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AULA 1 
ESTRUTURAÇÃO, ELABORAÇÃO DE 
PROJETOS E A FARMÁCIA SATÉLITE 
Profª Fabrine Cecon 
 
 
2 
INTRODUÇÃO 
Vamos inicialmente conceituar a principal função e responsabilidade da 
farmácia hospitalar. A farmácia hospitalar realiza vários processos que visam o 
uso racional e consciente de medicamentos e correlatos dentro de uma instituição. 
Nesse local são armazenados, controlados e dispensados os materiais e 
medicamentos, sempre primando pela segurança do paciente (Brasil, 1994). 
A farmácia central ou geral, independentemente da maneira como é 
chamada, geralmente é a maior estrutura do serviço de farmácia dentro de uma 
instituição hospitalar. Podemos fazer uma analogia ao chamar a farmácia central 
de Matriz de distribuição de medicamentos e as farmácias satélites de filiais desse 
atendimento. Porém, as farmácias satélites têm um papel importantíssimo em 
relação à criticidade do setor onde está estruturada, sendo que sua principal 
função é tornar a dispensação de medicamentos e toda assistência farmacêutica 
mais ágil e efetiva. 
Dentro do sistema de dispensação de medicamentos e correlatos dentro 
da instituição hospitalar se faz necessário facilitar e agilizar a disponibilização dos 
medicamentos e materiais, sendo, portanto, de extrema importância as unidades 
satélites. Essas unidades estratégicas de distribuição são chamadas de farmácias 
satélites. 
A estruturação das farmácias satélites é destinada à mesma área física dos 
setores críticos. Como todas as farmácias em ambiente hospitalar, essas também 
têm a finalidade de estocar adequadamente os medicamentos e materiais médico-
hospitalares, incluindo assim a assistência farmacêutica efetiva e direta, 
proporcionando aos pacientes um atendimento ágil, eficaz e seguro. 
Dessa forma, as farmácias satélites podem ser compreendidas como 
núcleos farmacêuticos distribuídos em locais específicos dentro de uma instituição 
hospitalar, tendo como principal objetivo garantir uma maior rapidez na entrega 
dos medicamentos para os pacientes, com controles rigorosos dos estoques. Uma 
das estratégias relacionadas à farmácia satélite é a descentralização dos serviços 
prestados, viabilizando assim uma maior agilidade ao sistema de distribuição de 
medicamentos e permitindo maior interação entre as farmácias e os diversos 
setores do hospital (Carbonera, 2011). 
Após analisarmos os conceitos de farmácia hospitalar geral e de farmácia 
satélite, podemos concluir que o controle de estoque de materiais médico-
 
 
3 
hospitalares e medicamentos é o ponto focal em qualquer instituição hospitalar, e 
que as atividades de assistência farmacêutica colaboram com a integridade dos 
controles. Não podemos nos esquecer de conceituar as atividades de gestão e 
controle realizadas pelo farmacêutico, como a farmácia clínica e a atenção 
farmacêutica – atividades inseridas na cadeia assistencial farmacêutica. 
O objetivo principal do estudo da farmácia satélite é expandir a gestão 
farmacêutica, o abastecimento de materiais médico-hospitalares e medicamentos 
de qualidade em locais estratégicos dentro da instituição hospitalar. É muito 
importante que qualquer ambiente destinado à dispensação de medicamentos, 
em âmbito hospitalar, seja assistido pelo profissional farmacêutico. 
A preocupação com a gestão de estoques farmacêuticos é constante 
dentro dos hospitais, e várias ferramentas de gestão e de controle são 
implementadas para assegurar a dispensação segura, o que, além de reduzir as 
divergências de estoques, garante a segurança para os pacientes. 
Além dos controles da assistência farmacêutica, a gestão de estoques 
impacta na redução de custos e garante que o fluxo de distribuição e 
armazenamento seja realizado corretamente, garantindo a integridade dos 
materiais médico-hospitalares e medicamentos. 
TEMA 1 – HISTÓRICO DA FARMÁCIA HOSPITALAR 
Não podemos deixar de abordar o histórico da profissão farmacêutica. 
Antigamente, as farmácias eram conhecidas como boticas coloniais. 
Conforme Silva (2015): 
O boticário pesquisava, manipulava e avaliava novos produtos – a 
maioria de origem animal ou vegetal. Uma de suas principais funções 
era garantir que os medicamentos fossem puros, sem alterações, e 
preparados de acordo com as técnicas adequadas à sua época. Era 
responsável, acima de tudo, pelo aconselhamento sobre o uso correto 
dos medicamentos magistrais e por sua indicação. 
A origem da profissão farmacêutica é milenar e data de 200 d.C, quando 
Galeno – seguidor de Hipócrates, que, por sua vez foi considerado o Pai 
da Medicina – organizou o primeiro compêndio de técnicas de 
manipulação de ervas e drogas com a finalidade de curar as mais 
diversas doenças conhecidas na época. Desde então, o farmacêutico é 
o responsável pela arte de dispor de medicamentos, seja nas farmácias 
de manipulação (magistral ou homeopática), farmácias hospitalares e 
em grandes indústrias de medicamentos. 
A profissão farmacêutica pode ser considerada uma das mais antigas e 
fascinantes, tendo como princípio fundamental a melhoria da qualidade 
de vida da população. O farmacêutico deve nortear-se pela ética, 
apresentando-se como essencial para a sociedade, pois é a garantia do 
fornecimento de toda a informação voltada ao uso dos medicamentos. 
 
 
4 
Em 1752, foi criada a primeira farmácia hospitalar em um hospital da 
Pensilvânia (EUA), sendo assim definida a primeira proposta de padronização de 
medicamentos. 
No Brasil, as farmácias hospitalares mais antigas foram instaladas nas 
Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Militares. O prof. José Sylvio Cimino foi 
pioneiro na área do serviço de farmácia do Hospital das Clínicas da Universidade 
de São Paulo, como um dos baluartes da farmácia hospitalar brasileira, cujo 
trabalho contribuiu efetivamente para o desenvolvimento da assistência 
farmacêutica hospitalar. 
A farmácia hospitalar é uma “unidade tecnicamente aparelhada para prover 
as clínicas e demais serviços dos medicamentos e produtos afins de que 
necessitam para normal funcionamento” (Cimino, 1973). 
1.1 Industrialização 
Com a industrialização dos medicamentos, e surgindo assim o fármaco 
pronto para uso, houve uma crise na profissão farmacêutica, atingindo de forma 
parecida o farmacêutico de hospital. Esse profissional praticamente desapareceu 
dos hospitais, só permanecendo nas instituições de grande porte. 
 Em alguns países desenvolvidos, a saída dessa crise foi o retorno do 
farmacêutico para o hospital, ou seja, o farmacêutico passou a ser um especialista 
em medicamentos, recuperando a relação médico-farmacêutico e farmacêutico-
paciente, cuja principal habilidade estava na informação sobre os medicamentos 
(Magarinos-Torres et al., 2007). 
O farmacêutico é o profissional detentor de todas as informações sobre os 
medicamentos, uma vez que este é o profissional que mais estuda e se dedica às 
informações referentes aos medicamentos. Esse profissional insere a assistência 
no ambiente hospitalar, por meio de suas atividades clínicas e administrativas, 
contemplando inúmeras ferramentas de controle relacionadas à dispensação de 
medicamentos e materiais médico-hospitalares. 
E é importante ressaltar que: 
A importância do gerenciamento dos estoques implicará em lucros para 
o hospital, pois um bom controle evitará perdas e desperdícios de 
medicamentos. Estes serviços de controle e distribuição serão de inteira 
responsabilidade da farmácia. (Barbosa, citado por Santana; Oliveira; 
Ribeiro Neto, 2014) 
 
 
 
5 
TEMA 2 – FARMÁCIA HOSPITALAR 
A farmácia hospitalar é “uma unidade clínica, administrativa e econômica, 
dirigida por farmacêutico, ligada hierarquicamente à direção do hospital e 
integrada funcionalmente com as demais unidades de assistência ao paciente” 
(CFF, 2008). 
A Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar (SBRAFH) identifica a 
possibilidade de redirecionamento da farmácia hospitalar para ações clínico-assistenciais: 
O farmacêutico responsabiliza-se com os resultados da assistência 
prestada ao paciente e não apenas com a provisão de medicamentos e 
outros produtos farmacêuticos. Como unidade assistencial, o foco da 
atenção da farmácia deve estar no paciente e em suas necessidades e 
no medicamento como instrumento. (SBRAFH, 1997) 
Carbonera (2011) menciona que: 
Em relação aos custos da assistência, e conforme a realidade sanitária, 
é necessário implementar ações na assistência farmacêutica hospitalar, 
cujos resultados, nos aspectos clínicos, humanitários e financeiros, 
causem impactos positivos na gestão hospitalar, promovendo a melhoria 
da qualidade e a segurança na assistência prestada aos pacientes. 
O foco principal do serviço de farmácia hospitalar é servir o paciente, com 
o objetivo de dispensar medicações seguras e oportunas. A principal missão da 
farmácia é dispor todas as informações referentes aos medicamentos, desde a 
seleção dos produtos até sua dispensação ao paciente, acompanhando toda a 
jornada da administração que compreende o plano assistencial, econômico e 
investigativo das funções dos medicamentos. 
Em outras palavras, “O farmacêutico tem, portanto, uma importante função 
clínica, administrativa e de consulta” (Celestino et al., 2012). 
O Serviço Farmacêutico Hospitalar é um setor com autonomia técnica e 
científica, sendo primordial a administração deste ser assegurada por um 
farmacêutico hospitalar, constituindo uma estrutura importante aos cuidados de 
saúde dispensados no meio hospitalar. 
Segundo o CRF-SP (2019), o farmacêutico: 
é responsável pela orientação de pacientes internados e ambulatoriais, 
visando sempre à eficácia terapêutica, à racionalização dos custos, ao 
ensino e à pesquisa, propiciando, assim, um vasto campo de 
aprimoramento profissional. 
De acordo com Celestino et al. (2012), 
 
 
6 
A instituição hospitalar é um órgão de abrangência assistencial, técnico-
científica e administrativa, onde se desenvolvem atividades ligadas à 
produção, armazenamento, controle, dispensação e distribuição de 
medicamentos e correlatos às unidades hospitalares. É igualmente 
responsável pela orientação de pacientes internos e ambulatoriais, 
visando sempre à eficácia da terapêutica, além da redução dos custos, 
voltando-se também para o ensino e a pesquisa, propiciando, assim, um 
vasto campo de aprimoramento profissional. 
2.1 Objetivos da Farmácia Hospitalar + Satélites 
Conforme encarte da Pharmacia Brasileira de 2011 (citada por Dantas, 
2011): 
O objetivo de uma farmácia hospitalar é visar o alcance e eficiência na 
assistência ao paciente e integração às demais atividades desenvolvidas 
no ambiente hospitalar. 
Para atingir seus objetivos, a farmácia deve contar com um sistema 
eficiente de informações, dispor de sistema de controle e manipular 
corretamente os fatores de custo. 
É essencial, também, o planejamento e gerenciamento adequado do 
serviço: 
Dentro de um hospital, as questões referentes ao gerenciamento dos 
medicamentos e a forma como estes são distribuídos entre seus vários 
setores (postos de enfermagem, centro de tratamento intensivo, centro 
cirúrgico) nos dizem muito em relação à qualidade da prestação deste 
serviço pela farmácia. (Freitas, 2004) 
A existência de farmácias satélites em setores críticos de um hospital 
promove a racionalização no seu sistema de distribuição de medicamentos; a 
redução dos custos na aquisição desses produtos, devido a um controle maior; e 
uma maior proximidade do profissional farmacêutico com as necessidades dos 
pacientes (Carbonera, 2011). 
É necessário implementar, nas farmácias satélites, atividades não somente 
pertinentes à farmácia geral, mas outras, como as descritas a seguir: 
1. planejar, adquirir, analisar, armazenar, distribuir e controlar medicamentos 
e correlatos; 
2. promover o desenvolvimento de pesquisas e trabalhos próprios ou em 
colaboração com profissionais do setor; 
3. desenvolver atividades didáticas; e 
4. mapear a necessidade de implantação e o desenvolvimento da farmácia 
clínica (Sousa, 2012). 
 
 
 
7 
TEMA 3 – FARMÁCIAS SATÉLITES 
De acordo com Santana, Oliveira e Ribeiro Neto (2014), 
A farmácia hospitalar pode ser dividida entre farmácia central e satélite. 
A farmácia central tem como objetivo receber, armazenar (estocar), 
controlar o estoque e distribuir os medicamentos e materiais para as 
farmácias do hospital. Em alguns hospitais, cada andar tem uma 
farmácia satélite. 
Sobre a necessidade de supervisão diária, Carbonera (2011) argumenta: 
É preciso que haja supervisão diária de um farmacêutico do hospital nas 
farmácias satélites, proporcionando uma assistência farmacêutica 
adequada, levando à racionalização e ao controle do estoque de 
medicamentos, considerando sempre a eficiência do sistema de 
distribuição. Quando isto acontece, os medicamentos são distribuídos 
conforme as quantidades que realmente serão utilizadas pelos 
pacientes, evitando a formação de estoques desnecessários nos setores 
e eliminando os desperdícios. A importância da Farmácia Satélite entra 
em foco, pois em um hospital existem setores de áreas críticas 
(diferenciadas), que possuem características específicas e 
necessidades próprias de um sistema de dispensação de medicamentos 
e materiais. Podemos usar como exemplos os setores que necessitam 
do serviço mais próximo da farmácia satélite, como o centro cirúrgico 
(CC), o ambulatório, o pronto-socorro e a unidade de terapia intensiva 
(UTI). 
Segundo Cavallini e Bisson (2002), 
Nesses setores críticos, há necessidade de uma atenção diferenciada, 
pois são caracterizados por aspectos de estoques elevados de materiais 
e medicamentos sem controle efetivo; o consumo de medicamentos e 
materiais nestes setores geralmente é excessivo e o custo dos materiais 
e medicamentos são mais altos, sendo assim, o uso inadequado de 
alguns itens pode levar ao desperdício, além disso, vários itens 
necessitam de cuidados no armazenamento e no controle especial. 
As farmácias satélites facilitam a distribuição segura e assistida dos 
medicamentos, bem como o controle de estoque destes, o que proporciona um 
sistema correto de distribuição, reduzindo o desperdício e os custos com 
aquisição dos medicamentos na instituição. Com as farmácias satélites dentro dos 
setores críticos, é possível a redução de contaminação cruzada devido à menor 
circulação de profissionais para retirada de medicamentos na farmácia. 
Setores como Pronto-Socorro, Centro Cirúrgico/Centro Obstétrico, 
Oncologia e Cardiologia são locais em pontos estratégicos onde as farmácias 
satélites podem ser instaladas, contribuindo para a agilidade do trabalho da 
equipe médica e da enfermagem, com maior presteza na dispensação dos 
medicamentos e materiais médico-hospitalares, proporcionando, assim, um 
atendimento imediato aos pacientes (Celestino et al., 2012). 
 
 
8 
A infraestrutura das farmácias satélites muitas vezes não são as mais 
adequadas, o que impossibilita a manipulação de produtos, seja qual for sua 
categoria. As dispensações nas farmácias satélites são realizadas com produtos 
acabados, oriundos da manipulação, produtos industrializados e correlatos, de 
acordo com a necessidade do setor (Sousa, 2012). 
As farmácias satélites devem observar atentamente o alcance de seus 
deveres, de forma consciente e apropriada. Simplesmente atendê-los não 
significa muito; o que importa é o modo como são alcançados e a seriedade com 
que são cumpridos. 
As farmácias satélites geralmente não têm uma estrutura física ampla, 
capaz de armazenar um estoque para atendimento por período. Sendo assim, e 
vindo ao encontro do conceito de agilidade e de proximidade das unidades 
críticas, os estoques são enxutos e de abastecimento constante, o que requer 
controles igualmente constantes e fidedignos. 
As farmácias satélites englobam todas as atividades de controle, assim 
como a farmácia geral.Esta última apresenta uma estrutura física maior, pois 
necessita de espaço de armazenamento, atividades administrativas, área de 
fracionamento, entre outras. 
3.1 Olhar sob gestão de processos 
Conforme Bernardino (2014): 
Revendo a conceituação atual para farmácias central e satélite, 
comparando com os modelos de gestão modernos que preconizam que 
na mesma estrutura não devem ter processos que se sobrepõem e, 
ainda, considerando que o termo “satélite”, em seu contexto amplo, trata-
se de um objeto que orbita em torno de um maior, entende-se que as 
farmácias satélites não deveriam orbitar em torno de uma farmácia 
central e repetir, muitas vezes, seus processos. 
Ampliando a análise, pode-se também questionar por que a farmácia 
central repete, em grande parte, o processo da Central de 
Abastecimento Farmacêutico (CAF), especialmente quanto aos 
processos de estocar e distribuir para as farmácias satélites. 
Na utilização de um fluxo racional de logística de entradas e saídas, cabe 
a CAF receber, armazenar e distribuir para as farmácias especializadas 
e descentralizadas conforme a necessidade da organização. Assim, 
neste modelo, o termo mais correto a substituir “farmácia satélite” é o de 
“farmácia descentralizada”, que é aquela que tem seus próprios 
processos de trabalho, sem replicação daqueles exercidos pela CAF ou 
pela farmácia central. 
Da mesma forma, a farmácia central não deve redistribuir para as 
farmácias descentralizadas. Um novo olhar sobre a estrutura da farmácia 
hospitalar com ferramentas da administração moderna permite repensar 
a organização dos processos e do sistema de gestão, integrando as 
atividades, redefinindo as competências e conhecimentos necessários 
 
 
9 
ao farmacêutico hospitalar no desempenho de suas atribuições neste 
novo cenário. 
O profissional farmacêutico deve rever os conceitos processuais e estar 
preparado para mudanças de paradigmas e, sobretudo, para processos 
necessários no modelo de gestão tradicionalmente utilizado para um modelo mais 
racional, o de gestão por processos. 
TEMA 4 – ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA 
Assistência farmacêutica compreende atitudes, valores, éticos, 
comportamentos, habilidades, compromissos e corresponsabilidades na 
prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma 
integrada à equipe de saúde. É a interação direta do farmacêutico como 
usuário, visando a uma farmacoterapia racional e à obtenção de 
resultados definidos e mensuráveis voltados para a melhoria da 
qualidade de vida. Esta interação também deve envolver as concepções 
dos seus sujeitos, respeitadas as suas especificidades biopsicossociais, 
sob a ótica da integralidade das ações de saúde. (OPAS/OMS, 2002) 
A normativa regente RDC 357/10 define a atenção farmacêutica como 
papel exclusivo do profissional farmacêutico com formação acadêmica, devido ao 
seu conhecimento no fármaco e toda abrangência social e biológica, com ênfase 
clínica e patológica, consolidando a relação existente entre a prática e o 
conhecimento teórico, de modo a promover a saúde, a segurança e o bem-estar 
do paciente (Oliveira et al., 2001, citado por Silva, 2015, p. 12). 
Linda Strand (citada por Couto, 2010, p. 24) conceituou a expressão 
atenção farmacêutica como inacabada, passando a defender a seguinte definição: 
“prática por meio da qual o profissional assume a responsabilidade pela definição 
das necessidades farmacoterápicas do paciente e o compromisso de resolvê-las”. 
É bom enfatizar que a atenção farmacêutica deve ser considerada uma 
prática que auxilia a população, assim como as demais áreas de saúde, e esta 
segue um processo de cuidado com paciente, uma filosofia e um sistema de 
manejo, diferentemente do conceito de 1990, que foca na obtenção de resultados. 
Mas, para a autora, os resultados não têm significado fora do contexto de uma 
prática assistencial (Pharmaceutical..., 1997). 
A atenção farmacêutica tem a finalidade de reduzir os custos com 
assistência médica e garantir maior segurança aos usuários de medicamentos. 
Conforme Pereira e Freitas (2008) conceituam: 
Atenção Farmacêutica já é realidade e tem demonstrado ser eficaz na 
redução de agravamentos dos portadores de patologias crônicas e de 
custos para o sistema de saúde. 
 
 
10 
No Brasil, esta atividade ainda é incipiente e alguns fatores dificultam 
sua implantação; entre eles, a dificuldade de acesso aos medicamentos 
por parte dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), Unidades 
Básicas de Saúde sem farmacêutico e a ausência de documentação 
científica que possibilite demonstrar aos gestores do sistema público e 
privado que a implementação da Atenção Farmacêutica representa 
investimento, e não custo. 
Por outro lado, sendo uma nova atividade do profissional farmacêutico, 
torna-se primordial que as instituições de ensino farmacêutico 
promovam adaptações curriculares, de modo a fornecer o conhecimento 
formal necessário ao desempenho desta atividade. 
Pode-se definir a atenção farmacêutica como parte importante da profissão 
farmacêutica, sendo responsável pelo acompanhamento farmacológico, com o 
propósito de atingir resultados concretos, melhorando assim a qualidade de vida 
do paciente. 
De acordo com Faus et al. (2000), “A Atenção Farmacêutica é uma área 
dentro da Assistência Farmacêutica que foca suas atividades no paciente”. 
A assistência farmacêutica engloba todas as atividades inerentes à 
profissão farmacêutica; assim, qualquer unidade envolvida na dispensação de 
medicamentos e materiais médico-hospitalares desenvolve uma atividade 
inerente à função do farmacêutico. Isso garante ao paciente um plano terapêutico 
eficaz e seguro. 
TEMA 5 – FARMÁCIA CLÍNICA 
A farmácia clínica teve início no século XX, pois os farmacêuticos que 
atuavam na área assistencial começaram a converter-se em meros dispensadores 
de produtos fabricados, distanciando-se da equipe de saúde e do paciente. 
As inquietudes geradas por essa situação levaram ao nascimento, na 
década de 1960, de um movimento profissional que, questionando sua formação 
e atitudes, determinou como poderiam ser corrigidos os problemas que estavam 
sendo detectados. Assim, líderes profissionais e educadores norte-americanos 
passaram a discutir o conceito de orientação ao paciente, que levou à criação do 
termo farmácia clínica, compreendida como uma atividade que permitiria aos 
farmacêuticos novamente participar da equipe de saúde, contribuindo com seus 
conhecimentos para melhorar o cuidado (Instituto Racine, [S.d.]) 
Foram formulados vários conceitos para farmácia clínica, como farmácia 
orientada, de forma equivalente ao medicamento e ao indivíduo que o recebe; 
farmácia realizada ao lado do paciente, entre outros. 
 
 
11 
Os conceitos de farmácia clínica foram sendo paulatinamente difundidos 
e incorporados pela profissão farmacêutica no mundo todo. No Brasil, o 
grande interesse pelo tema se deu na década de 80, em especial na área 
hospitalar, onde esta prática se desenvolveu com mais força. Por esta 
razão, ainda hoje existe a ideia de que farmácia clínica é uma atividade 
somente exercida no ambiente hospitalar, onde está presente toda a 
equipe de cuidado ao paciente. Esta é uma ideia que pode e deve ser 
repensada, pois o exercício da atividade clínica não pode ser uma 
questão de ambiente e oportunidade, mas uma questão de filosofia 
profissional, ou seja, o profissional que está voltado para o exercício da 
clínica, age como clínico em qualquer ambiente onde se requeira uma 
postura de avaliação de situação para identificação e resolução de 
problemas de saúde. Um exemplo disso pode ser verificado diariamente 
na postura de profissionais clínicos diante de situações que demandem 
sua atuação, como em vias públicas, cinemas, aviões. Portanto, seja em 
qualquer local onde esteja presente, caso surja um problema que gere 
necessidade de prestação de cuidado especializado, o profissional 
clínico percebe sua responsabilidadede atuar e age no sentido de 
identificar e ajudar a solucionar o problema. (Instituto Racine, [S.d.]) 
O principal objetivo da farmácia clínica está em aprimorar e auxiliar o corpo 
clínico a ter habilidade e destreza na hora de decidir sobre o melhor medicamento 
para o paciente. O médico se responsabiliza pelos resultados da farmacoterapia, 
e ao farmacêutico cabe fornecer serviços de suporte adequados, com base em 
conhecimentos especializados sobre a utilização dos medicamentos (Holland; 
Nimmo, 1999) 
Zubioli (2001) e Ferracini e Borges Filho (2010) descrevem a farmácia 
clínica como uma prática profissional farmacêutica com foco no paciente, que dá 
prioridade ao uso racional e à segurança no uso dos medicamentos, voltada a 
atividades para minimizar os efeitos colaterais da terapêutica medicamentosa e 
os custos do tratamento para o paciente. 
Zubioli (2001) afirma que o farmacêutico é o profissional fundamental na 
prevenção, detecção, avaliação do risco/benefício e, principalmente, na eficácia 
do uso de medicamentos. Assim, a atividade clínica do profissional tem um papel 
fundamental na prevenção das reações adversas a medicamentos, promovendo 
o uso racional destes. Isso envolve monitorização do paciente, de sua história 
clínica e de seu tratamento medicamentoso. 
Conforme relato de Storpirtis et al. (2008): 
A farmácia clínica vem se desenvolvendo com a finalidade de minimizar 
ocorrências de problemas relacionados a medicamentos. Acompanhar 
os resultados nos pacientes também é definido como objetivo da 
farmácia clínica. Na visão atual, conforme descrito pela American 
CollegeofClinicalFarmacy(ACCP), a farmácia clínica traz de volta a 
atenção farmacêutica voltada exclusivamente ao paciente. 
Dantas (2011) descreve com base nisso: 
 
 
12 
O principal objetivo do farmacêutico é garantir o uso seguro e racional 
de medicamentos, implantar a farmácia clínica em busca de ter o 
máximo rendimento terapêutico, e atender a demanda de medicamentos 
utilizados pelos pacientes hospitalizados. A farmácia clínica atua em 
conjunto com a farmácia hospitalar, por meio da inserção do 
farmacêutico na equipe multiprofissional de saúde. 
A farmácia clínica deve ser aplicada nas unidades críticas, onde as 
farmácias satélites estão instaladas. Além de integrar e aproximar os profissionais 
das equipes multidisciplinares, o farmacêutico vem a contribuir para a segurança 
e racionalização do uso de medicamentos. 
Com o surgimento da farmácia clínica nos EUA em 1965, o uso racional 
dos medicamentos se tornou meta principal, passando o farmacêutico a ter 
atribuições não somente de promover o uso seguro dos medicamentos, mas 
também ter atividades clínicas voltadas para os pacientes. 
A disciplina de Farmácia Hospitalar foi inserida no currículo do curso de 
Farmácia em 1975 na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e mais tarde 
inserida foi no currículo da demais universidades. 
Em 1980, foi implantado o primeiro curso a nível de pós-graduação em 
Farmácia Hospitalar na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 
Em 1995, foi criada a Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar 
(SBRAFH), contribuindo intensamente para a determinação e definições da 
profissão farmacêutica e para o desenvolvimento da produção técnico-científica 
nas áreas de assistência farmacêutica hospitalar. 
 Em nações subdesenvolvidas como o Brasil, a saída para a crise da 
profissão foi buscar novos caminhos de atuação, dando ênfase principalmente às 
análises clínicas. As consequências desse fato foram bastante danosas para o 
país e para a profissão farmacêutica, pois a questão do medicamento ficou 
aleijada. 
Conforme a Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar (2017): 
Atualmente, embora o Brasil seja uma das dez maiores economias do 
mundo, o quarto mercado farmacêutico em vendas, com uma flora 
medicinal riquíssima, importa a maioria dos medicamentos que 
consome. 
Nesse momento, vivemos uma fase clínico-assistencial da farmácia 
hospitalar, como expressa o conceito da SBRAFH: “unidade clínica, 
administrativa e econômica, dirigida por profissional farmacêutico, 
ligada, hierarquicamente, à direção do hospital e integrada 
funcionalmente com as demais unidades de assistência ao paciente”. 
A atuação da farmácia hospitalar se preocupa com os resultados da 
assistência prestada ao paciente e não apenas com a provisão de 
produtos e serviços. Como unidade clínica, o foco de sua atenção deve 
estar no paciente, nas suas necessidades e no medicamento, como 
instrumento. 
 
 
13 
REFERÊNCIAS 
ATENÇÃO farmacêutica – Conceitos e métodos de acompanhamento. Sanar 
Saúde, 4 fev. 2019. Disponível em: 
<https://www.sanarsaude.com/portal/concursos/artigos-noticias/atencao-
farmaceutica-conceitos-metodos-farmacia>. Acesso em: 1 abr. 2022. 
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