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ARGAMASSAS 
£ 0 
O Autor 
Diplomado em Engenharia Civil pela Escola 
Politécnica da Universidade de São Paulo 
(EPUSP), em 1954, Antonio J.S.I. Fiorito vem se 
dedicando desde 1964 aos materiais de 
revestimento e de assentamento, bem como à 
sua inter-relação. 
Iniciou sua carreira prof iss ional como 
engenheiro da Divisão de Projetos da Prefeitura 
do M u n i c í p i o de São Pau lo , t e n d o 
posteriormente participado da implantação da 
Divisão de Engenharia Patrimonial, anexa ao 
Departamento Jurídico. 
Em 1962 foi contratado pela Construtora e 
Comercial Soberana (hoje extinta) para 
gerenciar obra em São Paulo, e depois na Alta 
Sorocabana, Alta Paulista e Campinas. Entre 
1962 e 1964 foram iniciadas e concluídas 18 
obras: Fóruns, Escolas Agrícolas, Escola de 1 o 
grau, Ginásios Estaduais, Posto de Saúde, 
Posto de Sementes, Delegacias, uma Estação 
de Tratamento de Águas e quatro pontes em 
estradas vicinais. 
Em 1964 foi contratado pela então Cerâmica 
São Caetano S.A., líder em produção e 
tecnologia, na época, onde permaneceu até 
1973. Sua função primordial era a pesquisa 
sobre assentamento de revest imentos 
c e r â m i c o s e a p r o b l e m á t i c a d o s 
descolamentos, e encontrar solução para tal 
patologia. Nasceu daí então a idéia de colar os 
revestimentos eliminando, pelo menos, a 
influência nefasta da retração das argamassas 
de assentamento e, paralelamente, superar a 
grande deficiência quantitativa e qualitativa da 
mão de obra. 
pmr 
ENG. ANTONIO J. S. I. FIORITO 
MANUAL de ARGAMASSAS 
e REVESTIMENTOS 
ESTUDOS e 
PROCEDIMENTOS 
de EXECUÇÃO 
2a edição 
Manual dc argamassas e revestimentos : estudos e procedimentos de execução 
© COPYRIGHT EDITORA PINI LTDA. 
Todos os direitos dc reprodução reservados pela Editora Pini Ltda. 
Fiorito, Antonio J.S.I. 
Manual de argamassas e revestimentos : estudos e 
procedimentos de execução / Antonio J.S.I. 
Fiorito. - 2. ed. - São Paulo : Pini, 2009. 
Bibliografia. 
ISBN 978-85-7266-189-8 
1. Argamassa 2. Revestimentos 1. Título. 
09-01453 CDD-691.5 
índices para catálogo sistemático: 
1. Manuais : Revestimentos de argamassa : 
Materiais de construção 691.5 
Coordenação Manuais Técnicos: Josiani Souza 
Diagramação e capa: Maurício Luiz Aires 
Editora Pini Ltda. 
Rua Anhaia, 964 - CEP 01130-900 São Paulo, SP 
Fone: 011 2173-2328- Fax 011 2173-2327 
Internet: www.piniweb.com - E-mail: manuais@pini.com.br 
2a edição 
Ia tiragem: fevereiro/2010 
http://www.piniweb.com
mailto:manuais@pini.com.br
Prefácio 
Objetivo desta obra 
Por volta de 1970, os revestimentos eram assentados com argamassas comuns de 
cimento e areia ou cimento, cal e areia. 
Até então, nunca foi dada atenção especial ao processo de assentamento e 
pouco cuidado ao comportamento das argamassas que, inevitavelmente, estão 
presentes em qualquer revestimento, desde um simples piso cimentado ou 
parede rebocada, até um acabamento mais nobre com o uso de revestimento 
cerâmicos ou pedras naturais. 
A partir de 1964 e motivado por problemas de estabilidade nos revestimentos 
cerâmicos, foi-me dada a oportunidade de iniciar o estudo das argamassas e sua 
inter-relação com os revestimentos cerâmicos. Nasceu daí a necessidade de 
modificar, de modo substancial, o processo de assentamento com a introdução 
da primeira argamassa colante no mercado consumidor nacional, o que ocorreu 
em 1970. 
Esta longa jornada, iniciada em 1964, continua até os dias de hoje, quando prosseguem 
as pesquisas para o desenvolvimento e a fabricação de novos produtos destinados a 
situações peculiares, em que intervém os revestimentos. 
Este trabalho tem por finalidade colocar a disposição do leitor toda a teoria dos 
revestimentos e as conclusões práticas dela advindas. 
Agradeço sinceramente a minha esposa pela sua compreensão e colaboração e a 
meu filho Luis Fiorito, Também companheiro de profissão, que me acompanha e 
me encoraja, desde 1976, nesta longa jornada. 
Externo os meus agradecimentos à direção da Editora Pini e toda a equipe de 
incansáveis colaboradores, pelo espaço que sempre me abriram para divulgar 
assuntos técnicos relevantes e pelo estímulo que sempre me conferiram. 
São Paulo, agostc de 1994 
Antonio J.S.I. Fiorito 
Eng. Civil -Poli/54 
Palavras do patrocinador 
" Se não houver frutos, valeu a beleza das flores. 
Se não houver flores, valeu a sombra das folhas. 
Se não houver folhas, valeu a intenção da semente." 
(Henfil) 
Com este prefácio, no lançamento da 1a edição deste Manual, em agosto 
de 1994, iniciamos esta página mostrando a indispensável necessidade 
das argamassas colantes face à elevada demanda de revestimentos 
cerâmicos. Somente com a utilização das argamassas colantes foi possível 
racionalizar os serviços de assentamento de placas cerâmicas, aumentando 
dramaticamente a produtividade, e conferindo-lhes qualidade e durabilidade. 
Toda a teoria exposta neste Manual de Argamassas e Revestimentos e sua 
imediata aplicação prática, foram paulatinamente absorvidas ao longo desses 
anos. 
Finalmente, tornaram-se indispensáveis as juntas entre as placas cerâmicas -
juntas de assentamento - dando ao revestimento a tão almejada estabilidade 
e, consequentemente, maior durabilidade, por compensarem os efeitos da 
EPU das placas cerâmicas; da retração das argamassas; da temperatura; e de 
outras solicitações. 
Desde 1996 houve diversos Simpósios Brasileiros de Tecnologia das 
Argamassas promovidos pela ANTAC-Associação Nacional de Tecnologia do 
Ambiente Construído - durante os quais foram apresentados e discutidos 
inúmeros e alentados trabalhos de alta qualidade, produzidos por 
pesquisadores envolvidos com as argamassas, em todo o país. As 
argamassas, finalmente, ocuparam um lugar de importância - que lhe era 
devido-na Construção Civil. 
Portanto, é de se concluir que "além da intenção da semente, houve folhas, 
flores e frutos." 
Argamassas Industrializadas MM, fabricante dos produtos MASTERCOLA® 
mantém a primazia e o privilégio de contar com vasta experiência no campo 
das argamassas colantes adquirida desde 1964. Isso nos traz a 
responsabilidade de fabricarmos sempre produtos de qualidade e de transmitir 
aos consumidores o conhecimento verdadeiramente técnico de que dispomos. 
cimento colante 
m A S T E R C O L f l 
K O Í 3 
ARGAMASSAS 
Introdução 
/4s argamassas colantes começaram a ser pesquisadas nos Estados Unidos, a partir 
do fim da II Guerra Mundial (1.945), com a finalidade de racionalizar o$ serviços de 
colocação de revestimentos cerâmicos e oferecer aos consumidores uma alta qualidade 
nas instalações destes revestimentos a um menor custo possível. 
A racionalização se fazia necessária, uma vez que o processo tradicional exigia múltiplos 
e simultâneos serviços, provocando indesejável lentidão. Por outro lado, como veremos 
no capítulo sobre tensões nos revestimentos, o método Tradicional requeria 
conhecimentos especiais, o que nem sempre ocorria, resultando imperfeições 
causadoras de vida útil relativamente curta dos revestimentos. 
A partir desses objetivos surgiu o "dry-set mortar", uma argamassa colante para 
assentar revestimentos cerâmicos sem necessidade de imergi-los em água. 
No Brasil, a pesquisa foi iniciada em 1964, motivada por problemas de descolamentos 
de revestimentos de pisos e paredes, causados por inesperado e elevado consumo 
de materiais cerâmicos que, em contrapartida, não encontrou mão-de-obra preparada 
e em quantidade necessária. Improvisaram-se assentadores para fazer frente aos 
cronogramas das obras. Argamassas muito ricas em cimento e espessas e processos 
de assentamento inadequados proliferaram. A pressa em concluir os serviços acabou 
por eliminar as tão necessárias juntas entre as peças; as juntas de movimentação; e, 
desconheceram-se as juntas estruturais quando existentes, passando os revestimentos 
sobre elas de modo contínuo. 
Descuidou-se da impermeabilização dos pisos sobre terraplenos e usou-seentulho e 
areia unida como enchimento de lajes rebaixadas, gerando o novo problema das 
eflorescências, que terá também um capítulo especial. 
Os conhecimentos da arte e técnica de revestir foram se perdendo e, na mesma medida, 
foram se multiplicando os casos de desprendimento de peças dos revestimentos. 
O problema foi solucionado com um novo processo de assentamento, colando os 
revestimentos sobre bases já estáveis, inspirado no"dry-set mortar". Por volta de 1971, 
foi introduzida a primeira argamassa colante brasileira. 
Hoje, o processo de colagem está plenamente implantado. As dúvidas iniciais 
em relação a custos e à segurança dos resultados estão superadas. Profissionais 
de colocação de revestimentos têm conhecimento razoável sobre o uso das 
argamassas colantes e, quanto ao treinamento de mão de obra, é louvável o 
esforço do SENAI na formação de profissionais cada vez mais conscientes e 
conhecedores de seu trabalho. 
Desde o começo da década de 1970, que marca o início da existência das 
argamassas colantes brasileiras, foram utilizadas milhares de toneladas do produto 
para, praticamente, todo o território nacional e com sucesso nas mais variadas 
situações dos revestimentos: pisos, paredes, interiores, exteriores, piscinas, 
fachadas, terraços, coberturas etc. 
Muitas fábricas de argamassa colante proliferaram e, devido à inexistência inicial 
de Especificações, nem sempre a qualidade norteou sua produção. Hoje em 
dia, a qualidade e diversidade de produtos vêm sendo discutidas, e, por certo, 
o mercado consumidor deverá se tornar mais sensível ao uso de produtos de 
melhor desempenho. 
Por outro lado, o Método Convencional, ou Tradicional, encontra ainda seus 
adeptos notadamente nas regiões onde a argamassa colante ainda não 
conseguiu chegar ou, então, quando se trata de revestimentos de pisos. A eles 
será de muita valia a teoria desenvolvida neste trabalho e, principalmente, as 
suas conclusões práticas. 
C a p í t u l o 1 - A s p e c t o s g e r a i s 
1.1 - Produção de revestimentos cerâmicos 17 
1.2 - Argamassas convencionais 18 
1.2.1 - Paredes 18 
1.2.2-Pisos 18 
1.2.3 - Método convencional 19 
1.3 - Argamassas colantes 19 
1.3.1 - Paredes 19 
1.3.2 - Pisos 20 
1.3.3 - Método de colagem 21 
1.4 - Mão de obra 21 
1.4.1 - Pelo método convencional 21 
1.4.2 - Pelo método de colagem 21 
1.4.3 - Cursos profissionalizantes 21 
1.5 - Estimativa do mercado de argamassas colantes 21 
1.6 - Interdependência das indústrias 22 
Bibliografia 22 
C a p í t u l o 2 - E s t r u t u r a d o s r e v e s t i m e n t o s 
2.1 - Estrutura de revestimento executado pelo método convencional 23 
2.1.1 - Paredes 23 
2.1.2-Pisos 24 
2.2 - Estrutura de revestimento executado pelo método de colagem 26 
2.2.1 - Paredes 26 
2.2.2 - Pisos 26 
Bibliografia 27 
C a p í t u l o 3 - A r g a m a s s a s c o m u n s : c o m p o s i ç ã o / u s o s , r e n d i m e n t o e c l a s s i f i c a ç ã o 
3.1 - Definição, composição e usos 29 
3.2 - Traço 29 
3.3 - Características dos componentes 30 
3.4 - Rendimento das argamassas 32 
3.5 - Classificação das argamassas 35 
Bibliografia 35 
C a p í t u l o 4 - A r g a m a s s a s p a r a a l v e n a r i a 
4.1 - Composições 37 
4.2 - Propriedades físicas 39 
Bibliografia 40 
C a p í t u l o 5 - D i s t r i b u i ç ã o d a s t e n s õ e s q u e i n t e r e s s a m a o e s t u d o d o s r e v e s t i m e n t o s 
5.1 - Aspectos gerais 41 
5.2 - Revestimento sujeito à tensão de tração 42 
5.3 - Revestimento sujeito à tensão de compressão 43 
Bibliografia 46 
C a p í t u l o 6 - R e t r a ç ã o d a s a r g a m a s s a s 
6.1 - Retração 47 
6.2 - Ensaios para medir a retração 48 
6.2.1 - Procedimentos do ensaios 48 
6.2.2 - Resultados 49 
6.3 - Valores da retração 54 
Bibliografia 54 
C a p í t u l o 7 - P r o p r i e d a d e s f í s i c a s d a s c a m a d a s q u e c o m p õ e m o s r e v e s t i m e n t o s 
7.1 - Revestimentos cerâmicos 55 
7.1.1 - Resistência à compressão 55 
7.1.2 - Módulo de elasticidade 55 
7.1.3 - Coeficiente de dilatação térmica linear 55 
7.1.4 - Dilatação higroscópica 55 
7.2 - Argamassas 56 
7.2.1 - Módulo de elasticidade 56 
7.2.2 - Retração das argamassas aos 28 dias e por secagem exclusivamente ao ar 56 
7.2.3 - Coeficiente de dilatação térmica linear 56 
7.3 - Concreto 56 
7.3.1 - Módulo de elasticidade 56 
7.3.2 - Coeficiente de dilatação térmica linear 56 
C a p í t u l o 8 - T e n s õ e s n o s r e v e s t i m e n t o s e m a r g a m a s s a s , p i s o s e p a r e d e s 
d e v i d a s à s u a r e t r a ç ã o 
8.1 - Correlação da retração das argamassas aos 7 e 28 dias 57 
8.2 - Tensão de retração 57 
8.3 - Tensões nos revestimentos da argamassas em paredes e pisos 58 
8.4 - Evolução das tensões de retração nos revestimentos em argamassas 62 
8.5 - Conclusões 63 
Bibliografia 64 
C a p í t u l o 9 - R e t r a ç ã o e r e v e s t i m e n t o 
9.1 - Revestimentos e camada de argamassa 65 
9.2 - Revestimento, camada de argamassa e suporte de concreto 67 
9.3 - Tensões nas argamassas 70 
9.4 - Considerações gerais 72 
9.5 - Análise e conclusões 74 
9.6 - Evolução das tensões nos revestimentos assentados devido à retração da 
argamassa de assentamento 76 
Bibliografia 80 
C a p í t u l o 1 0 - T e m p e r a t u r a e r e v e s t i m e n t o s 
10.1 - Conceitos 81 
10.2 - Temperatura e revestimentos 84 
10.3 - Conclusões 91 
Bibliografia 92 
C a p í t u l o 11 - D i l a t a ç ã o h i g r o s c ó p i c a d o s r e v e s t i m e n t o s c e r â m i c o s 
11.1 - Conceitos 93 
11.2 - Revestimento, camada de argamassa e suporte de concreto interligados 97 
11.3- Análises e conclusões 100 
Bibliografia 104 
C a p í t u l o 1 2 - O u t r a s c a u s a s q u e o r i g i n a m t e n s õ e s e p a t o l o g i a s 
12.1 - Considerações gerais 105 
12.2 - Falhas construtivas 105 
12.3 - Tensões de cargas acidentais em pisos 106 
Bibliografia 107 
C a p í t u l o 1 3 - C i m e n t o P o r t l a n d c o m o a d e s i v o n o m é t o d o c o n v e n c i o n a l 
13.1 - Utilização nos assentamentos 109 
13.1.1 - Revestimento em paredes 109 
13.1.2- Revestimento em pisos 110 
13.1.3- Pastilhas 110 
13.2 - A pasta de cimento 111 
13.2.1 - Aderência da pasta de cimento à cerâmica 112 
13.3 - Relação água/cimento 112 
13.4 - Pesquisa 113 
13.5 - Conclusões 115 
Bibliografia 116 
C a p í t u l o 1 4 - E f l o r e s c ê n c i a : u m a p a t o l o g i a q u e p o d e s e r p r e v e n i d a 
14.1 - Aspectos gerais 117 
14.2 - Como se forma a eflorescência 118 
14.3 - Umidade: de onde vem e como evitá-la 119 
14.3.1 - Natureza do solo 119 
14.3.2 - Lastro de concreto 120 
14.3.3 - Contrapiso 120 
14.3.4 - Limpeza com ácido 121 
14.3.5 - Outras causas 121 
Bibliografia 122 
C a p í t u l o 1 5 - A s j u n t a s n o s r e v e s t i m e n t o s 
15.1 - Tipos de juntas 123 
15.1.1 - Juntas de assentamento 123 
15.1.2 - Juntas estruturais 127 
15.1.3- Juntas de movimentação 128 
15.1.4 - Juntas especiais 130 
15.2 - Quando executar o rejuntamento 130 
15.3 - Materiais para rejuntamento 130 
15.4 - Processo de rejuntamento e ferramentas 130 
Bibliografia 131 
C a p í t u l o 1 6 - 0 m é t o d o c o n v e n c i o n a l o u t r a d i c i o n a l 
16.1 - Definição 133 
16.1.1 - Em paredes e em fachadas 133 
16.1.1.1 - Chapisco 134 
16.1.1.2- Prumo da superfície 134 
16.1.1.3-Emboço 135 
16.1.1.4 - Pasta de cimento 135 
16.1.1.5- Revestimento 135 
16.1.1.6 - Rejuntamento 135 
16.1.2 - Em pisos 136 
16.1.2.1 - Superfície da laje ou lastro de concreto 136 
16.1.2.2- Pasta de cimento 136 
16.1.2.3 - Nivelamento da superfície 136 
16.1.2.4 - Contrapiso 137 
16.1.2.5 - Contrapiso com tela metálica 137 
16.1.2.6- Pasta de cimento 137 
16.1.2.7- Revestimento 138 
16.1.2.8 - Rejuntamento 138 
Bibliografia 138 
C a p í t u l o 1 7 - P a t o l o g i a s d o m é t o d o c o n v e n c i o n a l 
17.1 - Aspectos gerais 139 
17.2 - Falhas construtivas no método convencional 139 
17.2.1 - Juntas de assentamento 139 
17.2.2 - Juntasde movimentação 140 
17.2.3 - Juntas estruturais 140 
17.2.4 - Ligação com a laje 140 
17.2.5 - Espessura das camadas de argamassa 140 
17.2.6 - Traço das argamassas 141 
17.2.7 - Imersão em água 141 
17.2.8 - Pasta de cimento 141 
17.2.9 - Expansão por umidade 142 
17.2.10 - Eflorescência 142 
17.2.11 - Outras patologias 143 
17.2.12- Ácido muriático 143 
Bibliografia 143 
C a p í t u l o 1 8 - 0 m é t o d o d e c o l a g e m c o m a r g a m a s s a s c o l a n t e s 
18.1 - Colar revestimentos 
18.2 - Argamassa colante 
18.3 - Desempenadeiras denteadas 
18.3.1 - Desempenadeiras 6 x 6 x 6 mm 
18.3.2 - Desempenadeiras 8 x 8 x 8 mm 
18.3.3 - Desempenadeiras com aberturas semicirculares 
18.3.4 - Desempenadeiras padronizadas 
18.3.5 - Espessura final da camada de argamassa colante 
145 
147 
147 
147 
148 
148 
149 
149 
18.4 - Método de colagem 151 
18.4.1 - Preparo das bases 151 
18.4.1.1 - Paredes-emboço 151 
18.4.1.2 - Pisos - contrapiso 151 
18.4.2 - Colagem dos revestimentos 152 
18.4.2.1 - Projeto das juntas 152 
18.4.2.2 - Cuidados preliminares 152 
18.4.2.3 - Área de espalhamento 153 
18.4.2.4 - Água de amassamento 154 
18.4.2.5 - Revestimento cerâmico 155 
18.4.2.6 - Rejuntamento 155 
18.5 - Argamassas elásticas 155 
Bibliografia 158 
C a p í t u l o 1 9 - C o n s u m o d e a r g a m a s s a c o l a n t e e m d i v e r s a s a p l i c a ç õ e s 
19.1 - Densidade aparente da argamassa colante em pó 159 
19.2 - Densidade da massa fresca de argamassa colante 159 
19.3 - Assentamento de revestimentos cerâmicos 160 
19.4 - Pastilhas cerâmicas 162 
19.5 - Assentamento de blocos de concreto leve 163 
19.6 - Blocos de concreto simples 163 
19.7 - Placas de borracha com cavidades na base 164 
19.8 - Chapisco 165 
19.9 - Assentamento de ardósia 165 
Bibliografia 165 
C a p í t u l o 2 0 - E n s a i o s d e a r g a m a s s a s c o l a n t e s e N o r m a s B r a s i l e i r a s 
20.1 - Ensaios de argamassas colantes 167 
20.1.1 - Argamassa colante em pó 167 
20.1.2 - Argamassa colante quando ainda pasta 167 
20.1.3 - Argamassa colante preparada e endurecida 167 
20.2 - Normas brasileiras 168 
20.2.1 - Observações sobre a velocidade da carga de tração e a área da 
superfície tracionada nos ensaios que medem a aderência 169 
20.2.1.1 - Definição de uma velocidade e das dimensões do corpo-de-prova 169 
20.2.1.2 - Ensaios realizados - comentários 170 
20.2.1.3 - Conclusões 172 
A p ê n d i c e I - E x e m p l o d e c á l c u l o d a l a r g u r a d a s j u n t a s e m ó d u l o d e e l a s t i c i d a d e 
d o m a t e r i a l d e r e j u n t a m e n t o 1 7 3 
A p ê n d i c e II - I n t e r p r e t a ç ã o d e t e s t e e x p e d i t o d e a d e r ê n c i a e m o b r a s 
e s u a n ã o v a l i d a d e 1 8 1 
A p ê n d i c e III - U m e s t r a n h o c a s o d e " E f l o r e s c ê n c i a " 1 8 7 
P r o c e d i m e n t o s d e e x e c u ç ã o c o m e n t a d o s 
Revestimentos/Instalação 189 
Aspectos gerais 
A produção de revestimentos cerâmicos, de argamassas convencionais e de 
argamassa colantes, de um lado, e a mão de obra para aplicação dos revesti-
mentos, de outro, envolvem quantidades e valores alentados. 
Em seguida, é realizada uma análise de cada um deste itens, à época do lançamento 
da argamassa colante no mercado nacional, mostrando sua importância e 
interdependência. 
1 . 1 P r o d u ç ã o d e r e v e s t i m e n t o s c e r â m i c o s 
Em 1972 e 1973, a produção de revestimentos cerâmicos(1> era de aproximadamente: 
1 9 7 2 1 9 7 3 
Azulejos 1.600.000 m2/mês 1.850.000 m2/mês 
Ou 19.200.000 m2/ano 22.200.000 m2/ano 
Pisos 954.000 m2/ mês 1.100.000 m2/mês 
Ou 11.450.000 m2/ano 13.200.000 m2/ano 
Totais 30.650.000 m2/ano 35.400.000 m2/ano 
Dez anos depois'2', em 1982, a produção foi cerca de: 
Azulejos 5.113.000 m2/mês ou 61.350.000 m2/ano 
Pisos 5.130.000 m2/mês ou 61.560.000 m2/ano 
Total 122.910.000 m2/ano 
A Itália sempre foi considerada líder mundial, seguida do Brasil e da Espanha que 
se alternavam em segundo lugar*3'. Todavia, esse panorama mudou a partir da 
conferência Internacional "Cerâmica Ano 2000", realizada em Modena (Itália), 
em 24 de junho de 1996. No evento, ficou revelado que, no ano *995, a China 
apareceu como uma das grandes produtoras mundiais, com a expressiva produção 
de 900 milhões de metros quadrados<4), quase dobrando a produção de 1993, 
que foi cerca de 533 milhões de metros quadrados15*. 
Estima-se que a produção brasileira de revestimentos cerâmicos e de aproxi-
madamente: 
Azulejos (55 % ) 9.900.000 m2/mês 
Pisos (45 % ) 8.100.000 m2/mês 
Total 18.000.000 m2/mês 
ou 216.000.000 m2/ano 
Para efeito das projeções dos itens a seguir, estimamos que 15% desta produção é 
exportada, resultando para o consumo interno as quantidades abaixo: 
Azulejos 8.400.000 m2/mês 
Pisos 6.900.000 m2/mês 
Total 15.300.000 m2/mês 
ou 183.000.000 rrvYano 
1 . 2 - A r g a m a s s a s c o n v e n c i o n a i s 
1 .2 .1 - P a r e d e 
O revestimento é constituído por: 
- chapisco 1:3; 
- emboço de regularização com 2 cm de espessura e traço 1:2:9; 
- argamassa de assentamento com 2 cm de espessura e traço 1:1/2:5. 
Consumido por metro quadrado: 
C i m e n t o (kg) C a l h i d r a t a d a A r e i a (m 3 ) 
Chapisco 2,92 — 0,0072 
Emboço 3,24 3,24 0,0243 
Assentamento 5,84 1,46 0,0243 
Totais 12,00 kg 4,70 kg 0,0558 
1.2.1.1 - Se todos os revestimentos cerâmicos para paredes (8.400.000 m2/ mês) fossem 
assentados pelo método convencional, necessitaríamos mensalmente de: 
Cimento 100.800 toneladas/mês 
Cal hidratada 39.480 toneladas/mês 
Areia 468.720 m3/mês 
1.2 .2 - P i s o s 
O revestimento de pisos é constituído de: 
- pasta de cimento sobre a laje para aderência da argamassa; 
-argamassa de assentamento 1:1/2:5 e espessura de 2,5 cm; 
- pasta de cimento para fixação: 1 mm. 
Consumindo por metro quadrado: 
C i m e n t o Ca l h i d r a t a d a Are ia 
1a pasta 1,50 Kg — — 
Argamassa 7,30 Kg 1,83 Kg 0,0304 m3 
23 pasta 1.50 Kg — — 
Totais/m2 10,30 Kg 1,83 Kg 0,0304 m3 
1.2.2.1 - Se todos os revestimentos cerâmicos para pisos (6.900.000 m?/mês) fossem 
assentados pelo método convencional, necessitaríamos mensalmente de: 
Cimento 71.070 toneladas/mês 
Cal hidratada 12.627 toneladas/mês 
Areia 209.760 m3/mês 
1.2 .3 - M é t o d o c o n v e n c i o n a l 
Se a totalidade dos revestimentos cerâmicos para pisos e paredes fosse assentada 
por este método, a demanda mensal de materiais seria de: 
Cimento 171.870 toneladas/mês 
Cal hidratada 52.107 toneladas/mês 
Areia 678.480 m3/mês 
- A r g a m a s s a s c o l a n t e s 
1 - P a r e d e s 
O revestimento é constituído por: 
- chapicco 1:3; 
- emboço (2 cm) 1:2:9; 
- argamassa colante. 
Consumindo por metro quadrado: 
a - Chapisco e emboço: 
Cimento 6,16 Kg 
Cal hidratada 3,24 Kg 
Areia 0,0315 m3/m2 
b - Argamassa colante: 5 kg/m2 
1.3.1.1 - Se todos os revestimentos cerâmicos para paredes (8.400.000 m2/nês) fossem 
assentados pelo método de colagem, necessitaríamos mensalmente de: 
Cimento 51.744 toneladas/mês 
Cal hidratada 27.216 toneladas/mês 
Areia 264.600 m3/mês 
Argamassa colante 42.000 toneladas/mês 
2 - P i s o s 
O revestimento é constituído por: 
- pasta de cimento sobre laje (1 mm ou 1,5 Kg/m2) para aderência da argamassa 
do contrapiso; 
- contrapiso 1:1/2:5 com 2,5 cm de espessura; 
- argamassa colante. 
Consumindo por metro quadrado: 
a - Até o contrapiso 
Cimento 8,80 Kg/m2 
Cal hidratada 1,83 Kg/m2 
Areia 0,0304 m3/m2 
b - Argamassa colante: 5 Kg/m2 
1.3.2.1 - Se todos os revestimentos cerâmicos para pisos (6.900.000 m2/mês) fossem 
assentados por colagem, necessitaríamos mensalmente de: 
Cimento 60.720 toneladas/mês 
Cal hidratada 12.627 toneladas/mês 
Areia 209.760 m3/mês 
Argamassa colante 34.500 toneladas/mês 
1.3 .3 - M é t o d o d e c o l a g e m 
Se a totalidade de revestimentos cerâmicos para pisos e paredes fosse assentada 
por este método, a demanda mensal de materiais seria: 
Cimento 112.646 toneladas/mês 
Cal hidratada39.843 toneladas/mês 
Areia 474.360 m3/mês 
Argamassa colante 76.500 toneladas/mês 
1 . 4 - M ã o d e o b r a 
Contingente de assentadores necessários para a aplicação dos revestimentos 
cerâmicos consumidos pelo mercado interno. 
1.4.1 - P e l o m é t o d o c o n v e n c i o n a l 
Total a aplicar 15.300.000 m2/mês 
Produção media diária por assentador 7 m2/dia/assentador 
Dias trabalhados por mês 20 dias 
Quantidade de assentadores necessários, trabalhando 110.000 
todos os dias úteis e o ano inteiro, sem intervalos. 
1.4 .2 - P e l o m é t o d o d e C o l a g e m 
Total a aplicar 15.300.000 m2/mês 
Produção média diária por assentador 20 m2/dia/assentador 
Dias trabalhados por mês 20 dias 
Quantidade de assentadores necessários, trabalhando 38.250 
todos os dias úteis e o ano inteiro, sem intervalos. 
1.4 .3 - C u r s o s p r o f i s s i o n a l i z a n t e s 
A partir destes números, podem ser projetados cursos profissionalizantes, formando 
mão de obra compatível com os métodos de assentamento, com conhecimento da 
técnica de colocação e dos materiais envolvidos nos revestimentos. 
1 . 5 - E s t i m a t i v a d o m e r c a d o d e a r g a m a s s a s c o l a n t e s 
Levando em conta apenas a argamassa colante destinada a assentar revestimen-
tos cerâmicos, é possível, a partir da produção desses revestimentos, avaliar o 
mercado das argamassas colantes. 
Sendo a produção mensal de revestimentos da ordem de 15,3 milhões de metros 
quadrados por mês, e sendo necessários cerca de 5 Kg por metro quadrado para 
o assentamento, teremos a estimativa de: 
5 Kg/m2 x 15.300.000 m2/mês = 76.500 ton/mês 
1 . 6 - I n t e r d e p e n d ê n c i a s d a s i n d ú s t r i a s 
Como dissemos no início deste capítulo, as indústrias de revestimentos; argamassas 
colantes, e mão de obra especializada constituem três polos interdependentes. As 
argamassas colantes não existiriam sem os revestimentos cerâmicos. Por outro 
lado, seria impossível a indústria de revestimentos ter atingido o nível de produção 
atual sem a existência das argamassas colantes que lhe proporcionam, graças à 
rapidez no assentamento, o escoamento do quanto produzido. De outra parte, cabe 
à mão de obra da construção civil a responsabilidade de usar adecuadamente 
ambos os produtos, para se obter um revestimento final de alta qualidade técnica, 
estética e de vida útil prolongada. 
O assentamento pelo método convencional é inviável, atualmente, pela sua baixa 
produtividade e pelo alto risco na estabilidade dos revestimentos, dada a falta de 
conhecimento, por parte dos assentadores, sobre o comportamento dos materiais. 
Finalizando, as quantidades estimadas neste capítulo dão a dimensão do campo 
de abrangência e importância da matéria exposta neste livro. 
B i b l i o g r a f i a 
"> IBGE - Dados de produção publicados no boletim n2 1/5 do Sindicato das Indústrias da Extração 
de Minerais Não-Metálicos do Estado de São Paulo - 1973. 
<*> Anuário da Associação Brasileira de Cerâmica - 1987. 
(3> Palmonari, C. e Timmellini, G: "Air pollution from the ceramic industry" - Bulletin o' the American 
Ceramic Society 68 (8) - 1989 - Revista "Cerâmica" n- 252, nov./dez./91. 
<4) Jornal Pólo Cerâmico - Ano I - n° 2 - página 10 - Editado em Criciúma - SC. 
(6> Revista Mundo Cerâmico - n2 26 - jun./96 - página 28. 
(tt) Composições pelo TPCO - Ed. Pini. 
Estrutura dos revestimentos 
Os revestimentos de modo geral são sempre constituídos de diversas camadas 
de materiais diferentes ligadas entre si. Como estão intimamente ligadas, qualquer 
deformação em uma dessas camadas resultará no aparecimento de tensões em 
todo o conjunto. Tais tensões dependem da espessura, do módulo de elasticidade 
e, enfim, de todas as características físicas de cada camada. 
As deformações a que nos referimos podem ser de causas endógenas como, por 
exemplo, a retração do concreto e das argamassas e a dilataçãc higroscópica 
dos revestimentos cerâmicos, ou causadas por esforços externos. 
2 . 1 - E s t r u t u r a d e r e v e s t i m e n t o e x e c u t a d o p e l o m é t o d o c o n v e n c i o n a l 
Há diversas possibilidades de construir as camadas, conforme casos específicos 
detalhados nos procedimentos práticos comentados no final deste trabalho. 
De modo genérico, estão presentes as seguintes camadas: 
2.1.1 - P a r e d e s 
-Base 
Chapisco 
-Argamassa cie assentamento 
-Pasta de cimento 
-Junta 
Revestimento cerâmico 
máximo 2 cm 
se maior, executar 
camada de regularização 
Fig. 1 - Método convencional - Revestimento de paredes 
a - Base constituída por elementos de alvenaria, como: 
- Alvenaria de tijolos maciços; 
- Alvenaria de tijolos furados; 
- Alvenaria de blocos de concreto; 
- Alvenaria de blocos de concreto leve; 
- Alvenaria de blocos silico-calcários; 
- Concreto. 
b - Chapisco<1), composto de argamassa de cimento e areia grossa no traço em 
volume de 1:3 e projetado sobre a superfície da base. O acabamento é extre-
mamente áspero e irregular, criando ancoragens mecânicas para aderência 
de camada seguinte. 
c - Camada de argamassa de regularização no traço em volumes 1:2:9 de cimen-
to, cal hidratada e areia média úmida (3%). É executada sempre que há 
irregularidades da base a serem corrigidas e superiores a 20 mm. 
d - Camada de argamassa de assentamento no traço em volumes 1:0,5:5 de 
cimento; cal hidratada, e areia média úmida (3%). É executada com espessura 
de 20 mm, diretamente sobre o chapisco, caso a base seja bem-aprumada, 
ou sobre a camada de regularização. 
e - Camada uniforme de pasta de cimento com espessura de cerca de 1 mm, e 
consumo de 1,5 Kg de cimento por metro quadrado e relação água/cimento 
de 0,3. 
f - Revestimento cerâmico. 
2 .1 .2 - P i s o s 
a - Laje de concreto ou lastro de concreto simples, dependendo da posição do 
piso, se sobre estrutura ou sobre terrapleno. 
b - Camada de pasta de cimento, cuja função é de garantir a aderência entre as 
argamassas e a superfície da laje. A espessura é de cerca de 1 mm, e o 
consumo de cimento, de 1,5 Kg por metro quadrado, com relação água/cimento 
de 0,3. 
c - Camada de argamassa de regularização no traço em volumes 1:6 de cimento 
e areia média úmida (3%). É executada sempre que há irregularidades da 
base a serem corrigidas e superiores a 20 mm. 
d - Camada de argamassa de assentamento no traço em volumes 1:6 de cimento 
e areia média úmida (3%). É executada com espessura de 20 mm diretamente 
sobre a laje ou lastro, caso estas bases estejam bem-niveladas ou, ainda, 
sobre a camada de argamassa de regularização. 
e - Camada uniforme de pasta de cimento com espessura de cerca de 1 mm e 
consumo de 1,5 Kg de cimento/m2 e relação água/cimento 0,3. 
f - Revestimento cerâmico. 
Junta de expansâo/contraçáo Camada de regularização 
e/ou argamassa de assentamento 
Revestimento cerâmico 
Pasta de cimento sobre a laje Junta estrutural 
Pasta de cimento 
Junta normal 
L , . l H . , i IJ , I |'j I 
- . v . ' . r ••• :>.:• fr /a;./»..». . 
Laje de concreto armado Revestimento do forro do andar inferior 
(Chapisco + Emboço + Reboco) 
Fig. 2 - Método convencional - Piso sobre laje 
Junta expansão/ 
contração 
Manta impermeável 
Terrapleno 
Revestimento cerâmico 
Pasta de cimento 
Lastro de concreto simples 
Argamassa de assentamento 
Pasta de cimento 
Junta normal 
Junta estrutural 
Fig. 3 - Método convencional - Piso sobre terrapleno 
2 . 2 - E s t r u t u r a d e r e v e s t i m e n t o e x e c u t a d o p e l o m é t o d o d e c o l a g e m 
Também aqui há diversas possibilidades que serão detalhadas nos "Procedimentos 
Práticos" comentados na parte final deste livro. 
De modo geral, estão presentes as seguintes camadas, cujas arganassas têm 
composições idênticas as já descritas nos itens 2.1.1 e 2.1.2. 
2.2 .1 - P a r e d e s 
• Baso 
— Chapisco 
Argamassa do regularização (omboço) 
Argamassa Colante 
- i * Junta 
• Revestimento cerâmico 
T t rriiuòfro2cm to mw. oxocuur 
em CAT-idít de 2 emca cia 
Fig 4 - Método de colagem - Revestimento de parede 
a - Base constituída por elementos de alvenaria em 2.1.1 "a", 
b - Chapisco. 
c - Camada de argamassa de regularização, 
d - Emboço. 
e - Camada de argamassa colante com espessura de cerca de 3 a 6 mm, 
dependendo das dimensões da superfície da peça cerâmica. 
f - Revestimento cerâmico. 
2 .2 .2 - P i s o s 
a - Laje ou lastro de concreto simples, 
b - Camada de pasta de cimento, 
c - Camada de argamassa de regularização, 
d - Contrapiso. 
e - Camada de argamassa colante com espessura uniforme de cerca de 3 a 6 mm, 
dependendo das dimensões da superfície da peça cerâmica. 
f - Revestimento cerâmico. 
Junta do oxpansâo/contraçâo Camada da regularização 
ou corK/apiso 
Revestimento cerâmico 
Argamassa colanto 
A wm^S* 
Pasta do cimento sobro a lajo Junta estrutural 
Junta normal 
lajo do concreto armado Rovostimonto do forro do andar inferior 
(Chapisco • Emboço + Reboco) 
Fig. 5 - Método de colagem - Piso sobre laje 
RcvosCmonto cerâmico Lastro do concreto simples 
Argamassa colanto 
Junta expansão/ 
contração 
Contrapiso 
Pasta do cimento Junta estrutural 
Junta normal 
TT 
Manta Impermeável 
L 
Terraptano 
Fig. 6 - Método de colagem - Piso sobre terrapleno 
B i b l i o g r a f i a 
(1) NBR-7200: Revestimento de paredes e tetos com argamassas. Materiais, preparo, aplicação 
e manutenção. 
Argamassas comuns: 
composição/usos/rendimento e classificação 
3 . 1 - D e f i n i ç ã o , c o m p o s i ç ã o e u s o s 
As argamassas são definidas como sendo a mistura de aglomerantes e agregados 
com água, possuindo capacidade de endurecimento e aderência. 
As argamassas utilizadas em obras são comumente compostas de areia natural 
lavada, e os aglomerantes são em geral o cimento Portland e cal hidratada. 
Sua denominação é função do aglomerante utilizado. Assim, temos argamassa 
de cal, de cimento ou mista de cal e cimento. 
A destinação das argamassas determina o tipo de aglomerante OL a mistura de 
tipos diferentes de aglomerantes. 
Como exemplo, as argamassas de cimento são utilizadas em alvenarias de alicer-
ces pela resistência exigível e especialmente pela condição favorável de endureci-
mento. São também utilizadas para chapisco pela sua resistência a curto prazo; 
nos revestimentos onde as condições de impermeabilidade são exigíveis, tais 
como no interior de reservatórios de água e outras obras hidráulicas; ou em pisos 
cimentados onde se exige resistência mecânica e ao desgaste. 
As argamassas de cal são utilizadas para emboço e reboco, pela sua plasticidade, 
condições favoráveis de endurecimento, elasticidade, e porque proporcionam 
acabamento esmerado, plano e regular. Encontram também aplicação no 
assentamento de alvenarias de vedação. 
As argamassas de cimento são mais resistentes, porém de mais difícil trabalhabili-
dade. Adiciona-se cal para torná-las mais plásticas e facilitar o acabamento. Tais 
argamassas mistas de cimento e cal são utilizadas nas alvenarias estruturais ou 
não, de tijolos ou blocos; nos contrapisos; no assentamento d© revestimentos 
cerâmicos em pisos ou paredes pelo método convencional; no preparo de paredes 
e pisos para receberem revestimentos cerâmicos aplicados com argamassa 
colante; e, especialmente, nos emboços de forros e paredes. 
3 . 2 - T r a ç o 
Decidido que tipo de argamassa deve ser utilizada, o segundo passo é adotar o 
traço. Entende-se por traço de uma argamassa a indicação das proporções de 
seus componentes. 
O traço em peso nos daria segurança absoluta, quando a qualidade da argamassa 
e quantidades no consumo e apropriação de custos. Todavia, é impraticável no 
canteiro da obra. 
Os traços das argamassas são tradicionalmente indicados em volumes. 
Assim, uma argamassa de cimento e areia 1:3 significa que no seu preparo 
entra um volume de cimento para três volumes de areia. Quanlo a esta é 
imprescindível que se adicione a informação sobre o seu teor de umidade, ou 
se se trata de areia seca. E isso devido ao fenômeno do inchamento da areia 
em função do teor de umidade. 
A própria tabela 1 da NBR-7200 indica traços em volume de argamassas para 
revestimentos, informando que para a areia o teor de umidade e de 2% a 5%, e 
seu volume não foi corrigido quanto ao inchamento. 
Isso significa que, na avaliação das quantidades dos componentes, é indispensável 
determinar ou adotar valores para a massa específica absoluta ou real e para a 
massa específica aparente ou peso unitário para a areia, cimento e cal utilizados. 
Para a areia caracterizada a seguir, estudamos cinco traços de argamassas, 
ilustrando alguns comentários sobre o rendimento em função da composição e 
do modo de aplicar a argamassa. 
3 . 3 - C a r a c t e r í s t i c a s d o s c o m p o n e n t e s 
3 .3 .1 - C i m e n t o 
Usamos o cimento Portland, adotando 3,07 Kg/dm3 para sua massa específica absoluta. 
A literatura sobre cimento Portland sugere para sua massa específica aparente os 
valores da ordem de 1,50 Kg/dm3 e 35 dm3 para um saco de 50 Kg, o que eqüivale a 
1,43 Kg/dm3. 
No preparo das argamassa, objeto desta pesquisa, encontramos 1,20 Kg/dm3, 
sendo este o valor adotado. 
3 .3 .2 - C a l h i d r a t a d a 
Adotamos 1,80 Kg/dm3 para massa específica absoluta ou real. No preparo das 
argamassas pesquisadas, encontramos 0,58 Kg/dm3 para massa específica 
aparente. 
3 .3 .3 - Are ia 
A massa específica real adotada foi 2,65 Kg/dm3. A massa específica aparente 
para a areia seca foi determinada em 1,45 Kg/dm3. 
A areia foi utilizada com 3% de umidade, sendo 1,30 seu coeficiente de inchamento. 
Ou seja, o volume de areia com 3% de umidade é 30% maior do que o volume seco. 
As medidas em volume úmido para compor as argamassas estudadas indicaram 
ser 1,15 kg/dm3 a massa específica aparente do agregado com 3% de umidade. 
A areia utilizada apresentou a composição granulométrica do Quadre 1 .0 diâmetro 
máximo, sendo 2,4 mm e o módulo de finura sendo 2, classificam a areia utilizada 
como média-fina. 
Quadro 1 
Peneiras Porcentagens 
mm Retidas Acumuladas 
4 4,8 0 0 
8 2,4 3 3 
16 1,2 10 13 
30 0,6 20 33 
50 0,3 31 64 
100 0,15 25 89 
soma = 202 
módulo de finura = 2,02 
A NBR-7211: Agregados para concreto, ao definir os limites da composição 
granulométrica do agregado miúdo sugere que podemos classificar a areia em 
fina, média e grossa. Veja Quadro 2. 
Quadro 2 
Peneiras % Retida acumulada 
n° mm Utilizável Ótima 
para concreto para concreto 
3/8 9,5 0 0 0 
4 4,8 0 a 3 a 5 
8 2,4 13 a 29 a 43 
16 1,2 23 a 49 a 64 
30 0,6 42 a 68 a 83 
50 0,3 73 a 83 a 94 
100 0,15 88 a 93 a 98 
Somatória 239 325 387 
Módulo de finura = MF 2,39 3,25 3,87 
Dimensão Máxima Dm < 2,4 4,8 > Dm > 2,4 Dm > 4,8 
característica (mm) areia fina areia média areia grossa 
onde: 
Módulo de finura é a soma das porcentagens retidas acumuladas, dividida por 100. 
Diâmetro máximo é a abertura da malha, em milímetros, da peneira da série 
padrão à qual corresponde uma porcentagem retida acumulada igual ou 
imediatamente inferior a 5%. 
A partir destes valores a areia pode ser classificada conforme o Quadro 3 a seguir. 
3 . 4 - R e n d i m e n t o d a s a r g a m a s s a s 
Para verificar o rendimento das argamassas, foram compostas as argamassas da 
tabela do Quadro 4. 
A areia foi medida em volumes aparentes, com 3 % de umidade. Os aglomerantes 
também foram medidos em volumes aparentes, tomando-se o cuidado de conferir 
sua massa. 
A água foi adicionada ate obter-se uma trabalhabilidade adequada, avaliada 
qualitativamente. 
A mistura foi feita manualmente. Visando avaliar o rendimento, espalhamos a 
argamassa fresca sobre uma base plana e horizontal, assegurando uma espessura 
uniforme de 25 mm com auxílio de sarrafos de madeira. A argamassa fresca foi 
apertada com colher de pedreiro e desempenada. 
A seguir, medimos a área coberta e calculamos o volume resultante. No quadro 4, 
são indicamos os valores encontrados. 
Para os traços estudados já era sabidode antemão que o rendimento, ou seja, o 
volume de argamassa fresca resultante, deveria ser igual para todas as composições, 
desde que mantido o mesmo cuidado no espalhamento e adensamento da 
argamassa fresca. E isto porque para os traços estudados a quantidade de areia e 
tal que seu volume de vazios (não confundir com os vazios de argamassa por falha 
de adensamento) não chega a ser ocupado pelos volumes reais do cimento e 
água, ou do cimento, cal hidratada e água, que entraram em sua cornsosição. 
O volume de vazios da areia em questão pode ser determinado pelo coeficiente 
de vazios (Cv) ou pela diferença entre volume total aparente seco (Vt) e o volume 
de cheios (Vc), ocupados pela areia. 
Inicialmente corrigimos o volume úmido aparente (Vh) para volume total aparente 
seco (Vt), dividindo-o pelo coeficiente de inchamento 1,30: 
Quadro 3 
A r e i a 
Fina 
Média 
Grossa 
D M ( m m ) 
Dm < 2,4 
4,8 > Dm > 2,4 
Dm > 4,8 
M F 
MF < 2,39 
3,87 > MF > 2,39 
MF > 3,87 
V, h 12,1 
V. = = 9,3 dm3 
1,30 1,30 
Sendo a massa específica real da areia 2,65 Kg/dm3 e sua massa específica 
aparente 1,45, temos: 
Volume de cheios: 
Vc = 1 4 5 x 9,3 = 5,1 dm3 
2,65 
e 
Volume de vazios = Vv = 9,3 - 5,1 = 4,2 dm3 
A água conduzida pela areia úmida é calculada por: 
Ph = dh x Vh = 1,15 x 12,1 = 13,9 kg 
Pt = d, xV, = 1 , 4 5 x 9 , 3 = 13,5 kg 
Água conduzida pela areia = Ph - Pt = 13,9 - 13,5 = 0,4 kg ou dm3 
sendo 
Volume real do cimento = massa/3,07 
Volume real da cal hidratada = massa/1,8 
calculamos e chegamos aos valores dos Quadros 5 e 6. 
Quadro 4 
Traços 
c C A 
i a r 
m I e 
e j Cimento Cal hidr. Areia Água VC) 
n h a adie. 
t i 
o d 3% 
dm3 kg dm3 kg dm3 dm3 dm3 
1 - 5 2,42 2,90 - - 12,1 2,17 10 
- 6 2,02 2,41 - - 12,1 2,12 10 
1 1/2 5 2,42 2,90 1,21 0,70 12,1 2,33 10 
1 1/2 6 2,02 2,41 1,00 0,59 12,1 2,42 10 
1 1/5 6 2,02 2,41 0,40 0,23 12,1 2,09 10 
(•) V = Volume da argamassa fresca 
Quadro 5 - Volumes reais para 10 dm3 de argamassa fresca, adensada a 
colher e desempenada 
T r a ç o C i m e n t o Ca l Hidr . A r e i a Á g u a V o l u m e Vaz ios d a 
d a are ia a d i e . Tota l V a r g a m a s s a 
1 0 - V 
d m 3 d m 3 d m 3 d m 3 d m 3 d m 3 d m 3 
1:5 0 , 9 4 — 5 , 1 0 0 , 4 0 2 , 1 7 8 , 6 1 1 ,39 
1:6 0 , 7 9 — 5 , 1 0 0 , 4 0 2 , 1 2 8 , 4 0 1 ,60 
1:1/2:5 0 , 9 4 0 , 3 9 5 , 1 0 0 , 4 0 2 , 3 3 9 , 1 6 0 , 8 4 
1:1 /2:6 0 , 7 9 0 , 3 3 5 , 1 0 0 , 4 0 2 , 4 2 9 , 0 4 0 , 9 6 
1:1 /5:6 0 , 7 9 0 , 1 3 5 , 1 0 0 , 4 0 2 , 0 9 8 , 5 0 1 , 5 0 
Os vazios indicados no Quadro 5 correspondem aos vazios não-ocupados da 
areia, mais os vazios oriundos do nível de adensamento na aplicação da 
argamassa fresca. Portanto, o modo de aplicar a argamassa fresca, é fundamental 
tanto na avaliação do rendimento como no nível de qualidade da argamassa 
quanto a sua absorção de água e permeabilidade. 
Conforme a posição do revestimento a executar, o pedreiro e obrigado a comprimir 
(adensar) mais a argamassa, quando da sua aplicação. A mesma argamassa 
poderá ter um aumento de vazios à medida que é aplicada no emboço de um 
forro, no emboço de uma parede ou em um contrapiso. No forro, é obrigatório 
projetá-la e depois comprimi-la com a desempenadeira. Na parede os cuidados 
já são menores do que no forro. 
Nos pisos, argamassa de regularização ou do contrapiso sofre maior risco de ter 
sua qualidade sacrificada dada a facilidade de espalhamento e sarrafeamento. 
Podem originar-se daí problemas construtivos, como uma maior permeabilidade 
da argamassa endurecida, permitindo a passagem de água em pisos não 
impermeabilizados adequadamente, instalando-se o processo de eflorescências 
sobre os revestimentos dos pisos. 
Quadro 6 - Volume de vazios disponíveis na areia 
T r a ç o V o l u m e 
a p a r e n t e 
s e c o d a 
a r e i a 
V o l u m e 
d o s g r ã o s 
V o l u m e 
v a z i o 
d a a re ia 
V o l u m e 
rea l 
o c u p a d o 
pelo cimento, 
ca l e á g u a 
V a z i o s 
n ã o -
o c u p a d o s 
d m 3 d m 3 d m 3 d m 3 d m 3 
1:5 9 , 3 0 5 , 1 0 4 , 2 0 3 , 5 1 0 , 6 9 
1:6 9 , 3 0 5 , 1 0 4 , 2 0 3 , 3 0 0 , 9 0 
1:1/2:5 9 , 3 0 5 , 1 0 4 , 2 0 4 , 0 6 0 , 1 4 
1:1 /2:6 9 , 3 0 5 , 1 0 4 , 2 0 3 , 9 4 0 , 2 6 
1:1 /5:6 9 , 3 0 5 , 1 0 4 , 2 0 3 , 4 0 0 , 8 0 
A última coluna do Quadro 6 indica os vazios não ocupados pela pasta de aglome-
rante total. 
3 . 5 - C l a s s i f i c a ç ã o d a s a r g a m a s s a s 
O nível de ocupação de vazios oferecidos pela areia nas argamassas sugere um 
critério de classificação descrito pelo Eng. Leonardo M. Caricchio (2) e constante 
do Quadro 7. 
Quadro 7 
A r g a m a s s a C i m e n t o : Ca l h i d r a t a d a C i m e n t o : C a l 
a r e i a 
1:2 
a r e i a 
1:1,5 
hidra tada: are ia 
1:3:7 
1:2,5 1:2 1:3:8 
A partir destas proporções 
1:2,5 1:3:9 
B i b l i o g r a f i a 
Fiorito A.J.S.I. - Revista "Construção" n9 1.922 - dez./84. 
,2> Caricchio L.M., "Construção Civil" - Vol.- li - Ed. 1955. 
Argamassa para alvenaria 
4 . 1 - C o m p o s i ç õ e s e u s o s 
No início do Capítulo 3 definimos as argamassas como sendo a mistura de 
aglomerantes e agregados minerais com água, possuindo capacidade de 
endurecimento e aderência. Entendemos que esta definição é abrangente podendo 
ser adotada também para as argamassas destinadas às alvenarias. 
Nos livros sobre construções, tabelas de composições, cadernos de encargos e 
literatura em geral sobre argamassas utilizadas no assentamento de elementos 
das alvenarias, há uma profusão de traços geralmente transmitidos pela tradição. 
Não há ainda normas brasileiras específicas para argamassas utilizadas em alve-
narias. Em contrapartida, encontramos na ASTM-American Society for Testing 
and Materials diversas Normas, entre as quais a C 270-82 sobre argamassas 
para Alvenaria (Mortar for Unit Masonry). Esta Norma indica, em um Anexo, quatro 
tipos de argamassas destinadas a alvenarias portantes e não-porlantes. 
Quadro 8 - Guia para seleção de argamassas para alvenaria ( ASTM - C 270-82) 
Posição Função Tipo de argamassa 
da alvenaria Recomendada Alternativa 
Exterior de • Portante N Sou M 
elevação • Não-portante O (2) K ou S 
• Parapeitos N S 
Exterior, no nível Fundações 
ou abaixo do nível Muro de arrimo 
do solo Poços-Galerias S(3) M ou n (3) 
Calçamentos 
Passeios-Pátios 
Interior • Portante N S ou M 
• Não-portante 0 S ou N 
(1) Esta tabela não indica argamassas para fins especiais, como chaminés, alvenaria armada ou argamassas 
antiácidas. 
(2) Tipo "O" é recomendada para uso onde não há probabilidade de congelamento, quando saturada de água ou 
não há probabilidade de a alvenaria estar sujeita ã ação do vento ou outras cargas laterais significativas. 
(3) Alvenaria exposta ao tempo, nas superfícies horizontais, ó extremamente vulnerável às intempéries. 
A argamassa para tais casos deverá ser especificada com maior atenção. 
O Quadro 8 é um guia geral para escolha do tipo de argamassa a ser utilizada 
conforme a finalidade da alvenaria. A escolha do tipo de argamassa poderá, tam-
bém, ser baseada no tipo de elemento a ser assentado ou em normas construti-
vas ou, ainda, de acordo com os esforços a serem suportados pela alvenaria. Por 
exemplo, a argamassa poderá ser correlacionada com o tipo ou características 
dos elementos a serem assentados: blocos de concreto; blocos de cerâmica: tijolos 
maciços: tijolos furados; placas de concreto leve etc. Assim, um elemento de 
alvenaria com alta velocidade inicial de absorção de água deverá ser compatível 
com a argamassa de alta retenção de água. 
Na Tabela 1 encontramos os traços para as argamassas do Quadro 8. Os aglome-
rantes são o cimento Portland, o cimento de alvenaria, a cal hidratada e a pasta 
de cal. As proporções de areia solta e úmida, em volume, estão limitadas entre 
um mínimo de 2,25 vezes e um máximo de três vezes em relação à soma dos 
volumes dos aglomerantes considerados isoladamente. 
Tabela 1 - Proporções especificadas - ASTM - C 270-82 
Aglomerantes 
Proporçõesem volume 
Ar
ga
m
as
sa
 d
e:
 
Ti
po
 
C
im
em
to
 
P
or
tla
nd
 
C
im
en
to
 d
e 
al
ve
na
ria
 
C
al
 h
id
ra
ta
da
 
ou
 p
as
ta
 d
e 
ca
l 
Agregado 
medido úmido e solto (1) 
M 1 _ Va 2,81 a 3,75 
Cimento/cal S 1 -
1/4 a 1/2 de (2,81 a 3,75) até (3,38 a 4,50) 
N 1 -
1/2 a 1 1/4 de (3,38 a 4,50) até (5,06 a 6,75) 
0 1 - 1 1/4 a 2 1/2 de (5,06 a 6,75) até (7,88 a 10,50) 
M 1 1 - 4,50 a 6,00 
Cimento de S 1/2 1 - 3,38 a 4,50 
alvenaria N - 1 - 2,25 a 3,00 
O - 1 - 2,25 a 300 
(1) O agregado medido úmido e solto não deve ter volume menor do que 2.25 vezes nem maior do que três 
vezes a soma. em separado, dos volumes dos aglomerantes. 
Para converter os traços tabelados em volume para traços em massa, a Norma ASTM 
- C 270-82 sugere utilizar as seguintes massas específicas aparentes ou pesos unitários: 
cimento Portland 1.505 Kg/m3 
cal hidratada 640 Kg/m3 
pasta de cal 1.280 Kg/m3 
areia úmida e solta 1.280 Kg/m3 
4 . 2 - P r o p r i e d a d e s f í s i c a s 
A Tabela 2 especifica as propriedades dos quatro tipos de argamassa do Quadro 8, 
tais como resistência à compressão, a retenção de água e ar incorporado. 
Na Tabela 2, fizemos a conversão das resistências especificadas para corpos-de-
prova cúbicos para corpos-de-prova cilíndricos, lembrando que, para estes últimos, 
o valor corresponde a cerca de 85% daquele obtido para os corpos-de-prova cúbicos. 
A resistência à compressão medida em laboratório e em corpos-de-prova de formato 
cúbico de aresta de 2" (5cm) ou cilíndrico de diâmetro de 2" e altura de 4" (10 cm) 
permite avaliar esta característica da argamassa quando usada em alvenaria. 
Tabela 2 - Propriedades especificadas para argamassas preparadas em 
laboratório ASTM - C 270-82 
1 
<0 </> 
Mínimo de resistências à compressão 
aos 28 dias - corpos-de-prova: i 
>< 3 
0) 
<0 s 
8> o 
Cúbico 2" (5 cm) (1) Cilíndrico 2x4 
(5 x 10 cm) 
S i o .c 
* 
Si .o. 
£ psi MPa Kgf/cm2 psi MPa Kgf/cm2 £ V. O) 
M 2.500 17,2 172 2.125 14,6 146 75 12 
Cimento/cal S 1.800 12,4 124 1.530 10,5 105 75 12 
N 750 5,2 52 638 4,4 44 75 14(2) 
0 350 2,4 24 298 2,0 20 75 14(2) 
(4) 
M 2.500 17,2 172 2.125 14,6 146 75 (3) 
Cimento de S 1.800 12,4 124 1.530 10,5 105 75 (3) 
Alvenaria N 750 5,2 52 638 4,4 44 75 (3) 
O 350 2,4 24 298 2,0 20 75 (3) 
(1) Conforme ASTM - C780 item 4.2.6 - nota 1, para a mesma argamassa os t/alores obtidos 
em corpos-de-prova cilíndricos podem ser considerados iguais a 85% dos valores em corpos-
de-prova cúbicos. 
(2) Para alvenaria armada e argamassa de cimento/cal, o máximo de ar-incorporado deve ser 12%. 
(3) Para alvenaria armada e argamassa de cimento de alvenaria, o máximo de ar-incorporado 
deve ser 18%. 
(4) O agregado é medido úmido e solto, e sua proporção, em laboratório, deve ser no mínimo 
2,25 vezes e no máximo 3,5 vezes a soma, em separado, do volume dos aglomerantes. 
Todavia, em obra, a performance da alvenaria depende de vários fatores e caracte-
rísticas da argamassa e dos elementos da alvenaria, uma vez que estão intimamente 
ligados e trabalhando em conjunto. Tais fatores e características são: trabalhabilidade 
da argamassa refletida na quantidade de água de amassamento; alta ou baixa 
velocidade inicial de absorção de água pelo elementos da alvenaria; retenção de 
água da argamassa; resistência ao cisalhamento; expansão dos elementos; retração 
da argamassa; resistência à compressão da argamassa e do elemento da alvenaria; 
dilatação higroscópica dos elementos quando cerâmicos; condições climáticas etc. 
Portanto, quando necessário, o teste feito sobre corpos-de-prova retirados da 
alvenarias (parte desta) ou sobre paredes experimentais é mais próximo da realidade 
do que aqueles feitos individualmente sobre os componentes da alvenaria. 
No Quadro 9, a título ilustrativo, são indicadas as resistências preconizadas pela 
NBR-6136/80 para blocos de concreto, as quais poderão ser cotejadas com as 
resistências das argamassas que poderão ser utilizadas em seu assentamento. 
Quadro 9 - Blocos vazados de concreto simples para alvenaria estrutural -
NBR-6136/80 
Resistência Umidade Absorção 
Bloco Alvenaria característica natural total de água 
à compressão do bloco do bloco 
Classe A Externa, sem / b k > 6 MPa p > 40 % a a < 10% 
qualquer (60 Kgf/cm2) 
revestimento 
Classe B Int. ou ext. com / b k > 4,5 MPa M < 40 % a a < 1 0 % 
revestimento (45 Kgf/cm2) 
B i b l i o g r a f i a 
ASTM-C 270/82 - Mortar for unit masonry. 
(2) ASTM-C 780 - Preconstrution and constrution evaluation of mortars for plain and reinforced 
unit masonry. 
,3> NBR-7184 - Blocos vazados de concreto simples para alvenaria sem função estrutural 
- Método de Ensaio. 
w NBR-7186 - Bloco vazado de concreto simples para alvenaria com função estrutural -
Método de Ensaio. 
<5> NBR-6136 - Blocos vazados de concreto simples para alvenaria estrutural - Especificação. 
<6> Fiorito A.J.S.I. - Revista "Construção" n9 2.056 - jul/87 - Ed. Pini. 
Distribuição das tensões que interessam 
ao estudo dos revestimentos(3) 
5 . 1 - A s p e c t o s g e r a i s 
No Capítulo 2 apresentamos diversas estruturas de revestimentos, quer horizontais, 
quer verticais. 
Todas as camadas estão intimamente ligadas, existindo maior ou menor grau de 
ligação (aderência) em função dos cuidados dispensados pela mão-de-obra na 
preparação de cada camada e na preparação das suas superfícies para receberem 
as camadas seguintes. 
Estando as camadas ligadas, a deformação de qualquer uma delas, devido a 
causas endógenas ou esforços externos, resultará em tensões atuando sobre 
cada camada. 
As tensões que atuam sobre os revestimentos são de especial interesse. 
Entre as deformações podem ser citadas: a retração da argamassa que liga os 
elementos das alvenarias; a retração da argamassa utilizada no emboço ou no 
contrapiso; a deformação lenta do concreto da estrutura atuando, a dos pilares e 
vigas sobre os revestimentos verticais e, a das lajes, sobre os revestimentos dos 
pisos; recalque das fundações; as deformações originadas pela variação da 
umidade relativa do ar atuando sobre as argamassas endurecidas; a dilatação 
higroscópica dos elementos cerâmicos; as deformações originadas pela atuação 
de cargas acidentais sobre os pisos; e, evidentemente, as originadas por varia-
ções térmicas. Em casos especiais devem ser levadas em conta as vibrações 
de máquinas. 
As tensões assim originadas sempre existem, são extremamente variáveis e podem 
se compensar ou, então, somar, gerando, neste caso, uma compressão máxima 
no revestimento. 
Exemplificando, o efeito de uma variação de temperatura é um termo do somatório 
de diversas causas possivelmente já presentes. Um revestimento poderá, em 
determinado instante, estar sujeito a uma tensão de compressão. Uma variação 
térmica poderá diminuir ou aumentar esta compressão. Uma seqüência de 
variações térmicas, para mais e para menos, poderá romper gradativamente por 
fadiga a ligação revestimento/suporte. Nestas condições, uma variação adicional 
de temperatura será o diferencial que fará o somatório das forças de compressão 
atingir e ultrapassar a carga de flambagem do revestimento. 
Às causas citadas devemos, forçosamente, somar as falhas de mão-de-obra. Entre 
outras, como veremos nos capítulos específicos sobre tensões, citamos: o uso de 
argamassas espessas e ricas em cimento; a falta de cuidado na ligação íntima da 
argamassa de regularização ao suporte, notadamente em pisos; a falta de cuidado 
na ligação íntima entre toda a superfície do tardoz das peças do revestimento e a 
argamassa de assentamento, ou material usado no assentamento (colas, por 
exemplo); e, o que julgamos de importância capital, o descuido em relação às 
juntas entre as peças do revestimento. 
Não será demais lembrar que o assentamento com juntas secas - peças 
encostadas umas às outras - deve ser proibido. O correto será limitar as tensões 
de compressão a uma só peça do revestimento. Esta, sendo rígida, não terá a 
possibilidadede flambar. E isso só se consegue com juntas em todo o perímetro 
das peças. 
Igualmente, peças cerâmicas com espaçadores incorporados à sua base (spacer 
lugs) não devem ser utilizadas, pois criam uma pseudojunta, o que eqüivale a 
assentar com juntas secas e com a agravante de concentrar os esforços de 
compressão nos dois pontos em que se situam os espaçadores. 
5 . 2 - R e v e s t i m e n t o s u j e i t o à t e n s ã o d e t r a ç ã o 
Seja o trecho de revestimento da Fig. 7 que, para exemplificar, esteja a uma 
temperatura inicial T, passando gradativamente para uma temperatura T, > T. 
(ex.:T2<T) 
Fig. 7 - Revestimento solicitado à tração 
Neste caso, as peças do revestimento (pisos ou paredes) tenderiam a se afastar 
umas das outras. As juntas se abririam e teríamos instalado um processo de cisa-
Ihamento simples entre a base das peças (tardoz) e o material usado no assentamento 
(Fig. 7A). Atingida a ruptura, as peças se soltariam simplesmente da base. 
Seguindo-se um encurtamento devido, por exemplo, a uma queda gradual de tem-
peratura T2 < T, as peças soltas tomariam a conformação de um "V" invertido (Fig. 7B). 
Tal hipótese nunca foi observada na prática. A título informativo, ensaios de ruptura 
ao cisalhamento mostraram valores da ordem de 10 kgf/cm2 (1 MPa) para a pasta 
de cimento comum, e de 12 kgf/cm2 (1,2 MPa) para a argamassa colante. São 
valores elevados e, antes de serem atingidos, as peças do revestimento se soltam 
da base devido a uma força de tração atuando perpendicularmente ao plano do 
revestimento, como explicado no item 5.3. 
5 . 3 - R e v e s t i m e n t o s u j e i t o à t e n s ã o d e c o m p r e s s ã o 
Considere a Fig. 8, onde há compressão atuando no revestimento causada pela 
retração da argamassa de assentamento. As peças que compõem o revestimento 
se aproximam e a tendência é a flambagem da placa de revestimento. Nas 
extremidades da placa, há tensões de cisalhamento, atuando na interface peça/ 
argamassa (Fig. 8B). 
No centro, há tensões de compressão atuando na secção transversal das peças 
(Fig. 8A). A compressão dará origem a componentes verticais "p" de tração, as 
quais tendem a arrancar o revestimento de sua base. A elas se opõe a aderência 
"q" proporcionada pelo cimento portland no método convencional, ou por alguma 
argamassa colante utilizada na fixação do revestimento. 
Para q > p haverá compressão, mas o revestimento permanece estável - Fig. 8C. 
Para q < p as peças se soltam da base por tração simples causando o abaulamento 
da placa de revestimento e seu posterior colapso - Figs. 8D e 8E. 
Enquanto o valor de "p" é máximo no centro do trecho considerado de revestimento, 
diminuindo uniformemente até se anular nas extremidades, os valores de "q" 
(aderência) são irregulares em função de defeitos construtivos maiores ou menores. 
No Método Convencional, por exemplo, o espalhamento do pó de cimento e a má 
formação da pasta por excesso ou falta de água levam a valores irregulares e 
baixos para aderência "q". facilitando o colapso que ocorrerá, inclusive, em posição 
aleatória. 
Note que, nas extremidades da placa comprimida há tensões de cisalhamento. 
Caso houvesse ruptura por cisalhamento na ligação da base das peças extremas 
com o material de assentamento, tais peças ficariam soltas, reduzindo o 
comprimento "d" da placa e, consequentemente, do próprio risco de flambagem, 
diminuindo os valores de "p"- Isto pode ser mais bem compreendido, se lembrarmos 
que a carga de flambagem é dada por: 
N „ = RT2EJ 
d2. 
(Fórmula de Euler) 
i i i i i i a — E i i i i ENCURTAMENTO 
'DA BASE 
(EX: RETRAÇÃO DA ARGAMASSA) 
/ f " 
/ 
J 
^rrrr í t f í 
"Kj 
WrrTT^ 
I \ , \ i \ i i i i i 
l U Ü J ^ j j ^ n j ; jjJliLLL 
jsJJX 
CL 
® 
® 
7* 
p < q © 
X- I i I - 1 
P £ q ® 
% 
COLAPSO © 
Fig. 8 - Revestimento solicitado à compressão 
O caso de revestimento seria o mesmo de uma barra reta prismática engastada 
nas extremidades onde: 
d „ = _d_ 
2 
Nn = carga de flambagem 
E = módulo de elasticidade 
J = momento de inércia 
d = comprimento da barra 
Como dissemos anteriormente, para valores menores de "d" nos afastaremos 
cada vez mais do risco de flambagem. Daí a necessidade de juntas entre as 
peças, de modo a reduzir "d" ao comprimento de uma única peça cerâmica que, 
sendo extremamente rígida, não é passível de flambagem. 
Na prática, todavia, as peças da extremidade nunca aparecem seitas em pisos 
que sofreram colapso devido à compressão a que estavam submetidos. E isso é 
confirmado por valores medidos em laboratório. 
As medidas da resistência ao cisalhamento feitas conforme o Método de Ensaio 
ASTM - C 482{1>, nos levaram a valores da ordem de 10 kgf/cm2 (1 MPa) para a 
ligação da pasta de cimento com a placa cerâmica (Método Convencional). 
Na pesquisa relatada no Capítulo 9<2) "Evolution des contraintes dans les carreaux 
de revêtement posés", a retração de uma argamassa de cimento e areia 1:3, 
utilizada no assentamento de azulejos, originou tensão de compressão nos 
azulejos da ordem de 45 kgf/cm2 (4,5 MPa). 
Este foi o maior valor encontrado e, diga-se de passagem, para uma argamassa 
imprópria por ser extremamente rica e não utilizada comumente em obras para o 
assentamento. 
Supondo (Fig. 9) uma placa cerâmica com 5 mm de espessura e 15 x 15 cm de 
superfície, o esforço de compressão atuando em sua secção transversal é: 
Fig. 9 
F = A . a = (0,5 cm x 15 cm) x 45 kgf / cm2 
e F = 337,5 kgf 
e a tensão de cisalhamento atuando na ligação peça/material de assentamento será: 
337,5 kgf = 1 5 k g f / c m 2 = 0 1 5 M p a 
15 cm x 15 cm y 
ou seja, praticamente sete vezes menor do que a tensão de ruptura ao cisa-
Ihamento encontrada nos ensaios (10 Kgf/cm2). 
Portanto, as peças extremas da placa de revestimento continuarão presas à base, 
garantindo a indesejada compressão no centro da placa de revestimento. 
B i b l i o g r a f i a 
ASTM - C 482 - Bond strenght of ceramic tile to portland cement. 
,2) Baudran A. A. e Aveline M. - Evolution des contraintes dans les carreaux de revétement posés 
- IX Congrés Internacional Céramique - Bruxelles - 1964. 
<3> Fiorito A.J.S.I. - Revista "Construção" n5 1.051. 1.054. 1.058. 1.062. 1.070 1.086 e 1.087 -
Ed. P in i - 1968. 
Retração das argamassas 
6 . 1 - R e t r a ç ã o 
As argamassas de cimento e areia ou cimento, cal e areia são utilizadas em múlti-
plas aplicações nas construções. 
Assentamento de tijolos; blocos de cerâmica ou de concreto; chapisco; emboço; 
reboco; contrapisos; pisos cimentados; assentamento de revestimentos cerâmicos 
em pisos, paredes, fachadas e piscinas; pedra naturais e todo tipo de revestimento. 
Sua composição e espessura, quando de sua aplicação, são muito variáveis. 
Seu endurecimento é acompanhado por uma diminuição de volume, quer devido 
à perda de água evaporável, quer devido às reações de hidratação. 
Mesmo após a secagem, e com mais de quatro meses de idade, notamos varia-
ções dimensionais em função do grau higrométrico do ambiente. 
Tal fenômeno, há longa data estudado para concretos, é conhecido como 
"retração". 
Para as argamassas a retração também deve ser analisada atentamente, procu-
rando extrair do comportamento e evolução da mesma, em função da idade e 
condições ambientes, alguns procedimentos práticos aplicáveis em obras. 
Por exemplo, é prática obrigatória "cunhar" as alvenarias de elevação. Todavia, tal 
operação tem época oportuna para ser realizada. A alvenaria deve "assentar", o 
que eqüivale dizer que a argamassa de assentamento já secou e retraiu estando, 
então, estável. Só depois disso é feito o encunhamento. Em relação aos emboços 
e revestimentos com argamassas, as espessuras são limitadas a valores máximos 
devido a sua retração. Argamassas ricas e espessas estão sujeitas a fissuras. 
Outro efeito da retração já nos ocorreu observar em pisos cimentados que sofre-
ram processo de destaque por flambagem. 
Finalmente, é incontestável que a retração da argamassa de assentamentousada 
no método convencional já destruiu inúmeros revestimentos de pisos e paredes. 
Na colagem de revestimento com argamassas colantes, é obrigatório aguardar 
que a argamassa do contrapiso ou do emboço atinja um elevado grau de sua 
retração antes que se processe o assentamento do revestimento. 
6 . 2 - E n s a i o s p a r a m e d i r a r e t r a ç ã o 
A seguir, apresentamos medidas de retração feitas para a pasta de cirrento e para 
um grupo de seis argamassas, cujos traços estão na Tabela 3. 
Tabela 3 
Componentes Argamassas de 
cimento e areia 
Volumes aparentes -
Areia c/ 3% de umidade 
Argamassas 
cimento: cal: areia 
vol. apar. 
- areia 3% um. 
Pasta 
de 
cimento 
1:3 1:4 1:5 1:6 1:1/2:5 1:3:12 
Cimento Portland 481 321 341 258,5 384 133 1.000 
Cal hidratada - - 81 169 -
Areia c/3% 1.253 1.255 1.335 1.350 1.576 1.313 -
Areia - Peso seco 1.216,5 1.218,5 1.296 1.310,5 1.530 1.275 -
Água da areia 36,5 36,5 39 39,5 46 38 -
Água adicionada 188 176 180 186,5 279,6 227 -
Água Total 224,5 212,5 219 226 325,6 265 300 
Água / aglomerante 0,47 0,66 0,64 0,87 0,70 0,88 0,30 
(1) Os valores da tabela são em gramas. 
(2) Os componentes foram medidos em volume e convertidos em massa. 
(3) Areia utilizada com 3% umidade. 
A retração foi medida em barrinhas de argamassa com dimensões 25x25x280 mm, 
conforme ensaio ASTM - C 157 e procedimento modificado conforme item 6.2.1 
As medidas da retração e massa são valores médios de três barrinhas. 
6.2 .1 - P r o c e d i m e n t o s d o e n s a i o 
a - Após o enchimento, as formas foram cobertas com filme plástico para garantir 
umidade relativa superior a 90 % até 24 horas após a adição de água. 
b - Completadas 24 horas foram feitas a desforma e imersão em água durante 
15 minutos antes da primeira medida e pesagem precedidas de enxugamento 
superficial das barrinhas. 
c - As barrinhas foram estocadas ao ar ambiente e medidas seguidamente até 
28 dias de idade. A umidade relativa do ambiente variou de 60% a 80%, e 
temperatura de 16 a 25°C. 
d - Após a leitura e pesagem aos 28 dias, as barrinhas foram colocadas em 
estufa por 48 horas. Após retiradas e esfriadas à temperatura ambiente 
procedeu-se a nova medida e pesagem. 
e - As barrinhas foram estocadas ao ar ambiente e novas medidas e pesagem 
foram feitas aos 120 dias, seguidas de imersão em água fria por 48 horas e 
novamente medidas e pesadas. 
f - Novas medidas e pesagem foram feitas além de 230 dias e até 400 dias. 
g - Para as medidas, utilizamos um micrômetro Kafer com leitura direta de 0,001 mm. 
6 .2 .2 - R e s u l t a d o s 
As Figuras de 10A a 10G mostram a evolução da retração e variação da massa 
das barrinhas para cada traço estudado. 
Fig. 10A 
Fig. 10B 
o. 
O RETRAÇÃO 
A PERDA DE PESO 
Fig. 10C 
Fig. 10D 
O RETRAÇÃO 
PERDA DE PESO 
Fig. 10E 
Argamassa, cimento: cal 
hidratada: areia (1:3:12) 
7 28 30 120 122 245DIAS 
Fig. 10F 
CL 
O R E T R A Ç Ã O 
A PERDA D E P E S O 
Fig. 10G 
Na Fig. 11 mostramos o gráfico consolidado da evolução da retação para as seis 
argamassas da Tabela 3 e para a pasta de cimento. 
3%. 
2.5%. 
i Soco 
30 dias 
2%. 120 dias 
1.5*-
1%. 
28 dias 
7 dias 
0.5%. 0.5%. 
2 
in to V) 
1:
3:
12
 
Fig. 11 - Gráfico consolidado da retração 
Analisando os gráficos da retração das argamassas podemos, resumidamen-
te, concluir. 
a - A retração é aproximadamente a mesma para todas as argamassas, sendo 
ligeiramente menor para o traço em volumes 1:3:12 de cimento Portland, cal 
hidratada e areia média úmida 3%. 
b - Nos gráficos da Fig. 10, as oscilações correspondem as variações da umidade 
relativa. Para uma umidade relativa maior, a retração cai e vice-versa. 
c - Para todas as argamassas e para a pasta de cimento, a retração aos sete 
dias de idade é de 65% a 80% da retração aos 28 dias (secagem ao ar). 
d - Considerando como retração total a medida feita aos 30 dias de idade após as 
barrinhas permanecerem 48 horas em estufa (ver item 6.2.1.d), verifica-se que: 
- aos sete dias, já ocorreu 35% a 45% da retração total; 
- aos 28 dias, ocorreu 50% a 60% da retração total; e 
- aos 120 dias estocadas ao ar ambiente, as barrinhas reabsor^em umidade, 
e a retração passa a ser 80% a 95% da retração total. 
e - Para a pasta de cimento os valores são praticamente duas vezes maiores do 
que para as argamassas, sendo a retração total três vezes maior. 
f - Por serem mais permeáveis e conterem mais água, as argamassas perderam 
80% a 90% de água evaporável já aos sete dias de idade, permanecendo 
com teor de umidade natural cerca de 1% a 2%. A pasta de cimento perdeu 
apenas 50% de água aos sete dias, permanecendo com um teor de umidade 
natural cerca de 5%. 
g - A retração aos 28 dias por secagem ao ar é cerca de 50% a 60% da retração total. 
h - É de interesse também notar que há crescimento das barrinhas após 120 
dias de secagem ao ar seguida de imersão em água por 48 horas: 
- A pasta de cimento se expande e a retração diminui 25% em relação à 
retração medida aos 120 dias de secagem ao ar. Ou seja, o aumento é 
de 0,5%o ou 0,5 mm/m, ou ainda 0,0005 mm/mm; e a retração passa de 
0,0020 mm/mm para 0,0015 mm/mm. 
- Para as argamassas mais ricas em cimento como 1:3 e 1:4, tal expansão é 
de 0,1 %o ou 0,1 mm/m ou, ainda, 0,0001 mm/mm. 
- Para traço 1:5, é de 0,07%o ou 0,07 mm/m ou, ainda, 0,00007 mm/mm. 
- Para traço 1 :6 , é de 0 , 0 5 % o ou 0 , 0 5 mm/m ou, ainda, 0 , 0 0 0 0 5 mm/mm. 
6 . 3 - V a l o r e s d a r e t r a ç ã o 
Considerando que, em obras, as argamassas secam ao ar, e considerando os 
resultados obtidos por secagem ao ar aos 28 dias, podemos adotar os seguintes 
valores para a retração: 
- argamassa em geral 0,0006 mm/mm ou 0,6 %o ou 0,6 mm/m 
- pasta de cimento 0 , 0 0 1 5 mm/mm ou 1 ,5 %o ou 1 ,5 mm/m 
B i b l i o g r a f i a 
<•> ASTM - C 157-80 - Lenght change of hardened cement mortar and concrete. 
<2) Fiorito, A.J.S.I. - Retração das argamassas - Revista "Construção" n° 1.929 - jan/85 - Ed. Pini 
Capítulo 7 
Propriedades físicas das camadas que 
compõem os revestimentos 
Nos capítulos adiante, são apresentadas expressões das tensões que atuam nos 
revestimentos e demais camadas em função de algumas propriedades físicas 
dos materiais que constituem cada camada. 
A fim de podermos avaliar a ordem de grandeza destas tensões daTios, a seguir, 
valores médios de algumas destas propriedades. 
7 . 1 - R e v e s t i m e n t o s c e r â m i c o s 
7 .1 .1 - R e s i s t ê n c i a à c o m p r e s s ã o 
a rev = 800 kgf / cm2 a 1.000 kgf / cm2 
ou o rev = 80 MPa a 100 MPa 
7 .1 .2 - M ó d u l o d e e l a s t i c i d a d e 
7 .1 .2 .1 - Revestimentos cerâmicos não-esmaltados 
E l = 350.000 kgf / cm2 ou 35 GPa 
7 .1 .2 .2 - Esmaltados e azulejos 
E l = 300.000 kgf / cm2 ou 30 GPa 
7.1.2.3 - Peças de grés (absorção de água 0,07%) 
E l = 700.000 kgf / cm2 ou 70 GPa 
7.1 .3 - C o e f i c i e n t e d e d i l a t a ç ã o t é r m i c a l inear 
a, = 0,000005 a 0,000006/°C 
7.1 .4 - D i l a t a ç ã o h i g r o s c ó p i c a (moisture expansion) 
ÔL = 0,0003 a 0,0007 mm/mm 
7 . 2 - A r g a m a s s a s 
7 .2 .1 - M ó d u l o d e e l a s t i c i d a d e 
É extremamente variável, dependendo da composição. A seguir adotamos alguns 
valores para efeito de raciocínio e cálculos: 
- argamassas ricas e rígidas 
Ea = 140.000 kgf / cm2 = 14 GPa 
- argamassas mais elásticas 
Ea = 50.000 kgf / cm2 = 5 GPa 
- argamassas extremamente elásticas 
Ea = 10.500 kgf / cm2 = 1,05 GPa 
7 .2 .2 - R e t r a ç ã o d a s a r g a m a s s a s a o s 28 d i a s e por s e c a g e m e x c l u s i v a m e n t e a o 
ar (ver C a p í t u l o 6 ) 
er = 0,0006 mm/mm ou 0,6%o 
7 .2 .3 - C o e f i c i e n t e d e d i l a t a ç ã o t é r m i c a l inear 
aA =0,000010 a 0,000012/°C 
ou 
10 a 12x10'6/°C 
7 . 3 - C o n c r e t o 
7 .3 .1 - M ó d u l o d e e l a s t i c i d a d e 
EC = 210.000 kgf /cm2 ou 21 GPa 
7 .3 .2 - C o e f i c i e n t e d e d i l a t a ç ã o t é r m i c a l inearCL = 0,000010 a 0,000012/°C C 
ou 
10 a 12x10'6/°C 
Tensões nos revestimentos em argamassa, 
em pisos e paredes devidas à sua retração(1) 
8 . 1 - C o r r e l a ç ã o d a r e t r a ç ã o d a s a r g a m a s s a s a o s 7 e 2 8 d i a s 
No Capítulo 6, tratamos da retração de algumas argamassas e da pasta de cimento 
Portland durante sua secagem. Concluímos que a retração aos 28 dias e por secagem 
exclusivamente ao ar é da ordem de 0,00060 mm/mm, ou 0,6 %o independentemente 
do traço da argamassa. 
No Quadro 10, detalhamos a retração aos 28 dias e aos sete dias, correlacionando 
estes valores. 
Quadro 10 
Argamassa Retração aos Retração aos sete dias 
28 dias %o % o % aos 28 dias 
1 : 3 0 , 6 0 7 0 , 3 9 6 6 5 % 
1 : 4 0 , 6 4 8 0 , 4 3 1 6 6 , 5 % 
1 : 5 0 , 6 4 9 0 , 3 7 9 5 8 , 4 % 
1 : 6 0 , 6 0 1 0 , 4 7 2 7 8 , 5 % 
1 : 0 , 5 : 5 0 , 6 6 1 0 , 5 1 4 7 7 , 8 % 
1 : 3 : 1 2 0 , 6 4 2 0 , 4 8 9 7 6 % 
Pasta cimento 1 , 4 1 6 1 , 0 1 8 7 1 , 9 % 
Note-se que aos sete dias de idade, e por secagem ao ar, a retração já é da 
ordem de 60% a 80% do seu valor aos 28 dias. 
Daí, nos procedimentos para a execução de revestimentos em argamassa, quando 
esta servirá de base para outras camadas de argamassa ou revestimentos colados, 
deve-se recomendar que se aguarde, no mínimo, sete dias para a execução das 
camadas ou serviços subsequentes. Com isso garantimos boa estabilidade 
dimensional das camadas de argamassa utilizadas como base, estabilidade essa 
necessária para evitar tensões de retração, como será detalhado nos itens a seguir. 
8 . 2 - T e n s ã o d e r e t r a ç ã o 
Quando uma barra de argamassa considerada isoladamente retrai, a distância"d" 
entre dois pontos quaisquer (Fig. 12) passa a ser "d / , menor do qte "d". 
NA 
Fig. 12 
O encurtamento AAr devido à retraçao er será : 
AAr = £r .d 
Teoricamente tudo se passa como se tivéssemos aplicado uma força externa NA 
na secção transversal SA da barra de argamassa causando o deslocamento &Ar 
Sendo EA o modulo de elasticidade da argamassa, a força NA é calculada com 
= NA=-EASA 
S, d 
com sinal negativo (-) pois AA( é negativo 
NA=-EASA.zr 
e, 
Na sendo negativa, será a força teórica de compressão que causou a deformação 
equivalente à retração da argamassa. 
Consequentemente, para voltamos ao comprimento inicial antes da retração ter 
ocorrido, teríamos que aplicar uma força de tração + NA na secção transversal 
da barra endurecida. 
8 . 3 - T e n s õ e s n o s r e v e s t i m e n t o s d e a r g a m a s s a e m p a r e d e s e p i s o s 
Considerando que uma camada de argamassa é sempre aplicada sobre uma 
parede (emboço) ou sobre uma laje (contrapiso) ou, ainda, sob uma laje (forro) 
com a função de regularizar e dar acabamento às superfícies, vamos calcular as 
tensões que advêm da retração das argamassa quando ligada a um suporte 
estável, por exemplo, uma base de concreto. 
Sejam Sc e Ec a seção e o módulo de elasticidade da camada suporte (Fig. 13A). 
Considere-se a extensão "d" do suporte estável (laje ou alvenaria) que recebeu 
uma camada de argamassa fresca. 
Devido à retração ef da argamassa haveria um encurtamento AAr caso fosse 
permitida sua livre e total retração (Fig.13B). 
Todavia, havendo solidariedade das duas camadas obtidas, por exemplo, pelo 
uso de chapisco na alvenaria ou pasta de cimento no piso, o equilíbrio final 
dl AAr 
- e - o 
(Fig. 13C) é alcançado pela introdução das forças NA positiva ce (tração) na 
argamassa, e N c negativa (compressão) no suporte, tais que: 
NA + Nc = 0 
e AC = AAr + AA 
ou seja, as forças estão sempre em equilíbrio e o deslocamento do suporte e igual 
ao deslocamento da argamassa: sendo: 
d r 
® 
argamassa fresca 
7—7—7—7 
suporte estável / / / / 
—desloc. 
3 **r o 
A A . A C . 
N A M 
NC(-> 
A C = ^ 
EC.SC 
AAr = 8 r.d 
AA=NA(d+d.er) 
eáSa 
resulta: 
Fig. 13 
EA easa 
Sendo: NC=-NA e ( l + e r ) = l 
NA NA 
— — = e r + — -
ECSC easa 
N 
eaSa 
— + 1 
_ECSC 
N = JA 
A ES 
.e. 
1 + A^A 
ECSC 
Sendo cr sempre negativo, NA será sempre positiva, ou seja, tração na camada 
de argamassa. Considerando uma faixa de largura unitária: 
SA = c A . l c Sc = c c . l 
AI = E a ' 6 a £ A F p ' 
onde" eA" e "ec" são as espessuras da argamassa e do suporte. 
A tensão de tração na argamassa para largura unitária será: 
EA 
G " = e T * ' 
Ecec 
Para um suporte de concreto com: 
Ec = 210.000 Kgf./cm2 
e espessura ec = 7 cm 
tabelamos no Quadro 11 valores para tensão de traço aA na argamassa em função 
de sua retração: 
ef = 0,00060 mm/mm 
de sua espessura "eA", variando de 1 cm a 6 cm e de três valores para o módulo 
de elasticidade das argamassas, conforme seção 7.2.1 
Quadro 11 
Espessura da cA = tração na argamassa KgfJcm2 devido à 
argamassa retração C. = 0,00060 mm/mm 
EA = 10.500 Kgf/cm2 50.000 Kgf/cm2 140.000 Kgf/cm2 
1 cm aA = 6,25 29 76,7 
Í;a= 0,00060 0,00058 0,00055 
2 cm aA = 6,21 28 70,6 
eA= 0,00059 0,00056 0,00050 
3 cm ctA = 6,17 27 65,3 
I:A = 0,00059 0,00054 0,00047 
4 cm aA = 6,12 26,4 60,8 
eA= 0,00058 0,00053 0,00043 
5 cm aA = 6,08 25,6 56,9 
cA= 0,00058 0,00051 0,00041 
6 cm aA = 6,04 24,9 53,5 
cA = 0,00058 0,00050 0,00038 
As tensões de tração na argamassa, quando há vínculo com uma camada suporte 
e originadas pela sua própria retração, nos conduzem a conclusões construtivas. 
Nas argamassas ricas, ou muito ricas, por terem elevado módulo de elasticidade, 
deformam-se menos, e as tensões de tração permanecem elevadas. 
No Quadro 11, verifica-se que as tensões de tração que atuam sobre argamassas 
muito ricas são da ordem de nove a doze maiores do que aquelas que atuam nas 
argamassas mais elásticas. 
Portanto, nas argamassas ricas e muito ricas, há notável influência da retração e, 
consequentemente, essas argamassas estarão mais sujeitas a tensões de tração 
que causarão trincas e possíveis descolamentos de sua camada suporte à medida 
que sua espessura cresce. 
Enquanto para as argamassas mais elásticas (menor módulo de elasticidade), as 
tensões de tração são baixas e praticamente constantes qualquer que seja a 
espessura da camada de argamassa (Quadro11). As deformações eA devido à 
tensão de tração aA e calculadas pela relação: 
são também praticamente iguais para todas as espessuras da camada de arga 
massa, e da mesma ordem de grandeza da retração: 
não havendo, portanto, riscos de trincas ou de desprendimentos de sua camada 
suporte. 
8 . 4 - E v o l u ç ã o d a s t e n s õ e s d e r e t r a ç ã o n o s r e v e s t i m e n t o s e m a r g a m a s s a 
Os valores de aAdo Quadro 11 foram obtidos a partir do comportamento elástico 
das camadas, e com uma deformação igual à sua retração er para a argamassa 
considerada já endurecida. 
Na realidade isso não ocorre exatamente assim, se lembramos que a ligação inicial 
entre a argamassa e o suporte é feita com aquela ainda fresca. Assim sendo, à 
medida que a argamassa vai secando, retrai-se, e vão aparecendo tensões 
crescentes nela e na camada suporte. Tais tensões, de tração na argamassa, farão 
com que ela sofra deformações de sentido contrário ao da retração durante a 
secagem bem maiores do que quando já endurecida, uma vez que seu módulo de 
elasticidade é inferior ao valor final. 
Assim sendo, no final da fase de endurecimento da argamassa, as tensões 
presentes na camada suporte e na argamassa serão obrigatoriamente inferiores 
àquelas calculadas teoricamente (Quadro 11). 
Nova redução dessas tensões aA e oc terão lugar devido, agora, à deformação 
lenta da argamassa endurecida sob ação de aA que passará sucessivamente a 
valores menores, até um estado de equilíbrio (Fig. 14) 
tA = c = 0,00060 mm/mm 
A 
Equilíbrio 
Final 
Tempo 
Fig. 14 
Mais uma vez as argamassas com baixo módulo de elasticidade apresentam 
vantagem sobre as mais ricas e mais espessas, pois sua deformação lenta terá 
maiores valores tendendo neutralizar os efeitos da retração er, e, conse-
quentemente, as tensões oA e ac tenderão a diminuirconsideravelmente, não 
mais afetando a qualidade do revestimento. 
De modo esquemático, as tensões de tração atuando nas argamassas aplicadas 
sobre uma camada suporte, e originadas pela sua própria retração, vão variar em 
função do tempo, conforme o gráfico da Fig. 14. 
8 . 5 - C o n c l u s õ e s 
As argamassas serão sempre utilizadas: 
a - para ligar os elementos das alvenarias; 
b - como revestimento final: emboço e reboco em paredes e forros; 
c - como camada de base (emboço e contrapiso) para colagem de revestimentos; 
d - como camada de regularização, de proteção e/ou suporte para impermeabi-
lizações, isolamento térmico e acústico; 
e - para chumbamentos em geral. 
É indispensável lembrar que: 
8.5.1 - L i g a ç ã o d a a r g a m a s s a a o s u p o r t e 
As argamassas utilizadas nos revestimentos devem estar perfeitamente ligadas 
ao suporte. Isto é conseguido com apicoamento da superfície do suporte; remoção 
de poeira de obra; umedecimento e chapisco para suportes verticais e forros; ou 
umedecimento e emenda com pasta de cimento para os contrapisos. 
Pela sua posição geométrica, atenção especial deve ser dada aos contrapisos. 
Nestes, a ausência de ligação entre a camada de argamassa e o suporte (concreto) 
fará com que ocorra livremente toda a retração, provocando a flambagem da 
camada de argamassa. 
Não são raros pisos simplesmente cimentados que apresentam som cavo ao 
trânsito de pessoas ou queda de objetos. 
8 .5 .2 - M ó d u l o d e e l a s t i c i d a d e 
Preferir argamassas elásticas, ou seja, com teor moderado de cimento, ou mistas. 
8.5 .3 - E s p e s s u r a 
Utilizar a menor espessura possível, especialmente nos casos em que for exigida 
argamassa muito rica. 
8 .5 .4 - E s p e s s u r a m a i o r d o q u e 2 5 m m 
Se exigidas maiores espessuras, como no caso de canalizações embutidas no 
piso para telefones, ou elétricas, ou ainda grandes áreas com caimentos, a 
argamassa do contrapiso deverá ser executada em camadas sucessivas de cerca 
de 25 mm. 
A camada anterior deve sempre estar seca (já retraída), quando da aplicação da 
camada seguinte. 
8 .5 .5 - T e m p o d e c u r a 
Quando a camada de argamassa tem função de base para outras camadas mais 
superficiais ou para receber revestimentos colados, é indispensável que tenha 
idade mínima de sete dias, ocasião em que terá boa estabilidade dimensional 
(60% a 80% da retração já acontecida). Fica claro, também, que com maior prazo 
maior será a estabilidade dimensional da camada de argamassa. 
8 .5 .6 - A d i t i v o s in ib idores d a r e t r a ç ã o 
O prazo a que se refere o item 8.5.5 poderá ser reduzido quando verem a ser 
implantados aditivos para argamassas com o fim de inibir sua retração e com o 
fim de dar-lhes alta resistência inicial. 
Cabe ao construtor optar entre o custo destes aditivos, ou argamassas já 
aditivadas, com ganho de tempo no cronograma da obra, ou aguardar o prazo 
mínimo de sete dias para a utilização correta das argamassas convencionais. 
8 .5 .7 - Te la metá l i ca s o l d a d a 
Sempre que, por motivos construtivos, a espessura da argamassa exceder 25 a 
35 mm, tanto em revestimentos verticais como horizontais, e especialmente em 
fachadas, há que utilizar uma tela metálica soldada de malha de 5x5 cm e fio 16 
BWG (1,6mm aproximadamente) chumbada na estrutura suporte. A finalidade 
será absorver a retração da argamassa e como suporte do peso próprio da espessa 
camada de argamassa. 
O chumbamento da tela é feito em quatro pontos por metro quadrado e, nos can-
tos, três pontos por metro linear. 
B i b l i o g r a f i a 
<•> Fiorito A.J.S.I. - Revista "Construção" n5 1.936 - mar./85 - Ed.Pini. 
Capítulo 9 
Retração e revestimentos 
No Capítulo 8, avaliamos a influência da retração das argamassas quando estas são 
utilizadas como revestimentos. Porém, as argamassas poderão ser utilizadas para a 
fixação de revestimentos e, nesse caso, sua retração exercerá influência sobre os 
revestimentos de qualquer natureza, e sobre a camada suporte (laje ou alvenaria). 
9 . 1 - R e v e s t i m e n t o e c a m a d a d e a r g a m a s s a 
Nos pisos é muito freqüente não haver preocupação em ligar a argamassa de 
assentamento à laje ou a alguma camada de regularização ou de enchimento, às 
vezes existente. Estas e a superfície da laje, tendo sido executadas geralmente 
há algum tempo, apresentam grande quantidade de poeira originada pelo atrito 
ao qual estão sujeitas devido ao trânsito de operários e movimentação de materiais. 
É oportuno lembrar que as superfícies de lajes apresentam uma fina camada 
bastante friável dado o excesso de água que ocorre após operação de vibração 
ou adensamento do concreto. 
Não havendo união íntima entre a argamassa e o suporte, o revestimento e a argamassa 
de assentamento formam apenas um conjunto de duas camadas que são solidárias. 
Neste caso, considere-se uma extensão "d" de um revestimento sobre uma arga-
massa de assentamento ainda fresca ( Fig.15A). A extensão "d" poderá ser fração 
de uma peça, ou uma peça inteira, ou diversas peças. 
d 
Revestimento 
® Argamassa Fresca 
» M 
Argamassa Seca 
Revestimento NL (-) 
N A ( + ) 
-Desloc. m @ 
Fig. 15 
Devido à retração ef haveria um deslocamento AA da argamassa, caso fosse 
permitida sua livre e total retração (Fig. 15B). 
Havendo solidariedade do revestimento à argamassa de assentamento (Fig. 15C), 
o equilíbrio final é alcançado pela introdução das forças internas NL (de compressão) 
no revestimento e NA (de tração) na argamassa endurecida, tais que: 
NA+NL =0 
Al = AAr + AA 
ou seja, as forças internas devem estar sempre em equilíbrio e os deslocamentos 
das duas camadas deverão ser iguais. 
Sendo EL e SL o módulo de elasticidade e secção do revestimento e EA e S A o 
módulo de elasticidade e seção da argamassa, temos: 
A 
EL.SL 
AA, = Zr.d 
Para a condição de igualdade de deslocamento, temos: 
N.d . NÁd + dzr) 
— = d z r + — 4 - — 
sendo N, =-NÁ e ( l + 8 r ) = l 
obteremos 
M = E i S I - e 
L , E, S, Er 
easa 
Sendo cr sempre negativo, NL será sempre negativa, ou seja, de compressão no 
revestimento devido à retração da argamassa de assentamento. 
Para uma faixa de largura unitária, 
SL = eLe SA = eA 
onde "eL" e "eA" são as espessuras do revestimento e da argamassa, e a tensão 
de compressão no revestimento será: 
E, 
= ' é -£r l+f* EAeA 
e a tensão de tração na argamassa 
N. 
o , = 
*a 
onde 
N
a = ~ N l 
A partir da expressão de oL construímos o gráfico da Fig. 16, considerando a retração 
er= 0,0006 mm/mm, e variando EA para três valores ou três tipos de argamassas, 
e considerando duas espessuras para o revestimento, a saber, 5 mm e 10 mm. 
<\ = 
o* = 
k : 
£ r = 
= 
tensão de compressão no 
revestimento 
espessura da argamassa 
espessura do revestimento final 
módulo de elasticidade das 
argamassas 
0.0006 mm/mm 
módulo de elasticidade do 
revestimento cerâmico 350 mil 
kgf/cm 
Fig. 16 - Gráfico das tensões de compressão no revestimento por retração 
da argamassa (argamassa/revestimento intimamente ligados) 
9 . 2 - R e v e s t i m e n t o , c a m a d a d e a r g a m a s s a e s u p o r t e d e c o n c r e t o 
Para o caso de revestimentos verticais, devido à sua posição, há obrigatoriedade 
de ligar bem e manter solidárias as camadas de revestimento, argamassa e supor-
te. E tal solidariedade deverá ser exigida também para os pisos, a fim de minimizar 
os efeitos da retração das argamassas. 
Neste caso, como veremos, a retração das argamassas continua existindo, porém 
as tensões que nela têm origem são substancialmente menores do que aquelas 
calculadas conforme o item 9.1, pois a retração da argamassa fresca scfrerá oposição 
quer do revestimento quer suporte. Na Fig. 17, esquematizamos os deslocamentos 
e forças internas em equilíbrio. 
Neste caso, teremos: 
NA + N, +NC=0 
A,=AAr + AA 
& d \ 
(1) Revestimento (1) 
® . Argamassa Fresca 
(2) / / / / / } * ¥ > / / / / v , 
AC = AL 
e 
AAr=cL e, 
E, • SL 
A C= ^ L 
EC.SC 
(3) 
(4) 
(5) 
Revestimento 
(6) 
AA, 
—r—r 
Suporte 
/ ' / / / / A 
o A A 
Revestimento 
Argamassa Soca 
•7—7—7 
Suporte 
/ ( / 
\ 
N, 
N , 
AA -_NÁ {d + dir) 
EA • SÃ 
(7) 
Fig. 17 
A partir destes valores e condições, chegam-se as forças e respectivas tensões 
que atuam nas três camadas consideradas solidárias. 
Substituindo os valores de AAf (4); AL (5) e Aa (7) na equação (2), obteremos: NA 
ELJSL
 R EASA
 s e n d 0 0 + e r ) s l 
(I) 
Substituindo os valores de AL (5) e Ac (6) na equação (3), obteremos: N c 
(II) 
Colocando (I) e (II) na equação (1) de equilíbrio das forças internas, teremos: 
ELSL 
\ 
.N, ~{EA.SA.tr) + Ni + 
ECSC-.NL l=0 l elSl 
H, 
< E tS i EfSf 
1 H ——— H —— = E A S A z r 
M L 
multiplicando ambos os membros por r c 
N, I | ! EçSç 
= ElSfir 
Sendo K 
I , E i . S L E ç S c 
EA$A EJ5À 
Teremos N, = KELSLZr (III) 
Sendo K E( St sempre positivo e ef sempre negativo, N, será sempre negativa ou 
de compressão no revestimento devido à retração da argamassa. 
Substituindo (III) em (I) obteremos: 
Na = EASA£r(K-1) 
sendo 1/k sempre maior do que 1 e positivo 
K será sempre menor do que um e positivo 
então (K - 1) será sempre negativo 
Como EA Sa e sempre positivo e CF sempre negativo, a força interna que atuará sobre 
a argamassa e devida à sua própria retração será sempre positiva ou de tração. 
Substituindo (III) em (II) obteremos: Nc = KEcScc, 
Sendo K Ec Sc sempre positivo e er sempre negativo, teremos Nc que é a força 
interna que atua no suporte (por exemplo, concreto ou alvenaria) sempre negativa 
ou de compressão. 
O gráfico da Fig. 18 representa a tensão de compressão no revestimanto devido 
à retração da argamassa e para solidariedade desta camada com o suporte. 
Fig. 18 - Gráfico das tensões de compressão no revestimento por retração 
da argamassa (concreto/argamassa/revestimento intimamente ligados) 
o . 
Cr 
E, 
= tensão de compressão no revestimento - Kgf/cm2 
= espessura da argamassa - cm 
= espessura do revestimento — cm 
= módulo de elasticidade da argamassa - Kgf/cm2 
= 0,6 %o retração da argamassa 
= módulo de elasticidade do revestimento cerâmico 350 mil Kgf/cm; 
= espessura do concreto — 7 cm 
= módulo de elasticidade do concreto — 210 mil Kgf/cm2 
9 . 3 - T e n s õ e s n a s a r g a m a s s a s 
As tensões que atuam nas três camadas e para a largura unitária são calculadas 
a partir das expressões das forças, deduzidas como segue: 
N. N. N , 
= 
A fim de analisar as tensões de tração nas camadas de argamassa, construímos 
os gráficos da Fig. 19 e Fig. 20, respectivamente, para um revestimento constituído 
por apenas duas camadas solidárias e para um revestimento correto onde há 
solidariedade também com a camada suporte. 
Fig. 19 - Tensões de tração nas argamassas devido à sua retração e para 
camada de argamassa e revestimento cerâmico (duas camadas solidárias) 
Para a construção dos dois gráficos utilizados: 
aA = tensão de tração na argamassa - Kgf/cm2 
eA = espessura da argamassa - cm 
e, = espessura do revestimento cerâmico — cm 
Ea = módulo de elasticidade da argamassa - Kgf/cm2 
er = retração das argamassas = 0,0006 mm/mm 
E l = módulo de elasticidade da cerâmica = 350 mil Kgf/cm2 
Para o gráfico da Fig. 20, incluímos: 
ec = espessura do suporte do concreto = 7 cm 
Ec = módulo de elasticidade do concreto = 210 mil Kgf/cm2 
(TA 
kgf/cm2 
100 
84 
50 
30 
6.3 
E A= 50.000 e[_= 0.5 cm 
E A o 10.500 6 l = 1 cm 
OL= 0.5 cm 
cm 
©A 
Fig. 20 - Tensões de tração nas argamassas devido à sua retração ( suporte/ 
argamassa/revestimento intimamente ligados) 
9 . 4 - C o n s i d e r a ç õ e s g e r a i s 
Os gráficos da Fig. 19 e Fig. 20 mostram como varia a tensão de tração na arga-
massa quando é utilizada no Método Convencional para o assentamento de 
revestimentos cerâmicos. O gráfico da Fig. 19 foi obtido a partir da condição de 
não ligação da argamassa de assentamento ao suporte, o que acontece 
geralmente nos revestimentos de pisos. E tal condição é gerada por descuido do 
assentador, facilitado pela situação geométrica do piso, contrariamente ao que 
ocorre em um revestimento vertical onde a argamassa de assentamento é 
obrigatoriamente ligada ao suporte (alvenaria ou concreto chapiscado, por ex.). 
Neste último caso, as tensões de tração na argamassa serão as do gráfico da Fig. 
20 superiores às do gráfico da Fig. 19, devido ao fato de o suporte se opor também 
a retração. 
Aqui, convém citar que as Normas Americanas recomendam, para o caso de 
revestimento de pisos sobre estruturas sujeitas a flexões gerando flechas, a 
colocação de membrana de feltro ou filme de polietileno com a nítida finalidade 
de impedir a transmissão de deformações da estrutura, e conseqüentes tensões, 
aos materiais de revestimento. Portanto, a não-ligação com a camada suporte é 
intencional, mas provocará maiores tensões de compressão no revestimento 
cerâmico devidas à retração livre das argamassas. Para minimizar os efeitos da 
retração das argamassas de assentamento, tais Normas especificam o uso de 
tela metálica soldada de bitola 16 BWG e malha quadrada de duas polegadas. 
Esta tela é colocada no interior da camada de argamassa de assentamento. 
Os gráficos das Figs. 16, 18, 19 e 20 permitem uma primeira análise do processo 
convencional de assentamento, ou seja, quando se usa uma argamassa fresca, 
como meio de fixação de revestimentos, quer sejam revestimentos cerâmicos 
para pisos ou paredes, quer revestimentos de ladrilhos hidráulicos, pastilhas 
cerâmicas, placas de pedras naturais e, enfim, todo o tipo de acabamento. 
É evidente que os quatro gráficos citados foram construídos a partir da hipótese 
de que revestimento/argamassa, ou revestimento/argamassa/suporte de 
concreto permanecem intimamente ligados, havendo transmissão de tensões 
entre as diferentes camadas devidas exclusivamente à retração da argamassa 
de assentamento durante no secagem. 
Na prática, os valores muito elevados das tensões de compressão no revestimento, 
ou tração na argamassa, possivelmente não chegarão a ocorrer, pcis antes disso 
as camadas vão se separar, havendo flambagem de revestimento ou então ruptura 
da argamassa por tração, deixando de existir qualquer compressão no revestimento. 
Todavia, estes gráficos são válidos para interpretar como evoluem as tensões 
nos revestimentos e argamassas em função de suas características, ensejando o 
estabelecimento de Normas de Procedimento para o método convencional e, 
principalmente, ressaltar quais os riscos deste método quanto ao resultando final. 
Por outro lado, fica mais uma vez evidenciada a vantagem do uso das argamassas 
colantes na fixação de revestimentos, uma vez que a argamassa dexa de ser "de 
assentamento" para ser apenas "de regularização" de superfícies verticais 
(emboço) ou horizontais (contrapiso), estado completamente seca e retraída 
quando da colagem dos revestimentos cerâmicos. 
Nesta condições a retração por secagem da argamassa nenhuma nfluência terá 
sobre os revestimentos. Restarão apenas os efeitos da variação da umidade rela-
tiva sobre a argamassa já endurecida, da temperatura, das deformações da cama-
da suporte de concreto, da dilatação higroscópica do revestimento cerâmico e 
outras, como será descrito oportunamente. 
9 . 5 - A n á l i s e e c o n c l u s õ e s 
9 .5 .1 - T e n s õ e s d e c o m p r e s s ã o 
A retração da argamassa de assentamento origina tensões de compressão no 
revestimento. 
9 .5 .2 - T e n s õ e s e d i m e n s õ e s 
Esta compressão no revestimento independe das dimensões da parede ou piso. 
9 .5 .3 - F l a m b a g e m 
Limitada a uma só peça de revestimento (azulejo, piso etc), esta compressão não 
poderá causar desprendimento por flambagem, dada a rigidez usual de uma peça do 
revestimento. Não há possibilidade de ruptura por cisalhamento, pois a resistência ao 
cisalhamento da ligação cerâmica/argamassa é elevada e, na prática, tal rompimento 
nunca foi observado.Se tal ocorresse, as peças se soltariam individualmente, ao 
contrário de todos os casos examinados em obras, os quais foram marcados por 
evidente estado de compressão de um conjunto de peças cerâmicas. 
9 .5 .4 - R i s c o s na a u s ê n c i a d e j u n t a s 
A ausência de juntas entre as peças (juntas secas) fará com que a compressão 
se transmita de uma peça para outra, aumentando o risco de flambagem. 
Lembramos que a carga de flambagem em uma barra prismática é dada pela 
expressão: Nfl = k2 EJ/d2. Quanto maior for "d", ou seja, quanto maior o número 
de peças encostadas, menor será Nfl. 
Isto significa que a compressão NL no revestimento, devido à retração da arga-
massa, poderá atingir facilmente valor superior a Nn, dependendo do tipo de junta 
utilizada, ocasionando o desprendimento do revestimento. 
Atenção especial deve ser dada para espaçadores utilizados no assentamento, 
com o fim de auxiliar o alinhamento das peças. Tais espaçadores deverão ter 
elasticidade suficiente para se deformarem sob as tensões de compressão, de 
modo a não transmitir esforços de uma peça para outra. 
9 .5 .5 - C o m p r e s s ã o , e s p e s s u r a e m ó d u l o d e e l a s t i c i d a d e 
A compressão no revestimento devido à retração da argamassa, cresce com a 
espessura da camada de argamassa utilizada e também será tanto maior quanto 
mais rica for em cimento. Ver gráfico das Figuras 16 e 18. 
9 .5 .6 - A r g a m a s s a n ã o l igada a o s u p o r t e 
Quando não há ligação da argamassa ao suporte, como geralmente ocorre nos 
pisos, as tensões de compressão no revestimento, devido à retraçãc, são muito 
superiores àquelas originadas quando há o cuidado de fazer tal ligação. Compare 
os gráficos das Figuras 16 e 18. 
9 .5 .7 - E s p e s s u r a d o r e v e s t i m e n t o 
É evidente que as tensões de compressão no revestimento são maiores para os 
revestimentos de menor espessura. Todavia, a espessura da argamassa e seu 
traço geram compressões de importância incomparavelmente maior. Ver Quadro 
12 e gráficos das Figuras 16 e 18. 
Quadro 12 
Tipo de Espessura da em Kgf/cm2 
argamassa EA cerâmica eL Para eA = 4 cm Para eA = 2 cm 
140.000 0,5 cm 53 31 
1,0 cm 49 28 
50.000 0,5 cm 23 12 
1,0 cm 21 11 
10.500 0,5 cm 5 2,6 
1,0 cm 5 2,4 
9.5.8 - Por q u e a r g a m a s s a p o u c o e s p e s s a 
A tração na argamassa gerada pela sua própria retração e aliada à solidariedade 
revestimento/argamassa, e esta ligada ou não ao suporte, é tanto maior quanto 
menor for sua espessura. Isto nos interessa, pois quanto maior a tração e quanto 
mais elástica for a argamassa, mais ela se deforma. E esta deformação tem sentido 
contrário ao da retração, compensando-a em grande parte. Isto significa que as 
tensões de compressão no revestimento diminuem à medida que a argamassa for 
menos espessa e mais elástica. Ver gráficos das Figuras 19 e 20 e Quadro 13. 
Quadro 13 - Tração e deformação na argamassa para eL = 1 eme revestimento/ 
argamassa/suporte intimamente ligados - cA KgfJcm2 e cA em mm/mm 
Tipo de argamassa EA Para eA = 4 cm Para eA= 2 cm 
140.000 o A = 64,23 a A = 72,79 
eA= 0,00046 eA = 0,00052 
50.000 a A = 27,03 a A = 28,43 
eA = 0,00054 eA = 0,00057 
10.500 a A =6,15 a A = 6,23 
= 0,00060 cA = 0,00059 
9.5 .9 - Te la m e t á l i c a s o l d a d a 
Em pisos, quando é exigível que o contrapiso esteja separado da estrutura de 
concreto; e em pisos e especialmente paredes (fachadas), quando por motivos 
construtivos a espessura da argamassa do contrapiso ou do emboço for superior 
a 25 ou 35 mm, é obrigatório o uso de tela metálica soldada de malha de 5x5 cm 
e fio 16 BGW (aproximadamente 1,6 mm). 
Sua finalidade nos pisos é a de inibir a retração. 
Em paredes (fachadas), a tela será chumbada na estrutura suporte em quatro 
pontos por metro quadrado e, nos cantos, em três pontos por metro linear. 
Sua finalidade, além de inibir a retração da argamassa, será a de suporte do 
peso próprio da espessa camada de argamassa do emboço. 
9 . 6 - E v o l u ç ã o d a s t e n s õ e s n o s r e v e s t i m e n t o s a s s e n t a d o s d e v i d o à 
r e t r a ç ã o d a a r g a m a s s a d e a s s e n t a m e n t o 
As expressões deduzidas anteriormente para determinar a tensão de compressão 
no revestimento e a simultânea tração na argamassa, função da retração por 
secagem de uma argamassa utilizada no assentamento do revestimsnto, foram 
obtidas a partir das seguintes condições. 
- comportamento elástico das camadas revestimento/argamassa, ou revestimento/ 
argamassa/suporte de concreto ou alvenaria; 
- deformação da camada de argamassa igual ao valor da sua retração ;inal 0,0006 
mm/mm ou 0,6%o, portanto, já considerada endurecida; 
- para as duas alternativas apresentadas, ou seja, revestimento/argamassa e 
revestimento/argamassa/suporte de concreto, há perfeita ligação entre tais camadas 
de estrutura do revestimento. 
Com relação à retração, causa do aparecimento de compressão nos revestimentos, 
é interessante lembrar que, no método convencional, a ligação inicial entre 
revestimento, argamassa e o suporte de concreto ou alvenaria é feita com a 
argamassas fresca e plástica. Assim sendo, à medida que a argamassa vai secando, 
sua retração terá valores crescentes, e seu módulo de elasticidade passará de 
zero a um valor final que depende do traço. 
À medida que a retração aumenta, aparecerá uma compressão crescente no 
revestimento e no suporte, e por reação, uma tração também crescente na própria 
argamassa. As forças estarão sempre em equilíbrio. Estabelece-se um processo 
de interação entre essas forças. 
Tração na argamassa significa uma deformação de sentido contrário ao de sua 
retração. Isso se traduz por uma redução na compressão do revestimento. Por-
tanto, em função do tempo é esperado no revestimento o aparecimento de uma 
compressão com valores crescentes até um máximo. 
A este máximo corresponde uma tração, também máxima, na argamassa agora 
praticamente endurecida. Tal tração ocasionará na argamassa uma deformação 
lenta (expansão), reduzindo a compressão no revestimento, até um equilíbrio 
final. Ver esquema da fig. 21. 
Levada em conta exclusivamente à retração da argamassa, no equilíbrio final 
haverá compressão no revestimento. No caso limite, tal compressão seria nula se 
a argamassa voltasse ao seu comprimento original, quando fresca. 
Todavia, na prática, outros fatores poderão se somar à retração e alterar o equilí-
brio final. Uma argamassa "rica" e espessa ocasionará valores elevados de com-
pressão, no revestimento e no equilíbrio final. Uma expansão endógena da arga-
massa poderá levar a um equilíbrio final com tração no revestimento. Uma dilatação 
higroscópica do corpo cerâmico poderá resultar em tração final para uma peça 
isolada, ou uma compressão no revestimento se as peças estão justapostas 
(encostadas, sem juntas). Uma variação térmica poderá reduzir ou aumentar o 
valor final da tensão no revestimento. Isso, para citar algumas possibilidades. 
Fig. 21 - Efeito exclusivo da retração 
Em 1964, A. A. Baudran e M. Aveline (1) apresentaram trabalhos sobre a evolução 
de tensões em azulejos assentados. O objetivo foi analisar as tensões originadas 
pelo endurecimento de algumas argamassas. 
Os autores recomendam extensômetros de resistência elétrica para o controle 
das tensões (strain-gage). 
Em linhas gerais, o trabalho consistiu em colar, sobre o esmalte de cada azulejo, 
um extensõmetro, permitindo medir as variações das suas dimensões superficiais. 
Outro extensõmetro, de compensação, foi colado sobre um suporte de sílica de 
variações dimensionais desprezíveis, o que permitiu levar em consideração tam-
bém eventuais deformações próprias dos azulejos. 
A retração por secagem da argamassa coloca o azulejo em compressão, o que resulta 
em um encurtamento do fio resistente do extensõmetro colado sobre o azulejo. No 
caso inverso, um inchamento endógeno da argamassa ou do azulejo produzirá uma 
tração resultando em um alongamentodo fio resistente do extensõmetro. 
Tempo 
Lenta da 
Argamassa 
Equilíbrio Final 
A variação do comprimento de tal fio origina uma variação da resistência elétrica, 
que será medida em uma ponte. 
A relação entre a variação da resistência elétrica e a variação do comprimento 
é dada por: 
AR AL 
= K . 
R L 
onde K, aproximadamente igual a 2 (dois), é o fator de sensibilidade do extensômetro 
(strain-gage). 
Conhecida a variação da resistência, calculou-se a variação do comprimento e, 
através da expressão 
N AL 
= E . 
S L 
chegou-se à tensão N/S que atua no revestimento cerâmico. 
A aparelhagem utilizada dá uma precisão de leitura, para a variação da resistência, 
de ± 0,5 .10 6. Sendo o módulo de elasticidade do azulejo "E" igual a 300 mil Kgf/cm2, 
as tensões foram calculadas com a aproximação de ± 75 grf/cm2 
O local do ensaio, com ar-condicionado, foi mantido com 20°C e uma umidade 
relativa de 50%. 
O relatório não faz referência sobre a idade da placa de concreto que recebeu 
os azulejos, e também não faz referência à geometria do azulejo e à espessura 
da argamassa. 
Antes do assentamento, os azulejos, já com os extensômetros colados, foram imersos 
em água durante seis horas. Uma vez retirados da água, deixou-se escorrer a água 
superficial durante um minuto, antes de serem assentados isoladamente sobre uma 
placa de concreto. 
Para cada tipo de argamassa foram assentados seis azulejos. Os azu ejos utiliza-
dos tinham dois anos de idade. 
IJma primeira mediria foi feita antes ria imersão rios azulejos em água fria, e 
uma segunda foi feita assim que os azulejos foram assentados com a argamassa 
ainda fresca. Com isso, determinou-se o inchamento dos azulejos, ocorrido pela 
imersão em água durante seis horas. Tal deformação apresentou uma medida 
de 0,00004 mm/mm, ou 0,04 %o. 
As medidas seguintes, já com azulejos assentados, foram feitas a cada hora, no 
primeiro dia. Uma vez por dia durante o primeiro mês e, em seguida, a cada semana. 
Nos valores da Fig. 22, os autores já deduziram a deformação inicial cos azulejos 
devida ao seu inchamento por imersão. 
Reproduzimos apenas os resultados obtidos com três tipos de argamassas 
compostas de cimento Portland, classificado pelos autores como CPA 210-325. 
Os "traços" das argamassas utilizadas foram: 
-250 Kg de cimento por metro cúbico de areia, ou 1:5 em volume; 
-400 Kg de cimento por metro cúbico de areia, ou 1:3 em volume; 
- argamassa mista com 50 % de cal e 50% de cimento num total de 250 Kg por 
metro cúbico de areia, ou 1:2:10 em volume. 
Fig. 22 - evolução das tensões no revestimento cerâmico (azulejo) 
A partir do gráfico da figura 22, podemos concluir, com exceção do período inicial 
de secagem, onde foi detectada tração na superfície dos azulejos, que o comporta-
mento e os valores das tensões eram os esperados (ver item 9.6). 
Os autores fazem referência ã tração inicial, dizendo que poderia ser atribuída a 
um inchamento da argamassa, mas que não encontraram menção deste inchamento 
na literatura que trata das argamassas. 
Todavia, chamou-nos atenção o inchamento dos azulejos medidos após seis horas 
de imersão em água fria, e que foi da ordem de 0,00004 mm/mm. 
Para módulo de elasticidade do azulejo referido pelos autores, como sendo de 300 
mil Kgf/cm2, tal deformação corresponde a uma tração de 0,00004 x 300 mil Kgf/cm2, 
ou 12 Kgf/cm2. 
Não nos parece que deva ser descartada a possibilidade de um inchamento suplementar 
do azulejo, uma vez que tal fenômeno deve ocorrer com certa continuidade, sendo 
improvável sua interrupção abrupta, pelo fato de se retirar os azulejos da água. 
Assim, o efeito da retração da argamassa sobre os azulejos, durante os primeiros 
dias após o assentamento, sofre um mascaramento devido a um inchamento 
residual do azulejo, isso explica a tração inicial. Por outro lado, na determinação 
da retração de argamassas, conforme descrevemos no Capítulo 6, não foi 
observada qualquer expansão endógena nos corpo-de-prova de argamassa, na 
fase inicial de endurecimento. 
B i b l i o g r a f i a 
0 ) Baudram. A.A. et Aveline, M. - "Évolution des contraintes dans les carreaux de revêtement 
posés" - IX Congres International Céramique - Bruxelles - 1964. 
<2> Fiorito A.J.S.I. - Revista "Construção" n9 1.051, 1.054, 1.058, 1.062, 1.070, 1.086 e 1.087 -
Ed. Pini - 1968. 
<3> Fiorito A.J.S.I. - Revista "Construção" n* 1.942, 1.944 e 1.948 - Ed. Pini -1985. 
Capítulo 10 
Temperatura e revestimentos 
Em todas as ocasiões que examinamos algum revestimento danificado, sempre 
fomos inquiridos se teria sido uma queda de temperatura a causa do colapso. 
A dúvida é natural se considerarmos que uma queda ou uma elevação de tempe-
ratura é algo sensível que atua sobre nós, contrariamente a outras causas que 
poderão estar presentes. 
Já enumeramos, anteriormente, uma série de causas endógenas e esforços externos 
que atuam sobre os revestimentos, introduzindo tensões indesejáveis, e dissemos 
que uma variação de temperatura é um termo do somatório destas diversas causas. 
1 0 . 1 - C o n c e i t o s 
Revendo alguns conceitos, considere uma barra de material homogêneo de secção 
S submetida a um acréscimo uniforme de temperatura At (Fig. 23). O aumento de 
comprimento Ad será: 
d Ad 
Fig. 23 
Ad = a . At . d 
onde a é o coeficiente de dilatação térmica linear do material. 
Para o aço, concreto e argamassa: 
a = 0,000010/°C a 0,000012 / °C 
Para materiais cerâmicos: 
a = 0,000005 / °C a 0,000006 / °C 
A força axial para impedir o deslocamento Ad será: 
Ad 
N = - E . S 
ou N = - a . At . E . S 
e a barra estará sujeita à compressão axial: 
a = - a . At . E 
Por exemplo, para impedir totalmente o deslocamento de uma barra de material cerâmico, 
sujeita a um acréscimo uniforme de temperatura At = 1°C, sendo seu módulo de 
elasticidade EL = 350.000 Kgf/cm2, a submeteremos a uma compressão de: 
aL = 0,000005 / °C x 1 °C x 350.000 Kgf/cm2 
ou aL = • 1,75 Kgf/cm2/°C 
Os revestimentos e suas camadas suportes de argamassa, de alvenaria, ou de 
concreto sofrem deformações térmicas diferentes devido aos seus coeficientes 
de dilatação e, especialmente, deformações causadas pela temperatura diferencial 
entre as faces superior e inferior de um piso elevado, ou entre as faces externa e 
interna dos edifícios ou, ainda, pela condições ambientais de temperatura. Cada 
caso particular deverá ser estudado separadamente. 
Recomendamos a leitura do trabalho publicado em 1964 (1) sobre tensões de 
temperatura, no qual há o esquema que reproduzimos na Fig. 24. 
No edifício, ali representado, os pilares externos estão submetidos a uma tempera-
tura T0> e os pilares internos a uma temperatura T, - Fig. 24A. 
A n = n a ( T i - T « ) h 
To T, 
nh 
Interior Exterior Interior 
Exterior Interior 
(A) 
Fig. 24 
(B) (C) 
Se não houvesse ligação entre os pilares - Fig. 24B - a diferença de altura entre 
cada piso seria: 
A diferença de altura seria nula ao nível do chão e no andar "n" seria: 
An = n . a (T, - T 0 ) . h 
Porém, há ligação entre os pilares feita pelas vigas e lajes do piso, reduzindo o 
deslocamento diferencial total para xn (Fig. 24C). 
A interligação existente introduzirá tração nos pilares externos, compressão nos 
internos e momentos fletores nos pilares, vigas e lajes. Nestas condições, é fácil 
concluir que os revestimentos de paredes e pisos ficarão sujeitos a tensões, uma 
vez que as variações de temperatura ocorrem também após de o edifício estar 
terminado e habitado. 
Outras possibilidades podem ocorrer causando compressão indesejável nos 
revestimentos. 
Por exemplo, no caso da temperatura do ambiente inferior ser maicr do que a do 
superior, pela existência de aquecimento no andar inferior ou ar-condicionado 
frio no andar superior. Dependendo das condições de apoio (Fig. 25), teremos 
um momento fletor positivo (compressão no revestimento) no centro da laje e 
negativo nas bordas (tração no revestimento). 
Em fachadas, teremos compressãono revestimento, quando a temperatura externa, 
em época de frio, é inferior à temperatura do ambiente interno. Ou, quando após 
longo período de calor a temperatura cai bruscamente externa ou internamente. 
Em pisos industriais, onde, por questão de higiene, os mesmos são lavados 
freqüentemente com água quente ou jato de vapor de água, há dilatação brusca 
apenas no revestimento, o qual entra em compressão. 
Há também compressão nos pisos ao redor de caldeiras ou fornos, onde a 
temperatura é sempre elevada. 
Para o caso de revestimentos cerâmicos, se lembrarmos que seu coeficiente de 
dilatação térmica linear é a metade do coeficiente de dilatação térmica linear da 
<* . (T, - Tq) . h 
Fig. 25 
argamassa e do concreto, haverá compressão à medida que a temperatura cai 
em todo o conjunto. 
Os valores das tensões de compressão nos revestimentos cerâmicos, comparados 
àqueles devido à retração das argamassas, serão vistos no item a seguir. 
1 0 . 2 - T e m p e r a t u r a e r e v e s t i m e n t o s 
Consideremos, inicialmente, o caso particular de piso onde não houve ligação de 
argamassa de regularização (também denominada de contrapiso ou piso morto), 
com a laje de concreto ou lastro de concreto. 
Na Fig. 26A, representamos um elemento de comprimento "d" de um revestimento 
intimamente ligado a uma argamassa já endurecida. Neste estudo sobre a tensão 
térmica, é indiferente o método utilizado no assentamento do revestimento, sendo, 
no entanto, admitida perfeita ligação revestimento/argamassa. 
A extensão "d" do elemento considerado poderá ser fração de uma peça do 
revestimento, uma peça inteira, ou diversas peças. 
Sejam S, a seção do revestimento; EL seu módulo de elasticidade; e aL seu 
coeficiente de dilatação térmica linear. Para a argamassa, SA sua secção; EA módulo 
de elasticidade; e, aA seu coeficiente de dilatação térmica linear. 
Revestimon'.o 
Argamassa Ençhxecída 
| Revoslirncnlc 
®| 
Fig. 26 
Uma variação de temperatura At uniforme nas duas camadas produzirá os 
deslocamentos AL, e AA, (Fig. 26B). Todavia, revestimento e argarrassa estão 
intimamente ligados. As forças internas NL e NA, que deverão estar sempre em 
equilíbrio, produzirão os deslocamentos AL2 no revestimento e AA2 na argamassa. 
Os valores dos deslocamentos são: 
ALI = a,. . Aí. d 
AA\ = QLÁ.At .d 
AL2 = - (d + ALI) 
AA2 = + A^l) 
EASA 
A partir das condições 
+ ^ =0 
e 
AL\ + AL2 = AA\ + AA2 
e com a aproximação 
(1 + aL At) = (1 + a^ AO = 1 
obtém-se 
E S 
L L 1 + 
EASA 
Sendo cxA maior do que aL, o sentido de NL dependerá de At. Assim, para uma queda 
de temperatura uniforme, em toda a estrutura do revestimento, haverá compressão 
no revestimento e tração na argamassa. E, para uma elevação de temperatura uniforme 
em todo o conjunto, haverá tração no revestimento e compressão na argamassa. 
Para uma faixa de largura unitária: S, = e, e SA = eA , onde "eL" e "eA" são espessuras 
do revestimento e da argamassa, a tensão térmica no revestimento será: 
£ 
1+ L L 
EAeA 
e na argamassa 
N 
<5Á = —— sendo NA=- NL 
eA 
Quando estudamos o efeito da retração er da argamassa sobre o revestimento, 
obtivemos a tensão de compressão: 
E , 
<*/ = F 8 r 
L EL 1 + 
EA EA 
Portanto, uma queda de temperatura At uniforme no revestimento e argamassa 
não ligada ao suporte (laje ou lastro) tem o mesmo efeito da retração da argamassa, 
ou seja, uma compressão no revestimento. Quantitativamente, devemos comparar 
os valores de er (retração) e (aA - a j . At com At negativo. No Capítulo sobre Retração 
das Argamassa, vimos que seu valor é da ordem de 0,0006 ou 0,6 %o para diversos 
tipos de argamassa e após secagem durante 28 dias ao ar ambiente. 
Então, exemplificando, sendo o coeficiente de dilatação linear da argamassa aA = 
0,000010/°C, e do revestimento cerâmico aL = 0,000005/°C, a queda de 
temperatura para ocasionar o mesmo efeito da retração deveria ser: 
( a f - a J A t = er 
A f _ £ r _ 0 ,0006 
e ~ a A - a L ~ 0,000005 
ou At = 120 °C 
a partir do endurecimento da argamassa. 
Para uma variação de ± 15 °C em torno da temperatura média de um determinado 
local e supondo o caso extremo de o revestimento ter sido executado na 
temperatura máxima, a maior queda possível de temperatura a que ele estará 
sujeito seria de 30 °C. Neste caso, o valor (aA - aL) . At seria 0,00015, ou seja, 
quatro vezes menor do que a retração, significando que a compressão em um 
revestimento cerâmico devida a uma queda de 30 °C é quatro vezes menor do 
que a compressão ocasionada pela retração da argamassa. 
Nas Figs. 27 e 28, estão representadas as tensões de compressão no 
revestimento cerâmico em função da espessura da argamassa e devido a uma 
queda de temperatura uniforme de 10 °C. Na Fig. 27, o revestimento cerâmico 
foi considerado com módulo de elasticidade de 350 mil kgf/cm2, e na Fig. 28 
com módulo de elasticidade de 200 mil kgf/cm2. Para ambos os casos, 
calculamos as tensões de compressão utilizando três argamassas diferentes. 
Nas Figs. 27 e 28, as tensões de compressão no revest imento, ali 
representadas, correspondem ao caso de revestimento ligado à argamassa 
de assentamento, e esta não ligada à base (laje ou lastro de concreto, por 
exemplo). Quando há ligação também com a base, as tensões no revestimento 
devido a uma queda uniforme de temperatura de 10 °C são as representadas 
na Fig. 29. As expressões das forças internas em equilíbrio, neste caso, são: 
= £ / 5 / A , t E A S A * < - * L ) + EcSc(ac-aL) 
EL SL + EA SA + Ec SC 
NA = - E A SA ÁT. 
EI. SL ( A , - A J + EC SC (A,F - A R ) 
ET. + EA SA + EC SC 
ET. SL + EA SA + EC SC 
Fig. 27 - Revestimento ligado à argamassa e esta não ligada ao suporte 
E L = 3 5 0 . 0 0 0 kgf/cm2 módulo de elasticidade do revestimento 
Ea = módulo de elasticidade da argamassa 
eL = espessura da cerâmica em cm 
eA = espessura da argamassa em cm 
Fig. 28 - Revestimento ligado à argamassa e esta não ligada ao suporte 
E ( = 2 0 0 . 0 0 0 0 kgf/cm2 módulo de elasticidade do revestimento 
Ea = módulo de elasticidade da argamassa 
eL = espessura da cerâmica em cm 
eA = espessura da argamassa em cm 
O sentido destas forças depende de At, e dos valores dos coeficientes de dilatação 
linear do revestimento, argamassa e concreto. Para as hipóteses da Fig. 29, as 
tensões térmicas de compressão variam muito pouco, quer com a espessura, 
quer com o traço (módulo) da argamassa utilizada. 
Porém, seus valores são próximos aos máximos obtidos, quando não há ligação 
da argamassa ao suporte de concreto. 
Fig. 29 - Revestimento, argamassa e base de concreto ligados 
E L = 3 5 0 . 0 0 0 kgf/cm2 - módulo de elasticidade do revestimento cerâmico 
Ea = módulo da argamassa 
Ec = módulo do concreto = 210.000 kgf/cm2 
e, = espessura do revestimento cerâmico 
eA = espessura da argamassa 
ec = espessura do concreto = 7 cm 
aL = 0,000005/ °C = coeficiente de dilatação térmica linear da cerâmica 
aA = a c = 0,000010/ °C = coeficiente de dilatação térmica linear da argamassa e concreto 
1 0 . 3 - C o n c l u s õ e s 
10.3.1 - Para uma queda de temperatura uniforme no sistema revestimento cerâmico/ 
argamassa intimamente ligados, mas não ligados à base (Figs. 27 e 28): 
10.3.1.1 - Há compressão no revestimento 
10.3.1.2 - As tensões térmicas de compressão aumentam significativamente com a 
espessura da argamassa 
10.3.1.3 - As tensões térmicas de compressão são maiores para argamassas mais ricas 
10.3.1.4 - As tensões térmicas de compressão são menores para revestimentos mais 
elásticos (menor módulo de elasticidade) 
10.3.1.5 - As tensões térmicas de compressão são maiores para revestimentos de menor 
espessura. Todavia, as tensões ocasionadas com o uso de argamassas mais 
ricas e mais espessas são consideravelmente maiores 
10.3.2 - Para uma queda de temperatura uniforme no sistema revestimento cerâmico/ 
argamassa/suporte de concreto intimamente ligados (Fig. 29): 
10.3.2.1 - Há compressão no revestimento 
10.3.2.2 - Nãohá variação significativa das tensões térmicas de compressão em função 
da espessura ou do traço das argamassas 
10.3.3 - E, para ambos os sistemas, ver itens 10.3.1 e 10.3.2 
10.3.3.1 — As tensões térmicas de compressão são notadamente inferiores àquelas 
devido à retração das argamassas 
10.3.3.2 - As tensões térmicas de compressão independem do método de assentamento, 
seja ele o convencional ou direto com uso de argamassa colante 
10.3.3.3 - As juntas entre as peças do revestimento cerâmico, ou outros revestimentos 
rígidos, mais as juntas dividindo o revestimento em painéis e mais as juntas 
entre o revest imento e outros acabamentos ou sal iências, são 
imprescindíveis para a estabilidade do revestimento. Com elas, consegue 
se limitar as tensões térmicas, ou de outras origens, a uma só placa do 
revestimento. E esta, dada a sua rigidez, jamais sofrerá flambagem. 
B i b l i o g r a f i a 
(,> Weidlinger, P. - "Tensões de temperatura em edifícios altos de concreto" - Civil Engineering -
ago./64 - tradução do Eng. Romeu Caiafa - Revista "Engenharia" n° 261 - mar./1935 - Biblioteca 
do Instituto de Engenharia de SR 
w Fiorito. A. J. S. I. - Revista •"Construção" n9* 1.952 e 1.956 - Ed. Pini - 1985. 
Capítulo 11 
Dilatação higroscópica dos 
revestimentos cerâmicos 
1 1 . 1 - C o n c e i t o s 
No Capítulo 9, item 9.6, relatamos um ensaio realizado por Baucran e Aveline 
para pesquisar as tensões nos revestimentos cerâmicos devido à retração da 
argamassa. Por ocasião da imersão em água dos azulejos utilizados, durante 
seis horas, observou-se um inchamento de 0,00004 ou 0,04 %o. 
Tal inchamento prosseguiu nos dias que se seguiram ao assentamento. A retração 
da argamassa foi compensando gradativamente até anular esta expansão imediata 
originada pela imersão em água fria. O valor máximo atingido pela tensão de 
tração, conforme o gráfico da Fig. 22, foi de cerca 5 kgf/cm2. 
Esse inchamento que ocorre quando os revestimentos cerâmicos entram em 
contato com o meio ambiente logo após a saída do forno, e que prosseguem 
após terem sido assentados dá origem a tensões no revestimento que podem ser 
de importância para a estabilidade do mesmo quando em serviço. 
Entre os ceramistas, tal comportamento é conhecido como "moisture expansion", 
dilatação higroscópica ou expansão por umidade (EPU). 
A Fig. 30 ilustra o efeito da expansão provocando o gretamento do esmalte de 
uma louça de mesa após alguns anos de uso. 
Fig. 30 
Inicialmente, o esmalte está sob ligeira compressão. O inchamento do corpo cerâmico 
introduz gradativamente tensões de tração no esmalte compensando as ce compressão. 
A partir do instante em que as tensões se anulam pode se iniciar o gretamento. 
A causa desta expansão é atribuída à reidratação dos minerais argilosos que 
compõem o corpo cerâmico. A ordem de grandeza dessa deformação é de 0,0003 
a 0,0007 mm/mm após dois anos de exposição ao ar. Os valores poderão ser 
bem maiores ou até bem menores, ou mesmo nulos para corpos cerâmicos de 
absorção de água próximo a zero. 
Segundo L. Contoli (1) "o defeito de gretamento do esmalte é quase certo quando 
a expansão do corpo cerâmico submetido a tratamento em autoclava em vapor 
de água por cinco horas e a 3,5 atmosferas supera o valor 0,0006 mm/mm". 
Entre nós, há a tendência de adotar este valor como valor máximo para a expansão 
por umidade em revestimentos. 
Quer nos parecer que o autor citado referiu-se a um valor limite o qual atingido, 
ou ultrapassado ocasionará o gretamento. Ao fazer tal afirmação não foi levada 
em conta a possibilidade da peça já estar assentada. 
Como veremos no item 11.3.2 deste capítulo, parece-nos que o valor 0,0006 mm/mm 
é alto demais se considerarmos que, uma vez admitido, estaremos no limite da 
resistência ao cisalhamento da interface peça/argamassa e da própria argamassa. 
A título ilustrativo, nas Figs. 31 e 32, são apresentados gráficos da expansão por 
umidade reproduzidos do trabalho de autoria de J. S. Hosking (2) para diversos 
produtos cerâmicos e a correlação com a temperatura de queima. 
0.10 
0.05 
FIREBRICKS MAWMUM 
MEAN 
MNMUM 
REFRACTORY BODY 
UME (YEARS) 
Fig. 31 - Dilatação higroscópica de materiais cerâmicos [J. S. Hosking (2)] 
600 800 1000 1200 700 900 1100 1300 
TEMPERATURE 
Fig. 6 - Variation of moisture expansion (mean for samples in the laboratory and 
out of doors) with temperature of firing for the seven bodies examined 
Fig. 32 - Variação da dilatação higroscópica com a temperatura de queima 
[J. S. Hosking (2)] 
Como dissemos, esta expansão se inicia assim que as peças entram em contato 
com o meio ambiente à saída do forno. Assim sendo, quando da instalação do 
revestimento, uma pequena parte dessa expansão (avalia-se no máximo em 10% 
de seu valor final) já ocorreu. O remanescente ocorrerá com o revestimento já 
assentado (Fig. 33). 
Expansão 
Fig. 33 (sem escala) 
Tempo 
O aumento de dimensões das peças cerâmicas, qualquer que seja seu valor, implica 
compressão gradativa e indesejável no revestimento, pois a argamassa fixação e o 
substrato tendem a impedir a expansão. O problema se agrava quando as peças 
cerâmicas são erroneamente assentadas sem juntas (juntas secas) encostadas umas 
às outras por meio do artifício, não-recomendado, de espaçadores agregados à própria 
peça cerâmica com a intenção de que isso possa facilitar o assentamento. Outros 
tipos de espaçadores, quando avulsos, devem estar dimensionados, de modo a 
terem uma deformação que não transmita tensões de uma peça cerâmica para outra. 
Quando tratamos das tensões devidas à retração da argamassa e às tensões de 
temperatura, sugerimos uma série de procedimentos no sentido de minimizar as 
tensões que sempre atuam em qualquer tipo de revestimento. 
Para prevenir o efeito da expansão por umidade, mais uma vez concluímos que 
um dos procedimentos básicos, quer para o método convencional, quer para o 
método de colagem com argamassa colante, é o estabelecimento de juntas ao 
redor de cada peça, com o fim de limitar as tensões a uma só peça e eliminar o 
risco de flambagem de todo o conjunto. 
Revendo conceitos, considere uma barra de material cerâmico de secção "S" e 
comprimento inicial "d" que sofre um aumento "Ad", devido à sua expansão por 
umidade "Ô" (Fig. 34). 
— O © 
Fig. 34 
Ad = 8 . d 
Caso o valor máximo de "6" a ser adotado for: 
Ô = 0,0006 mm/ mm 
A força axial para impedir o deslocamento Ad será: 
d 
ou 
N = - E.S.Ò 
e a barra estará sujeita a uma compressão dada por: 
a = - E . 6 
Para um material cerâmico de módulo de elasticidade: 
E = 300.000 kgf/cm2 
A tensão de compressão que impede a expansão será: 
a = 180 kgf/cm2 
ou, de outra parte, utilizando para o assentamento um material extremamente 
plástico a tal ponto que a peça cerâmica teria livre expansão, o material utilizado 
no rejuntamento estaria sujeito à compressão de: 
a = 180 kgf/cm2 
Na realidade, a tensão no rejuntamento deverá ser calculada a partir das tensões 
determinadas conforme a teoria do item 11.2 a seguir. 
1 1 2 - R e v e s t i m e n t o , c a m a d a d e a r g a m a s s a e s u p o r t e d e c o n c r e t o in ter l igados 
Considere-se uma extensão "d" de um revestimento, que pode ser uma fração de 
peça, a peça inteira ou diversas peças consecutivas (Fig. 35). 
Devido à dilatação higroscópica do material cerâmico haveria um deslocamento 
total AL1f caso fosse permitida sua livre e total expansão por umidade (Fig. 35B). 
Havendo solidariedade das três camadas (Fig. 35C) o equilíbrio final é alcançado 
pela introdução das forças NL (de compressão) no revestimento: NA e N c (de tração) 
na argamassa e no concreto, considerados endurecidos, tais que: 
a) equilíbrio das forças internas: 
N l + N a + N C = 0 (1) 
® 
Revestimento 
Arpamassa 
Rovosflmonro 
<s> A-QO^VOMO 
Ali 
AA 
A C T 
Revestimento 
' ÁrgcrriOJJa 
.-.,• ala »« • o vá ••-• • a fia . • • 
ALO 
e 
Fig. 35 
A 
b) igualdade de deslocamentos: 
AL, + AL2 = A^ (2) 
AL,+ AL2 = A c (3) 
onde 
AL, = 8d 
A 
ELSL 
AA NAd 
EASA 
a c = M ^ s L 
EC SC 
(4) 
(5) 
(6) 
(7) 
A partir destes valores e condições chega-se às forças e respectivas tensões que 
atuam nas três camadas consideradas solidárias. 
Substituindo (4) (5) e (6) em (2), obteremos: NA 
"a = S , ^ 0 + 8) 
EASA E,SL 
sendo (1 + 8) = 1 
N a = ^ N l + E a S a 8 ( I ) 
ELSL 
Substituindo (4) (5) e (7) em (3), obteremos: Nc 
NC S , NL (1 + 8) 
ELSL Ec Sc 
sendo (1 + ô) = 1 
N c = ^ . N l + E c S c 5(11) 
E1. S, 
Colocando (I) e (II) na equação (1) de equilíbrio das forças internas, teremos: 
NL + 
EASA.NL 
L E T S L 
+ EASA 8 + EC SC. NL 
L E L S L 
+ ECSC 8 = 0 
NL = - ElSl 8. EA SA + Ec Sc 
Ei. SL + EA SA + Ec Sc 
sendo: K = E*Sa+Ecsc 
El Sl + EaSa + Ec Sc 
NL = -K.EL.SL.Ò (MD 
sendo k sempre positivo e menor do que 1: 
e (E l . S L . õ) sempre positivo, 
N l será sempre negativa ou de compressão no revestimento devido à sua própria 
expansão por umidade. 
Colocando (III) em (I), obteremos: 
NA = E A . S A . ô . ( 1 - k ) 
sendo k sempre positivo e menor do que 1, NA será sempre positiva e de tração 
na argamassa. 
Colocando (III) em (II), obteremos: 
N c = E c . S c . ô . ( 1 - k ) 
sempre positiva ou de tração no suporte (laje ou alvenaria) 
Em resumo, concluímos que a dilatação higroscópica; ou expansão por umidade; 
ou, ainda, "moisture expansion" dos revestimentos cerâmicos resulta sempre em: 
- compressão no revestimento; 
- tração na argamassa; 
- tração no suporte (laje ou alvenaria). 
Os valores das tensões para largura unitária serão: 
NL A = -K.E,.8 
N. 
a , = £ , . 5 . ( 1 - K) 
NC 
CTc= C o c = £ c . ô . ( l - K) 
onde "eL", "eA" e "ec" são as espessuras das camadas de revestimento, argamassa 
e concreto. 
11.3 - Análises e conclusões 
11.3.1 - A l g u n s v a l o r e s p r á t i c o s 
Sejam: 
- para concreto: 
Ec = 210.000 kgf/cm2 
ec = 7 cm 
- para o revestimento cerâmico: 
E l = 300.000 kgf/cm2 
eL = 0,7 cm 
= 0,0006 mm/mm 
- para a argamassa: 
eA = 2,5 cm 
Calculando as forças internas para largura unitária e as tensões co-respondentes 
para três tipos de argamassa com módulos de elasticidade bem distintos, obtiveram-
se os valores do quadro a seguir. 
Quadro 14 
Na Nc 
Kgf/cm2 Kgf Kgf/cm2 
140.000 -112,96 21,72 91,24 -161,37 8,69 13,03 
50.000 -111,34 8,73 102,61 -159,06 3,49 14,66 
10.500 -110,49 1,94 108,55 -157,84 0,78 15,51 
Obs.: os valores acima são para S = 0,0006 mm/mm e são diretamente p'oporcionais ao 
valor deste inchamento. 
11 .3 .2 - C o r r e l a ç ã o c o m o c i s a l h a m e n t o 
Note-se que a argamassa de assentamento funciona como um freio que tende a 
impedir a expansão por umidade. 
Consequentemente, a argamassa de assentamento está sujeita a elevadas 
tensões de cisalhamento que poderão superar a resistência ao cisalhamento da 
argamassa, o que ocasionaria o seu rompimento interno. 
A título ilustrativo se considerarmos a tensão: 
oL = 157,84 kgf/cm2 
atuando em uma peça com dimensões 10 x 10 x 0,7 cm (Fig. 36). 
/ T " 
Fig. 36 
Em sua seção atuará uma força F = o . S 
F = 157,84 x 10 x 0,7 = 1.104,88 kgf 
A tensão de cisalhamento na interface de aderência será simplificadamente: 
F 1104,88 2 T = — = — = 11,04 kgf / cm 
A 100 ^ 
que é praticamente o valor da ruptura ao cisalhamento da ligação da placa cerâmica 
à argamassa. 
Para um coeficiente de segurança igual a 2 e para a peça 10 x 10 x 0,7 cm 
considerada, a expansão por unidade de largura teria que ser, no máximo, a metade 
da utilizada no cálculo, ou seja: 
Ô = 0,0003 mm / mm 
11.3.3. - Argamassas elásticas e juntas de assentamento 
Caso fixássemos um revestimento com um material rígido como uma resina epóxi, 
estaríamos inibindo praticamente toda a expansão do revestimento, o qual não 
sofreria gretamento mas estaria sujeito a tensões de compressão notáveis que 
poderiam trincar o esmalte (Fig. 37). 
l l i l l l l i u 
T T T T T T T T T T T 
Fig. 37 
O advento de argamassas elásticas, para o assentamento de revestimentos, além 
de compensar as movimentações usuais da estrutura suporte, permitiria a 
expansão parcial das peças. 
Temos mais uma vez que chamar a atenção sobre as juntas de assentamento 
(juntas entre as peças), as quais, sob o ponto de vista da expansão por umidade, 
tornam-se mais do que indispensáveis. 
A náo-existéncia de juntas, ou o uso de espaçadores cerâmicos incorporado às 
próprias peças, ou espaçadores avulsos mais rígidos, associados à expansão 
por umidade do revestimento, causará fatalmente a flambagem e destruição do 
revestimento. 
11.3.4 - Material de enchimento e dimensionamento das juntas 
O uso de argamassas de assentamento extremamente plásticas nos remeteria 
Fig. 34 e aos cálculos ali apresentados. 
Para uma expansão Ô = 0,0006 mm/mm, calculamos, na Tabela 4, os 
deslocamentos Ad em função do tamanho das peças cerâmicas, os quais teriam 
de ser absorvidos pelo material de rejuntamento. Para peças retangulares, utilizar 
a maior dimensão. 
Tabela 4 
d (mm) expansão = Largura da e E a do material A 
6 . d = Aj (mm) junta (mm) " j " da junta - kgf/cm2 
50 0,0300 2 0,015 12.000 
100 0,0600 2 0,030 6.000 
150 0,0900 2 0,045 4.000 
200 0,1200 3 0,040 4.500 
300 0,1800 4 0,045 4.000 
400 0,2400 5 0,048 3.750 
500 0,3000 8 0,0375 4.800 
Vimos que ao se deformar (Fig. 34) a peça cerâmica comprimirá o material da 
junta com: 
O = 180 kgf/cm2 
Sendo 
e 
onde Aj é o valor da expansão (Tabela 4) e "j" é a largura da junta, podemos 
calcular o módulo de elasticidade do material da junta para ter um encurtamento 
igual à expansão da peça cerâmica. 
Os valores para os módulos de elasticidade do material da junta foram calculados 
a partir das larguras admitidas para as juntas e se encontram na última coluna da 
Tabela 4. Note-se que os valores encontrados para o módulo de elasticidade são 
extremamente baixos e incompatíveis com os materiais de rejuntamento comumente 
utilizados e com bons resultados. 
Este fato reforça a conclusão de que os revestimentos cerâmicos deverão ter a 
menor expansão por umidade possível, e que os materiais de assentamento 
deverão impedir, mesmo que parcialmente, tais expansões, de tal modo a termos 
materiais de rejuntamento passíveis de serem fabricados e utilizados. As juntas 
de movimentação ou dessolidarização aliviarão acúmulos de tensões. 
N o t a i m p o r t a n t e : 
Os cálculos para as larguras das juntas e módulos de elasticidade mais próximos 
da realidade deverão ser feitos a partir da teoria exposta no item 11.2 e Fig. 35B 
com a utilização dos valores de AA ou AC. 
Fica claro que se aumentarmos as larguras das juntas o módulo de elasticidade 
necessário aumenta de valor e será mais compatível com os rejuntes à base de 
cimento. Por outro lado, há outras movimentações a serem compensadas pelas 
juntas devido às demais causas das quais já falamos. Assim, juntas largas serão 
sinônimo de melhor estabilidade dos revestimentos. 
No Apêndice I, página 173, apresentamos um exemplo de cálculo mais preciso, 
em função da expansão por umidade (EPU) das placas cerâmicas e de um 
gradiente térmico. 
B i b l i o g r a f i a 
Contoti. L. e Brusa, A. - "Evoluzione e sviluppo delia tecnologia di fabbricazione delle piastrelle 
per interni dalla bicottura alia monocottura rapida" - Lab. Pesquisas SACMI - Imola - Revista 
"Cerâmica Informazione" n° 303 - jun./91. 
<*> Hosking, J. S. e Hueber, H. V. - "Moisture Expansion of Clay Products" - VII Congresso 
Internacional de Cerâmica • 1960 - Londres. 
<3> Fiorito, A. J. S. I. - Revista "Construção" n° 1960 - Ed. Pini 1985. 
Capítulo 12 
Outras causas que originam 
tensões e patologias 
1 2 . 1 - C o n s i d e r a ç õ e s g e r a i s 
Ao falar de revestimentos temos utilizado a expressão "estrutura do -evestimento". 
E, na realidade, qualquer que seja a natureza do revestimento final de uma parede 
ou de um piso devemos sempre considerá-lo ligado e como parte co conjunto de 
todas as camadas suportes.É fácil concluir que todas as camadas de um revestimento têm deformações 
próprias quer devido à sua secagem, como ocorre com as argamassas e concreto, 
quer as devido a esforços externos. E não esquecendo que os materiais cerâmicos 
não são totalmente estáveis, uma vez que se expandem, em menor ou maior 
grau, em função da umidade natural do ambiente. 
Havendo ligação indispensável entre todas as camadas, fatalmente as peças que 
constituem o revestimento final e superficial ficam submetidas a tensões. 
Pode acontecer que, com o aumento progressivo de esforços, seja atingido um 
estado de tensão em que as peças do revestimento se rompem ou se desagregam 
ou, então, antes disso, ocorra a ruptura da ligação do revestimento com a camada 
suporte. Neste último caso, se instalará um processo de flambaçem ficando o 
revestimento irremediavelmente deteriorado. 
O objetivo fundamental do construtor será o de reduzir o quanto possível o efeito 
das tensões que atuam sobre os revestimentos, procurando conhecer intimamente 
os materiais utilizados, seu comportamento, e adotando técnicas construtivas 
seguras e racionais. 
1 2 . 2 - F a l h a s c o n s t r u t i v a s 
Sobre as alvenarias ou lajes de concreto podem ocorrer: uma tração axial; uma 
compressão axial ou excêntrica; flexão; cisalhamento; e torção. Os revestimentos fixados 
sobre as alvenarias e lajes estarão consequentemente submetidos aos mesmos 
esforços. Não são raros os casos de fissuramentos, notadamente nas alvenarias, como 
conseqüência da existência de tais solicitações e assinalando uma falha construtiva, 
embora o carregamento da estrutura esteja dentro do limite admissível. 
Sabemos, por exemplo, que sobre paredes que se encontram está apoiada uma laje, e 
que a contribuição da carga da laje sobre estas paredes dificilmente é a mesma. Então 
tais paredes suportam cargas diferentes e no seu encontro, haverá uma tensão de 
cisalhamento. A ausência da "amarração" convencional nos cantos ou nas intersecções, 
geralmente em paredes de blocos de concreto comuns ou leves, eliminando um vínculo 
necessário que distribuiria as tensões de compressão para as duas paredes, é a causa 
da origem de fissuras verticais. Estas se propagam para o revestimento final. 
Também não são raros os casos de vergas com apoio insuficiente, concentrando 
cargas excessivas sobre a alvenaria. E são comuns as ausências de contravergas 
nos peitoris das janelas, causando fissuramentos (Fig. 38). 
Verga curta 
Fig. 38 
Observamos, também, a existência de vigas suportes de alvenarias que fletiram 
além do previsto e, embora a estrutura permaneceu estável, transmitiram, para 
as alvenarias e estas ao revestimento, tensões indesejáveis que provocaram o 
descolamento do revestimento da fachada. 
1 2 . 3 - T e n s õ e s d e c a r g a s a c i d e n t a i s e m p i s o s 
Para os pisos, além das tensões originadas pela deformação lenta da estrutura 
de concreto, é interessante notar os efeitos da sobrecarga devido ao peso próprio 
da camada de revestimento e o das cargas acidentais sobre o revestimento. De 
fato, sobre uma laje atuam, como cargas permanentes, o peso próprio da laje, do 
contrapiso e do revestimento. Há de se considerar também as cargas acidentais, 
cujos valores são fixados pela NBR-6120 e que representam a carga de pessoas, 
móveis, veículos, máquinas etc que a estrutura deve sustentar. 
Ao ser desformada, atua sobre a laje apenas seu peso próprio (Fig. 39A), sendo 
oc1 a tensão de compressão no concreto. Quando da execução do piso, é 
espalhada uma argamassa fresca sobre a laje, que constituirá o contrapiso, e 
com esse ainda fresco (método convencional de assentamento) e plástico, são 
colocadas as peças do revestimento. 
Para um contrapiso de 3 cm de espessura, por exemplo, teremos uma carga de 
cerca 50 kg/m2 que, somada ao peso do revestimento, deverá alcançar 70 kg/m2. 
Com esse carregamento permanente, o diagrama de tensões será o da Fig. 39B, 
sendo cC2 a nova tensão de compressão no concreto. O diagrama de tensões não 
se prolonga através do contrapiso, uma vez que a argamassa de que é constituído 
Outras causas que originam tensões e patologias 
este contrapiso está ainda fresca e plástica quando de sua aplicação, deformando-
se sem transmitir tensões. 
Uma vez endurecida a argamassa do contrapiso, entram em ação as cargas acidentais 
que, para edifícios, poderão variar desde 150 kg/m2 (sala, copa, cozinha, banheiro, 
dormitório) até 500 kg/m (salão de dança de clubes), conforme a NBR-6120.0 diagrama 
de tensões correspondente apenas à ação da carga acidental é o da Fig. 39 C. 
A 
<Tci 
Lajo^^, 
i 
i i i 
Revestimento 
Argamassa 
fresca 
Revestimento 
Argamassa 
endurecida 
Revestimento 
Argamassa 
endurecida 
Fig. 39 
E, aC3 Fig. 39 D será a tensão de compressão final que atuará sobre o revestimento 
e a_. a t ensão no concreto. C4 
As tensões nos revestimentos originadas pela retração das argamassas, tensões 
de temperatura e da expansão por umidade do revestimento cerâmico já foram 
consideradas nos capítulos anteriores. 
B i b l i o g r a f i a 
(1) Fiorito, A. J. S. I. - Revista "Construção" n° 1.960 - Ed. Pini - 1985. 
Capítulo 13 
Cimento Portland como adesivo 
no Método Convencional 
1 3 . 1 - U t i l i z a ç ã o n o s a s s e n t a m e n t o s 
No assentamento de revestimentos pelo método convencional, são utilizadas 
argamassas ainda frescas e niveladas e, sobre elas, uma pasta de cimento para a 
fixação das peças. 
Resumidamente, são as seguintes as etapas dos processos corretos de assentamento: 
13.1 .1 - R e v e s t i m e n t o s e m p a r e d e s (1) 
Etapas: 
- Chapisco sobre a alvenaria com argamassa 1:3 de cimento e areia. Aguardar 
até atingir resistência mecânica. 
- Preparar argamassa 1:0, 5:5 até 1:1:7 de cimento, cal hidratada e areia úmida. 
- Umedecer levemente o chapisco. 
- A argamassa preparada deve ser aplicada semelhante ao emboço, sarrafeada e 
desempenada. 
- Preparar pasta de cimento e, com auxílio de uma desempenadeira de aço lisa 
ou colher, espalhá-la sobre o emboço fresco, procurando dar uma espessura uni-
forme de cerca de 1 mm. 
- Após imersão em água colocar as peças cerâmicas úmidas, mas rão saturadas, 
sobre a pasta de cimento. 
- Bater o maior número de vezes e posicionar as peças. 
- Após 72 horas, no mínimo, rejuntar. 
Nota importante: 
É errado o processo de assentamento colocando a argamassa diretamente no 
tardoz e assentando as peças uma a uma. Duas são as falhas decorrentes 
desse procedimento: 
a - haverá vazios atrás das peças, nos quatro cantos; 
b - considerando que a peça fica apenas fixada onde houver pasta de cimento e 
cal, e sem aderência onde há grãos de areia, a área da superfície de fixação fica 
bastante reduzida, dada a proporção de areia na mistura. 
13.1 .2 - R e v e s t i m e n t o s e m p i s o s (2) 
Etapas: 
- Limpar a superfície da laje. 
- Umedecer a superfície da laje ou lastro de concreto e aplicar cimento em pó 
formando uma camada de aderência da argamassa à laje. Este vínculo reduzirá 
o efeito da retração da argamassa sobre os revestimentos. 
- Preparar argamassa 1:6 de cimento e areia úmida. 
- Estender a argamassa sobre a laje e apertá-la firmemente com colher; sarrafear 
e desempenar convenientemente. 
- Sobre esta argamassa fresca polvilhar pó de cimento de modo uniforme, 
deixando-o cair entre os dedos e próximo à superfície da argamassa. 
O cimento será hidratado pela água da argamassa. Usar colher de pedreiro para 
ajudar a formar uma camada de pasta que deverá ter espessura de 1 mm: 
- Após imersão em água, colocar as peças cerâmicas úmidas, mas não saturadas, 
sobre a pasta de cimento. 
- Bater o maior número de vezes, posicionando as peças. 
- Após 72 horas, no mínimo, rejuntar. 
1 3 . 1 . 3 - P a s t i l h a s (3) 
Etapas: 
- Alvenaria chapiscada e emboçada. O emboço é feito com antecedência, estando 
seco e curado por ocasião do assentamento. 
- Preparar massa fina 1:3:9 de cimento,cal em pasta e areia fina (4). 
- Umedecer o emboço e aplicar a massa fina com 5 mm de espessura como se 
faz com o reboco. 
- Preparar pasta de cimento branco e aplicá-la no tardoz no pano de pastilhas. 
Esta é a camada de fixação do revestimento. 
- Aplicar a placa sobre a camada de massa fina ainda fresca e pressionar com a 
palma da mão. 
- Rebater com auxílio de batedor e martelo. 
- Completar o rejuntamento. 
1 3 . 2 - A p a s t a d e c i m e n t o 
Como se nota, em todos os procedimentos do método convencional, a pasta de 
cimento é a camada de aderência, e é ela que garante uma ligação perfeita entre 
o revestimento e o substrato. 
Considera-se pasta de cimento a mistura de cimento e água com teor de água de 
30% em relação ao peso de cimento. 
Ensaios que fizemos para medir a aderência de peças cerâmicas à pasta de 
cimento Portland levaram a valores da ordem de 5 kgf/cm2, ou 0,5 MPa, em corpos-
de-prova com dimensões de 7,5 por 15 cm (112,5 cm2), e velocidade de aplicação 
da carga de 20 kgf/s. 
Lobo Carneiro (5) aferiu a resistência à tração de emendas em peças de concreto 
correlacionando-a em porcentagem com a resistência à tração do mesmo concreto 
quando executado sem emendas e com idade de 28 dias, encontrando: 
a - Concretagem interrompida por 24 horas. Superfície do concreto picotada, lavada 
e salpicada com cimento em pó: 65%. 
b - Concretagem interrompida por 24 horas. Superfície do concreto já endurecida 
picotada e lavada, sem cimento em pó: 45%. 
c - Concretagem interrompida por cerca de um mês. Superfície de concreto velho 
picotada, lavada e salpicada com cimento em pó: 50%. 
d - Concretagem interrompida por cerca de um mês. Superfície do concreto velho 
não preparada: 1%. 
Pelos resultados obtidos, é fácil notar a importância da pasta de cimento Portland 
mesmo quanto à tração simples. 
Para o concreto, a relação entre a resistência à tração simples e à tração na 
flexão é da ordem de 0,5. E, entre a resistência à tração na flexão e a resistência 
à compressão, existe uma relação que é da ordem de 0,2. Assim, a relação entre 
a resistência à tração simples e à compressão, para os concretos é da ordem de 
1/10 ou 10% da resistência à compressão (5) e (6). 
13.2.1 - A d e r ê n c i a d a pas ta d e c i m e n t o à c e r â m i c a 
Dissemos que as peças cerâmicas devem estar úmidas, mas não saturadas, pois 
deverão ter ainda poder de sucção quando colocadas sobre a pasta de cimento, 
de modo a formar ancoragens mecânicas na interface peça/pasta. 
Esta interface já foi objeto de pesquisa, não tendo sido constatada camada 
resultante de reações químicas entre o material cerâmico e a pasta de cimento e, 
portanto, não há ligações de caráter químico e influência destas na aderência 
peça/pasta (7). 
1 3 . 3 - R e l a ç ã o á g u a / c i m e n t o 
Sabe-se que a resistência da pasta de cimento está intimamente ligada à relação 
água/cimento e varia conforme o gráfico da Fig. 40, por analogia ao estudo de 
concretos. 
Fig. 40 
No assentamento pelo método convencional, a formação da pasta está sujeita 
aos seguintes riscos: 
- argamassa muito úmida e placas cerâmicas excessivamente molhadas: a relação 
água/cimento é elevada, e a resistência é baixa; 
- argamassa secando, em razão de ter sido estendida em grande área, e placas 
cerâmicas colocadas sem imersão prévia em água: relação água/cimento baixa e 
resistência baixa; 
- argamassa secando e placas cerâmicas muito molhadas. A relação água/cimento 
poderá até ficar correta, mas o assentador usa mais água para facilitara operação 
de "bater" para nivelar as peças. A relação água/cimento aumentará, e a resistência 
será baixa; 
- outras possibilidades com relação água/cimento baixa ou tendendo a crescer 
devido à falha de procedimento. 
1 3 . 4 - P e s q u i s a 
A espessura da pasta de cimento no método convencional e a quantidade de impactos 
sobre cada peça foram investigadas por Balinkin, Hugh e Scholz (8), que chegaram 
aos valores da aderência do gráfico da Fig. 41 a partir de corpos-de-prova construídos, 
resumidamente, com os seguintes materiais e técnicas de execução: 
- Placas cerâmicas 5 x 5 x 0,6 cm. Absorção variando de 0,5% a 2%, embora 
nada de notável foi encontrado quanto à absorção. As placas cerâmicas não foram 
imersas em água. 
- Foram ensaiadas quatro placas cerâmicas para cada variável (Fig. 42, peças A-
B-C-D). 
- Cimento Portland comum para argamassa e pasta. 
- Areia - Diâmetro máximo 1,2 mm e módulo de finura 2,5 (areia fina). 
- Argamassa de assentamento de cimento e areia 1:3 em volume (rica) compactada 
manualmente dentro de forma 10 x 10 cm x 3.8 cm, formando um bloco sobre o 
qual foram assentadas as peças A-B-C-D, com uma aresta salien:e em relação 
ao bloco de argamassa (Fig. 42) 
- Relação água/cimento igual a 0,56. 
- Espessura da argamassa 1 1/2 in. ou 3,8 cm (demasiada - ver Capítulo 9). 
- Pasta de cimento: camada de pó variando de zero a 1/8 in., ou seja, de zero a 
3,2 mm. A hidratação se deu exclusivamente com a água da argamassa. 
• 
Espessura da pasta de cimento mm 
Fig. 41 - Variação da resistência ao cisalhamento com a espessura da pasta 
de cimento em mm 
- Impactos com quantidades variando de 2-4-8-16-32-64, fazendo cair uma massa 
de 200 g de uma altura constante, simultaneamente, sobre o centro das quatro 
peças de cada corpo-de-prova (Fig. 42). 
Fig. 42 
- Cura dos corpos-de-prova: três dias a 100% de ÜR; dois dias a 50% de UR; e 
dois dias a 32% de UR. Temperatura variando entre 18 e 24ÇC. 
- Mediu-se: ruptura ao cisalhamento simples, aos sete dias de idade, aplicando 
carga com velocidade de 1 kgf/cm2/s, sobre cada uma das quatro peças (Fig. 42). 
Os autores chamam atenção sobre o significado da aderência obtida pelo ensaio, 
lembrando que em uma estrutura mecânica, tal qual a acima descrita, os 
componentes ligados são as peças, pasta de cimento e argamassa. Eles estão 
ligados por forças químicas de atração molecular e por ancoragem mecânica. 
Máxima adesão peça/pasta terá lugar quando a superfície de contato é total e 
quando não há tensões residuais. No ensaio, nenhuma destas condições é possível 
obter. O contato é parcial devido à hidratação incompleta do cimento e à presença 
de bolhas de ar. 
Outros fatores como a desigualdade de absorção das peças, temperatura, umidade 
relativa e retração induzem a tensões residuais talvez suficientes para romper 
parcialmente a ligação, ou atuarem quando da aplicação da carga externa durante 
o ensaio. Portanto, o que chamamos de aderência medida no ensaio é efetivamente 
o diferencial entre a aderência efetiva e aquela devida às solicitações internas. 
As principais conclusões de tal ensaio são: 
- A aderência aumenta com o número de impactos. 
- A espessura ideal da pasta de cimento é aquela compreendida entre 0,8 mm e 
1,6 mm. Nessa faixa, ocorrem os maiores valores. 
- Espessuras da pasta de cimento maiores do que 1,6 mm carecem de água 
suficiente para a hidratação adequada. Acrescentamos que, casc a hidratação 
for forçada com adição de mais água, há início de influência da retração da pasta 
sobre o revestimento. 
- Para espessura zero de pasta e até 0,4 mm, o máximo de aderência é obtido 
com cerca de 20 impactos. Note que tal quantidade de impactos deverá trazer 
para a interface peça/argamassa a própria pasta de cimento da argamassa. 
A aderência é parcial devido à presença de grande quantidade de grãos de areia 
em contato com as peças. 
- O aumento da aderência com a quantidade de impactos é devido a: 
- Melhor umedecimento do pó de cimento, ou seja, melhor hidratação e eliminação 
de bolhas de ar (vazios e falta de contato). 
- Melhor intimidade na mistura cimento/água. 
- Melhor penetração da pasta nos poros abertos das placas cerâmicas, 
aumentando a ancoragem. 
- Compactação da argamassa de assentamento com conseqüente redução da 
retração e diminuição das forças internas que irão comprimir o revastimento. 
1 3 . 5 - C o n c l u s õ e s 
Do quanto analisado,resultam as seguintes recomendações no assentamento 
pelo método convencional: 
- Ao polvilhar o pó de cimento procurar uniformidade em sua distribuição. 
- Auxiliar a formação da pasta com uma colher de pedreiro, eliminando possíveis 
bolhas de ar que possam reduzir a superfície de contato entre a pasta de cimento 
e a peça. 
- A espessura da pasta deve ser da ordem de 1 mm (ou 1,5 kg de pó/m2). 
- Evitar o excesso ou falta de água. É a pasta de cimento que proporciona maior 
aderência e não a nata de cimento ou pó mal hidratado. 
- É imprescindível bater todas as peças o maior número de vezes possível. 
A tarefa de "bater" não é apenas necessária para nivelar, mas sim para criar 
melhores condições de aderência. 
B i b l i o g r a f i a 
(,> Fiorito. A. J. S. I. - Revista "Construção" n° 2.002 - jun./86 - Ed. Pini. 
<*> Fiorito. A. J. S. I. • Revista "Construção" n° 2.018 - out./86 • Ed. Pini. 
<3> Fiorito. A. J. S. I. - Revista "Construção" n° 2.026 - dez./86 - Ed. Pini. 
<4' "Treinamento do oficial pastilheiro" - Cncarte do "Anuário Produtos e Técnicas" 1902/1903 - Cd. Tini. 
<5> Lobo B. Carneiro. F. L. - "Dosagem de Concretos" - INT - 1943. 
<fl> Telêmaco van Langendonck - "Cálculo de Concreto Armado" - Vol. 1 - ABCP- 1944. 
<7> Provost. G. et Farges. P. - "Ladhérence de carreaux de gres Céramique et de faiance" - Revista 
"L'lndustrie Céramique" - Société Française de Céramique - jui l let/out./1966 - n° 587. 
(8> Balinkin. Isay; McHugh. J. N. and Scholz. J. A. - "Bond Strenght of Ceramic Mosaic Tile" - University 
of Cincinatt i - The Amer ican Ceramic Society Bullettin march/1956. 
<B> Fiorito. A. J. S. I. - Revista "Construção" n° 1966 - out. /1985 - Ed. Pini. 
Capítulo 14 
Eflorescência: uma patologia 
que pode ser prevenida 
1 4 . 1 - A s p e c t o s g e r a i s 
Certamente, todos os leitores já devem ter observado, em alguna ocasião, a 
superfície externa dos vasos de barro das plantas que ornamentam residências 
ou escritórios e notado formações esbranquiçadas. Alguns outros já se detiveram 
na observação do aspecto, também esbranquiçado, da superfície inferior das 
telhas de barro nos alpendres e varandas em telha-vã. 
Outros, já devem ter visto o mesmo aspecto esbranquiçado nas telhas de barro 
ao percorrerem os forros, durante inspeção da estrutura de madeira das coberturas 
ou na inspeção de caixas d'água. Nas fachadas de edifícios, notam-se, vez por 
outra, escorrimentos enegrecidos pelo ar poluído, sempre ao longo das juntas 
das placas de mármore ou granito. 
Até o ano de 1970, as placas cerâmicas não eram esmaltadas como as atuais. Era 
muito comum o uso de ladrilhos nas cores vermelha, preta, amarela ou areia. Em 
algumas ocasiões, tais pisos apresentavam manchas esbranquiçadas ou, às vezes, 
manchas escuras que denunciavam claramente a presença de umidade excessiva. 
O início do uso de revestimentos cerâmicos esmaltados para pisos, entre nós, 
remonta aos anos de 1970, quando os conceitos de permeabilidade e absorção 
dos materiais cerâmicos para pisos, se já não eram bem-entendidos, acabaram 
ficando mais confusos para alguns consumidores. 
Naquela época, quando examinávamos pisos com manchas esbranquiçadas ou 
escuras, já de antemão sabíamos que havia ali uma falha construtiva intimamente 
ligada a uma impermeabilização inadequada ou inexistente. 
A constatação era feita através de uma pequena sondagem onde eram retiradas 
e levadas ao laboratório amostras de revestimento cerâmico, argamassa de 
assentamento, lastro de concreto e solo. Todas as amostras se apresentavam 
invariavelmente saturadas de água. 
Havia certo inconformismo do consumidor que alegava saber se o revestimento 
cerâmico um material impermeável. Só então se dava conta de que tal propriedade 
dos revestimentos cerâmicos respondia plenamente, apenas, às condições de 
manutenção e higiene dos ambientes onde estavam instalados, ou seja, receber 
água e detergentes para limpeza de sua superfície, impedindo a penetração de 
água suja nas camadas inferiores e a conseqüente instalação de condições 
propícias à proliferação de bactérias. 
O revestimento cerâmico não tem a finalidade de impedir a movimentação de 
água no sentido inverso, ou seja, do solo para a superfície, mesmo porque ele 
está instalado na última camada a ser atingida nessa direção. Para tanto, há 
métodos e materiais apropriados que constituem barreiras à nefasta ação da 
água, não só sobre os materiais que revestem paredes e pisos, tais como rebocos, 
pinturas, revest imentos cerâmicos, tacos, assoalhos, carpetes, mas, 
principalmente, sobre as condições de salubridade das habitações, cuja finalidade 
primordial é abrigar o homem. 
Como dissemos, o uso de revestimentos cerâmicos esmaltados teve seu início 
em 1970, aproximadamente. Também para eles os defeitos de impermeabilização 
se manifestavam não como manchas esbranquiçadas ou escuras, mas por 
afloramentos de líquido viscoso através de furos extremamente pequenos do 
esmalte ou, então, ao longo das juntas e onde apresentavam trincas ou falhas de 
preenchimento. 
Se, no início de seu uso havia ocorrências desse tipo, hoje em dia parece ter 
diminuído sensivelmente, o que mostra melhor conhecimento do problema pelos 
construtores, maior e melhor divulgação do uso de impermeabilizantes e efeitos 
da mudança gradativa no método de assentamento, que do convencional, com 
uso abundante de água, passou para o método de colagem, com peças cerâmicas 
e contrapisos secos. 
Para identificar o fenômeno do aparecimento de manchas esbranquiçadas e 
afloramentos descritos, adotou-se o termo "eflorescência" entre os ceramistas. 
1 4 . 2 - C o m o s e f o r m a a e f l o r e s c ê n c i a 
Ficou claramente demonstrado que o quadro patológico da eflorescência tem 
como elemento determinante a presença e a ação dissolvente da água. Não é 
exagero afirmar que sem água não haverá eflorescência. 
Apenas para rever conceitos, lembramos que concreto, argamassa e material 
cerâmico são pseudossólidos. Isto quer dizer que, no interior destes materiais, 
encontramos cavidades, vazios, bolhas, poros abertos e fechados, bem como 
uma rede de canais de reduzidas e variadas dimensões. 
A origem de tais espaços vazios é, em parte, devido à água usada no preparo 
para comunicar à massa uma trabalhabilidade desejável, além da água necessária 
às reações de hidratação no caso da argamassa e concreto. 
A operação de misturar e amassar também é responsável pela inclusão de ar e 
conseqüente aparecimento de espaços vazios. 
Um fluxo de quantidade apreciável de água pode ocorrer no interior destes 
materiais ou por capilaridade ou por pressão. No primeiro caso, estamos diante 
da propriedade definida por "absorção" e, no segundo, de "permeabilidade". 
No caso de revestimentos cerâmicos assentados em situações em que não se 
tomaram medidas preventivas quanto à impermeabilização pede ocorrer a 
passagem de água provocada pela absorção ou facilitada por uma maior 
permeabilidade, ou pela soma dos dois fatores. 
Tal fluxo de água poderá introduzir substâncias agressivas do solo ra rede capilar 
do concreto e argamassa, ou dissolver e transportar certos sais solúveis que 
podem estar presentes no concreto, na argamassa e no material cerâmico. 
Trazidos à superfície, tais sais podem se apresentar corro depósitos 
esbranquiçados nos poros abertos mais superficiais e na superfície do 
revestimento, caso as condições ambientais proporcionarem excelente evaporação. 
Caso o fluxo tenha vazão superior à capacidade de evaporação, notar-se-ão bolsas 
de solução concentrada de sais que apresentarão alta viscosidade. Este é o caso 
notado em revestimentos esmaltados. 
Entretanto, fica claro que absorção e impermeabilidade, em maior ou menor grau, 
são características intrínsecas dos materiais utilizados na estruturação dos pisos 
e revestimentos em geral. O mesmo ocorre em relação ao fato de esses materiais 
possivelmente conterem substâncias solúveis em água. Inadmissível será permitirmovimentação de água através deles. Esta, sim, será uma falha construtiva. 
1 4 . 3 - U m i d a d e : d e o n d e v e m e c o m o e v i t á - l a 
A luta contra a umidade sempre esteve presente nos livros de construções civis. Os 
capítulos sobre terraplenos dos pavimentos térreos, pisos, alvenarias, materiais 
hidrófugos, ventilação dos ambientes, entre outros, descrevem com predsão as causas 
e efeitos nocivos da umidade sobre os materiais e o homem, e como evitá-los. 
Alguns pontos não bem cuidados nas obras nos chamaram a atenção ao longo 
de nossa vida profissional. A eles reportar-nos-emos concisamente. 
14.3 .1 - N a t u r e z a d o s o l o 
Nos pisos apoiados sobre o terreno, há interesse em preparar o terrapleno para 
evitar a umidade natural do solo. Uma boa prática será proporcionar excelente 
permeabilidade para esta camada de solo logo abaixo do lastro de concreto. 
A água não subirá por capilaridade. Isso pode ser conseguido com a retirada de 
camada superficial do solo pouco permeável e reaterro com o mesmo solo bem 
misturado com areia ou entulho da própria obra. 
A execução de pisos sobre terrenos argilosos ou humíferos, que retenham 
energicamente a água, deve ser evitada. Para conter o fluxo de umidade, pode-
se utilizar mantas impermeáveis. O uso de drenos é um caso extremo de lençol 
freático aflorado ou a pouca profundidade. 
14.3 .2 - Las t ro d e c o n c r e t o 
Sobre o terrapleno preparado como acima descrito é comum colocar-se uma 
pequena camada de pedra britada, e sobre ela executa-se um lastro de concreto. 
Há certa confusão conceituai sobre este concreto, ou seja, confunde-se concreto 
simples com concreto magro. 
Este último é indesejável dada sua alta proporção de agregados. É difícil de ser 
moldado, lançado e compactado. Apresenta sempre falhas e ninhos. 
Não é apropriado para pisos sobre terraplenos. O correto é usar um concreto 
simples, bem dosado e adensado, próprio para servir de barreira à água dada 
sua impermeabilidade. 
14.3 .3 - C o n t r a p i s o 
É constituído de argamassa de cimento e areia com impermeabilizante, ou cimento, 
cal e areia. É uma camada niveladora, cuja função é tirar as imperfeições da 
superfície do concreto simples no pavimento térreo, ou laje do concreto armado 
nos pisos superiores. Sua espessura varia de obra para obra. 
Será mais espesso, se a superfície do concreto tiver sido mal acabada, ou se 
forem projetadas canalizações para tomadas elétricas ou de telefones, para piso. 
Dependendo do método de assentamento adotado, se convencional ou colado 
com argamassa colante, o contrapiso poderá ser ou não fonte de água causadora 
de eflorescência. Senão, vejamos: 
- Em laboratório, proporcionamos o traço 1:1/2:5 em volumes de cimento, cal 
hidratada e areia média com 3% de umidade. Adicionamos água para boa 
trabalhabilidade, de modo a ter o índice de consistência de 135 mm. 
- O rendimento foi obtido, espalhando e adensando a argamassa tal como é na 
obra. Para 40 litros de argamassa aplicada foram medidos 9,32 litros de água 
total, sendo a água de amassamento mais a água do agregado. Portanto, caso o 
contrapiso tenha 4 cm de espessura, haverá 9,32 litros de água disponível em 
cada metro quadrado. 
Se o processo de colocação for o "convencional", teremos que considerar a água 
absorvida pelo corpo cerâmico, na fase de imersão, antes do assentamento. 
- Para efeito de raciocínio, podemos tomar os valores de 20 kg/m2 como massa 
do material cerâmico seco, e 5% para sua absorção de água. Resulta que 
levaremos para o piso mais um litro de água por metro quadrado. Assim, estão 
em jogo cerca de dez litros de água por metro quadrado de piso, caso o 
assentamento seja o "convencional". 
Claro que parte desta água será destinada às reações de hidratação. Para tanto, 
mediu-se a perda de água por secagem da argamassa em corpos-de-prova com 
175 ml e 340 g de argamassa fresca, contendo 41 g de água total. 
- Houve uma perda de 10% do peso após 30 dias de cura ao ar. Isto significa que, 
dos 41 g de água, 34 g evaporaram e 7 g se destinaram às reações de hidratação. 
Para as quantidades que vínhamos descrevendo, cerca de um litro de água foi 
destinado às reações de hidratação, restando nove litros por metro quadrado de 
piso que serão passados, por evaporação, para o meio ambiente. 
- Daí se explica o aparecimento de eflorescências viscosas em -evestimentos 
esmaltados, mesmo quando assentados, há pouco tempo sobre lajes de concreto 
em pavimentos elevados. É claro que as condições de umidade relativa do ar 
ambiente podem acelerar ou retardar a observação do fenômeno. Sendo essa a 
única causa, as eflorescências tendem a desaparecer com o tempo. 
- Também fica explicado o porquê da não-constatação do fenômeno, quando os 
revestimentos cerâmicos são assentados secos sobre um contrapiso também 
seco com uso de argamassa colante. Eis um processo que vem eliminar 
definitivamente o problema da eflorescência. 
14 .3 .4 - " L i m p e z a c o m á c i d o " 
O uso de revestimentos esmaltados e sua fixação com argamassa co ante parecem 
ter banido definitivamente das obras a utilização do ácido muriático (clorídrico). 
Trata-se de mais uma vantagem adicional proporcionada por estes dois materiais. 
Outrora, graves problemas de eflorescências foram constatados pelo uso deste 
ácido que, apesar de diluído, não deixava de ser um agente agressivo das juntas 
e argamassas. 
14 .3 .5 - O u t r a s c a u s a s 
Águas de chuva, durante a execução dos alicerces e terraplenos, fugas de 
canalizações ou água resultante de calamidades poderão ser futuras causas de 
eflorescências, caso não sejam corrigidas no devido tempo. 
Como se vê, a simples constatação de um fenômeno, que vinha aborrecendo 
alguns consumidores e, estranhamente, preocupando os fabricantes de 
revestimentos cerâmicos por serem seus produtos diretamente observados quando 
em uso e sobre eles se instalar o fenômeno, levou a rever apenas conceitos e 
cuidados construtivos. 
Produtos e técnicas de impermeabilização estão bem difundidos. E o processo 
de colagem de revestimentos com argamassa colante veio mais uma vez participar 
na resolução definitiva de outro problema construtivo. 
B i b l i o g r a f i a 
(,) Fiorito, A. J. S. I. - Suplemento Pini de Revestimentos - ago./1984. 
Idem - Revista "Construção" n° 1.970 - nov./1985 - Ed. Pini. 
Leia o Apêndice III à página 187 - "Um estranho caso de eflorescência" 
Capítulo 15 
As juntas nos revestimentos 
Antes de iniciar a execução dos revestimentos, uma das tarefas obrigatórias é o 
planejamento das juntas. O projeto das juntas deve levar em conta os tipos de 
juntas, posicionamento, largura e materiais que devem preenchê-las (4). 
1 5 . 1 - T i p o s d e j u n t a s 
Nos capítulos anteriores, quando estudamos as tensões que atuam sobre os 
revestimentos, ressaltamos a importância das juntas entre as peças, as quais 
são indispensáveis por serem um elemento determinante da estabilidade dos 
revestimentos. 
As juntas podem classificar-se em: 
a - juntas de assentamento; 
b - juntas estruturais; 
c - juntas de expansão/contração, juntas de movimentação ou, ainda, juntas de 
dessolidarização; 
d - juntas especiais. 
15.1.1 - Juntas de assentamento 
São juntas entre as peças que compõem o revestimento. 
A necessidade deste tipo de juntas é em razão das causas a seguir. 
15.1.1.1 - Desbitolamento dos revestimentos cerâmicos 
O processo de fabricação de revestimentos resulta em lotes de peças de bitolas 
variáveis e que são agrupadas dentro de certos limites de tolerância formando 
lotes comerciáveis para serem utilizados no revestimento de uma determinada 
área. Ainda assim, em tais lotes, há variações dimensionais e tolerâncias dessas 
variações, como será visto a seguir. 
As normas atuais especificam para placas cerâmicas prensadas: 
a) Variação máxima das dimensões. 
É função da área da superfície da placa cerâmica. 
Varia de ± 0,60% da dimensão, para placas cerâmicas de área superiora 410 
cm2, até ± 1,20% da dimensão para aquelas com área da superfície até 90 
cm2, passando por ± 0,75% para áreas maiores do que 190 cm-' e até 410 
cm2, e ± 1,00% para áreas maiores do que 90 cm2 e até 190 cm2. 
b) Desvio da ortogonalidade (diferença entre lados opostos). 
Também varia com a área da superfície da placa cerâmica. 
É admitida, no máximo, ± 0,60% da dimensão para áreas acima de 90 cm2, e 
± 1,00% para áreas até 90 cm2. 
0.9 mm 0,9 mm 
Fig. 43 
c) Curvatura central e lateral (flecha lateral dos lados da placa cerâmica). 
São admitidos valores máximos de ± 1,00% da dimensão para placas cerâmicas 
com área da superfície até 90 cm2, e ± 0,50% da dimensão para áreas 
superiores a 90 cm2. 
A título de exemplo, a Fig. 43 mostra os valores máximos admitidos para o desvio 
de ortogonalidade para uma placa cerâmica de 150 x 150 mm e para outra de 
150 x 200 mm. 
A Fig. 44 mostra o desvio de ortogonalidade de valor "a" para o lado da placa 
cerâmica de comprimento "c". 
O cálculo, em porcentagem, é dado por 
— x 100 
c 
Note que o valor de "a" pode ser para um ângulo menor do que 90° (caso da 
Figura) ou para um ângulo maior do que 90°. 
Para placas cerâmicas retangulares, lembre-se que deve existir uma relação entre 
o comprimento "C", a largura "L da placa e a largura da junta de assentamento "J" 
dada por 
C = 2L + J 
a 
Fig. 44 
Exemplificando, para uma peça de 300 mm de comprimento, há possibilidade de 
encontrar um desvio de ortogonalidade de 1,8 mm. 
Admitindo que as peças com bitolas extremas sejam destinadas aos cortes, as 
variações das dimensões e suas tolerâncias sugerem uma junta mínima de 5 mm. 
Conclusão: o desbitolamento das peças cerâmicas exige juntas de assentamento 
entre as peças. Hoje em dia, são comuns juntas mínimas de 7 mm. 
15 .1 .1 .2 - Alinhamento 
Como conseqüência do item anterior, as juntas entre as peças facilitam o 
alinhamento. 
15 .1 .1 .3 - Tensões 
Conforme foi detalhadamente estudado no capítulo sobre Tensões nos 
Revestimentos, as juntas entre as peças e o material de enchimento das mesmas 
devem impedir a propagação de tensões de uma peça para outra, afastando o 
risco de flambagem do revestimento. 
Nestas circunstâncias "não" devem ser utilizadas peças com espaçadores 
incorporados ao corpo cerâmico, com a intenção de facilitar o assentamento, 
dada sua rigidez e a transmissão de cargas concentradas em dois pontos, de 
uma peça para outra (Fig. 45). Ver capítulos sobre Tensões. 
Igualmente não devem ser util izados espaçadores avulsos rígidos. Tais 
espaçadores devem se deformar sob as tensões já estudadas anteriormente, 
evitando transmitir tensões de compressão de uma peça para outra. 
Fig. 45 
15.1.1.4 - Higiene 
A utilização de revestimentos cerâmicos está sempre associada à higiene do 
ambiente. Caso as peças fossem justapostas, devido às suas variações 
dimensionais, mesmo dentro das tolerâncias normalizadas, haveria frestas 
impossíveis de serem preenchidas pelo material de rejuntamento. 
Tais frestas permitiriam a penetração de água suja de lavagem dos pisos, formando 
focos anti-higiênicos e anulando a principal característica dos revestimentos 
cerâmicos: a higiene. 
Sob o ponto de vista de higiene, há necessidade das juntas de assentamento 
para permitir a penetração perfeita do material de rejuntamento. 
15.1.1.5 - Função estética 
A arte de revestir deve harmonizar o tamanho das peças, o tamanho do pano e 
do paramento e a largura das juntas. Não é possível um acabamento esmerado 
sem juntas de assentamento. 
15.1.1.6 - Remoção de peças 
A existência de juntas de assentamento facilita a remoção de peças, caso seja 
necessário. 
Considerando os seis pontos acima, é possível avaliar a largura mínima para as 
juntas de assentamento. 
No Capítulo 11, item 11.3.4, calculamos o módulo de elasticidade do material de 
rejunte, partindo de uma largura de junta prefixada, da tensão de compressão 
extrema o = 180 kgf/cm2 devido à expansão por umidade máxima do revestimento 
cerâmico (dilatação higroscópica). 
Partindo da mesma tensão de compressão, do mesmo valor máximo da expansão 
por umidade e adotando como rejunte um material com módulo de elasticidade da 
ordem de 8.000 kgf/cm2 (material extremamente elástico), teríamos a partir de: 
a 
onde: 
j = largura da junta 
E = 8.000 kgf/cm2 (é apenas um módulo teórico. Veja Apêndice I à pág. 173) 
Aj = deslocamento que tem o rejunte que deve ser igual à expansão do revestimento 
a = 180 kgf/cm2 = compressão máxima no rejuntamento 
Obtivemos os valores da Tabela 5, para a largura da junta em função do tamanho 
das peças. 
Obs.: Veja cálculos mais precisos no Apêndice I, na pág. 173. 
Tabela 5 
Peça 
d 
mm 
50 
100 
150 
200 
300 
400 
500 
Expansão 
Ad = ô. d = Aj 
mm 
0,03 
0,06 
0,09 
0,12 
0,18 
0,24 
0,30 
10,67 11 
13,3 => 14 
Largura 
das juntas 
mm 
1,33 =>2 
2,67 => 3 
4 
5 , 3 3 => 6 
8 
No assentamento, o afastamento entre as placas cerâmicas projetado para as juntas 
de assentamento pode ser conseguido de diversas formas, tais como: com uso de 
palitos; pequenas cunhas de madeira; espaçadores plásticos deformáveis, que 
permanecerão no cruzamento das peças; ou por artifícios criados pelos assentadores 
como espaçadores removíveis de arame com bitola igual à largura de junta projetada 
(Fig. 46A) em forma de "V", com abertura de cerca de 6 cm e enrolado no vértice 
(quatro a cinco voltas) para facilitar o manuseio. 
Ou mesmo um arame simplesmente dobrado como o da Fig. 46B, com bitola igual 
a largura da junta projetada. Naturalmente, estes dois últimos tipos só serão utilizados 
para juntas mais estreitas. 
15 .1 .2 - J u n t a s e s t r u t u r a i s 
São as juntas já existentes na estrutura de concreto. Na posição onde estiverem, 
devem ser mantidas e com a mesma largura, em todas as camadas que constituem 
o revestimento (Fig. 47). 
6 cm 
Fig. 46A Fig. 46B 
Material noxh«i o co»npfe«.Voi 
rvVo adortdo ao i liana 
Fig. 47 
15.1 .3 - J u n t a s d e m o v i m e n t a ç ã o 
Denominadas também de juntas de expansão/contração ou juntas de dessDlidarização. 
Devem ser projetadas em pisos e paredes revestidas: 
- em todo o perímetro do piso (Fig. 48); 
- em todo o encontro de paredes com o forro; 
- no encontro do revestimento com pilares e vigas; 
- no encontro com outros tipos de revestimentos; 
- onde ocorrem mudanças de materiais que compõem a base como, por exemplo, na 
mesma posição em que a alvenaria de tijolos maciços encontra a viga de concreto; 
- em lajes ou painéis de grandes dimensões, sujeitas à flexão e deformação lenta 
do concreto, estas juntas deverão ser posicionadas nas regiões onde ocorremos 
maiores momentos positivos e negativos, como indicado na Fig. 49; 
- isolando vibrações de máquinas e motores; 
- isolando o calor transmitido ao revestimento por caldeiras ou outras fon:es de calor. 
Fig. 48 
Fig. 49 
15.1 .3 .1 - P o s i c i o n a m e n t o d a s j u n t a s 
O Tile Council of America (1) recomenda fracionar os revestimentos cerâmicos, 
de pisos e paredes, com este tipo de junta nas seguintes distâncias: 
- em interiores: de 7,30 m a 11,0 m em cada direção; 
- em exteriores: de 3,70 m a 4,9 m em cada direção; 
- revestimentos internos expostos à luz solar ou umidade: de 3,70 m a 4,90 m em 
cada direção. 
Acrescentamos, ainda, que em fachadas, respeitada a condição de deixar juntas 
de movimentação quando na base há mudança de materiais, estas juntas sejam 
deixadas na posição correspondente ao encontro da alvenaria de ti.olos em geral 
ou blocos de concreto com a viga de concreto. Tal distância é da ordem de 2,70 m 
para um pé-direito de 2,50 m. 
15 .1 .3 .2 - L a r g u r a s d a s j u n t a s 
O Tile Council of America (1) recomenda as seguintes larguras para as juntas de 
expansão/contração: 
- exteriores e para todos os tamanhos de peças: mínimo de 3/8" (9,6 mm) para juntas 
distantes de 3,7 m, e mínimo de 1/2" (12,8 mm) para juntas distantes de 4,9 m; 
- interiores parapeças de tamanho grande: mesma largura das juntas de 
assentamento, mas nunca inferiores a 1/4" (6,4 mm); 
- interiores para pastilhas ou revestimentos cerâmicos: preferível não ser menor 
do que 1/4" (6,4 mm), mas nunca inferior a 1/8" (3,2 mm). 
15 .1 .3 .3 - E n c h i m e n t o d a s j u n t a s 
- Preliminarmente, quando do rejuntamento das juntas de assentamento vedar as 
juntas de movimentação com papel, a fim de evitar que entre nelas o material de 
enchimento que está sendo utilizado. 
- Quando do preenchimento, os lados das peças cerâmicas que definem as 
juntas devem estar l impos e secos para que o selante f ique bem ader ido à 
lateral das placas cerâmicas. O uso de prímer deve ser indicado pelo fabricante 
do selante flexível. 
- No interior da junta e abaixo do selante, deve haver um material flexível e 
compressível convenientemente isolado para não aderir ao selante, quando da 
aplicação deste. 
15 .1 .4 - J u n t a s e s p e c i a i s 
Em diversos tipos de indústrias e laboratórios, quando o revestimento estiver sujeito 
a agentes agressivos, como ácidos, bases, óleos etc, as juntas de assentamento 
e as demais devem ter a largura mínima de 7 mm, a fim de facilitar o perfeito 
preenchimento com materiais antiácidos apropriados. 
1 5 . 2 - Q u a n d o e x e c u t a r o r e j u n t a m e n t o 
Devido às condições de cura da base ou da argamassa colante, geralmente se 
recomenda rejuntar, no mínimo, após 72 horas do assentamento. Assim mesmo, 
em pisos, é recomendável que se usem pranchas para não pisar diretamente 
sobre as peças. 
E isso porque pode haver peças com empeno convexo e, ao serem forçadas em 
uma das pontas, podem se soltar pelo efeito "gangorra". 
1 5 . 3 - M a t e r i a i s p a r a r e j u n t a m e n t o 
Podem ser produzidos em obra ou encontrados prontos. 
A maioria dos materiais de rejuntamento é à base de cimento Portland. Podem 
receber adições de outros produtos para: 
- serem mais elásticos; 
- repelirem água; 
- resistirem a fungos; 
- permanecerem brancos (quando o rejunte for branco); 
- terem resistência mecânica; 
- serem impermeáveis; 
- serem coloridos etc. 
1 5 . 4 - P r o c e s s o d e r e j u n t a m e n t o e f e r r a m e n t a s 
15.4 .1 - P r e l i m i n a r e s 
As juntas de assentamento devem ser escovadas e umedecidas com broxa 
molhada em água. Isto garantirá a aderência do rejunte à lateral das peças, 
vedando efetivamente a junta. Há placas cerâmicas com elevada absorção e, 
caso a junta não seja umedecida abundantemente, há migração de água da pasta 
de rejuntamento para o corpo da placa cerâmica. Nesse caso, o rejunte apresentar-
se-á friável e pulverulento por falta de água necessária à hidratação do cimento. 
15.4 .2 - P r e p a r o 
Adicionar água até obter uma pasta consistente. 
15 .4 .3 - A p l i c a ç ã o 
- A ferramenta que deve ser utilizada é uma desempenadeira com base de borracha 
maciça e flexível. 
Esta ferramenta vem substituindo o antigo rodo de borracha com vantagem 
extraordinária pela perda reduzida do material de rejunte, quando aplicado em 
paredes. O rodo dificulta o trabalho do rejuntador, pois a lâmina de borracha 
sendo muito fina acaba por dobrar, resultando o arraste do suporte de madeira 
sobre o esmalte, o qual ficará sujeito a riscos ou a danos nas partes decoradas. 
- Não deve ser utilizada desempenadeira com base de espuma, pois retém-se 
pasta de cimento que, ao secar, se transforma em abrasivo para o esmalte. 
- Os movimentos da desempenadeira de borracha são cruzados em relação às 
juntas, facilitando a penetração da pasta. 
- Deixar "puxar" e remover o excesso com pano ou espuma úmida. 
- Dar acabamento com espuma macia, limpa e úmida. 
B i b l i o g r a f i a 
n ) Tile Council of America Inc. - "Handbook for Ceramic Tile Installation" - 1988. 
,2> USA Standard Specifications for Tile Installed With Dry-Set Portland Cement Mortar • A 108.5. 
,3> Fiorito. A. J. S. I. • Revista "Construção n9 1.974 - dez./85 • Ed. Pini. 
<«> NBR-13753 - dez./96; NBR-13754 - dez./96 e NBR-13755 - dez./96. 
Leia o APÊNDICE I - página 173 "Exemplo de cálculo das juntas e módulo de elasticidade de 
material de rejuntamento" 
Capítulo 16 
O Método Convencional ou Tradicional 
1 6 . 1 - D e f i n i ç ã o 
O método convencional ou tradicional é o processo pelo qual se assentam 
revestimentos em pisos ou paredes com utilização de argamassas comuns 
relativamente espessas enquanto frescas, sendo a pasta de cimento portland o 
material que garantirá a ligação do revestimento à base. 
No Capítulo 13 nos detivemos detalhadamente sobre a pasta de cimento à qual 
demos a denominação de "adesivo do método convencional". 
Neste processo são exploradas as finalidades das argamassas que, na definição 
da antiga NBR-7200/82 (1), são a capacidade de endurecimento e aderência. 
Acrescentamos que as argamassas comuns têm também como objetivo fundamental 
a regularização das superfícies, quer verticais, quer horizontais, definindo os planos 
onde serão instalados os revestimentos. 
E, para atingir este objetivo, as argamassas têm também a função de camada de 
transição, a exemplo do chapisco e das camadas de enchimento, sendo estas 
últimas necessárias sempre que a espessura para atingir o plano ideal ultrapassar 
20 a 25 mm. 
O método convencional é um processo praticamente artesanal que exige intimidade 
com os conhecimentos técnicos dos materiais, suas propriedades e desempenhos. 
É um processo complexo e de baixa produtividade pois, na maioria dos casos, a 
partir do chapisco ou da superfície da laje há a necessidade de executar de uma 
só vez e em um só dia todos os procedimentos corretos e necessários até a fase 
final de colocação dos revestimentos, incluindo os cortes das peças. 
Conforme exposto nos capítulos anteriores, há os seguintes procedimentos a 
serem respeitados na execução dos revestimentos pelo método convencional. 
16.1 .1 - E m p a r e d e s e e m f a c h a d a s 
Inicialmente devem ser projetados todos os tipos de juntas, como descrito no 
Capítulo 15. 
16.1.1.1 - Chapisco 
Molhar razoavelmente toda a superfície do paramento da alvenaria, qualquer que 
seja a natureza dos materiais que a constituem. 
Preparar argamassa 1:3 de cimento e areia grossa. 
Chapar a argamassa do chapisco com energia cobrindo todo o paramento, quando 
ainda úmido, com fina camada desta argamassa de cerca de 5 mm (praticamente 
o tamanho do agregado). 
A intenção é obter uma superfície o mais irregular possível e com ancoragens 
mecânicas suficientes para perfeita aderência da camada seguinte. 
Aguardar o endurecimento e resistência mecânica do chapisco. 
16.1.1.2 - Prumo da superfície 
Deve ser aferida e determinada a espessura necessária da argamassa da camada 
seguinte à do chapisco. 
Caso esta espessura for de até 20 a 25 mm, executa-se a camada de emboço, 
como descrita no item 16.1.1.3. 
Se maior, há necessidade de uma camada de enchimento também denominada 
de regularização. 
A espessura de cada camada, qualquer que seja sua função, não deve ultrapassar 
20 a 25 mm. 
A antiga NBR-7200/82 (1) indicava o traço 1:2:9 de cimento, cal hidratada e areia 
média úmida. 
Tal argamassa deve ser chapada com energia sobre o chapisco e, depois, 
sarrafeada, deixando um acabamento áspero para receber uma pasta de cimento 
e o emboço. 
Aguardar, no mínimo, sete dias para a cura, lembrando que é este o prazo para 
ocorrer de 60% a 80% da retração da argamassa (ver Capítulo 6). Caso 
executarmos a próxima camada antes deste prazo, eqüivaleria a executarmos as 
duas camadas simultaneamente, o que implicaria espessura maior do que a 
recomendada e conseqüente efeito indesejável de sua retração. 
Se houver várias camadas de enchimento, cada uma delas deverá ter a espessura 
de 20 a 25 mm, idade mínima de sete dias, e a emenda será sempre feita com 
pasta de cimento, como descrito no item 16.1.1.4. 
Sempre que, por motivos construtivos, a espessura da argamassa exceder 25 a 35 
mm,há a necessidade de se utilizar tela metálica soldada de malha de 5 x 5 cm e 
fio 16 BWG (aproximadamente 1,6 mm) chumbada na estrutura-suporte em quatro 
pontos por metro quadrado e, nos cantos, em três pontos por metro linear. 
16.1.1.3 - Emboço 
Caso faltar apenas 20 a 25 mm para atingir o plano ideal, então a camada de 
argamassa é denominada de "emboço". 
O traço será 1:2:9 como anteriormente ou conforme o Tile Council (2) 1:0,5:5 ou 
1:1:7 de cimento, cal hidratada e areia média úmida. 
Chapar a argamassa com energia sobre a superfície da camada de regularização 
anterior. 
Sarrafear e desempenar. 
Sobre o emboço ainda fresco aplicar a camada de pasta de cimento descrita 
a seguir. 
16.1.1.4 - Pasta de cimento 
Preparar pasta de cimento. A adição de água é de cerca de 30% em relação ao 
peso de cimento. 
Teores maiores de água resultam no que denominamos "natas", com resistência 
reduzida (ver também Capítulo 13, item 13.2). 
Aplicar a pasta de cimento sobre a superfície do emboço ainda fresco com auxílio 
de desempenadeira metálica lisa formando uma camada cerca de 1 mm. 
Para obter esta espessura foi avaliado em 1,5 kg o consumo de pó de cimento por 
metro quadrado. 
16.1.1.5 - Revestimento 
As placas cerâmicas devem ser imersas em água limpa, mas não devem estar 
saturadas quando do assentamento. 
O tempo de imersão depende do "grupo de absorção" a que pertence o revestimento. 
Retirar a água em excesso do tardoz da peça e assentá-la sobre a pasta de cimento. 
Bater o maior número de vezes, nivelar, aprumar, posicionando definitivamente 
cada peça. 
16.1.1.6 - Rejuntamento 
Proceder como descrito no Capítulo 15 e nos Procedimentos "9" e "15" do final 
deste Manual. 
16.1 .2 - E m p i s o s 
Inicialmente, projetar todos os tipos de juntas conforme descrito no Capítulo 15. 
16.1 .2 .1 - Superfície da laje ou do lastro de concreto 
Normalmente, nestas superfícies, há excesso de poeira originada pelo trânsito 
de operários e movimentação de materiais que, por atrito, desmancham a camada 
superficial friável do concreto. Essa camada é resultante da exudação de água na 
fase de concretagem, causada pela vibração ou adensamento do concreto. 
Esta poeira e demais resíduos devem ser removidos. 
16 .1 .2 .2 - Pasta de cimento 
A superfície da laje ou do lastro deve ser umedecida e receber cimento em pó, 
formando uma pasta de cimento, com relação água/cimento da ordem de 0,30 
(ver item 16.1.1.4 e Capítulo 13, item 13.2). 
Esta camada garantirá a ligação da camada seguinte de argamassa. 
Tal ligação inibirá parcialmente a retração da argamassa (ver Capítulo 9) e reduzirá 
o risco de flambagem do revestimento. 
16 .1 .2 .3 - Nivelamento da superfície 
Deve ser aferida e determinada a espessura necessária da argamassa da camada 
sobre a laje. 
Caso esta espessura for de até 20 a 25 mm, executa-se a camada de ''contrapiso" 
descrita no item 16.1.2.4. Se maior, há a necessidade de uma camada de enchimento 
ou de regularização. 
A espessura de cada camada de argamassa, qualquer que seja sua função, não 
deve ultrapassar 20 a 25mm. 
O Tile Council (2) prescreve o traço 1:6 de cimento e areia média úmida em 
interiores, exteriores, pisos térreos e pisos sobre lajes. 
Acrescentamos que, sobre lajes interiores, podem ser utilizados os traços 1:0,5:5 
e 1:1:7 de cimento, cal hidratada e areia média úmida, pela sua melhor 
trabalhabilidade. 
A argamassa é estendida sobre a pasta de cimento (item anterior) e sarrafeada, 
dando acabamento áspero, para melhor aderência da camada seguinte. 
Aguardar, no mínimo, sete dias para cura, lembrando que é este o prazo para 
ocorrer 60% a 80% da retração da argamassa (ver Capítulo 6). 
Executar a próxima camada, antes deste prazo, eqüivaleria a executarmos as 
duas camadas simultaneamente, o que implicaria espessura maior do que a 
recomendada e conseqüente efeito indesejável de sua retração. 
Se houver várias camadas de enchimento, cada uma delas deve ter 20 a 25 mm 
de espessura, idade mínima de sete dias antes da execução da camada seguinte, 
e a emenda será sempre feita com pasta de cimento (ver item 16.1.1.4). 
16 .1 .2 .4 - Contrapiso 
Caso falte apenas 20 a 25 mm para atingir o nível ideal, esta última camada de 
argamassa é denominada "contrapiso". 
Os traços são os mesmos adotados para as camadas anteriores ce enchimento 
(ver item 16.1.2.3) 
A argamassa é estendida sobre a pasta de cimento fresca, sarrafeada e 
desempenada. 
16 .1 .2 .5 - Contrapiso com tela metálica 
Como alternativa dos itens anteriores, caso seja impossível a ligação da camada 
de argamassa com a laje de concreto, devido a uma situação peculiar, como em 
lajes de cobertura onde há camada de impermeabilização e de isolação térmica, 
a camada do contrapiso deverá ser provida de tela metálica soldada com malha 
de 2 x 2" ( 5 x 5 cm) e fio bitola 16 BWG (1,65 mm) colocada na metade da 
espessura da camada de argamassa, com a finalidade de conter a retração da 
argamassa e dar resistência ao revestimento. 
16 .1 .2 .6 - Pasta de cimento 
Sobre a superfície do contrapiso ainda fresco espargir cimento em pó, deixando-
o cair entre os dedos e a pouca altura da superfície. Este cimento deve hidratar-
se com a água da própria argamassa do contrapiso, formando uma pasta de 
cimento com relação água/cimento da ordem de 0,30 em peso. 
Teores maiores de água resultam no que é denominado de "nata" de cimento, 
com resistência reduzida (ver Capítulo 13, item 13.2). 
Com auxílio de colher de pedreiro, procurar hidratar o pó e formar uma camada 
de pasta de cimento. 
Não respingar mais água nesta operação, sob pena de transformarmos a pasta 
de cimento em nata aguada e sem resistência à aderência do revestimento. 
A espessura da camada de pasta deve ser da ordem de 1 mm, o que leva a um 
consumo aproximado de 1,5 kg de cimento em pó por metro quadrado. 
16.1.2.7 - Revestimento 
As peças cerâmicas devem ser imersas em água, mas não devem estar saturadas 
de água, quando do assentamento. 
O tempo de imersão depende do "grupo de absorção" a que pertence o 
revestimento. 
Retirar a água em excesso do tardoz das peças e assentá-las sobre a pasta de 
cimento ainda fresca. 
Bater o maior número possível de vezes, nivelar e posicionar a peça no local 
definitivo. 
16.1.2.8 - Rejuntamento 
Proceder como descrito no Capítulo 15. 
B i b l i o g r a f i a 
(1) NBR-7200 - fev./1982 - ABNT - "Revestimento de paredes e tetos com argamassas. Materiais, 
preparo, aplicação e manutenção". 
(21 Tile Council of America Inc. - "Handbook for Ceramic Tile Installation" - 1995 e Norma ANSI-A108.1. 
Capítulo 17 
Patologias do Método Convencional 
1 7 . 1 - A s p e c t o s g e r a i s 
Quando, em 1964, iniciamos a pesquisa sobre descolamento de revestimentos 
cerâmicos, envolvendo argamassas, revestimentos e mão-de-obra, tivemos a 
oportunidade de examinar inúmeras obras onde aconteceram descolamentos e 
diversas obras em fase de assentamento. 
Houve descolamentos ocorridos após um ou dois anos e, até mesmo, quatro 
anos após o assentamento, caracterizando o efeito da dilatação higroscópica 
(expansão por umidade) que se processa lentamente. 
Também houve descolamentos ocorridos de 15 a 30 dias após o assentamento, 
colocando em evidência o efeito da retração das argamassas ricas e espessas. 
Em todos os casos, havia falhas nos procedimentos de execução associadas aos 
motivos acima. 
A seguir, relacionamos uma série de possibilidades de falhas construtivas ou não 
a que estão expostos os revestimentos quando assentados pelo método 
convencional e quando as propriedades dos materiais não são bem conhecidas, 
como seria desejável. 
Apesar de a utilização da argamassa colante, hoje, ser feita em escala razoável, 
muitos revestimentos são assentados pelo método convencional, notadamente 
em pisos. 
Por outro lado, gostaríamos de lembrar que há inúmeros exemplos de revestimentos 
assentados com argamassas comuns e pasta de cimento que sãc testemunhas 
apreciáveisde que, se usarmos a técnica correta, é possível conseguir revestimentos 
estáveis e com longa jornada em serviço. 
17 .2 - F a l h a s c o n s t r u t i v a s n o M é t o d o C o n v e n c i o n a l 
17 .2 .1 - J u n t a s d e a s s e n t a m e n t o 
Notamos que, normalmente, não existe previsão para juntas, qualquer que seja 
seu tipo (ver Capítulo 15). 
A decisão é deixada por ocasião do assentamento, com o substrato pronto para 
receber as peças. 
Comumente as peças são encostadas umas às outras, sem juntas de assentamento. 
Quando são deixadas, sua largura é sempre a mínima possível, sem levar em 
conta as dimensões da peça cerâmica e as deformações a que está sujeito o 
revestimento. 
Muitas vezes, a ausência de juntas de assentamento é justificada pela intenção 
de se obter um revestimento com aspecto monolítico, apesar de ser estranho 
tentar esse aspecto com peças que necessariamente estão associadas às juntas. 
As juntas de assentamento entre nós contrastam com aquelas utilizadas na Europa 
e nos Estados Unidos, que são mais largas e bem-dimensionadas. 
17.2 .2 - J u n t a s d e m o v i m e n t a ç ã o 
Há um verdadeiro trauma quando se fala em juntas de movimentação. 
Arrisca-se, com grande freqüência, a estabilidade do revestimento em troca de 
evitar a execução dessas juntas ou pelo trabalho e custo adicional, ou sob a 
alegação de que tais juntas não são estéticas. 
Isto é constatado facilmente quando se observam, especialmente, as fachadas 
revestidas. Em sua quase totalidade, não há juntas de movimentação. 
Se forem mais largas do que as juntas de assentamento, cabe ao arquiteto dar a 
solução estética que se procura. 
17.2 .3 - J u n t a s e s t r u t u r a i s 
Já tivemos oportunidade de constatar que não foram respeitadas, para não 
interromper o revestimento do piso. 
Como resultado, houve destruição do revestimento em toda a região destas juntas. 
17 .2 .4 - L i g a ç ã o c o m a laje 
No Capítulo 9, a comparação entre os gráficos das Tigs. 16 e 10 mostram clara-
mente que as tensões nos revestimentos são cerca de quatro vezes maiores se 
não cuidarmos de vincular a argamassa à laje. 
A remoção da poeira e a emenda com a pasta de cimento a que nós nos referimos 
no Capítulo 16, item 16.1.2.1, raramente são executadas com rigor. 
17.2 .5 - E s p e s s u r a d a s c a m a d a s d e a r g a m a s s a 
A espessura máxima de 20 a 25 mm para as camadas de argamassa não é respeitada. 
Chegamos a constatar espessura de 9 cm executada de uma só vez, em piso, 
sob a alegação de ter sido necessária para dar caimento ao piso. 
Em fachadas, dada a repetitividade de operações para subida e descida do 
balancim, a aplicação de argamassa para chegar ao prumo ideal é feita, 
geralmente, de uma só vez e com espessuras inaceitáveis. 
As tensões que atuam nas argamassas não são suportadas, havendo seu 
descolamento (ver Capítulos 8 e 9). 
17 .2 .6 - T r a ç o d a s a r g a m a s s a s 
Na pesquisa realizada em obras constatamos que, em geral, o traço das 
argamassas destinadas aos revestimentos cerâmicos é aleatório. 
O maior problema é o uso de argamassas ricas e espessas, gerando tensões 
exageradas (ver gráficos das Figs. 16 e 18 do Capítulo 9). 
17 .2 .7 - I m e r s ã o e m á g u a 
Não há um procedimento uniforme. Alguns oficiais dizem não ser necessário, 
pois trabalham com argamassa "mais molhada". Outros saturam completamente 
as peças, deixando-as imersas em água de véspera. 
Neste caso, alguns secam o tardoz, deixando escorrer o excesso de água, e 
outros aplicam a peça como vem quando retirada da água. 
Todos estes procedimentos alteram drasticamente a relação água/cimento da 
pasta de cimento, que é o meio pelo qual o revestimento é ligado ao substrato 
(ver Capítulo 13). 
Acrescentamos que, quando imersas em água, as peças cerâmicas não devem 
estar saturadas de água, permitindo-as que tenham ainda algum poder de sucção, 
quando colocadas sobre a pasta, de maneira a criar ancoragens mecânicas na 
ligação peça/pasta (ver Capítulo 13, item 13.2.1). 
17 .2 .8 - Pas ta d e c i m e n t o 
Este é o adesivo do método convencional, e sua importância foi objeto de todo o 
Capítulo 13. 
Em obras constatamos que: 
- o pó de cimento é arremessado à distância e com a palma da mão, formando 
sobre o contrapiso camadas irregulares quanto à sua espessura. Isso quer dizer 
que o cimento hidratar-se-á em maior ou menor proporção, conforme sua quantidade 
sobre a argamassa; 
- o oficial assentador usa broxa molhada para tentar umedecer as regiões não-
hidratadas de cimento, atingindo as regiões já hidratadas e transformando a pasta 
em "aguada de cimento", sem resistência; 
- não é utilizada a colher de pedreiro para auxiliar na formação da camada de pasta; 
- as peças são colocadas sobre essa camada irregular de "pasta", "nata" e "aguada 
de cimento" que simultaneamente se formaram sobre o contrapiso. Sob ação de 
tensões, há descolamentos do revestimento em regiões aleatórias. 
17.2 .9 - E x p a n s ã o por u m i d a d e 
Dedicamos o Capítulo 11 à dilatação higroscópica ou "moisture expansion". As Normas 
de Revestimentos Cerâmicos utilizam a nomenclatura "expansão por umidade". 
Trata-se de uma propriedade dos materiais cerâmicos que tendem a inchar-se, 
em maior ou menor grau, com o decorrer do tempo. 
Essa expansão associada à ausência de juntas adequadas (ver Capítulo 15) 
resultará fatalmente no descolamento do revestimento por flambagem, ou em 
gretamento e fissuras do esmalte. 
Acreditamos que as indústrias cerâmicas, tendo em vista as novas especificações 
de revestimentos cerâmicos, deverão informar aos consumidores o valor da 
"expansão por umidade" de seus produtos. Isso facilitará a tomada de decisões 
quanto à largura das juntas de assentamento por parte dos construtores. 
A utilização de argamassas rígidas, para fixar revestimentos cerâmicos, por um 
lado, é adequada, se levarmos em consideração que ela inibirá em parte a 
expansão das peças e diminuirá o risco de descolamento por flambagem. Mas, 
por outro lado, as peças impedidas de se expandir entram em compressão. Caso 
essa compressão atinja valores elevados, poderá causar trincas no esmalte e 
conseqüente deterioração do revestimento. 
A utilização de argamassas elásticas não impedirá a expansão das peças, mas 
exigirá que se usem juntas de assentamento mais largas adequadamente 
dimensionadas para absorver tal expansão. Nesse caso, as juntas de movimentação 
serão absolutamente indispensáveis. 
17 .2 .10 - E f l o r e s c ê n c i a 
É originada pela presença de umidade no substrato. 
A falha acontece devido à falta de drenagem e à falta de impermeabilização correta 
sob o revestimento. 
Recomendamos ler o Capítulo 14, onde o assunto foi detalhadamente explicado. 
17 .2 .11 - O u t r a s p a t o l o g i a s 
Há outras falhas construtivas não originadas propriamente no processo de 
assentamento. No Capítulo 12, citamos algumas. 
17 .2 .12 - Á c i d o m u r i á t i c o 
A utilização de ácido muriático (clorídrico) deve ser feita, cuidadosamente, com 
soluções relativamente fracas e posterior neutralização do ácido acompanhada de 
lavagens com água em abundância(1). 
Tivemos oportunidade de presenciar, em serviço já em andamento, a utilização de 
ácido muriático sem estar diluído em água, o qual vinha formando uma espuma 
intensa pelo ataque do ácido ao cimento e à argamassa do rejuntamento. Para 
completar o quadro, foi feito o uso de espátulas metálicas para remover resíduos 
de argamassa e pasta de cimento aderidos sobre as peças. Se de j m lado estes 
resíduos foram removidos, por outro houve destruição parcial do rejuntamento, e o 
revestimento ganhou manchas amareladas e marrom, de oxido de ferro. 
B i b l i o g r a f i a 
( , ) Fiorito. A. J. S. I. - "Limpeza final com ácido" - TCPO 8 - pág. 794 - Ed. Pini - 1986. 
Capítulo 18 
O Método de Colagem 
com argamassas colantes 
1 8 . 1 - C o l a r r e v e s t i m e n t o s - H i s t ó r i c o 
A complexidadede tarefas em um só dia do método convencional, a demanda inesperada 
de revestimentos cerâmicos no início da década de 60 e a carência de mão-de-obra 
treinada, na época, resultaram em pesquisas e na procura de uma solução racional. 
Treinar adequadamente e a curtíssimo prazo um grande contingente de assentadores 
e continuar com o método convencional não seria uma boa solução, oois, como já 
dissemos, o método convencional é por si só de baixa produtividade, tornando impossível 
o escoamento do quanto vinha sendo produzido em revestimentos cerâmicos. 
E tal fato estaria agravado nos dias de hoje, se lembrarmos que a produção anual 
nos anos 60 era aproximadamente o que se produz hoje em um mès, para uma 
população que não chegou a triplicar. 
Portanto, minimizar problemas de assentamento e facilitar o aprerdizado eram 
tarefas absolutamente imprescindíveis. 
A solução que se apresentou foi a de colar revestimentos cerâmicos è semelhança 
do que já era feito com pisos vinílicos que vinham conquistando boa fatia no 
mercado de revestimentos. 
Colar revestimentos significa dividir racionalmente os serviços de assentamento 
em duas fases distintas, independentes uma da outra, a saber: 
1ê - Preparação do emboço aprumado ou contrapiso nivelado (ou com caimentos), 
conforme a posição do revestimento. 
Tal serviço pode ser intercalado no cronograma da obra, de modo a aproveitar 
inteiramente a mão de obra disponível. 
São serviços de alta produtividade e com aproveitamento de toda a jornada de 
trabalho, sem mudança de atividade, como exige o método convencional (preparo 
do substrato e assentamento). 
Podem ser interrompidos em qualquer posição que se encontram no fim da jornada 
de trabalho. 
2- - Em uma fase posterior, é apenas feita a colagem do revestimento, também 
durante toda a jornada de trabalho. 
Pode ser interrompido em qualquer posição que se encontra no fim da jornada de 
trabalho, sem prejuízo do resultado final. 
É, também, um serviço de alta produtividade. 
Restava procurar a "cola" adequada para cerâmicas. 
Na época foram experimentados os produtos disponíveis, mas destinados a outros 
fins como a resina epóxi, de alto desempenho; emulsões asfálticas e adesivos à 
base de borracha sintética. 
Os trabalhos experimentais de campo e os custos mostraram a inviabilidade 
comercial daqueles produtos para colagem dos revestimentos cerâmicos. 
Estabeleceram-se parâmetros para o produto ideal, os quais são enumerados a 
seguir: 
1 - Ser parecido com uma argamassa comum, na cor e aspecto. E, portanto, base 
de cimento Portland. 
2 - Conter todos os componentes dosados gravimetricamente, evitando erros de 
composição na obra. 
3 - O solvente deveria ser água, facilitando o preparo e limpeza das peças, mãos 
e ferramentas. 
4 - Criar condições para cura adequada do cimento, para que o mesmo atingisse 
resistência de aderência ótima. 
5 - Não ser inflamável. 
6 - Não ser tóxico. 
7 - Ser utilizado em pequenas espessuras (1 a 4 mm), tornando desprezíveis as 
tensões de retração sobre os revestimentos. 
8 - Permitir acerto de irregularidades da superfície da base, ou seja, apresentar-
se como uma massa consistente quando em uso. 
9 - Aderir sobre qualquer superfície, mesmo relativamente lisa, como as superfícies 
de concreto. 
10 - Ter tempo em aberto o maior possível para permit ir o ajuste das peças 
eventualmente desal inhadas ou desaprumadas. 
11 - Ter plasticidade elevada de modo a permitir sua aplicação com espátula 
denteada, formando altos e baixos para facilitar o posicionamento final das peças. 
12 - Resistir a ciclos de umidade, secagem e calor, sem se deteriorar, pois estes 
são os ciclos a que estão submetidos os revestimentos cerâmicos. 
13 - Dispensar o uso de "primers", a não ser a própria água. 
14 - Ser utilizado por qualquer pessoa com boas noções de prumo e nível. 
15 - Proporcionar grande velocidade de aplicação de placas cerâmicas, para 
diminuir os custos de mão-de-obra e reduzir os prazos de execução. 
16 - Ter preço relativamente baixo. 
Todas estas características foram encontradas no "dry-set mortaf que já estava 
com seu uso consagrado nos Estados Unidos e em franca expansão na Europa. 
1 8 . 2 - A r g a m a s s a c o l a n t e 
A argamassa colante é definida como uma mistura constituída de aglomerantes 
hidráulicos, agregados minerais e aditivos que possibilitam, quando preparada 
em obra com adição exclusiva de água, a formação de uma massa viscosa, plástica 
e aderente, empregada no assentamento de peças cerâmicas para revestimentos 
ou pedras de revestimento. 
A argamassa colante é aplicada em camada relativamente fina comparada com 
as espessuras das argamassas comuns. 
Sua aplicação só é possível com utilização de desempenadeiras denteadas. 
1 8 . 3 - D e s e m p e n a d e i r a s d e n t e a d a s 
18 .3 .1 - D e s e m p e n a d e i r a s 6 x 6 x 6 m m 
O primeiro e único tipo de desempenadeira utilizado quando da entrada das 
argamassas colantes no mercado é constituído por uma chapa de aço n9 26 
(cerca de 0,5 mm de espessura) e com dimensões de 4 1/8" (cerca de 10,5 cm) 
por 11" (cerca de 28 cm) munida de um cabo preso no centro da chapa, para 
facilitar sua utilização. 
Em dois lados adjacentes da desempenadeira, há aberturas quadradas de 6 x 6 mm 
espaçadas a cada 6 mm (Fig. 50). 
y / / / / / / / / / / / / / Á 
/ / / / / / / 
Fig. 50 
/ / / / / / / / / / / / / / Á 
y / / / / / / / / / / A 
6 mm 6 mm 4-
/ / / / / / / / / 
v / / / / / / / / / / / 
Diversos outros tipos de formato foram experimentados, como os de aberturas 
triangulares e trapezoidais, variando a espessura da chapa, o que resultou em 
excesso ou falta de pasta de argamassa colante. 
Quanto à espessura da chapa de aço, foi sendo reduzida até chegar aos ideais 
0,5 mm, pois sendo a argamassa colante muito viscosa, adere lateralmente à 
parede dos dentes (espessura da chapa), provocando um arrastamento do cordão 
de argamassa colante, diminuindo sua altura até cerca de 3 mm, insuficientes 
para impregnar o tardoz das placas cerâmicas. 
As aberturas dos dentes das desempenadeiras são em função, também, do 
tamanho das placas cerâmicas. 
Desempenadeiras com dentes 6 x 6 x 6 mm mostraram-se adequadas para peças 
com área de até 400 cm2 e com aplicação da argamassa colante apenas sobre a 
superfície do contrapiso ou apenas sobre o emboço, conforme o caso. 
18.3 .2 - D e s e m p e n a d e i r a s 8 x 8 x 8 m m 
Possuem aberturas de 8 x 8 mm espaçadas de 8 mm (Fig. 51). 
/ / / / / / / 
8 mm 
/ / / / / / / / / / / / / / A 
' / / / / / / / / / / / 
8 mm 
/ / / / / / / / / . 
Fig. 51 
Após testes, mostraram-se adequadas para peças cerâmicas com área com-
preendida entre 400 cm2 e 900 cm2 e com aplicação da argamassa colante apenas 
sobre a superfície do emboço ou sobre a do contrapiso. 
Para peças com área superior a 900 cm2, a argamassa colante deve ser espalhada 
e penteada tanto sobre o emboço, ou sobre o contrapiso, como no tardoz das 
peças. 
18.3 .3 - D e s e m p e n a d e i r a c o m a b e r t u r a s s e m i c i r c u l a r e s 
São aquelas cujas aberturas têm diâmetro de 20 mm, espaçadas de 3 mm (Fig. 52). 
20 mm 3 20 mm 
Fig. 52 
Após testes, mostraram-se adequadas para peças cerâmicas com área superior 
a 900 cm2, somente para pisos, espalhando e penteando a argamassa colante 
apenas sobre a superfície do contrapiso. 
N o t a : Os testes a que nos referimos nos itens 18.3.2 e 18.3.3 foram realizados pDr integrantes da 
Comissão de Estudos da ABNT CB-02:102.46. coordenada pelo autor deste livro, em abril/1994, 
na Esco la S e n a i " O r l a n d o Lav ie ro Fer ra iuo lo " - Ta tuapé - S ã o Paulo. Resu l ta ram e m 
desempenadeiras padronizadas. 
1 8 . 3 . 4 - D e s e m p e n a d e i r a s p a d r o n i z a d a s 
As Normas da ABNT: NBR 13.753; NBR 13.754 e NBR 13.755 padronizam as 
desempenadeiras em função do tamanho das placas cerâmicas e do local da 
aplicação do revestimento. 
A intenção será sempre a de garantiruma impregnação total do tardoz, ficando 
as placas cerâmicas ou de outros materiais presas à argamassa colante, sem os 
vazios ou falhas causados pelo empenamento das peças, ou desvios de prumo 
ou de nível das superfícies do emboço e do contrapiso. 
18.3.5 - E s p e s s u r a f ina l d a c a m a d a d e a r g a m a s s a c o l a n t e 
A argamassa colante é estendida sobre as superfícies (emboço ou contrapiso) e 
depois é penteada com a desempenadeira adequada às peças do revestimento. 
Formam-se cordões de pasta de argamassa colante. 
A altura destes cordões depende do ângulo agudo formado pela desempenadeira 
e o plano do emboço ou do contrapiso e da velocidade de arraste. Este ângulo 
deve ser de cerca de 60° ou maior. 
A partir do formato das aberturas entre os dentes, calcula-se a altura dos cordões 
e a espessura final da camada uniforme de argamassa colante sob as peças, 
para impregnação total. 
É importante notar que os cálculos a seguir e os valores encontrados para as 
espessuras da pasta são teóricos. Na prática, as espessuras para o ângulo de 60° 
são bem inferiores devido à coesão da pasta e à sua adesão à desempenadeira, 
chegando, por exemplo, a cerca de 1,8 mm para a desempenadeira 6 x 6 x 6 mm. 
18.3.5.1 - Desempenadeira 6 x 6 x 6 mm 
6 nvn 
Fig. 53 
Teoricamente: 
h6 = 6 mm x sen 60 = 5 mm = altura dos cordões 
e6 = 2,5 mm = espessura da camada de argamassa colante 
18.3.5.2 - Desempenadeira 8 x 8 x 8 mm 
. éo' 
ha 
8 mm 
PEÇA CERÂMICA 
es 13.5 mm 
Fig. 54 
h8 = 8 sen 60 s 7 mm = altura dos dentes 
e8 = 3,5 mm = espessura da camada de argamassa colante 
18.3.5.3 - Desempenadeira com aberturas semicirculares 
- \ 'áo'A h /[ '.. > 
20 mm 13 20 14-
v> 
• t
 1 0 
23 mm 
Fig. 55 
h =10 sen 60 = 8,66 mm = semi-eixo da elipse 
área de 1/2 elipse = 
n a b 7TX20x17,32 
8 8 
23 mm x e = 136 mm2 
resulta e = 6 mm 
A Tabela 6 reúne todos os valores citados. 
Tabela 6 
= 136 mm' 
Desempe- Aplicação Área Argamassa Ângulo de 60° 
nadeiras em da peça no valores teóricos* 
cordões camada 
mm "h" mm final "e" mm 
6 x 6 x 6 pisos e < 400 emboço 5 2,5 
paredes contrapiso 
8 x 8 x 8 pisos e >400 emboço 7 3,5 
paredes < 900 contrapiso 
8 x 8 x 8 pisos e > 900 tardoz 7 6 
paredes emboço 
contrapiso 
D = 20 Pisos >900 contrapiso 8,7 6 
p = 3 
* Na realidade, os valores são inferiores devido à adesão da pasta à lateral dcs dentes das 
desempenadeiras. e à coesão da pasta. 
18 .3 .5 .4 - Retração da argamassa colante 
A argamassa colante também retrai na secagem, introduzindo tensões nos 
revestimentos. Sendo sua espessura reduzida, tais tensões são também reduzidas. 
Todavia, convém não utilizá-la em espessuras superiores a 6 mm, sob pena de 
voltarmos à problemática da retração das argamassas espessas e ricas utilizadas 
no método convencional. 
Reportando-nos ao gráfico da Fig. 18, Capítulo 9, e entrando com a espessura de 
6 mm, notamos que a tensão de compressão no revestimento originada pela 
retração da argamassa, e para esta espessura, é da ordem de 5 kgf/cm2. 
Por outro lado, espessuras maiores do que 6 mm dificultam a colocação das 
peças, além de elevarem os custos, dado o maior consumo de argamassa colante. 
1 8 . 4 - 0 M é t o d o d e C o l a g e m 
Como dissemos, é constituído por duas fases bem distintas: 
1a) Preparo das bases. 
2-) Colagem das peças. 
18.4 .1 - P r e p a r o d a s b a s e s 
18 .4 .1 .1 - Paredes - Emboço 
Da superfície nua da alvenaria ou concreto até o nível superior do emboço os 
procedimentos são idênticos aos descritos para o método convencional, no 
Capítulo 16, ou seja: 
-Chapisco - ver item 16.1.1.1. 
-Prumo da superfície - ver item 16.1.1.2. 
- Emboço - ver item 16.1.1.3. 
Preparado o emboço, aguardar sua cura no mínimo por sete dias, lembrando 
que, nesta idade, a argamassa do emboço já retraiu cerca de 60% a 80% de seu 
valor final. 
Este prazo poderá ser reduzido para poucas horas no futuro, quando forem 
implantados aditivos que venham a inibir a retração das argamassas. 
18 .4 .1 .2 - Pisos - Contrapiso 
Da superfície nua da laje ou lastro de concreto e até o nível superior do contrapiso os 
procedimentos são idênticos aos descritos no método convencional, ro Capítulo 16. 
- Superfície da laje ou lastro de concreto - ver item 16.1.2.1. 
- Pasta de cimento - ver item 16.1.2.2. 
- Nivelamento da superfície - ver item 16.1.2.3. 
-Contrapiso - ver itens 16.1.2.4 e 16.1.2.5. 
Preparado o contrapiso, aguardar sua cura no mínimo por sete dias, lembrando 
que, nesta idade, a argamassa do contrapiso já retraiu cerca de 60% a 80% de 
seu valor final. 
Este prazo poderá ser reduzido para algumas horas no futuro, quando forem im-
plantados aditivos que venham a inibir a retração das argamassas. 
18.4 .2 - C o l a g e m d o s r e v e s t i m e n t o s 
18.4 .2 .1 - Projeto das juntas 
Inicialmente, devem ser projetados todos os tipos de juntas, como descrito no 
Capítulo 15. 
18.4 .2 .2 - Cuidados preliminares 
Os antigos mestres sempre afirmavam que "a água é a cola dc pedreiro". 
Acrescentamos, "desde que seja usada parcimoniosamente". 
Com argamassa colante não é necessário umedecer o emboço ou contrapiso. É 
suficiente uma limpeza para remoção do pó e outros resíduos q j e possam 
prejudicar a aderência. E, o auxílio moderado de água ajudará nesta limpeza. 
Todavia, há situações como sol direto; dias quentes; e/ou correntes de ar que 
exigem o umedecimento das superfícies do emboço, a fim de não haver secagem 
prematura da argamassa colante, mesmo sendo esta de boa qualidade. 
V 
Fig. 56 
18.4.2.3 - Área de espalhamento 
Há duas características das argamassas colantes que devem ser observadas: 
1e) formação de película; 
2§) tempo em aberto. 
1 )̂ Formação de película 
Quando espalhada e penteada (dependendo das condições ambientes mais 
agressivas ou menos agressivas) na superfície dos cordões forma-se em menor 
ou maior tempo uma película que impedirá a aderência da peça à pasta de 
argamassa, quando a peça é simplesmente colocada sobre os cordões. 
Neste caso, ainda é possível aproveitar a argamassa colante se a peça for colocada 
alguns centímetros fora de posição, arrastada e percutida por pouca intensidade, 
mas com grande freqüência. A película tende a romper-se e a argamassa colante 
aderirá ao tardoz das peças. 
Percutir com impactos leves, mas com grande freqüência explora a propriedade 
de tixotropia que têm as argamassas colantes, ou seja, têm sua viscosidade 
diminuída sob intensa agitação. Isto facilitará a acomodação da peça em sua 
posição final e garantirá a aderência total com o tardoz (Fig. 56). 
Hoje já estão sendo usados vibradores portáteis que, aplicados sobre a superfície de 
cada peça, à medida que é assentada, causam a ruptura da película eventualmente 
formada e garantem a impregnação do tardoz da peça pela pasta de argatiassa colante. 
A verificação da formação da película pode ser feita praticamente com um toque 
com a ponta do dedo, o qual deverá ficar impregnado de pasta. 
Caso não fique impregnado, significa que ou só a película foi fornada e, neste 
caso, a argamassa ainda está fresca no interior dos cordões, ou além da película 
o tempo em aberto, adiante descrito, foi ultrapassado. Neste último caso, não há 
aproveitamento da argamassa colante, a qual deverá ser retirada e desprezada. 
2~) Tempo em aberto 
É o tempo decorrido desde a operação de pentear até o instante que ainda é 
possível assentar e fazer aderir uma placa cerâmica. 
Vencido este período, a argamassa não tem mais aproveitamento. 
Portanto, a área de espalhamento da pasta sobre um emboco ou um contrapiso 
depende das condições ambientes e da prática do oficial assentador em imprimir 
maior ou menor velocidade aos serviços de assentamento. Normalmente a área 
de espalhamento poderá ser de 1 m2. 
A operação de espalhamento consiste em estender a argamassa em camada lisa 
com o lado sem dentes da desempenadeira e, depois, pentear com ângulo cerca 
de 60 graus, formandocordões. 
18.4.2.4 - Água de amassamento 
É outra característica que deve ser determinada em laboratório, para cada produto. 
Tal valor gira em torno de 18% a 20% de água em relação à massa de argamassa 
colante em pó, e para os produtos nacionais. 
Na prática, apesar de os fabricantes indicarem nas embalagens uma proporção 
correta em litros de água por quilo de pó, em obra não há a preocupação de se 
fazer medidas, resultando em pastas mais fluidas ou mais consistentes, conforme 
critério pessoal do oficial assentador. 
Todavia, em obra, a tendência é utilizar pastas com quantidade de água pouco 
maior do que aquela indicada pelo fabricante. Dessa forma, intuitivamente, o oficial 
assentador compensa de certa maneira as perdas de água devidas às condições 
ambientais (calor e ventilação) e às elevadas absorções de água quer da base 
(emboço ou contrapiso), quer das placas cerâmicas. 
É de se notar que a pasta de argamassa colante mostra-se adequada para uso 
quando sua densidade é cerca de 1,8. 
Quanto às perdas de água em obra, às quais nos referimos acima, é necessário 
seguir as prescrições das Normas Brasileiras de Procedimentos de execução de 
revestimentos (1), nas quais estão previstas condições de necessidade de umedecer 
quer as placas cerâmicas, quer a base sobre a qual serão assentadas, em função 
das condições ambientais. 
A medida da consistência pelo "flow table" (mesa cadente) utilizada em ensaios 
de concreto apresenta duas dificuldades: 
19) Dificuldade em encher e compactar a pasta de argamassa colanie na forma 
tronco cônica, dada a aderência da pasta às paredes da forma, e dada a alteração 
da viscosidade pelos impactos com o soquete, tornando a argamassa mais fluida. 
Assim, havendo variação da viscosidade durante o ensaio, teremos problemas 
de repetitividade e reprodutibilidade dos ensaios. 
2-) As 30 quedas em 30 segundos novamente alteram a viscosidade diminuindo-
a, dada a propriedade tixotrópica das argamassas colantes. 
De um modo prático, lembramos que a proporção de água nas argamassas colantes é 
tal que, se colocamos pouca água, não será possível pentear a argamassa. Se a água 
estiver em excesso, igualmente não será possível pentear, pois os cordões fluem. 
Entre uma situação e outra a variação na proporção de água é pequena, e o 
oficial assentador mesmo sem medir consegue chegar no "ponto" adequado. 
Para peças grandes (massa maior), a argamassa é ligeiramente mais consistente, 
evitando seu escorregamento sobre a argamassa. 
Para peças pequenas a argamassa é utilizada com menor consistência. 
18.4.2.5 - Revestimento cerâmico 
No preparo do mesmo deve ser retirado do tardoz todo o pó mineral utilizado 
em sua fabricação (engobe), pois é evidente o grande prejuízo na aderência 
que ele causará. 
As peças são assentadas sobre os cordões alguns centímetros fora de posição, 
podendo ou não ter cordões de argamassa em seu tardoz (ver item 18.3 e Tabela 
6), dependendo de suas dimensões. 
Em seguida, há arrastamento da peça (Fig. 56) e impactos leves e de grande 
freqüência, em sua superfície. Ou, utilizando um vibrador manual aplicado sobre 
a superfície da peça cerâmica. Ou, ainda, um martelo de borracha. 
Quanto à impregnação do tardoz, as Normas Brasileiras de Procedimentos de 
execução (1) prescrevem, para qualquer dimensão das peças cerâmicas, 100% 
de impregnação para revestimentos em pisos internos ou externos, paredes e 
fachadas ou em qualquer outra situação, como os revestimentos de piscinas, 
câmaras frigoríficas, saunas, garagens e rampas. 
18.4.2.6 - Rejuntamento 
Proceder como descrito no Capítulo 15. 
1 8 . 5 - A r g a m a s s a s e l á s t i c a s 
Existem no mercado argamassas colantes adjetivadas como "flexíveis". 
Em diversos pontos deste livro, referimo-nos a argamassas de assentamento 
"extremamente plásticas". 
Assim, no Capítulo 11 e no final do item 11.1, quando tratamos da 'expansão por 
umidade" dos revestimentos cerâmicos, consideramos a hipótese extrema de que, 
se o revestimento fosse assentado com argamassas extremamente plásticas a 
tal ponto de permitirem a livre "expansão por umidade" do material cerâmico, o 
material do rejuntamento estaria sujeito a uma compressão de 180 kgf/cm2. 
Ainda sob a mesma hipótese, nos itens 11.3.3 e 11.3.4 do Capítulo 11 
exemplificamos com um cálculo teórico das juntas e módulo de elasticidade do 
material, comentando os riscos de utilizar, para o assentamento, materiais 
extremamente plásticos. 
Também no final do item 15.1.1 apresentamos a Tabela 5, em que, partindo 
de um módulo de elasticidade teórico e extremamente baixo da ordem de 
8.000 kgf/cm2, chegamos ao dimensionamento da largura das juntas. (Ver 
cálculo mais preciso no Apêndice I, na pág. 173.) 
E, finalmente, no Capítulo 17 e no final do item 17.2.9 chamamos a atenção de 
que a utilização de argamassas colantes elásticas não impedirá a expansão das 
placas cerâmicas devido à sua "dilatação higroscópica". E, sim, obrigará a adoção 
de juntas mais largas e preenchidas com materiais mais elásticos, sendo, então, 
indispensáveis criar juntas de movimentação. 
O que seriam argamassas elásticas? 
Para defini-las, teríamos que partir de uma argamassa padrão da qual 
conheceríamos seu Módulo de Elasticidade aE . " e, de acordo com necessidades padrão ' 
construt ivas específ icas, definir um novo Módulo de Elasticidade "Ee", 
evidentemente menor do que uEpadrà0", e tomá-lo como parâmetro máximo. Diríamos 
apenas que argamassas com Módulos de Elasticidade igual ou menor do que tal 
parâmetro "E0" seriam mais elásticas do que aquela tomada como padrão. 
Por ora não há Norma nacional ou estrangeira sobre especificação ou Método de 
Ensaio para definir argamassas elásticas. Encontramos'2* apenas sugestão de 
definição, ensaios e valores recomendados, mas para uma lâmina de argamassa 
colante endurecida submetida a ensaio de tração na flexão prescrita pela UEAtc 
- Union Europeén pour UAgrément Technique dans La Construction em seu guia 
Technician Guide for the Assessment of Ceramic Tile Adhesives (anc de 1990). 
Em resumo, de acordo com a recomendação da UEAtc, uma argamassa colante 
seria considerada flexível se uma lâmina endurecida da mesma, nas dimensões 
e condições descritas a seguir, se romperia e se deformaria no mínimo em 5 mm 
quando carregadas com P = carga de ruptura = 3 N (-300 g) concentrada no 
meio do vão. 
Em planta 
45 mm 80 mm 
Corte 
(2) 
(1) 
300 mm 
3 mm 
5 mm 
(1) Lâmina de poliestireno expandido com densidade 15 a 20 kg/m3 e com 
espessura de 5 mm, largura de 80 mm e comprimento de 300 mm. 
(2) Lâmina de argamassa colante moldada sobre a anterior com espessura de 3 
mm, largura de 45 mm e comprimento de 300 mm. 
Deformação controlada sob a carga P crescente deve ser de 2 mm por minuto. 
A metodologia sugerida pela UEAtc, e o valor mínimo da flecha (5 mm) para a 
carga de 3 N (= 300 g ou 0,3 kgf) permitem avaliar o módulo de elasticidade 
máximo de uma argamassa colante elástica, desde que a lâmina de argamassa 
prescrita atenda às três hipóteses, a saber: 
„ a 
a) Lei de Hooke (tensões proporcionais às deformações): t -— • 
8 
b) Hipótese de Navier: as seções se mantêm planas após a deformação; 
c) Hipóstese de Bernouilli: as duas condições anteriores, a para o caso de barras 
retas ou com raio de curvatura grande em relação à largura 'b' da barra e da altura 
'd' da barra levam a admitir a distribuição linear das tensões. 
(Linha neutra) 
Para os valores da figura abaixo 
I P = 0.3 kgf 
I I 
o O 
L = 30 cm 
« — • b = 45mm 
d = 3mm 
A4 P L 
Momento fletor máximo (em L/2): M — 
Momento de inércia em relação à reta que passa pelo centro de gravicade da seção: 
bd} 
J = 
12 
... J 
Módulo de resistência: W - — 
y 
sendo J7 — ~ vem W 
bd: 
tensão máxima a = 
M_ 
W 
ou G = 
3 PL 
2bd2 
Com os dados da metodologia UEAtc: 
L = 30 cm b = 4,5 cm d = 0,3 cm P = 300 g ou 0,3 kgf 
i s P L 
o momento fletor máximo (em L/2) é M = — = 2,25 kgf x cm 
bd3 
o momentode inércia é J = = 0,010125 cm4 
12 
E a tensão máxima será G (resistência à ruptura da lâmina de argamassa colante 
endurecida à tração na flexão) 
3 PL 
<3 = T 7 3 I = 33,33 kgf/cm2 = 3,5 MPa 
Iba 
O Módulo de Elasticidade da argamassa colante considerada flexível resulta da 
equação da linha elástica para EJ constante ao longo da lâmina de argamassa 
y = — ( 3 L 2 - 4x2) 
48 EJY ) 
L R PÚ 
A flecha máxima será para * = — j = 
2 48EJ 
A sugestão da UEAtc propõe que para P = 0,3 kgf a flecha deverá ser f = 0,5 cm 
então, 
EJ = 337,5 kgf x cm2 (produto de rigidez da lâmina de argamassa colante) 
sendo J = 0,010125 cm4 
o Módulo de Elasticidade máximo para que a argamassa seja considerada flexível, 
atendidas todas as condições acima, deve ser 
E = 33.333 kgf/cm2 = 3,5 GPa 
Note-se que para as dimensões adotadas para a lâmina de argamassa colante e 
para o limite mínimo da flecha f = 0,5 cm com carga de ruptura P = 0,3 kgf, teremos 
E = 1000 . a 
Bib l iogra f i a 
"> NBR-13.753 - dez/1996; NBR-13754 - dez/1996 e NBR-13755 - dez/1996: Normas de 
Procedimentos de execução de revestimentos. 
(2) Anais do II Simpósio Brasileiro de Tecnologia das Argamassas - 1997: Flexibilidade de 
Argamassas Adesivas - Akiama, Solange Y.; Medeiros, Jonas S,; Sabbatini, Fernando H. 
Capítulo 19 
Consumo de argamassa colante 
em diversas aplicações 
As argamassas colantes vêm sendo utilizadas em diversos serviços, para fixação 
de elementos construtivos e como camada de transição substituindo o chapisco 
convencional. 
Assim, encontramos aplicações no assentamento de revestimentos em geral, tais 
como revestimentos cerâmicos em pisos e paredes; ladrilhos hidráulicos, pisos 
de borracha; pastilhas cerâmicas; pedras naturais, como ardósia esquadrejada; 
assentamento de blocos de concreto simples e concreto leve (celular); e como 
chapisco colante. 
Todavia, sempre há dúvidas na avaliação do consumo. 
Procurando esclarecer o assunto, fizemos verificação em laboratório com algumas 
marcas de argamassa colante, que acabaram por comprovar, com boa 
aproximação, os consumos encontrados em obras. 
1 9 . 1 - D e n s i d a d e a p a r e n t e d a a r g a m a s s a c o l a n t e e m p ó 
As argamassas colantes são fornecidas em pó, contendo todos os seus 
componentes. Para determinação da densidade aparente, ou peso unitário do 
pó, foi utilizado um frasco de 1.000 ml. De uma embalagem fechada foram retiradas 
porções de pó com auxílio de concha. O frasco foi enchido com duas porções de 
pó e, em seguida, rasado com régua metálica e pesado. 
De cada embalagem foram feitas 10 determinações sem reutilizar as porções 
já pesadas. 
As médias aritméticas levaram ao valor de 1,53 para a densidade aparente ou 
peso unitário do pó de argamassa colante. 
1 9 . 2 - D e n s i d a d e d a m a s s a f r e s c a d e a r g a m a s s a c o l a n t e 
À determinada quantidade de água foi sendo adicionado pó até obter uma pasta 
de boa trabalhabilidade com desempenadeira denteada. 
Sobre este conceito gostaríamos de lembrar que, embora possa sugerir algo de 
critério pessoal e subjetivo, a trabalhabilidade é facilmente determinada pelo próprio 
comportamento da pasta de argamassa colante ao ser penteada com a 
desempenadeira denteada. 
Como já dissemos no Capítulo 18, havendo falta de água a mistura se desagrega 
e cai ao solo quando o operador tenta espalhar a pasta sobre a parede com 
desempenadeira denteada. Havendo excesso de água, a pasta flui; desmanchando 
os cordões inicialmente formados pela desempenadeira. 
Há uma faixa relativamente estreita da relação água/argamassa colante, para a 
qual os cordões de pasta formados pela desempenadeira permanecem estáveis. 
Encontramos para a quantidade de água necessária o valor de 19% em relação 
ao peso da argamassa colante em pó. 
A densidade da pasta assim obtida foi 1,8. 
Assim, temos os seguintes dados para avaliar o consumo: 
Pó + água = pasta 
4.500 g + 855 g 5.355 g 
ou, para obter 1 dm3 de pasta com densidade 1,8, calculamos: 
x + 0,19 x = 1.800 
1.513 g de pó + 287 g de água = 1.800 g de pasta 
Lembrando que 1 dm3 de pasta eqüivale a um milímetro de espessura em um 
metro quadrado de emboço ou contrapiso, teremos os seguintes ccnsumos de 
argamassa em pó por metro quadrado: 
Espessura da pasta Consumo de pó 
1 mm 1,5 kg/m2 
2 mm 3,0 kg/m2 
3 mm 4,5 kg/m3 
4 mm 6,0 kg/m2 
5 mm 7,5 kg/m2 
6 mm 9,0 kg/m2 
1 9 . 3 - A s s e n t a m e n t o d e r e v e s t i m e n t o s c e r â m i c o s 
Para duas superfícies perfeitamente planas, a espessura da pasta para um contato 
perfeito seria de 1 mm se considerarmos o diâmetro do agregado. Todavia, emboço 
e contrapiso são irregulares e as peças cerâmicas variam em sua espessura, 
mesmo dentro de limites de aceitação prescritos em Normas. 
19.3.1 - Emboço e contrapiso 
As Normas Brasileiras de Procedimentos consideram aceitável para o emboço 
um desvio de até 3 mm para um comprimento de dois metros (Figs. 58 A e B). 
O mesmo critério é prescrito para o contrapiso. 
Este desnivelamento terá de ser preenchido pela pasta de argamassa colante. 
Fig. 58 
19 .3 .2 - R e v e s t i m e n t o s c e r â m i c o s pa ra p i s o s 
Para placas cerâmicas, as Normas (2) consideram aceitáveis variações na 
espessura de 5% a 10%. Quanto ao empeno, é aceitável até ± 0,5% da medida 
da diagonal das peças. 
Isto significa que a pasta de argamassa colante mais uma vez deverá preencher 
irregularidades das superfícies e, neste caso, as variações somadas da espessura 
e do empeno das peças. 
Caso a pasta for estendida em quantidade insuficiente poderão ocorrer as situações 
das Figs. 59A e B. Na primeira a peça fica presa apenas pelas bordas e, ao percuti-
la, ouvir-se-á um som cavo dando a falsa impressão de que a peça está se soltando. 
Na segunda, a peça ficará presa somente na parte central e o trânsito de operários 
logo após o assentamento provocará o desprendimento da peça pelo efeito gangorra. 
Peça 
Fig. 59 
19 .3 .3 - R e v e s t i m e n t o s c e r â m i c o s pa ra p a r e d e s 
As Normas (2) consideram aceitáveis para placas cerâmicas as seguintes variações: 
- na espessura: ± 10% para placas até 190 cm2, e ± 5% acima de 190 cm2; 
- empeno côncavo: 1% da diagonal para placas até 90 cm2 e 0,5% para as demais; 
Peça cer; 
( D 
- empeno convexo: 1% da diagonal para placas até 90 cm2 e 0,5% para as demais. 
E tais variações devem ser fatalmente preenchidas pela pasta de argamassa colante. 
19.3.4 - Consumo 
Consideradas as variações do emboço, do contrapiso e das placas cerâmicas, 
somadas, chega-se à necessidade de urna espessura média de 3 mm após as 
placas assentadas. Isso resulta um consumo aproximado de 4,5 kg de argamassa 
em pó por metro quadrado de revestimento, consideradas peças de até 400 cm2 
de área da superfície. 
No item 18.3.5 do Capítulo 18 calculamos espessuras das camadas de argamassa 
em função das áreas do tardoz das peças e das desempenadeiras adequadas 
para o assentamento. 
Partindo daqueles valores obteremos os consumos abaixo: 
a - Placas até 400 cm2 
Desempenadeira 6 x 6 x 6 mm 
Argamassa colante sobre emboço ou contrapiso 
e = 3 mm consumo 4,5 kg/m2 
b - Placas de 400 cm2 até 900 cm2 
Desempenadeira 8 x 8 x 8 mm 
Argamassa colante sobre emboço ou contrapiso 
e = 4 mm consumo 6,0 kg/m2 
c - Placas > 900cm2 
Desempenadeira 8 x 8 x 8 mm 
Argamassa no tardoz e no emboço ou contrapiso 
e = 6 mm consumo 9 kg/m2 
d - Placas > 900 cm2 
Desempenadeira semicircular D = 20 mm e p = 3 mm 
Argamassa só no contrapiso 
e = 6 mm consumo 9 kg/m2 
1 9 . 4 - P a s t i l h a s c e r â m i c a s 
A argamassa colante é utilizada, neste caso, em substituição à massa fina. 
As irregularidades do emboço e contrapiso são as mesmas do item 19.3. 
O consumo de argamassa colante será de 4,5 kg/m2. 
1 9 . 5 - A s s e n t a m e n t o d e b l o c o s d e c o n c r e t o l e v e 
Após molhar a superfície a colar, a pasta é espalhada com desempenadeira 
denteada 6 x 6x 6 mm sobre as superfícies laterais dos blocos (Fig. 60). 
Fig. 60 
Considerando: 
- blocos de 40 x 60 cm ou 4 blocos/m2 de alvenaria; 
- consumo de 4,5 kg/m2 de superfície a colar. 
Obteremos os consumos por metro quadrado de alvenaria da Tabela 7. 
Tabela 7 
Espessura "e" 
do bloco 
cm 
Superfície a colar 
4(0,4+0,6).e 
m2 /m2 de alvenaria 
Consumo por m2 
de alvenaria 
Kg/m2 
8 0,32 1,45 
10 0,40 1,80 
15 0,60 2,70 
20 0,80 3,60 
1 9 . 6 - B l o c o s d e c o n c r e t o s i m p l e s 
Sobre os blocos previamente molhados, a pasta é aplicada com funil plástico tipo 
confeiteiro, com abertura de cerca de 1,8 cm de diâmetro, formando cordões contínuos. 
Os cordões são aplicados sobre as nervuras dos blocos da fiada já assentada e, 
para as juntas verticais, o bloco a ser assentado é colocado de pé, aplicando-se 
um cordão em cada extremidade (Fig. 61). 
Com argamassa colante de granulometria grossa obtêm-se juntas com cerca 
de 6 mm. 
Calculando o volume de pasta sobre as nervuras e juntas verticais, utilizando os 
valores do diâmetro do funil e densidade da pasta, obteve-se os seguintes 
consumos confirmados em obra: 
Blocos Por m2 de alvenaria 
39 x 19 x 19 7,3kg/m2 
39 x 19 x 14 7,0 kg/m2 
39 x 19 x 9 6,4 kg/m2 
7 - P l a c a s d e b o r r a c h a c o m c a v i d a d e s n a b a s e 
Para o preenchimento total das cavidades existentes na base das placas (1,8 
litro/m2), encontramos o consumo de 3,2 kg de pasta por metro quadrado de piso, 
o que eqüivale a 2,70 kg de pó por metro quadrado. 
Como sobre o contrapiso é necessária uma camada fina de pasta de argamassa 
colante para servir de contato, medimos esta quantidade encontrandc 1,95 kg de 
pasta por metro quadrado, equivalente a 1,85 kg de pó. 
Resumindo: 
Enchimento das cavidades da base 2,70 kg/m2 
Camada penteada sobre o contrapiso 1,65 kg/m2 
Total do consumo 4,35 kg/m2 
Podemos adotar 4,5 kg de argamassa colante em pó para cada metro quadrado de piso. 
Obs.: Quando da aplicação, recomenda-se apoiar a placa sobre os cordões e 
batê-la levemente, posicionando-a. Não bater a placa com intensidade e no seu 
centro, pois os cantos da placa se levantam saindo do nível e tornando impossível 
o acabamento. 
1 9 . 8 - C h a p i s c o 
O chapisco convencional é executado projetando com energia uma argamassa 
de cimento e areia grossa 1:3. 
O arremesso contra o forro ou o paramento de alvenaria ou concreto resulta em 
grande perda de material e desconforto para o oficial pedreiro. 
A argamassa colante por sua facilidade de aplicação com desempenadeira 6 x 6 
x 6 mm reduz as perdas a zero. Sua alta aderência (ruptura com 5 kgf/cm2) garante 
o suporte do emboço e reboco nos forros, que tem peso próprio total de cerca 54 
kgf/m2 (espessura total de 3 cm e densidade de 1,8) eqüivalendo a 0,0054 kgf/cm2. 
Portanto, com coeficiente de segurança 2, sobram cerca de 2,5 kgf/cm2 para 
equilibrar tensões que possam atuar no forro. 
Os próprios cordões de argamassa colantes aplicados de forma aleatória sobre a 
superfície criam a ancoragem necessária para receber o emboço. 
O consumo é da ordem de 4 kg de argamassa colante por metro quadrado de 
superfície, quando aplicado com a desempenadeira 6 x 6 x 6 mm. 
Dada a presença de resíduos de desmoldantes na superfície de concreto, ou 
quando esta é muito lisa ou antiga, convém jatear areia para sua limpeza perfeita 
antes da aplicação da argamassa colante como chapisco. Aliás, esta observação 
é válida também para os chapiscos convencionais. Isto evita o dissabor de ver os 
revestimentos de forros se destacarem na fase final da obra. 
1 9 . 9 - A s s e n t a m e n t o d e a r d ó s i a 
O assentamento de ardósia apenas colocando-a sobre uma argamassa de 
assentamento não atende às condições esperadas de aderência e, em pouco 
tempo, notam-se placas soltas que são rompidas pelo trânsito de veículos. 
A utilização de argamassa colante garantirá tal aderência. 
O processo consiste em aplicar uma camada de pasta de argamassa colante no 
tardoz da pedra, pentear com desempenadeira 6 x 6 x 6 mm, e deixar endurecer 
em ambiente úmido e à sombra. 
O assentamento é feito, então, sobre uma camada de argamassa comum de 
traço 1:6 de cimento e areia média úmida ou 1:0,5:5 ou ainda 1:1:7 de cimento, 
cal hidratada e areia média úmida. 
O consumo de argamassa colante é cerca de 4 kg/m2. 
B i b l i o g r a f i a 
(1) Fiorito, A. J. S. I. - Revista "Construção" n° 2.082 - jan./1988 - Ed. Pini. 
w NBR-13816 - abr./1997; NBR-13817 - abr./1997 e NBR-13818 - abr./1997: Placas cerâmicas. 
Capítulo 20 
Ensaios de argamassas colantes 
e Normas Brasileiras 
2 0 . 1 - E n s a i o s d e a r g a m a s s a s c o l a n t e s 
Os ensaios para caracterizar as argamassas colantes devem levar em conta os 
três estágios possíveis em que elas podem se apresentar: 
1§ - argamassa colante em pó; 
2a - argamassa colante quando ainda pasta; 
3- - argamassa colante preparada e endurecida. 
Em análise às Normas Americanas e Alemãs, podemos agrupar os ensaios ali 
prescritos nos três grupos acima. 
20 .1 .1 - A r g a m a s s a c o l a n t e e m pó 
- conteúdo de água livre; 
-dimensão máxima; 
- e, acrescentamos, densidade aparente. 
20 .1 .2 - A r g a m a s s a c o l a n t e q u a n d o a i n d a pas ta 
- densidade da pasta (não prescrita naquelas Normas); 
-início e fim de pega; 
- tempo em aberto; 
-ajustabilidade; 
-formação de película; 
- deslizamento, quando aplicada em superfícies verticais; 
- coesão imediata após a aplicação; 
- impregnação do tardoz; 
- mancha sob vidrado transparente; 
- outros. 
20 .1 .3 - A r g a m a s s a c o l a n t e p r e p a r a d a e e n d u r e c i d a 
- retração linear; 
- resistência à ruptura por tração simples: 
- resistência à ruptura por cisalhamento; 
- módulo de elasticidade. 
2 0 . 2 - N o r m a s Bras i le i ras 
Atualmente, estão em vigor três Normas Brasileiras de Procedimentos de execução 
em obras: 
NBR-13753 - dez./1996: revestimento de piso interno ou externo com placas 
cerâmicas e com utilização de argamassa colante -
Procedimento. 
NBR-13754 - dez./1996: revestimento de paredes internas com placas cerâmicas 
e com utilização de argamassa colante - Procedimento. 
NBR-13755 - dez./1996: revestimento de paredes externas e fachadas com placas 
cerâmicas e com utilização de argamassa colante -
Procedimento. 
Os textos destas três Normas Brasileiras são extremamente didáticos, claros e de 
fácil entendimento. Constituem um formidável passo para a melhoria e orientação 
de nossa mão-de-obra que, ainda hoje, não atingiu plenamente o conhecimento 
dos materiais envolvidos nos revestimentos. 
Por outro lado, as Especificações e Métodos de Ensaio para argamassas colantes 
estão prescritos nas seguintes Normas Brasileiras: 
NBR-14081 - abr./1998: argamassa colante industrializada para assentamento 
de placas de cerâmica - Especificação. 
NBR-14082 - abr./1998: argamassa colante industrializada para assentamento 
de placas de cerâmica - Execução do substrato padrão 
e aplicação de argamassa para ensaios - Procedimentos. 
NBR-14083 - abr./1998: argamassa colante industrializada para assentamento 
de placas de cerâmica - Determinação do tempo em 
aberto - Método de ensaio. 
NBR-14084 - abr./1998: argamassa colante industrializada para assentamento 
de placas de cerâmica - Determinação da resistência 
de aderência - Método de ensaio. 
NBR-14005 - abr./1990: argamassa colante industrial izada para assentamento 
de placas de cerâmica - Determinação do deslizamento-
Método de Ensaio. 
NBR-14086 - abr./1998: argamassa colante industrializada para assentamento 
de placas de cerâmica - Ensaios de caracterizarão no 
estado anidro. 
É de se notar que quando citamos, relacionamos e comentamos Normas, o fazemos 
considerando os textos que estão em vigor em determinado instante. Isso porque 
as normas têm um caráter dinâmico e estão sempre sujeitas a revisões, em vista de 
possíveis falhas técnicas, ou devido a novas técnicas maisapuradas, quer de mão-
de-obra, quer de equipamentos ou novas matérias-primas, ou simplesmente, para 
se adequarem cada vez mais às exigências e necessidade dos consumidores. 
Assim sendo, é imprescindível consultar sempre os fabricantes de argamassas 
colantes e a ABNT para verificar eventuais alterações e revisões das Normas. 
A seguir, faremos algumas considerações que julgamos de interesse. 
No Capítulo 5, tratamos da distribuição das tensões que atuam sobre os revestimentos, 
ficando claro que, quando se fala em resistência de aderência, há que se medir tal 
aderência referida à ruptura por tração simples e não ao cisalhamento. 
Quanto às dimensões do corpo-de-prova, que é parte de uma placa cerâmica, e 
quanto à velocidade de aplicação da carga de tração, devem ter uma definição 
precisa para possibilitar repetir, reproduzir e comparar os resultados dos ensaios 
elaborados por qualquer laboratorista (velocidade de aplicação da carga), em 
qualquer laboratório (dimensões da peça e velocidade de aplicação da carga) e 
comparação de resultados (mesma dimensão dos corpos-de-prova). E isto porque, 
em ensaios que efetuamos, observou-se que: 
- quanto maior a velocidade de aplicação da carga, maiores serão os resultados; 
- quanto menores as dimensões das peças ensaiadas (menor área sobre a qual é 
aplicado o esforço de tração), maiores serão os resultados. 
Os ensaios a que nos referimos acima estão descritos no item 20.2.1. 
20 .2 .1 - O b s e r v a ç õ e s s o b r e a v e l o c i d a d e d a c a r g a d e t r a ç ã o e a á r e a d a super f íc ie 
t r a c i o n a d a n o s e n s a i o s q u e m e d e m a a d e r ê n c i a 
20 .2 .1 .1 - Definição de uma velocidade e das dimensões do corpo-de-prova 
Apesar de prescrever a determinação da resistência ao cisalhamento, a Norma 
ASTM C-432-81/86 nos dá excelente subsídio quanto às dimensões da peça a 
ser ensaiada, e a velocidade de aplicação da carga de tração. 
Entre outros procedimentos dessa Norma, é prescrito que as placas cerâmicas 
utilizadas nos ensaios devem ser cortadas antes do assentamento. A operação 
de corte após o assentamento, com serra de disco ou de copo, introduzirá 
vibrações, torção e tensões de cisalhamento imprevisíveis, que fatalmente 
provocarão a ruptura parcial na superfície de ligação. Os resultados nos darão o 
diferencial entre a aderência que deveria ter sido medida e a aderência após a 
ruptura parcial devida à operação de corte. A Norma ASTM C-482-81/ 86 prescreve: 
-dimensões das peças: aproximadamente 10 x 10 cm (100 cm2) 
- velocidade de aplicação da carga de tração: 
200 ± 20 psi/min ou 
1,4 ± 0,1 MPa/min ou 
0,23 ± 0,02 kgf/cm2/s 
Para o corpo-de-prova 10 x 10= 100 cm 2 , a velocidade será: 
23 ± 2,3 kgf/s 
20 .2 .1 .2 - Ensaios realizados - comentários 
1 °) Preparamos cinco amostras de argamassa colante com composições diferentes 
e cujos resultados dos ensaios de tração deveriam apresentar valores lógicos em 
função de tais composições. 
Para cada amostra foram ensaiados três corpos-de-prova. 
A dimensão da área de tração foi adotada em 10 x 10 cm ou 100 cm2. 
A carga de tração foi aplicada com macaco hidráulico sem controle adequado da 
velocidade e dependendo da sensibilidade do operador. 
Os resultados obtidos não foram lógicos, conforme mostra o quadro abaixo. 
N° d a a m o s t r a R e s u l t a d o s e m k g f / c m 2 
5 e 2 6 ,5 
4 4 , 8 
1 5 ,2 
3 5 ,9 
As amostras foram numeradas fora da ordem esperada dos resultados, sendo que 
a amostra de número três deveria ter dado um resultado bem inferior às demais. 
Durante o ensaio, cronometramos o tempo de duração até a ruptura, notando 
que para os 15 ensaios o menor tempo foi de oito segundos e o maior foi de 
dez segundos. 
Avaliamos a velocidade de carregamento utilizando a média de todos os resultados 
(5,78 kgf/cm2) multiplicada pela área (100 cm2) e dividindo pela duração média do 
ensaio (9 segundos), resultando aproximadamente 60 kgf/s, ou 0,60 kgf/cm2/s. 
Este resultado é cerca de três vezes maior que o prescrito na ASTM C-482-81 86, 
parecendo ter sido este o motivo de termos obtido resultados muito próximos e 
de interpretação um tanto insegura, caso não conhecêssemos de antemão as 
amostras ensaiadas. 
2o) Preparamos mais uma rodada agora de quatro composições que deveriam 
levar a valores bem distintos da resistência à ruptura por tração. 
Os ensaios foram sobre peças cortadas nas dimensões 50 x 50 mm (25 cm2), 
conforme prescrito na Norma DIN-1 8156 - parte 2, a qual também é omissa 
quanto à velocidade da carga de tração, dizendo apenas que "deve ser aumentada, 
tanto quanto possível, uniformemente" (!?). 
Utilizado o mesmo equipamento de tração e mantida a velocidade média 
encontrada de 60 kgf/s do ensaio anterior, verificamos que a velocidade de tração 
sobre os 25 cm2 de superfície tracionada foi de 2,4 kgf/cm2/s, ou seja, dez vezes 
maior do que aquela prescrita na ASTM C-482. 
Os resultados obtidos foram altos e exageradamente próximos, impedindo qualquer 
interpretação, conforme pode ser verificado no quadro de resultados a seguir. 
A m o s t r a n° R e s i s t ê n c i a k g f / c m 2 M é d i a 
1 1 0 , 9 / 1 1 , 8 / 9 , 9 10 ,9 
2 1 1 , 8 / 1 1 , 5 / 9 , 2 10 ,8 
3 1 2 , 7 / 8 , 6 / 1 1 , 7 11 ,0 
4 1 0 , 9 / 1 0 , 4 / 9 , 5 1 0 , 3 
3o) As mesmas quatro amostras de argamassa colante, anteriores foram 
novamente ensaiadas em corpos-de-prova de dimensões 10 x 10 cm (100 cm2) 
utilizando para o carregamento uma máquina de tração de aços, para garantir 
uma velocidade de 20 kgf/s ou, para os 100 cm2, a velocidade de 0,20 kgf/cm2/s. 
Os resultados obtidos foram coerentes, conforme mostra o quadro a seguir. 
A m o s t r a n c R e s i s t ê n c i a k g f / c m 2 M é d i a 
1 6 , 3 5 / 8 , 7 5 / 7 , 4 5 7 , 5 2 
2 7 ,10 /6 ,85 / - 6 , 9 8 
3 6 , 1 0 / 6 , 1 0 / 6 , 1 0 6 , 1 0 
4 3 , 7 0 / 4 , 6 0 / 4 , 3 5 4 , 2 2 
20.2.1.3 - Conclusões 
1°) Para a argamassa preparada e endurecida, a aderência é significativa quando 
é medida por ensaio de tração simples. 
2-) A área adequada para determinar a aderência por tração simples é de 10 x 10 
cm ou 100 cm2. Lembramos que há ensaios que foram feitos desde os anos de 
1970 sobre corpos-de-prova com tais dimensões. Os resultados se apresentaram 
com valores no entorno de 5 kgf/cm2 (0,5 MPa), valor este que poderia ser adotado 
como especificação, uma vez que o grande laboratório foi constituído por inúmeras 
obras que utilizaram milhares de toneladas de argamassa colante, desde os anos 
de 1970, com resultados satisfatórios. 
3-) As amostras de placas cerâmicas devem ser cortadas nas dimensões 10 x 10 cm 
antes de serem assentadas sobre a base. 
4Ô) A velocidade de tensionamento não pode ser arbitrária. Velocidade 
extremamente baixa pode romper o corpo-de-prova com cargas abaixo da 
aderência real, devido à influência da deformação lenta. Velocidades altas tendem 
a igualar todos os resultados e acima do valor real da aderência. 
Como exemplo, se a aderência medida em corpos-de-prova 10 x 10 (100 cm2) for 
de 5 kgf/cm2, a carga aplicada será de 500 kgf. Se aplicarmos 500 kgf 
instantaneamente (alta velocidade) em corpo-de-prova 5 x 5 cm (25 cm2), a ruptura 
se dará com os 500 kgf e poderíamos ser levados a afirmar que a aderência é de 
500 kgf/25 cm2 ou 20 kgf/cm2. 
A variação da tensão de tração sobre o corpo-de-prova, em função da velocidade 
de aplicação da carga em kgf/cm2/s, varia conforme o gráfico da Fig. 62. A 
velocidade ideal no ensaio deve estar fora das faixas assintóticas. 
Fig. 62 
Em função dos resultados obtidos no ensaio descrito, parece-nos adequada a 
velocidade prescrita na Norma ASTM C-482-81/86, ou seja, 20 kgf/seg em corpos-
de-prova 1 0 x 1 0 cm, ou de 0,20 kgf/cm2/s. É indispensável utilizar um aparelho 
de tração que garanta tal velocidade, independentemente de critério ou 
sensibilidade de operadores. 
N o t a : Leia o Apêndice II - à página 181 - "Interpretação de teste expedito de aderência em obras, 
e sua não validade.A P Ê N D I C E I 
E X E M P L O D E C Á L C U L O DA L A R G U R A D A S J U N T A S E M Ó D U L O 
D E E L A S T I C I D A D E D O M A T E R I A L D E R E J U N T A M E N T O 
No Capítulo 11 - seção 11.3.4 (página 102); no Capítulo 15 (páginas 126 e 127); 
e no Capítulo 18 - seção 18.5 (página 155), apresentamos cálculo simplificado 
partindo da hipótese de que a placa cerâmica teria sido assentada com uma 
argamassa colante "extremamente plástica" permitindo que toda a expansão por 
umidade (EPU) da placa cerâmica tivesse livre curso. Os cálculos que levaram à 
Tabela 4 (página 103) e Tabela 5 (página 127) referem-se a tal hpótese e dão 
uma idéia aproximada da importância da expansão por umidade (EFU) das placas 
cerâmicas e sua influência na largura necessária mínima das juntas de 
assentamento e do módulo de elasticidade (E) do material de rejuntamento. 
Todavia, as placas cerâmicas assentadas não têm a liberdade de se deformar 
totalmente devido à sua EPU ou devido a uma variação de temperatura. Há ligação 
íntima das mesmas com a argamassa colante; emboço ou contrapiso; e a camada 
suporte (alvenaria ou laje de concreto). Nessas condições as camadas sob as placas 
cerâmicas, devido à aderência obrigatória entre todas elas, funcionam como uma 
espécie de freio impedindo as placas cerâmicas de se expandirem livremente. 
A seguir, apresentamos um exemplo de cálculo da largura necessária da junta de 
assentamento e qual deverá ser o módulo de elasticidade (E) do material de 
rejuntamento, em função da EPU da placa cerâmica e de um gradiente térmico 
ao longo da espessura de uma parede revestida. 
1 - Consideremos uma alvenaria de tijolos maciços chapiscada, emboçada e com 
revestimento em placas cerâmicas coladas com argamassa colante. 
2 - Características dos materiais das diferentes camadas: 
a) placa cerâmica 
Módulo de elasticidade EL = 350.000 kgf/cm2 = 35 GPa 
SL = seção transversal por centímetro de largura = 0,7 cm x 1 cm = 0,7 cm2 
onde 0,7 cm é a espessura da placa cerâmica. 
Ô = expansão por umidade (EPU) = 0,0004 mm/mm 
a , - 0,000005/°C - coeficiente de dilatação térmica linear 
b) argamassa (chapisco + emboco + argamassa colante) 
Módulo de elasticidade EA = 100.000 kgf/cm2 = 10 GPa 
SA = seção transversal por centímetro de largura = 3 cm x 1 cm = 3 cm2 
onde 3 cm é a espessura das três camadas de argamassa 
«A= 0,000010/^C = coeficiente de dilatação térmica linear 
c) suporte (alvenaria de tijolos maciços) 
Módulo de elasticidade Ec = 100.000 kgf/cm2 = 10 GPa 
Sc = seção transversal por centímetro de largura = 15 cm x 1 cm = 15 cm2 
onde 15 cm é a espessura da alvenaria de tijolos maciços 
ccc = 0,000005/°C = coeficiente de dilatação térmica linear 
3 - Gradiente térmico 
Continuando o exemplo, vamos supor que o revestimento de uma fachada, 
constituída pelas camadas acima caracterizadas, tenha sido executada quando 
os materiais de todas elas estavam a uma temperatura de +20 °C, e cue, quando 
em serviço e em um determinado instante, a temperatura do revestimento em 
placas cerâmicas atingiu +40 °C, e que a temperatura da alvenaria suporte (e do 
ambiente interno) ficou em +20 °C. Vamos, ainda, supor que devido a um gradiente 
térmico a temperatura da camada de argamassa passou para +30 °C. 
Para efeito de cálculo, teremos: 
variação da temperatura das placas cerâmicas: 
AtL = +40 - 20 = +20 °C 
variação da temperatura do chapisco + emboço + argamassa colante: 
AtA = +30 - 20 = +10 °C 
variação da temperatura do suporte (alvenaria): 
Atc =+20-20=0 °C 
4 - Compressão nas juntas devida exclusivamente à EPÜ. 
No Capítulo 11, seção 11.2, onde tratamos da expansão por umidade das placas 
cerâmicas, calculamos as forças internas que atuam nas três camadas de um 
revestimento, encontrando: 
NL = -k . E L . S L . Ô atuando nas placas cerâmicas 
Na = EA . SA . d . (1 - k) atuando na camada de argamassa 
NC = Ec . Sc . d . (1 - k) atuando no suporte 
onde 
. _ & A $ A + Eç SC 
E S + E S + E S s e m P r e positivo e menor do que 1 
Substituindo os valores conforme item 2, obtemos as seguintes forças internas: 
N L = - 8 6 . 2 6 kgf por centímetro de largura (compressão na placa cerâmica) 
NA = +14,38 kgf por centímetro de largura (tração nas argamassas) 
Nc = +71,88 kgf por centímetro de largura (tração no suporte) 
Note que as forças internas devem estar em equilíbrio ( I N = 0) 
A tensão de compressão na placa cerâmica devida exclusivamente à EPU 
(expansão por umidade) será: 
N L = - 8 6 ! 2 6 = _ l c w 2 
L SL 0,7x1 
Esta é a compressão que atua também no filete de rejuntamento entre as placas 
cerâmicas, devido exclusivamente â EPU da placa cerâmica. 
É interessante notar que, antes de prosseguir com os cálculos da largura 
necessária para as juntas de assentamento e o módulo de elasticidade "E" 
necessário máximo do material de rejuntamento, deve-se verifica' a tensão de 
cisalhamento na base da placa cerâmica (ligação com a argamassa colante). 
Para tanto, teremos de definir as dimensões da placa cerâmica. 
Adotando uma placa de 10 cm x 10 cm, como exemplo de cálculo, teremos para 
a tensão de cisalhamento: 
N, 86,26 2 T = — — = = 8,26 kof / cm 
10x1 10 
onde 
N, é a força que atua na seção transversal da placa cerâmica em 1 cm de 
largura, e 10 cm é o comprimento da placa cerâmica na mesma direção de N (. 
Os valores encontrados para "x" devem ser sempre inferiores aos valcres de ruptura 
obtidos no ensaio de laboratório. Caso contrário, é de se esperar que a ligação 
entre a base da placa cerâmica e a argamassa de assentamento romper-se-á e o 
revestimento sofrerá flambagem e desagregará. 
5 - Compressão nas juntas devida exclusivamente a um gradiente térmico. 
No Capítulo 10, tratamos da ação da temperatura sobre os revestimentos. 
O cálculo das forças internas é análogo ao exposto no Capítulo 11 para a EPU. 
Neste caso, as forças internas são dadas por: 
a) atuando na seção transversal da placa cerâmica: 
N = (<*A & A ~ °-L &L ) EA$A + K ~ U<L &L ) ECSC 
m 
ES + E S + E S • 
com tn = L L — - sempre positivo e maior do que 1 
L L 
b) atuando na seção transversal da camada de argamassas: 
NÁ = (aL AtL - aA AtA ) EASA 
c) atuando na seção transversal do suporte 
Nc = (a, AtL - ac Atc ) ECSC + ^ • NL 
Substituindo os valores conforme item 2 e item 3, obtemos as seguintes forças 
internas devido ao gradiente térmico: 
N L = - 1 7 , 9 7 kgf por centímetro de largura (compressão na placa cerâmica) 
N A = - 2 2 . 0 0 kgf por centímetro de largura (compressão nas argamassas) 
Nc = +39,97 kgf por centímetro de largura (tração no suporte) 
Note que as forças internas devem estar em equilíbrio ( I N = 0) 
A tensão de compressão na placa cerâmica devida exclusivamente ao gradiente 
térmico definido no item 3, será: 
NL - 17 ,97 2 
SL 0 , 7x1 
Esta é a compressão que atua também no filete de rejuntamento entre as placas 
cerâmicas devida exclusivamente ao gradiente térmico definido no item 3. 
Como fizemos no item 4, antes de prosseguir com os cálculos da largura necessária 
para as juntas de assentamento e o módulo de elasticidade "E" necessário máximo 
do material de rejuntamento, deve-se verificar a tensão de cisalhamento na base 
da placa cerâmica (ligação com a argamassa colante). 
Para tanto, utilizamos as mesmas dimensões (10 cm x 10cm) da placa cerâmica 
NL 1 7 , 9 7 2 
x = — — = = 1,8 kgf / cm 
10x1 10 
onde 
NL é a força que atua na seção transversal da placa cerâmica em 1 cm de largura, 
e 10 cm é o comprimento da placa cerâmica na mesma direção de NL. 
Como já dissemos, os valores encontrados para "x" devem ser sempre inferiores aos 
valores de ruptura obtidos no ensaio de laboratório. Caso contrário é de se esperar 
que a ligação entre a base da placa cerâmica e a argamassa de assentamento 
romper-se-á e o revestimento sofrerá flambagem e se desagregará. 
6 - Ação conjunta da EPU (0,0004) e do gradiente térmico considerado. 
Conforme calculado e para a estrutura caracterizada nos itens 2 e 3:N l e p u = -86,26 kgf e NL GRT = -17,97 kgf 
Na seção transversal da placa cerâmica e, consequentemente, no rejuntamento, 
e para 1 cm de largura, atuará a força 
N = -86,26 - 17,97 = -104,23 kgf 
a tensão de compressão na junta será: 
N - 1 0 4 , 2 3 u o n M , , 2 
CT = = — = - 1 4 8 , 9 0 kgf / cm 
0 , 7 1 x 1 0 , 7 
O aumento da dimensão da placa cerâmica devida à EPU é dada por 
AdEPÜ= AL, + AL2 
conforme Fig. 35 e seção 11.2 do Capítulo 11, onde 
AL, = Sd e AL2 = ÜLMÍLA 
ELSL 
"d" é a dimensão da placa na mesma direção de NL. 
Analogamente, para o gradiente térmico considerado, o aumento da dimensão 
da placa cerâmica é dado por 
A F A 1 , ^L GRT ' D 
Para os valores adotados neste exemplo de cálculo: 
6 = 0,0004 para a EPU da placa cerâmica 
d = 10 cm para a dimensão da placa cerâmica na mesma direção de NL 
NLEPÜ =-86,26 kgf 
E l = 350.000 kgf/cm2 = 35 GPa 
SL = 0,7 cm x 1 cm = 0,7 cm2 (0,7 espessura da placa = altura da junta) 
encontraremos 
Ad EPU = 0,000479 cm 
Para 
cxL = 0,000005/°C 
AtL = 20°C 
NLGRT =-17,97 kgf 
d = 10 cm 
encontraremos 
Ad GnT = 0,000267 cm 
O aumento total nas dimensões da placa cerâmica é igual ao encurtamsnto sofrido 
pela largura da junta entre as placas cerâmicas 
Aj = 0,000479 + 0,000267 = 0,000749 cm 
Neste ponto, duas são as alternativas: 
fixamos a largura "j" da junta e achamos o módulo de elasticidade "E" máximo 
para o material de rejuntamento; 
ou 
fixamos um módulo de elasticidade "E" máximo para o material de rejuntamento e 
determinamos a largura mínima da junta. 
1 - Primeira alternativa. 
Fixamos para a junta a largura j = 7 mm = 0,7 cm 
Sabemos que a deformação V é dada por 
£ = 4 / = 0 , 000746 
j 0 ,7 
e que o módulo de elasticidade "E" é dado por 
E = — = — — = 139.681 kgf / cm2 = 14 GPa 
8 0,001066 
ou seja, para a largura de 7 mm atribuída à junta, o módulo de elasticidade poderá 
chegar a até 14 GPa. 
2 - Segunda alternativa. 
Fixamos um módulo de elasticidade máximo "E" para o material de rejuntamento 
e a partir das mesmas expressões anteriores chegamos à largura mínima da 
junta de assentamento 
Emàx = 10 GPa = 100.000 kgf/cm2 
8 = O L = J 4 8 1 9 _ = 8 9 
E 100.000 
Aj 0 ,000746 
/ min = = = 0,5 cm = 5 mm 
J m m 8 0 ,001489 
A P Ê N D I C E II 
I N T E R P R E T A Ç Ã O D E T E S T E E X P E D I T O D E A D E R Ê N C I A E M O B R A S C O M 
A Q U I N A D E C O L H E R D E P E D R E I R O O U C O M C H A V E D E F E N D A , E S U A 
N Ã O V A L I D A D E . 
Recentemente, fui consultado por colega, o qual me perguntava como era possível 
descolar facilmente uma placa cerâmica de seu substrato com uma simples chave 
de fenda. Dizia ele:"... em outro caso interessante, se quiser retirar uma placa 
cerâmica de 10x10 cm fazendo um esforço normal à sua superfície, precisamos 
de uma força de 300, 500 ou 1.000 kgf. Mas, com uma simples chave de fenda 
(ou quina de colher de pedreiro) ela se solta e, em alguns casos, ela até pula". 
Traduzindo os dados fornecidos acima estaríamos aplicando nas placas cerâmicas 
uma tensão de tração de 3 kgf/cm2 (0,3 MPa); 5 kgf/cm2 (0,5 MPa) ou 10 kgf/cm2 
(1,0 MPa), respectivamente. 
Para analisar o "efeito da chave de fenda" vamos recordar alguns princípios de 
Resistência dos Materiais. 
Consideremos uma barra de secção S e comprimento d sujeita a uma força de 
tração N. 
_Ad 
Ela sofrerá um alongamento Ad e uma deformação dada por: £ - —r 
a 
_ N 
e, a tensão a que ela está submetida é dada por <J - ~ 
Relacionando G com e temos, até certo valor de G e para materiais usuais, que a 
deformação £ é proporcional à tensão G. É a Lei de Hooke, exposta pela primeira 
vez no ano de 1.678. 
Ao coeficiente de proporcionalidade E entre G e £ é o que se denomina de Módulo 
de Elasticidade. 
placa cerâmica 
N 
placa cerâmica 
CG 
N 
/ \ 
V / / / / / / / / / / / A v / / / / / / / / / / / / / , 
. A A A 
© | © 
a 
E = t g a = -
_N _ A d 
Sendo a - ~ e 8 - —— 
ò a 
. j Nd 
Temos A a = expressão que usaremos mais adiante. 
Consideremos a placa cerâmica quadrada de lado a= 10 cm 
citado no início. A introdução da ponta da chave de tenda 
origina uma força vertical N na extremidade da placa cerâmica. 
Do estudo das tensões, sabe-se que "quaisquer que sejam 
os esforços solicitantes que atuem em uma secção, podem 
ser reduzidas a um momento fletor e a uma força aplicada no 
centro de gravidade da secção". 
Então, a força N na extremidade da placa é equivalente à 
mesma força N aplicada no centro de gravidade mais o 
momento fletor M cujo valor é: 
M = N.— 
2 
Trata-se de uma flexão composta, cuja tensão em uma secção 
é dada por: 
N M 
* = y ± y -y 0 ) o n d e 
N 
~ - é a tensão devida à força normal N e 
4 - M . 
——y -y — — é a tensão devida ao momento M 
J = momento de inércia da secção S da placa 
W = módulo de resistência, e 
y = metade da altura, para secção retangular 
Sendo 
h 
: ; y = 
y 
w J -
b/r r bh3 
; y = - Resulta W = 
No nosso caso a placa cerâmica tem secção quadrada b = h = a e S = a. a = a2, 
igual à secção da argamassa colante que lhe é subjacente, onde atuam N e M. 
Substituindo esses valores na expressão (1), temos: 
N , 3 N 
a' cr 
N 3N _ 4N 
então, a tensão máxima de tração é a i - ~T + T a i ~~ 2 
a cr a 
N 3N 2N 
e, a tensão máxima de compressão é - r ~ ~ 
cr cr a~ 
P o s i ç ã o d a L i n h a N e u t r a L N 
No último gráfico de página anterior temos a soma das tensões devidas a N no 
centro de gravidade 
N _ M 
- — mais as devidas ao momento fletor M, C7V/ - ± — 
S W 
A posição da Linha Neutra LN, é obtida por semelhança de triângulos: 
= f f _ 2 
_ _ f resultando J ~ ~ x l 
°2 a J 3 
A r g a m a s s a c o l a n t e e a c h a v e d e t e n d a , o u c o l h e r d e pedre i ro . 
A norma 14.081/2005 especifica para uma argamassa colante Tipo I uma 
resistência de aderência (ruptura à tração) um mínimo de 0,5 MPa, eu 
5 kgf/cm2, aos 28 dias de idade. 
Portanto, conforme as notações anteriores, temos que a, = 5 kgf/cm2 
4N 4 NJkgf 
Considerando que G, = —— teremos 5 kgf/cm2 = 7 1 a2 10x10 cm2 
resultando N = 125 kgf 
força essa aplicada pela chave de fenda ou quina da colher de pedreiro na borda 
da placa cerâmica de 10 x 10 cm faz com que a tensão de aderência de 5 kgf/cm2 
(0,5 MPa) seja atingida, causando a ruptura da ligação da placa cerâmica com a 
argamassa colante, ou a ruptura por tração da própria argamassa colante. E isso, 
aos 28 dias de idade da argamassa colante. 
Mas, como atingir tal força de 125 kgf de tração? 
No início desta exposição vimos que um deslocamento Ad causado per uma força 
N aplicada a um material de Módulo da Elasticidade E, e de secção transversal S, 
é dado por 
A d = . onde ~~ = tensão de tração no centro da gravidade da área 
ES S 
tracionada = O f , ou seja, a tensão em f/2. 
a, = 5 kgf/cm' ,2 
Conforme gráfico anterior, o valor de G. é de 2,5 kgf/cm2 e, sendo f = (2/3).a = 
(2/3). 10 = 6,67 cm resulta para a força de tração aplicada no centrc de gravidade 
da secção tracionada o valor de 
N' = G. . S = 2,5 kgf/cm2 x (fx10) cm2 = 166,67 kgf. 
O valor de Ad vem com 
N = 166,67 kgf (esforço de tração no centro de gravidade da área tracionada); 
d = espessura da camada de argamassa colante que supomos ser de 0,2 cm; 
E = Módulo de Elasticidade da argamassa colante Tipo I, que supomos ser de 
120.000 kgf/cm2; 
S = secção de aplicação do esforço de tração = (a. f) = 10 cm . 6,67 cm 
ou seja, S = 66,7 cm2. 
Então, A d = ] 6 6 > 6 7 k 8 Í x 0 > 2 c m
 = o 000004c/? ? = 0 , 0 0 0 0 4 / m * 
1 2 0 . 0 0 0 kgf x 66,7cm 
Portanto, por ocasião da ruptura devida a um esforço de tração de 125 kgf 
aplicado na borda da placa cerâmica, sendo 2 mm a espessura da argamassa 
colante endurecida, o alongamento Ad (não confundir com a deformação e que 
A d 
é a relação ~~~, dada em %) será de 0,00004 mm. 
Consideremos uma chave de fenda de tamanho médio com as medidas da figura 
Admitindo que a ponta tenha 0,5 mm de espessura e largura de 6 mm,a secção 
na ponta da chave de fenda será de 0,05 cm x 0,6 cm = 0,03 cm2 
Um esforço manual de apenas 3 kgf na chave de fenda para introduzi-la sob a 
placa cerâmica, resultará em uma tensão de compressão transmitida pela 
extremidade da chave de fenda á argamassa colante endurecida de 
3 kgf / 0,03 cm2 = 100 kgf/cm2 
suficiente para destruir por compressão a camada de argamassa colante e permitir 
o início da penetração da ponta da chave de fenda (ou quina de colher de pedreiro) 
entre a placa cerâmica e o substrato. Aí se inicia a aplicação de um esforço N que 
tende a separar a placa cerâmica da argamassa colante. 
Por outro lado, nota-se que em cerca de 8 mm a cunha passa de 0.5 mm para 
2,5 mm. 
Uma simples regra de três nos diz que um aumento de altura de Àd = 0,00004 
mm (igual ao alongamento da camada de argamassa colante endurecida sob a 
ação de N = 125 kgf - ver cálculos anteriores) corresponde a uma penetração da 
chave de fenda sob a placa cerâmica de insignificantes 0,0001 mm no sentido 
horizontal 
Se sobe 2,5 mm em 8 mm de comprimento 
subirá 0,00004 mm em x = 0,0001 mm 
Esse "desprezível" avanço de 0,0001 mm da chave de fenda sob a placa 
cerâmica será suficiente para gerar a nada inofensiva força N = 125 kgf de 
tração entre a placa cerâmica e a argamassa colante, ocasionando a tensão 
de ruptura de 5 kgf/cm2, ou 0,5 MPa. 
Fica evidente que a placa cerâmica se solta com grande facilidade quanto 
introduzimos uma chave de fenda ou a quinta da colher de pedrero, próxima 
ao cabo. 
A placa cerâmica "solta simplesmente" se o teste é feito com a argamassa colante 
ainda fresca e plástica, sendo sua resistência devida apenas à sua coesão. 
Também solta facilmente nos primeiros dias após a colagem devido à baixa 
resistência de aderência. E, "até pula" se o teste é feito após o 14° dia e até o 28° 
dia de idade, quando já há grande rapidez da mesma. Claro que o efeito que se 
observa neste tipo de teste tem todas as gradações possíveis, conforme o tempo 
transcorrido entre o estado da argamassa colante quando ainda fresca e plástica 
e a argamassa colante rígida aos 28 dias de idade. 
Os Engenheiros de obras devem estar atentos a esse tipo de teste (ou de 
terrorismo?) ainda hoje utilizado por alguns mestres de obra e mesmo de ladrilhistas 
quando "querem provar" que uma argamassa colante, que lhes é pouco simpática, 
é de "baixa qualidade". Os únicos testes válidos são os preconizados pela ABNT 
nos Anexos A - Normativos - das Normas NBR 13.753/96; NBR 13.754/96 e 
NBR 13.755/96 que prescrevem como determinar a resistência de acerência em 
obra, e pela NBR 14.084/2004 quando em Laboratório. 
A P Ê N D I C E III 
U m e s t r a n h o c a s o d e " E f l o r e s c ê n c i a " 
Nos idos de 1962, tínhamos terminado um prédio de um Grupo Escolar em uma 
cidade do interior paulista. Houve a entrega da obra após detalhadamente 
verificada a conformidade com o projeto. Houve posterior entrega à Secretaria 
competente e, finalmente, o início das atividades escolares. 
O prédio tinha apenas dois andares: o térreo e um andar superior. As salas ficavam 
todas do mesmo lado da edificação e, no lado oposto, um corredor extenso de 
acesso às salas de aula. As salas de aula eram extremamente amplas e a 
iluminação feita através de três janelões (caixilhos de ferro, de correr) para cada 
sala. A iluminação natural era adequada e vinha pelo lado esquerdo das carteiras, 
como é recomendado. O primeiro janelão de cada sala correspondia ao estrado 
onde estavam instaladas as mesas das professoras e os quadros-negros. 
Decorrido cerca de um ano de utilização do prédio a empresa para a qual eu 
trabalhava foi acionada pela fiscalização do Estado informando que havia surgido 
um problema técnico que demandava vistoria in loco, com a presença de técnicos 
das partes interessadas para saber as causas e, consequentemente, dar uma 
solução definitiva. 
Viajamos sem saber ao certo qual seria o tal problema. Sabia-se. apenas, que 
era na fachada. No dia aprazado, reunimo-nos no jardim sob as salas de aula. 
Éramos quatro engenheiros. Eu, representando a empresa construtora e os 
demais, representando as várias repartições do Estado. 
A questão era referente à fachada correspondente às salas de aula. A mesma 
era revestida, no geral, por emboço e reboco, este pintado. Sob cada janela, 
porém, havia panos da mesma largura de cada jane la e com al tura 
correspondente à distância entre o peitoril e a laje de piso. Coisa de mais ou 
menos 1 metro de altura. Tais panos eram revestidos com placas cerâmicas 
extrudadas imitando tijolos à vista, com juntas de cerca de 7 mm. A absorção de 
água de tais placas, de acordo com o fabricante, era de aproximadamente 3%, 
portanto razoavelmente impermeáveis. 
O exame da fachada mostrava que certa região desses panos sob o primeiro, 
quarto, sétimo e décimo janelão, e sempre do lado esquerdo de quem observava 
a fachada, apresentava manchas esbranquiçadas difusas, em várias nuanças, 
com cerca de meio metro de diâmetro. 
Imediatamente concluiu-se que seria o que hoje se identifica como "eflorescência". 
Mas, qual seria a causa? 
Não havia canalizações de água potável ou de águas pluviais embutidas na parede 
correspondendo a tais "eflorescências", o que as justificaria por eventual vazamento. 
Aliás, a simetria até justificaria tal possibilidade, mas teria que haver vazamentos 
coincidentemente repetitivos, o que tornou a hipótese impossível. 
Houve quem tentou interpretar tal ocorrência, argumentando que a água da chuva, 
escorrendo pelos vidros, poderia ter penetrado sob o peitoril e alcançado a 
argamassa de assentamento das placas cerâmicas e, finalmente, caminhado para 
a superfície arrastando consigo sais solúveis. A evaporação de água teria feito 
aparecer depósitos dos tais sais solúveis na superfície das placas cerâmicas, 
sais esses provenientes da cal e do cimento utilizados na composição das 
argamassas de assentamento dos tijolos da parede, do emboço e da argamassa 
de assentamento das placas cerâmicas. 
Embora tão fácil assim, sem dúvida, parecia ser uma excelente explicação. É de 
se notar que naquela época pouco se sabia sobre tal ocorrência que anos depois 
soubemos serem tratadas por "eflorescência" pelos ceramistas. 
Não havendo mais o que especular a respeito, traçaram-se metas que nós, 
construtores, deveríamos cumprir. 
Partindo do simples para o complexo, estabeleceu-se de comum acordo que, 
primeiramente, tentaríamos fazer uma limpeza de tais manchas, mas, antes, 
retiraríamos amostras do material esbranquiçado para levá-lo a análise química, 
a fim de confirmar a possível teoria, que parecia estar correta. 
As providências incluíam, também, acionar o fabricante das placas cerâmicas visando 
repor as mesmas, uma vez que a absorção das placas cerâmicas parecia, no caso, 
ser elevada, e teria proporcionado a passagem de água; o que seria indesejável 
visto que umas das qualidades apregoadas pelo fabricante era justamente a baixa 
absorção de água e relativa impermeabilidade, qualificando tais placas cerâmicas 
como apropriadas para revestir fachadas. Amostras retiradas do local deveriam ser 
levadas a laboratório de ensaios para determinar sua absorção. 
Nós, construtores, teríamos que demolir e reconstruir os panos afetados, arcando 
com os custos. 
Encerrada a vistoria em ambiente francamente cordial, estávamos prontos para 
nos despedir quando nossa atenção foi chamada por batidas abafadas vindas do 
alto. Qual foi nosso espanto ao ver uma professora 'limpar' o pó de giz preso ao 
apagador batendo-o 'coincidentemente' sobre a tal mancha esbranquiçada. 
Como em um passe de mágica tudo ficou esclarecido. A grande dúvida da simetria 
das ditas "eflorescências" nada tinha de coincidência. A única coincidência, aliás, 
era que estavam direcionadas com os estrados destinados às professoras e com 
os quadros-negros. E, se tivéssemos feito a análise química iríamos encontrar, 
fatalmente, sulfato de cálcio. De onde viria? 
Então,cuidado com as aparências ou ilusões: nem tudo o que vemos é. 
Revestimentos/Instalação 
Devem ser consultadas as Normas Brasileiras de Procedimentos de execução: NBR-13753 - dez./1996; 
NBR-13754 - dez./1996 e NBR-13755 - dez/1996. 
Os seus textos são extremamente didáticos, claros e de fácil entendimento. 
1 - Piso sobre o terrapleno (Método Convencional) 190 
2 - Piso sobre o terrapleno (Método de Colagem) 192 
3 - Piso sobre laje rebaixada (Método Convencional) 194 
4 - Piso sobre laje rebaixada (Método de Colagem) 196 
5 - Piso sobre laje (Método Convencional) 198 
6 - Piso sobre laje (Método de Colagem) 200 
7 - Piso sobre laje de cobertura (Método Convencional) 202 
8 - Piso sobre laje de cobertura (Método de Colagem) 204 
9 - Revestimentos cerâmicos sobre alvenaria interna (Método Convencional) 206 
10 - Revestimentos cerâmicos sobre alvenaria interna (Método de Colagem) 208 
11 - Pastilhas sobre alvenaria interna ou externa (Método Convencional) 210 
12 - Pastilhas sobre alvenaria interna ou externa (Método de Colagem) 212 
13 - Placas de borracha com cavidades ou pinos sobre terrapleno (Método de Colagem) 214 
14 - Placas de borracha com cavidades ou pinos sobre laje (Método de Colagem) 216 
15 - Peças cerâmicas prensadas sobre alvenaria externa (Método de Colagem) 218 
16 - Peças cerâmicas extrudadas sobre alvenaria externa (Método Convencional) 220 
17 - Placas de ardósia sobre o terrapleno (Método semiconvencional ou semicolado) 222 
18 - Placas de ardósia sobre laje de cobertura (Método semiconvencional ou semicolado) 224 
19 - Piso de placas cerâmicas extrudadas sobre terrapleno (Método Convencional) 226 
20 - Piso de placas cerâmicas extrudadas sobre laje de cobertura (Método Convencional) 228 
1 
T e r r a p l e n o ( 1 ) 
• Preparar o terrapleno para evitar umidade natural do solo. 
Esta camada deverá ter excelente permeabi l idade para 
que a água não suba por capi lar idade. Isso pode ser 
conseguido com a retirada da camada superficial de solo 
pouco permeável - 30 a 40 cm - e reaterro c o m o mesmo 
solo misturado com areia ou entulho da própria obra. 
• Api loar o ter rap leno e co locar uma camada de pedra 
br i tada. 
Atenção para pisos sobre terrenos argi losos ou humíferos, 
que retém energicamente a água. Para conter o f luxo de 
umidade utilizar mantas impermeáveis. 
• Prever uso de drenos para os casos extremos de pressão 
negativa, e lençol freático aflorado ou a pouca profundidade. 
L a s t r o d e c o n c r e t o s i m p l e s ( 1 ) 
• Sobre o terrapleno executar lastro de concreto simples, 
bem dosado e adensado, próprio para servir de barreira 
à água, dada sua impermeabi l idade. 
• Executar o lastro c o m caimentos necessár ios à perfeita 
drenagem superficial do piso acabado. 
• A g u a r d a r c u r a c o m p l e t a a n t e s d a s o p e r a ç õ e s de 
colocação do revestimento. 
S u p e r f í c i e d o l a s t r o - p r e p a r o 
ü E l im ina r tudo q u e p o s s a p r e j u d i c a r a a d e r ê n c i a da 
argamassa de assentamento. Caso o lastro seja ant igo 
ou sua superfície muito lisa. apicoá-lo. Umedecer e aplicar 
camada de c imento Port land fo rmando pasta e. sobre 
ela, estender a argamassa de assentamento. 
A r g a m a s s a d e a s s e n t a m e n t o ( 2 ) 
• Espessura de 2 a 3 cm no máximo. Quando, por motivo 
de projeto, for necessár io espessu ra maior, execu ta r 
c o n t r a p i s o s s u p e r p o s t o s t a n t o s q u a n t o s f o r e m 
necessár ios , de m o d o a resul tar sempre espessu ras 
individuais de 2 a 3 cm. Cada camada só S9rá executada 
após secagem e retração (cura completa) da camada 
anter ior. 
• O acabamento superf icial dos contrapisos será áspero. 
As emendas, se houver, serão executadas umedecendo 
a s u p e r f í c i e e a p l i c a n d o c i m e n t o P o r t l a n d c o m u m 
formando pasta. 
• Traço sugerido em volumes: uma parte de cimento para 
seis partes de areia média úmida. 
• Quant idade de argamassa a preparar: será tal de modo 
que o assentamento estará concluído antes do início de 
pega do cimento. 
• Ap l icação da a rgamassa: estendè- la sobre a pasta de 
c imento na superf íc ie do lastro. C o m auxíl io da colher 
aper tá- la c o m f i rmeza, e l iminando a maior quant idade 
possível de vazios. Sarrafear a superfície. 
• Área de apl icação da argamassa: o ideal será em faixas 
com cerca de 60 cm de largura para facilitar a colocação 
das peças do piso. O compr imento será tal de modo a 
estar concluído o assentamento antes do h íc io de pega 
do cimento. 
Revestimento cerâmico Lastro de concreto simples 
Pa sta de cimento 
Ju 
CO 
i ta expansão/ 
n tração 
Ar. gam. 
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Junta normal 
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Terrapleno 
J u n t a s (4 ) 
• Projetar antes do inicio do assentamento {ver Capitulo 15). 
J u n t a s d e a s s e n t a m e n t o 
• Obrigatórias entre as peças. Variam de 2 a 10 mm em 
função do tamanho e formato das peças e do aspecto 
que se quer alcançar. 
J u n t a s e s t r u t u r a i s 
• São as da estrutura, e devem ser respeitadas em toda a 
espessura do revestimento. 
J u n t a s d e e x p a n s ã o / c o n t r a ç ã o 
• Dependem da destinação e exposição a variações térmicas 
ou de umidade relativa do ar a que está sujeito o revestimento. 
P a s t a d e c i m e n t o ( 3 ) 
• Sobre a argamassa de assentamento, ainda fresca, 
espargir cimento Portland em pó. distribuindo-o o mais 
uniformemente possível. A pasta resultante deverá ter 
espessura de 1 mm, o que significa o uso de 1,5 kg de 
cimento em pó por metro quadrado. 
• Usar colher de pedreiro para auxiliar a formação da pasta 
de cimento. Lembrar que a pasta de cimento Portland é a 
cola do método convencional que estamos descrevendo. 
L i m p e z a 
• Logo após "bater", limpar com pano úmido e da melhor 
forma possível. 
C u r a 
• Antes de rejuntar, manter o piso coberto por cerca de 
sete dias. 
R e j u n t a r 
• Aguardar o maior tempo possível para que ocorram a 
secagem e a retração da argamassa de assentamento. 
Lembrar que para argamassas expostas 80% de sua 
retração se dá aos sete dias. 
• Antes de rejuntar, escovar e umedecer as juntas entre as 
peças. 
• Preencher as juntas com pasta do rejunte. Deixar "puxar" 
e, em seguida, limpar e dar acabamento com espuma 
macia, limpa e úmida. 
P r o t e ç ã o 
• Na fase final da obra. os pisos são submetidos a mau trato 
enérgico: respingos de tinta, areia, trânsito de operários 
etc. Isso exige proteção eficaz até a entrega da obra. 
R e v e s t i m e n t o s c e r â m i c o s ( 3 ) 
• Imersão em água com antecedência, de modo a estar 
úmidos e não saturados quando da colocação. 
O tempo de imersão depende do "grupo de absorção" a 
que pertencem. 
Leituras recomendadas: 
(1) Capitulo 14 • Eflorescência 
(2) Capitulo 09 - Retração 
(3) Capitulo 13 - Pasta de cimento 
(4) Capítulo 15 - Juntas 
Atenção: quando da colocação das peças sobre a pasta 
de cimento, elas deverão estar úmidas, mas não saturadas 
de água. 
Qualquer excesso de água na pasta mudará a relação água/ 
cimento, reduzindo sua resistência e consequentemente a 
aderência das peças. 
• As peças serão pressionadas e batidas uma a uma à medida 
que são colocadas sobre a pasta de cimento, a fim de garantir 
contato perfeito de todo o tardoz com a pasta. 
• Coberta a área preparada, repassar as "batidas" com 
auxílio de prancha de madeira aparelhada 15 x 30 cm e 
martelo. O maior número de batidas melhora a aderência. 
Piso sobre o terrapleno 
(Método de Colagem) 2 
• Enquanto no método convencional todas as operações 
devem ser executadas seguidamente e no mesmo dia 
com prejuízo no rendimento do serviço, este método de 
colagem é dividido em duas fases bem distintas e de alto 
rendimento de mão de obra: 
a) execução do contrapiso. sua cura e secagem;b) colagem das peças. 
T e r r a p l e n o ( 1 ) 
ü Preparar o terrapleno para evitar umidade natural do solo. 
Esta camada deverá ter excelente permeabil idade para 
que a água não suba por capi laridade. Isso pode ser 
conseguido com a retirada da camada superficial de solo 
pouco permeável - 30 a 40 cm - e reaterro com o mesmo 
solo misturado com areia ou entulho da própria obra. 
• Apiloar o terrapleno e colocar uma camada de pedra britada. 
Atenção para pisos sobre terrenos argilosos ou humíferos, 
que retêm energicamente a água. Para conter o fluxo de 
umidade utilizar mantas impermeáveis. 
• Prever uso de drenos para os casos extremos de pressão 
nega t i va e lenço l f r eá t i co a f l o rado ou a pouca 
profundidade. 
L a s t r o d e c o n c r e t o s i m p l e s ( 1 ) 
• Sobre o terrapleno executar lastro de concreto simples, 
bem dosado e adensado, próprio para servir de barreira 
à água, dada sua impermeabilidade. 
• Executar o lastro com caimentos necessários à perfeita 
drenagem superficial do piso acabado. 
• Aguardar cura completa antes da execução do contrapiso. 
S u p e r f í c i e d e l a s t r o - p r e p a r o 
• E l iminar tudo que possa pre jud icar a aderênc ia da 
argamassa do contrapiso. Caso o lastro seja antigo ou 
sua superfície muito lisa, apicoá-lo. Umedecer e aplicar 
camada de cimento Portland formando pasta e sobre ela 
estender a argamassa do contrapiso. 
C o n t r a p i s o ( 2 e 3 ) 
• Também chamado piso morto, camada de regularização 
ou intermediária. 
• Espessura de 2 a 3 cm no máximo. Quando, por motivo 
de projeto, for necessár io espessura maior, executar 
c o n t r a p i s o s s u p e r p o s t o s t a n t o s q u a n t o s f o r e m 
necessár ios, de modo a resultar sempre espessuras 
individuais de 2 a 3 cm. Cada camada só será executada 
após secagem e retração (cura completa) da camada 
anter ior. 
• O acabamento superf ic ial será áspero: sarrafeado ou 
desempenado. 
• Traço sugerido em volumes: uma parte de cimento para 
seis partes de areia média úmida. 
• Quantidade de argamassa a preparar: será tal de modo 
que seu espalhamento e acabamento superficial ocorram 
antes do início de pega do cimento. 
• Apl icação da argamassa: estendê-la sobre a pasta de 
cimento na superfície do lastro. Com auxílio da colher 
apertá-la com f irmeza, el iminando a maior quantidade 
possível de vazios. Sarrafear a superfície. 
Rovostimcnto cerâmico Lastro de concreto simples 
Ar gamassa colanto 
Junta expansão/ 
contração 
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piso 
sta de cimento j u n 
Junta normal 
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Terrapleno 
• Área de aplicação: não há limitações. O serviço é de alto 
rendimento, podendo ser interrompido na posição que 
estiver no fim da jornada de trabalho. O aproveitamento 
da mão-de-obra é máximo. 
Cura 
• Antes de passar para a 2a fase (colagem) aguardar o 
maior tempo possível para que ocorram a secagem e a 
retração da argamassa do contrapiso. Lembrar que para 
a argamassa 80% de sua retração se dá aos sete dias de 
idade. 
J u n t a s (4 ) 
• Projetar antes do início do assentamento (ver Capítulo 15). 
J u n t a s d e a s s e n t a m e n t o 
• Obrigatórias entre as peças, variam de 2 a 10 mm em 
função do tamanho e formato das peças e do aspecto 
que se quer alcançar. 
J u n t a s e s t r u t u r a i s 
• São as da estrutura e devem ser respeitadas em toda a 
espessura do revestimento. 
J u n t a s d e e x p a n s ã o / c o n t r a ç ã o 
• Dependem da dest inação e expos ição a var iações 
térmicas ou de umidade relativa do ar a que está exposto 
o revestimento. 
L i m p e z a 
ü Este método proporciona serviço extremamente limpo. 
Eventual refluxo de pasta é retirado com pano seco. 
P r o t e ç ã o 
ü Nunca ande sobre as peças logo após coladas. Eventual 
empeno côncavo pode provocar efeito de gangorra ao 
p isar , so l tando a peça. A res is tênc ia máx ima da 
argamassa colante se dá aproximadamente aos 14 dias 
de idade. 
R e j u n t a r 
• É possível rejuntar no dia seguinte, usando pranchas 
largas sobre o piso. 
• Antes de rejuntar, escovar e umedecer as juntas entre as 
peças. 
• Preencher as juntas com pasta do rejunte. Deixar "puxar" 
e, em seguida, limpar e dar acabamento com espuma 
macia, limpa e úmida. 
P r o t e ç ã o 
• Na fase final da obra. os pisos são submetidos a mau trato 
enérgico: respingos de tinta, areia, trânsito de operários 
etc. Isso exige proteção eficaz até a entrega da obra. 
P a s t a d e a r g a m a s s a c o l a n t e ( 5 ) e (6 ) 
• Não é necessário umedecer a superfície do contrapiso. 
Todavia, esta operação não deve ser proibida. A umidade, 
se houver, reforçará a cura da pasta. 
• Espalhar pasta de argamassa colante com desempenadeira 
denteada formando cordões. A quantidade de pasta deve 
ser suficiente para preencher irregularidades do nível do 
contrapiso. bem como do empeno das peças. 
Leituras recomendadas: 
(1) Capitulo 14 - Eflorescência 
(2) Capítulo 6 - Retração de argamassas 
(3) Capitulo 8 - Tensões 
(4) Capitulo 15 - Juntas 
(5) Capítulos 18 e 19 - Método de Colagem 
(6) NBR-13753 • dez./1996 
• Espalhar a pasta em faixas de 60 cm para facilitar a 
colocação das peças. 
• Desempenadeira: conforme tabela 1 da NBR 13.753/96 
Atenção para locais ventilados e ensolarados: controlar 
a extensão da faixa, pois pode se formar película sobre 
os cordões, falseando a aderência das peças. 
R e v e s t i m e n t o s c e r â m i c o s 
• Não é necessária a imersão. Todavia, esta operação não 
deve ser proibida. Um pouco de umidade, se houver, 
reforçará a cura da pasta. 
• As peças serão pressionadas e batidas uma a uma à 
medida que são colocadas sobre os cordões. 
• Deve haver esmagamento total dos cordões de pasta e 
contato pleno com todo o tardoz das peças. 
3 
• As lajes rebaixadas são utilizadas para embutir canalizações 
de esgoto, banheiros, lavabos, áreas de serviço etc. 
Uma alternativa freqüentemente utilizada consiste em não 
rebaixar a laje, executando as canalizações sob a mesma. 
Neste caso o forro, em placas de gesso, é rebaixado, 
abrigando as canalizações. Esta solução é mais prática e 
simples, reduzindo custos de execução e, notadamente, 
os custo de manutenção. 
I m p e r m e a b i l i z a ç ã o ( 1 ) 
ü A superfície da laje rebaixada e as paredes até a altura 
do piso acabado deverão ser impermeabilizadas. 
C a m a d a d e e n c h i m e n t o 
• Após a e x e c u ç ã o e tes te d e e s t a n q u e i d a d e das 
canal izações o rebaixo será preenchido com material 
a b s o l u t a m e n t e seco . f o r m a n d o um las t ro p a r a o 
revestimento. Chamamos a atenção sobre a necessidade 
de u t i l i za r m a t e r i a l seco para es ta c a m a d a . Para 
exemplificar, se tivermos um rebaixo de 20 cm (200 l/m2 
de piso) preenchido com material de densidade aparente 
1(um) e com teor de umidade 2%, estaremos levando 
para dentro do rebaixo quatro litros de água por metro 
quadrado de piso. Esta água vai se manifestar ou no forro 
do andar inferior, ou no piso do andar superior como 
eflorescência (2), ou em ambos. 
Os mater iais para enchimento são ti jolos furados de 
cerâmica, fragmentos de placas de concreto celular, agre-
gado leve de argila expandida etc. 
C a m a d a d e r e g u l a r i z a ç ã o 
• Executada sobre o material de enchimento do rebaixo. É 
constituída de argamassa no traço sugerido de uma parte 
de cimento para cinco partes de areia média úmida e 
mais um impermeabilizante. 
• Sua superfície terá acabamento áspero e caimentos para 
os ralos. 
• A argamassa de assentamento só será aplicada após 
c o m p l e t a s e c a g e m da a r g a m a s s a da c a m a d a de 
regularização (3). 
A r g a m a s s a d e a s s e n t a m e n t o ( 2 ) (3) 
• Espessura de 2 a 3 cm no máximo. Quando, por motivo 
de projeto,for necessár ia espessura maior, executar 
c o n t r a p i s o s s u p e r p o s t o s t an tos q u a n t o s f o r e m 
necessár ios, de modo a resultar sempre espessuras 
individuais de 2 a 3 cm. Cada camada só será executada 
após secagem e retração (cura completa) da camada 
anterior. 
• O acabamento superficial dos contrapisos será áspero. 
As emendas, se houver, serão executadas umedecendo 
a super f í c ie e ap l i cando c imen to Por t land c o m u m , 
formando pasta. 
• Traço sugerido em volumes: uma parte de cimento para 
seis partes de areia média úmida. 
• Quantidade de argamassa a preparar: será tal de modo 
que o assentamento estará concluído antes do inicio de 
pega do cimento. 
• Apl icação da argamassa: estendê-la sobíe a pasta de 
cimento na superfície da camada de regularização. Com 
auxílio da colher apertá-la com firmeza, eliminando a maior 
quantidade possível de vazios. Sarrafear a superfície. 
• Área de aplicação da argamassa: o ideal será em faixas com 
cerca de 60 cm de largura para facilitar a colocação das peças 
do piso. O comprimento será tal de modo a estar concluído o 
assentamento antes do início de pegado cimento. 
M r 
Revestimonto corâmico 
Pasta de cimento 
Argamassa 
do assontamento 
Enchimonto do robaixo com 
material totalmente seco 
Pasta do cimento Junta normal 
Camada do regularização 
com impermeabilizante 
20 a 30 cm Rebaixo para 
canalizações 
Impermeabilização Forro do andar inferior Laje do concreto armado 
J u n t a s (5 ) 
• Projetar antes do início do assentamento (ver Capítulo 15). 
J u n t a s d e a s s e n t a m e n t o 
• Obrigatórias entre as peças. Variam de 2 a 10 mm em 
função do tamanho e formato das peças e do aspecto 
que se quer alcançar. 
J u n t a s e s t r u t u r a i s 
• São as da estrutura suporte e devem ser respeitadas em 
toda a espessura do revestimento. 
J u n t a s d e e x p a n s ã o / c o n t r a ç ã o 
• Dependem da dest inação e expos ição a var iações 
térmicas ou de umidade relativa do ar a que está exposto 
o revestimento. 
P a s t a d e c i m e n t o ( 4 ) 
• Sobre a argamassa de assentamento, ainda fresca, 
espargir cimento portland em pó, distribuindo-o o mais 
uniformemente possível. A pasta resultante deverá ter 
espessura de 1 mm, o que significa o uso de 1,5 kg de 
cimento em pó por metro quadrado. 
• Usar colher de pedreiro para auxiliar a formação da pasta 
de cimento. Lembrar que a pasta de cimento Portland é a 
cola do método convencional que estamos descrevendo. 
R e v e s t i m e n t o s c e r â m i c o s ( 4 ) 
• Imersão em água, com antecedência, de modo a estar 
úmidos e não saturados quando da colocação. 
O tempo de imersão depende do "grupo de absorção" a 
que pertencem. 
Atenção: quando da colocação das peças sobre a pasta 
de c imento , elas deverão estar úmidas , mas não 
saturadas. Qualquer excesso de água na pasta mudará 
a relação água/cimento, reduzindo sua resistência e 
consequentemente a aderência das peças. 
• As peças serão pressionadas e batidas uma a uma à 
medida que são colocadas sobre a pasta de cimento, a 
fim de garantir contato perfeito de todo o tardoz com a 
pasta. 
• Coberta a área preparada, repassar as "batidas" com 
auxílio de prancha de madeira aparelhada 15 x 30 cm e 
martelo. 
O maior número de batidas melhora a aderência. 
L i m p e z a 
• Logo após "bater", limpar com pano úmido e da melhor 
forma possível. 
C u r a 
• Antes de rejuntar, manter o piso coberto por cerca de 
sete dias. 
R e j u n t a r 
ü Aguardar o maior tempo possível para que ocorram a 
secagem e a retração da argamassa de assentamento. 
Lembrar que para argamassas expostas 80% de sua 
retração se dá aos sete dias. 
• Antes de rejuntar, escovar e umedecer as juntas entre as 
peças. 
• Preencher as juntas com pasta do rejunte. Deixar "puxar" 
e, em seguida, limpar e dar acabamento com espuma 
macia, limpa e úmida. 
P r o t e ç ã o 
• Na fase final da obra. os pisos são submetidos a mau trato 
enérgico: respingos de tinta, areia, trânsito de operários 
etc. Isso exige proteção eficaz até a entrega da obra. 
Leituras recomendadas: 
(1) "Impermeabilização" - Suplemento P<ni - nov./1984 
(2) Capítulo 14 • Eflorescência 
(3) Capitulo 9 - Retração 
(4) Capitulo 13 - Pasta de cimento 
(5) Capítulo 15 - Juntas 
4 
• As lajes rebaixadas são utilizadas para embutir canalizações 
de esgoto, banheiros, lavabos, áreas de serviço etc. Uma 
alternativa freqüentemente utilizada consiste em não rebaixar 
a laje, executando as canalizações sob a mesma. Neste caso 
o forro, em placas de gesso, é rebaixado abrigando as 
canalizações. Esta solução é mais prática e simples, reduzindo 
custos de execução e, notadamente, o custo de manutenção. 
I m p e r m e a b i l i z a ç ã o ( 1 ) 
• A superfície da laje rebaixada e as paredes até a altura 
do piso acabado deverão ser impermeabilizadas. 
C a m a d a d e e n c h i m e n t o ( 2 ) 
• A p ó s a execução e tes te de e s t a n q u e i d a d e das 
canal izações o rebaixo será preenchido com material 
a b s o l u t a m e n t e seco , f o r m a n d o um las t ro pa ra o 
revestimento. Chamamos a atenção sobre a necessidade 
de u t i l i za r ma te r i a l s e c o para es ta c a m a d a . Para 
exemplificar, se tivermos um rebaixo de 20 cm (200 l/m2 
de piso) preenchido com material de densidade aparente 
1(um) e com teor de umidade 2%, estaremos levando 
para dentro do rebaixo quatro litros de água por metro 
quadrado de piso. Esta água vai se manifestar ou no forro 
do andar inferior, ou no piso do andar superior como 
eflorescência (2), ou em ambos. 
Os mater iais para enchimento são t i jolos furados de 
cerâmica, fragmentos de placas de concreto celular, agre-
gado leve de argila expandida etc. 
C a m a d a d e r e g u l a r i z a ç ã o 
• Executada sobre o material de enchimento do rebaixo. É 
constituída de argamassa no traço sugerido da uma parte 
de cimento para cinco partes de areia média úmida e 
mais um impermeabilizante. 
• Sua superfície terá acabamento áspero e caimentos para 
os ralos. 
• A argamassa do contrapiso só será aplicada após completa 
secagem da argamassa da camada de regjlarização (3). 
• Nota : Enquan to no m é t o d o convenc iona l t odas as 
operações daqu i para d iante devem ser executadas 
seguidamente e no mesmo dia com prejuízo no rendimento 
do serviço, este método de colagem é dividido em duas 
fases bem distintas e de alto rendimento de mão-de-obra: 
a) execução do contrapiso. sua cura e secagem; 
b) colagem das peças. 
C o n t r a p i s o ( 4 e 5 ) 
• Também chamado piso morto, camada de regularização 
ou intermediária. 
• Espessura de 2 a 3 cm no máximo. Quando, por motivo de 
pro je to , for necessá r i a e s p e s s u r a m a o r , executar 
contrapisos superpostos tantos quantos forem necessários, 
de modo a resultar sempre espessuras individuais de 2 a 
3 cm. Cada camada só será executada após secagem e 
retração (cura completa) da camada anterior. 
• O acabamento superf ic ial será áspero: sarrafeado ou 
desempenado. 
• Traço sugerido em volumes: uma parte de cimento para 
seis partes de areia média úmida. 
• Quantidade de argamassa a preparar: será tal de modo 
que seu espalhamento e acabamento superficial ocorram 
antes do início de pega do cimento. 
• Apl icação da argamassa: estendê-la sobre a pasta de 
cimento na superfície da camada de regularização. Com 
auxílio da colher apertá-la com firmeza, eliminando a maior 
quantidade possível de vazios. Sarrafear a superfície. 
• Área de aplicação: não há limitações. O serviço é de alto 
rendimento, podendo ser interrompido na posição que 
estiver no fim da jornada de trabalho. O aproveitamento 
da mão-de-obra é máximo. 
C u r a 
• Antes de passar para a 2 ' fase (colagem) aguardar o maior 
tempo possível para que ocorram a secagem e a retração 
da argamassa do contrapiso. Lembrar que para argamassa 
80% de sua retração se dá aos sete dias de idade. 
J u n t a s (6 ) 
• Projetar antes do inicio do assentamento(ver Capítulo 15). 
J u n t a s d e a s s e n t a m e n t o 
• Obrigatórias entre as peças. Variam de 2 a 10 mm em 
função do tamanho e formato das peças e do aspecto 
que se quer alcançar. 
J u n t a s e s t r u t u r a i s 
• São as da estrutura suporte e devem ser respeitadas em 
toda a espessura do revestimento. 
J u n t a s d e e x p a n s ã o / c o n t r a ç ã o 
• Dependem da dest inação e expos ição a var iações 
térmicas ou de umidade relativa do ar a que está exposto 
o revestimento. 
P a s t a d e a r g a m a s s a c o l a n t e ( 7 ) e ( 8 ) 
• Não é necessário umedecer a superfície do contrapiso. 
Todavia, esta operação não deve ser proibida. A umidade, 
se houver, reforçará a cura da pasta. 
• Espalhar pasta de argamassa colante com desempenadeira 
denteada formando cordões. A quantidade de pasta deve 
ser suficiente para preencher irregularidades do nível do 
contrapiso. bem como do empeno das peças. 
• Espalhar a pasta em faixas de 60 cm para facilitar a 
colocação das peças. 
• Desempenadeira: conforme Tabela 1 da NBR 13.753/96. 
Atenção para locais ventilados e ensolarados: controlar a 
extensão da faixa, pois pode se formar película sobre os 
cordões, falseando a aderência das peças. Na dúvida, 
pressionar uma peça sobre os cordões e retirá-la logo 
em seguida, sua base deverá estar totalmente impregnada 
de pasta fresca. 
R e v e s t i m e n t o s c e r â m i c o s 
• Não é necessária a imersão. Todavia, esta operação não 
deve ser proibida. Um pouco de umidade, se houver, 
reforçará a cura da pasta. 
• As peças serão pressionadas e batidas uma a uma à 
medida que são colocadas sobre os cordões. 
Deve haver esmagamento total dos cordões e contato pleno 
da pasta com todo o tardoz das peças. 
L i m p e z a 
• Este método proporciona serviço extremamente limpo. 
Eventual refluxo de pasta é retirado com pano seco. 
P r o t e ç ã o 
• Nunca ande sobre as peças logo após coladas. Eventual 
empeno cóncavo pode provocar efeito de gangorra ao 
p isar , so l tando a peça. A res is tênc ia máx ima da 
argamassa colante se dá aproximadamente aos 14 dias 
de idade. 
R e j u n t a r 
• É possível rejuntar no dia seguinte, usando pranchas 
largas sobre o piso. 
• Antes de rejuntar, escovar e umedecer as juntas entre as 
peças. 
• Preencher as juntas com pasta do rejunle. Deixar "puxar" 
e, em seguida, limpar e dar acabamento com espuma 
macia, limpa e úmida. 
P r o t e ç ã o 
• Na fase final da obra os pisos são submetidos a mau trato 
enérgico: respingos de tinta, areia, trânsito de operários 
etc. Isso exige proteção eficaz até a entrega da obra. 
Leituras recomendadas 
(1) "ImpermeabilizaçãoSuplemento Pini - nov./84 
(2) Capitulo 14 - Eflorescência 
(3) Capitulo 9 - Retração e Revestimentos 
(4) Capítulo 6 • Retração 
(5) Capitulo 8 - Tensões 
(6) Capitulo 15 • Juntas 
(7) Capítulos 18 e 19 - Método de Colagem 
(8) NBR-13753 - dez./1996 
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S u p e r f í c i e d a l a j e 
• E l im ina r t u d o q u e p o s s a p r e j u d i c a r a a d e r ê n c i a da 
argamassa de assentamento ou, se houver, da argamassa 
da camada de regularização ou contrapiso, que se destine 
a embutir eletrodutos para tomadas de piso (1) e (2). Caso 
a laje seja antiga ou sua superfície muito lisa, apicoá-la. 
Umedecere aplicar camada de cimento Portland, formando 
pasta imediatamente antes de estender a argamassa de 
assentamento ou de regularização. 
A emenda com pasta de cimento introduzirá um vinculo 
que impedirá parcialmente a retração da argamassa das 
camadas superiores, reduzindo as tensões de compres-
são na camada de revestimento superficial (3). 
A a rgamassa de assentamento só será ap l icada após 
c o m p l e t a s e c a g e m da a r g a m a s s a d a c a m a d a d e 
regular ização (3), se houver. 
A r g a m a s s a d e a s s e n t a m e n t o ( 3 ) ( 4 ) 
• Espessura de 2 a 3 cm no máximo. Quando, por motivo 
de pro jeto, for necessá r i a espessu ra maior , executar 
c o n t r a p i s o s s u p e r p o s t o s t a n t o s q u a n t o s f o r e m 
necessár ios , de m o d o a resul tar s e m p r e espessu ras 
individuais de 2 a 3 cm. Cada camada só será executada 
após secagem e retração (cura completa) da camada 
anterior. 
• O acabamento superf icial dos contrapisos será áspero. 
As emendas, se houver, serão executadas umedecendo 
a s u p e r f í c i e e a p l i c a n d o c i m e n t o P o r t l a n d c o m u m 
formando pasta. 
• Traço sugerido em volumes: uma parte de c imento para 
meia parte de cal hidratada, e para cinco partes de areia 
média úmida. 
ü Quant idade de argamassa a preparar: será tal de modo 
que o assentamento estará concluído antes do início de 
pega do cimento. 
• Ap l icação da a rgamassa: estendê- la sobre a pasta de 
cimento na superfície da camada de regularização. C o m 
auxí l io da colher aper tá- la c o m f i rmeza, e l im inando a 
m a i o r q u a n t i d a d e p o s s í v e l de v a z i o s . S a r r a f e a r a 
superf íc ie. 
• Prever ca imentos para o ralo ou para áreas cont íguas 
onde haja ralos. 
• Área de apl icação da argamassa: o ideal será em faixas 
com cerca de 60 cm de largura para facilitar a colocação 
das peças do piso. O compr imento será tal de modo a 
estar concluído o assentamento antes do h íc io de pega 
do cimento. 
J u n t a s ( 5 ) 
• Projetar antes do início do assentamento (ver Capítulo 15). 
J u n t a s d e a s s e n t a m e n t o 
• Obr igatór ias entre as peças. Var iam de 2 a 10 m m em 
função do tamanho e formato das peças e do aspecto 
que se quer alcançar. 
J u n t a s e s t r u t u r a i s 
• São as da estrutura suporte e devem ser respeitadas em 
toda a espessura do revestimento. 
J u n t a s d e e x p a n s ã o / c o n t r a ç ã o 
• D e p e n d e m da d e s t i n a ç ã o e e x p o s i ç ã o a v a r i a ç õ e s 
térmicas ou da umidade relativa do ar a que está sujeito 
o revestimento. 
Atenção para lajes de grandes vãos. As juntas deverão 
fracionar as regiões onde ocorrem os maio 'es momentos 
f letores posit ivos (5). 
Junta de expansâo/contraçâo Camada de regularização 
e/ou argamassa de assentamento 
Revestimento cerâmico 
Pasta de cimento 
Pasta de cimento sobre a laje j u n t a estrutural 
Junta normal 
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Revestimento do forro do andar inferior Laje do concreto armado 
(Chapisco + Emboço + Reboco) 
P a s t a d e c i m e n t o ( 6 ) 
• Sobre a argamassa de assentamento, ainda fresca, 
espargir cimento portland em pó, distribuindo-o o mais 
uniformemente possível. A pasta resultante deverá ter 
espessura de 1 mm, o que significa o uso de 1,5 kg de 
cimento em pó por metro quadrado. 
• Usar colher de pedreiro para auxiliar a formação da pasta 
de cimento. Lembrar que a pasta de cimento Portland é a 
cola do método convencional que estamos descrevendo. 
R e v e s t i m e n t o s c e r â m i c o s ( 7 ) 
• Imersão em água, com antecedência, de modo a estarem 
úmidos, mas não saturados quando da colocação. 
Atenção: quando da colocação das peças sobre a pasta 
de cimento, elas deverão estar úmidas. 
Qualquer excesso de água na pasta mudará a relação água/ 
cimento, reduzindo sua resistência e consequentemente a 
aderência das peças. 
• As peças serão pressionadas e batidas uma a uma à 
medida que são colocadas sobre a pasta de cimento, a 
fim de garantir contato perfeito de todo o tardoz com a 
pasta. 
• Preencher as juntas com pasta do rejunte. Deixar "puxar" 
e. em seguida, limpar e dar acabamento com espuma 
macia, limpa e úmida. 
P r o t e ç ã o 
ü Na fase final da obra os pisos são suornetidos a mau 
trato enérgico: respingos de t inta, areia, trânsito de 
operários etc. Isso exige proteção eficaz até a entrega da 
obra. 
(V 
(2) 
(3) 
(4) 
(5) 
(6) 
(7) 
Leituras recomendadas: 
Capitulo 6 - Retração 
Capitulo 8 - Tensões 
Capitulo 9 - Retração e Revestimentos 
Capítulo 14 - Eflorescência 
Capitulo 15 - JuntasCapítulo 13 - Pasta de cimento 
Capítulo 16 • Método Convencional 
• Coberta a área preparada, repassar as "batidas" com 
auxilio de prancha de madeira aparelhada 15 x 30 cm e 
martelo. O maior número de batidas melhora a aderência. 
E f l o r e s c ê n c i a ( 4 ) 
• Dependendo da quantidade de sais solúveis presentes, 
poderá aparecer eflorescência sob forma de exudação 
v iscosa em ladr i lhos esmal tados. Tal fenômeno, no 
entanto, é de duração f inita para pisos sobre lajes, 
extinguindo-se com a secagem da água em excesso na 
argamassa. 
L i m p e z a 
• Logo após "bater", limpar com pano úmido e da melhor 
forma possível. 
C u r a 
• Antes de rejuntar, manter o piso coberto por cerca de 
sete dias. 
R e j u n t a r 
• Aguardar o maior tempo possível para que ocorram a 
secagem e a retração da argamassa de assentamento. 
Lembrar que para argamassas expostas 80% de sua 
retração se dá aos sete dias. 
• Antes de rejuntar, escovar e umedecer as juntas entre as 
peças. 
6 
S u p e r f í c i e d a l a j e 
• E l im ina r t u d o q u e p o s s a p r e j u d i c a r a a d e r ê n c i a da 
argamassa da camada de regular ização ou contrapiso, 
que se dest ine a embut i r e letrodutos para tomadas de 
piso (1) e (2). Caso a laje seja antiga ou sua superfície 
mui to l isa, ap icoá- la . U m e d e c e r e ap l icar c a m a d a de 
c imento Port land. formando pasta imediatamente antes 
de estender a argamassa de regularização. 
A emenda com pasta de c imento introduzirá um vinculo 
que impedirá parcialmente a retração da argamassa das 
camadas superiores, reduzindo as tensões de compres-
são na camada de revestimento superficial (3). 
• Sobre a laje, poderemos ter: 
a) somente uma camada de a rgamassa , c h a m a d a de 
regularização, ou contrapiso ou. ainda, de piso morto: 
b) uma camada de argamassa de enchimento destinada a 
embutir canalizações de piso (tomadas, telefones etc) ou 
para dar caimento, ou. ainda, para corrigir irregularidades 
exageradas. 
S o b r e es ta c a m a d a de e n c h i m e n t o s e g u e - s e a d o 
contrapiso. 
Atenção: Cada camada não deverá ter mais do que 2 a 
3 cm de espessura. 
No ta : E n q u a n t o no m é t o d o c o n v e n c i o n a l t o d a s as 
o p e r a ç õ e s daqu i para d ian te d e v e m ser execu tadas 
s e g u i d a m e n t e e no m e s m o d ia , c o m p r e j u í z o n o 
rendimento do serviço, este método de co lagem é dividido 
em duas fases bem dist intas e de al to rendimento de 
mão de obra: 
a) execução do contrapiso. sua cura e secagem: 
b) co lagem das peças. 
- H r 
C o n t r a p i s o ( 1 ) , ( 2 ) e ( 3 ) 
• Também chamado piso morto, camada de regularização 
ou intermediár ia. 
• Espessura de 2 a 3 cm no máximo. Quando, por motivo de 
p ro j e t o , for n e c e s s á r i a e s p e s s u r a m a o r , e x e c u t a r 
contrapisos superpostos tantos quantos forem necessários, 
de modo a resultar sempre espessuras individuais de 2 a 
3 cm. Cada camada só será executada após secagem e 
retração (cura completa) da camada anterior. 
• O acabamen to super f ic ia l será áspero : sarrafeado ou 
desempenado. 
• Traço sugerido em volumes: uma parte de cimento para 
seis partes de areia média úmida, ou argamassa mista 
composta de uma parte de cimento para meia parte de 
cal hidratada, e para cinco partes de areia média úmida. 
• Quant idade de argamassa a preparar: será tal de modo 
que seu espalhamento e acabamento superficial ocorram 
antes do início de pega de cimento. 
• Ap l icação da a rgamassa: estendê- la sobre a pasta de 
cimento na superfície da camada de enchimento, ou da 
la je . C o m a u x í l i o d a c o l h e r a p e r t á - l a c o m f i r m e z a , 
e l i m i n a n d o a ma io r q u a n t i d a d e poss íve l de v a z i o s . 
Sarrafear a superfície. 
• Área de apl icação: não há l imitações. O serviço é de alto 
rendimento, podendo ser in terrompido na pos ição que 
estiver no fim da jornada de trabalho. O aoroveitamento 
da mão-de-obra é máximo. 
C u r a 
• Antes de passar para 2 a fase (colagem) aguardar o maior 
tempo possível para que ocorram a secagem e a retração 
da argamassa do contrapiso. Lembrar que para argamassa 
80% de sua retração se dá aos sete dias de idade. 
Junta do expansão/contração 
Revestimento cerâmico 
Pasta de argamassa 
colante 
Camada de regularização 
ou contrapiso 
Paeta do cimento sobre a laje 
Junta normal 
Junta estrutural 
V 
Revestimento do forro do andar inferior 
(Chapisco + Emboço + Reboco) 
Laje de concreto armado 
J u n t a s (4 ) 
• Projetar antes do início do assentamento (ver Capítulo 
15). 
J u n t a s d e a s s e n t a m e n t o 
• Obrigatórias entre as peças. Variam de 2 a 10 mm em 
função do tamanho e formato das peças e do aspecto 
que se quer alcançar. 
J u n t a s e s t r u t u r a i s 
• São as da estrutura suporte e devem ser respeitadas em 
toda a espessura do revestimento. 
J u n t a s d e e x p a n s ã o / c o n t r a ç ã o 
• Dependem da dest inação e expos ição a var iações 
térmicas ou de umidade relativa do ar a que está exposto 
o revestimento. 
P a s t a d e a r g a m a s s a c o l a n t e ( 5 ) , ( 6 ) e ( 8 ) 
• Não é necessário umedecer a superfície do contrapiso. 
Todavia, esta operação não deve ser proibida. A umidade, 
se houver, reforçará a cura da pasta. 
• Espalhar pasta de argamassa colante com desempenadeira 
denteada formando cordões. A quantidade de pasta deve 
ser suficiente para preencher irregularidades do nível do 
cont rap iso. bem como do empeno das p lacas de 
revestimento. 
L i m p e z a 
ü Este método proporciona serviço extremamente limpo. 
Eventual refluxo de pasta é retirado com pano seco. 
P r o t e ç ã o 
ü Nunca ande sobre as peças logo após coladas. Eventual 
empeno còncavo pode provocar efeito de gangorra ao 
pisar, soltando a peça. A resistência máxima do cimento 
colante se dá aproximadamente aos 14 dias de idade. 
R e j u n t a r 
ü É possível rejuntar no dia seguinte, usando pranchas 
largas sobre o piso. 
• Antes de rejuntar, escovar e umedecer as juntas entre as 
peças. 
• Preencher as juntas com pasta do rejunte. Deixar "puxar" 
e, em seguida, limpar e dar acabamento com espuma 
macia, limpa e úmida. 
P r o t e ç ã o 
• Na fase final da obra os pisos são suornetidos a mau 
trato enérgico: respingos de t inta, areia, trânsito de 
operários etc. Isso exige proteção eficaz até a entrega da 
obra. 
• Espalhar a pasta em faixas de 60 cm para facilitar a 
colocação das peças. 
• Desempenadeira: conforme tabela 1 da NBR 13.753/96 
Atenção: para locais ventilados e ensolarados, controlar 
a extensão da faixa, pois pode se formar película sobre 
os cordões, falseando a aderência das peças. Na dúvida, 
pressionar uma peça sobre os cordões e retirá-la logo 
em seguida; sua base deverá estar impregnada de pasta 
fresca. 
Leituras recomendadas: 
(1) Capitulo 6 • Retração 
(2) Capitulo 8 - Tensões 
(3) Capítulo 9 - Retração e Revestimentos 
(4) Capitulo 15 • Juntas 
(5) Capitulo 18 • Método de Colagem 
(6) Capítulo 19 - Consumo 
(7) Capítulo 14 - Eflorescência 
(8) NBR-13753 - dez./1996 
R e v e s t i m e n t o s c e r â m i c o s 
• Não é necessária a imersão. Todavia, esta operação não 
deve ser proibida. Um pouco de umidade, se houver, 
reforçará a cura da pasta. 
• As peças serão pressionadas e batidas uma a uma à 
medida que são colocadas sobre os cordões. 
Deve haver esmagamento total dos cordões e contato pleno 
da pasta com todo o tardoz das peças. 
E f l o r e s c ê n c i a ( 7 ) 
• Sendo as peças colocadas secas sobre um contrapiso, 
cuja argamassa também está seca. não haverá água livre 
a ser passada para o meio ambiente. Assim sendo, não 
ocorrerá eflorescência. 
7 
S u p e r f í c i e d a l a j e 
• E l im ina r t u d o q u e p o s s a p r e j u d i c a r a a d e r ê n c i a da 
argamassa de regular ização, notadamente resíduos de 
madeira presos à massa de concreto, part ículas soltas 
etc. Caso a laje seja antiga ou sua superfície muito lisa, 
apicoá- la . U m e d e c e r e ap l i ca r c a m a d a d e pas ta de 
cimento imediatamente antes de estender a argamassa 
de r e g u l a r i z a ç ã o . A e m e n d a c o m pas ta de c i m e n t o 
in t roduz i rá um v íncu lo c o m a la je , i m p e d i n d o q u e a 
retração solte a argamassa da laje (1) e (2). 
C a m a d a d e r e g u l a r i z a ç ã o 
• Cons t i t u ída de a r g a m a s s a no t raço suge r i do de um 
vo lume de c imento para c inco de are ia média úmida . 
Especial istas em impermeabi l ização indicam o traço 1:3. 
Caso adotado redobrar a atenção, pois é uma argamassa 
rica e mais sujeita aos efeitos da retração, podendo soltar 
da laje. 
• Não adicionar hidrófugo a essa argamassa. pois haveria 
p re ju ízo de ade rênc ia das t in tas de imp regnação d a 
camada impermeabi l izante. 
• A espessura máxima é de 3 cm. Caso seja necessár ia 
maior espessura, aplicar em camadas sucessivas e após 
comple tamente seca a camada anter iormente lançada. 
Para argamassas ricas não ultrapasse 2 cm de espessura 
para cada camada. 
• A s u p e r f í c i e f i n a l t e r á a c a b a m e n t o á s p e r o c o m 
desempenadei ra de madeira. 
ü Dar caimento superficial para os ralos, considerado ót imo 
quando entre 1.5% e 2.5%. 
I m p e r m e a b i l i z a ç ã o 
• D e v e r á h a v e r p r o j e t o d a c o b e r t u r a d e t a l h a n d o 
cu idadosamente os acabamen tos da impermeab i l i zação 
jun to aos ralos, muretas, rodapés e para todos os t ipos 
de juntas de d i la tação/cont ração e estruturais (3), (4) 
e ( 6 ) . 
C a m a d a d e p r o t e ç ã o 
• Consti tuída de argamassa no traço volumétrico sugerido 
de uma par te de c imento Por t land comum para c inco 
partes de areia média úmida, c o m a finalidade de proteger 
a impermeabi l ização de ações mecânicas. 
• Sua espessura será de 2 cm. 
• C a s o n ã o houve r a c a m a d a de i so lamen to t é r m i c o / 
acústica sobre a camada de proteção e após sua secagem 
completa, será executado o assentamento do piso pelo 
método convencional que estamos descrevendo. 
I s o l a m e n t o t é r m i c o / a c ú s t i c o 
• Selecionar o t ipo desejado conforme necessidade e fazer 
projeto detalhado. 
A r g a m a s s a d e a s s e n t a m e n t o ( 5 ) 
• Traço sugerido em volumes: uma parte de cimento para 
cinco partes de areia média úmida. 
• Espessura de 2 a 3 cm, no máximo. Para espessuras 
maiores, executar camadas superpos tas de 2 a 3 cm, 
t an tas q u a n t a s f o r e m n e c e s s á r i a s e após s e c a g e m 
completa da camada anterior. 
• Acabamento superficial áspero. 
• Quant idade de argamassa a preparar sera tal de modo 
que o assentamento estará concluído antes do inicio de 
pega do cimento. 
• Apl icação da argamassa: estendê-la sobre a superfíc ie 
umedecida da camada de isolamento. Com auxilio de colher 
aper tá- la c o m f i rmeza, e l iminando a maior quant idade 
possível de vazios. Na metade da espessura, colocar tela 
Piso cerâmico ou outro Pasta de cimento 
Pa 
o j 
sta do cimento Im 
Tela soldada 
1 1 1 — 
aermeabilizaçáo 
L B B 1 
Ar gamassa de proteção 
Argamassa Juntas normais 
de assentamento 
Isolamento 
térmico/ 
acústico 
Ar 
de 
gamassa 
regularização La 
CO 
e de 
icreto armado 
M I M I I I M i l I I P H 1 1 I I I I I I I I I I 1 I I 1 1 1 1 1 í I I I I I I I I 1 
mmrnm - Caimento •: 
" - Y^' . v-': '•*/•: 
• v i O . 6 •: •«v-:«o. -x qx= 0-;•: • 
i l l i 
metálica soldada de malha de 2" x 2" (5 cm x 5 cm) e fio 
bitola 16 BWG (1,65 mm) ou equivalente. Sua finalidade é 
inibir a retração da argamassa e seus efeitos deletérios 
sobre o revestimento final do piso. Completar a camada 
de argamassa de assentamento e sarrafear a superfície. 
J u n t a s (5 ) 
• Projetar antes do início do revestimento (ver Capítulo 15). 
J u n t a s d e a s s e n t a m e n t o 
• Obrigatórias entre as peças do revestimento. Adotar juntas 
mínimas com largura de 7 mm ou maiores, conforme o 
tamanho das peças e do aspecto estético que se quer 
alcançar. 
J u n t a s e s t r u t u r a i s 
• São as da estrutura suporte e devem ser respeitadas em 
toda a espessura do revestimento. 
J u n t a s d e t r a b a l h o o u d e e x p a n s ã o / c o n t r a ç ã o 
• Dependem da dest inação e expos ição a var iações 
térmicas ou de umidade relativa do ar acentuada. Em 
ambos os sentidos do piso. o afastamento entre tais juntas 
será de 3.5 m a 4.5 m no máximo (5). 
P a s t a d e c i m e n t o ( 6 ) 
• Sobre a argamassa de assentamento, ainda fresca, 
espargir cimento portland em pó. distribuindo-o o mais 
uniformemente possível. A pasta resultante deverá ter 
espessura de 1 mm. o que significa o uso de 1.5 kg de 
cimento em pó por metro quadrado. 
• Usar colher de pedreiro para auxiliar a formação da pasta 
de cimento. Lembrar que a pasta de cimento Portland é a 
cola do método convencional que estamos descrevendo. 
R e v e s t i m e n t o s c e r â m i c o s 
• Imersão em água. com antecedência, de modo a estar 
úmidos, mas não saturados quando da colocação. 
Atenção: quando da colocação das peças sobre a pasta 
de c imento , elas deverão estar úmidas , mas não 
saturadas. Qualquer excesso de água na pasta mudará 
a relação água/cimento, reduzindo sua resistência e, 
consequentemente, a aderência das peças. 
• As peças serão pressionadas e batidas uma a uma à 
medida que são colocadas sobre a pasta de cimento, a 
fim de garantir contato perfeito de todo o tardoz com a 
pasta. 
• Coberta a área preparada, repassar as "batidas" com 
auxilio de prancha de madeira aparelhada 15 x 30 cm e 
martelo. 
• O maior número de batidas melhora a aderência (6). 
L i m p e z a 
• Logo após "bater" as peças assentadas, limpar com pano 
úmido e da melhor forma possível. 
C u r a 
• Antes de rejuntar, manter o piso coberto por cerca de 
sete dias. 
R e j u n t a r 
ü Aguardar o maior tempo possível para que ocorram a 
secagem e a retração da argamassa de assentamento. 
• Lembrar que para argamassas expostas 80% de sua 
retração se dá aos sete dias. 
• Antes de rejuntar, escovar e umedecer as juntas entre as 
peças. 
• Preencher as juntas com pasta do rejunte. Deixar "puxar" 
e, em seguida, limpar e dar acabamento com espuma 
macia, limpa e úmida. 
P r o t e ç ã o 
• Na fase final da obra, os pisos são submetidos a mau trato 
enérgico: respingos de tinta, areia, trânsito de operários 
etc. Isso exige proteção eficaz até a entrega da obra. 
Leituras recomendadas: 
(1) Capítulo 6 - Retração 
(2) Capitulo 8 • Tensões 
(3) "Impermeabilização" - Suplemento Pni - nov./84 
(4) Caderno de Encargos - Eng. Milber Fernandes Guedes 
• Ed. Pini • 1982 
(5) Capitulo 15 - Juntas 
(6) Capitulo 13 • Pasta de cimento 
8 
S u p e r f í c i e d a l a j e 
• E l iminar tudo que possa pre jud icar a aderênc ia da 
argamassa de regularização, notadamente resíduos de 
madeira presos à massa de concreto, partículas soltas 
etc. Caso a laje seja antiga ou sua superfície muito lisa, 
apicoá- la. Umedecer e ap l icar camada de pasta de 
cimento imediatamente antes de estender a argamassa 
de regu la r ização. A e m e n d a c o m pasta de c imen to 
int roduzirá um víncu lo com a laje, imped indo que a 
retração solte a argamassa da laje (1) e (2). 
C a m a d a d e r e g u l a r i z a ç ã o 
• Constituída de argamassa no traço sugerido de um volume 
de cimento para cinco de areia média úmida. Especialistas 
em impermeabilização indicam o traço 1:3. Caso adotado 
redobrar a atenção, pois é uma argamassa rica e mais 
sujeita aos efeitos da retração, podendo soltar da laje (2). 
• Não adicionar hidrófugo a essa argamassa, pois haveria 
prejuízo de aderênc ia das t intas de impregnação da 
camada impermeabil izante. 
• A espessura máxima é de 3 cm. Caso seja necessário 
maior espessura, aplicar em camadas sucessivas e após 
completamente seca a camada anteriormente lançada. 
Para argamassas ricas não ultrapasse 2 cm de espessura 
para cada camada. 
• A superfície final terá acabamento áspero com desem-penadeira de madeira. 
• Dar caimento superficial para os ralos, considerado ótimo 
quando entre 1,5% e 2.5%. 
I m p e r m e a b i l i z a ç ã o 
• Deverá haver p ro je to da c o b e r t u r a de ta l hando 
cuidadosamente os acabamentos da impermeabil ização 
junto aos ralos, muretas. rodapés e para todos os tipos de 
juntas de dilatação/contração e estruturais (3), (4) e (5). 
C a m a d a d e p r o t e ç ã o ( 4 ) 
• Constituída de argamassa no traço volumétrico sugerido 
de uma parte de cimento Port land comum para cinco 
partes de areia média úmida, com a finalidade de proteger 
a impermeabilização de ações mecânicas. 
• Sua espessura será de 2 cm. 
• Caso não houver a camada de iso lamento té rmico / 
acús t i ca , es ta c a m a d a de p ro teção será o p rópr io 
contrapiso. Armar com tela metálica como descrito abaixo 
e, após secar, colar as peças com argamassa colante. 
I s o l a m e n t o t é r m i c o / a c ú s t i c o 
• Selecionar o tipo desejado, conforme necessidade, e fazer 
projeto detalhado. 
Nota: Enquanto no método convencional todas as operações 
daqui para diante devem ser executadas seguidamente e 
no mesmo dia, com prejuízo no rendimento do serviço, este 
método de colagem é dividido em duas fases bem distintas 
e de alto rendimento de mão-de-obra: 
a) execução do contrapiso. sua cura e secagem; 
b) colagem das peças. 
C o n t r a p i s o ( 1 ) ( 2 ) ( 6 ) 
• Também chamado piso morto. 
• Traço sugerido em volumes: uma parte de cimento para 
cinco partes de areia média úmida. 
• Espessura de 2 a 3 cm. no máximo. Para espessuras 
maiores, executar camadas superpostas de 2 a 3 cm 
tantas quan tas fo rem necessár ias e após secagem 
completa da camada anterior. 
• Acabamento superficial áspero. 
Piso cerâmico ou outro Pasta do cimento 
Ar 1 amassa colanto Im 
Tela soldada 
1 . • 
permeabiiizaçao Ar gam 
Cc 
assa de proteção 
ntrapiso Juntas normais . . J . 
Isolamento 
térmico/ 
acústico 
Ar 
de 
3 amassa 
regularização La 
co. 
odo 
rx:reto armado 
l i l l I l I M U I I I I I I I ;i i Í J i i i i I M M I I I I l l l l l l i i i l i 
v̂ V--;''." - : Caimento 
pilpfPIl lPlP 
.V i 'o i * -
í^Êéfe 
• Quantidade de argamassa a preparar: será tal de modo 
que seu espalhamento e acabamento superficial ocorram 
antes do início de pega do cimento. 
• Aplicação da argamassa: estendê-la sobre a superfície 
umedecida da camada de isolamento. Com auxilio de 
colher, aper tá - la com f i rmeza, e l im inando a maior 
quantidade possível de vazios. Na metade da espessura, 
colocar tela metálica soldada de malha de 2" x 2" (5 cm x 
5 cm) e fio bitola 16 BWG (1,65 mm) ou equivalente. Sua 
f ina l idade é inibir a ret ração da a rgamassa e seu 
desprendimento da camada inferior. 
Comple ta r a camada de a rgamassa e sar ra fear a 
superfície. 
• Área de aplicação: não há limitações. O serviço é de alto 
rendimento, podendo ser interrompido na posição que 
estiver no fim da jornada de trabalho. O aproveitamento 
da mão-de-obra é máximo. 
C u r a 
• Antes de passar para a 2a fase (colagem) aguardar o maior 
tempo possível para que ocorram a secagem e a retração 
da argamassa do contrapiso. Lembrar que para argamassa 
80% de sua retração se dá aos sete dias de idade. 
J u n t a s (5 ) 
• Projetar antes do início do assentamento (ver Capítulo 15). 
J u n t a s d e a s s e n t a m e n t o 
• Obrigatórias entre as peças do revestimento. Adotar juntas 
mínimas com largura de 7 mm ou maiores, conforme o 
tamanho das peças e do aspecto estético que se quer 
alcançar. 
J u n t a s e s t r u t u r a i s 
• São as da estrutura suporte e devem ser respeitadas em 
toda a espessura do revestimento. 
• Juntas de trabalho ou de expansão/contração: dependem 
da destinação e exposição a variações térmicas ou da 
umidade relativa do ar acentuada. Em ambos os sentidos 
do piso, o afastamento entre tais juntas será de 3,5 m a 
4,5 m no máximo. 
P a s t a d e a r g a m a s s a c o l a n t e ( 7 ) 
• Não é necessário umedecer a superfície do contrapiso. 
Todavia, esta operação não deve ser proibida. A umidade, 
se houver, reforçará a cura da pasta. 
• Espalhar pasta de argamassa colante com desempenadeira 
denteada formando cordões. A quantidade de pasta deve 
ser suficiente para preencher irregularidades do nível do 
contrapiso, bem como do empeno das placas de revestimento. 
• Espalhar a pasta em faixas de 60 cm para facilitar a 
colocação das peças. 
• Desempenadeira: conforme tabela 1 da NBR 13.753/96 
Atenção para locais ventilados e ensolarados: controlar 
a extensão da faixa, pois pode se formar película sobre 
os cordões, falseando a aderência das peças. 
Na dúvida, pressionar uma peça sobre os cordões e retirá-
la logo em seguida: sua base deverá estar impregnada 
de pasta fresca. 
R e v e s t i m e n t o s c e r â m i c o s 
• Não é necessária a imersão. Todavia, esta cperação não deve 
ser proibida. Um pouco de umidade, se houver, reforçará a 
cura da pasta. 
• As peças serão pressionadas e batidas uma a uma à 
medida que são colocadas sobre os cordões. 
Deve haver esmagamento total dos cordões e contato pleno 
da pasta com todo o tardoz das peças. 
L i m p e z a 
• Este método proporciona serviço extremamente limpo. 
Eventual refluxo de pasta é retirado com pano seco. 
P r o t e ç ã o 
• Nunca ande sobre as peças logo após coladas. Eventual 
empeno côncavo pode provocar efeito de gangorra ao 
pisar, soltando a peça. A resistência máxima do cimento 
colante se dá aproximadamente aos 14 dias de idade. 
R e j u n t a r 
• É possível rejuntar no dia seguinte, usando pranchas 
largas sobre o piso. 
• Antes de rejuntar. escovar e umedecer as juntas entre 
as peças. 
• Preencher as juntas com pasta do rejunte. Deixar "puxar" 
e, em seguida, limpar e dar acabamento com espuma 
macia, limpa e úmida. 
P r o t e ç ã o 
• Na fase final da obra os pisos são submetidos a mau trato 
enérgico: respingos de tinta, areia, trânsito de operários etc. 
Isso exige proteção eficaz até a entrega da obra. 
Leituras recomendadas: 
(1) Capitulo 6 • Retração 
(2) Capitulo 8 - Tensões 
(3) "Impermeabilização" - Suplemento Pni - nov./1984 
(4) Caderno de Encargos • Eng. Milber Fernandes Guedes 
- Ed. Pini - 1982 
(5) Capítulo 15 - Juntas 
(6) Capítulo 9 • Retração e Revestimento 
(7) NBR-13753 - dez./1996 
Revestimentos cerâmicos sobre alvenaria interna 
(Método Convencional) 9 
T i p o d e b a s e 
• A base sobre a qual haverá o revest imento cerâmico 
poderá ser constituída de diversos tipos de materiais, a 
saber: 
a) alvenarias: 
- de tijolos cerâmicos maciços 
- de tijolos cerâmicos furados (baiano) 
- de tijolos cerâmicos laminados 
- de blocos cerâmicos 
• de blocos de concreto 
- de blocos sílico-calcário 
- de blocos de concreto leve 
b) pilares e vigas de concreto 
C o n d i ç ã o p r e l i m i n a r 
• A alvenaria deverá estar perfeitamente estável quando da 
aplicação do revestimento. Por exemplo, para alvenaria de 
tijolos comuns o encunhamento é feito após cerca de oito 
dias da conclusão do assentamento dos tijolos (1). Esse é 
um prazo mínimo para ocorrerem a secagem e a retração 
da a r g a m a s s a ent re os t i jo los, e m cada f iada, e a 
conseqüente acomodação do pano de parede. Caso o 
revest imento for executado antes da acomodação da 
a lvenar ia , t ransmi t i r - se -ão t ensões às p lacas do 
revestimento que. somadas às de outras origens, poderão 
ocasionar o desprendimento do revestimento. Entre tais 
tensões há a considerar as devidas à deformação lenta da 
estrutura de concreto e. notadamente. as da retração das 
argamassas de regularização e assentamento (2, 3 e 4). 
Base 
Chapisco 
Pasta dc cimento 
Argamassa 
de assentamento 
Placa de 
revestimento 
Junta 
máximo 2 cm 
se maior, executar 
camada de regularização 
S u p e r f í c i e d a b a s e 
• E l iminar tudo que possa pre jud icar a aderênc ia da 
argamassa. no tadamente resíduos de madeiras das 
fôrmas presos ao concreto, partículas soltas etc. Caso 
houverfaces de pilares e vigas a revestir, e sendo antigas 
ou lisas, apicoá-las. 
• Umedecer abundantemente as alvernarias. qualquer que 
seja a natureza dos materiais que as constituem, e aplicar 
uma camada de chapisco. O chap isco Doderá ser o 
convencional de cimento e areia grossa 1:3 ou 1:4, em 
volumes, ou um chapisco de cimento colante. Para este 
último é necessário aguardar cerca de sete dias, para 
que esteja suficientemente rígido e próprio para receber 
a camada seguinte. 
C a m a d a d e r e g u l a r i z a ç ã o 
• Antes de iniciar o revest imento propr iamente dito, é 
necessário verificar a prumada da superfície a revestir. 
Sempre que a espessura de argamassa necessária para 
el iminar i r regular idades, ou para at ingir determinado 
posicionamento, for superior a 2 cm, é indispensável a 
execução de uma camada prévia de regularização. A 
e s p e s s u r a das c a m a d a s de a rgamassas não deve 
ultrapassar 2 cm (2, 3 e 4). 
• O t raço p o d e ser o m e s m o da a r g a m a s s a de 
assentamento. 
• A a r g a m a s s a de regu la r i zação é ap l icada sobre a 
superfície chapiscada umedecida. 
• O acabamento superficial deverá ser áspero. 
A r g a m a s s a d e a s s e n t a m e n t o 
• Só será aplicada após completa secagem e retração da 
camada de regularização, se houver. Ou seja, após o 
mín imo de oito dias de sua conclusão. Umedecer a 
superfície antes de chapar a argamassa de assentamento. 
• Não havendo camada de regularização, a argamassa de 
assentamento é aplicada sobre a superfície chapiscada 
umedecida. 
• A espessura da camada de argamassa de assentamento 
será de 2 cm, no máximo. 
• Traço sugerido em volumes: uma parte de cimento para 
meia parte de cal hidratada e para cinco partes de areia 
média úmida. Ou uma parte de cimento para uma parte 
de cal hidratada e sete partes de areia média úmida. 
• Quantidade de argamassa a preparar: será tal de modo 
que o assentamento estará concluído antes do início de 
pega do cimento. 
• Aplicação da argamassa: chapar fortemente com a colher 
sobre a superfície do chapisco (ou da camada de regula-
rização) umedecida previamente. A seguir sarrafear com 
régua apoiada sobre as mestras já executadas. A aplicação 
da argamassa é feita por partes, para garantir a conclusão 
do revestimento antes do início de pega do cimento. 
J u n t a s (5 ) 
• Projetar antes do início do revestimento (ver Capítulo 15). 
J u n t a s d e a s s e n t a m e n t o 
• Obrigatórias entre as peças. O espaçamento mínimo será 
de 2 mm para revestimentos internos. Juntas mais largas 
são em função do tamanho e formato das peças e do 
aspecto que se quer alcançar. 
J u n t a s e s t r u t u r a i s 
• São as da estrutura suporte e devem ser respeitadas em 
toda a espessura do revestimento. 
J u n t a s d e e x p a n s ã o / c o n t r a ç ã o 
• Dependem da dest inação e expos ição a var iações 
térmicas ou de umidade relativa do ar (5). 
P a s t a d e c i m e n t o 
• Sobre a argamassa de assentamento, ainda fresca, 
aplicar camada de pasta de cimento portland comum na 
espessura de 1 mm. Lembrar que a pasta de cimento 
comum é a cola do Método Convencional que estamos 
descrevendo (6). 
R e v e s t i m e n t o s c e r â m i c o s 
• Imersão em água, com antecedência, de modo a estar 
úmidos e não saturados quando da colocação. O tempo 
de imersão depende do "grupo de absorção" a que 
pertencem. 
Atenção: quando da colocação das peças sobre a pasta 
de cimento, elas deverão estar úmidas. 
• Qualquer excesso de água na pasta mudará a relação 
água/ cimento, reduzindo sua resistência e conseqüen-
temente a aderência das peças. 
• As peças deverão ser pressionadas e batidas uma a uma à 
medida que são colocadas sobre a pasta de cimento, a fim 
de garantir contato perfeito de todo o tardoz com a pasta. 
Ao bater, não utilizar o cabo da colher de pedreiro se esta 
tiver ponta metálica exposta. Haverá danos ao esmalte dos 
azulejos. O empeno máximo, côncavo ou convexo, 
considerado normal, é de 1 mm. Assim sendo, certificar-se 
que esta operação de pressionar e bater consiga maximizar 
a superfície de contato pasta/peça. 
C u r a 
• Antes de rejuntar, manter o revestimento protegido de 
insolação direta e ventilação durante cerca de sete dias. 
R e j u n t a r 
• Aguardar o maior tempo possível sem rejuntar, para que 
ocorram a secagem e a retração da argamassa de 
assentamento sem transmitir tensões de uma peça para 
outra. Lembrar que para argamassas expostas 80% de 
sua retração se dá aos sete dias de idade (2). 
ü Antes de rejuntar, escovar e umedecer as juntas entre as 
peças. 
• Preencher as juntas com pasta do rejunte. Deixar "puxar" 
e, em seguida, limpar e dar acabamento com espuma 
macia, limpa e úmida. 
Leituras recomendadas: 
(1) Caderno de Encargos - Eng. Milber Fernandes Guedes 
- Ed. Pini - 1982 
(2) Capitulo 6 - Retração 
(3) Capitulo 8 - Tensões 
(4) Capítulo 9 - Retração e Revestimentos 
(5) Capítulo 15 - Juntas 
(6) Capitulo 13 - Pasta de cimento 
Revestimentos cerâmicos sobre 
alvenaria interna (Método de Colagem) 10 
T i p o d e b a s e 
• A base sobre a qual haverá o reves t imento ce râmico 
poderá ser const i tuída de diversos t ipos de material , a 
saber: 
a) alvenar ia: 
- de ti jolos cerâmicos maciços 
- de tijolos cerâmicos furados (baiano) 
- de tijolos cerâmicos laminados 
- de blocos cerâmicos 
- de blocos de concreto 
- de blocos síl ico-calcário 
- de blocos de concreto leve 
b) pi lares e vigas de concreto 
C o n d i ç ã o p r e l i m i n a r 
• A a lvenar ia deverá estar per fe i tamente estável quando 
da apl icação do revestimento. Por exemplo, para alvenaria 
de tijolos comuns o encunhamento é feito após cerca de 
oito dias da conclusão do assentamento dos tijolos (1). 
Esse é um prazo mínimo para ocorrerem a secagem e a 
retração da argamassa entre os tijolos, em cada fiada, e 
a conseqüente acomodação do pano de parede. Caso o 
revest imento seja executado antes da acomodação da 
a lvenar ia , t ransmi t i r -se-ão tensões aos azu le jos que, 
s o m a d a s às de ou t ras o r igens , pode rão ocas ionar o 
desprendimento do revestimento. Entre tais tensões há a 
considerar as devidas à de formação lenta da estrutura 
de concreto e. notadamente, as da retração da argamassa 
de regular ização caso a co lagem tenha sido feita antes 
da secagem e da retração desta camada de regularização 
(2. 3 e 4). 
S u p e r f í c i e d a b a s e 
• Eliminar tudo que possa prejudicar a aderência da arga-
massa. notadamente resíduos de madeira das fôrmas pre-
sos ao concreto, partículas soltas etc. Caso haja faces de 
pilares e vigas a revestir, e sendo antigas ou lisas, apicoá-las. 
- T - V 
• Base 
• Chapisco 
•Argamassa colante 
• Argamassa 
de regularização 
(emboço) 
Placa de 
' revestimento 
• Junta 
• Umedecer abundantemente as alvenarias. qualquer que 
seja a natureza dos materiais que as constituem, e aplicar 
u m a c a m a d a de chap isco . O chap i sco Doderá ser o 
convencional de c imento e areia grossa 1:3 e 1:4, em 
volumes, ou um chapisco de cimento colante. Para este 
último é necessár io aguardar cerca de sete dias para que 
este ja suf ic ientemente rígido e própr io para receber a 
camada seguinte. 
Nota: Enquanto no método convencional todas as operações 
daqui para diante e até o f inal devem ser executadas 
seguidamente e no mesmo dia. com prejuízo no rendimento 
dos serviços, este método de colagem é dividido em duas 
fases bem distintas e de alto rendimento de mão-de-obra: 
a) execução do emboço. sua cura e secagem; 
b) co lagem das peças. 
C a m a d a d e r e g u l a r i z a ç ã o - e m b o ç o 
• Verificar a prumada da superfície a revestir. Sempre que 
a espessura de argamassa necessár ia para el iminar ir-
regu lar idades. ou para at ingir de te rminado pos ic iona-
mento. for superior a 2 cm, é indispensável a execução 
de outra camada de regularização. 
A e s p e s s u r a das c a m a d a s de a r g a m a s s a não deve 
ultrapassar 2 cm (2. 3e 4). 
• A a r g a m a s s a d e r e g u l a r i z a ç ã o é ap l i cada s o b r e a 
superfície chapiscada umedecida. 
• O acabamen to super f ic ia l será áspero: sarrafeado ou 
desempenado. 
• Traço sugerido em volumes: uma parte de cimento para 
meia parte de cal hidratada e para cinco partes de areia 
média úmida. O u uma parte de cimento para uma parte 
de cal hidratada e sete partes de areia média úmida. A 
NBR-7200/82 indica diversos traços para o emboço em 
paredes internas e para locais de grau de umidade normal 
de ar. Os emboços suger idos com uso de c imento e cal 
hidratada têm o traço de urn vo lume de cimento, dois de 
cal hidratada e nove de areia úmida (para ms tu ra manual) 
ou 11 de areia úmida (para mistura mecânica). 
• Quant idade de argamassa a preparar: será tal que sua 
ap l i cação e acabamen to es ta rão conc lu ídos antes do 
início de pega do cimento. 
• Apl icação da argamassa: chapar fortemente com a colher 
sobre a superfície do chapisco (ou da camada de regula-
r ização anterior) umedecida previamente. A seguir sarra-
fear com régua apoiada sobre as mestras já executadas. 
máximo 2 cm 
so maior, executar 
em camadas de 2 cm cada 
• Área de aplicação: não há limitações. O serviço é de alto 
rendimento, podendo ser interrompido na posição que 
estiver no fim da jornada de trabalho. O aproveitamento 
da mão-de-obra é máximo. 
C u r a 
• Antes de passar para a 2* fase (colagem), aguardar o 
maior tempo possível para que ocorram a secagem e a 
retração da argamassa. Lembrar que para argamassa 
80% de sua retração se dá aos sete dias de idade. 
C o l a g e m d i r e t a s o b r e a b a s e 
• É possível colar as peças diretamente sobre a base se 
esta é constituída de elementos de superfície bem plana 
e assentados aprumados já prevendo a colagem direta, 
sem emboço, ou camada de regularização. É o caso de 
blocos de concreto, blocos de concreto leve ou sílico-
calcário. A irregularidade das peças, se houver, será 
jogada para a face oposta da parede que, possivelmente, 
será um corredor, ou sala. ou dormitór io etc., cujas 
paredes levarão emboço e reboco corrigindo o prumo. 
• Atenção para as instalações elétricas e hidráulicas, e 
posicionamento de batentes, uma vez que não haverá 
chapisco e emboço. 
• Imediatamente antes de espalhar a parte de cimento 
colante sobre tais bases, molhá-las abundantemente 
devido à sua alta absorção de água. 
J u n t a s (5 ) 
• Projetar antes do início do assentamento (ver Capítulo 15). 
J u n t a s d e a s s e n t a m e n t o 
• Obrigatórias entre as peças com espaçamento mínimo 
de 2 mm para revestimentos internos. Juntas mais largas 
são em função do tamanho e formato das peças e do 
aspecto que se quer alcançar. 
J u n t a s e s t r u t u r a i s 
• São as da estrutura suporte e devem ser respeitadas em 
posição e largura em toda a espessura do revestimento. 
J u n t a s d e e x p a n s ã o / c o n t r a ç ã o 
• Dependem da dest inação e expos ição a var iações 
térmicas ou de umidade relativa do ar (5). 
P a s t a d e a r g a m a s s a c o l a n t e ( 6 ) 
• Não é necessário umedecer o emboço. Todavia, esta 
operação não deve ser proibida. A umidade, se houver, 
re forçará a cura da pasta . Em locais vent i lados e 
ensolarados, convém umedecer o emboço. 
• Caso a colagem for direta sobre elementos da alvenaria, 
molhá-los imediatamente antes de espalhar a pasta. 
• Espalhar pasta de argamassa colante com desempenadeira 
denteada formando cordões. A quantidade de pasta deve 
ser suficiente para preencher irregularidades no prumo do 
emboço. bem como o empeno normal dos azulejos. Usar 
desempenadeira conforme tabela 1 da NBR 13.754/96 
• Espalhar a pasta em faixas compatíveis com as condições 
locais de ventilação e insolação. Controlar a extensão da 
faixa, pois pode se formar película sobre os cordões, 
falseando a aderência das peças. Na dúvida, pressionar 
uma peça sobre os cordões e retirá-la logo em seguida; 
sua base deverá estar impregnada de pasta fresca. 
R e v e s t i m e n t o s c e r â m i c o s 
• Não é necessária a imersão em água. Todavia, sob 
severas condições ambientais devem ser umedecidos. 
• As peças deverão ser pressionadas e batidas uma a uma 
à medida que são colocadas sobre a pasta de argamassa 
colante, a fim de garantir total esmagamento dos cordões 
e contato pleno da pasta com todo o tardoz das peças. 
Ao bater, não utilizar o cabo da colher de pedreiro se esta 
tiver ponta metálica exposta. Haverá danos ao esmalte 
da peça. O empeno máximo, côncavo ou convexo, 
cons iderado normal , é de 1 mm. A NBR-7200/82 -
revestimentos com argamassas - dá uma tolerância para 
o desvio da superfície do emboço em relação a uma régua 
retilínea: para 2 m de comprimento, o desvio não deverá 
ser superior a 3 mm. Assim sendo, certificar-se de que 
esta operação de pressionar e bater ccnsiga maximizar 
a superfície de contato pasta/peça. 
C u r a 
ü Antes de rejuntar, manter o revestimento protegido de 
insolação direta e ventilação durante cerca de sete dias. 
R e j u n t a r 
• Antes de rejuntar, escovar e umedecer as juntas entre as 
peças. 
• Preencher as juntas com pasta do rejunte. Deixar "puxar" 
e. em seguida, limpar e dar acabamento com espuma 
macia, limpa e úmida. 
Leituras recomendadas: 
(1) Caderno de Encargos - Eng. Milber Fernandes Guedes 
• Ed. Pini - 1982 
(2) Capitulo 6 - Retração 
(3) Capítulo 8 - Tensões 
(4) Capítulo 9 - Retração e Revestimentos 
(5) Capitulo 15 - Juntas 
(6) NBR-13754 - dez./1996 
Pastilhas sobre alvenaria interna ou externa 
(Método Convencional) 
T i p o d e b a s e 
• A base sobre a qual haverá o revestimento com pastilhas 
poderá ser constituída de diversos tipos de materiais, a saber: 
a) alvenar ias: 
- de tijolos cerâmicos maciços 
- de ti jolos cerâmicos furados (baiano) 
- de ti jolos cerâmicos laminados 
- de blocos cerâmicos 
- de blocos de concreto 
- de blocos síl ico-calcário 
- de blocos de concreto leve 
b) pi lares e vigas de concreto 
C o n d i ç ã o p r e l i m i n a r 
• A alvenaria deverá estar perfeitamente estável quando da 
aplicação do revestimento. Por exemplo, para alvenaria de 
tijolos comuns o encunhamento é feito após cerca de oito 
dias da conclusão do assentamento dos tijolos (1). Esse é 
um prazo mínimo para ocorrerem a secagem e a retração da 
argamassa entre os tijolos, em cada fiada, e a conseqüente 
acomodação do pano de parede. Caso o revestimento for 
executado antes da acomodação da alvenaria transmitir-se-
ão tensões ao revestimento que. somadas às de outras 
origens, poderão ocasionar o seu desprendimento. Entre tais 
tensões há a considerar as devidas à deformação lenta do 
concreto e as da retração da argamassa do emboço. caso 
este não es te ja to ta lmente cu rado (eqü iva le já ter -se 
deformado totalmente por retração da argamassa) por ocasião 
da colocação das pastilhas (2) (3) (4). 
S u p e r f í c i e d a b a s e 
• E l im ina r t u d o q u e p o s s a p r e j u d i c a r a a d e r ê n c i a d a 
argamassa. notadamente resíduos de madeira das fôrmas 
presos ao concreto, part ículas soltas etc. Caso houver 
faces de pi lares e vigas a revestir, e sendo antigas ou 
lisas, apicoá-las. 
• Umedecer abundantemente as alvenarias, quaisquer que seja 
a natureza dos materiais que as constituem, e aplicar uma 
camada de chapisco. O chapisco poderá ser o convencional 
de cimento e areia grossa 1:3 ou 1:4. em volumes, ou um 
chapisco de cimento colante. Para este último é necessário 
T M Í T 
—A —A —A —A 
Chapisco 
Pasta do 
cirorrto branco 
'/assa fina 
Emboço 
máximo 2 cm 
se maior, exocutar 
orn camaoas oo 
2 cm cada 
Pastilha 
• Juntas ontro pastilhas 
>a previstas peo 
fabricante 
aguardar cerca de sete dias. para que esteja suficientemente 
rígido e próprio para receber a camada seguiite. 
C a m a d a d e r e g u l a r i z a ç ã o 
• A n t e s de in ic iar o reves t imen to p r o p r i a m e n t e d i to é 
necessár io verif icar a p rumada da superfície a revestir.Sempre que a espessura de argamassa necessária para 
e l im inar i r regu la r idades , ou pa ra at ing i r d e t e r m i n a d o 
posic ionamento, for super ior a 2 cm. é indispensável a 
execução de uma camada prévia de regularização. 
A e s p e s s u r a das c a m a d a s de a r g a m a s s a não deve 
ultrapassar 2 cm (2. 3 e 4). 
• O traço pode ser o mesmo da argamassa do emboço. 
• A a r g a m a s s a d e r e g u l a r i z a ç ã o é ap l i cada s o b r e a 
superfície chapiscada umedecida. 
• S e m p r e q u e por m o t i v o s c o n s t r u t i v o s a e s p e s s u r a 
ultrapassar 25 a 35 mm deve ser utilizada tela metál ica 
soldada de malha de 5 x 5 cm e fio 16 BWG (1,65 mm) 
chumbada na estrutura suporte em quatro pentos por metro 
quadrado e. nos cantos, em três pontos por metro linear, 
com a finalidade de absorver a retração da argamassa, 
tensões e peso próprio da espessa camada de argamassa. 
• O acabamento superficial desta camada det/e ser áspero. 
E m b o ç o 
• Só será apl icado após completa secagem e retração da 
camada de regular ização, se houver. Ou seja, após o 
mínimo de oito dias de sua conclusão. 
Umedecer a superfície antes e chapar a argamassa do emboço. 
• Não havendo camada de regularização, a argamassa do 
e m b o ç o é a p l i c a d a s o b r e a s u p e r f í c i e c h a p i s c a d a 
umedecida previamente. 
• A espessura do emboço será de 2 cm no máximo (2, 3 e 4). 
• O acabamento superficial será áspero. 
• Traço suger ido em volume: uma par te de c imento para 
meia parte de cal hidratada e para cinco partes de areia 
média úmida. O u uma parte de cimento para uma parte 
de cal hidratada e sete partes de areia média úmida. 
A NBR-7200/82 indica diversos t raços para o emboço 
em paredes internas e para locais de g r a j de umidade 
normal do ar. Os emboços suger idos com uso de cimento 
e cal hidratada têm o traço de um volums de cimento, 
dois de cal hidratada e nove de areia úmida (para mistura 
manual) ou 11 de areia úmida (para mistura mecânica). 
• Quant idade de argamassa a preparar: será tal que sua 
ap l i cação e acabamen to es ta rão conc lu ídos antes do 
início de pega do cimento. 
• Aplicação da argamassa: chapar fortemente com a colher 
sob re a supe r f í c i e d o c h a p i s c o (ou da c a m a d a de 
regularização anterior) umedecida previamente. A seguir 
sarrafear com régua apoiada sobre as mestras já executadas. 
• Área de aplicação: não há limitações. O serviço é de alto 
rendimento, podendo ser interrompido na posição que 
estiver no fim da jornada de trabalho. O aproveitamento 
da mão-de-obra é máximo. 
Cura 
• Antes de passar para a fase de assentamento das pastilhas 
com massa fina e pasta de cimento branco, aguardar o maior 
tempo possível paia que ocorram a secagem e a retração 
da argamassa do emboco. Lembrar que para as argamassas 
80% de sua retração se dá aos sete dias de idade. 
• Com a execução e cura total do emboco se encerra a 
primeira fase de serviços do Método Convencional que 
estamos descrevendo. 
Juntas (7) 
• As juntas de movimentação e estruturais devem ser 
projetadas antes do assentamento. 
• As pastilhas são fornecidas montadas em placas já com 
juntas prefixadas pelo fabricante. 
• Manter a mesma largura de juntas entre as placas. 
Jun tas est rutura is 
• Mantê-las em toda a espessura do revestimento (no 
chapisco. emboço. massa fina e pastilhas) e na largura 
deixada na estrutura suporte. 
Juntas de expansão/contração 
• Dependem da dest inação e expos ição a var iações 
térmicas ou de umidade relativa do ar acentuada. Prevê-
las no encontro com outros acabamentos (7). 
Massa f ina 
• A argamassa pode ser pré-fabricada ou composta na 
própria obra. 
• Caso composta na obra. é sugerido o seguinte traço em 
volumes (5): uma parte de cimento portland comum para nove 
partes de areia fina peneirada e três partes de pasta de cal. 
• A NBR-7200/82 (Tabela 1 - Grupo II) sugere os seguintes 
traços em volumes para argamassas de reboco de cimento 
e cal: uma parte de cimento, para uma parte e meia de 
pasta de cal e para nove a 11 partes de areia fina úmida, 
sendo nove partes se a mistura for manual e 11 para mistura 
mecânica. Ou uma parte de cimento para duas de cal 
hidratada e para nove a 11 partes de areia fina úmida. 
• Antes de apl icar a argamassa. o emboco deve ser 
molhado abundantemente. 
• Espessura do reboco: 2 mm. A espessura máxima, não 
desejável, fixada pela NBR-7200/82. é de 5 mm. 
• Antes da aplicação das placas de pastilhas, traçar linhas 
de nível e prumo. 
Obs.: o Manual do Pastilheiro (5) descreve detalhadamente 
ferramentas, materiais e cuidados no acabamento. 
Pasta de c imento 
• Norma lmente é ut i l izado c imento por t land branco. 
Preparar pasta de cimento branco. 
• As placas de pastilhas são empilhadas sobre um suporte, 
com o tardoz voltado para cima (ou com o papel voltado 
para baixo). 
ü Com auxílio de colher de pedreiro espalhar a pasta de 
cimento branco nas costas da placa de pastilhas, em 
espessura fina de cerca de 1 mm. Lembrar que a pasta 
de cimento comum é a cola do método convencional que 
estamos descrevendo (6). 
• Aplicar placa de pastilhas, untada de pasta de cimento 
branco, sobre a massa fina que deverá estar ainda fresca. 
Caso for necessário, e devido a condições de ventilação, 
umedecer levemente a massa fina antes da aplicação. 
• Pressionar imediatamente com as mãos. 
• Após a colocação de algumas placas, alinhar as arestas 
e rebater com auxílio de martelo de pedreiro e um batedor 
de madeira aparelhado. 
Re jun tamento 
• Remover o papel colado sobre a superfície das pastilhas 
ut i l izando uma solução de soda cáustica e água na 
proporção de 250 g para cada cinco litros de água (5). 
Usar broxa na apl icação da solução sobre o papel. 
Aguarde que este se encharque e use a ponta da colher 
de pedreiro para iniciar a remoção do papel. 
• Lavar com água após remover o papel ce cada pequena 
área. 
• Rebater as pastilhas, caso for necessário ajustar nível 
e prumo. 
Atenção: usar luvas de borracha e aplicar a solução de 
soda com cuidado para evitar respingos na pele. Use 
balde plástico no preparo da solução. 
• Retirado o papel de todo o pano. prepare pasta de cimento 
branco comum ou de produtos pré-fabricadcs comercializados 
com esta finalidade. Preencher as juntas com a pasta, com 
auxilio de rodo de borracha passado diagonalmente. Deixar 
"puxar" e. em seguida, limpar com estopa. 
Lei turas recomendadas: 
(1) Caderno de Encargos - Eng. Milber Fernandes Guedes 
• Ed. Pini - 1982 
(2) Capítulo 6 - Retração 
(3) Capítulo 8 • Tensões 
(4) Capítulo 9 • Retração e Revestimentos 
(5) "Treinamento do Oficial Pastilheiro" - Encarte do 
Anuàrio Produtos & Técnicas - 82/83 - Ed. Pini 
(6) Capítulo 13 - Pasta de Cimento 
(7) Capitulo 15 • Juntas 
Pastilhas sobre alvenaria interna ou externa 
(Método de Colagem) 12 
Tipo d e base 
• A base sobre a qual haverá o revestimento com pastilhas 
poderá ser constituída de diversos tipos de materiais, a saber: 
a) alvenarias: 
- de tijolos cerâmicos maciços 
- de tijolos cerâmicos furados (baiano) 
- de tijolos cerâmicos laminados 
- de blocos cerâmicos 
- de blocos de concreto 
- de blocos silico-calcário 
- de blocos de concreto leve 
b) pilares e vigas de concreto 
C o n d i ç ã o p r e l i m i n a r 
• A alvenaria deverá estar perfeitamente estável quando da 
aplicação do revestimento. Por exemplo, para alvenaria de 
tijolos comuns o encunhamento é feito após cerca de oito 
dias da conclusão do assentamento dos tijolos (1). Esse é 
um prazo mínimo para ocorrerem a secagem e a retração da 
argamassa, entre os tijolos, em cada fiada, e a conseqüente 
acomodação do pano de parede. Caso o revestimento for 
executado antes da acomodação da alvenaria, transmitir-se-
ão tensões ao revestimento que, somadas às de outras 
origens, poderão ocasionar o seu desprendimento. Entre tais 
tensões há a considerar as devidas à deformação lenta do 
concreto e as da retração daargamassa do embaço, caso 
este não esteja totalmente curado (eqüivale a já ter-se 
deformado totalmente por retração da argamassa) por ocasião 
da colocação das pastilhas (2) (3) (4). 
S u p e r f í c i e d a b a s e 
• Eliminar tudo que possa prejudicar a aderência da argamassa, 
notadamente resíduos de madeira das fôrmas presos ao 
concreto, partículas soltas etc. Caso houver faces de pilares 
e vigas a revestir, e sendo antigas ou lisas, apicoá-las. 
• Umedecer abundantemente as alvenarias. qualquer que seja 
a natureza dos materiais que as constituem e aplicar uma 
camada de chapisco. O chapisco poderá ser o convencional 
de cimento e areia grossa 1:3 ou 1:4 em volumes, ou um 
chapisco de cimento colante. Para este último é necessário 
aguardar cerca de sete dias. para que esteja suficientemente 
rígido e próprio para receber a camada seguinte. 
Base 
Chapisco 
Pasta tio 
argamassa colanto 
Emboço 
máximo 2 cm 
se maior, execuiar 
em camadas do 
2 cm cada 
Pastilha 
Juntas entro pastilhas 
ia previstas p e » 
fabricante 
C a m a d a d e r e g u l a r i z a ç ã o 
• Antes de iniciar o revest imento propr iamente di to é 
necessário verificar a prumada da superfície a revestir. 
Sempre que a espessura de argamassa necessária para 
el iminar i r regular idades, ou para at ingir determinado 
posicionamento, for superior a 2 cm, é indispensável a 
execução de uma camada prévia de regularização. 
A espessura das camadas de argamassa não deve 
ultrapassar 2 cm (2, 3 e 4). 
• O traço pode ser o mesmo da argamassa do emboço. 
• A a r g a m a s s a de regu la r i zação é ap l icada sobre a 
superfície chapiscada umedecida. 
• Sempre que por mot i vos cons t ru t i vos a espessu ra 
ultrapassar 25 a 35 mm deve ser utilizada tela metálica 
soldada de malha de 5 x 5 cm e fio 16 BWG (1,65 mm) 
chumbada na estrutura suporte em quatro pontos por metro 
quadrado e, nos cantos, em três pontos por metro linear, 
com a finalidade de absorver a retração da argamassa, 
tensões e peso próprio da espessa camada de argamassa. 
• O acabamento superficial desta camada deve ser áspero. 
E m b o ç o 
• Só será aplicado após completa secagem e retração da 
camada de regularização, se houver. Ou seja, após o 
mín imo de oito dias de sua conc lusão. Umedecer a 
superfície antes de chapar a argamassa do emboço. 
ü Não havendo camada de regularização, a argamassa do 
e m b o ç o é ap l i cada sobre a super f í c ie c h a p i s c a d a 
umedecida previamente. 
• A espessura do emboço será de 2 cm, no máximo (2, 3 e 4). 
• O acabamento superficial será áspero. 
• Traço sugerido em volumes: uma parte de cimento para 
meia parte de cal hidratada e para cinco partes de areia 
média úmida. Ou uma parte de cimento para uma parte 
de cal hidratada e sete partes de areia média úmida. 
• A NBR-7200/82 indica diversos traços para o emboço em 
paredes internas e para locais de grau de umidade normal 
do ar. Os emboços sugeridos com uso de cimento e cal 
hidratada têm o traço de um volume de cimento, dois de 
cal hidratada e nove de areia úmida (para mstura manual) 
ou 11 de areia úmida (para mistura mecânica). 
• Quantidade de argamassa a preparar: será tal que sua 
apl icação e acabamento estarão concluídos antes do 
início de pega do cimento. 
• Aplicação da argamassa: chapar fortemente com a colher 
sobre a superfície do chapisco (ou da camada cte regularização 
anterior) umedecida previamente. A seguir sarrafear com 
régua apoiada sobre as mestras já executadas. 
• Área de aplicação: não há limitações. O serviço é de alto 
rendimento, podendo ser interrompido na posição que 
estiver no fim da jornada de trabalho. O aoroveitamento 
da mão-de-obra é máximo. 
Cura 
• Antes de passar para a fase de assentamento das pastilhas 
com pasta de cimento colante, aguardar o maior tempo 
possível para que ocorram a secagem e a retração da 
argamassa do emboço. Lembrar que para as argamassas 
80% de sua retração se dá os sete dias de idade. 
• Com a execução e cura total do emboço se encerra a 
primeira fase de serviços do método de colagem que 
estamos descrevendo. 
Nota: Enquanto no método convencional daqui para diante há 
mais duas operações lentas a serem executadas seguidamente, 
ou seja, massa fina e sobre ela ainda fresca a aplicação das 
placas de pastilhas com pasta de cimento branco no tardoz, 
com prejuízo do rendimento dos serviços, este método de 
colagem requer apenas o espalhamento da pasta de argamassa 
colante, cinza ou branca. E um serviço de alto rendimento, 
possibilitando o aproveitamento integral da jornada de trabalho. 
Cojagem direta sobre a base em paredes internas 
• É possível colar as peças diretamente sobre a base se esta é 
constituída de elementos de superfície bem plana e assentados 
aprumados já prevendo a colagem direta, sem emboço, ou 
camada de regularização. E o caso de blocos de concreto, 
blocos de concreto leve ou sílico-calcário. A irregularidade das 
peças, se houver, será jogada para a face oposta da parede 
que, possivelmente, será um corredor, ou sala, ou dormitório 
etc., cujas paredes levarão emboço e reboco corrigindo o prumo. 
Atenção para as instalações elétrica e hidrául ica, e 
posicionamento de batentes, uma vez que não haverá 
chapisco e emboço. 
• Imediatamente antes de espalhar a pasta de cimento 
colante sobre tais bases, molhá-las abundantemente 
devido à sua alta absorção de água. 
Obs.: no método convencional é impossível a colocação 
direta sobre a base. 
Juntas (7) 
• As juntas de expansão/contração e estruturais deverão 
ser projetadas antes do assentamento. 
• As pastilhas são fornecidas montadas em placas já com 
juntas prefixadas pelo fabricante. 
• Manter a mesma largura de juntas entre as placas. 
Jun tas est rutura is 
• Mantê-las em toda a espessura dos revestimentos (no 
chapisco. emboço. argamassa colante e pastilhas) e na 
largura deixada na estrutura suporte. 
Juntas de expansão/contração 
• Dependem da dest inação e expos ição a var iações 
térmicas ou da umidade relativa do ar acentuada. Prevê-
las no encontro com outros acabamentos. 
Pasta de argamassa colante (5) 
• Não é necessário umedecer o emboço. Todavia, esta ope-
ração não deve ser proibida. A umidade, se houver, reforçará 
a cura da pasta. Em locais ventilados e ensolarados convém 
umedecer o emboço. 
• Espalhar pasta de cimento colante com desempenadeira 
denteada formando cordões. A quantidade de pasta deve ser 
suficiente para preencher irregularidades no prumo do emboço. 
• Espalhar a pasta em faixas compatíveis com as condições 
locais de ventilação e insolação. Controlar a extensão da 
faixa, pois pode se formar película sobre os cordões, 
falseando a aderência das peças. Na dúvida, pressione 
algumas pastilhas sobre os cordões e retire-as em seguida; 
sua base deverá estar impregnada de pasta fresca. 
• As placas de pastilhas são empilhadas sobre um suporte, com 
o tardoz voltado para cima (ou com o papel voltado para baixo). 
u Com auxílio do lado liso da desempenadeira denteada 
forçar a pasta de argamassa colante branca nas costas 
de cada placa de pastilhas, preenchendo praticamente 
todas as juntas. 
• Antes da aplicação das placas de pastilhas, traçar linhas 
de nível e prumo. 
Obs.: o Manual do Pastilheiro (6) descreve detalhadamente 
ferramentas, materiais e cuidados no acabamento. 
• Aplicar cada placa de pastilhas sobre os cordões de pasta 
fresca de argamassa colante. 
• Pressionar imediatamente com ambas as mãos toda a 
superfície da placa. 
• Após a colocação de algumas placas, alinhar as arestas 
e rebater com auxílio de martelo de pedreiro e um batedor 
de madeira aparelhado. 
Re jun tamento 
• Remover o papel colado sobre a superfície das pastilhas utilizando 
uma solução de soda cáustica e água na proporção de 250 g 
para cada cinco litros de água (6). Usar broxa na aplicação da 
solução sobre o papel. Aguarde que este se encharque, e use a 
ponta da colher de pedreiro para iniciar a rerioção do papel. 
• Lavar com água após removero papel de cada pequena área. 
• Rebater as pastilhas, caso for necessário ajustar nível e prumo. 
Atenção: usar luvas de borracha e aplicar a solução de soda 
com cuidado para evitar respingos na pele. Use balde plástico 
no preparo da solução. 
• Retirado o papel de todo o pano. prepare pasta de cimento 
branco comum, ou de produtos pré-fabricados comercializados 
com esta finalidade. Completar o preenchimento das juntas com 
a pasta, com auxilio de rodo de borracha passado diagonalmente. 
Deixar "puxar" e. em seguida, limpar com estopa. 
Lei turas recomendadas: 
(1) Caderno de Encargos - Eng. Milber Fernandes Guedes 
- Ed. Pini - 1982 
(2) Capitulo 6 - Retração 
(3) Capítulo 8 - Tensões 
(4) Capítulo 9 - Retração e Revestimentos 
(5) Capítulos 18 e 19 - Método de Colagem 
(6) "Treinamento do Oficial Pastilheiro" - "Encarte Produtos 
& Técnicas - 82/83 - Ed. Pini 
(7) Capítulo 15 - Juntas 
Placas de borracha com cavidades ou pinos 
sobre terrapleno (Método de Colagem) 13 
C o l a g e m 
• Este Método de Co lagem é dividido em duas fases bem 
distintas e de alto rendimento de mão-de-obra: 
a) execução do contrapiso, sua cura e secagem; 
b) co lagem das peças. 
T e r r a p l e n o ( 1 ) 
• Preparar o terrapleno para evitar umidade natural do solo. 
Esta camada deverá ter excelente permeabi l idade para 
que a água não suba por capi lar idade. Isso pode ser 
conseguido com a retirada da camada superficial de solo 
pouco permeável - 30 a 40 cm - e reaterro com o mesmo 
solo misturado em partes iguais com areia ou entulho da 
própria obra. 
• Api loar o ter rap leno e co locar uma camada de pedra 
br i tada. 
Atenção para pisos sobre terrenos argi losos ou humíferos, 
que retêm energicamente a água. Para conter o f luxo de 
umidade utilizar mantas impermeáveis. 
• Prever uso de drenos para os casos extremos de pressão 
positiva e lençol freático aflorado ou a pouca profundidade. 
L a s t r o d e c o n c r e t o s i m p l e s ( 1 ) 
• Sobre o terrapleno executar lastro de concreto simples, 
bem dosado e adensado, próprio para servir de barreira 
à água. dada sua impermeabi l idade. 
• Executar o lastro c o m caimentos necessár ios à perfeita 
drenagem superficial do piso acabado. 
• Aguardar cura completa antes da execução do contrapiso. 
S u p e r f í c i e d o l a s t r o - p r e p a r o 
• E l im ina r t u d o q u e p o s s a p r e j u d i c a r a ade rênc ia da 
argamassa do contrapiso. Caso o lastro seja antigo ou 
sua superfície muito lisa, apicoá-lo. Umedacer e aplicar 
camada de c imento Port land fo rmando pasta e, sobre 
ela, estender imediatamente a argamassa do contrapiso. 
Dependendo das condições de uso, o lastro poderá ser 
a rmado. 
C o n t r a p i s o ( 2 e 3 ) 
• Também chamado piso morto, camada de regularização 
ou intermediár ia. 
• Espessura de 2 a 3 cm no máximo. Quando, por motivo de 
p ro je to , for n e c e s s á r i a e s p e s s u r a m a o r , e x e c u t a r 
contrapisos superpostos tantos quantos forem necessários, 
de modo a resultar sempre espessuras individuais de 2 a 
3 cm. Cada camada só será executada após secagem e 
retração (cura completa) da camada anterior. 
• O acabamen to super f ic ia l será áspero: sarrafeado ou 
desempenado. 
• Traço sugerido em volumes: uma parte de cimento para 
seis partes de areia média úmida. Dimensionar outro traço, 
inclusive armadura, dependendo das condções de uso. 
• Quant idade de argamassa a preparar: será tal de modo 
que seu espalhamento e acabamento superficial ocorram 
antes do início de pega do cimento. 
• Ap l icação de a rgamassa: estendê- la sobre a pasta de 
c imento f resca na superf íc ie do lastro. Com auxí l io da 
c o l h e r a p e r t á - l a c o m f i r m e z a , e l i m i n a n d o a m a i o r 
quant idade possível de vazios. Sarrafear a superfície. 
Placas de borracha Lastro de concreto simples 
Pa sta de argamas 
Ju 
co 
sa colante 
ita expansão/ 
itração 
Cc mtra 
Pa 
piso 
sta de cimento J u n t a estrutural 
• 1 K l 1 
• 
[ J Manta impermeável 
1 
Terrapleno 
• Área de aplicação: não há limitações. O serviço é de alto 
rendimento, podendo ser interrompido na posição que 
estiver no fim da jornada de trabalho. O aproveitamento 
da mão-de-obra é máximo. 
C u r a 
• Antes de passar para 2J fase (colagem) aguardar o maior 
tempo possível para que ocorram a secagem e a retração 
da argamassa do contrapiso. Lembrar que para argamassa 
80% de sua retração se dá aos sete dias de idade. 
Atenção: Caso a colocação das placas seja feita antes 
da secagem da argamassa do contrapiso, a retração 
desta argamassa ainda em evolução introduzirá compres-
são no revestimento denunciada por ondulações das 
placas, comprometendo definitivamente o serviço. 
J u n t a s (5 e 6 ) 
• As juntas de expansão/contração e estruturais deverão 
ser projetadas e previstas antes do assentamento. 
J u n t a s e s t r u t u r a i s 
• São as da estrutura suporte e devem ser mantidas em 
largura e posição em toda a espessura do revestimento. 
J u n t a s d e e x p a n s ã o / c o n t r a ç ã o 
• Dependem da dest inação e expos ição a var iações 
térmicas ou de umidade relativa (6). 
P a s t a d e a r g a m a s s a c o l a n t e ( 4 ) 
• Não é necessário umedecer a superfície do contrapiso. 
Todavia, esta operação não deve ser proibida. A umidade, 
se houver, reforçará a cura da pasta. 
• Espalhar, pasta de argamassa colante com desempena-
deira denteada formando cordões. A quantidade de pasta 
deve ser suficiente para preencher irregularidades do nível 
do contrapiso. 
• Espalhar a pasta em faixas de 70 cm de largura para 
facilitar a colocação das peças. Atenção para locais 
ventilados e ensolarados: controlar a extensão da faixa, 
pois pode se formar película sobre os cordões, falseando 
a aderência das peças. 
• Com colher de pedreiro, ou lado liso da desempenadeira 
de aço, preencher totalmente com pasta de argamassa 
colante as cavidades ou espaços entre os pinos existentes 
no tardoz das placas. 
• Aplicar as placas assim preparadas sobre os cordões de 
pasta de a rgamassa co lan te já ap l i cada sobre o 
contrapiso. 
• Bater a placa o mais levemente possível, mas o necessário 
para ligar a pasta do tardoz à pasta do contrapiso. 
A tenção : ba t idas enérg icas sobre a p laca causa rão 
deformações levantando arestas e vért ices da placa, 
tornando impossível quaisquer tentativa posterior de 
acerto de nível. 
u O serviço de colagem pode ser interrompido em qualquer 
posição, e retomado poster iormente, mesmo no dia 
seguinte. Isto torna o serviço de alto rendimento devido 
ao aproveitamento máximo da mão-de-obra. 
L i m p e z a 
ü Este método proporciona serviço extremamente limpo. 
Eventual refluxo de pasta é retirado com pano levemente 
umedecido em água limpa. 
P r o t e ç ã o 
• Nunca ande sobre placas logo após coladas. Aguarde 
cerca de três dias. A resistência máxima da argamassa 
colante se dá após 14 dias de idade. 
• Na fase final da obra os pisos são suornetidos a mau 
trato enérgico: respingos de tinta, areia, trânsito de operários 
etc. Isso exige proteção eficaz até a entrega da obra. 
L e i t u r a s r e c o m e n d a d a s : 
(1) Capítulo 14 - Eflorescência 
(2) Capítulo 6 - Retração 
(3) Capítulo 8 • Tensões 
(4) Capítulos 18 e 19 • Método de Colagem/Consumo 
(5) Capítulo 10 - Temperatura 
(6) Capítulo 15 - Juntas 
Placas de borracha com cavidades ou pinos 
sobre laje (Método de Colagem) 14 
S u p e r f í c i e d a l a j e 
• E l iminar tudo que possa pre jud icar a aderênc ia da 
argamassa da camada de regularização ou contrapiso. 
Caso a laje seja antiga ou sua superfície muito lisa. apicoá-
la. Umedecer e apl icar camada de c imento Port land. 
fo rmando pasta imed ia tamente antes de estender a 
argamassa de regularização. 
A emenda com pasta de cimento introduzirá um vinculo 
que impedirá parcialmente a retração da argamassa das 
camadas superiores, reduzindo as tensões de compres-
são na camada de revestimento superficial (1). 
•Sobre a laje poderemos ter: 
a - somente uma camada de argamassa, chamada de 
regularização, ou contrapiso ou. ainda, de piso morto: 
b - uma camada de argamassa de enchimento destinada 
a embutir canalizações de piso (tomadas, telefones etc.) 
ou para dar caimento ou. ainda, para corrigir irregu-
laridades exageradas. 
Sobre esta c a m a d a de ench imen to segue -se a do 
contrapiso. 
Atenção: cada camada não deverá ter mais do que 2 a 3 
cm de espessura. 
Nota: Este método de colagem é dividido em duas fases 
bem distintas e de alto rendimento de mão-de-obra: 
a) execução do contrapiso. sua cura e secagem; 
b) colagem das peças. 
C o n t r a p i s o ( 1 ) , ( 2 ) e ( 3 ) 
• Também chamado piso morto, camada de regularização 
ou intermediária. 
ü Espessura de 2 a 3 cm no máximo. Quando, por motivo 
de pro jeto, for necessár ia espessura maior, que se 
dest ine a embutir e letrodutos para tomadas de piso, 
executar contrapiso superpostos tantos quantos forem 
necessár ios, de modo a resultar sempre espessuras 
i n d i v i d u a i s d e 2 a 3 cm . C a d a c a m a d a só s e r á 
executada após secagem e retração (cura completa) 
da camada anterior. 
• O acabamento superf ic ial será áspero: sarrafeado ou 
desempenado. 
• Traço sugerido em volumes: uma parte de cimento para 
seis partes de areia média úmida, ou argamassa mista 
composta de uma parte de c imento para meia de cal 
hidratada, e para cinco partes de areia média úmida. 
Dimensionar outro traço, inclusive armadura, dependendo 
das condições de uso. 
• Quantidade de argamassa a preparar: será de tal modo 
que seu espalhamento e acabamento superficial ocorram 
antes do inicio de pega do cimento. 
• Apl icação de argamassa: estendê-la sobre a pasta de 
cimento fresco na superfície da laje. Com auxílio da colher 
apertá-la com f irmeza, el iminando a maior quantidade 
possível de vazios. Sarrafear a superfície. 
• Área de aplicação: não há limitações. O serviço é de alto 
rendimento, podendo ser interrompido na posição que 
estiver no fim da jornada de trabalho. O aDroveitamento 
de mão-de-obra é máximo. 
C u r a 
• Antes de passar para 2a fase (colagem) aguardar o 
maior tempo possível para que ocorram a secagem e a 
retração da argamassa do contrapiso. Lembrar que para 
argamassa 80% de sua retração se dá aos sete dias 
de idade. 
"Junta de expansão/contração 
Placas do borracha Camada de regularização 
ou contrapiso 
Pasta de argamassa 
colante sobre o 
contrapiso e nas 
cavidades 
I 
Pasta de cimento sobre a laje 
Junta normal 
Junta estruturaJ 
Laje de concreto Junta expansão/ * Revestimento do forro do andar inferior 
armado contração (Chapisco + Emboço + Reboco) 
Atenção: Caso a colocação das placas seja feita antes 
da secagem da argamassa do contrapiso, a retração 
desta argamassa ainda em evolução introduzirá compres-
são no revestimento denunciada por ondulações das 
placas, comprometendo definitivamente o serviço. 
J u n t a s (5 e 6 ) 
• As juntas de expansão/contração e estruturais deverão 
ser projetadas e previstas antes do assentamento. 
J u n t a s e s t r u t u r a i s 
• São as da estrutura suporte e devem ser mantidas em 
largura e posição em toda a espessura do revestimento. 
J u n t a s d e e x p a n s ã o / c o n t r a ç ã o 
• Dependem da dest inação e expos ição a var iações 
térmicas ou de umidade relativa do ar. 
P a s t a d e a r g a m a s s a c o l a n t e ( 4 ) 
• Não é necessário umedecer a superfície do contrapiso. 
Todavia, esta operação não deve ser proibida. A umidade, 
se houver, reforçará a cura da pasta. 
• Espalhar pasta de argamassa colante com desempena-
deira denteada formando cordões. A quantidade de pasta 
deve ser suficiente para preencher irregularidades do nível 
do contrapiso. 
• Espalhar a pasta em faixas de 70 cm de largura para 
facilitar a colocação das peças. Atenção para locais 
ventilados e ensolarados: controlar a extensão da faixa, 
pois pode se formar película sobre os cordões, falseando 
a aderência das peças. 
• Com colher de pedreiro, ou lado liso da desempenadeira 
de aço. preencher totalmente com pasta de argamassa 
colante as cavidades ou espaços entre os pinos existentes 
no tardoz das placas. 
• Aplicar as placas assim preparadas sobre os cordões de 
pas ta de a rgamassa co lan te já ap l i cada sobre o 
contrapiso. 
• Bater a placa o mais levemente possível, mas o necessário 
para ligar a pasta do tardoz à pasta do contrapiso. 
Atenção: bat idas enérgicas sobre a placa causarão 
deformações levantando arestas e vért ices da placa, 
tornando impossível qualquer tentativa posterior de acerto 
de nível. 
P r o t e ç ã o 
• Nunca ande sobre placas logo após coladas. Aguarde 
cerca de três dias. A resistência máxima da argamassa 
colante se dá após 14 dias de idade. 
• Na fase final da obra, os pisos são submetidos a mau trato 
enérgico: respingos de tinta, areia, trânsito de operários etc. 
Isso exige proteção eficaz até a entrega da obra. 
L e i t u r a s r e c o m e n d a d a s : 
(1) Capítulo 8 - Tensões 
(2) Capitulo 6 - Retração 
(3) Capítulo 9 - Retração e Revestimento 
(4) Capítulos 18 e 19 - Método de Colagem/Consumos 
(5) Capítulo 10 - Temperatura 
(6) Capitulo 15 - Juntas 
• O serviço de colagem pode ser interrompido em qualquer 
posição, e retomado poster iormente, mesmo no dia 
seguinte. Isto torna o serviço de alto rendimento devido 
ao aproveitamento máximo da mão-de-obra. 
L i m p e z a 
• Este método proporciona serviço extremamente limpo. 
Eventual refluxo de pasta é retirado com pano levemente 
umedecido em água limpa. 
Peças cerâmicas prensadas sobre alvenaria 
externa (Método de Colagem) 15 
T i p o d e b a s e 
• A base sobre a qual haverá o revest imento poderá ser 
consti tuída de diversos t ipos de materiais, a saber: 
a) alvenaria: 
- de tijolos cerâmicos maciços 
- de tijolos cerâmicos furados (baiano) 
- de tijolos cerâmicos laminados 
- de blocos cerâmicos 
- de blocos de concreto 
- de blocos síl ico-calcário 
- de blocos de concreto leve 
b) pilares e v igas de concreto 
C o n d i ç ã o p r e l i m i n a r 
• A alvenaria deverá estar perfeitamente estável quando da 
aplicação do revestimento. Por exemplo, para alvenaria de tijolos 
comuns o encunhamento é feito após cerca de oito dias da 
conclusão do assentamento dos tijolos (1). Esse é um prazo 
mínimo para ocorrerem a secagem e a retração da argamassa 
entre os tijolos, em cada fiada, e a conseqüente acomodação 
do pano de parede. Caso o revestimento for executado antes 
da acomodação da alvenaria transmitir-se-ão tensões ao 
revestimento que, somadas as de outras origens, poderão 
ocasionar o seu desprendimento. Entre tais tensões há a 
considerar as devidas à deformação lenta do concreto e as da 
retração da argamassa do emboço, caso este não esteja 
totalmente curado (deformado totalmente por retração da 
argamassa) por ocasião da colocação das peças (2) (3) (4). 
S u p e r f í c i e d a b a s e 
• E l im ina r tudo q u e p o s s a p r e j u d i c a r a a d e r ê n c i a da 
argamassa. notadamente resíduos de madeira das fôrmas 
presos ao concreto, part ículas soltas etc. Caso houver 
faces de pi lares e vigas a revestir, e sendo antigas ou 
lisas, apicoá-las. 
• Umedecer abundantemente as alvenarias, qualquer que seja 
a natureza dos materiais que as constituem, e aplicar uma 
camada de chapisco. O chapisco poderá ser o convencional 
de cimento e areia grossa 1:3 ou 1:4. em volumes, ou um 
Baso 
Chapisco 
Pasta do 
a r g a m a s s a c o l a n t n 
Emboço espessura 
máxima 2 cm. se maior 
oxocutar em camadas 
de 2 cm cada 
Peças cerâmicas 
Junta entro as peças 
largura mfn. 6 a 7 m m 
Juntas do expansão/ 
contração largura 
6 a 7 mm 
profundidade? 
ató o chapfcr 
chapisco de cimento colante. Para este último é necessário 
aguardar cerca de sete dias. para que esteja suficientemente 
rígido e próprio para receber a camada seguinte. 
C a m a d a d e r e g u l a r i z a ç ã o 
• A n t e s de in ic ia r o reves t imen to p ro p r i a m e n t e d i to é 
necessár io verif icar a p rumada da superfície a revestir. 
Sempre que a espessura de argamassa necessária para 
e l im inar i r regu la r idades , ou pa ra at ing i r d e t e r m i n a d o 
posic ionamento, for superior a 2 cm, é indispensável a 
execução de uma camada prévia de regularização. 
A espessura de cada camada de argamassa não deve 
ultrapassar 2 cm (2, 3 e 4). 
• O traço pode ser o mesmo da argamassa do emboço. 
• A a r g a m a s s a d e r e g u l a r i z a ç ã o é ap l i cada s o b r e a 
superfície chapiscada umedecida. 
• S e m p r e q u e por m o t i v o s c o n s t r u t i v o s a e s p e s s u r a 
ultrapassar 25 a 35 mm deve ser utilizada tela metál ica 
soldada de malha de 5 x 5 cm e fio 16 BWG (1,65 mm) 
chumbada na estrutura suporte em quatro pontos por metro 
quadrado e, nos cantos, em três pontos por metro linear, 
com a f inalidade de absorver a retração da argamassa, 
tensões e peso próprio da espessa camada de argamassa. 
• O acabamento superficial desta camada de»/e ser áspero. 
E m b o ç o 
• Só será apl icado após completa secagem e retração da 
camada de regular ização, se houver. Ou seja, após o 
mínimo de oito dias de sua conclusão. 
Umedecer a superfície antes e chapar a argamassa do 
emboço. 
• Não havendo camada de regularização, a argamassa do 
e m b o ç o é a p l i c a d a s o b r e a s u p e r f í c i e c h a p i s c a d a 
umedecida previamente. 
• A espessura do emboço será de 2 cm no máximo (2, 3 e 4). 
• O acabamento superficial será áspero. 
• Traço suger ido em volume: uma parte de c imento para 
meia parte de cal hidratada e para cinco partes de areia 
média úmida. O u uma parte de cimento para uma parte 
de cal hidratada e sete partes de areia média úmida. 
A NBR-7200/82 indica diversos traços para o emboço em 
paredes internas e para locais de grau de umidade normal 
do ar. Os emboços suger idos com uso de c imento e cal 
hidratada têm o traço de um volume de cimento, dois de 
cal hidratada e nove de areia úmida (para ms tu ra manual) 
ou 11 de areia úmida (para mistura mecânica). 
ü Quant idade de argamassa a preparar: será tal que sua 
ap l i cação e acabamen to es ta rão conc lu ídos an tes do 
início de pega do cimento. 
• Aplicação da argamassa: chapar fortemente com a colher 
sobre a superfície do chapisco (ou da camada cte regularização 
anterior) umedecida previamente. A seguir sarrafear com 
régua apoiada sobre as mestras já executadas. 
• Área de aplicação: não há limitações. O serviço é de alto 
rendimento, podendo ser interrompido na posição que 
estiver no fim da jornada de trabalho. O aproveitamento 
da mão-de-obra é máximo. 
Cura 
• Antes de passar para a 2* fase do assentamento das 
peças cerâmicas, com base lisa com pasta de cimento 
colante. aguardar o maior tempo possível para que 
ocorram a secagem e a ret ração da argamassa do 
emboco. Lembrar que para argamassa 80% de sua 
retração se dá aos sete dias de idade. 
ü Com a execução e cura total do emboço se encerra a 
primeira fase de serviços do Método de Colagem que 
estamos descrevendo. 
Seqüência de co locação 
• Nas fachadas, o revest imento é executado da parte 
superior para a inferior. Mas. na altura correspondente a 
cada andar e a partir do mais elevado, as peças são 
assentadas de baixo para cima. 
Juntas (5) 
• As juntas devem ser pro jetadas antes do in ic io do 
assentamento. 
Jun tas est rutura is 
• Mantê-las em toda a espessura do revestimento {no chapisco, 
emboço, cimento colante e na peça) e na largura deixada na 
estrutura suporte. Preencher com mástique elástico. 
Juntas de expansão/contração 
• Prevenindo qualquer t ipo de deformação, inclusive 
térmicas (ver desenho). Deixar juntas no encontro com 
outros tipos de acabamentos, ou saliências, e também 
em distâncias horizontais e verticais de 3,50 m a 5.0 m, 
com largura de 6 a 10 mm respectivamente. Sugere-se 
deixá-las no sentido vertical a cada andar e coincidindo 
com a posição de encontro da alvenaria com a estrutura 
de concreto (viga ou laje). Preenchê-las com mastigue 
elástico. 
• Juntas entre as peças: 6 a 10 mm, ou seja, com a mesma 
largura das juntas de expansão já descritas. 
• Cálculo da largura exata das juntas e construção da galga. 
Consideremos, como exemplo, peças com dimensões 7 
cm por 23 cm a serem coladas horizontalmente. A altura 
do pano (distância entre dois pisos acabados) é. por 
exemplo. 2.63 m (2.5 m de pé-direito, mais 2 cm de 
revestimento do forro, mais 7 cm de laje e mais 4 cm de 
piso). Se a junta mínima é de cerca de 7 mm. a altura de 
cada fiada será de 77 mm (junta mais peça) e teremos 
2.630 mm/77 mm ou 34.16 fiadas. Como o número de 
fiadas é inteiro, teremos 2.630 mm/34 iguais a 77.35 mm. 
sendo 70 mm da peça mais 7,35 mm da junta. Sobre dois 
sarrafos aparelhados marcar com pregos as 34 fiadas de 
77,35 mm. Fixar um sarrafo de cada lado do pano a revestir 
com pares de pregos correspondentes nivelados. Uma linha 
presa ao prego de cada sarrafo (galga) dará a posição 
nivelada das peças a colar. Lembrar que as juntas inferior 
e superior de cada pano coincidem com as juntas de 
expansão/contração. 
Pasta de argamassa colante (6) 
• Não é necessário umedecer o emboço. Todavia, esta 
operação não deve ser proibida. A umidade, se houver, 
reforçará a cura da pasta. Em locais vent i lados e 
ensolarados, como as fachadas, convém umedecer o 
emboço e as peças a assentar. 
• Espalhar pasta de argamassa colante com desempena-
deira denteada formando cordões. A quantidade de pasta 
deve ser suficiente para preencher irregularidades no 
prumo do emboco. bem como de eventual empeno das 
peças. 
• Espalhar a pasta em faixas compatíveis com as condições 
locais de ventilação e insolação. Controlar a extensão da 
faixa, pois pode se formar película sobre os cordões, 
falseando a aderência das peças. Na dúvida, pressione 
uma peça sobre os cordões e retire-a em seguida; sua 
base deverá estar impregnada de pasta fresca. 
Peças cerâmicas (8) 
• Não é necessár ia sua imersão em água. Todavia, 
dependendo do "grupo de absorção" a que pertencem, 
podem ser umedecidas. 
A peça umedecida reforça a cura da pasta melhorando a 
aderência. 
• As peças serão pressionadas e batidas uma a uma à 
medida que são colocadas sobre os cordões de pasta 
fresca. 
• Deve haver esmagamento dos cordões e espalhamento 
da pasta com contato pleno da mesma com todo o tardoz 
das peças. 
Re jun tamento 
• O rejuntamento entre as peças é feito com argamassa 
industrializada própria para esta finalidade. 
• Preencher as juntas forçando a pasta com desempena-
deira emborrachada. 
• Limpar as superf íc ies das peças à medida que são 
rejuntadas e dar acabamento cora espuma macia, limpa 
e úmida. 
• Após secagem, o revestimento (se não for esmaltado) e 
as juntas poderão ser protegidos com repelentes de água 
à base de silicone (hidrofugação). 
Lei turas recomendadas: 
(1) Caderno de Encargos • Eng. Milber Fernandes Guedes 
- Ed. Pini -1982 
(2) Capitulo 6 - Retração 
(3) Capitulo 8 - Tensões 
(4) Capítulo 9 - Retração e Revestimentos 
(5) Capítulo 15 • Juntas 
(6) Capítulos 18 e 19 - Método de Colagem 
(7) Capitulo 10 - Temperatura 
(8) Capítulo 11 - Expansão por umidade 
(9) NBR-13755 — dez./1996 
Peças cerâmicas extrudadas sobre alvenaria 
externa (Método Convencional) 16 
T i p o d e b a s e 
• A base sobre a qual haverá o revestimento poderá ser 
constituída de diversos tipos de materiais, a saber: 
a) alvenaria: 
- de tijolos cerâmicos maciços 
- de tijolos cerâmicos furados (baiano) 
- de tijolos cerâmicos laminados 
- de blocos cerâmicos 
- de blocos de concreto 
- de blocos sílico-calcário 
- de blocos de concreto leve 
b) pilares e vigas de concreto 
C o n d i ç ã o p r e l i m i n a r 
• A alvenaria deverá estar perfeitamente estável quando da 
aplicação do revestimento. Por exemplo, para alvenaria de 
tijolos comuns o encunhamento é feito após cerca de oito 
dias da conclusão do assentamento dos tijolos (1). Esseé 
um prazo mínimo para ocorrerem a secagem e a retração 
da a rgamassa ent re os t i jo los, em cada f iada, e a 
conseqüente acomodação do pano de parede. Caso o 
revestimento seja executado antes da acomodação da 
alvenaria transmitir-se-ão tensões ao revestimento que, 
somadas as de outras origens, poderão ocasionar o seu 
desprendimento. Entre tais tensões há a considerar as 
devidas à deformação lenta do concreto e as da retração 
da argamassa de regularização, caso esta não esteja 
totalmente curada (deformada totalmente por retração da 
argamassa) por ocasião da colocação das peças (2) (3) (4). 
S u p e r f í c i e d a b a s e 
• E l iminar tudo que possa pre jud icar a aderênc ia da 
argamassa, notadamente resíduos de madeira das fôrmas 
presos ao concreto, partículas soltas etc. Caso haja faces 
de pilares e vigas a revestir, e sendo lisas ou antigas, 
apicoá-las. 
Argamassa do 
regularização espes-
sura mAxima 2 cm 
So maior, oxocutar 
em camadas do 2 cm 
cada. Supcrtoo 
áspera O ranbjrada 
Poça a sc* colocada 
Apôs a balida, a sobra 
do massa na parlo 
superar ó aportada, 
como indicado na 
liada do baixo 
PorçSo do argamassa 
do reiuntamcnto 
Juntas horizontal o 
vertical entre as 
poças 7 mm. rvo 
mínimo «risadas com 
forro redondo 
Juntos do expansão/ 
contração largura 
7 mm o proíundidado 
«W o chapisco 
• Umedecer abundantemente as alvenarias, qualquer que 
seja a natureza dos materiais que as constituem, e aplicar 
uma camada de chapisco. O chapisco será de cimento e 
areia 1:3 em volume. Aguardar até que esteja suficien-
temente rígido e próprio para receber a camada seguinte. 
C a m a d a d e r e g u l a r i z a ç ã o 
• Antes de iniciar o revest imento propr iamente di to é 
necessário verificar a prumada da superfície a revestir. 
Sempre que a espessura de argamassa necessária para 
el iminar i r regular idades, ou para at ingir determinado 
posicionamento, for superior a 2 cm. é indispensável a 
execução de camadas de regularização sucessivas sobre 
a anterior já curada. A espessura de cada camada de 
argamassa não deve ultrapassar 2 cm (2, 3 e 4). 
• O traço sugerido é um volume de cimento, cinco de areia 
média úmida e 1/5 de cal hidratada. 
• Quantidade de argamassa a preparar: será tal que sua 
apl icação e acabamento estarão concluídos antes do 
início de pega do cimento. 
• Aplicação da argamassa a preparar: chapar fortemente 
com a colher sobre a superf íc ie do chapisco (ou da 
c a m a d a de r e g u l a r i z a ç ã o an te r i o r ) u m e d e c i d a 
previamente. A seguir sarrafear com régua apoiada sobre 
as mestras já executadas. 
• O acabamento superficial será áspero e ranhurado em 
todas as direções, criando ancoragens para a massa de 
assentamento . As ranhuras serão conseguidas c o m 
pequeno sarrafo provido de pregos, em forma de pente. 
• Área de aplicação: não há limitações. O serviço é de alto 
rendimento, podendo ser interrompido na posição que 
estiver no fim da jornada de trabalho. O aDroveitamento 
da mão-de-obra é máximo. 
• Sempre que por mot i vos cons t ru t i vos a espessu ra 
ultrapassar 25 a 35 mm deve ser utilizada tela metálica 
soldada de malha de 5 x 5 cm e fio 16 BWG (1,65 mm) 
chumbada na estrutura suporte em quatro pontos por 
metro quadrado e, nos cantos, em três pontos por metro 
l inear, com a f ina l idade de absorver a re t ração da 
argamassa, tensões e peso próprio da espessa camada 
de argamassa. 
• O acabamento superficial desta camada de</e ser áspero. 
C u r a 
• Antes de passar para a 2'3 fase do assentamento das peças 
cerâmicas com ressaltos na base, aguardar D maior tempo 
possível para que ocorram a secagem e a retração da 
argamassa de regularização. Lembrar que para argamassa 
80% de sua retração se dá aos sete dias de idade. 
S e q ü ê n c i a d a c o l o c a ç ã o 
• Nas fachadas, o revest imento é executado da par te 
superior para a inferior. Porém, na altura correspondente 
a cada andar e a partir do mais elevado, as peças são 
assentadas de baixo para cima. 
máximo 2.5 cm 
J u n t a s (5 , 6 ) 
• As juntas devem ser pro jetadas antes do início do 
assentamento. 
J u n t a s e s t r u t u r a i s 
• Mantê-las em toda a espessura do revestimento (no 
chapisco, argamassa de regularização e assentamento 
e na peça) e na largura deixada na estrutura suporte. 
Preencher com mástique elástico. 
J u n t a s d e e x p a n s ã o / c o n t r a ç ã o 
• Prevenindo qualquer tipo de deformação, inclusive térmicas 
(ver desenho). Deixar juntas no encontro com outros tipos 
de acabamento ou saliências, e também em distâncias 
horizontais e verticais de 3.50 m a 5.0 m, com largura de 7 
a 10 mm respectivamente. Sugere-se deixá-las no sentido 
vertical a cada andar e coincidindo com a posição de 
encontro da alvenaria com a estrutura de concreto (viga 
ou laje). Preenchê-las com mástique elástico. 
• Juntas entre as peças: 7 a 10 mm, nos sentidos horizontais 
e verticais, ou seja. com a mesma largura das juntas de 
expansão já descritas. 
• Cálculo da largura exata das juntas e construção da galga. 
Consideremos, como exemplo, peças com dimensões 7 
cm por 23 cm a serem assentadas horizontalmente. A altura 
do pano (distância entre dois pisos acabados) é, por 
exemplo, 2,63 m (2,5 m de pé-direito, mais 2 cm de 
revestimento do forro, mais 7 cm de laje e mais 4 cm de 
piso). Se a junta mínima é de cerca de 7 mm. a altura de 
cada fiada será de 77 mm (junta mais peça) e teremos 
2.630 mm/77 mm ou 34.16 fiada. Como o número de fiadas 
é inteiro teremos 2.630 mm/34 igual a 77.35 mm. sendo 
70 mm da peça mais 7,35 mm da junta. Sobre dois sarrafos 
aparelhados marcar com pregos as 34 fiadas de 77.35 
mm. Fixar um sarrafo de cada lado do pano a revestir, 
tendo pares de pregos correspondentes nivelados. Uma 
linha presa ao prego de cada sarrafo (galga) dará a posição 
nivelada das peças (a as-sentar). Lembrar que as juntas 
inferior e superior de cada pano coincidem com as juntas 
de expansão/contração. 
P e ç a s c e r â m i c a s ( 7 ) 
• A imersão em água, com antecedência, depende do 
"grupo e absorção a que elas pertencem". 
Quando do assentamento, as peças devem estar úmidas, 
mas não saturadas. Qualquer excesso de água mudará a 
relação água/c imento da argamassa, reduzindo sua 
resistência e conseqüente aderência às pegas. 
A s s e n t a m e n t o 
• A argamassa de assentamento poderá ter o traço sugerido 
de um volume de cimento. 1/2 de cal hidratada e cinco de 
areia média úmida. Ou um volume de cimento para um 
de cal hidratada e sete de areia média úmida. A adição 
de cal melhora a trabalhabilidade por tornar a mistura 
mais plástica; aumenta o tempo de sua utilização; e retém 
água melhorando as condições de cura. 
• Quantidade de argamassa a preparar: será de tal modo 
que o assentamento estará concluído antes do início de 
pega do cimento. Não usar sobras do dia anterior mantidas 
sob a água, como comumente se observa em obras. 
• A espessura total da argamassa mais peça será no 
máximo de 25 mm (ver figura). 
ü Aplicar argamassa em quantidade suficiente na base da 
peça. Batê-la até colocá-la no prumo, alirhamento e nível. 
A sobra de massa na parte superior será apertada com a 
colher (ver figura) a fim de evitar vazios 
• Restos de massa sobre as peças devem ser removidos 
imediatamente com pano limpo umedecido em água. 
R e j u n t a m e n t o 
• É executado s imul taneamente com o assentamento. 
Portanto, o colocador trabalha com duas argamassas: de 
assentamento e de rejuntamento. 
• Utilizar, para rejuntar, uma argamassa de cimento e areia 
fina no traço em volume de um para dois. Poderá ser 
adicionado um impermeabilizante. 
• Sobre algumas peças da fiada já assentada colocar, com 
aux í l io de co lher , uma po rção de a rgamassa de 
rejuntamento, conforme mostra a figura. 
• A quantidade de massa será tal de modo a resultar a 
junta prevista entre as peças. 
• Co locar , t a m b é m , uma porção de a rgamassa de 
rejuntamento na lateral de cada peça assentada, demodo 
a termos juntas verticais iguais às horizontais. 
• Após posicionar algumas peças, frisar a argamassa da 
junta horizontal e vertical com ferro recondo recurvado. 
Esta operação deverá ser feita com cuidado, de modo a 
eliminar possíveis pontos de infiltração de água. 
• Manter limpa a superfície das peças, à medida que são 
rejuntadas. 
• Após secagem, o revestimento (se não for esmaltado) e 
as juntas poderão ser protegidos com repelentes de água 
à base de silicone (hidrofugação). 
L e i t u r a s r e c o m e n d a d a s : 
(1) Caderno de Encargos - Eng. Milber Fernandes Guedes 
- Ed. Pini - 1982 
(2) Capitulo 6 • Retração 
(3) Capítulo 8 - Tensões 
(4) Capítulo 9 - Retração e Revestimentos 
(5) Capítulo 15 - Juntas 
(6) Capítulo 10 • Temperatura 
(7) Capítulo 11 - Expansão por umidade 
Placas de ardósia sobre terrapleno 
(Método Semiconvencional ou Semicolado) 17 
T e r r a p l e n o ( 1 ) 
• Preparar o terrapleno para evitar umidade natural do solo. 
Esta camada deverá ter excelente permeabi l idade para 
que a água não suba por capi lar idade. Isso pode ser 
conseguido com a retirada da camada superficial de solo 
pouco permeável - 30 a 40 cm - e reaterro com o mesmo 
solo misturado com areia ou entulho da própria obra. 
ü Ap i loar o ter rap leno e co locar uma camada de pedra 
br i tada. 
Atenção para pisos sobre terrenos argi losos ou humíferos, 
que retêm energicamente a água. Para conter o fluxo de 
umidade utilizar mantas impermeáveis. 
• Prever uso de drenos para os casos extremos de pressão 
n e g a t i v a , e l e n ç o l f r e á t i c o a f l o r a d o ou a p o u c a 
profundidade. 
L a s t r o d e c o n c r e t o s i m p l e s ( 1 ) 
• Sobre o terrapleno executar lastro de concreto simples, 
bem dosado e adensado, próprio para servir de barreira 
à água, dada sua impermeabi l idade. 
• Executar o lastro c o m ca imento necessár io à perfe i ta 
drenagem superficial do piso acabado. 
• A g u a r d a r c u r a c o m p l e t a a n t e s d a s o p e r a ç õ e s de 
colocação do revestimento. 
S u p e r f í c i e d o l a s t r o - p r e p a r o 
• E l im ina r t u d o q u e p o s s a p r e j u d i c a r a a d e r ê n c i a d a 
argamassa de assentamento. Caso o lastro seja ant igo 
ou sua superfície muito lisa, apicoá-lo. 
Na ocasião do assentamento das placas de ardósia já 
chapiscadas. a superfície do lastro deverá ser umedecida 
e sobre ela aplicar camadas de cimento Port land CP-32 
f o r m a n d o pas ta . Sob re es ta pas ta será es tend ida a 
argamassa de assentamento. 
T r a t a m e n t o p r e l i m i n a r 
• Umedecer a base das placas. 
• Aplicar "chapisco" de argamassa colante de alta aderência 
e com boa antecedência. Usar "chapisco" colante de boa 
qual idade, cujo aglomerante seja exclusivamente o CP-
32, e o agregado de granulometr ia grossa para cr iar a 
maior quant idade possível de irregularidades que servirão 
de ancoragens na argamassa de assentamento. 
• A apl icação do "chapisco" de argamassa colante é feita 
c o m desempenade i ra den teada passada também, de 
maneira irregular. 
• As placas só serão assentadas quando o chapisco estiver 
totalmente endurecido. A secagem deve ser leita à sombra. 
A r g a m a s s a d e a s s e n t a m e n t o (2) 
• Espessura de 2 a 3 cm no máximo. Quando, por motivo 
de projeto, for necessár ia espessu ra maior, executar 
contrapisos superpostos tantos quantos forem necessá-
rios. de modo a resultar sempre espessuras individuais 
de 2 a 3 cm. C a d a c a m a d a só será executada após 
secagem e retração (cura completa) da camada anterior. 
• O acabamento superf icial dos contrapisos será áspero. 
As emendas, se houver, serão executadas umedecendo 
a s u p e r f í c i e e a p l i c a n d o c i m e n t o P o r t l a n d c o m u m 
formando pasta. 
• Traço sugerido em volumes: uma parte de cimento para 
seis partes de areia média úmida. 
• É possível utilizar argamassa composta de uma parte de 
Placas de ardósia 
Chapisco endurecido na base das placas 
Tela soldada Lastro de concreto simples 
Argamassa de assentamento Juntas expansão/ 
contração mesma 
laroura das juntas 
entre as placas 
Pasta do cimento 
Junta simples, rtVmima » 7mm 
Junta estrutural 
Terrapleno Manta impermeável 
- 1 
cimento colante de granulometr ia grossa {o própr io 
"chapisco" de que falamos anteriormente) para uma ou 
duas partes de areia média da obra, especia lmente 
quando a espessura for pequena (inferior a 2 cm). 
• Quantidade de argamassa a preparar: será tal de modo 
que o assentamento estará concluído antes do inicio de 
pega do cimento. 
• Aplicação da argamassa: estendê-la sobre a pasta de 
cimento fresca na superfície do lastro. Com auxílio da 
colher apertá-la com firmeza, eliminando a maior quanti-
dade possível de vazios. Sarrafear a superfície. 
• Área de aplicação da argamassa: o ideal será em faixas 
com cerca de 60 cm de largura para facilitar a colocação 
das peças do piso. O comprimento será tal de modo a 
estar concluído o assentamento antes do início de paga 
do cimento. 
• Ao estender a argamassa de assentamento, e ao chegar 
à metade de sua espessura, será conveniente colocar 
tela metálica soldada de malha de 2" x 2" (5 cm x 5 cm) e 
fio de bitola 16 BWG (1.65 mm) ou equivalente. Sua 
finalidade é inibir a retração da argamassa de assenta-
mento, e l im inando seus efe i tos de le tér ios sobre o 
revestimento. 
Juntas (3) 
• As juntas devem ser pro jetadas antes do início do 
assentamento. 
Cura 
• Antes de rejuntar manter o piso coberto por cerca de 
sete dias. 
Rejuntar 
• Aguardar o maior tempo possível pare que ocorram a 
secagem e a retração da argamassa d9 assentamento. 
Lembrar que para argamassas expostas 80% de sua 
retração se dá aos sete dias. 
• Antes de rejuntar, escovar e umedecer as juntas entre as 
peças. 
• Preencher as juntas com argamassa d9 uma parte em 
volume de cimento para três partes de areia fina úmida, 
ou produtos industrializados. 
• Aplicar esta argamassa entre as juntas, forçando-a com 
a quina da colher de pedreiro, de modo a não deixar falhas. 
• Frisar com ferro redondo recurvado. 
• Limpar respingos e massa com pano umedecido em água 
limpa. 
Proteção 
• Na fase final da obra, os pisos são submetidos a mau 
trato enérgico, respingos de t inta, areia, trânsito de 
operários etc. Isso exige proteção eficaz até a entrega 
cia obra. 
Juntas de assentamento 
• Obrigatórias entre as placas. A largura mínima será de 7 mm. 
Jun tas est rutura is 
• São as da estrutura suporte e devem ser respeitadas em 
posição e largura. 
Juntas de expansão/contração 
• Dependem da dest inação e expos ição a var iações 
térmicas ou de umidade relativa do ar. 
Lei turas recomendadas: 
(1) Capítulo 14 - Eflorescência 
(2) Capítulo 9 - Retração e Revestimento 
(3) Capítulo 15 • Juntas 
Colocação das placas de ardósia já chapiscadas 
• Quando do assentamento o chapisco aplicado na base 
das placas deve estar endurecido, bem rígido e áspero. 
• Umedecer a base chapiscada das placas. 
• Colocar as placas sobre a argamassa fresca, já estendida, 
conforme o título anterior. 
• Bater e nivelar as peças, posicionando-as de modo a 
deixar juntas nos quatro lados. Certificar-se de que há 
contato perfeito de toda a base com a argamassa de 
assentamento. 
• Limpar respingos de massa com pano umedecido em 
água limpa. 
Placas de ardósia sobre laje de cobertura 
(Método Semiconvencional ou Semicolado) 18 
S u p e r f í c i e d a l a j e 
• Eliminar tudo que possa prejudicar a aderência da argamassa 
de regularização, notadamente resíduos de madeira presos 
à massa de concreto, partículas soltas etc. Caso a laje seja 
antiga ou sua superfície muito lisa, apicoá-la. Umedecer e 
aplicar camada de pasta de cimento imediatamente antes de 
estender a argamassa de regularização. A emenda com pasta 
de cimento introduzirá um vínculo com a laje, impedindo que 
a retração solte a argamassa de laje (1) e (2). 
C a m a d a d e r e g u l a r i z a ç ã o 
• Constituída

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