Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Amamenta e alimenta Brasil: Recomendações baseadas no guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos. > Promoção do aleitamento materno e da alimentação complementar saudável na atenção primária à saúde. Unidade 1: Alimentação, saúde e desenvolvimento infantil. Durante a gestação e nos dois primeiros anos de vida da criança (primeiros mil dias) ocorrem processos fundamentais para o desenvolvimento infantil. Considera-se primeira infância o período que abrange os primeiros seis anos completos ou 72 meses de vida. É importante compreender que todas as experiências vividas durante a primeira infância afetam as condições de vida e saúde do bebê e têm reflexos na vida adulta. O desenvolvimento infantil é um processo multifatorial que apresenta interferência de fatores genéticos e, em especial, dos estímulos e condições do meio em que a criança vive, como suporte emocional e cuidados de higiene e alimentação. O artigo 227 da Constituição Federal brasileira estabelece que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança o direito à vida, à saúde e à alimentação. O Brasil ratificou em 1990, a partir do Decreto nº 99.710, de 1990, o compromisso presente na Convenção sobre os Direitos das Crianças das Nações Unidas. Em linhas gerais, o decreto estabeleceu a proteção integral aos direitos da criança. E, por meio da Lei nº 8.069, de 1990, foi instituído o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), um grande avanço no tocante à proteção integral à criança e ao adolescente no país. Em 2015, foi publicada a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC), que é resultado de um processo de construção participativa, liderado pelo Ministério da Saúde, com envolvimento de instituições, especialistas e consultores de Saúde da Criança. O objetivo da PNAISC é promover e proteger a saúde da criança e o aleitamento materno, mediante atenção e cuidados integrais e integrados, da gestação aos 9 anos de vida, com especial atenção à primeira infância e às populações de maior vulnerabilidade, visando a redução da morbimortalidade e um ambiente facilitador à vida com condições dignas de existência e pleno desenvolvimento. Em 8 de março de 2016, por meio da Lei nº 13.257, o Brasil instituiu o Marco Legal da Primeira Infância, como resultado de um amplo processo participativo para formulação e implementação de políticas públicas para a primeira infância. A nutrição infantil destaca-se como um dos domínios fundamentais para assegurar o pleno desenvolvimento das crianças. O acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil, realizado por profissionais da saúde, é um direito de todas as crianças brasileiras presente no ECA. Envolve múltiplos aspectos: além da avaliação do estado nutricional, deve-se observar os marcos do desenvolvimento infantil relacionados às habilidades de cada criança e suas interações com pessoas e objetos, que indicam muito sobre seu processo de aprendizagem, desenvolvimento cognitivo e emocional. Por isso, o profissional da saúde precisa estar atento a possíveis sinais de atraso no desenvolvimento (como sustentar a cabeça, engatinhar, andar, dificuldades na linguagem e na aprendizagem). Quanto mais cedo o atraso no desenvolvimento for identificado e tratado com atenção e estímulos adequados, melhor será o resultado. A Caderneta da Criança do Ministério da Saúde é um instrumento de coordenação do cuidado que possui informações para o acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento da criança, pois nela constam os marcos de desenvolvimento neuropsicomotor, afetivo e cognitivo/linguagem. O aleitamento materno é a estratégia que, isoladamente, mais impacta na redução da mortalidade infantil por causas evitáveis. O leite materno fornece uma nutrição adequada, ajuda a desenvolver a imunidade infantil e contribui na saúde física e emocional da criança. As mais recentes recomendações da OMS, do Unicef e do MS do Brasil reiteram que o aleitamento materno deve ser iniciado na primeira hora de vida do bebê e mantido até os 2 anos de idade ou mais, sendo exclusivo (sem a oferta de qualquer outro líquido ou alimento) até os 6 meses de vida. Por meio da amamentação, a criança entra em contato com a mãe, favorecendo o vínculo afetivo e estímulos dos sentidos como visão, olfato, paladar e tato. Além desses aspectos, o leite materno contribui para a economia da família. As repercussões do aleitamento materno a longo prazo mostram ainda que crianças amamentadas por mais tempo estudaram mais, tiveram melhor desempenho em testes de inteligência e conquistaram melhores salários na vida adulta. Portanto, a amamentação das crianças, nos primeiros anos, tem impacto não somente na nutrição e saúde, mas também influencia fortemente o desenvolvimento humano. Por fim, amamentar faz bem a toda sociedade e à natureza porque crianças amamentadas são mais saudáveis – a amamentação não impacta nos recursos naturais, dispensa a produção de plásticos e demais resíduos sólidos. Por todos esses benefícios citados, amamentar não deve ser considerado um ato solitário, mas sim um bem social que deve ser apoiado e estimulado por todos da família e da comunidade (empregadores, estabelecimentos e profissionais de ensino e saúde, meios de transporte público, espaços públicos, entre outros). O ECA garante a proteção à amamentação, determinando que o poder público, as instituições e os empregadores devem propiciar condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive para as crianças filhas de mães privadas de liberdade. Mulheres e suas famílias devem receber a informação e o apoio necessários para que a amamentação aconteça de forma agradável e prazerosa, além de orientação sobre o manejo adequado de problemas, caso surjam. Entende-se por alimentação complementar quaisquer alimentos nutritivos sólidos ou líquidos oferecidos à criança em adição ao leite materno, devendo ser iniciada aos seis meses de vida. A alimentação e nutrição adequadas são essenciais para o crescimento e desenvolvimento das crianças. A partir de seis meses, além do leite materno, novos alimentos saudáveis devem ser oferecidos às crianças e terão papel importante na formação dos hábitos alimentares para toda a vida, e, além disso, esses alimentos irão fornecer nutrientes que desempenham um papel importante na formação dos tecidos e sistemas corporais. O Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) é um direito humano básico, garantido pela Constituição Brasileira. O DHAA pressupõe que todas as pessoas deveriam ter acesso a alimentos seguros e saudáveis, em quantidade e qualidade suficientes, de forma permanente e regular, ficando, assim, livres da fome e bem nutridas. Além disso, um estudo avaliou práticas alimentares de crianças brasileiras e os fatores associados à qualidade e à diversidade da dieta e identificou que iniquidades sociais e situações de vulnerabilidade social estão relacionados a menores chances de uma alimentação diversificada. A desigualdade social é sem dúvidas um fator decisivo para que muitas famílias não consigam ter alimentos suficientes para suas necessidades básicas (na variedade, quantidade e qualidade necessárias). Em outros casos, a influência de campanhas publicitárias para compra de alimentos não saudáveis também interfere na qualidade da alimentação dos indivíduos. A introdução de alimentos seguros do ponto de vista nutricional e sanitário, em época oportuna e de forma adequada, previne carências nutricionais e tem grande impacto na morbimortalidade infantil. Em condições de baixo acesso a alimentos saudáveis, ocorrem diferentes formas de deficiências nutricionais: desnutrição, excesso de peso e carências específicas de micronutrientes como ferro, zinco e vitamina A, que podem impactar de maneira negativa o desenvolvimento da criança, com repercussões para toda a vida. A alimentação complementarsaudável também contribui para a prevenção do sobrepeso e da obesidade infantil, considerados pela OMS como uma epidemia mundial com forte associação com o consumo alimentar e com o nível de atividade física dos indivíduos. As crianças com obesidade têm a saúde comprometida e correm sérios riscos de desenvolver doenças nas articulações e nos ossos, diabetes, hipertensão, problemas cardíacos e câncer na vida adulta, além de problemas emocionais, que impactam a saúde mental das crianças e suas relações interpessoais. É fundamental compreender que a obesidade infantil não é uma questão do indivíduo e suas escolhas, mas sim resultado da influência do ambiente econômico, cultural, político e social. Assim, é possível assumir que o enfrentamento parte do planejamento de propostas de intervenções que contribuam com o seu controle e redução. A conscientização dos profissionais sobre a importância do cuidado à criança com foco na alimentação saudável e prevenção de complicações no seu desenvolvimento futuro deve ser uma prioridade de todos. Unidade 2: Um panorama sobre a situação do aleitamento materno e da alimentação complementar no brasil. As pesquisas de abrangência nacional realizadas no Brasil desde a década de 1970 têm mostrado grandes avanços na prática da amamentação. Os dados do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI) mostram que houve melhora nos indicadores de aleitamento materno no Brasil no período de 1986 a 2019. Os dados apresentados, de pesquisas e inquéritos nacionais, mostram que ainda precisamos avançar nas taxas de aleitamento materno e que o consumo de alimentos não recomendados acontece cada vez mais precocemente. Esse padrão de consumo alimentar está associado à formação de hábitos alimentares inadequados que, por sua vez, relacionam-se ao desenvolvimento de diferentes formas de má nutrição, incluindo a desnutrição, o excesso de peso e as carências nutricionais. As causas do excesso de peso na infância estão relacionadas ao conjunto de fatores caracterizado por um consumo excessivo de alimentos com altos teores de açúcar, gordura e sódio, e pelo sedentarismo, influenciados pelo ambiente, pela mídia e publicidade de alimentos não saudáveis. Em relação às carências de micronutrientes, destaca-se a deficiência de ferro. Uma revisão sistemática identificou que há uma alta prevalência (> 40%) de anemia em estudos de base populacional, indicando que é um problema de alta relevância na população brasileira. Segundo dados do SISVAN, de 2019, com relação ao estado nutricional de um total de 1.487.057 crianças menores de 2 anos acompanhadas na APS, 9,74% apresentaram sobrepeso e 7,6% obesidade. O processo de Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) corresponde a um conjunto de ações para a descrição contínua das condições de alimentação e nutrição de uma população. No Brasil, essa vigilância é realizada por meio de inquéritos e pesquisas populacionais e pelos profissionais de saúde na atenção primária considerando indivíduos de qualquer fase do curso da vida atendidos pelo SUS. Para isso, profissionais e gestores da saúde contam com o SISVAN como ferramenta de gestão das informações de VAN na APS para o planejamento e a organização da atenção nutricional no SUS. O aperfeiçoamento do SISVAN é uma das diretrizes presentes no Decreto nº 408, de 2008, do Conselho Nacional de Saúde, como uma das estratégias para a prevenção de todas as formas da má nutrição. O SISVAN consolida as informações sobre estado nutricional e marcadores de consumo alimentar dos brasileiros acompanhados na APS e oferece o diagnóstico descritivo e analítico da situação alimentar e nutricional da população. A partir do diagnóstico alimentar e nutricional individual ou coletivo de um território, profissionais e gestores são capazes de organizar ações: - Ações de promoção da alimentação adequada e saudável; de prevenção de agravos relacionados à má alimentação e atenção precoce e oportuna aos casos de carências nutricionais específicas. O SISVAN reúne informações sobre o registro de dados antropométricos e de marcadores de consumo alimentar de diferentes sistemas de informação, dentre os quais o registro realizado pelo próprio SISVAN, pelo Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB) e Sistema do Programa Bolsa Família (PBF) na Saúde. O e-SUS Atenção Primária (e-SUS APS) é uma estratégia do Departamento de Saúde da Família para reestruturar as informações da APS em nível nacional e se constitui no Sistema de Informação da Atenção Primária vigente. No e-SUS APS é possível registrar os dados antropométricos e de marcadores de consumo alimentar, porém não é possível a geração de relatórios, apenas disponíveis no site do SISVAN. O registro de dados antropométricos também pode ser realizado pelo Sistema do PBF na Saúde a partir do acompanhamento de vigilância nutricional de crianças menores de 7 anos, gestantes e mulheres beneficiárias ou atendidas pelo programa. No SISVAN, é possível obter 2 tipos de relatórios públicos: Relatórios de Produção e Consolidados. Esses relatórios podem ser gerados com abrangência nacional, regional, estadual, municipal e por estabelecimento de saúde. É importante salientar que é a partir da coleta e do registro dos marcadores de consumo alimentar que os profissionais da atenção primária poderão obter informações sobre as práticas de aleitamento materno e de alimentação complementar das crianças do seu território, permitindo o monitoramento desses indicadores, contribuindo para o planejamento de ações e a organização dos cuidados adequados à realidade local. Indicadores para a avaliação do consumo alimentar de crianças menores de 2 anos: aleitamento materno exclusivo de 0-6 meses; aleitamento materno continuado (6-24 meses); diversidade alimentar mínima; frequência mínima e consistência adequada; consumo de alimentos fonte de ferro; consumo de alimentos fonte de vitamina A; consumo de alimentos ultraprocessados; consumo de hambúrgueres e/ou embutidos; consumo de macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote; consumo de bebidas adoçadas; e consumo de biscoitos recheados, doces e guloseimas. A partir do registro dos dados de marcadores de consumo alimentar e dos dados antropométricos, a utilização do SISVAN torna-se fundamental para o monitoramento dos indicadores de alimentação e do estado nutricional das crianças menores de 2 anos. Assim, é possível conhecer o perfil alimentar, nutricional e epidemiológico do seu local de atuação, incluindo os principais agravos e fatores de risco ou proteção à saúde relacionados à alimentação e nutrição, e planejar ações na APS. Unidade 3: O que influencia as práticas de aleitamento materno e alimentação complementar. A alimentação da criança é um processo multifatorial, socioculturalmente determinado. Portanto, compreender o processo da amamentação e alimentação complementar saudável no contexto sociocultural da família pode ser bastante desafiador e complexo para o profissional da saúde. Muitas são as influências vividas pela mulher, pela criança e pela família que interferem nas decisões de amamentação e alimentação. Para que ocorram boas práticas de alimentação nos primeiros anos de vida, o apoio da rede familiar e social é primordial. Reconhecer as necessidades da mulher que amamenta e as de sua família é uma forma de potencializar a vivência empoderada da amamentação e da alimentação complementar saudável. Identificar quais são os fatores que influenciam as práticas de amamentação e de alimentação complementar saudável é importante para que você, profissional da saúde, em trabalho integrado com equipe multidisciplinar/interdisciplinar, possa considerá-los, ampliando assim sua visão sobre o processo do aleitamento materno e da alimentação complementar ecompreender que esse é um processo complexo e multideterminado. Assim, é possível fornecer apoio mais efetivo às mulheres e famílias com bebês na primeira infância. Para que possamos demonstrar estes fatores, vamos inicialmente classificá-los em cinco dimensões: biológico/psicológico, cultural, social, processo de trabalho e abordagem. Essa classificação tem a finalidade de colaborar no raciocínio da influência de cada dimensão, embora todas essas dimensões estejam interligadas e exerçam influências entre si. Unidade 4: A proteção legal da amamentação e da alimentação infantil. A questão é que essa publicidade influencia no desmame precoce e no consumo de alimentos prejudiciais à saúde das crianças. Essa influência ocorre tanto com foco nas mães e famílias desde a gestação até o pós-parto, com produtos substitutos do leite materno, quanto voltado ao público infantil e também sobre profissionais da saúde que atendem crianças pequenas. Para coibir práticas publicitárias abusivas, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) considera ilegal qualquer tipo de publicidade de produto ou serviço voltada ao público infantil, em qualquer meio de comunicação ou espaço de convivência da criança. Neste sentido, as leis n° 8.985, de 2012, e nº 12.529, de 2011, tornam proibida a comercialização de alimentos que acompanhem brinde ou brinquedo, por entenderem que é uma estratégia de marketing voltada ao público infantil, bem como a venda casada. Alinhando ao Código de Defesa do Consumidor, a Resolução nº 163, de 2014, do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) acrescenta o conceito de abusividade como toda forma de publicidade dirigida diretamente ao público infantil com o intuito de incentivar o consumo de produtos e serviços. Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (cuidado desde a gestação até 9 anos de idade). Marco Legal da Primeira Infância (desenvolvimento integral da criança até os 6 anos e amplia licença paternidade para 20 dias). Licença maternidade/paternidade e pausas para amamentação: 120 dias para a mulher registrado pela CLT, e direito de 2 períodos de 30min de pausa para amamentação até 6 meses da criança. Proteção à mulher estudante. Sala de apoio à amamentação. Filhos de mães submetidas à medida privativa de liberdade (lei 11.942 de 2009): direito a berçário até 6 meses. Direito à creche (estabelecimento com mais de 30 mulheres maiores de 16 anos deve conter local com assistência à criança). Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE): rede pública. Mulheres infectadas pelo HIV: portaria do SUS número 6, de 28/09/2017, garante recebimento de fórmula infantil (devido contraindicação do leite materno). A NBCAL é regulamentada pela Lei nº 11.265, de 2006, e pelo Decreto nº 9.579, de 2018. É um instrumento constitucional contra a interferência da publicidade infantil nas práticas de alimentação. A NBCAL surge em 1988 (revisada em 1992 e 2002), inspirada no “Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno”, de 1981, que prevê medidas para coibir práticas de publicidade que possam interferir na prática da amamentação e introdução de alimentos complementares. As estratégias regulamentadas pela NBCAL visam promover, proteger e apoiar o aleitamento materno, para garantir a saúde infantil. A International Baby Food Action Network (IBFAN) Brasil é uma organização não governamental que faz parte de uma rede internacional (a Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar) formada por mais de 270 grupos de ativistas espalhados por 168 países e que atua há 40 anos para a melhoria da nutrição e saúde infantis e monitoramento do Código Internacional. Unidade 5: técnicas de aconselhamento. O aconselhamento é uma abordagem ou maneira de atuação do profissional, na qual se busca compreender a pessoa que está sendo atendida, oferecendo ajuda na tomada de decisões e fortalecendo sua autoconfiança. Evidências científicas comprovam que o aconselhamento é um instrumento efetivo em atendimentos de amamentação, sendo capaz de contribuir para a melhora dos indicadores de aleitamento materno. 1) Comunicação não verbal útil: não apressar conversa, prestar atenção no paciente e evitar se distrair, remover barreiras físicas. 2) Fazer perguntas abertas: estimulam a pessoa a fornecer mais informações (“como, o que, quando, onde, por quê?”). 3) Usar respostas e gestos que demonstram interesse: acenar positivamente com a cabeça, sorrir. 4) Devolver com as suas palavras o que a mulher diz: ao repetir você mostra que está ouvindo e estimula a falar mais. 5) Usar a empatia: entender o que ela sente, do ponto de vista dela. 6) Evitar palavras que soam julgamento: “errado, problema, certo”. A utilização do aconselhamento na rotina de trabalho da Estratégia Saúde da Família (ESF), como na visita domiciliar puerperal, por exemplo, é um importante mecanismo para detecção precoce de dificuldades iniciais na amamentação e fortalecimento do aleitamento materno. Nos atendimentos de mulheres com bebês na primeira infância, você pode perceber que muitas delas podem se sentir culpadas em relação a algumas situações com seus filhos pequenos, ou apresentarem falta de confiança em si mesmas. As pressões familiares e sociais podem levá-las a achar que não tem sido boa o suficiente. Como profissional da saúde, é importante reconhecer esses aspectos e usar as habilidades para aumentar a autoconfiança da mulher e dar apoio para ajudá-la a se sentir bem consigo mesma. Aceitar o que a pessoa pensa ou sente (depois oferecer a informação correta). Reconhecer e elogiar. Oferecer ajuda prática (ex: se a mãe está com sede, fome, cansada, posição confortável para segurar o bebê). Fornecer informações relevantes em linguagem adequada e simples (selecione informações prioritárias). Oferecer sugestões e não ordens. É importante evitar dizer o que a mulher deve fazer e, sim, ajudá-la a decidir por si mesma o que é melhor para ela e seu bebê. Isso aumenta a confiança materna e o vínculo com profissional. Unidade 6: Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos. A nova edição do Guia Alimentar para Crianças Brasileiras menores de 2 anos, lançada em 2019, traz recomendações atualizadas e baseadas em evidências cientificas sobre como alimentar a criança pequenas com objetivo de promover um crescimento e desenvolvimento saudável. Além disso, está alinhado ao Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado em 2014. Ele propõe que alimentos in natura e minimamente processados sejam a base da alimentação, limitando o consumo de processados e evitando ultraprocessados. Apresenta orientações para a composição das refeições tendo como base a valorização de preparações culinárias e a importância da dedicação de tempo à alimentação, local das refeições e companhia. Um aspecto fundamental para a alimentação é que indivíduos e famílias disponham de acesso a alimentos adequados e saudáveis e também de informação de qualidade para as suas escolhas alimentares, favorecendo a autonomia das famílias para consumir alimentos e preparações tradicionais ligadas ao seu repertório sociocultural e, assim, proporcionar o fortalecimento de sistemas alimentares sustentáveis. Os princípios do novo Guia Alimentar para Crianças Brasileiras menores de 2 anos são: a saúde da criança é prioridade absoluta e responsabilidade de todos; o ambiente familiar é espaço para a promoção da saúde; os primeiros anos de vida são importantes para a formação doshábitos alimentares; o acesso a alimentos adequados e saudáveis e a informação de qualidade fortalece a autonomia das famílias; a alimentação é uma prática social e cultural; adotar uma alimentação adequada e saudável para a criança é uma forma de fortalecer sistemas alimentares sustentáveis; e o estímulo à autonomia da criança contribui para o desenvolvimento de uma relação saudável com a alimentação. 1. Amamentar até 2 anos ou mais, oferecendo somente o leite materno até 6 meses. 2. Oferecer alimentos in natura ou minimamente processados, além do leite materno, a partir dos 6 meses. 3. Oferecer água própria para o consumo à criança em vez de sucos, refrigerantes e outras bebidas açucaradas. 4. Oferecer a comida amassada quando a criança começar a comer outros alimentos além do leite materno. 5. Não oferecer açúcar nem preparações ou produtos que contenham açúcar à criança até 2 anos de idade. 6. Não oferecer alimentos ultraprocessados para a criança. 7. Cozinhar a mesma comida para a criança e para a família. 8. Zelar para que a hora da alimentação da criança seja um momento de experiências positivas, aprendizado e afeto junto da família. 9. Prestar atenção aos sinais de fome e saciedade da criança e conversar com ela durante a refeição. 10. Cuidar da higiene em todas as etapas da alimentação da criança e da família. 11. Oferecer à criança alimentação adequada e saudável também fora de casa. 12. Proteger a criança da publicidade de alimentos. Unidade 7: o bebê menor de 6 meses. O leite materno é o primeiro alimento, que além de proteger contra diversas doenças na infância (infecções como pneumonia e diarreias) ainda previne doenças futuras como asma, diabetes e obesidade. Também traz benefícios à saúde da mulher porque reduz a chance de desenvolvimento de câncer de mama, de ovário e de útero, além de diabetes. O aleitamento materno promove o vínculo afetivo, colabora na saúde mental da mulher e no seu potencial de autoconfiança nos cuidados com o bebê. Nos primeiros seis meses de vida recomenda-se que a criança receba somente o leite materno, sem qualquer outro líquido ou alimento. Com o nascimento do bebê, é comum surgirem dúvidas sobre a produção e suficiência do leite materno. Nos primeiros dias da amamentação, o leite materno é chamado de colostro, tem uma coloração bem amarelada característica, isto porque contém muitas proteínas e anticorpos que ajudam o recém-nascido na adaptação inicial à vida fora do útero. Após cerca de três a cinco dias pós-parto, acontece a apojadura, que é a transição do colostro para o leite “maduro”. Porém, a mulher pode experimentar outras modificações de coloração e aparência do leite ao longo da sua experiência de amamentação. Absolutamente normal, o leite materno é um fluido vivo e dinâmico, que se adapta constantemente para atender as necessidades do bebê. A produção de leite materno é proporcional à quantidade de vezes que a mama é esvaziada, logo, quanto mais vezes o bebê sugar o peito ou quanto mais a mulher retirar o seu leite, seja por extração manual ou com bomba, maior será a quantidade de leite materno. Ter uma experiência positiva de aleitamento materno depende substancialmente de duas ferramentas: informação e apoio. Como profissional da saúde, é importante iniciar a abordagem de promoção da amamentação durante o pré-natal, contemplando prioritariamente informações sobre superioridade da amamentação comparada a outras formas de alimentar o bebê, posições para amamentação e pega correta. As evidências mostram que ações de promoção do aleitamento materno mais efetivas na APS iniciam no pré-natal, preferencialmente com as atividades em grupo. No puerpério, as visitas domiciliares são fundamentais para a identificação de dificuldades e o acolhimento em tempo oportuno para evitar a interrupção do aleitamento materno. É importante respeitar a individualidade da mulher, principalmente durante o período pós-parto. As mulheres precisam de tempo, privacidade, apoio e autoconfiança para conseguirem ter êxito na amamentação. > Observação da mamada: A observação da mamada é fundamental para se identificar a necessidade de orientações e apoio à mulher. Inicialmente, sugere-se observar a posição da mãe e do bebê durante a mamada. Corpo do bebê se encontra bem próximo do da mãe, todo voltado para ela, barriga com barriga? Corpo e a cabeça do bebê estão alinhados (pescoço não torcido)? Braço inferior do bebê está posicionado de maneira que não fique entre o corpo do bebê e o corpo da mãe? A mãe segura a mama de maneira que a aréola fique livre? Pescoço do bebê está levemente estendido? Corpo do bebê está curvado sobre a mãe, com as nádegas firmemente apoiadas? Os dedos da mãe estão posicionados de forma a facilitar a pega? (Não se recomenda que os dedos da mãe sejam colocados em forma de tesoura, pois dessa maneira podem servir de obstáculo entre a boca do bebê e a aréola). A pega do bebê é fator decisivo para evitar as principais dificuldades na amamentação. Cada gestação é única, assim como cada bebê também é dotado de suas singularidades, o que faz com que amamentar seja um processo ímpar de aprendizagem para a mãe e para o bebê, mesmo para aquelas mulheres que já vivenciaram o processo de amamentar outras vezes. Para além de identificar aspectos sociais, biológicos e culturais que envolvem a amamentação e o puerpério, é fundamental que o profissional da saúde também conheça técnicas para alívio dos desconfortos causados por dificuldades comuns do aleitamento materno. Conheça algumas das dificuldades mais recorrentes e a forma de manejar adequadamente cada uma delas em: https://unasus- quali.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/872186/mod_resource/conte nt/14/build/static/media/info07.c24ad8b7.png. Existem também as situações em que algumas mulheres produzem um volume de leite maior do que seu bebê é capaz de consumir, nesses casos elas podem doar para um Banco de Leite Humano. A doadora precisa estar em bom estado de saúde e não usar medicamentos que interfiram na amamentação. O leite doado é processado e oferecido para bebês prematuros e/ou baixo peso internados nas Unidades Neonatais. Para saber como doar a mulher pode procurar o Banco de Leite Humano mais próximo ou ligar no Disque Saúde 136. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias, do Ministério da Saúde: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/amamentacao_uso _medicamentos_2ed.pdf. Oferecer qualquer outro alimento sólido ou líquido antes dos 6 meses, além prejudicial ao bebê, é completamente desnecessário, devendo ser fortemente desaconselhado por profissionais da saúde. A prática da amamentação cruzada, ou seja, quando mulheres amamentam crianças que não são seus filhos, também não é recomendada. https://unasus-quali.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/872186/mod_resource/content/14/build/static/media/info07.c24ad8b7.png https://unasus-quali.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/872186/mod_resource/content/14/build/static/media/info07.c24ad8b7.png https://unasus-quali.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/872186/mod_resource/content/14/build/static/media/info07.c24ad8b7.png https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/amamentacao_uso_medicamentos_2ed.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/amamentacao_uso_medicamentos_2ed.pdf Para essas crianças deve haver cuidado adicional na vigilância do crescimento e desenvolvimento. A qualquer momento é possível restabelecer a amamentação exclusiva, se este for o desejo da mãe, caso contrário, como profissional da saúde, cabe a você apoiar a mãe nas melhores escolhas para a alimentação da criança. Nos casos em que a amamentação não está sendo praticada, por impossibilidade ou opção da família, o primeiro substituto recomendado é a fórmula infantil para lactentes. Contudo,o que observamos pelos estudos nacionais, é o uso de leite de vaca. É importante lembrar que o leite de vaca integral não fornece todos os nutrientes que a criança precisa, contém proteínas que demoram mais para serem digeridas e possui quantidades insuficientes de vitaminas A, D e C. E para ser oferecido para menores de 4 meses, precisa ser diluído em água, isso porque os nutrientes presentes no leite de vaca sobrecarregam a função renal da criança além de ser potencialmente alergênico. > Lembrando que o leite de vaca deve ser utilizado somente em casos excepcionais, quando não há possibilidade de a criança receber o leite materno ou a fórmula infantil. É importante também que a criança, nessa situação, receba suplementação adequada de vitaminas e minerais. > Até 4 meses: adicionar 1 colher de chá de óleo para cada 100ml da mistura do leite. Após 2 meses o leite integral líquido não deverá ser diluído e nem acrescido de óleo. Formula infantil: É um produto que resulta da modificação do leite de vaca, alterando a quantidade de proteínas, sódio, gorduras, açúcares, vitaminas e minerais para melhorar a tolerância pelo organismo ainda imaturo do bebê. Compostos lácteos: são classificados como produtos ultraprocessados, e, portanto, não são indicados para crianças menores de 2 anos e não substituem o leite materno. Esses compostos lácteos são produzidos com uma mistura de leite (no mínimo 51%) e outros ingredientes lácteos ou não lácteos e costumam conter açúcar e aditivos alimentares. Suas embalagens e rótulos são parecidos com os das fórmulas infantis à base de leite de vaca, por isso as famílias devem ser alertadas quanto a isso. As crianças que recebem fórmula infantil à base de leite de vaca poderão iniciar a alimentação complementar a partir dos 6 meses. Devido à carência de nutrientes do leite de vaca modificado, as crianças que recebem esse tipo de leite devem iniciar a introdução da alimentação complementar saudável a partir dos 4 meses com orientação do profissional da saúde. Quantidade aproximada do almoço e jantar entre 5 e 6 meses - 2 a 3 colheres de sopa. Essas quantidades servem apenas como referência, e não devem ser tomadas com rigidez, uma vez que sinais de fome e saciedade da criança devem ser respeitados. Unidade 8: Crianças de 6 a 24 meses. É no período em que completa 6 meses que a maioria das crianças estarão prontas para iniciar a alimentação. Contudo, esse primeiro momento é de adaptação: a criança poderá recusar o alimento e chorar durante a alimentação. A família precisa ser informada de que é importante ter paciência, buscando que o momento da refeição seja uma experiência amorosa e positiva. Em muitas famílias, o período da introdução alimentar coincide com o momento do fim da licença maternidade e retorno ao trabalho. É importante que as mulheres sejam apoiadas para dar continuidade à amamentação até os 2 anos ou mais, mesmo com a introdução da alimentação complementar saudável. A mulher precisa ser orientada quanto à extração e ao armazenamento do leite materno e os cuidadores da criança precisam ser orientados sobre como ofertar o leite extraído para o bebê na ausência da mãe. Além disso, existem leis que apoiam a mulher trabalhadora que amamenta promovendo garantias que facilitam a continuidade da amamentação. A “Cartilha para a mulher trabalhadora que amamenta” do Ministério da Saúde oferece orientações de como manter a amamentação e oferecer o seu leite de forma segura, mesmo longe do bebê, além das legislações relacionadas à proteção da amamentação. O apoio da família, dos empregadores, do profissional de saúde e das instituições educacionais ou dos responsáveis que cuidam de bebês é fundamental para a continuidade do aleitamento. A introdução alimentar deve começar com três refeições por dia, podendo ser duas refeições de lanche (fruta) e uma de comida (almoço ou jantar), ou duas refeições de comida (almoço e jantar) e um lanche (fruta). Não é preciso fixar uma regra sobre qual refeição oferecer primeiro, mas sim ter a compreensão que, ao completar 7 meses, o bebê precisa estar recebendo habitualmente três refeições por dia. Desde os 6 meses a criança pode receber os mesmos alimentos que são preparados para a família, desde que saudáveis. A criança precisa comer alimentos de todos os grupos alimentares: feijões, carnes e ovos, legumes e verduras, tubérculos, cereais. No início da oferta de alimentos, a criança deve receber alimentos amassados com o garfo. Conforme a criança cresce e se desenvolve, a consistência da alimentação também vai ficando menos pastosa para se tornar cada vez mais parecida com a consistência da comida da família. Destaca-se que o uso do liquidificador, mixer ou peneiras deve ser evitado, isso porque a criança que recebe alimentos muito líquidos pode ter dificuldade em comer alimentos mais sólidos e também porque alimentos como sopas, sucos e caldos, por conterem mais água, fornecem menos energia que a criança necessitaria. Os alimentos devem ser colocados em pequenas quantidades no prato da criança. Inicie colocando com uma colher de sobremesa de um alimento de cada grupo, aproximadamente, podendo chegar a até três colheres de sopa somando o total da refeição no prato. Essa quantidade é apenas uma referência e não deve ser encarada como uma prescrição rígida. Outro ponto importante a ser considerado são os sinais de fome mais comuns como pegar ou apontar para a comida. Assim como os sinais de saciedade da criança, que são comer mais devagar, ficar com a comida parada na boca sem engolir, empurrar o alimento. O Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos recomenda não ofertar alimentos que contenham açúcar nos 2 primeiros anos de vida, e nem alimentos ultraprocessados. Alimentos ultraprocessados não devem ser oferecidos, por serem nutricionalmente desbalanceados e por conterem muitos aditivos. Consumir alimentos ultraprocessados pode atrapalhar o apetite nas refeições seguintes. O consumo desses alimentos aumenta a chance de obesidade na infância e os riscos de doenças crônicas da infância até a vida adulta. O cuidado com a saúde dos bebês é uma tarefa de todas as pessoas que convivem com o bebê. > Ter uma organização no preparo das refeições auxilia na agilidade de todo o processo, como planejar as refeições com antecedência, adquirir alimentos que estão na época e que são naturais da região onde você vive. Outro ponto importante são os cuidados de higiene no preparo das refeições: utilizar água potável, lavar as mãos, limpar utensílios e superfícies e higienizar os alimentos. Unidade 9: Promovendo o aleitamento materno e alimentação complementar saudável na atenção primária à saúde. Para que haja melhora nos indicadores de alimentação e de nutrição das crianças brasileiras é fundamental que existam investimentos em ações que incentivem a promoção da alimentação saudável na atenção primária. Nos últimos anos, o MS tem lançado políticas e diretrizes para a implementação da promoção da alimentação adequada e saudável, das quais podemos citar a revisão da Política Nacional de Alimentação e Nutrição, a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB), o Guia Alimentar para a População Brasileira, o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos, entre outras. As equipes da APS possuem um papel central neste cenário, uma vez que são as responsáveis pelas ações educativas coletivas e pelo aconselhamento nas consultas individuais. Entretanto, para a efetividade das ações de promoção da saúde ainda é preciso transpor o obstáculo do reconhecimento das potencialidades existentes nos territórios para além dos desafios, que são inúmeros. Os profissionais da saúde podem incentivar e apoiar ambientes promotores de alimentaçãoadequada e saudável, proporcionando a interação entre saberes alimentares tradicionais e a produção de alimentos locais. A EAAB surge neste contexto. Instituída pela Portaria nº 1.920, de 5 de setembro de 2013, é uma ação conjunta da Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN/SAPS) e da Coordenação de Saúde da Criança e Aleitamento Materno (COCAM/SAPS), do MS, em parceria com as secretarias estaduais e municipais de saúde como resposta aos dados do cenário epidemiológico brasileiro. Por meio de atividades participativas, a EAAB realiza capacitação dos profissionais da saúde para a promoção do aleitamento materno e da alimentação complementar saudável como atividade de rotina das unidades de saúde da APS, incentivando a troca de experiências e a construção do conhecimento a partir da realidade local. Os tutores da EAAB são os profissionais responsáveis pelas oficinas de trabalho nas UBS. O seu papel é apoiar as UBS, por meio do acompanhamento e planejamento das ações de promoção, de proteção e de apoio ao aleitamento materno e à alimentação complementar saudável. Como apoiador da UBS, deve oferecer o auxílio necessário para o cumprimento dos critérios de certificação, bem como de outras demandas identificadas. A metodologia crítico-reflexiva é um dos pilares da EAAB: busca a transformação social por meio da mobilização das pessoas, que por meio de atividades participativas e lúdicas incentiva a troca de experiência, a criatividade e a construção da problematização da realidade local. Com isso, pretende-se que o tutor da estratégia utilize o enfoque problematizador para incorporar os princípios da aprendizagem significativa.
Compartilhar