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INSTITUTO CULTUS xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Revolução Industrial Artigo científico como requisito parcial para obtenção do título de especialização no curso de pós-graduação em Pedagogia Social e Empresarial. Banca examinadora: Orientador _________________________ Co – Orientador __________________________ Membro: ___________________________ Rio de Janeiro 2021 Dedico esse trabalho para o meu pai Osvaldo Henrique de Souza em memória, ele foi um grande defensor dos trabalhadores e me incentivou a estudar. AGRADECIMENTOS A conclusão desse trabalho seria impossível sem a colaboração do Instituto Cultus e a colaboração de alguns professores que se dedicam as gravações das aulas e na elaboração de textos que nos fornecem conhecimentos e nos ajudam a refletir. Agradeço a minha família, minha filha Moama Mahin em especial pelo incentivo. Agradeço a Deus por ter conseguido concluir todas as etapas deste curso. “A razão e a educação humanística que nos faz humanos” Daizaku Iked RESUMO A Revolução Industrial, causou grande impacto na vida social das pessoas, principalmente nas relações de trabalho, e garantiu a supremacia dos patrões. A invenção de novas máquinas, foram as que mais movimentaram a indústria, no século XVIII. O contexto histórico foi favorável a mudanças técnicas e organizacionais. Podemos dizer que o crescimento demográfico, a contribuição da ciência e os desenvolvimentos: agrário, comercial e dos transportes constituíram as mais importantes pré- condições para a expansão da industrialização e do crescimento econômico prolongado, que acompanhou o processo de desenvolvimento social e empresarial moderno no continente Europeu, exigindo novos conhecimentos técnicos e científicos e uma mudança empresarial própria que se espalhou pelo mundo. A oferta do trabalho com caracterização flexível, dá margem para o acesso abundante de trabalho a um preço relativamente baixo e isto obviamente estimula os investidores. Nesse período surgiram instituições trabalhistas que lutaram contra a exploração da classe trabalhadora. Mudando a relação do empresariado com as equipes dentro das empresas. Contribuindo com a utilização de novos conhecimentos e o avanço na modernização das empresas nos séculos seguintes. Com o aumento da produção as empresas auxiliadas pela ciência com novas tecnologias e funcionários qualificados em diversos ramos do trabalho produtivos de matérias primas, na transformação de bens e serviços. Na Implementação de novas ideias administrativas, organizacionais. PALAVRA CHAVE: Revolução. Industrial. Sumário 1 - INTRODUÇÃO ........................................................................................................ ...............08 2 - DESENVOLVIMENTO...........................................................................................................10 2.1 – Conceito de Revolução Industrial....................................................................................10 2.2- Os investidores, as máquinas e as flexibilizações.............................................................11 2.3 – O Capital na produção Industrial.....................................................................................12 2.4 – A Massa Trabalhadora.....................................................................................................12 2.5 – O Avanço da Economia Industrial..................... .............................................................13 2.6 – Formação do movimento trabalhista...............................................................................14 2.7 - Meios de Comunicações...................................................................................................14 2.8 – Mudanças nas Relações de trabalhos...............................................................................14 3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................15 4 - REFERÊNCIA..........................................................................................................................16 Introdução No século XVIII na Inglaterra houve uma mudança nas relações sociais entre empregados e patrões, conhecida como revolução industrial. Vários fatos favoreceram para a mecanização das empresas na Inglaterra neste século: as cercanias, a liberação da mão de obra, a expansão do mercado comercial, a existência de matérias primas e a existência de capital financeiro. O capital acumulado que provinha de transações comerciais: nas colônias, do contrabando, do tráfico de escravos serve de incentivo para novos eventos e descobertas. O processo de concentração dos meios de produção e de grandes somas de dinheiro nas mãos de uma minoria de indivíduos a qual foi chamada de Burguesia, representava a classe dos patrões, que provocou várias mudanças na vida social das pessoas: nas relações de trabalho, mudanças nos comportamentos familiares e o crescimento das cidades com a expansão das construções civis. Esta pesquisa é relevante para observarmos o processo continuado da modernização das empresas pelo advento das máquinas a mudança nos ambientes de trabalho de uma vida de produção praticamente artesanal para a mecanização do trabalho, a produção em série e o desenvolvimento dos espaços empresariais. A metodologia utilizada foi bibliográfica, através da leitura de vários livros de diferentes autores e o estudo dos conteúdos das matérias do curso de pós-graduação auxiliou na reflexão comparativa do processo continuado da modernização e a utilização da ciência e da tecnologia. Antes da revolução industrial o artesão realizava todas as etapas do trabalho no processo de produção artesanal até o produto ficar pronto para colocar no mercado de venda. Essa produção era realizada no próprio domicilio, sozinho ou com a família. A mecanização das empresas trouxe grandes mudanças na área administrativa, provocou o desenvolvimento de uma burocracia mais sofisticada. Com o acúmulo de capital pelos donos das empresas modificou-se os rumos da economia. Surgindo patrões muito ricos e empregados pobres que não usufruíram de suas produções. DESENVOLVIMENTO OS INVESTIDORES, AS MÁQUINAS E AS FLEXIBIZAÇÕES. A Industrialização introduziu novas atitudes empresariais no século XVIII, os investidores passaram a ser tomados como princípios norteadores de lucro máximo, então a economia empresarial passou a ser planejada com visitas ao mercado potencial suficientemente elástica e justifica um aumento concreto e volumoso na produção. Os empresários antigos abandonaram suas técnicas tradicionais e passou a tirar proveito das oportunidades da modernização da produtividade empregando novos conhecimentos. Outro determinante para os princípios empresariais a taxa de crescimento econômico diretamente proporcional entre o índice de expansão de oferta de mão de obra e a capacidade de produção de bens e serviços. O investimento empresarial volta-se as máquinas mais modernas e eficientes capazes de suprimir os custos de capitação e associar a um aumento continuado na formação do aumento do capital, e o progresso tecnológico ininterrupto. Mesmo nos setores em que a mudança técnica da mecanização nas Industrias ocasionou a poupança de mão de obra em seus efeitos,o imenso ímpeto que deu a expansão aos investimentos fomentou um aumento liquido nítido na procura da mão de obra. As inovações elaboradas para superar limitações técnicas foram particularmente bem- sucedida e rapidamente difundidas. Com efeito, nesses setores de mudanças investiu-se em técnicas e máquinas. A máquina a vapor leva lugar de destaque. Outros fatores de suma importância nos princípios empresariais, diz respeito ao papel fundamental da mão de obra, pois a produtividade aumenta em detrimento da diminuição de mão de obra e capital, índice de investimentos por meio da ampliação no influxo de capital no processo produtivo, há um aumento no número de navios capazes de transportar mais produtos. Entretanto, a oferta do trabalho com caracterizações flexíveis, dá margem para o acesso abundante de trabalho a um preço relativamente baixo e isto obviamente estimula os investidores. O CAPITAL NA PRODUÇÃO INDUSTRIAL O processo econômico era cumulativo. Assim, mão de obra em abundância promovia maior produção para menor insumo de capital ou da venda do poder produtivo. A economia tanto de capital, quanto na mão de obra gerava uma expansão cumulativa e auto reforçada na atividade econômica. Em suma, é fato notório que a chamada mecanização Industrial processou um complexo crescimento e mudança econômica na sociedade ocidental, seja relacionada a agricultura, transporte, comercio ou manufatura, ela exigiu um aumento maciço no rendimento de trabalho e ela mesma, forneceu parte da ocasião para tantas mudanças. O papel do Capital na mecanização industrial das novas empresas cujo desenvolvimento foi decisivo para a mecanização industrial britânica. A razão pela qual o cidadão com produtos industrializados goza dum padrão de vida mais alto do que seu semelhante, pré-industrial é que ele produz mais bens e serviços por hora de esforço; e uma das razões pelas quais ele pode fazer isso é que ele, em média, tem a vantagem dum maior volume disponível de capital para investir em suas atividades produtivas. A comunidade na qual ele vive possui mais equipamentos mecânicos, mais quilômetros de rodovias ou ferrovias, mais canais ou vias fluviais, mais edifícios ou mais de todo tipo de bens que são utilizados para produzir outros bens. Pode esperar gozar de um padrão de vida crescente porque ele ou alguns de seus concidadãos formaram o hábito de separar do consumo corrente o suficiente para acrescentar ao estoque de bens de produção da comunidade. Há bastante poupança anual, isto é não apenas para colocar o capital que se gasta no processo de produção, mas também para adquirir artigos adicionais. Afirmar que um pais pré-industrial tem um menor estoque de capital do que um pais industrializado, não significa dizer que tenha um nível mais baixo de capital por unidade de produção do que uma economia mais avançada. Alcançar esse aumento de seu estoque de capital, e sustentá-lo, envolve uma comunidade em algumas mudanças de caráter quase radical no seu modo de comportamento econômico e empresarial. O efeito liquido dessas mudanças podemos expressá-los como um aumento acentuado na porcentagem de renda nacional poupada e investida anualmente. Se houvesse estatística sobre a renda nacional e o investimento abrangendo o período da mecanização Industrial, poderíamos afirmar quando a mudança na taxa de investimento ocorreu para a Inglaterra. Essas estatísticas não foram encontradas. Os cálculos de Gregory King feitos no final do século XVII sugerem que a nação estava investindo cerca de 5% de sua renda total: e estimativas da renda e investimento nacionais para o século XIX indicam que a taxa de investimento de aproximadamente 10% ao ano tinha sido alcançada por volta do final da década de 1850. Aquilo em que as estatísticas não ajudam em nada é sobre a determinação da ocasião da mudança com relação a mecanização industrial. Na natureza dos recursos de capital e quando entraram em vigor. Em consequências dos acontecimentos que vinham acontecendo em relação ao capital, a renda nacional cresceu e a população mais rapidamente na segunda metade do século XVIII. A população da Inglaterra e do pais de Gales aumentaram aproximadamente 50% entre 1751 e 1801: o volume do comercio exterior quase triplicou: a renda nacional real provavelmente duplicou. Portanto, o nível de investimento teria de crescer em algo como 50% apenas para fazer que o estoque de capital acompanhasse, no mesmo ritmo, o crescimento da força de trabalho: teria de ser mais do que dobrado para elevar a taxa de investimento como uma porcentagem da renda nacional. Se juntarmos todos os dados estatísticos disponíveis sobre a formação de novos capitais no final do século XVIII parece como se o fluxo de investimento tenha acrescido um tanto mais rapidamente do que a renda nacional. Mas é difícil, mesmo com base na estimativa mais generosa, encontra-se evidencia para crer que a taxa de formação de capital tivesse crescido muito mais de 1% da renda nacional, no começo do século XVIII ela talvez tenha ultrapassado 6% no final- a maior parcela da mudança sendo atribuída ao último quarto. Não há nada na história da formação de capital do primeiro quarto do século XIX para sugerir que o fluxo de renda para novos investimentos aumentasse mais rapidamente do que o fluxo de rendas, embora seja razoavelmente certo que cresceu mais rapidamente do que a população e, por conseguinte, que o estoque de capital per capita da força de trabalho era significantemente maior em 1830 do que o fora em 1800, e maior em 1800 do que o fora em 1750. A MASSA TRABALHADORA Essa descrição do dia á dia dos operários retrata muito bem o que foi a introdução das máquinas para a massa de trabalhadores que receberia um salário em troca da energia, da força de trabalho que despendia dentro da fábrica. A produção de bens supostamente necessários a vida do homem na época é realizada pela energia de homens que recebem um salário. Salário que deveria permitir a aquisição de tudo que é necessário a vida e a família de quem produz. Mas isto não acontece e quem lhe paga estes salários são os donos da produção, a burguesia. Este é um dos processos de transformação global, que marcou o estabelecimento do sistema capitalista, como modo de produção predominante e de compra de serviços prestados pelos trabalhadores. Essa transformação, atingiu todos os níveis da sociedade, teve na economia e nos meios de produção econômica sua concretização, na mudança das formas de produção. Desse modo, as mecanizações das empresas devem ser entendidas como o conjunto de transformações ocorridas na indústria, agricultura, nos transportes, bancos, no comércio, nas comunicações, em suma, em toda a economia que se tornou capitalista. Esse processo envolveu a própria sociedade que se dividiu em duas classes básicas: a burguesia, proprietária dos meios de produção, e o proletariado, classe assalariada e que, para subsistir, vende o único bem que possui: sua força de trabalho. A acumulação do capital é o processo pelo qual se verifica a concentração dos meios de produção e de grandes somas de dinheiro nas mãos de uma minoria: a burguesia. Essa acumulação primitiva, feita na fase de transição do feudalismo ao capitalismo, processou-se no setor agrícola, no setor industrial e no setor mercantil. No setor industrial, o processo deu-se na criação de manufaturas onde artesãos (produtores diretos) ficaram sujeitos a divisão de trabalho, recebiam a matéria prima e não ficavam com o lucro do seu trabalho; a produção era vendida pelo empresário, que ficava com os lucros; o artesão trabalhava em troca de um salário e se via impossibilitado de possuir os seus instrumentos de trabalho, porquanto não tinha recursospara comprar as maquinas utilizadas na produção. Desse modo, a burguesia ampliou seus rendimentos e progressivamente foi controlando um setor da economia: A indústria manufatureira. INVESTIMENTOS E O AVANÇO DA ECONOMIA INDUSTRIAL Os empresários de Liverpool, por exemplo, eram por demais conhecidos por sua presteza em investir em ferrovias fora de sua própria área. O sucesso manifesto de algumas ferrovias atraiu a economia do povo que não estavam em condições de sondar o sucesso desta ou daquela ferrovia. Com isto o capital para estes investimentos cresceu muito, porque as ações ferroviárias disponibilizavam 5%, para seu investidor. Nestes investimentos que resultou em um desperdício de capital. A inflação crônica tem-se transformado numa condição familiar nos países subdesenvolvidos em via de industrialização de nossos dias. Sob condições de inflação contínua, os preços se elevam mais rapidamente do que os salários; os lucros crescem mais rapidamente do que ambos; e porque esperam que os preços (e lucros) continuem subindo, os industriais estão mais do que propensos a aplicar esse retorno na formação de capital atraentes. Os “que poupam ”nessa situação são os assalariados que tem de pagar preços mais elevados por bens cujos custos de produção não aumentaram na mesma proporção: os investidores são os empresários individuais que estão, assim, capacitados a financiar seus investimentos por meio da “poupança forçada” de seus fregueses. A inflação criou as poupanças forçadas ao colocar lucros astronômicos nas mãos de investidores em potencial, mas também ao criar uma premissa de preços em constante elevação, criou um incentivo para que os industriais continuassem a investir. Isto significa que a inflação, sustenta-se, fornece tanto o meio como o incentivo para uma taxa de formação de capital mais elevado na indústria. A legitimidade dessa realidade depende de se poder demonstrar que os lucros astronômicos vieram a cair nas mãos dos industriais inovadores. Os preços dos produtos industriais nos empreendimentos inovadores – tecidos de algodão, por exemplo, e produto de ferro que tenderam a cair em vez de subir. Se houve lucros excessivos oriundos de preços em elevação, estes se destinaram ao fazendeiro ou ao comerciante e não a indústria, e exceto talvez no sentido em que libertou capital para que os proprietários e arrendatários de terras emprestassem ás companhias construtoras de canais, por exemplo, tal processo dificilmente pode ser considerado como tendo contribuído para aumentar a acumulação de capital. Os lucros que os industriais britânicos reinvestiram em seus custos decrescentes e seus preços que decresciam menos rapidamente. Nada tinham a ver com a infração. Portanto é difícil justificar que o ponto de vista segundo o qual a formação de capital da mecanização industrial britânica foi financiada pela poupança forçada gerada pela infração. Deve ter-se em mente que, embora o grosso da população fosse por demais pobre para poupar e as rendas médias fossem miseravelmente baixas, havia núcleos consideráveis de riquezas na comunidade. Mais de séculos de comercio exterior coroado de êxito, havia criado um volume de lucros acumulados. O Professor Postan, em verdade, sustentou que já no começo do século XVIII “havia um número suficiente de pessoas ricas no país para financiar o esforço econômico excessivo das modestas atividades dos líderes da Revolução Industrial”. Além disso, havia um sistema bem elaborado de credito através do comercio. Assim, os banqueiros do país e os comerciantes das cidades eram capazes de se utilizar dos recursos ociosos da nobreza rural, ou dos ricaços indianos que haviam retornado, para financiar o comercio e, através disso, para fornecer parte do capital de giro das empresas. Há pouca evidencia, entretanto, de que o capital a longo prazo da indústria se originou das poupanças dos comerciantes ou latifundiário exceto na medida em que foi transferido numa base interpessoal. Na pratica os inovadores usavam os seus próprios recursos ou os de amigos ou parentes. Era muitas vezes possível para um indivíduo industrioso entrar em um negócio com muito pouco capital e acumular seus próprios recursos até que atingissem níveis elevados para atrair o interesse dos homens mais ricos. Quando Marshall fundou uma oficina de fiação em Leeds na década de 1790, levantou o capital necessário de três maneiras principais: 1) ao vender seu negócio de cortinas; 2) tomando emprestado de seus amigos; 3) por meio de desconto de títulos num banco cujo fundador era membro duma família de tingidores de linho. Mas vez que o novo empreendimento estava produzindo um lucro constante era comum financiar sua continuação e sua expansão, por meio do reinvestimento dos lucros, ou por novos apelos aos amigos de seus proprietários. Posteriormente as inovações num ramo duma indústria seriam financiadas pelos lucros feitos num outro ramo da mesma indústria. Os proprietários de oficinas de fiação eram a principal fonte de capital para o financiamento dos teares mecânicos no Lancashire nas décadas de 1820 e 1830. O volume considerável de capital, empatado de natureza social em canais, ferrovias, iluminação de ruas e sistemas de abastecimento de água, foi possível porque os promotores utilizaram as poupanças, de pequenos investidores e poupanças institucionais que se tornavam disponíveis, numa economia que já havia começado a parte, os canais até certo ponto e depois extensivamente as do investidor não participante. Mais tarde, os Governos estrangeiros e as ferrovias estrangeiras, foram capazes de se valer da mesma fonte, em parte porque o precedente já havia sido firmado e as instituições já existiam. A urbanização implicava investimentos na construção de prédios, pavimentação e iluminação das vias de comunicação, abastecimento de água e obras sanitárias. As fábricas surgem como o símbolo das energias sociais. Ela incorpora uma dupla ameaça a ordem estabelecida. A primeira, proveniente dos proprietários da riqueza industrial, esses novos ricos que desfrutavam de uma vantagem injusta sobre os proprietários de terras, cuja renda estava limitada aos arrendamentos. FORMAÇÕES DE MOVIMENTOS TRABALHISTAS No princípio da década de 1850, os tecelões manuais do algodão superavam todos os homens e mulheres empregados nas fiações e tecelagens industriais de algodão, lã e seda somados. Os operários, longe de serem os filhos primogênito da mecanização industrial, tiveram nascimento tardio muitos das suas ideias e formas de organização foram antecipadas por trabalhadores domésticos como os que trabalhavam com a lã em Norwich e em regiões do Oeste, ou os tecelões de aviamentos de Manchester. É discutível se os operários, exceto nos distritos algodoeiros, formaram o núcleo do Movimento Trabalhista antes do final da década de 1840 (e, em algumas cidades do Norte e da região central, nos anos de 1823/1924, conduzindo ás grandes dispensas coletivas). Os Jacobinos criaram raízes profundas entre os artesãos, o Ludismo foi obra de trabalhadores qualificados de pequenas oficinas. De 1817 até o Cartismo, os trabalhadores de pequenas oficinas, na região norte e central, eram tão proeminentes em toda agitação radical quanto os operários industriais. Em muitas cidades, o verdadeiro núcleo de onde o movimento trabalhista retirou suas ideias, organização e liderança era constituído por sapateiros, tecelões, seleiros e fabricantes de arreios, livreiros, impressores, pedreiros, pequenos comerciantes e similares. As vastas áreas mais radicais entre 1815 e 1850. A agitação popular é considerada como resultado da coincidência inevitável da alta dos preços do trigo com as depressões econômicas, e explicável em termos de um quadro elementar de "tensão social", derivado dessas condições. Em geral, se sugereque a situação do trabalhador industrial em 1840 era melhor, em muitos aspectos que a do trabalhador doméstico em 1790. A Revolução Industrial foi um período, não só de catástrofes ou conflitos e opressões de classe, mas de desenvolvimento (com novas e sofisticadas formas de organizações sociais, em meio as descobertas e invenções). Tanto o contexto político quanto a máquina a vapor tiveram a maior influência sobre a formação da consciência das instituições da classe operária. O empreendimento em grande escala, o sistema fabril, as comunidades fabris, com sua nova disciplina, onde o patrão não só enriquecia com o trabalho da sua “mão de obra”, como também se podia vê-lo enriquecer no decorrer de uma única geração, tudo contribuiu para a transparência do processo de exploração e para a coesão social e cultural do explorado. Podemos agora constatar parte da natureza verdadeiramente catastrófica da mecanização das empresas e algumas das razões pelas quais a classe operária se formou nestes anos. O povo foi submetido, simultaneamente, a intensificação de duas formas intoleráveis de relação: a exploração econômica e a opressão política. As relações entre patrões e empregados tornaram-se mais duras e menos pessoais; mesmo. Em qualquer condição que se organizasse, para enfrentar e combater a situação de exploração de sua mão de obra teria que se deparar com duas forças política muito bem organizadas e articuladas entre si, que o único desejo era se manter confortavelmente, no poder os patrões que detinham o capital e representavam a burguesia e o estado que exercia o controle social. Depois dos trabalhadores agrícolas, o maior contingente de trabalhadores específicos com a mecanização das empresas eram os trabalhadores domésticos. Muitos deles eram criados que viviam com a família do seu patrão, dividindo quartos apertados, trabalhando um número excessivo de horas em troca de alguns poucos xelins. Contudo, podemos incluí-los entre os grupos mais favorecidos, cujo padrão de vida (ou consumo de alimentos e roupas) melhorou ligeiramente durante a mecanização industrial. Na mineração do carvão os salários aumentaram entre 1790 e 1840, mas ao custo de um aumento na jornada de trabalho. A permanência no emprego, ou seja, um emprego fixo durante vários anos, com uma jornada de trabalho regular e um salário padrão, uma situação rara, este foi o problema na maioria das indústrias, principalmente nas cidades. O aprendiz e o trabalhador qualificado, donos de suas próprias ferramentas e dedicados a uma profissão durante toda a sua vida, eram uma minoria. Nos primeiros estágios da industrialização, as cidades em crescimento atraíram mão de obra migrante e desarraigada, e sem qualificação que pelo estado de instabilidade, passavam por uma sucessão de empregos. Os valores pagos aos trabalhadores especializados, não refletem a realidade a respeito do trabalho. O sonho de se transformar em pequeno mestre, já não podia mais se sustentar nas décadas de 1820 e 1830, face ás experiências dos “mestres de sótão” ou de “quarto”, essa “independência significava a escravidão, durante toda a semana, sob o jugo dos armazéns ou das lojas de artigos ordinários. Este fato explica o repentino apoio ao Owenismo no final da década de 1820, as tradições sindicais e anseio pela independência fundiram-se na ideia de controle social sobre seus próprios meios de vida: uma independência coletiva”. (Thompson:107/108) Dentro deste quadro mais amplo temos de distinguir as histórias particulares dos ofícios específicos. Em geral, nas atividades em que eram necessários um grande capital, maquinaria e alta capacitação profissional, o artesão perdeu parte de sua independência, mas, após rápidos estágios, se tornou um proletário qualificado e até mesmo privilegiado: o artífice industrial tornou-se mecânico ou metalúrgico e as habilidades do artífice naval distribuíram-se entre os ofícios ligados a construção de navios. É fato que mesmo por volta de 1850 o típico empregador não era ainda o capitalista de grande escala e o operário de fabrica ainda não era o empregado típico. Mesmo nos setores fabris, havia um bom volume de trabalho feito fora da oficina, e a indústria manufatureira britânico foi capaz de explorar as fraquezas dum mercado de trabalho primitivo. Havia um grande número de subcontratos por meio dos trabalhadores qualificados que eram empregados e empregadores ao mesmo tempo. Tudo isso tendia a desintegrar o mercado de trabalho, a manter os salários abaixo do nível de produtividade, para incentivar um trabalho de fome e manter o empregado numa posição inferiorizada e insatisfeito. As relações de poder entre empregados e patrões no ambiente de trabalho geraram problemas de caráter social e político que, se convencionou chamar de “questão social”. Os trabalhadores organizaram-se em sindicatos para melhor defenderem os seus interesses exigindo: salários, dignos, redução da jornada de trabalho, melhores condições de assistência e segurança social. Com esse cenário surgiram as novas doutrinas sociais que pregavam a criação de uma nova sociedade livre da miséria e da exploração reinante (PORTAL BRASIL, 2009:3). O povo foi submetido a duas formas intoleráveis de relação: a exploração econômica e os trabalhadores eram ameaçados e castigados no trabalho por faltas irrelevantes como estar “sujo, ter assobiado ou conversar”. Contra nas fabricas crueldade os Comitês para a redução da jornada de Trabalho, organizavam campanhas entre os patrões, houve comissões que defendiam o interesse dos patrões. (Thompson, 1987:207) MUDANÇAS NAS RELAÇÕES DE TRABALHO A medida que a indústria se tornava mais urbanizada, o paternalismo que havia caracterizado as fabricas movidas por força hidráulica cedia lugar a um sistema mais impessoal de recrutamento de trabalhadores. Nas grandes empresas fabris e comerciais os proprietários já não estavam em contato direto com os trabalhadores, nomeavam administradores para ás funções de organização e supervisão do trabalho. A força de trabalho de cada fabrica se fundia numa força de trabalho geral que se podia movimentar facilmente dum empregador para outro e pela qual nenhum empregador determinado precisava sentir qualquer responsabilidade especial. Assim emergiu o verdadeiro proletariado industrial, numeroso, capaz de ação unida porque estava concentrado, cada vez mais consciente de suas reivindicações políticas, e trabalhando num contexto que se expandiam e a medida que o empresário passava a se envolver cada vez menos em relações pessoais com seus trabalhadores. A mecanização das empresas incorporou o trabalho da mão de obra feminina ao ambiente fabril, a mulher viveu numa relação subalterna dentro das fabricas. Em momentos de crise substituía-se o trabalho masculino pelo feminino e o infantil que continuavam accessível e eram mais baratos. Na luta entre homens e mulheres, estiveram presentes entre todo o processo conflitante da mudança das relações de trabalho com a mecanização dos ambientes de produção industrial. Os homens substituídos pelas mulheres nos trabalhos fabris ás acusavam de estarem roubando seus espaços de trabalho. Ao ser incorporada a produção fabril, a mulher passou a exercer uma dupla jornada de trabalho, tinha que cuidar da sua família, nas tarefas domesticas e dar conta dos afazeres remunerado das fábricas. As mulheres pobres sempre trabalharam no campo e nas cidades e seus salários sempre foram inferiores aos dos homens. O impacto nas relações de patrões e trabalhadores no ambiente fabril, e o processo de produção que gerava a exploração da mão de obra dos mesmos levaram os trabalhadores á se organizarem entre si reunindo-se, associando-se, para reivindicar melhores condições de trabalho e de salários, diminuição das jornadas excessivase contra a exploração de menores e mulheres. Muitas pessoas com necessidades comuns se revoltam contra o empregador e contra a máquina. As lutas de classes – ludistas, cartistas, associações secretas ou não formação de sindicatos tudo clamando pela ação do Estado na regulamentação da vida trabalhista – Estas ações em muitos momentos provocam comoção social. Assim, a sociedade começou a despertar para a necessidade do estado regulamentar uma nova relação de trabalho entre patrões e empregados. CONSIDERAÇÕES FINAIS A mecanização dos meios de produção nas empresas, proporcionou uma mudança acelerada nos meios de produção, nas relações de trabalho, na organização do capital, na economia, na burocracia administrativa, nos transportes, na arquitetura das cidades e na política de estado. A população dos centros urbanos cresce enormemente. Com as diferenças na distribuição de rendas, as condições de vida se tornam precárias. Podemos dizer também que a maquino fatura, tirou o homem dos processos de produção mais simples. As máquinas, passaram a executar algumas atividades humana, causando estranhamento aos trabalhadores. A produção em série proporcionada pela divisão de trabalho e pela utilização das maquinas, a conquista de novos mercados consumidores, novos mercados fornecedores de matérias prima e uma mão de obra barata, contribuiu para a superfaturamento dos patrões e maior acumulo de capital. As invenções que tornaram possível a produção em série foram consequências do investimento de capitais e de experiências científicas. Cada invenção forçava o surgimento de uma nova invenção. A produção de aço e de algodão funcionou como o centro de todo o sistema no processo de mecanização industrial. A mecanização das empresas trouxe a evolução tecnológica, a modernização das empresas e o desenvolvimento da sociedade em torno destes eventos. A formação da classe operária industrial teve por base a proletarização de parte do campesinato. A medida que a penetração do capital industrial se ampliava para diversos ramos da produção, em que antes predominava a produção de mercadorias artesanais e especificas, a mão de obra aumenta dando possibilidades para a concentração populacional, em algumas cidades industriais. Isto causa uma mobilidade na classe trabalhadora, resultando na internacionalização da classe operária, na mesma medida em que acontece a acumulação do capital. Aumentou a distância entre patrões e empregados, com o aparecimento de pequenos administradores e supervisores de fabricas que atuavam como organizadores do ambiente de trabalho nas empresas podendo ser comparado hoje ao profissional responsável pelos recursos humanos e gestores empresariais. O distanciamento entre o operário e os capitalistas, separavam os mesmos ao acesso a modernidade. Os trabalhadores produzem riquezas aumentam a produção de bens, mas não podem consumi-los. O estado é obrigado com todas essas transformações a regulamentar Leis trabalhistas propostas pelos trabalhadores em conflitos com os patrões através das suas instituições de defesa no que se relaciona a direitos trabalhistas. O ambiente de produção e de venda das empresas modernas tem um grande diferencial, trabalham com a valorização de funcionários qualificados aproveitando seus talentos, com os avanços tecnológicos para melhorar o relacionamento entre empregados e patrões, houve algumas mudanças na gestão empresarial contemporânea foi criado o setor de recursos humanos que chamamos simplificadamente de setor de RH, que concentram profissionais capacitados como o pedagogo empresarial que trabalha na aplicação de princípios métodos e conhecimentos pedagógicos nas atividades das empresas com o objetivo de fortalecer talentos promover mudanças no comportamento de alguns funcionários de forma a melhorar a interação e relações consequentemente, aumentar o desempenho e a produtividade da equipe. Fortalecendo as empresas para atingirem seus objetivos e vencer competitividade. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO THOMPSON, E. P. A Formação da Classe Operária Inglesa. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987. HOBSBAWM, E. J. A Era das Revoluções 1789 –1848. São Paulo, Paz e Terra, 2005. HOBSBAWM, E. J. Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 1983. HOBSBAWM, E.J. Lênin e a aristocracia operária. In: Revolucionários. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1982. HOBSBAWM, E. J. Mundos do Trabalho. Novos estudos sobre história operária. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987. ERIC J. Hobsbawm. Trabalhadores. Estudos sobre a história do operariado. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1981. ENGELS. F. A Situação da Classe Operária na Inglaterra. São Paulo, Global, 1988. PHYLLIS, Deane. A Revolução Industrial. Rio de Janeiro, Zahar, 1982. HENDERSON, W. O A Revolução Industrial. São Paulo, Edusp, 1968. ARENDT, H. A Condição Humana 10º edição, São Paulo, Ed. Florense Universidade, 2003 SINGER, Paul, A formação da Classe Operária, 12º edição, São Paulo, Ed. Atual, 1988 ANTUNES RICARDO, A Dialética do Trabalho 1º edição, São Paulo, Ed. Expressão Popular, 2004 ARRUDA, J. J. A. História Moderna e Contemporânea,13º edição São Paulo, Ed. Ática, 1981 DEANE, Phyllis, A revolução Industrial, tradução da 1º edição, Rio de Janeiro, Ed. Zahar, 1969 Miceli, Paulo, As Revoluções Burguesas, 10º edição, São Paulo, Ed. Afiliada, 1987 HUGON, Paul, História das Doutrinas Econômicas, 14º edição, São Paulo, Ed. Atlas, 1995 Ludismo – mov. Operário inglês reformista do ramo da tecelagem no sec. XIX que se notabilizou com a destruição das máquinas de fiar como forma de protestos. Cartismo – Mov. Operário Radical reformista, surgiu em 1830 na Inglaterra Owenismo – visava uma reforma radical da sociedade sec. XIX, Robert Owen, precursor do mov. Cooperativo. AGRADECIMENTOS “A razão e a educação humanística que nos faz humanos” A Revolução Industrial, causou grande impacto na vida social das pessoas, principalmente nas relações de trabalho, e garantiu a supremacia dos patrões. A invenção de novas máquinas, foram as que mais movimentaram a indústria, no século XVIII. O contexto histórico foi favorável a mudanças técnicas e organizacionais. Podemos dizer que o crescimento demográfico, a contribuição da ciência e os desenvolvimentos: agrário, comercial e dos transportes constituíram as mais importantes pré-condições para a expansão da industrialização e do crescimento econômico prolongado... A oferta do trabalho com caracterização flexível, dá margem para o acesso abundante de trabalho a um preço relativamente baixo e isto obviamente estimula os investidores. Nesse período surgiram instituições trabalhistas que lutaram contra a exploração da classe trabalhadora. Mudando a relação do empresariado com as equipes dentro das empresas. Contribuindo com a utilização de novos conhecimentos e o avanço na moderniza... Introdução O processo de concentração dos meios de produção e de grandes somas de dinheiro nas mãos de uma minoria de indivíduos a qual foi chamada de Burguesia, representava a classe dos patrões, que provocou várias mudanças na vida social das pessoas: nas rela... Esta pesquisa é relevante para observarmos o processo continuado da modernização das empresas pelo advento das máquinas a mudança nos ambientes de trabalho de uma vida de produção praticamente artesanal para a mecanização do trabalho, a produção em sé...