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Lesão não Cavitadas As cáries não cavitadas, são geralmente caracterizadas por manchas brancas que surgem no esmalte. Essas manchas brancas representam a fase inicial do processo carioso de desmineralização. Dessa forma, são lesões restritas ao esmalte, não apresentando cavidades. As lesões de mancha branca podem estar ativas ou inativas. Dessa forma, para o diagnóstico preciso das lesões é necessário que se realize uma profilaxia prévia ao exame dental, e o campo deve estar seco e iluminado adequadamente. Mancha branca Ativa: aspecto rugoso e branco-opaco do esmalte, em locais de retenção de biofilme. Mancha branca Inativa: aspecto brilhante e lisura superficial. Podem ou não apresentar coloração marrom devido à absorção de pigmentos extrínsecos pelo esmalte descalcificado. TRATAMENTO DE LESÕES CARIOSAS A cárie dentária é um processo de deterioração dos tecidos dentários, causado pela atividade bacteriana na boca. Inicia-se com a formação do biofilme nos dentes. Quando ingerimos alimentos ricos em açúcares, as bactérias do biofilme, metabolizam esses açúcares, produzindo ácidos que diminuem o pH bucal. Esse ambiente ácido promove a desmineralização do esmalte dental, removendo cálcio e fosfato e criando cavidades nos dentes. Se não tratada, a cárie pode progredir, afetando camadas mais profundas do dente, como dentina e polpa. Como as lesões são formadas: por Vitória Cresseri RA: 202231839 Tratamento para Lesões não Cavitadas Métodos para disponibilização de flúor na cavidade bucal Terapia a base de flúor O flúor deve ser constante na cavidade bucal, sendo introduzido várias vezes ao dia. O flúor atua no pH bucal, com a transformação de hidroxiapatita em fluorapatita. Isto leva à redução da desmineralização, pois o pH crítico para dissolução de fluorapatita é menor que 4,5 e o da dissolução da hidroxiapatita (mineral dental) é 5,5. Assim, é mais difícil acontecer a dissolução da fluorapatita do que da hidroxiapatita. Como o flúor funciona: Métodos coletivos: água fluoretada, entrega flúor a nível populacional. Métodos individuais: uso de dentifrícios fluoretados e soluções para bochecho com flúor. Métodos profissionais: aplicação de flúor em gel, verniz fluoretado, materiais restauradores que liberam flúor, infiltrantes resinosos. Ionômero de vidro Infiltrante resionoso Flúor-fosfato acidulado (FFA) a 1,23% Fluoreto de sódio a 2% Água Fluoretada Dentifrício fluoretado Aplicação de flúor Primeiramente, é realizada a profilaxia, e após deve ser realizado o isolamento relativo, com uso de sugadores para ter um campo de trabalho seco. O flúor pode ser aplicado com pincel microbrush, bolinha de algodão, ou com moldeiras. É necessário, que a aplicação seja feita com fricção, a fim de facilitar o contato do gel com todos os dentes e com as regiões interproximais. O tempo de aplicação é no minimo 1 minuto e no máximo 4 minutos, pois a partir de 4 minutos não há mais benefício adicionado. Após este tempo, o excesso deve ser retirado com auxílio de uma gaze e enxagúe, e para finalizar solicitar ao paciente para cuspir bastante, para remover qualquer resquício. Para lesões ativas: aplicação do flúor em gel, envolve mais de uma sessão clínica, sendo realizada semanalmente por um período de 1 mês. Para lesões inativas: não necessitam sessões de tratamento com flúor, mas precisam que sejam monitoradas para ver se estão estáveis ou progredindo, uma vez que estas lesões podem ativar. *Lembrete: o flúor não deve ser ingerido, em casos incidentais deve ser induzido o vômito e em seguida ingerir leite. Profilaxia Profilaxia faces interproximais Isolamento relativo Secagem com jato de ar Aplicação do Flúor face por face Remoção do excesso e enxagúe Como é feita a aplicação de flúor Como é feita a aplicação de infiltrante resinoso (ICON) Situação inicial (Cárie Ativa em esmalte).1. Isolamento absoluto e profilaxia com pasta profilática e taça de borracha. 2. Condicionamento ácido com Icon-Etch durante 2 minutos. 3. Lavagem com água por 30 segundos e secagem com jato de ar por 30 segundos. 4. Aplicação do Icon-Dry durante 30 segundos.5. Secagem com jato de ar por 30 segundos.6. Aplicação do Icon-infiltrant. 7. Deixar agir por 3 minutos8. Remover o excesso do Icon-infiltrant das proximais com auxilio do fio dental. 9. Fotoativação por 40 segundos. Após isso, reaplicar o Icon- infiltrant e deixar agir por mais 1 minuto e novamente fotoativação por 40 segundos. 10. Logo a pos fotoativação.11. Polimento com taça de borracha.12. e 14. Dente finalizado, após polimento.13. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Quando as lesões ativas em esmalte não são tratadas elas progridem para lesões cavitadas, no qual atingem a dentina, ou seja, atingem um tecido mais profundo, com isso o tratamento envolve remoção do tecido cariado e restauração do elemento para devolver, forma, função e estética. Contudo, cada elemento será afetado de uma forma, assim cada lesão cariosa vai ter sua classificação de black, e cada classificação tem uma técnica de restauração, com particularidades. A dentina cariada se divide em : Dentina infectada: aspecto amolecido e úmido, sem capacidade de remineralização. Então é necessário removê-la durante o preparo da cavidade. Dentina afetada: aspecto firme/ endurecido e seco, ou seja, foi capaz de se remineralizar, e dessa forma podem ser preservadas no preparo. Em lesões profundas, deixar um pouco de dentina afetada evita que exposições da polpa aconteçam. Dentina AfetadaDentina Infectada Checar os pontos de contato1. Profilaxia2. Escolha da cor da resina 3. Isolamento absoluto e proteção de dentes adjacentes 4. Preparo cavitário 5. Remoção do tecido cariado6. Acabamento e alisamento das paredes 7. Limpeza da cavidade8. Sistema adesivo (condicionamento ácido seletivo + primer + adesivo) 9. Fotopolimerização 10. Inserção incremental de resina11. Fotopolimerização a cada incremento12. Acabamento e polimento13. Tratamento para Lesões Cavitadas Lesão Cavitadas Sequência Básica para Restauração em Resina Composta Geraldo-Martins, Vinícius Rangel, et al. "Tratamento de lesão de mancha branca com infiltrante resinoso: relato de caso." Revista Odontológica do Brasil Central 27.83 (2018). Braga, Mariana Minatel, et al. "O uso do ICDAS para diagnóstico e planejamento do tratamento da doença cárie." PRO-odonto prevenção 5.4 (2012): 9-55. Referências