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Novamente, calculando os valores de seno e cosseno, obtemos: MT –1 = 1 2 √3 2 √3 2 1 2– Essa MT –1 é nossa candidata à matriz inversa. Vejamos se, de fato, ela é inversa de MT. Para tal, basta calcular os produtos MTMT –1 e MT –1MT. Temos: MTMT –1 = = 1 2 √3 2 √3 2 1 2– 1 2 √3 2 √3 2 1 2 – 1 0 0 1 De forma semelhante, também obtemos: MT –1MT = = 1 2 √3 2 √3 2 1 2 – 1 2 –√3 2 √3 2 1 2 1 0 0 1 Assim, MT –1 é, de fato, a inversa da matriz apresentada inicialmente. O procedimento utilizado no exemplo anterior pode ser sumarizado da seguinte maneira. 1. Observar a transformação geométrica induzida pela matriz, caso ela exista. 2. Procurar pela transformação inversa. 3. Encontrar a matriz dessa transformação. Assim como matrizes, transformações lineares também apresentam a noção de núcleo, que também se relaciona com o fato de uma transformação linear e, por consequência, a matriz que a induz ser ou não invertível. Vamos denotar que o núcleo por Null(T), de uma transformação linear T, é o conjunto de todos os vetores do v→ plano euclidiano, tais que T(v→) = 0. Geometria vetorial e transformações lineares14 Segue da definição de uma transformação linear que: � o vetor nulo 0 → sempre pertence ao núcleo de uma transformação linear, isto é, ; � se v→ ∈ Null(T), então todo múltiplo de v→ também pertencerá. Essas observações, somadas aos resultados previamente apresentados, nos permitem apresentar o seguinte resultado. Teorema: seja T:R2 → R2 uma transformação linear cuja forma matricial é MT, são equivalentes as seguintes informações. � det(MT) ≠ 0. � Null(T) = {0 → }. � T é invertível. � MT é invertível. Veja, a seguir, um exemplo de aplicação desse resultado. Considere A uma transformação de rotação de 90º no sentido anti-horário. Qual é o núcleo dessa transformação? Como visto nas seções anteriores, a forma matricial dessa transformação é dada por: R90 = cos 90º –sen 90º sen 45º cos 90º Calculando os valores de seno e cosseno, obtemos: R90 = 0 –1 1 0 Não é difícil perceber que o determinante dessa matriz é igual 1 e, portanto, diferente de zero. Como consequência do resultado anterior, temos: Null(T ) = {0 → } 15Geometria vetorial e transformações lineares Como um último resultado, apresentamos um teorema que permite identifi- car rotações e reflexões em torno de retas que passam pela origem a partir dos determinantes de suas matrizes. Esse resultado também pode ser encontrado em Nicholson (2015). Teorema: seja T:R2 → R2 uma transformação linear no plano euclidiano com forma matricial dada por MT, temos que: 4. T é uma rotação se, e somente se, det(MT) = 1; 5. T é reflexão se, e somente se, det(MT) = –1. ANTON, H.; BUSBY, R. C. Álgebra linear contemporânea. Porto Alegre: Bookman, 2006. NICHOLSON, W. K. Álgebra linear. 2. ed. Porto Alegre: McGraw-Hill, 2006. Leitura recomendada LIPSCHUTZ, S.; LIPSON, M. L. Álgebra linear. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011. (Coleção Schaum). Geometria vetorial e transformações lineares16