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Sangramento Gastrointestinal Superior Aula 5 ● Caso Clínico de SGI-superior Paciente com 73 anos hematêmese e melena, homem com 75 anos, apresentou-se ao serviço de emergência com histórico de 5 dias de evacuações pretas e dor abdominal. Antes da admissão apresentou vômito avermelhado que continha grumos vermelhos escuros. ele foi direcionado para sala de reanimação e você foi chamado para atendê-lo * Primeira coisa a fazer a verificação dos sinais vitais, pegar um acesso, assegurar o funcionamentos das vias aéreas * tem 24h para manter estabilidade, avaliar exames e verificar o estado etiológico do paciente * não pode intervir com a endoscopia com o paciente instável * SGI-superior = acima da curvatura duodeno jejunal Qual a conduta? - 73 anos - Melena há 5dias -Dor abdominal -Vômito avermelhado • Sinais vitais – FR, FC, TAX, S02, PA, GLASGOW, score, Glicemia capilar, gasometria arterial/venosa eletrólitos. • Ressuscitação - Acesso venoso, Solução salina 0,9% cuidados com DCV, na emergência o sangue ORh - pode ser usado em situações especiais até a chegada da prova cruzada e determinação do grupo sanguíneo seja realizado. • Laboratório - Amostras devem ser enviadas para o banco de sangue (em caso de melena ou PÁS <100 mmg, solicitar 04 unidades de concentrado de hemácias, solicitar 06 unidades se houver suspeita de varizes esofagogastricas e laboratório para exames hematológicos (hemograma, reticulócito: TAP/RNI, TTPA, bioquímicos (ureia, creatinina, eletrólitos e THs. • Eletrocardiograma • Rx tórax ECOG Descrição 0 Totalmente ativo, capaz de exercer todo o desempenho pré-doença sem restrições. 1 Restrito a atividades fisicamente extenuantes, mas ambulante e capaz de realizar trabalhos de natureza leve ou sedentária, por exemplo, trabalho em casa, trabalho de escritório. 2 Ambulatorial e capaz de todos os autocuidados, mas incapaz de realizar qualquer atividade de trabalho: Acordado e cerca de mais de 50% das horas de vigília. 3 Capaz de cuidar apenas de si mesmo de forma limitada, confinado à cama ou à cadeira por mais de 50% das horas em que está acordado 4 Completamente desativado. Não é possível continuar cuidando de si mesmo. Totalmente confinado à cama ou cadeira • Usada para avaliação, a escala do Eastern Cooperative Oncology Group (ECOG) serve para medir como a doença afeta as habilidades do cotidiano no paciente. • Por tanto, o esquema possui placar de 0 a 5, sendo índice 0 o estágio de total atividade e sem impactos da doença e índice 5 indicando morte. • História Clínica • SGI-Superior – Características do vomito: dd hemoptise, epistaxe, aparência de fezes pode indicar vomito tipo fecaloide em situações de obstrução intestinal, uma aparência de sangue vivo em geral esta associado a vomito de origem do TGI-superior, se os episódios de vômitos sem sinais de sangramento antecedem os de vômitos hemorrágicos, pode indicar sangramento de origem esofágica (Mallory-Weiss), se os episódios de vômitos são de origem vigorosos e com sangue desde o inicio do quadro considerar sangramento de origem de varizes esofagogástricas, ulcera gástrica, duodenal ou sangramento com vaso visível • SGI-inferior - Melena, fezes pretas e malcheirosas, pode sugerir SGI-superior, sangue fresco ou fezes coradas com material sanguíneo sugere um SGI-inferior, entretanto alguns pacientes com SGI-superior podem apresentar passagem rápida do sangue pelo TGI, dd alternativas NH para fezes escuras – Causas dietéticas, medicamentos ricos em Fe++ • O que você precisaria conhecer da história clínica do paciente e dos seus exames? • Indicações de severidade – Sintomas de choque: tonturas, especialmente postural ou perda da consciência, sintomas de anemia: letargia, respiração curta, palidez cutânea. Dor abdominal • HPP -Sinais de doença hepática: alcoolismo, estigmas de hepatopatia crônica, úlcera péptica: passado de ulcera, passado de hemorragia, erradicação do Hpy, malignidade, comorbidades: doença renal ou cardiovascular, cirurgia TGI ou abdominal: ressecção gástrica, aneurisma aórtico reparado. • Medicamentos • Fatores agressivos - AINEs, drogas antiplaquetários (AAS, Clopidogrel), anticoagulantes (RNI). bifosfonatos. • Fatores protetores - IBPs • Fatores que confundem a interpretação do choque: BB • História social. Alcoolismo, tabagismo, exposição ocupacional, PST • Histórico familiar: CaTGI • Exame físico - • Sinais vitais: PAS, FC, FR, SO2, Glasgow, Glicemia • Evidencia de anemia, • Sopro sistólica de ejeção (Heye’s síndrome, angiodisplasia, estenose aórtica) •Estigmas de doença hepática crônica • Evidencia de encefalopatia • Dor abdominal e sinais de peritonismo para excluir perfuração visceral • Evidencia de melena ou sangramento obs: Ao exame digital do reto confirmando a história e ativa hemorragia. * O exame retal deve ser realizado em todo paciente com suspeita de SGI para confirmar melena ou fezes coradas por material hemático Sistema de pontuação de Rockall • Idade • Choque FC>100<PAS • Comorbidades (doença isquêmica, IC, IR, IH, CaMeta) • Diagnóstico endoscópico • Estigmas endoscópicos de sangramento Escore Rockall - Tenta identificar pacientes em risco de desfecho adverso após a SGI-superior aguda. Um escore de 3 pontos indica bom prognóstico, mas um escore total >8 pontos indica alto risco de morte. • Após a atribuição da pontuação individual para cada um dos critérios, é realizado o somatório total. A interpretação dependerá do valor total obtido no paciente avaliado. • O risco estimado pode ser avaliado em uma estratificação e quanto maior a pontuação do escore, maior o risco de ressangramento e maior a taxa de mortalidade. Assim, temos: • Pontuação do Escore Rockall de 3 critérios: • Pontuação = 0. Risco de 0,2% • Pontuação = 1. Risco de 2,4%. • Pontuação = 2. Risco de 5,6%. • Pontuação = 3. Risco de 11%. • Pontuação = 4. Risco de 24,6%. • Pontuação = 5. Risco de 39,6%. • Pontuação = 6. Risco de 48,9%. • Pontuação = 7. Risco de 50%. • • Pontuação do Escore Rockall de 5 critérios: • Pontuação = 0. Risco baixo. Taxa de ressangramento: 4,9% / Mortalidade: 0%. • Pontuação = 1. Risco baixo. Taxa de ressangramento: 3,4% / Mortalidade: 0%. • Pontuação = 2. Risco moderado. Taxa de ressangramento: 5,3% / Mortalidade: 0,2%. • Pontuação = 3. Risco moderado. Taxa de ressangramento: 11,2% / Mortalidade: 2,9%. • Pontuação = 4. Risco moderado. Taxa de ressangramento: 14,1% / Mortalidade: 5,3%. • Pontuação = 5. Risco de alto. Taxa de ressangramento: 24,1% / Mortalidade: 10,8%. • Pontuação = 6. Risco de alto. Taxa de ressangramento: 32,9% / Mortalidade: 17,3%. • Pontuação = 7. Risco alto. Taxa de ressangramento: 43,8% / Mortalidade: 27%. • Pontuação total ≥ 8. Risco alto. Taxa de ressangramento: 41,8% / Mortalidade: 41,1% Percebe-se então que risco baixo é até 1 ponto, moderado até 4 pontos e risco alto mais que 5 pontos. • A Classificação de Forrest é um índice desenvolvido para a identificação e estratificação do risco de ressangramento de úlceras pépticas hemorrágicas. É realizada através da visualização direta da lesão por meio da endoscopia digestiva alta. • A Classificação de Forrest é composta por 1 critério clínico, onde deve-se enquadrar o paciente no que melhor corresponder ao achado no exame. Deve ser usada em pacientes com úlceras pépticas que estão ou estiveram com sangramento. • Veja as opções que devem ser levadas em consideração durante a avaliação de um paciente, de acordo com o achado de endoscopia (tipo de lesão): 1.Sangramento arterial em jato: Forrest 1A 2.Sangramento lento (“babando”): Forrest 1B 3.Vaso visível sem sangramento: Forrest 2A 4.Coágulo aderido: Forrest 2B 5.Hematina na base da úlcera: Forrest 2C 6.Base da úlcera limpa, sem sangramento: Forrest 3 • Observe, portanto, que Forest 1 compreende uma hemorragia ativa e Forest 2 sinais de hemorragia recente. • Após o enquadramento do paciente, verificamosa classificação. O risco estimado pode ser avaliado em uma estratificação de 6 categorias. https://endoscopiaterapeutica.com.br/assuntosgerais/como-tratar-ulcera-peptica-hemorragia/#:~:text=Classifica%C3%A7%C3%A3o%20de%20Forrest,a%20necessidade%20de%20tratamento%20endosc%C3%B3pico. https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-digestivos/gastrite-e-%C3%BAlcera-p%C3%A9ptica/%C3%BAlcera-p%C3%A9ptica#:~:text=A%20%C3%BAlcera%20p%C3%A9ptica%20%C3%A9%20uma,do%20est%C3%B4mago%20ou%20do%20duodeno. https://www.sanarmed.com/classificacao-de-forrest-ulceras-pepticas-hemorragicas-colunistas É importante ressaltar que quanto maior a taxa de ressangramento, maior a mortalidade. Porém, uma limitação importante: pode haver alguma variação interobservador na classificação das úlceras dependendo do momento da endoscopia, visualização adequada, irrigação vigorosa e nível de treinamento. Preditores endoscópicos de hemorragia recorrente de úlcera péptica Sistema de pontuação de Blatchford • Idade, • Sexo, • Hemoglobina, • Ureia, • FC>100, • PAS, • Apresentação: sincope/melena, evidencia de hepatopatia ou insuficiência cardíaca. Escore de Blatchford - Escore de risco para identificar pacientes de alto e baixo risco de precisar de tratamento para gerenciar o sangramento GI-superior. Escore <6 pacientes de baixo risco de necessitar de TTO (transfusão ou intervenção endoscópica.. Escore >6 pacientes de alto risco de necessitar de TTO (transfusão ou intervenção endoscópica) para controlar o SGI-superior. • Qual o Diagnóstico Diferencial (DD) o SGI-superior? - Úlcera péptica - Varizes esofágicas - Malignidade - Angiodisplasia Medicamentos iniciais... • IBPs • AAS, AINEs • Clopidogrel: • A necessidade de continuidade do clopidogrel é definida caso-a-caso dependendo do graus de choque e conjunção com a cardiologia. •Varfarin/Heparina: • Reversão de varfarin ou agentes heparínicos dependem dos medicamentos, das causas e do grau de hemorragia. Hematologistas irão orientar sobre o uso de vitamina K, plasma fresco e a necessidade de vitamina K ou heparina • Anti-hipertensivos Qual a intervenção que irá determinar a causa do SGI e realizar o tratamento da causa? • Endoscopia -12h para determinar a causa e intervenção terapêutica se evidenciar estigmas de hemorragia recente. • Ela deve ser realizada após a ressuscitação do paciente e estabilidade hemodinâmica Endoscopia: Duodenite erosiva, inflamação e erosões superficiais, não foi realizado biópsia, foi prescrito o IBPs oral sem erradicação do Hpy. O que você recomendaria agora? • Melena: Nenhuma evidência de sangramento no SGI- superior, cólon direito (ceco) ou perda sanguínea do intestino delgado. • Repetir endoscopia: • Sem evidência de SGI • Colonoscopia: • Sem nenhuma evidência de SGI Você foi chamado... • Foi solicitado AngioTC • AngioTC que pode detectar sangramento baixo quanto 0,5 ml/min. • A angioTC determinou evidencia de sangramento no intestino delgado. Não havia identificação de vaso sangrante. • EDA é a primeira escolha para o diagnostico e tratamento de SGI-superior. • Achados negativos podem ser encontrados em 10% dos casos. • AngioTC é limitada para sangramento pelo menos de 0,5 m/min para ser detectado. Nestes casos o vaso sangrante pode ser embolizado se detectado O ID foi identificado como fonte hemorrágica. Qual o tratamento? • Cápsula endoscópica identifica sangramento em 70% dos casos dentro das 48h do evento.. • Enteroscopia pode ser realizada em centros especializados para tratamento.... • Cirurgia (LAP) é invasiva e associada com morbimortalidade operatória. SGI-superior • O SGI-superior em geral é autolimitado em até 80% dos pacientes, com resolução espontânea mesmo sem terapia específica... • 20% dos pacientes que continuam a sangrar ou ressangrar, nestes as taxas de mortalidade são elevadas (30% a 40%)... • Pacientes com alto risco de sangramento contínuo ou ressangramento são os que mais se beneficiam com terapia médica aguda, endoscópica, angiográfica ou cirúrgica... Epidemiologia • Das causas potenciais de sangramento de UGI grave, a úlcera péptica é a mais comum, respondendo por aproximadamente 40% dos casos. • Apesar dos avanços na terapia médica, cuidados de UTI, endoscopia e cirurgia, a taxa de mortalidade de 5% a 10% para sangramento de UGI grave não mudou desde 1970. • Principalmente devido a um aumento na proporção de pacientes mais velhos com sangramento gastrointestinal e um aumento no número de pacientes com cirrose e sangramento por varizes.. • A hemorragia é autolimitada em 80% dos pacientes com SGI alto sem terapia específica, 20% restante que continuam a sangrar as taxas de mortalidade variam 30-40%. *Taxa de mortalidade por SGI-superior grave é de 5-10% Fatores associados ao ressangramento I. Instabilidade hemodinâmica (pressão arterial sistólica inferior a 100mmHg, frequência cardíaca maior que 100 batimentos por minuto); II. Hemoglobina inferior a 10 g/L; III. Sangramento ativo no momento da endoscopia; IV. Tamanho grande da úlcera (maior que 1 a 3 cm e m vários estudos); V. Localização da Úlcera (bulbo duodenal posterior ou curvatura gástrica baixa alta). Evidências de SGI-superior • Hematêmese - É definida como vômito de sangue, que é indicativo de sangramento da nasofaringe, esôfago, estômago ou duodeno. A hematêmese Inclui vômito de sangue vermelho vivo, que sugere sangramento recente ou continuo, e material escuro (vômito de pó de café), que sugere sangramento que parou há algum tempo. • Melena – É definida como fezes pretas como alcatrão e resulta da degradação do sangue em hematina ou outros hemocromos por bactérias intestinais. Melena pode significar sangramento que se origina de uma SGI- Superior, Intestino delgado ou fonte colônica proximal e geralmente ocorre quando 50 a 100 ml ou mais de sangue é entregue no TGI (geralmente o trato superior), com a passagem de fezes características ocorrendo várias horas após o evento hemorrágico. Evidências de SGI-superior • Hematoquezia - Refere-se a sangue vermelho vivo por reto e sugere sangramento do cólon ou anorretal ou SGI-Superior ativo ou sangramento do intestino delgado. O sangramento gastrointestinal oculto refere-se ao sangramento subagudo que não é clinicamente visível. • SGI obscuro - É o sangramento de um local que não é aparente após a avaliação endoscópica de rotina com endoscopia alta e colonoscopia e, possivelmente, enteroscopia. (push). SGI- Superior (grave) • Hematêmese, melena, hematoquezia, lavagem NG positiva • Choque ou hipotensão ortostática • Diminuição hematócrito 6%+ g/dL • Transfusão 2+ unidades de concentrado de hemácias *A definição consensual envolve queda da pressão sistólica >20 mmHg, queda da pressão diastólica acima de 10mmHg ou ambas História Clínica • A avaliação inicial do paciente com sangramento gastrointestinal agudo inclui obter um histórico medico, obter sinais vitais, realizar um exame físico, incluindo um exame retal e lavagem NG • Os Pacientes devem ser questionados sobre os fatores de risco, como medicamentos que podem causar ulceras ou sangramento, cirurgias gastrointestinais anteriores e características históricas que ajudam a identificar possibilidades diagnosticas para a fonte de sangramento Exame Físico • Na avaliação inicial, o exame físico deve enfocar os sinais vitais do paciente, com atenção aos sinais de hipovolemia, como hipotensão, taquicardia e ortostasia • O abdômen • Pele, lábios e mucosa bucal • Exame retal com avaliação da cor das fezes e sinais de sangramento Sonda NG ou orogástrica A colocação de sonda NG ou orogástrica para aspirar e caracterizar visualmente o conteúdo gástrico pode ser útil para determinar a presença ou ausência de grandes quantidades de sangue vermelho, material moído de café ou fluido não sanguíneo; é particularmente útil em pacientes com melena na ausência de hematêmese.Obs. "os pacientes que apresentam êmese com pó de café ou êmese com sangue fresco testemunhada não requerem a colocação de um tubo NG para fins diagnósticos, mas podem precisar de um tubo NG para ajudar a limpar o sangue gástrico para melhor visualização endoscópica e para minimizar o risco de aspiração’’ ● Exame Laboratorial - Hematologia - Hemograma - VCM < 80 fL - Sugere perda de sangue Gl crônica e deficiência de ferro, o que pode ser confirmado pelo achado de baixo ferro no sangue, alta capacidade total de ligação de ferro (TIBC) e baixos níveis de ferritina. Um baixo MCV e um resultado negativo do teste de sangue oculto nas fezes aumentam a possibilidade de doença celíaca. - VCM > 100 fL - Sugere doença hepático crônica ou deficiência de folato ou vitamina B12. - Leucócitos > - Pode ocorrer em mais da metade dos pacientes com sangramento UGI e foi associada a maior gravidade do sangramento. - Plaquetas < 60 e 70.000 - Pode contribuir para a gravidade do sangramento e sugere doença hepática crônica ou distúrbio hematológico. ● Exame Laboratorial – Bioquímica ● Ureia/Creatinina: ● Em pacientes com SGI-Superior, o nível de nitrogênio da ureia no sangue normalmente aumenta em maior extensão do que o nível de creatinina sérica devido ao aumento da absorção intestinal de ureia após a quebra das proteínas do sangue pelas bactérias intestinais • TAP/RN: • O tempo de protrombina (TP) e o INR avaliam se um paciente apresenta comprometimento da via extrínseca da coagulação. Os valores podem ser elevados na doença hepática crônica ou uso de varfarina Determinação clinica do sitio hemorrágico • Hematêmese • Vômito com aspecto de borra de café • SNG com lavado retornando com sangue ou aspecto de borra de café indicam TGI alto com fonte do sítio hemorrágico • Melena geralmente indica SGI alto mas pode ser visto em sangramento do intestino delgado ou cólon proximal • Hematoquezia geralmente indica SGI baixo (cólon ou região anorretal) mas quando o paciente apresenta sinais de choque hipovolêmico geralmente indica SGI alto com rápido transito intestinal • Fezes de cor marrom podem ser vistas em SGI alto ou do ID ou cólon proximal Hospitalização I • Pacientes com sangramento gastrointestinal grave requerem hospitalização, enquanto aqueles que apresentam apenas sangramento agudo leve (hematoquezia autolimitada ou melena) e que estão hemodinamicamente estáveis (sem suspeita de depleção de volume), têm resultados de exame de sangue normais e são confiáveis antes de retornar ao hospital se os sintomas voltarem, podem ser candidatos à endoscopia ambulatorial semiurgente em vez de admissão direta ao hospital. * Pacientes com comorbidades (HIV, Hospitalização II • Os pacientes devem ser hospitalizados em uma UTI se tiverem grandes quantidades de sangue vermelho no tubo NG ou no reto, tiverem sinais vitais instáveis ou tiverem tido perda aguda grave de sangue que possa exacerbar outras condições médicas subjacentes. • Pacientes que tiveram um sangramento Gl agudo, mas estão hemodinamicamente estáveis, podem ser admitidos em uma cama monitorada ou em um leito hospitalar padrão, dependendo de sua condição clínica. A endoscopia urgente é realizada no departamento de emergência em pacientes com suspeita de sangramento Gl alto pode ajudar a determinar a colocação ideal no hospital. Ressuscitação I. Iniciada durante a avaliação inicial na sala de emergencia e durante toda a internação; II. Cateter endovenoso (14-16) para acesso endovenoso [periférico/central]; III. Solução salina com infusão EV rápida para manter a FC<100> PAS V. Dansfusão de concert, ado de hemácio Bla quetas, e plasma fresco respectivamente; v. Endoscopia e Hepatologia (Th) VI. Monitoramento dos SV, hematócrito, hemoglobina cada 4-8hs até a estabilidade dos SV, considerar cateter urinário de demora para monitorar débito urinário; VII. Considerar IET se hematemese ativa ou estado mental alterado para prevenir PNM aspirativa. VIII. Considerar em pacientes com +60 anos, dor torácica, HPP de CVD devem ser avaliados para IAM com ECG e troponina sérica. Rx tórax Terapia médica inicial • PPIs / IV - iniciar na Emergência ou UTI antes da endoscopia - Existem controvérsias! É útil para reduzir as taxas de ressangramento em pacientes com DUP e reduz a necessidade de terapia endoscópica mas não resultaria na melhoria dos resultados clínicos principais. • PROCINÉTICOS - Metoclopramida e ou Eritromicina administrada antes da endoscopia pode ajudar a visualização. Uma dose razoável é de 250 mg por via intravenosa durante 20 a 30 minutos, 30 a 90 minutos antes da endoscopia. Pacientes recebendo eritromicina precisam ser monitorados quanto ao prolongamento do QTc. Além disso, as interações medicamentosas devem ser avaliadas antes de administrar eritromicina porque é um inibidor do citocromo P450 3A. • Octreotid IV/ BOLUS/ INFUSAO – Naqueles pacientes com suspeita de Hipertensão Portal e sangramento por varizes devem ser iniciados empiricamente com octreotida iv (bolus seguido de infusão iv) poderia reduzir o risco de ressangramento com taxas semelhante aquelas após a terapia endoscópica. • Pacientes em uso de ANTICOAGULANTES E AG ANTIPLAQUETÁRIOS (caso a caso) Endoscopia ● Indicação - Localizar o local do sangramento e realizar hemostasia ● Momento da realização da ENDO: ● Comorbidades graves [SAA 3,4] 12-24hs antes ou depois apresentam maiores taxas de mortalidade, ● Comorbidades leves (SAA 1,2] ate 24h menores taxas de mortalidade. ● A endoscopia deve ser realizada apenas quando for possível fazê-lo isto é idealmente com FC <100> PÁS sendo a IET antes da endoscopia considerada quando apresentam-se anormalidades do EM (Escala de Glasgow) e estado hemorrágico continuo. Hemostasia Endoscópica • As sondas de contato térmico tem sido o pilar da hemostasia endoscópica desde a década de 1970 • Essas sondas vem em diâmetros de 7 a 10 Fr e em comprimentos que podem caber através de panendoscópios, estereoscópios ou coloscópios • As sondas de contato podem tamponar fisicamente um vaso sanguíneo para interromper o sangramento e interromper o sangramento o fluxo sanguíneo subjacente; a energia térmica é então aplicada para selar o vaso subjacente (coagulação coaptiva) Hemostasia Endoscópica • Sondas de contato térmico (1970), eletrocoagulação multipolar (MPEC) também conhecida como sonda de eletrocoagulação bipolar. O principal risco da sonda térmica é a perfuração com aplicação excessiva de coagulação ou pressão principalmente em lesões agudas não fibróticas, também podem causar uma lesão de coagulação e pode induzir sangramento retardado em pacientes com coagulopatias. A coagulação com plasma de argônio é uma aplicação térmica sem contato. • Terapia de injeção é mais comumente realizada com uma agulha de escleroterapia e injeção submucosa de epinefrina 1:10.000 ou 1:20.000 (etanolamina ou álcool) dentro ou ao redor do local de sangramento ou estigma de hemorragia. Hemostasia Endoscópica • Hemoclips - sobre o endoscópio agarram mais tecido, aderem melhor às ulceras grave melhor do que as técnicas hemostáticas de ulcera padrão. • Ligadura elástica: o tecido da mucosa (com ou sem submucosa) é aspirado em uma capa colocada na extremidade do endoscópio e um elástico é enrolado da capa sobre a lesão para comprimir sua base. • Spray hemostático: (controle temporário) pó inorgânico com capacidade de coagulação que pode criar uma barreira mecânica que adere e cobre o local de sangramento. Endoscopia ○ Endoscopia per oral ○ Endoscopia por cápsula de vídeo sem fio é útil em pacientes com sangramento Gl evidente que apresentam resultados normais de enteroscopia push e colonoscopia e nos quais há suspeita de sangramento no intestino delgado. • Um procedimento endoscópico de acompanhamento, como enteroscopia de balão único ou duplo ou ileoscopia retrógrada, podeser indicado para diagnóstico e tratamento definitivos se um local focal de sangramento for encontrado na endoscopia por cápsula Endoscopia precoce (6-12/24h) • Realizar endoscopia alta dentro de 24 horas para a maioria dos pacientes com sangramento GI superior, mas somente após a ressuscitação adequada ter sido fornecida. Para pacientes com suspeita de sangramento varicoso, realizamos endoscopia dentro de 12 horas após a apresentação. Complicações da Endosccpia ○ Complicações relacionadas à endoscopia de emergência e hemostasia endoscópica podem ocorrer em até 1% dos pacientes, dependendo do tipo de endoscopia e do tratamento realizado. ○ As complicações mais comuns incluem: Pneumonia por aspiração, hemorragia induzida, reação adversa a medicamentos, hipotensão, hipóxia e perfuração do trato gastrointestinal Conduta no SGI-superior ● Determinacao da estabilidade Hemodinamica I. Sinais vitais/SO2 II. Atividade do sangramento III. Utilizacao do Scores de risco ( Rockall, Blatchford) Triagem ● Todos os pacintes com instabilidade hemodinamica ou sangramento ativo (manifestado por hematemese, sangue vermelho brilhante por sonda nasogastrica ou hematoquezia) devem ser admitidos em uma unidade de terapia intensiva para ressusitacao e observacao atenta com monitoramento eletrocardiografico e oximetria de pulso ● Outros pacientes podem ser admitidos em uma enfermaria medica regular, embora sugiram que todos os pacinetes admitidos, com excecao dos pacinetes de baixo risco, recebam monitoramento eletrocardiografico. O tratamento ambulatorial pode ser apropriado para alguns pacinetes de baixo risco ● Determinar o local adequado de atendimento a um paciente pode ser facilitado usando scores de estratificacao de risco, como o escore de Glasgow- Blatchford UTI ● Os pacientes devem ser hospitalizados em uma UTI se apresentarem grandes quantidades de sangue vermelho no tubo NG ou no reto, apresentarem sinais vitais instáveis ou apresentarem perda aguda de sangue grave que pode exacerbar outras condições médicas subjacentes. ● Os pacientes que tivera sangramento gastrointestinal agudo, mas estão hemodinamicamente estavel, podem ser internados em um leito monitorado (unidade redutora) ou leito hospitalar padrão, dependendo de sua condição clínica. ● A endoscopia de urgência realizada no departamento de emergência em pacientes com suspeita de sangramento pode ajudar a determinar a localizacao *Pacinete estavel fica na enfermaria Pacientes com SGI-superior INSTÁVEIS I. Triagem -> CTI II. NPO (*) SNG III. 02 - (*) Intubação Endotraqueal (quando tem excesso de vomito) IV. Acesso Intravenoso [Periférico/ Central] I. Fluidos, II. Medicamentos, (uso de drogas vasoativas, pct que nao podem fazer desses medicmanetos 'é mais dificl de estabilizar) III. Transfusão IV. Exames V. Monitoramento de SINAIS VITAIS [continuo] V. Cateter Vesical (*) ● Os achados clinios associados ao choque indiferenciado, ou seja, causa desconhecida) variam de acordo com a etiologia e o estagio de apresentacao (pre-choque, choque, disfuncao de orgaos terminais): - Hipotencao - Taquicardia - Oliguria - Estado mental anormal - Taquipneia - Pele fria, umida ou cianotica - Acidose metabolica - Hiperlactatemia *A maioria das caracterisiticas clinicas nao 'é sensivel nem especifica para o diagnostico de SGI Choque ● O choque é uma condicao de insuficinecia circulatoria com risco de vida que mais comumente se apresenta Hipotensao ● Tambem pode ser conhecido por outras alteracoes de sinais vitais ou pela presenca de niveis sericos elevados de lactato ● Os efeitos do choque sao inicialmente se tornar irreversiveis, resultando em falencia de multiplos orgaos e morte ● Assim, quando um paciente apresenta hipotensao indiferenciada e/ou é suspeito de choque, é importante identificar rapidamente a etiologia para que assim uma terapia apropriada possa ser administrada *Choque hemorragico 'é uma forma de choque hipovolemico em que a perda snaguinea severa leva ao fornecimento inadequado de oxigenio Definição de choque ○ Choque é definido como um estado de hipóxia celular e tecidual devido à redução da oferta de oxigênio e/ou aumento do consumo de oxigênio ou uso inadequado de oxigênio. ○ Isso ocorre mais comumente quando há insuficiência circulatória manifestada como hipotensão (ou seja, perfusão tecidual reduzida). [*) Choque indiferenciado" refere-se à situação em que o choque 'é Classificação de Choque ○ Distributivo - (por exemplo, choque séptico, síndrome de resposta inflamatória sistêmica, choque neurogênico, choque anafilático, choque tóxico, doença hepática terminal, choque endócrino) ○ Cardiogênico - (ex: infarto do miocárdio, arritmias atriais e ventriculares, ruptura do septo valvar ou ventricular) ○ Hipovolemico - (por exemplo: perdas de fluido hemorrágico e não hemorrágico) - O choque hipovolêmico pode ser distinguido de outros tipos de choque pela presença característica de pre carga reduzida no contexto de uma causa suspeita ou conhecida. • Obstrutivo - (por exemplo, embolia pulmonar, hipertensão pulmonar, pneumotórax tensional, pericardite constritiva, cardiomiopatia restritiva) (*) Paciente geralmente tem uma combinação de mais de uma Situações Especiais Hipertransfusão - É importante evitar a supertransfusão em pacientes com suspeita de sangramento varicoso e as metas de transfusão de sangue para sangramento varizes são transfundir se a hemoglobina for <7 g/dL (70 g/L), pois a transfusão pode precipitar o agravamento do sangramento. A transfusão de pacientes com suspeita de sangramento varicoso para uma hemoglobina >10 g/dL (100 g/L) deve ser evitada. Plaquetopenicos - A transfusão de plaquetas pode ser necessária se a contagem de plaquetas for <50.000/microL e o cocentrado de complexo de protrombina estiver indicado se o INR for >2 (prosseguimos com a endoscopia e realizaremos a terapia, se necessário, uma vez que o INR for AVK - Para pacientes que estão tomando um antagonista da vitamina hemodinamicamente instáveis, o tratamento com baixas doses de vitamina K juntamente com concentrado de complexo de protrombina ou plasma fresco congelado (se concentrado de complexo de protrombina não estiver disponível) também é razoável. Como os concentrados de hemácias não contêm fatores de coagulação ou plaquetas, damos plasma fresco congelado e plaquetas a cada quatro unidades de sanque Coagulopatias - Pacientes com COA nao devida a CH (*) e com TAP prolongado RNI> 2,0 geralmente devem ser transfundidos co PFF (resposição de doses baixas de vita K) Hemorragia Grav - No entanto, transfusão mais agressiva pode ser necessária para pacientes com hemorragia grave e continua que provavelmente não será controlada rapidamente semelhante ao tratamento em pacientes traumatizados. Imagem ○ Angiografia/angiotomografia (Taxa de sangramento arterial 0,5 ml/min) apresenta sensibilidade 30-50% com taxas mais altas para sangramento alto ativo do que sangramento oculto agudo ou crônico recorrente. Especificidade de 100%. ○ Permite infusão de vasopressina ou embolizacao transparentes para hemostasia se for detectado sangramento ativo sem a necessidade de limpeza intestinal. ○ Radionucleotideos - ○ TC/RM Cirurgia ○ Em pacientes selecionados com sangramento gastrointestinal grave e contínuo, nos quais o diagnóstico não é feito por endoscopia ou colonoscopia de urgência, a consulta cirúrgica é recomendada. ○ Pacientes que apresentam hemorragia maciça e não podem ser estabilizados hemodinamicamente devem ser submetidos a angiografia de emergência ou exportacao cirúrgica urgente (sem endoscopia prévia ou com endoscopia de emergência realizada na sala de cirurgia. ○ Pacientes com sangramento que não pode ser controlado com endoscopia ou angiografia e aqueles com sangramento Gl obscuro recorrente grave também podem se beneficiar da cirurgia da cirurgiacom enteroscopia intra-operatória. Estratificação do risco • Características endoscópicas, clínicas e laboratoriais podem ser úteis para a estratificação de risco de pacientes que apresentam sangra mento agudo do GI superior. Fatores associados ao sangramento I. Instabilidade hemodinâmica (pressão arterial sistólica inferior a 100 mmHg, frequência cardíaca maior que 100 batimentos por minuto); II. Hemoglobina inferior a 10 g/L; III. Sangramento ativo no mento da endoscopia; IV. Tamanho grande da úlcera (maior que 1 a 3 cm em varios estudos); V. Localização da Ulcere (bulbo duodenal posterior ou curvatura gástrica baixa alta). Escores de risco ○ Os dados apresentados acima sugerem que a estratificação de risco é viável e permite a identificação de pacientes que podem ser gerenciados com segurança sem hospitalização. ○ No entanto, para que esses sistemas sejam bem-sucedidos, o sistema de estratificação de risco deve estar vinculado diretamente às decisões sobre a alta do paciente. Alta do paciente com SGI-superior ○ Como regra geral, recebem alta os pacientes após a endoscopia se eles tiverem uma provável fonte de sangramento identificada na endoscopia superir que não esteja associada a um alto risco de sangramento, desde que: ○ Não tenham comorbidades ○ Tenham sinais vitais estáveis ○ Tenham um nível normal de hemoglobina