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ESTATÍSTICA E PESQUISA IMOBILIÁRIA Professora Me. Renata Cristina de Souza Chatalov GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; CHATALOV, Renata Cristina de Souza. Estatística e Pesquisa Imobiliária. Renata Cristina de Souza Chatalov. Reimpressão Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. 173 p. “Graduação - EaD”. 1. Estatística. 2. Pesquisa. 3. Imobiliária. 4. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-0200-3 CDD - 22 ed. 519 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Direção Operacional de Ensino Kátia Coelho Direção de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Direção de Operações Chrystiano Mincof Direção de Mercado Hilton Pereira Direção de Polos Próprios James Prestes Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida Direção de Relacionamento Alessandra Baron Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli Gerência de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Supervisão de Projetos Especiais Daniel F. Hey Coordenador de Conteúdo Paulo Pardo Design Educacional Camila Zaguini Silva Iconograia Amanda Peçanha dos Santos Ana Carolina Martins Prado Projeto Gráico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa André Morais de Freitas Editoração Thomas Hudson Costa Fernando Henrique Mendes Revisão Textual Viviane Favaro Notari Ilustração André Luís Onishi Bruno Pardinho Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos com princípios éticos e proissionalismo, não so- mente para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in- tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, proissional, emocional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educa- dores soluções inteligentes para as necessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a quali- dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando proissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou proissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu- nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desaios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con- tribuindo no processo educacional, complementando sua formação proissional, desenvolvendo competên- cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessá- rios para a sua formação pessoal e proissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cresci- mento e construção do conhecimento deve ser apenas geográica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis- cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui- lidade e segurança sua trajetória acadêmica. Professora Me. Renata Cristina de Souza Chatalov Graduada em Tecnologia Ambiental pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná. Especialista em Gestão Ambiental pela Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão - FECILCAM. Mestre em Engenharia Urbana pela Universidade Estadual de Maringá - UEM. Experiência em pesquisa na área de Sistemas de Gestão de Qualidade e Sistemas de Gestão Área Ambiental. Já trabalhou na área ambiental com ênfase em Tecnologias Avançadas de Tratamento de Eluentes e Gestão e Tratamento de Resíduos Sólidos. É Professora Formadora no EAD do Centro Universitário Cesumar – UniCesumar, nos cursos de: Gestão Ambiental, Gestão de Recursos Humanos, Ciências Contábeis, Segurança do Trabalho, ministrando a disciplina de Estatística. Também, ministra a disciplina de Pesquisa Imobiliária e Estatística no curso de Gestão de Negócios Imobiliários, pela mesma instituição. Professora no curso de graduação em Administração na Faculdade Metropolitana de Maringá, ministrando a disciplina de Estatística e Gestão Ambiental. Professora da disciplina de Indústria e Meio Ambiente na Pós- graduação em Gestão Ambiental na Faculdade Metropolitana de Maringá. Professora da pós-graduação EAD UniCesumar, nos cursos de: Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável e Empreendimentos e Negócios Imobiliários. A U TO R A SEJA BEM-VINDO(A)! Caro(a) estudante, é com muito prazer que apresentamos a você o livro que fará parte da disciplina de Estatística. A Estatística é uma ciência que se dedica ao desenvolvimen- to e ao uso de métodos para coleta, resumo, organização, apresentação e análise de dados. Temos inúmeros exemplos do uso da estatística para o desenvolvimento e para o bem-estar da sociedade, como: a previsão do tempo em uma região, as tendências em determinada eleição, a posição dos bancos dos trens em certa linha e até o hábito de lavar as mãos após usar o banheiro. Por essas ideias apresentadas, concluímos que sem estatística não há ciência. O termo “Estatística” é usado, hoje, com alguns signiicados diferentes. Ele pode se referir a meros registros de eventos que interessem ao administrador em geral; a uma sim- ples medida estatística que seja obtida de uma amostra; a métodos estatísticos padro- nizados utilizados em pesquisa por amostragem ou à Ciência Estatística em geral, hoje, grandemente desenvolvida e com aplicação disseminada como auxiliar para as mais diferentes áreas de conhecimento. De forma simpliicada, podemos admitir que a Ciência Estatística tem como objetivo obter informações coniáveis sobre determinado fenômeno de interesse. A Estatística está de forma muito presente na mídia, seja em jornais, revistas ou meios de comunicação. Além disso, uma vez que está diretamente envolvida com pesquisa, é a partir dela que as decisõessão tomadas. Podemos dizer que a Estatística é uma ferramenta para qualquer pesquisador na busca pelas respostas aos vários problemas relacionados ao meio em que trabalha. Entretanto, para que ela seja bem utilizada, é necessário conhecer seus fundamentos, seus princípios e suas ferramentas, para que possamos utilizá-la de forma adequada. É importante que o pesquisador desenvolva, também, um espírito crítico e de análise, para poder utilizar com precisão a estatística em suas tomadas de decisões. Este material foi separado em cinco unidades, a saber. Na unidade I, falaremos do his- tórico da estatística, do método cientíico, das fases do meio estatístico, além da im- portância da pesquisa para o mercado imobiliário e, para melhor compreensão, vamos trabalhar com as variáveis, deinições de população e amostra, as principais técnicas de amostragens. Na unidade II, falaremos sobre o estudo de tabelas e de gráicos, mais especiicamente, leitura e construção de tabelas, aplicação e utilização de alguns tipos de gráicos. Pode- mos destacar que os gráicos, em seus mais variados tipos, traduzem, de forma rápida, os dados que se quer mostrar dentro de uma pesquisa. O intuito de todos os gráicos é sempre o mesmo: traduzir dados em informações que sejam visíveis e traduzíveis aos olhos do pesquisador e do público de forma geral. A utilidade dos gráicos e das tabelas também mostra sua importância, uma vez que a utilização dessas ferramentas é quase uma rotina nos meios de comunicação, com o objetivo de mostrar os resultados das pesquisas. APRESENTAÇÃO ESTATÍSTICA E PESQUISA IMOBILIÁRIA A unidade III mostra as medidas de posição e de dispersão. Essas medidas são am- plamente empregadas dentro de pesquisas em nível cientíico e, também, nos pro- blemas mais simples do cotidiano. Dentre as medidas estatísticas, a principal e mais utilizada é a média, que representa o conjunto de dados como um todo. Também muito empregado como medida explicativa, podemos citar o desvio padrão, que mostra a variabilidade dos dados ou a dispersão deles. A média e o desvio padrão são medidas importantes em uma análise de dados, uma vez que uma representa o conjunto de dados propriamente dito e a outra mostra a dispersão dele, apontando, assim, se temos homogeneidade ou heterogeneidade nos dados da pesquisa. A unidade IV trata das probabilidades. Estas podem tratar de eventos simples a ex- tremamente complexos. De forma abrangente, elas tratam das chances de determi- nados fenômenos ocorrerem. A importância de se estudar probabilidades está na veriicação de que alguns eventos ocorrem com uma facilidade maior que outros e, assim, podemos prever situações futuras sobre esses eventos. Finalizando o material, a unidade V aborda as medidas de associação, mais especii- camente, a correlação e a análise de regressão. Essas medidas nos mostram o grau de relação entre duas variáveis. A correlação informa a intensidade da relação e a análise de regressão mostra a quantidade de variação em uma por meio da variação em outra. Além disso, trabalharemos a aplicabilidade da estatística na pesquisa imo- biliária e a estatística aplicada ao mercado imobiliário. Este material está bastante sintetizado, focando os pontos principais da Estatística, de modo a proporcionar encaminhamentos que possibilitem a compreensão dos conceitos, ao contrário do que muitas vezes é posto em se tratando de estudar Ma- temática e, especiicamente, Estatística. A resolução de tarefas é importante, desde que o(a) estudante procure fazê-la à luz da teoria que ela contempla. Com isso, airmo: será necessário, também, muito empenho de sua parte para a realização desse intenso trabalho. No decorrer de suas leituras, procure interagir com os textos, fazer anotações, responder as atividades de autoestudo, anotar suas dúvidas, ver as indicações de leitura e realizar novas pesqui- sas sobre os assuntos tratados, pois, com certeza, não será possível esgotá-los em apenas um livro. Professora Renata C. de Souza Chatalov APRESENTAÇÃO SUMÁRIO 09 UNIDADE I CONCEITOS E IMPORTÂNCIA DA PESQUISA E DA ESTATÍSTICA EM NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS 15 Introdução 16 Histórico da Estatística 17 Método Cientíico 18 Fases do Meio Estatístico 21 A Importância da Pesquisa para o Mercado Imobiliário 24 Variáveis 26 População e Amostra 28 Amostragem 33 Deinição do Número de Amostras 38 Uso da Estatística como Instrumento para Elaboração de uma Pesquisa 41 Considerações Finais UNIDADE II NOÇÕES BÁSICAS DE ESTATÍSTICA 47 Introdução 48 Tabelas 50 Séries Estatísticas 52 Gráicos 59 Distribuição de Frequência 68 Considerações Finais SUMÁRIO UNIDADE III MEDIDAS DESCRITIVAS ASSOCIADAS À VARIÁVEIS QUANTITATIVAS 75 Introdução 76 Medidas de Posição ou de Tendência Central 85 Medidas de Dispersão 93 Considerações Finais UNIDADE IV PROBABILIDADES E O MERCADO IMOBILIÁRIO 101 Introdução 102 Noções Básicas de Probabilidades 103 Probabilidades 116 Regras Gerais de Probabilidade 116 Distribuições de Probabilidades 120 Distribuições Discretas de Probabilidade 124 Distribuições de Probabilidades Contínuas 133 Considerações Finais SUMÁRIO 11 UNIDADE V CORRELAÇÃO E REGRESSÃO LINEAR E ESTATÍSTICA APLICADA AO MERCADO IMOBILIÁRIO 141 Introdução 142 Correlação 153 A Aplicabilidade da Estatística na Pesquisa Imobiliária 155 A Estatística aplicada ao Mercado Imobiliário 159 Considerações Finais 163 CONCLUSÃO 165 REFERÊNCIAS 169 GABARITO U N ID A D E I Professora Me. Renata C. de Souza Chatalov CONCEITOS E IMPORTÂNCIA DA PESQUISA E DA ESTATÍSTICA EM NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS Objetivos de Aprendizagem ■ Entender o signiicado e a importância da estatística em situações cotidianas e para o gestor de negócios imobiliários. ■ Aprender as noções básicas de como realizar uma pesquisa. ■ Entender os diferentes tipos de amostragens. ■ Aprender sobre as variáveis estatísticas. ■ Aprender sobre população e amostra. ■ Estudar os instrumentos para elaboração de uma pesquisa. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Histórico da Estatística ■ Método Cientíico ■ Fases do Meio Estatístico ■ A importância da Pesquisa para o Mercado Imobiliário ■ Variáveis ■ População e Amostra ■ Amostragem ■ Deinição do Número de Amostras ■ Uso da Estatística como Instrumento para Elaboração de uma Pesquisa INTRODUÇÃO Olá aluno(a), nesta primeira unidade, você estudará alguns temas que são muito importantes para a estatística e que servirão de base para todo o desenvolvimento que está proposto neste livro e na nossa disciplina. Geralmente, as pessoas imaginam que a estatística é simplesmente uma coleção de números, ou que tem a ver apenas com censo demográico, com a construção de tabelas ou de gráicos. Podemos dizer que a Estatística vai muito além disso e que, na verdade, ela é muito frequente na nossa vida. Como exemplos de aplicações de técnicas estatísticas, temos: a pesquisa elei- toral, a pesquisa de mercado, o controle de qualidade, os índices econômicos, o desenvolvimento de novos medicamentos, as novas técnicas cirúrgicas e de tra- tamento médico, as previsões meteorológicas, as previsões de comportamento do mercado de ações, dentre outros, isto é, tudo que se diz cientiicamente com- provado, por algum momento, passa por procedimentos estatísticos. Portanto, podemos deinir estatística como um conjunto de técnicas de aná- lise de dados, que é aplicável a quase todas as áreas do conhecimento e que nos auxilia no processo de tomada de decisão. Também, você verá que a estatística é uma ciência multidisciplinar que per- mite a análise de dados em todas as áreas e que fornece ferramentas para que sejamos capazes de transformar dados brutos em informações acessíveis e de fácil compreensão, de modo que possamos compará-los com outros resultados ou, ainda, veriicar sua adequaçãoa alguma teoria pronta. Abordaremos que a estatística tem uma base na formação do acadêmico, pois é de extrema importância para o desenvolvimento dos alunos; para saber observar as tabelas e os gráicos e usar essa ferramenta para a tomada de deci- sões dentro das organizações. Também, abordaremos a importância da estatística como ferramenta auxiliar para o gestor imobiliário. Então, aproveite bem esta unidade e lembre-se de que ela será um subsídio para toda nossa disciplina. Bons estudos! Prof. Renata Introdução R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 15 CONCEITOS E IMPORTÂNCIA DA PESQUISA E DA ESTATÍSTICA EM NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E16 HISTÓRICO DA ESTATÍSTICA Todas as ciências têm suas raízes na história do homem, não é mesmo? E a mate- mática, que é considerada a “ciência que une a clareza do raciocínio a síntese da linguagem”, originou-se do convívio social, das trocas, da contagem, com caráter prático, utilitário e empírico. A estatística, que é um ramo da matemática aplicada, teve origem semelhante. Nesse sentido, podemos airmar que, desde que o homem deixou de ser nômade e passou a ser sedentário, começaram as necessidades que exigiam o conheci- mento numérico. Isso ocorreu porque Estados e governo, desde tempos remotos, precisaram conhecer determinadas características da população, efetuar a sua contagem e saber a sua composição ou os seus rendimentos. Na Idade Média, colhiam-se informações, geralmente com inalidades tribu- tárias ou bélicas. A partir do século XVI, começaram a surgir as primeiras análises sistemáticas de fatos sociais, como batizados, casamentos, funerais, originando, assim, as primeiras tábuas e tabelas e os primeiros números relativos. Já no século XVIII, o estudo de tais fatos foi adquirindo, aos poucos, feição cien- tíica. Godofredo Achenwall batizou a nova ciência (ou método) com o nome de Estatística, determinando o seu objetivo e suas relações com a ciência (CRESPO, 2009). A partir daí, as tabelas tornaram-se mais complexas, surgiram as represen- tações gráicas e o cálculo das probabilidades e a Estatística deixou de ser uma simples catalogação de dados coletivos para se tornar o estudo de como chegar a conclusões sobre o todo (população), partindo da observação de partes desse todo (amostra) (GUEDES et al., 2008). Também, podemos airmar que quem está estudando a estatística pela pri- meira vez deve imaginá-la associada somente a números, tabelas e gráicos, que serão utilizados no momento de interpretar e apresentar os dados de uma pesquisa. Nesse sentido, mostraremos que não é bem assim, a estatística pode estar pre- sente nas diversas etapas de uma pesquisa, desde a sua concepção, planejamento até a interpretação de resultados, podendo, ainda, inluenciar na condução do pro- cesso da pesquisa. Para isso, temos os métodos de pesquisa que vão nos orientar a como pensar em uma pesquisa. Pesquisa Dados Informações Novos conhecimentos, novos problemas Método Cientíico R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 17 MÉTODO CIENTÍFICO Segundo Crespo (2009), podemos dizer que método é um conjunto de meios dis- postos convenientemente para se chegar a um im que se deseja. Desse método, podemos ter dois tipos: o experimental e o estatístico. O método experimental pode ser deinido como aquele que consiste em manter constantes todas as causas (fatores), menos uma, e variar essa causa de modo que o pesquisador possa descobrir os seus efeitos, caso existam. Já o método estatístico pode ser deinido como: diante da impossibilidade de manter as causas constantes, admitem-se todas as causas presentes, variando- -as, registrando essas variações e procurando determinar que inluências cabem em cada uma delas (CRESPO, 2009). De acordo com Crespo (2009) e Barbetta, Reis e Bornia (2012), a estatística pode ser deinida como: uma parte da matemática que nos fornece métodos e meios para coletas, organização, descrição, análise e interpretação dos dados, além de ser uma ferramenta auxiliar na tomada de decisões. Essa análise estatística tem como principal objetivo a tomada de decisões, a resolução de problemas ou a produção de novos conhecimentos. Para melhor entendermos, vamos observar a igura que tem por intuito nos ajudar a enten- der melhor esse processo. Figura 01: Processo iterativo das pesquisas empíricas. Fonte: adaptada de Barbetta, Reis e Bornia (2012). Ao analisarmos a igura 01, podemos concluir que, para pesquisarmos, precisa- mos, logo no início, deinir e delimitar a pesquisa, coletar os dados, observar e analisar as informações, para, enim, tirarmos as conclusões, que vão nos orien- tar nos processos decisórios. Além disso, podemos dizer que a estatística tem por objetivo fornecer métodos e técnicas para que se possa lidar com situações de incerteza e pode ser subdivi- dida em três grandes áreas: descritiva, probabilística e inferencial. CONCEITOS E IMPORTÂNCIA DA PESQUISA E DA ESTATÍSTICA EM NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E18 A estatística descritiva, também chamada estatística dedutiva, segundo Guedes et al. (2008), preocupa-se em descrever os dados, tem como objetivo organizar, resumir e simpliicar as informações, a im de torná-las mais fáceis de serem entendidas, transmitidas e discutidas. Como o nome indica, ela descreve os fenômenos de forma prática e aces- sível, ou seja, por meio de tabelas, gráicos e medidas resumo, que veremos nas próximas unidades. Assim, podemos captar rapidamente, por exemplo, o sig- niicado de uma “taxa de desemprego”, de um “consumo médio de combustível por quilômetro” ou de uma “nota média de estudantes”. Já a estatística inferencial (GUEDES et al, 2008) está fundamentada na teoria das probabilidades e se preocupa com a análise desses dados e sua interpretação. Essa estatística objetiva “inferir” conclusões sobre a população, interpretando os dados colhidos de uma amostra. Para isso, utiliza amplamente a “Teoria das Probabilidades”, que é fundamental para avaliar situações que envolvam o acaso. A aplicação de méto- dos probabilísticos nos permite “quantiicar” a importância do acaso. Assim, resultados obtidos por amostragem são “testados”, utilizando-se conhecimentos probabilísticos, a im de se determinar até que ponto eles são signiicativos, isto é, não são obra do acaso. FASES DO MEIO ESTATÍSTICO COLETA DE DADOS Para conhecermos certas características dos elementos de uma população (ou de uma amostra), precisamos coletar dados desses elementos, é nessa fase da pes- quisa que devemos ter determinados cuidados com o planejamento dos dados que precisam ser levantados, se teremos informações suicientes que atendam o objetivo da nossa pesquisa. Fases do Meio Estatístico R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 19 A coleta de dados pode ser feita da forma indireta ou direta. A coleta direta dos dados é feita sobre elementos informativos de registros obrigatórios, por exemplo, registros de nascimento, registro de óbito, de casamento, de importação, de exportação, registro de alunos em um colégio, registro de censo demográico. A coleta de dados também pode ser indireta, quando é inferida de elementos conhecidos (coleta direta) e/ou do conhecimento de outros fenômenos relacio- nados com o fenômeno estudado. CRÍTICA DOS DADOS De acordo com Crespo (2009), após obtermos os dados,eles devem ser cuida- dosamente criticados, ou seja, veriicar as possíveis falhas, com o objetivo de não cometermos erros grosseiros, que possam interferir nos resultados. APURAÇÃO DOS DADOS A apuração dos dados é a soma, o processamento dos dados obtidos e a dispo- sição deles, mediante critérios de classiicação. Ainda, segundo Crespo (2009), essa apuração de dados pode ser manual, eletromecânica ou eletrônica. População é deinida como o conjunto de elementos para os quais deseja- mos que as nossas conclusões sejam válidas, ou seja, o universo do nosso estudo. Enquanto a amostra é uma parte desses elementos. Fonte: Barbetta (2014, p. 15). CONCEITOS E IMPORTÂNCIA DA PESQUISA E DA ESTATÍSTICA EM NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E20 EXPOSIÇÃO OU APRESENTAÇÃO DOS DADOS Os dados, após apurados, devem ser apresentados sob uma forma adequada, podendo ser tabelas ou gráicos, que tem como principal objetivo tornar mais fácil o exame daquilo que está sendo objeto de tratamento estatístico e, ainda, tornar melhor a compreensão dos dados a serem apresentados. ANÁLISE DOS DADOS Como já mencionamos anteriormente, o objetivo da estatística é tirar conclusões sobre o todo, a partir de informações obtidas por parte representativa do todo. Assim, realizadas as fases anteriores, fazemos uma análise dos resultados obti- dos. A seguir, segue o resumo das fases do meio estatístico (igura 02): Figura 02: Resumo das fases do método estatístico Fonte: adaptada de Crespo (2009). Direta Indireta Interna Externa Listas/rol Tabelas Grá�cos Análise e interpretação dos dados Apresentação dos dados Organizalçao de dados (Crítica) Coleta de dados A Importância da Pesquisa Para o Mercado Imobiliário R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 21 A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA PARA O MERCADO IMOBILIÁRIO Podemos airmar, com toda a certeza, que a estatística está presente em todos os ramos de atividade, os quais fornecem dados que podem permitir compa- rações para se avaliar o comportamento daquilo que está sendo realizado. Por exemplo: as pesquisas de opinião pública, que aferem à audiência de um deter- minado programa; as pesquisas realizadas em época de eleições, que reletem os resultados nas urnas da preferência dos eleitores em relação aos candidatos. Isso é a aplicação da estatística. Um gestor de negócios imobiliários pode utilizar a estatística para procu- rar um imóvel para comprar ou alugar, contando com fontes coniáveis. Assim, para esse tipo de pesquisa, a estatística pode fazer toda a diferença. Por se tratar de um produto sujeito à interferência de uma série de fatores, como localização e infraestrutura, os imóveis necessitam de ferramentas ca- pazes de medir resultados e fornecer dados atualizados constantemente. Certos indicadores, como o de vendas e variação dos preços são capazes de simpliicar o monitoramento do mercado imobiliário, possibilitando a me- lhor avaliação de riscos e oportunidades. Pensando nisso, o site Agente Imóvel disponibiliza, gratuitamente, suas pró- prias ferramentas de pesquisa, mantendo dados sobre estatísticas e tendên- cias do mercado imobiliário nacional sempre atualizados. A pesquisa pode ser reinada de acordo com cidades e bairros, mostrando indicadores como o preço médio anunciado e variação nos valores dos imó- veis, desde o mês anterior. Saiba mais em: <http://www.agenteimovel.com.br/mercado-imobiliario/>. Acesso em: 08 ago. 2016. Fonte: A importância... (2011, online). http://www.agenteimovel.com.br/mercado-imobiliario/ http://www.agenteimovel.com.br/mercado-imobiliario/ CONCEITOS E IMPORTÂNCIA DA PESQUISA E DA ESTATÍSTICA EM NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E22 Além disso, a estatística pode ajudar o gestor de negócios imobiliários em: a. uma pesquisa de mercado: que tem por objetivo principal a coleta de informações junto ao público-alvo. Este pode ser o consumidor, o usuá- rio, os funcionários, dentre outros. A pesquisa de mercado deve ser feita para veriicar a viabilidade de uma hipótese, para isso, podemos utilizar técnicas estatísticas para determinar o número de pessoas (amostras) a serem pesquisadas. b. deinição de um problema: aqui, é preciso levantar os motivos que o levaram a realizar a pesquisa. Qual é o problema que deve ser resolvido? Quais são as respostas que estamos procurando? Quais são os meus obje- tivos com a pesquisa? c. deinição da pesquisa em qualitativa ou quantitativa, ou quali-quan- titativa: a pesquisa qualitativa procura trabalhar com informações não estatísticas, levantadas por opiniões, observações de uso, experiência e hábitos, enquanto a pesquisa quantitativa busca trabalhar com dados mensuráveis e estatísticos. d. aplicação de questionários e tabulação de dados: aqui, podemos usar técnicas estatísticas para melhor tabulação de dados, com questionários fechados, após tabulação, organizar os dados para apresentação em forma de gráico ou tabelas. e. analisar os dados: a estatística pode nos auxiliar na tomada de decisões, após a tabulação de dados e nos levar a conclusões sobre determinados problemas. f. avaliar o mercado: a estatística pode nos ajudar a analisar como anda o mercado imobiliário, por exemplo, nos indicando se o que está em alta é locação ou vendas, ou ainda a buscar clientes, a observar nossos con- correntes também. A Importância da Pesquisa Para o Mercado Imobiliário R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 23 Além disso, segundo Rochadelli et al. (2007), a estatística é uma ciência que procura estudar e pesquisar tanto o levantamento de dados quanto o processa- mento desses para a quantiicação da incerteza existente na resposta para um determinado problema e a tomada de decisões sob condições de incerteza, sob o menor risco possível. A importância da estatística está presente em todos os segmentos ligados à pesquisa, de forma geral e abrangente. A maioria desses órgãos possui depar- tamentos oiciais destinados à realização de estudos estatísticos. A estatística tornou-se responsável, nos últimos tempos, pelo desenvolvimento cientíico e tecnológico, sendo que é a partir dela que analisamos dados e tomamos as decisões. Ainda podemos dizer que ela fornece meios precisos e rigorosos na veriicação e análise dos dados, transformando-os em informações claras e a partir das quais tomamos nossas decisões baseados em comprovações cientíi- cas e não em “achismos”. Dentre outros atributos, podemos dizer ainda que o estudo da estatística justiica-se pela necessidade de desenvolver pesquisas e pela utilização dos resul- tados, visando à comprovação de alguma hipótese e solução de algum problema. Ademais, atualmente, as empresas têm procurado admitir proissionais que tenham certo nível de conhecimento em estatística, pois esse conhecimento nas técnicas de estatística tem resultado em diferença signiicativa nos processos decisórios. Torna-se fundamental para qualquer indivíduo ter conhecimentos básicos e saber aplicá-los de maneira coerente, utilizando técnicas estatísticas nos diferentes casos que podem surgir. Vejam como é importante para o gestor de negócios imobiliários o emprego da estatística, para que ela possa servir de ferramenta para nossas conclu- sões! Fonte: o autor. CONCEITOS E IMPORTÂNCIA DA PESQUISA E DA ESTATÍSTICA EM NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E24 VARIÁVEIS A estatística fornece váriosmétodos para organizar e resumir um conjunto de dados e, com base nessas informações, tirar conclusões. Todo fenômeno apresenta diversas variações, as quais devem ser analisadas sob diversos e diferentes aspectos, de modo que possamos compreendê-los e agir sobre eles. Assim, esse tópico, tem como objetivo apresentar os diferentes tipos de variá- veis com as quais vamos nos deparar ao estudar qualquer fenômeno. Deine-se variável como: uma característica que possa ser avaliada, em cada elemento da população, sob as mesmas condições. Uma variável observada em um elemento da população deve gerar um e apenas um resultado (CRESPO, 2009). Por exemplo, cada fenômeno corresponde a um número de resultados possí- veis: para o fenômeno “sexo”, os resultados poderão ser “sexo masculino” e “sexo feminino”; para o fenômeno “número de ilhos”, há um número de resultados pos- síveis, como 0, 1, 2, 3, 4,.....n. Um exemplo da área de administração: considere uma população formada pelos funcionários de determinada indústria. Podemos considerar variáveis como: tempo de serviço, salário, estado civil, idade, sexo, escolaridade, inteligência, peso, estatura, autoestima, grau de satisfação com o emprego, religiosidade etc. Como medir essas características? Devemos ixar uma unidade de medida (kg, cm, anos completos etc.) ou deinir atributos (casado, solteiro, masculino, feminino, forte, fraco etc.)? Para descrever o grupo ou a amostra, há a necessidade de identiicar o tipo dessa variável para deinir a melhor metodologia de trabalho. Sendo assim, as variáveis podem ser qualitativas ou quantitativas. As variáveis qualitativas (ou categóricas) são deinidas quando os seus valo- res são expressos por atributos (qualidades), por exemplo: sexo (masculino ou feminino), cor dos olhos (castanhos, pretos, verdes, azuis), cor dos cabelos (preto, loiro, ruivo). As variáveis qualitativas têm uma subdivisão em: qualitativas nominais ou qua- litativas ordinais. As variáveis qualitativas nominais: é quando não existe ordenação dentre as categorias, pode ser considerada uma característica única, por exemplo: sexo, cor dos olhos, fumante/não fumante, doente/sadio, nome de pessoas. Variáveis R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 25 As variáveis qualitativas ordinais: existe uma ordenação entre as categorias, sendo esta considerada uma ordem hierárquica, por exemplos: grau de escolari- dade (1º, 2º, 3º graus), estágio da doença (inicial, intermediário, terminal), mês de observação (janeiro, fevereiro,..., dezembro). Também, temos as variáveis quantitativas, que são deinidas quando seus valores são expressos em números, que podem ser subdivididas em: quantitati- vas discretas ou quantitativas contínuas. As variáveis quantitativas discretas: são aquelas que podem assumir apenas um número inito ou ininito contável de valores, normalmente são o resultado de contagens. Como exemplos, podemos citar: número de casas de um bairro, número de cidades de um estado, número de apartamentos de um prédio, número de alunos matriculados no curso de negócios imobiliários no ano de 2016. As variáveis quantitativas contínuas: são aquelas variáveis que podem assumir qualquer valor em uma escala contínua, ou seja, são resultados de men- surações, em que, normalmente, são utilizadas medidas por meio de algum instrumento, como: peso (balança), altura (régua, trena), tempo (relógio). Resumindo (igura 03), temos: Figura 03: Variáveis e suas subdivisões Fonte: o autor. Para melhor compreendermos as variáveis, vamos analisar os exemplos a seguir e classiicar as seguintes variáveis em: qualitativa nominal, qualitativa ordinal, quantitativa discreta ou quantitativa contínua. a. A altura de um prédio: quantitativa contínua (pois altura pode ser qual- quer valor dentro de uma escala). b. Cor de uma residência: qualitativa nominal (pois cores de imóveis podem ser a que a pessoa decidir, o que é uma característica única). Variáveis Discreta ContínuaOrdinalNominal Qualitativas Quantitativas CONCEITOS E IMPORTÂNCIA DA PESQUISA E DA ESTATÍSTICA EM NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E26 c. Uma pessoa mora no terceiro andar de um prédio: qualitativa ordinal (pois temos uma sequência de andares em um prédio, primeiro andar, segundo andar, terceiro andar e assim por diante). d. Número de corretores de imóveis no Estado do Paraná: quantitativa dis- creta (pois a variável analisada é a quantidade de pessoas e o seu resultado em números). POPULAÇÃO E AMOSTRA DEFINIÇÃO DE POPULAÇÃO E AMOSTRA A estatística trabalha com dados, os quais podem ser obtidos por meio de uma população ou de uma amostra, deinidas como: ■ População: conjunto de elementos que tem, pelo menos, uma caracte- rística em comum. Essa característica deve delimitar corretamente quais são os elementos da população que podem ser animados ou inanimados. Nas fórmulas, é representada pela letra “N” maiúsculo. ■ Amostra: subconjunto de elementos de uma população. Esse subcon- junto deve ter dimensão menor que o da população e seus elementos devem ser representativos da população. Nas fórmulas, é representada pela letra “n” minúsculo. Para melhor entendimento, temos a igura 04, que apresenta uma ilustração sobre a população e a amostra: População e Amostra R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 27 Figura 04: Representação de população e amostra Fonte: o autor. Quando as informações desejadas estiverem disponíveis para todos os objetos da população, temos o chamado censo. Normalmente, é impraticável ou inviá- vel trabalhar com a população quando se faz estatística. Isso é devido a alguns fatores, como a restrição de tempo ou recursos e a população “ininita”, dentre outros. Como exemplo de censo, temos o censo demográico (que envolve edi- icações e habitantes), o censo industrial (que abrange indústrias) e o censo de mercadorias (que se classiica em comércio de mercadorias e comércio de valo- res). Como principais propriedades do censo, temos: ■ Admite erro processual zero e tem coniabilidade de 100%. ■ É caro. ■ É lento. ■ É quase sempre desatualizado. ■ Nem sempre é viável. Os Parâmetros são características quantitativas da população, em geral desco- nhecidas, sob as quais se tem interesse. Exemplos: ■ Média populacional ( µ ). ■ Variância populacional (2 σ). ■ Tamanho da população (N). ■ Proporção populacional ( ρ ), dentre outros. População Amostra CONCEITOS E IMPORTÂNCIA DA PESQUISA E DA ESTATÍSTICA EM NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E28 Já a Estimação é a avaliação indireta de um parâmetro, com base em uma esti- mativa (ou estimador). Como principais Propriedades da Estimação, temos: ■ Admite erro processual positivo e tem coniabilidade menor que 100%. ■ É barata. ■ É rápida. ■ É atualizada. ■ É sempre viável. A partir do estudo do conjunto de dados obtido na amostra, faz-se uma extra- polação dos seus resultados para a população toda. Essa extrapolação é chamada Inferência. Um exemplo pode ser dado, são as pesquisas de opinião pública sobre a intenção de votos em um candidato. A escolha das unidades que irão compor a amostra é feita por um processo denominado de Amostragem e esse pode ser feito de várias maneiras, depen- dendo do que se tem em mãos, por exemplo, do tamanho da população e do conhecimento que se tem dela. AMOSTRAGEM A amostragem, segundo Barbetta (2014), é naturalmente utilizada em nossa vida diária, por exemplo, para veriicar o tempero de umalimento em preparação, pode- mos provar (observar) uma pequena porção. Estamos fazendo uma amostragem, ou seja, extraindo do todo (população) uma parte (amostra), com o propósito de termos uma ideia (inferirmos) sobre a qualidade do tempero de todo o alimento. “É um erro básico teorizar antes de ter os dados”. Fonte: Sir Arthur Conan Doyle (1859 - 1930). Amostragem R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 29 Em pesquisas cientíicas, em que desejamos conhecer algumas caracterís- ticas (parâmetros) de uma população, também podemos observar apenas uma amostra de seus elementos e, com base nos resultados da amostra, obter valo- res aproximados, ou estimativas, para os parâmetros de interesse. Esse tipo de pesquisa é usualmente chamado de levantamento por amostragem. Entretanto, a seleção dos elementos que serão efetivamente observados deve ser feita sob uma metodologia adequada, de tal forma que os resultados da amostra sejam suicientemente informativos para se inferir sobre os parâmetros populacionais. Por que utilizamos amostragem? a. Economia: em geral, se torna bem mais econômico trabalhar-se somente com uma parte da população. b. Tempo: em uma pesquisa eleitoral, a três dias de uma eleição presi- dencial, não haveria tempo suiciente para pesquisar toda a população, concorda? Mesmo se houvesse, teríamos que ter muitos recursos inan- ceiros em abundância. c. Coniabilidade dos dados: quando se pesquisa um número reduzido de elementos, pode-se dar mais atenção aos casos individuais, evitando erros em respostas. d. Operacionalidade: é mais fácil realizar operações de pequena escala. Um dos problemas típicos nos grandes censos (em que é pesquisada toda população) é o controle dos entrevistadores. E QUANDO O USO DE AMOSTRAGENS NÃO É INTERESSANTE? a. População Pequena: imagine que se queira saber a percentagem de mulhe- res em uma sala com dez alunos, antes de conhecer a turma. É intuitiva a necessidade de observar quase todos os estudantes da sala para se ter uma estimativa razoável. Em especial, a amostragem é obtida sorteando elementos da população (amostragem aleatória), mais vale o tamanho absoluto da amostra do que a percentagem que ela representa na população. CONCEITOS E IMPORTÂNCIA DA PESQUISA E DA ESTATÍSTICA EM NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E30 b. Característica de fácil mensuração: talvez, a população não seja tão pequena, mas a variável que se quer observar é de tão fácil mensuração que não com- pensa investir em um plano de amostragem. Por exemplo, para veriicar a percentagem de funcionários favoráveis à mudança no horário de um turno de trabalho, podemos entrevistar toda a população no próprio local de trabalho. c. Necessidade de alta precisão: segundo Barbetta (2014), a cada dez anos, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geograia e Estatística) realiza um censo demográico para estudar diversas características da população brasileira. Dentre essas características, tem-se o parâmetro número de habitantes no país. É um parâmetro que precisa ser avaliado com grande precisão, por isso, pesquisa-se toda a população. PLANOS DE AMOSTRAGEM Para elaboração de um plano de amostragem, é preciso ter bem deinido o objetivo da pesquisa, a população a ser estudada, bem como os parâmetros que precisa- mos estimar para atingir aos objetivos da pesquisa. Em um plano de amostragem, deve constar a deinição da unidade de amostragem, a forma de seleção dos ele- mentos da população e o tamanho da amostra. Para isso, temos várias técnicas de amostragem que podem ser utilizadas. AMOSTRAGEM CASUAL OU ALEATÓRIA SIMPLES Para se ter uma amostra casual simples, precisa-se de uma listagem com todos os elementos da população de origem. Os elementos que farão parte da amostra devem ser obtidos de forma totalmente aleatória, ou seja, por sorteio e sem restrição. É escrito cada elemento em um cartão e sorteado, assim, os participantes da amostra. Essa técnica de sorteio se torna inviável quando a população é signiicativa- mente grande. Nesse caso, é necessário o uso de tabelas de números aleatórios ou algoritmos que geram números aleatoriamente. Amostragem R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 31 Por exemplo: vamos obter uma amostra representativa para a pesquisa da estatura de 90 alunos de uma escola: 1. Numeramos os alunos de 01 a 90. 2. Escrevemos os números, de 01 a 90, em pedaços iguais de um mesmo papel, colocando-os dentro de uma caixa. Agitamos a caixa para mistu- rar bem os pedaços de papel e retiramos um a um, nome ou números que farão parte da amostra, nesse caso, foi 10% da população. AMOSTRAGEM SISTEMÁTICA É utilizada quando os elementos da população se apresentam ordenados, sendo a retirada dos elementos feita periodicamente para compor a amostra. O sor- teio é feito de forma sistematizada. De posse de uma listagem de todos os elementos da população, estabelece- -se o intervalo de seleção: I = N / n. Em que: I = intervalo. N = Número de elementos da população. n = Número de elementos da amostra. Em seguida, sorteia-se um número dentro desse intervalo. Esse será o número de ordem do primeiro sorteado da lista. Os demais sujeitos da amostra serão selecionados utilizando o intervalo I, a partir do primeiro número sorteado. Por Exemplo: para obter uma amostra de 5 alunos em uma turma de 32. Temos, portanto, N = 32 (número de elementos da população) e n = 5 (números de elementos da amostra), em que I = 32 / 5 = 6,4. Deve-se arredondar o valor de I sempre para baixo. Então, adotaremos I = 6. Para o primeiro elemento, o sorteio será feito entre os primeiros seis da lista. Se o sorteado for, por exemplo, o número 5, a amostra será formada pelos sujei- tos de números 5, 11, 17, 23 e 29. CONCEITOS E IMPORTÂNCIA DA PESQUISA E DA ESTATÍSTICA EM NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E32 AMOSTRAGEM ESTRATIFICADA Nesse tipo de amostragem, a população deve ser dividida em subgrupos (estra- tos). Dentro de cada subgrupo, os indivíduos devem ser semelhantes entre si. Assim, pode-se obter uma amostra aleatória de pessoas em cada grupo. Esse pro- cesso pode gerar amostras bastante precisas, mas só é viável quando a população pode ser dividida em grupos homogêneos, devendo na composição da amostra serem sorteados elementos de todos os estratos. Quando os estratos possuem, aproximadamente, o mesmo tamanho, sor- teia-se igual número de elementos em cada estrato e a amostragem é chamada estratiicada uniforme. Caso contrário, sorteia-se, em cada estrato, um número de elementos proporcional ao número de elementos do estrato, chamada amos- tragem estratiicada proporcional. Por exemplo: um corretor possui 500 imóveis à disposição, há 420 à venda e 80 para locação. Extrair uma amostra representativa de 10% dessa população: o tipo de investimento (à venda ou locação) permite identiicar 2 subconjuntos nessa população, que pode ser observada no quadro 01. INVESTIMENTO POPULAÇÃO AMOSTRA (10%) À venda 420 42 Locação 80 8 Total 500 50 Quadro 1: Imóveis para vendas e locações Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. Então, a amostra com 50 elementos deve conter 42 imóveis à venda e 8 para locação. AMOSTRAGEM POR CONGLOMERADO Nessa amostragem, a população é dividida em diferentes grupos (conglomera- dos), extraindo-se uma amostra apenas dos conglomerados selecionados, e não de toda a população. O ideal seria que cada conglomerado representasse tanto quanto possível o total da população. Deiniçãodo Número de Amostras R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 33 Exemplo: estudar a população de uma cidade, dispondo apenas do mapa dos bairros. Numerar os bairros e colocar os pedaços de papéis numa urna. Retirar um pedaço de papel da urna e realizar o estudo sobre o bairro (conglo- merado) selecionado. É importante saber que a amostra não pode conter vícios, ou seja, não ser viesada ou tendenciosa. Deve ser selecionada com cuidado, aplicando a técnica de amostragem adequada com tamanho amostral (n) que seja informativo ao que consta na população. O tamanho da população pode ser obtido por fórmu- las encontradas facilmente na literatura ou pode ser dado pelo bom senso do pesquisador. O importante é que ela seja representativo da população. No caso da amostra não ser representativa da população, devemos ter cui- dado com o conjunto de dados, para que não haja grandes erros de inferência ou, então, não devemos fazer a inferência. DEFINIÇÃO DO NÚMERO DE AMOSTRAS Quando falamos em amostras, pode nos surgir uma dúvida: como pode uma amostra tão pequena representar a opinião de milhões de pessoas? É possível com apenas 1.200 entrevistas prever, com precisão, o resultado das eleições para governador de um estado? Por que eu nunca fui entrevistado? Também não conheço ninguém que tenha sido entrevistado. Contrário ao senso comum, o tamanho da amostra independe do tamanho da população pesquisada. Uma amostra de 2.000 entrevistas pode ser usada para repre- sentar uma nação como um todo ou apenas um município, com a mesma precisão. O universo de pessoas que necessitamos pesquisar para chegarmos a resul- tados considerados coniáveis pode ser determinado a partir das técnicas de amostragem e pela Tabela Determinante do Tamanho da Amostra (TDTA), que oferece um nível de coniança de 95%, com margens de erro que podem variar de 5 a 10 pontos percentuais, para mais ou para menos (+/-), e com “Split” que varia de: 50/50 a 80/20 (CHAMUSCA; CARVALHAL, 2005). CONCEITOS E IMPORTÂNCIA DA PESQUISA E DA ESTATÍSTICA EM NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E34 O Split tem a ver com o nível de homogeneidade ou heterogeneidade da popu- lação pesquisada. Utilizamos o Split 50/50 quando a população é heterogênea e 80/20 quando percebemos um bom nível de homogeneidade. Por exemplo: em uma pesquisa que tenha como alvo uma população de um município inteiro, que tem 30 mil habitantes, usamos um Split 50/50, porque, em uma cidade, existem pessoas de diferentes níveis sociais, hábitos diversiicados, enim, é um universo de pesquisa bastante heterogêneo. Já no caso de uma pesquisa que tenha por intuito investigar a população de um bairro nobre do estado de São Paulo, que tenha a mesma quantidade de pes- soas (30 mil habitantes), usaremos o Split 80/20. Isso porque, ao delimitarmos um bairro nobre, pressupõe-se que as pessoas que ali moram são da mesma classe social, têm hábitos semelhantes, consomem produtos semelhantes, isto é, é uma popula- ção com um alto grau de homogeneidade (CHAMUSCA; CARVALHAL, 2005). Para aprendermos a determinar o tamanho da amostra, seguem alguns ter- mos para melhor entendermos esse processo, de acordo com o SEBRAE (2013): a. O tamanho da população: signiica o universo a ser pesquisado; quanto maior for a população, maior será o tamanho da amostra. Por isso, é muito importante deinir bem o público-alvo. b. Margem de erro ou erro amostral: identiica a variação dos resultados de uma pesquisa. Um erro amostral de 5% indica que os percentuais de respostas obtidas podem variar para mais 5% ou menos 5%. Esse percen- tual depende muito do tipo de produto ou negócio; se o produto a ser pesquisado no mercado for um medicamento para o combate de alguma doença, com certeza, será adotado o menor erro amostral possível. c. Distribuição da população: quanto menos variada é a população, menor é a amostra necessária. Por exemplo, uma pesquisa realizada na cidade inteira requer uma amostra maior, por tratar-se de pessoas de todos os níveis sociais, do que uma pesquisa realizada em um bairro de alto padrão. d. Nível de coniança: é uma medida estatística que indica a probabilidade de repetição dos resultados obtidos, caso a mesma pesquisa seja reali- zada novamente. Para facilitar a sua pesquisa quantitativa, no quadro 02, você pode utilizar, para deinir a sua amostra, segundo o universo a ser pesquisado: Deinição do Número de Amostras R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 35 TABELA DETERMINANTE DO TAMANHO DA AMOSTRA O quadro a seguir indica três níveis de erro amostral: 3%, 5% e 10%. Cada um deles está subdivido em dois níveis de split diferentes. O split na tabela de amos- tragem demonstra o nível de variação das respostas na pesquisa, isto é, o grau de homogeneidade da população. Uma população mais homogênea corres- ponde a uma população que possua características semelhantes, como mesmo nível de renda, idade, sexo etc. Assim, um split de 50/50 indica muita variação entre as respostas dos entrevistados (população mais heterogênea). Já um split 80/20 indica uma menor variação nas respostas (população mais homogênea) (SEBRAE, 2013). POPULAÇÃO ERRO AMOSTRAL = +/- 3% ERRO AMOSTRAL = +/- 5% ERRO AMOSTRAL = +/- 10% SPLIT 50/50 SPLIT 80/20 SPLIT 50/50 SPLIT 80/20 SPLIT 50/50 SPLIT 80/20 100 92 87 80 71 49 38 250 203 183 152 124 70 49 500 341 289 217 165 81 55 750 441 358 254 185 85 57 1.000 516 406 278 198 88 58 2.500 748 537 333 224 93 60 5.000 880 601 357 234 94 61 10.000 964 639 370 240 95 61 25.000 1.023 665 378 243 96 61 50.000 1.045 674 381 245 96 61 100.000 1.056 678 383 245 96 61 1.000.000 1.066 678 383 245 96 61 100.000.000 1.067 683 384 246 96 61 Quadro 02: Tabela determinante do Tamanho da Amostra FONTE: Gomes (2013, p.31). CONCEITOS E IMPORTÂNCIA DA PESQUISA E DA ESTATÍSTICA EM NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E36 Quando não se tem noção do grau de homogeneidade da população, deve-se considerar um split de 50/50 (população mais heterogênea) para se alcançar um nível maior de coniança nas respostas. Para melhor entendermos, vamos fazer um exemplo utilizando essa tabela para deinir o número de amostras: O Sr. Cláudio e a escolha da amostra. Após levantamento realizado na prefeitura do municí- pio “X”, o Sr. Cláudio veriicou que tinha um universo de 10 mil moradores na região onde seria montado o seu açougue. Veriicando a tabela disponibilizada pelo SEBRAE, deiniu sua amostra da seguinte maneira: Universo a ser pesquisado: 10.000 pessoas Nível de coniança: 95% Concorrentes: Erro amostral Split: 80/20 (população mais homogênea) Amostra = 61 pessoas a serem entrevistadas. Mas como o Sr. Cláudio chegou a essa conclusão? Vamos lá. Primeiro, ele descobriu a população junto à prefeitura, que foi igual a 10.000 pessoas, também veriicou seu split, que, nesse caso, por ser um bairro, ele con- siderou a população mais homogênea, ou seja, com peril próximo, no que diz respeito ao mesmo nível de renda, idade, sexo, dentre outros. Após isso, ele utilizou a Tabela Determinante do Tamanho da Amostra, que icou dessa forma (tabela 02): POPULAÇÃO ERRO AMOSTRAL = +/- 3% ERRO AMOSTRAL = +/- 5% ERRO AMOSTRAL = +/- 10% SPLIT 50/50 SPLIT 80/20 SPLIT 50/50 SPLIT 80/20 SPLIT 50/50 SPLIT 80/20 100 92 87 80 71 49 38 250 203 183 152 124 70 49 500 341 289 217 165 81 55 750 441 358 254 185 85 57 1.000 516 406 278 198 88 58 2.500 748 537 333 224 93 60 5.000 880 601 357 234 94 61 10.000 964639 370 240 95 61 25.000 1.023 665 378 243 96 61 Deinição do Número de Amostras R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 37 50.000 1.045 674 381 245 96 61 100.000 1.056 678 383 245 96 61 1.000.000 1.066 678 383 245 96 61 100.000.000 1.067 683 384 246 96 61 Quadro 02: Tabela determinante do Tamanho da Amostra FONTE: Gomes (2013, p.31). Outros fatores izeram o Sr. Cláudio utilizar essa tabela, pois ele não tinha como pesquisar um universo muito grande devido às restrições de tempo e dinheiro para se contratar um instituto de pesquisa ou proissionais do ramo. Elegeu, assim, uma variação maior nos resultados a partir de um NÍVEL DE CONFIANÇA de 95% e um erro amostral de 10%. Por tratar-se de um bairro cuja população tem um nível de renda semelhante, deiniu um split 80/20, chegando a uma amos- tra de 61 pessoas a entrevistar. Ele tinha que levar em conta, também, a região geográica que se desejava atuar e os horários da pesquisa: era necessário distribuir de forma equilibrada a aplicação do questionário, pois poderiam existir diferenças quanto ao público pesquisado: a aplicação do questionário deveria ser realizada em todo bairro, em diferentes horários, e não poderia ser concentrada em um único local. Além disso, Sr. Cláudio deiniu alguns critérios (SEBRAE, 2013): a. Turno da pesquisa: em um açougue, os clientes da parte da manhã são diferentes daqueles que compram à tarde em termos de produtos consu- midos, volume de compra e poder aquisitivo. Por isso, sua pesquisa seria aplicada pela manhã, à tarde e à noite. b. Distribuição geográica: em relação aos clientes potenciais, distribuiu a pesquisa pelas ruas do bairro e proximidades do açougue concorrente. c. Amostra de fornecedores: quanto aos fornecedores, o Sr. Cláudio fez uma lista dos produtos que precisava adquirir e deiniu, a partir da visita aos concorrentes e da lista disponibilizada pelo sindicato, cerca de nove fornecedores. Para a deinição desses fornecedores, ele considerou alguns critérios: ao menos, três empresas para cada categoria de produto, região geográica e porte delas. CONCEITOS E IMPORTÂNCIA DA PESQUISA E DA ESTATÍSTICA EM NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E38 d. Amostra de concorrentes: com relação aos concorrentes, o número era limitado. Por ser uma pesquisa qualitativa, sabia que tinha que identiicar seus concorrentes diretos, isto é, aqueles que seu público-alvo frequen- tava. Além do açougue de seu bairro, decidiu analisar alguns açougues próximos à região que mereciam ser visitados. Alguns moradores de seu bairro tinham o hábito de comprar em outros açougues nos arredores, quando voltavam do trabalho. Ao todo, o universo a ser pesquisado seria de quatro açougues. Vejam que o Sr. Cláudio, cuidadosamente, deiniu critérios em sua amostragem, isso para que sua representatividade seja mais coniável e que essa pesquisa possa o ajudar na sua tomada de decisão, o que o seu futuro açougue pode ter de dife- rencial para esse bairro e que ele possa ter muitos clientes. USO DA ESTATÍSTICA COMO INSTRUMENTO PARA ELABORAÇÃO DE UMA PESQUISA Vocês acabaram de ver, no tópico anterior, como podemos utilizar a estatística como ferramenta para deinir uma amostra, agora, trabalharemos a estatística como instrumento para elaboração de uma pesquisa. A obtenção dos dados a partir dos questionários previamente pensados e a tabulação dos resultados carecem de muito trabalho e dedicação por parte das pessoas envolvidas no processo de pesquisa. Entretanto, o passo que envolve maior empenho e, sobretudo, esforço ético-proissional é a interpretação dos dados. Não obstante, os princípios éticos e morais devem ter sido perseguidos desde o início do processo, da formulação do questionário, para que seja possível se chegar a resultados válidos a partir de uma avaliação inal igualmente ética (CHAMUSCA; CARVALHAL, 2005). Uso da Estatística como Instrumento para Elaboração de uma Pesquisa R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 39 COMO ELABORAR UM QUESTIONÁRIO? Um dos instrumentos de pesquisa mais utilizados são os questionários, roteiros de entrevistas e formulário de avaliação. O questionário é muito utilizado em pesquisas quantitativas, é um docu- mento que traz, de forma estruturada e por escrito, um conjunto de perguntas claras e objetivas a serem feitas aos entrevistados. Tem por objetivo garantir a uniformidade das respostas, de modo a poder padronizar os resultados com dados coniáveis e estatísticos (SEBRAE, 2013). Caso você esteja elaborando um questionário pela primeira vez, não se deve partir logo para as perguntas. O mais importante é determinar quais informações serão necessárias e importantes em sua pesquisa. Um bom questionário com- bina perguntas abertas e fechadas de maneira equilibrada, toma o menor tempo possível do entrevistado e atende aos objetivos da pesquisa. Já quando se possui uma grande quantidade de entrevistados, é necessário realizar uma pesquisa estruturada. Nesse caso, o questionário deve ser constru- ído com questões precisas e objetivas de fácil e rápida aplicação (o tempo da entrevista não deve passar de 10 minutos), facilitando a padronização e a inter- pretação dos dados. Em casos de mais questões abertas, o número de entrevistados deve ser limi- tado e a duração poderá ser maior (SEBRAE, 2013) Já para redigir as perguntas dos seus questionários, o SEBRAE (2013) nos apresenta algumas dicas, tais como: a redação das questões deve ser simples, clara e, principalmente, objetiva; também, forneça instruções para os entrevis- tados e tome cuidado com respostas óbvias e induzidas, assim, o resultado do seu trabalho pode não ter veracidade; procure evitar termos técnicos e palavras em outros idiomas, isso pode prejudicar no andamento da pesquisa. Além disso, após a elaboração das perguntas, é necessário levar em conside- ração se elas são longas demais, se essas perguntas podem facilitar a tabulação dos dados. CONCEITOS E IMPORTÂNCIA DA PESQUISA E DA ESTATÍSTICA EM NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IU N I D A D E40 RELATÓRIO FINAL O relatório inal consiste na análise da pesquisa a partir dos resultados obser- vados. Nele, devem constar as respostas para os objetivos deinidos no início da pesquisa, a partir da apresentação detalhada de suas descobertas. A análise o ajudará no planejamento e na implementação de ações que con- tribuirão com o seu negócio. A decisão deve se basear na reunião e cruzamento de todos os dados obtidos e não apenas em informações veriicadas isoladamente. O SEBRAE (2013) airma que um relatório bem feito representa o esforço da pesquisa, por isso, ele deve conter os dados levantados e apresentados por meio de tabelas, gráicos e análises. Após sua análise e tomada de decisões, ele poderá ser utilizado como fonte de consulta. TOMADA DE DECISÃO Aqui nessa etapa, vamos utilizar bem as técnicas estatísticas, pois temos o resul- tado de uma pesquisa, já com os dados tabulados. A partir dos resultados obtidos com a realização da pesquisa, você pode tomar decisões mais acertadas. Essas decisões podem envolver a abertura de um novo negócio, a inclusão ou exclusão de produtos comercializados, deinição do posicionamento da empresa no mercado, utilização de novas ações promocionais, anúncios na mídia, den- tre muitas outras. Podemos observar que as técnicas estatísticas podem ajudar na elabora- ção de uma pesquisa, além de nos orientar melhor a observarmos um cenário de competição,isso pode ser utilizado pelo gestor de negócios imobiliários em uma pesquisa de mercado, por exemplo, para a aceitação de um novo condo- mínio, de um novo empreendimento, como um novo shopping, dentre outros. Diante disso, podemos observar a importância da pesquisa imobiliária, vimos que a estatística pode nos auxiliar para uma coleta de dados, para uma amostragem, ferramentas que podem ajudar o gestor de negócios imobiliários em uma tomada decisão. Considerações Finais R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 41 CONSIDERAÇÕES FINAIS A Estatística é usada para coleta, organização, descrição e análise de informa- ções obtidas em uma pesquisa, sendo que a estatística descritiva é utilizada para a descrição dos dados e o seu principal objetivo é transformar os dados brutos em informações. Nesta unidade, vimos os principais conceitos utilizados dentro da estatística descritiva, tipos de amostras e a importância da utilização de gráicos e de tabe- las como forma de apresentação dos dados. Dos conceitos abordados, podemos destacar o censo, que é o processo que consiste no exame de todos os elementos da população e cujas medidas são chamadas de parâmetros. Portanto, podemos dizer que parâmetros são as medidas utilizadas quando estamos trabalhando com toda nossa população de estudo. Por exemplo, se coletamos dados da con- tagem do número de habitantes de uma região, então, a medida da contagem se chama parâmetro. Entretanto, se utilizamos uma parte dessa população, não temos um parâmetro, e sim uma estatística ou um estimador, portanto, um esti- mador é uma medida tomada em uma parte dessa população, mas não nela toda, embora esse estimador represente o parâmetro. Também, trabalhamos nesta unidade os conceitos de População e Amostra. População representada pela letra “N” pode ser deinida como um conjunto de elementos que possuem alguma característica em comum. Como na maioria das vezes é difícil ou custoso trabalharmos com população, utilizamos uma parte dela. A essa parcela da população denominamos amostra, representada pela letra “n”. Nesta unidade, foram discutidos os principais tipos de amostras utilizados nas pesquisas, sendo que a escolha deve ser feita de modo que as amostras repre- sentem, de fato, a população e de forma que sejam não tendenciosas. Além disso, o tamanho da amostra deve ser feito utilizando-se o bom senso ou cálculos adequados. Esse tamanho da amostra é obtido de acordo com o tipo de característica que se deseja estudar. Para cada tipo, existe uma fórmula adequada. 1. A Estatística pode ser deinida como uma parte da matemática que se preocupa em coletar, organizar, descrever, analisar e interpretar um conjunto de dados. Diante disso, deina estatística descritiva e estatística inferencial. 2. Deina os termos a seguir: • População. • Amostra. • Censo. • Estimação. • Variáveis. 3. Amostragem é a utilização de um processo para obtenção de dados aplicáveis a um conjunto, denominado universo ou população, por meio do exame de uma parte desse conjunto, denominada amostra. Diante disso, explique os principais tipos de amostras. 4. Para representar os dados, temos as tabelas e os gráicos. Diante disso, comente as vantagens de apresentar resultados de pesquisa por meio de tabelas e grái- cos. 5. Identiique a população em estudo e o tipo de amostragem a ser utilizado em cada alternativa: a) Uma empresa tem 3.414 empregados repartidos nos seguintes departamentos: Administração (914), Transporte (348), Produção (1401) e Outros (751). Deseja- -se extrair uma amostra entre os empregados para veriicar o grau de satisfação em relação à qualidade da refeição servida no refeitório. b) Um cabo eleitoral escreve o nome de cada senador do Brasil em cartões separa- dos, mistura e extrai 10 nomes. c) Um administrador hospitalar faz uma pesquisa com as pessoas que estão na ila de espera para serem atendidas pelo sistema SUS, entrevistando uma a cada 10 pessoas da ila. d) Para dar a porcentagem de defeitos das 3000 peças fabricadas por dia, a cada 6 peças, uma é retirada para teste. 43 Como faço para arredondar um número? Se o algarismo anterior ao da casa decimal que você quer arredondar for maior ou igual a 5, devemos aumentar 1 na casa decimal escolhida para o arredondamento. Se o nú- mero for menor do que 5, é só tirarmos as casas decimais que não nos interessam e o número não se altera. Ex: 27,8+ 1,324+ 0,66 = 29,784 Neste caso, se quisermos apenas uma casa decimal após a vírgula, devemos escre- ver 29,8. Porém, se quisermos duas casas após a vírgula, devemos escrever 29,78. Podemos também fazer o arredondamento antes de efetuar a operação: Ex: 27,8+1,3+0,7 = 29,8 Atenção: Quando você izer o arredondamento antes da operação, pode acontecer do último algarismo ser diferente do que encontraria se izesse o arredondamento depois da operação. Outro exemplo: O comprimento de um io vale 1,4269513 mm ou é da ordem de 1,43x107 mm. Note que usamos apenas dois algarismos após a vírgula, sendo que o último foi arredondado para “cima”, uma vez que 1,4269 está mais próximo de 1,43 que de 1,42. Note também que, ao arredondarmos as casas decimais, perdemos muito da informa- ção inicial, mas isso pode ser solucionado usando quantos algarismos forem necessá- rios depois da vírgula, por exemplo, 1,4269513 x 107 mm reproduz o valor com toda a precisão inicial. Fonte: Como faço... (online). U N ID A D E II Professora Me. Renata Cristina de Souza Chatalov NOÇÕES BÁSICAS DE ESTATÍSTICA Objetivos de Aprendizagem ■ Entender as séries estatísticas. ■ Aprender como elaborar uma tabela. ■ Aprender a construir e a interpretar um gráico. ■ Entender como elaborar uma distribuição de frequências. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Tabelas ■ Séries Estatísticas ■ Gráicos ■ Distribuição de Frequência INTRODUÇÃO Em uma pesquisa, geralmente, os dados são descritos e analisados com auxílio de técnicas estatísticas. As pesquisas precisam da Estatística para alcançar seus objetivos, principalmente, quando envolvem grande quantidade de informações que precisam ser resumidas. Como a estatística tem como um de seus objetivos demonstrar de forma sin- tética e clara os valores possíveis para as variáveis em estudo, é muito comum a apresentação desses resultados na forma de tabelas ou de gráicos. A organização dos dados em tabelas de frequências nos proporciona um meio eicaz de estudo do comportamento de características de interesse. Muitas vezes, a informação contida nas tabelas pode ser mais facilmente visualizada por meio de gráicos. Diante disso, nesta unidade, temos o objetivo de ensiná-lo(a) a construir as tabelas de distribuição de frequências, bem como interpretá-las. É muito impor- tante desenvolver tanto a habilidade de construir tabelas de frequência e seus gráicos quanto a de fazer uma leitura adequada deles. Nesta unidade, veremos as técnicas que nos permitem organizar, resumir e apresentar dados, de tal forma que possamos interpretá-los à luz dos objetivos da pesquisa. Essa parte do tratamento de dados é chamada Estatística Descritiva. É importante salientar que tabelas, séries e gráicos estão presentes em textos cientíicos, relatórios, anuários e outros documentos, as séries sintetizam nume- ricamente os aspectos mais relevantes da realidade pesquisada. Além disso, após a organização dos dados, a apresentação deles dá uma ideia do que está ocorrendo com a pesquisa. As formas mais comuns de apresentar dados estatísticos são por meio de gráicos e tabelas. Um dos objetivos da Estatística é sintetizar os valores que uma ou mais vari- áveis podem assumir e, para isso, ela consegue, inicialmente, apresentar por esses valores por meio de tabelas e gráicos, que irão nosfornecer rápidas e seguras informações a respeito das variáveis em estudo. Bons estudos! Prof. Renata Introdução R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 47 NOÇÕES BÁSICAS DE ESTATÍSTICA R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IIU N I D A D E48 TABELAS Olá, caro(a) aluno(a), nesta unidade, vamos trabalhar com as tabelas e gráicos, que são utilizadas para expor os dados após sua coleta e organização e que ser- vem para visualização dos dados que auxiliam na tomada de decisões. Tabela pode ser deinida como: um quadro que resume um conjunto de observações (CRESPO, 2009). Toda tabela deve ser simples, clara, objetiva e autoexplicativa. Uma tabela compõe-se de: a. Título: corresponde às informações mais complexas, respondendo as seguintes perguntas: O quê? Quando? Onde? É localizado no topo da tabela. b. Cabeçalho: parte superior da tabela que especiica o conteúdo das colunas. c. Corpo: conjunto de linhas e colunas que contém as informações sobre a variável de estudo. d. Coluna indicadora: parte da tabela que especiica o conteúdo das linhas. e. Linhas: retas imaginárias que facilitam a leitura no sentido horizontal de dados, que se inscrevem nos seus cruzamentos com as colunas. f. Casa ou Célula: espaço destinado a um só número. Ainda temos que considerar os elementos complementares da tabela, que são a fonte (origem dos dados), as notas e as chamadas (informações complementares). As tabelas deverão ser fechadas com traços horizontais nas bordas superior e inferior, enquanto que nas bordas esquerda e direita não. Dentro das tabelas podem haver traços verticais à separação das colunas no corpo da tabela ou entre as linhas. É conveniente, também, que o número de casas decimais seja padroni- zado. As tabelas devem obedecer à Resolução nº 886, de 26 de outubro de 1966, do Conselho Nacional de Estatística. Tabelas R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 49 Vejamos um exemplo a seguir: TABELAS SIMPLES Uma tabela simples contém as diferentes categorias observadas de uma variável qualitativa e de suas respectivas contagens, em que representa apenas o valor de uma única variável (GUEDES, et al., 2008). O exemplo da tabela anterior (núme- ros médios de dias trabalhados) também é considerado uma tabela simples. (título) NÚMERO DE IMÓVEIS VENDIDOS NO CENTRO DE MARINGÁ - PR. (2002 – 2006) ANO (CABEÇALHO) NÚMERO DE IMÓVEIS VENDIDOS 2002 40 2003 59 2004 63 2005 69 2006 71 (coluna indicadora) (corpo da Tabela) TOTAL 302 (rodapé) Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. TABELA 01: NÚMEROS MÉDIOS DE DIAS TRABALHADOS DESCRIÇÃO NÚMEROS MÉDIOS Horas trabalhadas por dia 8 h/dia Dias trabalhados por mês 25 dias/mês Horas trabalhadas por mês 200 h/mês (8x25) Dias trabalhados por ano 300 dia/ano(25x12) Horas trabalhadas por anos 2.000 h/ano Fonte: dados � ctícios – elaborados pelo autor. Título Linhas Coluna C o rp o Cabeçalho Casa ou Célula Rodapé NOÇÕES BÁSICAS DE ESTATÍSTICA R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IIU N I D A D E50 SÉRIES ESTATÍSTICAS Chamamos de séries estatísticas toda tabela que apresenta a distribuição de um conjunto de dados estatísticos em função da época, do local ou da espécie. Ao variar um dos elementos da série, podemos classiicá-la em: histórica (ou cronológicas), geográica (ou territoriais) ou especíica (ou categóricas). SÉRIES CRONOLÓGICAS (HISTÓRICA) Quando os valores da variável estudada é o fenômeno ao loco do tempo. Por exemplo: Valores da tarifa de ônibus na cidade de Londrina - PR ANOS PREÇO MÉDIO (R$) 2001 2,48 2002 2,75 2003 2,89 2004 2,55 2005 2,65 2006 2,85 Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. Podemos observar que a variável estudada foi o preço médio da passagem de ônibus, no decorrer dos anos (variável tempo), portanto, essa série estatística é considerada cronológica. SÉRIE GEOGRÁFICA (TERRITORIAL OU ESPACIAL) Quando os valores observados da variável são discriminados de acordo com sua localização (ou região). Por exemplo: Séries Estatísticas R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 51 DURAÇÃO MÉDIA DOS ESTUDOS SUPERIORES EM PAÍSES EUROPEUS NO ANO DE 2003 PAÍSES NÚMERO DE ANOS Itália 7,5 Alemanha 7,0 França 7,0 Holanda 5,9 Inglaterra Menos que 4 Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. Observe que a variável estudada foi a média dos estudos superiores nos países (variável local), portanto, essa série estatística é considerada geográica. SÉRIES ESPECÍFICAS (CATEGÓRICAS) Quando a variável é observada em determinado tempo e local, discriminada por especiicações ou categorias. Por exemplo: TIPOS DE IMÓVEIS VENDIDOS EM PONTA GROSSA – PR NO ANO DE 2010 IMÓVEIS QUANTIDADE Sobrados 50 Apartamentos 80 Casas 120 Total 250 Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. Observe que a variável estudada foi os tipos de imóveis vendidos em Ponta Grossa – PR; podemos observar que é especíica daquela cidade, daquele ano, portanto, essa série estatística é considerada especíica ou categórica. NOÇÕES BÁSICAS DE ESTATÍSTICA R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IIU N I D A D E52 GRÁFICOS Para representar resultados de uma pesquisa, além de tabelas, podemos utilizar os gráicos. Crespo (2009) deine gráico como uma forma de apresentação dos dados estatísticos, cujo objetivo é produzir, no investigador ou no público em geral, uma impressão mais rápida e viva do fenômeno. Portanto, o gráico é uma igura utilizada na estatística para representar um fenômeno. Um gráico dispõe tendências, os valores mínimos e máximos, as variações dos dados e, também, as ordens de grandezas dos fenômenos que estão sendo observados. Todo gráico deve visar à clareza e à objetividade, além de ser iel às informações pertinentes ao conjunto original de dados. Para compreendermos um gráico, devemos obedecer a certos requisitos fundamentais, como: a. Simplicidade: o gráico deve ter detalhes de importância. b. Clareza: o gráico deve possibilitar uma correta interpretação dos valo- res representativos do fenômeno em estudo. c. Veracidade: o gráico deve expressar a verdade sobre o fenômeno em estudo. Os principais tipos de gráicos são os diagramas, cartogramas e pictogramas. As representações gráicas fornecem, em geral, uma visualização mais suges- tiva do que as tabelas. Portanto, constituem-se em uma alternativa de apresentação de distribuição de frequências. Gráicos R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 53 GRÁFICO DE LINHA O gráico de linha é composto por dois eixos: um vertical e outro horizontal, em que a linha mostra a evolução do processo ou fenômeno. O vertical representa o eixo y, enquanto o horizontal, o eixo x. Para exempliicar, temos a seguinte série estatística: QUANTIDADE DE APARTAMENTOS VENDIDOS NO CENTRO DE MARINGÁ – PR. (2000-2005) ANOS QUANTIDADE 2000 39 2001 39 2002 53 2003 65 2004 69 2005 59 Total 324 Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. Colocando esses dados da tabela em um gráico de linhas temos: Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. NOÇÕES BÁSICAS DE ESTATÍSTICA R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IIU N I D A D E54 GRÁFICO DE COLUNAS O gráico de colunas é utilizado geralmente pararepresentar as variáveis quali- tativas, no entanto, pode ser utilizado para representar variáveis quantitativas. Nesse gráico, os retângulos são dispostos verticalmente ao eixo das abscissas. Para melhor visualizar, temos como exemplo a série estatística: QUANTIDADE DE SOBRADOS VENDIDOS NO CENTRO DE LONDRINA – PR PELA IMOBILIÁRIA “X” ANOS QUANTIDADE DE SOBRADOS VENDIDOS 2010 18 2011 11 2012 10 2013 9 Total 48 Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. Na forma de gráico de colunas: Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. Gráicos R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 55 GRÁFICO DE BARRAS O gráico de barras difere do gráico de colunas, pelo fato das barras serem apre- sentada na direção vertical. Temos como exemplo a série estatística: QUANTIDADE DE CASAS ALUGADAS PELA IMOBILIÁRIA “Y” NO CENTRO DE PONTA GROSSA - PR ANOS QUANTIDADE 2000 39 2001 39 2002 53 2003 65 2004 69 2005 59 Total 324 Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. Na forma de gráico de barras: Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. NOÇÕES BÁSICAS DE ESTATÍSTICA R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IIU N I D A D E56 GRÁFICO DE SETORES Tipo de gráico onde a variável em estudo é projetada em um círculo, de raio arbitrário, dividido em setores com áreas proporcionais às frequências das suas categorias. São indicados quando se deseja comparar cada valor da série com o total. Recomenda-se seu uso para o caso em que o número de categorias não é grande e não obedece a alguma ordem especíica. Por exemplo, temos a série estatística: CAUSAS DE ACIDENTES DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL CAUSAS PERCENTUAIS (%) Falta do uso de EPI 25 Autoconiança 30 Falta de Sinalização 10 Correria no Trabalho 25 Não soube responder 10 Total 100 Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. No site do Instituto Brasileiro de Geograia e Estatística – IBGE, você irá encon- trar várias tabelas e gráicos. As informações apresentadas são importantes para que nós, cidadãos, entendamos um pouco mais a respeito das nossas formas de organização e crescimento social. Além disso, na seção Canais Te- máticos, você poderá encontrar o Brasil em Síntese, que apresenta dados de nosso país relativos à população, educação, trabalho, dentre outros. Saiba mais em: <www.ibge.gov.br>. Fonte: adaptado de IBGE (online). Gráicos R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 57 Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor1. PICTOGRAMAS De acordo com Crespo (2009), o pictograma constitui um dos processos grá- icos que melhor fala ao público, pela sua forma ao mesmo tempo atraente e sugestiva. A representação gráica consta de iguras. Na confecção de gráicos pictóricos, temos que utilizar muita criatividade, procurando obter uma otimi- zação na união da arte com a técnica. Não é utilizado em trabalhos cientíicos. Seu principal uso está em revistas voltadas ao público em geral. Por exemplo: 1 O gráico de setores só deve ser empregado quanto há, no máximo, sete dados. Os diversos tipos de gráicos sempre têm o mesmo objetivo: mostrar os da- dos de forma resumida. O tipo de gráico a ser utilizado depende da escolha e do objetivo do pesquisador. NOÇÕES BÁSICAS DE ESTATÍSTICA R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IIU N I D A D E58 A interpretação adequada de um gráico ou tabela é fundamental para o entendi- mento da pesquisa. Ler o título de forma minuciosa e observar valores máximos, mínimos e suas variações são pontos fundamentais para uma interpretação adequada. Que tipo de gráico usar? Para representar distribuições de frequências de variáveis qualitativas nomi- nais com poucas categorias, o gráico de setores tem sido muito utilizado, principalmente devido a sua visualização. Quando a variável é ordinal, gráicos de barras ou de colunas são mais in- dicados, porque permitem manter a ordem das categorias. Esses gráicos também são mais adequados quando se tem muitas categorias ou quando se quer dar mais destaque às categorias mais frequentes. Fonte: Barbetta; Reis; Bornia (2010, p. 71). Distribuição de Frequência R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 59 DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA Quando temos um conjunto de dados com muitos valores, é recomendado que seja colocado em uma tabela de frequências, a seguir, aprenderemos como fazer uma distribuição de frequências de forma adequada. TABELA PRIMITIVA Vamos considerar a forma pela qual podemos descrever os dados estatísticos resultantes de variáveis quantitativas, como é o caso de notas obtidas pelos alu- nos de uma classe, estaturas de um conjunto de pessoas, salários recebidos pelos operários de uma fábrica etc. Vamos supor que resolvemos fazer uma coleta de dados referentes às esta- turas de quarenta alunos, que compõem uma amostra dos alunos matriculados no curso de negócios imobiliários, o que resulta em: ESTATURAS DE 40 ALUNOS DO CURSO DE NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS 166 160 161 150 162 160 165 167 164 160 162 168 161 163 156 173 160 155 164 168 155 152 163 160 155 155 169 151 170 164 154 161 156 172 153 157 156 158 158 161 Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. A esse tipo de tabela, na qual os valores e/ou elementos não foram numerica- mente organizados, chamamos tabela primitiva. NOÇÕES BÁSICAS DE ESTATÍSTICA R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IIU N I D A D E60 ROL A partir dos resultados anteriores (estaturas de 40 alunos do curso de negócios imobiliários) – tabela primitiva –, é difícil nós averiguarmos em torno de que valor tende a se concentrar as estaturas, qual a menor ou qual a maior estatura ou, ainda, quantos alunos se acham abaixo ou acima de uma dada estatura (CRESPO, 2009). Depois de conhecidos os valores de determinada variável, é difícil formar- mos uma ideia exata do comportamento do grupo como um todo, a partir dos dados não ordenados. A maneira mais simples de organizar os dados é por meio de certa ordenação (crescente ou decrescente). A tabela obtida mediante a orde- nação dos dados recebe o nome de rol. O Rol é deinido como uma organização dos dados, que pode ser em ordem crescente ou decrescente. Para fazermos as contagens desses valores para tabelas, ica mais fácil trabalharmos com dados crescentes (contando, também, quantas vezes eles se repetem). Vamos visualizar como icou o Rol dos dados. ESTATURAS DE 40 ALUNOS DO CURSO DE NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS 150 154 155 157 160 161 162 164 166 169 151 155 156 158 160 161 162 164 167 170 152 155 156 158 160 161 163 164 168 172 153 155 156 160 160 161 163 165 168 173 Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. Veja, é bem melhor trabalharmos, agora podemos saber, com relativa facilidade e certeza qual é a maior estatura (173 cm), que a amplitude de variação (AT) foi de 173 – 150 = 23 cm (Maior valor do conjunto de dados menos o Menor valor do conjunto de dados) e, ainda, a ordem que um valor particular da vari- ável ocupa no conjunto. ENTENDENDO A DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA No exemplo que trabalhamos anteriormente, referente à Estatura de 40 alunos Distribuição de Frequência R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 61 do curso de Gestão de Negócios Imobiliários, a variável em questão, estatura, será observada e estudada muito mais facilmente quando dispusermos valores ordenadosem uma coluna e colocarmos, ao lado de cada valor, o número de vezes que aparece repetido (CRESPO, 2009). Chamamos de frequência o número de alunos que ica relacionado a um determinado valor da variável, ou seja, quantas vezes determinado valor se repetiu. Podemos obter, então, uma tabela que recebe o nome de distribuição de frequência: ESTATURAS DE 40 ALUNOS DO CURSO DE NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS ESTATURAS (CM) FREQUÊNCIA 150 151 152 153 154 155 156 157 158 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 172 173 1 1 1 1 1 4 3 1 2 5 4 2 2 3 1 1 1 2 1 1 1 1 Total 40 Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. Distribuição de Frequência R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 63 OBS: Quando os dados estão organizados em uma distribuição de frequên- cia, são comumente denominados dados agrupados. ELEMENTOS DE UMA DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA Assim, em nosso exemplo, o intervalo 154 |— 158 deine a segunda classe (i = 2). Como a distribuição é formada de seis classes, podemos airmar que k = 6, ou seja, o número de classes é igual a 6. Mas, para determinar tudo isso, quais são os passos para construção de uma tabela de distribuição de frequências com intervalo de classes? Veja a seguir. 1º Passo: Amplitude Total (AT): consiste na diferença entre o maior valor do conjunto de dados e o menor valor do conjunto de dados, portanto: AT = X max – X mín No nosso exemplo, temos: AT = 173 – 150 = 23 AT = 23 cm 2º Passo: Determinar o número de classes (K): o número de classes deve ser representado por um número inteiro, pois indicará o número de linhas da tabela. K = n ; em que n = número total de informações. K = = 6,32... = arredondando = 6. Portanto, nossa tabela terá 6 classes. 3º Passo: determinar a amplitude do intervalo de classes (h), que consiste na diferença entre o limite inferior e o limite superior de uma classe. h = amplitude do intervalo AT = Amplitude total (calculada no passo 1) K = número de classes (calculada no passo 2) 3 (arredondando ica 4) Classes de frequência ou, simplesmente, classes são intervalos de variação da variável. As classes são representadas simbolicamente por i, sendo i = 1, 2, 3, ..., k (em que k é o número total de classes da distribuição). Distribuição de Frequência R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 65 a. Ponto médio de classe (x i ): é o valor que representa os elementos de uma classe, utilizada principalmente para o cálculo da média. É a soma do limite inferior (de cada classe) com o limite superior, dividido por dois, como segue a fórmula abaixo: Em que: Xi = ponto médio Li = Limite inferior Ls = Limite superior OBS. importante: só existe ponto médio para tabelas de distribuição de frequências com intervalo de classes. Por exemplo: na Tabela ESTATURAS DE 40 ALUNOS DO CURSO DE NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS, queremos saber o ponto médio da classe 1, basta aplicá-lo na fórmula, então, temos: (150 + 154)/2 = 152 b. Frequência relativa (f r ou f r %): é a proporção dos dados que aparece em cada classe, dada pela expressão abaixo: Em que: Fr(%) = Frequência relativa em percentual Fi = Frequência da classe n = número total de elementos (ou somatória da frequência) c. Frequência acumulada (F ac ): é a representação da frequência absoluta (f i ) de forma acumulada. d. Frequência Relativa Acumulada (FR ac ): é dada pela divisão da frequência acumulada pelo número total de elementos da série em porcentagem (%). Distribuição de Frequência R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 67 a) Histograma: é formado por um conjunto de retângulos justapostos, cujas bases se localizam sobre o eixo horizontal, de tal modo que seus pontos médios coincidam com os pontos médios dos intervalos de classes. Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. b) Polígono de Frequência: é um gráico em linha, sendo as frequências mar- cadas sobre perpendiculares ao eixo horizontal, levantadas pelos pontos médios dos intervalos de classe. Por exemplo: Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. Podemos observar que os dados, quando agrupados em tabelas de frequências ou apresentados sob a forma de gráico, facilitam a visualização dos resultados, o que nos permite fazer uma avaliação mais facilmente. NOÇÕES BÁSICAS DE ESTATÍSTICA R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IIU N I D A D E68 CONSIDERAÇÕES FINAIS Vimos, nesta unidade, que tabelas e gráicos são bem utilizados para apresenta- ção de resultados de pesquisas e que esses recursos são bastante utilizados para representar resultados de pesquisas e informações de forma organizada. Com eles, podemos visualizar um grande número de informações numéricas em um pequeno espaço, o que facilita a leitura, a interpretação e a utilização des- ses resultados. Além disso, é importante salientar que tabelas e gráicos fazem parte do nosso cotidiano, como gráicos e/ou tabelas encontrados em jornais, revistas, propa- gandas de banco, contas de luz e folhetos informativos. É comum, por exemplo, a gente ver os telejornais apresentarem gráicos, mostrando o crescimento ou a diminuição da intenção de voto na época das eleições. Aprendemos que uma tabela é um quadro organizado em linhas e colunas, que resumem um conjunto de informações e que ela tem algumas característi- cas, como o título, que nos indica o assunto referente à tabela; o cabeçalho, que indica o que cada coluna contém; o corpo da tabela, que é a parte onde estão inseridos os dados da tabela; o rodapé, que pode apresentar a fonte que é a ori- gem dos dados ou, também, serve para complementar dados a im de não deixar as tabelas carregadas. Os gráicos fornecem, em geral, uma informação mais sugestiva que as tabe- las, pois eles podem ser visualizados mais rapidamente e dele podemos tirar conclusões a partir de sua interpretação. Além disso, nesta unidade, trabalhamos com as distribuições de frequências, que é um método de se agrupar dados em classes, de modo a fornecer a quanti- dade (e/ou a percentagem) de dados em cada classe. Com isso, podemos resumir e visualizar um conjunto de dados sem precisar levar em conta os valores indi- viduais. Nessas tabelas, temos as colunas complementares que nos auxiliam a visualizar os valores e nos auxiliam na interpretação dos dados. 69 1. O gráico a seguir apresenta os dados de uma enquete realizada por um instituto de pesquisa (hipotético). Cada entrevistado foi abordado em um centro urbano e foi feita a seguinte pergunta: Dos possíveis meios de transportes (automóvel, avião, trem, bicicleta e barco), em sua opinião, qual o mais seguro? Foram entre- vistas 590 pessoas, em um período de 2 semanas. Observe o resultado da pes- quisa a seguir e responda as perguntas: Gráico 01: Meios de Transporte Mais Seguros. Fonte: Dados ictícios a) Na opinião dos entrevistados, qual o meio de transporte mais seguro, dentre os listados? b) Na opinião dos entrevistados, qual o meio de transporte menos seguro? c) Quantas pessoas consideram o avião como sendo o mais seguro? d) Apenas 20 pessoas disseram que a bicicleta é menos segura do que o automó- vel. Qual foi o número de pessoas que escolheram a bicicleta como mais segura? 2. Observe a tabela a seguir: TABELA 01 – UNIDADES ESCOLARES (ENSINO FUNDAMENTAL) ANOS QUANTIDADE 2002 2003 2004 2005 189.900 190.345 195.400 198.600 Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. Assinale a alternativa correta: esta tabela é uma série do tipo: a) Especíica. b) Conjugada. c) Geográica.d) Cronológica. e) Mista. 3. Faça uma série estatística para representar, em %, o PIB destinado à educação por País, no ano de 2009. Apresentam-se os seguintes dados: EUA destinou 2,5% do PIB para educação. Já o Brasil destinou 1,0 % e o Japão 7,1 % para educação. Enquanto o México destinou apenas 0,8% do PIB para educação. Após o término da representação (tabela), classiique a série. Fonte: dados ictícios, elaborados pelo autor. 71 ANALISAR DADOS ESTATÍSTICOS AJUDA A ENTENDER O MERCADO IMOBILIÁRIO Ficar atento aos indicadores estatísticos pode fazer toda a diferença na hora de vender seu imóvel. Conira algumas informações importantes nesta matéria sobre o mercado imobiliário. Contar com informações coniáveis de pesquisas na hora de comprar ou alugar um imó- vel pode auxiliar de forma efetiva para tomadas de decisões. O trabalho de encontrar o apartamento ou casa ideal é facilitado quando se tem acesso a fontes de informações ricas em conteúdo e constantemente atualizadas. Analisando estatísticas, você poderá entender melhor o mercado imobiliário e até mesmo se antecipar em alguns fatos. Segue abaixo um dos institutos de pesquisa que pode lhe ajudar a compreender melhor o mercado imobiliário e consequentemente o auxiliar na tomada de decisão. Instituto Brasileiro de Estatística e Geograia – IBGE O IBGE, Instituto Brasileiro de Estatística e Geograia, é o principal provedor de dados e informações do País, que atende às necessidades dos mais diversos segmentos da sociedade civil, bem como dos órgãos das esferas governamentais federal, estadual e municipal. O Instituto possui três ferramentas muito interessantes para pesquisa no que diz respei- to ao Brasil, Estados e Municípios, são elas: @Paises, @Estados e @Cidades, respectiva- mente. Nestas ferramentas você irá encontrar gráicos, tabelas, históricos e mapas que traçam um peril completo de países, estados e cidades. No @Cidades você encontra, por exemplo, informações sobre casamentos, separações e divórcios, que são informações muito valiosas na construção do cenário imobiliário do presente e do futuro. Também encontra dados demográicos que são interessantes para termos o crescimento populacional, tanto o proveniente da diferença entre o nascimen- to e a morte, quanto pelo movimento migratório. No @Estados você encontra informações como características da população, projeção da população, condições diversas da população, entre outros. As ferramentas de pesquisas e estatísticas contribuem para monitoramento do mercado imobiliário e para análise de possíveis atitudes. Pesquise mais, consolide informações. As estatísticas e trabalhar com números mais próximos da realidade. Fonte: Qimóveis (online) http://www.ibge.gov.br/home/ http://cidades.ibge.gov.br/xtras/home.php http://www.ibge.gov.br/estadosat/ U N ID A D E III Professora Me. Renata Cristina de Souza Chatalov MEDIDAS DESCRITIVAS ASSOCIADAS À VARIÁVEIS QUANTITATIVAS Objetivos de Aprendizagem ■ Aprender a calcular as medidas de posição. ■ Aprender sobre as medidas de dispersão. ■ Entender como interpretar as medidas de dispersão. ■ Entender como elaborar uma distribuição de frequências Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Medidas de posição ou de tendência central ■ Medidas de Dispersão INTRODUÇÃO Nesta unidade, vamos estudar sobre as medidas de posição e de dispersão uti- lizadas para descrever dados quantitativos. Essas medidas são demasiadamente importantes na representação dos dados. As medidas de posição ou de tendência central mostram o centro de uma distribuição de dados, dando-nos uma noção do que está ocorrendo com eles. Por meio dessas medidas, podemos localizar a maior concentração de valores em uma distribuição, ou seja, se ela se localiza no início, no meio ou no centro, ou, ainda, se há uma distribuição por igual. As medidas de tendência central mais importantes são a média aritmética, a mediana e a moda. Já as medidas de dispersão são utilizadas para avaliar o grau de variabili- dade do conjunto de dados, mostrando se esse é homogêneo ou heterogêneo. Essas medidas servem para analisar o quanto os dados são semelhantes, descre- vem o quanto os dados se distanciam do valor central, portanto, as medidas de dispersão servem, também, para avaliar o grau de representação da média. As medidas de dispersão mais utilizadas são: a amplitude total, a variância, o des- vio padrão e o coeiciente de variação. Assim, para descrevermos um conjunto de dados, é de bom grado sempre termos uma medida de posição e uma de dispersão para representá-lo. A de posi- ção para dizer o que está ocorrendo com a pesquisa e a de dispersão para dizer se há alta ou baixa variabilidade. Nesta unidade, vamos estudar as principais medidas de posição e medidas de dispersão utilizadas nas pesquisas para descrever e representar o conjunto de dados. Bons estudos! Prof. Renata Introdução R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 75 MEDIDAS DESCRITIVAS ASSOCIADAS À VARIÁVEIS QUANTITATIVAS R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IIIU N I D A D E76 MEDIDAS DE POSIÇÃO OU DE TENDÊNCIA CENTRAL Até agora, izemos estudos sobre distribuições de frequências, que nos permiti- ram descrever, de um modo geral, os grupos dos valores que uma variável pode assumir. Dessa forma, podemos localizar a maior concentração de valores de uma dada distribuição. Essas medidas têm como objetivo representar o ponto central de equilíbrio de uma distribuição de dados. Essas medidas representam quantitativamente os dados, sendo as mais utilizadas em análises. Medidas de Posição ou de Localização As medidas de posição servem para representar o ponto central de equilíbrio de um conjunto de observações ordenadas segundo suas grandezas. Dentre as medidas de posição, destacamos: média, mediana e moda, sendo que a medida a ser escolhida para representar coerentemente os dados depende das caracte- rísticas deles. Média aritmética A média de uma variável é a medida mais importante e mais simples de ser calculada. Ela fornece uma medida de posição central. Se os dados são de uma amostra, a média é denotada por x ; se os dados são de uma população, a média é denotada pela letra grega µ . A média de um conjunto de dados é encontrada somando seus valores e dividindo pelo número de observações. Seja x 1 , x 2 ,.....x n um conjunto de dados, a média será dada por: População Amostra µ N x N 1i i∑== n x x n 1i i∑== Por exemplo: Um corretor de imóveis que tem uma imobiliária na praia (alta temporada) alugou por 07 dias os seguintes números de apartamentos: Medidas de Posição ou de Tendência Central R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 77 Dia 01: 10 Dia 02: 15 Dia 03: 14 Dia 04: 13 Dia 05: 16 Dia 06: 19 Dia 07: 18. Seu gestor gostaria de saber em média quantas locações efetuou seu corretor. Nesse caso, vamos utilizar a fórmula de média amostral: n x x n 1i i∑== x = média amostral Σ = somatória Xi = cada valor (ou cada elemento) n = número total de elementos x = 10+15+14+13+16+19+18 = 105/7 = 15 Portanto, a média de locação foi de 15 imóveis. Observem como utilizamos a média em nossas situações cotidianas. Fonte: o autor. MEDIDAS DESCRITIVAS ASSOCIADAS À VARIÁVEIS QUANTITATIVAS R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IIIU N I D A D E78 MÉDIA ARITMÉTICA – PARA DADOS AGRUPADOS Se os valores da variável forem agrupados em uma distribuição de frequências, será usada a média aritmética dos valores x1, x2, x3,...,x n ponderadas pelas res- pectivas frequências absolutas. A fórmula acima será usada para as distribuições de frequências sem classes e com classes. Vamos considerar o exemplo a seguir. Determine a média do número de aci- dentes em uma empresa de construção civil. Número de acidentes em uma empresa “W” NÚMERO DE ACIDENTES (x) i xi.i 0 2 0 1 6 6 2 10 20 3 12 36 4 4 16 Total 34 ∑ 78 Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. Para simpliicar o cálculo, resolvemos abrir uma coluna complementar, a xi.i, em que cada xi (elemento) foi multiplicado pela sua respectiva frequência, o resultado é 78 (somatória de xi.i). Agora, basta aplicarmos a fórmula. Medidas de Posição ou de Tendência Central R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 79 Moda A moda é deinida como sendo o valor que ocorre com maior frequência em uma série de valores ou em um conjunto de dados. Para dados não agrupados (sem estar em tabelas) Por exemplo: as notas dos alunos de Negócios Imobiliários no ano de 2015. 7,0 4,5 8,5 8,0 7,0 9,3 8,0 7,0 7,0 4,7 Nesse caso, a moda é 7,0, pois aparece com maior frequência (três vezes). Essa sequência é chamada Unimodal, pois tem apenas uma moda. Agora, observe este exemplo: as notas dos alunos de Segurança do Trabalho na disciplina de Estatística no ano 2014. 6,5 8,0 6,5 7,5 6,0 4,0 8,0 5,0 5,5 3,0 A moda é 6,5 e 8,0, pois os dois valores apareceram com maior frequência, portanto, essa é bimodal. Observe, ainda, este caso: as notas dos alunos de Negócios Imobiliários na disciplina de Estatística no ano 2013. 7,5 6,0 7,5 9,0 6,0 9,0 5,5 4,5 2,5 Nesse exemplo, a moda é 6,0; 7,5 e 9,0, trata-se de uma trimodal. Resumindo, temos o quadro a seguir que simpliica essas informações. CLASSIFICAÇÃO DEFINIÇÃO EXEMPLO Amodal Não tem moda, ou seja, nessa série não há valores que se repetem. 0, 2, 6, 9, 5, 7 Unimodal Uma única moda. 0, 2, 2, 6, 5, 9, 7 Bimodal Duas modas 0, 0, 2, 2, 6, 5, 9,7 Trimodal Três modas 0, 0, 2, 2, 6, 6, 5, 9, 7 Polimodal Mais que três modas 0, 0, 2, 2, 6, 6, 5, 5, 9,7 Quadro 04 – Classiicação da Moda (Mo) Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. MEDIDAS DESCRITIVAS ASSOCIADAS À VARIÁVEIS QUANTITATIVAS R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IIIU N I D A D E80 Moda para dados agrupados em tabelas sem intervalos de classes Uma vez os dados agrupados, é possível determinar a moda, basta ixarmos o valor da variável com maior frequência, por exemplo: Número de acidentes em uma empresa “W” NÚMERO DE ACIDENTES (X) i Classe 2 5 6 8 5 4 7 3 Total 19 Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. Qual valor teve a maior frequência? O valor foi 6,que teve sete vezes a frequên- cia, portanto, a moda é igual a 6. A classe onde está a moda é chamada de classe modal. MODA PARA DADOS AGRUPADOS EM TABELAS COM INTERVALOS DE CLASSES A classe que apresenta a maior frequência é denominada classe modal, pela dei- nição, podemos airmar que a moda é o valor dominante que está compreendido entre os limites da classe modal. Para calcular o valor exato da moda, usaremos a seguinte fórmula: Em que: Mo = moda. i = representa a classe de maior frequência. Li = Limite inferior da classe que contém a moda. Medidas de Posição ou de Tendência Central R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 81 h = amplitude do intervalo da classe que contém a moda. i = frequência simples da classe que contém a moda. f anterior = frequência simples da classe anterior à classe que contém a moda. f posterior = frequência simples da classe posterior à classe que contém a moda. Vamos fazer um exemplo: ESTATURAS (EM CM) DE TRINTA ALUNOS DE UM COLÉGIO X ESTATURAS (EM CM) DE TRINTA ALUNOS DE UM COLÉGIO X ESTATURA (cm) FREQUÊNCIA 150 |-----155 3 155 |-----160 5 Classe 160 |-----165 14 165 |-----170 6 170 |-----175 2 Total 30 Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. Primeiro, localizamos a classe modal, que continua sendo a mesma deinição, o valor que aparece mais vezes, ou seja, que tem a maior frequência, nesse exem- plo, é 160|---165, que teve a maior frequência. Para sabermos o valor exato da moda, vamos aplicar a fórmula: Mo=160 + 2,64 = 162,6 MEDIDAS DESCRITIVAS ASSOCIADAS À VARIÁVEIS QUANTITATIVAS R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IIIU N I D A D E82 MEDIANA É uma medida de posição deinida como o número que se encontra no centro de uma série de números. No mesmo caso da moda, temos mediana para dados agrupados e desagrupados. Mediana para dados não agrupados (sem estar em tabelas) Para calcularmos a mediana, obrigatoriamente, os dados têm que estar em Rol, ou seja, organizados. Existe uma diferença na mediana, precisamos observar, também, se o conjunto de dados (n) é par ou ímpar. Seguem as regras: a) número ímpar: o Rol admite apenas um termo central que ocupa a posi- ção Por exemplo: Dado o conjunto de dados, calcule a mediana: 0 2 4 6 8 n = 5 (número de elementos é igual a 5), basta colocarmos os valores na fórmula: = = = 3 n + 1 2 5 + 1 2 6 2 Esse 3 representa o 3º elemento do conjunto de dados, isto é, a mediana será o 4. 0 2 4 6 8 b) Número par: nesse caso, o Rol admite dois termos centrais que ocupam as posições . Assim, a mediana é convencionada como sendo a média dos valores que ocupam essas posições centrais. Por exemplo: 0 2 4 6 8 10 n = 6 (número de elementos é igual a 6), basta colocarmos os valores na fórmula: elemento e elemento. Medidas de Posição ou de Tendência Central R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 83 Portanto, a mediana será a média do terceiro e quarto elemento do con- junto de dados 0 2 4 6 8 10 A média de 4 e 6 é: 5, portanto, a mediana será 5. Mediana para dados agrupados em tabelas sem intervalos de classes O cálculo é semelhante ao que foi feito para os dados não agrupados, porém, deve ser feita a prévia das frequências acumuladas. Basta identiicar a frequên- cia acumulada, a mediana será aquele valor da variável que corresponde a tal frequência acumulada. Por exemplo: IDADE DOS FUNCIONÁRIOS DO SETOR DE VENDAS DA INDÚSTRIA Z IDADE DOS ALUNOS (X) i FAC 19 2 2 20 6 8 21 10 18 22 12 30 23 4 34 Total 34 Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. Como nosso n = 34 (somatória de i), basta dividirmos por 2, que é o 17, agora, basta localizar na coluna FAC. Observamos que o 17º elemento está na 3º classe, portanto, a Md= 21. Mediana para dados agrupados em tabelas com intervalos de classes Nesse caso, precisamos determinar o ponto do intervalo em que está a mediana. Para tanto, temos, inicialmente, que determinar a classe na qual está a mediana. Também, devemos ter a coluna FAC. MEDIDAS DESCRITIVAS ASSOCIADAS À VARIÁVEIS QUANTITATIVAS R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IIIU N I D A D E84 Para calcularmos o valor exato da mediana, vamos utilizar a fórmula seguinte: Em que: Md = mediana. i = Classe que contém a Mediana. L i = Limite inferior da classe que contém a Mediana. n = Número de elementos da série. Fac anterior = Frequência acumulada da classe anterior. f i = Frequência simples da classe estudada. h = variação do intervalo de classe. Por exemplo: ESTATURAS (EM CM) DE TRINTA ALUNOS DE UM COLÉGIO X ESTATURA (cm) FREQUÊNCIA FAC 150 |-----155 33 155 |-----160 5 8 Md 160 |-----165 14 22 165 |-----170 6 28 170 |-----175 2 30 Total 30 Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. A classe modal é onde está o 15º elemento, portanto, 160|--- 165. Agora, vamos calcular o valor exato da mediana, utilizando a fórmula: Medidas de Dispersão R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 85 Podemos observar que as medidas de posição ou de tendência central nos permitem comparar duas ou mais séries ou conjuntos de observações. MEDIDAS DE DISPERSÃO As medidas de dispersão mostram a variabilidade de um conjunto de obser- vações em relação à região central. Essas medidas indicam se um conjunto de dados é homogêneo ou heterogêneo. Além disso, mostram se a medida de ten- dência central escolhida representa bem o conjunto de dados que está sendo trabalhado pelo pesquisador. Vejamos um exemplo: Considere as idades de três grupos de pessoas A, B e C: A: 15; 15; 15; 15; 15 B: 13; 14; 15; 16; 17 C: 5; 10; 15; 20; 25 A média aritmética do conjunto A é 15, do B é 15 e do C também é 15. A média aritmética é a mesma para os três conjuntos, porém o grau de homo- geneidade entre eles é muito diferente, ou seja, a variação dos seus elementos em relação à média é bem distinta. O conjunto A não tem dispersão, o B tem certo grau de variabilidade e o conjunto C tem grande variabilidade. Por isso, deve- mos estudar as medidas de dispersão, pois conjuntos de dados diferentes podem ter médias iguais, porém isso não indica que são iguais, uma vez que a variabi- lidade entre eles pode ser diferente. AMPLITUDE TOTAL A amplitude total de um conjunto de dados é a diferença entre o maior e o menor valor. Essa medida nos diz muito pouco, pois, embora fácil de ser cal- culada, é baseada em somente duas observações, sendo altamente inluenciada pelos valores extremos; quanto maior a amplitude, maior será a variabilidade. MEDIDAS DESCRITIVAS ASSOCIADAS À VARIÁVEIS QUANTITATIVAS R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IIIU N I D A D E86 Veja sua fórmula abaixo: AT = X max − X min Em que: X max é o maior valor no conjunto de dados. X min é o menor valor no conjunto de dados. Veriique o exemplo em que foram medidas as idades das pessoas de uma família, sendo elas: 2; 13; 18; 42; 50. Qual é a Amplitude das idades nessa família? AT = 50 – 2 = 48 anos Essa medida de dispersão não leva em consideração os valores intermediá- rios, perdendo a informação de como os dados estão distribuídos. VARIÂNCIA A variância é uma medida de variabilidade que utiliza todos os dados. É calculada considerando o quadrado dos desvios em relação à média aritmética dos dados em estudo. Se os dados são para uma população, a variância é denotada pelo símbolo grego σ2 e sua deinição é dada como segue: N ) x( N 1i 2 i 2 ∑= − = µ σ Em que µ é a média da população e N o número de observações. Se os dados são para uma amostra, a variância, denotada por s2, é deinida como: 1-n )x x( n 1i 2 i 2 ∑= − =s Em que x é a média da amostra e n o número de observações. O uso de (n – 1) nesse denominador é necessário para que a variância da amostra resultante forneça uma estimativa não induzida da variância da população. Na maioria das vezes, trabalhamos nas pesquisas com dados amostrais. Medidas de Dispersão R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 87 Portanto, iremos nos basear sempre na variância amostral. Exemplo: Continuando com o exemplo das idades das pessoas de uma família, sendo elas: 5; 10; 12; 35; 38, calcule a variância amostral para esse conjunto de dados. Primeiramente, calculamos a média, sendo esta igual a 20. Vamos às contas: 15 )2038()2035()2012()2010()205( 22222 − −+−+−+−+− s2 = s2 = 234,5 anos2 A unidade da variância é a mesma unidade da característica, entretanto, por simbologia apenas, devemos colocar o símbolo do quadrado junto à unidade. Assim, dizemos que a variância é dada em unidades quadráticas, o que diiculta a sua interpretação. O problema é resolvido extraindo-se a raiz quadrada da vari- ância, deinindo-se, assim, o desvio padrão. DESVIO PADRÃO O desvio padrão dá a ideia de distribuição dos desvios ao redor do valor da média. Para obtermos o desvio padrão, basta que se extraia a raiz quadrada da variân- cia e, seguindo a notação adotada para as variâncias de população e amostra, s denotará o desvio padrão da amostra, enquanto σ, o desvio padrão da popula- ção. Assim: População Amostra N ) x( N 1i 2 i∑= − = µ σ 1 -n )x x( s n 1i 2 i∑= − = De forma mais simpliicada: 2σσ = 2s s= Considerando o caso anterior, em que a variância foi s2 = 234,5 anos2, o cálculo do desvio padrão (s) ica bastante simples, ou seja: MEDIDAS DESCRITIVAS ASSOCIADAS À VARIÁVEIS QUANTITATIVAS R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IIIU N I D A D E88 5,234s = = 15,31 anos Essa medida é interpretável e dizemos que a dispersão média entre os indiví- duos dessa família é de 15,31 anos. Para saber se o desvio padrão está alto ou baixo, vamos compará-lo com o valor da média. Quanto maior o valor do desvio padrão em relação à média, maior, então, será a variação dos dados e mais heterogêneo é o nosso conjunto de observações. COEFICIENTE DE VARIAÇÃO O Coeiciente de Variação (CV%) envolve cálculos percentuais, por isso, é uma medida relativa e não absoluta. Assim, observe as fórmulas a seguir: População Amostra CV = µ σ . 100 CV = x s . 100 A partir do valor do coeiciente de variação, podemos veriicar se o conjunto de dados é homogêneo e também conseguimos saber se a média é uma boa medida para representar o conjunto de dados. Outra utilização para essa medida é com- parar conjuntos com unidades de medidas distintas, uma vez que o CV é dado em porcentagem (%). O CV tem o problema de deixar de ser explicativo da variação quando a média está perto de zero, pois essa situação pode deixá-lo alto demais. Um coei- ciente de variação alto sugere alta variabilidade ou heterogeneidade do conjunto de observações. Quanto maior for esse valor, menos representativa será a média. Se isso acontecer, deve-se optar para representar os dados por outra medida, podendo ser essa a mediana ou moda, não existindo uma regra prática para a escolha de uma dessas. Fica, então, essa escolha a critério do pesquisador. Ao mesmo tempo, quanto mais baixo for o valor do CV, mais homogêneo é o con- junto de dados e mais representativa será sua média. Medidas de Dispersão R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 89 Quanto à representatividade em relação à média, podemos dizer que, quando o coeiciente de variação (CV) é ou está: ■ menor que 10%: signiica que é um ótimo representante da média, pois existe uma pequena dispersão (desvio padrão) dos dados em torno da média. ■ entre 10% e 20%: é um bom representante da média, pois existe uma boa dispersão dos dados em torno da média. ■ entre 20% e 35%: é um razoável representante da média, pois existe uma razoável dispersão dos dados em torno da média. ■ entre 35% e 50%: representa fracamente a média, pois existe uma grande dispersão dos dados em torno da média. ■ acima de 50%: não representa a média, pois existe uma grandíssima dis- persão dos dados em torno da média. Exemplo: De acordo com o exemplo das idades das pessoas de uma família,sendo elas: 5; 10; 12; 35; 38, calcule o coeiciente de variação para esse conjunto de dados. Considerando o cálculo da média e do desvio padrão já feitos, sabemos que 15,31 s e 0 2x == CV = =0x10 0 2 15,31 76,5% Veriica-se uma grande variação, ou seja, uma alta dispersão dos dados, e, assim, a média não seria uma boa representante para esse conjunto de dados. É importante salientar que podemos aplicar essas medidas, a quaisquer áreas de conhecimento para chegarmos à conclusão se a média é uma medida ade- quada para representar os dados. Variância para dados agrupados em tabelas de frequências Para calcularmos a variância em dados agrupados, utilizamos a seguinte fórmula: MEDIDAS DESCRITIVAS ASSOCIADAS À VARIÁVEIS QUANTITATIVAS R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IIIU N I D A D E90 ( ) N fx ii . 2 2 ∑ −= µσ para valores populacionais agrupados em classes em uma tabela de frequências Em que: σ2 = Variância ∑ = Somatória X i = cada elemento da população µ = média N = Número de elementos da população. f i = frequência ( ) 1 . 2 2 − −= ∑ n fxx s ii para dados amostrais agrupados em classes em uma tabela de frequências. Em que: S2 = Variância ∑ = Somatória X i = cada elemento da população x = média n - 1 = Número de elementos da amostra. f i = frequência Para calcularmos a variância para dados agrupados com intervalo de classes e sem intervalos de classes, as fórmulas serão as mesmas, a diferença é que, com intervalo de classes, terá que ser calculado o ponto médio da classe. Em que: Xi = (Li + Ls)2 = Limite superior (Ls) Limite inferior (Li) Exemplo: Vamos calcular a variância para o número de acidentes em uma empresa do ramo de construção civil no mês de maio de 2015. Medidas de Dispersão R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 91 NÚMERO DE ACIDENTES NA EMPRESA DE CONSTRUÇÃO CIVIL “Y” NO MÊS DE MAIO NÚMERO DE ACIDENTES (X) f i xi . i 0 2 0 (0 - 2,3)2 * 2 = 10,58 1 6 6 (1 – 2,3)2 * 6 = 10,14 2 10 20 (2 -2,3)2 * 10 = 0,9 3 12 36 (3 - 2,3)2 * 12 = 5,88 4 4 16 (4 - 2,3)2 * 4 = 11,56 Total 34 ∑ = 78 ∑ = 39,06 Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. Média = 78/34 = 2,29, arredondando = 2,3 Fórmula da variância ( ) 1 . 2 2 − −= ∑ n fxx s ii Observe que: para facilitar os cálculos, abrimos uma coluna complemen- tar na tabela (xi - x)2 * i, em que cada xi (elemento) foi diminuído pela média (2,3), elevado ao quadrado e multiplicado por sua respectiva frequência. O total (somatória) é dividido por n – 1, que é igual a 34 – 1 = 33, então: S2 = 39,06/33 = 1,18. DESVIO PADRÃO PARA DADOS AGRUPADOS O desvio padrão dá a ideia de distribuição dos desvios ao entorno da média. Para obtermos o desvio padrão, basta extrair a raiz quadrada da variância usando as fórmulas abaixo: s s= 2 σ σ= 2 Exemplo: calcular o desvio padrão para os dados amostrais a seguir (com intervalo de classes). Número de acidentes na empresa de construção civil “Y” no mês de maio MEDIDAS DESCRITIVAS ASSOCIADAS À VARIÁVEIS QUANTITATIVAS R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IIIU N I D A D E92 NÚMERO DE ACIDENTES (X) f i xi . i 0 2 0 (0 - 2,3)2 * 2 = 10,58 1 6 6 (1 – 2,3)2 * 6 = 10,14 2 10 20 (2 -2,3)2 * 10 = 0,9 3 12 36 (3 - 2,3)2 * 12 = 5,88 4 4 16 (4 - 2,3)2 * 4 = 11,56 Total 34 ∑ = 78 ∑ = 39,06 Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. Para esse exemplo, já sabemos que a variância amostral (S2) é igual a 1,18, basta tirar a raiz quadrada desse valor, portanto: 8 1,0 8 1 , 1 s s 2 === COEFICIENTE DE VARIAÇÃO É uma medida relativa da dispersão ou variabilidade dos dados: cv = ⋅σ µ 100 ou cv s x = ⋅100 Já foi visto que o desvio-padrão tem a mesma unidade de medida que os dados, de modo que o coeiciente de variação é adimensional. Sabemos que a média do exemplo anterior é igual a 2,3 e o desvio padrão 1,08, basta dividir o desvio padrão pela média e multiplicar por 100, portanto: 0 0 1 . 3 , 2 8 0 , 1 vc = = 46,95% De acordo com o critério de interpretação, esses valores representam fraca- mente a média, pois existe uma grande dispersão dos dados em torno da média. Assim, podemos observar que as medidas de dispersão nos auxiliam na interpretação dos resultados. Considerações Finais R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 93 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta unidade, trabalhamos com dados quantitativos, a principal forma de análise é calcular as medidas de posição e de dispersão. Essas medidas dão uma indica- tiva de representação e de variação dos dados e é por meio delas que saberemos o que, de fato, ocorreu com a pesquisa. Você também aprendeu a calcular as principais medidas de Posição e Dispersão. Vimos que as principais medidas de posição dentro da estatística são média aritmética, moda, mediana. Pelo menos uma dessas medidas sempre deve estar presente na descrição das informações coletadas. As principais medidas de dispersão são variância, desvio padrão e coei- ciente de variação. Analisamos que as medidas de dispersão são utilizadas para um estudo descritivo de um conjunto de dados numéricos qualquer, que tem por objetivo determinar a variabilidade ou a dispersão dos dados em relação à medida de localização do centro da amostra em análise. Aprendemos o passo a passo de como calcular essa dispersão, diferenciando os cálculos de população e amostra. Vimos que, para calcular essa dispersão, pre- cisamos da média, após calcularmos a média, calculamos a variância em relação à média, que, para se calcular a variância, somam-se os quadrados dos desvios da amostra observada, em relação à média, e divide-se pelo número de observa- ções da amostra menos um, o que diferencia da população é que a divisão é feita somente pelo número de observações. Logo após, calculamos o desvio padrão, que é simplesmente a raiz quadrada da variância. O desvio padrão é uma medida de extrema importância, porque, quanto maior for a variabilidade dos dados, maior será o valor do desvio padrão. É importante salientar que, de todas essas medidas vistas, as mais utilizadas nas pesquisas são a média e o desvio padrão e que essas são representativas da população e da amostra também. As medidas representarão sempre os dados, portanto, é fundamental que saibamos qual ou quais são as medidas mais ade- quadas para o tipo de informação que temos em mãos. 1. Considere a seguinte tabela de distribuição de frequências com os tempos (em dias) que um corretor demora para concluir um negócio, observado em 40 ope- rações: TEMPO (DIAS) FI FAC XI 0 |– 2,5 2 2 1,25 2,5 |– 5,0 3 5 3,75 5,0 |– 7,5 25 30 6,25 7,5 |– 10,0 10 40 8,75 Total 40 - - Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. Demonstre: a) A média aritmética, a moda e a mediana. b) A variância, o desvio padrão. c) O coeiciente de variação (interprete). 2. Considerando os conjuntos de dados a seguir, calcule a média, a mediana e a moda: a) 3, 5, 2, 6, 5, 9, 5, 2, 8, 6 b) 20, 9, 7, 2, 12, 7, 20, 15, 7 3. Em um exame inal de Estatística, o grau médio de um grupo de 150 alunos foi de 7,8 e o desvio padrão, 0,80. Em Computação Básica, entretanto, o grau médio inal foi de 7,3 e o desvio padrão, 0,76. Em que disciplina foi menor a dispersão? 95 BOLHA IMOBILIÁRIA ESTOURANDO? ONDE? Desde 2008, quando surgiram os primeiros comentários de bolha imobiliária em vias de estourar no Brasil, tenho analisado evidências históricas e internacionais, refutando até aqui tais alegações e concluindo que, provavelmente, os preços continuariam a subir. De acordo com a consultoria britânica KnightFrank, entre os 53 países com os maiores mercados imobiliários globais, o Brasil teve em 2012 a maior alta de preços de imóveis residenciais: 13,7% em média. Resolvi atualizar e expandir meus estudos. Há um ano, usei o consumo anual per capita de cimento como estimativa do grau de aquecimento da atividade no setor imobiliário em momentos de estouro de bolhas em vários países. Hoje, pelas minhas contas, este indicador chegou a 361Kg no Brasil. No rit- mo médio de crescimento dos últimos 10 anos, que foi de 5% a.a., em apenas dois anos atingiríamos o nível mais baixo de estouro de bolhas, que é de 400Kg, o que sugeriria cautela. Por outro lado, o nível máximo de consumo de cimento antes bolhas estoura- rem, em alguns casos passou de 1.600Kg anuais per capita. Para chegar a este patamar, o Brasil levaria mais 80 anos. Por este parâmetro, poderíamos estar entre 2 e 80 anos do estouro de uma bolha. Pouco se conclui. O segundo indicador importante é o total de crédito imobiliário disponível. Crédito per- mite que mais gente compre imóveis, aumentando a procura por eles e elevando seus preços. No Brasil, apesar do crescimento dos últimos anos, ele ainda é de apenas 7% do PIB, muito distante dos 50% do PIB que costuma ser o mínimo quando bolhas imobiliá- rias estouram. Mesmo considerando-se uma expansão ao ritmo dos dois últimos anos, que foi de 1,4% do PIB ao ano, o mais rápido da nossa história, levaríamos mais de 30 anos para chegar a 50% do PIB. Sinal de tranquilidade. Por im, como anda a capacidade de pagamento dos brasileiros? Levando em conta pre- ços dos imóveis em relação à renda no mundo, chama a atenção a grande dispersão entre as maiores cidades brasileiras, com algumas entre as mais caras e outras entre as mais baratas. Das 50 cidades mais caras do planeta, 49 estão em países emergentes, incluindo quatro no Brasil: Brasília (10ª), Rio de Janeiro (25ª), Belo Horizonte (43ª) e Porto Alegre (45ª). Por outro lado, Salvador não está mais entre as 100 mais caras do mundo, Fortaleza é uma das únicas 10 cidades entre as 50 mais baratas do mundo que não estão nos EUA, e Campinas também está entre as 100 mais baratas. Entre os 385 maiores mercados imobiliários globais, a classiicação média das 11 cidades brasileiras incluídas foi 124ª, sugerindo que o mercado brasileiro como um todo está um pouco mais caro do que a média, mas distante dos mais caros do planeta. Entre os mercados emergentes, o Brasil está mais barato do que a média. Outro aspecto favorável é que um menor percentual da renda necessário para paga- mento mensal de hipotecas sugere que no Brasil temos melhor capacidade de honrar dívidas. Além disso, comparando o preço de compra de imóveis com o custo de alu- gá-lo, constata-se que no Brasil alugueis elevados estimulam compras mais do que no resto do mundo. Por im, a desvalorização do real barateou os imóveis no Brasil para compradores estrangeiros. Em resumo, ainda que algumas cidades sugiram mais cautela, para o país como um todo, continuam valendo as conclusões do ano passado. Altas modestas ou manutenção de preços são prováveis na maioria dos casos e o risco de estouro imediato de uma bolha imobiliária nacional ainda é baixo. Se você está na esperança dos preços despencarem para comprar, espere sentado. Segundo Platão, coragem é saber o que não temer. Fonte: Amorim (2013, online). U N ID A D E IV Professora Me. Renata Cristina de Souza Chatalov PROBABILIDADES E O MERCADO IMOBILIÁRIO Objetivos de Aprendizagem ■ Entender conceitos básicos de Probabilidades. ■ Compreender as regras básicas de probabilidades. ■ Entender as distribuições de probabilidades. ■ Compreender as principais distribuições de probabilidades discretas. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Noções básicas de probabilidade ■ Probabilidades ■ Distribuições de probabilidade ■ Distribuições discretas de probabilidade ■ Distribuições de probabilidades contínuas INTRODUÇÃO As origens históricas da teoria das probabilidades estão vinculadas à teoria dos jogos e aos nomes de Fermat e Pascal, que, na metade do século XVII, formali- zaram pela primeira vez o conceito de probabilidade. No decorrer do tempo, a teoria das probabilidades foi superando o marco original da teoria dos jogos para constituir, na atualidade, um ramo da matemá- tica pura com aplicações nas ciências de um modo geral. Embora o cálculo de probabilidades pertença ao campo da Matemática, sua inclusão se justiica no ramo da estatística, por ser de natureza aleatória ou pro- babilística. Por exemplo: um seguro de vida é proporcionalmente mais caro se os fatores de risco forem maiores, jogos de loteria foram planejados levando em conta as probabilidades de ganho, a análise de eventos ligada ao tempo e seus respectivos resultados estudados em meteorologia. Probabilidade deriva do Latim probare (provar ou testar) e designa eventos incertos, ou mesmo “sorte”, “risco”, “azar”, “incerteza” ou “duvidoso”. As decisões nos negócios são frequentemente baseadas na análise de incer- tezas, como: chances de um investimento ser lucrativo, chances das vendas decrescerem se o preço for aumentado, probabilidade de projetos terminarem no prazo etc. As probabilidades medem o grau de incerteza, assim, não podemos antecipar o evento, mas lidar com as chances maiores ou menores de ele ocorrer. Para começar, vamos dizer que o objetivo da teoria das probabilidades é o estudo dos fenômenos aleatórios. Nesta unidade, serão apresentados conceitos básicos de probabilidade, como a probabilidade pode ser interpretada e como suas regras podem ser utilizadas para calcular as possibilidades de ocorrência de eventos futuros, além de traba- lharmos com as principais distribuições de probabilidades discretas e contínuas. Veremos a importância de estudarmos as probabilidades, pois é necessário que os futuros gestores saibam que muitas das decisões a serem tomadas são base- adas na incerteza. Bons estudos! Prof. Renata Introdução R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 101 PROBABILIDADES E O MERCADO IMOBILIÁRIO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IVU N I D A D E102 NOÇÕES BÁSICAS DE PROBABILIDADES Trabalharemos com as noções básicas de probabilidade, deinindo experimentos determinísticos e aleatórios e, também, abordaremos os eventos e tipos de eventos. EXPERIMENTO DETERMINÍSTICO De acordo com Crespo (2009), são os experimentos que, realizados nas mesmas condições, conduzem a resultados praticamente iguais. Por exemplo: misturar água e óleo de cozinha e observar o resultado obtido após algum tempo (óleo sempre icará acima da água). EXPERIMENTO ALEATÓRIO Em quase tudo, em maior ou menor grau, vislumbramos o acaso. Assim, da air- mação “é provável que o meu time ganhe a partida de hoje” pode resultar: a) Que, apesar do favoritismo, ele perca. b) Que, como pensamos, ele ganhe. c) Que empate. Como vimos, o resultado inal depende do acaso. Fenômenos como esses são chamados fenômenos aleatórios ou experimentos aleatórios (CRESPO, 2009). Experimentos ou fenômenos aleatórios são aqueles que, mesmo repetidos várias vezes sob condições semelhantes, apresentam resultados imprevisíveis. Como exemplos, podemos citar: remover uma carta de baralho e observar a carta retirada; jogar uma moeda para cima e observar a face. Nesses casos, não sabemos qual será o resultado, portanto, esse resultado é imprevisível. Probabilidades R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 103 PROBABILIDADES As probabilidades são usadas para delinear a chance de ocorrência de deter- minado evento. Seus valoressão sempre atribuídos em uma escala de 0 a 1. A probabilidade próxima do valor 1 indica um evento quase certo, já a probabili- dade próxima de zero indica um evento improvável de acontecer. Ao discutirmos probabilidade, deinimos experimentos como qualquer ação ou processo que gera resultados bem deinidos. Os experimentos aleatórios são aqueles que, repetidos várias vezes, apresentam resultados imprevisíveis. Ao des- crever um experimento aleatório, deve-se sempre especiicar o que deverá ser observado (OLIVEIRA; ALDROVANDI; CARNIEL, 2014). Exemplo: vamos supor que queremos estudar a ocorrência das faces de um dado. Esse seria o experimento aleatório (lançamento de dados). A partir do conhecimento de que o dado tem 6 faces (seis possíveis resultados), podemos construir o modelo probabilístico da seguinte maneira: Tabela 01: Modelo probabilístico do lançamento de um dado Face 1 2 3 4 5 6 Frequência 1/6 1/6 1/6 1/6 1/6 1/6 Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. PROBABILIDADES E O MERCADO IMOBILIÁRIO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IVU N I D A D E104 Agora, vamos supor que nosso experimento aleatório é o lançamento de uma moeda. Sabemos que só podem ocorrer duas situações nesse lançamento: ou cara ou coroa, portanto: Tabela 02: Cara ou Coroa Face Cara Coroa Frequência 1/2 1/2 Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. ESPAÇO AMOSTRAL Quando especiicamos todos os resultados experimentais possíveis, identiica- mos o espaço amostral (Ω) de um experimento (OLIVEIRA; ALDROVANDI; CARNIEL, 2014). Por exemplo, vamos ver qual é o espaço amostral de um lançamento de um dado, portanto Ω= {1, 2, 3, 4, 5, 6} (com seis possíveis resultados), sendo que cada elemento de Ω é chamado de um ponto amostral. Qual é o espaço amostral do lançamento de uma moeda? Ω= {cara, coroa} (com dois possíveis resultados) Em dois lançamentos de duas moedas simultaneamente, qual será o espaço amostral? Ω= {(Ca,Ca), (Ca,Co), (Co,Ca) e (Co,Co)}. (4 possíveis resultados) Probabilidades R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 105 PROBABILIDADE DE UM EVENTO Considerando um experimento aleatório em que se queira um determinado evento A, a probabilidade desse evento ocorrer é dada por P(A). Assim: a probabilidade de A ocorrer será dada por: Exemplos: No lançamento de um dado, pede-se para construir o espaço amostral e cal- cular a probabilidade de sair face PAR (evento A) e sair as face 1 e 5 (evento B). Espaço amostral Ω= { 1, 2, 3, 4, 5, 6 } (seis possíveis resultados) A = { 2, 4, 6 } n(A) = 3 B = { 1, 5} n(B) = 2 Resolvendo: P(A) = = 0,5, em porcentagem 0,5 x 100 = 50% P(A) = = 0,33, em porcentagem 0,33 x 100 = 33% P (A) = números de resultados possíveis de A todos os resultados possíveis 3 6 2 6 Probabilidade é um valor entre 0 (zero) e 1 (um). A soma das probabilidades de todos os resultados possíveis do experimento deve ser igual a 1 (um). Fonte: BARBETTA (2014, p.117). PROBABILIDADES E O MERCADO IMOBILIÁRIO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IVU N I D A D E106 REGRAS BÁSICAS DAS PROBABILIDADES Tendo um modelo probabilístico e conhecendo suas frequências relativas, pode- mos estabelecer algumas regras, tais como: ■ A probabilidade deverá ser um valor que varie entre 0 e 1, sendo repre- sentado por 0 < P(A) < 1. ■ Um evento impossível é um conjunto vazio (Ø) e atribui-se probabilidade 0, enquanto um evento certo tem probabilidade 1, assim: P(Ω) = 1 P(Ø)= 0 ■ A soma das probabilidades para todos os resultados experimentais tem de ser igual a 1. Por exemplo: a) No lançamento de um dado, qual a probabilidade de os valores serem menores que 7? Ω= { 1, 2, 3, 4, 5, 6 }, P(A) = = 1 ou 100% ou evento certo. b) No lançamento de um dado, qual a probabilidade de os valores serem maiores que 6? P(Ω) = 1 P(Ø)= 0 ou seja, evento impossível. 6 6 Probabilidades R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 107 OPERAÇÕES COM EVENTOS Nos cálculos das probabilidades, algumas vezes, o interesse do pesquisador está na determinação da probabilidade de combinação dos eventos relacionados ao experimento aleatório. Podemos ter dois tipos de combinações dados dois even- tos A e B: ■ O evento interseção de A e B, chamado A B, é o evento em que A e B ocorrem simultaneamente. ■ O evento reunião de A e B, chamado A B, é o evento em que A ocorre ou B ocorre (ou ambos). ■ O evento complementar de A, chamado A c , é o evento em que A não ocorre. Assim: A probabilidade de um ou outro evento ocorrer é dada por P(A B). A probabilidade de ambos os eventos ocorrerem simultaneamente: P(A B). Por exemplo: duas empresas são questionadas se tem programa de reciclagem. Perguntas possíveis seriam: qual a probabilidade de ambas terem o programa de reciclagem? Qual a probabilidade de uma ou outra empresa ter o programa de reciclagem? Ambas - implica em P(A e B). Uma ou outra - implica em P(A ou B). “A teoria da probabilidade é no fundo nada mais do que o senso comum reduzido ao cálculo”. Fonte: Pierre Simon de Laplace (1749 - 1827). Probabilidades R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 109 EVENTOS COMPLEMENTARES Sabemos que um evento pode ocorrer ou não. Sendo p a probabilidade de que ele ocorra (sucesso) e q a probabilidade de que ele não ocorra (insucesso), para um mesmo evento, existe sempre a relação que: p + q = 1 q = 1 – p Assim, se a probabilidade de se realizar um evento é p = , a probabilidade de que ele não ocorra é: q = 1 – p q= 1 – = 1 5 Risco e a Probabilidade O termo risco se refere à variabilidade de um resultado incerto de uma ati- vidade. Existem três formas qualitativas de analisar o risco: probabilidade, valor esperado e variabilidade. A probabilidade corresponde à possibilidade de sucesso ou fracasso do negócio; diversamente, o valor esperado é a mé- dia ponderada dos valores associados a todos os resultados possíveis; em contraste a isso, a variabilidade corresponde ao grau de disparidade entre os possíveis resultados (PAULO, 2008). O mercado imobiliário no Brasil veio em uma tendência de crescimento ace- lerado, partindo da década de 1940 até 1990 – inlado pelo movimento mi- gratório do campo para a cidade – e após 2003 com a retomada na redução da taxa de juros. Este crescimento o resultado de incentivos governamen- tais através dos subsídios oferecidos pelo Sistema Financeiro de Habitação nas décadas de 1970 e 1980. Fonte: Paulo (2008). 1 5 4 5 PROBABILIDADES E O MERCADO IMOBILIÁRIO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IVU N I D A D E110 PROBABILIDADE CONDICIONAL A probabilidade de um evento pode ser inluenciada pela ocorrência de um evento paralelo. Por exemplo, seja A um evento com probabilidade P(A). Se obtivermos a informação extra que o evento B ocorreu paralelamente, tirare- mos vantagem dela no cálculo de uma nova probabilidade para o evento A. Esta será escrita como P(A | B) e lida como “probabilidade de A dado B” (OLIVEIRA; ALDROVANDI; CARNIEL, 2014). Por exemplo: qual a probabilidade de tirarmos uma dama em um baralho de 52 cartas. A probabilidade será de 4 (porque são 4 damas)/52 = 4/52 ou 7,69%. Mas se, antes da pessoa dar a resposta, falarmos uma condição: olha, a carta é uma igura, qual a probabilidade de sair uma dama? 4/12 ou 33,3%. Vejam que, nessa situação, a condição foi dada, além de fazer a pergunta,foi dada uma opção de a carta ser igura, portanto, mudou-se a forma de calcular, ao invés de ser 4/52, icou 4/12, pois a condição imposta foi que a carta seria uma igura. Então, quando impomos alguma condição em probabilidade, dizemos que a probabilidade é condicional e, assim, reduzimos o espaço amostra à condi- ção imposta. Desse modo, escrevemos: Caso a condição seja A: Probabilidades R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 111 Vamos resolver outro exemplo, utilizando a probabilidade condicional, podemos utilizar essa informação extra para realocar probabilidades aos outros eventos. Utilizaremos o exemplo a seguir. REGIÃO TIPO DE IMÓVEL TOTAL APARTAMENTO CASA Norte 40 65 105 Sul 50 46 96 Leste 48 54 102 Oeste 50 47 97 Total 188 212 400 Tabela 01: Tipos de imóveis e apartamentos por região Fonte: adaptada de Oliveira, Aldrovandi e Carniel (2014). Se soubermos que o imóvel é um apartamento, qual é a chance de ser da região norte? Reformulando a pergunta, poderíamos ter o interesse de saber: dado que o imóvel é um apartamento, qual a probabilidade de pertencer à região norte? Observe que estamos impondo uma condição ao evento. Sabemos que o imóvel é um apartamento, essa é a condição imposta. Quando impomos alguma con- dição em probabilidade, dizemos, então, que a probabilidade é condicional e, assim, reduzimos o espaço amostra à condição imposta. Com isso, escrevemos: P(N| A) e lê-se probabilidade de N dado A, sendo a condição A, ou seja, ser apartamento, sendo que: De forma geral, para dois eventos quaisquer A e B, sendo P(B) > 0, deini- mos a probabilidade condicional de A|B como sendo P(A|B), dado pela seguinte fórmula: Caso a condição seja A: P(N A) = 188 40 P(A B) = P(B) B)P(A∩ P(B A) = P(A) B)P(A ∩ PROBABILIDADES E O MERCADO IMOBILIÁRIO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IVU N I D A D E112 Para o exemplo anteriormente mencionado, se N e A indicam, respectiva- mente, norte para região e apartamento para tipo, então: P(N A) = 400/188 400/40 P(A) A)P(N =∩ = 188 40 como mostrado acima. Observe que, se trocarmos a condição para ser do tipo A, dado que a região é Norte, a condição agora é ser da região Norte e o problema icaria da seguinte maneira: Exercícios: Baseado na tabela acima, calcule as seguintes probabilidades: P(S | C) = P(C | S) = P (L | A) = P(A | L) = P(O | C) = P(C | O) = R: 0,22; 0,48; 0,25; 0,47; 0,22; 0,48 EVENTOS INDEPENDENTES Dois eventos A e B são independentes, se P(A | B) = P(A) ou P(A | B) = P(B). Caso contrário, os eventos são dependentes. P(A N) = 400/105 400/40 P(N) A)P(N =∩ = 105 40 ©shutterstock Probabilidades R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 113 REGRA DA MULTIPLICAÇÃO Em caso de A e B serem eventos não independentes, ou seja, a probabilidade de um evento não depender da ocorrência do outro evento, nessa condição, a probabilidade de A e B ocorrer é dada pela probabilidade de A vezes a proba- bilidade de B. P(A B) = P(A) . P(B) Exemplo: temos dois baralhos de 52 cartas, retiram-se, simultaneamente, uma carta do primeiro baralho e uma carta do segundo baralho. Qual a probabilidade de a carta do primeiro baralho ser um valete e a do segundo ser o 4 de ouros? p1 = 4/52 simpliicando = 1/13 p2 = 1/52 Então, como o evento é independente e simultâneo: p1 * p2 = (1/13) * (1/52) = 1/676 A relação geral mostrada acima foi: P(A B) = P(B) B)P(A ∩ Dessa relação, obtemos a regra do produto das probabilidades, em que: P(A ∩ B) = P(B) . P(A B). Observe que a probabilidade de A e B ocorrerem conjuntamente está sob uma condição, pois a probabilidade de A está sob a condição de B, mostrando que há uma dependência de uma probabilidade em relação ao evento ocorrido anteriormente. B P B Diagrama de árvore 1/4 3/4 2/4 2/4 3/5 2/5 P B P B P B Diagrama de árvore 1/4 3/4 2/4 2/4 3/5 2/5 P B P PROBABILIDADES E O MERCADO IMOBILIÁRIO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IVU N I D A D E114 Em caso de A e B serem eventos não independentes, ou seja, a probabilidade de um evento não depender da ocorrência do outro evento, nessa condição, a probabilidade de A e B ocorrer é dada pela probabilidade de A vezes a proba- bilidade de B. P(A ∩ B) = P(A) . P(B) Por exemplo: uma urna contém duas bolas brancas e três bolas pretas. Sorteamos duas bolas ao acaso sem reposição. Isso quer dizer que sorteamos a primeira bola, veriicamos sua cor e não a devolvemos à urna. As bolas são nova- mente misturadas e sorteamos, então, a segunda. Para resolver as probabilidades nessa situação, ilustraremos a situação por um diagrama de árvore, em que em cada “galho da árvore” estão indicadas as probabilidades. Probabilidades R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 115 Tabela 02: Resultados e probabilidades do diagrama de árvore RESULTADOS PROBABILIDADES BB 2/5 x 1/4 = 2/20 BP 2/5 x 3/4 = 6/20 PB 3/5 x 2/4 = 6/20 PP 3/5 x 2/4 = 6/20 Total 1,0 Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. Observe que o cálculo das probabilidades, na segunda retirada, icaria condicio- nado aos resultados da primeira retirada. Assim, indicando B por “branca” e P por “preta”, vejamos o cálculo das probabilidades: a) Qual é a probabilidade de sair bola branca na primeira retirada? P(B) = 2/5 b) Qual é a probabilidade de sair bola branca na primeira retirada e bola preta na segunda retirada? P(B na 1ª P na 2ª ) = 6/20 c) Qual é a probabilidade de sair bola preta na segunda retirada, dado que saiu branca na primeira retirada? P(P na 2ª | B na 1ª) = 3/4 d) Qual é a probabilidade de sair bola branca na segunda retirada, dado que saiu preta na primeira retirada? P(B na 2ª | P na 1ª) = 2/4 PROBABILIDADES E O MERCADO IMOBILIÁRIO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IVU N I D A D E116 e) Qual é a probabilidade de sair bola preta na segunda retirada? P(P na 2ª) = 6/20 + 6/20 = 12/20 Vejamos, agora, o exemplo acima, porém, após a retirada da primeira bola, ela será devolvida à urna para a retirada da segunda. Nesse caso, dizemos que a extração das duas bolas é com reposição, o que torna as extrações independentes. REGRAS GERAIS DE PROBABILIDADE P(A ou B), para eventos não mutuamente excludentes: P(A ou B ou ambos) = P(A) + P(B) – P(A e B) Para eventos mutuamente excludentes: P(A ou B) = P(A) + P(B) Para eventos independentes: P(A e B) = P(A) . P(B) Para eventos dependentes: P(A e B) = P(B).P(A | B) ou P(A).P(B | A) DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADES Uma distribuição de probabilidades é um modelo matemático que relaciona um valor da variável estudada com a probabilidade de sua ocorrência; temos distribui- ções de probabilidades contínuas e discretas, vamos estudar essas distribuições? Para melhor entendermos esses conceitos bem como aplicações, vamos ini- ciar pela deinição de variável aleatória. Distribuições de Probabilidades R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 117 VARIÁVEL ALEATÓRIA Uma variável aleatória é uma variável que, geralmente, representada por pela letra x, tem um valor numérico único (determinado aleatoriamente) para cada resultado de um experimento. Cada variável aleatória tem um número para cada resultado de um experi- mento e uma distribuição deprobabilidades associa uma probabilidade a cada resultado numérico de um experimento (CRESPO, 2009). Alguns exemplos de variáveis aleatórias: ■ número de mulheres entre 10 empregados recém-admitidos. ■ número de alunos que não compareceram à aula de estatística hoje. ■ altura de um adulto do sexo feminino selecionado aleatoriamente. Suponhamos que um espaço amostral relativo ao “lançamento simultâneo de duas moedas”, é Ω = {(Ca, Ca), (Ca, Co), (Co, Ca), (Co, Co)} e que X representa “o número de coroas” que aparecem, a cada ponto amostral podemos associar um número para X, de acordo com a tabela a seguir. PONTO AMOSTRAL X (VARIÁVEL ALEATÓRIA) (Ca, Ca) 2 (Ca, Co) 1 (Co, Ca) 1 (Co, Co) 0 Tabela 03: Número de coroas no lançamento de duas moedas Fonte: adaptada de Crespo (2009). Empregamos o termo variável aleatória para descrever o valor que corresponde ao resultado de determinado experimento. A palavra aleatória indica que, em geral, só conhecemos aquele valor depois de o experimento ter sido realizado. As variáveis aleatórias podem ser discretas ou contínuas. A variável aleatória dis- creta signiica aquela que o número de resultados possíveis é inito ou pode ser contado. Variáveis aleatórias discretas são determinadas por uma contagem. Por PROBABILIDADES E O MERCADO IMOBILIÁRIO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IVU N I D A D E118 exemplo: o número de casas de um bairro, o número de bairros de uma cidade, o número de pessoas que frequentam um shopping. Já a Variável Aleatória contínua é aquela que pode assumir qualquer valor dentro de determinado intervalo, nesse caso, o número de resultados possíveis não pode ser listado. Como exemplo, temos: o peso dos alunos matriculados no curso de negócios imobiliários, a altura dos alunos matriculados no curso de negócios imobiliários. Além de identiicar os valores de uma variável aleatória, podemos atribuir uma probabilidade a cada um desses valores. Quando conhecemos todos os valo- res de uma variável aleatória, juntamente com suas respectivas probabilidades, temos uma distribuição de probabilidades. Uma distribuição de probabilidade dá a probabilidade de cada valor de uma variável aleatória. Consideremos a distribuição de frequências relativas ao número de acidentes diários em um estacionamento. NÚMERO DE ACIDENTES FREQUÊNCIAS 0 22 1 5 2 2 3 1 Σ = 30 Tabela 04: Número de acidentes durante 30 dias em um determinado estacionamento Fonte: adaptada de (Crespo, 2009). Qual a probabilidade de: a) Não ocorrer acidentes, ou seja, zero acidente: p = 22 30 = 0,73 Basta olhar na tabela na frequência zero e dividir pelo total que é 30 dias. b) Ocorrer um acidente é: p = 5 30 = 0,17 Distribuições de Probabilidades R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 119 c) Ocorrerem dois acidentes é: p = 2 30 = 0,07 d) Ocorrerem três acidentes é: p = 1 30 = 0,03 Podemos, então, escrever novamente essa tabela como: NÚMERO DE ACIDENTES PROBABILIDADES 0 0,73 1 0,17 2 0,07 3 0,03 Σ = 1,00 Tabela 05: Números de acidentes e suas respectivas probabilidades Fonte: adaptada de (Crespo, 2009). A tabela “Número de acidentes e suas respectivas probabilidades” é chamada de tabela de distribuição de probabilidades. Seja X uma variável aleatória que pode assumir valores de x 1 , x 2 , x 3 , ...., x n . A cada valor x 1 correspondem pontos do espaço amostral. Associamos, então, a cada valor x 1 a probabilidade p 1 de ocorrência de tais pontos no espaço amos- tral. Esses valores (x 1 , x 2 , x 3 ,...., x n ) e seus correspondentes p 1 , p 2 , ...., p n deinem Observe como as probabilidades estão presentes no nosso dia a dia e, às vezes, nem percebemos. Fonte: o autor. PROBABILIDADES E O MERCADO IMOBILIÁRIO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IVU N I D A D E120 uma distribuição de probabilidade. Para cada possível evento, associamos um número e, em seguida, montamos o modelo probabilístico. Assim, conhecemos a distribuição de probabilidades que essa variável aleatória (v.a.) segue. 4 DISTRIBUIÇÕES DISCRETAS DE PROBABILIDADE Existem experimentos cujos resultados, reletidos em uma variável aleatória, seguem um comportamento previsível em relação as suas probabilidades de ocor- rência e, portanto, podem ser modelados por uma equação especíica. Dentre as principais distribuições discretas, destacam-se a Distribuição Binomial e a Distribuição de Poisson. DISTRIBUIÇÃO BINOMIAL Deve satisfazer a algumas condições: o experimento deve ser repetido em sequ- ência de n (número inito de vezes) ensaios idênticos e independentes. Cada prova repetida deve ser independente e, em cada prova, devem aparecer ape- nas dois resultados possíveis: sucesso e fracasso, ou seja, caso executarmos um experimento tipo Bernoulli, independentemente, “n” vezes podemos ter de “0 a n” sucessos. No decorrer do experimento, a probabilidade p do sucesso e a probabilidade q (q = 1-p) do insucesso manter-se-ão constantes. Por exemplo: ■ Lançar uma moeda 8 vezes e observarmos o número de coroas. ■ 20 peças são escolhidas ao acaso e observamos as falhas. Viram que os experimentos foram realizados em initas vezes e o resultado não interfere no resultado anterior, podendo ter sucesso ou falha. 4 Distribuições Discretas de Probabilidade R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 121 Esse tipo de distribuição é calculado pela fórmula: Em que: k = número de sucessos. n = número de elementos da amostra. p = probabilidade de sucesso. q = probabilidade de fracasso. Vamos resolver alguns: a) Uma indústria de certo tipo de peças tem a probabilidade de produzir peças defeituosas em 10%. Em uma amostra de 6 itens, considerando que essa variável segue distribuição binomial, qual a probabilidade de haver nenhuma peça defeituosa? p = sucesso: é a peça defeituosa: 0,10 (de 10%) q = insucesso, peças boas: 0,90 (de 90%) n = 6 k = 0 (pois é nenhuma peça) Portanto: P (X = 0) = . 0,10 . 0,96-0 = 0,53 ou 53% PROBABILIDADES E O MERCADO IMOBILIÁRIO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IVU N I D A D E122 02) A mesma indústria do exercício anterior (01) tem a probabilidade de produzir peças defeituosas em 10%. Em uma amostra de 6 itens, considerando que essa variável segue distribuição binomial, qual a probabilidade de haver no máximo uma peça defeituosa? Como é no máximo uma peça defeituosa, devemos ter o resultado de nenhuma e uma. O resultado de nenhuma foi de 0,53 ou 53%, calculado no exercício ante- rior. Vamos calcular agora com uma peça defeituosa p = sucesso: é a peça defeituosa: 0,10 (de 10%) q = insucesso, peças boas: 0,90 (de 90%) n = 6 k = 1 (uma peça) Portanto: P (X = 1) = 6! 1! ( 6 1) ! . 0,11 . 0,96-1 = 0,35 ou 35% Para o resultado inal, temos que somar a probabilidade de nenhuma com a probabilidade de uma, para tanto: P (x=0) + P(x=1) = 0,53 + 0,35 = 0,88 ou 88% Em resumo, as três propriedades básicas que caracterizam uma variável ale- atória binomial são: 1. A variável é resultado de contagem. 2. Os experimentos devem ser independentes. 3. A probabilidade de sucesso é a mesma a cada repetição do experimento. DISTRIBUIÇÃO DE POISSON Podemos utilizar a distribuição de Poisson em situações nas quais não estamos interessados no número de sucessos obtidos em n tentativas, como vimos na distribuição binomial. Entretanto esse número de sucessos deve estar dentro de 4 Distribuições Discretas de Probabilidade R epro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 123 um intervalo contínuo ou pode ser também um intervalo de tempo, de espaço. Por exemplo, podemos estudar o número de suicídios ocorridos durante um ano, o número de acidentes com motos em uma rodovia por mês ou o número de defeitos encontrados em um produto. Observe que nesses exemplos não tem como determinarmos a ocorrência do sucesso, mas sim a frequência média de sua ocorrência. A variável aleatória x tem uma distribuição de Poisson com uma frequên- cia média de sucesso λ. A função de probabilidade da distribuição de Poisson será dada por: Em que: P(X) = probabilidade de X ocorrências em um intervalo. λ = número esperado de ocorrências em um intervalo. e = constante matemática (aproximadamente 2,71828). X = número de sucessos por unidade. Por Exemplo: a) O Corpo de Bombeiros de uma cidade recebe, em média, três chamadas por dia. Qual a probabilidade do Corpo de Bombeiros receber quatro chama- das em um dia? P(4) = probabilidade de 4 chamadas em um dia. λ = número esperado de ocorrências em um intervalo (que, em média, são 3 chamadas). e = constante matemática (aproximadamente 2,71828). X = número de sucessos por unidade (4 chamadas). Então: P (X=4)= 2,71828-3 . 34 = 0,1683 ou 16,83% PROBABILIDADES E O MERCADO IMOBILIÁRIO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IVU N I D A D E124 b) Dado o mesmo exemplo, qual a probabilidade do Corpo de Bombeiros receber nenhuma chamada em um dia? P(0) = probabilidade de nenhuma (zero) chamadas em um dia. λ = número esperado de ocorrências em um intervalo (que em média são 3 chamadas). e = constante matemática (aproximadamente 2,71828). X = número de sucessos por unidade (0 chamadas). Portanto: P (X=0)= 2,71828-3 . 30 = 0,0497 ou 4,97% DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADES CONTÍNUAS As variáveis aleatórias contínuas são aquelas que assumem qualquer valor numé- rico em um intervalo de números reais. Esse tipo de variável pode assumir ininitos valores dentro de um intervalo e, por isso, assumem ininitos valores de probabilidade. Dentre as várias distribuições de probabilidade contínuas, será abordada, aqui, apenas a distribuição normal, pois apresenta grande aplicação em pesqui- sas cientíicas e tecnológicas. Distribuições De Probabilidades Contínuas R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 125 DISTRIBUIÇÃO NORMAL Muitas das variáveis analisadas na pesquisa socioeconômica correspondem à distribuição normal ou dela se aproximam. O aspecto gráico de uma distribuição normal é o da igura a seguir: Figura 05: Distribuição Normal Fonte: Distribuições... (online). Para uma compreensão da distribuição normal, observe a Figura 05 e procure visualizar as seguintes propriedades, segundo Crespo (2009): 1ª A variável aleatória X pode assumir todo e qualquer valor real. 2ª A representação gráica da distribuição normal é uma curva em forma de sino, simétrica em relação a um eixo vertical em torno da média (µ), que recebe o nome de curva normal ou de Gauss. 3ª A área total limitada pela curva e pelo eixo das abscissas (eixo de X) é igual a 1, já que essa área corresponde à probabilidade de a variável ale- atória X assumir qualquer valor real. 4ª A curva normal é assintótica em relação ao eixo das abscissas, isto é, apro- xima-se indeinidamente do eixo das abscissas sem, contudo, alcançá-lo. 5ª Como a curva é simétrica em torno da média, a probabilidade de ocor- rer valor maior do que a média é igual a probabilidade de ocorrer valor menor do que a média, isto é, ambas as probabilidades são iguais a 0,5. Escrevemos: P(X) > µ = P(X) < µ = 0,5. PROBABILIDADES E O MERCADO IMOBILIÁRIO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IVU N I D A D E126 Quando temos em mãos uma variável aleatória com distribuição normal, nosso principal interesse é obter a probabilidade de essa variável aleatória assumir um valor em um determinado intervalo. Vejamos como proceder, por meio de um exemplo concreto. Seja X a variável aleatória que representa os diâmetros dos parafusos pro- duzidos por certa máquina. Vamos supor que essa variável tenha distribuição normal com µ = 2 cm e desvio padrão s = 0,04 cm. Pode haver interesse em conhecer a probabilidade de um parafuso ter um diâmetro com valor entre 2 e 2,05 cm. É fácil notar que essa probabilidade, indicada por: P (2 < X < 2,05), corres- ponde à área hachurada na Figura 06: Figura 06 – Área hachurada entre 2 e 2,05 Fonte: Crespo (2009, p. 142). O cálculo direto dessa probabilidade exige um conhecimento de Matemática mais avançado do que aquele que dispomos aqui. Entretanto podemos contornar o pro- blema facilmente. Basta aceitar, sem demonstração, que, se X é uma variável aleatória com distribuição normal de média μ e desvio padrão σ, então, a variável Z = x tem distribuição normal reduzida, isto é, tem distribuição normal de média 0 e desvio padrão 1. As probabilidades associadas à distribuição normal padronizada são encon- tradas em tabelas, não havendo necessidade de serem calculadas. A tabela a seguir apresenta a distribuição normal reduzida, que nos dá a pro- babilidade de Z tomar qualquer valor entre a média 0 e um dado valor z, ou seja: Distribuições De Probabilidades Contínuas R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 127 P(0 < Z < z) Temos, então, que, se X é uma variável aleatória com distribuição normal de média µ e desvio padrão s, podemos escrever: P(µ < X < x) = P(0 < Z > z), Com z = x Calculando o problema anterior; queremos calcular P(2 < X < 2,05). Para obter essa probabilidade, precisamos, em primeiro lugar, calcular o valor de z, que cor- responde a x = 2,05 (x = 2 z = 0, pois µ = 2). Temos, então: Z = x = 2,05 2 0,04 = 0,05 0,04 = 1,25 Em que: P(2 < X < 2,05) = P(0 < X < 1,25) Agora, como já encontramos o valor de Z = 1,25, vamos procurar, na tabela a seguir, esse valor. Observe que, na primeira coluna, encontramos o valor de 1,2. Em seguida, encontramos, na primeira linha, o valor 5, que corresponde ao último algarismo do número 1,25. Na intersecção da linha e coluna correspon- dentes, encontramos o valor 0,3944, o que nos permite escrever: P(0 < Z < 1,25) = 0,3944 Assim, a probabilidade de um parafuso fabricado por essa máquina apresentar um diâmetro entre a média µ = 2 e o valor x = 2,05 é 0,3955 Escrevemos, então: P(2< X < 2,05) = P(0 < Z < 1,25) = 0,3955 ou 39,44%. Tabela da Distribuição Normal Reduzida Z 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,0 0,0000 0,0040 0,0080 0,0120 0,0160 0,0199 0,0239 0,0279 0,0319 0,0359 0,1 0,0398 0,0438 0,0478 0,0517 0,0557 0,0596 0,0636 0,0675 0,0714 0,0753 0,2 0,0793 0,0832 0,0871 0,0910 0,0948 0,0987 0,1026 0,1064 0,1103 0,1141 0,3 0,1179 0,1217 0,1255 0,1293 0,1331 0,1368 0,1406 0,1443 0,1480 0,1517 0,4 0,1554 0,1591 0,1628 0,1664 0,1700 0,1736 0,1772 0,1808 0,1844 0,1879 0,5 0,1915 0,1950 0,1985 0,2019 0,2054 0,2088 0,2123 0,2157 0,2190 0,2224 0,6 0,2257 0,2291 0,2324 0,2357 0,2389 0,2422 0,2454 0,2486 0,2517 0,2549 0,7 0,2580 0,2611 0,2642 0,2673 0,2704 0,2734 0,2764 0,2794 0,2823 0,2852 0,8 0,2881 0,2910 0,2939 0,2967 0,2995 0,3023 0,3051 0,3078 0,3106 0,3133 0,9 0,3159 0,3186 0,3212 0,3238 0,3264 0,3289 0,3315 0,3340 0,3365 0,3389 1,0 0,3413 0,3438 0,3461 0,3485 0,3508 0,3531 0,3554 0,3577 0,3599 0,3621 1,1 0,3643 0,3665 0,3686 0,3708 0,3729 0,3749 0,3770 0,3790 0,3810 0,3830 1,2 0,3849 0,3869 0,3888 0,3907 0,3925 0,3944 0,3962 0,3980 0,3997 0,4015 1,3 0,40320,4049 0,4066 0,4082 0,4099 0,4115 0,4131 0,4147 0,4162 0,4177 1,4 0,4192 0,4207 0,4222 0,4236 0,4251 0,4265 0,4279 0,4292 0,4306 0,4319 1,5 0,4332 0,4345 0,4357 0,4370 0,4382 0,4394 0,4406 0,4418 0,4429 0,4441 1,6 0,4452 0,4463 0,4474 0,4484 0,4495 0,4505 0,4515 0,4525 0,4535 0,4545 1,7 0,4554 0,4564 0,4573 0,4582 0,4591 0,4599 0,4608 0,4616 0,4625 0,4633 1,8 0,4641 0,4649 0,4656 0,4664 0,4671 0,4678 0,4686 0,4693 0,4699 0,4706 1,9 0,4713 0,4719 0,4726 0,4732 0,4738 0,4744 0,4750 0,4756 0,4761 0,4767 2,0 0,4772 0,4778 0,4783 0,4788 0,4793 0,4798 0,4803 0,4808 0,4812 0,4817 2,1 0,4821 0,4826 0,4830 0,4834 0,4838 0,4842 0,4846 0,4850 0,4854 0,4857 2,2 0,4861 0,4864 0,4868 0,4871 0,4875 0,4878 0,4881 0,4884 0,4887 0,4890 2,3 0,4893 0,4896 0,4898 0,4901 0,4904 0,4906 0,4909 0,4911 0,4913 0,4916 2,4 0,4918 0,4920 0,4922 0,4925 0,4927 0,4929 0,4931 0,4932 0,4934 0,4936 2,5 0,4938 0,4940 0,4941 0,4943 0,4945 0,4946 0,4948 0,4949 0,4951 0,4952 2,6 0,4953 0,4955 0,4956 0,4957 0,4959 0,4960 0,4961 0,4962 0,4963 0,4964 2,7 0,4965 0,4966 0,4967 0,4968 0,4969 0,4970 0,4971 0,4972 0,4973 0,4974 2,8 0,4974 0,4975 0,4976 0,4977 0,4977 0,4978 0,4979 0,4979 0,4980 0,4981 2,9 0,4981 0,4982 0,4982 0,4983 0,4984 0,4984 0,4985 0,4985 0,4986 0,4986 3,0 0,4987 0,4987 0,4987 0,4988 0,4988 0,4989 0,4989 0,4989 0,4990 0,4990 3,1 0,4990 0,4991 0,4991 0,4991 0,4992 0,4992 0,4992 0,4992 0,4993 0,4993 3,2 0,4993 0,4993 0,4994 0,4994 0,4994 0,4994 0,4994 0,4995 0,4995 0,4995 3,3 0,4995 0,4995 0,4995 0,4996 0,4996 0,4996 0,4996 0,4996 0,4996 0,4997 3,4 0,4997 0,4997 0,4997 0,4997 0,4997 0,4997 0,4997 0,4997 0,4997 0,4998 3,5 0,4998 0,4998 0,4998 0,4998 0,4998 0,4998 0,4998 0,4998 0,4998 0,4998 3,6 0,4998 0,4998 0,4999 0,4999 0,4999 0,4999 0,4999 0,4999 0,4999 0,4999 3,7 0,4999 0,4999 0,4999 0,4999 0,4999 0,4999 0,4999 0,4999 0,4999 0,4999 3,8 0,4999 0,4999 0,4999 0,4999 0,4999 0,4999 0,4999 0,4999 0,4999 0,4999 3,9 0,5000 0,5000 0,5000 0,5000 0,5000 0,5000 0,5000 0,5000 0,5000 0,5000 PROBABILIDADES E O MERCADO IMOBILIÁRIO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IVU N I D A D E128 Tabela 08: Tabela distribuição normal reduzida Fonte: <http://www.dequi.eel.usp.br/~fabricio/tabela_dist_normal.pdf>. Distribuições De Probabilidades Contínuas R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 129 Para utilizarmos a Tabela de distribuição normal reduzida (Tabela Z), as variá- veis aleatórias x precisam ser padronizadas. A fórmula usada para essa conversão é: Z = Em que: X = ponto que se deseja converter em z. μ = média. σ = desvio padrão. Após utilizar a fórmula, procure o respectivo valor na Tabela. Agora, vamos ver outros exemplos dessas probabilidades, de acordo com Oliveira, Aldrovandi e Carniel (2014): ■ De tomarmos um lote ao acaso e ter menos que uma taxa de falhas de 2,5. P(x < 2,5) = P(z < 1) = 0,5 – 0,3413 = 0,1587 ou 15,87% ■ De tomarmos um lote ao acaso e ter mais que uma taxa de falhas de 2,5. P(x > 2,5) = P(z > 1) = 0,5 + 0,3413 = 0,8413 ou 84,13% ■ De tomarmos um lote ao acaso e ter uma taxa de falhas entre 1,25 e 2,0 falhas. P(1,25 < x < 2,0) = P(-1,5<z<0) = 0,4332 ou 43,32% Observe que a área desejada está entre a média (0) e 1,5 desvios abaixo da média. Olhamos no 1,5 na linha e no 0 na coluna, o que me dará a área entre 0 e 1,5, equivalente à área entre 1,5 e 0. De tomarmos um lote ao acaso e esse ter uma taxa de falhas entre 1,25 e 2,5. P(1,25 < x < 2,5) = P(-1,5 < z < 1) = 0,4332 + 0,3413 = 0,7745 Observe que, quando olhamos no valor 1,5 na tabela, estamos tomando a área entre 0 e 1,5; quando olhamos no 1 na tabela, estamos tomando a área entre 0 e 1. Se somarmos as duas áreas, então, temos a área compreendida entre 1,5 e 1,0, que é condizente com os valores de lotes com falhas entre 1,25 e 2,5. Vejamos, também, exemplos envolvendo a resolução de problemas utili- zando a distribuição de probabilidades. 1µ PROBABILIDADES E O MERCADO IMOBILIÁRIO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IVU N I D A D E130 01) Resolve-se fazer um estudo sobre a durabilidade de um certo pneu. E foi veriicado que essa durabilidade seguia uma distribuição normal, com duração média 60.000 km e desvio-padrão 10.000 km. Mediante isso, responda: a) Qual a probabilidade de um pneu aleatoriamente escolhido durar mais de 75.000 km? Primeiro passo: buscar a fórmula da distribuição de probabilidades que con- siste em: Em que: X = ponto que se deseja converter em z. μ = média. σ = desvio padrão. Agora, vamos substituir o valor de “x” que, nesse caso, é 75.000, a média de durabilidade do pneu que é 60.000 e seu desvio padrão, que consiste em 10.000. Agora, vamos resolver a equação: Chegamos ao valor 1,5, então, vamos observar na Tabela 08 de distribuição nor- mal reduzida que o Z corresponde a 0,4332. Entretanto esse valor é a área entre 0 a 1,5. Mas o que nos foi perguntado foi a duração de mais de 75.000 km (que equivale, agora, a 1,5), então, vamos pegar 0,5 (que equivale a outra metade da curva) e diminuir pelo valor de 0,4332. Para compreender melhor, observe a igura: Portanto: Z = Z = = 75.000 60.000 10.000 = 1,5 µ Distribuições De Probabilidades Contínuas R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 131 0,5 (da área que não está colorida) – 0,4332 = 0,0668 ou 6,68%. A probabi- lidade do pneu durar mais que 75.000 km é de 6,68%. b) Qual a probabilidade de um pneu aleatoriamente escolhido durar entre 50.000 e 70.000 km? Primeiro, encontramos o valor de “x” para 50.000 km, em seguida, para 70.000 km: Z1 = = 50.000 60.000 10.000 = -1 Z2 = = 70.000 60.000 10.000 = 1 Lembrando que os valores negativos vão indicar a localização gráica, veja a seguir: Nesse caso, vamos procurar o valor de 1 na tabela 8, que é 0,3413, como temos valores entre -1 e 1, temos que somar as áreas, isto é: 0,3413 + 3413 = 0,6826 ou 68,26%. A probabilidade do pneu durar entre 50.000 e 70.000 km é de 68,26%. c) Qual a probabilidade de um pneu aleatoriamente escolhido durar entre 63.000 e 70.000 km? Esse cálculo é bem parecido com o anterior, observe a seguir: Mas, nesse caso, temos um porém, os dois valores estão no mesmo lado do grá- ico, então, vamos procurar o valor de 0,30 e 1 na tabela Z, que corresponde a 0,30 = 0,1179 e 1 = 0,3413, observe a igura: Z2 = = 70.000 60.000 10.000 = 1 Z1 = = 63.000 60.000 10.000 = 0,30 X10,3 µ Xµ 0,5 PROBABILIDADES E O MERCADO IMOBILIÁRIO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. IVU N I D A D E132 Para obtermos a resposta, vamos ter que diminuir o valor de 1 e 0,3, por se tra- tar apenas da área desenhada. Portanto: 0,3413 – 0,1179 = 0,2234 ou 22,34%. A probabilidade do pneu durar entre 63.000 e 70.000 km é de 22,34%. d) Qual a probabilidade de um pneu aleatoriamente escolhido durar menos que 70.000 km? Então, vamos procurar o valor de 1 na tabela Z, que é 0,3413, agora, vamos visu- alizar a igura: Nós vamos, então, somar 0,5, que consiste em uma área que está incluída com 0,3413, portanto: 0,5 + 0,3413 = 0,8413 ou 84,13%. A probabilidade do pneu durar entre menos que 70.000 km é de 84,13%. Podemos observar que utilizamos, muitas vezes, no nosso cotidiano situa- ções com o uso da distribuição de probabilidades. Z = = 70.000 60.000 10.000 = 1 Considerações Finais R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 133 CONSIDERAÇÕESFINAIS Vimos, nesta quarta unidade, a importância das probabilidades no nosso coti- diano, bem como nos negócios imobiliários. A teoria das probabilidades procura quantiicar a noção de provável, sendo uma ferramenta estatística de grande uti- lidade quando se trabalha com inúmeros eventos relacionados a pesquisas em empresas, órgãos governamentais e instituições de ensino. Essa ferramenta lida com as chances de ocorrências de algo que vai acontecer, então, podemos airmar que ela trabalha com fenômenos aleatórios. Para tanto, é necessário conhecer o material de estudo, para poder calcular essas chances ou probabilidades de maneira correta e, então, tomarmos nossas decisões com base em nossas estimativas. Um efeito importante da teoria da probabilidade no cotidiano está na avalia- ção de riscos. Geralmente, governos, por exemplo, utilizam processos envolvidos em probabilidades para suas tomadas de decisões. Uma aplicação importante das probabilidades é a questão da coniabilidade, por exemplo, no lançamento de algum novo produto, nas chances dele falhar, a probabilidade de aceitação de um novo empreendimento. Para inferir sobre probabilidades, é necessário saber que tipo de variável aleatória está sendo trabalhada. Cada variável aleatória possui um tipo de com- portamento chamado de distribuição de probabilidades. Isso é importante, pois cada distribuição de probabilidade possui algumas características e elas devem ser respeitadas para que se possa chegar a resultados precisos e, então, conclu- sões válidas possam ser tomadas sobre aquilo que estamos estudando. Vimos, nesta unidade, os conceitos básicos de probabilidade, a forma clássica de calcu- lá-la e, também, vimos as principais distribuições de probabilidades utilizadas. Podemos entender que é razoável pensar ser de extrema importância com- preender como estimativas de chance e probabilidades são feitas e como elas contribuem para reputações e decisões em nossa sociedade. Bons estudos! Prof. Renata 1. Uma máquina de fabricação de computadores tem probabilidade de produzir um item defeituoso de 10%. Em uma amostra de 6 itens, calcule a probabilida- de de: a. haver no máximo um item defeituoso. b. haver 3 itens defeituosos. c. não haver itens defeituosos. 2. A qualidade de alguns CD foi avaliada sobre a resistência a arranhões e sobre a adequação de trilhas. Os resultados foram: RESISTÊNCIA A ARRANHÕES ADEQUAÇÃO DE TRILHAS TOTAL APROVADO REPROVADO Alta 700 140 840 Baixa 100 60 160 Total 800 200 1000 Fonte: adaptado de Barbetta et al. (2010). Se um CD for selecionado aleatoriamente desse lote, qual é a probabilidade de: a. ter resistência alta a arranhões. b. ter resistência baixa a arranhões. c. ser aprovado na avaliação das trilhas. d. ser reprovado na avaliação das trilhas. e. ter resistência alta ou ser aprovado. f. ter resistência baixa ou ser reprovado. g. ter resistência alta dado que seja reprovado. h. ter resistência baixa dado que seja aprovado. 3. Um sistema de banco de dados recebe, em média, 80 requisições por minuto, segundo uma distribuição de Poisson. Qual a probabilidade de que, no próximo minuto, ocorram 100 requisições? 4. A distribuição da duração de monitores pode ser aproximada por uma distri- buição normal de média μ = 6 anos e desvio padrão σ = 2 anos. Determine a probabilidade de um monitor durar: a) Entre 6 e 9 anos. b) Acima de 9 anos. c) Entre 4 e 9 cm. d) Acima de 4 cm. 135 ANÁLISE QUALITATIVA DO RISCO Análise qualitativa de risco é o processo de avaliação do impacto e probabilidade de ris- cos identiicados. Este processo prioriza riscos de acordo com os seus efeitos potenciais nos objetivos do projeto. Análise qualitativa de risco é um modo de determinar a impor- tância de se endereçar riscos especíicos e guiar respostas de risco. A questão crítica do tempo e as ações relacionadas ao risco podem ampliar a importância de um risco. Uma avaliação da qualidade da informação disponível também ajuda a modiicar a avaliação do risco. Análise qualitativa de risco requer que a probabilidade e consequências dos riscos sejam avaliadas usando métodos e ferramentas de análise qualitativa estabele- cidos. Tendências nos resultados quando a análise qualitativa é repetida pode indicar a necessidade de mais ou menos ação da gerência de risco. O uso dessas ferramentas ajuda a corrigir inluências que estão frequentemente presentes em um plano de pro- jeto. Análise qualitativa de risco deve ser revisitada durante o ciclo de vida do projeto para que ique atualizado às mudanças dos riscos do projeto. Este processo pode levar a análise quantitativa de risco Entradas para a Análise Qualitativa do Risco Riscos Identiicados. Riscos descobertos durante o processo da identiicação de risco são avaliados junto com seus impactos potenciais no projeto. Status do projeto. A incerteza de um risco muitas vezes depende no progresso do risco durante o seu ciclo de vida. Inicialmente em um projeto, muitos riscos não aparecem, o design para o projeto é imaturo, e mudanças podem ocorrer, tornando mais provável o fato de que mais riscos serão descobertos. Tipo de projeto. Projetos de um tipo comum ou recorrente tendem a possuir uma me- lhor probabilidade de entendimento da ocorrência de eventos de riscos e suas consequ- ências. Projetos usando tecnologias únicas ou super atuais - ou projetos extremamente complexos - tendem a ter mais incertezas. Precisão dos dados. A precisão descreve a extensão a qual um risco é conhecido e en- tendido. Ela mede a extensão dos dados disponíveis, assim como a coniança dos dados. A fonte dos dados, que foram usados para identiicar o risco, deve ser avaliada. Escalas de probabilidade e impacto. Estas escalas, são usadas para avaliar as duas di- mensões-chave do risco. Hipóteses. Hipóteses identiicadas durante o processo de identiicação de risco são ava- liadas como riscos potenciais. Técnicas e Ferramentas para a Análise Qualitativa do Risco Probabilidade de risco e impacto. Probabilidade de risco e consequências do risco podem ser descritas em termos qualitativos tais como muito alta, alta, moderada, baixa e muito baixa. Probabilidade de risco é chance de que um risco irá ocorrer. Consequências do risco é o efeito nos objetivos do projeto se o evento de risco ocorrer. Essas duas dimensões do risco são aplicadas a eventos de riscos especíicos, e não ao projeto como um todo. Análise de riscos, usando probabilidade e consequências, ajuda a identiicar aqueles riscos que devem ser lidados de forma mais agressiva. Classiicação da precisão dos dados. Análise qualitativa de risco requer dados precisos e sem inluências se for para ser útil a gerência do projeto. A classiicação da precisão dos dados é uma técnica para avaliar o grau ao qual os dados sobre os riscos são úteis para a gerência de risco. Ela envolve a checagem de: • Entendimento amplo do risco. • Dados disponíveis sobre o risco. • Qualidade dos dados. • Coniabilidade e integridade dos dados. Saídas da Análise Qualitativa do Risco Classiicação de risco geral para o projeto. Classiicação de risco pode indicar a posi- ção do risco total de um projeto relativo a outros projetos comparando a classiicação de risco. Pode ser usado para designar pessoal ou outras fontes para projetos com clas- siicações de risco diferentes, para fazer uma decisão de análise de custo-benefício sobre o projeto, ou para dar suporte a uma recomendação para a iniciação, continuação, ou cancelamento do projeto. Lista de riscos priorizados. Riscos e condições podem ser priorizados por um núme- ro de critério. Estes incluem classiicação (alto, moderado e baixo) ou o nível WBS. Ris- cos podem ser agrupados também por aqueles que requerem uma resposta imediata e aqueles que podem ser tratados mais tarde. Riscos que afetam custo, cronograma, funcionalidade, e qualidade podem ser avaliados separadamente com diferentes taxas. Riscos signiicantes devem ter uma descriçãoda base para a avaliação da probabilidade e impacto. Lista de riscos para análise e gerência adicional. Riscos classiicados como alto ou moderado seriam os principais candidatos para uma análise maior, incluindo análise quantitativa de risco, e para uma ação de gerência de risco. Tendências em resultados da análise qualitativa de riscos. À medida que a análise é repetida, uma tendência de resultados pode se mostrar aparente, e pode fazer a respos- ta de risco ou uma análise futura mais ou menos urgente e importante. Fonte: Análise... (online). Material Complementar MATERIAL COMPLEMENTAR Análise Combinatória e Probabilidade - Aula ao Vivo de Matemática | Descomplica Este vídeo apresenta de uma forma simples como fazer uma análise combinatória. Assista ao vídeo na íntegra, é só clicar no link abaixo: <http://www.youtube.com/watch?v=iRH79p17jMk>. Estatística Murray R. Spiegel Editora: Pearson Sinopse: Este livro tem como inalidade apresentar uma introdução aos princípios gerais da Estatística, que serão úteis a todos os indivíduos, qualquer que seja seu campo de especialização. Foi elaborado para ser usado como suplemento dos livros padrão usuais ou como livro-texto de um curso regular de Estatística. Com uma exposição clara das deinições pertinentes, teoremas e princípios, juntamente com ilustrações e outras matérias descritivas, o livro traz uma série graduada de problemas resolvidos e suplementares que, em muitos casos, utilizam dados retirados de situações estatísticas reais. Estatística Aplicada Larson Farber Editora: Pearson Sinopse: Este livro busca trabalhar com as a estatística básicas, bem como a parte de probabilidades, inferência estatística e correlação e regressão linear simples. http://www.youtube.com/watch?v=iRH79p17jMk U N ID A D E V Professora Me. Renata Cristina de Souza Chatalov CORRELAÇÃO E REGRESSÃO LINEAR E ESTATÍSTICA APLICADA AO MERCADO IMOBILIÁRIO Objetivos de Aprendizagem ■ Conhecer o coeiciente de correlação linear. ■ Entender a associação entre duas variáveis. ■ Saber interpretar correlação positiva e negativa. ■ Compreender a correlação e a aplicação da correlação de Pearson. ■ Conhecer a utilização da regressão linear. ■ Entender a importância da estatística aplicada ao mercado imobiliário. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Correlação ■ Regressão linear ■ A aplicabilidade da estatística na pesquisa imobiliária ■ A estatística aplicada ao mercado imobiliário INTRODUÇÃO A Estatística apresenta muitas ferramentas para descrever e analisar dados de pesquisas. A escolha das ferramentas a serem utilizadas na pesquisa depende dos seus objetivos, bem como do tipo de variável com a qual se trabalha. Podemos observar que algumas variáveis podem estar relacionadas de alguma forma e a variação de uma vai depender da variação da outra. As decisões geren- ciais geralmente são baseadas nas relações entre duas ou mais variáveis. Por exemplo, após considerar a relação entre gastos com publicidade e vendas, um gerente poderia tentar prever as vendas de acordo com o nível de gastos com a publicidade. O fato de duas variáveis estarem ligadas permite tomar decisões se baseando em uma variável, porém esperando resposta em outra, que seja de difícil mensu- ração ou só possa ser medida tardiamente. Existem algumas medidas estatísticas que permitem medir o grau de associação entre duas variáveis. Nesta unidade, veremos duas delas: a correlação linear e a regressão linear. Entretanto, essas duas ferramentas só podem ser utilizadas quando as variáveis medidas são quantitativas. Assim, nesta unidade, você verá como podemos veri- icar a associação entre variáveis ou a dependência de uma variável em função da outra e, também, como quantiicar essa associação. Quando consideramos observações de duas ou mais variáveis, surge um novo problema: as relações que podem existir entre as variáveis estudadas. Nesse caso, as medidas estudadas não são eicientes. Sendo a relação entre as variáveis de natureza quantitativa, a correlação é o instrumento adequado para descobrir e medir essa relação. Uma vez caracterizada a relação, procuramos descrevê-la por meio de uma função matemática. A regressão é o instrumento adequado para a determina- ção dessa função. Nesta unidade, também trabalharemos alguns conceitos e a aplicabilidade da estatística para os gestores de negócios imobiliários. Bons Estudos! Prof. Renata Introdução R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 141 CORRELAÇÃO E REGRESSÃO LINEAR E ESTATÍSTICA APLICADA AO MERCADO IMOBILIÁRIO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. VU N I D A D E142 CORRELAÇÃO Na estatística, o termo correlação é usado para indicar a força que mantém uni- dos dois conjuntos de valores. O estudo da correlação tem como objetivo estudar a existência ou não de uma relação, bem como o grau de relação entre as vari- áveis (CRESPO, 2009). Por exemplo, podemos estudar se há uma correlação entre as notas das disciplinas de Estatística e Pesquisa Imobiliária e Matemática Financeira, ou, ainda, se existe uma correlação entre peso e altura. Uma medida do grau da correlação e sua direção são dadas pela covariân- cia entre duas variáveis aleatórias, que é calculada por meio do Coeiciente de Correlação Linear de Pearson. Correlação Linear de Pearson O coeiciente de correlação é uma medida que dimensiona a correlação. É representado pela letra “r” e dado pela seguinte fórmula: Em que: “x e y” são as variáveis em estudo. n = número de observações. O valor de r não depende de qual das duas variáveis em estudo é chamada de “x”e de “y” e independe das unidades com as quais as variáveis são medidas. Assim, uma correlação é: a) Linear Positiva se os pontos do diagrama têm como “imagem” uma reta ascendente. b) Linear Negativa se os pontos têm como “imagem” uma reta descendente. Correlação R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 143 c) Não-Linear se os pontos têm como “imagem” uma curva. Se os pontos apresentam-se dispersos, não oferecendo uma “imagem” deinida, concluímos que não há relação alguma entre as variáveis em estudo. Segundo Crespo (2009), valores limites de r são -1 e +1, isto é, o valor de r per- tence ao intervalo [-1, + 1]. Assim: a) Se a correlação entre duas variáveis é perfeita e positiva, então r = +1. b) Se a correlação é perfeita e negativa, então r = - 1. c) Se não há correlação entre as variáveis, então r = 0. Logicamente: d) Se r = +1, há uma correlação perfeita e positiva entre as variáveis. e) Se r = - 1, há uma correlação perfeita e negativa entre as variáveis. f) Se r = 0, ou não há correlação entre as variáveis, ou a relação que por- ventura exista não é linear. Quando procuramos veriicar se existe alguma relação entre as variáveis de cada um dos pares e qual o grau dessa relação, podemos utilizar a correla- ção, nas seguintes variáveis, por exemplo: -peso e altura de um grupo de pessoas; -uso de cigarro e incidência de câncer; -horas trabalhadas e salário à receber. Fonte: adaptado de Nóbrega (2015, online). CORRELAÇÃO E REGRESSÃO LINEAR E ESTATÍSTICA APLICADA AO MERCADO IMOBILIÁRIO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. VU N I D A D E144 Vamos observar nas iguras: Figura 07: Tipos de correlações Fonte: adaptada de Crespo (2009). Para melhor entendermos, vamos resolver um exercício aplicando o conceito e a fórmula da correlação: supondo que X seja a nota da disciplina de Estatística e Pesquisa Imobiliária e Y a nota da disciplina de MatemáticaFinanceira. Essas variáveis (as notas das duas disciplinas) foram observadas em 20 alunos do curso de Negócios Imobiliários no ano de 2014. Queremos saber se há uma correlação das notas entre as duas disciplinas. Ela é fraca ou forte? Os dados estão apre- sentados abaixo: 0 5 10 15 20 25 30 0 10 20 30 0 5 10 15 20 25 30 0 10 20 30 0 10 20 30 40 50 60 70 0 10 20 30 Correlação R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 145 Notas dos alunos de Negócios Imobiliários em 2014 X ESTATÍSTICA E PESQUISA IMOBILIÁRIA Y MATEMÁTICA FINANCEIRA 3,9 6,5 5,7 9,2 3,4 5,2 2,0 6,6 5,0 5,0 4,7 6,9 5,0 7,5 6,0 8,9 7,0 9,0 7,5 9,0 8,9 9,5 9,0 9,8 6,4 5,0 6,5 4,5 2,3 5,0 2,9 5,8 3,2 6,0 1,2 6,1 2,5 6,5 1,6 6,3 Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. Que conclusões podemos tirar a respeito dessas notas? Existe alguma relação entre as duas disciplinas? Um aluno que tira boas notas em Estatística e Pesquisa Imobiliária pode tirar boas notas na disciplina de matemática inanceira? CORRELAÇÃO E REGRESSÃO LINEAR E ESTATÍSTICA APLICADA AO MERCADO IMOBILIÁRIO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. VU N I D A D E146 Vamos calcular a correlação dessas variáveis por meio da Correlação Linear de Pearson. Para melhor utilizar a fórmula, vamos abrir colunas complementares na nossa tabela. Tabela: Correlação entre as disciplinas de Estatística e Pesquisa Imobiliária e Matemática Financeira ESTATÍSTICA E PESQUISA IMOBILIÁRIA (X) MATEMÁTICA FINANCEIRA (Y) XI .YI XI2 YI2 3,9 6,5 25,35 15,21 42,25 5,7 9,2 52,44 32,49 84,64 3,4 5,2 17,68 11,56 27,04 2,0 6,6 13,2 4 43,56 5,0 5,0 25 25 25 4,7 6,9 32,43 22,09 47,61 5,0 7,5 37,5 25 56,25 6,0 8,9 53,4 36 79,21 7,0 9,0 63 49 81 7,5 9,0 67,5 56,25 81 8,9 9,5 84,55 79,21 90,25 9,0 9,8 88,2 81 96,04 6,4 5,0 32 40,96 25 6,5 4,5 29,25 42,25 20,25 Correlação R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 147 ESTATÍSTICA E PESQUISA IMOBILIÁRIA (X) MATEMÁTICA FINANCEIRA (Y) XI .YI XI2 YI2 2,3 5,0 11,5 5,29 25 2,9 5,8 16,82 8,41 33,64 3,2 6,0 19,2 10,24 36 1,2 6,1 7,32 1,44 37,21 2,5 6,5 16,25 6,25 42,25 1,6 6,3 10,08 2,56 39,69 94,7 138,3 702,67 554,21 1012,89 Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. r = 702,67 – (94,7 * 138,3)/20 raiz [554,21 – ((94,7)2/20)] * [1012,89 – ((138,3)2 /20] r = 0,6182 Podemos chegar a uma conclusão a partir do valor de r=0,6182, que existe uma correlação entre os dados. Também, podemos representar a correlação pelo grá- ico de dispersão, apresentado na igura 08. Correlação R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 149 Podemos observar o uso da correlação em situações do nosso dia a dia, bem como sua importância. REGRESSÃO LINEAR Podemos dizer que a análise de regressão tem por objetivo descrever, por meio de um modelo matemático, a relação entre duas variáveis, partindo de n obser- vações delas (CRESPO, 2009). A variável sobre a qual desejamos fazer uma estimativa recebe o nome de variável dependente e a outra recebe o nome de variável independente. Assim, supondo X a variável independente e Y a dependente, vamos pro- curar determinar o ajustamento de uma reta à relação entre essas variáveis, ou seja, vamos obter uma função deinida por: Y = aX + b, Em que: a e b são parâmetros. Podemos concluir, pela forma do diagrama, que se trata de uma correlação retilínea, de modo a permitir o ajustamento de uma reta, imagem da função deinida por: Y = aX + b Precisamos dos valores de a e b, para isso, temos que utilizar as seguintes fórmulas: A correlação entre beber um copo de vinho por dia e a menor chance de infarto do miocárdio é outro bom exemplo na mesma linha. Estudos recen- tes mostram que essa menor chance não se deve ao vinho e ao álcool, mas sim ao beta-caroteno, corante contido na uva. Para a infelicidade de muitos, tomar suco de uva dá o mesmo resultado que beber vinho tinto. Fonte: adaptado de Mello (1998). CORRELAÇÃO E REGRESSÃO LINEAR E ESTATÍSTICA APLICADA AO MERCADO IMOBILIÁRIO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. VU N I D A D E150 Em que n é o número de observações. Então, vamos encontrar o valor da regressão linear, para o exemplo anterior: suponha que X seja a nota da disciplina de custos e Y a nota da disciplina de estatística. Essas variáveis foram observadas em 20 alunos do curso de Negócios Imobiliários no ano de 2014. Vamos calcular a regressão linear para esses dados. Tabela: Regressão Linear entre as disciplinas de Estatística e Pesquisa Imobiliária e Matemática Financeira X Y XI .YI XI2 3,9 6,5 25,35 15,21 5,7 9,2 52,44 32,49 3,4 5,2 17,68 11,56 2,0 6,6 13,2 4 5,0 5,0 25 25 4,7 6,9 32,43 22,09 5,0 7,5 37,5 25 6,0 8,9 53,4 36 Correlação R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 151 7,0 9,0 63 49 7,5 9,0 67,5 56,25 8,9 9,5 84,55 79,21 9,0 9,8 88,2 81 6,4 5,0 32 40,96 6,5 4,5 29,25 42,25 2,3 5,0 11,5 5,29 2,9 5,8 16,82 8,41 3,2 6,0 19,2 10,24 1,2 6,1 7,32 1,44 2,5 6,5 16,25 6,25 1,6 6,3 10,08 2,56 94,7 138,3 702,67 554,21 Fonte: dados ictícios – elaborados pelo autor. Para encontrarmos o valor de “Y”, precisamos, primeiro, calcular o valor de a e b, portanto: a = 20 * 702,67 – 94,7 * 138,3 = 0,452 20 * 554,21 – (94,7)2 b = 6.915 – 0,452 * 4.735 = 4,775 Assim: Y = aX + b Y = 0,452 x + 4,775 Representando no gráico de dispersão a reta ajustada, temos: A Aplicabilidade da Estatística na Pesquisa Imobiliária R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 153 A APLICABILIDADE DA ESTATÍSTICA NA PESQUISA IMOBILIÁRIA Agora, vamos falar do uso da estatística na pesquisa cientíica, bem como sua utilização para os gestores de negócios imobiliários. O USO DA ESTATÍSTICA NA PESQUISA CIENTÍFICA Não é de hoje que a coleta e a análise de informações ajudam nas tomadas de decisões. Desde a Antiguidade, a contagem da população ajudava a estimar os impostos e, também, o poderio militar dos povos. Vários setores industriais, bem como a indústria alimentícia, por exemplo, costumam contratar empresas especializadas para veriicar o grau de aceitação de determinado alimento. Para isso, são feitas perguntas para os pesquisados a respeito de tamanho, formato, cor, sabor e textura do alimento. Dependendo do resultado da pesquisa, a indústria analisa se deve ou não modiicar o seu produto, a im de obter uma clientela maior (OLIVEIRA; ALDROVANDI; CARNIEL, 2014). Portanto, podemos descrever a pesquisa estatística como um conjunto de metodologias cientíicas aplicadas na coleta dos dados, na análise e interpreta- ção e na apresentação da conclusão. Essas atividades estão sempre associadas a um planejamento, que tem por objetivo principal quantiicar e/ou qualiicar fenômenos coletivos para futuras tomadas de decisões. Por isso a importância dos dados estatísticos na tomada de decisão dentro de uma organização é primordial para que ela possa alcançar seus objetivos e metas, pois, a partir da coleta de dados, permite-se um levantamento das prio- ridades e geram oportunidades de crescimento, além de melhorias, que podem ser ocasionados por ações tomadas a partir do senso comum. Esses dados vão além de números e informações. De acordo com Ignácio (2010, p. 1): Hoje, a utilização daestatística está disseminada nas universidades, nas empresas privadas e públicas. Gráicos e tabelas são apresentados na exposição de resultados das empresas. Dados numéricos são usados CORRELAÇÃO E REGRESSÃO LINEAR E ESTATÍSTICA APLICADA AO MERCADO IMOBILIÁRIO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. VU N I D A D E154 para aprimorar e aumentar a produção. Censos demográicos auxiliam o governo a entender melhor sua população e a organizar seus gas- tos com saúde, educação, saneamento básico, infraestrutura etc. Com a velocidade da informação, a estatística passou a ser uma ferramenta essencial na produção e disseminação do conhecimento. O grau de im- portância atribuído à estatística é tão grande que praticamente todos os governos possuem organismos oiciais destinados à realização de estudos estatísticos. Além disso, a estatística é uma técnica que envolve todas as etapas de uma pes- quisa, desde planejamento, coordenação, levantamento de dados por meio de amostragem ou censo, aplicação de questionários, entrevistas e medições com a máxima quantidade de informação possível para um dado custo, a consistência, o processamento, a organização, a análise e a interpretação dos dados para expli- car fenômenos socioeconômicos, a inferência, o cálculo do nível de coniança e do erro existente na resposta para uma determinada variável e a disseminação das informações (IGNÁCIO, 2010). Segundo Andrade (2009), a utilidade da estatística se expressa no seu uso, uma vez que grande parte das hipóteses cientíicas, independente da área, pre- cisa passar por um estudo estatístico para ser aceita ou rejeitada, como é o caso do teste de novos medicamentos, dos ajustes de modelos de regressão, sobre a opinião popular de novos produtos etc. Por exemplo, na área médica, nenhum medicamento pode ser disponibilizado para o mercado se não tiver sua eicá- cia estatisticamente comprovada. O grande volume de informações produzidas pelo mundo moderno (pesquisas por amostragem, censos, internet, mercado inanceiro) precisa ser analisado adequadamente. Essas análises utilizam as mais variadas técnicas estatísticas. A rigor, onde houver incerteza essa ciência pode ser empregada. Desse modo, todas as áreas do conhecimento humano a reque- rem como instrumento de análise de dados. Nesse sentido, dentre essas tarefas, a estatística é responsável pelo planeja- mento de experimentos, interpretação dos dados obtidos por meio de pesquisas de campo e apresentação dos resultados de maneira a facilitar a tomada de deci- sões por parte do pesquisador/gestor. Instituições governamentais, nível federal, estadual e municipal, se deparam com questões que necessitam de análise estatística para tomarem suas decisões, como exemplos: qual a quantidade de recursos necessária para o inanciamento A Estatística Aplicada ao Mercado Imobiliário R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 155 da safra de cereal a ser produzida no próximo ano? O acusado é culpado ou ino- cente? O fumante passivo pode vir a desenvolver um câncer? Qual a localização exata de certo tumor cerebral? Pode determinado medicamento reduzir o risco de ataque cardíaco? A cotação do dólar deve aumentar na próxima semana? Qual será o preço do ouro no inal deste ano? O uso do cinto de segurança realmente protege o motorista em caso de acidente? As variações na produção industrial têm inluência no aumento ou redução dos preços? A introdução de uma nova tecnologia diminui o custo de fabricação de certo produto? Qual a forma mais justa de se cobrar determinado imposto? Qual a melhor estratégia de investi- mento a ser feita nas universidades públicas? Qual será o índice de custo de vida no próximo mês? (SOUZA, 2006). São informações, dados que podem ajudar na resposta de um determinado problema e ajudar na tomada de decisão sob condições de incerteza; utilizando- -se dessas informações, reduzem-se os riscos. Para o conhecimento do estudo das metodologias de avaliação de bens do mercado imobiliário, faz-se necessá- rio o entendimento do mercado imobiliário e de seu funcionamento, bem como compreender os mecanismos existentes e suas diferenças com outros mercados. A ESTATÍSTICA APLICADA AO MERCADO IMOBILIÁRIO Agora, vamos falar de como podemos utilizar a estatística no mercado imobiliário. MERCADO IMOBILIÁRIO De acordo com Baptistella (2005), o mercado pode ser deinido como o local onde são efetuadas transações comerciais, envolvendo troca de bens, tangíveis ou intangíveis, ou direitos sobre eles. Aqui, o termo mercado refere-se àquele de concorrência perfeita, contendo, em geral, as seguintes características: todos CORRELAÇÃO E REGRESSÃO LINEAR E ESTATÍSTICA APLICADA AO MERCADO IMOBILIÁRIO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. VU N I D A D E156 os que participam o fazem voluntariamente e tem conhecimento pleno das con- dições vigentes; nenhum participante sozinho é capaz de alterar as condições estabelecidas; cada transação é feita de maneira independente das demais. Assim, os principais fatores do mercado imobiliário são: a vida útil elevada, a singularidade, a sua localização e as interferências das leis municipais, esta- duais ou federais. Diferentemente de outros bens, em que as características não são muito dife- renciadas, os imóveis do mercado imobiliário são singulares; por mais semelhantes que sejam dois determinados imóveis, pelo menos uma de suas características serão diferentes, como localização ou posição, assim, não há no mercado imo- biliário um imóvel igual a outro. PERFIL DO CONSUMIDOR A estatística é bem utilizada para se traçar o peril do consumidor, seja de que ramo for. Para os estudiosos do comportamento do cliente, é importante enten- der que, se, por um lado, existe nas empresas uma visão imediatista quanto à obtenção do lucro, diretamente por meio das vendas, por outro lado, ao trabalhar de forma direcionada as ações de marketing, em última instância, consegue-se A Estatística Aplicada ao Mercado Imobiliário R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 157 atingir objetivos de curto prazo e, ainda, aumentar a propensão à lealdade do consumidor quanto à marca ou à organização e levar à recompra e à indicação. AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA A avaliação de imóveis, urbanos ou rurais, se faz presente na maioria dos negócios, pendências entre pessoas, empre- sas ou ambos. Geralmente, é necessário avaliar imóveis para a compra e a venda deles, na determinação do preço real de empresas, em atendimento à legislação, na parti- lha de heranças, divórcios, no lançamento de impostos, nas hipotecas imobiliárias, na demarcação de terras, nas indeni- zações, enim, em um número expressivo de ações inerentes aos relacionamentos humanos, em que o valor de um bem assume importância crucial (OLIVEIRA; ALDROVANDI; CARNIEL, 2014). Toda vez que uma empresa necessita de dinheiro emprestado para investi- mento em qualquer segmento com o intuito de aumentar os bens ou obter capital de giro, recorre a bancos de desenvolvimento, os quais atendem a essas solici- tações desde que o solicitante apresente garantias reais, isto é, tenha bens com valores iguais ou superiores ao valor do empréstimo. Entende-se por garantias reais: imóveis, máquinas e equipamentos, den- tre outros. Sendo assim, toda vez que se toma capital emprestado em bancos de desenvolvimento, há a necessidade de emissão de um laudo de avaliação do imó- vel, máquina ou equipamento, para que possam denotar garantias reais. Nesse trabalho, é estudado o caso de avaliação do valor de imóveis urbanos:casas, apar- tamentos e terrenos (MOTA, 2007). Assim, avaliar imóveis pode ser deinido como sequência de operações que procura como principal resultado a “formação de juízo” sobre o valor de um imóvel ou algum direito sobre ele. CORRELAÇÃO E REGRESSÃO LINEAR E ESTATÍSTICA APLICADA AO MERCADO IMOBILIÁRIO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. VU N I D A D E158 A IMPORTÂNCIA DA ESTATÍSTICA NAS TOMADAS DE DECISÃO DO GESTOR IMOBILIÁRIO Para todo e qualquer gestor imobiliário, faz-se necessária a utilização de um sistema automatizado de coleta de dados para compor a tomada de decisão e, a partir desta, recorrer às várias formas de processamento e análise de dados, facilitando o estudo e a interpretação para o processo decisório (OLIVEIRA; ANDROVANDI; CARNIEL, 2014). Inicialmente, a tomada de decisão é caracterizada por uma situação de pro- blema, em que é necessário veriicar as alternativas para a solução. Miglioli (2006) deine tomada de decisão como o ato de escolher uma opção dentre diversas alternativas, seguindo critérios previamente estabelecidos, de forma a obter uma solução que resolva ou não um dado problema. De acordo Zeleny (1994 apud GOMES; ALMEIDA, 2002), a tomada de decisão é um esforço para tentar solucionar problemas de objetivos conlitan- tes, cuja presença impede a existência da melhor solução e conduz a procura do melhor compromisso. Segundo Zeleny (1994 apud OLIVEIRA; ANDROVANDI; CARNIEL, 2014), a tomada de decisão é um esforço para tentar solucionar problemas de objetivos conlitantes, cuja presença impede a existência da melhor solução e conduz à pro- cura do melhor compromisso, pois, dentro das empresas, as decisões podem estar ligadas a uma oportunidade de ganhos e perdas. O fato de possuir dados estatísticos auxilia na tomada de decisão e, con- sequentemente, reduz os custos da organização, além de propiciar melhorias contínuas. Podemos observar que utilizamos a estatística para a pesquisa imobiliária e ela pode ser uma fer- ramenta útil para coleta de dados, tratamento de dados e tomada de decisões. CONSIDERAÇÕES FINAIS R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . 159 CONSIDERAÇÕES FINAIS Estudar o grau de relacionamento entre duas variáveis é de grande importância dentro das análises estatísticas. Para veriicar o grau de associação entre duas variáveis, há necessidade de conhecer os métodos estatísticos utilizados para tal procedimento. Vimos, nesta unidade, duas ferramentas importantes para estudar o grau de associação entre duas características numéricas: a correlação e a regressão. Entretanto, antes de conceituarmos correlação e regressão estatística, devemos saber por que usá-las. De forma mais simples, na estatística, estudam-se casos com 1 variável. No estudo de correlação e regressão, deve-se levar em conta 2 ou mais variáveis. Nesse estudo, o principal objetivo é investigar a existência ou não de relação entre essas variáveis, quantiicando a força dessa relação por meio da correlação, ou explicitando a forma dessa relação por meio da regressão. As correlações podem ser: positivas, quando o aumento de uma variável cor- responde ao aumento da outra; negativas, quando o aumento de uma variável corresponde à diminuição da outra; lineares, quando é possível ajustar uma reta, que podem ser fortes (quanto mais próximas da reta) ou fracas (quanto menos próximas da reta); ainda, não lineares, quando não é possível ajustar uma reta. Após estabelecida uma relação linear e uma boa correlação entre as variá- veis, deve-se, agora, determinar uma fórmula matemática para fazer predições de uma das variáveis por meio da outra; a essa técnica damos o nome de aná- lise de regressão. É importante entender que nem sempre duas variáveis estão de fato associa- das. Pode-se concluir que correlação e regressão linear são duas ferramentas de grande importância e aplicabilidade, dentro de várias áreas, inclusive, nas áreas ligadas a negócios e sua utilização depende do conhecimento do pesquisador. 1. Um estudo foi desenvolvido para veriicar o quanto o comprimento de um cabo da porta serial de microcomputadores inluencia na qualidade da transmissão de dados, medida pelo número de falhas em 10000 lotes de dados transmitidos (taxa de falha). Os resultados foram: COMPRIMENTO DO CABO (M) TAXA DE FALHA 8 2,2 8 2,1 9 3,0 9 2,9 10 44,1 10 4,5 11 6,2 11 5,9 12 9,8 12 8,7 13 12,5 13 13,1 14 19,3 14 17,4 15 28,2 Fonte: dados hipotéticos Desenvolva os exercícios a seguir: a. Demonstre e interprete o valor da correlação entre o comprimento do cabo e a taxa de falha. b. Demonstre o diagrama de dispersão entre os valores dos comprimentos dos cabos (x) e das taxas de falhas preditas ( ŷ ). 2. Uma pesquisa foi realizada para veriicar o efeito da área (m2) sobre o preço de terrenos na cidade de Mogimirim – SP. Considere a equação y = 20 + 0,5x para estimar os preços em função da área. Considerando terrenos com 200, 300 e 400 m2, estime o preço de cada terreno. 3. Discorra sobre a importância da estatística para a pesquisa cientíica. 161 O PERFIL DO CORRETOR DE IMÓVEIS MODERNO SAIBA QUAIS SÃO OS DIFERENCIAIS QUE VOCÊ PRECISA TER PARA SE DESTACAR Esta proissão que já foi um dia desvalorizada, é hoje considerada uma ótima escolha para jovens que iniciam suas carreiras, e um bom caminho para quem busca investir em um setor que cresce a cada ano. Sendo assim, a concorrência ica mais forte e exige uma atualização constante desses proissionais. Atualmente, os corretores estão mais preparados, e cada vez mais jovens. A participação feminina também tem crescido. Nos últimos 10 anos, o número de mulheres aumentou bastante. Hoje, elas representam 33% dos proissionais que atuam como corretores de imóveis. Cerca de metade destes proissionais têm nível superior, e mais de 50% têm curso de Técnico em Transações Imobiliárias (TTI) - o curso exigido para a concessão do registro proissional. Atualmente, corretores formados em Direito e em Administração predomi- nam na proissão. Portanto, para concorrer com os proissionais atuais, você deve estar atualizado e conec- tado: busque cursos de aperfeiçoamento, invista em conhecimento e tecnologia, tenha visão de negócio e conheça o mercado (é necessário um estudo contínuo). Os clientes estão cada vez mais exigentes. O que diferencia um corretor de outro é o atendimento personalizado e de alta qualidade. Você deve ser um proissional 360º, aquele que entende de diferentes assuntos, e que executa diferentes tarefas. Crie, inove, construa relações com seus clientes. Hoje, o trabalho do corretor não ica resumido somente na busca de imóveis e clien- tes. O conhecimento deste proissional deve ser mais amplo, e abranger campos mais complexos, como o da arquitetura, e até da psicanálise, a im de saber como lidar com a emoção das pessoas. É fundamental que o proissional tenha também conhecimentos sobre direito imobiliário, topograia, informática, matemática inanceira e técnicas de negociação e vendas. Fonte: Furegatti (online). MATERIAL COMPLEMENTAR Estatística Aplicada à Gestão Empresarial Adriano Leal Bruni Editora: Atlas Sinopse: Este livro trata dos conceitos estatísticos aplicados à tomada de decisões, de forma simples e sucinta. Mercado Imobiliário: Técnicas de Preciicação e Comercialização Luiz Paulo Fávero Editora: Fael Sinopse: Este livro é referência para quem faz avaliação de políticas de lançamento de imóveis. O autor faz uma análise do mercado competitivo, do impacto dos atributos e da diferenciação da preciicação e comercialização dos lançamentos residenciais. 163 Caro(a) aluno(a)! Este material foi feito para contribuir com seu processo de formação na área de ne- gócios imobiliários. Atualmente, as informaçõeschegam a nós de forma rápida e não podemos deixar de pensar o quanto a Pesquisa Imobiliária e a Estatística são ferramentas úteis para quem precisa tomar decisões. O mundo tem passado por inúmeras transformações e estas estão ocorrendo mundialmente devido à globa- lização, veriicando-se inovações tecnológicas, fazendo que tenhamos um mundo cada vez mais competitivo. Na primeira unidade, trabalhamos esses principais conceitos e a importância da pesquisa e da estatística nos negócios imobiliários, deinimos conceitos importan- tes e principais técnicas de amostragem. Na unidade II, foram discutidas formas de apresentação dos dados estatísticos, mais especiicamente, a estruturação e a interpretação de gráicos e tabelas. A unidade III tratou das medidas descritivas, mostrou como devemos calculá-las e onde devemos aplicá-las. Essas medidas representam, com um único valor, o con- junto de dados. Vimos as principais medidas de posição e as medidas de dispersão. Na unidade IV, trabalhamos com parte da teoria das probabilidades e algumas de suas principais distribuições. As probabilidades mostram as chances de eventos ocorrerem. Inicialmente, os cálculos são simples, entretanto, à medida que vamos nos aprofundando no conteúdo, percebemos que há necessidade e entendimento minucioso sobre o que está sendo mostrado para utilizar o cálculo adequado e, as- sim, obtermos as respectivas probabilidades sem erros. Finalizando, a unidade V tratou das medidas de associação, duas ferramentas im- portantes dentro da estatística: correlação e regressão linear, e falamos sobre alguns conceitos importantes da aplicabilidade da estatística nos negócios imobiliários. Finalizamos este material que foi feito com cuidado para contribuir com o seu cres- cimento proissional e pessoal. Grande abraço e bons estudos! Professora Me. Renata Cristina de Souza Chatalov CONCLUSÃO REFERÊNCIAS 165 A IMPORTÂNCIA dos indicadores no mercado imobiliário. Agente Imóvel. Dispo- nível em: <http://www.agenteimovel.com.br/noticias/2011/10/27/a-importancia- -dos-indicadores-no-mercado-imobiliario/>. Acesso em: 10 nov. 2015. AMORIM, R. Bolha imobiliária estourando? Onde? Ricam, 2013. Disponível em: <http://ricamconsultoria.com.br/news/artigos/palestra_mercado_imobiliario>. Acesso em: 20 out. 2015. ANÁLISE Qualitativa do Risco. Disponível em: <http://www.cin.ufpe.br/~if717/Pm- bok2000/pmbok_v2p/wsp_11.3.html>. Acesso em: 16 set. 2015. ANDRADE, A. Estatística é base para previsões meteorológicas. Diário do Nordeste. Disponível em: <http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/regional/ estatistica-e-base-para-previsoes-meteorologicas-1.622701>. Acesso em: 20 set. 2015. BAPTISTELLA, M. O uso de redes neurais e regressão linear múltipla na engenharia de avaliações: Determinação dos valores venais de imóveis urbanos. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Métodos Numéricos em Engenharia. Universidade Federal do paraná, Curitiba/PR, 2005. 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DOWNING, D.; CLARCK, J. Estatística aplicada. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. FONSECA, J. S.; MARTINS, G. de A. Curso de estatística. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 1996. FUREGATTI, E. O peril do Corretor de Imóveis Moderno. Universidade Gaia. Disponí- vel em: <http://www.universidadegaia.com.br/artigo/detalhe/o-peril-do-corretor- -de-im%C3%B3veis-moderno>. Acesso em: 20 set. 2015. REFERÊNCIAS R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. GOMES, I. M. Como elaborar uma pesquisa de mercado. Sebrae. Disponível em: <http://wp.ufpel.edu.br/mlaura/iles/2014/04/Como-elaborar-uma-pesquisa-de- -mercado.pdf>. Acesso em: 27 out. 2015. GOMES, L. F. A. M.; GOMES, C. F. S.; ALMEIDA, A. T. Tomada de Decisão Gerencial: Enfoque Multicritério. São Paulo: Atlas, 2002. GUEDES, T. A.; MARTINS, A. B. T.; LONARDAN, C. R.; JANEIRO, V. Projeto de Ensino: Aprender Fazendo Estatística. Disponível em: <www.des.uem.br>. Acesso em: 17 abr. 2015. IGNÁCIO, S. A. 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REFERÊNCIAS 167 R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . PAULO, T. G. Análise do possível estado especulativo no mercado imobiliário de Flo- rianópolis. 64 p. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Ciências Econô- micas). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008. Disponível em: <http://tcc.bu.ufsc.br/Economia292172>. Acesso em: 16 set. 2015. QIMÓVEIS. Disponível em: <http://www.qimoveis.com.br/blog/item-mercado-imo- biliario/dados-mercado-imobiliario/>. Acesso em : 21 out. 2015. ROCHADELLI, R.; MENDES, R. H.; VINICI, SCHNEIDER, A. V.; MENON, C.; AUGUSTIN, C. R. Modelagem do Peril da Gestão Fundiária dos Maciços Florestais na Região do Planalto Serrano Catarinense. FLORESTA, Curitiba, PR, v. 38, n. 1, jan./ mar. 2008. SILVA, E. M. da S. et. al. Estatística para os cursos de Economia, Administração e Ciências Contábeis. 2ª. ed. São Paulo: Atlas, 1999. SOUZA, L. G. 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População – conjunto de elementos que possuem alguma característica em comum. ■ Amostra – parte da população, devendo ser representativa dela. ■ Censo – levantamento de dados de toda uma população. ■ Estimação – obtenção de valores de uma amostra. ■ Variáveis – características tomadas em uma população ou amostra, por exemplo: sexo, idade, região de procedência, peso etc. 3. Amostra Casual Simples - é aquela em que todos os elementos da popula- ção têm igual probabilidade de pertencer à amostra. Pode ser obtida sorteando os elementos a partir da população de estudo. Amostra Sistemática - é uma forma simpliicada da amostragem casual sim- ples, podendo ser utilizada quando os elementos da população se apresentam ordenados, sendo a retirada dos elementos para compor a amostra feita com certa periodicidade. Amostra Estratiicada – é uma amostra em que a população é separada em grupos ou estratos e, dentro de cada estrato, os indivíduos são sorteados, devendo ser semelhantes entre si dentro de cada estrato. Amostra por Conglomerado – é uma amostra em que a população é dividida em diferentes conglomerados, extraindo-se uma amostra apenas dos conglome- rados selecionados, e não de toda a população. 4. Representar os dados por meio de gráicos e tabelas: os dados são apre- sentados de forma resumida, em que há uma visualização rápida e fácil deles para o público. Há um entendimento melhor dos dados, icando fácil de saber- mos o que está ocorrendo com os dados coletados. GABARITO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. 5. a) Funcionário da empresa, amostragem estratiicada. b) Senadores do Brasil, amostragem aleatória simples. c) Pessoas na ila de atendimento, amostragem sistemática. d) Peças fabricadas, amostragem sistemática. UNIDADE II 1. a) Automóvel. b) Barco. c) 50 pessoas. d) 180 pessoas. e) d) Cronológica. 3. Série Geográica. GABARITO 171 R ep ro d u çã o p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ó d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re ir o d e 19 98 . UNIDADE III a) =x 6,44 dias Mo = 6,48 Md = 6,5 b) s2 = 3,33 s = 1,82 c) CV = 28,26% 2. a) média = 5,1 Md = 5 Mo = 5 b) média = 11 Md = 9 Mo 7 3. Estatística, porque teve o C. V menor. UNIDADE IV 1. a) 0,53 + 0,35 = 0,88 ou 88% b) 0,0145 ou 1,45 % c) 0,53 ou 53%.... GABARITO R ep ro d u ção p ro ib id a. A rt. 184 d o C ó d ig o Pen al e Lei 9.610 d e 19 d e fevereiro d e 1998. 2. a) Ter resistência alta a arranhões 840/1000 b) Ter resistência baixa a arranhões 160/1000 c) Ser aprovado na avaliação das trilhas 800/1000 d) Ser reprovado na avaliação das trilhas 200/1000 e) Ter resistência alta ou ser aprovado P(A ∩ AP) = 1000 700800840 −+ = 940/1000 f) Ter resistência baixa ou ser reprovado P(B ∩ R) = 1000 6200160 −+ 0 = 300/1000 g) Ter resistência alta dado que seja reprovado P(A/R) = 140/200 h) Ter resistência baixa dado que seja aprovado 100/800 3. P (X) = !100 08 .71828,2 1008 0− =0,0039 ou 0,39% a) 0,4332 ou 43,32% b) 0,0668 c) 0,3413 + 0,4332 = 0,77 ou 77% d) 0,8413 ou 84,13% UNIDADE I CONCEITOS E IMPORTÂNCIA DA PESQUISA E DA ESTATÍSTICA EM NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS Introdução Histórico da Estatística Método Científico Fases do Meio Estatístico A Importância da Pesquisa Para o Mercado Imobiliário Variáveis População e Amostra Amostragem Definição do Número de Amostras Uso da Estatística Como Instrumento Para Elaboração de uma Pesquisa Considerações Finais UNIDADE II NOÇÕES BÁSICAS DE ESTATÍSTICA Introdução Tabelas Séries Estatísticas Gráficos Distribuição de Frequência Considerações Finais UNIDADE III MEDIDAS DESCRITIVAS ASSOCIADAS À VARIÁVEIS QUANTITATIVAS Introdução Medidas de Posição ou de Tendência Central Medidas de Dispersão Considerações Finais UNIDADE IV PROBABILIDADES E O MERCADO IMOBILIÁRIO Introdução 1 Noções Básicas de Probabilidades 2 Probabilidades Regras Gerais de Probabilidade 3 Distribuições de Probabilidades 4 Distribuições Discretas de Probabilidade 5 Distribuições De Probabilidades Contínuas Considerações Finais UNIDADE V CORRELAÇÃO E REGRESSÃO LINEAR E ESTATÍSTICA APLICADA AO MERCADO IMOBILIÁRIOS Introdução Correlação A Aplicabilidade da Estatística na Pesquisa Imobiliária a estatística aplicada ao mercado imobiliário CONSIDERAÇÕES FINAIS Referências GABARITO DAS ATIVIDADES DE AUTOESTUDO