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O regime Empresa Cidadã, mantido pela Receita Federal, oferece benefícios fiscais às empresas que oferecem licença maternidade e paternidade estendida a seus empregados. O governo federal custeia a prorrogação do benefício, deduzindo do imposto o custo do empresário na prorrogação das duas licenças.
O regime foi criado em 2008 e regulamentado em 2009 pelo Decreto nº 7.052, que inicialmente tratava apenas da licença maternidade. Somente em 2016, o regime também inclui a extensão da licença-paternidade, graças à criação do marco legal da primeira infância na Lei nº 13.257.
Por lei, todas as empresas brasileiras são obrigadas a conceder quatro meses (120 dias) de licença remunerada às funcionárias grávidas. Com a prorrogação prevista no programa, a licença passa a ter duração de seis meses (180 dias), ou seja, o mesmo institui a prorrogação por sessenta dias a duração da licença-maternidade.
A licença de paternidade da constituição federal para pais recém-nascidos é atualmente de apenas cinco dias. Com a prorrogação, passa a ser de 20 dias, representando uma prorrogação de 15 dias.
Ambas as extensões de licença também se aplicam a casos de adoção e guarda judicial com 60 dias para crianças menores de 1 ano, 30 dias para crianças de 1 a 4 anos e 15 dias para crianças de 4 a 8 anos.
De acordo com os padrões do programa, os pais também podem retirar até dois dias de folga durante a gravidez para acompanhar as consultas e exames do parceiro, e podem passar um dia por ano acompanhando as consultas médicas de crianças menores de seis anos.
Vale lembrar que durante o período de prorrogação, a empregada e o empregado possuem direito à remuneração integral.
O principal objetivo da iniciativa do governo é reduzir os gastos públicos com a saúde e a mortalidade infantil no país por meio da promoção de períodos prolongados de aleitamento materno exclusivo.
Além disso, o programa é projetado para facilitar a vida familiar para crianças e casais em momentos importantes. Ao abrir mão da cobrança, o governo permite que as empresas proporcionem aos seus funcionários uma melhor qualidade de vida, o que se traduz em funcionários mais motivados e engajados. A premissa do Programa Empresa Cidadã passou a fazer parte do CLT norteador. A legislação garante às mães e aos pais o direito de sair sem perda de salário, e há até algumas garantias, como períodos de estabilização para as mulheres. 
O que a CLT determinou hoje é que as mães tenham 120 dias de folga, que podem ser prorrogados se houver orientação médica.
A alteração foi feita de forma a estender esse prazo totalizando 180 dias de licença maternidade ao acrescentar mais 60 dias. No caso dos pais, a CLT é determinada em 5 dias (ou mais) de dias de férias, o que, no programa, passa a ser 20 dias.
Antes de passarmos ao esquema, vale ressaltar que a duração da licença paternidade pode diferir da duração prevista na CLT. Algo que varia de estado, sendo 20 dias para o Rio de Janeiro, 6 dias no Estado de São Paulo, 30 dias no Distrito Federal e 20 dias em Fortaleza.
No entanto, vale lembrar que a licença-paternidade da Empresa Cidadã também é um direito de pessoas e casais do mesmo sexo. Isso significa que os pais podem ficar com o bebê por 120 dias sob regime CLT e mais uma extensão de 60 dias sob o plano. No caso de casais, apenas um dos dois pode reclamar esta licença, o outro tem os 5 ou 20 dias estipulados nas regras. As empresas participantes do programa têm a opção de aumentar a licença-maternidade do funcionário de 4 para 6 meses e a licença-paternidade do funcionário passou a ser de 20 dias, antes eram apenas 5 dias.
As empresas não são obrigadas a fornecer prorrogações em todos os casos: isso dependerá das negociações com cada trabalhador. Se uma prorrogação for permitida, o empregado terá direito ao pagamento integral por todo o período.
Os pedidos de licença maternidade prolongada devem ser feitos no período de um mês após o parto e serão concedidos logo após o término da licença obrigatória de quatro meses.
A prorrogação da licença paternidade deve ser solicitada no período de dois dias após a adoção ou nascimento. Nesse caso, o funcionário deve demonstrar participação em um programa de mentoria ou atividade de paternidade responsável durante o pré-natal da parceira. A licença de paternidade também expira em caso de parto prematuro e, como a licença maternidade, deve começar imediatamente após os cinco dias estipulados por lei.
Durante as licenças maternidade e paternidade, os empregados não podem exercer qualquer atividade remunerada nem matricular filhos em creches. Ambos os cenários resultam na perda dos benefícios da extensão de licença.
Todas as empresas podem aderir ao regime, mas apenas as que são tributadas sobre os lucros reais recebem benefícios fiscais. Isso é algo para ficar atento até mesmo por questões de controle financeiro da empresa.
Veremos a seguir as vantagens de ingressar na Empresa Cidadã. Dessa forma, mesmo sem remuneração do governo, fica mais fácil ver porque vale a pena aderir ao programa.
Por ora, cabe destacar que, para as empresas participantes, o valor pago enquanto ainda há a prorrogação da licença pode ser deduzido como parte do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ). Para isso, você precisa seguir algumas regras.
· A companhia não pode utilizar a abatimento como despesa operacional;
· As deduções estão limitadas a quantia do IRPJ calculado baseado no lucro real trimestral ou no lucro real apurado no momento do reajuste anual;
· O valor pago pela licença maternidade prorrogada precisa ser somado ao lucro líquido para cálculo da base de cálculo do rendimento real e da contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL);
· O custo de cada prorrogação de licença maternidade e paternidade é registrado pela empresa para o devido reporte no exercício social correspondente;
· A pessoa jurídica não pode ter pendências junto à Receita Federal necessárias à comprovação de tributos federais devidos e quaisquer créditos registrados em dívida ativa federal;
· As pessoas jurídicas cidadãs não podem deduzir despesas relacionadas a diferimentos se a companhia registrar decadência em um ano estipulado em que o IRPJ é calculado.

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