Prévia do material em texto
Poder Legislativo | Introdução www.cenes.com.br | 1 DISCIPLINA PODER LEGISLATIVO CONTEÚDO Imunidades, incompatibilidades e perda de mandato dos Deputados e Senadores Poder Legislativo | Introdução www.cenes.com.br | 2 A Faculdade Focus se responsabiliza pelos vícios do produto no que concerne à sua edição (apresentação a fim de possibilitar ao consumidor bem manuseá-lo e lê-lo). A instituição, nem os autores, assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas a pessoa ou bens, decorrentes do uso da presente obra. É proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, fotocópia e gravação, sem permissão por escrito do autor e do editor. O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzida, divulgada ou de qualquer forma utilizada poderá requerer a apreensão dos exemplares reproduzidos ou a suspensão da divulgação, sem prejuízo da indenização cabível (art. 102 da Lei n. 9.610, de 19.02.1998). Atualizações e erratas: este material é disponibilizado na forma como se apresenta na data de publicação. Atualizações são definidas a critério exclusivo da Faculdade Focus, sob análise da direção pedagógica e de revisão técnica, sendo as erratas disponibilizadas na área do aluno do site www.faculdadefocus.com.br. É missão desta instituição oferecer ao acadêmico uma obra sem a incidência de erros técnicos ou disparidades de conteúdo. Caso ocorra alguma incorreção, solicitamos que, atenciosamente, colabore enviando críticas e sugestões, por meio do setor de atendimento através do e-mail secretaria@faculdadefocus.com.br. © 2021, by Faculdade Focus Rua Maranhão, 924 - Ed. Coliseo - Centro Cascavel - PR, 85801-050 Tel: (45) 3040-1010 www.faculdadefocus.com.br Este documento possui recursos de interatividade através da navegação por marcadores. Acesse a barra de marcadores do seu leitor de PDF e navegue de maneira RÁPIDA e DESCOMPLICADA pelo conteúdo. http://www.faculdadefocus.com.br/ mailto:secretaria@faculdadefocus.com.br. http://www.faculdadefocus.com.br/ Poder Legislativo | Introdução www.cenes.com.br | 3 Sumário Sumário ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 1 Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 2 Imunidade Parlamentar --------------------------------------------------------------------------------- 5 2.1 Imunidade Material ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 6 2.2 Imunidade Formal ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 7 2.2.1 Requisitos para abertura de processo contra parlamentares ----------------------------------------------------------- 9 2.3 Disposições gerais ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 9 2.4 Prerrogativa de foro --------------------------------------------------------------------------------------------------- 11 2.5 Isenção do dever de testemunhar --------------------------------------------------------------------------------- 12 2.6 Incorporação às Forças Armadas ---------------------------------------------------------------------------------- 13 3 Incompatibilidades dos parlamentares ------------------------------------------------------------ 13 4 Perda do mandato --------------------------------------------------------------------------------------- 16 4.1 Hipóteses de cassação ------------------------------------------------------------------------------------------------ 16 4.2 Hipóteses de extinção ------------------------------------------------------------------------------------------------ 17 4.3 Hipóteses em que não ocorrerá a perda do mandato ------------------------------------------------------- 18 5 Conclusão --------------------------------------------------------------------------------------------------- 19 6 Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------------------------ 19 Poder Legislativo | Introdução www.cenes.com.br | 4 1 Introdução Os artigos 53 a 56 da Constituição Federal preveem o conjunto de normas que estatui o regime jurídico dos membros do Congresso Nacional – o Estatuto dos Congressistas. Estas normas disciplinam, entre outros, sobre questões como direitos e deveres, imunidades, impedimentos e prerrogativas e incompatibilidades. Antes de mais nada, é importante destacar que imunidades não são privilégios, na verdade são caracterizadas como garantias funcionais, que possuem o objetivo de permitir que os membros do Poder Legislativo exerçam seu mandato com independência, livres de pressões ou abusos de outros poderes. Conforme destaca Tavares (2020), “as garantias atribuídas aos parlamentares são, portanto, rigorosamente e em última instância, garantias da própria instituição, vale dizer, do Parlamento, como corpo essencial à democracia. Nessa medida, estabelecer proteções do Parlamento significa manter, a todo tempo, suas funções democráticas”. Ou seja, essas garantias são essenciais para a salvaguarda e tutela da própria democracia, assegurando aos parlamentares que possam expressar livremente suas opiniões e votos e estar garantidos contra rivalidades políticas ou prisões arbitrárias. Neste sentido, o rol de prerrogativas previsto na Constituição Federal a ser exercido pelos parlamentares, como corpo essencial à democracia que são, visa assegurar que as funções do Congresso Nacional sejam bem desempenhadas. De acordo com Tavares (2020), essa sistemática pauta-se em dois fundamentos: a) a teoria da separação dos poderes, em especial ao princípio da independência dos poderes, sob a qual está firmada a perenidade do instituto da imunidade, assegurando que, em nenhuma hipótese, um dos poderes subordine-se a qualquer dos outros dois; e b) a teoria da representação popular pela qual entende-se que o parlamentar eleito para cumprir mandato por prazo determinado, diretamente pelo povo, não poderá ter seu ofício interrompido por decisão de outro poder em virtude de circunstâncias que “não guardam qualquer relação com o processo pelo qual recebeu o parlamentar a representação do povo”. A esse respeito, Tavares explica que se tal fato fosse possível, “estar-se-ia indevidamente autorizando a interferência de um poder no pleno funcionamento do outro, impedindo o exercício de uma função recebida diretamente do povo. De fato, Poder Legislativo | Imunidade Parlamentar www.cenes.com.br | 5 uma vez que fosse preso o parlamentar, não poderia este exercer a função para a qual foi aclamado pelo povo e conduzido para o Congresso. Pense-se, sobretudo, na possibilidade das prisões temporárias, preventivas, etc., ou seja, as denominadas prisões processuais”. Diante disso, abordaremos a questão das imunidades, incompatibilidades e perda de mandato dos Deputados e Senadores nesta unidade. 2 Imunidade Parlamentar Conforme pontua Pedro Lenza (2021), “Imunidades parlamentares são prerrogativas inerentes à função parlamentar, garantidoras do exercício do mandato, com plena liberdade. Não se trata de direito pessoal ou subjetivo do Parlamentar, na medida em que, como se disse, decorre do efetivo exercício da função parlamentar. Assim, não podemos confundir prerrogativa com privilégio”. Essas prerrogativas são irrenunciáveis e não se estendem aos suplentes dos parlamentares, pois são apenas para o efetivo exercício da função parlamentar (pertencem ao cargo). Pedro Lenza divide essas prerrogativas em: a) imunidade material, real ou substantiva (também denominada inviolabilidade), prevista no art. 53, caput,da CF/88, que remete à exclusão da prática de crime e inviolabilidade civil decorrente de opiniões e votos dos parlamentares; e b) imunidade processual, formal ou adjetiva, que diz respeito às regras sobre prisão e processo criminal dos parlamentares, prevista no art. 53, §§ 2º a 5º, da CF/88. Além destas, encontram-se previstas no estatuto dos congressistas a prerrogativa de foro (art. 53, § 1º); a isenção do dever de testemunhar (art. 53, § 6º); disposições quanto a incorporação do congressista às Forças Armadas (art. 53, § 7º); imunidades durante o estado de sítio (art. 53, § 8º); e as incompatibilidades (art. 54). Ainda, como esclarecem Streck, Oliveira e Nunes (2018), “as imunidades parlamentares também se aplicam aos Deputados estaduais, por força do art. 27, § 1º, Poder Legislativo | Imunidade Parlamentar www.cenes.com.br | 6 da CF e aos Deputados distritais, com base no art. 32, § 3º, da CF. Desta feita, qualquer alteração imprimida ao estatuto dos congressistas em nível federal, como, v.g., a alteração formal advinda da EC n. 35/2001, aplica-se concomitantemente aos planos estaduais e distrital”. Neste sentido, o exercício do Poder Constituinte Derivado Decorrente dos Estados e do Distrito Federal quando às normas definidoras do regime jurídico dos parlamentares sofre limitações materiais, não podem, portanto, dispor a respeito do tema em suas Constituições de forma diversa da Constituição Federal. 2.1 Imunidade Material Os Deputados e os Senadores são invioláveis, civil e penalmente, segundo disposto no art. 53 da CF/88, por quaisquer que sejam suas palavras, votos e opiniões. Entendida como a exclusão do próprio crime decorrente do pronunciamento dos congressistas (tais como calúnia, difamação, injúria, desacato, entre outros), a imunidade material garante ao congressista o exercício da atividade com ampla liberdade de manifestação. Esta inviolabilidade estende-se aos atos funcionais, mesmo que não exercidos no âmbito do Congresso Nacional, assim alcança pronunciamentos feitos aos jornais, revistas, à rede televisiva, às redes sociais e, em geral aos pronunciamentos feitos na rede mundial de computadores. Além disso, a redação do art. 53, alterada pela EC 35/2001, repercute nas esferas civil e penal, impedindo, assim, “qualquer ação indenizatória ou de criminalização quando baseada exclusivamente em opiniões, palavras ou votos proferidos pelo parlamentar federal” (TAVARES, 2020). Além disso, não se restringe ao âmbito do Congresso Nacional; dede que o parlamentar esteja no exercício da função parlamentar em âmbito federal, em qualquer lugar do território nacional, estará resguardado (LENZA, 2021). Vale destacar, contudo, que a despeito do uso do vocábulo “quaisquer” no texto constitucional para exprimir os pronunciamentos invioláveis, não são todos os discursos proferidos pelos parlamentares que são invioláveis, apenas os que tratam de matéria relativa ao exercício parlamentar, conforme exemplifica Tavares (2020): “Neste sentido, o Supremo Tribunal Federal afastou a incidência da inviolabilidade ao receber denúncia contra Deputado Federal (Inquérito 3932, rel. Min. LUIZ FUX, decisão Poder Legislativo | Imunidade Parlamentar www.cenes.com.br | 7 de 21-6-2016) acusado de suposta incitação ao crime de estupro, em discurso proferido no Plenário da Casa Parlamentar, em dezembro de 2014. Na posição da maioria dos Ministros da Primeira Turma do STF, o referido pronunciamento não guarda relação com a função de deputado, razão pela qual não incidiria a imunidade parlamentar”. Para Tavares, “esse caso promove uma redução na amplitude que se atribuía a essa imunidade parlamentar, que a aproximava do que conceitualmente se denomina como “direito absoluto” (embora, no caso, uma prerrogativa institucional da função pública). Ainda assim, o caso reúne elementos que definitivamente eliminam essa aproximação e a leitura tradicional, já que se tratou de discurso parlamentar proferido fisicamente no Parlamento. Mais uma modernização casuísta de nossa Constituição”. Na mesma linha de raciocínio, Pedro Lenza (2021) afirma que se “aplica o dispositivo desde que as opiniões, palavras e votos dos parlamentares sejam proferidos em razão de suas funções parlamentares, no exercício e relacionados ao mandato (trata-se de manifestações que possuem nexo de causalidade com a atividade parlamentar). [...] Os precedentes do STF no sentindo de não se reconhecer a imunidade material são em situações desvinculadas da atividade parlamentar”. Corroboram Streck, Oliveira e Nunes (2018) ao afirmar que “a imunidade material somente imantará o congressista, isentando-o de responsabilidade penal, cível ou administrativa/disciplinar, por suas palavras, votos ou opiniões, versadas oralmente ou por escrito, quando tenham sido proferidos in officio (no exercício do mandato) ou propter officium (em razão do mandato). Não se comprovando o nexo causal entre as manifestações proferidas e o cumprimento do mandato legislativo, não será o parlamentar protegido pela imunidade podendo, então, ser responsabilizado”. 2.2 Imunidade Formal A imunidade formal ou prerrogativa processual está relacionada à regulamentação da prisão dos parlamentares e dos processos a serem instaurados contra eles. Está prevista no art. 53, §§ 2º e 3º, com a seguinte redação: § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão Poder Legislativo | Imunidade Parlamentar www.cenes.com.br | 8 ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. Em primeiro lugar, o termo prisão aqui deve ser entendido em sentido amplo (prisão temporária, prisão preventiva, prisão em flagrante por crime afiançável etc.). Destaca- se, contudo, que o parlamentar só poderá ser preso no caso de prisão em flagrante de crime inafiançável e, segundo a doutrina, em razão de sentença condenatória criminal transitada em julgado (BAHIA, 2017). No primeiro caso (prisão em flagrante de crime inafiançável), a manutenção da prisão será resolvida pela respectiva casa parlamentar, por meio de voto da maioria absoluta dos membros, os quais decidirão pela perda do mandato eletivo que decorre da suspensão dos direitos políticos no caso de condenação criminal transitada em julgado. A este respeito, Streck, Oliveira e Nunes (2018), ao analisar o § 2º do art. 53 com o art. 15, III e o art. 55, IV e VI da CF, esclarecem que “em síntese, o parlamentar que tiver suspensos seus direitos políticos, perderá o mandato, sendo que uma das causas de suspensão de direitos políticos é a condenação criminal transitada em julgado, enquanto perdurarem seus efeitos (art. 15, III). E, por sua vez, são causas de perda do mandato eletivo a suspensão de direitos políticos e, também, a condenação criminal transitada em julgado (art. 55, IV e VI). No entanto, mesmo a condenação criminal transitada em julgado não acarretará a perda automática do mandato, devendo ser decidida pela casa respectiva”. Quanto ao momento em que passa a valer essa prerrogativa, dá-se a partir do momento em que o parlamentar é diplomado pela Justiça Eleitoral, ou seja, quando recebe atestado que garante a eleição regular do candidato. Isso ocorre, portanto, antes de o parlamentar tomar posse (ato público e oficial pelo qual é investido no mandato parlamentar). A diplomação, assim, configura o “termo inicial paraatribuição da imunidade formal para a prisão” (LENZA, 2019). Poder Legislativo | Imunidade Parlamentar www.cenes.com.br | 9 2.2.1 Requisitos para abertura de processo contra parlamentares Conforme alterações trazidas pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001 ao art. 53 da CF/88, a abertura de processo contra parlamentar se dará da seguinte maneira: uma vez recebida a denúncia contra o parlamentar, o Supremo Tribunal Federal formalizará ciência à respectiva Casa, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação (art. 53, § 3º). Se não houver deliberação dentro desse prazo, o processo seguirá seu curso normal. Enquanto não houver sentença transitada em julgado, fica facultado ao partido político, a qualquer momento, solicitar a sustentação do prosseguimento do processo, sendo este um ato discricionário. Se optar por protocolar o pedido, haverá um prazo de quarenta e cindo dias para sua apreciação, que é improrrogável. Havendo autorização da Casa à qual o parlamentar pertence, os processos poderão ser sustentados mediante o quorum de maioria absoluta dos votos em sessão aberta (antes da Emenda, as votações com o quorum de maioria absoluta ocorriam em sessão secreta). 2.3 Disposições gerais É importante reiterar que a imunidade material protege o parlamentar mesmo depois do mandato, já a imunidade forma é limitada no tempo, ou seja, tem validade quando se inicia a diplomação e enquanto durar o mandato. Além disso, reitera Walber de Moura Angra (2018), em concordância com a Súmula nº 245 do STF, que “a imunidade, tanto a formal como a material, não se estende para o coautor do delito que não seja parlamentar. Também é entendimento da Egrégia Corte que a imunidade não pode ser objeto de renúncia pelos senadores e deputados. Ela não pode ser renunciada porque não se configura como prerrogativa privada dos parlamentares, não podendo ser livremente disposta de forma discricionária. Sua natureza é de prerrogativa pública, decorrente do múnus público estatal, razão pela Poder Legislativo | Imunidade Parlamentar www.cenes.com.br | 10 qual seu exercício obedece às normativas disciplinadas na Constituição a bem do interesse coletivo” Por fim, as imunidades dos Deputados ou Senadores permanecem durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida. Walber de Moura Angra (2018) faz alguns apontamentos sobre a extensão da imunidade, que vemos por bem reproduzir no quadro a seguir. EXTENSÃO DA IMUNIDADE Membros do Poder Legislativo: possuem imunidade tanto formal quanto material os deputados estaduais, federais e senadores. Os vereadores possuem apenas imunidade material, na sua circunscrição, por atos ligados ao exercício de suas funções. Presidente da República: possui imunidade material e formal, não podendo, inclusive, ser preso nem mesmo em flagrante delito por crime inafiançável. “A prisão somente se tornará exequível após sentença transitada em julgado, nos crimes penais comuns. O Presidente da República apenas pode ser processado depois de aprovado o juízo de admissibilidade na Câmara dos Deputados com o quorum de 2/3 dos votos. É detentor de cargo público que possui um grau mais intenso de imunidade”. Governador de estado-membro: possui imunidade material e formal. “Nas infrações penais comuns, caso haja deferimento da suspensão do processo, o prazo prescricional é suspenso até o término do mandato”. Prefeito municipal: “tem imunidade material, por palavras, opiniões e votos, na circunscrição do município em que exerce o seu mandato. Nas infrações penais comuns, goza de foro privilegiado, sendo julgado pelo Tribunal de Justiça”. Quadro 1 - Extensão da imunidade Fonte: Adaptado de ANGRA (2018) Poder Legislativo | Imunidade Parlamentar www.cenes.com.br | 11 2.4 Prerrogativa de foro Estabelece o art. 53, § 1º da Constituição Federal que os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. Esta é a chamada prerrogativa de foro criminal (ou foro privilegiado) para o julgamento de parlamentares enquanto estão no exercício da atividade pública. A prerrogativa de foro “equivale a dizer que os Deputados e Senadores não serão submetidos a julgamento, por crimes comuns, perante tribunais ou juízos ordinários, como os demais cidadãos. Somente poderão ser processados e julgados perante o Supremo Tribunal Federal. Por crimes comuns deve-se entender toda sorte de ilícito penal, sejam contravenções penais, sejam crimes de qualquer tipo, inclusive os delitos eleitorais” (Streck, Oliveira e Nunes, 2018). Vale destacar que o usufruto da prerrogativa do foro só é possível a partir da diplomação do Parlamentar, e terá validade enquanto perdurar o mandato ou enquanto permanecer no exercício do mandato legislativo. Segundo Streck, Oliveira e Nunes, 2018, “até mesmo o Inquérito Policial eventualmente instaurado deverá correr no STF, sendo cabível, inclusive, reclamação, caso o inquérito esteja correndo em outro juízo ou tribunal, para desnudar a inobservância da prerrogativa de foro. Portanto, o foro por prerrogativa de função será dado ao parlamentar da diplomação ao término do mandato (com o fim da legislatura ou a perda do mandato). Sendo assim, processos que estavam em andamento perante tribunais ou juízos comuns, após a diplomação, deverão ser submetidos/encaminhados ao Supremo Tribunal. E aqueles processos que estejam tramitando na Corte Suprema, de fatos anteriores ou contemporâneos ao mandato legislativo, serão devolvidos aos tribunais ou juízos comuns, quando do término ou perda do mandato. Ou seja, a prerrogativa somente será atribuída na constância do mandato”. Ainda, conforme esclarece Walber de Moura Angra (2018), existe a hipótese de deslocamento do juízo da imunidade: “Se um governador cometer um crime durante o seu mandato e logo em seguida é eleito senador, ele não será julgado pelo STJ, que tem competência para julgar os governadores por crime comum (art. 105, I, a, da CF), mas pelo Supremo Tribunal Federal, que tem competência para julgar os senadores”. Poder Legislativo | Imunidade Parlamentar www.cenes.com.br | 12 Para facilitar a compreensão, observe o quadro com as três situações postas na atual disposição constitucional. Art. 53, § 1º, da CF/88 – Prerrogativa de foro a) se o parlamentar houver cometido o crime antes da diplomação (ato que comprova a realização de uma eleição válida e é anterior à posse), esse processo inicia o trâmite perante a justiça comum; mas uma vez diplomado, o processo segue para julgamento no STF; b) a prática de crime pelo parlamentar após a diplomação leva-o a julgamento direto perante a Corte; c) se o crime for cometido após o fim do mandato, não há prerrogativa. Quadro 2 - Art. 53, § 1º, da CF/88 – Prerrogativa de foro Fonte: Adaptado de BAHIA (2017) Ainda, conforme elucida Flavia Bahia (2017), a regra atual em relação ao mandato é excepcionada em caso de abuso por direito, tal como uma possível renúncia anunciada às vésperas do julgamento, com o fim de procrastinar a decisão final. Este caso é considerado pelo STF como a realização de uma fraude processual, portanto, prolongaria a competência do STF para o julgamento do caso, mesmo após o mandato, como ex-membro do Parlamento. 2.5 Isenção do dever de testemunhar O art. 53, § 6º, da CF/88 determina que os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, bem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberaminformações. Embora não sejam instados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, os Deputados e Senadores “devem se apresentar como testemunhas em juízo sobre fatos de seu conhecimento que sejam indispensáveis à instrução de processo criminal ou cível” (BAHIA, 2017). Explicam Streck, Oliveira e Nunes (2018) que essa limitação à obrigação de testemunhar Poder Legislativo | Incompatibilidades dos parlamentares www.cenes.com.br | 13 “também se justifica como instrumento a garantir o Princípio da Separação dos Poderes, mantendo a independência do Poder Legislativo em face dos demais, bem como a harmonia entre os três poderes. Assim, esta prerrogativa não deve ser vista como um privilégio pessoal dado ao parlamentar”. 2.6 Incorporação às Forças Armadas O art. 53, § 7º estabelece que a incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva. Esta prerrogativa isenta o parlamentar de uma obrigação que é imposta aos demais brasileiros, por esse motivo é considerada uma imunidade. É concedida ao parlamentar durante o mandato e limita-se à duração deste. Contudo, caso o Deputado ou Senador deseje voluntariamente, em tempos de paz ou de guerra, ser incorporado às Forças Armadas, pode fazer o requerimento desde que a Casa a que estiver vinculado o autorize previamente, tendo em vista que se trata de uma prerrogativa funcional, e não pessoal. Assim, o parlamentar poderá ou exercer função legislativa ou exercer função de militar, mas jamais as duas concomitantemente. Se optar por prestar serviço militar, o congressista será afastado de suas funções parlamentares e deixará de gozar das imunidades e prerrogativas previstas no Estatuto do Congressista. 3 Incompatibilidades dos parlamentares Estão definidas no art. 54 e incisos algumas vedações dadas aos Deputados e Senadores. Trata-se de atividades que são consideradas incompatíveis com a atuação parlamentar. Conforme expõem Streck, Oliveira e Nunes (2018), “Entendeu o constituinte originário que tais atividades, se exercidas concomitantemente ao exercício do mandato legislativo, criariam conflito de interesses entre, de um lado, a pessoa do parlamentar e terceiros com quem desenvolva tais empreendimentos e, de outro, o próprio Poder Público, mais especificamente, o Poder Legislativo”. Os autores apontam que as incompatibilidades previstas no dispositivo são, pelo menos, de quatro tipos: funcionais, negociais, políticas e profissionais. Poder Legislativo | Incompatibilidades dos parlamentares www.cenes.com.br | 14 Incompatibilidades funcionais (arts. 54, I, b e II, b): proíbem o congressista de exercer outro cargo, função ou emprego, cumulativamente com o exercício do mandato, em função ou emprego em pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público. A esta proibição, conforme estabelece o art. 56, I, são ressalvados os cargos de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária, devendo, nesses casos, contudo, licenciar-se de seu mandato, que passará a ser exercido pelo suplente (art. 56, § 1º). Ademais, sob hipótese alguma, podem, enquanto exercem mandato parlamentar, exercer qualquer outra função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis ad nutum, isto é, cargos “que permitam demissão independentemente de aviso prévio ou outro condicionante qualquer. A exemplo têm-se os cargos comissionados, ou cargos em confiança, ou contratos em período de experiência”. Incompatibilidades negociais (art. 54, I, a): proíbem os congressistas de firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes (ou contratos de adesão. Aqueles que possuem cláusulas padronizadas para qualquer contratante). Segundo Streck, Oliveira e Nunes (2018), “Justifica-se a ressalva, vez que não pode o parlamentar ser privado de firmar, v.g., contratos de prestação de serviço com empresa de telefonia (concessionária de serviço público), ou com um banco público, como o Banco do Brasil ou a Caixa Econômica Federal. Ademais, por se tratar de contrato com cláusulas padronizadas para qualquer pessoa, não haveria, em princípio, nenhuma aferição de vantagem indevida ou privilégio em virtude do cargo de congressista exercido. Dessa forma, estaria preservado o princípio da isonomia”. Incompatibilidades políticas (art.54, II, d): proíbem os congressistas de serem titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo. A diferença entre as incompatibilidades políticas e as incompatibilidades funcionais é que, naquelas, a vedação recai especificamente sobre a cumulação de mais de um cargo ou mandato público (ex.: o Deputado não pode ao mesmo tempo ser Prefeito). Poder Legislativo | Incompatibilidades dos parlamentares www.cenes.com.br | 15 Incompatibilidades profissionais (54, II, a e 54, II c): proíbem o parlamentar de ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada ou de patrocinar causa em que seja interessada qualquer das seguintes entidades: pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público. Segundo Streck, Oliveira e Nunes (2018) “patrocinar causa quer significar exercer o ius postulandi, ou seja, exercer atos de advocacia. Assim, a vedação é no sentido de proibir que o parlamentar que seja advogado, tenha sob seu patrocínio, ou de escritório em que seja sócio, causas que tenham como interessadas as entidades acima referidas” Essas incompatibilidades podem se dar em dois momentos, desde a expedição do diploma ou desde a posse, conforme o quadro a seguir: ART. 54, I. DESDE A EXPEDIÇÃO DO DIPLOMA a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes; b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior; ART. 54, II. DESDE A POSSE a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada; b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a"; c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a"; d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo Poder Legislativo | Perda do mandato www.cenes.com.br | 16 4 Perda do mandato Estão especificadas no art. 55 da CF/88 as hipóteses que resultarão na perda de mandato do Deputado ou Senador. Em primeiro lugar, destaca no inciso I que ocorrerá perda de mandato do Deputado ou Senador que infringir qualquer uma das proibições estabelecidas no art. 54, que trata das incompatibilidades (vedações) impostas congressistas. Aliás, nos termos de Streck, Oliveira e Nunes (2018), “perderá o direito de exercer o mandato, vez que o mandato não lhe pertence, mas ao povo, único detentor do poder, conforme o princípio da Soberania Popular, sendo certo que o exercício do mandato, via representação, passa necessariamente pela instituição partido político”. Para além do descumprimentodas vedações previstas no art. 54, o art. 55 estabelece outras hipóteses que ensejam a perda do mandato, o que ocorrerá por cassação ou extinção, como veremos a seguir. 4.1 Hipóteses de cassação As hipóteses de cassação estão previstas nos incisos I, II e VI do art. 55, e dizem respeito à prática de atos considerados incompatíveis com o exercício da função legislativa. São elas: violação dos impedimentos previstos no art. 54; quebra do decoro parlamentar; e condenação criminal transitada em julgado, previstas com a seguinte redação no texto constitucional: Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador: I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior; II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar; [...] VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado. Além disso, destaca o § 1º do art. 44 que é incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas. É importante pontuar que no caso de cassação do mandato, incisos I, II e VI, a perda Poder Legislativo | Perda do mandato www.cenes.com.br | 17 do mandato não ocorre de forma automática, mas será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa (art. 55, § 2º). No entanto, esclarecem Streck, Oliveira e Nunes (2018), que, “conforme definido em entendimento recente, há hipótese de condenação criminal transitada em julgado que não será decidida pela Casa Legislativa. Trata-se de casos em que o parlamentar for condenado criminalmente em regime fechado e, diante da impossibilidade da continuidade do comparecimento em 1/3 das sessões legislativas, antes do preenchimento dos requisitos temporais para a progressão, qual seja, 1/6 da pena, caberá a Casa Legislativa se antecipar e apenas declarar a perda do mandato”. 4.2 Hipóteses de extinção A extinção do mandato se dá pela ocorrência de um fato que torne a investidura do cargo eletivo nula ou inexistente, como, por exemplo, a renúncia ou morte, e as hipóteses descritas nos incisos III, IV e V do art. 55. Para estes casos, a perda do mandato será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa (art. 55, § 3º). Ou seja, nestas hipóteses de extinção de mandato, “não caberá deliberação política a ser aferida em votação pelos pares, mas de decretação por parte da Mesa” (STRECK, OLIVEIRA E NUNES, 2018). Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador: [...] III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada; IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição; Por fim, o § 4º do art. 55 determina que, havendo pedido de renúncia de parlamentar, após a instauração do processo, seja de cassação seja de extinção do mandato, a renúncia terá seus efeitos suspenso até as deliberações finais dos processos. “Assim, se a perda do mandato, ao fim, for decretada, será efetivada, sendo que o pedido de Poder Legislativo | Perda do mandato www.cenes.com.br | 18 renúncia é que perderá seu objeto”. 4.3 Hipóteses em que não ocorrerá a perda do mandato O art. 56 da CF/88 prevê hipóteses em que o afastamento do parlamentar das suas funções não ensejará perda de mandato. Assim, não perderá o mandato o Deputado ou Senador que: I. investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária. Nesse caso, não poderá, como já vimos anteriormente, exercê-los cumulativamente ao mandato legislativo. Inclusive, o congressista não poderá cumular os dois vencimentos, devendo escolher perceber um ou outro (a do mandato ou a do cargo em que for investido) (§ 3º, art. 56). II. licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa. É oportuno ressaltar que o parlamentar que se afastou do cargo para ocupar o cargo de Ministro do Estado, por exemplo, não terá direito às imunidades parlamentares sobre as quais falamos anteriormente, pois se trata de um cargo do Poder Executivo. Porém, em relação à quebra de decoro parlamentar, continua o parlamentar sujeito a procedimento disciplinar perante a sua Casa Legislativa. Pois, embora tenha assumido um cargo no Poder Executivo, não perdeu sua condição de parlamentar, estando apenas afastado do exercício de suas funções. Por fim, será convocado o suplente nos casos de vaga, de investidura em funções previstas neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias (§ 1º). Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato (§ 2º). Poder Legislativo | Conclusão www.cenes.com.br | 19 5 Conclusão Nesta unidade falamos sobre o Estatuto dos Congressistas, conjunto de normas que estatui o regime jurídico dos membros do Congresso Nacional, disposto nos arts. 53 a 56 da Constituição Federal. Falamos sobre as imunidades parlamentares (material e formal), a prerrogativa de foro, a isenção do dever de testemunhar e as disposições sobre a incorporação do parlamentar às Forças Armadas. Ademais, tratamos das incompatibilidades e hipóteses de perda do mandato (cassação e extinção), bem como hipóteses que não incidem em perda de mandato. 6 Referências Bibliográficas ALEXANDRINO, Vicente Paulo Marcelo. Direito Constitucional descomplicado, 16. Ed. São Paulo: MÉTODO, 2017. ANGRA, Walber de Moura. Curso de Direito Constitucional. – 9. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2018. BAHIA, Flavia. Descomplicando Direito Constitucional, 3. ed. – Recife: Armador, 201. CASALINO, V. Concursos públicos - nível médio e superior - Direito Constitucional. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. GOMES CANOTILHO, J. J.; et al. Comentários à Constituição do Brasil. Outros autores e coordenadores Ingo Wolfgang Sarlet, Lenio Luiz Streck, Gilmar Ferreira Mendes. – 2. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018. LENZA, P. Direito Constitucional Esquematizado. – 23. ed. São Paulo: Saraiva, 2019 MARTINS, F. Curso de direito constitucional. – 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2019 NENES JÚNIO, Flavio Martins Alves. Curso de direito constitucional. – 3. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019. SILVA, José Afonso. Curso de direito Constitucional positivado. – 37. ed. São Paulo: Malheiros, 2014. Poder Legislativo | Referências Bibliográficas www.cenes.com.br | 20 Sumário 1 Introdução 2 Imunidade Parlamentar 2.1 Imunidade Material 2.2 Imunidade Formal 2.2.1 Requisitos para abertura de processo contra parlamentares 2.3 Disposições gerais 2.4 Prerrogativa de foro 2.5 Isenção do dever de testemunhar 2.6 Incorporação às Forças Armadas 3 Incompatibilidades dos parlamentares 4 Perda do mandato 4.1 Hipóteses de cassação 4.2 Hipóteses de extinção 4.3 Hipóteses em que não ocorrerá a perda do mandato 5 Conclusão 6 Referências Bibliográficas