tração integral pode ser parcialmente desabilitada O V8 ganhou pistões maiores, novos cabeçotes e coletores... 110 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 utilizará o sistema híbrido muito mais do que imagina. Mas não quando decidir que ela seja uma Ferrari. Nessa hora é necessário acionar dois modos no Manettino. Ambos deixam o V8 atuando o tempo todo, mas enquanto o Performance prioriza a recarga, Qualifying é alto desempenho sempre. O V8 da SF90 é baseado na unidade da Tributo, só que aumentado de 3.9 l para 4.0 litros, através do aumento do diâmetro dos cilindros, onde trabalham pistões com novo desenho de cabeça, novos cabeçotes e coletores de admissão e escape, além de válvulas de alívio dos turbocompressores controladas eletronicamente. Tudo isso aumentou a potência de 710 cv da Tributo para 769 cv com melhoria do torque que foi de 78,5 para 81,5 kgfm. Com os 217 cv da e-Power, chegamos a 986 cv. (A Ferrari anuncia 133 cv e 8,7 kgfm para cada motor dianteiro e 201 cv/27 kgfm para o elétrico traseiro. Mas não publicam os números somados. Enquanto a combinação teórica é bem maior, há a limitação das baterias que forçam o resultado nominal a 217 cv). Qualquer um que acelerou o carro afirma que a SF90 acelera mais do que qualquer Ferrari com mais de um banco. Está no nível Chiron, a física comprime seu corpo contra o banco, enquanto os dois eixos tracionam para levar o carro da imobilidade aos 100 km/h em 2.5 s e de 0 a 200 km/h em apenas 6.7 s, enquanto você tenta manter seus braços retos e as mãos agarradas ao volante. Uma F8 precisa de 2.9 s e 7.8 s para as mesmas medições e mesmo que nenhuma delas seja tão musical quando o V12 da Ferrari, a SF90 tem um ronco mais rico, além de um acelerador mais afia- do. Os motores elétricos não apenas adicionam potência, mas seus torques instantâneos complementam as faixas inexploradas do V8 e quase (não completamente) anulam o ‘turbo lag’. Dirigindo através de uma sequência de curvas nas montanhas de Maranello, fica claro que a direção melhorou também. O novo conjunto eletro- assistido está mais rígido, materializando esta sensação de superação em relação a seus antecessores. As respostas são mais diretas e o que pode parecer um pouco mais de carga, acaba resultando em mais conexão com os pneus dianteiros. Por sinal, estes pneus da frente têm muito mais trabalho a fazer. Ao invés de acionar o controle de tração e diferencial da F8 para atenuar a ação sobre o acelerador, a SF90 usa seus semieixos dianteiros e vetorizadores de torque para enviar cada cavalinho que possa atenuar as discrepâncias so- bre o asfalto. O carro não sai de frente e tem níveis de tração que superam suas expectativas. Algumas horas e estou impressionado com as habilidades técnicas do conjunto e com a capacidade da SF90 em lidar com seu peso. Mas algo me incomoda. Tendo me acostumado por uma vida inteira com a tração traseira das Ferrari em relação a alternativas integrais como as da Lamborghini, me parece muito estranho sentir o torque sobre as rodas dianteiras nos4 1973 308 GT4 Cheio de ângulos, o 2+2 308 GT4 estreava um novo V8 3.0 em 1973. Gerava 252 cv - e apenas 168 cv quando reduzido para 2.0 l para o 208GT4 se ajustar às regras tributárias italianas. 1999 360M Versão final da Dino V8 tinha 3.6 litros e 395 cv na 360M, e um ainda melhor (e que ronco) de 419 cv na Challenge Stradale. 2009 458 200 cc extras e injeção direta ajudaram a chegar aos 562 cv (597 cv na versão Speciale) na 458, enquanto a California apresentava um V8 4.3 l de 454 cv. 1980 208 GTB Mudança de regras para emissões e injeção para a GTBi reduziram a potência para 214 cv. Achou ruim? A 208 GB de 153 cv pagava menos imposto. 2004 F430 O V8 código F136 de 4.3 l totalmente novo tinha parentesco distante com o Maserati V8, mas empregava virabrequim plano. Gerava 483 cv - ou 503 cv na versão Scuderia. 2018 488 Pista Um novíssimo V8 biturbo com 552 cv estreava na California T, mas no ano seguinte a mesma unidade apresentava 661 cv na 488 GTB. A Pista elevou o número de novo, para 710 cv - mesmo da atual F8 Tributo. Na SF90 foi a 769 cv. 1990 348 GTB Aumentado para 3.2 l e 266 cv para a 328 GTB, o V8 cresceria novamente para 3.4 l e 296 cv - e então para 317 cv para a reformulada 348 GTB. 1995 F355 Curso maior garantiu 100 cc extras, mas a grande notícia eram os cabeçotes de cinco válvulas que ajudaram a mandar 375 cv às rodas traseiras (borboletas de troca eram opcionais). 1982 208 GTB Turbo Ganhou um turbocompressor para gerar 217 cv na GTB Turbo para melhorar as arrancadas. Cabeçote de quatro válvulas na 308 QV proporcionou comemorados 237 cv. 1984 288 GTO Visual lindo parecido com a 308 por fora, mas nada disso por baixo, e seu V8 biturbo de 395 cv quase dobrava a potência. A F40 de 1987 era um monstro de 471 cv. 1973-2020: A CURVA DE POTÊNCIA DO V8 FERRARI Avaliação Ferrari SF90 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 111 contornos de curva. Uma hora depois de ter exigido bastante da SF90 nas estradas da região, retornamos à pista de Fiorano para mais uma seção de velocidade. O proto- colo normal é você sentar-se ao lado de um piloto de testes da Ferrari que dá algumas voltas antes de entregar-lhe o volante para mais umas três. Porém, as regras de distanciamento social nos impedem de compartilharmos o mesmo carro, assim, seguirei o piloto de testes numa segunda SF90. Isso não é ruim. Primeiro porque terei seis voltas ao volante ao invés de três. Segundo, com um conjunto ótico me orientando onde frear, a chance de eu fazer um ‘tour’ pelo gramado no final da reta diminui bastante, como fiz na última vez que conduzi uma Ferrari de 1.000 cv por aqui... Aquilo foi totalmente minha culpa. A LaFerrari era muito mais rápida do que qualquer outra Ferrari nas minhas referências de freada. Mas tudo bem, a SF90 é mais rápida em linha reta, mas pesa 500 kg mais. O que poderia dar errado? Nada, pois apesar de seus mil (e tantos) cavalos, não consigo me lembrar de outro carro com motor central tão dócil e complacente. E dócil é o que ela realmente é. O chassi da SF90 trabalha sem alarde, mascarando os erros do ‘piloto’ e agregando confiança. Cinco minutos e você se sente como se este carro fosse seu há anos, fazendo-o esquecer de toda tecnologia embarcada que faz a mágica toda acontecer. Como sempre, o modo Race deixa tudo mais afiado e focado, além de fazer seus pneus durarem mais. O carro não escorrega, e para nós, simples mortais, esta é provavelmente a forma mais rápida de fazer as voltas. Mas não a mais divertida. Uma suave atuação do controle de tração quando você acha que poderia ir mais rápido - mas provavelmente não poderia - acaba instigando você a ir mais longe. É a hora em que o gênio de verdade da SF90 Stradale se apresenta. Porque um supercarro com 1000 cv é uma coisa completamente diferente de construir um supercarro de 1000 cv acessível, no qual qualquer pessoa com um pingo de talento para dirigir possa desfrutar e explorá-lo até e além do limite. Se você pode dirigir um carro, você pode conduzir uma SF90, fazendo curvas em conjunto com o acelerador para apontar o carro corretamente antes da reta, ou deixando marcas pretas de pneus nas saídas de curva. Ou você pode conduzi-la assim: acomode algumas malas na frente e faça uma viagem por toda Europa durante uma semana. Ou simplesmente enfrente o tráfego da cidade ou no seu bairro sem fazer um ruído sequer. Há muito mais do que velocidade pura na mais potente Ferrari de rua de todos os tempos. Os fanáticos pelos supercarros do passado dizem que sentem falta da ‘alma’ dos supercarros. Estas máquinas, eles argumentam, existem para entregar doses concentradas de adrenalina, para serem ridiculamente baru- lhentas, e que se dane o mundo. Se você pensa assim, talvez a melhor escolha seja um Lamborghini Aventador SVJ, um dos exóticos disponíveis nessa faixa. Você tem o visual, o majestoso V12 aspirado e seu ronco inconfundível, as portas chamativas, chassi de carbono e nada da complexidade de um sistema híbrido e seu consequente extra peso. É o supercarro tradicional e em alguns momentos, colocará um sorriso em seu rosto que este aqui não coloca. Mas não precisa radicalizar. A maior surpresa da SF90 é a amplitude impressionante de suas capacidades. A melhor coisa dela - há várias - é que as habilidades do carro aparecem sem cobrar o preço de cortar sua capacidade de cortar seu envolvimento e diversão. Goste deles ou não, os supercarros híbridos são o futuro. E se eles forem bonitos e se comportarem como este, não gastaremos muito tempo relembrando do passado. Rodas de 5 raios expõem os freios enormes Tem planos para ficar mais tempo no autódromo (ou que as pessoas pensem isso)? Há uma SF90 perfeita para você. Por R$ 285 a mais (na Europa), a Assetto Fiorano adiciona amortecedores mais espertos da Multimatic - fornecedora da equipe de F1 - painéis de porta de fibra de carbono e molas e escapamentos de titânio que garantem 30 kg a menos de peso. Além disso, você ganha um aerofólio traseiro maior e pneus Michelin Cup 2 mais moles (opcionais na SF90 standard). O tempo de volta espetacular em Fiorano foi obtido por uma versão Assetto. QUER MAIS? PEÇA UMA FIORANO SE VOCÊ DIRIGE UM CARRO, PODE TOCAR A SF90, E ATÉ DEIXAR MARCAS PRETAS NO ASFALTO Avaliação Ferrari SF90 112 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Ferrari SF90 Stradale P R E Ç O N A E U R O PA R$ 2,7 milhões MOTOR E CÂMBIO V8 biturbo 3.990 cc 32V, oito marchas automático de dupla embreagem, bateria de 7,9kWh, três motores elétricos, tração integral D E S E M P E N H O 986 cv total, 769 cv @ 7.500 rpm mais 217 cv dos e-motores, 81,5 kgfm @ 6.000 rpm mais os e-motores. 0 a 100 km/h em 2.5 s, máxima de 340 km/h P E S O 1.570 kg (sem fluidos) E F I C I Ê N C I A 19,5 km/l, 154 g CO2/km À V E N DA Disponível 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 113 20 ANOS DEPOIS ... RADIO BOX Bastidores do automobilismo. Por Luca Bassani, Américo Teixeira Jr. e Rodolpho Siqueira Helio Castroneves se despediu do Team Penske, pela qual venceu três edições da Indy 500, conquistando o título do IMSA WeatherTech SportsCar Championship, ao lado de Ricky Taylor, em disputa dramática no Sebring International Raceway 114 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Quando Helio Castroneves apontou na entrada dos boxes naquele 14 de novembro de 2020, o relógio em Sebring indicava 20:39. O Acura ARX-05 DPi já havia comple- tado 294 voltas e, tão logo concluiu seu terceiro stint na 68ª Annual Mobil 1 Twelve Hours of Sebring, pulou rapidamente do cockpit para a entrada de Ricky Taylor. Foi justamente na troca de pilotos, restando uma hora e meia para a bandeirada final da temporada, que se deu por encerrada sua carreira como piloto do Team Penske. A partir daquele momento, já sem luvas e capacete, acompanhou cada volta percorrida pelo companheiro dos últimos três anos, a quem coube pilotar no dramático stint final, suficiente para que ele e Castroneves pudessem garantir o título do IMSA Weather- Tech SportsCar Championship, mesmo com o 8º lugar e sete voltas de atraso. A máscarafacial até poderia ocultar, mas os olhos revelavam a forte emoção. “Um filme passou pela minha cabeça”, disse o piloto de 45 anos, cujas cenas o fizeram rememorar os tempos do kart, o início nos monopostos, os sacrifícios da família, a con- tratação pela Penske, as vitorias em Indianapolis, os quatro vices títulos na Indy e tantas coisas mais. A emoção voltou a falar alto no abraço entre os teammates campe- ões. Marcaram o momento não só a comemoração, mas principalmente a declaração de respeito e admiração mútuas. Riam e choravam ao mes- mo tempo. Foi também o desabafo de uma dupla que só teve problemas nas três provas iniciais, virou o jogo com quatro vitórias em cinco etapas e quase Castroneves e Taylor venceram quatro provas com o Acura ARX-05 #7 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 115 Na vitória em Laguna Seca, Castroneves e Taylor compartilharam o pódio com Juan Pablo Montoya e Dan Cameron (esq.) e os brasileiros Felipe Nasr e Pipo Derani Nas provas de longa duração, a dupla titular do Acura ARX-05 #7 recebeu o reforço do ex-piloto de Fórmula 1 e atualmente na Indy, Alexander Rossi 116 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 RADIO BOX DE OLHO NA QUARTA INDY 500 Castroneves venceu as Indy 500 de 2001, 2002 e 2009 Aquilo que poderia ser uma despedida para Helio Castroneves é, na verdade, uma nova fase. E não falta animação para isso, justamente por estar no cardápio a chance da quarta vitória na Indy 500. Sua agenda para 2021 está ancorada em dois contratos. O maior deles é com a Meyer Shank Racing, que defenderá em seis provas de IndyCar. Além da Indy 500, correrá em Barber, Long Beach, Indy Grand Prix (agosto), Portland e Laguna Seca. No IMSA, assinou com a Wayne Taylor Racing, que correrá com o mesmo Acura ARX-05 que era da Penske, para Daytona 24, Sebring 12, Glen 6 e Petit Le Mans 10. “morreu na praia”, ainda na primeira hora em Sebring. Na Rolex 24 at Daytona, em janeiro, Castroneves estava em 3º quando foi atingido na volta 122 por Harry Tincknell (Mazda). A batida na barreira de pneus estragou bastante o Acura, principalmente na suspensão. Foram perdidas 24 voltas nos reparos. Seguiram-se mais de cinco meses para a retomada do campeonato, que só ocorreu no dia 4 de julho, na mesma pista de Daytona, mas em corrida curta de 2h40. A pole de Castroneves e a liderança na parte inicial parecia ser um indicativo de recuperação. Parecia, mas não foi: abandonou após quebra da transmissão. Em Sebring, também em for- mato curto, quebrou uma mangueira do turbo. Era difícil, depois disso tudo, encontrar alguém que ainda considerasse aberta a chance de título para ambos, a não ser eles mesmos. Na base do “don’t give up”, venceram consecutivamente as provas de Road America (2h40), Road Atlanta (6h) e Mid-Ohio, sendo as duas primeiras com pole. A sequência foi quebrada com o 2º na Petit Le Mans (Road Atlanta), mesmo depois de um acidente entre Taylor e Pipo Derani (Cadillac da Action Express Racing) na fase final da disputa, que substituiu a de Watkins Glen. A liderança do campeonato veio em Laguna Seca, na quarta vitória, não sem antes contar com a ajuda do outro carro da equipe, o de Juan Pablo Montoya e Dane Cameron. Sem chance de título, não ofereceu resistência a Castro- neves e Taylor. Nessa condição, enfrentaram 294 voltas angustiantes em Sebring, mas valeu a pena. O título que pareceu fugir horas antes, foi garantido por diferença de um ponto. Foram 20 anos, sete meses e 22 dias desde a estreia de Castroneves na Penske para, na última corrida sob o comando de Roger Penske, faturar seu primeiro título. 118 CARMAGAZINE.COM.BR | 2019 MIGUEL PALUDO FAZ HISTÓRIA NA PORSCHE CUP NELSON MARCONDES GANHA OS DOIS TÍTULOS DA GT3 3.8 O campeão da GT3 Cup, Nelson Marcondes, também tem recordes para festejar. Ele é o primeiro piloto na história de 15 anos da categoria a unificar os títulos geral e da classe Sport no campeonato de Sprint. Sua conquista veio com drama, depois de um acidente na largada da primeira prova da manhã de sábado e de uma grande recuperação na prova final, saindo de 21º e último para sétimo na bandeirada, e assim garantir o título da geral, porque já era o da classe Sport. “Eu estou muito orgulhoso. Se no começo do ano alguém me contasse que no fim do ano eu levaria os dois títulos, teria tantas vitórias na Sport, duas na principal, subir ao pódio em quase todas, diria que seria impossível¨, disse Marcondes depois do pódio, com um sorriso rasgado no rosto. Na GT3 Cup o destaque da rodada tripla final ficou com Cristian Mohr, vencendo as duas primeiras provas e Marcio Mauro, vencendo a terceira prova, mas sendo o maior pontuador do final de semana. Outro piloto que pode comemorar a reta final do campeonato é Urubatan Helou Jr. que com uma pontuação consistente acabou como o vice campeão da temporada 2020. “Normalmente a gente fala da temporada, mas dessa vez vou falar do ano, um ano com pandemia, com familiares perdendo entes queridos e Deus está dando a benção para que a gente possa estar continuando o circo da Porsche, porque as pessoas vivem disso, trabalham nisso. Eu tenho muito a agradecer, estou feliz pelo vice-campeonato, eu queria ser campeão, mas estou muito feliz por estar aqui.”, desabafou Helou Jr. Quando se trata de Porsche Gt3 Cup, Interlagos tem um novo rei. O agora hexacam- peão Miguel Paludo fechou a última corrida do ano da Carrera Cup vencendo de ponta a ponta, com um carro emprestado de última hora. O Porsche de # 7 alinhado na última hora no grid de largada mais parecia o negativo do seu tradicional 911, na cor laranja com o patrocinador Brandt em Branco. O carro titular mesmo comple- tando a penúltima corrida na oitava posição enfrentava problemas desde a rodada anterior em Goiânia. Largando pelo critério de grid invertido, e sem dar uma volta sequer no carro reserva mostrou porque ganhou tantos títulos na Cup. Miguel Palu- do chegou ao recorde de 17 vitórias em Interlagos, se isolou como o maior vencedor da categoria nesta pista, com impressionantes cinco vitórias na pista só em 2020. “Agora finalmente eu posso dizer que venci o campeonato e coloco essa vitória junto com esse título, do mesmo nível. Estava engasgado, desde Goiânia porque não conseguia mostrar nossa performance. Queria agradecer ao Adalberto Baptista por ter me emprestado o carro sem hesitar, agradecer a Brandt e todos que torcem por mim. Um abraço pro Enzo, um baita campeonato, foi um ano de muitas disputas, ele está de parabéns”,como ressaltou Paludo o outro destaque no sprint final do campeonato foi Enzo Elias: vencedor na corrida 1 com uma apresentação impecável na chuva na tarde de sexta feira, quarto na corrida 2 na manhã de sábado e segundo na corrida 3, fazendo da última prova a síntese do campeonato: Paludo em primeiro e Enzo em segundo. O campeão da classe GT3 Cup em 2019 fechou sua primeira tem- porada com os carros mais potentes do grid como vice-campeão –à frente de pilotos tarimbados e donos de títulos como Marçal Müller, Lico Kaesemodel , Werner Neu- gebauer e Ricardo Baptista. “Eu estou extremamente feliz, foi um ano difícil porque passamos por vários problemas, quebras no carro, acidentes e terminar o ano com o vice-campeonato só deixa claro o potencial que a gente tinha, toda nossa força e O gaúcho Miguel Paludo era só sor- risos em Interlagos na comemoração do seu sexto título na Porsche GT3 Cup Brasil Fotos: Luca Bassani e Victor Eleutério O piloto gaúcho comemora o seu sexto título com um recorde de 17 vitórias na pista de Interlagos. O jovem Enzo Elias é o vice nosso time. Se não tivesse acontecido os imprevistos do ano a gente teria brigado pelo campeonato. Mas o Miguel Paludo está de parabéns e eu estou muito contente com o vice-campeonato, me sinto honrado e estar disputando com ele. Vamos mais forte para a próxima temporada.”, declarou o Brasiliense Elias. Assim como Paludo, Rodrigo Mello festejou seutítu- lo com vitória. O piloto do carro #29 da LEGO foi segundo na classe Carrera Cup Sport pela manhã e venceu à tarde, coroando uma temporada muito sólida com mais um campeonato na Porsche Cup –foi seu segundo título consecutivo na divisão. Em grande fase Pedro Aguiar converteu pole em vitória pela manhã do sábado, o terceiro vencedor do final de semana. Sua arrancada final rendeu um honroso top5 no campeonato, com 153 pontos. Na categoria principal a pontuação final ficou a se- guinte: Miguel Paludo 198, Enzo Elias 166, Marçal Muller 161, Lico Kaesemodel 158, Pedro Aguiar 153 e Werner Neugebauer 143. O intrépido Rodrigo Mello sagrou-se bicampeão na categoria Carrera 4.0 Sport correndo com um Porsche 911 da LEGO, que foi reproduzido pelo fabricante de brinquedos O campeão da Carrera 3.8 de 2019, o brasiliense Enzo Elias venceu a Car- rera 4.0 com maturidade na chuva da tarde de sexta em Interlagos Largada tensa para a segunda prova da Carrera 4.0, o pole Pedrinho Aguiar aguentou o assédio de Christian Hahn e incrivelmente os dois continuaram na disputa Largada para a GT3 3.8 com o catarinense Cristian Mohr largando na frente para vencer. O Porsche 911 # 3 venceu duas das três provas da rodada final do campeonato da Sprint MATEMÁTICA DO EQUILÍBRIO O automobilismo é um esporte que costuma se revelar pela mate- mática. Tudo é medido, calculado, explicado com números. E essa é uma boa ferramenta para entender o atual momento da Stock Car. Nos dois últimos eventos, em Curitiba e Goiânia, por exem- plo, o nível do sufoco na briga pela pole foi claramente explicitado nas folhas de tempo. Durante a fase Q1 do classificatório no circuito paranaense, a diferença entre o mais rápido, Guilherme Salas, e Rubens Barrichello, que era o 21º colocado, foi de apenas meio segundo. Essa performance alucinante foi repetida semanas depois, em Goiânia, quando Diego Nunes cravou a melhor volta com apenas 0s503 de vantagem sobre Cacá Bueno, que ficou no 20º lugar. Nos dois casos, praticamente o grid inteiro se espremeu em menos de um segundo. Na soma das 17 largadas que compuseram as rodadas duplas e simples da Stock neste ano, nada menos que 13 pilotos diferentes venceram. E a categoria chega em sua etapa final, em Interlagos no dia 13 de dezembro, com inéditos 11 pilotos com chances estatísticas de brigar pelo título, o que deve manter o padrão matemático exigente da Stock Car. Destes, pode-se garantir que pelo menos do primeiro ao sexto colocados têm chances muito boas de terminar como campeão de 2020. Entre os ponteiros, sabe-se que não há margem para erros. Basta lembrar que o líder Thiago Camilo tem apenas um ponto de vantagem sobre o segundo colocado, Daniel Serra, já com o descarte dos três piores resultados de cada piloto. Por trás disso tudo está um regulamento que calibrou à perfeição o equilíbrio entre as equipes que utilizam os modelos Chevrolet Cruze e Toyota Corolla. Tudo, claro, matematicamente calculado. Em um momento impressionante, Stock Car exibe índices radicais que revelam seu alto nível competitivo PONTOS com descartes 238 Thiago Camilo 237 Daniel Serra 231 Ricardo Maurício 226 Ricardo Zonta 224 Gabriel Casagrande 224 Rubens Barrichello 203 Cesar Ramos Fotos: Alex Farias e Vanderlei Soares RADIO BOX 120 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Perdemos no mês passado o grande piloto e chefe de equipe Amadeu Rodrigues, um RACER. Nos últimos anos comecei a identificar esse tipo de personalidade tanto no automobilismo nacional quanto lá fora. O RACER geralmente é uma pessoa que dedica a sua vida à essência do esporte a motor. Na bagagem experiência de pista e décadas de dedicação às novas gerações trabalhando nos bastidores. Curioso como assertivamente as qualidades do RACER se alinham com seus pares. Na maioria das vezes uma figura emblemática vista com admiração pelos concorrentes e com afeto pelos companheiros de time. Um RACER de verdade envolve até a sua família neste circo mágico do automobilismo, já que a outra alternativa simplesmente não existe. Amadeu Rodrigues foi e será um dos maiores que já conheci neste sentido. O RACER tem uma generosidade marrenta para ensinar com carinho todos aqueles que o cercam, sejam pilotos ou até profissionais de mídia. Aprendi muito com o Amadeu, e todo final de tarde passava nos seu box para uma café. O Amadeu Rodrigues têm uma biografia incrível e única. Na minha tenra infância o seu furioso Fusca preparado da mágica Divisão 3, junto com o Opala Gledson Coca Cola de Paulo Gomes me fizeram olhar para dentro de casa e não apenas para a F1. Sua lição de vida depois seu acidente em Tarumã em 1990, onde teve 75 % do corpo queimado foi tão forte ou até mesmo maior que a de Niki Lauda. Dezoito anos depois do acidente, já dono de equipe, Amadeu teve a oportunidade de competir na GT Brasil ao lado de Leonardo Burti com um Corvette. Na primeira ocasião fiz uma foto na freada do Esse do Senna com o Amadeu Rodrigues literalmente cuspindo fogo. Ficou extasiado com a imagem e me pediu com gentileza um pôster para a sua sala: “Garoto, uma imagem vale mil palavras”. Depois de três semanas fez outra encomenda, desta vez meio sem jeito quando a categoria chegou a Tarumã: “Querido, pode fazer uma foto parecida na curva Tala Larga, a mesma do meu acidente de 1990? “. Amadeu era assim, um RACER de verdade. Luca Bassani O RACER AMADEU RODRIGUES FICHA TÉCNICA DA STOCK CAR TEMPORADA 2020 V E N C E D O R E S E M 2 02 0 13 em 17 largadas G O I Â N I A Ricardo Zonta, Rubens Barrichello, Ricardo Maurício, Guilherme Salas e Allam Khodair S ÃO PAU LO Nelsinho Piquet e Ricardo Zonta LO N D R I N A Rafael Suzuki e Ricardo Maurício CA S CAV E L Thiago Camilo, Bruno Baptista e Daniel Serra V E LO C I T TA Julio Campos e Diego Nunes C U R ITI B A Thiago Camilo (8ª etapa e prova 1 da 9ª etapa) e Gabriel Casagrande Minissint. Bea eum nis eos molupis num ipsaped quiassitatum ex et autatur, si tore parum raturis ma ENDURANCE: QUEIROLO E MUFFATO VENCEM AS QUATRO HORAS DE CURITIBA PELA SEGUNDA VEZ NA TEMPORADA Pedro Queirolo e David Muffato dominaram mais uma vez a disputa das Quatro Horas de Curitiba e, venceram a penúltima etapa do Império Endurance Brasil. O resultado, conquistado quase que de ponta à ponta, deu à dupla do protótipo AJR #113 a liderança do campeonato tanto na Geral quanto na P1. “Vencer é sempre muito bom e estamos especialmente felizes com este resultado porque tínhamos deixado a vitória escapar na etapa de Goiânia por conta de um detalhe no finalzinho da corrida. Agora conseguimos recuperar o prejuízo. Meu parceiro guiou demais hoje e agora voltamos com tudo para a disputa do título”, afirmou Queirolo após a prova. A dupla agora soma 425 pontos na Geral, com 35 de vantagem sobre Xandinho Negrão, segundo colocado. Ricardo Maurício e Marcel Visconde, que lideravam a disputa, caíram para a quarta posição por não terem somado pontos em Curitiba. Visconde não participou da prova por conta de uma forte gripe e Maurício, que competiu ao lado de Betinho Gresse, acabou desclassificado por ter saído do box na penúltima janela de pitstop com box fechado. Já na categoria P1, Queirolo e Muffato lideram com 525 pontos. “A nossa regularidade e a confiabilidade do nosso carro estão sendo nossos pontos fortes nesta temporada. Estou muito feliz com o momento que estamos vivendo. Hoje nosso carro estava impecável e isso foi essencial para que conquistássemos mais esta vitória”, disse Muffato. Enquanto isso, na GT3, Xandinho Negrão, que voltou a competir ao lado do pai Xandy Negrão e do veterano Andreas Mattheis, colocou a mão na taça ao vencer pela terceira vez na categoria dos carros de turismo mais rápidos do país. “Foi uma prova longa, difícil, mas estou muito feliz de termos conseguido alcançar este resultado. Meu pai e o Andreas guiaram muito e a punição da Porsche felizmente acabou nos deixando emuma situação privilegiada para conquistar o título. Agora vamos para a final focados em fazer nossa parte para alcançarmos este que é o nosso principal objetivo no ano”, afirmou Xandinho. Com 140 pontos de vantagem sobre Visconde/Maurício, o piloto precisa apenas completar a prova final para sacramentar a conquista do campeonato. GIRL POWER - A disputa ficou marcada ainda pela primeira vitória de uma mulher no Império Endurance Brasil. Na P3, Bruna Tomaselli, jovem piloto que ingressou na categoria em 2020, conquistou o lugar mais alto do pódio, ao lado de Fernando Ohashi e Fernando Fortes. Resultado conquistado no último sábado deu à dupla do protótipo AJR a liderança na categoria Geral e também na P1; disputa ainda ficou marcada pela primeira vitória feminina do Império Endurance Brasil Por Bruno Império Fotos Bruno Terena O 31º BRASILEIRO Com a estreia no circuito de Sakhir, Pietro Fittipaldi se tornou o quarto membro da família Fittipaldi a disputar um Grande Prêmio de F1. O primeiro foi o avô, Emerson, em 1970, seguido do tio-avô Wilson em 1972 e do primo Christian Fittipaldi, nos anos 90. Com 24 anos de idade, Fittipaldi participou da maioria dos eventos da F1 em 2020 como piloto reserva e de testes. Aos 24 anos, o brasileiro tem no currículo o título da World Series Formula V8 3.5 conquistado em 2017, disputou provas na Indy em 2018, fez a temporada completa da DTM em 2019 e é neto de Emerson Fittipaldi, bicampeão mundial de F1 e duas vezes vencedor das 500 Milhas de Indianápolis. Pietro havia testado anteriormente os carros VF-18 e VF-19 da Haas nas temporadas 2018 e 2019, respectivamente nas pistas de Abu Dhabi, Barcelona e justamente no Bahrein. Na lista geral dos pilotos brasileiros que largaram na F1, Pietro é o 31º. NOVIDADE BRASILEIRA NO DAKAR 2021 Portalegre e o Sertões com eles, vencendo seis dos oito dias do rally e ficando em segundo lugar na etapa do Mundial em Portugal. Teremos uma ótima estrutura para enfrentar o Dakar 2021 e representar da melhor forma possível o Brasil e nossos patrocinadores”, diz Guiga. Youssef também destacou o lado técnico da nova equipe e estru- tura na busca por um resultado histórico do Brasil no Dakar. “Tenho certeza que a confiabilidade e bom ritmo do modelo All4 Racing será muito importante para buscarmos um bom resultado, até porque no Dakar resistência é a palavra-chave”, diz Youssef. Guiga fez sua estreia no Dakar em 2009 e competiu em todas as edições seguintes até 2016, com destaque para dois top-10. Penta- campeão do Sertões, Guiga também possui várias outras conquistas no off-road, como o tetra no Brasileiro de Rally Cross Country, o bicampeonato na Copa Baja Brasil e o título do Dakar Series Peru. A 43ª edição da história do Rally Dakar terá sua largada e chegada em Jeddah, na Arábia Saudita. O Brasil terá novidades no Dakar 2021: o piloto Guiga Spinelli e o navegador Youssef Haddad anunciaram que estarão competindo na categoria carros com a tradicional equipe X-raid, que acumula cinco títulos na maior prova off road do mundo e diversos títulos mundiais. A prova será realizada na Arábia Saudita entre os dias 3 e 15 de janeiro de 2021 e será a nona participação de Guiga no rally mais importante do planeta, competindo com o modelo Mini All4 Racing. “Depois do Sertões entendemos que precisaríamos de algumas mudanças na Triton que demandava fornecedores de diferentes países e que não tivemos tempo hábil para receber as peças, montar e testar o carro. Com isso, avalia- mos outros carros, equipes e decidimos seguir com a X-raid, que já venceu o Dakar e tem um índice de término na prova de mais de 90%”, diz Guiga, que tinha programado anteriormente competir com a Mitsubishi L200 Triton Sport Racing da South Racing. “Além disso, já conhecemos bem o time pois corremos em 2017 o Baja Por Rodrigo França Por Bruno Vicária Guiga Spinelli disputará o maior rally do mundo pela 9ª vez POR: BRUNO VICÁRIA FOTOS: BETO ISSA EM 2020, LEWIS HAMILTON CONSEGUIU A PROEZA DE TER O ANO MAIS FÁCIL, PORÉM MAIS IMPORTANTE DE TODOS - TANTO NAS PISTAS QUANTO NA VIDA PESSOAL. SIR LEWIS HAMILTON, O MAIOR DE TODOS M O T O R S P O R T S 124 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 SIR LEWIS HAMILTON, O MAIOR DE TODOS 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 125 FÓRMULA 1 2020 - LEWIS HAMILTON E M UM ANO TÃO DIFÍCIL por conta da pandemia do coronavírus, que afetou todo mundo, incluindo a Fórmula 1, e de vários episódios de violência que comoveram o mundo, Lewis Hamilton assumiu um protagonismo jamais visto tanto socialmente quanto esportivamente. Era como se uma coisa alimentasse a outra. Enquanto mais ele aumentava seu engajamento social, principalmente na questão do racismo, mais ele dominava dentro das pistas na temporada 2020. Curiosamente, o título que parece ter sido o mais fácil de todos os que ele já conquistou até o momento, é o mais importante de todos. Esportivamente falando, 2020 coroou Lewis Hamilton como o maior de todos os tempos, simbolizado por feitos que seriam considerados impossíveis de se obter quando ele estreou na Mercedes em 2013: superar o incrível número de vitórias e pódios de Michael Schumacher e igualar o número de títulos, com grandes chances de superar o heptacampeão alemão no ano que vem – para isso, falta “somente” renovar com a equipe Mercedes, pois ele anda fazendo bastante jogo duro nas negociações. Isso é algo que seu ídolo Ayrton Senna curiosamente fez com maestria em 1993 com a McLaren, mas, no caso do brasileiro, era mais por insatisfação com o carro. No caso do inglês, conforme reportado pela imprensa especializada, ele quer renovar por apenas um ano e por incríveis 875 milhões de reais; já a Mercedes quer pelo menos dois anos e em um valor bem menor, alegando que o momento não permite tal aumento. Mas isso é história para um outro momento. Das grandes estatísticas da Fórmula 1, Hamilton só não é o melhor em dois quesitos: largadas (esse, talvez o mais difícil, pois ele fecha 2020 com 267 e o recordista Kimi Raikkonen tem 329 e contando) e melhores voltas (ele tem 53 contra 77 de Schumacher). O resto, é só sucesso: recordista de vitórias (95), pódios (164), poles (98), primeiras filas (158) e pontos totais (3763). E com pouquíssimas polêmicas a respeito de seu comportamento dentro de pista - as maiores delas foram em 2007, a famosa guerra com Fernando Alonso, e no começo de 2009, no GP da Austrália, quando não foi sincero com os comissários sobre uma4 A flecha prateada transformada em pantera negra, o ativismo racial de Hamilton foi endossado pelos alemães da Mercedes Benz M O T O R S P O R T S 126 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Largada para o retorno de Portugal ao calendário da Fórmula 1 , desta vez no belo circuito do Portimão, no Algarve O ativismo e a liderança de Lewis Hamilton na questão do racismo fez do inglês referência não só no esporte, mas em todo cenário mundial O contraste entre o rosto do sétimo título e o momento atípico que a Fórmula viveu em 2020. Lewis é Lewis, com ou sem máscara FÓRMULA 1 2020 - LEWIS HAMILTON Um Portimão para entrar para a história: palco do que parecia impossível, a quebra do recorde de vitórias de Michael Schumacher O gesto de fair play de Sebastian Vettel ao reconhecer Lewis Hamilton como o maior de todos os tempos Vida difícil em ser o companheiro de Lewis Hamilton. Valtteri Bottas até que tentou, mas o que o inglês faz parecer fácil, o finlandês só faz além do limite O momento também foi de conciliação de Lewis com o pai Anthony Hamilton Lewis Hamilton comemora no pódio em Portugal sua vitória # 92, o maior vencedor da história da Fórmula 1 M O T O R S P O R T S 128 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 ultrapassagem durante um período de Safety Car. Não fosse Max Verstappen no encalço dele em todas as provas, conseguindo carimbar sua faixa lhe tirando a vitória do GP dos 70 anos, e alguns episódios pontuais, como o estouro do pneu na últimavolta em Silverstone, que quase lhe tirou a vitória, os incomuns erros na prova de abertura da temporada e as punições em Monza e na Rússia por erros que poderiam ter sido evitados por ele e pela equipe, o ano de Lewis poderia ter sido mais avassalador que o de Michael Schumacher em 2002. A própria família Schumacher fez reverência a ele presenteando o piloto com um capacete usado pelo alemão após a quebra do recorde de vitórias - inclusive, o presente foi entregue pelo filho de Schumi, Mick, que certamente dividirá grid com ele na próxima temporada. Outros pilotos também fizeram a questão de tirar o chapéu para Hamilton. O maior deles foi Sebastian Vettel. Vivendo a pior fase de sua carreira e na Ferrari, não conseguindo se integrar ao carro, largando além da décima posição na maioria das corridas e fazendo um downgrade para a Aston Martin (atual Racing Point), o tetracampeão foi um dos primeiros a felicitar e elogiar o concorrente após a conquista do título antecipado. Claro que nem todos os pilotos têm essa grandeza, mas a cada ano fica mais difícil não reconhecer Hamilton como o maior de todos. Fora das pistas, Hamilton assumiu a vanguarda na moda e, principalmente, no combate ao racismo. A parte da moda já é uma faceta bem conhecida dele faz tempo e nesta temporada ele caprichou bem em muitos looks, seja de penteado, seja de roupa. Mas o ativismo foi o lado que gritou mais alto. Ele já havia se posicionado com veemência em questões como o veganismo e a defesa dos animais, mas sua luta contra o racismo o elevou a outro nível de importância,4 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 129 como as consequências de suas manifestações mostraram. Por conta de seu posicionamento forte e com personalidade após os protestos gerados pela morte de George Floyd, um cidadão negro desarmado, por policiais nos Estados Unidos, a Fórmula 1 se viu obrigada a seguir seus passos: a Mercedes pintou seu carro todo de preto e o grid inteiro vestiu camisetas antirracismo - boa parte inclusive se ajoelhou na hora da manifestação. Isso gerou uma repercussão sem precedentes e fez o elitista mundo da F1, que até a entrada de Hamilton em 2007 praticamente não tinha integrantes negro, aceitar, querendo ou não, o fato de que seu maior piloto de todos os tempos e principal porta-voz é negro. Antes de Hamilton, apenas Willy T. Ribbs, um mero coadjuvante na Fórmula Indy, obteve algum tipo de destaque. Ele se manifestou até no episódio acontecido em Porto Alegre, onde um negro foi espancado até a morte em um supermercado. O que Hamilton fez somente em 2020 dentro e fora das pistas foi algo sem precedentes na história do automobilismo e do esporte em geral. Na F1, depois de Ayrton Senna, o inglês foi o único campeão a se dedicar a causas sociais e extra-pista de forma tão notória. Tudo isso garantiu a ele o título de cavaleiro pela Rainha Elizabeth II, galardão que vem a se unir ao da Ordem de Membro do Império Britânico (MBE), recebido em 2008, quando conquistou seu primeiro título mundial. Ou seja, a partir do primeiro dia de 2021, quando receberá a condecoração, Lewis Hamilton agora ser[a conhecido como Sir Lewis Hamilton, assim como alguns de seus heróis, como Stirling Moss, Jack Brabham, Jackie Stewart, Frank Williams e Patrick Head. O mais legal de tudo: essa história ainda está longe de terminar para este Sir. Sorte a nossa de poder viver no mesmo período e poder testemunhar essa parte tão marcante da história de Hamilton e da Fórmula 1. M O T O R S P O R T S 130 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Largada do tumultuado GP da Turquia em Istambul com o Lance Stroll na pole position, mas no final a verdade seria reestabelecida com a vitória de Hamilton Todas as cores do mundo na chuva de papel picado para celebrar Lewis Hamilton, o maior piloto de todos os tempos Coroado pelo sétimo título, Lewis Hamilton sai do carro em Istambul, depois de uma pilotagem genial na chuva O único a fazer frente à Hamilton em 2020, Max Verstappen foi o melhor entre os outros, fez fumaça, mas sua Red Bull não era páreo à Mercedes do Inglês A dupla de piloto e chefe de equipe mais vitoriosa da Fórmula1: eram cinco títulos de Michael Schumacher e Ross Brown, agora são seis de Lewis Hamilton e Toto Wolff 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 131 POR: LUCA BASSANI, COLABOROU BRUNO VICÁRIA ACIDENTE GRAVE DE ROMAIN GROSJEAN FAZ A FÓRMULA 1 REFLETIR SOBRE A SEGURANÇA DE CIRCUITOS, E O QUE FALTA FAZER PARA OS CARROS E UNIFORMES EM INCIDENTES COM FOGO, AO MESMO TEMPO QUE O HALO DE PROTEÇÃO FOI ALÉM DAS EXPECTATIVAS. A PROVA DE FOGO DO HALO F oram 30 segundos agonizantes para Romain Grosjean. Para quem viu pela televisão, foram ao menos dois minutos de horror e incerteza. Quanto mais o diretor de TV demorava para colocar no ar as imagens do local da batida, maior era a incerteza se o piloto francês da Haas sairia com vida, após seu carro explodir em chamas na terceira curva do circuito de Sakhir. Quando a paz voltou com as imagens de Grosjean dentro do Medical Car, o que chocaria aos fãs da F1 foi o cenário de destruição, tanto do carro quanto do guard rail: o carro da Hass se dividiu em dois, rasgou o guard rail em lâminas e a célula de sobrevivência ficou enroscada no que restou da barreira de proteção, juntamente com o tanque de combustível, que foi separado no acidente e provocou a explosão. O tanque de combustível de borracha espessa fica acoplado à célula de sobrevivência por esta ser a parte do carro mais segura, mas se liga também à parte traseira onde está o powertrain. É compreensível o seu rompimento nesse específico caso porque na prática foi tão severo o acidente de Romain Grosjean, que parece até a dinâmica da queda de um avião na decolagem com o tanque cheio. O mais curioso foi a inversão do que acontecia no passado, apesar da separação do carro em 2 partes, o que até se espera num impacto como esse, foi a célula de sobrevivência do F1 que fatiou o guard rail e não o contrário. Outra performance incrível foi a do halo de proteção do cockpit, talvez o maior protagonista do acidente. O halo já havia passado por um grande teste em 2018, quando protegeu Charles Leclerc da McLaren de Fernando Alonso na largada em Spa. Desta vez a presença do Halo impediu que, no rasgo do guard rail, o piloto fosse decapitado – e, de quebra, deu a ele o espaço mínimo entre os ferros retorcidos para poder sair e se salvar. Vale lembrar que no seu histórico Romain Grosjean em meio ao fogo: quantidade de combustível era suficiente para a corrida toda A eficiência dos fiscais de pista e da equipe de intervenção rápida foram um dos fatores que ajudaram Grosjean Os restos da Hass de Grosjean: metade na pista e o resto do cockpit queimado encravado no guard rail M O T O R S P O R T S 132 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 a F1 já teve acidentes fatais com a decapitação do piloto, onde o guard rail foi o carrasco. Françoais Cevert morreu em Watkins Glen em 1973 em um cenário parecido. Fazia tempo que a Fórmula 1 não tinha um sério incidente envolvendo fogo – até pelo fato de ela estar cada vez mais híbrida e com os carros carregando apenas 100kg de gasolina. Os últimos incêndios ocorriam nos pit stops, hoje banidos como de Jos Verstappen em 1994, Eddie Irvine em 1995 e Michael Schumacher em 2003. Geralmente quando um F1 bate e vemos um pouco de fogo são pequenas quantidades de gasolina, óleo aquecido ou fluidos de freios em terminais rompidos, mas nunca o tanque central, que é feito para resistir aos impactos. A última vez que isso havia acontecido com a mesma seriedade foi em 1989 no acidente do austríaco Gerhard Berger com sua Ferrari na Tamburello em Imola. Assim como no acidente de Grosjean no Barein, Berger também contou com a rápida intervenção dos comissários de pista e carro médico. A segurança já havia sido melhorada após o acidente fatal de Ricardo Paletti em 1982 no Canadá. E é assim que a Fórmula 1 funciona, podemos ter a certeza que algo irámudar e evoluir, mesmo que tudo tenha dado 90% certo em Sakhir. As imagens do acidente de Romain Grosjean lembram também as intervenções nos acidentes de Niki Lauda em Nürburgring 1976 e Ronnie Peterson em Monza 1978, quando o fogo era o maior inimigo da F1. Mas nenhum deles, e nem nós, poderíamos imaginar que o francês sairia dessa apenas com queimaduras nas mãos, meio capacete chamuscado e uma sapatilha a menos no uniforme. Então, esse será o próximo passo de segurança para a FIA, que com certeza voltará a exigir luvas com mais camadas de Nomex, tecido anti-chamas, que supostamente falhou no caso de Grosjean. O acidente de Romain Grosjean entra para a história como a maior escapada com vida nas sete décadas de F1, com o Halo de segurança de cockpit sendo o seu anjo da guarda. Antes, o maior deles foi a do polonês Robert Kubica em 2007 no Canadá, quando o cockpit em fibra de carbono aliado ao Hans device, o protetor de cabeça e pescoço, que liga o capacete ao sinto de segurança, foram os protagonistas. Romain Grosjean teve sorte no acidente? Sim, até porque sempre foram duas palavras muito associadas: acidente e Grosjean. Sorte também ainda por estar na Fórmula 1, depois de causar tantos acidentes na carreira e não entregar resultados. Na história da categoria um piloto que provavelmente seja também o recordista em milhões de Euros em prejuízos às equipes, às suas e também às outras. A fama de destruidor de carros de Grosjean corre o paddock há mais de uma década. Também na primeira volta no Barein foi o francês o culpado pelo acidente em uma mudança de trajetória brusca, após ter largado da última fila com sua Hass. O piloto francês já havia sido notificado pela equipe Hass da sua não renovação de contrato para 2021. Grosjean pode ter encerrado sua carreira em Sakhir, e com certeza sai da F1 ligeiramente queimado. Famoso causador de acidentes, Grosjean sempre deu prejuízos à várias equipes, como na largada em Spa em 2012 O acidente de François Cevert em 1973 em Watkins Glen teve a mesma dinâmica e culminou com o francês decapitado FO TO B E TO IS S A 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 133 FÓRMULA 1 2020 - SEGURANÇA CAR MAGAZINE FEZ UM BELA JORNADA PELO CENTRO OESTE BRASILEIRO, LEVANDO DE GOIÂNIA À BRASÍLIA, ATRAVÉS DA CHAPADA DOS VIADEIROS, O VOLKSWAGEN NIVUS PARA COMEMORAR O PRÊMIO DE MELHOR CARRO NACIONAL DO CAR AWARDS BRASIL 2021 VW NIVUS Photo Gallery - Volkswagen Nivus 134 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 O belo amanhecer diante do Congresso nacional em Brasília, faz a estrela do prêmio do VW Nivus brilhar como Melhor Carro Nacional do CAR AWARDS BRASIL 2021 Luca Bassani / CAR Magazine ELEITO PELA CAR MAGAZINE Grafitte marcado com barro e poeira do percurso: VW Nivus o Melhor Carro Nacional do CAR AWARDS BRASIL 2021 Alex Farias / CAR Magazine Saindo de Goiânia a equipe de CAR Magazine levou o VW Nivus à cidade historica de Perinópolis e pediu na igreja matriz da cidade a benção para o trajeto. Alex Farias / CAR Magazine Photo Gallery - Volkswagen Nivus 136 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 O VW Fusca 84 com um olhar de encantamento ao observar de perto os detalhes do seu mais novo primo, o VW Nivus Alex Farias / CAR Magazine A caminho de Perinópolis, Goiás o VW Nivus comfortline cruza a famosa cachoeira Salto do Corumbá Alex Farias / CAR Magazine 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 137 Corajoso o VW Nivus desafia a pequena ponte que sobrepõe um rio em Alto Paraíso de Goiás Alex Farias / CAR Magazine Photo Gallery - Volkswagen Nivus 138 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Não existia ducha para limpar o VW Nivus das marcas do trajeto antes de chegar ao comercio local de Perinópolis, Goiás Alex Farias / CAR Magazine Hora do VW Nivus mostrar o seu valor off-road e transpor o pequeno riacho a caminho de Alto Paraíso de Goiás. Alex Farias / CAR Magazine 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 139 Entre discos voadores e um esoterismo sinistro, o bravo VW Nivus comfortline não se intimidou e foi em frente Alex Farias / CAR Magazine O belo entardecer ilumina por trás o VW Nivus na estrada que corta a Chapada dos Viadeiros em Goiás próximo ao paralelo 14 Alex Farias / CAR Magazine Photo Gallery - Volkswagen Nivus 140 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020140 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 Dupla de fotógrafos sempre atenta: mesmo da janela do passageiro do Nivus, o Carcará, ave típica do cerrado brasileiro, é flagrada na decolagem Luca Bassani / CAR Magazine O Melhor Carro Nacional do CAR AWARDS BRASIL 2021 posa de ícone em meio a cidade histórica de Perinópolis, Goiás Alex Farias / CAR Magazine O VW Nivus no percurso da Chapada dos Viadeiros a caminho da capital federal Brasília , passa pela pedra da Baleia Alex Farias / CAR Magazine Photo Gallery - Volkswagen Nivus O Nivus é carro para qualquer piso e também adora se divertir nas estradas de terra como aquelas que levam as trilhas das cachoeiras na Chapada dos Viadeiros Alex Farias / CAR Magazine O equilíbrio em movimento do VW Nivus na estrada da Chapada dos Viadeiros na altura do Paralelo 14, que passa também por Machu Picchu Alex Farias / CAR Magazine 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 143 O Volkswagen Nivus faz uma passagem respeitosa pelo Memorial JK em homenagem a Juscelino Kubitschek, idealizador de Brasília Alex Farias / CAR Magazine O VW Nivus durante o ensaio no Congresso Nacional às 05:37 da manhã de uma quinta-feira. Fotógrafo bom e transgressor acorda cedo Alex Farias / CAR Magazine Photo Gallery - Volkswagen Nivus O VW Nivus que tem design criado no Brasil para o mundo, posa de noite em frente ao museu da República de Oscar Niemayer Luca Bassani / CAR Magazine Nas ruínas do histórico autódromo de Brasília, o VW Nivus faz o seu protesto silencioso para a recuperação do circuito da capital Alex Farias / CAR Magazine 2020 | CARMAGAZINE.COM.BR 145 A dupla de fotógrafos de CAR Magazine, o brasiliense Alex Farias e o Publisher da CAR, Luca Bassani, no marco do esotérico paralelo 14, na Chapada dos Viadeiros Daniel Muniz / guia Alto paraíso de Goiás O VW Nívus agradece a conclusão do percurso em frente a Catedral Metropolitana de Brasília, obra de Oscar Niemayer Luca Bassani / CAR Magazine Photo Gallery - Volkswagen Nivus 146 CARMAGAZINE.COM.BR | 2020 18/09/2020 - 17:17 701900_AGÊNCIA P+E_Diprod_223x275 Pe rc eb a o ris co , p ro te ja a v id a. O primeiro carro elétrico com alma. O Novo Taycan. Soul, Electrified. Saiba mais em www.porsche.com.br M1477_AF_Anun_Taycan_Car_Magazine_223_275mm.indd 1 24/11/20 14:28