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1 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S 2 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S 3 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Núcleo de Educação a Distância GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira. O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho. O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem. 4 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Prezado(a) Pós-Graduando(a), Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional! Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as suas expectativas. A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra- dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a ascensão social e econômica da população de um país. Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida- de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas pessoais e profissionais. Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi- ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu- ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe- rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de ensino. E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos conhecimentos. Um abraço, Grupo Prominas - Educação e Tecnologia 5 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S 6 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo- sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve- rança, disciplina e organização. Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho. Estude bastante e um grande abraço! Professora: Riane Lopes de Oliveira 7 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc- nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela conhecimento. Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in- formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao seu sucesso profisisional. 8 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Esta unidade é relativa à disciplina Gerência de Riscos, do curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho. Basicamente, foram abordados aspectos históricos relevantes ao ris- co e a sua gerência; conceitos e terminologias inerentes à ciência da gestão de riscos; fatores humanos com potenciais contributivos de consequências indesejáveis; classificação e evolução dos riscos; prin- cipais normas relativas à gerência de riscos; principais técnicas de identificação de perigos, avaliação e análise de riscos e, por último, abordou-se o financiamento de riscos. Esta disciplina é de extrema importância devido aos acidentes e doenças do trabalho que ocorrem com grande frequência no Brasil e no mundo vide a negligência no que tange aos aspectos relacionados à prevenção e à gestão dos riscos nas organizações. Gerência de Riscos. Segurança do Trabalho. Prevenção. Organizações. 9 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S CAPÍTULO 01 INTRODUÇÃO Apresentação do Módulo ______________________________________ 11 13 36 15 Breve Histórico e o Prevencionismo _____________________________ Normas sobre Gerenciamento de Riscos ________________________ Estudos Prevencionistas Relevantes _____________________________ CAPÍTULO 02 PROCESSO DE GERÊNCIA DE RISCOS Classificação e Evolução dos Riscos _____________________________ 33 28Recapitulando ________________________________________________ 18Fator Humano _________________________________________________ 42Metodologia da Gerência de Riscos _____________________________ Recapitulando _________________________________________________ 46 CAPÍTULO 03 ANÁLISE DE RISCOS Etapas _______________________________________________________ 50 Técnicas de Análise ____________________________________________ 52 20Conceitos e Terminologia ______________________________________ 10 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Técnicas de Avaliação de Riscos __________________________________ 65 Recapitulando __________________________________________________ 67 Noções Básicas e Princípios de Administração de Seguros ________ 73 Etapas do Financiamento de Riscos ______________________________ 77 Seguro ou Autosseguro _________________________________________ 80 CAPÍTULO 04 FINANCIAMENTO DE RISCOS Definição de Níveis de Franquia ________________________________ 82 Recapitulando __________________________________________________ 84 Fechando a Unidade ____________________________________________ 88 Referências _____________________________________________________ 92 11 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Não é de hoje que a sociedade vivencia o descaso com a se- gurança e a saúde do trabalho. Apesar de não ter essa consciência, o homem pré-histórico já lidava diretamente com o risco, através de ativi- dades básicas para sua sobrevivência. “O homem pré-histórico procurava proteção contra animais ferozes ades- trando-se na caça e vivendo em cavernas. Inicialmente, a maneira com a qual subsistia e enfrentava os perigos era devida à sua astúcia, inteligência superior e uso de suas mãos. Com a descoberta do fogo e das armas e a própria organização tribal com maior planejamento e ação grupal, o homem evoluiu cientificamente e obteve maior proteção, porém, novos riscos foram introduzidos. A invenção do machado de pedra, um avanço para assegu- rar alimentação para si e sua família, incorria em graves acidentes devido a práticas insegura sem seu manejo. Portanto, tanto o homem pré-histórico quanto o da Idade da Pedra já estavam constantemente expostos a perigos na vida diária, em sua luta pela existência”. (FIGUEIREDO JÚNIOR, 2009). Com o advento da era industrial, numa fase em que as má- quinas estavam a todo vapor, os índices de acidentes começaram a preocupar pessoas e empresas que, conscientizadas, futuramente bus- cariam entender as causas daqueles eventos e propor medidas de con- trole que visassem gerenciar os riscos no trabalho. Nesse sentido, a disciplina de Gerência de Riscosfornece no- ções gerais e importantes sobre os principais conceitos relacionados à área do gerenciamento de riscos, na visão da segurança e da saú- de do trabalho. Além disso, a disciplina cobre as principais técnicas de identificação de perigos, de avaliação e análise de riscos presentes nas principais bibliografias, que aqui serão apresentadas. No primeiro capítulo, será apresentada uma breve introdução do histórico dos riscos e da sua gerência, além de abordar aspectos relacionados ao prevencionismo através do relato de alguns estudos prevencionistas relevantes. Logo em seguida, serão estudados o fator humano e a sua contribuição para os eventos indesejáveis, e para fina- lizar, uma série de conceitos e terminologias necessárias para o enten- dimento satisfatório da disciplina será introduzida. No segundo capítulo, intitulado Processo de Gerência de Ris- cos, serão apresentadas a classificação e a evolução dos riscos em- presariais, e em seguida serão abordadas as principais normas sobre gestão de riscos, bem como suas mais recentes atualizações. Ao final do capítulo, a metodologia da gerência de riscos será abordada. No terceiro capítulo, Análise de Riscos, serão esmiuçadas as principais técnicas de análise e avaliação de riscos, por meio da repre- 12 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S sentação de quadros, organogramas, fluxogramas e tabelas próprios que contribuem para o entendimento mais facilitado por parte do aluno. E por fim, no último capítulo, intitulado Financiamento de Ris- cos, serão exploradas noções sobre financiamento de riscos no am- biente empresarial. Bons estudos! 13 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S BREVE HISTÓRICO E O PREVENCIONISMO Os estudos pioneiros de Willie Hammer, especialista em Se- gurança de Sistemas, em meados dos anos 70, sobre prevencionismo, foram essenciais para se alcançar o estágio atual de prevenção de da- nos, potenciais causadores de perdas diversas, sejam elas pessoais, materiais ou ambientais. A ideia da prevenção do dano antes que ele pudesse ocorrer entrou em cena a fim de eliminar situações indesejá- veis no ambiente de trabalho. A Engenharia de Segurança passou a considerar o fator admi- nistrativo atrelado ao fator técnico, este até então esquecido pelas pes- quisas desenvolvidas à época, para solucionar problemas em sistemas de caráter técnico-administrativo de maneira eficaz. INTRODUÇÃO G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S 13 14 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Com esse olhar mais abrangente, tornou-se mais capacitada para o processo de gerenciamento de riscos, no que tange às metodo- logias de identificação de perigos e análise de riscos. Conforme Sell (1995) citado por Webster (2001), “[...]num sistema de trabalho, em seu estado ideal, os fatores técnicos, orga- nizacionais e humanos estão em harmonia. Por ocasião de um acidente ou quase acidente, essa harmonia é perturbada. Estritamente falando, não existi- ria causas técnicas e/ou organizacionais para um acidente, em última análise, os mesmos dependeriam da conduta de pessoas. Essas pessoas poderiam ser os projetistas, os construtores, os organizadores do trabalho, os mantene- dores, e/ou os próprios trabalhadores”. (SELL, 1995 apud WEBSTER, 2001). Diversos autores, entre eles Jackson e Carter (1992), convergem no sentido de reconhecer que o risco está diretamente associado à falha de um sistema. A possibilidade de um sistema falhar pode ser traduzida em recurso estatístico, à probabilidade, cujo conceito será visto adiante. Outra definição bastante relevante é a proposta por De Cicco e Fantazzini (1985), acerca da gerência de riscos, “a ciência, a arte e a função que visa a proteção dos recursos humanos, mate- riais e financeiros de uma empresa, quer através da eliminação ou redução de seus riscos, quer através do financiamento dos riscos remanescentes, confor- me seja economicamente mais viável” (DE CICCO; FANTAZZINI, 1985). Nesse sentido, entende-se como gerência de risco a ciência que visa à proteção dos recursos da organização, no que tange à eli- minação ou redução dos riscos. Em casos específicos, nos quais se demonstre viabilidade econômica, o financiamento dos riscos pode ser estudado como uma boa alternativa de gestão. Através da gestão de riscos é possível identificar cenários de acidentes que antes eram ignorados pela organização, devido à falta de uma sistematização. A maior parte das empresas utiliza-se do processo de gestão de riscos de forma intuitiva. Na maioria das vezes, o trata- mento dos riscos segue o processo da tentativa e erro, reagindo aos eventos indesejáveis só depois que eles ocorrem. A gestão de riscos é a melhor forma de aprendizado organizacional (MORAES, 2010). É importante salientar que o processo de gestão de riscos é composto pela identificação do perigo, avaliação do risco, comparação com riscos tolerados e tratamento dos riscos. Nessa última etapa, as decisões são tomadas de modo a eliminar, reduzir, reter ou transferir os riscos levantados nas fases anteriores (CARDELLA, 1999). 15 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Figura 1 - Processo da Gestão de Riscos Fonte: Adaptado de Cardella,1999. p.72. O Brasil permanece ainda hoje como um dos países com maio- res índices de acidentes de trabalho no mundo. Segundo o Anuário Es- tatístico da Organização Internacional do Trabalho – OIT (2009), o país ocupa a oitava posição em número de acidentes e a quarta posição tratando-se de acidentes fatais. A seguir abordaremos alguns estudos importantes relaciona- dos aos primeiros e mais relevantes estudos que surgiram visando a prevenção dos riscos. ESTUDOS PREVENCIONISTAS RELEVANTES Como percebe-se, diversos foram os estudos que contribuíram para que chegássemos ao patamar de controle de riscos que temos hoje. Dentre eles, destacam-se os estudos prevencionistas de Heinrich, Bird e Fletcher. Estudos de H.W. Heinrich Heinrich foi um dos engenheiros e estudiosos que defendiam ações direcionadas a mitigar os acidentes antes mesmo que esses vies- sem a ocorrer. Em meados dos anos 30, foi o responsável por introduzir a noção de acidentes sem lesões ou, em outras palavras, acidentes com danos à propriedade, ao bem material. Através do seu empenho na confecção da obra Industrial Acci- dent Prevention, o engenheiro H.W. Heinrich descobriu que, em média, para cada acidente com lesão incapacitante, ocorriam 29 lesões leves (não incapacitantes) e 300 acidentes sem lesões, como ilustrado na pirâmide abaixo. 16 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Figura 2: Pirâmide de Heinrich Fonte: CTISM. Adaptado de Cicco; Fantazzini, 2003 Para Heinrich, existiam alguns fatores que influenciavam dire- tamente à concretização dos acidentes, observe: “Heinrich em sua obra "Industrial Accident Prevention”, aponta que os aciden- tes de trabalho, com ou sem lesão, são devidos à personalidade do trabalha- dor, à prática de atos inseguros e à existência de condições inseguras nos locais de trabalho. Supõe-se, desta forma, que as medidas preventivas devem ater-se ao controle destes três fatores causais” (FIGUEIREDO JUNIOR, 2009). Frank E. Bird Jr. Cerca de duas décadas depois, aproveitando-se dos estudos de Heinrich, o também engenheiro Bird Jr, propôs um novo estudo inti- tulado Damage Control que também gerou resultados impactantes. Através da análise de mais de 90 mil acidentes ocorridos na side- rúrgica Luckens Steel entre os anos de 1959 e 1966, chegou-se à propor- ção de 1:10:500, ou seja, em média, para cada acidente com lesão incapa- citante, havia 100 lesões leves, 500 acidentes com danos à propriedade. Figura 3: Pirâmide de Bird Fonte: CTISM. Adaptado de Cicco; Fantazzini, 2003. 17 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P RO M IN A S Bird Jr. traz consigo uma nova ideia que incluía no conceito de acidente aqueles eventos que resultavam em danos materiais. Observe o que escreveu Figueiredo Júnior (2009) acerca disso, “A partir dos estudos de Bird, além das lesões pessoais também começaram a ser considerados como acidentes, quaisquer acontecimentos que geras- sem danos à propriedade, ou seja, aqueles acontecimentos que provocas- sem perdas para a empresa, mesmo que substanciais, em termos de mate- riais e equipamentos” (FIGUEIREDO JÚNIOR, 2009). Insurance Company of North America (ICNA) Esse estudo foi realizado em 1969 nos Estados Unidos e mos- trou-se bastante representativo por abranger 1.753.498 acidentes regis- trados por 297 organizações, que empregavam 1.750.000 trabalhadores. Conforme os estudos obtidos pela ICNA, a cada acidente com lesão incapacitante associam-se 10 acidentes com lesões não incapa- citantes, 30 acidentes com danos à propriedade e 600 acidentes sem lesão ou danos visíveis (quase-acidentes). Figura 4: Estudo das proporções de acidentes. Insurance Company of North America Fonte: DE CICCO; FANTAZZINI (1993). Diante dos estudos prevencionistas demonstrados acima, cabe ressaltar a relevância de se combater os fatores que se encontram na base da pirâmide, já que os mesmos são muito frequentes. Simplifican- do, é preciso o emprego de ações preventivas para inibir os comporta- mentos de risco e os incidentes (quase acidentes) a fim de evitar que ocorram lesões mais graves e fatalidades. 18 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S FATOR HUMANO É fato que todo ser humano está sujeito a erros. Porém, uma empresa ou organização precisa entender a origem das falhas huma- nas para evitar consequências indesejáveis como os acidentes. Para tanto, faz-se necessário que o gerenciamento das falhas humanas es- teja contemplado no sistema de gestão de segurança das empresas. O erro humano pode ser do tipo intencional ou não intencional. O hexágono das causas abaixo, proposto por Couto (2009), elenca as principais causas do erro humano. Figura 5: Hexágono de causas do erro humano Fonte: CTISM, COUTO, 2009 Deslizes Os deslizes, classificados como não intencionais e, por isso, inerentes aos seres humanos, ocorrem no ato de execução da tarefa. Duram cerca de segundos ou minutos. Geralmente ocorrem em tarefas de rotina, feitas de maneira automática, quando há uma distração ou ainda em uma mudança de rotina. Causas: esquecer-se de fazer algo e fazer outra atividade; acionamento de botão/tecla errados. Possível solução: Já que se trata de falta de atenção, o treina- mento puro não resolverá. É necessário, nesse caso, a elaboração de mecanismos que adotem ações corretivas para quando o deslize ocorrer. 19 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Condições Ergonômicas Inadequadas Condições ergonômicas inadequadas surgem quando o indiví- duo comete erro devido à disposição estrutural do ambiente ao qual ele interage e trabalha. Causas: pressão da chefia e sobrecarga de trabalho; equipa- mentos e instrumentos inadequados para execução do trabalho. Possível solução: Adaptação do local de trabalho à rotina ope- racional do trabalhador; fortalecimento do diálogo entre o empregador e os empregados. Falta de Aptidão Física ou Mental Esse tipo de falha ocorre com indivíduos expostos a trabalhos estressantes, ruídos excessivos e trabalhadores que fazem uso de dro- gas e medicamentos. Possível solução: Acompanhamento periódico da saúde física e mental dos empregados. Falta de Capacidade Pode ser entendido como o despreparo do indivíduo para lidar com determinada atividade, geralmente decorrente da ausência de trei- namento ou da participação em treinamentos deficientes. Possível solução: Treinamentos periódicos; melhoria no con- trole de qualidade dos treinamentos. Falta de Informação Decorre da falta de comunicação; informação incorreta, confu- sa ou distorcida. Possível solução: Melhorar a comunicação entre os trabalha- dores, e também fortalecer o diálogo entre empregador e empregado. Motivação Incorreta Situação em que o profissional possui todos os requisitos ne- cessários para o cargo que exerce (qualidade profissional, informação necessária e treinamento adequado), e ainda assim executa a tarefa de 20 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S forma errada. Possível solução: Treinamentos sobre valores e incentivos por parte dos empregadores. CONCEITOS E TERMINOLOGIA Segundo Willie Hammer, conforme citado por De Cicco e Fan- tazzini (1985, p.8), "Acidentes ocorrem desde os tempos imemoriais, e as pessoas têm se pre- ocupado igualmente com sua prevenção há tanto tempo. Lamentavelmente, apesar de o assunto ser discutido com frequência, a terminologia relacionada ainda carece de clareza e precisão. Do ponto de vista técnico, isto é particu- larmente frustrante, pois gera desvios e vícios de comunicação e compreen- são, que podem aumentar as dificuldades para a resolução de problemas. Qualquer discussão sobre riscos deve ser precedida de uma explicação da terminologia, seu sentido preciso e inter-relacionamento”. (HAMMER apud DE CICCO & FANTAZZINI (1985, p8). Daí a importância de se entender a terminologia de maneira correta, melhorando a comunicação no trabalho e evitando dúvidas que possam dificultar a resolução dos problemas (gerência dos riscos). A seguir veremos alguns dos conceitos mais importantes relacionados à temática da gerência de riscos. Risco Nesta seção apresentaremos alguns conceitos e terminologias relevantes à compreensão do gerenciamento de riscos. O primeiro ter- mo é sobre riscos, você irá aprender a diferenciar risco de perigo. O termo risco difere do perigo por ter a probabilidade de ocorrência a um determinado evento potencialmente perigoso à integridade física do tra- balhador, e dos equipamentos do ambiente de trabalho, em decorrência da efetividade e da exposição direta do trabalhador ao perigo. Na visão de Torreira (1997), risco é a medida das probabilida- des e consequências de todos os perigos de uma atividade ou condi- ção. É a possibilidade de dano, prejuízo ou perda A norma OHSAS 18001 de 2007, assim define risco, “[...] a combinação da probabilidade de ocorrência de um even- to perigoso ou exposições com a gravidade da lesão ou doença que pode ser causada pelo evento ou exposições” (OHSAS, 2007). Assim sendo, teremos um risco somente quando estivermos 21 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S expostos ao perigo. Sendo: R= P x S Sendo: R = risco P = probabilidade S = severidade (consequência, severidade) Percebe que o risco é a grandeza diretamente proporcional a duas variáveis: probabilidade e severidade. Ou seja, quanto maior a probabilidade e a severidade, maior é o risco, e quanto menor for a probabilidade e a severidade, menor será o risco. Segundo a OHSAS (2007), o risco pode ser dividido em três interpretações, são elas: Risco Aceitável: Risco que foi reduzido a um patamar que pode ser tolerado pela organização/empresa, levando em consideração suas obrigações legais e a sua própria política de saúde, das pessoas envol- vidas e da segurança do trabalho. Risco Potencial: Ele está associado ao fato da resistência do corpo, eventualmente atingido, ser inferior a uma determinada energia. Risco Efetivo: É a probabilidade de o homem estar exposto a um risco potencial. - Reflita sobre essa imagem que você vê... Descalço, em uma escada de metal, mergulhada em uma piscina, molhado manipulando equipamento elétrico e próximo a rede elétrica! - Há Segurança no Trabalho? Figura 6: Manutenção elétrica Fonte: GANZAROLLI, 2014. 22 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Perigo Existem diversas definições acerca do significado do termo pe- rigo. No contexto da segurança do trabalho, é comum encontrarmosque perigo é a situação com potencial grande de causar danos à integridade física do trabalhador e aos equipamentos do ambiente de trabalho. A norma regulamentadora nº 10 – NR 10 , do Ministério do Tra- balho e Emprego – MTE, determina o termo perigo como toda situação ou condição de risco com probabilidade de causar lesão física ou danos à saúde das pessoas, por ausência de medidas de controle. Segundo OHSAS (2007), "Perigo é a fonte ou situação com potencial para o dano em termos de lesões ou ferimentos para o corpo humano, ou danos à saúde, para o patrimônio, para o ambiente do local de trabalho" (OHSAS, 2007). Na mesma linha, Tavares (1996), sustenta que perigo é a fonte, situação ou ato com potencial para provocar danos humanos em termos de lesão e/ou doença. Um perigo pode estar presente, mas pode haver baixo nível de perigo, devido às preocupações tomadas. Assim, por exemplo, um banco de transformadores de alta voltagem possui um perigo inerente de eletrocussão, uma vez que esteja energizado. Há um alto nível de perigo se o banco estiver desprotegido, no meio de uma área com pessoas. O mesmo perigo estará presente quando os transformadores estiverem trancados num cubículo sob o piso. Entretanto, o nível de perigo agora será mínimo para o pessoal. Vários outros exemplos podem ser criados, mostrando como os níveis de perigo diferem, ainda que o perigo se mantenha o mes- mo. (DE CICCO; FANTAZZINI, 2003). Perigos e Riscos A relação prática entre perigo e risco é demonstrada no quadro abaixo. 23 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Quadro 1: Relação entre perigo e risco. Fonte: MORAES, 2010. Nota-se que um perigo é algo com o potencial para causar um dano, como as substâncias químicas e os sistemas energizados, já o risco está associado à frequência e à probabilidade que a doença, dano ou até a morte pode resultar por causa de um perigo (MORAES, 2010). Risco e Perigo não são a mesma coisa... A diferença entre os termos está no fato de que, o risco está relacionado à exposição a um certo perigo, enquanto o perigo é a própria fonte com poten- cial para causar danos diversos. O perigo, como fonte, pode ser uma máquina rotativa, uma superfície quente, o fogo, um produto químico, um chão escorre- gadio etc. O risco surge somente se houver exposição do trabalha- dor a essas fontes de perigo, ou seja, quando há uma aproximação do trabalhador à fonte de perigo. - Para ler mais sobre o assunto acesse: <http://ambien- tesst.com.br/risco-x-perigo/> - Assista a esse vídeo para entender a diferença entre pe- rigo e risco de uma forma ilustrativa: <https://www.youtube.com/ watch?v=aIjwdWgxbXo> Identificação de Perigos “Processo de reconhecimento de que um perigo existe e defini- ção de suas características” (TAVARES, 1996). 24 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Análise de Riscos A análise de risco é um estudo das ameaças futuras, consi- derando o levantamento do local, tipo do negócio, bens patrimoniais e pessoas a serem protegidas. Ao analisar um risco devem-se considerar suas causas, pro- babilidade de ocorrência e gravidade dos danos. As causas podem ser oriundas da interação humana ou material em determinado evento con- cretizando um perigo que pode resultar em danos (MACHADO, 2015 apud NADRUZ, 2014). Para Cardella (1999, p. 106), “[...]a análise de riscos é o estudo detalhado de um objeto com a finalidade de identificar perigos e avaliar os riscos associados. O objeto pode ser organização, área, sistema, processo, atividade, intervenção”. Avaliação de Riscos “Processo de avaliação de riscos provenientes de perigos, le- vando em consideração a adequação de qualquer controle existente e decidindo se o risco é ou não é aceitável” (TAVARES, 1996). Gestão de Riscos Para Moraes (2010), gestão de riscos é “[...] o termo aplicado quando se implementa e mantém uma sistemática de identificação, análise, avaliação, tratamento, monitoramento e comunicação dos riscos associados a uma determinada atividade, função ou processo, utilizando metodologias, ferramentas e estratégias reconhecidas. Esse pro- cesso permitirá que as organizações possam atuar preventivamente, minimi- zando sua vulnerabilidade à ocorrência de acidentes que possam resultar em grandes perdas humanas e materiais”. A gestão de riscos vai além de meramente identificar os ris- cos no ambiente de trabalho, ela atua nas melhorias dos processos, atividades e métodos de trabalho em busca de minimizar as perdas decorrentes dos eventos indesejáveis, atuando preventivamente. Sua implementação requer uma mudança no pensamento organizacional (MORAES, 2010). 25 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Dano É a severidade da lesão ou perda física, funcional ou econômi- ca decorrente da perda de controle sobre um risco (TAVARES, 1996). “Um operário desprotegido pode cair de uma viga a 3 m de altura, resultando um dano físico, por exemplo, uma fratura na per- na. Se a viga estivesse colocada a 90 metros de altura, ele com boa certeza estaria morto. O perigo (possibilidade) e o nível de perigo (exposição) de queda são os mesmos, entretanto a diferença exis- te apenas na gravidade do dano que poderia ocorrer com a queda”. (DE CICCO; FANTAZZINI, 1985). Acidente Acidente é a ocorrência normal que contém evento danoso. Danos e perdas, ainda que desprezíveis, sempre ocorrem (CARDELLA, 1999). Segurança É constantemente entendida como “ausência de riscos”. Porém, é muito improvável a eliminação dos riscos por completo. Define-se assim, a segurança como uma condição ou conjunto de condições que objetivam uma relativa proteção contra um determinado risco (SOUZA, 2012). Perdas As perdas geralmente podem ser avaliadas em relação aos custos de reparo do equipamento danificado, despesas médicas e hos- pitalares, lucro cessante, aumento da taxa de seguro etc. Quando reme- te à vida humana, a discussão se acentua, pois, esta não possui preço, embora possa haver estipulação de valor para efeito de indenização de seguro. (TAVARES, 1996). 26 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Sistema Souza (2012) define sistema como sendo um arranjo ordenado de componentes que estão inter-relacionados e que vão atuar e inte- ratuar com outros sistemas, para cumprir uma determinada função ou objetivo previamente definido, em um ambiente. Probabilidade “É o grau de possibilidade de que um evento ocorra”. (ABNT, 2005). Nessa hora, é importante pensar nos princípios do Gerencia- mento proativo, que concede uma visão mais holística sobre o todo. O que é Gerenciamento proativo? O objetivo de um Gerenciamento proativo é aumentar a probabilidade e o impacto dos eventos positivos (oportunidades) e reduzir a probabilidade e o impacto dos eventos negativos (ame- aças) do projeto. Saiba mais: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/ artigos/idiomas/o-gerenciamento-proativo-de-problemas-e-a-pre- vencao-dos-incidentes/47119 Confiabilidade “É a probabilidade de um equipamento ou sistema desempe- nhar satisfatoriamente suas funções específicas por um período espe- cífico de tempo, sob um dado conjunto de condições de operação” (FI- GUEIREDO JÚNIOR, 2009). Sinistro “Prejuízo sofrido por uma organização com garantia de ressar- cimento por seguro ou outros meios” (TAVARES, 1996). 27 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Ato Inseguro Ato inseguro é a maneira como o indivíduo (trabalhador) se expõe consciente ou inconsciente a riscos de acidentes. Oliveira (2003) diz que o presente ato gera um questionamento muito grande em relação à figura do “Ato inseguro”, para ele, não é o comportamento do trabalhador carregado de erros no trabalho, mas a parcialidade com que é utilizado na definição causal dos acidentes. Ou seja, o erro cometido no trabalho, embora seja indesejável, é passível de ocorrer e todospodem incorrer contra o ato. Condição Insegura A condição insegura diz respeito ao risco condicionado, pelo ambiente de trabalho, a todo trabalhador em execução de suas ativi- dades. É necessário pensar que a amplitude de um ambiente inseguro, afeta também as instalações do local, podendo desencadear processos dificultadores ao meio ambiente e ao próprio patrimônio. A seguir, algumas possíveis condições de insegurança no am- biente de trabalho podem ser vistas, a saber: • Inadequação nos equipamentos de temperatura do ambiente; • Piso escorregadio, causando danos ao trabalhador e às par- tes envolvidas; • Materiais perfurocortantes e/ou materiais perigosos/danosos em locais inapropriados para suas devidas condições de armazenagem; • Falta de iluminação ou iluminação excessiva, dentre outros. Fator Pessoal de Insegurança (Fator Pessoal) “Causa relativa ao comportamento humano, que pode levar à ocorrência do acidente ou a prática do ato inseguro” (ABNT, 2001). Incidente Segundo Tavares (1996), incidente pode ser entendido como o evento, no qual ocorreu ou poderia ter ocorrido lesão, doença ou fatali- dade. Se não há lesões, doenças ou fatalidades decorrentes do inciden- te, ele é classificado como “quase acidente, quase perda, ocorrência anormal”; ou ainda de “ocorrência perigosa”. 28 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO 1 Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: ALEMA Prova: Engenheiro de Segu- rança do Trabalho Nível: Superior. Relacione os termos abaixo com suas respectivas definições. 1. Avaliação de Risco 2. Gerenciamento de Riscos 3. Percepção do risco 4. Comunicação de Risco ( ) processo de identificação, análise, avaliação e tratamento dos riscos dentro de uma organização, com o objetivo de minimizar a ocorrência de acidentes. ( ) processo técnico-científico pelo qual o risco previsto em um sistema é modelado e quantificado. ( ) processo que permite a transmissão das mensagens de risco dos especialistas para os não especialistas Assinale a assertiva que mostra a relação correta, de cima para baixo a) 2 – 1 – 3 b) 1 – 2 – 3 c) 2 – 1 – 4 d) 3 – 1 – 4 e) 3 – 2 – 1 QUESTÃO 2 Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: ALEMA Prova: Engenheiro de Segu- rança do Trabalho Nível: Superior. Leia o fragmento a seguir. Em uma empresa é possível realizar ações com relação à seguran- ça do trabalho, por meio de um conjunto de recursos e técnicas aplicados preventivamente, diante de um ____ identificado, a fim de diminuir seus ____. Assinale a alternativa cujos itens completam corretamente as la- cunas do fragmento acima: a) risco – perigos b) acidente – perigos c) acidente – riscos d) perigo – riscos e) risco – acidentes QUESTÃO 3 Ano: 2016 Banca: IBFC Órgão: COMLURB Prova: Engenheiro de 29 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Segurança do Trabalho Nível: Superior. Dentre algumas terminologias utilizadas no contexto da saúde e da segurança ocupacional, pode-se dizer que, a fonte ou situação com potencial para provocar danos ao homem, à propriedade ou ao meio ambiente, ou a combinação destes, denomina-se: a) Acidente. b) Risco. c) Perigo. d) Dano. QUESTÃO 4 Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: INEA Prova: Engenheiro em Segu- rança do Trabalho Nível: Superior. Em um determinado ambiente de trabalho de uma fábrica, exis- te um equipamento essencial na produção fabril que pode causar dano ao trabalhador. A respeito dessa situação, assinale a afirmativa correta. a) O risco pode ser eliminado somente com a retirada desse equipamento. b) O perigo pode ser controlado com medidas de segurança. c) O perigo não pode ser eliminado, mas é possível controlar o risco. d) O risco e o perigo podem ser eliminados com medidas de segurança. e) A eliminação do perigo pode ser conseguida com o controle de risco. QUESTÃO 5 Ano: 2013 Banca: IBFC Órgão: PC RJ Prova: Engenharia Ambien- tal, Florestal, Agrícola e Agronomia. Nível: Superior. A combinação da probabilidade da ocorrência de um evento peri- goso e da gravidade do dano ou prejuízos que poderão resultar, caso este evento venha a ocorrer é a definição de: a) Acidente. b) Risco. c) Exposição. d) Perigo. e) Vulnerabilidade. QUESTÃO 6 Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: CONDER Prova: Técnico em Segu- rança e Higiene do Trabalho. Nível: Técnico. O trecho de uma ferrovia em um porto deve ser atravessado, diaria- mente, por muitos trabalhadores. A esse respeito, analise as afirmativas a seguir. I. O trilho de trem configura-se como risco do local de trabalho. 30 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S II. A construção de uma passarela subterrânea sob a ferrovia eli- minaria o perigo. III. A instalação de sinalização para ultrapassar o leito ferroviário controlaria o risco. Assinale: a) se somente a afirmativa I estiver correta. b) se somente a afirmativa II estiver correta. c) se somente a afirmativa III estiver correta. d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. e) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE No dia a dia, os termos perigo e risco são muitas vezes usados para indicar a mesma coisa, porém, na realidade os termos possuem signi- ficados diferentes. Explique a diferença existente entre perigo e risco e cite pelo menos dois exemplos práticos de situações de trabalho, em que perigo e risco estejam presentes, identificando-os. TREINO INÉDITO 1 - Severidade da lesão ou perda física, funcional ou econômica resultante da perda de controle sobre um risco. Assinale a opção que corresponde à definição acima: a) Confiabilidade b) Sinistro c) Perda d) Incidente e) Dano 2 - Como é chamada toda situação ou condição de risco com pro- babilidade de causar lesão física ou danos à saúde das pessoas por ausência de medidas de controle? a) Risco b) Perigo c) Dano d) Condição insegura e) Ato inseguro NA MÍDIA DESASTRE DE BRUMADINHO: O PAPEL DA GESTÃO DE RISCOS Processos de gestão de risco poderiam ter contribuído para evitar o problema ou mesmo limitar os impactos verificados na tragédia. 31 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Figura 7: Barragem de Brumadinho Fonte: RPR/Fotos Públicas. Acesso em 2019. Enquanto acompanhamos a extrema dor e sofrimento causados pelo im- pacto do desmoronamento a barragem da Companhia Vale do Rio Doce na Mina do Feijão, em Brumadinho (MG), ficamos chocados pelo elevado número de vítimas, que provavelmente não tiveram nenhuma capacida- de de reação ao súbito deslizamento de lama. Acompanhamos ainda o esforço heroico das várias equipes de salvamento, que conseguiram res- gatar muitas pessoas, ainda que haja centenas de vidas perdidas. Em meio a discussões sobre punição dos culpados, extensão das pena- lidades civis e criminais, assim como afastamento da diretoria da empre- sa, não podemos deixar de olhar para essa catástrofe pela perspectiva de gerenciamento de risco, para analisar em detalhe como processos de gestão de risco poderiam ter contribuído para evitar o problema ou mesmo limitar os impactos verificados. Leia mais em: <https://www.gazetadopovo.com.br/justica/desastre-de- -brumadinho-o-papel-da-gestao-de-riscos-6e1i3rnrzyplbqrur9i7t0k0v/ >Acesso em: 20/02/2019. NA PRÁTICA Como sabemos, muitas pessoas ainda são vítimas de acidentes ou doenças no ambiente de trabalho. Os anos se passam, os acidentes continuam a ocorrer e o descaso para com a saúde e segurança dos trabalhadores só aumenta, ano após ano. Não precisamos ir muito lon- ge para lembrar de um exemplo prático, vide o desastre de Brumadinho, ocorrido recentemente em Minas Gerais. E a pergunta que não quer calar. Até quando será assim? Após o desastre de Mariana , ocorrido em 2015, achava-se que não teriam mais brechas para incompetências e descasos. Infelizmente, nada mudou nos últimos três anos e em 25 de janeiro de 2019, uma barragem da mine- 32 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R UP O P R O M IN A S radora Vale rompeu-se na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), município localizado acerca de 50 km de Belo Horizonte. Até agora (26 de fevereiro de 2019), um mês após o desastre, 180 mortes foram confirma- das e cerca de 130 pessoas seguem desaparecidas. As causas ainda se- rão apuradas, mas certo é que vidas estão em jogo e isso, por si só, deveria pesar mais do que o lucro a todo custo vislumbrado pelas empresas. No que tange à gestão de riscos, segundo o Ministério Público (MP) de Minas Gerais, a Vale desenvolveu uma metodologia interna própria, baseada em uma metodologia usada internacionalmente para medir o nível de aceitação aos riscos de uma barragem. O MP constatou, após pedir informações ao setor de gestão da empresa, que 10 das 57 bar- ragens avaliadas estavam alocadas na chamada Zona de Atenção ou Alarp Zone. Estruturas enquadradas na Zona de Atenção são aquelas em que o acidente é tolerável apenas se a redução for impraticável ou o custo for desproporcional à melhoria obtida. Ou seja, a empresa soube da situação, mas nada fez a respeito por entender (erroneamente) que o risco de colapso era baixo. Espera-se que as punições cabíveis sejam aplicadas aos responsáveis pelas tragédias que têm assolado o nosso país. É necessário que a Alta Direção das companhias reveja os seus sistemas de segurança, de modo a fortalecê-los, resguardando a saúde e a proteção de seus trabalhadores. 33 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S CLASSIFICAÇÃO E EVOLUÇÃO DOS RISCOS Não é de hoje que se estabeleceu uma relação entre o homem e a gestão de riscos. O homem, continuamente, se viu embarcado em riscos e teve que aprender a encarar as consequências. Na atualidade, estudiosos e cientistas têm se empenhado a estudar e desvendar técni- cas para amenizar riscos de trabalho. Neste capítulo, estudaremos a natureza dos riscos, bem como suas normas, para isso, classificaremos os riscos em duas modalida- des: Puros (estáticos) e, Especulativos (dinâmicos). A figura a seguir, demonstra de forma clara através de um estudo de mapa mental, a classificação dos riscos segundo suas subdivisões. PROCESSO DE GERÊNCIA DE RISCOS G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S 33 34 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Figura 8: Mapa mental: Classificação dos riscos Fonte: Adaptado de RUPPENTHAL, 2013. Riscos Puros Os riscos puros são aqueles riscos em que há apenas possibi- lidade de perda, ou seja, não há possibilidade de ganho ou de lucro. Re- sulta em perda econômica para a empresa, tais como: fatores ambientais, tecnológicos e econômico-financeiros (LIMA, 2000 apud FUNO, 2009). Segundo Ruppenthal (2013), os riscos puros são aqueles que resultam em perdas, sendo classificados quanto as suas propriedades, sua responsabilidade e riscos às pessoas e materiais. Os riscos à propriedade fazem parte das perdas advindas de incêndios, explosões, vandalismo, roubo, sabotagem e danos a equipa- mentos e acidentes naturais. Já os riscos relativos às pessoas, remetem a doenças ou aci- dentes no ambiente de trabalho, que comprometem a vida e a saúde do servidor/trabalhador, podendo até a levar à invalidez ou morte de colaboradores, ou a incapacidade temporária. Por último, mas não menos relevante, os riscos por responsabili- dade, tem a ver com as perdas causadas pelo pagamento de indenizações a terceiros, pela falta de qualidade e segurança prestada ao cliente/forne- cedor do serviço contratado ou até mesmo por responsabilidade ambiental. 35 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Riscos Puros Para exemplificar melhor os riscos puros, tente imaginar por exemplo, você dirigindo um carro e, de repente, sofre uma co- lisão com outro carro. Neste caso, o condutor do veículo (você), se associa ao risco (puro) da perda potencial da colisão. Ou seja, se de fato ocorresse essa colisão, você sofreria, no mínimo, uma perda financeira, certo? E se não ocorresse nenhuma colisão, ob- viamente, você não teria perdas e nem muito menos ganhos. É por isso que os riscos puros sempre significarão perdas e não ganhos. Em suma, dentre as perdas mais recorrentes da materialização dos riscos dito puros em uma organização, encontram-se as perdas de- rivadas do falecimento, afastamento e/ou invalidez dos trabalhadores, bem como as perdas por prejuízos aos bens não segurados. Riscos Especulativos Os riscos especulativos são separados em riscos políticos, ad- ministrativos, e de inovação. Focaremos nossos estudos no risco admi- nistrativo. Percebe-se que os riscos administrativos estão conectados aos riscos de mercado, financeiro e de produção, isso quer dizer que ele pode se diferenciado nestas três modalidades que falaremos mais adiante. Ruppenthal (2013) aborda em seu livro que os riscos administra- tivos estão diretamente relacionados ao processo de tomada de decisão. Ou seja, ela afirma que uma decisão correta pode levar ao alcance de lucros, por outro lado, uma decisão incorreta e, portanto, falha, pode levar a uma tragédia da empresa. No tocante a essa especificidade de risco, existe certa complexidade em prever antecipadamente e com precisão o resultado de uma decisão. Voltando aos riscos administrativos, temos: 1. Risco de Mercado 2. Risco financeiro 3. Risco de Produção O risco de Mercado embarca a incerteza quanto ao resultado positivo de vendas e lucros de um determinado produto em relação ao capital investido. (ALBERTON, 1996; CASTRO, 2011). O risco de mercado sofre influência de diversos fatores que contribuem à sua variação, podendo ser: 36 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S • Turbulências políticas; • Recessões; • Mudanças nas taxas de juros; • Mudanças nas taxas cambiais; • Desastres naturais. O risco financeiro, por sua vez, está relacionado às incertezas quanto as tomadas de decisões econômicas e financeiras. (ALBER- TON, 1996; CASTRO, 2011). O risco de produção diz respeito às imprecisões no tocante ao processo produtivo das companhias, na produção de produtos ou pres- tação de serviços, na utilização de materiais e equipamentos, mão de obra e tecnologia (ALBERTON, 1996; CASTRO, 2011). NORMAS SOBRE GERENCIAMENTO DE RISCOS Neste tópico estudaremos, basicamente, sobre a aplicabilidade das normas OHSAS 18001:2007, ISO 45001:2018 e ISO 31000, para tanto, vamos entender primeiramente o que significa as siglas OHSAS e a ISO. A palavra OHSAS, do inglês Occupational Health and Safety Assessments Series, cuja melhor tradução corresponde a Série de Ava- liação de Segurança e Saúde Ocupacional, consiste numa série de nor- mas britânicas formuladas pelo grupo BSI (British Standards Institution). Já a ISO, International Organization for Standardization, ou Organiza- ção Internacional para Padronização, é uma entidade de padronização e normatização, de origem suíça. Apesar de a OHSAS 18001:2007 ainda servir como base para o desenvolvimento do sistema de gestão de uma empresa, ela acaba de ser revista e, daqui a alguns anos perderá sua utilidade. Ela dá lugar a ISO 45001:2018, intitulada Sistemas de gestão de segurança e saúde ocupacional - Requisitos com orientação para uso. Publicada em março de 2018, a ISO 45001 foi criada com uma nova abordagem que permite uma maior integração com outras nor- mas do sistema ISO, como a ISO 9001:2015 (gestão da qualidade) e a ISO 14001:2015 (gestão ambiental). As organizações já certificadas na OHSAS 18001 terão três anos para cumprir a nova norma ISO 45001, embora a certificação de conformidade com a ISO 45001 não seja um requisito da norma (ABNT, 2018). De acordo com o boletim de lançamento divulgado pela ABNT, associação responsável pela tradução da ISO no Brasil, a ISO 45001 espera mudar o contexto atual de acidentes e doenças no ambiente de trabalho. Segundo estudos da OIT no ano de 2017, estima-seque 2,78 37 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S milhões de acidentes fatais ocorrem no trabalho anualmente. Nesse sentido, David Smith, presidente do comitê da ISO/PC 283, que desenvolveu a ISO 45001, acredita que a nova Norma Inter- nacional será uma verdadeira mudança para milhões de trabalhado- res: "Espera-se que a ISO 45001 leve a uma grande transformação nas práticas no local de trabalho e reduza o trágico número de acidentes relacionadas ao trabalho em todo o mundo". A nova norma ajudará as organizações a fornecer um ambiente de trabalho seguro e saudável para os trabalhadores e os visitantes, melhorando continuamente a per- formance de Segurança e Saúde Ocupacional (ABNT, 2018). Como ainda estamos numa fase de transição da OHSAS 18001 para a ISO 45001 (Como vimos, as empresas e organizações que adotavam a OHSAS 18001 possuem três anos para se adaptarem à nova norma), é válido abordar as características principais de ambas e observar as diferenças pontuais abordadas entre uma norma e outra. Abordagem da OHSAS 18001:2007 A OHSAS 18001 é uma norma que possui como base o prin- cípio da prevenção, ou seja, ela visa reduzir ou prevenir situações que envolvam riscos no ambiente de trabalho, valendo-se da abordagem da metodologia PDCA (sigla que em inglês significa “Plan Do Checkand Act” ou em português, planejar, executar, controlar e agir). Vale lembrar que a ISO 45001:2018 também segue os princípios do ciclo PDCA, con- forme descrito abaixo: Figura 9: Sequência do ciclo PDCA Fonte: RUPPENTHAL, 2013. Observe na figura 10 abaixo, o ciclo PDCA, 38 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Figura 10: Ciclo PDCA Fonte: RUPPENTHAL, 2013. A imagem reflete as quatro etapas, a começar pelo planejar, que é o momento em que se elabora os planos de ações. Logo depois, insere-se o fazer/executar sobre esses planos de ações, colocando em prática todos os objetivos traçados. A próxima etapa é o da verificação das metas para que se obtenham melhores indicadores no mercado, e, por último, e não menos importante, as ações corretivas realizadas no momento da ação, ou seja, do agir. A imagem abaixo mostra o modelo de sistema de gestão, ba- seado na utilização da prática da melhoria contínua, de acordo com a OHSAS 18001:2007. Figura 11: Modelo de gestão da OHSAS 18001:2007 Fonte: RUPPENTHAL, 2013. 39 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Abordagem da ISO 45001:2018 A ISO 45001:2018, é um documento que especifica os requisi- tos para um sistema de gestão e saude e segurança ocupacional (SSO) e fornece orientação para seu uso, permitindo que as organizações pro- porcionem locais de trabalhos seguros e saudáveis, prevenindo lesões e problemas de saúde relacionados ao trabalho, bem como melhorando proativamente o seu desempenho em SSO. (ISO 45001:2018). Sistema de gestão Conjunto de elementos inter-relacionados ou integrantes de uma organização, para estabelecer políticas, objetivos e pro- cessos para atingir estes objetivos. Sistema de gestão de SSO Sistema de gestão ou parte de um sistema de gestão utili- zado para alcançar a política de SSO. Objetivo do sistema de gestão de SSO “O objetivo de um sistema de gestão de SSO é fornecer uma estrutura para gerenciar os riscos e oportunidades de SSO”. Oportunidade de SSO: Circunstância ou conjunto de cir- cunstâncias que pode levar à melhoria do desempenho de SSO. Fonte: ISO 450001:2018 A ISO 45001:2018 é aplicável a qualquer organização, indepen- dente do tamanho, tipo e atividade que deseja trabalhar com um sistema de gestão SSO para melhorar a segurança e a saúde de seus trabalhadores. De acordo com a referida norma, sua criação foi pensada para ajudar as organizações a alcançarem os resultados esperados de seu sistema de gestão de SSO, tais como: a. Melhoria contínua do desempenho de SSO b. Cumprimento dos requisitos legais e outros requisitos c. Atingimento dos objetivos de SSO O sucesso da implementação de uma SSO que seja eficiente e eficaz irá depender de diversos aspectos, tais como: a) Liderança, compromisso, responsabilidades e responsabili- zação da Alta Direção; b) Gestão da Alta Direção, liderando e promovendo uma cultu- 40 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S ra na organização que suporte os resultados esperados do sistema de gestão de SSO; c) Comunicação; d) Consulta e participação dos trabalhadores e, quando existi- rem, representante dos trabalhadores; e) Alocação dos recursos necessários para manter o sistema; f) Políticas de SSO, que são compatíveis com os objetivos es- tratégicos gerais e direção da organização; g) Processo(s) efetivo(s) para identificação de perigos, controle de riscos de SSO e aproveitamento de oportunidades de SSO; h) Avaliação contínua do desempenho e monitoramento do sis- tema de gestão de SSO para melhorar o seu desempenho; i) Integração do SSO nos processos de negócios da organização; j) Objetivos que se alinhem com a política de SSO e levem em conta os perigos da organização, os riscos de SSO e as oportunidades de SSO; k) Compliance de requisitos legais e outros requisitos; Além desses aspectos é importante frisar que o sucesso da imple- mentação de um sistema de gestão de SSO também dependerá de aspec- tos intrínsecos à organização, como o contexto da organização (tamanho, número de colaboradores, culturas, requisitos legais, entre outros). Outras Normas sobre Gestão de Riscos Além das normas citadas acima, existem diversas outras que tratam da gestão de riscos em âmbito mundial, entre elas merece des- taque a série de normas ISO 31000, que no Brasil é normalizada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas. Para Ruppenthal (2013), a ISO 31000:2009 não tem nenhuma finalidade de certificação. Ela aborda princípios e diretrizes à gestão de riscos, possuindo efetividade para qualquer órgão, seja ele público ou privado. Até o ano passado a NBR ISO 31000:2009 era a que vigorava até a sua atualização, que ocorreu em fevereiro de 2018. A International Standards Organization (ISO) divulgou uma revisão atualizada de suas diretrizes de gerenciamento de risco. A norma fornece diretrizes gerais para gerenciar riscos em quaisquer atividades, incluindo a tomada de decisão em todos os níveis. Além disso, fornece também uma aborda- gem comum que pode ser personalizada para cada tipo de organização e seus contextos (ABNT, 2018). A nova norma está mais enxuta, porém, mostra-se mais clara 41 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S e direta que a anterior, o que pode beneficiar as organizações quando da implementação das ferramentas de gerência de riscos. As principais mudanças observadas na revisão são as seguintes: • Revisão dos princípios da gestão de riscos, que são os prin- cipais critérios para o seu sucesso; • Foco na liderança da alta administração, que deve assegurar que o gerenciamento seja integrado em todas as atividades organiza- cionais, começando pela governança da organização; • Maior ênfase na natureza iterativa dos riscos, aproveitando novas experiências, conhecimento e análise para a revisão de elemen- tos de processo, ações e controles em cada etapa do processo; • Racionalização do conteúdo com maior foco na manutenção de um modelo de sistemas abertos que regularmente troque feedback com seu ambiente externo para atender a múltiplas necessidades e contextos. Já em se tratando da ISO Guia 73:2009, ela fornece as defini- ções de termos mais abrangentes relacionados à gestão de riscos. O objetivo principal é estimular o entendimento consistente e mútuo, por meio de uma tratativa coerente sobre as atividades realizadas na ges- tão do risco (RUPPENTHAL, 2013). A NBR ISO/IEC 31010:2012 – é uma normativa de auxílio e apoio à NBR ISO 31000. Ela concede orientações de aplicação das técnicas sis- temáticas para o devido processo deavaliação de riscos, e consequente- mente, contribuindo também para outras atividades de gestão de riscos. Estas normas são para pessoas que queiram criar e proteger valores das suas organizações, melhorando as operações, e aumentan- do o seu desempenho. Revisão da ISO 31000 em 2018! A NBR ISO 31000 de 2009 foi alvo de uma revisão em feve- reiro de 2018. As principais mudanças foram: • Revisão dos princípios da gestão de riscos, que são os principais critérios para o seu sucesso; • Foco na liderança da alta administração, que deve assegu- rar que o gerenciamento de riscos seja integrado em todas as ativi- dades organizacionais, começando pela governança da organização; • Maior ênfase na natureza iterativa da gestão de riscos, apro- veitando novas experiências, conhecimento e análise à revisão de ele- mentos de processo, ações e controles em cada etapa do processo; 42 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S • Racionalização do conteúdo com maior foco na manuten- ção de um modelo de sistemas abertos que regularmente troque feedback com seu ambiente externo para atender a múltiplas ne- cessidades e contextos. Saiba mais em: <https://www.bsigroup.com/pt-BR/ISO-31000-Gestao-de- -Risco/ <http://www.abnt.org.br/imprensa/releases/5753-lancada- -a-nova-versao-da-norma-iso-31000-gestao-de-riscos> METODOLOGIA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS Diversas são as definições sobre o significado gerência de ris- co, dependendo do autor e da época em que ele vive (ou viveu). O importante é lembrar que todas elas possuem algo em comum, a fina- lidade em questão. O processo de gerenciamento pode ser diferente, porém, a finalidade não muda. Conforme Ruppenthal (2013), a metodologia pode ser enten- dida como um fator que visa elevar a confiança da capacidade de uma organização em prever, superar obstáculos e priorizar tendo como obje- tivo principal o de realização de suas metas. O resultado de um método deve ser comum a todos os outros, de modo a gerenciar o problema (ou risco). Como dito anteriormente, o gerenciamento de riscos auxilia nas organizações, nas estratégias e nas tomadas de decisões impor- tantes, por intermédio do conhecimento dos riscos associados às ativi- dades da organização. As normas OHSAS 18001:2007 e ABNT NBR ISO 31000:2009 (abordadas acima) trazem uma sistematização em seus métodos para o gerenciamento de riscos. Primeiramente, deve-se proceder a escolha de um contexto. O contexto tem a ver com a área de atuação da organi- zação, bem como de seus objetivos. Após, deve-se identificar, analisar, estimar, tratar, monitorar e comunicar os riscos associados a alguma atividade, função ou processo da organização. O organograma repre- sentado na figura 11 abaixo ilustra o processo descrito. É importante lembrar que uma gestão eficiente e eficaz dos riscos pode significar em ganhos imensuráveis para uma organização, fazendo com que ela atinja seus objetivos com eficácia e qualidade. O organograma abaixo ilustra o processo descrito. 43 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Figura 12: Organograma Gestão de Riscos Fonte: Adaptado de ABNT, 2009. Sobre a etapa de análise de riscos, podemos separá-la de duas maneiras possíveis. Seja pela metodologia qualitativa, ou pela quantitativa. No quadro abaixo, estão expostas algumas diferenças das características principais dessas metodologias. Quadro 2: Análise Qualitativa x Análise Quantitativa Fonte: Autor, 2019. Percebe-se que a análise de riscos de forma qualitativa é ca- racterizada por apresentar uma menor complexidade e custos meno- res se comparada com a metodologia quantitativa. Isso ocorre, pois, a quantificação de riscos é, na maioria das vezes, um processo mais 44 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S elaborado (e em alguns casos impraticável) que exige esforços maiores para a realização. Por isso, a maioria das organizações optam pelos métodos mais simplórios, os qualitativos. Os métodos qualitativos vão definir as consequências, a proba- bilidade e o nível de risco mediante níveis de significâncias, compreen- dendo uma escala (Alto - Médio - Baixo). O que é análise de riscos? A análise tenta identificar a raiz ou causas originais das falhas, ao invés de lidar com os sintomas imediatamente óbvios. É aplicada para avaliação de uma grande perda e pode ser utilizada para analisar as perdas de forma global, a fim de determinar me- lhorias. A análise de risco pode tanto usar avaliações quantitativas ou qualitativas. O tipo a ser usado deverá levar em conta o objetivo final da análise de risco. Saiba mais em: <https://segurancadotrabalhonwn.com/co- mo-fazer-analise-de-risco/> Conforme Ruppenthal (2013), definida a metodologia e a cate- gorização dos riscos, chega a hora de lidar com o tratamento e com os recursos a alocar. Deve-se optar por uma das ações abaixo: • Alteração do sistema a fim de eliminar o risco; • Atuar sobre os fatores que de certa maneira irão influenciar na expectativa de ocorrência ou nas consequências, visando reduzir o risco; • Transferência do risco, através de seguros ou cooperação; • Retenção do risco quando nenhuma alternativa mais for viável. Todas essas ações possuem caráter preventivo, com exceção da última, que apresenta cunho contigencial ou mitigatório. ABORDAGEM CONTIGENCIAL Em um projeto organizacional, os gerentes costumam utilizar a Abordagem Contingencial para estruturar as etapas dos processos. Algumas variáveis mais usadas são: a estratégia, o ta- manho e a tecnologia. 45 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Saiba mais em: https://www.rhportal.com.br/artigos-rh/ abordagem-contingencial/ 46 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO 1 Ano: 2008 Banca: CESPE Órgão: INSS Prova: Analista do Seguro Social - Segurança do Trabalho Nível: Superior. A International Standard Organization (ISO), estabelecida em 1947, é uma federação mundial de organismos nacionais de normalização. A diretriz Specification for Occupational Health and Safety Management Systems (OHSAS 18001), por sua vez, embora ainda não pertença ao sistema de normas internacionais ISO, foi desenvolvida para ser com- patível com as demais normas de sistemas de gestão (ISO 9000 e ISO 14000), de forma a facilitar a integração dos sistemas de gestão da qualidade, do meio ambiente e da segurança e saúde no trabalho. Em relação a sistemas de gestão de segurança e saúde no trabalho (SGSST), julgue o item a seguir. O sistema de gestão da OHSAS 18001 baseia-se nos princípios do ciclo de PDCA (do inglês Plan, Do, Check and Act), que estabelece as fases de planejamento, execução (implementação), avaliação (verificação) e ação (corretiva). ( ) Certo ( ) Errado QUESTÃO 2 Ano: 2018 Banca: FEPESE Órgão: CELESC Prova: Técnico em Se- gurança do Trabalho Nível: Técnico. Na utilização do ciclo PDCA, é correto afirmar: a) O PDCA é um ciclo descontínuo que serve apenas para alertar o ad- ministrador de possíveis falhas no processo. b) Atuar corretivamente sobre a diferença identificada (caso houver) é desaconselhável para evitar alterações na padronização. c) Realizar o trabalho planejado, de acordo com o plano de ação origi- nal, torna o processo produtivo extremamente lento e, por isso, é desa- conselhável. d) Durante a realização do trabalho planejado, é aceitável efetuar altera- ções no projeto original, em desacordo com o plano de ação. e) A primeira etapa é onde devemos planejar o trabalho a ser realizado através de um Plano de Ação, após a identificação, reconhecimento das características e descoberta das causas principais do trabalho a ser feito. QUESTÃO 3 Ano: 2016 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: EBSERH Prova: Enge- nheiro de Segurança do Trabalho (Nacional) Nível: Superior. 47 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Em uma inspeçãode segurança, um engenheiro de segurança do trabalho identificou que, na área da lavanderia de um hospital, podem aparecer agulhas ou outros materiais cortantes, junto às roupas, que podem causar lesões nos trabalhadores. Diante dessa situação, podemos afirmar que existe um risco a) especulativo administrativo b) especulativo administrativo de produção c) puro d) puro e um risco especulativo e) especulativo hospitalar QUESTÃO 4 Ano: 2010 Banca: FCC Órgão: TRT 9a Região (PR) Prova: Técnico Judiciário-Segurança Judiciária Nível: Técnico. NÃO é inerente à Análise de Risco a) a identificação de ações preventivas. b) o cálculo das probabilidades de um acontecimento. c) a projeção dos efeitos dos riscos. d) a classificação dos riscos em graus de criticidade. e) a busca pela eliminação dos riscos. QUESTÃO 5 Ano: 2018 Banca: COMPERVE Órgão: PREF. DE NATAL-RN Prova: Enfermeiro do Trabalho Nível: Superior. Um sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho constitui parte do sistema global de gestão de uma organização que objetiva o controle dos perigos e riscos em matérias de saúde e segurança no trabalho. A implementação de segurança e saúde no trabalho e a res- pectiva conformidade com as exigências estabelecidas pela legisla- ção e pela regulamentação nacional são de responsabilidade e dever a) do trabalhador. b) do empregador. c) da sociedade civil. d) da administração pública. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE Neste capítulo estudamos a natureza dos riscos empresariais, e vimos que os riscos podem ser classificados em duas vertentes. Descreva quais são essas modalidades e explique quais as principais caracterís- ticas de cada uma delas. 48 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S TREINO INÉDITO Sabe-se que os riscos empresariais podem ser divididos em duas modalidades. São elas, os riscos puros e os riscos especulativos. Assinale a alternativa que apresenta características típicas de um risco puro. Riscos: a) Administrativos b) Políticos c) De inovação d) De mercado e) Às pessoas NA MÍDIA A NOVA ISO 45001: GESTÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO VA- LORIZA EMPRESAS NO MERCADO Marcos Conde 22 de Mai de 2018 às 00:05 Marcos Conde é Gerente de Business Assurance da Intertek Brasil Mais de 7600 pessoas morrem diariamente por acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho, segundo a Organização Internacional do Tra- balho (OIT) – totalizando mais de 2,78 milhões de mortes por ano. O alarmante dado reforça a necessidade cada vez mais evidente de ado- tar práticas que sejam capazes de reverter esse quadro que impacta negativamente a sociedade e a economia. Leia a notícia na íntegra em: https://portogente.com.br/noticias/opiniao/ 101908-a-nova-iso-45001-gestao-de-seguranca-do-trabalho-valoriza- -empresas-no-mercado Acesso em: 20/02/2019. NA PRÁTICA Vimos neste capítulo as principais normas de gestão de riscos que es- tão disseminadas em âmbito mundial e destacamos a importância das empresas e organizações seguirem as diretrizes das normas, de modo a adotarem uma postura de gestão que vise em primeiro lugar a saúde e segurança dos seus colaboradores. O compliance, que pode ser entendido como a necessidade de con- formidade junto às normas existentes, já que o termo origina do verbo comply, que em inglês quer dizer cumprir, ou seja, o compliance, na vi- são de uma organização, nada mais é do que o cumprimento às regras e normas, visando sempre a minimização dos riscos empresariais. Nos países mais desenvolvidos, como nos Estados Unidos, as empresas já contam com os profissionais de compliance, uma profissão que surgiu devido a essa necessidade de prevenção e minimização dos riscos aos 49 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S quais uma empresa está exposta. No Brasil, esse profissional começou a ganhar espaço agora e tende a ocupar uma maior parcela do mercado de trabalho ao longo dos próximos anos, tendo em vista, principalmente, os últimos casos de corrupções e negligências empresariais. Entretanto, as empresas precisam entender que não basta o simples cumprimento às regras e normas, mas sim além disso, proceder com o monitoramento de atividades de todos o setores da organização, visan- do sempre a prevenção. Saiba mais em: https://www.aurum.com.br/blog/o-que-e-compliance/ Acesso em 20/02/2019. 50 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S ETAPAS Os acidentes industriais causados pela ação do homem cres- cem com o aumento das invenções de máquinas e equipamentos de elevada geração. Portanto, é necessário mensurar o potencial do risco, para que as tomadas de decisões sejam eficazes. Nessa primeira fase, as investigações são voltadas à busca de situações ou de um conjunto de situações que podem desencadear em evento indesejável. Historicamente, percebeu-se que as organizações se empe- nhavam em identificar os perigos, porém, após a identificação nada era feito. Veja o que levanta Moraes (2010). “Na realidade, na visão da segurança tradicional a realização era apenas na identificação de perigos, esbarrando-se, então, na não ANÁLISE DE RISCOS G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S 50 51 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S continuidade dos programas e não se chegando, efetivamente, até as fases de análise e avaliação dos riscos”. (MORAES, 2010). Nesta etapa, serão objetos de avaliação os procedimentos, a descrição dos processos, atividades e as técnicas de trabalho, além dos resultados do processo de busca ativa e de uma análise sistêmica dos acidentes. Para auxílio nessa atividade, pode-se fazer uso de diversos recursos, tais como listas de verificação, entrevistas, inspeções e medi- das diretas. (MORAES, 2010). Uma revisão periódica é necessária ser feita nos estudos dos perigos e da avaliação dos riscos encontrados, pois, novas situações podem surgir, devido a mudanças e adaptações organizacionais, como mudanças no método de trabalho e reestruturação de empresas. Dentre as diversas técnicas tradicionais de identificar perigos e riscos comumente usadas pelas organizações, podemos citar: • Análise de tarefas rotineiras; • Análise do histórico de quase acidentes e acidentes da empresa; • Reuniões sobre segurança, como a Comissão Interna de Pre- venção de Acidentes (CIPA); • Experiências passadas; • Checklists. Ao longo dos tempos e com o desenvolvimento tecnológico, outras técnicas mais complexas surgiram para auxiliar nesta primeira etapa, entre elas, foram as (TIC) e (WI), que significam, respectivamen- te: Técnica de Incidentes Críticos (TIC) e a Técnica What-If / “E se...” (WI) que serão comentadas posteriormente. Segunda Etapa: Fase de Análise de Riscos Nessa fase, faz-se necessário esmiuçar os perigos identifica- dos na primeira fase, com intuito de levantar as causas e as prováveis consequências da efetivação dos acidentes. É uma abordagem qualitativa, que objetiva estabelecer medi- das que eliminem ou reduzam a frequência e consequências dos possí- veis eventos indesejáveis se eles forem inelutáveis. Dentre as técnicas mais utilizadas ao longo desta fase, podemos citar: Análise Preliminar de Riscos (APR), Análise de Modos de Falhas e Efeitos (AMFE) e a Análise de Operabilidade de Perigos (HAZOP). 52 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Terceira Etapa: Fase de Avaliação de Riscos Nessa terceira etapa, os esforços são voltados à quantifica- ção de eventos precursores de possíveis acidentes. As variáveis a se- rem avaliadas são a frequência ou probabilidade e a consequência dos eventos indesejáveis. A quantificação dessas variáveis não é fácil e, por isso, muitas organizações optam pela avaliação qualitativa, que é mais simplória. Vale ressaltar, porém, que a escolha pela técnica qualitativa fornece a avaliação do perigo e não do risco. Cabe destaque às seguintes técnicas de avaliaçãode riscos: Análise de Árvore de Eventos (AAE), Análise de Causas e Consequên- cias (ACC), Análise da Árvore de Falhas (AAF). Quarta Etapa: Tratamento dos Riscos Consiste na última fase e caracteriza-se pela tomada de deci- são acerca dos riscos levantados nas fases anteriores. Busca-se pela eliminação, redução, retenção ou transferência dos riscos. TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCOS Técnica do Incidente Crítico (TIC) Conforme Cardella (1999), a Técnica do Incidente Crítico (TIC) visa identificar os quase acidentes e incidentes ou aqueles acidentes de pequena proporção que não foram comunicados. É comumente conhecida como “confessionário”, sendo uma análise operacional, englobando o fator humano em todo o grau. A TIC é utilizada a partir de uma amostragem de observadores/participantes escolhidos dentro de uma dada população. Ainda, a técnica tem como principal objetivo “a detecção de incidentes críticos e o tratamento dos riscos que eles representam” FI- GUEIREDO JÚNIOR (2009). O quadro a seguir, produzido por Tavares (1996), traz um resumo dessa técnica de análise (TIC). 53 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Quadro 3: Quadro Resumo - TIC Fonte: Adaptado de Tavares, 1996. What If/ E se...? (WI) Essa técnica de identificação é amplamente conhecida como uma análise qualitativa e geral. Utiliza-se do questionamento acerca da- quilo que possa dar errado durante as fases de planejamento, execução e manejo de uma atividade. Expressa-se na utilização da pergunta E se...? Para obter respostas às diversas indagações propostas. O questionamento é dividido em duas vertentes, livre ou sis- temático. O questionamento livre é aquele em que o objeto (sistema, processo, equipamento ou evento) é questionado através da pergunta E se...? Sobre qualquer assunto, ou seja, abre mais possibilidades de perguntas que não necessariamente estão diretamente relacionadas com a especificidade de um cargo ou de uma área numa empresa. Por exemplo: E se ocorrer um acidente? E se fulano chegar atrasado? Em contrapartida, no questionamento sistemático, as pergun- tas são voltadas às especificidades de um cargo ou de um determinado campo de atuação, como nas áreas de combate ao incêndio, eletricida- de, medicina ocupacional, preservação do ecossistema etc. Partindo do pressuposto de que a comissão responsável pela elaboração das perguntas saiba a fundo acerca do sistema a ser anali- sado, de modo a redigir perguntas inteligentes, que realmente ajudarão 54 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S no processo de identificação dos perigos e riscos existentes. É importante frisar que os questionários devem ser registrados em formulários, como o exemplo demonstrado abaixo, cujo objeto estu- dado é uma festa de aniversário. Quadro 4: Formulário What If (E se...?) – Objeto: Festa de Aniversário Fonte: Adaptado de Cardella (1999) p.145. Análise Preliminar de Risco (APR) A APR abarca os eventos perigosos, cujas causas tenham ori- gem no interior da instalação analisada, nesse sentido, englobam tanto as falhas de sistemas, como as operacionais de manutenção (falhas hu- manas). Não se pode excluir também os eventos causados por agentes externos, tais como: sabotamento, queda de balões, de aviões, ou de 55 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S meteoritos, terremotos e inundações. A seguir apresentamos um resu- mo de suas principais características: Quadro 5: Quadro resumo - APR Fonte: Tavares, 1996. Pensando na prevenção dos riscos, estes devem ser categori- zados conforme as suas severidades, permitindo uma priorização das ações a serem tomadas. No quadro abaixo, Tavares (1996), estabelece uma ordem crescente de priorização. 56 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Quadro 6: Categoria de severidade dos efeitos da APR Fonte: Adaptado de Tavares, 1996. Hoje em dia, há uma maior preocupação e cobrança tanto dos investidores, quanto dos clientes e/ou governo, a respeito dos níveis de segurança das obras e projetos, por isso, tem prevalecido as políticas para maior controle destes, visando eliminar ou reduzir os riscos de aci- dentes, ainda na fase inicial, já que essa eliminação durante ou após a construção e montagem do empreendimento, pode tornar-se mais one- rosa, constituindo-se às vezes em uma perda bastante significativa de tempo e lucratividade. As etapas da APR são as seguintes: - Revisão de problemas conhecidos (experiências passadas em sistemas parecidos); - Revisão da missão (objetivos, procedimentos, funções, ativi- dades, meio ambiente etc. - Determinação dos principais riscos; - Levantamento dos pré-riscos e dos riscos contribuintes; - Revisão e controle como forma de eliminação; - Análise dos métodos de continência de danos; - Designação dos responsáveis pelos planos preventivos ou corretivos 57 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Quadro 7: Formulário para execução da APR. Fonte: Adaptado de Cardela, 1999. Série de Riscos (SR) ou Análise por Árvore de Eventos (AAE) De aplicação bastante simples, esta técnica se presta muito bem à investigação e à análise de acidentes. A seguir apresentamos um resumo de suas principais características: 58 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Quadro 8: Tabela resumo Série de Riscos Fonte: Autor, 2019. Algumas etapas para o traçado da árvore de eventos são impor- tantes. Primeiro deve-se escolher ou definir o evento inicial, que pode con- duzir ao acidente; definir as ações que podem amortecer o efeito do even- to; fazer uma combinação dos diferentes tipos de sequências que podem surgir e, por fim, uma vez que a árvore estiver construída, deve-se calcular a probabilidade a cada ramo do sistema que conduz a alguma falha. Tipos de Riscos • Inicial – É o risco originário, que se encontra no começo da série. • Principal - Que pode causar morte, lesão e degradação da capacidade funcional aos trabalhadores, danos a equipamento, veículo, estruturas, material etc. • Contribuinte – Todos os outros riscos que compõem a série. Elaboração da Série de Riscos Na elaboração da série de riscos, é apresentado o passo a passo, a partir do risco ou riscos iniciais (pode haver mais de um), de 59 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S todos os riscos capazes de contribuir na série, o que irá resultar, final- mente, no risco principal e possíveis danos. O inter-relacionamento dos riscos na série é feito de sequências simples, pelo uso de comportas lógicas “E” ou “OU”. Uma vez obtida a sé- rie, cada risco é analisado em termos das inibições que podem ser aplica- das a cada passo, desde o risco inicial até a inibição dos danos (efeitos). Os fluxogramas podem ser utilizados para ilustrar com maior clareza a sequência lógica de encadeamentos dos eventos, como pode- -se notar na figura abaixo relativa à série de riscos de uma atividade do ramo da construção civil. Para contextualizar, caso não esteja familia- rizado com os termos, a betoneira é um misturador de materiais, como o concreto e a padiola é um recipiente que serve para transporte dos materiais, como a areia. Observe o fluxograma abaixo: Figura 13: Operação de betoneira em central de argamassa e concreto Fonte: Autor, 2019. Análise de Modos de Falhas e Efeitos – AMFE É uma análise detalhada, podendo ser qualitativa ou quantitati- va. A AMFE serve para detectar os modos e os efeitos provocados pelas falhas dos componentes de um sistema, processo ou produto, minimi- zando ou evitando falhas antes que as mesmas ocorram, aumentando 60 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S a confiabilidade do sistema. Como abordado nas técnicas anteriores, a AMFE também deve ser registrada em uma planilha própria. A planilha da AMFE pode ser vista ao final do capítulo.Além disso, pressupõem-se que haja um bom conhecimento acerca do serviço, sistema, processo ou produto que está sendo analisado para garantir o sucesso da aplicação da técnica. Objetivos da AMFE Antecipação de falhas prováveis de ocorrer em projetos, produ- tos ou processos, de modo a atuar de maneira prévia e inibir a ocorrência das falhas. Para tanto, segundo Figueiredo (2009), faz-se necessário: 1) Realizar uma revisão sistemática das falhas de um compo- nente para garantir danos mínimos ao sistema; 2) Determinar os efeitos que tais falhas terão em outros com- ponentes do sistema; 3) Inferir quais os componentes cujas falhas teriam efeito críti- co na operação do sistema; 4) Calcular a probabilidade das falhas; 5) Simular como podem ser reduzidas as falhas. Aplicações da AMFE A AMFE possui diversas aplicações. Cabe destaque à aplica- ção da AMFE como suporte ao processo de gerenciamento de riscos em serviços hospitalares, além da sua aplicação na análise de falhas de sistemas agroindustriais (GARRAFA; ROSA, 2009). Método da AMFE O procedimento a ser realizado à elaboração de uma AMFE, sugerido por Helman (1995) citado por Saxer (2015), segue as seguin- tes etapas: definição da equipe de execução; definição dos itens do sistema a serem considerados; preparação e aquisição de informações de dados; análise preliminar dos itens considerados; identificação dos modos de falhas e seus efeitos; identificação das causas das falhas; levantamento dos controles atuais de detecção de falhas; determinação dos itens de criticidade; análise de recomendações; revisão dos pro- cedimentos; preenchimento do formulário da AMFE; reflexão sobre o processo. (HELMAN, 1995 apud SAXER, 2015). 61 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Na década 1950, a NASA utilizou variações dessa ferra- menta desenvolvida pelos militares e a Ford Motors Company utili- zou a FMEA (ou em português AMFE – Análise de Modos de Falhas e Efeitos), para cumprir as normatizações de segurança para veí- culos. Hoje existem inúmeras indústrias nacionais e estrangeiras, dos mais diversificados setores, utilizando essa ferramenta para incrementar seu nível de qualidade. Assista ao vídeo disponibiliza- do a seguir, que apresenta um exemplo de falha de software que le- vou um foguete francês a ser destruído logo após seu lançamento. A falha em questão foi no software controlador e foi detectada por meio da aplicação do FMEA. Veja o vídeo para saber mais: https://www.youtube.com/watch?v=3qE3bNNf-cM 62 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Quadro 9 – Análise dos Modos de Falha e Efeitos Fonte: Autor, 2019. Adaptado de Cardella, 1999. 63 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S HAZOP – Estudos de Identificação de Perigos e Operabilidade Conceito Essa técnica, Hazop (Hazard and Operability Studies), é uma téc- nica de análise qualitativa e consiste em detectar desvios anormais do pro- cesso, ou seja, visa identificar perigos para prevenir situações indesejáveis. Cardella (1999), afirma que o objeto do Hazop são os sistemas e o foco são os desvios das variáveis de processo. Segundo LAWLEY (1974) os principais objetivos do Hazop são identificar todos os desvios operacionais e seus perigos associados. Conforme Cardella (1999) p.135, as variáveis de um processo são, entre outras: vazão, pressão, temperatura, viscosidade, compo- sição e componentes. O desvio é o contraste entre uma variável num certo intervalo de tempo e o valor normal, como por exemplo, maior vazão e menor pressão. Faz-se necessário mensurar e controlar essa variação de maneira a evitar um comportamento anômalo, o que acarre- taria situações indesejáveis, como em tubulações que se rompem pela pressão anormal surgida em seu interior. Método do Hazop O método do Hazop utiliza-se de “palavras-guia”, que servem como base para perguntas sobre os desvios comuns, que podem apa- recer durante a fase de produção. Cardella resume as palavras em seis, são elas: NENHUM, REVERSO, MAIS, MENOS, COMPONENTES A MAIS, MUDANÇA NA COMPOSIÇÃO E OUTRA CONDIÇÃO OPERA- CIONAL. Tais palavras estimulam a criatividade e o senso crítico das pessoas, além de contribuir para o não esquecimento de tarefas rotinei- ras e ações preventivas. A aplicação do Hazop é bastante ampla, podendo ser emprega- do em processos contínuos ou descontínuos. No caso de processos con- tínuos faz-se necessário o uso de fluxogramas. Já no caso de processos descontínuos, a descrição do procedimento é o principal requisito. A equipe que integra o Hazop não deve ser muito grande, para não prejudicar a produtividade, portanto, aconselha-se que o número de integrantes não seja maior do que sete. Abaixo segue o procedimento da técnica, de acordo com o tipo de processo (RUPPENTHAL, 2013). 64 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Exemplo de Aplicação do Hazop – Processo Descontínuo Nesse tópico veremos um exemplo, retirado de Cardella (1999), de forma bastante didática para entendermos a aplicação do Hazop. Na manhã de sábado, 10 de setembro de 1976, ocorreu uma explosão numa indústria de triclorofeno, em Seveso, Itália. Uma decom- posição exotérmica provocou a ruptura do reator e a emissão de gás tóxico para a atmosfera. A elevada temperatura do reator favorecera o aumento de TCDD (2,3,7,8-tetraclorodibenzo-p-dioxina) que é uma das mais venenosas substâncias conhecidas e o acidente ficou marcado como um dos mais graves ocorridos em todo o mundo. No quadro abaixo, pode-se verificar a análise de dois passos do procedimento utilizado no sistema de reação, bem como as falhas que levaram ao acidente e como a aplicação do Hazop poderia ter sido utilizada para identificar os perigos. Quadro 10: Exemplo de Aplicação do Hazop Fonte: Cardella, 1999, p.139. Análise por Árvore de Falhas (AAF) A AAF são técnicas qualitativa e quantitativa de identificação de perigos e análise de riscos, que se inicia por um evento topo. O evento topo é escolhido para estudo e, a partir dele são estabelecidas combinações de falhas e condições que poderiam causar a ocorrência desse evento. Método da AAF Cardella (1999) elenca alguns passos do método de aplicação da AAF, como descrito abaixo: 65 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S 1 - Seleção do evento topo (perigo) identificado por qualquer das técnicas de identificação de perigos aqui estudadas. 2 - Esquematizar os níveis subsequentes ou ramos, identifican- do falhas (quaisquer) que podem causar a ocorrência do evento topo. 3 - Possibilidade de estimar a frequência de ocorrência do evento topo a partir de dados de frequência e probabilidade de eventos básicos (cuja frequência geralmente é encontrada em banco de dados ou registros). Figura 14: Árvore de Falhas. Evento topo: superaquecimento de um motor elétrico Fonte: Adaptado de Cardella 1999, p. 148. TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO DE RISCOS Análise de Causa e Consequências (ACC) Essa técnica de avaliação de riscos requer a construção de um diagrama de consequências, que se inicia por um evento inicial. A partir 66 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S deste, os demais eventos surgem através da elaboração de algumas perguntas, como demonstrado abaixo (RUPPENTHAL, 2013). Através da ACC é possível avaliar as consequências pelas formas qualitativa e quantitativa dos eventos catastróficos de maior repercussão, além de verificar a vulnerabilidade do meio ambiente, da comunidade e de terceiros. Escolhe-se um evento crítico, partindo-se para um lado, com as consequências, e para outro, determinando as causas. Existem diversas formas de se representar o diagrama de ACC, porém, o mais conhecido é o diagrama de Ishikawa, conforme mostrado abaixo (RUPPENTHAL, 2013). Figura 15 – Diagrama de Ishikawa Fonte: RUPPENTHAL, 2013 O Método dos Cinco “Porquês”– 5 W É considerada uma abordagem científica utilizada no sistema Toyota de produção, a fim de alcançar a verdadeira causa raiz do pro- blema (que geralmente mostra-se escondida através de sintomas ób- vios). É uma ferramenta bem simples que consiste em formular pergun- tas “Por quê” cinco vezes consecutivas. Para aplicar o método, Weiss (2011) descreve de forma simpli- ficada os 5 principais passos, são eles: 1. Inicie a análise com a afirmação da situação que se deseja entender – ou seja, deve-se iniciar com o problema; 2. Pergunte por que a afirmação anterior é verdadeira. 3. Para a razão descrita que explica por quê a afirmação ante- rior é verdadeira, pergunte por quê novamente; 4. Continue perguntando por quê até que não se possa mais perguntar mais por quês; 5. Ao cessar as respostas dos por quês significa que a causa raiz foi identificada. 67 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO 1 Ano: 2013 Banca: CESGRANRIO Órgão: BR Distribuidora Prova: Técnico de Segurança Júnior Nível: Técnico. Uma determinada técnica é utilizada para identificação de perigos e foi projetada para estudar possíveis desvios (anomalias) de pro- jeto ou na operação de uma instalação. Nessa técnica, o líder da equipe orienta o grupo através de um conjunto de palavras-guias que focalizam os desvios dos parâmetros estabelecidos para o processo ou operação em análise. Tal técnica é denominada a) APP b) APR c) AAF d) HAZOP e) WHAT-IF QUESTÃO 2 Ano: 2011 Banca: CESGRANRIO Órgão: Petrobrás Prova: Técnico de Segurança Nível: Técnico. A técnica que consiste no estudo realizado durante a fase de con- cepção ou desenvolvimento prematuro de um novo sistema, com a finalidade de determinar os riscos que poderão estar presentes na fase operacional, é a a) Análise de Operabilidade e Perigos b) Análise Preliminar de Risco c) Análise Comparativa d) Análise Histórica e) What-IF QUESTÃO 3 Ano: 2014 Banca: CESGRANRIO Órgão: LIQUIGÁS Prova: Enge- nheiro Júnior- Segurança do Trabalho Nível: Superior. Há uma técnica que consiste em três passos principais. O primeiro é a identificação dos desvios operacionais que podem ocorrer por mau funcionamento dos equipamentos, dos dispositivos de con- trole e das ações equivocadas dos operadores. O segundo é a in- vestigação sistemática das possíveis causas e das consequências esperadas. O terceiro é a proposição de salvaguardas para reduzir, em níveis satisfatórios, a probabilidade de ocorrência dos desvios, ou para mitigar suas consequências adversas. 68 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S A técnica descrita é a(o) a) APR b) ARP c) HAZOP d) Check-list e) Brainstorming QUESTÃO 4 Ano: 2016 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: EBSERH Prova: Enge- nheiro de Segurança do Trabalho Nível: Superior. Em um hospital, pretende-se aplicar a Análise Preliminar de Riscos (APR) em um novo sistema. Você foi consultado sobre as possí- veis aplicações da APR e pôde afirmar corretamente que a) A APR deverá ser aplicada após a fase de concepção do novo sistema. Ppara a aplicação da APR será necessária encontrar um sistema igual ao novo sistema proposto. b) Para a aplicação da APR não será necessário encontrar um sistema igual ao novo sistema proposto e o resultado da APR será uma análise detalhada e específica. c) É preciso conhecer os detalhes finais do projeto do novo sistema, para a aplicação da APR. d) A APR é normalmente uma revisão superficial de problemas gerais de segurança. QUESTÃO 5 Ano: 2015 Banca: CESGRANRIO Órgão: PETROBRÁS Prova: En- genheiro de Segurança do Trabalho Nível: Superior. As ferramentas de análise e de avaliação de risco podem, em geral, ser selecionadas, combinando os pontos fortes e fracos de cada regime com o cenário a ser analisado. A ferramenta de estudos de risco que deve ser utilizada para se avaliarem mecanismos e mo- dos de falha em equipamentos e sistemas é a(o) a) APP b) APR c) FMEA d) Hazop e) bow-tie QUESTÃO 6 Ano: 2018 Banca: FEPESE Órgão: CELESC Prova: Engenheiro de Segurança do Trabalho Nível: Superior. Assinale a alternativa correta em relação às técnicas de análise de 69 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S riscos a) A Análise Preliminar de Risco (APR) é uma técnica pouco utilizada atualmente, devido a sua alta complexidade e pelo envolvimento de pro- fissionais de diversas áreas. b) O desenvolvimento e a implementação da APR devem ser realizados após o início da execução prática de uma nova tarefa, aplicada somente nos processos já existentes. c) As técnicas de análise de risco são de fundamental importância para o gerenciamento de risco, no sentido de evitar acidentes ou a repetição deles, como também evitar perdas e danos. d) É responsabilidade do SESMT (Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho) executar o processo de implantação da APR, bem como estabelecer os critérios técnicos que servirão de base para o treinamento das equipes. e) A participação de todos os envolvidos torna-se desnecessária, bas- tando que os líderes das equipes absorvam o conhecimento dos riscos e sua consequente prevenção a ser observada cotidianamente. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE 1 - Com base nos princípios da Análise Preliminar de Riscos (APR) es- tudados neste capítulo, preencha (proponha) o formulário da Análise Preliminar de Riscos, supondo que o objeto de estudo se trata da ma- nutenção de iluminação pública (troca de lâmpada em postes). TREINO INÉDITO A Análise Preliminar de Riscos (APR) consiste no estudo, durante a fase de concepção de um novo sistema, da mensuração dos ris- cos que poderão estar presentes no momento da fase operacional. 70 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Segundo Tavares (1996), os riscos devem ser categorizados con- forme as suas severidades, de modo a permitir uma priorização das ações a serem tomadas. Assinale a alternativa correspondente a ordem relacionada: I. Desprezível II. Marginal / Limítrofe III. Crítica IV. Catastrófica ( ) Não degrada o sistema nem seu funcionamento. Não ameaça os recursos humanos. ( ) Degradação moderada com danos menores. Não causa lesões. É compensável ou controlável. ( ) Degradação crítica com lesões. Dano substancial. Apresenta risco e necessita de ações corretivas imediatas. ( ) Séria degradação do sistema. Perda do sistema, morte e lesões. a) I , II , III , IV b) III ,II, IV, I c) III, IV, I, II d) II, III, IV, I e) I, III, II, IV NA MÍDIA SEGURANÇA NO TRABALHO COM AUXÍLIO DO HAZOP Figura 16:Segurança no Trabalho Fonte: MOBUSS, 2017. 71 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S O Hazop, do inglês Hazardand Operability Study, ou em português “Es- tudo de Perigos e Operabilidade”, é uma maneira sistemática de iden- tificar possíveis perigos em um processo de trabalho, dividindo-o em etapas e considerando as variações nos parâmetros de trabalho para cada, para ver o que pode dar errado. A abordagem meticulosa do Hazop é amplamente utilizada na Indústria da Construção, particularmente onde estão envolvidos os processos mecânicos, elétricos e/ou hidráulicos. Isso inclui estações de bombea- mento, sistemas de drenagem, obras de tratamento de água e esgoto, sistemas de controle ambiental na construção e qualquer tipo de sis- tema de tratamento ou processamento, mas ela pode ser usada igual- mente para outros processos, desde que se perceba sua necessidade Para que você entenda como funciona o Hazop e qual sua influência na segurança no trabalho de uma obra, explicaremos abaixo o que é essa metodologia e como ela pode ser aplicada. Acompanhe: O HAZOP E A SEGURANÇA NO TRABALHO A tarefa de analisar os perigos em um local de trabalho ou sistema pode ser assustadora. No entanto, sem um estudo efetivo, potenciais riscos podem não ser descobertos antes de resultar em feridos e perdas. O custo de um acidente é muitasvezes maior do que o custo da análise que poderia ter evitado que ele acontecesse, comprometendo ainda a o andamento e a qualidade da construção. Leia a matéria na íntegra em: <https://www.mobussconstrucao.com.br/ blog/seguranca-no-trabalho-com-hazop/> Acesso em 20/02/2019. NA PRÁTICA Neste capítulo vimos as principais técnicas de identificação de perigos, avaliação e análise de riscos. E agora iremos falar um pouco da aplicação prática de uma dessas ferramentas, a Análise Preliminar de Riscos (APR). Conforme estudamos a APR consiste no estudo, durante a fase de con- cepção de um novo sistema, da mensuração dos riscos que poderão estar presentes no momento da fase operacional. Antes da execução de determinadas atividades que possam envolver qualquer tipo de risco, é essencial que se elabore uma APR, como no caso do trabalho confina- do em redes de esgoto, galerias de água, tubulações, entre outros. O espaço confinado, de acordo com a NR-33, é definido como qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a defi- ciência ou enriquecimento de oxigênio. Devido a essas características, os riscos associados são grandes, daí a importância de se elaborar uma APR para estudar melhores maneiras de se trabalhar garantindo a se- 72 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S gurança do trabalhador. A APR indicará o tempo limite que o trabalhador poderá permanecer no ambiente confinado, bem como estabelecerá to- dos os procedimentos e equipamentos necessários para a execução do trabalho com segurança. Por último, após todo o estudo do local de trabalho e de suas caracte- rísticas, e antes da execução do plano proposto na APR, deve-se provi- denciar a Permissão de Entrada e Trabalho (PET), que é o documento responsável por assegurar que o ambiente está em condições adequa- das para a segurança e saúde do trabalhador Saiba mais em: https://www.epi-tuiuti.com.br/blog/entenda-importan- cia-de-uma-analise-preliminar-de-riscos-apr-para-espaco-confinado/ Acesso em 20/02/2019. 73 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S NOÇÕES BÁSICAS E PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO DE SEGU- ROS De acordo com Althearn (1981), citado por Azevedo (2008), o seguro pode ser entendido como “um plano ou dispositivo social que combina os riscos de indivíduos de um grupo, utilizando fundos contri- buídos pelos membros desse grupo para pagar pelas perdas”. Souza (2002) também citado por Azevedo (2008) traz uma definição mais abrangente ao definir seguro como “uma operação que toma forma jurídica por meio de um contrato, em que uma das partes (segurador) se obriga com a outra (segurado ou beneficiário), mediante o recebimento de uma importância estipulada (prêmio), a compensá-la (indenização) por um prejuízo (sinistro) resultante de um evento futuro, FINANCIAMENTO DE RISCOS G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S 73 74 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S possível e incerto (risco), indicado no contrato”. Segundo Azevedo (2008), todo contrato de seguro deve ser dotado das seguintes características: • Aleatório: pelo fato de depender de evento futuro e incerto. • Bilateral: há obrigação para as duas partes. A seguradora fica obrigada a indenizar desde que o segurado tenha quitado os prêmios. • Oneroso: ambas as partes possuem ônus e vantagens eco- nômicas. O segurado tem o ônus do prêmio e a vantagem da transfe- rência do risco. O segurador tem a vantagem dos prêmios e o ônus de formação de fundos de reserva para eventuais indenizações. • Solene: há uma formalidade trazida pela apólice • Boa-fé: trata-se do princípio basilar que o norteia. Cabe ao segurado ser honesto (verdadeiro) em suas informações, e à segura- dora também mensurar o risco, de forma honesta, bem como redigir o contrato de maneira clara, de modo que o segurado possa entender perfeitamente os compromissos assumidos. No que diz respeito aos elementos do contrato de seguros, es- tes podem ser diferentes, dependendo do autor e de sua abordagem. Na visão de Clovis Beviláqua, citado por Alvim (1999), são quatro os elementos de contrato de seguro, sendo eles: o segurador, o segurado, o prêmio e o risco. Já na visão de Oliveira (2002) outro elemento que também faz parte é a apólice. Bittencourt (2004) inclui a indenização no lugar da apólice. Portanto, existem algumas diferenças básicas de abor- dagem de um autor para outro. Vamos definir todos esses elementos para maior clareza e conhecimento. Prêmio: É o pagamento realizado pelo segurado ao segurador. É estipulado com base no percentual de risco que se deseja cobrir. Segurado: Pessoa física (PF) ou pessoa jurídica (PJ) que, ten- do interesse segurável, contrata o seguro, em seu benefício pessoal ou de terceiros. Seguradora: É uma instituição que tem o objetivo de indenizar prejuízos involuntários verificados no patrimônio de outrem, ou eventos aleatórios que não trazem necessariamente prejuízos, mediante recebi- mento de prêmios. Risco: É o evento incerto ou de data incerta que independe da vontade das partes contratantes e contra o qual é feito o seguro, poden- do ser entendido como a expectativa de sinistro. Pode ser classificado de duas formas: puro ou especulativo e fundamental ou particular (DE- NENBERG et al., 1974 apud AZEVEDO, 2008). Risco especulativo: Há possibilidade de perdas ou promessa de ganhos. Exemplo: risco ligado a uma mudança no nível de preços; se os preços subirem ocorrem ganhos; caso contrário, temos perdas 75 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S (commodities). Risco puro: Ocorrem ou não perdas, não havendo chance de ganhos. Exemplo: destruição de um armazém por um incêndio. Fundamental: As perdas não são individuais, mas sim coleti- vas. Exemplo: inflação, guerra etc. Particular: As perdas são individuais (particulares). Exemplo: incêndio de uma casa, roubo de um carro etc. Apólice: É um instrumento, através da apólice, o segurado transmite à seguradora a responsabilidade sobre os riscos. Sinistro: É o acontecimento previsto e que como acordado le- galmente, obriga a seguradora a indenizar o segurado. Indenização: É a contraprestação do segurador ao segurado. É o pagamento prometido na ocorrência de um sinistro. O prêmio é o preço do seguro ao segurado. Cabe ao se- gurado pagar ao segurador o valor do prêmio, que é estipulado conforme o percentual de risco a ser coberto. Os seguros também podem ser proporcionais ou não propor- cionais. Os seguros proporcionais são aqueles em que o segurado e a seguradora participam proporcionalmente dos prejuízos advindos de um evento. Toda vez que o valor do seguro for insuficiente (inferior ao valor do risco) o segurado torna-se coparticipante do prejuízo. Uma re- lação de equivalência entre a importância recebida e a segurada é es- tabelecida. (AZEVEDO, 2008). Os seguros de materiais, equipamentos e instalações, geral- mente são do tipo proporcionais. Já os seguros não proporcionais ca- racterizam-se por não apresentar uma relação de equivalência entre a importância segurada e o valor em risco. Não há a aplicação do rateio como no seguro proporcional. A equação para aplicação do princípio do rateio é seguinte, tal que, I = indenização P = prejuízo IS = importância segurada 76 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S VR = valor em risco Exemplo : Considere a seguinte situação hipotética de im- portância segurada de R$ 1,5 milhões. Sinistro com prejuízo de R$ 400.000,00. O seguro é proporcional. Calcule o valor da indenização (I), considerando um valor de risco (VR) de: a) 500 mil b) R$ 1,5 milhões c) R$ 2,0 milhões Quadro 11: Vantagens e desvantagens da adoção de seguros Fonte: RUPPENTHAL, 2013.77 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S ETAPAS DO FINANCIAMENTO DE RISCOS Os riscos que não foram eliminados ou reduzidos nas fases an- teriores de prevenção e controle, podem receber um tratamento diferen- ciado do convencional, através do financiamento. O financiamento de riscos se subdivide em retenção e transferência. Iremos abordar cada uma dessas subdivisões adiante. Figura 17: Etapas de Financiamento do risco Fonte: Autor, 2019. Adaptado de RUPPENTHAL, 2013. Ruppenthal (2003) afirma que, geralmente, somente os riscos com baixa frequência e alta gravidade devem ser transferidos, e os de- mais devem ser retidos. Figura 18: Matriz de risco 78 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Fonte: RUPPENTHAL, 2013. Retenção de Riscos De Cicco & Fantazzini (1985) afirmam que a retenção de riscos pode ser entendida como um plano financeiro, elaborado pela própria empresa, para enfrentar possíveis perdas acidentais. As formas de re- tenção de riscos podem ser separadas em autoadoção (intencional e não-intencional) e autosseguro (parcial e total). Autoadoção A autoadoção de riscos não requer que a empresa possua um fundo financeiro de reserva para eventuais perdas, diferentemente do autosseguro. A autoadoção pode ter caráter intencional, quando as perdas são aceitas de maneira voluntária (perdas são suportáveis) e não trazem con- sequências negativas no que tange aos aspectos econômicos e financeiros da empresa, ou não intencional, quando não há planejamento à chegada das perdas (perdas inesperadas), o que pode resultar em consequências desastrosas, no que tange aos aspectos econômico/financeiros. A autoadoção intencional de riscos é representada pelas per- das suportáveis, isto é, provenientes de pequenos furtos, perdas resul- tantes de uso e desgaste natural de prédio, máquinas e equipamentos e perdas decorrentes de maus pagadores até um certo limite. Por outro lado, a autoadoção não intencional acarreta a acei- tação de perdas inesperadas, pois, não foram planejadas previamente, consequência da má gestão, ignorância e negligência dos riscos, por parte da alta direção da empresa. Como não há uma receptividade das perdas (financeiramente falando) esse tipo de autoadoção pode até le- var uma empresa à falência. Autosseguro Para melhor entendimento do autosseguro, é importante co- nhecer a definição de seguro já exposta aqui. O autosseguro, a segunda forma de retenção de riscos, por sua vez, envolve um planejamento formal, com fundos de reserva que sejam dedicados à eventuais perdas. No autosseguro, a aceitação dos riscos pode ser de forma parcial ou total. No caso do autosseguro par- 79 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S cial, uma parcela do risco é assumida pela empresa e a outra parcela é transferida a terceiros. No autosseguro total, a empresa arca com os riscos de maneira integral. Segundo De Cicco & Fantazzini (2003), citado por Ruppenthal (2013), as razões principais que podem levar uma empresa a adotar o autosseguro, são: • Pela redução de despesas na transferência de riscos através de seguros. • Como forma de reduzir os custos em autosseguro e em segu- ro, investem no incentivo às ações de prevenção e controle de perdas. • Soluções mais práticas e rápidas que venham a ocorrer sem a necessidade de perícia. • Atuação em riscos não segurados pelo mercado. Existem alguns aspectos e requisitos básicos que uma organi- zação deve possuir antes de optar pela adoção a um autosseguro. • Os riscos a serem cobertos devem ser agrupados de forma homogênea que permita estabelecer valores médios. Os bens protegidos devem estar afastados de forma a não permitir a destruição simultânea. • A situação financeira da empresa deve permitir a criação des- ses fundos de seguro sem comprometer a operacionalidade. • A adoção do autosseguro deve estar atrelada a um esforço na implementação e na manutenção de uma política de gerenciamento de risco, além de estudos estatísticos e adoção de medidas concretas de segurança e prevenção. • Retenção do risco significa “correr o risco”. • A retenção inclui ainda os riscos não identificados. • Neste caso, não é necessária a implementação de controles. • Deve ser elaborado um registro dos riscos aceitos, com a justificativa da razão de terem sido aceitos, e a relação dos res- ponsáveis pela aprovação da retenção dos riscos Fonte: BEZERRA, Edson Kowask. Gestão de riscos de TI. NBR 27005. Rio de Janeiro: 2013. Transferência de Riscos Segundo De Cicco & Fantazzini (2003), basicamente a trans- 80 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S ferência de riscos a terceiros pode ocorrer de duas maneiras distintas. São elas: através de contratos, acordos ou outras ações (sem seguro) ou através de seguro. A transferência de riscos de uma organização a terceiros sem seguro, geralmente é feita através de contratos bem definidos, no que diz respeito às responsabilidades, às garantias e às obrigações das par- tes. Esse tipo de transferência é comum em contratos de serviços de construção, montagem, projetos, transportes e outros. No que tange à transferência de riscos por seguro, ela se dá de modo parecido com o autosseguro, sendo que a diferença é que no autosseguro há a retenção dos riscos pela própria empresa. A empre- sa se prepara (através da criação de fundos de reserva) para receber eventuais perdas. Já na transferência, como o próprio nome revela, há um repasse dos riscos à instituições terceiras (que são preparadas fi- nanceiramente para receber os riscos). De Cicco & Fantazzini (2003) ainda revelam que o seguro é de longe o método mais comum para transferência dos riscos puros (estuda- dos no capítulo 2) e, ocasionalmente, até mesmo dos riscos especulativos. SEGURO OU AUTOSSEGURO? Ao gerente de riscos de uma organização, na fase de trata- mento dos riscos que não foram reduzidos ou eliminados em etapas anteriores, cabe a difícil missão de decidir por transferir os riscos a ter- ceiros ou adotar o autosseguro, admitindo os riscos em fundos de reser- va da própria empresa. Para auxiliar nessa tomada de decisão, um modelo vem sendo muito utilizado em diversos países, ele é chamado de “Modelo de Hous- ton”, proposto pelo norte-americano David Houston. O modelo de Houston utiliza-se do conceito de perda de opor- tunidade, que resumidamente, representa um possível ganho financeiro não obtido devido à decisão de não participar de um determinado negó- cio. Considerando a seguinte situação hipotética: uma certa quantia em dinheiro é aplicada na poupança (que é considerado um investimento de baixo risco), cujas taxas de juros são baixas, ao invés de ser aplicado na própria empresa, com taxas de retornos maiores, porém, também com maiores riscos (DE CICCO; FANTAZZINI, 2003). O custo de oportunidade do dinheiro (ganho), em termos de ativos líquidos, é representado pela diferença entre o rendimento que seria obtido por investir capital na própria empresa (r) pelo rendimento que poderia ser obtido pelo investimento na poupança (i). 81 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S O modelo de Houston é justamente uma aplicação desse con- ceito e objetiva auxiliar na tomada de decisão sobre a melhor destina- ção dos riscos excedentes. Supondo que um gerente de risco deva decidir entre a adoção de autosseguro e a aquisição de seguro para um período de um ano em re- lação a certo risco. Se optar pelo autosseguro necessitará de um fundo de reserva (F) no valor de R$ 800.000,00. Se por outro lado, optar por adquirir um seguro, o valor do fundo será aplicado na própria empresa. O prêmio do seguro (P) é de R$ 8.000,00 (*) . (DE CICCO; FANTAZZINI, 2003). Considere ainda que se o fundo for aplicado na empresa, resul- tará em um rendimento de 30% (r) , e se for aplicado de forma externa (no mercado financeiro) o rendimento seráde 15%(i).Vamos analisar as duas hipóteses: 1) Se o gerente de riscos optar por comprar o seguro, a posi- ção financeira da empresa ao final do ano (PFs), será: em que, VL = Valor líquido no início do ano 2) Se o gerente optar pelo autosseguro, a posição financeira da empresa ao final do ano , será: em que, a parcela P/2 representa a perda média esperada no período, assumindo que a empresa poderá perder, a longo prazo, metade do prêmio do seguro. A diferença entre e é o valor econômico do seguro (V). Logicamente, se V > 0,ou seja , a posição financeira da empresa ao final de um ano será maior caso o gerente opte pela compra do seguro. Caso contrário, V < 0, a melhor escolha será pelo autosseguro. Para o exemplo proposto, ao subtrairmos a equação (1) pela equação (2) teríamos o seguinte valor econômico: 82 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S O valor encontrado é maior do que zero e, portanto, o gerente de riscos poderá optar pela compra do seguro, no valor de R$8.000,00 e, caso julgue interessante, poderá investir o fundo de R$800.000,00 no próprio negócio da empresa. DEFINIÇÃO DE NÍVEIS DE FRANQUIA Primeiramente, a franquia, basicamente, corresponde ao valor que o contratante (segurado) deve arcar, caso ele se envolva em um algum sinistro e tenha que acionar a seguradora. Isso significa que a em- presa corre um determinado risco até o limite da franquia estabelecida. É o valor correspondente ao fundo de reserva implementado na empresa. Para determinar o valor da franquia, a empresa deve fazer uso de dois métodos, o “Modelo de Houston” e a “Regra do Menor Custo”. Considerando os dados de rendimentos do exemplo anterior e supondo que a empresa decidiu autossegurar os primeiros R$30.000,00 e, por isso, o prêmio foi reduzido para R$2.000,00, a opção do seguro ainda será a mais vantajosa para a empresa? (DE CICCO; FANTAZZINI, 2003) Sabe-se que r =0,30; i = 0,15; F = 30.000 e P =2.000 Tendo em vista que o valor de V (valor econômico do seguro) ainda é positivo, significa que ainda é vantajoso manter a compra do seguro nessa nova situação. Com base nesse modelo (Modelo de Houston), caso o gerente de riscos queira saber o valor da franquia mínima a ser adotada, basta que ele coloque V=0 na equação 3 acima e isole a variável “F” (fundo de reserva) achando um valor que corresponde à franquia mínima acei- tável. Veja: 83 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S Conclui-se, nessa situação hipotética, que a opção pela com- pra do seguro é viável, mesmo se a franquia for reduzida a esse valor mínimo de R$ 8.667,00. A “Regra do Menor Custo” é um outro método utilizado para defi- nir o valor da franquia de um seguro. Baseia-se na ideia de que o custo do risco esperado equivale ao prêmio do seguro somado a perda assumida pelo segurado em função da franquia vigente. Subentende-se que o valor correspondente à franquia só será devido ao segurado em caso de perdas. A equação que representa essa definição pode ser escrita dessa forma: Onde P = valor do prêmio q= frequência esperada dos eventos que ocorram ao longo de um ano F = valor da franquia 84 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO 1 Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRT 14a Região Prova: Técnico Ju- diciário-Tecnologia da Informação. Nível: Superior. A etapa de análise de riscos, no processo de Gestão de Riscos, pode ser realizada de forma quantitativa ou qualitativa. Após a ca- tegorização dos riscos, deve-se decidir pelo tratamento e recursos a alocar. Uma das opções disponíveis para tratamento do risco é a) eliminar o sistema que gerou o risco, visando reduzir o risco. b) atuar sobre os ativos que sofrem as consequências do risco, visando eliminar o risco. c) escolher apenas uma alternativa que seja economicamente viável, já que é impossível reter o risco. d) utilizar sempre medidas de caráter contingencial ou mitigatório, evi- tando-se as medidas preventivas. e) transferir o risco, por meio de seguros, cooperação ou outra ação adequada. QUESTÃO 2 Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: TCE-SE Prova: Analista de Tecnolo- gia da Informação-Segurança da Informação. Nível: Superior. Em uma dada situação de risco para um incidente de segurança, determinada organização decidiu não adotar controles, preferindo fazer um seguro para cobrir eventuais prejuízos no caso de ocor- rência do incidente. Nesse exemplo foi adotado o tratamento de: a) mitigar o risco; b) transferir o risco; c) evitar o risco; d) aceitar o risco; e) ocultar o risco. QUESTÃO 3 Ano: 2010 Banca: ESAF Órgão: SUSEP Prova: Analista Técnico- -Controle e Fiscalização. Nível: Superior. Considerando o texto abaixo, indique a opção correta e que o com- plementa. Entre as figuras de Gerenciamento do Risco, sob o prisma do clien- te (futuro segurado), a transferência do risco denomina-se: a) seguro; b) retrocessão; 85 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S c) cosseguro (ou co-seguro); d) resseguro; e) auto-seguro; QUESTÃO 4 Ano: 2013 Banca: IADES Órgão: SUDAM Prova: Analista em Tec- nologia da Informação Nível: Superior. Se uma organização aceita conscientemente o risco, sem a preo- cupação de implementar controles adicionais, ela está praticando, de acordo com a norma ABNT NBR ISO/IEC 27005, a seguinte op- ção de tratamento do risco: a) redução do risco; b) retenção do risco; c) suspensão do risco; d) transferência do risco; e) comunicação do risco; QUESTÃO 5 Ano: 2018 Banca: FADESP Órgão: BANPARÁ Prova: TÉCNICO BANCÁRIO Nível: Médio. Em relação aos elementos que fazem parte de um contrato de se- guro, pode-se afirmar que: a) A franquia é a importância que o segurado recebe em caso de sinistro. b) A indenização refere-se à prestação paga pelo segurado. c) O sinistro é o valor do prejuízo que fica a cargo do segurado. d) A indenização refere-se à importância que o segurado recebe em caso de sinistro. e) O prêmio refere-se à importância que o segurado recebe em caso de sinistro. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE Os riscos que não foram eliminados ou reduzidos nas fases anteriores de prevenção e controle, podem receber um tratamento diferenciado do convencional, através do financiamento. O financiamento de riscos se subdivide em retenção e transferência. Explique a diferença entre a retenção e a transferência de riscos. TREINO INÉDITO 1 - No âmbito da gestão de riscos, a transferência de riscos a ter- ceiros pode ocorrer, basicamente, de duas maneiras distintas. As- sinale a alternativa que corresponde a uma dessas maneiras. a) resseguro 86 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S b) retrocessão c) autosseguro d) auto-adoção e) seguro 2 - À luz da gestão e do financiamento de riscos, assinale a alter- nativa correta: a) Seguro e autosseguro possuem o mesmo significado. b) A única maneira de se financiar um risco é transferi-lo a terceiros. c) A empresa que compra um seguro concorda em transferir seus riscos a terceiros. Já no autosseguro, não há repasse há terceiros e a empresa decide pela retenção dos riscos ela mesma. d) São três as formas de financiamento de riscos, são elas: retenção, transferência e aniquilação. e) O seguro é sempre a melhor escolha se comparado ao autosseguro. NA MÍDIA A SEGURADORA E SEUS RISCOS A franquia e a participação obrigatória são ferramentas da seguradora para baixar o valor do prêmio para o segurado. Uma seguradora é a gestora de um grande fundo com o qual ela paga os sinistros cobertos de seus segurados. O princípio que norteia e embasa a operação é o mutualismo, ou a constituição de um fundo composto pelas contribuições proporcionais ao risco individual por cada um dos segurados. Assim, quem tem um risco maior, para equilibrar o fundo, paga mais, da mesma forma que os riscos menores pagam menos. Importante lembrar que o risco se mede de duas formas: a primeira,mais simples, o valor do bem segurado e, a segunda, mais complexa de ser quantificada, pelo impacto que o risco pode ter sobre o mútuo, não só pelo valor da indenização, mas pela frequência de sinistros. As seguradoras trabalham sempre em cima de uma regra da qual elas se valem para precificar seus seguros. Quanto menor o valor do sinistro, maior sua frequência e vice-versa. Ou seja, é muito mais difícil aconte- cer um sinistro de grandes proporções do que dez sinistros pequenos. Os eventos pequenos podem atingir frequências alarmantes e, se fos- sem sempre cobertos pelo seguro, o custo de sua regulação poderia custar mais caro do que o valor das indenizações. Leia a matéria na íntegra através do link: https://economia.estadao.com.br/blogs/antonio-penteado-mendonca/a- -seguradora-e-seus-riscos/ Data da matéria: 11/08/2018 87 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S NA PRÁTICA É importante frisar que, a maneira pela qual uma empresa gerencia seus riscos, pode determinar o seu sucesso ou o seu fracasso no mer- cado de trabalho. Tendo em vista a competitividade instaurada nas mais diversas áreas do mercado de trabalho, se faz necessário que as em- presas administrem corretamente os riscos envolvidos em sua área de atuação. Isso inclui o tratamento dos riscos que não foram sanados nas fases de análise e prevenção. Como estudamos, o financiamento de riscos envolve duas vertentes, a retenção de riscos e a transferência de riscos. A retenção, como o próprio nome diz, significa que a empresa irá acei- tar, admitir, acatar os riscos ela própria, através da criação de um fundo próprio para eventuais perdas que venham a ocorrer. A retenção é a resolução dos problemas de forma interna, sem transferi-los a terceiros, quer seja de forma consciente ou mesmo não consciente. As formas de retenção de riscos podem ser separadas em autoadoção (intencional e não intencional) e autosseguro (parcial e total). Na outra ponta está a transferência de riscos, que como o nome indica é o repasse, a entrega dos riscos às instituições terceiras. A empresa então opta por ceder, transferir o seu problema (risco) a outra pessoa (jurídica) que cobrará um valor para isso, chamado de prêmio. A trans- ferência pode se dar de duas formas. São elas: através de contratos, acordos ou outras ações (sem seguro) ou através de seguro. Quando a transferência de riscos não envolver seguro, ela deve ser feita através de contratos bem definidos, no que diz respeito as respon- sabilidades, garantias e obrigações das partes. Cabe ao gerente de riscos, que futuramente pode ser você, juntamente com sua equipe de colaboradores, definir o melhor caminho para a des- tinação dos riscos excedentes, de modo que não haja prejuízos finan- ceiros para a empresa. Nesse sentido, é importante que se observe os princípios do custo da oportunidade de dinheiro, ou seja, que se faça a escolha que seja mais interessante para a saúde financeira da empresa. 88 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S GABARITOS CAPÍTULO 01 QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO DE RESPOSTA O perigo é a fonte ou situação com potencial para o dano em termos de lesões ou ferimentos para o corpo humano, ou danos à saúde, ao patrimônio, ao ambiente do local de trabalho. Já o risco é a exposição ao perigo, é a medida das probabilidades e consequências de todos os perigos de uma atividade ou condição. Pode ainda ser definido como a possibilidade de dano, prejuízo ou perda. Existem muitos exemplos de perigo e risco no ambiente de trabalho, e citarei dois exemplos aqui para servir de modelo. Fique à vontade para propor novos exemplos. Exemplo 1): Um bom exemplo da relação perigo x risco é o de uma fiação energizada, porém, desencapada no canteiro de obras. Ela re- presenta um perigo para os trabalhadores do canteiro, e representa um risco de alguém se aproximar e, de alguma forma, entrar em contato com a fiação, tomando choque elétrico. Exemplo 2): Outro exemplo pode ser observado quando da lavagem de um ambiente, uma sala numa empresa, por exemplo. O piso escorrega- dio representa um perigo. Já o risco é o de alguém se aproximar e sofrer uma queda, um acidente. TREINO INÉDITO Gabarito 1: E Gabarito 2: B 89 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S CAPÍTULO 02 QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO DE RESPOSTA Os riscos empresariais são divididos em duas modalidades: Puros (es- táticos) e Especulativos (dinâmicos). Os riscos especulativos se divi- dem em riscos políticos, administrativos, e de inovação. Percebe-se que os riscos administrativos estão conectados aos riscos de mercado, financeiro e de produção, isso quer dizer que ele pode se diferenciado nestas três modalidades que falaremos mais adiante. Já os riscos puros, segundo Ruppenthal (2013), sempre resultarão em perdas, sendo classificados em riscos às propriedades, de responsabi- lidade e riscos às pessoas e materiais. Os riscos à propriedade fazem parte das perdas advindas de incêndios, explosões, vandalismo, roubo, acidentes naturais, sabotagem e danos a equipamentos e bens em geral. Já os riscos que se referem à pessoa, estão relacionados a doenças ou acidentes de trabalho, que comprometem a vida e a saúde do trabalha- dor, podendo até a levar à incapacidade temporária, invalidez ou morte de colaboradores. Por último, mas não menos relevante, os riscos por responsabilidade, têm a ver com as perdas causadas pelo pagamento de indenizações a tercei- ros, pela falta de qualidade e segurança prestada ao cliente/fornecedor do serviço contratado ou até mesmo por responsabilidade ambiental. TREINO INÉDITO Gabarito: E 90 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S CAPÍTULO 03 QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO DE RESPOSTA TREINO INÉDITO Gabarito: A 91 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S CAPÍTULO 04 QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO DE RESPOSTA A retenção nada mais é do que a aceitação do risco pela própria empresa. A empresa admite “correr riscos”. Pode ser entendida como um plano fi- nanceiro elaborado pela própria empresa para enfrentar possíveis perdas acidentais. As formas de retenção de riscos podem ser separadas em autoadoção (intencional e não intencional) e autosseguro (parcial e total). Por outro lado, a transferência de riscos nada mais é do que o repasse dos riscos à instituições terceiras, e ela pode ocorrer de duas maneiras. Através de contratos, acordos ou outras ações (sem seguro) ou através de seguro. TREINO INÉDITO Gabarito 1: E Gabarito 2: C 92 G E R Ê N C IA D E R IS C O S - G R U P O P R O M IN A S ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14280:2001 Cadastro de acidente do trabalho. Rio de Janeiro. 2001. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ISO/IEC GUIA 73. Gestão de Riscos- Vocabulário- Recomendações para uso em nor- mas. Rio de Janeiro,2005. AZEVEDO, Gustavo H.W. de. Seguros, Matemática Atuarial e Financei- ra. São Paulo: Saraiva,2008 ABNT. 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