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ÍCONES 
DAS 7 ARTES
BAIXE JÁ! na sua 
banca
virtual
KLUB EDITORIAL LTDA. ME 
Av. Nova Cantareira, 5027 
Tremembé, São Paulo, SP 
CEP 02341-002
klubeditorial@gmail.com
PUBLISHER, DIREÇÃO 
DE ARTE E DESIGNER 
GRÁFICO: 
Silvio Reschiliani
JORNALISTA RESPONSÁ-
VEL E EDITORA: 
Ieda Maria Cerqueira 
Registro no Sindicato dos 
Jornalistas de SP 
Mtb 18401
WHATSAPP: 
+55 11 99588-7493
ieda@klubeditorial.com.br 
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@klubeditorial 
CONSULTORA 
PEDAGÓGICA E 
MARKETING: 
Jussara Irajah H. 
DISTRIBUIÇÃO EM 
BANCAS DIGITAIS:
EDICASE ASSESSORIA: 
www.edicase.com.br
CONSULTOR CONTÁBIL: 
Jairo Pereira 
jairo0702@gmail.com
CONSULTOR JURÍDICO: 
Eric Hirai 
N0 31, Ano3, fev/22, 
R$ 24,90 - ISSN 2525-7382 
© Todos os direitos reser-
vados. A ARTE KLUB é uma 
publicação mensal da Klub 
Editorial Ltda ME. 
CNPJ 19.037.586/0001-97. 
Registro no Instituto Brasileiro 
de Informação em Ciência e 
Tecnologia (IBICT), em Brasília, 
sob o número 2525-7382 do 
International Standard Serial 
Number.
NOSSAS PUBLICAÇÕES: 
ARTE KLUB, 
CANTINHO DO CHEF, 
IDEIAS E REVOLUÇÕES,
SPAÇO PETS, SPORTS 365, 
SUSHI ART, 
THYANNA, UNIVERSO 
BEBÊ E CRIANÇA,
VIAGENS E DESTINOS.
COMERCIAL: 
Edson Borges - Borguinho
contato@klubeditorial.com.br
zap: 11 9.9988-9943
AS 11 ARTES 
O termo “sétima arte”, usado para de-
signar o cinema, foi estabelecido por 
Ricciotto Canudo no “Manifesto das Sete 
Artes”, em 1912 (publicado apenas em 
1923). Posteriormente, foram propostas 
outras formas de arte, como a fotografia 
(8a) e HQs (9a). Trouxemos aqui um espe-
cial com os ícones das 7 artes.
Confira!
Ieda Maria Cerqueira
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BPintura de Joseph Karl 
Stieler (1781–1858)
TOP 11 ARTES: 1a arte - música
LUDWIG VAN 
BEETHOVEN 
O compositor Ludwig van Beethoven criou 
algumas das obras de maior influência na 
história musical. Ele transformou a música 
clássica ocidental. Por exemplo, Beethoven 
estabeleceu novos padrões para as sinfo-
nias, compondo obras mais longas que ser-
viam para expressar ideias importantes e 
sentimentos profundos, e não apenas para 
divertir. 
Seus trabalhos compreen-
dem nove sinfonias, uma 
ópera e muitas peças mu-
sicais para pequenos gru-
pos e para instrumentos 
solistas, como o piano.
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BPintura de Joseph Karl 
Stieler (1781–1858)
TOP 11 ARTES: 1a arte - música
LUDWIG VAN 
BEETHOVEN 
O compositor Ludwig van Beethoven criou 
algumas das obras de maior influência na 
história musical. Ele transformou a música 
clássica ocidental. Por exemplo, Beethoven 
estabeleceu novos padrões para as sinfo-
nias, compondo obras mais longas que ser-
viam para expressar ideias importantes e 
sentimentos profundos, e não apenas para 
divertir. 
Seus trabalhos compreen-
dem nove sinfonias, uma 
ópera e muitas peças mu-
sicais para pequenos gru-
pos e para instrumentos 
solistas, como o piano.
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TOP 11 ARTES: 1a arte - música
Beethoven nasceu em Bonn, na atual 
Alemanha, em dezembro de 1770. Ele 
aprendeu composição musical com o 
organista oficial da corte de um nobre. Tor-
nou-se organista assistente aos 11 anos e logo 
depois publicou sua primeira composição.
Em 1787, Beethoven mudou-se para Viena, 
na Áustria, para estudar com o grande com-
positor Wolfgang Amadeus Mozart. No en-
tanto, precisou voltar a Bonn pouco tempo 
depois. Não se sabe ao certo se Mozart e Bee-
thoven chegaram a se conhecer. Cinco anos 
mais tarde, Beethoven foi morar em Viena 
permanentemente. Lá, estudou com Joseph 
Haydn e outros compositores famosos.
Beethoven se tornou conhecido como pia-
nista de imenso talento. Muitos moradores 
ricos de Viena apreciavam sua música e pa-
gavam bem para ouvi-lo tocar. Em 1800, ele 
apresentou algumas de suas obras em um 
grande concerto público em Viena. Esse even-
to contribuiu para torná-lo muito famoso.
No final da década de 1790, Beethoven 
começou a perder a audição. Durante algum 
tempo, continuou a compor e a se apresentar 
como antes. Em 1819, no entanto, já estava 
completamente surdo. Daí por diante, não 
se apresentou mais em público, dedicando a 
maior parte de sua energia a compor música.
Ludwig van Beetho-
ven, 250 anos depois 
de seu nascimento, 
é considerado um 
dos pilares da mú-
sica ocidental, pelo 
incontestável desen-
volvimento, tanto da 
linguagem como do 
conteúdo musical de-
monstrado nas suas 
obras, permanecendo 
como um dos compo-
sitores mais respeita-
dos e mais influentes 
de todos os tempos. 
"O resumo de sua 
obra é a liberdade", 
observou o crítico 
alemão Paul Bekker 
(1882–1937), "a liber-
dade política, a liber-
dade artística do indi-
víduo, sua liberdade 
de escolha, de credo e 
a liberdade individual 
em todos os aspectos 
da vida".
Estúdio de Beetho-
ven em 1827 
por J.N. Hoechle
Vienna Museum 
Foto Web Gallery 
of Art
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TOP 11 ARTES: 1a arte - música
Beethoven nasceu em Bonn, na atual 
Alemanha, em dezembro de 1770. Ele 
aprendeu composição musical com o 
organista oficial da corte de um nobre. Tor-
nou-se organista assistente aos 11 anos e logo 
depois publicou sua primeira composição.
Em 1787, Beethoven mudou-se para Viena, 
na Áustria, para estudar com o grande com-
positor Wolfgang Amadeus Mozart. No en-
tanto, precisou voltar a Bonn pouco tempo 
depois. Não se sabe ao certo se Mozart e Bee-
thoven chegaram a se conhecer. Cinco anos 
mais tarde, Beethoven foi morar em Viena 
permanentemente. Lá, estudou com Joseph 
Haydn e outros compositores famosos.
Beethoven se tornou conhecido como pia-
nista de imenso talento. Muitos moradores 
ricos de Viena apreciavam sua música e pa-
gavam bem para ouvi-lo tocar. Em 1800, ele 
apresentou algumas de suas obras em um 
grande concerto público em Viena. Esse even-
to contribuiu para torná-lo muito famoso.
No final da década de 1790, Beethoven 
começou a perder a audição. Durante algum 
tempo, continuou a compor e a se apresentar 
como antes. Em 1819, no entanto, já estava 
completamente surdo. Daí por diante, não 
se apresentou mais em público, dedicando a 
maior parte de sua energia a compor música.
Ludwig van Beetho-
ven, 250 anos depois 
de seu nascimento, 
é considerado um 
dos pilares da mú-
sica ocidental, pelo 
incontestável desen-
volvimento, tanto da 
linguagem como do 
conteúdo musical de-
monstrado nas suas 
obras, permanecendo 
como um dos compo-
sitores mais respeita-
dos e mais influentes 
de todos os tempos. 
"O resumo de sua 
obra é a liberdade", 
observou o crítico 
alemão Paul Bekker 
(1882–1937), "a liber-
dade política, a liber-
dade artística do indi-
víduo, sua liberdade 
de escolha, de credo e 
a liberdade individual 
em todos os aspectos 
da vida".
Estúdio de Beetho-
ven em 1827 
por J.N. Hoechle
Vienna Museum 
Foto Web Gallery 
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TOP 11 ARTES: 1a arte - música
SERVIÇO:
Pernoites por Daniel Lanne
Local: Galeria Kogan Amaro
Período expositivo: até 29 
de novembro
Endereço: Rua Gumercindo 
Saraiva,
Horário: das 11h às 15h, 
com agendamento prévio
Informações:
(11) 3045-0755/0944
Instagram/GaleriaKoganAmaro
Facebook.com/galeriakoganamaro/
http://www.galeriakoganamaro.com
Beethoven começou a compor música 
como nunca antes se houvera ouvido. A 
partir de Beethoven a música nunca mais 
foi a mesma. As suas composições eram cria-
das sem a preocupação em respeitar regras 
que, até então, eram seguidas. Considerado 
um poeta-músico, foi o primeiro romântico 
apaixonado pelo lirismo dramático e pela li-
berdade de expressão. Foi sempre condicio-
nado pelo equilíbrio, pelo amor à natureza e 
pelos grandes ideais humanitários. Inaugu-
ra, portanto, a tradição de compositor livre, 
que escreve música para si, sem estar vin-
culado a um príncipeou a um nobre. Hoje 
em dia muitos críticos o consideram como 
o maior compositor do século XIX, a quem 
se deve a inauguração do período Românti-
co, enquanto outros o distinguem como um 
dos poucos homens que merecem a adjeti-
vação de “gênio”.
Nos últimos anos de vida, Beethoven 
criou obras mais longas e mais complexas. 
Em 1824, regeu a primeira apresentação de 
sua “Nona Sinfonia”, com grande sucesso 
— apesar de não conseguir mais escutar a 
música. Ludwig van Beethoven morreu em 
Viena, em 26 de março de 1827. As obras-
-primas que ele criou continuam a ser exe-
cutadas, quase dois séculos depois de sua 
morte.
Pintura de Joseph 
Willibrord Mähler 
(1778–1860).Depois de 1812, a 
surdez progressiva 
aliada à perda das 
esperanças matrimo-
niais e problemas com 
a custódia do sobri-
nho levaram-no a uma 
crise criativa. A partir 
de 1818, Ludwig, apa-
rentemente recupera-
do, passou a compor 
mais lentamente, mas 
com um vigor reno-
vado. Surgem então 
algumas de suas maio-
res obras: a “Sonata nº 
29 em Si bemol Maior, 
Op.106”, intitulada de 
Hammerklavier, entre 
1817 e 1818; a “Sona-
ta nº 30 em Mi Maior, 
Op.109” (1820). A cul-
minância destes anos 
foi a “Sinfonia nº 9 em 
Ré Menor, Op.125” 
(1822–1824), para 
muitos a sua obra-pri-
ma. Pela primeira vez 
é inserido um coral 
num movimento de 
uma sinfonia. 
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TOP 11 ARTES: 1a arte - música
SERVIÇO:
Pernoites por Daniel Lanne
Local: Galeria Kogan Amaro
Período expositivo: até 29 
de novembro
Endereço: Rua Gumercindo 
Saraiva,
Horário: das 11h às 15h, 
com agendamento prévio
Informações:
(11) 3045-0755/0944
Instagram/GaleriaKoganAmaro
Facebook.com/galeriakoganamaro/
http://www.galeriakoganamaro.com
Beethoven começou a compor música 
como nunca antes se houvera ouvido. A 
partir de Beethoven a música nunca mais 
foi a mesma. As suas composições eram cria-
das sem a preocupação em respeitar regras 
que, até então, eram seguidas. Considerado 
um poeta-músico, foi o primeiro romântico 
apaixonado pelo lirismo dramático e pela li-
berdade de expressão. Foi sempre condicio-
nado pelo equilíbrio, pelo amor à natureza e 
pelos grandes ideais humanitários. Inaugu-
ra, portanto, a tradição de compositor livre, 
que escreve música para si, sem estar vin-
culado a um príncipe ou a um nobre. Hoje 
em dia muitos críticos o consideram como 
o maior compositor do século XIX, a quem 
se deve a inauguração do período Românti-
co, enquanto outros o distinguem como um 
dos poucos homens que merecem a adjeti-
vação de “gênio”.
Nos últimos anos de vida, Beethoven 
criou obras mais longas e mais complexas. 
Em 1824, regeu a primeira apresentação de 
sua “Nona Sinfonia”, com grande sucesso 
— apesar de não conseguir mais escutar a 
música. Ludwig van Beethoven morreu em 
Viena, em 26 de março de 1827. As obras-
-primas que ele criou continuam a ser exe-
cutadas, quase dois séculos depois de sua 
morte.
Pintura de Joseph 
Willibrord Mähler 
(1778–1860).Depois de 1812, a 
surdez progressiva 
aliada à perda das 
esperanças matrimo-
niais e problemas com 
a custódia do sobri-
nho levaram-no a uma 
crise criativa. A partir 
de 1818, Ludwig, apa-
rentemente recupera-
do, passou a compor 
mais lentamente, mas 
com um vigor reno-
vado. Surgem então 
algumas de suas maio-
res obras: a “Sonata nº 
29 em Si bemol Maior, 
Op.106”, intitulada de 
Hammerklavier, entre 
1817 e 1818; a “Sona-
ta nº 30 em Mi Maior, 
Op.109” (1820). A cul-
minância destes anos 
foi a “Sinfonia nº 9 em 
Ré Menor, Op.125” 
(1822–1824), para 
muitos a sua obra-pri-
ma. Pela primeira vez 
é inserido um coral 
num movimento de 
uma sinfonia. 
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TOP 11 ARTES: 1a arte - música
O filme “O Segredo de Beetho-
ven” relata um momento mar-
cante da vida do compositor. 
O longa, lançado em novembro de 
2006, teve ninguém menos que Ed 
Harris interpretando Ludwig. O filme 
se passa durante o fim da vida de Bee-
thoven, quando sua surdez encontra-
va-se em grau elevado, e ele precisava 
de uma pessoa para transcrever suas 
partituras, momento em que contrata 
Anna Holz (Diane Kruger), uma jovem 
estudante de piano do Conservatório 
Musical.
Apesar da afeição mútua que cres-
ce entre os dois, Beethoven despreza 
a composição de Anna que, desespe-
rada, vai embora pensando em largar 
de vez o mundo da música. O Maes-
tro vai atrás dela, implorando pra que 
volte e termine com ele esse último 
trabalho, depois do qual pode libertá-
-la para se tornar o que ele diz que ela 
nasceu para ser: uma compositora.
“A música deve trazer paz no 
coração dos homens; e lágrimas 
aos olhos de uma mulher.”
Ludwig van Beethoven
Criador de obras que desafia-
ram os limites de seu tem-
po, levaram ao desenvol-
vimento de instrumentos novos 
e seguem sendo o ponto alto de 
sua arte, Ludwig van Beethoven 
(1770-1827) personifica a forma-
ção de uma sensibilidade moderna 
na música. Fruto de mais de uma 
década de trabalho, a biografia es-
crita por Jan Swafford alia rigor e 
entusiasmo ao oferecer um retra-
to detalhado da vida e da obra do 
compositor alemão.
Ele mesmo um compositor reno-
mado, Swafford comenta a evolu-
ção do trabalho de Beethoven em 
análises ao mesmo tempo eruditas 
e acessíveis, sem perder de vista o 
leitor leigo. Além da compreensão 
profunda do músico revolucioná-
rio, Swafford busca fontes até en-
tão pouco exploradas para retraçar 
a vida íntima do homem, desfazen-
do mitos persistentes e descobrindo 
novos detalhes sobre as principais 
influências formadoras do autor da 
“Nona Sinfonia”.
FILME O SEGREDO DE BEETHOVEN LIVRO BEETHOVEN: ANGÚSTIA E TRIUNFO 
1h 44min 
Drama, Histórico, Musical
Direção: Agnieszka Holland
Elenco: Ed Harris, Diane 
Kruger, Matthew Goode.
Nacionalidades: EUA, 
Hungria, Alemanha
Gênio irascível; contemporâ-
neo do Iluminismo alemão e 
símbolo do Romantismo eu-
ropeu; colecionador de frus-
trações amorosas; vítima de 
uma surdez progressiva que 
se manifestou no auge da 
fama...
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TOP 11 ARTES: 1a arte - música
O filme “O Segredo de Beetho-
ven” relata um momento mar-
cante da vida do compositor. 
O longa, lançado em novembro de 
2006, teve ninguém menos que Ed 
Harris interpretando Ludwig. O filme 
se passa durante o fim da vida de Bee-
thoven, quando sua surdez encontra-
va-se em grau elevado, e ele precisava 
de uma pessoa para transcrever suas 
partituras, momento em que contrata 
Anna Holz (Diane Kruger), uma jovem 
estudante de piano do Conservatório 
Musical.
Apesar da afeição mútua que cres-
ce entre os dois, Beethoven despreza 
a composição de Anna que, desespe-
rada, vai embora pensando em largar 
de vez o mundo da música. O Maes-
tro vai atrás dela, implorando pra que 
volte e termine com ele esse último 
trabalho, depois do qual pode libertá-
-la para se tornar o que ele diz que ela 
nasceu para ser: uma compositora.
“A música deve trazer paz no 
coração dos homens; e lágrimas 
aos olhos de uma mulher.”
Ludwig van Beethoven
Criador de obras que desafia-
ram os limites de seu tem-
po, levaram ao desenvol-
vimento de instrumentos novos 
e seguem sendo o ponto alto de 
sua arte, Ludwig van Beethoven 
(1770-1827) personifica a forma-
ção de uma sensibilidade moderna 
na música. Fruto de mais de uma 
década de trabalho, a biografia es-
crita por Jan Swafford alia rigor e 
entusiasmo ao oferecer um retra-
to detalhado da vida e da obra do 
compositor alemão.
Ele mesmo um compositor reno-
mado, Swafford comenta a evolu-
ção do trabalho de Beethoven em 
análises ao mesmo tempo eruditas 
e acessíveis, sem perder de vista o 
leitor leigo. Além da compreensão 
profunda do músico revolucioná-
rio, Swafford busca fontes até en-
tão pouco exploradas para retraçar 
a vida íntima do homem, desfazen-
do mitos persistentes e descobrindo 
novos detalhes sobre as principais 
influências formadoras do autor da 
“Nona Sinfonia”.
FILME O SEGREDO DE BEETHOVEN LIVRO BEETHOVEN: ANGÚSTIA E TRIUNFO1h 44min 
Drama, Histórico, Musical
Direção: Agnieszka Holland
Elenco: Ed Harris, Diane 
Kruger, Matthew Goode.
Nacionalidades: EUA, 
Hungria, Alemanha
Gênio irascível; contemporâ-
neo do Iluminismo alemão e 
símbolo do Romantismo eu-
ropeu; colecionador de frus-
trações amorosas; vítima de 
uma surdez progressiva que 
se manifestou no auge da 
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BRodrigues em 1971
Foto Arquivo Nacional
TOP 11 ARTES: 2a arte - teatro
NELSON 
RODRIGUES 
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RA
SI
LE
IR
A
S
Autor de frases impactantes e controversas 
como “Toda oração é linda. Duas mãos pos-
tas são sempre tocantes, ainda que rezem 
pelo vampiro de Dusseldorf” ou ainda “Na 
vida, o importante é fracassar”, redigiu 17 
peças teatrais que são tidas como clássicas.
Com certeza uma de suas 
maiores proezas foi a 
peça “Vestido de Noiva”, 
até hoje viva no imaginá-
rio popular brasileiro.
Frases
“Sou reacionário. Minha 
reação é contra tudo 
que não presta.”
“Não se apresse em per-
doar. A misericórdia 
também corrompe.”
Nelson Rodrigues
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BRodrigues em 1971
Foto Arquivo Nacional
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Autor de frases impactantes e controversas 
como “Toda oração é linda. Duas mãos pos-
tas são sempre tocantes, ainda que rezem 
pelo vampiro de Dusseldorf” ou ainda “Na 
vida, o importante é fracassar”, redigiu 17 
peças teatrais que são tidas como clássicas.
Com certeza uma de suas 
maiores proezas foi a 
peça “Vestido de Noiva”, 
até hoje viva no imaginá-
rio popular brasileiro.
Frases
“Sou reacionário. Minha 
reação é contra tudo 
que não presta.”
“Não se apresse em per-
doar. A misericórdia 
também corrompe.”
Nelson Rodrigues
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TOP 11 ARTES: 2a arte - teatro
A primeira peça de Nelson já traz uma evi-
dente carga psicológica, em que o jogo 
neurótico invade e transforma as rela-
ções. O que move a ação de “A Mulher sem Peca-
do” é o ciúme, doença aceita nos extratos mais 
recatados da sociedade. A narrativa se mantém 
dentro do comportamento social, só permitin-
do ao espectador acesso ao mundo interior das 
personagens através desse filtro. Na encenação 
do texto pela bem comportada companhia Co-
média Brasileira, em 1942, o que é o latente esti-
lo rodriguiano passa despercebido.
Em “Vestido de Noiva”, Nelson cria um arti-
fício dividindo a ação em três planos - da me-
mória, alucinação e realidade - permitindo ao 
espectador acessar toda a complexidade da 
psique da personagem central. O texto suge-
re insuspeitas perversões psicológicas, mas a 
temática não ultrapassa a traição entre irmãs 
e o apelo da vida mundana sobre a fantasia fe-
minina. A encenação realizada por Ziembinski 
com o grupo Os Comediantes, em 1943, torna-
-se um marco histórico. A peça passa por várias 
montagens no decorrer das próximas décadas.
Em “Álbum de Família”, texto seguinte, es-
crito em 1945, Nelson elabora um mergulho 
radical na inconsciência primitiva de suas 
personagens, que se tornam arquétipos, tra-
balhando sua narrativa sobre as verdades 
profundas e inimagináveis do ser humano a 
Nelson Falcão Ro-
drigues (Recife - PE - 
1912 - Rio de Janeiro 
RJ - 1980). Autor. Ao 
longo de sua trajetó-
ria artística, Nelson 
Rodrigues é alvo de 
uma polêmica que o 
faz conhecer tanto 
o sucesso absoluto, 
como em “Vestido 
de Noiva”, 1943, 
cuja encenação por 
Ziembinski marca o 
surgimento do teatro 
moderno no Brasil, 
quanto a total execra-
ção, como em “Anjo 
Negro”, 1948, ousa-
da montagem para 
a época pelo Teatro 
Popular de Arte. Dis-
tante de qualquer 
modismo, tendência 
ou movimento, cria 
um estilo próprio e é 
hoje considerado um 
dos maiores drama-
turgos brasileiros.
Busto de Nel-
son Rodrigues 
no Fluminense.
Foto: Alexandre 
Magno Barreto 
Berwanger
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TOP 11 ARTES: 2a arte - teatro
A primeira peça de Nelson já traz uma evi-
dente carga psicológica, em que o jogo 
neurótico invade e transforma as rela-
ções. O que move a ação de “A Mulher sem Peca-
do” é o ciúme, doença aceita nos extratos mais 
recatados da sociedade. A narrativa se mantém 
dentro do comportamento social, só permitin-
do ao espectador acesso ao mundo interior das 
personagens através desse filtro. Na encenação 
do texto pela bem comportada companhia Co-
média Brasileira, em 1942, o que é o latente esti-
lo rodriguiano passa despercebido.
Em “Vestido de Noiva”, Nelson cria um arti-
fício dividindo a ação em três planos - da me-
mória, alucinação e realidade - permitindo ao 
espectador acessar toda a complexidade da 
psique da personagem central. O texto suge-
re insuspeitas perversões psicológicas, mas a 
temática não ultrapassa a traição entre irmãs 
e o apelo da vida mundana sobre a fantasia fe-
minina. A encenação realizada por Ziembinski 
com o grupo Os Comediantes, em 1943, torna-
-se um marco histórico. A peça passa por várias 
montagens no decorrer das próximas décadas.
Em “Álbum de Família”, texto seguinte, es-
crito em 1945, Nelson elabora um mergulho 
radical na inconsciência primitiva de suas 
personagens, que se tornam arquétipos, tra-
balhando sua narrativa sobre as verdades 
profundas e inimagináveis do ser humano a 
Nelson Falcão Ro-
drigues (Recife - PE - 
1912 - Rio de Janeiro 
RJ - 1980). Autor. Ao 
longo de sua trajetó-
ria artística, Nelson 
Rodrigues é alvo de 
uma polêmica que o 
faz conhecer tanto 
o sucesso absoluto, 
como em “Vestido 
de Noiva”, 1943, 
cuja encenação por 
Ziembinski marca o 
surgimento do teatro 
moderno no Brasil, 
quanto a total execra-
ção, como em “Anjo 
Negro”, 1948, ousa-
da montagem para 
a época pelo Teatro 
Popular de Arte. Dis-
tante de qualquer 
modismo, tendência 
ou movimento, cria 
um estilo próprio e é 
hoje considerado um 
dos maiores drama-
turgos brasileiros.
Busto de Nel-
son Rodrigues 
no Fluminense.
Foto: Alexandre 
Magno Barreto 
Berwanger
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TOP 11 ARTES: 2a arte - teatro
SERVIÇO:
Pernoites por Daniel Lanne
Local: Galeria Kogan Amaro
Período expositivo: até 29 
de novembro
Endereço: Rua Gumercindo 
Saraiva,
Horário: das 11h às 15h, 
com agendamento prévio
Informações:
(11) 3045-0755/0944
Instagram/GaleriaKoganAmaro
Facebook.com/galeriakoganamaro/
http://www.galeriakoganamaro.com
partir da célula da família. Aqui o tema se alo-
ja em um dos maiores tabus sociais - o incesto 
em todas as direções, entre irmãos, mãe e fi-
lho, pai e filha. O autor nomeia seu estilo de 
“teatro desagradável” e reconhece que este 
teatro, que se inicia a partir de “Álbum de Fa-
mília”, inviabiliza a repetição do sucesso de 
“Vestido de Noiva”, porque “são obras pesti-
lentas, fétidas, capazes, por si só, de produzir 
o tifo e a malária na plateia”.
Em 1953, “A Falecida”, primeira tragédia 
carioca de Nelson retratando a peculiaridade 
da Zona Norte do Rio de Janeiro, é encenada 
por José Maria Monteiro, com a Companhia 
Dramática Nacional - CDN, tendo Sônia Oitici-
ca e Sergio Cardoso como protagonistas. Na 
sequência, surge “Senhora dos Afogados”. 
A montagem que, inicialmente estrearia no 
Teatro Brasileiro de Comédia - TBC -, tem seu 
curso interrompido após meses de ensaios, 
sendo retomada em 1954 pela CDN, com di-
reção de Bibi Ferreira. Ao final da estreia, ao 
subir, em uma extremidade do palco, o autor, 
e, na outra, a diretora, o público vira-se na di-
reção dele e vaia, volta-se para ela e aplaude, 
exaltando o espetáculo para repudiar o tex-
to. A causa do horror do público é outra vez 
a relação incestuosa, o amor da filha pelo pai, 
que faz com que a mãe se vingue traindo o 
marido com o noivo da filha, motivando as-
sassinatos entre os membros da família.
Estátua de 
Nelson Rodriguesem Copacabana
Foto: NMaia
“O Beijo no Asfalto” 
é escrita sob enco-
menda de Fernan-
da Montenegro a 
Nelson. Em 21 dias, 
o autor apresenta 
mais uma de suas 
tragédias cariocas, 
agora abordando a 
sordidez não só da 
imprensa, mas tam-
bém da polícia, numa 
trama forjada que 
destrói a reputação 
de um homem, acu-
sado de homicida 
e homossexual. “O 
Teatro dos Sete” es-
treia o espetáculo em 
1961, sob a direção 
de Fernando Torres, 
com cenografia de 
Gianni Ratto, con-
tando com Fernan-
da, Sergio Britto, Os-
waldo Loureiro, Ítalo 
Rossi, entre outros.
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TOP 11 ARTES: 2a arte - teatro
SERVIÇO:
Pernoites por Daniel Lanne
Local: Galeria Kogan Amaro
Período expositivo: até 29 
de novembro
Endereço: Rua Gumercindo 
Saraiva,
Horário: das 11h às 15h, 
com agendamento prévio
Informações:
(11) 3045-0755/0944
Instagram/GaleriaKoganAmaro
Facebook.com/galeriakoganamaro/
http://www.galeriakoganamaro.com
partir da célula da família. Aqui o tema se alo-
ja em um dos maiores tabus sociais - o incesto 
em todas as direções, entre irmãos, mãe e fi-
lho, pai e filha. O autor nomeia seu estilo de 
“teatro desagradável” e reconhece que este 
teatro, que se inicia a partir de “Álbum de Fa-
mília”, inviabiliza a repetição do sucesso de 
“Vestido de Noiva”, porque “são obras pesti-
lentas, fétidas, capazes, por si só, de produzir 
o tifo e a malária na plateia”.
Em 1953, “A Falecida”, primeira tragédia 
carioca de Nelson retratando a peculiaridade 
da Zona Norte do Rio de Janeiro, é encenada 
por José Maria Monteiro, com a Companhia 
Dramática Nacional - CDN, tendo Sônia Oitici-
ca e Sergio Cardoso como protagonistas. Na 
sequência, surge “Senhora dos Afogados”. 
A montagem que, inicialmente estrearia no 
Teatro Brasileiro de Comédia - TBC -, tem seu 
curso interrompido após meses de ensaios, 
sendo retomada em 1954 pela CDN, com di-
reção de Bibi Ferreira. Ao final da estreia, ao 
subir, em uma extremidade do palco, o autor, 
e, na outra, a diretora, o público vira-se na di-
reção dele e vaia, volta-se para ela e aplaude, 
exaltando o espetáculo para repudiar o tex-
to. A causa do horror do público é outra vez 
a relação incestuosa, o amor da filha pelo pai, 
que faz com que a mãe se vingue traindo o 
marido com o noivo da filha, motivando as-
sassinatos entre os membros da família.
Estátua de 
Nelson Rodrigues 
em Copacabana
Foto: NMaia
“O Beijo no Asfalto” 
é escrita sob enco-
menda de Fernan-
da Montenegro a 
Nelson. Em 21 dias, 
o autor apresenta 
mais uma de suas 
tragédias cariocas, 
agora abordando a 
sordidez não só da 
imprensa, mas tam-
bém da polícia, numa 
trama forjada que 
destrói a reputação 
de um homem, acu-
sado de homicida 
e homossexual. “O 
Teatro dos Sete” es-
treia o espetáculo em 
1961, sob a direção 
de Fernando Torres, 
com cenografia de 
Gianni Ratto, con-
tando com Fernan-
da, Sergio Britto, Os-
waldo Loureiro, Ítalo 
Rossi, entre outros.
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TOP 11 ARTES: 2a arte - teatro
Em 1965, Ziembinski retoma a parceria com 
Nelson, para lançar “Toda Nudez Será Castiga-
da”, a história de um homem conservador que se 
apaixona por uma prostituta, que acaba por traí-
-lo com o próprio filho. Ela suicida-se após a fuga 
do rapaz com um outro homem, e deixa uma 
gravação revelando toda a verdade ao marido. 
Para incorporar a protagonista Geni, muitas atri-
zes são consultadas, mas recusam o papel, que é 
tomado com paixão por Cleyde Yáconis.
Sobre a assimilação e receptividade da obra 
rodriguiana na cena nacional, escreve seu 
maior estudioso, o crítico Sábato Magaldi: “Nel-
son Rodrigues tornou-se desde a sua morte, em 
21/12/1980, aos 68 anos de idade, o dramatur-
go brasileiro mais representado - não só o clás-
sico da nossa literatura teatral moderna, hoje 
unanimidade nacional. Enquanto a maioria dos 
autores passa por uma espécie de purgatório, 
para renascer uma ou duas gerações mais tar-
de, Nelson Rodrigues conheceu de imediato a 
glória do paraíso, e como por milagre desapare-
ceram as reservas que, às vezes, teimavam em 
circunscrever sua obra no território do sensacio-
nalismo, da melodramaticidade, da morbidez ou 
da exploração sexual”. “Parece que, superado o 
ardor polêmico, restava apenas a adesão irrestri-
ta. As propostas vanguardistas, que a princípio 
chocaram, finalmente eram assimiláveis por um 
público maduro para acolhê-las. Ninguém, antes 
de Nelson, havia apreendido tão profundamen-
te o caráter do país. E desvendado, sem nenhum 
véu mistificador, a essência da própria natureza 
do homem”. 
O retrato sem retoques do indivíduo, ainda 
Nelson Rodrigues tem 
vinte de suas histórias 
transpostas para a 
tela do cinema, algu-
mas em duas versões, 
como “Boca de Ouro”, 
de Nelson Pereira 
dos Santos, 1962, e 
de Walter Avancini, 
1990, e “Bonitinha, 
mas Ordinária”, de 
R. P. de Carvalho, 
1963, e de Braz Che-
diak, 1980. Algumas 
das realizações mais 
bem-sucedidas são 
“A Falecida”, de Leon 
Hirszman, 1965, e “O 
Casamento”, de Arnal-
do Jabor, 1975. Suas 
crônicas para O Jor-
nal, sob o pseudônimo 
de Suzana Flag, são 
publicadas em livros, 
como “Meu Destino é 
Pecar”, “As Escravas 
do Amor” e “O Homem 
Proibido”. Assinando 
artigos sobre esporte, 
não priva o leitor de 
seu estilo dramático. 
A consagração, com vários su-
cessos, transformou-o no maior 
dramaturgo brasileiro do sé-
culo XX, apesar de suas obras 
terem sido, quando lançadas, 
tachadas por críticos como 
“obscenas”, “imorais” e “vulga-
res”. Em 1962, começou a es-
crever crônicas esportivas, dei-
xando transparecer toda a sua 
paixão pelo futebol.
“Sou um menino que 
vê o amor pelo buraco 
da fechadura. Nunca 
fui outra coisa. Nasci 
menino, hei de morrer 
menino. E o buraco da 
fechadura é, realmente, 
a minha ótica de ficcio-
nista. Sou (e sempre fui) 
um anjo pornográfico 
(desde menino).“
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TOP 11 ARTES: 2a arte - teatro
Em 1965, Ziembinski retoma a parceria com 
Nelson, para lançar “Toda Nudez Será Castiga-
da”, a história de um homem conservador que se 
apaixona por uma prostituta, que acaba por traí-
-lo com o próprio filho. Ela suicida-se após a fuga 
do rapaz com um outro homem, e deixa uma 
gravação revelando toda a verdade ao marido. 
Para incorporar a protagonista Geni, muitas atri-
zes são consultadas, mas recusam o papel, que é 
tomado com paixão por Cleyde Yáconis.
Sobre a assimilação e receptividade da obra 
rodriguiana na cena nacional, escreve seu 
maior estudioso, o crítico Sábato Magaldi: “Nel-
son Rodrigues tornou-se desde a sua morte, em 
21/12/1980, aos 68 anos de idade, o dramatur-
go brasileiro mais representado - não só o clás-
sico da nossa literatura teatral moderna, hoje 
unanimidade nacional. Enquanto a maioria dos 
autores passa por uma espécie de purgatório, 
para renascer uma ou duas gerações mais tar-
de, Nelson Rodrigues conheceu de imediato a 
glória do paraíso, e como por milagre desapare-
ceram as reservas que, às vezes, teimavam em 
circunscrever sua obra no território do sensacio-
nalismo, da melodramaticidade, da morbidez ou 
da exploração sexual”. “Parece que, superado o 
ardor polêmico, restava apenas a adesão irrestri-
ta. As propostas vanguardistas, que a princípio 
chocaram, finalmente eram assimiláveis por um 
público maduro para acolhê-las. Ninguém, antes 
de Nelson, havia apreendido tão profundamen-
te o caráter do país. E desvendado, sem nenhum 
véu mistificador, a essência da própria natureza 
do homem”. 
O retrato sem retoques do indivíduo, ainda 
Nelson Rodrigues tem 
vinte de suas histórias 
transpostas para a 
tela do cinema, algu-
mas em duas versões, 
como “Boca de Ouro”, 
de Nelson Pereira 
dos Santos, 1962, e 
de Walter Avancini, 
1990, e “Bonitinha, 
mas Ordinária”, de 
R. P. de Carvalho, 
1963, e de Braz Che-
diak, 1980. Algumas 
das realizações mais 
bem-sucedidas são 
“A Falecida”, de Leon 
Hirszman, 1965, e “O 
Casamento”, de Arnal-
do Jabor, 1975. Suas 
crônicaspara O Jor-
nal, sob o pseudônimo 
de Suzana Flag, são 
publicadas em livros, 
como “Meu Destino é 
Pecar”, “As Escravas 
do Amor” e “O Homem 
Proibido”. Assinando 
artigos sobre esporte, 
não priva o leitor de 
seu estilo dramático. 
A consagração, com vários su-
cessos, transformou-o no maior 
dramaturgo brasileiro do sé-
culo XX, apesar de suas obras 
terem sido, quando lançadas, 
tachadas por críticos como 
“obscenas”, “imorais” e “vulga-
res”. Em 1962, começou a es-
crever crônicas esportivas, dei-
xando transparecer toda a sua 
paixão pelo futebol.
“Sou um menino que 
vê o amor pelo buraco 
da fechadura. Nunca 
fui outra coisa. Nasci 
menino, hei de morrer 
menino. E o buraco da 
fechadura é, realmente, 
a minha ótica de ficcio-
nista. Sou (e sempre fui) 
um anjo pornográfico 
(desde menino).“
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TOP 11 ARTES: 2a arte - teatro
Crônicas, que falam de amor, adul-
tério, futebol, juventude e até 
sobre a tragédia que culminou nas 
mortes do irmão e do pai do drama-
turgo Nelson Rodrigues. Fernanda 
Montenegro orienta interpretação 
de Otávio Müller em episódios basea-
dos nas crônicas do livro organizado 
por Sônia Rodrigues, filha do autor.
A dupla de roteiristas George Mou-
ra e Sergio Goldenberg estão crian-
do uma nova série para a plataforma 
Globoplay baseada na obra de Nel-
son Rodrigues. A atração tem um 
nome genérico, “Paraíso Perdido”, 
uma supersérie com 50 capítulos. O 
enredo mescla personagens das pe-
ças “A Mulher Sem Pecado”, “Toda 
Nudez Será Castigada”, “Bonitinha, 
mas Ordinária” e “Os Sete Gatinhos”.
Frases
“Só acredito nas pessoas que 
ainda se ruborizam.”
“Não há admiração mais deli-
ciosa do que a do inimigo.”
Nelson Rodrigues
Nelson Rodrigues revolu-
cionou a dramaturgia bra-
sileira com as 17 peças que 
escreveu ao longo de quase 
quarenta anos. Sua escrita po-
lêmica e inovadora abalou os 
alicerces da nossa sociedade, 
dividindo opiniões, provocan-
do intensos debates e tornan-
do o teatro brasileiro conheci-
do internacionalmente.
Dividida em dois volumes, 
esta edição segue a organiza-
ção estabelecida pelo crítico 
Sábato Magaldi, em meados 
de 1980, sob a supervisão do 
próprio Nelson: peças psico-
lógicas e peças míticas, no pri-
meiro; tragédias cariocas, no 
segundo. Os livros contam ain-
da com um caderno de fotos 
de montagens históricas e tex-
tos críticos do próprio Nelson 
Rodrigues.
SÉRIE NELSON - POR ELE MESMO LIVRO TEATRO COMPLETO 
 NELSON RODRIGUES 
Série
Drama - 2017
Globoplay
Uma adaptação do projeto que 
viaja pelo Brasil fazendo leitu-
ras de textos de Nelson Rodri-
gues: amor, adultério, futebol, 
juventude...
por Nelson Rodrigues (Autor) 
Formato: eBook disponível
Páginas: 1.392
Editora Nova Fronteira
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TOP 11 ARTES: 2a arte - teatro
Crônicas, que falam de amor, adul-
tério, futebol, juventude e até 
sobre a tragédia que culminou nas 
mortes do irmão e do pai do drama-
turgo Nelson Rodrigues. Fernanda 
Montenegro orienta interpretação 
de Otávio Müller em episódios basea-
dos nas crônicas do livro organizado 
por Sônia Rodrigues, filha do autor.
A dupla de roteiristas George Mou-
ra e Sergio Goldenberg estão crian-
do uma nova série para a plataforma 
Globoplay baseada na obra de Nel-
son Rodrigues. A atração tem um 
nome genérico, “Paraíso Perdido”, 
uma supersérie com 50 capítulos. O 
enredo mescla personagens das pe-
ças “A Mulher Sem Pecado”, “Toda 
Nudez Será Castigada”, “Bonitinha, 
mas Ordinária” e “Os Sete Gatinhos”.
Frases
“Só acredito nas pessoas que 
ainda se ruborizam.”
“Não há admiração mais deli-
ciosa do que a do inimigo.”
Nelson Rodrigues
Nelson Rodrigues revolu-
cionou a dramaturgia bra-
sileira com as 17 peças que 
escreveu ao longo de quase 
quarenta anos. Sua escrita po-
lêmica e inovadora abalou os 
alicerces da nossa sociedade, 
dividindo opiniões, provocan-
do intensos debates e tornan-
do o teatro brasileiro conheci-
do internacionalmente.
Dividida em dois volumes, 
esta edição segue a organiza-
ção estabelecida pelo crítico 
Sábato Magaldi, em meados 
de 1980, sob a supervisão do 
próprio Nelson: peças psico-
lógicas e peças míticas, no pri-
meiro; tragédias cariocas, no 
segundo. Os livros contam ain-
da com um caderno de fotos 
de montagens históricas e tex-
tos críticos do próprio Nelson 
Rodrigues.
SÉRIE NELSON - POR ELE MESMO LIVRO TEATRO COMPLETO 
 NELSON RODRIGUES 
Série
Drama - 2017
Globoplay
Uma adaptação do projeto que 
viaja pelo Brasil fazendo leitu-
ras de textos de Nelson Rodri-
gues: amor, adultério, futebol, 
juventude...
por Nelson Rodrigues (Autor) 
Formato: eBook disponível
Páginas: 1.392
Editora Nova Fronteira
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TOP 11 ARTES: 3a arte - pintura
Vincent van Gogh, 
Autorretrato, 1887
VINCENT 
VAN GOGH
FO
N
TE
S 
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IK
IP
ED
IA
 H
O
LA
N
D
A
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 M
U
SE
U
 V
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N
 G
O
G
H
Vincent Willem van Gogh foi um pintor pós-
-impressionista holandês. Considerado uma 
das figuras mais famosas e influentes da 
história da arte ocidental, ele criou mais de 
dois mil trabalhos. Suas obras abrangem 
paisagens, natureza-morta, retratos e 
autorretratos caracterizados por cores 
dramáticas e vibrantes, além de pinceladas 
impulsivas e expressivas que contribuíram 
para as fundações da arte moderna.
Ele enfrentou problemas 
de saúde e solidão até co-
meçar a pintar em 1881, 
mudando-se para a casa de 
seus pais. Seu irmão mais 
jovem, Theo, lhe apoiou 
financeiramente e os dois 
mantiveram uma duradou-
ra correspondência. 
Trabalhou como 
vendedor de arte 
quando jovem e viajou 
frequentemente, porém 
entrou em depressão 
depois de ser transferi-
do para Londres. 
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Vincent van Gogh, 
Autorretrato, 1887
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Vincent Willem van Gogh foi um pintor pós-
-impressionista holandês. Considerado uma 
das figuras mais famosas e influentes da 
história da arte ocidental, ele criou mais de 
dois mil trabalhos. Suas obras abrangem 
paisagens, natureza-morta, retratos e 
autorretratos caracterizados por cores 
dramáticas e vibrantes, além de pinceladas 
impulsivas e expressivas que contribuíram 
para as fundações da arte moderna.
Ele enfrentou problemas 
de saúde e solidão até co-
meçar a pintar em 1881, 
mudando-se para a casa de 
seus pais. Seu irmão mais 
jovem, Theo, lhe apoiou 
financeiramente e os dois 
mantiveram uma duradou-
ra correspondência. 
Trabalhou como 
vendedor de arte 
quando jovem e viajou 
frequentemente, porém 
entrou em depressão 
depois de ser transferi-
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TOP 11 ARTES: 3a arte - pintura
Nascido em uma família de classe mé-
dia alta, Van Gogh começou a dese-
nhar ainda criança, sendo descrito 
como uma pessoa séria, quieta e pensativa. 
Trabalhou como vendedor de arte quando 
jovem e viajou frequentemente, porém en-
trou em depressão depois de ser transferi-
do para Londres. Van Gogh voltou-se para 
a religião e passou um tempo como missio-
nário protestante na Bélgica. 
Ele mudou-se para Antuérpia em novem-
bro de 1886 e alugou um quarto sobre uma 
loja de artigos de pintura. Passou a viver na 
pobreza e comia pouco, preferindo gastar 
o dinheiro enviado por Theo em materiais 
e modelos. Pão, café e tabaco tornaram-se 
sua dieta padrão. O pintor dedicou-se na 
Antuérpia ao estudo da teoria das cores e 
passava boa parte do tempo dentro de mu-
seus, particularmente estudando as obras 
de Peter Paul Rubens, ampliando sua pale-
ta para incluir carmim, azul-cobalto e verde-
-esmeralda. 
Van Gogh comprou xilogravuras ukiyo-e 
japonesas nas docas, posteriormente incor-
porando elementos desse estilo no fundo 
de algumas de suas pinturas. Ele passou a 
beber muito outra vez e foi hospitalizado 
entre fevereiroe março de 1886, possivel-
mente também tendo sido tratado por sífilis.
Em 1885, Van Gogh 
pintou várias natu-
rezas-mortas. Ele 
completou diversos 
desenhos e aquarelas 
durante sua estadia 
de dois anos em Nue-
nen (Holanda), além 
de quase duzentas 
pinturas. Sua pale-
ta de cores consistia 
principalmente de 
tons terrosos som-
brios, especialmente 
marrom escuro, mos-
trando nenhum indí-
cio das cores vívidas 
que distinguem seus 
trabalhos posteriores.
Head of a skele-
ton with a bur-
ning cigarette, 
1886
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Nascido em uma família de classe mé-
dia alta, Van Gogh começou a dese-
nhar ainda criança, sendo descrito 
como uma pessoa séria, quieta e pensativa. 
Trabalhou como vendedor de arte quando 
jovem e viajou frequentemente, porém en-
trou em depressão depois de ser transferi-
do para Londres. Van Gogh voltou-se para 
a religião e passou um tempo como missio-
nário protestante na Bélgica. 
Ele mudou-se para Antuérpia em novem-
bro de 1886 e alugou um quarto sobre uma 
loja de artigos de pintura. Passou a viver na 
pobreza e comia pouco, preferindo gastar 
o dinheiro enviado por Theo em materiais 
e modelos. Pão, café e tabaco tornaram-se 
sua dieta padrão. O pintor dedicou-se na 
Antuérpia ao estudo da teoria das cores e 
passava boa parte do tempo dentro de mu-
seus, particularmente estudando as obras 
de Peter Paul Rubens, ampliando sua pale-
ta para incluir carmim, azul-cobalto e verde-
-esmeralda. 
Van Gogh comprou xilogravuras ukiyo-e 
japonesas nas docas, posteriormente incor-
porando elementos desse estilo no fundo 
de algumas de suas pinturas. Ele passou a 
beber muito outra vez e foi hospitalizado 
entre fevereiro e março de 1886, possivel-
mente também tendo sido tratado por sífilis.
Em 1885, Van Gogh 
pintou várias natu-
rezas-mortas. Ele 
completou diversos 
desenhos e aquarelas 
durante sua estadia 
de dois anos em Nue-
nen (Holanda), além 
de quase duzentas 
pinturas. Sua pale-
ta de cores consistia 
principalmente de 
tons terrosos som-
brios, especialmente 
marrom escuro, mos-
trando nenhum indí-
cio das cores vívidas 
que distinguem seus 
trabalhos posteriores.
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TOP 11 ARTES: 3a arte - pintura Em março de 1886, Van Gogh mu-
dou-se para Paris onde dividiu um 
apartamento com Theo. Em Paris, 
ele pintou vários retratos de amigos 
e conhecidos, pinturas de natureza-
-morta, vistas do Moinho da Galette 
e cenas de Montmartre, Asnières e 
ao longo do Rio Sena. 
Os irmãos Van Gogh ficaram ami-
gos em novembro de 1887 de Paul 
Gauguin, que tinha acabado de 
chegar em Paris. Van Gogh conse-
guiu uma exibição no final do ano 
ao lado de Bernard, Anquetin e 
Toulouse-Lautrec no Grand-Bouil-
lon Restaurant du Chalet em Mont-
martre. Bernard escreveu em um re-
lato contemporâneo que a exibição 
estava na vanguarda de qualquer 
outra coisa na capital francesa. Foi 
lá que Bernard e Anquetin vende-
ram seus primeiros quadros, en-
quanto Van Gogh trocou trabalhos 
com Gauguin. Discussões sobre 
arte, artistas e suas situações sociais 
ocorreram nesta exibição, que con-
tinuou e expandiu-se para incluir 
visitantes como Signac, Seurat e Ca-
mille Pissarro com seu filho Lucien 
Pissarro. Van Gogh deixou Paris em 
fevereiro de 1888 por estar se sen-
tindo cansado, tendo pintado mais 
de duzentos quadros nos dois anos 
que passou lá.
Paisagem Marinha em 
Saintes-Maries, 1888
Ele adotou uma pa-
leta mais brilhante e 
pinceladas mais for-
tes, particularmente 
em pinturas como 
“Paisagem Marinha 
em Saintes-Maries”.
Van Gogh mudou-se 
para o subúrbio de 
Asnières no norte de 
Paris, onde conhe-
ceu Paul Signac. Ele 
adotou elementos do 
pontilhismo, técnica 
em que vários pontos 
coloridos são aplica-
dos na tela para criar 
uma mistura ótica de 
tons quando vista 
à distância. O estilo 
salienta a habilidade 
das cores complemen-
tares a fim de criar 
contrastes vibrantes.
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TOP 11 ARTES: 3a arte - pintura Em março de 1886, Van Gogh mu-
dou-se para Paris onde dividiu um 
apartamento com Theo. Em Paris, 
ele pintou vários retratos de amigos 
e conhecidos, pinturas de natureza-
-morta, vistas do Moinho da Galette 
e cenas de Montmartre, Asnières e 
ao longo do Rio Sena. 
Os irmãos Van Gogh ficaram ami-
gos em novembro de 1887 de Paul 
Gauguin, que tinha acabado de 
chegar em Paris. Van Gogh conse-
guiu uma exibição no final do ano 
ao lado de Bernard, Anquetin e 
Toulouse-Lautrec no Grand-Bouil-
lon Restaurant du Chalet em Mont-
martre. Bernard escreveu em um re-
lato contemporâneo que a exibição 
estava na vanguarda de qualquer 
outra coisa na capital francesa. Foi 
lá que Bernard e Anquetin vende-
ram seus primeiros quadros, en-
quanto Van Gogh trocou trabalhos 
com Gauguin. Discussões sobre 
arte, artistas e suas situações sociais 
ocorreram nesta exibição, que con-
tinuou e expandiu-se para incluir 
visitantes como Signac, Seurat e Ca-
mille Pissarro com seu filho Lucien 
Pissarro. Van Gogh deixou Paris em 
fevereiro de 1888 por estar se sen-
tindo cansado, tendo pintado mais 
de duzentos quadros nos dois anos 
que passou lá.
Paisagem Marinha em 
Saintes-Maries, 1888
Ele adotou uma pa-
leta mais brilhante e 
pinceladas mais for-
tes, particularmente 
em pinturas como 
“Paisagem Marinha 
em Saintes-Maries”.
Van Gogh mudou-se 
para o subúrbio de 
Asnières no norte de 
Paris, onde conhe-
ceu Paul Signac. Ele 
adotou elementos do 
pontilhismo, técnica 
em que vários pontos 
coloridos são aplica-
dos na tela para criar 
uma mistura ótica de 
tons quando vista 
à distância. O estilo 
salienta a habilidade 
das cores complemen-
tares a fim de criar 
contrastes vibrantes.
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TOP 11 ARTES: 3a arte - pintura
Avanço artístico - Arles
Em fevereiro de 1888, Van Gogh pro-
curou um refúgio em Arles (França). A 
Casa Amarela precisava ser mobiliada 
antes que ele pudesse mudar-se por 
completo, porém mesmo assim ele con-
seguia usar o estúdio. Queria uma gale-
ria onde pudesse exibir seus trabalhos, 
começando uma série de pinturas: a 
“Cadeira de Van Gogh”, “Quarto em Ar-
les”, “O Café à Noite”, “Terraço do Café 
à Noite”, “Noite Estrelada Sobre o Róda-
no” e “Natureza-Morta: Vaso com Doze 
Girassóis”, todos feitos em 1888 com a 
intenção de servirem de decoração para 
a Casa Amarela.
Ele escreveu que desejava “expressar 
a ideia de que o café é um lugar onde 
alguém pode arruinar-se, ficar louco ou 
cometer um crime” com o quadro “O 
Café à Noite”.
Gauguin concordou em visitar Arles 
em 1888, com Van Gogh esperando al-
cançar uma amizade e a realização da 
sua ideia de um coletivo de artistas. En-
quanto esperava, ele pintou “Girassóis”. 
Boch o visitou novamente e Van Gogh 
pintou um retrato dele, além do estudo 
“O Poeta Contra um Céu Estrelado”.
O tempo passado em 
Arles foi um dos perío-
dos mais prolíficos da 
carreira de Van Gogh: 
ele completou duzen-
tas pinturas e mais de 
cem desenhos e aqua-
relas. Ficou encantado 
pela paisagem local e a 
luz; seus trabalhos nes-
se período são ricos em 
amarelo, azul ultrama-
rino e malva. Seus qua-
dros incluem colhei-
tas, campos de trigo e 
marcos rurais gerais da 
área, como por exem-
plo “O Velho Moinho”, 
uma estrutura pitores-
ca acima dos campos 
de trigo. Esta foi uma 
de sete telas enviadas 
para Pont-Aven em 
troca de obras de Gau-
guin, Bernard, Charles 
Laval e outros.
O Velho Moinho, 1888
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TOP 11 ARTES: 3a arte - pintura
Avanço artístico - Arles
Em fevereiro de 1888, Van Gogh pro-
curou um refúgio em Arles (França). A 
Casa Amarela precisava ser mobiliada 
antes que ele pudesse mudar-se por 
completo, porém mesmo assim ele con-
seguia usar o estúdio. Queria uma gale-
ria onde pudesse exibir seus trabalhos, 
começando uma série de pinturas: a 
“Cadeirade Van Gogh”, “Quarto em Ar-
les”, “O Café à Noite”, “Terraço do Café 
à Noite”, “Noite Estrelada Sobre o Róda-
no” e “Natureza-Morta: Vaso com Doze 
Girassóis”, todos feitos em 1888 com a 
intenção de servirem de decoração para 
a Casa Amarela.
Ele escreveu que desejava “expressar 
a ideia de que o café é um lugar onde 
alguém pode arruinar-se, ficar louco ou 
cometer um crime” com o quadro “O 
Café à Noite”.
Gauguin concordou em visitar Arles 
em 1888, com Van Gogh esperando al-
cançar uma amizade e a realização da 
sua ideia de um coletivo de artistas. En-
quanto esperava, ele pintou “Girassóis”. 
Boch o visitou novamente e Van Gogh 
pintou um retrato dele, além do estudo 
“O Poeta Contra um Céu Estrelado”.
O tempo passado em 
Arles foi um dos perío-
dos mais prolíficos da 
carreira de Van Gogh: 
ele completou duzen-
tas pinturas e mais de 
cem desenhos e aqua-
relas. Ficou encantado 
pela paisagem local e a 
luz; seus trabalhos nes-
se período são ricos em 
amarelo, azul ultrama-
rino e malva. Seus qua-
dros incluem colhei-
tas, campos de trigo e 
marcos rurais gerais da 
área, como por exem-
plo “O Velho Moinho”, 
uma estrutura pitores-
ca acima dos campos 
de trigo. Esta foi uma 
de sete telas enviadas 
para Pont-Aven em 
troca de obras de Gau-
guin, Bernard, Charles 
Laval e outros.
O Velho Moinho, 1888
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TOP 11 ARTES: 3a arte - pintura Girassóis 
(1888)
O Café à Noite na Place Lamartine, 1888
“Quarto 
em 
Arles” 
1888
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TOP 11 ARTES: 3a arte - pintura Girassóis 
(1888)
O Café à Noite na Place Lamartine, 1888
“Quarto 
em 
Arles” 
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TOP 11 ARTES: 3a arte - pintura
Hospital em Arles
Não se sabe a exata sequência de even-
tos que levaram à mutilação da orelha es-
querda de Van Gogh. Gauguin afirmou 
quinze anos depois que houve várias 
circunstâncias na noite anterior de um 
comportamento fisicamente ameaça-
dor. Van Gogh voltou para a Casa Ama-
rela depois de ter brigado com Gauguin, 
ouvindo vozes e cortando sua orelha es-
querda com uma lâmina, não se sabe se 
parcialmente ou totalmente, causando 
um sangramento sério. Ele enfaixou a 
ferida, enrolou a orelha em papel e en-
viou o pacote para Gabrielle Berlatier, 
criada de um bordel que frequentava 
com Gauguin. Van Gogh foi encontrado 
inconsciente na manhã seguinte por um 
policial e levado ao hospital.
Ele não tinha memórias do incidente, 
o que sugere que talvez tenha passado 
por um surto mental agudo. Apesar dos 
diagnósticos pessimistas, Van Gogh re-
cuperou-se e voltou para a Casa Amarela 
em 7 de janeiro de 1889. Passou os meses 
seguintes entre hospital e casa, sofrendo 
alucinações e delírios de envenenamen-
to. Ele deixou Arles dois meses depois e 
se internou voluntariamente em um hos-
pício de Saint-Rémy-de-Provence. 
 “Às vezes humores 
de indescritível an-
gústia, às vezes mo-
mentos em que o véu 
do tempo e a fatali-
dade das circunstân-
cias parecem ser des-
pedaçados por um 
instante.”
Van Gogh se inter-
nou no hospício de 
Saint-Paul-de-Mau-
sole em 1889. Ele 
tinha duas celas com 
janelas gradeadas, 
uma das quais usou 
como estúdio. A clí-
nica e seu jardim 
tornaram-se temas 
de seus quadros. Ele 
realizou vários estu-
dos dos interiores do 
hospital como “Cor-
redor no Hospício” 
e “Entrada do Hos-
pício”. Algumas de 
suas obras da época 
foram caracterizadas 
por redemoinhos, 
por exemplo 
“A Noite Estrelada”. 
A Noite Estrelada, 1889
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TOP 11 ARTES: 3a arte - pintura
Hospital em Arles
Não se sabe a exata sequência de even-
tos que levaram à mutilação da orelha es-
querda de Van Gogh. Gauguin afirmou 
quinze anos depois que houve várias 
circunstâncias na noite anterior de um 
comportamento fisicamente ameaça-
dor. Van Gogh voltou para a Casa Ama-
rela depois de ter brigado com Gauguin, 
ouvindo vozes e cortando sua orelha es-
querda com uma lâmina, não se sabe se 
parcialmente ou totalmente, causando 
um sangramento sério. Ele enfaixou a 
ferida, enrolou a orelha em papel e en-
viou o pacote para Gabrielle Berlatier, 
criada de um bordel que frequentava 
com Gauguin. Van Gogh foi encontrado 
inconsciente na manhã seguinte por um 
policial e levado ao hospital.
Ele não tinha memórias do incidente, 
o que sugere que talvez tenha passado 
por um surto mental agudo. Apesar dos 
diagnósticos pessimistas, Van Gogh re-
cuperou-se e voltou para a Casa Amarela 
em 7 de janeiro de 1889. Passou os meses 
seguintes entre hospital e casa, sofrendo 
alucinações e delírios de envenenamen-
to. Ele deixou Arles dois meses depois e 
se internou voluntariamente em um hos-
pício de Saint-Rémy-de-Provence. 
 “Às vezes humores 
de indescritível an-
gústia, às vezes mo-
mentos em que o véu 
do tempo e a fatali-
dade das circunstân-
cias parecem ser des-
pedaçados por um 
instante.”
Van Gogh se inter-
nou no hospício de 
Saint-Paul-de-Mau-
sole em 1889. Ele 
tinha duas celas com 
janelas gradeadas, 
uma das quais usou 
como estúdio. A clí-
nica e seu jardim 
tornaram-se temas 
de seus quadros. Ele 
realizou vários estu-
dos dos interiores do 
hospital como “Cor-
redor no Hospício” 
e “Entrada do Hos-
pício”. Algumas de 
suas obras da época 
foram caracterizadas 
por redemoinhos, 
por exemplo 
“A Noite Estrelada”. 
A Noite Estrelada, 1889
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TOP 11 ARTES: 3a arte - pintura
Morte
Em 27 de julho de 1890, Van Gogh dis-
parou um revólver contra seu peito. Não 
houve testemunhas e ele morreu trinta 
horas depois. O disparo talvez tenha ocor-
rido no campo de trigo em que estava pin-
tando ou em um celeiro local. Ele foi capaz 
de voltar andando, onde foi atendido por 
médicos, porém não havia um cirurgião 
e assim a bala não pôde ser removida. Os 
médicos cuidaram dele da melhor maneira 
que puderam e então o deixaram sozinho 
em seu quarto fumando cachimbo. Theo 
correu para junto do irmão no dia seguin-
te, encontrando-o de bom humor. Ele mor-
reu em 29 de julho de 1890. Theo afirmou 
que as últimas palavras do irmão foram 
“A tristeza vai durar para sempre”.
Enquanto estava vivo, ele só conseguiu 
vender um único quadro. Cem anos depois, 
no final do século XX, suas obras começa-
ram a ser vendidas por milhões de dólares. 
Criou mais de oitocentas pinturas a óleo, 
além de setecentos desenhos. Van Gogh 
exerceu grande influência no movimento 
artístico chamado Expressionismo, em que 
o artista demonstra as emoções desperta-
das nele por objetos e acontecimentos.
A fama de Van Gogh 
alcançou seu primeiro 
pico na Áustria-Hun-
gria e Alemanha an-
tes da Primeira Guerra 
Mundial. O romancis-
ta Irving Stone publi-
cou em 1934 uma nar-
rativa sobre a vida de 
Van Gogh intitulada 
“Lust for Life”, tendo 
por base as cartas tro-
cadas com Theo. Esse 
livro e o filme homôni-
mo de 1956 elevaram 
ainda mais sua fama.
As obras de Van Gogh 
estão entre as mais 
caras do mundo. En-
tre as vendidas por 
mais de 100 milhões 
de dólares estão “Re-
trato do Dr. Gachet”, 
“Retrato de Joseph 
Roulin” e “Lírios”. A 
versão de “Campo de 
Trigo com Ciprestes” 
do Museu Metropoli-
tano de Arte foi ad-
quirida em 1993 por 
57 milhões.
Retrato de Joseph Roulin, 1889
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TOP 11 ARTES: 3a arte - pintura
Morte
Em 27 de julho de 1890, Van Gogh dis-
parou um revólver contra seu peito. Não 
houve testemunhas e ele morreu trinta 
horas depois. O disparo talvez tenha ocor-
rido no campo de trigo em que estava pin-
tando ou em um celeiro local. Ele foi capaz 
de voltar andando, onde foi atendido por 
médicos, porém não havia um cirurgião 
e assim a bala não pôde ser removida. Os 
médicos cuidaram dele da melhor maneira 
que puderam e então o deixaram sozinho 
em seu quarto fumando cachimbo. Theo 
correu para junto do irmão no dia seguin-
te, encontrando-o de bom humor. Ele mor-
reu em 29 de julho de 1890. Theoafirmou 
que as últimas palavras do irmão foram 
“A tristeza vai durar para sempre”.
Enquanto estava vivo, ele só conseguiu 
vender um único quadro. Cem anos depois, 
no final do século XX, suas obras começa-
ram a ser vendidas por milhões de dólares. 
Criou mais de oitocentas pinturas a óleo, 
além de setecentos desenhos. Van Gogh 
exerceu grande influência no movimento 
artístico chamado Expressionismo, em que 
o artista demonstra as emoções desperta-
das nele por objetos e acontecimentos.
A fama de Van Gogh 
alcançou seu primeiro 
pico na Áustria-Hun-
gria e Alemanha an-
tes da Primeira Guerra 
Mundial. O romancis-
ta Irving Stone publi-
cou em 1934 uma nar-
rativa sobre a vida de 
Van Gogh intitulada 
“Lust for Life”, tendo 
por base as cartas tro-
cadas com Theo. Esse 
livro e o filme homôni-
mo de 1956 elevaram 
ainda mais sua fama.
As obras de Van Gogh 
estão entre as mais 
caras do mundo. En-
tre as vendidas por 
mais de 100 milhões 
de dólares estão “Re-
trato do Dr. Gachet”, 
“Retrato de Joseph 
Roulin” e “Lírios”. A 
versão de “Campo de 
Trigo com Ciprestes” 
do Museu Metropoli-
tano de Arte foi ad-
quirida em 1993 por 
57 milhões.
Retrato de Joseph Roulin, 1889
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TOP 11 ARTES: 3a arte - pintura
Filme biográfico de anima-
ção, o primeiro totalmen-
te pintado. Conta a história 
do pintor Vincent van Gogh 
e foi escrito e dirigido por 
Dorota Kobiela e Hugh Wel-
chman. A ideia de um filme 
ilustrado sobre Van Gogh 
surgiu de Dorota Kobiela, 
que também é pintora, após 
se aprofundar nas técnicas 
e história do artista.
Cada um dos 65.000 qua-
dros do filme é uma pintura 
a óleo sobre tela, usando 
a mesma técnica de Van 
Gogh, tudo feito por uma 
equipe de 115 pintores.
Frases
“Transformando-se em 
uma obra-prima por direito 
próprio.” — NBC Nightly 
News
“Incrivelmente deslum-
brante.” — Metro UK
Vincent Willem van 
Gogh, filho de Theo 
e Johanna e sobrinho 
de Van Gogh, herdou a 
propriedade das obras e 
cartas de Van Gogh após 
a morte de sua mãe em 
1925. Posteriormente, 
negociou com o governo 
holandês e cuidaria do 
conjunto de obras de Van 
Gogh.
O Museu Van Gogh foi 
inaugurado em 1973 no 
espaço público Museum-
plein de Amsterdã. Ele 
tornou-se o segundo mu-
seu mais popular dos Paí-
ses Baixos atrás do Museu 
Nacional e costuma rece-
ber regularmente mais de 
1,5 milhão de visitas por 
ano. O museu alcançou 
em 2015 seu recorde de 
visitantes: cerca de 1,9 
milhão, 85% dos quais 
vindos de outros países.
FILME COM AMOR, VAN GOGH
MUSEU MUSEU VAN GOGH
 
“Uma obra-prima animada! 
Eu nunca vi nada na vida da tela 
antes.” — Deadline Hollywood
“É realmente muito surpreen-
dente.” — The Independent
“Nunca experimentei nada pare-
cido antes.” — The Telegraph
O Museu Van Gogh guarda 
a maior coleção das obras de 
Van Gogh de todo o mundo.
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TOP 11 ARTES: 3a arte - pintura
Filme biográfico de anima-
ção, o primeiro totalmen-
te pintado. Conta a história 
do pintor Vincent van Gogh 
e foi escrito e dirigido por 
Dorota Kobiela e Hugh Wel-
chman. A ideia de um filme 
ilustrado sobre Van Gogh 
surgiu de Dorota Kobiela, 
que também é pintora, após 
se aprofundar nas técnicas 
e história do artista.
Cada um dos 65.000 qua-
dros do filme é uma pintura 
a óleo sobre tela, usando 
a mesma técnica de Van 
Gogh, tudo feito por uma 
equipe de 115 pintores.
Frases
“Transformando-se em 
uma obra-prima por direito 
próprio.” — NBC Nightly 
News
“Incrivelmente deslum-
brante.” — Metro UK
Vincent Willem van 
Gogh, filho de Theo 
e Johanna e sobrinho 
de Van Gogh, herdou a 
propriedade das obras e 
cartas de Van Gogh após 
a morte de sua mãe em 
1925. Posteriormente, 
negociou com o governo 
holandês e cuidaria do 
conjunto de obras de Van 
Gogh.
O Museu Van Gogh foi 
inaugurado em 1973 no 
espaço público Museum-
plein de Amsterdã. Ele 
tornou-se o segundo mu-
seu mais popular dos Paí-
ses Baixos atrás do Museu 
Nacional e costuma rece-
ber regularmente mais de 
1,5 milhão de visitas por 
ano. O museu alcançou 
em 2015 seu recorde de 
visitantes: cerca de 1,9 
milhão, 85% dos quais 
vindos de outros países.
FILME COM AMOR, VAN GOGH
MUSEU MUSEU VAN GOGH
 
“Uma obra-prima animada! 
Eu nunca vi nada na vida da tela 
antes.” — Deadline Hollywood
“É realmente muito surpreen-
dente.” — The Independent
“Nunca experimentei nada pare-
cido antes.” — The Telegraph
O Museu Van Gogh guarda 
a maior coleção das obras de 
Van Gogh de todo o mundo.
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TOP 11 ARTES: 4a arte - escultura Michelangelo: Pietà, 
1499. Basílica de São 
Pedro, Vaticano
MICHELANGELO,
O DIVINO
FO
N
TE
 W
IK
IP
ED
IA
 IT
A
LY
 
Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni 
(Caprese, 6 de março de 1475 — Roma, 18 de 
fevereiro de 1564), mais conhecido simples-
mente como Michelangelo ou Miguel Ânge-
lo, foi pintor, escultor, poeta e arquiteto ita-
liano, considerado um dos maiores criadores 
da história da arte do ocidente.
Ainda em vida foi con-
siderado o maior artis-
ta de seu tempo; cha-
mavam-no de O Divino, 
e ao longo dos séculos, 
até os dias de hoje, 
vem sendo tido como 
um dos maiores que já 
viveram e como o pro-
tótipo do gênio. 
Ele desenvolveu o seu 
trabalho artístico por 
mais de setenta anos 
entre Florença e Roma, 
onde viveram seus 
grandes mecenas, a 
família Medici de Flo-
rença, e vários papas 
romanos.
FOTO STANISLAV TRAYKOV
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TOP 11 ARTES: 4a arte - escultura Michelangelo: Pietà, 
1499. Basílica de São 
Pedro, Vaticano
MICHELANGELO,
O DIVINO
FO
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TE
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IK
IP
ED
IA
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LY
 
Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni 
(Caprese, 6 de março de 1475 — Roma, 18 de 
fevereiro de 1564), mais conhecido simples-
mente como Michelangelo ou Miguel Ânge-
lo, foi pintor, escultor, poeta e arquiteto ita-
liano, considerado um dos maiores criadores 
da história da arte do ocidente.
Ainda em vida foi con-
siderado o maior artis-
ta de seu tempo; cha-
mavam-no de O Divino, 
e ao longo dos séculos, 
até os dias de hoje, 
vem sendo tido como 
um dos maiores que já 
viveram e como o pro-
tótipo do gênio. 
Ele desenvolveu o seu 
trabalho artístico por 
mais de setenta anos 
entre Florença e Roma, 
onde viveram seus 
grandes mecenas, a 
família Medici de Flo-
rença, e vários papas 
romanos.
FOTO STANISLAV TRAYKOV
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TOP 11 ARTES: 4a arte - escultura
Iniciou-se como aprendiz dos irmãos 
Davide e Domenico Ghirlandaio em 
Florença. Tendo o seu talento logo 
reconhecido, tornou-se um protegi-
do dos Medici, para quem realizou várias 
obras. Depois fixou-se em Roma, onde 
deixou a maior parte de suas obras mais 
representativas. 
Sua carreira se desenvolveu na transi-
ção do Renascimento para o Maneirismo, 
e seu estilo sintetizou influências da arte 
da Antiguidade clássica, do primeiro Re-
nascimento, dos ideais do Humanismo e 
do Neoplatonismo, centrado na represen-
tação da figura humana e em especial no 
nu masculino, que retratou com enorme 
pujança. 
Várias de suas criações estão entre as 
mais célebres da arte do ocidente, desta-
cando-se na escultura “o Baco”, a “Pietà”, 
o “David”, as duas tumbas Medici e o “Moi-
sés”; na pintura o vasto ciclo do teto da 
Capela Sistina e o “Juízo Final” no mesmo 
local, e dois afrescos na Capela Paulina; ser-
viu como arquiteto da Basílica de São Pedro 
implementando grandes reformas em sua 
estrutura e desenhando a cúpula, remode-
lou a praça do Capitólio romano e projetou 
diversos edifícios, e escreveu grande núme-
ro de poesias.
O escultor, pintor e 
arquiteto italiano Mi-
chelangelo é conside-
rado um dos maiores 
artistas de todos os 
tempos. Suas criações 
já se destacavam na 
época do Renascimen-
to, período conhecido 
por extraordinárias 
realizações nas artes e 
na literatura.
Em Roma, pediram-lhe 
que esculpisse uma Pie-
tà — obrade arte que 
mostra a Virgem Maria 
segurando no colo o 
corpo de Jesus Cristo 
morto. (Pietà signifi-
ca “Piedade”; por isso, 
Maria, representada 
nesse momento, rece-
be o nome de Nossa 
Senhora da Piedade). 
A “Pietà” de Michelan-
gelo é uma escultura 
grande, trabalhada em 
um único bloco de már-
more. Sua perfeição e 
sua beleza tornaram 
Michelangelo famoso.
Michelangelo: Centauromaquia, c. 1492. 
Casa Buonarroti, Florença
Foi um dos primeiros artistas oci-
dentais a ter sua biografia publica-
da ainda em vida. Sua fama era ta-
manha que, como nenhum artista 
anterior ou contemporâneo seu, 
sobrevivem registros numerosos so-
bre sua carreira e personalidade, e 
objetos que ele usara ou simples es-
boços para suas obras eram guarda-
dos como relíquias por uma legião 
de admiradores. Para a posteridade 
Michelangelo permanece como um 
dos poucos artistas que foram capa-
zes de expressar a experiência do 
belo, do trágico e do sublime numa 
dimensão cósmica e universal.
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TOP 11 ARTES: 4a arte - escultura
Iniciou-se como aprendiz dos irmãos 
Davide e Domenico Ghirlandaio em 
Florença. Tendo o seu talento logo 
reconhecido, tornou-se um protegi-
do dos Medici, para quem realizou várias 
obras. Depois fixou-se em Roma, onde 
deixou a maior parte de suas obras mais 
representativas. 
Sua carreira se desenvolveu na transi-
ção do Renascimento para o Maneirismo, 
e seu estilo sintetizou influências da arte 
da Antiguidade clássica, do primeiro Re-
nascimento, dos ideais do Humanismo e 
do Neoplatonismo, centrado na represen-
tação da figura humana e em especial no 
nu masculino, que retratou com enorme 
pujança. 
Várias de suas criações estão entre as 
mais célebres da arte do ocidente, desta-
cando-se na escultura “o Baco”, a “Pietà”, 
o “David”, as duas tumbas Medici e o “Moi-
sés”; na pintura o vasto ciclo do teto da 
Capela Sistina e o “Juízo Final” no mesmo 
local, e dois afrescos na Capela Paulina; ser-
viu como arquiteto da Basílica de São Pedro 
implementando grandes reformas em sua 
estrutura e desenhando a cúpula, remode-
lou a praça do Capitólio romano e projetou 
diversos edifícios, e escreveu grande núme-
ro de poesias.
O escultor, pintor e 
arquiteto italiano Mi-
chelangelo é conside-
rado um dos maiores 
artistas de todos os 
tempos. Suas criações 
já se destacavam na 
época do Renascimen-
to, período conhecido 
por extraordinárias 
realizações nas artes e 
na literatura.
Em Roma, pediram-lhe 
que esculpisse uma Pie-
tà — obra de arte que 
mostra a Virgem Maria 
segurando no colo o 
corpo de Jesus Cristo 
morto. (Pietà signifi-
ca “Piedade”; por isso, 
Maria, representada 
nesse momento, rece-
be o nome de Nossa 
Senhora da Piedade). 
A “Pietà” de Michelan-
gelo é uma escultura 
grande, trabalhada em 
um único bloco de már-
more. Sua perfeição e 
sua beleza tornaram 
Michelangelo famoso.
Michelangelo: Centauromaquia, c. 1492. 
Casa Buonarroti, Florença
Foi um dos primeiros artistas oci-
dentais a ter sua biografia publica-
da ainda em vida. Sua fama era ta-
manha que, como nenhum artista 
anterior ou contemporâneo seu, 
sobrevivem registros numerosos so-
bre sua carreira e personalidade, e 
objetos que ele usara ou simples es-
boços para suas obras eram guarda-
dos como relíquias por uma legião 
de admiradores. Para a posteridade 
Michelangelo permanece como um 
dos poucos artistas que foram capa-
zes de expressar a experiência do 
belo, do trágico e do sublime numa 
dimensão cósmica e universal.
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TOP 11 ARTES: 4a arte - escultura
Michelangelo: 
David, 1501–
1504. Galleria 
dell’Accademia, 
Florença
Em 1501, Michelan-
gelo voltou a Floren-
ça e criou “David”, 
estátua imensa de 
mármore, cujo jovem 
esculpido segura um 
estilingue — David 
(ou Davi) foi um rei 
do antigo Israel e sua 
vida é contada no 
Velho Testamento da 
Bíblia. Quando era 
menino, Davi ven-
ceu o gigante Golias 
usando apenas uma 
funda (ou um esti-
lingue). O Davi de 
Michelangelo é uma 
das mais importantes 
estátuas do mundo e 
representa o ideal de 
perfeição do corpo 
humano do Renasci-
mento.
Pietá e David
A obra “Um Baco embriagado”, de gran-
des dimensões e traços claramente clássi-
cos, foi feita a pedido do banqueiro Jacopo 
Galli, que solicitou ainda um Cupido em pé, 
e através de quem Michelangelo conheceu 
o Cardeal Jean de la Grolaye de Villiers, em-
baixador da França junto ao Papa, que en-
comendou a célebre “Pietà”, um tema raro 
na Itália mas comum na França, que foi 
imediatamente aclamada como uma obra-
-prima, alçando-o à fama. Logo recebeu ou-
tras comissões, incluindo quinze estatuetas 
de santos para o Cardeal Francesco Picco-
lomini, mas realizou destas apenas quatro, 
interrompendo o trabalho em 1501 para 
atender um chamado da Catedral de Flo-
rença.
A encomenda foi de um David, a ser 
instalado nos contrafortes da Catedral. 
Michelangelo escolheu para a obra um 
enorme bloco de mármore que havia 
sido trabalhado parcialmente por outros 
escultores mas permanecia abandonado 
há quarenta anos, com mais de 5 metros 
de altura. Talhar uma obra desse vulto 
ainda hoje é um desafio técnico enorme, 
e quando pronta em 1504 o resultado 
foi considerado tão brilhante e magnifi-
cente que foi formada uma comissão de 
notáveis para decidir onde colocá-la, pois 
se julgou merecer uma posição mais des-
FOTO RICO HEIL
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Michelangelo: 
David, 1501–
1504. Galleria 
dell’Accademia, 
Florença
Em 1501, Michelan-
gelo voltou a Floren-
ça e criou “David”, 
estátua imensa de 
mármore, cujo jovem 
esculpido segura um 
estilingue — David 
(ou Davi) foi um rei 
do antigo Israel e sua 
vida é contada no 
Velho Testamento da 
Bíblia. Quando era 
menino, Davi ven-
ceu o gigante Golias 
usando apenas uma 
funda (ou um esti-
lingue). O Davi de 
Michelangelo é uma 
das mais importantes 
estátuas do mundo e 
representa o ideal de 
perfeição do corpo 
humano do Renasci-
mento.
Pietá e David
A obra “Um Baco embriagado”, de gran-
des dimensões e traços claramente clássi-
cos, foi feita a pedido do banqueiro Jacopo 
Galli, que solicitou ainda um Cupido em pé, 
e através de quem Michelangelo conheceu 
o Cardeal Jean de la Grolaye de Villiers, em-
baixador da França junto ao Papa, que en-
comendou a célebre “Pietà”, um tema raro 
na Itália mas comum na França, que foi 
imediatamente aclamada como uma obra-
-prima, alçando-o à fama. Logo recebeu ou-
tras comissões, incluindo quinze estatuetas 
de santos para o Cardeal Francesco Picco-
lomini, mas realizou destas apenas quatro, 
interrompendo o trabalho em 1501 para 
atender um chamado da Catedral de Flo-
rença.
A encomenda foi de um David, a ser 
instalado nos contrafortes da Catedral. 
Michelangelo escolheu para a obra um 
enorme bloco de mármore que havia 
sido trabalhado parcialmente por outros 
escultores mas permanecia abandonado 
há quarenta anos, com mais de 5 metros 
de altura. Talhar uma obra desse vulto 
ainda hoje é um desafio técnico enorme, 
e quando pronta em 1504 o resultado 
foi considerado tão brilhante e magnifi-
cente que foi formada uma comissão de 
notáveis para decidir onde colocá-la, pois 
se julgou merecer uma posição mais des-
FOTO RICO HEIL
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TOP 11 ARTES: 4a arte - escultura
Michelangelo: 
Um dos nus do 
teto da Capela 
Sistina FOTO WEB GALLERY OF ART
Em 1505, o papa 
Júlio II chamou Mi-
chelangelo a Roma, 
para trabalhar nas 
estátuas do túmu-
lo papal. Em 1508, 
convenceu-o a pin-
tar o teto da Capela 
Sistina, no Vaticano. 
Nos anos que se se-
guiram, Michelan-
gelo criou, no teto 
da capela, maravi-
lhosos afrescos, pin-
turas criadas sobre 
reboco úmido. Ele 
trabalhava sobre 
uma plataforma de 
18 metros de altura 
(o equivalente a um 
edifício de seis an-
dares). As principais 
cenas mostram his-
tórias bíblicas, como 
os profetas hebreus 
e a obra-prima“A 
criação de Adão”.
tacada do que a prevista anteriormente. 
Assim, foi instalada diante do Palácio dos 
Priores, a sede administrativa da Repúbli-
ca, como um símbolo das virtudes cívicas 
florentinas. 
Durante esses anos envolvido com o 
David, Michelangelo ainda achou tempo 
para criar várias Madonnas para patronos 
privados, uma em forma de estátua, duas 
em relevo e uma pintura, esta sendo espe-
cialmente significativa como um exemplo 
precursor do Maneirismo florentino. De-
pois do sucesso absoluto de seu David, Mi-
chelangelo foi atraído para projetos mo-
numentais. 
O Papa Júlio II era tão fascinado pelo gran-
dioso quanto Michelangelo, e era volunta-
rioso; seus atritos com o artista, cujo tem-
peramento também era forte, se tornaram 
lendários. Planejara erguer uma portentosa 
tumba para si mesmo, com quarenta está-
tuas. Definido o desenho, Michelangelo via-
jou para as minas de mármore em Carrara 
para selecionar as pedras, passando lá oito 
meses. Quando o material chegou a Roma 
ocupou boa parte da Praça de São Pedro. 
Mas estando Júlio engajado ao mesmo tem-
po na reconstrução da vasta Basílica de São 
Pedro, os fundos para o trabalho logo se-
caram. Michelangelo supôs que o arquiteto 
de São Pedro, Bramante, havia envenenado 
o papa contra ele, e deixou Roma, voltando 
para Florença. 
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Michelangelo: 
Um dos nus do 
teto da Capela 
Sistina FOTO WEB GALLERY OF ART
Em 1505, o papa 
Júlio II chamou Mi-
chelangelo a Roma, 
para trabalhar nas 
estátuas do túmu-
lo papal. Em 1508, 
convenceu-o a pin-
tar o teto da Capela 
Sistina, no Vaticano. 
Nos anos que se se-
guiram, Michelan-
gelo criou, no teto 
da capela, maravi-
lhosos afrescos, pin-
turas criadas sobre 
reboco úmido. Ele 
trabalhava sobre 
uma plataforma de 
18 metros de altura 
(o equivalente a um 
edifício de seis an-
dares). As principais 
cenas mostram his-
tórias bíblicas, como 
os profetas hebreus 
e a obra-prima “A 
criação de Adão”.
tacada do que a prevista anteriormente. 
Assim, foi instalada diante do Palácio dos 
Priores, a sede administrativa da Repúbli-
ca, como um símbolo das virtudes cívicas 
florentinas. 
Durante esses anos envolvido com o 
David, Michelangelo ainda achou tempo 
para criar várias Madonnas para patronos 
privados, uma em forma de estátua, duas 
em relevo e uma pintura, esta sendo espe-
cialmente significativa como um exemplo 
precursor do Maneirismo florentino. De-
pois do sucesso absoluto de seu David, Mi-
chelangelo foi atraído para projetos mo-
numentais. 
O Papa Júlio II era tão fascinado pelo gran-
dioso quanto Michelangelo, e era volunta-
rioso; seus atritos com o artista, cujo tem-
peramento também era forte, se tornaram 
lendários. Planejara erguer uma portentosa 
tumba para si mesmo, com quarenta está-
tuas. Definido o desenho, Michelangelo via-
jou para as minas de mármore em Carrara 
para selecionar as pedras, passando lá oito 
meses. Quando o material chegou a Roma 
ocupou boa parte da Praça de São Pedro. 
Mas estando Júlio engajado ao mesmo tem-
po na reconstrução da vasta Basílica de São 
Pedro, os fundos para o trabalho logo se-
caram. Michelangelo supôs que o arquiteto 
de São Pedro, Bramante, havia envenenado 
o papa contra ele, e deixou Roma, voltando 
para Florença. 
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TOP 11 ARTES: 4a arte - escultura Michelangelo: A figura feminina da Sibila 
Cumeia. Capela Sistina, Vaticano
Pietà de Florença, c. 1550. 
Museo dell’Opera del Duomo FOTO WIKIMEDIA COMMONS
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TOP 11 ARTES: 4a arte - escultura Michelangelo: A figura feminina da Sibila 
Cumeia. Capela Sistina, Vaticano
Pietà de Florença, c. 1550. 
Museo dell’Opera del Duomo FOTO WIKIMEDIA COMMONS
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TOP 11 ARTES: 4a arte - escultura
Freud disse que ne-
nhuma outra obra 
de arte o impressio-
nara tanto como o 
“Moisés”, deu uma 
interpretação psi-
cológica para ele 
relacionando-o a 
figuras de autorida-
de e à força da justa 
indignação, e viu 
em seu idealismo 
patriarcal uma ex-
pressão concreta da 
mais alta conquista 
intelectual possível 
para a humanidade. 
Foi admirado até 
por artistas das van-
guardas iconoclas-
tas do século XX, 
como Henry Moore, 
que o chamou de 
sobre-humano.
Michelangelo: 
Moisés, 1513–
1515. Basílica de 
São Pedro Acor-
rentado, Roma
FOTO JÖRG BITTNER UNNA
do para Florença. O papa fez pressão so-
bre as autoridades florentinas exigindo 
o seu retorno, e em vez de continuar as 
obras da sua tumba mandou-o criar uma 
colossal estátua sua em bronze para insta-
lar em Bolonha, que recém havia conquis-
tado em suas expedições militares. Depois 
de pronta o fez aceitar, a contragosto, o 
encargo de pintar o enorme teto da Ca-
pela Sistina, completado em apenas qua-
tro anos, entre 1508 e 1511. O resultado 
foi muito além das expectativas papais, e 
mesmo que Michelangelo não estivesse 
muito à vontade com a técnica da pintura, 
preferindo sempre a escultura, deu provas 
de possuir um gênio pictórico comparável 
ao que produziu o “David” e a “Pietà”.
Em 1527 Roma foi invadida e violenta-
mente saqueada por tropas rebeldes de Car-
los V, imperador do Sacro Império. O papa 
fugiu, e Florença se revoltou novamente 
contra os Medici, banindo-os. Em seguida 
a cidade foi assediada, e nesse período Mi-
chelangelo foi empregado pelo governo 
local em obras de engenharia, projetando 
fortificações. Esta década e a seguinte fo-
ram especialmente difíceis para ele. Seu pai 
morrera em 1521 e em seguida seu irmão 
favorito. 
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Freud disse que ne-
nhuma outra obra 
de arte o impressio-
nara tanto como o 
“Moisés”, deu uma 
interpretação psi-
cológica para ele 
relacionando-o a 
figuras de autorida-
de e à força da justa 
indignação, e viu 
em seu idealismo 
patriarcal uma ex-
pressão concreta da 
mais alta conquista 
intelectual possível 
para a humanidade. 
Foi admirado até 
por artistas das van-
guardas iconoclas-
tas do século XX, 
como Henry Moore, 
que o chamou de 
sobre-humano.
Michelangelo: 
Moisés, 1513–
1515. Basílica de 
São Pedro Acor-
rentado, Roma
FOTO JÖRG BITTNER UNNA
do para Florença. O papa fez pressão so-
bre as autoridades florentinas exigindo 
o seu retorno, e em vez de continuar as 
obras da sua tumba mandou-o criar uma 
colossal estátua sua em bronze para insta-
lar em Bolonha, que recém havia conquis-
tado em suas expedições militares. Depois 
de pronta o fez aceitar, a contragosto, o 
encargo de pintar o enorme teto da Ca-
pela Sistina, completado em apenas qua-
tro anos, entre 1508 e 1511. O resultado 
foi muito além das expectativas papais, e 
mesmo que Michelangelo não estivesse 
muito à vontade com a técnica da pintura, 
preferindo sempre a escultura, deu provas 
de possuir um gênio pictórico comparável 
ao que produziu o “David” e a “Pietà”.
Em 1527 Roma foi invadida e violenta-
mente saqueada por tropas rebeldes de Car-
los V, imperador do Sacro Império. O papa 
fugiu, e Florença se revoltou novamente 
contra os Medici, banindo-os. Em seguida 
a cidade foi assediada, e nesse período Mi-
chelangelo foi empregado pelo governo 
local em obras de engenharia, projetando 
fortificações. Esta década e a seguinte fo-
ram especialmente difíceis para ele. Seu pai 
morrera em 1521 e em seguida seu irmão 
favorito. 
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TOP 11 ARTES: 4a arte - escultura
Michelangelo: 
“O Juízo Final”. 
Capela Sistina
Em sua vida afetiva se ligou forte-
mente a homens jovens, em especial 
a Tommaso dei Cavalieri, trocando 
calorosa correspondência e escreven-
do-lhes poesias de grande qualidade, 
tratando do tema do amor na tradição 
de Petrarca e expressando ideias neo-
platônicas. Essas ligações e esses teste-
munhos materiais têm sido considera-dos por grande número de estudiosos 
como evidências de homossexualida-
de, mas para uma minoria influente, da 
qual participa Gilbert Creighton, editor 
da Britannica, é provável que ele esti-
vesse mais preocupado em encontrar 
um filho adotivo e que seu transborda-
mento emocional não passasse de retó-
rica literária. 
Em 1530 os Medici conseguiram 
impor definitivamente seu governo 
em Florença, Michelangelo voltou ao 
projeto das tumbas da família e pro-
duziu duas esculturas, um “Gênio da 
Vitória”, que se tornou um protótipo 
para os escultores maneiristas, e um 
“David”, às vezes identificado tam-
bém como Apolo. Em 1534 deixou 
a cidade pela última vez, a chamado 
do novo papa, Paulo III, passando a 
residir em Roma, embora tenha sem-
pre alimentado a esperança de po-
Em 1534, Miche-
langelo começou 
outro afresco, “O 
Juízo Final”, para 
a Capela Sistina. 
Passou a maior 
parte de seus úl-
timos anos tra-
balhando nessa 
grande pintura e 
escrevendo poe-
mas. Além disso, 
projetou a impres-
sionante cúpula 
da Basílica de São 
Pedro e a Praça 
do Capitólio, em 
Roma — cidade em 
que morreu, no 
dia 18 de feverei-
ro de 1564.
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Michelangelo: 
“O Juízo Final”. 
Capela Sistina
Em sua vida afetiva se ligou forte-
mente a homens jovens, em especial 
a Tommaso dei Cavalieri, trocando 
calorosa correspondência e escreven-
do-lhes poesias de grande qualidade, 
tratando do tema do amor na tradição 
de Petrarca e expressando ideias neo-
platônicas. Essas ligações e esses teste-
munhos materiais têm sido considera-
dos por grande número de estudiosos 
como evidências de homossexualida-
de, mas para uma minoria influente, da 
qual participa Gilbert Creighton, editor 
da Britannica, é provável que ele esti-
vesse mais preocupado em encontrar 
um filho adotivo e que seu transborda-
mento emocional não passasse de retó-
rica literária. 
Em 1530 os Medici conseguiram 
impor definitivamente seu governo 
em Florença, Michelangelo voltou ao 
projeto das tumbas da família e pro-
duziu duas esculturas, um “Gênio da 
Vitória”, que se tornou um protótipo 
para os escultores maneiristas, e um 
“David”, às vezes identificado tam-
bém como Apolo. Em 1534 deixou 
a cidade pela última vez, a chamado 
do novo papa, Paulo III, passando a 
residir em Roma, embora tenha sem-
pre alimentado a esperança de po-
Em 1534, Miche-
langelo começou 
outro afresco, “O 
Juízo Final”, para 
a Capela Sistina. 
Passou a maior 
parte de seus úl-
timos anos tra-
balhando nessa 
grande pintura e 
escrevendo poe-
mas. Além disso, 
projetou a impres-
sionante cúpula 
da Basílica de São 
Pedro e a Praça 
do Capitólio, em 
Roma — cidade em 
que morreu, no 
dia 18 de feverei-
ro de 1564.
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TOP 11 ARTES: 4a arte - escultura
Michelangelo foi o 
primeiro artista oci-
dental a reivindicar 
consistentemente 
sua independência 
criativa, e o prestí-
gio de que desfrutou 
em vida, tornando-o 
um iluminado, um 
ser tocado pelo divi-
no. Desencadeou um 
processo de inversão 
das hierarquias do 
sistema de produção 
e consumo de arte 
que culminou na visão 
romântica do artista 
como um gênio isola-
do, incompreendido, 
semilouco, preocupa-
do apenas com a ex-
pressão de si mesmo, 
atormentado por ane-
los insatisfeitos pelo 
infinito, à frente de 
seu tempo, persegui-
do por filisteus insen-
síveis e absolutamen-
te livre de obrigações 
sociais ou morais para 
com seu público.
Pintura de 
Sebastiano del Piombo: 
Retrato de Michelangelo, 
c. 1520–1525
der voltar e terminar seus projetos inaca-
bados.
Em 1563 foi eleito primus inter pares da 
Accademia del Disegno de Florença, recém-
-fundada por Cosimo I de Medici e Vasari, e 
somente depois disso, às portas dos noven-
ta anos de idade, sua saúde e vigor começa-
ram a declinar rápida e visivelmente. Pouco 
tempo lhe restava, e na passagem de 1563 
para 1564 se tornou claro que já não pode-
ria sair à rua a qualquer hora e sob qualquer 
tempo como costumava, e nem podia mais 
recusar a ajuda de outros como fora seu há-
bito perene.
 Em 14 de fevereiro de 1564 sofreu uma 
espécie de ataque, e espalhou-se a notícia 
de que ele estava doente. Não obstante, seu 
amigo Tiberio Calcagni, que foi visitá-lo, o 
encontrou na rua debaixo da chuva, dizen-
do que não encontrava sossego de forma al-
guma. De acordo com o relato, sua face es-
tava com uma péssima aparência e sua fala 
era hesitante. Entrando em casa, recolheu-se 
para descansar. 
Outros amigos vieram para atendê-lo, no dia 
seguinte pressentiu a morte e mandou chamar 
seu sobrinho Lionardo, mas este não chegou 
a tempo de vê-lo vivo. Faleceu pacificamente 
pouco antes das cinco da tarde do dia 18.
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Michelangelo foi o 
primeiro artista oci-
dental a reivindicar 
consistentemente 
sua independência 
criativa, e o prestí-
gio de que desfrutou 
em vida, tornando-o 
um iluminado, um 
ser tocado pelo divi-
no. Desencadeou um 
processo de inversão 
das hierarquias do 
sistema de produção 
e consumo de arte 
que culminou na visão 
romântica do artista 
como um gênio isola-
do, incompreendido, 
semilouco, preocupa-
do apenas com a ex-
pressão de si mesmo, 
atormentado por ane-
los insatisfeitos pelo 
infinito, à frente de 
seu tempo, persegui-
do por filisteus insen-
síveis e absolutamen-
te livre de obrigações 
sociais ou morais para 
com seu público.
Pintura de 
Sebastiano del Piombo: 
Retrato de Michelangelo, 
c. 1520–1525
der voltar e terminar seus projetos inaca-
bados.
Em 1563 foi eleito primus inter pares da 
Accademia del Disegno de Florença, recém-
-fundada por Cosimo I de Medici e Vasari, e 
somente depois disso, às portas dos noven-
ta anos de idade, sua saúde e vigor começa-
ram a declinar rápida e visivelmente. Pouco 
tempo lhe restava, e na passagem de 1563 
para 1564 se tornou claro que já não pode-
ria sair à rua a qualquer hora e sob qualquer 
tempo como costumava, e nem podia mais 
recusar a ajuda de outros como fora seu há-
bito perene.
 Em 14 de fevereiro de 1564 sofreu uma 
espécie de ataque, e espalhou-se a notícia 
de que ele estava doente. Não obstante, seu 
amigo Tiberio Calcagni, que foi visitá-lo, o 
encontrou na rua debaixo da chuva, dizen-
do que não encontrava sossego de forma al-
guma. De acordo com o relato, sua face es-
tava com uma péssima aparência e sua fala 
era hesitante. Entrando em casa, recolheu-se 
para descansar. 
Outros amigos vieram para atendê-lo, no dia 
seguinte pressentiu a morte e mandou chamar 
seu sobrinho Lionardo, mas este não chegou 
a tempo de vê-lo vivo. Faleceu pacificamente 
pouco antes das cinco da tarde do dia 18.
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TOP 11 ARTES: 4a arte - escultura
“Michelangelo - Infinito”, 
de 2018, é o primeiro 
filme de arte sobre o génio 
do Renascimento e da his-
tória da arte universal: Mi-
chelangelo Buonarroti. Um 
documentário onde o cinema 
e o mundo da arte se encon-
tram para traçar o retrato 
do homem secreto e pertur-
bado, capaz de contrastes e 
paixões fortes, mas também 
de mostrar grande coragem 
quando se trata de apoiar 
as suas crenças e ideologias. 
Uma personalidade imortal, 
um dos maiores artistas que 
o mundo já viu, cuja rica e 
variada produção artística se 
tornou um marco na história 
da arte universal.
 
“Michelangelo - Infinito” é um 
documentário biográfico di-
rigido por Emanuele Imbucci 
sobre a vida e obra de Miche-
langelo Buonarroti, produzi-
do pela Sky e MAGNITUDO 
Film, em colaboração com os 
Museus do Vaticano. 
O teto da Ca-
pela Sistina 
é constituído por 
um extenso afres-
co, concebido por 
Michelangelo en-
tre 1508 e 1512. 
O trabalho, feito 
a pedido do papa 
Júlio II, é considera-
do não só um marco 
da pintura da Alta 
Renascença, mas 
também uma das 
mais famosas obras 
da história da arte 
e um dos maiores 
tesouros da Santa 
Sé. A Capela Sistina,localizada no Vati-
cano, foi construída 
entre 1477 e 1480, 
a mando do papa 
Sisto IV, em home-
nagem ao qual foi 
nomeada. No local, 
acontecem o concla-
ve e outros impor-
tantes eventos da 
Igreja Católica.
FILME MICHELANGELO - INFINITO
VATICANO CAPELA SISTINA
Este filme surpreendente, fil-
mado com as mais avançadas 
tecnologias de filmagem, re-
faz a principal produção pic-
tórica e escultórica de Miche-
langelo, mostrando as suas 
obras mais famosas.
É famosa pela sua arquitetura, inspirada 
no Templo de Salomão do Antigo Tes-
tamento, e sua decoração em afrescos, 
pintada pelos maiores artistas da Renas-
cença, incluindo Michelangelo, Rafael, 
Perugino e Sandro Botticelli.
FOTO PATRICK LANDY 
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TOP 11 ARTES: 4a arte - escultura
“Michelangelo - Infinito”, 
de 2018, é o primeiro 
filme de arte sobre o génio 
do Renascimento e da his-
tória da arte universal: Mi-
chelangelo Buonarroti. Um 
documentário onde o cinema 
e o mundo da arte se encon-
tram para traçar o retrato 
do homem secreto e pertur-
bado, capaz de contrastes e 
paixões fortes, mas também 
de mostrar grande coragem 
quando se trata de apoiar 
as suas crenças e ideologias. 
Uma personalidade imortal, 
um dos maiores artistas que 
o mundo já viu, cuja rica e 
variada produção artística se 
tornou um marco na história 
da arte universal.
 
“Michelangelo - Infinito” é um 
documentário biográfico di-
rigido por Emanuele Imbucci 
sobre a vida e obra de Miche-
langelo Buonarroti, produzi-
do pela Sky e MAGNITUDO 
Film, em colaboração com os 
Museus do Vaticano. 
O teto da Ca-
pela Sistina 
é constituído por 
um extenso afres-
co, concebido por 
Michelangelo en-
tre 1508 e 1512. 
O trabalho, feito 
a pedido do papa 
Júlio II, é considera-
do não só um marco 
da pintura da Alta 
Renascença, mas 
também uma das 
mais famosas obras 
da história da arte 
e um dos maiores 
tesouros da Santa 
Sé. A Capela Sistina, 
localizada no Vati-
cano, foi construída 
entre 1477 e 1480, 
a mando do papa 
Sisto IV, em home-
nagem ao qual foi 
nomeada. No local, 
acontecem o concla-
ve e outros impor-
tantes eventos da 
Igreja Católica.
FILME MICHELANGELO - INFINITO
VATICANO CAPELA SISTINA
Este filme surpreendente, fil-
mado com as mais avançadas 
tecnologias de filmagem, re-
faz a principal produção pic-
tórica e escultórica de Miche-
langelo, mostrando as suas 
obras mais famosas.
É famosa pela sua arquitetura, inspirada 
no Templo de Salomão do Antigo Tes-
tamento, e sua decoração em afrescos, 
pintada pelos maiores artistas da Renas-
cença, incluindo Michelangelo, Rafael, 
Perugino e Sandro Botticelli.
FOTO PATRICK LANDY 
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TOP 11 ARTES: 5a arte - arquitetura Oscar Niemeyer 
em 1968.
OSCAR
NIEMEYER 
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IA
 IT
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LE
IR
A
S
Arquiteto e urbanista. Oscar Niemeyer é 
o arquiteto moderno brasileiro de maior 
renome internacional. Pensando no edi-
fício como uma escultura, destaca-se pe-
las formas curvilíneas que dá a suas edi-
ficações, inaugurando um novo padrão 
estético na arquitetura brasileira. 
Niemeyer foi mais conhecido 
pelos projetos de edifícios cí-
vicos para Brasília, uma cida-
de planejada que se tornou 
a capital do Brasil em 1960, 
bem como por sua colabora-
ção no grupo de arquitetos 
indicados pelos Estados-
-membros da ONU que pro-
jetaram a sede das Nações 
Unidas em Nova York, nos 
Estados Unidos. 
Oscar Ribeiro de Almeida 
Niemeyer Soares Filho 
(Rio de Janeiro, 15 de de-
zembro de 1907 – Rio de 
Janeiro, 5 de dezembro 
de 2012) foi um arquite-
to brasileiro, considera-
do uma das figuras-chave 
no desenvolvimento da 
arquitetura moderna. 
FOTO GETTY IMAGES
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TOP 11 ARTES: 5a arte - arquitetura Oscar Niemeyer 
em 1968.
OSCAR
NIEMEYER 
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Arquiteto e urbanista. Oscar Niemeyer é 
o arquiteto moderno brasileiro de maior 
renome internacional. Pensando no edi-
fício como uma escultura, destaca-se pe-
las formas curvilíneas que dá a suas edi-
ficações, inaugurando um novo padrão 
estético na arquitetura brasileira. 
Niemeyer foi mais conhecido 
pelos projetos de edifícios cí-
vicos para Brasília, uma cida-
de planejada que se tornou 
a capital do Brasil em 1960, 
bem como por sua colabora-
ção no grupo de arquitetos 
indicados pelos Estados-
-membros da ONU que pro-
jetaram a sede das Nações 
Unidas em Nova York, nos 
Estados Unidos. 
Oscar Ribeiro de Almeida 
Niemeyer Soares Filho 
(Rio de Janeiro, 15 de de-
zembro de 1907 – Rio de 
Janeiro, 5 de dezembro 
de 2012) foi um arquite-
to brasileiro, considera-
do uma das figuras-chave 
no desenvolvimento da 
arquitetura moderna. 
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TOP 11 ARTES: 5a arte - arquitetura
Sua exploração das possibilidades cons-
trutivas do concreto armado foi alta-
mente influente na época, tal como na 
arquitetura do final do século XX e início do 
século XXI. Elogiado e criticado por ser um 
“escultor de monumentos”, Niemeyer foi 
um grande artista e um dos maiores arquite-
tos de sua geração por seus partidários. Ele 
alegou que sua arquitetura foi fortemente 
influenciada por Le Corbusier, mas, em en-
trevista, assegurou que isso “não impediu 
que (sua) arquitetura seguisse em uma dire-
ção diferente”.
Nascido no Rio de Janeiro, Niemeyer es-
tudou na Escola Nacional de Belas Artes 
(atual UFRJ) e durante seu terceiro ano es-
tagiou com seu futuro colega na construção 
de Brasília, Lúcio Costa, com quem acabou 
colaborando no projeto para o Ministério de 
Educação e Saúde, atual Palácio Gustavo Ca-
panema, no Rio de Janeiro. Contando com a 
presença de Le Corbusier, Niemeyer teve a 
chance de trabalhar junto com o mestre suí-
ço, sendo ele uma grande influência em sua 
arquitetura. 
O primeiro grande trabalho de arquitetura 
individual de Niemeyer foram os projetos de 
uma série de edifícios na Pampulha, um su-
búrbio planejado no norte de Belo Horizonte, 
tendo como parceiro o engenheiro Joaquim 
Antes de convidar 
Niemeyer para auxi-
liá-lo no projeto do 
Pavilhão Brasileiro na 
Feira Internacional de 
Nova York, em 1939, 
Lúcio Costa o indica 
para compor a equi-
pe de arquitetos que 
projeta o Ministério 
da Educação e Saúde 
(MES), no Rio de Janei-
ro, com a supervisão 
do suíço Le Corbusier 
(1887-1965). Este é 
fundamental para a 
constituição da iden-
tidade arquitetônica 
de Niemeyer, que se 
interessa pela ideia 
do edifício como uma 
unidade escultural e 
pela concisão arqui-
tetônica de Le Corbu-
sier, de quem absorve 
aspectos como o rigor 
formal e a liberdade de 
desenho.
Igreja São Francisco 
de Assis
FOTO WIKIMEDIA COMMONS
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TOP 11 ARTES: 5a arte - arquitetura
Sua exploração das possibilidades cons-
trutivas do concreto armado foi alta-
mente influente na época, tal como na 
arquitetura do final do século XX e início do 
século XXI. Elogiado e criticado por ser um 
“escultor de monumentos”, Niemeyer foi 
um grande artista e um dos maiores arquite-
tos de sua geração por seus partidários. Ele 
alegou que sua arquitetura foi fortemente 
influenciada por Le Corbusier, mas, em en-
trevista, assegurou que isso “não impediu 
que (sua) arquitetura seguisse em uma dire-
ção diferente”.
Nascido no Rio de Janeiro, Niemeyer es-
tudou na Escola Nacional de Belas Artes 
(atual UFRJ) e durante seu terceiro ano es-
tagiou com seu futuro colega na construção 
de Brasília, Lúcio Costa, com quem acabou 
colaborando no projeto para o Ministério de 
Educação e Saúde, atual Palácio Gustavo Ca-
panema, no Rio de Janeiro. Contando com a 
presença de Le Corbusier, Niemeyer teve a 
chance de trabalhar junto com o mestre suí-
ço, sendo ele uma grande influênciaem sua 
arquitetura. 
O primeiro grande trabalho de arquitetura 
individual de Niemeyer foram os projetos de 
uma série de edifícios na Pampulha, um su-
búrbio planejado no norte de Belo Horizonte, 
tendo como parceiro o engenheiro Joaquim 
Antes de convidar 
Niemeyer para auxi-
liá-lo no projeto do 
Pavilhão Brasileiro na 
Feira Internacional de 
Nova York, em 1939, 
Lúcio Costa o indica 
para compor a equi-
pe de arquitetos que 
projeta o Ministério 
da Educação e Saúde 
(MES), no Rio de Janei-
ro, com a supervisão 
do suíço Le Corbusier 
(1887-1965). Este é 
fundamental para a 
constituição da iden-
tidade arquitetônica 
de Niemeyer, que se 
interessa pela ideia 
do edifício como uma 
unidade escultural e 
pela concisão arqui-
tetônica de Le Corbu-
sier, de quem absorve 
aspectos como o rigor 
formal e a liberdade de 
desenho.
Igreja São Francisco 
de Assis
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TOP 11 ARTES: 5a arte - arquitetura
Michelangelo: 
David, 1501–
1504. Galleria 
dell’Accademia, 
Florença
Ainda na década de 
1950, Niemeyer é 
convidado por Ciccil-
lo Matarazzo (1898-
1977) para projetar o 
Parque do Ibirapue-
ra, idealizado para 
ser um marco da ci-
dade de São Paulo. O 
parque é constituído 
de cinco edifícios 
culturais conectados 
por uma grande mar-
quise de desenho 
leve e orgânico, pro-
piciado pelo uso do 
concreto armado. Os 
vãos desses prédios 
tornam-se ainda mais 
largos, e as colunas, 
mais estreitas; os 
pontos de apoio são 
delicados; o conjunto 
tem um aspecto leve 
e curvilíneo. Todo 
esse complexo é arti-
culado em harmonia 
a uma extensa área 
verde. 
Cardozo — que viria a ser o autor dos cálculos 
de suas principais obras em Brasília. Esse tra-
balho, especialmente a Igreja São Francisco 
de Assis, recebeu elogios da crítica nacional e 
estrangeira, chamando a atenção internacio-
nal para Niemeyer. 
Entre 1940 e 1944, projeta, por enco-
menda do então prefeito de Belo Horizon-
te, Juscelino Kubitschek (1902-1976), o 
Conjunto Arquitetônico da Pampulha, que 
se configura como um marco de sua obra, 
pois rompe com os conceitos rigorosos do 
funcionalismo e utiliza uma linguagem de 
formas novas, livres, curvas e sensuais, ex-
plorando as possibilidades plásticas do con-
creto armado. O conjunto é composto pela 
Casa do Baile, o Iate Clube, a Igreja de São 
Francisco e o Cassino, e conta com a impor-
tante colaboração do engenheiro Joaquim 
Cardozo (1897-1978) e do paisagista Burle 
Marx (1909-1994).
Ao longo dos anos 1940 e 1950, Nieme-
yer se tornou um dos arquitetos mais pro-
líficos do Brasil, projetando uma série de 
edifícios, tanto no país como no exterior. 
Isso incluiu o projeto de diversas residên-
cias e edifícios públicos, e ainda a colabora-
ção com Le Corbusier (e outros) no projeto 
da sede das Nações Unidas em Nova York, 
o que provocou convites para ensinar na 
Universidade Yale e na Escola de Design da 
Universidade Harvard.
FOTO ANDRÉ DEAK 
FOTO WIKIMEDIA COMMONS
Auditório Ibirapuera 
Pavilhão Lucas Nogueira 
Garcez, popularmente 
conhecido como Oca
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Michelangelo: 
David, 1501–
1504. Galleria 
dell’Accademia, 
Florença
Ainda na década de 
1950, Niemeyer é 
convidado por Ciccil-
lo Matarazzo (1898-
1977) para projetar o 
Parque do Ibirapue-
ra, idealizado para 
ser um marco da ci-
dade de São Paulo. O 
parque é constituído 
de cinco edifícios 
culturais conectados 
por uma grande mar-
quise de desenho 
leve e orgânico, pro-
piciado pelo uso do 
concreto armado. Os 
vãos desses prédios 
tornam-se ainda mais 
largos, e as colunas, 
mais estreitas; os 
pontos de apoio são 
delicados; o conjunto 
tem um aspecto leve 
e curvilíneo. Todo 
esse complexo é arti-
culado em harmonia 
a uma extensa área 
verde. 
Cardozo — que viria a ser o autor dos cálculos 
de suas principais obras em Brasília. Esse tra-
balho, especialmente a Igreja São Francisco 
de Assis, recebeu elogios da crítica nacional e 
estrangeira, chamando a atenção internacio-
nal para Niemeyer. 
Entre 1940 e 1944, projeta, por enco-
menda do então prefeito de Belo Horizon-
te, Juscelino Kubitschek (1902-1976), o 
Conjunto Arquitetônico da Pampulha, que 
se configura como um marco de sua obra, 
pois rompe com os conceitos rigorosos do 
funcionalismo e utiliza uma linguagem de 
formas novas, livres, curvas e sensuais, ex-
plorando as possibilidades plásticas do con-
creto armado. O conjunto é composto pela 
Casa do Baile, o Iate Clube, a Igreja de São 
Francisco e o Cassino, e conta com a impor-
tante colaboração do engenheiro Joaquim 
Cardozo (1897-1978) e do paisagista Burle 
Marx (1909-1994).
Ao longo dos anos 1940 e 1950, Nieme-
yer se tornou um dos arquitetos mais pro-
líficos do Brasil, projetando uma série de 
edifícios, tanto no país como no exterior. 
Isso incluiu o projeto de diversas residên-
cias e edifícios públicos, e ainda a colabora-
ção com Le Corbusier (e outros) no projeto 
da sede das Nações Unidas em Nova York, 
o que provocou convites para ensinar na 
Universidade Yale e na Escola de Design da 
Universidade Harvard.
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Auditório Ibirapuera 
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Garcez, popularmente 
conhecido como Oca
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TOP 11 ARTES: 5a arte - arquitetura
Vista panorâmica da Praça dos Três 
Poderes: à esquerda, o Supremo 
Tribunal Federal (3), no centro o 
Congresso Nacional – (12) e à direita, 
o Palácio do Planalto (16)
Em 1947, é convidado pela Or-
ganização das Nações Unidas 
(ONU) a participar da comissão 
de arquitetos encarregada de de-
finir os planos de sua futura sede 
em Nova York. Seu projeto, junto 
com o de Le Corbusier, é esco-
lhido, e Niemeyer consolida seu 
prestígio no exterior. Em 1949, é 
nomeado membro da American 
Academy of Arts and Sciences 
(Academia Americana de Artes e 
Ciências). No início da década de 
1950, o debate crítico em torno 
da obra de Niemeyer se intensifi-
ca. O arquiteto greco-americano 
Stamo Papadaki (1906-1992) pu-
blica a primeira monografia so-
bre a obra do arquiteto carioca, 
em 1950.
Em 1956, Juscelino Kubits-
check, já presidente da Repúbli-
ca, convida Niemeyer para proje-
tar os prédios públicos de Brasília, 
futura capital do Brasil, cujo pla-
no urbanístico é confiado a Lúcio 
Costa. De acordo com Niemeyer, 
os edifícios de Brasília são uma 
tomada de posição contra os limi-
Em 1956, Niemeyer foi convidado 
pelo novo presidente do Brasil, Jusce-
lino Kubitschek, para projetar os pré-
dios públicos da nova capital do Bra-
sil, que seria construída no centro do 
país. Seus projetos para o Congresso 
Nacional do Brasil, o Palácio da Alvo-
rada, o Palácio do Planalto, o Supremo 
Tribunal Federal e a Catedral de Bra-
sília, todos concluídos anteriormente 
a 1960, foram em grande parte de na-
tureza experimental e foram ligados 
por elementos de design comuns. Esse 
trabalho levou à sua nomeação como 
diretor do departamento de arquite-
tura da Universidade de Brasília, bem 
como membro honorário do Instituto 
Americano de Arquitetos. 
FOTO ERIC GABA
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Vista panorâmica da Praça dos Três 
Poderes: à esquerda, o Supremo 
Tribunal Federal (3), no centro o 
Congresso Nacional – (12) e à direita, 
o Palácio do Planalto (16)
Em 1947, é convidado pela Or-
ganização das Nações Unidas 
(ONU) a participar da comissão 
de arquitetos encarregada de de-
finir os planos de sua futura sede 
em Nova York. Seu projeto, junto 
com o de Le Corbusier, é esco-
lhido, e Niemeyer consolida seu 
prestígio no exterior. Em 1949, é 
nomeado membro da American 
Academy of Arts and Sciences 
(Academia Americana de Artes e 
Ciências). No início da década de 
1950, o debate crítico em torno 
da obra de Niemeyer se intensifi-
ca. O arquiteto greco-americano 
Stamo Papadaki (1906-1992) pu-
blica a primeira monografia so-bre a obra do arquiteto carioca, 
em 1950.
Em 1956, Juscelino Kubits-
check, já presidente da Repúbli-
ca, convida Niemeyer para proje-
tar os prédios públicos de Brasília, 
futura capital do Brasil, cujo pla-
no urbanístico é confiado a Lúcio 
Costa. De acordo com Niemeyer, 
os edifícios de Brasília são uma 
tomada de posição contra os limi-
Em 1956, Niemeyer foi convidado 
pelo novo presidente do Brasil, Jusce-
lino Kubitschek, para projetar os pré-
dios públicos da nova capital do Bra-
sil, que seria construída no centro do 
país. Seus projetos para o Congresso 
Nacional do Brasil, o Palácio da Alvo-
rada, o Palácio do Planalto, o Supremo 
Tribunal Federal e a Catedral de Bra-
sília, todos concluídos anteriormente 
a 1960, foram em grande parte de na-
tureza experimental e foram ligados 
por elementos de design comuns. Esse 
trabalho levou à sua nomeação como 
diretor do departamento de arquite-
tura da Universidade de Brasília, bem 
como membro honorário do Instituto 
Americano de Arquitetos. 
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TOP 11 ARTES: 5a arte - arquitetura
tes do funcionalismo e o envelhe-
cimento de algumas fórmulas da 
arquitetura moderna. Sua “preo-
cupação fundamental consiste 
em conceber um elemento novo 
e diferente, que não copiasse os 
modelos habituais nos quais a ar-
quitetura moderna se atola, mas 
que suscitasse um sentimento de 
surpresa e emoção”. 
A cidade é inaugurada em 1960 
e causa admiração. O escritor An-
dré Malraux diz que as colunas do 
Palácio da Alvorada “são o evento 
arquitetônico mais importante des-
de as colunas gregas”. Le Corbusier 
acha Brasília “magnífica de inven-
ções, de coragem e de otimismo”.
Devido à sua ideologia de es-
querda e sua militância no Par-
tido Comunista Brasileiro (PCB), 
Niemeyer deixou o país após o 
golpe militar de 1964 e, poste-
riormente, abriu um escritório 
em Paris. Na década de 1960, a 
violência e a perseguição política 
da ditadura militar fazem o arqui-
teto se exilar na França e voltar a 
sua carreira para o exterior, onde 
obtém muito êxito. Em 1967, é 
convidado para projetar a nova 
sede da Editora Arnaldo Mon-
dadori, nos arredores de Milão. 
Niemeyer atende ao pedido do 
proprietário, Giorgio Mondadori 
(1917-2009), que deseja um pré-
dio como o do Palácio Itamaraty, 
e cria um conjunto monumental. 
A obra é centrada em um longo 
edifício de vidro e aço envolto por 
um espelho d’água. Ele é consti-
tuído de um sistema de grandes 
arcos de concretos, que, por te-
rem larguras diferentes, dão uma 
espécie de “ritmo musical” à fa-
chada, nas palavras do arquiteto.
1 Espaço de atendimento ao turista 
2 Pombal por Oscar Niemeyer
3 Supremo Tribunal Federal (poder judiciário)
4 Escultura "A Justiça" por Alfredo Ceschiatti
5 Entrada do Espaço Lúcio Costa
6 Anexo IV da Câmara dos Deputados
7 Museu da Cidade (museu histórico de Brasília)
8 Monumento Israel Pinheiro
9 Palácio Itamaraty (Ministério das Relações 
Exteriores)
10 Ministérios
11 Marco de Brasília (monumento UNESCO)
12 Congresso Nacional (sede do poder 
legislativo)
12a Câmara dos Deputados
12b Senado Federal
13 Torre de TV
14 Escultura "Os Guerreiros" (ou "Os Candangos") 
por Bruno Giorgi
15 Anexo II do Senado Federal
16 Palácio do Planalto (sede do poder executivo)
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tes do funcionalismo e o envelhe-
cimento de algumas fórmulas da 
arquitetura moderna. Sua “preo-
cupação fundamental consiste 
em conceber um elemento novo 
e diferente, que não copiasse os 
modelos habituais nos quais a ar-
quitetura moderna se atola, mas 
que suscitasse um sentimento de 
surpresa e emoção”. 
A cidade é inaugurada em 1960 
e causa admiração. O escritor An-
dré Malraux diz que as colunas do 
Palácio da Alvorada “são o evento 
arquitetônico mais importante des-
de as colunas gregas”. Le Corbusier 
acha Brasília “magnífica de inven-
ções, de coragem e de otimismo”.
Devido à sua ideologia de es-
querda e sua militância no Par-
tido Comunista Brasileiro (PCB), 
Niemeyer deixou o país após o 
golpe militar de 1964 e, poste-
riormente, abriu um escritório 
em Paris. Na década de 1960, a 
violência e a perseguição política 
da ditadura militar fazem o arqui-
teto se exilar na França e voltar a 
sua carreira para o exterior, onde 
obtém muito êxito. Em 1967, é 
convidado para projetar a nova 
sede da Editora Arnaldo Mon-
dadori, nos arredores de Milão. 
Niemeyer atende ao pedido do 
proprietário, Giorgio Mondadori 
(1917-2009), que deseja um pré-
dio como o do Palácio Itamaraty, 
e cria um conjunto monumental. 
A obra é centrada em um longo 
edifício de vidro e aço envolto por 
um espelho d’água. Ele é consti-
tuído de um sistema de grandes 
arcos de concretos, que, por te-
rem larguras diferentes, dão uma 
espécie de “ritmo musical” à fa-
chada, nas palavras do arquiteto.
1 Espaço de atendimento ao turista 
2 Pombal por Oscar Niemeyer
3 Supremo Tribunal Federal (poder judiciário)
4 Escultura "A Justiça" por Alfredo Ceschiatti
5 Entrada do Espaço Lúcio Costa
6 Anexo IV da Câmara dos Deputados
7 Museu da Cidade (museu histórico de Brasília)
8 Monumento Israel Pinheiro
9 Palácio Itamaraty (Ministério das Relações 
Exteriores)
10 Ministérios
11 Marco de Brasília (monumento UNESCO)
12 Congresso Nacional (sede do poder 
legislativo)
12a Câmara dos Deputados
12b Senado Federal
13 Torre de TV
14 Escultura "Os Guerreiros" (ou "Os Candangos") 
por Bruno Giorgi
15 Anexo II do Senado Federal
16 Palácio do Planalto (sede do poder executivo)
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TOP 11 ARTES: 5a arte - arquitetura Museu de Arte 
Contemporânea 
de Niterói, 1996.
FOTO MARCIO SETTE 
No início dos anos 
1980, realiza im-
portantes obras 
públicas. A Casa da 
Cultura de Le Havre 
é inaugurada em 
1982, na França. O 
conjunto é uma das 
obras mais escultó-
ricas de Niemeyer. 
Sobre um amplo ter-
reno, o arquiteto re-
laciona plasticamen-
te grandes edifícios. 
Um de seus últimos 
trabalhos, o Memo-
rial da América Lati-
na, construído entre 
1988 e 1989, em São 
Paulo, já não tem 
a mesma força dos 
projetos anteriores. 
Em 1991, desenha o 
Museu de Arte Con-
temporânea (MAC-
-Niterói), construído 
às margens da baía 
de Guanabara. Em 
2007, ao completar 
100 anos, recebe ho-
menagens no Brasil 
e no exterior.
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TOP 11 ARTES: 5a arte - arquitetura Museu de Arte 
Contemporânea 
de Niterói, 1996.
FOTO MARCIO SETTE 
No início dos anos 
1980, realiza im-
portantes obras 
públicas. A Casa da 
Cultura de Le Havre 
é inaugurada em 
1982, na França. O 
conjunto é uma das 
obras mais escultó-
ricas de Niemeyer. 
Sobre um amplo ter-
reno, o arquiteto re-
laciona plasticamen-
te grandes edifícios. 
Um de seus últimos 
trabalhos, o Memo-
rial da América Lati-
na, construído entre 
1988 e 1989, em São 
Paulo, já não tem 
a mesma força dos 
projetos anteriores. 
Em 1991, desenha o 
Museu de Arte Con-
temporânea (MAC-
-Niterói), construído 
às margens da baía 
de Guanabara. Em 
2007, ao completar 
100 anos, recebe ho-
menagens no Brasil 
e no exterior.
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TOP 11 ARTES: 5a arte - arquitetura Ele retornou ao Brasil em 1985 e 
foi premiado com o prêmio Pritzker 
de arquitetura, em 1988. Entre seus 
projetos mais recentes se destacam 
o Museu de Arte Contemporânea de 
Niterói (1996), o Museu Oscar Nie-
meyer, em Curitiba (2002), a Cida-
de Administrativa de Minas Gerais 
(2010), o Centro Cultural Interna-
cional Oscar Niemeyer, na Espanha 
(2011) e o Memorial Luiz Carlos Pres-
tes (projeto de 2012, obra concluída 
em 2017). 
Niemeyer continuou a trabalhar 
até dias antes de sua morte, em 5 de 
dezembro de 2012, aos 104 anos. 
Seu último projeto foi idealizado 
pouco antes de morrer: a “cidade 
das artes e da cultura”, em Essaoui-
ra, região litorânea do Marrocos. O 
rei Mohammed VI esperou oito anos 
para analisar e dar aval ao projeto.Autor de obras arquitetônicas de 
notoriedade no século XX, Oscar Nie-
meyer valoriza em suas construções 
a inovação e a beleza plástica que 
comovem e surpreendem. O arquite-
to concebe em seus projetos um ele-
mento novo e diferente, rompendo 
com modelos convencionais da ar-
quitetura.
O Centro Cultural 
Le Havre, atual-
mente chamado Le 
Volcan (o Vulcão), 
se situa em frente 
à Place du Général-
-de-Gaulle, em Le 
Havre. Foi projeta-
da por Oscar Nie-
meyer e inaugura-
da em 1982.
FOTO WIKIMEDIA COMMONS
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TOP 11 ARTES: 5a arte - arquitetura Ele retornou ao Brasil em 1985 e 
foi premiado com o prêmio Pritzker 
de arquitetura, em 1988. Entre seus 
projetos mais recentes se destacam 
o Museu de Arte Contemporânea de 
Niterói (1996), o Museu Oscar Nie-
meyer, em Curitiba (2002), a Cida-
de Administrativa de Minas Gerais 
(2010), o Centro Cultural Interna-
cional Oscar Niemeyer, na Espanha 
(2011) e o Memorial Luiz Carlos Pres-
tes (projeto de 2012, obra concluída 
em 2017). 
Niemeyer continuou a trabalhar 
até dias antes de sua morte, em 5 de 
dezembro de 2012, aos 104 anos. 
Seu último projeto foi idealizado 
pouco antes de morrer: a “cidade 
das artes e da cultura”, em Essaoui-
ra, região litorânea do Marrocos. O 
rei Mohammed VI esperou oito anos 
para analisar e dar aval ao projeto.
Autor de obras arquitetônicas de 
notoriedade no século XX, Oscar Nie-
meyer valoriza em suas construções 
a inovação e a beleza plástica que 
comovem e surpreendem. O arquite-
to concebe em seus projetos um ele-
mento novo e diferente, rompendo 
com modelos convencionais da ar-
quitetura.
O Centro Cultural 
Le Havre, atual-
mente chamado Le 
Volcan (o Vulcão), 
se situa em frente 
à Place du Général-
-de-Gaulle, em Le 
Havre. Foi projeta-
da por Oscar Nie-
meyer e inaugura-
da em 1982.
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TOP 11 ARTES: 5a arte - arquitetura “Não é o ângulo reto que me atrai, nem 
a linha reta, dura, inflexível, criada pelo 
homem. O que me atrai é a curva livre e 
sensual, a curva que encontro nas mon-
tanhas do meu país, no curso sinuoso dos 
seus rios, nas ondas do mar, no corpo da 
mulher preferida. De curvas é feito todo o 
universo, o universo curvo de Einstein.”
Edifício Copan, 
São Paulo
“Mão”, escultura de Niemeyer no Memorial 
da América Latina, São Paulo, 1989.
FOTO MONICA EVELYN DA SILVA
FOTO KLEBER NARVAES
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TOP 11 ARTES: 5a arte - arquitetura “Não é o ângulo reto que me atrai, nem 
a linha reta, dura, inflexível, criada pelo 
homem. O que me atrai é a curva livre e 
sensual, a curva que encontro nas mon-
tanhas do meu país, no curso sinuoso dos 
seus rios, nas ondas do mar, no corpo da 
mulher preferida. De curvas é feito todo o 
universo, o universo curvo de Einstein.”
Edifício Copan, 
São Paulo
“Mão”, escultura de Niemeyer no Memorial 
da América Latina, São Paulo, 1989.
FOTO MONICA EVELYN DA SILVA
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TOP 11 ARTES: 5a arte - arquitetura
O legado do arquiteto 
é a prova da pereni-
dade, beleza e ousadia de 
Oscar Niemeyer, o mais 
produtivo e radical mestre 
da arquitetura moderna 
no século XX. O livro ain-
da traz um perfil assinado 
por Eric Nepomuceno, 
que acompanhou o arqui-
teto até seu centenário; 
Chico Homem de Melo 
enfoca uma faceta pouco 
conhecida de Niemeyer: a 
de artista gráfico; e André 
Corrêa do Lago e Jean-
-Louis Cohen fazem uma 
análise do projeto de Bra-
sília. 
Além disso, o livro res-
gata textos do próprio 
arquiteto, assim como 
de alguns de seus mais 
notáveis colaboradores, 
como os calculistas Joa-
quim Cardozo e Samuel 
Rawet.
LIVRO OSCAR NIEMEYER: VIDA E GENIALIDADE
A arquitetura de Oscar Nie-
meyer vista por ângulos que 
nem mesmo ele imaginou. Nes-
te livro, a genialidade e o tra-
çado de um dos maiores arqui-
tetos do mundo são retratados 
pelo fotógrafo Leonardo Finot-
ti, que apresenta novos e sur-
preendentes olhares para obras 
consagradas, como o Palácio do 
Planalto em Brasília e para edi-
fícios menos conhecidos como 
o Eiffel em São Paulo.
BAIXE JÁ! na sua 
banca
virtual
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TOP 11 ARTES: 6a arte - literatura Machado aos 57 anos, 
1896
MACHADO 
DE ASSIS 
Joaquim Maria Machado de Assis (Rio de 
Janeiro, 21 de junho de 1839 – Rio de Ja-
neiro, 29 de setembro de 1908) foi um es-
critor brasileiro, considerado por muitos 
críticos, estudiosos, escritores e leitores um 
dos maiores senão o maior nome da litera-
tura do Brasil. Escreveu em praticamente 
todos os gêneros literários, sendo poeta, 
romancista, cronista, dramaturgo, contista, 
jornalista e crítico literário.
Nascido no Morro do 
Livramento, Rio de Ja-
neiro, de uma família 
pobre, mal estudou em 
escolas públicas e nunca 
frequentou universida-
de. Para o considerado 
crítico literário norte-a-
mericano Harold Bloom, 
Machado de Assis é o 
maior escritor negro de 
todos os tempos.
Testemunhou a Aboli-
ção da escravatura e a 
mudança política no país 
quando a República subs-
tituiu o Império, além das 
mais diversas reviravol-
tas pelo mundo em finais 
do século XIX e início do 
XX, tendo sido grande 
comentador e relator dos 
eventos político-sociais 
de sua época.
FOTO FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL
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TOP 11 ARTES: 6a arte - literatura Machado aos 57 anos, 
1896
MACHADO 
DE ASSIS 
Joaquim Maria Machado de Assis (Rio de 
Janeiro, 21 de junho de 1839 – Rio de Ja-
neiro, 29 de setembro de 1908) foi um es-
critor brasileiro, considerado por muitos 
críticos, estudiosos, escritores e leitores um 
dos maiores senão o maior nome da litera-
tura do Brasil. Escreveu em praticamente 
todos os gêneros literários, sendo poeta, 
romancista, cronista, dramaturgo, contista, 
jornalista e crítico literário.
Nascido no Morro do 
Livramento, Rio de Ja-
neiro, de uma família 
pobre, mal estudou em 
escolas públicas e nunca 
frequentou universida-
de. Para o considerado 
crítico literário norte-a-
mericano Harold Bloom, 
Machado de Assis é o 
maior escritor negro de 
todos os tempos.
Testemunhou a Aboli-
ção da escravatura e a 
mudança política no país 
quando a República subs-
tituiu o Império, além das 
mais diversas reviravol-
tas pelo mundo em finais 
do século XIX e início do 
XX, tendo sido grande 
comentador e relator dos 
eventos político-sociais 
de sua época.
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TOP 11 ARTES: 6a arte - literatura
Filho de um descendente de negros 
alforriados e de uma lavadeira portu-
guesa, seus biógrafos notam que, in-
teressado pela boemia e pela corte, lutou 
para subir socialmente abastecendo-se de 
superioridade intelectual e da cultura da 
capital brasileira. Para isso, assumiu diver-
sos cargos públicos, passando pelo Minis-
tério da Agricultura, do Comércio e das 
Obras Públicas, e conseguindo precoce no-
toriedade em jornais onde publicava suas 
primeiras poesias e crônicas. Machado de 
Assis pôde assistir, durante sua vida, que 
abarca o final da primeira metade do sécu-
lo XIX até os anos iniciais do século XX, a 
enormes mudanças históricas na política, 
na economia e na sociedade brasileira e 
também mundial.
Com a publicação de “Memórias Póstu-
mas de Brás Cubas” (1881), o romance é 
posto ao lado de todas suas produções pos-
teriores, “Quincas Borba”, “Dom Casmur-
ro”, “Esaú e Jacó” e “Memorial de Aires”, 
ortodoxamente conhecidas como perten-
centes à sua segunda fase, em que notam-
-se traços de crítica social, ironia e até pes-
simismo, embora não haja rompimento de 
resíduos românticos. Dessa fase, os críticos 
destacam que suas melhores obras são as 
do que se passou a chamar de “Trilogia 
Realista”. 
Fundou e foi o pri-
meiro presidente 
unânime da Aca-
demia Brasileira de 
Letras. Sua extensa 
obra constitui-se 
de dez romances, 
duzentoscontos, 
dez peças teatrais, 
cinco coletâneas de 
poemas e sonetos, 
e mais de seiscentas 
crônicas. Machado 
de Assis é considera-
do o introdutor do 
Realismo no Brasil, 
com a publicação de 
“Memórias Póstu-
mas de Brás Cubas” 
(1881).
Casa do Cosme Velho, 
número 18. Nesta resi-
dência, Machado de As-
sis e Carolina viveram 
grande parte da vida.
FOTO BRAZILIAN NATIONAL ARCHIVES 
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TOP 11 ARTES: 6a arte - literatura
Filho de um descendente de negros 
alforriados e de uma lavadeira portu-
guesa, seus biógrafos notam que, in-
teressado pela boemia e pela corte, lutou 
para subir socialmente abastecendo-se de 
superioridade intelectual e da cultura da 
capital brasileira. Para isso, assumiu diver-
sos cargos públicos, passando pelo Minis-
tério da Agricultura, do Comércio e das 
Obras Públicas, e conseguindo precoce no-
toriedade em jornais onde publicava suas 
primeiras poesias e crônicas. Machado de 
Assis pôde assistir, durante sua vida, que 
abarca o final da primeira metade do sécu-
lo XIX até os anos iniciais do século XX, a 
enormes mudanças históricas na política, 
na economia e na sociedade brasileira e 
também mundial.
Com a publicação de “Memórias Póstu-
mas de Brás Cubas” (1881), o romance é 
posto ao lado de todas suas produções pos-
teriores, “Quincas Borba”, “Dom Casmur-
ro”, “Esaú e Jacó” e “Memorial de Aires”, 
ortodoxamente conhecidas como perten-
centes à sua segunda fase, em que notam-
-se traços de crítica social, ironia e até pes-
simismo, embora não haja rompimento de 
resíduos românticos. Dessa fase, os críticos 
destacam que suas melhores obras são as 
do que se passou a chamar de “Trilogia 
Realista”. 
Fundou e foi o pri-
meiro presidente 
unânime da Aca-
demia Brasileira de 
Letras. Sua extensa 
obra constitui-se 
de dez romances, 
duzentos contos, 
dez peças teatrais, 
cinco coletâneas de 
poemas e sonetos, 
e mais de seiscentas 
crônicas. Machado 
de Assis é considera-
do o introdutor do 
Realismo no Brasil, 
com a publicação de 
“Memórias Póstu-
mas de Brás Cubas” 
(1881).
Casa do Cosme Velho, 
número 18. Nesta resi-
dência, Machado de As-
sis e Carolina viveram 
grande parte da vida.
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TOP 11 ARTES: 6a arte - literatura Aos 21 anos de idade 
Machado já era uma 
personalidade consi-
derada entre as rodas 
intelectuais cariocas. 
A esta altura já era co-
nhecido por Quintino 
Bocaiúva, que o con-
vidou para o Diário do 
Rio de Janeiro, onde 
Machado trabalhou 
intensamente como 
repórter e jornalista 
de 1860 a 1867. Co-
laborou para o Jor-
nal das Famílias sob 
pseudônimos: Job, 
Vitor de Paula, Lara, 
Max, e para a Semana 
Ilustrada, assinando 
seu nome ou pseu-
dônimos. Bocaiúva 
admirava o gosto de 
Machado pelo teatro, 
mas considerava suas 
obras destinadas à lei-
tura e não à encena-
ção. Com a morte do 
pai, Machado lhe dedi-
ca a coletânea de poe-
sias “Crisálidas”: “À 
Memória de Francisco 
José de Assis e Maria 
Leopoldina Machado 
de Assis, meus Pais.”
Sua primeira fase literária é constituída 
de obras como “Ressurreição”, “A Mão e a 
Luva”, “Helena” e “Iaiá Garcia”, onde no-
tam-se características herdadas do Roman-
tismo, ou “convencionalismo”, como prefe-
re a crítica moderna.
Sua obra foi de fundamental importância 
para as escolas literárias brasileiras do sé-
culo XIX e do século XX e surge nos dias de 
hoje como de grande interesse acadêmico 
e público para entender o Brasil e o mun-
do. Influenciou grandes nomes das letras, 
como Olavo Bilac, Lima Barreto, Drum-
mond de Andrade, John Barth, Donald 
Barthelme e muitos outros. Ainda em vida, 
alcançou fama e prestígio pelo Brasil e paí-
ses vizinhos. 
Hoje em dia, por sua inovação literária e 
por sua audácia em temas sociais e preco-
ces, é frequentemente visto como o escritor 
brasileiro de produção sem precedentes, 
de modo que, recentemente, seu nome e 
sua obra têm alcançado diversos críticos, 
influenciado estudiosos e admiradores do 
mundo inteiro. Machado de Assis é conside-
rado um dos grandes gênios da história da 
literatura, ao lado de autores como Dante, 
Shakespeare e Camões. Machado de Assis 
e Eça de Queiroz são considerados os dois 
maiores escritores em língua portuguesa do 
século XIX. É homenageado pelo principal 
prêmio literário brasileiro, o Prêmio Macha-
do de Assis.
O jovem Machado aos 
25 anos, 1864, gostava 
de teatro e lutava para 
subir socialmente. 
Foto: Insley Pacheco
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TOP 11 ARTES: 6a arte - literatura Aos 21 anos de idade 
Machado já era uma 
personalidade consi-
derada entre as rodas 
intelectuais cariocas. 
A esta altura já era co-
nhecido por Quintino 
Bocaiúva, que o con-
vidou para o Diário do 
Rio de Janeiro, onde 
Machado trabalhou 
intensamente como 
repórter e jornalista 
de 1860 a 1867. Co-
laborou para o Jor-
nal das Famílias sob 
pseudônimos: Job, 
Vitor de Paula, Lara, 
Max, e para a Semana 
Ilustrada, assinando 
seu nome ou pseu-
dônimos. Bocaiúva 
admirava o gosto de 
Machado pelo teatro, 
mas considerava suas 
obras destinadas à lei-
tura e não à encena-
ção. Com a morte do 
pai, Machado lhe dedi-
ca a coletânea de poe-
sias “Crisálidas”: “À 
Memória de Francisco 
José de Assis e Maria 
Leopoldina Machado 
de Assis, meus Pais.”
Sua primeira fase literária é constituída 
de obras como “Ressurreição”, “A Mão e a 
Luva”, “Helena” e “Iaiá Garcia”, onde no-
tam-se características herdadas do Roman-
tismo, ou “convencionalismo”, como prefe-
re a crítica moderna.
Sua obra foi de fundamental importância 
para as escolas literárias brasileiras do sé-
culo XIX e do século XX e surge nos dias de 
hoje como de grande interesse acadêmico 
e público para entender o Brasil e o mun-
do. Influenciou grandes nomes das letras, 
como Olavo Bilac, Lima Barreto, Drum-
mond de Andrade, John Barth, Donald 
Barthelme e muitos outros. Ainda em vida, 
alcançou fama e prestígio pelo Brasil e paí-
ses vizinhos. 
Hoje em dia, por sua inovação literária e 
por sua audácia em temas sociais e preco-
ces, é frequentemente visto como o escritor 
brasileiro de produção sem precedentes, 
de modo que, recentemente, seu nome e 
sua obra têm alcançado diversos críticos, 
influenciado estudiosos e admiradores do 
mundo inteiro. Machado de Assis é conside-
rado um dos grandes gênios da história da 
literatura, ao lado de autores como Dante, 
Shakespeare e Camões. Machado de Assis 
e Eça de Queiroz são considerados os dois 
maiores escritores em língua portuguesa do 
século XIX. É homenageado pelo principal 
prêmio literário brasileiro, o Prêmio Macha-
do de Assis.
O jovem Machado aos 
25 anos, 1864, gostava 
de teatro e lutava para 
subir socialmente. 
Foto: Insley Pacheco
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TOP 11 ARTES: 6a arte - literatura
De pé: Rodolfo Amoedo, 
Artur Azevedo, Inglês 
de Sousa, Bilac, Verís-
simo, Bandeira, Filinto 
de Almeida, Passos, 
Magalhães, Bernardelli, 
Rodrigo Octavio, Peixoto; 
sentados: João Ribeiro, 
Machado, Lúcio de Men-
donça e Silva Ramos.
FOTO ACERVO ABL
Inspirados na Academia 
Francesa, Medeiros e 
Albuquerque, Lúcio de 
Mendonça, e o grupo de 
intelectuais da Revista Bra-
sileira idealizaram e fun-
daram, em 1897, junto ao 
entusiasmado e apoiador 
Machado de Assis, a Aca-
demia Brasileira de Letras, 
com o objetivo de cultuar 
a cultura brasileira e, prin-
cipalmente, a literatura 
nacional. Unanimemente, 
Machado de Assis foi elei-
to o primeiro presidente 
da Academia logo que ela 
se instalou, no dia 28 de 
janeiro do mesmo ano.
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TOP 11 ARTES: 6a arte - literatura
De pé: Rodolfo Amoedo, 
Artur Azevedo, Inglês 
de Sousa, Bilac, Verís-
simo, Bandeira, Filinto 
de Almeida, Passos, 
Magalhães, Bernardelli, 
Rodrigo Octavio, Peixoto; 
sentados: João Ribeiro, 
Machado, Lúcio de Men-
donça e Silva Ramos.
FOTO ACERVO ABL
Inspirados na Academia 
Francesa,Medeiros e 
Albuquerque, Lúcio de 
Mendonça, e o grupo de 
intelectuais da Revista Bra-
sileira idealizaram e fun-
daram, em 1897, junto ao 
entusiasmado e apoiador 
Machado de Assis, a Aca-
demia Brasileira de Letras, 
com o objetivo de cultuar 
a cultura brasileira e, prin-
cipalmente, a literatura 
nacional. Unanimemente, 
Machado de Assis foi elei-
to o primeiro presidente 
da Academia logo que ela 
se instalou, no dia 28 de 
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TOP 11 ARTES: 6a arte - literatura
A temática de Machado envol-
ve desde o uso de citações refe-
rentes a eventos de sua época 
até os mais intricados conflitos 
da condição humana. É capaz 
de retratar desde relações impli-
citamente homossexuais e ho-
moeróticas, como no conto “Pí-
lades e Orestes”, até temas mais 
complexos e explícitos como a 
escravidão sob o ponto de vis-
ta cínico do senhor de escravos, 
sempre criticando-o de forma 
oblíqua. Sobre a escravidão, Ma-
chado de Assis já havia tido uma 
experiência familiar, quer por 
seus avós paternos terem sido 
escravos, quer porque lia os jor-
nais com anúncios de escravos 
fugitivos. 
Em seu tempo, a literatura que 
denunciava crenças etnocêntri-
cas que posicionavam os negros 
no último grau da escala social era 
distorcida ou tolhida, de modo 
que este tema encontra uma 
grande expressividade na obra 
do autor. A começar, a obra “Me-
mórias Póstumas de Brás Cubas” 
narra o que seria uma das pági-
nas de ficção mais perturbadoras 
já escritas sobre a psicologia do 
escravismo: o negro liberto com-
pra seu próprio escravo para tirar 
sua desforra.
Nos últimos tempos, com recen-
tes traduções para outras línguas, 
Machado de Assis tem sido consi-
derado, por críticos e artistas do 
mundo inteiro, um “gênio injus-
tamente relegado à negligência 
mundial” que, com o tempo, vem 
sendo corrigida. Harold Bloom o 
posicionou entre os 100 maiores 
gênios da literatura universal e “o 
maior literato negro surgido até o 
presente”.
Machado de Assis estampa o 
principal prêmio literário brasi-
leiro, o Prêmio Machado de As-
sis, oferecido a escritores pelo 
conjunto da obra. Com “Memó-
rias Póstumas de Brás Cubas”, 
é o introdutor do Realismo no 
Brasil, da narrativa fantástica e 
também da primeira obra da li-
teratura brasileira que ultrapas-
sa os limites nacionais, sendo 
um grande autor universal. 
E, apesar de Álvares de Aze-
FOTO BRAZILIAN NATIONAL ARCHIVES 
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A temática de Machado envol-
ve desde o uso de citações refe-
rentes a eventos de sua época 
até os mais intricados conflitos 
da condição humana. É capaz 
de retratar desde relações impli-
citamente homossexuais e ho-
moeróticas, como no conto “Pí-
lades e Orestes”, até temas mais 
complexos e explícitos como a 
escravidão sob o ponto de vis-
ta cínico do senhor de escravos, 
sempre criticando-o de forma 
oblíqua. Sobre a escravidão, Ma-
chado de Assis já havia tido uma 
experiência familiar, quer por 
seus avós paternos terem sido 
escravos, quer porque lia os jor-
nais com anúncios de escravos 
fugitivos. 
Em seu tempo, a literatura que 
denunciava crenças etnocêntri-
cas que posicionavam os negros 
no último grau da escala social era 
distorcida ou tolhida, de modo 
que este tema encontra uma 
grande expressividade na obra 
do autor. A começar, a obra “Me-
mórias Póstumas de Brás Cubas” 
narra o que seria uma das pági-
nas de ficção mais perturbadoras 
já escritas sobre a psicologia do 
escravismo: o negro liberto com-
pra seu próprio escravo para tirar 
sua desforra.
Nos últimos tempos, com recen-
tes traduções para outras línguas, 
Machado de Assis tem sido consi-
derado, por críticos e artistas do 
mundo inteiro, um “gênio injus-
tamente relegado à negligência 
mundial” que, com o tempo, vem 
sendo corrigida. Harold Bloom o 
posicionou entre os 100 maiores 
gênios da literatura universal e “o 
maior literato negro surgido até o 
presente”.
Machado de Assis estampa o 
principal prêmio literário brasi-
leiro, o Prêmio Machado de As-
sis, oferecido a escritores pelo 
conjunto da obra. Com “Memó-
rias Póstumas de Brás Cubas”, 
é o introdutor do Realismo no 
Brasil, da narrativa fantástica e 
também da primeira obra da li-
teratura brasileira que ultrapas-
sa os limites nacionais, sendo 
um grande autor universal. 
E, apesar de Álvares de Aze-
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TOP 11 ARTES: 6a arte - literatura Para provar até mesmo a sua 
popularidade, a Mocidade 
Independente de Padre Mi-
guel homenageou a vida e 
obra de Machado de Assis 
no carnaval de 2009. Seu 
legado é capaz de abranger 
“uma herança crítica que 
salva o Brasil do excesso de 
ufanismo nacionalista”. 
Já em 1868, José de Alen-
car chamaria Machado de 
“o primeiro crítico brasilei-
ro.” Além de ter sido um 
dos idealizadores da Aca-
demia Brasileira de Letras, 
Machado de Assis animou 
com suas crônicas e ideias 
políticas a Revista Brasilei-
ra, promoveu os poetas do 
Parnasianismo e estreitou 
relações com os maiores in-
telectuais de seu tempo, de 
José Veríssimo a Nabuco, 
de Taunay a Graça Aranha. 
De qualquer modo, existiria 
uma certa “riqueza mental” 
e “beleza moral” que Macha-
do teria legado aos escrito-
res no Brasil, e de fato al-
guns autores escrevem que 
“Machado de Assis é funda-
mental para quem quer es-
crever.”
vedo e Bernardo Guimarães já 
escreverem contos pertinentes 
em meados do século XIX, os crí-
ticos notam que é com Machado 
que o gênero atinge novas pos-
sibilidades. Uma dessas possibi-
lidades seria a de inaugurar, em 
livros como “Contos Fluminen-
ses” (1870), “Histórias da Meia-
-Noite” (1873) e “Papéis Avulsos” 
(1882), “uma nova perspectiva 
estilística e uma nova visão da 
realidade, mais complexa e ma-
tizada.” Esses livros trazem con-
tos como “O Alienista”, “Teoria 
do Medalhão” , “O Espelho”, etc., 
em que aborda o poder, as insti-
tuições e também a loucura e a 
homossexualidade, que seriam 
temas literários muito precoces 
para a época. 
No gênero romance, com “Dom 
Casmurro” (1899), por exemplo, 
traz à tona intertextualidade e 
metalinguagem inovadoras e 
sem precedentes na literatura e 
também muito influentes no fu-
turo para escritores do mundo 
inteiro.
FOTO ASQUELADD
Estátua de Machado de Assis em 
Madrid, Espanha, inaugurada em 
1998. Trata-se de uma reprodução 
em bronze do monumento em ho-
menagem ao autor feito por Hum-
berto Cozzo em 1929 para a sede 
da Academia Brasileira de Letras, 
no centro do Rio de Janeiro.
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TOP 11 ARTES: 6a arte - literatura Para provar até mesmo a sua 
popularidade, a Mocidade 
Independente de Padre Mi-
guel homenageou a vida e 
obra de Machado de Assis 
no carnaval de 2009. Seu 
legado é capaz de abranger 
“uma herança crítica que 
salva o Brasil do excesso de 
ufanismo nacionalista”. 
Já em 1868, José de Alen-
car chamaria Machado de 
“o primeiro crítico brasilei-
ro.” Além de ter sido um 
dos idealizadores da Aca-
demia Brasileira de Letras, 
Machado de Assis animou 
com suas crônicas e ideias 
políticas a Revista Brasilei-
ra, promoveu os poetas do 
Parnasianismo e estreitou 
relações com os maiores in-
telectuais de seu tempo, de 
José Veríssimo a Nabuco, 
de Taunay a Graça Aranha. 
De qualquer modo, existiria 
uma certa “riqueza mental” 
e “beleza moral” que Macha-
do teria legado aos escrito-
res no Brasil, e de fato al-
guns autores escrevem que 
“Machado de Assis é funda-
mental para quem quer es-
crever.”
vedo e Bernardo Guimarães já 
escreverem contos pertinentes 
em meados do século XIX, os crí-
ticos notam que é com Machado 
que o gênero atinge novas pos-
sibilidades. Uma dessas possibi-
lidades seria a de inaugurar, em 
livros como “Contos Fluminen-
ses” (1870), “Histórias da Meia-
-Noite” (1873) e “Papéis Avulsos” 
(1882), “uma nova perspectiva 
estilística e uma nova visão da 
realidade,mais complexa e ma-
tizada.” Esses livros trazem con-
tos como “O Alienista”, “Teoria 
do Medalhão” , “O Espelho”, etc., 
em que aborda o poder, as insti-
tuições e também a loucura e a 
homossexualidade, que seriam 
temas literários muito precoces 
para a época. 
No gênero romance, com “Dom 
Casmurro” (1899), por exemplo, 
traz à tona intertextualidade e 
metalinguagem inovadoras e 
sem precedentes na literatura e 
também muito influentes no fu-
turo para escritores do mundo 
inteiro.
FOTO ASQUELADD
Estátua de Machado de Assis em 
Madrid, Espanha, inaugurada em 
1998. Trata-se de uma reprodução 
em bronze do monumento em ho-
menagem ao autor feito por Hum-
berto Cozzo em 1929 para a sede 
da Academia Brasileira de Letras, 
no centro do Rio de Janeiro.
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Prometido para o seminário desde o 
nascimento, o jovem carioca Benti-
nho precisa encontrar um jeito de fugir 
da vida na Igreja e realizar seu verdadei-
ro sonho: casar-se com a vizinha Capi-
tu. Uma história de paixão, obsessão e 
ciúme se desenrola, em uma narrativa 
cheia de reviravoltas, que aos poucos 
constrói um retrato da sociedade brasi-
leira.
Com este romance publicado em 
1899, o maior nome da literatura nacio-
nal, Machado de Assis, torna-se também 
parte do cânone mundial. “Dom Casmur-
ro” traz contundentes reflexões sobre 
o Brasil de sua época, ainda muito rele-
vantes para os dias atuais, e faz isso com 
a narrativa repleta de ironia que é uma 
marca do autor.
A nova edição da Antofágica traz o 
texto integral de Machado com notas e 
posfácio do especialista Rogério Fernan-
des dos Santos, além de ilustrações de 
Paula Siebra, apresentação da produto-
ra de conteúdo Camilla Dias e posfácios 
da atriz e escritora Maria Ribeiro, e do 
escritor Geovani Martins.
Paixão, ciúme, amizade e adultério. 
Misture tudo isso com uma boa dose 
de rancor, amargura e ironia, e você 
terá uma pequena amostra do que 
o espera ao abrir as páginas deste 
romance – um dos mais famosos da 
literatura brasileira.
Boa parte do texto empre-
gado no filme constitui-se 
de citações literais de Macha-
do de Assis. A fotografia é de 
Pedro Farkas e a direção de 
arte é de Adrian Cooper. A 
trilha sonora é de Mário Man-
ga. A história se passa no sé-
culo XIX, mostrando um Rio de 
Janeiro na época do Império e 
tudo que cercou a vida do de-
funto-autor Brás Cubas (prota-
gonizado por Reginaldo Faria 
e Petrônio Gontijo). O diretor 
Klotzer seguiu quase à risca o 
roteiro, mantendo a essência e 
a ironia do texto de Machado. 
Além disso, a fotografia é mui-
to bonita, em uma produção 
de época elegante, requintada 
e muito bem cuidada.
LIVRO DOM CASMURRO CINEMA MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS (2001)
“Dom Casmurro” (1899) é o 
sétimo romance publicado por 
Machado de Assis (1839-1908) 
e o terceiro de sua fase madu-
ra, inaugurada com “Memó-
rias Póstumas de Brás Cubas” 
(1881). Considerando o per-
curso como romancista, é o seu 
testemunho definitivo da pro-
sa realista brasileira.
Esta e a melhor adaptação 
para o cinema de uma obra 
de Machado de Assis. Após 
sua vida, no ano de 1869, 
Brás Cubas decide por nar-
rar sua história e revisitar 
os fatos mais importan-
tes de sua vida, a fim de 
se distrair na eternidade. 
Começa então a relembrar 
dos amigos, como Quincas 
Borba, da sua displicente 
formação acadêmica em 
Portugal, dos amores de 
sua vida e, ainda, do pri-
vilégio que teve de nunca 
ter precisado trabalhar em 
sua vida.
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TOP 11 ARTES: 6a arte - literatura
Prometido para o seminário desde o 
nascimento, o jovem carioca Benti-
nho precisa encontrar um jeito de fugir 
da vida na Igreja e realizar seu verdadei-
ro sonho: casar-se com a vizinha Capi-
tu. Uma história de paixão, obsessão e 
ciúme se desenrola, em uma narrativa 
cheia de reviravoltas, que aos poucos 
constrói um retrato da sociedade brasi-
leira.
Com este romance publicado em 
1899, o maior nome da literatura nacio-
nal, Machado de Assis, torna-se também 
parte do cânone mundial. “Dom Casmur-
ro” traz contundentes reflexões sobre 
o Brasil de sua época, ainda muito rele-
vantes para os dias atuais, e faz isso com 
a narrativa repleta de ironia que é uma 
marca do autor.
A nova edição da Antofágica traz o 
texto integral de Machado com notas e 
posfácio do especialista Rogério Fernan-
des dos Santos, além de ilustrações de 
Paula Siebra, apresentação da produto-
ra de conteúdo Camilla Dias e posfácios 
da atriz e escritora Maria Ribeiro, e do 
escritor Geovani Martins.
Paixão, ciúme, amizade e adultério. 
Misture tudo isso com uma boa dose 
de rancor, amargura e ironia, e você 
terá uma pequena amostra do que 
o espera ao abrir as páginas deste 
romance – um dos mais famosos da 
literatura brasileira.
Boa parte do texto empre-
gado no filme constitui-se 
de citações literais de Macha-
do de Assis. A fotografia é de 
Pedro Farkas e a direção de 
arte é de Adrian Cooper. A 
trilha sonora é de Mário Man-
ga. A história se passa no sé-
culo XIX, mostrando um Rio de 
Janeiro na época do Império e 
tudo que cercou a vida do de-
funto-autor Brás Cubas (prota-
gonizado por Reginaldo Faria 
e Petrônio Gontijo). O diretor 
Klotzer seguiu quase à risca o 
roteiro, mantendo a essência e 
a ironia do texto de Machado. 
Além disso, a fotografia é mui-
to bonita, em uma produção 
de época elegante, requintada 
e muito bem cuidada.
LIVRO DOM CASMURRO CINEMA MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS (2001)
“Dom Casmurro” (1899) é o 
sétimo romance publicado por 
Machado de Assis (1839-1908) 
e o terceiro de sua fase madu-
ra, inaugurada com “Memó-
rias Póstumas de Brás Cubas” 
(1881). Considerando o per-
curso como romancista, é o seu 
testemunho definitivo da pro-
sa realista brasileira.
Esta e a melhor adaptação 
para o cinema de uma obra 
de Machado de Assis. Após 
sua vida, no ano de 1869, 
Brás Cubas decide por nar-
rar sua história e revisitar 
os fatos mais importan-
tes de sua vida, a fim de 
se distrair na eternidade. 
Começa então a relembrar 
dos amigos, como Quincas 
Borba, da sua displicente 
formação acadêmica em 
Portugal, dos amores de 
sua vida e, ainda, do pri-
vilégio que teve de nunca 
ter precisado trabalhar em 
sua vida.
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Glauber Pedro de Andrade Rocha (Vitó-
ria da Conquista, Bahia, 1939 – Rio de 
Janeiro, Rio de Janeiro, 1981). Cineas-
ta, escritor. Um dos líderes do Cinema 
Novo, movimento de vanguarda da dé-
cada de 1960, Glauber Rocha propõe um 
cinema alinhado à realidade socioeconô-
mica do chamado “Terceiro Mundo”.
Glauber Rocha traduz, 
de modo explícito, a 
célebre formulação do 
poeta russo Vladimir 
Maiakóvski (1893-
1930): “não existe arte 
revolucionária sem for-
ma revolucionária”.
O Cinema Novo é um mo-
vimento de renovação da 
linguagem cinematográ-
fica brasileira, marcado 
pelo realismo e pela crí-
tica social do país. Seus 
filmes caracterizam-se 
pela concepção de cine-
ma autoral e pelo baixo 
orçamento de produção, 
coerente com as condi-
ções do Brasil da época. 
FOTO ARQUIVO NACIONAL
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Glauber Pedro de Andrade Rocha (Vitó-
ria da Conquista, Bahia, 1939 – Rio de 
Janeiro, Rio de Janeiro, 1981). Cineas-
ta, escritor. Um dos líderes do Cinema 
Novo, movimento de vanguarda da dé-
cada de 1960, Glauber Rocha propõe um 
cinema alinhado à realidade socioeconô-
mica do chamado “Terceiro Mundo”.
Glauber Rocha traduz, 
de modo explícito, a 
célebre formulação do 
poetarusso Vladimir 
Maiakóvski (1893-
1930): “não existe arte 
revolucionária sem for-
ma revolucionária”.
O Cinema Novo é um mo-
vimento de renovação da 
linguagem cinematográ-
fica brasileira, marcado 
pelo realismo e pela crí-
tica social do país. Seus 
filmes caracterizam-se 
pela concepção de cine-
ma autoral e pelo baixo 
orçamento de produção, 
coerente com as condi-
ções do Brasil da época. 
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Em 1958, viaja pelo sertão nordesti-
no e entra em contato com a cultura 
popular. No mesmo ano, ingressa na 
faculdade de Direito da Bahia e frequenta 
a escola de teatro da instituição. Em 1959, 
lança o curta experimental “Pátio”, com a 
atriz Helena Ignez (1942), e filma “Cruz na 
Praça”, obra inacabada. Em 1961, inicia as 
gravações de “Barravento”, exibido no Bra-
sil, em 1967.
Gravado na Praia de Buraquinho, na 
Bahia, o filme conta a história do retorno 
de Firmino à comunidade natal, formada 
por pescadores negros descendentes de es-
cravos. O filme apresenta aspectos da cul-
tura afro-brasileira (a capoeira, o samba de 
roda e o candomblé), ao mesmo tempo em 
que o personagem denuncia seu caráter 
alienante (o “feitiço religioso” considerado 
por Firmino como causa da passividade da 
comunidade diante da exploração da in-
dústria pesqueira).
Em 1963, publica o livro “Revisão Crítica 
do Cinema Brasileiro” e, no ano seguinte, 
lança seu filme mais importante: “Deus e o 
Diabo na Terra do Sol” (1964). Neste lon-
ga, Glauber Rocha amplia sua crítica social 
ao associar a miséria do sertão à explora-
ção do trabalho do sertanejo e ao fervor 
religioso. No interior dessa divisão, Deus e 
Durante o ensino 
médio, em Salvador, 
frequenta o Clube de 
Cinema da Bahia, diri-
gido pelo crítico Wal-
ter da Silveira (1915-
1970). Entre 1956 e 
1957, organiza no 
colégio as Jogralescas 
espetáculos com dra-
matização de poemas 
modernistas; colabora 
como crítico em jor-
nais; apresenta um 
programa de rádio 
sobre cinema e funda 
a produtora Yemanjá 
Filmes. 
FOTO: DIVULGAÇÃO
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Em 1958, viaja pelo sertão nordesti-
no e entra em contato com a cultura 
popular. No mesmo ano, ingressa na 
faculdade de Direito da Bahia e frequenta 
a escola de teatro da instituição. Em 1959, 
lança o curta experimental “Pátio”, com a 
atriz Helena Ignez (1942), e filma “Cruz na 
Praça”, obra inacabada. Em 1961, inicia as 
gravações de “Barravento”, exibido no Bra-
sil, em 1967.
Gravado na Praia de Buraquinho, na 
Bahia, o filme conta a história do retorno 
de Firmino à comunidade natal, formada 
por pescadores negros descendentes de es-
cravos. O filme apresenta aspectos da cul-
tura afro-brasileira (a capoeira, o samba de 
roda e o candomblé), ao mesmo tempo em 
que o personagem denuncia seu caráter 
alienante (o “feitiço religioso” considerado 
por Firmino como causa da passividade da 
comunidade diante da exploração da in-
dústria pesqueira).
Em 1963, publica o livro “Revisão Crítica 
do Cinema Brasileiro” e, no ano seguinte, 
lança seu filme mais importante: “Deus e o 
Diabo na Terra do Sol” (1964). Neste lon-
ga, Glauber Rocha amplia sua crítica social 
ao associar a miséria do sertão à explora-
ção do trabalho do sertanejo e ao fervor 
religioso. No interior dessa divisão, Deus e 
Durante o ensino 
médio, em Salvador, 
frequenta o Clube de 
Cinema da Bahia, diri-
gido pelo crítico Wal-
ter da Silveira (1915-
1970). Entre 1956 e 
1957, organiza no 
colégio as Jogralescas 
espetáculos com dra-
matização de poemas 
modernistas; colabora 
como crítico em jor-
nais; apresenta um 
programa de rádio 
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O Dragão 
da Maldade 
Contra o 
Santo Guer-
reiro
O diretor é reconhe-
cido por se apropriar 
de inovações formais 
do cinema moderno 
europeu para filmar 
a realidade dos cha-
mados “países subde-
senvolvidos”. O uso 
da câmera na mão, a 
montagem descontí-
nua, a teatralização 
do espaço e da en-
cenação, a presença 
cênica da natureza, 
o improviso dos ato-
res são alguns dos 
recursos formais 
utilizados. Eles se 
incorporam às mani-
festações da cultura 
popular, sobretudo 
às religiosas, e às ale-
gorias políticas, dis-
tanciando os filmes 
do cinema comercial.
Diabo tornam-se forças sociais em conflito. 
A teatralidade do filme vinculada à literatu-
ra de cordel é visível na sequência em que 
os personagens Corisco, Dadá, Manuel e 
Rosa aguardam o encontro com Antônio 
das Mortes. Como destaca Ismail Xavier 
(1947) “[...] câmera e atores se deslocam de 
modo a traduzir visualmente o que é dito 
nos versos, numa representação que funde 
o espaço das imagens e o espaço da can-
ção de cordel”.
A estreia do filme acontece alguns me-
ses depois do golpe civil-militar, em abril de 
1964, mas sua exibição é interditada pelo 
governo. Entretanto, com o êxito interna-
cional no Festival de Cannes, o longa é li-
berado para maiores de 18 anos. O diretor 
viaja pela Europa e América, permanecen-
do fora do país até 1965, ano em que apre-
senta o manifesto “Estética da Fome”.
Na volta ao Brasil, é preso com outros 
sete intelectuais por protestar contra o regi-
me militar em reunião da Organização dos 
Estados Americanos (OEA). O episódio ga-
nha repercussão internacional. Em 1966, 
realiza os documentários “Amazonas Ama-
zonas” e “Maranhão 66”, que contribuem 
para a concepção estética e política do lon-
ga seguinte, “Terra em Transe” (1967), com 
exibição proibida no país durante meses.
A geografia da floresta amazô-
nica e as imagens do comício po-
pulista de José Sarney (1930) são 
reencontradas nesse longa. Como 
no filme anterior, “Terra em Tran-
se” condensa nos personagens as 
forças sociais em conflito, desta 
vez no Brasil da primeira metade 
da década de 1960. E exibe aspec-
tos grotescos da realidade brasi-
leira e a distância entre política 
institucional e população. O filme 
tem grande repercussão e torna-
-se referência cultural do final dos 
anos de 1960, influenciando pro-
duções de cinema, teatro e músi-
ca popular.
Em 1969, realiza “O Dragão 
da Maldade Contra o Santo 
Guerreiro”, retornando ao 
tema do cangaço, às manifes-
tações da cultura sertaneja e 
ao personagem Antônio das 
Mortes. Com longos planos-
-sequências e improviso dos 
atores, o filme alegoriza a con-
juntura sociopolítica do Brasil 
da época. O dragão represen-
ta os limites políticos de uma 
luta que parece extemporâ-
nea à conjuntura nacional e à 
modernização conservadora 
da ditadura em fins dos anos 
1960.
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O Dragão 
da Maldade 
Contra o 
Santo Guer-
reiro
O diretor é reconhe-
cido por se apropriar 
de inovações formais 
do cinema moderno 
europeu para filmar 
a realidade dos cha-
mados “países subde-
senvolvidos”. O uso 
da câmera na mão, a 
montagem descontí-
nua, a teatralização 
do espaço e da en-
cenação, a presença 
cênica da natureza, 
o improviso dos ato-
res são alguns dos 
recursos formais 
utilizados. Eles se 
incorporam às mani-
festações da cultura 
popular, sobretudo 
às religiosas, e às ale-
gorias políticas, dis-
tanciando os filmes 
do cinema comercial.
Diabo tornam-se forças sociais em conflito. 
A teatralidade do filme vinculada à literatu-
ra de cordel é visível na sequência em que 
os personagens Corisco, Dadá, Manuel e 
Rosa aguardam o encontro com Antônio 
das Mortes. Como destaca Ismail Xavier 
(1947) “[...] câmera e atores se deslocam de 
modo a traduzir visualmente o que é dito 
nos versos, numa representação que funde 
o espaço das imagens e o espaço da can-
ção de cordel”.
A estreia do filme acontece alguns me-
ses depois do golpe civil-militar, em abril de 
1964, mas sua exibição é interditada pelo 
governo. Entretanto, com o êxito interna-
cional noFestival de Cannes, o longa é li-
berado para maiores de 18 anos. O diretor 
viaja pela Europa e América, permanecen-
do fora do país até 1965, ano em que apre-
senta o manifesto “Estética da Fome”.
Na volta ao Brasil, é preso com outros 
sete intelectuais por protestar contra o regi-
me militar em reunião da Organização dos 
Estados Americanos (OEA). O episódio ga-
nha repercussão internacional. Em 1966, 
realiza os documentários “Amazonas Ama-
zonas” e “Maranhão 66”, que contribuem 
para a concepção estética e política do lon-
ga seguinte, “Terra em Transe” (1967), com 
exibição proibida no país durante meses.
A geografia da floresta amazô-
nica e as imagens do comício po-
pulista de José Sarney (1930) são 
reencontradas nesse longa. Como 
no filme anterior, “Terra em Tran-
se” condensa nos personagens as 
forças sociais em conflito, desta 
vez no Brasil da primeira metade 
da década de 1960. E exibe aspec-
tos grotescos da realidade brasi-
leira e a distância entre política 
institucional e população. O filme 
tem grande repercussão e torna-
-se referência cultural do final dos 
anos de 1960, influenciando pro-
duções de cinema, teatro e músi-
ca popular.
Em 1969, realiza “O Dragão 
da Maldade Contra o Santo 
Guerreiro”, retornando ao 
tema do cangaço, às manifes-
tações da cultura sertaneja e 
ao personagem Antônio das 
Mortes. Com longos planos-
-sequências e improviso dos 
atores, o filme alegoriza a con-
juntura sociopolítica do Brasil 
da época. O dragão represen-
ta os limites políticos de uma 
luta que parece extemporâ-
nea à conjuntura nacional e à 
modernização conservadora 
da ditadura em fins dos anos 
1960.
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TOP 11 ARTES: 7a arte - cinema
Em “Terra em Transe”, o po-
pulista Porfîrio Diaz (Paulo 
Autran) assume a presidência, 
promete igualdade social e se 
associa aos corruptos.
FOTO DIVULGAÇÃO
“Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1963), 
“Terra em Transe” (1967) e “O Dragão 
da Maldade contra o Santo Guerreiro” 
(1969) são três filmes paradigmáticos, 
nos quais uma crítica social feroz se alia 
a uma forma de filmar que pretendia 
cortar radicalmente com o estilo im-
portado dos Estados Unidos. Essa pre-
tensão era compartilhada pelos outros 
cineastas do Cinema Novo, corrente ar-
tística nacional liderada principalmente 
por Rocha e grandemente influenciada 
pelo movimento francês Nouvelle Va-
gue e pelo Neorrealismo italiano.
Seu último filme, 
“A Idade da Terra”, é 
um afresco de episó-
dios decisivos da his-
tória da humanidade, 
projetados no Brasil 
do final da década 
de 1970. A narrativa 
fragmentada, o im-
proviso dos atores, as 
cenas documentais e 
os planos-sequências 
procuram condensar 
a formação social do 
Brasil, dividida entre 
classe dirigente e po-
pulação trabalhadora 
e expressa em mani-
festações culturais e 
religiosas.
Inspirada pela rea-
lidade brasileira, es-
pecialmente a de fora 
dos grandes centros 
urbanos, a filmogra-
fia de Glauber Rocha 
é caracterizada sobre-
tudo pela inovação da 
linguagem cinemato-
gráfica e pela incan-
sável denúncia políti-
ca e social durante os 
anos de repressão.
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Em “Terra em Transe”, o po-
pulista Porfîrio Diaz (Paulo 
Autran) assume a presidência, 
promete igualdade social e se 
associa aos corruptos.
FOTO DIVULGAÇÃO
“Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1963), 
“Terra em Transe” (1967) e “O Dragão 
da Maldade contra o Santo Guerreiro” 
(1969) são três filmes paradigmáticos, 
nos quais uma crítica social feroz se alia 
a uma forma de filmar que pretendia 
cortar radicalmente com o estilo im-
portado dos Estados Unidos. Essa pre-
tensão era compartilhada pelos outros 
cineastas do Cinema Novo, corrente ar-
tística nacional liderada principalmente 
por Rocha e grandemente influenciada 
pelo movimento francês Nouvelle Va-
gue e pelo Neorrealismo italiano.
Seu último filme, 
“A Idade da Terra”, é 
um afresco de episó-
dios decisivos da his-
tória da humanidade, 
projetados no Brasil 
do final da década 
de 1970. A narrativa 
fragmentada, o im-
proviso dos atores, as 
cenas documentais e 
os planos-sequências 
procuram condensar 
a formação social do 
Brasil, dividida entre 
classe dirigente e po-
pulação trabalhadora 
e expressa em mani-
festações culturais e 
religiosas.
Inspirada pela rea-
lidade brasileira, es-
pecialmente a de fora 
dos grandes centros 
urbanos, a filmogra-
fia de Glauber Rocha 
é caracterizada sobre-
tudo pela inovação da 
linguagem cinemato-
gráfica e pela incan-
sável denúncia políti-
ca e social durante os 
anos de repressão.
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TOP 11 ARTES: 7a arte - cinema
Perseguição política
Em 1971, com a radicalização do regime, Glauber 
partiu para o exílio, de onde nunca retornou total-
mente. Em 1977, viveu seu maior trauma: a morte 
da irmã, a atriz Anecy Rocha, que, aos 34 anos, caiu 
em um fosso de elevador.
Em 2014, documentos revelados pela Comissão 
da Verdade indicaram que o governo militar pre-
tendia matar Glauber Rocha, que se encontrava 
exilado em Portugal. O relatório foi produzido pela 
Aeronáutica, e descreve Glauber como um dos líde-
res da esquerda brasileira. A monitoração de Glau-
ber era feita através de entrevistas que ele concedia 
a publicações europeias, criticando o governo mili-
tar e a repressão promovida por ele, considerando 
seus depoimentos um “violento ataque ao país”.
Morte
Glauber faleceu vítima de septicemia, ou como 
foi declarado no atestado de óbito, de choque bac-
teriano, provocado por broncopneumonia que o 
atacava havia mais de um mês, na Clínica Bambi-
na, no Rio de Janeiro, depois de ter sido transferido 
de um hospital de Lisboa, capital de Portugal, onde 
permaneceu 18 dias internado. Residia havia me-
ses em Sintra, cidade de veraneio portuguesa, e se 
preparava para rodar “Império de Napoleão”, a par-
tir do argumento escrito em colaboração com Ma-
nuel Carvalheiro, quando começou a passar mal.
Curiosidades
•O cineasta Martin Scor-
sese nunca escondeu 
sua paixão pela arte de 
Glauber Rocha. Os dois 
estiveram juntos três 
vezes: em Nova York, Los 
Angeles e, por último, no 
Festival de Veneza em 
1980.
•Em 1976, o diretor fil-
mou, sob protestos da fa-
mília, o velório do pintor 
Di Cavalcanti. O material 
rendeu um curta, que foi 
proibido de ser exibido 
depois que a filha do 
artista entrou com uma 
ação na justiça.
•Em 2004, o diretor 
Silvio Tendler finalizou 
“Glauber – O Filme Labi-
rinto do Brasil”, que fala 
sobre a morte do cineas-
ta. Demorou 21 anos 
para ficar pronto porque 
a família de Glauber 
demorou a autorizar sua 
realização.
•Sua mãe mantém um 
acervo com mais de 80 
mil documentos e ima-
gens feitos pelo cineas-
ta. Eles estão guardados 
na sede do instituto 
Tempo Glauber, no Rio 
de Janeiro.
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Perseguição política
Em 1971, com a radicalização do regime, Glauber 
partiu para o exílio, de onde nunca retornou total-
mente. Em 1977, viveu seu maior trauma: a morte 
da irmã, a atriz Anecy Rocha, que, aos 34 anos, caiu 
em um fosso de elevador.
Em 2014, documentos revelados pela Comissão 
da Verdade indicaram que o governo militar pre-
tendia matar Glauber Rocha, que se encontrava 
exilado em Portugal. O relatório foi produzido pela 
Aeronáutica, e descreve Glauber como um dos líde-
res da esquerda brasileira. A monitoração de Glau-
ber era feita através de entrevistas que ele concedia 
a publicações europeias, criticando o governo mili-
tar e a repressão promovida por ele, considerando 
seus depoimentos um “violento ataque ao país”.
Morte
Glauber faleceu vítima de septicemia, ou como 
foi declarado no atestado de óbito, de choque bac-
teriano, provocado por broncopneumonia que o 
atacava havia mais de um mês, na Clínica Bambi-
na, no Rio de Janeiro, depois de ter sido transferido 
de um hospital de Lisboa, capital de Portugal, ondepermaneceu 18 dias internado. Residia havia me-
ses em Sintra, cidade de veraneio portuguesa, e se 
preparava para rodar “Império de Napoleão”, a par-
tir do argumento escrito em colaboração com Ma-
nuel Carvalheiro, quando começou a passar mal.
Curiosidades
•O cineasta Martin Scor-
sese nunca escondeu 
sua paixão pela arte de 
Glauber Rocha. Os dois 
estiveram juntos três 
vezes: em Nova York, Los 
Angeles e, por último, no 
Festival de Veneza em 
1980.
•Em 1976, o diretor fil-
mou, sob protestos da fa-
mília, o velório do pintor 
Di Cavalcanti. O material 
rendeu um curta, que foi 
proibido de ser exibido 
depois que a filha do 
artista entrou com uma 
ação na justiça.
•Em 2004, o diretor 
Silvio Tendler finalizou 
“Glauber – O Filme Labi-
rinto do Brasil”, que fala 
sobre a morte do cineas-
ta. Demorou 21 anos 
para ficar pronto porque 
a família de Glauber 
demorou a autorizar sua 
realização.
•Sua mãe mantém um 
acervo com mais de 80 
mil documentos e ima-
gens feitos pelo cineas-
ta. Eles estão guardados 
na sede do instituto 
Tempo Glauber, no Rio 
de Janeiro.
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TOP 11 ARTES: 7a arte - cinema
Foi com “Terra em Transe” que se 
tornou reconhecido, conquistan-
do o Prêmio da Crítica do Festival 
de Cannes, o Prêmio Luis Buñuel na 
Espanha, o Grande Prêmio do Júri da 
Juventude de Melhor Filme do Festival 
Internacional de Cinema de Locarno, 
e o Golfinho de Ouro de melhor filme 
do ano, no Rio de Janeiro. Outro filme 
premiado de Glauber foi “O Dragão 
da Maldade contra o Santo Guerreiro”, 
prêmio de melhor direção no Festival 
de Cannes e, outra vez, o Prêmio Luiz 
Buñuel na Espanha.
O filme pode ser lido como uma 
grande parábola da história do Brasil 
no período 1960-66, na medida em 
que metaforiza em seus personagens 
diferentes tendências políticas presen-
tes no Brasil no contexto. Realiza uma 
exaustiva crítica de todos aqueles que 
participaram desse processo, incluindo 
as diferentes correntes da chamada 
esquerda brasileira. Esse foi um dos 
motivos pelos quais foi tão mal recebi-
do pela crítica e pelos intelectuais na-
cionais.
FILME TERRA EM TRANSE
Em abril de 1967, o filme 
foi proibido em todo o 
território nacional, por 
ser considerado subver-
sivo e irreverente com a 
Igreja e só foi liberado 
com a condição de que 
fosse dado um nome ao 
padre interpretado por 
Jofre Soares. Porfirio 
Díaz foi o nome de um 
ditador que governou o 
México por 31 anos. 
Em novembro de 2015 o 
filme entrou na lista feita 
pela Associação Brasilei-
ra de Críticos de Cinema 
(Abraccine) dos 100 me-
lhores filmes brasileiros 
de todos os tempos.
O filme esteve proibido 
pela censura fascista por-
tuguesa até 1974.
Ideias e RevoluçõesSérieS
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TOP 11 ARTES: 7a arte - cinema Alfred Hitchcock, 
1956
ALFRED JOSEPH 
HITCHCOCK 
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PÉ
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TA
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Amplamente considerado um dos mais 
reverenciados e influentes cineastas de 
todos os tempos, Hitchcock foi eleito 
pelo The Telegraph o maior diretor da 
história da Grã-Bretanha e, pela Enter-
tainment Weekly, o maior do cinema 
mundial.
Em 2002, Hitchcock foi 
eleito o segundo maior di-
retor da história do cinema 
no consenso entre os críti-
cos e os diretores pesquisa-
dos pela Sight & Sound e o 
British Film Institute, atrás 
apenas de Orson Welles, 
e uma pesquisa do site 
They Shoot Pictures o situa 
como o cineasta mais acla-
mado de todos os tempos.
Conhecido como “o Mes-
tre do Suspense”, dirigiu 
53 longas-metragens ao 
longo de seis décadas de 
carreira. Tornou-se tam-
bém famoso por conta de 
diversas entrevistas, das 
frequentes aparições em 
seus filmes (cameo) e da 
apresentação do progra-
ma Alfred Hitchcock Pre-
sents (1955-1965).
FOTO: FRED PALUMBO
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1956
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Amplamente considerado um dos mais 
reverenciados e influentes cineastas de 
todos os tempos, Hitchcock foi eleito 
pelo The Telegraph o maior diretor da 
história da Grã-Bretanha e, pela Enter-
tainment Weekly, o maior do cinema 
mundial.
Em 2002, Hitchcock foi 
eleito o segundo maior di-
retor da história do cinema 
no consenso entre os críti-
cos e os diretores pesquisa-
dos pela Sight & Sound e o 
British Film Institute, atrás 
apenas de Orson Welles, 
e uma pesquisa do site 
They Shoot Pictures o situa 
como o cineasta mais acla-
mado de todos os tempos.
Conhecido como “o Mes-
tre do Suspense”, dirigiu 
53 longas-metragens ao 
longo de seis décadas de 
carreira. Tornou-se tam-
bém famoso por conta de 
diversas entrevistas, das 
frequentes aparições em 
seus filmes (cameo) e da 
apresentação do progra-
ma Alfred Hitchcock Pre-
sents (1955-1965).
FOTO: FRED PALUMBO
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TOP 11 ARTES: 7a arte - cinema
O estilo hitchcockiano inclui o uso de 
movimento de câmera para emular 
o olhar de uma pessoa, tornando 
os espectadores em voyeurs, e conceben-
do planos para maximizar a ansiedade e 
o medo. O crítico de cinema Robin Wood 
disse que o significado de um filme de Hit-
chcock “está no método, na progressão de 
plano a plano. Um filme de Hitchcock é um 
organismo, com o todo manifestando-se 
em cada detalhe e cada detalhe estando li-
gado ao todo”. 
Até 1960 Hitchcock já havia dirigido quatro 
filmes recorrentemente classificados entre os 
melhores de todos os tempos: “Rear Window” 
(1954), “Vertigo” (1958), “North by North-
west” (1959) e “Psycho” (1960). Em 1979 ele 
recebeu o AFI Life Achievement Award e, em 
dezembro do mesmo ano, o título de cavalhei-
ro da Ordem do Império Britânico — quatro 
meses antes de sua morte.
Em 1920, aos vinte e um anos, o jovem leu 
em uma revista que uma empresa de cinema 
dos Estados Unidos, a Famous Players-Lasky 
Company, iria criar um estúdio em Londres. 
Hitchcock apresentou-se nos escritórios da Fa-
mous levando consigo alguns esboços de le-
treiros para filmes mudos que tinha projetado 
com a ajuda de seu chefe no departamento de 
publicidade da Henley. 
Nascido nos arre-
dores de Londres, 
Hitchcock ingressou 
na indústria cinema-
tográfica em 1919, 
como designer de 
intertítulos. Seu pri-
meiro filme de suces-
so, “The Lodger: A 
Story of the London 
Fog” (1927), ajudou 
a conceber o gêne-
ro suspense; de ou-
tro modo, o filme 
“Blackmail” (1929), 
foi o primeiro filme 
britânico falado. Por 
volta de 1939, Hitch-
cock já era reconhe-
cido internacional-
mente e o produtor 
americano David O. 
Selznick o conven-
ceu a mudar-se para 
Hollywood. Deu-se, 
então, uma série de 
filmes de sucesso.
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TOP 11 ARTES: 7a arte - cinema
O estilo hitchcockiano inclui o uso de 
movimento de câmera para emular 
o olhar de uma pessoa, tornando 
os espectadores em voyeurs, e conceben-
do planos para maximizar a ansiedade e 
o medo. O crítico de cinema Robin Wood 
disse que o significado de um filme de Hit-
chcock “está no método, na progressão de 
plano a plano. Um filme de Hitchcock é um 
organismo, com o todo manifestando-se 
em cada detalhe e cada detalhe estando li-
gado ao todo”. 
Até 1960 Hitchcock já havia dirigido quatro 
filmes recorrentemente classificados entre os 
melhores de todos os tempos: “Rear Window” 
(1954), “Vertigo” (1958), “North by North-
west” (1959) e “Psycho” (1960). Em 1979 ele 
recebeu o AFI Life Achievement Award e, em 
dezembro do mesmo ano, o título de cavalhei-
ro da Ordem do Império Britânico — quatro 
meses antes de sua morte.
Em 1920, aos vinte e um anos, o jovem leu 
em uma revista que uma empresa de cinema 
dos Estados Unidos, a Famous Players-Lasky 
Company,iria criar um estúdio em Londres. 
Hitchcock apresentou-se nos escritórios da Fa-
mous levando consigo alguns esboços de le-
treiros para filmes mudos que tinha projetado 
com a ajuda de seu chefe no departamento de 
publicidade da Henley. 
Nascido nos arre-
dores de Londres, 
Hitchcock ingressou 
na indústria cinema-
tográfica em 1919, 
como designer de 
intertítulos. Seu pri-
meiro filme de suces-
so, “The Lodger: A 
Story of the London 
Fog” (1927), ajudou 
a conceber o gêne-
ro suspense; de ou-
tro modo, o filme 
“Blackmail” (1929), 
foi o primeiro filme 
britânico falado. Por 
volta de 1939, Hitch-
cock já era reconhe-
cido internacional-
mente e o produtor 
americano David O. 
Selznick o conven-
ceu a mudar-se para 
Hollywood. Deu-se, 
então, uma série de 
filmes de sucesso.
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TOP 11 ARTES: 7a arte - cinema
Hitchcock mudou-
-se para os Estados 
Unidos em 1939 e 
tornou-se cidadão 
norte-americano em 
1955. “Vertigo” (“Um 
Corpo Que Cai”) foi 
lançado no auge da 
fama do diretor, po-
rém não foi muito 
bem recebido pela 
crítica. “Vertigo” é 
reconhecido por ter 
influenciado vários 
diretores e roteiristas 
nas décadas seguin-
tes. O filme foi eleito 
entre os cem melho-
res filmes de todos 
os tempos pelo Ins-
tituto Americano do 
Cinema em 1998.
Imediatamente, a empresa o contratou como 
desenhista de letreiros. No primeiro ano traba-
lhou como letrista em vários filmes, e no ano 
seguinte passou a ser responsável por cená-
rios e pequenos diálogos em novos filmes. Ele 
escrevia sob a direção de George Fitzmaurice, 
que também lhe ensinou as primeiras técnicas 
de filmagem.
Em 1925, Balcon lhe propôs dirigir uma 
co-produção anglo-alemã intitulada “The 
Pleasure Garden”. Era sua primeira oportu-
nidade como diretor. O resultado, agradou 
os dirigentes do estúdio e naquele mesmo 
ano ele veio a dirigir outros dois filmes “The 
mountain eagle” (que não existe mais, o 
que apenas sobrou foram seis fotos), “The 
Lodger: A Story of the London Fog”, foi seu 
início no suspense, que mostra a história 
de uma família que desconfia que seu in-
quilino seja Jack, o Estripador. O três filmes 
estrearam em 1927. Em 2 de dezembro de 
1926 casou-se com Alma Reville, conhecida 
nos estúdios, de acordo com rituais católi-
cos e se estabeleceram em Cromwell Road, 
em Londres. 
Na estreia, os filmes foram bem recebidos 
pelo público e críticos. Neles, o diretor apa-
recia discretamente como figurante, sem ser 
incluído como parte do elenco ou roteiro, era 
a sua maneira de assinatura em seus filmes, 
que mais tarde se tornou 
tão popular. Aproveitando 
o sucesso, ele mudou de pro-
dutora, e no final de 1927 
filmou “The Ring”, ele tam-
bém assinava o roteiro do 
filme que foi produzido pela 
British International Pictu-
res. Com este filme se tor-
nou um dos diretores mais 
conhecidos da Inglaterra e 
deu início ao seu caminho 
para a fama internacional.
A estreia de Alfred Hit-
chcock em Hollywood foi 
“Psycho” (“Psicose”), de 1960, ajudou 
a mudar a abordagem cinematográfica 
sobre o terror. A reação do público foi 
impressionante, com filas que dobra-
vam os quarteirões e muita gritaria na 
plateia nas cenas mais aterrorizantes. 
O filme teve como protagonista Janet 
Leigh, Anthony Perkins e Vera Miles, 
venceu o Globo de Ouro na categoria 
melhor atriz coadjuvante (Janet Leigh). 
O filme trouxe uma das cenas mais co-
nhecidas da história do cinema, a famo-
sa cena do chuveiro, quando a perso-
nagem de Janet Leigh é assassinada a 
facadas. O filme ficou na décima oitava 
posição entre os 100 melhores filmes 
do Instituto de Cinema Americano.
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Hitchcock mudou-
-se para os Estados 
Unidos em 1939 e 
tornou-se cidadão 
norte-americano em 
1955. “Vertigo” (“Um 
Corpo Que Cai”) foi 
lançado no auge da 
fama do diretor, po-
rém não foi muito 
bem recebido pela 
crítica. “Vertigo” é 
reconhecido por ter 
influenciado vários 
diretores e roteiristas 
nas décadas seguin-
tes. O filme foi eleito 
entre os cem melho-
res filmes de todos 
os tempos pelo Ins-
tituto Americano do 
Cinema em 1998.
Imediatamente, a empresa o contratou como 
desenhista de letreiros. No primeiro ano traba-
lhou como letrista em vários filmes, e no ano 
seguinte passou a ser responsável por cená-
rios e pequenos diálogos em novos filmes. Ele 
escrevia sob a direção de George Fitzmaurice, 
que também lhe ensinou as primeiras técnicas 
de filmagem.
Em 1925, Balcon lhe propôs dirigir uma 
co-produção anglo-alemã intitulada “The 
Pleasure Garden”. Era sua primeira oportu-
nidade como diretor. O resultado, agradou 
os dirigentes do estúdio e naquele mesmo 
ano ele veio a dirigir outros dois filmes “The 
mountain eagle” (que não existe mais, o 
que apenas sobrou foram seis fotos), “The 
Lodger: A Story of the London Fog”, foi seu 
início no suspense, que mostra a história 
de uma família que desconfia que seu in-
quilino seja Jack, o Estripador. O três filmes 
estrearam em 1927. Em 2 de dezembro de 
1926 casou-se com Alma Reville, conhecida 
nos estúdios, de acordo com rituais católi-
cos e se estabeleceram em Cromwell Road, 
em Londres. 
Na estreia, os filmes foram bem recebidos 
pelo público e críticos. Neles, o diretor apa-
recia discretamente como figurante, sem ser 
incluído como parte do elenco ou roteiro, era 
a sua maneira de assinatura em seus filmes, 
que mais tarde se tornou 
tão popular. Aproveitando 
o sucesso, ele mudou de pro-
dutora, e no final de 1927 
filmou “The Ring”, ele tam-
bém assinava o roteiro do 
filme que foi produzido pela 
British International Pictu-
res. Com este filme se tor-
nou um dos diretores mais 
conhecidos da Inglaterra e 
deu início ao seu caminho 
para a fama internacional.
A estreia de Alfred Hit-
chcock em Hollywood foi 
“Psycho” (“Psicose”), de 1960, ajudou 
a mudar a abordagem cinematográfica 
sobre o terror. A reação do público foi 
impressionante, com filas que dobra-
vam os quarteirões e muita gritaria na 
plateia nas cenas mais aterrorizantes. 
O filme teve como protagonista Janet 
Leigh, Anthony Perkins e Vera Miles, 
venceu o Globo de Ouro na categoria 
melhor atriz coadjuvante (Janet Leigh). 
O filme trouxe uma das cenas mais co-
nhecidas da história do cinema, a famo-
sa cena do chuveiro, quando a perso-
nagem de Janet Leigh é assassinada a 
facadas. O filme ficou na décima oitava 
posição entre os 100 melhores filmes 
do Instituto de Cinema Americano.
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TOP 11 ARTES: 7a arte - cinema “The Birds” (“Os 
Pássaros” ), de 
1963 é baseado 
num conto de 
mesmo nome da 
escritora britânica 
Daphne Du Mau-
rier e é protago-
nizado por Rod 
Taylor, Jessica 
Tandy e Tippi He-
dren, esta última 
uma descoberta 
de Hitchcock. O 
filme inovou na 
trilha sonora e em 
efeitos especiais, 
e por este último 
motivo foi nomea-
do para o Oscar. 
Tippi Hedren, mãe 
da futura atriz 
Melanie Griffith, 
ganhou o Globo 
de Ouro.
com “Rebecca” (1940), que veio a vencer o 
Oscar de melhor filme. Este foi o único filme 
do diretor a ganhar um Oscar nessa catego-
ria. A obra gira em torno do romance entre 
um rico viúvo e uma inocente jovem, que 
acabam se casando rapidamente. Tudo pa-
recia perfeito, até que Rebecca, a falecida es-
posa, volta para assombrar a jovem. O elen-
co do filme contava com Laurence Olivier e 
Joan Fontaine, ambos indicados ao Oscar 
por suas atuações.
Na década de 1940, os filmes de Hitchcock 
tornaram-se mais diversificados, passando 
pelo gênero da comédia em “Mr. & Mrs. Smith” 
(“Um Casal do Barulho” - de 1941), ao filme 
noir em “Shadow of a Doubt” (“A Sombra de 
Uma Dúvida”, de 1943) e a ficção sobre leis 
em “The Paradine Case” (“Agonia de Amor”), 
de 1947.
O suspense de Hitchcock trouxe inova-
ções técnicas nas posições e movimentos 
das câmeras, nas elaboradas edições e nas 
surpreendentes trilhas sonoras que realçamos efeitos de suspense e terror. O clima de 
suspense é acentuado pelo uso de música 
forte e dos efeitos de luz. Em “Psycho”, so-
mente o espectador vê a porta se entreabrir, 
esperando algo acontecer enquanto o dete-
tive sobe a escada.
Hitchcock usou em vários de seus filmes o 
que é conhecido como cameo (literalmente 
camafeu, significando uma “participação es-
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TOP 11 ARTES: 7a arte - cinema “The Birds” (“Os 
Pássaros” ), de 
1963 é baseado 
num conto de 
mesmo nome da 
escritora britânica 
Daphne Du Mau-
rier e é protago-
nizado por Rod 
Taylor, Jessica 
Tandy e Tippi He-
dren, esta última 
uma descoberta 
de Hitchcock. O 
filme inovou na 
trilha sonora e em 
efeitos especiais, 
e por este último 
motivo foi nomea-
do para o Oscar. 
Tippi Hedren, mãe 
da futura atriz 
Melanie Griffith, 
ganhou o Globo 
de Ouro.
com “Rebecca” (1940), que veio a vencer o 
Oscar de melhor filme. Este foi o único filme 
do diretor a ganhar um Oscar nessa catego-
ria. A obra gira em torno do romance entre 
um rico viúvo e uma inocente jovem, que 
acabam se casando rapidamente. Tudo pa-
recia perfeito, até que Rebecca, a falecida es-
posa, volta para assombrar a jovem. O elen-
co do filme contava com Laurence Olivier e 
Joan Fontaine, ambos indicados ao Oscar 
por suas atuações.
Na década de 1940, os filmes de Hitchcock 
tornaram-se mais diversificados, passando 
pelo gênero da comédia em “Mr. & Mrs. Smith” 
(“Um Casal do Barulho” - de 1941), ao filme 
noir em “Shadow of a Doubt” (“A Sombra de 
Uma Dúvida”, de 1943) e a ficção sobre leis 
em “The Paradine Case” (“Agonia de Amor”), 
de 1947.
O suspense de Hitchcock trouxe inova-
ções técnicas nas posições e movimentos 
das câmeras, nas elaboradas edições e nas 
surpreendentes trilhas sonoras que realçam 
os efeitos de suspense e terror. O clima de 
suspense é acentuado pelo uso de música 
forte e dos efeitos de luz. Em “Psycho”, so-
mente o espectador vê a porta se entreabrir, 
esperando algo acontecer enquanto o dete-
tive sobe a escada.
Hitchcock usou em vários de seus filmes o 
que é conhecido como cameo (literalmente 
camafeu, significando uma “participação es-
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TOP 11 ARTES: 7a arte - cinema
pecial”, em português), onde uma pes-
soa famosa aparece em um filme. Porém, 
nos filmes de Hitchcock, quem aparecia 
era ele próprio. Ele é visto em aparições 
breves, geralmente no início de seus fil-
mes. Para não distrair o público do enre-
do principal, no decorrer de sua obra o 
diretor passou a aparecer logo no início 
dos filmes.
Doris Day, que protagonizou “O 
Homem que Sabia Demais”, acredita-
va que o diretor estava mais ocupa-
do com as câmaras e as luzes do que 
propriamente com a sua atuação. Per-
turbada pela situação, a atriz acabou, 
mais tarde, por confrontar Hitchcock. 
Ele confessou que não tinha razões 
para se preocupar com a sua atuação, 
e revelou: “Minha querida Miss Day, se 
não me desse aquilo que eu queria, aí 
teria o trabalho de a dirigir!”, retrucou 
o realizador à atriz.
Em 1980 Alfred Hitchcock recebeu a 
KBE da Ordem do Império Britânico, das 
mãos da Rainha Elizabeth II. Ele morreu 
quatro meses depois, de insuficiência 
renal, em sua casa em Los Angeles. O 
corpo de Hitchcok foi cremado, e suas 
cinzas espalhadas. A sua mulher Alma 
Reville morreu dois anos depois.
Curiosidades
Várias são as cenas inesque-
cíveis que fazem parte do 
seu currículo: o chuveiro em 
“Psycho” o ataque na bomba 
de gasolina em “Os Pássa-
ros”... Veja algumas curiosida-
des.
•Apesar de ser um dos mais 
conhecidos realizadores da 
história do cinema, Alfred Hit-
chcock nunca chegou a levar 
uma das estatuetas do Oscar 
para casa. O cineasta foi no-
meado algumas vezes, atra-
vés de filmes como “Rebecca” 
(vencedor de Melhor Filme), 
“Lifeboat” ou “Rear Window”.
•”Psycho” é um marco na 
história do cinema. O final 
do filme tem uma reviravolta 
muito inesperada, que Hit-
chcock não queria que fosse 
revelada. Para evitar que a 
surpresa fosse estragada, o 
realizador proibiu a entrada 
de qualquer pessoa na sala 
de cinema se a transmissão já 
tivesse começado.
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TOP 11 ARTES: 7a arte - cinema
pecial”, em português), onde uma pes-
soa famosa aparece em um filme. Porém, 
nos filmes de Hitchcock, quem aparecia 
era ele próprio. Ele é visto em aparições 
breves, geralmente no início de seus fil-
mes. Para não distrair o público do enre-
do principal, no decorrer de sua obra o 
diretor passou a aparecer logo no início 
dos filmes.
Doris Day, que protagonizou “O 
Homem que Sabia Demais”, acredita-
va que o diretor estava mais ocupa-
do com as câmaras e as luzes do que 
propriamente com a sua atuação. Per-
turbada pela situação, a atriz acabou, 
mais tarde, por confrontar Hitchcock. 
Ele confessou que não tinha razões 
para se preocupar com a sua atuação, 
e revelou: “Minha querida Miss Day, se 
não me desse aquilo que eu queria, aí 
teria o trabalho de a dirigir!”, retrucou 
o realizador à atriz.
Em 1980 Alfred Hitchcock recebeu a 
KBE da Ordem do Império Britânico, das 
mãos da Rainha Elizabeth II. Ele morreu 
quatro meses depois, de insuficiência 
renal, em sua casa em Los Angeles. O 
corpo de Hitchcok foi cremado, e suas 
cinzas espalhadas. A sua mulher Alma 
Reville morreu dois anos depois.
Curiosidades
Várias são as cenas inesque-
cíveis que fazem parte do 
seu currículo: o chuveiro em 
“Psycho” o ataque na bomba 
de gasolina em “Os Pássa-
ros”... Veja algumas curiosida-
des.
•Apesar de ser um dos mais 
conhecidos realizadores da 
história do cinema, Alfred Hit-
chcock nunca chegou a levar 
uma das estatuetas do Oscar 
para casa. O cineasta foi no-
meado algumas vezes, atra-
vés de filmes como “Rebecca” 
(vencedor de Melhor Filme), 
“Lifeboat” ou “Rear Window”.
•”Psycho” é um marco na 
história do cinema. O final 
do filme tem uma reviravolta 
muito inesperada, que Hit-
chcock não queria que fosse 
revelada. Para evitar que a 
surpresa fosse estragada, o 
realizador proibiu a entrada 
de qualquer pessoa na sala 
de cinema se a transmissão já 
tivesse começado.
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TOP 11 ARTES: 7a arte - cinema
O roteiro foi escrito por Joseph 
Stefano, baseado no romance 
homônimo de Robert Bloch, que 
por sua vez fora vagamente inspirado 
nos crimes do assassino de Wisconsin, Ed 
Gein. Hitchcock comprou anonimamente 
os direitos do livro de Robert Bloch, que 
deu origem ao roteiro do filme; ele pa-
gou onze mil dólares e depois comprou 
todas as cópias disponíveis no mercado 
para que ninguém o lesse e, consequen-
temente, seu final não fosse revelado. 
“Psicose” custou 800 mil dólares e fatu-
rou 60 milhões de dólares nas bilheterias 
do mundo inteiro.
“Psicose” recebeu inicialmente críticas 
mistas, mas, em razão da excelente bilhe-
teria, o filme obteve uma reconsideração 
que o levou à aclamação da crítica e qua-
tro nomeações ao Oscar, incluindo Me-
lhor Atriz Coadjuvante para Janet Leigh 
e Melhor Diretor para Hitchcock.
Em 1992, a Biblioteca do Congresso, 
considerou o filme “culturalmente, histo-
ricamente, ou esteticamente significan-
te” e selecionou-o para preservação no 
National Film Registry.
FILME PSYCHO 
Hoje é considerado um 
dos melhores filmes de 
Hitchcock e elogiado 
como uma obra de arte 
cinematográfica por crí-
ticos internacionais de 
cinema e estudiosos da 
área. Classificado entre 
os melhores filmes de 
todos os tempos, ele 
estabeleceu um novo 
nível de aceitabilidade 
para a violência, com-
portamento desviante 
e sexualidade nos fil-
mes americanos. Após 
a morte de Hitchcock, 
a Universal Studios 
distribuiu três sequên-
cias, um telefilme, um 
remake e uma série de 
TV.
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AS 11 ARTES
NUMERAÇÃO DAS ARTES
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O termo “Belas Artes”, constan-
te na Enciclopédia de Diderot 
e d’Alembert, aludia a quatro artes: 
Arquitetura, Escultura,Pintura e 
Gravura. Hegel, na obra “Estética”, 
estabeleceu uma escala decrescen-
te e de expressividade crescente, 
distinguindo seis artes: Arquitetura, 
Escultura, Pintura, Música, Dança e 
Poesia. 
O termo “sétima arte”, usado para 
designar o cinema, foi estabelecido 
por Ricciotto Canudo no “Manifesto 
das Sete Artes”, em 1912 (publicado 
apenas em 1923). Posteriormente, fo-
ram propostas outras formas de arte. 
Presentemente, esta é a numera-
ção das artes mais consensual, ape-
nas indicativa, em que cada uma é ca-
racterizada pelos elementos básicos 
que formatam a sua linguagem. Fo-
ram classificadas da seguinte forma: 
1a arte – Música (som)
2a arte - Artes Cênicas- Teatro, 
Dança,Coreografia (movimento)
3a arte – Pintura (cor)
4a arte - Escultura (volume)
5a arte – Arquitetura (espaço)
6a arte – Literatura (palavra)
7a arte – Cinema (animação)
8a arte – Fotografia (imagem)
9a arte - História em Quadrinhos
10a arte - Jogos de Vídeo (games)
11a arte - Arte Digital 
(artes gráficas)
Você já deve ter ouvido por aí a expressão 
“sétima arte” para designar o cinema. Mas você sabe 
quais são as outras seis? Será que existem a 8ª, 9ª...
Todo mês em ARTE KLUB, acompanhe um pot-pourri das 
onze artes, com artistas inspiradores, imagens incríveis, 
obras únicas e muita criatividade. Enfim, divirta-se!
Cantinho do Chef
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