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Fichamento 
A abordagem teórica 
O presente trabalho pretende estabelecer que a evolução do sistema educacional, a expansão do ensino e os rumos que esta tomou só podem ser compreendidos a partir da realidade concreta criada pela nossa herança cultural, evolução econômica e estruturação do poder político. (p. 19)
A forma como se origina e evolui uma cultura define bem a evolução do processo educativo. É por nos conversemos disso que nos aventuramos a tecer considerações sobre o conceito de cultura e sobre o processo de formação da cultura brasileira. (p. 19)
na medida em que o homem percebe e aceita o desafio do meio, sente-se compelido a utilizar e explorar sua imaginação, sua inteligência, sua capacidade física de agir, enfim, sente-se compelido a atualizar as qualidades integrantes de sua condição humana, o que faz com que ele se tome mais homem em cada gesto cultural. (p. 20)
a cultura se define como algo muito diferente mais abrangente do que o simples resultado da ação intelectual do homem; ela é seu próprio modo de ser humano, [...] distingue-se por seu duplo aspecto de processo e de produto, o primeiro definindo a ação continua e recíproca do homem e do meio. (p. 20)
em casos como esses, recusamo-nos a chamar de troca, o que contato feito. O que na verdade ocorreu foi uma transferência pura e simples dos padrões culturais europeus para as terras das Américas. A cultura indígena foi praticamente aniquilada e a transferência desses padrões se fez mais ou menos na base de um transplante, na expressão de Nelson Wernek Sodré, expressão que se nos afigura adequada. (p. 21)
o que acorreu na ocasião da colonização das terras americanas foi um transplante de recursos materiais e humanos de uma sociedade, [...] essa transferência de recursos materiais e humanos, houve também uma transferência de hábitos de vida diária, ideias, formas de atividades econômicas, formas de organização social e politica e, o que é importante, formas de educação. (p. 22)
A imitação pura e simples dos hábitos de vida da metrópole não podia ser completa, já que as circunstancias eram outras. [...] Naquilo que o meio se revelou como fator circunstancial mais forte, as adaptações foram mais profundas. Naquilo, porém, em que se revelou menos importante, as acomodações foram mais superficiais. (p. 22)
A permanência desta, a guisa de corpo estranho no seio das circunstâncias alheias, acaba gerando formas de comportamento intelectual destituídas de conteúdo e sentido. O que conseguiu imitar, desde a época colonial, foi apenas o aspecto formal do modelo cultural. (p. 22)
A colonização da América Latina e particularmente no Brasil acabou gerando uma duplicidade de propósitos na evolução da sociedade e do sistema educacional. (p.22)
Distinguem-se no processo educativo dois fatores interdependentes: o gesto criador que resulta do homem “estar no mundo” e como e relaciona-se, transformando-o e transformando-se. [...] e o gesto comunicador que o homem executa transmitindo a outrem os resultados de sua experiencia. (p.23)
A escola, nesse caso, é utilizada muito mais para fazer comunicados do que para fazer comunicação e este papel é desempenhado tanto mais eficazmente, quanto mais o que se pretende com a ação escolar é formar o espirito ilustrado, não o espirito criador. (p.23)
O fato é que os países subdesenvolvidos se constituem em consumidores de bens da civilização, enquanto os centros culturais de difusão se comportam como produtores desses bens. (p.24)
Em educação, esse nível de percepção, quando chega a distinguir a defasagem entre aquilo que a escola oferece e aquilo de que carece o desenvolvimento, tende a provocar mudanças que procuram tão-somente modelos de estrutura educacional mais avançados, sem se preocupar com a análise crítica da situação que provocou e alimentou a defasagem. (p.25)
Nos países cuja tradição escolar criou um comportamento social favorável à demanda de educação “elitista” e aristocrática, dificilmente o início da industrialização acarreta mudanças na expressão dos interesses sociais pela educação. (p.28)
A expansão do ensino acabou por acentuar a defasagem entre a educação e desenvolvimento, por causa do ritmo e da caracterização da expansão da demanda e, ainda, por causa de fatores de ordem política e econômica. (p.29)
Se, por um lado, a sobrevivência desse sistema está na dependência da ordem social e econômica vigente, por outro, mantém relações com o conteúdo oferecido pela existência. (p. 29)
No Brasil, até o final da década de 1920, as camadas dominantes, com o objetivo de servir e alimentar seus próprios interesses e valores, conseguiam organizar o ensino de forma fragmentária, tomado o país como um todo, e ideal, considerado o modelo proposto de educação. (p.30)
Nesses diferentes períodos, todavia, a educação escolar passou a organizar-se não mais de forma fragmentária por causa do avanço e do fortalecimento do regime centralizador, mas de forma que refletisse as contradições próprias de um sistema político responsável mais pela metamorfose das formas tradicionais de controle do poder do que realmente pela criação de formas novas. (p.31)

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