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Professora: Natália Salamoni DISPOSIÇÕES GERAIS AÇÕES VERTICAIS E HORIZONTAIS RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO RESISTÊNCIA À FLEXÃO o As tensões de cisalhamento causadas por forças cortantes ocorrem nas vigas, vergas, paredes de sistemas de contraventamento, de muros de arrimo e de reservatórios, etc; o As tensões de cisalhamento em paredes de alvenaria seguem o critério de resistência de Coulomb, existindo uma parcela inicial da resistência devida à aderência que é aumentada em função do nível de pré-compressão; o O valor da parcela de resistência ao cisalhamento da alvenaria depende do traço de argamassa utilizada, que influencia a aderência inicial (τ0 ) e o nível de pré-compressão (μ.σ), com coeficiente de atrito μ = 0,5. τ = τ0 + μ . σ = τ0 + 0,5 . σ o Segundo a norma ABNT NBR 16868-1:2020, o valor característico da resistência ao cisalhamento em juntas horizontais de paredes (fvk) é indicado em função da faixa de resistência da argamassa: o Os valores são válidos para assentamento com juntas verticais preenchidas durante o assentamento e apenas para argamassas tradicionais de cimento, cal e areia, sem aditivos ou adições. No caso de argamassa industrializada, com uso de aditivo, recomenda-se realizar ensaio de caracterização da alvenaria para se obter a resistência ao cisalhamento. Resistência média de compressão da argamassa 1,5 a 3,4 MPa 3,5 a 7,0 MPa Acima de 7,0 MPa fvk 0,10 + 0,5 . σ ≤ 1,0 0,15 + 0,5 . σ ≤ 1,4 0,35 + 0,5 . σ ≤ 1,7 σ é a tensão normal, considerando apenas 90% das cargas permanentes em valor característico (Gk) 𝜎 = 0,9 ∗ ൗ𝐺𝑘 𝑏 b = espessura da parede ‘’ o A tensão de cisalhamento é então calculada: Sendo, • τvd = tensão de cisalhamento de cálculo; • Vd = força cortante de cálculo (Vk . 𝛾f); • b = largura do bloco; • d = comprimento da parede (força horizontal) ou altura útil bloco (força vertical); • fvk= resistência ao cisalhamento em juntas horizontais de paredes; • 𝛾m = Coeficiente de ponderação. o Se a alvenaria for de seção T, I ou outra forma com flange, apenas a área da alma deve ser considerada; τvd = Vd b . d ≤ fvk γm Vd = Vk . γf Considerando a utilização de blocos de fbk = 6,0 MPa, espessura (b) de 14 cm e argamassa com resistência à compressão de 5,0 MPa, verificar a força aplicada em relação a resistência característica ao cisalhamento da parede o Aumentar resistência da argamassa; o Aumentar largura do bloco (b); o Aumentar largura da parede ou altura útil da viga (d). Entretanto, é difícil alterar a arquitetura das paredes. τvd = Vk . γf b . d ≤ fvk γm o O vão efetivo (lef) deve ser tomado como a distância livre entre as faces dos apoios (l), acrescida de cada lado do vão do menor valor entre: • (a1) metade da altura da viga; • (a2) distância do eixo do apoio à face do apoio. a1 a2 l a1 o Em vigas, no caso de cargas uniformemente distribuídas, para levar em conta o efeito de arqueamento das tensões de cisalhamento próximas aos apoios, pode-se tomar o valor de Vd à distância igual a d/2 da face de apoio, sendo d a altura útil do elemento. Força cortante Vd para viga biapioada: Vk = f. 𝑙𝑒𝑓 2 Vk = f. 𝑙𝑒𝑓 2 − 𝑓. 𝑥 o No apoio o À distância d/2 da face do apoio l f d 𝑥 = menor valor ent𝑟𝑒 a1𝑒 a2 + ൗ𝑑 2 o Taxa geométrica da armadura (ρ) o No caso de vergas, se houver armadura de flexão perpendicular ao plano de cisalhamento em furo grauteado, tem-se que a resistência característica ao cisalhamento é: ρ = As b. d ≤ 2% Sendo, • As = área da armadura principal de flexão; • b = largura da seção transversal, ou do bloco; • d = altura útil da seção transversal. fvk = 0,35 + 17,5. ρ ≤ 0,7 MPa Observação: aqui ainda não está sendo considerada armadura para cisalhamento. Apenas armadura para combater aos esforços de flexão. Verificar o cisalhamento da verga abaixo considerando blocos de concreto de 14x39x19, com 1 barra de Φ 10 mm (As = 0,79 m²). o Para vigas de alvenaria com duas ou mais fiadas de altura, deve-se incluir a armadura de cisalhamento e respeitar a armadura mínima; o A força cortante (Vd) deve ser limitada à soma de Va + Vs: Sendo, • Asw: área da seção transversal da armadura de cisalhamento; • Va: força cortante absorvida pela alvenaria; • Vd: força cortante de cálculo; • fyd: resistência de cálculo de escoamento da armadura; • d: altura útil; • b: largura; • s: espaçamento da armadura transversal. o ρmín = 0,07% e 0,14% para graute de resistência característica à compressão de 15 MPa e 40 MPa, respectivamente, podendo os valores das taxas serem interpolados para outras resistências de graute. Sendo, • Asw: área da seção transversal da armadura de cisalhamento; • Va: força cortante absorvida pela alvenaria; • Vd: força cortante de cálculo; • fyd: resistência de cálculo de escoamento da armadura; • d: altura útil; • b: largura; • s: espaçamento da armadura transversal. A viga de alvenaria abaixo é formada por 2 fiadas e tem largura de um bloco de 14 cm. Sabendo que o carregamento da viga é de 12 kN/m, calcule os estribos (CA-60). Bloco de concreto de 6,0 MPa, com resistência característica à compressão do prisma cheio (2 furos grauteados) de 7,9 MPa, e graute com 15 MPa. ABNT — ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13281: Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos: requisitos. Rio de Janeiro, 2005. ABNT. NBR 14974-1: Bloco sílico-calcário para alvenaria: parte 1: requisitos, dimensões e métodos de ensaio. Rio de Janeiro, 2003. ABNT. NBR 15270-2: Componentes cerâmicos: parte 2: blocos cerâmicos para alvenaria estrutural: terminologia e requisitos. Rio de Janeiro, 2005. ABNT. NBR 15812-1: Alvenaria estrutural: blocos cerâmicos: parte 1: projetos. Rio de Janeiro, 2010. ABNT. NBR 15961-1: Alvenaria estrutural: blocos de concreto: parte 1: projetos. Rio de Janeiro, 2011. ABNT. NBR 16868-1: Alvenaria Estrutural, Parte 1: Projeto. Rio de Janeiro, 2020. ABNT. NBR 16868-2: Alvenaria Estrutural, Parte 2: Execução e controle de obras. Rio de Janeiro, 2020. ABNT. NBR 16868-3: Alvenaria Estrutural, Parte 3: Métodos de ensaio. Rio de Janeiro, 2020. ABNT. NBR 6136: Bloco vazado de concreto simples para alvenaria estrutural: especificação. Rio de Janeiro, 2014. ASTM — AMERICAN STANDARD TEST METHOD. ASTM C 270: Mortar for unit masonry. Philadelphia: ASTM, 2008. BASTOS, P. S. Alvenaria Estrutural. Bauru: UNESP. 2021. MOHAMAD, G.; MACHADO, D. W., N; JANTSCH, A. C. A. Alvenaria estrutural: construindo o conhecimento. São Paulo: Blucher, 1ª ed., 2017. OLIVEIRA, F. D., et al. Principais patologias em edifícios de alvenaria estrutural. 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