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Processo Civil e a Relação com 
Terceiros
Direito Processual 
Civil
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
ELLEN THAYNNÁ MARA DELGADO BRANDÃO
 MILENA BARBOSA DE MELO
AUTORIA
Ellen Thaynná Mara Delgado Brandão
Eu, Ellen, tenho graduação em Direito pela Unifacisa – Universidade 
de Ciências Sociais Aplicadas e pós-graduanda em Docência do Ensino 
Superior. Atualmente sou professora conteudista e elaboradora de 
cadernos de questões. Como jurista, atuo nas áreas de Direito Penal, 
Direito do Trabalho e Direito do Consumidor.
Milena Barbosa de Melo
Eu, Milena, tenho graduação em Direito pela Universidade Estadual 
da Paraíba (2004). Doutora em Direito Internacional pela Universidade de 
Coimbra. Mestre e Especialista em Direito Comunitário pela Universidade 
de Coimbra. Atualmente, sou professora universitária e conteudista. 
Como jurista, atuo, principalmente, nas seguintes áreas: Direito à 
Saúde, Direito Internacional público e privado, Jurisdição Internacional, 
Direito Empresarial, Direito do Desenvolvimento, Direito da Propriedade 
Intelectual e Direito Digital.
Desse modo, fomos convidadas pela Editora Telesapiens a integrar 
seu elenco de autores independentes. Estamos muito felizes em poder 
ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte conosco!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Litisconsórcio ............................................................................................... 12
Conceito ................................................................................................................................................. 12
Hipóteses de Cabimento .......................................................................................................... 13
Classificação do Litisconsórcio ............................................................................................ 14
Litisconsórcio Ativo, Passivo e Misto ............................................................. 15
Litisconsórcio Inicial ou Ulterior ........................................................................ 15
Litisconsórcio Necessário e Facultativo ..................................................... 16
Litisconsórcio Unitário e Simples .................................................................... 19
Litisconsórcio Necessário Simples ou Unitário .................................... 20
Prazo para os Litisconsortes .................................................................................................. 21
Intervenção de Terceiros .........................................................................22
Conceito ................................................................................................................................................22
Intervenção de Terceiros Voluntária e Provocada .................................................23
Assistência ..........................................................................................................................................24
Assistência Simples ....................................................................................................25
Poderes do Assistente Simples no Processo .......................27
Assistência Litisconsorcial ....................................................................................28
Poderes do Assistente Litisconsorcial ......................................29
Procedimento da Assistência ............................................................................. 30
A Justiça da Decisão .................................................................................................. 31
Denunciação da Lide ................................................................................. 33
Conceito ................................................................................................................................................33
Hipóteses de Cabimento ...........................................................................................................35
Risco de Evicção .......................................................................................................... 36
Direito de Regresso Decorrente de Lei ou Contrato ..........................37
Facultatividade ............................................................................................................ 38
Qualidade Processual do Denunciado ........................................................................... 39
Procedimento da Denunciação da Lide ........................................................................ 40
Quando Requerida pelo Réu .............................................................................. 40
Quando Requerida pelo Autor............................................................................ 41
Chamamento, Amicus Curiae e Desconsideração da Pessoa 
Jurídica ............................................................................................................43
Chamamento ao Processo .......................................................................................................43
Hipóteses de Cabimento ......................................................................................44
Procedimento ............................................................................................................... 46
Amicus Curiae ....................................................................................................................................47
Requisitos para a Intervenção do Amicus Curiae................................ 48
Procedimento ............................................................................................................... 49
Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica ............................. 50
Procedimento ................................................................................................................ 51
9
UNIDADE
03
Direito Processual Civil
10
INTRODUÇÃO
O Direito é um ramo que possui uma extensão de disciplinas, todas 
possuindo fundamental importância. Estudaremos nessa unidade uma 
dessas disciplinas que é o Processo Civil. Entre os variados conteúdos 
que essa disciplina possui, nessa unidade iremos tratar do litisconsórcio e 
da intervenção de terceiro.
Sendo esses dois institutos importantes porque envolvem mais 
pessoas que irão integrar o processo, deste modo, iremos entender o que 
vem a ser a figura do litisconsórcio, sendo ele a possibilidade de haver 
vários autores ou vários réus no processo.
Em seguida estudaremos sobre a intervenção de terceiro, 
estudando todas as suas hipóteses que são: a assistência, a denunciação 
da lide, o chamamento ao processo, o incidentede desconsideração da 
personalidade jurídica e o amicus curiae. Desmembrando e vendo em 
que consiste cada uma delas.
Vamos juntos embarcar nesse conhecimento!
Direito Processual Civil
11
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3 – Processo civil e a relação 
com terceiros. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das 
seguintes competências profissionais até o término dessa etapa de 
estudos:
1. Entender o conceito e a classificação do litisconsórcio.
2. Aplicar o princípio da intervenção de terceiros.
3. Discernir sobre casos de denunciação da lide.
4. Identificar o chamamento ao processo, o amicus curiae e o 
incidente de desconsideração da pessoa jurídica. 
Então? Preparado para adquirir conhecimento sobre um assunto 
fascinante e inovador como esse? Vamos lá!
Direito Processual Civil
12
Litisconsórcio 
OBJETIVO:
Neste capítulo, estudaremos o litisconsórcio. Você já 
ouviu falar nesse termo? Ele é muito usado no processo 
civil como forma de economia processual. Assim, vamos 
entender o seu conceito e como se dá a sua classificação, 
assunto muito utilizado no dia a dia do profissional que 
utiliza o processo civil. Vamos lá? .
Conceito
O litisconsórcio se refere às partes do processo. De acordo com 
Neves (2016, p. 241), “a doutrina é pacífica em conceituar o litisconsórcio 
como a pluralidade de sujeitos em um ou nos dois polos da relação 
jurídica processual que se reúnem para litigar em conjunto”. Assim, no 
litisconsórcio haverá mais de um autor ou mais de um réu.
Gonçalves (2018) indica que são dois os fundamentos apontados 
para que a lei autorize e estimule a formação de litisconsórcio: o primeiro 
fundamento é a economia processual, pois com um único processo haverá 
uma única instrução e uma só sentença, sendo, assim, mais econômico. 
O segundo fundamento é a harmonização dos julgados, sendo esse 
fundamento a razão principal para a formação do litisconsórcio. Para que 
o litisconsórcio seja formado, é necessário que os autores ou os réus 
tenham alguma afinidade em comum, estando em situação semelhante. 
Se as suas ações fossem protocoladas separadamente, correria o risco 
de serem distribuídas em juízos diferentes, havendo, assim, o risco de 
serem obtidos resultados diferentes, risco esse que é evitado com o 
litisconsórcio.
Direito Processual Civil
13
Hipóteses de Cabimento 
Sabendo que o litisconsórcio é a possibilidade de haver a reunião 
de autores ou de réus no processo, é importante questionarmos: sempre 
poderá haver essa reunião de autores e de réus?
A resposta para essa pergunta é não, isso porque existem situações 
nas quais a lei não permite essa reunião, pois poderão gerar situações 
atípicas e que podem ser consideradas prejudiciais ao processo.
Dessa forma, o art. 113 do Código de Processo Civil traz em seu 
texto que podem litigar no mesmo processo, em conjunto, ativa ou 
passivamente, as seguintes hipóteses:
1. Se entre os sujeitos houver comunhão de direitos ou de obrigações 
– quando existe pluralidade de autores ou de réus, dessa relação 
jurídica surgirá direitos e obrigações em que a sua titularidade 
será de mais de um sujeito, sendo esses sujeitos habilitados 
a litigar em litisconsórcio. De acordo com Neves (2016, p. 242), 
“ainda que o condômino possa litigar sozinho em defesa do bem 
em condomínio, a relação de direito material que o envolve com 
os demais condôminos é suficiente para permitir o litígio em 
conjunto”. Outro exemplo que podemos trazer é no caso de uma 
dívida solidária, em que o credor poderá propor a ação contra 
todos os devedores.
2. Havendo conexão pelo pedido ou pela causa de pedir. 
Primeiramente, devemos conceituar o que vem a ser conexão, 
você lembra desse conceito?
De acordo com o art. 55 do Código de Processo Penal, são 
consideradas conexas duas ou mais ações quando for comum entre elas 
o pedido ou a causa de pedir.
Sabendo o conceito, a consequência da conexão é que haja entre 
as demandas sua reunião perante um mesmo juízo para que possa haver 
o julgamento em conjunto. Como já mencionamos, isso acontece para 
que haja uma economia processual e a harmonização dos julgados. 
Dessa forma, é permitido que haja a formação de litisconsórcio quando 
há mesmo pedido ou mesma causa de pedir.
Direito Processual Civil
14
EXEMPLO: Dois sócios poderão, em conjunto, propor uma ação 
contra a sociedade, tendo como objetivo que uma assembleia seja 
anulada. Nesse caso, haverá a identidade de pedidos. 
3. Existir afinidade de questões por ponto comum de fato ou de 
direito. De acordo com Neves (2016), nesse ponto não se exige 
a identidade de fatos, pois se exigisse, seria caso de conexão, 
assim, basta para se admitir o litisconsórcio a afinidade, ou seja, a 
semelhança de questões por um ponto que se tenha em comum 
de fato ou de direito.
EXEMPLO: Vários servidores públicos se reúnem para litigar contra 
o Poder Público, devido a atos administrativos que sejam fundados na 
mesma norma que se considera ilegal. Assim, o fato não será o mesmo, 
pois cada um sofreu o prejuízo individualmente, em decorrência de um 
ato administrativo determinado, porém a afinidade entre as situações 
permitirá que haja litisconsórcio. 
Essas são as hipóteses de litisconsórcio existentes no art. 113 do 
Código de Processo Civil.
Classificação do Litisconsórcio 
Para que haja a classificação de qualquer matéria jurídica, devem 
ser considerados critérios. De acordo com Neves (2016), na classificação 
do litisconsórcio são utilizados quatro critérios, sendo eles:
 • Posição processual na qual foi formado.
 • Momento de sua formação.
 • Sua obrigatoriedade ou não.
 • O destino dos litisconsortes no plano material.
Visto os critérios utilizados para a classificação do litisconsórcio, 
agora nos cabe estudar como é essa classificação. Prontos?
Direito Processual Civil
15
Litisconsórcio Ativo, Passivo e Misto
Essa classificação tem como critério a posição processual na qual 
foi formado o litisconsórcio. Assim, de acordo com Gonçalves (2018), ele 
poderá ser ativo, passivo ou misto, mas em que consiste cada uma dessas 
classificações?
O litisconsórcio será ativo, se houver pluralidade apenas de 
autores na demanda. Será considerado passivo, se a pluralidade for 
exclusivamente no polo passivo. Já o litisconsórcio misto acontece no 
caso de haver pluralidade tanto de autores quanto de réus.
Litisconsórcio Inicial ou Ulterior
No que se refere ao momento de formação, o litisconsórcio pode 
ser inicial ou ulterior.
De acordo com Neves (2016), o litisconsórcio inicial é formado 
desde a propositura da ação, existindo, assim, desde o momento em 
que a petição inicial é apresentada em juízo, tendo em vista que esse é o 
primeiro ato do procedimento. 
NOTA:
Como o litisconsórcio inicial é formado desde a propositura 
da ação, fica evidente que a responsabilidade de formação 
desse litisconsórcio é exclusiva do autor da ação, pois é ele 
o responsável pelo início do processo por meio da petição 
inicial. 
Já no que se refere ao litisconsórcio ulterior, ele só é formado após 
a propositura da ação. Mas você deve se perguntar, por que ele não se 
forma desde o início da ação?
Isso se dá porque só é verificado que pode haver vários autores na 
ação ou vários réus, durante o trâmite processual. Um exemplo bastante 
claro de litisconsórcio ulterior é citado por Neves (2016), sendo ele no caso 
de chamamento ao processo. O que seria o chamamento ao processo?
Direito Processual Civil
16
O chamamento ao processo será estudado mais adiante, mas 
inicialmente é possível dizer que ele é uma possibilidade que consta no 
Código de Processo Civil, em que o réu pode chamar ao processo outros 
devedores para junto com ele compor o polo passivo da demanda.
Litisconsórcio Necessário e Facultativo 
No que diz respeito ao critério de sua obrigatoriedade ou não, 
poderá existir litisconsórcio necessário e facultativo. Mas o que vem a ser 
essaclassificação?
Litisconsórcio necessário, de acordo com Gonçalves (2018), é 
aquele em que a sua formação é obrigatória, assim, o processo não pode 
prosseguir e o juiz não pode julgar a demanda de forma válida, se não 
estiverem presentes todos os litisconsortes necessários.
De acordo com o art. 114 do Código de Processo Civil, o litisconsórcio 
será necessário devido à disposição de lei ou quando, pela natureza da 
relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação 
de todos que devam ser litisconsortes. Assim, são duas as hipóteses que 
obrigam a formação de litisconsórcio necessário, a primeira é em virtude 
de lei que imponha sua formação. 
EXEMPLO: A ação de usucapião, de acordo com o art. 246, 
§ 3° do Código de Processo Civil, diz que devem ser citados todos os 
confrontantes e terceiros interessados. 
E a segunda hipótese é de quando no processo, se discute uma 
relação jurídica de direito material que é única, incindível e tenha mais de 
um titular.
De acordo com Neves (2016, p. 245):
No plano do direito material, fala-se em relações jurídicas 
incindíveis, cuja principal característica é a impossibilidade 
de um sujeito que dela faça parte suportar um efeito sem 
atingir todos os sujeitos que dela participam. Significa dizer 
que existem determinadas relações jurídicas de direito 
material que, gerando-se um efeito jurídico sobre ela, 
seja modificativo ou extintivo, todos os sujeitos que dela 
participam sofrerão, obrigatoriamente, tal efeito jurídico. 
(NEVES, 2016, p. 245)
Direito Processual Civil
17
IMPORTANTE:
Falamos do plano do direito material, então, é importante 
citar que no plano-processo não é admitido que a pessoa 
que não participe do processo sofra os efeitos jurídicos da 
decisão, com exceção dos substitutos processuais e dos 
sucessores.
Dessa forma, Gonçalves (2018) aponta que o direito material prevê 
as relações jurídicas de litisconsórcio necessário, exemplifica-se com 
o casamento, em que o matrimônio é uma relação única e incindível. 
Mas isso não quer dizer que o casamento não pode ser desfeito. Assim, 
quando o casamento é desconstituído, ele é desconstituído para ambas 
as pessoas, não podendo o juiz decretar a separação de apenas um dos 
cônjuges.
Podemos, então, ressaltar que na hipótese de o litisconsórcio 
ser necessário, o autor não tem a opção de formá-lo ou não, o autor 
é obrigado a formá-lo. Caso o autor não inclua todos que devem ser 
incluídos no polo ativo ou passivo, o juiz irá lhe conceder um prazo para 
que emende a inicial, incluindo as pessoas que estão faltando, sob pena 
de indeferimento.
Caso o juiz não perceba a falta do litisconsórcio de imediato, ele 
deve, assim que perceber, determinar que haja a inclusão, podendo 
ocorrer a qualquer momento do processo. Mas o que você acha que 
acontece com os atos que já foram praticados até o momento?
De acordo com Gonçalves (2018), é dever do juiz decretar a nulidade 
de todos os atos processuais dos quais o litisconsorte necessário não teve 
a oportunidade de participar.
No que tange o litisconsórcio facultativo, sua formação se dá 
por escolha das partes, assim, o autor, no momento da propositura de 
demanda, tinha a opção entre formá-lo ou não. São as hipóteses que 
elencamos no art. 113 do Código de Processo Penal que mencionamos 
anteriormente.
Direito Processual Civil
18
O litisconsórcio facultativo poderá ser limitado, de acordo com o 
art. 113, §§ 1° e 2° do Código de Processo Civil. Esse artigo diz o seguinte:
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo 
processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando:
§ 1° O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto 
ao número de litigantes na fase de conhecimento, na 
liquidação de sentença ou na execução, quando este 
comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a 
defesa ou o cumprimento da sentença.
§ 2° O requerimento de limitação interrompe o prazo para 
manifestação ou resposta, que recomeçará da intimação 
da decisão que o solucionar. (BRASIL, 2015)
Assim, poderá o juiz limitar os litisconsórcios facultativos desde 
que o número excessivo de pessoas comprometa a rápida solução do 
processo, dificulte o exercício do direito de defesa ou o cumprimento de 
sentença. 
Uma importante observação que deve ser feita é que, se depois da 
citação do réu, o autor quiser incluir outro litisconsorte facultativo que até 
então não havia sido mencionado no processo, será necessário que o réu 
concorde com essa nova pessoa que será chamada ao processo, desde 
que o processo ainda não tenha sido saneado, pois após o saneamento 
do processo não é mais possível essa inclusão.
Você sabe o que vem a ser o saneamento do processo?
De acordo com Aquaviva (1999), o saneamento do processo são as 
diligências tomadas pelo juiz, com a finalidade de eliminar os vícios, as 
irregularidades ou as nulidades processuais, além de preparar o processo 
para receber a sentença. O momento para ser tomada essa providência é 
entre a fase postulatória e a instrução do processo, ocorrendo mediante 
um despacho saneador. 
Direito Processual Civil
19
Litisconsórcio Unitário e Simples 
No que se refere ao destino do litisconsórcio no plano do direito 
material, ele pode ser unitário e simples. Mas o que essa classificação 
quer dizer?
Nessa classificação é analisada a possibilidade de o juiz, no caso 
concreto, decidir de forma diferente para cada um dos litisconsortes, o 
que determinará diferente sorte para cada um deles diante do resultado 
do processo.
Dessa forma, Neves (2016) aponta que será unitário o litisconsórcio 
sempre que o juiz se encontrar obrigado a decidir de maneira uniforme 
para todos os litisconsortes; e simples, sempre que for possível uma 
decisão com o conteúdo diferente para cada um dos litisconsortes.
NOTA:
Assim, sobre o litisconsorte unitário, o art. 116 do Código 
de Processo Civil, determina que o litisconsorte será 
unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz 
tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os 
litisconsortes. 
Para diferenciar essas duas espécies, Neves (2016) traz o seguinte:
Para se aferir se o litisconsórcio é simples ou unitário basta 
imaginar a sentença que decida diversamente para os 
litisconsortes e verificar se ela seria capaz de gerar seus 
efeitos em suas esferas jurídicas. Havendo a viabilidade 
de praticamente se efetivar a decisão, em seus aspectos 
divergentes para os litisconsortes, o litisconsórcio será 
simples. No caso contrário, sendo inviável a efetivação da 
decisão, o litisconsórcio será unitário. (NEVES, 2016, p. 246)
EXEMPLO: Dois credores solidários cobrando uma obrigação 
solidária. Litisconsórcio formado em razão da solidariedade obrigacional 
é simples ou unitário? A resposta para esse exemplo é “depende”. Mas por 
que depende? Se a obrigação solidária for indivisível o litisconsórcio será 
unitário, no entanto, se a obrigação solidária for divisível, o litisconsórcio 
será simples.
Direito Processual Civil
20
Dessa forma, é necessário que se saiba o que os litisconsortes 
estão discutindo, para que depois possa saber se é unitário ou simples.
Litisconsórcio Necessário Simples ou Unitário
O litisconsórcio necessário pode ser simples ou unitário. De acordo 
com Theodoro Júnior (2019), o litisconsórcio será necessário simples 
quando for necessário exclusivamente por força de lei, nos casos em que, 
no processo, não se discutam relações unas e indivisíveis.
Como exemplo de litisconsórcio necessário simples, podemos 
elencar as ações de usucapião, em que há necessidade de citação de 
todos os confrontantes, como já mencionamos, mas a sentença pode 
acolher integralmente o pedido em relação a alguns, e não em relação 
a outros.
Mas você deve se perguntar, quando é que ele será um litisconsórcio 
necessário unitário?
Nas palavras de Gonçalves (2018), ele será unitário, se, além de 
haver lei que imponha asua formação, no processo em questão se 
discutirem relações unas e incindíveis.
Como podemos exemplificar isso?
Como exemplo podemos trazer as ações de dissolução e 
liquidação de sociedade comercial, cujo art. 601 do Código de Processo 
Civil determina a citação da pessoa jurídica e de todos os sócios. Dessa 
forma, é certo a natureza da relação jurídica impõe a citação de todos, 
pois a dissolução dessa sociedade afetará a todos, tendo em vista que a 
empresa não pode ser dissolvida para uns, sem que seja para os outros.
Direito Processual Civil
21
Prazo para os Litisconsortes 
O art. 229 do Código de Processo Civil traz em seu texto que se 
os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, de escritórios de 
advocacia distintos, o seu prazo será contado em dobro para todas as 
suas manifestações no processo. A exceção a essa regra está contida no 
§ 2° do artigo supramencionado, em que não será computado o prazo em 
dobro aos processos em autos eletrônicos. 
RESUMINDO:
Estudamos neste Capítulo que o litisconsórcio consiste na 
pluralidade de sujeitos em um ou nos dois polos da relação 
jurídica processual, que se reúnem para litigar em conjunto. 
Sendo dois os fundamentos para a formação desse 
instituto, sendo eles: economia processual e harmonização 
dos julgados. Vimos que o art. 113 do Código de Processo 
Civil traz as hipóteses em que poderá haver litisconsórcio. 
Em seguida, estudamos a sua classificação, podendo ser 
ele ativo (pluralidade de autores), passivo (pluralidade de 
réus), misto (pluralidade de autores e réus), inicial (formado 
desde a propositura da ação), ulterior (formado após a 
propositura da ação), necessário (formação obrigatória), 
facultativo (formação se dá por escolha das partes), unitário 
(quando o juiz se encontrar obrigado a decidir de maneira 
uniforme para todos os litisconsortes), simples (sempre que 
for possível uma decisão com o conteúdo diferente para 
cada um dos litisconsortes). Por fim, vimos que o prazo 
para os litisconsortes que têm diferentes procuradores, de 
escritórios de advocacia distintos, é contado em dobro. 
Direito Processual Civil
22
Intervenção de Terceiros
OBJETIVO:
Estudaremos neste Capítulo sobre um dos assuntos 
importantes para saber quando uma pessoa que não faz 
parte do processo possa ingressar nele, a intervenção 
de terceiros. Sabendo que ele tem várias formas, aqui 
estudaremos sobre a assistência. Curiosos para saber o que 
vem a ser esse instrumento? Vamos lá!.
Conceito 
O que você entende ser intervenção de terceiros?
De acordo com Almeida e Faria (2019), a intervenção de terceiro 
ocorre quando alguém ingressa na relação processual já existente, 
evitando, assim, que a sentença possa surtir efeitos, ainda que reflexos, 
com relação a quem não participou da relação processual. Dessa forma, o 
terceiro é aquele que não é parte originária do processo.
Além disso, existem casos em que o terceiro adquire a condição 
de parte no processo e, também, casos em que o terceiro figura como 
auxiliar da parte ou do juízo.
Mas quando é que o terceiro irá se transformar em parte no 
processo?
O terceiro se transforma em parte no caso de denunciação da lide 
e do chamamento ao processo e se torna auxiliar de uma das partes no 
caso da assistência.
IMPORTANTE:
O importante é saber que a intervenção implicará no 
ingresso de uma pessoa que até então não fazia parte do 
processo.
Direito Processual Civil
23
Gonçalves (2018) diz que só se justificará a intervenção de um 
terceiro que possa, devido ao processo em andamento, ter sua esfera 
jurídica atingida pela decisão judicial. Dessa forma, não é admitido que um 
terceiro ingresse na demanda sendo absolutamente alheio ao processo, 
em que os interesses não possam, de qualquer maneira, ser afetados.
IMPORTANTE:
A intervenção de terceiro é o ingresso do terceiro em um 
processo que já se encontra em andamento. Dessa forma, 
a intervenção de terceiro não cria novo processo.
As formas de intervenção de terceiro estão contidas no Código 
de Processo Civil, sendo elas: a assistência, a denunciação da lide, 
o chamamento ao processo, o incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica e o amicus curiae.
Intervenção de Terceiros Voluntária e 
Provocada 
A intervenção de terceiros pode ser classificada em duas categorias, 
sendo elas: intervenção de terceiros voluntário e provocada. Adequar-se 
a uma dessas categorias depende da iniciativa do ingresso do terceiro no 
processo.
Os casos de intervenção voluntária são aquelas situações em que 
a intervenção cabe ao próprio terceiro, sendo ele quem a manifesta, 
podendo citar como exemplo desse tipo de intervenção a assistência. Já 
no que diz respeito à intervenção provocada, a iniciativa para intervenção 
não vem do terceiro, mas sim de uma das partes, que solicita que o 
juiz convoque o terceiro, nesse tipo podemos citar como exemplo a 
denunciação da lide (GONÇALVES, 2018).
Direito Processual Civil
24
Assistência 
Uma das possibilidades de intervenção de terceiro é a assistência. 
Essa pressupõe o ingresso de terceiro em um processo que ele até então 
não figurava em nenhum dos polos (ativo ou passivo).
Ela é sempre voluntária, de acordo com Gonçalves (2018). Assim, 
a iniciativa de ingresso deve sempre partir do próprio terceiro. Não é 
permitido que o juiz mande intimar, a pedido da parte, o terceiro para que 
assuma a condição de assistente.
Mas com que motivo um terceiro irá ingressar no processo por 
vontade própria?
A intervenção por meio da assistência é um meio de ingresso no 
processo de forma voluntária, para que esse terceiro possa auxiliar alguma 
das partes na busca da vitória judicial. Nas palavras de Neves (2016), o 
pressuposto da assistência é a existência de um interesse jurídico do 
terceiro na solução do litígio, porém não é admissível que o interesse seja 
econômico, moral ou de qualquer outra natureza legitime a intervenção 
por assistência. Dessa maneira, só é admitido como assistente a pessoa 
que demonstrar que será afetada juridicamente pela decisão que poderá 
ser proferida no processo em que não participe, sendo considerada 
irrelevante a justificativa no sentido de que ela irá sofrer um possível 
prejuízo de ordem econômica ou qualquer outra natureza.
NOTA:
Não é possível que o juiz mande intimar o terceiro a 
pedido da parte para que ele possa assumir a condição de 
assistente. 
Importante ser destacado que o assistente não pode formular 
novos pedidos ao juiz, pois ela não amplia os limites objetivos da lide, 
assim, assistente só pode auxiliar uma das partes na busca pelo resultado 
mais favorável. 
Direito Processual Civil
25
Em nosso ordenamento existem duas espécies de assistência, de 
acordo com Neves (2016), sendo elas a assistência simples e a assistência 
litisconsorcial, que iremos estudar nesse momento.
Assistência Simples
A assistência simples é o tipo tradicional de assistência. Quando você 
se deparar com a expressão “assistência”, sem nenhum complemento, é 
a assistência simples.
“É o mecanismo pelo qual se admite que um terceiro, que tenha 
interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma das partes, 
possa requerer o seu ingresso, para auxiliar aquele a quem deseja que 
vença” (GONÇALVES, 2018, p. 236). Assim, o requisito indispensável é que 
haja interesse jurídico por parte do terceiro na vitória de uma das partes.
Mas como identificar o interesse jurídico?
A pessoa terá interesse jurídico quando tiver uma relação jurídica 
com uma das partes do processo, diferente daquela sobre a qual versa o 
processo, mas que poderá ser afetada pelo resultado deste.
De acordo com Neves (2016), o exemplo desse caso é a intervenção 
assistencial do sublocatário na ação de despejo que foi provida pelo 
locador contra o locatário. Nesse exemplo, o sublocatário mantém com 
o locatário uma relação jurídica não controvertida, diferente daquela 
discutida no processo, que será afetadana hipótese de sentença que 
decrete o despejo, sendo admissível a intervenção do sublocatário como 
assistente, para que possa ajudar o locatário a conseguir a vitória no 
processo, sendo essa a única forma de evitar o seu prejuízo jurídico.
Direito Processual Civil
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Figura 1 – Intervenção de terceiro
Fonte: Freepik
Como forma de simplificar o interesse jurídico de terceiro, Gonçalves 
(2018) afirma que isso dependerá de três circunstâncias, sendo elas:
1. Que o terceiro tenha uma relação jurídica com uma das partes.
2. Que essa relação seja diferente da que está sendo discutida 
no processo, pois se for a mesma ele deveria figurar como 
litisconsorte, e não como assistente.
3. Que essa relação jurídica possa ser afetada reflexamente pelo 
resultado do processo.
Assim, no exemplo que demos do sublocatário, podemos observar 
que este tem relação jurídica com o locatário, que é o réu da ação de 
despejo. Essa relação é diferente da que é objeto do processo, pois a 
sublocação é diferente da locação e, a sublocação poderá ser afetada 
pelo que ficar decidido no processo principal, pois, caso o processo seja 
procedente, a locação se extinguirá, sob reflexo, também desaparecerá a 
sublocação. 
Direito Processual Civil
27
Outro ponto que devemos destacar é que o interesse jurídico não 
deve se confundir com o interesse meramente econômico. Gonçalves 
(2018) diz que existem casos em que o interesse do terceiro é meramente 
econômico, não tendo interesse jurídico. Nesse caso, há impedimento de 
ingressar como assistente simples. Como exemplo para diferenciar essas 
situações, temos o seguinte:
EXEMPLO: Imagine que o terceiro seja credor de alguém que 
figura como parte em ação indenizatória. Se ele for credor do autor, terá 
interesse que a sentença seja procedente, pois isso tornará o seu devedor 
mais rico, com mais condições de pagar a dívida; no entanto, se o terceiro 
for credor do réu, ele torcerá pela sentença de improcedência, pois do 
contrário haverá o empobrecimento do réu, correndo, assim, o risco de 
tornar-se insolvente. 
Assim, essas hipóteses são de interesse meramente econômico, 
pois o crédito do terceiro com qualquer uma das partes não correrá 
nenhum risco, continuando a existir tanto com a sentença de procedência 
quando com a de improcedência. 
Poderes do Assistente Simples no Processo
Como já sabemos, o assistente simples não compõe uma das 
partes do processo, não sendo o titular da relação jurídica que está sendo 
discutida em juízo, mas sim de uma relação jurídica com uma das partes.
Sendo assim, quais são os atos que o assistente simples pode 
praticar, já que ele não é uma das partes do processo?
A atuação do assistente é subordinada a da parte que ele tenha 
interesse em ajudar, podendo praticar todos os atos processuais que não 
contrariem a vontade da parte. Isso fica claro após a leitura dos artigos 121 
e 122 do Código de Processo Civil, que consta:
Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte 
principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos 
mesmos ônus processuais que o assistido.
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, 
omisso o assistido, o assistente será considerado seu 
substituto processual.
Direito Processual Civil
28
Art. 122. A assistência simples não obsta a que a parte 
principal reconheça a procedência do pedido, desista da 
ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou 
transija sobre direitos controvertidos. (BRASIL, 2015)
Assim, o art. 121 diz que o assistente simples é o auxiliar da parte. 
No entanto, devido à sua condição de auxiliar, só pode praticar os atos 
que não sejam vedados expressamente pela parte. Já o art. 122 diz que 
a parte pode reconhecer a procedência do pedido, desistir ou renunciar 
da ação ou transgredir sobre os direitos controvertidos, mesmo sem a 
concordância do assistente. Ainda, é garantido pelo parágrafo único do 
art. 121 que, no caso de a parte ser revel ou omisso, o assistente será 
considerado substituto processual.
IMPORTANTE:
De acordo com Gonçalves (2018), para que o assistente 
possa praticar os atos que deseja no processo, ele não 
precisa de uma autorização expressa da parte, bastando 
apenas seu silêncio, desde que seja compatível com a sua 
condição de assistente. 
A parte principal pode vedar que o assistente pratique algum ato, 
caso isso ocorra, o assistente não o poderá fazer.
Assistência Litisconsorcial 
O segundo tipo de assistência é a litisconsorcial. Nas palavras 
de Gonçalves (2018), esse tipo de assistência trata-se de uma forma 
de intervenção de terceiros atribuída ao titular ou cotitular da relação 
jurídica que está sendo discutida em juízo. Só pode existir na legitimidade 
extraordinária, pois só assim é possível que o terceiro seja titular ou 
cotitular da relação jurídica discutida em juízo.
Você lembra o que vem a ser a legitimidade extraordinária? 
De acordo com Gonçalves (2016), a legitimidade extraordinária 
ocorre em casos excepcionais, que decorrem de lei expressa ou do 
Direito Processual Civil
29
sistema jurídico, onde é admitido que alguém vá a juízo, em nome próprio, 
para defender interesses alheios. 
EXEMPLO: No condomínio e na alienação de coisa litigiosa. Se o 
bem pertence a vários proprietários, qualquer um deles tem legitimidade 
para propor ação reivindicatória ou possessória, isoladamente, contra 
aqueles que tenham a coisa consigo de forma indevida. Dessa forma, 
quem propuser a ação, fará em defesa não apenas da sua fração, mas 
sim do bem todo. 
No exemplo anteriormente citado, quem propuser a ação será 
considerado o legitimado extraordinário no que se refere às frações dos 
outros condôminos.
Poderes do Assistente Litisconsorcial 
Como vimos, o assistente litisconsorcial atua quando há 
legitimidade extraordinária, pois somente quem poderá assumir a 
condição de assistente é o substituto processual. Dessa forma, de acordo 
com Gonçalves (2018), o assistente litisconsorcial tem a condição de 
litisconsorte facultativo unitário ulterior, mas o que seria isso?
Isso quer dizer que “ele tem os mesmos poderes que o litisconsorte 
unitário, com a ressalva de que, tendo ingressado com o processo já 
em curso, passará a atuar no estado em que o processo se encontra” 
(GONÇALVES, 2018, p. 240).
A sua participação no processo não é subordinada à parte, onde essa 
também não terá poder de veto. Além disso, o assistente litisconsorcial 
pode praticar isoladamente os atos que sejam benéficos, e o benefício 
será estendido à parte. No entanto, os atos que forem desfavoráveis serão 
ineficazes até mesmo em relação ao assistente, com exceção de terem 
sido praticados em conjunto pelas partes e pelo assistente.
Direito Processual Civil
30
Procedimento da Assistência
Explicamos quais são os tipos de assistência e como elas devem 
atuar, no entanto, como é que o terceiro entra no processo para se tornar 
assistente?
Neves (2016) diz que o terceiro que se considera assistente (simples 
ou litisconsorcial), deve requerer seu ingresso no processo por meio de 
uma petição, que deve ser devidamente fundamentada, devendo, de 
forma especial, expor o interesse jurídico que legitima a sua intervenção 
como assistente.
IMPORTANTE:
Não existe a necessidade de o agente preencher os 
requisitos formais que são previstos para a petição inicial, 
pois o único pedido que o terceiro deve formular é o de 
ingressar no processo, não levando ao processo qualquer 
outra pretensão.
É admitido que o terceiro faça esse pedido em qualquer processo, 
até mesmo no de execução. Além disso, é cabível em qualquer 
procedimento, seja ele no procedimento comum ou no especial, podendo 
ser na jurisdição contenciosa ou voluntária. A exceção existente é a do 
procedimento sumaríssimo.
Posteriormente, formulado o pedido, o juiz pode negar esse pedido 
do terceiro que deseja ser assistente?
O juiz poderá sim indeferir o pedidode assistência em duas 
hipóteses, a primeira é na manifestação de inadmissibilidade da pretensão 
e a segunda é na improcedência da pretensão. Como exemplo podemos 
trazer o caso de o juiz negar o pedido porque ele é fundamentado em 
interesse meramente econômico. O juiz, deferindo o pedido, intimará as 
partes para se manifestar no prazo de quinze dias (NEVES, 2016). 
Direito Processual Civil
31
É importante deixar claro que o pedido de ingresso pelo terceiro não 
suspende o andamento do processo, devendo ele continuar tramitando 
normalmente.
A Justiça da Decisão
Quando o juiz profere a decisão, o que acontece com o assistente 
simples?
Nas palavras de Gonçalves (2018), a coisa julgada material não 
pode se estender ao assistente simples, isso porque ele não é titular da 
relação de direito que é discutida em juízo, mas sim de outra, que com 
ela tem relação de interdependência. Dessa forma, o assistente não pode 
ser atingido de forma direta pelos efeitos da sentença, somente de forma 
reflexa, indireta e mediata. 
Assim, de acordo com o art. 123 do Código de Processo Civil, 
após o trânsito em julgado da sentença, no processo em que intervir o 
terceiro, este não poderá, em uma ação posterior, discutir a justiça da 
decisão. Entretanto, existem duas exceções, a primeira é provar que pelo 
estado em que recebeu o processo, ou pelas declarações e pelos atos 
do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na 
sentença. A segunda exceção é provar que desconhecia a existência de 
alegações ou de provas, das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se 
valeu.
Esse dispositivo faz referência à justiça da decisão. Mas o que vem 
a ser essa justiça da decisão?
“Tal como a coisa julgada, na imutabilidade, mas não dos efeitos 
da sentença, sim da sua fundamentação, que não poderá ser rediscutido 
pelo assistente simples, em nenhum outro processo” (GONÇALVES, 2018, 
p. 241). 
Poderá, então, o assistente rediscutir somente nos casos de exceção 
já elencados anteriormente.
Direito Processual Civil
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RESUMINDO:
Estudamos que a intervenção de terceiros ocorre quando 
alguém ingressa na relação processual já existente, 
evitando, assim, que a sentença possa surtir efeitos, ainda 
que reflexos, com relação a quem não participou da relação 
processual. Assim, vimos que as formas de intervenção de 
terceiro estão contidas no Código de Processo Civil, sendo 
elas: a assistência, a denunciação da lide, o chamamento ao 
processo, o incidente de desconsideração da personalidade 
jurídica e o amicus curiae. Estudamos que a intervenção 
de terceiro pode ser voluntária (são as situações em que 
a intervenção cabe ao próprio terceiro, sendo ele quem a 
manifesta) e provocada (a iniciativa para intervenção não 
vem do terceiro, mas sim de uma das partes, que solicita 
que o juiz convoque o terceiro). Em seguida, estudamos 
uma das formas de intervenção, a assistência, vendo que 
ela pressupõe o ingresso de terceiro em um processo que 
ele até então não figurava em nenhum dos polos, sendo 
sempre voluntária. A assistência é dividida em simples, 
sendo o mecanismo pelo qual se admite que um terceiro, 
que tenha interesse jurídico de que a sentença seja 
favorável a uma das partes, possa requerer o seu ingresso, 
para auxiliar aquele a quem desejam que vença; e em 
assistência litisconsorcial, esse tipo de assistência trata-se 
de uma forma de intervenção de terceiros atribuída ao titular 
ou cotitular da relação jurídica que está sendo discutida em 
juízo. Só pode existir na legitimidade extraordinária, pois só 
assim é possível que o terceiro seja titular ou cotitular da 
relação jurídica discutida em juízo.
Direito Processual Civil
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Denunciação da Lide
OBJETIVO:
Continuaremos estudando as espécies de intervenção de 
terceiro, dessa vez veremos o que vem a ser a denunciação 
da lide. Você já ouvir falar nesse instituto? Ele é muito 
utilizado no Processo Civil para trazer ao processo uma 
pessoa que também deveria ser responsabilizada. 
Empolgados? Vamos lá!.
Como mencionamos, as formas de intervenção de terceiro 
estão contidas no Código de Processo Civil, sendo elas: a assistência, 
a denunciação da lide, o chamamento ao processo, o incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica e o amicus curiae.
Neste Capítulo iremos estudar o que vem a ser a denunciação da 
lide.
Conceito 
Você sabe em que consiste a denunciação da lide?
De acordo com Neves (2016), a denunciação da lide serve para que 
uma das partes que compõe a demanda traga um terceiro ao processo 
que tem responsabilidade de ressarci-la pelos eventuais danos que 
poderão vir com o resultado da demanda. Assim, o direito regressivo é o 
fator principal que traz legitimidade à denunciação da lide.
Para que haja a denunciação da lide, o autor ou o réu deverá pedir 
a citação do terceiro para compor a lide.
IMPORTANTE:
O terceiro que for chamado ao processo por meio da 
denunciação da lide não poderá negar sua qualidade de 
parte, podendo, no entanto, ficar omisso durante todo o 
trâmite processual. 
Direito Processual Civil
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Ainda de acordo com Neves (2016), a denunciação da lide é uma 
demanda incidental, regressiva, eventual e antecipada. Mas o que isso 
quer dizer?
1. A denunciação da lide é considerada incidental, pois será 
instaurada em processo já existente.
2. É considerada regressiva, pois é fundada no direito de regresso da 
parte contra o terceiro.
3. No que se refere a ser eventual, ela é assim considerada porque 
guarda uma evidente relação de prejudicialidade com a demanda 
originária, se considerando que, se o denunciante não suportar 
dano algum em razão de seu resultado, a denunciação da lide 
perderá o seu objetivo.
4. Por fim, ela é considerada antecipada, pois no confronto entre o 
interesse de agir e a economia processual, o legislador prestigiou 
a economia processual; já que não há ainda dano a ser ressarcido 
no momento em que ocorre a denunciação da lide, em tese não 
há interesse de agir do denunciado em pedir o ressarcimento.
No que diz respeito às características da denunciação da lide, quem 
as aponta é Gonçalves (2018), retratando que são três as características 
fundamentais, sendo elas:
 • É uma forma de intervenção de terceiros, que pode ser provocada 
tanto pelo autor quanto pelo réu, de forma diversa do chamamento 
ao processo que só pode ser requerido pelo réu.
 • Sua natureza jurídica é de ação, mas isso não implica a formação 
de um processo autônomo. Haverá, assim, um processo único 
para a ação e a denunciação. Essa amplia o objeto do processo. 
Além disso, o juiz, na sentença, terá que decidir não apenas a lide 
principal, mas a secundária.
 • Todas as hipóteses de denunciação são associadas ao direito de 
regresso. Ele permite que o titular desse direito já o exerça nos 
mesmos autos em que tem a possibilidade de ser condenado, o 
que favorece a economia processual.
Direito Processual Civil
35
EXEMPLO: Maria foi vítima de acidente de trânsito provocado por 
Rafael, que conduzia veículo automotor de propriedade de Thamires. Por 
conta disso, Maria ajuizou ação de indenização por danos morais contra 
Thamires, que, na contestação, requereu a denunciação da lide a Rafael. 
A partir do exemplo podemos ver que a denunciação da lide é um 
modo de ação regressiva proposta nos autos de um processo já existente, 
em que o denunciante tem em vista o ressarcimento pelo denunciado de 
eventuais prejuízos que venha a sofrer em razão do processo.
Hipóteses de Cabimento
Agora, vamos estudar as hipóteses de cabimento da denunciação 
da lide. 
O art. 125 do Código de Processo Civil é o artigo que trata quando é 
admissível a denunciação da lide. O texto desse artigo dispõe:
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por 
qualquer das partes:
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo 
domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa 
exerceros direitos que da evicção lhe resultam;
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, 
a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for 
vencido no processo. (BRASIL, 2015)
Dessa forma, são as hipóteses de cabimento da denunciação da 
lide: risco de evicção e direito de regresso decorrente de lei ou contrato. 
Vamos ver em que consiste cada uma delas.
Direito Processual Civil
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Risco de Evicção
Como vimos, o inciso I, do art. 125 diz que é cabível a denunciação 
da lide do alienante sempre que terceiro reivindicar a coisa, sendo 
possibilitado ao adquirente exercer o direito que da evicção resulta.
Mas o que isso quer dizer?
Primeiramente, precisamos pontuar que evicção é a perda total ou 
parcial, de um bem em razão da decisão judicial ou ato administrativo 
que se relacione à causa preexistente ao contrato, assim diz o art. 447 do 
Código Civil.
De acordo com Neves (2016), esse inciso isso significa que, quando 
demandado o adquirente de coisa, sua perda em decorrência de decisão 
judicial lhe gerará um dano que deverá ser ressarcido pelo sujeito que 
alienou a coisa. Assim, não importa as razões da evicção, pois em qualquer 
uma das razões o alienante tem a responsabilidade regressiva de ressarcir 
o adquirente pelos danos gerados pela perda da coisa.
EXEMPLO: João adquire um imóvel de Carlos mas, ao tentar ingressar 
nele, descobre que se encontra ocupado por Maria. O adquirente, assim, 
deverá ajuizar ação reivindicatória em face de Maria. No entanto, há 
sempre um risco de que a sentença venha a ser de improcedência. Caso 
ocorra a improcedência, João terá sofrido evicção, pois ficará sem o bem 
e sem o dinheiro. Para que possa exercer o direito de regresso, pode, já na 
petição inicial, fazer a denunciação da lide a Carlos. 
No exemplo citado, caso o juiz julgue improcedente o pedido de 
João em relação a Maria, se tiver ocorrido a denunciação da lide, o mesmo 
juiz deverá julgar o direito de reaver o que ele pagou a Carlos. 
No entanto, se o juiz julgar procedente o pedido de João em relação 
a Maria, ele não terá sofrido evicção. Assim, a denunciação da lide ficará 
prejudicada, restando ao juiz julgá-la sem resolução de mérito.
Deu para entender, né? Mas para melhor visualizar vamos montar 
um esquema do exemplo:
Direito Processual Civil
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Figura 2 ‒ Esquema explicativo do exemplo
AÇÃO 
REIVINDICATÓRIA
CARLOS
JOÃO MARIA
Denunciação 
da lid
e
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
Assim, de forma resumida, João interpõe uma ação regressiva 
contra Maria, e, por haver risco de evicção, denuncia Carlos a lide.
Direito de Regresso Decorrente de Lei ou Contrato
No que diz respeito ao inciso II do art. 125, ele autoriza a denunciação 
da lide a pessoa que estiver obrigada, por lei ou por contrato, a indenizar 
em ação regressiva o prejuízo de quem for vencido no processo.
Desse modo, essa hipótese é mais ampla, sendo a forma mais 
frequente utilizada de denunciação da lide.
Existe um debate com relação a esse tipo de denunciação por ser 
ele mais amplo, ampliando, inclusive, o objeto do processo. De acordo 
com Gonçalves (2018), parte da doutrina e da jurisprudência não considera 
razoável que, devido à denunciação da lide, que será para apurar se existe 
ou não direito de regresso entre denunciante e denunciado, a parte que 
sofreu o dano tenha o seu direito retardado, devido a maior complexidade 
de discussão após a denunciação da lide.
Assim, o Superior Tribunal de Justiça vem decidindo de forma 
que a denunciação da lide não possa prejudicar a parte prejudicada no 
processo, introduzindo fatos. Como exemplo podemos trazer o seguinte 
Direito Processual Civil
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julgado do Superior Tribunal de Justiça, em que Vasco Della Giustina foi o 
relator em 16 de novembro de 2010:
Com efeito, como consignado na decisão agravada, 
com relação à denunciação da lide, fundada no art. 70, 
III (atual inciso II), do CPC, a jurisprudência dessa Corte 
Superior a tem afastado nos casos em que se introduzir 
fundamento novo, apto a provocar uma lide paralela, a 
exigir ampla dilação probatória, o que tumultuaria a lide 
originária, indo de encontro aos princípios da celeridade 
e economia processuais, os quais essa modalidade de 
intervenção de terceiros busca atender. Vale asseverar, 
ainda, que, em tais situações, eventual direito de regresso 
não estará comprometido, pois poderá ser exercido em 
ação autônoma. (BRASIL, 2010) 
Foi muito importante essa decisão vindo de um tribunal superior, 
pois isso garante que parte do processo não fique prejudicada.
Facultatividade 
Um ponto importante que devemos questionar é: a denunciação da 
lide é obrigatória? 
O entendimento é de que a denunciação da lide não é obrigatória, 
nem mesmo nos casos de evicção. Dessa forma, se a parte deixar de 
fazer a denunciação, não perde, por sua omissão, o direito de regresso, 
podendo exercê-la por meio de ação autônoma. 
Inclusive, como mencionamos no ponto anterior, no caso de direito 
de regresso, o tribunal vem julgando que se for trazer fatos novos não 
deve ocorrer a denunciação da lide no processo, para que não o retarde, 
causando, assim, prejuízo a uma das partes, que deverá esperar mais 
tempo pela solução do conflito.
Além disso, o § 1° do art. 125 do Código de Processo Civil garante 
esse direito ao trazer que o direito de regresso pode ser exercido por ação 
Direito Processual Civil
39
autônoma quando a denunciação da lide for indeferida, deixar de ser 
promovida ou não for permitida.
Qualidade Processual do Denunciado
A denunciação da lide, de acordo com as previsões dos artigos 127 
e 128 do Código de Processo Civil, tornará o denunciante e o denunciado 
litisconsortes. Assim, Neves (2016) diz que a denunciação da lide criaria, 
então, um litisconsórcio:
a. Ulterior, tendo em vista que foi formado após a propositura da 
demanda.
b. Passivo ou ativo, dependendo de ser o denunciante autor ou réu 
na demanda originária.
c. Facultativo, pois a denunciação é facultativa e o processo não 
será extinto sem resolução de mérito, caso a parte não realize a 
denunciação da lide.
d. Unitário, pois a decisão da ação principal será obrigatoriamente no 
mesmo sentido para denunciante e denunciado.
IMPORTANTE:
Essa relação de litisconsórcio só pode ser considerada 
na demanda originária, pois na demanda que verse sobre 
a denunciação da lide o denunciante é adversário do 
denunciado.
É importante também mencionarmos que, se o titular do direito 
que está sendo discutido na demanda principal, sendo a parte contrária 
da parte que fez a denunciação da lide, lograr vitoriosa na demanda, 
Direito Processual Civil
40
não poderá esta, executar diretamente o denunciado, pois ele não tem 
legitimidade para isso.
Procedimento da Denunciação da Lide
Como já sabemos, a denunciação da lide pode ser requerida pelo 
autor ou pelo réu. Dessa forma, o procedimento varia de acordo com 
quem faz o requerimento. Vamos agora estudar cada um desses casos.
Quando Requerida pelo Réu
De acordo com o art. 126 do Código de Processo Civil, o réu, após ser 
citado, deverá apresentar a sua contestação, devendo nesse instrumento 
requerer a denunciação da lide. É indispensável que ele indique quais são 
os fundamentos de fato e de direito que se baseia o direito de regresso 
e qual o pedido. No entanto, não há a necessidade de atribuição do valor 
da causa.
Gonçalves (2018) retrata que o deferimento não depende do 
consentimento da parte contrária, nem do denunciado, somente do juiz 
ao verificar que, em tese, estão presentes as situações autorizadoras de 
direito de regresso.
Após ser deferida pelo juiz a denunciação, o denunciado deverá 
ser citado. É dever do denunciado providenciar o que for necessário para 
que essa citação ocorra no prazo de trinta dias, de acordo com o art. 131 
do Código de Processo Penal. Caso a citação ultrapasse o prazo de trinta 
dias por culpa do denunciante,a denunciação ficará sem efeito, devendo 
o processo prosseguir sem o denunciado. Contudo, se o atraso tiver sido 
por causa de fato alheio à sua vontade, ele não poderá ser prejudicado 
(GONÇALVES, 2018). 
Sendo citado, o denunciado poderá apresentar contestação, 
podendo impugnar os fatos alegados pelo autor na petição inicial, 
completando o que já foi alegado pelo réu. Também pode, de acordo 
com Gonçalves (2018), impugnar o objeto da denunciação propriamente 
dita, negando a existência do direito de regresso.
Direito Processual Civil
41
É de responsabilidade do juiz proferir a sentença conjunta, devendo 
julgar as duas ações. No caso de a ação principal ter sido julgada 
procedente, sendo o réu condenado, o juiz decidirá se ele tem ou não 
direito de regresso contra o denunciado. Se o juiz julgar improcedente o 
pedido da ação principal, a denunciação ficará prejudicada e o juiz deverá 
julgar a denunciação como extinta e sem resolução de mérito.
Quando Requerida pelo Autor
Assim como o réu, o autor também pode denunciar a lide. Mas 
quando isso acontece?
O autor denuncia a lide quando ele estiver temendo os prejuízos 
de uma possível improcedência do seu pedido, assim, ao denunciar, ele 
quer exercer o direito de regresso contra o terceiro que tem obrigação de 
responder a esses prejuízos. 
Dessa forma, Gonçalves (2018) diz que essa denunciação deverá 
ser requerida na petição inicial, onde o autor deverá expor os fatos e 
fundamentos jurídicos e, ainda, formular o seu pedido contra o réu, 
pedindo que seja acolhido o seu pedido; no entanto, caso haja uma 
eventual improcedência do seu pedido, ele já fará a denunciação da lide, 
pedindo para que o juiz condene o denunciado ao ressarcimento dos 
prejuízos que dela advirem. 
Um fato importante quando o autor faz a denunciação da lide é 
que, se o juiz deferir o pedido de denunciação, ele deverá mandar citar o 
denunciado antes de citar o réu; já que o denunciado se torna litisconsorte, 
ele poderá acrescentar fatos novos na inicial.
É importante citar que o denunciado, além de poder acrescentar 
fato novo à lide, poderá contestar a denunciação da lide.
Ao fim do processo, o juiz irá proferir uma sentença única, na qual se 
for procedente o pedido do autor contra o réu, ocasionará na extinção da 
denunciação sem resolução de mérito.
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RESUMINDO:
Estudamos neste Capítulo que a denunciação da lide 
serve para que uma das partes que compõe a demanda 
traga um terceiro ao processo, que tem responsabilidade 
de ressarci-la pelos eventuais danos que poderão vir 
com o resultado da demanda. Assim, o direito regressivo 
é o fator principal que traz legitimidade à denunciação da 
lide. Vimos que ela é uma demanda incidental, regressiva, 
eventual e antecipada. Estudamos as três características 
principais desse instituto, vendo, em seguida, as suas 
hipóteses de cabimento, sendo elas: risco de evicção e 
direito de regresso decorrente de lei ou contrato. Vimos 
também que a denunciação da lide é facultativa, assim, se 
a parte deixar de fazer a denunciação, não perde, por sua 
omissão, o direito de regresso, podendo exercê-la por meio 
de ação autônoma. Com a denunciação da lide é criado 
um litisconsórcio ulterior, passivo ou ativo, facultativo e 
unitário. Por fim, vimos como se dá a denunciação da lide, 
caso ela seja feita pelo réu, que deverá denunciar em sua 
contestação ou pelo autor, que deverá denunciar na inicial.
Direito Processual Civil
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Chamamento, Amicus Curiae e 
Desconsideração da Pessoa Jurídica
OBJETIVO:
Estamos estudando sobre a intervenção de terceiro, não 
é mesmo? Desse modo, nesse Capítulo concluiremos 
esse estudo vendo as últimas hipóteses desse instituto. 
Assim, iremos identificar o chamamento ao processo, o 
amicus curiae e a desconsideração da pessoa jurídica. 
Empolgados? Vamos lá!.
Como já mencionamos, as formas de intervenção de terceiro 
estão contidas no Código de Processo Civil, sendo elas: a assistência, 
a denunciação da lide, o chamamento ao processo, o incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica e o amicus curiae.
Neste Capítulo encerraremos esse assunto, estudando sobre 
o chamamento ao processo, o incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica e o amicus curiae. 
Vamos começar!
Chamamento ao Processo
Você já ouviu falar em chamamento ao processo? Sabe o que vem 
a ser isso?
Gonçalves (2018) vem conceituar o que vem a ser essa forma de 
intervenção, ele diz que o chamamento ao processo é uma forma de 
intervenção de terceiros por meio do qual o réu, que é fiador ou devedor 
solidário, que está fazendo parte originalmente da demanda, trará para 
compor o polo passivo, em litisconsórcio com ele, o afiançado ou os 
demais devedores solidários.
Direito Processual Civil
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Assim como na denunciação da lide, no chamamento ao processo, 
a relação jurídica será integrada devido ao pedido do réu, sem a 
necessidade de haver concordância por parte do terceiro chamado. Dessa 
forma, a mera citação válida já é suficiente para que haja o chamamento 
ao processo.
IMPORTANTE:
No chamamento ao processo a intervenção é provocada 
pelo réu. 
Visto isso, podemos concluir que no chamamento ao processo o 
réu traz outros réus, cujo autor não demandou originalmente. Haverá a 
formação de um litisconsórcio passivo, em que sua formação é ulterior, 
determinado pela manifestação do réu, que chama o devedor principal ou 
os codevedores solidários (GONÇALVES, 2018).
O art. 132 do Código de Processo Civil afirma que, em caso de 
procedência da demanda, todos os réus serão condenados a pagar o 
autor.
Hipóteses de Cabimento 
As hipóteses de cabimento do chamamento ao processo estão 
contidas no art. 130 do Código de Processo Civil:
a. Do afiançado, na ação em que o fiador for réu - esse requisito trata 
da hipótese do autor da demanda ter demandado contra o fiador. 
Dessa forma, poderá o fiador chamar ao processo o devedor 
principal.
Mas por que isso acontece?
Para explicar o motivo pelo qual o autor demanda contra o fiador e 
não contra o devedor principal, devemos dizer que o fiador é uma pessoa 
que assume a responsabilidade pelo pagamento de uma dívida que não é 
sua. Dessa forma, se a dívida não for paga pelo devedor principal, o fiador 
Direito Processual Civil
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que irá responder com seus bens perante o credor. No entanto, como 
é possível que a dívida não é dele, ele terá o direito de, após realizar o 
pagamento, ter o valor ressarcido pelo devedor (GONÇALVES, 2018).
IMPORTANTE:
No caso de o autor demandar contra o devedor principal, 
não é permitido que este chame ao processo o fiador. 
b. Dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles 
– Neves (2016) diz que ao demandar um ou alguns fiadores, é 
permitido que haja o chamamento ao processo dos demais, que 
responde com ele solidariamente perante o credor que foi o autor 
da demanda. 
Assim, esse inciso pode ser aplicado em conjunto com o anterior, 
em que o fiador pode, além de chamar os demais fiadores existentes, 
chamar também o devedor principal.
c. Dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um 
ou de alguns o pagamento da dívida comum – essa é a hipótese 
da dívida solidária entre os devedores principais, em que o credor 
não demandou contra todos.
É importante mencionarmos que, de acordo com Gonçalves (2018), 
no que se refere à solidariedade da dívida, o credor pode cobrar de 
qualquer um dos devedores solidários; cobrando apenas de um deles, 
ele pode chamar ao processo os demais. No entanto, caso o pedido do 
credor seja julgado procedente, todos serão condenados, porém o credor 
poderá escolher de qual ele deseja penhorar os bens, assim, ele escolhe 
sobre quem deverá recair a execução. Todavia, aquele que pagar de forma 
integral a dívida, poderá cobrar dos demais devedores, posteriormente, a 
parte de cada um.
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IMPORTANTE:
Comono chamamento ao processo há a formação de 
litisconsórcio, o juiz poderá limitar a quantidade de pessoas 
chamadas ao processo, quando este comprometer a 
rápida solução da demanda ou possa dificultar a defesa ou 
o cumprimento de sentença.
Essas são as hipóteses de cabimento do chamamento ao processo. 
Agora, vamos estudar como se dá seu procedimento.
Procedimento 
O procedimento do chamamento ao processo é determinado pelo 
art. 131 do Código de Processo Civil, em que o chamamento ao processo 
deve ser requerido pelo réu na sua contestação, devendo a citação ser 
promovida no prazo de trinta dias. Caso não seja efetuada a citação nesse 
prazo, ficará sem efeito o chamamento.
NOTA:
Após o terceiro ser chamado ao processo, formará o 
litisconsorte no polo passivo. Caso tenham advogados 
diferentes, seus prazos serão dobrados. 
Para completar, o art. 132 do Código de Processo Civil traz que a 
sentença de procedência da demanda valerá como título executivo em 
favor do réu que satisfizer a dívida, com a finalidade de que ele possa 
exigir por inteiro, do devedor principal, ou de cada um dos codevedores, 
a sua quota, na proporção que lhes couber. Como seria isso? Podemos 
trazer um exemplo para que você possa visualizar melhor.
EXEMPLO: Maria demanda João, fiador em um contrato de 
empréstimo, que chama ao processo Carlos, que é o devedor principal. 
João realiza o pagamento a Maria, devido à sentença do juiz, no entanto, 
essa mesma sentença servirá como título executivo judicial para cobrar 
esse valor a Carlos. 
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É assim que acontece o chamamento ao processo.
Amicus Curiae
Amicus Curiae é uma expressão em latim que pode ser desconhecida 
para você. Você já ouviu falar em amicus curiae?
De acordo com Gonçalves (2018), o amicus curiae corresponde 
a um terceiro que ingressa na demanda com a intenção de fornecer 
subsídios à justiça para o julgamento da causa. Ele não tem interesse 
jurídico próprio que possa ser atingido pelo desfecho da demanda que 
está em andamento, mas tem um interesse institucional, que convém que 
ele manifeste no processo, para que possa ser considerado na hora do 
julgamento. 
Nesse sentido, o amicus curiae funciona como um auxiliar 
do juízo porque, nas causas de maior relevância ou de 
maior impacto, ou que possam ter repercussão social, 
permitirá que o Judiciário tenha melhores condições de 
decidir, levando em consideração a manifestação dele, 
que figura como porta-voz de interesses institucionais, 
e não apenas de interesses individuais das partes. 
(GONÇALVES, 2018, p. 258)
Visto o que vem a ser amicus curiae, e vendo que ele poderá 
ingressar no processo como terceiro, devemos perguntar: quem poderá 
ser esse terceiro?
Gonçalves (2018) também responde essa pergunta ao dizer que o 
amicus curiae poderá ser qualquer pessoa, órgão ou entidade, que não 
tenha interesse próprio na causa, no entanto, tem interesses institucionais 
que poderão ser afetados. Assim, o seu papel é de ser o porta-voz de um 
interesse institucional. 
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Requisitos para a Intervenção do Amicus Curiae
Neves (2015) aponta que são três os requisitos para a intervenção 
do amicus curiae no processo, sendo elas:
1. Relevância da matéria – entende-se por relevância da matéria 
aquela que tenha relevância do ponto de vista econômico, político, 
social ou jurídico. O que devemos entender é que a questão 
que é discutida na demanda deve transcender o mero interesse 
individual das partes, para que, assim, possa ser justificada a 
manifestação de um terceiro, que é o portador de um interesse 
institucional.
2. As especificidades do tema objeto da demanda – em uma demanda 
é possível que sejam exigidos conhecimentos particulares, 
que sejam específicos e que, assim, justificam a intervenção do 
amicus curiae. Como já sabemos, ele intervirá como portador de 
um interesse institucional, quando a questão discutida, ainda que 
específica, transcenda o interesse das partes.
3. Repercussão social da controvérsia – essa última hipótese tem 
vínculo com as anteriores, principalmente com a primeira, tendo em 
vista que não pode ser considerada irrelevante uma controvérsia 
que tenha repercussão social. Assim como as demais, é preciso 
que essa repercussão seja de interesse institucional.
NOTA:
Gonçalves (2018) traz que os requisitos para o terceiro 
que venha a intervir como amicus curiae são: que seja um 
terceiro, dessa forma não é admitido a quem faça parte 
da lide; pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade 
especializada; representatividade adequada. 
Encerramos assim os requisitos para a intervenção do 
amicus curiae. Agora, vamos estudar como se dá o seu 
procedimento.
Direito Processual Civil
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Procedimento 
Começamos ressaltando que essa é a única forma de intervenção 
de terceiros que pode ser determinada pelo juiz ou pelo tribunal de 
ofício. Dessa maneira, o amicus curiae pode ser determinado de ofício, 
requerido por alguma das partes ou a requerimento do próprio terceiro 
(GONÇALVES, 2018).
Assim, em que consiste a participação do amicus curiae? 
Essa participação consiste, basicamente, em emitir uma opinião 
sobre a matéria que é objeto do processo em que ele foi admitido. A sua 
opinião será referente à questão jurídica, à repercussão que ela terá e à 
sua relação com o interesse institucional do qual ele é portador.
De acordo com o § 1° do art. 138, a intervenção desse terceiro 
não implicará em qualquer modificação de competência, mesmo se o 
interventor for um órgão ou uma entidade federal. Além disso, de acordo 
com o § 2° do respectivo artigo, é de competência do juiz ou do relator, na 
decisão que solicitar ou de admitir a intervenção, definir os poderes que 
esse terceiro terá.
No que se refere à sua legitimidade recursal com relação à demanda, 
o § 3° do art. 138 traz que ele só poderá recorrer em duas possibilidades. 
A primeira diz respeito à legitimidade para opor embargos de declaração, 
ou seja, para solicitar integração, correção ou aclaramento da decisão. 
A segunda hipótese diz respeito à legitimidade para opor-se contra a 
decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas.
Direito Processual Civil
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Incidente de Desconsideração da 
Personalidade Jurídica
Para que ocorra o incidente de desconsideração da personalidade 
jurídica, já devemos presumir que esteja em curso uma ação que foi 
ajuizada pelo credor em face da pessoa jurídica que, nesse caso, é o 
devedor. É nessa hipótese que poderá haver a intervenção de terceiros, 
mas por que é nessa hipótese?
Isso ocorre porque no processo que está em curso um dos sócios 
não participava. Assim, se a desconsideração for deferida, ele começará 
a participar.
IMPORTANTE:
Esse é um tipo de intervenção de terceiro provocada e 
não voluntária, pois este ingressará na demanda devido ao 
pedido do Ministério Público ou do credor.
O art. 134 do Código de Processo Civil dispõe que o incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica pode acontecer em qualquer 
fase do processo de conhecimento, assim como no cumprimento de 
sentença e na execução que seja fundada em título executivo extrajudicial.
O § 2° do art. 134 do Código de Processo Civil também estabelece 
a possibilidade de ser suscitado esse incidente na petição inicial. Nesse 
caso, não haverá a intervenção de terceiro, tendo em vista que o sócio já 
estará incluído como réu na petição inicial e, assim, irá figurar como parte 
e não como um terceiro interveniente.
Direito Processual Civil
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Procedimento 
Começamos a falar do procedimento trazendo uma informação 
muito importante: o juiz não pode decretar a desconsideração de ofício. 
De acordo com o art. 133 do Código de Processo Civil, os 
legitimados para propor a desconsideração são o Ministério Público ou 
a parte. Gonçalves (2018) ressalta que por não haver restrição por parte 
do art. 133, o Ministério Público poderárequerer a desconsideração tanto 
nos processos em que figurar com parte quanto nos casos em que ele 
intervenha como fiscal da lei, no entanto, é indispensável que se trate de 
processo em que haja a sua intervenção.
Em sua suscitação de desconsideração da personalidade jurídica, 
a parte ou o Ministério Público devem indicar os fundamentos, de direito 
e de fato em que está sendo fundado esse pedido. Os fundamentos 
alegados por eles devem ser os estabelecidos pelo art. 50 do Código Civil 
e o art. 28 do Código de Defesa do Consumidor, sendo eles:
Art. 50.   Em caso de abuso da personalidade jurídica, 
caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão 
patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou 
do Ministério Público quando lhe couber intervir no 
processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas 
e determinadas relações de obrigações sejam estendidos 
aos bens particulares de administradores ou de sócios da 
pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo 
abuso. (BRASIL, 2002)
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica 
da sociedade quando, em detrimento do consumidor, 
houver abuso de direito, excesso de poder, infração da 
lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato 
social. A desconsideração também será efetivada quando 
houver falência, estado de insolvência, encerramento 
ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má 
administração. (BRASIL, 1990)
Se o requerimento não indicar qualquer um desses fundamentos, 
o juiz deverá mandar o vício ser sanado, sob pena de indeferir a 
desconsideração. Caso o juiz receba o requerimento, ele deverá mandar 
suspender o processo até que ele decida sobre o incidente. 
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Após instaurado o incidente, o juiz deverá determinar a citação do 
sócio ou da pessoa jurídica, para que possa se manifestar no prazo de 15 
dias, de acordo com o art. 135 do Código de Processo Civil.
De acordo com Gonçalves (2018), o juiz poderá determinar as 
provas necessárias para que o suscitante e o suscitado comprovem as 
suas alegações. Após concluída a instrução, o juiz decidirá o incidente, 
que será resolvido por decisão interlocutória; contra essa decisão caberá 
agravo de instrumento. Todavia, se quem decidir for o relator, caberá 
agravo interno.
É importante destacarmos que caso o juiz acolha o pedido de 
desconsideração de personalidade jurídica, o sócio não será considerado 
codevedor, não se tornará também litisconsorte passivo da pessoa jurídica. 
No entanto, quando chegar à fase executiva, caso seja constatado que a 
empresa não tem recursos para cumprir a obrigação, será dado ao credor 
o direito de solicitar a penhora de bens do sócio, a quem foi anteriormente 
estendida a responsabilidade patrimonial (GONÇALVES, 2018).
E assim concluímos nosso estudo sobre a intervenção de terceiro.
Direito Processual Civil
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RESUMINDO:
Neste Capítulo terminamos o estudo sobre as hipóteses 
de intervenção de terceiro, tratando do chamamento 
ao processo, do amicus curiae e da desconsideração da 
pessoa jurídica. Começamos estudando que o chamamento 
ao processo é uma forma de intervenção de terceiros por 
meio do qual o réu, que é fiador ou devedor solidário, 
que está fazendo parte originalmente da demanda, trará 
para compor o polo passivo, em litisconsórcio com ele, o 
afiançado ou os demais devedores solidários. Estudando 
quais são as hipóteses de cabimento do chamamento ao 
processo, quais sejam: o afiançado, na ação em que o fiador 
for réu; os demais fiadores, na ação proposta contra um ou 
alguns deles; e os demais devedores solidários, quando o 
credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida 
comum. Vendo, for fim, como se dá seu procedimento, 
sabendo que a sentença de procedência da demanda 
valerá como título executivo. Em seguida, estudamos 
sobre o amicus curiae, que corresponde a um terceiro que 
ingressa na demanda com a intenção de fornecer subsídios 
à justiça para o julgamento da causa. Ele não tem interesse 
jurídico próprio que possa ser atingido pelo desfecho da 
demanda que está em andamento, ele tem um interesse 
institucional, que convém que ele manifeste no processo, 
para que possa ser considerado na hora do julgamento. 
Vimos que existem três requisitos para que ocorra essa 
intervenção: relevância da matéria, especificidades do tema 
objeto da demanda e repercussão social da controvérsia. 
Por fim, estudamos sobre o incidente de desconsideração 
da personalidade jurídica, onde é presumido que esteja em 
curso uma ação que foi ajuizada pelo credor em face da 
pessoa jurídica que, nesse caso, é o devedor, em que os 
legitimados para suscitar são a parte ou o Ministério Público. 
Direito Processual Civil
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REFERÊNCIAS
AQUAVIVA, M. C. Dicionário acadêmico de direito. São Paulo: 
Editora Jurídica Brasileira, 1999.
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do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2021]. Disponível 
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BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. AgRg no REsp: 821458 
RJ821458 RJ 2006/0037342-6. Agravo Regimental. Recurso Especial. 
Direito Processual Civil
55
Civil e Processual Civil. Alienação Fiduciária em Garantia. Ação de Busca 
e Apreensão Convertida em Ação de Depósito. Denunciação da Lide. 
Fundamento Novo. Lide Paralela. Inadmissibilidade. Agravante: Josias 
Pereira da Silva. Agravado: Banco Itaú S/S. Relator: Ministro Vasco 
Della Giustina (Desembargador Convocado DO TJ/RS). Brasília, DF, 
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Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/17579032/
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GONÇALVES, M. V. R. Direito processual civil esquematizado. São 
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NEVES, D. A. A. Manual de direito processual civil. Salvador: 
Juspodivm, 2016.
THEODORO JÚNIOR, H. Curso de direito processual civil. Rio de 
Janeiro: Forense, 2019.
Direito Processual Civil
	Litisconsórcio 
	Conceito
	Hipóteses de Cabimento 
	Classificação do Litisconsórcio 
	Litisconsórcio Ativo, Passivo e Misto
	Litisconsórcio Inicial ou Ulterior
	Litisconsórcio Necessário e Facultativo 
	Litisconsórcio Unitário e Simples 
	Litisconsórcio Necessário Simples ou Unitário
	Prazo para os Litisconsortes 
	Intervenção de Terceiros
	Conceito 
	Intervenção de Terceiros Voluntária e ProvocadaAssistência 
	Assistência Simples
	Poderes do Assistente Simples no Processo
	Assistência Litisconsorcial 
	Poderes do Assistente Litisconsorcial 
	Procedimento da Assistência
	A Justiça da Decisão
	Denunciação da Lide
	Conceito 
	Hipóteses de Cabimento
	Risco de Evicção
	Direito de Regresso Decorrente de Lei ou Contrato
	Facultatividade 
	Qualidade Processual do Denunciado
	Procedimento da Denunciação da Lide
	Quando Requerida pelo Réu
	Quando Requerida pelo Autor
	Chamamento, Amicus Curiae e Desconsideração da Pessoa Jurídica
	Chamamento ao Processo
	Hipóteses de Cabimento 
	Procedimento 
	Amicus Curiae
	Requisitos para a Intervenção do Amicus Curiae
	Procedimento 
	Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica
	Procedimento

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