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172 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
História 1
Reformas religiosas no século XVIAula 17
Questões Objetivas
01 A
 Entre os questionamentos promovidos pelos protestantes, 
estavam a corrupção da Igreja (venda de indulgências e 
simonia), a intromissão desta em assuntos políticos e o 
excesso de poder do papa.
02 A
 As reformas religiosas propiciaram a livre interpretação da 
Bíblia e o uso das línguas vernáculas em detrimento do latim, 
o idioma oficial da Igreja de Roma.
03 E
 Quanto à classificação dos hereges, era mais comum que 
adeptos de doutrinas protestantes e estudiosos que se 
dedicassem às ciências fossem os principais alvos dos tri-
bunais eclesiásticos, no período da Inquisição, uma vez 
que defendiam, de diferentes modos (os primeiros pela fé, 
os últimos pela razão), a ruptura com os dogmas da Igreja 
Católica.
Questões Discursivas
01 Os conflitos ocorridos após a Reforma Protestante ocor-
reram, em geral, em função do direito ao reconhecimento 
da liberdade de culto das novas religiões e das disputas de 
poder entre nobreza e burguesia em várias nações. 
 Podemos citar os seguintes conflitos: Noite de São Bar-
tolomeu (França), Guerra dos Trinta Anos (vários países) e 
Revolução Puritana (Inglaterra). 
02 a) Identifica-se ao menos duas das seguintes especificida-
des do Protestantismo Luterano em relação ao Cató-
lico: salvação pela fé, interpretação livre das escrituras 
bíblicas, negação da autoridade do Papa, reconheci-
mento de apenas dois sacramentos: batismo e eucaris-
tia, dentre outras. 
 b) Aponta-se o controle de João Calvino por meio do 
Consistório do governo de Genebra e a criação, por 
motivações políticas, da Igreja Anglicana na Inglaterra, 
por Henrique VIII. 
História dos povos africanosAula 18
Questões Objetivas
01 C
 O tráfico de escravizados africanos para o Brasil começou 
em meados do século XVI, direcionado para prover a pro-
dução açucareira nas capitanias do Norte da América portu-
guesa. O tráfico foi encerrado em 1850, com a Lei Eusébio de 
Queirós, após décadas de disputas políticas entre o Império 
brasileiro e a Inglaterra pelo fim do tráfico internacional. É 
importante salientar que o tráfico fora oficialmente proibido 
em 1831, ainda por D. Pedro I, em uma lei que não foi obe-
decida pelos comerciantes de escravizados e os grandes 
proprietários, que, por meio de complexos esquemas de 
corrupção, conseguiram burlar a proibição por vinte anos.
02 C
 O padre jesuíta usa do exemplo de Cristo para justificar a 
condição dos escravizados na Colônia portuguesa. Apesar 
de ter sido contra a escravidão do indígena, a Igreja Cató-
lica, na época, aceitou que as populações negras africanas 
fossem escravizadas, informada por proposições racistas 
em seus dogmas de fé. Algumas justificativas católicas 
para a escravização dos africanos, no período, foram que 
esses povos, tendo tido contato (ainda que apenas em um 
tempo mítico) com o cristianismo, recusaram a salvação, 
que os africanos eram menos humanos, não possuíam alma 
ou descendiam de uma linhagem bíblica amaldiçoada. 
03 B
 O trabalho manual era culturalmente desvalorizado na 
sociedade brasileira do século XIX, em uma tradição que 
remontava ao período colonial e aos estatutos portugue-
ses de pureza de sangue. Por estes estatutos, definia-se 
que as pessoas que exercessem ofícios mecânicos não 
poderiam receber honras, mercês, títulos ou cargos na 
administração civil ou eclesiástica – dizia-se que tais pes-
soas tinham um “defeito mecânico”. No Brasil, a desvalo-
rização do trabalho manual foi agravada pela presença do 
sistema escravista mesclado a uma sociedade de Antigo 
Regime. A maior parte dos trabalhos braçais, especial-
mente os considerados mais aviltantes, era desempe-
nhada por escravizados, negros ou mestiços, africanos ou 
nascidos na América. Os senhores rejeitavam desempe-
nhar os mesmos esforços braçais, prática que seria vista 
como desqualificadora social e acarretaria perda de pres-
tígio social e político. Assim, o trabalho manual foi sendo 
cada vez mais identificado às situações de subalternidade, 
associado diretamente à escravidão e aos escravizados, 
especialmente às pessoas negras ou mestiças. Este pre-
conceito cultural se prolongou para além da abolição da 
escravidão em 1888 e ao longo do século XX, sendo ainda 
hoje perceptível em relação a certas profissões.
173CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
Questões Discursivas
01 a) Cita-se: a formação das Missões Jesuíticas e o apoio à 
catequização indígena.
 b) As relações comerciais e religiosas se desenvolveram 
de maneira conjunta entre europeus e africanos. A par-
tir da conversão dos povos africanos ao Cristianismo 
os europeus ampliavam seus privilégios comerciais na 
África, ganhando o direito de fundar feitorias e contro-
lar determinadas rotas comerciais. 
02 a) Primeira: diversas divindades cultuadas pelos povos 
africanos foram associadas aos santos católicos como 
estratégias para evitar punições quando flagrados.
 Segundo: africanos rezavam diante de imagens de san-
tos católicos, mas utilizavam linguagem africana, assim 
poderiam reverenciar suas divindades africanas.
 b) A Igreja católica atuou de maneira ambígua diante da 
escravidão. Não aceitava a escravidão dos nativos, pois 
defendia a catequese, mas era favorável à escravidão do 
negro. A postura da Igreja mostra que esta instituição 
estava vinculada ao projeto de colonização. A escravi-
dão do africano gerava lucro para as metrópoles devido 
ao tráfico de escravizados enquanto os jesuítas, ao 
mesmo tempo, catequizavam e exploravam os nativos. 
Absolutismo e apogeu do Estado nacionalAula 19
Questões Objetivas
01 A
 A etiqueta conformou-se como um sistema de poder que 
definia hierarquias nas Cortes reais do Período Moderno, 
com base no exemplo da Corte de Versalhes. Seguir as 
regras de etiqueta era uma obrigação para todos os nobres, 
indo muito além da boa educação (embora essa fosse uma 
de suas justificações). O rei tinha o poder, durante a maior 
parte do período, para definir as regras da etiqueta, esta-
belecendo posições diferenciadas entre os nobres, que 
precisavam jogar, conforme as regras da etiqueta, para 
conseguir uma posição política mais elevada na corte, isto 
é, mais próxima ao Rei em seu cotidiano. Assim, travavam-
-se jogos surdos de intrigas, muitas vezes cruéis e com 
consequências devastadoras para os perdedores, entre 
os nobres cortesãos para defender suas posições e ten-
tar subir na hierarquia. As redes de intriga estabelecidas 
pela etiqueta eram complexas e dinâmicas, exigindo dos 
cortesãos alto grau de controle de si (de suas emoções e 
de seus corpos) e de observação dos movimentos de seus 
aliados e inimigos na Corte. No centro desta rede estava o 
rei, cuja posição de fonte das regras lhe permitia submeter 
a nobreza e mantê-la sob um controle instável.
02 E
 Como um dos maiores expoentes da Filosofia Política 
moderna e defensor do absolutismo como uma condi-
ção necessária à coexistência pacífica entre os homens, 
Thomas Hobbes considerava que o ser humano tendia 
ao conflito e à destruição coletiva (o chamado estado da 
natureza), a não ser que fosse colocado sob a tutela de 
uma autoridade superior capaz de deter o caos por meio 
da força e da coerção. Desse modo, o filósofo defendia 
que a sociedade civil tivera origem (em um tempo mítico) 
no contrato firmado entre os homens, por meio do qual 
o Estado (preferencialmente absolutista) fora estabelecido 
como instância capaz de preservar a vida e a propriedade 
destes mesmos homens, uma vez que a força e o controle 
do Leviatã (o Estado absolutista todo-poderoso) restringi-
riam os ímpetos conflituosos naturais dos homens. Assim, 
para Hobbes, não caberia aos súditos do contrato rompê-
-lo, mesmo se o monarca se revelasse tirânico, pois o rei 
em si mesmo, como personificação do Estado, não estava 
atado às mesmas leis que seus súditos. Com isso, Hobbescombatia os inimigos da Monarquia no contexto das Revo-
luções Inglesas do século XVII.
03 D
 Maquiavel escreveu sobre como o Príncipe (o rei absolu-
tista) deveria proceder para melhor conservar e aumentar 
seu poder. Diante desta questão, Maquiavel rompeu com 
a moralidade na elaboração de seu pensamento político 
(o que foi sua grande originalidade no período), propondo 
que o monarca deveria preocupar-se prioritariamente com 
as realidades políticas de seu Estado – imperativos morais 
ficando em segundo plano. Diante da questão do que 
seria melhor, ser amado ou ser temido, Maquiavel, racio-
nalizando a ação política, decide-se ou pela possibilidade 
de ser ambos (o que exigiria uma habilidade política inco-
mum) ou por ser temido, por considerar esta a opção mais 
segura e viável para preservar o poder do Príncipe.
Questões Discursivas
01 A expressão “Antigo Regime” remete ao sistema polí-
tico, econômico e social que foi estabelecido na Europa 
nos séculos XV, XVI, XVII e XVIII. O sistema político do 
período foi denominado Absolutismo e o econômico foi 
chamado de Mercantilismo. Havia uma sociedade alta-
mente estatizada, e o Antigo Regime possuía as seguintes 
características. Na economia mercantilista defendiam-se 
os princípios: intervenção do Estado na economia, pro-
tecionismo, monopólios, balança comercial favorável. A 
estrutura social se baseava na propriedade da terra, de 
onde vinha a produção agrícola. Os camponeses trabalha-
vam na terra para manter a base material da sociedade 
e os privilégios da realeza, clero e nobreza. Socialmente, 
havia uma grande e rígida divisão por estado: o primeiro, 
174 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
 o Clero; o segundo, a Nobreza; o terceiro, a burguesia e 
a maioria da população, incapacitada de melhorar suas 
condições de vida e oprimida pelo sistema. Politicamente, 
uma monarquia absolutista que desfrutava de uma série 
de privilégios advindos do Direito Divino. Foi contra esta 
estrutura política, econômica e social que se rebelou o 
movimento Iluminista, defensor da ideia de liberdade e 
igualdade civil.
 
02 Maquiavel, neste trecho, fornece algumas opiniões acerca 
da maneira ideal de comportamento dos príncipes, a 
saber: (1) o príncipe deve ser amoral, em “[…] é necessá-
rio a um príncipe, para se manter, que aprenda a poder ser 
mau e que se valha ou deixe de valer-se disso segundo a 
necessidade […]” e (2) o príncipe deve agir sempre com o 
intuito de manter-se no poder, em “[…] é necessário que 
o príncipe seja tão prudente que saiba evitar os defei-
tos que lhe arrebatariam o governo e praticar as qualida-
des próprias para lhe assegurar a posse deste, se lhe é 
possível […]”. 
 Pode-se associar o pensamento de Maquiavel aos estratos 
humanistas, uma vez que tal pensador valorizava, sobretudo, 
a condição humana, exaltando as qualidades e o papel dos 
príncipes sob a ótica da racionalidade de governar. Nesse 
sentido, podemos apresentar dois elementos de ligação: (1) 
o racionalismo e (2) a exaltação da figura humana.
Mercantilismo e colonialismo do século XVIAula 20
Questões Objetivas
01 E
 A colonização foi uma das principais práticas mercanti-
listas empregadas pelos Estados Nacionais durante o 
Período Moderno. Sua função básica era prover o Estado 
colonizador (metrópole) de produtos tropicais agríco-
las, agromanufaturados (como o açúcar) ou pecuários e 
absorver a produção manufaturada metropolitana, garan-
tindo, assim, que a metrópole mantivesse uma balança 
comercial favorável, acumulando riquezas dentro de suas 
fronteiras. A colônia servia como complemento à eco-
nomia da metrópole. Este mecanismo se concretizou 
por meio de trocas comerciais mantidas sob o estatuto 
do exclusivo metropolitano, ou seja, a colônia poderia 
comerciar (comprar ou vender) com sua metrópole – 
garantindo para esta grandes lucros, obtidos pela dre-
nagem das riquezas comerciais. Para manter este arranjo 
econômico, era necessário que o Estado colonizador 
mantivesse suas colônias politicamente submetidas e 
tivesse condições demográficas para povoar, colonizar 
e administrar as regiões coloniais.
02 E
 O objetivo das práticas mercantilistas era a maior acumu-
lação de riquezas dentro das fronteiras de cada Estado 
Nacional. Objetivo que poderia ser atingido por diversos 
modos, com a colonização ou o comércio. O Estado inglês, 
como evidenciado pelo documento contido na questão, 
preferiu a tática de um comércio favorável à sua economia, 
estabelecendo, para concretizar esta estratégia, a medida 
de que os produtos ingleses só poderiam ser comerciali-
zados em navios ingleses. Com isso, fortalecia-se, grande-
mente, a marinha, a economia e o Estado da Inglaterra, 
dentro da lógica mercantilista.
03 D
 A busca pelo Eldorado no continente americano, uma 
verdadeira ânsia dos Estados colonizadores no Período 
Moderno, correspondia às pressões mercantilistas para 
a acumulação de metal precioso dentro das fronteiras de 
cada Estado. Esta prática (metalismo) era um dos pilares 
do mercantilismo e tinha como fim o fortalecimento econô-
mico do Estado, que, para realizá-la, intervinha fortemente 
na economia, visando garantir as condições para manter a 
balança comercial favorável a si.
Questões Discursivas
01 a) Monopólio colonial ou exclusivo metropolitano signi-
fica que a colônia era exclusividade da metrópole, não 
possuindo vida própria, sua função era complementar 
a economia metropolitana. No final da Idade Média e 
início da Idade Moderna surgiram os Estados Nacionais 
Modernos que necessitavam de muitos recursos para 
montar e equipar exércitos, montar e equipar a marinha, 
bem como manter a burocracia estatal. A política econô-
mica denominada “Mercantilismo” tinha a função de gerar 
recursos para o Estado, daí a colonização e o monopólio 
colonial.
 b) Antigo Regime é uma expressão utilizada para denomi-
nar a política na Idade Moderna (absolutismo) e a eco-
nomia (mercantilismo). O comércio foi de fato a mola 
propulsora neste contexto chamado de capitalismo 
comercial mercantil. 
02 I. Refere-se ao metalismo, prática adotada pelos países 
mercantilistas durante a época moderna.
II. O principal objetivo é o entesouramento, ou seja, o 
acúmulo de metais preciosos na nação, considerados 
como sinônimos de riqueza.
III. A frase destaca a imperfeição do sistema, na medida 
em que a Espanha não consegue reter os metais pre-
ciosos que explora de suas colônias americanas. Nesse 
sentido, assim como as colônias garantem a riqueza 
da Espanha, esta, ao precisar de outros produtos de 
nações europeias, garante a riqueza dessas nações.
175CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
Civilizações pré-colombianasAula 21
Questões Objetivas
01 D
 A questão remete à conquista espanhola na América, entre 
1520 e 1550. O trecho de Pablo Neruda traduz a superio-
ridade bélica dos europeus, que possuem armas de fogo, 
a conquista espiritual/cultural por meio da religião, com a 
imposição do catolicismo e os presságios indígenas que 
preconizavam a chegada de deuses, e a desagregação 
do modo de vida tradicional das sociedades americanas, 
consequências da exploração europeia do trabalho com-
pulsório indígena (exploração que se deu, muitas vezes, 
no caso espanhol, pela apropriação de formas costumei-
ras do trabalho compulsório nas sociedades nativas, como 
a mita, redirecionada para os interesses metropolitanos), 
causando fome e miséria. A dominação espanhola sobre 
a América alterou violentamente os rumos dos impérios 
asteca e inca, bem como dos demais povos pré-colombia-
nos. Os europeus saquearam riquezas americanas, dizima-
ram seus habitantes e destruíram culturas.
02 D
 Os mexicas, também conhecidos como astecas, desen-
volveram uma rica e sofisticada civilização, caracterizada 
por grandes e complexas cidades (repletas de grandiosos 
monumentos arquitetônicos), nas quais se concentravam 
extensas populações. A religião dos mexicas era politeísta, 
comdeuses ligados às forças naturais, a elementos cós-
micos (como o Sol e a Lua), aos quais eram atribuídas as 
conquistas civilizacionais da sua cultura. A religião era a 
dimensão estruturante da sociedade asteca, definindo sua 
organização social, legitimando sua hierarquia política e 
seus regimes de temporalidade.
03 C
 Quando da chegada dos europeus à América, no período 
entre o final do século XV e o início do XVI, as marcantes 
diferenças culturais entre os povos da Europa e os da Amé-
rica provocaram choques, surpresas e desentendimentos. 
No contexto mais específico da conquista dos impérios 
americanos (asteca e inca) pelo império espanhol, a rea-
ção foi de uma surpresa com fortes tons etnocêntricos por 
parte dos europeus, que mal puderam acreditar na sofis-
ticação das sociedades asteca e inca, que ostentavam em 
suas grandes cidades, com amplos templos e palácios, 
riquezas mais vistosas que as das capitais europeias. Tal 
assombro foi também acompanhado de cobiça, do desejo 
dos europeus de transferir tais riquezas para os reinos cris-
tãos da Europa – cobiça justificada pelo ímpeto religioso, 
cruzadístico, da expansão do cristianismo e dominação 
dos povos não cristãos à autoridade temporal dos monar-
cas espanhóis e espiritual do papa de Roma.
Questões Discursivas
01 a) O grau de desenvolvimento dos diferentes povos 
explica essa desigualdade de distribuição. Em especial 
no México e nos Andes desenvolveram-se civilizações 
mais avançadas em termos políticos e econômicos, o 
que explica seu alto contingente populacional.
 b) Comparando astecas e maias (México) com os incas 
(Andes), temos como similaridades os governos teo-
cráticos, as sociedades hierarquizadas e a prática do 
comércio. E como diferença, o fato de que os incas não 
desenvolveram uma linguagem escrita.
02 Hernán Cortez ficou impressionado com a arquitetura e 
a beleza da capital Asteca, a cidade de Tenochtitlán, que 
foi construída sobre as ilhotas do lago Texcoco. Havia as 
chinampas, diversos canais e aquedutos que abasteciam a 
cidade, calçadas de pedra, palácios grandiosos. A popula-
ção urbana que residia na capital Asteca era considerável. 
As fontes oscilam entre 200 e 500 mil habitantes. Os obje-
tivos da conquista eram predominantemente econômicos, 
conseguir recursos para os Estados Modernos europeus. 
Assim, os reis tinham mais recursos para montar e equipar 
exército e marinha e manter o aparato estatal. As ideias 
mercantilistas que imperavam na Europa foram importan-
tes para levar metais preciosos dos impérios Asteca e Inca 
contribuindo para a destruição de povos e culturas.
A expansão marítima e a conquista da AméricaAula 22
Questões Objetivas
01 C
 A expansão marítima permitiu que o pequeno reino de 
Portugal erguesse um grandioso império colonial, envol-
vendo quatro continentes: Europa, África, Ásia e América. 
Império que também teve grande longevidade, tendo 
se dissolvido apenas na segunda metade do século XX, 
quando as últimas colônias africanas portuguesas con-
quistaram suas independências. Os países citados na 
alternativa C ilustram as fases da jornada dos navegantes 
portugueses, ao longo do século XV, para empreender o 
contorno da África, procurando estabelecer uma rota marí-
tima para as Índias. Assim, Cabo Verde representa o início 
da expansão, Angola a fase intermediária, mas já avançada, 
pois está ao sul do cabo Bojador, e Moçambique, na costa 
oriental da África, representa o ápice das navegações por-
tuguesas, com a ultrapassagem do cabo da Boa Esperança 
e o alcance do oceano Índico e das Índias. Ao longo dos 
cinco séculos de dominação colonial portuguesa, impor-
tantes traços culturais lusitanos foram impostos às diversas 
sociedades nativas, sendo o mais importante deles a difu-
são da língua portuguesa.
176 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
02 B
 A expansão marítima foi um empreendimento complexo, 
oneroso e longo, envolvendo diversos setores sociais, que 
não podia ser articulado por pessoas ou grupos particu-
lares. Assim, somente aqueles reinos que desenvolveram 
uma estrutura de poder estatal centralizada foram capazes 
de se lançar aos mares no início da Era Moderna. Portugal 
pôde ser pioneiro nesta atividade porque foi igualmente 
pioneiro no processo histórico de construção do Estado 
Nacional Moderno – sendo seguido, com um século de 
diferença, pela Espanha. Ademais, as práticas comerciais 
portuguesas no período anterior à Expansão, que envolvia 
a navegação ao redor da Europa ao Norte e no Mediter-
râneo, pondo os portugueses em contato com as cidades 
comerciais italianas, garantiram que as técnicas de nave-
gação fossem, aos poucos, aprimoradas, permitindo que 
os portugueses produzissem um salto tecnológico que os 
capacitasse à navegação no Oceano Atlântico.
03 B
 O navegante Cristóvão Colombo, natural da cidade ita-
liana de Gênova, mas que viajou representando a Coroa 
espanhola, chegou à América em 1492. Na Europa, esta-
vam se formando os Estados nacionais, dessa forma, havia 
interesses econômicos nas Grandes Navegações, ou seja, 
necessidade de metais preciosos e outras riquezas fáceis. 
Havia, no imaginário europeu, a existência de um reino 
cristão no Oriente, o reino do lendário Preste João, asso-
ciado à riqueza e ao paraíso. Nutrido desse imaginário, 
Colombo chegou à América e deparou-se com outra reali-
dade: as peculiaridades dos nativos da América Central.
Questões Discursivas
01 Ao se formar um Estado Nacional Moderno através de 
uma aliança entre rei e burguesia com poder centralizado 
nas mãos do monarca investia-se nas Grandes Navega-
ções. Portanto, era necessário um Estado centralizado 
para gerenciar a expansão marítima comercial. Os Esta-
dos Nacionais Modernos necessitavam de muitos recur-
sos para montar e equipar exércitos, montar e equipar a 
marinha e manter a burocracia estatal. Vale dizer que estes 
Estados Modernos acabaram aceitando investimentos de 
banqueiros uma vez que estes empreendimentos eram 
caros. O primeiro Estado Moderno a surgir foi Portugal e, 
consequentemente, foi o pioneiro na Expansão Marítima 
Comercial.
02 O objetivo principal da viagem de Vasco da Gama às Índias 
era contornar a extremidade sul do continente Africano 
como forma de acesso às riquezas das Índias, em especial 
as especiarias e artigos de luxo. Outro objetivo relevante 
era a pretensão de Portugal de quebrar o monopólio do 
comércio mediterrânico realizado pelas cidades italianas 
de Gênova e Veneza. A rota de Vasco da Gama contem-
plava a mesma iniciada por Bartolomeu Dias, dobrando 
o Cabo das Tormentas ou da Boa Esperança. O Périplo 
Africano defendia a teoria de que as Índias eram acessíveis 
por mar a partir do Oceano Atlântico, inaugurando uma 
nova rota de comércio muito mais lucrativa para o Oceano 
índico. Acerca das cidades em que foram construídas fei-
torias, são elas: Cochim, Goa, Cananor e Diu. Em 1510, foi 
constituído o Estado Português da Índia, com capital em 
Goa. Esta foi a primeira conquista territorial portuguesa 
naquela localidade.
Revoluções científicas do século XVIIAula 23
Questões Objetivas
01 E
 No final do século XVI, a Igreja Católica vira sua pretensa 
universalidade na Europa ser destroçada pela emergên-
cia das religiões protestantes, que afastou importantes 
regiões europeias da órbita romana. Além disso, desde o 
século XV, a difusão da doutrina humanista e os avanços 
técnicos punham em xeque os dogmas de fé do catoli-
cismo, que via sua pretensão de única instância de acesso 
à verdade ser contestada. A partir do século XVI, a Igreja 
passou a tomar medidas fortes para combater seus ini-
migos e preservar seu poder. Uma dessas medidas foi a 
recriação dos Tribunais do Santo Ofício em países como 
Espanha e Portugal (ligados aí à ascensão dos Estados 
Nacionais) e em várias cidades italianas (estas reportan-
do-se diretamente ao Tribunal de Roma). Assim, durante 
o séculoXVI, contestar cientificamente os dogmas da fé 
católica se tornou um jogo político perigoso para cien-
tistas e sábios humanistas, que passaram a ser persegui-
dos pela Inquisição como hereges – aquelas pessoas que 
professavam erros de fé. Uma condenação inquisitorial 
poderia acarretar a destruição da vida social do indiví-
duo, com perda de seus bens, prisão ou degredo, ou até 
mesmo a morte física, com a condenação à pena máxima 
da morte na fogueira.
177CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
02 D
 A expansão marítimo-comercial e o Renascimento foram 
eventos que, no início do Período Moderno, catalisaram 
o desenvolvimento técnico-científico que a Europa vinha 
atravessando, de maneira mais lenta, desde a Alta Idade 
Média. Mais que uma ruptura histórica com o período 
anterior, é mais interessante perceber esse período como 
uma forma de aceleração dos processos informada por 
uma noção progressista do tempo, que ganhava mais 
força, conforme os avanços técnico-científicos punham 
em descrédito a concepção religiosa e teocêntrica do 
tempo e da sociedade na Europa (de toda forma, esse 
processo só atingirá sua forma plena no século XIX). No 
entanto, algumas características do Renascimento Cultu-
ral o põem em choque com as permanências medievais, 
como a nova supervalorização da Antiguidade greco-ro-
mana, que deu um fundo de legitimidade à formação 
da ciência moderna no século XVII – ainda que as novas 
descobertas científicas contradissessem as autoridades 
clássicas. O ponto é que, a partir da expansão marítima 
e do Renascimento, as autoridades intelectuais estabe-
lecidas passaram a poder ser questionadas pelo uso da 
razão humana. 
03 C
 Os avanços intelectuais do período do Renascimento e das 
revoluções científicas não tiveram ampla difusão social no 
momento em que ocorriam, visto que, como salientou Laura 
de Mello e Souza, a vasta maioria da população europeia era 
ainda iletrada, não tinha acesso aos círculos elitistas em que 
a tradição clássica e as novas descobertas eram discutidas. 
Nos séculos do Período Moderno, tais discussões se restrin-
giam aos setores letrados e educados dos grupos de elite.
Questões Discursivas
01 a) Os princípios que sustentaram a ação da Inquisição 
eram baseados no combate a toda e qualquer forma 
de oposição aos dogmas da Igreja Católica. Esses prin-
cípios eram efetivados por meio de práticas como: vigi-
lância e controle do comportamento moral dos fiéis e 
severa censura às produções culturais e às inovações 
científicas. A citação de Giordano Bruno contraria esses 
princípios por exaltar o “saber” e o “poder de agir” 
do homem, avaliado, então, como ator capaz de domi-
nar a natureza para criar “mundos desejáveis”. A cita-
ção se refere ao trabalho desenvolvido pelo mago. No 
período citado, seus conhecimentos provinham de fon-
tes não aprovadas pela Igreja, que resultavam em prá-
ticas consideradas ocultas por ameaçarem os dogmas 
religiosos. Em virtude dessa compreensão por parte 
da Igreja, a Inquisição reservaria aos hereges (dentre 
eles, os magos) denúncias, investigações, julgamentos 
e condenações, com penas como prisão perpétua e 
morte na fogueira (o caso de Giordano Bruno). 
 b) A citação está associada aos valores renascentistas por-
que se refere a um tipo distinto de poder e de saber, que 
ultrapassa os limites impostos pelos dogmas da Igreja 
Católica, na medida em que esta instituição tem a revela-
ção divina como fonte única do saber. Três pontos asso-
ciam a citação a esses valores: 1) a eleição do homem 
como agente; 2) a referência a uma ação racionalmente 
elaborada para transformar a realidade, o que remete à 
criação de novos mundos; 3) o registro de que os mun-
dos a serem criados dependeriam da vontade humana. 
Assim, os pontos mencionados explicitam os seguintes 
valores do Renascimento: o humanismo e o antropocen-
trismo (valorização do homem e de seu poder de ação, o 
que resultava em colocar o homem no centro da ação e 
conferir-lhe vontade e desejo para a intervenção na natu-
reza); o racionalismo (a valorização da razão humana).
02 a) Marcado pelo trabalho escravo, o mundo antigo pro-
porcionava o “ócio” (liberdade) apenas à elite.
 b) No mundo greco-romano, a ciência era especulativa. 
No mundo moderno, a ciência era investigativa.
Revoluções inglesasAula 24
Questões Objetivas
01 E
 As revoluções e guerras civis que ocorreram na Inglaterra 
do século XVII alteraram profundamente a estrutura polí-
tica do reino, uma vez que o poder absolutista da Monar-
quia foi quebrado e, com a Revolução Gloriosa, os reis 
ingleses foram definitivamente submetidos ao Parlamento 
– instância política controlada por grupos burgueses ou 
aburguesados (a pequena nobreza ou gentry). Com isso, 
também a nobreza tradicional, de origem feudal, perdeu 
seu poder.
02 E
 As Revoluções Inglesas do século XVII reorganizaram a dis-
tribuição do poder entre os grupos sociais na Inglaterra, 
alterando, com isso, a forma do Estado Nacional. A monar-
quia absolutista foi, em 1688, definitivamente derrubada, 
e os grupos sociais que a apoiavam (a nobreza feudal tra-
dicional) perderam o poder. Sob a nova organização da 
Monarquia, em que os poderes régios eram severamente 
limitados e controlados pelo Parlamento, outros grupos 
sociais passaram a ter as rédeas do Estado. Esses grupos 
eram burgueses ou de origem burguesa, como a gentry, 
cujos interesses econômicos (especialmente o cresci-
mento do comércio e das manufaturas) passaram a ser o 
foco das políticas do Estado.
178 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
03 C
 As Revoluções Inglesas destruíram a organização tradicio-
nal do Estado na Inglaterra, isto é, a Monarquia Absolu-
tista. Em seu lugar, foi estruturada uma nova composição 
de poder, em que o monarca necessariamente se subme-
tia ao Parlamento. Este órgão, por sua vez, era controlado 
pelos setores burgueses, que passaram a usar o Estado 
como instrumento de realização de políticas econômicas 
que os beneficiassem. É neste sentido que o historiador 
Christopher Hill afirma que o capitalismo pode se desen-
volver livremente dentro das estruturas estatais que emer-
giram das Revoluções – livremente, porque já não havia as 
restrições da Monarquia Absolutista e da nobreza feudal.
Questões Discursivas
01 O século XVII na Inglaterra foi caracterizado por um intenso 
conflito entre o “velho” (estruturas feudais e poder absoluto 
para o rei) e o “novo” (forças capitalistas ligadas à burgue-
sia e ao Parlamento que defendia maior liberdade política 
e econômica). Todo este século de conflito culminou na 
famosa Revolução Gloriosa de 1689, apoiada nas ideias libe-
rais do filósofo John Locke, mentor teórico desta revolução. 
Foi a vitória do “novo” sobre o “velho”, Jaime II foi deposto, 
a monarquia absolutista chegou ao fim e foi implantada a 
monarquia parlamentarista constitucional. Houve a vitó-
ria das ideias liberais de Locke, do Parlamentarismo e da 
classe burguesa, que desejava maior liberdade política e 
econômica para implementar seus negócios. Foi um grande 
passo para a Revolução Industrial. A Revolução Gloriosa teve 
a mesma natureza histórica da Revolução Francesa, isto é, 
uma revolução burguesa que destruiu o “Antigo Regime”, o 
Absolutismo e o Mercantilismo. 
02 a) Durante o século XVII a burguesia inglesa assumiu o 
controle político do país, através da Revolução Puritana, 
consolidada décadas depois pela Revolução Gloriosa, 
dando ao governo um caráter empreendedor. Após a 
Revolução Puritana, durante o governo de Oliver Crom-
well, o país adotou o “Ato de Navegação”, que permi-
tiu a ampliação do comércio das empresas inglesas e 
se chocou com a principal potência naval da época, a 
Holanda, que perdeu rotas e áreas de comércio.
 b) Ela marca a ascensão política da burguesia apoiada em 
novos ideais que deram origem ao Iluminismo, que se 
propagaria na Europa e América a partir de então.O Século das LuzesAula 25
Questões Objetivas
01 E
 Rousseau é visto, tradicionalmente, como iluminista, ape-
sar das divergências que desenvolveu com a maioria dos 
pensadores da época. Dessa maneira, esse filósofo não 
considera a situação humana como algo sagrado, no sen-
tido religioso que poderia ser atribuído à palavra. Como o 
próprio texto menciona, essa situação é fruto de conven-
ções, de regras definidas pelos próprios homens. A ideia 
de liberdade está implícita no texto que, sob outro viés, 
destaca a limitação da liberdade humana.
02 E
 O movimento iluminista criticava, basicamente, duas insti-
tuições: as Monarquias absolutistas e a Igreja Católica.
03 C
 O Iluminismo, movimento contrário ao absolutismo e defen-
sor do direito à liberdade e à igualdade entre os povos, 
influenciou vários movimentos pelo mundo, incluindo a inde-
pendência das 13 colônias inglesas na América do Norte.
Questões Discursivas
01 a) Denis Diderot foi um filósofo iluminista enciclopedista e 
comungava dos ideais do liberalismo político.
 b) Diderot criticava o absolutismo monárquico, que é a 
construção de um Estado centralizador e autoritário na 
forma de uma monarquia nacional.
 c) Os pensadores iluministas refletiam em seus escritos a 
visão de mundo da burguesia, que tinha sua ascensão 
política e econômica, bem como suas liberdades indivi-
duais, limitadas pelas características do Antigo Regime 
(Absolutismo Monárquico). Entre os motivos das críticas 
feitas pelos iluministas, tem-se: 
 o poder absoluto dos reis;
 a divisão da sociedade em estamentos;
 as relações de servidão feudal;
 o dirigismo econômico e os monopólios mercantilistas;
 a intolerância religiosa;
 a aproximação entre Igreja e Estado por meio do
 padroado. 
179CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
02 Os pensadores dessa época ficaram conhecidos como Ilumi-
nistas. O movimento iluminista, também denominado “Ilus-
tração”, nasceu no final do século XVIII, época da Revolução 
Gloriosa na Inglaterra, e influenciou toda uma grande geração 
de pensadores, principalmente na França. A força desse movi-
mento que contestava o Absolutismo fez com que diversos 
monarcas adotassem algumas de suas ideias, num processo 
de adaptação parcial, com vistas a reduzir as críticas que 
sofriam. Esses governantes foram denominados “Déspotas 
Esclarecidos”. Déspotas por preservarem a maior parte das 
práticas absolutistas e esclarecidos por conhecerem e adota-
rem algumas características iluministas.
Revolução Americana Aula 26
Questões Objetivas
01 D
 O movimento que conseguiu separar as colônias ameri-
canas de sua metrópole europeia, no caso a Inglaterra, foi 
uma revolução de cunho burguês e liberal, influenciada 
pelas ideias iluministas.
02 B 
 Os Estados Unidos e o Brasil, em semelhança um ao outro, 
não aboliram a escravidão no momento da emancipação 
política. No primeiro país, o trabalho escravo foi abolido após 
a Guerra de Secessão, enquanto, no Brasil, a escravidão foi 
abolida na crise do Segundo Reinado, em 1888. 
03 C
 A Declaração refletia princípios iluministas, sobretudo as 
ideias de John Locke, justificando o direito de ruptura 
política com o governo inglês, ressaltando sua incapaci-
dade de garantir a felicidade e os direitos inalienáveis da 
população das 13 colônias. Além disso, tanto a Revolução 
Francesa como a Inconfidência Mineira foram movimentos 
inspirados na independência norte-americana.
Questões Discursivas
01 Um dos aspectos:
 defesa do direito à liberdade dos povos;
 utilização de uma declaração como estratégia de luta 
política;
 defesa do direito ao estabelecimento de governos 
autônomos;
 repúdio às políticas alfandegárias e tributárias associa-
das à dominação metropolitana.
 Exemplos dos movimentos:
  defesa do liberalismo político;
  revoltas de colonos, na América Espanhola;
  Inconfidência Mineira, na América Portuguesa;
  críticas ao absolutismo real, em sociedades europeias.
02 a) Pode-se ressaltar, no caso da República americana, 
a adoção da igualdade de condição entre todos os 
homens livres e pactuantes do novo contrato. Também, 
sublinhar o direito à liberdade, que a partir de então 
foi apresentada como universal, não mais restrita aos 
ingleses (a chamada liberdade dos ingleses), podendo 
por conseguinte ser reivindicada para todos os homens. 
Porém, a contribuição mais importante diz respeito às 
primeiras experiências com o governo representativo, 
ensaiadas na jovem república. A ideia de que o povo 
deve governar por meio de representantes e de que 
esse corpo eleitoral deve ser o responsável pela sele-
ção dos governantes viria complementar a união em 
curso entre os princípios republicanos e o liberalismo 
que marcaram o final do século XVIII.
 Ainda pode-se tratar das diferenças entre as formas de 
governos, associando a experiência americana à ado-
ção do presidencialismo, contrastando-o com o parla-
mentarismo ou mesmo com o regime de colegiado. E, 
por último, explicita-se a particularidade da República 
americana, diferenciando-a das repúblicas da antigui-
dade (associadas ou à democracia direta ateniense ou 
à república romana aristocrática, dirigida pelo Senado) 
e das repúblicas aristocráticas de Veneza, da Holanda e 
mesmo da Polônia até o final do século XVIII.
 b) Em meio aos intensos debates e ações radicais que 
marcaram a escalada revolucionária de 1789 aos anos 
do Terror, os franceses da metrópole guardaram as 
bandeiras da “liberdade, igualdade e fraternidade” 
para si apenas. Opuseram-se ferozmente não apenas 
à rebelião de escravizados em Santo Domingo como à 
libertação de sua colônia (apelidada à época de a “joia 
francesa do Caribe”). Ironicamente, coube aos revolu-
cionários haitianos, inspirados nessas mesmas ideias 
metropolitanas, combater os canhões e a marinha da 
França revolucionária que foram submetê-los e tentar 
mantê-los sob o jugo colonial.
Revolução Industrial Aula 27
Questões Objetivas
01 E
 O desenvolvimento da tecnologia industrial proporcionou 
o aumento da produção, ampliando a divisão do trabalho 
e o crescimento da produtividade, movimento correlato a 
uma crescente disciplinarização do trabalhador.
180 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
02 E
 O texto discorre sobre duas criações da Revolução Industrial: 
a divisão do trabalho fabril e cargos de coordenadores ou 
gerentes, criando, dessa forma, uma hierarquia dentro das 
fábricas.
03 C
 O Reino Unido foi a primeira nação a se industrializar, 
ainda em meados do século XVIII, mantendo uma expres-
siva produção ao longo de todo o século XIX, em meio à 
segunda fase da Revolução Industrial. A Bélgica teve movi-
mento similar, porém, em proporções bastante reduzidas.
Questões Discursivas
01 a) O contexto histórico foi a primeira fase da Revolução 
Industrial contribuindo para o surgimento da classe 
proletária submetida a uma intensa jornada de trabalho 
com péssimos salários. Esses trabalhadores perderam o 
controle do processo produtivo, surgindo a luta de clas-
ses entre operário e burguesia, bem como as primeiras 
experiências de associações trabalhistas. 
 b) Depois de muitas lutas e mobilizações, os trabalhadores 
conquistaram a participação política, redução da jornada 
de trabalho, proteção e regulamentação do trabalho 
infantil e feminino, entre outras conquistas.
02 a) Nas fábricas dos primeiros tempos da Revolução Indus-
trial, os operários trabalhavam em precárias condições, 
devido às longas jornadas de trabalho em ambientes 
insalubres, sujeitos a acidentes e a castigos físicos, em 
troca de salários insignificantes.
 b) A afirmação de Charles Fourier de que a Inglaterra 
“bloqueia as comunicações” remete, no contexto em 
que se deu, à hegemonia inglesa no comércio inter-
nacional, condição que a Inglaterra ostentava desde 
o século XVII e que foi consolidada com a Revolução 
Industrial no século XVIII.
Revolução FrancesaAula 28
QuestõesObjetivas
01 C
 O governo napoleônico e o Bloqueio Continental são 
posteriores à Revolução (1806), que, em 1789, pretendia 
eliminar o absolutismo de Luis XVI (neto do Rei Sol). As 
guerras de religião são analisadas como antecedentes 
da formação do absolutismo e o Rei Sol não foi deposto, 
governando até a morte em 1715. Somente com Napoleão 
Bonaparte e no período posterior é que se pode pensar na 
industrialização na França.
02 D
 Os sentimentos de Graco Babeuf com relação aos even-
tos que iniciaram a Revolução Francesa apresentam-se 
contraditórios, pois, se a ação violenta dos revolucioná-
rios era uma resposta à violência sofrida pelo povo no 
Antigo Regime francês, mesmo assim Babeuf lamenta 
a crueldade da justiça revolucionária. Todavia, pre-
domina a conclusão de que a violência revolucionária 
contra os representantes do Antigo Regime era justa, 
como expressado por meio da oração “Nossos senhores 
colherão o que semearam”.
03 B
 As massas, em meio à intensa crise de abastecimento em 
Paris, não hesitaram, alçadas já à posição de cidadãs por 
meio da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, 
em pressionar o rei, acreditando que o monarca poderia, 
se retirado do ambiente corrupto da Corte de Versalhes, 
tomar medidas para solucionar a crise.
Questões Discursivas
01 a) A França na segunda metade do século XVIII estava em 
profunda crise social e econômica. O país vivia o Antigo 
Regime, Absolutismo e Mercantilismo. Havia o Primeiro 
Estado, o Clero; o Segundo Estado, a Nobreza; e o Ter-
ceiro Estado, constituído pela burguesia, camponeses e 
homens pobres da cidade que, juntos, representavam 95% 
da população francesa. Os dois primeiros não pagavam 
impostos e a nobreza ainda recebia pensões do Estado. 
Assim, somente o Terceiro Estado pagava impostos, man-
tendo esta estrutura. O voto era por estamento e cada 
Estado tinha direito a um voto. A burguesia apoiada em 
ideias Iluministas defendia o voto por cabeça, e não por 
estamento, considerando que o Terceiro Estado possuía 
maioria. Na economia, a França estava mergulhada em 
uma grave crise econômica e financeira devido aos gastos 
excessivos da corte, o apoio no processo de independên-
cia dos Estados Unidos e o tratado comercial entre Ingla-
terra e França que tanto prejudicou a burguesia francesa.
 b) A política mercantilista caracterizava-se, entre outros, 
pelo intervencionismo estatal na economia através do 
protecionismo e pelo metalismo enquanto os fisiocra-
tas defendiam a liberdade econômica através do laissez 
faire, laissez passer e que a riqueza vem da terra, da 
agricultura. 
02 A Revolução Francesa, 1789-1799, foi uma Revolução realizada 
pelo Terceiro Estado (burguesia, pobres urbanos, campone-
ses) sob a liderança da burguesia inspirada no ideário Ilumi-
nista que se pautava principalmente nas ideias de liberdade e 
igualdade. Os pensadores do Iluminismo criticavam o Antigo 
Regime, que consistia no Absolutismo e Mercantilismo. A 
França estava em grave crise econômica e financeira devido 
ao luxo da corte dos Bourbons instalada no Palácio de Versa-
lhes, a ajuda aos Estados Unidos na guerra de independência, 
181CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
ao tratado feito com a Inglaterra que tanto prejudicou a indús-
tria francesa, a crise na agricultura que impossibilitava o povo 
de obter o alimento básico. Enquanto isso, o Primeiro Estado, 
composto pelo Clero, e o Segundo Estado, constituído pela 
nobreza, possuíam privilégios como isenção tributária, pen-
sões, entre outros. Somente o Terceiro Estado pagava impos-
tos e mantinha o Estado. O voto era por estamento, o que 
favorecia a manutenção dos privilégios. Este cenário, em 
que as estruturas política e econômica estavam saturadas, 
é que propiciou a tão relevante Revolução Francesa. 
Era Napoleônica e Congresso de VienaAula 29
Questões Objetivas
01 E
 No contexto da expansão napoleônica, a Inglaterra se 
revelou a grande rival do imperador francês. A expansão 
francesa objetivava ampliar a Revolução por toda a Europa, 
derrubando os antigos Estados absolutistas e criando, ao 
mesmo tempo, novos mercados para a nascente industria-
lização francesa, ainda incapaz de competir com os produ-
tos ingleses. Todavia, Napoleão se viu incapaz de derrotar 
o poderio naval britânico. Como solução ao impasse, o 
bloqueio continental foi decretado como forma de isolar 
a Inglaterra, impedindo-a de comerciar com toda a Europa 
e estrangulando sua economia.
02 C
 O Congresso de Viena foi criado para promover a restau-
ração absolutista na Europa, retomando as antigas fron-
teiras territoriais, anteriores às conquistas napoleônicas, 
ao mesmo tempo em que devolveria os tronos europeus 
aos seus antigos monarcas absolutistas, representando um 
regresso conservador.
03 B
 Em 1815, Napoleão foi derrotado de forma definitiva na 
famosa Batalha de Waterloo, na Bélgica. Foi necessário 
realizar um grande congresso continental para refazer 
o mapa da Europa (uma vez que Napoleão formara um 
grande império no continente, embaralhando as antigas 
fronteiras) e para reconduzir as monarquias a seus tronos. 
Legitimidade, restauração e equilíbrio foram os princípios 
básicos do Congresso de Viena e orientariam toda a polí-
tica europeia ao longo do século XIX. Inglaterra, Rússia, 
Prússia e Áustria foram bem-sucedidas, pois conquista-
ram territórios. Assim, foi criada a Santa Aliança, um braço 
armado do Congresso de Viena para fazer valer a vontade 
dos países exitosos (à exceção da Inglaterra, que não par-
ticipou desta liga).
Questões Discursivas
01 Após a Era Napoleônica, o mapa político europeu estava 
completamente alterado. As grandes potências absolutistas 
trataram de reorganizar os governos europeus no Congresso 
de Viena. Preocupando-se, principalmente, em garantir a 
permanência dos reis absolutistas no poder. Rússia, Prússia, 
Inglaterra, Áustria e França discutiram a resolução das ques-
tões de fronteiras e a legitimidade dos governos que reassu-
miram as Monarquias após a derrota napoleônica.
02 a) No leste da Europa, as guerras napoleônicas levaram 
os ideais de liberalismo e nacionalismo que auxiliaram 
na transformação dos regimes monárquicos existentes 
nesta região.
 b) No continente americano, as guerras napoleônicas 
influenciaram em especial a história do Brasil, que ao 
receber a corte portuguesa, fugindo das tropas napo-
leônicas, precipitaria a transformação da vida na colô-
nia, agora elevada à categoria de Reino Unido de Por-
tugal e Algarves, o que lhe trouxe inúmeros privilégios 
que como colônia não conhecia.
O pensamento revolucionário do século XIXAula 30
Questões Objetivas
01 B
 Marx considerava que a luta de classes era o motor das 
transformações históricas em todas as sociedades huma-
nas ao longo do tempo. A culminação do movimento 
dialético da luta de classes seria a revolução proletária, 
que derrubaria o Estado burguês. De acordo com o mar-
xismo, o operário consciente da sua situação de classe 
seria capaz de modificar o meio em que vivia, atuando no 
sentido de construção da revolução.
02 B
 O luddismo e o cartismo foram os primeiros movimentos 
empreendidos por operários, na Inglaterra, contra as pés-
simas condições de vida e de trabalho a que eram subme-
tidos durante a Primeira Revolução Industrial. O cartismo, 
em contraste com o luddismo, já denotava a maior capa-
cidade de organização e de reivindicação do proletariado, 
inclusive por participação política.
03 A
 As ideias revolucionárias anarquistas foram orientadas pela 
convicção de que o Estado burguês deveria ser derrubado 
imediatamente, por meio da ação do proletariado, inclu-
sive com intervenções armadas, para que o comunismo 
fosse alcançado.
182 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
Questões Discursivas
01 a) Várias ideias podem ser associadas aos anarquistas na 
Europa do século XIX, dentre elas a de que a educação 
deve ser um agente revolucionário e ter como objetivodestruir tudo o que oprime e explora o ser humano. 
Outra ideia central do movimento anarquista é a da pri-
mazia do indivíduo sobre a sociedade, da qual decorre 
a noção de que o indivíduo é único e que possui, por 
sua natureza, direitos que não podem ser discutidos por 
nenhuma forma de organização social. O movimento 
também se posiciona contra o sistema de representa-
ção característico das democracias liberais, afirmando a 
ação direta do indivíduo na sociedade. As ideias anar-
quistas também contemplam a crítica a todas as formas 
de preconceitos morais e ideológicos, com isso preten-
diam fazer do indivíduo um ser sem condicionamentos 
mentais, garantindo a sua total liberdade.
 Desse modo, pode-se sintetizar as ideias como: defesa 
de uma sociedade baseada na liberdade dos indivíduos, 
solidariedade, coexistência harmoniosa, propriedade 
coletiva, autodisciplina, responsabilidade (individual e 
coletiva) e forma de governo baseada na autogestão.
 b) Os anarquistas defendem que em lugar de se apoderarem 
do Estado, os trabalhadores devem lutar pela sua abolição 
radical e imediata. Da mesma forma, acreditam que deve 
ser abolido todo tipo de autoridade política opressora da 
liberdade humana. Preconizam a autogestão. E também 
concordam com a organização dos indivíduos.
 Essa organização deve levar em conta a ação consciente 
e voluntária de seus membros, promovendo a total igual-
dade de modo a limitar as formas tradicionais de domí-
nio político. Os anarquistas defendem desde o século 
XIX a criação de sociedades mutualistas, cooperativas, 
associações de trabalhadores (sindicatos e confedera-
ções), escolas, colônias e experiências de autogestão.
 Anarquismo é uma filosofia política surgida no século XIX 
que engloba teorias, métodos e ações que objetivam a 
eliminação total de todas as formas de governo compul-
sório. De um modo geral, anarquistas são contra qualquer 
tipo de ordem hierárquica que não seja livremente aceita 
e, assim, preconizam os tipos de organizações libertárias.
 A consolidação dos seus ideais se baseia numa série de 
debates em torno da forma mais adequada para se alcan-
çar e se manter uma sociedade anárquica. Eles perpas-
sam a necessidade ou não da existência de uma moral 
anarquista, de uma plataforma organizacional, questões 
referentes ao determinismo da natureza humana, mode-
los educacionais e implicações técnicas, científicas, sociais 
e políticas da sociedade pós-revolução. 
02 Sugestão de resposta:
 Anarquismo é um movimento político-ideológico que 
prega que a sociedade existe de forma independente ao 
poder exercido pelo Estado, chegando, inclusive, a criti-
car a própria existência do Estado, causador de diversos 
males à sociedade. Anarquista é qualquer movimento que 
se oponha à ordem social e política estabelecida ou aos 
costumes em vigor.
 Socialismo Utópico é uma corrente de pensamento oriunda 
do Socialismo que se baseia em um modelo idealizador das 
sociedades, objetivando o alcance da igualdade, harmonia 
e justiça social. Faz uso, por vezes, de ideais positivos, ima-
ginários e futuristas que se opõem à luta de classes. Surgido 
no séc. XIX e classificado como a primeira fase do pensa-
mento socialista, teve seus principais pensadores, conhe-
cidos como socialistas utópicos, influenciados pelos ideais 
iluministas vigentes no período.
A França no século XIX Aula 31
Questões Objetivas
01 D
 O autor do referido fragmento revelou sensibilidade em 
sua análise sobre a conjuntura europeia. Ele percebeu 
como o nacionalismo, sendo uma ideologia burguesa, 
aglutinadora de massas para a estruturação de Estados 
unificados, demarcaria a tendência da política europeia no 
referido período. As demandas sociais também estariam 
no cerne dessas questões, com a ampliação de políticas 
públicas materializadas por meio de direitos sociais para 
diminuir as tensões entre as classes.
02 C
 As diferentes forças mencionadas no enunciado (forças de 
conservação e de transformação) remetem à conjuntura 
europeia de desagregação do remanescente feudal e ao 
fortalecimento das relações capitalistas de produção, em 
parte representadas pela ascensão do Estado liberal bur-
guês, pela expansão do nacionalismo e pelo avanço das 
práticas neocoloniais.
03 C
 A Comuna de Paris foi a primeira experiência de governo 
revolucionário operário na História. Foi fundada em 1871, 
como forma de resistência popular à invasão do exército 
da Prússia, em meio à Guerra Franco-Prussiana. Ao longo 
de dois meses, os membros da Comuna desenvolveram 
as bases de uma administração política voltada para os 
trabalhadores, porém foram derrotados em um sangrento 
massacre perpetrado por tropas prussianas e francesas.
Questões Discursivas
01 a) Basicamente Burguesia e Proletariado formavam o 
duelo de classes citado pelo autor.
 b) A Revolução de 1789 tinha cunho político, era uma luta 
contra o Antigo Regime e as desigualdades criadas 
por ele. A Revolução de 1848 tinha cunho social, era 
um combate de classe e, assim, defendia a adoção de 
direitos trabalhistas e o sufrágio universal, por exemplo.
183CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
02 a) A Comuna de Paris foi uma insurreição operária de 
março a maio de 1871, quando o novo governo francês, 
liderado por Adolphe Thiers, subordinou-se às exigên-
cias de Bismark, após a vitória prussiana sobre a França. 
Se para os alemães o momento representa a conclusão 
da unificação, para os franceses representou o fim da 
ditadura de Napoleão III e a perda de territórios.
 b) Influenciado por ideias socialistas, o governo da Comuna, 
instituído em março de 1871, adotou um conjunto de 
medidas que buscaram favorecer as massas trabalha-
doras, destacando-se a abolição do trabalho noturno, a 
redução da jornada de trabalho, a concessão de pensão a 
viúvas e órfãos, a substituição dos antigos ministérios por 
comissões eletivas e a separação entre Igreja e Estado. 
 c) A figura da mulher popular resgata a imagem tradicio-
nal de “Marienne”, associada à liberdade. É verdade 
que Marienne e a Revolução Francesa são símbolos do 
liberalismo burguês, enquanto que, na gravura acima, 
a mulher representa a liberdade, sob ponto de vista 
popular. Do lado esquerdo há a imagem de um traba-
lhador urbano e, do direito, de um trabalhador rural, 
reforçando o caráter popular e socialista do movimento.
As unificações alemã e italianaAula 32
Questões Objetivas
01 E
 O sonho de uma unidade política italiana só se realizou 
no século XIX. Na Península Itálica, havia grande diferença 
entre o Norte, mais urbanizado e industrializado, e o Sul, 
mais agrário e tradicional. Por isso, ao longo do processo 
de unificação política, dois projetos surgiram: o do Norte 
defendia uma monarquia constitucional (era liderado por 
Cavour, ministro do rei Victor Emanuel II do Piemonte), 
enquanto o do Sul defendia uma República (liderado pelos 
revolucionários Mazini e Garibaldi). Em 1871, período em 
que a unificação foi concluída, o projeto nortista venceu. 
O Sul permaneceu, desde então, pobre e agrário. Porém, 
a construção de um Estado unificado não significava que 
o sentimento nacional italiano já existisse entre as várias 
camadas da população. Esse sentimento e a identidade a 
ele ligada precisavam ainda ser construídos.
02 D
 Os movimentos de unificação na Itália e na Alemanha 
foram orientados pelo liberalismo, na sua premissa eco-
nômica e política. Mesmo que não houvesse ainda pleni-
tude desses ditames ideológicos, eles ofereciam condi-
ções para uma atividade econômica mais dinâmica e com 
uma intervenção estatal minimizada. No que concerne ao 
nacionalismo, pode-se compreendê-lo como uma ideolo-
gia burguesa conservadora, que pretendia unir uma nação 
em torno de valores liberais, tentando impedir invasões 
externas e minimizar as insatisfações operárias e criando 
condições para práticas imperialistas neocoloniais.
03 C
 As unificações italiana e alemã alteraram profundamente o 
quadro políticoda Europa, no século XIX, rearticulando o 
equilíbrio do concerto europeu articulado pelo Congresso 
de Viena e instaurando um novo arranjo de alianças que 
resultaria na Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Na base 
desses processos, estavam os movimentos liberais, acen-
tuadamente nacionalistas nesses países.
Questões Discursivas
01 O processo de unificação italiana ocorreu em meados do 
século XIX sendo concluído em 1871. Para impedir mudan-
ças sociais significativas, a elite do país preferiu adotar uma 
monarquia constitucional, impedindo a adoção do modelo 
republicano e afastando o povo das grandes decisões polí-
ticas. O processo de unificação foi feito de cima para baixo 
beneficiando a elite. Desta forma, após a unificação polí-
tica do país ocorreu uma intensa imigração para a Amé-
rica, em especial ao Brasil, para substituir os escravizados 
na lavoura cafeeira.
02 a) O processo de unificação da Alemanha ocorreu no 
século XIX, primeiro houve a unificação econômica atra-
vés da criação do Zollverein em 1834, uma liga adua-
neira entre todos os Estados, exceto a Áustria. Só em 
1871 ocorreu a unificação política com o surgimento do 
II Reich. A proposta era conseguir a unidade política e 
adotar o protecionismo alfandegário para incentivar a 
indústria nacional e prejudicar a entrada de produtos 
oriundos da Inglaterra.
 b) A Alemanha para ter êxito na unificação política precisava 
fazer guerras contra países vizinhos contrários à ideia de 
unificação. Desta forma, o todo-poderoso Bismarck armou 
e militarizou a Prússia, que fez guerras contra a Dinamarca 
em 1864, a Áustria em 1866 e contra a França em 1870 na 
denominada Guerra Franco-Prussiana. A Prússia, líder do 
processo de unificação política, obteve êxito nas guerras e 
a unificação foi concluída em 1871.
A Inglaterra e os Estados Unidos no século XIXAula 33
Questões Objetivas
01 B
 A Marcha para o Oeste, que ocorreu nos Estados Unidos, 
sobretudo na primeira metade do século XIX, aumentou 
muito a rivalidade entre o Norte e o Sul das 13 colônias ori-
ginais. O Norte defendia o protecionismo e o trabalho livre 
assalariado, enquanto o Sul propugnava o livre-cambismo 
e o regime escravista. O Acordo de Mississippi, de 1820, 
garantia que os novos estados norte-americanos, surgidos 
no contexto da expansão para o Oeste, dependeriam de 
184 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
sua localização geográfica para aderir ao regime escravista 
ou ao livre assalariado. O acordo foi rompido e surgiu o 
Compromisso Clay, pelo qual os novos estados pode-
riam escolher seu regime de trabalho. O Sul, escravista, 
começou a levar desvantagem e ficou temeroso de que 
o Congresso, que eventualmente teria maioria de repre-
sentantes dos estados contrários ao escravismo, acabasse 
com a escravidão. Essas diferenças entre o Norte e o Sul 
culminaram na Guerra de Secessão, ou Guerra Civil, que 
ocorreu entre 1861 e 1865.
02 A
 A Doutrina do Destino Manifesto transmitia a ideia de que 
o povo dos Estados Unidos fora eleito pela Providência 
Divina como o escolhido para conquistar o resto do mundo. 
Nesse sentido, era natural e necessário, para os estaduni-
denses, expandir seu domínio para outros lugares, levando 
consigo sua cultura, considerada superior. Essa ideia foi 
usada para justificar várias expansões no território da Amé-
rica do Norte, como o avanço para as terras a Oeste.
03 B
 Desde o Período Colonial, as regiões Norte e Sul das 
13 colônias inglesas na América do Norte apresentavam 
grandes diferenças estruturais. Após a independência, 
constituiu-se uma única nação, mas as diferenças foram 
preservadas, sendo o Sul escravista e agrário e, como tal, 
defensor de práticas liberais na economia que favore-
cessem o comércio exterior (baixas tarifas alfandegárias), 
enquanto os estados do Norte, apoiados na pequena pro-
priedade e no trabalho livre, buscavam a industrialização 
e, portanto, defendiam o protecionismo comercial, como 
forma de reduzir a concorrência de produtos ingleses 
importados.
Questões Discursivas
01 A partir da segunda metade do século XIX, aumentou de 
maneira considerável a malha ferroviária no Brasil e nos 
Estados Unidos, o que está vinculado diretamente à Pri-
meira Revolução Industrial, que começou na Inglaterra no 
final do século XVIII. A elite econômica destes países tinha 
muito interesse na ampliação da malha ferroviária para 
escoar seus produtos até o porto. No caso brasileiro, havia 
uma elite agrária apoiada no trabalho escravo que dese-
java transportar a produção de café do interior até o porto 
de Santos. Foi muito importante o investimento do setor 
privado, por exemplo, pelo poderoso Barão de Mauá. A 
partir de 1850, ocorreu uma modernização econômica no 
Brasil vinculada ao café (no plano interno) e à Revolução 
Industrial (no plano externo). Nos Estados Unidos ocorria 
a denominada “Marcha para o Oeste”, surgindo ferrovias 
que ligavam o Atlântico ao Pacífico. A descoberta de ouro 
na Califórnia em 1848 contribuiu muito para o crescimento 
das ferrovias naquele país. Nos dois países, o setor finan-
ceiro estrangeiro, como os bancos ingleses, investiu na 
ampliação da malha ferroviária.
02 a) Segundo o texto, o enfraquecimento dos republicanos 
radicais (favoráveis aos negros) causado pela redução 
do apoio financeiro dos bancos a eles, devido à depres-
são de 1873. Por outro lado, desencadeou-se a ativi-
dade terrorista praticada pela Ku Klux Klan contra os 
negros nos estados sulistas.
 b) Diferenças entre o Norte e o Sul dos Estados Unidos, 
sendo o primeiro industrial, burguês, abolicionista e 
defensor do protecionismo alfandegário; já o Sul era 
agroexportador, aristocrático, escravista e defensor do 
livre-cambismo.
A independência das Américas espanhola e 
portuguesa
Aula 34
Questões Objetivas
01 C
 O pesquisador João Paulo Pimenta mostra, por meio do 
texto, a luta da América espanhola para realizar sua eman-
cipação política frente à Coroa espanhola, disposta a man-
ter seus privilégios metropolitanos. O historiador também 
salienta o apoio dos Estados Unidos à independência das 
novas nações latino-americanas. Essa conjuntura serviu, cer-
tamente, como modelo e referência para a emancipação 
política brasileira, em 1822, diante da metrópole portuguesa. 
02 C
 A luta de independência do Haiti foi influenciada pelas ideias 
iluministas, pelas propostas dos jacobinos franceses e foi 
marcada por grande violência da revolução liderada pela 
população escravizada contra os proprietários rurais. A vitó-
ria da revolução negra no Haiti provocou suspeitas de todas 
as nações mundiais contra o país, contribuindo para o enfra-
quecimento de sua economia nos séculos seguintes. A inde-
pendência de Cuba contou com apoio dos Estados Unidos 
na luta contra a metrópole espanhola, devido aos interesses 
estadunidenses sobre a produção açucareira da ilha, que 
passou a abastecer diretamente o país, sem o antigo inter-
mediário. A independência cubana não alterou suas estrutu-
ras latifundiárias, o que somente aconteceu após a Revolu-
ção Cubana de 1959, que abriu caminho para o socialismo.
03 C
 O Haiti, mesmo experimentando um movimento republi-
cano abolicionista popular, não vivenciou a estabilidade 
social entre ex-escravizados e colonizadores. Cuba teve 
sua emancipação apoiada pelos Estados Unidos, mas 
não se tornou parte do território norte-americano, e sim 
um protetorado. O movimento de emancipação na Amé-
rica espanhola foi acompanhado de diferentes lideranças 
locais, que estimularam a fragmentação territorial e polí-
tica na região, e não foi necessariamente conduzido pela 
Argentina. A independência do Brasil, assim como das 
demais nações americanas, não contou com a aceitação 
185CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
imediata do colonizador. A independência dos Estados 
Unidos foi a primeira emancipação colonial, o que repre-
sentou um referencial na adoção de um sistema republi-
cano federalistana América. Além disso, as diferenças 
entre as ex-colônias do Norte e do Sul eram reconhecidas, 
o que levou a um ápice de tensões no século XIX, origi-
nando a Guerra de Secessão Americana.
Questões Discursivas
01 Simon Bolívar e José de San Martín são dois líderes da 
independência das colônias espanholas na América; o 
primeiro, a partir de região de Caracas, e o segundo, 
de Buenos Aires. Após a independência, San Martín se 
retirou da vida política, devido ao fracasso de seu pro-
jeto monarquista; ao contrário, Bolívar se tornou gover-
nante da Venezuela e liderou um movimento político em 
busca da unidade dos novos países latino-americanos, 
num ideal denominado pan-americanismo.
 A imagem de Bolívar é resgatada de forma heroica, como 
expoente da luta contra interesses imperialistas sobre a 
América, naquele momento, da Inglaterra.
02 A Revolução Francesa baseou-se nos princípios iluminis-
tas que propagaram os ideais de liberdade e igualdade 
civil entre os homens. Quando os jacobinos assumiram o 
comando do país, durante a Revolução, propuseram o fim 
da escravidão nas colônias e, dessa forma, fortaleceram a 
luta pela libertação no Haiti. A luta pela independência do 
Haiti é considerada uma “Revolução Negra”, pelo caráter 
antiescravagista, e representou um conflito entre a popu-
lação negra oprimida e escravizada e a elite branca, até 
então dominadora. A luta haitiana vivenciou diferentes 
etapas e se consolidou apenas em 1804.
História 2
Período Regencial – Características e principais 
conflitos
Aula 09
Questões Objetivas
01 E
 Durante as Regências, o Império do Brasil atravessou forte 
instabilidade política e social, uma vez que estava ausente o 
elemento de conciliação entre os vários interesses e anseios 
políticos dos grupos de elite e populares – a figura do impera-
dor, detentor do Poder Moderador pela Constituição de 1824. 
Com isso, o projeto de um único Império continental centra-
lizado no Rio de Janeiro foi contestado em diversas frentes, 
com o fortalecimento das correntes políticas federalistas, que 
defendiam maior autonomia às províncias. Ao mesmo tempo, 
grupos populares marginalizados em relação ao Estado revol-
taram-se, contestando o projeto político de manutenção da 
escravidão e das hierarquias sociais tradicionais.
02 A
 O Golpe da Maioridade foi a resposta dos grupos liberais 
das elites políticas brasileiras à perda de poder durante 
o chamado Regresso, a última fase do Período Regen-
cial. Desde a abdicação de D. Pedro I, o Império enfren-
tava contínuas crises, guerras civis e revoltas, pondo 
em risco os interesses econômicos e políticos das elites 
regionais. Com isso, o Golpe foi articulado como uma 
retomada do poder pelos liberais, mas também como 
uma maneira de encerrar as tensões políticas, introdu-
zindo, novamente, o maior elemento de centralismo na 
estrutura política do país, o imperador. José de Alencar, 
argutamente, percebeu os interesses particulares que 
estavam em jogo na articulação do Golpe, que não foi 
dado tendo em vistas ideais nacionalistas – estes eram 
alheios ao ethos da elite política brasileira de então.
03 E
 Durante o Período Regencial, o projeto político de um 
império continental centralizado no Rio de Janeiro e 
escravista (vitorioso no momento de criação do Estado 
Nacional na década de 1820) foi contestado por diversos 
grupos políticos e sociais, de elite ou populares. Assim, 
um projeto de cunho federalista, com maior poder e 
autonomia para as províncias, foi inicialmente vitorioso na 
década de 1830, conseguindo aprovar o Ato Adicional de 
1834, em que diversas medidas concretizaram o aumento 
de poder das regiões afastadas do Rio de Janeiro – como 
a criação das Assembleias Provinciais. Ao mesmo tempo, 
eclodiram revoltas que tentaram radicalizar a disputa polí-
tica, tanto por cima (caso das revoltas de grupos de elites 
regionais, melhor exemplificado pela Guerra dos Farrapos 
no Sul), quanto por baixo (caso das revoltas de grupos 
populares, inclusive de escravizados, exemplificada pela 
Cabanagem no Norte).
Questões Discursivas
01 a) Vale do Paraíba, na região Sudeste.
 b) Bahia: agricultura. Pará: extrativismo. Rio Grande do Sul: 
pecuária. Maranhão: agricultura. São Paulo: agricultura. 
Minas Gerais: agricultura.
02 A Revolta dos Malês ocorreu na Bahia em 1835, porém, 
outras já haviam acontecido na região. O termo “imalê” 
é de origem africana (iorubá) e significa “muçulmano”. Os 
principais representantes dessa revolta foram os negros 
islâmicos que atuavam em atividades livres (negros de 
ganho, carpinteiros, artesãos, alfaiates, pequenos comer-
ciantes, entre outras). Os negros estavam insatisfeitos com 
a escravidão, a exploração e a imposição do catolicismo, 
lutavam pela liberdade religiosa, confisco dos bens dos 
brancos, fim da escravidão e a implantação de uma Repú-
blica Islâmica. Por esses motivos, foi uma das mais impor-
tantes revoltas. Vale destacar a participação de liderança 
feminina e negra na figura de Luiza Mahin. O movimento 
fracassou e seus líderes foram violentamente reprimidos.
186 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
Segundo Reinado – Estrutura políticaAula 10
Questões Objetivas
01 B
 Durante o Segundo Reinado, a figura do imperador foi 
fortalecida como principal elemento de centralização e 
coesão dos interesses díspares dos diversos grupos de 
elites regionais. O mecanismo adotado para garantir esse 
fortalecimento foi descrito pelo historiador Boris Fausto 
no texto que compõe o enunciado. Trata-se do particular 
parlamentarismo brasileiro, conhecido como parlamenta-
rismo às avessas. Por meio deste mecanismo, o imperador 
poderia nomear e demitir o gabinete, forçando a dissolu-
ção da Câmara e novas eleições. O sistema está às aves-
sas, porque a fonte do poder está no alto (no imperador) 
e não abaixo, no corpo dos cidadãos. Usando desta prer-
rogativa, D. Pedro II pôde equilibrar os interesses dos gru-
pos em disputa, revezando-os no poder. Com isso a ordem 
política e social do Império, pautada no domínio dos gran-
des senhores latifundiários e escravistas, foi preservada.
02 C
 A formação do Estado Nacional brasileiro foi um processo 
histórico em que estiveram, e estão ainda, em conflito 
diversos projetos políticos sobre como a Nação deveria 
ser organizada. Durante o Império, triunfou o projeto de 
um Império centralizado no Rio de Janeiro, porém, os pro-
jetos concorrentes, que defendiam um pacto federalista 
com maior poder para as elites regionais (expressando-se 
em maior autonomia para as províncias), continuou pre-
sente e, em alguns momentos, principalmente durante o 
Período Regencial, ganhou bastante expressão. A funda-
ção do Partido Republicano procurou aglutinar as forças 
que defendiam o federalismo, ou seja, maior autonomia 
para as províncias em detrimento do poder central, expres-
sando o federalismo, agora, na defesa da República.
03 E
 A Revolução Praieira eclodiu em Pernambuco, em 1848, 
como contestação ao centralismo do governo imperial no 
Rio de Janeiro. Os revolucionários, influenciados pela Pri-
mavera dos Povos, na Europa, defendiam medidas de des-
centralização e de maior liberdade, como o fim do Poder 
Moderador, a proclamação da República e o fim do voto 
censitário e aberto.
 
Questões Discursivas
01 No Período Regencial, 1831-1840, surgiram os partidos 
políticos brasileiros: Partido Liberal, ou Luzia, e o Partido 
Conservador, conhecido como Saquarema. Ambos repre-
sentavam os interesses da elite agrária. Entre 1840 e 1850 
o Brasil viveu uma grande instabilidade política fruto, 
em parte, da imaturidade política de D. Pedro II, que era 
manipulado pelos dois partidos. Desta forma, em 1847, 
foi criado o Parlamentarismo como forma de alcançar a 
estabilidade política no país. Este sistema político foi ins-
pirado no modelo Inglês, porém no Brasil ganhou outros 
contornos. Foi o Parlamentarismo às avessas. No Brasil, o 
imperador nomeava o primeiro ministro, que escolhiaos 
demais membros do conselho de Ministros que, por sua 
vez, promoviam as eleições para a câmara dos deputa-
dos. Nas eleições, o partido vencedor possuía a maioria 
no legislativo. Tal sistema favorecia o fortalecimento do 
Poder Executivo (imperador) e a centralização político-
-administrativa do império, beneficiando os grupos que 
apoiavam o imperador. Vale destacar que não havia dife-
renças ideológicas entre os dois partidos, “nada mais 
parecido com um Saquarema do que um Luzia no poder”.
02 a) O regime monárquico de governo e o centralismo 
político-administrativo, sem autonomia para as pro-
víncias. Pode-se mencionar ainda o "parlamentarismo 
às avessas", no qual o Imperador escolhia o primeiro-
-ministro, com a complacência dos partidos (Liberal e 
Conservador) que se revezavam no poder. 
 b) Expansão da cafeicultura, principalmente no Oeste 
Paulista, crescimento do trabalho livre aliado ao declí-
nio do escravismo, um surto industrial associado ao 
processo de modernização e urbanização.
Segundo Reinado – Economia e sociedadeAula 11
Questões Objetivas
01 B
 O fim do tráfico intercontinental de escravizados, promo-
vido de maneira definitiva pela Lei Eusébio de Queirós, 
possibilitou o deslocamento do capital acumulado pela 
exportação do café e empregado, até então, em larga 
medida, na compra de escravizados (mão de obra para a 
atividade cafeeira), para o incentivo à industrialização, o 
que propiciou o início, ainda lento, do desenvolvimento 
industrial no Brasil.
02 C
 Ao longo do Segundo Reinado, o produto mais importante 
na pauta de exportações brasileira foi o café, que come-
çou a ser cultivado em larga escala no Vale do Paraíba, no 
Rio de Janeiro, no início do século XIX. Nessa região, man-
tiveram-se fortes vários traços tradicionais da sociedade 
brasileira, especialmente a rígida hierarquia social, com 
domínio de uma elite agrária latifundiária, e a submissão 
de uma vasta população negra e mestiça, africana ou não, 
à escravidão. Segundo historiadores, não imperou naquela 
região uma sociedade de classes, pois a presença do 
escravizado inibiu a participação direta dos homens livres e 
pobres na economia de exportação da sociedade cafeeira.
187CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
03 D
 Durante a segunda metade do século XIX, o sistema impe-
rial entrou em crise no Brasil devido a profundas transfor-
mações que então transcorriam em diferentes dimensões 
da sociedade. No âmbito social, podem ser citadas as 
transformações na estrutura social ligadas ao lento fim do 
escravismo, potencializado pela proibição do tráfico de 
escravizados em 1850 e o incentivo à instalação de imi-
grantes europeus no Brasil para compor a mão de obra 
nacional. No âmbito cultural, cabe ressaltar a difusão do 
liberalismo e do cientificismo, de forma não limitada às eli-
tes, mas compondo o fundo das reivindicações das novas 
classes médias urbanas por maior participação política e 
maiores direitos. No âmbito econômico, o crescimento da 
produção de café no Oeste paulista fortaleceu o poder 
dos cafeicultores paulistas por mudanças no regime polí-
tico, de modo a contemplar melhor seus interesses econô-
micos na esfera nacional.
 
Questões Discursivas
01 Em razão da Revolução Industrial na Europa, as máquinas 
ocuparam um maior espaço no setor produtivo, gerando 
desempregados, lutas sociais etc. Desta forma, os euro-
peus pobres se deslocaram para a América em países 
como Estados Unidos, Canadá, Argentina, Brasil, entre 
outros. No Brasil, boa parte ficou concentrada nas regiões 
Sudeste e Sul em função de importantes atividades econô-
micas: café e indústria. A Lei de Terras, aprovada em 1850, 
rezava que a aquisição de propriedade agrária era só atra-
vés de compras, o que contribuiu para a permanência da 
concentração fundiária, levando os imigrantes pobres para 
as lavouras de café no Sudeste. Muitos imigrantes euro-
peus chegaram ao Sul do Brasil, antes da aprovação da Lei 
de Terras, e se estabeleceram em pequenas propriedades 
atuando em diversas atividades econômicas que abaste-
ciam as cidades. 
02 Semelhanças: entre outras, o latifúndio e a monocultura 
visando ao mercado externo.
 Diferenças: entre outras, em São Paulo surgiu uma elite que 
pode ser denominada “burguesia cafeeira paulista” com 
mentalidade empresarial e empreendedora vinculada ao 
capitalismo internacional (bem diferente da elite tradicional 
do nordeste colonial). No nordeste colonial prevaleceu a uti-
lização do trabalho escravo africano enquanto em São Paulo 
ocorreu a transição do trabalho escravo para o trabalho livre 
com a chegada dos imigrantes.
Segundo Reinado – Política externaAula 12
Questões Objetivas
01 A
 O texto destaca a política externa do Segundo Reinado na 
América Latina, entendida como hegemônica, imperialista, 
ou seja, buscava o predomínio frente aos demais países, 
defendendo, quando necessário, a intervenção direta. A 
Guerra do Paraguai deve ser entendida, aqui, como parte 
do imperialismo brasileiro, que interveio tanto na Argentina 
como no Uruguai, antes de enfrentar o Paraguai. Terminada 
a guerra, o Brasil, vitorioso, teve que enfrentar uma forte 
elevação da dívida externa com a Inglaterra e os novos 
movimentos defensores do abolicionismo e da República.
02 B
 A preocupação do governo imperial com relação ao Rio 
da Prata decorria da possibilidade de a Argentina se for-
talecer o suficiente para se tornar um poderoso concor-
rente na América do Sul (para o que também contribuía 
a diferença de regimes políticos entre Brasil e Argentina), 
podendo vir a invadir e dominar o Rio Grande do Sul e o 
Mato Grosso.
03 A
 A reforma eleitoral de 1881 alterou as regras eleitorais vigen-
tes no Império desde a Constituição de 1824. Segundo 
o texto constitucional, o voto era censitário, indireto, e 
os analfabetos tinham direito de sufrágio. As eleições se 
davam em dois níveis, sendo o critério para a estratifica-
ção correspondente à renda dos que poderiam ter direito 
de cidadania. Em um primeiro nível, os eleitores, chama-
dos paroquiais, elegiam os eleitores de província. Depois, 
estes votavam nos deputados que comporiam a Câmara no 
Rio de Janeiro. A partir da Reforma de 1881, os eleitores 
paroquiais e os analfabetos (que compunham o grosso dos 
votantes) perderam o direito de voto, resultando em uma 
forte redução no número de eleitores no fim do Império.
 
Questões Discursivas
01 a) Brasil, Argentina e Uruguai (na chamada Tríplice Aliança) 
contra o Paraguai.
 b) As causas da Guerra do Paraguai encontram-se na 
interferência do Estado brasileiro em problemas polí-
ticos internos que atrapalhavam a consolidação dos 
Estados Nacionais de Argentina e Uruguai. Nesses dois 
países, disputas entre grupos políticos rivais atrapalha-
vam a consolidação dos Estados e o Brasil, através de 
D. Pedro II, interferiu nessas disputas para ajudar seus 
aliados a chegar ao poder. Dentro desse contexto, 
Solano Lópes também se envolveu, tentando impedir 
que os aliados do Brasil chegassem ao poder na Argen-
tina e no Uruguai, o que acabou por deflagrar a Guerra.
188 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
02 As novas pesquisas históricas não autorizam afirmar que a 
causa principal da Guerra do Paraguai foi a forte influência 
inglesa. Os fatores internos foram determinantes, tais como 
a disputa pela hegemonia regional entre o Brasil e a Argen-
tina, controle da navegação pelos rios Paraguai, Paraná e 
Uruguai, criação de entraves à formação de Estados Nacio-
nais fortes que unificassem a região, necessidade do Para-
guai de controlar o estuário do Prata para acessar o Oceano 
Atlântico, garantia da proeminência brasileira ou argentina 
em relação aos demais Estados do Prata e a consolidação 
das fronteiras de províncias brasileiras, como Mato Grosso e 
Rio Grande do Sul.
Segundo Reinado – CriseAula 13
Questões Objetivas
01 E
 A questão remete à Lei Áurea, aprovada no dia 13 de maio 
de 1888 pela princesaIsabel, que pôs fim à escravidão no 
Brasil. Na verdade, tal prática estava sendo gradativamente 
reduzida no Império, mediante a aprovação de leis ante-
riores, como a Lei Eusébio de Queirós, de 1850, que aboliu 
o tráfico de escravizados, a Lei do Ventre Livre, de 1871, 
que concedeu liberdade para as crianças nascidas de mães 
escravizadas a partir dessa data, e a Lei dos Sexagenários, de 
1885, que libertava os escravizados com mais de 65 anos.
02 D
 A Guerra do Paraguai teve consequências contraditórias 
para o Império brasileiro. Se, de um lado, o Brasil saiu-se 
vitorioso e o exército pôde se modernizar, profissionalizan-
do-se, de outro, os membros desta instituição passaram 
a reivindicar maior poder político no Império, correspon-
dendo ao novo prestígio social do exército, e os oficiais pas-
saram, cada vez mais, a defender a bandeira abolicionista.
03 C
 A produção de café em larga escala, no Vale do Paraíba, 
entre as províncias do Rio de Janeiro e de São Paulo, 
seguiu padrões tradicionais, isto é, grandes propriedades 
de terra com uso do trabalho escravo para cultivo e expor-
tação do café. Esses primeiros cafeicultores compuseram 
a elite da corte, sendo o principal grupo de apoio ao 
imperador no Rio de Janeiro. Porém, após algumas déca-
das de cultivo intensivo, o solo do Vale do Paraíba degra-
dou-se expressivamente, forçando a produção a migrar 
para outras regiões – notadamente para o Oeste paulista, 
mas também a Zona da Mata de Minas Gerais. As cidades 
do Paraíba começaram a entrar em decadência à medida 
que os antigos barões do café não conseguiam mais com-
petir com as novas zonas produtoras. A abolição da escra-
vatura foi, nesse contexto, um golpe fatal nas capacidades 
produtivas dessa antiga elite, que, após a assinatura da Lei 
Áurea, retirou seu apoio à Monarquia.
 
Questões Discursivas
01 a) Grupos contrários à Monarquia durante o Segundo 
Reinado, 1840-1889. O exército, que após o fim da 
Guerra do Paraguai, 1865-1870, ganhou consciên-
cia enquanto corporação, adotou ideias Positivistas 
e defendeu o fim da Monarquia e a adoção de uma 
República com poder político centralizado. A Igreja, 
que desde a constituição de 1824 estava submetida ao 
poder do Estado através do Padroado e Beneplácito. 
Na década de 1870 dois bispos foram presos, des-
gastando ainda mais a relação entre Estado e Igreja. 
Desta forma, esta instituição não tinha mais interesse 
na permanência da Monarquia no Brasil, contribuindo 
para a implantação da República que adotou o Estado 
laico. A Burguesia cafeeira paulista estava incomodada 
com a centralização do poder nas mãos do monarca 
através do poder Moderador e apoiou uma República 
com viés federalista, ou seja, dando autonomia para 
os estados da federação. Classe média urbana inte-
ressada em uma República com uma natureza moder-
nizante criando indústrias conforme a atuação de Rui 
Barbosa na fracassada política do Encilhamento.
 b) Sim, o 15 de Novembro de 1889 foi um golpe, consi-
derando que a constituição brasileira de 1824 esta-
beleceu uma monarquia hereditária e que, embora 
ocorresse uma modernização do país com o surgimento 
de uma elite forte, era possível negociar dentro do âmbito 
da monarquia, como aconteceu com a Inglaterra em 1689, 
que substituiu uma monarquia absolutista por uma monar-
quia parlamentarista. Poderia ter sido elaborada outra 
constituição para o país, por exemplo. Segundo a antro-
póloga e historiadora Lilia Moritz Schwarcz, autora de As 
barbas do imperador e do recente Brasil: uma biografia: 
“A gente aprende como historiador que não vale só você 
seguir sua ideologia”, sobre a ideia de que o que não cor-
responde a uma idealização é tratado como revolução e o 
que não corresponde é golpe. “É golpe quando você tem 
uma movimentação política que coloca fim a um Estado 
legalmente constituído. A gente pode concordar ou não 
com a monarquia, mas era constitucional.”
02 a) Angelo Agostini criticava o imobilismo do Imperador 
diante dos problemas enfrentados pelo Império brasi-
leiro no final da década de 1880.
 b) A crise vivida pelo Império pode ser explicada por uma 
série de fatores, a saber: transformações socioeconômi-
cas derivadas da expansão cafeeira, imigração estran-
geira, fim do tráfico negreiro, crescimento da campanha 
abolicionista e o aumento do movimento republicano.
189CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
Primeira República – FormaçãoAula 14
Questões Objetivas
01 B
 Faz-se importante considerar café e indústria como par-
tes integrantes do mesmo processo econômico no Brasil. 
Como o próprio texto da questão reforça: “É indispensá-
vel reunir café e indústria como partes da acumulação de 
capital no Brasil”.
02 E
 A Primeira República no Brasil não pode ser considerada 
democrática, uma vez que os vícios eleitorais e do trato 
com a coisa pública impediam uma real participação 
popular, fortalecendo, ao contrário, os traços autoritários 
do regime. Ainda que não fosse democrática, a Primeira 
República logrou estabelecer um regime federalista, des-
centralizando a administração do Estado. Assim, se no 
Império os presidentes de província eram escolhidos pelo 
poder central, na República, os presidentes de estado pas-
saram a ser escolhidos por eleições diretas, mesmo que 
sob suspeitas frequentes e prováveis de fraude.
03 A
 Agostini, tendo sido um militante republicano atuante 
no contexto da crise do Segundo Reinado, adotou uma 
representação convencional, e por isso facilmente com-
preensível para os contemporâneos da República nas ima-
gens. Assim, a República era corporificada por uma figura 
feminina com vestes longas e portando o barrete (alusão à 
Revolução Francesa). A relação entre as figuras das Repú-
blicas brasileira e argentina, conforme a primeira imagem, 
é de fraternidade e aproximação. Ao passo que a relação 
entre França e Brasil é representada pela relação maternal 
entre as duas, em que a República brasileira se colocava 
como admiradora e respeitadora da francesa.
 
Questões Discursivas
01 a) Aos escravizados era proibido o uso de calçados. Por 
isso, os calçados eram um símbolo de liberdade.
 b) Realização de trabalhos eventuais e manuais e deslo-
camento para os centros e periferias das cidades, para 
habitações como os cortiços. 
02 O texto enfatiza a criação de símbolos para representar 
a República e a Pátria, depois da queda da Monarquia. 
Nesse sentido, a figura feminina foi amplamente utilizada. 
Na imagem, a utilização desses novos símbolos fica clara a 
partir (1) das mulheres (representando a República), (2) das 
crianças (representando o novo jovem governo) e da (3) 
bandeira (representando a nação brasileira).
Primeira República – Domínio oligárquicoAula 15
Questões Objetivas
01 B
 A charge retrata a prática do voto de cabresto, que con-
sistia na utilização, pelos poderosos coronéis de cada 
localidade, de táticas de coação para manipular as elei-
ções, obrigando seu “rebanho”, isto é, todos aqueles que 
dependiam dos favores dos coronéis para sobreviver, a 
votar em candidatos escolhidos pelos grupos de elite.
02 E
 O coronelismo representou a evolução do mandonismo 
como sistema de controle social. Com a utilização cada 
vez maior de recursos do Estado, os líderes políticos locais 
faziam uso de práticas clientelísticas para constranger os 
eleitores a votarem em seus respectivos candidatos.
03 C
 A estrutura política da Primeira República, também conhe-
cida como República Oligárquica, envolvia um encadea-
mento das três esferas do Estado: municípios, estados e 
União. A política do café com leite (teórico revezamento 
de paulistas e mineiros no exercício da Presidência da 
República) era complementada pela política dos gover-
nadores, em que estes negociavam com os coronéis, os 
líderes políticos locais, os votos de cada município (os cur-
rais eleitorais) para os candidatos dos governadores, em 
acordo com o Governo Federal.
Questões Discursivas01 A charge apresenta uma das facetas do Coronelismo, 
base da chamada Política dos Governadores, implemen-
tada por Campos Salles. Os coronéis promoviam uma 
política conhecida como voto de cabresto, na qual obri-
gavam as populações do interior a votar em candida-
tos pré-escolhidos. A manipulação eleitoral foi uma das 
características políticas mais marcantes da República 
Oligárquica.
190 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
02 a) A charge faz referência ao contexto político da República 
Velha, 1889-1930, isto é, a política do café com leite, que 
consistia em alternância de poder no Executivo federal 
entre São Paulo rico em café e Minas Gerais rica em leite.
 b) O voto era de cabresto, imperando a força dos coronéis 
no pleito eleitoral. A cidadania era restrita, uma vez que 
a constituição de 1891 não permitiu o voto para analfa-
betos. Havia muitas fraudes eleitorais. A Comissão Veri-
ficadora de Poderes foi a justiça eleitoral da época, que 
“diplomava” os candidatos apoiados pelos coronéis e 
“degolavam” os candidatos de oposição.
Primeira República – Principais conflitosAula 16
Questões Objetivas
01 B
 Os dois textos externam olhares diferentes sobre o movi-
mento de Canudos. O primeiro excerto, de matriz cien-
tificista e defendendo uma visão de mundo eugênica e 
racista, entende o conflito com base na divisão do bárbaro 
(o sertanejo) contra o civilizado. O segundo texto, litera-
tura de cordel, associa o movimento de Canudos ao do 
Cangaço, liderado por Virgulino Ferreira, o Lampião, exal-
tando as iniciativas populares de resistência política.
02 B
 O texto mostra que a inserção do Rio de Janeiro na Belle 
Époque foi controversa e conturbada, pois, ao mesmo 
tempo que ruas e monumentos se agigantavam, proble-
mas urbanos surgiam, como assassinatos e escândalos.
03 D
 A política dos governadores, fundada pelo presidente 
Campos Salles, tinha como objetivo estabelecer um acordo 
entre o Executivo federal (presidente) e o Executivo esta-
dual (governador). O presidente enviava verbas para os 
governadores, que, em troca, favoreciam a vitória política 
de parlamentares (deputados e senadores) que apoiassem 
os projetos do Executivo federal no Congresso Nacional.
Questões Discursivas
01 a) Pode-se citar: 1) a insalubridade da cidade, responsável 
pela epidemia de algumas doenças, como a varíola; e 2) 
a presença de diversos cortiços na cidade, construídos 
em antigos casarões.
 b) Pode-se citar: 1) derrubada dos cortiços (política do 
“bota-abaixo” de Pereira Passos); e 2) intensa chegada 
de imigrantes à cidade.
02 O desenvolvimento urbano no Brasil estava limitado pelos 
interesses dos grandes proprietários rurais, principalmente 
aqueles ligados à cafeicultura. No entanto, o crescimento 
da indústria era real e ganhou impulso durante a Primeira 
Guerra Mundial.
 A classe operária era formada principalmente por imigran-
tes italianos e seus descendentes organizaram os primei-
ros sindicatos sob influência do anarquismo, bem como 
algumas greves, com destaque para a greve de 1917, em 
São Paulo, mas que também atingiu outras cidades. As 
principais reivindicações estão associadas à redução da 
jornada de trabalho e ao aumento de salários. Outras gre-
ves ocorreram nos anos seguintes, fortalecendo o movi-
mento operário, que passa a ser entendido com maior 
preocupação pelas autoridades políticas.
Primeira República – Crise e a Revolução de 30Aula 17
Questões Objetivas
01 E
 O movimento revolucionário de 1930, que culminou com 
o fim da Primeira República, marcou o início de um pro-
cesso de modernização industrial no país, porém com viés 
político ainda marcadamente conservador. Getúlio Vargas 
tencionava atingir um grau de desenvolvimento urbano 
e industrial que equiparasse o Brasil às potências capita-
listas, o que seria feito por meio de uma relação política 
fortemente centralizadora, autoritária e personificada na 
imagem de Vargas, sem a participação popular.
02 C
 A tabela fornece dados importantes da economia brasileira 
no contexto da Primeira República (1889-1930). A implan-
tação da República não alterou, a princípio, o perfil econô-
mico do Brasil, cuja economia manteve forte dependência 
do setor agroexportador e uma presença pouco significa-
tiva no ramo da infraestrutura industrial. Isso remete à ques-
tão política da época, em que o Brasil era governado pelas 
elites locais, pelos barões do café, leite, cacau, borracha etc. 
Somente a partir de 1930 (Era Vargas – 1930-1945), com a 
participação do Estado na regulação e no controle direto da 
economia, ocorreu uma modernização da economia brasi-
leira com a indústria de base, as estatais, como a Vale do Rio 
Doce e a Siderúrgica Nacional de Volta Redonda.
191CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
Geografia 1
Estrutura geológica do BrasilAula 09
Questões Objetivas
01 B
 A estratificação observada na imagem indica uma rocha de 
origem sedimentar.
02 C
 De modo geral, os cálculos da indústria de carvão, petró-
leo e gás apontam para um crescimento de 30% a 50% 
no setor, chegando a 75% da matriz energética em 2040. 
No entanto, a análise da Carbon Tracker Initiative ques-
tiona essa previsão e aponta para o contrário: uma queda 
na demanda por energia de fontes fósseis. Por exemplo, 
a demanda por carvão na China caiu 2,9% em 2014 e 5% 
no primeiro semestre de 2015. A crença do mercado em 
um crescimento progressivo da demanda por combus-
tíveis fósseis apoia-se no crescimento do setor de trans-
porte, mas desconsidera, por exemplo, o crescimento no 
uso de veículos elétricos e o aperfeiçoamento de fontes 
alternativas de energia. As indústrias também apostam no 
aumento populacional, para cerca de 9 bilhões de pessoas 
em 2040, enquanto as Nações Unidas calculam que este 
número será alcançado apenas em 2050. 
03 B
 A região do Vale do Ribeira, ao sul do estado de São 
Paulo, é uma extensão dos Planaltos e Serras do Atlântico 
Leste-Sudeste, área de dobramentos antigos, de cumes 
elevados (os chamados anticlinais) e vales encaixados (os 
sinclinais). 
Questões Discursivas
01 a) O Brasil é privilegiado quanto às estruturas geológicas 
em seu território. Os escudos cristalinos são importan-
tes pois concentram grande quantidade de recursos 
minerais, principalmente metálicos, como ferro, man-
ganês e níquel. Outros recursos são também relevan-
tes, como o granito (rocha magmática intrusiva) e o 
mármore (rocha metamórfica), amplamente utilizados 
na construção civil. As bacias sedimentares são impor-
tantes devido à ocorrência de grandes aquíferos (água 
subterrânea) como o Guarani e SAGA (Sistema Aquífero 
Grande Amazônia) em rochas porosas como o arenito. 
Também apresentam os recursos minerais energéticos 
como petróleo (pós-sal e pré-sal nas bacias recobertas 
pelo mar), gás natural, carvão mineral e óleo e gás de 
folhelho betuminoso.
03 A
 A noção de antropofagia, conforme defendida pelos artis-
tas participantes da Semana de Arte Moderna de 1922, 
procurava estabelecer uma relação de apropriação cultural 
com os movimentos artísticos internacionais. Imaginava-se 
poder absorver o máximo possível das vanguardas artís-
ticas europeias, digerindo esses elementos no contexto 
da cultura tradicional brasileira, com vistas a produzir uma 
nova arte realmente brasileira.
Questões Discursivas
01 a) A "política do café com leite", surgida no governo do pre-
sidente Campos Salles, foi uma política de revezamento do 
poder nacional executada na República Velha pelos esta-
dos de São Paulo – mais poderoso economicamente, prin-
cipalmente devido à produção de café – e Minas Gerais 
– maior polo eleitoral do país da época e produtor de leite.
 b) A "política do café com leite" foi quebrada quando o 
então presidente paulista Washington Luís apoiou a 
candidatura do também paulista Júlio Prestes, o que 
desagradou a elite mineira, que se aliou à elite do 
Rio Grande do Sul, juntamente com a Paraíba, para acriação da Aliança Liberal, dissidência oligárquica que 
lançaria Getúlio Vargas como candidato à presidência. 
Outro fator para a queda desta política foi a Crise de 
1929, quando os preços do café brasileiro despencaram 
no mercado internacional, retirando dos barões do café 
seu poder político.
02 I) a) Fim da política oligárquica e centralização política.
 b) Criação da Justiça eleitoral e voto secreto.
 II) a) A Revolta do Forte de Copacabana – De 1922, foi 
o primeiro movimento militar armado que tinha a 
pretensão de tirar do poder as elites tradicionais. 
Durante toda a manhã do dia 5 de julho, do mesmo 
ano, o Forte de Copacabana sustentou fogo cerrado. 
Diversas casas foram atingidas na trajetória dos tiros 
até os alvos distantes, matando dezenas de pessoas. 
Eram 301 revolucionários – oficiais e civis voluntários – 
enfrentando as forças legalistas.
b) A Coluna Prestes – No início de abril de 1925, as for-
ças gaúchas comandadas pelo capitão Luís Carlos 
Prestes se uniam com as tropas que fugiam de São 
Paulo. Os dois grupos haviam participado das rebe-
liões do ano anterior, mantiveram focos de resistência 
e procuravam manter e fortalecer sua organização, 
para retomar a luta pelo grande ideal: Salvar a Pátria.
192 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
 b) Os escudos cristalinos ou Crátons são as estruturas geológicas mais antigas, visto que foram formadas no Pré-Cambriano, 
quando se deu o resfriamento da crosta terrestre. As bacias sedimentares se formaram nas eras geológicas posteriores 
(Paleozoico, Mesozoico e Cenozoico) com base na deposição de partículas minerais e matéria orgânica proveniente da 
erosão dos escudos cristalinos. No Brasil, o relevo, representado por planaltos, depressões e planícies, situa-se sobre as 
estruturas cristalina e sedimentar.
02 a) As fases III e Vlb apresentam como processos formadores das rochas, respectivamente: a sedimentação, cujos exemplos 
são o arenito, o calcário e a areia; e a solidificação, cujo exemplo é o basalto.
 b) A relação entre as rochas e o relevo pode ser encontrada no substrato do Planalto Arenito-Basáltico, onde está localizado 
o estado de São Paulo.
Agentes do relevo e processos geomorfológicosAula 10
Questões Objetivas
01 D
 O item incorreto é o 1, visto que o assoreamento é o acúmulo de sedimentos no fundo do leito de rios, lagos e reservatórios. 
Dessa forma, o fenômeno acontece em superfícies mais rebaixadas do relevo.
02 C
 Os planaltos onde se encontram a maioria das bacias hidrográficas que atravessam o Centro-Sul do país são bastante antigos, 
cuja formação geológica remonta às primeiras eras da história da Terra. Assim, um intenso processo de erosão teve lugar já há 
muito tempo, alterando continuamente as formas do relevo e modificando a direção dos rios. Além disso, Minas Gerais, um 
estado planáltico por natureza, apresenta a tendência a um desgaste maior. E, dentro do período de 1,3 milhão de anos, curto 
em termos geológicos, várias escarpas que formavam a borda da Bacia do Rio São Francisco foram profundamente alteradas. 
03 D
 A alternância entre um canal anastomosado, tortuoso e subdividido, que naturalmente retém sedimentos e desacelera a velo-
cidade das águas, e um curso retilíneo, que permite maior velocidade e deposição de sedimentos, é um fator determinante 
para explicar as inundações ocorridas em Paris.
Questões Discursivas
01 a) A erupção vulcânica (EV), dentro da classificação de fatores tectônicos e geológicos, situa-se em uma escala de tempo 
média, de 10³ anos. Como suas regularidades, seus movimentos de massa e seus impactos são também de impacto inter-
mediário, classifica-se como um mesoevento. Assim, sua posição é indicada na tabela a seguir:
Magnitude relativa 
do evento
Escala de tempo
1 dia 10 anos 103 anos 106 anos 108 anos
Megaevento SM
Mesoevento EV
Microevento OA
 b) Ondulações de areia (OA) possuem regularidade alta ao passo que desloca pouca quantidade de massa e em menor 
escala; dessa forma, na tabela, encontra-se na classificação como microevento na escala de 1 dia. Características inversas 
ocorrem com o Surgimento de Montanhas (SM), que demoram mais a acontecer, porém são de grandes proporções e 
deslocam imensidões de massa, sendo, portanto, um megaevento na escala de 108 anos.
 c) A voçoroca é uma feição erosiva profunda esculpida por erosão pluvial (causada pela água da chuva). Todavia, o processo 
de formação é gradual, começa com um microevento, que pode ser um sulco (pequena feição erosiva), depois evoluir para 
uma ravina (média feição erosiva) até atingir grande dimensão, como é o caso da voçoroca. 
02 a) A litosfera corresponde à crosta terrestre, formada por rochas (agregados de minerais no estado sólido). A crosta, por sua 
vez, é dividida em placas tectônicas. A astenosfera corresponde ao Manto Superior, que apresenta estado pastoso e maio-
res temperaturas.
193CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
 b) As correntes de convecção correspondem aos fluxos de 
materiais como o magma entre as camadas da estrutura 
interna da Terra, por exemplo, entre a astenosfera e a 
litosfera. Materiais incandescentes menos densos fluem 
de camadas profundas com temperaturas mais altas 
rumo à superfície. Outros materiais fluem em direção 
às camadas com maior profundidade. O vulcanismo é 
uma das manifestações superficiais das correntes de 
convecção quando o magma é expelido na superfície 
por meio de erupções vulcânicas, principalmente nas 
faixas de limite entre as placas tectônicas.
Relevo do BrasilAula 11
Questões Objetivas
01 E
 As escarpas dos planaltos da porção oriental do Brasil, deno-
minadas serras, com terrenos mamelonizados pela erosão 
pluvial, característica do clima tropical úmido, intensamente 
devastadas pela ocupação antrópica, correspondem aos 
mares de morros.
02 A
 Os campos de altitude constituem formação rica em bio-
diversidade, com prevalência de espécies herbáceas de 
pequeno porte e poucas espécies arbóreas e arbustivas. 
Sua ocorrência em áreas sob influência da altitude – tem-
peraturas mais baixas – está vinculada a chuvas bem distri-
buídas ao longo do ano. 
03 D
 A ideia da inter-relação entre os elementos do quadro natu-
ral e a ação antrópica serviu de base para que o professor 
Aziz Ab'Sáber desenvolvesse o conceito de Domínio Mor-
foclimático, que pode ser definido como uma região homo-
gênea na qual os elementos do quadro natural se mantêm 
constantes ao longo do território, mas sofrem alterações 
promovidas pelas atividades desenvolvidas pelo homem.
Questões Discursivas
01 a) A localização do país no meio da Placa Sul-Americana 
garante maior estabilidade geológica.
 b) Escorregamento ou deslizamento é a ocorrência de 
desprendimento e transporte de solo ou material 
rochoso de encostas em razão de fatores como o tipo 
e nível de coesão do solo, a declividade da encosta, 
a retirada da cobertura original e a forte infiltração da 
água. As inundações são o transbordamento das águas 
de um canal de drenagem resultante de assoreamento, 
impermeabilização de terreno e lançamento de esgoto 
na drenagem, combinados com precipitações intensas. 
Tais eventos se configuram como desastres naturais 
em razão do impacto e da vulnerabilidade que causam 
sobre o ambiente urbano.
02 a) Um dos processos responsáveis pela degradação do 
solo no Brasil é o desmatamento em larga escala, que 
torna o solo mais vulnerável à erosão pluvial. As áreas 
florestais são as que menos sofrem com o processo ero-
sivo. As culturas temporárias como o algodão causam 
maior erosão porque o solo fica exposto após a colheita. 
As culturas perenes, como o café, causam menos ero-
são, visto que a vegetação protege o solo.
 b) O cultivo em curvas de nível reduz a velocidade do 
escoamento superficial da água e diminui a erosão do 
solo. A infiltração no solo também é estimulada. Outras 
possibilidades de práticas conservacionistas: terracea-
mento, reflorestamentocom espécies nativas e plantio 
direto (realização do novo plantio com a manutenção 
da matéria orgânica da safra passada protegendo o 
solo contra a erosão, além de aumentar sua fertilidade). 
Origem e propriedades dos solosAula 12
Questões Objetivas
01 C
 O processo intempérico altera a composição da rocha em 
razão das reações físico-químicas provocadas pela água 
da chuva, pelo ar que a penetra e pela ação dos micror-
ganismos que ali se instalam. O processo cria diferentes 
camadas conhecidas como horizontes, nas quais ocorre o 
seguinte: o horizonte O concentra grande quantidade de 
húmus, o horizonte A possui muitos componentes altera-
dos, e o horizonte C, em discussão na questão, é aquele 
onde o intemperismo ainda é incipiente e se podem 
encontrar fragmentos de rochas não alteradas.
02 A
 O processo de dessalinização da água corresponde a um 
método em crescimento no mundo como alternativa para 
enfrentar crises hídricas, especialmente em ambientes ári-
dos e semiáridos. Embora em algumas partes do mundo 
esse processo seja intensamente utilizado em razão da 
grande escassez de água doce, como é o caso de países 
do Oriente Médio, especialmente Emirados Árabes Unidos 
e Israel, não é possível afirmar que seu uso seja generali-
zado, uma vez que muitos países que apresentam grandes 
limitações hídricas não fazem uso desse processo, como os 
países da África Subsaariana. 
03 C
 A partir de sua criação, os transgênicos passaram a ser 
cultivados em vários países do mundo, ricos ou em desen-
volvimento. Assim, países como os EUA e o Canadá, 
ricos, e Brasil, Argentina e Índia, emergentes, todos eles 
tradicionalmente rurais, cultivam vastas extensões com 
plantas transgênicas, como a soja, o milho, o algodão e a 
cana-de-açúcar.
194 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
Questões Discursivas
01 a) O Oeste Paulista se insere nos planaltos e chapadas da 
Bacia do Paraná. Entre os fatores naturais que explicam 
a alta vulnerabilidade à erosão é a alta pluviosidade 
(erosão pluvial) associada ao clima tropical (principal-
mente no verão), bem como a presença da bacia hidro-
gráfica do Paraná (erosão fluvial). Além desses motivos, 
há também a ocorrência de alguns solos com textura 
arenosa, mais suscetíveis à erosão.
 b) Para minimizar a erosão, uma medida de caráter edá-
fico (ou pedológico: relativo às características do solo) 
pode ser o reflorestamento com o objetivo de estimular 
o desenvolvimento dos horizontes O e A com matéria 
orgânica. Outras possibilidades são o plantio direto 
(realizado com manutenção dos restos orgânicos da 
safra anterior: reduz a erosão e eleva a fertilidade do 
solo) e a rotação de culturas. Uma medida de natureza 
mecânica seria realizar o cultivo em curvas de nível ou 
terraceamento no intuito de diminuir a velocidade de 
escoamento superficial da água, reduzir a erosão e 
aumentar a infiltração de água no solo.
02 a) Alterações promovidas pela sociedade nos subsiste-
mas A (atmosfera) e B (litosfera) podem levar à deser-
tificação. Por exemplo, o desmatamento e o uso incor-
reto do solo sem práticas de conservação resultam na 
redução da evapotranspiração e das chuvas, além da 
intensificação dos processos erosivos.
 b) O desmatamento do Cerrado (avanço do agronegócio) 
leva ao aumento da erosão do solo, o material erodido 
é transportado causando o assoreamento (acúmulo de 
partículas minerais) no leito dos rios (C – hidrosfera). O 
uso indiscriminado de agrotóxicos também contamina 
os rios com prejuízo para a biodiversidade, além do 
envenenamento de trabalhadores e consumidores.
A água na dinâmica ambientalAula 13
Questões Objetivas
01 C
 O uso indireto de água doce corresponde à quantidade 
de água utilizada para a fabricação de bens de consumo.
02 C
 Nos rios, importantes agentes modeladores do relevo, 
os processos de erosão de suas margens e de transporte 
mais intenso de materiais são característicos de seu alto 
curso. No baixo curso nas proximidades da foz, em tese, 
a velocidade diminui, reduzindo a capacidade de arrastar 
materiais contidos em seu caudal, passando a predominar 
o processo de sedimentação.
03 D
 Os recursos hídricos constituem patrimônio coletivo. A 
legislação pátria impõe a proteção aos mananciais e regra 
o uso de tais recursos, priorizando a apropriação deles 
para atender diretamente às necessidades humanas mais 
básicas em detrimento da produção econômica – se for o 
caso. Na atividade agropecuária – entre as atividades eco-
nômicas, a que mais consome água –, é obrigatório o uso 
racional dos recursos hídricos e dos meios para a sua con-
servação, a fim de assegurar a perenidade de sua oferta e 
a continuidade de utilização. 
Questões Discursivas
01 a) A relação entre os gráficos e as curvas são: Y–2; Z–1; 
W–3.
 b) A ocupação do espaço altera os sistemas naturais, a 
exemplo dos gráficos apresentados, onde a retirada da 
cobertura vegetal e a impermeabilização do solo por 
meio da cobertura asfáltica elevam a vazão da água, 
resultando em alagamentos e enchentes.
02 a) No cenário B, aconteceu um possível desmatamento, e 
a superfície ficou desprotegida em relação ao impacto 
da precipitação. As consequências são o aumento do 
escoamento superficial da água (corrente), a elevação 
da erosão do solo e a diminuição da infiltração de água 
no solo.
 b) Em áreas urbanas, com a impermeabilização do solo 
por concreto e asfalto, tem-se uma redução substancial 
da infiltração de água; logo, o aumento do escoamento 
superficial faz uma grande quantidade de água atingir, 
além dos rios, também lagos, reservatórios de água para 
o consumo humano e lagos de hidrelétricas. Assim, nes-
ses locais, são igualmente possíveis transbordamentos e 
inundações. Nas áreas urbanas, a disposição inadequada 
do lixo e o entupimento de galerias pluviais também 
geram inundações que atingem moradias e avenidas.
Os recursos hídricos brasileirosAula 14
Questões Objetivas
01 D
 A salinidade da água será maior nas proximidades do 
Rio Apodi, pois no trajeto do caudal escoado a partir do 
médio São Francisco em canais abertos, a água sofrerá 
intensa evaporação, uma vez que os canais atravessarão 
áreas de elevado potencial de evaporação, característico 
dos domínios do clima semiárido.
195CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
02 C
 A concentração de aguapés no médio Tietê é consequên-
cia do processo de eutrofização, resultante do despejo de 
esgotos e da descarga de fertilizantes agrícolas.
03 C
 Entre os fatores antrópicos relacionados com a escassez de 
recursos hídricos estão o comprometimento da qualidade 
das águas decorrente da poluição, ocorrendo tanto nas 
águas superficiais quanto nas reservas subsuperficiais e as 
do subsolo, e a excessiva utilização dos recursos para o con-
sumo humano e animal e para as atividades econômicas, sem 
a preocupação com a recuperação das reservas naturais.
Questões Discursivas
01 A feição apontada pelo número 1 constitui o divisor de 
águas, áreas que apresentam maior altitude e que separam 
bacias hidrográficas. No desenho ampliado, observa-se o 
escoamento superficial da água nas vertentes alimentando 
os rios. Também se observa o fluxo de água subterrânea 
possivelmente alimentada pela infiltração proveniente da 
superfície. O escoamento superficial e os rios são agentes 
externos importantes na modelagem do relevo, dando ori-
gem ao vale visualizado na imagem. Em um rio, jusante é 
quando o sentido da corrente se estabelece em direção à 
foz; já montante, em direção à nascente. 
02 a) O Rio São Francisco é perene, pois nasce em Minas Gerais 
(área de clima tropical de altitude) e atravessa o Sertão do 
Nordeste com clima semiárido, sendo vital para abasteci-
mento humano de água, agricultura irrigada, transporte 
(hidrovia) e geração de energia (hidrelétricas).
 b) A Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco sofreu intensa 
degradação ambiental nas últimas décadas. Entre os 
problemas estão lançamentode esgotos domésticos 
sem tratamento, deposição de resíduos industriais, des-
pejo de lixo, lançamento de resíduos de mineração, 
devastação das matas ciliares e assoreamento. Assim, 
é fundamental investir na revitalização da Bacia do São 
Francisco, inclusive para viabilizar no médio e longo 
prazo os benefícios do projeto de transposição.
A complexidade do climaAula 15
Questões Objetivas
01 C
 A cidade de Novosibirsk está localizada na Sibéria em 
elevadas latitudes, onde os climas são extremamente 
frios no inverno, com temperaturas negativas. Porém, 
no verão, há aumento das temperaturas, que se tornam 
positivas, o que permite maior evaporação das águas 
das circunvizinhanças do Rio Ob. Uma repentina queda 
de temperatura, causada pela chegada de uma frente 
fria nesse mês de julho de 2014, em pleno verão, acabou 
por solidificar as gotas de chuva, que se precipitaram na 
forma de um violento granizo.
02 B
 O clima urbano resulta da interação de fatores locacionais 
determinantes: latitude, altitude, relevo, continentalidade, 
maritimidade, massas de ar e correntes marítimas, com as 
alterações promovidas pelo homem. De modo geral, as 
áreas centrais da mancha urbana têm temperatura mais 
elevada. Quanto mais periférica for a posição na mancha 
urbana, menor é a temperatura.
03 C
 As correntes de Benguela e Humboldt são, respectiva-
mente, responsáveis pela formação do Deserto de Kalahari 
e do Atacama. A alternativa A é incorreta porque a Corrente 
Humboldt responde pelo Deserto de Atacama e Benguela, 
pelo Kalahari. A alternativa B é errada, pois a Corrente das 
Agulhas ou de Madagascar banha parte da costa da Ilha de 
Madagascar, enquanto a de Falkland percorre o Atlântico Sul 
na costa americana. Na letra D, informações incorretas, pois 
a Corrente de Falkland percorre a costa atlântica da América 
do Sul e a da Guiné percorre o Golfo da Guiné. Na alternativa 
E, a Corrente da Guiné banha o Golfo da Guiné, e a Corrente 
da Antártica circunda o Polo Sul, logo, é incorreta.
Questões Discursivas
01 a) Na figura 1, observa-se o fenômeno da ilha de calor 
nos centros urbanos em decorrência da maior densi-
dade de edifícios, concreto e asfalto. Superfícies como 
telhados e pavimentos escuros apresentam maior 
absorção de radiação e reflexão baixa para a atmos-
fera (albedo).
 b) Entre as estratégias para mitigar (reduzir) as ilhas de calor 
que causam desconforto térmico nas cidades, cita-se a 
implantação de áreas verdes (arborização de ruas e can-
teiros centrais de avenidas e estabelecimento de novas 
praças, parques e unidades de conservação). As superfí-
cies florestadas absorvem menos e refletem mais radia-
ção. Outra medida é modificar casas e prédios, como 
pintar telhados de branco, implantar jardins verticais e 
estruturar jardins e hortas na parte superior dos edifícios. 
02 As áreas de maior intensidade de chuvas ácidas são Europa 
ocidental e nordeste dos Estados Unidos.
 A causa para a formação de chuvas ácidas é a emissão de 
gases poluentes como o SO3 e NH3, que, em suspensão, 
reagem com a umidade e precipitam-se sob forma de 
ácido nítrico e sulfúrico.
 As consequências da chuva ácida são corrosão de metais e 
carbonatos, desflorestamento, contaminação de cursos de 
água, esterilização do solo, dentre outras.
196 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
Os tipos climáticosAula 16
Questões Objetivas
01 C
 A chegada de uma frente fria, provocada pela massa polar 
atlântica (um sistema de ciclone extratropical), com ventos 
intensos que vêm do oceano em direção ao continente, 
impulsiona grandes volumes de água em direção à costa, 
resultando em problemas para as comunidades litorâneas.
02 A
 O avanço dos anticiclones polares – mPa, massa polar 
atlântica, fria e úmida – na porção centro-sul do Brasil 
provoca, no primeiro contato dessa massa com sistemas 
de maior temperatura, instabilidade e precipitações. Sua 
passagem é seguida de queda de temperatura e preva-
lência de ar mais seco. Esse avanço ocorre todo o ano. No 
verão, são as chuvas frontais, muito volumosas; no inverno, 
as geadas e até esporádicas precipitações de neve. As 
chuvas orográficas ou chuvas de relevo ocorrem particular-
mente em áreas de encosta e não necessariamente estão 
associadas ao avanço da mPa. As chuvas convectivas são 
mais comuns na faixa equatorial e tropical.
03 A
 O fenômeno climático observado no mapa-múndi, que 
ocorre de dezembro a fevereiro, é o El Niño, responsável pela 
ocorrência das chuvas e das secas em várias partes do mundo.
Questões Discursivas
01 A climatologia tradicional baseia-se nas descrições dos 
padrões de distribuição temporal e espacial dos elemen-
tos do tempo, enquanto a climatologia dinâmica enfatiza 
os movimentos atmosféricos em várias escalas, particular-
mente, na circulação geral da atmosfera.
 Dentre suas divergências, a corrente tradicional indica 
uma leitura descritiva da atmosfera, ignorando as intera-
ções entre os elementos do clima, ao passo que a corrente 
dinâmica analisa as interações dos elementos e fatores, as 
diversas escalas de espaço, as variáveis que incorrem sobre 
o clima e a explicação da origem da condição atmosférica 
resultante basicamente da ação das massas de ar e dos 
fenômenos frontogenéticos.
 Dentre as principais inovações trazidas pela climatologia 
dinâmica, pode-se citar a compreensão dos processos 
da gênese do clima, revelando a dinamicidade atmosfé-
rica, que, aplicada nos sistemas agrícolas, deverá levar ao 
aumento da produtividade.
02 O tipo de chuva característico dos arredores de Quinault 
Ranger é a chuva orográfica ou de relevo, que se dá em 
razão de o ar quente e úmido formar nuvens que se preci-
pitam somente na vertente oceânica (barlavento). Na ver-
tente interior (sotavento), não chove porque a montanha 
força a ascensão das nuvens que se resfriam, perdendo a 
capacidade de saturação e precipitação.
Climas do BrasilAula 17
Questões Objetivas
01 A
 As chuvas torrenciais que caracterizam o sul e o sudeste 
asiático no verão boreal decorrem dos ventos de mon-
ções, ou simplesmente monções, que, nessa época do 
ano, sopram de zonas de pressão atmosférica elevada, 
que se formam sobre o Oceano Índico, em direção ao con-
tinente asiático, para onde levam grande volume de água, 
em forma de vapor, presente na atmosfera.
02 B
 As precipitações estacionais concentradas, no inverno aus-
tral, no litoral oriental da Região Nordeste do Brasil devem-se 
à conjugação de dois fatores: a chegada à região da massa 
polar atlântica – fria e úmida – mais intensa no inverno, causa-
dora de frentes frias, e a convergência de ventos alísios.
03 E
 Tanto as estiagens como as enchentes mais pronunciadas 
são fenômenos que ocorrem episodicamente, não se confi-
gurando necessariamente mudança climática. É fundamen-
tal lembrar que o clima é o resultado de uma sucessão de 
tipos de tempo que se observa durante um período longo, 
não sendo possível chegar a conclusões com a análise de 
apenas alguns poucos anos. Nos últimos anos, tem se tor-
nado constante a ocorrência de fenômenos como estiagens 
e enchentes. Enquanto estas decorrem das exacerbações 
das precipitações pluviométricas em áreas próximas a outras 
que são comumente chuvosas, as secas pronunciam-se nas 
adjacências de áreas onde os estios são mais severos. 
Questões Discursivas
01 No sul e sudeste asiáticos prevalece o clima tropical de 
monções. O verão é muito chuvoso, uma vez que predo-
minam ventos úmidos impulsionados pela alta pressão 
sobre os oceanos em direção aos continentes com baixa 
pressão. O inverno é seco, pois dominam ventos secos 
oriundos da alta pressão sobre o continente em direção 
aos oceanos com baixa pressão. A oscilação de pressão é 
decorrente de diferenças de aquecimento entre o oceano 
e o continente.
197CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
 Os altos índices pluviométricos no meio do ano (verão 
no Hemisfério Norte) provocam enchentes em extensasáreas em países como Índia, Bangladesh e Tailândia, o 
que explica a inundação na caverna (geologia e relevo de 
carste) tailandesa e a complexidade do resgate do time 
de futebol.
02 a) A frente é o contato entre massas de ar com caracte-
rísticas físicas diferentes. No caso de uma frente fria, 
a MPA (massa polar atlântica), com maior pressão, 
afasta as massas de ar quentes. Quando a frente fria 
atinge a Amazônia provoca um fenômeno chamado 
friagem, isto é, queda abrupta de temperatura em 
alguns dias.
 b) Os ventos alísios se formam em uma zona de alta pres-
são localizada em posição subtropical, geralmente ao 
sul do Trópico de Capricórnio no caso do Hemisfério 
Sul. Os alísios convergem para a ZCIT (Zona de Con-
vergência Intertropical) na faixa equatorial. Nesta, o 
clima é equatorial, ou seja, temperaturas muito altas, 
elevada umidade do ar devido à intensa evapotranspi-
ração, períodos de intensa nebulosidade (com forma-
ção de cúmulos-nimbos), chuvas de convecção e alta 
pluviosidade.
Geografia 2
O comércio no mundo globalizadoAula 09
Questões Objetivas
01 C
 Observando-se a tabela, pode-se afirmar que a maioria das 
exportações atuais do país destina-se aos países em desen-
volvimento, que lideram tanto em valor como em quantidade 
exportada.
02 E
 Bill Clinton argumenta em favor dos lucros produzidos 
pelas ONGs, pois, devidamente aplicados, beneficiam o 
setor social carente.
03 E
 A partir da década de 1980, com as mudanças nas diretri-
zes econômicas, a China passou a apresentar um elevado 
e sustentado crescimento que a levou a se tornar, desde 
2010, o segundo maior PIB do mundo. Essa performance 
exigiu do país mais e mais matérias-primas, produtos agrí-
colas e fontes de energia, não apenas de seu território, 
mas também de todo o mundo. Assim, a África, com suas 
riquíssimas reservas minerais, tornou-se fornecedora na 
última década devido ao seu potencial gigantesco. Em 
troca de investimentos em setores como construção civil, 
indústria e atividades agrícolas, a China garante o acesso a 
recursos naturais, como petróleo.
Questões Discursivas
01 Quanto ao volume de capital mobilizado no comércio inter-
nacional, destacam-se a Europa Ocidental (onde se localiza 
a União Europeia), a América do Norte (corresponde ao 
NAFTA: Estados Unidos, Canadá e México) e o Sudeste 
Asiático/Oceania (onde situam-se a Austrália, Japão, Tigres 
e Novos Tigres Asiáticos, bem como a China, maior expor-
tadora mundial). São as regiões mais dinâmicas no comércio 
global, visto que apresentam países desenvolvidos e muitos 
emergentes com alto crescimento econômico e ampliação 
dos mercados consumidores internos. O maior volume nas 
transações deve-se também ao maior valor agregado dos 
produtos comercializados entre América do Norte, União 
Europeia e Ásia, visto que prevalecem manufaturados.
 A Europa Ocidental é grande exportadora de produtos 
industrializados, inclusive de média e de alta tecnologia, 
na qual se destacam países como a Alemanha. A maior 
parte do comércio é realizada entre os países da região, 
devido ao funcionamento da União Europeia e à presença 
de mercados consumidores com maior renda. 
 No caso da América do Sul e do Caribe, o volume das 
transações comerciais é bem menor, e a maior parte 
do comércio é realizada com nações de fora da região. 
Destacam-se as exportações de commodities minerais, 
agrícolas e energéticas para países desenvolvidos e 
emergentes. Um dos exemplos são as exportações bra-
sileiras para a China, dominadas por produtos básicos 
como minério de ferro e soja. 
02 a) A Vale do Rio Doce e a Petrobras foram criadas nos 
governos de Getúlio Vargas, em um regime político 
caracterizado pela centralização do poder e pelo nacio-
nalismo. A Vale foi criada em 1942 durante o Estado 
Novo, e a Petrobras, em 1953, no período democrático. 
 Em termos econômicos, esses períodos foram carac-
terizados por uma significativa intervenção do Estado 
na economia e nos meios de produção, com desta-
que para a nacionalização dos recursos naturais, como 
o petróleo e os minerais metálicos, investimentos em 
infraestrutura de produção e criação de grandes empre-
sas estatais, principalmente indústrias de base, visando 
à industrialização e à substituição das importações. 
b) Essas empresas são consideradas estratégicas por conci-
liarem dois produtos importantíssimos para a economia 
brasileira: o petróleo, uma das principais fontes de ener-
gia do país, e os minerais metálicos, empregados em larga 
escala no processo industrial e no mercado de exportação 
de commodities. Esses produtos têm um grande peso 
no PIB nacional, cuja variação dos preços no mercado 
internacional impacta diretamente a balança comercial, 
gerando reflexos na economia brasileira. Cabe destacar 
ainda a importância dessas empresas na atração de inves-
timentos estrangeiros, na geração de empregos diretos e 
indiretos e também no recolhimento de impostos. 
198 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
A formação espacial do BrasilAula 10
Questões Objetivas
01 C
 A foto retrata o momento da história no qual a sociedade 
brasileira deixava de ser uma sociedade rural e adentrava 
um período de urbanização acelerada. Nesse contexto, dois 
elementos se tocam: o passado, representado pela carroça 
puxada por cavalo, e o outro, representado pelo “moderno” 
bonde, que exige um ritmo mais rápido, mais frenético. A ima-
gem mostra bem o que aconteceu na cidade de São Paulo.
02 C
 Na imagem, é possível perceber a elevada segregação 
socioespacial presente em grandes centros urbanos como 
São Paulo. A foto mostra nitidamente a divisão da socie-
dade no espaço e as diferenças socioeconômicas existen-
tes ao destacar o contraste marcante entre o condomínio 
de alto padrão, cercado por muros altos e com grande 
infraestrutura de lazer, e a favela do Morumbi, em que fica 
evidente o caráter periférico e desordenado da ocupação.
03 C
 Com o advento da industrialização, a rede urbana articulou-
-se e ganhou dimensão nacional. Em um primeiro momento, 
desenvolveu-se e possibilitou a criação de um sistema hie-
rarquizado conectado às redes internacionais.
Questões Discursivas
01 a) Durante o século XX, verificou-se uma urbanização 
bastante concentrada na Região Sudeste do país, a 
mais industrializada e com o setor terciário mais desen-
volvido. A partir do Censo de 1980, observa-se uma 
intensa urbanização de regiões como Sul, Nordeste, 
Centro-Oeste e Norte. A partir de 1980, nota-se que 
mais de 50% da população em todas as regiões bra-
sileiras era urbana, ultrapassando o porcentual de 
população rural. O benefício trazido pelo processo de 
desconcentração industrial ocorrido a partir do Censo 
de 1980 permitiu que a Região Centro-Oeste, mesmo 
sendo a de menor população do país, apresentasse 
crescimento considerável em sua taxa de urbanização.
 b) A rede urbana refere-se ao conjunto de cidades peque-
nas, médias e grandes, como as metrópoles, que se 
relacionam de forma hierárquica. A partir da década 
de 1960, com o deslocamento da capital para Brasília 
(DF) e expansão das atividades econômicas como o 
agronegócio no Centro-Oeste, aconteceu uma urbani-
zação vigorosa da região com o surgimento de muitas 
cidades. Goiânia logo se tornou uma metrópole regio-
nal, uma vez que é a capital administrativa de Goiás, 
importante centro de comércio e serviços, além de 
industrialização na sua região metropolitana.
02 a) Na imagem de satélite noturna, os pontos luminosos 
representam a rede de cidades.
 b) Na figura II, observa-se a megalópole brasileira, 
uma área bastante urbanizada e formada por várias 
regiões metropolitanas: São Paulo, Campinas, Soro-
caba, Baixada Santista (polarizada por Santos), Vale 
do Paraíba (polarizada por São José dos Campos) e 
Rio de Janeiro.
 c) A rede urbana apresenta uma desigualdade no território 
brasileiro que reflete a distribuição da população e o nível 
de desenvolvimento socioeconômico e regional. A redeurbana é mais densa nas regiões com maior urbanização, 
industrialização e consumo de energia, como o Sudeste, 
Sul, trechos do Centro-Oeste e costa do Nordeste. No 
Norte, parte do Centro-Oeste e Sertão semiárido do Nor-
deste, a rede urbana é menor devido à menor densidade 
em termos demográficos e econômicos.
A regionalização do Brasil segundo o IBGEAula 11
Questões Objetivas
01 B
 Os sistemas de telemarketing só se tornaram viáveis em 
larga escala com a facilidade de acesso às redes de tele-
fonia, fixa ou móvel (celulares). No Brasil, especificamente, 
os processos de privatização dos sistemas de telecomuni-
cação, a partir da década de 1990, permitiram que grande 
parte da população dispusesse de serviços de comércio 
on-line, tornando os call centers uma forma de comuni-
cação entre compradores e fornecedores. Essa situação 
configura-se também no âmbito mundial, com grandes 
redes de vendas ligadas aos consumidores por call centers 
localizados em países por vezes distantes, como a Índia.
02 A
 A Revolução Informacional, a despeito de seu alcance 
global, tem como protagonistas alguns poucos Estados, 
com maior desenvolvimento da infraestrutura de comuni-
cações e com empresas na vanguarda da tecnologia de 
informação.
03 B
 Uma das principais fontes de renda da Região Norte se 
baseia no extrativismo mineral. O estado do Pará, um dos 
que têm maior potencial de riqueza do Brasil, produz bau-
xita (minério de alumínio) em Oriximiná, no baixo Vale do Rio 
Amazonas; minério de ferro em Parauapebas, no corredor 
Carajás, e o caulim, em Paragominas (Ipixuna).
199CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
Questões Discursivas
01 a) O agro-hidronegócio é um conceito que concebe 
a água como insumo essencial da cadeia produtiva, 
em que a água em estado líquido se transforma em 
produtos. Desse modo, entre as características que 
definem o agro-hidronegócio no Polígono estão terras 
planas e férteis, condições favoráveis à mecanização, 
investimentos estatais e privados, forte disponibilidade 
hídrica por meio de barragens, grandes rios, lagos e 
aquíferos, além do regular índice pluviométrico.
 b) Dentre as justificativas para a elevada concentração da 
produção canavieira na região, pode-se citar a logís-
tica dos corredores de exportação, a proximidade do 
mercado consumidor, a presença de solos férteis, os 
incentivos fiscais para a produção e os investimentos 
empresariais e tecnológicos.
02 a) As mesorregiões são respectivamente Sul Catarinense, 
Grande Florianópolis e Região Serrana.
 b) As microrregiões são Araranguá, Criciúma e Tubarão.
 c) Dentre os setores industriais, destaca-se a produção de 
cerâmica de revestimentos, louças e cristais.
 d) O tipo de formação rochosa da Formação Rio Bonito é 
arenítico associado a camadas de carvão. Suas princi-
pais características são uma sucessão sedimentar cíclica 
de arenitos, siltitos e folhelhos, cuja formação ocorreu 
em um ambiente costeiro. Registra abundância de res-
tos vegetais em sua formação, encontrados nos exten-
sos depósitos de carvão mineral.
Os complexos geoeconômicos do Brasil e os 
Quatro Brasis
Aula 12
Questões Objetivas
01 A
 As populações caiçaras, geraizeiras, ribeirinhas e faxinalen-
ses são consideradas populações tradicionais, cujos modo 
de vida e sistema de produção, tomados como característi-
cas culturais inerentes, são objeto de proteção pelo Estado. 
Essas populações sobrevivem de atividades de subsistên-
cia – agricultura, pesca, silvicultura e caça – e atividades 
complementadas como o artesanato. O excedente da 
produção desses grupos é dirigido para mercados locais.
02 C
 Os principais centros de gestão empresarial, segundo o 
IBGE, em Regiões de influência das cidades (2007), são, 
em ordem de importância, São Paulo, Rio de Janeiro e Bra-
sília. As metrópoles do Sudeste detêm essa importância 
por sediarem empresas que nas últimas décadas descen-
tralizaram suas atividades industriais. Já Brasília coloca-se 
como um dos principais centros decisórios por sediar inú-
meros organismos da administração pública federal que 
exercem direta influência sobre o planejamento e as dire-
trizes econômicas do país.
03 D
 Tradicionalmente, a maior parte das relações de traba-
lho presentes nos grandes latifúndios de cana-de-açúcar 
ao longo do território brasileiro é marcada pela migração 
sazonal de trabalhadores conhecidos como boias-frias, 
que se deslocam para trabalhar nos períodos de colheita, 
retornando ao seu município de origem quando esse tra-
balho se encerra (movimento migratório também conhe-
cido como transumância).
 
Questões Discursivas
01 Dentre as mudanças político-administrativas ocorridas na 
Região Centro-Oeste no período de 1950-1990, pode-se 
citar a criação de Brasília, a divisão do estado do Mato 
Grosso em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e a divisão 
do estado de Goiás em Goiás e Tocantins, passando este 
a ser parte da Região Norte.
 Dentre as características socioeconômicas atuais da região, 
têm-se elevada taxa de urbanização resultante da produção 
agropecuária modernizada, expressiva produção do agro-
negócio para exportação e elevada concentração fundiária.
02 Na Região Metropolitana de São Paulo, duas caracterís-
ticas de economias de aglomeração que estimularam a 
concentração industrial foram o grande mercado consu-
midor e a disponibilidade de capital para investimentos. 
Entre os fatores de desconcentração nas últimas décadas, 
citam-se congestionamentos de trânsito, alto valor dos ter-
renos, maior carga tributária para as empresas e salários 
mais elevados com sindicatos combativos. Esses fatores 
desestimularam a aglomeração industrial, com empresas 
se instalando no interior paulista e em outros estados.
Conceitos e tendências populacionaisAula 13
Questões Objetivas
01 A
 A partir de 1990, observa-se uma contínua queda no incre-
mento populacional mundial, devido à queda nas taxas de 
natalidade decorrente da elevação do nível de instrução, 
da adoção, cada vez mais significativa, de métodos contra-
ceptivos e, principalmente, da inserção da mulher no mer-
cado de trabalho. No entanto, esse crescimento continua 
positivo, mas, em prospectiva, deverá ser cada vez menor.
200 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
02 A
 A moderna lógica de organização produtiva do território 
nacional caracteriza-se pela centralização da gestão nos 
principais centros urbanos do país, como pode ser obser-
vado no mapa, sobretudo no destaque dado a São Paulo, 
Rio de Janeiro, Distrito Federal e Belo Horizonte. Os novos 
fatores locacionais e o desenvolvimento das telecomuni-
cações permitiram a desconcentração da produção, que 
também foi influenciada por fatores como saturação dos 
grandes centros e incentivos fiscais.
03 D
 Com o fim da Guerra Fria e o colapso do mundo socialista, a 
Divisão Internacional do Trabalho (DIT) – fundamentada nos 
sistemas socioeconômicos capitalismo e socialismo, os quais 
embasaram a classificação dos países conforme a “Teoria 
dos Mundos”– perdeu o sentido. Nessa teoria, o Primeiro 
Mundo era constituído por países capitalistas desenvolvidos; 
o Segundo Mundo, países socialistas, e o Terceiro Mundo, 
subdesenvolvidos. Gradativamente, a nova DIT adotou a 
bipolarização Norte-Sul. Nessa nova proposta de divisão, os 
países ricos, independentemente de sua posição geográfica, 
se boreal ou austral, passaram a ser denominados países do 
Norte, e os pobres, do Sul. Essa divisão é ilustrativa das desi-
gualdades existentes entre os países em escala global. 
Questões Discursivas
01 a) Em países como o Brasil, a necessidade de políticas públi-
cas de planejamento familiar ocorre para conscientizar os 
indivíduos a respeito da formação da família para que esta 
cresça de forma saudável, enquanto, em países como a 
Dinamarca, busca-se o aumento da natalidade como 
forma de recompor a taxa de reposição da população.
 b) Porque pode achatar a taxa defecundidade do país, redu-
zindo a reposição da população e a população economi-
camente ativa, enquanto eleva a proporção de idosos.
02 Os dados de Burkina Faso sugerem que o baixíssimo nível 
de escolaridade resulta em precárias condições sociais, 
ilustradas na pirâmide pela base larga e pelo topo estreito, 
indicando elevada taxa de natalidade e baixa expectativa 
de vida.
 Os dados de Sri Lanka sugerem que o maior nível de esco-
laridade reflete em menores taxas de fecundidade e maior 
expectativa de vida.
As teorias demográficasAula 14
Questões Objetivas
01 C
 O nível de consumo menor nos países do Sul deve-se ao 
menor poder aquisitivo de suas populações. Esse modelo 
de desenvolvimento e de consumo é norteado pelo lucro, 
que não tem como referência preocupações com o meio 
ambiente.
02 A
 O espaço urbano de São Paulo é marcado por clara segre-
gação socioespacial, com aumento de ocupações irregu-
lares, especialmente em áreas da periferia norte e sul do 
município.
03 E
 A microrregião do Cariri, ao sul do estado do Ceará, 
insere-se no Sertão Nordestino, área caracterizada pela 
seca em razão do predomínio de clima semiárido, o que 
colabora com os históricos fluxos migratórios que se diri-
gem para o litoral, com destaque para a Região Metropoli-
tana de Fortaleza. Entretanto, as características naturais da 
região não explicam o fenômeno por si só, tendo em vista 
que a má distribuição de terras, marcada pela presença 
de extensos latifúndios, colabora com o agravamento da 
fome e da miséria, o que intensifica a evasão populacional.
Questões Discursivas
01 a) Comparando o crescimento demográfico ocorrido 
após a Revolução Agrícola Neolítica e o ocorrido com 
a Revolução Agrícola da Idade Média, percebe-se 
que, no primeiro momento, período em que se inicia 
a sedentarização do homem com o rudimentar con-
trole sobre sua produção de alimentos, o crescimento 
populacional foi bastante modesto. Já no segundo 
momento, o desenvolvimento de instrumentos e téc-
nicas permite a expansão da produção de alimentos, 
aliada ao aumento da produtividade, resultando em um 
expressivo crescimento populacional.
 b) Os dados do gráfico contrariam a Teoria Malthusiana, 
segundo a qual o aumento populacional seria superior 
ao aumento da produção de alimentos.
02 a) As diferenças nas tendências de crescimento estão 
relacionadas, principalmente, aos diferentes níveis de 
desenvolvimento socioeconômico desses dois grupos 
de países. No grupo dos mais desenvolvidos, o maior 
conhecimento e o uso de práticas anticonceptivas, 
os melhores níveis de educação, a maior presença da 
mulher no mercado de trabalho, o retardamento dos 
matrimônios, o alto custo de criação dos filhos, o plane-
jamento familiar, a urbanização, dentre outros implica-
ram a diminuição gradativa na taxa de fecundidade ao 
longo do tempo, reduzindo o crescimento demográfico. 
201CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
Nos países menos desenvolvidos, a menor renda fami-
liar e os baixos níveis de escolaridade, somados às difi-
culdades de acesso aos serviços de saúde, dificultam o 
planejamento familiar, contribuindo para manutenção 
de elevadas taxas de fecundidade e um consequente 
crescimento demográfico.
 b) Países mais desenvolvidos: dificuldades de manuten-
ção do sistema previdenciário, aumento nos gastos 
com saúde, redução na oferta de mão de obra e conse-
quente aumento no seu custo.
 Países menos desenvolvidos: aumento nos custos dos 
investimentos públicos como saúde, educação e pro-
gramas sociais, falta de postos de trabalho e achata-
mento salarial.
O crescimento populacional brasileiroAula 15
Questões Objetivas
01 B
 Em razão de seu grau de polarização, em parte devido 
à enorme oferta de serviços e trabalho, a Região Metro-
politana de São Paulo apresenta um arranjo populacional 
que envolve um intenso movimento pendular no âmbito 
da chamada macrometrópole, alcançando cidades que 
distam até mais de 100 quilômetros da capital, tais como 
Jundiaí, Santos, Cubatão, Campinas, Bragança Paulista, 
São José dos Campos etc.
02 A
 A partir da década de 1950 e, principalmente, da seguinte, 
teve início, no Brasil, uma série de políticas de integração 
territorial que visavam à ocupação das regiões Centro-
-Oeste e Norte do país, as quais se achavam isoladas do 
processo de desenvolvimento econômico. Esse incentivo 
atraiu enormes contingentes populacionais, o que facilitou 
o crescimento contínuo de suas populações.
03 A
 O Índice de Desenvolvimento Humano leva em consideração 
três elementos: a educação (geralmente se utiliza o tempo de 
escolaridade, quantidade média de anos que os alunos fre-
quentam a escola), a saúde (para a qual se utiliza a expectativa 
de vida) e a renda (chega-se a ela pelo cálculo da renda per 
capita corrigida pelo poder de compra, levando-se em conta 
o custo de vida). No caso da charge, critica-se a baixa renda 
dos habitantes que, vivendo nas ruas, não têm recursos para 
obter uma alimentação decente e regular.
Questões Discursivas
01 O crescimento vegetativo de uma população é calcu-
lado por meio da diferença entre as taxas de natalidade 
(nascimentos a cada 1 000 habitantes) e mortalidade (mor-
tes a cada 1 000 habitantes). A taxa de fecundidade corres-
ponde ao número médio de filhos por mulher na idade fér-
til, portanto interfere na taxa de natalidade. Assim, quando 
a taxa de fecundidade tem queda, a taxa de natalidade 
sofre diminuição. As taxas de natalidade e fecundidade caí-
ram no Brasil nos últimos anos devido a múltiplos fatores, 
entre os quais estão a urbanização, a melhoria do acesso 
aos serviços de educação e saúde, a difusão do acesso a 
anticoncepcionais e a emancipação feminina.
02 A população brasileira surgiu com base em forte pro-
cesso de marginalização, principalmente de indígenas e 
afrodescendentes, contidos pela supremacia de povos 
dominadores, principalmente portugueses. Por tal motivo, 
a sociedade brasileira continua estratificada, cabendo às 
parcelas brancas o poder econômico e social, restando 
aos afrodescendentes e indígenas a exclusão social.
Panorama das imigrações no BrasilAula 16
Questões Objetivas
01 A
 Considerando o fato de que o estilo de vida camponês se 
assemelha muito à vida urbana, principalmente em regiões 
mais desenvolvidas socioeconomicamente, e o acesso à 
energia elétrica permitiu a instalação nas moradias rurais de 
uma série de eletrodomésticos, como geladeiras, televisões, 
freezers e computadores, que aproximam as pessoas do 
estilo de vida cotidiana urbana, a população rural começa a 
reproduzir de forma expressiva o comportamento do habi-
tante do meio urbano.
02 B
 O fim do tráfico negreiro, por força da Lei Eusébio de 
Queirós, em 1850, coincidindo com a expansão da cafei-
cultura no oeste paulista, assinalou o início de um acen-
tuado crescimento da imigração europeia, destinada 
a suprir a falta de mão de obra que então se esboçava. 
A tabela apresentada confirma essa tendência, pois a 
produção permaneceu em ascensão mesmo quando o 
café passou a apresentar excedentes, porque a “política 
de valorização do café”, sistematizada no Convênio de 
Taubaté (1906), continuou a estimular a atividade cafeeira. 
Nesse quadro, eventuais reduções no fluxo imigrató-
rio foram compensadas em quinquênios subsequentes, 
merecendo destaque, por sua intensidade, a queda verifi-
cada em 1915-1920, devido à Primeira Guerra Mundial.
03 B
 A Serra do Espinhaço e principalmente o Vale do Rio São 
Francisco, desde os primórdios da colonização, consti-
tuíram-se delimitantes do avanço da colonização para 
202 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VESTIBULARES SP – LIVRO 2
as terras do Sertão. Inicialmente, ao longo do Vale do 
Rio São Francisco, disseminou-se a atividade pecuária 
extensiva e, a posteriori, a cultura do algodão. As ban-
deiras oriundas da Vila de São Paulo contribuíram para 
a fixação de povoados com base em atividades ligadas à 
mineração e, em menorproporção, à agricultura de sub-
sistência e à pequena criação de gado. As monoculturas 
concentravam-se nas porções litorâneas, onde clima e 
solo eram mais férteis.
Questões Discursivas
01 a) Fluxo de emigração e migração de retorno: a par-
tir da década de 1980, o Brasil conheceu um forte 
movimento de saída de brasileiros para o exterior, 
em busca de trabalho e melhores condições de vida. 
Com a posterior crise econômica mundial, os países 
centrais geraram a reversão das expectativas daque-
les que viviam no exterior, e vários tomaram a decisão 
de retornar ao Brasil, caracterizando um expressivo 
fluxo de retorno (não há registrados dados exatos 
desses fluxos). No Japão e na União Europeia, por 
exemplo, foram criados programas de retorno volun-
tário assistido, oferecendo apoio àqueles que, por 
falta de condições financeiras, não tinham meios para 
retornar ao seu país.
b) Fluxo de imigração: a situação econômica privile-
giada do Brasil em relação a outras nações, no início 
dos anos 2000, aumentou as solicitações de vistos 
de trabalho de estrangeiros em empresas brasileiras, 
por exemplo, o que indica uma situação de aumento 
da mão de obra capacitada no Brasil recente. Outro 
exemplo é a situação dos haitianos que buscam refú-
gio no Brasil, devido às catástrofes ambientais e con-
dições de extrema pobreza no Haiti.
02 O processo de globalização contém diversos aspectos que 
privilegiam as migrações internacionais, dentre os quais: a 
evolução dos meios de transportes e telecomunicações; 
a abertura dos mercados e consolidação dos blocos eco-
nômicos promovendo a permeabilidade das fronteiras; o 
aumento do abismo socioeconômico Sul-Norte.
 Dentre os aspectos motivadores das migrações, pode-se 
citar: conflitos civis e regionais responsáveis por grande 
número de deslocados; diferenças étnicas, políticas e ideo-
lógicas; busca por melhores condições salariais e emprega-
tícias; cataclismos naturais.
Migrações internas no BrasilAula 17
Questões Objetivas
01 E
 A grande questão que envolve as populações infantis que 
vivem nas cidades é o crescimento desordenado do 
número de crianças, seja pela maior taxa de natalidade 
observada entre as populações pobres, seja pelo próprio 
contingente de crianças migradas. Esse maior número de 
crianças nem sempre tem a seu favor o atendimento social 
necessário, e, assim, a “vantagem urbana” (constituída pelo 
maior atendimento quanto à educação e à saúde) se perde.
02 E
 No período de 2004 a 2009, as metrópoles da Região 
Sudeste apresentaram alto grau de saturação das infraes-
truturas urbanas, o que provocou uma diminuição dos flu-
xos migratórios. Logo, a escassez de empregos superou 
a demanda por eles, ocasionando um fluxo contrário, ou 
seja, migrações de retorno.
03 B
 A transferência de população das áreas rurais para as 
áreas urbanas está na origem dos grandes aglomerados 
metropolitanos, que se expandiram sobretudo devido 
ao processo de industrialização. Essa transferência rural-
-urbana possibilitou uma grande mobilidade social, visto 
que, a despeito de um grande número de migrantes 
continuar na condição de marginalizados nas grandes 
cidades, houve uma substancial melhoria no padrão de 
vida de alguns deles.
Questões Discursivas
01 Um efeito positivo para a economia do Brasil decorre do 
perfil dos imigrantes venezuelanos, grande parte inte-
grando a população em idade ativa (acima de 15 anos) 
e com ensino médio e superior concluídos; portanto, 
trata-se de mão de obra com maior qualificação em várias 
áreas. Entre as alterações decorrentes da entrada de imi-
grantes venezuelanos está o aumento da proporção de 
adultos na composição etária de Roraima. Entre outras 
alterações na demografia do estado, observa-se um 
aumento significativo na população absoluta, uma vez que 
Roraima é o estado menos populoso do país, além de uma 
elevação na proporção de homens.
02 a) O país de origem desse fluxo recente é o Haiti, cujas 
razões de natureza física e social são respectivamente 
os abalos sísmicos ocorridos particularmente em 2010 e 
a miséria crônica da população.
b) A entrada dos imigrantes se dá por esse trecho em razão 
da vulnerabilidade da fronteira, que possui fiscalização 
ineficaz, maior ação de grupos de tráfico que facilitam o 
ingresso dos imigrantes por meio de pagamento, pai-
sagem marcada pela floresta exuberante que cria rotas 
invisíveis perante a fiscalização e presença de rodovias 
que garantem a mobilidade dos imigrantes.

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