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1 FICHAMENTO SANTOS, Juarez Cirino dos. Direito Penal: Parte Geral. 10. ed. rev. atual. e ampl. Sa o Paulo: Tirant Lo Blanch, 2022. CAPÍTULO 4: INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL................................................................. 1 CAPÍTULO 4: INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL • Te cnicas de interpretaça o: a) literal. b) sistema tica: busca esclarecer o significado da norma isolada no contexto do sistema de normas respectivo, que estrutura conceitos e institutos jurí dicos. c) histo rica: busca esclarecer a intença o do legislador. d) teleolo gica: busca esclarecer a finalidade social da lei. • Sujeitos de interpretaça o: a) aute ntica: legislador. a.1. contextual: no pro prio texto da lei. a.2. paralela: nas exposiço es de motivos, etc. b) judicial. c) cientí fica. • Resultados da interpretaça o: a) declarativos: lex dixit quam voluit, a lei disse o que queria dizer, corresponde ncia do significado com a linguagem da lei. b) restritivos: lex dixit plus quam voluint, a lei disse mais do que queria dizer, reduça o do significado da linguagem da lei. c) extensivos: lex dixit minus quam voluit, a lei disse menos do que queria dizer, ampliaça o do significado da linguagem da lei: proibido pelo princí pio da legalidade. • Interpretaça o difere de analogia, que e proibida: a) teoria do sentido da lei penal: a interpretaça o conforme o sentido da lei penal e permitida, e o que na o esta conforme o sentido da lei penal e analogia e, portanto, proibido. Problema: subjetividade do sentido atribuí do a lei penal. b) teoria da literalidade da lei penal: o que esta conforme a literalidade da lei penal e interpretaça o e, portanto, permitido; o que na o esta de acordo com a literalidade e analogia e, portanto, proibido. As palavras possuem significados objetivos responsa veis pela comunicaça o social. Todos os casos de du vida sa o resolvidos por interpretaça o restritiva da lei penal, compatí vel com o princí pio in dubio pro reo. • Analogia a simile: aplicaça o da lei penal a fatos diferentes do previsto. Proibido. Juí zo de probabilidade pro prio da psicologia individual. • Analogia a maiori ad minus: uma norma va lida para uma classe geral de fatos e tambe m va lida para fatos especiais da mesma categoria. É proibida se em prejuí zo do re u (in malam partem), mas em benefí cio e permitida (in bonam partem). • Silogismo: consiste em obter uma conclusa o da articulaça o de uma premissa maior com outra menor: Todo homem é mortal / Sócrates é homem / Logo, Sócrates é mortal. 2 • Silogismo jurí dico: Homicídio é punido com pena de 6 a 20 anos / Y cometeu homicídio contra X / A pena de 6 a 20 anos de reclusão é aplicável contra Y. • Problemas relacionados com a subjetividade do julgador: a) erro de interpretaça o da norma: defeito de conhecimento cientí fico do direito. b) erro de ana lise das provas dos autos: defeito de representaça o do fato (silogismo regressivo). • Os erros sa o produto de metarregras, feno menos psí quicos emocionais, em geral inconscientes, que determinam o significado concreto da decisa o judicial: preconceitos, estereo tipos, traumas, idiossincrasias pessoais, distorço es ideolo gicas que informam a percepça o do julgador. • Fontes da norma penal: sa o materiais e formais: a) materiais: a.1. teorias consensuais: resultam de interesses, necessidades e valores gerais da sociedade. a.2. teorias conflituais: resultam de interesses, necessidades e valores das classes socais proprieta rias do capital e detentoras do poder de Éstado. b) formais: b.1. escritas: lei, jurisprude ncia, doutrina. b.2. na o escritas: costumes, princí pios gerais e poder negocial. • O direito penal possui uma u nica e exclusiva fonte formal: lei penal.