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UNIVERSIDADE PAULISTA INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE NUTRIÇÃO JOYCE LANGAME SILVA RA: D9912G1 ESTUDO DE CASO DA ÁREA CLÍNICA HOSPITALAR JUNDIAÍ 2024 UNIVERSIDADE PAULISTA INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE NUTRIÇÃO JOYCE LANGAME SILVA RA: D9912G1 ESTUDO DE CASO DA ÁREA CLÍNICA HOSPITALAR Estudo de caso Nutrição Clínica, Hospital, para obtenção do título de graduação em Nutrição apresentado a Universidade Paulista – UNIP. Orientadora: Prof.ª Ms Juliana Poletto JUNDIAÍ 2024 SUMÁRIO 1 RESUMO CASO CLÍNICO ............................................................................................... 4 2 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 5 2.1 Nome da Instituição: ............................................................................................................... 5 2.2 Período do estágio .................................................................................................................. 5 2.3 Clínica onde foi realizado o estudo: ........................................................................................ 5 2.4 Patologia do paciente: ............................................................................................................. 5 2.5 Período de acompanhamento ................................................................................................. 5 2.6 Nome do(s) nutricionista(s) responsáveis pela supervisão no hospital .................................. 5 3 IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE ................................................................................... 6 3.1 Iniciais do nome completo: ..................................................................................................... 6 3.2 Sexo: ........................................................................................................................................ 6 3.3 Idade ........................................................................................................................................ 6 3.4 Nacionalidade .......................................................................................................................... 6 3.5 Endereço ................................................................................................................................. 6 3.6 Naturalidade ............................................................................................................................ 6 3.7 Estado Civil .............................................................................................................................. 6 3.8 Escolaridade ............................................................................................................................ 6 3.9. Profissão/ocupação ...................................................................................................................... 6 3.10 Dados da internação ............................................................................................................... 6 3.11 Prática religiosa ........................................................................................................................... 6 4 DADOS DO PRONTUÁRIO.............................................................................................. 7 4.1 Antecedentes médicos .................................................................................................................. 7 4.2 Antecedentes familiares................................................................................................................ 7 4.3 Exame físico realizado na internação ............................................................................................ 7 4.4 Hipótese diagnóstica ..................................................................................................................... 8 4.5 Diagnóstico definitivo.................................................................................................................... 8 5 ANÁLISE DAS CONDIÇÕES SÓCIO-ECONÔMICAS .................................................. 9 5.1 Condições de moradia ................................................................................................................... 9 5.2 Composição e relacionamento familiar ........................................................................................ 9 5.3 Condições de trabalho .................................................................................................................. 9 5.4 Estimativa de renda familiar ......................................................................................................... 9 5.5 Condições psicológicas e comportamentais ................................................................................. 9 6 CONDIÇÕES GERAIS DE SAÚDE ................................................................................ 10 7 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO SOBRE A PATOLOGIA .................................... 11 7.1 Câncer de mama ......................................................................................................................... 11 7.2 Insuficiência Renal aguda ............................................................................................................ 11 7.3 HAS e DM .................................................................................................................................... 12 8 TRATAMENTO HOSPITALAR ..................................................................................... 14 8.1 Cuidados e condutas médicas e dietoterápica...................................................................... 14 8.2 Evolução dos sinais clínicos ................................................................................................... 14 8.3 Medicamentos utilizados e suas possíveis interações com o estado nutricional (princípio ativo, função, mecanismo da ação e interação droga-nutriente. ............................................................... 14 8.4 Análise dos exames laboratoriais .......................................................................................... 17 9 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ....................................................................................... 19 9.1 Anamnese alimentar ............................................................................................................. 19 9.2 Avaliação do consumo alimentar: habitual ........................................................................... 19 9.3 Avaliação do estado nutricional ............................................................................................ 24 9.4 Diagnóstico Nutricional ......................................................................................................... 26 10 CONDUTAS DIETOTERÁPICAS ..................................................................................... 27 10.1 Necessidades Nutricionais ........................................................................................................ 27 10.2 Objetivo da dietoterapia para o paciente em estudo ............................................................... 29 10.3 Prescrição dietética ................................................................................................................... 29 11 EVOLUÇÃO NUTRICIONAL ........................................................................................... 33 12 CONCLUSÃO DO TRATAMENTO DIETOTERÁPICO ................................................. 34 13 ORIENTAÇÃO DE ALTA .................................................................................................35 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 36 4 1 RESUMO CASO CLÍNICO O presente trabalho relata a história clínica de uma paciente internada no Hospital da Caridade São Vicente de Paulo localizado em Jundiai, SP. A paciente M.R.T.S é uma idosa de 87 anos, acometida de câncer de mama metastático para pulmão e pelve, realizou a ultima quimioterapia há dois anos e radioterapia em janeiro de 2023, não realizou cirurgia e prosseguiu com tratamento hormonal com Exemestano. A paciente foi internada no dia 13/04/2024, chegou ao PA alegando que há 4 dias vinha sentindo dispneia aos esforços, tosse seca, oligúria e edema nos membros inferiores. Diante da persistência dos sintomas, buscou atendimento médico sendo realizados exames laboratoriais com evidência de infecção do trato urinário e Lesão Renal Aguda, além de radiografia de hipodensas (correspondentes a metástase), porém não sendo possível excluir broncopneumonia associada. A paciente foi encaminhada ao HSVP para internação até a melhora do quadro clínico. Iniciou o tratamento médico com antibióticos e dietoterápico com uma dieta pastosa, como será descrita no decorrer do trabalho. 5 2 INTRODUÇÃO 2.1 Nome da Instituição: O estágio foi realizado no Hospital da Caridade São Vicente de Paulo. 2.2 Período do estágio O período do estágio: 26/03/2024 até 02/05/2024. 2.3 Clínica onde foi realizado o estudo: Paciente procurou o P.A. e em seguida foi encaminhado para o hospital sendo direcionado para a Enfermaria I. 2.4 Patologia do paciente: A Patologia do paciente é Câncer de mama metastático para pulmão e pelve, IRA, DM e HAS. 2.5 Período de acompanhamento O período de acompanhamento foi de 15/04/2024 até 18/04/2024. 2.6 Nome do(s) nutricionista(s) responsáveis pela supervisão no hospital As nutricionistas responsáveis pela supervisão foram: Thais Nunes Freire (CRN 30406) e Juliana Poletto (CRN 13357). 6 3 IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE 3.1 Iniciais do nome completo: As iniciais do nome da paciente é M.R.T.S. 3.2 Sexo: Sexo feminino 3.3 Idade A paciente tem 87 anos. 3.4 Nacionalidade A paciente é brasileira 3.5 Endereço Jd estádio, Jundiaí. SP. 3.6 Naturalidade Jundiaí - SP 3.7 Estado Civil Viúva 3.8 Escolaridade Primário 3.9. Profissão/ocupação Pensionista 3.10 Dados da internação A paciente foi internada no dia 13/04/2024 e teve alta dia 18/02/2024. 3.11 Prática religiosa Católica 7 4 DADOS DO PRONTUÁRIO 4.1 Antecedentes médicos Paciente portadora de DM e HAS 4.2 Antecedentes familiares Familiares relatam câncer de mama metastático para pulmão e pelve. Realizado última quimioterapia a dois anos, e radioterapia em janeiro de 23, porém, não realizou cirurgia prosseguindo em tratamento hormonal com Exemestano. 4.3 Exame físico realizado na internação Tabela 1: Exames Físicos Exame Físico 13/04/2024 Cabeça e Pescoço Cabeça/ Cabelo/ Couro cabeludo Sem alterações; Olhos Sem alterações; Nariz Sem alterações; Ouvidos Acuidade normal; Boca Sem alterações; Prótese dentária Sim Pele e Anexos Coloração Corada; / acianótica / anictérica Hidratação Desidratada 1+ / 4+ Edema sem edemas Função Respiratória Ritmo respiratório Eupneico; Modo ventilatório Ct02 Inspeção do Tórax Sem alterações; Expansão torácica Normal; Percussão torácica Claro pulmonar; Sistema cardiovascular Ausculta cardíaca Bulhas cardíacas normofonéticas; Frequência cardíaca 103 BPM Pressão arterial 130/70 Ritmo cardíaco Regular em 2 tempos Neuro Nível de consciência GLASGOW 15, consciente e orientada em tempo e espaço Abdome Abdome Plano, flácido, indolor à palpação 8 4.4 Hipótese diagnóstica - Queda do estado geral secundário a broncopneumonia - Insuficiência renal aguda, secundário a infecção - Neoplasia de mama metastática para pulmão e pelve - Quimioterapia há 02 anos, radioterapia em janeiro/23, em uso de terapia hormonal 4.5 Diagnóstico definitivo A paciente foi diagnosticada com Insuficiência renal aguda. 9 5 ANÁLISE DAS CONDIÇÕES SÓCIO-ECONÔMICAS 5.1 Condições de moradia Em conversa com a paciente, a mesma relata que mora em casa própria juntamente com uma filha e um neto, sendo a casa confortável e de tamanho adequado. 5.2 Composição e relacionamento familiar M.R.T.S informa ser viúva e morar com a filha e um neto, possui um bom relacionamento com os familiares, não relatou qualquer tipo de problema relevante. 5.3 Condições de trabalho A paciente M.R.T.S. não trabalha, recebe pensão do falecido esposo. 5.4 Estimativa de renda familiar M.R.T.S. relata receber mais de 1 salário mínimo 5.5 Condições psicológicas e comportamentais A filha, Márcia descreve a mãe como uma pessoa calma, porém decidida e enérgica, sempre foi desta forma durante a sua vida. A paciente M.R.T.S. confirma as informações e menciona que nunca foi ansiosa ou depressiva. 10 6 CONDIÇÕES GERAIS DE SAÚDE M.R.T.S. é uma paciente que durante a sua vida sempre foi ativa, fazia caminhadas, não fez uso de bebida alcoólica, nunca foi tabagista, sempre teve apetite e procurava manter uma alimentação saudável na maior parte do tempo. Nunca teve problema com o TGI, como desconfortos abdominais e constipação. Faz uso de insulina para controlar a diabetes e Enalapril para controlar a hipertensão arterial. 11 7 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO SOBRE A PATOLOGIA 7.1 Câncer de mama Câncer é um termo que determina mais de 100 diferentes tipos de patologias malignas que têm em comum o crescimento tumultuado de células, que podem ocupar tecidos adjacentes ou órgãos a distância. Dividindo-se de forma muito rápida, estas células normalmente são muito agressivas e incontroláveis, levando a formação de tumores, que se espalham para outras regiões do corpo. Os diferentes tipos de cânceres equivalem aos vários tipos de células do corpo. Quando iniciam em tecidos epiteliais, como pele ou mucosas, são designados carcinomas. Agora se o início for nos tecidos conjuntivos, como osso, músculo ou cartilagem, são chamados sarcomas1. O câncer de mama é uma doença que tem como causa a multiplicação desordenada de células anormais da mama, esse evento acaba formando um tumor que pode vir a invadir outros órgãos. São vários os tipos de cânceres de mama. Uns têm desenvolvimento rápido, já outros crescem lentamente. A maioria dos casos, quando descobertos e tratados logo no início, apresentam bom prognóstico e possibilitam melhores resultados estéticos. O câncer de mama também pode ser diagnosticado em homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença1. O câncer de mama na mulher idosa tem como tendência a apresentação de uma evolução mais lenta, o que torna o tumor menos agressivo. A alta prevalência de tumores de menor risco e/ou a presença de outras condições médicas concomitantes em mulheres nesta faixa etária podem explicar mudanças nas indicações preconizadas como padrão no tratamento do câncer de mama2. Os fatores importantes a serem considerados em uma tomada de decisão terapêutica em mulheres idosas são a expectativa de vida, comorbidades e status funcional. De modo geral, idade avançada é ligada a uma menor tolerância ao estresse fisiológico, um alto predomínio de comorbidades, menor suporte social (como acesso a transporte público), cognitivoafetado e fragilidade da saúde geral. Qualquer um destes fatores pode alterar a balança de risco-benefício ao levar em conta as opções de tratamentos para o câncer de mama2. 7.2 Insuficiência Renal aguda Define-se Insuficiência Renal Aguda (IRA) como a perda súbita da capacidade dos rins filtrarem resíduos, sais e líquidos do sangue. Quando o rim perde essa função, os resíduos podem se tornar nocivos e afetar a composição química do seu sangue levando a um desiquilíbrio3. 12 Também conhecida como lesão renal aguda, a insuficiência é comum em pacientes que já estão no hospital com alguma outra patologia. Ela pode se desenvolver rapidamente ao longo de algumas horas ou mais lentamente, durante alguns dias. Pacientes que estão com alguma doença graves e necessitam de grandes cuidados médicos, estão em maior risco de desenvolver insuficiência renal aguda3. A IRA pode ser perigosa, é preciso um tratamento intensivo. Todavia, pode-se reverter o quadro, depende do estado de saúde do paciente. Um dos sinais e sintomas da IRA são: diminuição na produção de urina, retenção de líquidos causando inchaço nos membros inferiores, sonolência, inapetência, dispneia, fadiga, náuseas, convulsões, dor e pressão no peito3. É importante para definir a causa subjacente (diminuição do volume extracelular, drogas, contrastes radiológicos, sepse), os fatores de risco (idade, disfunção renal prévia, co-morbidades) e a gravidade da IRA. Surgimento clínicos específicos são incomuns, mas febre, mal estar, “rash” cutâneo e sintomas musculares ou articulares podem estar ligados a nefrites intersticiais, vasculites ou glomerulonefrites. Dor lombar ou supra-púbica, dificuldade de micção, cólica nefrética e hematúria podem sugerir IRA pós-renal4. Sinais e sintomas da IRA sujeitam-se à causa e ao grau de comprometimento da função renal, sendo muitas vezes inespecíficos e disfarçados pela doença de base. A observação de sinais de hipovolemia e hipotensão arterial ou sinais de obstrução do trato urinário auxiliam o diagnóstico diferencial de IRA pré ou pós-renal. É preciso procurar sinais associados com a etiologia e complicações da IRA. A presença de livedo reticular e micro-infartos digitais podem sugerir doença renal ateroembólica. Pacientes com dispnéia, ortopnéia, edema, turgência jugular e estertoração pulmonar podem estar hipervolêmicos, enquanto aqueles com fraqueza muscular ou paralisia ascendente podem estar com hiperpotassemia. Para o tratamento da IRA é preciso assegurar que o volume intracelular esteja expandido, manter a pressão média acima de 80 mmHg, evitar a hiper-hidratação que pode levar a edemas, prevenir a hipercalemia, prevenir processos infecciosos para evitar risco de morte por septicemia, manter o paciente nutrido a fim de equilibrar o balanço nitrogenado através de uma boa relação calórico/proteica adequada4. 7.3 HAS e DM A hipertensão arterial sistêmica (HAS), também conhecida como pressão alta, é uma condição clínica definida pelos altos níveis da pressão arterial. Para saber se um paciente sofre da doença o valor deve ser igual ou superior a 140/90 mmHG, mas é preciso aferir duas vezes no mesmo momento e os valores serem iguais. 13 O primeiro número é referente a pressão arterial sistólica (quando o coração está em funcionamento, bombeando sangue para o corpo por meio das artérias) e o segundo refere-se pressão arterial diastólica (quando o órgão está em repouso). O nível da pressão arterial poderá chegar a 180/110 mmHG no último estágio da HAS. É normal a maioria dos pacientes não apresentares sintomas, mas alguns casos, podem surgir dores de cabeça e no peito, visão turva, zumbido no ouvido e tonturas. O diagnóstico se dá mediante a realização de exames específicos, como eletrocardiograma de repouso, colesterol total, urina e outros5. Já sobre a diabetes (DM), pode-se definir como um conjunto de doenças que se descrevem pelo aumento da glicose no sangue, causado pela má produção de insulina no pâncreas. A função principal da insulina é comandar a entrada de glicose nas células do organismo, sua falta pode causar um acúmulo de glicose conhecido como hiperglicemia6. A longo prazo, a doença pode causar complicações na circulação de sangue e no funcionamento de outros órgãos, como rins, nervos, coração e olhos. É de extrema importância que o indivíduo monitore seus níveis de glicemia diariamente e faça exames de rotina e acompanhamentos médicos periodicamente6. 14 8 TRATAMENTO HOSPITALAR 8.1 Cuidados e condutas médicas e dietoterápica A filha de M.R.T.S relata que percebeu edema nos membros inferiores associada a dor de membros, fraqueza e episódios de confusão. Houve tosse seca, porém sem falta de ar. Paciente teve anúria por dois dias e teve dois episódios de confusão, mas não apresentou perda de consciência. A partir dessas ocorrências buscou o serviço de atendimento médico. O médico solicitou sonda vesical para aferição da diurese, exames laboratoriais, exame de gasometria venosa, medidas laxativas, foi prescrito Ceftriaxona + Azitromicina. Exames adicionais como urocultura e hemocultura também foram solicitados. Foi prescrita uma dieta pastosa para pacientes com HAS e DM. 8.2 Evolução dos sinais clínicos Dia 16/04/24 a paciente foi avaliada em leito de enfermaria, lúcida, contactuante, orientada em tempo e espaço. Negou dores e episódios de confusão (confirmado pela acompanhante), não foi detectado edema e demais queixas. Mencionou diurese sem alterações. 8.3 Medicamentos utilizados e suas possíveis interações com o estado nutricional (princípio ativo, função, mecanismo da ação e interação droga-nutriente. Tabela 2 – Medicamentos utilizados Princípio ativo Função Mecanismo de ação Interação droga-nutriente 15 Ceftriaxona É usado para controlar infecções de microrganismos responsáveis por diversos tipos de infecções As cefalosporinas interferem na síntese dos peptidoglicanos bacterianos após a ligação às proteínas de ligação de beta lactâmicos. Isso ocorre através da inibição da enzima de transpeptidação que forma ligações cruzadas cadeias peptídicas ligadas ao arcabouço do peptidoglicano. O evento bactericida final consiste na inativação de um inibidor das enzimas autolíticas na parede celular levando à lise da bactéria Ceftriaxona não deve ser administrado simultaneamente com soluções IV que contêm cálcio, inclusive infusões contínuas que contêm cálcio, tais como as de nutrição parenteral, através de equipo em Y (anticoagulantes orais cumarínicos). 16 Azitromicina Azitromicina é um antibiótico usado no tratamento de várias infecções bacterianas. Entre as indicações mais comuns estão no tratamento de otite média, faringite estreptocócica, pneumonia, diarreia do viajante e outras infecções intestinais A azitromicina atua por inibição da síntese protéica bacteriana através de ligação com a subunidade ribossomal 50S, desta forma impedindo a translocação peptídica. A biodisponibilidade da azitrominica é reduzida em 43% quando administrada com alimentos, por isso recomenda-se a sua ingestão uma hora antes ou duas horas após as refeições. Exemestano Exemestano é indicado para o tratamento adjuvante em mulheres pós- menopausadas com câncer de mama inicial com receptor de estrogênio positivo ou desconhecido tendo como objetivo a redução do risco de recorrência (distante e loco- regional) e a redução do risco de desenvolvimento de câncer na mama contralateral, após o tratamento com tamoxifeno durante 2 ou 3 anos. O exemestano é uma molécula esteroidal que tem a capacidade de se ligar de forma irreversível ao receptor da aromatase, inativando esta enzimae resultando na redução do estrogênio circulante A administração concomitante com alimentos aumenta a biodisponibilidade do Exemestano em aproximadamente 40%. https://consultaremedios.com.br/alimentos/pa https://consultaremedios.com.br/alimentos/pa https://consultaremedios.com.br/alimentos/pa https://consultaremedios.com.br/alimentos/pa https://consultaremedios.com.br/alimentos/pa https://consultaremedios.com.br/alimentos/pa 17 Enalapril É usado para controlara pressão alta e também melhorar o desempenho do coração no tratamento da insuficiência cardíaca O maleato de enalapril é im anti-hipertensivo e vasodilatador utilizado na insuficiência cardíaca congestiva. E inibidor da enzima conversora de angiotensina (ECA). A cação inicia dentro de uma hora e seus efeitos continuam por de 24h Enalapril não é afetado pelo alimento, sendo possível ser ingerido antes, durante ou após as refeições. Atenolol O atenolol é indicado para o controle da hipertensão arterial (pressão alta), controle da angina pectoris (dor no peito ao esforço), controle de arritmias cardíacas, infarto do miocárdio e tratamento precoce e tardio após infarto do miocárdio O atenolol age preferencialmente sobre os receptores localizados no coração e na circulação, reduzindo a pressão arterial, quando usado continuamente. O atenolol começa a ter uma ação significativa dentro de 1 hora após sua administração por via oral, atingindo seu efeito máximo em 2 a 4 horas. Esse efeito é mantido por no mínimo 24 horas Os alimentos reduzem a biodisponibilidade de atenolol. Portanto, atenolol não deve ser administrado próximo às refeições. Revista Eletrõnica de farmácia 8.4 Análise dos exames laboratoriais Tabela 3: Exames laboratoriais 13/04/24 14/02/2024 16/02/2024 17/04/2024 URÉIA 60 76 29 39 CREATININA 1,3 1,2 0,8 0,9 SÓDIO 133 134 134 132 POTÁSSIO - - 4,8 4,6 Através dos resultados dos exames mencionados acima, pode-se confirmar a disfunção renal através da creatinina e ureia elevadas nos dias 13 e 14. Para ambos os sexos, os valores médios da maior parte dos exames aumentaram no grupo etário de 60 anos ou mais. A referência para o exame de creatinina é: Homens 0,66 a 1,25mg/dl e Mulheres de 0,52 a 1,04mg/dl. Já o de ureia a referência para Homens é de 19 a 43mg/dl e Mulheres 15 a 36mg/dl7. Através da fórmula de Clearance de Creatinina Estimado, pode-se aferir o estágio e classificação da lesão renal e verificar a TFG (taxa de filtração glomerular)8. 18 (140-idade) x peso (x 0,85 se mulher) 72 x Cr plasmática (140 – 87) x 70 x0,85 = 33,69 ml/min 72 x 1,3 (Cockcroft – Gault) De acordo com a tabela de classificação, a paciente está com lesão renal com redução moderada da TFG (59 a 30), desta forma, entende-se que de fato as funções renais foram comprometidas e necessitam de acompanhamento médico e nutricional. Tabela 4 – Classificação TFG Fonte Kdigo, 2012 19 9 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 9.1 Anamnese alimentar M.R.T.S, sexo feminino, com idade de 87 anos, branca, viúva, pensionista, residente em Jundiaí. Sua mãe teve DM, o pai acometido por HAS e a irmã teve câncer de mama. M.R.T.S portadora de câncer de mama, HAS e DM. Nunca foi tabagista e não ingeria bebida alcoólica. Costumava resolver suas pendências a pé, por esse motivo mantinha uma vida com caminhadas ativas. Sempre teve hábitos intestinais saudáveis, raramente tinha constipação e desconfortos gástricos, sempre foi uma mulher magra. Não confirma intolerâncias e alergias alimentares. Ao longo de sua vida procurou manter uma dieta mais saudável evitando frituras e açúcar em excesso. 9.2 Avaliação do consumo alimentar: habitual De acordo com a filha de M.R.T.S, as refeições da família são preparadas em casa e são feitas por ela, a filha, segundo ela, M.R.T.S gosta de comer batata frita de vez em quando, não tem restrições alimentares aos finais de semana raramente muda a alimentação. Após o câncer de mama, M.R.T.S passou a evitar temperos artificiais, alimentos embutidos e industrializados, passando a se alimentar de forma mais saudável. Tabela 5 – Frequência alimentar Alimentos FREQUÊNCIA DE CONSUMO Nunca 1x no mês 2 a 3x no mês 1x na semana 2 a 4x na semana 1x por dia 2x ou mais por dia Arroz X Macarrão X Biscoito X 20 Biscoito recheado X Pão francês X Bolo X Pipoca X Batata doce X Batata inglesa X Inhame X Cuscuz X Alimentos FREQUÊNCIA DE CONSUMO Nunca 1x no mês 2 a 3x no mês 1x na semana 2 a 4x na semana 1x por dia 2x ou mais por dia Alface X Repolho X Agrião X Rúcula X Couve-flor X Beterraba X Cenoura X Couve X Pepino X Tomate X Abóbora X Chuchu X Alimentos FREQUÊNCIA DE CONSUMO Nunca 1x no mês 2 a 3x no mês 1x na semana 2 a 4x na semana 1x por dia 2x ou mais por dia 21 Ovo X Carne bovina X Carne de porco X Frango X Peixe X Embutidos X Alimentos FREQUÊNCIA DE CONSUMO Nunca 1x no mês 2 a 3x no mês 1x na semana 2 a 4x na semana 1x por dia 2x ou mais por dia Abacate X Abacaxi X Banana X Laranja X Maça X Mamão X Melão X Melancia X Manga X Goiaba X Alimentos FREQUÊNCIA DE CONSUMO Nunca 1x no mês 2 a 3x no mês 1x na semana 2 a 4x na semana 1x por dia 2x ou mais por dia Leite integral X 22 Iogurte X Queijo X Requeijão X A partir das informações passadas por Márcia, filha de M.R.T.S, montei um cardápio habitual com todas as refeições do dia que ele geralmente come. Foram calculadas as quantidades de proteína, carboidrato, lipídeos e calorias de cada alimento. Tabela 6 – Cardápio habitual Café da manhã Alimentos Quantidade Proteína Carboidrato Lipídeos Calorias Pão De form 1 unidade 3g 18,2g 0,7g 61kcal Margarina 10g 0,04g 0,01g 5,0g 51 kcal Café com leite 200ml 3,6g 7,4g 3,3g 72 kcal Mamão 1 fatia média 1g 18,2g 0,04g 73kcal Total 7,6g 36,6 g 10,1g 257kcal Almoço Alimentos Quantidade Proteína Carboidrato Lipídeos Calorias Chicória 76g 0,12g 2,2g 1g 9kcal Legumes 100g 2g 5,5g 7,5g 93kcal Arroz branco 4 colher de sopa 2,5g 28,1g 0,2g 128kcal Feijão 1 concha pequena 6,69g 16,3g 0,2g 85kcal Acém 110g 32,02g 0g 17,3g 279kcal Total 42,9g 52,1g 25,3g 594 kcal Café da tarde Alimentos Quantidade Proteína Carboidrato Lipídeos Calorias Mingau de maisena 1 prato raso 4,7g 59,5g 5,1g 300kcal 23 Biscoito água e sal 4 uidades 3,1g 19,3g 3,9g 123kcal Total 7,8g 78,8g 9g 423kcal Jantar Alimentos Quantidade Proteína Carboidrato Lipídeos Calorias Sopa de Legumes com carne 3 conchas 29,4g 24,2g 15,4g 343kcal Total 29,4g 24,2g 15,4g 343kcal Ceia Alimentos Quantidade Proteína Carboidrato Lipídeos Calorias Leite 200ml 4,7g 6,1g 14,3g 130kcal Total 4,7g 6,1g 14,3g 130kcal M.R.T.S antes da sua internação consumia 1747kcal/dia, distribuídas entre as refeições do café da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia. Gráfico 1 – Resumo dos macronutrientes Segundo os guias e consensos, nacionais e internacionais, a distribuição dos macronutrientes fica em torno de 35% a 65% do valor energético total (VET) de carboidratos, 15 a 25% do VET de proteínas e 20 a 40% do VET de lipídios9. 24 9.3 Avaliação do estado nutricional No dia 15/04 foi feita a avaliaçãodo estado nutricional da paciente, abaixo estão os resultados obtidos: Tabela 7 – Evolução Nutricional 15/04/2024 AJ: 48 cm /// CB: 29 cm ALTURA ESTIMADA: 161 cm PESO ESTIMADO: 70 IMC: 27 Kg/m² CLASSIFICAÇÃO: EUTRÓFICA CLASSIFICAÇÃO MAN: COM RISCO NUTRICIONAL CLASSIFICAÇÃO NÍVEL DE ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL: TERCIÁRIO IMC = Peso/ Altura² IMC = 70/ 2,59 = 27 Kg/m² (Paciente classificado como eutrófica) Estimativa da Estatura: 70,25 + (1,87 X AJ) - 0,006id 70,25 + (1,87x48) - 0,006id = 161cm Estimativa de Peso: (AJX 1,09) + (CB X 2,68) – 65,61 48 X 1,09 + 29 X 2,68 – 65,61 = 69,88 Tabela 8 – Classificação IMC Classificação IMC (kg/m2) idoso Baixo peso <22kg/m² Eutrofia 22kg/m² e 27kg/m² Sobrepeso >27kg/m² Fonte: Lipschitz (1994). 25 Tabela 9 – Percentis de circunferência do braço Tabela 10 –Classificação - Percentis de circunferência do braço Classificação da CB segundo percentil para ambos os gêneros Percentil Classificação < P5 Desnutrição P5 - P15 Risco para desnutrição P15 - P85 Eutrofia > P85 Obesidade Fonte: Frisancho (1990). De acordo com a tabela de classificação, a paciente M.R.T.S com CB 29cm é classificada como eutrófica. A partir da avaliação nutricional subjetiva global objetive esses resultados: A ANANMISE 1 Peso corporal ((1) Mudou nos últimos 6 meses (X) sim ( ) não (1) Continua perdendo peso atualmente ( ) sim (X) não Peso atual 70 kg Perda de peso (PP) Se > 10% (2) () Se < 10% (1) (X ) Total parcial de pontos 2 2 Dieta (1) Mudança da dieta ( ) sim (x ) não A mudança foi para: (1) Dieta hipocalórica ( ) (2) Dieta pastosa hipocalórica ( ) (2) Dieta líquida >15 dias ou solução de infusão intravenosa > 5dias ( ) (3) Jejum > 5 dias ( ) (2) Mudança persistente > 30 dias ( ) Total parcial de pontos 0 3 Sintomas Gastrointestinais (Persistentes por mais de 2 semanas) (1) Disfagia e/ou odinofagia ( ) 26 (1) Náuseas ( ) (1) Vômitos ( ) (1) Diarreia ( ) (2) Anorexia, distensão, dor abdominal (2) Total parcial de pontos 2 4 Capacidade funcional física (por mais de 2 semanas) (1) Abaixo do normal (X) (2) Acamado ( ) Total parcial de pontos 1 5 Diagnóstico (1) Baixo estresse ( ) (2) Moderado estresse (X) (3) Alto estresse ( ) Total parcial de pontos 2 B – EXAMEFÍSICO (1) (0) Normal; (1) leve ou moderadamente depletado; (2) gravemente depletado ( ) ( 1 ) Perda de gordura subcutânea (tríceps, tórax) (X ) ( 1 ) Músculo estriado ( ) (1 ) Edema sacral ( ) (1) Ascite ( ) (1 ) Edema tornozelo ( ) Total parcial de pontos 1 Somatória do total parcial de pontos 8 C - Categorias da ANSG Bem nutrido < 17pontos Desnutrido moderado < 22 pontos Desnutrido grave > 22 pontos 9.4 Diagnóstico Nutricional Apesar de estar classificada como eutrófica, a paciente M.R.T.S está sob risco de desnutrição devido ao seu estado de saúde atual. Ela não está em baixo peso, porém, toda atenção deve ser levada em consideração para não haver perda de peso e manter o estado nutricional dentro do que se considera seguro para a paciente. 27 10 CONDUTAS DIETOTERÁPICAS 10.1 Necessidades Nutricionais Equação de Harris e Benedict (1919) Tabela 11 – Gasto energético em repouso Conta: GER = 655 + (9,6 x 70) + (1,7 x 161) – (4,7 x 87) = 1191,8kcal/dia Tabela 12 – Gasto Energético Total Gasto Energético Total (GET) GET (kcal/dia) = TMB x FA x FI xFT Nota: FA: fator de atividade; FI: fator de injúria; FT: fator térmico. Fonte: Martins e Cardoso (2000) Tabela 13 – Fator de Atividade Fonte: Martins e Cardoso (2000). Tabela 14 – Fatores térmicos Fonte: Martins e Cardoso (2000). Gasto Energético de Repouso (GER) Homens GER = 66 + (13,7 x P) + (5 x E) – (6,8 x I) Mulheres GER = 655 + (9,6 x P) + (1,7 x E) – (4,7 x I) Fatores de Atividade (FA) Acamado 1,2 Acamado + móvel 1,25 Deambulante 1,3 Fatores Térmicos (FT) 38º C 1,1 39º C 1,2 40º C 1,3 41º C 1,4 Nota: E: estatura (cm); I: idade (anos). Fonte: Martins e Cardoso (2000). 28 Tabela 15 – Fator de injúria FATOR INJÚRIA (FI) AIDS / Câncer 1,1 a 1,45 Cirurgia eletiva 1,0 a 1,2 Desnutrição grave 1,5 Desnutrição não complicada 0,8 a 1,0 Diabetes mellitus (DM) 1,1 Doença cardiopulmonar com cirurgia 1,3 a 1,55 Doença cardiopulmonar com sepse 1,25 Doença cardiopulmonar sem sepse 0,9 Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) 1,2 Doença Renal Crônica (DRC) com ou sem diálise 1,35 Falência de 1 ou 2 órgãos 1,4 a 1,5 Fraturas múltiplas 1,2 a 1,35 Infecção grave 1,3 a 1,35 Infecções 1,1 a 1,25 Insuficiência cardíaca 1,3 a 1,5 (sem FA) Insuficiência hepática 1,3 a 1,55 Insuficiência Renal Aguda (IRA) 1,3 Jejum / paciente não complicado 0,85 a 1,0 Multitrauma com sepse 1,6 Multitrauma reabilitação 1,5 Neurológico / coma 1,15 a 1,2 O grande 1,10 a 1,25 Pancreatite 1,3 a 1,8 Pequena cirurgia 1,2 Pequeno trauma de tecido 1,14 a 1,37 Peritonite 1,2 a 1,5 Pós-operatório (PO) câncer 1,1 a 1,4 Pós-operatório (PO) cirurgia cardíaca 1,2 a 1,5 Pós-operatório (PO) cirurgia eletiva 1,0 a 1,1 Pós-operatório (PO) geral 1,0 a 1,5 Pós-operatório (PO) leve 1,00 a 1,05 Pós-operatório (PO) médio 1,05 a 1,10 Pós-operatório (PO) torácico 1,2 a 1,5 Queimaduras 1,0 a 1,5 Retocolite / Crohn 1,3 Sepse 1,4 a 1,8 Síndrome da angústia respiratória 1,35 Síndrome do Intestino Curto (SIC) 1,45 Transplante de Medula Óssea (TMO) 1,2 a 1,3 Transplante hepático 1,2 a 1,5 Trauma com sepse 1,60 Trauma Crânio Encefálico (TCE) 1,4 Trauma de tecidos moles 1,14 a 1,37 Trauma esquelético 1,35 Fonte: Jesus (2002); Augusto et al. (1995); Adaptado de Silberman, Elisenberg e Guerra (2002 29 Conta GET = 1191,8x1,2x1,1x1,45 = 2281,10kcal/dia Foi calculado uma dieta de 1750kcal (25kcal/kg) para a paciente M.R.T.S, por ser pastosa, esse é o valor calórico que geralmente essa dieta tem. 10.2 Objetivo da dietoterapia para o paciente em estudo A terapia nutricional na IRA tem como objetivo evitar a desnutrição energético proteica, minimizar a inflamação, preservar a massa magra, evitar complicações metabólicas, melhorar a função imune e cicatrização, evitar a mortalidade garantindo uma melhor qualidade de vida dentro do que for possível para o paciente10. 10.3 Prescrição dietética Devido ao estado de saúde debilitado da paciente M.R.T.S, o tratamento escolhido para a mesma foi o conservador, para não submeter a mesma à diálise, que é um tratamento mais invasivo e pode piorar o estado da paciente. Dentre as dietas hospitalares, existe a dieta pastosa, ela tem o objetivo de fazer com que o paciente tenha pouco esforço na fase oral da deglutição, uma de suas indicações proteger de complicações os pacientes que estejam com as vias aéreas comprometidas, a paciente M.R.T.S está respirando com ajuda de CTO2. As características da dieta pastosa são: normoglicídica, normolipídica e normoproteícas. A consistência dos alimentos deve estar em forma de purê e homogêneas. Essa foi a dieta que precrevi M.R.T.S Foi calculada uma dieta com 25kcal/peso (25kcal x70kg = 1750kcal) e 1g/kg de proteína (1g x70kg = 70g), pois através dos exames laboratoriais, pode-se concluir diminuição na função renal e o objetivo énão sobrecarregar os rins (paciente não foi submetida a diálise). Também foi prescrito um suplemento em pó normocalórico e normoproteíco para ajudar a atingir a meta calórica no dia, já que a dieta pastosa do hospital não atinge o valor calórico definido para a paciente. O suplemento utilizado foi o Trophic Basic, indicado para melhoria ou manutenção do estado nutricional do paciente. A indicação foi de 15g no café da manhã misturado no café com leite e 15g no lanche da tarde misturado na vitamina de frutas ou suco. A cada 15g tem-se 62kcal e 2,3g de proteína. 30 O Trophic Basic é indicado para pessoas que buscam a melhoria ou manutenção do estado nutricional, especialmente aquelas que enfrentam distúrbios alimentares, desnutrição, doenças neurológicas ou estão em fase de recuperação pós-enfermidades e cirurgias. Tabela 16 – Cardápio conduta Café da manhã Alimentos Quantidade Proteína Lipídios Carboidratos Calorias Mingau de aveia 1 prato 8,2g 7,7g 30,2g 218kcal Café com leite 200ml 1,1g 0,5g 21,4g 86 kcal Mamão amassado 200g 3,6g 3,3g 7,4g 72kcal Total 12,9g 11,5g 59g 376kcal Almoço Alimentos Quantidade Proteína Lipídios Carboidratos Calorias Purê de batata 1 prato 5,3g 7,7g 30,2g 218kcal Frango desfiado 60g 18,7g 0,5g 21,4g 91 kcal Suco de laranja 200ml 1,4g 3,3g 7,4g 74kcal Gelatina Diet 60g 0,9g 0g 0,7g 7kcal Total 26,3g 8,4g 54,7g 390kcal Lanche da tarde Alimentos Quantidade Proteína Lipídios Carboidratos Calorias Vitamina de frutas 200ml 5,3g 4,3g 27,6g 164 kcal Total 5,3g 4,3g 27,6g 164 kcal Jantar 31 Gráfico 2 – Resumo dos macronutrientes Alimentos Quantidade Proteína Lipídios Carboidratos Calorias Polenta com molho de carne 1 prato 7g 6,4g 24,3g 176kcal Abobrinha cozinha amassada 100g 1g 0,2g 2,8 14kcal Pudim Diet de baunilha 50g 0,9g 0,5g 43,5g 182 kcal Suco nat. abacaxi 200ml 0,5g 0,2g 8g 34kcal Total 9,4g 7,2g 78,6g 406kcal Ceia Alimentos Quantidade Proteína Lipídios Carboidratos Calorias Mingau de aveia 200ml 8,3g 7,7g 30,2g 218 kcal Chá 200 ml O,8g 2kcal Total 8,3g 7,7g 38,2g 220 kcal 32 Segundo os guias e consensos, nacionais e internacionais, a distribuição dos macronutrientes fica em torno de 35% a 65% do valor energético total (VET) de carboidratos, 15 a 25% do VET de proteínas e 20 a 40% do VET de lipídios9. 33 11 EVOLUÇÃO NUTRICIONAL Após 3 dias da avaliação nutricional (que ocorreu no dia 15/04), ao visitar a paciente M.R.T.S no leito, a filha que a acompanha informa que a mãe apresentou boa aceitação da dieta pastosa, com evacuação e diurese presentes, permanecia sem edemas e seguia lúcida e continua no tratamento com antibiótico para reduzir a infecção urinária. A paciente estava dormindo no momento da visita e a filha preferiu não incomoda-la, pois estava bem fadigada pela estadia hospitalar. De acordo com o documento da evolução médica, a paciente teria alta no dia da visita (que foi dia 18/04) e terminaria o tratamento em casa. Segundo os últimos exames laboratoriais realizados, pode-se concluir que a paciente vai para casa com a função renal reestabelecida, pois os níveis de creatinina e ureia estavam dentro dos parâmetros ideais para o bom funcionamento dos rins. 34 12 CONCLUSÃO DO TRATAMENTO DIETOTERÁPICO Pode-se concluir que o tratamento dietoterápico que a paciente M.R.T.S seguiu atingiu o objetivo de manter o estado nutricional da mesma e ajudar a melhorar os resultados dos exames que deram alterados, mesmo diante da gravidade do estado da mesma, por ser uma idosa e ter outras comorbidades relevantes, como o câncer de mama, manter a paciente estável sem a piora do estado do clinico e encurtar o período no hospital foram um dos principais objetivos. Não foi possível fazer a reavaliação nutricional que normalmente é feito após uma semana da primeira avaliação, pois a paciente teve alta médica 3 dias após a triagem nutricional. 35 13 ORIENTAÇÃO DE ALTA Como M.R.T.S já estava seguindo uma dieta mais leve e pastosa em sua casa e no hospital, foi orientado à filha da paciente a manter essa dieta, ofertando sopas, purês, polentas com carne moída ou desfiada, legumes bem cozidos, mingaus, vitaminas de frutas, sempre de acordo com a aceitação de M.R.T.S e procurando trazer um conforto na digestão da mesma. Devido ao estresse metabólico pela estadia hospitalar e também pelas comorbidades, mesmo M.R.T.S estando eutrófica, foi sugerido à paciente um suplemento alimentar a fim de manter o estado nutricional da mesma nesse primeiro momento pós alta e evitar uma possível caquexia ou sarcopenia. O suplemento sugerido foi o Nutrison Soya, ele é normocalórico e normoproteíco, além de ser acessível para M.R.T.S. A cada 15g (3 colheres) tem-se 67,6kcal e 2,55g de proteína. Foi sugerido consumir no café da manhã misturado no café com leite e no lanche da tarde misturado na vitamina, mingau ou fruta, foram sugeridos esses horários para que o suplemento não atrapalhe o apetite nas principais refeições do dia. As demais orientações de alta para a paciente M.R.T.S foram: • Refeições menores e mais frequentes (5 a 6 refeições por dia), de 3 em 3 horas, para evitar fraquezas e mal estar. • Evitar alimentos ultraprocessados e industrializados como linguiça, salsicha, presunto, bacon, salame, biscoitos salgados, doces, pois são alimentos inflamatórios • Consumir com moderação alimentos ricos em potássio e fósforo, como por exemplo, carambola, banana, abacate, damasco, maracujá, ervilha, soja, oleaginosas, chocolates. Essa medida ajuda a não sobrecarregar o rim • Preparar alimentos com pouco sal, aproveitando para usar temperos naturais • Evitar temperos industrializados como molho inglês, catchup, molho de soja, caldos em cubos, temperos em pós, tipo “sazon”, todos eles são ricos em sódio e conservantes que prejudicam o organismo. • Higienizar muito bem as frutas, legumes e verduras colocando-os de molho por 15 minutos em solução de água sanitária com 1% de hipoclorito de sódio (1 colher de sopa para 1 litro de água) enxaguar muito bem em seguida. 36 REFERÊNCIAS 1. INCA (Brasília). CÂNCER DE MAMA. In: CÂNCER DE MAMA: Prevenção e fatores de risco. BRASILIA, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt- br/assuntos/cancer/tipos/mama. Acesso em: 16 abr. 2024. 2. Gustavo. Câncer de Mama: Uma Filosofia de Tratamento - Breast Unit Barretos – BUB. [Digite o Local da Editora]: Thieme Brazil, 2018. E-book. ISBN 9788554651091. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788554651091/. Acesso em: 15 abr. 2024. 3. J. INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA. SÃO PAULO: Comunicação SBN, 4 set. 2023. Disponível em: https://sbn.org.br/publico/doencas-comuns/insuficiencia-renal/. Acesso em: 17 abr. 2024. 4. SANTOS, B.F.; BURDMANN, Emanuel de Almeida; SUASSUMA, J.H.; BATISTA, Paulo Benigno. DOENÇA RENAL. In: INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA. SÃO PAULO, 2007. Disponível em: https://www.sbn.org.br/fileadmin/user_upload/sbn/2020/01/04/Diretrizes_Insuficiencia_Renal _Aguda.pdf. Acesso em: 17 abr. 2024 5. BRASIL Ministério da Saúde. HAS (hipertensão): Sintomas, Causas e Tratamentos. Brasil, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a- z/h/hipertensao#:~:text=A%20hipertens%C3%A3o%20arterial%20ou%20press%C3%A3o,(o u%2014%20por%209).21 de abril de 24. 6. BRASIL. Ministério da Saúde. DM (Diabetes): Sintomas, Causas e Tratamentos. Brasil, 2024. Disponível em: http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/diabetes. Acesso em: 21 de abril de 24. 7. SZWARCWALD,C.L.; MALTA, D.C.; ALMEIDA, W.S. Valores de referência para exames laboratoriais de colesterol, hemoglobina glicosilada e creatinina da população adulta brasileira. Referência de exames médicos, Rio De Janeiro, 2019. Disponível em: 37 https://www.scielo.br/j/rbepid/a/5RWwMfBG49PCWdNyWsHGRQs/?lang=pt#. Acesso em: 22 abr. 2024. 8. BRITO, T.N.S.; OLIVEIRA, A.R.A.; SILVA, A.K.C. Taxa de filtração glomerular. In: Taxa de filtração glomerular estimada em adultos: características e limitações das equações utilizadas. SÃO PAULO, 3 fev. 2016. Disponível em: https://www.rbac.org.br/artigos/taxa-de-filtracao-glomerular-estimada-em-adultos/. Acesso em: 22 abr. 2024. 9. JENSEN, M.D. et al. 2013 AHA/ACC/TOS guideline for the management of overweight and obesity in adults: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines and The Obesity Society. Journal of the American College of Cardiology. v. 63, n. 25, p. 2985-3023, jul. 2014. 10. BERBEL, M.N.; PINTO, M.P.T; PONSE, DANIELA; BALBI, A.L. Aspectos nutricionais na lesão renal aguda. Nutrição na LRA, BOTUCATU, 19 jul. 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ramb/a/dnjWPWb5H88wP5RGvJ6xvJd/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 16 abr. 2024.