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Uma das questões mais antigas que povoa a mente humana é, quem somos,
de onde viemos e para onde vamos, quem ou como foi criada todas as coisas.
Por que tudo existe,
João 18 37-38 - Então, lhe disse Pilatos: Logo, tu és rei? Respondeu Jesus:
Tu dizes que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de
dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.
38 Perguntou-lhe Pilatos: Que é a verdade? Tendo dito isto, voltou aos
judeus e lhes disse: Eu não acho nele crime algum.
O que é a verdade - Essa pergunta tem sido repercutida ao longo da história
e muito discutida entre as religiões e filósofos. Pilatos estava diante da
própria verdade.
As verdades hoje estão sendo relativizadas e adequadas as pretensões
dos homens
A filosofia do relativismo diz que toda verdade é relativa (Inclusive os
ensinamentos bíblicos), e diz aquilo que é verdade pra mim pode não ser pra
você, depende do ponto de vista, cultura e anseio de cada um. As redes
sociais estão cheias disso, cada um é dono da verdade. Ela tem espalhado
um mar de mentiras e muitos cristãos estão caindo nelas.
Esse relativismo abre as portas para o liberalismo religioso
O que tem levado muitas igrejas a fecharem as portas, ou se afastarem
totalmente da palavra, pois onde não há a palavra como verdade absoluta não
pode haver adoração genuína a Deus.
As descobertas sempre serão uma gota ínfima, ante o mar das coisas dignas
de saber.
filósofo alemão Friedrich Nietzsche
Deus está morto é uma frase muito citada do filósofo para expressar sua ideia
de que o Iluminismo havia eliminado a possibilidade da existência de Deus.
Segundo ele o Iluminismo trouxe o triunfo da racionalidade científica sobre a
revelação sagrada; o surgimento do materialismo filosófico e do naturalismo
que, para todos os efeitos e propósitos, dispensou a crença ou o papel de
Deus nos assuntos humanos e no destino do mundo.
O que foi o Iluminismo?
O Iluminismo se iniciou como um movimento cultural europeu do século
XVII e XVIII que buscava gerar mudanças políticas, econômicas e sociais na
sociedade da época. Para isso, os iluministas acreditavam na disseminação
do conhecimento, como forma de enaltecer a razão em detrimento do
pensamento religioso. Vale ressaltar que os iluministas não eram ateus,
porém, eles acreditavam que o homem chegaria a Deus por meio da razão.
O próprio nome do movimento nos remete a luz – não é à toa que esse
período é conhecido como ―Século das Luzes‖ -, que pretende se contrapor a
herança medieval que ficou conhecida como ―Idade das Trevas‖,
quando todo o conhecimento era subordinado à religião.
Grandes pensadores, de diversas áreas, fizeram parte dessa corrente com o
intuito de acelerar o progresso da humanidade. O precursor do iluminismo
René Descartes (1596 – 1650), considerado o pai do racionalismo, dissertou
em sua obra ―Discurso do Método‖, que para se compreender o mundo,
deve-se questionar tudo. Essa nova forma pensar se opunha ao raciocínio
da época, já que naquele período histórico, os governos autoritários e a igreja
católica não permitiam questionamentos.
O pensamento iluminista foi importante para o desenvolvimento da ciência e
do humanismo –pregava a centralidade e racionalidade humana, com o
intuito de apresentar uma alternativa aos ensinamentos impostos pela
religião. Várias obras foram desenvolvidas nesse período, e uma em
especial sintetizava a ideia de disseminação do conhecimento pregada pelos
iluministas: a Enciclopédia.
Qual o contexto do surgimento desse movimento?
Naquele período, a Igreja Católica era detentora do conhecimento e a sua
forma de pensar era soberana. Não havia linhas de pensamento alternativas,
pois o clero fazia questão de impor as suas doutrinas religiosas para todos os
cidadãos.
Quais as suas principais ideias?
Podemos sintetizar as principais ideias iluministas da seguinte forma:
Valorização do pensamento racional. Os Iluministas consideravam a
razão e a possibilidade de se questionar e investigar como o melhor
instrumento para se alcançar qualquer tipo de conhecimento;
Defendiam os direitos dos indivíduos por acreditarem que todos
deveriam ter seus direitos naturais, como à vida e liberdade, protegidos;
Eram críticos aos regimes absolutistas e autoritários, que até então
dominavam o cenário europeu. Por isso defendiam uma maior divisão
do poder do Estado;
Defendiam a liberdade política, econômica e religiosa de todos
perante a lei;
Criticavam o conhecimento sob controle da Igreja Católica, embora
não fossem contra a crença em Deus;
Defendiam um novo sistema econômico, em troca do criticado
mercantilismo;
Eram contra todos os privilégios da nobreza e do clero.
A Reforma Protestante iniciada por Martinho Lutero (1483-1546),
também foi uma espécie de Iluminismo, pois trouxe luz as Escrituras
Sagradas, também teve influências culturais e intelectuais que se fazem
presentes até hoje.
A grande questão foi que muitos reis e figuras influentes da época estavam
insatisfeitos com o poder da Igreja, e viram nas ideias de Lutero uma
oportunidade de enfraquecer esse poder, dessa forma eles viram em
Lutero um oportunidade política de ruptura definitiva com a Igreja.
Lutero também recebeu apoio de vários humanistas, pois apesar do
humanismo valorizar a razão acima de tudo, a reforma estava mais próxima
com os valores que eles buscavam.
Inúmeras reformas foram pregadas e realizadas ao longo da Idade Média –
algumas afastadas e silenciadas sob a acusação de heresia, outras
incorporadas pela Igreja, mantendo, contudo, suas prerrogativas e seu poder.
No entanto, Nada se compara, ao impacto provocado pela ruptura
inspirada por Martinho Lutero na primeira metade do Século XVI.
A crítica de Martinho Lutero às Indulgências, conhecidas como as 95
teses, é reconhecido como o ato inaugural da Reforma, embora, na
época, como foi dito mais acima, Lutero buscasse mais um debate do que
uma ruptura. A ruptura definitiva, após algumas tentativas fracassadas de
reconciliação, só viria alguns anos mais tarde. Em 1520, Lutero é
excomungado pela bula papal Exsurge Domine, que é queimada
ostensivamente diante de seguidores na cidade de Wittenberg.
https://pt.wikipedia.org/wiki/95_Teses
https://pt.wikipedia.org/wiki/95_Teses
https://pt.wikipedia.org/wiki/95_Teses
https://pt.wikipedia.org/wiki/Exsurge_Domine
No ano seguinte, em 1521, vem a ruptura com o império: Martinho
Lutero comparece à Dieta (Assembleia dos Estados Alemães no Sacro
Império Romano-Germânico) na cidade de Worms, diante do
imperador Carlos V, que também o condena. Lutero, no entanto, já havia
conquistado seguidores e protetores entre humanistas e artistas importantes,
bem como entre príncipes e outros governantes. Aos poucos, o luteranismo
ganha os estados alemães, mas apenas em 1555 Carlos V reconhece
oficialmente a existência de igrejas luteranas.
Martinho Lutero e a justificação pela fé
Essa doutrina é a ideia fundamental de Martinho Lutero. Fundamental,
não só do ponto de vista doutrinário, mas também – e sobretudo – do ponto
de vista existencial. Lutero, durante muito tempo, viveu atormentado
pela ideia do pecado. Mesmo levando uma vida monástica não deixava de se
ver como pecador e temia pela justiça divina. Conta que chegou à beira da
blasfêmia, odiando aquele Deus implacável e terrível, que dá aos
homens uma lei que Ele sabe que não será cumprida, apenas para, no final,
julgar e punir a todos por sua desobediência.
A reconciliação de Lutero com a justiça divina deu-se, finalmente,
pela ideia da justificação pela fé: o homem precisa, antes de tudo,
reconhecer-se como essencialmente injusto e pecador,
concordando, assim, com o julgamento divino sobre nós humanos.
Tentar justificar-nos por meio da razão, por meio de nossas obras ou
por meio de indulgências, para Lutero, é não apenasabsurdo,
é blasfemo, pois implica não compreender o sentido da justiça divina.
Torna desnecessário o intermédio dos sacerdotes. Todo o sistema
penitencial da igreja católica também beira a blasfêmia aos olhos de Lutero.
Em suma, a salvação é um problema individual (ou seja, é um problema
entre o indivíduo e Deus) e não institucional, já que não cabe à Igreja, mas a
Deus apenas, a salvação da alma. Uma das consequências dessa ideia é a
perda do poder mediador que a Igreja Católica pretendia possuir, no
que diz respeito à salvação. ―Não há salvação fora da igreja‖, dizia o
adágio. Lutero nega justamente isso.
A salvação, portanto, dependeria exclusivamente de Deus. Ter fé
é justamente reconhecer esse fato. De nada adiantam as mortificações, as
penitências, os jejuns, o recolhimento, as orações – nada disso mudará o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dieta_de_Worms
destino de nossa alma, nada disso nos trará para mais próximo de Deus:
apenas a fé, a percepção de que sua justiça corresponde à sua misericórdia.
Outra conseqüência importante é a desvalorização da vida monástica e
a valorização da vida comum, do trabalho e da família.
Tradicionalmente, a vida monástica era percebida como um modo de vida
que favorecia a salvação. Os rigores da vida nos mosteiros, retirada do
mundo onde reina o pecado, aproximavam o homem de Deus. Ao contrário,
uma vida de trabalho, devotada à comunidade e à família, tem muito
mais valor do que a vida do monge. Essa valorização da vida comum tem
mais consequências éticas e sociais.
A Reforma Protestante, então, será o movimento que, pela primeira vez, irá
afetar a hegemonia da Igreja e seus pressupostos, como a vida monástica e
a ideia de que ela seria a única instituição autorizada entre Deus e os
homens. Junto com o humanismo e as revoluções científicas, a Reforma e
suas ideias são importantes para a compreensão das profundas mudanças
ocorridas tanto na Era Moderna quanto na Filosofia e principalmente no
mapa político e religioso na Era Contemporânea.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS apontadas pelo Autor: Postado por
Netmundi.org
1. ROVIGHI, Sofia Vanni. História da filosofia moderna. São Paulo:
Loyola, 2000.
2. WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São
Paulo: Cia. das Letras,
2004.
3. DUFOUR, Xavier. Vocabulário de teologia bíblica. Petrópolis,
Vozes, 2002.
4. BOBBIO, Norberto; BOVERO, Michelangelo. Sociedade e Estado na
filosofia política moderna. São Paulo: Brasiliense, 1986.
PRÓXIMA
"Immanuel Kant escreveu algumas das principais obras filosóficas da
Modernidade. Personalidade influente no meio intelectual de sua cidade e
membro da Real Academia das Ciências de Berlim, curiosamente, o
pensador nunca saiu de sua cidade natal, Königsberg.
Kant fundou uma nova teoria do conhecimento, chamada idealismo
transcendental, e a sua filosofia, como um todo, fundou o criticismo, corrente
crítica do saber filosófico que visava, como queria Kant, a delimitar os
limites do conhecimento humano.
As obras de Kant possuem uma rara erudição, um estilo literário único e um
rigor metodológico e filosófico inigualável. Professor da Universidade de
Königsberg por quase cinco décadas, o docente e pesquisador dedicou-se a
escrever sobre Lógica, Metafísica, Teoria do Conhecimento e Ética e
Filosofia moral.
Leia também: Metafísica de Aristóteles: o que é, resumo e exemplos
Tópicos deste artigo
1 - Biografia
2 - Filosofia de Kant
3 - Principais ideias
4 - Citações
5 - Resumo
Biografia
Filho de uma família chefiada por um artesão descendente de escoceses,
Kant nasceu na cidade de Königsberg, na Prússia Oriental, em 22 de abril de
1724. Sua família tradicional protestante marcou a sua vida e relação com a
religião. O grande pensador da Modernidade não se dizia ateu, mas sempre
manteve uma relação polêmica com a religião por defender, em seu
criticismo, que somente podemos conhecer aquilo que podemos intuir, ou
seja, aquilo que podemos ver, ouvir, de fato experimentar.
Aos 16 anos de idade, Immanuel Kant entrou para o curso de Teologia da
Universidade de Königsberg, onde começou a aprofundar os seus estudos em
Filosofia, principalmente em Leibniz. Também se interessou por Física e
Matemática, inclusive escrevendo sobre Ciências Naturais.
Em 1746, o falecimento de seu pai fez com que o filósofo fosse obrigado a
trabalhar como preceptor, ensinando os filhos de famílias ricas de
Königsberg. Para sua sorte, o pensador conquistou certo prestígio e
conseguiu adentrar no meio intelectual da cidade, devido à influência
adquirida como preceptor e à sua inteligência incomum.
Em 1754, o filósofo retornou para a universidade, onde se doutorou em
Filosofia e passou a lecionar como livre docente. Em 1770, o filósofo e
professor de Königsberg passou a ocupar a cátedra de Lógica e Metafísica da
Universidade de Königsberg, cargo que ocupou até a sua morte.
A entrada como professor catedrático também impulsionou os trabalhos
filosóficos de Kant, que se ocupou de suas principais obras, as quais
promoveriam o que ele chamou de ―revolução copernicana da Filosofia‖,
devido à sua inclinação para o criticismo, que resolveria os impasses de
filósofos e correntes filosóficas anteriores.
Kant foi proibido de escrever sobre religião pelo Rei Frederico Guilherme II,
da Prússia, devido às suas teses polêmicas, que levariam a uma espécie de
agnosticismo intelectual. Kant publicou textos sobre religião somente em
1797, após a morte do rei.
Alguns dos principais livros de Kant são: Crítica da razão pura, Crítica da
razão prática, Crítica da faculdade de julgar e Fundamentação da Metafísica
dos costumes. Extremamente rigoroso e metódico, o filósofo nunca se casou
e não teve filhos, dedicando-se, quase integralmente, à pesquisa e à docência
em Filosofia. Curiosamente, o pensador prussiano nunca saiu de sua cidade
natal, e sua extrema erudição e seu conhecimento geral eram obtidos por
meio de leituras e contato com pessoas de fora.
Algumas curiosidades sobre a personalidade de Kant saltam aos olhos de
leitores de suas biografias. Um homem muito inteligente, sagaz, bondoso e
gentil, o filósofo tinha também certos hábitos que remetiam à sua
personalidade metódica. Sabe-se que ele tinha uma rigorosa rotina e cumpria,
fielmente, seus afazeres em horários rigorosamente controlados. Ele tinha
horário certo para dormir, acordar, comer, estudar, escrever e fazer suas
caminhadas vespertinas.
Conta-se que os habitantes de Königsberg, alguns vizinhos do filósofo,
acertavam seus relógios quando viam Kant passando pela rua, pois ele
sempre passava pelos mesmos lugares no mesmo horário. Uma única vez, o
pensador prussiano atrasou-se por estar absorto em uma leitura, e esse atraso
foi suficiente para despertar a curiosidade dos vizinhos.
Após sofrer de uma doença degenerativa, o filósofo faleceu do dia 12 de
fevereiro de 1804, aos 79 anos de idade.
Veja também: Conheça a vida e obra deste grande nome da Escolástica
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Filosofia de Kant
Immanuel Kant ficou conhecido por ter formulado o que ele denominou ser
uma ―revolução copernicana na Filosofia‖. Grande leitor do racionalista
Gotfried Wilhelm Leibniz e do empirista inglês David Hume, Kant tratou de
juntar elementos das duas correntes que mais movimentaram a Filosofia
europeia moderna em uma teoria criticista, sem cair em qualquer tipo de
relativismo.
O idealismo transcendental kantiano construiu uma complexa teia de
conceitos para explicar que nem o empirismo estava certo e nem o
racionalismo explicava plenamente o conhecimento humano. Para Kant, o
conhecimento é obtido com base na percepção do que ele chamou de ―coisa
em si‖, que é o objeto.
Esse processo dá-se pelo que o pensador denominou intuição, e é a
racionalidade, por meio das faculdadesmentais, que proporciona ao ser
humano o conhecimento, pois a nossa mente é capaz de relacionar conceitos
puros aos dados da percepção.
Para Kant, há a coisa em si e o conceito transcendental, sendo a nossa
relação com esses dois elementos estritamente pessoal e psicológica, mas o
fato de haver um conceito universal, que serve de parâmetro, impede que a
teoria kantiana seja relativista.
No campo moral, Kant formulou uma teoria chamada Metafísica dos
costumes, baseada no imperativo categórico, que tenta desfazer qualquer
relativismo moral empregando forças para descobrir as máximas ou leis
morais universais. Para Kant, existe um dever universal baseado em leis
morais e esse dever está submetido ao estrito cumprimento das leis morais
em qualquer situação racional. O ser humano ou qualquer outro ser racional
deve cumprir aquilo que é estabelecido pela lei moral.
No campo político, Kant escreveu o livro A paz perpétua, em que ele elabora
um tratado de paz e cooperação universal imaginário entre os Estados. Esse
tratado, de inspiração iluminista e republicana, visava a garantir a paz entre
as nações, o respeito aos Direitos Humanos e à vida. A obra kantiana,
publicada em 1795, influenciou fortemente a consolidação da Organização
das Nações Unidas (ONU), mais de 150 anos depois.
Kant também escreveu um artigo denominado ―O que é esclarecimento?‖ ou
―O que é Iluminismo?‖. A relação estabelecida entre iluminismo e
esclarecimento dá-se na tradução dos termos para alemão (a palavra
Aufklärung designa, simultaneamente, esclarecimento e iluminação) na obra
de Kant. Elaborado em estilo de resposta à pergunta, o texto defende que o
ser humano deve sair da ―menoridade‖, que seria o estado de
desconhecimento que impede o desenvolvimento autônomo, e chegar ao
conhecimento, que seria a garantia da autonomia e do esclarecimento.
No campo estético, Kant desenvolveu uma complexa teoria, ligada à sua
teoria do conhecimento, denominada estética transcendental. Essa teoria está
presente na Crítica da razão pura, livro que trata, majoritariamente, de
epistemologia, e no livro Crítica da faculdade do juízo, que fala
especificamente dos juízos estéticos.
Veja também: Saiba mais sobre este ramo filosófico desenvolvido por Sartre
Principais ideias
Criticismo: filosofia voltada para estabelecer os limites do conhecimento
humano com base em um intenso exercício filosófico, estabelecendo uma
crítica revisionista da Filosofia.
Idealismo transcendental: doutrina filosófica voltada para entender como
ocorre o conhecimento humano, com base em noções como juízo analítico,
juízo sintético e juízo estético.
Iluminismo: a indicação de uma iluminação por meio do conhecimento é o
requisito para a formação de uma mente autônoma.
Imperativo categórico: é a formulação de uma lei moral, máxima da ação
ética em qualquer situação. O imperativo kantiano pode ser formulado da
seguinte maneira: age de tal maneira a tornar a sua ação uma lei universal.
Isso significa que a ação deve ser universalmente correta ou estar, em
qualquer situação, em correspondência com o dever. Há também a máxima:
age de tal modo a utilizar a natureza e as pessoas como fim e nunca como
meio. Isso significa que há uma obrigação moral de não usar as pessoas
como meio para que se consiga algo.
Citações
―Não se pode aprender Filosofia alguma. [...] Só se pode aprender a
filosofar, isto é, exercitar o talento da razão na observância de seus princípios
universais.‖
"A guerra é má, por originar mais homens maus do que aqueles que mata."
"A felicidade não é um ideal da razão mas sim da imaginação."
"Duas coisas que me enchem a alma de crescente admiração e respeito,
quanto mais intensa e frequentemente o pensamento delas se ocupa: o céu
estrelado sobre mim e a lei moral dentro de mim."
"A moral, propriamente dita, não é a doutrina que nos ensina como sermos
felizes, mas como devemos tornar-nos dignos da felicidade."
"É no problema da educação que assenta o grande segredo do
aperfeiçoamento da humanidade."
"Pensamentos sem conteúdos são vazios; intuições sem conceitos são
cegas."
Resumo
O filósofo prussiano Immanuel Kant nasceu e sempre viveu na cidade de
Königsberg. Metódico e rigoroso, formou-se em Teologia e, desde cedo,
escreveu tratados de Ciências, Filosofia e religião. Doutorou-se em Filosofia
e passou a lecionar na Universidade de Königsberg. Sua produção filosófica
mais intensa deu-se a partir de 1770, período em que elaborou a sua filosofia
criticista e o seu idealismo transcendental — teoria crítica da razão que
sintetiza o empirismo e o racionalismo.
Por Francisco Porfírio
Professor de Filosofia"
Veja mais sobre "Immanuel Kant" em:
https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/immanuel-kant.htm
PRÓXIMO
Tales de Mileto
Escrito por Juliana Bezerra
Professora de História
Tales de Mileto foi um importante pensador, filósofo e matemático grego
pré-socrático. É considerado, por alguns, o "Pai da Ciência" e da "Filosofia
Ocidental".
Suas principais ideias expandiram os horizontes teóricos nas áreas da
matemática, filosofia e astronomia. Para ele, a água era o principal elemento
da natureza e a essência de todas as coisas.
Biografia de Tales de Mileto
Tales de Mileto, provavelmente descendente de fenícios, nasceu na antiga
colônia grega Mileto, região da Jônia, atual Turquia, por volta de 623 ou 624
a.C.
Foi um homem de muitas habilidades e erudição, sendo assim, uma figura
respeitada pelo seu povo grego.
Buscou respostas racionais para os fenômenos da natureza e as razões da
existência. Por isso, é considerado um dos primeiros filósofos a romper com
o ponto de vista religioso.
Veja também: O Mito e a Filosofia
Razão x Mito
Na cidade de Mileto, foi fundador da "Escola Jônica", considerada a mais
antiga escola filosófica, onde seus pensadores buscavam explicações
cosmológicas, ou seja, por meio da natureza através das observações.
Assim, eram adeptos da chamada ―Filosofia Unitarista‖, cujo princípio
estava baseado no princípio único o qual explica todas as coisas e, no caso de
Tales de Mileto, o elemento água.
Viajou para o Egito e para Babilônia aprofundando seus conhecimentos ao
mesmo tempo que o disseminava tornando-se um homem muito admirado.
Ao lado de outros filósofos, Anaximandro e Anaxímenes, Tales de Mileto
fundou a "Escola de Mileto" (Milésima).
Seus seguidores ficaram conhecidos como 'Milesianos' e eram adeptos à
filosofia, pautada em deuses antropomórficos (atribui-se aspectos humanos
aos Deuses) e os fenômenos naturais.
https://www.todamateria.com.br/o-mito-e-a-filosofia/
https://www.todamateria.com.br/anaximandro/
https://www.todamateria.com.br/anaximenes/
Veja também: Filosofia Grega
Astronomia e Matemática
Suas contribuições na área da astronomia partiram de muitas observações
que realizava, da qual chegou a prever o eclipse solar ocorrido no ano de 585
a.C.
Na matemática, mais precisamente na área da geometria, a partir de
demonstrações dedutivas, apresentou teorias sobre:
a semelhança dos triângulos e as relações sobre seus ângulos;
as retas paralelas;
e a propriedade das circunferências.
Tales de Mileto faleceu aproximadamente em 556 ou 558 a.C. em sua cidade
natal.
Filosofia de Tales de Mileto
A filosofia de Tales baseava-se em três teses principais:
1. Tudo que conhecemos é feito de água e o homem é mais um ente desse
meio;
2. todas as coisas, incluso as inanimadas, estão cheia de vida;
3. por outro lado, as mudanças e a geração só podem ser alcançadas pela
condensação e a rarefação.
Quanto à estética, dizia que a busca pelo conhecimento, era o objeto mais
belo que podíamos ter.
Ocupou-se em explicar mais os fenômenos da natureza e da matemática.
Portanto, não fez grandes considerações sobre a ética e os sereshumanos.
Teorema de Tales
Diz-se que Tales foi convidado para descobrir a altura da pirâmide Quéops,
no Egito.
Diante disso, surgiu o Teorema de Tales, onde as retas paralelas e
transversais formam segmentos proporcionais.
Frases de Tales de Mileto
https://www.todamateria.com.br/filosofia-grega/
https://www.todamateria.com.br/teorema-de-tales/
A coisa mais difícil do mundo é conhecer a nós mesmos e a mais fácil,
falar mal dos outros.
A água é o princípio de todas as coisas.
O ser mais antigo é Deus, porque não foi gerado.
Todas as coisas estão cheias de deuses.
A coisa mais bela é o mundo, porque é obra divina.
A esperança é o único bem comum a todos os homens; aqueles que
nada mais têm ainda a possuem.
Curiosidades
Tales de Mileto é um dos ―Sete Sábios da Grécia Antiga‖, junto com
Bias de Priene, Quílon de Esparta, Cleóbulo de Lindus, Periandro de
Corinto, Pítaco de Mitilene e Sólon de Atenas.
O filósofo grego Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) aponta Tales de Mileto
como o primeiro filósofo da humanidade.
Heráclito
Juliana Bezerra
Escrito por Juliana Bezerra
Professora de História
Heráclito, conhecido como ―o obscuro‖, foi um pensador e filósofo pré-
socrático considerado o ―Pai da Dialética‖.
Biografia de Heráclito
Heráclito de Éfeso, nasceu na cidade de Éfeso, por volta de 540 a.C., antiga
colônia grega, região da Jônia na Ásia Menor, atual Turquia.
Heráclito
Filho de nobres, pertencia à família real da cidade. Personalidade forte,
Heráclito não apreciava a vida pública e se afastou de temas como arte e
religião.
https://www.todamateria.com.br/aristoteles/
Diante disso, passou grande parte de sua vida introspectivo com seu jeito
orgulhoso e esnobe, sendo muito criticado pelo seu povo.
Com isso, passa a viver nas montanhas, afastado de todos e aperfeiçoando
suas teorias.
Filosofia de Heráclito
Como Tales de Mileto, Heráclito acreditava no princípio único abalizado na
―Filosofia Unitarista‖, cujo princípio estava fundamentado na unidade
elementar e, no caso de Heráclito, o elemento fogo. Segundo ele,
―Tudo provem do Um e o Um provem do Todo‖.
O filósofo baseava suas ideias na lei fundamental da natureza, de modo que,
segundo ele, ―Tudo flui‖ e ―Nada é permanente, exceto a mudança‖.
A partir disso, acreditava que tudo o que existe está em permanente mudança
ou transformação, conceito denominado ―Devir‖ (tornar-se, do vir-a-ser),
sujeitas ao ―logos‖ (razão ou lei).
Tendo em vista seus conceitos, foi o criador do pensamento dialético, a
doutrina dos contrários, onde, das contradições, surgem a unidade dialética.
Em resumo, a dialética propõe a busca da verdade através da relação entre
dois conceitos opostos, numa relação de interdependência.
Por exemplo, a escuridão somente existe pois o conceito de luz é seu oposto,
onde um não existe sem o outro.
Assim, Heráclito, pai da dialética, afirma que todas as coisas por meio da
dualidade, cujo o "logos" é sua resultante, ou seja, o conhecimento nascido
desse embate.
Veja também: Filósofos Pré-Socráticos
Frases de Heráclito
―Ninguém entra em um mesmo rio uma segunda vez, pois quando isso
acontece já não se é o mesmo, assim como as águas que já serão outras.‖
―Paremos de indagar o que o futuro nos reserva e recebamos como um
presente o que quer que nos traga o dia de hoje.‖
―Muito estudo não ensina compreensão.‖
―A sabedoria é a meta da alma humana; mas a pessoa, à medida que em
seus conhecimentos avança, vê o horizonte do desconhecido cada vez mais
longe.‖
―A guerra é mãe e rainha de todas as coisas; alguns transforma em deuses,
outros, em homens; de alguns faz escravos, de outros, homens livres.‖
―Sabedoria consiste em falar e agir da verdade. Aprendizagem muito não
ensina compreensão. Todas as coisas vêm a seu tempo devido. O sol é novo
a cada dia.‖
Parmênides
Escrito por Juliana Bezerra
Professora de História
Parmênides de Eleia foi um dos principais filósofos gregos pré-socráticos
da Antiguidade. Seus estudos estiveram baseados nos temas sobre a
ontologia do ser, da razão e da lógica.
Seu pensamento influenciou a filosofia da antiguidade bem como a filosofia
moderna e contemporânea. Sua frase mais célebre é: ―O ser é e o não ser não
é.‖
Biografia: Resumo
Busto de Parmênides de Eleia
Parmênides nasceu em 510 a.C. na cidade grega de Eleia (atual Itália),
situada na região da Magna Grécia.
Filho de uma família abastada, o filósofo teve uma boa educação. Visto seu
interesse pela filosofia, se aproximou das ideias de Pitágoras e da Escola
Fundada por ele: a Escola Pitagórica.
No entanto, não se aprofundou nas questões discutidas pelos pitagóricos,
fundando uma Escola em sua cidade natal: Escola Eleática. Além dele, no
https://www.todamateria.com.br/pitagoras/
grupo destacou-se o filósofo Zenão de Eleia, seu discípulo. Parmênides
faleceu por volta de 470 a.C.
Veja também: Filosofia Antiga
Pensamento: A Filosofia de Parmênides
Grande parte de seu pensamento está reunida na obra poética denominada
―Sobre a Natureza‖.
Em seu poema, Parmênides explica sobre dois caminhos: o caminho da
opinião e o caminho da verdade.
O ―caminho da opinião‖ (doxa) estaria baseado na aparência, e, portanto,
levaria ao engano e as incertezas.
Enquanto o segundo, denominado de ―caminho da verdade‖ (alétheia) é
conduzido pelo pensamento lógico baseado na razão. Segundo ele:
―É preciso que tu aprendas: o sólido coração da bem redonda Verdade e as
opiniões dos mortais, nas quais não há verdadeira certeza. E, no entanto,
também isso aprenderás: como as coisas que parecem deviam
verdadeiramente ser, sendo todas em todos os sentidos‖.
Parmênides e Heráclito: Diferenças
Heráclito de Éfeso foi também um filósofo pré-socrático considerado o ―Pai
da Dialética‖. Segundo ele, o mundo está em constante transformação num
estágio que chamou de ―devir‖. Em suas palavras: ―Nada é permanente,
exceto a mudança‖.
Por outro lado, Parmênides refuta as ideias de Heráclito acrescentado que
nada muda, tudo é uno. Ou seja, a mudança (o devir, o vir a ser) é uma ilusão
dos sentidos que está pautada no doxa (opinião).
Nesse sentido, utilizou da contradição lógica para chegar à conclusão,
enquanto Heráclito baseou seu discurso na dialética, a doutrina dos
contrários.
Veja também: Filósofos Pré-Socráticos
Frases
Confira abaixo algumas frases famosas que traduzem o pensamento de
Parmênides:
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https://www.todamateria.com.br/filosofia-antiga/
https://www.todamateria.com.br/heraclito/
https://www.todamateria.com.br/filosofos-pre-socraticos/
―Não importa por onde eu comecei, pois para lá eu voltarei sempre.‖
―O ser é imóvel porque se se movesse poderia vir a ser e então seria e
não seria ao mesmo tempo.‖
―O pensamento e o ser são a mesma coisa‖.
―A linguagem é a etiqueta das coisas ilusórias.‖
"O ser é e o não ser não é."
SÓCRATES
Sócrates (469-399 a.C.), apesar de não ser o primeiro filósofo, é conhecido
como o ―pai da filosofia‖.
Foi responsável por uma mudança no modo de fazer filosofia. Dedicou-se a
pensar sobre as relações humanas e a refletir sobre as condições do próprio
pensamento.
Essa transformação rompeu com a jovem tradição da filosofia que era
dedicada à compreensão da natureza e do universo.
Com isso, Sócrates inaugurou o período antropológico da filosofia - o
conhecimento sobre o ser humano, fazendo a transição do período anterior
chamado de cosmológico - conhecimento sobre o cosmos (universo).
Para Sócrates, o conhecimento das pessoas, mesmo os sábios, era parcial, já
que era baseado na opinião e e na autoridade daqueles que se diziam sábios,
e não no pensamento racional.
Por sua atitude crítica em relação ao conhecimento, por questionar e
enfurecer os poderosos de Atenas, Sócrates foi condenado à morte, acusado
de atentar contra os deuses gregose corromper a juventude de ateniense. O
julgamento de Sócrates está descrito no livro A República, de Platão.
Nenhuma obra de Sócrates foi escrita, ele acreditava que a escrita engessava
o pensamento e que a verdadeira filosofia se fazia a partir da reflexão.
Assim, tudo o que se sabe sobre o pensamento socrático é mediado por seus
críticos, como Aristófanes e seus discípulos Xenofonte e, principalmente,
Platão.
Alguns estudiosos questionam se, de fato, Sócrates existiu ou é uma junção
de diversas pessoas da época ou um personagem criado para personificar e
exemplificar algumas ideias.
Interessou? Veja mais em:
Sócrates (470 a.C.-399 a.C.) foi um filósofo grego, mesmo não sendo o
primeiro filósofo da história, é reconhecido como o "pai da filosofia" por
representar o grande marco da filosofia ocidental.
Biografia de Sócrates
Sócrates (c. 469-399 a.C.) nasceu em Atenas, que em meados do século V
a.C. tornou-se a metrópole da cultura grega.
Da sua infância pouco se sabe para além de sua origem pobre. Ele era filho
de um escultor, Sofronisco, e uma parteira, Fenarete, da qual Sócrates
pegaria a ideia do parto para sua forma de fazer filosofia.
Homem feito, chamava atenção não só pela sua inteligência mas também
pela estranheza de sua figura e seus hábitos. Corpulento, olhos saltados,
vestes rotas e pés descalços, era considerado o homem mais feio de Atenas.
Costumava ficar horas mergulhado em seus pensamentos. Quando não estava
meditando solitário, conversava com seus discípulos, procurando ajudá-los
na busca da verdade.
Nessa época, teve início a segunda fase da filosofia grega, conhecida como
socrática ou antropológica, onde Sócrates foi o principal filósofo desse
período da filosofia antiga. Nessa fase, os filósofos passaram a se preocupar
com os problemas relacionados ao indivíduo e a organização da humanidade.
Passaram a perguntar: O que é verdade? O que é o bem? O que é a justiça?,
uma vez que na primeira fase da filosofia grega a preocupação era com a
origem do mundo, fase que ficou conhecida como periodo pré-socrático da
filosofia.
Veja também: A Origem da Filosofia
Principais Ideias de Sócrates
Ruínas do Oráculo de Delfos, templo do deus Apolo. Em sua entrada, lia-se
"conhece-te a ti mesmo"
Para Sócrates, existiam verdades universais, válidas para toda a humanidade
em qualquer espaço e tempo. Para encontrá-las, era necessário refletir sobre
elas. Essa percepção da verdade como alcançável é um fator de diferenciação
entre Sócrates e os sofistas.
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https://www.todamateria.com.br/origem-filosofia/
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O princípio da filosofia de Sócrates estava na frase "Conhece-te a ti mesmo",
um oráculo universal dado pelo deus Apolo na mitologia grega. Antes de
lançar-se em busca de qualquer verdade, o homem precisa se auto analisar e
reconhecer sua própria ignorância.
O próprio Sócrates ao consultar o Oráculo de Delfos recebeu a mensagem de
que ele era o mais sábio entre os gregos.
Sócrates percebeu que ele era sábio porque, dentre os sábios, era o único que
julgava não saber e buscava o verdadeiro conhecimento. Da afirmação de sua
própria ignorância faz surgir a célebre frase:
Só sei que nada sei.
A partir desta ideia, é desenvolvido o Método Socrático. O filósofo inicia
uma discussão e conduz seu interlocutor ao reconhecimento de sua própria
ignorância através do diálogo: é a primeira fase de seu método, chamada de
ironia ou refutação.
Na segunda fase, a "maiêutica" (técnica de trazer à luz), Sócrates solicita
vários exemplos particulares do que está sendo discutido.
Por exemplo, ao ser questionado sobre a coragem, desenvolve um diálogo
com um general muito respeitado por sua atuação em guerras. O general
(Laques) lhe dá exemplos de atos corajosos. Não satisfeito, Sócrates analisa
esses casos com a finalidade de descobrir o que é comum a todos eles.
Esse algo comum poderia representar o conceito de coragem, a essência dos
atos heroicos, que existirá em qualquer ato corajoso, independente das
circunstâncias que o cercarem.
A "técnica de trazer à luz" pressupõe uma crença de Sócrates, segundo a qual
a verdade está no próprio homem, mas ele não pode atingi-la porque não só
está envolto em falsas ideias, em preconceitos, como está desprovido de
métodos adequados.
Derrubado esses obstáculos, chega-se ao conhecimento verdadeiro, que
Sócrates identifica como virtude, contraposta ao vício, o qual se deve
unicamente à ignorância.
Ninguém faz o mal voluntariamente.
Veja também: Método Socrático: Ironia e Maiêutica
A Morte de Sócrates
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Cercado de amigos e seguidores em profunda tristeza, Sócrates recebe o
cálice com cicuta após condenação à morte
Sócrates era uma figura célebre de Atenas. Por onde ia, carregava consigo
uma quantidade imensa de seguidores e discípulos, sobretudo jovens.
Em seus encontros com figuras respeitadas da polis grega, por conta de seu
método, acabava expondo e irritando seus interlocutores.
Esse comportamento deu a Sócrates inimigos entre as figuras mais poderosas
de Atenas. Em pouco tempo, o filósofo foi acusado de corromper a juventude
e atentar contra os deuses gregos.
Seu julgamento foi realizado em duas partes. Na primeira, a votação sobre
sua culpa ou inocência teve uma margem apertada a favor de sua condenação
(280 a 220).
Posteriormente, Sócrates propõe como pena alternativa o pagamento de uma
multa. Essa pena é amplamente recusada e a condenação é a favor da pena
capital (360 a 141).
Sócrates aceita o julgamento e despede-se com a frase:
É a hora de irmos: eu para a morte, vós para as vossas vidas; quem terá a
melhor sorte? Só os deuses sabem.
O legado de Sócrates
Sócrates não deixou obra escrita, achava mais eficiente o intercâmbio de
ideias, mediante perguntas e respostas entre duas pessoas e acreditava que a
escrita enrijecia o pensamento.
São quatro as fontes básicas para o conhecimento de Sócrates: o filósofo
Platão, seu discípulo, em cujos Diálogos o mestre figura sempre como
personagem central.
A segunda fonte é o historiador Xenofonte, amigo e frequentador assíduo das
reuniões que Sócrates participava.
O dramaturgo Aristófanes cita Sócrates como personagem em algumas de
suas comédias, mas sempre o ridiculariza.
A última fonte é Aristóteles, discípulo de Platão, e que nasceu 15 anos após a
morte de Sócrates. Essas fontes nem sempre são coerentes entre si.
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Método Socrático: Ironia e Maiêutica
Escrito por Pedro Menezes
Professor de Filosofia, Mestre em Ciências da Educação
Sócrates (470-399 a.C.) é o grande marco da filosofia ocidental. Mesmo não
sendo o primeiro filósofo ele é conhecido como o "pai da filosofia". Muito
disso se deve à sua busca incansável pelo conhecimento e o desenvolvimento
de um método para essa busca, o método socrático.
Nele, a dialética socrática tinha como objetivo questionar as crenças
habituais de seu interlocutor para posteriormente, assumir sua ignorância e
buscar um conhecimento verdadeiro. O método socrático busca afastar a
doxa (opinião) e alcançar a episteme (conhecimento).
Para Sócrates, somente após a falsidade ser afastada é que a verdade pode
emergir.
Sendo assim, seu método de investigação é composto por dois momentos:
ironia e maiêutica.
1. Ironia
A primeira parte do método socrático conhecida como ironia, vem da
expressão grega que significa "perguntar, fingindo não saber". Esse primeiro
momento do diálogo socrático possui um caráter negativo, pois nega as pré-
concepções,os pré-julgamentos e os pré-conceitos (preconceitos).
A ironia era composta de perguntas feitas ao interlocutor com o objetivo de
deixar claro que o conhecimento que ele julgava possuir, não passava de
mera opinião ou uma interpretação parcial da realidade.
Para Sócrates, o não conhecimento ou a ignorância é preferível ao mau
conhecimento (conhecimento baseado em preconceitos). Com isso, as
perguntas de Sócrates voltavam-se para que o interlocutor percebesse que
não está seguro de suas crenças e reconhecesse a própria ignorância.
Sócrates, com suas perguntas, muitas vezes incomodava seus interlocutores e
esses abandonavam a discussão antes de prosseguir e tentar definir o
conceito.
Os diálogos socráticos que acabam sem se completar são chamados de
diálogos aporéticos (aporia significa "impasse" ou "inconclusão").
2. Maiêutica
A segunda etapa do método socrático é conhecida como maiêutica, que
significa "parto". Nesse segundo momento, o filósofo continua fazendo
perguntas, agora com o objetivo de que o interlocutor chegue a uma
conclusão segura sobre o assunto e consiga definir um conceito.
O nome "maiêutica" teve como inspiração a própria família de Sócrates. Sua
mãe, Fainarete, era parteira e o filósofo a tomou-a como exemplo e afirmava
que os dois possuíam atividades semelhantes. Enquanto a mãe auxiliava
mulheres a darem à luz a crianças, Sócrates auxiliava as pessoas a darem à
luz a ideias.
Sócrates compreendia que as ideias já estão dentro das pessoas e são
conhecidas por sua alma eterna. Entretanto, a pergunta correta pode fazer
com que a alma se recorde de seu conhecimento prévio.
Para o filósofo, ninguém é capaz de ensinar alguma coisa a outra pessoa.
Somente ela mesma pode tomar consciência, dar à luz a ideias. A reflexão é
a forma de atingir o conhecimento.
Por isso, é importante concluir a maiêutica. Nela, a partir da reflexão, o
sujeito parte do conhecimento mais simples que já possui e segue em direção
a um conhecimento mais complexo e mais perfeito.
Esse pensamento socrático serviu de base para a "teoria da reminiscência"
desenvolvida por Platão.
"Só sei que nada sei" e a Importância da Ignorância
Sócrates recebeu do Oráculo de Delfos uma mensagem que afirmava que ele
era o mais sábio dentre os homens gregos. Questionando-se, Sócrates disse
sua célebre frase: "Só sei que nada sei", como poderia ser o mais sábio.
Então, o filósofo percebeu que questionar e tomar consciência da própria
ignorância é o primeiro passo na busca do conhecimento.
Os ditos "sábios" eram seguros sobre os seus conhecimentos. Porém, não
passavam de meras opiniões ou de uma perspectiva parcial sobre a realidade.
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Sócrates percebeu que a segurança desses sábios faria com que eles nunca
buscassem o verdadeiro conhecimento. Enquanto ele, por ser consciente da
própria ignorância, estaria sempre procurando a verdade.
A vida sem questionamentos não vale a pena ser vivida.
Veja também: Conhece-te a ti mesmo
Jacques-Louis David, A Morte de Sócrates, retrata o momento após o
julgamento em que o filósofo recebe o cálice com cicuta
Veja também: Só sei que nada sei: a enigmática frase de Sócrates.
O Método Socrático e o Mito da Caverna de Platão
O principal discípulo de Sócrates, Platão (c. 428-347 a.C.), em sua célebre
Alegoria da Caverna (ou Mito da Caverna), conta a história de um
prisioneiro que nasceu acorrentado no fundo de uma caverna como muitos
outros.
Inconformado com sua condição, esse prisioneiro consegue se libertar, sai da
caverna e contempla o mundo exterior.
Não satisfeito e sentindo compaixão em relação aos outros prisioneiros no
interior da caverna, o prisioneiro decide voltar ao interior hostil da caverna
para tentar resgatar outros prisioneiros.
Entretanto, em seu regresso, os outros prisioneiros, desacreditaram-no, riram
dele e, por fim, mataram-no.
Através dessa metáfora, Platão narra a trajetória de Sócrates na Grécia antiga
e o que ele compreende como sendo o papel da filosofia.
Para ele, o questionamento proposto pela filosofia socrática é a atitude que
faz o indivíduo perceber-se prisioneiro a um mundo de aparências e preso a
seus preconceitos e opiniões.
Essa inquietação é o que faz o indivíduo buscar o conhecimento verdadeiro,
a saída da caverna. Ao compreender a verdade iluminada pelo Sol (verdade),
torna-se livre.
Platão fala do papel do filósofo. O filósofo é aquele que sente compaixão
pelos outros, que não está satisfeito em ter o conhecimento para si e precisa
tentar libertar as pessoas da escuridão da ignorância.
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O trágico desfecho imaginado por Platão, faz referência ao julgamento e
condenação de seu mestre, Sócrates.
O método socrático, sobretudo a ironia, acabava incomodando os poderosos
de Atenas que muitas vezes eram ridicularizados pelo filósofo. A exposição
da ignorância dos poderosos políticos gregos condenaram Sócrates à morte.
Sócrates foi acusado por atentar contra os deuses gregos e desvirtuar a
juventude. Foi julgado culpado e condenado a tomar um cálice de cicuta
(veneno que causa paralisia e a morte).
Sócrates surpreendeu a seu seguidores e amigos ao se recusar a fugir e
aceitar a condenação. Dentre esses seguidores estava Platão.
Um dos aforismos mais famosos da história, ―conhece-te a ti mesmo‖,
encontrava-se no pórtico de entrada do templo do deus Apolo, na cidade de
Delfos na Grécia, no século IV a. C.
Lembre que um aforismo é um pensamento expresso de maneira breve.
Essa frase foi atribuída a várias figuras gregas e não possui ao certo um
autor. É possível que tenha como origem um dito popular grego.
Ao longo do tempo, essa sentença foi apropriada por muitos autores, o que
levou a algumas variações. Um exemplo dessa apropriação é sua tradução
para o latim: nosce te ipsum e, também, temet nosce.
De qualquer forma, a frase foi compreendida como um oráculo (mensagem
do deus) de Apolo para todas as pessoas.
Sendo assim, a grande tarefa da humanidade, segundo o deus Apolo, seria
buscar o conhecimento de si e, a partir daí, conhecer a verdade sobre o
mundo.
O deus Apolo era conhecido por ser o deus da beleza, da perfeição e da
razão. Por esse motivo, era um dos deuses mais cultuados da Grécia Antiga.
A razão, relacionada a Apolo, foi primordial para o desenvolvimento da
filosofia. O caráter reflexivo da filosofia e a busca pelo conhecimento e pela
verdade encontram em Apolo um referencial.
Conhece-te a ti mesmo e Sócrates
O filósofo Sócrates (c. 469-399 a.C.) é quem tornou mais evidente essa
ligação entre o deus e a filosofia nascente.
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Foi Querofonte, seu amigo, que em uma visita ao oráculo de Delfos,
perguntou à pitonisa (sacerdotisa que recebe a mensagem dos deuses e
transmite aos mortais) se havia no mundo alguém mais sábio que Sócrates. A
resposta do oráculo foi negativa, não havia ninguém mais sábio que Sócrates.
Ao receber essa mensagem de Querofonte quando regressou a Atenas,
Sócrates passou sua vida a tentar contestar o oráculo.
O filósofo não compreendeu como ele poderia ser compreendido como o
mais sábio. Julgava não ser detentor de nenhum conhecimento.
O filósofo considerava-se apenas uma pessoa comum com o difícil propósito
de buscar o conhecimento verdadeiro.
Essa contestação teria levado Sócrates a proferir a famosa frase:
Só sei que nada sei.
Intrigado com a mensagem do oráculo, o filósofo procurou todos os sábios
de Atenas para que esses pudessem mostrar-lhe o que era o conhecimento.
Sócrates fazia-lhes perguntas sobre temas morais como a virtude, a coragem
e a justiça, na esperança de que essas pessoas, reconhecidas pela sabedoria,
pudessem ajudá-lo na busca pela verdade.
No entanto, ele sentiu-se frustradoao perceber que essas autoridades gregas
possuíam uma visão parcial da realidade, sendo capazes, apenas, de dar
exemplos de alguém virtuoso, corajoso ou justo.
A partir desses encontros, Sócrates percebeu que esses sábios não passavam
de pessoas com uma interpretação errada sobre o conhecimento, repletas de
preconceitos e falsas certezas.
O filósofo compreendeu que a mensagem do oráculo dizia respeito ao fato
dele possuir um autoconhecimento e compreender a sua própria ignorância,
tornando-o mais sábio que os outros.
Veja também: Só sei que nada sei: a enigmática frase de Sócrates.
Ruínas do Templo de Apolo em Delfos
Sócrates dá origem ao período antropológico da filosofia grega. Ou seja, a
partir da ideia de que o autoconhecimento, o conhecimento de si, é a base
para todos os outros conhecimentos sobre o mundo.
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Essa frase faz uma referência ao oráculo e sua inscrição ―conhece-te a ti
mesmo‖. O autoconhecimento e a tomada de consciência da própria
ignorância são as bases do método socrático.
Somente após abandonar os seus preconceitos que o sujeito está apto para
buscar o conhecimento verdadeiro.
Veja também: Método Socrático: Ironia e Maiêutica
Conhece-te a ti mesmo e a filosofia
Busto de Sócrates
A filosofia nasce a partir da reflexão, ou seja, do olhar para dentro. Faz-se
necessário refletir sobre o que significa, de fato, conhecer alguma coisa. A
partir daí, construir bases para todos os tipos de conhecimento.
A extensão da frase atribuída a Sócrates é conhecida como:
Conhece-te a ti mesmo e conhecerá o universo e os deuses.
Sendo assim, o motor da filosofia é o ―conhece-te a ti mesmo‖ do próprio
conhecimento, é o pensamento voltado para si. Busca no entendimento, as
bases que fundamentam o saber.
Por conta disso, todas as áreas do saber são também áreas próprias da
filosofia e seu objeto de estudo.
Veja também: A Origem da Filosofia
Conhece-te a ti mesmo, Mito da Caverna e Matrix
No clássico da ficção científica, Matrix (1999), o roteiro das irmãs Lilly e
Lana Wachowski toma por base o Mito da Caverna, de Platão.
Em ambas as histórias, grupos de seres humanos encontram-se prisioneiros
sem tomarem consciência disso, por viverem em um simulacro da realidade.
Em Platão, a simulação de realidade é dada pelas sombras projetadas no
fundo da caverna e tomadas como sendo o todo da realidade.
Já no filme, Matrix, os impulsos eletromagnéticos são produzidos por
máquinas e ligados ao cérebro dos prisioneiros. Isso os leva a experimentar
uma sensação de realidade produzida e controlada por computadores.
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No Mito da Caverna, um dos prisioneiros questiona sua condição e encontra
meios de se libertar. Algo semelhante ocorre com Neo, protagonista do filme.
Sua atuação como hacker chama atenção de um grupo de resistência que lhe
dá o direito de escolher entre a hostilidade do real e o conforto da falsidade.
As semelhanças continuam e as diretoras do filme explicitam essa relação
em uma das cenas. Neo vai consultar um oráculo. Nesse local, numa versão
moderna do templo de Apolo, em cima da porta lê-se a mensagem temet
nosce ("conhece-te a ti mesmo" em latim), numa clara referência às
semelhanças entre Neo e Sócrates.
Neo, protagonista do filme Matrix, em frente à placa com a inscrição Temet
Nosce, variação em latim da frase inscrita no pórtico do templo de Apolo
("conhece-te a ti mesmo")
A exemplo dos gregos antigos, Neo encontra o oráculo e recebe uma
mensagem enigmática acerca do destino e da possibilidade, ou não, de
controlar a própria vida.
O mote central de ambas as histórias, diz respeito à busca pelo conhecimento
de si. A partir daí, o indivíduo liberta-se da opressão e do controle do que é
falso para compreender o que, de fato, é real.
Veja também: Mito da Caverna
A consciência de si
Obra O Pensador (1904), de Auguste Rodin
A pergunta "quem sou eu?" ou "quem somos nós?" é uma das questões
primordiais, metafísicas, que deram um ponto de partida para a filosofia e
toda a produção de conhecimento. O "nós e o universo" é a meta do
conhecimento que movimenta todos os dias a produção de ciência no mundo.
Química, física, medicina, psicologia, sociologia, história e todas as outras
ciências, cada uma a seu modo, possuem como ponto em comum a proposta
inscrita no templo de Apolo.
Ainda que não se tenha chegado à resposta definitiva para essa questão, sua
busca e a necessidade de conhecer a si mesmo, constroem e modificam o
modo de pensar e de compreender a realidade.
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Em outras palavras, a busca pelo conhecimento, desde os gregos antigos até
as sondas espaciais ou a decodificação do genoma humano, atendem à
questão do "conhece-te a ti mesmo".
5. Platão
Platão foi o principal discípulo de Sócrates, seu pensamento é um dos pilares
da cultura ocidental.
As teorias desenvolvidas por Platão, sobretudo, seu mundo das ideias - a
distinção entre aparência e essência - definem o pensamento e a alma como
sendo superiores aos sentidos e o corpo.
Assim, Platão cria o seu chamado dualismo, divisão do mundo em dois, entre
o mundo das ideias e o mundo sensível:
Mundo das Ideias (mundo inteligível) - Lugar onde residem as ideias,
as essências das coisas, que só podem ser conhecidas através da razão.
Lugar da alma, da pureza e da verdade.
Mundo Sensível - Lugar das imitações das ideias, onde residem as
coisas que são conhecidas através dos sentidos. Lugar do corpo, do
erro e da opinião.
Platão
Escrito por Juliana Bezerra
Professora de História
Platão (428 a.C.-347 a.C.) foi filosofo grego, considerado um dos principais
pensadores de sua época.
Discípulo de Sócrates, procurava transmitir uma profunda fé na razão e na
verdade, adotando o lema de Sócrates "o sábio é o virtuoso".
Escreveu diversos diálogos filosóficos, entre eles "A República", obra
dividida em dez volumes.
Biografia de Platão
Escultura do rosto de Platão
Platão nasceu em Atenas, provavelmente no ano de 428 a.C. De família
nobre, estudou leitura, escrita, música, pintura, poesia e ginástica.
Excelente atleta, participou dos Jogos Olímpicos como lutador. Desejava
fazer carreira política mas, muito cedo, tornou-se discípulo de Sócrates,
com quem aprendeu a discutir os problemas do conhecimento do mundo e
das virtudes humanas.
Quando Sócrates morreu, desiludiu-se com a política e dedicou-se à filosofia.
Resolveu eternizar os ensinamentos do mestre, que não havia redigido
nenhum livros, escreveu vários diálogos onde a figura principal é Sócrates.
Platão opôs-se à democracia ateniense e abandonou sua terra. Viajou para
Megara, onde estudou Geometria, foi ao Egito, onde dedicou-se à
Astronomia, em Cyrene (Norte da África) dedicou-se à matemática, em
Crotona (Sul da Itália) reuniu-se com os discípulos de Pitágoras.
Esses estudos deram-lhe a formação intelectual necessária para formular suas
próprias teorias, aprofundando os ensinamentos de Sócrates e a filosofia
grega.
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https://www.todamateria.com.br/filosofia-grega/
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Quando voltou à Atenas, por volta de 387 a.C., fundou sua escola filosófica
"Academia", onde reunia seus discípulos para estudar Filosofia, Ciências,
Matemática e Geometria.
Tal foi a influencia de Platão, que sua Academia subsistiu, mesmo após sua
morte. Em 529, o imperador romano Justiniano mandou fechar a Academia,
mas a doutrina platônica já tinha sido amplamente difundida. O Platonismo
designa o conjunto das ideias de Platão.
Veja também: O que é Atitude Filosófica?
Obras de Platão
Das obras de Platão, cerca de trinta chegaram até nossos dias. As mais
célebresforam escritas sob a forma de diálogo:
República (dez volumes)
Protágoras
Apologia
Fedro
Timon
Banquete
Ele estava empenhado em um grande tratado - "As Leis", quando morreu, no
ano de 347 a.C.
Veja também: Platonismo, a Filosofia de Platão
A Sociedade Ideal e a República de Platão
Aplicando sua filosofia, Platão imaginou na "República", uma sociedade
ideal dividida em três classes, levando em conta a capacidade intelectual de
cada indivíduo.
A primeira camada, mais presa às necessidades do corpo, seria encarregada
da produção e distribuição de gêneros para toda a comunidade: lavradores,
artífices e comerciantes.
A segunda classe, mais empreendedora se dedicava à defesa: os soldados. A
classe superior, capacitada para servir-se da razão, seria a dos intelectuais,
com poder político, assim os reis teriam de ser escolhidos entre os filósofos.
Veja também: A República de Platão
https://www.todamateria.com.br/atitude-filosofica/
https://www.todamateria.com.br/platonismo-a-filosofia-de-platao/
https://www.todamateria.com.br/republica-platao/
Platão e o Mito da Caverna
Representação do Mito da Caverna
Platão escreveu em forma de diálogo, no livro VII da "República", a história
"mito da caverna", onde relata a vida de alguns homens que desde a infância
se encontram aprisionados em uma caverna, com uma pequena abertura por
onde penetra a luz.
Os homens passam o tempo olhando para uma parede de fundo. Lá fora, nas
costas dos cativos, brilha um fogo aceso sobre uma colina e entre ela e os
presos, passam homens carregando pequenas estátuas. As sombras desses
passantes são projetadas no fundo da caverna.
As vozes ouvidas são atribuídas às próprias sombras, para eles a única
realidade. Quando um dos cativos consegue evadir-se, percebe que tinha
vivido num mundo irreal.
Platão usa todas essa imagens para dizer que o mundo que percebemos com
nossos sentidos, é um mundo ilusório e confuso, é o mundo das sombras.
Mas esta realidade sensível não é todo o universo. Há um reino mais
elevado, espiritual, eterno, onde está o que existe de verdade, é o mundo das
ideias, que só a razão pode conhecer, e que apenas os filósofos podem
perceber.
Platonismo, a Filosofia de Platão
O Platonismo designa uma corrente filosófica baseada nas ideias do filósofo
e matemático grego Platão (428 a.C.-347 a.C.), discípulo de Sócrates (470
a.C-399 a.C).
Academia de Platão
Escultura de Platão em bronze
A ―Academia de Platão‖ foi fundada em Atenas pelo filósofo por volta de
385 a.C., primeiramente designada para cultuar as Musas Gregas e o Deus
Apolo.
Embora ele tenha fundado com características de culto aos deuses, o local foi
considerado a primeira universidade da história do ocidente.
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De tal modo, na Academia Platônica, os filósofos se reuniam para discutir o
desenvolvimento da filosofia e do pensamento de Platão, um dos pilares mais
importantes da filosofia ocidental.
Ocorriam, assim, debates sobre os mais diversos temas da filosofia. A
Academia de Platão durou cerca de 9 séculos e foi encerrado em 529 d.C.,
pelo imperador bizantino Justiniano I.
Veja também: Sócrates
Períodos do Platonismo
O Platonismo reúne as diversas abordagens da teoria de Platão: metafísica,
retórica, ética, estética, lógica, política, dialética e da dualidade (corpo e
alma), sendo classifica em três períodos, a saber:
Platonismo Antigo (século IV a.C. até a primeira metade do século I
a.C.)
Médio Platonismo (séculos I e II d.C.)
Neoplatonismo (séculos III d.C. e VI d.c)
Veja também: O que é Atitude Filosófica?
Teoria das Ideias
Sem dúvida, a Teoria das Ideias ou Teoria das Formas é a proposição
desenvolvida por Platão que mais se destaca, posto que dela surgem vários
outros pensamentos relacionados com sua filosofia.
Para Platão, existem dois mundos, ou seja, a realidade estava dividida em
duas partes:
O mundo sensível (mundo material), mediados pelas formas
autônomas que encontramos na natureza, percebido pelos cinco
sentidos.
O mundo das ideias (realidade inteligível) denominado de ―mundo
ideal‖, ou seja, aproxima-se da ideia de perfeição de algo.
Assim, segundo ele a verdade suprema e absoluta além da felicidade,
somente é possível encontrar a partir do mundo das ideias, donde localiza-se
a essência das coisas.
De tal maneira, o que percebemos no mundo sensível ou material é
enganoso, ilusório e instável. Enquanto no mundo das ideais, atinge-se a
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felicidade pelo encontro do conhecimento supremo da realidade, o que
correspondente a ideia de bem.
Em resumo, através do conhecimento é possível transcender do mundo
material ao mundo das ideais e contemplar as ideias perfeitas, alcançando
assim, a felicidade.
Veja também: Mito da Caverna
Teoria das Almas
Na filosofia de Platão encontramos a dualidade entre a alma e o corpo.
Segundo ele, o ser humano era imortal e essencialmente alma, donde ela
pertencia ao mundo inteligível (apreendido pelo intelecto) e não o mundo
sensível (apreendido sobre os sentidos).
De acordo com o filósofo, a alma estava dividida em três partes e, ao
harmonizar essas três partes era possível encontrar a felicidade, o bem:
Alma Concupiscente: localizada no ventre, a alma concupiscente
estava relacionada com os desejos carnais.
Alma Irascível: localizada no peito, a alma irascível estava relacionada
às paixões.
Alma Racional: localizada na cabeça, a alma racional estava
relacionada ao conhecimento.
Assim, com a elevação da alma ao mundo das ideias, através da
contemplação das ideias perfeitas, seria possível alcançar a ideia suprema do
bem.
Platão e a Política
Na política Platão contribuiu com sua maneira humanista de refletir sobre o
homem e uma sociedade justa.
Para ele, a Política era considerada uma das mais nobres atividades, posto
que estava relacionada com a pólis, ou seja, as cidades gregas e a
organização da vida dos cidadãos.
Em sua obra ―A República‖, reflete sobre a construção do bem para todos os
cidadãos, a função social de cada um, tal qual como as atividades básicas
realizadas na pólis.
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Sendo assim, Platão caracterizou as atividades essenciais da pólis em três
instâncias, as quais levavam em conta a aptidão de cada um:
Administração da pólis
Defesa da cidade
Produção de materiais e alimentos
Observe abaixo um trecho da Obra ―A República‖:
―Ao fundarmos a cidade, não tínhamos em vista tornar uma única classe
eminentemente feliz, mas, tanto quanto possível, toda a cidade. De fato,
pensávamos que só numa cidade assim encontraríamos a justiça e na cidade
pior constituída, a injustiça. (...). Agora julgamos modelar a cidade feliz, não
pondo à parte um pequeno número dos seus habitantes para torna-los felizes,
mas considerando-o como um todo.‖
Veja também: A República de Platão
Os Diálogos de Platão
A maior parte da obra de Platão foi desenvolvida através dos Diálogos,
textos em que ele desenvolve suas ideias, filosofando sobre a natureza e
existência humana, bem como da sociedade que o envolve.
Dos diálogos destacam-se: Apologia a Sócrates, O Banquete, Górgias,
Filebo, Fédon, República, Protágoras, dentre outros.
Veja também: Método Socrático: Ironia e Maiêutica
Interessou? O Toda Matéria tem outros textos que podem ajudar:
Filosofia é um campo do conhecimento que estuda a existência humana e o
saber por meio da análise racional. Do grego, o termo filosofia significa
―amor ao conhecimento‖.
Segundo o filósofo Gilles Deleuze (1925-1995), a filosofia é a disciplina
responsável pela criação de conceitos.
a questão da filosofia é o pontosingular onde o conceito e a criação se
remetem um ao outro.‖ (Gilles Deleuze)
Os principais temas abordados pela filosofia são: a existência e a mente
humana, o saber, a verdade, os valores morais, a linguagem, etc.
https://www.todamateria.com.br/republica-platao/
https://www.todamateria.com.br/metodo-socratico-ironia-maieutica/
O filósofo é considerado um sábio, sendo aquele que reflete sobre essas
questões e busca o conhecimento através da filosofia.
Dependendo do conhecimento desenvolvido, a filosofia possui uma gama de
correntes e pensamentos. Como exemplos temos: filosofia cristã, política,
ontológica, cosmológica, ética, empírica, metafísica, epistemológica, etc.
É possível definir um conceito de filosofia?
Diferentes autores tentam definir o conceito de filosofia, mas não há um
consenso ou uma definição exata do que é, essencialmente, a Filosofia.
Algumas tentativas de definir o conceito:
"A verdadeira filosofia é reaprender a ver o mundo." (Maurice
Merleau-Ponty)
"A filosofia busca tornar a existência transparente a ela mesma." (Karl
Jaspers)
"Ó filosofia, guia da vida!" (Cícero)
"A filosofia ensina a agir, não a falar." (Sêneca)
"Ciência é o que você sabe. Filosofia é o que você não sabe." (Bertrand
Russell)
"A filosofia é um caminho árduo e difícil, mas pode ser percorrido por
todos, se desejarem a liberdade e a felicidade." (Baruch de Spinoza)
"Se queres a verdadeira liberdade, deves fazer-te servo da filosofia."
(Epicuro)
"Filosofia é a batalha entre o encanto de nossa inteligência mediante a
linguagem."( Ludwig Wittgenstein)
"Fazer troça da filosofia é, na verdade, filosofar." (Blaise Pascal)
Para que serve a Filosofia?
Escultura O Pensador, de Auguste Rodin
Por meio de argumentos que utilizam a razão e a lógica, a filosofia busca
compreender o pensamento humano e os conhecimentos desenvolvidos pelas
sociedades.
A filosofia foi essencial para o surgimento de uma atitude crítica sobre o
mundo e os homens.
Ou seja, a atitude filosófica faz parte da vida de todos os seres humanos que
questionam sobre sua existência e também sobre o mundo e o universo.
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De tão importante, esse campo do conhecimento tornou-se uma disciplina
obrigatória no currículo escolar, bem como foram criadas diversas
faculdades de filosofia.
Dialética de Platão
Platão define a dialética como a arte de pensar, questionar e hierarquizar
ideias. O termo dialética é utilizado por Platão na referência a qualquer
método que possa ser recomendado como veículo da filosofia.
Para Platão, a dialética é um instrumento que permite o alcance a
verdade. É preciso ressaltar que sua obra está ligada à preocupação com a
ciência (considerada o conhecimento verdadeiro), a moral e a política.
O trabalho de Platão envolve a função pedagógica e política quando o
assunto é o conhecimento, considerado a materialização do real. A
materialização da pedagogia ocorre pelo método usado para superar o senso
comum.
Método Dialético de Platão
Opinião x verdade
Desejo x razão
Interesse particular x interesse universal
Senso comum x filosofia
É o senso comum o ponto de partida da dialética platônica, não para ser
reafirmado, mas refutado e que deve ser superado. Platão propõe que o senso
comum e a opinião sejam questionados para a descoberta da verdade a partir
do indivíduo sem a interferência externa.
A hierarquia do método da dialética platônica tem como objetivo demonstrar
a fragilidade, a falta de fundamentação e os preconceitos que formam o
senso comum. É, ainda, objetivo, que o indivíduo tenha a consciência do
funcionamento do método.
A dialética admite as contradições somente como meio para superá-las,
exige atitude crítica, necessidade de reflexão, questionamento da opinião, da
origem e de suas fundamentações.
Veja também: O que é Conhecimento Filosófico?
Conceito de Dialética
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O termo dialética, do grego dialektké, é o método de discussão de ideias
opostas com o objetivo de encontrar a verdade. É uma forma de
argumentação lógica, exigindo o debate para a avaliação sistemática das
relações entre conceitos específicos gerais.
Veja também: Dialética
Dialética Socrática
A dialética de Sócrates, que influenciou o pensamento de Platão, ocorre em
dois momentos: a ironia e a maiêutica. Esse movimento é chamado de
"Método Socrático".
Dessa forma, tem a possibilidade de reconhecer a própria ignorância e
conduzir o pensamento para o conhecimento verdadeiro.
A ironia aproveita as contradições do discurso do indivíduo e suas
consequências até que o mesmo chegue à convicção do próprio erro. A
maiêutica representa o nascimento de um novo conhecimento.
A República de Platão
Escrito por Pedro Menezes
Professor de Filosofia, Mestre em Ciências da Educação
A República é o segundo diálogo mais extenso de Platão (428-347 a.C.),
composto por dez partes (dez livros) e aborda diversos temas como: política,
educação, imortalidade da alma, etc. Entretanto, o tema principal e eixo
condutor do diálogo é a justiça.
No texto, Sócrates (469-399 a.C.) é o personagem principal, narra em
primeira pessoa e é responsável pelo desenvolvimento das ideias. Essa é a
principal e mais complexa obra de Platão, onde estão presentes os principais
fundamentos de sua filosofia.
A República (Politeia) idealizada pelo filósofo se refere a uma cidade ideal,
chamada de Kallipolis (em grego, "cidade bela"). Nela, deveria ser adotado
um novo tipo de aristocracia. Diferente da aristocracia tradicional, baseada
em bens e na tradição, a proposta do filósofo é que esta possua como critério
o conhecimento.
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A Kallipolis estaria dividida em estratos sociais baseados no conhecimento e
seria governada pelo "rei-filósofo". Os magistrados, responsáveis pelo
governo da cidade, seriam aqueles que possuíssem uma aptidão natural para
o conhecimento, e, somente após um longo período de formação, estariam
preparados para ocupar os devidos cargos.
Esse sistema de governo é chamado de sofocracia, que vem das palavras
gregas sophrós (sábio) e kratia (poder) e é representado como "o governo
dos sábios".
Papiro encontrado no Egito com fragmentos de A República, de Platão,
datado do século III d.C. (P.Oxy. LII 3679*)
* P.Oxy ou POxy representa os Papiros de Oxirrinco, uma série de textos antigos encontrados em uma escavação
arqueológica no Egito. O trecho de A República, de Platão, está catalogado como LII 3679
A Morte de Sócrates e A República
É importante perceber que a morte de Sócrates foi muito importante para a
continuidade da filosofia platônica. Motivou-o em parte à proposição de uma
cidade ideal e sua crítica à democracia, presentes na obra.
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Sócrates foi condenado à morte, acusado de heresia e corrupção da juventude
ateniense. Foi julgado em um tribunal democrático no qual participaram os
cidadãos de Atenas.
Para o filósofo, a democracia é injusta por permitir que uma pessoa ignorante
tenha o mesmo valor que um sábio, dentro das deliberações políticas.
Deste modo, injustiças são cometidas. Para ele, o critério da maioria, base da
democracia, não possui qualquer tipo de validade já que, em muitos casos,
como o de Sócrates, a maioria pode estar errada e ser democraticamente
injusta.
É em A República que se apresenta o célebre Mito da Caverna, proposto por
Platão, uma metáfora sobre a vida de Sócrates e o papel da filosofia.
No quadro A Morte de Sócrates, de Jacques-Louis David (1787), Sócrates
recebe um cálice com cicuta, um veneno utilizado nas sentenças à morte na
Grécia Antiga. Enquanto os personagens do quadro aparecem tomados pela
tristeza do momento, Platão, ao pé da cama, é retratadoimerso em seus
pensamentos
Veja também: Democracia Ateniense
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A Justiça, o Principal Tema de A República
A justiça é o principal conceito desenvolvido em A República. Todo o texto
se desenvolve ao redor da tentativa de definição desse conceito por Sócrates
e seus interlocutores.
Platão acredita que a justiça é a maior de todas as virtudes e compreende
que, para que se possa praticá-la, é necessário defini-la. Os dois primeiros
livros são dedicados ao tema e mostram a dificuldade de se definir um
conceito tão importante e complexo como a justiça.
Veja também: Dialética de Platão
Livro I
O primeiro dos dez livros da obra A República, que consiste em um diálogo
socrático criado por Platão, tem início com a ida de Sócrates à casa de
Céfalo.
Lá, Sócrates, inspirado pelos jogos olímpicos que estavam acontecendo,
busca definir o que é a justiça. Sem sucesso, seus interlocutores tentam
encontrar a melhor definição que dê conta do conceito.
Céfalo, um velho comerciante "no limiar da velhice", que vivia
comodamente em Atenas, é o anfitrião do encontro. Ao ser questionado,
afirma que a justiça é dizer a verdade e restituir o que é do outro.
Sócrates refuta essa definição. Céfalo se retira e deixa o debate com seu
filho, Polemarco. Este, depois de algum debate, define a justiça como o ato
de dar benefícios aos amigos e prejuízos aos inimigos.
Novamente, a definição é refutada por Sócrates, que afirma que o mal nunca
será um ato de justiça. Portanto, o prejuízo não é um ato positivo como exige
a justiça.
Após esse debate, Trasímaco, um dos sofistas, acusa Sócrates de não querer
encontrar definição nenhuma e apenas jogar com as palavras e discordar sem
apresentar soluções.
Trasímaco diz ter uma boa resposta e afirma que a justiça é o que é
vantajoso para o mais forte. No caso, o governo.
Sócrates, novamente, discorda e mostra que todo o debate foi desvirtuado do
caminho sobre a natureza da justiça. Ele diz que as discussões foram acerca
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do que é vantajoso: a justiça ou a injustiça e que permanece sem nada saber
sobre o tema.
O Livro I de A República se encerra com essa afirmação.
Livro II
O segundo livro de A República tem início com a mesma tentativa de
estabelecer a natureza da justiça. Um dos interlocutores, Glauco, faz uma
apologia à injustiça, citando o Mito do Anel de Giges.
Com ele, Glauco mostra que as pessoas sofrem pelas injustiças praticadas
contra elas, mas se beneficiam pela prática da injustiça e pela corrupção.
Desse modo, todas as pessoas que têm oportunidade se corrompem e
praticam injustiças em benefício próprio.
No Mito do Anel de Giges, um pastor de ovelhas em meio à tempestade
encontra um cadáver que usa um anel. Ele toma para si esse anel e ao
regressar à cidade, percebe que esse anel lhe dá o dom da invisibilidade.
Giges, o pastor, entra no palácio, seduz a rainha e conspira com ela a morte
do rei. Após o assassinato do rei, ele assume seu lugar e governa
tiranicamente.
O Mito do Anel de Giges é uma das alusões filosóficas encontradas na obra
O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien
A partir do mito narrado, Glauco espera ter convencido Sócrates de que a
justiça não é em si uma virtude, mas sim o parecer ser justo, já que todos são
corruptíveis.
Entretanto, a refutação a esse argumento, desta vez, não parte de Sócrates,
mas do irmão de Glauco, Adimanto. Ele afirma que se pode pensar de forma
diferente da que pensa o irmão, que a justiça é uma virtude (não em si
mesma, mas nos efeitos que ela gera), e que, por fim, os justos são
recompensados, seja pelos deuses ou pelo reconhecimento dos que ficam
após sua morte.
Sócrates tece elogios aos jovens, mas não acredita que haja resolução para o
problema da justiça enquanto não abandonarem o pensamento sobre questões
pontuais e pensarem de forma mais ampla, dando conta do todo da justiça
para compreender o que ela é na alma.
Ambos concordam que a justiça é preferível às injustiças e, sendo assim,
precisam de criar uma ordenação para que a justiça seja possível. O filósofo
encaminha a conversa para a idealização de uma cidade perfeita.
Somente no Livro IV, Sócrates parece chegar a uma definição de justiça
como sendo o equilíbrio e a harmonia entre as partes da cidade.
A Cidade Ideal de Platão
Nos próximos livros de A República, orientados pela ideia de justiça, os três
(Sócrates, Glauco e Adimanto) buscam definir a cidade ideal.
Para isso, definem que a cidade deveria ser dividida em três partes, e que a
perfeição estaria na integração harmônica entre elas.
A primeira classe de cidadãos, mais simples, seria dedicada às ações mais
triviais relativas ao sustento da cidade, como o cultivo da terra, o artesanato e
o comércio. Os responsáveis por essas atividades seriam aqueles que
possuíssem na constituição de sua alma, o feno, o ferro e o bronze.
Os cidadãos de uma segunda classe, de acordo com Platão, seriam um pouco
mais hábeis por possuírem prata na mistura de suas almas. Estes, chamados
de guerreiros, protegeriam a cidade e constituiriam o exército e seus
auxiliares na administração pública.
A terceira classe de cidadãos, mais nobres, estudaria por cinquenta anos, se
dedicaria à razão e ao conhecimento, e constituiria a classe dos magistrados.
A estes caberia a responsabilidade de governar a cidade, pois só eles teriam
toda a sabedoria que a arte da política exige.
A justiça entendida como uma virtude só poderia ser praticada pelo detentor
do conhecimento dedicado à razão. Este poderia controlar suas emoções e
seus impulsos e governar a cidade de forma sempre justa.
Os cidadãos são divididos em grupos de acordo com sua atuação e o nível de
conhecimento necessário para o desempenho de suas atividades. Somente a
atuação em conformidade com a determinação natural da alma pode trazer o
equilíbrio e a harmonia entre as partes.
A Alma na República
A composição da alma humana poderia conter bronze, prata ou ouro e isso
determinaria à qual das três classes da república cada pessoa pertenceria.
A alma platônica, assim como a sociedade da república, também é dividida
em três partes:
Parte da
Alma
Localização no
Corpo
Função
Racional Cabeça
Razão, busca pelo conhecimento e sabedoria.
Controla as demais partes da alma
Irascível Coração
Emoções e sentimentos. Desenvolve a
coragem e a impetuosidade
Apetitiva Baixo-ventre
Desejos e apetites sexuais. Desenvolve a
prudência e a moderação
Para Platão, a parte racional da alma é a parte mais desenvolvida pelos
filósofos, que a partir dela, controlam as demais.
Em outro texto, Platão faz uma alusão que afirma que a razão é como as
rédeas responsáveis pelo controle de dois cavalos numa carruagem.
Por esse motivo, os filósofos deveriam ser os responsáveis pelo governo da
cidade, por não estarem suscetíveis às emoções e aos desejos.
Platão afirma que a alma, assim como a cidade, obtém sua plenitude através
da relação harmônica entre as partes que integram o todo.
No livro, Platão desenvolve a ideia de imortalidade da alma e sua relação
com o conhecimento, dando continuidade à teoria da reminiscência socrática.
O filósofo afirma que a alma, por ser imortal e eterna, pertence ao mundo das
ideias e lá pode apreender todas as ideias existentes e assim possui todo o
conhecimento possível.
No momento da união da alma com o corpo, a alma se esqueceria desse
conhecimento. Somente através da busca pelo conhecimento é que a alma é
capaz de relembrar aquilo que já soube.
Deste modo, no Livro IV de A República, Platão busca conciliar as filosofias
opostas de Heráclito (c.540-470 a.C.) e Parmênides (530-460 a.C).
Heráclitoafirmou que o universo estava em um constante movimento de
mudança (devir). Platão associa essa constante transformação ao mundo
sensível, onde tudo sofre a ação do tempo e possui uma duração: nasce,
cresce, morre e se renova.
De Parmênides, extraiu a ideia da permanência e associou-a ao seu mundo
das ideias, onde tudo é eterno e imutável (permanente).
Essas são as bases do dualismo platônico e sua distinção entre o corpo
(mundo sensível) e a alma (mundo das ideias).
Veja também: Platonismo, a Filosofia de Platão
A Educação na República
Na república, a educação ficaria ao encargo do Estado e as famílias não
teriam participação sobre a criação. O Estado seria o responsável por educar
os indivíduos e direcioná-los às atividades mais adequadas ao seu tipo de
alma (bronze, prata ou ouro).
É nesse momento que Platão faz uma dura crítica à educação grega,
sobretudo à poética. Para ele, a poesia desvirtuaria os indivíduos a partir da
ideia de que os deuses seriam detentores de características humanas como:
compaixão, predileção, inveja, rancor, etc.
Esses deuses, humanizados pela poética, serviriam de modelo de corrupção
aos indivíduos. A humanização faria com que os deuses questionassem o seu
papel dentro da sociedade e tivessem como objetivo uma transformação
social.
Platão propõe que todos os indivíduos recebam uma educação geral baseada
nos valores da cidade. Essa educação moldaria o caráter de cada um de seus
alunos, conscientizando-os de seu papel dentro da sociedade.
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https://www.todamateria.com.br/platonismo-a-filosofia-de-platao/
Após um período de vinte anos, os primeiros indivíduos formados seriam
aqueles que possuem feno, ferro e bronze na constituição de suas almas. Eles
seriam os responsáveis pela fabricação de artefatos, a produção de alimentos
e o comércio.
Os guerreiros receberiam mais dez anos de formação e após esse período,
estariam aptos à defesa da cidade e a cargos auxiliares da administração
pública. A prata misturada em suas almas determina sua aptidão para esse
tipo de ação.
Com cinquenta anos de formação e diversas provas, os possuidores de almas
com ouro, dedicados aos estudos e à razão, assumiriam os cargos de
magistrados e seriam responsáveis pelo governo da cidade.
Platão mostra que somente os mais esclarecidos podem governar de maneira
justa, baseados na razão.
Veja também: Paideia Grega: a educação na Grécia Antiga.
Mito da Caverna
Imagem representativa do Mito da Caverna, por Jan Sanraedam (1604)
É também em A República que Platão escreve uma de suas passagens mais
famosas; O Mito da Caverna.
Na passagem, Platão narra a trajetória de um prisioneiro em uma caverna,
que insatisfeito com sua condição, rompe as correntes e sai do local pela
primeira vez na vida.
Esse prisioneiro, agora livre, depois de contemplar o mundo no exterior da
caverna, sente compaixão pelos demais prisioneiros e decide regressar para
tentar libertá-los.
Ao tentar se comunicar com os outros prisioneiros, ele é desacreditado, tido
como louco e finalmente, morto por seus colegas de aprisionamento.
Com essa metáfora, Platão buscou demonstrar o papel do conhecimento, que
para ele seria o responsável por libertar os indivíduos da prisão imposta pelos
preconceitos e pela mera opinião.
A saída da caverna representa a busca pelo conhecimento, e o filósofo é
aquele que mesmo após se libertar das amarras e alcançar o conhecimento,
não fica satisfeito.
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Assim, ele sente a necessidade de libertar os outros da prisão da ignorância,
mesmo que isso possa causar a sua morte (como aconteceu no caso do
prisioneiro da alegoria e de Sócrates, mestre de Platão).
Mito da Caverna
Escrito por Pedro Menezes
Professor de Filosofia, Mestre em Ciências da Educação
O Mito da Caverna, também conhecido como Alegoria da Caverna, foi
escrito por Platão, um dos mais importantes pensadores da história da
Filosofia.
O Mito da Caverna é uma metáfora que sintetiza o dualismo platônico. Por
exemplo, a relação entre os conceitos de escuridão e ignorância; luz e
conhecimento e, principalmente, a distinção entre aparência e realidade,
fundamental para sua teoria do Mundo das Ideias.
Foi escrito em forma de diálogo e pode ser lido no livro VII da obra A
República, o Mito da Caverna é também uma espécie de homenagem de
Platão ao seu mestre, Sócrates.
Resumo do Mito da Caverna
Platão descreve que alguns homens, desde a infância, geração após geração,
se encontram aprisionados em uma caverna. Nesse lugar, não conseguem se
mover em virtude das correntes que os mantém imobilizados.
Virados de costas para a entrada da caverna, veem apenas o seu fundo. Atrás
deles há uma parede pequena, onde uma fogueira permanece acesa.
Por ali passam homens transportando coisas, mas como a parede oculta o
corpo dos homens, tudo o que os prisioneiros conseguem ver são as sombras
desses objetos transportados.
Essas sombras projetadas no fundo da caverna são compreendidas pelos
prisioneiros como sendo todo o que existe no mundo.
Certo dia, um dos prisioneiros consegue se libertar das correntes que o
aprisionava. Com muita dificuldade, ele busca a saída da caverna. No
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entanto, a luz da fogueira, bem como a do exterior da caverna, agridem os
seus olhos, já que ele nunca tinha visto a luz.
O ex-prisioneiro pensa em desistir e retornar ao conforto da prisão a qual
estava acostumado, mas gradualmente consegue observar e admirar o mundo
exterior à caverna.
Entretanto, tomado de compaixão pelos companheiros de aprisionamento, ele
decide enfrentar o caminho de volta à caverna com o objetivo de libertar os
outros e mostrar-lhes a verdade.
No diálogo, Sócrates propõe que Glauco, seu interlocutor, imagine o que
ocorreria com esse homem, em seu regresso.
Glauco responde que os outros, acostumados à escuridão, não acreditariam
no seu testemunho e que aquele que se libertou teria dificuldades em
comunicar tudo o que tinha visto. Por fim, era possível que o matassem sob a
alegação de perda da consciência ou loucura.
Veja também: O que é Atitude Filosófica?
Interpretação da Alegoria da Caverna
Na Alegoria da Caverna, Platão faz uma crítica sobre a importância da busca
pelo conhecimento e o abandono da posição cômoda gerara pelas aparências
e pelos costumes.
Nessa metáfora, as correntes representam o senso comum e a opinião (os
pré-conceitos) que aprisionam os indivíduos e os impede de buscar o
conhecimento verdadeiro e com que vivam em um mundo de sombras.
As sombras simbolizam as aparências, tudo aquilo que é falso ou que são
meras imitações daquilo que é, de fato, real. É o mundo das aparências no
qual as pessoas estão acostumadas a viver.
Assim, tal como o prisioneiro, as pessoas devem confrontar os hábitos do
cotidiano e libertar-se das correntes em vista da verdade. A saída da caverna
representa a difícil missão daquele ou daquela que rompe com os
preconceitos e busca esse conhecimento.
A luz representa o conhecimento, que pode ofuscar quem não está habituado,
o Sol é a verdade, que ilumina tudo aquilo que existe, que dá origem ao
conhecimento.
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Platão também faz referência ao papel da filosofia. O filósofo é aquele
consegue sair da caverna, mas por odiar a ignorância, sente compaixão e se
vê obrigado a tentar libertar os outros, compreendidos como seus
companheiros.
O Mito da Caverna é também uma homenagem de Platão a Sócrates, seu
mestre. Para Platão, Sócrates foi aquele que contestou, rompeu com os
preconceitos de sua época e foi condenado à morte por isso.
Sócrates foi acusado de corromper os jovens de Atenas, atentar contra os
deuses e a democracia grega. Recebeu o julgamento e foi condenado à morte
pela maioria de votos doscidadãos. Sua morte gerou uma grande comoção
na Grécia e influenciou os rumos da filosofia e de toda a cultura ocidental.
6. Aristóteles
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Como as coisas chegaram a ficar tão ruins?Romanos 1: 25 “pois eles
mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a
criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!”
- Ao deixarem Deus, os homens sempre procuram algo para cultuar,
seja as riquezas, os prazeres, a ciência, o ego ou seja, um outro “deus”.
Isso trouxe conseqüências terríveis para os homens e é por isso tudo é que
nossa sociedade está doente.
Hoje nas igrejas capitalistas, onde o que vale é a felicidade momentânea das
riquezas e prazeres, onde as pessoas buscam atingirem suas metas e anseios
geralmente materiais, querem exigir seus direitos e que Deus tem por
obrigação de atender todos os seus caprichos, mas são incapazes sofrer como
Paulo sofreu por causa do evangelho.
São as pregações dos falsos profetas que a Bíblia advertiu.
A principal busca de muitos cientistas é encontrar uma solução para o origem
de todas as coisas e excluir Deus da criação, é dizer que o universo foi auto
criado através de um processo evolutivo sem a necessidade de um Criador.
Stephen Hawking um famoso cientista inglês disse que ―cada um de nós é
livre para acreditar no que quer e na minha opinião a explicação mais
simples é que Deus não existe. Ninguém criou o universo e ninguém dirige o
nosso destino. Isso me leva a uma percepção profunda. Provavelmente, não
há céu, e não há vida após a morte também. Nós temos esta vida para
apreciar o grande projeto do universo, e por isso, estou extremamente grato.‖
A filosofia de Nietzsche (filófofo):
As verdades são ilusões, das quais se esqueceu que eram ilusões
Jacques Rousseau Um filósofo francês disse: ―o Homem nasce bom e a
sociedade o corrompe‖
A verdade também é vista como o que a maioria diz ser verdade. Porém a
maioria de um grupo pode chegar a uma conclusão errada.
Há uma famosa frase que diz ―voz do povo é a voz de Deus, então a
multidão que gritava crucifica-o, crucifica-o estava certa?
• A verdade não é simplesmente o que se acredita. Uma mentira acreditada
ainda é uma mentira.
As pessoas estão confusas em saber o que é verdade, são muitas informações
dizendo ser a verdade.
Por isso que a Bíblia adverte que nos fins dos tempos as pessoas irão dizer
Lucas 17:23 E vos dirão: ‗Ei-lo aqui!‘ Ou: ‗Lá está Ele!‘. Não vades,
tampouco os sigais!
Mas a verdade é que a mentira é fruto do pecado, ela foi usada pela serpente
para enganar Eva, para tentar Jesus no deserto e para provocar muitos males
durante toda a história da humanidade.
Sabemos Porém que a verdade é a Palavra de Deus, ela é exata, objetiva e
absoluta. (João 17:17), Jesus disse: "tua palavra é a verdade". Quando Jesus
falou sobre a verdade, ele não estava falando sobre uma vaga abstração
resultante de um intenso pensamento humano, meditação, lógica ou de um
debate. Jesus definiu a verdade como um fato revelado, imutável e eterno
(Salmo 119:89 "Para sempre, ó Senhor, está firmada a tua palavra no
céu") A palavra de Deus é verdadeira independentemente do fato de eu
concordar ou não e nada o que fizermos irá mudar a veracidade de suas
palavras,
Nela não pode haver distorções ou modificações para que se ajustem aos
nossos caprichos. A própria Bíblia adverte sobre isso.
- A verdade é imutável – Não muda mesmo se contada milhões de vezes,
- Ela é eterna – Se Deus é a verdade então a verdade é eterna.
- É superior à mente humana - Visto que a mente humana é finita, mutável e
sujeita ao erro. - Então deve existir uma mente mais alta que a mente humana
na qual a verdade reside. Essa mente é Deus afinal de onde se originou
todo o conhecimento?
Deus certamente não nos deixou num mar de dúvidas onde nada podemos
saber com certeza.
- Essa verdade nos liberta das amarras da religião e do mundo e abre as
portas para o Reino de Deus.
A Bíblia nos diz “e conhecerás a verdade e a verdade vos libertará”
Ex: Paulo cego pela religião perseguia os cristãos, mais depois de um
encontro com Cristo as escamas dos seus olhos caíram e ele pôde enxergar a
verdade que o libertou verdadeiramente .
É interessante que essa liberdade lhe trouxe prisão, algemas, apedrejamento,
exclusão, muito sofrimento, mas nada disso o abalou, pois ele tinha a certeza
da vida eterna e das coisas prometidas pelo Senhor para aqueles que o temem
e isso o alegrava e dava esperança para superar todo sofrimento.
Romanos 8: 17-18 Ora, se somos filhos, somos também herdeiros,
herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também
com ele seremos glorificados. Porque para mim tenho por certo que os
sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser
revelada em nós.
Mas como saber que o que está escrito na Bíblia é verdade?
Sabemos por que o próprio Deus nos revelou: por isso somos mais que
felizes Mateus 16:13-17 “Indo Jesus para os lados de Cesaréia de Filipe,
perguntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem? E eles
responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou
algum dos profetas. Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou?
Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque
não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus.
- Diante de todas essas realidades o nosso maior desafio e guardar essas
verdades
Aqui é que ta o maior problema, conhecer e não praticar.
RELATIVISMO:
Artigo https://www.gotquestions.org/
PRÓXIMA
Uma Proposta Definição da Verdade
Ao definir a verdade, é útil primeiramente observar o que ela não é:
• A verdade não é simplesmente qualquer coisa que funcione. Esta é a
filosofia do pragmatismo - uma abordagem semelhante à de que o fim
justifica o meio. Na realidade, a mentira pode até "dar certo", mas ainda é
uma mentira e não a verdade.
• A verdade não é simplesmente o que é coerente ou compreensível. Um
grupo de pessoas pode se reunir e formar uma conspiração com base em um
conjunto de falsidades, onde todos concordam em contar a mesma história
falsa, mas isso não torna a sua apresentação verdade.
• A verdade não é o que faz as pessoas se sentirem bem. Infelizmente, más
notícias podem ser verdadeiras.
• A verdade não é o que a maioria diz ser verdade. Cinquenta e um por cento
de um grupo pode chegar a uma conclusão errada.
• A verdade não é o que é abrangente. Uma apresentação longa e detalhada
ainda pode resultar em uma falsa conclusão.
• A verdade não é definida pela intenção. Boas intenções ainda podem estar
erradas.
• A verdade não é como nós sabemos, mas o que sabemos.
• A verdade não é simplesmente o que se acredita. Uma mentira acreditada
ainda é uma mentira.
• A verdade não é o que se provou publicamente. Uma verdade pode ser
conhecida em particular (por exemplo, a localização do tesouro enterrado).
A palavra grega para "verdade" é alētheia, que significa literalmente "des-
esconder" ou "esconder nada." Ela transmite a ideia de que a verdade está
sempre disponível, aberta e acessível para que todos a possam ver, sem nada
sendo escondido ou obscuro A palavra hebraica para "verdade" é emeth, que
significa "firmeza", "constância" e "duração". Tal definição implica uma
substância eterna e algo em que se pode contar.
Do ponto de vista filosófico, há três maneiras simples de definir a verdade:
1. A verdade é o que corresponde à realidade.
2. A verdade é o que corresponde ao seu objeto.
3. A verdade é simplesmente dizer como realmente é.
Em primeiro lugar, a verdade corresponde à realidade ou "o que é." É real. A
verdade também é de natureza correspondente.Em outras palavras, ela
corresponde ao seu objeto e é conhecida pelo seu referente. Por exemplo, um
professor diante de uma classe pode dizer: "A única saída desta sala é à
direita." Para a classe que pode estar de frente para o professor, a porta de
saída pode ser à sua esquerda, mas é absolutamente verdade que a porta, para
o professor, é à direita.
A verdade também coincide com o seu objeto. Pode ser absolutamente
verdade que uma determinada pessoa pode necessitar de tantos miligramas
de um determinado medicamento, mas outra pessoa pode necessitar de mais
ou menos do mesmo medicamento para produzir o efeito desejado. Isso não
é verdade relativa, mas apenas um exemplo de como a verdade deve
coincidir com o seu objeto. Seria errado (e potencialmente perigoso) que um
paciente pedisse que o seu médico lhe desse uma quantidade inadequada de
um determinado medicamento, ou dissesse que qualquer remédio serviria
para a doença em questão.
Em suma, a verdade é simplesmente dizer como é; é a maneira como as
coisas realmente são, e qualquer outro ponto de vista é errado. Um princípio
fundamental da filosofia é ser capaz de discernir entre a verdade e o erro, ou
como Tomás de Aquino observou: "É a tarefa do filósofo fazer distinções".
Desafios para a Verdade
As palavras de Aquino não são muito populares hoje em dia. Fazer
distinções parece estar fora de moda em uma era pós-moderna do
relativismo. É aceitável hoje dizer: "Isso é verdade", contanto que não seja
seguido por "e, portanto, isso é falso." Isto é especialmente observável em
questões de fé e religião, onde cada sistema de crenças é para ter a mesma
quantidade de igualdade quando se trata da verdade.
Há uma série de filosofias e cosmovisões que desafiam o conceito de
verdade, mas, quando cada uma é examinada criticamente, acaba sendo de
natureza auto-destrutiva.
A filosofia do relativismo diz que toda verdade é relativa e que não existe tal
coisa como verdade absoluta. Entretanto, é preciso perguntar: é a alegação de
que "toda verdade é relativa" uma verdade relativa ou uma verdade absoluta?
Se for uma verdade relativa, então realmente não tem nenhum sentido; como
é que sabemos quando e onde se aplica? Se for uma verdade absoluta, então
existe verdade absoluta. Além disso, o relativista trai a sua própria posição
quando afirma que a posição do absolutista é errada - por que não podem
aqueles que dizem que a verdade absoluta existe estar corretos também? Em
essência, quando o relativista diz: "Não há nenhuma verdade", ele está
pedindo para você não acreditar nele, e a melhor coisa a fazer é seguir o seu
conselho.
Aqueles que seguem a filosofia do ceticismo simplesmente duvidam de toda
a verdade. Entretanto, será que o cético é cético do ceticismo; ele duvida de
sua própria afirmação sobre a verdade? Se sim, então por que prestar atenção
ao ceticismo? Se não, então podemos ter certeza de pelo menos uma coisa
(em outras palavras, a verdade absoluta existe) – o ceticismo, que,
ironicamente, torna-se verdade absoluta nesse caso. O agnóstico diz que não
se pode conhecer a verdade. No entanto, a mentalidade é auto-destrutiva
porque afirma conhecer pelo menos uma verdade: que a verdade não pode
ser conhecida.
Os discípulos do pós-modernismo simplesmente não afirmam nenhuma
verdade em particular. O santo padroeiro do pós-modernismo, Frederick
Nietzsche, descreveu a verdade assim: "Que é então a verdade? Um exército
móvel de metáforas, metonímias e antropomorfismos ... verdades são ilusões
... moedas que perderam as suas fotos e agora importam apenas como metal,
não mais como moedas." Ironicamente, embora o pós-modernista tenha
moedas na mão que são agora "mero metal", ele afirma pelo menos uma
verdade absoluta: a verdade de que nenhuma verdade deve ser afirmada.
Como as outras cosmovisões, o pós-modernismo é auto-destrutivo e não
pode resistir a sua própria afirmação.
Uma popular cosmovisão é o pluralismo, o qual diz que todas as alegações
sobre a verdade são igualmente válidas. Claro que isso é impossível. Podem
duas ações - uma que diz que uma mulher está grávida e outra que diz que
ela não está grávida - ser ambas verdadeiras ao mesmo tempo? O pluralismo
se despedaça aos pés da lei da não-contradição, que diz que algo não pode
ser tanto "A" quanto "não-A" ao mesmo tempo e no mesmo sentido. Como
um filósofo ironizou, quem acredita que a lei da não-contradição não é
verdade (e, por padrão, o pluralismo é verdade) deve ser espancado e
queimado até admitirem que ser espancado e queimado não é a mesma coisa
que não ser espancado e queimado. Além disso, observe que o pluralismo
afirma ser verdadeiro e que nada contra ele é falso – sendo essa uma
afirmação que nega o seu próprio princípio fundacional.
O espírito por trás do pluralismo é uma atitude de braços abertos de
tolerância. No entanto, o pluralismo confunde a ideia de todos têm o mesmo
valor com todas as reivindicações sobre a verdade sendo igualmente válidas.
Mais simplesmente, todas as pessoas podem ser iguais, mas nem todas as
reivindicações sobre a verdade o são. O pluralismo não consegue entender a
diferença entre opinião e verdade, uma distinção que Mortimer Adler
observa: "O pluralismo é desejável e tolerável somente naquelas áreas que
são questões de gosto e não em questões sobre a verdade."
A Natureza Ofensiva da Verdade
Quando o conceito da verdade é criticado, é normalmente por uma ou mais
das seguintes razões:
Uma queixa comum contra alguém alegando ter a verdade absoluta em
matéria de fé e religião é que tal postura é "intolerante." No entanto, a crítica
não consegue entender que, por natureza, a verdade é intolerante. É um
professor de matemática intolerante por manter a crença de que 2 + 2 só pode
ser 4?
Uma outra objeção à verdade é que é arrogante afirmar que alguém está certo
e outra pessoa está errada. No entanto, voltando ao exemplo acima com a
matemática, é arrogante quando um professor de matemática insiste em
apenas uma resposta certa para um problema de aritmética? Ou é arrogante
quando um serralheiro afirma que apenas uma chave vai abrir uma porta
trancada?
Uma terceira acusação contra os defensores da verdade absoluta em matéria
de fé e religião é que tal posição exclui as pessoas, ao invés de incluí-las. No
entanto, tal queixa não consegue compreender que a verdade, por natureza,
exclui o seu oposto. Todos as respostas diferentes de 4 são excluídas da
realidade do verdadeiro resultado de 2 + 2.
No entanto, um novo protesto contra a verdade é que é divisivo e ofensivo
quando alguém reivindica ter a verdade. Em vez disso, o crítico afirma, tudo
o que importa é a sinceridade. O problema com essa posição é que a verdade
é imune à sinceridade, crença e desejo. Não importa o quanto se acredita
sinceramente que uma chave errada vai abrir a porta; a chave ainda não vai
entrar e a fechadura não será aberta. A verdade também não é afetada pela
sinceridade. Alguém que pega um frasco de veneno e sinceramente acredita
que é limonada ainda vai sofrer os efeitos infelizes do veneno. Finalmente, a
verdade é impermeável à vontade. Uma pessoa pode desejar fortemente que
seu carro não esteja sem gasolina, mas se o medidor diz que o tanque está
vazio e o carro não funciona, então não há desejo no mundo vai
milagrosamente fazer com que o carro continue.
Alguns admitem que a verdade absoluta existe, mas, em seguida, afirmam
que tal postura é válida apenas na área da ciência e não em questões de fé e
religião. Esta é uma filosofia chamada de positivismo lógico, popularizada
por filósofos como David Hume e AJ Ayer. Em essência, essas pessoas
afirmam que as alegações sobre a verdade devem ser (1) tautologias (por
exemplo, todos os solteiros não são casados) ou empiricamente verificáveis
(isto é, testável via ciência). Para o positivismo lógico, toda conversa sobreDeus é um absurdo.
Aqueles que defendem a ideia de que só a ciência pode fazer reivindicações
sobre a verdade deixam de reconhecer que existem muitos campos onde a
ciência é impotente. Por exemplo:
• A ciência não pode provar as disciplinas de matemática e lógica porque as
pressupõe.
• A ciência não pode provar verdades metafísicas como a de que mentes
além da minha existem.
• A ciência é incapaz de fornecer a verdade nas áreas de moral e ética. Não
se pode usar a ciência, por exemplo, para provar que os nazistas eram maus.
• A ciência é incapaz de afirmar verdades sobre as posições estéticas como a
beleza do nascer do sol.
• Por último, quando alguém fizer a declaração "a ciência é a única fonte de
verdade objetiva", ele acabou de fazer uma reivindicação filosófica que não
pode ser testada pela ciência.
E há quem diga que a verdade absoluta não se aplica na área da moralidade.
No entanto, a resposta à pergunta: "Será que é moral torturar e matar uma
criança inocente?" é absoluta e universal: Não. Ou, para ser mais pessoal,
aqueles que defendem a verdade relativa sobre a moral parecem sempre
querer que seu cônjuge seja absolutamente fiel.
Porque a Verdade é Importante
Por que é tão importante entender e adotar o conceito de verdade absoluta
em todas as áreas da vida (incluindo a fé e religião)? Simplesmente há
consequências para estar errado. Dar a alguém a quantidade errada de um
medicamento pode matá-lo; ter um gestor de investimentos tomar as decisões
monetárias erradas pode empobrecer uma família; embarcar no avião errado
irá levá-lo aonde você não deseja ir e lidar com um cônjuge infiel pode
resultar na destruição de uma família e, potencialmente, em doença.
Como o apologista cristão Ravi Zacharias explica: "O fato é que a verdade
importa - especialmente quando você é o receptor de uma mentira." E em
nenhum lugar isso é mais importante do que na área da fé e da religião. A
eternidade é um tempo muito longo para estar errado.
Deus e a Verdade
Durante os seis julgamentos de Jesus, o contraste entre a verdade (justiça) e
mentiras (injustiça) era inconfundível. Lá estava Jesus, a Verdade, sendo
julgado por aqueles cujas ações eram banhadas em mentiras. Os líderes
judeus quebraram quase todas as leis destinadas a proteger o réu de
condenação injusta. Eles trabalharam com fervor para encontrar qualquer
testemunho que incriminasse Jesus, e na sua frustração, voltaram-se a provas
falsas apresentadas por mentirosos. No entanto, nem mesmo isso pôde ajudá-
los a alcançar o seu objetivo. Sendo assim, quebraram uma outra lei e
obrigaram Jesus a implicar a Si mesmo.
Quando diante de Pilatos, os líderes judeus mentiram novamente.
Condenaram Jesus de blasfêmia, mas já que sabiam que não seria suficiente
para persuadir Pilatos a matar Jesus, eles afirmaram que Jesus era um desafio
a César e estava quebrando a lei romana ao incentivar o povo a não pagar
impostos. Pilatos rapidamente detectou a sua decepção superficial e nunca
nem sequer abordou a acusação.
Jesus, o Justo, estava sendo julgado pelo injusto. O fato triste é que este
último sempre persegue o primeiro. É por isso que Caim matou Abel. A
ligação entre a verdade e a justiça e entre a falsidade e a injustiça é
demonstrado por uma série de exemplos no Novo Testamento:
• Por esta razão, Deus enviará sobre eles uma influência enganadora para que
acreditem no que é falso, a fim de que sejam julgados todos os que não
deram crédito à verdade, mas deleitaram-se com a injustiça (2
Tessalonicenses 2:9-12, ênfase acrescentada).
• "A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos
homens que detêm a verdade pela injustiça" (Romanos 1:18, ênfase
adicionada).
• "que retribuirá a cada um segundo o seu procedimento: a vida eterna aos
que, perseverando em fazer o bem, procuram glória, honra e
incorruptibilidade; mas ira e indignação aos facciosos, que desobedecem à
verdade e obedecem à injustiça" (Romanos 2:6-8, ênfase adicionada).
• "não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se
exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-
se com a verdade" (1 Coríntios 13:5-6 , ênfase acrescentada).
Conclusão
A pergunta que Pôncio Pilatos fez séculos atrás precisa ser reformulada a fim
de ser completamente precisa. A observação do governador romano,"Que é a
verdade?", ignora o fato de que muitas coisas podem ter a verdade, mas só
uma coisa pode realmente ser a Verdade. A verdade deve se originar de
algum lugar. A dura realidade é que Pilatos estava olhando diretamente à
Origem de toda a Verdade naquela manhã mais de dois mil anos atrás. Não
muito tempo antes de ser preso e levado para o governador, Jesus tinha feito
a simples declaração: "Eu sou a verdade" (João 14:6) – o que foi bastante
incrível. Como poderia um mero homem ser a verdade? Ele não podia ser, a
menos que fosse mais que um homem, que é exatamente o que afirmava ser.
O fato é que a afirmação de Jesus foi validada quando ressuscitou dos mortos
(Romanos 1:4).
Há uma história sobre um homem que vivia em Paris e recebeu a visita de
um estranho do interior. Querendo mostrar ao estranho a magnificência de
Paris, ele levou-o a Louvre para ver a grande arte e, em seguida, a um
concerto em um majestoso teatro para ouvir uma grande orquestra sinfônica.
No final do dia, o estrangeiro do interior comentou que não gostou
particularmente nem na arte ou da música. O seu anfitrião respondeu: "Eles
não estão em julgamento, você está." Pilatos e os líderes judeus achavam que
estavam julgando Cristo, quando, na realidade, eles que estavam sendo
julgados. Além disso, Aquele que foi condenado vai na verdade servir como
o seu Juiz um dia, como o será para todos os que detêm a verdade em
injustiça.
PRÓXIMO
... Artigo http://queconceito.com.br/verdade
O que é a verdade? É a busca (e a pergunta) de cientistas, filósofos,
antropólogos, religiosos e sociólogos. É o tema que estimula a vida desde a
forma mais rebuscada até a relação mais simples.
O que é a verdade? Qual a minha verdade e qual a sua verdade? Ou temos
uma verdade?
De modo geral podemos definir verdade como uma idéia que se pode
afirmar, que é verdadeira. Ou seja, se pode entender como uma proposição
que não se pode negar racionalmente. Podemos dizer: Este corredor mede 20
m. E esta verdade pode ser confirmada após uma simples medição, sem
contestações.
A palavra verdade também se pode associar a existência de algo . As vezes
podemos perguntar :- Ei, esse animal é de verdade? . esta pergunta não quer
realmente perguntar se existe o animal e sim apenas afirmar a diferença do
normal de determinado objeto.
As verdades podem ser subjetivas ou objetivas. A verdade subjetiva é aquela
verdade que faz parte do conhecimento de uma pessoa e que pode ser
contestada por uma outra. Alguém pode dizer a outro: – Vou te dizer uma
verdade: -Desse jeito você não chega a lugar nenhum! E a outra pessoa pode
definitivamete, não concordar com isso. Por exemplo , alguém pode pensar
que é uma verdade a existência de Deus e outras pensarem justamente o
contrário.
A verdade objetiva é aquela que pode ser empíricamente comprovada e que
costuma ser comum a todo mundo ou a todo um grupo social determinado.
Como por exemplo os conceitos matemáticos que podem ser fácilmente
provados.
Pode-se associar a palavra verdade a várias concepções diferentes embora
em essência tenha o mesmo significado. Em resumo, a palavra verdade pode
signifcar algo que é real ou que tem a possibilidade de ser real e pode ser
contestada por qualquer ser humano se não pode ser científicamente
comprovada.
Nota: Para outros significados, veja Verdade (desambiguação).
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade_%28desambigua%C3%A7%C3%A3o%29
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Diagrama doconhecimento.
A palavra verdade pode ter vários significados, desde ―ser o caso‖, ―estar de
acordo com os fatos ou a realidade‖, ou ainda ser fiel às origens ou a um
padrão. Usos mais antigos abrangiam o sentido de fidelidade, constância ou
sinceridade em atos, palavras e caráter. Assim, "a verdade" pode significar o
que é real ou possivelmente real dentro de um sistema de valores. Esta
qualificação implica o imaginário, a realidade e a ficção, questões centrais
tanto em antropologia cultural, artes, filosofia e a própria razão. Como não
há um consenso entre filósofos e acadêmicos, várias teorias e visões a cerca
da verdade existem e continuam sendo debatidas.
Índice
1 Filosofia
2 O portador da verdade
3 Tipos de verdade
4 Teorias metafísicas da verdade
o 4.1 Verdade como correspondência ou adequação
o 4.2 Verdade por correspondência
o 4.3 Desmenção
o 4.4 Deflacionismo
o 4.5 Desvelamento
o 4.6 Pragmatismo
5 Teorias formais
o 5.1 Verdade lógica
o 5.2 Verdade em matemática
o 5.3 Teoria semântica da verdade
6 Referências
7 Bibliografia
8 Ver também
https://pt.wikipedia.org/wiki/Valor
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imagin%C3%A1rio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Realidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fic%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Antropologia_cultural
https://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Raz%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#Filosofia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#O_portador_da_verdade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#Tipos_de_verdade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#Teorias_metaf%C3%ADsicas_da_verdade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#Verdade_como_correspond%C3%AAncia_ou_adequa%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#Verdade_por_correspond%C3%AAncia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#Desmen%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#Deflacionismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#Desvelamento
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#Pragmatismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#Teorias_formais
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#Verdade_l%C3%B3gica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#Verdade_em_matem%C3%A1tica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#Teoria_sem%C3%A2ntica_da_verdade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#Refer%C3%AAncias
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#Bibliografia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#Ver_tamb%C3%A9m
9 Ligações externas
Filosofia
Esta seção cita fontes fiáveis e independentes, mas que
não cobrem todo o conteúdo, o que compromete a
verificabilidade (desde agosto de 2017). Por favor,
insira mais referências no texto. Material sem fontes
poderá ser removido.
—Encontre fontes: Google (notícias, livros e
acadêmico)
O primeiro problema para os filósofos é estabelecer que tipo de coisa é
verdadeira ou falsa, qual o portador da verdade (em inglês truth-bearer).
Depois há o problema de se explicar o que torna verdadeiro ou falso o
portador da verdade. Há teorias robustas que tratam a verdade como uma
propriedade. E há teorias deflacionárias, para as quais a verdade é apenas
uma ferramenta conveniente da nossa linguagem. Desenvolvimentos da
lógica formal trazem alguma luz sobre o modo como nos ocupamos da
verdade nas linguagens naturais e em linguagens formais.
Para Nietzsche, por exemplo, a verdade é um ponto de vista. Ele não define
nem aceita definição da verdade, porque não se pode alcançar uma certeza
sobre a definição do oposto da mentira. Daí seu texto "como filosofar com o
martelo".
[1]
Mas para a filosofia de René Descartes a certeza é o critério da verdade.
Quem concorda sinceramente com uma frase está se comprometendo com a
verdade da frase. A filosofia estuda a verdade de diversas maneiras. A
metafísica se ocupa da natureza da verdade. A lógica se ocupa da
preservação da verdade. A epistemologia se ocupa do conhecimento da
verdade.
Há ainda o problema epistemológico do conhecimento da verdade. O modo
como sabemos que estamos com dor de dente é diferente do modo como
sabemos que o livro está sobre a mesa. A dor de dente é subjetiva, talvez
determinada pela introspecção. O fato do livro estar sobre a mesa é objetivo,
determinado pela percepção, por observações que podem ser partilhadas com
outras pessoas, por raciocínios e cálculos. Há ainda a distinção entre
verdades relativas à posição de alguém e verdades absolutas.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#Liga%C3%A7%C3%B5es_externas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:Fontes_fi%C3%A1veis
https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:Fontes_independentes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:Verificabilidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:CITE
https://pt.wikipedia.org/wiki/Refer%C3%AAncia_bibliogr%C3%A1fica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:REF
https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:Verificabilidade#Pol%C3%ADtica_de_verificabilidade
https://www.google.com/#q=Verdade
https://www.google.com/search?hl=pt&tbm=nws&q=Verdade&oq=Verdade
http://books.google.com/books?&as_brr=0&as_epq=Verdade
https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt&q=Verdade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Falso
https://pt.wikipedia.org/wiki/Linguagem
https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%B3gica_formal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nietzsche
https://pt.wikipedia.org/wiki/Certeza
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#cite_note-1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ren%C3%A9_Descartes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Certeza
https://pt.wikipedia.org/wiki/Crit%C3%A9rio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Metaf%C3%ADsica
https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%B3gica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Epistemologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Epistemol%C3%B3gico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Conhecimento
https://pt.wikipedia.org/wiki/Subjetividade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Introspec%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Percep%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Racioc%C3%ADnio
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A1lculo
Os filósofos analíticos apontam que a visão relativista é facilmente refutável.
A refutação do relativismo, segundo Tomás de Aquino, baseia-se no fato de
que é difícil para alguém declarar o relativismo sem se colocar fora ou acima
da declaração. Isso acontece porque, se uma pessoa declara que "todas as
verdades são relativas", aparece a dúvida se essa afirmação é ou não é
relativa. Se a declaração não é relativa, então, ela se auto-refuta pois é uma
verdade sobre relativismo que não é relativa. Se a declaração é relativa,
conclui-se que a declaração "todas as verdades são relativas" é uma
declaração falsa.
Por outro lado, se todas as verdades são relativas, incluindo a afirmação de
que "todas as verdades são relativas", então, o interlocutor não é obrigado a
crer na afirmação. Ele é livre para acreditar, inclusive, que "todas as
verdades são absolutas"
O portador da verdade
Alguns filósofos chamam muitas entidades, que de alguma forma podemos
afirmar que ela é verdadeira ou falsa, de portador da verdade. Assim,
portadores da verdade podem ser pessoas, coisas, sentenças assertivas,
proposições ou crenças.
[2]
Tipos de verdade
A verdade é uma interpretação mental da realidade transmitida pelos
sentidos, confirmada por outros seres humanos com cérebros normais e
despidos de preconceitos (desejo de crer que algo seja verdade), e
confirmada por equações matemáticas e linguísticas formando um modelo
capaz de prever acontecimentos futuros diante das mesmas
coordenadas.
[carece de fontes]
Verdade material é a adequação entre o que é e o que é dito.
Verdade formal é a validade de uma conclusão à qual se chega
seguindo as regras de inferência a partir de postulados e axiomas
aceitos.
É uma verdade analítica a frase na qual o predicado está contido no
sujeito. Por exemplo: "Todos os porcos são mamíferos".
[3]
É uma verdade sintética a frase na qual o predicado não está contido no
sujeito.
[4]
Sofisma é todotipo de discurso que se baseia num antecedente falso
tentando chegar a uma conclusão lógica válida.
Teorias metafísicas da verdade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia_anal%C3%ADtica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Relativismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tom%C3%A1s_de_Aquino
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#cite_note-2
https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:Livro_de_estilo/Cite_as_fontes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ser
https://pt.wikipedia.org/wiki/Validade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Infer%C3%AAncia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Postulado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Axioma
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#cite_note-3
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#cite_note-4
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sofisma
Ver artigo principal: Teorias da verdade
Verdade como correspondência ou adequação
A teoria correspondentista da verdade é encontrada no aristotelismo
(incluindo o tomismo). De acordo com essa concepção, a verdade é a
adequação entre aquilo que se dá na realidade e aquilo que se dá na mente.
A verdade como correspondência foi definida por Aristóteles no tratado Da
Interpretação, no qual ele analisa a formação das frases suscetíveis de serem
verdadeiras ou falsas. Uma frase é verdadeira quando diz que o que é, é, ou
que o que não é, não é. Uma frase é falsa quando diz que o que é, não é, ou
que o que não é, é.
O problema dessa concepção é entender o que significa correspondência. É
um tipo de semelhança entre o que é e o que é dito? Mas, que tipo de
semelhança pode haver entre as palavras e as coisas?
O método científico, por exemplo, estabelece procedimentos para se realizar
essa correspondência. Nesse caso um juízo de verdade V é então legitimado,
de forma tal que a comunidade de cientisitas (que partilham entre si
conhecimento e experiências) aceita/certifica como verdadeira a proposição
P, oriunda da correspondência realizada entre P(V) e a "realidade empírica",
via método científico.
Verdade por correspondência
O conceito de verdade como correspondência é o mais antigo e divulgado.
Pressuposto por muitas das escolas pré-socráticas, foi pela primeira vez,
explicitamente formulado por Platão com a definição do discurso verdadeiro,
no diálogo Crátilo: "Verdadeiro é o discurso que diz as coisas como são;
falso é aquele que as diz como não são." (Crtas.,385b;v.Sof.,262 e; Fil.,37c).
Por sua vez Aristóteles dizia: "Negar aquilo que é, e afirmar aquilo que não
é, é falso, enquanto afirmar o que é e negar o que não é, é a verdade."
(Met.,IV,7,1011b 26 e segs.;v.V,29.1024b 25).
Aristóteles enunciava também os dois teoremas fundamentais deste conceito
da verdade. O primeiro é que a verdade está no pensamento ou na
linguagem, não no ser ou na coisa (Met.,VI,4,1027 b 25). O segundo é que a
medida da verdade é o ser ou a coisa, não o pensamento ou o discurso: de
modo que uma coisa não é branca porque se afirma com verdade que é
assim; mas se afirma com verdade que é assim, porque ela é branca. (Met.,
IX, 10,1051 b 5).
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teorias_da_verdade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aristotelismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tomismo
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Adequa%C3%A7%C3%A3o&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Realidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mente
https://pt.wikipedia.org/wiki/Arist%C3%B3teles
https://pt.wikipedia.org/wiki/Da_Interpreta%C3%A7%C3%A3o_%28Arist%C3%B3teles%29
https://pt.wikipedia.org/wiki/Da_Interpreta%C3%A7%C3%A3o_%28Arist%C3%B3teles%29
https://pt.wikipedia.org/wiki/Da_Interpreta%C3%A7%C3%A3o_%28Arist%C3%B3teles%29
https://pt.wikipedia.org/wiki/Palavra
https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todo_cient%C3%ADfico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%A9-socr%C3%A1ticos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Plat%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teorema
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pensamento
https://pt.wikipedia.org/wiki/Linguagem
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ser
Desmenção
De acordo com a teoria desmencionista da verdade, para chegarmos à
verdade de uma proposição basta tirarmos as aspas da mesma. Por exemplo,
a proposição "A neve é branca" é verdadeira se, e somente se, a neve é
branca.
Deflacionismo
De acordo com o deflacionismo, o predicado de segunda ordem "É verdade
que …" não acrescenta nada à frase de primeira ordem à qual ele é aplicado.
Por exemplo, não há nenhuma diferença lógica entre a frase "É verdade que
a água é molhada" e a frase "A água é molhada".
[5]
Desvelamento
Segundo esta concepção, verdade é desvelamento. Conhecer a verdade é
deixar o ser se manifestar. É estar aberto para o ser. Nas versões modernas
do desvelamento, mais pragmáticas, a verdade é algo "sempre em
construção", e que portanto sempre vai possuir "valor verdade" inferior a
100%.
Posição típica de Martin Heidegger (em Ser e tempo, parágrafo 44, e na
conferência "A essência da verdade").
Pragmatismo
Para o pragmatismo a verdade é o valor de uma coisa.
[6]
Em Habermas a
verdade se confunde com a validade intersubjetiva, ou consenso. Se uma
proposição não é submetida ao crivo da comunidade, nada se pode dizer
sobre sua falsidade.
No Empirismo o pragmatismo não se opõe à correspondência, mas se funde
a ela: a "verdade empírica" como correspondência obtida por consenso na
comunidade científica.
Teorias formais
Verdade lógica
Ver artigos principais: Verdade lógica e Valor de verdade
A lógica se preocupa com os padrões de razão que podem nos ajudar a dizer
se uma proposição é verdadeira ou não. No entanto, a lógica não lida com a
verdade no sentido absoluto, como a metafísica. Os lógicos usam linguagem
https://pt.wikipedia.org/wiki/Proposi%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#cite_note-5
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Desvelamento&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Heidegger
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ser_e_tempo
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=A_ess%C3%AAncia_da_verdade&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pragmatismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Valor
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#cite_note-6
https://pt.wikipedia.org/wiki/J%C3%BCrgen_Habermas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Intersubjetividade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Consenso
https://pt.wikipedia.org/wiki/Empirismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade_l%C3%B3gica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Valor_de_verdade
https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%B3gica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Raz%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Proposi%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Metaf%C3%ADsica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Linguagem_formal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Linguagem_formal
formal para expressar as verdades. Assim só existe verdade em alguma
interpretação lógica ou dentro de algum sistema lógico.
Uma verdade lógica (também chamada verdade analítica ou verdade
necessária) é uma afirmação que é verdadeira em todos os mundos possíveis
[7]
ou segundo todas as possíveis interpretações, em contraste com um fato
(também chamado proposição sintética ou uma contingência) que só é
verdadeiro neste mundo, tal como se desenvolveu historicamente. Uma
proposição, como "Se p e q, então p", é considerada uma verdade lógica por
causa do significado dos símbolos e palavras que a constituem e não por
causa de qualquer fato de qualquer mundo particular. Verdades lógicas são
tais que não poderiam ser falsas.
Verdade em matemática
Ver artigos principais: Teoria dos modelos e Teoria da prova
Existem duas abordagens principais para a verdade em matemática: o modelo
da teoria da verdade e a teoria da prova da verdade.
Com o desenvolvimento da álgebra booliana no século XIX, modelos
matemáticos de lógica começaram a tratar a "verdade", também representada
como "V" ou "1", como uma constante arbitrária. "Falsidade" é também uma
constante arbitrária que pode ser representado por "F" ou "0". Em lógica
proposicional, esses símbolos podem ser manipulados de acordocom um
conjunto de axiomas e regras de inferência, muitas vezes dadas na forma de
tabelas verdade.
Além disso, desde pelo menos a época do programa de Hilbert, na virada do
século XX, até a prova dos teoremas da incompletude de Gödel e o
desenvolvimento da tese de Church-Turing, no início daquele século,
afirmações verdadeiras em matemática foram geralmente assumidas como
demonstráveis em um sistema axiomático formal.
Os trabalhos de Gödel, Turing e outros abalaram este pressuposto, com o
desenvolvimento de proposições que são verdadeiras, mas não podem ser
comprovadas dentro do sistema.
[8]
Dois exemplos podem ser encontrados
nos Problemas de Hilbert. O trabalho sobre os 10 problemas de Hilbert
levou, no final do século XX, à construção de equações diofantinas
específicas, para as quais é indecidível se têm uma solução,
[9]
ou, se tiverem,
se teriam um número finito ou infinito de soluções. Mais fundamentalmente,
o primeiro problema de Hilbert estava na hipótese do continuum.
[10]
Gödel e
Paul Cohen mostraram que essa hipótese não pode ser provada ou refutada
usando os axiomas padrão da teoria dos conjuntos.
[11]
Na opinião de alguns
https://pt.wikipedia.org/wiki/Interpreta%C3%A7%C3%A3o_%28l%C3%B3gica%29
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_l%C3%B3gico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#cite_note-7
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fato
https://pt.wikipedia.org/wiki/Anal%C3%ADtico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Conting%C3%AAncia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mundo_%28filosofia%29
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADmbolo_%28formal%29
https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%B3rmula_bem_formada
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_dos_modelos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_prova
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_dos_modelos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_dos_modelos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_dos_modelos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_prova
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81lgebra_booliana
https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%B3gica_proposicional
https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%B3gica_proposicional
https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%B3gica_proposicional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Axiomas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Regras_de_infer%C3%AAncia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tabela_verdade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_de_Hilbert
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoremas_da_incompletude_de_G%C3%B6del
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tese_de_Church-Turing
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_axiom%C3%A1tico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Kurt_G%C3%B6del
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alan_Turing
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#cite_note-8
https://pt.wikipedia.org/wiki/Problemas_de_Hilbert
https://pt.wikipedia.org/wiki/Equa%C3%A7%C3%A3o_diofantina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#cite_note-9
https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeiro_problema_de_Hilbert
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hip%C3%B3tese_do_continuum
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#cite_note-10
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paul_Cohen_%28matem%C3%A1tico%29
https://pt.wikipedia.org/wiki/Axioma
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_dos_conjuntos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade#cite_note-11
é, então, igualmente razoável tomar tanto a hipótese do continuum quanto a
sua negação, como um novo axioma.
Teoria semântica da verdade
Ver artigo principal: Teoria semântica da verdade
A teoria semântica da verdade tem como caso geral, para um dado idioma:
'P' é verdadeiro se e somente se P
onde "P" refere-se à sentença (o nome da sentença), e P é apenas a própria
sentença.
O lógico e filósofo Alfred Tarski desenvolveu a teoria das linguagens
formais (como lógica formal). Aqui, ele a restringiu desta forma: nenhuma
língua poderia conter seu próprio predicado de verdade - ou seja, a expressão
"é verdade" somente seria aplicável a sentenças em outro idioma. A este
idioma ele chamou língua objeto - o idioma sobre o qual se fala. O motivo
para sua restrição era que as línguas que contêm seu próprio predicado de
verdade conteriam frases paradoxais como "Esta sentença não é verdade".
Tais sentenças podem, porém, conter um predicado de verdade aplicável a
sentenças em outro idioma.
Referências
1.
Sérgio Campos Gonçalves, ―Da premissa metafísica à história do sentido:
a Verdade em questão e sua concepção como objeto em Nietzsche‖, Revista
de Teoria da História, v. 6, p. 122-138, 2011, ISSN 2175-5892.
Crítica na Rede. «Crítica: Teorias da Verdade». Consultado em 23 de
janeiro de 2012
Portal da Língua Portuguesa. Dicionário de Termos Linguísticos.
Subdomínio - Semântica. Proposição analítica
Portal da Língua Portuguesa. Dicionário de Termos Linguísticos.
Subdomínio - Semântica. Proposição sintética
«Rorty, Nietzsche e a democracia. A teoria deflacionária da verdade
como elo entre Nietzsche e o sonho utópico de Rorty. Por Paulo Ghiraldelli
Jr.. Cadernos Nietzsche 4, p. 17-25, 1998.» � (PDF)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hip%C3%B3tese_do_continuum
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_sem%C3%A2ntica_da_verdade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_sem%C3%A2ntica_da_verdade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alfred_Tarski
https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%B3gica_formal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paradoxo_do_mentiroso
http://www.sumarios.org/sites/default/files/pdfs/artigo_7_goncalves.pdf
http://www.sumarios.org/sites/default/files/pdfs/artigo_7_goncalves.pdf
http://www.sumarios.org/sites/default/files/pdfs/artigo_7_goncalves.pdf
http://criticanarede.com/met_tverdade.html
http://www.portaldalinguaportuguesa.org/?action=terminology&act=view&id=3733
http://www.portaldalinguaportuguesa.org/?action=terminology&act=view&id=3741
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nietzsche
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rorty
http://www.fflch.usp.br/df/gen/pdf/cn_04_02.pdf
Dicionário Informal. «Pragmatismo». Consultado em 23 de fevereiro
de 2012
Ludwig Wittgenstein, Tractatus Logico-Philosophicus.
Ver, por exemplo, Chaitin, Gregory L. , The Limits of Mathematics
(1997), 89s.
M. Davis. "Hilbert's Tenth Problem is Unsolvable." American
Mathematical Monthly 80, pp. 233-269, 1973
Yandell, Benjamin H.. The Honors Class. Hilbert's Problems and
Their Solvers (2002).
Chaitin, Gregory L., The Limits of Mathematics (1997) 1-28, 89s.
Apontamentos sobre a teoria da verdade em Nietzsche
1) Verdade como linguagem:
―[…] é descoberta uma designação uniformemente válida e obrigatória das
coisas, e a legislação da linguagem dá também as primeiras leis da verdade:
pois surge aqui pela primeira vez o contraste entre verdade e mentira‖.
Mentiroso é aquele que utiliza as palavras para dizer que a realidade é aquilo
que ela não é. Por exemplo, ele afirma ―‗sou rico‘, quando para seu estado
seria precisamente ‗pobre‘ a designação correta. Ele faz mau uso das firmes
convenções por meio de trocas arbitrárias ou mesmo inversões dos nomes.
Se ele o faz de maneira egoísta e de resto prejudicial, a sociedade não
confiará mais nele e com isso o excluirá de si‖.
A ilusão, diz Nietzsche, não é um grande problema para o ser humano
comum, mas sim os efeitos negativos que ela pode oferecer (entenda ―ilusão‖
como aquilo que se passa por verdade, ou seja, neste caso, a linguagem). O
mesmo vale para a verdade: ela é desejada quando suas consequências são
agradáveis (ou seja, a linguagem é aceita sem problemas quando significa
uma vantagem de definição para o sujeito, quando define o sujeito como algo
bom).
2) Verdade como negação da vivência primitiva: a linguagem é composta
por palavras, que são figurações de estímulos nervoso, segundo o pensador
alemão. Estes estímulos são traduzidos em imagens (as palavras) que são
http://www.dicionarioinformal.com.br/pragmatismo/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ludwig_Wittgenstein
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tractatus_Logico-Philosophicus
http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.55.6158&rep=rep1&type=pdfclassificadas arbitrariamente em gêneros diferentes (masculino, feminino e
etc). O nascimento da palavra, da imagem, é a primeira metáfora, a
imagem é, depois, ―modelada em um som‖, e aqui acontece a segunda
metáfora na produção da linguagem.
Após este processo de transformação em metáfora, a palavra se agarra em
um conceito. O conceito é a negação da individualidade primitiva. Ele deve
ser aplicado a ―um sem-número de casos, mais ou menos semelhantes, isto é,
tomado rigorosamente, nunca iguais, portanto, a casos claramente desiguais‖.
Ele ainda afirma que ―todo conceito nasce por igualação do não-igual‖, ou
seja, o conceito pretende ser o universal que dá ―molde‖ para aquilo que ele
conceitua. Conclui o autor:
―A desconsideração do individual [ou seja, da vida primitiva] e do efetivo
[ou seja, da realidade] nos dá o conceito, assim como nos dá também a
forma, enquanto que a natureza não conhece formas nem conceitos, portanto
também não conhece espécies, mas somente um X, para nós inacessível e
indefinível‖
3) Verdade como ilusão massificante:
―O que é a verdade, portanto? Um batalhão móvel de metáforas, metonímias,
antropomorfismos, enfim, uma soma de relações humanas, que foram
enfatizadas poética e retoricamente, transpostas, enfeitadas, e que, após
longo uso, parecem a um povo sólidas, canônicas, e obrigatórias: as
verdades são ilusões, das quais se esqueceu que o são, metáforas que se
tornaram gastas e sem força sensível, moedas que perderam sua efígie e
agora só entram em consideração como metal, não mais como moedas‖,
grifo nosso.
Será que podemos incluir Deus e a religião nesta observação?
O sujeito esquece que a linguagem é somente uma fabricação e passa a ser
verdadeiro em oposição ao mentiroso, rejeitado pela sociedade. Passa a se
considerar racional por basear sua vida nestas abstrações e não consegue
mais viver sob o regime das intuições, da individualidade, da não-sujeição ao
conceito. Tudo que percebe, ele conceitua.
―Enquanto cada metáfora intuitiva é individual e sem igual
https://colunastortas.wordpress.com/2015/05/14/deus-esta-morto-nietzsche/
e, por isso, sabe escapar a toda rubricação, o grande edifício dos conceitos
ostenta a regularidade rígida de um columbário romano e respira na lógica
aquele rigor e frieza, que são da própria matemática‖.
O impulso à verdade e a verdade como instrumento de dominação
O valor da verdade nasce, então, das oposições que se formam entre as
diferentes classificações e as valorações que se dá para cada classificação.
Por exemplo, o sujeito quer ser honesto em oposição ao mentiroso, como já
dito acima, não porque a honestidade é boa em si, mas porque ser honesto
(ser verdadeiro) carrega consigo uma série de vantagens em relação a ser
mentiroso.
Nietzsche descreve que no mundo, antes da necessidade coletiva de
comunicação e sociabilização, o intelecto, ―como um meio para a
conservação do indivíduo, desdobra suas forças mestras no disfarce: pois
este é o meio pelo qual os indivíduos mais fracos, menos robustos, se
conservam, aqueles aos quais está vedado travar ma luta pela existência com
chifres ou presas aguçadas‖. A realidade que o fraco expõe é composta por
dissimulações criadas por seu intelecto. Ele dissimula para sobreviver, o
intelecto é uma maneira de conservar a própria vida.
A dissimulação da verdade em Nietzsche
Depois, a própria linguagem se torna uma espécie de dissimulação, pois
engana os sentidos e os adestra para perceber aquilo que ela mesma
prescreve. Portanto, a linguagem é um elemento da participação do sujeito
no rebanho (na massa, ou seja, ela é sua massificação, perda da
individualidade). O impulso à verdade, em Nietzsche, aparece como vontade
de potência, como exercício do poder, como dominação, já que a verdade só
é procurada por servir para algo (o conhecimento puro nem mesmo é
percebido pelo sujeito, é necessário alguma valoração). É só com a busca
incessante pela verdade que o honesto pode ser honesto e, portanto, pode
dominar o mentiroso.
O honesto, por excelência, é o forte, é aquele que não precisa dissimular para
conseguir sobreviver em sociedade, já que a dissimulação se torna mentira e,
portanto, ―ruim‖, condenável. Aqueles que são classificados
desprivilegiadamente são os que menos precisam da verdade, mas a verdade
passa a ter um valor inestimável e começa a emergir um impulso à verdade,
na medida em que ela se transforma em uma arma dos ―fortes‖, dos
dominadores.
Mais tarde, em trabalhos posteriores, o autor vai investigar a ligação da
verdade com o medo, ou seja, com a necessidade de manter uma realidade,
um ―mundo verdadeiro‖, por trás da aparência. A vontade de verdade seria,
então, a busca incessante pela calma e segurança de uma estrutura fixa de
―realidade‖ para se opor ao mundo impossível de se perceber corretamente –
seria uma maneira de viver quando já não se tem a vontade de potência, a
coragem para encarar o mundo de frente, com todas as suas dúvidas e seus
desafios.
Sendo o conhecimento uma invenção, de onde provém a verdade? De
acordo com o pensador alemão, a verdade emerge no momento em que o
instinto de afirmação da existência tece os mais sutis labirintos. Sua trama
alcança o cume da dissimulação. De acordo com Nietzsche, a ilusão, a
mentira, o engano, a organização do poder, a hierarquia, a convenção
corroboram para o aparecimento da verdade.
Atrás das coisas, diz Nietzsche, estão os jogos de organização da vida. Os
indivíduos olham para as coisas, recebem excitações, nomeiam. A
necessidade social, a vida gregária, se impõe. O indivíduo marca sua
presença no mundo através da criação de conceitos. Torna esses conceitos
obrigatórios e válidos para todos os membros do grupo.
É nesse momento, diz Nietzsche, que se estabelece o primeiro antagonismo
de forças. A verdade é aceita como válida para garantir o bem-estar, a paz
entre os desiguais.
PRÓXIMO:
O engano, a inverdade, a mentira toma corpo como negação daquilo que é
estabelecido solidamente.
Nesse sentido, a mentira, o engano, o erro nada mais são do que a inversão
do que foi estabelecido como verdadeiro. Uma mistura, uma confusão entre
as convenções mais sólidas
do homem, sua essência, está vinculada ao desejo natural pelo conhecimento.
De acordo com Nietzsche, o conhecimento possui uma relação com os
instintos, mas não faz parte deles. O ato de conhecer resulta do jogo, da
disputa, do confronto, da luta, da junção entre vários instintos. Depois de
travar esse embate, um acordo entre os instintos se processa. Esse processo
engendra o conhecimento.
Quando alguém esconde uma coisa atrás de um arbusto, vai procurá-la ali
mesmo e a encontra, não há muito que gabar nesse procurar e encontrar: e é
assim que se passa com o procurar e encontrar da ―verdade‖ no interior do
distrito da razão. Se forjo a definição de animal mamífero e em seguida
declaro, depois de inspecionar um camelo: ―vejam, um animal mamífero‖,
com isso decerto uma verdade é trazida à luz, mas ela é de valor limitado,
quero dizer, é cabalmente antropomórfica e não contém um único ponto que
seja ―verdadeiro em si‖, efetivo e universalmente válido, sem levar em conta
o homem. O pesquisador dessas verdades procura, no fundo, apenas a
metamorfose do mundo em homem, luta por entendimento do mundo como
uma coisa à semelhança do homem e conquista, no melhor dos casos, o
sentimento de uma assimilação (NIETZSCHE, 1991, p. 36).
Nietzsche diz que o principal erro destes que procuram a verdade é pressupor
que as coisas
que mais valorizam não poderiam derivar desde mundo sensível, considerado
enganador e
fugaz. Ao contrário, deveriam possuir uma origem própria, isto é, única,
absoluta,
inquestionável, diretamente de algum ponto último que lhes servisse de
fundamento, algo
como uma coisa em si, um deus oculto ou o seio do ser.
Mas seriam frutosda atividade criadora do homem e pertenceriam, portanto,
à história. ―Assim, a verdade não é uma coisa que estaria lá a encontrar e a
descobrir, – mas algo que está por criar e que dá o nome a um processus‖
O que Nietzsche quer mostrar é que a fundamentação metafísica da moral
possui
uma história, isto é, ela veio a ser. Os homens, em determinado momento,
criaram estas
fundamentações e acreditaram que com elas tinham obtido a verdade sobre o
bem e o justo.
Um bem e um justo imutáveis, não um bem e um justo criados. Nietzsche
buscará saber
como surgiram estas fundamentações e avaliações, quais os impulsos que
guiaram os
homens na construção de tão complexos edifícios do pensamento.
Aqui, o que se torna importante pensar é como que a verdade poderia advir
de um processo histórico?
Nietzsche entende que a vontade de verdade decorre de uma vontade de
engano. A
vontade de engano seria a necessidade de se alçar um determinado valor à
categoria de
verdade para fazê-lo mais forte e mais poderoso a fim de que se possa
acreditar nele.
A verdade em que se acredita nada mais é do que a crença na veracidade de
um engano.
Se a verdade é criada, então ela é uma espécie de erro. Uma verdade é
apenas um erro mais aceito pela moral, talvez por ser um erro necessário.
É preciso acreditar na verdade, valorizá-la, pois este engano talvez seja
necessário para a existência de uma espécie como a nossa. É impossível
viver sem representações valorativas e lógicas, neste sentido, a vontade de
verdade, isto é, a busca e valorização da verdade acima da ilusão, seria uma
forma de autopreservação e possuiria uma função reguladora. Toda moral e
também o ―conhecimento‖ produzido pelo homem, na medida em que é,
justamente, produção, é uma criação,
Seria impossível qualquer vida para além da mais primitiva sem que as
ilusões da lógica e da gramática sejam entendidas enquanto verdades pelos
homens, porém, nem por isto deixam de ser um sistema de falsificação.
―Somos nós apenas que criamos as causas, a sucessão, a reciprocidade, a
relatividade, a coação, o número, a lei, a liberdade, o motivo, a finalidade; e
ao introduzir e entremesclar nas coisas esse mundo de signos, como algo ‗em
si‘, agimos como sempre fizemos, ou seja, mitologicamente.‖
Admita-se ao menos o seguinte: não existiria nenhuma vida, senão com base
em avaliações e aparências perspectivas; e se alguém, com o virtuoso
entusiasmo e a rudeza de tantos filósofos, quisesse abolir por inteiro o
‗mundo aparente‘, bem, supondo que vocês pudessem fazê-lo – também da
sua ‗verdade‘ não restaria nada! Sim, pois o que nos obriga a supor que há
uma oposição essencial entre ‗verdadeiro‘ e ‗falso‘?
Muitas atitudes são comuns para certas sociedades e esdrúxulas e
inaceitáveis para outras.
Buscar razões para defender seus próprios preconceitos morais e com isto
chamá-los de verdades, eis ―os truques sutis dos moralistas e pregadores da
moral.‖
Como Nietzsche pode pretender criticar os discursos de verdade sem que ele
mesmo não pretenda que seu discurso seja tido como tal? Seria seu discurso
o único verdadeiro?
Apontamentos sobre a teoria da verdade em Nietzsche
1) Verdade como linguagem:
“[…] é descoberta uma designação uniformemente válida e
obrigatória das coisas, e a legislação da linguagem dá também as
primeiras leis da verdade: pois surge aqui pela primeira vez o contraste
entre verdade e mentira”.
Mentiroso é aquele que utiliza as palavras para dizer que a realidade é
aquilo que ela não é. Por exemplo, ele afirma “„sou rico‟, quando para
seu estado seria precisamente „pobre‟ a designação correta. Ele faz mau
uso das firmes convenções por meio de trocas arbitrárias ou mesmo
inversões dos nomes. Se ele o faz de maneira egoísta e de resto
prejudicial, a sociedade não confiará mais nele e com isso o excluirá de
si”.
A ilusão, diz Nietzsche, não é um grande problema para o ser humano
comum, mas sim os efeitos negativos que ela pode oferecer (entenda
“ilusão” como aquilo que se passa por verdade, ou seja, neste caso, a
linguagem). O mesmo vale para a verdade: ela é desejada quando suas
consequências são agradáveis (ou seja, a linguagem é aceita sem
problemas quando significa uma vantagem de definição para o sujeito,
quando define o sujeito como algo bom).
2) Verdade como negação da vivência primitiva: a linguagem é
composta por palavras, que são figurações de estímulos nervoso,
segundo o pensador alemão. Estes estímulos são traduzidos em imagens
(as palavras) que são classificadas arbitrariamente em gêneros
diferentes (masculino, feminino e etc). O nascimento da palavra, da
imagem, é a primeira metáfora, a imagem é, depois, “modelada em um
som”, e aqui acontece a segunda metáfora na produção da linguagem.
Após este processo de transformação em metáfora, a palavra se agarra
em um conceito. O conceito é a negação da individualidade primitiva.
Ele deve ser aplicado a “um sem-número de casos, mais ou menos
semelhantes, isto é, tomado rigorosamente, nunca iguais, portanto, a
casos claramente desiguais”. Ele ainda afirma que “todo conceito nasce
por igualação do não-igual”, ou seja, o conceito pretende ser o universal
que dá “molde” para aquilo que ele conceitua. Conclui o autor:
“A desconsideração do individual [ou seja, da vida primitiva] e do
efetivo [ou seja, da realidade] nos dá o conceito, assim como nos dá
também a forma, enquanto que a natureza não conhece formas nem
conceitos, portanto também não conhece espécies, mas somente um X,
para nós inacessível e indefinível”
Nietzsche
3) Verdade como ilusão massificante:
“O que é a verdade, portanto? Um batalhão móvel de metáforas,
metonímias, antropomorfismos, enfim, uma soma de relações humanas,
que foram enfatizadas poética e retoricamente, transpostas, enfeitadas, e
que, após longo uso, parecem a um povo sólidas, canônicas, e
obrigatórias: as verdades são ilusões, das quais se esqueceu que o são,
metáforas que se tornaram gastas e sem força sensível, moedas que
perderam sua efígie e agora só entram em consideração como metal, não
mais como moedas”, grifo nosso.
Será que podemos incluir Deus e a religião nesta observação?
O sujeito esquece que a linguagem é somente uma fabricação e passa a
ser verdadeiro em oposição ao mentiroso, rejeitado pela sociedade.
Passa a se considerar racional por basear sua vida nestas abstrações e
não consegue mais viver sob o regime das intuições, da individualidade,
da não-sujeição ao conceito. Tudo que percebe, ele conceitua.
“Enquanto cada metáfora intuitiva é individual e sem igual e, por isso,
sabe escapar a toda rubricação, o grande edifício dos conceitos ostenta a
regularidade rígida de um columbário romano e respira na lógica aquele
rigor e frieza, que são da própria matemática”.
O impulso à verdade e a verdade como instrumento de dominação
O valor da verdade nasce, então, das oposições que se formam entre as
diferentes classificações e as valorações que se dá para cada
classificação. Por exemplo, o sujeito quer ser honesto em oposição ao
mentiroso, como já dito acima, não porque a honestidade é boa em si,
mas porque ser honesto (ser verdadeiro) carrega consigo uma série de
vantagens em relação a ser mentiroso.
Nietzsche descreve que no mundo, antes da necessidade coletiva de
comunicação e sociabilização, o intelecto, “como um meio para a
conservação do indivíduo, desdobra suas forças mestras no disfarce:
pois este é o meio pelo qual os indivíduos mais fracos, menos robustos, se
conservam, aqueles aos quais está vedado travar ma luta pela existência
com chifres ou presas aguçadas”. A realidade que o fraco expõe é
composta por dissimulações criadas por seu intelecto. Ele dissimula para
sobreviver, o intelecto é uma maneira de conservar a própria vida.Nietzsche e seus olhos
A dissimulação da verdade em Nietzsche
Depois, a própria linguagem se torna uma espécie de dissimulação, pois
engana os sentidos e os adestra para perceber aquilo que ela mesma
prescreve. Portanto, a linguagem é um elemento da participação do
sujeito no rebanho (na massa, ou seja, ela é sua massificação, perda da
individualidade). O impulso à verdade, em Nietzsche, aparece como
vontade de potência, como exercício do poder, como dominação, já que a
verdade só é procurada por servir para algo (o conhecimento puro nem
mesmo é percebido pelo sujeito, é necessário alguma valoração). É só
com a busca incessante pela verdade que o honesto pode ser honesto e,
portanto, pode dominar o mentiroso.
O honesto, por excelência, é o forte, é aquele que não precisa dissimular
para conseguir sobreviver em sociedade, já que a dissimulação se torna
mentira e, portanto, “ruim”, condenável. Aqueles que são classificados
desprivilegiadamente são os que menos precisam da verdade, mas a
verdade passa a ter um valor inestimável e começa a emergir um
impulso à verdade, na medida em que ela se transforma em uma arma
dos “fortes”, dos dominadores.
Mais tarde, em trabalhos posteriores, o autor vai investigar a ligação da
verdade com o medo, ou seja, com a necessidade de manter uma
realidade, um “mundo verdadeiro”, por trás da aparência. A vontade de
verdade seria, então, a busca incessante pela calma e segurança de uma
estrutura fixa de “realidade” para se opor ao mundo impossível de se
perceber corretamente – seria uma maneira de viver quando já não se
tem a vontade de potência, a coragem para encarar o mundo de frente,
com todas as suas dúvidas e seus desafios.
https://www.portalhd.com.br/verdade-liquida/
https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/modernidade-liquida.htm
https://dunapress.com/2019/09/10/verdade-liquida/
O poder de manipulação da mídia
Hoje a verdade é controlada e manipulada pelos grandes meios de
comunicação, a verdade é o que eles querem que seja verdade. De acordo
com seus interesses, eles decidem o que a população vai acreditar. Um
exemplo bastante comum, se um determinado Político ou partido político
que não está alinhado aos seus interesses, uma séria de medidas são tomadas
para que esse político seja massacrado, através do seu poder de persuasão, e
a imagem dessa pessoa fique desgastada perante a opinião pública. Meias
verdade são veiculadas, exposições exageradas com aspectos negativos,
veiculação exaustivas de mazelas dando até mesmo uma proporção bem
maior do que ela realmente é para que seja colocada a idéia que essa pessoa
está causando toda aquela tragédia. E quando esse ―responsável‖ é afastado,
a mesma mazela é deixada de lado, como se não mais acontecesse, não há
mais interesse que ela seja mostrada. As empresas de comunicação
perderam, se já tiveram um dia, o que há de mais sagrado para que elas
possam ser levadas a sério, seu principal pilar, seu sentido de existir, que é a
imparcialidade, a verdade sendo mostrada de acordo com os acontecimentos
dos fatos, isentas de qualquer interesse, apenas de mostrar o que é real, e não
uma realidade selecionada e manipulada. E para que essas pessoas não caiam
nas garras desses meios, elas terão que dançar conforme a música que eles
https://www.portalhd.com.br/verdade-liquida/
https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/modernidade-liquida.htm
https://dunapress.com/2019/09/10/verdade-liquida/
tocam e satisfazer seus interesses financeiros e ideológicos. Claro que elas
não atingem uma manipulação total da população, mas geralmente seus
objetivos são conquistados.
TEXTO 1
A mídia realmente tem o poder de manipular as pessoas?
À primeira vista, a resposta para a pergunta parece simples e óbvia: sim, a
mídia é um poderoso instrumento de manipulação. A ideia de que o frágil
cidadão comum é onipotente frente aos gigantescos e poderosos
conglomerados da comunicação é bastante atrativa. Influentes nomes, como
Adorno e Horkheimer, concluíram que os meios de comunicação em larga
escala moldavam e direcionavam as opiniões de seus receptores. Segundo
eles, o rádio torna todos os ouvintes iguais ao sujeitá-los, autoritariamente,
aos idênticos programas das várias estações. Sarah Chucid Da Viá afirma
que o vídeo apresenta um conjunto de imagens trabalhadas, cuja apreensão é
momentânea, de forma a persuadir rápida e transitoriamente o grande
público. Por sua vez, o psicólogo social Gustav Le Bon considerava que, nas
massas, o indivíduo deixava de ser ele próprio para ser um autômato sem
vontade e os juízos aceitos pelas multidões seriam sempre impostos e nunca
discutidos. Assim, fomentou-se a concepção de que a mídia seria capaz de
manipular incondicionalmente uma audiência submissa, passiva e acrítica.
Todavia, as relações entre mídia e público são demasiadamente complexas,
vão muito além de uma simples análise behaviorista de estímulo/resposta. As
mensagens transmitidas pelos grandes veículos de comunicação não são
recebidas automaticamente e da mesma maneira por todos os indivíduos. Na
maioria das vezes, o discurso midiático perde seu significado original na
controversa relação emissor/receptor. Cada indivíduo está envolto em uma
―bolha ideológica‖, apanágio de seu próprio processo de individuação, que
condiciona sua maneira de interpretar e agir sobre o mundo. Todos nós, ao
entramos em contato com o mundo exterior, construímos representações
sobre a realidade. Cada um de nós forma juízos de valor a respeito dos vários
âmbitos do real, seus personagens, acontecimentos e fenômenos e,
consequentemente, acreditamos que esses juízos correspondem à ―verdade‖.
Fonte: https://www.observatoriodaimprensa.com.br/imprensa-em-questao/a-
midia-realmente-tem-o-poder-de-manipular-as-pessoas/ Acesso: 4 mai. 2022
[texto alterado]
TEXTO 2
Estamos atualmente passando por uma guerra global de informação que está
crescendo tanto aberta quanto secretamente muito além do que o público em
geral está ciente. A presença de propaganda e informações manipuladas em
notícias e mídias sociais é uma ameaça à nossa democracia e à nossa
capacidade de tomar decisões bem fundamentadas.
Quer chamemos de propaganda, notícias falsas, fatos tendenciosos ou
distorcidos — a manipulação de informações pode ter vastas implicações
para as pessoas que tentam dar sentido ao mundo. Enquanto os políticos e os
operadores da mídia se acusam de distorcer a verdade e influenciar o público
com afirmações duvidosas, muitas vezes não está claro quais são os
interesses que estão por trás das respectivas narrativas e se as noticias são ou
não são uma descrição verdadeira dos fatos. No Brasil, podemos observar
com nitidez as noticias e declarações tendenciosas voltadas para a
manipulação da opinião pública.
As populações foram mobilizadas por trás da propaganda de governo e
mentiras por muito tempo. Manipulação e propaganda através da mídia levou
a quase todas as guerras desde a segunda Guerra Mundial, como o incidente
do Golfo de Tonkin/Guerra do Vietnã, Iraque e outros. Tornou-se uma
questão importante uma vez mais durante as eleições de 2016, quando os
vazamentos dos arquivos Podesta foram popularizados pela mídia
convencional dos EUA como ―fake news‖, notícias falsas.
Há poucos dias tive a honra de participar da Conferência Holberg, na
Noruega — Propaganda, Fatos e Notícias Falsas, com o fundador do
Wikileaks, Julian Assange, o premiado jornalista John Pilger de renome
internacional e com o CEO e Fundador da Impress, Jonathan Heawood.
Foi uma importante conferência centrada em um dos temas mais prementes
dos tempos modernos. Foram levantadas diversas questões relacionadas à
https://www.observatoriodaimprensa.com.br/imprensa-em-questao/a-midia-realmente-tem-o-poder-de-manipular-as-pessoas/
https://www.observatoriodaimprensa.com.br/imprensa-em-questao/a-midia-realmente-tem-o-poder-de-manipular-as-pessoas/propaganda do Estado e informações distorcidas nas notícias e mídias
sociais, tais como:
• pode-se esperar que os eleitores tomem decisões bem fundamentadas
com a existência de propaganda do Estado na mídia?
• estarão os órgãos de imprensa sendo hipócritas ao se auto definirem
como os guardiões contra "falsas notícias"? E quem são os atores mais
poderosos no que pode ser visto como um teatro global de guerra de
informação?
• quanto devemos confiar na mídia em questões de guerra, paz, poder e
política? Será que havia, por exemplo, forças escuras e estranhas por
trás do surgimento dos ‗populistas‘ franceses e da campanha britânica
Brexit? A mudança de regime na Ucrânia foi uma revolução popular ou
um golpe apoiado pelos EUA? E a eleição americana foi hackeada e
roubada por espiões russos?
• as bombas que caíram sobre países como a Síria, o Iraque, o
Afeganistão, a Líbia, o Iêmen e o Paquistão fazem parte de grandes
projetos humanitários, ou existem motivos secretos para que a mídia
esconda intencionalmente a verdade ou seja manipulada para distorce-
la?
• o futuro da humanidade está ameaçado pela propaganda controlada
pela inteligência artificial?
Muitos cidadãos bem informados perceberam que estamos atualmente
passando por uma guerra global de informação que está crescendo tanto
aberta quanto secretamente muito além do que o público em geral está
ciente. A presença de propaganda e informações manipuladas em notícias e
mídias sociais é uma ameaça à nossa democracia e à nossa capacidade de
tomar decisões bem fundamentadas.
Quer chamemos de propaganda, notícias falsas, fatos tendenciosos ou
distorcidos — a manipulação de informações pode ter vastas implicações
para as pessoas que tentam dar sentido ao mundo. Enquanto os políticos e os
operadores da mídia se acusam de distorcer a verdade e influenciar o público
com afirmações duvidosas, muitas vezes não está claro quais são os
interesses que estão por trás das respectivas narrativas e se as noticias são ou
não são uma descrição verdadeira dos fatos. No Brasil, podemos observar
com nitidez as noticias e declarações tendenciosas voltadas para a
manipulação da opinião pública, fato que se estende a programas de
entrevistas e até mesmo comerciais e telenovelas.
A imprensa está integrada à ordem das instituições existentes. Referimo-nos
à mesma como órgão formador de opinião e opinião pública,
tradicionalmente aceita como atividade que exerce influência na sociedade.
Com efeito, a imprensa é um dos principais agentes de controle da ordem
atual.
As populações foram mobilizadas por trás da propaganda de governo e
mentiras por muito tempo. Manipulação e propaganda através da mídia levou
a quase todas as guerras desde a segunda Guerra Mundial, como o incidente
do Golfo de Tonkin/Guerra do Vietnã, Iraque e outros. Tornou-se uma
questão importante uma vez mais durante as eleições dos EUA em 2016 que
incluiu vazamentos dos arquivos Podesta e foram popularizados pela mídia
convencional dos EUA como ―fake news‖, notícias falsas.
Observamos que o Facebook e o Google declararam na mídia que decidiram
intervir nas eleições francesas de 2017, alegando que o objetivo era coibir
transmissão de notícias falsas. Essa é uma forma de censura privada onde os
dois gigantes avaliaram ou afirmaram o que seria uma notícia falsa. O
aspecto intrigante é: quem determina o que é notícia falsa e o que não é?
Havia razões para que as principais potências do ocidente se preocupassem
com a eleição de Macron ou Le Pen na França. Essas duas forças da internet
queriam que Macron fosse eleito. Isso é visto como um exemplo de uma
intervenção aberta do Google e do Facebook. Essas duas empresas sentem
que certas formas de disseminação de informações precisam ser
interrompidas. Isso representa a censura com uso de inteligência artificial por
empresas gigantes do vale do Silício, fato concebido como sendo muito
sério.
Em muitos países, mesmo as formas menos sutis de propaganda de governo
são frequentemente aceitas como parte da vida cotidiana. No entanto agora,
mesmo na Europa e nos EUA, a guerra da informação parece estar
aumentando para além do que vimos anteriormente. "Todas as guerras
sempre produzem falsas histórias de atrocidade - juntamente com atrocidades
reais", escreve o premiado jornalista Patrick Cockburn, "mas no caso sírio, as
notícias fabricadas e os relatórios unilaterais assumiram a agenda de notícias
em um grau provavelmente não visto desde a Primeira Guerra Mundial ". No
caso do Iraque, a coalizão afirmou que apenas um em 157 de seus 14 mil
ataques aéreos no Iraque desde 2014 causou uma morte civil, mas a
evidência de campo mostra que a taxa real é uma em cada cinco. A evidência
também mostra que a reconfortante reivindicação dos comandantes aéreos
americanos e britânicos de que as armas inteligentes lhes permitem evitar
matar civis é simplesmente falsa, diz Cockburn.
A guerra de propaganda global tornou-se pior. A rapidez da disseminação da
informação aumentou dramaticamente; indecentes afirmações falsas podem
ser espalhadas pelo mundo de forma muito rápida independente do fato da
capacidade das pessoas em detectar notícias falsas haver também aumentado.
Houve um consenso entre os palestrantes que o ‗poder/establishment‘ precisa
controlar o que está na mente das pessoas, o que agora é feito através da
inteligência artificial. A inteligência artificial é a maior ameaça para a
humanidade, maior ainda que a mudança climática. O capitalismo de
vigilância está em vigor e tem uma grande influência sobre os seres humanos
(por exemplo, vídeos de política externa que são críticos aos EUA não
recebem mais dinheiro do Google). A humanidade não será capaz de detectar
o que está acontecendo com a humanidade devido às mentiras e à
manipulação. Se todo o processo é muito rápido, as pessoas não conseguem
ver ou perceber a veracidade das notícias e assim não podem agir nem
discutir o que fazer — existe uma nuvem de informação falsa que pode
encobrir/esconder as ações dos principais grupos de poder
internacionalmente, um fenômeno visto como apocalipse de notícias falsas
(Fake News apocalypse).
O fato de que algo é feito dentro da lei não o torna justo. A natureza do poder
é caracterizada por excepcionalidade, não seguindo as leis que todos devem
seguir. Nenhum Estado pode evitar a corrupção para administrar leis em seu
próprio benefício. Ainda que essas leis sejam injustas, é importante que
sejam conhecidas — torná-las previsíveis. A arbitrariedade pode atacar as
pessoas — o assassinato de Sócrates foi cometido dentro da lei, o assassinato
de Jesus foi cometido dentro da lei, o extermínio de milhões de índios na
América do Norte, México, Peru e outros países foi cometido dentro da lei, a
escravidão, etc.
É vital que haja um tratamento justo para os denunciantes — sem eles,
muitos grandes crimes, incluindo corrupção e atrocidades que são
perpetradas não virão à luz. Chelsea Manning foi um exemplo de decência e
coragem e foi tratado como um traidor pelo governo americano. Edward
Snowden é outro exemplo famoso. O Brasil precisa que as pessoas tenham
coragem de denunciar os grandes crimes e quem denuncia necessita de
proteção. A maioria das pessoas não conhece Sarah Tilsdale.
Na década de 1980, Sarah Tisdale, funcionária do Ministério das Relações
Exteriores britânico, foi presa por vazar para o jornal The Guardian
fotocópias de planos dos EUA para implantar mísseis de cruzeiro na Grã-
Bretanha. Sua ação só foi descoberta após o então editor, Peter Preston,
cumprir uma decisão do Supremo Tribunal para que entregasse os
documentos. Existe um mantra jornalístico há muito estabelecido que o
jornalista nunca divulga suas fontes — um código necessário se quisermos
ter uma imprensa livre — e Preston foi isolado por colegas e críticos por
deixar Tisdale pagar o preço do furo jornalístico do The Guardian.A manipulação, distorção e mentiras incluem o discurso político favorito de
hoje que promove a austeridade — o castigo econômico coletivo de milhões
de pessoas comuns; cortar no osso todos os benefícios sociais tais como
saúde pública, infraestrutura, educação, previdência e outros. A crise
financeira de 2008 foi a notícia verdadeira e real que expôs um império
financeiro podre; grandes bancos e banqueiros foram revelados como
corruptos e ficaram praticamente sem qualquer punição.
No caso do Brasil, a notícia real foi seu grande esquema de corrupção
política iniciado em 2003 e que destruiu o país, envolvendo a Petrobras,
BNDES, Fundos de Pensão e outros, pegos pela operação "lava jato".
Depois de alguns meses a mensagem da mídia mudou, o império podre
desapareceu da notícia e o discurso mudou para austeridade, uma construção
e invenção política e dessa mesma mídia. A punição está sendo imposta à
sociedade, não aos criminosos financeiros e políticos. No Brasil a ORCRIM
instalada nos três poderes busca acintosamente desviar o foco dos principais
anseios da população, entre os quais o fim do foro privilegiado e da
impunidade, redução do tamanho do Estado, fim dos seus elevadíssimos
salários/mordomias totalmente fora da realidade brasileira e mundial.
É importante observar que a nova esfera pública é a internet / mídias sociais.
Os 5 desafios da nova esfera pública são:
1. os novos guardiões ou gatekeepers são os algoritmos. Corporações e
governos pagam ou manipulam os novos guardiões que simplesmente
ficaram subterrâneos tornando-se guardiões ocultos (os antigos eram
proprietários de mídia e editores);
2. o próprio jornalismo — praticar o jornalismo real; na antiga esfera
pública, o jornalismo desempenhou um papel importante;
3. propaganda –— hoje é difícil identificar a diferença entre notícias,
propaganda comercial e propaganda política. Existe um conteúdo
homogêneo e as pessoas não conseguem distinguir a diferença;
4. privacidade — hoje em dia deixamos um rastro em todos os lugares
onde vamos; nossos dados são compartilhados com empresas poderosas
que, por sua vez, compartilham com anunciantes e governos;
5. cinismo — a confiança entrou em colapso. As pessoas e as
instituições devem conquistar nossa confiança. Atualmente existe uma
atitude cínica — os cínicos acreditam que já conhecem as respostas, os
cínicos sabem tudo. O problema com o cinismo é que os poderosos não
são desafiados — eles navegam em um mar de meias verdades e
mentiras. Precisamos de ceticismo, não de cinismo. Os céticos são
diferentes, eles querem verificar.
Muitas iniciativas estão sendo tomadas para convocar a grande imprensa a
prestar contas — há uma necessidade urgente de uma nova linguagem no
jornalismo. Além disso, um grande movimento coletivo contra guerras,
injustiça social e desigualdade está aumentando. Esta maior conscientização
é essencial para mudar a ordem atual do jornalismo falso.
Grande parte dos problemas do Brasil de hoje se deve ao fato de muitos
brasileiros não estudarem história — um problema que se estende a vários
países. Isso porque se não entendemos o passado, não entenderemos o
presente e não saberemos o que fazer com relação ao futuro. Este aspecto
torna as pessoas mais vulneráveis à toda sorte de manipulação como ocorre
atualmente.
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Jorge Queiroz é presidente e fundador do Instituto Brasileiro de Gestão e
Turnaround.
Revista Consultor Jurídico, 18 de dezembro de 2017, 6h16
Comentários de leitores
5 comentários
https://www.conjur.com.br/2017-dez-18/jorge-queiroz-manipulacao-midia-ameaca-democracia#top
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https://www.conjur.com.br/leitor/envio?id=170933
https://www.conjur.com.br/leitor/envio?id=170933
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mailto:presidencia%40ibgt.com.br
Democracia é a primeira falsa notícia
Holonomia (Juiz Estadual de 1ª. Instância)
19 de dezembro de 2017, 10h04
O artigo é muito bom, mas transita inconscientemente pelo principal
problema, as falsas notícias que são os pressupostos científicos que definem
o que são falsas notícias.
Democracia não existe, porque o povo sempre será manipulado, enquanto
não for devidamente educado, o que os donos do poder, que definem e
controlam a democracia não querem e não permitem ocorrer. Estado laico
não existe, porque por trás dessa ideia há uma religião do poder.
Tenho dito que Ciência é apenas o Cristianismo, que nunca foi praticado
coletivamente, o que significa o Governo do Logos, da Razão. As pessoas
não entendem isso, porque os dogmas científicos (cartesianismo – ciências
da natureza e do espírito/humanas) e religiosos (trindade – reino dos céus e
reinos dos homens) bloqueiam a visão da realidade.
O mundo atual é da apostasia, da separação, da divisão da realidade em duas,
do anticristo, da mentira da pós-verdade, do falso profeta, a falsa ciência que
desconhece a Verdade.
Portanto, o artigo atesta a realidade do momento apocalíptico que vivemos,
da revelação da Verdade revelada por Jesus Cristo, o maior Líder Político
que já existiu, o Messias judeu, o que os próprios judeus reconhecerão em
breve, pois a falsa notícia da sua capital, Jerusalém, está movimentando o
cumprimento final das profecias.
Infelizmente, os sítios de notícia oficiais, e mesmo a Conjur, não conseguem
passar a correta perspectiva dos eventos, a partir do Todo que está na parte,
em toda parte, e assim a mídia oficial, sabendo ou não, inclusive a Conjur, no
fim das contas, praticamente somente divulga fake news.
www.holonomia.com
Vamos acordar !
Euclides de Oliveira Pinto Neto (Outros - Tributária)
19 de dezembro de 2017, 5h52
Sempre houve manipulação da mídia !!! Precisamos acordar para a realidade
!!! Procurem saber quem são os donos das principais redes de comunicações
no mundo, e suas obscuras interligações com as finanças, banksters
(banqueiros + gangsters), complexo industrial militar, big Pharma e outras
poderosas entidades que atuam de modo coordenado, sob a coordenação de
grupos conhecidos, buscando manter a população abstraída e enganada, não
percebendo as verdadeiras origens do poder. Tá tudo dominado !!!
O perigo da democracia são os que se dizem democratas...
Gabriel da Silva Merlin (Advogado Autônomo)
18 de dezembro de 2017, 18h58
Aqueles mais perigosos para a democracia são justamente os que dizem
defende-lá intransigentemente, é só ver que justamente os "defensores" da
democracia defendem abertamente corruptos e estelionatários como no caso
do Brahma e o seu poste (a rainha da mandioca).
Agora o bizarro é que a grande mídia toda faz praticamente uma pregação
das ideias de esquerda todos os dias, mas muitos ainda continuam cegos para
a realidade e continuam com aquele discurso de 1950 de que a mídia
detentora do capital quer escravizar os pobres ignorantes.
Atualmente a mídia se faz cada vez mais presente em nosso cotidiano,
tornando-se um verdadeiro instrumento de manipulação social e dominação
cultural. As informações recebidas pelas mais diferentes mídias,
principalmente pela televisão, exercem forte influência nos hábitos e
costumes da população com grande poder de manipulação, ditando regras de
conduta e de consumo, constituindo-se num importante veículo de
transmissão de informação e de formação de opinião, pois sabe-se que o seu
grande papel não é apenas noticiar um novo produto, mas fazê-lo uma nova
necessidade.
Temos, portanto, que a função dos meios é influenciar os receptores, e essa
influência pode ser maior se o receptor não dispuser da totalidade das
ferramentas para sua análise.
Não é de hoje que vemos e sabemos da força que a mídia possui, e isso fica
mais nítido quando por meio de toda essa força ela passa a inculcar nas
pessoas uma ideia ou mesmo um ponto de vista já formadosobre
determinado assunto. E note que quando fazemos referência à mídia, estamos
na verdade nos referindo à todas as suas formas de veiculação, seja ela
falada, escrita, televisada e até aquela feita pelos meios virtuais e outros
meios que sejam possíveis.
Não se recusa que a mídia possua relevância impar para a manutenção de
uma democracia, entretanto, isso não significa que às custas deste argumento
ela possa manipular, ainda que de forma velada, tudo aquilo que é veiculado
a fim de movimentar a massa social num determinado caminho.
É também notório que a mídia possui grande influência na vida das pessoas,
sendo que, pode ser tanto positiva quanto negativa. O importante é que
tenhamos a consciência de saber diferenciar ambas as coisas, para que assim,
não criemos prejulgamentos, que muitas vezes não coincidem com a
realidade.
Nesse aspecto, crianças, jovens, adolescentes e adultos estão interligadas a
um ciclo muitas vezes vicioso, onde tudo o que sabem sobre os
acontecimentos do Brasil e do mundo são adquiridos pelos repasses das
redes de comunicação. O grande problema é acreditar em tudo o que
escutamos, sem procurar se em outras fontes a informação é repassada da
mesma maneira. Não julgando a maior rede de comunicações do país, pois a
mesma possui profissionais eficientes, mas, é evidente que a manipulação
existe, maquiando antes de divulgar para a sociedade. A questão que fica é o
por quê?!
No Brasil vê-se muito a relação da sociedade com a mídia que lhe é de
alcance, a proximidade e facilidade com o meio televisivo e da internet torna
cada vez mais fácil a transmissão de notícias ―montadas ou falsas‖, com a
facilidade e alcance da sociedade com a informação se espalha rapidamente e
em pouco tempo chega a um público muito grande sem chance de a
informação ser cortada e corrigida a tempo de não influenciar quem viu a
notícia falsa.
Muitas vezes a mídia televisiva por ser apoiada por determinado grupo
político, influencia em seus noticiários ao telespectador pensar de igual
forma que eles pensam.
A não ―imparcialidade‖ das notícias são claras e torna o publico refém de
notícia e informação, não havendo chance de formar seu próprio conceito
sobre quaisquer outros pensamentos que não seja o transmitido pela mídia.
A liberdade de imprensa é um instrumento de democracia, podendo com ele
conter abusos de autoridades públicas, a muito tempo vem sendo o principal
motivo que a sociedade cobrava em seus direitos fundamentais para então
conseguirem se defender contra eles. As opiniões se divergiam muitas vezes
e a imprensa precisa sempre se informar, quando é publicado uma corrente
única de opinião se torna vazio o conteúdo.
Mas atualmente percebe-se facilmente que a situação se inverteu, a imprensa
está formada por opiniões únicas para alavancar assim tanto progressos para
si, quanto instabilidade em um país. Deve sempre tratar-se com muita
diligência quais são as responsabilidades e obrigações que a imprensa deve
ter.
Rui Barbosa, em brilhante passagem, afirmou que: ―A imprensa é a vista da
nação. Por ela é que a Nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe,
enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam, colhe o
que lhe sonegam, ou roubam, percebe onde lhe alvejam, ou nodoam, mede o
que lhe cerceiam, ou destroem, vela pelo que lhe interessa, e se acautela do
que a ameaça. (…) Um país de imprensa degenerada ou degenerescente é,
portanto, um país cego e um país miasmado, um país de ideias falsas e
sentimentos pervertidos, um país que, explorado na sua consciência, não
poderá lutar com os vícios, que lhe exploram as instituições‖.
A manipulação de informações é uma das maiores ameaças à sociedade
atual. Grandes veículos de comunicação, sejam eles de televisão, rádio ou
jornais, possuem poder e influência significativos sobre a opinião pública, e,
infelizmente, não raro eles são utilizados para fins pessoais ou políticos. Isso
ocorre porque, em muitos casos, esses veículos estão ligados a poderosos
grupos econômicos ou políticos, o que influencia diretamente a forma como
as informações são transmitidas.
Infelizmente, devido às limitações de privacidade e segurança, não posso
citar nomes específicos de políticos que sejam donos de emissoras de TV ou
rádio. No entanto, é bem conhecido que alguns políticos no Brasil possuem
ou controlam indiretamente empresas de mídia, o que pode influenciar a
forma como as notícias são cobertas e veiculadas.
O resultado disso é uma sociedade que não tem acesso à verdadeira
informação e que é manipulada a cada dia, sem saber. Isso é uma grande
perda para a sociedade, pois é através da informação que formamos nossa
opinião e tomamos decisões importantes.
Por outro lado, veículos de comunicação menores, como o Jornal Tribuna,
são valiosos porque eles fornecem um espaço livre de expressão, onde as
pessoas podem compartilhar suas idéias e opiniões sem serem censuradas ou
manipuladas. Esses veículos de comunicação pequenos são importantes
porque eles ajudam a manter a diversidade de vozes na sociedade, o que é
fundamental para o debate democrático e a tomada de decisões justas.
Infelizmente, atualmente, estamos vivendo um período de cerceamento da
liberdade de expressão no Brasil. Isso é causado por aqueles ligados aos três
poderes, bem como ao oligopólio midiático existente no país, onde poucas
empresas controlam a maior parte da mídia. Esse oligopólio midiático é
perigoso porque ele tem a capacidade de manipular informações e influenciar
a opinião pública de uma forma negativa.
Além disso, as mídias sociais também estão sendo cerceadas no Brasil. Isso é
preocupante porque as mídias sociais são um espaço importante para a
liberdade de expressão, onde as pessoas podem compartilhar suas opiniões e
idéias sem medo de serem censuradas ou perseguidas.
Nossa Constituição Federal garante e assegura três poderes que reger o país:
o Legislativo que é preparado e capacitado para criar as leis; o executivo que
tem a função de executar as leis indicadas e aprovadas pelo Legislativo; o
Judiciário que exerce a fiscalização do cumprimento dessas leis. E um quarto
poder que formula ideologias em defesa de seus interesses e determina a
agenda nacional. Não consta na Carta Magna, mas possui características tão
parecidas quanto as que compõem o governo de nossa nação, por formar,
conduzir e dominar a opinião pública.
Trata-se da imprensa, os veículos de comunicação que exercem o jornalismo
e outras funções de comunicação informativa e de entretenimento, as quais
sempre couberam um papel de destaque, atuando quase de forma invisível,
mas predominantemente influenciando nas ações de comportamento e
decisões da sociedade, extrapolando, em muitos momentos, sua principal
função de bem informar, de forma isenta, a população.
Ao produzir a versão dos fatos, por exemplo, o repórter ou
―Newsmarketing‖, na teoria jornalística, as agências de notícias selecionam e
repassam esse conteúdo para os jornais, que o modifica obedecendo a
interesses dos controladores e as mudanças propostas pelos redatores, o
―gatekeeper‖.
Quando as notícias são veiculadas, há uma tentativa de influenciar o
pensamento do telespectador, através da ―Agenda Stting‖, que aponta quais
temas serão considerados de interesse coletivo, colocando no esquecimento
outros não veiculados, ainda que sejam relevantes para a sociedade, calando
aqueles que, por medo de perder o convívio social, não se manifestam e se
aproximam mais das opiniões que consideram dominantes, chamada pela
estudiosa alemã Elizabeth Noelle-Neumann de teoria da ―Espiral do
Silêncio‖.
Assim o fez em 1965, com José Sarney, no Maranhão, quando o estado
ocupava as últimas posições no índice de desenvolvimento e, mesmo assim,
venceu dez eleições para governador. Fernando Collor de Melo também fora
agraciado com ofavorecimento da mídia, em 1968, nas Alagoas, ganhando
notoriedade como o jovem promissor no combate aos ―marajás‖,
funcionários públicos acusados de receberem salários exagerados.
Nas eleições diretas para presidente, em 1989, houve outro posicionamento
claríssimo de todos os meios de comunicação a favor de Collor e em
oposição a Luiz Inácio Lula da Silva. A falta de informação da população
que votava após anos de ditadura militar, dava a segurança de que seus
direitos e interesses estavam sendo defendidos, o que facilitou o controle das
decisões.
É curioso pensar que, diferente do que ocorreu nos processos eleitorais
citados anteriormente, na qual a mídia teve, de fato, um peso significativo na
formação da opinião política, capaz de manipular o voto, essa
manufatura do consenso continua sendo produzida, mas com menos
força em alguns momentos.
Entre os anos de 2005 e 2006, por exemplo, inúmeras reportagens sobre o
mensalão, maior escândalo de desvio de dinheiro e compra de votos
envolvendo políticos, repercutiram em todos os veículos de comunicação,
inclusive com imagens de pessoas indo a bancos e da própria CPI (Cúpula
Parlamentar de Inquérito), que cassou o mandato dos deputados Roberto
Jefferson e José Dirceu, ligados ao Partido dos Trabalhadores, não
sensibilizou a população menos letrada, que representava, na época, 75% da
força de trabalho, isto é, dos que tinham mais de 15 anos, que sabiam que
sua vida havia melhorado com benefícios como o Bolsa Família, e não
aceitou o que a mídia falava. Isso os fez favoráveis ao então presidente Lula,
do próprio PT.
É certo que a imprensa pode, sim, fracassar em determinados momentos, mas
não dá para negar as evidências de que manipulações existem conforme seus
interesses mercadológicos e partidários. Ela continua sendo o poder e a
formadora de opiniões, que informa ou deforma quando lhe é conveniente.
Um insulto aos manuais convencionais que chamam de ―melhor
aproximação possível da verdade‖, ao conferir todas as informações e, assim,
transmitir os fatos de forma sábia e responsável ou da melhor maneira que
conseguir apurá-los.
O mais desejável é que o público, que é o primeiro poder, evidenciado,
sobretudo, pelo consumo das redes sociais, (facebook, twitter), exerça, de
forma legítima, sua capacidade de decisão, ao partilhar suas ideias, seus
anseios, suas vontades e, claro, a sua opinião, demostrando lucidez ao filtrar
as informações e retirar delas apenas o essencial. É um direito da população
– só da populaçã
) A Estratégia da Distração
Um dos principais instrumentos de controle social é a distração. O objetivo é
desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças
decididas pelas elites políticas e econômicas. Tudo isso através de uma
avalanche de distrações contínuas e informações desnecessárias.
Esta estratégia é essencial para fazer com que o público não se interesse por
conhecimento em áreas como ciência, economia, psicologia, neurobiologia e
cibernética. O conhecimento e aprofundamento poderia acarretar a
insubordinação das massas e ameaça ao sistema. Então é primordial manter a
população ocupada e sem tempo para a reflexão (assim mentalidade de
―manada‖ estará garantida).
2) Criar problemas e depois oferecer soluções
Este método é conhecido como ―problema-reação-solução‖. Cria-se uma
situação (que causará uma reação prevista no público) a fim de que seja o
público quem exija medidas que se deseja fazer com que aceitem.
Um exemplo bem corriqueiro até no Brasil: deixar que se desenvolva ou se
intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de
que o público demande por leis de segurança e cerceamento da liberdade
(como as aclamações pelo retorno da ditadura militar). Também é comum
criar uma crise econômica para fazer que aceitem como ―males necessários‖
o retrocesso dos direitos sociais e desmantelamento dos serviços públicos.
3) A Estratégia da Gradualidade
Para fazer que se aceite uma medida inaceitável, é necessário aplicá-la
gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa forma, as
condições socioeconômicas radicalmente novas, como o neoliberalismo,
foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado
mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego massivo,
baixos salários, inúmeras mudanças que provocariam uma revolução se
fossem aplicadas de uma única vez. Estratégia também utilizada por Hitler e
por vários líderes comunistas.
4) A Estratégia de Diferir
Outra forma de uma decisão impopular ser aceita é apresentá-la como
―dolorosa e necessária‖, obtendo a aceitação pública para uma aplicação
futura. Desse modo, é mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um
sacrifício imediato. A tendência é que espere-se ingenuamente que ―amanhã
tudo irá melhorar‖ e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso faz com
que, aos poucos, o público se acostume com a ideia de uma maneira
resignada.
5) Dirigir-se ao público como crianças
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso,
argumentos, personagens e entonação notavelmente infantis, muitas vezes
próximos à debilidade, como se o espectador tivesse pouca idade ou uma
debilidade mental. Quanto mais tenta-se enganar o espectador, mais esses
recursos infantilizantes surgem.
Por quê? ―Se alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de
12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com
certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um
sentido crítico como as de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade.‖
6) Utilizar o aspecto emocional muito mais do que a reflexão
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto
circuito na análise racional, e finalmente no sentido crítico dos indivíduos.
Por outro lado, a utilização do registro emocional pode abrir portas de acesso
ao inconsciente para implantar com mais facilidade ideias, desejos, medos e
temores, compulsão ou induzir comportamentos.
7) Manter o público na ignorância e na mediocridade
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os
métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. ―A qualidade da
educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre
possível, de forma que a distância da ignorância planejada entre as classes
inferiores e as classes sociais superiores seja e permaneça impossível de ser
alcançada para as classes inferiores (ver ‗Armas silenciosas para guerras
tranqüilas‘)‖.
8) Estimular o público a ser complacente com a mediocridade
Promover a crença do público de que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e
inculto. Introduzir a ideia de que quem argumenta demais e pensa demais é
chato e mau humorado.
Assim as pessoas vivem superficialmente, sem se aprofundar em nada e
sempre têm uma piadinha para se safar do aprofundamento necessário a
questões maiores. Constatamos isso facilmente no comportamento do
brasileiro e nas representações midiáticas das periferias como um lugar em
que as pessoas vivem ―alegremente‖ a despeito da pobreza e exclusão social.
9) Reforçar a autoculpabilidade
Fazer o indivíduo crer que somente ele é culpado por sua própria desgraça
devido à insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus
esforços (lógica da meritocracia e individualização de problemas sociais).
Assim, em vez de se rebelar contra o sistema econômico, o indivíduo se
menospreza e se culpa, o que gera um estado depressivo que causa a inibição
da ação do indivíduo. E sem ação, não há questionamento.
10) Conhecer aos indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem
No decorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm
gerado uma crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles
possuídos e utilizados pelas elites dominantes.
Graças à biologia, à neurobiologia e àpsicologia aplicada, o ―sistema‖ tem
desfrutado de um conhecimento avançado sobre a psique do ser humano,
tanto em sua forma física como psicologicamente.
O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele
conhece a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema
exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior que
dos indivíduos sobre si mesmos
Prox
1. INTRODUÇÃO
Na sociedade da informação ou sociedade do conhecimento decorrente do
advento das novas tecnologias, pode-se dizer que as mídias representam
ferramentas com significativo poder de influência na formação de opinião
dos indivíduos que a compõem e regulam. Assim, a grande imprensa pode
ser entendida, atualmente, como uma coluna de sustentação do poder que
organiza uma sociedade. Para alguns ela seria o quarto poder, além dos três
poderes: executivo, legislativo e judiciário. Isso se dá porque na atual
conjuntura brasileira a imprensa é imprescindível como fonte legitimadora
das medidas políticas anunciadas pelos governantes, das estratégias de
mercado das grandes corporações e pelo capital financeiro.
Pode-se inferir, conforme as palavras de José Arbex Jr., que a imprensa
―Constrói consensos, educa percepções, produz ‗realidades‘ parciais
apresentadas como a totalidade do mundo, mente, distorce os fatos, falsifica,
mistifica […]‖. (ABRAMO, 2003, p.8). Ou seja, a imprensa atua como um
―partido‖ que defende os interesses específicos de seus proprietários
privados, ignorando os interesses da população brasileira. Essa é a discussão
que norteia esse artigo.
Com base em uma fundamentação teórica referenciada e disposta no final
deste texto, argumenta-se sobre as mídias, principalmente acerca do poder de
dominação dos meios de comunicação por meio de manipulação e
instrumentos simbólicos. Para isso é realizada a análise das imagens
publicadas na revista Veja em sua edição de 29 de dezembro de 2010,
conforme os padrões de manipulação da grande imprensa brasileira,
explicitados por Perseu Abramo, experiente jornalista que também atuou
como professor de jornalismo por alguns anos.
2. MANIPULAÇÃO MIDIÁTICA NA SOCIEDADE DA
INFORMAÇÃO
Em um país como o Brasil, ainda em desenvolvimento, sabe-se que as
poucas verbas governamentais não atingem a base da estrutura social, ou
seja, a Educação. Isso faz com que a maior parte da população careça de
preparo para lidar com tantos avanços tecnológicos e possibilidades de
acesso a informação, bem como de capacidade para reflexão sobre tais
informações. Neste contexto destaca-se a questão da exclusão ao acesso as
novas tecnologias da informação e, portanto, a importância das mídias,
principalmente a imprensa televisiva que representa o meio ou instrumento
mediador da informação mais prático e popular no país, embora seja muito
pouco utilizado para fins instrutivos, sendo geralmente adotado para
manipulação em massa com finalidades comerciais e políticas.
Por isso, Mattelart e Mattelart (2003) questionam se a mídia é mediadora ou
―antimediadora‖. Conforme os autores o que caracteriza os meios de
comunicação de massa é o fato de esses serem ―antimediadores‖,
intransitivos e fabricantes da ―não-comunicação‖, ao considerar que a
comunicação consiste na troca, na reciprocidade de uma fala. Desta forma o
que predomina na relação entre mídias e indivíduos é o poder de dominação
e regulação social.
O processo pelo qual ocorre esse poder de dominação, através da formação
de opinião pública, compreende um tipo de pensamento complexo descrito
pelo sociólogo francês Edgar Morin (2000). O desafio da complexidade,
segundo o autor, consiste no fato de que toda informação tem apenas um
sentido em relação a uma situação. Isso significa que o sentido da palavra ou
da imagem muda conforme o contexto, assim, para se conhecer não se pode
isolar uma palavra ou uma informação, sendo necessário ligá-la a um
contexto. Só se pode conhecer as partes conhecendo o todo em que se
situam.
Outro texto que contribui para essa discussão intitula-se ―Designação: a arma
secreta, porém incrivelmente poderosa, da mídia em conflitos
internacionais‖, de Kanavillil Rajagopalan (2003), doutor em linguística
aplicada e pós-doutor em filosofia da linguagem. É um texto que trata da
influência midiática na concepção social, fundamentando-se com a ideia de
que tudo pode e deve ser contestado, abordando também a questão dos
termos de designação do discurso jornalístico na formação de opinião
pública favorável ao mesmo; os eufemismos utilizados em função de
minimizar a culpa dos responsáveis pelas tragédias ocorrentes no mundo e,
ressaltando, ainda, o poder de designação de referência neutra, ao agregar
valores através da nominação.
De acordo com Morin (2000) e Rajagopalan (2003), portanto, existe um
pensamento complexo que inclui texto ou imagem e contexto e que está
sempre presente nas informações transmitidas por meio das mídias. Desta
forma os donos dos meios de comunicação são detentores de poder sobre a
formação de opinião pública, de regulação da sociedade.
Em entrevista Stuart Hall define isso como um processo de codificação e de
decodificação dos termos de linguagem, tratando do ―ler entre linhas‖ como
uma questão mais complexa do que a princípio pode parecer. Conforme o
autor:
[…] ―Codificação/Decodificação‖ […] A mensagem é uma estrutura
complexa de significado que não é tão simples como se pensa. A recepção
não é algo aberto e perfeitamente transparente, que acontece na outra ponta
da cadeia de comunicação. E a cadeia comunicativa não opera de forma
unilinear. [ ] No contexto político existe, ainda, a noção […] de que o
significado não é fixo, de que não existe uma lógica determinante global que
nos permita decifrar o significado ou o sentido ideológico da mensagem
contra alguma grade. A noção de que o sentido sempre possui várias
camadas, de que ele é sempre multirreferêncial (SOVIK, 2003, p. 354).
Os donos dos meios de comunicação utilizam-se das mídias como
ferramentas para manipulação em massa. Para isso é adotado este processo
de ―pensamento complexo‖, no qual se dá a codificação e decodificação. Ou
seja, cada mensagem codificada aparentemente pressupõe determinada
decodificação, desta forma as informações transmitidas pelas mídias são
codificadas exatamente da maneira que se deseja que elas sejam
decodificadas ou interpretadas, de modo a influenciar, como bem entender, a
opinião pública. Assim, somente os mais perspicazes ou bem instruídos
conseguem ir além da aparente decodificação, adentrando o contexto político
e a noção de que os significados não são fixos e de que nem tudo é o que
parece ser. Por meio das mídias é possível estabelecer um forte poder de
designação, de influência, até mesmo cultural, que muitas vezes acaba
construindo a realidade social dos indivíduos.
Mattelart e Mattelart (2003) reportam-se para as teses de Foucault e trazem
para essa discussão o modelo utópico de organização social em ―Panóptico‖
que consiste em uma torre central de onde se pode controlar com plena
visibilidade todo o círculo de um prédio dividido em alvéolos onde os
vigiados encontram-se confinados em células individuais, separados uns dos
outros, sendo vistos sem se ver. Trata-se de uma caracterização do modo de
controle exercido pelo dispositivo televisual para organizar o espaço,
controlar o tempo, vigiar o indivíduo e regular seus comportamentos. Neste
caso as mídias televisivas representam o ―Panóptico Invertido‖ no qual os
vigiados podem ver sem ser vistos.
Para Morin (2000) ―somos produtos produtores‖ o que significa que os
indivíduos são produtores da sociedade porque sem indivíduos não existe
sociedade, desta forma, a existência de uma sociedade com sua cultura,
normas, leis, regras, etc. produz esses indivíduos. Ou seja, os indivíduos
produzem a sociedade e a sociedade produzos indivíduos como um processo
que se dá em um ciclo vicioso. Nisso consiste o pensamento complexo e o
poder das mídias na regulação da sociedade por meio da disseminação de
determinadas ideias, na produção de indivíduos produtores da sociedade
ideal para os donos das mídias, para o sistema capitalista que estabelece uma
sociedade de consumo, inclusive do consumo da informação e do
conhecimento.
Isso significa ainda que damos vida às nossas ideias e, uma vez que lhes
damos vida, são elas que indicam o nosso comportamento, que nos mandam
matar ou morrer por elas; vale dizer que tais produtos são os nossos próprios
produtores […] (MORIN, 2000, p. 25.)
Neste contexto e utilizando-se de termos como ―comercialização do
conhecimento‖ e ―indústria cultural‖ Burke (2003) destaca que uma das
razões para se afirmar que a sociedade atual pode ser definida como
sociedade da informação é que a produção e a venda de informações
contribui de maneira considerável para as economias mais desenvolvidas.
Segundo Morin (2000) o objetivo do pensamento complexo é contextualizar
e globalizar. O que, na discussão da temática apresentada nesse artigo,
consiste no entendimento de quem é o indivíduo e do que é a sociedade, de
qual a relação entre ambos e o que as mídias representam nessa relação. Uma
vez compreendidas essas questões, os indivíduos podem ter autonomia e
sabedoria na regulação da sociedade que constituem, de forma a se libertar
um pouco das amarras de um sistema maior, que é o capitalismo com seu
jogo de poderes políticos. Assim, entende-se que a sociedade da informação
e do conhecimento representa uma época na qual é possível se informar para
conhecer os indivíduos e o contexto no qual encontram-se inseridos, bem
como alcançar o entendimento de como isso tudo ocorre, possibilitando
reflexões que não se deixam manipular por meio de instrumentos midiáticos.
Nesse sentido Abramo (2003) destaca os padrões de manipulação adotados
pela grande mídia brasileira, demonstrando como é possível refletir e não se
deixar enganar por tudo o que se lê e/ou se vê publicado por aí, conforme a
abordagem do próximo tópico.
3. PADRÕES DE MANIPULAÇÃO ADOTADOS PELA GRANDE
IMPRENSA BRASILEIRA
Em 1994 verificou-se, mais do que nunca, a necessidade em se discutir a
questão da manipulação midiática e a ética do jornalismo, quando ocorreu o
conhecido, ou nem tão conhecido assim, caso da ―síndrome da antena
parabólica‖, conforme divulgado por Kucinski (1998). Tratava-se do
incidente ocorrido nos bastidores do Jornal Nacional, da TV Globo, no
decorrer da primeira disputa presidencial entre Luiz Inácio Lula da Silva e
Fernando Henrique Cardoso, quando Rubens Ricupero, o então ministro da
Fazenda, confidenciou ao jornalista Carlos Monforte sua falta de escrúpulos
na campanha política, favorecendo Fernando Henrique.
Ocorre que esta conversa que deveria ser informal acabou sendo transmitida
via satélite para antenas parabólicas em várias regiões do Brasil, fazendo
com que os telespectadores tomassem conhecimento das falcatruas de
políticos corruptos vinculados à imprensa manipuladora.
Esse flagra, no entanto, não foi suficiente para que a falta de ética no
jornalismo brasileiro tivesse um fim. Com a falta de regulação da imprensa,
os donos dos meios de comunicação estão livres para atuar como bem
entendem, inclusive utilizando-se de padrões de manipulação.
Neste sentido Ayoub (2006) mostra como a revolução industrial contribui
para que os europeus se desvencilhassem de quase um século de censura e
restrições à imprensa, enquanto no Brasil essa regulação ainda não existe.
Segundo Ayoub (2006) a imprensa brasileira cumpre um papel enquanto
representação de classe, ela defende seus interesses burgueses e ataca os que
a contestam. Os proprietários dos meios de comunicação querem e exigem
participação no poder, interferindo não apenas no embate ideológico, como
também na disputa política e no processo eleitoral.
Assim, acontecimentos como o da ―síndrome da antena parabólica‖, dentre
muitos outros, refletem o porquê de a necessidade da sociedade brasileira
aprender a ler e a decodificar as informações, tanto de texto como de
imagens. Essa é a mensagem principal passada pelo experiente jornalista e
professor Perseu Abramo, ao tratar a questão dos padrões de manipulação
adotados pela grande imprensa brasileira.
Por isso, destaca-se a utilidade de estudos que esclarecem como funciona a
grande imprensa brasileira e como as informações podem ser decodificadas
tendo seu real sentido identificado.
Ciente de tais questões, em seus estudos Abramo (2003) desmascara a dita
objetividade da grande imprensa brasileira, mostrando que se trata de uma
falsa objetividade. O autor situa o jornalismo praticado como um
instrumento de controle político das elites, contrário aos interesses maiores
do povo brasileiro. Para o jornalista, a verdadeira motivação da empresa de
comunicação em manipular a informação e distorcer a realidade está
principalmente no campo político, na lógica do poder e, em um segundo
plano, no campo econômico, na busca do lucro. Mas é bastante frequente,
sempre distorcendo de alguma forma a realidade, como esclarece o autor:
A maior parte do material que a imprensa oferece ao público tem algum tipo
de relação com a realidade. Mas essa relação é indireta. É uma referência
indireta à realidade, mas que distorce a realidade. Tudo se passa como se a
imprensa se referisse à realidade apenas para apresentar outra realidade,
irreal, que é a contrafação da realidade real. É uma realidade artificial, não-
real, irreal […]. (ABRAMO, 2003, p.23).
As técnicas de manipulação utilizadas pela grande imprensa brasileira, de
acordo com Abramo (2003), ocorrem às vezes de maneira sutil, contida,
outras vezes, de modo escancarado, grosseiro e até mesmo agressivo, pois
ainda não existe uma regulação dos meios de comunicação no Brasil. A
manipulação da informação se converte, assim, em manipulação da
realidade.
A manipulação da imprensa ocorre de diversas formas, mas vale salientar
que não é toda matéria que é manipulada, pois algumas delas precisam ser
isentas para que a imprensa não seja totalmente desacreditada.
As técnicas de manipulação adotadas pela grande imprensa brasileira,
conforme Abramo (2003) são as seguintes:
1. Padrão da Ocultação: Se refere à ausência e à presença dos fatos reais.
Ocorre que muitas vezes acontece um deliberado silêncio sobre
determinados fatos da realidade que são totalmente ignorados fazendo
com que os leitores também os ignorem. Desta forma o fato real é
eliminado da realidade e deixa de existir.
2. Padrão da Fragmentação: Neste caso a realidade é fragmentada em
vários outros minúsculos fatos particularizados, muitas vezes
irrelevantes, se comparados com os fatos reais, com o todo. O fato real
é fragmentado de forma que parte dele é isolada e apresentada fora do
contexto original, de forma descontextualizada. Isso acaba gerando
outros significados que não condizem com a realidade. Também pode
ocorrer a invenção artificial e ficcional de outros fatos.
3. Padrão da Inversão: Neste caso, depois do fato ser fragmentado e
descontextualizado, ainda tem suas partes reordenadas e, portanto,
invertidas. O que gera uma bagunça completa que já não representa
mais qualquer aspecto da realidade. Trata-se de uma destruição da
realidade original e criação de uma nova realidade que é absolutamente
artificial.
Existem várias formas de inversão: Inversão da relevância dos aspectos,
quando o secundário é apresentado como o principal e vice-versa; Inversão
da forma pelo conteúdo que ocorre quando o texto ou a imagem passa a ser
mais importante do que o fato que está reproduzindo; Inversão da versão
pelo fato, quando não é o fato real que toma importância, mas a versão dos
fatos apresentada pelo órgão de imprensa; Inversão da opinião pela
informação,quando a informação real é totalmente substituída pela opinião
do órgão de imprensa, neste caso o juízo de valor é utilizado como se fosse
um juízo de realidade. Nestes casos, conforme destaca o autor, é importante
frisar que:
Essa particular inversão da opinião sobre a informação pode às vezes
assumir caráter tão abusivo e absoluto que passa a substituir a realidade real
até aos olhos do próprio órgão de informação. Não é incomum perceber que
às vezes os responsáveis pelos órgãos cometem erros – aí, sim, involuntários
– porque passaram a acreditar integralmente nas matérias do próprio órgão,
sem perceber que elas não correspondem à realidade. (ABRAMO, 2003, p.
32).
4. Padrão de Indução: Refere-se ao fato de que, submetido, ora mais ou
ora menos, aos padrões de manipulação da imprensa, o leitor é
induzido a ver o mundo da mesma forma que o órgão de imprensa o vê.
Ou seja, o leitor é induzido a ver o mundo não como ele realmente é,
mas sim como querem que ele o veja.
5. Padrão Global: Este padrão é considerado específico do jornalismo de
televisão e de rádio. Divide-se em três momentos básicos: exposição do
fato, apresentação da fala de cidadãos que compõem a sociedade,
apresentação da opinião de um especialista ou uma autoridade no
assunto. Tudo isso junto favorece a manipulação fazendo com que o
telespectador ou o ouvinte seja induzido a acreditar em informações
inventadas pelos donos das mídias.
Assim, é possível compreender como ocorre o processo de manipulação
midiática e utilizar esses ensinamentos deixados por Perseu Abramo
aplicando-os em pesquisas e estudos que objetivem a análise de textos, sons
e imagens mediados pela grande imprensa brasileira, tal qual se apresenta no
próximo tópico.
4. ANÁLISE DAS IMAGENS PUBLICADAS NA REVISTA VEJA NA
EDIÇÃO DE 29 DE DEZEMBRO DE 2010
Esse artigo baseia-se na análise das imagens publicadas pela revista Veja na
edição de 29 de dezembro de 2010, especialmente a capa, que tem como
objetivo anunciar a mudança de presidente que o Brasil viveria em 2011. Ao
se deparar com a capa, o leitor logo pode perceber como é visível não se
tratar de uma fotografia, e sim de imagem criada, uma ilustração. A
construção da ideia e da imagem, que se utiliza das artes gráficas, foi
bastante propícia e bem montada associando ao momento de transição do
ano e do governo, como é possível observar:
Figura 1 – Capa da revista Veja na edição de 29 de dezembro de 2010.
Fonte: Acervo digital da
revista Veja
De um lado da capa, o então na data publicada, presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, é retratado em uma postura de resistência tentando impedir o
avanço do ponteiro do relógio, que é constituído por uma arte sombreada
favorecendo a ideia de movimento e de passagem de tempo, o final de seu
mandato, ali representado pela virada do ano. Nessa análise é possível
identificar que não se trata de uma fotografia, levando em consideração a
posição do presidente integrado a ilustração do relógio.
Essa representação localiza-se do lado esquerdo da capa que possui o fundo
preenchido com cores neutras que variam entre preto e cinza claro, o
presidente está vestindo um terno preto, ajudando a reforçar a ideia de
passado e memória. A palavra ―Retrospectiva‖ também é anunciada na cor
cinza e pouco destacada, completando essa linha de pensamento. As cores
escuras e neutras ganham mais sentido de passado e remetem a algo que está
prestes a virar memória, quando em comparação e contraste do outro lado da
capa, onde se encontra, a então futura presidenta do Brasil, Dilma Roussef.
É possível observar um elaborado jogo de divisão e comparação entre o que
teria se passado e o que estaria por vir, apresentado resumidamente com as
palavras: ―Retrospectiva‖ e ―Perspectiva‖, na parte superior da capa. No
centro, acompanhando a ilustração, se encontram os textos objetivos que se
opõem em meio ao processo de comparação: ―O ano que Lula não queria ver
terminar‖, ―Balanço – O Brasil depois de 8 anos de lulismo‖, de um lado,
acompanhando a imagem de Lula, enquanto do outro lado, juntamente com a
imagem de Dilma, aparecem as seguintes frases: ―À espera do desafio‖ e
―Infraestrutura – O Brasil que Dilma terá de construir‖. Um contraste com
texto e imagem se completando de forma harmônica.
Do lado direito da capa, preenchida com fundo azul e branco representando o
ano de 2011, ano de posse do novo presidente ou presidenta do país, está
Dilma Roussef sentada, com mãos cruzadas repousadas sobre as pernas
como se estivesse aguardando o desafio deixado por Lula. A figura da
presidenta vestida de vermelho remete ao Partido dos Trabalhadores e seu
rosto não demonstra alegria nem tristeza, mas talvez uma certa preocupação,
ansiedade ou medo escondidos em um sorriso contido.
O uso da palavra ―desafio‖ cabe como uma crítica e provocação da revista ao
governo anterior, mesmo que ambos os governos sejam pertencentes ao
mesmo partido, Veja deixa claro a sua própria insatisfação quanto ao que foi
desenvolvido no governo de Lula.
A capa contém elementos explícitos sobre a opinião da revista para
determinado momento. Uma vez que a capa mostra o Lula agarrado ao poder
sem querer sair de lá e deixando ―problemas‖, ou seja, a necessidade de se
construir um novo país. A revista Veja faz questão de explicitar seu desgosto
com o governo Lula, como também é possível observar na matéria que leva o
título de ―Uma constelação sem brilho‖ onde a opinião sobre as escolhas de
Dilma é citada e que estas prometeriam ―muita confusão‖.
A sessão que trata da infraestrutura – ―a missão de construir‖, aborda
diversos problemas que o país enfrenta e enfrentará, a revista conseguiu
incluí-los na palavra direcionada e vinculada à Dilma na capa da revista;
―Perspectiva‖. Palavra que parece ter sido carregada de cobranças e
esperança da população brasileira, mas que na realidade reflete mesmo a
opinião da revista Veja, uma vez que a grande maioria da população aprovou
o governo Lula.
A matéria que faz uma retrospectiva dos oito anos de mandato do presidente
Lula, leva o título de ―fecham-se as cortinas, termina o espetáculo‖
acompanhada por uma fotografia quase panorâmica do presidente descalço
em um campo, de braços abertos e que apesar de estar de perfil, apresenta
uma feição tranquila e de alívio, ironicamente texto e imagem parecem ter
sido montados para insinuar que o mandato de Lula foi um teatro, um
espetáculo.
A matéria conta, ainda, com outras fotografias de suas viagens, também em
preto e branco, mais uma vez submetendo a ideia de memória, passado e de
caráter documental.
A parte da retrospectiva, criada pela revista Veja, trata dos dias de revolta da
população e protestos contra o governo Lula, encontram-se repletos de textos
críticos e de ataque ao governo realizado nesses oito anos, como se o
governo tivesse sido duramente criticado pela população durante seu
governo e não tivesse recebido apoio, embora tenha sido o governo avaliado
com o maior índice de satisfação da população brasileira em toda sua
história.
Ao citar a melhoria de vida de uma parcela dos brasileiros que tiveram
mudança em seu padrão de vida nesse tempo, Veja apresenta retratos de
pessoas satisfeitas com o governo e com postura de orgulho de serem o que
são. Mesmo citando e reconhecendo mudanças positivas ocorridas, a revista
nomeia essa sessão de ―miséria‖.
De acordo com Abramo (2003), o padrão de indução aplicado juntamente a
formação da notícia, faz com que o leitor veja o mundo da forma que o órgão
de comunicação vê e induz a acreditar que essa é a realidade de fato. Essa
indução começa no surgimento da ideia e na formação da imagem irreal, pois
não se trata de uma fotografia que relata a realidade, passa pelos pequenos
textos utilizados na capa, pelo destaque da manchete e se estende ao texto da
matéria final.
Não houve preocupação em ilustrar a capa comuma imagem real, que
apresentasse a realidade tal como ela é. Em vez disso é exposta uma imagem
criada pela Veja, ou seja, uma artimanha de manipulação que cria uma falsa
realidade, mostrando uma atmosfera de desamparo e de dúvida na
capacidade da futura presidenta. Fica no ar a dúvida criada pela Veja: ―Como
será que Dilma irá encarar esse desafio?‖, E os falsos problemas – também
criados pela Veja – deixados pelo governo anterior: ―Será que ela será capaz
de resolver todos os problemas que Lula deixou?‖. A revista deixa explicita a
ideia de que não acredita, não confia ou não apoia o futuro governo. Isso
acontece também, de forma explícita, quando Dilma anuncia, segundo a
revista, uma péssima escolha do ministério, induzindo o leitor a acreditar e
concordar com sua posição.
A informação não chega ao leitor de forma objetiva e clara, para que ele
possa fazer sua leitura, refletir e tirar suas próprias conclusões. A revista
Veja incorpora sua opinião nas matérias jornalísticas que publica e faz com
que uma falsa realidade seja divulgada como uma verdade absoluta.
prox
Como acontece a manipulação da opinião pública nas redes sociais
Estudo da Universidade de Oxford detalha como organizações do
mundo inteiro manipulam a opinião pública pela Internet a fim de
influenciar eleições
Por Isabela Cabral, para o TechTudo
10/08/2018 06h00 Atualizado há 4 anos
No Brasil e no mundo, agências governamentais e partidos políticos têm
explorado plataformas de redes sociais para espalhar notícias
sensacionalistas ou falsas, censurar informações e minar a confiança na
mídia, em instituições públicas e na ciência. É o que aponta um estudo recém
publicado pela Universidade de Oxford, da Inglaterra, ―Desafiando a
Verdade e a Confiança: Um Inventário Global da Manipulação Organizada
nas Mídias Sociais‖. Os pesquisadores acreditam que, na era digital, a
manipulação da opinião pública através das redes sociais — como Facebook,
Twitter, Instagram — é uma perigosa ameaça à democracia.
LEIA: Cinco fatos importantes sobre o uso de redes sociais por adolescentes
https://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/facebook.html
https://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/twitter.html
https://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/instagram.html
https://www.techtudo.com.br/listas/2018/06/cinco-fatos-importantes-sobre-o-uso-de-redes-sociais-por-adolescentes.ghtml
Facebook é uma das redes sociais onde usuários são vítima de manipulação
— Foto: Foto: Luciana Maline/TechTudo
Com a capacidade de atingir grandes públicos com interesses específicos em
um só lugar, ao mesmo tempo em que é possível se comunicar de forma
pessoal com os indivíduos, as redes se mostram meios muito atrativos para a
propaganda política e social. Em diversos países, campanhas divisoras já
aumentaram tensões étnicas, ressuscitaram movimentos nacionalistas,
intensificaram o conflito político e até resultaram em crises políticas.
No Brasil, de acordo com a pesquisa, o uso de práticas desonestas na Internet
para influenciar as pessoas acontece desde 2010. Contas fake, bots,
mensagens de distração, entre outras práticas, foram usadas durante duas
campanhas presidenciais e o impeachment. Contratos entre partidos políticos
e as empresas que viabilizam essas práticas têm valores de até R$ 10
milhões, como mostra o relatório. Conheça, a seguir, as principais
descobertas feitas pelo estudo.
Pesquisa da Universidade de Oxford mostra o Brasil com capacidade média
de disseminação de informações na Internet — Foto: Divulgação
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1. Pelos menos 48 países têm partidos ou organizações governamentais
usando as redes sociais para manipular a opinião pública
O uso das mídias sociais para subverter eleições e enfraquecer a confiança
nas instituições democráticas é um fenômeno amplo, que vai além das ações
maliciosas de poucos. Campanhas coordenadas de manipulação foram
encontradas e examinadas pelo estudo em 48 países, com todo tipo de regime
político, e o Brasil está entre eles. No país, a prática é detectada entre
políticos, partidos e agentes privados desde 2010.
Os autores da pesquisa ressaltam que uma democracia sólida exige
jornalismo de qualidade produzido por veículos independentes, um clima
plural de pensamentos e a liberdade para negociar o consenso público. No
entanto, agentes políticos poderosos cada vez mais se aproveitam das redes
para corromper o ambiente de informações e, assim, promover desconfiança,
manipular opiniões e abalar processos democráticos.
2. As campanhas de desinformação acontecem principalmente durante
eleições ou crises de confiança no governo
Segundo a pesquisa, períodos eleitorais ou de referendos são os momentos
mais propícios para essas ações. Líderes nacionais, partidos e candidatos
utilizam a propaganda digital para influenciar eleitores e alterar os resultados
de votações. Ainda que a Internet tenha aberto novos caminhos para a
participação civil nas atividades políticas, o surgimento de análises de big
data, algoritmos fechados e campanhas computacionais estão deixando
legisladores de todo o mundo aflitos.
Eleições são período crítico — Foto: Divulgação/TSE
Além disso, com a crescente ameaça das fake news — seja real ou percebida
—, os governos estão preocupados e já tomam medidas. De 2016 até hoje,
mais de 30 países introduziram leis com o objetivo de combater notícias
falsas e uns direcionaram órgãos para essa tarefa. O problema, porém, é que
essas ferramentas são usadas para sufocar discursos em alguns casos,
especialmente em regimes autoritários. Desse modo, elas acabam se
tornando mais uma maneira de legitimar a censura e moldar a discussão
pública.
3. Em 20% dos 48 países, apps como WhatsApp, Telegram e Wechat são
usados para transmitir informações falsas
Os especialistas da Universidade de Oxford identificaram um crescimento na
utilização de aplicativos de mensagens, como WhatsApp, Telegram e Signal,
nas campanhas de desinformação. Em especial nos países do hemisfério sul,
onde os apps de chat são um fenômeno, incluindo o Brasil. Por aqui, o
WhatsApp tem mais de 120 milhões de usuários. Esses apps são hoje para os
cidadãos um importante meio de compartilhamento de notícias e
informações, debate e organização política.
https://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/whatsapp-messenger.html
https://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/telegram.html
https://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/signal-private-messenger.html
https://www.techtudo.com.br/noticias/2017/05/whatsapp-em-numeros-120-milhoes-de-brasileiros-e-100-de-criptografia.ghtml
WhatsApp e Telegram — Foto: Anna Kellen Bull/TechTudo
4. As propagandas políticas e sociais envolvem automação nas redes,
times de comentaristas, produção de conteúdos falsos, assédio e criação
de distrações
As cyber tropas — termo usado pelos pesquisadores para nomear os
disseminadores das campanhas — empregam diversas estratégias de
comunicação para conduzir suas operações. Uma técnica notável de
manipulação é o uso de comentaristas pagos que interagem com usuários
reais, seja em redes sociais, fóruns online, blogs, sites de notícias ou outras
plataformas. O estudo afirma que governos e organizações políticas usam o
método para guiar discussões de três formas:
espalhando propaganda pró-governo ou pró-partido;
atacando a oposição ou montando campanhas de difamação e
usando táticas neutras que passam por desviar a conversa de questões
relevantes.
Outra estratégia é a utilização de trolls que hostilizam pessoas, comunidades
ou entidades específicas, com discursos de ódio e demais tipos de assédio
virtual. Foram encontradas em 27 países ações do gênero patrocinadas pelo
estado, cujos alvos eram dissidentes políticos, membros da oposição e
jornalistas.Todo esse trabalho é realizado pelas cyber tropas com contas falsas, que
também atuam na criação e proliferação de matérias sensacionalistas e outros
conteúdos fabricados. Os perfis fake podem ser automatizados, operados por
pessoas de verdade ou híbridos. Os automatizados, conhecidos como bots,
são programados para imitar o comportamento humano. Enquanto outros são
gerenciados por times coordenados, em que cada operador chega a ser
responsável por dezenas ou até centenas de contas.
Perfis falsos no Twitter são bots que ajudam a espalhar informações falsas —
Foto: Reprodução/Carolina Ochsendorf
Entre as técnicas de manipulação das contas falsas está o ―astroturf‖, quando
uma falsa sensação de popularidade ou suporte é gerada por meio de likes e
compartilhamento de histórias. Os agentes da desinformação criam seu
próprio material: vídeos, memes, blogs, imagens e sites de notícias falsos.
Esse conteúdo se torna uma fonte significativa de fake news e informações
conspiratórias ou polarizantes, que são disseminadas e ganham dimensões
muito abrangentes. As estratégias ainda incluem a derrubada de conteúdos e
contas legítimos. Portanto, além de amplificar certas mensagens, as cyber
tropas também suprimem vozes reais na Internet.
No caso do Brasil, quase todas as práticas citadas foram detectadas. Temos
no país contas fake humanas, automatizadas e híbridas, criação de conteúdo,
astroturf, mensagens pró-governo e partidos, ataques à oposição, assédio e
mensagens de distração. De acordo com o relatório dos pesquisadores, há
evidências de bots e trolls profissionais usados agressivamente para abafar
opiniões minoritárias e discordantes durante duas campanhas presidenciais, o
impeachment e a eleição para a Prefeitura do Rio de Janeiro.
5. Desde 2010, partidos e governos já gastaram mais de meio bilhão de
dólares em manipulação via mídias sociais
O investimento das campanhas de manipulação na web é alto, na casa das
dezenas de milhões de dólares. Com frequência, as organizações por trás das
cyber tropas gastam com a contratação de firmas de comunicação política
especializadas em segmentação orientada a dados. Embora existam muitas
empresas legítimas que ajudam partidos políticos a identificar novos distritos
eleitorais e adaptar propagandas a uma base, há um mercado crescente de
companhias que usam estratégias desonestas para moldar discussões,
provocar opiniões extremistas e influenciar agendas políticas.
Em termos de tamanho, as equipes que conduzem as campanhas nas mídias
sociais variam muito. Às vezes, são pequenas e duram pouco; às vezes,
empregam centenas ou milhares de indivíduos. Os orçamentos, métodos e
habilidades também são diversos. A pesquisa britânica fez uma classificação
dos países estudados, segundo a capacidade de cada um. No topo do ranking,
com alta capacidade de manipulação nas redes, estão países como China,
Rússia e Estados Unidos.
Os times brasileiros foram considerados de capacidade média. Eles possuem
forma e técnicas consistentes, envolvem funcionários que trabalham em
tempo integral e utilizam ferramentas, plataformas e estratégias bem
variadas. Há contratos com valores que vão de R$ 24 mil a R$ 10 milhões
Próxima
MANIPULAÇÃO DA MÍDIA: INFORMAÇÃO OU
DESINFORMAÇÃO?
MEDIA MANIPULATION: INFORMATION OR
DISINFORMATION?
LEITE, A.D.O.
Curso de Direito-Faculdades Integradas de Ourinhos – FIO/FEMM
RESUMO
A informação é poder do cidadão. É neste contexto que em reflexão, propõe
discutir a importância da ―Manipulação da mídia: Informação ou
desinformação?‖ O tema referido reveste-se de importância, pois vai permitir
um maior entendimento sobre as ―grandes mídias‖, televisiva, jornais
impressos, revistas, internet. Há que se afirmar, de forma categórica, que os
meios de comunicação de massa são um estrondoso veículo de mobilização
social e exercem uma influência decisiva na imposição dos fatos, e na
manipulação das pessoas. Palavras-chave: Comunicação. Informação.
Influência. Manipulação.
ABSTRACT
Information is citizen power. In this context by way of reflection, we
proposed to discuss the importance of "Media Manipulation‖: Information or
Disinformation?" The issue that is of importance as it will allow a greater
understanding of the "big media" television, newspapers, magazines,
internet, It must be stated,, categorically, that the mass media are a
resounding vehicle for social mobilization and exercise a decisive influence
on the imposition of the facts, and the manipulation of people.
Keywords: Communication. Information. Influence. Manipulation.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo discutir a influência que a mídia, seja
estes jornais, revistas, televisão, internet, exerce na opinião que os indivíduos
tem sobre determinado assunto, visto que atualmente, essas mídias atingem
uma grande parte da população brasileira. Entender o papel da mídia é muito
importante na veiculação da informação. É uma ferramenta usada no meio
político e econômico no dia a dia, que vai muito além de levar informação é
capaz de ditar regras de comportamento, pois age diretamente na formação
da opinião pública.
O interesse em abordar à temática surgiu após constatar, através das noticias
vinculadas pelas diferentes mídias, o quanto estas informam, em alguns
momentos, e desinformam em outros, ou seja, manipulam através dos
noticiários a opinião pública e o quanto a população não questiona os fatos
por estas noticiados. A temática ira abordar a manipulação, a informação, a
desinformação, cujo estudo
mais detido, a manipulação da expressão da imprensa. Ou por aqueles que a
usam para massificar e sustentar seus próprios interesses. Entre a
coletividade de uma informação errônea que atinge a todos, não só a uma
única pessoa, mas todos os que tenham recebido este processo informativo.
Por fonte compreendem-se todo e qualquer meio de comunicação.
Manipulação, assim, é direcionar alguém a fazer algo sem que perceba.
Assim posto, a manipulação na mídia é o ato de levar intencionalmente
através dos meios de comunicação, alguém a fazer algo sem que este
perceba.
O Brasil tem relatos históricos, do quanto aqui, a mídia comanda, manipula a
opinião do cidadão, sejam com noticias sobre índice de violência e
desemprego, ou ainda sobre os dados eleitorais, no maior das vezes a decidir
as eleições. E, com outra notícia, estas mídias manipulam a população, que
acabam por tornar-se massa de manobra dos grandes grupos que comandam
essas mídias. Outrora, acredita se que as mídias podiam até não ser tão
influentes na opinião dos cidadãos, tempo em que estas não eram tão
difundidas entre a população. Porém, com os avanços tecnológicos, essas
mídias, passaram a interessar à população, é donde, grande parte desta retira
suas opiniões sobre os fatos que ocorrem no Brasil e no mundo.
A mídia influencia as pessoas no modo de agir, de pensar e até no modo de
se vestir. Ela cria as demandas, orienta os costumes e hábitos da sociedade.
A mídia, assumindo seu papel de "lobo" da sociedade, a mídia capaz de
gerenciar uma sociedade.
Para tanto, utilizam através de algumas revisões literárias uma discussão
acerca do assunto, tratando do processo de alienação, da ética jornalística e
de alguns fatos ocorridos outrora e atualmente, uma discussão sobre a
influência da mídia na opinião dos cidadãos.
Com base nisso percebe se a grande influência que a mídia exerce sobre os
cidadãos, fazendo com que os pensamentos, idéias, opiniões sejam
modificadas para aquilo que é transmitido seja de fato o correto ou incorreto.
DESENVOLVIMENTO
A opinião pública, no entanto, cria alguma controvérsia porque a opinião
sobre um tema não é a mesma para todos os indivíduos. Essa opinião variada
educação ou da sua ética. Jamais existirão dois indivíduos com a mesma
ética.
Segundo (SEGRE, COHEN, p. 17): ―Uma pessoa não nasce ética; sua
estruturaética vai ocorrendo juntamente com seu desenvolvimento. De outra
forma, a humanização traz a ética no seu bojo‖. A ética não é algo
superposto à conduta humana, pois todas as atividades humanas envolvem
uma carga moral. Idéias sobre o bem e o mal, o certo e o errado. A mídia esta
presente nas relações cotidianas, aonde sempre diante de problemas cujo:
Deve sempre acreditar, a verdade existe ou ocasiões em que poderias
acreditar?Será que é correta esta informação?Essas perguntas são colocadas
diante de problemas práticos, que aparecem nas relações do dia a dia,
efetivas entre indivíduos. São problemas cujas soluções não envolvem
apenas a pessoa que os propõe, mas também a outra tem
que haver sempre o questionamento, se questionar, ter seu próprio
pensamento, não acreditar em tudo que ela as impõe. Sendo assim, deve
promover uma maior consciência junto aos seus usuários, tornando-os
cidadãos críticos capazes de diferenciar todo e qualquer tipo de noticia.
No entanto, as mídias, sejam estas, jornais, revistas, emissoras de
televisão,tendem a interesses dos grupos que as comandam, fazendo
predominar a opinião do grupo econômico e político que controla a
comunicação, e passando ao povo a versão que bem quer sobre determinada
noticia.
Os meios de comunicação como TVs, jornais, revistas, emissoras de rádio,
cartazes, podem ser usados tanto para fornecer informações úteis e
importantes para a população, como para alienar, isto é, nos separamos da
essência pura e abrimos caminho para uma separação entre ideal e real para
as pessoas. ―Quando a alienação não fizer parte do processo de trabalho, a
humanidade estará livre dela e poderá, então, se reconhecer como ente-
espécie.‖(ANGÉLICA, p. 34 , Revista Espaço Acadêmico nº 110, julho
2010).
Na vida econômica que a alienação tem origem, as relações sociais se tornam
cada vez mais determinadas por seu aspecto mercantil ou econômico-
financeiro, criando necessidades de consumo artificiais e desviando os
interesses das pessoas para atividades passivas e não participativas. A
alienação se estende às decisões políticas sobre o destino da sociedade, das
quais as grandes massas permanecem isentas, e mesmo ao âmbito das
vontades individuais, orientadas pela publicidade e pelos meios de
comunicação de massas.
Quando Marx descreve a forma de trabalho e a forma de existência do
trabalhador existente na sociedade capitalista: completa separação em
relação aos meios de produção e ao produto do trabalho transformado em
mercadoria, oscilação dos salários, do trabalho em torno do mínimo físico de
subsistência, desconexão entre o trabalho-realizado como ‗trabalho forçado‘
a serviço do capitalista. (MARCUSE, 1981, p. 14) Há análise e uma
alienação que os espectadores de fontes de informação tem tido depois de
vinculada a mídia, através dela que as noticias vem a serem transmitidas para
que deste modo os cidadãos possam ser informados daquilo que esta
acontecendo em tempo ―real‖. As informações a outrem que são passadas
realmente elas aconteceram, tudo o que é passado fosse verdade? As pessoas
não param pra pensar se realmente o que colocado pela mídia é de fato uma
realidade, não se perguntam o porquê das coisas acontecerem desse jeito é de
fato uma imposição e não leva em conta o fato de serem influenciados.
Questão Social e a influência da mídia a sempre uma alienação de individuo
na sociedade em questões como miséria, educação, trabalho infantil,
desemprego, violência e outros, ela contribui com a manutenção do sistema
capitalista, ajudando na ocultação do verdadeiro significado da Questão
Social. A mídia possui um poder de manipulação seguem conceitos que já
são passados e pré estabelecidos, informações estas que sempre favorece o
capital (Estado).
Visto que nos dias de hoje a mídia já possui grande participação em nosso
cotidiano, facilitando o acesso as mais variadas notícias e fatos, ela ―ajuda a
moldar o nosso imaginário, estabelecer prioridades, decidir e descartar
opções.‖ (CHRISTOFOLETTI, p. 1, Revista Temática)
Não há como refletir sobre a hipocrisia dos pontos positivos e negativos da
mídia sem colocar, em linhas gerais, o entorno da sociedade sobre a qual
essa mídia atua, que ela espelha, influencia e questiona ou deveria
questionar. A mídia é um espelho que reflete a realidade, mas também pode
ser um instrumento que gera a desinformação correta dos fatos.
O que está lá, para o cidadão comum, é a personificação da pura verdade
imutável, sem delongas nem carências de informações. O cidadão, ao não
criticar as informações que estão sendo repassadas até ele, se são verídicas
ou uma pura venda de idéias, está deixando-se manipular, exemplo disso
pode-se ver na política,
que ora são vinculados seu caráter como ―vilões‖ ora como ―heróis‖, nesse
exemplo, há Influencia da mídia nas campanhas eleitorais.
Uma das características atuais da mídia é o vínculo na política. Diante disso
é evidente sua influencia, não somente no que se refere a beneficiar certos
candidatos, induzindo a população a elegê-los. Mas isto já ocorre
historicamente, a imprensa, na verdade, atacou violentamente as propostas
políticas, econômicas e sociais do candidato Vargas. Essa recusa em apoiar a
volta de Vargas estava referenciada principalmente ao período do Estado
Novo (1937a 1945), quando se criou uma imagem negativa do ditador entre
intelectuais e jornalistas em anos em que a ditadura reinava no Brasil.
Naquela época os veículos de comunicação foram censurados pelo governo
afim de não divulgarem informações ou denúncias de mortes, corrupção e
outros fatos, comuns na época. Em outro episódio que ocorreu nas eleições
de 1989 quando Fernando Collor de Melo disputava o cargo para presidência
do Brasil contra Luís Inácio Lula da Silva, é clara a influência da Rede
Globo, em favor á Collor que ―utilizou com eficácia o vantajoso espaço nas
mídias a ele cedido. Com a apuração final, tais diferenças de proposta e,
principalmente, comportamento garantiram a vitória de Fernando Collor de
Melo.‖ (SOUSA, 2013).
Assim como o candidato Tiririca eleito em 2010 a deputado federal, há
pessoas que justificam sua eleição como protesto da população contra todos
os problemas que há no governo dopaís. A mídia passa informaçõesa partir
de seus meios e análises, fazendo as alterações a que a convém, fica a critério
então entende - lá, em relação á política, mas ainda, é dever procurar saber
sobre os candidatos para a melhor tomada de decisão.
Os movimentos estudantis atuais, claro de fato, carecem de uma envergadura
mais política, que geraram movimentos de propaganda de Direita e Esquerda
―O pluralismo é mais que um princípio do direito de informação: é um
principio politico que se espraia pelo ordenamento jurídico, marcado
especialmente os direitos coletivos‖. (GRANDINETTI, CARVALHO, p.
159, ANO)
O problema não é o pluralismo das manifestações, mas o pluralismo que
reside de decisões que se pretendem políticas para o país. Houve uma
propaganda de direita que se aproveitou dessa conjuntura e ali, os estudantes
que sempre estiveram nos protestos equivaleram na repercussão, e os que
sempre recuavam agora aderiam às manifestações. Devido ao modo como
algumas mídias noticiaram
as manifestações, grande parte da população brasileira foi contra os
protestos, pois a mídia só mostrava ―as badernas‖ que ocorriam e não
informavam de fato sobre o porquê das manifestações.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo desta exposição ficou explícito que em vários momentos da
história, não só no Brasil, mas no modo como os brasileiros vêem os
diferentes fatos que ocorrem no mundo. A mídia sempre exerceu uma grande
influência no meio social de uma nação não só induzindo a formação de uma
opinião pública e sem senso crítico, como também estabeleceu normas de
conduta e regras sociais.
No entanto, todo esse processo de massificar a informação, só tenha sidopossível através de uma programação midiática muito eficaz e de caráter
claramente manipulador, de uma alienação cívica.
Todo o problema relatado até agora não está propriamente na mídia ou nos
meios de comunicação em massa, mas sim na manipulação excessiva da
informação que acaba provocando efeitos ―ingênuos‖, o problema reside no
modo como esses acontecimentos são transmitidos por este ou aquele veiculo
de comunicação.
Assim, a partir desse ponto de vista pode-se estabelecer um paralelo com os
processos de informação, os quais têm na desinformação o seu princípio
norteador. É inegável que vivenciamos um momento de grande
desenvolvimento tecnológico, tratando-se aqui de um processo de
informação extremamente manipulador e incapaz de formar uma verdadeira
sociedade política, sem entender os interesses implícitos ou distinguir os
duplos sentidos presentes nos veículos informativos. A população deve
sempre questionar aquilo que vê nos meios de comunicação e até comparar
determinado fato veiculado por estas e outras mídias, para só depois poder
tomar uma opinião, visto que dependendo do modo como o fato é noticiado
poderá levar a uma forma de opinião errônea ou mesmo antecipada sobre
determinado assunto.
proximo
A importância da mídia
Desde muito tempo a população mundial tem acesso a informações que logo
chegam a suas casas através do rádio, da televisão, do jornal e de vários
outros meios de comunicação. Com esse sistema mais rápido e fácil de
comunicar e saber o que está acontecendo ao redor do mundo, várias pessoas
passaram a publicar e noticiar qualquer coisa que julgam ser importantes.
Nos anos de 1960, houve no nosso país a tão comentada época da Ditadura,
uma época difícil e um tanto quanto dolorosa diria meus avós. E a mídia
nessa época teve papel fundamental em grandes acontecimentos.
Em uma reportagem fascinante no site Carta Capital, há relatos de que a
grande mídia, assim conhecida por muitos, foi o arauto da trama golpista
contra o então presidente da época João Goulart. Demos destaque a este
trecho da reportagem: ―Sempre conservadores, os ―barões da mídia‖
brasileira agem na fronteira do reacionarismo. Apoiar golpes, por isso, não
chega a ser exatamente novidade. Alardeiam o principio do liberalismo sem,
no entanto, se comprometer com a democracia‖.
Assim como mostrado no trecho, percebemos que apoiar golpes políticos ou
golpes de interesse meramente financeiro não é dos dias de hoje e muito
menos daquela época, é algo que já foi instaurado na nossa sociedade há
muito tempo atrás. E no topo desse império envolvendo as grandes mídias do
país, podemos destacar a Rede Globo como a principal e mais influente
mídia nos maiores golpes na época da ditadur
Tema: O papel da mídia na sociedade atual
Mídia: Influenciar ou informar a população?
O principal papel da mídia é informar a população sobre os problemas que
assolam a sociedade. Ser um instrumento público, informar sobre os
acontecimentos na política, lazer, saúde, educação, segurança, esporte e
cultura. Esse deveria ser o objetivo da mídia brasileira, transmitir informação
e por questões éticas, ser imparcial e buscar apurar os fatos de todos os lados.
Mas atualmente, os fatos vêm sendo omitidos em função do privado.
A mídia é composta p A mídia é composta por vários meios de comunicação:
cinema, rádio, televisão, jornais, revistas, internet, entre outros. Tudo que for
utilizado para transmitir informação a um número considerável de pessoas,
pode ser tratado como mídia. E o objetivo da mídia é informar a população
sobre os problemas que atuam na sociedade. Porém, nos dias atuais, as
mídias estão se preocupando mais em transmitir notícias midiáticas, que tem
uma repercussão maior na população, ou seja, notícias polêmicas e trágicas.
Pois assim, é possível obter um lucro maior.
Apesar da mídia levar em conta seus interesses particulares e ferir uma
questão ética, na qual deveria ser sempre imparcial e ser instrumento público
de informação, essa, por sua vez, também é muito utilizada para denunciar as
podridões do governo, as insanidades públicas, a violência na sociedad
públicas, a violência na sociedade, e mostrar também, que está do lado do
cidadão.