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ATIVIDADE CONTEXTUALIZADA – TÓPICOS INTEGRADORES II (NUTRIÇÃO) Nessa atividade será analisado o quadro clínico do paciente e posterior apresentado o diagnóstico do estado nutricional e a conduta nutricional adequada. 1. Identificação do paciente: Paciente J.P.L., 57 anos, sexo feminino, viúva, brasileira, natural de Nazaré da Mata - PE, profissão agricultora. 2. História social e clínica 2.1 História social A paciente é mãe de dois filhos, tem renda familiar de 2 e ½ salários mínimos. 2.2 História de doença pregressa A paciente é portadora de diabetes melitus tipo 2 com uso de hipoglicemiante oral. 2.3 História clínica A paciente deu entrada na emergência do hospital queixando-se de dores na região epigástrica ao se alimentar há 6 meses, há 3 dias com hemorragia digestiva alta (vômitos com sangue) e baixa aceitação alimentar. 3. Diagnóstico clínico Após os resultados dos exames, a paciente foi diagnosticada com úlceras gástricas perfurantes. 4. Avaliação do estado nutricional Após o resultado dos exames e obtenção do diagnóstico elaborado pelos médicos, a nutricionista do setor fez a admissão nutricional da paciente. 4.1 História dietética (anamnese) A paciente relatou que teve baixa aceitação alimentar nos últimos 6 meses devido as dores que sentia após a alimentação. 4.2 Exame físico (semiologia) A paciente encontrava-se em regular estado geral, emagrecida. Apresentava cabelos quebradiços, sinal da asa quebrada (ou de chaves), flacidez em braços e pernas, pele ressecada, extremidade sem edemas nos membros superiores e inferiores. 4.3 Dados antropométricos Os resultados da avalição antropométrica estão apresentados na tabela abaixo. Altura 1,65m Peso habitual (há mais de 6 meses) 75Kg Peso atual (na internação) 48Kg Peso atual (na alta hospitalar) 49,5Kg Peso ideal 57,1Kg % de perda de peso 34% (6 meses) Adequação de peso 86,8% IMC (no internamento) 17,6Kg/m2 IMC (na alta hospitalar) 18,2 Kg/m2 Circunferência do braço 20cm Dobra cutânea triciptal 11mm 5. Diagnóstico nutricional Ao avaliar a perda de massa muscular, constata-se que as manifestações clínicas nutricionais observadas na semiologia direcionam para a suspeita de baixa reserva de tecido muscular/proteínas. A paciente apresentou uma perda de peso grave (34%) desde o momento da sua internação, segundo as referências de BLACKBURN, 1977 (BELO HORIZONTE, 2018). Com a informação fornecida pela paciente sobre seu peso habitual, nos últimos seis meses, comparada às obtidas no período de internação e alta podemos constatar o ganho de peso e aumento do IMC, como mostra a tabela anterior. A adequação de peso apresentada corresponde a 86,8%. Assim, a classificação do estado nutricional segundo a adequação de peso é classificada como desnutrição leve de acordo com BLACKBURN; THORNTON, 1977 (BELO HORIZONTE, 2018). De acordo com a OMS (1997), com dado apresentado no índice de massa corporal (IMC) podemos classificar o estado nutricional da paciente (adulta) como magreza grau I, pois apresentou o valor de 18,2Kgm2 no momento da alta hospitalar (SAMPAIO, 2012). Acrescenta-se que a partir de pontos de corte estabelecidos para adultos pela OMS (1995), e adotados pela Agência de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), o diagnóstico nutricional da paciente é baixo peso (BRASIL, 2011). É importante destacar que o IMC não deve ser avaliado isoladamente, embora esse método de avaliação apresente diversas vantagens: simples, rápido, fácil de ser realizado, entre outros não possibilita a distinção das perdas de gordura e/ou massa magra. Pode-se associar outros parâmetros com a finalidade de complementar o diagnóstico nutricional (BRASIL, 2011). Ao realizar os cálculos da adequação da circunferência do braço e da dobra cutânea tricipital obteve-se resultado de percentuais <70. Então, podemos constatar que a classificação do estado nutricional sob a análise desses parâmetros corresponde a depleção de massa grave, segundo parâmetros estabelecidos por BLACKBURN (1979). De acordo com Volmero e Colpo (2014), a circunferência muscular do braço é medida para avaliar a proteína somática e a prega cutânea tricipital é a mais utilizada devido a região do tríceps ser a parte que melhor representa a camada adiposa subcutânea. As análises da avaliação antropométrica e semiologia corroboram com o diagnóstico nutricional de desnutrição da paciente J.P.L. A perda de peso sofrida pela paciente está relacionada a dificuldade em realizar as refeições devido as fortes dores que sentia aliada a outras manifestações da doença diagnosticada, úlceras gástricas perfurantes. As úlceras constituem-se como orifícios na mucosa do estomago que se estendem até o tecido muscular da mucosa a submucosa ou mais profundamente (SER EDUCACIONAL) As úlceras pépticas têm se tornado uma das doenças mais frequentes no mundo. A média de idade das pessoas portadoras é de 30 a 60 anos, porém, pode ocorrer em qualquer idade. Tem causa multifatorial, na maioria dos casos está relacionada a presença de H. pilory. As manifestações clínicas são caracterizadas por dor intensa e frequente na região epigástrica, queimação, dores após ingestão alimentar, pode ser seguida de vômitos, flatulência, perda de peso, entre outros. A desnutrição pode ocorrer quando há estenose que impede a ingestão normal dos alimentos (VOLMERO; COLPO, 2014). 6. Conduta Nutricional A conduta nutricional tem como objetivo determinar a intervenção adequada para garantir a saúde da paciente, aliviar e reduzir a dor, exclusão dos alimentos que causam os sintomas, recuperar e proteger a mucosa gastrointestinal e manutenção do estado nutricional (SER EDUCACIONAL). 6.1 Necessidades nutricionais 6.1.2 Necessidade energética de acordo com a FAO/OMS (2004) Cálculo do Gasto Energético Total (GET) TMB= 8,126 X 49,5 + 845,6 TMB= 402,2 + 845,6 = 1.247,83 GET= TMB X FA 1.247, 83 X 1,82 = 2.271,50 Kcal/dia 6.2 Distribuição dos Macronutrientes e Micronutrientes DISTRIBUIÇÃO DOS MACRONUTRIENTES MACRO NUTRIENTE % KCAL GRAMAS GRAMAS/ KG DO PESO Carboidratos 45% 1022,10 255,53 3,32 Proteínas 35% 795,10 198,78 2,58 Lipídios 20% 454,30 50,48 0,66 VET 100 2271,5 - - Levando-se em consideração a perda de peso e os sinais de desnutrição, as proteínas são os macronutrientes que serão reforçados e os carboidratos foram balanceados tendo em vista que a paciente é portadora de diabete mellitus tipo 2. Com relação aos micronutrientes são recomendados ao estado nutricional da paciente: zinco, selênio, vitamina A, vitamina C, vitamina B12, ferro, ácido fólico (VOLMERO; COLPO, 2014). 6.3 Recomendações nutricionais Mastigar com calma os alimentos. Dê preferência a realizar as refeições em local tranquilo. Reduza o uso de sal e produtos industrializados. Ler com atenção os rótulos dos alimentos para evitar o consumo de açúcar. Consumir alimentos ricos em fibras. O uso de mix de fibras (farelo de aveia, semente de gergelim e sementes de abóbora) é muito importante para seu tratamento. Consumir frutas como: maçã, melão, banana, O ovo é um importante alimento aliado em seu cardápio. Evitar consumir substâncias e alimentos que podem agravar os sintomas: café, chocolate, bebidas alcoólicas, refrigerantes, pimentas, frituras, carnes gordas, etc. REFERÊNCIAS BELO HORIZONTE. Secretaria Municipal de Saúde. Material de apoio para nutricionistas da rede SUS – BH. Instrutivo de avaliação nutricional e cálculo das necessidades energéticos proteicas. Belo Horizonte, 2018. Disponível em: https://prefeitura.pbh.gov.br/sites/default/files/estrutura-de- governo/saude/avaliacao-nutricional-final.pdf. Acesso em 25 nov. 2022. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamentode atenção básica. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde: Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_coleta_analise_dados _antropometricos.pdf. Acesso em 28 nov. 2022. SAMPAIO, L. R. (org.). Avaliação nutricional. Salvador: EDUFBA, 2012. Série Sala de aula. SER EDUCACIONAL. Tópicos Integradores II Nutrição. Unidade 2. Material didático disponível no AVA do SER EDUCACIONAL. VOMERO, N. D.; COLPO, E. Cuidados Nutricionais na úlcera péptica. ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva. São Paulo, 2014, v. 27, n. 04, pp. 298- 302. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abcd/a/ZNG43ZKDkc7T7QwChXmbH6F/?format=pdf&la ng=pt. Acesso em 28 nov. 2022. https://prefeitura.pbh.gov.br/sites/default/files/estrutura-de-governo/saude/avaliacao-nutricional-final.pdf https://prefeitura.pbh.gov.br/sites/default/files/estrutura-de-governo/saude/avaliacao-nutricional-final.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_coleta_analise_dados_antropometricos.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_coleta_analise_dados_antropometricos.pdf https://www.scielo.br/j/abcd/a/ZNG43ZKDkc7T7QwChXmbH6F/?format=pdf&lang=pt https://www.scielo.br/j/abcd/a/ZNG43ZKDkc7T7QwChXmbH6F/?format=pdf&lang=pt
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