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Prévia do material em texto

1
FUNDAMENTOS 
PSICOPEDAGÓGICOS
Profª. Drª. Mírian D. M. C. Andrade
Profª. Drª. Kethlen Leite de Moura
2
FUNDAMENTOS 
PSICOPEDAGÓGICOS
PROFª. DRª. MÍRIAN DANIELA MATOS CAMPOS ANDRADE
PROFª. DRª. KETHLEN LEITE DE MOURA
3
PROFª. DRª. MÍRIAN DANIELA MATOS CAMPOS ANDRADE
PROFª. DRª. KETHLEN LEITE DE MOURA
 Diretor Geral: Prof. Esp. Valdir Henrique Valério
 Diretor Executivo: Prof. Dr. William José Ferreira
 Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Profa Esp. Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Profa. Esp. Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
 Revisão Gramatical e Ortográfica: Profa. Esp. Izabel Cristina da Costa
 
 Revisão técnica: Profª. Esp. Imperatriz Abreu da Penha 
 Matos
 Revisão/Diagramação/Estruturação: Clarice Virgilio Gomes
 Fernanda Cristine Barbosa
 Prof. Esp. Guilherme Prado 
 
 Design: Bárbara Carla Amorim O. Silva 
 Daniel Guadalupe Reis
 Élen Cristina Teixeira Oliveira 
 Maria Eliza P. Campos 
 Victor L. dos Reis Lopes 
© 2021, Faculdade Única.
 
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autoriza-
ção escrita do Editor.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
4
FUNDAMENTOS 
PSICOPEDAGÓGICOS
1° edição
Ipatinga, MG
Faculdade Única
2022
5
Doutora em Educação pela Univer-
sidade Estadual de Maringá (PPE/
UEM). Mestre em Educação pela Uni-
versidade Estadual de Maringá (PPE/
UEM). Especialista pela Faculdade 
Tecnológica América do Sul em Do-
cência do Ensino Superior. Especialis-
ta em Educação Infantil e Letramen-
to pela Faculdade Metropolitana. 
Graduação em Licenciatura Plena 
em Pedagogia, pela Universidade Es-
tadual de Maringá (2007-2010). É pa-
recerista da Revista Teoria e Prática 
da Educação (PR) e Babaquá (MS). É 
autora de livros, capítulos de livros e 
artigos em periódicos nacionais. Em 
sua experiência na área educacional, 
atuou, também, como professora na 
Educação Infantil e, professora e co-
ordenadora pedagógica no Ensino 
Superior. Atualmente em termos de 
ensino e pesquisa, dedica-se à área de 
Educação Infantil e Gestão Democrá-
tica Escolar e Políticas Públicas para 
a Infância , com ênfase nos seguintes 
temas: Estado e Educação, Políticas 
Públicas para a Primeira Infância, Prá-
tica de Ensino, Gestão Escolar, Públi-
co-Privado, Estágio Curricular Super-
visionado, Educação do e no Campo, 
e Infantilização da Pobreza. Experiên-
cia na Procuradoria Institucional (PI) 
em processos de credenciamento de 
IES, autorização e reconhecimento de 
cursos de graduação junto ao MEC e 
sistema E-MEC.
KETHLEN LEITE DE 
MOURA
Para saber mais sobre a autora desta obra e suas qualificações, 
acesse seu Curriculo Lattes pelo link :
http://lattes.cnpq.br/8691750201352997
Ou aponte uma câmera para o QRCODE ao lado.
6
Para saber mais sobre a autora desta obra e suas qualificações, 
acesse seu Curriculo Lattes pelo link : 
http://lattes.cnpq.br/7412283854705523
Ou aponte uma câmera para o QRCODE ao lado.
Cursando Stricto Sensu - Doutorado 
em Psicologia, pela Universidade 
Católica de Brasília Cursando 
segunda Graduação Bacharelado 
pela Universidade do Distrito 
Federal - UDF. Cursando Psicanálise 
Clínica pelo Instituto Brasileiro de 
Psicanálise Clínica - IBPC. Mestra 
em Psicologia e com especializações 
Lato Sensu em Psicopedagogia 
Institucional e Clínica, Atendimento 
Educacional Especializado, Gestão 
Escolar, Educação Infantil e Ensino 
Fundamental - Anos Iniciais. Por fim 
, concluiu graduação em Pedagogia 
onde cursou Magistério em Anos 
Iniciais, Magistério em Educação 
Especial - Deficiência Mental 
e Orientação Educacional pela 
Universidade de Brasília (UNB).
MÍRIAN DANIELA MATOS 
CAMPOS ANDRADE
7
LEGENDA DE
Ícones
Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas 
quais você precisa ficar atento.
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do 
conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones 
ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado 
trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a 
seguir:
São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca 
virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro.
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade, 
associando-os a suas ações.
Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos 
conteúdos abordados no livro.
Apresentação dos significados de um determinado termo ou 
palavras mostradas no decorrer do livro.
 
 
 
FIQUE ATENTO
BUSQUE POR MAIS
VAMOS PENSAR?
FIXANDO O CONTEÚDO
GLOSSÁRIO
8
UNIDADE 1
UNIDADE 2
UNIDADE 3
UNIDADE 4
SUMÁRIO
1.1 História e principais influências ...........................................................................................................................................................................................................................................12
1.2 A Psicopedagogia no Brasil ...................................................................................................................................................................................................................................................17
1.3 Fundamentos teóricos ..............................................................................................................................................................................................................................................................19
FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................................................................................................................................................................................26
2.1 Objeto de estudo e pesquisa ...............................................................................................................................................................................................................................................31
2.2 Profissão e campos de atuação ........................................................................................................................................................................................................................................31
2.3 Legislação e código de ética ...............................................................................................................................................................................................................................................32
FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................................................................................................................................................................................36
3.1 Freud, Lacan e Winnicott .......................................................................................................................................................................................................................................................41
3.2 Jorge Visca .....................................................................................................................................................................................................................................................................................46
3.3 Alicia Fernandes e Sara Paín ...............................................................................................................................................................................................................................................533.4 Maria Lúcia Lemme Weiss ...................................................................................................................................................................................................................................................55
FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................................................................................................................................................................................58
PRESSUPOSTOS DA PSICOPEDAGOGIA
PSICOPEDAGOGIA COMO CIÊNCIA E PROFISSÃO
TEORIAS EM PSICOPEDAGOGIA - PARTE I
4.1 Inatismo, empirismo e construtivismo ........................................................................................................................................................................................................................63
4.2 Os principais teóricos que contribuem para a psicopedagogia ...............................................................................................................................................................68
4.3 Pensamento ecossistêmico e transdisciplinar ......................................................................................................................................................................................................47
FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................................................................................................................................................................................78
TEORIAS EM PSICOPEDAGOGIA - PARTE II
5.1 Contribuições da neurociência ..........................................................................................................................................................................................................................................82
5.2 As bases neurobiológicas e a plasticidade cerebral na aprendizagem ................................................................................................................................................86
5.3 Neurociência, educação e aprendizagem ................................................................................................................................................................................................................94
FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................................................................................................................................................................................103
PLASTICIDADE CEREBRAL E APRENDIZAGEM
UNIDADE 5
6.1 Dificuldades de aprendizagem ou Distúrbio de Aprendizagem? ..........................................................................................................................................................107
6.2 Transtorno da linguagem: oral, escrita e numérica ..........................................................................................................................................................................................109
6.3 Diagnóstico Psicopedagógico ..........................................................................................................................................................................................................................................117
FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................................................................................................................................................................................121
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ....................................................................................................................................................................................................................124
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................................................................................................................................................................125
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
UNIDADE 6
9
O
N
FI
R
A
 N
O
 L
I
C
V
R
O
UNIDADE 1
Na unidade 01, o estudante cursista conhecerá a história e as principais influências 
no surgimento da psicopedagogia, assim como, compreenderá a expansão da 
psicopedagogia no Brasil e as raízes epistemológicas que fundamentaram esse 
campo de atuação e pesquisa. 
UNIDADE 2
Na unidade 02, o estudante cursista compreenderá a psicopedagogia como profissão 
conforme legislação e código de ética. Para mais, o cursista conhecerá a história e 
o símbolo que representa a psicopedagogia e a diferencia nos diversos campos de 
atuação. 
UNIDADE 3
Nesta unidade 03, o estudante cursista poderá conhecer as principais teorias 
psicopedagógicas que embasaram o nascimento e a expansão da psicopedagogia 
como ciência e profissão e que a tornam em constante expansão como área que 
contribui com o desenvolvimento da diversidade humana. 
UNIDADE 4
Nesta unidade 04, o estudante irá aprender sobre as teorias que envolvem a área 
da Psicopedagogia, que trazem os princípios teóricos do Inatismo, empirismo e 
construtivismo. Os principais autores a serem trabalhados são: Piaget, Vygotsky, 
Wallon, Ausubel e Gardner. 
UNIDADE 5
Na unidade 05, os estudos direcionam-se para a plasticidade cerebral e a 
aprendizagem, vamos procurar entender sobre como as bases neurobiológicas de 
aprendizagem, contribuem para o desenvolvimento do processo de aprendizagem 
da criança. 
UNIDADE 6
Na última unidade 06, trataremos a respeito das dificuldades de aprendizagem, 
apresentando os principais conceitos e encaminhamentos necessários para que 
consiga compreender o que é avaliação psicopedagógica e diagnóstico.
10
PRESSUPOSTOS DA 
PSICOPEDAGOGIA
11
 A globalização mundial, a expansão econômica, a política e a cultura dos diversos 
povos, tornou mais evidente a desigualdade social (PACHECO, MENDONÇA, 2006; 
GUIMARAES-LOSIF). Podemos compreender como desigualdade social as disparidades 
que são evidenciadas na renda familiar que é basicamente baixa, na carga tributária de 
impostos para as pessoas e empresas que são elevadas, na igualdade de condições quanto 
ao acesso à educação, saúde, trabalho, cultura e lazer em grande parte da população de 
determinado país (PACHECO, MENDONÇA, 2006; GOFFMAN, 1980, BRONFENBRENNER, 
2011; GUIMARAES-LOSIF, 2009). Dessa forma, a desigualdade social é uma situação que 
pode interferir tanto no desenvolvimento individual quanto no desenvolvimento coletivo 
de determinada população (BRONFENBRENNER, 2011). 
 Na sociedade capitalista, a capacidade de consumo, o nível de inteligência, 
de funcionalidade e de saúde, bem como, a capacidade de trabalho, a beleza, o 
acúmulo de riquezas são determinantes para que diversos sujeitos façam parte e se 
sintam pertencentes socialmente (FERNANDES, 1995; GOFFMAN, 1980, GUIMARAES-
LOSIF,2009; FOUCALT, 2010; MARX, 2013;). Podemos compreender o capitalismo 
como uma estrutura econômica que emerge na Inglaterra após Revolução Industrial 
estabelecendo novo modo de produção, novas relações de trabalho (empregador – 
empregado) e o estabelecimento de padrões sociais bem definidos (FERNANDES,1995; 
PACHECO, MENDONÇA, 2006; GUIMARAES-LOSIF, 2009; MARX 2013).
 Assim, o modelo econômico capitalista institui a exclusão social, a pobreza, a 
criminalidade e a mortalidade da população mundial (GADOTTI, 1991; MANTOAN, 
2005; GUIMARAES-LOSIF,2009; SASSAKI, 2010;). Sabemos que o mundo está imerso 
em diversos contextos relacionais (família, escola, trabalho, entre outros espaços) 
permeado por contradições que impulsionam a pessoa humana viver em constante 
busca para se adaptar as exigências impostas principalmente pela economiae também 
pela cultura (PACHECO, MENDONÇA, 2006; KOSIK,2002; GUIMARAES-LOSIF, 2009; 
SASSAKI,2010; MANTOAN, 2005; ,2009 MARX, 2013; FOUCALT,2010; TULESKI, 2008). 
Nesse sistema, a igualdade de condições pode ser ofertada, mas nem todos alcançam 
os seus direitos (GUIMARAES-LOSIF, 2009; SAVIANI, 2003; TULESKI, 2008). Para a 
modificação dessa estrutura excludente, a transformação social precisa acontecer nos 
contextos escolares públicos onde se educa a maior parte da população para que a 
equidade social se estabeleça e posterior liberdade seja consolidada (FERNANDES, 1995; 
BRONFENBRENNER, 2011; SAVIANI, 2003; GADOTTI, 1991; TULESKI, 2008).
 Por fim, o capitalismo expande as políticas neoliberais que sustenta a situação de 
pobreza no mundo (GUIMARAES-LOSIF, 2009; MARX, 2013). Dessa forma, a sociedade 
somente se transforma mediante qualidade da educação na escola pública para a 
efetivação da democracia (GUIMARAES-LOSIF, 2009; MARX, 2013). A democracia promove 
o acesso ao direito e a qualidade de vida para todos, mas o Estado precisa desconstruir 
esse sistema econômico e erradicar forças ideológicas dominantes que propiciam a 
exclusão social (GUIMARAES-LOSIF, 2009; MARX, 2013; TULESKI, 2008). 
 Diante do exposto, como a psicopedagogia pode contribuir com o desenvolvimento 
das pessoas para reduzir as contradições originadas pelo sistema econômico capitalista? 
Podemos pensar que as dificuldades de aprendizagens pode ser um conceito construído 
com bases nos padrões de funcionalidade disseminado culturalmente pelo modelo 
econômico capitalista que promove a exclusão social desse grupo de pessoas? 
 O objetivo desta Unidade I é fazer com que o cursista compreenda a história e 
as principais influências da psicopedagogia e como ocorreu a sua expansão no Brasil e 
12
Figura 1: Trabalho interdisciplinar e /ou transdisciplinar
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3MqM2nH Acesso em: 12 out. 2022
1.1 HISTÓRIA E AS PRINCIPAIS INFLUÊNCIAS
quais as raízes epistemológicas que fundamentaram esse campo de atuação e pesquisa, 
bem como, suas contribuições para a inclusão social e escolar de diversos sujeitos. 
 A psicopedagogia é uma área de conhecimento que busca compreender o 
processo de aprendizagem humana, assim como, as barreiras que impedem essas 
aprendizagens (SAWAIA, 2002; BOSSA, 1994; RUBINSTEIN, 2003, MORIN, 2011; SASSAKI, 
2010). A psicopedagogia surge da psicologia e se complementa com outras áreas, tais 
como: a pedagogia, a filosofia, a psicanálise, a neurologia, a psiquiatria, a pediatria, a 
psicolinguística, a semiótica, a sociologia, a antropologia, a fonoaudiologia, a terapia 
ocupacional, entre outros (COSTA, PINTO, ANDRADE, 2013). Segue abaixo a Figura 1 que 
ilustra como as diversas áreas do conhecimento se conectam com a psicopedagogia 
para apreensão das dificuldades de aprendizagem. Assim, as características do trabalho 
psicopedagógico englobam a multidisciplinaridade, a interdisciplinaridade e / ou a 
transdisciplinaridade para o desvelamento das oportunidades que potencializam o 
desenvolvimento das aprendizagens humanas.
 Ademais, a psicopedagogia por ter um caráter multidisciplinar (profissionais 
com diversas qualificações que tem objetivos comuns no atendimento da pessoa), 
interdisciplinar (ligação de uma ou mais áreas de conhecimento) e transdisciplinar 
(intercomunicação entre as áreas de conhecimento ) não se basta como área de pesquisa, 
avaliação e intervenção, pois sozinha esse campo de atuação não responde as demandas 
frente às dificuldades, facilidades ou potencialidades de aprendizagem (SAWAIA, 2002; 
BOSSA, 1994; RUBINSTEIN, 2003, MORIN, 2001).
 Por fim, a psicopedagogia busca apreender o processo de aprendizagem humana 
no momento que a pessoa humana interage em seus diversos contextos e realidades 
para além do espaço escolar e, dessa interação, abstrai conhecimentos (GONÇALVES, 
2020). Além disso, Gonçalves (2020) ressalta que a psicopedagogia não se ocupa apenas 
de métodos ou técnicas de ensino como faz a pedagogia, nem tão pouco restringe sua 
atuação apenas ao espaço escolar como faz a psicologia escolar. A psicopedagogia extrai 
das raízes epistemológicas que a constituem, a relação entre quem ensina (ensinante) 
e quem aprende (aprendente), as causas e possíveis intervenções que ocasionam as 
dificuldades de aprendizagem e o fracasso escolar (GONÇALVES, 2020). Logo abaixo, a 
Figura 2 ilustra a diversidade de sujeitos, bem como, as peculiaridades de cada um no 
modo de absorver e apreender o conteúdo escolar. Nessa realidade, o fracasso escolar 
https://bit.ly/3MqM2nH
13
Figura 2: ilustra o fracasso escolar:
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3VnDWQM. Acesso em: 12 out. 2022
pode se constituir e, muitas vezes, ter sua origem na dificuldade de aprendizagem ou 
não. Segue abaixo charge que retrata a diversidade em sala de aula:
 A dificuldade de aprendizagem pode ser entendida como barreiras que o sujeito 
aprendente tem durante o processo de desenvolvimento da leitura, escrita e /ou cálculo 
(MAZER, BELLO, BAZON, 2019). Para mais, Mazer, Bello, Bazzon (2019, página 8), “a 
dificuldade de aprendizagem pode ser abordada como fator de risco para problemas 
psicossociais na infância, associados a problemas socioemocionais e comportamentais”. 
 Além disso, a prática pedagógica que desconsidera o aluno na sua individualidade, 
ou seja, o professor repassa o conteúdo sem potencializar a curiosidade, a criatividade 
e a inovação em sala de aula; as peculiaridades de cada aluno não são consideradas no 
processo de ensino e aprendizagem; a participação ativa do estudante na construção 
do conhecimento não é impulsionada, entre outros, pode ocasionar resultados de 
desempenho escolar que podem levar a hipótese equivocada para dificuldade de 
aprendizagem, bem como, promover a evasão ou fracasso escolar (BOSSA, 2007). 
 Por fim, a psicopedagogia pode atuar no contexto escolar quando os resultados 
de aprendizagens não são entendidos pela comunidade escolar a fim de descobrir os 
fatores que estão inviabilizando o desenvolvimento das potencialidades individuais e de 
como obter melhores resultados nas aprendizagens.
 A seguir, o estudante cursista deverá fazer uma pausa para assistir aos vídeos 
propostos logo abaixo, bem como, entrar no endereço sugerido para conhecer alguns 
conteúdos que propiciam o desenvolvimento das aprendizagens. Vamos lá? 
 O profissional de psicopedagogia necessita investigar e compreender as interfaces da 
dimensão biopsicossocial do sujeito aprendente e dos seus diversos contextos e pares 
envolvidos no seu processo de desenvolvimento, bem como, discernir conceitos e atitudes 
frente aos fenômenos que configuram a evasão, o fracasso e as dificuldades de aprendi-
zagens (BOSSA, 2007, BROFENBRENNER, 2011). 
FIQUE ATENTO
14
 Bem, voltamos agora para a apreensão de como nasceu a psicopedagogia como 
área de atuação e construção teórica. Assim, o nascimento da Psicopedagogia ocorreu 
em território europeu no Século XIX e sob a influência do capitalismo, da cultura e da 
ciência pragmática (BOSSA, 2007). 
 Nesse período, a partir dos constructos de Charles Darwin, a evolução biológica 
do homem passa a ser inclusa como categoria de pesquisa na psicologia que acabou 
por impulsionar a aplicação de testes em escolas para apreensão do baixo rendimento 
escolar (BOSSA, 2007). Além disso, na França (1930), a criação de centros de orientação 
educacional com psicólogos, educadores e assistentes sociais são consolidados (BOSSA, 
2007). 
 Já, em 1946, a criança com dificuldades para se relacionar e cumprir as regras 
de convivência (Figura 3) e a criança com baixo rendimento escolar (Figura 4) chega 
aos consultórios médicos que as recebem mediante alinhamento com outras as áreas 
Pedimos que assistam ao vídeo “O que é Psicopedagogia e como ela pode 
auxiliar as crianças” por Monique Gonçalves. Disponível em: https://bit.
ly/3yxTYhh. e ouça o áudio. Acesso em: 12 out. 2022.
E saiba mais sobre Monique Gonçalves e tambémconheçam mais conteúdos 
que contemplam o desenvolvimento de aprendizagens.Disponível em: https://
bit.ly/3EE2wHl. Acesso em: 12 out. 2022.
Veja ainda, o vídeo “Não me esqueci de você” – documentário sobre educação 
inclusiva. Esse vídeo esclarece sobre inclusão e exclusão social. Disponível em: 
https://bit.ly/3rPiVkz. Acesso em: 12 out. 2022.
Para auxiliar no entendimento sobre a diversidade humana pedimos ao 
estudante cursista que assista o vídeo “Cordas” seguido da leitura do texto 
“Psicopedagogia e fracasso escolar” disponibilizados logo a seguir em no 
“Vamos Pensar? ”.
BUSQUE POR MAIS
VAMOS PENSAR?
Apresentamos aqui, a sugestão do vídeo “Cordas", segundo curta-
metragem de Pedro Solís García que foi premiado como melhor 
animação espanhola. Assista esse vídeo que auxiliará no entendimento 
do que venha ser a diversidade humana que constitui os diversos 
contextos escolares. Disponível em: https://bit.ly/3evKiwT.
Para mais, sabemos que a Psicopedagogia é uma área que estuda 
a relação entre aprendizagem e a mente humana. Logo, como 
podemos identificar o fracasso escolar? Devemos questionar a prática 
pedagógica como uma variável que pode produzir certas dificuldades 
de aprendizagens? Para mais, segue leitura complementar do artigo 
“Psicopedagogia e fracasso escolar” de Adriana Mobel Fesquet para 
ajudar no processo reflexivo. Disponível em: https://bit.ly/3T0TGrt.
https://bit.ly/3yxTYhh 
https://bit.ly/3yxTYhh 
https://bit.ly/3EE2wHl
https://bit.ly/3EE2wHl
https://bit.ly/3rPiVkz
https://bit.ly/3evKiwT
https://bit.ly/3T0TGrt
15
de atuação, tais como à pedagogia, a psicologia e a psicanálise (BOSSA, 2007). Assim, 
indagações começam a ser desenvolvidas e algumas intervenções aplicadas para tratar 
tais eventos. A seguir, as Figuras 3 e 4 seguidas de explicação sobre comportamento e 
rendimento escolar auxiliará o estudante cursista ter maior clareza com os significados 
referentes à dificuldade de comportamento e baixo rendimento escolar:
 A Figura 3 retrata o comportamento de crianças e / ou jovens que demonstram 
dificuldades para se adaptar aos contextos e suas regras, bem como, para desenvolver suas 
aprendizagens. Em relação ao comportamento, as crianças e / ou jovens não adaptadas 
às regras de convivência do contexto as quais estão inseridas e interagindo podem 
evidenciar padrões de comportamento de desobediência, hostilidade, irritabilidade, 
indicando a necessidade de mediações regulares para o controle do comportamento 
(FACION, 2013; PINHEIRO, 2004; ESPIRIDIÃO-ANTONIO,2008). 
 Por outro lado, a criança e / ou jovem que demonstra baixo rendimento (Figura 4) 
escolar pode ser aquela que pareça ter alguns obstáculos para o desenvolvimento de 
suas aprendizagens, tais como: contexto familiar de risco e vulnerabilidade, ou seja, a 
família enfrenta a pobreza, a desnutrição, as doenças diversas, a violência, a separação dos 
pais, a baixa escolaridade, o uso de drogas, entre outros; contexto escolar com práticas 
pedagógicas que não atendem as demandas individuais dos estudantes; dificuldade ou 
transtornos de aprendizagem e / ou deficiência com ou sem comorbidades (BOSSA,2007; 
ESPIRIDIÃO-ANTONIO,2008; FONSECA,2008). 
 Ademais, Janine Mery, psicopedagoga francesa fez observações frente ao termo 
psicopedagogia e o referenciou como uma característica de sua prática clínica que 
era centrada na aprendizagem das pessoas com deficiência ou outras necessidades 
passando ser assim, utilizada como base teórico-prática nos Estados Unidos por via 
médica e posteriormente na Argentina (BOSSA, 2007). Por fim, Boutonier e George 
Mauco fundam os primeiros centros psicopedagógicos para tratar comportamento 
infantil e baixo rendimento escolar (BOSSA, 2007).
Figura 3: criança com comportamento desafiador.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3MqM2nH Acesso em: 12 out. 2022
Figura 4: criança com comportamento desafiador.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3EySqHE Acesso em: 12 out. 2022
https://bit.ly/3MqM2nH
16
 Para o estudante cursista saber um pouco mais sobre comportamento e rendimento 
escolar, a seguir, no campo, “Fique Atento”, os links para assistir aos filmes “Precisamos 
falar sobre Kevin” e “Como Estrelas na Terra” estão disponibilizados”. Além disso, o link do 
texto “Aprendizagem, comportamento e emoções na infância e adolescência” também 
está disponível no campo “Busque por Mais” para leitura crítica e complementar sobre o 
assunto. Dessa forma, o estudante cursista ampliará sua visão frente aos assuntos.
 O filme “Precisamos falar sobre Kevin” retrata o comportamento de uma 
criança no contexto familiar e escolar que gera tensões e conflitos, bem como, 
apresenta a evolução desse comportamento até a ocorrência de diversas tra-
gédias. Disponível em: https://bit.ly/3SZgo3b. Acesso em: 12 out. 2022. Nesse mo-
mento, pedimos que o estudante cursista observe as cenas, os diálogos, anote e 
reflita sobre o que está assistindo e relacione com as leituras realizadas. 
 Para mais, o filme “Como Estrelas na Terra, Toda Criança é Especial conta 
a história de uma criança que sofre com dislexia, mas não é compreendida por 
pais e professores. Assim, a criança passa por uma trajetória de sofrimento em 
casa e nas diversas escolas que foi matriculada. Nesse percurso, a criança en-
contra um professor que se interessa em planejar aulas diferenciadas para aten-
der suas demandas individuais. Disponível em: https://bit.ly/3EF6hMz. Acesso em: 
12 out. 2022.
FIQUE ATENTO
Após assistir aos filmes “Precisamos falar sobre Kevin” e “Como Estrelas na 
Terra”, o estudante cursista deverá ler o texto “Aprendizagem, comportamento 
e emoções na infância e adolescência” tendo como foco central a compreensão 
das relações entre aprendizagem, comportamento e emoções na infância 
e adolescência, bem como, no processo de desenvolvimento da pessoa 
humana. Ressaltamos que a psicopedagogia atua com todas as fases de 
desenvolvimento da infância ao envelhecimento. Disponível em: https://bit.
ly/3rPxzrU. Acesso em: 12 out. 2022. Finalmente, a Charge “comportamento 
dos pais: honestidade” no campo “Vamos Pensar” logo abaixo, vai retratar 
a dissonância entre a fala e o comportamento dos pais ano processo de 
educação do filho seguido de documentário “Pro dia nascer feliz” que retrata 
os diversos contextos escolares no Brasil finalizando com a leitura do texto 
“A abordagem ecológica de Urie Bronfenbrenner em estudos com famílias”. 
Assim, o estudante cursista deverá ler e refletir sobre os conteúdos que 
compõem o diálogo entre os personagens da referida Charge correlacionando 
ao documentário e texto. 
O sentido para a realização dessa atividade está na compreensão das interações 
em diversos contextos (família, escola, comunidade, entre outros) que podem 
influenciar no desenvolvimento das aprendizagens humanas resultando em 
problemas de comportamento e baixo rendimento escolar de diversas pessoas 
que participarão também dos atendimentos psicopedagógicos por causa de 
realidades similares demonstradas nesses materiais indicados.
BUSQUE POR MAIS
https://bit.ly/3SZgo3b
https://bit.ly/3EF6hMz
https://bit.ly/3rPxzrU
https://bit.ly/3rPxzrU
17
 A Psicopedagogia se instalou em território brasileiro em 1970 por meio da literatura 
americana, europeia e argentina (SCOZ,1987; BOSSA 2007; THOMSEN, 2007). Nesse 
período, nos contextos escolares e consultórios médicos, a criança com dificuldades 
de comportamento ou para compreender e aprender os conteúdos escolares eram 
tratadas como uma pessoa com alguma alteração no seu funcionamento neurológico 
denominada na época como Disfunção Cerebral Mínima (DCM). Nessa época, os fatores 
cognitivos, emocionais, comportamental, pedagógico, cultural e econômico não eram 
considerados como variáveis influenciadoras da DCM passam a ser o diagnóstico 
norteador da clínica médica para explicar o fenômeno das dificuldades de aprendizagem, 
bem como, justificar o fracasso escolar (BOSSA, 2007; CYPEL, 2007). 
 Para melhor compreensão dos profissionais quelidavam com os processos de 
aprendizagens, bem como, com as dificuldades de alguns estudantes para aprender, 
cursos com enfoque psicopedagógico são desenvolvidos (BOSSA, 2007). Em 1980, a Escola 
VAMOS PENSAR?
Observe as imagens e depois leia à charge a seguir:
 Agora, vamos refletir como o comportamento de pais, vizinhos, 
amigos, professores podem influenciar no desenvolvimento das 
aprendizagens cognitivas, emocionais e comportamentais de crianças 
e / ou adolescentes? A escola sozinha consegue mudar essa realidade? 
 Além disso, vamos nos aproximar do contexto escolar assistindo 
ao documentário “Pro dia Nascer Feliz”. Esse documentário oportuniza 
a reflexão frente às diversas realidades de estudantes e professores 
no cotidiano de escolas públicas e privadas no Brasil oportunizando 
ao estudante cursista uma aproximação da realidade. Disponível em: 
https://bit.ly/2EIxkYQ. Acesso em: 12 out. 2022.
 Assim, segue o artigo que trata sobre “A abordagem ecológica de 
Urie Bronfenbrenner em estudos com famílias” de Edna Martins. Heloisa 
Szymanski. A leitura contribuirá para melhor apreensão sobre os diversos 
contextos que impactam no desenvolvimento das aprendizagens 
humana. Disponível em: https://bit.ly/3CuRlho. Acesso em: 12 out. 2022.
1.2 A PSICOPEDAGOGIA NO BRASIL
Figura 5: criança com comportamento desafiador.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3EDYZsf Acesso em: 12 out. 2022
https://bit.ly/2EIxkYQ
https://bit.ly/3CuRlho
https://bit.ly/3EDYZsf
18
 O profissional da psicopedagogia tem que priorizar o alinhamento teórico-prático 
da psicogenética, da psicanálise e da psicologia social que embasam a sua prática para 
uma atuação coerente frente às necessidades do aprendente que está sendo avaliado 
ou acompanhado por esse profissional a fim de desenvolver plenamente as potenciali-
dades cognitivas, afetivas e comportamentais da pessoa na sua individualidade e na sua 
vida em sociedade.
FIQUE ATENTO
da Guatemala inicia um trabalho preventivo quando propaga reflexões correlacionando 
o campo social e político com as dificuldades de aprendizagem escolar, tendo o processo 
de ensino como barreira central para o desenvolvimento das aprendizagens (BOSSA, 
2007). 
 Para mais, nesse mesmo período, cursos de especialização em São Paulo são 
iniciados e disseminados pelo país (BOSSA, 2000). Dessa forma, o desenvolvimento 
da psicopedagogia no Brasil perpassou por uma revisão curricular que rompeu com o 
manejo mais organicista e técnico frente aos problemas de aprendizagens incluindo 
uma visão mais global e interdisciplinar (BOSSA, 2007). 
 Assim, o alinhamento teórico-prático sobre cognição, ato motor, emoções, 
comportamento, linguagem e o fazer pedagógico passam a ser integrados e apreendidos 
pela psicopedagogia para melhor compreensão das causas das dificuldades de 
aprendizagem (BOSSA, 2007). Finalmente, a psicopedagogia se expande no Brasil e no 
mundo a partir dos pressupostos teórico-prático da Epistemologia Convergente de Jorge 
Visca, pioneiro no Brasil, que passa a ser um norteador da atuação dos profissionais da 
psicopedagogia (BOSSA, 2007; RUBINSTEIN, 2003; NOFFS, 2003).
VAMOS PENSAR?
 Observe a seguir a imagem (Figura 6) que ilustra os conceitos de igualdade, 
equidade e liberdade:
 Agora, faça uma reflexão com base na imagem observada (Figura 6) de 
como a Psicopedagogia pode atuar para a efetivação da inclusão social e escolar 
de todas as pessoas? 
Figura 6: Ilustra o conceito de igualdade, equidade e liberdade.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3Mr1wbj Acesso em: 12 out. 2022
https://bit.ly/3Mr1wbj
19
 Os pressupostos teóricos da psicopedagogia têm como base a psicologia e os 
estudos teóricos de Jean Piaget (Teoria Psicogenética); de Enrique Pichon Riviere 
(Psicologia Social); e de Freud (Escola Psicanalítica) (VISCA, 1991). Nessa tríade, o professor 
Jorge Visca correlaciona às teorias e cria um modelo de referência teórico-prática para 
atuação psicopedagógica detnominada Epistemologia Convergente (VISCA, 1991). Logo 
a seguir apresentamos as principais influências que embasam teoricamente o fazer 
psicopedagógico.
 A Teoria Psicogenética de Jean Piaget
 A Teoria Psicogenética foi descrita por Jean Piaget, biólogo, psicólogo e 
epistemólogo suíço, considerado um dos mais importantes pensadores do século 
XX, a partir de suas observações frente às ações de cada um de seus filhos (três) em 
diferentes etapas do ciclo de desenvolvimento (PIAGET, 1980). Então, Piaget durante 
as suas observações olha de forma específica para a ação (mental ou experimental) 
sujeito-objeto a fim de compreender o processo de desenvolvimento da inteligência 
na construção do conhecimento (PIAGET, 1980). Dessa forma, as etapas de construção 
do conhecimento passam pela assimilação ou acomodação e posterior formação de 
esquemas ou conhecimentos previamente organizados (PIAGET, 1980). 
 Assim, Piaget (2007) descreveu a psicogênese dos conhecimentos que se constituiu 
por fases no desenvolvimento da criança. São elas: 
 a) O nível sensório motor corresponde a idade da criança no período entre zero 
a dois anos de vida da criança. Nessa etapa, a criança explora o seu meio através do 
movimento reflexo hereditário que impulsiona o organismo demandar suas necessidades 
de sobrevivência para o ambiente, tais como: a sucção da mama para saciar a fome, 
o choro por sono, entre outros (PIAGET, 2007). Nessa etapa, a criança não consegue 
perceber o seu corpo separado do corpo da mãe e não representa mentalmente os 
objetos em seus pensamentos. Por volta do sexto mês de nascimento, a criança vai agir 
no seu contexto de forma mais instintiva e imediata sem a presença da elaboração do 
pensamento intencional (PIAGET, 2007). De forma gradativa a criança vai construindo a 
intencionalidade de sua ação motora. As Figuras 7, 8 e 9 ilustram o comportamento da 
criança nessa etapa do desenvolvimento:
1.3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS
Figura 7: Desenvolvimento Infantil.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3MqA7X7 Acesso em: 12 out. 2022
https://bit.ly/3MqA7X7
20
Figura 8: Fases do Desenvolvimento.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3SX2xKA Acesso em: 12 out. 2022
Figura 9: Fases do Desenvolvimento.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3g3VFg6 Acesso em: 12 out. 2022
Figura 10: Brincando com objetos.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3enFE4d. Acesso em: 12 out. 2022
Figura 11: Faz de Conta. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3RWKBhV. Acesso em: 12 out. 2022
Figura 12: Faz de Conta. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3RWKBhV. Acesso em: 12 out. 2022
 b) O nível pré-operatório, de dois a seis anos de idade, é marcado na criança como 
a etapa da consolidação nos esquemas mentais da criança de suas experiências vividas 
com objetos, signos e símbolos advindos de seus diversos contextos (PIAGET,2007). Dessa 
forma, esse repertório cognitivo da criança será evidenciado mediante brincadeiras e 
uso da linguagem (PIAGET,2007). 
https://bit.ly/3g3VFg6
https://bit.ly/3enFE4d
21
Figura 13: Jogos com regras.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3ewqkSL. Acesso em: 12 out. 2022
Figura 14: Operações concretas.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3eAfyuy. Acesso em: 12 out. 2022
Figura 15: Pensamento formal.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3CsNwcp. Acesso em: 12 out. 2022
 c) O nível operatório concreto ocorre na fase entre sete a onze anos de idade. 
Nesse momento, a ação vai se transformando em estruturas lógicas gerais tanto das 
operações lógicas-matemáticas (resolução de problemas envolvendo objetos) quanto 
das operações infralógicas (compor, decompor e classificar objetos) (PIAGET,2007). Nessa 
fase, a criança utiliza o material concreto como apoio para estruturar o seu pensamento 
e assim, resolver os problemas (PIAGET,2007). 
 d) O nível das operações formais, a partir dos doze anos vai caracterizar pela fase do 
raciocínio para formular e relacionar hipóteses no campo do pensamento. Nessa etapa, 
Piaget (2011) ressalta que a pessoa já tenha adquirido autonomiaquanto às habilidades 
cognitivas e sociais (PIAGET, 2007). 
 Finalmente, a Psicogenética contribuiu para ampliar a visão docente de como 
as operações no pensamento da criança se consolidam dando base ao surgimento da 
teoria construtivista (PIAGET, 1986). Nos postulados da teoria construtivista, o contexto 
escolar passa a reposicionar professores e estudantes onde o estudante passa a ser o 
centro do processo de ensino-aprendizagem com participação ativa no ato de pensar 
e construir o conhecimento conforme nível de maturidade. Nesse contexto, o professor 
facilita o processo de aprendizagem impulsionando a resolução de problemas, novas 
https://bit.ly/3ewqkSL
https://bit.ly/3eAfyuy
 https://bit.ly/3CsNwcp
22
formulações de hipóteses, problematização do conhecimento, promoção das interações 
entre pares e objetos diversos de conhecimento (PIAGET, 2007). 
• Enrique Pichon- Rivière – o grupo como espaço de aprendizagens. 
 O teórico Enrique Pichon-Rivière foi um francês-suíço com nacionalidade 
argentina formado em psiquiatria e psicanálise que fez a proposta da prática de grupo 
como uma forma de desenvolver o ato de aprender em pessoas humanas tendo como 
fundamento teórico os pressupostos epistemológicos da psicologia da Gestalt (PICHON-
RIVIÈRE, 1998). A psicologia da Gestalt compreende a pessoa humana na dimensão da 
sua totalidade e depois agrega nessa compreensão outras dimensões que a compõe, 
tais como sensações e emoções no seu contexto presente. Na prática clínica, podemos 
apreender a Gestalt-terapia como uma dinâmica de tratamento da pessoa e tudo que a 
constitui como foco, o contexto e o tempo presente como objetos de análise (PICHON-
RIVIÈRE, 1998).
 Diante disso, Pichon-Rivière (1998) com base na Gestalt desenvolveu o grupo 
operativo para o desenvolvimento das aprendizagens humanas, ou seja, a pessoa 
vivencia como ser e como se comportar em diversas situações no ambiente (PICHON-
RIVIÈRE, 1998). Assim, o grupo é o contexto que permite a pessoa vivenciar e modificar 
esquemas aprendidos e, consequentemente, transformar essa realidade interna, tais 
como: o modo de pensar, de sentir e de se comportar e, assim, romper com as memórias 
de experiências anteriores construídas que inviabilizam o desenvolvimento da pessoa 
frente à realidade que a limita (PICHON-RIVIÈRE, 1998).
Figura 16: A pessoa como centro na Gestalt.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3VqeWs7. Acesso em: 12 out. 2022
 https://bit.ly/3CsNwcp
https://bit.ly/3VqeWs7
23
 Podemos ilustrar o grupo operativo como espaço de aprendizagem não diretiva, 
ou seja, o coordenador do grupo facilita a interação e o diálogo entre os seus integrantes 
sem interferir na autonomia e no protagonismo do grupo que deve propor a resolução 
de problemas que surgem no cotidiano da vida por meio do diálogo, dinâmicas de 
grupo, jogos de papéis, entre outras atividades simbólicas que propiciem o estímulo 
da percepção, do sentimento, da intuição e do pensamento dos participantes do grupo 
frente ao tema, como por exemplo, o sentimento das pessoas negras que enfrentam 
o racismo no ambiente de trabalho (SOARES, FERRAZ, 2007; PICHON-RIVIÈRE, 1998). 
Então, o relato da experiência vivida individualmente é compartilhada no grupo e os 
participantes desse grupo vão reconstruindo as suas percepções e o seu entendimento 
frente a temática debatida propondo reflexões e soluções possíveis para a redução ou 
extinção de sentimentos e comportamentos que disseminam atitudes racistas (SOARES, 
FERRAZ, 2007; PICHON-RIVIÈRE, 1998). Isso significa que o grupo operativo precisa ser 
direcionado a realizar ações para verificar e discernir papéis sociais e resolver situações 
problemas (SOARES, FERRAZ, 2007; PICHON-RIVIÈRE, 1998).
 A teoria do grupo foi aplicada e validada por Pichon-Rivière no hospital Las 
Mercedes na capital Argentina em que pacientes com doenças mentais interagiam 
mediante dinâmicas com pacientes menos comprometidos (SOARES, FERRAZ, 2007; 
PICHON-RIVIÈRE, 1998). Os pacientes com melhor condição assistiam e auxiliavam 
os mais comprometidos. Essa experiência oportunizou a integração do grupo pela 
identificação, o efeito da interação se aproximou aos efeitos dos medicamentos e da 
qualidade do atendimento realizada pela equipe especializada (SOARES, FERRAZ, 2007). 
• Sigmund Freud – pressupostos teóricos
 Sigmund Freud (nascimento – 1856; falecimento -1939) foi um austríaco que se 
formou em medicina e se especializou em Fisiologia Nervosa. Em Paris, Freud aprofundou 
seus estudos com Jean Charcot, médico que tinha como foco central o estudo da histeria 
por meio da hipnose. Assim, Freud criou a Psicanálise, método que estuda a mente, para 
o tratamento das doenças mentais fundando a “Sociedade Psicanalítica de Viena”. 
 Em relação à vida pessoal de Freud, podemos destacar os pais como judeus e 
comerciantes, irmão de quatro de suas irmãs que foram executadas em campos de 
concentração nazista. Para mais, Freud se casou e teve seis filhos, mas apenas a filha 
Anna deu continuidade aos estudos do pai se tornando uma psicanalista reconhecida. 
Por fim, Freud foi acometido por mais de trinta cirurgias na mandíbula por causa de um 
Figura 17: Teoria de grupo de Riviere.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3VrsTpA. Acesso em: 12 out. 2022
 https://bit.ly/3CsNwcp
https://bit.ly/3VrsTpA
24
câncer e parece que faleceu por uso excessivo de morfina para alívio das dores. 
 A Psicanálise é um método que permite o paciente falar, sem censura, com o seu 
terapeuta sobre os seus sintomas e, no momento dessa fala, a cura desse paciente pode 
ocorrer (GOMES, 2003; LIMA, 2010). Segundo Freud, a consciência (percepção do mundo 
exterior, dos sentimentos e de processos), a pré-consciência (lembranças e memórias 
acessíveis à consciência) e o inconsciente (conteúdo psíquico que a consciência não 
tem acesso) constituem o funcionamento da mente humana e a cura dos transtornos 
mentais está no reconhecimento da consciência sobre os conteúdos produzidos pelo 
inconsciente (GOMES, 2003; LIMA, 2010). Além disso, Freud afirmava que piadas, falhas 
na memória e sonhos são conteúdos que indicam o desejo real da pessoa, mas que a 
consciência dessa pessoa não permite a realização de tais desejos. Para Freud, a cura das 
doenças da mente ou alma podem acontecer mediante o reconhecimento consciente 
da pessoa sobre os seus desejos mais íntimos (GOMES, 2003; LIMA, 2010).
 Então, Freud buscou apresentar em seus postulados teóricos os conceitos que 
caracterizam o funcionamento da mente humana (GOMES, 2003; LIMA, 2010). O Id 
é o local onde fica reservado tudo o que foi herdado e reprimido e que não chega à 
consciência; o Ego é a parte da razão e do estado de alerta no contato com a realidade 
externa e o Superego são as regras e as leis internalizadas que filtrarão os conteúdos 
psíquicos do Id para o gerenciamento do Ego (GOMES, 2003; LIMA, 2010).
 Por fim, Freud ainda descreveu a configuração da energia sexual e da libido nas 
fases de descobertas da criança denominando como fase psicossexual e que nesse 
período as experiências negativas vividas pela criança poderiam se tornar traumas 
na sua vida adulta (GOMES, 2003; LIMA, 2010, ZAVARONI; VIANA, CELES, 2007; COSTA; 
OLIVEIRA, 2011). As fases descritas por Freud foram organizadas por faixa etária. Na fase 
oral (de zero a dois anos), a zona erógena da criança se concentra na boca. Então, sugar, 
morder, mastigar são ações prazerosas; a Fase Anal (de dois a quatro anos) – as regiões 
anais e uretrais passam a ser as zonas de erotização da criança (GOMES, 2003; LIMA, 
2010, ZAVARONI; VIANA, CELES, 2007; COSTA; OLIVEIRA, 2011). Para mais, a evacuação e a 
micção, bem como, o seu controle e descontroles podem ocasionar prazer ou frustração 
na criança; a Fase Fálica (de quatro a seis anos) se caracteriza pela consciência que a 
criança adquire sobre o seu órgão genital, diferencia homens e mulheres e vivencia o 
complexo de Édipo; a Fase de Latência (de seis a doze anos) e o períodoque a criança 
para de centrar suas atenções no próprio corpo deslocando os seus interesses para 
jogos, esportes e interações diversas (GOMES, 2003; LIMA, 2010, ZAVARONI; VIANA, 
CELES, 2007; COSTA;OLIVEIRA, 2011). Essa fase pode ser entendida como um período 
de intervalo na transição da infância para a vida adulta. Por fim, a Fase Genital (Início da 
adolescência até a fase adulta), momento de alcance do ápice da maturidade em que 
relações amorosas são estabelecidas e a escolha do trabalho efetivada (GOMES, 2003; 
LIMA, 2010, ZAVARONI; VIANA, CELES, 2007; COSTA; OLIVEIRA, 2011).
25
Pedimos que o estudante cursista disponibilize uma pausa neste momento 
para retomar aos conceitos propostos por Pichon –Riviére e Sigmund Freud. 
Seguem atividades propostas complementares: 
 a) Assistir ao vídeo que trata sobre “Os grupos operativos de Pichon -Riviére 
- Marcos Justiniano” a fim de melhor compreender a base teórico-prática 
proposta pelo autor. Disponível em: https://bit.ly/3CUNQCb. Acesso em: 12 
out. 2022. Em seguida acessar o seguinte texto: “Pichon-Rivière, a dialética 
e os grupos operativos implicações para pesquisa e intervenção” escrito por 
Thaís Thomé Seni Oliveira Pereira e publicado na Revista da SPAGESP, ISSN-e 
1677-2970, Vol. 14, Nº. 1, 2013, págs. 21-29. Disponível em: https://bit.ly/3EzqW4G. 
Acesso em: 12 out. 2022.
b) Em relação à teoria de Freud, assistir ao vídeo: “Freud – Complexo de 
Édipo e Fases Psicossexuais” disponível em: https://bit.ly/3TkQRky. Para 
complementar o conteúdo do vídeo, o texto “Sobre a psicanálise” deverá ser 
acessado Disponível em: https://bit.ly/3CVgsvi. Acesso em: 12 out. 2022. Por fim, 
o artigo “A Constituição do Infantil na Obra de Freud” escrito por Dione de 
Medeiros Lula Zavaroni; Terezinha de Camargo Viana; Luiz Augusto Monnerat 
Celes contribuirá com o entendimento frente a teoria de Freud. Para acesso 
ao texto, clique no seguinte endereço: https://bit.ly/3TgdoPF. Acesso em: 12 out. 
2022.
BUSQUE POR MAIS
VAMOS PENSAR?
Como o psicopedagogo pode entender o universo interno de seus aprendentes? 
As teorias que fundamentam a psicopedagogia (a psicogenética, a psicanálise 
e a psicologia social) nos propõem reflexões acerca desse universo e de como 
desenvolver ações que nos permitam acessar essa realidade. 
https://bit.ly/3CUNQCb
https://bit.ly/3EzqW4G
https://bit.ly/3TkQRky
https://bit.ly/3CVgsvi
https://bit.ly/3TgdoPF
26
FIXANDO O CONTEÚDO
1. INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) 
Observe e leia a tirinha a seguir:
 Diante do exposto na tirinha escrita por Ziraldo podemos destacar o tempo 
que cada criança precisa alcançar a maturidade (PIAGET, 2007). De acordo com essa 
afirmativa, marque a alternativa correta:
a)Para construir e avançar no conhecimento o alcance da maturidade é essencial. 
b)A Maturidade e a inteligência não se relacionam na psicogenética. 
c)A psicogenética demonstra a teoria da complexidade. 
d)Os grupos operativos fazem parte da psicogenética 
e)O inconsciente foi descrito por Piaget que destacou a maturidade como núcleo central. 
2. (TRT - 2011 - Questão adaptada)
Considere as seguintes interpretações realizadas pela escola:
• A criança de família sem renda ou com baixa renda não aprende porque não é 
inteligente.
• A criança de família sem renda ou com baixa renda não constrói cultura porque é 
pobre.
• A criança de família sem renda ou com baixa renda não aprende porque passa fome
Diante disso, o resultado da sua ação se relaciona à ideia de:
a)Inclusão digital
b)Superdotação / altas habilidades.
c)Flexibilidade escolar.
d)Racasso escolar.
e)Redução da desigualdade social.
3. Relacione fragmentos de fundamentos teóricos aos seus autores correspondentes, 
enumerando a 2ª (Segunda) coluna de acordo com a 1ª (Primeira):
1. Jean Piaget 
2. Sigmund Freud 
3. Pichon-Rivière 
4. Jorge Visca
( ) O grupo operativo é constituído de pessoas reunidas com um objetivo comum 
27
chamado de grupo centrado na tarefa
( )A aprendizagem é um processo de continuidade genética que se distingue em quatro 
importantes níveis,
( )É pela boca que a criança entra em contato com o mundo, é por esta razão que a 
criança pequena tende a levar tudo o que pega à boca. 
( )As crianças não raciocinam como os adultos e apenas gradualmente se inserem nas 
regras, valores e símbolos da maturidade psicológica.
 de pessoas reunidas com um objetivo comum chamado de grupo centrado na tarefa
a)( 1,3,4,2)
b)( 4,1,2,3)
c)( 3,1,4,2)
d)( 3,4,2,1)
e)(2,3,4,1)
4. Jean Piaget descreveu como o processo cognitivo na criança se constitui por etapas , 
(PIAGET, 2007 ). Dessa forma. Observe a imagem abaixo:
Agora, marque a alternativa que indica a fase descrita na figura acima conforme Jean 
Piaget marcando a alternativa correta:
a)Sensório-afetivo
b)Pré-operatório
c)Operatório formal
d)Operatório concreto
e)Fase anal
5. Pro Dia Nascer Feliz é um documentário que propicia diálogo entre realidades de 
estudantes de escolas públicas e privadas revelando semelhanças e diferenças entre 
os jovens, mostrando suas expectativas de futuro. O referido documentário foi dirigido 
por João Jardim e retrata quatro regiões diferentes, Manari, em Pernambuco, Duque de 
Caxias, no Rio de Janeiro, e o bairro de Alto de Pinheiros e a cidade de Itaquaquecetuba, 
em São Paulo.
28
Partindo dos relatos advindos desse documentário, bem como, de suas reflexões, 
marque V para as afirmativas Verdadeiras e F para as afirmativas Falsas: 
( ) O processo de aprendizagem implica um esforço emocional e cognitivo daquele que 
aprende para constituir-se de outra forma. O ato educativo como algo que vai muito 
além da simples instrução formal.
( ) O diálogo melhora o processo de ensino-aprendizagem dentro da sala 
de aula porque a troca entre os atores permite repensar cada aula, criar 
atividades mais atrativas e que atendam às necessidades de toda a turma. 
( ) O afeto conduz parte das ações humanas e deve ser valorizado no processo de 
ensino-aprendizagem. Um ser em formação deve ser orientado a lidar consigo 
e o que sente para que possa compreender melhor o mundo que o cerca. 
( ) Os professores devem levar em conta os sentimentos e emoções de 
seus alunos e olhar de maneira mais afetiva para suas necessidades e, 
dessa forma, se construirá uma relação positiva entre eles em sala de 
aula, potencializando o processo de aprendizagem e de ensinagem. 
Agora, assinale a alternativa correta.
a) ( ) V,F, V, V.
b) ( ) F, V, F, F.
c) ( ) V, V, V ,V.
d) ( ) F, F, F, F.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
6. Para Jean Piaget o processo de aprendizagem envolve a assimilação e a acomodação. 
Na medida em que participamos ativamente dos acontecimentos, assimilamos 
mentalmente as informações sobre o ambiente físico e social e transformamos o 
conhecimento adquirido em formas de agir sobre o meio (GOULART, I. B. Piaget: 
experiências básicas para utilização pelo professor. 24. Ed.rev. - Petrópolis, RJ: Vozes, 
2008). 
Considerando a afirmativa acima, marque a alternativa correta:
a)O estágio sensório motor (dos 2 aos 3 anos de idade) a criança evolui de uma situação 
puramente reflexa até a diferenciação do mundo exterior em relação a si própria.
b)Operações concretas (dos 2 aos 11 anos de idade) subdivide-se em pensamento pré-
operacional (de 2 a 7 anos) e pensamento operacional concreto. Consiste na preparação 
e na realização das operações concretas em classes, relações e números. 
c)Operações formais (a partir de 15 anos) Período no qual o adolescente ajusta-se à 
realidade completa de sua atualidade, mas também é capaz de lidar com o mundo das 
possibilidades.
d)A teoria de aprendizagem de Jean Piaget não contribuiu para orientar educadores 
quanto ao respeito ao estágio de desenvolvimento do pensamento infantil, adequando 
as atividades escolares às características evolutivas das crianças. 
e)As características dos grupos e o processo de aprendizagem estão relacionados à 
dependência do líder. Eles esperamdele o comando e a tomada de decisão.
29
Podemos considerar o modo como percebemos as formas como um conteúdo válido 
para aprendizagem (GINGER, 1995). Fazendo uma relação entre a imagem e a afirmativa, 
avalie a alternativa correta.
I. A pessoa humana aprende da mesma forma.
II. A nossa visão humana fragmenta as imagens.
III. O todo é o resultado de como o pensamento humano se constitui.
IV. Para aprender a relação entre sentido e experiência precisam convergir nas atitudes 
de aprendizagens. 
Agora, assinale a alternativa correta:
a)( ) I e III
b)( ) II e IV
c)( ) III e IV
d)( ) I e II
e)( ) Nenhuma das anteriores. 
8. Leia os dados estatísticos a seguir. Os dados representados em gráficos configuram 
a realidade da violência contra crianças.
7. Observe a imagem abaixo:
Considerando os pressupostos da Psicopedagogia e a relação entre aprendizagem e 
afetividade e suas implicações para a redução do fracasso escolar, marque a alternativa 
correta: 
a)A aprendizagem somente acontece quando o estudante sozinho se dispõe a fazer as 
tarefas nos cadernos e livros.
30
b)O psicopedagogo é o profissional mais importante e o único capaz de desenvolver 
atividades que contemplem o desenvolvimento da afetividade.
c)A dimensão pessoal deve ser ignorada no processo de desenvolvimento das 
aprendizagens, pois o suporte técnico se basta no ato de ensina e aprender.
d)A competência emocional é obrigação da família e os profissionais da educação e 
saúde não podem atuar nessa dimensão. 
e)O psicopedagogo pode propiciar o desenvolvimento da afetividade no espaço escolar 
por meio de jogos e brincadeiras. 
31
PSICOPEDAGOGIA 
COMO CIÊNCIA 
E PROFISSÃO
32
 O objeto de estudo e pesquisa da Psicopedagogia tem como foco central os 
processos de aprendizagem humana no campo individual ou grupal (BOSSA, 2007). 
Essa investigação ocorre entre o sujeito que investiga e o sujeito e/ou grupo investigado 
considerando o caráter multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar da área 
(BOSSA, 2007). Assim, os diversos profissionais da área de educação e saúde buscam 
apreender o fenômeno das dificuldades de aprendizagem sob a ótica do indivíduo 
(BOSSA, 2007). Aqui, ressaltamos que a psicopedagogia contempla todos os processos 
de aprendizagens, que podem ocorrer nas diversas organizações sociais, e não apenas 
os escolares (BOSSA, 2007). 
 Ainda, as categorias para o desenvolvimento da investigação científica na 
área da psicopedagogia têm como eixos de pesquisa as práticas psicopedagógicas 
tanto preventivas quanto interventivas para o desenvolvimento das aprendizagens 
considerando os fatores orgânicos (anatomia, funcionamento dos órgãos incluindo os 
órgãos dos sentidos, tais como: a visão, a audição, o olfato, o tato, o paladar e o sistema 
nervoso central) psicológicos (temperamento, personalidade, cognição, emoção, 
sentimentos, comportamento) e culturais ( valores, costumes, normas, linguagem, 
hábitos, modo de vestir, entre outros ) dos diversos sujeitos (BOSSA, 2007; VIGOTSKY,2007; 
ANDRADE, BUENO, 2004; BEAR, PARADISO, 2002). Ressaltamos que na psicopedagogia, 
as práticas e as primeiras produções teóricas surgiram na Europa seguindo para os 
Estados Unidos e posteriormente migrando para Argentina e Brasil tendo como ponto 
de partida a compreensão e o enfrentamento do baixo rendimento escolar e /ou dos 
problemas comportamentais em crianças (BOSSA, 2000). 
 Para mais, as causas do baixo rendimento escolar e das dificuldades de 
aprendizagens já foram relacionadas diretamente e somente a fatores orgânicos, mas 
com o avanço da ciência evidências apontaram a relação entre o baixo rendimento 
escolar e fatores ambientais ( estrutura física, clima escolar, recursos e práticas de ensino, 
entre outros) e atitudinais (crenças, preconceitos, entre outros) que podem influenciar 
no desempenho acadêmico de estudantes (BOSSA, 2007, LIMA, 2009; PEREIRA, REBOLO, 
2017). 
 Por fim, a Psicopedagogia como ciência vem aperfeiçoando o seu delineamento 
conceitual e metodológico de forma a alcançar a integração de seus constructos teóricos 
para que se configurem próprios da psicopedagogia, uma vez que, a psicopedagogia 
emerge de raízes epistemológicas oriundas de outras áreas de conhecimento. Dessa 
forma, o alcance de linhas de pesquisas próprias da área em programas de mestrados e 
doutorados está sendo consolidadas gradativamente, apesar da psicopedagogia já ter 
conquistado espaço como ciência e profissão por meio de cursos de graduação e / ou 
pós-graduação, bem como, produções teóricas na área (BOSSA, 2007). 
2.1 OBJETO DE ESTUDO E PESQUISA
2.2 PROFISSÃO E CAMPOS DE ATUAÇÃO 
 O profissional formado em psicopedagogia tem habilitação mediante curso 
de graduação e / ou pós-graduação deliberados por instituições de nível superior 
devidamente autorizadas ou credenciadas conforme legislação apropriada podendo 
atuar com a diversidade humana na identificação, análise e solução de problemas de 
aprendizagem. Nesse prisma, o profissional da psicopedagogia (Figura 1) poderá lidar 
33
 A psicopedagogia clínica e institucional pode atuar no atendimento de escolas, 
hospitais, empresas públicas e privadas, centros de orientação profissional, sistema 
socioeducativo, entre outros. A atuação psicopedagógica poderá ser preventiva quando 
por meio de palestras, seminários, cursos, pesquisas, projetos, consultoria, entre 
outros promove orientações para o desenvolvimento das aprendizagens (SCOZ, 1994, 
RUBINSTEIN, 2003; WEISS, 2001). Por outro lado, a psicopedagogia também atua de forma 
interventiva quando identifica as necessidades da pessoa ou da instituição e por meio 
de instrumentos específicos (entrevista, testes, jogos, entre outros) aplica atividades, 
dinâmicas, jogos para reduzir os efeitos ocasionados pela dificuldade de aprendizagem 
(SCOZ, 1994, RUBINSTEIN, 2003; WEISS, 2001). No espaço clínico ou institucional, o 
profissional de psicopedagogia poderá organizar o seu espaço próprio ou compartilhar 
espaço com equipe multidisciplinar podendo realizar atendimentos individualizados ou 
em grupos articulando assim, a prática psicopedagógica com os diversos profissionais 
de outras áreas (SCOZ, 1994, RUBINSTEIN, 2003; WEISS, 2001). Para mais, a ludicidade e a 
criatividade nortearão o fazer psicopedagogia que poderá se constituir como assessoria, 
projetos, métodos didáticos, orientação profissional, orientações para estudo, estratégias, 
técnicas, mídias, entre outras atividades (WEISS, 2001; RODRIGUES, 2016).
 Ademais, a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), antes denominada 
Associação de Psicopedagogia de São Paulo, junto com outros Estados e o Rio de Janeiro 
constituiu o primeiro documento que delimitou o perfil e as atribuições do profissional 
da psicopedagogia (SCOZ, 1987). Essa associação foi criada pelos estudantes (primeiras 
turmas do Instituto Sedes Sapiens em São Paulo) do curso de Psicopedagogia em 
1980. Assim, palestras, congressos, cursos, conferências, seminários e encontros sobre 
problemas de aprendizagens e qualidade do ensino foram fomentados, a ampliação 
dos debates aprimorados com a inclusão de múltiplas variáveis que influenciam a 
aprendizagem e ampliado assim, o interesse e a participação de diversos profissionais 
nos eventos (SCOZ, 1987).
 A Psicopedagogia como ciência e profissão está em expansão, bem como, a 
sua regulamentação em andamento. Os espaços psicopedagógicos para atuação 
profissional abrangem tanto o contexto clínico quanto o institucional. Tais espaços, 
2.3 LEGISLAÇÃO, CÓDIGO DE ÉTICA E SÍMBOLO
com situações que envolva o baixo rendimento escolar, a baixa capacidade laboral, com 
história de fracasso ou evasão, pessoas com dificuldades de aprendizagem, transtorno 
funcional, deficiência, problemas comportamentais, entre outros. A seguir foto que 
representa o profissional de psicopedagogia:
Figura 18: Foto que representa o profissional da psicopedagogia.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3RT6wXr. Acesso em:12 out. 2022
 https://bit.ly/3CsNwcp
34
Figura 19: Foto que representa o profissional da psicopedagogia.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3Vpmbk8. Acesso em: 12 out. 2022
como a própria prática psicopedagógica podem ser usados nas duas situações prevenir 
ou intervir nas barreiras impeditivas de aprendizagem (DELABETHA, DA COSTA, 2014, 
MASINI,2006; NOFF, 2020). A formação profissional em psicopedagogia deve ocorrer em 
cursos de graduação ou em curso de pós-graduação em Psicopedagogia, ministrados 
em instituições de educação superior devidamente reconhecidas e autorizadas por 
órgãos competentes conforme legislação em vigor. 
 Ainda, para o funcionamento dos cursos de formação em Psicopedagogia, o 
Ministério de Educação e Cultura (MEC) precisa buscar nas resoluções do Conselho 
Nacional de Educação (CNE) os critérios que aprovam ou não tal funcionamento. Para 
mais, a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), órgão de classe, estabeleceu 
diretrizes curriculares mínimas para nortear os cursos e contemplar a qualidade teórico-
prática nas formações, assim como, propiciar a complementação por meio da supervisão 
e formação pessoal (BOSSA, 2007). 
 Além disso, a Psicopedagogia é uma área que se constitui como práxis, pois 
entende e trata os processos de aprendizagens humana de forma sistêmica (inclui 
variáveis internas e externas como influenciadoras dos resultados de aprendizagem), 
assim como, articula diversos conhecimentos de outras áreas para melhor apreender 
esses processos tendo como foco central a pessoa e o seu desenvolvimento (BOSSA, 
2007, PERES, OLIVEIRA, 2007). 
 A Psicopedagogia já pode ser exercida como profissão no Brasil, mas o seu processo 
de regulamentação ainda está andamento (GONÇALVES, 2020). O projeto de Lei 31/2010 
que regulamenta a atividade de Psicopedagogia como profissão específica atribuições, 
grau de escolaridade em nível superior para o exercício da profissão (GONÇALVES, 2020, 
NOFF, 2016).
 Para nortear a conduta do profissional de psicopedagogia, assim como, consolidar 
a sua identidade, a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) constituiu o Código 
de Ética com princípios, responsabilidades e deveres fundamentais pertinentes a 
categoria. No Código de Ética, o profissional de psicopedagogia deve atuar de forma 
interdisciplinar, participar de formação continuada, supervisão psicopedagógica e fazer 
acompanhamento psicoterapêutico com vistas a garantir qualidade na prestação de 
serviços e desenvolvimento do profissional (GONÇALVES, 2020; NOFF, 2019). 
 Ademais, a atividade profissional do psicopedagogo pode ser representada por 
um símbolo que caracteriza o conceito, a prática, a responsabilidade e a ética que os 
profissionais devem ter no exercício de suas atribuições. A Associação Brasileira de 
Psicopedagogia (ABPp) e o Conselho Nacional da ABPp viabilizaram a existência do 
símbolo e, por meio de votos no VII Congresso Brasileiro da Psicopedagogia, em 2009, 
a “Fita de Möbius” foi eleita. A escolha dessa fita está vinculada a história, a identidade 
e a dimensão da psicopedagogia como ciência e profissão. Segue abaixo o símbolo da 
psicopedagogia.
 https://bit.ly/3CsNwcp
https://bit.ly/3Vpmbk8
35
 O símbolo da Psicopedagogia, conforme Figura 3 acima, é baseado na “Fita de 
Möbius” que é uma superfície descoberta em 1859, durante pesquisas sobre a Teoria dos 
Poliedros realizada pelo astrônomo e matemático alemão Auguste Ferdinand Möbius. 
Essa fita é composta por uma superfície com duas dimensões (interna e externa) que são 
limitadas por duas margens, porém com apenas um lado, mas ao caminharmos sobre 
essa superfície migramos entre as dimensões espaciais. No entanto, a “Fita de Möbius” 
com as três voltas representa o olhar psicopedagógico; cada uma das voltas representa 
o processo de aprendizagem humana; o círculo central de cor azul representa a pessoa 
em pleno percurso para a aquisição do conhecimento; e o círculo vermelho representa 
as transformações da pessoa ao final do percurso. 
 Ademais, a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) foi iniciada no dia 12 
de novembro de 1980 (GONÇALVES, 2014). Entre o período entre 1991 e 2001, Nívea Maria 
de Carvalho Fabrício, gestora nessa época da ABPp, elegeu o dia 12 da inauguração da 
ABPp como o “Dia do Psicopedagogo” a fim de evidenciar a identidade da profissão 
(GONÇALVES, 2014). Lembramos que a Psicopedagogia como profissão ainda não 
foi regulamentada, mas já foi inclusa na Classificação Brasileira de Ocupações ( CBO) 
(BRASIL, 2002). Isso significa fidedignidade do exercício da profissão no mercado de 
trabalho brasileiro. A seguir a Figura ilustra o símbolo da psicopedagogia mais o “Dia do 
Psicopedagogo”:
 Diante do exposto, podemos concluir sobre a relevância social do trabalho 
Psicopedagógico, uma vez que, essa área de conhecimento tem como foco principal a 
pessoa e os seus processos de aprendizagens (facilidades e dificuldades) em diversos 
contextos. Dessa forma, a Psicopedagogia vai contribuir não só com o desenvolvimento 
individual, mas também com o desenvolvimento da coletividade seja de forma preventiva 
ou interventiva.
Figura 20: Símbolo da psicopedagogia.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3RXkebO. Acesso em: 12 out. 2022
Figura 21: Símbolo da psicopedagogia.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3RXkebO. Acesso em: 12 out. 2022
O profissional de psicopedagogia precisa se empenhar em conhecer o universo da sua 
profissão, bem como, os documentos norteadores, os fundamentos éticos e epistemológicos 
FIQUE ATENTO
 https://bit.ly/3CsNwcp
 https://bit.ly/3CsNwcp
36
que embasam a sua prática clínica e / ou institucional.
Para tanto, o estudante cursista deve conhecer e se aprofundar quanto ao Código 
de Ética elaborado pela Associação Brasileira de Psicopedagogia disponível em: 
https://bit.ly/3rTl1je. Acesso em: 12 out. 2022. 
Além disso, a leitura do Projeto de Lei nº 3124 de 1997 que dispõe sobre a 
regulamentação da profissão de Psicopedagogo, cria o Conselho Federal e os 
Conselhos Regionais de Psicopedagogia e determina outras providências é 
de suma importância para o psicopedagogo em formação ter conhecimento. 
Disponível em: 
https://bit.ly/3Mt2kMG. Acesso em 12 out. 2022.
 Por fim, vamos conhecer a “Regulamentação da Profissão em 
Psicopedagogia” Disponível em: https://bit.ly/3CuMVqI. Acesso em: 12 out. 2022.
Vamos refletir sobre a importância dos problemas psicopedagógicos e as raí-
zes epistemológicas que a fundamenta lendo o artigo “Problemas da educa-
ção: o caso da psicopedagogia”. Disponível em: https://bit.ly/3g6EeLCO. Acesso 
em: 12 out. 2022. 
Texto “Conhecer-se para conhecer” propiciará uma aproximação mais real do 
contexto de atuação da psicopedagogia. Disponível em: https://bit.ly/3eq1Uuf. 
Acesso em 12 out. 2022. e mergulhar de forma reflexiva sobre o conteúdo expos-
to
Afinal, vamos compreender o que significa ações preventivas e interventivas 
e, psicopedagogia a partir da leitura do texto “Intervenção Psicopedagógica: 
ações preventivas em classe com alto índice de reprovação” escrito por Deise 
Stolf e Izilene Conceição Amaro Ewald. Esse texto viabiliza o contato com o co-
nhecimento prático frente aos conceitos prevenção e intervenção na psicope-
dagogia. Disponível em: https://bit.ly/3TmytaX. Acesso em: 12 out. 2022.
BUSQUE POR MAIS
Observe a imagem abaixo:
Por que o profissional da psicopedagogia deve buscar se conhecer para 
conhecer? Segue vídeo “Um olhar sobre a formação do Psicopedagogo”. Segue 
endereço de acesso: https://bit.ly/3g4M4FL. Acesso em: 12 out. 2022.
VAMOS PENSAR?
https://bit.ly/3rTl1je
https://bit.ly/3Mt2kMG
https://bit.ly/3CuMVqI
https://bit.ly/3g6EeLCO
https://bit.ly/3eq1Uuf
https://bit.ly/3TmytaX
https://bit.ly/3g4M4FL
37
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Observe a charge abaixo e reflita sobre a educação:
Agora, refletindo sobre o conteúdo da charge que trata sobre a educação e fazendo uma 
correlação sobre a atuação do psicopedagogo, marque a alternativa correta: 
a)O psicopedagogotrata somente do baixo rendimento escolar sendo competência 
apenas do pedagogo a evasão escolar e os problemas de aprendizagem.
b)O Psicopedagogo não é habilitado para atuar de forma preventiva no espaço escolar.
c)A Psicopedagogia se constitui práxis, pois trata os processos de aprendizagens de 
forma sistêmica. 
d)A pessoa com deficiência não pode ser atendida pelo psicopedagogo. 
e)Os problemas de aprendizagem envolve alta performance nos estudos. 
2. “Reter o aluno é uma solução fácil que o Brasil aplica como nenhum outro país. Quem 
fracassa, no entanto, é o nosso sistema de ensino”. Ronaldo Nunes, junho de 2010. 
Observe os dados do gráfico a seguir:
Quando pensamos sobre a prática psicopedagógica intervindo nos índices de reprovação 
no Brasil precisamos relacionar a atuação psicopedagógica e a redução do fracasso 
escolar como resultado interventivo (BOSSA, 200). Diante dessa afirmação, avalie as 
alternativas com V para as verdadeiras e F para falsas: 
a)O fracasso escolar é atribuição do professor. 
b)A repetência escolar é um fato natural na escola. 
c)O professor é o único responsável pelo fracasso escolar. 
d)O psicopedagogo não pode aplicar jogos para combater a repetência. 
38
e)O psicopedagogo pode investigar, prevenir e intervir na escola.
3. A Psicopedagogia como ciência e profissão está em expansão, bem como, a sua 
regulamentação em andamento. Sabendo disso, analise as questões a seguir:
I. Os espaços de atuação psicopedagógico ocorre apenas em contexto clínico. 
II. A prática psicopedagógica somente pode intervir nos processos de aprendizagem. 
III. O ensino médio completo é pré-requisito para fazer a formação em psicopedagogia. 
IV. A supervisão psicopedagógica, a psicoterapia e a formação continuada são 
recomendações após a formação em psicopedagogia. 
V. O psicopedagogo está habilitado para prescrever a Ritalina para o controle do Déficit 
de Atenção. 
É correto o que se afirma em:
a) I, II e III apenas. 
b) IV, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) IV e V, apenas. 
e) Todas as anteriores estão corretas. 
4. A Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), fundada em 12 de novembro de 
1980, é uma entidade do terceiro setor, de caráter científico-cultural, sem fins lucrativos e 
que representa os profissionais da área de psicopedagogia em todo o território nacional. 
Segue abaixo as siglas que representam a ABPp:
Quanto a ABPp, marque a alternativa correta: 
a)A associação defende plenamente os direitos que envolve os profissionais de educação. 
b)A Psicopedagogia está regulamentada e a ABPp oferece formação continuada para 
os seus associados. 
c)A ABPp promove eventos científicos e pesquisas em Psicopedagogia e área afins. 
d)A ABPp não consegue se comprometer com a melhoria da educação porque o seu 
foco é a Psicopedagogia. 
e)A ABPp não fomenta diretrizes de formação e conduta em psicopedagogia.
5. O Código de Ética da Psicopedagogia ressalta a importância do profissional de 
psicopedagogia continuar sua formação para atualização teórico-prática, assim como, 
fazer terapia psicológica e supervisão psicopedagógica a fim de garantir qualidade no 
exercício de suas atribuições e desenvolvimento profissional. 
39
A partir dessas informações, avalie as asserções a seguir e a relação propostas entre elas. 
I. O psicopedagogo com atualização teórico-prática e acompanhamento 
complementares tem maior qualificação para investigar o fenômeno das dificuldades 
de aprendizagem tanto a nível individual quanto a nível grupal.
PORQUE
II. Na atuação psicopedagógica o psicopedagogo deve ter uma percepção 
interdisciplinar e contemplar em suas atividades a criatividade e a ludicidade, assim 
como, oferecer desafios pedagógicos, jogos, entre outras atividades. Dessa forma, o 
psicopedagogo melhor opera nas habilidades cognitivas, afetivas, comportamentais 
e motoras de diversos indivíduos, de todas as faixas etárias, considerando ainda, os 
aspectos orgânicos, psicológicos, econômicos, sociais e culturais em suas práxis. 
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
a)A asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
b)A asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta 
da I.
c)A asserções I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 
d)A asserções I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e)A asserções I e II são proposições falsas. 
6. Leia os quadrinhos a seguir que retrata a “Evasão escolar”:
Agora, pensando sobre o texto lido, podemos afirmar que:
a)O psicopedagogo pode fazer uma avaliação institucional para compreender os 
motivos da evasão escolar. 
b)O psicopedagogo pode fazer uma avaliação psicológica dos estudantes para 
compreender os motivos da evasão escolar. 
c)O psicopedagogo não pode fazer uma avaliação institucional para compreender os 
motivos da evasão escolar. 
d)O psicopedagogo pode fazer uma avaliação institucional, mas não vai compreender 
os motivos da evasão escolar. 
e)O psicopedagogo pode fazer apenas uma avaliação social dos estudantes para 
compreender os motivos da evasão escolar. 
40
7.
Sabemos que a Psicopedagogia expandiu tanto na área de formação quanto na área 
de atuação conforme o Projeto de Lei 031/10 que regulamenta essa atividade. Diante do 
exposto, analise as afirmativas que se segue e depois marque a alternativa correta.
aA Psicopedagogia tem como objeto de estudo a aprendizagem visando a 
compreensão e a atuação profissional.
b)O psicopedagogo poderá utilizar instrumentos e técnicas da psicologia.
c)O sigilo profissional somente é previsto para os profissionais da psicologia e 
psiquiatria. 
d)O código de ética da Psicopedagogia não direciona a conduta do psicopedagogo. 
e)Os métodos, técnicas e instrumentos psicopedagógicos não pode ter finalidade de 
pesquisa. 
8. A atividade profissional do psicopedagogo pode ser representada por um símbolo 
que evidencia a dimensão da psicopedagogia como ciência e profissão., analise as 
afirmativas que tratam marque a alternativa correta.
a)O símbolo da Psicopedagogia não constitui a identidade profissional.
b)A Psicopedagogia ainda não alcançou consciência coletiva no segmento 
profissional. 
c)O símbolo da psicopedagogia não representa as diretrizes do código de ética. 
d)A Psicopedagogia ainda não foi regulamentada e nem o seu símbolo validado.
e)O símbolo da Psicopedagogia evidencia a Teoria dos Poliedros do alemão Auguste 
Ferdinand Möbius.
41
TEORIAS DA
 PSICOPEDAGOGIA
 - PARTE I
42
3.1 FREUD, LACAN E WINNICOTT.
 Sigmund Freud criou a Psicanálise, método para investigar os fenômenos da 
mente humana e assim, alcançar a cura dos transtornos mentais. Na obra de Freud, os 
conflitos psíquicos foram organizados em três categorias: neurose, psicose e perversão 
(FREUD,1996). 
 Podemos compreender a neurose como um estado psíquico de não adaptação 
ao meio externo, mas que não impacta na capacidade laboral, relacional e nas demais 
tarefas do cotidiano da pessoa podendo ser percebida no comportamento por meio da 
presença da insônia, do pessimismo, da apatia, dos medos, da ansiedade, entre outros 
(FREUD, 1996).A histeria e a obsessão são ramificações dentro da classificação da neurose 
podendo ser evidenciada pela presença da irritabilidade, da dependência emocional, 
da paralisia de membros, do aumento dos batimentos cardíacos, entre outros (FREUD, 
1996). 
 Já, a psicose se constitui por delírios e alucinações podendo ser entendida como 
a junção entre os conteúdos inconscientes (id) e a realidade externa (pessoas, signos e 
símbolos dos diversos contextos (FREUD, 1996). Para mais, podemos destacar algumas 
doenças que podem levar a pessoa ao estado de psicose, tais como: a depressão, a 
esquizofrenia, entre outras (FREUD, 1996). Por fim, a perversão é o modo de ser da pessoa 
em que a moral e a ética não são absorvidas e nem praticadas (FREUD, 1992;).
 Além disso, Freud descreveu as regiões que constituem a mentehumana. São elas: 
a) o inconsciente – espaço dos conteúdos reprimidos que não chegam à consciência; 
b) o pré-consciente – local das lembranças e pensamentos que são produzidos e que 
alcançam a consciência; e c) consciente - absorção e entendimento dos conteúdos e 
sentimentos advindos do mundo externo (FREUD, 1980; GOMES, 2003; LOURENÇO, 
2005; LIMA 2009). 
 Ainda, para a execução e gerenciamento dos conteúdos psíquicos, Freud descreveu 
o id, o ego e o superego como agentes que se relacionam e que tem funções diferentes, 
tais como: id (impulsos e material reprimidos inconscientes); superego (moral e ética 
definida na infância para o alcance do eu ideal); e ego (organização coerente dos 
processos mentais) (GOMES, 2003; LOURENÇO, 2005; LIMA 2009). Freud ressalta que o 
conflito psíquico se constitui no momento que os desejos inconscientes (impulsos) são 
reprimidos pelo superego (norma de conduta social). Assim, o ego (razão e coerência) se 
posicionam e atitudes são consolidadas no mundo externo (GOMES, 2003; LOURENÇO, 
2005; LIMA 2009). 
 Finalmente, Freud iniciou seus estudos com o médico Charcot para conhecer 
a aplicação da hipnose para a cura da histeria (COSTA, KUPFER,2016). A partir dessa 
experiência Freud levanta a hipótese de que a histeria seria uma causa psicológica e não 
orgânica o que propiciou a construção tanto do conceito de inconsciente como de outros 
que compõe a sua obra (COSTA, KUPFER,2016). Ainda, na obra de Freud destacamos 
as fases psicossexuais na infância desejo sexual primário que emerge no complexo de 
Édipo e a repressão psicológica como base que sustenta os seus estudos.
 Podemos compreender o complexo de Édipo como o marco da fase fálica onde 
a criança desperta o desejo pela mãe e passa a disputá-la com o seu pai a ponto de 
desejar a sua exclusão na relação (FREUD,1980). Nessa fase, a criança vai compreender 
a sua posição dentro da relação estabelecida com os seus os pais. A criança somente 
43
compreenderá a sua posição mediante castração que é efetivada quando a função 
paterna é exercida (FREUD,1980). Para melhor entender o processo de castração, imagine 
a criança disputando o lugar do pai quando se desloca para ir dormir à noite na cama 
da mãe. Quando a criança chega ao quarto dos pais e o pai retorna a criança para o seu 
quarto e a coloca para dormir, o processo de castração se constitui.
 A castração pode ser entendida como a atitude paterna que institui normas e 
regras frente para a criança no momento que essa criança tenta tomar o lugar do pai 
para conquistar a mãe (FREUD,1980). Então, a figura paterna quando exerce a função de 
delimitar no contexto relacional a posição da criança, a criança começa por desistir de 
ocupar o lugar do pai sublimando o desejo pela mãe. Nesse momento, a identidade e 
a autonomia da criança vão sendo construída. Segue abaixo a figura que demonstra a 
menina e o menino disputando o lugar na relação dos pais: 
 Nas meninas, a conquista pelo pai leva a mãe a posição de castração até que a 
filha desista de ocupar o seu lugar. Essa disputa pelo pai foi denominada por Complexo 
de Electra, mas não foi teoricamente construída por Freud (SCOTT, 2005; MAGALHÃES, 
2012). 
 Na psicanálise, a repressão pode ser entendida como uma defesa da mente 
para impedir que os conteúdos indesejáveis alcancem a consciência, mas que pode se 
manifestar na pessoa mediante neuroses (FREUD, 1980). O recalque é um mecanismo 
de defesa psíquica que age como um filtra de conteúdos indesejáveis que chegam à 
consciência e que ficam latentes na pré-consciência (FREUD, 1980).
 Por fim, a psicanálise como prática clínica oportuniza o paciente falar livremente dos 
seus sintomas que vão emergir de pensamentos, memórias e sonhos (pré-consciência) 
e o terapeuta escuta sem censura até que a cura dos sintomas se instaure.
 Já, Jacques-Marie Émile Lacan, francês que nasceu em 1901 e faleceu em 1981, foi 
um médico com diversas formações que se tornou psicanalista. Lacan estudou a obra de 
Freud e de alguns filósofos e por meio de seus estudos construiu sua teoria. 
 O pensamento lacaniano destaca conceitos norteadores para a compreensão 
do funcionamento da mente humana, bem como, o percurso para tratar as diversas 
psicopatologias (LACAN, 1998). O primeiro conceito que ele desenvolve se refere a 
constituição do “Eu”. Para Lacan, a pessoa (Eu) se constitui a partir da relação com as 
pessoas, signos e símbolos (Grande Outro), por exemplo, a pessoa nasce e somente se 
constitui pessoa na relação com o outro (LACAN, 1998). Por exemplo, a criança ao nascer 
logo recebe um nome (o conteúdo linguístico “o nome” representa esse Grande Outro). 
(LACAN, 1998). Assim, o conteúdo simbólico desse “Grande Outro” faz a composição do 
“Eu”. 
 Segundo Lacan (1998), aquilo que a pessoa (Eu) ouve do “Grande Outro” vai ser 
Figura 22: Disputando o lugar na relação dos pais.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3Vr1sMY. Acesso em: 12 Out. 2022
 https://bit.ly/3CsNwcp
44
Figura 23: "EU e o "Grande Outro".
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3yDVm1H. Acesso em: 12 Out. 2022
absorvido primeiramente como uma imagem acústica (significante) para depois se 
transformar em significado na realidade. Para mais, Lacan vai afirmar que o inconsciente 
pode ser entendido como tudo que emerge do significante advindo do discurso do 
“Grande Outro” e o “Eu” se constitui a partir desse discurso, ou seja, o indivíduo busca se 
compor em objeto de seu semelhante (o outro) (LACAN, 2003). Assim, o inconsciente é 
estruturado como uma linguagem simbólica (LACAN, 2003). Segue figura que representa 
a dinâmica entre o “EU” e o “Grande Outro”: 
 Finalmente, Lacan (1998) situa o simbólico como a fusão do Desejo (pulsões 
e impulsos primitivos), da Lei (moral e ética) e da Falta (ausência da figura materna) 
(LACAN, 1995). O Desejo está estritamente vinculado ao amor da criança pela mãe 
(Grande Outro); a Lei (a interdição do incesto); e a Falta (interdição edipiana – o terceiro 
que não é o “Outro Materno”) (LACAN,1998). Para o simbólico ser configurado, a figura 
paterna (Nome do Pai) deve ser construída dentro desse processo. A figura paterna 
representa esse terceiro que vai interferir na relação mãe – bebê. Na ausência da mãe, 
esse pai simbolicamente construído mantém a sustentação da Lei (LACAN, 2003). Na 
ausência da figura paterna, a criança não consegue internalizar a Lei e assim, a psicose 
é efetivada (LACAN,1980). 
 Agora, o inglês Donald Woods Winnicott foi um biólogo, médico, pediatra infantil e 
psicanalista que escreveu sobre a relação entre a mãe e a criança tendo como norteador 
teórico a psicanálise. Os principais conceitos de Winnicott foram construídos em torno 
dessa relação mãe e filho. Winnicott (2000) descreveu o conceito referente à figura 
materna ideal denominando essa categoria como “a mãe suficientemente boa”. Para 
Winnicott (2000), a mãe suficientemente boa deve suprir de forma imediata todas as 
carências e necessidades do bebê de forma que o bebê se sinta onipotente (WINNICOTT, 
2000). Para essa onipotência ser consolidada a identificação entre a mãe e o bebê deve 
ocorrer como uma fusão perfeita (psicose materna) onde a mãe não se diferencia do 
bebê para que a dedicação materna plena consiga ser estabelecida (WINNICOTT, 2000).
 Logo após, a referida mãe não mais atenderá de imediato as necessidades do bebê 
para que ele venha vivenciar a frustração (WINNICOTT, 1990). Nessa fase de frustração 
(ausência da mãe) ocorre a entrada de objetos transicionais para oportunizar a criança a 
experiência de direcionar o afeto para brinquedos, pessoas, situações, entre outros que 
substitui a figura da mãe durante a sua ausência (WINNICOTT, 1983). Assim, a criança 
elabora a ausência de forma mais segura e o bebê faz a transição da dependência absoluta 
da mãe para uma dependência relativa (WINNICOTT, 1971). Winnicott (1990) ressalta que 
o bebê não se diferencia da mãe nos primeiros anos de vida e que posteriormente essa 
 https://bit.ly/3CsNwcp45
diferenciação vai ocorrendo (WINNICOTT, 1990).
 Para Winnicott (1975), a mãe suficientemente boa tem três funções básicas: a) 
proteger, alimentar / amamentar, higienizar, cuidar, acolher (holding); b) manejar / tocar 
(handling); e c) oferecer objetos de transição do afeto – brinquedos, pessoas e situações 
para que a criança tenha a experiência de transferir o afeto que tem pela mãe para 
outros objetos e assim, se tornar mais autônoma, bem como, desapegar da mãe de 
forma controlada. Assim, a saúde mental da criança está ligada aos cuidados maternos 
no percurso de desenvolvimento da criança. (WINNICOTT, 2006).
 Por fim, o psicanalista Winnicott (1971) destaca o ato de brincar nos primeiros anos 
de vida da criança como espaço de desenvolvimento da identidade (WINNICOTT, 1975). 
Quanto maior a experiência da criança no ambiente melhor a sua estruturação como 
pessoa. Para tanto, a figura materna deve auxiliar a criança nas suas vivências e permitir 
que a criança administre a sua própria espontaneidade e expectativas frente ao seu 
contexto (WINNICOTT, 1969). No entanto, Winnicott ressalta que a identidade da criança 
quando constituída somente com base na vontade alheia não pode ser reconhecida 
como a verdadeira identidade (WINNICOTT, 1971). Assim, o holding não deve ser exercido 
apenas pelas mães, mas também pelos professores (WINNICOTT, 1999). Dessa forma, o 
contexto familiar e escolar deve permitir que a criança tenha espontaneidade, liberdade 
e criatividade em suas interações e a brincadeira é a melhor forma de oportunizar essas 
vivências (WINNICOTT, 1975). 
O estudante cursista deverá fazer uma pausa para realizar a leitura dos se-
guintes textos; “Fundamentos da Psicanálise de Freud a Lacan Vol. 3” e “A in-
fluência paterna e materna no fracasso escolar infantil – uma visão psicanalí-
tica” a fim de correlacionar os conteúdos e refletir como as relações primárias 
e no contexto familiar influenciam no desenvolvimento das aprendizagens. O 
profissional de psicopedagogia precisa se apropriar das possíveis dinâmicas 
que são estabelecidas entre os pais e seus filhos. O modo como os vínculos 
parentais foram construídos indicam como o aprendente vai se relacionar e 
construir as aprendizagens e relações no mundo (GUITERREZ, CASTRO, PON-
TES, 2011). Segue abaixo os endereços de acesso aos textos: 
Texto 1 - Fundamentos da Psicanálise de Freud a Lacan Vol. 3 - Antônio, Mar-
co Jorge, Coutinho seja lido com atenção. Disponível em: https://bit.ly/3Cp2lg0. 
Acesso em: 12 out. 2022.
Texto 2 - A influência paterna e materna no fracasso escolar infantil – uma vi-
são psicanalítica. Disponível em: https://bit.ly/3CVp58X. Acesso em: 12 out. 2022.
Sugestão de leitura complementar:
E-book: Temperamentos infantis - Disponível em: https://bit.ly/3EHoJnW. Aces-
so em: 12 out. 2022.
FIQUE ATENTO
https://bit.ly/3Cp2lg0
https://bit.ly/3CVp58X
https://bit.ly/3EHoJnW
46
Para auxiliar no processo de aprendizagem o estudante cursista deve ter em seu 
acervo vídeos e filmes que o aproximam das diversas possibilidades que podem 
surgir nos seus atendimentos clínicos e / ou institucionais. Pedimos que organize 
o seu acervo para que possa ter material que sirva de apoio no enfrentamento 
das problemáticas que fazem parte do cotidiano psicopedagógico: Segue lista 
e acesso a filmes e vídeos: 
 Segue link de acesso a lista de filmes e vídeos: 
Filmes: Dez filmes que mostram o Complexo de Édipo para você assistir. 
Disponível em: https://bit.ly/3fUT4os. Acesso em 12 out. 2022.
Filmes: Oito filmes e séries para quem pretende desvendar a mente e o 
comportamento. Disponível em: https://bit.ly/3CuFcJ9. Acesso em 12 out. 2022. 
Filme: Freud Além da Alma - Biografia romanceada do pai da psicanálise, 
Sigmund Freud. Os seus casos mais célebres e o envolvimento com os pacientes 
.Disponível em: https://bit.ly/3yEueji. Acesso em 12 out. 2022.
Vídeo: Estrutura da Personalidade (Id, Ego, Superego): 
Disponível em: https://bit.ly/2DkNYOx. Acesso em: 12 out. 2022.
Vídeo: Winnicott - Principais conceitos: Disponível em: https://bit.ly/3g3hQTt. 
Acesso em 12 out. 2022. 
Vídeo: Diferenças Teóricas e Técnicas entre Freud e Lacan: Disponível em: 
https://bit.ly/3CS1mXk. Acesso em: 12 out. 2022. 
Vídeo: Principais conceitos da psicanálise: Disponível em: https://bit.ly/3MwntWp.
Acesso em: 12 out. 2022.
BUSQUE POR MAIS
O pequeno Hans foi uma criança que desenvolveu medo de sair de casa após 
o nascimento de sua irmã. Freud acompanhou o caso e por meio do relato do 
pai conseguiu desvelar as associações estabelecidas pela criança para explicar 
o seu medo. 
VAMOS PENSAR?
https://bit.ly/3fUT4os
https://bit.ly/3CuFcJ9
https://bit.ly/3yEueji
https://bit.ly/2DkNYOx
https://bit.ly/3g3hQTt
https://bit.ly/3CS1mXk
https://bit.ly/3MwntWp
47
 O argentino Jorge Pedro Luís Visca (1935 - 2000), formado em Ciências da Educa-
ção e Psicologia Social, foi o responsável pela criação teórica denominada Epistemologia 
Convergente. Essa teoria fomenta uma prática clínica psicopedagógica fundamenta-
da em três raízes epistemológicas. São elas: a Psicogenética de Piaget, a Psicanálise de 
Freud e a Psicologia Social de Enrique Pichon Rivière. Assim, Visca aplicou a Epistemo-
logia Convergente em sua prática clínica que se tornou referência no Brasil, Argentina, 
Portugal e posteriormente no mundo. Para mais, Visca estabeleceu os centros de estu-
dos psicopedagógicos de Buenos Aires, Misiones, Rio de Janeiro, Curitiba, São Paulo e 
Salvador, publicaram vários livros, assessorou e fez consultoria em centros psicopedagó-
gicos sobre dificuldades de aprendizagens contribuindo com a formação profissional de 
diversos psicopedagogos.
 A Epistemologia Convergente (Figura 24) é um modelo teórico descrito por Visca 
para compreender como ocorrem os processos de aprendizagens e quais as barreiras 
que podem ocasionar dificuldades para aprender (VISCA, 2010). Segue abaixo. Figura 24 
que demonstra a Epistemologia Convergente oriunda da integração das três escolas:
 Agora, vamos retomar alguns postulados das teorias que embasam a teoria de Visca: 
 A Psicogenética (Piaget) estabelece os fundamentos sobre as estruturas cogniti-
vas e suas formas de pensamento (PIAGET, 1997). Assim, o desenvolvimento da criança 
em estágios demarcados por faixa etária e nível maturacional (PIAGET, 1997). O primeiro 
estágio é conhecido como inteligência sensório-motora (de 0 a 2 anos). Nesse momento, 
o pensamento da criança ainda não foi constituído prevalecendo apenas a ação motora 
como atividade central (PIAGET, 1997). Essa ação motora sai da fase reflexiva para a fase 
intencional. O segundo estágio chamado de inteligência pré-operatória (de 2 a 5 anos) 
que se configura com diferenciação entre os significantes (emissão dos objetos) e os 
significados (objeto representado) (PIAGET, 1997). O terceiro estágio é conhecido como 
3.2 A EPISTEMOLOGIA CONVERGENTE DE JORGE VISCA
Agora, assista ao vídeo a seguir:
Vídeo: O caso do pequeno Hans | Christian Dunker | Falando daquilo, Disponível 
em: https://bit.ly/3S1xsUG. Acesso em: 12 out. 2022.
Como podemos compreender as fobias numa perspectiva psicopedagógica?
Figura 24: Integração das Escolas.
Fonte: Elaborado pela autora
https://bit.ly/3S1xsUG
48
a inteligência operatório concreta (de 6 a 10 anos) período que se constitui a reversibili-
dade do pensamento (PIAGET, 1997). E por fim, o quarto estágio (11 anos) denominado 
como inteligência formal. Nessa fase a formulação hipotético-dedutivo se consolida no 
campo da abstração sendo considerada a última etapa do desenvolvimento da inteli-
gência (PIAGET, 1997). 
 A Psicanálise fundamenta as organizações e tendências afetivas. Esse método foi 
descrito por Freud e trata as psicopatologias pela livre associação (o paciente fala sem 
censura e o terapeuta escuta sem julgamento) (GOMES, 2003; LOURENÇO, 2005; LIMA 
2009). Ao falar dos sintomas o paciente pode alcançar a cura. Ainda, Freud descreveu a 
mente (consciência, pré-consciência e inconsciente)e seus agentes (id, ego e supere-
go) que administram os conteúdos psíquicos (FREUD, 1980). Na dinâmica terapêutica, 
projeções entre paciente e terapeuta podem acontecer ocorrendo assim, a transferên-
cia (sentimentos positivos ou negativos do paciente em relação ao terapeuta) (FREUD, 
1976), a contratransferência (sentimentos positivos ou negativos do terapeuta em rela-
ção ao paciente) ou a resistência (a percepção do paciente frentes aos conteúdos es-
quecidos não emerge na consciência) podem ser ativadas. Essa linha teórica ressaltou 
o desejo sexual (libido) como energia vital responsável pelos impulsos humanos que é 
ativada no decorrer do desenvolvimento do ciclo vital (FREUD, 1976). Por fim, Freud des-
creveu como ocorre a manifestação da libido nas fases psicossexuais da criança (oral, 
anal, fálica, latência e genital), uma vez que, para Freud tudo o que é vivido nessa fase 
vai repercutir na fase adulta (FREUD, 1976). Freud enfatizou ainda que, a intervenção da 
cultura na conduta humana interfere no modo de como o seu desenvolvimento sexual 
vai ocorrer.
 A Psicologia Social de Pichon-Rivière focaliza a cultura, os processos grupais e a 
influência de ambos sobre o indivíduo (PICHON-RIVIÈRE, 1998). Além disso, a psicologia 
social propõe o desenvolvimento das aprendizagens humanas mediante grupo opera-
tivo onde os indivíduos têm a oportunidade de dialogar e interagir ao mesmo tempo 
para solucionar diversos problemas tendo como finalidade impulsionar nesses indivídu-
os novas aprendizagens frente aos objetos de conhecimento (SOARES, FERRAZ, 2007; 
PICHON-RIVIÈRE, 1998). Assim, estruturas internas nesses indivíduos são ativadas e mo-
dificadas. O grupo operativo permite que cada indivíduo acione conteúdos psíquicos e 
os relacione com conteúdos oriundos do ambiente externo (cultura e relações sociais) 
resultando assim, na desintegração de velhos esquemas ou na integração de novas 
aprendizagens (SOARES, FERRAZ, 2007; PICHON-RIVIÈRE, 1998). 
 Diante desses pressupostos teóricos, Visca elaborou a Epistemologia Convergente 
que pode ser apreendida como um modelo de análise psicopedagógica (VISCA, 2010). A 
Epistemologia Convergente descreve o Esquema Evolutivo da Aprendizagem com bases 
na Psicogenética (Piaget), na Psicanálise (Freud) e na Psicologia Social (Pichon-Rivière). 
Esse esquema pode ser entendido como conteúdos psíquicos que são construídos in-
ternamente e repassados geneticamente considerando as características biopsicosso-
ciais do sujeito (VISCA, 2010). As etapas que configuram o Esquema Evolutivo da Apren-
dizagem são divididas em quatro níveis: Proto-aprendizagem, Deutero-aprendizagem, 
Aprendizagem Sistemática e Aprendizagem Assistemática (VISCA, 2000). 
 A Proto-aprendizagem é o primeiro nível de aprendizagem que se caracteriza 
como condição essencial para dar continuidade aos demais níveis, bem como, ao de-
senvolvimento dos processos de ensino-aprendizagem da criança (VISCA, 2000). Nesse 
nível, o organismo da criança, após o nascimento, interage com a mãe ou outra pessoa 
49
responsável pela maternagem, e o crescimento das funções motrizes são fomentadas 
(VISCA, 2000). Seguem Figuras que demonstram algumas interações que fazem parte 
dessa etapa:
 A Deutero-aprendizagem, segundo nível de aprendizagem, se constitui a partir 
da consolidação da simbolização (VISCA, 2000). A simbolização se configura por cin-
co comportamentos descritos por Piaget, tais como: imitação diferida, jogo simbólico, 
desenho, imagem mental e linguagem falada (VISCA, 2000). O final desse nível ocorre 
mediante interação da criança com a comunidade que propiciará oportunidades para a 
construção do conceito de mundo (VISCA, 2000). Segue abaixo. Figura que demonstra o 
segundo nível das aprendizagens:'
 A aprendizagem assistemática são as interações e as vivências que a criança vai 
estabelecendo em sua comunidade, tais como: a cultura, os valores, os costumes, tipos 
de brincadeiras, linguagem falada, entre outros (VISCA, 2000). Veja a seguir a Figura re-
Figura 25: Amamentação.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3Tp9cx9. Acesso em: 12 Out. 2022
Figura 26: Desenvolvimento Motriz.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3yFygrF. Acesso em: 12 Out. 2022
Figura 27: Hora do banho.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3CA4oho. Acesso em: 12 Out. 2022
Figura 28: Brincando de Faz de Conta.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3rWMfWi. Acesso em: 12 Out. 2022
https://bit.ly/3Tp9cx9
50
Figura 29: A sustentabilidade nas favelas.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3CygmIy. Acesso em: 12 Out. 2022
Figura 30: Reforma do Ensino Médio.
Fonte: CABRAL, Luan. Disponível em: https://bit.ly/3rSOfyT. Acesso em: 12 Out. 2022
Figura 31: : Educação Infantil.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3T3WEvb. Acesso em: 12 Out. 2022
Figura 32: : Escola Técnica.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3My8rj1. Acesso em: 12 Out. 2022
tratando brincadeira com o uso de garrafas plásticas.
 Ademais, a aprendizagem sistemática ocorre em contextos de educação formal 
nos diversos níveis de ensino (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, en-
sino profissionalizante e ensino superior) (VISCA, 2000). Nessa etapa, as interações entre 
objetos de conhecimento e pessoas diversas propiciam o desenvolvimento gradativo de 
habilidades e competências cognitivas, afetivas e sociais (VISCA, 2000). Segue abaixo. 
Figuras que representam alguns espaços educativos:
 Por fim, o Esquema Evolutivo da Aprendizagem descreve o processo de desenvol-
vimento das aprendizagens por meio de interações entre pessoas e seus diversos con-
textos (VISCA, 2000). A seguir o Esquema Evolutivo da Aprendizagem representado na 
Figura 33 proporcionará melhor visualização dos níveis de aprendizagens descritos por 
Visca:
51
 A Epistemologia Convergente organizou não somente os níveis de aprendizagens, 
mas também os seus estados patológicos (VISCA, 2000). Esses estados são classificados 
em: a) semiológico – descreve os sintomas objetivos e subjetivos; b) Patogênicos – carac-
teriza as estruturas e mecanismos que provocam a sintomatologia; e Etiológico estuda 
as causas históricas); patogênicos (estrutura e mecanismos que provocam a sintomato-
logia) (VISCA, 2000).
 Ressaltamos que Visca (2000) delineou os níveis de aprendizagem por meio do 
modelo de análise psicopedagógica denominado Entrevista Operativa Centrada na 
Aprendizagem (EOCA). Esse modelo é utilizado na clínica psicopedagógica como guia 
orientador de aplicação prática. A EOCA foi construída por Visca com base na psico-
genética de Piaget, psicanálise de Freud e psicologia social de Pichon-Riviere. Dessa 
forma, Visca (2000) organizou etapas com base nessas três teorias. Assim, o a família e 
o aprendente investigado é submetido a EOCA por etapas. São elas: entrevista, provas 
operatórias piagetianas; provas projetivas e jogos pedagógicos (VISCA, 2000). A EOCA 
(Figura 34) é o primeiro instrumento aplicado no processo de investigação diagnóstica 
para a identificação das dificuldades de aprendizagem (VISCA, 2000). Esse instrumento 
se caracteriza como uma entrevista estruturada que permite coletar informações sobre 
o aprendizado da pessoa que está sendo investigada (VISCA, 2000). Para tanto, a Caixa 
lúdica, ferramenta que guarda os materiais pedagógicos que serão utilizados na EOCA 
é devidamente organizado conforme objetivos psicopedagógicos que serão aplicados 
(VISCA, 2000). Segue abaixo ilustração que representa a EOCA: 
Figura 33: : Esquema Evolutivo da Aprendizagem.
Fonte: Elaborado pela autora
Figura 34: : Esquema Evolutivo da Aprendizagem.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3yCuxeo. Acesso em 12 Out. 2022.
https://bit.ly/3yCuxeo
52
 Para o processo de desenvolvimento da EOCA ocorrer algumas etapas devem ser 
previamente seguidas. Segue Quadro ilustrando essas etapas da EOCA:
Etapas Ação Atividade
1ª. Entrevista com os pais Identificar a queixa familiar 
e/ ou escolar.
Na 1ª Etapa, o profissional de 
psicopedagogia por meio de uma 
conversaregistrará informações 
com os dados pessoais do apren-
dente, queixa e indicação ao 
serviço. Essa etapa é para o aco-
lhimento da família e registro de 
dados básicos.
2ª. EOCA Identificar a cognição me-
diante aplicação das provas 
piagetianas.
Identificar emoções e per-
cepções aplicando técnicas 
projetivas.
Identificar cognição, emo-
ções e comportamento apli-
cando jogos pedagógicos. 
Na 2ª Etapa, a aplicação de provas 
para mapeamento das habilida-
des cognitivas, afetivas e sociais.
EOCA, o mapeamento das habili-
dades cognitivas ocorre mediante 
aplicação das provas operatórias 
piagetiana (psicogenética); as 
habilidades afetivas são descritas 
mediante provas projetivas psi-
copedagógicas para a verificação 
da transferência, contratransfe-
rência e resistência (psicanálise); 
e as habilidades sociais são com-
preendidas por meio dos grupos 
operativos.
3ª. Anamnese Descrever a história gesta-
cional, familiar e escolar do 
aprendente.
Na 3ª Etapa, o psicopedagogo 
registra os dados de identificação 
do aprendente, filiação e endere-
ço, composição familiar no perí-
odo da gestação e nascimento 
da criança, números de irmãos, 
estado civil dos pais, grau de es-
colaridade, renda familiar, religião 
e vida social da família. Ainda, os 
pais descrevem suas percepções 
sobre o percurso de desenvolvi-
mento (do nascimento aos tem-
pos atuais) da criança relatando 
os aspectos cognitivos, afetivos, 
motor e social no contexto fami-
liar e escolar seguido de espaço 
para outros relatos que não fo-
ram contemplados no roteiro da 
anamnese.
53
4ª. Devolutiva e encaminha-
mento
Apresentar resultados, en-
caminhamentos e proposta 
interventiva.
Na 3ª Etapa, a devolutiva e o en-
caminhamento tem início logo 
após a anamnese. Nessa fase, o 
profissional de psicopedagogia 
repassa os resultados coletados 
durante a EOCA e a anamnese. 
Em seguida, o psicopedagogo 
delimita os objetivos psicopeda-
gógicos para realizar o processo 
interventivo do aprendente inves-
tigado
 Diante do exposto, a EOCA é um modelo teórico de investigação clínica que pro-
picia aos profissionais de psicopedagogia uma conduta avaliativa e interventiva segura 
dentro do contexto da aprendizagem no universo da psicopedagogia sendo referência 
no Brasil e no mundo. 
Estudante cursista vamos conhecer um pouco mais sobre a prática e o contexto 
de atuação clínica do psicopedagogo acessando os endereços a seguir:
Sugestão de leituras complementares:
E-book: Relatório – provas operatórias piagetiana - Disponível em: https://bit.
ly/3EHmAs3. Acesso em: 12 out. 2022.
E-book: Como atrair parcerias para o seu consultório psicopedagógico, 
disponível em: https://bit.ly/3EHE7Ao. Acesso em: 12 out. 2022.
FIQUE ATENTO
A oportunidade de saber mais é agora! Não deixe de ler ou assistir o vídeo 
sugerido que demonstra os materiais utilizados durante a EOCA. Para tanto 
a Caixa lúdica é uma ferramenta que vai reunir diversos recursos pedagógicos 
que não podem faltar na prática psicopedagógica. Vamos assistir ao vídeo 
“Caixa lúdica - EOCA”, Disponível em: https://bit.ly/3EEcTe8. Acesso em: 12 out. 
2022. Para mais, os livros escritos por Jorge Visca devem fazer parte do acervo 
do profissional de psicopedagogia, uma vez que, Visca é uma referência de 
como atuar na clínica psicopedagógica; segue referencial bibliográfico: 
• Clínica Psicopedagógica. Epistemologia Convergente (1985)
• Diagnóstico Operatório en la Práctica Psicopedagógica Niños 
Adolescentes y Adultos
• Psicopedagogía Teoría Clínica Investigación
• El Esquema Evolutivo del Aprendizaje
• Técnicas Proyectivas Psicopedagógicas y Las Pautas Gráficas para su 
Interpretación
• Psicopedagogía Nuevas Contribuciones
• Introducción a los Juegos Lógicos en el Tratamiento Psicopedagógico
• La Psicopedagogía, El error, Los grupos operativos, Los ámbitos, El 
aprendizaje, El desarrollo del pensamiento abstracto
BUSQUE POR MAIS
https://bit.ly/3EHmAs3
https://bit.ly/3EHmAs3
https://bit.ly/3EHE7Ao
https://bit.ly/3EEcTe8
54
 Alícia Fernandes foi uma psicopedagoga argentina que contribuiu com a forma-
ção de psicopedagogos da América Latina e Portugal, bem como, escreveu o livro “A 
inteligência aprisionada” ( LELIS, 2006). Nessa obra, Alicia descreveu o fenômeno 
das dificuldades de aprendizagens considerando as ações inconscientes que podem 
desencadear no sujeito aprendente a recusa do pensar e assim, aprender (LELIS, 2006). 
Para mais, Fernandes, na atuação com pacientes e familiares na clínica psicopedagógi-
ca, ressaltou os aspectos subjetivos e contextuais influenciando no processo de ensino-
-aprendizagem (FERNANDES, 2008). Além disso, Fernandes afirma sobre a importância 
do sujeito ensinante se empenhar na ensinagem do aprendente, quer seja no contexto 
familiar ou escolar, uma vez que, contribui para o desvelamento das potencialidades ou 
dificuldades de aprendizagens (FERNANDES, 2008). Por fim, Fernandes destaca ainda 
que, os conteúdos inconscientes tanto do ensinante quanto do aprendente podem in-
terferir na fluência ou hesitação das aprendizagens (FERNANDES, 2008). 
 Ademais, Fernandes aponta que as potencialidades ou fragilidades do aprenden-
te podem funcionar como disparadoras para novos processos de aprendizagens ou para 
a manutenção de certas posições dentro do sistema familiar ou escolar (FERNANDES, 
2008). Isso significa que aprender pode disparar processos criativos e o não aprender 
pode acomodar o sujeito aprendente na posição de dependência (FERNANDES, 2008). 
Por fim, Fernandes afirma que se faz necessário investigar no campo simbólico, por 
meio do funcionamento cognitivo, os fatores inconscientes que estão impulsionando 
sintomas ou não nas aprendizagens, bem como, planejar ações interventivas de supera-
ção (FERNANDES, 2001). 
 Já, Sara Paín, psicóloga, psicopedagoga, doutora em psicologia e filosofia, enga-
jada em projetos de formação e de pesquisa na França, no Brasil e na Argentina aborda 
o fenômeno problemas de aprendizagem com bases na dimensão biológica, cognitiva 
e social relacionando os conteúdos internos de aprendizagens que emergem da mente 
(id, ego e superego) e que também define o aprendente com os conteúdos externos 
(estímulos dos diversos ambientes) (PAIN, 1985). Para mais, os fatores cognitivos e de lin-
O que fazemos após identificar lacunas no desenvolvimento das aprendizagens 
do aprendente investigado?
Leia o Estudo de Caso Psicopedagógico e Intervenção Escolar de Rúbia Mara 
Ribeiro Dias. Disponível em: https://abre.ai/jdMY. Acesso em: 12 out. 2022.
VAMOS PENSAR?
3.3 ALÍCIA FERNANDES E SARA PAÍN 
https://abre.ai/jdMY
55
guagem, a evidência ou ausência de sintomas e influências contextuais podem explicar 
os problemas de aprendizagem (PAIN, 2003). Por fim, Paín ressalta que a pessoa com 
problemas de aprendizagem pode sofrer exclusão social, mas que esse sujeito deve ser 
participante ativo no percurso do desenvolvimento de suas aprendizagens, bem como, 
transformador dessa realidade social (PAIN, 2003). 
 Ademais, Paín (1985) alinha a psicogenética (cognição), a psicanálise (conteúdos da 
mente) e o materialismo histórico para estudar os problemas de aprendizagens. Assim, 
o diagnóstico perpassa pelo encontro inicial a fim de detectar os motivos da consulta 
seguida por perguntas que abarca a história de vida do sujeito (PAIN, 2003). Logo após, 
jogos, provas psicométricas, provas projetivas, provas específicas e análise do ambiente 
são aplicadas e mais informações obtidas (PAIN, 2003). Por fim, o diagnóstico evidencia 
o sintoma no primeiro momento e o funcionamento e a influência dos diversos contex-
tos nas aprendizagens. Dessa forma, o tratamento psicopedagógico pode ser desenvol-
vido tendo como foco central o desaparecimento do sintoma até que a aprendizagem 
se consolide, ou seja, até que ocorra o alinhamento entre a cognição, a emoção e o social 
(PAIN, 1985). 
Não deixe de ter em seu acervo algumas obras de Alícia Fernandes: 
- A Inteligência Aprisionada, 1991;
- O Saber em Jogo, 2000;- Os idiomas do Aprendente, 2001;
- A mulher escondida na professora, 2006;
- A Atenção Aprisionada, 2009.
Veja também livros de Sara Pain:
- Psicopedagogia Operativa; 
- A Função da ignorância;
- Estruturas inconscientes do Pensamento;
 - A Função da Ignorância; 
- A Gênese do inconsciente; 
- Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem (Artes Médicas, de Porto 
Alegre, RS);
- Psicometria Genética, Casa do Psicólogo, SP.
FIQUE ATENTO
Vamos ler “Ouvindo Professoras de Alunos com Dificuldades de Aprendizagem: 
um Estudo Etnográfico” de Helena Amaral da Fontoura. Disponível em: https://
bit.ly/3VtftcP. Acesso em: 12 out. 2022.
BUSQUE POR MAIS
https://bit.ly/3VtftcP
https://bit.ly/3VtftcP
56
 Maria Lúcia Lemme Weiss é psicóloga e psicopedagoga clínica e institucional que 
retrata o fracasso escolar e as dificuldades de aprendizagem como resultados advindos 
de fatores que podem estar associados ou não a causas orgânicas, cognitivas, emocio-
nais, sociais e pedagógicas. Weiss ressalta ainda que o modo como à prática pedagógica 
é conduzido pode gerar impedimentos no desenvolvimento das aprendizagens. 
 Além disso, Weiss (2015) aponta a importância do tempo e do espaço para de-
senvolver a brincadeira e propiciar oportunidades de vivências e comunicação diversas. 
Para Weiss a brincadeira é uma oportunidade para a criança se integrar no campo da 
cognição, emoção e comportamento considerando as etapas de desenvolvimento e a 
sua evolução gradativa (WEISS, 2015). Para mais, a brincadeira deve ser proporcionada 
a criança tanto na fase diagnóstica com limites mais definidos como nas intervenções 
de forma mais livre (WEISS, 2015). A brincadeira e o brinquedo são importantes na clíni-
ca psicopedagógica para a compreensão do funcionamento cognitivo, afetivo e social 
(WEISS, 2015). 
 Os jogos e brincadeiras são meios que proporcionam o desenvolvimento cogni-
tivo, motor, afetivo, comportamental e das habilidades sociais (CINTRA, 2018). Na opor-
tunidade do jogo, a criança consegue ser integrada no seu contexto e nas suas relações 
e ter uma melhor absorção de signos, símbolos e interações produzidos culturalmente 
(VIGOSTKI, 2003). No contexto da brincadeira a criança vai delineando a sua identidade, 
construindo suas percepções frente às regras e normas sociais, desenvolvendo a lingua-
gem e a autonomia ((VIGOSTKI, 2003). Na clínica psicopedagógica o jogo e a brincadeira 
serão dispositivos utilizados para avaliar e intervir na realidade do aprendente (RODRI-
GUES, 2016). Podemos destacar o planejamento psicopedagógico avaliativo e / ou inter-
ventivo como instrumento essencial para o desenvolvimento das atividades que serão 
propostas (RODRIGUES, 2016). As brincadeiras dirigidas e livres têm sua função pedagó-
gica e para o profissional que está mediando o processo do brincar a intencionalidade 
psicopedagógica não pode ser perdida de vista (WEISS, 2015; RODRIGUES, 2016; CINTRA, 
Os problemas de aprendizagens podem ocasionar outros sintomas e comportamentos 
quando não detectados precocemente?
VAMOS PENSAR?
3.4 MARIA LÚCIA LEMME WEISS 
57
2018). 
 Na atuação psicopedagógica, o campo simbólico do aprendente deve ser ativa-
do pela brincadeira, pelo brinquedo ou por jogos proporcionados pelo terapeuta, mas 
essas ações lúdicas vão exigir do terapeuta um conhecimento prévio sobre os diversos 
contextos que estão inseridos (WEISS, 2015). Para tanto, o uso de brinquedos ou bonecos 
durante as brincadeiras oportunizam ao psicopedagogo contato com a realidade sim-
bólica do aprendente, bem como, com seus potenciais ou dificuldades (WEISS, 2015). 
 Finalmente, podemos destacar alguns jogos e brincadeiras que podem ser desen-
volvidos durante o atendimento psicopedagógico. Segue abaixo quadro ilustrativo com 
sugestões de brincadeiras por área de desenvolvimento:
Objetivos: Área de desenvolvimento: Brincadeira:
Correr, pular corda, engati-
nhar, pedalar, jogar, alternar 
pés, dançar, imitar, arremes-
sar.
Coordenação motora ampla Jogo de futebol, amarelinha, 
imitar animais, andar de bici-
cleta, pular corda. 
Abrir, fechar, rasgar, pintar, 
copiar, escrever, alinhavar, 
encaixar, modelar, amassar.
Coordenação motora fina Construir brinquedos, reprodu-
zir objetos com massinha.
Resolver, memorizar, com-
preender, interpretar, anali-
sar, classificar, ordenar, seriar, 
sintetizar.
Cognição Telefone sem fio, jogo da me-
mória, jogos de linguagem, 
jogos matemáticos, dominó, 
baralhos, jogo de trilhas. 
Identificar e diferenciar emo-
ções em si e no outro
Emoção Jogo das emoções, fantoches, 
tabuleiro da ansiedade, família 
terapêutica.
 Vamos conhecer algumas ferramentas que auxiliam nas intervenções 
psicopedagógicas vendo o vídeo “TOP 5 (os mais utilizados na intervenção) ”. 
Disponível em: https://bit.ly/3yGMVTD. Acesso em: 12 out. 2022. Leia ainda, o artigo 
“Atuação do psicopedagogo nos diversos e complexos contextos de dificuldades 
de aprendizagem nas instituições escolares” de Marcos Tadeu Garcia Paterra e 
Silvestre Coelho Rodrigues. Disponível em: https://bit.ly/3MwLP2k. Acesso em: 12 
out. 2022. Disponível em: https://bit.ly/3Mz82g0. Acesso em: 12 out. 2022.
BUSQUE POR MAIS
https://bit.ly/3yGMVTD
https://bit.ly/3MwLP2k
https://bit.ly/3Mz82g0
58
Vamos refletir e pesquisar um pouco mais sobre aprendizagem. Disponível em: 
https://bit.ly/3Vtl0QD. Acesso em: 12 out. 2022.
FIQUE ATENTO
Vamos pensar um pouco mais sobre dificuldades de aprendizagem e os 
possíveis prejuízos que podem ocasionar na vida individual e coletiva da pessoa 
diagnosticada com esse problema. Leia os artigos a seguir: 
a) Artigo: Relato de caso: dificuldades de aprendizagem, uma análise 
biopsicossocial.
Disponível em: https://bit.ly/3S334JQ. Acesso em: 12 out. 2022.
b) Artigo: “Fatores influenciadores no processo de aprendizagem: um estudo de 
caso”. Disponível em: https://bit.ly/3yDpBGk. Acesso em: 12 out. 2022
c) Artigo: “Consequências sociais e emocionais da dislexia de desenvolvimento: 
um estudo de caso”. Disponível em: https://bit.ly/3Mv5MGK. Acesso em: 12 out. 
2022.
VAMOS PENSAR?
https://bit.ly/3Vtl0QD
https://bit.ly/3S334JQ
https://bit.ly/3yDpBGk
https://bit.ly/3Mv5MGK
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FIXANDO O CONTEÚDO
1. Sabemos que o processo lúdico é fundamental na clínica psicopedagógica, bem como, 
na formação do psiquismo. Leia a tirinha abaixo:
Correlacionando a tirinha com a teoria de Winnicott, marque a alternativa correta: 
a)A criança não produz cultura ela apenas participa da cultura.
b)A cultura está presente na vida adulta e nas relações sociais da família
c)O brincar é nossa primeira forma de cultura
d)A função do brinquedo é para entretenimento na vida da criança
e) A criança compreende o mundo somente quando dorme e sonha. 
2. Para Lacan o ser humano se constitui pessoa no decorrer de suas interações com o 
as pessoas, signos e símbolos. Partindo dessa afirmativa e das suas reflexões, marque V 
para as afirmativas Verdadeiras e F para as afirmativas Falsas.
a)O ser humano se constitui a partir da constante interação com o ambiente físico e 
social.
b)O ambiente pode afetar um organismo mesmo antes desse organismo responder.
c)Ao nascer, o ser humano não necessita de pessoas para se desenvolver.
d)Ambientes são os locais que influenciam no desenvolvimento da pessoa.
e)A atividade humana é determinada pelas formas e meios de comunicação que são 
possibilitados pelo processo de desenvolvimento da produção social.
Agora, assinale a alternativa correta:
a. ( ) V V F V V
b. ( ) F V F F V
c. ( ) V F V F V
d. ( ) F V V V F
e. ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.
3. Leia a mensagem expressa na tirinha abaixo:
60
As crianças se relacionam dentro de um contexto histórico e social, bem como, são par-
ticipantes ativas dentro das diferenças que constituem a sociedade ( KRAMER, 2007). 
RAZÃO:
 A criança percebe a realidade a partir de suas percepções e experiências, bem como, 
produz cultura, vivencia a cidadania e são sujeitos de direito (KRAMER, 2007).Para mais, 
podemos destacar “a infância, mais que estágio, é categoria da história: existe uma his-
tória humana porque o homem tem infância” (KRAMER, Sônia. A infância e sua singu-
laridade. In: Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança 
de seis anos de idade/ organização Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Rangel, Aricélia 
Ribeiro do Nascimento – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 
2007, p. p.15).
a) Asserção correta, razão correta, e a razão justifica a asserção.
b) Asserção correta, razão correta, mas a razão não justifica a asserção.
c) Asserção correta, razão errada.
d) Asserção e razão erradas.
e) Nenhuma das anteriores.
4. Observe a imagem abaixo:
A realidade do fracasso escolar pode ser compreendida pelos diversos fatores que envol-
vem questões de ordem econômica, social, emocional, pedagógicas, entre outros. 
Correlacionando a imagem e aos pressupostos de Sara Pain, é correto afirmar:
I. Pain compreendia que as práticas de ensino tradicionais são barreiras produtoras de 
fracasso escolar.
II. Na escola, a criança precisa pensar por si mesma para que se tornem autodidatas.
III. O fracasso escolar deve existir para manter o sistema com suas contradições e desi-
gualdades sociais.
IV. A pobreza já posiciona a criança que é pobre ao estado de fracasso escolar. 
V. Pain ressalta a importância de todos alcançarem a autonomia frente ao conhecimen-
to construído socialmente. 
61
É correto o que se afirma em:
a)I e II, apenas. 
b)II, apenas. 
c)I e III, apenas. 
d)III e IV, apenas. 
e)Todas as anteriores estão corretas.
5. Observe e leia as informações contidas na imagem abaixo:
 A infância pode ser compreendida entre zero a doze anos incompletos conforme 
o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei Federal nº 8.069/90 (BRASIL, 1990). 
Além disso, podemos entendê-la como período de aprendizados e vivências. Por fim, a 
infância é uma etapa do ciclo vital muito importante, pois a partir das experiências que 
as crianças terão nesse momento, as mesmas poderão carregar influências por toda a 
sua vida (Magda Sarat, Miria Izabel Campos, Edilaine de Mello Macedo. Infância, Gênero, 
Brinquedos e Brincadeiras de Meninos E Meninas. Horizontes – Revista de Educação, 
Dourados, MS, v.4, n.7, janeiro a junho 2016).
 Alícia Fernandes ressalta que a escola precisa desenvolver um trabalho intencio-
nal e transversal sobre gêneros nas diferentes disciplinas. No que se refere à infância, 
gênero, brinquedos e brincadeiras, assinale a opção correta:
a)A criança não toma decisões porque ela ainda é uma pessoa sem capacidade para 
compreender o mundo.
b)O brincar é uma ação que surge a qualquer hora, mas não introduz a criança no mun-
do imaginário.
c)Meninos e meninas desenvolvem seus comportamentos e potencialidades a fim de 
corresponder às expectativas de um modo singular e unívoco de masculinidade e de 
feminilidade em nossa sociedade.
d)Os brinquedos podem ocasionar confusão emocional e sexual na vida adulta se não 
forem especificados conforme o sexo da criança. 
e)Os brinquedos da criança devem ser especificado conforme sexo e faixa etária 
62
6. Sabemos que o objeto transicional auxilia na substituição da figura materna sem oca-
sionar forte impacto emocional na criança. Diante disso, marque a alternativa que indi-
ca o nome do teórico que fala sobre esse assunto:
a)Carl Rogers;
b)Freud;
c)Winnicott;
d)Piaget
e)Nenhuma das alternativas anteriores
7. Em relação a Freud, sobre a dimensão pré-consciência, marque “V” nas afirmativas 
verdadeiras e “F” nas afirmativas falsas. Depois, marque um “X” na alternativa correta. 
a)É onde o sujeito vivencia atividades, papéis sociais e relações interpessoais face a face.
b)Engloba as características biopsicológicas mais as características construídas na inte-
ração com o contexto.
c)Podemos considerar como o lugar onde as memórias e os pensamentos são produzi-
dos.
dSão atributos pessoais podem influenciar no desenvolvimento.
e)São os contextos de interação face a face. 
8. A atividade lúdica na intervenção clínica em Psicopedagogia oportuniza o psicotera-
peuta captar as percepções da criança frente aos membros de sua família. Leia as afir-
mativas abaixo e marque a alternativa correta: 
a)A família terapêutica só pode ser aplicada por psiquiatras e neurologistas. 
b)O foco central da família terapêutica é estabelecer uma comunicação entre o psicote-
rapeuta e a criança.
c)Para Lacan, mesmo na ausência do outro o homem é capaz de se constituir pessoa. 
d)Freud não descreveu teoricamente sobre o inconsciente.
e)No espaço psicopedagógico não são utilizadas técnicas, como jogos e atividades lúdi-
cas. 
63
TEORIAS DA
 PSICOPEDAGOGIA
 - PARTE II
64
 Iniciamos nossos estudos apresentando uma fábula que contribuirá para 
as discussões que irão permear a aprendizagem sobre o inatismo, empirismo e 
construtivismo aqui proposta. Quando falamos em inatismo estamos nos referindo a 
uma perspectiva filosófica que propõe que os indivíduos nascem com o conhecimento. 
O empirismo coloca que o conhecimento advém das experiências práticas que temos 
em nosso cotidiano; já o construtivismo é uma perspectiva de que o conhecimento é 
uma construção pessoal do indivíduo. A partir desses elementos, leia a fábula e veja 
como ela pode ser interessante para os nossos estudos.
 A cigarra, que vivia a cantar seu belo canto pela mata, intrigava-se com o fato de a 
bicharada não lhe dar a devida consideração. “Meu canto é tão encantador! Por que não 
me dão atenção? ”, indagava-se.
 Um belo dia a cigarra procurou saber por que, apesar de seu lingo canto, não era 
admirada pelos bichos da floresta. Não demorou muito a descobrir que os animais se 
encantavam mesmo era com o deslizar sincronizado da centopeia. Que harmonia! Que 
perfeição os movimentos daquela infinidade de perninhas! Dizia-se pela mata que a 
centopeia não andava, mas bailava, em uma coreografia de encher os olhos.
 Tomada de terrível sensação de inveja, a cigarra resolver dar um basta a essa 
situação e maquinou um plano para desbancar a centopeia.
 Um belo dia, encontrou a rival e foi logo lhe tecendo loas:
 - Dona centopeia, como é divino o seu caminhar! Quanta formosura vejo no 
movimento sincronizado de suas dezenas de perninhas! Não me admira terem os outros 
animais apenas olhos para a senhora! Eu mesma nunca vi tão graciosos movimentos!
 Mas os floreios laudatórios não duraram muito, e a cigarra foi direto ao ponto:
 - Conte-me uma coisa, Dona Centopeia: quando sua perninha da esquerda do 
sétimo par está para frente, a da direita do trigésimo quarto par está para frente ou para 
trás?
 A centopeia começou a tropeçar, pois tomou consciência de quão complexo era o 
movimento que até então executava com tanta desenvoltura e naturalidade. 
 Tamanho estranhamento nos aconteceria se parássemos para pensar, como 
fez a Dona Centopeia, como funciona o processo que envolve a aprendizagem e o 
desenvolvimento neural que ocorre. Assim, como a Dona Centopeia não se dava conta 
de tamanha sincronicidade do movimento altamente complexo e sincronizado de suas 
perninhas, nós também não temos consciência da complexidade mental que envolve os 
problemas e dificuldades de aprendizagem. 
 Bem, para começarmos a entender esse processo vamos trabalhar os pressupostos 
teóricos que estão envoltos a psicologia da aprendizagem iniciamos com a seguinte 
questão: como o ser humano aprende? Como podemos criar melhores condições para o 
processo de aprendizagem?
Iniciamos a busca desta resposta, a partir da perspectiva do Inatismo. De acordo com 
Santomauro (2019) com o nascimento do pensamento racional na Grécia Antiga, surge 
as ideias congênitas que passam a defender o acesso ao conhecimento. 
 O inatismo é uma perspectiva teórica que sustenta a ideia de que as pessoas já 
nascem com determinadas habilidades em sua carga genética. Essa visão motivou o 
4.1 INATISMO, EMPIRISMO E CONSTRUTIVISMO
65
 Ao pensarmos a partir desta perspectiva, podemosutilizar dois ditados populares 
para esse momento: 
Pau que nasce torto, nunca se indireita.
Filho de peixe, peixinho é.
 Ao observarmos esses dois ditos populares, verificamos que elas inscrevem 
os indivíduos numa visão inatista de desenvolvimento humano, isso porque, o 
desenvolvimento humano de acordo com essa prerrogativa está associado basicamente 
a fatores biológicos. A partir dessa perspectiva entende-se que as habilidades cognitivas 
e a aparência física passam de pai para filho, por isso, são inatas. 
 Essa visão acredita que o indivíduo já nasce com determinados padrões inatos, 
como por exemplo: comportamento; assim, passa a se desconsiderar todos os eventos 
que ocorrem posteriormente ao nascimento da criança como aspectos culturais. 
Veja o exemplo a seguir:
 Os dois exemplos apresentados acima, demonstram que o inatismo está no 
cerne da compreensão da sociedade do que vem a ser o processo de aprendizagem e 
desenvolvimento das crianças. A ilusão que se tem é que o destino de Joana e Enzo já 
estaria traçado desde seu nascimento, pois como são fisicamente e apresentam algumas 
características de personalidade igual aos pais, logo terão o mesmo destino que ele. 
 Segundo Oliveira et al (1999), para a perspectiva inatista os indivíduos já têm seu 
destino traçado desde o nascimento, um bom exemplo disso são as tartarugas. Bem, as 
processo de ensino que acredita que o professor deva interferir minimamente possível 
no processo de aprendizagem.
O filósofo defende a ideia de que os indivíduos já nascem com saberes que 
advém de sua hereditariedade. E que o papel do professor é apenas de auxiliar 
o aluno a acessar essas informações. 
DIsponível em: https://bit.ly/3CwXjyo. Acesso em: 12 out. 2022.
VAMOS PENSAR?
Joana nasceu igual a mãe que sempre teve dificuldades 
de aprender na escola, com certeza ela terá também.
Enzo é muito parecido com seu pai, tem o gênio igual é 
teimoso e não interage com ninguém, assim é impossí-
vel colocar esse menino no eixo.
https://bit.ly/3CwXjyo
66
fêmeas desta espécie nadam quilômetros até o lugar onde nasceram, fazem seus ninhos 
e botam seus ovos ali, depois os enterra; em seguida ela vai embora. Diferente, dos outros 
animais que botam e ficam nos ninhos até os ovos chocarem, a tartaruga vai embora, 
e quando os filhotes nascem sozinhos, precisam caminhar até a água e enfrentar os 
desafios da natureza, por instinto animal já sabem como agir e não precisam de apoio 
do pai ou da mãe. 
 Assim, quando falamos em inatismo nos remetemos a área da Psicologia da 
aprendizagem, logo a criança dependendo de seu grau de maturação, conseguirá 
desenvolver sua inteligência. O inatismo, parte do princípio de que o infante tem atributos 
biológicos que precisam ser potencializados pelos professores (FONTANA; CRUZ, 1997). 
 De fato, vale ressaltar que esse pressuposto, direciona o olhar dos educadores para 
que possam favorecer o uso de testes de inteligência; como forma de avaliar as capacidades 
inatas dos alunos, os famosos testes de QI (quociente de inteligência). Esses testes 
psicométricos, podem ser entendidos como escalas de avaliação que são construídas por 
diferentes subtestes, voltados para quantificar o processo de desenvolvimento cognitivo 
do indivíduo. Alguns exemplos, como: pensamento lógico e abstrato, habilidades verbais 
e aritméticas, capacidades visoespaciais e viso-construcionais, atenção, memória e 
destreza psicomotora. 
 Vejam alguns exemplos, de Teste de QI:
As imagens acima são alguns dos inúmeros testes existentes para medir o QI de crianças, 
jovens e adultos. As escalas para aferir esses testes foram propostas por David Wechsler, 
psicólogo que exerceu grande influência na década de 1930. De acordo com Rightto, 
Steinmeier e Andrade (2012), os testes de quociente de inteligência não medem tudo 
aquilo que se propõem a medir; muitos aplicados deste tipo de teste desconhecem as 
técnicas de análises fatoriais e, principalmente, os métodos utilizados para quantificar os 
parâmetros delimitados para verificar a inteligência humana. 
Figura 35: : Teste de QI.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3EHFXRN. Acesso em 12 Out. 2022.
67
 Outro fato que envolve o inatismo, é a maturação, vejamos a imagem abaixo: 
 A ilustração acima mostra um pé de manga espada verde. Para conseguirmos 
colher essa fruta será necessário: adubar, regar, tomar sol até a fruta amadurecer; essa 
prática é comum se quisermos colher uma fruta boa e madura, não é mesmo? 
Mas, ao lermos o exemplo acima da fruta quer dizer que podemos realizar essa prática 
com crianças? 
 Bem, alguns professores se comportam em suas práticas pedagógicas como se 
estivem cultivando uma planta, ou seja, eles creem na concepção inatista de que uma 
criança inteligente é porque tem pais inteligentes, e sua função enquanto educador é 
apenas de jardineiro para fazer desabrochar essa inteligência. Mas, já aqueles alunos que 
tem pais problemáticos, também são considerados ‘problema’ em sala de aula e passam 
a ser esquecidos por esses mesmos professores. 
 De fato, outra perspectiva teórica que possibilita compreendermos as práticas é o 
empirismo. A epistemologia empirista enfatiza que a fonte de conhecimento do homem 
está atrelada ao desenvolvimento das funções físicas que é mediada pelos sentidos, isso 
quer dizer que, o indivíduo detém natureza própria, nasce como uma tábula rasa, ou, 
como uma folha de papel em branco. Para Becker (1994) o nosso intelecto é resultado 
dos nossos sentidos.
 A perspectiva empírica foi desenvolvida na Inglaterra por volta do século XVIII, com 
John Locke (1632-1704), para o filósofo o homem não conseguiria se desenvolver a partir 
de sua própria maturação – nesse caso, ele refuta o inatismo – esse desenvolvimento 
somente seria possível por meio da educação (BECKER, 1994). 
 Logo, o empirismo passa a ser aprofundado por estudiosos como Pavlov (1849-1939), 
J. B. Watson (1878-1958) e B. F. Skinner (1904-1984) esses psicológicos e fisiólogos passam a 
promover experiências com cachorros a fim de investigar seus comportamentos a partir 
de estímulos. Outra experiência realizada é a caixa de Skinner, nela buscava verificar 
como o ambiente e seus estímulos promovem resultados visíveis no comportamento do 
animal, um dos experimentos mais famosos é:
Figura 36: : Pé de manga verde.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3Tjqxr6. Acesso em 12 Out. 2022.
68
 A caixa de Skinner como pode ser observada na imagem acima é uma experiência 
laboratorial, em que busca descobrir os condicionamentos que podem ser aplicados para 
estruturar o comportamento animal. A partir desta caixa, Skinner buscava compreender 
o comportamento, a partir das primeiras ideias propostas por Pavlov; assim, as diferenças 
entre comportamento clássico e operante são:
 Assim, para os Behavioristas o processo de aprendizagem aconteceria a partir de 
uma modificação no comportamento do animal, que passa a ser provocada pelo agente 
que ensina, e, também, por meio da utilização adequada de estímulos reforçadores. Para 
os empiristas o processo de ensino e aprendizagem é diretivo, ou seja, o aluno consegue 
aprender somente e se, o professor ensina. 
 Já o construtivismo, também conhecido como Interacionismo está associado a 
postura epistemológica que envolve a origem do conhecimento a partir da interação do 
sujeito com o objeto. 
 A epistemologia genética desenvolvida por Jean Piaget (1896-1980) vislumbra o 
sujeito epistêmico, ou seja, com problemas ligados a inteligência. Piaget (1979) ao longo 
de suas pesquisas fez articulações entre a Biologia e a Psicologia; sua intenção era mostrar 
Figura 37: : Caixa de Skinner.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3RXnPGB. Acesso em 12 Out. 2022.
Comportamento Clássico Comportamento Operante
• Descrito primeiramente por Ivan Pavlov.
• Sinal neutro antes do reflexo.
• Comportamento involuntário e automá-
tico.
• Envolve o emparelhamento de um estí-
mulo neutro (como o um som) com um 
estímulo não condicionado (sabor de 
alimentos).• Descrito por Skinner.
• Envolve aplicar reforço ou punição após 
um determinado comportamento.
• Concentra-se no fortalecimento ou 
enfraquecimento de comportamento 
voluntário.
• A partir desse processo uma associação 
é formada entre comportamento e con-
sequência.
4.2 OS PRINCIPAIS TEÓRICOS QUE CONTRIBUEM 
PARA A PSICOPEDAGOGIA
69
4.2 OS PRINCIPAIS TEÓRICOS QUE CONTRIBUEM 
PARA A PSICOPEDAGOGIA
que a inteligência humana ocorre por meio de adaptação, ou seja, para o biólogo como a 
vida é uma criação contínua que envolve o equilíbrio da natureza e a complexidade das 
formas e meios, a inteligência é uma adaptação biológica (PIAGET, 1979).
Assim, para Piaget (1979) o conhecimento se constrói por meio da interação do sujeito 
com o objeto, a partir das estruturas variáveis e invariáveis que estão envoltas ao processo 
biológico, pois os funcionamentos invariantes devem estar situados no âmbito da: 
organização e da adaptação. 
 Mas, para nos aprofundarmos melhor e conhecermos as propostas teóricas, vamos 
estudar sobre os pesquisadores da área da psicologia da aprendizagem.
 A aprendizagem humana foi organizada por teóricos como Piaget, Vygotsky, 
Wallon, Ausubel e Gardner, todos esses pesquisadores dedicaram um bom tempo de sua 
vida para compreender sobre como ocorre a aprendizagem do homem. Bem, eles não 
acharam todas as respostas, mas alguns professores acreditam saber tudo a respeito, 
mesmo sem ter lido nenhuma obra desses autores. 
 O que quero lhes dizer, caro aluno, é que para além deste material didático é 
fundamental que você se aprofunde em algumas obras para que consiga compreender 
como ocorre o processo de aprendizagem. Você já parou para pensar: 
1. Qual a relação entre aprendizagem e desenvolvimento?
2. Qual a relação entre maturação, indução, dedução, empiria, experiência, percepção, 
sensação e insight?
3. Será que existe semelhanças nas concepções de aprendizagem propostas por Piaget, 
Vygostsky, Wallon, Ausubel e Gardner?
 Estas perguntas e tantas outras devem permear nossos momentos de estudos, 
pois a partir delas é que poderemos ter a ideia da enorme complexidade que rodeia o 
fenômeno da aprendizagem. 
 A fim de compreendermos um pouco das teorias propostas iremos falar 
primeiramente de Jean Piaget. 
Jean William Fritz Piaget (1896-1980) foi biólogo, psicólogo e espistemólogo suíço. 
Podemos considerá-lo um dos maiores pensadores sobre o processo de desenvolvimento 
humano do século XX.
Piaget não desenvolveu apenas uma teoria do desenvolvimento, mas organizou a 
chamada teoria da aprendizagem. Sua proposição era de que um organismo pode se 
adaptar ao meio, para além de relações automáticas, modificando esquemas e criando 
instrumentos que permitam assimilar o processo de aprendizagem (DONGO-MONTOYA, 
2009).
70
 Para o biólogo, o processo que envolve a aprendizagem está ligada a função de 
instrumentos lógicos que estão à disposição do sujeito. Partindo do senso comum, os 
indivíduos acreditam que todo ser humana nasce com a capacidade de ser inteligente 
(predestinação) e que nenhum processo de ensino-aprendizagem poderá transformá-
lo. 
 Contrariando essa visão a proposta da Epistemologia Genética aponta que 
existem relações dinâmicas entre o processo de aprendizagem e desenvolvimento: é 
como se o desenvolvimento fosse ativado pela ação do sujeito, o que permite abrir novos 
caminhos para a aprendizagem. Sendo assim, as aprendizagens acabam desafiando 
o desenvolvimento a construir novas formas de aprender cada vez mais complexas 
(DONGO-MONTOYA, 2009). 
 Como forma de ir para além da proposta behaviorista – que visa elaborar uma 
teoria geral do comportamento – a proposta epistemóloga genética busca promover 
uma visão integradora da inteligência e da aprendizagem. Logo, devemos compreender 
a aprendizagem dentro de um sistema conceitual que passa a reconhecer a natureza da 
inteligência humana. 
 Um fato que é importante esclarecer, que há muitos equívocos na interpretação do 
elemento mencionado acima, algumas escolas de psicologia confrontavam a questão 
da aprendizagem com a maturação. No entanto, a visão de Piaget era que as mudanças 
comportamentais do indivíduo só obedeceriam a processos excludentes de maturação 
ou de aprendizagem, ou seja, “[...] toda aprendizagem é basicamente uma aquisição de 
coisas dadas no meio” (DONGO-MONTOYA, 2009, p. 25).
 Assim, podemos dizer que para Piaget a aprendizagem decorre de uma aquisição 
de esquema a partir da experiência com o meio físico e social. Piaget (1979) ressalta que 
por um lado a maturação está baseada no processo fisiológico do ser humano, por outro 
lado que a inteligência é um estado adaptativo da ação humana. 
Figura 38: : Jean William Fritz Piaget .
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3TivOzP. Acesso em 12 Out. 2022.
Por que a psicologia da aprendizagem é tão importante na área da educação? Será que 
um aluno que teve experiências ruins com professores de matemática, pode desenvolver 
aversão a essa matéria? 
VAMOS PENSAR?
71
 A proposta piagetiana de diferenciar a inteligência da aprendizagem ocorre 
quando ele tem contato com os testes de inteligência geral produzidos por Binet. Assim, 
ele decidiu primeiramente observar como ocorre a aprendizagem infantil, seu maior 
propósito era obter respostas a principal questão: qual a natureza da inteligência?
 Piaget (1979) ressalta que a experiência pela qual a criança perpassa é fator casual 
da aquisição; o conceito de aprendizagem aparece enquanto um processo que visa 
explicar a aquisição de uma nova estrutura de ação que envolve a experiência. Bem, no 
processo de aprendizagem adaptativa da criança, a fase pré-verbal ou desenvolvimento 
da inteligência sensório-motora, acaba se manifestando em três momentos:
 Os três momentos apresentados correspondem a processos que demonstram o 
verdadeiro processo de aprendizagem. 
 Assim, o nascimento da inteligência na criança decorre, em grande parte, da 
relação com o hábito, a inteligência ocorre a partir da formação de hábitos. Na vertente 
da epistemologia genética (Piaget) o hábito, responde ao processo de totalidade 
(assimilação e acomodação), ou seja, passa a estabelecer uma ligação de continuidade 
com a inteligência. 
 De acordo com Dongo-Montoya (2009) o hábito é a automatização de uma 
determinada atividade que visa preparar a criança funcionalmente para a inteligência. 
Isto quer dizer que a inteligência é a ligação de dados empíricos com os primeiros 
esquemas adquiridos: acomodação e assimilação. Veja só a imagem abaixo:
Primeiro Momento Passagem de um esquema inato para um 
esquema adquirido na forma de hábitos sen-
sório-motores.
Segundo Momento Formação da intencionalidade e da atividade 
inteligente.
Terceiro momento Criação, por parte da criança, de novos es-
quemas por meio de tentativas experimen-
tais.
Figura 39: : Acomodação e assimilação .
Fonte: Adaptado do Material Guia Curricular de Matemática, vol 1, p. 30 citado por 
Zacharias (2004) 
72
 Assim, o ponto de partida para a compreensão é de que a criança está presente 
nas necessidades que ela precisa satisfazer. Para Piaget (1979) a inteligência é o equilíbrio 
entre duas invariantes funcionais: assimilação e acomodação; para a Epistemologia 
Genética o processo de desenvolvimento da inteligência ocorre a partir da interação 
constante que ela mantém com o meio, na medida em que a assimilação passa a ser 
incorporada aos esquemas da criança; já a acomodação é o processo de transformação 
destes em função das características do objeto. 
 Outro teórico extremamente importante para compreender as questões da 
aprendizagem é Lev Semionovitch Vygotsky (1896-1934), foi psicólogo propôs a psicologia 
histórico-cultural. 
 Psicólogo bielo-russo Vygotsky faleceu aos 37 anos de idade, deixando uma farta 
sequência de anotações que contribuíram para o desenvolvimento e continuidade de 
sua obra. Sua perspectiva teórica Histórico-Cultural está assentada no materialismo 
histórico-dialético, pautando a interaçãodo homem com o meio social em que ele está 
inserido. 
 Contrapondo as ideias da época, Vygotsky compreendia que a aprendizagem não 
Assista ao vídeo Piaget por Piaget, é um filme gravado na Suíça em 1977, 
exatamente como Piaget imaginava o processo de aprendizagem da criança.
Parte 1, Disponível em: https://bit.ly/2OMlqTJ. Acesso em: 12 out. 2022.
Parte 2, Disponível em: https://bit.ly/3rRZE1X. Acesso em: 12 out. 2022.
Parte 3, Disponível em: https://bit.ly/3exJwzA. Acesso em: 12 out. 2022.
Parte 4, Disponível em: https://bit.ly/3eAGqdV. Acesso em: 12 out. 2022.
BUSQUE POR MAIS
Figura 40: : Lev Semionovitch Vygotsky .
Fonte:Disponível em: https://bit.ly/3rTVwhN. Acesso em: 12 out. 2022.
https://bit.ly/2OMlqTJ
https://bit.ly/3rRZE1X
https://bit.ly/3exJwzA
https://bit.ly/3eAGqdV
https://bit.ly/3rTVwhN
73
 Outro pesquisador que contribui para a teoria da aprendizagem é Henri Paul 
Hyacinthe Wallon (1879-1962) foi filósofo, médico, psicólogo e político francês. Os estudos 
de Wallon ressaltam que o processo de aprendizagem está envolvido com a afetividade, 
isto é: tudo aquilo que afeta, direta ou indiretamente, o sujeito. 
 De acordo com Wallon (1995), a afetividade tem papel fundamental no processo de 
constituição da inteligência humana, engloba fatores de ordem psicológica (sentimento) 
poderia ser interpretada apenas como um processo de aquisição de informações (REGO, 
2002); mas, sim, um processo interno, ativo e interpessoal. É importante destacar que 
Lev S. Vygotsky não se identificava com a concepção interacionista, construtivista ou 
sociointeracionista. Ele visava desenvolver uma concepção materialista que buscava 
recuperar os estudos da consciência – com certa influência de Sigmund Freud. 
 Para Vygotsky (1999) o meio social determina o desenvolvimento humano e isso 
ocorre a partir do processo de aprendizagem da linguagem. De acordo com Freitas 
(2000), Vygotsky concebia o homem como um ser histórico e produto das relações 
sociais, ou seja, para o psicólogo bielo-russo os fatores sociais podem moldar a mente e 
construir o psiquismo humano, na qual o signo, como produto social, terá a função de 
gerar e organizar os processos psicológicos superiores. 
 Rego (2002) ressalta que a consciência é engendrada pelo meio social, ocorrendo 
a partir das relações que o homem estabelece entre si. O método histórico-cultural 
proposto por Vygotsky passa a compreender o desenvolvimento do intelecto humano a 
partir das funções psicológicas superiores, para ele é impossível separar desenvolvimento 
e aprendizagem.
 Na visão vygotskyana o homem é um sujeito que transforma e é transformado 
pelas relações que estabelece com a natureza e com outros homens. Para ele, o 
desenvolvimento humano não decorre de fatos isolados, como ambientais, mas sim, são 
produtos de trocas que se constituem ao longo da vida. 
 De acordo com Rego (2002), o homem é um sujeito ativo que está em constante 
relação com o mundo cultural a sua volta. Para o psicólogo não existe dois polos de 
aprendizagem, isso porque para ele o homem é um ser social em sua essência, e não 
pode ser compreendido senão pelo âmbito social; por isso, é totalmente errado chamá-
lo de sociointeracionista.
 A escola de Vygotsky ressalta que as interações com a subjetividade estão marcadas 
e situada historicamente, sendo mediada por ferramentas sociais e historicamente 
produzidas, acumuladas e transmitidas pelo homem (DUARTE, 1999). O mais correto seria 
enquadrar a visão vygotskyana numa abordagem historicizada do psiquismo humano.
Figura 41: : Henri Paul Hyacinthe .
Fonte:Disponível em: https://bit.ly/3ShrAqR. Acesso em: 12 out. 2022.
74
e biológica (emoções). Os princípios da teoria walloniana ressaltam que a promoção de 
uma aprendizagem efetiva por meio das relações afetivas e cognitivas.
 Para o psicólogo francês, a afetividade tem papel primordial no processo de 
aprendizagem, já que ela está envolvida na essência humana, a aprendizagem da 
criança está impregnada de aprendizagem, desempenhando um papel primordial no 
funcionamento da inteligência. Segundo Leite (2012) e Ribeiro (2010) a afetividade tem 
grande impacto na relação professor-aluno, e quando isso ocorre o desenvolvimento 
intelectual, emocional e psíquico da criança passa a ser estruturado. 
 Um estudo de Pazzini (2004) aponta que crianças que recebem mais afetividade 
de seus professores no processo de aprendizagem tem um processo de aprendizagem 
muito mais efetivo do que aquelas que não tiveram esse envolvimento. Veja os estágios 
de desenvolvimento walloniano: 
 A partir dos estágios demarcados acima é possível compreender que o estágio em 
que a criança se encontra, a afetividade favorece o seu desenvolvimento. 
ESTÁGIO PERÍODO PREDOMINÂNCIA DO 
CONJUNTO FUNCIONAL
INDICADORES
Impulsivo 
Emocional
Do nascimento até 
1 ano de idade
Motor e afetivo • Construção do ‘eu’;
• Interação criança-meio
• Impulsividade motora
• Emocional.
Sensório-
-motor e 
projetivo
Até os 3 anos de 
idade
Cognitivo • Surgimento da marcha e 
da linguagem;
• Independência;
• Ato mental se projeta em 
atos motores;
• Função simbólica.
Personalis-
mo
Dos 3 até os 6 anos 
de idade
Afetivo • Consciência corporal;
• Utilização de pronomes;
• Oposição, sedução e imita-
ção;
• Diferenciação eu-outro/eu-
-mundo.
Categorial Dos 6 aos 11 anos 
de idade
Cognitivo • Escolha de papeis.
• Autodisciplina
• Sincretismo.
• Formação de categorias.
Puberdade 12 anos em diante Afetivo • Fortalecimento do pensa-
mento categorial.
• Ambivalência de sentimen-
tos.
• Escolha de valores morais.
• Reorganização do esque-
ma corporal.
• Atitude de dependência e 
oposição.
75
Figura 41 : David P. Ausubel. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3TmwYK5. Acesso em: 12 out. 2022.
 David P. Ausubel (1918-2008) psicólogo escolar estadunidense propõe a teoria da 
aprendizagem significativa, para ele a modificação do conhecimento ocorre a partir 
do comportamento que é externo e observável. As ideias ausubelianas caracterizam-se 
pela aprendizagem escolar, para que ela ocorra é preciso ter duas condições: a) o aluno 
precisa ter disposição para aprender; b) o conteúdo escolar a ser aprendido tem que ser 
potencialmente significativo para a experiência de cada sujeito.
 Ausubel (1992) ressalta que a organização cognitiva está assentada em 
conhecimentos de caráter conceitual, para ele a aprendizagem escolar caracteriza-se 
globalmente a partir das áreas do conhecimento. 
 É importante destacar que mapas conceituais é considerado uma técnica para 
aprendizagem significativa, pois tem por objetivo “[...] representar relações significativas 
entre conceitos na forma de proposição” (NOVAK; GOWIN, 1988, p. 35).
Os precursores da psicologia da aprendizagem são fundamentais para compreendermos 
a organização teórica e as proposições que eles fizeram para compreender o que vem a 
ser inteligência e aprendizagem. 
 O desafio aqui apresentado relaciona-se ao processo de formar professores que 
possam estimular o processo de ensino e de aprendizagem, como forma de promover 
o desenvolvimento de alunos que possam solucionar problemas cotidianos pessoais e 
sociais. Por isso, a formação de professores para atuar nessa área requer o conhecimento 
de aspectos metodológicos e ontológicos do processo educativo além de uma atitude 
transdisciplinar. 
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA APRENDIZAGEM MEMORÍSTICA
A aprendizagem significativa tem vantagens 
notáveis, pois visa promover o enriquecimen-
to da estrutura cognitiva do aluno a partir de 
lembranças anteriores, que visam possibilitar 
novas aprendizagens.
Três vantagens:
I. O conhecimento ocorre de maneira signi-
ficativa;
II. aumenta a capacidade de aprender outros 
conteúdos de maneira fácil;
III. facilita a aprendizagem seguinte
4.3 PENSAMENTO ECOSSISTÊMICO E TRANSDISCIPLINAR
https://bit.ly/3TmwYK5
76
 Sabemos que há requisitos legais para o exercício da docência, e estes estão 
dispostos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB n. º9394/1996;os 
requisitos legais para o exercício da docência ocorre de maneira a esperar que os 
professores tenham formação didático-pedagógica, a fim de conseguir viabilizar em 
sala de aula o processo de ensino-aprendizagem. 
 Em seu processo formativo, o professor precisa desenvolver sua prática educativa a 
fim de desenvolver habilidades e competências que irão contribuir para com o processo 
de reflexão, saber ensinar a pensar relaciona-se ao estímulo intelectual e ao pensamento 
complexo transdisciplinar. 
 De acordo com Lowman (2004) o estímulo intelectual promovido por professores 
tem duas vertentes: a) clareza de apresentação do professor; b) impacto emocional 
estimulante sobre os alunos. Por isso, é necessário promover relacionamentos interpessoais 
no processo de ensino e aprendizagem, como forma do docente compreender como 
ocorre os fenômenos interpessoais de comunicação com os estudantes. 
 A função docente deve ser a de plantar em seus alunos a consciência-crítica para 
que possa desenvolver sujeitos revolucionários que tenham saberes fundamentais para 
expressas as potencialidades existentes na sociedade que está inserido. 
 Assim, com a relação do binômio intelectual e interpessoal, verificamos que 
promovem um impacto estimulante e comunicativo na vida dos estudantes, o que 
necessariamente pode ter relação com o pensamento ecossistêmico, já que passa a 
reconhecer as interações mútuas existentes e simultâneas entre aprendizes, docentes e o 
contexto social. Ressaltamos que para esse acontecimento, é necessário termos a figura 
do bom professor, aquele que propõe estudos oportunos, mediante as possibilidades 
de construção relacional e aplicação de teorias. Vejamos no quadro abaixo as questões 
norteadoras para compreendermos a prática pedagógico do pensamento ecossistêmico:
 Essas ideias permitem compreendermos a educação como algo complexo que 
reconhece o sujeito como sistêmico. Mediante as contraposições da educação líquida 
e sólida, compreender os desafios para a educação nesta sociedade é essencial (NEVES 
JÚNIOR, 2021).
 Portanto, devemos entender o pensamento ecossistêmico a partir da 
transdisciplinaridade, pois permite compreender teorias e fundamentos a partir do 
pensamento complexo. O pensamento ecossistêmico passa a reconhecer as interações 
simultâneas entre as crianças, pois passa a reconhecer a existência de um dinamismo 
entre os demais indivíduos, além de compreender que dentro dessa dinâmica está 
envolvido a cultura, as crenças, as organizações e o modo de pensar de cada sujeito. 
 Como ancora teórica para esse paradigma, temos dimensões que são importantes 
serem compreendidas, vejamos:
Perspectiva Questão norteadora
Teórica Quais os pressupostos do pensamento sistê-
mico?
Empírica Como evidenciar bons professores que esti-
mulam a aprendizagem?
Nova Compreensão Quais desafios do pensamento sistêmico 
pode contribuir para a formação docente?
77
Dimensão Paradigma Ecossistêmico
Ontológico a. Realidade dinâmica, difusa, relacional, 
indeterminada e não linear.
b. Realidade da unidade.
c. Realidade construída.
d. Diferentes níveis de realidade.
e. Complexidade constitutiva da realida-
de.
f. Realidade da unidade global.
Epistemológico a. Base: construtivista e interacionista.
b. Conhecimento biopsicosociogenese.
c. Sujeito e objeto indissociáveis.
d. Interrelação e auto-organização.
Metodológico a. Predominância de métodos qualitati-
vos.
b. Método apoiado na causalidade.
c. Multimétodos.
d. Método transdisciplinar.
 Entre outros fatores, podemos destacar que os elementos que evidenciam 
a importância do professor desenvolver uma propriedade sistêmica que envolva: 
pensamento, percepção, realidade, ambiente e natureza humana. Esses elementos irão 
contribuir para a compreensão do pensamento ecossistêmico vinculado a educação. 
Veja a imagem que compõe esse pensamento.
 Assim, podemos destacar que o pensamento ecossistêmico não ocorre sem que 
haja atitudes transdisciplinares, é necessário que haja capacidade para se reconhecer 
na multiplicidade do real os desafios que envolvem a epistemologia, sabemos que 
não existe um único caminho para adquirimos conhecimento. Por isso é fundamental 
educarmos a partir da convivência e de atividades que possam estar relacionadas com 
as condições objetivas das crianças.
Figura 42: Pensamento Ecossistêmico. 
Fonte: Elaborado por Neves Júnio, (2021).
78
Após os estudos do material didático, acesse o link para leitura do artigo sobre 
a influência da perspectiva de Vygotsky na educação.
Autores: Luana Coelho e Silene Pisoni
Disponível em: https://bit.ly/3EJGsLk. Acesso em 12 out. 2022.
BUSQUE POR MAIS
https://bit.ly/3EJGsLk
79
FIXANDO O CONTEÚDO
1. A psicologia da aprendizagem faz parte de uma área que visa estudar os processos 
que envolvem a inteligência humana. Assim, podemos afirmar que a psicologia da 
aprendizagem é:
a) Promover a apropriação das características humanas como forma de contribuir na 
formação motora dos sujeitos.
b) A formação de habilidades e competências dos seres humanos que se consolidam a 
partir das interações sociais.
c) Um campo de estudo que se ocupa da complexidade do pensar a partir da interação 
com o meio social.
d) Uma forma de pensar a partir de conhecimentos já existentes e que passam a ser 
apropriados pela criança.
e) Área da Psicologia que estuda apenas a capacidade motora e as funções intelectuais 
da criança.
2. A psicologia da educação visa fornecer ao educador ferramentas que possam auxiliar os 
alunos com suas dificuldades e problemas de aprendizagem. Sendo assim, a psicologia 
da educação tem por objetivo:
a) Compreender a criança como um sujeito concreto e não ideal e abstrato.
b) Compreender o aluno em meio as suas relações antagônicas.
c) Compreender as necessidades e características individuais da criança.
d) Mostrar ao docente que seu processo de ensino deve corresponder as necessidades 
e aspirações dos alunos.
e) Auxiliar o professor em como é o funcionamento do processo de aprendizagem do 
aluno.
3. Assinale a alternativa correta.
O condicionamento operante deve ser compreendido como aumento das probabilidades 
de respostas de um indivíduo em um determinando ambiente, isso deve-se:
a) Supressão de gratificação.
b) Supressão de extinção.
c) Punição à resposta.
d) Reforço da resposta.
e) Associação com outros estímulos.
4. Compreendemos o behaviorismo como uma perspectiva teórica que objetiva realizar 
estudos da psicologia por meio da observação e do comportamento do indivíduo. Assim, 
assinale V (verdadeiro) ou F (falso) nas proposições a seguir.
( ) a concepção inatista, ressalta que os eventos que acontecem após o nascimento da 
criança são fundamentais para o desenvolvimento.
( ) a concepção ambientalista, ressalta que o professor é aquele que sabe tudo e o aluno 
80
é mero expectador.
( ) a concepção ambientalista promove a valorização das experiências em grupo.
( ) o homem se forma por meio do agir e do ser, seu comportamento desenvolve-se 
exclusivamente para o desenvolvimento.
a) F – F – F – V.
b) V – V- V- V.
c) F – V – V – F.
d) V – V- V – F.
e) V – F – V – F. 
5. A perspectiva teórica de Piaget passa a defender que o indivíduo acaba se desenvolvendo 
por meio da ação sobre o meio em que está inserido. Sendo assim, assinale a alternativa 
correta:
a) Piaget pode ser considerado o pai do construtivismo.
b) Piaget pode ser considerado sociointeracionista.
c) Piaget pode ser considerado interacionista.
d) Piaget pode ser considerado ambientalista.
e) Piaget pode ser considerado histórico-cultural.
6. A psicologia da aprendizagem trabalha com perspectivas que estejam relacionadas 
ao desenvolvimento cognitivo do sujeito, no que tange a teoria piagetiana podemos 
dizer que, envolve:
a) Operação concreta; função simbólica; linguagem oral e pensamento abstrato.
b) Período sensório-motor e manifestação do pensamento.
c) Pré-operatório, coordenação motora de cunho hereditário.
d) Período das operações formais, pensamento hipotético.e) Período das necessidades e capacidade de abstração.
7. A epistemologia genética visa defender que o indivíduo passe por diversas etapas do 
desenvolvimento ao longo da vida, baseia-se na observação e sobreposição do que se 
chama de equilíbrio entre assimilação e acomodação. Dessa maneira, podemos assinalar 
como incorreto?
a) O processo de evolução do conhecimento se constitui como algo contínuo.
b) O processo de evolução do conhecimento é construído a partir da interação do sujeito 
com o meio físico e social.
c) O desenvolvimento psíquico é algo orgânico.
d) O desenvolvimento humano tem estágio que permeiam o campo cognitivo e afetivo 
da criança.
e) A inteligência humana é permeada de movimentos que são constantes e ocorrem em 
oportunidades que são oferecidas no ambiente.
81
8. A partir do que foi estudado na unidade 4, analise as assertivas abaixo:
I. Vygotsky discorda totalmente da visão piagetiana, para ele a criança já nasce no meio 
social.
II. Vygotsky privilegia a maturação biológica, já Piaget o ambiente social.
III. Vygotsky enfatiza que o pensamento vem antes da linguagem, para ele há 
interdependência entre pensar e falar.
IV. Piaget ressalta que o pensamento e a linguagem são interdependentes.
Assinale a sequência correta:
a) I e III.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I e II.
e) Apenas a IV.
82
PLASTICIDADE 
CEREBRAL 
E APRENDIZAGEM
83
5.1 CONTRIBUIÇÕES DA NEUROCIÊNCIA PARA A EDUCAÇÃO
 Nessa unidade vamos tratar de questões ligadas à neurociência, tendo em vista 
que é um componente que agrupa neurologia, psicologia e biologia. A neurociência vai 
estudar questões ligadas ao sistema nervoso, apresentando as relações entre corpo e 
ambiente no comportamento apresentado pelo indivíduo.
 Assim é importante apresentarmos como a neurociência pode auxiliar na 
compreensão da educação e como a neurociência pode tornar-se uma grande aliada 
do docente, contribuindo na identificação de que o sujeito é um ser único, que constitui 
relações sociais, aprendizagem e tem propriedade psicológicas.
Iniciamos nossas discussões com uma citação de Hipócrates, acerca das doenças 
sagradas (século IX a.C).
 Assim, como retrata Hipócrates, a natureza humana é curiosa sobre tudo o que 
ronda as expectativas do homem, e dessa mesma linha de pensamento questionamos: 
porque algumas coisas são mais prazerosas que outras? Porque nossos movimentos nos 
levam a ter pensamentos, lembranças e esquecimentos? 
 Os mistérios que rondam o cérebro humano começam a ser apresentados por 
pesquisadores da área das neurociências. De acordo com Bear (2002) a neurociência 
é uma etimologia relativamente nova na sociedade, porém, os estudos que envolvem 
o cérebro não são tão jovens assim. Dentro da perspectiva histórica, as ciências que 
envolvem o estudo do sistema nervoso, envolvem diversas áreas do conhecimento como: 
medicina, biologia, física, química e matemática.
 Para Bear (2002) a neurociência surge quando os cientistas percebem que 
para entender a função cerebral era preciso haver interdisciplinaridade, combinando 
abordagens tradicionais, a fim de, produzir uma nova síntese, uma nova perspectiva. 
Aluno e aluna vocês já devem conhecer o sistema nervoso, que é composto por cérebro, 
medula espinhal e os nervos.
O homem deve saber que nenhum outro lugar, mas do 
encéfalo vem a alegria, o prazer, o riso e a diversão, o 
pesar, o ressentimento, o desânimo e a lamentação. E 
por isto de uma maneira especial, adquirimos sabedoria 
e conhecimento, e enxergamos e ouvimos e sabemos 
o que é justo e injusto, o que é bom e o que é ruim, o 
que é doce e o que é amargo...E pelo mesmo órgão tor-
namo-nos loucos e delirantes, e medos e terrores nos 
assombram...todas estas coisas suportamos do encéfalo 
quando não está safio...neste sentido sou da opinião de 
que o encéfalo exerce o maior poder sobre o homem.
84
 A imagem acima representa muito bem como o sistema nervoso é constituído. 
O cérebro é formado por dois hemisférios telencéfalo e diencéfalo. Pode-se dizer que 
eles são unidos pelo corpo caloso, esta parte é uma estrutura que tem diversas fibras 
nervosas. Para Bear (2002) em cada uma dessas regiões citadas existem divisões de áreas 
que são articuladas por sulcos profundos como: os lobos frontais, parietais, temporais e 
occipitais. Cada sulco coordena uma função específica, como por exemplo: a audição 
que está diretamente ligada aos lobos temporais.
 Já a medula espinhal está localizada nas nossas vertebras. No que tange o cérebro 
e cerebelo, a conhecida como camada cinzenta da medula, encontra-se em uma camada 
mais interna. Essa camada branca é quem irá receber as informações por primeiro e 
posteriormente encaminhará para o cérebro. As informações recebidas ao passarem 
pela massa cinzenta, são encaminhadas às regiões específicas. Lembrando também 
que a medula é responsável por reflexos rápidos em respostas a situações emergenciais, 
como por exemplo, retirar a mão rapidamente do ferro de passar quente. Todas essas 
ações acontecem, devido que nessa região temos mais ou menos 31 nervos espinhais; 
dessa forma o cerebelo passa a coordenar os movimentos do corpo humano e a postura 
corporal, auxiliando na manutenção de nosso equilíbrio e permitindo que possamos 
fazer tarefas como andar de bicicleta; tudo isso só é possível porque o cerebelo recebe 
informações do encéfalo e da medula espinhal, devemos lembrar que o encéfalo é 
composto de cérebro, cerebelo e tronco encefálico, em que este último se forma pelo 
mesencéfalo, ponte e bulbo raquidiano (BEAR, 2002).
Figura 43: sistema nervoso humano. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3CrkBFK. Acesso em: 12 out. 2022.
Figura 44: Partes Internas Principais do Cérebro. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3rUDU5l. Acesso em: 12 out. 2022.
https://bit.ly/3CrkBFK
85
 Tudo o que apresentamos acima são elementos fundamentais para a vida humana 
e lhe permitem mover-se, sentir e pensar. E como podemos dizer que essa ideia surgiu?
 Segundo cientistas e historiadores, até mesmo nossos ancestrais que viviam na 
era pré-histórica compreendiam que o encéfalo era essencial para a vida. Bear (2002) 
retrata que alguns registros daquele momento pré-histórico demonstram que os crânios 
encontrados de hominídeos, que são datados de milhões de anos atrás, também têm 
sinais de lesões fatais que foram proferidas por outros hominídeos.
 Já na Grécia Antiga por volta do século IV a.C, Hipócrates (469-379 a.C), considerado 
o pai da medicina, disse que acreditava que o cérebro não estava apenas sentindo 
sensações, mas, também tinha sede de inteligências. Porém, essa visão disseminada 
por Bear (2002) não era totalmente aceita pela sociedade daquele período. Aristóteles 
(384-322 a.C) promulgava o contrário, o filósofo grego, dizia que o coração era o centro 
do intelecto, mas e aí o que Aristóteles pensava sobre o cérebro? O filósofo dizia que o 
encéfalo servia como um mecanismo para esfriar o sangue e era aquecido pelo coração, 
daí surge a ideia de que o temperamento racional do ser humano, explicava-se pela sua 
auto capacidade de esfriar o sangue superaquecido pelo encéfalo.
 Já no período romano, a figura mais importante dessa constituição do encéfalo é o 
médico grego Galeno (130 – 200 d. C), que concordava com as afirmações de Hipócrates 
sobre os encéfalos. Bear (2002) retrata que Galeno era médico dos gladiadores, e 
testemunhou as consequências graves de lesões cerebrais e da medula espinhal quando 
havia luta, e sua afirmação foi confirmada após dissecar diversos animais. Galeno sugeriu 
que o cérebro era o destinatário das sensações e o cerebelo devia mandar nos músculos, 
para o escritor e médico, o cerebelo era responsável pelo controle motor do homem, e 
que o cérebro se torna um repositor da memória.
 Para Bear (2002) a história vem demonstrando claramente que para 
Figura 45: Crânios humanos. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3g9F3Do. Acesso em: 12 out. 2022.
A neurociência procura estudar de que forma, por exemplo, as nossasvivências e 
experiências e a idade, modificam os circuitos neurais e interferem no desenvolvimento 
mental. A inteligência, o raciocínio, a capacidade de sentir, sonhar, de tomada de decisões, 
a capacidade de comandar o corpo e literalmente todo e qualquer movimento.
FONTE: LENT, Roberto. Neurociência da mente e do comportamento. São Paulo: Editora 
LAB, 2008.
FIQUE ATENTO
86
compreendermos o funcionamento do cérebro, é um desafio a ser empreendido cada 
vez mais. Como forma de apreender todas as funções cerebrais, os neurocientistas 
‘dissecaram’ o cérebro ‘cortando-o’ em pequenas partes para que se pudesse realizar 
uma análise sistemática e experimental. Essa forma de análise é chama de abordagem 
reducionista, assim os neurocientistas estudam conforme a complexidade do objeto, 
nos seguintes níveis: molecular, celular, sistema, comportamental e cognitivo.
 O cérebro já foi visto como a porção mais complexa do universo, o encéfalo consiste 
em uma fantástica variedade de moléculas, muitas são exclusivas do sistema nervoso 
central. Podemos dizer que tais moléculas têm diferentes papeis para o funcionamento 
do cérebro, são mensageiros neurais que vão permitir a comunicação uns com outros 
(BEAR, 2002).
 Outro nível de análise que acontece dentro das neurociências celulares, esse 
estufo enfoca o estudo de como as moléculas mais trabalham para disponibilizar aos 
neurônios suas propriedades especiais (BEAR, 2002). Dentre essa perspectiva há outras 
análises como o de sistemas, constelações de neurônios formam circuitos complexos 
que acabam realizando determinada função como a visão, por exemplo. De acordo com 
Bear (2002) pode-se dizer que a visão, tem seus próprios circuitos dentro do cérebro.
 Já nas questões que envolvem as análises comportamentais há diversos 
questionamentos como: qual a responsabilidade do sistema neural? No que tange a 
questão das neurociências cognitivas, provavelmente o maior desafio a se empreender 
são os mecanismos neurais que são responsáveis pela atividade mental superior do 
homem, como por exemplo: consciência, imaginação e linguagem (BEAR, 2002).
 É importante destacar que os distúrbios e transtornos do sistema nervoso, tem 
um custo muito grande para a ciência, já que muitos dos transtornos afetam o sistema 
nervoso e o impacto é demasiadamente grande para o desenvolvimento saudável da 
pessoa. 
 A doença de Parkinson e Alzheimer é caracterizada por uma progressiva 
degeneração de neurônios específicos no encéfalo. Bear (2002) retrata que o mal de 
Parkinson, acaba resultando em uma dificuldade dos movimentos involuntários, 
afetando muitas pessoas ao redor do mundo. Já a doença de Alzheimer acaba levando o 
indivíduo a demência, pode-se dizer que é um estado de confusão mental caracterizado 
pela perda da capacidade de aprender novas informações e de recordar conhecimentos 
previamente adquiridos.
 No que tange a depressão e a esquizofrenia, podemos dizer que são transtornos 
do humor e do pensamento. Bear (2002) caracteriza que a depressão é constituída por 
sentimentos de derrota, baixa autoestima e culpa, sendo ela a principal responsável 
por suicídios ao redor do mundo; já a esquizofrenia é um transtorno da personalidade 
caracterizado por alucinações, delírios e comportamentos bizarros, ela inicia-se na idade 
adulta e perdura por toda a vida.
 Outra doença que pode prejudicar o desenvolvimento cerebral é o Acidente 
Vascular Cerebral (AVC), o popular derrame, essa se torna a terceira causa de morte na 
sociedade; as vítimas que sofrem derrame e que não morrem, muito provavelmente 
terão sequelas, que são principalmente no desenvolvimento motor e físico.
5.2 AS BASES NEUROBIOLÓGICAS E A PLASTICIDADE 
CEREBRAL NA APRENDIZAGEM
87
Título: Cisne Negro
Gênero: Drama
Elenco: Natalie Portman
Ano: 2010.
Sinopse: Apoiada pela mãe, uma bailarina aposentada, Nina (Natalie 
Portman) se dedica totalmente à companhia de dança de balé da qual faz 
parte. A grande oportunidade desta jovem surge quando o diretor artístico 
Thomas Leroy (Vicent Cassel) procura por uma dançarina para protagonizar 
O Lago dos Cisnes. Lily (Mila Kunis) tem toda a aptidão para a sensualidade 
do Cisne Negro, enquanto Nina se mostra ideal para viver o Cisne Branco, 
inocente e gracioso. Nesta disputa, Nina passa a conhecer melhor o seu lado 
sombrio, e este autoconhecimento pode ser destrutivo.com uma faca que 
levava consigo. Disponível em: https://bit.ly/3gdmkHq. Acesso em: 12 out. 2022.
BUSQUE POR MAIS
5.2 AS BASES NEUROBIOLÓGICAS E A PLASTICIDADE 
CEREBRAL NA APRENDIZAGEM
 A anatomia cerebral do ser humano é basicamente semelhante, pois nascemos com 
praticamente uma quantidade de neurônios específica. Há alguns anos pesquisadores, 
imaginavam que as degenerações neurais aconteciam ao longo de nossas vidas e era 
irremediável. No entanto, estudos mais recentes comprovam que algo de extraordinário 
ocorre em nosso sistema nervoso; as células que eram analisadas apenas como 
encaminhar nutrição e sustentação para os neurônios, chamadas de gliócitos, acabaram 
se tornando o foco da atenção de pesquisadores por proporcionarem que essas células 
se transformem em neurônios em caso de necessidade, sobretudo em áreas cerebrais 
relacionadas à memória.
Mas e o que é o neurônio?
https://bit.ly/3gdmkHq
88
 Outra descoberta interessante é que, além da possibilidade de transformação dos 
gliócitos, ocorre também em nosso cérebro o nascimento de novos neurônios e estamos 
falando em pessoas adultas. O que mais nos chama à atenção nesse momento é que o 
‘nascimento’ desses neurônios ocorrem-no bulbo olfatório, que recebe sinais do nariz e 
no nosso hipocampo. 
 Para alguns neurocientistas a memória está relacionada com a aprendizagem. 
Antes mesmo de nosso nascimento, enquanto somos embriões na barriga das mães, os 
neurônios vão desenvolvimento os filamentos, que são parte de seu corpo central. Essa 
construção constitui os circuitos neurais, ações que permitem as ações involuntárias de 
nosso organismo, como: respiração, batimentos cardíacos, mobilidade intestinal etc. E 
assim durante toda nossa vida, os circuitos neurais continuaram a se desenvolver.
 Quando as sinapses acontecem algumas situações devem ser evidenciadas 
segundo Houzel (2002): 1) os neurônios começam a se degenerar a partir da infância; 
2) quando muitos neurônios morrem na infância, menor será a quantidade deles no 
período adulto; 3) o número de conexões no cérebro infantil é maior que no cérebro 
adulto. Como explicarmos essas relações?
 Bem, as sinapses ocorrem basicamente de duas maneiras, a primeira é por 
superprodução e perda seletiva, ou seja, o sistema nervoso estabelece um número 
muito grande de conexões e, por meio de experiências de vida, seleciona aquelas que se 
mostraram mais apropriadas, removendo as outras. O segundo momento é na formação 
das sinapses, ao contrário do primeiro passo, esse momento ocorre durante toda a vida 
do ser humano, especialmente na vida adulta.
 A memória é uma das funções psicológicas superiores de nosso cérebro, portanto é 
Figura 46: Neurônio. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3yG1wyq. Acesso em: 12 out. 2022.
Sinapses são o contato das terminações nervosas (axônios) com os dendritos. O contato 
físico não existe realmente, pois mesmo estando próximas, há um espaço entre as 
estruturas, que são chamadas de fenda sináptica. Já os axônios liberam substâncias, 
conhecido como neurotransmissores, que atravessam a fenda e acabam estimulando 
receptores nos dendritos e assim conseguem transmitir impulso nervoso de um neurônio 
a outro (BEAR, 2002, p. 107).
FIQUE ATENTO
https://bit.ly/3yG1wyq
89
uma função inteligente, pois ela irá proporcionar aos seres humanos que eles aproveitem 
as experiências anteriores de sua vida, a fim de, adquirir novas habilidades e resoluções 
de problemas em seu cotidiano.
 Para Lent (2001) é impossível concebermos a atividade humana, sem o papel ativo 
da memória. Sem a memória para o autor, seria necessário aprender todos os diasa 
realizar as mesmas tarefas como, por exemplo: andar, falar, ler, reconhecer pessoas e 
objetos. Os seres humanos possuem uma memória motora, o qual realiza movimentos 
sem a necessidade de se ‘pensar’ para fazer. São ações adquiridas pela memória de 
longo prazo.
 Izquierdo (2006) retrata que somos aquilo que lembramos, e somos aquilo que 
resolvemos esquecer, pois o esquecimento é um processo ativo e prático da memória, 
um fator que atende a uma demanda psicoafetiva. Luria (1998) apresenta que a memória 
comporta a história intrapsíquica de nossa vida, sendo ela formada por milhões 
de experiências ao longo de nossa vida, sensações com prazer, dor, tristeza, medo, 
tranquilidade, ansiedade, angústia, raiva; são sensações que vão se acumulando em 
nossa memória desde nossa vida intrauterina. 
 Assim, podemos dizer que a memória está presente em nossa construção de vida, 
pois está inserida em todas as nossas atividades, sejam elas mentais, motoras, afetivas 
e sociais; evidenciando que o conhecimento necessário para a sobrevivência humana 
ocorre pela memória também. Para Izquierdo (2006) quando falamos de memória 
estamos falando de um mecanismo complexo que é baseado no seguinte tripé: aquisição, 
armazenamento e evocação.
Figura 47: Pensametos. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3CCmsr9. Acesso em: 12 out. 2022.
Figura 48: Aquisição Armazenamento e evocação. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3evCXgK. Acesso em: 12 out. 2022.
90
 Durante muitos séculos a ideia de que a memória era uma função unitária, rondou 
os neurocientistas, atualmente sabemos que a memória se relaciona a mecanismos 
específicos. É importante ressaltar que estudos direcionados à memória ganhou 
destaque no século XX, após pesquisas sobre o comportamento, feitas pelo psicólogo 
Skinner, conhecida como a teoria do behaviorismo.
 De acordo com Luria (1998) as problemáticas relacionadas à memória estão 
direcionadas aos progressos na área da neurociência e as teorias sobre o cérebro e sua 
estrutura fisiológica e bioquímica.
 A memória de curto prazo ela funciona como um gerente, verificando as 
informações disponibilizadas e se essas valem a pena serem armazenadas. E esse tipo 
de memória é processado pelo córtex pré-frontal; isso ocorre porque a memória precisa 
verificar se as informações dadas são úteis para o indivíduo. Izquierdo (2006) discute que 
a memória de curta duração é uma das etapas de memória de longa duração. 
 Para Cury (2002) a memória apresenta duas áreas, a central e a existencial; a primeira 
é o uso contínuo da memória, já a segundo é onde está guardado nossos segredos; em 
tempo é necessário ressaltar que essas duas áreas estão interligadas.
 De acordo com Lent (2001) a consolidação da memória ocorre nas estruturas 
mentais superiores e dura de 3 a 8 horas, e que durante esse período a memória vai 
sofrendo influências de outras memórias que estão ‘guardadas’, de fatores internos e 
externos. Ainda para o autor supracitado, as funções nervosas podem ser moduladas, 
ou seja, fortalecidas ou enfraquecidas, dependendo da atuação de fatores internos ou 
externos.
 Assim, a formação da memória é bastante complexa, pois o nosso cérebro possui 
mecanismos próprios para armazenar informações que poderão ser uteis ao homem no 
futuro e até mesmo deixar ‘passar’ informações desnecessárias.
 Para Valle (2004) as experiências que vivemos são selecionadas, a partir de memórias 
já existentes e essas experiências são retidas por um período apropriado. Dessa forma a 
recordação irá acontecer a partir do acontecimento, pois irá estimular a lembrança de 
“[...] memórias adequadas e que já estão armazenadas e toda vez que essa memória for 
recordada sofrerá uma leve alteração para acomodar uma nova informação, porém essa 
alteração, ainda que leve, criará memórias falsas” (VALLE, 2004, p. 61).
 Outra forma de construção de memória é a repetição, Izquierdo (2009, p. 37) 
afirma que “[...] a repetição reforça a memória, provavelmente recrutando cada vez mais 
circuitos nervosos para reforçar o armazenamento”. Em face, é isso que se faz com que 
as memórias se fixem em determinadas ações, principalmente a atenção que damos a 
situações e ao valor emocionado que depositamos.
Nome do livro: Neurociência da mente e do comportamento.
Editora: Guanabara Koogan
Autor: Roberto Lent
ISBN: 9788527713795 
Todo psicólogo, psiquiatra, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, neurologista ou 
pedagogo precisa saber qual é a resposta para esta pergunta. Se for esse o seu 
caso, você a encontrará neste livro. Cuidadosamente organizado, esta obra, 
BUSQUE POR MAIS
91
 As estruturas relacionadas às emoções vêm sendo compreendidas em uma 
organização em rede, segundo Antônio et.al. (2008) tais sistemas dependem da 
integração de componentes não hierárquicos, como podemos ver na imagem abaixo.
 Para Papez (1937) as estruturas que compõe esse campo são: o giro do cíngulo – 
essa estrutura está relacionada à depressão, à ansiedade e à agressividade, observando-
se nos humanos uma certa lentidão mental em caso de lesão nessa estrutura; o giro 
para-hipocampo é apresentado com relações de armazenamento da memória, quando 
há lesão nesse campo podem produzir amnésia; hipotálamo essa estrutura induz a sede, 
a fome e ao nível geral de atividade animal levando o homem a fúria e a raiva; tálamo essa 
função é conhecida por dispor a sensibilidade, motricidade, comportamento emocional 
e ativação do córtex cerebral; hipocampo relaciona-se ao comportamento e a memória; 
amígdala só é ativada em situações marcantes que tem algum significado emocional, 
como encontros agressivos ou de natureza sexual; o septo está relacionado a raiva; a área 
pré-frontal é considerada a parte da personalidade; e por fim e não menos importante 
temos o cerebelo tem funções amplas e puramente motoras que acaba atuando em 
diversos processos cognitivos.
 As bases neurais das emoções são consideradas primitivas e tem por finalidade 
estabelecer relações com o funcionamento cerebral, dispondo assim as sensações de 
recompensa ao homem como: prazer, satisfação, punição, desgosto, aversão; e tem sido 
muito caracterizado em um circuito encefálico como apresentado acima.
 Antônio et. Al (2008) retrata que as sensações podem ser expressas pela face 
humana, e que tais expressões sugerem a questão da recompensa. A dopamina tem 
sido fundamental para exibir os efeitos de recompensa, os neurônios utilizam-se desse 
mediador químico para dar a sensação de prazer ao homem.
 Meneses (2004) aborda que emoções são sistemas complexos que implicam de 
recursos psicológicos e neurofisiológicos para acontecer. Para o autor, a capacidade 
de agir emocionalmente é a capacidade de distinguir entre situações que podem ser 
ameaçadoras ou benéficas ao ser humano.
escrita pelos mais conceituados especialistas brasileiros em Neurociências, abrange os 
sistemas sensoriais, motores, cognitivos e emocionais. O aspecto gráfico também mereceu 
atenção especial. Dezenas de primorosas ilustrações coloridas contribuem para tornar os 
assuntos ainda mais claros, e o desenho das páginas foi planejado para proporcionar 
uma leitura fácil e agradável. Essas características fazem de Neurociência da Mente e do 
Comportamento o melhor texto já publicado no Brasil sobre o assunto, a obra de escolha 
para quem quer conhecer o funcionamento do cérebro humano.
Figura 49: Estruturas do sistema Límbico. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3RWEqKM. Acesso em: 12 out. 2022.
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Figura 50: Funcionamento da visão. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3g7UXhI. Acesso em: 12 out. 2022.
 Assim, aluno e aluna podemos dizer que a experiência emocional é o conjunto 
de reações corporais frente a um estímulo. Ao tratarmos da perspectiva cognitiva das 
emoções propomos uma definição, de que a emoção em termos necessários e suficientes 
ocorrem em situações relacionais de relevância pessoal para o indivíduo, denominando-
se um potencial de preparação para a mudanças fisiológicas (MENESES, 2004).
 No entanto,é preciso salientar que emoções e sentimentos são processos que 
tem relações, porém são distintos. Para Damásio (1996) as emoções são alterações 
fisiológicas que ocorrem no corpo frente a determinados estímulos, já os sentimentos 
seriam a percepção subsequente dessas alterações fisiológicas associadas a sensações 
percebidas.
 Darwin (1872) apresentou em seus estudos que as emoções em homens e 
animais, eram expressadas pela face, e procurou identificar como esse padrão colaborou 
com a hipótese de que as emoções são biológicas. Essa abordagem será cada vez 
mais investigada ao longo do tempo, e comprova-se que as emoções como alegria, 
tristeza, raiva, nojo, surpresa e medo podem ser identificadas em qualquer ser humano 
independente de sua cultura.
 Para ressaltar tais questões, Damásio (1996) apresenta que há dois tipos de 
emoções as primárias e as secundárias. Segundo o autor, o organismo humano possui 
um sistema neural que vai possibilitando desde o nascimento a vivência de emoções 
mediante à estímulos direcionados. Já as emoções secundárias ocorrem a partir da 
vivência do medo quando uma pessoa é perseguida e por já ter vivido isso. Assim, o 
processo emocional pode ocorrer independente de avaliação cognitiva (DAMÀSIO, 1996).
 Dessa forma, pode-se constar que as emoções são processadas por um modelo 
neurofisiológico, ao qual chega ao cérebro por meio do tálamo sensorial (DAMÀSIO, 
1996). As emoções são organizações neurobiológicas que se tornam flexíveis, permitindo 
uma adaptação rápida ao ambiente, o que demanda que os indivíduos consigam 
aproveitar-se dela para aprendê-la dentro de um ambiente desafiador. Nesse momento 
estamos discutindo as questões que envolvem a Neurobiologia, e como o nosso cérebro 
é permeado de regiões que são cercadas por órgãos sensoriais, sendo esses responsáveis 
por traduzir os estímulos que sofremos no ambiente que estamos inseridos. 
 Um bom exemplo que podemos dar é a visão!
93
 Quando enxergamos a cor chamativa de árvores e flores, sua imagem será 
decodificada pelos nossos neurônios, em que estão localizados na retina do olho. Pois 
o tálamo é uma das regiões do diencéfalo, um importante centro nervoso localizado 
no cérebro humano. Suas principais características é que ele está localizado na região 
central e profunda do cérebro acima do hipotálamo; ele é comporto por duas massas 
neuronais; sua cor é cinza e tem formato oval e tem ligações com o córtex cerebral.
 Essas questões são importantes sabermos, pois no auxilia na compreensão de 
como o cérebro recebe as informações do ambiente. A partir dessas características 
podemos dizer que o tálamo é a porta de entrada para o pros encéfalo; mas não se 
aplica as questões sensoriais que estão ligadas ao olfato, pois a maioria das informações 
sensoriais passa pelo tálamo antes de atingir o córtex. Assim o tálamo, as absorve as 
informações dada de cada sentido, elas são projetadas em regiões específicas do córtex 
cerebral, que irá interpretar os impulsos neurais que chegam do ambiente externo 
através da visão, audição, gustação e do tato.
 Bear (2002) retrata que a maneira como percebemos o mundo é dividida em 
duas fases diferentes: a primeira é a sensação e a segunda a percepção. Devemos 
compreender que a sensação é como os órgãos dos sentidos respondem aos estímulos 
externos e como esses são transmitidos ao cérebro. Já a percepção é o processamento 
e a interpretação dos sinais sensoriais realizados pelo cérebro. O nosso cérebro processa 
sinais neurais dando ao observados os detalhes de cada objeto.
 Mas e o olho? Como ele entra nessa história?
Iniciamos esse momento falando da forma como enxergamos, assim os olhos e o cérebro 
traduzem as imagens que enxergamos em nosso dia a dia. Para Bear (2002) o processo 
visual ocorre quando a luz refletida pelas coisas que enxergamos é traduzida em impulsos 
elétricos por células existentes em nossos olhos, chamados de fotorreceptores.
 Essa tradução feita por nosso cérebro também interfere na nossa forma de 
entender o mundo visual no qual estamos inseridos. Os seres humanos normalmente 
não têm dificuldade em dizer onde inicia um objeto e termina outro, e raramente temos 
dificuldades para reconhecer objetos que estão parcialmente escondidos atrás de outros 
objetos.
Figura 51: Córtex cerebral. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3Vu9Smz. Acesso em: 12 out. 2022.
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 Vejamos a imagem acima! Quantas pernas tem o elefante?
 Depende da maneira que você olha as pernas do elefante, a forma como você 
as observa também mudará a percepção, se você o olhar fixamente para as pernas do 
animal, a impressão que teremos é que elas mudam entre as duas interpretações.
 O clássico desenho a princesa e a velha também nos ajudam a entender a nossa 
capacidade do mundo visual! Quem você viu primeiro a velha ou a princesa? 
O cérebro humano é tão fantástico que somos capazes de distinguir figura-fundo, 
onde a ilustração clássica aponta duas imagens que podem ser visualizadas, mas não 
ao mesmo tempo. Esses estímulos sensoriais vêm identificando como nosso cérebro 
trabalho e seleciona as percepções que recebemos. Assim há inúmeras maneiras pelas 
quais dispomos nossa atenção. É preciso relatar brevemente os diferentes tipos de 
atenção que nosso cérebro disponibiliza.
 Atenção Dividida: conhecida como multitarefa, é a habilidade que possuímos de 
realizar simultaneamente mais de uma atividade. Somos capazes de processar duas ou 
mais respostas ou reagir a duas ou mais demandas diferentes simultaneamente.
 Atenção Seletiva: escolhemos os estímulos aos quais queremos prestar mais 
atenção. Tempos uma capacidade ilimitada de perceber as informações sensoriais, mas 
selecionamos somente as mais importantes e acabamos ignorando as demais.
 Atenção Sustentada: a nossa concentração em uma determinada tarefa por um 
período, sem distrações (GAZZANIGA; HEATHERTON, 2005).
Figura 52: Ilusão de ótica - Elefante. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3D0a3z1. Acesso em: 12 out. 2022.
Figura 53: Ilusão de ótica - Princesa e velha. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3T7b3XI. Acesso em: 12 out. 2022.
95
 Dessa forma, podemos dizer que a nossa atenção pode ser classificada em 
diferentes categorias dependendo do uso para o qual ela é empregada.
 Buscamos apresentar como a neurociência vem discutindo o desenvolvimento 
cerebral; e como esse sistema é tão complexo (mente e cérebro). Nessas questões 
buscamos apresentar o interesse pelo corpo humano e como essa estrutura é parte 
indispensável da individualidade do sujeito. 
 Recuperamos algumas discussões a respeito do início das Neurociências e 
posteriormente como a Neurobiologia está atrelada à tais concepções. Nesse momento 
queremos retratar como a mente, o cérebro e os processos neurais estão envolvidos no 
pensamento e na aprendizagem. 
 Para Fagali (1993) há alguns anos as investigações direcionadas para a prática 
da sala de aula, não eram tão observáveis, os educadores prestavam pouca atenção ao 
trabalho dos cientistas cognitivos, hoje o trabalho mútuo, vem trazendo benefícios em 
que os professores podem verificar que as interações nas salas de aula influenciam as 
aplicações das teorias.
 Iniciamos nossas discussões com alguns questionamentos: será a neurociência 
um benefício para a educação?
 De acordo com Ledoux (1996) os conhecimentos da plasticidade neuronal, 
conseguem esclarecer a enorme capacidade de recuperação funcional do nosso 
cérebro perante a aprendizagem. Pois, “[...] a plasticidade neuronal inclui modificações 
capazes de manter o funcionamento do sistema nervoso mesmo após sofrer agressões. 
As diferenças na aprendizagem também se relacionam à neuroplasticidade” (LEDOUX, 
1996, p. 182).
 Dessa forma, podemos dizer que aprender não é absorver conteúdos, está para 
além disso, a exigência da aprendizagem compõe uma rede complexa de operações 
neurofisiológicas e neuropsicológicas, além do processo de aprendizagem depender 
da contribuição do meio ambiente. Ledoux (1996) retrataque é preciso levar em 
consideração os processos cognitivos internos de cada indivíduo, como ele concebe os 
estímulos recebidos, sua capacidade de integrar informações e processá-las.
Assim, é possível conceber que aprender exige funções cerebrais e mentais complexas, 
e que elas estão interligadas. Para Vygotsky (2008) as questões motivadoras da 
aprendizagem não se separam, pois “[...] pedagogicamente, a motivação, o envolvimento 
5.3 NEUROCIÊNCIA, EDUCAÇÃO E APRENDIZAGEM
Figura 54: Neurociência. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3VvgxwY. Acesso em: 12 out. 2022.
96
 Dessa maneira é possível observar que o amadurecimento cerebral do feto, 
está atrelado a sua capacitação mental dentro da barriga da mãe. Lembrando, aluno 
e aluna, que para que o amadurecimento do cérebro aconteça de maneira saudável, 
a suplementação alimentar é fundamental, com as vitaminas essenciais para que o 
cérebro conquiste sua formação necessária, como glicose, oxigênio e sais minerais.
 Bear (2002) salienta que para que a formação cerebral seja conquistada, alguns 
cuidados especiais devem ser atendidos, como no caso da alimentação. No entanto, 
o autor destaca que não é somente pelo aspecto alimentar que a formação cerebral 
adequada se faz, mas também, por meio do relacionamento humano, que são compostos 
por aspectos psíquicos e emocionais.
 Para a formação do cérebro, dentro do que é considerado normal, estar completa 
sua formação acontece até o quinto ano de vida da criança. Sendo esse momento 
de acordo com Piaget (1989) o momento crítico e extremamente importante na vida 
cerebral do ser humano, relata-se que nesse momento são necessárias a ingestão de 70 
a 80 gramas de proteínas diariamente.
 Para Solé e Monereo (1997) se esse esquema for violado, o cérebro da criança não 
se desenvolverá completamente. O indivíduo não terá capacidade de raciocínio lógico, 
além de apresentar dificuldades atém em pensar normalmente, terá dificuldades de 
compreensão, de aprendizado, e de relacionamento, sendo ainda um indivíduo apático 
e não participativo, não se importando com o que acontece ao seu redor.
 Solé e Monereo (1997) corrobora com a afirmação quando salienta que a desnutrição, 
Figura 55: desenvolvimento maturacional da criança dentro da barriga da mãe. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3rYIujg. Acesso em: 12 out. 2022.
do aprendiz com o professor e o conteúdo, a compreensão do funcionamento cerebral, 
são fundamentais para que se garanta uma aprendizagem ágil e eficiente” (LEDOUX, 
1996 p. 184). É possível compreender que o aprender dos seres humanos passa a ocorrer 
na vida intrauterina.
 O amadurecimento biológico do cérebro, no desenvolvimento intrauterino, é 
acompanhado da progressiva organização de seus neurônios, essa reorganização 
acontece concomitantemente com o desenvolvimento maturacional da criança dentro 
da barriga da mãe.
97
nos primeiros anos de vida do indivíduo prejudica o desenvolvimento físico, mental, a 
saúde e a sobrevivência. 
 É preciso levarmos em consideração que o crescimento é algo contínuo e 
progressivo tanto do corpo, como da questão cerebral do sujeito, as mudanças que 
ocorrem além de serem estruturais são orgânicas, e, em todos os casos estão associadas 
à multiplicação de células de desenvolvimento.
 Há diversos fatores que influenciam o desenvolvimento da criança, intrínsecos 
e extrínsecos. Os fatores intrínsecos têm a ver com a genética, já os extrínsecos são 
divididos em ambientais e nutricionais, assim, as alterações nutricionais podem alterar o 
desenvolvimento cognitivo da criança.
 Assim, a falta de nutrientes corretos afeta a mielinização da célula nervosa, o que 
acaba prejudicando a velocidade de condução dos impulsos nervosos, acarretando 
dificuldades de aprendizagem. Chaves (1975) ainda ressaltam que a mãe que durante 
a gravidez era malnutrida, no sentido de satisfazer as necessidades do feto, nos 
componentes nutritivos essenciais, acabam tendo filhos com peso abaixo do normal 
e de cérebro pequeno. Experiências médicas direcionam a diversos estudos de que há 
uma intensa relação entre peso reduzido e as dificuldades cognitivas da criança.
 Cabe-nos, portanto, mesmo que brevemente, expor um dimensionamento sobre 
as vertentes básicas que pode causar a desnutrição.
Sobram razões para se acreditar que a desnutrição gra-
ve pode reduzir, de maneira irreversível, a capacidade 
intelectual dos que são atingidos por ela, desde que 
está mais do que comprovado, através de trabalhos ex-
perimentais e observações no humano, que a má nutri-
ção durante a vida embrionária e nas primeiras etapas 
da vida, pós-natal retarda consideravelmente o desen-
volvimento encefálico, o qual passa a ter um volume 
reduzido, um menor número de células, deficiência de 
mielinização das fibras nervosas intra encefálicas: que o 
metabolismo encéfalo, especialmente o do córtice ce-
rebral, se reduz em consequência da desnutrição; que 
os fenômenos elétricos, os melhores indicadores da ati-
vidade nervosa, se alteram; que os neurônios, uma vez 
evoluídos e diferenciados, não mais se reproduzem e, 
pelo contrário, podem degenerar (CHAVES, 1975, p. 82).
ORDEM VERTENTE
1º A FALTA DE NUTRIENTES ADEQUADOS, 
PODE SER A CAUSA ATUANTE DO FRACASSO 
ESCOLAR, PRINCIPALMENTE AS DE QUES-
TÕES NEUROLÓGICAS.
2° CONSIDERAM-SE AS QUESTÕES AMBIENTAIS 
(RELAÇÕES SOCIAIS E CULTURAIS) AS CAU-
SAS DO FRACASSO ESCOLAR.
98
 Chaves (1975) são muito claros ao dizer que a falta de nutrientes nos primeiros 
anos de vida da criança pode causar um sério entrave ao bom rendimento escolar. O ser 
humano é o mais complexo dos animais, e este apresenta um padrão de desenvolvimento 
totalmente diferente dos outros mamíferos. 
 O período da infância do ser humano, é prolongada, e o tempo para chegar na 
idade adulta é mais longo, pois no reino animal, muitas espécies já nascem praticamente 
independente de suas mães, onde são capazes de sobreviver por conta própria.
 A influência dos adultos, o período de permanência junto aos pais se prolonga 
até uma idade avançada: muitos adolescentes alcançam a maioridade sem atingir de 
fato a independência real. No entanto, quando apresentamos todas essas questões 
estamos apresentando que o desenvolvimento do ser humano envolve diversas 
questões que compõe a maturidade, como intelectual, social, emocional e física, estes 
são interdependentes e desenvolvem-se paralelamente. E há dois grupos que fazem 
parte desses fatores: internos e externos.
 Segundo Ferreira (1970) outra sequela que atinge a fase de desenvolvimento das 
crianças, prejudicado pela desnutrição, é o atraso da linguagem. A falta de estímulos e a 
própria falta de nutriente, faz com que a criança se comunique de maneira ineficiente e 
inadequada.
 Para Ferreira (1970) nenhum ser humano irá desenvolver-se adequadamente sem 
a promoção de suas necessidades vitais. Ainda, na família e no convívio social, muitos 
erros são cometidos no cuidado com a alimentação e até mesmo com a educação de 
crianças.
 Dessa forma, a aprendizagem está estritamente ligada ao processo de nutrição 
do homem, pois é um caminhar que permanece continuamente na vida do homem. Os 
meios sistematizados, como a escola, permitem o contato mais dinâmico com o mundo.
 Entre as questões dos fatores, falaremos primeiramente sobre os internos que 
influenciam no desenvolvimento, os mais conhecidos são hereditariedade e a maturação. 
Para Ferreira (1970) a hereditariedade consiste na herança individual, que cada criança 
recebe de seus pais ao ser concebida. Certamente, aluno e aluna, você já deve ter 
3° A DESNUTRIÇÃO TEM SIDO A CULPADA 
PELO FRACASSO ESCOLAR, CAUSADO OU 
NÃO PELOS DANOS AO SISTEMA NERVOSO 
DA CRIANÇA.
4° NÃO SE PODE ISOLAR, A QUESTÃO DA DES-
NUTRIÇÃO, SEM CONSIDERAR OS OUTROS 
FATORES PARA AS CAUSAS DO FRACASSO 
ESCOLAR.
Figura 56: Charge quaresma. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3sfrxRP. Acesso em: 12 out. 2022.
99
estudado na disciplina de Biologia, como ocorre a transmissão hereditária.Relembrando, o nosso organismo é constituído por 23 pares de cromossomos, 
e esses têm milhares de genes, que contêm características individuais. Desse modo, 
as células responsáveis pela reprodução do óvulo na mulher e o espermatozoide no 
homem, contêm apenas 23 cromossomos, sem seus pares. No momento da concepção, 
em que se reúnem espermatozoide e óvulo, os cromossomos se unem formando uma 
célula com 23 pares.
 Além do sexo, a hereditariedade irá determinar a cor dos olhos, o tipo de cabelo, 
etc. Na questão da maturação esse se torna um importante fator interno que irá 
influenciar no desenvolvimento da criança. Esse processo se constitui, Ferreira (1970) nos 
processos de mudanças do organismo que são determinados de dentro para fora, como 
o tamanho dos órgãos, a forma que assumem com o crescimento, o desenvolvimento 
de habilidades como: andar, correr, engatinhar etc. 
 É passível dizer que nenhum desses momentos acontece sem que o ambiente 
contribua para tais mudanças, “[...] se uma pessoa herda dos pais a tendência a ser alta, 
ela só vai realmente ser alta se conseguir em seu ambiente a alimentação adequada à 
realização dessa tendência (FERREIRA ,1970, p. 193). As características físicas costumam 
ter um efeito indireto sobre o comportamento da pessoa, a partir das reações sociais que 
provocam. 
 No que tange aos fatores externos, alguns grupos fazem parte dessa perspectiva 
de desenvolvimento, como: ambiente social, alimentação e preservação da natureza.
Figura 57: Hereditariedade e maturação. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3TfWzEE. Acesso em: 12 out. 2022.
AMBIENTE SOCIAL o ambiente social é colocado em primeiro 
lugar, pois, este depende da família, classe 
social e do tipo de sociedade em que o indi-
víduo nasce, a criança poderá encontrar ou 
não uma alimentação satisfatória para o seu 
desenvolvimento.
ALIMENTAÇÃO a maior parte das dificuldades na aprendiza-
gem escolar é resultante da falta de alimenta-
ção adequada.'
PRESERVAÇÃO DA 
NATUREZA
o equilíbrio ecológico é a condição indispen-
sável à sobrevivência da própria humanidade.
100
 Nossas discussões não podem se esgotar, caro aluno e aluna.
 Quando tratamos das questões da desnutrição, lembramos que elas são uma 
das causas do baixo rendimento escolar. Para Ferreira (1970) as sequelas deixadas pela 
desnutrição são de ordem física, neurológica e psicológica. Um dos diversos exemplos que 
podemos relatar sobre esse fator é o nanismo, a criança que sofre de desnutrição pode 
recuperar o ganho de peso, porém o desenvolvimento físico pode ficar comprometido. 
Assim, a deficiência nutricional de carboidratos e proteínas, podem levar a deficiência 
da secreção do hormônio do crescimento, e, consequentemente a estatura baixa.
 Ferreira (1970) ressalta que crianças que tiveram desnutrição grave durante seu 
primeiro ano de vida, mostrou alguns distúrbios de rendimento escolar como por 
exemplo: 
1º FALTA DE ATENÇÃO
2º AGITAÇÃO
3º POUCA MEMÓRIA
4º MOTIVAÇÃO ESCASSA (APATIA)
5º LABILIDADE EMOCIONAL
6º REDUÇÃO DE APTIDÕES SOCIAIS
7º ASPECTOS FÍSICOS INEXPRESSIVOS
8º QUOEFICIENTE INTELECTUAL BAIXO
 Outro fator que pode ser constatado é o desenvolvimento neuropsicomotor, no 
qual a criança deixa de amadurecer em diversas etapas, ou, as faz com certo atraso, 
como por exemplo: engatinhar, equilíbrio estático e dinâmico, etc.
 Diversos estudos têm constatado que muitas das habilidades cognitivas das 
crianças, estão presentes desde o início de sua infância. Para Piletti (1985) muito já se 
sabe que os bebês antes de aprenderem a andar, já conseguem compreender questões 
de ordem matemática, quando arrumam seus ursinhos de pelúcia por tamanho.
 Essa fase, denomina-se de fase intuitiva, que se constitui na fase inicial de 
seu desenvolvimento, pois são nesses momentos que as crianças fazem tentativas 
exploratórias com os objetos que estão disponíveis no ambiente em que estão inseridas.
 O desenvolvimento cerebral de uma criança possibilitará que responda 
prontamente aos estímulos advindos do meio ambiente, em que irá apresentar suas 
primeiras habilidades motoras, emocionais e cognitivas, além do desenvolvimento da 
linguagem verbal.
O cérebro de um bebê de 35 semanas, pesa apenas dois terços do que pesará com 39 a 
40 semanas de gestação.
FIQUE ATENTO
101
Figura 58: Etapas do Desenvolvimento Cerebral na Infância. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3gfeAEu. Acesso em: 12 out. 2022.
 Mesmo que a maioria dos neurônios já esteja formada quando a criança nasce, o 
desenvolvimento físico do cérebro não para ele continua por meio das novas conexões 
neurais que vão se estabelecendo ao longo da vida, as chamadas sinapses.
 Gazzaniga e Heatherton (2005) retratam que nos dois primeiros anos de vida da 
criança, um vasto campo de conexões neurais é formado; onde cada célula nervosa envia 
sinais a outras milhares de células, tornando assim possível a formação de centenas de 
trilhões de ligações. Isso é incrível, não é?
 Quando a criança, está em contato com novos estímulos, novas aprendizagens 
irão acontecer, o que nos leva à ideia de que tudo o que aprendemos desde o início 
de nossas vidas vai alterando nossa rede neural, ou seja, fortalecendo-a (GAZZANIGA; 
HEATHERTON, 2005). O desenvolvimento cognitivo infantil será incentivado por diversos 
tipos de interações que ocorrem com o mundo exterior. Dessa forma um ambiente 
variado, é capaz de despertar curiosidade pelo novo na criança, conduzindo sempre ao 
aprendizado. Vejamos a imagem abaixo:
 Observem a imagem acima, no item (a) acontece uma poda sináptica (representa 
menos setas) com isso acontece o fortalecimento de conexões sinápticas (adolescente e 
adultos) em que é possível verificar um aumento da espessura das setas. As imagens do 
cérebro mostram que ele está em plena ativação (áreas vermelhas) e em menor ativação 
(áreas azuis). Assim, durante a infância há uma maior expansão das áreas atividades 
(vermelhas) no cérebro, já na idade adulta poucas áreas são atividades, porém em 
diferentes regiões do cérebro humano (GAZZANIGA; HEATHERTON, 2005).
Figura 58: Etapas do Desenvolvimento Cerebral na Infância. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3gfeAEu. Acesso em: 12 out. 2022.
102
 Com o desenvolvimento e amadurecimento cerebral, os lobos frontais (que estão 
localizados nos hemisférios direito e esquerdo) passam a amadurecer de maneira mais 
lenta do que as demais regiões do cérebro; o desenvolvimento cerebral irá findar-se 
quando iniciamos nossa idade adulta.
 Dessa forma os circuitos cerebrais acabam aumentando durante o período de 
adolescência, e conforme vai amadurecendo o sistema orgânico do indivíduo novas 
capacidades cognitivas, vão se formando. Quando crianças são expostas a ambiente bem 
enriquecidos (de estímulos), que lhe propiciem maior desenvolvimento motor, cerebral 
e emocional – elas conseguem expressar com maior facilidade sua criatividade – esses 
ambientes também ativam regiões específicas do cérebro. A manutenção de atividade 
física, interações sociais auxiliam na capacidade de aprender e de memória.
 Observe a imagem abaixo, que mostra quando o cérebro é ativado por música, as 
diversas regiões cerebrais são atividades, e isso pode levar o indivíduo no sentido global 
a se emocionar, a aprender e até a memorizar. Nesse momento ocorre a comunicação 
entre diferentes áreas do cérebro. Não é magnífico?
 A música demora cerca de um centésimo de segundos para ir do ouvido ao 
centro do aparelho auditivo; quando a informação musical é processada de maneira 
hierárquica, desde o centro até às zonas supra modais (onde está colorido na imagem) 
e multimodais (pontos), a experiência musical passa a ativar diversas funções cerebrais, 
e o prazer que o indivíduo sente ao escutar uma música estimula muitas áreas do nosso 
Estudos revelam que existe uma maturação contínua no córtex pré-frontal 
durante a idade adulta, além de uma maior mielinização, o que indica mais 
axônios. Disponível em: https://bit.ly/3S4uqPD. Acesso em: 12 out.2022.
BUSQUE POR MAIS
Figura 59: Etapas do Desenvolvimento Cerebral na Infância. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3S7Bjjh. Acesso em: 12 out. 2022.
103
cérebro como: visual, cognitivo, psicomotor e emocional.
 Além do desenvolvimento cerebral da criança, ocorrer por meio da música, sua 
aprendizagem também acontecer pela observação, já que, de acordo com Gazzaniga e 
Heatherton (2005) a imitação faz parte das estratégias para se alcançar a aprendizagem. 
Segundo os autores, as bases neurais do comportamento de imitação são delimitadas, a 
partir, da existência de um grupo de neurônios no córtex pré-motor, que são chamados 
de neurônios espelho, que são ativados quando observamos outra pessoa executando 
determinada ação.
 Outro ponto que faz parte do desenvolvimento infantil é a escrita. Utilizamos nossas 
mãos na realização de um número enorme de tarefas, no entanto, nos dias atuais digitar 
tornou-se mais habitual do que escrever a mão, isso porque o uso de tecnologias tem 
feito parte do cotidiano escolar. No entanto, quando escrevemos à mão, nosso cérebro 
recebe informações de nossas ações motoras, junto com a sensação do lápis e do papel 
se tocando, que são extremamente diferentes das informações que chegam ao cérebro 
quando digitamos.
 Segundo Gazzaniga e Heatherton (2005) crianças de 7 e 12 anos escrevem mais 
palavras, de maneira mais rápida e se expressam melhor quando escrevem textos à mão, 
em comparação com aquelas que utilizam somente o teclado do computador ou celular. 
Escrever à mão faz com que áreas cerebrais sejam ativadas, por causa dos movimentos 
envolvidos nesta ação, e auxilia no reconhecimento das letras, além de se formar uma 
conexão entre a leitura e a escrita, que integra o sistema sensório-motor.
 Outras questões apresentadas a respeito desse tópico é o desenvolvimento da 
linguagem, Gazzaniga e Heatherton (2005) retratam que o início do desenvolvimento 
após o nascimento, faz com que o cérebro comece a responder seletivamente à língua 
que é exposto, ele começa a adquirir capacidades especificas como: sons do idioma e 
padrões de arranjo, isso faz com que os bebês sejam capazes de aprender a linguagem 
com mais eficiência.
104
1. Sabemos que o cérebro humano é uma estrutura fundamental para o funcionamento 
do nosso corpo. Ele é responsável pelas atividades mais essenciais de nosso organismo 
e, influencia, também, no nosso comportamento. A partir dos estudos realizados nesta 
unidade, a partir da função relatada, qual não pode ser associada ao desempenho 
cerebral?
a)Equilíbrio.
b)Memória.
c)Linguagem.
d)Consciência.
e)Comportamento Emocional.
2. A imagem acima demonstra a estrutura do cérebro humano, este órgão tem 80% da 
massa total do encéfalo. Em nossos estudos aprendemos que ele é formado por dois 
hemisférios que são unidos pelo:
a) Corpo caloso.
b) Lobo parietal.
c) Lobo occipital.
d) Giro.
e) Sulco
3. Leia atentamente o texto a seguir:
O cérebro tem a presença de regiões mais escuras que outras. Essa parte cinzenta, 
é formado por _______________, está localizada na área mais externa, já na parte mais 
interna está a__________________, onde podemos encontra milhões de feixes de axônios 
__________________.
Agora assinale a alternativa que contempla as lacunas acima.
a) Axônios, substância branca, rompidos.
b) Dendritos, sustância clara, mielinizados.
c) Corpos celulares, substância branca, mielinizados.
d) Dendritos, substância branca, rompidos.
e) Axônio, sustância clara, mielinizados.
FIXANDO O CONTEÚDO
105
4. Um motorista de aplicativo estava dirigindo em alta velocidade por uma avenida 
com velocidade permitida de até 80 km/h, no entanto, numa pequena curva ele perdeu 
o controle do carro e acabou sofrendo um acidente. Ao chegar no pronto socorro do 
hospital foi diagnosticado que ele sofreu uma isquemia cerebral no lobo frontal do 
cérebro.
A partir deste relato, o motorista poderá ter comprometimento de qual capacidade?
a) Piscar.
b) Coordenação Motora.
c) Emoções.
d) Memória.
e) Locomoção.
5. É fundamental que o Psicopedagogo tenha conhecimento acerca da natureza das 
condições tanto normais quanto patológicas do desenvolvimento neural da criança. Isso 
porque, uma boa evolução de um feto depende de alguns fatores externos, como forma 
de evitar distúrbios, deficiências mentais e doenças neurodegenerativas. Quando uma 
criança desenvolve alguns destes quadros, podemos associá-lo a:
a) Um desenvolvimento do sistema nervoso central com defeitos.
b) Carência emocional e afetiva por parte dos pais.
c) Hereditariedade na aquisição deste quadro.
d) Desenvolvimento neural precoce.
e) A má nutrição do cérebro devido a hábitos alimentares.
6. A aprendizagem humana ocorre dentro do sistema nervoso central, o órgão 
cérebro coloca nossos sentidos para trabalhar onde as informações serão processadas, 
compreendidas e armazenadas.
Assinale a alternativa que se refere a capacidade de aprendizado:
a) Motivação.
b) Atenção.
c) Emoção.
d) Plasticidade Cerebral.
e) Axônios.
 
7. Analise a imagem a seguir:
106
A partir da imagem acima nomeie, as funções cerebrais:
a) Lobo Occipital, Lobo Temporal e Lobo Parietal.
b) Hemisfério Esquerdo, Fissura Longitudinal e Hemisfério Direito.
c) Mesencéfalo, Ponto de Varólio e Cerebelo.
d) Diencéfalo, Comissura anterior e Lobo Temporal
e) Cortéx Cerebral, Sulco Cingulado e Corpo Caloso
8. É fato que os profissionais da educação têm presenciado cada vez mais crianças que 
não conseguem atingir a aprendizagem esperada; com isso surge alguns sentimentos, 
como: preocupação, incapacidade, frustração, decepção e, às vezes, aversão ao aluno. Na 
era da modernidade inúmeros especialistas tem procurado entender como as crianças 
se apropriam do saber, um desses conceitos tem sido amplamente discutido, que 
conceito é esse?
a) Dimensão motora.
b) Dimensão afetiva.
c) Plasticidade cerebral.
d) Redirecionamento social.
e) Dimensão cognitiva.
107
DIFICULDADE DE 
APRENDIZAGEM
108
 Nos últimos tempos temos presenciado no mundo escolar baixo desempenho e 
dificuldades no processo de aprendizagem formal. No entanto, essas manifestações só 
podem ser compreendidas a partir da pluralidade que compõe o processo de ensino-
aprendizagem, isso porque ele nos dá base para afirmarmos que apesar dos alunos 
terem dificuldades, não quer dizer que seja algo exclusivo dele, mas que precisam ser 
compreendidas em seu processo. 
 O processo de escolarização do aluno deve ser apreendido em toda sua 
multiplicidade de elementos que o envolve, como: sistema político, econômico, a escola, 
a proposta pedagógica, a formação de professores, as crenças, as práticas pedagógicas, 
o núcleo social e familiar, as capacidades e dificuldades dos alunos, entre outros.
 Quando falamos de dificuldade decorrente do processo de escolarização, 
precisamos compreender como essa questão tem sido abordada entre os professores. 
Estudiosos do assunto encontraram inúmeros termos que são utilizados para tratar 
dessa temática, são eles: dificuldades de aprendizagem; dificuldades na aprendizagem, 
dificuldades escolares, problemas de aprendizagem, problemas na aprendizagem, 
distúrbio de aprendizagem e transtorno de aprendizagem (CAMPOS, 1997). Bem, 
podemos verificar que há inúmeras terminologias para designar um aluno que não 
consegue aprender, tendo em vista que algumas se apresentam de forma confusa e, até 
mesmo, contraditórias (CAMPOS, 1997). 
 As definições apresentadas demonstram que não há um consenso quanto à 
definição do termo dificuldade de aprendizagem, nem no que se refere a compreensão e 
definição da sua etiologia (BUROCHOVITCH, 2001; SISTO, 2001). O foco dessa multiplicidade 
de termos reside no fato de que os alunos com dificuldade de aprendizagem de maneira 
6.1 DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM OU
 DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM?
Figura 60: Diversidade Familiar. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3EJFGOt. Acesso em: 12 out. 2022.
109
geral são muito heterogêneos (MARTIN; MARCHESI, 1996).
 Outro ponto que é bem importante destacarsobre os termos apresentados é 
que existe uma discordância entre essas terminologias, isso porque alguns profissionais 
acabam utilizando-os como sinônimos para designar o problema (CAMPOS, 1997). Existe 
sim, uma imprecisão sobre o real sentido dos termos, o que acarreta sua utilização de 
forma indiscriminada; isso ocorre, também, como uma forma de responsabilizar os 
alunos pelo seu fracasso no processo de aprendizagem (CAMPOS, 1997).
 De acordo com Corsini (1998), Ciasca e Rossini (2000) é fundamental conhecer o 
significado de ambos os termos pois há distinção em sua conotação linguística. Para os 
autores a diferença refere-se às características: orgânicas e biológicas. Veja só caro (a) 
aluno (a) o que os autores tratam: “[...]dificuldade de aprendizagem inclui qualquer tipo 
de dificuldade apresentada durante o processo de aprender, em decorrência de fatores 
variados, que vão desde causas endógenas e exógenas” (CIASCA; ROSSINI, 2002, p. 13, 
grifos nossos). Já distúrbio de aprendizagem deve ser compreendido como “[...] qualquer 
distúrbio que implica em uma perturbação na aquisição, utilização ou na habilidade 
para soluções de problemas. [...] pois envolve uma disfunção específica, geralmente 
neurológica e/ou neuropsicológica” (CIASCA; ROSSINI, 2012, p. 13, grifos nossos). Veja 
alguns sinais que podemos identificar:
 As definições mais aceitas atualmente para a área da psicopedagogia são 
apresentadas pelo National Joint Comittee of Learning Disabilities (NJCLD), que ressalta 
que o distúrbio de aprendizagem é um termo genérico e que se refere a um grupo 
heterogêneo de desordens que são manifestadas por dificuldades encontradas na 
audição, fala, escrita e raciocínio matemático (HAMMILL, 1990).
 A partir desta definição podemos compreender que há processos psicológicos 
envolvidos na aprendizagem da criança, e se eles estão alterados deve-se a uma 
disfunção neurológica; logo a condição de origem é neurológica/orgânica, já que o aluno 
apresenta falhas no funcionamento do seu sistema nervoso central (CIASCA; ROSSINI, 
2000). Dessa maneira, quando tratamos de distúrbios de aprendizagem referimo-nos 
a uma visão médica e orgânica do caso, uma vez que este possui significado restrito, já 
que tem a ver com a função neurológica.
 No que tange a dificuldade de aprendizagem, está é observável já que é vivenciada 
pelo aluno que tem dificuldade em acompanhar o ritmo de aprendizagem dos demais 
colegas. Assim, a dificuldade de aprendizagem pode ser encontrada em alunos que 
apresentam:
a) Problemas situacionais;
b) Problemas de comportamento;
c) Problemas emocionais;
d) Problemas de comunicação;
DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM
• Leitura.
• Compreensão do significado de material escrito.
• Capacidade de soletrar.
• Escrita (por exemplo, não conseguir utilizar ade-
quadamente a gramática).
• Entender a relação entre números e quantidade.
• Raciocínio matemático.
• Dificuldade de concentração.
• Dificuldade em fazer cálculos.
• Dificuldade na leitura.
• Escrita sem coerência.
• Memória fraca
• Dificuldade motora.
110
 Quando estamos em sala de aula é comum percebermos que crianças apresentam 
dificuldades na linguagem, problemas na leitura; assim como dificuldade na aquisição 
e capacidade de escrever. Imediatamente, a gente pensa que o problema está no 
professor, afinal de contas é ele quem medeia o conhecimento e as informações a serem 
transmitidas pelos alunos. Mas será que isso é verdade?
 Bom, as dificuldades encontradas pelo aluno parecem não ter fim! Então, chegou 
a hora de repensarmos as atitudes a serem tomadas e o caminho ideal para que todos 
os indivíduos se desenvolvam igualmente em suas individualidades. 
Trago algumas perguntas para a sua reflexão, caro (a) aluno (a):
• Durante sua trajetória escolar já apresentou alguma dificuldade?
• Presenciou algum colega não conseguindo avançar nas séries?
• Havia em sua turma alunos com idade/série incorreta?
 Com certeza deve ter respondido sim para alguma das questões acima. Quando há 
presença desses casos no âmbito escolar, se faz necessário que professores e familiares 
realizem uma investigação adequada. De acordo com Weiss (2003) a aprendizagem 
acontece de maneira integrada na forma de pensar, sentir, falar ou agir. 
 Assim, as dificuldades de aprendizagem acontecem de diferentes maneiras na 
sala de aula; essa dificuldade pode ser passageira ou não, fato que requer o auxílio de 
profissionais capacitados para auxiliar neste processo. 
 As dificuldades de aprendizagem, muitas vezes se concentram apenas no aluno, 
por isso é fundamental verificar o contexto sociocultural e pedagógico que ele está 
inserido. Outras vezes, esses problemas estão relacionados a fatores neurológicos, como 
já abordamos anteriormente. Por isso, é muito importante não rotular a criança que 
apresenta algum transtorno funcional, como é o caso dos deficientes que precisam de 
recursos diferentes para adquirir conhecimento.
 Um dos grandes desafios é conseguir perceber que algumas crianças tem o olhar 
diferente para o mesmo objeto, seja: texto, propaganda, revista, operação numérica ou 
situação problema. De fato, a observação tem papel crucial para encaminhar o aluno 
para receber encaminhamento pedagógicos importantes para o seu desenvolvimento. 
 É mister salientar, que as dificuldades de aprendizagem não são resultado de uma 
má alfabetização, desmotivação, condição social, econômica ou cultural; mas em alguns 
casos por alterações genéticas ou neurológicas. Observe os cinco transtornos funcionais 
específicos:
6.2 TRANSTORNOS DA LINGUAGEM: ORAL, ESCRITA E NUMÉRICA
e) Problemas físicos;
f) Problemas de visão;
g) Problemas de audição;
h) Problemas múltiplos.
Enquanto profissionais da área, precisamos entender que o termo dificuldade de 
aprendizagem não se refere a um único problema, mas uma gama deles que podem 
afetar qualquer área do desempenho estudantil (SMITH; STRINCK, 2001).
111
Figura 61: Transtornos Funcionais Específicos. 
Fonte: Elaborado pela autora, 2022.
Figura 62: Transtornos Funcionais Específicos. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3EKJKhv. Acesso em: 12 out. 2022.
 A partir do esquema acima, vamos falar do processo de leitura e o disléxico. O 
cérebro de uma pessoa disléxica apresenta alterações estruturais em relação ao cérebro 
das pessoas que não apresentam esse transtorno funcional específico; as diferenças 
encontram-se em nível celular, de conexão e anatômico. 
 Mas, afinal de contas o que é isso, Professora?
 Bem, um cérebro organizado de forma não típica que processa as informações 
por meio de caminhos diferentes, únicos e independentes. Ou seja, as pessoas com 
dislexia, não raramente, apresentam inteligência acima da média, então o que você deve 
atentar é que a dislexia não tem nada a ver com inteligência. Alguns exames de imagem 
demonstram que o cérebro dos leitores disléxicos tem diferenças em relação a estrutura 
e ao seu funcionamento, isso quer dizer que apresentam alterações cerebrais funcionais 
no hemisfério esquerdo e nas regiões frontais.
 Veja a imagens dos cérebros acima, na do lado esquerdo é de uma pessoa não 
disléxica; já o disléxico (imagem direita) utiliza a maior parte direita do cérebro e a área 
frontal do órgão. Observe abaixo, o mapa funcional do cérebro de uma pessoa disléxica.
Processo cognitivo = realização das funções estruturais da representação, ou seja, é a 
ideia que temos sobre alguma coisa ou objeto existente no mundo.
FIQUE ATENTO
https://bit.ly/3EKJKhv
112
Figura 63: Mapa funcional do cérebro de uma pessoa disléxica. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3TrbV93. Acesso em: 12 out. 2022.
Figura 64: Esquema leitura disléxo. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3CF54SS. Acesso em: 12 out. 2022.
 A imagem demonstra a criança realizando exercícios de leitura (rima e memória 
de curto prazo). Observem como o funcionamento cerebral disléxico é sobrecarregada, 
e que as demais áreas não reagem ao processo de leitura. 
 A dislexia também estárelacionada com as distorções da visão durante a leitura, 
para alguns médicos a criança com problema para realizar leituras passam a ter um 
certo deterioramento da memória visual de palavras e letras; o que alguns estudiosos 
denominam de cegueira verbal congênita. 
 De acordo com alguns especialistas consiste em acessar, pela visão, as áreas da 
linguagem falada. Assim, a partir de exames de imagem, tem sido possível provar a 
possibilidade de alterações funcionais cerebrais nos indivíduos disléxicos. 
 Não podemos deixar de falar da dislexia adquirida e a dislexia do desenvolvimento. 
A primeira está relacionada a pessoas que já tinham aprendido a ler, mas perderam esta 
habilidade devido a um acidente ou trauma; a segunda ocorro em indivíduos que ainda 
não aprenderam a ler e que não apresentam lesão cerebral, mas sim, dificuldade para 
alcançar um nível de leitura dentro do esperado para a idade. 
 Como futuros profissionais da área, devemos concentrar nossos esforços, a 
compreender como desenvolver práticas para auxiliar o indivíduo com este distúrbio. 
Para Silveira, a dislexia é um distúrbio ou incapacidade de ler eficientemente, na maioria 
dos casos a criança tem capacidade intelectual normal ou até mesmo acima da média; 
inserida; está inserido num ambiente familiar culturalmente apropriado, apresenta 
habilidade sensorial intacta e não apresenta defeitos neurológicos graves, mas na hora 
de ler e escrever a criança não se desenvolve dentro do esperado para a idade. 
https://bit.ly/3TrbV93
113
 Descrevemos abaixo alguns sinais de dislexia, fique atento (a) aos seguintes 
indicativos:
• Desempenho escolar abaixo da média em disciplinas que requerem leitura;
• Desatenção, dispersão e trocar ortográficas;
• Lentidão nas atividades de leitura e escrita;
• Dificuldade com o com de palavras e com soletração;
• Dificuldade em relação a coordenação motora fina;
• Confusão entre direita e esquerda;
• Dificuldade em associar grafema e fonema;
• Ao escrever realiza trocas, junções ou omissões de fonemas;
• Acha difícil copiar atividades;
• Tem vocabulário simples;
• Desarmonia entre desempenho e potencial cognitivo;
• Timidez excessiva;
• Leitura demorada;
• Dificuldade na elaboração de sequencias como meses do ano.
• Dificuldade em organizar tarefas;
• Dificuldade em recordar o nome e o som das letras;
Outro ponto importante a se destacar é que a criança com dislexia pode sofrer bullying 
na escola. Uma vez que seu processo de alfabetização ocorre num tempo diferente dos 
demais colegas, essa prática criminosa pode conduzir a criança a baixa autoestima, 
apatia e até mesmo depressão.
 É necessário haver cautela para identificar um disléxico, pois nem sempre leitura 
lenta, dificuldade em saber o nome e o som das letras, lentidão na hora de anotar um 
bilhete ou mesmo copiar atividades, está associado com caso de dislexia. Para que haja 
um diagnóstico exato é fundamental que a criança/adolescente passe por uma equipe 
multidisciplinar e que se estabeleça uma parceria entre os educadores e a família da 
criança. Veja dois exemplos de escrita da criança disléxica:
Bullying = é um termo em inglês que significa ameaçar/intimidar, o bullying acontece 
quando uma pessoa ou um grupo passa a agredir outrem verbalmente ou fisicamente 
de maneira repetitiva. Essa prática se caracteriza pela combinação entre intimidação e 
humilhação sobre os mais fracos, pode ocorrer em grupo ou individualmente. 
FIQUE ATENTO
114
 Observem que a escrita dos excertos acima é bem difícil de realizar a identificação, 
há troca de letras com Z por S, por exemplo. Isso ocorre, pois disléxicos tem sérias 
dificuldades em associar os sons e os nomes das letras. Assim, o diagnóstico da dislexia 
precisa acontecer por meio de avaliação histórica da criança, testes que ajudarão 
a entender como funciona a pessoa avaliada, verificando suas habilidades e suas 
deficiências. 
 O psicopedagogo deverá auxiliar o disléxico a superar suas dificuldades, 
reabilitando as áreas nas quais a criança apresenta maior dificuldade. Quando associada 
a uma equipe multidisciplinar ela irá orientar, reorientar, aplicar jogos, alfabeto móvel, 
filmes, textos dos mais diversos gêneros. 
 O psicopedagogo utilizará de métodos e estratégias adequadas a cada caso 
específico, buscando quebrar barreiras que impeçam o disléxico a ler e a escrever. É 
importante destacar, que a criança com essa dificuldade de aprendizagem tem o lado 
artístico aflorado. 
 Agora é importante falarmos da discalculia, está é uma dificuldade em fazer 
cálculos e compreender como o processo matemático ocorre. A discalculia é um 
transtorno específico de aprendizagem, definido como uma desordem neurológica 
com rendimento abaixo do esperado para a idade, e acontece em pessoas com 
inteligências consideradas normais, essa dificuldade afeta a habilidade dos indivíduos 
de compreenderem como se manipula números. 
 De acordo com Gonçalves (2011) a discalculia não é dificuldade para realizar 
cálculos complexos, mas sim a incapacidade do indivíduo lidar com operações triviais. 
Para o autor, essa questão ocorre em três campos: a) compreensão dos fatos numéricos; 
b) realização de procedimentos matemáticos; c) semântica; todos estes elementos que 
envolvem o fundamento da matemática, para a discalculia há um impedimento de 
realizar essa compreensão. Alguns pesquisadores ainda ressaltam que a maioria dos 
casos das pessoas com discalculia associa-se a dislexia. 
 Para Jacobsen (2012) a discalculia é um transtorno de aprendizagem que causa 
inúmeras dificuldades para o sujeito aprender matemática, a criança com discalculia 
Figura 65: Exemplo dislexia. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3Tw58Lh. Acesso em: 12 out. 2022.
https://bit.ly/3Tw58Lh
115
comete muitos erros na: solução de problemas verbais, na habilidade de contagem, na 
habilidade computacional e na compreensão dos números.
 Em algum momento, você já deve ter percebido que caracterizar uma criança 
com discalculia não é tarefa fácil, pois muitas têm dificuldade em tirar boas notas e até 
mesmo de fazer contas; o que pode acontecer também com a criança que não tem 
esse problema. O que é necessário identificar: a criança não consegue identificar se 
um número é maior ou menor que o outro, diferenciar quantidades, fazer sequencias 
numéricas simples, lidar com calendário, etc.
 Veja as características que podem denominar uma criança com discalcúlico: 
• Dislexia;
• Memória pobre para fatos numéricos básicos;
• Dificuldades com números, confundir sinais das quatro operações;
• Números invertidos;
• Problemas de lateralidade;
• Dificuldade de compreensão da tabuada;
• Identificação precária visual e auditiva dos numerais;
• Incapacidade de contar objetos e associar quantidades;
• Falta de senso de direção;
• Pouca habilidade para manusear compasso;
• Dificuldade em manusear calendário;
• Inabilidade em reconhecer números;
• Escassa habilidade em contar;
• Dificuldade de compreender conjuntos e quantidade;
• Dificuldade de cálculo simples;
• Dificuldade em estimar custos;
• Dificuldade em medir objetos;
• Dificuldade em resolver problemas orais, em apreender e recordar conceitos 
matemáticos, regras e fórmulas;
• Pode apresentar fobia a matemática; 
• Dificuldade em manter a contagem durante jogos;
Assim podemos entender que a discalculia é um transtorno funcional específico da 
área que afeta a habilidade do indivíduo de solucionar problemas verbais, contar e 
compreender números. Podemos identificá-la em 6 tipos: 
1) Discalculia Verbal = dificuldade para nomear quantidades matemáticas;
2) Discalculia Practognóstica = dificuldade para enumerar, comparar e multiplicar;
3) Discalculia léxica = dificuldade na leitura de símbolos matemáticos.
4) Discalculia Gráfica = dificuldade para identificar estatística.
5) Discalculia Ideognóstica = dificuldade em fazer operações mentais.
6) Discalculia Operacional = dificuldade na execução de operações e cálculos numéricos.
A discalculia também é afetada pela área terciariado hemisfério esquerdo do cérebro 
que dificulta a leitura e compreensão dos problemas verbais e de conceitos matemáticos. 
A ausência do uso do lobo frontal dificulta a realização de cálculos mentais; as áreas 
secundárias occipital-parietal dificulta a discriminação visual dos símbolos matemáticos; 
e, o lobo temporal esquerdo dificulta a memória de séries e realizações matemáticas 
116
básicas (ROMAGNOLI, 2008).
 Para Romagnoli (2018) dependendo do grau de imaturidade neurológica da 
criança, a discalculia pode ser classificada em leve, médio ou limite. 
 Chegou o momento de falarmos da distorgrafia e a disgrafia, que são transtornos 
específicos que afetam a capacidade da escrita. Ou seja, é a incapacidade de transcrever 
corretamente a linguagem oral, isso ocorre quando há trocas ortográficas e confusão 
de letras. Essa dificuldade não deve ser entendida como a diminuição da qualidade do 
traçado, mas sim a troca de grafema, desmotivação para escrever, separação indevida 
de palavras, falta de percepção e compreensão dos sinais de pontuação e acentuação.
 A distorgrafia deve ser compreendida como um transtorno da grafia, que pode 
ou não vir acompanhado da dislexia, a criança que apresenta essas características tem 
dificuldade em desenvolver habilidades ligadas à linguagem escrita. Já a disgrafia é 
quanto ela é incapaz de estruturar gramaticalmente a linguagem que usamos. Observe 
o esquema a seguir:
Figura 66:Localização do giro angular do sulco intraparietal. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3rZeR1c. Acesso em: 12 out. 2022.
Figura 67:Distorgrafia. 
Fonte: Elaborado pela autora, 2022.
Você sabia que na história tivemos alguns discalcúlicos famosos?
Como Benjamin Franklin, Thomas Edison, Hans Christian Andersen e a cantora Cher.
FIQUE ATENTO
117
 Assim, a distorgrafia deve ser compreendido como um transtorno específico da 
escrita que causa alterações na transmissão do código linguístico, especificamente 
grafemas e fonemas, regras ortográficas, confusão de letras e não se relaciona ao traçado 
da escrita. Mas, também, pode ter relação com a dificuldade de memorizar regras 
ortográficas, gênero, sintaxe e dificuldade em apreender conceitos como parágrafos, 
pontuação, acentuação, trocas como S/SS, R/RR, X/CH.
 O sujeito que apresenta distorgrafia ou disgrafia normalmente escreve textos 
pequeno, tem desinteresse pela leitura; mas é preciso ter atenção pois até o 3º ano do 
ensino fundamental a criança faz confusões e trocas de palavras, pois a associação do 
som com a escrita ainda está em desenvolvimento. Veja o exemplo de distorgrafia:
 Podemos observar no quadro a seguir, algumas características das crianças que 
apresenta distorgrafia ou disgrafia:
• Trocas auditivas;
• Consoantes surdas por sonoras (f/v, p/b, ch/j);
• Consoantes nasais por orais (na/a, en/e, in/i, on/o, um/u);
• Confusão de sílabas com tonicidade semelhante;
Fonema = é a maior unidade sonora de uma língua que estabelece contraste de significado 
para diferenciar palavras. Nem sempre a quantidade de fonemas é igual a quantidade de 
letras.
Grafema = uma unidade mínima distintiva no contexto de um sistema de escrita. Por 
exemplo, (p) e (d) são grafemas distintos no sistema de escrita português porque existem 
palavras distintas como todo e topo.
FIQUE ATENTO
Figura 68:Disotorgrafia. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3VBbQSk. Acesso em: 12 out. 2022
https://bit.ly/3VBbQSk
118
Figura 69:Disgrafia. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3eyIfZ7. Acesso em: 12 out. 2022
• Confusão de letras, trocas visuais;
• Trocas simétricas (b/d,p/q);
• Trocas semelhantes (e/a, b/h, f/t);
• Confusão de palavras com configurações semelhantes;
• Uso de palavras como um mesmo som para várias letras: casa/caza, azar/asar, exame/
exame;
• Hipersegmentação como: girassol/gira sol, entre outros.
Fonte: elaborado pela autora, 2022.
 Nesse caso, também pode ocorrer problemas de audição, linguagem, organização 
de espaço, do tempo, esquema corporal e de lateralidade. 
Já a disgrafia a criança apresenta uma escrita desviante em relação à norma padrão, a 
famosa ‘letra feia’. Mas, veja, é preciso ter cautela nesses casos, pois a criança em processo 
de aprendizagem apresenta, naturalmente, dificuldade no traçado das letras, diferente 
de um sujeito com idade acima de 10 anos. Veja o exemplo: 
 Normalmente, a disgrafia acontece quando há um transtorno da escrita, onde 
se apresenta um traçado disforme, linhas irregulares, pressão no lápis ou caneta (forte 
ou muito fraca), margem malfeita, ligações inexistentes, letras angulosas. Quando 
começa a escrever a criança/adolescente não consegue lembrar do traçado da letra e 
acaba escrevendo muito lentamente o que resulta numa junção inadequada das letras 
tornando-as ilegíveis. 
 Quando falamos do processo de aprendizagem compreendem-na como a 
capacidade de adquirir novas habilidades que visem possibilitar uma melhor adaptação 
do indivíduo ao meio em que está inserido. Assim, o processo que envolve a aprendizagem 
escolar está relacionado ao dinamismo que ocorre a partir do amadurecimento do 
córtex superior, assim de acordo com Lefèvre (1989), o início da vida escolar permite que 
a criança vivencie novas experiências motoras, sensoriais e afetivas. 
 É na escola que a criança desenvolverá habilidades corticais superiores, que 
6.3 DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO
119
permitirá o ocorrer a aprendizagem da leitura, da escrita, da interpretação, da 
argumentação, do cálculo e do raciocínio lógico (ROTTA et, 2016).
 O diagnóstico psicopedagógico pode ser identificado como um instrumento 
que advém da medicina, mas que transita pela área da Educação, devido as alianças 
estabelecidas entre as áreas para que pudesse buscar uma solução para esses casos. 
Destacamos, que o diagnóstico não pode ser compreendido como uma forma de 
analisar o aluno com dificuldade, mas serve para orientar e, também, instrumentalizar os 
professores para que consigam realizar intervenções que atendam as particularidades 
daquela criança. 
 Dessa forma, o diagnóstico deve ser compreendido dentro de vários aspectos que 
estão ligados não somente a dificuldade da criança, mas a fatores externos e internos que 
compõe o processo de aprendizagem. Outro ponto, é que o psicopedagogo ao querer 
estabelecer uma intencionalidade do diagnóstico, pode impactar subjetivamente no 
resultado final; fazendo com que haja reforço da criança enquanto condição de doente, 
um erro fatal, pois acaba definindo a identidade das crianças. 
 O diagnóstico no campo da psicopedagogia é para auxiliar no trabalho do 
profissional, que visa buscar respostas para a seguinte questão: “Por que fulano não 
aprende?”. De acordo com Weiss (1991) o diagnóstico é um processo em que se busca 
analisar a situação do aluno no contexto escolar e familiar, a fim de orientar professores 
a utilizar alguns instrumentos metodológicos que contribuam com o processo de 
aprendizagem do aluno. 
 Não se esqueça, que o diagnóstico psicopedagógico é uma investigação, é pesquisa; 
por isso, é crucial que o psicopedagogo estude e esteja em constante atualização para 
fugir de modelos deterministas ou rotuladores. 
 Para que o Psicopedagogo consiga construir um diagnóstico, deve-se munir de 
instrumentos que possa lhe informar sobre o processo de desenvolvimento da criança, 
pois sua função é apenas compreender por que a criança não aprende, mas como ela 
pode vir a aprender. 
 Quando se percebe que algo não vai bem ou que o aluno não consegue entender o 
conteúdo, mesmo que o professor explique de diversas maneiras, é hora de ficar atento. 
Alguns estudiosos da área propõem que haja diálogo sobre a dificuldade junto a escola-
família. Sendo assim, a fim de buscar o diagnóstico da discalculia, Weinstein (1999) leva 
em consideração algumas questões a serem respondidas:
a) A criança possui senso numérico?
b) Possui domínio semântico?
Figura 68:Aluno com transtorno de aprendizagem. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3D4IZOT. Acesso em: 12 out. 2022120
c) Qual seu nível de atenção?
d) Está na sala de aula adequada para a sua idade?
e) Quais outros sinais ou sintomas estão presentes?
 Para a autora, é importante estimular nos alunos algumas habilidades de 
autoconhecimento, como: habilidade de articular suas necessidades de aprendizagem, 
habilidade para comunicar suas necessidades a outrem. Para um diagnóstico preciso, é 
necessário que haja várias avaliações sobre habilidades numéricas:
• Oralmente e por escrito;
• Com e sem papel de apoio;
• Com objetos concretos;
• Apresentação do problema e, caso de dificuldade e ou erro, apresentação da conta.
• Apresentação de problemas: oral e escrito.
• Apresentação de operações envolvidas.
• Contagem oral de 1 a 20 em ordem crescente e decrescente;
• Contagem oral de 2 em 2 até 20;
• Contar pontos num conjunto mentalmente;
• Enumerar pontos num conjunto verbalmente;
• Estimativa de conjuntos maiores versus menores;
• Correspondência um a um;
• Ditado e leitura de números;
• Sintaxe numérica;
• Semântica numérica;
• Quantidades no contexto;
• Comparação oral e escrita dos números.
 Quando falamos sobre diagnóstico, precisamos observar que a literatura referente, 
também aponta para a existência de comorbidades, ou seja, quando a discalculia não 
está sozinha, mas acompanhada de algum outro transtorno. O discalcúlico terá esse 
transtorno de forma permanente, por isso é fundamental haver uma rede de apoio que 
permita contribuir para o desenvolvimento de outras habilidades da criança. 
 Já o diagnóstico da disgrafia e distorgrafia é realizado a partir das observações, 
estudiosos afirmam que a disgrafia pode vir associada a algum distúrbio motor como a 
lesão por esforço repetitivo (LER), pois consideram que a pessoa possui uma tendência 
a ter essas lesões. 
 Considerações Finais
 Ao longo deste material você teve a oportunidade de adquirir conhecimento 
sobre o processo que envolve os fundamentos psicopedagógicos, isso irá lhe auxiliar no 
tratamento e na realização de diagnósticos futuros. Evidentemente, que as vivências 
profissionais contribuem para aperfeiçoar o trabalho do Psicopedagogo, mas se esse 
profissional não tiver o conhecimento científico necessário, seus pacientes terão 
diagnósticos tardios o que ocasionará sofrimento para a criança.
 Acreditamos que o respeito pela dificuldade da criança e a busca pela singularidade 
do indivíduo é fator primordial para a atual do psicopedagogo junto com uma equipe 
interdisciplinar. 
121
 Todo o conteúdo aqui apresentado pode auxiliar na compreensão e no auxílio do 
processo de aprendizagem de crianças, adolescentes ou adultos com algum problema 
no processo de aprender
122
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Os estudos realizados indicam que os dois hemisférios cerebrais trabalham em 
conjunto, porém neurocientistas afirmas que as diferentes áreas do córtex cerebral têm 
funções diferentes. Com base nesses estudos assinale a alternativa correta:
a) Os lobos temporais têm a função de processar os estímulos auditivos. E apresentam 
várias subdivisões relacionas com a audição, a linguagem e a memória.
b) As funções da atividade mental acontecem nos lobos occipitais, estes são responsáveis 
pelo processamento de estímulos visuais, também conhecidos por córtex visual.
c) O córtex somatossensoial é responsável por receber estímulos sensoriais.
d) A região posterior é responsável por analisar e integrar toda a informação recebida. 
e) Lobos frontais tem funções mais complexas, como o processamento sensório-motor 
e de cognição.
2. A aquisição da leitura e da escrita é um processo que ocorre quando nascemos. Esse 
processo acontece quando estamos em contato com o mundo, com as letras e com as 
pessoas. Em relação a esse processo assinale V ou F.
( ) o processo de leitura se dá apenas no contexto escolar.
( ) o ato de ler é um momento de transformação.
( ) o falante precisa transformar a linguagem escrita em falada.
( ) para transformar a linguagem escrita em falada ele ativa dois mecanismos: fonológica 
e lexical.
( ) o processo de leitura ocorre basicamente na decodificação e compreensão.
Assinale a alternativa correta. 
a) V – F – F – V – V.
b) F – V – V – V – F.
c) V – F - F – F – V.
d) F – F – F – V – V.
e) V – V – V – F – F.
3. O cérebro de uma pessoa disléxica apresenta alterações estruturais em nível celular, 
de conexões e anatômico em relação ao cérebro de pessoas não disléxicas. Podemos 
afirmar que:
a) O cérebro do disléxico processa parte das informações em caminhos alternativos.
b) O cérebro do disléxico utiliza mais seu lado esquerdo do que o direito.
c) O funcionamento cerebral do disléxico ocorre na área da broca e reage igualmente a 
um leito sem dislexia.
d) O cérebro do disléxico ocorre ectopias e se localizam nas áreas da leitura, compreensão 
e interpretação de texto.
e) O cérebro do disléxico é ativado somente em pequenas áreas do hemisfério esquerdo.
4. Alguns estudos apontam para o fato de que a dislexia pode ser dividida em dislexia 
adquirida e do desenvolvimento. Analise as asserções a seguir:
123
I. A dislexia adquirida e do desenvolvido, ocorre naqueles indivíduos que não 
aprenderam a ler e nos que sabem ler, mas normalmente é causado por uma lesão 
cerebral.
Isso porque,
II. Ambas podem ser divididas em periféricas e centrais. 
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:
a) As asserções I e II são proposições verdadeiras.
b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são proposições falsas.
5. A dislexia é um transtorno funcional específico e é uma dificuldade na área da leitura, 
escrita e soletração. Calcado nos estudos realizados no material didático, é correto 
afirmar que:
a) a criança com dislexia apresenta desempenho escolar abaixo da média em disciplinas 
que dependem de leitura e escrita.
b) A criança disléxica não consegue realizar atividades de escrita no quadro.
c) O disléxico encontra dificuldade em usar a memória imediata.
d) O disléxico tem capacidade intelectual acima da média, mas não consegue expor 
conteúdos verbais.
e) O disléxico não entende os conteúdos que lhes são apresentados oralmente. 
6. Quando falamos distúrbios de aprendizagem, nos referimos a problemas de 
aprendizagem que normalmente apresentam-se na infância e que irá acompanhar o 
sujeito a vida toda. Em temos de aprendizagem, uma criança que não compreende 
 , pode sinalizar:
a) Dislexia.
b) Distorgrafia.
c) Discalculia.
d) Distúrbio mental.
e) Discalculia verbal.
7. A respeito dos distúrbios de aprendizagem, analise as assertivas a seguir:
I. É um transtorno específico de aprendizagem que tem origem neurológica e se 
caracteriza por dificultar a habilidade de decodificar, soletrar e ser fluente nas palavras.
II. É uma dificuldade que manifesta na aprendizagem de números.
III. É conhecido como a incapacidade de recordar a grafia de uma letra.
Assinale a resposta que demonstre a sequência correta:
a) Dislexia, discalculia, disgrafia.
b) Disotorgrafia, disgrafia, dislexia.
124
c) Disgrafia, disortografia, dislexia.
d) Disortografia, discalculia, dislexia.
e) Dislalia, discalculia, disortografia.
8. O trabalho do psicopedagogo tem especificidades, logo para ele conseguir diagnosticar 
um problema/distúrbio de aprendizagem, é imprescindível que?
a) Ofereça atividades semelhantes ao que o aluno tem na escola.
b) Recorrer a história pessoal da criança.
c) Conhecer os colegas que convivem com ele.
d) Recorrer ao conhecimento da parentalidade.
e) Estudar previamente a metodologia de ensino do professor. 
125
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO
UNIDADE 1
UNIDADE 3
UNIDADE 5
UNIDADE 2
UNIDADE 4
UNIDADE 6
QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 B
QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 E
QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 AQUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 E
QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 C
QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 E
QUESTÃO 8 A
QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 D
QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 C
QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 B
126
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