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DIRETORIA DE PRODUÇÃO EDUCACIONAL PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIVERSOS FICHA TÉCNICA DO MATERIAL grancursosonline.com.br CÓDIGO: 1882023448 TIPO DE MATERIAL: Gran Vade Mecum NOME DO ÓRGÃO: SUS ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO: Agosto/2023 SUMÁRIO Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 ...........................5 Lei n. 8.080, de 19 de Setembro de 1990. ..........................................14 Decreto n. 7.508, de 28 de Junho de 2011 ..........................................49 Lei n. 8.142, de 28 de Dezembro de 1990 ...........................................62 Resolução n. 453, de 10 de Maio de 2012 ...........................................65 Portaria n. 2.436, de 21 de Setembro de 2017 ....................................76 Resolução Cofen 543/2017 ............................................................. 154 Olá, querido(a) aluno(a). Esse material foi feito com muito carinho e conhecimento para contribuir com a sua aprovação. A leitura da legislação seca é muito importante como etapa da preparação. As dúvidas sobre os artigos podem ser sanadas com as aulas em vídeo e em pdf dentro da nossa plataforma. É importante que você utilize sem moderação o Gran Questões para treinar cada norma que foi escolhida neste material, pois todas elas são muito cobradas em provas. Conte sempre conosco, Fernanda Barboza e Natale Souza GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 5 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 Vide Emenda Constitucional n. 91, de 2016 Vide Emenda Constitucional n. 106, de 2020 Vide Emenda Constitucional n. 107, de 2020 Emendas Constitucionais Emendas Constitucionais de Revisão Ato das Disposições Constitucionais Transitórias Atos decorrentes do disposto no § 3º do art. 5º ÍNDICE TEMÁTICO TÍTULO VIII DA ORDEM SOCIAL CAPÍTULO II DA SEGURIDADE SOCIAL SEÇÃO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: I – universalidade da cobertura e do atendimento; II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; III – seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; IV – irredutibilidade do valor dos benefícios; V – equidade na forma de participação no custeio; https://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/viwTodos/509f2321d97cd2d203256b280052245a?OpenDocument&Highlight=1,constitui%C3%A7%C3%A3o&AutoFramed https://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/viwTodos/509f2321d97cd2d203256b280052245a?OpenDocument&Highlight=1,constitui%C3%A7%C3%A3o&AutoFramed https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc91.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc106.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc107.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/quadro_emc.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/quadro_emc.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/ECR/quadro_ecr.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/ECR/quadro_ecr.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/ECR/quadro_ecr.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm#adct https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/quadro_DEC.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/indicetematico44.doc GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 6 VI – diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas contábeis específicas para cada área, as receitas e as despesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência social, preservado o caráter contri- butivo da previdência social; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019) VII – caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998) Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de for- ma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (Vide Emenda Constitucional n. 20, de 1998) I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na for- ma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998) a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou credi- tados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998) b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998) c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998) II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, poden- do ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão conce- didas pelo Regime Geral de Previdência Social; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019) III – sobre a receita de concursos de prognósticos. IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art194pvii https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art194pvii https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art12 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art195i https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art195i https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art195i https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art195i https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art195i https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 7 § 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destina- das à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integran- do o orçamento da União. § 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de for- ma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e as- sistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. § 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. (Vide Medida Provisória n. 526, de 2011) (Vide Lei n. 12.453, de 2011) (Vide Emenda constitucional n. 106, de 2020) § 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manuten- ção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. § 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. § 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigi-das após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, “b”. § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabeleci- das em lei. § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resul- tado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Mpv/526.htm#art5 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Mpv/526.htm#art5 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12453.htm#art5 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc106.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc106.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art195%C2%A78 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 8 § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas diferenciadas em razão da atividade econômica, da uti- lização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estru- tural do mercado de trabalho, sendo também autorizada a adoção de bases de cálculo diferenciadas apenas no caso das alíneas “b” e “c” do inciso I do caput. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019) § 10 A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema úni- co de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Fe- deral e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998) § 11 São vedados a moratória e o parcelamento em prazo superior a 60 (sessenta) meses e, na forma de lei complementar, a remissão e a anistia das contribuições sociais de que tratam a alínea “a” do inciso I e o inciso II do caput. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019) § 12 A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003) § 13 (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019) § 14 O segurado somente terá reconhecida como tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social a competência cuja contribuição seja igual ou superior à contribuição mínima mensal exigida para sua categoria, assegurado o agrupamento de contribuições. (Incluído pela Emenda Consti- tucional n. 103, de 2019) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 9 SEÇÃO II DA SAÚDE Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido median- te políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, caben- do ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fis- calização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede re- gionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: (Vide ADPF 672) I – descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II – atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III – participação da comunidade. § 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo único re- numerado para § 1º pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000) § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anu- almente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre: (Incluído pela Emenda Consti- tucional n. 29, de 2000) I – no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício fi- nanceiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por cento); (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 86, de 2015) http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADPF&documento=&s1=672&numProcesso=672 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc86.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc86.htm#art1 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 10 II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000) III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecada- ção dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000) § 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000) Regulamento I – os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 86, de 2015) II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde desti- nados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados desti- nados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000) III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saú- de nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000) IV – (revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 86, de 2015) § 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agen- tes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 51, de 2006) § 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das ati- vidades de agente comunitário desaúde e agente de combate às endemias, https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp141.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc86.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc86.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc86.htm#art5 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc86.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc51.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc51.htm#art1 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 11 competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira comple- mentar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 63, de 2010) Regulamento § 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 51, de 2006) § 7º O vencimento dos agentes comunitários de saúde e dos agentes de combate às endemias fica sob responsabilidade da União, e cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer, além de outros consectários e van- tagens, incentivos, auxílios, gratificações e indenizações, a fim de valorizar o tra- balho desses profissionais. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 120, de 2022) § 8º Os recursos destinados ao pagamento do vencimento dos agentes co- munitários de saúde e dos agentes de combate às endemias serão consigna- dos no orçamento geral da União com dotação própria e exclusiva. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 120, de 2022) § 9º O vencimento dos agentes comunitários de saúde e dos agentes de combate às endemias não será inferior a 2 (dois) salários mínimos, repas- sados pela União aos Municípios, aos Estados e ao Distrito Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 120, de 2022) § 10 Os agentes comunitários de saúde e os agentes de combate às ende- mias terão também, em razão dos riscos inerentes às funções desempenha- das, aposentadoria especial e, somado aos seus vencimentos, adicional de insalubridade. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 120, de 2022) § 11 Os recursos financeiros repassados pela União aos Estados, ao Dis- trito Federal e aos Municípios para pagamento do vencimento ou de qualquer outra vantagem dos agentes comunitários de saúde e dos agentes de comba- te às endemias não serão objeto de inclusão no cálculo para fins do limite de despesa com pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 120, de 2022) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc63.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc63.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11350.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc51.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc120.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc120.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc120.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc120.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc120.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc120.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc120.htm#art1 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 12 § 12 Lei federal instituirá pisos salariais profissionais nacionais para o en- fermeiro, o técnico de enfermagem, o auxiliar de enfermagem e a parteira, a serem observados por pessoas jurídicas de direito público e de direito priva- do. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 124, de 2022) § 13 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, até o final do exercício financeiro em que for publicada a lei de que trata o § 12 deste arti- go, adequarão a remuneração dos cargos ou dos respectivos planos de car- reiras, quando houver, de modo a atender aos pisos estabelecidos para cada categoria profissional. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 124, de 2022) § 14 Compete à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios e às enti- dades filantrópicas, bem como aos prestadores de serviços contratualizados que atendam, no mínimo, 60% (sessenta por cento) de seus pacientes pelo sistema único de saúde, para o cumprimento dos pisos salariais de que trata o § 12 deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 127, de 2022) § 15 Os recursos federais destinados aos pagamentos da assistência finan- ceira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios e às en- tidades filantrópicas, bem como aos prestadores de serviços contratualizados que atendam, no mínimo, 60% (sessenta por cento) de seus pacientes pelo sistema único de saúde, para o cumprimento dos pisos salariais de que trata o § 12 deste artigo serão consignados no orçamento geral da União com dotação própria e exclusiva. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 127, de 2022) Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. § 1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. § 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subven- ções às instituições privadas com fins lucrativos. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc124.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc124.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc127.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc127.htm#art1 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 13 § 3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. § 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a re- moção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: I – controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interes- se para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; II – executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; III – ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; IV – participar da formulação da política e da execução das ações de sa- neamento básico; V – incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação; (Redação dada pelaEmenda Constitucional n. 85, de 2015) VI – fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; VII – participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc85.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc85.htm#art1 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 14 LEI N. 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspon- dentes e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: DISPOSIÇÃO PRELIMINAR Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou privado. TÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Es- tado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. § 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e exe- cução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de do- enças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. § 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade. Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e ser- viços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País. http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei 8.080-1990?OpenDocument GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 15 Art. 3º Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País, tendo a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. (Redação dada pela Lei n. 12.864, de 2013) Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletivi- dade condições de bem-estar físico, mental e social. TÍTULO II DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DISPOSIÇÃO PRELIMINAR Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS). § 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas fede- rais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipa- mentos para saúde. § 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter complementar. CAPÍTULO I DOS OBJETIVOS E ATRIBUIÇÕES Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS: I – a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinan- tes da saúde; II – a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, a observância do disposto no § 1º do art. 2º desta lei; https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12864.htm GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 16 III – a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, pro- teção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assisten- ciais e das atividades preventivas. Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS): I – a execução de ações: a) de vigilância sanitária; b) de vigilância epidemiológica; c) de saúde do trabalhador; e c) de saúde do trabalhador; (Redação dada pela Lei n. 14.572, de 2023) d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica; e) de saúde bucal; (Incluída pela Lei n. 14.572, de 2023) II – a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico; III – a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde; IV – a vigilância nutricional e a orientação alimentar; V – a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho; VI – a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobio- lógicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção; VII – o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde; VIII – a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para con- sumo humano; IX – a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; X – o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico; XI – a formulação e execução da política de sangue e seus derivados. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Lei/L14572.htm#art4 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Lei/L14572.htm#art4 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 17 § 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sani- tários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I – o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se rela- cionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produ- ção ao consumo; e II – o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indi- retamente com a saúde. § 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mu- dança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. § 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores subme- tidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, abrangendo: I – assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho; II – participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos po- tenciais à saúde existentes no processo de trabalho; III – participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substân- cias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador; IV – avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 18 V – informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientaise exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética profissional; VI – participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas; VII – revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no pro- cesso de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades sin- dicais; e VIII – a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores. § 4º Entende-se por saúde bucal o conjunto articulado de ações, em todos os níveis de complexidade, que visem a garantir promoção, prevenção, recu- peração e reabilitação odontológica, individual e coletiva, inseridas no contex- to da integralidade da atenção à saúde. (Incluído pela Lei n. 14.572, de 2023) CAPÍTULO II DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados con- tratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constitui- ção Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios: I – universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência; II – integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema; https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Lei/L14572.htm#art4 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#cfart198 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#cfart198 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 19 III – preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral; IV – igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie; V – direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; VI – divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário; VII – utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática; VIII – participação da comunidade; IX – descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo: a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde; X – integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico; XI – conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e huma- nos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população; XII – capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assis- tência; e XIII – organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos. XIV – organização de atendimento público específico e especializado para mulheres e vítimas de violência doméstica em geral, que garanta, entre ou- tros, atendimento, acompanhamento psicológico e cirurgias plásticas repa- radoras, em conformidade com a Lei n. 12.845, de 1º de agosto de 2013. (Redação dada pela Lei n. 13.427, de 2017) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12845.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12845.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12845.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12845.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12845.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13427.htm#art2 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 20 CAPÍTULO III DA ORGANIZAÇÃO, DA DIREÇÃO E DA GESTÃO Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante participação complementar da iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente. Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o inciso I do art. 198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes órgãos: I – no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde; II – no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e III – no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente. Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver em conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes correspondam. § 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o princípio da direção única, e os respectivos atos constitutivos disporão sobre sua ob- servância. § 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), poderá organi- zar-se em distritos de forma a integrar e articular recursos, técnicas e práti- cas voltadas para a cobertura total das ações de saúde. Art. 11. (Vetado). Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional, subor- dinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por entidades representativas da sociedade civil. Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a finalidade de articular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja execução envolva áreas não compreendidas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#cfart198 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 21 Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes atividades: I – alimentação e nutrição; II – saneamento e meio ambiente; III – vigilância sanitária e farmacoepidemiologia; IV – recursos humanos; V – ciência e tecnologia; e VI – saúde do trabalhador. Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de integração entre os serviços de saúde e as instituições de ensino profissional e superior. Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por finalidade propor prioridades, métodos e estratégias para a formação e educação continuada dos recursos humanos do Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera corres- pondente, assim como em relação à pesquisa e à cooperação técnica entre essas instituições. Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são reco- nhecidas como foros de negociação e pactuação entre gestores, quanto aos aspectos operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS). (Incluído pela Lei n. 12.466, de 2011). Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores Bipartite e Tripar- tite terá por objetivo: (Incluído pela Lei n. 12.466, de 2011). I – decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão compartilhada do SUS, em conformidade com a definição da política consubstanciada em planos de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde; (Incluído pela Lei n. 12.466, de 2011). II – definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermunicipal, a res- peito da organização das redes de ações e serviços de saúde, principalmente no tocante à sua governança institucional e à integração das ações e serviços dos entes federados; (Incluído pela Lei n. 12.466, de 2011). https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12466.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12466.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12466.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12466.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12466.htm#art1 GRAN VADE MECUM – LegislaçãoConsolidada para o SUS 22 III – fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário, integra- ção de territórios, referência e contrarreferência e demais aspectos vincu- lados à integração das ações e serviços de saúde entre os entes federados. (Incluído pela Lei n. 12.466, de 2011). Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) são reco- nhecidos como entidades representativas dos entes estaduais e municipais para tratar de matérias referentes à saúde e declarados de utilidade pública e de relevante função social, na forma do regulamento. (Incluído pela Lei n. 12.466, de 2011). § 1º O Conass e o Conasems receberão recursos do orçamento geral da União por meio do Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar no custeio de suas despesas institucionais, podendo ainda celebrar convênios com a União. (In- cluído pela Lei n. 12.466, de 2011). § 2º Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) são re- conhecidos como entidades que representam os entes municipais, no âmbito estadual, para tratar de matérias referentes à saúde, desde que vinculados institucionalmente ao Conasems, na forma que dispuserem seus estatutos. (Incluído pela Lei n. 12.466, de 2011). CAPÍTULO IV DA COMPETÊNCIA E DAS ATRIBUIÇÕES Seção I Das Atribuições Comuns Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições: I – definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação e de fis- calização das ações e serviços de saúde; https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12466.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12466.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12466.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12466.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12466.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12466.htm GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 23 II – administração dos recursos orçamentários e financeiros destinados, em cada ano, à saúde; III – acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde da popu- lação e das condições ambientais; IV – organização e coordenação do sistema de informação de saúde; V – elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qua- lidade e parâmetros de custos que caracterizam a assistência à saúde; VI – elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qua- lidade para promoção da saúde do trabalhador; VII – participação de formulação da política e da execução das ações de sa- neamento básico e colaboração na proteção e recuperação do meio ambiente; VIII – elaboração e atualização periódica do plano de saúde; IX – participação na formulação e na execução da política de formação e desenvolvimento de recursos humanos para a saúde; X – elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de Saúde (SUS), de conformidade com o plano de saúde; XI – elaboração de normas para regular as atividades de serviços privados de saúde, tendo em vista a sua relevância pública; XII – realização de operações externas de natureza financeira de interesse da saúde, autorizadas pelo Senado Federal; XIII – para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitó- rias, decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização; (Vide ADIN 3454) XIV – implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados; XV – propor a celebração de convênios, acordos e protocolos internacio- nais relativos à saúde, saneamento e meio ambiente; XVI – elaborar normas técnico-científicas de promoção, proteção e recu- peração da saúde; https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2283117 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 24 XVII – promover articulação com os órgãos de fiscalização do exercício profissional e outras entidades representativas da sociedade civil para a defi- nição e controle dos padrões éticos para pesquisa, ações e serviços de saúde; XVIII – promover a articulação da política e dos planos de saúde; XIX – realizar pesquisas e estudos na área de saúde; XX – definir as instâncias e mecanismos de controle e fiscalização ineren- tes ao poder de polícia sanitária; XXI – fomentar, coordenar e executar programas e projetos estratégicos e de atendimento emergencial. Seção II Da Competência Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS) compete: Art. 16. À direção nacional do SUS compete: (Redação dada pela Lei n. 14.572, de 2023) I – formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição; II – participar na formulação e na implementação das políticas: a) de controle das agressões ao meio ambiente; b) de saneamento básico; e c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho; III – definir e coordenar os sistemas: a) de redes integradas de assistência de alta complexidade; b) de rede de laboratórios de saúde pública; c) de vigilância epidemiológica; e d) vigilância sanitária; IV – participar da definição de normas e mecanismos de controle, com ór- gão afins, de agravo sobre o meio ambiente ou dele decorrentes, que tenham repercussão na saúde humana; https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Lei/L14572.htm#art4 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Lei/L14572.htm#art4 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 25 V – participar da definição de normas, critérios e padrões para o controle das condições e dos ambientes de trabalho e coordenar a política de saúde do trabalhador; VI – coordenar e participar na execução das ações de vigilância epidemiológica; VII – estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos, ae- roportos e fronteiras, podendo a execução ser complementada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios; VIII – estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da qualidade sanitária de produtos, substâncias e serviços de consumo e uso humano; IX – promover articulação com os órgãos educacionais e de fiscalização do exercício profissional, bem como com entidades representativas de formação de recursos humanos na área de saúde; X – formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução da política nacional e produção de insumos e equipamentos para a saúde, em articulação com os demais órgãos governamentais; XI – identificar os serviços estaduais e municipais de referência nacional para o estabelecimento de padrões técnicos de assistência à saúde; XII – controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de inte- resse para a saúde; XIII – prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Fe- deral e aos Municípios para o aperfeiçoamento da sua atuação institucional; XIV – elaborar normas para regular as relações entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços privados contratados de assistência à saúde; XV – promover a descentralização para as Unidades Federadas e para os Municípios, dos serviços e ações de saúde, respectivamente, de abrangência estadual e municipal; XVI – normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacional de San- gue, Componentes e Derivados; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 26 XVII – acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde, respeitadas as competências estaduais e municipais; XVIII – elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito do SUS, em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal; XIX – estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a avalia- ção técnica e financeira do SUS em todoo Território Nacional em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal. (Vide Decreto n. 1.651, de 1995) XX – definir as diretrizes e as normas para a estruturação física e organi- zacional dos serviços de saúde bucal. (Incluído pela Lei n. 14.572, de 2023) Parágrafo único. A União poderá executar ações de vigilância epidemioló- gica e sanitária em circunstâncias especiais, como na ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam escapar do controle da direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que representem risco de disseminação nacional. § 1º A União poderá executar ações de vigilância epidemiológica e sanitá- ria em circunstâncias especiais, como na ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam escapar do controle da direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que representem risco de disseminação nacional. (Renu- merado do parágrafo único pela Lei n. 14.141, de 2021) § 2º Em situações epidemiológicas que caracterizem emergência em saú- de pública, poderá ser adotado procedimento simplificado para a remessa de patrimônio genético ao exterior, na forma do regulamento. (Incluído pela Lei n. 14.141, de 2021) § 3º Os benefícios resultantes da exploração econômica de produto acaba- do ou material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético de que trata o § 2º deste artigo serão repartidos nos termos da Lei n. 13.123, de 20 de maio de 2015. (Incluído pela Lei n. 14.141, de 2021) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1995/D1651.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1995/D1651.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Lei/L14572.htm#art4 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14141.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14141.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14141.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14141.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13123.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13123.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14141.htm#art1 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 27 Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete: I – promover a descentralização para os Municípios dos serviços e das ações de saúde;. II – acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema Único de Saúde (SUS); III – prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar supleti- vamente ações e serviços de saúde; IV – coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços: a) de vigilância epidemiológica; b) de vigilância sanitária; c) de alimentação e nutrição; e c) de alimentação e nutrição; (Redação dada pela Lei n. 14.572, de 2023) d) de saúde do trabalhador; e) de saúde bucal; (Incluída pela Lei n. 14.572, de 2023) V – participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agravos do meio ambiente que tenham repercussão na saúde humana; VI – participar da formulação da política e da execução de ações de sane- amento básico; VII – participar das ações de controle e avaliação das condições e dos am- bientes de trabalho; VIII – em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar e avaliar a política de insumos e equipamentos para a saúde; IX – identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir siste- mas públicos de alta complexidade, de referência estadual e regional; X – coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e hemocen- tros, e gerir as unidades que permaneçam em sua organização administrativa; XI – estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e ava- liação das ações e serviços de saúde; https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Lei/L14572.htm#art4 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Lei/L14572.htm#art4 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 28 XII – formular normas e estabelecer padrões, em caráter suplementar, de procedimentos de controle de qualidade para produtos e substâncias de consumo humano; XIII – colaborar com a União na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; XIV – o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos indicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da unidade federada. Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete: Art. 18. À direção municipal do SUS compete: (Redação dada pela Lei n. 14.572, de 2023) I – planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e executar os serviços públicos de saúde; II – participar do planejamento, programação e organização da rede re- gionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde (SUS), em articulação com sua direção estadual; III – participar da execução, controle e avaliação das ações referentes às condições e aos ambientes de trabalho; IV – executar serviços: a) de vigilância epidemiológica; b) vigilância sanitária; c) de alimentação e nutrição; d) de saneamento básico; e d) de saneamento básico; (Redação dada pela Lei n. 14.572, de 2023) e) de saúde do trabalhador; f) de saúde bucal; (Incluída pela Lei n. 14.572, de 2023) V – dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equipa- mentos para a saúde; VI – colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que te- nham repercussão sobre a saúde humana e atuar, junto aos órgãos munici- pais, estaduais e federais competentes, para controlá-las; https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Lei/L14572.htm#art4 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Lei/L14572.htm#art4 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Lei/L14572.htm#art4 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Lei/L14572.htm#art4 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 29 VII – formar consórcios administrativos intermunicipais; VIII – gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros; IX – colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância sanitá- ria de portos, aeroportos e fronteiras; X – observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contratos e con- vênios com entidades prestadoras de serviços privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua execução; XI – controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de saúde; XII – normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de saú- de no seu âmbito de atuação. Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas aos Es- tados e aos Municípios. CAPÍTULO V DO SUBSISTEMA DE ATENÇÃO À SAÚDE INDÍGENA (INCLUÍDO PELA LEI N. 9.836, DE 1999) Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o atendimento das populações indígenas, em todo o território nacional, coletiva ou individual- mente, obedecerão ao disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei n. 9.836, de 1999) Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, componente do Sistema Único de Saúde – SUS, criado e definido por esta Lei, e pela Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990, com o qual funcionará em perfeita integração. (Incluído pela Lei n. 9.836, de 1999) Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o Sub- sistema de Atenção à Saúde Indígena. (Incluído pela Lei n. 9.836, de 1999) Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema instituído por esta Lei com os órgãos responsáveis pela Política Indígena do País. (Incluído pela Lei n. 9.836, de 1999) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9836.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9836.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8142.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8142.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9836.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9836.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9836.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9836.htm#art1GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 30 Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições governamentais e não governamentais poderão atuar complementarmente no custeio e execu- ção das ações. (Incluído pela Lei n. 9.836, de 1999) § 1º A União instituirá mecanismo de financiamento específico para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, sempre que houver necessidade de atenção secundária e terciária fora dos territórios indígenas. (Incluído pela Lei n. 14.021, de 2020) § 2º Em situações emergenciais e de calamidade pública: (Incluído pela Lei n. 14.021, de 2020) I – a União deverá assegurar aporte adicional de recursos não previstos nos planos de saúde dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis) ao Sub- sistema de Atenção à Saúde Indígena; (Incluído pela Lei n. 14.021, de 2020) II – deverá ser garantida a inclusão dos povos indígenas nos planos emer- genciais para atendimento dos pacientes graves das Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde, explicitados os fluxos e as referências para o atendimen- to em tempo oportuno. (Incluído pela Lei n. 14.021, de 2020) Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consideração a realidade local e as especificidades da cultura dos povos indígenas e o modelo a ser ado- tado para a atenção à saúde indígena, que se deve pautar por uma abordagem diferenciada e global, contemplando os aspectos de assistência à saúde, sanea- mento básico, nutrição, habitação, meio ambiente, demarcação de terras, edu- cação sanitária e integração institucional. (Incluído pela Lei n. 9.836, de 1999) Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá ser, como o SUS, descentralizado, hierarquizado e regionalizado. (Incluído pela Lei n. 9.836, de 1999) § 1º O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá como base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas. (Incluído pela Lei n. 9.836, de 1999) § 1º-A. A rede do SUS deverá obrigatoriamente fazer o registro e a no- tificação da declaração de raça ou cor, garantindo a identificação de todos os indígenas atendidos nos sistemas públicos de saúde. (Incluído pela Lei n. 14.021, de 2020) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9836.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14021.htm#art18.0 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14021.htm#art18.0 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14021.htm#art18.0 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14021.htm#art18.0 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14021.htm#art18.0 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14021.htm#art18.0 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9836.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9836.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9836.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9836.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14021.htm#art18.0 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14021.htm#art18.0 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 31 § 1º-B. A União deverá integrar os sistemas de informação da rede do SUS com os dados do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. (Incluído pela Lei n. 14.021, de 2020) § 2º O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, devendo, para isso, ocorrer adaptações na estrutura e or- ganização do SUS nas regiões onde residem as populações indígenas, para propiciar essa integração e o atendimento necessário em todos os níveis, sem discriminações. (Incluído pela Lei n. 9.836, de 1999) § 3º As populações indígenas devem ter acesso garantido ao SUS, em âmbito local, regional e de centros especializados, de acordo com suas neces- sidades, compreendendo a atenção primária, secundária e terciária à saúde. (Incluído pela Lei n. 9.836, de 1999) Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a participar dos organis- mos colegiados de formulação, acompanhamento e avaliação das políticas de saúde, tais como o Conselho Nacional de Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, quando for o caso. (Incluído pela Lei n. 9.836, de 1999) CAPÍTULO VI DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO DOMICILIAR (INCLUÍDO PELA LEI N. 10.424, DE 2002) Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o atendimento domiciliar e a internação domiciliar. (Incluído pela Lei n. 10.424, de 2002) § 1º Na modalidade de assistência de atendimento e internação domicilia- res incluem-se, principalmente, os procedimentos médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos, psicológicos e de assistência social, entre outros necessá- rios ao cuidado integral dos pacientes em seu domicílio. (Incluído pela Lei n. 10.424, de 2002) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14021.htm#art18.0 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14021.htm#art18.0 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9836.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9836.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10424.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10424.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10424.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10424.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10424.htm#art1 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 32 § 2º O atendimento e a internação domiciliares serão realizados por equi- pes multidisciplinares que atuarão nos níveis da medicina preventiva, tera- pêutica e reabilitadora. (Incluído pela Lei n. 10.424, de 2002) § 3º O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser realizados por indicação médica, com expressa concordância do paciente e de sua famí- lia. (Incluído pela Lei n. 10.424, de 2002) CAPÍTULO VII DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO (INCLUÍDO PELA LEI N. 11.108, DE 2005) Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato. (Incluído pela Lei n. 11.108, de 2005) § 1º O acompanhante de que trata o caput deste artigo será indicado pela parturiente. (Incluído pela Lei n. 11.108, de 2005) § 2º As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos direitos de que trata este artigo constarão do regulamento da lei, a ser elaborado pelo órgão competente do Poder Executivo. (Incluído pela Lei n. 11.108, de 2005) § 3º Ficam os hospitais de todo o País obrigados a manter, em local visível de suas dependências, aviso informando sobre o direito estabelecido no caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.895, de 2013) Art. 19-L. (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.108, de 2005) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10424.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10424.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11108.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11108.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11108.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11108.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12895.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Msg/Vep/VEP-0198-05.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11108.htm#art1 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 33 CAPÍTULO VIII (INCLUÍDO PELA LEI N. 12.401, DE 2011) DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIA EM SAÚDE” Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se refere a alínea d do inciso I do art. 6º consiste em: (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011) I – dispensação de medicamentose produtos de interesse para a saúde, cuja prescrição esteja em conformidade com as diretrizes terapêuticas defini- das em protocolo clínico para a doença ou o agravo à saúde a ser tratado ou, na falta do protocolo, em conformidade com o disposto no art. 19-P; (Inclu- ído pela Lei n. 12.401, de 2011) II – oferta de procedimentos terapêuticos, em regime domiciliar, ambu- latorial e hospitalar, constantes de tabelas elaboradas pelo gestor federal do Sistema Único de Saúde - SUS, realizados no território nacional por serviço próprio, conveniado ou contratado. Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são adotadas as se- guintes definições: (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011) I – produtos de interesse para a saúde: órteses, próteses, bolsas coletoras e equipamentos médicos; (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011) II – protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento que estabelece critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem segui- dos pelos gestores do SUS. (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011) Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas deverão es- tabelecer os medicamentos ou produtos necessários nas diferentes fases evo- lutivas da doença ou do agravo à saúde de que tratam, bem como aqueles indicados em casos de perda de eficácia e de surgimento de intolerância ou reação adversa relevante, provocadas pelo medicamento, produto ou proce- dimento de primeira escolha. (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 34 Parágrafo único. Em qualquer caso, os medicamentos ou produtos de que trata o caput deste artigo serão aqueles avaliados quanto à sua eficácia, se- gurança, efetividade e custo-efetividade para as diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que trata o protocolo. (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011) Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, a dis- pensação será realizada: (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011) I – com base nas relações de medicamentos instituídas pelo gestor federal do SUS, observadas as competências estabelecidas nesta Lei, e a responsabi- lidade pelo fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores Tripartite; (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011) II – no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de forma suplementar, com base nas relações de medicamentos instituídas pelos gestores estaduais do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores Bipartite; (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011) III – no âmbito de cada Município, de forma suplementar, com base nas relações de medicamentos instituídas pelos gestores municipais do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada no Conselho Municipal de Saúde. (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011) Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo SUS de novos medicamentos, produtos e procedimentos, bem como a constituição ou a alteração de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, são atribuições do Ministério da Saúde, assessorado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS. (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011) § 1º A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS, cuja composição e regimento são definidos em regulamento, contará com a parti- cipação de 1 (um) representante indicado pelo Conselho Nacional de Saúde e de 1 (um) representante, especialista na área, indicado pelo Conselho Federal de Medicina. (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 35 § 2º O relatório da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS levará em consideração, necessariamente: (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011) I – as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a efetividade e a segurança do medicamento, produto ou procedimento objeto do processo, acatadas pelo órgão competente para o registro ou a autorização de uso; (In- cluído pela Lei n. 12.401, de 2011) II – a avaliação econômica comparativa dos benefícios e dos custos em relação às tecnologias já incorporadas, inclusive no que se refere aos atendi- mentos domiciliar, ambulatorial ou hospitalar, quando cabível. (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011) § 3º As metodologias empregadas na avaliação econômica a que se refere o inciso II do § 2º deste artigo serão dispostas em regulamento e amplamen- te divulgadas, inclusive em relação aos indicadores e parâmetros de custo-e- fetividade utilizados em combinação com outros critérios. (Incluído pela Lei n. 14.313, de 2022) Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração a que se refere o art. 19-Q serão efetuadas mediante a instauração de processo administrativo, a ser concluído em prazo não superior a 180 (cento e oitenta) dias, contado da data em que foi protocolado o pedido, admitida a sua prorrogação por 90 (noventa) dias corridos, quando as circunstâncias exigirem. (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011) § 1º O processo de que trata o caput deste artigo observará, no que cou- ber, o disposto na Lei n. 9.784, de 29 de janeiro de 1999, e as seguintes de- terminações especiais: (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011) I – apresentação pelo interessado dos documentos e, se cabível, das amostras de produtos, na forma do regulamento, com informações necessá- rias para o atendimento do disposto no § 2º do art. 19-Q; (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011) II – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14313.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14313.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Msg/VEP-113.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 36 III – realização de consulta pública que inclua a divulgação do parecer emitido pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS; (In- cluído pela Lei n. 12.401, de 2011) IV – realização de audiência pública, antes da tomada de decisão, se a re- levância da matéria justificar o evento. (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011) V – distribuição aleatória, respeitadas a especialização e a competência téc- nica requeridas para a análise da matéria; (Incluído pela Lei n. 14.313, de 2022) VI – publicidade dos atos processuais. (Incluído pela Lei n. 14.313, de 2022) § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011) Art. 19-S. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011) Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão do SUS: (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011) I – o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de medicamento, pro- duto e procedimento clínico ou cirúrgico experimental, ou de uso não autori- zado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA; (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011) II – a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de me- dicamento e produto, nacional ou importado, sem registro na Anvisa. (Inclu- ído pela Lei n. 12.401, de 2011) Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste artigo: (Incluído pela Lei n. 14.313, de 2022) I – medicamento e produto em que a indicação de uso seja distinta daque- la aprovada no registro na Anvisa, desde que seu uso tenha sido recomenda- do pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), demonstradas as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a efetividade e a segurança, e esteja padronizado em protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde; (Incluído pela Lei n. 14.313, de 2022) II – medicamento e produto recomendados pela Conitec e adquiridos por intermédio de organismos multilaterais internacionais, para uso em progra- mas de saúde pública do Ministério da Saúde e suas entidades vinculadas, nos termos do § 5º do art. 8º da Lei n. 9.782, de 26 de janeiro de 1999. (In- cluído pela Lei n. 14.313, de 2022) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14313.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14313.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Msg/VEP-113.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Msg/VEP-113.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14313.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14313.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14313.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9782.htm#art8%C2%A75 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14313.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14313.htm#art1 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 37 Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo fornecimento de medica- mentos, produtos de interesse para a saúde ou procedimentos de que trata este Capítulo será pactuada na Comissão Intergestores Tripartite. (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011) TÍTULO III DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙDE CAPÍTULO I DO FUNCIONAMENTO Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde caracterizam-se pela atuação, por iniciativa própria, de profissionais liberais, legalmente habilita- dos, e de pessoas jurídicas de direito privado na promoção, proteção e recu- peração da saúde. Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência à saúde, serão observados os princípios éticos e as normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às condições para seu funcionamento. Art. 23. É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou de capitais estrangeiros na assistência à saúde, salvo através de doações de organismos internacionais vinculados à Organização das Nações Unidas, de entidades de cooperação técnica e de financiamento e empréstimos. § 1º Em qualquer caso é obrigatória a autorização do órgão de direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), submetendo-se a seu controle as atividades que forem desenvolvidas e os instrumentos que forem firmados. § 2º Excetuam-se do disposto neste artigo os serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por empresas, para atendimento de seus emprega- dos e dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12401.htm#art1 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 38 Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta, inclusive controle, de empresas ou de capital estrangeiro na assistência à saúde nos seguintes casos: (Redação dada pela Lei n. 13.097, de 2015) I – doações de organismos internacionais vinculados à Organização das Nações Unidas, de entidades de cooperação técnica e de financiamento e em- préstimos; (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015) II – pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar ou explorar: (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015) a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital especializado, policlínica, clínica geral e clínica especializada; e (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015) b) ações e pesquisas de planejamento familiar; (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015) III – serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por empresas, para atendimento de seus empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social; e (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015) IV – demais casos previstos em legislação específica. (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015) CAPÍTULO II DA PARTICIPAÇÃO COMPLEMENTAR Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garan- tir a cobertura assistencial à população de uma determinada área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada. Parágrafo único. A participação complementar dos serviços privados será formalizada mediante contrato ou convênio, observadas, a respeito, as nor- mas de direito público. Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência para participar do Sistema Único de Saúde (SUS). https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm#art142 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm#art142 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm#art142 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm#art142 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm#art142 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm#art142https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm#art142 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm#art142 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm#art142 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 39 Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços e os parâ- metros de cobertura assistencial serão estabelecidos pela direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), aprovados no Conselho Nacional de Saúde. § 1º Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e de pagamento da remuneração aludida neste artigo, a direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá fundamentar seu ato em demonstrativo econômico-finan- ceiro que garanta a efetiva qualidade de execução dos serviços contratados. § 2º Os serviços contratados submeter-se-ão às normas técnicas e ad- ministrativas e aos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio econômico e financeiro do contrato. § 3º (Vetado). § 4º Aos proprietários, administradores e dirigentes de entidades ou ser- viços contratados é vedado exercer cargo de chefia ou função de confiança no Sistema Único de Saúde (SUS). TÍTULO III-A (INCLUÍDO PELA LEI N. 14.510, DE 2022) DA TELESSAÚDE Art. 26-A. A telessaúde abrange a prestação remota de serviços relacio- nados a todas as profissões da área da saúde regulamentadas pelos órgãos competentes do Poder Executivo federal e obedecerá aos seguintes princí- pios: (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022) I – autonomia do profissional de saúde; (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022) II – consentimento livre e informado do paciente; III – direito de recusa ao atendimento na modalidade telessaúde, com a garantia do atendimento presencial sempre que solicitado; (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022) IV – dignidade e valorização do profissional de saúde; (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm#art2 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm#art2 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm#art2 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm#art2 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm#art2 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 40 V – assistência segura e com qualidade ao paciente; (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022) VI – confidencialidade dos dados; (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022) VII – promoção da universalização do acesso dos brasileiros às ações e aos serviços de saúde; (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022) VIII – estrita observância das atribuições legais de cada profissão; (Inclu- ído pela Lei n. 14.510, de 2022) IX – responsabilidade digital. (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022) Art. 26-B. Para fins desta Lei, considera-se telessaúde a modalidade de prestação de serviços de saúde a distância, por meio da utilização das tecnolo- gias da informação e da comunicação, que envolve, entre outros, a transmis- são segura de dados e informações de saúde, por meio de textos, de sons, de imagens ou outras formas adequadas. (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022) Parágrafo único. Os atos do profissional de saúde, quando praticados na modalidade telessaúde, terão validade em todo o território nacional. (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022) Art. 26-C. Ao profissional de saúde são asseguradas a liberdade e a com- pleta independência de decidir sobre a utilização ou não da telessaúde, inclu- sive com relação à primeira consulta, atendimento ou procedimento, e poderá indicar a utilização de atendimento presencial ou optar por ele, sempre que entender necessário. (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022) Art. 26-D. Compete aos conselhos federais de fiscalização do exercício profissional a normatização ética relativa à prestação dos serviços previstos neste Título, aplicando-se os padrões normativos adotados para as modalida- des de atendimento presencial, no que não colidirem com os preceitos desta Lei. (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022) Art. 26-E. Na prestação de serviços por telessaúde, serão observadas as normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às condições para seu funcionamento, observada a competência dos demais órgãos reguladores. (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm#art2 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm#art2 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm#art2 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm#art2 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm#art2 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm#art2 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm#art2 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm#art2 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm#art2 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm#art2 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm#art2 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm#art2 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm#art2 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 41 Art. 26-F. O ato normativo que pretenda restringir a prestação de serviço de telessaúde deverá demonstrar a imprescindibilidade da medida para que sejam evitados danos à saúde dos pacientes. (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022) Art. 26-G. A prática da telessaúde deve seguir as seguintes determina- ções: (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022) I – ser realizada por consentimento livre e esclarecido do paciente, ou de seu representante legal, e sob responsabilidade do profissional de saúde; (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022) II – prestar obediência aos ditames das Leis n.s 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil da Internet), 12.842, de 10 de julho de 2013 (Lei do Ato Médico), 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados), 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor) e, nas hipóteses cabíveis, aos ditames da Lei n. 13.787, de 27 de dezembro de 2018 (Lei do Prontuário Eletrônico). (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022) Art. 26-H. É dispensada a inscrição secundária ou complementar do pro- fissional de saúde que exercer a profissão em outra jurisdição exclusivamente por meio da modalidade telessaúde. (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022) TÍTULO IV DOS RECURSOS HUMANOS Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde será formali- zada e executada, articuladamente, pelas diferentes esferas de governo, em cumprimento dos seguintes objetivos: I – organização de um sistema de formação de recursos humanos em to- dos os níveis de ensino, inclusive de pós-graduação, além da elaboração de programas de permanente aperfeiçoamento de pessoal; II – (Vetado) III – (Vetado) IV – valorização da dedicação exclusiva aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm#art2 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm#art2 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm#art2 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12965.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12965.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12842.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13709.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13787.htmhttps://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm#art2 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14510.htm#art2 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 42 Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o Sistema Único de Saúde (SUS) constituem campo de prática para ensino e pesquisa, mediante normas específicas, elaboradas conjuntamente com o sistema educacional. Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e assessoramento, no âm- bito do Sistema Único de Saúde (SUS), só poderão ser exercidas em regime de tempo integral. § 1º Os servidores que legalmente acumulam dois cargos ou empregos poderão exercer suas atividades em mais de um estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). § 2º O disposto no parágrafo anterior aplica-se também aos servidores em regime de tempo integral, com exceção dos ocupantes de cargos ou função de chefia, direção ou assessoramento. Art. 29. (Vetado). Art. 30. As especializações na forma de treinamento em serviço sob su- pervisão serão regulamentadas por Comissão Nacional, instituída de acordo com o art. 12 desta Lei, garantida a participação das entidades profissionais correspondentes. TÍTULO V DO FINANCIAMENTO CAPÍTULO I DOS RECURSOS Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com a receita estimada, os recursos necessários à realização de suas finalidades, previstos em proposta elaborada pela sua direção nacional, com a participação dos órgãos da Previdência Social e da Assistência Social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 43 Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos provenientes de: I – (Vetado) II – Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da assistência à saúde; III – ajuda, contribuições, doações e donativos; IV – alienações patrimoniais e rendimentos de capital; V – taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); e VI – rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais. § 1º Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade da receita de que trata o inciso I deste artigo, apurada mensalmente, a qual será destinada à recuperação de viciados. § 2º As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) serão creditadas diretamente em contas especiais, movimentadas pela sua direção, na esfera de poder onde forem arrecadadas. § 3º As ações de saneamento que venham a ser executadas supletiva- mente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), serão financiadas por recursos tarifários específicos e outros da União, Estados, Distrito Federal, Municípios e, em particular, do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). § 4º (Vetado). § 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológi- co em saúde serão cofinanciadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pelas universidades e pelo orçamento fiscal, além de recursos de instituições de fomento e financiamento ou de origem externa e receita própria das institui- ções executoras. § 6º (Vetado). GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 44 CAPÍTULO II DA GESTÃO FINANCEIRA Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) serão depositados em conta especial, em cada esfera de sua atuação, e movimen- tados sob fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde. § 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários do Orçamento da Seguridade Social, de outros Orçamentos da União, além de outras fontes, serão administrados pelo Ministério da Saúde, através do Fundo Nacional de Saúde. § 2º (Vetado). § 3º (Vetado). § 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu sistema de au- ditoria, a conformidade à programação aprovada da aplicação dos recursos repassados a Estados e Municípios. Constatada a malversação, desvio ou não aplicação dos recursos, caberá ao Ministério da Saúde aplicar as medidas previstas em lei. Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da receita efetiva- mente arrecadada transferirão automaticamente ao Fundo Nacional de Saú- de (FNS), observado o critério do parágrafo único deste artigo, os recursos financeiros correspondentes às dotações consignadas no Orçamento da Se- guridade Social, a projetos e atividades a serem executados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financeiros da Seguridade Social será observada a mesma proporção da despesa prevista de cada área, no Orçamento da Seguridade Social. Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transferidos a Esta- dos, Distrito Federal e Municípios, será utilizada a combinação dos seguintes critérios, segundo análise técnica de programas e projetos: I – perfil demográfico da região; II – perfil epidemiológico da população a ser coberta; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 45 III – características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na área; IV – desempenho técnico, econômico e financeiro no período anterior; V – níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais e municipais; VI – previsão do plano quinquenal de investimentos da rede; VII – ressarcimento do atendimento a serviços prestados para outras es- feras de governo. § 1º Metade dos recursos destinados a Estados e Municípios será distribu- ída segundo o quociente de sua divisão pelo número de habitantes, indepen- dentemente de qualquer procedimento prévio. (Revogado pela Lei Comple- mentar n. 141, de 2012) (Vide Lei n. 8.142, de 1990) § 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notório processo de migração, os critérios demográficos mencionados nesta lei serão ponderados por outros indicadores de crescimento populacional, em especial o número de eleitores registrados. § 3º (Vetado). § 4º (Vetado). § 5º (Vetado). § 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a atuação dos órgãos de controle interno e externo e nem a aplicação de penalidades previstas em lei, em caso de irregularidades verificadas na gestão dos recursos transferidos. CAPÍTULO III DO PLANEJAMENTO E DO ORÇAMENTO Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS) será ascendente, do nível local até o federal, ouvidos seus ór- gãos deliberativos, compatibilizando-se as necessidades da política de saúde com a disponibilidade de recursos em planos de saúde dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp141.htm#art47 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp141.htm#art47 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8142.htm#art3%C2%A71 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 46 § 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e programações de cada nível de direção do Sistema Único de Saúde (SUS), e seu financiamento será previsto na respectiva proposta orçamentária. § 2º É vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde. Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de saúde, em função das características epidemiológicas e da organização dos serviços em cada jurisdição administrativa. Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções e auxílios a insti- tuições prestadoras de serviços de saúde com finalidade lucrativa. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 39. (Vetado). § 1º (Vetado). § 2º (Vetado). § 3º (Vetado). § 4º (Vetado). § 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do Inamps para órgãos integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) será feita de modo a preservá- -los como patrimônio da Seguridade Social. § 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão inventariados com todos os seusacessórios, equipamentos e outros bens móveis e ficarão dis- poníveis para utilização pelo órgão de direção municipal do Sistema Único de Saúde - SUS ou, eventualmente, pelo estadual, em cuja circunscrição admi- nistrativa se encontrem, mediante simples termo de recebimento. § 7º (Vetado). § 8º O acesso aos serviços de informática e bases de dados, mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, será assegurado às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde ou órgãos congêneres, como suporte ao processo de gestão, de forma a permitir a ge- rencia informatizada das contas e a disseminação de estatísticas sanitárias e epidemiológicas médico-hospitalares. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 47 Art. 40. (Vetado) Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das Pioneiras Sociais e pelo Instituto Nacional do Câncer, supervisionadas pela direção nacional do Siste- ma Único de Saúde (SUS), permanecerão como referencial de prestação de serviços, formação de recursos humanos e para transferência de tecnologia. Art. 42. (Vetado). Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica preservada nos serviços públicos contratados, ressalvando-se as cláusulas dos contratos ou convênios estabelecidos com as entidades privadas. Art. 44. (Vetado). Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitários e de ensino in- tegram-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), mediante convênio, preservada a sua autonomia administrativa, em relação ao patrimônio, aos recursos hu- manos e financeiros, ensino, pesquisa e extensão nos limites conferidos pelas instituições a que estejam vinculados. § 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e municipais de previ- dência social deverão integrar-se à direção correspondente do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme seu âmbito de atuação, bem como quaisquer ou- tros órgãos e serviços de saúde. § 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os serviços de saúde das Forças Armadas poderão integrar-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), conforme se dispuser em convênio que, para esse fim, for firmado. Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá mecanismos de incentivos à participação do setor privado no investimento em ciência e tecno- logia e estimulará a transferência de tecnologia das universidades e institutos de pesquisa aos serviços de saúde nos Estados, Distrito Federal e Municípios, e às empresas nacionais. Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os níveis estaduais e municipais do Sistema Único de Saúde (SUS), organizará, no prazo de dois anos, um sistema nacional de informações em saúde, integrado em todo o território nacional, abrangendo questões epidemiológicas e de prestação de serviços. Art. 48. (Vetado). GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 48 Art. 49. (Vetado). Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os Municípios, celebra- dos para implantação dos Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde, ficarão rescindidos à proporção que seu objeto for sendo absorvido pelo Sis- tema Único de Saúde (SUS). Art. 51. (Vetado). Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui crime de em- prego irregular de verbas ou rendas públicas (Código Penal, art. 315) a utili- zação de recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) em finalida- des diversas das previstas nesta lei. Art. 53. (Vetado). Art. 53-A. Na qualidade de ações e serviços de saúde, as atividades de apoio à assistência à saúde são aquelas desenvolvidas pelos laboratórios de genética humana, produção e fornecimento de medicamentos e produtos para saúde, laboratórios de analises clínicas, anatomia patológica e de diagnóstico por imagem e são livres à participação direta ou indireta de empresas ou de capitais estrangeiros. (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015) Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 55. São revogadas a Lei n. 2.312, de 3 de setembro de 1954, a Lei n. 6.229, de 17 de julho de 1975, e demais disposições em contrário. Brasília, 19 de setembro de 1990; 169º da Independência e 102º da República. FERNANDO COLLOR Alceni Guerra Este texto não substitui o publicado no DOU de 20.9.1990* https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art315 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm#art142 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/L2312.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6229.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6229.htm GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 49 DECRETO N. 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011 Regulamenta a Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planeja- mento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei n. 8.080, 19 de setembro de 1990, DECRETA: CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa. Art. 2º Para efeito deste Decreto, considera-se: I – Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por agrupa- mentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de trans- portes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planeja- mento e a execução de ações e serviços de saúde; II – Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - acordo de colabora- ção firmado entre entes federativos com a finalidade de organizar e integrar as ações e serviços de saúde na rede regionalizada e hierarquizada, com de- finição de responsabilidades, indicadores e metas de saúde, critérios de ava- liação de desempenho, recursos financeiros que serão disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua execução e demais elementos necessários à implementação integrada das ações e serviços de saúde; III – Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à saúde do usu- ário no SUS; https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8080.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8080.htm GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 50 IV – Comissões Intergestores - instâncias de pactuação consensual entre os entes federativos para definição das regras da gestão compartilhada do SUS; V – Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de recursos hu- manos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a capacidade instalada existente, os investimentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do sistema; VI – Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços de saúde ar- ticulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde; VII – Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde específicos para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de situação labo- ral, necessita de atendimento especial; e VIII – Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento que estabelece: critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem segui- dos pelos gestores do SUS. CAPÍTULO II DA ORGANIZAÇÃO DO SUS Art. 3º O SUS é constituído pela conjugação das ações e serviços de pro- moção, proteção e recuperação da saúde executados pelos entes federativos, de forma direta ou indireta,mediante a participação complementar da inicia- tiva privada, sendo organizado de forma regionalizada e hierarquizada. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 51 Seção I Das Regiões de Saúde Art. 4º As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Estado, em articulação com os Municípios, respeitadas as diretrizes gerais pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite - CIT a que se refere o inciso I do art. 30. § 1º Poderão ser instituídas Regiões de Saúde interestaduais, compostas por Municípios limítrofes, por ato conjunto dos respectivos Estados em articu- lação com os Municípios. § 2º A instituição de Regiões de Saúde situadas em áreas de fronteira com outros países deverá respeitar as normas que regem as relações internacionais. Art. 5º Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo, ações e serviços de: I – atenção primária; II – urgência e emergência; III – atenção psicossocial; IV – atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e V – vigilância em saúde. Parágrafo único. A instituição das Regiões de Saúde observará cronogra- ma pactuado nas Comissões Intergestores. Art. 6º As Regiões de Saúde serão referência para as transferências de recursos entre os entes federativos. Art. 7º As Redes de Atenção à Saúde estarão compreendidas no âmbito de uma Região de Saúde, ou de várias delas, em consonância com diretrizes pactuadas nas Comissões Intergestores. Parágrafo único. Os entes federativos definirão os seguintes elementos em relação às Regiões de Saúde: I – seus limites geográficos; II – população usuária das ações e serviços; III – rol de ações e serviços que serão ofertados; e IV – respectivas responsabilidades, critérios de acessibilidade e escala para conformação dos serviços. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 52 Seção II Da Hierarquização Art. 8º O acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde se inicia pelas Portas de Entrada do SUS e se completa na rede regio- nalizada e hierarquizada, de acordo com a complexidade do serviço. Art. 9º São Portas de Entrada às ações e aos serviços de saúde nas Redes de Atenção à Saúde os serviços: I – de atenção primária; II – de atenção de urgência e emergência; III – de atenção psicossocial; e IV – especiais de acesso aberto. Parágrafo único. Mediante justificativa técnica e de acordo com o pactuado nas Comissões Intergestores, os entes federativos poderão criar novas Portas de Entrada às ações e serviços de saúde, considerando as características da Região de Saúde. Art. 10. Os serviços de atenção hospitalar e os ambulatoriais especiali- zados, entre outros de maior complexidade e densidade tecnológica, serão referenciados pelas Portas de Entrada de que trata o art. 9º. Art. 11. O acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de saú- de será ordenado pela atenção primária e deve ser fundado na avaliação da gravidade do risco individual e coletivo e no critério cronológico, observadas as especificidades previstas para pessoas com proteção especial, conforme legislação vigente. Parágrafo único. A população indígena contará com regramentos diferen- ciados de acesso, compatíveis com suas especificidades e com a necessidade de assistência integral à sua saúde, de acordo com disposições do Ministé- rio da Saúde. Art. 12. Ao usuário será assegurada a continuidade do cuidado em saúde, em todas as suas modalidades, nos serviços, hospitais e em outras unidades integrantes da rede de atenção da respectiva região. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 53 Parágrafo único. As Comissões Intergestores pactuarão as regras de continui- dade do acesso às ações e aos serviços de saúde na respectiva área de atuação. Art. 13. Para assegurar ao usuário o acesso universal, igualitário e or- denado às ações e serviços de saúde do SUS, caberá aos entes federativos, além de outras atribuições que venham a ser pactuadas pelas Comissões In- tergestores: I – garantir a transparência, a integralidade e a equidade no acesso às ações e aos serviços de saúde; II – orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços de saúde; III – monitorar o acesso às ações e aos serviços de saúde; e IV – ofertar regionalmente as ações e os serviços de saúde. Art. 14. O Ministério da Saúde disporá sobre critérios, diretrizes, procedi- mentos e demais medidas que auxiliem os entes federativos no cumprimento das atribuições previstas no art. 13. CAPÍTULO III DO PLANEJAMENTO DA SAÚDE Art. 15. O processo de planejamento da saúde será ascendente e integra- do, do nível local até o federal, ouvidos os respectivos Conselhos de Saúde, compatibilizando-se as necessidades das políticas de saúde com a disponibi- lidade de recursos financeiros. § 1º O planejamento da saúde é obrigatório para os entes públicos e será indutor de políticas para a iniciativa privada. § 2º A compatibilização de que trata o caput será efetuada no âmbito dos planos de saúde, os quais serão resultado do planejamento integrado dos en- tes federativos, e deverão conter metas de saúde. § 3º O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de saúde, de acordo com as caracte- rísticas epidemiológicas e da organização de serviços nos entes federativos e nas Regiões de Saúde. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 54 Art. 16. No planejamento devem ser considerados os serviços e as ações prestados pela iniciativa privada, de forma complementar ou não ao SUS, os quais deverão compor os Mapas da Saúde regional, estadual e nacional. Art. 17. O Mapa da Saúde será utilizado na identificação das necessidades de saúde e orientará o planejamento integrado dos entes federativos, contri- buindo para o estabelecimento de metas de saúde. Art. 18. O planejamento da saúde em âmbito estadual deve ser realizado de maneira regionalizada, a partir das necessidades dos Municípios, conside- rando o estabelecimento de metas de saúde. Art. 19. Compete à Comissão Intergestores Bipartite - CIB de que trata o inciso II do art. 30 pactuar as etapas do processo e os prazos do planeja- mento municipal em consonância com os planejamentos estadual e nacional. CAPÍTULO IV DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE Art. 20. A integralidade da assistência à saúde se inicia e se completa na Rede de Atenção à Saúde, mediante referenciamento do usuário na rede re- gional e interestadual, conforme pactuado nas Comissões Intergestores. Seção I Da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RENASES Art. 21. A Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RENASES compreende todas as ações e serviços que o SUS oferece ao usuário para atendimento da integralidade da assistência à saúde. Art. 22. O Ministério da Saúde disporá sobre a RENASES em âmbito na- cional, observadas as diretrizes pactuadas pela CIT. Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saúde consolidará e publicará as atualizações da RENASES. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 55 Art. 23. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios pactuarão nas respectivas Comissões Intergestores as suas responsabilidades em rela- ção ao rol de ações e serviços constantes da RENASES. Art. 24. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão adotar relações específicas e complementares de ações e serviços de saúde, em con- sonância com a RENASES, respeitadas as responsabilidades dos entes pelo seu financiamento, de acordo com o pactuado nas Comissões Intergestores. Seção II Da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME Art. 25. A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME com- preende a seleção e a padronização de medicamentos indicados para atendi- mento de doenças ou de agravos no âmbito do SUS. Parágrafo único. A RENAME será acompanhada do Formulário Terapêutico Nacional - FTN que subsidiará a prescrição, a dispensação e o uso dos seus medicamentos.Art. 26. O Ministério da Saúde é o órgão competente para dispor sobre a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas em âmbito nacio- nal, observadas as diretrizes pactuadas pela CIT. Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saúde consolidará e publicará as atualizações da RENAME, do respectivo FTN e dos Protocolos Clí- nicos e Diretrizes Terapêuticas. Parágrafo único. O Ministério da Saúde consolidará e publicará as atualiza- ções: (Redação dada pelo Decreto n. 11.161, de 2022) Vigência I – da RENAME, a cada dois anos, e disponibilizará, nesse prazo, a lis- ta de tecnologias incorporadas, excluídas e alteradas pela CONITEC e com a responsabilidade de financiamento pactuada de forma tripartite, até que haja a consolidação da referida lista; (Incluído pelo Decreto n. 11.161, de 2022) Vigência https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Decreto/D11161.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Decreto/D11161.htm#art5 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Decreto/D11161.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Decreto/D11161.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Decreto/D11161.htm#art5 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 56 II – do FTN, à medida que sejam identificadas novas evidências sobre as tecnologias constantes na RENAME vigente; e (Incluído pelo Decreto n. 11.161, de 2022) Vigência III – de protocolos clínicos ou de diretrizes terapêuticas, quando da incor- poração, alteração ou exclusão de tecnologias em saúde no SUS e da existên- cia de novos estudos e evidências científicas identificados a partir de revisões periódicas da literatura relacionada aos seus objetos. (Incluído pelo Decreto n. 11.161, de 2022) Vigência Art. 27. O Estado, o Distrito Federal e o Município poderão adotar rela- ções específicas e complementares de medicamentos, em consonância com a RENAME, respeitadas as responsabilidades dos entes pelo financiamento de medicamentos, de acordo com o pactuado nas Comissões Intergestores. Art. 28. O acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica pres- supõe, cumulativamente: I – estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde do SUS; II – ter o medicamento sido prescrito por profissional de saúde, no exer- cício regular de suas funções no SUS; III – estar a prescrição em conformidade com a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou com a relação específica complementar estadual, distrital ou municipal de medicamentos; e IV – ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela direção do SUS. § 1º Os entes federativos poderão ampliar o acesso do usuário à assistên- cia farmacêutica, desde que questões de saúde pública o justifiquem. § 2º O Ministério da Saúde poderá estabelecer regras diferenciadas de acesso a medicamentos de caráter especializado. Art. 29. A RENAME e a relação específica complementar estadual, distrital ou municipal de medicamentos somente poderão conter produtos com regis- tro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Decreto/D11161.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Decreto/D11161.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Decreto/D11161.htm#art5 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Decreto/D11161.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Decreto/D11161.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Decreto/D11161.htm#art5 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 57 CAPÍTULO V DA ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA Seção I Das Comissões Intergestores Art. 30. As Comissões Intergestores pactuarão a organização e o funcio- namento das ações e serviços de saúde integrados em redes de atenção à saúde, sendo: I – a CIT, no âmbito da União, vinculada ao Ministério da Saúde para efei- tos administrativos e operacionais; II – a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde para efeitos administrativos e operacionais; e III – a Comissão Intergestores Regional - CIR, no âmbito regional, vincu- lada à Secretaria Estadual de Saúde para efeitos administrativos e operacio- nais, devendo observar as diretrizes da CIB. Art. 31. Nas Comissões Intergestores, os gestores públicos de saúde po- derão ser representados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS, pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde - CONA- SEMS e pelo Conselho Estadual de Secretarias Municipais de Saúde - COSEMS. Art. 32. As Comissões Intergestores pactuarão: I – aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão com- partilhada do SUS, de acordo com a definição da política de saúde dos entes federativos, consubstanciada nos seus planos de saúde, aprovados pelos res- pectivos conselhos de saúde; II – diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde, integração de limites geo- gráficos, referência e contrarreferência e demais aspectos vinculados à inte- gração das ações e serviços de saúde entre os entes federativos; III – diretrizes de âmbito nacional, estadual, regional e interestadual, a res- peito da organização das redes de atenção à saúde, principalmente no tocante à gestão institucional e à integração das ações e serviços dos entes federativos; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 58 IV – responsabilidades dos entes federativos na Rede de Atenção à Saúde, de acordo com o seu porte demográfico e seu desenvolvimento econômico- -financeiro, estabelecendo as responsabilidades individuais e as solidárias; e V – referências das regiões intraestaduais e interestaduais de atenção à saúde para o atendimento da integralidade da assistência. Parágrafo único. Serão de competência exclusiva da CIT a pactuação: I – das diretrizes gerais para a composição da RENASES; II – dos critérios para o planejamento integrado das ações e serviços de saúde da Região de Saúde, em razão do compartilhamento da gestão; e III – das diretrizes nacionais, do financiamento e das questões operacio- nais das Regiões de Saúde situadas em fronteiras com outros países, respei- tadas, em todos os casos, as normas que regem as relações internacionais. Seção II Do Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde Art. 33. O acordo de colaboração entre os entes federativos para a orga- nização da rede interfederativa de atenção à saúde será firmado por meio de Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde. Art. 34. O objeto do Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde é a organização e a integração das ações e dos serviços de saúde, sob a respon- sabilidade dos entes federativos em uma Região de Saúde, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência aos usuários. Parágrafo único. O Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde resul- tará da integração dos planos de saúde dos entes federativos na Rede de Aten- ção à Saúde, tendo como fundamento as pactuações estabelecidas pela CIT. Art. 35. O Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde definirá as responsabilidades individuais e solidárias dos entes federativos com relação às ações e serviços de saúde, os indicadores e as metas de saúde, os critérios de avaliação de desempenho, os recursos financeiros que serão disponibiliza- dos, a forma de controle e fiscalização da sua execução e demais elementos necessários à implementação integrada das ações e serviços de saúde. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 59 § 1º O Ministério da Saúde definirá indicadores nacionais de garantia de acesso às ações e aos serviços de saúde no âmbito do SUS, a partir de dire- trizes estabelecidas pelo Plano Nacional de Saúde. § 2º O desempenho aferido a partir dos indicadores nacionais de garantia de acesso servirá como parâmetro para avaliação do desempenho da pres- tação das ações e dos serviços definidosno Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde em todas as Regiões de Saúde, considerando-se as especi- ficidades municipais, regionais e estaduais. Art. 36. O Contrato Organizativo da Ação Pública de Saúde conterá as seguintes disposições essenciais: I – identificação das necessidades de saúde locais e regionais; II – oferta de ações e serviços de vigilância em saúde, promoção, proteção e recuperação da saúde em âmbito regional e inter-regional; III – responsabilidades assumidas pelos entes federativos perante a po- pulação no processo de regionalização, as quais serão estabelecidas de forma individualizada, de acordo com o perfil, a organização e a capacidade de pres- tação das ações e dos serviços de cada ente federativo da Região de Saúde; IV – indicadores e metas de saúde; V – estratégias para a melhoria das ações e serviços de saúde; VI – critérios de avaliação dos resultados e forma de monitoramento permanente; VII – adequação das ações e dos serviços dos entes federativos em rela- ção às atualizações realizadas na RENASES; VIII – investimentos na rede de serviços e as respectivas responsa- bilidades; e IX – recursos financeiros que serão disponibilizados por cada um dos par- tícipes para sua execução. Parágrafo único. O Ministério da Saúde poderá instituir formas de incen- tivo ao cumprimento das metas de saúde e à melhoria das ações e servi- ços de saúde. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 60 Art. 37. O Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde observará as seguintes diretrizes básicas para fins de garantia da gestão participativa: I – estabelecimento de estratégias que incorporem a avaliação do usuário das ações e dos serviços, como ferramenta de sua melhoria; II – apuração permanente das necessidades e interesses do usuário; e III – publicidade dos direitos e deveres do usuário na saúde em todas as unidades de saúde do SUS, inclusive nas unidades privadas que dele partici- pem de forma complementar. Art. 38. A humanização do atendimento do usuário será fator determi- nante para o estabelecimento das metas de saúde previstas no Contrato Or- ganizativo de Ação Pública de Saúde. Art. 39. As normas de elaboração e fluxos do Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde serão pactuados pelo CIT, cabendo à Secretaria de Saúde Estadual coordenar a sua implementação. Art. 40. O Sistema Nacional de Auditoria e Avaliação do SUS, por meio de serviço especializado, fará o controle e a fiscalização do Contrato Organizati- vo de Ação Pública da Saúde. § 1º O Relatório de Gestão a que se refere o inciso IV do art. 4º da Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990, conterá seção específica relativa aos compromissos assumidos no âmbito do Contrato Organizativo de Ação Públi- ca de Saúde. § 2º O disposto neste artigo será implementado em conformidade com as demais formas de controle e fiscalização previstas em Lei. Art. 41. Aos partícipes caberá monitorar e avaliar a execução do Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde, em relação ao cumprimento das metas estabelecidas, ao seu desempenho e à aplicação dos recursos disponibilizados. Parágrafo único. Os partícipes incluirão dados sobre o Contrato Organizati- vo de Ação Pública de Saúde no sistema de informações em saúde organizado pelo Ministério da Saúde e os encaminhará ao respectivo Conselho de Saúde para monitoramento. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8142.htm#art4iv https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8142.htm#art4iv GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 61 CAPÍTULO VI DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 42. Sem prejuízo das outras providências legais, o Ministério da Saú- de informará aos órgãos de controle interno e externo: I – o descumprimento injustificado de responsabilidades na prestação de ações e serviços de saúde e de outras obrigações previstas neste Decreto; II – a não apresentação do Relatório de Gestão a que se refere o inciso IV do art. 4º da Lei n. 8.142, de 1990; III – a não aplicação, malversação ou desvio de recursos financeiros; e IV – outros atos de natureza ilícita de que tiver conhecimento. Art. 43. A primeira RENASES é a somatória de todas as ações e serviços de saúde que na data da publicação deste Decreto são ofertados pelo SUS à população, por meio dos entes federados, de forma direta ou indireta. Art. 44. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes de que trata o § 3º do art. 15 no prazo de cento e oitenta dias a partir da publicação deste Decreto. Art. 45. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 28 de junho de 2011; 190º da Independência e 123º da República. DILMA ROUSSEFF Alexandre Rocha Santos Padilha Este texto não substitui o publicado no DOU de 29.6.2011 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8142.htm#art4iv https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8142.htm#art4iv GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 62 LEI N. 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990 Vide Lei n. 8.689, de 1993 Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: Art. 1º O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas: I – a Conferência de Saúde; e II - o Conselho de Saúde. § 1º A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a re- presentação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis cor- respondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde. § 2º O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclu- sive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologa- das pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo. § 3º O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) terão representa- ção no Conselho Nacional de Saúde. § 4º A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Conferências será paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos. http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei 8.142-1990?OpenDocument http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8689.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 63 § 5º As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão sua organi- zação e normas de funcionamento definidas em regimento próprio, aprovadas pelo respectivo conselho. Art. 2º Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão alo- cados como: I – despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus órgãos e entidades, da administração direta e indireta; II – investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional; III – investimentos previstos no Plano Qüinquenal do Ministério da Saúde; IV – cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados pe- los Municípios, Estados e Distrito Federal. Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste artigo destinar- -se-ão a investimentos na rede de serviços, à cobertura assistencial ambula- torial e hospitalar e às demais ações de saúde. Art. 3º Os recursos referidos no inciso IV do art. 2º desta lei serão repas-sados de forma regular e automática para os Municípios, Estados e Distrito Federal, de acordo com os critérios previstos no art. 35 da Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. § 1º Enquanto não for regulamentada a aplicação dos critérios previstos no art. 35 da Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, será utilizado, para o repasse de recursos, exclusivamente o critério estabelecido no § 1º do mes- mo artigo. (Vide Lei n. 8.080, de 1990) § 2º Os recursos referidos neste artigo serão destinados, pelo menos se- tenta por cento, aos Municípios, afetando- se o restante aos Estados. § 3º Os Municípios poderão estabelecer consórcio para execução de ações e serviços de saúde, remanejando, entre si, parcelas de recursos previstos no inciso IV do art. 2º desta lei. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm#art35 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm#art35 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm#art35 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm#art35 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm#art35 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm#art35 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm#art35 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm#art35%C2%A71 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 64 Art. 4º Para receberem os recursos, de que trata o art. 3º desta lei, os Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar com: I – Fundo de Saúde; II - Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o Decre- to n. 99.438, de 7 de agosto de 1990; III – plano de saúde; IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 4º do art. 33 da Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990; V – contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento; VI – Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua implantação. Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou pelos Estados, ou pelo Distrito Federal, dos requisitos estabelecidos neste artigo, implicará em que os recursos concernentes sejam administrados, respectivamente, pe- los Estados ou pela União. Art. 5º É o Ministério da Saúde, mediante portaria do Ministro de Estado, autorizado a estabelecer condições para aplicação desta lei. Art. 6º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 28 de dezembro de 1990; 169º da Independência e 102º da República. FERNANDO COLLOR Alceni Guerra Este texto não substitui o publicado no DOU de 31.12.1990* http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D99438.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D99438.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm#art33%C2%A74 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm#art33%C2%A74 GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 65 RESOLUÇÃO N. 453, DE 10 DE MAIO DE 2012 O Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua Ducentésima Trigésima Terceira Reunião Ordinária, realizada nos dias 9 e 10 de maio de 2012, no uso de suas competências regimentais e atribuições conferidas pela Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, e pela Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990, e pelo Decreto n. 5.839, de 11 de julho de 2006, e Considerando os debates ocorridos nos Conselhos de Saúde, nas três es- feras de Governo, na X Plenária Nacional de Conselhos de Saúde, nas Plená- rias Regionais e Estaduais de Conselhos de Saúde, nas 9a, 10a e 11a Confe- rências Nacionais de Saúde, e nas Conferências Estaduais, do Distrito Federal e Municipais de Saúde; Considerando a experiência acumulada do Controle Social da Saúde à ne- cessidade de aprimoramento do Controle Social da Saúde no âmbito nacional e as reiteradas demandas dos Conselhos Estaduais e Municipais referentes às propostas de composição, organização e funcionamento, conforme o § 5º inciso II art. 1º da Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990; Considerando a ampla discussão da Resolução do CNS no 333/92 realiza- da nos espaços de Controle Social, entre os quais se destacam as Plenárias de Conselhos de Saúde; Considerando os objetivos de consolidar, fortalecer, ampliar e acelerar o processo de Controle Social do SUS, por intermédio dos Conselhos Nacio- nal, Estaduais, Municipais, das Conferências de Saúde e Plenárias de Conse- lhos de Saúde; Considerando que os Conselhos de Saúde, consagrados pela efetiva par- ticipação da sociedade civil organizada, representam polos de qualificação de cidadãos para o Controle Social nas esferas da ação do Estado; e Considerando o que disciplina a Lei Complementar n. 141, de 13 de janei- ro de 2012, e o Decreto n. 7.508, de 28 de junho de 2011, que regulamentam a Lei Orgânica da Saúde, resolve: GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 66 Aprovar as seguintes diretrizes para instituição, reformulação, reestrutu- ração e funcionamento dos Conselhos de Saúde: DA DEFINIÇÃO DE CONSELHO DE SAÚDE Primeira Diretriz: o Conselho de Saúde é uma instância colegiada, deliberativa e permanen- te do Sistema Único de Saúde (SUS) em cada esfera de Governo, integrante da estrutura organizacional do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com composição, organiza- ção e competência fixadas na Lei n. 8.142/90. O processo bem-sucedido de descentralização da saúde promoveu o surgimento de Conselhos Regionais, Conselhos Locais, Conselhos Distritais de Saúde, incluindo os Conselhos dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas, sob a coordenação dos Conselhos de Saúde da esfera correspondente. Assim, os Conselhos de Saúde são espaços instituídos de participação da comunidade nas políticas públicas e na admi- nistração da saúde. Parágrafo único. Como Subsistema da Seguridade Social, o Conselho de Saú- de atua na formulação e proposição de estratégias e no controle da execução das Políticas de Saúde, inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros. DA INSTITUIÇÃO E REFORMULAÇÃO DOS CONSELHOS DE SAÚDE Segunda Diretriz: a instituição dos Conselhos de Saúde é estabelecida por lei federal, estadual, do Distrito Federal e municipal, obedecida a Lei n. 8.142/90. Parágrafo único. Na instituição e reformulação dos Conselhos de Saúde o Poder Executivo, respeitando os princípios da democracia, deverá acolher as demandas da população aprovadas nas Conferências de Saúde, e em conso- nância com a legislação. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 67 A ORGANIZAÇÃO DOS CONSELHOS DE SAÚDE Terceira Diretriz: a participação da sociedade organizada, garantida na legislação, torna os Conselhos de Saúde uma instância privilegiada na propo- sição, discussão, acompanhamento, deliberação, avaliação e fiscalização da implementação da Política de Saúde, inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros. A legislação estabelece, ainda, a composição paritária de usu- ários em relação ao conjunto dos demais segmentos representados. O Con- selho de Saúde será composto por representantes de entidades, instituições e movimentos representativos de usuários, de entidades representativas de trabalhadores da área da saúde, do governo e de entidades representativas de prestadores de serviços de saúde, sendo o seu presidente eleito entre os membros do Conselho, em reunião plenária. Nos Municípios onde não exis- tem entidades, instituições e movimentos organizados em número suficiente para compor o Conselho, a eleição da representação será realizada em ple- nária no Município, promovida pelo Conselho Municipal de maneira ampla e democrática. I – O número de conselheiros será definido pelos Conselhos de Saúde e constituído em lei. II – Mantendo o que propôs as Resoluções nos 33/92 e 333/03 do CNS e consoante com as Recomendações da 10a e 11a Conferências Nacionais de Saúde, as vagas deverão ser distribuídas da seguinte forma: a)50% de entidadese movimentos representativos de usuários; b)25% de entidades representativas dos trabalhadores da área de saúde; c)25% de representação de governo e prestadores de serviços privados conveniados, ou sem fins lucrativos. III – A participação de órgãos, entidades e movimentos sociais terá como critério a representatividade, a abrangência e a complementaridade do con- junto da sociedade, no âmbito de atuação do Conselho de Saúde. De acordo com as especificidades locais, aplicando o princípio da paridade, serão con- templadas, dentre outras, as seguintes representações: GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 68 a)associações de pessoas com patologias; b)associações de pessoas com deficiências; c)entidades indígenas; d)movimentos sociais e populares, organizados (movimento ne- gro, LGBT...); e)movimentos organizados de mulheres, em saúde; f)entidades de aposentados e pensionistas; g)entidades congregadas de sindicatos, centrais sindicais, confederações e federações de trabalhadores urbanos e rurais; h)entidades de defesa do consumidor; i)organizações de moradores; j)entidades ambientalistas; k)organizações religiosas; l)trabalhadores da área de saúde: associações, confederações, conselhos de profissões regulamentadas, federações e sindicatos, obedecendo as ins- tâncias federativas; m)comunidade científica; n)entidades públicas, de hospitais universitários e hospitais campo de es- tágio, de pesquisa e desenvolvimento; o)entidades patronais; p)entidades dos prestadores de serviço de saúde; e q)governo. IV – As entidades, movimentos e instituições eleitas no Conselho de Saúde terão os conselheiros indicados, por escrito, conforme processos estabeleci- dos pelas respectivas entidades, movimentos e instituições e de acordo com a sua organização, com a recomendação de que ocorra renovação de seus representantes. V – Recomenda-se que, a cada eleição, os segmentos de representações de usuários, trabalhadores e prestadores de serviços, ao seu critério, promo- vam a renovação de, no mínimo, 30% de suas entidades representativas. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 69 VI – A representação nos segmentos deve ser distinta e autônoma em relação aos demais segmentos que compõem o Conselho, por isso, um profis- sional com cargo de direção ou de confiança na gestão do SUS, ou como pres- tador de serviços de saúde não pode ser representante dos(as) Usuários(as) ou de Trabalhadores(as). VII – A ocupação de funções na área da saúde que interfiram na autono- mia representativa do Conselheiro(a) deve ser avaliada como possível im- pedimento da representação de Usuário(a) e Trabalhador( a), e, a juízo da entidade, indicativo de substituição do Conselheiro( a). VIII – A participação dos membros eleitos do Poder Legislativo, represen- tação do Poder Judiciário e do Ministério Público, como conselheiros, não é permitida nos Conselhos de Saúde. IX – Quando não houver Conselho de Saúde constituído ou em ativida- de no Município, caberá ao Conselho Estadual de Saúde assumir, junto ao executivo municipal, a convocação e realização da Conferência Municipal de Saúde, que terá como um de seus objetivos a estruturação e composição do Conselho Municipal. O mesmo será atribuído ao Conselho Nacional de Saúde, quando não houver Conselho Estadual de Saúde constituído ou em funcionamento. X – As funções, como membro do Conselho de Saúde, não serão remu- neradas, considerando-se o seu exercício de relevância pública e, portanto, garante a dispensa do trabalho sem prejuízo para o conselheiro. Para fins de justificativa junto aos órgãos, entidades competentes e instituições, o Con- selho de Saúde emitirá declaração de participação de seus membros duran- te o período das reuniões, representações, capacitações e outras atividades específicas. XI – O conselheiro, no exercício de sua função, responde pelos seus atos conforme legislação vigente. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 70 ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS DE SAÚDE Quarta Diretriz: as três esferas de Governo garantirão autonomia admi- nistrativa para o pleno funcionamento do Conselho de Saúde, dotação orça- mentária, autonomia financeira e organização da secretaria-executiva com a necessária infraestrutura e apoio técnico: I – cabe ao Conselho de Saúde deliberar em relação à sua estrutura admi- nistrativa e o quadro de pessoal; II – o Conselho de Saúde contará com uma secretaria-executiva coorde- nada por pessoa preparada para a função, para o suporte técnico e admi- nistrativo, subordinada ao Plenário do Conselho de Saúde, que definirá sua estrutura e dimensão; III – o Conselho de Saúde decide sobre o seu orçamento; IV – o Plenário do Conselho de Saúde se reunirá, no mínimo, a cada mês e, extraordinariamente, quando necessário, e terá como base o seu Regimento Interno. A pauta e o material de apoio às reuniões devem ser encaminhados aos conselheiros com antecedência mínima de 10 (dez) dias; V – as reuniões plenárias dos Conselhos de Saúde são abertas ao público e deverão acontecer em espaços e horários que possibilitem a participação da sociedade; VI – o Conselho de Saúde exerce suas atribuições mediante o funciona- mento do Plenário, que, além das comissões intersetoriais, estabelecidas na Lei n. 8.080/90, instalará outras comissões intersetoriais e grupos de traba- lho de conselheiros para ações transitórias.As comissões poderão contar com integrantes não conselheiros; VII – o Conselho de Saúde constituirá uma Mesa Diretora eleita em Plená- rio, respeitando a paridade expressa nesta Resolução; VIII – as decisões do Conselho de Saúde serão adotadas mediante quórum mínimo (metade mais um) dos seus integrantes, ressalvados os casos regi- mentais nos quais se exija quórum especial, ou maioria qualificada de votos; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 71 a) entende-se por maioria simples o número inteiro imediatamente supe- rior à metade dos membros presentes; b) entende-se por maioria absoluta o número inteiro imediatamente supe- rior à metade de membros do Conselho; c) entende-se por maioria qualificada 2/3 (dois terços) do total de mem- bros do Conselho; IX – qualquer alteração na organização dos Conselhos de Saúde preser- vará o que está garantido em lei e deve ser proposta pelo próprio Conselho e votada em reunião plenária, com quórum qualificado, para depois ser al- terada em seu Regimento Interno e homologada pelo gestor da esfera cor- respondente; X – a cada três meses, deverá constar dos itens da pauta o pronuncia- mento do gestor, das respectivas esferas de governo, para que faça a presta- ção de contas, em relatório detalhado, sobre andamento do plano de saúde, agenda da saúde pactuada, relatório de gestão, dados sobre o montante e a forma de aplicação dos recursos, as auditorias iniciadas e concluídas no perí- odo, bem como a produção e a oferta de serviços na rede assistencial própria, contratada ou conveniada, de acordo com o art. 12 da Lei n. 8.689/93 e com a Lei Complementar n. 141/2012; XI – os Conselhos de Saúde, com a devida justificativa, buscarão auditorias externas e independentes sobre as contas e atividades do Gestor do SUS; e XII – o Pleno do Conselho de Saúde deverá manifestar-se por meio de re- soluções, recomendações, moções e outros atos deliberativos. As resoluções serão obrigatoriamente homologadas pelo chefe do poder constituído em cada esfera de governo, em um prazo de 30 (trinta) dias, dando-se-lhes publicidade oficial. Decorrido o prazo mencionado e não sendo homologada a resolução e nem enviada justificativa pelo gestor ao Conselho de Saúde com proposta de alteração ou rejeição a ser apreciada na reunião seguinte, as entidades que integram o Conselho de Saúde podem buscar a validação das resoluções, recorrendo à justiça e ao Ministério Público, quando GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS72 necessário. Quinta Diretriz: aos Conselhos de Saúde Nacional, Estaduais, Mu- nicipais e do Distrito Federal, que têm competências definidas nas leis fede- rais, bem como em indicações advindas das Conferências de Saúde, compete: I – fortalecer a participação e o Controle Social no SUS, mobilizar e articu- lar a sociedade de forma permanente na defesa dos princípios constitucionais que fundamentam o SUS; II – elaborar o Regimento Interno do Conselho e outras normas de fun- cionamento; III – discutir, elaborar e aprovar propostas de operacionalização das dire- trizes aprovadas pelas Conferências de Saúde; IV – atuar na formulação e no controle da execução da política de saúde, incluindo os seus aspectos econômicos e financeiros, e propor estratégias para a sua aplicação aos setores público e privado; V – definir diretrizes para elaboração dos planos de saúde e deliberar so- bre o seu conteúdo, conforme as diversas situações epidemiológicas e a ca- pacidade organizacional dos serviços; VI – anualmente deliberar sobre a aprovação ou não do relatório de gestão; VII – estabelecer estratégias e procedimentos de acompanhamento da gestão do SUS, articulando-se com os demais colegiados, a exemplo dos de seguridade social, meio ambiente, justiça, educação, trabalho, agricultura, idosos, criança e adolescente e outros; VIII – proceder à revisão periódica dos planos de saúde; IX – deliberar sobre os programas de saúde e aprovar projetos a serem encaminhados ao Poder Legislativo, propor a adoção de critérios definidores de qualidade e resolutividade, atualizando-os face ao processo de incorpora- ção dos avanços científicos e tecnológicos na área da Saúde; X – a cada quadrimestre deverá constar dos itens da pauta o pronuncia- mento do gestor, das respectivas esferas de governo, para que faça a presta- ção de contas, em relatório detalhado, sobre andamento do plano de saúde, agenda da saúde pactuada, relatório de gestão, dados sobre o montante e a GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 73 forma de aplicação dos recursos, as auditorias iniciadas e concluídas no perí- odo, bem como a produção e a oferta de serviços na rede assistencial própria, contratada ou conveniada, de acordo com a Lei Complementar n. 141/2012. XI – avaliar, explicitando os critérios utilizados, a organização e o funcio- namento do Sistema Único de Saúde do SUS; XII – avaliar e deliberar sobre contratos, consórcios e convênios, conforme as diretrizes dos Planos de Saúde Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais; XIII – acompanhar e controlar a atuação do setor privado credenciado mediante contrato ou convênio na área de saúde; XIV – aprovar a proposta orçamentária anual da saúde, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias, ob- servado o princípio do processo de planejamento e orçamento ascendentes, conforme legislação vigente; XV – propor critérios para programação e execução financeira e orça- mentária dos Fundos de Saúde e acompanhar a movimentação e destino dos recursos; XVI – fiscalizar e controlar gastos e deliberar sobre critérios de movimen- tação de recursos da Saúde, incluindo o Fundo de Saúde e os recursos trans- feridos e próprios do Município, Estado, Distrito Federal e da União, com base no que a lei disciplina; XVII – analisar, discutir e aprovar o relatório de gestão, com a prestação de contas e informações financeiras, repassadas em tempo hábil aos conse- lheiros, e garantia do devido assessoramento; XVIII – fiscalizar e acompanhar o desenvolvimento das ações e dos ser- viços de saúde e encaminhar denúncias aos respectivos órgãos de controle interno e externo, conforme legislação vigente; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 74 XIX – examinar propostas e denúncias de indícios de irregularidades, res- ponder no seu âmbito a consultas sobre assuntos pertinentes às ações e aos serviços de saúde, bem como apreciar recursos a respeito de deliberações do Conselho nas suas respectivas instâncias; XX – estabelecer a periodicidade de convocação e organizar as Conferên- cias de Saúde, propor sua convocação ordinária ou extraordinária e estruturar a comissão organizadora, submeter o respectivo regimento e programa ao Pleno do Conselho de Saúde correspondente, convocar a sociedade para a participação nas pré-conferências e conferências de saúde; XXI – estimular articulação e intercâmbio entre os Conselhos de Saúde, entidades, movimentos populares, instituições públicas e privadas para a pro- moção da Saúde; XXII – estimular, apoiar e promover estudos e pesquisas sobre assuntos e temas na área de saúde pertinente ao desenvolvimento do Sistema Único de Saúde (SUS); XXIII – acompanhar o processo de desenvolvimento e incorporação cien- tífica e tecnológica, observados os padrões éticos compatíveis com o desen- volvimento sociocultural do País; XXIV – estabelecer ações de informação, educação e comunicação em saúde, divulgar as funções e competências do Conselho de Saúde, seus tra- balhos e decisões nos meios de comunicação, incluindo informações sobre as agendas, datas e local das reuniões e dos eventos; XXV – deliberar, elaborar, apoiar e promover a educação permanente para o controle social, de acordo com as Diretrizes e a Política Nacional de Educa- ção Permanente para o Controle Social do SUS; XXVI – incrementar e aperfeiçoar o relacionamento sistemático com os poderes constituídos, Ministério Público, Judiciário e Legislativo, meios de co- municação, bem como setores relevantes não representados nos conselhos; XXVII – acompanhar a aplicação das normas sobre ética em pesquisas aprovadas pelo CNS; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 75 XXVIII – deliberar, encaminhar e avaliar a Política de Gestão do Trabalho e Educação para a Saúde no SUS; XXIX – acompanhar a implementação das propostas constantes do relató- rio das plenárias dos Conselhos de Saúde; e XXX – atualizar periodicamente as informações sobre o Conselho de Saú- de no Sistema de Acompanhamento dos Conselhos de Saúde (SIACS). Fica revogada a Resolução do CNS no 333, de 4 de novembro de 2003. ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA Presidente do Conselho Homologo a Resolução CNS no 453, de 10 de maio de 2012, nos termos do Decreto n. 5.839, de 11 de julho de 2006. ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA Ministro de Estado da Saúde GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 76 PORTARIA N. 2.436, DE 21 DE SETEMBRO DE 2017 Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sis- tema Único de Saúde (SUS). O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe con- ferem os incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e Considerando a Lei n. 8.080, de 19 de setembro 1990, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organiza- ção e o funcionamento dos serviços correspondentes, e dá outras providên- cias, considerando: Considerando a experiência acumulada do Controle Social da Saúde à ne- cessidade de aprimoramento do Controle Social da Saúde no âmbito nacional e as reiteradas demandas dos Conselhos Estaduais e Municipais referentes às propostas de composição, organização e funcionamento, conforme o art. 1º, § 2º, da Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990; Considerando a Portaria n. 971/GM/MS, de 3 de maio de 2006, que apro- va a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde; Considerando a Portaria n. 2.715/GM/MS, de 17 de novembro de 2011, que atualiza a Política Nacional de Alimentação e Nutrição; Considerando a Portaria Interministerial N. 1, de 2 de janeiro de 2014, que institui a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP) no âmbito do Sistema Único de Saúde(SUS); Considerando as Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal; Considerando a Lei n. 12.871, de 22 de outubro de 2013, que Institui o Programa Mais Médicos, alterando a Lei n. 8.745, de 9 de dezembro de 1993, e a Lei n. 6.932, de 7 de julho de 1981; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 77 Considerando o Decreto n. 7.508, de 21 de junho de 2011, que regula- menta a Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a or- ganização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde, e a articulação interfederativa; Considerando a Portaria n. 204/GM/MS, de 29 de janeiro de 2007, que regulamenta o financiamento e a transferência de recursos federais para as ações e serviços de saúde, na forma de blocos de financiamento, com respec- tivo monitoramento e controle; Considerando a Portaria n. 687, de 30 de março de 2006, que aprova a Política de Promoção da Saúde; Considerando a Portaria n. 4.279, de 30 de dezembro de 2010, que esta- belece diretrizes para a organização da Rede de Aten- ção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); Considerando a Resolução CIT N. 21, de 27 de julho de 2017 Consulta Pública sobre a proposta de revisão da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB). agosto de 2017; e Considerando a pactuação na Reunião da Comissão Intergestores Triparti- te do dia 31 de agosto de 2017, resolve: Art. 1º Esta Portaria aprova a Política Nacional de Atenção Básica - PNAB, com vistas à revisão da regulamentação de implantação e operacionalização vigentes, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, estabelecendo-se as diretrizes para a organização do componente Atenção Básica, na Rede de Atenção à Saúde - RAS. Parágrafo único. A Política Nacional de Atenção Básica considera os termos Atenção Básica - AB e Atenção Primária à Saúde - APS, nas atuais concep- ções, como termos equivalentes, de forma a associar a ambas os princípios e as diretrizes definidas neste documento. Art. 2º A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, fami- liares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 78 saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão quali- ficada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em terri- tório definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária. §1º A Atenção Básica será a principal porta de entrada e centro de comu- nicação da RAS, coordenadora do cuidado e ordenadora das ações e serviços disponibilizados na rede. § 2º A Atenção Básica será ofertada integralmente e gratuitamente a to- das as pessoas, de acordo com suas necessidades e demandas do território, considerando os determinantes e condicionantes de saúde. § 3º É proibida qualquer exclusão baseada em idade, gênero, raça/cor, etnia, crença, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, estado de saúde, condição socioeconômica, escolaridade, limitação física, intelectu- al, funcional e outras. § 4º Para o cumprimento do previsto no § 3º, serão adotadas estratégias que permitam minimizar desigualdades/iniquidades, de modo a evitar exclu- são social de grupos que possam vir a sofrer estigmatização ou discriminação, de maneira que impacte na autonomia e na situação de saúde. Art. 3º São Princípios e Diretrizes do SUS e da RAS a serem operaciona- lizados na Atenção Básica: I – Princípios: a) Universalidade; b) Equidade; e c) Integralidade. II – Diretrizes: a) Regionalização e Hierarquização: b) Territorialização; c) População Adscrita; d) Cuidado centrado na pessoa; e) Resolutividade; f) Longitudinalidade do cuidado; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 79 g) Coordenação do cuidado; h) Ordenação da rede; e i) Participação da comunidade. Art. 4º A PNAB tem na Saúde da Família sua estratégia prioritária para expansão e consolidação da Atenção Básica. Parágrafo único. Serão reconhecidas outras estratégias de Atenção Bási- ca, desde que observados os princípios e diretrizes previstos nesta portaria e tenham caráter transitório, devendo ser estimulada sua conversão em Estra- tégia Saúde da Família. Art. 5º A integração entre a Vigilância em Saúde e Atenção Básica é con- dição essencial para o alcance de resultados que atendam às necessidades de saúde da população, na ótica da integralidade da atenção à saúde e visa es- tabelecer processos de trabalho que considerem os determinantes, os riscos e danos à saúde, na perspectiva da intra e intersetorialidade. Art. 6º Todos os estabelecimentos de saúde que prestem ações e serviços de Atenção Básica, no âmbito do SUS, de acordo com esta portaria serão de- nominados Unidade Básica de Saúde - UBS. Parágrafo único. Todas as UBS são consideradas potenciais espaços de educação, formação de recursos humanos, pesquisa, ensino em serviço, inovação e avaliação tecnológica para a RAS. CAPÍTULO I DAS RESPONSABILIDADES Art. 7º São responsabilidades comuns a todas as esferas de governo: I – contribuir para a reorientação do modelo de atenção e de gestão com base nos princípios e nas diretrizes contidas nesta portaria; II – apoiar e estimular a adoção da Estratégia Saúde da Família - ESF como estratégia prioritária de expansão, consolidação e qualificação da Aten- ção Básica; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 80 III – garantir a infraestrutura adequada e com boas condições para o fun- cionamento das UBS, garantindo espaço, mobiliário e equipamentos, além de acessibilidade de pessoas com deficiência, de acordo com as normas vigentes; IV – contribuir com o financiamento tripartite para fortalecimento da Aten- ção Básica; V – assegurar ao usuário o acesso universal, equânime e ordenado às ações e serviços de saúde do SUS, além de outras atribuições que venham a ser pactuadas pelas Comissões Intergestores; VI – estabelecer, nos respectivos Planos Municipais, Estaduais e Nacio- nal de Saúde, prioridades, estratégias e metas para a organização da Aten- ção Básica; VII – desenvolver mecanismos técnicos e estratégias organizacionais de qualificação da força de trabalho para gestão e atenção à saúde, estimular e viabilizar a formação, educação permanente e continuada dos profissionais, garantir direitos trabalhistas e previdenciários, qualificar os vínculos de traba- lho e implantar carreiras que associem desenvolvimento do trabalhador com qualificação dos serviços ofertados às pessoas; VIII – garantir provimento e estratégias de fixação de profissionais de saúde para a Atenção Básica com vistas a promover ofertas de cuidado e o vínculo; IX – desenvolver, disponibilizar e implantar os Sistemas de Informação da Atenção Básica vigentes, garantindo mecanismos que assegurem o uso qua- lificado dessas ferramentas nas UBS, de acordo com suas responsabilidades; X – garantir, de forma tripartite, dispositivos para transporte em saúde, compreendendo as equipes, pessoas para realização de procedimentos eleti- vos, exames, dentre outros, buscando assegurar a resolutividade e a integra- lidade do cuidado na RAS, conforme necessidade do território e planejamen- to de saúde; XI – planejar, apoiar, monitorar e avaliar as ações da Atenção Básica nos territórios; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 81 XII – estabelecer mecanismos de autoavaliação, controle, regulação e acompanhamento sistemático dos resultados alcançados pelas ações da Aten- ção Básica, como parte do processo de planejamento e programação; XIII – divulgar as informações e os resultados alcançados pelas equipes que atuam na Atenção Básica, estimulando a utilização dos dados para o pla- nejamento das ações; XIV – promover o intercâmbio de experiências entre gestores e entre tra- balhadores, por meio de cooperação horizontal,e estimular o desenvolvimen- to de estudos e pesquisas que busquem o aperfeiçoamento e a disseminação de tecnologias e conhecimentos voltados à Atenção Básica; XV – estimular a participação popular e o controle social; XVI – garantir espaços físicos e ambientes adequados para a formação de estudantes e trabalhadores de saúde, para a formação em serviço e para a educação permanente e continuada nas Unidades Básicas de Saúde; XVII – desenvolver as ações de assistência farmacêutica e do uso racional de medicamentos, garantindo a disponibilidade e acesso a medicamentos e insumos em conformidade com a RENAME, os protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas, e com a relação específica complementar estadual, municipal, da união, ou do distrito federal de medicamentos nos pontos de atenção, vi- sando a integralidade do cuidado; XVIII – adotar estratégias para garantir um amplo escopo de ações e ser- viços a serem ofertados na Atenção Básica, compatíveis com as necessidades de saúde de cada localidade; XIX – estabelecer mecanismos regulares de auto avaliação para as equi- pes que atuam na Atenção Básica, a fim de fomentar as práticas de monito- ramento, avaliação e planejamento em saúde; e XX – articulação com o subsistema Indígena nas ações de Educação Per- manente e gestão da rede assistencial. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 82 Art. 8º Compete ao Ministério da Saúde a gestão das ações de Atenção Básica no âmbito da União, sendo responsabilidades da União: I – definir e rever periodicamente, de forma pactuada, na Comissão Inter- gestores Tripartite (CIT), as diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica; II – garantir fontes de recursos federais para compor o financiamento da Atenção Básica; III – destinar recurso federal para compor o financiamento tripartite da Atenção Básica, de modo mensal, regular e automático, prevendo, entre ou- tras formas, o repasse fundo a fundo para custeio e investimento das ações e serviços; IV – prestar apoio integrado aos gestores dos Estados, do Distrito Fede- ral e dos municípios no processo de qualificação e de consolidação da Aten- ção Básica; V – definir, de forma tripartite, estratégias de articulação junto às gestões estaduais e municipais do SUS, com vistas à institucionalização da avaliação e qualificação da Atenção Básica; VI – estabelecer, de forma tripartite, diretrizes nacionais e disponibilizar instrumentos técnicos e pedagógicos que facilitem o processo de gestão, for- mação e educação permanente dos gestores e profissionais da Atenção Básica; VII – articular com o Ministério da Educação estratégias de indução às mudanças curriculares nos cursos de graduação e pósgraduação na área da saúde, visando à formação de profissionais e gestores com perfil adequado à Atenção Básica; e VIII – apoiar a articulação de instituições, em parceria com as Secretarias de Saúde Municipais, Estaduais e do Distrito Federal, para formação e garan- tia de educação permanente e continuada para os profissionais de saúde da Atenção Básica, de acordo com as necessidades locais. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 83 Art. 9º Compete às Secretarias Estaduais de Saúde e ao Distrito Federal a coordenação do componente estadual e distrital da Atenção Básica, no âmbito de seus limites territoriais e de acordo com as políticas, diretrizes e priorida- des estabelecidas, sendo responsabilidades dos Estados e do Distrito Federal: I – pactuar, na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e Colegiado de Ges- tão no Distrito Federal, estratégias, diretrizes e normas para a implantação e implementação da Política Nacional de Atenção Básica vigente nos Estados e Distrito Federal; II – destinar recursos estaduais para compor o financiamento triparti- te da Atenção Básica, de modo regular e automático, prevendo, entre ou- tras formas, o repasse fundo a fundo para custeio e investimento das ações e serviços; III – ser corresponsável pelo monitoramento das ações de Atenção Básica nos municípios; IV – analisar os dados de interesse estadual gerados pelos sistemas de informação, utilizá-los no planejamento e divulgar os resultados obtidos; V – verificar a qualidade e a consistência de arquivos dos sistemas de in- formação enviados pelos municípios, de acordo com prazos e fluxos estabe- lecidos para cada sistema, retornando informações aos gestores municipais; VI – divulgar periodicamente os relatórios de indicadores da Atenção Bá- sica, com intuito de assegurar o direito fundamental de acesso à informação; VII – prestar apoio institucional aos municípios no processo de implan- tação, acompanhamento e qualificação da Atenção Básica e de ampliação e consolidação da Estratégia Saúde da Família; VIII – definir estratégias de articulação com as gestões municipais, com vistas à institucionalização do monitoramento e avaliação da Atenção Básica; IX – disponibilizar aos municípios instrumentos técnicos e pedagógicos que facilitem o processo de formação e educação permanente dos membros das equipes de gestão e de atenção; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 84 X – articular instituições de ensino e serviço, em parceria com as Secreta- rias Municipais de Saúde, para formação e garantia de educação permanente aos profissionais de saúde das equipes que atuam na Atenção Básica; e XI – fortalecer a Estratégia Saúde da Família na rede de serviços como a estratégia prioritária de organização da Atenção Básica. Art. 10. Compete às Secretarias Municipais de Saúde a coordenação do componente municipal da Atenção Básica, no âmbito de seus limites territo- riais, de acordo com a política, diretrizes e prioridades estabelecidas, sendo responsabilidades dos Municípios e do Distrito Federal: I – organizar, executar e gerenciar os serviços e ações de Atenção Básica, de forma universal, dentro do seu território, incluindo as unidades próprias e as cedidas pelo estado e pela União; II – programar as ações da Atenção Básica a partir de sua base territorial de acordo com as necessidades de saúde identificadas em sua população, utilizando instrumento de programação nacional vigente; III – organizar o fluxo de pessoas, inserindo-as em linhas de cuidado, instituindo e garantindo os fluxos definidos na Rede de Atenção à Saúde en- tre os diversos pontos de atenção de diferentes configurações tecnológicas, integrados por serviços de apoio logístico, técnico e de gestão, para garantir a integralidade do cuidado. IV – estabelecer e adotar mecanismos de encaminhamento responsável pelas equipes que atuam na Atenção Básica de acordo com as necessidades de saúde das pessoas, mantendo a vinculação e coordenação do cuidado; V – manter atualizado mensalmente o cadastro de equipes, profissionais, carga horária, serviços disponibilizados, equipamentos e outros no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde vigente, conforme regu- lamentação específica; VI – organizar os serviços para permitir que a Atenção Básica atue como a porta de entrada preferencial e ordenadora da RAS; VII – fomentar a mobilização das equipes e garantir espaços para a parti- cipação da comunidade no exercício do controle social; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 85 VIII – destinar recursos municipais para compor o financiamento tripartite da Atenção Básica; IX – ser corresponsável, junto ao Ministério da Saúde, e Secretaria Es- tadual de Saúde pelo monitoramento da utilização dos recursos da Atenção Básica transferidos aos município; X – inserir a Estratégia de Saúde da Família em sua rede de serviços como a estratégia prioritária de organização da Atenção Básica; XI – prestar apoio institucional às equipes e serviços no processo de im- plantação, acompanhamento, e qualificação da Atenção Básica e de amplia- ção e consolidação da Estratégia Saúde da Família; XII – definir estratégias de institucionalização daavaliação da Aten- ção Básica; XIII – desenvolver ações, articular instituições e promover acesso aos tra- balhadores, para formação e garantia de educação permanente e continuada aos profissionais de saúde de todas as equipes que atuam na Atenção Básica implantadas; XIV – selecionar, contratar e remunerar os profissionais que compõem as equipes multiprofissionais de Atenção Básica, em conformidade com a legis- lação vigente; XV – garantir recursos materiais, equipamentos e insumos suficientes para o funcionamento das UBS e equipes, para a execução do conjunto de ações propostas; XVI – garantir acesso ao apoio diagnóstico e laboratorial necessário ao cui- dado resolutivo da população; XVII – alimentar, analisar e verificar a qualidade e a consistência dos dados inseridos nos sistemas nacionais de informação a serem enviados às outras es- feras de gestão, utilizá-los no planejamento das ações e divulgar os resultados obtidos, a fim de assegurar o direito fundamental de acesso à informação; XVIII – organizar o fluxo de pessoas, visando à garantia das referências a serviços e ações de saúde fora do âmbito da Atenção Básica e de acordo com as necessidades de saúde das mesmas; e GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 86 IX – assegurar o cumprimento da carga horária integral de todos os pro- fissionais que compõem as equipes que atuam na Atenção Básica, de acordo com as jornadas de trabalho especificadas no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde vigente e a modalidade de atenção. Art. 11. A operacionalização da Política Nacional de Atenção Básica está detalhada no Anexo a esta Portaria. Art. 12 Fica revogada a Portaria n. 2.488/GM/MS, de 21 de outubro de 2011. Art. 13. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. RICARDO BARROS GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 87 ANEXO POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA OPERACIONALIZAÇÃO CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS DA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) é resultado da experiên- cia acumulada por um conjunto de atores envolvidos historicamente com o desenvolvimento e a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), como movimentos sociais, população, trabalhadores e gestores das três esferas de governo. Esta Portaria, conforme normatização vigente no SUS, que define a organização em Redes de Atenção à Saúde (RAS) como estratégia para um cuidado integral e direcionado às necessidades de saúde da população, desta- ca a Atenção Básica como primeiro ponto de atenção e porta de entrada pre- ferencial do sistema, que deve ordenar os fluxos e contrafluxos de pessoas, produtos e informações em todos os pontos de atenção à saúde. Esta Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da Família sua es- tratégia prioritária para expansão e consolidação da Atenção Básica. Contudo reconhece outras estratégias de organização da Atenção Básica nos territó- rios, que devem seguir os princípios e diretrizes da Atenção Básica e do SUS, configurando um processo progressivo e singular que considera e inclui as especificidades locorregionais, ressaltando a dinamicidade do território e a existência de populações específicas, itinerantes e dispersas, que também são de responsabilidade da equipe enquanto estiverem no território, em con- sonância com a política de promoção da equidade em saúde. A Atenção Básica considera a pessoa em sua singularidade e inserção sociocultural, buscando produzir a atenção integral, incorporar as ações de vigilância em saúde - a qual constitui um processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise e disseminação de dados sobre eventos relacio- GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 88 nados à saúde - além disso, visa o planejamento e a implementação de ações públicas para a proteção da saúde da população, a prevenção e o controle de riscos, agravos e doenças, bem como para a promoção da saúde. Destaca-se ainda o desafio de superar compreensões simplistas, nas quais, entre outras, há dicotomia e oposição entre a assistência e a promoção da saúde. Para tal, deve-se partir da compreensão de que a saúde possui múlti- plos determinantes e condicionantes e que a melhora das condições de saúde das pessoas e coletividades passa por diversos fatores, os quais grande parte podem ser abordados na Atenção Básica. 1 - PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA ATENÇÃO BÁSICA Os princípios e diretrizes, a caracterização e a relação de serviços oferta- dos na Atenção Básica serão orientadores para a sua organização nos muni- cípios, conforme descritos a seguir: 1.1 - Princípios - Universalidade: possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade e resolutivos, caracterizados como a porta de entrada aber- ta e preferencial da RAS (primeiro contato), acolhendo as pessoas e promo- vendo a vinculação e corresponsabilização pela atenção às suas necessidades de saúde. O estabelecimento de mecanismos que assegurem acessibilidade e acolhimento pressupõe uma lógica de organização e funcionamento do servi- ço de saúde que parte do princípio de que as equipes que atuam na Atenção Básica nas UBS devem receber e ouvir todas as pessoas que procuram seus serviços, de modo universal, de fácil acesso e sem diferenciações excludentes, e a partir daí construir respostas para suas demandas e necessidades. - Equidade: ofertar o cuidado, reconhecendo as diferenças nas condições de vida e saúde e de acordo com as necessidades das pessoas, considerando que o direito à saúde passa pelas diferenciações sociais e deve atender à di- versidade. Ficando proibida qualquer exclusão baseada em idade, gênero, cor, GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 89 crença, nacionalidade, etnia, orientação sexual, identidade de gênero, estado de saúde, condição socioeconômica, escolaridade ou limitação física, intelectual, funcional, entre outras, com estratégias que permitam minimizar desigualda- des, evitar exclusão social de grupos que possam vir a sofrer estigmatização ou discriminação; de maneira que impacte na autonomia e na situação de saúde. - Integralidade: É o conjunto de serviços executados pela equipe de saúde que atendam às necessidades da população adscrita nos campos do cuidado, da promoção e manutenção da saúde, da prevenção de doenças e agravos, da cura, da reabilitação, redução de danos e dos cuidados paliativos. Inclui a responsabilização pela oferta de serviços em outros pontos de atenção à saú- de e o reconhecimento adequado das necessidades biológicas, psicológicas, ambientais e sociais causadoras das doenças, e manejo das diversas tecno- logias de cuidado e de gestão necessárias a estes fins, além da ampliação da autonomia das pessoas e coletividade. 1.2 - Diretrizes - Regionalização e Hierarquização: dos pontos de atenção da RAS, tendo a Atenção Básica como ponto de comunicação entre esses. Considera-se regi- ões de saúde como um recorte espacial estratégico para fins de planejamen- to, organização e gestão de redes de ações e serviços de saúde em determi- nada localidade, e a hierarquização como forma de organização de pontos de atenção da RAS entre si, com fluxos e referências estabelecidos. - Territorialização e Adstrição: de forma a permitir o planejamento, a pro- gramação descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e interse- toriais com foco em um território específico, com impacto na situação, nos condicionantes e determinantes da saúde das pessoas e coletividades que constituem aquele espaço e estão, portanto, adstritos a ele. Para efeitos des- ta portaria, considerase Território a unidade geográfica única, de construção descentralizada do SUS na execução das ações estratégicas destinadas à vigi- lância, promoção, prevenção, proteção e recuperação da saúde. Os Territórios GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 90 são destinados para dinamizara ação em saúde pública, o estudo social, eco- nômico, epidemiológico, assistencial, cultural e identitário, possibilitando uma ampla visão de cada unidade geográfica e subsidiando a atuação na Atenção Básica, de forma que atendam a necessidade da população adscrita e ou as populações específicas. III – População Adscrita: população que está presente no território da UBS, de forma a estimular o desenvolvimento de relações de vínculo e res- ponsabilização entre as equipes e a população, garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado e com o objetivo de ser referência para o seu cuidado. - Cuidado Centrado na Pessoa: aponta para o desenvolvimento de ações de cuidado de forma singularizada, que auxilie as pessoas a desenvolverem os conhecimentos, aptidões, competências e a confiança necessária para ge- rir e tomar decisões embasadas sobre sua própria saúde e seu cuidado de saúde de forma mais efetiva. O cuidado é construído com as pessoas, de acordo com suas necessidades e potencialidades na busca de uma vida inde- pendente e plena. A família, a comunidade e outras formas de coletividade são elementos relevantes, muitas vezes condicionantes ou determinantes na vida das pessoas e, por consequência, no cuidado. - Resolutividade: reforça a importância da Atenção Básica ser resolutiva, utilizando e articulando diferentes tecnologias de cui-dado individual e co- letivo, por meio de uma clínica ampliada capaz de construir vínculos positi- vos e intervenções clínica e sanitariamente efetivas, centrada na pessoa, na perspectiva de ampliação dos graus de autonomia dos indivíduos e grupos sociais. Deve ser capaz de resolver a grande maioria dos problemas de saúde da população, coordenando o cuidado do usuário em outros pontos da RAS, quando necessário. VI – Longitudinalidade do cuidado: pressupõe a continuidade da relação de cuidado, com construção de vínculo e responsabilização entre profissionais e usuários ao longo do tempo e de modo permanente e consistente, acom- GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 91 panhando os efeitos das intervenções em saúde e de outros elementos na vida das pessoas, evitando a perda de referências e diminuindo os riscos de iatrogenia que são decorrentes do desconhecimento das histórias de vida e da falta de coordenação do cuidado. VII – Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das RAS. Atuando como o centro de co- municação entre os diversos pontos de atenção, responsabilizando-se pelo cuidado dos usuários em qualquer destes pontos através de uma relação ho- rizontal, contínua e integrada, com o objetivo de produzir a gestão comparti- lhada da atenção integral. Articulando também as outras estruturas das redes de saúde e intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais. VIII – Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde da popula- ção sob sua responsabilidade, organizando as necessidades desta população em relação aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para que o planejamento das ações, assim como, a programação dos serviços de saúde, parta das necessidades de saúde das pessoas. IX – Participação da comunidade: estimular a participação das pessoas, a orientação comunitária das ações de saúde na Atenção Básica e a competên- cia cultural no cuidado, como forma de ampliar sua autonomia e capacidade na construção do cuidado à sua saúde e das pessoas e coletividades do ter- ritório. Considerando ainda o enfrentamento dos determinantes e condicio- nantes de saúde, através de articulação e integração das ações intersetoriais na organização e orientação dos serviços de saúde, a partir de lógicas mais centradas nas pessoas e no exercício do controle social. 2 - A ATENÇÃO BÁSICA NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE Esta portaria, conforme normatização vigente do SUS, define a organi- zação na RAS, como estratégia para um cuidado integral e direcionado às necessidades de saúde da população. As RAS constituem-se em arranjos or- ganizativos formados por ações e serviços de saúde com diferentes configura- GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 92 ções tecnológicas e missões assistenciais, articulados de forma complemen- tar e com base territorial, e têm diversos atributos, entre eles, destaca-se: a Atenção Básica estruturada como primeiro ponto de atenção e principal porta de entrada do sistema, constituída de equipe multidisciplinar que cobre toda a população, integrando, coordenando o cuidado e atendendo as necessidades de saúde das pessoas do seu território. O Decreto n. 7.508, de 28 de julho de 2011, que regulamenta a Lei n. 8.080/90, define que “o acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde se inicia pelas portas de entrada do SUS e se completa na rede regionalizada e hierarquizada”. Para que a Atenção Básica possa ordenar a RAS, é preciso reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade, organizando- -as em relação aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para que a programação dos serviços de saúde parta das necessidades das pessoas, com isso fortalecendo o planejamento ascendente. A Atenção Básica é caracterizada como porta de entrada preferencial do SUS, possui um espaço privilegiado de gestão do cuidado das pessoas e cum- pre papel estratégico na rede de atenção, servindo como base para o seu or- denamento e para a efetivação da integralidade. Para tanto, é necessário que a Atenção Básica tenha alta resolutividade, com capacidade clínica e de cuidado e incorporação de tecnologias leves, leve duras e duras (diagnósticas e tera- pêuticas), além da articulação da Atenção Básica com outros pontos da RAS. Os estados, municípios e o distrito federal, devem articular ações inter- setoriais, assim como a organização da RAS, com ênfase nas necessidades locorregionais, promovendo a integração das referências de seu território. Recomenda-se a articulação e implementação de processos que aumen- tem a capacidade clínica das equipes, que fortaleçam práticas de microrregu- lação nas Unidades Básicas de Saúde, tais como gestão de filas próprias da UBS e dos exames e consultas descentralizados/programados para cada UBS, GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 93 que propiciem a comunicação entre UBS, centrais de regulação e serviços es- pecializados, com pactuação de fluxos e protocolos, apoio matricial presencial e/ou a distância, entre outros. Um dos destaques que merecem ser feitos é a consideração e a incorpora- ção, no processo de referenciamento, das ferramentas de telessaúde articu- lado às decisões clínicas e aos processos de regulação do acesso. A utilização de protocolos de encaminhamento servem como ferramenta, ao mesmo tem- po, de gestão e de cuidado, pois tanto orientam as decisões dos profissionais solicitantes quanto se constituem como referência que modula a avaliação das solicitações pelos médicos reguladores. Com isso, espera-se que ocorra uma ampliação do cuidado clínico e da re- solutividade na Atenção Básica, evitando a exposição das pessoas a consultas e/ou procedimentos desnecessários. Além disso, com a organização do acesso, induz-se ao uso racional dos recursos em saúde, impede deslocamentos des- necessários e traz maior eficiência e equidade à gestão das listas de espera. A gestão municipal deve articular e criar condições para que a referência aos serviços especializados ambulatoriais, sejam realizados preferencialmen- te pela Atenção Básica, sendo de sua responsabilidade: a) Ordenar o fluxo das pessoas nos demais pontos de atenção da RAS; b) Gerir a referência e contrarreferência em outros pontos de atenção; e c) Estabelecer relação com os especialistas que cuidam das pessoas do território. 3 - INFRAESTRUTURA, AMBIÊNCIA E FUNCIONAMENTO DA ATEN- ÇÃO BÁSICA Este item refere-se ao conjunto de procedimentosque objetiva adequar a estrutura física, tecnológica e de recursos humanos das UBS às necessidades de saúde da população de cada território. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 94 3.1 Infraestrutura e ambiência A infraestrutura de uma UBS deve estar adequada ao quantitativo de po- pulação adscrita e suas especificidades, bem como aos processos de trabalho das equipes e à atenção à saúde dos usuários. Os parâmetros de estrutura devem, portanto, levar em consideração a densidade demográfica, a compo- sição, atuação e os tipos de equipes, perfil da população, e as ações e servi- ços de saúde a serem realizados. É importante que sejam previstos espaços físicos e ambientes adequados para a formação de estudantes e trabalhado- res de saúde de nível médio e superior, para a formação em serviço e para a educação permanente na UBS. As UBS devem ser construídas de acordo com as normas sanitárias e tendo como referência as normativas de infraestrutura vigentes, bem como possuir identificação segundo os padrões visuais da Atenção Básica e do SUS. Devem, ainda, ser cadastradas no Sistema de Cadastro Nacional de Estabe- lecimentos de Saúde (SCNES), de acordo com as normas em vigor para tal. As UBS poderão ter pontos de apoio para o atendimento de populações dispersas (rurais, ribeirinhas, assentamentos, áreas pantaneiras, etc.), com reconhecimento no SCNES, bem como nos instrumentos de monitoramento e avaliação. A estrutura física dos pontos de apoio deve respeitar as normas gerais de segurança sanitária. A ambiência de uma UBS refere-se ao espaço físico (arquitetônico), en- tendido como lugar social, profissional e de relações interpessoais, que deve proporcionar uma atenção acolhedora e humana para as pessoas, além de um ambiente saudável para o trabalho dos profissionais de saúde. Para um ambiente adequado em uma UBS, existem componentes que atu- am como modificadores e qualificadores do espaço, recomenda-se contem- plar: recepção sem grades (para não intimidar ou dificultar a comunicação e também garantir privacidade à pessoa), identificação dos serviços existentes, escala dos profissionais, horários de funcionamento e sinalização de fluxos, conforto térmico e acústico, e espaços adaptados para as pessoas com defi- ciência em conformidade com as normativas vigentes. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 95 Além da garantia de infraestrutura e ambiência apropriadas, para a rea- lização da prática profissional na Atenção Básica, é necessário disponibilizar equipamentos adequados, recursos humanos capacitados, e materiais e insu- mos suficientes à atenção à saúde prestada nos municípios e Distrito Federal. 3.2 Tipos de unidades e equipamentos de Saúde São considerados unidades ou equipamentos de saúde no âmbito da Aten- ção Básica: a) Unidade Básica de Saúde Recomenda-se os seguintes ambientes: consultório médico e de enfermagem, consultório com sanitário, sala de procedimentos, sala de vacinas, área para assistência farmacêutica, sala de inalação coletiva, sala de procedimentos, sala de coleta/exames, sala de curativos, sala de expurgo, sala de esterilização, sala de observação e sala de atividades coletivas para os profissionais da Atenção Básica. Se forem com- postas por profissionais de saúde bucal, será necessário consultório odonto- lógico com equipo odontológico completo; a. área de recepção, local para arquivos e registros, sala multiprofissio- nal de acolhimento à demanda espontânea, sala de administração e gerên- cia, banheiro público e para funcionários, entre outros ambientes conforme a necessidade. b) Unidade Básica de Saúde Fluvial Recomenda-se os seguintes ambientes: a. consultório médico; consultório de enfermagem; área para assistência farmacêutica, laboratório, sala de vacina; sala de procedimentos; e, se fo- rem compostas por profissionais de saúde bucal, será necessário consultório odontológico com equipo odontológico completo; b. área de recepção, banheiro público; banheiro exclusivo para os funcio- nários; expurgo; cabines com leitos em número suficiente para toda a equi- pe; cozinha e outro ambientes conforme necessidade. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 96 c) Unidade Odontológica Móvel Recomenda-se veículo devidamente adaptado para a finalidade de aten- ção à saúde bucal, equipado com: Compressor para uso odontológico com sistema de filtragem; aparelho de raios-x para radiografias periapicais e interproximais; aventais de chumbo; conjunto peças de mão contendo micro-motor com peça reta e contra ângulo, e alta rotação; gabinete odontológico; cadeira odontológica, equipo odonto- lógico e refletor odontológico; unidade auxiliar odontológica; mocho odonto- lógico; autoclave; amalgamador; fotopolimerizador; e refrigerador. 3.3 - Funcionamento Recomenda-se que as Unidades Básicas de Saúde tenham seu funcionamen- to com carga horária mínima de 40 horas/semanais, no mínimo 5 (cinco) dias da semana e nos 12 meses do ano, possibilitando acesso facilitado à população. Horários alternativos de funcionamento podem ser pactuados através das instâncias de participação social, desde que atendam expressamente a ne- cessidade da população, observando, sempre que possível, a carga horária mínima descrita acima. Como forma de garantir a coordenação do cuidado, ampliando o acesso e resolutividade das equipes que atuam na Atenção Básica, recomenda-se: i) - População adscrita por equipe de Atenção Básica (eAB) e de Saúde da Família (eSF) de 2.000 a 3.500 pessoas, localizada dentro do seu território, garantindo os princípios e diretrizes da Atenção Básica. Além dessa faixa populacional, podem existir outros arranjos de adscri- ção, conforme vulnerabilidades, riscos e dinâmica comunitária, facultando aos gestores locais, conjuntamente com as equipes que atuam na Atenção Básica e Conselho Municipal ou Local de Saúde, a possibilidade de definir outro pa- râmetro populacional de responsabilidade da equipe, podendo ser maior ou menor do que o parâmetro recomendado, de acordo com as especificidades do território, assegurando-se a qualidade do cuidado. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 97 ii) - 4 (quatro) equipes por UBS (Atenção Básica ou Saúde da Família), para que possam atingir seu potencial resolutivo. iii) - Fica estipulado para cálculo do teto máximo de equipes de Atenção Básica (eAB) e de Saúde da Família (eSF), com ou sem os profissionais de saúde bucal, pelas quais o Município e o Distrito Federal poderão fazer jus ao recebimento de recursos financeiros específicos, conforme a seguinte fórmu- la: População/2.000. iv) - Em municípios ou territórios com menos de 2.000 habitantes, que uma equipe de Saúde da Família (eSF) ou de Atenção Básica (eAB) seja res- ponsável por toda população; Reitera-se a possibilidade de definir outro parâmetro populacional de res- ponsabilidade da equipe de acordo com especificidades territoriais, vulnerabi- lidades, riscos e dinâmica comunitária respeitando critérios de equidade, ou, ainda, pela decisão de possuir um número inferior de pessoas por equipe de Atenção Básica (eAB) e equipe de Saúde da Família (eSF) para avançar no acesso e na qualidade da Atenção Básica. Para que as equipes que atuam na Atenção Básica possam atingir seu po- tencial resolutivo, de forma a garantir a coordenação do cuidado, ampliando o acesso, é necessário adotar estratégias que permitam a definição de um amplo escopo dos serviços a serem ofertados na UBS, de forma que seja compatível com as necessidades e demandas de saúde da população adscrita, seja por meio da Estratégia Saúde da Família ou outros arranjos de equipes de Atenção Básica (eAB), que atuem em conjunto, compartilhando o cuidado e apoiando as práticas de saúde nos territórios. Essa oferta de ações e servi- ços na Atenção Básica devem considerar políticas e programas prioritários, as diversasrealidades e necessidades dos territórios e das pessoas, em parceria com o controle social. As ações e serviços da Atenção Básica, deverão seguir padrões essenciais e ampliados: Padrões Essenciais - ações e procedimentos básicos relacionados a condi- ções básicas/essenciais de acesso e qualidade na Atenção Básica; e GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 98 - Padrões Ampliados -ações e procedimentos considerados estratégicos para se avançar e alcançar padrões elevados de acesso e qualidade na Aten- ção Básica, considerando especificidades locais, indicadores e parâmetros es- tabelecidos nas Regiões de Saúde. A oferta deverá ser pública, desenvolvida em parceria com o controle so- cial, pactuada nas instâncias interfederativas, com financiamento regulamen- tado em normativa específica. Caberá a cada gestor municipal realizar análise de demanda do território e ofertas das UBS para mensurar sua capacidade resolutiva, adotando as medidas necessárias para ampliar o acesso, a qualidade e resolutividade das equipes e serviços da sua UBS. A oferta de ações e serviços da Atenção Básica deverá estar disponível aos usuários de forma clara, concisa e de fácil visualização, conforme padroniza- ção pactuada nas instâncias gestoras. Todas as equipes que atuam na Atenção Básica deverão garantir a ofer- ta de todas as ações e procedimentos do Padrão Essencial e recomenda-se que também realizarem ações e serviços do Padrão Ampliado, considerando as necessidades e demandas de saúde das populações em cada localidade. Os serviços dos padrões essenciais, bem como os equipamentos e materiais necessários, devem ser garantidos igualmente para todo o país, buscando uniformidade de atuação da Atenção Básica no território nacional. Já o elenco de ações e procedimentos ampliados deve contemplar de forma mais flexível às necessidades e demandas de saúde das populações em cada localidade, sendo definido a partir de suas especificidades locorregionais. As unidades devem organizar o serviço de modo a otimizar os processos de trabalho, bem como o acesso aos demais níveis de atenção da RAS. Toda UBS deve monitorar a satisfação de seus usuários, oferecendo o registro de elogios, críticas ou reclamações, por meio de livros, caixas de sugestões ou canais eletrônicos. As UBS deverão assegurar o acolhimento e escuta ativa e qualificada das pessoas, mesmo que não sejam da área de GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 99 abrangência da unidade, com classificação de risco e encaminhamento res- ponsável de acordo com as necessidades apresentadas, articulando-se com outros serviços de forma resolutiva, em conformidade com as linhas de cui- dado estabelecidas. Deverá estar afixado em local visível, próximo à entrada da UBS: – Identificação e horário de atendimento; – Mapa de abrangência, com a cobertura de cada equipe; – Identificação do Gerente da Atenção Básica no território e dos com- ponentes de cada equipe da UBS; – Relação de serviços disponíveis; e – Detalhamento das escalas de atendimento de cada equipe. 3.4 - Tipos de Equipes: 1 - Equipe de Saúde da Família (eSF): É a estratégia prioritária de atenção à saúde e visa à reorganização da Atenção Básicano país, de acordo com os preceitos do SUS. É considerada como estratégia de expansão, qualificação e consolidação da Atenção Básica, por favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de ampliar a resolutividade e impactar na situação de saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar uma impor- tante relação custo-efetividade. Composta no mínimo por médico, preferencialmente da especialidade me- dicina de família e comunidade, enfermeiro, preferencialmente especialista em saúde da família; auxiliar e/ou técnico de enfermagem e agente comu- nitário de saúde (ACS). Podendo fazer parte da equipe o agente de comba- te às endemias (ACE) e os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista, preferencialmente especialista em saúde da família, e auxiliar ou técnico em saúde bucal. O número de ACS por equipe deverá ser definido de acordo com base populacional, critérios demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos, de acordo com definição local. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 100 Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabilidade social, recomenda-se a cobertura de 100% da população com número máxi- mo de 750 pessoas por ACS. Para equipe de Saúde da Família, há a obrigatoriedade de carga horária de 40 (quarenta) horas semanais para todos os profissionais de saúde membros da ESF. Dessa forma, os profissionais da ESF poderão estar vinculados a ape- nas 1 (uma) equipe de Saúde da Família, no SCNES vigente. 2 - Equipe da Atenção Básica (eAB): esta modalidade deve atender aos princípios e diretrizes propostas para a AB. A gestão municipal poderá compor equipes de Atenção Básica (eAB) de acordo com características e necessida- des do município. Como modelo prioritário é a ESF, as equipes de Atenção Bá- sica (eAB) podem posteriormente se organizar tal qual o modelo prioritário. As equipes deverão ser compostas minimamente por médicos preferen- cialmente da especialidade medicina de família e comunidade, enfermeiro preferencialmente especialista em saúde da família, auxiliares de enferma- gem e ou técnicos de enfermagem. Poderão agregar outros profissionais como dentistas, auxiliares de saúde bucal e ou técnicos de saúde bucal, agentes comunitários de saúde e agentes de combate à endemias. A composição da carga horária mínima por categoria pro-fissional deverá ser de 10 (dez) horas, com no máximo de 3 (três) profissionais por categoria, devendo somar no mínimo 40 horas/semanais. O processo de trabalho, a combinação das jornadas de trabalho dos profis- sionais das equipes e os horários e dias de funcionamento devem ser organi- zados de modo que garantam amplamente acesso, o vínculo entre as pessoas e profissionais, a continuidade, coordenação e longitudinalidade do cuidado. A distribuição da carga horária dos profissionais é de responsabilidade do gestor, devendo considerar o perfil demográfico e epidemiológico local para escolha da especialidade médica, estes devem atuar como generalistas nas equipes de Atenção Básica (eAB). GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 101 Importante ressaltar que para o funcionamento a equipe deverá con- tar também com profissionais de nível médio como técnico ou auxiliar de enfermagem. 3 - Equipe de Saúde Bucal (eSB): Modalidade que pode compor as equi- pes que atuam na atenção básica, constituída por um cirurgião-dentista e um técnico em saúde bucal e/ou auxiliar de saúde bucal. Os profissionais de saúde bucal que compõem as equipes de Saúde da Famí- lia (eSF) e de Atenção Básica (eAB) e de devem estar vinculados à uma UBS ou a Unidade Odontológica Móvel, podendo se organizar nas seguintes modalidades: Modalidade I: Cirurgião-dentista e auxiliar em saúde bucal (ASB) ou téc- nico em saúde bucal (TSB) e; Modalidade II: Cirurgião-dentista, TSB e ASB, ou outro TSB. Independente da modalidade adotada, os profissionais de Saúde Bucal são vinculados a uma equipe de Atenção Básica (eAB) ou equipe de Saúde da Família (eSF), devendo compartilhar a gestão e o processo de trabalho da equipe, tendo responsabilidade sanitária pela mesma população e território adstrito que a equipe de Saúde da Família ou Atenção Básica a qual integra. Cada equipe de Saúde de Família que for implantada com os profissionais de saúde bucal ou quando se introduzir pela primeira vez os profissionais de saúde bucal numa equipe já implantada, modalidade I ou II, o gestor recebe- rá do Ministério da Saúde os equipamentos odontológicos, através de doação direta ou o repasse de recursos necessários para adquiri-los (equipo odonto- lógico completo). 4 - Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB)Constitui uma equipe multiprofissional e interdisciplinar composta por ca- tegorias de profissionais da saúde, complementar àsequipes que atuam na Atenção Básica. É formada por diferentes ocupações (profissões e especia- lidades) da área da saúde, atuando de maneira integrada para dar suporte (clínico, sanitário e pedagógico) aos profissionais das equipes de Saúde da Família (eSF) e de Atenção Básica (eAB). GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 102 Busca-se que essa equipe seja membro orgânico da Atenção Básica, vi- vendo integralmente o dia a dia nas UBS e trabalhando de forma horizontal e interdisciplinar com os demais profissionais, garantindo a longitudinalida- de do cuidado e a prestação de serviços diretos à população. Os diferentes profissionais devem estabelecer e compartilhar saberes, práticas e gestão do cuidado, com uma visão comum e aprender a solucionar problemas pela co- municação, de modo a maximizar as habilidades singulares de cada um. Deve estabelecer seu processo de trabalho a partir de problemas, deman- das e necessidades de saúde de pessoas e grupos sociais em seus territórios, bem como a partir de dificuldades dos profissionais de todos os tipos de equi- pes que atuam na Atenção Básica em suas análises e manejos. Para tanto, faz-se necessário o compartilhamento de saberes, práticas intersetoriais e de gestão do cuidado em rede e a realização de educação permanente e gestão de coletivos nos territórios sob responsabilidade destas equipes. Ressalta-se que os Nasf-AB não se constituem como serviços com unida- des físicas independentes ou especiais, e não são de livre acesso para atendi- mento individual ou coletivo (estes, quando necessários, devem ser regulados pelas equipes que atuam na Atenção Básica). Devem, a partir das demandas identificadas no trabalho con-junto com as equipes, atuar de forma integra- da à Rede de Atenção à Saúde e seus diversos pontos de atenção, além de outros equipamentos sociais públicos/privados, redes sociais e comunitárias. Compete especificamente à Equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Fa- mília e Atenção Básica (Nasf- AB): a. Participar do planejamento conjunto com as equipes que atuam na Atenção Básica à que estão vinculadas; b. Contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do SUS princi- palmente por intermédio da ampliação da clínica, auxiliando no aumento da capacidade de análise e de intervenção sobre problemas e necessidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto sanitários; e c. Realizar discussão de casos, atendimento individual, compartilhado, interconsulta, construção GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 103 conjunta de projetos terapêuticos, educação permanente, intervenções no território e na saúde de grupos populacionais de todos os ciclos de vida, e da coletividade, ações intersetoriais, ações de prevenção e promoção da saúde, discussão do processo de trabalho das equipes dentre outros, no território. Poderão compor os NASF-AB as ocupações do Código Brasileiro de Ocupa- ções - CBO na área de saúde: Médico Acupunturista; Assistente Social; Pro- fissional/Professor de Educação Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fono- audiólogo; Médico Ginecologista/Obstetra; Médico Homeopata; Nutricionista; Médico Pediatra; Psicólogo; Médico Psiquiatra; Terapeuta Ocupacional; Médi- co Geriatra; Médico Internista (clinica médica), Médico do Trabalho, Médico Veterinário, profissional com formação em arte e educação (arte educador) e profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional graduado na área de saúde com pós-graduação em saúde pública ou coletiva ou graduado direta- mente em uma dessas áreas conforme normativa vigente. A definição das categorias profissionais é de autonomia do gestor local, devendo ser escolhida de acordo com as necessidades do territórios. 5 - Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS): É prevista a implantação da Estratégia de Agentes Comunitários de Saú- de nas UBS como uma possibilidade para a reorganização inicial da Atenção Básica com vistas à implantação gradual da Estratégia de Saúde da Família ou como uma forma de agregar os agentes comunitários a outras maneiras de organização da Atenção Básica. São itens necessários à implantação desta estratégia: a.a existência de uma Unidade Básica de Saúde, inscrita no SCNES vigen- te que passa a ser a UBS de referência para a equipe de agentes comunitá- rios de saúde; b.o número de ACS e ACE por equipe deverá ser definido de acordo com base populacional (critérios demográficos, epidemiológicos e socioeconômi- cos), conforme legislação vigente. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 104 c.o cumprimento da carga horária integral de 40 horas semanais por toda a equipe de agentes comunitários, por cada membro da equipe; composta por ACS e enfermeiro supervisor; d.o enfermeiro supervisor e os ACS devem estar cadastrados no SCNES vigente, vinculados à equipe; e.cada ACS deve realizar as ações previstas nas regulamentações vigen- tes e nesta portaria e ter uma microárea sob sua responsabilidade, cuja po- pulação não ultrapasse 750 pessoas; f. a atividade do ACS deve se dar pela lógica do planejamento do processo de trabalho a partir das necessidades do território, com priorização para po- pulação com maior grau de vulnerabilidade e de risco epidemiológico; g. a atuação em ações básicas de saúde deve visar à integralidade do cui- dado no território; e h.cadastrar, preencher e informar os dados através do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica vigente. 3.5 - Equipes de Atenção Básica para Populações Específicas Todos os profissionais do SUS e, especialmente, da Atenção Básica são responsáveis pela atenção à saúde de populações que apresentem vulne- rabilidades sociais específicas e, por consequência, necessidades de saúde específicas, assim como pela atenção à saúde de qualquer outra pessoa. Isso porque a Atenção Básica possui responsabilidade direta sobre ações de saúde em determinado território, considerando suas singularidades, o que possibili- ta intervenções mais oportunas nessas situações específicas, com o objetivo de ampliar o acesso à RAS e ofertar uma atenção integral à saúde. Assim, toda equipe de Atenção Básica deve realizar atenção à saúde de populações específicas. Em algumas realidades, contudo, ainda é possível e necessário dispor, além das equipes descritas anteriormente, de equipes adi- cionais para realizar as ações de saúde à populações específicas no âmbito da Atenção Básica, que devem atuar de forma integrada para a qualificação do cuidado no território. Aponta-se para um horizonte em que as equipes que GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 105 atuam na Atenção Básica possam incorporar tecnologias dessas equipes es- pecíficas, de modo que se faça uma transição para um momento em que não serão necessárias essas equipes específicas, e todas as pessoas e populações serão acompanhadas pela eSF. São consideradas equipes de Atenção Básica para Populações Específicas: 3.6 - Especificidades da Estratégia Saúde da Família 1 - Equipes de Saúde da Família para o atendimento da População Ribeiri- nha da Amazônia Legal e Pantaneira: Considerando as especificidades locor- regionais, os municípios da Amazônia Legal e Pantaneiras podem optar entre 2 (dois) arranjos organizacionais para equipes Saúde da Família, além dos existentes para o restante do país: a. Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR): São equipes que de- sempenham parte significativa de suas funções em UBS construídas e/ou localizadas nas comunidades pertencentes à área adstrita e cujo acesso se dá por meio fluvial e que, pela grande dispersão territorial, necessitam de em- barcações para atender as comunidades dispersas no território. As eSFR são vinculadas a uma UBS, que pode estar localizada na sede do Município ou em alguma comunidaderibeirinha localizada na área adstrita. A eSFR será formada por equipe multiprofissional composta por, no mí- nimo: 1 (um) médico, preferencialmente da especialidade de Família e Co- munidade, 1 (um) enfermeiro, preferencialmente especialista em Saúde da Família e 1 (um) auxiliar ou técnico de enfermagem, podendo acrescentar a esta composição, como parte da equipe multiprofissional, o ACS e ACE e os profissionais de saúde bucal:1 (um) cirurgião dentista, preferencialmente es- pecialista em saúde da família e 1 (um) técnico ou auxiliar em saúde bucal. Nas hipóteses de grande dispersão populacional, as ESFR podem contar, ainda, com: até 24 (vinte e quatro) Agentes Comunitários de Saúde; até 12 (doze) microscopistas, nas regiões endêmicas; até 11 (onze) Auxiliares/ Técnicos de enfermagem; e 1 (um) Auxiliar/Técnico de saúde bucal. As ESFR GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 106 poderão, ainda, acrescentar até 2 (dois) profissionais da área da saúde de nível superior à sua composição, dentre enfermeiros ou outros profissionais previstos nas equipes de Nasf-AB. Os agentes comunitários de saúde, os auxiliares/técnicos de enferma- gem extras e os auxiliares/técnicos de saúde bucal cumprirão carga horária de até 40 (quarenta) horas semanais de trabalho e deverão residir na área de atuação. As eSFR prestarão atendimento à população por, no mínimo, 14 (quator- ze) dias mensais, com carga horária equivalente a 8 (oito) horas diárias. Para as comunidades distantes da UBS de referência, as eSFR adotarão circuito de deslocamento que garanta o atendimento a todas as comunidades assistidas, ao menos a cada 60 (sessenta) dias, para assegurar a execução das ações de Atenção Básica. Caso necessário, poderão possuir unidades de apoio, estabelecimentos que servem para atuação das eSFR e que não pos- suem outras equipes de Saúde da Família vinculadas. Para operacionalizar a atenção à saúde das comunidades ribeirinhas dis- persas no território de abrangência, a eSFR receberá incentivo financeiro de custeio para logística, que considera a existência das seguintes estruturas: a) até 4 (quatro) unidades de apoio (ou satélites), vinculadas e informa- das no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde vigente, utilizada(s) como base(s) da(s) equipe(s), onde será realizada a atenção de forma des- centralizada; e b) até 4 (quatro) embarcações de pequeno porte exclusivas para o deslo- camento dos profissionais de saúde da(s) equipe(s) vinculada(s)s ao Estabe- lecimento de Saúde de Atenção Básica. Todas as unidades de apoio ou satélites e embarcações devem estar de- vidamente informadas no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde vigente, a qual as eSFR estão vinculadas. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 107 Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF): São equipes que desempe- nham suas funções em Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF), respon- sáveis por comunidades dispersas, ribeirinhas e pertencentes à área adstrita, cujo acesso se dá por meio fluvial. A eSFR será formada por equipe multiprofissional composta por, no mí- nimo: 1 (um) médico, preferencialmente da especialidade de Família e Co- munidade, 1 (um) enfermeiro, preferencialmente especialista em Saúde da Família e 1 (um) auxiliar ou técnico de enfermagem, podendo acrescentar a esta composição, como parte da equipe multiprofissional, o ACS e ACE e os profissionais de saúde bucal:1 (um) cirurgião dentista, preferencialmente es- pecialista em saúde da família e 1 (um) técnico ou auxiliar em saúde bucal. Devem contar também, com um (01) técnico de laboratório e/ou bioquí- mico. Estas equipes poderão incluir, na composição mínima, os profissionais de saúde bucal, um (1) cirurgião dentista, preferencialmente especialista em saúde da família, e um (01) Técnico ou Auxiliar em Saúde Bucal. Poderão, ainda, acrescentar até 2 (dois) profissionais da área da saúde de nível superior à sua composição, dentre enfermeiros ou outros profissionais previstos para os Nasf - AB Para as comunidades distantes da Unidade Básica de Saúde de referência, a eSFF adotará circuito de deslocamento que garanta o atendimento a todas as comunidades assistidas, ao menos a cada 60 (sessenta) dias, para asse- gurar a execução das ações de Atenção Básica. Para operacionalizar a atenção à saúde das comunidades ribeirinhas dis- persas no território de abrangência, onde a UBS Fluvial não conseguir apor- tar, a eSFF poderá receber incentivo financeiro de custeio para logística, que considera a existência das seguintes estruturas: a. até 4 (quatro) unidades de apoio (ou satélites), vinculadas e informadas no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde vigente, utilizada(s) como base(s) da(s) equipe(s), onde será realizada a atenção de forma descentra- GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 108 lizada; e b. até 4 (quatro) embarcações de pequeno porte exclusivas para o deslocamento dos profissionais de saúde da(s) equipe(s) vinculada(s)s ao Estabelecimento de Saúde de Atenção Básica. 1 - Equipe de Consultório na Rua (eCR) -equipe de saúde com composi- ção variável, responsável por articular e prestar atenção integral à saúde de pessoas em situação de rua ou com características análogas em determinado território, em unidade fixa ou móvel, podendo ter as modalidades e respecti- vos regramentos descritos em portaria específica. São itens necessários para o funcionamento das equipes de Consultório na Rua (eCR): a. Realizar suas atividades de forma itinerante, desenvolvendo ações na rua, em instalações específicas, na unidade móvel e também nas instalações de Unidades Básicas de Saúde do território onde está atuando, sempre arti- culadas e desenvolvendo ações em parceria com as demais equipes que atu- am na atenção básica do território (eSF/eAB/UBS e Nasf-AB), e dos Centros de Atenção Psicossocial, da Rede de Urgência/Emergência e dos serviços e instituições componentes do Sistema Único de Assistência Social entre outras instituições públicas e da sociedade civil; b. Cumprir a carga horária mínima semanal de 30 horas. Porém seu ho- rário de funcionamento deverá ser adequado às demandas das pessoas em situação de rua, podendo ocorrer em período diurno e/ou noturno em todos os dias da semana; e c. As eCR poderão ser compostas pelas categorias pro- fissionais especificadas em portaria específica. Na composição de cada eCR deve haver, preferencialmente, o máximo de dois profissionais da mesma profissão de saúde, seja de nível médio ou superior. Todas as modalidades de eCR poderão agregar agentes comunitá- rios de saúde. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 109 O agente social, quando houver, será considerado equivalente ao pro- fissional de nível médio. Entende-se por agente social o pro-fissional que desempenha atividades que visam garantir a atenção, a defesa e a proteção às pessoas em situação de risco pessoal e social, assim como aproximar as equipes dos valores, modos de vida e cultura das pessoas em situação de rua. Para vigência enquanto equipe, deverá cumprir os seguintes requisitos: I – demonstração do cadastramento da eCR no Sistema de Cadastro Na- cional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES); e II – alimentação de dados no Sistema de Informação da Atenção Básica vigente, conforme norma específica. Em Municípios ou áreas que não tenham Consultórios na Rua, o cuidado integral das pessoas em situação de rua deve seguir sendo de responsabili- dade das equipes que atuam na Atenção Básica, incluindo os profissionais de saúde bucal e os Núcleos Ampliados à Saúde da Família e equipes de Atenção Básica (Nasf-AB) do território onde estas pessoas estão concentradas. Para cálculo do teto das equipes dos Consultórios na Rua de cada municí- pio, serão tomados como base os dados dos censos populacionais relaciona- dos à população em situação de rua realizados por órgãos oficiaise reconhe- cidos pelo Ministério da Saúde. As regras estão publicadas em portarias específicas que disciplinam com- posição das equipes, valor do incentivo financeiro, diretrizes de funcionamen- to, monitoramento e acompanhamento das equipes de consultório na rua entre outras disposições. 1 - Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP): São compostas por equipe multiprofissional que deve estar cadastrada no Sistema Nacional de Estabe- lecimentos de Saúde vigente, e com responsabilidade de articular e prestar atenção integral à saúde das pessoas privadas de liberdade. Com o objetivo de garantir o acesso das pessoas privadas de liberdade no sistema prisional ao cuidado integral no SUS, é previsto na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 110 Prisional (PNAISP), que os serviços de saúde no sistema prisional passam a ser ponto de atenção da Rede de Atenção à Saúde (RAS) do SUS, qualifican- do também a Atenção Básica no âmbito prisional como porta de entrada do sistema e ordenadora das ações e serviços de saúde, devendo realizar suas atividades nas unidades prisionais ou nas Unidades Básicas de Saúde a que estiver vinculada, conforme portaria específica. 4 - ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA As atribuições dos profissionais das equipes que atuam na Atenção Básica deverão seguir normativas específicas do Ministério da Saúde, bem como as definições de escopo de práticas, protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, além de outras normativas técnicas estabelecidas pelos gestores federal, es- tadual, municipal ou do Distrito Federal. 4.1 Atribuições Comuns a todos os membros das Equipes que atuam na Atenção Básica: - Participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atu- ação da equipe, identificando grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos e vulnerabilidades; - Cadastrar e manter atualizado o cadastramento e outros dados de saúde das famílias e dos indivíduos no sistema de informação da Atenção Básica vi- gente, utilizando as informações sistematicamente para a análise da situação de saúde, considerando as características sociais, econômicas, culturais, de- mográficas e epidemiológicas do território, priorizando as situações a serem acompanhadas no planejamento local; - Realizar o cuidado integral à saúde da população adscrita, prioritaria- mente no âmbito da Unidade Básica de Saúde, e quando necessário, no do- micílio e demais espaços comunitários (escolas, associações, entre outros), com atenção especial às populações que apresentem necessidades especí- ficas (em situação de rua, em medida socioeducativa, privada de liberdade, ribeirinha, fluvial, etc.). GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 111 - Realizar ações de atenção à saúde conforme a necessidade de saúde da população local, bem como aquelas previstas nas prioridades, protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, assim como, na oferta nacional de ações e serviços essenciais e ampliados da AB; V – Garantir a atenção à saúde da população adscrita, buscando a integra- lidade por meio da realização de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, prevenção de doenças e agravos e da garantia de atendimento da demanda espontânea, da realização das ações programáticas, coletivas e de vigilância em saúde, e incorporando diversas racionalidades em saúde, inclu- sive Práticas Integrativas e Complementares; VI – Participar do acolhimento dos usuários, proporcionando atendimento humanizado, realizando classificação de risco, identificando as necessidades de intervenções de cuidado, responsabilizando-se pela continuidade da aten- ção e viabilizando o estabelecimento do vínculo; VII – Responsabilizar-se pelo acompanhamento da população adscrita ao longo do tempo no que se refere às múltiplas situações de doenças e agravos, e às necessidades de cuidados preventivos, permitindo a longitudinalidade do cuidado; VIII – Praticar cuidado individual, familiar e dirigido a pessoas, famílias e grupos sociais, visando propor intervenções que possam influenciar os pro- cessos saúde-doença individual, das coletividades e da própria comunidade; IX – Responsabilizar-se pela população adscrita mantendo a coordenação do cuidado mesmo quando necessita de atenção em outros pontos de atenção do sistema de saúde; X – Utilizar o Sistema de Informação da Atenção Básica vigente para re- gistro das ações de saúde na AB, visando subsidiar a gestão, planejamento, investigação clínica e epidemiológica, e à avaliação dos serviços de saúde;; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 112 XI – Contribuir para o processo de regulação do acesso a partir da Atenção Básica, participando da definição de fluxos assistenciais na RAS, bem como da elaboração e implementação de protocolos e diretrizes clínicas e terapêu- ticas para a ordenação desses fluxos; XII – Realizar a gestão das filas de espera, evitando a prática do en- caminhamento desnecessário, com base nos processos de regulação locais (referência e contrarreferência), ampliando-a para um processo de comparti- lhamento de casos e acompanhamento longitudinal de responsabilidade das equipes que atuam na atenção básica; XIII – Prever nos fluxos da RAS entre os pontos de atenção de diferentes configurações tecnológicas a integração por meio de serviços de apoio logís- tico, técnico e de gestão, para garantir a integralidade do cuidado; XIV – Instituir ações para segurança do paciente e propor medidas para reduzir os riscos e diminuir os eventos adversos; XV – Alimentar e garantir a qualidade do registro das atividades nos siste- mas de informação da Atenção Básica, conforme normativa vigente; XVI – Realizar busca ativa e notificar doenças e agravos de notificação compulsória, bem como outras doenças, agravos, surtos, acidentes, violên- cias, situações sanitárias e ambientais de importância local, considerando essas ocorrências para o planejamento de ações de prevenção, proteção e recuperação em saúde no território; XVII – Realizar busca ativa de internações e atendimentos de urgência/ emergência por causas sensíveis à Atenção Básica, a fim de estabelecer es- tratégias que ampliem a resolutividade e a longitudinalidade pelas equipes que atuam na AB; XVIII – Realizar visitas domiciliares e atendimentos em domicílio às fa- mílias e pessoas em residências, Instituições de Longa Permanência (ILP), abrigos, entre outros tipos de moradia existentes em seu território, de acordo com o planejamento da equipe, necessidades e prioridades estabelecidas; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 113 XIX – Realizar atenção domiciliar a pessoas com problemas de saúde con- trolados/compensados com algum grau de dependência para as atividades da vida diária e que não podem se deslocar até a Unidade Básica de Saúde; XX – Realizar trabalhos interdisciplinares e em equipe, integrando áreas técnicas, profissionais de diferentes formações e até mesmo outros níveis de atenção, buscando incorporar práticas de vigilância, clínica ampliada e matri- ciamento ao processo de trabalho cotidiano para essa integração (realização de consulta compartilhada reservada aos profissionais de nível superior, cons- trução de Projeto Terapêutico Singular, trabalho com grupos, entre outras es- tratégias, em consonância com as necessidades e demandas da população); XXI – Participar de reuniões de equipes a fim de acompanhar e discutir em conjunto o planejamento e avaliação sistemática das ações da equipe, a partir da utilização dos dados disponíveis, visando a readequação constante do processo de trabalho; XXII – Articular e participar das atividades de educação permanente e educação continuada; XXIII – Realizar ações de educação em saúde à população adstrita, con- forme planejamento da equipe e utilizando abordagens adequadasàs neces- sidades deste público; XXIV – Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o ade- quado funcionamento da UBS; XIV – Promover a mobilização e a participação da comunidade, estimu- lando conselhos/colegiados, constituídos de gestores locais, profissionais de saúde e usuários, viabilizando o controle social na gestão da Unidade Bási- ca de Saúde; XXV – Identificar parceiros e recursos na comunidade que possam poten- cializar ações intersetoriais; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 114 XXVI – Acompanhar e registrar no Sistema de Informação da Atenção Bá- sica e no mapa de acompanhamento do Programa Bolsa Família (PBF), e/ou outros pro-gramas sociais equivalentes, as condicionalidades de saúde das famílias beneficiárias;e XXVII – Realizar outras ações e atividades, de acordo com as prioridades locais, definidas pelo gestor local. 4.2. São atribuições específicas dos profissionais das equipes que atuam na Atenção Básica: 4.2.1 - Enfermeiro: I – Realizar atenção à saúde aos indivíduos e famílias vinculadas às equi- pes e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações entre outras), em todos os ciclos de vida; II – Realizar consulta de enfermagem, procedimentos, solicitar exames complementares, prescrever medicações conforme protocolos, diretrizes clí- nicas e terapêuticas, ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais da profissão; III – Realizar e/ou supervisionar acolhimento com escuta qualificada e classificação de risco, de acordo com protocolos estabelecidos; IV – Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuidados para as pessoas que possuem condições crônicas no território, junto aos demais membros da equipe; V – Realizar atividades em grupo e encaminhar, quando necessário, usuá- rios a outros serviços, conforme fluxo estabelecido pela rede local; VI – Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos técnicos/ auxiliares de enfermagem, ACS e ACE em conjunto com os outros membros da equipe; VII – Supervisionar as ações do técnico/auxiliar de enfermagem e ACS; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 115 VIII – Implementar e manter atualizados rotinas, protocolos e fluxos rela- cionados a sua área de competência na UBS; e IX – Exercer outras atribuições conforme legislação profissional, e que se- jam de responsabilidade na sua área de atuação. 4.2.2 - Técnico e/ou Auxiliar de Enfermagem: I – Participar das atividades de atenção à saúde realizando procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, as- sociações, entre outros); II – Realizar procedimentos de enfermagem, como curativos, administra- ção de medicamentos, vacinas, coleta de material para exames, lavagem, preparação e esterilização de materiais, entre outras atividades delegadas pelo enfermeiro, de acordo com sua área de atuação e regulamentação; e III – Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade na sua área de atuação. 4.2.1 - Médico: I – Realizar a atenção à saúde às pessoas e famílias sob sua respon- sabilidade; II – Realizar consultas clínicas, pequenos procedimentos cirúrgicos, ati- vidades em grupo na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações entre outros); em conformidade com protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, bem como outras normativas técnicas estabelecidas pelos gestores (federal, estadual, municipal ou Distrito Federal), observadas as disposições legais da profissão; III – Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuidados para as pessoas que possuem condições crônicas no território, junto aos demais membros da equipe; IV – Encaminhar, quando necessário, usuários a outros pontos de atenção, respeitando fluxos locais, mantendo sob sua responsabilidade o acompanha- mento do plano terapêutico prescrito; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 116 V – Indicar a necessidade de internação hospitalar ou domiciliar, manten- do a responsabilização pelo acompanhamento da pessoa; VI – Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS e ACE em conjunto com os outros membros da equipe; e VII – Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade na sua área de atuação. 4.2.2 - Cirurgião-Dentista: I – Realizar a atenção em saúde bucal (promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, acompanhamento, reabili- tação e manutenção da saúde) individual e coletiva a todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos, atividades em grupo na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações entre outros), de acordo com planejamento da equipe, com resolubilidade e em conformidade com protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, bem como outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais da profissão; II – Realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil epidemiológico para o planejamento e a programação em saúde bucal no território; III – Realizar os procedimentos clínicos e cirúrgicos da AB em saúde bu- cal, incluindo atendimento das urgências, pequenas cirurgias ambulatoriais e procedimentos relacionados com as fases clínicas de moldagem, adaptação e acompanhamento de próteses dentárias (elementar, total e parcial removível); IV – Coordenar e participar de ações coletivas voltadas à promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais; V – Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde com os demais membros da equipe, buscando aproximar saúde bucal e integrar ações de forma multidisciplinar; VI – Realizar supervisão do técnico em saúde bucal (TSB) e auxiliar em saúde bucal (ASB); GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 117 VII – Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS e ACE em conjunto com os outros membros da equipe; VIII – Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuidados para as pessoas que possuem condições crônicas no território, junto aos demais membros da equipe; e IX – Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade na sua área de atuação. 4.2.3 - Técnico em Saúde Bucal (TSB): I – Realizar a atenção em saúde bucal individual e coletiva das famílias, indivíduos e a grupos específicos, atividades em grupo na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações entre outros), segundo programação e de acordo com suas competências técnicas e legais; II – Coordenar a manutenção e a conservação dos equipamentos odontológicos; III – Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bu- cal com os demais membros da equipe, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar; IV – Apoiar as atividades dos ASB e dos ACS nas ações de prevenção e promoção da saúde bucal; V – Participar do treinamento e capacitação de auxiliar em saúde bucal e de agentes multiplicadores das ações de promoção à saúde; VI – Participar das ações educativas atuando na promoção da saúde e na prevenção das doenças bucais; VII – Participar da realização de levantamentos e estudos epidemiológi- cos, exceto na categoria de examinador; VIII – Realizar o acolhimento do paciente nos serviços de saúde bucal; IX – Fazer remoção do biofilme, de acordo com a indicação técnica defini- da pelo cirurgião-dentista; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 118 X – Realizar fotografias e tomadas de uso odontológico exclusivamente em consultórios ou clínicas odontológicas; XI – Inserire distribuir no preparo cavitário materiais odontológicos na restauração dentária direta, sendo vedado o uso de materiais e instrumentos não indicados pelo cirurgião-dentista; XII – Auxiliar e instrumentar o cirurgião-dentista nas intervenções clínicas e procedimentos demandados pelo mesmo; XIII – Realizar a remoção de sutura conforme indicação do Cirur- gião Dentista; XIV – Executar a organização, limpeza, assepsia, desinfecção e este- rilização do instrumental, dos equipamentos odontológicos e do ambiente de trabalho; XV – Proceder à limpeza e à antissepsia do campo operatório, antes e após atos cirúrgicos; XVI – Aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, manuseio e descarte de produtos e resíduos odontológicos; XVII – Processar filme radiográfico; XVIII – Selecionar moldeiras; XIX – Preparar modelos em gesso; XX – Manipular materiais de uso odontológico. XXI – Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade na sua área de atuação. 4.2.4 - Auxiliar em Saúde Bucal (ASB): I – Realizar ações de promoção e prevenção em saúde bucal para as famí- lias, grupos e indivíduos, mediante planejamento local e protocolos de aten- ção à saúde; II – Executar organização, limpeza, assepsia, desinfecção e esterilização do instrumental, dos equipamentos odontológicos e do ambiente de trabalho; III – Auxiliar e instrumentar os profissionais nas intervenções clínicas, IV – Realizar o acolhimento do paciente nos serviços de saúde bucal; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 119 V – Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros da equipe de Atenção Básica, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar; VI – Aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, transporte, manuseio e descarte de produtos e resíduos odontológicos; VII – Processar filme radiográfico; VIII – Selecionar moldeiras; IX – Preparar modelos em gesso; X – Manipular materiais de uso odontológico realizando manutenção e conservação dos equipamentos; XI – Participar da realização de levantamentos e estudos epidemiológicos, exceto na categoria de examinador; e XII – Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade na sua área de atuação. 4.2.5 - Gerente de Atenção Básica Recomenda-se a inclusão do Gerente de Atenção Básica com o objetivo de contribuir para o aprimoramento e qualificação do processo de trabalho nas Unidades Básicas de Saúde, em especial ao fortalecer a atenção à saúde prestada pelos profissionais das equipes à população adscrita, por meio de função técnico-gerencial. A inclusão deste profissional deve ser avaliada pelo gestor, segundo a necessidade do território e cobertura de AB. Entende-se por Gerente de AB um profissional qualificado, preferencial- mente com nível superior, com o papel de garantir o planejamento em saúde, de acordo com as necessidades do território e comunidade, a organização do processo de trabalho, coordenação e integração das ações. Importante res- saltar que o gerente não seja profissional integrante das equipes vinculadas à UBS e que possua experiência na Atenção Básica, preferencialmente de nível superior, e dentre suas atribuições estão: GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 120 I – Conhecer e divulgar, junto aos demais profissionais, as diretrizes e normas que incidem sobre a AB em âmbito nacional, estadual, municipal e Distrito Federal, com ênfase na Política Nacional de Atenção Básica, de modo a orientar a organização do processo de trabalho na UBS; II – Participar e orientar o processo de territorialização, diagnóstico situ- acional, planejamento e programação das equipes, avaliando resultados e propondo estratégias para o alcance de metas de saúde, junto aos demais profissionais; III – Acompanhar, orientar e monitorar os processos de trabalho das equi- pes que atuam na AB sob sua gerência, contribuindo para implementação de políticas, estratégias e programas de saúde, bem como para a mediação de conflitos e resolução de problemas; IV – Mitigar a cultura na qual as equipes, incluindo profissionais envolvidos no cuidado e gestores assumem responsabilidades pela sua própria segu- rança de seus colegas, pacientes e familiares, encorajando a identificação, a notificação e a resolução dos problemas relacionados à segurança; V – Assegurar a adequada alimentação de dados nos sistemas de infor- mação da Atenção Básica vigente, por parte dos profissionais, verificando sua consistência, estimulando a utilização para análise e planejamento das ações, e divulgando os resultados obtidos; VI – Estimular o vínculo entre os profissionais favorecendo o trabalho em equipe; VII – Potencializar a utilização de recursos físicos, tecnológicos e equi- pamentos existentes na UBS, apoiando os processos de cuidado a partir da orientação à equipe sobre a correta utilização desses recursos; VIII – Qualificar a gestão da infraestrutura e dos insumos (manutenção, logística dos materiais, ambiência da UBS), zelando pelo bom uso dos recur- sos e evitando o desabastecimento; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 121 IX – Representar o serviço sob sua gerência em todas as instâncias ne- cessárias e articular com demais atores da gestão e do território com vistas à qualificação do trabalho e da atenção à saúde realizada na UBS; X – Conhecer a RAS, participar e fomentar a participação dos profissionais na organização dos fluxos de usuários, com base em protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, apoiando a referência e contrarreferência entre equi- pes que atuam na AB e nos diferentes pontos de atenção, com garantia de encaminhamentos responsáveis; XI – Conhecer a rede de serviços e equipamentos sociais do território, e estimular a atuação intersetorial, com atenção diferenciada para as vulnera- bilidades existentes no território; XII – Identificar as necessidades de formação/qualificação dos profissio- nais em conjunto com a equipe, visando melhorias no processo de trabalho, na qualidade e resolutividade da atenção, e promover a Educação Permanen- te, seja mobilizando saberes na própria UBS, ou com parceiros; XIII – Desenvolver gestão participativa e estimular a participação dos pro- fissionais e usuários em instâncias de controle social; XIV – Tomar as providências cabíveis no menor prazo possível quanto a ocorrências que interfiram no funcionamento da unidade; e XV – Exercer outras atribuições que lhe sejam designadas pelo gestor mu- nicipal ou do Distrito Federal, de acordo com suas competências. 4.2.6 - Agente Comunitário de Saúde (ACS) e Agente de Combate a En- demias (ACE) Seguindo o pressuposto de que Atenção Básica e Vigilância em Saúde de- vem se unir para a adequada identificação de problemas de saúde nos terri- tórios e o planejamento de estratégias de intervenção clínica e sanitária mais efetivas e eficazes, orienta-se que as atividades específicas dos agentes de saúde (ACS e ACE) devem ser integradas. Assim, além das atribuições comuns a todos os profissionais da equipe de AB, são atribuições dos ACS e ACE: GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 122 a) Atribuições comuns do ACS e ACE I – Realizar diagnóstico demográfico, social, cultural, ambiental, epide- miológico e sanitário do território em que atuam, contribuindo para o proces- so de territorialização e mapeamento da área de atuação da equipe; II – Desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de do- enças e agravos, em especial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativas individuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos de doenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; III – Realizar visitas domiciliares com periodicidadeestabelecida no plane- jamento da equipe e conforme as necessidades de saúde da população, para o monitoramento da situação das famílias e indivíduos do território, com es- pecial atenção às pessoas com agravos e condições que necessitem de maior número de visitas domiciliares; IV – Identificar e registrar situações que interfiram no curso das doenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambien- tais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissão de doenças in- fecciosas e agravos; V – Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevenção individual e coletiva; VI – Identificar casos suspeitos de doenças e agravos, encaminhar os usu- ários para a unidade de saúde de referência, registrar e comunicar o fato à autoridade de saúde responsável pelo território; VII – Informar e mobilizar a comunidade para desenvolver medidas sim- ples de manejo ambiental e outras formas de intervenção no ambiente para o controle de vetores; VIII – Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 123 IX – Estimular a participação da comunidade nas políticas públicas volta- das para a área da saúde; X – Identificar parceiros e recursos na comunidade que possam potencia- lizar ações intersetoriais de relevância para a promoção da qualidade de vida da população, como ações e programas de educação, esporte e lazer, assis- tência social, entre outros; e XI – Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituída pelo gestor federal, mu- nicipal ou do Distrito Federal. b) Atribuições do ACS: I – Trabalhar com adscrição de indivíduos e famílias em base geográfica definida e cadastrar todas as pessoas de sua área, man-tendo os dados atua- lizados no sistema de informação da Atenção Básica vigente, utilizando-os de forma sistemática, com apoio da equipe, para a análise da situação de saúde, considerando as características sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do território, e priorizando as situações a serem acompa- nhadas no planejamento local; II – Utilizar instrumentos para a coleta de informações que apoiem no diagnóstico demográfico e sociocultural da comunidade; III – Registrar, para fins de planejamento e acompanhamento das ações de saúde, os dados de nascimentos, óbitos, doenças e outros agravos à saú- de, garantido o sigilo ético; IV – Desenvolver ações que busquem a integração entre a equipe de saú- de e a população adscrita à UBS, considerando as características e as fina- lidades do trabalho de acompanhamento de indivíduos e grupos sociais ou coletividades; V – Informar os usuários sobre as datas e horários de consultas e exames agendados; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 124 VI – Participar dos processos de regulação a partir da Atenção Básica para acompanhamento das necessidades dos usuários no que diz respeito a agen- damentos ou desistências de consultas e exames solicitados; VII – Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituída pelo gestor federal, mu- nicipal ou do Distrito Federal. Poderão ser consideradas, ainda, atividades do Agente Comunitário de Saúde, a serem realizadas em caráter excepcional, assistidas por profissional de saúde de nível superior, membro da equipe, após treinamento específico e fornecimento de equipamentos adequados, em sua base geográfica de atua- ção, encaminhando o paciente para a unidade de saúde de referência. I – aferir a pressão arterial, inclusive no domicílio, com o objetivo de pro- mover saúde e prevenir doenças e agravos; II – realizar a medição da glicemia capilar, inclusive no domicílio, para o acompanhamento dos casos diagnosticados de diabetes mellitus e segundo projeto terapêutico prescrito pelas equipes que atuam na Atenção Básica; III – aferição da temperatura axilar, durante a visita domiciliar; IV – realizar técnicas limpas de curativo, que são realizadas com material limpo, água corrente ou soro fisiológico e cobertura estéril, com uso de cober- turas passivas, que somente cobre a ferida; e V – Indicar a necessidade de internação hospitalar ou domiciliar, manten- do a responsabilização pelo acompanhamento da pessoa; VI – Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS e ACE em conjunto com os outros membros da equipe; e VII – Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade na sua área de atuação. 4.2.2 - Cirurgião-Dentista: I – Realizar a atenção em saúde bucal (promoção e proteção da saúde, pre- venção de agravos, diagnóstico, tratamento, acompanhamento, reabilitação e manutenção da saúde) individual e coletiva a todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos, atividades em grupo na UBS e, quando indicado ou neces- GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 125 sário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações entre outros), de acordo com planejamento da equipe, com resolubilidade e em conformidade com protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, bem como ou- tras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais da profissão; II – Realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil epidemiológico para o planejamento e a programação em saúde bucal no território; III – Realizar os procedimentos clínicos e cirúrgicos da AB em saúde bu- cal, incluindo atendimento das urgências, pequenas cirurgias ambulatoriais e procedimentos relacionados com as fases clínicas de moldagem, adaptação e acompanhamento de próteses dentárias (elementar, total e parcial removível); IV – Coordenar e participar de ações coletivas voltadas à promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais; V – Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde com os demais membros da equipe, buscando aproximar saúde bucal e integrar ações de forma multidisciplinar; VI – Realizar supervisão do técnico em saúde bucal (TSB) e auxiliar em saúde bucal (ASB); VII – Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS e ACE em conjunto com os outros membros da equipe; VIII – Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuidados para as pessoas que possuem condições crônicas no território, junto aos demais membros da equipe; e IX – Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade na sua área de atuação. 4.2.3 - Técnico em Saúde Bucal (TSB): I – Realizar a atenção em saúde bucal individual e coletiva das famílias, indivíduos e a grupos específicos, atividades em grupo na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações entre outros), segundo programação e de acordo com suas competências técnicas e legais; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 126 II – Coordenar a manutenção e a conservação dos equipamentos odontológicos; III – Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bu- cal com os demais membros da equipe, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar; IV – Apoiar as atividades dos ASB e dos ACS nas ações de prevenção e promoção da saúde bucal; V – Participar do treinamento e capacitação de auxiliar em saúde bucal e de agentes multiplicadores das ações de promoção à saúde; VI – Participar das ações educativas atuando na promoção da saúde e na prevenção das doenças bucais; VII – Participar da realização de levantamentos e estudos epidemiológi- cos, exceto na categoria de examinador; VIII – Realizar o acolhimento do paciente nos serviços de saúde bucal; IX – Fazer remoção do biofilme, de acordo com a indicaçãotécnica defini- da pelo cirurgião-dentista; X – Realizar fotografias e tomadas de uso odontológico exclusivamente em consultórios ou clínicas odontológicas; XI – Inserir e distribuir no preparo cavitário materiais odontológicos na restauração dentária direta, sendo vedado o uso de materiais e instrumentos não indicados pelo cirurgião-dentista; XII – Auxiliar e instrumentar o cirurgião-dentista nas intervenções clínicas e procedimentos demandados pelo mesmo; XIII – Realizar a remoção de sutura conforme indicação do Cirur- gião Dentista; XIV – Executar a organização, limpeza, assepsia, desinfecção e este- rilização do instrumental, dos equipamentos odontológicos e do ambiente de trabalho; XV – Proceder à limpeza e à antissepsia do campo operatório, antes e após atos cirúrgicos; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 127 XVI – Aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, manuseio e descarte de produtos e resíduos odontológicos; XVII – Processar filme radiográfico; XVIII – Selecionar moldeiras; XIX – Preparar modelos em gesso; XX – Manipular materiais de uso odontológico. XXI – Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade na sua área de atuação. 4.2.4 - Auxiliar em Saúde Bucal (ASB): I – Realizar ações de promoção e prevenção em saúde bucal para as famí- lias, grupos e indivíduos, mediante planejamento local e protocolos de aten- ção à saúde; II – Executar organização, limpeza, assepsia, desinfecção e esterilização do instrumental, dos equipamentos odontológicos e do ambiente de trabalho; III – Auxiliar e instrumentar os profissionais nas intervenções clínicas, IV – Realizar o acolhimento do paciente nos serviços de saúde bucal; V – Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros da equipe de Atenção Básica, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar; VI – Aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, transporte, manuseio e descarte de produtos e resíduos odontológicos; VII – Processar filme radiográfico; VIII – Selecionar moldeiras; IX – Preparar modelos em gesso; X – Manipular materiais de uso odontológico realizando manutenção e conservação dos equipamentos; XI – Participar da realização de levantamentos e estudos epidemiológicos, exceto na categoria de examinador; e XII – Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade na sua área de atuação. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 128 4.2.5 - Gerente de Atenção Básica Recomenda-se a inclusão do Gerente de Atenção Básica com o objetivo de contribuir para o aprimoramento e qualificação do processo de trabalho nas Unidades Básicas de Saúde, em especial ao fortalecer a atenção à saúde prestada pelos profissionais das equipes à população adscrita, por meio de função técnico-gerencial. A inclusão deste profissional deve ser avaliada pelo gestor, segundo a necessidade do território e cobertura de AB. Entende-se por Gerente de AB um profissional qualificado, preferencial- mente com nível superior, com o papel de garantir o planejamento em saúde, de acordo com as necessidades do território e comunidade, a organização do processo de trabalho, coordenação e integração das ações. Importante res- saltar que o gerente não seja profissional integrante das equipes vinculadas à UBS e que possua experiência na Atenção Básica, preferencialmente de nível superior, e dentre suas atribuições estão: I – Conhecer e divulgar, junto aos demais profissionais, as diretrizes e normas que incidem sobre a AB em âmbito nacional, estadual, municipal e Distrito Federal, com ênfase na Política Nacional de Atenção Básica, de modo a orientar a organização do processo de trabalho na UBS; II – Participar e orientar o processo de territorialização, diagnóstico situ- acional, planejamento e programação das equipes, avaliando resultados e propondo estratégias para o alcance de metas de saúde, junto aos demais profissionais; III – Acompanhar, orientar e monitorar os processos de trabalho das equi- pes que atuam na AB sob sua gerência, contribuindo para implementação de políticas, estratégias e programas de saúde, bem como para a mediação de conflitos e resolução de problemas; IV – Mitigar a cultura na qual as equipes, incluindo profissionais envolvidos no cuidado e gestores assumem responsabilidades pela sua própria segu- rança de seus colegas, pacientes e familiares, encorajando a identificação, a notificação e a resolução dos problemas relacionados à segurança; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 129 V – Assegurar a adequada alimentação de dados nos sistemas de infor- mação da Atenção Básica vigente, por parte dos profissionais, verificando sua consistência, estimulando a utilização para análise e planejamento das ações, e divulgando os resultados obtidos; VI – Estimular o vínculo entre os profissionais favorecendo o trabalho em equipe; VII – Potencializar a utilização de recursos físicos, tecnológicos e equi- pamentos existentes na UBS, apoiando os processos de cuidado a partir da orientação à equipe sobre a correta utilização desses recursos; VIII – Qualificar a gestão da infraestrutura e dos insumos (manutenção, logística dos materiais, ambiência da UBS), zelando pelo bom uso dos recur- sos e evitando o desabastecimento; IX – Representar o serviço sob sua gerência em todas as instâncias ne- cessárias e articular com demais atores da gestão e do território com vistas à qualificação do trabalho e da atenção à saúde realizada na UBS; X – Conhecer a RAS, participar e fomentar a participação dos profissionais na organização dos fluxos de usuários, com base em protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, apoiando a referência e contrarreferência entre equi- pes que atuam na AB e nos diferentes pontos de atenção, com garantia de encaminhamentos responsáveis; XI – Conhecer a rede de serviços e equipamentos sociais do território, e estimular a atuação intersetorial, com atenção diferenciada para as vulnera- bilidades existentes no território; XII – Identificar as necessidades de formação/qualificação dos profissio- nais em conjunto com a equipe, visando melhorias no processo de trabalho, na qualidade e resolutividade da atenção, e promover a Educação Permanen- te, seja mobilizando saberes na própria UBS, ou com parceiros; XIII – Desenvolver gestão participativa e estimular a participação dos pro- fissionais e usuários em instâncias de controle social; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 130 XIV – Tomar as providências cabíveis no menor prazo possível quanto a ocorrências que interfiram no funcionamento da unidade; e XV – Exercer outras atribuições que lhe sejam designadas pelo gestor mu- nicipal ou do Distrito Federal, de acordo com suas competências. 4.2.6 - Agente Comunitário de Saúde (ACS) e Agente de Combate a En- demias (ACE) Seguindo o pressuposto de que Atenção Básica e Vigilância em Saúde de- vem se unir para a adequada identificação de problemas de saúde nos terri- tórios e o planejamento de estratégias de intervenção clínica e sanitária mais efetivas e eficazes, orienta-se que as atividades específicas dos agentes de saúde (ACS e ACE) devem ser integradas. Assim, além das atribuições comuns a todos os profissionais da equipe de AB, são atribuições dos ACS e ACE: a) Atribuições comuns do ACS e ACE I – Realizar diagnóstico demográfico, social, cultural, ambiental, epide- miológico e sanitário do território em que atuam, contribuindo para o proces- so de territorialização e mapeamento da área de atuação da equipe; II – Desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de do- enças e agravos, em especial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativas individuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigaçãoepidemiológica de casos suspeitos de doenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; III – Realizar visitas domiciliares com periodicidade estabelecida no plane- jamento da equipe e conforme as necessidades de saúde da população, para o monitoramento da situação das famílias e indivíduos do território, com es- pecial atenção às pessoas com agravos e condições que necessitem de maior número de visitas domiciliares; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 131 IV – Identificar e registrar situações que interfiram no curso das doenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambien- tais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissão de doenças in- fecciosas e agravos; V – Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevenção individual e coletiva; VI – Identificar casos suspeitos de doenças e agravos, encaminhar os usu- ários para a unidade de saúde de referência, registrar e comunicar o fato à autoridade de saúde responsável pelo território; VII – Informar e mobilizar a comunidade para desenvolver medidas sim- ples de manejo ambiental e outras formas de intervenção no ambiente para o controle de vetores; VIII – Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis; IX – Estimular a participação da comunidade nas políticas públicas volta- das para a área da saúde; X – Identificar parceiros e recursos na comunidade que possam potencia- lizar ações intersetoriais de relevância para a promoção da qualidade de vida da população, como ações e programas de educação, esporte e lazer, assis- tência social, entre outros; e XI – Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituída pelo gestor federal, mu- nicipal ou do Distrito Federal. b)Atribuições do ACS: I – Trabalhar com adscrição de indivíduos e famílias em base geográfica definida e cadastrar todas as pessoas de sua área, man-tendo os dados atua- lizados no sistema de informação da Atenção Básica vigente, utilizando-os de forma sistemática, com apoio da equipe, para a análise da situação de saúde, considerando as características sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do território, e priorizando as situações a serem acompa- nhadas no planejamento local; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 132 II – Utilizar instrumentos para a coleta de informações que apoiem no diagnóstico demográfico e sociocultural da comunidade; III – Registrar, para fins de planejamento e acompanhamento das ações de saúde, os dados de nascimentos, óbitos, doenças e outros agravos à saú- de, garantido o sigilo ético; IV – Desenvolver ações que busquem a integração entre a equipe de saú- de e a população adscrita à UBS, considerando as características e as fina- lidades do trabalho de acompanhamento de indivíduos e grupos sociais ou coletividades; V – Informar os usuários sobre as datas e horários de consultas e exames agendados; VI – Participar dos processos de regulação a partir da Atenção Básica para acompanhamento das necessidades dos usuários no que diz respeito a agen- damentos ou desistências de consultas e exames solicitados; VII – Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituída pelo gestor federal, mu- nicipal ou do Distrito Federal. Poderão ser consideradas, ainda, atividades do Agente Comunitário de Saúde, a serem realizadas em caráter excepcional, assistidas por profissional de saúde de nível superior, membro da equipe, após treinamento específico e fornecimento de equipamentos adequados, em sua base geográfica de atua- ção, encaminhando o paciente para a unidade de saúde de referência. I – aferir a pressão arterial, inclusive no domicílio, com o objetivo de pro- mover saúde e prevenir doenças e agravos; II – realizar a medição da glicemia capilar, inclusive no domicílio, para o acompanhamento dos casos diagnosticados de diabetes mellitus e segundo projeto terapêutico prescrito pelas equipes que atuam na Atenção Básica; III – aferição da temperatura axilar, durante a visita domiciliar; IV – realizar técnicas limpas de curativo, que são realizadas com material limpo, água corrente ou soro fisiológico e cobertura estéril, com uso de cober- turas passivas, que somente cobre a ferida; e GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 133 V – orientação e apoio, em domicílio, para a correta administração da me- dicação do paciente em situação de vulnerabilidade. Importante ressaltar que os ACS só realizarão a execução dos procedi- mentos que requeiram capacidade técnica específica se detiverem a respecti- va formação, respeitada autorização legal. c) Atribuições do ACE: I – Executar ações de campo para pesquisa entomológica, malacológica ou coleta de reservatórios de doenças; II – Realizar cadastramento e atualização da base de imóveis para plane- jamento e definição de estratégias de prevenção, intervenção e controle de doenças, incluindo, dentre outros, o recenseamento de animais e levanta- mento de índice amostral tecnicamente indicado; III – Executar ações de controle de doenças utilizando as medidas de con- trole químico, biológico, manejo ambiental e outras ações de manejo integra- do de vetores; IV – Realizar e manter atualizados os mapas, croquis e o reconhecimento geográfico de seu território; e V – Executar ações de campo em projetos que visem avaliar novas meto- dologias de intervenção para prevenção e controle de doenças; e VI – Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituída pelo gestor federal, mu- nicipal ou do Distrito Federal. O ACS e o ACE devem compor uma equipe de Atenção Básica (eAB) ou uma equipe de Saúde da Família (eSF) e serem coordenados por profissionais de saúde de nível superior realizado de forma compartilhada entre a Atenção Básica e a Vigilância em Saúde. Nas localidades em que não houver cobertu- ra por equipe de Atenção Básica (eAB) ou equipe de Saúde da Família (eSF), o ACS deve se vincular à equipe da Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS). Já o ACE, nesses casos, deve ser vinculado à equipe de vigi- lância em saúde do município e sua supervisão técnica deve ser realizada por GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 134 profissional com comprovada capacidade técnica, podendo estar vinculado à equipe de atenção básica, ou saúde da família, ou a outro serviço a ser defi- nido pelo gestor local. 5. DO PROCESSO DE TRABALHO NA ATENÇÃO BÁSICA A Atenção Básica como contato preferencial dos usuários na rede de aten- ção à saúde orienta-se pelos princípios e diretrizes do SUS, a partir dos quais assume funções e características específicas. Considera as pessoas em sua sin- gularidade e inserção sociocultural, buscando produzir a atenção integral, por meio da promoção da saúde, da prevenção de doenças e agravos, do diagnós- tico, do tratamento, da reabilitação e da redução de danos ou de sofrimentos que possam comprometer sua autonomia. Dessa forma, é fundamental que o processo de trabalho na Atenção Básica se caracteriza por: I – Definição do território e Territorialização - A gestão deve definir o terri- tório de responsabilidade de cada equipe, e esta deve conhecer o território de atuação para programar suas ações de acordo com o perfil e as necessidades da comunidade, considerando diferentes elementos para a cartografia: am- bientais, históricos, demográficos, geográficos, econômicos, sanitários, sociais, culturais, etc. Importante refazer ou complementar a territorialização sempre que necessário, já que o território é vivo. Nesse processo, a Vigilância em Saú- de (sanitária, ambiental,epidemiológica e do trabalhador) e a Promoção da Saúde se mostram como referenciais essenciais para a identificação da rede de causalidades e dos elementos que exercem determinação sobre o processo saúde-doença, auxiliando na percepção dos problemas de saúde da população por parte da equipe e no planejamento das estratégias de intervenção. Além dessa articulação de olhares para a compreensão do território sob a responsabilidade das equipes que atuam na AB, a integração entre as ações de Atenção Básica e Vigilância em Saúde deve ser concreta, de modo que se recomenda a adoção de um território único para ambas as equipes, em que o GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 135 Agente de Combate às Endemias trabalhe em conjunto com o Agente Comu- nitário de Saúde e os demais membros da equipe multiprofissional de AB na identificação das necessidades de saúde da população e no planejamento das intervenções clínicas e sanitárias. Possibilitar, de acordo com a necessidade e conformação do território, através de pactuação e negociação entre gestão e equipes, que o usuário possa ser atendido fora de sua área de cobertura, mantendo o diálogo e a informação com a equipe de referência. II – Responsabilização Sanitária - Papel que as equipes devem assumir em seu território de referência (adstrição), considerando questões sanitárias, ambientais (desastres, controle da água, solo, ar), epidemiológicas (surtos, epidemias, notificações, controle de agravos), culturais e socioeconômicas, contribuindo por meio de intervenções clínicas e sanitárias nos problemas de saúde da população com residência fixa, os itinerantes (população em situa- ção de rua, ciganos, circenses, andarilhos, acampados, assentados, etc) ou mesmo trabalhadores da área adstrita. III – Porta de Entrada Preferencial - A responsabilização é fundamental para a efetivação da Atenção Básica como contato e porta de entrada prefe- rencial da rede de atenção, primeiro atendimento às urgências/emergências, acolhimento, organização do escopo de ações e do processo de trabalho de acordo com demandas e necessidades da população, através de estratégias diversas (protocolos e diretrizes clínicas, linhas de cuidado e fluxos de enca- minhamento para os outros pontos de atenção da RAS, etc). Caso o usuário acesse a rede através de outro nível de atenção, ele deve ser referenciado à Atenção Básica para que siga sendo acompanhado, assegurando a continui- dade do cuidado. IV – Adscrição de usuários e desenvolvimento de relações de vínculo e responsabilização entre a equipe e a população do seu território de atuação, de forma a facilitar a adesão do usuário ao cuidado compartilhado com a equipe (vinculação de pessoas e/ou famílias e grupos a profissionais/equipes, com o objetivo de ser referência para o seu cuidado). GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 136 V – Acesso - A unidade de saúde deve acolher todas as pessoas do seu território de referência, de modo universal e sem diferenciações excludentes. Acesso tem relação com a capacidade do serviço em responder às necessi- dades de saúde da população (residente e itinerante). Isso implica dizer que as necessidades da população devem ser o principal referencial para a defi- nição do escopo de ações e serviços a serem ofertados, para a forma como esses serão organizados e para o todo o funcionamento da UBS, permitindo diferenciações de horário de atendimento (estendido, sábado, etc), formas de agendamento (por hora marcada, por telefone, e-mail, etc), e outros, para assegurar o acesso. Pelo mesmo motivo, recomenda-se evitar barreiras de acesso como o fechamento da unidade durante o horário de almoço ou em períodos de férias, entre outros, impedindo ou restringindo a acesso da popu- lação. Destaca-se que horários alternativos de funcionamento que atendam expressamente a necessidade da população podem ser pactuados através das instâncias de participação social e gestão local. Importante ressaltar também que para garantia do acesso é necessário acolher e resolver os agravos de maior incidência no território e não apenas as ações programáticas, garantindo um amplo escopo de ofertas nas unida- des, de modo a concentrar recursos e maximizar ofertas. VI – O acolhimento deve estar presente em todas as relações de cuidado, nos encontros entre trabalhadores de saúde e usuários, nos atos de receber e escutar as pessoas, suas necessidades, problematizando e reconhecendo como legítimas, e realizando avaliação de risco e vulnerabilidade das famílias daquele território, sendo que quanto maior o grau de vulnerabilidade e risco, menor deverá ser a quantidade de pessoas por equipe, com especial atenção para as condições crônicas. Considera-se condição crônica aquela de curso mais ou me-nos longo ou permanente que exige resposta e ações contínuas, proativas e integradas do sistema de atenção à saúde, dos profissionais de saúde e das pessoas usuá- rias para o seu controle efetivo, eficiente e com qualidade. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 137 Ressalta-se a importância de que o acolhimento aconteça durante todo o horário de funcionamento da UBS, na organização dos fluxos de usuários na unidade, no estabelecimento de avaliações de risco e vulnerabilidade, na defi- nição de modelagens de escuta (individual, coletiva, etc), na gestão das agen- das de atendimento individual, nas ofertas de cuidado multidisciplinar, etc. A saber, o acolhimento à demanda espontânea na Atenção Básica pode se constituir como: a. Mecanismo de ampliação/facilitação do acesso - a equipe deve atender todos as pessoas que chegarem na UBS, conforme sua necessidade, e não apenas determinados grupos populacionais, ou agravos mais prevalentes e/ ou fragmentados por ciclo de vida. Dessa forma a ampliação do acesso ocor- re também contemplando a agenda programada e a demanda espontânea, abordando as situações con-forme suas especificidades, dinâmicas e tempo. b. Postura, atitude e tecnologia do cuidado - se estabelece nas relações entre as pessoas e os trabalhadores, nos modos de escuta, na maneira de lidar com o não previsto, nos modos de construção de vínculos (sensibilidade do trabalhador, posicionamento ético situacional), podendo facilitar a conti- nuidade do cuidado ou facilitando o acesso sobretudo para aqueles que pro- curam a UBS fora das consultas ou atividades agendadas. c. Dispositivo de (re)organização do processo de trabalho em equipe - a implantação do acolhimento pode provocar mudanças no modo de organiza- ção das equipes, relação entre trabalhadores e modo de cuidar. Para acolher a demanda espontânea com equidade e qualidade, não basta distribuir senhas em número limitado, nem é possível encaminhar todas as pessoas ao médico, aliás o acolhimento não deve se restringir à triagem clínica. Organizar a par- tir do acolhimento exige que a equipe reflita sobre o conjunto de ofertas que ela tem apresentado para lidar com as necessidades de saúde da população e território. Para isso é importante que a equipe defina quais profissionais GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 138 vão receber o usuário que chega; como vai avaliar o risco e vulnerabilidade; fluxos e protocolos para encaminhamento; como organizar a agenda dos pro- fissionais para o cuidado; etc. Destacam-se como importantes ações no processo de avaliação de risco e vulnerabilidade na Atenção Básica o Acolhimento com Classificação de Risco (a) e a Estratificação de Risco (b). a) Acolhimento com Classificação de Risco: escuta qualificada e compro- metida com a avaliação do potencial de risco, agravo à saúde e grau de sofri- mento dos usuários, considerando dimensões de expressão (física, psíquica, social, etc) e gravidade, que possibilita priorizar os atendimentos a eventos agudos (condições agudas e agudizações de condições crônicas) conforme a necessidade,a partir de critérios clínicos e de vulnerabilidade disponíveis em diretrizes e protocolos assistenciais definidos no SUS. O processo de trabalho das equipes deve estar organizado de modo a per- mitir que casos de urgência/emergência tenham prioridade no atendimento, independentemente do número de consultas agendadas no período. Caberá à UBS prover atendimento adequado à situação e dar suporte até que os usuá- rios sejam acolhidos em outros pontos de atenção da RAS. As informações obtidas no acolhimento com classificação de risco deve- rão ser registradas em prontuário do cidadão (físico ou preferencialmente eletrônico). Os desfechos do acolhimento com classificação de risco poderão ser defi- nidos como: 1- consulta ou procedimento imediato; 1. consulta ou procedimento em horário disponível no mesmo dia; 2. agendamento de consulta ou procedimento em data futura, para usuá- rio do território; 3. procedimento para resolução de demanda simples prevista em proto- colo, como renovação de receitas para pessoas com condições crônicas, con- dições clínicas estáveis ou solicitação de exames para o seguimento de linha de cuidado bem definida; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 139 4. encaminhamento a outro ponto de atenção da RAS, mediante contato prévio, respeitado o protocolo aplicável; e 5. orientação sobre territorialização e fluxos da RAS, com indicação espe- cífica do serviço de saúde que deve ser procurado, no município ou fora dele, nas demandas em que a classificação de risco não exija atendimento no mo- mento da procura do serviço. b) Estratificação de risco: É o processo pelo qual se utiliza critérios clíni- cos, sociais, econômicos, familiares e outros, com base em diretrizes clínicas, para identificar subgrupos de acordo com a complexidade da condição crônica de saúde, com o objetivo de diferenciar o cuidado clínico e os fluxos que cada usuário deve seguir na Rede de Atenção à Saúde para um cuidado integral. A estratificação de risco da população adscrita a determinada UBS é fun- damental para que a equipe de saúde organize as ações que devem ser ofe- recidas a cada grupo ou estrato de risco/vulnerabilidade, levando em consi- deração a necessidade e adesão dos usuários, bem como a racionalidade dos recursos disponíveis nos serviços de saúde. VII – Trabalho em Equipe Multiprofissional - Considerando a diversidade e complexidade das situações com as quais a Atenção Básica lida, um atendi- mento integral requer a presença de diferentes formações profissionais traba- lhando com ações compartilhadas, assim como, com processo interdisciplinar centrado no usuário, incorporando práticas de vigilância, promoção e assis- tência à saúde, bem como matriciamento ao processo de trabalho cotidiano. É possível integrar também profissionais de outros níveis de atenção. VIII – Resolutividade - Capacidade de identificar e intervir nos riscos, ne- cessidades e demandas de saúde da população, atingindo a solução de pro- blemas de saúde dos usuários. A equipe deve ser resolutiva desde o contato inicial, até demais ações e serviços da AB de que o usuário necessite. Para tanto, é preciso garantir amplo escopo de ofertas e abordagens de cuidado, de modo a concentrar recursos, maximizar as ofertas e melhorar o cuidado, encaminhando de forma qualificada o usuário que necessite de atendimento GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 140 especializado. Isso inclui o uso de diferentes tecnologias e abordagens de cuidado individual e coletivo, por meio de habilidades das equipes de saúde para a promoção da saúde, prevenção de doenças e agravos, proteção e re- cuperação da saúde, e redução de danos. Importante promover o uso de fer- ramentas que apoiem e qualifiquem o cuidado realizado pelas equipes, como as ferramentas da clínica ampliada, gestão da clínica e promoção da saúde, para ampliação da resolutividade e abrangência da AB. Entende-se por ferramentas de Gestão da Clínica um con-junto de tecno- logias de microgestão do cuidado destinado a promover uma atenção à saúde de qualidade, como protocolos e diretrizes clínicas, planos de ação, linhas de cuidado, projetos terapêuticos singulares, genograma, ecomapa, gestão de listas de espera, auditoria clínica, indicadores de cuidado, entre outras. Para a utilização dessas ferramentas, deve-se considerar a clínica centrada nas pes- soas; efetiva, estruturada com base em evidências científicas; segura, que não cause danos às pessoas e aos profissionais de saúde; eficiente, oportuna, prestada no tempo certo; equitativa, de forma a reduzir as desigualdades e que a oferta do atendimento se dê de forma humanizada. VIII – Promover atenção integral, contínua e organizada à população ads- crita, com base nas necessidades sociais e de saúde, através do estabeleci- mento de ações de continuidade informacional, interpessoal e longitudinal com a população. A Atenção Básica deve buscar a atenção integral e de qualidade, resolutiva e que contribua para o fortalecimento da autonomia das pessoas no cuidado à saúde, estabelecendo articulação orgânica com o conjunto da rede de atenção à saúde. Para o alcance da integralidade do cuidado, a equipe deve ter noção sobre a ampliação da clínica, o conhecimento sobre a realidade local, o trabalho em equipe multiprofissional e transdisciplinar, e a ação intersetorial. Para isso pode ser necessário realizar de ações de atenção à saúde nos estabelecimentos de Atenção Básica à saúde, no domicílio, em locais do ter- ritório (salões comunitários, escolas, creches, praças, etc.) e outros espaços que comportem a ação planejada. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 141 IX – Realização de ações de atenção domiciliar destinada a usuários que possuam problemas de saúde controlados/compensados e com dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma Unidade Básica de Saúde, que necessitam de cuidados com menor frequência e menor necessidade de recursos de saúde, para famílias e/ou pessoas para busca ativa, ações de vigilância em saúde e realizar o cuidado compartilhado com as equipes de atenção domiciliar nos casos de maior complexidade. X – Programação e implementação das atividades de atenção à saúde de acordo com as necessidades de saúde da população, com a priorização de in- tervenções clínicas e sanitárias nos problemas de saúde segundo critérios de frequência, risco, vulnerabilidade e resiliência. Inclui-se aqui o planejamento e organização da agenda de trabalho compartilhada de todos os profissionais, e recomenda- se evitar a divisão de agenda segundo critérios de problemas de saúde, ciclos de vida, gênero e patologias dificultando o acesso dos usuá- rios. Recomenda-se a utilização de instrumentos de planejamento estratégico situacional em saúde, que seja ascendente e envolva a participação popular (gestores, trabalhadores e usuários). XI – Implementação da Promoção da Saúde como um princípio para o cui- dado em saúde, entendendo que, além da sua importância para o olhar sobre o território e o perfil das pessoas, considerando a determinação social dos processos saúde-doença para o planejamento das intervenções da equipe, contribui também para a qualificação e diversificação das ofertas de cuidado. A partir do respeito à autonomia dos usuários, é possível estimular formas de andar a vida e comportamentos com prazer que permaneçam dentro de certos limites sensíveis entre a saúde e a doença, o saudável e o prejudicial, que sejam singulares e viáveis para cada pessoa. Ainda, numa acepção mais ampla, é possível estimular a transformação das condições de vida e saúde de indivíduos e coletivos, através de estratégias transversais que estimulem a aquisição de novas atitudes entre as pessoas, favorecendo mudanças para modos de vida mais saudáveis e sustentáveis. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 142 Embora seja recomendadoque as ações de promoção da saúde estejam pautadas nas necessidades e demandas singulares do território de atuação da AB, denotando uma ampla possibilidade de temas para atuação, destacam-se alguns de relevância geral na população brasileira, que devem ser considera- dos na abordagem da Promoção da Saúde na AB: alimentação adequada e sau- dável; práticas corporais e atividade física; enfrentamento do uso do tabaco e seus derivados; enfrentamento do uso abusivo de álcool; promoção da redução de danos; promoção da mobilidade segura e sustentável; promoção da cultura de paz e de direitos humanos; promoção do desenvolvimento sustentável. XII – Desenvolvimento de ações de prevenção de doenças e agravos em todos os níveis de acepção deste termo (primária, secundária, terciária e quartenária), que priorizem determinados perfis epidemiológicos e os fatores de risco clínicos, comportamentais, alimentares e/ou ambientais, bem como aqueles determinados pela produção e circulação de bens, prestação de ser- viços de interesse da saúde, ambientes e processos de trabalho. A finalidade dessas ações é prevenir o aparecimento ou a persistência de doenças, agra- vos e complicações preveníveis, evitar intervenções desnecessárias e iatrogê- nicas e ainda estimular o uso racional de medicamentos. Para tanto é fundamental a integração do trabalho entre Atenção Básica e Vigilância em Saúde, que é um processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise e disseminação de dados sobre eventos relacionados à saúde, visando ao planejamento e a implementação de medidas de saúde pública para a proteção da saúde da população, a prevenção e controle de riscos, agravos e doenças, bem como para a promoção da saúde. As ações de Vigilância em Saúde estão inseridas nas atribuições de todos os profissionais da Atenção Básica e envolvem práticas e processos de traba- lho voltados para: a. vigilância da situação de saúde da população, com análises que subsi- diem o planejamento, estabelecimento de prioridades e estratégias, monito- ramento e avaliação das ações de saúde pública; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 143 b. detecção oportuna e adoção de medidas adequadas para a resposta de saúde pública; c. vigilância, prevenção e controle das doenças transmissíveis; e d. vigi- lância das violências, das doenças crônicas não transmissíveis e acidentes. A AB e a Vigilância em Saúde deverão desenvolver ações integradas vi- sando à promoção da saúde e prevenção de doenças nos territórios sob sua responsabilidade. Todos profissionais de saúde deverão realizar a notificação compulsória e conduzir a investigação dos casos suspeitos ou confirmados de doenças, agravos e outros eventos de relevância para a saúde pública, con- forme protocolos e normas vigentes. Compete à gestão municipal reorganizar o território, e os processos de trabalho de acordo com a realidade local. A integração das ações de Vigilância em Saúde com Atenção Básica, pres- supõe a reorganização dos processos de trabalho da equipe, a integração das bases territoriais (território único), preferencialmente e rediscutir as ações e atividades dos agentes comunitários de saúde e do agentes de combate às endemias, com definição de papéis e responsabilidades. A coordenação deve ser realizada por profissionais de nível superior das equipes que atuam na Atenção Básica. XIII – Desenvolvimento de ações educativas por parte das equipes que atuam na AB, devem ser sistematizadas de forma que possam interferir no processo de saúde-doença da população, no desenvolvimento de autonomia, individual e coletiva, e na busca por qualidade de vida e promoção do auto- cuidado pelos usuários. XIV – Desenvolver ações intersetoriais, em interlocução com escolas, equipamentos do SUAS, associações de moradores, equipamentos de segu- rança, entre outros, que tenham relevância na comunidade, integrando pro- jetos e redes de apoio social, voltados para o desenvolvimento de uma aten- ção integral; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 144 XV – Implementação de diretrizes de qualificação dos modelos de atenção e gestão, tais como, a participação coletiva nos processos de gestão, a valori- zação, fomento a autonomia e protagonismo dos diferentes sujeitos implica- dos na produção de saúde, autocuidado apoiado, o compromisso com a am- biência e com as condições de trabalho e cuidado, a constituição de vínculos solidários, a identificação das necessidades sociais e organização do serviço em função delas, entre outras; XVI – Participação do planejamento local de saúde, assim como do mo- nitoramento e a avaliação das ações na sua equipe, unidade e município; visando à readequação do processo de trabalho e do planejamento frente às necessidades, realidade, dificuldades e possibilidades analisadas. O planejamento ascendente das ações de saúde deverá ser elaborado de forma integrada nos âmbitos das equipes, dos municípios, das regiões de saúde e do Distrito Federal, partindo-se do reconhecimento das realidades presentes no território que influenciam a saúde, condicionando as ofertas da Rede de Atenção Saúde de acordo com a necessidade/demanda da popula- ção, com base em parâmetros estabelecidos em evidências científicas, situ- ação epidemiológica, áreas de risco e vulnerabilidade do território adscrito. As ações em saúde planejadas e propostas pelas equipes deverão conside- rar o elenco de oferta de ações e de serviços prestados na AB, os indicadores e parâmetros, pactuados no âmbito do SUS. As equipes que atuam na AB deverão manter atualizadas as informações para construção dos indicadores estabelecidos pela gestão, com base nos pa- râmetros pactuados alimentando, de forma digital, o sistema de informação de Atenção Básica vigente; XVII – Implantar estratégias de Segurança do Paciente na AB, estimulan- do prática assistencial segura, envolvendo os pacientes na segurança, criando mecanismos para evitar erros, garantir o cui-dado centrado na pessoa, reali- zando planos locais de segurança do paciente, fornecendo melhoria contínua relacionando a identificação, a prevenção, a detecção e a redução de riscos. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 145 XVIII – Apoio às estratégias de fortalecimento da gestão local e do con- trole social, participando dos conselhos locais de saúde de sua área de abran- gência, assim como, articular e incentivar a participação dos trabalhadores e da comunidade nas reuniões dos conselhos locais e municipal; e XIX – Formação e Educação Permanente em Saúde, como parte do pro- cesso de trabalho das equipes que atuam na Atenção Básica. Considera-se Educação Permanente em Saúde (EPS) a aprendizagem que se desenvolve no trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano das organizações e do trabalho, baseandose na aprendizagem significativa e na possibilidade de transformar as práticas dos trabalhadores da saúde. Nesse contexto, é importante que a EPS se desenvolva essencialmente em espa- ços institucionalizados, que sejam parte do cotidiano das equipes (reuniões, fóruns territoriais, entre outros), devendo ter espaço garantido na carga ho- rária dos trabalhadores e contemplar a qualificação de todos da equipe mul- tiprofissional, bem como os gestores. Algumas estratégias podem se aliar a esses espaços institucionais em que equipe e gestores refletem, aprendem e trans-formam os processos de traba- lho no dia a dia, de modo a potencializá-los, tais como Cooperação Horizontal, Apoio Institucional, Tele Educação, Formação em Saúde. Entende-se que o apoio institucional deve ser pensado como uma função gerencial que busca a reformulação do modo tradicional de se fazer coorde- nação, planejamento, supervisão e avaliação em saúde. Ele deve assumir como objetivo a mudança nas organizações, tomando como matéria-prima os problemas e tensões do cotidiano Nesse sentido,pressupõe-se o esforço de transformar os modelos de gestão verticalizados em relações horizontais que ampliem a democratização, autonomia e compromisso dos trabalhadores e gestores, baseados em relações contínuas e solidárias. A Formação em Saúde, desenvolvida por meio da relação entre trabalha- dores da AB no território (estágios de graduação e residências, projetos de pesquisa e extensão, entre outros), beneficiam AB e instituições de ensino GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 146 e pesquisa, trabalhadores, docentes e discentes e, acima de tudo, a popu- lação, com profissionais de saúde mais qualificados para a atuação e com a produção de conhecimento na AB. Para o fortalecimento da integração entre ensino, serviços e comunidade no âmbito do SUS, destaca-se a estratégia de celebração de instrumentos contratuais entre instituições de ensino e serviço, como forma de garantir o acesso a todos os estabelecimentos de saúde sob a responsabilidade do gestor da área de saúde como cenário de práticas para a formação no âmbito da graduação e da residência em saúde no SUS, bem como de estabelecer atribuições das partes relacionadas ao funcionamento da integração ensino-serviço- comunidade. Além dessas ações que se desenvolvem no cotidiano das equipes, de for- ma complementar, é possível oportunizar processos formativos com tempo definido, no intuito de desenvolver reflexões, conhecimentos, competências, habilidades e atitudes específicas, através dos processos de Educação Conti- nuada, igualmente como estratégia para a qualificação da AB. As ofertas edu- cacionais devem, de todo modo, ser indissociadas das temáticas relevantes para a Atenção Básica e da dinâmica cotidiana de trabalho dos profissionais. 6. DO FINANCIAMENTO DAS AÇÕES DE ATENÇÃO BÁSICA O financiamento da Atenção Básica deve ser tripartite e com detalhamen- to apresentado pelo Plano Municipal de Saúde garantido nos instrumentos conforme especificado no Plano Nacional, Estadual e Municipal de gestão do SUS. No âmbito federal, o montante de recursos financeiros destinados à viabilização de ações de Atenção Básica à saúde compõe o bloco de financia- mento de Atenção Básica (Bloco AB) e parte do bloco de financiamento de investimento e seus recursos deverão ser utilizados para financiamento das ações de Atenção Básica. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 147 Os repasses dos recursos da AB aos municípios são efetuados em conta aberta especificamente para este fim, de acordo com a normatização geral de transferências de recursos fundo a fundo do Ministério da Saúde com o obje- tivo de facilitar o acompanhamento pelos Conselhos de Saúde no âmbito dos municípios, dos estados e do Distrito Federal. O financiamento federal para as ações de Atenção Básica deverá ser composto por: I – Recursos per capita; que levem em consideração aspectos sociodemo- gráficos e epidemiológicos; II – Recursos que estão condicionados à implantação de estratégias e pro- gramas da Atenção Básica, tais como os recursos específicos para os municípios que implantarem, as equipes de Saúde da Família (eSF), as equipes de Atenção Básica (eAB), as equipes de Saúde Bucal (eSB), de Agentes Comunitários de Saúde (EACS), dos Núcleos Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB), dos Consultórios na Rua (eCR), de Saúde da Família Fluviais (eSFF) e Ribeirinhas (eSFR) e Programa Saúde na Escola e Programa Academia da Saúde; III – Recursos condicionados à abrangência da oferta de ações e serviços; IV – Recursos condicionados ao desempenho dos serviços de Atenção Bá- sica com parâmetros, aplicação e comparabilidade nacional, tal como o Pro- grama de Melhoria de Acesso e Qualidade; V – Recursos de investimento; Os critérios de alocação dos recursos da AB deverão se ajustar conforme a regulamentação de transferência de recursos federais para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde no âmbito do SUS, respeitando espe- cificidades locais, e critério definido na LC n. 141/2012. I – Recurso per capita: O recurso per capita será transferido mensalmente, de forma regular e au- tomática, do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos Municipais de Saúde e do Distrito Federal com base num valor multiplicado pela população do Município. A população de cada município e do Distrito Federal será a população de- finida pelo IBGE e publicada em portaria específica pelo Ministério da Saúde. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 148 II – Recursos que estão condicionados à implantação de estratégias e pro- gramas da Atenção Básica 1. Equipe de Saúde da Família (eSF): os valores dos incentivos financeiros para as equipes de Saúde da Família implantadas serão prioritário e superior, transferidos a cada mês, tendo como base o número de equipe de Saúde da Família (eSF) registrados no sistema de Cadastro Nacional vigente no mês anterior ao da respectiva competência financeira. O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio das equipes de Saúde da Família será publicado em portaria específica 2. Equipe de Atenção Básica (eAB): os valores dos incentivos financeiros para as equipes de Atenção Básica (eAB) implantadas serão transferidos a cada mês, tendo como base o número de equipe de Atenção Básica (eAB) registrados no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde vigente no mês anterior ao da respectiva competência financeira. O percentual de financiamento das equipes de Atenção Básica (eAB), será definido pelo Ministério da Saúde, a depender da disponibilidade orçamentá- ria e demanda de credenciamento. 1. Equipe de Saúde Bucal (eSB): Os valores dos incentivos financeiros quan- do as equipes de Saúde da Família (eSF) e/ou Atenção Básica (eAB) forem com- postas por profissionais de Saúde Bucal, serão transferidos a cada mês, o valor correspondente a modalidade, tendo como base o número de equipe de Saúde Bucal (eSB) registrados no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde vigente no mês anterior ao da respectiva competência financeira. 1. O repasse mensal dos recursos para o custeio das Equipes de Saúde Bucal será publicado em portaria específica. 1. Equipe Saúde da Família comunidades Ribeirinhas e Fluviais 4.1. Equipes Saúde da Família Ribeirinhas (eSFR): os valores dos incenti- vos financeiros para as equipes de Saúde da Família Ribeirinhas (eSFR) im- plantadas serão transferidos a cada mês, tendo como base o número de equi- pe de Saúde da Família Ribeirinhas (eSFR) registrados no sistema de Cadastro Nacional vigente no mês anterior ao da respectiva competência financeira. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 149 O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio das equipes de Saúde da Família Ribeirinhas (eSFR) será publicado em portaria específica e poderá ser agregado um valor nos casos em que a equipe necessite de trans- porte fluvial para acessar as comunidades ribeirinhas adscritas para execução de suas atividades. 4.2. Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF): os valores dos incentivos financeiros para as equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF) implantadas serão transferidos a cada mês, tendo como base o número de Unidades Bá- sicas de Saúde Fluviais (UBSF) registrados no sistema de Cadastro Nacional vigente no mês anterior ao da respectiva competência financeira. O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio das Unidades Bási- cas de Saúde Fluviais será publicado em portaria específica. Assim como, os critérios mínimos para o custeio das Unidades preexistentes ao Programa de Construção de Unidades Básicas de Saúde Fluviais. 4.3. Equipes Consultório na Rua (eCR) Os valores do incentivo financeiro para as equipes dos Consultórios na Rua (eCR) implantadas serão transferidos a cada mês, tendo como base a moda- lidade e o número de equipes cadastradas no sistema de Cadastro Nacional vigente no mêsanterior ao da respectiva competência financeira. Os valores do repasse mensal que as equipes dos Consultórios na Rua (eCR) farão jus será definido em portaria específica. 5. Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB) O valor do incentivo federal para o custeio de cada NASFAB, dependerá da sua moda- lidade (1, 2 ou 3) e será determinado em portaria específica. Os valores dos incentivos financeiros para os NASF-AB implantados serão transferidos a cada mês, tendo como base o número de NASF-AB cadastrados no SCNES vigente. 6. Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) Os valores dos incentivos financeiros para as equipes de ACS (EACS) im- plantadas são transferidos a cada mês, tendo como base o número de Agen- tes Comunitários de Saúde (ACS), registrados no sistema de Cadastro Na- GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 150 cional vigente no mês anterior ao da respectiva competência financeira. Será repassada uma parcela extra, no último trimestre de cada ano, cujo valor será calculado com base no número de Agentes Comunitários de Saúde, re- gistrados no cadastro de equipes e profissionais do SCNES, no mês de agosto do ano vigente. A efetivação da transferência dos recursos financeiros descritos no item B tem por base os dados de alimentação obrigatória do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, cuja responsabilidade de manuten- ção e atualização é dos gestores dos estados, do Distrito Federal e dos mu- nicípios, estes devem transferir os dados mensalmente, para o Ministério da Saúde, de acordo com o cronograma definido anualmente pelo SCNES. III – Do credenciamento Para a solicitação de credenciamento dos Serviços e de todas as equipes que atuam na Atenção Básica, pelos Municípios e Distrito Federal, deve-se obedecer aos seguintes critérios: I – Elaboração da proposta de projeto de credenciamento das equipes que atuam na Atenção Básica, pelos Municípios/Distrito Federal; a. O Ministério da Saúde disponibilizará um Manual com as orientações para a elaboração da proposta de projeto, considerando as diretrizes da Atenção Básica; b. A proposta do projeto de credenciamento das equipes que atuam na Atenção Básica deverá estar aprovada pelo respectivo Conselho de Saúde Municipal ou Conselho de Saúde do Distrito Federal; e c. As equipes que atuam na Atenção Básica que receberão incentivo de custeio fundo a fundo devem estar inseridas no plano de saúde e programação anual. II – Após o recebimento da proposta do projeto de credenciamento das eABs, as Secretarias Estaduais de Saúde, conforme prazo a ser publicado em portaria específica, deverão realizar: GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 151 a. Análise e posterior encaminhamento das propostas para aprovação da Comissão Intergestores Bipartite (CIB); e b. após aprovação na CIB, encami- nhar, ao Ministério da Saúde, a Resolução com o número de equipes por es- tratégia e modalidades, que pleiteiam recebimento de incentivos financeiros da atenção básica. Parágrafo único: No caso do Distrito Federal a proposta de projeto de cre- denciamento das equipes que atuam na Atenção Básica deverá ser diretamen- te encaminhada ao Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde. III – O Ministério da Saúde realizará análise do pleito da Resolução CIB ou do Distrito Federal de acordo com o teto de equipes, critérios técnicos e disponibilidade orçamentária; e IV – Após a publicação de Portaria de credenciamento das novas equipes no Diário Oficial da União, a gestão municipal deverá cadastrar a(s) equipe(s) no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde, num prazo máximo de 4 (quatro) meses, a contar a partir da data de publicação da re- ferida Portaria, sob pena de descredenciamento da(s) equipe(s) caso esse prazo não seja cumprido. Para recebimento dos incentivos correspondentes às equipes que atuam na Atenção Básica, efetivamente credenciadas em portaria e cadastradas no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, os Municípios/ Distrito Federal, deverão alimentar os dados no sistema de informação da Atenção Básica vigente, comprovando, obrigatoriamente, o início e execução das atividades. 1. Suspensão do repasse de recursos do Bloco da Atenção Básica O Ministério da Saúde suspenderá o repasse de recursos da Atenção Bási- ca aos municípios e ao Distrito Federal, quando: I – Não houver alimentação regular, por parte dos municípios e do Distrito Federal, dos bancos de dados nacionais de informação, como: GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 152 a. inconsistência no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES) por duplicidade de profissional, ausência de profissional da equipe mínima ou erro no registro, con-forme normatização vigente; e b. não envio de informação (produção) por meio de Sistema de Informação da Atenção Básica vigente por três meses consecutivos, conforme normativas específicas. - identificado, por meio de auditoria federal, estadual e municipal, malver- sação ou desvio de finalidade na utilização dos recursos. Sobre a suspensão do repasse dos recursos referentes ao item II: O Minis- tério da Saúde suspenderá os repasses dos incentivos referentes às equipes e aos serviços citados acima, nos casos em que forem constatadas, por meio do monitoramento e/ou da supervisão direta do Ministério da Saúde ou da Secretaria Estadual de Saúde ou por auditoria do DENASUS ou dos órgãos de controle competentes, qualquer uma das seguintes situações: I – inexistência de unidade básica de saúde cadastrada para o trabalho das equipes e/ou; II – ausência, por um período superior a 60 dias, de qualquer um dos profissionais que compõem as equipes descritas no item B, com exceção dos períodos em que a contratação de profissionais esteja impedida por legislação específica, e/ou; III – descumprimento da carga horária mínima prevista para os profissio- nais das equipes; e < >- ausência de alimentação regular de dados no Siste- ma de Informação da Atenção Básica vigente. Especificamente para as equipes de saúde da família (eSF) e equipes de Atenção Básica (eAB) com os profissionais de saúde bucal. As equipes de Saúde da Família (eSF) e equipes de Atenção Básica (eAB) que sofrerem suspensão de recurso, por falta de pro-fissional conforme pre- visto acima, poderão manter os incentivos financeiros específicos para saúde bucal, conforme modalidade de implantação. Parágrafo único: A suspensão será mantida até a adequação das irregula- ridades identificadas. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 153 6.2-Solicitação de crédito retroativo dos recursos suspensos Considerando a ocorrência de problemas na alimentação do SCNES e do sistema de informação vigente, por parte dos estados, Distrito Federal e dos municípios, o Ministério da Saúde poderá efetuar crédito retroativo dos incen- tivos financeiros deste recurso variável. A solicitação de retroativo será válida para análise desde que a mesma ocorra em até 6 meses após a competência financeira de suspensão. Para solicitar os créditos retroativos, os municípios e o Distrito Federal deverão: - preencher o formulário de solicitação, conforme será disponibilizado em manual específico;- realizar as adequações necessárias nos sistemas vigentes (SCNES e/ou SISAB) que justifiquem o pleito de retroativo; e-enviar ofício à Secretaria de Saúde de seu estado, pleiteando o crédito retroativo, acompa- nhado do anexo referido no item I e documentação necessária a depender do motivo da suspensão.Parágrafo único: as orientações sobre a documentação a ser encaminhada na solicitação de retroativo constarão em manual especí- fico a ser publicado. As Secretarias Estaduais de Saúde, após analisarem a documentação re- cebida dos municípios, deverão encaminhar ao Departamento de Atenção Bá- sica da Secretaria de Atenção à Saúde,Ministério da Saúde (DAB/SAS/MS), a solicitação de complementação de crédito dos incentivos tratados nesta Portaria, acompanhada dos documentos referidos nos itens I e II. Nos casos em que o solicitante de crédito retroativo for o Distrito Federal, o ofício deverá ser encaminhado diretamente ao DAB/SAS/MS. O DAB/SAS/MS procederá à análise das solicitações recebidas, verificando a adequação da documentação enviada e dos sistemas de informação vigen- tes (SCNES e/ou SISAB), bem como a pertinência da justificativa do gestor, para deferimento ou não da solicitação. RICARDO BARROS GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 154 RESOLUÇÃO COFEN 543/2017 O Conselho Federal de Enfermagem – Cofen, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei n. 5.905, de 12 de julho de 1973, e pelo Regimento da Autarquia, aprovado pela Resolução Cofen n. 421, de 15 de fevereiro de 2012, e CONSIDERANDO a prerrogativa estabelecida ao Cofen no artigo 8º, incisos IV, V e XIII, da Lei n. 5.905/73, de baixar provimentos e expedir instruções, para uniformidade de procedimento e bom funcionamento dos Conselhos Re- gionais, dirimir as dúvidas suscitadas pelos Conselhos Regionais e exercer as demais atribuições que lhe são conferidas por lei; CONSIDERANDO que o artigo 15, inciso II, III, IV, VIII e XIV, da Lei n. 5.905/73, dispõe que compete aos Conselhos Regionais de Enfermagem: dis- ciplinar e fiscalizar o exercício profissional, observadas as diretrizes gerais do Conselho; fazer executar as instruções e provimentos do Conselho Federal; manter o registro dos profissionais com exercício na respectiva jurisdição; conhecer e decidir os assuntos atinentes à ética profissional impondo as pe- nalidades cabíveis; e exercer as demais atribuições que lhes forem conferidas por esta Lei ou pelo Conselho Federal; CONSIDERANDO a Lei n. 7.498, de 25 de junho de 1986, e o Decreto n. 94.406, de 08 de junho de 1987, que regulamentam o exercício da Enferma- gem no país; CONSIDERANDO o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem; CONSIDERANDO a Resolução Cofen n. 358, de 15 de outubro de 2009, que dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a imple- mentação do Processo de Enfermagem em ambientes públicos, privados e filantrópicos, e dá outras providências; CONSIDERANDO o Regimento Interno da Autarquia aprovado pela Resolu- ção Cofen n. 421/2012; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 155 CONSIDERANDO Resolução Cofen n. 429, de 30 de maio de 2012, que dispõe sobre o registro das ações profissionais no prontuário do paciente e em outros documentos próprios da enfermagem, independente do meio de suporte – tradicional ou eletrônico; CONSIDERANDO as recomendações do relatório das atividades realizadas pelo Grupo de Trabalho – GT do Coren-SP, indicadas no Processo Administra- tivo Cofen n. 0562/2015; CONSIDERANDO as pesquisas que validaram as horas de assistência de enfermagem preconizadas na Resolução COFEN n. 293/2004 e aquelas que apontam novos parâmetros para áreas especificas; CONSIDERANDO os avanços tecnológicos e as necessidades requeridas pelos gestores, gerentes das instituições de saúde, dos profissionais de enfer- magem e da fiscalização dos Conselhos Regionais, para revisão e atualização de parâmetros que subsidiem o planejamento, controle, regulação e avalia- ção das atividades assistenciais de enfermagem; CONSIDERANDO que o quantitativo e o qualitativo de profissionais de enfermagem interferem, diretamente, na segurança e na qualidade da assis- tência ao paciente; CONSIDERANDO que compete ao enfermeiro estabelecer o quadro quan- tiqualitativo de profissionais necessário para a prestação da Assistência de Enfermagem; CONSIDERANDO a necessidade de atingir o padrão de excelência do cui- dado de enfermagem e favorecer a segurança do paciente, do profissional e da instituição de saúde; CONSIDERANDO as sugestões e recomendações emanadas da Consulta Pública no período de 09/07/2016 à 16/09/2016 no site do Conselho Federal de Enfermagem; CONSIDERANDO as deliberações do Plenário do Cofen em sua 481ª Reunião Ordinária, ocorrida em 27 de setembro de 2016, na cidade do Rio de Janeiro; CONSIDERANDO tudo o que mais consta do PAD Cofen n. 562/2015; GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 156 RESOLVE: Art. 1º Estabelecer, na forma desta Resolução e de seus anexos I e II (que poderão ser consultados no endereço eletrônico: www.cofen.gov.br), os parâmetros mínimos para dimensionar o quantitativo de profissionais das diferentes categorias de enfermagem para os serviços/locais em que são re- alizadas atividades de enfermagem. Parágrafo único. Os referidos parâmetros representam normas técnicas mínimas, constituindo-se em referências para orientar os gestores, gerentes e enfermeiros dos serviços de saúde, no planejamento do quantitativo de pro- fissionais necessários para execução das ações de enfermagem. Art. 2º O dimensionamento do quadro de profissionais de enfermagem deve basear-se em características relativas: I – ao serviço de saúde: missão, visão, porte, política de pessoal, recursos materiais e financeiros; estrutura organizacional e física; tipos de serviços e/ou programas; tecnologia e complexidade dos serviços e/ou programas; atribuições e competências, específicas e colaborativas, dos integrantes dos diferentes serviços e programas e requisitos mínimos estabelecidos pelo Mi- nistério da Saúde; II – ao serviço de enfermagem: aspectos técnico-científicos e administra- tivos: dinâmica de funcionamento das unidades nos diferentes turnos; mode- lo gerencial; modelo assistencial; métodos de trabalho; jornada de trabalho; carga horária semanal; padrões de desempenho dos profissionais; índice de segurança técnica (IST); proporção de profissionais de enfermagem de nível superior e de nível médio e indicadores de qualidade gerencial e assistencial; III – ao paciente: grau de dependência em relação a equipe de enferma- gem (sistema de classificação de pacientes – SCP) e realidade sociocultural. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 157 Art. 3º O referencial mínimo para o quadro de profissionais de enferma- gem, para as 24 horas de cada unidade de internação (UI), considera o SCP, as horas de assistência de enfermagem, a distribuição percentual do total de profissionais de enfermagem e a proporção profissional/paciente. Para efeito de cálculo, devem ser consideradas: I – como horas de enfermagem, por paciente, nas 24 horas: 1) 4 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado mínimo; 2) 6 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado intermediário; 3) 10 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado de alta dependência (2); 4) 10 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado semi-intensivo; 5) 18 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado intensivo. II – A distribuição percentual do total de profissionais de enfermagem, deve observar: a) O SCP e as seguintes proporções mínimas: 1) Para cuidado mínimo e intermediário: 33% são enfermeiros (mínimo de seis) e os demais auxiliares e/ou técnicos de enfermagem; 2) Para cuidado de alta dependência: 36% são enfermeiros e os demais técnicos e/ou auxiliares de enfermagem; 3) Para cuidado semi-intensivo: 42% são enfermeiros e os demais técni- cos de enfermagem; 4) Para cuidado intensivo: 52% são enfermeiros e os demais técnicos de enfermagem. III – Para efeito de cálculo devem ser consideradas: o SCP e a proporção profissional/paciente nos diferentes turnos de trabalho respeitando os per- centuais descritos na letra “a” do item II: 1) cuidado mínimo: 1 profissional de enfermagem para 6 pacientes; 2) cuidado intermediário: 1 profissional de enfermagem para 4 pacientes; 3) cuidado de alta dependência: 1 profissional de enfermagem para 2,4; 4) cuidado semi-intensivo: 1 profissional de enfermagem para 2,4; 5) cuidado intensivo: 1 profissional de enfermagem para1,33. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 158 § 1º A distribuição de profissionais por categoria referido no inciso II, de- verá seguir o grupo de pacientes que apresentar a maior carga de trabalho. § 2º Cabe ao enfermeiro o registro diário da classificação dos pacientes segundo o SCP, para subsidiar a composição do quadro de enfermagem para as unidades de internação. § 3º Para alojamento conjunto, o binômio mãe/filho deve ser classificado, no mínimo, como cuidado intermediário(3) § 4º Para berçário e unidade de internação em pediatria todo recém-nasci- do e criança menor de 6 anos deve ser classificado, no mínimo, como cuidado intermediário, independente da presença do acompanhante. § 5º Os pacientes de categoria de cuidados intensivos deverão ser inter- nados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com infraestrutura e recursos tecnológicos e humanos adequados. § 6º Os pacientes classificados como de cuidado semi-intensivo deverão ser internados em unidades que disponham de recursos humanos e tecnolo- gias adequadas. Art. 4º Para assistir pacientes de saúde mental, considerar(4): a) Como horas de enfermagem(4): 1) CAPS I – 0,5 horas por paciente (8 horas/dia); 2) CAPS II (CAPS Adulto e CAPS Álcool e Drogas) – 1,2 horas por paciente (8 horas/dia); 3) CAPS Infantil e Adolescente – 1,0 hora por paciente (8 horas/dia); 4) CAPS III (Adulto e CAPS Álcool e Drogas) – 10 horas por paciente, ou utilizar SCP, (24 horas); 5) UTI Psiquiátrica – aplicar o mesmo método da UTI convencional – 18 horas por paciente, ou utilizar SCP (24 horas); 6) Observação de paciente em Pronto Socorro Psiquiátrico e Enfermaria Psiquiátrica – 10 horas por paciente, ou utilizar SCP (24 horas); GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 159 7) Lar Abrigado/Serviço de Residência Terapêutica – deve ser acompanha- do pelos CAPS ou ambulatórios especializados em saúde mental, ou ainda, equipe de saúde da família (com apoio matricial em saúde mental). b) Como proporção profissional/paciente, nos diferentes turnos de traba- lho, respeitando os percentuais descritos na letra “a” do item II: 1) CAPS I – 1 profissional para cada 16 pacientes; 2) CAPS II 9 (Adulto e CAPS Álcool e Drogas) – 1 profissional para cada 6,6; 3) CAPS Infantil e Adolescente – 1 profissional para cada 8 pacientes; 4) CAPS III (Adulto e CAPS Álcool e Drogas) -1 profissional para cada 2,4; 5) UTI Psiquiátrica – 1 profissional para cada 1,33 pacientes; 6) Observação de paciente em Pronto Socorro Psiquiátrico e Enfermaria Psiquiátrica – 1 profissional para cada 2,4. c) A distribuição percentual do total de profissionais de enfermagem deve observar as seguintes proporções mínimas(4): 1) CAPS I – 50% de enfermeiros e os demais técnicos e/ou auxiliares de enfermagem; 2) CAPS II (Adulto e CAPS Álcool e Drogas) – 50% de enfermeiros e os demais técnicos e/ou auxiliares de enfermagem; 3) CAPS Infantil e Adolescente – 50% de enfermeiros e os demais técnicos e/ou auxiliares de enfermagem; 4) CAPS III (Adulto e CAPS Álcool e Drogas) – 50% de enfermeiros e os demais técnicos de enfermagem, ou percentual relativo a maior carga de tra- balho obtida do SCP; 5) UTI Psiquiátrica – 52% de enfermeiros e os demais técnicos de enfer- magem, ou percentual relativo a maior carga de trabalho obtida do SCP; 6) Observação de pacientes em Pronto Socorro Psiquiátrico e Enfermaria Psiquiátrica – 42% de enfermeiros e os demais técnicos e/ou auxiliares de enfermagem, ou percentual relativo a maior carga de trabalho obtida do SCP. Nota: Nas alíneas 4, 5 e 6 quando adotado o SCP o percentual de enfer- meiros deverá seguir o disposto no Art. 3º, item III, § 1º. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 160 Art. 5º Para Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI), as horas de assis- tência de enfermagem por paciente em cada setor, deverá considerar o tempo médio da assistência identificado no estudo de Cruz(5): (*) Nos setores de Mamografia e Rx Convencional a participação do enfer- meiro se faz indispensável em situações pontuais de supervisão da assistên- cia de enfermagem, urgência e emergência. Nota: 1) O cálculo do THE das diferentes categorias profissionais deverá ser rea- lizado separadamente, uma vez que os tempos de participação são distintos. 2) O Serviço de Diagnóstico por Imagem deverá garantir a presença de no mínimo um enfermeiro durante todo período em que ocorra assistência de enfermagem. Art. 6º O referencial mínimo para o quadro dos profissionais de enferma- gem em Centro Cirúrgico (CC) considera a Classificação da Cirurgia, as horas de assistência segundo o porte cirúrgico, o tempo de limpeza das salas e o tempo de espera das cirurgias, conforme indicado no estudo de Possari(6,7). Para efeito de cálculo devem ser considerados: I – Como horas de enfermagem, por cirurgia no período eletivo: 1) 1,4 horas de enfermagem, por cirurgia de Porte 1; 2) 2,9 horas de enfermagem, por cirurgia de Porte 2; 3) 4,9 horas de enfermagem, por cirurgia de Porte 3; 4) 8,4 horas de enfermagem, por cirurgia de Porte 4. II – Para cirurgias de urgência/emergência, e outras demandas do bloco cirúrgico (transporte do paciente, arsenal/farmácia, RPA entre outros), utili- zar o Espelho Semanal Padrão. III – Como tempo de limpeza, por cirurgia: 1) Cirurgias eletivas – 0,5 horas; 2) Cirurgias de urgência e emergência – 0,6 horas. IV – Como tempo de espera, por cirurgia: 1) 0,2 horas por cirurgia. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 161 V – Como proporção profissional/categoria, nas 24 horas: a) Relação de 1 enfermeiro para cada três salas cirúrgicas (eletivas); b) Enfermeiro exclusivo nas salas de cirurgias eletivas e de urgência/emer- gência de acordo com o grau de complexidade e porte cirúrgico; c) Relação de 1 profissional técnico/auxiliar de enfermagem para cada sala como circulante (de acordo com o porte cirúrgico); d) Relação de 1 profissional técnico/auxiliar de enfermagem para a instru- mentação (de acordo com o porte cirúrgico). Art. 7º A Carga de trabalho dos profissionais de enfermagem para a uni- dade Central de Materiais e Esterilização (CME), deve fundamentar-se na pro- dução da unidade, multiplicada pelo tempo padrão das atividades realizadas, nas diferentes áreas, conforme indicado no estudo de Costa(8): OBS.: Indicadores de Produção de cada posição de trabalho: (*) Quantidade de kits recebidos, processados, conferidos e devolvidos; (**) Quantidade de cargas/ciclos realizados; (***) Quantidade de carros montados. 1) A tabela acima se refere aos procedimentos executados pelo técnico/ auxiliar de enfermagem, portanto, o quantitativo total refere-se a estes pro- fissionais. 2) Para o cálculo do quantitativo de enfermeiros utiliza-se o espelho sema- nal padrão, adequando-se à necessidade do serviço, respeitando-se o mínimo de um enfermeiro em todos os turnos de funcionamento do setor, além do enfermeiro responsável pela unidade. GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 162 Art. 8º Nas Unidades de Hemodiálise convencional, considerando os es- tudos de Lima(9), o referencial mínimo para o quadro de profissionais de enfermagem, por turno, de acordo com os tempos médios do preparo do ma- terial, instalação e desinstalação do procedimento, monitorização da sessão, desinfecção interna e limpeza das máquinas e mobiliários, recepção e saída do paciente, deverá observar: 1) 4 horas de cuidado de enfermagem/paciente/turno; 2) 1 profissional para 2 pacientes; 3) Como proporção mínima de profissional/paciente/turno, 33% dos pro- fissionais devem ser enfermeiros e 67% técnicos de enfermagem; 4) O quantitativo de profissionais de enfermagem para as intervenções de Diálise Peritoneal Ambulatorial Continua – CAPD, deverão ser calculadas com aplicação do Espelho Semanal Padrão. Art. 9º Para a Atenção Básica, considerar o modelo, intervenções e pa- râmetros do estudo de Bonfim(10) – (anexoII). Conforme os dados de pro- dução de cada unidade ou do município, ou ser extraídos no site do Departa- mento de Atenção Básica do Ministério da Saúde. Nota: O TTD para ausências por feriado, férias, licença saúde e ausência em ra- zão de outras licenças, deverá ser obtido pela média anual. Art. 10. Ao quantitativo de profissionais estabelecido deverá ser acrescido o índice de segurança técnica (IST) de no mínimo 15% do total, dos quais 8,3% são referentes a férias e 6,7% a ausências não previstas. Art. 11 Para o serviço em que a referência não pode ser associada ao leito-dia, a unidade de medida será o sítio funcional (SF), devendo ser con- siderado as variáveis: intervenção/atividade desenvolvida com demanda ou fluxo de atendimento, área operacional ou local da atividade e jornada diária de trabalho. Art. 12. Para efeito de cálculo deverá ser observada a cláusula contratual quanto à carga horária semanal (CHS). GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para o SUS 163 Art. 13 O responsável técnico de enfermagem deve dispor de no mínimo 5% do quadro geral de profissionais de enfermagem da instituição para co- bertura de situações relacionadas à rotatividade de pessoal e participação em programas de educação permanente. Parágrafo único. O quantitativo de enfermeiros para o exercício de ativi- dades gerenciais, educacionais, pesquisa e comissões permanentes, deverá ser dimensionado, à parte, de acordo com a estrutura do serviço de saúde. Art. 14. O quadro de profissionais de enfermagem de unidades assistenciais, composto por 50% ou mais de pessoas com idade superior a 50 (cinquenta) anos ou 20% ou mais de profissionais com limitação/restrição para o exercício das atividades, deve ser acrescido 10% ao quadro de profissionais do setor. Art. 15 O disposto nesta Resolução aplica-se a todos os serviços/locais em que são realizadas atividades de enfermagem. Art. 16. Esta Resolução entra em vigor 60 (sessenta) dias após sua publi- cação, revogando as disposições em contrário, em especial as Resoluções Co- fen n. 293 de 21 de setembro de 2004 e a n. 527 de 03 de novembro de 2016. Brasília/DF, 18 de abril de 2017. MANOEL CARLOS N. DA SILVA COREN-RO N. 63592 Presidente MARIA R. F. B. SAMPAIO COREN-PI N. 19084 Primeira Secretária (*) Esta Resolução foi republicada devido à ILEGIBILIDADE DAS TABELAS DO ART. 9º no DOU n. 86, de 8-5-2017, seção 1, página 120. Assim, entra em vi- gor 60 (sessenta) dias após sua republicação, ou seja, dia 16 de maio de 2017. #VEM SER GRAN FACILITE SEUS ESTUDOS: rotas de aprovação, mapas mentais, resumos e exercícios irão te guiar por um caminho mais simples e rápido. TUDO NO SEU TEMPO E ESPAÇO: faça o download de videoaulas e de PDFs e estude onde e quando você quiser e puder. VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO: mentorias diárias, ao vivo, e fórum de dúvidas não te deixarão só nesta caminhada. 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