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LÍVIA ISADORA MICHELLOTI CESCHIM MATEUS VINICIUS HINZ DE SOUZA PAULA PRISCILA RIBEIRO VITÓRIA KAROLINA JACOB PERSPECTIVA DE TUTORES E MÉDICOS VETERINÁRIOS A CERCA DA ALIMENTAÇÃO ADOTADA PARA CÃES NO MUNICÍPIO DE CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA 10 DE JUNHO DE 2024 2 LÍVIA ISADORA MICHELLOTI CESCHIM MATEUS VINICIUS HINZ DE SOUZA PAULA PRISCILA RIBEIRO VITÓRIA KAROLINA JACOB PERSPECTIVA DE TUTORES E MÉDICOS VETERINÁRIOS A CERCA DA ALIMENTAÇÃO ADOTADA PARA CÃES NO MUNICÍPIO DE CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário UNICURITIBA, como requisito parcial à obtenção do título de Médico Veterinário. Orientadora: Fernanda Cristina Kandalski Bortolotto CURITIBA, 10 DE JUNHO DE 2024 3 Agradecimentos Gostaríamos de expressar nossa sincera gratidão a todas as pessoas que contribuíram para a realização deste trabalho. Em primeiro lugar, gostaríamos de agradecer à nossa orientadora Fernanda Bortolotto pela orientação valiosa, paciência e apoio contínuo ao longo deste processo. Suas orientações e feedback`s foram fundamentais para o desenvolvimento deste trabalho. Também desejamos estender nosso agradecimento aos participantes da pesquisa, sem os quais este estudo não teria sido possível. Sua disposição em compartilhar suas experiências e perspectivas enriqueceu significativamente o conteúdo deste trabalho. Agradecemos também aos nossos pais, maridos, filhos, irmãos, amigos e a todos os familiares pelo apoio incondicional, encorajamento e compreensão durante os momentos desafiadores deste percurso acadêmico. Por fim, gostaríamos de expressar nossa gratidão à instituição de ensino e aos professores que contribuíram para nossa formação acadêmica, fornecendo recursos e oportunidades para o desenvolvimento deste trabalho. A todos, nosso muito obrigado por fazerem parte desta jornada e por tornarem possível a realização deste trabalho de conclusão de curso. 4 PERSPECTIVA DE TUTORES E MÉDICOS VETERINÁRIOS A CERCA DA ALIMENTAÇÃO ADOTADA PARA CÃES NO MUNICÍPIO DE CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA Lívia Isadora Michelloti Ceschim, Mateus Vinicius Hinz De Souza, Paula Priscila Ribeiro, Vitória Karolina Jacob RESUMO Este trabalho tem o intuito de fornecer dados pertinentes ao manejo alimentar adotado para cães. Foram conduzidos questionários junto a tutores e médicos veterinários. As perguntas visaram traçar um perfil abrangente, abordando características sociais, econômicas, demográficas e práticas alimentares dos proprietários de animais de estimação, assim como dos profissionais veterinários. A análise dos resultados revelou que, embora haja poucos médicos veterinários especializados na área da região estudada, a maioria dos profissionais atua na clínica geral e muitos já adotam a alimentação natural em seus pacientes, obtendo resultados positivos. No entanto, enfrentam alguns desafios e acabam optando por rações secas industrializadas. Ao longo do artigo abordamos o processo de globalização e suas consequências no mercado de rações. Inicialmente os cães eram vistos como bens úteis para proteger as casas e nas últimas décadas tornam-se parte dos lares e consomem parte do orçamento familiar. Palavras-chave: alimentação canina, dietas alternativas, qualidade nutricional 5 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 6 2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................. 7 2.1 Aspecto histórico ............................................................................... 7 2.2 Rações comerciais ............................................................................... 8 2.3 Alimentação natural ............................................................................... 9 3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................. 11 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................. 12 4.1 Formulário para médicos veterinários ....................................................... 12 4.1.1 Perfil dos entrevistados ..................................................................................... 12 4.1.2 Perspectiva dos entrevistados sobre a alimentação de cães ............................. 13 4.2 Formulário para tutores de cães ....................................................... 23 4.2.1 Perfil dos entrevistados ..................................................................................... 23 4.1.2 Perspectiva dos entrevistados sobre a alimentação de cães ............................. 25 5 CONCLUSÃO ................................................................................................... 36 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 37 6 INTRODUÇÃO Nos últimos anos, temos testemunhado uma notável evolução nos cuidados dispensados aos animais de estimação, impulsionada pelo aumento no número de animais domiciliados e pelo estreitamento dos laços entre humanos e seus companheiros. Esse cenário gerou uma demanda crescente por alimentos mais diversificados e tecnologicamente avançados, a fim de atender às expectativas dos tutores, que estão se tornando cada vez mais exigentes. Antes da introdução dos alimentos comerciais para animais de estimação, as pessoas costumavam alimentá-los com sobras de caça ou restos da mesa. O primeiro produto comercializado especificamente para cães foi o "bolo para cães", criado em 1860 por James Spratt, representando um marco inicial na tentativa de elevar a qualidade da alimentação canina de forma mais sistemática. As rações em forma de granulado, que se tornaram tão comuns hoje em dia, só surgiram em 1957. Observamos também um interesse crescente por alimentos não convencionais para animais de estimação, pois muitos proprietários acreditam que tais dietas são mais saudáveis e oferecem maior qualidade, uma vez que evitam aditivos comuns na indústria alimentícia. Nesse contexto, este estudo se propôs a investigar a percepção de médicos veterinários e tutores sobre o uso de alimentação natural para cães. 7 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Aspecto histórico Os cães têm desempenhado papéis significativos na vida dos seres humanos ao longo da história, desde suas origens como animais de trabalho, até companheiros de estimação e membros da família. Sua lealdade, companheirismo e habilidades diversas, como pastoreio, caça e proteção, os tornaram parceiros valiosos em uma variedade de culturas. A companhia de animais de estimação impacta positivamente na saúde mental e física das pessoas, proporcionando conforto emocional, incentivo para exercícios e até mesmo auxílio em terapias (MCCONNEL et al., 2011). Conforme o censo do IPB (Instituto Pet Brasil) mais recente, realizado em 2021, o Brasil é o terceiro país com maior número de animais de estimação no mundo, um total de 149,6 milhões de pets, e vários fatores contribuíram para este crescimento, incluindo mudanças nos estilos de vida, urbanização, aumento do poder aquisitivo e a percepção crescente dos benefícios emocionais e sociais de ter um cão de estimação. Com a progressão desses números, destaca-se a grande influência que o mercado pet possui para todos os brasileiros, aumentando o número de clínicas, hospitais, consultórios, ambulatórios veterinários e pet shops (CFMV, 2020), e também o cuidadodos responsáveis pelos animais de estimação. A alimentação e nutrição de cães, tornou-se a maior preocupação dos tutores atualmente (FERRO, 2024), refletindo uma mudança na percepção sobre saúde e bem-estar animal. Cada vez mais conscientes da importância de uma dieta balanceada e nutritiva para a saúde de seus cães, os tutores estão dispostos a investir tempo e recursos para garantir que seus animais de estimação recebam a melhor alimentação possível, como por exemplo, pesquisando e procurando informações sobre os melhores tipos de alimentos, incluindo rações comerciais de alta qualidade, dietas naturais e até mesmo dietas caseiras preparadas especificamente para os animais. 8 Com a variedade de produtos alimentares disponíveis no mercado, surgem também as dúvidas e divergências de opiniões a respeito dos melhores tipos de alimentos a serem adotados para os cães, cada opção com suas particularidades. 2.2 Rações comerciais Gates 2009, afirma que a ideia de desenvolvimento de rações surgiu no século 19, na Inglaterra, com a criação do primeiro biscoito canino feito por James Spratt. Desde então, as rações comerciais para cães revolucionaram a forma de alimentação para os animais, proporcionando conveniência, nutrição balanceada e uma ampla variedade de opções para atender às necessidades individuais de cada animal. Sete pessoas, entre dez, que possuem cães, relatam que fornecem alimentos comerciais para seus animais pelo menos uma vez por semana, e cinco pessoas, entre dez, dizem fornecer esses alimentos todos os dias (EDNEY,1987), portanto, podemos destacar a proeminência dessa dieta. Esta opção de alimentação é subdividida em três grupos, as linhas standard, premium e super premium, estas, por sua vez, diferenciam-se pela matéria prima utilizada em sua fabricação, as linhas econômicas (standard), normalmente produzidas com produtos de baixo valor nutricional; a linha premium, sendo fabricada com uma maior seletividade de produtos; e a super premium havendo um conjunto de matérias primas de qualidade superior, maior palatabilidade e digestibilidade, e livres de corantes e transgênicos (SILVA et al,. 2010). As rações comerciais são facilmente adquiridas e possuem custo acessível, e em consequência do seu baixo teor de umidade, e possuírem compostos antifúngicos, antioxidantes e acidificantes, têm uma vida útil longa, permitindo serem armazenadas em casa com praticidade, sem a necessidade de refrigeração ou preparação especial (BRAGANÇA e QUEIROZ, 2021). Entretanto, muitos dos níveis de garantia apresentados nas embalagens dessas rações acabam sendo divergentes da realidade, principalmente em 9 rações derivadas de produtos de origem animal. Com base em um estudo, matéria mineral, extrato etéreo, e proteína bruta, são alguns dos compostos analisados em laboratório e que apresentaram inconformidades com as quantidades de g/Kg descritas nos pacotes de rações, e a quantidade que realmente foi encontrada (PROVENZANO et al,. 2020). Mesmo não havendo comprovações científicas em relação, alguns conservantes e aditivos químicos que impendem a proliferação de fungos, bactérias e até mesmo a oxidação dos produtos, e a presença de transgênicos na ração, podem ser classificados pelos tutores como prejudiciais aos cães, consequentemente, muitos responsáveis por esses animais começaram a optar por outro tipo de alimento, que começou a possuir grande visibilidade no mercado pet food, as dietas naturais e caseiras. 2.3 Alimentação natural A nova tendência no mercado pet food é alimentação natural para cães, também conhecida como dieta natural crua ou BARF (Biologically Appropriate Raw Food), contudo, possui pontos positivos e negativos a serem considerados. A alimentação natural permite aos tutores controlar os ingredientes e a qualidade dos alimentos fornecidos aos seus cães, garantindo uma dieta rica em nutrientes essenciais. A mastigação de ossos e carne crua podem ajudar a manter a saúde dental dos cães, removendo tártaro e promovendo a saúde das gengivas. Além de que, a alimentação quando rica em ácidos graxos essenciais, pode promover uma pele saudável e uma pelagem brilhante nos cães, inclusive, muitos desse animais podem se beneficiar de uma melhor digestão e redução de problemas gastrointestinais com uma dieta natural, especialmente aqueles com sensibilidades alimentares (ARAUJO et al., 2018). Os fatores negativos sobre o uso da alimentação natural também devem ser um ponto de atenção para tutores e médicos veterinários, o risco de contaminação biológica, como por exemplo, a salmonelose, toxoplasmose e as 10 verminoses diversas, são desvantagens das dietas naturais cruas (RINLEY et al., 2007). FREEMAN et al. 2013 afirmam que, esse tipo de alimentação pode ser desequilibrado em termos de nutrientes essenciais, levando a deficiências ou excessos prejudiciais ao cão. Além do mais, podem causar riscos á integridade física do animal, em casos de ingestão de alimentos com ossos, que potencialmente resultam em fraturas nos dentes, lesões gastrointestinais, obstruções e perfurações do esôfago, estômago, intestino ou cólon. A preparação e obtenção do alimento caseiro exige maior disponibilidade e empenho do tutor se comparada com as rações comerciais, pois, se faz necessário comprar todos os ingredientes, em seguida realizar a preparação de cada um deles, e posteriormente, armazená-los em um local apropriado, visto que, a validade desse alimento costuma ser muito menor do que a das rações industrializadas. Vale ressaltar que, muitos alimentos presentes na rotina do ser humano, são extremamente prejudiciais à saúde dos cães, tais como: alho, cebola, chocolate, uvas, sementes de frutas, abacate, leite e derivados, ossos cozidos, etc (GUERRA, 2022). Portanto, a preparação de uma dieta natural consciente e realizada sob orientação de um profissional é de extrema importância para o bem-estar animal. Por fim, os custos dessa dieta acabam sendo maiores que os alimentos comerciais, após alguns estudos onde comparavam-se ambos os alimentos, confirmou-se que o custo médio dos alimentos caseiros é maior do que o de alimentos industrializados (PEDRINELLI, 2018). Com a variedade de ofertas de dietas para os animais, e os diversos pontos que devem ser avaliados no momento da escolha de uma alimentação ideal, a pesquisa posteriormente apresentada, se propõe a investigar e analisar os padrões de alimentação dos cães, com o objetivo de identificar as principais tendências, preferências alimentares, e fatores que influenciam as escolhas dos proprietários. 11 3. MATERIAL E MÉTODOS A relação entre a alimentação e a saúde dos animais domésticos, em particular dos cães, tem sido objeto de crescente interesse e preocupação entre proprietários, veterinários e pesquisadores. A cidade de Curitiba/PR e região metropolitana não são exceção, conforme uma pesquisa realizada em 2023, somente na capital, há um total de 584.661 cães, isso significa um cão para cada três habitante da cidade (PICHETTI, 2023). Ao compreendermos melhor como os cães estão sendo alimentados nesta comunidade, podemos desenvolver estratégias mais eficazes para promover dietas saudáveis, fornecer orientação adequada aos proprietários e contribuir para o bem-estar geral dos animais e da população. Desta forma, foram criados questionários através do Google Forms, distribuídos de forma aleatória através de redes sociais para moradores da cidade de Curitiba/PR e região metropolitana e para médicos veterinários que atuem na região. Respectivamente, o primeiro formulário abordou qual o bairro da capital ou a região metropolitana em que o tutor e o animal residem, e o grau de instrução deste tutor. Em relação à temática de nutrição deste animal, abordou- se qual o principaltipo de alimentação do cão, e os critérios com relação a escolha deste alimento. Também foram questionados sobre as restrições alimentares e o quão importante o tutor considera o cuidado com a alimentação para a saúde geral deste animal. Por fim explorou-se o entendimento em relação ao armazenamento do alimento escolhido, o preparo (em casos de alimentação natural) e os conhecimentos do tutor sobre os alimentos tóxicos para seus cães. O segundo formulário, voltado aos médicos veterinários, abordou a identificação do profissional – através do nome ou CRMV, região geográfica que atua, e área de atuação dentro da medicina veterinária. Em relação à temática de nutrição, questionou-se o aprimoramento dos conhecimentos na área de alimentação e a quantidade de casos presentes na rotina profissional que necessitam de alterações no manejo alimentar. Por fim, indaga-se sobre as 12 formas com que este profissional aborda as questões relacionadas a alimentação durante suas consultas e quais as orientações e percepções dele acerca desse assunto com os tutores. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Formulário para médicos veterinários 4.1.1 Perfil dos entrevistados Dentre os profissionais que responderam a pesquisa, podemos destacar a predominância das médicas-veterinárias que representam 81,25%, enquanto os homens, representam uma parcela menor, de 18,75%. Desde 2018, podemos observar o crescimento da atuação de mulheres no ramo da veterinária, conforme o último censo obtido pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária. Foi realizada a divisão das áreas de atuação dos profissionais através de administrações regionais da cidade de Curitiba e região metropolitana. Observamos que a predominância de atendimento é na região central, porém, há uma grande distribuição do serviço veterinário em todas as outras regionais. Na pesquisa realizada com os profissionais, um padrão distintivo emergiu: a maioria dos entrevistados concentra suas atividades na área de clínica médica e cirúrgica. Este achado não apenas destaca a relevância e demanda crescente por serviços clínicos e cirúrgicos veterinários, mas também oferece percepções valiosas sobre as tendências predominantes dentro da profissão. Quadro 1. Dados sociodemográficos dos médicos veterinários que participaram da pesquisa. Dados sociodemográficos Quantidade Porcentagem Gênero Masculino 6 18.75 % Feminino 26 81.25% 13 Região de atuação Regional Matriz 16 26.67% Regional Portão 10 16.67% Regional Boqueirão 9 15% Regional Cajuru 4 6.67% Regional CIC 2 3.33% Regional Santa Felicidade 2 3.33% Regional Boa Vista 1 1.67 % Regional Bairro Novo 1 1.67 % Regional Pinheirinho 3 5% Região Metropolitana 12 20% Área de atuação Clínica geral 9 23.68% Clínica médica e cirúrgica 13 34.21% Comercial 5 13.16% Medicina regenerativa 1 2.63% Medicina Preventiva 1 2.63% Medicina do Coletivo 2 5.26% Inspeção de alimentos 1 2.63% Nutricionista 2 5.26% Promotor técnico 1 2.63% Pesquisa e docência 1 2.63% Anestesiologista 1 2.63% Oncopatologista 1 2.63% 4.1.2 Perspectiva dos entrevistados sobre a alimentação A pesquisa revela que entre os médicos veterinários, a maioria deles (56,3%) optou por aprofundar seus conhecimentos sobre a alimentação de cães (Gráfico 1). Essa preferência dos profissionais por estenderem sua experiência nesse campo, reflete a crescente conscientização sobre a influência da dieta na saúde dos cães, e a necessidade de orientação especializada para garantir uma nutrição adequada e equilibrada para os animais de estimação. 14 Gráfico 1: Representando 78,1% dos entrevistados, a maioria dos veterinários recebe uma quantidade significativa de casos em sua rotina profissional relacionados à alimentação de cães (Gráfico 2). Esses casos podem abranger desde problemas de peso e obesidade até alergias alimentares, intolerâncias e distúrbios gastrointestinais. Segundo Carciofi e Jeremias (2010), os tutores tem se preocupado cada vez mais com as dietas dos animais de companhia, fazendo com que os veterinários estejam sendo procurados com mais frequência pelos proprietários de cães em busca de orientação especializada. Isso evidencia a necessidade contínua de educação e aconselhamento veterinário sobre nutrição canina para promover a saúde e o bem-estar de cães de todas as idades e raças. Gráfico 2: Na pesquisa, os entrevistados poderiam selecionar a quantidade desejada de patologias que consideram estar relacionadas com a dieta do 15 animal. Baseado nas respostas dos profissionais, identificamos que as principais situações que exigem uma atenção no manejo alimentar dos cães, são as dermatopatias (Gráfico 3), onde 29 dos 32 veterinários selecionaram como uma possível consequência de uma alimentação não balanceada, em seguida, obesidade com 59,38% (n = 19/32), gastroenteropatias com 53,13% (n = 17/32), endócrinos com 40,63% (n = 13/32), geriátricos com 31,25% (n = 10/32), nefropatias com 28,13% (n = 9/32), oncológicos com 21,88% (n = 7/32), e por fim, neonatal com 3,13% (n = 1/32). O resultado confirma que os casos dermatológicos possuem predominância na rotina clínica, estima-se que 20 a 75% dos animais examinados durante uma consulta, possuem algum problema relacionado a pele (CARDOSO et al., 2011). Vale ressaltar portanto, a importância da investigação das práticas alimentares, podendo incluir a escolha de dietas específicas que ajudem a melhorar a condição da pele e do pelo dos animais, ou evitar alimentos que possam causar reações alérgicas ou irritações tegumentares. Gráfico 3: Representando 82,8% dos entrevistados, a maioria dos veterinários recomendam rações comerciais para os cães durante seus atendimentos como parte fundamental da dieta dos animais, os outros 17,2% costumam recomendar alimentação natural para seus pacientes (Gráfico 4). Os resultados indicam a confiança dos profissionais da área veterinária nas marcas comerciais, que muitas vezes são desenvolvidas com base em 16 estudos nutricionais rigorosos e atendem às necessidades específicas dos cães em diferentes estágios da vida e condições de saúde, esses estudos que segundo Furlan e Gobetti (2021), são impulsionados pela competitividade no ramo industrial, onde as fabricantes de alimentos comerciais buscam aprimorar seus produtos com matéria prima de qualidade superior, trazendo consigo um selo premium para atrair mais consumidores e estar dentro dos parâmetros considerados ideais pelos médicos veterinários, garantindo assim, a preferências dos profissionais por esse tipo de alimento. Gráfico 4: Quanto a suplementação na alimentação dos cães, nota-se que os entrevistados frequentemente recomendam a utilização de uma combinação de prebióticos e/ou probióticos, omega-3, omega-6 e omega-9 para promover a saúde ideal dos animais de estimação, na pesquisa, os veterinários poderiam selecionar os diversos tipos de suplementos que costumam indicar para cães, sendo assim, a instrução pelo uso de prebióticos e probióticos representa 87,5% (n = 28/32) dos entrevistados, enquanto a indicação para ômega-3, ômega-6 e ômega-9 configura 84,4% (n = 27/32) dos profissionais, em seguida temos a recomendação por suplementos vitamínicos 65,6% (n = 21/32); suplementos minerais com 28,1% (n = 9/32); suplementos proteicos com 21,9% (n = 7/32), e representando 12,5% (n = 4/32), veterinários que não recomendam nenhum tipo de suplementação na alimentação (Gráfico 5). 17 Os prebióticos e probióticos, são essenciais para manter o equilíbrio da flora intestinal, fortalecendo o sistema imunológico e melhorando a digestão, grande parte da recomendação dos profissionais por esse tipo de suplementação também se baseia na proteção de doenças como hipertensão, diabetes, câncer, osteoporose e coronariopatias(MOURA et al., 2021). Enquanto isso, ômega-3, ômega-6 e ômega-9 desempenham papéis vitais em várias funções do organismo, a deficiência desses ácidos graxos, podem acarretar em redução do crescimento, piorar a eficiência alimentar, pele seca, dermatite, queda de pelos, retardo na maturidade sexual, menor fertilidade, acúmulo de gordura no fígado, baixa resistências a várias doenças como coronárias e câncer (SILVA, 2020), evidenciando a importância dessa suplementação, e o motivo pelo qual grande parte dos profissionais também recomendam a utilização na alimentação canina. Gráfico 5: Questionados sobre os fatores que priorizam para recomendar dietas alimentares, observamos que a maioria dos profissionais se atentam ao histórico do paciente, representando 87,5% dos entrevistados (Gráfico 6), a abordagem personalizada visa promover a saúde e o bem-estar dos animais, reconhecendo que cada paciente tem necessidades únicas que devem ser consideradas ao selecionar sua alimentação. Observa-se que 6,3% dos entrevistados não costumam recomendar dietas, e 3,1% prioriza a quantidade de proteínas no 18 alimento, e outros 3,1% a quantidade de gordura durante a indicação de uma alimentação para os cães. Gráfico 6: Na pesquisa conduzida entre veterinários, observou-se que a maioria desses profissionais, 37,5% dos profissionais, acredita que sua opinião desempenha um papel decisivo na escolha da ração para cães por parte dos tutores (Gráfico 7). Esta crença, reflete a confiança que os proprietários depositam na expertise e no conhecimento dos veterinários quando se trata da saúde e nutrição de seus animais de estimação. Os veterinários são vistos como autoridades no assunto, capazes de oferecer recomendações personalizadas com base nas necessidades individuais de cada animal. Sua orientação é valorizada não apenas pela sua formação acadêmica e experiência prática, mas também pelo compromisso com o bem-estar animal. Embora a nutrição seja fundamental para a saúde dos animais de estimação, os veterinários reconhecem que, para muitos proprietários, a praticidade (12,5%) e o custo (31,3%) representam um papel significativo na tomada de decisão. Em um mundo cada vez mais agitado, os tutores buscam opções alimentares que sejam fáceis de comprar, armazenar e servir, permitindo que atendam às necessidades de seus animais de estimação sem comprometer muito seu estilo de vida. Além disso, o fator financeiro também é considerado importante, já que muitos proprietários precisam equilibrar os custos de alimentação com outras despesas relacionadas ao cuidado do animal. Segundo 19 a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação), incorporar um animal de estimação no orçamento familiar pode impactar a renda em até 24,3%. No entanto, essa porcentagem pode variar dependendo do estilo de vida da família e de sua receita. Em média, estima-se que os custos mensais de manter um cachorro possam alcançar cerca de R$ 350,00. Gráfico 7: No gráfico 8 observamos que 78,1% dos veterinários, prioriza a discussão sobre questões nutricionais como parte integrante do cuidado preventivo e da promoção da saúde animal. Essa abordagem reflete o reconhecimento do papel fundamental que a dieta desempenha na manutenção do bem-estar e na prevenção de doenças nos cães. Durante essas consultas, os veterinários frequentemente avaliam a dieta atual do animal, discutem hábitos alimentares e fornecem recomendações específicas para atender às necessidades nutricionais individuais de cada cão. Eles podem oferecer conselhos sobre tipos de alimentos, porções adequadas, necessidades calóricas, suplementação e até mesmo discutir alergias alimentares ou sensibilidades. Todavia, 21,9% dos profissionais abordam a questão da dieta com os tutores somente quando observam a necessidade de alguma orientação específica, seja ela decorrente do errôneo manejo alimentar, ou relacionado com alguma patologia apresentada pelo animal. 20 Gráfico 8: Durante suas consultas, 71,9% dos veterinários entrevistados, recomendam aos tutores de cães a seguir as orientações indicadas pelos fabricantes dos alimentos que seus cães consomem. Essas orientações são fundamentais para garantir que os animais recebam a quantidade adequada de nutrientes para atender às suas necessidades individuais, levando em consideração fatores como idade, peso, nível de atividade e saúde geral. Ao seguir as recomendações dos fabricantes, os tutores podem ajudar a prevenir problemas de saúde relacionados à alimentação, como obesidade ou deficiências nutricionais. Embora os veterinários forneçam orientações personalizadas durante as consultas, eles enfatizam que as instruções dos fabricantes são uma referência essencial para uma alimentação equilibrada e saudável para os cães. Gráfico 9: 21 A pesquisa revelou que a maioria dos veterinários acredita que a obesidade canina está intimamente ligada à alimentação excessiva. 81,25% dos profissionais possuem a ideia de que a administração incorreta e exacerbada de rações, alimentos naturais, petiscos etc, estão correlacionados com os casos de obesidade nos pets (Gráfico 9). Isso ressalta a importância do controle rigoroso da dieta dos animais de estimação para garantir sua saúde e bem-estar. Contudo, 9,38% dos profissionais consultados, apontaram a falta de exercícios físicos como um fator significativo. Além da alimentação excessiva, o sedentarismo está diretamente ligado ao sobrepeso de animais, impulsionados pela rotina dos tutores, onde não possuem tempo para passear com os cães, ou por viverem em apartamento com espaços mais restritos, que limitam a práticas de exercícios (MARTINS, 2023). Gráfico 9: Você acredita que a maioria de casos de obesidade em cães está relacionada a: Todos os 32 respondentes indicaram que orientam os tutores quando veem a necessidade de perda de peso para o animal (Gráfico 10). O veterinário trabalha em estreita colaboração com o proprietário do animal para desenvolver um plano de dieta e exercício personalizado, adaptado às necessidades específicas do cão e às circunstâncias individuais. Além disso, são fornecidas orientações sobre a quantidade correta de alimentos, a seleção de alimentos nutritivos e a implementação de um programa de exercícios adequado. Durante o acompanhamento, o veterinário monitora o progresso do cão e faz ajustes no 22 plano de manejo conforme necessário, garantindo assim um cuidado abrangente e personalizado para combater a obesidade e promover a saúde e o bem-estar do animal. Gráfico 10: A pesquisa abaixo nos revelou que: 40,6% dos profissionais entrevistados compartilharam da opinião que alimentação natural requer maior disposição de preparação por parte dos tutores pois envolve a realização de refeições frescas e balanceadas em casa, apesar dessa demanda adicional de tempo e esforço, muitos proprietários estão dispostos a investir nesse tipo de alimentação devido aos benefícios que oferece à saúde de seus animais de estimação. 28,1% dos veterinários acreditam que esse tipo de dieta é mais saudável em comparação com as rações comerciais, conforme especialistas em alimentação e endocrinologistas, a alimentação natural é mais vantajosa, porque as refeições podem ser adaptadas para cada tipo de cachorro (FRANCISCO, 2023), destacando possíveis benefícios para a saúde dos animais. Outro aspecto relevante na pesquisa é a alta palatabilidade e digestibilidade, com 25% dos veterinários indicando que a alimentação natural é percebida como mais saborosa pelos cães, o que significa que os cães tendem a desfrutar mais das refeições, o que pode ajudar a garantir uma ingestão adequada de nutrientes. Outro ponto a ser destacado, é que essas dietas são livres de transgênicos econservantes artificiais, proporcionando uma nutrição mais pura e livre de aditivos prejudiciais. Esses resultados evidenciam uma variedade de percepções 23 entre os profissionais de saúde animal em relação à alimentação canina, evidenciando a importância do debate e da informação para orientar os tutores na escolha da melhor dieta para seus animais de estimação. Gráfico 11: 4.2 Formulário para tutores de cães 4.2.1 Perfil dos tutores de cães entrevistados Dentro dos 203 tutores entrevistados, podemos observar um número expressivo de tutores que possui ensino superior completo, representando 42,2%. Este número significativamente maior de tutores de animais de estimação com ensino superior completo, aponta para uma tendência intrigante no perfil dos proprietários de pets. Essa observação, sugere uma possível correlação entre o nível educacional e a posse responsável de animais de estimação. Tal fenômeno pode ser interpretado como indicativo de uma maior capacidade financeira e disposição para cuidar dos animais, além de um acesso mais amplo a informações sobre os cuidados e bem-estar dos pets. Adicionalmente, a posse de animais de estimação por parte de indivíduos com ensino superior pode refletir uma busca por companhia e conforto emocional, além de uma valorização do papel dos animais na qualidade de vida. 24 Foi realizada a divisão das áreas de residência dos tutores de cães através de administrações regionais da cidade de Curitiba e região metropolitana. Observamos que a predominância dos entrevistados residirem na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) e nos bairros localizados na região Sul da cidade, porém, possui grande distribuição de tutores e cães em todas as outras regionais. Quadro 2. Dados sociodemográficos dos tutores de cães que participaram da pesquisa. Dados educacionais Quantidade Porcentagem Formação Ensino Fundamental Incompleto 1 0,49% Ensino Fundamental Completo 6 2,96% Ensino Médio Incompleto 4 1,97% Ensino Médio Completo 44 21,67% Ensino Superior Incompleto 62 30,54% Ensino Superior Completo 86 42,36% Região em que residem Regional Matriz 17 8,5% Regional Portão 27 13,4% Regional Boqueirão 30 14,8% Regional Cajuru 10 4,9% Regional CIC 3 1,4% Regional Santa Felicidade 13 6,5% Regional Boa Vista 12 5,9% Regional Bairro Novo 23 11,4% Regional Tatuquara 4 2% Regional Pinheirinho 28 13,5% Região Metropolitana 36 17,7% 25 4.2.2 Perspectiva dos entrevistados sobre a alimentação O gráfico 12 nos mostra que a maioria dos tutores de cães possuem preferência a ração seca como alimentação principal para seus cães. A ração seca é a opção de 95,1% dos entrevistados. Conforme mencionado anteriormente, os benefícios da ração comercial estão diretamente relacionados com a preferência pelos tutores, sua praticidade, economia, equilíbrio nutricional e a facilidade de controle das porções são vantagens, que contribuem para a escolha desse tipo de alimentação. Outro dado que se destacou, foi o baixo número de tutores que optam por ofertar restos de alimentos para seus cães, apenas 0,5% dos entrevistados. Este dado pode revelar uma conscientização maior dos tutores a respeito dos riscos associados a essa prática, como a possibilidade de oferecer alimentos inadequados em termos de nutrição ou que possam causar problemas de saúde, como obesidade, intolerâncias alimentares ou envenenamento por alimentos tóxicos para cães. Além disso, a alimentação com restos de comida pode levar a uma dieta desequilibrada, carente de nutrientes essenciais para a saúde dos cães. Gráfico 12: Na pesquisa realizada, ficou evidente que 30,5% dos entrevistados, baseia a escolha da alimentação de seus cães nas recomendações de veterinários (Gráfico 13). Essa abordagem reflete uma preocupação crescente com a saúde e o bem-estar dos animais de estimação, bem como o reconhecimento da importância de uma dieta adequada para promover uma vida 26 longa e saudável para os cães. Os veterinários são considerados como fontes confiáveis de orientação nutricional, capazes de fornecer recomendações personalizadas levando em consideração as necessidades individuais de cada animal, como idade, raça, tamanho e condições de saúde específicas. A confiança depositada nas orientações dos veterinários ressalta a importância do papel desses profissionais na educação e cuidado com os animais de estimação, contribuindo para uma abordagem mais consciente e responsável em relação à alimentação dos pets. A praticidade também possui um peso significativo na escolha da alimentação por parte dos tutores, representando 21,7%, como vimos anteriormente a preferência pela ração (mais utilizada pelos tutores) pode ser atribuída ao fácil armazenamento e possui uma vida útil prolongada, o que a torna uma opção prática para tutores que desejam garantir um suprimento estável de alimentos para seus animais de estimação. A idade e o porte (16,3 %) e o valor nutricional (13,8%) também se destacam como critérios para a escolha do melhor alimento para seu cão. Estes dados reforçam o conceito de que os tutores estão cada vez mais conscientes e preocupados em fazer as melhores escolhas para uma alimentação mais adequada e saudável para seus pets. Gráfico 13: Questionados sobre os hábitos alimentares de cães, a pesquisa revelou que 87,2% dos tutores não impõe restrições específicas à dieta de seus animais 27 de estimação (Gráfico 14). No entanto, surpreendentemente, uma parte considerável dos entrevistados relatou que seus cães de fato têm restrições alimentares, representando 12,8% das respostas. Essa descoberta sugere uma variedade de abordagens em relação à alimentação canina, com alguns tutores adotando uma postura mais flexível, enquanto outros se preocupam em ajustar a dieta de acordo com as necessidades individuais de seus pets. Este resultado destaca a importância de considerar a diversidade de recomendações dietéticas, que devem ser formuladas adequadamente por profissionais evitando assim carências ou excessos de nutrientes (CAMPOS e RIBAS, 2021). Gráfico 14: A respeito do motivo pelo qual os cães possuem restrições alimentares, o formulário apresentou algumas opções de patologias que os tutores poderiam selecionar, e que teriam conhecimento que estariam relacionados com cuidados especiais na dieta. Representando 36,6% das respostas, a grande maioria dos entrevistados não tinham conhecimento se seus animais possuíam alguma restrição, ou o motivo pelo qual apresentam a restrição, enquanto outros 22,2% responderam que essa atenção maior a dieta seria consequência de dermatopatias, como dermatite alérgica ou dermatite atópica. Constituindo outros 22,2% dos entrevistados, confirma-se que as gastroenteropatias, como gastrite, pancreatite, enterite, estão relacionados com as dietas seletivas para seus pets. Em seguida, observamos que cães mais idosos também exigem manejos em sua alimentação, representando 6,7% das respostas. A obesidade também representa 6,7% dos entrevistados, enquanto os problemas endócrinos como diabetes, hipotireoidismo e hipertireoidismo constituem 4,4% das respostas, e as nefropatias 2,2% (Gráfico 15). 28 Gráfico 15: A pesquisa visa entender o quão importante os tutores acreditam que a alimentação seja importante para a saúde dos cães, portanto, apresentamos uma tabela com escala de 0 a 5, onde 0 representa que o tutor considera pouco relevante a alimentação para a saúde do cão, e 5 onde o tutor consideram muito importante a alimentação para a saúde do cão (Gráfico 16). Desta forma, identificamos que 85,7% dos entrevistados atribuiu a nota 5 ao questionamento, confirmando que dentro dos conhecimentos dos responsáveis pelos animais, existe uma grande conscientização a respeitoda dieta dos pets, visto que, associam uma dieta de qualidade com a prevenção de deficiências nutricionais e o desenvolvimento de doenças (WOLFARTH et al., 2011). Representando 11,4%, 24 entrevistados atribuíram nota 4 para a importância da alimentação para saúde dos cães, 2% atribuíram nota 3, e 0,5% nota 1, nenhum dos entrevistados considerou como irrelevante a dieta balanceada para a saúde dos cães. 29 Gráfico 16: Observando o gráfico 17, podemos notar que os tutores estão bem informados sobre os alimentos tóxicos para seus animais de estimação. Esta clara distinção reflete um alto nível de conscientização sobre quais alimentos devem ser evitados para garantir a saúde e o bem-estar dos cães. Alguns alimentos aparentemente inofensivos para os humanos, como chocolate, uvas, cebola, alho e abacate, podem ser extremamente prejudiciais para os cães, podendo causar intoxicação (KOVALKOVIČOVÁ et al., 2009). O cozimento ou a deterioração de cebola e alho por exemplo, não reduzem o seu potencial de toxicidade (BURROWS; TYRL, 2001). Gráfico 17: A pesquisa permitia que os tutores descrevessem alguns alimentos que consideravam nocivos para os cães, e destacou-se que o chocolate é o alimento amplamente reconhecido, 135 dos 167 tutores que responderam essa pergunta, pontuaram o alimento como prejudicial para os pets (Gráfico 18). Essa conscientização é crucial, considerando que o chocolate contém teobromina, 30 uma substância tóxica para os cães, que pode causar diurese, taquicardia, convulsões e até mesmo a morte (WALLER et al. 2013). Apesar de menos conhecida do que o chocolate em termos de toxicidade para cães, a uva (e suas variações, como uvas passas) representa um sério risco à saúde canina também. Observa-se que 58 dos 167 tutores, reconhecem que a uva é um alimento impróprio para seus pets. Mesmo indefinido a fonte da toxicidade da uva para estes animais, sinais clínicos como vômitos, diarreias, dores abdominais costumam estar presentes após a ingestão desse alimento (WALLER et al. 2013). Além do chocolate e das uvas, cebola e o alho também são considerados como dois dos alimentos mais prejudiciais para estes animais. Nota- se que 32 dos 167 tutores consideram a cebola como tóxica para os cachorros, enquanto 22 dos 167 entrevistados consideram o alho como nocivo também. Esses vegetais, comuns em muitas dietas humanas, contêm compostos tóxicos que reduzem a atividade de enzimas em células vermelhas no sangue, provocando sinais clínicos como icterícia, dificuldade respiratória com aumento na frequência respiratória, além de vômito e diarreia (OLIVEIRA et al. 2020). Outros alimentos como pão e café, também foram destaques pelos tutores durante a pesquisa, embora a ocorrência da intoxicação por ingestão desses alimentos seja menor por parte dos cães, são produtos da dieta humana que devem ser cuidadosamente manipulados a fim de evitar que problemas futuros relacionados à saúde desses animais. Gráfico 18: 31 Representado pelo gráfico 19, obtivemos o resultado de que 40,9% dos tutores não fornecem suplementos alimentares para seus animais devido à falta de compreensão sobre sua necessidade. Já 27,6% dos entrevistados, afirma que a suplementação é fornecida regularmente de acordo com a recomendação do veterinário. Contudo, 19,7 % dos responsáveis, não vê a necessidade de suplementar seu animal com vitaminas, resultado que deve ser abordado com muita atenção, visto que, as vitaminas são substâncias essenciais para cães, e por isso devem ser incluídas na dieta, de acordo com a singularidade de cada espécie. (ZORAN, 2002). Gráfico 19: Na questão seguinte, mais de 59% dos tutores indica plena consciência de que o excesso de alimentação pode levar à obesidade canina (Gráfico 20). Porém, a falta de exercícios também tem um grande percentual. Visto que a maior parte da população canina mundial tem excesso de peso, isso pode afetar desfavoravelmente a saúde, longevidade e qualidade de vida. Pode causar também comportamentos indesejáveis dos cães, afetando negativamente o bem-estar, bem como ser estressante para os tutores (LIMA, 2019). 32 Gráfico 20: Os dados do gráfico 21 apontam que 45,8% dos tutores de animais de estimação prefere oferecer biscoitos e palitos específicos para pets como petiscos. Somente 11,8% oferecem alimentos in natura e desidratados. Considerando que este último, petiscos in natura e desidratados para cachorros pode ser uma prática benéfica para complementar sua dieta e promover seu bem-estar geral. Esses petiscos, como frutas frescas e vegetais crus e\ou desidratados, são uma excelente fonte de nutrientes essenciais, vitaminas e fibras, que podem contribuir para a saúde digestiva, a função imunológica e até mesmo para a saúde bucal dos cães. Petiscos naturais são uma escolha inteligente para a saúde e bem-estar do seu animal de estimação. Entretanto uma porcentagem de 17,2% dos entrevistados ainda fornece alimentos humanos, como pedaços de pães e carne, os alimentos humanos podem ser muito calóricos e nutritivamente desequilibrados para os cães, levando a problemas como obesidade e deficiências nutricionais. A dieta dos cães deve ser formulada especificamente para suas necessidades nutricionais, que são diferentes das dos humanos. 33 Gráfico 21: De acordo com o 22º gráfico, uma tendência significativa emerge entre os tutores, 40,4% dos tutores opta por seguir as orientações de alimentação fornecidas nas embalagens dos produtos. Este comportamento é indicativo da confiança dos tutores nessas orientações, possivelmente atribuindo-lhes autoridade e credibilidade no cuidado alimentar de seus pets. Entretanto, mais de 26% dos tutores reconhecem o valor das recomendações personalizadas do veterinário, adaptando a dieta de seus animais de acordo com suas necessidades individuais e condições específicas de saúde, outros 26% dos responsáveis deixam o alimento a livre demanda. Gráfico 22: A pesquisa revela que 46,8% dos tutores utiliza potes de plástico ou metálico para armazenar a ração de seus animais de estimação (Gráfico 23). Notavelmente, há uma clara preferência por potes de plástico e de metais, esta 34 porcentagem sugere uma possível inclinação dos tutores em relação à conveniência e acessibilidade dos mesmos, embora questões como durabilidade e segurança alimentar também possam influenciar essa escolha. Outra grande parte da porcentagem (41,9%), indica que os entrevistados preferem utilizar a embalagem na qual a ração foi comercializada. A embalagem é projetada para ser resistente, manter a embalagem bem fechada é fundamental para preservar a qualidade nutricional, sabor e cheiro da ração (LIMA,2013). O contato constante com o ar acelera o processo de oxidação, que elimina alguns nutrientes e vitaminas presentes na fórmula. Além de deixar a ração rançosa devida liberação de gordura. Os cuidados na hora de armazenar a ração do cachorro garantem uma alimentação mais balanceada e sem a perda dos nutrientes importantes para o pet. Além disso, o correto armazenamento do alimento, evita que a ração fique úmida, murcha ou contaminada com bactérias e parasitas, que podem comprometer a saúde do cachorro (SANTOS et al., 2011). Gráfico 23: No gráfico 24, observamos que a maioria dos tutores opta por não oferecer alimentação natural para seus animais de estimação, com cerca de 71,4% dos entrevistados seguindo essa tendência. Essa escolha, reflete uma preferência consolidada por parte dos tutores, que muitas vezes priorizam a praticidade das opções comerciais de ração. Essas opções são vantajosas para armazenar, medir e administrar, em comparação com dietas preparadas https://www.cobasi.com.br/cachorro/racao?utm_source=blog&utm_medium=post&utm_campaign=como-armazenar-racao-para-cachorrohttps://www.cobasi.com.br/cachorro/racao?utm_source=blog&utm_medium=post&utm_campaign=como-armazenar-racao-para-cachorro 35 em casa. Além disso, a complexidade de planejar e equilibrar uma dieta natural pode desencorajar os tutores, que podem estar preocupados em não atender adequadamente às necessidades nutricionais de seus animais. Uma pequena parcela dos entrevistados utiliza temperos da sua rotina na adição dos alimentos para seus cães, uma questão que deve ser levada em consideração devido ao grande risco de toxicidade de alguns produtos, como sal e açúcar, quando adicionados na dieta do animal (HENZEL, 2014). Gráfico 24: 36 CONCLUSÃO Em síntese, este estudo revelou que tanto tutores quanto médicos veterinários na região de Curitiba região metropolitana têm uma preferência pela ração seca como a opção de alimentação mais adequada para cães. Esta escolha reflete uma tendência dominante que é influenciada por considerações práticas, como conveniência e facilidade de armazenamento, além da percepção de que a ração seca oferece uma dieta balanceada e completa para os animais de estimação. É notável também que tanto tutores quanto veterinários demonstram uma preocupação genuína com a alimentação e saúde dos cães. Esta preocupação é um reflexo do reconhecimento crescente da importância da dieta na qualidade de vida e longevidade dos animais de estimação. Diante desse cenário, é essencial que continuemos a promover a educação e a conscientização sobre a nutrição canina, garantindo que tanto tutores quanto profissionais veterinários tenham acesso a informações atualizadas e baseadas em evidências científicas. Além disso, é fundamental que os fabricantes de alimentos para animais continuem a desenvolver produtos de alta qualidade e a fornecer orientações claras sobre o uso adequado de suas rações. Por fim, ao trabalharmos em conjunto para abordar as preocupações e desafios relacionados à alimentação de cães, podemos assegurar que estes recebam uma nutrição adequada para uma vida mais saudável e longínqua. 37 REFERÊNCIAS MCCONNEL, Allen R. et al. Friends with Benefits: On the Positive Consequences of Pet Ownwership. Psycnet, 2011. Disponível em: https://psycnet.apa.org/record/2011-13783-001. Acesso em: 18 mar. 2024. CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ESTADO DA PARAÍBA. CRMVPB. Disponível em: https://www.crmvpb.org.br/29077-2/. 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