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P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 1 Índice 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 2 3. FLUXOGRAMA ............................................................................................................................... 3 4. LISTA DE VERIFICAÇÃO .................................................................................................................. 5 5. BRAINSTORMING .......................................................................................................................... 8 6. OS 5 POR QUÊS ........................................................................................................................... 11 7. DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO (ISHIKAWA) .............................................................................. 13 8. DIAGRAMA DE ÁRVORE .............................................................................................................. 16 9. DIAGRAMA DE DISPERSÃO .......................................................................................................... 18 10. DIAGRAMA DE PARETO ............................................................................................................... 22 11. MATRIZ DE PRIORIDADE - GUT.................................................................................................... 25 12. QFD - QUALITY FUNCTION DEPLOYMENT ................................................................................... 27 13. PLANO DE AÇÃO 5W2H ............................................................................................................... 30 14. HISTOGRAMA .............................................................................................................................. 31 15. CARTAS DE CONTROLE ................................................................................................................ 34 Bibliografia: ......................................................................................................................................... 39 P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 2 1. INTRODUÇÃO Hoje o conceito de qualidade vai muito além de um simples processo ou setor de gestão, a qualidade é feita com a interação de todos os processos da organização. Costuma-se dizer que a qualidade é um processo de ponta a ponta, ou seja, começa quando o cliente apresenta suas necessidades, passa por todos os processos de suporte da organização, vai até a entrega ao cliente e continua no pós-venda (garantia). Ter um sistema de qualidade não é mais um diferencial é uma necessidade, uma questão de sobrevivência para a organização em um mercado tão competitivo e isso requer métodos sofisticados de gestão em toda sua cadeia de processos. Em uma organização que possua os processos de Suprimentos, Produção, Armazenamento e Expedição, por exemplo, a qualidade necessariamente precisa estar inserida em cada um dos processos. O foco deve sempre ser o cliente e para satisfazer suas necessidades vamos precisar atuar em um nível elevado de qualidade. A grande questão é como assegurar a qualidade em todos os processos da organização? Dentre tantos meios, um bastante eficaz são as Ferramentas da Qualidade que deverão fazer parte do cotidiano da organização. Portanto, não é preciso ser do setor da qualidade para ter de usar essas ferramentas. 2. Ferramentas da Qualidade Desde o início da Qualidade Total que a organizações vêm implementando ferramentas que apoiem o atendimento e a superação das expectativas do cliente, afinal, o cliente é a razão de existir de uma empresa. Não podemos limitar a quantidade existente de ferramentas da qualidade, muito embora, algumas se destaquem mais do que outras, mas isso não exime a eficiência e eficácia das demais. Uma empresa também não precisa utilizar em todas as ferramentas existentes, veremos mais a frente que isso depende dos processos e do negócio da organização. O conhecimento das Ferramentas da Qualidade permitirá, por meio do método gerencial, a utilização da informação de forma eficaz, para o alcance de metas cada vez mais desafiadoras. Quando usadas corretamente, as ferramentas da qualidade podem ajudar a identificar problemas, tendências e causas, rapidamente. E fornecer o caminho para a melhoria de processos e resolução de problemas. O grande objetivo das ferramentas da qualidade é reduzir ou eliminar fontes de variação em produtos e processos, além de efetuar sua correção. As ferramentas da qualidade ajudam a organização a coletar e analisar dados para que os usuários entendam e interpretem informações de forma prática. Os modelos de gerenciamento de qualidade exigem planejamento extensivo e coleta de informações relevantes sobre os usuários finais. Os feedbacks e expectativas dos clientes precisam ser cuidadosamente monitorados e avaliados para fornecer produtos e serviços com qualidade. P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 3 Tão importante quanto conhecer as ferramentas da qualidade é saber como, onde e quando aplicar cada uma delas. Para um melhor entendimento das ferramentas, vamos dividi-las em quatro grupos: GRUPO 01 FERRAMENTAS DE IDENTIFICAÇÃO • Fluxograma (mapa de processos) • Lista de verificação • Brainstorming GRUPO 02 FERRAMENTAS DE ANÁLISE • Os 5 Por quês • Diagrama de Causa e Efeito • Diagrama de Dispersão • Diagrama de Árvore (falhas, processo...) GRUPO 03 FERRAMENTAS DE PRIORIDADES • Diagrama de Pareto • Matriz de Prioridade - GUT • QFD – Casa da Qualidade GRUPO 04 FERRAMENTAS DE AÇÃO E CONTROLE • Plano 5W2H • Histograma • Cartas de Controle As ferramentas da qualidade podem ser manipuladas através de diversos softwares disponíveis no mercado, além de sistemas informatizados que podem ser personalizados de acordo com o projeto da organização. Antes de usar qualquer ferramenta de gerenciamento da qualidade, é preciso dispor de uma estrutura para usá-la. Essa estrutura é como um sistema operacional de computador, ele garante que o usuário consiga utilizar o computador para todas as suas capacidades e funções. 3. FLUXOGRAMA Para entender o objetivo dessa ferramenta primeiro é preciso saber o que são processos. Todas as empresas independente de seu porte ou atividade possuem processos. Existem várias formas de conceituar o que são processos, a principal delas é que o fundamento de um processo é transformar entradas em saídas, ou seja, é o que ocorre através de uma sequência de ações (as etapas de uma atividade), por exemplo, processo de compras: A quantidade de processos depende de cada organização, do seu porte e do seu negócio. Esses processos fazem interação uns com os outros e por isso precisam ser geridos de modo eficaz para que um processo não afete negativamente o outro. Todo processo possui pelo menos três elementos: Podemos perceber que é possível subdividir as atividades principais apresentadas. P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 4 As entradas são matérias-primas, informações, serviços. O processo descreve as atividades a serem realizadas e as saídas são os resultados. Um processo pode ser simples ou complexo, o objetivo do Fluxograma será facilitar a visualização dos processos através de figurasgráficas. O fluxograma deve conter as etapas do processo em ordem cronológica de forma clara, simples e objetiva. A ideia do fluxograma é fazer com que qualquer pessoa na organização entenda o padrão a ser seguido no processo e assim evitar falhas de operação e sequenciamento. As figuras do fluxograma variam de acordo com a sequência do processo, por exemplo, em casos de tomada de decisão isso deve ser demonstrado no fluxograma. É uma ferramenta fundamental, tanto para o planejamento (elaboração do processo) como para o aperfeiçoamento ( análise, crítica e alterações) do processo. O fluxograma é basicamente formado por três módulos: • Início (entrada): assunto a ser considerado no planejamento. • Processo: consiste na determinação e interligação dos módulos que englobam o assunto. Todas as operações que compõe o processo. • Fim (saída): fim do processo, onde não existem mais ações a ser considerada. A ferramenta fluxograma é uma excelente oportunidade para enxergar os gargalos do processo que muitas vezes pareciam ocultos aos olhos das pessoas que executam o processo. Com isso, é possível identificar o situação atual do processo (AS-IS) e propor melhorias deixando o processo mais eficiente e eficaz (TO-BE). Um outro benefício dessa ferramenta é a possibilidade enxergar etapas duplicadas, pessoas executando atividades similares desnecessariamente, além de entender quais etapas, de fato, agregam valor para o processo. Existe uma grande variedade de símbolos usados em um fluxograma, apresentamos os principais: Existem outros símbolos de Fluxograma que poderão ser utilizados de acordo com o fluxo elaborado. ELABORAÇÃO DO FLUXOGRAMA 1. A primeira coisa a se fazer é listar os processos existentes na organização, para isso comece entendendo como a empresa funciona, por exemplo, existe marketing? Se sim, este já será um dos processos, como funciona o comercial, as compras, e assim sucessivamente, chamamos essa interface de Cadeia de Processos ou Mapa Global de Processos. 2. Com a lista de processos em mãos, é hora de escolher quais processos devemos mapear primeiro, comece pelos mais críticos para a P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 5 organização, ou seja, aqueles que afetam diretamente o produto ou serviço final. 3. Escolhido o processo, agora é hora de realizar o mapeamento. Mapear um processo é conhecer tudo sobre ele: com quais outros processos ele faz interação, quais são suas entradas, para que ele serve na organização, quem são seus clientes e fornecedores internos (fornedor é quem interage antes de iniciar o processo e cliente interno é o processo que interage depois), saber quais são os documentos (normas) e formulários que o processo utiliza, conhecer o tempo de cada uma das etapas, assim como os responsáveis e por fim entender qual é a saída do processo, ou seja, o resultado final. Por mapeamento, podemos obter uma imagem do que realmente acontece e não o que pensamos ou o que deveria acontecer. 4. Agora que as principais informações estão disponíveis, vamos entender a sequencia interativa do processo, ou seja, entender o passo a passo. Neste momento é importante fazer o levantamento das etapas em conjunto com os executores ou se disponibilizando a acompanhar a execução do processo no local por várias vezes. Muito importante nessa etapa é entender onde aparecem pontos de tomada de decisão no processo, pois na fase sequinte essas decisões serão demonstradas através de uma figura chama losango. 5. Por fim, vamos representar as informações coletadas no nosso fluxograma. Existem vários softwares no mercado que ajudam a fazer um fluxo, entre eles, vários da Microsoft Officce, o Bizagi, o LucidChart, entre tantos outros. Lembre-se, mais desenhar o fluxograma é a parte mais fácil, o mais importante é fazer as etapas de mapeamento e melhoria antes de torná-lo pradrão na empresa. Exemplo de um fluxograma Supondo que a PETRA possui um processo geral de treinamentos, veja como seria o fluxo (este foi feito no Microsoft Excel), observe que este modelo separa os responsáveis das etapa por colunas. Este formato é excelente para facilitar o entendimento dos usuários, desta forma, é possível saber o que cada um deve fazer dentro do processo. 4. LISTA DE VERIFICAÇÃO A Lista de Verificação é considerada a ferramenta mais simples da qualidade, contudo, não menos importante. É através da Lista de Verificação que as demais ferramentas se alimentam e mostram suas forças. A Lista de Verificação é também chamada de Check List ou simplesmente Folha de Verificação. Esta ferramenta organiza e estratifica os dados de uma forma prática, clara e P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 6 objetiva através de tabelas, listas, planilhas etc. A Lista de Verificação está presente no nosso cotidiano, quando alguém vai ao supermercado e leva a lista de compras, quando vamos fazer uma reforma em casa e listamos o que será preciso, quando tabulamos nossas contas do mês em uma planilha... tudo isso é a ferramenta de Lista de verificação. A utilização da Lista de Verificação economiza tempo, eliminando o trabalho de se desenhar figuras ou escrever números repetitivos, não comprometendo a análise dos dados. Todas as empresas grandes ou pequenas possuem dados que precisam estar organizados de forma a garantir sua correta manipulação. A coleta de dados deve ser uma atividade bastante cautelosa, pois uma falha poderá por em risco toda a efetividade das ferramentas, a melhor forma de coletar e manipular esses dados de modo organizado é através da Lista de verificação. Coletar dados exige tempo das pessoas para planejar e realizar a coleta, além de materiais e equipamentos. A coleta de dados demanda um custo que só se justifica se estes dados forem utilizados para observar e analisar um processo. As Listas de Verificação podem apresentar-se de vários tipos para: • Distribuição do Processo de Produção; • Verificação de Itens Defeituosos; • Localização de Defeito; • Causas de Defeitos. Utilização das Listas de Verificação São usadas para: • Tornar os dados fáceis de obter e de utilizar-se. • Dispor os dados de uma forma mais organizada. • Verificar a distribuição do processo de produção: coleta de dados de amostra da produção. • Verificar itens defeituosos: saber o tipo de defeito e sua percentagem. • Verificar a localização de defeito: mostrar o local e a forma de ocorrência dos defeitos. • Verificar as causas dos defeitos. • Fazer uma comparação dos limites de especificação. • Investigar aspectos do defeito: trinca, mancha, e outros. • Obter dados da amostra da produção. • Determinar o turno, dia, hora, mês e ano, período em que ocorre o problema. Passos para elaborar uma Lista de verificação Mesmo sendo uma ferramenta de simples aplicação, toda Lista de verificação precisa ser planejada antes de sua elaboração: 1. Definir o que deve ser registrado. Quais dados ou informações devem ser coletados. Entre todas as possibilidades de dados é necessário selecionar os significativos para a análise e tomada de decisão. 2. Justificar o motivo pelo qual precisamos registrar esses dados numa Lista de verificação, não podemos esquecer que a ferramenta não deve ser motivos de burocracias na organização, pelo contrário, deve ser um facilitador. Há empresas que amarram uma Lista de verificação para quase tudo e isso acaba “engessando” o processo ao invés de fazer fluí-lo. 3. É preciso definironde a coleta de dados deverá ser feita, por exemplo, se estamos tratando de uma Lista de verificação para controlar absenteísmos, a coleta de dados será no setor de Recursos humanos da organização. P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 7 4. A periodicidade da coleta também precisa ser definida (a cada hora, diariamente, semanalmente, etc.). 5. A definição de um responsável por alimentar e gerir a Lista de Verificação também é de fundamental importância. Não é raro vermos situações em que essa ferramenta é elaborada, mas não continuada, ou seja, acaba simplesmente “engavetada”, pois não há uma pessoa ou setor responsável por sua gestão. 6. O método de como os dados serão coletados para alimentar a Lista de verificação também é muito importante. O método poderá ser manual quando o operador registra em uma tabela ou planilha, e poderá ser também automaticamente através de um sistema informatizado que lança os dados direto para um software que registra e até manipula os dados. 7. Definir quem ou qual setor será beneficiado pela Lista de verificação, qual a sua forma de entrega, quando devem recebê-la e como esta será representada. Na maioria das vezes ela é apresentada através de gráficos ou de outras ferramentas. Ao contrário do que muitos pensam não existe um modelo padrão para esta ferramenta, ela é moldada de acordo com a sua necessidade. A forma mais comum são planilhas com linhas e colunas. Aplicação prática ELABORAR UMA LISTA DE VERIFICAÇÃO DO DESEMPENHO DE ALUNOS DO 6° ANO TURMA “A”. Lembre-se de rever seu planejamento para elaboração de Lista de Verificação: Passo Procedimento Descrição 01 O que deve ser registrado Notas dos alunos no bimestre 02 Por que estes dados devem ser registrados Para avaliar o desempenho dos alunos 03 Onde a coleta de dados deve ser feita Na sala dos professores 04 Quando a coleta de dados deve ser feita Até 5 dias após correção da prova 05 Quem é o responsável pela coleta de dados Professor 06 Forma de entrega As notas devem ser P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 8 entregues na secretaria da escola 07 Qual a metodologia da coleta de dados O registro deve ser feito na folha de verificação 08 Registrar os dados na folha de verificação Registrar as notas dos alunos Veja como ficaria a Lista de verificação: ALUNO 1° Bim 2° Bim 3° Bim 4° Bim MÉDIA Marabá 7 7 7 7 7 Filéia 4 10 8 10 8 Ravengá 9 5 5 9 7 Julizângela 6 8 6 4 6 Brínia 0 10 0 10 5 Kerla 2 2 2 2 2 Juruana 10 10 10 10 10 MAIS UM EXEMPLO DE APLICAÇÃO DA FOLHA DE VERIFICAÇÃO Levantamento da produção DIÁRIA em uma fábrica. DIAS Produto 1 2 3 4 Total A 10 8 5 4 27 B 5 7 8 10 30 C 5 5 5,5 4,5 20 De acordo com o exemplo acima, podemos perceber que a produção do Produto A vem diminuindo dia a dia, o que pode ou não, ser indício de um problema (a Lista de verificação não nos dá essa resposta, precisamos aplicar outras ferramentas). No ritmo que o mercado atual impõe às empresas, não é mais possível tomar decisões acertadas ou propor planos de melhoria com base apenas em suposições e argumentos que não estejam fundamentadas em fatos e dados. A Lista de verificação relaciona-se com a maioria das ferramentas da qualidade, pois é um passo básico, onde vamos encontrar as informações, principalmente para determinar a causa, especificação e extensão, onde e quando ocorre o problema. 5. BRAINSTORMING Quando se gerencia ou participa de um negócio, a criatividade, as novas ideias e a inovação podem contribuir muito para o sucesso do empreendimento. Mas a criatividade não é fácil de controlar e, muitas vezes, ideias novas são difíceis de encontrar. Quando se está tentando criar campanhas de marketing, novos métodos de vendas, correção para um produto ou serviço, por exemplo, o Brainstorming pode ajudar a fazer a criatividade fluir. Essa potente ferramenta foi associada ao grupo de identificação pelo seu grande poder de vislumbrar ideias que poderão ou não ser agregadas a projetos e análises. O Brainstorming é uma ferramenta voltada para a criatividade e na sua essência é subjetiva. Quando uma única pessoa é responsável por gerar todas as ideias de um projeto ou processo, essas ideias provavelmente se tornarão obsoletas ou repetitivas em algum momento. Já no Brainstorming é preferível que haja um grupo de pessoas gerando os mais variados tipos de ideias, essas ideias podem não ser brilhantes ou mesmo viáveis, mas à medida que o P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 9 Brainstorming é executado as ideias podem evoluir para algo novo e eficaz. Essa ferramenta não é uma novidade nas empresas, aliás, ela existe desde o século passado quando o americano Alex F. Orborn utilizou pelas primeiras vezes em uma agência de propagandas. O seu nome deriva de Brain = mente e Storming = tempestade, que se pode traduzir como: Tempestade Cerebral ou Tempestade de ideias. Consiste no maior número de pessoas sugerirem a maior quantidade de ideias possíveis acerca de um determinado tema previamente acordado. O Brainstorming pode ser usado para qualquer área ou processo da organização, desde o projeto de novos produtos ou serviços, a planejamento estratégico, identificação de causas de problemas e até melhorias focadas. Uma grande vantagem do Brainstorming é que ele exige um pensamento crítico do participante para resolver um determinado problema ou criar algo inovador. Quanto mais a equipe debater, melhor se tornará em encontrar um problema e pensar criticamente. Isso significa pegar um tópico ou situação e analisá-lo de maneira lógica e clara, livre de preconceitos pessoais. O pensamento crítico pode exigir que a equipe divida um tópico ou problema em partes menores. Por exemplo, se for necessário criar uma campanha em torno de um novo produto, precisará considerar várias partes da campanha, como embalagem do produto, mídias de propaganda e mensagens. Quando você precisa ser criativo, seu próprio cérebro pode se tornar o pior inimigo. Os pensamentos criativos podem se confundir na sua cabeça, impedindo que você pense neles de forma clara. Você também pode ter uma ideia vaga, mas não conseguir que a ideia tenha uma forma definida. O Brainstorming exige que você tire as ideias embaralhadas da sua cabeça de maneira audível ou em papel. Ver ou discutir essas ideias pode ajudá-lo a fornecer detalhes e formas, aumentando a probabilidade de encontrar algo inovador para o processo. Há vários métodos de se fazer um Brainstorming. O que apresentamos a seguir é um dos que proporciona melhores resultados. Um Brainstorming pode ser realizado em 6 etapas básicas, a saber: Primeira Etapa: Constituir a equipe Como já foi dito anteriormente, o Brainstorming é mais eficaz se for feito por mais de uma pessoa, então, a primeira coisa a ser feita é montar uma equipe. Mas cuidado, não convide qualquer pessoa para a sessão do Brainstorming, do contrário, poderá ser um peso morto na equipe. Convide pessoas relacionadas ao tema em questão ou ao processo envolvido na busca de ideias. Só convide pessoas de fora se estas forem extremamente criativas ou deterem um grande conhecimento/experiência no assunto. Reunir os participantes em uma sala de reunião, ou em tornode uma mesa. É importante eleger alguém da equipe para coordenar o Brainstorming. P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 10 Segunda Etapa: Definir o foco O foco é o assunto ou tema a ser discutido no Brainstorming. Pode estar relacionado a análise de causa, ou a ideias de melhoria, ou identificação de problemas, ou qualquer outro assunto que precise de ideias. Para que o Brainstorming seja mais eficiente pode-se dar um “zoom” no foco, ou seja, definir o chamado enfoque. O enfoque é visualização do foco de várias perspectivas, por exemplo: FOCO: - Satisfação do cliente ENFOQUE: - O que deixa um cliente satisfeito? - Como melhorar o serviço/produto? Para que o Brainstorming seja mais eficiente não se deve permitir ideias fora do foco ou do enfoque, o fato de ser uma tempestade de ideia não quer dizer que deve virar bagunça. Já tivemos relatos de profissionais que ao implementar o Brainstorming para avaliar o motivo das quedas nas vendas do produto vaso sanitário, recebeu ideias “nada haver” relacionadas a um jogador de time de futebol que em nada se relacionava com o tema, simplesmente para fazer graça, não podemos permitir que o foco da ferramenta seja perdido. Terceira Etapa: Geração de ideias Este é o momento principal do Brainstorming, deixe claro para os participantes que todas as ideias relacionadas ao tema serão bem vindas, até aquelas que parecam uma maluquice, existem muitos casos em que a ideia que parecia uma loucura foi aprimorada pelos demais e a equipe encontrar a solução que precisavam. O importante nessa etapa é a quantidade de ideias e não a qualidade, isso mesmo, essa fase queremos o máximo de ideias possível para somente na outra etapa fazermos o filtro. O participante deve liberar a criatividade nesse momento. Importante sobre a fase de geração de ideias: O exercício deve centrar-se sobre o único foco já clara e previamente definido; As ideias emitidas, nesta etapa, devem ficar isentas de críticas. Pode-se dizer que quanto mais “potencialmente disparatada” for uma ideia, melhor, pois mais facilmente pode induzir a criatividade para a solução. O objetivo, nesta etapa, é emitir ideias que possam ser associadas a outras já emitidas; O participante deve emitir qualquer ideia, sem nenhum exercício de censura — quanto às próprias e quanto às ideias dos demais. A ideia deve ser formulada mesmo que num primeiro instante pareça ridícula; O coordenador pode distribuir adesivos do tipo “post-it” e distribuir entre os participantes, que por sua vez anotam quantas ideias acharam necessárias e adesivam em um quadro ou entregar diretamente ao coordenador para catalogação; Após determinado tempo estabelecido anteriormente, o coordenador pode encerrar o momento de geração de ideias. P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 11 Quarta Etapa: Crítica Agora o importante será a qualidade das ideias que serão apresentadas uma a uma. Selecionam-se as ideias que fazem algum sentido e eliminam-se as ideias repetidas ou que não fazem sentido. Essa decisão deve ser feita em conjunto com a última palavra dada pelo coordenador. Quinta Etapa: Agrupamento Agora que já temos as ideias selecionáveis de acordo com o tema do Brainstorming é hora de agrupá-las por semelhança de conteúdo. Por exemplo, todas as ideias relacionadas a embalagem de um produto ficam em um grupo, as ideias relacionadas ao sabor do produto ficam em outro grupo e assim sucessivamente. Sexta Etapa: Conclusão Este é o momento de escolher quais ideias, de fato, serão postas em prática ou passarão por uma outra análise da empresa. O brainstorming funciona muito bem em problemas simples, se usado adequadamente e se, para as primeiras tentativas, se escolherem pessoas reconhecidas por sua capacidade de ter ideias com apreciável facilidade. As regras do brainstorming são quase exatamente opostas às de uma reunião comum, e assim também acontece com a atmosfera que a cerca. Numa reunião todos começam com a esperança de que você seja calmo e lógico — o que não se dá no brainstorming. 6. OS 5 POR QUÊS Iniciaremos o grupo das ferramentas de análise com esta que é uma das mais fáceis de aplicar visto sua simplicidade de metodologia. A ferramenta dos 5 Por Quês foi desenvolvida originalmente pelo fundador da Toyota Industries (Sakichi Toyada) em 1930, mas só se tornou popular em 1970 quando empresas no mundo todo passaram a utilizar a ferramenta. Os 5 Por Quês pode ser utilizado para busca de causas, melhoria de qualidade, resolução de problemas e até para projetos. Deve-se tomar muito cuidado ao usar essa ferramenta, é aconselhável usa-la quando o problema for extremamente simples, isso porque ela segue apenas a primeira varável da possível causa. Mesmo sendo uma ferramenta simples muitas vezes ela pode direcionar rapidamente para a causa raiz de um problema. A simplicidade da ferramenta também lhe confere grande flexibilidade e os 5 Por Quês combina com outros métodos e técnicas, como a Análise de Causa Raiz e frequentemente é associada ao Lean Manufacturing , onde é usada para identificar e eliminar práticas de desperdício. COMO APLICAR OS 5 POR QUÊS Apesar de simples, é aconselhável seguir algumas etapas antes de implementar e usar essa ferramenta: Primeira Etapa: Montar uma equipe Sempre que tiver a oportunidade junte-se a algumas pessoas para aplicar essa ferramenta, quanto mais “analistas” mais chance de acertos. Selecione as pessoas que estão relacionadas ao processo em análise ou que foram afetas pelo problema. P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 12 Segunda Etapa: Definir o problema Com auxílio do grupo de ferramentas de identificação vistos anteriormente, defina o problema que será analisado. Se possível reúna dados e faça uma visita no local. Discuta com a equipe e escreva um resumo claro e objetivo do problema, por exemplo, "A equipe de Suprimentos não está atendendo as metas de prazo" ou "O último resultado da produção apresentou muitas falhas no produto". Sugestão: escreva o problema em um quadro branco ou utilize qualquer outro meio, deixando um espaço para adicionar suas respostas às perguntas dos 5 Por Quês. Terceira Etapa: Pergunte o primeiro Por Quê Pergunte à equipe por que o problema está ocorrendo, por exemplo, "Por que a equipe de Suprimentos não está atingindo suas metas de prazo?". Perguntando o "Por quê?" Parece simples, mas responder requer um pensamento crítico e responsável. Procure por respostas que estejam fundamentadas no fato: elas devem ser relatos de coisas que realmente aconteceram, não de adivinhações sobre o que poderia ter acontecido. Isso evita que os 5 Por Quês se torne apenas um processo de raciocínio dedutivo, que ao invés de encontrar as causas do problema vai gerar mais confusão e quem sabe até um novo problema. Quarta Etapa: Pergunte o Por Quê mais quatro vezes Para cada “por que” respondido gere um novo “por que” até atingir a marca total de 5 Por Quês. A quantidade de cinco por quês não é uma regra obrigatória, em alguns casos é possível que seja necessário mais alguns por quês. Tome o cuidado para não chegar a por quês irrelevantes ou até mesmo chegar a uma forma pessoal, este não é o objetivo da ferramenta. UM EXEMPLO: Uma gráfica teve perdas consideráveis porque seu cliente se recusou a pagar pelos panfletos solicitados. OUTROEXEMPLO: Uma fábrica de chocolates recebe muitas reclamações sobre seu produto final e o coordenador da qualidade decide por utilizar a metodologia dos 5 Por Quês com a sua equipe. A maior parte das reclamações dizem que o chocolate não está mais crocante como antigamente. P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 13 1 – Por que o chocolate não está crocante? Porque o produto chega muito tarde ao cliente e perde as suas características originais de produção. 2 – Por que o produto chega muito tarde ao cliente? Porque a transportadora não consegue entregar em tempo hábil. 3 – Por que a transportadora não entrega em tempo hábil? Porque ela realiza apenas uma viagem por semana transportando uma quantidade muito grande de produtos. 4 – Por que ela só realiza uma viagem por semana? Porque a fábrica de chocolates identificou que entregando em apenas uma vez toda a sua produção semanal, os custos de transportes seriam reduzidos. 5 – Por que ela decidiu reduzir custos de transporte? Para aumentar o lucro. 7. DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO (ISHIKAWA) Esta é sem dúvidas a mais famosa ferramenta da qualidade, seu nome oficial é Diagrama de Causa e Efeito, mas também é conhecida como Diagrama de Ishikawa (nome do criador) e ainda como Diagrama Espinha de Peixe (pelo seu formato ser semelhante a uma espinha de peixe). A ferramenta foi usada pela primeira vez pelo professor Kaouru Ishikawa para sintetizar as opiniões de engenheiros de uma fábrica quando estes discutem problemas de qualidade. O objetivo original desta ferramenta é listar todas as causas potenciais que levam a um problema. Assim, é uma das ferramentas importantes usadas para métodos de solução de problemas. O diagrama de Ishikawa também é usado no desenvolvimento de novos produtos para identificar todos os recursos potenciais. Pode ser utilizado para: • Visualizar, em conjunto, as causas principais e secundárias de um problema. • Ampliar a visão das possíveis causas de um problema, enriquecendo a sua análise e a identificação de soluções. • Analisar processos em busca de melhorias. Quando usar esta ferramenta? - Quando for necessário identificar causas de um problema. - Quando desejar saber a relação entre causa e efeito. - Quando for preciso classificar as causas do problema em sub causas ou causas secundárias. Diferente da ferramenta dos 5 POR QUÊS visto anteriormente, o Diagrama de Causa e Efeito é aconselhável para analisar causas de problemas críticos na organização, aqueles que por sua importância requer um nível mais elevado de análise e, inclusive, pode conter mais de uma variável de causas. P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 14 Exemplo de um Diagrama de Causa e Efeito: Observe que o problema em estudo se localiza onde seria a “cabeça do peixe”, a descrição do problema nesse diagrama desse ser sucinta e clara, outros detalhes do problema podem ser registrados em documentos secundários como um relatório de não conformidades, por exemplo. O diagrama de Ishikawa vai mostrar a relação existente entre determinado resultado de um processo (efeito negativo ou problema) e os diversos fatores (causas) que podem contribuir para esse resultado. Etapas de Análise Semelhante as outras ferramentas estudadas até, o Diagrama de Causa e Efeito possui uma série de etapas para obter a sua eficácia na aplicação. Primeira Etapa: Definir o EFEITO Efeito nesse diagrama poderá ter a conotação de Problema quando se pretende utilizar para encontrar suas causas. Quando o diagrama for utilizado para um novo projeto, o efeito será o que se pretende identificar potencialmente. • Efeito como problema: “Atraso na entrega ao cliente”. • Efeito para projeto: “O que poderá prejudicar o novo produto”. Segunda Etapa: Definir causas principais Nesta etapa, defina as possíveis causas principais do efeito, o criador da ferramenta Kaoru Ishikawa sugere pelo menos seis que “quase sempre” relacionam-se a problemas numa empresa: MÉTODO Esta categoria relaciona-se ao procedimento realizado no processo, ou seja, o quando a metodologia usada pode influenciar no problema em estudo. O problema pode estar ocorrendo devido o não cumprimento do fluxo, por exemplo, ou pela falta de um padrão de execução, ou ainda um procedimento obsoleto. MATÉRIA- PRIMA O problema pode estar acontecendo por causa da má qualidade dos insumos, então, questione se o matéria-prima empregada no produto é de boa procedência, ou se foi aprovada no recebimento. MÃO DE OBRA Mão de obra são as pessoas envolvidas no processo relacionado ao problema. São vários os fatores relacionados a pessoas que podem influenciar no problema: falta de treinamento, falta de atenção, falta de competência, pressa, imprudência, etc. MÁQUINAS Aqui analisamos todo maquinário atrelado ao processo, desde as máquinas operativas a computadores. Alguns exemplos de causa relacionada a máquinas são a falta de manutenção, perda de desempenho, etc. MEDIDAS Ou medição, mensuração. Nesta categoria procure entender se o processo utiliza algum equipamento de medição (trena, multímetro, paquímetro...). A falta de calibração de um equipamento de medição pode ocasionar o problema. Verificar também se as métricas atuais para medir o processo são coerentes. MEIO AMBIENTE Nesta categoria temos as causas relacionadas às questões do trabalho como local, calor, layout, poluição, poeira, falta de espaço, dimensionamento inadequado dos equipamentos, dentre outros. O ambiente pode favorecer a ocorrências de problemas. Devemos nos questionar se houve alguma influência do meio ambiente na ocorrência do problema. P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 15 IMPORTANTE: O fato de existirem estas seis categorias como padrão não quer dizer que tenho de segui-las, entenda essas categorias como sugestivas. Para cada problema que for analisar você pode retirar, acrescentar ou mesmo personalizar as categorias principais. Por exemplo, ao analisar um problema de baixo rendimento entre alunos de uma escola não preciso necessariamente utilizar a categoria “matéria-prima”. Terceira Etapa: Gerar sugestões Antes de gerarmos as sugestões experimente montar uma equipe focada no problema em análise, que conheça as características das categorias sinalizadas. Nessa fase da implementação do Diagrama de Ishikawa pode-se utilizar uma outra ferramenta para apoio, o Brainstorming (visto anteriormente). Gera-se o maior número de sugestões possíveis, inclusive, o coordenador pode exigir uma quantidade mínima de possíveis causas para cada uma das categorias principais. Quarta Etapa: Classifique as sugestões Agora que todos os membros da equipe já fizeram suas sugestões, classifique-as de acordo com as categorias antes definidas (mão de obra, meio ambiente...). Em seguida, retire as sugestões repetidas e mantenha somente aquelas que fazem sentido. Cuidado, ainda não concluímos a análise de causas, faremos isso na etapa seguinte. Quarta Etapa: Avaliação das sugestões Nem tudo que foi sugerido é uma causa do problema, para termos essa certeza precisamos avaliar as sugestões uma a uma. Neste momento posso usar outra ferramenta que complementa o Diagrama de Causa e Efeito, estamos falando do Diagrama de Dispersão. O grande objetivo aqui é ter a certeza que as causas realmente possuem correlação com o problema,por exemplo, poderíamos ter sugerido que uma das possíveis causas do problema é a “Falta de manutenção da Máquina XY”, mas quando avaliamos o plano de manutenção dessa máquina vemos que todas as manutenções preventivas estão em dia, logo, devo eliminar essa possível causa. Faremos isso para todas as causas sugeridas e no final, teremos as causas que possivelmente estão gerando o problema estudado. Dicas para descrever “causas” e “efeitos” • Causas: “falta de...”; “mau uso de...”; “mau desempenho...”; “imprecisão de medida...”. • Efeitos: “alto custo”; excesso de itens não conformes (fora da especificação)”; tempo de interrupção acima de...”; “desempenho abaixo de ...” faturamento abaixo de (meta não cumprida)...” P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 16 8. DIAGRAMA DE ÁRVORE Problema é um resultado indesejado no processo e ele insiste em aparecer, por mais que a organização tome todos os cuidados possíveis, utilize ferramentas de prevenção e métodos sofisticados, uma hora ou outra os problemas aparecem para deixar a equipe de melhoria com os nervos a flor da pele. Portanto, sejam grandes ou pequenos os problemas vão sempre conviver com as organizações. Já dizia um o escritor Kelly Young: “O problema não é o problema, o problema é a falta de atitude em relação ao problema”. Ele estava certo, ao surgir um problema nossa atitude deve ser buscar a solução, mas solucionar um problema requer conhecer sua origem e é exatamente aqui que surge mais uma ferramenta considerada da qualidade, o Diagrama de Árvore. Este diagrama age desdobrando o problema para encontrar sua causa raiz (causa raiz é o grande responsável por fazer o problema aparecer). Mas o Diagrama de Árvore não serve apenas para aplicação em problemas, podemos utilizá-la para desdobrar projetos, processos, conceitos, etc. Chama-se diagrama de árvores porque sua metodologia de aplicação assemelha-se a uma árvores que possui o tronco e vai ramificando-se em galhos e folhas. Na aplicação prática o tronco seria o problema a ser analisado e os galhos o desdobramento do problema em termos de efeitos e causas. É um método que parte do grande para o pequeno, do geral para o particular, do amplo para os detalhes. É importante saber que o Diagrama de Árvore não identifica o problema (este já deve ser conhecido, geralmente identificado nas ferramentas aqui já estudadas do grupo de identificação). Existem pelo menos três tipos diferentes de diagrama de árvore, dependendo do uso que se pretende dele. A árvore de solução de problemas é usada para reagir a problemas. Os diagramas de árvore para análise e de planejamento são usadas de um modo preventivo: O diagrama de árvore para solução de problemas - usado de modo reativo na resolução de problemas perguntando-se várias vezes “por quê”; também chamado de árvore de falha ou causa raiz. O diagrama de árvore de planejamento - chamado de diagrama “Como-Como” e usado preventivamente em eventos de planejamento e organização. O diagrama de árvore para decisão - usado em tomadas de decisão; algumas vezes chamado de árvores de risco ou probabilidade. Um exemplo desse tipo de diagrama de árvore é um método chamado “análise para modo e efeitos de falha” ou FMEA. Como desenvolver Diagrama de Árvore? Primeira Etapa: Definição Defina o tema central do Diagrama de Árvore de forma clara e compreensível à todos os participantes. Exemplos: Solução de problemas: “Não atingimos a meta de prazos”. Planejamento: “Como aumentar as receitas do próximo semestre?” Decisão “Quais são os riscos se mudarmos a embalagem do produto?” P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 17 Segunda Etapa: Resposta Após a primeira identificação, geralmente segue-se para a resposta, é nesse momento que os “galhos da árvore” começam a crescer. Solução de problemas: Identifique as causas prováveis que contribuam para o problema ou questão perguntando “por quê?”. Coloque cada resposta ao porquê em uma caixa (ou em uma linha) à direita do problema e trace uma linha ligando-as. Planejamento: Pergunte “como” o projeto pode ser alcançado. Registre essas respostas “como” em caixas à esquerda, conectando-as ao objetivo por linhas. Decisão Organize os principais agrupamentos ou categorias na primeira linha de caixas. Em seguida identifique os itens individuais em cada grupo ou categoria na linha seguinte de caixas, conectando com uma linha cada caixa à caixa de categoria. Terceira Etapa: Desdobramento 2 Solução de problemas: Continue a segunda etapa, desenvolvendo sub- questões. Para cada nível de detalhe desenvolva caixas à direita (ou abaixo). Continue (perguntando por que de novo) até obter um nível útil de detalhamento. Planejamento: Continue a segunda etapa até que seja alcançado um nível útil de detalhamento para o planejamento. Decisão Continue a segunda etapa acrescentando linhas adicionais de caixas até que todos os itens tenham sido enumerados. Fonte: http://www.qualypro.com.br P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 18 9. DIAGRAMA DE DISPERSÃO Nossa última ferramenta do grupo de análise é o Diagrama de Dispersão, também chamado de Correlação. Estrategicamente ele pode ser aplicado logo após os diagramas de Ishikawa e de Árvore, pois sua função é tentar provar que a causa possui relação com o efeito, inclusive, demonstrando sua intensidade. O Método do Diagrama de Dispersão é o mais simples para estudar a correlação entre duas variáveis em que os valores para cada par de variáveis são plotados em um gráfico na forma de pontos. Então, olhando para a dispersão dos pontos, o grau de correlação é determinado. O Diagrama de Dispersão avalia pelo menos a influência entre duas variáveis, ou seja, o quanto a causa influencia no efeito. Exemplos de situações onde pode-se utilizar o diagrama de dispersão A turma que ocupa uma sala para o lado silencioso do prédio tem mais facilidade de entender as explicações do professor, e por consequência tirar melhores notas do que a turma que ocupa uma sala do lado ruidoso do prédio. Existe uma possibilidade de que o aumento do ruído influencie no aprendizado. A disciplina de literatura é lecionada no primeiro horário na turma da manhã e no primeiro horário da turma da tarde pela mesma professora. Na parte da tarde os alunos prestam menos atenção e alguns até dormem na aula. Existe uma possibilidade de que o horário da aula influencie na atenção dos alunos em aula. Em dias quentes são vendidos mais sorvetes. Existe uma possibilidade de que a temperatura influencie os hábitos de compra dos estudantes na cantina. Quando o produto é inspecionado de forma visual no turno da noite, o índice de produtos enviados com defeito para o cliente aumenta. Existe uma possibilidade dos inspetores da noite não terem a mesma visibilidade da equipe do dia. Por mais óbvio que pareça, em uma organização não podemos dar margem para falhas, não podemos ser irresponsáveis e baseado no “achismo” alegar que a causa X é quem está . P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 19 influenciando o problema Y. Use essa ferramenta de Dispersão para comprovar seu pensamento. Outra excelente característica do Diagrama de Dispersão é que ele pode nos apresentar uma projeção para o processo,pois quando uma variável mudar a tendência é que a outra seja afetada também. Por exemplo, se continuarmos a inspeção visual no turno da noite a tendência será o cliente receber mais produtos com falhas e até vir rescindir o contrato. • Variável raiz é a variável que influencia outra ou outras variáveis. • Variável consequência é a variável que sofre influência de uma variável raiz. Conclusões que poderiam ser comprovadas por meio do Diagrama de Dispersão nos exemplos anteriormente apresentados: • Se aumentar o ruído, então aumenta a dificuldade dos alunos aprenderem a lição. • Se variar o horário da aula, então varia a atenção dos alunos. Existe um momento crítico no primeiro horário do turno da tarde. • Se a temperatura se elevar, então haverá um maior consumo de sorvete. • Se variar o turno da inspeção, então varia a índice de falhas de inspeção. Este método gráfico de análise permite verificar a existência ou não de relação entre duas variáveis de natureza quantitativa, ou seja, variáveis que podem ser medidas ou contadas, tais como: sinergia, horas de treinamento, intenções, número de horas em ação, jornada, intensidades, velocidade, tamanho do lote, pressão, temperatura, etc… Na pratica muitas vezes temos a necessidade de estudar a relação de correspondência entre duas variáveis. Correlação positiva perfeita: A correlação é considerada perfeitamente positiva quando todos os pontos estão na linha reta que se eleva do canto inferior esquerdo para o canto superior direito. Quando um aumento de X acarreta em um aumento em Y, assim se controlarmos X, Y será também controlado. Por exemplo: se continuarmos as inspeções no turno da noite, as falhas de inspeção também irão continuar. Correlação Negativa Perfeita: Quando todos os pontos estão em uma linha reta caindo do canto superior esquerdo para o canto inferior direito, as variáveis são relacionadas negativamente. Por exemplo: Quando as inspeções acontecem no turno do dia, as falhas de inspeção também diminuem. P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 20 Correlação FORTE positiva: É considerado forte quando os pontos traçados ficam próximos a linha transversal e positivo quando mostram a tendência crescente do canto inferior esquerdo para o superior direito. Por exemplo: Se os dias continuarem quentes a tendência é vendermos mais sorvetes. Correlação FORTE negativa: É considerado forte quando os pontos traçados ficam próximos a linha transversal e negativo quando mostram a tendência decrescente do canto superior esquerdo para o inferior direito. Por exemplo: Se as temperaturas dos dias diminuírem a tendência é vendermos menos sorvetes. Correlação FRACA positiva: A correlação entre as variáveis é fraca, mas positiva quando os pontos estão muito dispersos no gráfico e mostram uma tendência crescente do canto inferior esquerdo para o superior direito. Quando um aumento de X acarreta em um aumento em Y, assim se controlarmos X, Y será também controlado. Porém podem existir outros fatores que influenciam no comportamento das variáveis, principalmente quando o problema possuir mais de uma causa. Por exemplo: As inspeções a noite pouco influenciam nas falhas de inspeção. Correlação FRACA negativa: O grau de correlação é fraco e negativo quando os pontos estão dispersos pelo gráfico e mostra a tendência de queda do canto superior esquerdo para o canto inferior direito. Nenhuma correlação: quando uma variável não se relaciona com a outra. P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 21 DATA TEMPERATURA QUANTIDADE DE SORVETES 1 26 10 2 27 12 3 23 8 4 25 12 5 29 13 6 30 13 7 33 15 8 22 7 9 19 4 10 17 3 11 21 6 12 30 15 13 31 14 14 29 13 15 28 12 16 27 12 17 26 15 18 23 7 19 21 6 20 20 6 21 24 6 22 26 10 23 29 13 24 30 12 25 32 14 26 34 17 27 30 13 28 27 12 29 28 13 30 25 9 Aplicação do diagrama de dispersão “Em dias quentes são vendidos mais sorvetes. Existe uma possibilidade de que a temperatura influencie os hábitos de compra dos estudantes na cantina.” Primeira Etapa: Determinar as variáveis Determinar com quais dados se deseja fazer o estudo: • variável raiz: temperatura diária em graus Célsius. • variável consequência: venda diária de sorvete em quilos. Segunda Etapa: Justificativa Descrever a justificativa para o estudo da dispersão: Verificar se existe correlação entre o aumento da temperatura e o consumo de sorvete, com o objetivo de fazer previsão de estoque. Terceira Etapa: Coleta de dados Registrar os dados a serem analisados, não esquecer que precisamos no mínimo de duas variáveis, isso quer dizer que precisamos coletar a temperatura e a quantidade vendida em cada dia: Quarta Etapa: Construção do diagrama Uma vez que os dados estão disponíveis para análise é hora de elaborar o Diagrama de Dispersão. Este diagrama pode ser criado em vários softwares, inclusive no Microsoft Excel (Menu – Inserir – Gráfico de dispersão). Resultado da análise: P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 22 A distribuição dos pontos em um diagrama de dispersão auxilia no conhecimento das relações entre variáveis em um processo. A existência de correlação mais ou menos acentuada ou sua inexistência são informações que auxiliam a identificar problemas e busca da causa raiz. A linha (linear) traçada entre os pontos auxilia na visualização e interpretação, percebe-se que a maioria dos pontos estão próximos a ela o que quer dizer que o aumento da temperatura influencia no consumo de sorvetes. Pontos atípicos – os pontos afastados do grupo principal ou da tendência recebem o nome de pontos atípicos que podem ser originados por: • Erros na medição ou no registro de dados. Esses pontos devem ser desconsiderados na elaboração do diagrama de dispersão; • Erros causados por variações especiais em recursos ou atividades. Esses pontos também devem ser desconsiderados na elaboração do diagrama de dispersão e motivar estudos em separado visando erradicá-los. Resumindo: O grau em que as variáveis são relacionadas umas às outras depende da maneira como os pontos são espalhados pelo gráfico. Quanto mais os pontos plotados estão espalhados pelo gráfico, menor é o grau de correlação entre as variáveis. Quanto mais os pontos plotados estão mais próximos da linha, maior é o grau de correlação. 10. DIAGRAMA DE PARETO Iniciaremos o grupo das ferramentas de priorização com o Diagrama de Pareto. São assim classificadas porque uma vez que identificamos os problemas ou analisamos as causas é chegado o momento de definir quem devemos “atacar” primeiro, para isso, apresentaremos pelo menos três ferramentas que o ajudarão a priorizar causas e problemas, cada uma com uma visão diferente. Antes de qualquer coisa saiba que o Diagrama de Pareto é uma excelente ferramenta de priorização quando o que importa para a empresa é a QUANTIDADE e não a importância. A Análise de Pareto é uma aplicação do gráfico de colunas que classifica a quantidade de ocorrências (importância) de dados escolhidos visando a facilitar a análise. No final da década de 1940, o engenheiro e consultor americano Joseph M. Juran sugeriu o princípio e nomeou-o em homenagem ao economista italiano Vilfredo Pareto, que observou que 80% da renda na Itália correspondia a 20% da população. Pareto depois realizou pesquisas em alguns outros países e descobriu, parasua surpresa, que uma distribuição similar se aplicava. Joseph Juran percebeu que o Princípio de Pareto poderia ser aplicado para a avaliação da qualidade em processos e P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 23 estabeleceu uma aplicação específica para estudos da qualidade: “na maioria dos casos, os defeitos e seu custo associado são devido a um pequeno número de causas”. Pareto identificou dois tipos de causas e suas influências nos efeitos. • Causas vitais – uma pequena quantidade de causas, em torno de 20%, que exercem influência sobre a maior quantidade de resultados, em torno de 80%. • Causas triviais – uma grande quantidade de causas, em torno de 80%, que exercem influência sobre a menor quantidade de resultados, em torno de 20%. Quando se está em busca das causas que produzem um efeito devemos nos concentrar nas poucas causas vitais e não nas muitas causas triviais. Podemos aplicar a regra 80/20 a quase tudo: • 80% das reclamações de clientes são provenientes de 20% dos seus produtos e serviços. • 80% dos atrasos no cronograma resultam de 20% das possíveis causas dos atrasos. • 20% dos seus produtos e serviços respondem por 80% do seu lucro. • 20% da sua força de vendas produz 80% das receitas da sua empresa. • 20% dos defeitos nos sistemas causam 80% dos seus problemas. O diagrama de Pareto é uma representação gráfica da frequência de ocorrência de causas em um processo. Cada causa é representada por uma barra vertical com altura proporcional a sua frequência de ocorrência. As barras que representam as causas são colocadas em ordem decrescente da esquerda para a direita, exceto para a última barra, chamada “outras”, que deve assumir a última posição no extremo direito do gráfico. Permite-nos visualizar diversos elementos de um problema auxiliando na determinação da sua prioridade. Vantagens e Desvantagens P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 24 A comparação dos gráficos de Pareto “antes” e “depois” permitem avaliar o impacto de mudanças efetuadas no processo. Modelos de Diagrama de Pareto Etapas para elaborar Diagrama de Pareto Primeira Etapa: Definir o que priorizar Quais dados ou informações devem ser comparados. • Gráficos de Pareto para efeitos/problemas – Neste grupo de gráficos são estudadas informações relativas ao produto pronto ou serviço realizado. São realizadas comparações em relação à satisfação do Cliente e o cumprimento das especificações. Ou seja, quais problemas devemos resolver primeiro. • Gráfico de Pareto para causas – Neste grupo de gráficos são estudadas informações dos recursos que compõem o processo. São realizados estudos sobre a produtividade. Quais causas devem ser resolvidas primeiro. A tabela a seguir apresenta exemplos de tipos de Gráficos de Pareto: P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 25 Segunda Etapa: Coleta e registro de dados Registrar os dados utilizando a folha de verificação específica para gráfico de Pareto: • Descrever a SITUAÇÃO (problemas); • Registrar FREQUÊNCIA (quantidade de ocorrências); • Classificar os dados em ordem decrescente; • Agrupar as quantidades menos significativas e denominá-las “outros”. Uma regra prática é agrupar os itens cujos valores são menores que 10% do total; • Registrar o PERCENTUAL ACUMULADO das quantidades; • Registrar o PERCENTUAL da quantidade relativa (% das quantidades); • Registrar o TOTAL de cada coluna. Obs.: O percentual é calculado com base no TOTAL. Terceira Etapa: Construir o Diagrama de Pareto Existem várias formas de elaborar o Diagrama de Pareto, inclusive softwares como o MINITAB que faz este serviço de forma automática e o prórpio Microsoft EXCEL (que requer uma tabela como a apresentada a seguir). SITUAÇÃO FREQUÊNCIA % % ACUMULADO 1 Produtos não atendem 100 40% 40% 2 Mal atendimento 48 20% 60% 3 Problemas nas embalagens 45 18% 78% 4 Atraso nas entregas 34 14% 92% 5 Outros 20 8% 100% TOTAL 247 100% Podemos concluir que 40% das reclamações estão concentradas em “Produto não atende” e que junto com o “Mal atendimento” estão quase em 60% das reclamações, neste caso deve haver um esforço para priorizar estas causas. A curva mostra o percentual acumulado do caso em estudo. 11. MATRIZ DE PRIORIDADE - GUT As organizações correm em busca de produtividade e de proatividade, porém, muitas vezes perdemos essa eficiência quando focamos em solucionar o problema ou a causa que não seria a mais importante ou a mais crítica. Diferente do Diagrama de Pareto, a Matriz de Prioridade – GUT, foca na importância ou criticidade e não na quantidade. A técnica surgiu em 1981, graças ao trabalho de dois especialistas em solução de problemas: Charles H. Kepner e Benjamin B. Tregoe. Eles colocam a matriz em prática devido à P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 26 necessidade de uma diretriz mais detalhada sobre problemas complexos. A ideia era dimensionar as dificuldades em ordem de prioridade, levando em conta tanto os impactos positivos quanto negativos sobre os negócios. A Matriz de Prioridade – GUT é uma ferramenta que tem o objetivo de estabelecer uma priorização considerando a importância, com base em categorias ou critérios predefinidos, dos diversos eventos (problemas ou causas) apresentados. Uma de suas aplicações mais importantes é na hierarquização, diante de categorias ou critérios ou resultados apresentados pelo Diagrama de Causa e Efeito. Uma Matriz de Prioridade é uma tabela na qual na primeira coluna são colocados os eventos (problemas ou causas) e na primeira linha as categorias ou critérios. A última coluna apresenta a totalização, soma ou multiplicação dos valores atribuídos a cada evento, diante das categorias ou critérios, considerando uma escala de valores. A Matriz de Prioridade GUT é uma das mais utilizadas e considera como categorias para análise: Gravidade – G Urgência – U Tendência - T Gravidade: Sabemos que um pequeno problema pode se tornar imenso se não for resolvido prontamente. Portanto, o primeiro ponto é a gravidade, na qual a verdadeira extensão do problema é analisada, bem como seu potencial para gerar impactos negativos. O dano pode ser analisado qualitativa ou quantitativamente. A pontuação da gravidade varia de acordo com cada empresa, geralmente de 1 a 5 seguindo o seguinte critério: 1. sem gravidade 2. pouco grave 3. grave 4. muito grave 5. extremamente grave Urgência: Este está ligado ao tempo, isto é, à prioridade do problema, levando em conta os prazos para que a questão seja solucionada. Se algo é urgente, você tem menos tempo para resolver - e vice-versa. A pontuação da urgência pode variar de 1 a 5 seguindo o seguinte critério: 1. pode esperar 2. pouco urgente 3. urgente, merece atenção no curto prazo 4. muito urgente 5. necessidade de ação imediata Tendência: Avalia a probabilidade de o problema piorar se nada for feito para resolvê-lo. Para isso, é necessário levar em conta um padrão de desenvolvimento (tendência). 1. não irá mudar 2. irá piorar a longo prazo 3. irá piorar a médio prazo 4. irá piorar a curto prazo 5. irá piorar rapidamente Etapas para configurar uma planilha de priorização P E T R A C O N SU L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 27 Primeira Etapa: Listar os problemas ou as causas Listar os problemas identificados pelas ferramentas do grupo de Identificação ou as causas analisadas pelas ferramentas do grupo de Análise. Tendo em conta a gravidade, urgência e tendência, anote as dificuldades enfrentadas. Segunda Etapa: Definir o grau Na segunda etapa deve-se classificar os problemas ou causas de acordo com o nível de gravidade, urgência e tendência de cada um. A escala vai de 1 a 5. Pode acontecer de ter um problema com o mesmo grau de gravidade, urgência e tendência de outro, por isso, deve-se fazer a multiplicação de um pelo outro (produto da multiplicação) e assim, classificar cada um. Terceira Etapa: Escolha da prioridade Depois de multiplicar G x U x T, você terá um valor entre 1 e 125. A ordem de prioridade deve ser do maior para o menor valor. A partir dessa classificação, você terá uma ideia do que precisa ser feito. Para fazer isso, faça uma análise final e defina um plano de ação. 12. QFD - QUALITY FUNCTION DEPLOYMENT O cliente possui uma série de opções disponíveis para selecionar produtos e serviços de uma empresa. A maioria dos clientes faz sua seleção com base em uma percepção geral de qualidade ou valor. Geralmente os clientes procurarm o maior retorno para seu investimento. Para isso, ele mesmo cria seus critérios. Para manter a competitividade, as organizações devem determinar o que está impulsionando a percepção do cliente em relação a valor ou qualidade de um produto ou serviço. Elas devem definir quais características dos produtos, como confiabilidade, estilo ou desempenho, formam a percepção de qualidade e valor do cliente. Muitas organizações reúnem e integram a Voz do Cliente no desenvolvimento dos seus produtos e execução de seus serviços. Essas empresas projetam ativamente a qualidade e o valor percebido pelos clientes. As empresas estão utilizando um processo estruturado para definir os desejos e necessidades de seus clientes e transformá-los em projetos específicos de produtos e planos de processo para produzir produtos que satisfaçam as necessidades do cliente, o Quality Function Deployment (QFD). A tradução do QFD é Desdobramento da função qualidade. No mundo dos negócios e da indústria, toda organização tem clientes. Alguns têm apenas clientes internos, alguns apenas clientes externos e outros, ambos. Quando se está trabalhando para determinar o que precisa realizar para satisfazer ou até mesmo superar as expectativas dos clientes, a ferramenta preferida é o QFD. Profissionais de qualidade referem-se ao QFD por muitos nomes, incluindo planejamento de produtos matriciais, matrizes de decisão e engenharia orientada para o cliente. Seja qual for o seu nome, o QFD é uma metodologia focada para ouvir atentamente a voz do cliente e, em seguida, responder efetivamente a essas necessidades e expectativas. O QFD foi desenvolvido pela primeira vez no Japão no final da década de 1960 como uma forma de análise de causa e efeito. QFD estilo “casa da qualidade” O Desdobramento da Função Qualidade (Quality Function Deployment - QFD) é uma técnica que busca identificar, definir e assegurar a qualidade do produto segundo o desejo do consumidor. O QFD visa, por meio de um diagrama denominado "Casa da Qualidade", identificar "o que" o cliente deseja, "como"' e "quanto" e em que etapa do processo esse atributo pode ser P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 28 realizado ou melhorado com o menor custo. O QFD tem como objetivo definir e quantificar os diversos requisitos que atendem às necessidades do consumidor, nas várias etapas do desenvolvimento de um produto, bem como reduzir o custo do produto, identificar a eficácia dos produtos concorrentes, verificar as condições potenciais da empresa para realizar o produto e identificar as especificações adequadas para o produto. No exemplo de QFD no estilo casa da qualidade abaixo, temos uma escola de treinamentos onde o objetivo é saber: • O que os participantes esperam dos cursos; • O que os concorrentes oferecem; • Como a escola de treinamentos está em relação ao cliente e aos concorrentes. Etapas para criar a Casa da Qualidade Primeira Etapa: Listar os Requisitos do cliente Fazer um levantamento do que realmente importa para o cliente em relação aos treinamentos: Aplicação do conteúdo, preço, material didático, etc. e listar o grau de importância, geralmente de 1 a 5, onde quanto maior o grau mais o tema é importante para o cliente. Para saber os requisitos do cliente e a importância, a empresa pode ouvir os clientes, ou fazer um estudo de mercado para se aproximar da realidade. Segunda Etapa: Listar os Requisitos da Qualidade Fazer um levantamento dos requisitos necessários para o processo acontecer. São ações ou propriedades que agregam valor ao produto ou serviço, por exemplo, o que é preciso para que os cursos aconteçam? (Tema, programa, professor, climatização, etc.). P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 29 Terceira Etapa: Matriz “O QUE” x “COMO” Nesta etapa de construção da Casa da Qualidade é preciso relacionar O QUE (requisitos do cliente) com o COMO (requisitos da qualidade), a ideia é verificar a intensidade de um com o outro. Pode adotar uma escala de: (1) FRACO (2) MÉDIO (3) FORTE Quarta Etapa: Construção do telhado O objetivo do telhado da Casa da Qualidade é verificar a intensidade do relacionamento entre si dos “como”, ou seja, saber se os Requisitos da Qualidade possuem relação entre si, da mesma forma podemos adotar a escala: (1) FRACO (2) MÉDIO (3) FORTE Quinta Etapa: Concorrentes x Requisitos do Cliente Agora precisamos saber como estamos em relação aos concorrentes no atendimento dos Requisitos do Cliente. Comparamos o grau de importância em relação a cada requisito do cliente em comparação com o atendimento dos concorrentes e da nossa empresa. Por exemplo, quando para o cliente o professor capacitado tem importância 5, quanto nós e os concorrentes atendem. Para isso, novamente precisaremos ter um estudo de mercado para entender nossos concorrentes. Esta análise possibilita que a organização veja o quanto ela está ou não conseguindo atender os requisitos do cliente e como os concorrentes estão se comportando em relação aos mesmos requisitos. Com isso, podemos ter uma prévia da possibilidade de perda de clientela e assim priorizarmos algumas ações. Sexta Etapa: Concorrentes x Requisitos da Qualidade Nesta análise, vamos entender o quanto nossos concorrente e a nossa empresa é capaz de atender os Requisitos da Qualidade. Determine o grau de importância numa escala de 1 a 5, onde quanto maior o grau mais o requisito da P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 30 qualidade é importante para o processo (essa escolha é subjetiva). Feito isso, marque o quanto sua empresa e seus concorrentes conseguem atender. Esta análise possibilita que a organização consiga enxergar o quanto ela está ou não conseguindo atender os requisitos de qualidade e como os concorrentes estão se comportando em relação aos mesmos requisitos. Conclusão Podemos concluir que a ferramenta de QFD Casa da qualidade é bastante útil para priorizarmos ações relacionadas aos requisitos do cliente e do processo, além de saber em quenível os concorrentes estão em relação aos mesmos requisitos. 13. PLANO DE AÇÃO 5W2H Entramos agora no último grupo de ferramentas da qualidade, o grupo de Ação e Controle. Estas ferramentas deverão ser utilizadas quando já estivermos identificado os problemas, analisados e definido a prioridade de suas causas, então, é hora de corrigir e controlar essa correção. A ferramenta 5W2H foi criada por profissionais da indústria automobilística do Japão como uma ferramenta auxiliar na utilização do PDCA, principalmente na fase de planejamento. A ferramenta consiste num plano de ação para atividades pré-estabelecidas que precisem ser desenvolvidas com a maior clareza possível, além de funcionar como um mapeamento dessas atividades. O objetivo central da ferramenta 5W2H é responder a sete questões e organizá-las. Na figura a seguir são apresentadas as etapas para estruturação da planilha do plano de ação 5W2H. As respostas destas questões estão interligadas e que ao final do preenchimento da planilha, surge um plano de ação detalhado, de fácil compreensão e visualização, que define as ações tomadas, de que maneira serão realizadas e quais os responsáveis pela execução de tais atividades. O 5W2H pode ser aplicado em uma planilha simples do Excel como um meio de facilitar aos envolvidos uma compreensão clara e precisa do problema. O que representa cada uma das características: • O que: registrar qual é o problema ou a causa, o propósito do projeto e/ou a meta de melhoria que está sendo proposta para alcançar. • Quem: quem é responsável por resolver o problema ou oportunidade de melhoria. A equipe designada para resolvê-lo. • Onde: a informação do local envolvido pelo problema deve ser P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 31 registrada, ou seja, onde está inserida. Será definido se é um setor específico ou até mesmo em qual máquina de operação ou produção ele opera. Onde será a ação. • Quando: qual o prazo para resolução, bem como as datas de entrega e cronograma para atender o objetivo do projeto. • Por que: é importante definir a razão pela qual a solução desse problema ou causa é importante. Discutir em que aspectos financeiros e qualitativos não vale a pena perseguir com a resolução do problema ou causa. • Como: será tomada a ação de correção. • Quanto: aqui, as informações podem ser ligadas à quantidade e ao custo, ou seja, quanto as despesas que esse problema já gerou para a área envolvida e / ou para toda a empresa. Quanto investimento é necessário para resolvê-lo, assim como quantos processos e produtos ele já afetou. 14. HISTOGRAMA São gráficos de barras que mostram a variação sobre uma faixa específica. O histograma foi desenvolvido por Guerry em 1833 para descrever sua análise de dados sobre crime. Desde então, os histogramas tem sido aplicados para descrever os dados nas mais diversas áreas. Um Histograma é usado para resumir dados discretos ou contínuos, ou seja, fornece uma interpretação visual dos dados numéricos, mostrando o número de dados dentro de um intervalo especificado. É uma ferramenta que nos possibilita conhecer as características de um processo ou um lote de produto permitindo uma visão geral da variação de um conjunto de dados. A maneira como esses dados se distribuem contribui de uma forma decisiva na identificação dos dados. Eles descrevem a frequência com que variam os processos e a forma de distribuição dos dados como um todo. Quando utilizar um Histograma? São várias as aplicações dos histogramas, use principalmente para avaliar e controlar a variação dos seus processos (número de produto não- conforme; dispersão dos valores de medidas em peças, etc.). Um histograma funciona bem com muitos dados, ele divide em intervalos e representa a frequência através das barras. Um histograma funciona melhor quando o tamanho de amostra for de pelo menos 20. Entretanto, um tamanho de amostra que é considerado maior do que 20 pode representar melhor a distribuição. É conhecida como distribuição de frequências em colunas (retângulos), de um conjunto de dados previamente tabulados e dividido em classes uniformes. Usualmente, o eixo X de um histograma denota classes enquanto o eixo Y, ilustra as frequências de distribuição. A aparência geral de um histograma é demonstrada na figura a seguir: P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 32 Esse tipo de gráfico é extremamente utilizado na análise preliminar de dados, permitindo entender como os valores estão se comportando. O histograma é melhor utilizado em Processos Estáveis, ou seja, que não sofre muitas mudanças. Dependendo do processo e seus dados, é possível que o histograma tome formas diferenciadas. O instrutor irá apresentar vários exemplos. Se o histograma tiver uma linha de distribuição ajustada, avalie o quão perto as alturas das barras seguem o formato da linha. Se as barras seguirem a linha de distribuição ajustada de perto, os dados se ajustarão bem a distribuição. Bom ajuste Ajuste ruim DISTRIBUIÇÃO DE HISTOGRAMAS Distribuição normal: em uma distribuição normal, os pontos em um lado da média são tão prováveis de ocorrer quanto no outro lado da média. Distribuição bimodal: Em uma distribuição bimodal, existem dois picos. Os dados são separados e analisados como distribuições normais separadas. P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 33 Distribuição inclinada para a direita: Uma distribuição com desvio à direita também é chamada de distribuição enviesada de maneira positiva. Em uma distribuição inclinada para a direita, um grande número de valores de dados ocorre no lado esquerdo com um número menor de valores de dados no lado direito. Uma distribuição inclinada para a direita geralmente ocorre quando os dados têm um limite de intervalo no lado esquerdo do histograma. Por exemplo, um limite de 0. Distribuição inclinada para a esquerda: Uma distribuição inclinada à esquerda também é chamada de distribuição negativamente distorcida. Em uma distribuição enviesada à esquerda, um grande número de valores de dados ocorre no lado direito com um número menor de valores de dados no lado esquerdo. Uma distribuição inclinada para a direita geralmente ocorre quando os dados têm um limite de intervalo no lado direito do histograma. Por exemplo, um limite como 100. Distribuição aleatória: Uma distribuição aleatória não tem um padrão aparente e tem vários picos. Em um histograma de distribuição aleatória, pode ser que diferentes propriedades de dados tenham sido combinadas. Portanto, os dados devem ser analisados separadamente. Outliers Outliers são valores de dados que estão distantes dos outros valores de dados, podem afetar fortemente seus P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 34 resultados. Geralmente, outliers são a maneira mais fácil de identificar em um Boxplot. Em um histograma, as barras isoladas nas extremidades identificam os outliers. Tente identificar a causa de qualquer outliers. Corrija os erros de entrada de dados ou de medição. Considere a remoção de valores de dados que estejam associados a eventos anormais que ocorrem somente uma vez (causas especiais). Em seguida, repita a análise. 15. CARTAS DE CONTROLE“Gráfico de controle ou carta de tendência é um tipo de gráfico de linha (diagrama) utilizado para registrar tendências de desempenho sequencial ou temporal de um processo indicando se o mesmo está sob controle, ou seja, dentro dos limites especificados” (PRAZERES, 1996). Tipos de carta de controle As cartas de controle podem ser usadas para monitorar ou avaliar um processo. Existem basicamente dois tipos de cartas de controle: Para dados do tipo VARIÁVEIS, e Para dados do tipo ATRIBUTOS O próprio processo determinará o tipo de carta de controle a ser usado. Se os dados derivados do processo tiverem natureza distinta (por exemplo: passa / não passa, ou aceitável / inaceitável), o tipo de carta para ATRIBUTOS será usada. Dentro de cada tipo de carta existem várias combinações de cartas que podem ser usadas para avaliar melhor o processo. Alguns dos tipos de cartas mais comuns incluem cartas para a média (𝑋 ̅) e amplitude (R), as cartas para valores individuais (I), as cartas para amplitude móvel (MR) e outras pertencentes a família das cartas para variáveis. As cartas com base em contagem ou nos dados de porcentagem (por exemplo: p, np, c, u) pertencem a família das cartas para atributos. Ao introduzir as cartas de controle em uma organização é importante priorizar as áreas problemáticas e utilizar as cartas onde elas são mais necessárias. O uso das cartas de controle para atributos de medidas de qualidade chave, quase sempre indica o caminho para as específicas áreas de processo que precisam de exame mais detalhado, incluindo o possível uso de cartas de controle para variáveis. Quando disponíveis, os dados para variáveis sempre são a melhor opção, uma vez que eles contêm informações mais úteis do que os dados para atributos e exigem o mesmo esforço. Por exemplo, você precisa de uma amostra para atributos do que para os dados do tipo variáveis para obter o mesmo nível de confiança nos resultados. ELEMENTOS DAS CARTAS DE CONTROLE Não existe uma única maneira “aprovada” para exibir as cartas de controle. Entretanto, deve-se sempre ter em mente os motivos pelos quais as P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 35 cartas de controle estão sendo utilizadas. Todo formato é aceitável, desde que contenha pelo menos o seguinte: (A) Escala apropriada: É preciso usar uma escala que permita a visualização fácil da variação natural o processo. Uma escala que resulte em uma carta de controle “estreita” não permite a análise nem o controle do processo. (B) LSC e LIC: A capacidade de determinar pontos fora dos limites que sinalizem causas especiais. A carta de controle exige limites de controle com base na distribuição da amostragem. Os limites de especificação não devem ser usados no lugar dos limites de controle válidos para análise e controle de processo. (B) Linha central: A carta de controle exige uma linha central com base na distribuição da amostragem, para permitir a determinação de padrões não aleatórios que sinalizam causas especiais. (C) Sequência do subgrupo / tempo: A manutenção da sequência na qual os dados são coletados oferece indicações de quando uma causa especial ocorre, e se essa causa especial é afetada pelo tempo. (D) Identificação dos valores marcados como fora de controle: Os pontos marcados que estão fora do controle estatístico devem ser identificados na carta de controle. No caso de controle do processo, a análise das causas e sua identificação devem ocorrer à medida que cada amostra é marcada, bem como nas revisões periódicas para encontrar padrões não aleatórios na carta de controle como um todo. (E) Registro de eventos: Além da coleta, colocação em gráfico e análise dos dados é preciso coletar informações adicionais de suporte. Essas informações devem incluir as fontes potenciais de variação, assim como as ações realizadas para resolver os sinais fora de controle (OCS). As ações podem ser registradas na carta de controle ou separadamente em um Registro de Eventos. MECÂNICA DAS CARTAS DE CONTROLE Coleta de dados As cartas de controle são desenvolvidas a partir das medições de determinada característica ou aspecto do processo. Essas medições se combinam em um dado estatístico (controle), por exemplo, média, mediana, amplitude, desvio padrão, valores individuais, que descreve um atributo da forma da distribuição do processo. P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 36 Os dados de medição são coletados em amostras individuais de um fluxo do processo. As amostras são coletadas em subgrupos e podem consistir em uma ou mais peças. Em geral, um subgrupo maior facilita a detecção de mudanças pequenas do processo. Criação de um plano de amostragem Para que as cartas de controle sejam efetivas o plano de amostragem deve definir os subgrupos racionais, ou seja, aquele no qual as amostras são selecionadas de modo a minimizar as chances de que ocorra uma variação devida às causas especiais dentro de um subgrupo. A variação dentro de um subgrupo representa a variação peça-a-peça ao longo de um período curto. Tamanho do subgrupo – o tipo de processo sob investigação determina o modo como o tamanho do subgrupo é definido. Lembrando que um subgrupo maior facilita a detecção de mudanças pequenas no processo. Se a mudança esperada for relativamente pequena, então, é preciso ter um subgrupo maior comparado aquele que seria necessário se a mudança prevista fosse grande. Frequência do subgrupo – os subgrupos são tomados sequencialmente com relação ao tempo, por exemplo, uma vez a cada quinze minutos ou duas vezes por turno. A meta é detectar mudanças no processo no decorrer do tempo. Subgrupos devem ser coletados com frequência suficiente e em tempos apropriados. As potenciais causas de mudança podem ser devidas as diferenças entre turnos, operadores substitutos, tendências de aquecimento, lotes de materiais, etc. Número de subgrupos – o número de subgrupos necessário para estabelecer os limites de controle deve atender o seguinte critério: suficiente subgrupos deveriam ser coletados para assegurar que as principais fontes de variação que podem afetar o processo tenham tido uma oportunidade de aparecer. Geralmente, 25 ou mais subgrupos contendo cerca de 100 ou mais leituras individuais oferecem bom teste para a estabilidade. LIMITES DE CONTROLE Os limites de controle são definidos pela variação natural dos valores estatísticos de controle. Eles definem um intervalo de valores em que os valores estatísticos devem cair dentro de modo aleatório, considerando-se que existam apenas causas comuns de variação. Se a média de dois subgrupos diferentes do mesmo processo for calculada, é razoável esperar que eles serão mais ou menos iguais. Mas, como eles foram calculados usando peças diferentes, não se espera que as duas médias sejam idênticas. Mesmo as médias sendo diferentes, existe um limite para a expectativa sobre essa diferença devido a possibilidade aleatória, isso define a localização dos limites de controle. Para auxiliar na análise gráfica dos valores estatísticos de controle marcados, desenhe linhas para indicar a estimativa do local (linha central) e os limites de controle da estatística de controle na carta. Em geral, para configurar uma carta de controle é preciso calcular: A linha central O limite superior de controle (LSC) O limite inferior de controle (LIC) Ao identificar causas especiais, estas devem ser removidas e dado o devido tratamento.Exclua todos os subgrupos afetados pelas causas especiais que tenham sido identificadas e removidas e depois recalcule e trace a nova P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 37 amplitude média e os limites de controle. Se qualquer subgrupo for retirado da carta R por causa de causas especiais identificadas, eles deveriam ser excluídos também da carta (𝑋 ̅). Um estado de controle perfeito nunca é atingido num processo de produção. O objetivo das cartas de controle do processo não é a perfeição, mas um estado de controle razoável e econômico. LIMITES DE ESPECIFICAÇÃO Os limites de especificação são os valores entre os quais produtos ou serviços devem operar. Esses limites são normalmente definidos pelos requisitos do cliente. Não podemos confundir os limites de ESPECIFICAÇÃO com os limites de CONTROLE. Os limites de especificação e os limites de controle são usados para diferentes fins. Os limites de controle lhe permitem avaliar se seu processo é estável. Os limites de especificação permitem que você avalie a capacidade do seu processo de atender aos requisitos do cliente. Exemplo 1: Você fabrica embalagens para acomodar rapaduras. Se as embalagens forem grandes ou pequenas demais não irão acomodar as rapaduras de forma adequada. Limites superior e inferior de especificação LIE = 14,3 LSE = 15,3 A especificação inferior é 14,3 centímetros e a especificação superior é 15,3 centímetros. Quaisquer embalagens menores do que 14,3 centímetros ou maiores do que 15,3 centímetros são inaceitáveis. Exemplo 2: É possível que apenas um limite de especificação seja usado. Por exemplo, uma empresa química exige que um gás inerte seja pelo menos 80% puro. Os analistas de qualidade definiram um limite inferior de especificação, mas não definiram um limite superior de especificação porque quanto mais puro melhor. LIE = 80 P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 38 Exemplo 3: Por outro lado, considere uma central de atendimento onde as chamadas devem ser respondidas dentro de 30 segundos. Neste caso, apenas uma especificação superior é relevante porque quanto mais rapidamente uma chamada é atendida, melhor. LSE = 30 Um exemplo Um restaurante fast food anuncia que após o pedido, seus Clientes recebem o que solicitaram em até 60 segundos. Para chamar a atenção dos Clientes foi lançada a promoção premiada “se seu pedido exceder 60 segundos, você não paga”. A folha de verificação mostra o resultado de 30 medições de tempo de entrega. Conclusão: O Gráfico de Controle mostra variações sem causas especiais assinaláveis em torno da média de 60 segundos. Então, pode-se esperar que este comportamento se repita novamente. Ocorre que 14 amostras, ou seja, 47% das amostras tiveram tempo de entrega acima do tempo de 60 segundos e conforme a promoção premiada recebem seu pedido sem pagar. Esta quantidade é muito alta, gera gastos excessivos, além de desgastes na imagem da marca. O responsável pelo processo faz modificações na linha de montagem dos pedidos e consegue reduzir o tempo médio para 58 segundos. E conforme o novo Gráfico de Controle, apenas seis amostras, ou seja 20% da amostras recebem a promoção premiada. P E T R A C O N S U L T O R I A E T R E I N A M E N T O S – F e r r a m e n t a s d a Q u a l i d a d e R e v . 2 Página 39 Bibliografia: • NBR ISO 9001:2015: Guia Brasileiro para Interpretação e Aplicação; Tadeu Figuera / Jorge Ramalho; São Paulo/SP: Atlas, 2017. • Gestão da Qualidade ISO 9001: Princípios e requisitos; Luiz C.R. Carpinete / Paulo Augusto; São Paulo: Atlas 2008. • CAMPOS, VICENTE FALCONI. Controle da Qualidade Total (No Estilo Japonês). Edição: várias. Belo Horizonte: DG Editors, 1990, 1992 e 1999. • CUNHA, JOÃO CARLOS. Modelos de Gestão da Qualidade I. SENAI: Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2001. • • WERKEMA, M. C. C. Ferramentas Estatísticas Básicas para o Gerenciamento do Processo, Fundação Christiano Ottoni, Escola de Engenharia da UFMG, Belo Horizonte, MG,1995 • VIEIRA, S., Estatística para a qualidade, Rio e Janeiro, Campus Elsevier. 1999. • MATTOS, RONALDO. 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