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Exercícios e 
Condições Especiais 
 
 02 
 
 
 
1. Aspectos Clínicos e Diagnósticos 
dos Grupos Especiais 5 
Cardiopatias 5 
Tipos 5 
Causas 6 
Fatores de Risco 7 
Sintomas 7 
Diagnóstico e Exame 8 
Em Adultos 8 
Tratamento e Cuidados de Cardiopatia Congênita 9 
Prevenção 9 
Obesidade 9 
Obesidade Infantil 10 
Obesidade no Brasil 10 
Tipos 10 
Causas 11 
Sintomas de Obesidade 13 
Diagnóstico e Exames 13 
Diagnóstico de Obesidade 13 
Exames 14 
Tratamento de Obesidade 14 
Medicamentos para Obesidade 16 
Diabetes 18 
Tipos 18 
Sintomas de Diabetes 21 
Tratamento de Diabetes 23 
Hipertensão 27 
Pressão Alta na Gravidez 28 
 
 
 3 
 
 
 
2. Particularidades e Benefícios do Exercício 35 
Atividade Física e Diabetes 35 
Avaliação da Macroangiopatia 47 
Avaliação da Microangiopatia 47 
Atividade Física na Gestação 50 
Atividade Física na Terceira Idade 52 
Programação da Atividade Física 56 
Atividade Física e Obesidade 62 
 
3. Parâmetros para Prescrição 
de Exercícios em Grupos Especiais 66 
Fundamentos para Prescrição 
e Exercícios para Populações Especiais 66 
Princípios Biológicos Para Prescrição 
e Orientação de Exercícios Físicos (EF) 66 
Escalas de Percepção Subjetiva de Esforço (PSE) 70 
Prescrição Voltada Para Exercícios Intervalado 73 
Treinamento com Pesos (TP) 73 
Prescrição para Exercícios Contínuos 
(Caminhada e Corrida) 77 
Corrida 78 
Equivalente de Gasto Energético 79 
Prescrição de Atividades em Grupos (Idosos) 79 
 
4. Referências Bibliográficas 83 
 
 
 04 
 
 
 
 
 
 5 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
1. Aspectos Clínicos e Diagnósticos dos Grupos 
Especiais 
 
Cardiopatias 
 
doença cardíaca congênita 
(cardiopatia congênita) é uma 
alteração na estrutura do seu cora-
ção presente antes mesmo do nasci-
mento. É um termo genérico utiliza-
do para descrever alterações do co-
ração e dos grandes vasos, presentes 
ao nascimento. Essas alterações 
ocorrem enquanto o feto está se de-
senvolvendo no útero e pode afetar 
cerca de 1 em cada 100 crianças, 
segundo dados da American Heart 
Association. É a alteração congênita 
mais comum e uma das principais 
causas de óbito relacionados a 
malformações congênitas. 
Segundo dados da sociedade 
brasileira de cardiologia no Brasil 
nascem em torno de 23 mil crianças 
com problemas cardíacos. Dessas 
em torno de 80% necessitarão de 
alguma cirurgia cardíaca durante a 
sua evolução. 
 
Tipos 
 
As cardiopatias congênitas 
mais comuns incluem: 
• Alterações na válvula car-
díaca: O problema mais comum no 
nascimento é a válvula aórtica bicús-
pide. Ocorre quando ela ao invés de 
ser formada por três folhetos, é for-
mada por dois. Podemos ter tam-
A 
 
 
6 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
bém o estreitamento (estenose) das 
válvulas um fechamento completo 
(atrésia), que impede ou dificulta o 
fluxo de sangue. Outras modifica-
ções nas válvulas incluem válvulas 
com vazamento ou que não fecham 
adequadamente, permitindo assim 
que o sangue retorne, em vez de 
seguir seu fluxo (insuficiência); 
• Alterações nas paredes 
entre os átrios e ventrículos do 
coração levando aos shunts: 
furos ou passagens entre as câmaras 
direitas e esquerda do coração pro-
vocando a mistura de sangue oxige-
nado com sangue não oxigenado. 
Estas alterações podem provocar o 
fluxo de sangue da direita para es-
querda ou no sentido inverso. Pode-
mos ter a comunicação entre os 
átrios (CIA), comunicação entre os 
ventrículos (CIV), persistência do 
canal arterial (PCA) entre outras. 
Anormalidades no músculo 
cardíaco como má formação do ven-
trículo direito, esquerdo e ventrículo 
único. Podemos ter também a com-
binação, em um mesmo paciente, de 
mais de uma alteração. 
 
Causas 
 
O coração é dividido em qua-
tro câmaras – duas do lado direito e 
duas do lado esquerdo. No desempe-
nho de sua tarefa básica - bombear 
sangue por todo o corpo - o coração 
usa seus lados esquerdo e direito 
para diferentes tarefas. 
O lado direito do coração, re-
cebe o sangue venoso rico em gás 
carbônico, proveniente dos tecidos, 
e será transportado para os pulmões 
através das artérias pulmonares. 
Nos pulmões, ocorrerá a hematose 
que é o processo em que o gás car-
bônico será trocado por oxigênio, e 
em seguida, este sangue rico em oxi-
gênio retornará para o lado esquer-
do do coração através das veias pul-
monares. O lado esquerdo do cora-
ção bombeia o sangue através da 
aorta para o resto do corpo para que 
as células possam utilizar o oxigênio 
como combustível para o seu fun-
cionamento. 
A maioria das alterações cardí-
acas ocorre quando o bebê ainda 
está no útero. Durante o primeiro 
mês de gestação, o coração do feto 
começa a bater. Nesta altura, o 
coração é apenas um tubo com um 
for- mato que lembra vagamente um 
coração. Logo as estruturas se for-
mam em ambos os lados do órgão, 
bem como os vasos sanguíneos que 
transportam o sangue. 
Geralmente é neste momento 
no desenvolvimento de um bebê que 
as alterações cardíacas podem co-
meçar a desenvolver. Não se sabe ao 
certo o que causa a cardiopatia con-
gênita, mas há suspeita de algumas 
condições: 
 
 
7 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
 As alterações genéticas ou 
cromossômicas na criança, 
como a síndrome de Down, 
que leva a uma incidência 8 x 
maior de desenvolver alguma 
cardiopatia 
 Uso de certos medicamentos, 
álcool ou drogas durante a 
gravidez 
 Infecção viral materna, como 
rubéola, no primeiro trimestre 
de gravidez 
 O risco de ter uma criança com 
doença cardíaca congênita 
pode dobrar se um pai ou um 
irmão tem uma alteração 
cardíaca congênita. 
 
Fatores de Risco 
 
Alguns fatores de risco ambi-
entais e genéticos podem desempe-
nhar um papel no desenvolvimento 
da cardiopatia congênita. Eles in-
cluem: 
 Hereditariedade. 
 Doenças cromossômicas, co-
mo síndrome de Down, Sín-
drome de DiGeorge, Síndrome 
de Marfan, Síndrome de Noo-
nan, Trissomia 13 e Síndrome 
de Turner Rubéola durante a 
gravidez. 
 Diabetes tipo 1 ou diabetes ti-
po 2 na gravidez, que pode 
interferir com o desenvolvi-
mento do coração. A diabetes 
gestacional geralmente não 
aumenta o risco de cardiopatia 
congênita. 
 Tomar certos medicamentos 
durante a gravidez é conhe-
cido por causar alterações 
congênitas, incluindo os cardí-
acos. Alguns exemplos são o 
isotretinoína, para o trata-
mento da acne, e lítio, utiliza-
do para o tratamento de 
desordem bipolar 
 O consumo de álcool e drogas 
durante a gravidez também 
pode contribuir para a cardio-
patia congênita. 
 
Sintomas 
 
Sintomas de Cardiopatia con-
gênita: 
Os sintomas de cardiopatia 
congênita podem não aparecer até 
mais tarde na vida. Eles também po-
dem reaparecer anos depois de fazer 
algum tratamento para um proble-
ma cardíaco. Os sintomas depende-
rão também do tipo de má-for- 
mação apresentado pelo paciente. 
 A cianose (pele com coloração 
azulada) 
 aparecerá nas alterações que 
provocam shunt, ou seja, uma 
passagem anormal do sangue 
do lado direito do coração 
(rico em CO2), para lado 
esquerdo (rico em O2). Com 
isso teremos a entrada de 
sangue pouco oxigenado na 
circulação que vai para o corpo 
todo. 
 Falta de ar; 
 Pneumonias de repetição; 
 Tosse; 
 
 
8 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
 Sudorese ou cansaço para as 
mamadas (neonatal); 
 Cansar rapidamente após 
exercício; 
 Tonturas ou desmaios; 
 Inchaço de tecido do corpo ou 
órgãos (edema), por disfunção 
do músculo cardíaco. 
 
Diagnóstico e Exame 
 
Em alguns casos, a cardiopatia 
congênita pode ser diagnosticada 
antes do nascimento, em exames 
pré-natais. Como: 
 Ecocardiograma fetal 
 Ecocardiograma 
 Ultrassonografia. 
 
Se esse não for o caso, o médi-
co ou médica pode suspeitar de um 
problema por ouvir um sopro cardí-
aco durante um exame de rotina. 
Um sopro cardíaco é um som que 
ocorre quando o sangue fluide 
forma anormal através do coração 
ou dos vasos sanguíneos. 
 Ecocardiograma; 
 avalia o músculo cardíaco, as 
válvulas e a função do coração; 
 Eletrocardiograma; 
 identifica a presença de 
arritmias, bloqueios e sobre-
cargas do coração; 
 Radiografia de tórax; 
 Além de conseguir avaliar o 
coração fornece informações 
também do pulmão; 
 Oximetria de pulso; 
 Identifica a presença de oxi-
gênio no sangue; 
 Tomografia cardíaca. 
 
Avalia a anatomia do coração, 
presença de outras anormalidades 
em outros órgãos associadas. 
 Ressonância cardíaca; 
 Avalia a função do coração, as 
válvulas, o músculo, a presen-
ça de tumores e comunicações; 
 Cateterismo cardíaco. 
 
Pode ser usado como diagnós-
tico ou para correções de alterações. 
Na grande maioria das vezes o 
eco- cardiograma bem feito por um 
médico especialista na área, pode 
fornecer o diagnóstico. Nos casos em 
que ele não consegue fornecer as 
informações necessárias pode ser 
necessário o uso da tomografia ou da 
ressonância cardíaca. O cateterismo 
às vezes é necessário, pois pode dar 
uma visão muito mais detalhada do 
coração do que um ecocardiograma. 
Além disso, alguns procedimentos 
de tratamento da alteração congê-
nita podem ser feitos durante o 
cateterismo cardíaco. 
 
Em Adultos 
 
Se o médico ou médica suspei-
ta de cardiopatia congênita ou que 
sua alteração cardíaca congênita po-
de ser a culpada para os problemas 
de saúde mais recentes, ele ou ela irá 
 
 
9 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
realizar um exame físico, incluindo 
ouvir o seu coração com um estetos-
cópio. Após os exames clínicos os 
métodos diagnósticos a serem utili-
zados são os mesmos indicados para 
as crianças. 
 
Tratamento e Cuidados de 
Cardiopatia Congênita 
 
O tratamento da cardiopatia 
congênita depende do tipo e da gra-
vidade. Alguns bebês têm cardiopa-
tias leves, que curam por conta pró-
pria com o tempo. Em outros casos, 
podem ser necessário tratamento 
medicamentoso ou exigir cirurgia 
cardíaca. Estas podem incluir: pro- 
cedimentos por cateter, cirurgias de 
peito aberto ou, nos casos mais 
graves, um transplante de coração. 
 
Prevenção 
 
Como a causa exata da maioria 
das cardiopatias congênitas é desco-
nhecida, pode não ser possível evitar 
essas condições. No entanto, exis-
tem algumas coisas que podem ser 
feitas para reduzir o risco de cardio-
patia congênita: 
 Tomar a vacina de rubéola; 
 Controlar doenças crônicas, 
como diabetes; 
 Evitar substâncias nocivas 
durante a gravidez. 
 
 
Obesidade 
 
A obesidade é o acúmulo de 
gordura no corpo causado quase 
sempre por um consumo excessivo 
de calorias na alimentação, superior 
ao valor usada pelo organismo para 
sua manutenção e realização das 
atividades do dia a dia. Ou seja: a 
obesidade acontece quando a inges-
tão alimentar é maior que o gasto 
energético correspondente. 
 
 
O excesso de gordura pode 
levar ao desenvolvimento de diabe-
tes tipo 2, doenças do coração, pres-
são alta, artrite, apneia e derrame. 
Por causa do risco envolvido, é im-
portante perder peso mesmo se não 
estiver se sentindo mal. É difícil mu- 
dar seus hábitos alimentares e fazer 
exercícios. Mas, com o planejamen-
to pode ser alcançado. 
Alguém que ingere mais calo-
rias do que gasta, ganha peso. O que 
se come e as atividades que se faz ao 
 
 
10 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
longo do dia influenciam nisso. 
Quem tem familiares obesos tem 
mais chances de também ser. Além 
disso, a família também ajuda na 
formação dos hábitos alimentares. A 
vida corrida também torna mais 
difícil planejar refeições e fazer 
alimentações saudáveis. Para mui-
tos, é mais fácil comprar comidas 
prontas e comer fora. Não há solu-
ções de curto prazo para a obesi-
dade. O segredo para perder peso é 
ingerir menos calorias do que se 
gasta. 
 
Obesidade Infantil 
 
A obesidade infantil acontece 
quando uma criança está com peso 
maior que o recomendado para sua 
idade e altura. De acordo com o 
IBGE, atualmente uma em cada três 
crianças no Brasil está pesando mais 
do que o recomendado. As faixas de 
Índice de Massa Corporal (IMC) de-
terminadas para crianças são dife-
rentes dos adultos e variam de 
acordo com gênero e idade. 
O excesso de peso pode ter 
consequências para as crianças até a 
sua vida adulta, mesmo que a obesi-
dade seja revertida nesse período. 
Doenças como diabetes, hipertensão 
e colesterol alto são algumas conse-
quências da obesidade infantil não 
tratada. A condição também pode 
levar a baixa autoestima e depressão 
nas crianças. 
 
Obesidade no Brasil 
 
Em 2015, o Brasil já tinha cer-
ca de 18 milhões de pessoas conside-
radas obesas. Somando o total de 
indivíduos acima do peso, o mon-
tante chega a 70 milhões, o dobro de 
há três décadas. 
Recentemente, o Ministério da 
Saúde divulgou uma pesquisa que 
revela que quase metade da popula-
ção brasileira está acima do peso. 
Segundo o estudo, 42,7% da popula-
ção estava acima do peso no ano de 
2006. Em 2011, esse número passou 
para 48,5%. 
O levantamento é da Vigitel 
(Vigilância de Fatores de Risco e 
Proteção para Doenças Crônicas por 
Inquérito Telefônico), e os dados fo-
ram coletados em 26 capitais brasi-
leiras e no Distrito Federal. 
 
Tipos 
 
A obesidade pode ser classifi-
cada de diversas formas, por exem-
plo, quanto ao tipo, sendo: 
 Homogênea: É aquela em que 
a gordura está depositada de 
forma homogênea, tanto em 
membros superiores e inferio-
res quanto na região abdo-
minal 
 
 
 
11 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
 Androide: É a obesidade em 
formato de maçã, mais carac-
terística do sexo masculino ou 
é mulheres após a menopausa 
e nesse caso há um acúmulo de 
gordura na região abdominal e 
torácica, aumentando os ris-
cos cardiovasculares 
 Ginecoide: É a obesidade em 
formato de pera, mais caracte-
rística do sexo feminino e 
nesse caso há um acúmulo de 
gordura na região inferior do 
corpo, se concentrando nas 
nádegas, quadril e coxas. Está 
associada a maior prevalência 
de artrose e varizes. 
 
 
 
Além disso, a obesidade pode 
ser classificada quanto o grau do 
IMC: 
 Entre 25 e 29,9 kg/m² = 
Sobrepeso; 
 Entre 30 e 34,9 kg/m² = 
Obesidade grau I; 
 Entre 35 e 39,9 kg/m² = 
Obesidade Grau II; 
 = 40 kg/m² = Obesidade Grau 
III. 
 
Pode ainda ser classificada 
como: 
 Primária: quando o consumo 
de calorias é maior que o gasto 
energético 
 Secundária quando é resul-
tante de alguma doença. 
 
Causas 
 
Os motivos que podem causar 
a obesidade em geral são multi-
fatoriais e envolvem fatores genéti-
cos, ambientais, estilo de vida e 
fatores emocionais. A obesidade po-
de às vezes ser atribuída a uma causa 
médica, como a síndrome de Prader-
Willi, a síndrome de Cushing e ou-
tras doenças. No entanto, esses dis-
túrbios são raros e, em geral, as 
principais causas da obesidade são: 
 Inatividade: quem não é muito 
ativo, não queima tantas calo-
rias. Quem possui um estilo de 
vida sedentário, pode facil- 
mente ingerir mais calorias 
todos os dias do que com 
exercícios e atividades diárias 
normais 
 Dieta não saudável e hábitos 
alimentares: O ganho de peso 
é inevitável pra quem come 
regularmente mais calorias do 
que queima. E a maioria das 
dietas dos americanos é muito 
rica em calorias e está cheia de 
fast food e bebidas de alto teor 
calórico 
 Fatores de risco: Obesidade 
geralmente resulta de uma 
combinação de causas e fato-
res contribuintes, incluindo 
 
 
12 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
 Genética: Os genes podem 
afetar a quantidade de gordura 
corporal que se armazena e 
onde essa gordura é distri-
buída. A genética também po-
de desempenhar um papel na 
eficiência com que seu corpo 
converte alimentos em energia 
e como seu corpo queima 
calorias durante o exercício 
 Estilo de vida familiar: A 
obesidade tende a correr emfamílias. Se um ou ambos os 
seus pais são obesos, o risco de 
ser obeso é aumentado. Isso 
não é só por causa da genética. 
Os membros da família ten-
dem a compartilhar hábitos 
alimentares e de atividade 
semelhantes 
 Inatividade: quem não é muito 
ativo, não queima tantas calo-
rias. Com um estilo de vida 
sedentário, pode facilmente 
ingerir mais calorias todos os 
dias do que com exercícios e 
atividades diárias de rotina. 
Ter problemas médicos, como 
artrite, pode levar à diminui-
ção da atividade, o que contri-
bui para o ganho de peso 
 Dieta não saudável: Uma dieta 
rica em calorias, carente de 
frutas e vegetais, cheia de fast 
food e carregada de bebidas 
hipercalóricas e porções gran-
des contribui para o ganho de 
peso 
 Problemas médicos: Em algu-
mas pessoas, a obesidade pode 
ser atribuída a uma causa 
médica, como a síndrome de 
Prader-Willi, a síndrome de 
Cushing e outras condições. 
Problemas médicos, como ar-
trite, também podem levar à 
diminuição da atividade, o que 
pode resultar em ganho de 
peso 
 Medicamentos: Alguns medi-
camentos podem levar ao 
ganho de peso se não com-
pensar por meio de dieta ou 
atividade. Estes medicamen-
tos incluem alguns antidepres-
sivos, medicamentos anticon- 
vulsivos, medicamentos para 
diabetes, medicamentos anti-
psicóticos, esteroides e beta-
bloqueadores 
 Idade: A obesidade pode ocor-
rer em qualquer idade, mesmo 
em crianças pequenas. Mas à 
medida que se envelhece, mu-
danças hormonais e um estilo 
de vida menos ativo aumen-
tam o risco de obesidade. Além 
disso, a quantidade de mús- 
culo em seu corpo tende a 
diminuir com a idade. Esta 
menor massa muscular leva a 
uma diminuição do metabolis-
mo. Essas mudanças também 
reduzem as necessidades de 
calorias e podem dificultar a 
manutenção do excesso de 
peso. Se não controlar consci-
entemente o que come e se 
tornar mais ativo fisicamente 
com a idade, provavelmente 
ganhará peso. 
 Gravidez: Durante a gravidez, 
o peso de uma mulher aumen-
ta necessariamente. Algumas 
 
 
13 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
mulheres acham difícil perder 
esse peso depois que o bebê 
nasce. Esse ganho de peso 
pode contribuir para o de- 
senvolvimento da obesidade 
em mulheres 
 Parar de fumar: Parar de 
fumar é frequentemente asso-
ciado ao ganho de peso. E para 
alguns, pode levar a ganho de 
peso suficiente para que a 
pessoa se torne obesa. No 
longo prazo, no entanto, parar 
de fumar ainda é um benefício 
maior para sua saúde do que 
continuar a fumar 
 Problemas para dormir: Não 
dormir o suficiente ou dormir 
demais pode causar alterações 
nos hormônios que aumentam 
o apetite. Isso pode trazer tam-
bém o desejo por alimentos 
ricos em calorias e carboi-
dratos, o que pode contribuir 
para o ganho de peso. 
 Substâncias químicas: Os des-
reguladores endócrinos (DE) 
ou disruptores endócrinos são 
substâncias químicas são ca- 
pazes de exercer efeito seme-
lhante ao de hormônios pre-
sentes em nosso organismo. 
De acordo com pesquisa existe 
uma relação destas substân-
cias com o ganho de peso e a 
obesidade 
 Mesmo tendo um ou mais 
desses fatores de risco, isso 
não significa que está des- 
tinado a se tornar obeso. É 
possível neutralizar a maioria 
dos fatores de risco por meio 
de dieta, atividade física e 
exercícios e mudanças de com-
portamento. 
 
Sintomas de Obesidade 
 
A obesidade não causa sinais e 
sintomas e sim manifestações decor-
rentes da doença instalada que são 
cansaço, limitação de movimentos, 
suor excessivo, dores nas colunas e 
pernas. 
A obesidade é uma doença que 
se caracteriza pelo acúmulo exces-
sivo de gordura no organismo e se 
diferencia principalmente pela gra-
vidade e pela localização desse acú-
mulo. 
O acompanhamento médico 
também é importante para, por 
exemplo, identificar alterações que 
possam contribuir para o ganho de 
peso. Lembrando que o tratamento 
da obesidade deve ser multipro-
fissional. 
 
Diagnóstico e Exames 
 
Na consulta médica, especia-
listas que podem diagnosticar a 
obesidade são: 
 Clínico geral; 
 Endocrinologista; 
 Nutricionista. 
 
 
Diagnóstico de Obesidade 
 
 
14 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
 
A obesidade é determinada 
pelo Índice de Massa Corporal 
(IMC) que é calculado dividindo-se 
o peso (em kg) pelo quadrado da al-
tura (em metros). O resultado revela 
se o peso está dentro da faixa ideal, 
abaixo ou acima do desejado - 
revelando sobrepeso ou obesidade. 
Classificação do IMC: 
 Menor que 18,5 - Abaixo do 
peso 
 Entre 18,5 e 24,9 - Peso 
normal 
 Entre 25 e 29,9 - Sobrepeso 
(acima do peso desejado) 
 Igual ou acima de 30 - 
Obesidade. 
 
Cálculo do IMC: 
 IMC=peso (kg) / altura (m) x 
altura (m) 
 Exemplo: João tem 83 kg e sua 
altura é 1,75 m 
 Altura x altura = 1,75 x 1,75 = 
3.0625 
 IMC = 83 divididos por 3,0625 
= 27,10 
 O resultado de 27,10 de IMC 
indica que João está acima do 
peso desejado (sobre- peso). 
 
Exames 
 
Os exames para o diagnóstico 
da obesidade geralmente incluem: 
 Colesterol total e frações; 
 Glicemia de jejum. 
 Exames de sangue para ver-
ificar se desequilíbrios hormo-
nais. 
 
Tratamento de Obesidade 
 
O tratamento da obesidade é 
complexo e envolve várias especiali-
dades da saúde. Não existe nenhum 
tratamento farmacológico em longo 
prazo que não envolva mudança de 
estilo de vida. 
 
 
Como a obesidade é provocada 
por uma ingestão de energia que 
supera o gasto do organismo, a for-
ma mais simples de tratamento é a 
adoção de um estilo de vida mais 
saudável, com menor ingestão de 
calorias e aumento das atividades 
físicas. Essa mudança não só provo-
ca redução de peso e reversão da 
obesidade, como facilita a manu-
tenção do quadro saudável. 
 
a. Alimentação saudável 
 
 
15 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
 Embora a correria do dia a dia 
dificulte a realização de uma 
alimentação saudável, peque-
nas mudanças já podem fazer 
uma grande diferença na sua 
saúde: 
 Invista nas frutas, legumes e 
vegetais; 
 Prefiro alimentos integrais aos 
refinados; 
 Evite alimentos como biscoi-
tos, bolachas e refeições pron-
tas. Elas são ricas em açúcar, 
sódio e gorduras – tudo o que 
sua filha ou filho não pode 
comer em exagero; 
 Limite o consumo de bebidas 
adoçadas, incluindo os sucos 
industrializados. Essas bebi-
das são muito calóricas e ofe-
recem poucos ou nenhum 
nutriente; 
 Reduza o número de vezes em 
que a família vai comer fora, 
especialmente em restauran-
tes de fastfood; 
 Muitas das opções do menu 
são ricas em gordura e calo-
rias; 
 Sirva porções adequadas; 
 Prática de atividade física; 
 Aumentar a prática de ati-
vidade física ou é uma parte 
essencial do tratamento da 
obesidade. A maioria das pes-
soas que conseguem manter a 
perda de peso por mais de um 
ano faz exercício físico regu-
lar, mesmo que seja apenas 
caminhando. Para aumentar o 
nível de atividade; 
 Fazer exercícios: pessoas com 
sobrepeso ou obesas precisam 
ter pelo menos 150 minutos 
por semana de atividade física 
de intensidade moderada para 
evitar mais ganho de peso ou 
para manter a perda de uma 
quantidade modesta de peso. 
Para conseguir uma perda de 
peso mais significativa, é 
necessário se exercitar 300 
minutos ou mais por semana. 
Provavelmente será preciso 
aumentar gradualmente a 
quantidade de exercícios à 
medida que sua resistência e 
aptidão melhoram; 
 Caminhar mais: mesmo que o 
exercício aeróbico regular seja 
a maneira mais eficiente de 
queimar calorias e perder pe-
so, qualquer movimento extra 
ajuda a queimar calorias. 
Fazer alterações simples ao 
longo do dia pode resultar em 
grandes benefícios. Estacionar 
mais longe das entradas das 
lojas, aprimorar suas tarefas 
domésticas, fazer jardinagem, 
levantar-se e mover-se perio-
dicamente, e usar um pe- 
dômetro para acompanhar 
quantos passos se realmente 
toma ao longo de um dia; 
 Infelizmente, é comum recu-
perar o peso, independente-
mentedos métodos de trata-
mento da obesidade utiliza-
dos. Quem toma medicamen-
tos para perda de peso, prova-
velmente irá recuperar o peso 
quando parar de tomá-los. É 
possível até mesmo recuperar 
 
 
16 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
o peso após a cirurgia de perda 
de peso se continuar a comer 
demais ou abusar de alimentos 
altamente calóricos. Mas isso 
não significa que seus esforços 
de perda de peso sejam fúteis; 
 Uma das melhores maneiras 
de evitar recuperar o peso que 
perdido é fazer atividade física 
regularmente, aproximada-
mente 60 minutos por dia; 
 Manter o controle de sua 
atividade física ajuda a ficar 
motivado e em curso. À medi-
da que perde peso e melhorar 
a saúde, é importante consul-
tar o médico sobre quais ati-
vidades adicionais se pode 
fazer e, se apropriado, como 
estimular a atividade e exer-
citar-se; 
 É preciso estar atento ao peso. 
Manter uma dieta saudável e 
atividades físicas são as me-
lhores maneiras de manter o 
peso que perdido a longo 
prazo. 
 
b. Medicamentos 
A utilização de medicamentos con-
tribui de forma modesta e tempo-
rária no caso da obesidade, e nunca 
devem ser usados como única forma 
de tratamento. Boa parte das subs-
tâncias usadas atuam no cérebro e 
podem provocar reações adversas 
graves, como: nervosismo, insônia, 
aumento da pressão sanguínea, bati-
mentos cardíacos acelerados, boca 
seca e intestino preso. Um dos riscos 
mais preocupantes dos remédios 
para obesidade é o de se tornar 
dependente. Por isso, o tratamento 
medicamentoso da obesidade deve 
ser acompanhado com rigor e restri-
to a alguns tipos de pacientes. 
 
c. Cirurgias para Obesidade: 
Pessoas com obesidade mórbida e 
comorbidades, como diabetes e hi-
pertensão, podem optar por fazer a 
cirurgia de redução de estômago pa-
ra controlar o peso e sair da obesi-
dade. Existem quatro técnicas dife-
rentes de cirurgia bariátrica para 
obesidade reconhecidas pelo Conse-
lho Federal de Medicina (CFM): 
Banda Gástrica Ajustável, Gastrec-
tomia Vertical, Bypass Gástrico e 
Derivação Bileopancreática. A esco-
lha da cirurgia dependerá do quadro 
do paciente, do grau de obesidade e 
das doenças relacionadas. 
 
Medicamentos para Obesi-
dade 
 
Alguns dos medicamentos 
mais usados para o tratamento de 
problemas e sintomas relacionados 
à obesidade são: 
a. Cloridrato de sibutramina 
monoidratado: Somente um médi-
co pode dizer qual o medicamento 
mais indicado para cada caso, bem 
como a dosagem correta e a duração 
do tratamento. Siga sempre à risca 
 
 
17 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
as orientações do seu médico e 
NUNCA se automedique. Não inter-
rompa o uso do medicamento sem 
consultar um médico antes e, se 
tomá-lo mais de uma vez ou em 
quantidades muito maiores do que a 
prescrita, siga as instruções na bula. 
 
b. Prognóstico: A obesidade é 
uma doença crônica que pode ser 
tratada e controlada com a alimen-
tação e prática de exercícios físicos, 
mas não tem cura. 
 
c. Complicações possíveis: A 
obesidade infantil aumenta o risco 
de uma série de condições, in-
cluindo: 
 Colesterol alto 
 Hipertensão 
 Doença cardíaca 
 Diabetes tipo 2 
 Problemas ósseos 
 Síndrome metabólica 
 Distúrbios do sono 
 Esteatose hepática não 
alcoólica 
 Depressão 
 Asma e outras doenças res-
piratórias 
 Condições de pele como bro-
toeja, infecções fúngicas e acne 
 Baixa autoestima 
 Problemas de comporta-
mento. 
 
Não se pode depositar as 
esperanças do tratamento da obesi-
dade apenas no medicamento ou 
cirurgia, pois o resultado depende 
principalmente das mudanças nos 
hábitos de vida (dieta e atividade 
física) 
Com o tempo o medicamento 
para obesidade pode passar a perder 
o efeito. Se isso ocorrer, o médico 
deverá ser consultado e nunca se 
deve alterar a dose por conta própria 
Existem muitas propagandas 
irregulares de medicamentos para 
emagrecer nos meios de comunica-
ção, por isso não se deve acreditar 
em promessas de emagrecimento 
rápido e fácil. 
Não se deve comprar medica-
mentos para obesidade pela internet 
ou em academias de ginástica, pois 
muitos não são autorizados pelo 
Ministério da Saúde e podem fazer 
mal a quem utiliza. 
Clínicas e consultórios não 
podem vender medicamentos para 
obesidade. O paciente tem a liber-
dade de escolher a farmácia de sua 
confiança para comprar ou manipu-
lar o medicamento prescrito. 
Fórmulas de emagrecimento 
com várias substâncias misturadas 
são proibidas pelo Ministério da 
Saúde e já provocaram mortes. 
Para manter o peso dentro dos 
valores desejáveis e controlar a 
obesidade, a melhor opção é ter uma 
alimentação balanceada e praticar 
atividades físicas regularmente. 
 
 
18 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
d. Prevenção: A estratégia pre-
ventiva deve ter início no nascimen-
to, reforçando que o leite materno é 
um fator de prevenção contra a obe-
sidade e combatendo mitos de que a 
criança deve comer muito, mesmo 
quando está satisfeita e que crian- ça 
saudável é aquela com “dobrinhas”. 
As medidas de prevenção da obesi- 
dade são muito importantes especi-
almente pela gravidade das conse-
quências e incluem 2 fatores 
principais: 
1. Adequação do consumo ener-
gético, ou seja, é necessário consu-
mir calorias que estejam de acordo 
com o gasto calórico e pra quem 
precisa perder peso é necessário um 
planejamento alimentar que prio-
rize alimentos que deem mais sacie-
dade e que tenham o valor calórico 
menor possível. 
2. Incluir atividades físicas na ro-
tina. Atualmente cerca de 80% da 
população é sedentária e muitos as-
sociam as atividades de lazer a 
atividades de baixo gasto calórico, 
como ver televisão, jogar videogame, 
ficar no computador e isso é um 
fator relevante para desencadear a 
obesidade, em contrapartida, o exer-
cício físico intenso ou de longa dura-
ção tem efeito inibitório no apetite. 
 
Diabetes 
 
O diabetes é uma síndrome 
metabólica de origem múltipla, de-
corrente da falta de insulina e/ou da 
incapacidade de a insulina exercer 
adequadamente seus efeitos, cau-
sando um aumento da glicose (açú-
car) no sangue. O diabetes acontece 
porque o pâncreas não é capaz de 
produzir o hormônio insulina em 
quantidade suficiente para suprir as 
necessidades do organismo, ou por-
que este hormônio não é capaz de 
agir de maneira adequada (resis-
tência à insulina). A insulina promo-
ve a redução da glicemia ao permitir 
que o açúcar que está presente no 
sangue possa penetrar dentro das 
células, para ser utilizado como 
fonte de energia. Portanto, se houver 
falta desse hormônio, ou mesmo se 
ele não agir corretamente, haverá 
aumento de glicose no sangue e, 
consequentemente, o diabetes. 
 
 
Tipos 
 
Diabetes tipo 1 
No diabetes tipo 1, o pâncreas 
perde a capacidade de produzir 
insulina em decorrência de um de-
 
 
19 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
feito do sistema imunológico, fazen-
do com que nossos anticorpos ata-
quem as células que produzem a 
esse hormônio. O diabetes tipo 1 
ocorre em cerca de 5 a 10% dos 
pacientes com diabetes. 
 
Pré-diabetes 
A pré-diabetes é um termo 
usado para indicar que o paciente 
tem potencial para desenvolver a 
doença, como se fosse um estado 
intermediário entre o saudável e o 
diabetes tipo 2 - pois no caso do tipo 
1 não existe pré-diabetes, a pessoa 
nasce com uma predisposição ge-
nética ao problema e a impossibili-
dade de produzir insulina, podendo 
desenvolver o diabetes em qualquer 
idade. 
 
Diabetes tipo 2 
No diabetes tipo 2 existe uma 
combinação de dois fatores - a dimi-
nuição da secreção de insulina e um 
defeito na sua ação, conhecido como 
resistência à insulina. Geralmente, o 
diabetes tipo 2 pode ser tratado com 
medicamentos orais ou injetáveis, 
contudo, com o passar do tempo, po-
de ocorrer o agravamento da doen-
ça. O diabetes tipo 2 ocorre em cercade 90% dos pacientes com diabetes. 
 
Diabetes Gestacional 
É o aumento da resistência à 
ação da insulina na gestação, levan-
do ao aumento nos níveis de glicose 
no sangue diagnosticado pela pri-
meira vez na gestação, podendo - ou 
não - persistir após o parto. A causa 
exata do diabetes gestacional ainda 
não é conhecida, mas envolve meca-
nismos relacionados à resistência à 
insulina. 
 
 
Outros tipos de diabetes 
Esses tipos de diabetes são de- 
correntes de defeitos genéticos asso- 
ciados a outras doenças ou ao uso de 
medicamentos. Podem ser: 
 Diabetes por defeitos genéti-
cos da função da célula beta 
 Por defeitos genéticos na ação 
da insulina 
 Diabetes por doenças do pân-
creas exócrino (pancreatite, 
neoplasia, hemocromatose, fi-
brose cística etc.) 
 Diabetes por defeitos induzi-
dos por drogas ou produtos 
químicos (diuréticos, corticoi-
des, betabloqueadores, con-
traceptivos etc.). 
 
 
 
20 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
O exame de glicemia do jejum 
é o primeiro passo para investigar o 
diabetes e acompanhar a doença. Os 
valores normais da glicemia do je-
jum ficam entre 70 e 99 mg/dL (mi-
ligramas de glicose por decilitro de 
sangue). Estar um pouco acima des-
ses valores indica apenas que o 
indivíduo está com uma glicemia no 
jejum alterada. Isso funciona como 
um alerta de que a secreção de insu-
lina pode não estar normal, e o mé-
dico deve seguir com a investigação 
solicitando um exame chamado cur-
va glicêmica, que define se o paci-
ente possui intolerância à glicose, 
diabetes ou então apenas um resul-
tado alterado. 
O diabetes não passa de 
pessoa para pessoa. O que acontece 
é que, em especial no tipo 1, há uma 
propensão genética para se ter a 
doença e não uma transmissão co-
mum. Pode acontecer, por exemplo 
de a mãe ter diabetes e os filhos 
nascerem totalmente saudáveis. Já o 
diabetes tipo 2 tem uma função 
multifatorial: é consequência de ma-
us hábitos, como sedentarismo e 
obesidade, que também podem ser 
adotados pela família inteira – ex-
plicando porque pessoas próximas 
tendem a ter a doença conjunta-
mente, mas também tem propensão 
genética. 
Sabe-se que o Diabetes tipo 2 
do adulto, que corresponde a 90% 
dos casos de Diabetes no mundo, 
tem causa multifatorial, ou seja, são 
muitos fatores que juntos desenca-
deiam a doença. A vida sedentária, a 
tendência genética e principalmente 
o ganho de peso são as principais 
causas. 
O ganho de peso é decorrente 
do excesso de calorias ingeridas. 
Dessa forma, se a pessoa come açú-
car a mais e acaba por isso ganhando 
peso, neste caso sim o açúcar é a 
causa do ganho de peso, que final-
mente, pode levar ao Diabetes. Mas 
se a pessoa come pão em excesso, ou 
ba- tata, ou arroz, e devido a estas 
calorias fica acima do peso, também 
igualmente tem risco de desenvolver 
Diabetes. 
Não é o fato de comer espe-
cificamente açúcar que causa Dia-
betes, mas sim o fato de comer em 
excesso qualquer alimento que aca-
be fazendo com que o peso da pessoa 
aumente. E, além do excesso de 
peso, é preciso juntar outros fatores, 
como sedentarismo e história fami-
liar para daí sim, ter maior risco de 
desenvolver Diabetes. 
A aplicação de insulina não 
promove qualquer tipo de depen-
dência química ou psíquica. O hor-
mônio é importante para permitir a 
entrada de glicose na célula, tornan-
do-se fonte de energia. Não se trata 
de dependência química e sim de ne- 
cessidade vital. O paciente com dia-
 
 
21 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
betes precisa da insulina para sobre-
viver, mas não é um viciado na 
substância. 
 
Sintomas de Diabetes 
 
Os principais sintomas do 
diabetes são vontade frequente de 
urinar, fome e sede excessiva e ema-
grecimento. Esses sintomas aconte-
cem em decorrência da produção 
insuficiente de insulina ou da inca-
pacidade de a insulina exercer ade- 
quadamente sua ação, causando as-
sim um aumento da glicose no san-
gue. Confira a seguir os sintomas 
característicos de cada tipo de 
diabetes. 
 
Principais sintomas do diabe-
tes tipo 2 
Pessoas com diabetes tipos 2 
não apresentam sintomas iniciais e 
podem manter a doença assinto-
mática por muitos anos. No entanto, 
devido a uma resistência à insulina 
causada pela condição de saúde é 
possível manifestar os seguintes 
sintomas: 
 Fome excessiva; 
 sede excessiva; 
 infecções frequentes. Alguns 
exemplos são bexiga, rins e 
pele; 
 Feridas que demoram para 
cicatriza; 
 Alteração visual (visão emba-
çada); 
 Formigamento nos pés e 
furúnculos. 
 
Qualquer indivíduo pode ma-
nifestar diabetes tipo 2. No entanto 
ter idade acima de 45 anos, apre-
sentar obesidade ou sobrepeso e ter 
histórico familiar de diabetes tipo 
dois podem aumentar o risco de ter 
a doença. 
 
Sintomas do diabetes tipo 1 
Pessoas com diabetes tipo 1 
podem apresentar os seguintes sin-
tomas: 
 Vontade frequente de urinar 
 Fome excessiva 
 Sede excessiva 
 Emagrecimento 
 Fraqueza 
 Fadiga 
 Nervosismo 
 Mudanças de humor 
 Náusea e vômito. 
O diabetes tipo 1 pode ocorrer 
por uma herança genética em con-
junto com infecções virais. A doença 
pode se manifestar em qualquer ida-
de, mas é mais comum ser diagnos-
ticada em crianças, adolescentes ou 
adultos jovens 
 
Sintomas do diabetes gesta-
cional 
O diabetes gestacional, na ma-
ioria das vezes, não causa sintomas e 
o quadro é descoberto durante os 
exames periódicos. No entanto, 
 
 
22 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
devido ao aumento da glicemia 
durante a gravidez é possível ma- 
nifestar os seguintes sintomas: 
 Sede excessiva 
 Fome excessiva 
 Vontade constante de urinar 
 Visão turva. 
 
Qualquer mulher pode mani-
festar o diabetes gestacional. No en-
tanto, ter histórico familiar de dia-
betes, excesso de peso antes da 
gravidez e ganho de peso durante a 
gestação podem favorecer o quadro. 
 
Sintomas do Pré diabetes 
O pré-diabetes é a situação 
clínica que precede o diagnóstico do 
diabetes tipo 2. Geralmente o pré-
diabetes não é acompanhado de 
sintomas. Por isso é uma condição 
de saúde que muitas vezes não é 
diagnosticada. 
No entanto, se o indivíduo 
apresentar ganho de peso, ter casos 
de diabetes na família, ingerir uma 
dieta rica em alimentos hipercalóri-
cos e for sedentário, é importante 
procurar orientação médica para in-
vestigar como estão os níveis de gli-
cose no sangue. 
 Diagnóstico e Exames; 
 Diagnóstico de Diabetes. 
 
O diagnóstico de diabetes 
normalmente é feito usando três 
exames: 
 
Glicemia de jejum 
 
 
A glicemia de jejum é um exa- 
me que mede o nível de açúcar no 
seu sangue naquele momento, ser-
vindo para monitorização do trata-
mento de diabetes. Os valores de 
referência ficam entre 70 a 99 mili-
gramas de glicose por decilitro de 
sangue (mg/dL). O que significam 
resultados anormais: 
 Resultados entre 100 mg/dL e 
125 mg/ dL são considerados 
anormais próximos ao limite e 
devem ser repetidos em uma 
outra ocasião 
 Valores acima de 140 mg/dL já 
são bastante suspeitos de dia-
betes, mas também devendo 
ser repetido em uma outra 
ocasião, mas sempre é neces-
sária uma avaliação médica. 
 
Hemoglobina glicada 
Hemoglobina glicada 
(HBA1C) a fração da hemoglobina 
(proteína dentro do glóbulo verme-
lho) que se liga a glico- se. Durante o 
 
 
23 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
período de vida da hemácia - 90 dias 
em média - a hemoglobina vai incor-
porando glicose, em função da con-
centração deste açúcar no sangue. 
Se as taxas de glicose estiverem altas 
duran- te todo esse período ou sofrer 
aumentos ocasionais, haverá neces-
sariamente um aumento nos níveis 
de hemoglobina glicada. Dessa for-
ma, o exame de hemoglobina glicada 
consegue mostrar uma média das 
concentrações de hemoglobina em 
nosso sangue nos últimos 3 meses. 
Os valores da hemoglobina glicadairão indicar se você está ou não com 
hiperglicemia, iniciando uma inves-
tigação para o diabetes. Valores nor-
mais da hemoglobina glicada: 
 Para as pessoas sadias: entre 
4,5% e 5,7% 
 Para pacientes já diagnosti-
cados com diabetes: abaixo de 
7% 
 Anormal próximo do limite: 
5,7% e 6,4% e o paciente deve-
rá investigar para pré-diabetes 
 Consistente para diabetes: 
maior ou igual a 6,5%. 
 
Curva glicêmica 
O exame de curva glicêmica 
simplificada mede a velocidade com 
que seu corpo absorve a glicose após 
a ingestão. 
O paciente ingere 75g de glico-
se e é feita a medida das quantidades 
da substância em seu sangue após 
duas horas da inges- tão. No Brasil é 
usado para o diagnóstico o exame da 
curva glicêmica simplificada, que 
mede no tempo zero e após 120 mi- 
nutos. 
 
Tratamento de Diabetes 
 
O tratamento de diabetes tem 
como objetivo controlar a glicose 
presente no sangue do paciente evi-
tando que apresenta picos ou quedas 
ao longo do dia. Veja a seguir o tipo 
de tratamento para cada tipo de 
diabetes: 
Tratamento para diabetes 
tipo 1 
O tratamento para o diabetes 
tipo 1 requer as seguintes medidas 
 Aplicação de insulina: Os 
pacientes com diabetes tipo 1 
necessitam de injeções diá- 
rias de insulina para mante-
rem a glicose no sangue em 
valores normais. Para fazer 
essa medida é necessário ter 
em casa um glicosímetro, 
dispositivo capaz de medir a 
concentração exata de glicose 
no sangue. 
 Além de prescrever injeções de 
insulina para baixar o açúcar 
no sangue, alguns médicos 
solicitam que o paciente inclua 
também medicamentos via 
oral em seu tratamento. Os 
medicamentos mais usados 
para tratar o diabetes tipo 1 
são: 
 Glifage 
 Glifage Xr 
 
 
24 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
 Metformina. 
 
Tratamento para Diabetes 
Gestacional 
 O tratamento para mulheres 
que apresentam diabetes gestacio-
nal visa diminuir os níveis de açúcar 
na corrente sanguínea da mãe, a fim 
de evitar que também prejudique o 
desenvolvimento do bebê. Veja a 
seguir como é o tratamen- to para o 
diabetes gestacional. 
 
Monitorização de bebês 
Mulheres que apresentem 
uma condição de diabetes gestacio-
nal precisam observar como está o 
crescimento do bebê e desenvolvi-
mento do bebê, com ultrassons e 
outros exames. 
 
Uso de medicamentos 
específicos 
Caso uma dieta acompanhada 
exercícios não seja suficiente, a 
gestante pode precisar de injeções 
de insulina para baixar o açúcar no 
sangue. Alguns médicos prescrevem 
também medicamentos via oral para 
controlar o açúcar no sangue. 
 
Tratamento para o diabetes 
tipo 2 
Pessoas que apresentam dia-
betes tipo 2 contam com práticas 
específicas no tratamento da condi-
ção de saúde. Confira a seguir: 
 Tratamento das comorbidades 
do Diabetes tipo 2: No geral, o 
diabetes tipo 2 vem acompa-
nhados de outros problemas, 
como obesidade e sobrepeso, 
sedentarismo, triglicerídeos 
elevados e hipertensão. 
 
Dessa forma, é importante 
consultar seu médico e cuidar tam-
bém dessas outras doenças e proble-
mas que podem aparecer junto com 
o diabetes tipo 2. 
Dessa forma, a pessoa com 
diabetes garante a sua saúde e 
consegue controlar todas as doenças 
com mais segurança. 
 Medicamentos para tratar 
diabetes tipo 2. Entre os 
medicamentos que podem ser 
usados para controlar o 
diabetes tipo 2 estão: 
 
Tratamento para o Pré-
diabetes 
Na maior parte dos casos o 
tratamento do pré-diabetes vai se 
iniciar com as orientações para mo-
dificação de hábitos de vida: dieta 
com redução de calorias, gorduras 
saturadas e carboidratos, princi- 
palmente os simples, além do estí-
mulo à atividade física. 
Em alguns casos, o médico 
responsável poderá optar, junto com 
o paciente, por iniciar tratamento 
com medicação para prevenir a 
evolução para o diabetes. 
 
 
25 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
Nos pacientes com pré-diabe-
tes, se estão em sobrepeso ou obesi-
dade, a perda de cerca de 5% a 7% do 
peso corporal já leva a uma melhora 
metabólica importante. 
 
Cigarro 
Diabetes e cigarro multiplicam 
em até cinco vezes o risco de infarto. 
As substâncias presentes no cigarro 
ajudam a criar acúmulos de gordura 
nas artérias, bloqueando a circula-
ção. Consequentemente, o fluxo san-
guíneo fica mais e mais lento, até o 
momento em que a artéria entope. 
Além disso, fumar também contri-
bui para a hipertensão no paciente 
com diabetes. 
 
Saúde bucal 
A higiene bucal após cada 
refeição para o paciente com diabe-
tes é fundamental. Isso porque o 
sangue dos portadores de diabetes, 
com alta concentração de glicose, é 
mais propício ao desenvolvimento 
de bactérias. Por ser uma via de 
entrada de alimentos, a boca acaba 
também recebe diversos corpos 
estranhos que, somados ao acúmulo 
de restos de comida, favorecem a 
proliferação de bactérias. Realizar 
uma boa escovação e ir ao dentista 
uma vez a cada seis meses é 
essencial. 
 
Medicamentos para Diabetes 
Somente um médico pode di-
zer qual o medicamento mais indica-
do para o seu caso, bem como a 
dosagem correta e a duração do 
tratamento. Siga sempre à risca as 
orientações do seu médico e nunca 
se automedique. Não interrompa o 
uso do medicamento sem consultar 
um médico antes e, se tomá-lo mais 
de uma vez ou em quantidades 
muito maiores do que a pres- crita, 
siga as instruções na bula. 
Em pacientes com diabetes, 
ocorreu hipoglicemia (baixa taxa de 
açúcar no sangue) durante a terapia 
com cloridrato de fluoxetina e hiper-
glicemia (alta taxa de açúcar no 
sangue) após a suspensão do medi-
camento. Portanto, a dose de in- 
sulina e/ou hipoglicemiante oral de-
ve ser ajustada quando o tratamento 
com este medicamento for estabe-
lecido e após a sua suspensão. 
 Prognóstico 
 Complicações possíveis 
 Retinopatia diabética 
 Lesões que aparecem na retina 
do olho, podendo causar pe-
quenos sangramentos e, como 
consequência, a perda da 
acuidade visual. 
 Arteriosclerose 
 Endurecimento e espessa-
mento da parede das artérias 
 Nefropatia diabética 
 Alterações nos vasos san-
guíneos dos rins que fazem 
 
 
26 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
com que ocorra uma perda de 
proteína pela urina. O órgão 
pode reduzir a sua função 
lentamente, mas de forma pro-
gressiva até a sua paralisação 
total. 
 
Neuropatia diabética 
Os nervos ficam incapazes de 
emitir e receber as mensagens do 
cérebro, provocando sintomas, co-
mo formigamento, dormência ou 
queimação das pernas, pés e mãos, 
dores locais e desequilíbrio, enfra- 
quecimento muscular, traumatismo 
dos pelos, pressão baixa, distúrbios 
digestivos, excesso de transpiração e 
impotência. 
 
Pé diabético 
Ocorre quando uma área ma-
chucada ou infeccionada nos pés de 
quem tem diabetes desenvolve uma 
úlcera (ferida). Seu aparecimento 
pode ocorrer quando a circulação 
sanguínea é deficiente e os níveis de 
glicemia são mal controlados. Qual-
quer ferimento nos pés deve ser tra- 
tado rapidamente para evitar com-
plicações que podem levar à ampu-
tação do membro afetado. 
 
Infarto do miocárdio e AVC 
Ocorrem quando os grandes 
vasos sanguíneos são afetados, le-
vando à obstrução (arteriosclerose) 
de órgãos vi- tais como o coração e o 
cérebro. O bom controle da glicose, 
a atividade física e os medicamentos 
que possam combater a pressão alta, 
o aumento do colesterol e a sus-
pensão do tabagismo são medidas 
imprescindíveis de segurança. A 
incidência desse problema é de duas 
a quatro vezes maior em pessoas 
com diabetes. 
 
Infecções 
O excesso de glicose pode cau-
sar danos ao sistema imunológico, 
aumentando o risco de a pessoa com 
diabetes contrair algum tipo de 
infecção. Isso ocorre porque os gló-
bulos brancos (responsáveis pelo 
combate a vírus, bactérias etc.) fi-
cam menos eficazes com a hipergli-
cemia. O alto índice de açúcar no 
sangue é propício para que fungose 
bactérias se proliferem em áreas 
como boca e gengiva, pulmões, pele, 
pés, genitais e local de incisão 
cirúrgica. 
 
Hipertensão 
Ela é uma consequência da 
obesidade - no caso do diabetes tipo 
2 - e da alta concentração de glicose 
no sangue, que prejudica a circu-
lação, além da arteriosclerose que 
também contribui para o aumento 
da pressão. 
 
Prognóstico 
Pacientes com diabetes devem 
ser orientados a: 
 
 
27 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
 Realizar exame diário dos pés 
para evitar o aparecimento de 
lesões - vale à pena usar um 
espelho para visualizar as 
plantas dos pés todos os dias 
 Manter uma alimentação 
saudável 
 Utilizar os medicamentos 
prescritos 
 Praticar atividades físicas 
 Manter um bom controle da 
glicemia, seguindo correta-
mente as orientações médicas. 
 
Prevenção 
Pacientes com história fami-
liar de diabetes devem ser orien-
tados a: 
 Manter o peso normal 
 Não fumar 
 Controlar a pressão arterial 
 Evitar medicamentos que po-
tencialmente possam agredir o 
pâncreas 
 Praticar atividade física re-
gular. 
 
Hipertensão 
 
A hipertensão arterial sistê-
mica (HAS) ou pressão alta é uma 
condição clínica multifatorial carac-
terizada por níveis elevados e sus-
tentados da pressão arterial (PA). 
Considerando-se valores de pressão 
arterial maiores ou iguais a 140/ 
90mmHg. (1, 2 e 3) 
 
Dados da hipertensão no 
Brasil 
A última pesquisa que men-
surou os dados da hipertensão em 
todo Brasil foi a Pesquisa Nacional 
de Saúde (PNS), feita pela Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE) em 2013. Nela foi detec- tada 
que 21,4% da população acima de 18 
anos. Entre as mulheres, há um 
número maior com hipertensão 
(24,2%), enquanto entre os homens 
apenas 18,3% têm esse diagnóstico. 
 
Hipertensão you 
Além disso, esse diagnóstico 
au- menta com a idade: 
 Entre 30 e 59 anos - 17,8% 
 Entre 60 e 64 anos - 44,4% 
 Entre 65 e 74 anos - 52,7% 
 De 75 em diante - 55% 
 
Quando o seu coração bate, ele 
contrai e bombeia sangue pelas 
artérias para o resto do seu corpo. 
Esta força cria uma pressão sobre as 
artérias. Isso é chamado de pressão 
arterial sistólica. 
 Há também a pressão arterial 
diastólica, que indica a pressão nas 
artérias quando o coração está em 
repouso, entre uma batida e outra. 
(1, 2 e 3). 
 
 
 
 
 
 
28 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
Classificação 
Os valores de pressão arterial 
em indivíduos acima de 18 anos 
classificam-se em (1, 2 e 3): 
 Ótima: Pressão sistólica <120 
_ TMPLITEM=»20» e Pressão 
diastólica <80 
 Normal: Pressão sistólica 
<130 e Pres- são diastólica: 
<85 
 Limítrofe:130-139 e Pressão 
diastólica: 85-89 
 Hipertensão estágio 1: Pressão 
sistólica: 140-159 e Pressão 
diastólica: 90-99 
 Hipertensão estágio 2: Pressão 
sistólica: 160-179 e Pressão 
diastólica: 100-109 
 Hipertensão estágio 3: Pressão 
sistólica: = 180 e Pressão 
diastólica = 110 
 Hipertensão sistólica isolada: 
Pressão sistólica: = 140 e 
Pressão diastólica: < 90. 
 
Pressão Alta na Gravidez 
 
 
 
A hipertensão pode aparecer 
durante a gravidez ou já ser uma 
característica da mãe desde antes. 
Em ambos os casos, pode trazer 
diversos riscos à gestante, pois a 
pressão alta altera o fluxo sanguíneo 
da placenta para o feto causando 
inúmeros transtornos que podem 
culminar com sérias complicações 
como a diminuição do aporte de 
oxigênio para o feto. 
Já no caso da mãe, o quadro 
pode desenvolver-se para a eclam-
psia, quando ocorrem convulsões na 
hora do parto. Por isso é muito 
importante que a grávida acompa-
nhe sempre essa taxa com seu 
médico. 
Ela também pode e deve tomar 
cuidados, como restringir o sal e 
controlar o peso. Para as mulheres 
que já tomavam medicamentos para 
controlar a pressão, podem ter que 
fazer troca de medicamento para 
não prejudicar a criança, mas tudo 
isso será avaliado pelo médico. 
 
Tipos 
A hipertensão pode ser dividi-
da em três estágios, definidos pelos 
níveis de pressão arterial. Esses nú-
meros, somados a condições relacio-
nadas que o paciente venha a ter, 
como diabetes ou histórico de AVC, 
determinam se o risco de morte 
cardiovascular do paciente é leve, 
moderado, alto ou muito alto. Além 
disso, quanto mais alta a pressão 
arterial, maior a chance de o 
 
 
29 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
paciente precisar usar medica-
mentos (1, 2 e 3) 
 Estágio I: hipertensão acima 
de 130 por 90 e abaixo de 160 
por 100 
 Estágio II: hipertensão acima 
de 160 por 100 e abaixo de 180 
por 110 
 Estágio III: hipertensão acima 
de 180 por 110. 
 
Causas 
A hipertensão normalmente é 
causada quando há uma resistência 
e endurecimento maior dos vasos 
sanguíneos para a passagem do 
sangue, o que necessita uma força 
maior do coração para o bom- 
beamento do sangue. 
Isso pode ser um processo 
natural do corpo, mas é aumentado 
com alguns dos fatores de risco 
listados abaixo: 
 
Fatores de risco 
A hipertensão é herdada dos 
pais em 90% dos casos. Em uma 
minoria, a hipertensão pode ser 
causada por uma doença relacio-
nada, como distúrbios da tireoide ou 
em glândulas endocrinológicas, co-
mo a suprarrenal. Entretanto, há 
vários outros fatores que influen-
ciam os níveis de pressão arterial, 
entre eles (1, 2 e 3): 
 Consumo de bebidas alco-
ólicas 
 Obesidade 
 Idade 
 Consumo excessivo de sal 
 Gênero e etnia (maior em 
homens, e em indivíduos de 
cor não branca) 
 Idade 
 Sedentarismo 
 
Fatores de risco cardio-
vasculares adicionais aos pacientes 
com Hipertensão: 
 Tabagismo; 
 Alteração dos níveis de 
colesterol toral e frações e 
triglicérides; 
 Diabetes melito; 
 História familiar prematura de 
doença cardiovascular: ho-
mens<55 anos e mulheres <65 
anos. 
 
Sintomas de Hipertensão 
Na sua maioria os pacientes 
hipertensos são assintomáticos, po-
dendo ocorrer (1, 2 e 3): 
 Dores no peito 
 Dor de cabeça 
 Tonturas 
 Zumbido no ouvido 
 Visão turva. 
 
Infelizmente, como a hiper-
tensão só apresenta sintomas quan-
do está mais avançada, as pessoas só 
suspeitam do quadro quando já 
apresentam alterações no organis-
mo. 
Para fazer diagnóstico precoce 
precisamos que em todo o atendi-
 
 
30 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
mento de saúde, seja público ou 
privado, as pessoas tenham sua 
pressão arterial verificada. 
Você também pode medir a 
sua pressão arterial em casa com uso 
de aparelhos apropriados. 
 
Diagnóstico e Exames 
Especialistas que podem diag-
nosticar hipertensão são: 
 Clínico geral 
 Cardiologista 
 Cirurgião vascular. 
 
Diagnóstico de Hipertensão 
O diagnóstico de hipertensão é 
feito pela medida da pressão. A 
forma mais comum é a medida 
casual, feita no consultório com apa-
relhos manuais ou automáticos. A 
hipertensão também pode ser diag-
nosticada por aparelhos que fazem 
aproximadamente 100 medidas de 
pressão durante 24 horas. 
 
Hipertensão do jaleco branco 
Este é um evento que ocorre 
quando a medida da pressão é feita 
por um profissional de saúde que 
cause algum grau de ansiedade no 
paciente (geralmente um médico), 
então a pressão se eleva de forma 
desproporcional ao valor diário. O 
problema disso é que o médico, ven-
do a pressão alta, aumenta a medi-
cação. E esse paciente em casa sofre 
com efeito de overdose dos remédios 
que não são necessários no dia a dia. 
A forma de diferenciar a hiper-
tensão do avental branco da hiper-
tensão arterial verdadeira é utilizar 
um método de medida da pressão 
arterial fora do consultório, que 
pode ser a MAPA (Monitorização 
Ambulatorial da Pressão Arterial) 
ou a MRPA (Monitorização Residen-
cial da Pressão Arterial). 
 
Exames 
O principal exame para iden-
tificar a hipertensão é a medida da 
pressão arterial feita em consultório. 
Fora isso, outros exames po-
dem ser feitos, como já explicadoacima, tais quais: 
 MAPA (Monitorização Ambu-
latorial da Pressão Arterial), 
nele você fica com um apa-
relho que mede sua pressão 
por 24 horas, uma técnica 
usada para diferenciar hiper-
tensão do jaleco branco da 
pressão alta comum 
 MRPA (Monitorização Resi-
dencial da Pressão Arterial), 
ou seja, a medida com o apa-
relho que você tem em casa. 
 
Além disso, outros exames 
podem ser pedidos, principalmente 
se o paciente chegar ao médico com 
sintomas, para entender se a hiper-
tensão já prejudicou algum órgão, 
como o coração. 
 
 
31 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
Como medir a pressão em casa 
corretamente: 
 Para que a MRPA seja efici-
ente, requer o seguinte passo a 
passo: 
 Esteja em repouso por pelo 
menos dois minutos (ideal-
mente cinco minutos) 
 Fique na posição sentada 
 Esteja de bexiga vazia (para 
evitar que a distensão de 
bexiga cause desconforto e 
eleve a pressão) 
 Prefira momentos em que você 
ou a pessoa que está medindo 
a pressão esteja sem dor ou 
ansiedade extrema 
 Posicione o braço na altura do 
coração, apoiado em alguma 
superfície 
 Coloque o aparelho medidor 
nem muito apertado e nem 
muito solto, permitindo a 
entrada de um dedo 
 Evite falar durante a medição 
 Meça duas vezes, com 5 
minutos de intervalo, para ter 
certeza da medida. 
 Medidores de pressão alta em 
aplicativos funcionam? 
 
Hoje cada vez mais aplicativos 
prometem medir sua pressão com a 
colocação do dedo na câmera do 
celular ou identificador de digital. 
No entanto, a maioria dos médicos 
ainda é um pouco reticente com esse 
tipo de tecnologia, aguardando mais 
estudos que confirmem sua eficácia. 
 
Tratamento de Hipertensão 
A hipertensão não tem cura, 
mas tem tratamento para ser contro-
lada. Somente o médico poderá 
determinar o melhor método para 
cada paciente, que depende das 
comorbidades e medidas da pressão. 
É importante ressaltar que o trata-
mento para hipertensão se inicia a 
mudança do estilo de vida (MEV) 
associado ou não a medicamentos: 
 Manutenção do peso adequa-
do, se necessário, mudando 
hábitos alimentares 
 Não abusar do sal, utilizando 
outros temperos que ressal-
tam o sabor dos alimentos 
 Praticar atividade física 
regular 
 Aproveitar momentos de lazer 
 Abandonar o fumo 
 Moderar o consumo de álcool 
 Evitar alimentos gordurosos 
 Controlar o diabetes e outras 
comorbidades. 
 
Tipos de medicamento contra 
pressão alta 
 
Existem diferentes classes de 
drogas para reduzir a PA, que agem 
em mecanismos distintos. O trata-
mento da hipertensão deve ser 
individualizado. A depender do per-
fil do paciente hipertenso, algumas 
classes podem ser mais adequadas 
que outras. Também é importante 
ressaltar que muitas vezes se faz 
 
 
32 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
necessário associar classes de 
medicações com mecanismos distin-
tos, pois essa estratégia possibilita 
uma maior efetividade no controle 
da pressão arterial e na proteção 
cardiovascular. 
 
 
Fonte: Tua Saúde 
 
Entre os medicamentos usa-
dos para controlar a PA estão: 
 Inibidor da enzima conversora 
da angiotensina: eles impe-
dem a angiotensina I de se 
converter em angiotensina II, 
essa última responsável pelo 
aumento da pressão arterial 
 Antagonistas dos receptores 
da angiotensina (ARA): blo-
queia a ação da angiotensina II 
em um dos receptores que ale 
atua 
 Betabloqueadores: agem no 
sistema nervoso simpático, 
que tem como uma das fun-
ções reagir ao estresse. Diuré-
ticos: aumentam a excreção de 
água e sódio do organismo e 
também tem ação vasodila- 
tadora, reduzindo a pressão 
sanguínea 
 Antagonistas de cálcio: eles 
bloqueiam a ação do canal de 
cálcio com consequente dila-
tação das artérias. 
 
Esse é um dos grandes pro-
blemas no tratamento da hiperten-
são. A falta de adesão ao tratamento 
e o conceito de que uma vez que a 
pressão arterial esteja controlada, a 
medicação pode ser suspensa. 
Um paciente hipertenso que 
suspende a sua medicação está 
sujeito aos riscos de uma elevação 
súbita da pressão em algumas situa-
ções, como no estresse, além dos 
riscos crônicos que os níveis pressó-
ricos elevados provocam (AVC, In- 
farto Agudo do Miocárdio, Doença 
Renal Crônica e Insuficiência 
Cardíaca). 
Somente um médico pode di-
zer qual o medicamento mais indi-
cado para o seu caso, bem como a 
dosagem correta e a duração do 
tratamento. Siga sempre à risca as 
orientações do seu médico e NUNCA 
se automedique. Não interrompa o 
uso do medicamento sem consultar 
um médico antes e, se tomá-lo mais 
de uma vez ou em quantidades 
muito maiores do que a prescrita, 
siga as instruções na bula. 
 
Prognóstico 
A hipertensão arterial primá-
ria não tem cura, mas tem um exce-
lente controle através de tratamento 
 
 
33 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
medicamentoso e mudanças no esti-
lo de vida. Alguns casos de hiper-
tensão arterial são secundários a 
uma outra doença ou a algum fár-
maco ou droga, e esses casos podem 
ser curados. 
As principais complicações da 
hipertensão são AVC, por infarto 
agudo do miocárdio ou doença renal 
crônica. Além disso, a hipertensão 
pode levar a uma atrofia do músculo 
do coração, causando arritmia 
cardíaca. É importante ressaltar que 
qualquer combinação de fatores de 
risco é sempre muito mais grave, 
pois o risco das comorbidades é 
multiplicado. Em média, uma pes-
soa com hipertensão que não con-
trola o problema terá uma doença 
mais grave daqui 15 anos. 
 
Dieta para controlar a 
pressão alta 
Visando o tratamento da hi-
pertensão, foi criada nos Estados 
Unidos a Dieta Dash, sigla em inglês 
para Abordagem Dietética para Pa-
rar a Hipertensão. 
A dieta DASH tradicional cos-
tuma indicar algumas mudanças na 
quantidade de alimentos: 
 Redução do sódio para 1.500 a 
2.300 mg ao dia para quem 
tem hipertensão, e entre 2.000 
e 3.000 mg para quem não 
tem 
 
 
 Diminuição da quantidade de 
gorduras saturadas para entre 
6% e 10% das calorias 
consumidas ao dia (ou seja, se 
sua die- ta é 1.500 calorias, só 
consumir 90 a 150 calorias 
provenientes deste tipo de 
gordura) 
 Limitação do consumo de 
colesterol para 300 mg no caso 
de quem é saudável e 150 mg 
para quem já tem hipertensão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3
4
 
 
 
 
 35 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
2. Particularidades e Benefícios do Exercício 
 
 
 
Atividade Física e Diabetes 
 
tividade física (qualquer movi-
mento corporal produzido por 
ação muscular que aumenta o gasto 
energético) é necessária para sobre-
vivência e saúde. Porém, dados epi-
demiológicos revelam que a maioria 
dos indivíduos não realiza nível de 
atividade física desejável para pro-
mover saúde. 
Comportamento sedentário 
favorece o acúmulo de gordura cor-
poral, associando-se, portanto, a 
várias doenças crônicas como o 
DM2 e outros componentes da sín-
drome metabólica (SM) (figura 1), 
que elevam a mortalidade espe- 
cialmente cardiovascular. 
Apesar das doenças associadas 
à inatividade física e à obesidade 
serem importantes problemas de 
saúde pública mundiais, também há 
amplas evidências de que mudanças 
no estilo de vida são eficazes na 
prevenção especialmente do DM2. A 
dificuldade encontra-se em trans- 
formar esta evidência científica em 
sustentadas alterações comporta-
mentais nos indivíduos. Estes atri-
buem seu comportamento sedenta-
rio à falta de tempo para participar 
regularmente de programas de exer-
cício; sob a perspectiva ambiental, 
facilidades físicas e tecnológicas do 
mundo moderno contribuem consi-
deravelmente para redução do gasto 
energia de populações. 
A 
 
 36 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
As consequências desta reali-
dade na maioria dos continentes 
têm sido constatadas não apenas 
nos adultos de risco ou portadores 
de DM2, mas também em crianças e 
jovens. Em fases mais precoces da 
vida,o ganho excessivo de peso tem 
contribuído para o surgimento mais 
pre- coce do DM2, ao mesmo tempo 
que se torna um agravante do con-
trole metabólico naqueles jovens já 
portadores de DM1. 
 
Aspectos fisiológicos do exer-
cício e particularidades no DM 
Entende-se por exercício qualquer 
atividade física planejada e estrutu-
rada que gera respostas agudas e 
crônicas no organismo, requerendo 
adaptações funcionais e morfológi-
cas. O exercício aeróbio consiste de 
movimentos contínuos, repetidos e 
rítmicos de grandes grupos muscu-
lares por no mínimo 10 minutos. São 
exemplos caminhada, corrida, nata-
ção e ciclismo; quando praticados na 
intensidade, frequência e período de 
treinamento adequados ocorre me-
lhora do condicionamento físico. O 
treinamento de força – também co-
nhecido como anaeróbio – usa a for-
ça muscular para mover um peso 
contra resistência. São exemplos os 
exercícios com halteres ou aparelhos 
de musculação. Se bem planejado e 
realizado regularmente aumenta o 
condicionamento muscular genera-
lizado. Para otimizar os efeitos do 
exercício em longo prazo o ideal é 
que se submeta a um programa 
combinado de exercícios aeróbios e 
de força, que trazem benefícios 
complementares. 
Durante as atividades físicas 
há aumento no consumo de oxigênio 
e glicose, especialmente na mus-
culatura esquelética. Para atender à 
demanda aumentada de energia, o 
músculo lança mão de seus estoques 
de glicogênio e triglicérides, além da 
glicose liberada do fígado e de ácidos 
graxos oriundos do tecido adiposo. 
O cérebro e outros órgãos vitais ne-
cessitam que a glicemia seja man-
tida estável para preservar suas 
funções durante esta prática. Fisio-
logicamente, há queda na insuli-
nemia e o glucagon é necessário para 
produção hepática de glicose. No 
exercício prolongado as elevações do 
glucagon e catecolaminas são essen-
ciais para estabilidade glicêmica. 
Em indivíduos com deficiência de 
insulina pode haver liberação exces-
siva destes hormônios contrarregu-
ladores da insulina, determinando 
hiperglicemia e até mesmo elevação 
da cetonemia. Por outro lado, a 
administração exógena de insulina 
pode atenuar ou mesmo impedir a 
necessária mobilização de glicose e 
outros substratos energéticos na 
atividade física, causando hipo-
glicemia. 
 
 37 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
No DM tipo 1 e 2 a indicação 
da atividade física como integrante 
do esquema terapêutico exige, por 
parte da equipe de saúde, conhe-
cimento sobre os riscos e benefícios 
desta prática, situação na qual pro-
cessos fisiológicos e adaptações hor- 
monais não estão completamente 
preservados. As orientações para 
atividade física devem ser individua-
lizadas, considerando o tipo de DM, 
idade do indivíduo, objetivos do 
programa de atividade física, pre-
sença de descompensação glicêmica, 
complicações crônicas e comorbi-
dades. Pode haver necessidade de 
incluir na equipe um profissional co-
nhecedor de fisiologia do exercício. 
Atividade física não é isenta de 
riscos os quais devem ser ponde- 
rados no momento da sua reco-
mendação. Exercícios, em particular 
os de resistência, podem elevar 
abruptamente a pressão arterial e 
desencadear eventos macro ou mi- 
crovasculares, enquanto que ativi-
dades de impacto podem provocar 
lesões em membros inferiores espe-
cialmente nos neuropatas. Avaliação 
clínica cuidadosa combinada a exa-
mes subsidiários minimizam as 
consequências adversas. 
No DM2 e SM que tem a resis-
tência à insulina (RI) como elo fisio-
patológico comum, o papel da ativi-
dade física e exercício para proteção 
cardiovascular está amplamente 
documentado. A gradual redução da 
sensibilidade à insulina que ocorre 
com o avançar da idade se deve em 
parte à falta de atividade física, que, 
por sua vez, contribui para deposi-
ção intraabdominal de gordura. A 
resistência tecidual à ação deste 
hormônio compromete a transloca-
ção dos transportadores de glicose 
(GLUT) para a superfície celular e, 
consequentemente, a captação da 
glicose. A RI do indivíduo com DM2 
ou SM tem origem multifatorial e 
hoje se sabe que atividade física e 
exercício melhoram diversos meca-
nismos capazes de favorecer a cap-
tação da glicose. Dessa forma, esta 
prática representa estratégia valiosa 
para redução do risco cardiovascular 
global destes indivíduos. 
 
Importância e orientação da 
atividade física no DM 
Qualquer atividade física asso-
cia-se a gasto energético, uma vez 
que a musculatura esquelética utili-
za combustível para sua contração. 
No repouso, a principal fonte de 
energia resulta da oxidação dos 
ácidos graxos livres. No início do 
exercício, os carboidratos assumem 
maior importância como fontes efi-
cazes de produção energética. A con-
tribuição percentual dos carboidra-
tos como fonte primária de energia 
para contração muscular se eleva à 
medida que aumenta a intensidade 
 
 38 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
do exercício. No entanto, em exer-
cícios de longa duração os ácidos 
graxos livres passam a ser o subs-
trato energético preferencial. 
O principal mecanismo res-
ponsável pela captação de glicose 
pelas células depende da ligação da 
insulina ao seu receptor, desencade-
ando uma cascata de reações intra-
celulares que culminam com a trans-
locação de GLUT para a superfície 
celular. Os GLUT-4 são os principais 
responsáveis pela captação da gli-
cose circulante na maioria dos teci-
dos em humanos. É sabido que 
atividade física induz aumento da 
captação de glicose, mas que os me-
canismos responsáveis por este be-
nefício não dependem principal-
mente da via da PI3-kinase da 
sinalização insulínica. Além disso, a 
prática regular de atividade física 
traz efeitos benéficos não apenas ao 
metabolismo glicídico, mas também 
lipí- dico, favorecendo a redução da 
glicemia e aumento das concen-
trações de HDL-c. 
O conhecimento sobre os 
mecanismos pelos quais atividades 
físicas melhoram a sensibilidade à 
insulina, especialmente na muscu-
latura esquelética, sofreu considera-
veis avanços. Tanto a in- sulina 
como atividades físicas mobilizam 
os GLUT-4 para membrana plasmá-
tica para promover captação de gli-
cose com consequente queda na sua 
concentração sanguínea. Porém, é 
importante salientar que o efeito da 
atividade física ocorre por via 
independente da ligação da insulina 
ao seu receptor. O sinal do exercício 
se inicia com a liberação de cálcio 
pelo retículo sarcoplasmático, 
ativando a seguir outros sinaliza-
dores. Tal conhecimento é relevante 
especialmente para o DM2, de- vido 
à resistência na transmissão do sinal 
insulínico. 
 Em indivíduos normais o au-
mento na captação de glicose decor-
rente do exercício determina redu-
ção dos níveis circulantes de insu-
lina e elevação dos níveis de gluca-
gon, efeitos estes que servem para 
garantir o fornecimento de glicose 
pela quebra do glicogênio hepático 
durante esta prática, impedindo a 
queda exagerada da glicemia. Para 
indivíduos com DM1, dependentes 
de insulina exógena, manterem es-
tabilidade glicêmica é fundamental 
que o aporte energético esteja ade-
quado ao grau de insulinização. Para 
tanto se faz necessária frequente 
monitorização glicêmica em vários 
momentos do dia e ajustes de doses. 
Conhecendo os diferentes padrões 
de variação glicêmica frente a varia-
das atividades físicas poder-se-á 
adequar a quantidade de insulina ao 
plano alimentar. Vale lembrar que 
outras variáveis estão presentes 
nesta equação que dificultam que o 
 
 39 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
indivíduo em insulinoterapia prati-
quem exercícios isentos do risco de 
hipoglicemia e hiperglicemia. 
Quando o exercício é realizado 
por indivíduo bem controlado, isto 
é, adequadamente insulinizado, ob-
têm-se os benefícios de redução da 
glicemia pela captação de glicose 
pelas célulasmusculares. Já o indi-
víduo diabético mal controlado, sem 
insulina suficiente para manter a gli-
cemia próxima do normal, quando 
submetido a esforço físico, pode ter 
seu estado hiperglicêmico agravado 
ou mesmo desenvolver cetose. Dessa 
forma, não é recomendado exercício 
mesmo que moderado ou inten- so a 
indivíduos com DM1 em situações 
de insulinopenia, pois o organismo 
não ape- nas deixará de se beneficiar 
desta prática, como poderá acentuar 
a descompensação metabólica. Para 
que seja realizado de forma segura, a 
glicemia capilar pré-exercício deve 
ser inferior a 250 mg/dL e sem ceto- 
núria. Valores elevados de glicemia 
ou cetonemia denotam hipoinsulini-
zação, condição inadequada à práti-
ca de exercício. Importante lembrar 
que o jejum prolongado fisiologica-
mente pode desencadear cetonúria, 
a qual, nesta circunstância, não re-
presenta contraindicação ao exercí-
cio desde que o indivíduo receba 
aporte calórico adequado. Cetonúria 
de jejum deve ser lembrada para que 
não haja erro de interpretação e 
prejuízo da eventual atividade física. 
São inúmeros os benefícios 
atribuídos à atividade física regular-
mente praticada (quadro 1), valendo 
ressaltar que o condicionamento 
físico contribui para redução da 
pressão arterial, melhora da função 
endotelial e do perfil lipídico. Em 
crianças e adolescentes, é funda-
mental para o crescimento e desen-
volvimento normais, o que torna 
imperioso o conhecimento das im-
plicações do exercício no controle do 
DM1 nesta faixa etária. 
Apesar destes benefícios, estu-
dos que avaliam o papel do exercício 
para es- tabilidade glicêmica não são 
animadores. Em diversos estudos, a 
atividade física não tem sido relacio-
nada à melhora sustentada do con-
trole glicêmico no DM1. Porém, o 
uso de bombas de infusão ou os 
esquemas de múltiplas doses com 
análogos de insulinas têm possibi-
litado melhora desta realidade. De 
qualquer forma, inúmeras vanta-
gens associadas à atividade física, 
tornando estes indivíduos mais dis-
ciplinados em razão desta prática, e 
o perfil de risco cardiovascular mais 
favorável, asseguram sua indicação 
no DM1. 
Dentre as consequências inde-
sejadas decorrentes da atividade fí-
sica, a mais frequente é a hipo-
glicemia, sendo os indivíduos bem 
 
 40 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
controlados os mais susceptíveis. Os 
episódios hiperglicêmicos podem 
surgir durante, logo após ou mesmo 
horas depois do término do exer-
cício. Estes decorrem de uma com-
binação de fatores incluindo ativi-
dade exagerada e excesso relativo de 
insulina circulante em relação ao 
aporte alimentar. Os efeitos molecu-
lares, promotores da captação de 
glicose, se mantêm por tempo mais 
prolongado. Havendo depleção 
acentuada das reservas de glico-
gênio muscular durante a atividade 
física, a presença de insulina circu-
lante determina direcionamento da 
glicose para a recomposição dos es-
toques musculares, bem como blo-
queio da glicogenólise hepática. 
 
Recomendações para a 
prática de exercício no DM1 
 
 
 
Apesar dos programas de exer-
cício isoladamente não se associa-
rem à estabilização do controle 
glicêmico de indivíduos com DM1, 
evidências de melhora do perfil de 
risco cardiovascular, esqueléticas e 
psicológicas. Porém, é fundamental 
que estes indivíduos sejam previa-
mente avaliados e orientados ao 
iniciar um programa de exercício. A 
presença de complicações crônicas 
(macroangiopatia, retinopatia, ne-
fropatia e neuropatia) pode se cons-
tituir em contraindicação a esta 
prática. 
A principal recomendação pa-
ra o sucesso de um programa de 
atividade física é que seja coerente 
com seu estilo de vida individual. O 
médico deverá recorrer ao educador 
físico e de outros membros de uma 
equipe multiprofissional para envol- 
ver o paciente na conscientização e 
escolha realista das modalidades de 
atividade física a serem praticadas. 
Uma vez definidos os tipos de 
atividade física que trarão maior 
satisfação e adaptação ao cotidiano, 
há orientações que são comuns a 
todos os indivíduos com DM1. 
Considerando-se as limitações 
da insulinoterapia no que diz res-
peito à variabilidade diária dos seus 
efeitos hipoglicemiantes, é funda-
mental que o indivíduo conheça as 
variáveis que interferem no seu caso 
em particular. Embora as recomen-
dações para o exercício tenham que 
ser individualizadas, orientações re-
 
 41 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
lativas à frequência de monitori-
zação da glicemia, adequação da 
ingestão de nutrientes, modificações 
nas doses de insulina e escolha do 
local de aplicação diante do tipo de 
atividade física devem ser lembra-
das. A resposta glicêmica ao exercí-
cio varia de modo considerável de 
indivíduo para indivíduo e de uma 
atividade para outra. É essencial que 
indivíduos com DM1 monitorem sua 
glicemia antes, durante e após essa 
prática e que realizem ajustes na die-
ta e no esquema de insulina com 
base nestas informações, minimi-
zando, dessa forma, o risco de 
hipoglicemia. O uso de bombas de 
infusão, acopladas a sensores de 
glicose tem permitido que pratican-
tes de exercícios, mesmo os vigoro-
sos, mantenham estabilidade glicê-
mica bastante satisfatória. 
Sempre que possível, o exercí-
cio deve ser realizado após refeições 
(uma a duas horas), que, entre ou-
tras vantagens, atenua a hipergli-
cemia pós-prandial 100. O consu-
mo rotineiro de carboidratos extras 
previamente à prática deve ser desa- 
conselhado, pois contribui para au-
mento de peso. O ajuste da dose de 
insulina, precedendo a prática, tem 
nítida vantagem sobre a ingestão de 
calorias extras. Porém, se houver hi-
poglicemia ou mesmo níveis nor-
mais-baixos de no início do exercí-
cio, a suplementação de carboi-
dratos é recomendada. A magnitude 
da redução da dose de insulina 
deverá variar com a duração e a 
intensidade do exercício, tipo de 
insulina, momento do dia em que 
será realizado e ainda com a sensi-
bilidade individual aos efeitos hiper-
glicêmicos do exercício. Nesse senti-
do, os resultados da monitorização 
são fundamentais para orientar os 
ajustes necessários nas doses de in-
sulina. Deve ser lembrado que exer- 
cício extenuante de curta duração 
não raramente causa hiperglicemia. 
O uso de alimentos extras (por 
exemplo, lanche ao deitar) nos dias 
de grande atividade física pode ter 
indicação para se evitar hipogli- 
cemia tardia. 
Em geral, para exercício reali-
zado próximo à hora do almoço por 
indivíduos em uso de insulina de 
ação intermediária (NPH ou lenta), 
a dose matinal deve ser reduzida ao 
redor de 30% (10). Reduções da or-
dem de 50% podem ser necessárias 
em insulinas rápidas ou ultrarrá-
pidas, na dependência do tipo, in-
tensidade e duração do exercício. 
Quanto às insulinas ultralentas, evi-
dências indicam que a atividade 
física não causa impacto relevante 
na sua absorção no subcutâneo. Não 
existem dúvidas de que o controle 
intensivo do DM com o uso de 
bomba de infusão ou múltiplas 
doses diárias de insulina pos- sibilita 
 
 42 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
maior flexibilidade nos ajustes de 
doses e menor risco de hipoglicemia. 
Nes- tes casos, o basal e os bolus pré-
prandiais devem ser ajustados de 
acordo com a ex- periência pessoal 
indivíduo diabético, sob supervisão 
do médico. Frequentemente serão 
necessários ajustes na velocidade 
basal de infusão de insulina para 
indivíduos em uso de bomba ou em 
regime de múltiplas doses (basal-
bolus), evitando-se, assim, hipogli-
cemia tardia noturna nos dias de 
prática de atividade física mais 
intensa. 
A absorção de insulina pode 
ser acelerada se aplicada no membro 
que está sendo exercitado precipi-
tando hipoglicemia. Além da escolha 
do local de aplicação, outro cuidado 
na prevenção de episódios hiper-
glicêmicos é o uso de técnica ade-
quada naadministração de insulina. 
O uso de agulhas mais longas em 
indivíduos com tecido celular subcu-
tâneo delgado pode resultar em inje-
ções intramusculares, acelerando a 
absorção da insulina. Esta intercor-
rência pode ocorrer mais frequente-
mente em crianças ou indivíduos 
magros. 
No DM1, pode ocorrer com-
prometimento da resposta fisiológi-
ca à demanda energética aumentada 
no músculo em exercício. Nessa 
situação, frente a níveis insulina 
bem baixos ou bem altos de in- 
sulina, pode ocorrer hiperglicemia 
intensa ou hipoglicemia, respectiva-
mente. Portadores de DM2 em 
terapia insulínica poderão ter de 
apresentar respostas semelhan- tes. 
O desafio é aprender a adequar 
a alimentação e terapia insulínica 
para permitir uma participação se-
gura em atividades físicas, progra-
madas e não programadas, obtendo 
os maiores benefícios com mínimos 
efeitos adversos. Não é possível fazer 
recomendações amplamente aplica-
veis no DM, mas algumas estratégias 
podem auxiliar na prevenção de 
complicações, servindo de ponto de 
partida na busca do esquema ideal. 
Os registros dos valores da glicemia 
e dos alimentos ingeridos ajudam a 
determinar um padrão de resposta 
ao exercício que será útil para adap-
tar as refeições ou a insulina à hora 
e à quantidade de exercício plane-
jada. Para indivíduos que se exer-
citam habitualmente, o planejamen-
to da refeição e a dose de insulina 
correspondente podem ser baseados 
nos padrões de atividade habitual. 
Contudo, para aqueles que se exer-
citam esporadicamente, 2 estraté-
gias são viáveis: antever a atividade 
física e ajustar a dose de insulina ou 
aumentar a ingestão alimentar. 
O tipo e a quantidade de 
alimentos necessários para evitar a 
hipoglicemia dependerão, particu-
larmente, da intensidade e duração 
 
 43 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
do exercício. Se o exercício é de curta 
duração, muitas vezes é melhor 
evitar consumir alimentos extras até 
o término do exercício e, somente 
após a verificação da glicemia, pode-
se determinar se e quanto de carbo-
idrato extra é necessário. A escolha 
do momento para a prática de ati-
vidade física deve levar em consi-
deração os supostos níveis de insu-
linemia para prevenir variações in-
desejáveis da glicemia durante o 
exercício. A atividade física realiza-
da à tarde ou no início da noite 
aumenta o risco de hipoglicemia no-
turna. Quando isso ocorre, a inges-
tão de carboidratos adicionais faz-se 
necessária antes de deitar e, caso a 
glicemia se mantenha baixa, deve-se 
repetir o procedimento durante a 
noite. 
A monitorização dos valores 
glicêmicos uma hora antes da ativi-
dade física pode auxiliar na decisão 
dos ajustes na alimentação ou na 
insulina. Se a glicemia estiver até 
100 mg/dL antes do exercício, um 
lanche prévio é recomendável. Se 
entre 100 e 150 mg/dL, o exercício 
pode ser feito e, se necessário, com 
um lanche após. Se a glicemia esti-
ver em 250 mg/dL, deve-se avaliar a 
cetonemia. Níveis elevados antes do 
exercício requerem que insulina seja 
administrada para corrigir a subin-
sulinização. 
Nem sempre é possível anteci-
par a necessidade de alteração de 
dose frente a atividades não 
planejadas, especialmente crianças. 
Nesse caso, a ingestão de carboidra-
tos pode ter grande importância pa-
ra evitar a hipoglicemia. A absorção 
e a disponibilidade de substrato 
energético podem ser aceleradas se 
for carboidrato simples (suco de 
frutas ou outros). Por outro lado, os 
carboidratos complexos, de absor-
ção lenta, são mais úteis para re- 
duzir o risco de hipoglicemia mais 
tardia, sendo de particular impor-
tância, quando o exercício é reali-
zado ao entardecer ou anoitecer de-
vido ao risco de hipoglicemia no-
turna. 
Não há um tipo de exercício 
mais indicado para o DM1. Prati-
camente todas as formas de ativi-
dade física podem ser realizadas pe-
lo indivíduo diabético, adequadas às 
suas preferências e possibilidades. 
Ênfase deve ser dada ao ajuste do 
esquema terapêutico, permitindo a 
participação segura, principalmente 
de crianças e jovens. A experiência 
dos diferentes profissionais envolvi-
dos na promoção da atividade física 
revela que, levando-se em conta as 
características individuais, a es- 
colha da modalidade que mais bem-
estar traz ao indivíduo é aquela que 
tem a maior chance de ser susten-
tada em longo prazo. 
 
 44 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
Importância da atividade física e 
exercício no DM2 
 
 
 
É de longa data a constatação 
de que a inatividade física se associa 
a risco cardiovascular, em parte por 
contribuir para aumentar a adipo-
sidade corporal. Mais recentemente, 
dados da União Europeia sugerem 
que a redução do gasto energético 
especialmente no lazer pode ser o 
maior determinante da atual epide- 
mia de obesidade. 
O impacto deletério do seden-
tarismo no risco cardiovascular foi 
sedimentado por estudos epidemio-
lógicos conduzidos em Framingham 
no século passado. Outras coortes 
mostraram que indivíduos mais 
ativos, independente do índice de 
massa corporal (IMC) no início do 
período de seguimento, tiveram me-
nores incidências de DM, enquanto 
os inativos apresentaram maior 
morbimortalidade cardiovascular. 
Mais recentemente, verificou-se que 
baixos níveis de atividade física e de 
condicionamento cardiorrespirató-
rio são preditivos do conjunto de 
manifestações da SM. 
Apesar do reconhecido papel 
protetor da atividade física para 
diversas doenças, em especial as 
metabólicas e cardiovasculares, não 
raramente indivíduos deixam de ter 
tais benefícios por entender que só 
seriam obtidos por meio de exer- 
cícios programados, como aqueles 
ofere- cidos em clubes ou academias 
de ginás- tica. Atividades físicas não 
programadas rotineiras – como 
andar e subir escadas – podem 
trazer grandes benefícios à saúde, 
particularmente daqueles portado-
res de SM. O Surgeon General’s 
Report on Physical Activity and 
Health recomenda que indivíduos 
acumulem 30 minutos de atividade 
física moderada na maior parte dos 
dias da semana. Recentemente, fo-
ram comparados os efeitos de trei-
namento intervalado de alta inten-
sidade em indivíduos com excesso 
de peso com exercícios aeróbios con-
tínuos. Verificou-se que apenas o 
treinamento aeróbio contínuo con- 
feriu redução da gordura troncular. 
Os benefícios, em grande 
parte, são atribuídos às modifica-
ções hemodinâmicas e na composi-
ção corporal, que resultam em me-
lhora na ação da insulina. Apesar da 
 
 45 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
intensificação da atividade física 
poder provocar perda ponderal a 
qual per se potencializa benefícios 
metabólicos e cardiovasculares, tais 
efeitos independem da redução da 
adiposidade corporal. Intervenção 
comportamental, incluindo exercí-
cio isolado ou combinado a um pla- 
no dietético para perda de peso, 
mostrou que o aumento do consumo 
máximo de oxigênio e a redução de 
peso independentemente contribuí-
ram para melhorar a sensibilidade à 
insulina. Os mecanismos responsá-
veis por esta melhora devem ser 
distintos e sinérgicos. O exercício 
aumenta a sensibilidade à insulina 
por alterar enzimas oxidativas, de-
terminando a translocação de 
GLUT-4 para membranas celulares 
no músculo. O importante, do ponto 
de vista prático, é que existem hoje 
amplas evidências do papel protetor 
da combinação atividade física e 
perda de peso, particularmente na 
progressão ao DM2 em indivíduos 
de alto risco. Além disso, no DM2 os 
reconhecidos benefícios sobre o 
perfil cardiometabólico decorrente 
da atividade física fizeram com que 
esta integrasse definitivamente os 
es- quemas terapêuticos. 
Inatividade física tem sido as-
sociada à deposição preferencial de 
gordura no território visceral e há 
evidências de que o exercício crônico 
reduz em especial a gordura nesta 
localização.A alta atividade lipolí- 
tica da gordura visceral e a produção 
de fatores pró-inflamatórios com-
prometem a ação insulínica, provo-
cam distúrbios metabólicos e pre-
dispõem à aterogênese. O tecido 
adiposo produz adipocinas (inter-
leucinas, TNF-α, angiotensinogênio, 
PAI-1, leptina, adiponectina, resisti-
na, visfatina) que influenciam o me-
tabolismo glicolipídio e a integri-
dade do sistema cardiovascular. Um 
dos mecanismos pelo qual o exercí-
cio melhora o perfil cardiovascular 
relaciona-se à redução da secreção 
de TNF-α e aumento da adiponec-
tina. Exercício acompanhado de hi-
pertrofia do tecido muscular, impor-
tante sítio de ação insulínica, con-
corre para maior captação tecidual 
de glicose, requerendo menor insuli-
nemia para manter a homeostase da 
glicose. A prática de atividades físi-
cas, especialmente aeróbias, mos-
trou-se capaz de alterar a distribui-
ção da adiposidade corporal, redu-
zindo a produção de citocinas infla-
matórias e melhorando a sensibi-
lidade à insulina. 
É inquestionável o papel de 
um estilo de vida saudável que inclui 
a atividade física para prevenção de 
doenças crônicas. Porém, a prática 
clínica mostra que este pode se ser 
um dos maiores desafios aos profis-
 
 46 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
sionais da saúde. Dados consistentes 
comprovam a eficácia das mudanças 
no estilo de vida na prevenção do 
DM2 e também o HERITAGE Fami-
ly Study revelou benefícios do exer-
cício na prevenção e controle da SM. 
Dados mais recentes do Finnish Dia-
betes Prevention Study revelaram 
que a intervenção no estilo de vida 
reduziu as concentrações de marca-
dores inflamatórios sugerindo efeito 
anti-inflamatório crônico, possivel-
mente dependente de ambos, um-
danças na atividade física e dieta. 
 
Prescrevendo atividade física 
para indivíduos com DM2 
Uma vez portador de DM2 ou 
de SM, exercitar-se assume papel 
 
ainda mais relevante no dia-a-dia, 
uma vez que passa a ser modalidade 
terapêutica dirigida a um de seus 
principais defeitos fisiopatogênicos, 
a RI. Porém, a prescrição do exer- 
cício requer análise do quadro indi-
vidual, particularizando as limita-
ções e riscos e identificando aquelas 
potencialmente capazes de trazer as-
tisfação pessoal e os maiores bene-
fícios. 
A Associação Americana de 
Diabetes – ADA periodicamente pu-
blica suas recomendações de ativi-
dade física para portadores de DM. 
O quadro 2 mostra a classificação 
segundo a intensidade, adotada pela 
ADA com base no relatório do Sur-
geon General. 
 
 
Fonte: ebook.diabetes.org.br 
 
 
 
Em se tratando do DM2 que 
atinge indivíduos em idade mais 
 
 47 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
avançada, com diagnóstico clínico 
estabelecido anos após do início da 
doença e cujo risco cardiovascular é 
elevado, a avaliação prévia para ras-
treamento de complicações crônicas 
é fundamental. Está indicada a in-
vestigação de macroangiopatia e de-
mais complicações que podem con-
traindicar certos tipos de ativi-dade 
física. A ADA propõe os meios para 
investigá-las e, considerando seus 
resultados, atividades físicas serão 
individualmente indicadas. 
 
Avaliação da Macroangio-patia 
 
Deve ser realizada quando o 
indi- víduo tiver DM2 há >10 anos 
ou DM1 >r 15 anos, ou na presença 
de complicações crônicas. Altera-
ções eletrocardiográficas inespecífi-
cas requerem testes adicionais como 
a cintilografia do miocárdio com ra- 
dioisótopo. Indivíduos com corona-
riopatia estabelecida a avaliação da 
resposta ao exercício é obrigatória, a 
fim de conhecer a predisposição a 
arritmias e determinar seus limites. 
Além do território coronária-
no, os membros inferiores devem 
ser examinados no planejamento do 
programa de exercício. A avaliação 
clínica da doença arterial periférica 
pode ser complementada por medi-
das de pressão com doppler (tor- 
nozelo e hálux). Sua presença pode 
não ser contraindicação absoluta à 
atividade física; porém, deve ser 
supervisionada. 
 
Avaliação da Microangiopatia 
 
 
 
Indivíduos com retinopatia 
proliferativa submetidos à atividade 
física extenuante podem desenvol-
ver hemorragia vítrea ou descola-
mento de retina. Devem ser evitados 
particularmente exercícios de força 
que exijam manobra de Valsalva. Há 
propostas de estratificação do risco 
da atividade física em indivíduos se-
gundo graus de retinopatia o que au-
xilia na adequação da prescrição. 
Portadores de nefropatia clí-
nica (macroproteinúricos) geral-
mente apresentam baixa capacidade 
para atividade física. Não existe ra-
zão para impedir atividades físicas 
leves ou moderadas a indivíduos 
com micro ou macroproteinúria, 
mas a ADA considera que estes de-
vem ser desencorajados para as de 
alta intensidade, a menos que a 
 
 48 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
pressão arterial seja cuidadosa-
mente monitorada. 
 
Avaliação de Neuropatias 
 
Redução da sensibilidade em 
membros inferiores, exercícios de 
impacto e repetitivos podem ocasio-
nar ulceração ou mesmo fraturas. 
Dessa forma, são mandatórios testes 
de sensibilidade tátil, vibratória e de 
reflexos tendinosos. A insensibilida-
de ao monofilamento de 10G nos pés 
é indicativa de perda da sensação 
protetora contra traumas. Ativida-
des físicas como longas caminhadas 
e corrida estão contraindicadas, po-
dendo ser substituídas por natação 
ou bicicleta. A neuropatia autonô-
mica pode limitar a capacidade física 
do indivíduo com DM, além de au-
mentar o risco de evento cardio-
vascular durante esta prática. As 
principais manifestações são taqui-
cardia de repouso e hipotensão pos-
tural. Morte súbita e infarto do 
miocárdio silencioso têm sido atri-
buídos à neuropatia cardíaca. Hipo-
tensão e hipertensão após exercício 
vigoroso ocorrem mais frequente-
mente em neuropatas. Para indiví-
duos com distúrbio da termorregu- 
lação, recomenda-se que evitem se 
exercitar em locais muito frios ou 
quentes e atentarem-se para hidra-
tação adequada. 
Indivíduos com DM apresen-
tam condições clínicas diversas e, 
portanto, requerem distintos pro-
gramas de atividade física que de-
vem ser o mais benéfico e prazeroso 
possível. Para tanto, é essencial que 
estejam compensados, hidratados e 
adequadamente trajados. 
 
Tipos de Atividade Física e 
seus Benefícios No DM2 
 
A importância da combinação 
de atividades físicas aeróbias e exer-
cícios de resistência a indivíduos 
com DM2 tem sido cada vez mais 
ressaltada. Ambos os tipos de ativi-
dade física são capazes de melhorar 
a sensibilidade à insulina e a hiper-
trofia da musculatura esquelética in- 
duzida pelos exercícios de resistên-
cia podem trazer benefícios adicio-
nais inclusive a idosos, contribuindo 
para o equilíbrio e prevenindo que-
das e fraturas comuns nesta faixa 
etária. Importante assinalar que foi 
demonstrado que o destreinamento 
de 3 meses reverte os benefícios do 
exercício sobre a RI. 
Benefícios desta prática no 
metabolismo da glicose em geral 
envolvem atividade física com inten-
sidade entre 50-80% da VO2 máx, 3 
a 4 vezes por semana, com sessões 
de 30 a 60 minutos. São relatados 
decréscimos da ordem de 10 a 20% 
nos valores de HBA1C de indivíduos 
 
 49 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
com DM2 (46). Efeitos favoráveis de 
exercícios de resistência sobre a sen-
sibilidade à insulina são relata-dos 
mais comumente em indivíduos 
com DM1, mas também no DM2 nos 
quais a RI, avaliada pelo HOMA-IR, 
caiu em resposta tanto ao treina-
mento aeróbico como de resistência. 
Atividades físicas com predo-
mínio do metabolismo aeróbio, pra-
ticadas regularmente e combina-das 
com menor ingestão calórica, resul-
tam em aumento no condicio-na-
mento cardiovascular e redução da 
adiposidade corporal, contribu-indo 
para atenuação dos fatores de risco 
cardiovascular. Alguns estudos in-
cluíramespecificamente indivídu-os 
com DM2, submetidos à conco-mi-
tância de mudanças dietéticas e 
comportamentais, dificultando iso-
lar os benefícios exclusivos da ativi-
dade física. De particular interesse 
são os resultados de redução prefe-
rencial da adiposidade intra-abdo-
minal, mais intimamente associada 
às anormalidades metabólicas e à 
aterosclerose. 
Comprovação de proteção da 
atividade física contra eventos cere- 
brovasculares foi obtida em indiví-
duos não-diabéticos, no Northern 
Manhattan Study e no Reykjavic 
Study. No consenso da American 
Heart Association sobre atividade 
física para indivíduos com DM en-
contra-se detalhamento para pres-
crição de tipos, frequência e inten-
sidade de exercícios para os quais 
existe evidência 1A de bene-fícios 
cardioprotetores na literatura. O 
Quadro 3 resume os parâmetros da 
AHA Scientific Statement sobre 
exercício para indivíduos com DM: 
prescrição e nível de evidência. 
O indivíduo com DM2 agrega 
outros fatores de risco, especial-
mente hipertensão e dislipidemia, 
sendo que as 3 condições podem ser 
minimizadas pela prática regular de 
atividade física. Redução dos níveis 
pressóricos em resposta a progra-
mas prolongados de atividade físi- 
ca tem sido documentada indivíduos 
hipertensos sem e com DM. 
Atividade física regular tem se 
mostrado eficaz em elevar os níveis 
de HDL-c e reduzir os de triglicéri-
des. A melhora do estado pró-infla-
matório também concorre para ate-
nuar o risco cardiovascular. Porém, 
possíveis benefícios da atividade fí-
sica na fibrinólise em indivíduos 
com DM2 ainda não estão suficien-
temente comprovados. 
 
Apesar da disponibilidade de 
estudos que comprovam melhora 
global do perfil de risco cardio-vas-
cular em indivíduos com DM, até 
recentemente não havia dados sobre 
possível redução na mortali- dade 
decorrente de hábitos de vida saudá- 
vel. 
 
 50 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
O LOOK AHEAD examinou se 
intervenção intensiva no estilo de 
vida para perda de peso, comparada 
à educação habitual, reduziria mor-
bidade e mortalidade cardiovas-cu-
lar em indivíduos obesos com DM2. 
O estudo foi interrompido após 9,6 
anos de seguimento, con- cluindo 
que tal intervenção não foi eficaz em 
reduzir eventos cardio-vasculares 
fatais ou não fatais). 
 
Atividade Física na Ges-tação 
 
 
 
A prática regular de atividade 
física é recomendada para gestantes 
devido aos diversos benefícios que 
proporciona, tanto para mãe quanto 
para o feto. O sedentarismo durante 
a gestação está relacionado a 
desfechos prejudiciais, como o 
ganho excessivo de peso, obesidade, 
hipertensão, pré-
eclâmpsia/eclampsia, diabetes 
gestacional, prematuridade e o 
baixo peso ao nascer. 
Embora existam condutas, 
publicada há mais de 10 anos, 
indicando os benefícios da prática 
regular te atividade física e 
exercício, este é um hábito pouco 
frequente durante a gestação. 
Conforme constatado por 
Domingues e Barros (2007), apenas 
4,7% das mulheres mantiveram-se 
ativas durante todo o período 
gestacional. Esta redução do nível de 
atividade física acontece tanto em 
mulheres ativas no período pré-
gestacional que paralisam a prática 
durante a gestação, assim como nas 
mulheres que já eram sedentárias, 
as quais são pouco estimuladas a 
adotarem um estilo de vida ativo. 
Poucos são os profissionais 
que recomendam a prática de 
atividade física, durante a gestação, 
nas consultas de pré-natal. Ainda 
que Entin e Munhall (2006) tenham 
mencionado que metade dos 
obstetras orientava a realização de 
exercícios físicos durante o primeiro 
e o segundo trimestre da gestação, 
os mesmos aconselhavam a redução 
no terceiro trimestre, sem instruir 
sobre a intensidade, duração e 
frequência que deveria ser mantida. 
Em um recente estudo 
realizado na cidade de São Paulo, 
com 81 obstetras, Romero et al. 
(2012) constataram que a prática de 
atividades físicas era mais 
recomendada no segundo trimestre, 
dando preferência para a prática da 
caminhada. Um aspecto positivo 
que foi apontado pelos médicos, foi 
a diferença de acordo com o nível 
prévio de atividade física da mulher. 
Foi observado, também, que a 
recomendação era mais comum no 
sistema privado de saúde, 
entretanto, a atividade física no lazer 
 
 51 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
é um problema em todos os níveis 
socioeconômicos. 
Ainda que estes estudos 
tenham identificado a 
recomendação dos profissionais 
para a prática de exercício físico, não 
foi avaliado o efeito sobre o nível de 
atividade física no lazer durante a 
gestação. Mesmo que estes estudos 
tenham reconhecido a orientação 
dos profissionais para a prática da 
atividade física, não considerado o 
efeito sobre o nível da atividade 
física, durante a gestação. 
Em torno do ano 300 a.C. 
surge a ideia de atividade física para 
gestantes, quanto Aristóteles 
declarou que, devido ao estilo de 
vida sedentário, as mulheres tinham 
muitas dificuldade durante o parto. 
Nas décadas passadas, o 
exercício físico foi tido como 
inapropriado tanto para a mãe 
quanto para o desenvolvimento do 
feto, onde as grávidas eram 
orientadas a suspender as atividades 
físicas e profissional, 
principalmente no final do gestação, 
pois acreditava-se que a prática de 
AF poderia ocasionar um parto 
prematuro. 
Segundo Valim (2005), citado 
por Giacopini e cols (2015): “Essa 
ideia ainda é defendida em vários 
contextos, tradições e colocações 
médicas em relação ao exercício 
físico durante a gravidez”. 
Embora a prática de atividades 
físicas traga inúmeros benefícios 
para as mulheres gestantes, a ACSM, 
também citado por Lima e Oliveira 
(2005), Fonseca e Rocha (2012), 
Gomes e Costa (2013) e Sebastião 
(2013) listam alguma 
contraindicações relativas e 
absolutas que devem ser analisadas. 
Relativas: anemia severa, 
disritmia cardíaca materna não 
avaliada, bronquite crônica, 
obesidade mórbida extrema, peso 
corporal extremamente baixo 
(IMC<12), estilo de vida 
extremamente sedentário, restrição 
do crescimento intrauterino, 
hipertensão, distúrbio convulsivo, 
diabetes tipo I e hipertireoidismo 
precariamente controlados, 
limitações ortopédicas, fumante 
crônica. 
Absolutas: doença cardíaca 
hemodinamicamente significativa, 
doença pulmonar restritiva, colo 
uterino/cerclagem incompetente, 
gestação múltipla com risco de 
trabalho de parto prematuro, 
sangramento persistente no 
segundo ou terceiro trimestre, 
placenta previa após a 26ª semana, 
trabalho de parto prematuro, 
ruptura das membranas, 
hipertensão induzida por pré-
eclâmpsia/gravidez. 
Espirito santo e cols (2014), 
acrescentam como contraindicações 
absolutas à prática de exercício 
físico: antecedentes de 
miocardiopatia, insuficiência 
cardíaca congestiva, cardiopatia 
reumática, tromboflebite, embolia 
pulmonar recente, doença infecciosa 
aguda, incompetência cervical, 
gestações múltiplas, macrossomia e 
suspeita de sofrimento fetal. 
Existem ainda alguns 
sintomas que funcionam como um 
alerta para a prática segura de AF. Se 
 
 52 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
no decorrer ou após a prática, alguns 
desses sintomas aparecerem, e 
crucial a pausa imediata para 
avalição médica. De acordo com a 
ACSM, e também citado por Batista 
e cols (2003), Fonseca e Rocha 
(2012), as condições para o 
encerramento do exercício são 
sangramento vaginal, dispneia pré-
esforço, vertigem, cefaleia, dor 
torácica, miastenia (doença que 
impede a comunicação natural entre 
nervos e músculos, causando 
fraqueza muscular e fadiga 
incomum), dor ou edema de 
panturrilhas (possibilidade de 
tromboflebite), diminuição do 
movimento fetal, perda de líquido 
amniótico, trabalho de parto pré-
termo. 
 
Recomendações de 
Atividades Físicas na Gestação 
 
Na prescrição de exercícios 
durante a gestação, existem diversas 
orientações de práticas corporais. 
São vários os benefícios, que 
compreendem diferentes áreas do 
organismo materno. Para Trindade(2007) as gestantes devem práticas 
pelo menos 30 minutos de 
atividades físicas diárias, e no 
máximo 60. Podemos considerar 
como a atividade todo movimento 
não programado, como por exemplo 
a ir ao banco a pé, limpar a casa, 
subir escadas ou dançar, 
excetuando-se o esporte. A 
intensidade deve ser mantida entre 
4 e 7 METs. 
Exercícios Aeróbios 
Os exercícios aeróbios são os 
maiores aliados no controle de peso 
e na manutenção do 
condicionamento físico pré-
gestação, além, de reduzir os riscos 
de Diabetes Gestacional, 
hipertensão gestacional, pré-
eclâmpsia, e diminuição de fadigas, 
câimbras e edemas. A estimulação 
de grandes grupos musculares 
melhora a circulação sanguínea, 
melhora a utilização da glicose e o 
aumento da sensibilidade à insulina. 
 
Exercícios Aquáticos 
 
Segundo Trindade (2007), 
Nascimento e cols (2014), Botelho e 
Miranda (2012), Giacopini e cols 
(2015), a natação é a atividade física 
mais aconselhada para as gestantes, 
devido à propriedade de 
flutuabilidade do corpo na água. 
Existem grandes benefícios para os 
joelhos e ligamentos, pois os 
mesmos não sofrem impactos e o 
meio líquido ameniza os esforços. O 
inchaço também é muito comum, 
mas o mesmo pode ser amenizado 
através hidroginástica, por trazer 
melhorias na circulação sanguínea e 
no fortalecimento muscular. 
Para Botelho e Miranda 
(2012), a hidroginástica está entre as 
atividades mais praticadas pelas 
gestantes, pois ela inclui exercícios 
de aeróbios e de alongamento, 
trabalhando todos os grupos 
musculares. Trabalha também a 
respiração, com o intuito de reduzir 
 
 53 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
a ansiedade. Além deste benefícios, 
tanto a natação quanto a 
hidroginástica diminuem o estresse 
articular e os desconfortos 
musculares. Orienta-se que seja 
praticada de duas a três vezes por 
semana, com duração de 40 minutos 
a 1 hora, cada sessão. 
 
Exercícios de Alongamento e 
Flexibilidade 
 
As alterações de postura 
resultantes da gestação, 
relacionadas com as alterações 
hormonais e relaxamento dos 
ligamentos, costumam ocasionar 
dores na região lombar, dorsal e de 
membros inferiores, onde as queixas 
tornam-se mais comuns e estão 
associadas com prejuízos 
domésticos e profissionais, estados 
depressivos e insônia. Acrescido a 
isso, os músculos da região perineal 
passam a carregar mais peso e 
muitos deles são requisitados em 
movimentos dos quais não 
participavam. 
Diversos autores, Santos 
(2009), Giacopini e cols (2015), 
Nascimento e cols (2014), Chistófalo 
e cols (2003), Mann e cols (2008), 
declaram que exercícios físicos que 
auxiliam para o alongamento da 
região lombar, favorecem a 
prevenção do exacerbamento da 
condição lordótica, visto que 
musculatura da região abdominal 
tende a se estirar, com o crescimento 
do feto, e a da região lombar tende a 
se encurtar. Deve-se ressaltar, 
ainda, os exercícios de 
fortalecimento e alongamento da 
musculatura dorsal, pois o 
crescimento natural dos seios, e 
consequente aumento de peso pode 
ocasionar a rotação interna dos 
ombros com projeção para frente, 
encurtando o peitoral e 
superextendendo romboides e 
trapézio, acentuando a cifose. 
Outras alterações gravídicas como 
aumento na tensão na musculatura 
paravertebral, hiperextensão de 
joelhos, anteversão pélvica e 
aplainamento do arco longitudinal 
medial dos pés também devem ser 
tratados com exercícios de 
alongamento. 
Uma estratégia comumente 
utilizada, que trabalha o 
alongamento aliado à força 
muscular e consciência corporal é a 
prática de Pilates. Segundo Kroetz e 
Santos (2015), o pilates colabora 
com o alongamento e relaxamento 
dos músculos, preparando a 
musculatura perineal para o parto e 
o pós-parto, estimula a circulação, 
melhora a respiração e correção 
postural, através da reorganização 
do centro de força, aumenta a força, 
o equilíbrio, a coordenação, além da 
sensação de bem-estar e autoestima. 
 
 
 54 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
Exercícios Resistidos 
 
Os exercícios de força, 
executados em intensidade ajustada 
para o período gestacional, 
proporcionam uma melhora na 
força, resistência e flexibilidades, 
sem elevar o risco de lesões e sem 
intervir no crescimento fetal e na 
gestação, podendo ser realizados de 
maneira eficaz e segura, tanto para a 
mãe quanto para o bebê. Alguns 
exemplos são musculação, 
treinamento funcional, treinamento 
com circuito e yoga. 
Os exercícios resistidos podem 
apresentar diversas funções durante 
o período gestacional, com caráter 
terapêutico, profilático, recreativo, 
estético e de manutenção da aptidão 
física. A musculação possibilita ao 
organismo materno ajustar-se às 
alterações posturais e prevenir 
traumas, quedas e desconfortos 
musculoesqueléticos. O 
fortalecimento deve dar ênfase aos 
músculos do “core” (Reto 
abdominal, oblíquo interno e 
externo, transverso abdominal, 
eretores da espinha e multífido, 
psoas Ilíaco, reto femoral, pectíneo e 
sartório, glúteos (médio, máximo e 
mínimo), piriforme, isquiotibiais e 
adutores), os paravertebrais e os da 
cintura escapular, priorizando os 
grandes músculos. Ademais, é 
aconselhável a utilização de faixas 
elásticas e o próprio peso corporal, 
no lugar de aparelhos ou pesos 
livres, em relação aos riscos de 
acidentes, assim como posturas que 
perturbem o equilíbrio ou que 
acasionem algum risco para a mãe 
ou feto. 
 
Influência da Atividade 
Física e Exercício no Tipo de 
Parto 
Segundo os dados da Pesquisa 
Nacional de Saúde (PNS) mais da 
metade (53,5%) dos partos 
ocorridos no Brasil são cesarianas, 
sendo que a recomendação da 
Organização mundial da Saúde é de 
15%. No SUS o agendamento da 
cesariana é de 35,8% e no setor 
privado de 74,1%. É importante 
salientar que a cesariana sem 
indicação traz muitos prejuízos a 
mãe e ao bebê, como maiores risco 
de mortalidade materna, alto índice 
de prematuridade (cerca de 120 
vezes mais), aumento do risco de 
mortalidade neonatal em 24%. 
(RADIS, 2015). 
De acordo com Silveira e Segre 
(2012), o exercício físico pode 
colaborar muito para o parto vaginal 
e evitar a prematuridade. Através de 
um estudo realizado no Centro de 
Aleitamento Materno, em São 
Paulo, verificaram que houve maior 
número de partos vaginais em 
gestantes ativas. Os exercícios 
realizados eram de baixa e média 
intensidade, que favoreceram à 
diminuição das complicações 
obstétricas. 
Diante do apresentado, é 
possível concluir que a atividade 
física na gestação traz inúmeros 
benefícios, tanto de maneira 
preventiva, quanto como uma forma 
de amenizar as dores e desconfortos 
específicos deste período. As 
 
 55 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
mudanças fisiológicas da gravidez 
são percebidas em todos os sistemas 
do corpo da gestante, e são 
essenciais para crescimento normal 
do feto. O exercício físico é um 
hábito que soma benefícios para a 
saúde da mulher ao longo de toda 
sua vida, sobretudo no que envolve o 
planejamento de uma gestação, no 
ciclo gravídico-puerperal e pós-
parto, proporcionando uma 
gravidez saudável, um período 
puerperal e de amamentação mais 
prazeroso e confortável e um 
retorno mais rápido à rotina do dia a 
dia. 
 
Atividade Física na Terceira 
Idade 
 
 
 
São considerados idosos os in-
divíduos acima de 65 anos de idade. 
Porém, segundo publicação da OMS 
de 1984, essa idade foi diminuída 
em alguns anos em certos países do 
Leste Europeu e determinados paí-
ses em desenvolvimento. Isso é jus-
tificado pela quantidade de pessoas 
que conseguem atingir faixas etárias 
mais elevadas nessas regiões e pelas 
próprias características anatômicas 
e fisiológicas desses grupos, ligadas 
intimamente aos fatores sociais, 
econômicos e culturais. 
Várias são as classificações 
utilizadas para esse grupo etário, 
algumas utilizando apenas o fator 
idade cronológica e outras a idade 
fisiológica. Também aparecem clas-
sificaçõesque levam em conta a 
presença ou não de patologias. 
Os idosos não formam um gru-
po homogêneo. A maior parte das 
pessoas apresenta deterioração em 
sua condição física entre as idades 
de 65 e 85 anos. Com isso, uma ma-
neira simples de classificação é 
aquela que divide os idosos com 
base na idade cronológica: “ido-so 
jovem” (65 a 75 anos de idade), “ido-
so médio” (75 a 85 anos) e “muito 
velho” (maior que 85 anos). Essa 
classificação ignora as diferenças 
potenciais de indivíduos da mês-ma 
faixa etária, que apresentem carac-
terísticas fisiológicas bem diferen-
tes. Pelo fato de existirem diferen-
ças interindividuais de treinamento 
físico, saúde e genética, essa análise 
nos dá muitas vezes uma falsa im-
pressão da verdadeira capacidade 
funcional do idoso. 
A classificação funcional con-
seguiu reunir os grupos de modo 
mais uniforme, principalmente 
quando o objetivo é a prescrição de 
 
 56 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
um programa de treinamento. O 
“idoso jovem” é considerado o grupo 
de pessoas que estão livres das res-
ponsabilidades com cuidados de 
filhos, geralmente aposentados e 
que podem viver de forma indepen-
dente, com pouca ou nenhuma res-
trição a atividades físicas. O “idoso 
médio”, em face do aumento da in-
capacidade física, como resultado de 
doença crônica, ou pelos efeitos da 
idade, ou ambos, necessita de uma 
maior assistência em suas atividades 
diárias. Já os “muito velhos” são 
aqueles totalmente dependentes, 
necessitando de suporte de família-
res devotados, ou enfermagem trei-
nada, ou muitas vezes internados 
em instituições para maiores cui-
dados. 
Por último, é importante a di-
visão dos idosos em grupos com e 
sem patologia, como também a 
identificação desta. A programação 
de uma atividade física será bem 
diferente para um idoso saudável, 
quando comparado com coronário-
patas ou indivíduos com restrição de 
movimentos por problemas articu-
lares. 
Com isso, a compreensão das 
classificações que respeitam as ca-
racterísticas individuais dos diver-
sos grupos se mostra fundamental 
para a programação adequada de 
exercícios físicos nessa população. 
 
Programação da Atividade 
Física 
 
A programação da atividade 
física no idoso não é muito diferente 
da preconizada para indivíduos mais 
jovens. Apenas alguns cuidados es-
peciais devem ser tomados caso haja 
alguma restrição, que pode estar re-
lacionada às modificações progres-
sivas da idade ou a patologias das 
mais diversas (cardiovasculares, os-
teoarticulares, outras). Com isso, in-
divíduos nessa faixa etária inicial-
mente devem ser submetidos a um 
questionário, cujo objetivo é saber: 
se apresentam algum tipo de sinto-
ma clínico ou patologia que possa 
interferir ou colocálos em risco du-
rante o exercício, quais são os fato-
res de risco para doença coronária, 
qual o tipo e intensidade de exercício 
que desejam realizar. Essas pergun-
tas devem ser complementadas com 
uma revisão dos sistemas e, princi-
palmente, nos indivíduos com do- 
ença cardiovascular, do perfil psico-
lógico. 
Em seguida, devem ser sub-
metidos a um exame clínico e a uma 
série de exames complementares, 
que varia de acordo com o paciente e 
a rotina do serviço. É importante 
ressaltar que a promoção da saúde 
não ocorre de forma isolada somen-
te com exercícios físicos. Cada vez 
mais se valoriza uma mudança de 
 
 57 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
hábitos, como emagrecimento, con-
trole das dislipidemias e do diabetes 
melito, diminuição do estresse, en-
tre outros. Daí a importância de 
muitos dos exames complementa-
res, que nos permitem programar os 
exercícios com maior segurança em 
determinados pacientes com doen-
ça, bem como, em idosos saudáveis, 
realizar um investimento na pre-
venção de forma mais global. 
Teste ergométrico (TE) – O TE 
é um exame barato, de baixo risco e 
muito útil na avaliação inicial e 
progressiva do grupo de idosos que 
já praticam ou desejam iniciar suas 
atividades físicas. Esse exame tem 
por objetivo: estratificação de risco 
para doença coronária; prescrição 
de exercícios; determinação da ca-
pacidade física inicial; comparação 
com reavaliações após período de 
atividade física; modificação dessa 
prescrição no caso de alteração do 
quadro clínico ou por mudança na 
medicação que possa interferir de 
maneira importante na frequência 
cardíaca ou por parâmetros HEMO-
DINÂMICOS. 
Segundo o American College 
of Sports Medicine, todos os idosos, 
sejam saudáveis ou não, que forem 
submetidos a exercícios vigorosos 
devem realizar um teste ergométrico 
prévio. São considerados exercícios 
vigorosos aqueles cuja intensidade é 
maior que 60% do VO2 máximo. Se 
a intensidade é incerta, podem ser 
definidos como exercícios que con-
seguem modificar de forma impor-
tante o sistema cardiorrespiratório 
ou que resultam em fadiga em 
intervalo máximo de 20 minutos. Se 
os exercícios forem moderados, in-
tensidade entre 40% e 60% do VO2 
máximo ou exercícios que podem 
ser sustentados de forma prolon-
gada e confortável, com início e pro-
gressão graduais e geralmente não 
competitivos. Não é necessária a 
realização de TE prévio, no caso de 
idosos saudáveis. 
Alguns autores preconizam 
um teste submáximo antes do início 
do programa de exercícios, pelo me-
do do risco de complicações com um 
TE máximo. Porém, dessa forma, o 
exame se mostra cada vez mais ine-
ficiente no idoso, já que a FC máxi-
ma (elemento essencial na prescri- 
ção do exercício) apresenta variação 
menor nesse grupo, pois ocorre di-
minuição à medida que a idade pro- 
gride. Com isso, a FC alcançada pode 
estar bem abaixo da ideal para trei-
namento, podendo levar a erro 
quando da programação da ativi-
dade física e, consequentemente, 
não trazer os benefícios esperados 
por esta. 
Quanto ao equipamento, nor-
malmente não existem problemas 
maiores com a realização do TE em 
esteira rolante. Em nossa experiên-
 
 58 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
cia a vantagem da esteira rolante é o 
fato de ser mais fisiológica e permitir 
alcançar maiores frequências cardí-
acas e cargas no pico do esforço. Em 
um grupo específico de pacientes, 
composto por idosos com dificulda-
de importante de equilíbrio, pro-
blemas de deambulação relaciona-
dos a enfermidades osteoarticulares, 
ou insegurança pode haver maior 
adaptação à bicicleta ergométrica. 
Essa insegurança é mais observada 
em pacientes do sexo feminino que, 
por medo de queda na esteira, se 
agarram de forma intensa às braça-
deiras, prejudicando a qualidade do 
exame, ou simplesmente se negam a 
andar na esteira. Nesses casos a 
bicicleta dá-nos maior tranquilidade 
na realização do TE. 
O protocolo escolhido para o 
idoso dependerá muito da experi-
ência individual do médico ergo-
metrista, que deverá selecionar na 
hora, dependendo das condições 
gerais do paciente, aquele que dê o 
maior número de informações, com 
o menor risco. Utiliza-se o protocolo 
de Bruce com um período de aque-
cimento na própria esteira para 
maior adaptação do paciente, obten-
do dessa forma bons resultados; em 
casos de indivíduos com pouca coor-
denação motora, obesidade, dificul- 
dade de deambulação, temos reali-
zado o TE sob o protocolo de Nau-
ghton, também sem maiores proble-
mas. Muitas vezes as restrições são 
tão intensas que o idoso não conse-
gue incluir-se em nenhum dos pro-
tocolos; nesse caso, a estratificação 
de risco deve ser feita com outros 
métodos, e a programação de exer-
cícios, de forma branda e empírica. 
No caso de indivíduos com 
doençancardiovascular, primeiro é 
realizado um TE sem drogas, para 
saber o verdadeiro estágio da doença 
e, após um exame com drogas, para 
fins dos cálculos dos exercícios, já 
que a atividade física é realizada na 
vigência da medicação. 
Dessa forma, a impressão ini-cial das condições do idoso, avalia-
das por médico experiente, tanto no 
que diz respeito às doenças e suas 
repercussões, bem como a sua fragi-
lidade, é fundamental na escolha do 
protocolo e na maneira de dar pros-
seguimento ao exame. 
 
Prescrição do exercício – É fei-
ta baseada na resposta da FC ao 
exercício máximo e VO2 máximo 
(VO2MÁX) obtidos em um TE. Uti-
liza-se a FC e o MET (equivalente 
metabólico que corresponde ao VO2 
dividido por 3,5) obtidos no pico do 
esforço, para os cálculos da ativida-
de física. No caso de pacientes com 
doença coronária, para fins dos cál-
culos, é considerado o momento de 
aparecimento da isquemia. 
 
 59 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
A FC de treinamento situa-se 
entre a FC média (fórmula de Hel-
lerstein) e a máxima de treinamen-
to, em que: 
 102 + MET máximo 
 FC média = 1,41 
 FC máxima de treinamento = 
85% da FC má- xima atingida 
no TE. 
 
Os cálculos do MET de trei-
namento, que deve ficar entre o MET 
médio (American Heart Associa-
tion) e o MET máximo de treina-
mento, são realizados através das 
fórmulas: 
 
MET médio = 60% + MET máxi- 
mo = % do MET máximo MET 
máximo de treinamento = 85% do 
MET máximo no TE 
 
Para obter o efeito do treina-
mento, a intensidade do trabalho 
durante a sessão de exercício deve 
estar entre 65% e 75% da capacidade 
máxima de trabalho, porém existe 
uma íntima relação entre a FC e o 
VO2 quando expressas em percen- 
tagem de valores máximos7. A FC 
varia de 70% a 85% de valores 
máximos, cor- respondendo a 65% a 
75% do VO2 máx. O uso de drogas 
que afetam a resposta da frequência 
cardíaca durante o exercício (ex.: 
betabloqueadores, alguns bloquea-
dores dos canais de cálcio, etc.) não 
altera a relação entre as percen-
tagens de FC e VO 7,8. Nesses casos 
foram mantidas as medicações du-
rante o teste de esforço e utilizada 
para fins de cálculo do exercício a FC 
obtida no esforço máximo. 
Atenção ainda maior deve ser 
dada ao grupo que não está pra-
ticando atividade física de forma 
regular. A programação dos exercí-
cios deve ser feita de forma mais 
lenta e gradual, sempre respeitando 
as limitações individuais. A moda-
lidade de exercícios deve ser aquela 
que não imponha grande estresse 
ortopédico; de fácil acesso, conve-
niente e agradável ao grupo (funda-
mental para aderência ao programa 
de atividades físicas); os tipos de 
exercício podem ser os mais varia-
dos: caminhada, bicicleta, exercícios 
na água, natação ou outras ativida-
des aeróbicas. 
Quanto à intensidade, devem 
ser suficientes para manter uma car-
ga no sistema cardiovascular, pul-
monar e musculoesquelético sem 
sobrecarregá-los. O mínimo deseja-
vel para obter os benefícios cardio-
vasculares e periféricos do treina-
mento é de 60% da FC obtida no 
pico do esforço no TE. Porém, é me-
lhor que se faça alguma coisa, mes-
mo abaixo do treinamento ideal, 
como caminhar recreativamente, do 
que não fazer nada, pois os benefí-
cios muitas vezes estão relacionados 
 
 60 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
à maior integração à sociedade e na 
esfera psicológica. 
Segundo o consenso do Ame-
rican College of Sports Medicine, os 
pacientes idosos com doença cardio-
vascular devem começar o programa 
de atividade física com menor inten-
sidade de exercícios, principalmente 
no grupo de sedentários, pelo risco 
de complicações relacionadas à 
doença de base ou ao acometimento 
osteomuscular. Em nossa experiên-
cia, independente da capacidade fí-
sica inicial, utiliza-se as frequências 
cardíacas média e máxima de treina-
mento, sem maiores complicações. 
Nos sedentários isso ocorreu pelo fa-
to de rapidamente atingirem a FC de 
treinamento, mesmo com os exercí-
cios mais simples, pela grande difi-
culdade em sua realização; caso con-
trário, estaria muito limitado na 
prescrição dos exercícios. 
Os exercícios devem ser reali-
zados de três a cinco vezes por sema- 
na, com duração de 30 a 60 minutos. 
No grupo de sedentários, o trabalho 
deve iniciar-se com tempo reduzido 
e progredir gradativamente. 
Atenção especial deve ser dada 
aos indivíduos com doença cardio-
vascular, através de centros de rea-
bilitação cardíaca (RC), que podem 
dar aporte mais adequado e com 
maior segurança. Normalmente, es-
ses programas contam com equipes 
multidisciplinares, cujo objetivo é 
associar aos exercícios medidas ge-
rais, como perda de peso, aporte psi-
cológico, controle de doenças corre-
latas, entre outras. 
A grande discussão nos dias de 
hoje está relacionada a exercícios 
com peso nos idosos, principalmen-
te no grupo com doença coro-nária e 
hipertensão arterial sistêmica. Os 
trabalhos atuais demonstram que 
esse tipo de exercício é um comple-
mento muito importante dos pro-
gramas de atividade física, pois for-
talecem a massa muscular, permi-
tindo melhor desempenho desses 
indivíduos no seu dia-a-dia. É es-
sencial que a prescrição seja indivi-
dualizada, realizada em seu início 
com supervisão e orientação de pro-
fissional treinado, na frequência de 
duas vezes por semana, com inter-
valo mínimo de 48 horas entre as 
sessões. Essa atividade não deve de-
senvolver dor. 
Benefícios da atividade física – 
Não se discutem mais os benefícios 
da atividade física nesse grupo etá-
rio, sejam saudáveis ou com patolo-
gia. O que devemos ter em mente é a 
maneira mais adequada para orien-
tarmos esses exercícios, para que 
não ocorram efeitos deletérios em 
detrimento de esforço acima da ca-
pacidade de cada idoso. 
As atividades físicas aeróbicas 
regulares possibilitaram melhora 
significativa na aptidão física, avali-
 
 61 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
ada pelo incremento do MET, VO2 
máx e tempo alcançado no TE. Indi-
víduos sedentários apresentam alte-
rações muito mais evidentes no con-
sumo de oxigênio, em consequência 
do condicionamento, do que as ob-
servadas nas populações com vida 
ativa, independentemente da idade; 
isso pode ser explicado pelo fato de 
os sedentários partirem de níveis 
bem inferiores de VO2 máximo. No 
grupo de coronário-patas, após pro-
grama de atividade física coorde-
nado, observou-se in-cremento do 
VO2 máximo, mais intenso no grupo 
que não praticava atividade física 
antes e mais acentuado mais tardia-
mente, demonstrando que nessa 
faixa etária é necessário um tempo 
mais prolongado para que ocorram 
as modificações no organismo, que 
resultam em incremento da capaci-
dade FÍSICA. Os benefícios nesse 
grupo são mais predominantemente 
periféricos do que relacionados com 
o coração, vistos pela relação MV 
O2/VO2, em que só houve modi-
ficação positiva no VO2. 
Com relação à pressão arterial, 
Hagburg et al. descreveram, após 
nove meses de treinamento com 
exercícios de baixa intensidade, em 
indivíduos com média de idade de 
64 anos, diminuição significativa 
dos níveis TENSIONAIS. Já Seals e 
Reiling observaram após um ano de 
atividades físicas, em indivíduos 
entre 50 e 74 anos, apenas modesta 
diminuição dos níveis TENSIO-
NAIS. Esses achados tornam-se 
mais intensos quando associados à 
redução do peso corporal e da in-
gesta de sódio. Ainda são muito con-
troversos os benefícios da ativi-dade 
física na PA nessa faixa etária, sendo 
necessárias maiores obser- vações. 
Os exercícios ajudam a melho-
rar os reflexos osteoarticulares dos 
idosos, bem como retardar a pro-
gressão da osteoporose, principal-
mente em mulheres (associados a 
orientações alimentares e os raios 
solares da manhã). 
As vantagens não se restrin-
gem apenas à parte orgânica, ocor-
rem também efeitos positivos psico-
lógicos, como aumento da auto-esti-
ma, confiança, o que permite maior 
integração desse grupo na socie-
dade. 
Muitas vezes nos vemos diante de 
um idoso com importante restri-ção 
física, associada a doença coro-nária 
importante, o que pratica-mente 
nãopermite a realização nem de 
pequenos esforços; porém, só o fato 
de dar caminhadas lentamente, 
mesmo sem melhora da aptidão 
física, fazer exercícios para aumen-
tar o tônus de membros e conviver 
com um grupo que transmite men-
sagens positivas, permite maior in-
tegração desse indivíduo com o 
meio, como também a realização de 
 
 62 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
tarefas mínimas, porém com inde-
pendência (ex.: pequenas compras 
de supermercado, autonomia dentro 
de casa, etc). 
 
Atividade Física e Obesi-dade 
 
A atividade física bem orien-
tada por profissionais de educação 
física representa uma importante 
arma para melhoria da qualidade de 
vida de obesos a ajudar na perda de 
gordura corporal (ROBERTSON 
2007). Resultados de pesquisas 
(ANDREOTTI & OKUMA 1999; 
COLBERG, 2003; RAMOS, 2000), 
citados por Katzer (2007) indicam 
que a atividade física tanto melhora 
a capacidade muscular como pode 
melhorar a resistência, o equilíbrio, 
a mobilidade articular, a agilidade, a 
velocidade da caminhada e a coorde-
nação geral. 
 
 
 
Segundo Powerse Howley 
(2000), a atividade física constitui a 
parte mais variável do lado do gasto 
energético, representando de 5% a 
40% do gasto calórico total diário. A 
combinação de exercício físico com 
restrição calórica representa um 
meio flexível e efetivo de conseguir 
uma redução ponderal. O exercício 
melhora a mobilização e o catabo-
lismo de gorduras, acelerando a per-
da de gordura corporal. A prática re-
gular de exercícios físicos pode con-
tribuir também para a redução do 
peso corporal mediante ao aumen-
to da taxa metabólica de re-pouso, 
posterior a sua utilização. Oliveira 
(2005) comenta que as alterações na 
taxa metabólica de repouso podem 
persistir por até 12 horas após o 
término da atividade. 
Além disso, indivíduos fisica-
mente ativos apresentam menor 
peso corporal, a gordura corporal 
está mais bem distribuída pelo cor-
po. Com a atividade física, a perda 
de peso se classifica de melhor quali-
dade, pois é favorável na manu- 
tenção de massa corporal magra e na 
perda de tecido adiposo, em relação 
às dietas com restrições severas ali-
mentares, sem associação com 
atividades físicas. 
Dentro das rotinas de exer-
cícios físicos, o procedimento mais 
indicado, de acordo com Grubbs 
(1993), citado por Oliveira (2005), 
para provocar um impac- to positivo 
no controle da massa corporal con-
siste na participação de esforços que 
 
 63 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
envolvam grandes grupos muscula-
res, e que possam ativar todo o sis-
tema orgânico de oxidação para cap-
tar-se energia (atividade aeróbica). 
A atividade física é de vital impor-
tância, tanto para a perda de peso, 
como para a manutenção de peso. 
Pronk e Wing (1994), e Pavlou et al 
(1989), citados por Bouchard (20 
03), concluíram que o exercício físi-
co é um determinante para a ma-nu-
tenção do peso em longo prazo. 
Para indivíduos obesos, com 
restrição articular e dificuldades pa-
ra fazer atividade física, exercícios 
aeróbicos de baixa intensidade e 
longa duração são os mais indi-ca-
dos. Além disso, a mobilização de 
gordura em baixas intensidades de 
exercício acontece para fornecimen-
to de substrato de energia. Powers e 
Howley (2000) e Dipietro et al 
(1998), citado por Bouchard (2003), 
num estudo longitudinal sobre ativi-
dade aeróbica concluíram que as 
melhoras no condicionamento car- 
diorrespiratório atenuam o ganho 
de peso relacionado com o avanço da 
idade, em homens e mulheres. 
Porém, Van Etten et al. (1997), 
citado por Bouchard (2003) obser-
varam, em um estudo de 18 sema-
nas, que o treinamento resistido 
feitos em homens jovens sedentários 
de 23 à 41 anos (2 vezes por semana, 
3 séries de 15 repetições para os 
principais grupos musculares) signi-
ficou perda em média 2, 1 kg de gor-
dura corporal e aumento 2,1 kg de 
massa corporal livre de gordura dos 
indivíduos. Este programa aumen-
tou em 260 kcal por dia o gasto caló-
rico diário médio dos indivídu- os 
devido ao treinamento. O treina-
mento resistido pode representar 
uma alternativa para o aumento da 
massa magra e da oxidação de gor-
duras. Bouchard (2003) também 
considera que o exercício resistido 
pode ajudar idosos obesos a aumen-
tar o índice de massa magra ou de-
sacelera a perda, já que com a idade 
verifica-se o aumento de gor-dura 
corporal e perda de massa magra. 
A atividade física é respon-
sável em ajudar a controlar o peso da 
gestante, além de auxiliar na pre-
venção de lombalgias, doenças car-
diovasculares, diabetes, e elevar a 
autoestima e a tolerância à dor (BA-
TISTA et al. 2003). 
Crianças com gordura corpo-
ral excessiva, submetidas a um pe-
ríodo de treinamento de 4 meses, 
com sessões diárias de 40 minutos 
de exercícios aeróbicos, 5 dias por 
semana, sem qualquer restrição ali-
mentar, acumularam menos tecido 
adiposo visceral do que aquelas que 
não se exercitavam (McARDLE 
2003). 
A atividade física diminui o 
risco de doenças cardiovasculares 
em obesos (efeito hipotensor), além 
 
 64 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
de aumentar a concentração do 
HDL-colesterol e diminuir a concen-
tração do LDL-colesterol. Verifica-
se também aumento da ação da in-
sulina, importante fator para a pre-
venção da Diabetes Tipo II (KAT-
ZER 2007, BOUCHARD 2003, 
McARDLE 2003, POWERS e HOW-
LEY 2000). 
McArdle (2003) considera que 
o número de sessões semanais de 
exercício varia de três a quatro ve-
zes. Exercitar apenas duas vezes por 
semana não modifica significativa-
mente o peso e gordura corporal. 
O exercício está intimamente 
ligado também ao aumento do bem-
estar e da melhora do humor. Essas 
alterações alteram positivamente 
quadros de depressão e ansiedade. 
Sinais afetivos negativos são com 
frequência os que disparam à ali-
mentação excessiva ou o comer 
compulsivamente. A imagem corpo-
ral positiva é outra variável psico-
lógica capaz de ser intensificada pela 
atividade física, influenciando as 
atitudes de controle de peso e os 
comportamentos. Uma melhor ima-
gem corporal atribuída ao exer- 
cício, pode se estimulante e levar a 
aderência a sua prática em longo 
prazo, além de alterar no indivíduo 
sua confiança de realizar altera- ções 
positivas em relação ao seu corpo e 
ao peso corporal (BOUCHARD 
2003, KATZER 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 66 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
3. Parâmetros para Prescrição de Exercícios em 
Grupos Especiais 
 
 
 
Fundamentos para Prescri-ção 
e Exercícios para Popu-lações 
Especiais 
 
esta unidade serão apresenta-
dos os princípios básicos para 
prescrição de exercícios voltados 
para saúde. O objetivo fundamental 
da prescrição de exercício é promo-
ver uma alteração no comportamen-
to da saúde da pessoa para incluir 
atividade física habitual. A técnica 
da prescrição é a integração bem-
sucedida da ciência do exercício com 
técnicas comportamentais que re-
sultam em adesão aos programas em 
longo prazo e concre- tização dos 
objetivos individuais (ACSM, 2000). 
Para que essa integração fun-
cione bem, o profissional deve co-
nhecer os princípios biológicos do 
exercício físico. As rotinas de exer-
cícios deverão ser organizadas com 
base em três princípios biológicos: 1) 
princípio da sobrecarga, progressão 
e individualidade; 2) princípio da 
especificidade; 3) princípio da rever-
sibilidade. 
 
Princípios Biológicos Para 
N 
 
 67 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
Prescrição e Orientação de 
Exercícios Físicos (EF) 
 
Princípio da Sobrecarga, Progres-
são e Individualidade (Guedes e 
Guedes, 2005) 
 
 Sobrecarga: para que possam 
ocorrer melhorias na condição 
metabólica e funcional do 
indivíduo, o organismo deverá 
ser submetido a uma rotina de 
EF que venham a oferecer 
esforços físicos mais intensos 
do que aquelesa que ele está 
normalmente acostumado. 
 Progressão: o indivíduo, ao ser 
exposto a determinado esforço 
físico, deverá apresentar uma 
série de adaptações orgânicas 
que na sequência lhe permitirá 
ser submetido a estímulos 
gradativamente mais intensos. 
os esforços físicos podem 
ocorrer de duas formas isola-
das ou por meio da combina-
ção de ambas: aumento da 
quantidade e intensidade das 
atividades. 
 Individualidade: cada organis-
mo poderá reagir aos estímu-
los provocados pelos EF de 
maneira bastante particular, 
ou seja, nem todos os indiví-
duos deverão apresentar pro-
gressão na adaptação aos es-
forços físicos da mesma forma 
e ritmo (ex. sexo, hábitos de 
vida, estado de saúde). 
 
 Princípio da especificidade: A 
realização de determinado EF 
produzirá adaptações no orga-
nismo que serão específicas 
para esse tipo de esforço (ex: 
treinamento de musculação 
para desenvolver força). 
 Princípio da reversibilidade: 
As adaptações metabólicas e 
funcionais induzidas pelo EF 
tendem a retornar aos estados 
iniciais após a paralisação dos 
programas prescritos. De ma-
neira geral, os exercícios físi-
cos de média a longa duração e 
de baixa intensidade têm efei-
to mais prolongado sobre o 
organismo, enquanto os exer- 
cícios físicos de intensidade 
mais elevada e de menor dura-
ção têm efeito mais imediato. 
 Componentes dos exercícios 
físicos: 
 Para que as rotinas de EF 
possam produzir as adapta-
ções na direção desejada, tor- 
na-se necessário estabelecer 
combinação entre três compo-
nentes básicos: frequência, 
duração e intensidade dos 
esforços físicos. 
 Frequência: a frequência de 
realização dos EF refere-se ao 
número de vezes em que o 
indivíduo se exercita por se-
mana ou em casos esporádi-
cos, por dia. ao iniciar as roti-
nas de EF, o indivíduo deverá 
se exercitar no mínimo 3 vezes 
por semana, em dias não 
consecutivos 
 
 Duração: É caracterizada pelo 
tempo despendido na execu-
 
 68 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
ção de um EF específico ou de 
uma sessão de EF. A duração 
da execução de um EF espe-
cífico atua sobre o organismo 
sem interrupções. Já a dura-
ção de uma sessão de EF 
equivale ao tempo total em 
que o indivíduo se envolve 
com uma série de esforços fí-
sicos programados, incluindo 
as pausas entre os exercícios. 
 Uma sessão de EF, indepen-
dentemente de sua duração, 
deverá apresentar três mo-
mentos: parte inicial, a prin-
cipal e a final. 
 Parte inicial: preparatória ou 
aquecimento, tem o objetivo 
de preparar o organismo física 
e psicologicamente para os 
esforços mais intensos, de mo-
do a evitar súbitas alterações 
fisiológicas e evitar possíveis 
lesões. São exercícios modera-
dos como caminhada, trote ou 
ciclismo, visando oferecer ma-
ior ativação metabólica. Os 
exercícios de flexibilidade 
também podem ser trabalha-
dos na parte inicial de uma 
sessão de exercícios, procu-
rando preparar os músculos e 
tendões para os movimentos. 
 Parte principal: tem como 
objetivo elevar a solicitação 
metabólica e funcional que, 
por sua vez, deverão incre-
mentar significativamente a 
demanda energética. Na parte 
principal, o objetivo da aula 
(sessão) deverá ser priorizado, 
ou seja, se objetivo da aula for 
desenvolver força, os exercí-
cios de força deverão ser espe-
cíficos para o desenvolvimento 
da força. 
 Parte final: conhecido como 
resfriamento, visa dar oportu-
nidade para um retorno gra-
dativo do organismo a níveis 
próximos ao repouso. 
 
As atividades deverão ser le-
ves, de relaxamento, que tenham co-
mo objetivo diminuir a intensidade 
dos esforços físicos realizados na 
parte principal. As atividades de 
flexibilidade envolvendo alonga-
mento dos principais grupos mus-
culares trabalhados podem ser adi-
cionadas na parte final da sessão 
exercícios físicos. 
Intensidade: É a relação entre 
o esforço físico requerido para sua 
realização e o esforço físico máximo 
que o indivíduo tem condições de 
suportar. Se a duração e a frequência 
dos EF são caracterizadas como 
fatores absolutos, e, portanto, po- 
dem ser semelhantes entre indiví-
duos, a intensidade dos esforços 
físicos, por sua vez, está relacionada 
às condições individuais de cada um. 
O colégio americano de Medi-
cina do esporte (ACSM, 2000) reco-
menda que a intensidade do exer-
cício seja prescrita como 60 a 90% 
da Fcmáx ou 50 a 85 % do VO2MÁX 
ou reserva da FC. Contudo indiví-
duos com um nível de aptidão inicial 
 
 69 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
muito baixo respondem à intensi-
dade de exercício baixa, por exem-
plo, 40 a 50 % do VO2MÁX. 
A melhor maneira de se medir 
a Fcmáx é durante um teste de es-
forço graduado, sempre que possí-
vel. Dados dos testes de esforços 
mostram que existem várias aborda-
gens para determinar a va- riação da 
FC em exercício com propósitos de 
prescrição. 
 Usando uma porcentagem da 
FCmáx; 
 Usando o método de reserva 
da FC; 
 Utilizando a escala de sense-
ção subjetiva de esforço. 
 
Nesse sentido, pela praticida-
de a prescrição da intensidade do 
exercício físico muitas vezes é reali-
zada com base em proporções de 
frequência cardíaca máxima (Fc 
máx) de esforço. 
Como regra geral, após os 20-
25 anos admite-se que ocorre a di- 
minuição de um batimento cardía-
co por minuto a cada ano. Uma 
estimativa da Fcmáx de esforço pode 
ser feita mediante subtração da 
idade atual do valor 220. Então um 
indivíduo com 40 anos e com FC de 
repouso de 70 batimentos/minuto, 
os limites da FC preconizada para 
esforços físicos a intensidades entre 
40% e 65% deverá se apresentar 
dentro de um limite de 114 e 142 
batimentos/minuto. Ou seja, os 
exercícios físicos não deverão apre-
sentar intensidade que possa elevar 
a FC acima de 114 batimentos/ 
minuto, e não exceder a 142 bati-
mentos/minuto. O limite superior e 
inferior de FC preconizado para os 
esforços físicos é conhecido como 
zona alvo. 
É importante também a avali-
ação da percepção subjetiva do es-
forço (PSE) pois os dados delineados 
descrevem melhor a relação entre 
FC, VO2 e RSE e os resultados em 
uma intensidade de exercício mais 
apropriada para pessoas com apti- 
dão limitada. 
Tabela 1. Exemplo do cálculo dos limites da frequência cardíaca de esforço 
Fcmáx prevista idade 220 
-50 
 
Fcmáx de esforço 
previsto 
 170 
FC repouso -70 
FC reserva intensidade 
dos esforços físicos 
100 
x0,40 
40 
100 100 
x 0,65 
65 
FC repouso +70 +70 
FC preconizada para os 
esforços físicos 
110 
limite inferior 
 135 
limite superior 
 
 70 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
06 
07 Muito, muito leve 
08 
09 Muito leve 
10 
11 Razoavelmente leve 
12 
13 Algo difícil 
14 
15 Difícil 
16 
17 Muito difícil 
18 
19 Muito, muito difícil 
20 
Escalas de Percepção Sub-
jetiva de Esforço (PSE) 
 
As escalas de percepção subje-
tiva de esforço (PSE) devem ser 
consideradas como complemento à 
monitorização da FC, à medida que 
a PSE determinada durante um teste 
de esforço graduado pode não tra-
duzir diretamente a mesma inten- 
sidade durante uma sessão de exer-
cício. As escalas de PSE têm se re-
velado uma ajuda valiosa na pres-
crição de exercício para indivíduos 
que têm dificuldade com a palpação 
da FC e em casos em que a resposta 
da FC a exercícios possa ter sido al-
terada por uma mudança da medi-
cação. A variação da PSE associada à 
adaptação fisiológica ao exercício é 
de 12 a 16 (ver tabela abaixo). 
A avalição da intensidade do 
esforço poderá ser realizada por me-
io da sensação subjetiva de esforço 
utilizando a escala de Borg, com 
pontuações de 6 a 20 Selecione um 
 
 71 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
número que represente sua sensa-
ção ao esforço realizado. 
A avalição da intensidade do 
esforço poderá ser realizada tam-
bém através da Escala OMNI para 
classificação de resistência de força. 
(intensidade moderada por meio da 
classificação de 3 A 6)A intensidade do EF pode ser 
medida também por meio do V02 e 
limiar de lactato como forma de 
prescrição, mas para este momento 
não vamos utilizar, pois optamos 
por métodos mais acessíveis. A 
medida de VO2 máx e limiar de 
lactato normalmente é realizada em 
laboratório ou clínicas e seu custo é 
relativamente alto, tornando inviá-
vel para prescrição em academias, 
clubes entre outros. O ACSM (2000) 
destaca alguns estágios do programa 
de EF recomendados para popu-
lações especiais, que podem ajudar 
na tomada de decisões em cada 
etapa. 
 
Taxa de Progressão 
A taxa de progressão recomen-
dada em um programa de condicio-
namento depende da capacidade 
funcional, estado de saúde, idade, 
preferências e objetivos das ativida-
des individuais. Para adultos apa-
rentemente saudáveis, o componen-
te resistência da prescrição de exer-
cício tem três estágios de progres-
são: inicial, melhora e manutenção. 
Estágio de condicionamento 
inicial 
O estágio inicial deve incluir 
exercícios de resistência muscular e 
atividades aeróbias de nível baixo 
(40 a 60% da FC de reserva ou 
VO2MÁX), exercícios compatíveis 
com sensibilidade muscular mínima 
para evitar desconfortos e lesões, 
contri- buindo para uma melhor 
adesão ao programa. Esse estágio 
geralmente se estende por 4 a 6 
semanas, mas a duração depen- de 
da adaptação do indivíduo ao pro-
grama de exercício. A duração da 
sessão de exercício no estágio inicial 
deve começar com aproximadamen-
te 12 a 15 minutos e progredir para 
20 minutos. Recomenda-se que 
indivíduos que estão começando um 
programa de condicionamento físico 
se exercitem pelo menos três vezes 
na se- mana em dias alternados. 
 
Estágio de melhora 
O estágio de melhora difere do 
estágio inicial pelo fato de o partici-
pante progredir a uma frequência 
mais rápida. Esse estágio dura tipi-
camente 4 a 5 meses, durante os 
quais a intensidade é progressiva-
mente aumentada na metade supe-
rior da variação limite de 50 a 85% 
do vo- 2MÁX. A duração é aumen-
tada a cada 2 a 3 semanas até que o 
participante seja capaz de se exer-
citar por 20 a 30 minutos con- 
 
 72 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
tinuamente. Aos indivíduos sem 
condicionamento físico e idosos de-
ve-se dar mais tempo para a adap-
tação a cada estágio. 
 
Estágio de manutenção 
O estágio de manutenção do 
programa de exercício geralmente 
começa depois dos seis primeiros 
meses de treinamento. Nesse está-
gio, o participante não estará mais 
interessado em aumento adi- cional 
do estímulo de condicionamento. O 
aumento adicional será mínimo, 
mas a continuação do mesmo exer-
cício rotineiro permite que o indi-
víduo mantenha seus níveis de 
aptidão. 
Nesse ponto os objetivos do 
progra- ma devem ser revisados e 
novos objetivos estabelecidos. Para 
manter a aptidão, um programa 
específico de exercício deve ser pla-
nejado e ter o mesmo dispêndio de 
energia do programa de condicio-
namento e satisfazer às necessida-
des e interesses do participante por 
um período prolongado. É impor-
tante incluir exercícios que o indi- 
víduo considere agradável. 
 
Fatores a considerar antes de 
determinar a intensidade do exercí- 
cio 
Vários fatores importantes de-
vem ser considerados antes de de-
terminar o nível de intensidade do 
exercício: 
 Nível individual de aptidão; 
 Presença de medicamentos 
que podem influenciar a FC 
(ex: β-bloqueadores que irão 
reduzir a FC em repouso e sua 
resposta ao exercício); 
 Risco de lesão ortopédica ou 
cardiovascular; 
 Preferências individuais para 
o exercício; 
 Objetivos do programa indi-
vidual. 
 
É necessário realizar uma 
anamnese clínica e perfil de fatores 
de risco para doenças crônico-dege-
nerativas com s pessoas com idade 
acima de 40 anos. A seguir, algumas 
dicas para uma avaliação antes de 
iniciar um programa de exercícios 
físicos para populações especiais. 
Podem ser utilizados os testes que 
vocês aprenderam no módulo na-
terior na disciplina “Medidas e 
avaliação em ativi- dade física”. 
 
 Parâmetros funcionais como 
frequência cardíaca e pressão 
arterial em repouso e no 
esforço se forem o caso. 
 Medidas antropométricas 
(massa corporal; altura; cir-
cunferências; espessuras das 
dobras cutâneas) 
 Avaliação postural (simetria 
cabeça, tronco, pernas e pés) 
 Resistência/força muscular 
 
 73 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
 Teste de carga submáxima 
 Teste de abdominal 
 Flexão e extensão dos braços 
no solo 
 Teste de abdominais – tradi-
cional 
 Flexibilidade 
 Resistência cardiorrespirató-
ria através do: consumo maxi-
mo de oxigênio (vo- 2MÁX) 
por meio dos métodos labo-
ratoriais ou de campo. 
 
Prescrição Voltada Para 
Exercícios Intervalado 
 
Nesta unidade serão apresen-
tados os princípios básicos para 
prescrição de exercícios com pesos 
voltados para saúde do idoso, devido 
à grande prevalência de inúmeras 
comorbidades associadas ou não ao 
processo de envelhecimento, como 
hipertensão, artrite, alterações pos-
turais e outras condições debilitan-
tes que podem limitar a função física 
dessa população ao realizar os exer-
cícios. Serão apresentados também 
os benefícios e um modelo de pres-
crição para hidroginástica. 
Primeiramente vamos descre-
ver o que são os exercícios interva-
lados. Esses exercícios apresentam 
características de duração (geral-
mente com intervalos entre uma 
ação e outra) e intensidade (média a 
alta) possuem maior participação do 
metabolismo anaeróbio do que o 
aeróbio. 
 
Treinamento com Pesos (TP) 
 
O TP oferece benefícios consi-
deráveis em todas as faixas etárias. 
Para idosos, o TP pode capacitá-los 
a realizar as atividades da vida diária 
com maior facilidade e contrapor-se 
à sarcopenia e osteopenia (diminui-
ção da massa muscular e massa 
óssea) e também à fragilidade 
(Gobbi, 2005). Vale destacar que a 
capacidade cardiorrespiratória e a 
individualização da prescrição do TP 
são essenciais e devem basear-se no 
estado de saúde, aptidão e objetivos 
do participante. 
 
 
 
A implementação de um pro-
grama de TP em adultos idosos deve 
seguir uma abordagem gradual e 
progressiva. Essa abordagem pode 
minimizar o risco de lesões por 
esforço, tornar a atividade mais 
agradável e aumentar a aderência do 
ido- so. Em adição, permite o reforço 
positivo a cada passo bem-sucedido 
 
 74 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
em direção às metas determinadas. 
Além disso, a implementação gra-
dual do programa de treinamento 
possibilita identificar e solucionar 
possíveis falhas na elaboração, como 
a não adequação do idoso a algum 
equipamento/exercício específico. 
Devido à grande prevalência 
de inúmeras comorbidades associa-
das ou não ao processo de envelhe-
cimento, como hipertensão, artrite, 
alterações posturais e outras condi-
ções debilitantes que podem limitar 
a função física, tem sido recomen- 
dada cautela na taxa de progressão 
do programa TP. O controle da taxa 
de progressão pode minimizar pos-
síveis eventos adversos relacionados 
a sua prática. Embora existam evi-
dências que apontem para a não 
diferença entre adultos jovens e 
idosos quanto à progressão da 
intensidade/volume do treinamen-
to, é de vital importância observar e 
avaliar as respostas adaptativas 
apresentadas por cada indivíduo, 
bem como o estado de saúde do ido-
so. Nesse sentido, atenção cuidado-
sa deve ser ofertada para relação 
estímulo de treinamento/recupe-
ração. 
Um dos principais problemas 
verificados na fase inicial da imple-
mentação de um programa de TP em 
idosos é o aprendizado do padrão e 
velocidade de movimento dos exer-
cícios. Uma adequada familiarização 
em cada um dos exercícios permite o 
aumento da autoconfiança do idoso 
e, consequentemente, da taxa de 
progressão do TP e seus benefícios 
(Coelho et al.,2013). 
Criar um vínculo de amizadee 
confiança com o idoso também auxi-
lia na implementação do programa 
de TP. A realização de confrater-
nizações dentro e fora da sala de 
musculação é um poderoso incen-
tivo para o aumento do prazer em 
realizar a prática do TP e para ade-
rência. 
Prescrição treinamento com 
pesos por meio de Zona de repe-
tições máximas (Coelho et al., 2013). 
O teste zona de repetições 
máximas é definido como a maior 
carga que um indivíduo consegue 
movimentar dentro de um número 
de repetições pré-estabelecido (10-
12 repetições máximas) (Kramer e 
Ratamess (2004). Dentre as diferen-
tes formas para determinação da 
intensidade relativa do TP, o método 
de zona de repetições máximas apre-
senta importantes vantagens: a) não 
depende das avaliações iniciais da 
força muscular máxima (1-RM) e b) 
permite o reajuste da carga sem que 
haja interrupção do treinamento 
para realização de novas avaliações. 
O aluno deverá realizar o teste de 
força submáxima para cada grupa-
mento muscular, mas, se ele não 
tiver experiência em TP, é interes- 
 
 75 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
sante a familiarização nos equipa-
mentos antes de realizar o teste. 
Avaliações da força muscular são 
mais frequentes nas fases iniciais do 
programa, pela rápida adaptação do 
sistema neuromuscular nos primei-
ros seis meses de treinamento, po-
dendo tornarem-se mais espaçadas 
no decorrer do programa. 
 
Seleção dos exercícios e 
prescrição 
A escolha de cada exercício de-
ve levar em consideração as infor-
mações levantadas nas avaliações e 
o nível de habilidade/experiência do 
participante. O emprego de exercí-
cios monoarticulares, especialmente 
os realizados em máqui- nas, pode 
ser uma estratégia interessante para 
idosos sem experiência prévia em 
TP. Esses exercícios apresentam me-
nor demanda de habilidade motora 
e risco de lesão, facilitando o apren-
dizado e promovendo aumentos na 
força muscular (ACSM, 2009; Krae-
Mer e Ratamess, 2004). Os exercíci-
os multiarticulares envolvem maior 
quantidade de massa muscular e 
exigem maior complexidade do con-
trole neural da ativação muscular, 
possibilitando a realização do exer-
cício com maior quantidade de peso. 
Exercícios multiarticulares 
podem promover maiores aumentos 
na força muscular em comparação 
aos monoarticulares, sendo uma 
opção de progressão de treinamen- 
to (ACSM, 2009; KraeMer & Rata-
mess, 2004). Ao selecionar um 
exercício multiarticular realizado 
com peso de livre, atenção especial 
deve ser dada à técnica do movi-
mento durante todas as séries. 
Nesse sentido a prescrição po-
derá ser da seguinte forma: 
 8-10 exercícios alternados por 
segmentos corporais. 
 uma série de 10 repetições 
com 50% da carga pré-
determinada é realizada como 
aquecimento prévio. 
 três séries são realizadas em 
cada exer- cício, com a carga 
ajustada para que a fadi- ga 
ocorra na última série. 
 intervalo de recuperação (ir) 
entre 90-180 segundos. Vale 
destacar que a utilização de 
maiores ir entre séries pode 
aumentar a sustentabilidade 
do número de repetições reali-
zadas nas séries sub-sequen-
tes e, por consequência, pro-
mover um maior volume total 
da sessão de treinamento 
(JAMBASSI-FILHO et al., 
2010). Maiores ir podem ser 
empregados para atenuar as 
respostas da pressão arterial 
sistólica em comparação aos 
menores ir (Castinheiras-Neto 
et al., 2010) 
 para manter o número de re-
petições dentro da zona pré-
estabelecida, a carga é ajusta-
da semanalmente, ou seja, se o 
aluno estiver conseguindo rea-
 
 76 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
lizar mais que 12 repetições 
com facilidade, a carga deve- 
rá ser ajustada. 
 os participantes são instruídos 
a executarem cada repetição 
em aproximadamente 1 segun-
do na fase concêntrica e em 
aproximadamente 2 segundos 
na fase excêntrica. Em pessoas 
sem experiência prévia em TP, 
o emprego de velocidades len-
tas a moderadas são suficien-
tes para melhorar significati-
vamente a força e potência 
muscular máxima (ACSM, 
2009). Segundo o ACSM 
(2009), programas de TP 
realizados com alta velocidade 
de movimento promovem ga-
nhos de potência muscular. A 
realização de exercícios com 
altas velocidades de movimen-
tos pode ser adotada após o 
aluno apresentar boa qualida-
de na execução dos movimen-
tos para cada um dos exer-
cícios selecionados. 
 
Adicionalmente, se esses exer-
cícios forem realizados em valsalva, 
podem dificultar o retorno venoso e 
reduzir o fluxo sanguíneo ao coração 
e cérebro. Portanto, é necessário 
evitar esforço máximo e orientar 
sempre a respiração durante a rea-
lização dos exercícios. 
Hidroginástica (Guedes e 
Guedes, 2005) 
A hidroginástica é um exce-
lente exercício para as pessoas com 
problemas articulares, e também 
com obesidade, pois os exercícios na 
água não sobrecarregam as articu-
lações. Exercícios físicos que nor-
malmente não alcançam limites de 
intensidade aeróbia na terra como a 
caminhada, podem resultar em estí-
mulos de esforços adequado na 
água, por causa do aumento da 
resistência que esta oferece aos mo-
vimentos corporais. 
Em termos fisiológicos, o sis-
tema circulatório é afetado quando o 
corpo está em água porque a pressão 
hidrostática excede a pressão venosa 
e tende aumentar um retorno veno-
so ao coração. O volume final dias-
tólico aumenta e o volume ejetado 
médio mostra um aumento de até 
35% com a imersão ao nível do pes-
coço. Esse efeito tem sido benéfico 
para pacientes com infarto e miopa-
tia (McMurray, et al., 1988). A água 
também aumenta o trabalho da res-
piração e, em relação ao sistema 
musculoesquelético, reduz a neces- 
sidade de vasoconstrição periférica e 
pode melhorar o fluxo sanguíneo 
muscular e a remoção de detritos 
metabólicos. A água ainda pode ser-
vir como um método útil de trans-
ferência de calor ao corpo imerso. 
Existem algumas contraindi-
cações para determinados casos es-
pecíficos, por exemplo colocar paci-
entes com insuficiência cárdica na 
água poderia aumentar o estresse no 
sistema circulatório central e colocar 
 
 77 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
em risco o aluno. Quanto à intensi-
dade de esforço, existem alguns as-
pectos negativos a ser considerados, 
por exemplo, as rotinas de exercícios 
físicos direcionados ao controle do 
peso corporal relacionam-se à limi-
tada disponibilidade de movimentos 
compatíveis com o meio líquido e a 
dificuldade de manter intensi- dade 
adequada de esforços físicos em ati- 
vidades de grupo (Moschetti et al., 
1994). No entanto existem atual-
mente alguns métodos de hidro-
ginástica que permitem trabalhar 
com diferentes intensidades de exer-
cícios. 
A seguir será apresentado um 
exemplo de prescrição na hidro-
ginástica com a estimativa do gasto 
energético. 
 
 
 
Prescrição para Exercícios 
Contínuos (Caminhada e 
Corrida) 
 
Os exercícios contínuos são 
também conhecidos como ativida-
des aeróbias. Essas atividades inclu-
em esforços físicos que envolvem a 
utilização de grandes grupos muscu-
lares e que possam ativar todo o sis-
tema orgânico de oxigenação, com 
esforços de média a longa duração e 
de caráter dinâmico, em ritmo cons-
tante e de intensidade moderada. De 
maneira geral, a eficiência dos exer-
cícios aeróbios está diretamente re-
lacionada à demanda energética to-
tal induzida pelo trabalho muscular, 
associada à adequada combinação 
de frequência, intensidade e duração 
dos esforços físicos. 
 Nesta unidade vamos exem-
plificar prescrições voltadas para ca-
minhada, corrida e natação voltadas 
para populações especiais por meio 
de modelos matemáticos. 
 
Caminhada 
A caminhada é a atividade 
mais comum utilizada nas rotinas de 
exercícios físicos. Andar é muito 
recomendado porque é a base da 
locomoção e está envolvido em mui-
tas atividades da vida diária. 
A estimativa da energia consu-
mida durante a caminhada deveráser desenvolvida em razão da velo-
cidade empregada, da distância per-
corrida e do peso corporal do indi-
víduo. A uma velocidade entre 50 e 
100 metros/minuto, ou, 3 a 6 Km/ 
 
 78 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
hora, deverá ocorrer demanda ener-
gética por volta de 0,6 quilos/ calo-
rias (Kcal) a cada Km percorrido por 
Kg de peso corporal (Cooper, 1968). 
 
 
 
Corrida (Guedes e Guedes, 
2005) 
 
A corrida é outra modalidade 
de exercício físico comumente utili-
zada em programas de treinamento. 
A princípio, em velocidades mais 
baixas, a demanda energética envol-
vida na caminhada é menor que com 
a corrida, entretanto, próximo a 
8km/hora, a demanda energética da 
corrida e da caminhada deverá ser 
mui- to semelhante. Nesse caso, é 
indiferente prescrever uma ou outra 
modalidade de exercício físico. 
A partir desse raciocínio, não 
se poderá utilizar o mesmo modelo 
matemático para estimativa do 
gasto energético da corrida e da 
caminhada, mesmo a uma veloci-
dade similar, sendo modificado o 
modelo matemático para a veloci-
dade da corrida empregada. 
Nesse sentido, admitindo que 
o equivalente energético para correr 
um metro/minuto, em plano hori-
zontal, é de 3,5 ml de oxigênio, ao 
multiplicar a velocidade de corrida, 
em metros/minuto, por 0, 2, e adi-
cionando o valor de repouso, obter-
se-á o custo de oxigênio da corrida 
expresso em relação ao peso cor-
poral do indivíduo. 
 
 
 
 
Oxigênio consumido, expresso 
em litros, corresponde a 5kcal de 
energia. Assim, ao corrigir o custo de 
oxigênio pelo peso corporal e pelo 
tempo de duração da corrida, ajus-
tando-se as unidades de me- dida, 
ter-se-á a demanda energética total 
da atividade. 
Então, se o indivíduo em ques-
tão apresentar peso corporal de 90 
kg, seu custo de oxigênio, ao percor-
rer 6km em 42 min, seria de quanto, 
aproximadamente? E a demanda 
energética total seria quanto? 
 
 
 79 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
 
 
O custo de oxigênio do indiví-
duo com 90 kg, ao percorrer 6km em 
42 min, seria de aproximadamente 
121 litros, e a demanda energética 
total seria de 607 kcal. 
Muitas vezes, com a intenção 
de alcançar o gasto energético mais 
elevado a fim de melhorar a con-
dição física do aluno, é muito co-
mum aumentar a velocidade da cor-
rida mantendo o tempo constante. 
No entanto, se observarmos o mode-
lo matemático, ao atribuirmos um 
incremento de 10%, a distância total 
de 6,6 km deverá ser percorrida na 
primeira situação, nos mesmos 42 
min, contudo a uma velocidade de 
157 m/min; e na segunda situação, 
em 46,15 min, tendo em vista a velo-
cidade continuar a mesma em rela-
ção ao tempo de corrida. 
Verifica-se que a diferença na 
demanda energética não é maior que 
6kcal a favor do esforço físico reali-
zado com velocidade de corrida mais 
elevada. Diante disso, seria interes-
sante elevar o tempo de corrida 
mantendo a velocidade constante. 
 
Equivalente de Gasto Ener-
gético 
 
De acordo com Nahas (2001), 
é considerada sedentária a pessoa 
com estilo de vida com um mínimo 
de atividade física, equivalente a um 
gasto energético inferior a 500 kcal 
por semana. Para ser considerada 
moderadamente ativa, é ne- cessário 
realizar atividade física que acu- 
mule um gasto semanal de pelo 
menos 1000 kcal, o que corresponde 
a caminhar em passos rápidos por 
30 minutos, cinco vezes por semana. 
Para deixar de fazer parte do grupo 
dos sedentários, o indivíduo precisa 
gastar no mínimo 2.200 calorias por 
semana em atividades físicas. Me-
nos que isso, pode acarretar conse-
quências negativas à nossa saúde. 
 
 
 
Prescrição de Atividades em 
Grupos (Idosos) (Coe-lho et al., 
2013). 
 
 
 80 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
Quando falamos em atividades 
para terceira idade, podemos nos 
basear nas capacidades funcionais 
(flexibilidade, força muscular, resis-
tência aeróbia, coordenação, equilí-
brio e agilidade). Nesse sentido, a 
capacidade funcional pode ser defi-
nida como a capacidade de um indi- 
víduo de realizar as atividades diá-
rias ou mesmo atividades inespe-
radas, de forma segura e eficiente 
(ONEESS et al., 1990). Ou seja, a 
qualidade de vida dos idosos está 
associada à manutenção da capaci-
dade funcional e da sua autonomia. 
A modalidade de atividade fí-
sica generalizada deve ser realizada 
três vezes por semana, em sessões 
com duração aproximada de 50 
minutos. As sessões devem ser com-
postas por uma parte inicial (aqueci-
mento), parte principal e parte final 
(volta à calma). Com relação à esco- 
lha dos exercícios que serão inse-
ridos na sessão, é necessário cuida-
do para que contemplem variados 
componentes de capacidade funcio-
nal (CF). Tais componentes podem 
ser desenvolvidos em uma mesma 
sessão de treinamento ou em ses-
sões alternadas. 
A partir do planejamento dos 
componentes de CF que serão 
trabalhados em cada sessão, é 
necessária a escolha das atividades, 
que devem ser específicas para o seu 
desenvolvimento. No quadro abai-
xo, temos alguns exemplos de ativi-
dades para desenvolvimento dos 
componentes de CF escolhidos para 
serem trabalhados em cada sessão. 
Exemplo de sessões de ativida-
de física generalizada nas quais são 
desenvolvidos componentes de ca-
pacidade funcional em dias alter-
nados: 
 
 
Sendo assim, as atividades 
planejadas para desenvolvimento 
dos componentes de CF, em cada 
sessão, serão elaboradas como parte 
 
 81 
EXERCÍCIO E CONDIÇÕES ESPECIAIS 
principal da aula. A partir desse 
ponto, são definidos o volume e 
intensidade com que cada atividade 
deve ser desenvolvida, ao longo da 
sessão. A elaboração dos exercícios 
para atividade física generalizada é 
baseada na avalição funcional reali-
zada por meio da bateria de testes 
motores para idosos American Alli-
ance for Health, Physical Education, 
recreation and Dance (AAPHERD) 
(Oneess et al., 1990). 
 
 
 
De acordo com os resultados 
obtidos em tal avaliação, as sessões 
são elaboradas visando desenvolver 
com maior ênfase um ou outro com-
ponente da CF, não excluindo os demais. 
Por exemplo, se a maioria dos idosos 
teve um comportamento ruim no 
teste de força, cerca de duas vezes 
por semana serão realizados exercí-
cios para fortalecimento de membro 
superior, seguindo o princípio da 
sobrecarga para aumentar o estí-
mulo nos participantes. Além disso, 
serão realizados exercícios que en-
volvam outros componentes de CF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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