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Poder Legislativo | 
Introdução 
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DISCIPLINA 
PODER LEGISLATIVO 
 
CONTEÚDO 
Imunidades, incompatibilidades 
e perda de mandato dos 
Deputados e Senadores 
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Introdução 
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Introdução 
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Sumário 
Sumário ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 
1 Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 
2 Imunidade Parlamentar --------------------------------------------------------------------------------- 5 
2.1 Imunidade Material ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 6 
2.2 Imunidade Formal ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 7 
2.2.1 Requisitos para abertura de processo contra parlamentares ----------------------------------------------------------- 9 
2.3 Disposições gerais ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 9 
2.4 Prerrogativa de foro --------------------------------------------------------------------------------------------------- 11 
2.5 Isenção do dever de testemunhar --------------------------------------------------------------------------------- 12 
2.6 Incorporação às Forças Armadas ---------------------------------------------------------------------------------- 13 
3 Incompatibilidades dos parlamentares ------------------------------------------------------------ 13 
4 Perda do mandato --------------------------------------------------------------------------------------- 16 
4.1 Hipóteses de cassação ------------------------------------------------------------------------------------------------ 16 
4.2 Hipóteses de extinção ------------------------------------------------------------------------------------------------ 17 
4.3 Hipóteses em que não ocorrerá a perda do mandato ------------------------------------------------------- 18 
5 Conclusão --------------------------------------------------------------------------------------------------- 19 
6 Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------------------------ 19 
 
 
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Introdução 
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1 Introdução 
Os artigos 53 a 56 da Constituição Federal preveem o conjunto de normas que estatui 
o regime jurídico dos membros do Congresso Nacional – o Estatuto dos Congressistas. 
Estas normas disciplinam, entre outros, sobre questões como direitos e deveres, 
imunidades, impedimentos e prerrogativas e incompatibilidades. 
 
Antes de mais nada, é importante destacar que imunidades não são privilégios, na 
verdade são caracterizadas como garantias funcionais, que possuem o objetivo de 
permitir que os membros do Poder Legislativo exerçam seu mandato com 
independência, livres de pressões ou abusos de outros poderes. Conforme destaca 
Tavares (2020), “as garantias atribuídas aos parlamentares são, portanto, 
rigorosamente e em última instância, garantias da própria instituição, vale dizer, do 
Parlamento, como corpo essencial à democracia. Nessa medida, estabelecer proteções 
do Parlamento significa manter, a todo tempo, suas funções democráticas”. Ou seja, 
essas garantias são essenciais para a salvaguarda e tutela da própria democracia, 
assegurando aos parlamentares que possam expressar livremente suas opiniões e 
votos e estar garantidos contra rivalidades políticas ou prisões arbitrárias. Neste 
sentido, o rol de prerrogativas previsto na Constituição Federal a ser exercido pelos 
parlamentares, como corpo essencial à democracia que são, visa assegurar que as 
funções do Congresso Nacional sejam bem desempenhadas. 
 
De acordo com Tavares (2020), essa sistemática pauta-se em dois fundamentos: a) a 
teoria da separação dos poderes, em especial ao princípio da independência dos 
poderes, sob a qual está firmada a perenidade do instituto da imunidade, assegurando 
que, em nenhuma hipótese, um dos poderes subordine-se a qualquer dos outros dois; 
e b) a teoria da representação popular pela qual entende-se que o parlamentar eleito 
para cumprir mandato por prazo determinado, diretamente pelo povo, não poderá ter 
seu ofício interrompido por decisão de outro poder em virtude de circunstâncias que 
“não guardam qualquer relação com o processo pelo qual recebeu o parlamentar a 
representação do povo”. 
 
A esse respeito, Tavares explica que se tal fato fosse possível, “estar-se-ia 
indevidamente autorizando a interferência de um poder no pleno funcionamento do 
outro, impedindo o exercício de uma função recebida diretamente do povo. De fato, 
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Imunidade Parlamentar 
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uma vez que fosse preso o parlamentar, não poderia este exercer a função para a qual 
foi aclamado pelo povo e conduzido para o Congresso. Pense-se, sobretudo, na 
possibilidade das prisões temporárias, preventivas, etc., ou seja, as denominadas 
prisões processuais”. 
 
Diante disso, abordaremos a questão das imunidades, incompatibilidades e perda de 
mandato dos Deputados e Senadores nesta unidade. 
 
2 Imunidade Parlamentar 
Conforme pontua Pedro Lenza (2021), “Imunidades parlamentares são prerrogativas 
inerentes à função parlamentar, garantidoras do exercício do mandato, com plena 
liberdade. Não se trata de direito pessoal ou subjetivo do Parlamentar, na medida em 
que, como se disse, decorre do efetivo exercício da função parlamentar. Assim, não 
podemos confundir prerrogativa com privilégio”. Essas prerrogativas são 
irrenunciáveis e não se estendem aos suplentes dos parlamentares, pois são apenas 
para o efetivo exercício da função parlamentar (pertencem ao cargo). 
 
Pedro Lenza divide essas prerrogativas em: a) imunidade material, real ou substantiva 
(também denominada inviolabilidade), prevista no art. 53, caput,da CF/88, que remete 
à exclusão da prática de crime e inviolabilidade civil decorrente de opiniões e votos 
dos parlamentares; e b) imunidade processual, formal ou adjetiva, que diz respeito às 
regras sobre prisão e processo criminal dos parlamentares, prevista no art. 53, §§ 2º a 
5º, da CF/88. 
 
Além destas, encontram-se previstas no estatuto dos congressistas a prerrogativa de 
foro (art. 53, § 1º); a isenção do dever de testemunhar (art. 53, § 6º); disposições quanto 
a incorporação do congressista às Forças Armadas (art. 53, § 7º); imunidades durante 
o estado de sítio (art. 53, § 8º); e as incompatibilidades (art. 54). 
 
Ainda, como esclarecem Streck, Oliveira e Nunes (2018), “as imunidades 
parlamentares também se aplicam aos Deputados estaduais, por força do art. 27, § 1º, 
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da CF e aos Deputados distritais, com base no art. 32, § 3º, da CF. Desta feita, qualquer 
alteração imprimida ao estatuto dos congressistas em nível federal, como, v.g., a 
alteração formal advinda da EC n. 35/2001, aplica-se concomitantemente aos planos 
estaduais e distrital”. Neste sentido, o exercício do Poder Constituinte Derivado 
Decorrente dos Estados e do Distrito Federal quando às normas definidoras do regime 
jurídico dos parlamentares sofre limitações materiais, não podem, portanto, dispor a 
respeito do tema em suas Constituições de forma diversa da Constituição Federal. 
 
2.1 Imunidade Material 
Os Deputados e os Senadores são invioláveis, civil e penalmente, segundo disposto 
no art. 53 da CF/88, por quaisquer que sejam suas palavras, votos e opiniões. 
Entendida como a exclusão do próprio crime decorrente do pronunciamento dos 
congressistas (tais como calúnia, difamação, injúria, desacato, entre outros), a 
imunidade material garante ao congressista o exercício da atividade com ampla 
liberdade de manifestação. 
 
Esta inviolabilidade estende-se aos atos funcionais, mesmo que não exercidos no 
âmbito do Congresso Nacional, assim alcança pronunciamentos feitos aos jornais, 
revistas, à rede televisiva, às redes sociais e, em geral aos pronunciamentos feitos na 
rede mundial de computadores. Além disso, a redação do art. 53, alterada pela EC 
35/2001, repercute nas esferas civil e penal, impedindo, assim, “qualquer ação 
indenizatória ou de criminalização quando baseada exclusivamente em opiniões, 
palavras ou votos proferidos pelo parlamentar federal” (TAVARES, 2020). Além disso, 
não se restringe ao âmbito do Congresso Nacional; dede que o parlamentar esteja no 
exercício da função parlamentar em âmbito federal, em qualquer lugar do território 
nacional, estará resguardado (LENZA, 2021). 
 
Vale destacar, contudo, que a despeito do uso do vocábulo “quaisquer” no texto 
constitucional para exprimir os pronunciamentos invioláveis, não são todos os 
discursos proferidos pelos parlamentares que são invioláveis, apenas os que tratam 
de matéria relativa ao exercício parlamentar, conforme exemplifica Tavares (2020): 
“Neste sentido, o Supremo Tribunal Federal afastou a incidência da inviolabilidade ao 
receber denúncia contra Deputado Federal (Inquérito 3932, rel. Min. LUIZ FUX, decisão 
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de 21-6-2016) acusado de suposta incitação ao crime de estupro, em discurso 
proferido no Plenário da Casa Parlamentar, em dezembro de 2014. Na posição da 
maioria dos Ministros da Primeira Turma do STF, o referido pronunciamento não 
guarda relação com a função de deputado, razão pela qual não incidiria a imunidade 
parlamentar”. Para Tavares, “esse caso promove uma redução na amplitude que se 
atribuía a essa imunidade parlamentar, que a aproximava do que conceitualmente se 
denomina como “direito absoluto” (embora, no caso, uma prerrogativa institucional 
da função pública). Ainda assim, o caso reúne elementos que definitivamente 
eliminam essa aproximação e a leitura tradicional, já que se tratou de discurso 
parlamentar proferido fisicamente no Parlamento. Mais uma modernização casuísta 
de nossa Constituição”. 
 
Na mesma linha de raciocínio, Pedro Lenza (2021) afirma que se “aplica o dispositivo 
desde que as opiniões, palavras e votos dos parlamentares sejam proferidos em razão 
de suas funções parlamentares, no exercício e relacionados ao mandato (trata-se de 
manifestações que possuem nexo de causalidade com a atividade parlamentar). [...] 
Os precedentes do STF no sentindo de não se reconhecer a imunidade material são 
em situações desvinculadas da atividade parlamentar”. 
 
Corroboram Streck, Oliveira e Nunes (2018) ao afirmar que “a imunidade material 
somente imantará o congressista, isentando-o de responsabilidade penal, cível ou 
administrativa/disciplinar, por suas palavras, votos ou opiniões, versadas oralmente ou 
por escrito, quando tenham sido proferidos in officio (no exercício do mandato) ou 
propter officium (em razão do mandato). Não se comprovando o nexo causal entre as 
manifestações proferidas e o cumprimento do mandato legislativo, não será o 
parlamentar protegido pela imunidade podendo, então, ser responsabilizado”. 
 
2.2 Imunidade Formal 
A imunidade formal ou prerrogativa processual está relacionada à regulamentação da 
prisão dos parlamentares e dos processos a serem instaurados contra eles. Está 
prevista no art. 53, §§ 2º e 3º, com a seguinte redação: 
 
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão 
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ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão 
remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da 
maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. 
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a 
diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por 
iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus 
membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. 
 
Em primeiro lugar, o termo prisão aqui deve ser entendido em sentido amplo (prisão 
temporária, prisão preventiva, prisão em flagrante por crime afiançável etc.). Destaca-
se, contudo, que o parlamentar só poderá ser preso no caso de prisão em flagrante 
de crime inafiançável e, segundo a doutrina, em razão de sentença condenatória 
criminal transitada em julgado (BAHIA, 2017). No primeiro caso (prisão em flagrante 
de crime inafiançável), a manutenção da prisão será resolvida pela respectiva casa 
parlamentar, por meio de voto da maioria absoluta dos membros, os quais decidirão 
pela perda do mandato eletivo que decorre da suspensão dos direitos políticos no 
caso de condenação criminal transitada em julgado. 
 
A este respeito, Streck, Oliveira e Nunes (2018), ao analisar o § 2º do art. 53 com o art. 
15, III e o art. 55, IV e VI da CF, esclarecem que “em síntese, o parlamentar que tiver 
suspensos seus direitos políticos, perderá o mandato, sendo que uma das causas de 
suspensão de direitos políticos é a condenação criminal transitada em julgado, 
enquanto perdurarem seus efeitos (art. 15, III). E, por sua vez, são causas de perda do 
mandato eletivo a suspensão de direitos políticos e, também, a condenação criminal 
transitada em julgado (art. 55, IV e VI). No entanto, mesmo a condenação criminal 
transitada em julgado não acarretará a perda automática do mandato, devendo ser 
decidida pela casa respectiva”. 
 
Quanto ao momento em que passa a valer essa prerrogativa, dá-se a partir do 
momento em que o parlamentar é diplomado pela Justiça Eleitoral, ou seja, quando 
recebe atestado que garante a eleição regular do candidato. Isso ocorre, portanto, 
antes de o parlamentar tomar posse (ato público e oficial pelo qual é investido no 
mandato parlamentar). A diplomação, assim, configura o “termo inicial paraatribuição 
da imunidade formal para a prisão” (LENZA, 2019). 
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2.2.1 Requisitos para abertura de processo contra parlamentares 
Conforme alterações trazidas pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001 ao art. 53 da 
CF/88, a abertura de processo contra parlamentar se dará da seguinte maneira: uma 
vez recebida a denúncia contra o parlamentar, o Supremo Tribunal Federal formalizará 
ciência à respectiva Casa, que, por iniciativa de partido político nela representado e 
pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o 
andamento da ação (art. 53, § 3º). Se não houver deliberação dentro desse prazo, o 
processo seguirá seu curso normal. 
 
Enquanto não houver sentença transitada em julgado, fica facultado ao partido 
político, a qualquer momento, solicitar a sustentação do prosseguimento do processo, 
sendo este um ato discricionário. Se optar por protocolar o pedido, haverá um prazo 
de quarenta e cindo dias para sua apreciação, que é improrrogável. 
 
Havendo autorização da Casa à qual o parlamentar pertence, os processos poderão 
ser sustentados mediante o quorum de maioria absoluta dos votos em sessão aberta 
(antes da Emenda, as votações com o quorum de maioria absoluta ocorriam em sessão 
secreta). 
 
2.3 Disposições gerais 
É importante reiterar que a imunidade material protege o parlamentar mesmo depois 
do mandato, já a imunidade forma é limitada no tempo, ou seja, tem validade quando 
se inicia a diplomação e enquanto durar o mandato. 
 
Além disso, reitera Walber de Moura Angra (2018), em concordância com a Súmula nº 
245 do STF, que “a imunidade, tanto a formal como a material, não se estende para o 
coautor do delito que não seja parlamentar. Também é entendimento da Egrégia 
Corte que a imunidade não pode ser objeto de renúncia pelos senadores e deputados. 
Ela não pode ser renunciada porque não se configura como prerrogativa privada dos 
parlamentares, não podendo ser livremente disposta de forma discricionária. Sua 
natureza é de prerrogativa pública, decorrente do múnus público estatal, razão pela 
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qual seu exercício obedece às normativas disciplinadas na Constituição a bem do 
interesse coletivo” 
 
Por fim, as imunidades dos Deputados ou Senadores permanecem durante o estado 
de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da 
casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, 
que sejam incompatíveis com a execução da medida. 
 
Walber de Moura Angra (2018) faz alguns apontamentos sobre a extensão da 
imunidade, que vemos por bem reproduzir no quadro a seguir. 
 
EXTENSÃO DA IMUNIDADE 
Membros do Poder Legislativo: possuem imunidade tanto formal quanto material 
os deputados estaduais, federais e senadores. Os vereadores possuem apenas 
imunidade material, na sua circunscrição, por atos ligados ao exercício de suas 
funções. 
Presidente da República: possui imunidade material e formal, não podendo, 
inclusive, ser preso nem mesmo em flagrante delito por crime inafiançável. “A prisão 
somente se tornará exequível após sentença transitada em julgado, nos crimes 
penais comuns. O Presidente da República apenas pode ser processado depois de 
aprovado o juízo de admissibilidade na Câmara dos Deputados com o quorum de 
2/3 dos votos. É detentor de cargo público que possui um grau mais intenso de 
imunidade”. 
Governador de estado-membro: possui imunidade material e formal. “Nas 
infrações penais comuns, caso haja deferimento da suspensão do processo, o prazo 
prescricional é suspenso até o término do mandato”. 
Prefeito municipal: “tem imunidade material, por palavras, opiniões e votos, na 
circunscrição do município em que exerce o seu mandato. Nas infrações penais 
comuns, goza de foro privilegiado, sendo julgado pelo Tribunal de Justiça”. 
Quadro 1 - Extensão da imunidade 
Fonte: Adaptado de ANGRA (2018) 
 
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2.4 Prerrogativa de foro 
Estabelece o art. 53, § 1º da Constituição Federal que os Deputados e Senadores, 
desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo 
Tribunal Federal. Esta é a chamada prerrogativa de foro criminal (ou foro privilegiado) 
para o julgamento de parlamentares enquanto estão no exercício da atividade pública. 
A prerrogativa de foro “equivale a dizer que os Deputados e Senadores não serão 
submetidos a julgamento, por crimes comuns, perante tribunais ou juízos ordinários, 
como os demais cidadãos. Somente poderão ser processados e julgados perante o 
Supremo Tribunal Federal. Por crimes comuns deve-se entender toda sorte de ilícito 
penal, sejam contravenções penais, sejam crimes de qualquer tipo, inclusive os delitos 
eleitorais” (Streck, Oliveira e Nunes, 2018). 
 
Vale destacar que o usufruto da prerrogativa do foro só é possível a partir da 
diplomação do Parlamentar, e terá validade enquanto perdurar o mandato ou 
enquanto permanecer no exercício do mandato legislativo. Segundo Streck, Oliveira e 
Nunes, 2018, “até mesmo o Inquérito Policial eventualmente instaurado deverá correr 
no STF, sendo cabível, inclusive, reclamação, caso o inquérito esteja correndo em outro 
juízo ou tribunal, para desnudar a inobservância da prerrogativa de foro. Portanto, o 
foro por prerrogativa de função será dado ao parlamentar da diplomação ao término 
do mandato (com o fim da legislatura ou a perda do mandato). Sendo assim, 
processos que estavam em andamento perante tribunais ou juízos comuns, após a 
diplomação, deverão ser submetidos/encaminhados ao Supremo Tribunal. E aqueles 
processos que estejam tramitando na Corte Suprema, de fatos anteriores ou 
contemporâneos ao mandato legislativo, serão devolvidos aos tribunais ou juízos 
comuns, quando do término ou perda do mandato. Ou seja, a prerrogativa somente 
será atribuída na constância do mandato”. 
 
Ainda, conforme esclarece Walber de Moura Angra (2018), existe a hipótese de 
deslocamento do juízo da imunidade: “Se um governador cometer um crime durante 
o seu mandato e logo em seguida é eleito senador, ele não será julgado pelo STJ, que 
tem competência para julgar os governadores por crime comum (art. 105, I, a, da CF), 
mas pelo Supremo Tribunal Federal, que tem competência para julgar os senadores”. 
 
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Para facilitar a compreensão, observe o quadro com as três situações postas na atual 
disposição constitucional. 
 
Art. 53, § 1º, da CF/88 – Prerrogativa de foro 
a) se o parlamentar houver cometido o crime antes da diplomação (ato que 
comprova a realização de uma eleição válida e é anterior à posse), esse processo 
inicia o trâmite perante a justiça comum; mas uma vez diplomado, o processo 
segue para julgamento no STF; 
b) a prática de crime pelo parlamentar após a diplomação leva-o a julgamento 
direto perante a Corte; 
c) se o crime for cometido após o fim do mandato, não há prerrogativa. 
Quadro 2 - Art. 53, § 1º, da CF/88 – Prerrogativa de foro 
Fonte: Adaptado de BAHIA (2017) 
 
Ainda, conforme elucida Flavia Bahia (2017), a regra atual em relação ao mandato é 
excepcionada em caso de abuso por direito, tal como uma possível renúncia 
anunciada às vésperas do julgamento, com o fim de procrastinar a decisão final. Este 
caso é considerado pelo STF como a realização de uma fraude processual, portanto, 
prolongaria a competência do STF para o julgamento do caso, mesmo após o 
mandato, como ex-membro do Parlamento. 
 
2.5 Isenção do dever de testemunhar 
 O art. 53, § 6º, da CF/88 determina que os Deputados e Senadores não serão 
obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do 
exercício do mandato, bem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberaminformações. 
 
Embora não sejam instados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas 
em razão do exercício do mandato, os Deputados e Senadores “devem se apresentar 
como testemunhas em juízo sobre fatos de seu conhecimento que sejam 
indispensáveis à instrução de processo criminal ou cível” (BAHIA, 2017). Explicam 
Streck, Oliveira e Nunes (2018) que essa limitação à obrigação de testemunhar 
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Incompatibilidades dos parlamentares 
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“também se justifica como instrumento a garantir o Princípio da Separação dos 
Poderes, mantendo a independência do Poder Legislativo em face dos demais, bem 
como a harmonia entre os três poderes. Assim, esta prerrogativa não deve ser vista 
como um privilégio pessoal dado ao parlamentar”. 
 
2.6 Incorporação às Forças Armadas 
O art. 53, § 7º estabelece que a incorporação às Forças Armadas de Deputados e 
Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia 
licença da Casa respectiva. Esta prerrogativa isenta o parlamentar de uma obrigação 
que é imposta aos demais brasileiros, por esse motivo é considerada uma imunidade. 
É concedida ao parlamentar durante o mandato e limita-se à duração deste. 
 
Contudo, caso o Deputado ou Senador deseje voluntariamente, em tempos de paz ou 
de guerra, ser incorporado às Forças Armadas, pode fazer o requerimento desde que 
a Casa a que estiver vinculado o autorize previamente, tendo em vista que se trata de 
uma prerrogativa funcional, e não pessoal. Assim, o parlamentar poderá ou exercer 
função legislativa ou exercer função de militar, mas jamais as duas 
concomitantemente. Se optar por prestar serviço militar, o congressista será afastado 
de suas funções parlamentares e deixará de gozar das imunidades e prerrogativas 
previstas no Estatuto do Congressista. 
 
3 Incompatibilidades dos parlamentares 
Estão definidas no art. 54 e incisos algumas vedações dadas aos Deputados e 
Senadores. Trata-se de atividades que são consideradas incompatíveis com a atuação 
parlamentar. Conforme expõem Streck, Oliveira e Nunes (2018), “Entendeu o 
constituinte originário que tais atividades, se exercidas concomitantemente ao 
exercício do mandato legislativo, criariam conflito de interesses entre, de um lado, a 
pessoa do parlamentar e terceiros com quem desenvolva tais empreendimentos e, de 
outro, o próprio Poder Público, mais especificamente, o Poder Legislativo”. 
 
Os autores apontam que as incompatibilidades previstas no dispositivo são, pelo 
menos, de quatro tipos: funcionais, negociais, políticas e profissionais. 
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Incompatibilidades dos parlamentares 
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Incompatibilidades funcionais (arts. 54, I, b e II, b): proíbem o congressista de exercer 
outro cargo, função ou emprego, cumulativamente com o exercício do mandato, em 
função ou emprego em pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, 
sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público. A esta 
proibição, conforme estabelece o art. 56, I, são ressalvados os cargos de Ministro de 
Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de 
Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária, 
devendo, nesses casos, contudo, licenciar-se de seu mandato, que passará a ser 
exercido pelo suplente (art. 56, § 1º). Ademais, sob hipótese alguma, podem, enquanto 
exercem mandato parlamentar, exercer qualquer outra função ou emprego 
remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis ad nutum, isto é, cargos “que 
permitam demissão independentemente de aviso prévio ou outro condicionante 
qualquer. A exemplo têm-se os cargos comissionados, ou cargos em confiança, ou 
contratos em período de experiência”. 
 
Incompatibilidades negociais (art. 54, I, a): proíbem os congressistas de firmar ou 
manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, 
sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo 
quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes (ou contratos de adesão. Aqueles 
que possuem cláusulas padronizadas para qualquer contratante). Segundo Streck, 
Oliveira e Nunes (2018), “Justifica-se a ressalva, vez que não pode o parlamentar ser 
privado de firmar, v.g., contratos de prestação de serviço com empresa de telefonia 
(concessionária de serviço público), ou com um banco público, como o Banco do Brasil 
ou a Caixa Econômica Federal. Ademais, por se tratar de contrato com cláusulas 
padronizadas para qualquer pessoa, não haveria, em princípio, nenhuma aferição de 
vantagem indevida ou privilégio em virtude do cargo de congressista exercido. Dessa 
forma, estaria preservado o princípio da isonomia”. 
 
Incompatibilidades políticas (art.54, II, d): proíbem os congressistas de serem 
titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo. A diferença entre as 
incompatibilidades políticas e as incompatibilidades funcionais é que, naquelas, a 
vedação recai especificamente sobre a cumulação de mais de um cargo ou mandato 
público (ex.: o Deputado não pode ao mesmo tempo ser Prefeito). 
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Incompatibilidades dos parlamentares 
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Incompatibilidades profissionais (54, II, a e 54, II c): proíbem o parlamentar de ser 
proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente 
de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada 
ou de patrocinar causa em que seja interessada qualquer das seguintes entidades: 
pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia 
mista ou empresa concessionária de serviço público. Segundo Streck, Oliveira e Nunes 
(2018) “patrocinar causa quer significar exercer o ius postulandi, ou seja, exercer atos 
de advocacia. Assim, a vedação é no sentido de proibir que o parlamentar que seja 
advogado, tenha sob seu patrocínio, ou de escritório em que seja sócio, causas que 
tenham como interessadas as entidades acima referidas” 
 
Essas incompatibilidades podem se dar em dois momentos, desde a expedição do 
diploma ou desde a posse, conforme o quadro a seguir: 
 
ART. 54, I. DESDE A EXPEDIÇÃO DO DIPLOMA 
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, 
empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de 
serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes; 
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que 
sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior; 
 
ART. 54, II. DESDE A POSSE 
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor 
decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer 
função remunerada; 
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades 
referidas no inciso I, "a"; 
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere 
o inciso I, "a"; 
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo 
 
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Perda do mandato 
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4 Perda do mandato 
Estão especificadas no art. 55 da CF/88 as hipóteses que resultarão na perda de 
mandato do Deputado ou Senador. Em primeiro lugar, destaca no inciso I que ocorrerá 
perda de mandato do Deputado ou Senador que infringir qualquer uma das 
proibições estabelecidas no art. 54, que trata das incompatibilidades (vedações) 
impostas congressistas. Aliás, nos termos de Streck, Oliveira e Nunes (2018), “perderá 
o direito de exercer o mandato, vez que o mandato não lhe pertence, mas ao povo, 
único detentor do poder, conforme o princípio da Soberania Popular, sendo certo que 
o exercício do mandato, via representação, passa necessariamente pela instituição 
partido político”. Para além do descumprimentodas vedações previstas no art. 54, o 
art. 55 estabelece outras hipóteses que ensejam a perda do mandato, o que ocorrerá 
por cassação ou extinção, como veremos a seguir. 
 
4.1 Hipóteses de cassação 
As hipóteses de cassação estão previstas nos incisos I, II e VI do art. 55, e dizem 
respeito à prática de atos considerados incompatíveis com o exercício da função 
legislativa. São elas: violação dos impedimentos previstos no art. 54; quebra do decoro 
parlamentar; e condenação criminal transitada em julgado, previstas com a seguinte 
redação no texto constitucional: 
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador: 
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior; 
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar; 
[...] 
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado. 
 
Além disso, destaca o § 1º do art. 44 que é incompatível com o decoro parlamentar, 
além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas 
asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens 
indevidas. 
 
É importante pontuar que no caso de cassação do mandato, incisos I, II e VI, a perda 
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do mandato não ocorre de forma automática, mas será decidida pela Câmara dos 
Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da 
respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, 
assegurada ampla defesa (art. 55, § 2º). No entanto, esclarecem Streck, Oliveira e 
Nunes (2018), que, “conforme definido em entendimento recente, há hipótese de 
condenação criminal transitada em julgado que não será decidida pela Casa 
Legislativa. Trata-se de casos em que o parlamentar for condenado criminalmente em 
regime fechado e, diante da impossibilidade da continuidade do comparecimento em 
1/3 das sessões legislativas, antes do preenchimento dos requisitos temporais para a 
progressão, qual seja, 1/6 da pena, caberá a Casa Legislativa se antecipar e apenas 
declarar a perda do mandato”. 
 
4.2 Hipóteses de extinção 
A extinção do mandato se dá pela ocorrência de um fato que torne a investidura do 
cargo eletivo nula ou inexistente, como, por exemplo, a renúncia ou morte, e as 
hipóteses descritas nos incisos III, IV e V do art. 55. Para estes casos, a perda do 
mandato será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante 
provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no 
Congresso Nacional, assegurada ampla defesa (art. 55, § 3º). Ou seja, nestas hipóteses 
de extinção de mandato, “não caberá deliberação política a ser aferida em votação 
pelos pares, mas de decretação por parte da Mesa” (STRECK, OLIVEIRA E NUNES, 
2018). 
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador: 
[...] 
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias 
da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada; 
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; 
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição; 
 
Por fim, o § 4º do art. 55 determina que, havendo pedido de renúncia de parlamentar, 
após a instauração do processo, seja de cassação seja de extinção do mandato, a 
renúncia terá seus efeitos suspenso até as deliberações finais dos processos. “Assim, 
se a perda do mandato, ao fim, for decretada, será efetivada, sendo que o pedido de 
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Perda do mandato 
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renúncia é que perderá seu objeto”. 
 
4.3 Hipóteses em que não ocorrerá a perda do mandato 
O art. 56 da CF/88 prevê hipóteses em que o afastamento do parlamentar das suas 
funções não ensejará perda de mandato. Assim, não perderá o mandato o Deputado 
ou Senador que: 
 
I. investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, 
Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de 
Capital ou chefe de missão diplomática temporária. Nesse caso, não poderá, 
como já vimos anteriormente, exercê-los cumulativamente ao mandato 
legislativo. Inclusive, o congressista não poderá cumular os dois 
vencimentos, devendo escolher perceber um ou outro (a do mandato ou a 
do cargo em que for investido) (§ 3º, art. 56). 
II. licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem 
remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento 
não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa. 
 
É oportuno ressaltar que o parlamentar que se afastou do cargo para ocupar o cargo 
de Ministro do Estado, por exemplo, não terá direito às imunidades parlamentares 
sobre as quais falamos anteriormente, pois se trata de um cargo do Poder Executivo. 
Porém, em relação à quebra de decoro parlamentar, continua o parlamentar sujeito a 
procedimento disciplinar perante a sua Casa Legislativa. Pois, embora tenha assumido 
um cargo no Poder Executivo, não perdeu sua condição de parlamentar, estando 
apenas afastado do exercício de suas funções. 
 
Por fim, será convocado o suplente nos casos de vaga, de investidura em funções 
previstas neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias (§ 1º). Ocorrendo 
vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem mais de 
quinze meses para o término do mandato (§ 2º). 
 
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Conclusão 
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5 Conclusão 
Nesta unidade falamos sobre o Estatuto dos Congressistas, conjunto de normas que 
estatui o regime jurídico dos membros do Congresso Nacional, disposto nos arts. 53 
a 56 da Constituição Federal. Falamos sobre as imunidades parlamentares (material e 
formal), a prerrogativa de foro, a isenção do dever de testemunhar e as disposições 
sobre a incorporação do parlamentar às Forças Armadas. Ademais, tratamos das 
incompatibilidades e hipóteses de perda do mandato (cassação e extinção), bem 
como hipóteses que não incidem em perda de mandato. 
 
6 Referências Bibliográficas 
ALEXANDRINO, Vicente Paulo Marcelo. Direito Constitucional descomplicado, 16. 
Ed. São Paulo: MÉTODO, 2017. 
ANGRA, Walber de Moura. Curso de Direito Constitucional. – 9. ed. Belo Horizonte: 
Fórum, 2018. 
BAHIA, Flavia. Descomplicando Direito Constitucional, 3. ed. – Recife: Armador, 201. 
CASALINO, V. Concursos públicos - nível médio e superior - Direito 
Constitucional. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. 
GOMES CANOTILHO, J. J.; et al. Comentários à Constituição do Brasil. Outros autores 
e coordenadores Ingo Wolfgang Sarlet, Lenio Luiz Streck, Gilmar Ferreira Mendes. – 2. 
ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018. 
LENZA, P. Direito Constitucional Esquematizado. – 23. ed. São Paulo: Saraiva, 2019 
MARTINS, F. Curso de direito constitucional. – 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2019 
NENES JÚNIO, Flavio Martins Alves. Curso de direito constitucional. – 3. ed. São 
Paulo: Saraiva Educação, 2019. 
SILVA, José Afonso. Curso de direito Constitucional positivado. – 37. ed. São Paulo: 
Malheiros, 2014. 
 
 
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Referências Bibliográficas 
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	Sumário
	1 Introdução
	2 Imunidade Parlamentar
	2.1 Imunidade Material
	2.2 Imunidade Formal
	2.2.1 Requisitos para abertura de processo contra parlamentares
	2.3 Disposições gerais
	2.4 Prerrogativa de foro
	2.5 Isenção do dever de testemunhar
	2.6 Incorporação às Forças Armadas
	3 Incompatibilidades dos parlamentares
	4 Perda do mandato
	4.1 Hipóteses de cassação
	4.2 Hipóteses de extinção
	4.3 Hipóteses em que não ocorrerá a perda do mandato
	5 Conclusão
	6 Referências Bibliográficas

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